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Tecnologia
Social no Brasil
Caderno de Debate
Novembro 2004
Direito àciência
e ciênciapara a
cidadania
Coordenação do CadernoCoordenação do CadernoCoordenação do CadernoCoordenação do CadernoCoordenação do Caderno
Irma Passoni
Equipe de ApoioEquipe de ApoioEquipe de ApoioEquipe de ApoioEquipe de Apoio
Alcely Strutz Barroso, Edilene
Luciana Oliveira, Gerson José da
Silva Guimarães, Fabiana Cunha da
Silva, Philip Hiroshi Ueno
Pesquisadoras e redatorasPesquisadoras e redatorasPesquisadoras e redatorasPesquisadoras e redatorasPesquisadoras e redatoras
Fabiana Augusta Alves Jardim (Encontros para Discussão e
Sistematização de Conhecimentos sobre Tecnologia Social)
Martina Rillo Otero (Mapeamento Nacional de Tecnologias
Sociais Produzidas e/ou Utilizadas por ONGs)
EEEEEdição de dição de dição de dição de dição de TTTTTeeeeexxxxxtttttooooo
Beatriz Rangel
P u b l i c a ç ã oP u b l i c a ç ã oP u b l i c a ç ã oP u b l i c a ç ã oP u b l i c a ç ã o
Instituto de Tecnologia Social
Edição de arteEdição de arteEdição de arteEdição de arteEdição de arteTadeu Araujo (Raiz)
Fotolito e impressãoFotolito e impressãoFotolito e impressãoFotolito e impressãoFotolito e impressãoEditora Raiz - fone: (11) 3207.8561
ParceriaParceriaParceriaParceriaParceriaSecretaria para Inclusão Social - Ministério da Ciência e Tecnologia
Aos interlocutores do debate Tecnologia Social: Desafios e
Perspectivas, realizado em 19 de julho de 2004:
Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais - CERIS
Fundação Banco do Brasil - FBB
Grupo de Institutos, Fundações e Empresas - GIFE
Instituto ECOAR para a Cidadania
Instituto Pólis
Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT
Pela colaboração no encontro Tecnologia Social e Agricultura Familiar:
Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA
Ministro Eduardo Campos, Ministério da Ciência e Tecnologia
Secretário Rodrigo Rollemberg, Secretaria para a Inclusão Social - MCT
Agradecimentos
e m e s p e c i a l a
Sumário
Apresentação
O Instituto de Tecnologia Social
Por que falar de Tecnologia Social?
Reflexões sobre a Construção Do Conceito De Tecnologia Social
Apresentação do Conceito de Tecnologia Social
Lista de Participantes
8
11
17
19
24
33
8I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
Apresentação
O Instituto de Tecnologia Social (ITS) vem promovendo, ao longo de 2004,
atividades que visam à construção do conceito de Tecnologia Social, a partir de
uma metodologia que combina pesquisa, análise de experiências e promoção de
encontros para o aprofundamento e sistematização de conhecimentos sobre o
tema. Tais atividades fazem parte do projeto Centro Brasileiro de Referência em
Tecnologia Social, parceria do Instituto com a Secretaria para Inclusão Social, do
Ministério de Ciência e Tecnologia, cujo objetivo geral é identificar, conhecer,
sistematizar e disseminar práticas de Tecnologia Social.
Esta publicação espera oferecer ao debate uma reflexão sobre a construção
conceitual e, ao fazê-lo, lançar o desafio para sua continuidade. Não se trata de um
conceito acabado o que apresentamos nas páginas seguintes, mas de um trabalho
coletivo, que encontra sustentação e legitimidade no diálogo, na participação e na
9I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
partilha de aprendizagens entre diversos atores da sociedade: ONGs, associações
comunitárias, institutos de pesquisa, universidades, poder público e órgãos
financiadores de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).
Este Caderno de Debate perfaz não apenas o processo que tem acompanhado
a elaboração do conceito, mas vai ainda mais longe, ao retomar um caminho que
vem sendo trilhado há mais de dez anos em torno de temas como C&T para o
desenvolvimento sustentável, o envolvimento da sociedade neste debate, a
ampliação da cidadania e a democratização do conhecimento. Em um cenário
mundial que coloca o ser humano no centro dos avanços promovidos pela C&T,
sentimos a necessidade de ressaltar a Ciência e a Tecnologia como ingredientes
culturais básicos. Mais do que isso, como parte dos direitos fundamentais e
instrumentos para a inclusão social.
10I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
11I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
O Instituto de
Tecnologia Social
OInstituto de Tecnologia Social (ITS) é umaOrganização da Sociedade Civil de InteressePúblico (OSCIP), cuja missão é “Promover a
geração, o desenvolvimento e o aproveitamento detecnologias voltadas para o interesse social e reunir ascondições de mobilização do conhecimento, a fim de quese atendam as demandas da população”.
12I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
condenado amplas parcelas à exclusão, àvida em condições indignas, longe dasoportunidades de trabalho e domercado”. Além disso, a Comissão vinhalembrar ao Congresso Nacional e ao PoderExecutivo que “nenhuma análise doatraso é adequada se enfatiza as coisas eignora as pessoas, suas necessidades easpirações”.
Algumas das 42 recomendações feitaspela CPMI chamavam a atenção, portando,para a necessidade de envolver asociedade no debate sobre os rumos e oacesso a CT&I. Tais recomendações sefaziam em consonância com o que aConstituição Federal de 1988 dispõe, nosseus artigos 218 e 219:
Art.218 O Estado promoverá eincentivará o desenvolvimento científico,a pesquisa e a capacitação tecnológicas.
§ 1º - A pesquisa científica básicareceberá tratamento prioritário do Estado,tendo em vista o bem público e oprogresso das ciências.
§ 2º - A pesquisa tecnológica voltar-se-ápreponderantemente para a solução dosproblemas brasileiros e para odesenvolvimento do sistema produtivonacional e regional.
Antecedentes
Para contar a história que culminou nafundação do ITS, voltamos ao ano de 1991.Com a preocupação de identificar asdeficiências que limitavam o progressotecnológico do país e, a partir destaanálise, estabelecer metas dedesenvolvimento na área de Ciência eTecnologia, o Congresso Nacional cria aComissão Parlamentar Mista de Inquérito(CPMI) intitulada “Causas e Dimensões doAtraso Tecnológico”. Formada pelossenadores Mário Covas e Eduardo Suplicy,pelos deputados Cesar Bandeira, AriostoHolanda e Magalhães Teixeira, entreoutros, esta CPMI teve seu relatório finalelaborado pela então Deputada FederalIrma Passoni.
