Upload
sandra
View
49
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Caderno do Curso Multimedios Didáticos - ProFuncionário
Citation preview
Tcnico em Multimeios Didticos
Paulo Henrique Rodrigues Melo
2014
Teorias da Comunicao
Presidenta da Repblica Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da Repblica Michel Temer Ministro da Educao Jos Henrique Paim Fernandes Secretrio de Educao Profissional e Tecnolgica Alssio Trindade de Barros Diretor de Integrao das Redes Marcelo Machado Feres Coordenao Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Aras Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto Csar Gonalves
Governador do Estado de Pernambuco Joo Soares Lyra Neto
Secretrio de Educao e Esportes de
Pernambuco Jos Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira
Secretrio Executivo de Educao Profissional
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Gerente Geral de Educao Profissional Josefa Rita de Cassia Lima Serafim
Coordenador de Educao a Distncia
George Bento Catunda
Coordenao do Curso Terezinha Beltro
Coordenao de Design Instrucional
Diogo Galvo
Reviso de Lngua Portuguesa Eliane Azevdo
Diagramao
Klbia Carvalho
1. COMPETNCIA 01 | IDENTIFICAR ASPECTOS DA RELAO ENTRE A COMUNICAO
HUMANA E A INTERAO SOCIAL ............................................................................................ 3
1.1 Nveis de Comunicao .......................................................................................... 6
1.1.1 Comunicao Intrapessoal e Interpessoal .......................................................... 6
1.1.2 Comunicao Organizacional .............................................................................. 8
1.2 Elementos Condicionantes da Comunicao ....................................................... 12
2. COMPETNCIA 02 | FORMAS DA COMUNICAO E MDIA ATRAVS DA HISTRIA. ........ 15
2.1 A Comunicao Escrita ......................................................................................... 15
2.2 A Comunicao e a Escrita Impressa .................................................................... 18
2.3 A Internet ............................................................................................................. 23
2.4 Hipertexto, Hipermdia e Ciberespao ................................................................. 28
2.5 Ciberespao .......................................................................................................... 29
3. COMPETNCIA 03 | MDIA NA SOCIEDADE ........................................................................ 33
3.1 A Escola Norte-Americana .................................................................................... 35
3.1.1 Teoria Matemtica da Comunicao ................................................................ 35
3.1.2 Teoria Funcionalista .......................................................................................... 36
3.1.3 A Teoria Hipodrmica ........................................................................................ 37
3.2 A Escola de Frankfurt ou a Teoria Crtica ............................................................. 38
3.3 Os Estudos Culturais ............................................................................................. 39
3.4 Hipteses Contemporneas de Pesquisa em Comunicao ................................ 42
3.4.1 A hiptese do Agenda Setting ........................................................................... 42
3.4.2 A Perspectiva da Espiral de Silncio .................................................................. 45
4. COMPETNCIA 04 | USO DA MDIA E DAS PRODUES MIDITICAS NA ESCOLA ............ 46
4.1 TIC e Polticas Pblicas ......................................................................................... 50
4.2 O Professor e as TIC .............................................................................................. 53
4.3 Um Novo Personagem: o Tcnico em Multimeios Didticos ............................... 56
REFERNCIAS .......................................................................................................................... 58
MINICURRCULO DO PROFESSOR ........................................................................................... 60
Sumrio
3
Teorias da Comunicao
Competncia 01
1. COMPETNCIA 01 | IDENTIFICAR ASPECTOS DA RELAO ENTRE
A COMUNICAO HUMANA E A INTERAO SOCIAL
Acredito que ao iniciar j perguntando o que comunicao no poderamos
comear de forma mais obvia, porm complexa. Se formos procurar nos
dicionrios de lngua portuguesa, podemos encontrar os seguintes
significados:
1. Fato de comunicar, de estabelecer uma relao com algum, com
alguma coisa ou entre coisas.
2. Transmisso de signos atravs de um cdigo (natural ou convencional).
3. Capacidade ou processo de troca de pensamentos, sentimentos, ideias
ou informaes atravs da fala, gestos, imagens, seja de forma direta
ou atravs de meios tcnicos.
4. Ao de utiliza meios tecnolgicos (comunicao telefnica).
5. A mensagem, informao (a coisa que se comunica: anncio, novidade,
informao, aviso...).
6. Comunicao de espaos (passagem de um lugar a outro) circulao,
transporte de coisas: vias de comunicao artrias, estradas, vias
fluviais.
rai etimol ica da palavra comunicao a palavra latina communicatione,
que, por sua vez, deriva da palavra commune, ou seja, comum.
Communicatione si nifica em latim participar p r em comum ou ao
comum ortanto comunicar etimolo icamente relacionar seres viventes
e, normalmente, conscientes (seres humanos), tornar alguma coisa comum
entre esses seres, seja essa coisa uma informao, uma experincia, uma
sensao, uma emoo.
A comunicao um processo que viabiliza a troca de mensagens entre
pessoas. , portanto, uma atividade cada vez mais utilizada nas relaes
sociais humanas modernas. Devido sua complexidade atual e aos amplos
campos de interesse, fica cada vez mais conflitante a sua definio. Na
4
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 01
verdade, comunicao uma atividade que praticamos todos os dias,
conhecemos, mas no sabemos defini-la satisfatoriamente. A comunicao
uma necessidade inerente a qualquer ser humano.
comunicao indispens vel para a so reviv ncia dos seres umanos e
para a formao e coeso de comunidades, sociedades e culturas. Temos de
comunicar, entre outras razes:
Para trocarmos informaes.
Para nos entendermos e sermos entendidos.
Para entretermos e sermos entretidos.
Para nos integrarmos nos grupos e comunidades, nas organizaes e na
sociedade.
Para satisfazermos as necessidades econmicas que nos permitem
pagar a alimentao, o vesturio e os bens que, de uma forma geral,
consumimos.
Para interagirmos com os outros, conseguindo amigos e parceiros,
tendo sucesso pessoal, sexual e profissional, algo fundamental para a
nossa autoestima e equilbrio.
No existe uma definio de consenso para comunicao. No ato de
comunicar os signos e os cdigos sempre estaro presentes. Tambm
podemos afirmar que os signos e os cdigos so transmitidos e nesse
processo de remeter ou receber signos e cdigos d-se o ato de comunicar.
Por isso podemos afirmar que toda a comunicao envolve signos,
significantes, significados, decodificaes entre locutor e ouvinte.
comunicao compreende um processo de troca de informa es ue visa
promulgao de ideias e o desenvolvimento de posicionamentos. st
pautada na existncia de um emissor e de um receptor que dominam um
cdigo preestabelecido. Deste modo, a comunicao aproxima os sujeitos
pela interao que acontece entre eles e, assim, constitui-se como um
fenmeno social.
Sugesto de
filme: Nafrago.
Dirigido por Robert Zemeckis,
o filme conta a histria de Chuck
Noland (Tom Hanks) um inspetor da
Federal Express (FedEx),
multinacional encarregada de enviar cargas e
correspondncias, que tem por funo checar
vrios escritrios da empresa pelo planeta. Porm, em uma de suas
costumeiras viagens ocorre
um acidente, que o deixa preso em
uma ilha completamente
deserta por 4 anos. Com sua noiva (Helen Hunt) e seus
amigos imaginando que ele morrera no acidente, Chuck
precisa lutar para sobreviver, tanto
fisicamente quanto
emocionalmente a fim de que um
dia consiga retornar civilizao.
Depois de assistir ao filme, tente
responder o porqu da
comunicao ser uma necessidade inerente ao ser
humano.
5
Teorias da Comunicao
Competncia 01
lin ua em o con unto de meios ue permitem ou reali am a comunicao
e na ual a considerar a lin ua em ver al e no ver al
lin ua em ver al a palavra falada ou escrita em ue a primeira pode ser
utilizada na comunicao oral frente a frente ou dist ncia telefone r dio
televiso etc e a se unda na comunicao escrita atrav s de livros revistas
e ornais entre outros a lin ua em no ver al ue considerar os sinais
visuais, sonoros e visuais sonoros. Os sinais visuais como dana os estos do
sinaleiro a m mica os sinais de tr nsito de andeiras de a udas de
instru es visuais etc permitem comunicar atrav s de lin ua em no ver al
A comunicao atravs da palavra falada ou escrita tem caractersticas
diferentes primeira permite a transmisso imediata da mensa em e a
clarificao desta pela entoao entusiasmo ritmo estos etc utili ados
pelo emissor emissor e receptor tam m con ecem o conte to situacional
ue os rodeia e a comunicao torna-se mais reve ue na comunicao
escrita esta no transmisso imediata de mensa em desde o momento
em ue o emissor escreve at leitura pelo receptor um disp ndio de
tempo s sentimentos do emissor ue na comunicao oral so transmitidos
pela entoao estos etc so a ui caracteri ados pelo uso de pontuao
or outro lado como o conte to situacional do con ecimento comum do
emissor e receptor, o primeiro tem que o descrever ao segundo para que este
possa receber e compreender a mensagem, tornando a comunicao mais
longa.
Para que tenhamos um melhor proveito em nossas discusses precisamos
conhecer alguns conceitos fundamentais no estudo dos processos
comunicacionais:
Emissor - criador ou fonte de uma mensagem.
Receptor - recebedor ou destinatrio dessa mesma mensagem.
Mensagem - ordenao de signos visando transmisso de uma dada
informao.
6
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 01
Sinais -
mensagem.
Signos - elementos de uma mensagem (letra, imagem, som etc.)
-
-
Retorno (Feed-Back) -
Contexto - ou ambiente onde o processo comunicacional
acontece
Canal -
-
-
-
1.1 Nveis de Comunicao
Os nveis de comunicao so organizados de quatro formas distintas, so
elas: comunicao Interpessoal, comunicao grupal, comunicao
organizacional e comunicao de massas.
