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CADERNO DE RESUMOS Uberlândia/MG 2020

Caderno de Resumo - UFUStreet (2014), sobre o conceito de letramento, e em Fiad (2016) com relação aos estudos de letramentos acadêmicos. Adotamos experiência similar das Oficinas

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CADERNO DE RESUMOS

Uberlândia/MG

2020

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EQUIPE ADMINISTRATIVA

Reitor da Universidade Federal de Uberlândia

Prof. Dr. Valder Steffen Júnior

Vice-Reitor da Universidade Federal de Uberlândia

Prof. Dr. Orlando César Mantese

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação

Prof. Dr. Carlos Henrique de Carvalho

Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis

Prof. Dr. Hélder Eterno da Silveira

Diretor do Instituto de Letras e Linguística

Prof. Dr. Ariel Novodvorski

Coordenadora do Mestrado Profissional em Letras

Profa. Dra. Marlúcia Maria Alves

Comissão Organizadora do VI Seminário de Pesquisa e V Seminário de Extensão do PROFLETRAS/UFU

Profa. Dra. Flávia Danielle Sordi Silva Miranda (Presidente) Prof. Dr. Maurício Viana de Araújo (Vice-Presidente)

Profa. Dra. Eliana Dias Prof. Dr. João Carlos Biella

Prof. Dr. Leandro Silveira de Araujo Profa. Dra. Talita de Cássia Marine Profa. Dra. Simone Azevedo Floripi

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SUMÁRIO

SALA 1 - ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ........................................................................ 4

SALA 2 - ASPECTOS SEMÂNTICOS, FONOLÓGICOS E GRAMATICAIS DA LÍNGUA PORTUGUESA E ENSINO ............................................................................................................. 8

SALA 3 - AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO 1 ... 12

SALA 4 - AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO 2 ... 14

SALA 5 - LITERATURA E ENSINO 1 ........................................................................................ 17

SALA 6 - LITERATURA E ENSINO 2 ......................................................................................... 20

SALA 7 - ENSINO DE LITERATURA INFANTO-JUVENIL ................................................. 22

SALA 8 - ESTUDOS DO TEXTO, PRÁTICAS DE ORALIDADE, PRÁTICAS DE LETRAMENTO E ENSINO .......................................................................................................... 25

SALA 9 - VARIAÇÃO E ENSINO 1 ............................................................................................. 28

SALA 10 - VARIAÇÃO E ENSINO 2 ........................................................................................... 31

SALA 11 - ENSINO BASEADO EM GÊNEROS DISCURSIVOS/TEXTUAIS 1 .................... 34

SALA 12 - ENSINO BASEADO EM GÊNEROS DISCURSIVOS/TEXTUAIS 2 .................... 37

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SALA 1 - ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Sexta-feira 04/12/2020 – 9h

Sala Meet: https://meet.google.com/smv-bukh-ibf MONITOR(A): Fernanda Sousa

1. 9 h - LETRAMENTO ACADÊMICO NO ENSINO SUPERIOR: EXPERIÊNCIA EM CONTEXTO DE PANDEMIA

Geraldo José Rodrigues Liska - UNIFAL-MG/UFMG

Relatamos neste artigo nossas experiências com oficinas de escrita acadêmica realizadas no atual contexto de pandemia. Em nosso planejamento, refletimos sobre como o processo de apoio pedagógico aos estudantes universitários pode ser trabalhado com base na metodologia do risco (MATTE, 2018), debruçando-se sobre dedicação, insistência e responsabilidade. Essa perspectiva nos leva a uma atividade além do que é normalmente dirigido ao professor e, sim, a pesquisadores, professores, estudantes e outros interessados nos temas que forem desenvolvidos, por meio da apresentação do trabalho final em um evento online, o Congresso Nacional Universidade, EAD e Software Livre. Além da metodologia do risco, o trabalho se apoia nas ideias de Kleiman (2012) e Street (2014), sobre o conceito de letramento, e em Fiad (2016) com relação aos estudos de letramentos acadêmicos. Adotamos experiência similar das Oficinas de Leitura e Prática de Textos da UFMG ao planejar as aulas de escrita para o Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Acadêmico (Progrida), da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Evidenciamos, a partir de nossas observações, que essa metodologia pode aumentar o engajamento dos alunos, favorecer o processo de ensino e aprendizagem por meio de situações concretas de linguagem e estimular vivências e práticas dentro do contexto da universidade.

2. 9 h 15 - ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: O AUDIOVISUAL COMO APOIO NO ENSINO

Karina de Oliveira Lucio – UNEMAT O presente estudo tem como objetivo discutir a alfabetização e o processo de letramento. Abordando também, como a influência do uso das tecnologias em sala de aula, em forma de recursos audiovisuais podem contribuir como apoio no ensino, explorando suas potencialidades como recurso pedagógico. Como as tecnologias estão cada vez mais presentes em situações cotidianas, e os estudantes estão cada vez mais fascinados pela praticidade que a tecnologia pode oferecer. A inserção desses meios tecnológicos no ambiente educacional pode tornar as aulas mais dinâmicas, atrativas e motivadoras para os estudantes. Fazendo com que, dessa maneira o educador desfrute de um método diversificado para apresentar conteúdos, contribuindo para o desenvolvimento intelectual dos estudantes, para que se tornem cidadãos críticos e comprometidos com a realidade da sociedade atual. Dessa forma, cabe aos educadores estarem preparados para adotarem esses métodos na sala de aula, sendo de fundamental importância que a escola proporcione meios para que eles possam compreender a importância do uso das tecnologias, que por sua vez, assume um papel de aliada no ensino. A presente obra é de pesquisa bibliográfica, que busca fazer uma revisão da literatura sobre os conceitos de alfabetização, letramento e o audiovisuais, com embasamento teórico de alguns autores como Pfromm (2001), Rojo, (2012) e Soares, (2006) que vem corroborar com o presente estudo, mostrando como as tecnologias podem auxiliar o educador no ambiente escolar e proporcionar com o uso dos recursos audiovisuais a construção de novos conhecimentos.

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3. 9 h 30 - ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: UM DIÁLOGO COM A BNCC NAS PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Amanda Eliane Lamônica Araújo - UFMS/FITL-AEMS

Isabelle Geovana de Oliveira - FITL-AEMS Keite Keli Simeão Rosa - FITL-AEMS

Este estudo parte de uma pesquisa bibliográfica e interpretativa que permeia os estudos dos processos de alfabetização e letramento nos anos iniciais do ensino fundamental no Brasil, realizando um diálogo com o documento formativo da Base Nacional Comum Curricular, que prevê novas práticas metodológicas docentes com vistas ao protagonismo da criança frente a construção e consolidação de sua aprendizagem nas dimensões: cognitivas, socioemocionais, culturais e políticas, que favoreça a aquisição de competências e habilidades em seu desenvolvimento humano integral. A pesquisa ocupa-se também da realidade demonstrada por meio dos resultados divulgados pelas avaliações externas, que ainda se encontra deficitária no processo formativo do indivíduo, nas questões relacionadas não somente ao domínio da escrita e da leitura, mas sobretudo a compreensão do que se lê e escreve. Diante destes desafios enfrentados as reflexões aqui trazidas estão fundamentadas pelas contribuições da autora, Magda Soares, do emérito professor, Paulo Freire e da pesquisadora, Maria Rosário Mortatti, e o texto da BNCC, proporcionando aos professores alfabetizadores uma reflexão de suas práticas de ensino para que seja possível garantir uma educação de qualidade, assegurando o desenvolvimento eficaz no processo de alfabetização e do letramento, com práticas metodológicas ativas que possibilite ao educando uma posição crítica que contribua para transformação da sociedade ao qual faz parte se relacionando de forma significativa, ou seja, que todo o conhecimento consolidado faça sentido para sua vida em diversas dimensões.

4. 9 h 45 - LETRAMENTO PROFISSIONAL: REFLEXÃO SOBRE AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA ALFABETIZAÇÃO

Sonia Fátima Leal de Souza – UFMS Este estudo discute as práticas pedagógicas nos três primeiros anos do ensino fundamental, com o objetivo específico de problematizar contribuições do letramento profissional para a efetivação de práticas de alfabetização e de letramento em uma escola pública de Três Lagoas (MS). A metodologia utilizada foi do tipo etnográfico, com observação de aulas, e entrevista com as professoras alfabetizadoras. Os dados foram organizados, para análise, 1) As práticas de alfabetização; 2) As práticas de letramento; 3) Letramento profissional. Percebemos que o Letramento Profissional abrange outras profissões, entretanto, na educação, o letramento profissional requer especificidade. Segundo Kleiman (2001), os professores devem estudar e conhecer conceitos da sua profissão, conhecimentos de que o professor vai precisar lançar mão para ensinar. O letramento profissional representa o marco inicial da trajetória de formação individual e autônoma do sujeito. No decorrer da construção e do desenvolvimento da formação docente baseada no letramento profissional, a instituição educacional (a escola) apresenta-se como fundamental e necessária, pois é a condutora de momentos de crescimento profissional entre o corpo docente: momentos de leitura e escrita, bem como de oferta de saberes específicos ao processo de alfabetização, necessários à formação do sujeito. Constatou-se que as professoras pesquisadas apresentam muitos equívocos teóricos entre letramento e alfabetização e entre construtivismo e métodos. Além disso, as alfabetizadoras possuem limitações em suas formações iniciais. Verificamos que alguns equívocos devem ser superados por meio da contribuição da instituição para a formação do professor em seu local de trabalho, discutindo teoria e prática, ações inseparáveis no processo de ensino.

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5. 10 h - GÊNEROS DISCURSIVOS MULTIMODAIS EM LÍNGUA PORTUGUESA: ENSAIO DE PRÁTICAS LEITORAS SOBRE PANDEMIA COM OS MULTILETRAMENTOS

Wesley Pinto Hoffmann - PIVIC/UPF Eduardo Zapparoli - PROBIC/FAPERGS-UPF

Ernani Cesar de Freitas - PPGL/UPF Os textos verbo-visuais evidenciados com as novas tecnologias digitais de interação em web 2.0, requerem dos sujeitos competências contínuas de compreensão de leitura em diferentes gêneros discursivos, sobretudo, gêneros informativos sobre a pandemia de COVID-19 no Brasil. Temos como questão norteadora deste estudo que as práticas leitoras no ensino de língua portuguesa requerem a implementação dos fatores da Pedagogia dos Multiletramentos, para abranger sentidos dos gêneros discursivos multimodais. O presente estudo tem por objetivo apresentar um ensaio de análise da manifestação de fatores da Pedagogia dos Multiletramentos nas práticas de leitura, considerando os aspectos multimodais dos textos verbo-visuais em circulação social, sobretudo em tempos de uma pandemia. Fundamentamo-nos nas contribuições de Bakhtin (2003), sobre gêneros do discurso; nos pressupostos de Lemke (2010) e Pètit (2008), a respeito da leitura contemporânea e letramentos, e, por fim, nas contribuições de Cope e Kalantzis (2000) e Rojo (2012, 2017), no que tange aos multiletramentos. A presente pesquisa apresenta um estudo exploratório e bibliográfico de abordagem qualitativa. Destacamos que é relevante promover a leitura de gêneros discursivos de circulação social, para que sejam desenvolvidas competências e habilidades que envolvem textos verbo-visuais, neste caso, o gênero infográfico. É oportuno considerar que os gêneros discursivos apresentam as complexidades da vida social e as implicações em diferentes esferas coletivas, sobretudo no combate à pandemias, como no caso da COVID-19. Como resultados, destacamos a relevância da Pedagogia dos Multiletramentos no resgate de sentidos possíveis em práticas leitoras de gêneros discursivos que envolvem a temática da pandemia, sustentadas na multimodalidade desses textos.

6. 10 h 15 - LEITURA E ESCRITA POR MEIO DO JOGO DE RPG ROBINSON CRUSOÉ: UMA PROPOSTA DE MULTILETRAMENTOS

Rozane Mendonça Cardoso de Morais - UFU Este trabalho de pesquisas é resultado de um estudo centrado na elaboração e aplicação de uma proposta de leitura e de escrita, com ênfase no gênero discursivo conto, por meio de jogo de RPG (Role-Playing Game) e da obra literária Robinson Crusoé, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento da competência discursiva dos alunos e de práticas de multiletramentos na escola. Para atingir os objetivos propostos no trabalho a ser apresentado, pautamo-nos em estudos e documentos oficiais sobre o ensino da Língua Portuguesa no Brasil, em estudos sobre gêneros discursivos, gêneros digitais e hipergêneros, como o jogo de RPG, sobre o gênero conto, sobre letramentos, multiletramentos, pedagogia dos multiletramentos, letramento literário, e em pressupostos teóricos e metodológicos da Análise de Discurso Crítica (ADC). A metodologia adotada para a realização da pesquisa é a qualitativa e o procedimento é a pesquisa-ação. Para a geração e coleta de dados valemo-nos de questionários, gravações, diário de campo, relatos orais e escritos, portfólio, produção de textos de diferentes gêneros. Os resultados da análise desta proposta, aplicada em uma turma de 7º ano de uma escola pública na cidade de Brazlândia, Distrito Federal, revelam que, por meio de um ensino voltado para as práticas sociais das quais os alunos participam, que considera e valoriza o conhecimento de mundo que trazem consigo, as diversas semioses, os multiletramentos e reconhece o trabalho com os textos como materialização de discursos, podemos contribuir para um ensino de leitura e escrita mais significativo. Para além disso, a estratégia didática apresentada nesta dissertação contribui, a partir das práticas de leitura e

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escrita elaboradas, aplicadas e analisadas, para um ensino que aprimora a competência discursiva dos alunos e forma cidadãos que vão participar criticamente de diversas práticas sociais.