Como resultado das investigações, aCPMI reconhecia a necessidade de “umapolítica estratégia para a superação doatraso” que levasse em conta a realidadenacional. Diante de um cenário onde “aspossibilidades da ciência e da tecnologiasão muito vastas”, a CPMI destacava:“Exatamente por isso, a escolha das árease dos instrumentos mais adequados (deC&T) deve estar voltada para a realidade eos problemas brasileiros, que têm
13I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
construção e desenvolvimento da CT&I.Em setembro de 2001, acontece em
Brasília a I Conferência Nacional deCiência e Tecnologia, com o objetivo defortalecer parcerias com os diversossetores da sociedade e viabilizar umprojeto nacional de longo prazo, queincorporasse o tema da CT&I na agenda dasociedade brasileira, pensando suascontribuições para o desenvolvimentosocial, político, econômico e cultural dopaís. O ITS é convocado pelo entãoministro da Ciência e Tecnologia, RonaldoSardenberg, para incluir as organizaçõesda sociedade civil nesta discussão. Assim,a participação da sociedade civil ganhaespaço no evento, em especial, na mesadedicada ao tema “Papel e Inserção doTerceiro Setor na construção edesenvolvimento da Ciência, Tecnologia eInovação”. Desta Conferência resulta oLivro Branco, contendo uma propostaestratégica do governo para os rumos daC&T para um período de dez anos.
Também nesta ocasião é apresentado olevantamento “Terceiro Setor e Ciência,Tecnologia e Inovação – CT&I”, realizado
Art.219 O mercado interno integra opatrimônio nacional e será incentivado demodo a viabilizar o desenvolvimentocultural e sócio-econômico, o bem-estar dapopulação e a autonomia tecnológica doPaís, nos termos de lei federal.
A trajetória do ITS
O Instituto nasce em 2001, com oobjetivo de contribuir para a construçãode “pontes” eficazes das demandas enecessidades da população1 com aprodução de conhecimento no país,qualquer que seja o lugar onde é produzido– instituições de pesquisa, universidades,ONGs ou movimentos populares. O que sedestaca é a identificação de onde osconhecimentos estão e como podem sermobilizados para responder às demandasda sociedade.
Desde sua fundação, têm sido temasfundamentais para o trabalho do ITS: aampliação do acesso ao sistema nacional deCiência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e,especialmente, o papel desempenhadopelas organizações da sociedade civil na
(1) (1) (1) (1) (1) Cf. a distinção referida por Jorge Nagle: “Esses dois conceitos – demanda social e necessidade social – têm sido empregados mais ou menoscomo sinônimos. Acreditamos que existe uma diferença fundamental entre ambos, entre o que é pleiteado por uma determinada populaçãoe o que é determinado por um diagnóstico. Uma coisa é a demanda que se recebe, outra é a necessidade que se identifica”, (ABC e ITS, 2003: 9).
14I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
pelos consultores Irma Passoni e GersonJosé Guimarães, do ITS. O estudo detectouum número significativo de organizaçõesnão-governamentais que destacavam, emseus estatutos e missões, umapreocupação com a produção deconhecimento. Mais do que isso, algumasdelas afirmavam ser produtoras deconhecimento, ciência e tecnologia, umarevelação de fundamental importância parajustificar o aprofundamento do debate.
Como desdobramento da Conferência,em maio de 2002, o ITS e a AcademiaBrasileira de Ciência (ABC) organizam o ISeminário “Papel e Inserção do TerceiroSetor na Construção e Desenvolvimento daCiência, Tecnologia e Inovação”2, em SãoPaulo. Participam do evento 40organizações não-governamentais e, apóstrês dias de encontro, fica diagnosticada anecessidade de identificar e conhecermelhor as atividades relacionadas à CT&Ique são desenvolvidas pelas ONGs.
Neste mesmo ano forma-se o Grupo deTrabalho (GT) de “Ciência e Tecnologia e oTerceiro Setor”, reunindo representantes
de ONGs3, Ministério da Ciência eTecnologia (MCT), Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq), Financiadora de Estudos e Projetos(FINEP) e Centro de Gestão e EstudosEstratégicos (CGEE). Reconhecido pelaPortaria no 705/2002, assinada pelo MinistroSardenberg, o GT tem como objetivo:“Elaborar proposta de formas emecanismos de construção de parceriasentre o Ministério da Ciência e Tecnologiae as organizações do Terceiro Setor”(Ministério da Ciência e Tecnologia, 2002).
No final de 2002, terminada a eleiçãopresidencial, a comissão responsável pelogoverno de transição FHC/Lula, convocaum Grupo de Trabalho para ajudar naelaboração do Programa de Ciência,Tecnologia e Inovação do governo eleito(início do mandato em 2003). Integrameste GT João Furtado, na época presidentedo ITS, e Irma Passoni, gerente executivado ITS, responsável pela coordenação doGT, além de Renato Peixoto Dagnino(UNICAMP) e José Sérgio Leite Lopes.
Respondendo à missão de “desenvolver
(2) O seminário contou com o apoio da Fundação Banco do Brasil, da Agência Nacional de Petróleo e da Comissão de Ciência e Tecnologia,Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.
(3) Faz parte desse grupo, por parte das ONGs: o Instituto de Tecnologia Social (ITS), a Articulação do Semi-Árido (ASA), a Associação Brasileirade ONGs (ABONG) e Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) e Academia Brasileira de Ciências (ABC)
15I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
políticas públicas e estratégias de atuaçãopara a implantação de ações voltadas aodesenvolvimento social e ao combate àfome”, o GT propõe, ao final de seutrabalho, a criação de uma Secretaria parao Desenvolvimento Social, vinculada aoMCT. A justificativa de criação daSecretaria se baseava no reconhecimentode “que o apoio e a legitimidade social dasatividades científicas e tecnológicasdependem de sua efetiva atenção àsatisfação das necessidades básicas dapopulação” (Grupo de Trabalho Tecnologiapara o Desenvolvimento Social, 2002).
A proposta do GT ganhou corpo,posteriormente, com a criação daSecretaria para a Inclusão Social, do MCT,afirmando a maior abertura edisponibilidade de diálogo do atual governocom a sociedade civil organizada, emrelação aos governos anteriores.
Em 27 de agosto de 2003, nova PortariaMinisterial nº 602/2003, assinada peloentão ministro de C&T, Roberto Amaral,reafirma a existência do Grupo de Trabalho
“Ciência e Tecnologia e o Terceiro Setor”,instituído no ano anterior.
Em novembro de 2003, novamente emparceria com a ABC, o ITS organiza o IISeminário “Papel e Inserção do TerceiroSetor na construção e desenvolvimentoda Ciência, Tecnologia e Inovação”. Aadesão ao evento de 100 organizaçõesnão-governamentais vinha sinalizar umavanço nesta trajetória de dois anos dediscussão já acumulada. Novascontribuições surgiam, a partir deiniciativas como a pesquisa Diretório daPesquisa Privada (DPP), que se dedicou,entre outras coisas, a investigar asatividades de CT&I nas organizações não-governamentais, ao longo de 2003, e cujoresultado parcial foi apresentado noseminário (ABC e ITS, 2003).
Coordenada pelo Prof. Dr. João Furtado,com apoio da FINEP4, a pesquisa do DPPsobre ONGs foi realizada em parceria com oITS e pesquisadores do GEOPI/DPCT/IGE/UNICAMP5. Ao ITS coube pesquisar as ONGscom atuação em Defesa e Promoção de
(4) O DPP constitui uma iniciativa da FINEP conjunta do Grupo de Estudos em Economia Industrial (GEEIN) da UNESP/Araraquara e sobcoordenação da Área de Planejamento da FINEP e de uma parceria entre o GEEIN e o Departamento de Política Científica e Tecnológica(DPCT) da UNICAMP. Portal: http://www.finep.gov.br/portaldpp/index.asp
(5) Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação, do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto deGeociências da UNICAMP.