1.1.1 Comunicao Intrapessoal e Interpessoal
Comunicao Intrapessoal a comunicao que o indivduo tem consigo, o
que corresponde a um dilogo interior usando, por exemplo, frases. Por isso
dizemos que a comunicao intrapessoal , sobretudo, um processo mental,
mas pode envolver outros processos como, por exemplo, os gestos. Pode
parecer estranho para alguns imaginar que algum possa dialogar consigo
prprio, levando-nos a questionar por que as pessoas se comunicam consigo
mesmas? Seja para refletir sobre suas prprias escolhas, d um sentido vida.
Este um tipo de processo comunicacional em que o emissor e o receptor so
a mesma pessoa podendo ou no existir um meio por onde a mensagem
transmitida como no caso de um dirio ou at mesmo de uma lista de
compras ou afazeres domsticos.
7
Teorias da Comunicao
Competncia 01
Fi ura 1- Mafalda Fonte: ttp: clu edamafalda lo spot com r
Observe a figura 1. Quantas pessoas esto envolvidas na conversa? Podemos
classificar a conversa entre Mafalda e Miguelito como formal ou informal? A
conversa est sendo realizada face a face? A comunicao estabelecida na
tirinha a interpessoal que promove a troca de informaes entre duas ou
mais pessoas de modo informal envolvendo, geralmente, tanto componentes
no-verbais (gestos, expresses faciais e contatos visuais) que so to
relevantes, quanto os verbais. Servindo por exemplo para criar e sustentar
relaes pessoais.
Habitualmente, a comunicao Interpessoal tende a ser direta. Porm, ela
pode ser mediada (um e-mail, uma ligao telefnica ou at mesmo uma
chamada pelo Skype). Podemos ainda classificar o processo comunicacional
como Mediado (em que a comunicao feita atravs de dispositivos tcnicos
de comunicao), e Direta ou no mediada (comunicao feita sem a
intermediao de dispositivos tcnicos como por exemplo, em uma conversa
face a face).
8
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 01
1.1.2 Comunicao Organizacional
Figura 2- Circular Enviado pela Universidade Federal de Pernambuco
O ofcio circular reproduzido na figura 3 foi enviado pela Pr-Reitora da
Universidade Federal de Pernambuco aos diretores e chefes das Unidades
Organizacionais da Universidade. O documento informa como os dirigentes
deveriam proceder referente ao feriado da semana santa de 2011. Este
documento um claro exemplo de Comunicao Organizacional.
Neste tipo de comunicao a origem ou a fonte de onde emana a mensagem
no um indivduo isolado, mas sim uma organizao empresarial ampla e
complexa com um grande nmero de profissionais envolvidos. Podemos
observar duas perspectivas de comunicao organizacional que interagem e
se complementam: uma diz respeito comunicao interna, em que esto
9
Teorias da Comunicao
Competncia 01
envolvidas as pessoas que integram a hierarquia que pertencem ao quadro
funcional da instituio. A outra se refere ao exemplo de organizao.
Na grande maioria das vezes, formal, mas devemos levar em considerao
que formas de comunicao informal tambm ocorrem dentro das
organizaes. O circular foi o meio de comunicao escolhido pela Instituio
para transmitir as informaes referentes ao feriado comunidade escolar e
no a pessoas especficas. As informaes presentes no documento so
informaes de interesse da instituio, na qual as pessoas assumem certas
posies: alunos, professores, diretores, funcionrios, pais. So os sujeitos ou
atores escolares. A Comunicao institucional acontece entre pessoas, porm,
quando elas esto em exerccio de seus papis institucionais, formam um
pblico.
Cada organizao tem as suas especificidades estruturais, o que implica,
necessariamente, a ocorrncia de especificidades comunicacionais. No
entanto, normalmente as comunicaes organizacionais tm uma das
seguintes estruturas:
Interna comunicao ue ocorre dentro das
or ani a es .
Externa comunicao das or ani a es para o e terior e
do e terior para a or ani ao .
comunicao or ani acional envolve uma ama de profissionais ualificados
para tratarem da ima em de uma empresa unto a seus diferentes p licos
Assessoria de omunicao normalmente envolve profissionais de rela es
p licas ornalismo e pu licidade e propa anda sendo estes respons veis
por erirem a ima em da empresa evitando distor es e reafirmando o
posicionamento da or ani ao perante os p licos interno e e terno
10
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 01
Comunicao Grupal
denominao omunicao rupal no dei a d vidas - di respeito
comunicao que ocorre no interior dos grupos. No dos grupos grandes,
como organizaes, mas sim de grupos pequenos, como o grupo de amigos, a
famlia.
Comunicao de Massa
Figura 3- Mafalda Fonte: http://clubedamafalda.blogspot.com.br
Depois de j sabermos um pouco sobre alguns dos tipos de comunicao voc
saberia dizer quais os tipos de comunicao estabelecidos representados na
tirinha acima? Abrir um jornal e ler as notcias do dia, ligar a TV para assistir
aos programas favoritos, ir ao cinema com os amigos ou ouvirmos rdio
parece-nos atividades corriqueiras, mas so aes que representam uma das
mais significativas mudanas no comportamento da comunicao humana.
Entende-se como comunicao de massa a disseminao de informaes
atravs de jornal, televiso, rdio, cinema e tambm pela Internet, os quais se
renem em um sistema denominado mdia. A comunicao de massa tem a
caracterstica de chegar a uma grande quantidade de receptores ao mesmo
tempo, partindo de um nico emissor.
11
Teorias da Comunicao
Competncia 01
Meios de comunicao de massa ou mdias so os meios ou canais de
comunicao usados na transmisso de mensagens a um grande nmero de
receptores. Nas relaes sociais de comunicao (dia a dia), os meios de
comunicao de massa mais comuns so os jornais/as revistas, o rdio, a
televiso e, o mais recente, a Internet. As obras de Cinema, de Teatro e de
outros tipos de Artes tambm se tornaram meios de comunicao de massa,
mas artsticos.
A comunicao de massa pode atingir vasta audincia simultaneamente ou
dentro de breve perodo de tempo; os receptores das mensagens so em
nmeros indeterminveis, pois dirigida a uma audincia de origem, idade,
sexo e condio scio-econmica heterognea. Ela no direcionada a
ningum e nem a nenhum grupo exclusivamente; Os meios de comunicao
de massa so formas de comunicao num s sentido, havendo dificuldades
para o estabelecimento de feedbacks por parte dos receptores das
mensagens.
Porm a utilizao de mquinas no processo comunicacional no o
suficiente para caracterizar a comunicao de massa. Quando a mquina
(telefone, e-mail at mesmo uma filmagem) utilizada para se transmitir uma
mensagem a um pblico conhecido e quantificvel em vez de dirigir-se a um
pblico vasto deixamos de ter o principal elemento caracterizante de um
processo comunicacional de massa.
Adorno e o eimer teori am so re os meios de comunicao ao
considerarem ue esses passam a ser apenas ne cios com fins comerciais
pro ramados para a e plorao de ens considerados culturais
denominando-os nd stria ultural termo ind stria cultural foi
e plicado como mais prop cio ue o termo cultura de massa disseminado
pelos donos dos ve culos de comunicao ao ustificarem ue a cultura sur e
de forma espont nea rota das massas do povo eremos mel or o
pensamento de ambos, mais para a frente.
Faa um relato
sobre qual o uso que voc faz de cada uma das mdias: jornal,
rdio, TV e cinema. Tente
qualificar o nmero de horas
por e por semana que
voc gasta com cada uma delas.
12
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 01
1.2 Elementos Condicionantes da Comunicao
Nas situaes de comunicao, alguns elementos so sempre identificados.
Isto , sem eles, pode-se dizer que no h comunicao. Os elementos da
comunicao so:
1. Emissor ou Destinador: algum que emite a mensagem. Pode ser uma
pessoa, um grupo, uma empresa, uma instituio.
2. Receptor ou Destinatrio: a quem se destina a mensagem. Pode ser
uma pessoa, um grupo ou mesmo um animal, como um co, por
exemplo.
3. Cdigo: a maneira pela qual a mensagem se organiza. O cdigo
formado por um conjunto de sinais, organizados de acordo com
determinadas regras, em que cada um dos elementos tem significado
em relao com os demais. Pode ser a lngua, oral ou escrita, gestos,
cdigo Morse, sons etc. O cdigo deve ser de conhecimento de ambos
os envolvidos: emissor e destinatrio.
4. Canal de Comunicao: meio fsico ou virtual, que assegura a circulao
da mensagem, por exemplo, ondas sonoras, no caso da voz. O canal
deve garantir o contato entre emissor e receptor.
5. Mensagem: o objeto da comunicao, constituda pelo contedo
das informaes transmitidas.
6. Referente: o contexto, a situao aos quais a mensagem se refere. O
contexto pode se constituir na situao, nas circunstncias de espao e
tempo em que se encontra o destinador da mensagem. Pode tambm
dizer respeito aos aspectos do mundo textual da mensagem.
13
Teorias da Comunicao
Competncia 01
Figura 4- Mafalda Fonte: http://clubedamafalda.blogspot.com.br
Tome por exemplo a tirinha acima: Nela podemos perceber que uma pessoa,
no caso o homem (o emissor) escreveu alguma coisa a outra ou outras (o
destinatrio), dando uma informao de que o telefone no funcionava (a
mensagem). Para isso precisou de papel, transformou o que tinha a dizer em
um cdigo, (a lngua portuguesa). Alm disso, o emissor, precisou selecionar
um conjunto de vocbulos (ou de sinais) no cdigo que escolheu.