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SALA 2 - ASPECTOS SEMÂNTICOS, FONOLÓGICOS E GRAMATICAIS DA LÍNGUA PORTUGUESA E ENSINO

Sexta-feira 04/12/2020 – 9h Sala Meet: https://meet.google.com/sdj-kufd-pkq

MONITOR (A): Maurício

1. 9 h - ENSINO DO LÉXICO: DESCREVENDO EXERCÍCIOS DE VOCABULÁRIO DE LIVROS DIDÁTICOS

Eliana Dias - ILEEL/PROFLETRAS-UFU Nesta comunicação será apresentada uma pesquisa que descreve e analisa alguns exercícios de vocabulário de livros didáticos com o objetivo de contribuir com uma proposta de ensino do vocabulário para os primeiros anos do ensino fundamental. A revisão teórica apresenta breves considerações sobre léxico, vocabulário e dicionário; léxico ativo, passivo e ensino do léxico. Importante destacar também o estudo feito sobre as relações semânticas: antonímia, sinonímia, polissemia e homonímia, hiponímia e hiperonímia Garcia (1988), Picoche (1977), Barbosa (2000), Biderman (1999), Vilela (2000), Galisson (1979), dentre outros. O estudo baseou-se em entrevistas com docentes e na avaliação dos exercícios de vocabulário de livros didáticos selecionados para a pesquisa. A proposta deste trabalho pauta-se na vivência de uso de novas palavras e no envolvimento dos alunos em ações diretamente relacionadas às palavras novas a serem aprendidas. Acredita-se que a vivência de uso é muito relevante para a retenção de palavras novas ao vocabulário ativo dos estudantes.

2. 9h 15 - ENSINO DO LÉXICO POR MEIO DE LETRAS DE MÚSICA Eládio Camargo Herwig - PROFLETRAS-UFU

Eliana Dias - ILEEL/PROFLETRAS-UFU O presente trabalho faz parte de uma pesquisa do Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O PROFLETRAS tem o objetivo de capacitar professores de língua portuguesa para atuarem no Ensino Fundamental. A proposta pretende trabalhar na área da Lexicologia. Acreditamos que a ampliação vocabular é importante para a competência comunicativa dos estudantes, e que a escola tem o papel de proporcionar meios para que essa competência seja desenvolvida. Sendo assim, este trabalho pretende elaborar um caderno pedagógico com atividades para ampliação lexical, para ser aplicado em turma de 8º ano do Ensino Fundamental. O caderno será composto por propostas didáticas, tendo a letra de canção como texto norteador das discussões em sala de aula. As propostas são baseadas nas Sequências Didáticas de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004). Pretendemos, com esse estudo, contribuir com professores de todo o país com uma proposta teórico-metodológica sobre o trabalho com o léxico em sala de aula. O motivo que nos levou a propor um trabalho com o léxico se deveu ao fato de os aspectos lexicais da língua serem pouco explorados por professores de língua portuguesa. A pesquisa se fundamenta nos estudos de Dias (2004), Antunes (2012), Ilari (2011) e também nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O trabalho com o léxico será realizado tendo como texto motivador as letras de canções, por se tratarem de um gênero muito bem aceito pelos estudantes e por proporcionar aulas diversificadas e atraentes, sempre que são utilizadas em sala de aula. Para justificar a importância das letras de canções em sala de aula, nos amparamos nos estudos de Ferreira (2001), Tinhorão (1997), Dayrell

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(2005), dentre outros. Por ser uma pesquisa em que pesquisar e participantes se envolvem num trabalho mútuo, em cooperação, a pesquisa se baseia na pesquisa-ação, Thiollent (1996).

3. 9h 30 - AUTO-REPRESENTAÇÃO DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM

TEMPOS DE PANDEMIA Noelma Oliveira Barbosa

Neste trabalho, filiamo-nos ao dispositivo teórico e analítico da Análise do Discurso de linha francesa, com o intuito de investigar a seguinte questão: Como o professor da Educação Básica está sendo (auto)representado em tempos de pandemia e pós pandemia? Entendemos que há traços do dizer ou fatos enunciativos que nos permitem perceber como as relações entre linguagem, mundo e pensamento produzem sentidos, da mesma forma que podem implicar auto-representação do dizer. Nesse sentido, objetivamos compreender, a partir de depoimentos de educadores envolvidos no trabalho escolar remoto, como o professor está sendo (auto)representado em tempos de pandemia e pós pandemia. Para tanto, apoiamo-nos numa concepção de sujeito não intencional, cujos sentidos que ele exprime resultam-se de seu assujeitamento ao inconsciente e a uma memória, que o situa historicamente em um lugar, que é pré-construido e não individual. Foram analisados como materialidades discursivas diferentes depoimentos de educadores acerca das atividades remotas e de como estas são produzidas pela escola. Como aporte teórico-metodológico, adotamos o pensamento de Authier (2008; 2014), Orlandi (2007; 2017; 2020) e Pêcheux (1983). Percebemos que os depoimentos são reveladores tanto da presença de uma política do silêncio, que coloca o enunciador em confronto com o dizível, em relação ao “outro” e ao discurso social, como de certas discursivizações acerca do papel do professor. Ainda assim, prevalece a presença de uma mesma formação discursiva o efeito do já dito.

4. 9h 45 - QUANTOS TEMPOS OS TEMPOS TÊM?

Maurício Viana de Araújo - ILEEL/ PROFLETRAS-UFU O objetivo desta comunicação é fazer uma reflexão sobre o ensino dos tempos verbais na educação básica. Para isso analisarei dois tempos verbais do indicativo, o pretérito imperfeito e o futuro do pretérito, procurando identificar os sentidos temporais e não temporais que expressam. A análise desses tempos verbais será feita com base nas modalidades deôntica e epistêmica, aqui tomadas como expressão de certeza/determinação e incerteza/possibilidade, em que constataremos que tais tempos podem expressar diferentes valores quando incide sobre eles a predominância de uma ou de outra modalidade. Isso acarreta uma multiplicidade de empregos desses tempos verbais que nem sempre podem ser considerados expressão de tempo pretérito imperfeito e futuro do pretérito. Ter consciência de que os tempos verbais expressam valores modais de várias ordens e nem sempre funcionam como os seus nomes dão a entender favoreceria ao professor de Língua Portuguesa abordar o ensino deles de uma maneira diferente da abordagem tradicional, em que se pretende que o nome do tempo seja o tempo que ele expressa.

5. 10 h - FORMAS DIVERGENTES DA ESCRITA DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: UM ESTUDO DOS PROCESSOS FONÉTICO/FONOLÓGICOS

Andréa Cristina Barbosa de Souza Machado - UESB

Marian Oliveira - UESB Vera Pacheco - UESB

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Sabe-se que a ortografia convencional tem em vista a padronização da escrita que por sua vez facilita a leitura e a comunicação entre os usuários, porém a dificuldade em dominar as normas ortográficas gera um problema que merece atenção dos educadores não só durante a fase de alfabetização, mas também em todas as etapas do ensino básico. Assim, esta pesquisa teve como objeto de estudo os processos fonético-fonológicos que se materializam nas formas divergentes encontradas nas produções textuais dos alunos do oitavo ano do Ensino Fundamental II, de uma escola municipal da cidade de Luís Eduardo Magalhães, Bahia, norteada pelo objetivo de analisar quais são os desvios ortográficos mais recorrentes que interferem no domínio da escrita ortográfica convencional. Para tanto, foram utilizados os estudos de Câmara Jr (1975), Lemle, (1987), Cagliari (1989), Carraher (1990), Bortoni-Ricardo (2004) e Zorzi (1998) que forneceram suporte teórico para sustentar a pesquisa a partir de discussões sobre a fonética, a fonologia, os processos fonológicos, teorias relativas à leitura e escrita. O corpus foi constituído por trinta e um textos, sendo dezessete do grupo teste e quatorze do grupo controle. Depois de analisar, categorizar e contabilizar o número de ocorrência das formas divergentes foi proposta uma intervenção pedagógica com o intuito de minimizar esse quantitativo. Os resultados da análise das formas divergentes presentes nas produções textuais sinalizaram uma forte influência da oralidade na escrita dos estudantes. Portanto, este trabalho toma o ensino da ortografia como base e sobre ele foram propostas algumas atividades de intervenção a fim de contribuir para a melhoria do ensino da ortografia da língua portuguesa.

6. 10 h 15 - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA GRAMÁTICA EM LÍNGUA PORTUGUESA: A GRAMÁTICA ESCOLAR FRENTE AOS DEMAIS TIPOS

Mariane Rezende Melazo - UFU Leandro Silveira de Araujo - ILEEL/PROFLETRAS-UFU

Esta proposta de pesquisa volta-se ao estudo do processo de produção de gramáticas de língua portuguesa, guiada pela reflexão acerca do conceito de norma linguística apresentado, entre outros, por Coseriu (1962), Bagno (2003, 2007) e Faraco (2008). O objetivo desta proposta é identificar quais são e como foram compostas as gramáticas de língua portuguesa, identificando características textuais e extratextuais que definem os manuais analisados e a história da gramaticografia da língua portuguesa. Tal pesquisa se justifica por permitir compreender e delinear como se deu a descrição e a padronização da língua portuguesa desde os tempos de Fernão de Oliveira até os dias atuais. Para chegar a tal objetivo, será feito um levantamento dos instrumentos de gramatização da língua portuguesa que se tem registro em sites de diferentes bibliotecas nacionais e estrangeiras. Em seguida, verificaremos a quais manuais categorizados teremos acesso e, a partir da seleção, procederemos à categorização e análise das gramáticas segundo suas características textuais e extratextuais. Desse modo, esperamos contribuir para o conhecimento do processo de descrição, gramatização e padronização da língua portuguesa. Na presente seção de comunicação, nosso trabalho dedicará especial atenção a como a gramática escolar se comportou no processo histórico de gramatização da língua portuguesa, comparando suas características com as de demais tipos de manuais.

7. 10 h 30 - PRÁTICAS DE SUBJETIVAÇÃO E OBJETIVAÇÃO: UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE RESISTÊNCIA AO ENSINO DE SINTAXE A PARTIR DOS ESTUDOS DISCURSIVOS FOUCAULTIANOS

Sarah Pereira dos Santos - UFG/Regional Catalão Bruno Franceschini - UFG/Regional Catalão

Pautados nas analíticas discursivas propostas por Foucault (1975; 1987; 2008a;) sobre saber, poder, resistência, discurso, entre outras, este projeto visa analisar como o ensino de sintaxe constitui os

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sujeitos da educação e identificar as práticas de resistência a esse conteúdo com o fito de verificar o impacto dessas práticas no processo de ensino-aprendizagem. O corpus será composto por enunciados obtidos por meio de entrevistas que serão realizadas com uma turma de oitavo ano e com o professor regente de língua portuguesa, em uma escola estadual, localizada em Catalão, Goiás. Ademais, valendo-se da noção de verdade (FOUCAULT, 1971), torna-se necessário, neste trabalho, observar como os documentos oficiais, como a BNCC, apresentam uma vontade de verdade sobre a forma correta de desenvolver o ensino de sintaxe que, por consequência, normatizam as práticas pedagógicas dos docentes. Justifica-se a realização dessa pesquisa, uma vez que buscará problematizar quem é o aluno que frequenta o espaço escolar hoje, algo considerado de extrema relevância, tanto para a comunidade científica, quanto para a comunidade docente.

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SALA 3 - AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO 1

Sexta-feira 04/12/2020 – 14h

Sala Meet: https://meet.google.com/aeq-jmuy-qxg MONITOR (A): Ana Lúcia

1. 14 h - LETRAMENTO DIGITAL ATRAVÉS DO ENSINO DE GÊNEROS

TEXTUAIS PELA PRÁTICA DE RETEXTUALIZAÇÃO DIGITAL NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Dalila Damasceno Gomes - IFTM Walteno Martins Parreira Junior - IFTM

No contexto da Cibercultura, reconhecemos que o ambiente virtual está carregado de diversos gêneros textuais, por isso, nas aulas de Língua Portuguesa, disciplina ligada diretamente ao ensino de gêneros textuais, faz-se necessário novas práticas pedagógicas cujos eventos de letramento devem ser voltados para que os sujeitos possam adquirir competências linguísticas de acordo com as necessidades sociais atuais de comunicação, ou seja, através dos meios digitais. Por isso, propomos especial atenção ao hipertexto, escrita eletrônica na qual algum elemento (palavra, expressão ou imagem) é destacado e, quando acionado (mediante um clique de mouse), provoca a exibição de um novo hipertexto com informações relativas ao referido elemento como ferramenta aplicada em uma retextualização digital, processo de produção de um novo texto a partir de um ou mais textos-base em uma plataforma digital. O que possibilitará ao leitor/aluno navegar livremente pelos percursos de leitura e a participar da construção do texto que lê, estimulando assim a leitura, a interpretação e a produção textual, tornando-se ideal nas aulas de Língua Portuguesa, pois oportuniza ao aluno a reflexão sobre a produção do texto base ao hipertexto, levando em consideração a situação de seu uso e as esferas de atividades em que o hipertexto se constitui e atua. Desta forma, a prática escolar do professor através da retextualização evidencia o letramento, pois os alunos passam a ser sujeitos de suas produções e não apenas meros reprodutores, compreendem a função social e política de um texto conforme o entendimento do gênero textual. Sendo assim, o uso do hipertexto nas aulas de Língua Portuguesa é uma forma de aumentar a integração e o diálogo entre alunos e professores, de tornar as aulas inovadoras para os alunos, para, desta forma, auxiliar na melhoria do desempenho em competências como a leitura, interpretação e produção textual e, assim, aprimorar a qualidade das aulas de Língua Portuguesa.