16I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
Com o objetivo de identificar,conhecer, sistematizar e disseminarpráticas de Tecnologia Social, envolvendoONGs, poder público, universidades einstitutos de pesquisa neste trabalho, oCBRTS dá início a suas atividades em maiode 2004. Faz parte deste projeto do ITSconstruir um conceito de Tecnologia Socialque incorpore contribuições de diversosatores da sociedade.
Em síntese, as atividades que o ITS vemdesenvolvendo desde sua fundação sedividem entre atividades de representaçãodas ONGs junto aos órgãos de CT&I,contribuindo para afirmar e legitimar opapel das entidades da sociedade civilorganizada como produtoras deconhecimento, e também buscandoarticular as instituições em torno daquestão da Ciência e Tecnologia. Alémdisso, o ITS desenvolve pesquisas queprocuram esclarecer o sentido da utilizaçãodo termo Tecnologia Social. Estasatividades tanto visam identificar práticase experiências eficazes para atransformação da realidade, a fim dedisseminá-las, quanto esclarecer alguns dostermos relacionados à Tecnologia Social.
Direitos, e Desenvolvimento Social eEconômico, enquanto aos pesquisadoresdo GEOPI coube investigar as ONGs queatuam na área de meio ambiente. Um dosachados importantes desta pesquisa foi aidentificação de inovações produzidaspelas ONGs, introduzidas no mercado efora dele. Além disso, destacou-se o modode atuação das ONGs, que apresentaespecificidades frente ao de outrasorganizações, tanto em relação a como sedá o diagnóstico de problemas, quanto aomodo de desenvolver estratégias paraenfrentá-los.
Projeto CentroBrasileiro de Referênciaem Tecnologia Social
Ainda em 2003, o ITS se dedica aelaborar, com a cooperação técnica deRogério Dardeau, do Centro de EstatísticaReligiosa e Investigações Sociais (CERIS), oprojeto Centro Brasileiro de Referência emTecnologia Social6 (CBRTS). O projeto foiviabilizado por uma parceria com oMinistério da Ciência e Tecnologia, atravésde sua Secretaria para a Inclusão Social.
(6) Para mais informações, consultar a página eletrônica http://www.itsbrasil.org.br.
17I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
Por que falar de
Tecnologia Social?
ara responder esta questão é preciso, antesde mais nada, recuperar o lugar a partir doqual o ITS propõe o conceito de Tecnologia
Social: a sociedade civil organizada.Foi principalmente no diálogo com as entidades
da sociedade civil organizada e na observação de seumodo de ação que nasceu a percepção da TecnologiaSocial como um conceito que poderia definir práticasde intervenção social que se destacam pelo êxito namelhoria das condições de vida da população,construindo soluções participativas, estreitamenteligadas às realidades locais onde são aplicadas.
P
18I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
“Nomear” estas práticas tornava-se, entreoutras coisas, uma forma de darvisibilidade e disseminar soluções que,embora eficazes, muitas vezes ficavam“escondidas” nos espaços ondeaconteciam.
Desde o início, o que esteve na raizdessa discussão sobre Tecnologia Social foio entendimento de que a Ciência e aTecnologia devem ser conhecidas eamplamente requeridas pela sociedadebrasileira, a fim de se produzir um novopatamar de desenvolvimento, visando ainclusão de todos os brasileiros no acesso ena produção do conhecimento.
Além disso, o interesse pelo temaimplicava, mais especificamente, noesforço pelo reconhecimento de um tipode produção e atuação específicas das
organizações não governamentais que sedestaca pela relação diferenciada entre aprodução e a aplicação do conhecimento.
Segundo Sérgio Haddad (2002), uma dascaracterísticas desta produção é que elaparte de problemas diretamenterelacionados à prática. “Essa aproximaçãoentre prática e teoria é o que marca aprodução de conhecimento que as ONGsprocuram realizar. Essa aproximação, apartir dos atores sociais, da cultura local,
da forma como esses atores se organizam,é que termina quase por definir um campo
do fazer das ONGs” (p. 41).O debate sobre TS vem, nesse sentido,
ressaltar esse campo do fazer e a atuaçãodas instituições da sociedade civilorganizada como produtoras deconhecimento, de modo a aproximar osproblemas sociais de suas soluções. Aofazê-lo, coloca em pauta tanto o esforçopara que esse modo específico de
produção de conhecimento (das ONGs)seja reconhecido pelas instituições quepertencem, sabidamente, ao sistema deCiência, Tecnologia e Inovação, quanto odesafio de legitimar o papel das ONGscomo parceiras privilegiadas para a difusãoda cultura de CT&I na sociedadebrasileira.
Sendo assim, espera-se que o trabalhode elaborar o conceito de Tecnologia Sociale a reflexão que ele proporciona, aotrazerem consigo o “cunho” da sociedadecivil organizada, possam contribuir paramelhorar as práticas de intervenção social
e para construir novos significados para a
produção de conhecimento, aproximando
os problemas sociais de suas soluções,promovendo a inclusão social e ampliando
a cidadania.
19I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
Reflexões sobre
a construção
do conceito de
Tecnologia Social
este primeiro ano das atividades do projeto CBRTS7, quando esclarecero conceito de Tecnologia Social revela-se um passo fundamental,elegemos as experiências promovidas por ONGs como “objetos de
análise”, capazes de fornecer elementos que nos ajudassem a pensar: O que é
TS? Se, por um lado, não se considera que apenas ONGs produzem TecnologiaSocial, por outro, sempre houve a crença de que se debruçar sobre o modo de
fazer e a produção de conhecimento das ONGs poderia ser extremamenterevelador daquilo que se concebe como Tecnologia Social.
N
(7) Estamos, a todo momento, relembrando o lugar no qual se dá a reflexão sobre TS, delimitando as questões levantadasà perspectiva do ITS. Isto se deve à constatação de que, nos últimos anos, diferentes usos do termo têm sido difundidose não temos a pretensão de apresentar, aqui, uma “genealogia” do termo. O objetivo é mais modesto: dar a quem seinteressa pelo tema instrumentos para compreender a especificidade da discussão proposta pelo ITS.
20I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
Procuramos combinar, então, pesquisa,momentos de diálogo e exame deexperiências para desenvolver o conceitode TS, cotejando, a todo momento,teorias e práticas.
Entre as Linhas de Ação que dão corpoao projeto CBRTS, duas delas estão maisdirecionadas ao desenvolvimento doconceito. Primeiramente, a Linha de Açãochamada Mapeamento Nacional de
Tecnologias Sociais Produzidas e/ou
Utilizadas por ONGs, que consiste napesquisa dos usos institucionais do termo,a partir de literatura científica e páginasna internet, e na seleção criteriosa ecaracterização de experiências deorganizações não-governamentais quecontém elementos de Tecnologia Social.