Todo sistema de comunicao constitudo por esse conjunto de elementos,
que entra em jogo em cada ato de comunicao para assegurar a troca de
informaes. Em um esquema, os elementos da comunicao podem ser
representados assim:
14
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 01
Fi ura 5 - s uema de onsumio Fonte: ttp: 8acerco lo spot com r 2010 10 es uema-da-comunicacao tml
ssim pode-se pensar na comunicao em duas randes asser es:
A comunicao como o processo em que comunicadores trocam
propositadamente mensagens codificadas (gestos, palavras, ima ens
atrav s de um canal num determinado conte to o ue era
determinados efeitos;
comunicao como uma atividade social onde as pessoas imersas
numa determinada cultura criam e trocam si nificados respondendo
desta forma realidade ue cotidianamente experimentam;
Durante toda a histria da humanidade, o ser humano veio desenvolvendo
um complexo de tcnicas a serem utilizadas para troca de mensagens entre si
atravs da interao entre emissor e receptor. E sobre isso que iremos falar
no prximo captulo
15
Teorias da Comunicao
Competncia 02
2. COMPETNCIA 02 | FORMAS DA COMUNICAO E MDIA
ATRAVS DA HISTRIA.
Vimos anteriormente que a comunicao uma necessidade inerente de
qualquer ser humano. Agora cabe nos perguntarmos como teria o ser
umano desenvolvido a capacidade de se comunicar de trocar ideias de
e pressar seu pensamento omo teria sur ido a lin ua em no mundo dos
omens muito tempo ue estudiosos de diversas reas das i ncias
Humanas tentam responder a essas perguntas.
No possvel afirmar quando a comunicao proto-humana teve seu incio.
Acredita-se que atravs de smbolos mutuamente compreendidos os proto-
humanos se comunicavam de forma incipiente. Isso ocorria por dois motivos
bsicos: a) a capacidade de aprendizagem das espcies proto-humanas no
ser suficiente para criar cdigos complexos, o que foi se modificando
gradualmente conforme se alterava a relao entre crebro e corpo. b) Os
proto-humanos eram incapazes de falar devido a sua prpria constituio
fsica Somente cerca de 35 a 45 mil anos atrs, com o aparecimento do Cro-
magnon, e com o desenvolvimento da estrutura craniana, da lngua e da
laringe dos ancestrais humanos tornou-se possvel o domnio da fala. Este
notvel desenvolvimento teve profundo impacto tanto para os indivduos
quanto para a sociedade. O domnio de palavras, de nmeros e de outros
smbolos, bem como de regras de linguagem e de lgica, abriu caminho para o
desenvolvimento do raciocnio, possibilitando aos seres humanos melhores
condies para lembrar, transmitir e receber mensagens complexas.
2.1 A Comunicao Escrita
A escrita uma inveno decisiva para a histria da humanidade. Ela a
representao do pensamento e da linguagem humana por meio de smbolos.
Um meio durvel e privilegiado de comunicao entre as pessoas. Por meio
de registros escritos h milhares de anos, ficamos sabendo como era a vida e
a organizao social de povos que viveram muito antes de ns. A inveno
Proto-humanos homindeo que
possua algumas das
caractersticas, mas no todas,
do moderno Homo sapiens. Cro-Magnon
o nome que se d aos restos mais antigos
conhecidos na Europa de Homo
sapiens, a espcie qual
pertencem todos os humanos modernos.
16
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 02
no surgiu por acaso, mas como consequncia das mudanas profundas nas
sociedades durante o perodo do surgimento das primeiras cidades.
desenvolvimento dos m todos de a ricultura e do com rcio e as dist ncias
das cidades entre as uais se esta eleciam rela es de troca so tidos como
os respons veis pelos primeiros re istros escritos ante a necessidade de
controle administrativo de re istros cont eis e de se sa er com e atido
onde se situavam os distantes pontos de abastecimento e quais as rotas a
seguir para os alcanar onse uentemente se tornou imprescind vel o
desenvolvimento de sistemas de pesos e medidas s poss veis com recurso
matem tica ue implica tam m al uma forma de notao r fica e de
mapas e cartas.
l m de re istrar raficamente os movimentos a ro-comerciais da uelas
civili a es os s m olos impressos tiveram suas aplica es em outras esferas
das atividades do omem onde diversos con ecimentos comearam a ser
desenvolvidos, como a Astronomia, o Direito, a Poesia etc as atividades
s cio-econ micas da Mesopot mia do ritualismo pcio dos alfa etos do
riente M dio Fen cio re o do mp rio omano at a formao da l n ua
portu uesa veremos ue essa evoluo influenciou fortemente a formao
da l n ua e at a pr pria formao de na es
A histria da escrita a passagem da representao ideogrfica para os
sistemas fonticos. As primeiras formas de escrita baseavam-se na utilizao
de pictogramas, ou seja, desenhos com significado padronizado de modo que
um integrante de uma dada sociedade, conhecedor das diversas imagens, ao
visualizar uma gravura imediatamente reconhecia o seu significado e o
relacionava a um objeto.
A escrita teve origem num passado relativamente recente, se o compararmos
com os muitos mil ares de anos pelos uais se estende o pro resso
intelectual da umanidade sta no utili ou ual uer sistema completo de
escrita antes dos meados do s culo a or m foram encontradas
17
Teorias da Comunicao
Competncia 02
pinturas nas cavernas e rava es em pe uenos o etos ue datam do
aleol tico superior 20 000 anos ou mais a assim como c rculos e outros
s m olos variados e distintos ontudo no so nem formas a solutas de
escrita (isto vi ente e sistem tica nem poss vel relacion -las de modo
algum com os primitivos sistemas hoje conhecidos.
A escrita ideogrfica foi desenvolvida na Mesopotmia provavelmente por
volta do quarto milnio a.C. No incio de acordo como o que sabemos, era
puramente pictogrfica. Os egpcios tambm utilizaram uma escrita desse
tipo, mas seus hieroglifos mais ricos e diversificados, tinham uma capacidade
de expresso da lngua escrita muito maior do que a cuneiforme dos sumrios
da Mesopotmia
J a inveno do alfabeto remota aos fencios e se deu atravs da
simplificao destes complexos modelos de escrita quando se passa a usar
pequenos desenhos como forma de se representar um som em vez de uma
ideia. O alfabeto tambm surgiu como decorrncia das necessidades,
sobretudo econmicas de alguns povos antigos. Esse primeiro alfabeto teve
um alcance limitado, pois no tinha vogais e constitua portanto uma grande
fonte de ambiguidade na leitura. A formao de um alfabeto que
compreendia as vogais se deu na Grcia antiga entre os sculos VIII e IV a.C. O
alfabeto grego, em seu incio esteve na origem das grandes escritas
alfabticas que lhe sucederiam at a generalizao do alfabeto latino no
Ocidente.
Se a princpio a escrita era utilizada somente para o re istro de informa es
importantes e era reservada a uma elite seleta nos dias de o e seu papel
completamente diferente sendo um pr -re uisito sico na formao do ser
papel da escrita na formao do su eito muito mais profundo do ue se
pensa a porta de entrada para a cultura sa er tecnol ico cient fico
erudito, etc. l m de sua funo sica utili ada no dia a dia como ler nome
de ruas de ni us consultar listas telefones r tulos de produtos revistas
jornais, a leitura tam m um meio de comunicao entre as pessoas
18
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 02
atrav s dela ue as pessoas se comunicam por cartas e-mails tele ramas
etc a er decodificar o c di o escrito ou se a ler muito mais ue atri uir
significados a palavras isoladas resumindo-se a um processo mec nico ato
de sa er ler como patamar para atin ir o sucesso implica em construir
con ecimento erar refle es e desenvolver uma consci ncia cr tica so re o
ue lido
atrav s da leitura e interpretao de te tos ue se compreende os direitos e
os deveres reservados s pessoas dentro da sociedade ue poss vel
apropriar-se de ens culturais ue se preserva e se dissemina a ist ria e os
itos de um povo ou povos tam m atrav s da escrita e da leitura ue
so transmitidos valores sociais morais e culturais de uma erao a outra
leitura tam m proporciona pra er ao su eito pois atrav s da literatura se a
com dia romance aventura suspense etc ativada a sua sensi ilidade e
em al uns casos a sua criatividade pois uando lemos ima inamos cen rios
persona ens e situa es
2.2 A Comunicao e a Escrita Impressa
Figura 6- Mafalda Fonte: http://clubedamafalda.blogspot.com.br
Um hbito comum entre muitas pessoas de logo pela manh apanhar o seu
jornal para comear o dia informado. Mas apesar de muitos ainda manterem
este hbito, podemos observar que novas formas de informao comeam a
fazer cada vez mais parte do nosso dia a dia. Por exemplo: j se tornou
19
Teorias da Comunicao
Competncia 02
comum usarmos nossos notebooks e smartphones para nos inteirarmos das
notcias atravs de redes sociais. Para os acostumados com as matrias
publicadas nos jornais, novas possibilidades de leitura informao se
apresentam: a ausncia do papel como suporte para o texto, notcias em 144
caracteres, hiperlinks que levam o leitor a textos relacionados ao que se est
lendo, maior interao com o texto atravs da postagem de comentrios.
Portanto, parece inevitvel no nos perguntarmos se a comunicao escrita,
na verdade o processo comunicacional humano como um todo, encontra-se
em um processo de transformao semelhante ao proporcionado pela
inveno da imprensa por Gutenberg no sculo XVI.
Ao mesmo tempo em que a escrita evolua, tambm se desenvolvia e surgiam
novos materiais que eram utilizados para se fixar as mensagens. O papel seria
um elemento chave na conquista do processo de comunicao escrito seguida
por anos depois pelo surgimento da imprensa.
