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Técnico em Multimeios Didáticos Paulo Henrique Rodrigues Melo 2014 Teorias da Comunicação

Caderno de Multimeios Didáticos (Teorias de Comunicação)

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Caderno do Curso Multimedios Didáticos - ProFuncionário

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  • Tcnico em Multimeios Didticos

    Paulo Henrique Rodrigues Melo

    2014

    Teorias da Comunicao

  • Presidenta da Repblica Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da Repblica Michel Temer Ministro da Educao Jos Henrique Paim Fernandes Secretrio de Educao Profissional e Tecnolgica Alssio Trindade de Barros Diretor de Integrao das Redes Marcelo Machado Feres Coordenao Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Aras Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto Csar Gonalves

    Governador do Estado de Pernambuco Joo Soares Lyra Neto

    Secretrio de Educao e Esportes de

    Pernambuco Jos Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira

    Secretrio Executivo de Educao Profissional

    Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

    Gerente Geral de Educao Profissional Josefa Rita de Cassia Lima Serafim

    Coordenador de Educao a Distncia

    George Bento Catunda

    Coordenao do Curso Terezinha Beltro

    Coordenao de Design Instrucional

    Diogo Galvo

    Reviso de Lngua Portuguesa Eliane Azevdo

    Diagramao

    Klbia Carvalho

  • 1. COMPETNCIA 01 | IDENTIFICAR ASPECTOS DA RELAO ENTRE A COMUNICAO

    HUMANA E A INTERAO SOCIAL ............................................................................................ 3

    1.1 Nveis de Comunicao .......................................................................................... 6

    1.1.1 Comunicao Intrapessoal e Interpessoal .......................................................... 6

    1.1.2 Comunicao Organizacional .............................................................................. 8

    1.2 Elementos Condicionantes da Comunicao ....................................................... 12

    2. COMPETNCIA 02 | FORMAS DA COMUNICAO E MDIA ATRAVS DA HISTRIA. ........ 15

    2.1 A Comunicao Escrita ......................................................................................... 15

    2.2 A Comunicao e a Escrita Impressa .................................................................... 18

    2.3 A Internet ............................................................................................................. 23

    2.4 Hipertexto, Hipermdia e Ciberespao ................................................................. 28

    2.5 Ciberespao .......................................................................................................... 29

    3. COMPETNCIA 03 | MDIA NA SOCIEDADE ........................................................................ 33

    3.1 A Escola Norte-Americana .................................................................................... 35

    3.1.1 Teoria Matemtica da Comunicao ................................................................ 35

    3.1.2 Teoria Funcionalista .......................................................................................... 36

    3.1.3 A Teoria Hipodrmica ........................................................................................ 37

    3.2 A Escola de Frankfurt ou a Teoria Crtica ............................................................. 38

    3.3 Os Estudos Culturais ............................................................................................. 39

    3.4 Hipteses Contemporneas de Pesquisa em Comunicao ................................ 42

    3.4.1 A hiptese do Agenda Setting ........................................................................... 42

    3.4.2 A Perspectiva da Espiral de Silncio .................................................................. 45

    4. COMPETNCIA 04 | USO DA MDIA E DAS PRODUES MIDITICAS NA ESCOLA ............ 46

    4.1 TIC e Polticas Pblicas ......................................................................................... 50

    4.2 O Professor e as TIC .............................................................................................. 53

    4.3 Um Novo Personagem: o Tcnico em Multimeios Didticos ............................... 56

    REFERNCIAS .......................................................................................................................... 58

    MINICURRCULO DO PROFESSOR ........................................................................................... 60

    Sumrio

  • 3

    Teorias da Comunicao

    Competncia 01

    1. COMPETNCIA 01 | IDENTIFICAR ASPECTOS DA RELAO ENTRE

    A COMUNICAO HUMANA E A INTERAO SOCIAL

    Acredito que ao iniciar j perguntando o que comunicao no poderamos

    comear de forma mais obvia, porm complexa. Se formos procurar nos

    dicionrios de lngua portuguesa, podemos encontrar os seguintes

    significados:

    1. Fato de comunicar, de estabelecer uma relao com algum, com

    alguma coisa ou entre coisas.

    2. Transmisso de signos atravs de um cdigo (natural ou convencional).

    3. Capacidade ou processo de troca de pensamentos, sentimentos, ideias

    ou informaes atravs da fala, gestos, imagens, seja de forma direta

    ou atravs de meios tcnicos.

    4. Ao de utiliza meios tecnolgicos (comunicao telefnica).

    5. A mensagem, informao (a coisa que se comunica: anncio, novidade,

    informao, aviso...).

    6. Comunicao de espaos (passagem de um lugar a outro) circulao,

    transporte de coisas: vias de comunicao artrias, estradas, vias

    fluviais.

    rai etimol ica da palavra comunicao a palavra latina communicatione,

    que, por sua vez, deriva da palavra commune, ou seja, comum.

    Communicatione si nifica em latim participar p r em comum ou ao

    comum ortanto comunicar etimolo icamente relacionar seres viventes

    e, normalmente, conscientes (seres humanos), tornar alguma coisa comum

    entre esses seres, seja essa coisa uma informao, uma experincia, uma

    sensao, uma emoo.

    A comunicao um processo que viabiliza a troca de mensagens entre

    pessoas. , portanto, uma atividade cada vez mais utilizada nas relaes

    sociais humanas modernas. Devido sua complexidade atual e aos amplos

    campos de interesse, fica cada vez mais conflitante a sua definio. Na

  • 4

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 01

    verdade, comunicao uma atividade que praticamos todos os dias,

    conhecemos, mas no sabemos defini-la satisfatoriamente. A comunicao

    uma necessidade inerente a qualquer ser humano.

    comunicao indispens vel para a so reviv ncia dos seres umanos e

    para a formao e coeso de comunidades, sociedades e culturas. Temos de

    comunicar, entre outras razes:

    Para trocarmos informaes.

    Para nos entendermos e sermos entendidos.

    Para entretermos e sermos entretidos.

    Para nos integrarmos nos grupos e comunidades, nas organizaes e na

    sociedade.

    Para satisfazermos as necessidades econmicas que nos permitem

    pagar a alimentao, o vesturio e os bens que, de uma forma geral,

    consumimos.

    Para interagirmos com os outros, conseguindo amigos e parceiros,

    tendo sucesso pessoal, sexual e profissional, algo fundamental para a

    nossa autoestima e equilbrio.

    No existe uma definio de consenso para comunicao. No ato de

    comunicar os signos e os cdigos sempre estaro presentes. Tambm

    podemos afirmar que os signos e os cdigos so transmitidos e nesse

    processo de remeter ou receber signos e cdigos d-se o ato de comunicar.

    Por isso podemos afirmar que toda a comunicao envolve signos,

    significantes, significados, decodificaes entre locutor e ouvinte.

    comunicao compreende um processo de troca de informa es ue visa

    promulgao de ideias e o desenvolvimento de posicionamentos. st

    pautada na existncia de um emissor e de um receptor que dominam um

    cdigo preestabelecido. Deste modo, a comunicao aproxima os sujeitos

    pela interao que acontece entre eles e, assim, constitui-se como um

    fenmeno social.

    Sugesto de

    filme: Nafrago.

    Dirigido por Robert Zemeckis,

    o filme conta a histria de Chuck

    Noland (Tom Hanks) um inspetor da

    Federal Express (FedEx),

    multinacional encarregada de enviar cargas e

    correspondncias, que tem por funo checar

    vrios escritrios da empresa pelo planeta. Porm, em uma de suas

    costumeiras viagens ocorre

    um acidente, que o deixa preso em

    uma ilha completamente

    deserta por 4 anos. Com sua noiva (Helen Hunt) e seus

    amigos imaginando que ele morrera no acidente, Chuck

    precisa lutar para sobreviver, tanto

    fisicamente quanto

    emocionalmente a fim de que um

    dia consiga retornar civilizao.

    Depois de assistir ao filme, tente

    responder o porqu da

    comunicao ser uma necessidade inerente ao ser

    humano.

  • 5

    Teorias da Comunicao

    Competncia 01

    lin ua em o con unto de meios ue permitem ou reali am a comunicao

    e na ual a considerar a lin ua em ver al e no ver al

    lin ua em ver al a palavra falada ou escrita em ue a primeira pode ser

    utilizada na comunicao oral frente a frente ou dist ncia telefone r dio

    televiso etc e a se unda na comunicao escrita atrav s de livros revistas

    e ornais entre outros a lin ua em no ver al ue considerar os sinais

    visuais, sonoros e visuais sonoros. Os sinais visuais como dana os estos do

    sinaleiro a m mica os sinais de tr nsito de andeiras de a udas de

    instru es visuais etc permitem comunicar atrav s de lin ua em no ver al

    A comunicao atravs da palavra falada ou escrita tem caractersticas

    diferentes primeira permite a transmisso imediata da mensa em e a

    clarificao desta pela entoao entusiasmo ritmo estos etc utili ados

    pelo emissor emissor e receptor tam m con ecem o conte to situacional

    ue os rodeia e a comunicao torna-se mais reve ue na comunicao

    escrita esta no transmisso imediata de mensa em desde o momento

    em ue o emissor escreve at leitura pelo receptor um disp ndio de

    tempo s sentimentos do emissor ue na comunicao oral so transmitidos

    pela entoao estos etc so a ui caracteri ados pelo uso de pontuao

    or outro lado como o conte to situacional do con ecimento comum do

    emissor e receptor, o primeiro tem que o descrever ao segundo para que este

    possa receber e compreender a mensagem, tornando a comunicao mais

    longa.

    Para que tenhamos um melhor proveito em nossas discusses precisamos

    conhecer alguns conceitos fundamentais no estudo dos processos

    comunicacionais:

    Emissor - criador ou fonte de uma mensagem.

    Receptor - recebedor ou destinatrio dessa mesma mensagem.

    Mensagem - ordenao de signos visando transmisso de uma dada

    informao.

  • 6

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 01

    Sinais -

    mensagem.

    Signos - elementos de uma mensagem (letra, imagem, som etc.)