Já a Linha de Ação chamada Encontros
para Discussão e Sistematização de
Conhecimentos sobre Tecnologia Social
estabelece espaços para discutir eaprofundar estas experiências,produzindo, ao final, relatórios queorganizam as reflexões realizadas duranteos encontros.
Mapeamento
O ponto de partida para elaborar oconceito de Tecnologia Social foi umlevantamento bibliográfico8, feito com doisobjetivos:1) mapear textos, artigos, teses e livrosque fizessem uso do termo Tecnologia
Social (tanto em português quanto eminglês); e2) identificar os diferentes usosinstitucionais do termo, em sítioseletrônicos de organizações que trabalhamcom o tema9, e de instituiçõesrelacionadas a CT&I10.
(8) Foi realizada uma busca pela internet em bancos de teses e de artigos, em que fosse citado o termo Tecnologia Social. Foram identificados21 organizações e 26 textos.
(9) Asociación para la Promoción de la Tecnologia Social – APTES, Cidade do Conhecimento – Oficinas de Design Social, Comunicarte – Agênciade Responsabilidade Social, Federação das Entidades Assistenciais de Campinas, Fundação Banco do Brasil, Gestão de Tecnologia Social– GTS, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT, Institute of Social Technology, Instituto Ayrton Senna, Rede deTecnologia e Instituto de Tecnologia Social.
(10) Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico– CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP, Nações Unidasno Brasil – ONU, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, United Nation – UN, United Nations Education, Scientificand Cultural Organization, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Tecnologia – UNESCO Brasil, e Fundo dasNações Unidas para a Infância – UNICEF (textos de instituições de fomento à pesquisa foram investigados, independentemente deutilizarem ou não o termo TS).
21I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
Feito este levantamento, o trabalho daequipe do CBRTS foi ler os textos comatenção, retirando deles elementos queesclareciam os significados atribuídos aotermo Tecnologia Social. Foram listados osusos mais comuns, bem como asimplicações que deles se podiadepreender.
O que interessa sublinhar é que foramidentificados poucos textos queempregavam o termo Tecnologia Social enenhum deles oferecia uma discussãopropriamente conceitual sobre TS. Alémdisso, nenhuma das – poucas – definiçõesexistentes correspondia exatamente aoque o ITS e seus interlocutores vinhamchamando de Tecnologia Social (verdefinição na pág. 26). Na maioria dostextos, a expressão Tecnologia Socialapareceu em meio a reflexões sobre temasespecíficos como saúde, avaliação outrabalho, com o objetivo de ressaltaraspectos do assunto enfocado.
Ainda que os documentos não nosofereçam uma definição clara de TecnologiaSocial, os usos do termo, nessa literaturaidentificada, deixam entrever algumasidéias que têm ligação com o que
chamamos de TS. Como resultado destasleituras, por exemplo, foram criados trêseixos para organizar as implicações doconceito de Tecnologia Social, que serãodescritos mais adiante.
Também faz parte da Linha de AçãoMapeamento Nacional de Tecnologias
Sociais produzidas e/ou utilizadas por
ONGs o levantamento de experiênciasrelacionadas com Tecnologia Social, emgeral promovidas por ONGs, mas tambémpelo Poder Público. Num primeiromomento, as experiências sãoidentificadas e descritas, a partir defontes secundárias11. Algumas delas sãoconvidadas a participar da sérieEncontros para Discussão e
Sistematização de Conhecimentos sobre
Tecnologias Sociais, quando suastrajetórias e estratégias podem ser,então, aprofundadas em debates edetalhadas em documentos produzidospelo ITS. O objetivo desse acervo édisseminar as aprendizagens acumuladaspelas experiências de Tecnologia Social e,assim, contribuir para a prática de outrosatores sociais.
O que vale notar é que não se trata de
(11) Material institucional, artigos, textos em jornal, dissertações e teses realizadas sobre a experiência etc.
22I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
transformar tais experiências em modelos,como tal replicáveis. Mais do quesistematizar estas experiências passo a
passo para formulação de uma “receita”, oque se procura fazer é identificar quais
são os aspectos determinantes naexperiência que a tornam uma soluçãopara problemas da população e como as
instituições encontram instrumentos para
desenvolvê-los.
Encontros
A segunda Linha de Ação adotada paraelaborar o conceito de Tecnologia Socialvem ganhando corpo com a série Encontros
para Discussão e Sistematização de
Conhecimentos sobre TS. A proposta dosencontros é debater e aprofundarexperiências de Tecnologia Social,selecionadas a partir de um tema, e criarum espaço de diálogo entre participantesque representam diferentes visões dentroda sociedade: ONGs, poder público,associações comunitárias, universidades,instituições de pesquisa, órgãosfinanciadores e consultores autônomos.Busca-se, assim, garantir a pluralidade dadiscussão e promover um processoparticipativo de aprendizagem, em que as
contribuições trazidas pelos participantessão confrontadas e somadas, visando àconstrução coletiva do conceito de TS. Asparticipações durante as plenárias e aoportunidade de diálogo entre atoresdiferentes põem em cena valores,princípios e práticas que têm sido a“matéria-prima” para levantar questõessobre o tema Tecnologia Social.
Além disso, também tem havidooportunidades para debate dos resultadosparciais das reflexões tanto nas Oficinasquanto em fóruns menores. A exemplo doque acontece durante os seminários eoficinas, as contribuições que surgemdestas reuniões ajudam também a avançarna construção do conceito.
O interessante de combinar essasestratégias – pesquisa, análises deexperiências e promoção de debates – éque, a cada novo encontro, aprendemos
novas perguntas que podem ser feitas àsexperiências, com o objetivo de entendermelhor a Tecnologia Social. Além disso,esse constante vai-e-vem entre o exame
de experiências e o esforço de
sistematização acaba por tornar o conceitode TS “muldimensional”, como um edifícioconstruído por “tijolos” que vêm dediversos lugares da sociedade. Essa
23I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
construção participativa acaba por tornar opróprio conceito de TS um importante eixoem torno do qual se pensam novas medidaspara as relações entre Ciência, Tecnologiae Sociedade.
É importante ressaltar que essametodologia torna impossível dissociar oprocesso vivido e os resultados
alcançados. O próprio conjunto deprocedimentos adotados para a produção
de um novo conhecimento – umconhecimento enraizado em práticas eexperiências socialmente partilhadas –pode ser entendido como uma tecnologia
social, pois faz uso de ferramentas queestimulam e provocam a participação,partindo do suposto de que todos osatores envolvidos são capazes de,refletindo sobre sua realidade, produzirconhecimento.
— Academia Brasileira de Ciência e Instituto deTecnologia Social (2003) II Seminário Papel eInserção do Terceiro Setor no Processo deConstrução e Desenvolvimento da CT&I: SãoPaulo
– COATES, Joseph (s/d) “A 21st Century Agenda forScience and Technology Policy”. http://www.josephcoates.com (consultado em 18/07/2004)
— Grupo de Trabalho Tecnologia para oDesenvolvimento Social (2002). Proposta decriação da Secretaria de Tecnologia para oDesenvolvimento Social e criação de um fundoextraordinário para CT&I para ações
emergenciais, sobretudo de natureza social -combate à fome, analfabetismo e dengue.Coordenação Irma Passoni.