Antes de Gutenberg criar a imprensa com caracteres mveis (1455), j se
utilizava no Ocidente algumas tcnicas de impresso. Gravava-se o texto e os
desenhos em pranchas de madeira que, depois de receberem tinta, eram
comprimidas sobre o papel. Este sistema, que era chamado de xilografia
(xylon, em grego, significa madeira) no entanto, j era utilizado na China
desde h muito.
O processo criado por Gutenberg revelou-se menos trabalhoso e mais eco-
nmico e eficiente que a xilografia. As letras mveis, feitas de chumbo, po-
diam sempre ser usadas em novos textos. A tipografia inventada por
Gutenberg permitiu, sobretudo, que a reproduo de documentos escritos
fosse mais rpida e acessvel populao. ur iram as primeiras impress es
so re a umanidade: as a etas com informa es teis so re atualidade os
pas uins fol etos com not cias so re des raas al eias e os li elos fol as de
car ter opinativo com inao desses tr s tipos de impressos resultou no
s culo no ornalismo Facilitando a disseminao de tesouros
O papel como suporte para
escrita o material mais
usado nos dias de hoje, embora
haja ainda a permanncia de outros materiais. A palavra papel
originria do latim "papyrus"
nome dado a um vegetal da
famlia "Cepareas" (Cyperua
papyrus). A medula dos seus
caules era empregada pelos
egpcios, h 2 400 anos antes
de Cristo. Entretanto,
foram os chineses os primeiros a
fabricarem o papel como o
atual. Por volta do sculo VI a.C.
os chineses comearam a produzir um
papel de seda branco prprio para pintura e para escrita. O
papel produzido aps a
proclamao da inveno
diferenciava-se desse,
unicamente pela matria-prima
utilizada.
20
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 02
intelectuais tornou-se o viamente numa condio necess ria para o r pido
desenvolvimento das ci ncias na era moderna
ssim no s a prensa de uten er insepar vel do pro resso da ci ncia
moderna como ainda um fator indispens vel uando se fala da educao
das pessoas em eral: ultura e o on ecimento at ento considerados
privil ios aristocr ticos apenas acess veis a determinadas classes passam a
populari ar-se pela tipo rafia dando desta forma oportunidades i uais para
uem uisesse alar ar os seus con ecimentos e instruir-se s efeitos da
inveno de uten er foram instant neos e de alcance e traordin rio pois
quase imediatamente muitos leitores perce eram suas v rias vanta ens:
rande capacidade de produo velocidade na distri uio uniformidade de
textos, custo menor. Mas, como eram reproduzidos os escritos antes da
inveno de Gutenberg?
om o fim do imp rio romano do ocidente no s culo d desaparecem os
sistemas de transmisso da cultura do mundo anti o o entanto essa tarefa
assumida por uma nova instituio vinda do riente e fortemente
enrai ada no cidente a ordem mon stica s monast rios concentram a
partir da as tarefas de ensino e de escrita produ indo te tos de uso tanto
para a litur ia uanto para as leituras sa radas ntre os laicos poucos
dominavam a escrita s mon es copistas no eram criativos e nem
poderosos, limitavam-se somente a escrever s anti os escri as ou copistas
ue copiaram os te tos licos o fi eram so re rolos de papiro m latim
chamava-se volumen ontudo este tipo de suporte o papiro apresentava
muitos inconvenientes pois era caro fr il e somente utili ado por um lado
al m disso era dif cil de ser consultado e de ser mane ado
O 1 livro a ser impresso
foi a Bblia e demorou cerca de cinco anos (1455-1460).
21
Teorias da Comunicao
Competncia 02
ur e ento um novo suporte o per amin o ue era feito em eral de
peles de cordeiro vitela ca ra e s ve es a ela ant lope ou avestru
termo pergaminho deriva do grego pergamene ue si nifica pele de
r amo utili ao do per amin o fe -se devido praticidade de se poder
do r -lo e costur -lo o ue levou enerali ao dos codex, ancestrais dos
livros atuais.
t 1 8 con ecia-se ainda as prensas manuais ue no aviam mudado
uase nada desde os tempos de uten er eu rendimento no superava as
trezentas folhas ao dia. Nesta introduziram uma platina de ferro e uma
prancha de cobre, o que permitiu a impresso de formatos de rande
taman o m 181 avia uma prensa ue fa ia a impresso de pranc a
contra cilindro m 18 na Filad lfia avia uma prensa moderna capa de
tirar 5000 e emplares por ora composio do te to se fa ia desde
Gutenber letra a letra ssim a composio de um te to se fa ia a uma
velocidade de 1200 a 1500 si nos m 18 2 com o sur imento da linotipia
passou-se a 000 000 si nos por ora a fotocomposio alterou isso
em meados do s culo onstata-se assim ue: inco s culos depois
uten er ficaria surpreendido ao ver ue o volume de impresso dos
ornais das revistas e dos impressos comerciais muito superior ao dos
livros
A escrita necessariamente no fundamental no processo da comunicao
s pessoas ue no sa em ler ou escrever passam a ter informa es pela fala
ou pela ima em o as c amadas m dias audiovisuais istem varias
ferramentas ue podem ser usadas com o o etivo de favorecer a
comunicao mas a ima em foi e uma das principais e mais importante
delas Mesmo antes da escrita como a con ecemos o e as civili a es
anti as tentaram dei ar sua istoria re istrada o caso das pinturas rupestre
(pinturas das cavernas).
eterminamos o termo comunicao visual para desi nar o vasto con unto
de ima ens visuais idimensionais ue invadem as nossas vidas
22
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 02
raticamente tudo o ue os nossos ol os veem comunicao visual
desen os o etos plantas animais etc ontudo os seus valores so
diferentes, de acordo com o conte to onde se inserem e em relao s
mensa ens elas podem ser casuais ou intencionais omunicao visual
toda forma de comunicao ue se utili a de elementos visuais como si nos
ima ens desen os e r ficos para atin ir um receptor atrav s de um ve culo
emissor, sendo, portanto um termo bastante abrangente.
arte aplicada em an ncios pu licit rios presentes da m dia outdoor e em
al umas outras m dias uma forma de comunicao visual ue se utili a de
elementos compositivos para fins persuasivos s elementos visuais so
distri u dos ao lon o do an ncio estrate icamente para formar uma
mensa em ue se torna capa de construir uma ar umentao ue desperta
v rios tipos de emo es previamente definidas para persuadir ao um p lico
espec fico a comprar e ou aderir um determinado produto
Figura 7 - Propaganda do Refrigerante Pepsi. Fonte: https://revistavelha.wordpress.com/2012/09/14/pepsi-x-coca-cola
Na propaganda acima temos um claro exemplo de comunicao visual. A
Pepsi tenta passar para o consumidor que a Coca to ruim que nem o
canudo aguenta entrar na lata, embora ela no seja to comercializada como
a principal concorrente (Coca Cola) e com isso que os publicitrios tentam
mais e mais derrubar essa marca que virou uma febre mundial. Todas as
atenes dessa propaganda so voltadas para os canudos e suas respectivas
marcas, sem colocar o nome da Coca Cola, claro, porque isso no permitido,
23
Teorias da Comunicao
Competncia 02
mas o tom avermelhado e o trao curvado da primeira lata entregam tudo
sem mencionar nomes e a Pepsi mais uma vez tenta se tornar superior.
Formas d o Visual
rtes pl sticas intura e scultura esen o rte onceptual
Multimeios instalao
lustrao
Fotografia
esi n esi n de comunicao esi n industrial de produto esi n
de moda]
Arquitetura
inema inema de animao
eleviso deo
Multimdia
rtes do espect culo eatro pera Marionetes e fantoc es ana
Circo]
Publicidade
2.3 A Internet
Antes de comearmos a falar sobre a Internet, seria interessante lermos o
texto abaixo, publicado no site NE10 em 12 de janeiro de 2014.
A Internet se tornou o segundo meio de comunicao mais acessado no
Brasil, perdendo apenas para a TV aberta. A informao est na Pesquisa
Brasileira de Mdia 2013, trabalho realizado pelo Ibope Inteligncia em
parceria com a Secretaria de Comunicao Social da Presidncia da Repblica
(Secom). Foram feitas 18.312 entrevistas em 848 municpios dos 27 Estados.
A pesquisa, que o NE10 teve acesso, ainda est em fase de validao. Segundo
a Secom, alguns nmeros podem sofrer ajustes, mas no esto previstas
alteraes nas ordens de grandeza.
24
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 02
A pesquisa aconteceu da seguinte maneira: cada entrevistado poderia
responder at trs meios de comunicao que mais utilizam. A lista inclua TV
aberta, rdio, jornal impresso, revista impresso e Internet. A TV aberta venceu
com larga folga. 78% dos entrevistados responderam que tm na televiso a
primeira opo de acesso informao. A web aparece em seguida com 12%.
Em seguida ficou o rdio com 8%, jornal impresso (1%) e revista impressa
(1%).
O recorte por faixa etria mostra um predomnio maior da internet. 25% dos
jovens entre 16 e 25 anos responderam a internet como primeira opo de
uso, contra 4% do rdio e 0% de jornais e revistas. A TV aberta ainda seguiu
em primeiro, com 70%. At a faixa dos 55 anos, a internet supera o rdio e at
os 65, supera os jornais impressos.
Na intensidade de uso, a internet supera todos os veculos, com exceo da TV.
65% das pessoas disseram que assistem TV aberta todos os dias da semana,
contra 19% do rdio, 5% do jornal e 1% da revista. A internet ficou com 25%.