    -

    -

    Retorno (Feed-Back) -

    Contexto - ou ambiente onde o processo comunicacional

    acontece

    Canal -

    -

    -

    -

    1.1 Nveis de Comunicao

    Os nveis de comunicao so organizados de quatro formas distintas, so

    elas: comunicao Interpessoal, comunicao grupal, comunicao

    organizacional e comunicao de massas.

    1.1.1 Comunicao Intrapessoal e Interpessoal

    Comunicao Intrapessoal a comunicao que o indivduo tem consigo, o

    que corresponde a um dilogo interior usando, por exemplo, frases. Por isso

    dizemos que a comunicao intrapessoal , sobretudo, um processo mental,

    mas pode envolver outros processos como, por exemplo, os gestos. Pode

    parecer estranho para alguns imaginar que algum possa dialogar consigo

    prprio, levando-nos a questionar por que as pessoas se comunicam consigo

    mesmas? Seja para refletir sobre suas prprias escolhas, d um sentido vida.

    Este um tipo de processo comunicacional em que o emissor e o receptor so

    a mesma pessoa podendo ou no existir um meio por onde a mensagem

    transmitida como no caso de um dirio ou at mesmo de uma lista de

    compras ou afazeres domsticos.

  • 7

    Teorias da Comunicao

    Competncia 01

    Fi ura 1- Mafalda Fonte: ttp: clu edamafalda lo spot com r

    Observe a figura 1. Quantas pessoas esto envolvidas na conversa? Podemos

    classificar a conversa entre Mafalda e Miguelito como formal ou informal? A

    conversa est sendo realizada face a face? A comunicao estabelecida na

    tirinha a interpessoal que promove a troca de informaes entre duas ou

    mais pessoas de modo informal envolvendo, geralmente, tanto componentes

    no-verbais (gestos, expresses faciais e contatos visuais) que so to

    relevantes, quanto os verbais. Servindo por exemplo para criar e sustentar

    relaes pessoais.

    Habitualmente, a comunicao Interpessoal tende a ser direta. Porm, ela

    pode ser mediada (um e-mail, uma ligao telefnica ou at mesmo uma

    chamada pelo Skype). Podemos ainda classificar o processo comunicacional

    como Mediado (em que a comunicao feita atravs de dispositivos tcnicos

    de comunicao), e Direta ou no mediada (comunicao feita sem a

    intermediao de dispositivos tcnicos como por exemplo, em uma conversa

    face a face).

  • 8

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 01

    1.1.2 Comunicao Organizacional

    Figura 2- Circular Enviado pela Universidade Federal de Pernambuco

    O ofcio circular reproduzido na figura 3 foi enviado pela Pr-Reitora da

    Universidade Federal de Pernambuco aos diretores e chefes das Unidades

    Organizacionais da Universidade. O documento informa como os dirigentes

    deveriam proceder referente ao feriado da semana santa de 2011. Este

    documento um claro exemplo de Comunicao Organizacional.

    Neste tipo de comunicao a origem ou a fonte de onde emana a mensagem

    no um indivduo isolado, mas sim uma organizao empresarial ampla e

    complexa com um grande nmero de profissionais envolvidos. Podemos

    observar duas perspectivas de comunicao organizacional que interagem e

    se complementam: uma diz respeito comunicao interna, em que esto

  • 9

    Teorias da Comunicao

    Competncia 01

    envolvidas as pessoas que integram a hierarquia que pertencem ao quadro

    funcional da instituio. A outra se refere ao exemplo de organizao.

    Na grande maioria das vezes, formal, mas devemos levar em considerao

    que formas de comunicao informal tambm ocorrem dentro das

    organizaes. O circular foi o meio de comunicao escolhido pela Instituio

    para transmitir as informaes referentes ao feriado comunidade escolar e

    no a pessoas especficas. As informaes presentes no documento so

    informaes de interesse da instituio, na qual as pessoas assumem certas

    posies: alunos, professores, diretores, funcionrios, pais. So os sujeitos ou

    atores escolares. A Comunicao institucional acontece entre pessoas, porm,

    quando elas esto em exerccio de seus papis institucionais, formam um

    pblico.

    Cada organizao tem as suas especificidades estruturais, o que implica,

    necessariamente, a ocorrncia de especificidades comunicacionais. No

    entanto, normalmente as comunicaes organizacionais tm uma das

    seguintes estruturas:

    Interna comunicao ue ocorre dentro das

    or ani a es .

    Externa comunicao das or ani a es para o e terior e

    do e terior para a or ani ao .

    comunicao or ani acional envolve uma ama de profissionais ualificados

    para tratarem da ima em de uma empresa unto a seus diferentes p licos

    Assessoria de omunicao normalmente envolve profissionais de rela es

    p licas ornalismo e pu licidade e propa anda sendo estes respons veis

    por erirem a ima em da empresa evitando distor es e reafirmando o

    posicionamento da or ani ao perante os p licos interno e e terno

  • 10

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 01

    Comunicao Grupal

    denominao omunicao rupal no dei a d vidas - di respeito

    comunicao que ocorre no interior dos grupos. No dos grupos grandes,

    como organizaes, mas sim de grupos pequenos, como o grupo de amigos, a

    famlia.

    Comunicao de Massa

    Figura 3- Mafalda Fonte: http://clubedamafalda.blogspot.com.br

    Depois de j sabermos um pouco sobre alguns dos tipos de comunicao voc

    saberia dizer quais os tipos de comunicao estabelecidos representados na

    tirinha acima? Abrir um jornal e ler as notcias do dia, ligar a TV para assistir

    aos programas favoritos, ir ao cinema com os amigos ou ouvirmos rdio

    parece-nos atividades corriqueiras, mas so aes que representam uma das

    mais significativas mudanas no comportamento da comunicao humana.

    Entende-se como comunicao de massa a disseminao de informaes

    atravs de jornal, televiso, rdio, cinema e tambm pela Internet, os quais se

    renem em um sistema denominado mdia. A comunicao de massa tem a

    caracterstica de chegar a uma grande quantidade de receptores ao mesmo

    tempo, partindo de um nico emissor.

  • 11

    Teorias da Comunicao

    Competncia 01

    Meios de comunicao de massa ou mdias so os meios ou canais de

    comunicao usados na transmisso de mensagens a um grande nmero de

    receptores. Nas relaes sociais de comunicao (dia a dia), os meios de

    comunicao de massa mais comuns so os jornais/as revistas, o rdio, a

    televiso e, o mais recente, a Internet. As obras de Cinema, de Teatro e de

    outros tipos de Artes tambm se tornaram meios de comunicao de massa,

    mas artsticos.

    A comunicao de massa pode atingir vasta audincia simultaneamente ou

    dentro de breve perodo de tempo; os receptores das mensagens so em

    nmeros indeterminveis, pois dirigida a uma audincia de origem, idade,

    sexo e condio scio-econmica heterognea. Ela no direcionada a

    ningum e nem a nenhum grupo exclusivamente; Os meios de comunicao

    de massa so formas de comunicao num s sentido, havendo dificuldades

    para o estabelecimento de feedbacks por parte dos receptores das

    mensagens.

    Porm a utilizao de mquinas no processo comunicacional no o

    suficiente para caracterizar a comunicao de massa. Quando a mquina

    (telefone, e-mail at mesmo uma filmagem) utilizada para se transmitir uma

    mensagem a um pblico conhecido e quantificvel em vez de dirigir-se a um

    pblico vasto deixamos de ter o principal elemento caracterizante de um

    processo comunicacional de massa.

    Adorno e o eimer teori am so re os meios de comunicao ao

    considerarem ue esses passam a ser apenas ne cios com fins comerciais

    pro ramados para a e plorao de ens considerados culturais

    denominando-os nd stria ultural termo ind stria cultural foi

    e plicado como mais prop cio ue o termo cultura de massa disseminado

    pelos donos dos ve culos de comunicao ao ustificarem ue a cultura sur e

    de forma espont nea rota das massas do povo eremos mel or o

    pensamento de ambos, mais para a frente.

    Faa um relato

    sobre qual o uso que voc faz de cada uma das mdias: jornal,

    rdio, TV e cinema. Tente

    qualificar o nmero de horas

    por e por semana que

    voc gasta com cada uma delas.

  • 12

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 01

    1.2 Elementos Condicionantes da Comunicao

    Nas situaes de comunicao, alguns elementos so sempre identificados.

    Isto , sem eles, pode-se dizer que no h comunicao. Os elementos da

    comunicao so:

    1. Emissor ou Destinador: algum que emite a mensagem. Pode ser uma

    pessoa, um grupo, uma empresa, uma instituio.

    2. Receptor ou Destinatrio: a quem se destina a mensagem. Pode ser

    uma pessoa, um grupo ou mesmo um animal, como um co, por

    exemplo.

    3. Cdigo: a maneira pela qual a mensagem se organiza. O cdigo

    formado por um conjunto de sinais, organizados de acordo com

    determinadas regras, em que cada um dos elementos tem significado

    em relao com os demais. Pode ser a lngua, oral ou escrita, gestos,

    cdigo Morse, sons etc. O cdigo deve ser de conhecimento de ambos

    os envolvidos: emissor e destinatrio.

    4. Canal de Comunicao: meio fsico ou virtual, que assegura a circulao

    da mensagem, por exemplo, ondas sonoras, no caso da voz. O canal

    deve garantir o contato entre emissor e receptor.

    5. Mensagem: o objeto da comunicao, constituda pelo contedo

    das informaes transmitidas.

    6. Referente: o contexto, a situao aos quais a mensagem se refere. O

    contexto pode se constituir na situao, nas circunstncias de espao e

    tempo em que se encontra o destinador da mensagem. Pode tambm

    dizer respeito aos aspectos do mundo textual da mensagem.

  • 13

    Teorias da Comunicao

    Competncia 01

    Figura 4- Mafalda Fonte: http://clubedamafalda.blogspot.com.br

    Tome por exemplo a tirinha acima: Nela podemos perceber que uma pessoa,

    no caso o homem (o emissor) escreveu alguma coisa a outra ou outras (o

    destinatrio), dando uma informao de que o telefone no funcionava (a

    mensagem). Para isso precisou de papel, transformou o que tinha a dizer em

    um cdigo, (a lngua portuguesa). Alm disso, o emissor, precisou selecionar

    um conjunto de vocbulos (ou de sinais) no cdigo que escolheu.