— HADDAD, S. (2002). “As Organizações doTerceiro setor como “produtoras” de Ciência,Tecnologia e Inovação”. In: ITS e ABC (org.) Papele Inserção do Terceiro Setor no Processo deConstrução e Desenvolvimento da Ciência,Tecnologia e Inovação: Brasília: Athalaia Gráfica.
— Ministério da Ciência e Tecnologia (2002)Portaria 705. Brasília, 31 de Outubro de 2002.
— Ministério da Ciência e Tecnologia (2003)Portaria 602. Brasília, 27 de Agosto de 2003.
Referências Bibliográficas
24I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
Apresentação
do conceito de
Tecnologia Social
marca do ITS neste processo de elaboraçãoconceitual tem sido o de promover discussõesde experiências concretas (realizadas em
oficinas temáticas12) e incluir, em espaços de troca deinformações e construção conjunta, diversos atores:setores público e privado, institutos de pesquisa,representantes de universidades, de organizaçõescomunitárias e de ONGs.
A
(12) Estão previstas quatro oficinas temáticas para este ano de 2004. Três delas já ocorreram, com os temas: “Tecnologia Social:Desenvolvimento Local, Participativo e Sustentável nos Municípios”, realizada entre os dias 24 e 26 de Maio, em São Paulo;“Tecnologia Social e Educação: para além dos muros da escola”, realizada entre os dias 9 a 11 de Agosto, em São Paulo e;“Tecnologia Social e Agricultura Familiar: Semeando Diferentes Saberes”, nos dias 19 a 21 de outubro, em Brasília. Alémdesses eventos, o CBRTS organizou algumas reuniões com instituições que se interessam pelo tema.
25I n s t i t u t o d e Te c n o l o g i a S o c i a l
As estratégias utilizadas para refletirsobre o conceito até o momento foram:� Levantamento de significados de
Tecnologia Social conforme instituiçõesque trabalham com o tema.
� Levantamento de significados doconceito conforme textos que lidam como termo “Tecnologia Social”.
� Identificação e descrição deexperiências que contenham elementosde Tecnologia Social.
� Discussão dessas experiências nasoficinas e identificação dasaprendizagens geradas com cadaexperiência.
� Sistematização e discussão dossignificados encontrados com umadiversidade de atores.
De modo geral, podemos esquematizaro ciclo de reflexão sobre Tecnologia Socialno ITS, da seguinte forma:
discussões, construímos “categorias” paraagrupá-las. A partir de leituras, dasdiscussões que nasceram das oficinaspromovidas pelo ITS, através do projetoCBRTS, e de encontros com membros de
T e c n o l o g i a S o c i a l
Em busca de uma formulaçãoorganizada e que englobasse as váriasidéias sobre TS que foram surgindo nas
Reflexões individuais(membros da equipe,
outros atores convidados,participantes das oficinas)
Discussões(reuniões de equipe,
outras reuniões promovidaspelo ITS, Oficinas)
Sistematizaçãodas reflexões
Esclarecimento do conceito de TS
Desenvolvimento de práticassociais mais eficazes
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outras instituições, foram estipuladosquatro eixos que nos ajudam a organizar areflexão sobre Tecnologia Social.
A) Os princípios que perpassam as idéiassobre TS.
B) Definição de Tecnologia Social
C) Os parâmetros para caracterização daTecnologia Social
D) As implicações que conceito trazconsigo.
A — PRINCÍPIOS
O que chamamos, aqui, de princípiossão proposições que nos servem de base eque, dessa forma, permeiam as idéiasrelacionadas à Tecnologia Social. Temoscomo princípios:
� Aprendizagem e participação sãoprocessos que caminham juntos:aprender implica participação eenvolvimento; e participar implicaaprender.
� A transformação social implicacompreender a realidade de maneira
sistêmica: diversos elementos secombinam a partir de múltiplas relaçõespara construir a realidade.
� A transformação social ocorre na medidaem que há respeito às identidadeslocais: não é possível havertransformação se não a partir dasespecificidades da realidade existente.
� Todo indivíduo é capaz de gerarconhecimento e aprender: a partir domomento que está inserido numa culturae em contato com o mundo, todoindivíduo produz conhecimento eaprende a partir dessa interação.
B — DEFINIÇÃO
Conjunto de técnicas e
metodologias transformadoras,
desenvolvidas e/ou aplicadas na
interação com a população e
apropriadas por ela, que
representam soluções para
inclusão social e melhoria das
condições de vida.
Como é possível perceber, trata-se deuma definição bastante ampla, ainda que
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Tecnologia Social: Desenvolvimento Local,Participativo e Sustentável nos MunicípiosEn
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São Paulo, 24 a 26 de maio de 2004
EXPERIÊNCIAS:✓ Banco Palmas, iniciativa da ASMOCONP - Asso-ciação dos Moradores do Conjunto Palmeira, For-taleza-CE.✓ Organização dos pequenos agricultores paraprodução e beneficiamento do Sisal, da APAEB -Associação dos Pequenos Agricultores do Muni-cípio de Valente - BA.✓ Agenda 21 Local no município de Ribeirão Pi-res, conduzida pela Prefeitura de Ribeirão Pires-SP
Este primeiro encontro procurou recolher ele-mentos sobre Tecnologia Social presentes nas ex-periências convidadas ao debate, voltando-se, prin-cipalmente, para a escuta dos conteúdos que fo-ram apresentados e a discussão feita pelos parti-cipantes. Por isso, o evento teve um caráterexploratório marcante. A partir da organização dovivido neste evento, pudemos definir temas e abor-dagens para os encontros subseqüentes.
O conjunto de aprendizagens do encontropode ser dividido em dois eixos:1) aprendizagens sobre Tecnologia Social, permi-tindo identificar alguns princípios e parâmetros quenos ajudam a aprofundar e organizar o tema;
2) aprendizagens sobre o processo de desenvol-vimento conceitual a partir de encontros.
Quanto ao primeiro eixo, pelo menos dois prin-cípios puderam ser identificados: a transforma-ção social implica em compreender a realida-de de maneira sistêmica e a transformação so-cial ocorre na medida em que há respeito àsidentidades locais. Estes princípios apareceramnas falas dos participantes como essenciais paraprocessos eficazes de intervenção social.
Quanto ao segundo eixo, atestou-se para nósque a escolha por desenvolver encontros, debaten-do e colocando “na lupa” algumas experiências quejá reconhecíamos como criadoras/usuárias deTecnologia Social, enriquecia muito o trabalho paraconstruir o conceito de Tecnologia Social, que jávinha sendo feito a partir de levantamentos biblio-gráficos e de usos institucionais do termo. Isto sedeve à combinação entre um trabalho mais técnicode pesquisa/sistematização e a reflexão por umaperspectiva plural: os participantes dos encontroscontribuem com suas experiências e preocupações,inserem novos elementos na pauta proposta peloITS e, deste modo, propõe à Tecnologia Social pro-blemas e desafios concretos, enraizados em práti-cas e sonhos de diversos atores.
