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8 a SÉRIE 9 o ANO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Caderno do Aluno Volume 1 LÍNGUA PORTUGUESA Linguagens

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  • 8a SRIE 9oANOENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAISCaderno do AlunoVolume 1

    LNGUAPORTUGUESALinguagens

  • MATERIAL DE APOIO AOCURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO

    CADERNO DO ALUNO

    LNGUA PORTUGUESAENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS

    8a SRIE/9o ANOVOLUME 1

    Nova edio

    2014-2017

    GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO

    SECRETARIA DA EDUCAO

    So Paulo

  • Governo do Estado de So Paulo

    Governador

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    Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE

    Barjas Negri

  • Caro(a) aluno(a),

    O Caderno do Aluno de Lngua Portuguesa volume 1 traz algumas experincias de aprendi-

    zagem especialmente elaboradas, para que voc tenha oportunidade de familiarizar-se com o em-

    prego adequado da Lngua Portuguesa, para utiliz-la com competncia nas diferentes situaes de

    comunicao e nas relaes com outras pessoas, ao falar, ler ou escrever.

    Neste volume, com a orientao do professor, voc poder enriquecer suas experincias de leitu-

    ra e de escrita, principalmente ao estudar textos argumentativos, especificamente o artigo de opinio,

    a resenha e a carta do leitor. Alm disso, ser de grande valia o estudo dos vrios tipos de debate re-

    grado: de opinio, para tomada de decises e para a resoluo de problemas.

    Acompanhe as explicaes do professor, troque ideias, faa perguntas, anotaes, no guarde

    dvidas, ajude e pea ajuda aos colegas. Organize-se para fazer as tarefas e manter-se sempre em dia

    com os estudos.

    Vamos juntos aprender mais e mais a cada dia!

    Bom estudo!

    Equipe Curricular de Lngua Portuguesa

    rea de Linguagens

    Coordenadoria de Gesto da Educao Bsica CGEB

    Secretaria da Educao do Estado de So Paulo

  • Lngua Portuguesa 8a srie/9o ano Volume 1

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 1 TRAOS CARACTERSTICOS DA TIPOLOGIA EXPOR

    Leitura e anlise de texto

    1. Leia individualmente os textos a seguir.

    Texto 1: verbete da Enciclopdia dos povos indgenas no Brasil

    Grupo indgena Deni

    Os Deni esto entre os grupos indgenas da regio dos rios Juru e Purus que, na d-cada de 1940, sofreram os impactos do segundo ciclo da borracha, que atraiu milhares de migrantes.

    Com estes, vieram doenas, violentas disputas territoriais e explorao da mo de obra indgena. Desde ento, os Deni tiveram que esperar dcadas at terem seus direitos terri-toriais assegurados, sendo preciso iniciar uma campanha de autodemarcao das terras, com apoio de Ongs, para ento conseguirem a demarcao oficial, que foi con cluda em agosto de 2003.

    Ainda enfrentam, contudo, problemas advindos de invases recorrentes para ativida-des clandestinas como pesca e extrao de madeira.

    INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Enciclopdia dos povos indgenas no Brasil. Disponvel em: . Acesso em: 28 maio 2013.

    Mulher lendo um livro impresso.

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    Texto 2: trecho de uma entrevista com Roger Chartier

    Muitos dizem que o gosto dos jovens pela leitura um desafio.

    Chartier: Certamente. Mas papel da escola in-centivar a relao dos alunos com um patrimnio cul-tural cujos textos servem de base para pensar a relao consigo mesmo, com os outros e o mundo. preciso tirar proveito das novas possibilidades do mundo ele-trnico e ao mesmo tempo entender a lgica de outro tipo de produo escrita que traz ao leitor instrumen-tos para pensar e viver melhor.

    O senhor quer dizer que a internet pode ajudar os jovens a conhecer a riqueza do mundo literrio?

    Chartier: Sim. O essencial da leitura hoje passa pe-la tela do computador. Mas muita gente diz que o livro

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    Entrevista feita por Cristina Zahar com Roger Chartier, especialista em histria da leitura. Os livros resistiro s tecnologias digitais. Revista Nova Escola, ano XXII, n. 204, ago. 2007.

    Texto 3: artigo de divulgao cientfica escrito especialmente para o Caderno Mais!, da Folha de S.Paulo

    Como o beija-flor maximiza o ganho de energia

    Os beija-flores so os menores vertebrados endotrmicos, isto , cuja temperatura mantida constante por processos regulatrios internos. Por isso, natural que sua taxa meta-blica especfica, ou por unidade de massa, seja muito elevada. Esse um princpio geral que relaciona a energia metablica com a massa do animal. Mas h um outro motivo para esse alto metabolismo: o seu modo de se alimentar, librando-se diante das fontes de nctar.