2. 14 h 15 - ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E INTERFACES DIGITAIS Karin Claudia Nin Brauer – IFSP

O presente estudo tem por objetivo descrever e interpretar o fenômeno Ensino de Língua Portuguesa, por meio de Interfaces Digitais sob a Epistemologia da Complexidade, para o desenvolvimento das habilidades de escrita e leitura da língua em trabalhos de graduação. Os aportes teóricos para o estudo das questões interpretativas desta proposta são a Epistemologia da Complexidade (MORIN, 2003, 2005, 2011), Design Educacional Complexo (FREIRE, 2013) e concepções de leitura e texto (MARCUSCHI, 2010). A investigação foi desenvolvida por meio da elaboração de um curso de escrita e leitura on-line com o uso de diferentes interfaces digitais, no qual ficaram registrados os textos que foram usados para a interpretação do fenômeno em estudo, este recebeu tratamento hermenêutico-fenomenológico complexo (FREIRE 2010, 2012). A pesquisa teve como participantes estudantes dos cursos de graduação de uma instituição pública no estado de São Paulo. A interpretação dos textos sob a ótica dos participantes e pesquisadora revelou a essência do fenômeno em questão, fato que levou a reflexão dos participantes a respeito do ensino da escrita, assim como permitiu a pesquisadora momentos reflexivos sobre o desenvolvimento das

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atividades e o emprego de variadas tecnologias da informação e comunicação (TIC) e dos traços complexos relevantes para o ensino-aprendizagem, fato que poderá auxiliar na construção de futuros cursos sob a epistemologia da complexidade.

3. 14 h 30 - LETRAMENTO DIGITAL E O FACEBOOK: UM ESTUDO A PARTIR

DOS CADERNOS PEDAGÓGICOS DA SME/RJ Alessandra Cristina Costa Mendes - UERJ

A questão do uso das mídias e o uso social da linguagem são temas de tamanha importância para a Educação, sobretudo no contexto atual em que a internet, território predominante da modalidade escrita, exerce grande influência nas relações sociais. O presente estudo propõe uma reflexão sobre a aliança entre o processo de ensino-aprendizagem, especialmente em Língua Portuguesa, e o uso de tecnologias (smartphone, tablet ou computador), tendo como objeto de estudo a rede social Facebook. O material pedagógico utilizado nesta pesquisa são os Cadernos Pedagógicos elaborados pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Sob essa ótica, pode-se afirmar que o fazer pedagógico de Língua Portuguesa da atualidade engloba o desenvolvimento do letramento digital? Para responder a tal pergunta, os principais objetivos desta pesquisa envolvem a discussão de práticas pedagógicas que favoreçam a aprendizagem da leitura e da escrita, o questionamento quanto às possibilidades de utilização das redes sociais como forma de auxiliar à construção do conhecimento, a análise da aplicabilidade dos conteúdos pedagógicos contidos no material didático supracitado de forma a verificar se atendem à perspectiva de desenvolvimento da linguagem como prática social. O aporte teórico está ancorado nas pesquisas de Luiz Antônio Marcuschi (2002) e Magda Soares (2003). Os resultados destacam a relevância do desenvolvimento das aptidões ligadas à comunicação virtual e o fazer pedagógico do ensino de Língua Portuguesa com foco na capacidade de interagir nas diversas práticas sociais de linguagem e no desenvolvimento de competências que permitem usar de forma adequada as diferentes variedades da língua conforme a situação, seja ela física, seja virtual.

4. 14 h 45 - O USO DO CELULAR COMO DISPOSITIVO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: UM ESTUDO SOBRE BULLYING A PARTIR DE AVERIGUAÇÕES NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Cledenilson Valdevino Moreira

O estudo compreenderá atividades pedagógicas voltadas à aprendizagem dos alunos do 8º ano de uma escola pública de Pedro Velho-RN, utilizando-se do celular, enquanto ferramenta pedagógica de uso no contexto social. É relevante realizar estudo ao combate aos atos de bullying na sociedade e no ambiente escolar. O objetivo geral do estudo consiste em compreender como o dispositivo celular contribui para a leitura dos alunos, utilizando-se dos gêneros discursivos/textuais histórias em quadrinhos, como suporte ao estudo acerca do combate à prática de bullying. Pretende-se aprimorar a aprendizagem dos alunos, atendo-se à importância da leitura de histórias em quadrinhos; compreender como as HQs contribuem para combater atos de bullying; realizar comparações das visões dos alunos sobre bullying, produzindo podcast no dispositivo celular. A fundamentação teórica ancora-se nos pressupostos dos autores: Alves (2015), Antunes (2012), Arantes (2015), Bakhtin (2003), dentre outros. Os procedimentos contemplarão a pesquisa-ação de cunho intervencionista, a observação participante, a roda de conversa e a oficina pedagógica através da internet. Espera-se que os alunos aprimorem a prática da leitura através das histórias em quadrinhos e obtenha mais conhecimentos a respeito do combate ao bullying. Nesse processo, o celular como dispositivo tecnológico utilizado de maneira pedagógica será fundamental para o desenvolvimento deste estudo científico.

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SALA 4 - AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO 2

Sexta-feira 04/12/2020 – 14h

Sala Meet: https://meet.google.com/dwr-abpd-wim MONITOR (A): Eládio

1. 14 h - TECNOLOGIAS DIGITAIS, LETRAMENTOS E GÊNEROS DISCURSIVOS

NO COMPONENTE DE LÍNGUA PORTUGUESA DA BNCC Flávia Danielle Sordi Silva Miranda - PROFLETRAS-UFU

Ângela Francine Fuza - UFT Esta comunicação configura-se como um recorte de um estudo maior que buscou analisar as tecnologias digitais no Ensino Fundamental II da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em todas as áreas do conhecimento, sendo que, aqui, apresentamos os resultados voltados ao componente de Língua Portuguesa. Respaldamo-nos na pesquisa documental, a partir da Linguística Aplicada. Os dados foram extraídos do estudo da parte que trata do ensino de língua materna em que observamos a abordagem do digital no interior de três elementos: o trabalho com letramentos, o trabalho com tecnologias digitais e o trabalho com gêneros discursivos. Como resultados, identificamos abordagens subsidiadas pela perspectiva dos multiletramentos (ROJO, 2012); concepções de tecnologias como “espaço ou mundo”, como “ferramenta ou técnica”, como “linguagem ou objeto discursivo” e “TDIC para se agir socialmente” (FUZA; MIRANDA, 2020); prescrições de usos de gêneros digitais na escola. Por fim, nossas análises endossam uma discussão sobre a formação inicial e continuada de professores de Língua Portuguesa para trabalho situado com o documento oficial.

2. 14 h 15 - LEITURA DE MEMES A PARTIR DA PRÁTICA DE LINGUAGEM

LEITURA NA BNCC Rosilene Mota Mendes Moreira - PROFLETRAS-UFU

Ao analisar trabalhos sobre leitura em dissertações anteriores, no período entre 2015 e 2020, defendidos no programa do Profletras nacional, percebi que embora o tema geral pesquisado fosse o mesmo, os objetivos são inesgotáveis, quanto à aplicação de uma proposta de ensino. Neste trabalho, ainda em construção, vou expor recortes de mais de 40 trabalhos pesquisados, em que é possível contextualizar a temática de minha proposta de ensino. Como metodologia (usamos a bibliográfica), foi feita a busca por palavras-chave, tais como: leitura, leitura digital, letramento, memes. Em um primeiro momento foram encontradas quase mil dissertações abordando estas palavras-chave e, por esse motivo, fizemos um filtro para escolher os trabalhos que realmente iriam ajudar no embasamento teórico da proposta de ensino. Os filtros usados foram: i) ano de exposição dos trabalhos (nos concentramos entre 2015 e 2020), ii) os trabalhos que seguiam os pressupostos teóricos de Mikhail Bakhtin, iii), os trabalhos que apresentaram uma relevância maior para a comparação com o meu trabalho, iv) como moro no Norte de Minas Gerais, a abordagem no ensino e aprendizagem se parece muito com as aplicadas no nordeste, daí aparecerem mais trabalhos dessa região, porém para efeito de conhecimento e comparação pesquisei trabalhos de outras regiões do país. Embora a pergunta de pesquisa que originou este projeto, bem como os objetivos sejam diferentes dos expostos nas dissertações citadas e pesquisadas, este trabalho, proposto para alunos do 8º ano do Ensino Fundamental II, está centrado na leitura de memes, levando em conta os pressupostos teóricos de Mikhail Bakhtin (1992 A estética da criação verbal). Pretendo seguir a propositura de trabalhos com gêneros discursivos digitais e suas implicações nas aulas de Língua Portuguesa (leitura interacionista, dialógica e discursiva), de acordo com o que é proposto pela BNCC e vistos e pesquisados em outras dissertações lidas. Serão abordadas as Práticas de

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Linguagem do eixo de leitura e como Campo de Atuação, o jornalismo-midiático, a fim de propor um projeto de ensino alinhado à BNCC que leve em conta as Competências Gerais e as Competências Específicas de Linguagens, sendo corroboradas pelos objetos de conhecimento e suas habilidades, a fim de que o conhecimento por este gênero digital seja ampliado e leve os alunos a fazer inferências ou críticas sobre o que se lê. O gênero discursivo digital meme, bastante utilizado por alunos da faixa etária da escola básica, principalmente Ensino Fundamental II e Ensino Médio, foi escolhido para que, através de uma proposta de leitura crítica, possamos subsidiar e, quem sabe, até mesmo modificar a postura dos alunos diante de um meme com cunhopolítico/econômico/social e, também, de um meme com uma mensagem preconceituosa (lgbtfobia, racismo, preconceito linguístico, bullying, etc). A proposta vai partir do tema geral racismo levando em conta a diferenciação entre desrespeito a um direito inalienável e vitimismo e fatos e fake News, porque vamos tratar nessa proposta de ensino: o saber/entender subliminarmente as mensagens que lemos, escrevemos ou compartilhamos que nem sempre são esclarecedoras ou verdadeiras.

3. 14 h 30 - O USO DE APLICATIVO DE MENSAGENS NO PROCESSO DE ENSINO

APRENDIZAGEM COMO MEDIAÇÃO NA PRÁTICA DA LEITURA Andressa Garcia Castilho - UFU

Juliana de Araújo e Silva - IFTM Este trabalho apresenta uma pesquisa na área da leitura e escrita. Tem como objetivo geral analisar o uso das tecnologias da informação e comunicação na prática pedagógica, assim como o incentivo do desenvolvimento de uma aprendizagem autônoma. Todos os aparatos tecnológicos surgidos nas últimas décadas modificaram as formas de comunicação em sociedade. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, uma das competências essenciais na formação escolar é compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais para se comunicar, acessar e disseminar informações (BRASIL, 2018). Por meio de metodologia qualitativa, participaram desse trabalho seis gestores escolares, duas professoras e dezoito alunos da Rede Municipal de Uberlândia. Para isso, utilizamos o aplicativo de mensagens WhatsApp como ferramenta didática de leitura com uma turma do quarto ano do ensino fundamental, durante o último semestre de 2019. Dessa forma, semanalmente os alunos retiravam livros na biblioteca da escola que concede o empréstimo. O livro escolhido deveria ter um trecho gravado com o áudio no telefone celular e enviado com o conteúdo do livro pelo WhatsApp para a professora. Os pais e/ou responsáveis receberam orientação de como utilizar a ferramenta, mas todos os alunos já haviam realizado pelo menos uma vez com orientação do professor na escola como utilizar o recurso. Os alunos que não levavam celular podiam realizar a atividade na escola com o auxílio dos gestores e a professora. Como forma de compartilhar resultados e de possibilitar o acompanhamento dos pais e/ou responsáveis, criamos uma página pública e demonstramos aos alunos como visualizar e onde seriam postados os trabalhos e sendo assim, envolvemos não apenas os alunos, mas toda comunidade escolar no desenvolvimento do projeto.

4. 14 h 45 - O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA ACADÊMICA COMO LÍNGUA

ADICIONAL ATRAVÉS DE UM CURSO ONLINE VOLTADO A ESTUDANTES INTERNACIONAIS QUE ESTEJAM EM PROCESSO DE VINDA AO BRASIL

Matheus Farias Soares de Carvalho - PUCRS Jéssica Skibinski Assumpção - PUCRS

No momento atual, as universidades têm sido cada vez mais procuradas para processos de internacionalização. O projeto de Português como língua adicional online visa capacitar alunos estrangeiros no registro acadêmico em Português. Em consequência disso, está sendo elaborado

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pelo Grupo de Pesquisa Uso e Processamento de Línguas Adicionais para Fins Acadêmicos (UPLA GT), um projeto denominado PUCRS 360º, que visa à criação de um curso online de Português Acadêmico para estudantes internacionais que estejam em processo de vinda ao Brasil. O UPLA GT é um grupo de pesquisa que, relacionado às politicas de internacionalização da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), tem como objetivo central o estudo do Português para fins acadêmicos, ou seja, o ensino da Língua Portuguesa a alunos internacionais, que tenham necessidade de aprimorar este uso específico da língua. Desse modo, o objetivo desse curso é aprimorar os conhecimentos dos alunos internacionais sobre o Português Brasileiro acadêmico. A metodologia apresentada será através de cinco módulos e de um método avaliativo assíncrono. O primeiro módulo é o Resumo; o segundo módulo é a Resenha; o terceiro módulo é a Tomada de Notas; o quarto módulo é a Biodata e o quinto e último módulo é o Artigo. Já o método avaliativo assíncrono é baseado no Método de Avaliação (Assessment Of Pragmatics). O fio condutor para a realização deste trabalho são as Teorias Pragmáticas, tendo como base as Teorias dos Atos de Fala (SEARLE, 1979; AUSTIN, [1962] 1975), assim como uma das Teorias de Avaliação Pragmática (Assessment of Pragmatics) (COHEN, 1944). A atual pesquisa está na sua fase inicial de criação dos módulos e o desenvolvimento da sua Avaliação Pragmática assíncrona.