    Todo sistema de comunicao constitudo por esse conjunto de elementos,

    que entra em jogo em cada ato de comunicao para assegurar a troca de

    informaes. Em um esquema, os elementos da comunicao podem ser

    representados assim:

  • 14

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 01

    Fi ura 5 - s uema de onsumio Fonte: ttp: 8acerco lo spot com r 2010 10 es uema-da-comunicacao tml

    ssim pode-se pensar na comunicao em duas randes asser es:

    A comunicao como o processo em que comunicadores trocam

    propositadamente mensagens codificadas (gestos, palavras, ima ens

    atrav s de um canal num determinado conte to o ue era

    determinados efeitos;

    comunicao como uma atividade social onde as pessoas imersas

    numa determinada cultura criam e trocam si nificados respondendo

    desta forma realidade ue cotidianamente experimentam;

    Durante toda a histria da humanidade, o ser humano veio desenvolvendo

    um complexo de tcnicas a serem utilizadas para troca de mensagens entre si

    atravs da interao entre emissor e receptor. E sobre isso que iremos falar

    no prximo captulo

  • 15

    Teorias da Comunicao

    Competncia 02

    2. COMPETNCIA 02 | FORMAS DA COMUNICAO E MDIA

    ATRAVS DA HISTRIA.

    Vimos anteriormente que a comunicao uma necessidade inerente de

    qualquer ser humano. Agora cabe nos perguntarmos como teria o ser

    umano desenvolvido a capacidade de se comunicar de trocar ideias de

    e pressar seu pensamento omo teria sur ido a lin ua em no mundo dos

    omens muito tempo ue estudiosos de diversas reas das i ncias

    Humanas tentam responder a essas perguntas.

    No possvel afirmar quando a comunicao proto-humana teve seu incio.

    Acredita-se que atravs de smbolos mutuamente compreendidos os proto-

    humanos se comunicavam de forma incipiente. Isso ocorria por dois motivos

    bsicos: a) a capacidade de aprendizagem das espcies proto-humanas no

    ser suficiente para criar cdigos complexos, o que foi se modificando

    gradualmente conforme se alterava a relao entre crebro e corpo. b) Os

    proto-humanos eram incapazes de falar devido a sua prpria constituio

    fsica Somente cerca de 35 a 45 mil anos atrs, com o aparecimento do Cro-

    magnon, e com o desenvolvimento da estrutura craniana, da lngua e da

    laringe dos ancestrais humanos tornou-se possvel o domnio da fala. Este

    notvel desenvolvimento teve profundo impacto tanto para os indivduos

    quanto para a sociedade. O domnio de palavras, de nmeros e de outros

    smbolos, bem como de regras de linguagem e de lgica, abriu caminho para o

    desenvolvimento do raciocnio, possibilitando aos seres humanos melhores

    condies para lembrar, transmitir e receber mensagens complexas.

    2.1 A Comunicao Escrita

    A escrita uma inveno decisiva para a histria da humanidade. Ela a

    representao do pensamento e da linguagem humana por meio de smbolos.

    Um meio durvel e privilegiado de comunicao entre as pessoas. Por meio

    de registros escritos h milhares de anos, ficamos sabendo como era a vida e

    a organizao social de povos que viveram muito antes de ns. A inveno

    Proto-humanos homindeo que

    possua algumas das

    caractersticas, mas no todas,

    do moderno Homo sapiens. Cro-Magnon

    o nome que se d aos restos mais antigos

    conhecidos na Europa de Homo

    sapiens, a espcie qual

    pertencem todos os humanos modernos.

  • 16

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 02

    no surgiu por acaso, mas como consequncia das mudanas profundas nas

    sociedades durante o perodo do surgimento das primeiras cidades.

    desenvolvimento dos m todos de a ricultura e do com rcio e as dist ncias

    das cidades entre as uais se esta eleciam rela es de troca so tidos como

    os respons veis pelos primeiros re istros escritos ante a necessidade de

    controle administrativo de re istros cont eis e de se sa er com e atido

    onde se situavam os distantes pontos de abastecimento e quais as rotas a

    seguir para os alcanar onse uentemente se tornou imprescind vel o

    desenvolvimento de sistemas de pesos e medidas s poss veis com recurso

    matem tica ue implica tam m al uma forma de notao r fica e de

    mapas e cartas.

    l m de re istrar raficamente os movimentos a ro-comerciais da uelas

    civili a es os s m olos impressos tiveram suas aplica es em outras esferas

    das atividades do omem onde diversos con ecimentos comearam a ser

    desenvolvidos, como a Astronomia, o Direito, a Poesia etc as atividades

    s cio-econ micas da Mesopot mia do ritualismo pcio dos alfa etos do

    riente M dio Fen cio re o do mp rio omano at a formao da l n ua

    portu uesa veremos ue essa evoluo influenciou fortemente a formao

    da l n ua e at a pr pria formao de na es

    A histria da escrita a passagem da representao ideogrfica para os

    sistemas fonticos. As primeiras formas de escrita baseavam-se na utilizao

    de pictogramas, ou seja, desenhos com significado padronizado de modo que

    um integrante de uma dada sociedade, conhecedor das diversas imagens, ao

    visualizar uma gravura imediatamente reconhecia o seu significado e o

    relacionava a um objeto.

    A escrita teve origem num passado relativamente recente, se o compararmos

    com os muitos mil ares de anos pelos uais se estende o pro resso

    intelectual da umanidade sta no utili ou ual uer sistema completo de

    escrita antes dos meados do s culo a or m foram encontradas

  • 17

    Teorias da Comunicao

    Competncia 02

    pinturas nas cavernas e rava es em pe uenos o etos ue datam do

    aleol tico superior 20 000 anos ou mais a assim como c rculos e outros

    s m olos variados e distintos ontudo no so nem formas a solutas de

    escrita (isto vi ente e sistem tica nem poss vel relacion -las de modo

    algum com os primitivos sistemas hoje conhecidos.

    A escrita ideogrfica foi desenvolvida na Mesopotmia provavelmente por

    volta do quarto milnio a.C. No incio de acordo como o que sabemos, era

    puramente pictogrfica. Os egpcios tambm utilizaram uma escrita desse

    tipo, mas seus hieroglifos mais ricos e diversificados, tinham uma capacidade

    de expresso da lngua escrita muito maior do que a cuneiforme dos sumrios

    da Mesopotmia

    J a inveno do alfabeto remota aos fencios e se deu atravs da

    simplificao destes complexos modelos de escrita quando se passa a usar

    pequenos desenhos como forma de se representar um som em vez de uma

    ideia. O alfabeto tambm surgiu como decorrncia das necessidades,

    sobretudo econmicas de alguns povos antigos. Esse primeiro alfabeto teve

    um alcance limitado, pois no tinha vogais e constitua portanto uma grande

    fonte de ambiguidade na leitura. A formao de um alfabeto que

    compreendia as vogais se deu na Grcia antiga entre os sculos VIII e IV a.C. O

    alfabeto grego, em seu incio esteve na origem das grandes escritas

    alfabticas que lhe sucederiam at a generalizao do alfabeto latino no

    Ocidente.

    Se a princpio a escrita era utilizada somente para o re istro de informa es

    importantes e era reservada a uma elite seleta nos dias de o e seu papel

    completamente diferente sendo um pr -re uisito sico na formao do ser

    papel da escrita na formao do su eito muito mais profundo do ue se

    pensa a porta de entrada para a cultura sa er tecnol ico cient fico

    erudito, etc. l m de sua funo sica utili ada no dia a dia como ler nome

    de ruas de ni us consultar listas telefones r tulos de produtos revistas

    jornais, a leitura tam m um meio de comunicao entre as pessoas

  • 18

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 02

    atrav s dela ue as pessoas se comunicam por cartas e-mails tele ramas

    etc a er decodificar o c di o escrito ou se a ler muito mais ue atri uir

    significados a palavras isoladas resumindo-se a um processo mec nico ato

    de sa er ler como patamar para atin ir o sucesso implica em construir

    con ecimento erar refle es e desenvolver uma consci ncia cr tica so re o

    ue lido

    atrav s da leitura e interpretao de te tos ue se compreende os direitos e

    os deveres reservados s pessoas dentro da sociedade ue poss vel

    apropriar-se de ens culturais ue se preserva e se dissemina a ist ria e os

    itos de um povo ou povos tam m atrav s da escrita e da leitura ue

    so transmitidos valores sociais morais e culturais de uma erao a outra

    leitura tam m proporciona pra er ao su eito pois atrav s da literatura se a

    com dia romance aventura suspense etc ativada a sua sensi ilidade e

    em al uns casos a sua criatividade pois uando lemos ima inamos cen rios

    persona ens e situa es

    2.2 A Comunicao e a Escrita Impressa

    Figura 6- Mafalda Fonte: http://clubedamafalda.blogspot.com.br

    Um hbito comum entre muitas pessoas de logo pela manh apanhar o seu

    jornal para comear o dia informado. Mas apesar de muitos ainda manterem

    este hbito, podemos observar que novas formas de informao comeam a

    fazer cada vez mais parte do nosso dia a dia. Por exemplo: j se tornou

  • 19

    Teorias da Comunicao

    Competncia 02

    comum usarmos nossos notebooks e smartphones para nos inteirarmos das

    notcias atravs de redes sociais. Para os acostumados com as matrias

    publicadas nos jornais, novas possibilidades de leitura informao se

    apresentam: a ausncia do papel como suporte para o texto, notcias em 144

    caracteres, hiperlinks que levam o leitor a textos relacionados ao que se est

    lendo, maior interao com o texto atravs da postagem de comentrios.

    Portanto, parece inevitvel no nos perguntarmos se a comunicao escrita,

    na verdade o processo comunicacional humano como um todo, encontra-se

    em um processo de transformao semelhante ao proporcionado pela

    inveno da imprensa por Gutenberg no sculo XVI.

    Ao mesmo tempo em que a escrita evolua, tambm se desenvolvia e surgiam

    novos materiais que eram utilizados para se fixar as mensagens. O papel seria

    um elemento chave na conquista do processo de comunicao escrito seguida

    por anos depois pelo surgimento da imprensa.