    Homem lendo um texto no computador.

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    es acabou, que ningum mais l, que o texto est ameaado. Eu no concordo. O que h nas telas dos computadores? Texto e tambm imagens e jogos. A questo que a leitura atualmente se d de forma fragmentada, num mundo em que ca-da texto pensado como uma unidade separada de informao. Essa forma de leitura se reflete na relao com as obras, j que o livro impresso d ao leitor a percepo da totalidade, coerncia e identidade; o que no ocorre na tela. muito difcil manter um contato profundo com um ro-mance de Machado de Assis no computador.

    Beija-flor extraindo nctar de uma flor.

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    esJ. M. Diamond e colaboradores ( Nature, 320, 62) determinaram a queima de energia por duas espcies de colibris, o Calypte anna e o Selasphorus rufus, com resultados prati-camente iguais. Uma avezinha de 4,3 g tem taxa metablica especfica de 58 quilocalorias por quilograma-hora, cerca de 30 vezes a de um homem. Um musaranho de peso similar (Sorex sp.) tem taxa de 57.

    Com to elevado metabolismo, o colibri deve passar a maior parte de seu dia ativo ali-mentando-se, para se manter vivo. Gibb determinou que uma ave insetvora de 9 g, o Parus ater, tem de comer um inseto do tama-nho de um afdeo de 2,5 em 2,5 segundos, ou um do tamanho de uma lagarta de 25 em 25 segundos o dia todo, para sobreviver.

    O beija-flor vive basicamente de nctar. Um Hylocharis de 3 g, controlado por Scheihauer em viveiro, sugou durante um dia de 16 horas 22 g de gua aucarada conten-do 2,2 g de acar, isto , 73% de seu peso. Alm disso, capturou 677 drosfilas num total

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    de 0,8 g, portanto 27% do seu peso. O consumo dirio de alimento era de 25 g, mais de oito vezes a massa de seu corpo. O Calypte ingere cerca de 180 refeies por dia, totalizan-do trs vezes o seu peso corporal.

    Os estudos comportamentais da sequncia com que os colibris visitam as flores numa planta, o nmero de flores que eles defendem e o volume de seu alimento tm mostrado de maneira consistente, segundo J. R. Krebs e F. H. Harvey (mesma revista, 18), que essas aves adotam estratgias alimentares que maximizam a taxa lquida de ganho de energia.

    Diamond revela que o colibri tambm possui um sistema digestivo eficientssimo para ex-trao do nctar e do acar contido nele. A colheita faz-se, conforme H. Sick, por um mecanis-mo capilar constitudo pelo bico e pela lngua, que funciona como bomba de puxar gua.

    O alimento passa muito depressa pelo tubo digestivo: 15 minutos aps a ingesto j aparecem nas fezes sinais de seu processamento, sendo de 49 minutos o tempo mdio de reteno. Apesar dessa velocidade a ave consegue extrair 97% da glicose ingerida numa refeio. O intestino do colibri tem a mais alta taxa de transporte ativo de glicose e ao mesmo tempo a mais baixa permeabilidade passiva a esse acar j vista em vertebrados.

    O mais curioso que, apesar de toda essa atividade, o colibri fica 75% de seu tempo acordado empoleirado e parecendo nada fazer. Diamond sugere que o que limita a velocida-de da digesto o tempo que o papo leva para esvaziar, quatro minutos para ficar pela meta-de aps refeio de 100 microlitros. Durante esses quatro minutos de espera para abrir espa-o no papo para nova refeio, o beija-flor fica pousado e minimiza seu gasto de energia. A pausa entre as refeies costuma ser de quatro minutos.

    Em suma, os colibris so por necessidade uns terrveis glutes que sabem como nin-gum aproveitar a comida que ingerem e s repousam enquanto aguardam espao para nova refeio e enquanto dormem. Nessa espera gastam 75% de seu tempo acordado.

    REIS, Jos. Como o beija-flor maximiza o ganho de energia. Folha de S.Paulo. Seo Cincia, 9 set. 2001.

    2. Em pequenos grupos, conversem sobre o que compreenderam dos textos lidos, comparando-os. Em seguida, respondam s questes a seguir:

    a) O que h em comum entre os textos?

    b) Em que suportes cada um desses gneros de textos costuma circular?

    Texto 1

    Texto 2

    Texto 3

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    Situao de comunicao/gnero textual

    Que tipo depessoa escreve?