No entanto, a Internet vence na mdia de horas usadas. Durante a semana, os
entrevistados ouvidos disseram acessar a web durante 3,44 horas e 3,48
durante os finais de semana. Superou at mesmo a televiso, que assistida
por 3,25 horas durante a semana e 3,27 nos finais de semana. A menor mdia
j , 1,09
Fonte:http://blogs.ne10.uol.com.br/mundobit/2014/01/12/internet-e-o-segundo-meio-de-comunicacao-mais -usado-pelos-brasileiros/#sthash.f0eMrB8Y.dpuf
fcil se dar conta de quanto a Internet vem alcanando em nossas vidas.
Seja para nos comunicarmos ou para realizarmos tarefas rotineiras como
pagar contas ou marcar consultas mdicas a Internet vem se tornando cada
vez mais necessria. Talvez muitos no saibam que a origem da Internet
pode ser encontrada na Arpanetm, uma rede computadores montada pela
Agncia de Pesquisa em Projetos Avanados (ARPA), em setembro de 1969.
Depois da leitura do texto, voc
poderia responder as
seguintes perguntas:
1. De acordo com a pesquisa, qual o meio de comunicao
mais acessado no Brasil?
2. Quais os meios de
comunicao que foram
considerados pela pesquisa? 3. De todos os
meios de comunicao qual o mais
utilizado por voc?
25
Teorias da Comunicao
Competncia 02
No ano de 1957 as duas superpotncias mundiais, Estados Unidos e Unio
Sovitica, se viam em uma corrida tecnolgica desenfreada. A Unio Sovitica
tomou a liderana, com o lanamento do Sputnik, o primeiro satlite artificial
da histria. A reao dos EUA veio logo em seguida, no de 1958: militares e
pesquisadores norte-americanos criam a ARPA. A meta primordial da ARPA,
ligada ao Departamento de Defesa norte-americano, era o de "manter a
superioridade tecnolgica dos Estados Unidos e alertar contra avanos
tecnolgicos imprevistos de adversrios potenciais".
No comeo da dcada de 60, um problema passou a incomodar os
pesquisadores da ARPA: como tornar a comunicao entre computadores
confivel, mesmo que esteja ocorrendo um pesado ataque nuclear? Em poca
de Guerra Fria, os Estados nidos comearam a utili ar um novo canal de
comunicao ainda descon ecido dos sovi ticos para troca de mensa ens
entre as bases militares: uma rede experimental de computadores de lon a
dist ncia c amada de ue era uma rede sem ierar uias ou se a
no tin a um servidor central ue em caso de fal a inutili asse toda a rede
s universidades aca aram sendo as entidades ue se se uiram na
interli ao dos seus campus atrav s de uma rede de computadores essa
altura toda a comunicao era aseada na troca de mensa ens te tuais
os anos 80 a nternet foi a erta s redes internas das empresas e a outras
sub-redes, sendo que em 1987 passou a ser permitido a utili adores
dom sticos terem tam m acesso t ao final dos anos 80 a nternet
espalhou-se um pouco por todo o mundo.
m 1 2 im erners- ee criou a orld ide e um servio da nternet
que possibilitava a partilha de documentos multimdia baseados em
iperte to ou se a dotados de uma estrutura de nave ao ue permitia
atrav s de iperli a es a passa em de umas sec es a outras com um
simples clique do mouse om o advento da orld ide e a nternet
an ou uma enorme popularidade mundial nos anos 0 e o e em dia o
26
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 02
suporte inform tico do mundo lo al sendo utili ada por mais de 1000
mil es de pessoas diariamente
O termo Internet foi cun ado com ase na e presso in lesa action or
connection et een or s internet a rede das redes o
con unto das centenas de redes de computadores conectados em diversos
pa ses para compartil ar informao e recursos computacionais e e uivale a
uma superestrada da informao um mecanismo de transporte ue condu
os dados por um camin o de mil es de computadores interli ados s
pacotes de informao via am por meio das redes ue comp em a internet
numa variedade de linguagens conhecidas como protocolos. Poderamos
apontar como suas principais caractersticas:
um meio para comunicao efetiva entre pessoas ou processos
um mecanismo de recuperao de informao e suporte pes uisa
fle vel em relao ao preo e caracter sticas
simultaneamente uma entidade local e internacional permitindo
interao entre usu rios separados por uma parede ou por um oceano
No especifica ard are nem soft are
No uma nica rede mas um rupo de redes lo icamente no
fisicamente) arrumadas hierarquicamente.
No propriedade de nen um overno corporao ou universidade
No a mesma em todos os lu ares no omo nea mas
amplamente diferente etero nea
No restrita somente a pes uisa mas tam m a rea comercial ou
outros usos apropriados, apesar de alguns servidores serem dedicados.
No usada por um tipo espec fico de usu rio mas ual uer
profissional, estudante ou pessoa comum.
A internet permite ue as pessoas intera am a lon as dist ncias mas tam m
possi ilitam a um indiv duo manter diversas intera es sociais ocorrendo ao
mesmo tempo: pode-se conversar com outras pessoas da fam lia en uanto se
assiste televiso dar consel os para os fil os pelo telefone do escrit rio e
27
Teorias da Comunicao
Competncia 02
assim por diante internet multiplicou as possi ilidades a esse respeito
tendo acesso web uma pessoa pode manter as anelas a ertas para diversas
intera es: tra al o transa es anc rias compras comunicao on-line
com a fam lia e ami os etc
q V T h Al s M s T
l:
T l
teleconfer ncia uma comunicao simult nea a dist ncia entre pessoas ou rupos atrav s
de m dias eletr nicas sons ima ens e dados
A
ermite a transmisso de vo via nternet ou telefone atrav s do uso de modem l uns
oferecem recursos de telas de di itao como num c at onde se di itam al uns trec os da
conversa ue possa ter sido truncada durante a transmisso
V
istema interativo de comunicao em udio e v deo ue permite a interatividade em tempo
real transmisso em eral feita via sat lite ou lin as telef nicas discadas ou dedicadas
onde a velocidade de transmisso varia entre 128 a 8 Kps anto a sala ue era a transmisso
como as ue a rece em possuem o mesmo e uipamento sico - c mera monitor de
computador aparel o para compresso e desco
S l s h P v s A ss P s
oc tem a possi ilidade de atualmente dentro dos sites dos randes provedores de acesso e
portais Z Z tarmedia ompuserve Ya oo a rir uma sala particular para a
discusso de um assunto espec fico
h s P v s
oss veis de serem reali ados uando se utili a pro ramas do tipo roup are etmeetin
soft ares de erenciamento de am ientes de aprendi a em em educao e na rea
or ani acional ulanet lac oard e eleduc earnin pace sites ue disponi ili am
este tipo de servio p inas de rupos como o Ya oo ou M e scri e desde ue cadastrado
no site ou um pro rama como o Q
S w s G w
o soft ares desen ados para permitir a reali ao de reuni es virtuais com o etivos de
desenvolvimento de tra al o cola orativo em como funcionalidades o compartil amento de
a endas ela orao de material coletivo em tempo real ,
k , , , w ,
1 1
28
Tcnicos em Multimeios Didticos
E- l
ermite a troca de mensa ens e informa es de uma maneira il e efica ela sua
simplicidade revolucionou a nternet ornou-se o meio de comunicao mais utili ado
entre pessoas
L s s D s ss
s mensa ens so enviadas via e-mail para o endereo eletr nico da lista e distri u da a
todos os assinantes da mesma las podem ser lidas enviadas pelos pro ramas
re ulares de correio eletr nico como o utloo ou o udora s listas podem ser
a ertas fec adas moderadas ou no
W b F s
ara colocar coment rios no f rum e ler as disponi ili adas por outros participantes
asta acessar a p ina do f rum locali ado na nternet o processo totalmente feito
online o ue pode ser um pro lema do ponto de vista de tempo din eiro e velocidade
de cone o o necessidade de ai ar as mensa ens para seu computador s
soft ares erenciadores de f rum permitem a usca por assunto autor t read
conte do data s mensa ens tendem a ser mais curtas e sint ticas em termos de
discusso do ue nos e-mails listas e ne s roups
Fonte: comunicao pelas novas m dias - Jos Manuel Moran ispon vel em: ttp: edu 051 p or s com f novas_midias pdf
Competncia 02
2.4 Hipertexto, Hipermdia e Ciberespao
tualmente no seria arriscado afirmar ue a comunicao escrita vive
momentos de transio ssa crise pela ual passa a palavra escrita nada mais
do ue a su stituio de uma forma de cultura por uma outra forma
emergente. A mudana da p ina para a tela do computador ou do ta let
representa no somente um simples processo de reproduo de livros
impressos para o meio eletrnico e apresentados na tela; Acredito que a
29
Teorias da Comunicao
Competncia 02
maior mudana propiciada por este processo de transio se a a li erdade
para modificar de forma radical o te to transformando-o em iperte to
iperte to refere-se a um tipo de te to eletr nico no ual a escrita no
sequencial. Nesse tipo de te to uma ifurcao ue permite ue o leitor
ele a e leia atrav s de uma tela de computador rata-se na verdade de uma
s rie de locos de te tos interli ados por n s formando diferentes itiner rios
para o usu rio iperte to an a outra ualidade ao adicionarmos sons e
imagens aos links passando a ser c amado de iperm dia
iperm dia como lin ua em apresenta al uns traos ue a definem como
tal uma delas a i ridi ao de lin ua ens o ue foi definido
anteriormente como conver ncia das m dias tanto verdade ue se
encontram o e as vers es di itais do r dio ornal etc iperm dia a
uno de todos os elementos de multim dia ao iperte to e uando
adicionamos a interatividade ao processo multimidi tico tam m
encontramos a iperm dia latente a apro imao entre multim dia e
interatividade tanto ue nos stados nidos foi criada a Interactive
Mulmedia Association M ue recon ece como caracter stica
fundamental da multim dia ou iperm dia no s a im ricao das mais
variadas m dias como a participao conse uente do usu rio no processo de
compreenso de al um tema iperm dia si nifica a inte rao de sons
te tos ima ens de todos os tipos dentro do am iente de informao di ital
conver ncia das m dias foi respons vel por fa er a uno desses elementos
em um s am iente a di itali ao tam m foi respons vel pelo flu o de
informa es no sistema iperte to
2.5 Ciberespao
s sistemas eletr nicos iperm dia necessariamente desem ocam na
construo de um novo espao de ase virtual denominado de ci erespao
ode ser i ualmente dimensionado como um amplo sistema ramificado ue
opera diretamente com a produo de trocas sim licas e processos de
si nificao na esfera virtual rata-se de um territ rio sem fronteiras ue
Reflita Responda: omo
conse u ncia ser que
escreveremos menos?