    Antes de Gutenberg criar a imprensa com caracteres mveis (1455), j se

    utilizava no Ocidente algumas tcnicas de impresso. Gravava-se o texto e os

    desenhos em pranchas de madeira que, depois de receberem tinta, eram

    comprimidas sobre o papel. Este sistema, que era chamado de xilografia

    (xylon, em grego, significa madeira) no entanto, j era utilizado na China

    desde h muito.

    O processo criado por Gutenberg revelou-se menos trabalhoso e mais eco-

    nmico e eficiente que a xilografia. As letras mveis, feitas de chumbo, po-

    diam sempre ser usadas em novos textos. A tipografia inventada por

    Gutenberg permitiu, sobretudo, que a reproduo de documentos escritos

    fosse mais rpida e acessvel populao. ur iram as primeiras impress es

    so re a umanidade: as a etas com informa es teis so re atualidade os

    pas uins fol etos com not cias so re des raas al eias e os li elos fol as de

    car ter opinativo com inao desses tr s tipos de impressos resultou no

    s culo no ornalismo Facilitando a disseminao de tesouros

    O papel como suporte para

    escrita o material mais

    usado nos dias de hoje, embora

    haja ainda a permanncia de outros materiais. A palavra papel

    originria do latim "papyrus"

    nome dado a um vegetal da

    famlia "Cepareas" (Cyperua

    papyrus). A medula dos seus

    caules era empregada pelos

    egpcios, h 2 400 anos antes

    de Cristo. Entretanto,

    foram os chineses os primeiros a

    fabricarem o papel como o

    atual. Por volta do sculo VI a.C.

    os chineses comearam a produzir um

    papel de seda branco prprio para pintura e para escrita. O

    papel produzido aps a

    proclamao da inveno

    diferenciava-se desse,

    unicamente pela matria-prima

    utilizada.

  • 20

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 02

    intelectuais tornou-se o viamente numa condio necess ria para o r pido

    desenvolvimento das ci ncias na era moderna

    ssim no s a prensa de uten er insepar vel do pro resso da ci ncia

    moderna como ainda um fator indispens vel uando se fala da educao

    das pessoas em eral: ultura e o on ecimento at ento considerados

    privil ios aristocr ticos apenas acess veis a determinadas classes passam a

    populari ar-se pela tipo rafia dando desta forma oportunidades i uais para

    uem uisesse alar ar os seus con ecimentos e instruir-se s efeitos da

    inveno de uten er foram instant neos e de alcance e traordin rio pois

    quase imediatamente muitos leitores perce eram suas v rias vanta ens:

    rande capacidade de produo velocidade na distri uio uniformidade de

    textos, custo menor. Mas, como eram reproduzidos os escritos antes da

    inveno de Gutenberg?

    om o fim do imp rio romano do ocidente no s culo d desaparecem os

    sistemas de transmisso da cultura do mundo anti o o entanto essa tarefa

    assumida por uma nova instituio vinda do riente e fortemente

    enrai ada no cidente a ordem mon stica s monast rios concentram a

    partir da as tarefas de ensino e de escrita produ indo te tos de uso tanto

    para a litur ia uanto para as leituras sa radas ntre os laicos poucos

    dominavam a escrita s mon es copistas no eram criativos e nem

    poderosos, limitavam-se somente a escrever s anti os escri as ou copistas

    ue copiaram os te tos licos o fi eram so re rolos de papiro m latim

    chamava-se volumen ontudo este tipo de suporte o papiro apresentava

    muitos inconvenientes pois era caro fr il e somente utili ado por um lado

    al m disso era dif cil de ser consultado e de ser mane ado

    O 1 livro a ser impresso

    foi a Bblia e demorou cerca de cinco anos (1455-1460).

  • 21

    Teorias da Comunicao

    Competncia 02

    ur e ento um novo suporte o per amin o ue era feito em eral de

    peles de cordeiro vitela ca ra e s ve es a ela ant lope ou avestru

    termo pergaminho deriva do grego pergamene ue si nifica pele de

    r amo utili ao do per amin o fe -se devido praticidade de se poder

    do r -lo e costur -lo o ue levou enerali ao dos codex, ancestrais dos

    livros atuais.

    t 1 8 con ecia-se ainda as prensas manuais ue no aviam mudado

    uase nada desde os tempos de uten er eu rendimento no superava as

    trezentas folhas ao dia. Nesta introduziram uma platina de ferro e uma

    prancha de cobre, o que permitiu a impresso de formatos de rande

    taman o m 181 avia uma prensa ue fa ia a impresso de pranc a

    contra cilindro m 18 na Filad lfia avia uma prensa moderna capa de

    tirar 5000 e emplares por ora composio do te to se fa ia desde

    Gutenber letra a letra ssim a composio de um te to se fa ia a uma

    velocidade de 1200 a 1500 si nos m 18 2 com o sur imento da linotipia

    passou-se a 000 000 si nos por ora a fotocomposio alterou isso

    em meados do s culo onstata-se assim ue: inco s culos depois

    uten er ficaria surpreendido ao ver ue o volume de impresso dos

    ornais das revistas e dos impressos comerciais muito superior ao dos

    livros

    A escrita necessariamente no fundamental no processo da comunicao

    s pessoas ue no sa em ler ou escrever passam a ter informa es pela fala

    ou pela ima em o as c amadas m dias audiovisuais istem varias

    ferramentas ue podem ser usadas com o o etivo de favorecer a

    comunicao mas a ima em foi e uma das principais e mais importante

    delas Mesmo antes da escrita como a con ecemos o e as civili a es

    anti as tentaram dei ar sua istoria re istrada o caso das pinturas rupestre

    (pinturas das cavernas).

    eterminamos o termo comunicao visual para desi nar o vasto con unto

    de ima ens visuais idimensionais ue invadem as nossas vidas

  • 22

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 02

    raticamente tudo o ue os nossos ol os veem comunicao visual

    desen os o etos plantas animais etc ontudo os seus valores so

    diferentes, de acordo com o conte to onde se inserem e em relao s

    mensa ens elas podem ser casuais ou intencionais omunicao visual

    toda forma de comunicao ue se utili a de elementos visuais como si nos

    ima ens desen os e r ficos para atin ir um receptor atrav s de um ve culo

    emissor, sendo, portanto um termo bastante abrangente.

    arte aplicada em an ncios pu licit rios presentes da m dia outdoor e em

    al umas outras m dias uma forma de comunicao visual ue se utili a de

    elementos compositivos para fins persuasivos s elementos visuais so

    distri u dos ao lon o do an ncio estrate icamente para formar uma

    mensa em ue se torna capa de construir uma ar umentao ue desperta

    v rios tipos de emo es previamente definidas para persuadir ao um p lico

    espec fico a comprar e ou aderir um determinado produto

    Figura 7 - Propaganda do Refrigerante Pepsi. Fonte: https://revistavelha.wordpress.com/2012/09/14/pepsi-x-coca-cola

    Na propaganda acima temos um claro exemplo de comunicao visual. A

    Pepsi tenta passar para o consumidor que a Coca to ruim que nem o

    canudo aguenta entrar na lata, embora ela no seja to comercializada como

    a principal concorrente (Coca Cola) e com isso que os publicitrios tentam

    mais e mais derrubar essa marca que virou uma febre mundial. Todas as

    atenes dessa propaganda so voltadas para os canudos e suas respectivas

    marcas, sem colocar o nome da Coca Cola, claro, porque isso no permitido,

  • 23

    Teorias da Comunicao

    Competncia 02

    mas o tom avermelhado e o trao curvado da primeira lata entregam tudo

    sem mencionar nomes e a Pepsi mais uma vez tenta se tornar superior.

    Formas d o Visual

    rtes pl sticas intura e scultura esen o rte onceptual

    Multimeios instalao

    lustrao

    Fotografia

    esi n esi n de comunicao esi n industrial de produto esi n

    de moda]

    Arquitetura

    inema inema de animao

    eleviso deo

    Multimdia

    rtes do espect culo eatro pera Marionetes e fantoc es ana

    Circo]

    Publicidade

    2.3 A Internet

    Antes de comearmos a falar sobre a Internet, seria interessante lermos o

    texto abaixo, publicado no site NE10 em 12 de janeiro de 2014.

    A Internet se tornou o segundo meio de comunicao mais acessado no

    Brasil, perdendo apenas para a TV aberta. A informao est na Pesquisa

    Brasileira de Mdia 2013, trabalho realizado pelo Ibope Inteligncia em

    parceria com a Secretaria de Comunicao Social da Presidncia da Repblica

    (Secom). Foram feitas 18.312 entrevistas em 848 municpios dos 27 Estados.

    A pesquisa, que o NE10 teve acesso, ainda est em fase de validao. Segundo

    a Secom, alguns nmeros podem sofrer ajustes, mas no esto previstas

    alteraes nas ordens de grandeza.

  • 24

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 02

    A pesquisa aconteceu da seguinte maneira: cada entrevistado poderia

    responder at trs meios de comunicao que mais utilizam. A lista inclua TV

    aberta, rdio, jornal impresso, revista impresso e Internet. A TV aberta venceu

    com larga folga. 78% dos entrevistados responderam que tm na televiso a

    primeira opo de acesso informao. A web aparece em seguida com 12%.

    Em seguida ficou o rdio com 8%, jornal impresso (1%) e revista impressa

    (1%).

    O recorte por faixa etria mostra um predomnio maior da internet. 25% dos

    jovens entre 16 e 25 anos responderam a internet como primeira opo de

    uso, contra 4% do rdio e 0% de jornais e revistas. A TV aberta ainda seguiu

    em primeiro, com 70%. At a faixa dos 55 anos, a internet supera o rdio e at

    os 65, supera os jornais impressos.

    Na intensidade de uso, a internet supera todos os veculos, com exceo da TV.

    65% das pessoas disseram que assistem TV aberta todos os dias da semana,

    contra 19% do rdio, 5% do jornal e 1% da revista. A internet ficou com 25%.