    Para qual ve-culo escreve?

    Que tipo de leitor o autor imagina que

    ler seu texto?

    A linguagem apresenta

    termos cientficos?

    Verbete.Editoras que publicam enci-clopdias.

    Entrevista.Jornalista + especialista no assunto.

    Educadores interessados em ensino de leitura e de literatura.

    Artigo de divulgao cientfica.

    Leitores interessados em comportamento animal que j tenham algum conhecimento do assunto.

    Provavelmente associa termos cientficos a palavras usadas no dia a dia.

    Ttulo do texto Gnero textual a que pertenceFuno ou objetivo do gnero textual

    Verbete de enciclopdia.

    Entrevista.

    Artigo de divulgao cientfica.

    3. Os textos que voc leu foram escritos em diferentes situaes de comunicao. Complete o quadro, relacionando cada um deles ao gnero a que pertence.

    possvel incluir os trs textos no grupo dos textos expositivos? Por qu?

    4. A partir das leituras e das discusses feitas, complete o quadro com os elementos das situaes de produo de cada texto.

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    5. Todos os grupos devem preencher uma ficha organizativa sobre as informaes contidas em cada um dos textos lidos a fim de sistematizar os conhecimentos adquiridos at aqui. Sigam o modelo.

    Modelo de ficha organizativa

    Informaes gerais sobre cada

    um dos textosTexto 1 Texto 2 Texto 3

    Ttulo Grupo indgena Deni. Os livros resistiro s tecnologias digitais.

    Como o beija-flor maximiza o ganho de energia.

    Nome do autor Informao no apresentada ao leitor.

    Entrevistadora: Cristina Zahar; entrevistado: Roger Chartier.

    Gnero Verbete de enciclopdia. Entrevista com especialista.

    Onde o texto foi publicado

    Na pgina .

    Revista Nova Escola, agosto de 2007.

    Tema

    Apresentao de um grupo indgena que, ainda hoje, sofre com as invases de suas terras.

    A leitura e os livros diante das novas tecnologias.

    Informaes obtidas sobre o tema com a leitura do texto

    Grupo indgena Deni:t vive na regio dos rios

    Juru e Purus;t desde a dcada de 1940

    sofre com invases em suas terras; t com as invases, entrou

    em contato com doenas;t sofreu com a violncia

    e a explorao da mo de obra indgena;t recebeu ajuda de ONGs

    para fazer a demarcao de suas terras, oficializada em 2003;

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    Informaes gerais sobre cada

    um dos textosTexto 1 Texto 2 Texto 3

    tmesmo com a demarca-o, ainda sofre com as atividades clandestinas, como a pesca e a extra-o de madeira.

    Outras informaes que julgarem relevantes

    PESQUISA EM GRUPO

    1. A atividade de leitura e interpretao de textos da seo anterior ser ampliada com um trabalho de pesquisa. O objetivo que vocs possam encontrar outras referncias e textos para uma exposio oral, a ser realizada posteriormente, a fim de que todos da classe am-pliem seus conhecimentos.

    2. Para realizar a pesquisa, os grupos sero organizados pelo professor a partir dos seguin-tes temas:

    t tema A: Grupo indgena Deni;

    t tema B: Os livros e as tecnologias digitais;

    t tema C: Como o beija-flor maximiza o ganho de energia.

    3. O professor sortear os temas; em seguida, vocs iniciaro a pesquisa (na internet, em livros e/ou enciclopdias), buscando novos textos e informaes sobre eles. Nesta ativi-dade, ser necessrio que cada grupo prepare uma nova ficha organizativa, semelhante preenchida na atividade da seo Leitura e anlise de texto, registrando tudo o que for relevante para a apresentao oral que ser feita posteriormente.

    Essa ficha deve ser feita no caderno ou em folhas avulsas. Cada integrante do grupo deve ter sua prpria ficha, a fim de consult-la sempre que necessrio.

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    Oralidade

    Uma exposio oral, para apresentar resultados de uma pesquisa, quando feita fora da es-cola, realizada por um especialista no assunto que ser exposto. A oralidade, nesse caso, no espontnea, no nasce naturalmente. Quem faz a exposio oral de um assunto para o pblico precisa antes prepar-la com muita leitura e escrita. o que acontece, por exemplo, com as pes-soas que so entrevistadas na TV. Mesmo os apresentadores dos jornais televisivos no decoram as notcias antes de transmiti-las; eles leem as notcias a partir de um local que os telespectadores no conseguem ver. Mas, para fazerem isso com segurana e com a entonao adequada, eles precisam conhecer bem os assuntos que esto divulgando.