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confira um caráter às técnicas emetodologias (que devem sertransformadoras e participativas) etambém um objetivo a elas (a inclusãosocial e a melhoria das condições de vida).
Além disso, a repetição de trechos queressaltam o caráter participativo da TS nãoé casual, muito pelo contrário. Se há trêselementos que ressaltam a construçãoconjunta da Tecnologia Social,(“desenvolvidas na interação”, “aplicadasna interação” e “apropriadas pelapopulação”) cada uma delas o faz em umsentido específico. Ressaltar o caráterparticipativo da Tecnologia Social é umadas principais marcas da definiçãooferecida pelo ITS.
C — PARÂMETROS DATECNOLOGIA SOCIAL
A identificação de parâmetros de
Tecnologia Social tem como objetivoconstruir uma base para oestabelecimento de critérios para análisede ações sociais: são os ingredientes eelementos que supomos serem oscomponentes das experiências que astornam Tecnologia Social. Os parâmetros,de modo geral, organizam as
aprendizagens que vimos fazendo a partirdo exame de experiências concretas:quando nos debruçamos sobre taisexperiências, retiramos alguns elementosque, em nosso modo de ver, são centraispara atribuir a elas o caráter deTecnologia Social. Podemos destacar, atéo momento:
� Quanto a sua razão de ser:
>> TS visa à solução de demandas sociaisconcretas, vividas e identificadas pelapopulação.
� Em relação aos processos de tomada dedecisão:
>> Formas democráticas de tomada dedecisão, a partir de estratégiasespecialmente dirigidas à mobilização eà participação da população.
� Quanto ao papel da população
>> Há participação, apropriação eaprendizagem por parte da população ede outros atores envolvidos.
� Em relação à sistemática:
>> Há planejamento e aplicação deconhecimento de forma organizada.
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Tecnologia Social e Educação:Para além dos Muros da EscolaEn
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São Paulo, 9 a 11 de agosto de 2004
EXPERIÊNCIAS:✓ Universalização e Municipalização do Ensi-no, promovida pela Prefeitura de Icapuí-CE.✓ Construção de uma Metodologia de EducaçãoRural adequada às necessidades do semi-árido,conduzida pelo Movimento de Organização Comu-nitária, Feira de Santana-BA.✓ Avaliação Participativa, contratada pela Fun-dação Vitae e conduzida pelo Instituto Fonte, SãoPaulo- SP.
Procuramos explorar uma das questõessurgidas no primeiro encontro: Se a TecnologiaSocial se localiza no entrecruzamento de diferen-tes modos de conhecer o mundo, quais as carac-terísticas destes modos de conhecer e como asexperiências criadoras/usuárias de TecnologiaSocial estabelecem pontes e diálogos com eles?Adotamos uma definição bastante ampla de Edu-cação, com o objetivo de iluminar nelas caracte-rísticas mais ligadas ao modo de conhecer dasCiências Humanas e Sociais.
O elemento que mereceu destaque neste even-to, por sua contribuição para o desenvolvimentoconceitual, diz respeito às linguagens. Partindo
da visão de que a educação pode ser entendida,entre outras coisas, como o processo pelo qual osindivíduos são instrumentalizados para conhecero mundo e elaborar suas experiências, encontra-mos um ponto comum entre as três práticas apre-sentadas: a compreensão de que todos são sujei-tos de conhecimento e todos são capazes deproduzir conhecimento sobre sua realidade. Emconsonância com um dos princípios formuladospara a Tecnologia Social, que diz respeito à valori-zação das identidades locais, esta concepção am-pla de Educação põe em xeque tanto os lugarestradicionais de produção do conhecimento quan-to sua difusão.
Desse assunto derivou, ainda, a questão dademocratização de sistema de CT&I, levantando odesafio de romper uma visão da Ciência como “pri-vilégio” daqueles que dominam o método e a lin-guagem científicos, em nome do maior acesso aocorpo de conhecimentos acumulados pela huma-nidade e de uma reflexão sobre as maneiras pelasquais eles são transmitidos às novas gerações.Trata-se de um tema caro à Tecnologia Social, queaparece nas implicações do conceito: ênfase à ne-cessidade de democratizar o saber e ampliar oacesso ao conhecimento científico.
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� Em relação à construção deconhecimentos:>> Há produção de novosconhecimentos a partir da prática.
� Quanto a sustentabilidade:>> Visa a sustentabilidade econômica,social e ambiental.
� Em relação à ampliação de escala:>> Gera aprendizagens que servem dereferência para novas experiências.
>> Gera, permanentemente, ascondições favoráveis que tornarampossível a elaboração das soluções, deforma a aperfeiçoa-las e multiplica-las.
D — IMPLICAÇÕES DO CONCEITO
Conceitos servem como instrumentosanalíticos, que nos permitem realçaraspectos da realidade (em detrimento deoutros) e entendê-la a partir de umadeterminada ótica.
Em relação às implicações do conceito,são destacados alguns aspectos darealidade que a noção Tecnologia Socialsublinha e que a análise do conceito, comotratado pelo ITS, traz consigo.
As implicações do conceito foramorganizadas em três conjuntos. Emboraseja possível distingui-los, analiticamente,eles guardam relações entre si. A saber:
a) Sobre a relação entre produção de
C&T e sociedade, a TS enfatiza que:
� a produção científica e tecnológica éfruto de relações sociais, econômicas eculturais - e, portanto, não é neutra.
� as demandas sociais devem ser fonteprivilegiada de questões para asinvestigações científicas.
� a produção de conhecimento deve estarcomprometida com a transformação dasociedade, no sentido da promoção dajustiça social.
� é necessário democratizar o saber e aampliar o acesso ao conhecimentocientífico.
� é fundamental avaliar os riscos eimpactos ambientais, sociais,econômicos e culturais da aplicação detecnologias e da produção deconhecimentos científicos.
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Tecnologia Social e Agricultura Familiar:Semeando Diferentes SaberesEn
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Brasília, de 19 a 21 de outubro de 2004
EXPERIÊNCIAS:✓ Assessoria à organização de cooperativas eempreendimentos coletivos, da Confederação dasCooperativas de Reforma Agrária do Brasil.✓ Pedagogia da Alternância em Escolas Famíli-as Agrícolas e Casas Familiares Rurais, iniciati-va da União Nacional das Escolas Famílias Agríco-las do Brasil (UNEFAB) e pela Associação Regionaldas Casas Familiares Rurais do Pará.✓ Capacitação de agricultores-experimen-tadores, desenvolvida pela Assessoria e Serviçosa Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), Riode Janeiro-RJ.
Ainda visando esclarecer as características dediferentes modos de conhecer e como se criampontes entre eles, preparamos o terceiro encon-tro. O tema Agricultura Familiar constituiu interes-sante “objeto” para recolher elementos não ape-nas relacionados ao universo das Ciências Físicase Biológicas (geralmente vistas como “ciênciasduras”), mas também sobre suas formas de dialo-gar com o conhecimento tradicional e/ou popular.Por esta razão, um dos recortes principais que pro-pusemos às experiências se referia às relações entrePesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural.