    No entanto, a Internet vence na mdia de horas usadas. Durante a semana, os

    entrevistados ouvidos disseram acessar a web durante 3,44 horas e 3,48

    durante os finais de semana. Superou at mesmo a televiso, que assistida

    por 3,25 horas durante a semana e 3,27 nos finais de semana. A menor mdia

    j , 1,09

    Fonte:http://blogs.ne10.uol.com.br/mundobit/2014/01/12/internet-e-o-segundo-meio-de-comunicacao-mais -usado-pelos-brasileiros/#sthash.f0eMrB8Y.dpuf

    fcil se dar conta de quanto a Internet vem alcanando em nossas vidas.

    Seja para nos comunicarmos ou para realizarmos tarefas rotineiras como

    pagar contas ou marcar consultas mdicas a Internet vem se tornando cada

    vez mais necessria. Talvez muitos no saibam que a origem da Internet

    pode ser encontrada na Arpanetm, uma rede computadores montada pela

    Agncia de Pesquisa em Projetos Avanados (ARPA), em setembro de 1969.

    Depois da leitura do texto, voc

    poderia responder as

    seguintes perguntas:

    1. De acordo com a pesquisa, qual o meio de comunicao

    mais acessado no Brasil?

    2. Quais os meios de

    comunicao que foram

    considerados pela pesquisa? 3. De todos os

    meios de comunicao qual o mais

    utilizado por voc?

  • 25

    Teorias da Comunicao

    Competncia 02

    No ano de 1957 as duas superpotncias mundiais, Estados Unidos e Unio

    Sovitica, se viam em uma corrida tecnolgica desenfreada. A Unio Sovitica

    tomou a liderana, com o lanamento do Sputnik, o primeiro satlite artificial

    da histria. A reao dos EUA veio logo em seguida, no de 1958: militares e

    pesquisadores norte-americanos criam a ARPA. A meta primordial da ARPA,

    ligada ao Departamento de Defesa norte-americano, era o de "manter a

    superioridade tecnolgica dos Estados Unidos e alertar contra avanos

    tecnolgicos imprevistos de adversrios potenciais".

    No comeo da dcada de 60, um problema passou a incomodar os

    pesquisadores da ARPA: como tornar a comunicao entre computadores

    confivel, mesmo que esteja ocorrendo um pesado ataque nuclear? Em poca

    de Guerra Fria, os Estados nidos comearam a utili ar um novo canal de

    comunicao ainda descon ecido dos sovi ticos para troca de mensa ens

    entre as bases militares: uma rede experimental de computadores de lon a

    dist ncia c amada de ue era uma rede sem ierar uias ou se a

    no tin a um servidor central ue em caso de fal a inutili asse toda a rede

    s universidades aca aram sendo as entidades ue se se uiram na

    interli ao dos seus campus atrav s de uma rede de computadores essa

    altura toda a comunicao era aseada na troca de mensa ens te tuais

    os anos 80 a nternet foi a erta s redes internas das empresas e a outras

    sub-redes, sendo que em 1987 passou a ser permitido a utili adores

    dom sticos terem tam m acesso t ao final dos anos 80 a nternet

    espalhou-se um pouco por todo o mundo.

    m 1 2 im erners- ee criou a orld ide e um servio da nternet

    que possibilitava a partilha de documentos multimdia baseados em

    iperte to ou se a dotados de uma estrutura de nave ao ue permitia

    atrav s de iperli a es a passa em de umas sec es a outras com um

    simples clique do mouse om o advento da orld ide e a nternet

    an ou uma enorme popularidade mundial nos anos 0 e o e em dia o

  • 26

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 02

    suporte inform tico do mundo lo al sendo utili ada por mais de 1000

    mil es de pessoas diariamente

    O termo Internet foi cun ado com ase na e presso in lesa action or

    connection et een or s internet a rede das redes o

    con unto das centenas de redes de computadores conectados em diversos

    pa ses para compartil ar informao e recursos computacionais e e uivale a

    uma superestrada da informao um mecanismo de transporte ue condu

    os dados por um camin o de mil es de computadores interli ados s

    pacotes de informao via am por meio das redes ue comp em a internet

    numa variedade de linguagens conhecidas como protocolos. Poderamos

    apontar como suas principais caractersticas:

    um meio para comunicao efetiva entre pessoas ou processos

    um mecanismo de recuperao de informao e suporte pes uisa

    fle vel em relao ao preo e caracter sticas

    simultaneamente uma entidade local e internacional permitindo

    interao entre usu rios separados por uma parede ou por um oceano

    No especifica ard are nem soft are

    No uma nica rede mas um rupo de redes lo icamente no

    fisicamente) arrumadas hierarquicamente.

    No propriedade de nen um overno corporao ou universidade

    No a mesma em todos os lu ares no omo nea mas

    amplamente diferente etero nea

    No restrita somente a pes uisa mas tam m a rea comercial ou

    outros usos apropriados, apesar de alguns servidores serem dedicados.

    No usada por um tipo espec fico de usu rio mas ual uer

    profissional, estudante ou pessoa comum.

    A internet permite ue as pessoas intera am a lon as dist ncias mas tam m

    possi ilitam a um indiv duo manter diversas intera es sociais ocorrendo ao

    mesmo tempo: pode-se conversar com outras pessoas da fam lia en uanto se

    assiste televiso dar consel os para os fil os pelo telefone do escrit rio e

  • 27

    Teorias da Comunicao

    Competncia 02

    assim por diante internet multiplicou as possi ilidades a esse respeito

    tendo acesso web uma pessoa pode manter as anelas a ertas para diversas

    intera es: tra al o transa es anc rias compras comunicao on-line

    com a fam lia e ami os etc

    q V T h Al s M s T

    l:

    T l

    teleconfer ncia uma comunicao simult nea a dist ncia entre pessoas ou rupos atrav s

    de m dias eletr nicas sons ima ens e dados

    A

    ermite a transmisso de vo via nternet ou telefone atrav s do uso de modem l uns

    oferecem recursos de telas de di itao como num c at onde se di itam al uns trec os da

    conversa ue possa ter sido truncada durante a transmisso

    V

    istema interativo de comunicao em udio e v deo ue permite a interatividade em tempo

    real transmisso em eral feita via sat lite ou lin as telef nicas discadas ou dedicadas

    onde a velocidade de transmisso varia entre 128 a 8 Kps anto a sala ue era a transmisso

    como as ue a rece em possuem o mesmo e uipamento sico - c mera monitor de

    computador aparel o para compresso e desco

    S l s h P v s A ss P s

    oc tem a possi ilidade de atualmente dentro dos sites dos randes provedores de acesso e

    portais Z Z tarmedia ompuserve Ya oo a rir uma sala particular para a

    discusso de um assunto espec fico

    h s P v s

    oss veis de serem reali ados uando se utili a pro ramas do tipo roup are etmeetin

    soft ares de erenciamento de am ientes de aprendi a em em educao e na rea

    or ani acional ulanet lac oard e eleduc earnin pace sites ue disponi ili am

    este tipo de servio p inas de rupos como o Ya oo ou M e scri e desde ue cadastrado

    no site ou um pro rama como o Q

    S w s G w

    o soft ares desen ados para permitir a reali ao de reuni es virtuais com o etivos de

    desenvolvimento de tra al o cola orativo em como funcionalidades o compartil amento de

    a endas ela orao de material coletivo em tempo real ,

    k , , , w ,

    1 1

  • 28

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    E- l

    ermite a troca de mensa ens e informa es de uma maneira il e efica ela sua

    simplicidade revolucionou a nternet ornou-se o meio de comunicao mais utili ado

    entre pessoas

    L s s D s ss

    s mensa ens so enviadas via e-mail para o endereo eletr nico da lista e distri u da a

    todos os assinantes da mesma las podem ser lidas enviadas pelos pro ramas

    re ulares de correio eletr nico como o utloo ou o udora s listas podem ser

    a ertas fec adas moderadas ou no

    W b F s

    ara colocar coment rios no f rum e ler as disponi ili adas por outros participantes

    asta acessar a p ina do f rum locali ado na nternet o processo totalmente feito

    online o ue pode ser um pro lema do ponto de vista de tempo din eiro e velocidade

    de cone o o necessidade de ai ar as mensa ens para seu computador s

    soft ares erenciadores de f rum permitem a usca por assunto autor t read

    conte do data s mensa ens tendem a ser mais curtas e sint ticas em termos de

    discusso do ue nos e-mails listas e ne s roups

    Fonte: comunicao pelas novas m dias - Jos Manuel Moran ispon vel em: ttp: edu 051 p or s com f novas_midias pdf

    Competncia 02

    2.4 Hipertexto, Hipermdia e Ciberespao

    tualmente no seria arriscado afirmar ue a comunicao escrita vive

    momentos de transio ssa crise pela ual passa a palavra escrita nada mais

    do ue a su stituio de uma forma de cultura por uma outra forma

    emergente. A mudana da p ina para a tela do computador ou do ta let

    representa no somente um simples processo de reproduo de livros

    impressos para o meio eletrnico e apresentados na tela; Acredito que a

  • 29

    Teorias da Comunicao

    Competncia 02

    maior mudana propiciada por este processo de transio se a a li erdade

    para modificar de forma radical o te to transformando-o em iperte to

    iperte to refere-se a um tipo de te to eletr nico no ual a escrita no

    sequencial. Nesse tipo de te to uma ifurcao ue permite ue o leitor

    ele a e leia atrav s de uma tela de computador rata-se na verdade de uma

    s rie de locos de te tos interli ados por n s formando diferentes itiner rios

    para o usu rio iperte to an a outra ualidade ao adicionarmos sons e

    imagens aos links passando a ser c amado de iperm dia

    iperm dia como lin ua em apresenta al uns traos ue a definem como

    tal uma delas a i ridi ao de lin ua ens o ue foi definido

    anteriormente como conver ncia das m dias tanto verdade ue se

    encontram o e as vers es di itais do r dio ornal etc iperm dia a

    uno de todos os elementos de multim dia ao iperte to e uando

    adicionamos a interatividade ao processo multimidi tico tam m

    encontramos a iperm dia latente a apro imao entre multim dia e

    interatividade tanto ue nos stados nidos foi criada a Interactive

    Mulmedia Association M ue recon ece como caracter stica

    fundamental da multim dia ou iperm dia no s a im ricao das mais

    variadas m dias como a participao conse uente do usu rio no processo de

    compreenso de al um tema iperm dia si nifica a inte rao de sons

    te tos ima ens de todos os tipos dentro do am iente de informao di ital

    conver ncia das m dias foi respons vel por fa er a uno desses elementos

    em um s am iente a di itali ao tam m foi respons vel pelo flu o de

    informa es no sistema iperte to

    2.5 Ciberespao

    s sistemas eletr nicos iperm dia necessariamente desem ocam na

    construo de um novo espao de ase virtual denominado de ci erespao

    ode ser i ualmente dimensionado como um amplo sistema ramificado ue

    opera diretamente com a produo de trocas sim licas e processos de

    si nificao na esfera virtual rata-se de um territ rio sem fronteiras ue

    Reflita Responda: omo

    conse u ncia ser que

    escreveremos menos?