    Retomando a seo Pesquisa em grupo, com as novas informaes selecionadas, lidas e ana-lisadas, cada grupo deve organizar sua exposio oral sobre o que encontrou nos novos textos lidos. Vocs devem considerar as etapas a seguir.

    1. Avaliar qual o modo de falar apropriado para a situao (mais formal) e para envolver os ouvin-tes (dinmico, com turnos entre os apresentadores, com apoio em imagens etc.).

    2. Preparar uma abertura para a apresentao do tema, pensando no pblico-alvo (colegas dos outros grupos) e legitimando sua condio de especialista no assunto. Por isso, necessrio que estudem bastante o tema a partir da seleo dos novos textos que encontraram.

    3. Fazer uma introduo do tema, apresentando a proposta da exposio: delimitar o tema, cha-mar a ateno do pblico para sua importncia, inform-lo sobre as fontes que foram consul-tadas pelo grupo (sites especializados na internet, enciclopdias, livros, revistas, jornais etc.).

    4. Organizar uma lista dos tpicos mais importantes que sero abordados e desenvolver a exposi-o propriamente dita.

    5. Sintetizar a exposio, retomando os pontos que julgarem necessrios. Aqui importante con-siderar as reaes da plateia: houve momentos de dvida ou falta de compreenso sobre algum aspecto do que apresentaram?

    6. Concluir a exposio com algumas questes sobre o tema que possam gerar um debate entre os expositores e os ouvintes, abrindo espao para o dilogo, o esclarecimento de dvidas etc.

    7. Agradecer a ateno do pblico.

    Estudo da lngua

    Para esta atividade, o professor gravar uma situao de exposio oral (feita por ele mesmo ou por outra pessoa), discorrendo sobre um tema de interesse comum da classe. Sua tarefa ser:

    Passo 1 Ouvir a gravao e observar os temas abordados pelo expositor.

    Passo 2 Discutir com seus colegas o que vocs entenderam sobre o tema exposto.

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    Passo 3 Anotar em seu caderno as caractersticas estruturais do texto exposto: o expositor fez uma abertura e o contato inicial com os ouvintes? Ele apresentou a proposta da exposio, delimi-tando o tema e informando as fontes de consulta?

    Passo 4 Em grupos, vocs devem transcrever a exposio oral, respeitando as expresses e interjeies prprias da lngua falada.

    Passo 5 Coletivamente, com a ajuda do professor, faam uma anlise dos aspectos do texto oral transcrito, observando quais mudanas sero necessrias para transform-lo em uma exposio escrita.

    Passo 6 Ainda em grupos, vocs devem refletir sobre quais aspectos prprios da lngua escrita precisam ser cuidados durante a transposio, tais como pontuao e elementos coesivos (preposi-o, conjuno e pronome relativo), contedos j estudados nas sries/anos anteriores.

    Produo escrita

    A partir da ficha organizada na atividade da seo Pesquisa em grupo, individualmente, voc deve produzir dois pargrafos expositivos sobre o tema pesquisado. Ao final da atividade, entregue uma cpia desses pargrafos a seu professor para que ele possa corrigi-los.

    Pargrafo 1: apresentar o tema, indicando pelo menos um aspecto relevante a ser discutido.

    Pargrafo 2: continuar a exposio iniciada no primeiro pargrafo, explanando sobre o aspec-to selecionado. Considere as seguintes questes: Por que esse aspecto relevante ao tema? De que modo ele contribui para que o leitor compreenda melhor o tema?

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    LIO DE CASA

    O professor selecionar, no livro didtico, alguns exerccios sobre preposio e conjuno a fim de que voc possa resolv-los no caderno. Anote as indicaes das atividades, para no esquecer.

    Aproveite a correo dos exerccios para tirar dvidas e analisar como as informaes sobre esses tpicos da lngua e os exerccios apresentados pelo livro didtico podem ampliar sua compreenso da atividade de transposio do texto oral para o texto escrito, desenvolvida na seo Estudo da lngua.

    Pgina:

    Exerccios:

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 2 TRAOS CARACTERSTICOS DO AGRUPAMENTO TIPOLGICO ARGUMENTAR

    Parte A Ouvindo a msica

    1. Depois de ouvir a msica apresentada pelo professor, voc deve participar de uma roda de conversa com seus colegas, falando das suas primeiras impresses sobre a letra ouvida. No se esquea de anotar essa letra de msica no caderno a fim de poder consult-la posteriormente.

    2. Em seguida, responda individualmente s questes:

    a) Voc j conhecia essa msica? O que achou dela? Explique.

    b) Voc conseguiu verificar qual o tema tratado na letra da cano?