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SALA 5 - LITERATURA E ENSINO 1

Sexta-feira 04/12/2020 – 9h

Sala Meet: https://meet.google.com/fbh-mowx-zfy MONITOR (A): Márcia

1. 9 h - A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM FEMININA NOS CONTOS DE FADAS E

NOS CORDÉIS Ângela Márcia Fernandes Pereira

O ensino de literatura nas escolas vem sendo relegado a segundo plano e por esse motivo sempre foi alvo de questionamento de teóricos e especialistas da área e, também, devido ao insucesso das metodologias aplicadas que visam ao letramento literário do aluno. Com a finalidade de alterar essa realidade e de promover práticas de leitura mais significativas dos textos literários, pensamos em estratégias de ensino que despertassem a consciência leitora do aluno e que, igualmente, promovessem a construção de um sujeito que saiba interagir, construir, reconstruir e ressignificar seu próprio universo por meio da palavra. Seguindo esse direcionamento, realizamos um trabalho com alunos de 6º ano do Ensino Fundamental II, de uma escola da rede pública, no Distrito Federal. Acreditamos que o trabalho intertextual entre os folhetos de cordel e os contos de fadas seria significativo para a formação da competência literária e linguística do aluno e, do mesmo modo, para o desenvolvimento do seu senso crítico. A representação da mulher foi o tema que conjugou intertextualmente as narrativas de cordel e as de contos de fadas.

2. 9 h 15 - O ENSINO DA LEITURA LITERÁRIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS Patrícia Marcelo Castor Rodrigues - UFMS

A presente comunicação apresenta um recorte da dissertação de mestrado, em que foi executado um projeto de leitura na turma do 6º ano do Ensino Fundamental II, numa escola do interior do Estado de Minas Gerais, em 2019. O objetivo geral da proposição deste projeto foi intervir positivamente no processo de aquisição da leitura literária dos alunos. Os objetivos específicos visaram a desenvolver uma habilidade de leitura, cuja competência é identificar o tema e o sentido global do texto, de exigência curricular mineira, bem como melhorar a capacidade de compreensão textual e incitar a percepção do tema da narrativa e estimular a formação leitora. Dessa forma, levamos para a sala de aula, os textos “O patinho feio” de Hans Christian Andersen, adaptado por Tatiana Belinky (2015) e “A terra dos meninos pelados”, de Graciliano Ramos (1999). O aporte teórico partiu das concepções de letramento e ensino de leitura literária, de Magda Soares (2020), Rildo Cosson (2018), Marisa Lajolo (1994), Ezequiel Theodoro da Silva (1995) e Vera M. Tietzmann Silva (2009). Para o suporte metodológico, baseamo-nos nos ensinamentos das autoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira Aguiar (1993), com a adoção do Método Recepcional, como estratégia de ensino de leitura literária.

3. 9 h 30 - UMA PROPOSTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE LITERATURA NA

EJA ENVOLVENDO O LETRAMENTO LITERÁRIO, CRÔNICAS E RPG Taíza Ferreira de Oliveira

O trabalho aborda o letramento literário sendo realizado por meio da leitura de textos literários e o desenvolvimento de um jogo de RPG para que seja realizada a leitura subjetiva por parte dos alunos a partir das suas interpretações. Assim, visa desenvolver atividades baseando-se na sequência básica de leitura proposta por Cosson (2009), para que os alunos desenvolvam habilidades de leitura e

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escrita, interessando-se pela leitura literária, tendo em vista que no cenário educacional atual eles desenvolvem um processo mecânico e imposto com relação à leitura. Posto isto, o objetivo é tentar mudar essa realidade através da leitura subjetiva e o lúdico em sala de aula de língua portuguesa, nas aulas de literatura, chegando-se ao letramento literário. Tendo em vista que os PCNs e a BNCC abarcam o ensino de língua portuguesa por meio dos gêneros textuais, o trabalho irá demonstrar uma proposta didática para o desenvolvimento do letramento literário por meio da leitura de textos do gênero crônica. Para se chegar aos objetivos propostos será realizada a metodologia de pesquisa ação, tendo por base os pressupostos metodológicos de Thiollent (1996), bem como a pesquisa qualitativa e a sequência básica de Cosson (2009). A proposta de trabalho envolve mediação e intervenção por parte do professor com alunos de uma escola da rede pública de ensino, trabalhando-se com a leitura de textos literários do gênero crônica e o jogo de RPG com alunos da EJA para se chegar ao letramento literário de forma lúdica. Espera-se com este trabalho formar sujeitos leitores, com habilidades leitoras para além dos muros da escola, e também contribuir com outros docentes que podem utilizar tal proposta didática nas suas práticas em sala de aula.

4. 9 h 45 - MATINTA PERERA E HALLOWEEN: ARTICULANDO DISCUSSÕES A PROPÓSITO DA (R)EXISTÊNCIA CULTURAL AMAZÔNICA NO ESPAÇO ESCOLAR AMAZÔNICO

Holdamir M. Gomes

O foco principal da investigação se dispõe a problematizar a invisibilidade da cultura amazônica na dinâmica festiva do espaço escolar em solo amazônico. Busca conhecer em que medida opções estruturais e projetos pedagógicos, em solo amazônico, interferem na formação da consciência cultural e identitária de jovens e crianças amazônicas. Traz à luz o debate do silenciamento e da invisibilidade da cultura regional e simbólica no espaço escolar. Analisa a prática pedagógica escolar como mediadora de construção identitária. Contextualizando a problemática, a questão se reporta à comemoração de uma cultura estrangeira, precisamente o Halloween (festa das bruxas) em duas escolas belenenses, em detrimento da não valorização da cultura amazônica, em pleno solo amazônico. Traz o personagem mitológico da Matinta Perera que perfeitamente se adequaria a festa das bruxas. Quanto ao desenvolvimento metodológico do presente trabalho, optou-se pela pesquisa de cunho qualitativo, dentro de uma vertente crítica. Atinente às técnicas realizou-se uma pesquisa bibliográfica e descritiva, com base empírica e exploratória. A análise é subsidiada, bibliograficamente, pelas fundamentações teóricas e contribuições centrais de Luiz da Câmara Cascudo (2001), Boaventura de Sousa Santos (2006), Nilma Lino Gomes (2007), Peter Burke (2003), Theodor Adorno (2008), Vera Maria Candau (2008), Lev Vygotsky (1984) entre outros. A partir das análises e reflexões apresentadas, em nível conclusivo, os resultados informam da necessidade de melhor discutir a temática, bem como valorizar e trazer para dentro do ambiente escolar as especificidades sócio-histórico-culturais locais, sobretudo em solo amazônico, defendendo a afirmação do pertencimento identitário amazônico. Igual modo enxerga a necessidade da construção de pontes dialogais entre culturas, em busca de novas sínteses.

5. 10 h – BRINCADEIRA COM AS PALAVRAS: UMA PROPOSTA DIDÁTICA PARA

LETRAMENTO LITERÁRIO NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Márcia Andrade Marques - PROFLETRAS-UFU

A proposta é uma sequência de atividades com poemas de Cecília Meireles, Bartolomeu Campos de Queirós e Leo Cunha e faz parte de um conjunto de oficinas que integram o projeto de pesquisa "Letramento literário: práticas de leitura do texto poético nos anos finais do Ensino Fundamental", elaborado como trabalho final do Mestrado Profissional em Letras/UFU. As atividades têm por objetivo principal provocar a reflexão sobre as possibilidades de emprego das palavras nos textos líricos e os recursos sonoros, ritmicos e plurissignificativos decorrentes desse emprego. A

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motivação parte da ideia de "palavras valise", isto é, palavra com uma palavra dentro dela e palavras com repetições de letras sejam vogais ou consoantes. A técnica consiste a descoberta de palavras a apartir de uma palavra geradora que é desdobrada e cria relações entre as palavras novas que vão surgindo. Em decorrência, são formados textos com repetições de leitura interessante para crianças e jovens, que após a leitura de poemas podem também produzir textos com os recursos citados, a saber, charadas, trava-língua, anagrama, palíndromo, lenga-lenga, acróstico entre outros. Os autores selecionados para essa sequência de atividades apresentam em suas obras para o público infanto-juvenil esses recursos e são de leitura agradável, o que colabora para a formação leitora.Palavras chave: Poema; poesia; palavras

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SALA 6 - LITERATURA E ENSINO 2

Sexta-feira 04/12/2020 – 14h

Sala Meet: https://meet.google.com/gzn-ahmk-zsw MONITOR (A): Mariana Carvalho

1. 14 h - A ESCOLA COMO ESPAÇO DE MEDIAÇÃO LEITORA

Karina Torres Machado - UFMS Rauer Ribeiro Rodrigues – UFMS

Projeto de extensão da dissertação desenvolvida no ProfLetras - UFMS, com alunos dos anos finais do Ensino Fundamental II, da rede estadual, o artigo tem por intuito apresentar práticas de leitura literária no contexto escolar como forma de propiciar a mediação leitora, motivar os alunos e, por fim, resgatá-los da condição telespectadora em que se encontram. Isso porque ações significativas de leitura literária no espaço escolar são cada vez mais escassas, revelando a falta de compromisso social do professor, que muitas vezes não é leitor e, consequentemente, não promove práticas educacionais que permitam ao aluno confrontar-se com o texto, perturbar-se com sua narrativa, ressignificar e reorganizar as suas próprias vivências. Diante disso, organizar e possibilitar momentos de enfrentamento com o texto literário pela circulação e imersão em contextos diversificados de leitura torna-se ação urgente no século XXI.

2. 14 h 15 - OFICINA DE ESCRITA CRIATIVA: TECENDO SABERES E

ACOLHENDO RELATOS EM TEMPOS DE ENSINO REMOTO Vanessa Soares de Paiva

A ação Oficina de escrita criativa foi desenvolvida com as turmas do Ensino Fundamental II, nos meses de outubro e novembro de 2020, na Escola Estadual Raulino Pacheco, em Rio Novo-MG, como parte integrante do projeto GIDE - Gestão Integrada da Educação Avançada, no âmbito da SRE Juiz de Fora-MG. O conjunto de oito atividades promovem a reflexão sobre o presente (o tempo presente, o estar presente) e os desejos para o futuro. No contexto do ensino remoto, privilegiou-se o relato, a articulação entre imagem e palavra, e temáticas que remetiam a sentimentos, sonhos e encantamentos, considerando-se a faixa etária dos alunos envolvidos. Entende-se a escrita como interação, atividade que requer ativação de conhecimentos (KOCH, 2010) feita por alunos que se constroem e se reconstroem nos textos, expressando sua subjetividade e exercitando o seu "corpo linguagem" (COSSON, 2006). Defende-se a aplicabilidade dessa prática no ensino de literatura, por meio da leitura e da produção de diferentes gêneros textuais, de modo a possibilitar aos alunos a construção de uma "relação inteligente entre o mundo e os textos" (FERRAREZI JR.; CARVALHO, 2017), privilegiando-se a criatividade e a experimentação.

3. 14 h 30 - O ENSINO DE LITERATURA NO SUBPROJETO DE LÍNGUA PORTUGUESA DO PIBID/UFTM

Saulo Gomes Norberto - UFTM Deolinda de Jesus Freire - UFTM

Esta comunicação tem como objetivo analisar a presença do ensino de literatura nas oficinas do subprojeto de Língua Portuguesa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Para tanto, foram avaliadas as atividades didáticas aplicadas ao Ensino Fundamental (EF) do subprojeto nos anos de 2015, 2016 e 2017. Para a análise, tivemos como base os relatórios finais dos coordenadores de área de Língua

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Portuguesa que foram entregues à Coordenação Institucional do programa. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) é um programa financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que concede bolsas aos alunos de licenciatura (iniciação à docência), aos professores da rede pública (supervisor) e aos professores das universidades parceiras (coordenador de área).

4. 14 h 45 - AS ALEGORIAS BÍBLICAS NOS CONTOS “O PIROTÉCNICO

ZACARIAS” E “O EDIFÍCIO” DE MURILO RUBIÃO Miriany Mariana Rezende - UFTM

Deolinda de Jesus Freire - UFTM Esta comunicação tem como proposta apresentar uma leitura crítica das alegorias bíblicas em dois contos fantásticos de Murilo Rubião: “O Pirotécnico Zacarias” e “O Edifício”. Para tanto, baseamo-nos em Erich Auerbach (1997) e João Adolfo Hansen (2006) para abordar os conceitos de alegoria e interpretação figural, além do estudo das alegorias presentes nos textos sagrados. Sobre o fantástico, alinhamo-nos à tese de Ana María Barrenechea (1972) que se contrapõe à teoria de Tzvetan Todorov (1970) de que a alegoria tem a tendência de matar o fantástico. A partir da análise dos contos, reforçamos a proposta de Barrenechea (1997) de que, pelo contrário do que propõe Todorov, a alegoria ressalta o fantástico e não o elimina. Para maior compreensão da construção das narrativas e do estilo de Murilo Rubião, tivemos como base Murilo Rubião: a poética do Uroboro (1981) de Jorge Schwartz.

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SALA 7 - ENSINO DE LITERATURA INFANTO-JUVENIL

Sexta-feira 04/12/2020 – 9h

Sala Meet: https://meet.google.com/zex-mcjm-azq MONITOR (A): Mariana Carvalho

1. 9 h - ESCREVER PARA CRIANÇAS

Sterlayni Duarte Relato de experiência sobre a realização do Curso Escrever para Crianças na Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte que apresenta conhecimentos teórico-práticos para o desenvolvimento de uma escrita criativa voltada para a literatura infantil. O curso tem como público alvo os profissionais da educação e busca promover discussão sobre escrita, autor e autoria na produção infantil e apresentar suas especificidades.