  • 30

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 02

    incorpora caracter sticas de outros sistemas de si nificao v deo cinema

    r dio ornal livro pintura foto rafia e ue avana en uanto dispositivo

    t cnico com trao diferencial marcado pela l ica di ital

    Neste sentido o ci erespao se auto re ula a partir de pro ramas espec ficos

    e intercone es permitindo o tr nsito intenso de m ltiplas informa es a

    produo e a estoca em do con ecimento em seu amplo espectro

    ci erespao o ue podemos denominar de ci ermem ria um espao de

    comuta es imateriais da interpenetrao de lin ua ens da coletivi ao de

    sa eres da e panso fra mentada da cultura e mutao dos processos de

    si nificao oder amos entend -lo como nossa mem ria e pandida atrav s

    de media es t cnicas cu a car a de informa es se atuali a e potenciali a a

    cada segundo formando uma rede de textos dialogam com outros textos,

    remetem a outras realidades, interagem com o som e a imagem formando um

    tecido imaterial ue a itualmente denominamos de iperm dia

    ci erespao pode ento ser entendido como um espao din mico de

    informa es s nicas ue se enlaam de maneira recorrente remetendo-nos

    infinitamente para novas informa es dada a sua nature a plurite tual ste

    novo am iente virtual do sa er ue transforma o pr prio sa er a re a

    formas de cooperao fle veis ue resultam em processos de inteli ncia

    coletiva e perienciados na rede ierre v ao conceituar este am iente

    virtual afirma que:

    , , - , , desenvolvem sistemas de aprendizagem , , , , SZAB)

  • 31

    Teorias da Comunicao

    Competncia 02

    De acordo com n cio a e u ens i eiro onalves da ilva analisando o

    conceito do ci erespao proposto por v podemos destacar dois aspectos

    importantes acerca da construo de con ecimento no ci erespao:

    O primeiro aspecto o fato do ci erespao ser o nico meio ue

    possi ilita a comunicao de muitos para muitos em uma escala lo al

    u se a diferente de outros meios de comunicao de massa

    tradicionais como o r dio e a ue alcanam i ualmente um rande

    contin ente umano o ci erespao possi ilita a interao coletiva

    entre os indiv duos

    se undo aspecto a ser destacado decorrente desta interao

    coletiva o potencial de se tornar uma pr tica de comunicao ao

    mesmo tempo universal e no-totali ante v entende por totalidade

    a con uno esta ili ada do sentido de uma pluralidade discurso

    situao con unto de acontecimentos sistema etc

    ierre v destaca ue uanto mais o ci erespao se universali a isto

    quanto mais interconectado e interativo menos totali vel ele se torna uma

    ve ue cada cone o suplementar e cada indiv duo a re ado rede l e

    conferem mais etero eneidade mais diversidade de opini es e portanto

    maior possi ilidade de construo de conhecimento.

    iperte to uma das formas de representao mais difundidas na internet

    um s m olo da interatividade proporcionada pelo ci erespao Moraes 2001

    p 8 destaca ue nos encadeamentos do iperte to cada ator inscreve sua

    identidade na rede medida ue ela ora sua presena no tra al o de seleo

    e de articulao com as reas de sentidos

    ste aspecto do iperte to proporciona uma nova viso dial tica entre a

    ede e o er s particularidades de cada indiv duo e ercem um papel

    importante na din mica da comunicao atrav s do iperte to aseado em

  • 32

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 02

    suas identidades o indiv duo nave ador seleciona a se u ncia de leitura dos

    links e participa da construo da mensa em comunicada

    Depois de conhecermos um pouco mais a respeito da histria da

    comunicao, precisamos conhecer as teorias que se ocupam em explicar os

    processos comunicacionais. Faremos isso no captulo a seguir.

  • 33

    Teorias da Comunicao

    Competncia 03

    3. COMPETNCIA 03 | MDIA NA SOCIEDADE

    termo m dia ori in rio do latim medium onceito utili ado no campo da

    f sica medium caracteri a o meio ue proporciona a transmisso e a

    percepo de determinadas formas ou elementos poss vel escutar uma

    m sica por ue o som transmitido pelo ar ssim o ar o medium ue

    permite ao m sico transmitir o som de uma arpa ou de um sa ofone e aos

    ouvintes escutarem a m sica plural de medium media ue si nifica

    meios Media passou a ser utili ada pelas teorias da comunicao para

    desi nar os suportes de informao para o ornal o cinema a radiodifuso os

    s o s de m sica a pu licidade entre outros om o termo medium

    desi namos os suportes de informao e comunicao uso e a reproduo

    do termo em in l s media ori inou no rasil o neolo ismo m dia

    odemos entender por m dia o con unto de institui es or ani a es e

    ne cios voltados para a produo e difuso de informa es para p licos

    diversos ran e ve culos impressos revistas oletins ornais carta es

    fol etos etc audiovisuais outdoors televiso em canais a ertos e em

    diversas modalidades pa as filmes v deo r dio etc m dia

    computadori ada on line e m dia interativa via computador dentre outros

    Esse conjunto de meios tem a funo de transmitir informao opinio

    entretenimento pu licidade e propa anda esse sentido um espao de

    fora poder e socia ilidade capa de atuar na formao da opinio p lica

    em relao a valores crenas e atitudes.

    comunicao medi tica ou m dia foi inau urada no s culo com a

    emer ncia de mudanas inspiradas pela modernidade s mensa ens

    tornam-se p licas sem troca ou interc m io portanto sem procedimento

    dial ico com aparatos s cio-tecnologicamente configurados, a mdia

    alcanou um lugar dominante no dia a dia da nossa vida. Ela cria as demandas,

    orienta os costumes e hbitos da sociedade, alm de definir estilos, bordes e

    discusses sociais, so alguns dos itens que as novelas levam s ruas do pas.

    Nos tempos atuais, ela tem uma dimenso capital e central nos diversos

  • 34

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 03

    m itos da sociedade moderna pol tica o esporte a escola a economia

    so atravessados e marcados pela influ ncia dos meios de comunicao de

    massa evido aos avanos tecnol icos ue fa em com ue as informa es

    veiculem de forma r pida e real o dom nio da m dia cresce de forma

    exacerbada.

    Mas at ue ponto a m dia interfere e influencia nossas vidas oc acredita

    ue as manc etes de primeira p ina durante uma campan a eleitoral

    e ercem influ ncia no comportamento de voto das pessoas u ue os

    an ncios podem afetar as prefer ncias de compra dos consumidores ue o

    conte do de um filme pode afetar a moral dos espectadores ou desviar sua

    ateno de assuntos de maior ur ncia ou relev ncia

    s meios de comunicao influenciam e interv m na atividade de outras

    institui es tais como fam lia pol tica reli io or ani ada etc ao mesmo

    tempo ue tam m proporcionam um para a sociedade como

    um todo isto f runs de comunicao virtuais compartil ados ue outras

    institui es e atores cada ve mais utili am como espaos para sua

    interao e a m dia est to presente em nosso cotidiano se a nos

    informando ou seja nos influenciando, pare agora e pense um pouco e depois

    responda:

    Qual a funo da mdia na sociedade?

    Qual a funo da mdia na sua vida?

    omunicao passou a ser estudada como o eto te rico somente a partir

    do s culo uando do sur imento e e panso dos Meios de Comunicao

    de Massa. Conforme a sociedade e os meios de comunicao foram se

    modificando, surgiram novas perspectivas para o entendimento da relao

    mdia-sociedade. Ao estudarmos um pouco estas teorias e hipteses,

    estaremos a contar com mais ferramentas para aprofundarmos nossas

    reflexes a respeito desta relao.

    teoria um paradigma

    fechado, um modo 'acabado', e neste sentido

    infenso a complementa

    es ou conjugaes,

    pela qual traduzimos' uma

    determinada realidade

    segundo um certo 'modelo'. Uma hiptese, ao contrrio,

    um sistema aberto, sempre

    inacabado, infenso ao

    conceito de 'erro'

    caracterstico de uma teoria.

  • 35

    Teorias da Comunicao

    Competncia 03

    3.1 A Escola Norte-Americana

    Entre os anos 20 e 60, os estudos norte-americanos foram marcados pela

    hegemonia de um campo de estudos denominado Mass Communication

    Research. Essa tradio de estudo composta por abordagens e autores to

    variados que vo desde a engenharia das comunicaes, passando pela

    psicologia e sociologia, com pressupostos tericos e resultados distintos e, em

    muitos casos quase inconciliveis.

    Muitos pensadores se preocuparam em responder no somente esta mas

    v rias outras uest es li adas comunicao o final dos anos 0 sur iram

    nos dois dos paradi mas mais cl ssicos da omunicao e ue

    orientaram grande parte dos estudos posteriores na rea: o modelo te rico

    de arold ass ell e a eoria Matem tica da nformao de annon

    Weaver.

    3.1.1 Teoria Matemtica da Comunicao

    A Teoria Matemtica da Comunicao, tambm conhecida como Teoria da

    Informao foi elaborada por dois engenheiros matemticos, Claude Elwood

    Shanno e Warren Weaver em 1949. Essa teoria menos do que um conjunto

    acabado de conceitos e pressupostos tericos, mas sim uma sistematizao

    do processo comunicativo a partir de uma perspectiva puramente tcnica,

    com nfase nos aspectos quantitativos. A comunicao entendida como

    processo de transmisso de uma mensagem por uma fonte de informao,

    atravs de um canal a um destinatrio.