30
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 02
incorpora caracter sticas de outros sistemas de si nificao v deo cinema
r dio ornal livro pintura foto rafia e ue avana en uanto dispositivo
t cnico com trao diferencial marcado pela l ica di ital
Neste sentido o ci erespao se auto re ula a partir de pro ramas espec ficos
e intercone es permitindo o tr nsito intenso de m ltiplas informa es a
produo e a estoca em do con ecimento em seu amplo espectro
ci erespao o ue podemos denominar de ci ermem ria um espao de
comuta es imateriais da interpenetrao de lin ua ens da coletivi ao de
sa eres da e panso fra mentada da cultura e mutao dos processos de
si nificao oder amos entend -lo como nossa mem ria e pandida atrav s
de media es t cnicas cu a car a de informa es se atuali a e potenciali a a
cada segundo formando uma rede de textos dialogam com outros textos,
remetem a outras realidades, interagem com o som e a imagem formando um
tecido imaterial ue a itualmente denominamos de iperm dia
ci erespao pode ento ser entendido como um espao din mico de
informa es s nicas ue se enlaam de maneira recorrente remetendo-nos
infinitamente para novas informa es dada a sua nature a plurite tual ste
novo am iente virtual do sa er ue transforma o pr prio sa er a re a
formas de cooperao fle veis ue resultam em processos de inteli ncia
coletiva e perienciados na rede ierre v ao conceituar este am iente
virtual afirma que:
, , - , , desenvolvem sistemas de aprendizagem , , , , SZAB)
31
Teorias da Comunicao
Competncia 02
De acordo com n cio a e u ens i eiro onalves da ilva analisando o
conceito do ci erespao proposto por v podemos destacar dois aspectos
importantes acerca da construo de con ecimento no ci erespao:
O primeiro aspecto o fato do ci erespao ser o nico meio ue
possi ilita a comunicao de muitos para muitos em uma escala lo al
u se a diferente de outros meios de comunicao de massa
tradicionais como o r dio e a ue alcanam i ualmente um rande
contin ente umano o ci erespao possi ilita a interao coletiva
entre os indiv duos
se undo aspecto a ser destacado decorrente desta interao
coletiva o potencial de se tornar uma pr tica de comunicao ao
mesmo tempo universal e no-totali ante v entende por totalidade
a con uno esta ili ada do sentido de uma pluralidade discurso
situao con unto de acontecimentos sistema etc
ierre v destaca ue uanto mais o ci erespao se universali a isto
quanto mais interconectado e interativo menos totali vel ele se torna uma
ve ue cada cone o suplementar e cada indiv duo a re ado rede l e
conferem mais etero eneidade mais diversidade de opini es e portanto
maior possi ilidade de construo de conhecimento.
iperte to uma das formas de representao mais difundidas na internet
um s m olo da interatividade proporcionada pelo ci erespao Moraes 2001
p 8 destaca ue nos encadeamentos do iperte to cada ator inscreve sua
identidade na rede medida ue ela ora sua presena no tra al o de seleo
e de articulao com as reas de sentidos
ste aspecto do iperte to proporciona uma nova viso dial tica entre a
ede e o er s particularidades de cada indiv duo e ercem um papel
importante na din mica da comunicao atrav s do iperte to aseado em
32
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 02
suas identidades o indiv duo nave ador seleciona a se u ncia de leitura dos
links e participa da construo da mensa em comunicada
Depois de conhecermos um pouco mais a respeito da histria da
comunicao, precisamos conhecer as teorias que se ocupam em explicar os
processos comunicacionais. Faremos isso no captulo a seguir.
33
Teorias da Comunicao
Competncia 03
3. COMPETNCIA 03 | MDIA NA SOCIEDADE
termo m dia ori in rio do latim medium onceito utili ado no campo da
f sica medium caracteri a o meio ue proporciona a transmisso e a
percepo de determinadas formas ou elementos poss vel escutar uma
m sica por ue o som transmitido pelo ar ssim o ar o medium ue
permite ao m sico transmitir o som de uma arpa ou de um sa ofone e aos
ouvintes escutarem a m sica plural de medium media ue si nifica
meios Media passou a ser utili ada pelas teorias da comunicao para
desi nar os suportes de informao para o ornal o cinema a radiodifuso os
s o s de m sica a pu licidade entre outros om o termo medium
desi namos os suportes de informao e comunicao uso e a reproduo
do termo em in l s media ori inou no rasil o neolo ismo m dia
odemos entender por m dia o con unto de institui es or ani a es e
ne cios voltados para a produo e difuso de informa es para p licos
diversos ran e ve culos impressos revistas oletins ornais carta es
fol etos etc audiovisuais outdoors televiso em canais a ertos e em
diversas modalidades pa as filmes v deo r dio etc m dia
computadori ada on line e m dia interativa via computador dentre outros
Esse conjunto de meios tem a funo de transmitir informao opinio
entretenimento pu licidade e propa anda esse sentido um espao de
fora poder e socia ilidade capa de atuar na formao da opinio p lica
em relao a valores crenas e atitudes.
comunicao medi tica ou m dia foi inau urada no s culo com a
emer ncia de mudanas inspiradas pela modernidade s mensa ens
tornam-se p licas sem troca ou interc m io portanto sem procedimento
dial ico com aparatos s cio-tecnologicamente configurados, a mdia
alcanou um lugar dominante no dia a dia da nossa vida. Ela cria as demandas,
orienta os costumes e hbitos da sociedade, alm de definir estilos, bordes e
discusses sociais, so alguns dos itens que as novelas levam s ruas do pas.
Nos tempos atuais, ela tem uma dimenso capital e central nos diversos
34
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 03
m itos da sociedade moderna pol tica o esporte a escola a economia
so atravessados e marcados pela influ ncia dos meios de comunicao de
massa evido aos avanos tecnol icos ue fa em com ue as informa es
veiculem de forma r pida e real o dom nio da m dia cresce de forma
exacerbada.
Mas at ue ponto a m dia interfere e influencia nossas vidas oc acredita
ue as manc etes de primeira p ina durante uma campan a eleitoral
e ercem influ ncia no comportamento de voto das pessoas u ue os
an ncios podem afetar as prefer ncias de compra dos consumidores ue o
conte do de um filme pode afetar a moral dos espectadores ou desviar sua
ateno de assuntos de maior ur ncia ou relev ncia
s meios de comunicao influenciam e interv m na atividade de outras
institui es tais como fam lia pol tica reli io or ani ada etc ao mesmo
tempo ue tam m proporcionam um para a sociedade como
um todo isto f runs de comunicao virtuais compartil ados ue outras
institui es e atores cada ve mais utili am como espaos para sua
interao e a m dia est to presente em nosso cotidiano se a nos
informando ou seja nos influenciando, pare agora e pense um pouco e depois
responda:
Qual a funo da mdia na sociedade?
Qual a funo da mdia na sua vida?
omunicao passou a ser estudada como o eto te rico somente a partir
do s culo uando do sur imento e e panso dos Meios de Comunicao
de Massa. Conforme a sociedade e os meios de comunicao foram se
modificando, surgiram novas perspectivas para o entendimento da relao
mdia-sociedade. Ao estudarmos um pouco estas teorias e hipteses,
estaremos a contar com mais ferramentas para aprofundarmos nossas
reflexes a respeito desta relao.
teoria um paradigma
fechado, um modo 'acabado', e neste sentido
infenso a complementa
es ou conjugaes,
pela qual traduzimos' uma
determinada realidade
segundo um certo 'modelo'. Uma hiptese, ao contrrio,
um sistema aberto, sempre
inacabado, infenso ao
conceito de 'erro'
caracterstico de uma teoria.
35
Teorias da Comunicao
Competncia 03
3.1 A Escola Norte-Americana
Entre os anos 20 e 60, os estudos norte-americanos foram marcados pela
hegemonia de um campo de estudos denominado Mass Communication
Research. Essa tradio de estudo composta por abordagens e autores to
variados que vo desde a engenharia das comunicaes, passando pela
psicologia e sociologia, com pressupostos tericos e resultados distintos e, em
muitos casos quase inconciliveis.
Muitos pensadores se preocuparam em responder no somente esta mas
v rias outras uest es li adas comunicao o final dos anos 0 sur iram
nos dois dos paradi mas mais cl ssicos da omunicao e ue
orientaram grande parte dos estudos posteriores na rea: o modelo te rico
de arold ass ell e a eoria Matem tica da nformao de annon
Weaver.
3.1.1 Teoria Matemtica da Comunicao
A Teoria Matemtica da Comunicao, tambm conhecida como Teoria da
Informao foi elaborada por dois engenheiros matemticos, Claude Elwood
Shanno e Warren Weaver em 1949. Essa teoria menos do que um conjunto
acabado de conceitos e pressupostos tericos, mas sim uma sistematizao
do processo comunicativo a partir de uma perspectiva puramente tcnica,
com nfase nos aspectos quantitativos. A comunicao entendida como
processo de transmisso de uma mensagem por uma fonte de informao,
atravs de um canal a um destinatrio.