As discussões se concentraram em dois ei-xos principais:1) necessidade de afirmação de outros atores deconhecimento que não apenas os que estão inse-ridos no sistema de CT&I;2) desafios de re-invenção das relações entre Go-verno e Sociedade, que passam pelas inovaçõesde arranjos institucionais.
O que sobressaiu das discussões deste en-contro, principalmente porque a Agricultura Fa-miliar passa a fazer parte de uma pauta da socie-dade (assim como Agroecologia, Desenvolvi-mento Local, Responsabilidade Social, entreoutros termos hoje bastante difundidos para fa-lar do “social”), é o potencial de tais “termos emdisputa” para provocar espaços de discussão.Eles possibilitam a constituição de um “palco”,que incita a participação de diferentes atores –clareando conceitos e valores, delimitando se-melhanças e diferenças e, enfim, aprofundandoo sentido da democracia em nosso país. Assim, oque emerge como principal aprendizagem para odesenvolvimento do conceito de Tecnologia So-cial é a reafirmação da importância da pluralidadee da promoção de espaços de diálogo para a ex-perimentação e a invenção de novas (e melho-res) práticas sociais.
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� deve haver participação da sociedadecivil na formulação de políticas públicas.
b) Sobre uma direção para o
conhecimento, a TS:
� enfatiza a produção e aplicação deconhecimento para soluções dedemandas sociais vividas pela população.
� amplia a noção de conhecimento -conhecimentos tradicionais, popularese experimentações realizadas pelapopulação assim como o conhecimentotécnico-científico podem constituirfonte para geração de soluções.
� ressalta a importância de processos demonitoramento e avaliação de resultadose impactos de projetos.
c) Sobre um modo específico de intervir
diante de questões sociais, a TecnologiaSocial promove:
� o empoderamento13 da população.
� a troca de conhecimento entre osatores envolvidos.
� a transformação no modo de as pessoasse relacionarem com alguma demanda ouquestão social.
� a inovação a partir da participação: osprocessos de aprendizagem geramprocessos de inovação.
� o desenvolvimento de instrumentos pararealização de diagnósticos e avaliaçõesparticipativas.
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(13) O termo “empoderamento” deriva da palavra em inglês “empowerment” e tem sido conceituada como “emancipação”, “autonomia”.
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Lista de
participantes
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Tecnologia Social: Desenvolvimento Local,Participativo e Sustentável nos Municípios
Adauto Nascimentoautônomo
Aelson S. de AlmeidaMinistério da Ciência e Tecnologia
Alessandra de AzevedoUNICAMP
Alexandre BerzaghiA.N.I. Consultoria
Alexandre Krügner ConstantinoDepartamento de Política Científica eTecnológica – UNICAMP
Arilson FavaretoPrograma de CiênciasAmbientais da USP / Plural Cooperativa
Armelindo PassoniSecretaria do DesenvolvimentoTrabalho e Solidariedade - Prefeiturade São Paulo
Caio SilveiraRede de Desenvolvimento LocalIntegrado e Sustentável
Carla Zago de JesusComitê Desenvolvimento SustentávelAmbiental
Carolina Bratfisch PradoVisão Mundial
Cassio FrançaFundação Friedrich Ebert
Célia SchlithlerInstituto para o Desenvolvimentodo Investimento Social - IDIS
Christiane NistaInstituto de PesquisasTecnológicas de São Paulo
Davis SansoloUniversidade Anhembi Morumbi
Eleusa BerbelBerbel & Berbel Consultoria
Elisângela dos SantosCEPROM
Elisete RaseraCooperativa Educacionaldo Estado de São Paulo
Fabia DuarteA.N.I. Consultoria
Gabriela PluciennikInstituto de Tecnologia Social
Heloísa SoaresA.N.I. Consultoria
Iracema Ribeiro de AlmeidaAssociação Brasileirade Instituições de PesquisaTecnológica - ABIPTI
Ismael FerreiraAssociação dos Pequenos Agricultoresdo Município de Valente – APAEB
Jimmy Chu Fa JenComitê DesenvolvimentoSustentável e Ambiental
João Joaquim de Melo Neto SegundoBanco Palmas
Jorge NagleInstituto de Tecnologia Social
José Carlos VazInstituto Polis
José PereiraConsultor
Josinaldo de DousaCooperação e Apoio a Projetos deInspiração Alternativa - CAPINA
Ladislau DowborPontifícia Universidade Católica –Sâo Paulo
Luciana RoyerCaixa Econômica Federal
Luciano RodaSecretaria de DesenvolvimentoSustentado - Prefeitura de RibeirãoPires
Maria Terezinha Faria MonteiroFaculdade São Marcos
Márcia Lopes ReisFaculdade de Educação-USP
Mariane Ottatti NogueiraInstituto de Pesquisas e ProjetosSociais e Tecnológicos - IPSO
Maurício Carvalho CamposSecretaria Estadual de Ciência,Tecnologia e Inovação - Bahia
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Alexandre Krügner ConstantinoDepartamento de Política Científica eTecnológica - UNICAMP
Ana Claudia Carvalho de AlmeidaTurma da Touca
Ana Maria da Silva de PaulaTurma da Touca
Ana Maria Mendes SantanaCooperdata
Ana Paula de Macedo SoaresInstituto Votorantim
Ana Valéria De LucaColégio Presbiteriano Mackenzie -Tamboré
Cassio FrançaFundação Friedrich Ebert
Cláudia de Oliveira CastroCEU Alvarenga
Elaine Fracasso Tambelliniautônoma
Fernanda Benévolo LugãoConsultoria em Projetos Sociais
Tecnologia Social e Educação: para além dos Muros da Escola
Nancy Franco EugênioInstituto Pão de Açúcar deDesenvolvimento Humano
Perceval Nunes de Carvalho Filhoautônomo
Rafael D´Almeida MartinsInstituto Pólis - Rede LogoLinkAmérica Latina
Raniere PontesVisão Mundial
Renato DantasFinanciadora de Estudos e Projetos –FINEP
Renato HsienACEAS / NEMOS-PUC-SP
Rene PugsleyCREA - Paraná
Ricardo UhryFundação Banco do Brasil - FBB
Rodrigo Montaldi MoralesColméia
Rodrigo RollembergSecretaria para Inclusão Social -Ministério da Ciência e Tecnologia
Rogério DardeauCentro de Estatísticas Religiosas eInvestigações Sociais - CERIS
Ros Maria ZenhaInstituto de PesquisasTecnológicas - IPT - ILP/ALESP
Rudá RicciInstituto Cultiva/PUC-MG
Ruth Simão PaulinoInfothes
Silvia RangelCaixa Econômica Federal
Sonia Elizabeth AlvesCaixa Econômica Federal