    Fonte de informao => Transmissor => Canal => Receptor => Destino

    Sinal Rudo Sinal

  • 36

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 03

    A problemtica gira em torno de duas questes que se colocam

    comunicao: a da complexidade em oposio simplificao; a da

    acumulao de conhecimento em oposio racionalizao dessa

    acumulao. A Teoria Matemtica da Comunicao uma teoria sobre a

    transmisso eficiente das mensagens, centrando sua ateno mais na

    eficincia do processo comunicativo do que na sua dinmica. Por isso dizemos

    que seu objeto de estudo, a transmisso de mensagens atravs de canais

    mecnicos. Seu objetivo medir a quantidade de informao passvel de se

    transmitir por um canal, melhorar a velocidade de transmisso de mensagens,

    aumentar o rendimento global do processo de transmisso de informaes e

    evitando as distores possveis de ocorrer neste processo. Dentro do modelo

    proposto pela Teoria da Informao, a comunicao vista como um sistema,

    no qual os elementos podem ser selecionados, recortados e montados em um

    modelo.

    3.1.2 Teoria Funcionalista

    Uma das principais caractersticas da Teoria Funcionalista das Comunicaes

    de Massa a preocupao com as "funes exercidas pela comunicao de

    massa na sociedade", ou seja, com as consequncias diretas de cada

    mensagem divulgada atravs da mass media, passando a analisar no

    somente contextos comunicativos especiais, como, por exemplo, campanhas

    eleitorais, mas as mensagens de massa como um todo.

    Nessa teoria, a sociedade simboliza um "organismo vivo", possuindo diversas

    instituies (rgos) que precisam funcionar em harmonia para que o sistema

    se mantenha equilibrado e em ordem. E na manuteno deste equilbrio

    social onde h a atuao dos meios de comunicao em massa, podendo

    tender para o funcionamento correto ou desestruturao da sociedade. As

    funes das comunicaes de massa se resumem em:

  • 37

    Teorias da Comunicao

    Competncia 03

    Manter a ordem e o equilbrio de cada estrutura da sociedade.

    Realar e reforar os modelos de comportamento (valores, normas,

    tica) existentes no sistema social, controlando as aes da populao.

    Alertar os cidados quanto s ameaas e perigos imprevistos

    (denncias) produzindo vigilncia consciente.

    Instruir quanto a atividades quotidianas.

    Reconhecer pessoas (prestgio, posio social, status), grupos e

    tendncias.

    Suas disfunes, no entanto, manifestam-se pela m veiculao de

    informaes por parte da mdia, seja pelo excesso de informao ou

    sensacionalismo, o que pode surtir um efeito inapropriado na populao,

    desorganizando e desequilibrando o sistema social. Contribuem para o

    conformismo. Derivado do que dizem e do que no dizem, visto que as

    pessoas se sentem satisfeitas simplesmente em serem em informadas e

    refletirem sobre os assuntos dispostos a elas, mas permanecem inertes, sem

    participao nas atividades sociais; Assim:

    O fato do fluxo informativo dos mass media circular livremente pode

    ameaar a estrutura fundamental da prpria sociedade;

    A exposio a grandes quantidades de informao pode provocar a

    chamada "disfuno narcotizante";

    3.1.3 A Teoria Hipodrmica

    Tambm denominada de Teoria da Bala Mgica e Teoria da Correia de

    ransmisso foi denominada por muitos autores por eoria

    ipod rmicaem refer ncia ao termo a ul a ipod rmica criado por ass ell

    para explicar a natureza da ao dos meios sobre outros indivduos. So

    estudos ancorados nas teorias da sociedade massa, que viam a sociedade

    industrial do sculo XX como uma multido onde os indivduos esto isolados

    fsica e logicamente e nas teorias behavioristas que entendiam a ao humana

    ntre al uns modelos de fun es

    temos o de ri t o de ass ell e o de a arsfeld-

    Merton ass ell apresenta as se uintes fun es: de vi il ncia

    informativa funo de alarme de

    correlao das partes da sociedade

    inte rao e de transmisso da erana cultural

    educativa J a arsfeld e Merton

    apresentam outras fun es: a atri uio de

    status esta ili ar e dar

    coeso hierarquia da sociedade);

    a execuo de normas sociais normati ao

    e o efeito narcotizante,

    a m dia imo ili a em e eda tonteia

    adormece acomoda as pessoas em relao

    realidade social ue seria de acordo com os autores uma disfuno.

  • 38

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 03

    como resposta a um estmulo externo. Da articulao destas duas vises

    nasce o modelo comunicativo da Teoria Hipodrmica: a de um processo

    iniciado nos meios de comunicao que atinge os indivduos provocando

    determinados efeitos.

    A Teoria Hipodrmica, afirmava que cada pessoa percebia o estmulo da

    mesma maneira geral, os indivduos so vistos como seres indiferenciados e

    totalmente passivos, e que esses estmulos provocariam, certamente, um

    efeito quase que uniforme. Os meios so vistos como onipotentes, causa

    nica e suficiente dos efeitos verificados. Os efeitos eram entendidos,

    portanto, como sendo diretos, isto , acontecem sem a interferncia de

    outros fatores.

    3.2 A Escola de Frankfurt ou a Teoria Crtica

    Os estudos desenvolvidos pelos filsofos de Frankfurt ficaram conhecidos

    como Teoria Crtica que busca analisar o processo comunicacional a partir das

    condies sociopolticas e econmicas de sua aplicao, visando

    transformao da realidade.

    O diferencial sico desta perspectivas ue os fran furtianos optaram por

    uma atitude te rica uestionadora ou denunciadora talve a respeito da

    sociedade da economia e da cultura em oposio pes uisa administrativa

    comumente reali ada na m rica ue se preocupava principalmente em

    aperfeioar instrumentos de avaliao teis para os controladores da m dia

    Adorno e Horkheimer definiram indstria cultural como um sistema poltico e

    econmico que tem por finalidade produzir bens de cultura - filmes livros

    m sica popular pro ramas de etc - como mercadorias e como estrat ia

    de controle social m dia controlando a sociedade ode parecer al o

    a surdo para uns ue sem ela as pessoas no teriam acesso a informa es

    e conhecimentos ue so importantes para a vida das pessoas sem os uais

    elas no poderiam tomar decis es

    Reflita e Responda:

    Voc acredita que o excesso

    de informaes nos torna menos

    crticos devido grande

    quantidade de dados ao qual

    temos contato? .

    Saiba mais: os principais

    representantes da escola,

    fundada em 1924 na

    Universidade de Frankfurt, na

    Alemanha, so Max Horkheimer

    (1895-1973) e Theodor W.

    Adorno (1903-1969), Walter

    Benjamin (1892-1940), Jrgen

    Habermas (1929), Herbert Marcuse (1898-

    1979) e Erich Fromm (1900-

    1980).

  • 39

    Teorias da Comunicao

    Competncia 03

    Mas pense bem: os meios de comunicao de massa, como TV, rdio, jornais

    e portais da Internet, so propriedades de algumas empresas, que possuem

    interesse em obter lucros e manter o sistema econmico vigente que as

    permitem continuarem lucrando. Para Adorno, os receptores das mensagens

    dos meios de comunicao seriam vtimas dessa indstria. Vendem-se filmes

    e seriados, msicas e novelas no como bens artsticos ou culturais, mas como

    produtos de consumo que, neste aspecto, em nada se diferenciariam de

    carros ou detergente. Com isso, ao invs de contriburem para formar

    cidados crticos, manteriam as pessoas "alienadas" da realidade com gostos

    padronizados e que so induzidos a consumir produtos de baixa qualidade.

    Voc concorda que os meios de comunicao de massa esto mais

    interessado em entreter, divertir e incentivar o consumo do que estimular as

    pessoas a pensarem, a analisarem e a debaterem? Ou ser que a Mafalda est

    certa e s pode se pensar em frente a TV, por exemplo, com ela desligada?

    er ue o indiv duo su eito receptor passivo al u m acr tico no dotado

    de capacidade cr tica diante da realidade e do ue l e imposto su erido

    pelos meios de comunicao?

    Fi ura 8 - Mafalda Fonte: ttp: prioridadeeducacao lo spot com r 2012 0 as-criancas-e-ditadura-da-pu licidade tml

    3.3 Os Estudos Culturais

    Nascidos no departamento de Ingls da Universidade de Birmingham,

    Inglaterra, pelas mos dos pesquisadores Richard Hoggart, Raymond Williams

    e E. P. Thompson, entre os anos 1950 (fundao) e 1960, os Estudos Culturais

    Dica de Filme:

    O quarto poder. Dirigido por

    Costa Grava o filme analisa o

    poder dos media sobre a opinio

    pblica, mostrando a

    manipulao da mdia para

    favorecer os interesses de

    terceiros; a sua capacidade de

    construir e destruir mitos; a sede por notcias e aquilo que se

    diz notcia; a dvida do que

    seria o verdadeiro jornalismo.

  • 40

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 03

    no configuram uma disciplina, mas uma rea onde diferentes disciplinas

    interagem visando o estudo global dos aspectos culturais da sociedade. Os

    trs textos da dcada de 50 que marcam a origem desta corrente foram: As

    Utilizaes da Cultura (1957, de Richard Hoggart); Cultura e Sociedade (1958,

    de Raymond Williams); e Formao da Classe operria Inglesa (1963, de E. P.

    Thompson).

    Os Estudos Culturais ofereceram a comunicao, importante perspectiva para

    as pesquisas sobre recepo aos produtos miditicos e tambm quanto

    relao dos meios de comunicao de massa e seu pblico a partir da crena

    central dessa tradio que se encontra no fato de lanar um olhar sobre as

    diversas culturas que compem o tecido social e delinear o modo como as

    produes culturais articulam ideologias, valores e representaes de sexo,

    raa e classe na sociedade, e o modo como esses fenmenos se inter-

    relacionam.

    ss v l , , s s s s l s: l l , q s s l s s s, j s q E M , s h s Es s l s ( l l S s), q v s s v lv l , l s q sq s h B h , 1964. A l s l l , q s s l s s s, s l ss , s s s s l s l s s l v s l s bj s .