    Foram reunidos para esta sequncia de atividades alguns textos que tratam de um mes-mo assunto, porm diferentes na forma. Voc deve seguir as orientaes propostas em cada etapa da sequncia a fim de reconhecer o tema e analisar o modo como ele apresentado por seus autores.

    Leitura e anlise de texto

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    c) Qual a opinio do autor dessa letra sobre o tema que ele aborda? Que versos ajudam a comprovar essa opinio?

    d) Voc conhece outras letras semelhantes que ouviu?

    e) Se conhece, em que essas letras so semelhantes?

    Parte B Agora a vez da crnica

    Para realizar esta atividade, voc deve ficar atento s instrues, observando que, em alguns momentos, trabalhar individualmente; em outros, trabalhar em parceria com seus colegas e o professor.

    Leitura e anlise de texto

    1. Faa uma leitura silenciosa da crnica a seguir.

    Crnica

    Segurana

    O ponto de venda mais forte do condomnio era a sua segurana. Havia as belas ca-sas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurana. Toda a rea era cercada por um muro alto. Havia um porto principal com guardas que controlavam tudo por um circuito fechado de TV. S entravam no condomnio os proprietrios e visi-tantes devidamente identificados e crachados.

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    Mas os assaltos comearam assim mesmo. Ladres pulavam os muros e assaltavam as casas. Os condminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do muro alto. Nos quatros lados.

    As inspees tornaram-se mais rigorosas no porto de entrada. Agora no s os visitan-tes eram obrigados a usar crach. Os proprietrios e seus familiares tambm. No passava ningum pelo porto sem se identificar para a guarda. Nem as babs. Nem os bebs. Mas os assaltos continuaram.

    Decidiram eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era a segurana. Quem tocasse no fio de alta tenso em cima do muro morreria eletrocutado. Se no morresse, atrairia para o local um batalho de guardas com ordens de atirar para matar.

    Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladres ultrapassassem os altos muros, e o fio de alta tenso, e as patrulhas, e os cachorros, e a segunda cerca, de arame farpado, erguida dentro do permetro, no conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas gradeadas.

    Mas os assaltos continuaram.

    Foi feito um apelo para que as pessoas sassem de casa o mnimo possvel. Dois assal-tantes tinham entrado no condomnio no banco de trs do carro de um proprietrio, com um revlver apontado para a sua nuca. Assaltaram a casa, depois saram no carro roubado, com crachs roubados. Alm do controle das entradas, passou a ser feito um rigoroso con-trole das sadas. Para sair, s com um exame demorado do crach e com autorizao ex-pressa da guarda, que no queria conversa nem aceitava suborno.

    Mas os assaltos continuaram.

    Foi reforada a guarda. Construram uma terceira cerca. As famlias de mais posses, com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada rea de segurana mxima. E foi tomada uma medida extrema. Ningum pode entrar no condomnio. Nin-gum. Visitas, s num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilncia e por curtos perodos. E ningum pode sair.

    Agora a segurana completa. No tem havido mais assaltos. Ningum precisa temer pelo seu patrimnio.

    Os ladres que passam pela calada s conseguem espiar atravs do grande porto de ferro e talvez avistar um ou outro condmino agarrado s grades da sua casa, olhando me-lancolicamente para a rua.

    Mas surgiu outro problema.

    As tentativas de fuga. E h motins constantes de condminos que tentam de qualquer maneira atingir a liberdade. A guarda tem sido obrigada a agir com energia.

    VERISSIMO, Luis Fernando. In: ______. Comdias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. p. 97. by Luis Fernando Verissimo.

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    2. Escreva, no caderno, um pequeno comentrio sobre a crnica de Luis Fernando Verissimo, tendo em vista o tema central abordado no texto.

    3. Em pequenos grupos, troquem seus comentrios, comparando-os oralmente. Vocs tiveram impresses semelhantes? Ou foram muito diferentes? Em que elas se assemelharam ou se dife-renciaram? Voc concorda com as impresses de seus colegas? Por qu?

    4. Produzam, no mesmo grupo, um cartaz que ilustre as principais questes abordadas no texto. Ele pode mesclar imagens e palavras.

    5. Cada grupo apresenta o cartaz elaborado para toda a classe e aguarda sua reao. Os colegas de-vem dizer o que acharam: se gostaram do cartaz; se identificaram um dilogo entre a mensagem produzida e a crnica de Verissimo. Por fim, vocs expem o que pensaram ao elaborar essa produo, esclarecendo aos colegas os pontos de enlace entre o texto original e o elaborado por vocs.