Sonia Fráguas de SouzaCentro de Referência doArtesanato de São Paulo - CRASP
Suely Aparecida FerreiraCentral Brasileira dasCooperativas de Trabalho
Vanessa Santos SilveiraFor All
Waleska BarbosaAssociação Brasileira de Instituiçõesde Pesquisa Tecnológica - ABIPTI
William HigaFundacentro - TEM
Fu Wen HsienAssociação Cristão de Educação eAção Social – ACEAS
Helena Cravo Roxoautônoma
Ildeu MoreiraMinistério da Ciência e Tecnologia
Irati AntônioInstituto Ayrton Senna
Ivone Mosolinoautônoma
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Ivone Santos GarciaAssociação Bandeirantes
Janette BrunsteinFaculdade de Educação - Universidadede São Paulo
Karina Assami Hosokawaautônoma
Leandro GabarraFundação de Educação para oTrabalho - FUNDET/Projeto Atitude
Liana Yuri Shimabukuroautônoma
Lourdes de Fátima Possaniautônoma
Luiz C. de OliveiraInstituto Paulo Freire
Mágda dos SantosAssociação Bandeirantes
Márcia Maria Andrade do NascimentoCentro de Estudos e PesquisasJosué de Castro
Márcia Souza de AlmeidaCEU Alvarenga
Marco Antonio AlmeidaCiências da Informação - USPRibeirão Preto
Maria Luiza Barroso MagnoMovimento de Promoção da Mulher
Maria Regina ToniazzoFundação Banco do Brasil - FBB
Maria Terezinha Faria MonteiroFaculdade São Marcos
Mariana CardosoVisão Mundial
Mario AbbondatiColégio Bandeirantes
Nátalia BuenoParque de Tecnologia Social
Paulo de Souza FilhoSenac - Centro de Tecnologia emEducação
Adilson CabralInstituto de Formação e AssessoriaSindical Rural
Aelson Silva de AlmeidaMinistério da Ciência e Tecnologia
Raimundo LimaPrefeitura do Município de Icapuí
Rogério SilvaInstituto Fonte
Silas Martins Junqueiraautônomo
Sônia Fráguas de SouzaCentro de Referência doArtesanato de São Paulo - CRASP
Sylvia PânicoAssociação de Pesquisa eDesenvolvimento Tecnológico -ApeDeTec
Valkíria VenâncioSecretaria da Educação -Prefeitura de São Paulo
Vera Oliveira CarneiroMovimento de OrganizaçãoComunitária - MOC
Viviane Genain da SilvaInstituto Latino Americano deEducação Integral - ILEI
Tecnologia Social e Agricultura Familiar:Semeando Diferentes Saberes
Aliomar ArapiracaComissão Executiva do Plano daLavoura Cacaueira - CEPLAC
Antônio Avelar da Rosa SchmidtMinistério da Ciência e Tecnologia
Argileu Martins SilvaMinistério do Desenvolvimento Agrário
Assis Marinho CarvalhoEmpresa Brasileira de PesquisaAgropecuária - EMBRAPA
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Carlos da Silva MatiasAssociação do Desenvolvimento LocalIntegrado e sustentável de PoçoRedondo/SE
Claudia Queiroz GorgatiConselho Nacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico - CNPq
Clayton CampanholaEmpresa Brasileira de PesquisaAgropecuária - EMBRAPA
Cyra MaltaFaculdade de Engenharia Agrícola -FEAGRI/UNICAMP
Edson Guiducci FilhoEmpresa Brasileira de PesquisaAgropecuária - EMBRAPA
Eleupéria Guerra Pacheco MendesEmpresa de Assistência Técnica eExtensão Rural - EMATER - DF
Eloisa Elena CangianeMinistério da Ciência e Tecnologia
Emanuel José da SilvaMinistério da Ciência e Tecnologia
Eny Therezinha da Motta AmadeuCaixa Econômica Federal
Eros Marion MussoiEmpresa de Pesquisa Agropecuária eExtensão Rural - Epagri /UniversidadeFederal de Santa Catarina /Secretariada Agricultura Familiar – MDA
France Maria Gontijo CoelhoUniversidade Federal de Viçosa
Francisco Hercílio MatosMinistério da Ciência e Tecnologia
Igor Simoni Homem de CarvalhoInstituto Sociedade População ePesquisa - ISPN
Iracema Ribeiro MirandaAssociação Brasileira de Instituições dePesquisa Tecnológica - ABIPTI
Joana D’ arc AguiarInstituto de Formação e AssessoriaSindical Rural
Joana Paula Costa Cardoso e AndradeServiço de Educação Popular - SEDUP
João Batista QueirozUniversidade Católica de Brasília
José Antonio CostabeberEmpresa de Assistência Técnica eExtensão Rural – EMATER - RS
Juliana Andréa Oliveira BatistaEmpresa Brasileira de PesquisaAgropecuária - EMBRAPA
Leônidas dos Santos MartinsAssociação das Casas FamiliaresRurais - Pará
Manuel Barral NetoConselho Nacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico - CNPq
Maria Aparecida Souza RamosUniversidade Católica de Brasília /UniãoNacional das Escolas Famílias Agrícolasdo Brasil - UNEFAB
Maria Del Carmen Santiago LopezFinanciadora de Estudos e Projetos -FINEP
Maria Presciliana de Brito FerreiraAssociação para o Desenvolvimento deJussaral e Áreas Circunvizinhas
Paulo EglerAcademia Brasileira de Ciência - ABC
Paulo Gabriel Soledad NacifEscola de Agronomia da UniversidadeFederal da Bahia - UFBA
Paulo PetersenAssessoria e Serviços a Projetos emAgricultura Alternativa - AS-PTA
Pedro ChristoffoliConfederação das Cooperativas deReforma Agrária do Brasil – CONCRAB
Renara Guedes AraújoMinistério da Ciência e Tecnologia
Rodrigo Almeida NoletoMinistério do Meio Ambiente - MMA
Sônia CascelliEmpresa de Assistência Técnica eExtensão Rural - EMATER - DF
Sônia M. Portella KruppaMinistério do Trabalho e Emprego
Soraya Rashid BruxelCâmara dos Deputados
Walesca BarbosaAssociação Brasileira de Instituições dePesquisa Tecnológica - ABIPTI
Conselho DeliberativoUraci Cavalcante de Lima (Presidente)Maria Lúcia Barros Arruda (Vice-presidente)Rogério Cezar Cerqueira LeiteMoysés Aron PluciennikJorge NagleJoão Eduardo de M. P. Furtado
Gerente ExecutivaIrma Rossetto Passoni
Gerente de ProjetosAlcely Strutz Barroso
Conselho FiscalAlmir RoveranMarli Aparecida de Godoy LimaJosé Maria de Sousa Ventura
Suplente do Conselho FiscalAntônio LellisMaria Aparecida de SouzaDébora de Lima Teixeira
Equipe de projetosGerson José GuimarãesMartina Rillo OteroFabiana Augusta Alves JardimFabiana Cunha da SilvaPhilip Hiroshi Ueno
AtendimentoEdilene Luciana Oliveira
ComunicaçãoBeatriz Mecelis Rangel
Instituto de Tecnologia SocialOSCIP nº 13.0002.00/03publicado no DOU em 26 de novembro de 2003
Rua Rego Freitas, 454 – cj – 73Centro – São Paulo/SPCEP: 01220-010Fone/Fax: (011) 3151-6499 e 3151-6419e-mail: [email protected]
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