    O s l l s q s l ss v l s, q s j s b l s, v l s, s q x s s s l s. P s q v s v q l q h s l ss j l , v l z h s

  • 41

    Teorias da Comunicao

    Competncia 03

    Para o grupo, a cultura no uma entidade monoltica ou homognea, mas ao

    contrrio, manifesta-se de maneira diferenciada em qualquer formao social

    e histrica. A cultura no significa simplesmente sabedoria recebida ou

    experincia passiva, mas um grande nmero de intervenes ativas que

    podem tanto mudar a histria quanto transmitir o passado. Por acentuar a

    natureza diferenciada da cultura, a perspectiva dos estudos culturais

    britnicos pode relacionar a produo, a distribuio e recepo culturais a

    prticas econmicas que esto, por sua vez, intimamente relacionados

    constituio cultural.

    Desta forma o os Estudos Culturais contemplaram as relaes entre o sistema

    dos meios de comunicao de massa e outras instituies sociais, focando os

    produtos gerados pela cultura de massa, mais do que os efeitos, analisando os

    processos sociais relativos cultura.

    A partir destas perspectivas, possvel observar que os estudos culturais

    ofereceram subsdios para uma crtica com a teoria funcionalista, bem como

    da teoria crtica frankfurtiana. Deste modo, onde o funcionalismo via um

    grande organismo vivo, tendendo ao equilbrio, no qual os conflitos eram

    tratados como anomalia ou, onde a teoria crtica via uma sociedade

    dominada, submetida completamente ao poder do capitalismo e da mdia, os

    Estudos Culturais vo ver o conflito, a luta, a disputa da hegemonia por

    classes, setores e blocos diferenciados. A sociedade no harmnica e sim

    conflitiva - que existe sim dominao, mas como processo e disputa, no

    como al o dado plasmado imut vel er na c amada recepo um papel

    ativo e importante, que pode alterar o resultante de todo o processo. A partir

    das media es sociais as pessoas se relacionam com a comunicao de

    massa, estabelecendo negociaes simblicas a partir da oferta proposta

    pelos veculos, mas tambm de sua viso de mundo, de seus hbitos e

    crenas, ou seja, de sua cultura.

  • 42

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 03

    3.4 Hipteses Contemporneas de Pesquisa em Comunicao

    As pesquisas em comunicao agora superam as barreiras ldicas dos poderes

    ilimitados da manipulao e passam agora a admitirem que a audincia possa

    oferecer resistncia ao contedo da mensagem, e a depender de fatores

    ligados a mensagem e a audincia, a mensagem pode ser ou no eficiente em

    seus objetivos persuasivos. Admite ainda que esse poder persuasivo tenha

    graus diferenciados entre os indivduos, ou seja, cai o mito que as resposta

    aos estmulos so adquiridas de forma homognea sem a presena de

    qualquer interferncia e/ou resistncia. Dentre estas abordagens destacarei

    duas a hiptese do agenda setting e a perspectiva da espiral de silncio.

    3.4.1 A hiptese do Agenda Setting

    Surge nos anos 70 a investigao da hiptese do agenda setting. Esta linha de

    pesquisa prope uma nova etapa de investigao sobre os efeitos da

    comunicao de massa. Este conceito remete hiptese do agenda setting,

    que em definio simples "... um tipo de efeito social da mdia. a hiptese

    segundo a qual a mdia, pela seleo, disposio e incidncia de suas notcias,

    vem determinar os temas sobre os quais o pblico falar e discutir".

    Vivemos em uma sociedade em que constantemente somos bombardeados

    por uma enxurrada de informaes que so selecionadas e dispostas de

    maneira que algumas notcias recebem uma nfase maior, como o caso das

    notcias que aparecem na capa dos jornais, revistas, telejornais. Na maioria

    dos casos, contudo, consciente ou inconscientemente, guardamos de maneira

    imperceptvel tudo em nossa memria e que repentinamente lanamos a

    mo.

    Os pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shaw, pioneiros na

    apresentao da hiptese do agendamento, ao tratar deste tema, confirmam

    que a mdia tem a capacidade de influenciar o receptor, no a curto prazo,

    como boa parte das antigas teorias pressupunham, mas sim a mdio e longo

  • 43

    Teorias da Comunicao

    Competncia 03

    prazos. Os meios de comunicao, embora no sejam capazes de impor o que

    pensar em relao a um determinado tema, como desejava a teoria

    hipodrmica, so capazes de, a mdio e longo prazos, influenciar o que pensar

    e falar. Ou seja, dependendo dos assuntos que venham a ser abordados

    agendados pela mdia, o pblico termina, a mdio e longo prazo, por inclui-

    los igualmente em suas preocupaes. Assim, a agenda da mdia de fato passa

    a se constituir tambm na agenda individual e mesmo na agenda social. Em

    suma, dependendo da mdia, sofremos sua influncia, no a curto, mas a

    mdio e longo prazos, no nos impondo determinados conceitos, mas

    incluindo em nossas preocupaes certos temas que, de outro modo, no

    chegariam a nosso conhecimento e, muito menos, tornar-se-iam temas de

    nossas agendas.

    A influncia do agendamento por parte da mdia depende efetivamente do

    grau de exposio a que o receptor esteja exposto, mas, mais que isso, do tipo

    de mdia do grau de relevncia e interesse que este receptor venha a

    emprestar ao tema, a salincia que ele lhe reconhecer, sua necessidade de

    orientao ou sua falta de informao, ou ainda, seu grau de incerteza, alm

    dos diferentes nveis de comunicao interpessoal que desenvolver.

    H alguns conceitos bsicos em torno deste estudo:

    Acumulao: capacidade que a mdia tem de dar relevncia a um

    determinado tema, destacando-o do imenso conjunto de

    acontecimentos dirios.

    Consonncia: apesar de suas diferenas e especificidades, os mdias

    possuem traos em comum e semelhanas na maneira pela qual atuam

    na transformao do relato de um acontecimento que se torna notcia.

    Onipresena: um acontecimento que, transformado em notcia,

    ultrapassa os espaos tradicionalmente ocupados por ele. O

    acontecimento de polcia pode ser abordado em outras editorias dos

    meios de comunicao.

  • 44

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 03

    Relevncia: quando um determinado acontecimento noticiado por

    todos os diferentes mdias, independente do enfoque que lhe seja

    atribudo.

    Frame Temporal: o perodo de levantamento de dados das duas ou

    mais agendas (isto , a agenda da mdia e a agenda pblica, por

    exemplo).

    Time-lag: o intervalo decorrente entre o perodo de levantamento da

    agenda da mdia e a agenda do pblico, ou seja, como se pressupe a

    existncia e um efeito da mdia sobre o pblico.

    Centralidade: capacidade que os mdias tm de colocar como algo

    importante determinado assunto.

    Tematizao: est implicitamente ligado centralidade, pois a

    capacidade de dar o destaque necessrio (sua formulao, a maneira

    pela qual o assunto exposto), de modo a chamar a ateno. Um dos

    desdobramentos deste item a sute de uma matria, ou seja,

    mltiplos enfoques que a informao vai recebendo para manter presa

    a ateno do receptor.

    Salincia: valorizao individual dada pelo receptor a um determinado

    assunto noticiado.

    Focalizao: a maneira pela qual a mdia aborda determinado

    assunto, utilizando uma determinada linguagem, recursos de

    editorao.

    Embora no seja a nica linha de investigao que estuda as relaes da mdia

    com a sociedade, relevante e pertinente o aprofundamento de suas

    caractersticas. No rol das investigaes sobre a relao mdia-sociedade tm-

    se atualmente os Estudos de Recepo, parte-se do princpio que o receptor

    ativo e que interage com a mensagem transmitida pelos meios de

    comunicao.

  • 45

    Teorias da Comunicao

    Competncia 03

    3.4.2 A Perspectiva da Espiral de Silncio

    m 1 2 oelle- eumann comeava a c amar a ateno para o poder ue a

    m dia possu a muito especialmente a televiso para influir so re o conte do

    do pensamento dos receptores; As ideias de Noelle-Neumann, conciliadas

    com as hipteses do agendamento e da tematizao, contriburam para

    recuperar a viso de que a comunicao social tem efeitos poderosos e

    diretos sobre a sociedade e as pessoas.

    O pressuposto da Teoria da Espiral do Silncio o seguinte: as pessoas temem

    o isolamento, buscam a integrao social e gostam de ser populares; por isso,

    as pessoas tm de permanecer atentas s opinies e aos comportamentos

    maioritrios e procuram expressar-se dentro dos parmetros da maioria.

    Deste modo, ao perceberem ou imaginarem que a maioria das pessoas

    pensa diferentemente delas essas pessoas aca am num primeiro momento

    por se calarem e posteriormente a adaptarem ainda ue muitas ve es

    apenas ver almente suas opini es s opini es do ue elas ima inam ser da

    maioria;

    Resumidamente podemos di er ue para oelle- eumann a opinio p lica

    na verdade a opinio da maioria ue pode e c e a a se e pressar livremente

    na medida em ue ten a acesso aos meios de comunicao

    ip tese da spiral do il ncio parte de uatro pressupostos:

    A sociedade ameaa os indiv duos desviados com o isolamento.

    Os indiv duos e perimentam um cont nuo medo do isolamento.

    Este medo do isolamento fa com ue os indiv duos tentem avaliar

    continuamente o clima de opinio.

    Os resultados dessa avaliao influem no comportamento em p lico

    especialmente na e presso p lica ou no ocultamente das opini es

    Jean Jacques Rousseau o

    primeiro filsofo

    a valer-se conceitualmente

    do termo opinio pblica,

    para ele a

    representa uma

    transao entre o consenso social e as convices ;

  • 46

    Tcnicos em Multimeios Didticos

    Competncia 04

    4. COMPETNCIA 04 | USO DA MDIA E DAS PRODUES MIDITICAS

    NA ESCOLA

    Desde que iniciamos esta conversa voc conheceu um pouco mais a respeito