    Parte C Lendo a imagem

    Leitura e anlise de texto

    1. Observe a imagem e responda s questes:

    L

    aert

    e

    a) Laerte faz referncia Liberdade guiando o povo, obra de Eugne Delacroix de 1830 inspirada na Revoluo Francesa. Considerando esta informao, como o cartunista compreende a questo do medo e da violncia?

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    Em sua casa, selecione novas imagens que tambm discutam a questo da violncia e das gra-des. Podem ser outras charges ou quadrinhos, retirados de jornais, revistas e sites, ou mesmo fotos tiradas por voc que mostrem casas ou comrcios com grades.

    Cole essas imagens em uma folha de cartolina ou papel kraft, anotando ao lado ou embaixo de cada uma delas a fonte de onde foram retiradas. No se esquea de dar ao cartaz um ttulo que dialogue com o tema.

    PESQUISA EM GRUPO

    b) Que elementos da charge contribuem para que voc identifique a opinio do car-tunista?

    c) Voc identificou alguma relao entre a mensagem apresentada na charge e a dos textos anteriores? Qual?

    O trecho a seguir foi retirado do texto Direito segurana e direito cidade, de Lcia Siqueira. Em grupos, vocs devem fazer uma pesquisa na internet para recuperar o texto na ntegra. Faam sua leitura, observando como a autora estabelece a relao entre a questo da violncia e a arquitetura da cidade.

    Na sequncia, o professor orientar a discusso.

    LIO DE CASA

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    E a cidade, como que fica?

    Presdio Professor Anbal Bruno, Curado. Doze cmaras de vigilncia eletrnica, muro de seis metros de altura, cerca eltrica, nenhum sistema detector de violao. Funo: retirar do convvio social pessoas que, teoricamente, representam ameaa coletividade.

    Edifcio Hockenheim, Jaqueira. Dezesseis cmaras de vigilncia eletrnica, muro de oito metros de altura, sistema infravermelho com sete pontos de deteco, acionamento remoto de patrulha de segurana. Funo: proteger seus moradores de pessoas como as que se encontram no Anbal Bruno.

    Dirio de Pernambuco, out. 2001 apud SIQUEIRA, Lcia. Direito segurana e direito cidade. Disponvel em: . Acesso em: 27 maio 2013.

    Aps as discusses sobre a coletnea de textos aqui apresentada, preciso que vocs se posicio-nem formalmente sobre o tema comum a eles, considerando o que de fato aprenderam. Certamente vocs notaram que o tema abordado em diferentes gneros textuais, mas, por ser polmico, obri-ga os autores a tomar uma posio sobre as controvrsias resultantes. Quem toma uma posio a defende com argumentos. Assim como os autores, o que vocs faro nesta sequncia de atividades: assumir um ponto de vista sobre o tema e defend-lo, usando argumentos para convencer seus in-terlocutores.

    1. Em primeiro lugar, vocs vo analisar os textos lidos, considerando no s o que tm em co-mum, mas tambm as diferenas entre eles. Para tanto, devem primeiro preencher, em grupo, o quadro-sntese a seguir.

    VOC APRENDEU?

    1. Quem so os autores dos textos lidos?

    2. Em que momento os textos revelam o ponto de vista desses autores em relao ao tema? A opinio deles sobre o tema

    converge ou diverge?

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    importante que voc j se utilize, nesta etapa, de alguns recursos argumentativos. Ou seja, no basta dizer com qual texto mais se identificou, mas saber dizer o por-qu dessa identificao.Eu acho que o texto X mais claro, porque...A violncia existe por causa da...A consequncia mais direta da violncia o aprisionamento das pessoas, porque...

    3. Que argumentos eles utilizam para sustentar essa opinio?

    4. Qual dos textos, em sua opinio, deixa mais claro o tema que est sendo

    discutido? Por qu?

    5. Se fossem escrever sobre o tema violncia, qual gnero vocs

    escolheriam? Por qu?

    6. Se os textos fossem considerados isoladamente, vocs teriam a

    mesma compreenso do tema e da opinio dos autores?

    2. Responda individualmente, em folha avulsa, s questes a seguir, entregando-as ao pro-fessor:

    t Qual sua opinio sobre o tema discu-tido na coletnea?

    t Voc concorda com a opinio dos autores?

    t Com qual deles voc mais se identi-fica?

    t Em que medida esse tema faz parte tambm de seu cotidiano? De que forma?

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    1. Leia os textos a seguir, retirados de uma pgina de revista.