2. 9 h 15 - LEITURA DO GÊNERO CONTO NA SALA DE AULA: UMA PROPOSTA

PARA LETRAMENTO LITERÁRIO Suseneire Afonso Guimarães

Halysson F. Dias Santos Este trabalho apresenta uma proposta de sequência didática para as aulas de Língua Portuguesa em especial as atividades voltadas para a leitura literária no 6ºano do Ensino Fundamental II, com o objetivo principal de promover o letramento literário pelo estudo do gênero conto, com destaque para o chamado conto maravilhoso. Motivados pela pergunta: Seria, portanto, possível, por meio de um contato com o gênero conto na sala de aula, caracterizado por uma real experiência de leitura literária e de interpretação coletiva dos textos lidos, assim como pelo estudo das particularidades desse tipo de literatura, promover o letramento literário em uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental? Para responder tal questionamento planejamos uma pesquisa diagnóstica que buscou investigar o conhecimento prévio desses alunos no que diz respeito à história, características e variedade de narrativas convencionalmente reunidas sob o rótulo genérico de conto, e construiu-se uma proposta de intervenção com base na sequência básica para letramento literário segundo (COSSON, 2016), e para a realização da sequência privilegiamos estratégias de leitura de contos clássicos e populares. O aporte teórico-metodológico escolhido reúne autores de áreas específicas do saber, como os estudos literários (TODOROV, 2019; COMPAGNON, 2006; HUNT, 2010; EAGLETON, 2006; GOTLIB, 2004; MOISÉS, 2000; MAGALHÃES JR., 1972; ZILBERMAN, 2003; COELHO, 1991), estudos sobre leitura, formação de leitores e letramento literário (COLOMER, 2007; COSSON, 2016; PETIT, 2009; SOLÉ, 1998; TERRA, 2014) e trabalhos de metodologia da pesquisa e do ensino (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004; LÜDKE; ANDRÉ, 2015; BOGDAN; BIKLEN, 1994). Portanto, a proposta visa empreender ações voltadas à leitura que tenham em vista a promoção do letramento literário, a real formação de leitores mediante experiências literárias significativas.

3. 9 h 30 - O PODER HUMANIZADOR DA LITERATURA PENSADO A PARTIR DE

UMA ELABORAÇÃO DIDÁTICA Paulo Henrique Lohn - PROFLETRAS-UFSC

Fabiana Giovani - PROFLETRAS-UFSC Nesta comunicação, apresentamos um relato de experiência produzido a partir do desenvolvimento do projeto de pesquisa intitulado “Lançar-se ao mar da humanização ancorado numa perspectiva

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bakhtiniana: um caminho pedagógico transformado em narrativa de experiência”, do programa de pós-graduação do PROFLETRAS/UFSC. A pesquisa tem por objetivo refletir sobre o processo de humanização por meio do texto literário a partir de uma elaboração didática desenvolvida com estudantes de uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental de São Pedro de Alcântara, primeira colônia alemã do estado de Santa Catarina. No trabalho com o texto literário junto aos estudantes da educação básica, buscou-se: a) estimular o resgate histórico e cultural da e pela cidade; b) evidenciar a literatura como essencial para o processo de ensino e aprendizagem; c) contribuir para a humanização dos indivíduos enquanto sujeitos históricos e sociais. Optou-se por trabalhar com o livro de Luiz Claudio Stähelin: “Um Caminho Alemão” (2017), por tratar-se de um escritor alcantarense. A sequência didática básica desenvolvida por Rildo Cosson (2018) foi o suporte metodológico para as atividades propostas. O autor colaborou também teoricamente para refletirmos no âmbito da pesquisa ao abordar o letramento literário no espaço escolar. Além de Cosson, Candido (2004), Todorov (2009), Bakhtin (2012) e Larrosa (2002) fundamentaram a pesquisa em desenvolvimento. A geração de dados que temos a disposição para a análise que está em desenvolvimento são os sonetos e anúncios publicitários produzidos pelos estudantes no decorrer da aplicação da elaboração didática e que já evidenciam um pouco o processo de humanização pelo qual os estudantes passaram ao demonstrarem, por exemplo, empatia em relação ao lugar em que vivem.

4. 9 h 45 - A POTÊNCIA DAS IMAGENS DO LIVRO DE LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO

Gabriele Damin de Souza - UFSC Fabiana Giovani - UFSC

A exposição tematiza a importância que as imagens do livro de literatura infantil desempenham na formação do leitor literário e como esta reflexão pode ser vinculada ao eixo de análise linguística/semiótica do atual documento orientador da educação brasileira, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O documento reafirma a ideia de que nos primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização, com objetivo de garantir amplas oportunidades para que os alunos se apropriem do sistema alfabético de escrita de modo articulado ao desenvolvimento da leitura e da escrita e sua relação com práticas diversificadas de letramentos. Enfatiza ainda que a leitura deve oferecer aos estudantes algo novo e surpreendente, uma vez que amplia suas possibilidades de construir conhecimentos, por sua inserção na cultura letrada e por garantir a participação com maior autonomia e protagonismo na vida social. A novidade do documento está em incluir a questão semiótica em um dos eixos de trabalho, o que envolve procedimentos e estratégias (meta)cognitivas de análise e avaliação consciente, durante os processos de leitura das materialidades dos textos, responsáveis por seus efeitos de sentido, seja no que se refere às formas de composição dos textos, determinadas pelos gêneros e pela situação de produção, seja no que se refere aos estilos adotados nos textos, considerando o forte impacto nos efeitos de sentido. A partir dos pressupostos acima e por meio da metodologia do paradigma indiciário, analisamos os indícios de uma prática, envolvendo a contação da história “A casa sonolenta” escrita por Audrey Wood e ilustrações de Don Wood a uma criança de seis anos e como a análise semiótica das imagens da narrativa contribui qualitativamente para a formação do leitor literário.

5. 10 h - A LITERATURA JUVENIL COMO GÊNERO ANFÍBIO ENTRE A ESCOLA

E A APRECIAÇÃO ESTÉTICA João Carlos Biella - ILEEL/PROFLETRAS-UFU

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A presente comunicação tem como objetivo refletir sobre a produtividade da literatura juvenil para a formação de leitores literários no âmbito do Ensino Básico. Representar as culturas juvenis e suas potentes identidades é a singularidade da produção artística endereçada aos jovens. Nela podem encontrar não apenas um objeto de obrigação escolar, mas uma possibilidade de conexão de seus problemas, anseios, angústias particulares com representações de culturas mais diversificadas e extensas, ampliando a inteligência e sensibilidade de um leitor literário em formação.

6. 10 h 15 - A LEITURA E A ESCRITA DO MINICONTO: UMA EXPERIÊNCIA LITERÁRIA COM A LEITURA SUBJETIVA NAS AULAS REMOTAS

Mariana Carvalho Costa e Silva - EEU-SEEMG/PROFLETRAS-UFU João Carlos Biella - PROFLETRAS-UFU

Este trabalho tem como proposta apresentar parte da pesquisa “A experiência literária com a leitura subjetiva em sala de aula: o reconhecimento de si e do outro na leitura e escrita de contos e minicontos”, em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Letras, da Universidade Federal de Uberlândia. A razão pela qual nos debruçamos nessa investigação surgiu da necessidade de se propor novas metodologias de ensino voltadas para a formação do jovem leitor que oportunizem um encontro potencial com a literatura em sala de aula e evidenciem suas subjetividades. Para isso, nos ancoramos na perspectiva de letramento literário de Cosson (2012), nas considerações a respeito da leitura literária e da subjetividade de Barthes (2004), Iser (1996), Petit (2008), Langlade (2013), Jouve (2002, 2013) e Rouxel (2013, 2014) e também nas concepções sobre o conto e o miniconto de Cortázar (1974), Piglia (2004), Gotlib (1985) e Spalding (2012). No entanto, a intervenção metodológica planejada para acontecer presencialmente com uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental II de uma escola estadual da rede pública do município de Uberlândia/MG teve que ser repensada para ser aplicada remotamente, em ambiente virtual, devido à pandemia causada pelo Sars-CoV-2, que suspendeu as atividades presenciais nas escolas brasileiras. Sendo assim, pretendemos relatar a experiência vivenciada nas oficinas desenvolvidas a partir dos minicontos do livro “Adeus conto de fadas”, de Leonardo Brasiliense, seguida de uma reflexão acerca das possibilidades e dos desafios encontrados nesse novo contexto.

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SALA 8 - ESTUDOS DO TEXTO, PRÁTICAS DE ORALIDADE, PRÁTICAS DE LETRAMENTO E ENSINO

Sexta-feira 04/12/2020 – 9h Sala Meet: https://meet.google.com/cav-ctxc-rwe

MONITOR (A): Marlúcia

1. 9 h - ATIVIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS DESENVOLVIDAS POR PIBIDIANOS DO CURSO DE LETRAS/LÍNGUA PORTUGUESA

Elisete Maria de Carvalho Mesquita - PROFLETRAS-UFU Com este trabalho, objetivamos propor uma discussão/reflexão sobre alguns dos aspectos atrelados à formação inicial dos licenciandos em Letras-Língua Portuguesa. Na tentativa de mostrar a relevância de políticas educacionais voltadas para esse tipo de formação, apresentamos e discutimos algumas ações desenvolvidas pelo Programa de Bolsas de Incentivo à Docência – PIBID – que, ao estabelecer o diálogo entre universidade e Educação Básica, contribui para a formação tanto inicial quanto continuada dos professores.

2. 9 h 15 - A BNCC E O ENSINO DA ORALIDADE Elciane Rodrigues Siqueira - PROFLETRAS-UFU

Marlúcia Maria Alves - PROFLETRAS-UFU A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento basilar do sistema educacional brasileiro. Esse importante documento complementa os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e norteiam esse trabalho que trata de uma inovação para a área de linguagens que valoriza mais a escrita que as interações orais. Uma das metas dessa diretriz é que os alunos desenvolvam práticas de linguagem de ler e escutar, escrever e falar por meio de 4 eixos, quais sejam: Oralidade, Leitura, Produção de Textos e Análise Linguística/Semiótica. No eixo da oralidade, nosso foco e o primeiro dos 4, “aprofundam-se o conhecimento e o uso da língua oral, as características de interações discursivas e as estratégias de fala e escuta em intercâmbios orais”; (BRASIL, 2018, p. 89). Neste, a oralidade associa-se a práticas de linguagem que ocorrem em situações orais por meio de gêneros e atividades, como teatros, diálogos, debates, entrevistas, seminários, recitais poéticos, relatos orais, entre outros. Também, envolve a “oralização de textos em situações socialmente significativas e interações e discussões envolvendo temáticas e outras dimensões linguísticas do trabalho nos diferentes campos de atuação” (BRASIL, 2018, p. 79). Por conseguinte, acaba por contribuir para que o aluno se sinta preparado para a vida pública e para o trabalho conforme bem preconiza essa diretriz. Cabe ressaltar que embora haja uma separação didática entre os eixos, na prática eles devem ser trabalhados de maneira integrada para que haja uma reflexão e consequentemente um aprendizado eficaz e funcional tanto da língua falada quanto escrita.

3. ORALIDADE E ENSINO: UMA PROPOSTA DE TRABALHO COM O GÊNERO

ORAL PÚBLICO DEBATE NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA Maria do Livramento Gomes Rosa - UFU

Marlúcia Maria Alves - PROFLETRAS-UFU Esta pesquisa tendo como centralidade a oralidade foi um trabalho desenvolvido com alunos de nono ano do ensino fundamental de uma escola da rede pública estadual da cidade de Uberlândia/MG. Assim sendo, propomos como objetivo principal: investigar a aplicabilidade do uso do oral público nas aulas de Língua Portuguesa e sua relevância para ampliar o poder

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argumentativo dos alunos por meio da análise do gênero debate. Consequentemente, definimos como objetivos específicos: estudar os aspectos relacionados à oralidade, como as noções de turno, tópico discursivo, qualidade da voz, entonação, pausas, polidez; verificar em que medida o uso do oral público manifestado no gênero debate interfere na competência comunicativa. Além disso, reunir e elaborar material para subsidiar a prática docente concernente aos aspectos próprios da oralidade; elaborar e analisar oficinas com práticas voltadas para a aplicabilidade do oral público; e, por fim, estudar a relação fala/escrita. Para tanto, escolhemos trabalhar com a metodologia de oficinas. Após a aplicação das oficinas, passamos para a análise dos resultados presentes nas notas de campo da professora-pesquisadora, nas gravações dos debates e em suas transcrições. A análise dos dados obtidos foi feita à luz de Marcuschi (1997, 2001, 2003, 2007, 2008, 2008a, 2008b, 2008c), Bakhtin (2003), Dolz, Schneuwly e Haller (2013), Koch (1996, 2008), dentre outros. Os resultados evidenciaram que o trabalho com os gêneros orais públicos é viável, principalmente com o gênero debate, que se mostrou um instrumento capaz de melhorar a competência comunicativa dos alunos em ambientes formais.