Fonte de informao => Transmissor => Canal => Receptor => Destino
Sinal Rudo Sinal
36
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 03
A problemtica gira em torno de duas questes que se colocam
comunicao: a da complexidade em oposio simplificao; a da
acumulao de conhecimento em oposio racionalizao dessa
acumulao. A Teoria Matemtica da Comunicao uma teoria sobre a
transmisso eficiente das mensagens, centrando sua ateno mais na
eficincia do processo comunicativo do que na sua dinmica. Por isso dizemos
que seu objeto de estudo, a transmisso de mensagens atravs de canais
mecnicos. Seu objetivo medir a quantidade de informao passvel de se
transmitir por um canal, melhorar a velocidade de transmisso de mensagens,
aumentar o rendimento global do processo de transmisso de informaes e
evitando as distores possveis de ocorrer neste processo. Dentro do modelo
proposto pela Teoria da Informao, a comunicao vista como um sistema,
no qual os elementos podem ser selecionados, recortados e montados em um
modelo.
3.1.2 Teoria Funcionalista
Uma das principais caractersticas da Teoria Funcionalista das Comunicaes
de Massa a preocupao com as "funes exercidas pela comunicao de
massa na sociedade", ou seja, com as consequncias diretas de cada
mensagem divulgada atravs da mass media, passando a analisar no
somente contextos comunicativos especiais, como, por exemplo, campanhas
eleitorais, mas as mensagens de massa como um todo.
Nessa teoria, a sociedade simboliza um "organismo vivo", possuindo diversas
instituies (rgos) que precisam funcionar em harmonia para que o sistema
se mantenha equilibrado e em ordem. E na manuteno deste equilbrio
social onde h a atuao dos meios de comunicao em massa, podendo
tender para o funcionamento correto ou desestruturao da sociedade. As
funes das comunicaes de massa se resumem em:
37
Teorias da Comunicao
Competncia 03
Manter a ordem e o equilbrio de cada estrutura da sociedade.
Realar e reforar os modelos de comportamento (valores, normas,
tica) existentes no sistema social, controlando as aes da populao.
Alertar os cidados quanto s ameaas e perigos imprevistos
(denncias) produzindo vigilncia consciente.
Instruir quanto a atividades quotidianas.
Reconhecer pessoas (prestgio, posio social, status), grupos e
tendncias.
Suas disfunes, no entanto, manifestam-se pela m veiculao de
informaes por parte da mdia, seja pelo excesso de informao ou
sensacionalismo, o que pode surtir um efeito inapropriado na populao,
desorganizando e desequilibrando o sistema social. Contribuem para o
conformismo. Derivado do que dizem e do que no dizem, visto que as
pessoas se sentem satisfeitas simplesmente em serem em informadas e
refletirem sobre os assuntos dispostos a elas, mas permanecem inertes, sem
participao nas atividades sociais; Assim:
O fato do fluxo informativo dos mass media circular livremente pode
ameaar a estrutura fundamental da prpria sociedade;
A exposio a grandes quantidades de informao pode provocar a
chamada "disfuno narcotizante";
3.1.3 A Teoria Hipodrmica
Tambm denominada de Teoria da Bala Mgica e Teoria da Correia de
ransmisso foi denominada por muitos autores por eoria
ipod rmicaem refer ncia ao termo a ul a ipod rmica criado por ass ell
para explicar a natureza da ao dos meios sobre outros indivduos. So
estudos ancorados nas teorias da sociedade massa, que viam a sociedade
industrial do sculo XX como uma multido onde os indivduos esto isolados
fsica e logicamente e nas teorias behavioristas que entendiam a ao humana
ntre al uns modelos de fun es
temos o de ri t o de ass ell e o de a arsfeld-
Merton ass ell apresenta as se uintes fun es: de vi il ncia
informativa funo de alarme de
correlao das partes da sociedade
inte rao e de transmisso da erana cultural
educativa J a arsfeld e Merton
apresentam outras fun es: a atri uio de
status esta ili ar e dar
coeso hierarquia da sociedade);
a execuo de normas sociais normati ao
e o efeito narcotizante,
a m dia imo ili a em e eda tonteia
adormece acomoda as pessoas em relao
realidade social ue seria de acordo com os autores uma disfuno.
38
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 03
como resposta a um estmulo externo. Da articulao destas duas vises
nasce o modelo comunicativo da Teoria Hipodrmica: a de um processo
iniciado nos meios de comunicao que atinge os indivduos provocando
determinados efeitos.
A Teoria Hipodrmica, afirmava que cada pessoa percebia o estmulo da
mesma maneira geral, os indivduos so vistos como seres indiferenciados e
totalmente passivos, e que esses estmulos provocariam, certamente, um
efeito quase que uniforme. Os meios so vistos como onipotentes, causa
nica e suficiente dos efeitos verificados. Os efeitos eram entendidos,
portanto, como sendo diretos, isto , acontecem sem a interferncia de
outros fatores.
3.2 A Escola de Frankfurt ou a Teoria Crtica
Os estudos desenvolvidos pelos filsofos de Frankfurt ficaram conhecidos
como Teoria Crtica que busca analisar o processo comunicacional a partir das
condies sociopolticas e econmicas de sua aplicao, visando
transformao da realidade.
O diferencial sico desta perspectivas ue os fran furtianos optaram por
uma atitude te rica uestionadora ou denunciadora talve a respeito da
sociedade da economia e da cultura em oposio pes uisa administrativa
comumente reali ada na m rica ue se preocupava principalmente em
aperfeioar instrumentos de avaliao teis para os controladores da m dia
Adorno e Horkheimer definiram indstria cultural como um sistema poltico e
econmico que tem por finalidade produzir bens de cultura - filmes livros
m sica popular pro ramas de etc - como mercadorias e como estrat ia
de controle social m dia controlando a sociedade ode parecer al o
a surdo para uns ue sem ela as pessoas no teriam acesso a informa es
e conhecimentos ue so importantes para a vida das pessoas sem os uais
elas no poderiam tomar decis es
Reflita e Responda:
Voc acredita que o excesso
de informaes nos torna menos
crticos devido grande
quantidade de dados ao qual
temos contato? .
Saiba mais: os principais
representantes da escola,
fundada em 1924 na
Universidade de Frankfurt, na
Alemanha, so Max Horkheimer
(1895-1973) e Theodor W.
Adorno (1903-1969), Walter
Benjamin (1892-1940), Jrgen
Habermas (1929), Herbert Marcuse (1898-
1979) e Erich Fromm (1900-
1980).
39
Teorias da Comunicao
Competncia 03
Mas pense bem: os meios de comunicao de massa, como TV, rdio, jornais
e portais da Internet, so propriedades de algumas empresas, que possuem
interesse em obter lucros e manter o sistema econmico vigente que as
permitem continuarem lucrando. Para Adorno, os receptores das mensagens
dos meios de comunicao seriam vtimas dessa indstria. Vendem-se filmes
e seriados, msicas e novelas no como bens artsticos ou culturais, mas como
produtos de consumo que, neste aspecto, em nada se diferenciariam de
carros ou detergente. Com isso, ao invs de contriburem para formar
cidados crticos, manteriam as pessoas "alienadas" da realidade com gostos
padronizados e que so induzidos a consumir produtos de baixa qualidade.
Voc concorda que os meios de comunicao de massa esto mais
interessado em entreter, divertir e incentivar o consumo do que estimular as
pessoas a pensarem, a analisarem e a debaterem? Ou ser que a Mafalda est
certa e s pode se pensar em frente a TV, por exemplo, com ela desligada?
er ue o indiv duo su eito receptor passivo al u m acr tico no dotado
de capacidade cr tica diante da realidade e do ue l e imposto su erido
pelos meios de comunicao?
Fi ura 8 - Mafalda Fonte: ttp: prioridadeeducacao lo spot com r 2012 0 as-criancas-e-ditadura-da-pu licidade tml
3.3 Os Estudos Culturais
Nascidos no departamento de Ingls da Universidade de Birmingham,
Inglaterra, pelas mos dos pesquisadores Richard Hoggart, Raymond Williams
e E. P. Thompson, entre os anos 1950 (fundao) e 1960, os Estudos Culturais
Dica de Filme:
O quarto poder. Dirigido por
Costa Grava o filme analisa o
poder dos media sobre a opinio
pblica, mostrando a
manipulao da mdia para
favorecer os interesses de
terceiros; a sua capacidade de
construir e destruir mitos; a sede por notcias e aquilo que se
diz notcia; a dvida do que
seria o verdadeiro jornalismo.
40
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 03
no configuram uma disciplina, mas uma rea onde diferentes disciplinas
interagem visando o estudo global dos aspectos culturais da sociedade. Os
trs textos da dcada de 50 que marcam a origem desta corrente foram: As
Utilizaes da Cultura (1957, de Richard Hoggart); Cultura e Sociedade (1958,
de Raymond Williams); e Formao da Classe operria Inglesa (1963, de E. P.
Thompson).
Os Estudos Culturais ofereceram a comunicao, importante perspectiva para
as pesquisas sobre recepo aos produtos miditicos e tambm quanto
relao dos meios de comunicao de massa e seu pblico a partir da crena
central dessa tradio que se encontra no fato de lanar um olhar sobre as
diversas culturas que compem o tecido social e delinear o modo como as
produes culturais articulam ideologias, valores e representaes de sexo,
raa e classe na sociedade, e o modo como esses fenmenos se inter-
relacionam.
ss v l , , s s s s l s: l l , q s s l s s s, j s q E M , s h s Es s l s ( l l S s), q v s s v lv l , l s q sq s h B h , 1964. A l s l l , q s s l s s s, s l ss , s s s s l s l s s l v s l s bj s .