    2. Em grupos, faam uma explorao da pgina, observando como ela foi montada e como essa montagem contribui para que o leitor reconhea a polmica sobre o tema a ser apresen-tado. Verifiquem se, somente com a leitura do ttulo, vocs j conseguem depreender o tema e se reconhecem nele uma questo para ser discutida e sobre a qual possam argumentar.

    Leitura e anlise de texto

    Revista da Semana, edio 11, ano 1, 12 nov. 2007. p. 13.

    E

    dito

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    3. Preencham o quadro a seguir com as principais ideias e com os argumentos apresentados nos textos.

    Texto Principais ideiasSeleo dos argumentos

    utilizados pelos autores para defender seu ponto de vista

    Texto 1Acham que sim

    Texto 2Acham que no

    Oralidade

    Cada um de vocs deve se posicionar diante do tema proposto, A inteligncia gentica?, para participar de uma discusso coletiva sobre a polmica envolvendo os dois textos. Nessa discusso, vocs devem justificar seu posicionamento.

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    PESQUISA INDIVIDUAL

    Estudo da lngua

    1. Volte aos textos de A inteligncia gentica? e circule alguns articuladores sintticos que contri-buem para a construo da argumentao. Anote esses articuladores em um quadro semelhante ao do exemplo a seguir, explicando sua funo.

    Para ampliar a atividade, voc deve pesquisar sobre o tema na internet ou em outras fontes indicadas pelo professor, selecionando novos materiais e informaes que possam ser apresentados, posteriormente, a seus colegas. Esta pesquisa ajudar a aumentar seus conhecimentos, desenvolvendo sua capacidade argumentativa.

    Pargrafo Texto 1: Acham que sim Texto 2: Acham que no

    1o pargrafoArticuladores/funo

    2o pargrafoArticuladores/funo

    3o pargrafoArticuladores/funo

    4o pargrafoArticuladores/funo

    5o pargrafoArticuladores/funo

    2. Em grupos, faam uma pesquisa, no livro didtico ou em uma gramtica normativa, sobre os tipos de conjuno existentes na lngua portuguesa e o uso que seus falantes fazem delas a partir dos exemplos dados nos materiais consultados. importante aqui que vocs no decorem esses tipos, mas analisem seus efeitos na composio dos perodos compostos por subordinao e coordenao.

    O professor far a seleo, no livro didtico, de alguns exerccios de sistematizao sobre o uso dessas conjunes. Desenvolva-os em grupo ou duplas, anotando suas dvidas no caderno. Anote as indicaes das atividades, para no esquecer.

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    LIO DE CASA

    Com base nas explicaes dadas pelo professor (e encontradas no livro didtico) sobre o uso das conjunes nas oraes coordenadas, escreva no caderno trs sentenas usando cada uma dessas conjunes:

    t conjunes adversativas;

    t conjunes explicativas;

    t conjunes conclusivas;

    t conjunes alternativas;

    t conjunes aditivas.

    Critrios para a elaborao das sentenas:

    1. Elas devem ser fundamentadas em um dos assuntos/temas desenvolvidos nas sees Leitura e an-lise de texto (violncia) e Oralidade (inteligncia e racismo), indicando sua posio pessoal.

    2. Algumas dessas sentenas serviro de base para que, posteriormente, voc elabore trs pargrafos expositivos-argumentativos sobre um desses temas.

    Produo escrita

    Com base nas sentenas formuladas na tarefa anterior, voc deve escrever trs pargrafos expositivos-argumentativos, discorrendo e posicionando-se sobre o tema que escolheu (violncia ou inteligncia e racismo).

    Pgina:

    Exerccios:

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    Ateno: evidentemente, novas sentenas com outros tipos de conjuno devem ser escritas a fim de compor os pargrafos. O importante que voc consiga articu l-las coe rentemente.

    Siga as orientaes.

    Pargrafo 1: apresente o tema escolhido e seu posicionamento sobre ele, indicando, por exem-plo, os prs e contras que permeiam a questo (como no caso de A inteligncia gentica?).

    Pargrafo 2: tente provar sua tese ou seu ponto de vista, apresentando alguns argumentos que expliquem por que voc pensa assim.

    Pargrafo 3: conclua seu pensamento, ratificando as afirmaes feitas nos pargrafos anteriores.

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 3 O DILOGO ENTRE AS TIPOLOGIAS TEXTUAIS NA COMPOSIO DO GNERO

    Se preferirem, em comum acordo com o professor, vocs podem elaborar uma lista de filmes a que gostariam de assistir e fazer um sorteio para escolher um ttulo.

    Voc gostou (ou no) do filme?Explique as razes.

    O que achou das personagens? Por qu?