4. 9 h 30 - INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS, SEGUNDO AS TEORIAS DA COMPLEXIDADE E DA TRANSDISCIPLINARIDADE E A PRODUÇÃO TEXTUAL DE ALUNOS DE ENSINO FUNDAMENTAL

Clarice dos Santos - PROFLETRAS-UFU Maurício Viana de Araújo - PROFLETRAS-UFU

Nossa comunicação baseia-se na Transdisciplinaridade e na Complexidade, nas quais englobamos conhecimentos de: História, Psicologia, Psicanálise, Geografia, Filosofia, Arte, Linguística e Música, pois quanto mais informações disponibilizamos, referentes ao texto em estudo, maior será sua compreensão. Segundo Morin (2007), a troca de conhecimentos e de experiências se faz através da constituição de um objeto interdisciplinar, transdisciplinar e polidisciplinar, sendo que uma das premências é criar um novo parecer do próprio conhecimento e Bumham (1993) acrescenta que a História e a Arte podem auxiliar o indivíduo a se modificar. Objetivamos despertar a curiosidade e o prazer dos estudantes de Ensino Fundamental pela Literatura, ao interpretar textos literários e não literários, relacionando-os a um amplo contexto, oportunizando-os a interpretarem textos de forma bastante abrangente e demonstrar que, a partir disso, podem produzir textos com maior expressividade, registrando seus sentimentos, preocupações, ideias, ideais, desejos, ansiedades, impressões a respeito de si mesmo, do mundo, da família, da vida, do cotidiano, da sociedade, do realidade do país etc. Confeccionamos esse trabalho em “slides”, com: poemas, tiras, charges, HQs, cartuns, sinopse de filme, notícia, conto, crônica, capítulos de romance, seu contexto relacionado, imagens referentes aos autores, aos locais referidos no texto e à trama relacionada. Sendo o aluno o sujeito ativo do processo de ensino-aprendizagem, ele participa da construção de si mesmo, pois está em elaboração de seus conhecimentos e de sua própria identidade.

5. 9 h 45 - A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DO PERCURSO GERATIVO DE SENTIDO NO PROCESSAMENTO DAS ATIVIDADES DE LEITURA EM DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS

Luciano Silva Borges - UNIFRAN

Vera Lúcia Rodella Abriata - UNIFRAN Este projeto examinará a importância da análise do percurso gerativo de sentido no processamento das atividades de leitura em diferentes gêneros textuais. Neste contexto, nosso arcabouço teórico se alicerçará na semiótica de linha francesa. Como objeto de estudo será analisado o gênero textual documentário: Belo Monte - Anúncio de uma Guerra, com o propósito de entender a construção e

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sentido dos discursos dos sujeitos impactados pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Este projeto de pesquisa pretende estimular a leitura e a noção de texto apontando para seu entendimento como objeto de significação e compreensão dos mecanismos de sentido que fazem o texto funcionar como um todo de sentido. Assim, independentemente da manifestação textual, é passível de uma análise sob a perspectiva semiótica. De acordo com Fiorin (2005), o percurso gerativo de sentido “é uma sucessão de patamares, cada um dos quais suscetível de receber uma descrição adequada, que mostra como se produz e se interpreta o sentido”, e constitui-se numa divisão em três níveis: fundamental, narrativo e o discursivo. Neste sentido construímos nosso corpus de investigação nos discursos dos sujeitos impactados na construção da Usina de Belo Monte procurando identificar os mecanismos de silêncio e de atenuação dessa polêmica nos meios de comunicação e explicitar o ponto de vista dos chamados refugiados de Belo Monte a partir de diferentes regimes de sentido e interação. O desenvolvimento do projeto será realizado por meio do uso de propostas teóricas da semiótica de orientação francesa fundamentada por Algirdas Julien Greimas, Jacques Fontanille e Eric Landowisk tendo como finalidade a formação de leitores que se apropriem dos elementos da semiótica Francesa.

6. 10 h - O GÊNERO TEXTUAL REDAÇÃO DO ENEM COMO FOCO DE ENSINO E

DE PESQUISA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Paola Tassinari Groos – UFSM

Pesquisas que investiguem o desenvolvimento de gêneros textuais orais e escritos na Educação Básica são imprescindíveis. Diante disso, vinculado à área de Estudos linguísticos (PPGL/UFSM), na linha de pesquisa Linguagem no contexto social, no nível de Doutorado, este trabalho tem por objetivo apresentar o desenvolvimento do projeto de tese intitulado “Argumentação na Educação Básica: um estudo da progressão em gênero oral e em gênero escrito”. Tal pesquisa visa a investigar, a partir de corpora oral – júri simulado - e escritos –Redação do Enem - produzidos em atividades baseadas na progressão de gêneros e aplicadas em oficinas escolares de língua portuguesa, o desenvolvimento linguístico-textual e argumentativo dos “discentes-usuários” da língua portuguesa. Justifica-se a necessidade deste estudo por três razões: ampliação de pesquisas sobre a progressão de gêneros, benefício aos alunos voluntários da pesquisa e contribuição para novas e futuras práticas didáticas com gêneros textuais. A fundamentação teórica está ancorada nos estudos de gêneros de Fairclough (2003) e Marcuschi (2007), na Linguística Textual, que possui como representante nacional da teoria Koch (2014) e no estudo dos agrupamentos de gêneros orais e escritos (Dolz; Schneuwly, 2011). A metodologia da pesquisa é de cunho qualitativo e a pesquisa-ação, representada por Thiollent (1996) e Tripp (2005), foi o método empregado para a geração de dados com alunos do Ensino Médio de uma rede estadual de ensino, na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Os resultados preliminares da pesquisa apontam tanto para avanços significativos da compreensão do gênero textual Redação do Enem – recorte realizado para este trabalho – quanto pra ampliação da capacidade argumentativa dos discentes.

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SALA 9 - VARIAÇÃO E ENSINO 1

Sexta-feira 04/12/2020 – 9h

Sala Meet: https://meet.google.com/imf-qyyj-ekd MONITOR (A): Talita Marine

1. 9 h - REFLEXÕES SOCIOLINGUÍSTICAS COM A TURMA DO XAXADO:

TRABALHANDO O PRECONCEITO LINGUÍSTICO NA EDUCAÇÃO BÁSICA Gilberto Antônio Peres - EEIG/SEEMG

Talita de Cássia Marine - ILEEL/PROFLETRAS-UFU Simone Azevedo Floripi - UTFPR/PROFLETRAS-UFU

O ensino de língua portuguesa na escola, por um bom tempo, privilegiou o ensino da norma-padrão no espaço da sala de aula. No entanto, a partir do reconhecimento de que toda língua natural é um fenômeno heterogêneo e, por isso, formada por um conjunto de variedades, o trabalho com a variação linguística se tornou necessário para que, inicialmente, a língua seja refletida em situações de uso. Assim, os alunos têm a oportunidade de desenvolver sua competência comunicativa e ampliar seu repertório linguístico, evitando a propagação de crenças linguísticas negativas que desrespeitam a diversidade linguística. Para isso, é necessário que os aspectos socioculturais da comunidade do falante/estudante sejam conhecidos e respeitados para que não haja discriminação nem quanto à variedade linguística já dominada pelo falante de forma competente nem quanto ao próprio falante, inibindo o fortalecimento do preconceito linguístico. Dessa forma, amparados por orientações contidas em documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) e a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017), apresentamos propostas didáticas direcionadas a alunos dos anos finais do Ensino Fundamental II as quais foram criadas a partir de exemplares de tiras da Turma do Xaxado. Estas propostas foram embasadas em referenciais sociolinguísticos como Bagno (2003; 2013), Faraco (2009), Bortoni-Ricardo (2005). O objetivo das propostas é retomar a discussão acerca do fenômeno da variação linguística com os mesmos alunos, dois anos depois de terem participado da aplicação da proposta didática referente à pesquisa de mestrado vinculada ao PROFLETRAS-UFU. Em conformidade com os resultados apresentados, percebemos que os alunos evidenciaram a necessidade de respeitar as variedades linguísticas empregadas adequadamente nas diferentes situações comunicativas. Assim, identificamos também um primeiro passo rumo ao enfraquecimento do preconceito linguístico.

2. 9 h 15 - CONTRIBUIÇÕES AO LETRAMENTO CIENTÍFICO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM OLHAR PAUTADO NA PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA EM SALA DE AULA

Talita de Cássia Marine - ILEEL/PROFLETRAS-UFU

Se por um lado, documentos oficiais advindos do Governo Federal – como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1997; 1998), o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD, 1985) e a Base Nacional Curricular Comum (BNCC, 2017) – deixam explicitadas as orientações de ensino de língua portuguesa (doravante LP) pautadas na variação e nos usos linguísticos, por outro, na prática, a maneira como o ensino tem sido desenvolvido na maioria das salas de aula brasileiras colabora para calar a diversidade linguística, em prol de um ensino estruturado em uma perspectiva homogênea de língua, desarticulado, portanto, da língua em uso. A fim contribuir para a reversão desse quadro, acreditamos ser fundamental colaborar para o desenvolvimento do letramento científico dos professores da Educação Básica (Cf. SILVA, 2016), especialmente os de língua portuguesa, de modo a contribuir para a formação de professores-pesquisadores que, por sua vez,

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letrados cientificamente, possam formar alunos-pesquisadores nas escolas em que atuam. Acreditando também que o melhor material didático que existe é o professor bem formado e, defendendo que a pesquisa sociolinguística desenvolvida de maneira sistematizada nas aulas de LP, estabelecendo-se, evidentemente, todas as adequações concernentes a tal prática, delimitamos como principal objetivo desta comunicação, a proposição de algumas diretrizes que visem subsidiar a elaboração de cursos de formação continuada de professores de língua portuguesa, especialmente daqueles que atuam no Ensino Fundamental II – do 6º ao 9º anos -, com vistas a promover o letramento científico desses professores, além de habilitá-los para o desenvolvimento de um ensino sociolinguístico em sala de aula, pautado em práticas de pesquisa científica da língua portuguesa em uso.

3. 9 h 30 - A PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO ALUNO-PESQUISADOR DA PRÓPRIA LÍNGUA

Jaqueline Freitas da Silva - PROFLETRAS-UFU

Talita de Cássia Marine - ILEEL/PROFLETRAS-UFU Conforme aponta a pesquisadora Bortoni-Ricardo (2005), mesmo diante do caráter heterogêneo e variável das línguas naturais, para muitos professores brasileiros de língua portuguesa, ainda é uma dificuldade reconhecer a variação linguística como algo que acontece, naturalmente, em todas as línguas em uso. Ao observarmos o modo como o ensino de língua portuguesa tem sido desenvolvido nas salas de aula – pautado em uma perspectiva homogênea de língua, desarticulado, portanto, da língua em uso -, acreditamos ser essencial contribuir para a reversão desse quadro. Diante desse desafio, a partir de uma abordagem variacionista da língua e embasadas pelos fundamentos da Sociolinguística Educacional, da Pedagogia da Variação Linguística e também pelas contribuições do Letramento Científico, pretendemos conceber uma proposta didática inovadora e dinâmica, voltada a alunos dos anos finais do ensino fundamental II. Nessa proposta, serão elaboradas atividades de cunho analítico e reflexivo acerca da língua materna, com vistas a oportunizar ao alunado, um aprendizado mais significativo da língua materna. Para respaldar nossa pesquisa, tanto do ponto de vista teórico, quanto documental, nos pautaremos, entre outros, em Bortoni-Ricardo (2004, 2005) no que se refere, sobretudo, às contribuições da Sociolinguística Educacional, em Faraco (2008) e Bagno (2002, 2007, 2013) a respeito da Pedagogia da Variação Linguística, em Kleiman (1995, 2004), Soares (2004, 2011), Brasil (2017), Silva (2016) acerca dos conceitos de letramento e letramento científico, em Costa (2001) e Freire (2019) no que se refere ao conceito de protagonismo juvenil, evidentemente, nas diretrizes para o ensino de Língua Portuguesa no Fundamental II presentes da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017). Assim, nesta comunicação, pretendemos apresentar uma versão preliminar da proposta didática que estamos elaborando no âmbito da pesquisa de mestrado que vem sendo desenvolvida no Profletras - UFU.

4. 9 h 45 - LETRANDO CIENTIFICAMENTE ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

POR MEIO DA PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA EM SALA DE AULA Ana Lúcia Alves de Oliveira - PROFLETRAS-UFU

Talita de Cássia Marine - ILEEL/PROFLETRAS-UFU Esta pesquisa visa à elaboração de uma proposta didática para alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental, com o objetivo de contribuir para melhoria do ensino dos conteúdos gramaticais numa perspectiva variacionista, por meio do letramento científico. Como professoras de Língua Portuguesa, observamos que os alunos chegam aos anos finais do EF com noções superficiais do que seja variação linguística, associando as variedades linguísticas populares a “erros” ou a exemplos estereotipados. Em contrapartida, acreditamos em propostas didáticas de LP que visam à

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formação de pessoas críticas e conhecedoras de sua realidade, capazes de se comunicarem nas várias situações nas quais estiverem socialmente inseridas. Foi esse entendimento que motivou a escolha do tema desta pesquisa: levar a pesquisa sociolinguística para dentro da sala de aula da Educação Básica, com vistas à formação de alunos pesquisadores da própria língua. Para isso, acreditamos que o letramento científico (cf. SILVA, 2018; CUNHA, 2017, SASSERON e CARVALHO, 2011) seja um fator essencial para formação de alunos pesquisadores, visto que a prática da pesquisa em sala de aula é quase nula e, quando realizada, por vezes o alunado não é ensinado como desenvolver de maneira adequada uma determinada pesquisa. Para elaborarmos tal proposta, apoiar-nos-emos nos estudos da Sociolinguística Educacional (cf. BORTONI-RICARDO, 2004, 2005, 2013) tendo em vista atividades que explorem algumas prescrições da Gramática Normativa, mas também, as regras da variação linguística, pautadas na descrição e análise da língua em uso, conforme o modelo teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista (cf. LABOV, 2008), a fim de propormos uma transposição didática desse modelo à realidade dos alunos, conduzindo, assim, uma pesquisa sociolinguística na Educação Básica. Destacamos que um ensino de LP que respeite a diversidade linguística dos brasileiros é incentivado nos documentos normativos, como a BNCC (BRASIL, 2018).