O s l l s q s l ss v l s, q s j s b l s, v l s, s q x s s s l s. P s q v s v q l q h s l ss j l , v l z h s
41
Teorias da Comunicao
Competncia 03
Para o grupo, a cultura no uma entidade monoltica ou homognea, mas ao
contrrio, manifesta-se de maneira diferenciada em qualquer formao social
e histrica. A cultura no significa simplesmente sabedoria recebida ou
experincia passiva, mas um grande nmero de intervenes ativas que
podem tanto mudar a histria quanto transmitir o passado. Por acentuar a
natureza diferenciada da cultura, a perspectiva dos estudos culturais
britnicos pode relacionar a produo, a distribuio e recepo culturais a
prticas econmicas que esto, por sua vez, intimamente relacionados
constituio cultural.
Desta forma o os Estudos Culturais contemplaram as relaes entre o sistema
dos meios de comunicao de massa e outras instituies sociais, focando os
produtos gerados pela cultura de massa, mais do que os efeitos, analisando os
processos sociais relativos cultura.
A partir destas perspectivas, possvel observar que os estudos culturais
ofereceram subsdios para uma crtica com a teoria funcionalista, bem como
da teoria crtica frankfurtiana. Deste modo, onde o funcionalismo via um
grande organismo vivo, tendendo ao equilbrio, no qual os conflitos eram
tratados como anomalia ou, onde a teoria crtica via uma sociedade
dominada, submetida completamente ao poder do capitalismo e da mdia, os
Estudos Culturais vo ver o conflito, a luta, a disputa da hegemonia por
classes, setores e blocos diferenciados. A sociedade no harmnica e sim
conflitiva - que existe sim dominao, mas como processo e disputa, no
como al o dado plasmado imut vel er na c amada recepo um papel
ativo e importante, que pode alterar o resultante de todo o processo. A partir
das media es sociais as pessoas se relacionam com a comunicao de
massa, estabelecendo negociaes simblicas a partir da oferta proposta
pelos veculos, mas tambm de sua viso de mundo, de seus hbitos e
crenas, ou seja, de sua cultura.
42
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 03
3.4 Hipteses Contemporneas de Pesquisa em Comunicao
As pesquisas em comunicao agora superam as barreiras ldicas dos poderes
ilimitados da manipulao e passam agora a admitirem que a audincia possa
oferecer resistncia ao contedo da mensagem, e a depender de fatores
ligados a mensagem e a audincia, a mensagem pode ser ou no eficiente em
seus objetivos persuasivos. Admite ainda que esse poder persuasivo tenha
graus diferenciados entre os indivduos, ou seja, cai o mito que as resposta
aos estmulos so adquiridas de forma homognea sem a presena de
qualquer interferncia e/ou resistncia. Dentre estas abordagens destacarei
duas a hiptese do agenda setting e a perspectiva da espiral de silncio.
3.4.1 A hiptese do Agenda Setting
Surge nos anos 70 a investigao da hiptese do agenda setting. Esta linha de
pesquisa prope uma nova etapa de investigao sobre os efeitos da
comunicao de massa. Este conceito remete hiptese do agenda setting,
que em definio simples "... um tipo de efeito social da mdia. a hiptese
segundo a qual a mdia, pela seleo, disposio e incidncia de suas notcias,
vem determinar os temas sobre os quais o pblico falar e discutir".
Vivemos em uma sociedade em que constantemente somos bombardeados
por uma enxurrada de informaes que so selecionadas e dispostas de
maneira que algumas notcias recebem uma nfase maior, como o caso das
notcias que aparecem na capa dos jornais, revistas, telejornais. Na maioria
dos casos, contudo, consciente ou inconscientemente, guardamos de maneira
imperceptvel tudo em nossa memria e que repentinamente lanamos a
mo.
Os pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shaw, pioneiros na
apresentao da hiptese do agendamento, ao tratar deste tema, confirmam
que a mdia tem a capacidade de influenciar o receptor, no a curto prazo,
como boa parte das antigas teorias pressupunham, mas sim a mdio e longo
43
Teorias da Comunicao
Competncia 03
prazos. Os meios de comunicao, embora no sejam capazes de impor o que
pensar em relao a um determinado tema, como desejava a teoria
hipodrmica, so capazes de, a mdio e longo prazos, influenciar o que pensar
e falar. Ou seja, dependendo dos assuntos que venham a ser abordados
agendados pela mdia, o pblico termina, a mdio e longo prazo, por inclui-
los igualmente em suas preocupaes. Assim, a agenda da mdia de fato passa
a se constituir tambm na agenda individual e mesmo na agenda social. Em
suma, dependendo da mdia, sofremos sua influncia, no a curto, mas a
mdio e longo prazos, no nos impondo determinados conceitos, mas
incluindo em nossas preocupaes certos temas que, de outro modo, no
chegariam a nosso conhecimento e, muito menos, tornar-se-iam temas de
nossas agendas.
A influncia do agendamento por parte da mdia depende efetivamente do
grau de exposio a que o receptor esteja exposto, mas, mais que isso, do tipo
de mdia do grau de relevncia e interesse que este receptor venha a
emprestar ao tema, a salincia que ele lhe reconhecer, sua necessidade de
orientao ou sua falta de informao, ou ainda, seu grau de incerteza, alm
dos diferentes nveis de comunicao interpessoal que desenvolver.
H alguns conceitos bsicos em torno deste estudo:
Acumulao: capacidade que a mdia tem de dar relevncia a um
determinado tema, destacando-o do imenso conjunto de
acontecimentos dirios.
Consonncia: apesar de suas diferenas e especificidades, os mdias
possuem traos em comum e semelhanas na maneira pela qual atuam
na transformao do relato de um acontecimento que se torna notcia.
Onipresena: um acontecimento que, transformado em notcia,
ultrapassa os espaos tradicionalmente ocupados por ele. O
acontecimento de polcia pode ser abordado em outras editorias dos
meios de comunicao.
44
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 03
Relevncia: quando um determinado acontecimento noticiado por
todos os diferentes mdias, independente do enfoque que lhe seja
atribudo.
Frame Temporal: o perodo de levantamento de dados das duas ou
mais agendas (isto , a agenda da mdia e a agenda pblica, por
exemplo).
Time-lag: o intervalo decorrente entre o perodo de levantamento da
agenda da mdia e a agenda do pblico, ou seja, como se pressupe a
existncia e um efeito da mdia sobre o pblico.
Centralidade: capacidade que os mdias tm de colocar como algo
importante determinado assunto.
Tematizao: est implicitamente ligado centralidade, pois a
capacidade de dar o destaque necessrio (sua formulao, a maneira
pela qual o assunto exposto), de modo a chamar a ateno. Um dos
desdobramentos deste item a sute de uma matria, ou seja,
mltiplos enfoques que a informao vai recebendo para manter presa
a ateno do receptor.
Salincia: valorizao individual dada pelo receptor a um determinado
assunto noticiado.
Focalizao: a maneira pela qual a mdia aborda determinado
assunto, utilizando uma determinada linguagem, recursos de
editorao.
Embora no seja a nica linha de investigao que estuda as relaes da mdia
com a sociedade, relevante e pertinente o aprofundamento de suas
caractersticas. No rol das investigaes sobre a relao mdia-sociedade tm-
se atualmente os Estudos de Recepo, parte-se do princpio que o receptor
ativo e que interage com a mensagem transmitida pelos meios de
comunicao.
45
Teorias da Comunicao
Competncia 03
3.4.2 A Perspectiva da Espiral de Silncio
m 1 2 oelle- eumann comeava a c amar a ateno para o poder ue a
m dia possu a muito especialmente a televiso para influir so re o conte do
do pensamento dos receptores; As ideias de Noelle-Neumann, conciliadas
com as hipteses do agendamento e da tematizao, contriburam para
recuperar a viso de que a comunicao social tem efeitos poderosos e
diretos sobre a sociedade e as pessoas.
O pressuposto da Teoria da Espiral do Silncio o seguinte: as pessoas temem
o isolamento, buscam a integrao social e gostam de ser populares; por isso,
as pessoas tm de permanecer atentas s opinies e aos comportamentos
maioritrios e procuram expressar-se dentro dos parmetros da maioria.
Deste modo, ao perceberem ou imaginarem que a maioria das pessoas
pensa diferentemente delas essas pessoas aca am num primeiro momento
por se calarem e posteriormente a adaptarem ainda ue muitas ve es
apenas ver almente suas opini es s opini es do ue elas ima inam ser da
maioria;
Resumidamente podemos di er ue para oelle- eumann a opinio p lica
na verdade a opinio da maioria ue pode e c e a a se e pressar livremente
na medida em ue ten a acesso aos meios de comunicao
ip tese da spiral do il ncio parte de uatro pressupostos:
A sociedade ameaa os indiv duos desviados com o isolamento.
Os indiv duos e perimentam um cont nuo medo do isolamento.
Este medo do isolamento fa com ue os indiv duos tentem avaliar
continuamente o clima de opinio.
Os resultados dessa avaliao influem no comportamento em p lico
especialmente na e presso p lica ou no ocultamente das opini es
Jean Jacques Rousseau o
primeiro filsofo
a valer-se conceitualmente
do termo opinio pblica,
para ele a
representa uma
transao entre o consenso social e as convices ;
46
Tcnicos em Multimeios Didticos
Competncia 04
4. COMPETNCIA 04 | USO DA MDIA E DAS PRODUES MIDITICAS
NA ESCOLA
Desde que iniciamos esta conversa voc conheceu um pouco mais a respeito