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SALA 10 - VARIAÇÃO E ENSINO 2

Sexta-feira 04/12/2020 – 14h

Sala Meet: https://meet.google.com/cxt-rvbs-zvv MONITOR (A): Fernanda Palhares/Gislene

1. 14 h - A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SOB A PERSPECTIVA DO ENSINO

REFLEXIVO Fernanda Oliveira Sousa - PROFLETRAS-UFU

Marlúcia Maria Alves - ILEEL/PROFLETRAS-UFU Nossa língua, assim como qualquer outra, está sujeita e convive com a variação que é natural e ocorre em decorrência tanto de fatores internos quanto externos ao falante. Acreditamos que os estudos pautados na variação linguística podem contribuir positivamente com as propostas pedagógicas do professor de língua materna, pois se ocupam da prática linguística. Neste trabalho analisamos as contribuições da Sociolinguístca Educacional, representada principalmente por Bortoni -Ricardo (2004; 2005)e da Pedagogia Variacionista, representada porFaraco (2015) para o ensino de Língua Portuguesa. Tais estudos defendem que o ensino da língua materna deve ser embasado em uma pedagogia culturalmente sensível às variaçãolinguísticas Isso significa considerar o saber linguístico já adquirido do aluno, como diagnóstico para um provável ponto de partida na elaboração de um plano de estudo; e ainda, envolver esse aluno em propostas de estudos significativas que permitam que o conhecimento seja construído através da análise e reflexão do uso, e não simplesmente repassado ou transmitido em uma hierarquia professor-aluno, como tradicionalmente ocorreu ao longo dos anos e ainda ocorre Brasil adentro. Através do Profletras, pretendemos elaborar uma proposta de intervenção que permita aos alunos do sexto ano do Ensino Fundamental enxergarem-se primeiramente como sujeitos conhecedores da língua, e posteriormente a enxergarem o ensino formal de língua portuguesa como uma oportunidade de aprimoramento e aquisição de habilidades linguísticas.

2. 14 h 15 - A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA

PORTUGUESA: UMA ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA Celineide Camões dos Santos – UEFS

O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e o Parâmetro Curricular Nacional de Língua Portuguesa (PCN) incentivaram para que a temática da variação linguística fosse tratada nos livros didáticos de língua portuguesa (LP). Esta comunicação pretende apresentar os resultados da pesquisa de monografia, cujo objetivo foi investigar como a variação linguística é abordada em livros didáticos de LP. O corpus deste estudo foi constituído por quatro livros didáticos de LP referentes as séries do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. A abordagem metodológica utilizada nesta pesquisa é de natureza qualitativa. Esta investigação fundamenta-se nos estudos de Labov (2008 [1972]); Bortoni-Ricardo (2014); Faraco (2008) e Bagno (2007 [1999]). A metodologia utilizada neste trabalho consistiu nas seguintes etapas: leitura do referencial teórico que embasa o estudo; seleção dos livros didáticos para a análise; levantamento dos dados encontrados; descrição e análise dos dados levantados. Os resultados desta pesquisa mostraram que a variação linguística é abordada nos livros didáticos de LP, nas séries do 6 º e 7° anos. Os autores tratam da diversidade linguística apresentando os tipos de variação. Além disso, discutem sobre a relação entre língua e sociedade e a necessidade da adequação linguística, pelos falantes da língua, conforme o contexto sociocomunicativo em que esses estejam inseridos. Por outro lado, em algumas atividades propostas e textos apresentados, os autores disseminam a ideia de língua pura e homogênea, contradizendo o que os estudos sociolinguísticos têm demonstrado. Nesse sentido, tratar da diversidade linguística

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em sala de aula é fundamental, haja vista que poderá promover a conscientização dos alunos para as variedades linguísticas, bem como discutir e combater o preconceito linguístico dentro e fora do espaço escolar respeitando as diferentes formas de falar. Os resultados desta pesquisa trazem contribuições significativas para a formação do professor de LP, revelando a importância da análise dos materiais didáticos a serem utilizados em suas aulas e enfatizam a necessidade de se propor uma nova pedagogia para o ensino de LP, que considere a diversidade presente na língua e seja condizente com a realidade linguística do português contemporâneo.

3. 14 h 30 - DO INTERNETÊS À NORMA DE PRESTÍGIO: A NECESSIDADE DE

ADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA Gislene Fraga dos Reis Soares - PROFLETRAS-UFU

Adriana Cristina Cristianini - ILEEL/PROFLETRAS-UFU Este trabalho tem por objetivo apresentar um recorte da pesquisa “A INTERFERÊNCIA DO INTERNETÊS NA ESCRITA: UMA PROPOSTA DE ENSINO PARA O 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL II”, que está sendo desenvolvida e será apresentada ao Programa de Pós-Graduação – Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS como requisito para a obtenção do título de mestre. O trabalho visa a apresentar uma proposta de intervenção pedagógica, por meio de oficinas, voltada para a variação semântico-lexical dentro do ensino de Língua Portuguesa com vistas a auxiliar o trabalho do docente no que tange à interferência e as implicações do internetês, a linguagem característica da internet, na escrita de alunos do 9º ano do ensino fundamental. Partimos da hipótese de que o desenvolvimento de uma pesquisa voltada especificamente para a temática ora exposta é capaz de possibilitar aos educadores e educandos uma reflexão a respeito da língua e das variações por ela apresentadas, além de ampliar o acervo lexical dos alunos. O trabalho se vale, entre outros, de importantes estudos já realizados sobre léxico, variação linguística, definições e implicações de uso do internetês e ensino, tais como: Barbosa (2001), Bisognin (2009), Cosériu (1978), Cristianini (2007 e 2012), Komesu; Tenani (2015), Marcuschi (2005 e 2008). Por meio da reflexão sobre a escolha, por parte dos alunos, da variedade própria das redes sociais e/ou da variedade de prestígio da língua em diferentes situações comunicativas e, também, com a elaboração de cadernos de atividades para alunos e docentes, buscamos contribuir para o entendimento da necessidade de adequação linguística quer em conversações em redes sociais ou salas de bate-papo, quer em contextos formais de comunicação. Além dessas atividades, para a finalização da pesquisa, também será elaborado um protótipo de software educativo, contendo um quiz, com a pretensão de oferecer mais um instrumento para auxiliar o docente em sua prática.

4. 14 h 45 - CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLINGUÍSTICA PARA O ENSINO DE

LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO A PARTIR DO ESTUDO DA CONCORDÂNCIA DE NÚMERO

Fernanda Palhares Carvalho de Barthaburu - PROFLETRAS-UFU Leandro Silveira de Araújo - ILEEL/PROFLETRAS-UFU

Diante de uma realidade brasileira em que ainda se nota intolerância linguística e a necessidade de um ensino que entenda e respeite às diferenças e variações que ocorrem na língua, esta pesquisa busca, através da aproximação da Teoria da Sociolinguística Variacionista ao contexto escolar, auxiliar adesenvolver nos alunos uma conscientização acerca da variação linguística em sua língua materna, levando-os a compreender os fatores sociais e linguísticos que condicionam esse comportamento heterogêneo. Em especial, buscamos promover uma atitude de combate ao preconceito e intolerância na linguagem no âmbito da “concordância de número”. Para isso, nos respaldamos nos conhecimentos da Sociolinguística (LABOV, 1996, 2006, 2008; CHAMBERS, 2003; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006) e suas contribuições para o estudo da Língua

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Portuguesa na educação básica (BAGNO, 2001,2003, 2007; BORTONI-RICARDO, 2005, 2014; SCHERRE, 2005) apresentarmosuma proposta de intervenção que fomente a autonomia e protagonismo discente e que promova uma reflexão sobre o uso variável da concordância de número na língua portuguesa. Tal proposta por nós desenvolvida écomposta por uma pesquisa de coleta de dados realizada pelos próprios alunos, levando-os a compreender que a fala pode se adequar a diferentes contextos. Desse modo, esperamos desenvolver um ambiente de aprendizado que promova uma atitude reflexiva acerca do funcionamento da linguagem, levando o alunoa aprimorar sua competência linguística e desenvolver mais respeito em relação ao vernáculo do outro.

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SALA 11 - ENSINO BASEADO EM GÊNEROS DISCURSIVOS/TEXTUAIS 1

Sexta-feira 04/12/2020 – 9h

Sala Meet: https://meet.google.com/fst-krmf-ozo MONITOR (A): Gisele

1. 9 h - CONTOS, ROTEIROS E CURTAS-METRAGENS: UMA PROPOSTA DE

ENSINO PARA A EJA Marcela Cristiane da Silva - UFU

Maria Aparecida Resende Ottoni - ILEEL/PROFLETRAS/PPGEL-UFU Este trabalho é resultado de uma pesquisa centrada na elaboração e aplicação de uma proposta interventiva de leitura e na análise crítica de contos, na produção de roteiros e de curtas-metragens, destinada ao público da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O estudo teve como objetivos específicos: ler e produzir textos seguindo as convenções de diferentes gêneros, levando em conta a multissemiose e a integração das tecnologias digitais de forma reflexiva, significativa e crítica; ler contos da literatura brasileira, analisar e discutir as representações discursivas e identificações dos personagens neles construídas por meio de recursos linguístico/semióticos; investigar as representações e identificações de si construídas pelos discentes e relacioná-las às representações e às identificações dos personagens nos contos, articulando culturas, o lido e o vivido, estimular os/as estudantes ao protagonismo durante a realização das atividades propostas. Para atingir esses objetivos, apoiamo-nos em pressupostos da Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001, 2003, 2008; CHOULIARAKI; FAIRCLOUGH, 1999; BATISTA JUNIOR; SATO; MELO, 2018; MAGALHÃES; MARTINS; RESENDE, 2017) , em estudos sobre os gêneros discursivos (BAKHTIN, 2015), sobre o ensino de Língua Portuguesa na EJA (FREIRE, 2002, 2005; OLIVEIRA, 2002), sobre o Letramento Crítico (FREIRE, 2005; MENEZES DE SOUZA, 2011; DUBOC, 2015) e Pedagogia dos Multiletramentos (ROJO; MOURA, 2012; SOARES, 2012; KLEIMAN, 2008), sobre os gêneros conto (CANDIDO, 1989; COSSON, 2012; CORTÁZAR, 2004; GOTLIB, 1988; VIEIRA, 2009), sobre o gênero roteiro (COMPARATO, 1983; FIELD, 2001) e sobre o gênero curta-metragem (ALCÂNTARA, 2014; ASSIS BRASIL, 2001; MIQUELANTE; MARSON; LANFERDINI, 2018). Para trabalhar os conteúdos, desenvolvemos a sequência básica que propõe a prática do letramento literário (COSSON, 2012, 2014).

2. 9 h 15 - O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA POR MEIO DE GÊNEROS DO

DISCURSO: UM OLHAR PARA O QUE É PROPOSTO NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Maria Aparecida Resende Ottoni - ILEEL/PROFLETRAS/PPGEL-UFU Nesta comunicação, apresento os resultados de um trabalho de análise e de discussão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), realizado no 1º semestre de 2019, com discentes da 5ª turma do Profletras/UFU, quando da oferta da disciplina Gêneros discursivos/textuais e práticas sociais. A análise foi feita a partir de um roteiro constituído de questões voltadas para a relação entre os Parâmetros Curriculares Nacionais e a BNCC e para a investigação acerca: da explicitação ou não da abordagem de gênero adotada; da designação usada para se referir aos gêneros; da importância atribuída ao trabalho com gêneros; de como a abordagem das multissemioses é integrada ao trabalho com gêneros; de como se dá a organização em campos de atuação humana e de como isso influencia no ensino de língua portuguesa por meio de gêneros. Além disso, o roteiro incluiu questões que incentivavam os mestrandos-professores a relacionar o conteúdo da BNCC à sua prática em sala de aula. Para a análise, apoiamo-nos em diferentes estudos sobre gêneros contemplados na proposta da referida disciplina (BAKHTIN, 2000; ROJO, 2005; DELL’ISOLA,

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2012; BEZERRA, 2017; MILLER, 2015; MEURER; BONINI; MOTTA-ROTH, 2005; ROJO; BARBOSA, 2015; OTTONI et al, 2010), o que contribuiu sobremaneira para uma análise crítica da BNCC e para a discussão de possibilidades de ação.

3. 9 h 30 - PRÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EJA: POSSIBILIDADES DE

CONSCIENTIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL Poliana Rufino Cardoso - PROFLETRAS-UFU

Maria Aparecida Resende Ottoni - ILEEL/PROFLETRAS/PPGEL-UFU Os princípios norteadores da educação nacional revelam um compromisso com a formação humana integral, com a preparação para o mundo do trabalho e para o exercício da cidadania, explicitando a ênfase nas práticas sociais como condição imprescindível para o alcance de tais objetivos da educação. Essas premissas se tornam ainda mais relevantes quando se trata da educação de educação de jovens e adultos – EJA, um público que já à escola com uma ampla bagagem de conhecimento de mundo e de expectativas. Nesse sentido, cabe ao componente curricular de Língua Portuguesa contribuir com práticas de ensino-aprendizagem que correspondam às práticas sociais dos sujeitos da EJA, contemplando seu reportório de práticas de linguagem e considerando ainda seus interesses e necessidades pessoais e coletivos. Assim, práticas que transcendam o mero estudo da língua, focando nos letramentos como caminhos para inclusão, valorização da diversidade, conscientização e ampliação de condições para participação social dos sujeitos, são possibilidades para a formação dos sujeitos e cidadãos que o nação idealiza.

4. 9 h 45 - GÊNERO “RELATO PESSOAL” COMO CONTRIBUIÇÃO PARA O PROCESSO DE ESCRITA DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Priscila Barboza Gomes Souza - UFMS/CPTL Silvelena Cosmo Dias - UFMS/CPTL

Este trabalho teve como objetivo geral contribuir para o desenvolvimento da habilidade de escrita de alunos do ensino fundamental, para que ele seja capaz de representar ações e sequência de fatos, por meio da escrita, favorecendo a produção de diversos gêneros propostos, no decorrer da vida escolar. A pesquisa-ação se utilizou da aplicação de uma proposta de intervenção, de modo a contribuir com eficácia aos problemas de aprendizagem identificados em avaliações de aprendizagem e a preencher as lacunas encontradas em análise do material didático. O gênero textual utilizado foi o “relato pessoal”; pois, traz características que favorecem a construção de situações comunicativas a respeito de experiências vividas, bem como contribui para uma reflexão sobre a constituição identitária. A partir do pressuposto de que o texto deve ser o ponto de partida, bem como o ponto de chegada das aulas de língua portuguesa, tendo em vista que os gêneros textuais são ações sociodiscursivas, elaboramos a hipótese de que expor o aluno a leituras e escritas diárias pode contribuir para a escrita do gênero textual relato pessoal, bem como para o processo de letramento. Para a constituição do corpus,os alunos foram colocados em várias situações de produções textuais, tais como: a escrita de um diário, relatos pessoais, reescritas autoavaliativas, dialogadas e colaborativas. Foram realizadas leituras compartilhadas e dialogadas, além das produções escritas. Os resultados mostraram que a leitura é capaz de aprimorar a escrita dos alunos, evidenciando, inclusive, a subjetividade em suas escrituras, assim como, leituras compartilhadas embasaram produções escritas, e, por fim, a prática de auto avaliações e correções no formato colaborativo e dialogado apontaram melhorias nas habilidades de escrita.

5. 10 h - O USO DE IMAGENS EM LIVROS DIDÁTICOS DE PORTUGUÊS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

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Peterson José de Oliveira

O trabalho com os gêneros multimodais é um fato no ensino de língua portuguesa há pelo menos 50 anos. Já na década de 1970 começam a aparecer letras musicais e peças publicitárias como objetos textuais que encabeçavam lições nos livros didáticos de português. No entanto, é na década de 1990 que isso torna-se comum e há uma explosão do uso da imagem e gênero discursivos que misturam o verbal e o visual, principalmente. Entretanto, mesmo presente nos PCNs (em 1998) e agora na BNCC (2017), o trabalho com a multimodalidade ainda permanece incipiente na maioria dos livros de Língua Portuguesa. Nesse trabalho gostaria de mostrar alguns exemplos de livros didáticos de LP que mostram avanços na abordagem efetiva da multimodalidade (em especial dos aspectos visuais) e impasses ou desafios à implantação de uma abordagem verdadeiramente multimodal no ensino de língua materna. Nosso trabalho é resultado parcial de uma pesquisa em andamento no ILEEL e visa a um aprofundamento da análise crítica dos materiais didáticos de língua portuguesa e busca sugerir caminhos para o tratamento da multimodalidade nas lições de português nos livros didáticos.

6. 10 h 15 - CADERNO COMPLEMENTAR: LENDO E PRODUZINDO CRÔNICAS ATRAVÉS DE OFICINAS DE TEXTOS

Gisele Márcia Lopes - PROFLETRAS-UFU Leandro Silveira de Araújo - PROFLETRAS-UFU

Não é de hoje que os professores de Língua Portuguesa da rede pública de ensino enfrentam o desinteresse e a dificuldade dos alunos do Ensino Fundamental II em relação à leitura e à escrita. Pensando numa forma de auxiliar o aperfeiçoamento do letramento dos alunos dos anos finais do ensino fundamental é que organizamos a proposta abaixo apoiados no trabalho com gêneros discursivos, mais especificamente a crônica. Importante ressaltar que as atividades apresentadas nesse material são parte do projeto de ensino para o mestrado profissional em Letras da Universidade Federal de Uberlândia, intitulado “Estudo do gênero crônica: contribuições para o desenvolvimento da escrita em uma interface com o blog”. O aporte teórico dessa pesquisa envolve conhecimentos de gênero de BAKHTIN (2011) e MARCUSCHI (2001) e de Letramento, de SOARES (1999), contribuições da tecnologia de Miller (2012),orientações sobre o desenvolvimento de oficinas de textos, de VIEIRA, E. VOLQUIND, L (2002), CASSANY (2008), além de buscar orientações na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017).Nossa intenção é apresentar um caderno de atividades desenvolvidas por meio de oficinas de textos, que vão abordar desde a leitura até a produção e publicação de crônicas, tendo em vista alunos do 8 ano do Ensino Fundamental. Consideramos importante mencionar que, esse material ainda está em fase de produção e foi pensado como um facilitador do trabalho do professor de Língua Portuguesa. Optamos por oficinas por acreditarmos ser uma forma de trabalhar que promove a interação do aluno não só com o assunto a ser estudado, mas também o envolve num processo maior de comunicação e diálogo com os colegas levando-os a momentos de reflexão que aliam a teoria com a aplicação prática.

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SALA 12 - ENSINO BASEADO EM GÊNEROS DISCURSIVOS/TEXTUAIS 2

Sexta-feira 04/12/2020 – 14h

Sala Meet: https://meet.google.com/yzf-xxrk-qmw MONITOR (A): Anderson

1. 14 h - SEQUÊNCIA DIDÁTICA: RESUMO ESCOLAR POR MEIO DE

RETEXTUALIZAÇÃO DE ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA Valdirene Batista da Costa Lage - UFMG

Luiz Antônio dos Prazeres - UFMG/UFOP Neste trabalho, elaborou-se uma sequência didática (SD) de resumo escolar por meio da retextualização de artigos de divulgação científica, visando aprimorar capacidades de linguagem escrita e leitora dos estudantes. Na SD, foram elaboradas atividades para desenvolver capacidades de linguagem que viabilizam a apropriação de práticas de linguagem cada vez mais complexas. Essas capacidades, conforme propõe Bronckart (1999), podem ser de ação (adaptação ao contexto e ao referente), discursivas (estruturação discursiva) e linguístico-discursivas (domínio das operações psicolinguísticas, linguísticas e discursivas). A elaboração de resumo contribui para a compreensão do texto-base, no caso, do artigo de divulgação científica, conforme modelo de sequência didática proposta por Schneuwly e Dolz (2004) constitui-se em um instrumento pertinente para alcançar esse fim, juntamente com a retextualização que institui uma abordagem de leitura diferente daquelas tradicionais de perguntas explícitas ou implícitas que constam nos livros didáticos. Os resultados finais apontam que o trabalho desenvolvido gerou mudanças: novos conhecimentos para todos os participantes envolvidos: capacidades de linguagem desenvolvidas pelos alunos; planejamento e elaboração de material didático, pelo professor. Além disso, sinalizam que o trabalho executado nas aulas de Língua Portuguesa pode contribuir para o desenvolvimento nas/das demais áreas, ao promover atividades de leitura de textos da esfera científica.

2. 14 h 15 - UMA PROPOSTA DIDÁTICA COMO RECURSO PARA O ENSINO DO GÊNERO DISCURSIVO ARTIGO DE OPINIÃO

Luciene Gonzaga de Oliveira - PROFLETRAS-UFU Uma proposta didática como recurso para o ensino do gênero discursivo artigo de opinião Objetivamos, nesta comunicação, apresentar uma proposta de trabalho que pode contribuir para sanar algumas das dificuldades que alunos do 9º ano do Ensino Fundamental apresentam para produzirem o artigo de opinião. Esclarecemos que a referida proposta é recorte de um estudo mais amplo, desenvolvido com trinta e cinco alunos matriculados no 9º ano de uma escola pública estadual situada no município de Aparecida de Goiânia-GO e que contempla três gêneros da esfera jornalística: o editorial, o artigo de opinião e a carta do leitor. Neste trabalho, especificamente, a proposta didática será desenvolvida com base no tema: “A violência contra a mulher”. A escolha dessa temática se deve ao fato de esse ser um problema brasileiro persistente ao longo de décadas, que, muito provavelmente, atinge uma considerável parcela de nosso alunado. Acreditamos que a aplicação desta proposta poderá contribuir para que os estudantes adquiram ou ampliem seus conhecimentos sobre aspectos tanto da temática escolhida quanto dos gêneros discursivos, dentre os quais destacamos a construção composicional, o conteúdo temático, e o estilo (BAKHTIN, 2015). Acreditamos também que, a partir deste estudo, é possível auxiliar os estudantes na difícil tarefa de assumir a função de sujeitos de suas vidas, que têm a capacidade de interagir socialmente e de utilizar, satisfatoriamente, o artigo de opinião. Para atingir o objetivo proposto, buscamos apoio em Koch (1987), BRASIL (1997; 2018), Thiollent (1996), Dolz e Schnewly (2004), Geraldi (1997), SOARES (1996), ROMANELLI, (1997), dentre outros.

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3. 14 h 30 - A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO NA REVISTA GOTHIC STATION: ESTILO & CULTURA: UMA LEITURA SEMIÓTICA

Felipe Ribeiro Camargo - UNIFRAN Alexandre Marcelo Bueno - UNIFRAN

Com roupas pretas, rostos maquiados, fisionomia sombria, os góticos que transitam pelas noites da cidade carregam, em seu discurso e estética todas as características que acima foram apontadas, sendo considerados, muitas vezes, como seres demoníacos e fantasmagóricos. Esta comunicação preocupa-se em analisar, sob a perspectiva teórico-metodológica da semiótica francesa, quatro edições de revistas especializadas na subcultura gótica. Intituladas Gothic Station: Estilo & Cultura. A escolha do corpus, justifica-se, desde razões que dialogam com o interesse e com a construção identitária dos jovens em sala de aula, até o arcabouço teórico-metodológico da semiótica discursiva, que visa a construção de sentidos nos objetos do mundo natural, sendo o objeto analítico dessa comunicação, a capa de revista. A capa de uma revista funciona como uma manipulação em relação ao leitor. O objetivo do destinador, ao elaborá-la, é o de estabelecer estratégias discursivas que possam levar o destinatário a um determinado fazer: o de adquirir a revista. Dessa forma, analisamos as capas, baseando-nos nos conceitos de sincretismo, semissimbolismo e do percurso gerativo de sentido, da semiótica greimasiana, transpondo-os didaticamente para a sala de aula. Consoante a isso, definimos, com base nos níveis previstos pelos modelos de análise da semiótica discursiva, dois objetivos específicos, a saber: a depreensão dos valores de base que sustentam os discursos das revistas veiculadas ao público gótico, relacionando-os com os conceitos semiotizados de ética e estética a fim de examinar o tratamento axiológico concedido a eles por meio de análise do plano de conteúdo sustentando-nos no percurso gerativo de sentido, mais especificamente nos níveis fundamental e discursivo; identificar no plano de expressão, no âmbito plástico-visual, as referências de elementos da cultura mainstream incorporados pela subcultura gótica, averiguando assim, como se constrói a identidade gótica nas revistas.

4. 14 h 45 - A MANIFESTAÇÃO DO DIALOGISMO E DA RESPONSIVIDADE ATIVA EM CONTOS FANTÁSTICOS DE ALUNOS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Léia Luz Gusmão Santos

Maria Aparecida Pacheco Gusmão Este artigo discorre sobre o dialogismo e a responsividade ativa no processo de produção e reescrita de texto e visa apresentar o resultado da pesquisa desenvolvida no Mestrado Profissional em Letras – Profletras – pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. O estudo, realizado em uma turma do nono ano do Ensino Fundamental, no município de Cordeiros, Bahia, teve como objetivo investigar a manifestação do dialogismo e da atitude responsiva por educandos na produção de narrativa fantástica mediante as intervenções do professor. A pesquisa está fundamentada nos estudos sobre a teoria enunciativo-discursiva da linguagem de Bakhtin (1997, 2014) e nos estudos de alguns de seus seguidores, a exemplo de Geraldi (1984, 1997), Ruiz (2010) e Menegassi (1998). A metodologia caracterizou-se como pesquisa qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1994; LÜDKE; ANDRÉ, 2015) do tipo pesquisa-ação (THIOLLENT, 1986) e desenvolveu-se por meio da aplicação de uma sequência didática (DOLZ, NOVERRAZ E SCHNEUWLY, 2004). Os resultados apontaram que a interação durante as atividades favorece a manifestação de dialogismo e atitude responsiva ativa pelos alunos na produção de seus textos.

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5. 15 h - A EXPERIÊNCIA DE PRODUÇÃO DE TEXTO CONTEXTUALIZADA DE JOVENS E ADULTOS ESTUDANTES DA EJA NA ÓTICA DA ABORDAGEM METODOLÓGICA HERMENÊUTICO-FENOMENOLÓGICA COMPLEXA.

Anderson Braga Fernandes - PROFLETRAS-UFU Maurício Viana de Araújo - ILEEL/PROFLETRAS-UFU

A sociedade e a educação brasileira são múltiplas e plurais em diversos aspectos. No conjunto das demandas dessa configuração social está a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Assim, nesse trabalho temos por objetivo lançar luz sobre a experiência da produção de texto por jovens e adultos, alunos da EJA. Para isso buscaremos responder a pergunta, intencionalmente aberta: qual é a natureza do fenômeno experiência de produção textual contextualizada, para jovens e adultos, estudantes da EJA, de uma escola pública do Distrito Federal? Tendo como referencial teórico: a Complexidade que cerca os sujeitos da EJA (MORIN, 2002; 2008; 2012 ), e as concepções de escrita e texto adotadas por Koch (2006) e pelos PCN (BRASIL, 1998a; 1998b). Nesta pesquisa, também, discutiremos a proposta curricular para língua portuguesa na EJA (BRASIL, 2002a). A partir das caracterizações das propostas de produção de texto apoiadas por Abaurre e Abaurre (2012) e Passarelli (2012), seguiremos para a construção de uma síntese que nos dará as linhas gerais para elaborar propostas de produção de texto as quais nos apoiarão na construção de um modelo para aplicação didática. Tudo isso para nos dar chão para responder qual é a natureza do fenômeno produção textual contextualizada, para estudantes de uma turma da EJA, fenômeno para o qual lançaremos olhar por meio da abordagem metodológica hermenêutico-fenomenológica complexa (FREIRE, 2010, 2012, 2017 ).