    Que sentimentos a obra lhe despertou? Por qu?

    O que voc pensa sobre o tema central do filme?

    Voc j havia pensado sobre esse tema? Em que

    circunstncia?

    Oralidade

    Para realizar esta sequncia de ativida-des, vocs assistiro, na escola, a um filme escolhido pelo professor.

    1. Aps assistir ao filme e antes de conversar sobre ele com os colegas, anote no quadro a seguir suas primeiras impresses.

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    2. Em uma roda de conversa, com base nas anotaes individuais anteriores, fale com seus colegas sobre suas impresses a respeito do filme. Procure ampli-las com alguns argumentos que as jus-tifiquem. Por exemplo: em vez de simplesmente dizer gostei/no gostei, tente dizer as razes de ter apreciado ou no, ilustrando-as com passagens do prprio filme.

    LIO DE CASA

    1. Dando continuidade atividade anterior, faa uma busca, na internet, sobre o filme visto, sele-cionando comentrios feitos por internautas. Voc encontrar facilmente esse tipo de coment-rio em sites que oferecem guias culturais sobre cinema, teatro, exposio.

    2. Compare esses comentrios com suas anotaes:

    t As impresses dos internautas sobre o filme so semelhantes s suas?

    t Provavelmente, os comentrios so organizados de formas distintas: alguns comentam o fil-me, outros relacionam-se bastante com o momento histrico; outros, ainda, fazem relaes com os sentimentos humanos. Identifique pelo menos dois pontos de vista apresentados em diferentes perspectivas.

    t Voc se identificou com alguns dos comentrios feitos pelos internautas? Por qu?

    3. Em seu caderno, faa uma seleo dos comentrios lidos, bem como de suas anotaes, agru-pando-os em duas colunas diferentes, como no exemplo fictcio a seguir.

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    4. Reflita: Quando voc assiste a um filme e comenta suas impresses com algum amigo, esse co-mentrio se assemelha ao que est em qual das colunas do quadro anterior? Por qu?

    Comentrios que apenas demonstram impresses sobre o tema do filme,

    sem justific-lo ou defend-lo

    Comentrios que expressam impresses sobre o filme j

    apresentando a defesa de ideias

    Ex.: Eu gostei do filme. Achei legal. Tipo assim, fiquei com pena das pessoas.

    Ex.: Eu gostei do filme porque fala de um assunto srio, o nazismo, mostrando o sofrimento humano e, ao mesmo tempo, atitudes que marcaram a histria, pelo menos de alguns.

    Leitura e anlise de texto

    1. O professor apresentar classe uma resenha sobre um novo filme e outra sobre um livro.

    2. Em grupos, faam a leitura dessas resenhas e completem o quadro a seguir.

    Informaes Resenha 1 Resenha 2

    Ttulo da resenha

    Nome do autor da resenha

    Lugar de publicao

    Ttulo da obra resenhada

    Nome do autor da obra resenhada (escritor, diretor)

    Tema tratado na resenha

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    3. Coletivamente, discutam a estrutura do gnero textual resenha, considerando que ele tem caractersticas de dois grupos de textos que vocs j estudaram: os expositivos e os argumen-tativos. Em seguida, faam a leitura das afirmaes contidas no quadro a seguir e respondam s questes:

    Informaes Resenha 1 Resenha 2

    Opinio do autor da resenha sobre a obra

    Argumentos utilizados pelo autor da resenha para justificar sua opinio (anotem, pelo menos, dois argumentos de cada resenha)

    Impresses da obra a partir da leitura da resenha (este item deve ser preenchido individualmente)

    t o gnero resenha costuma ser publicado em jornais e revistas e tem como funo social informar as pessoas sobre filmes, peas de teatro etc. que esto em cartaz, compondo ou conduzindo a formao de opinies prvias do leitor;

    t o gnero resenha tem um carter expositivo-argumentativo porque pode contem-plar mais de uma tipologia: mistura de informao e opinio;

    t o gnero resenha tem um carter analtico porque expressa a opinio de seu autor sobre o objeto que est sendo analisado;

    t as resenhas so textos baseados necessariamente em outras obras;

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    a) Comentem o contedo do quadro verificando se, entre os itens apresentados, h algum incorreto.

    b) Quais informaes contidas no quadro j foram verificadas por vocs durante a leitura das duas resenhas apresentadas pelo professor? D dois exemplos, confirmando-os com trechos das resenhas lidas.

    PESQUISA EM GRUPO

    1. Em pequenos grupos, faam uma pesquisa em revistas/jornais, sites e no prprio livro didtico sobre resenhas, selecionando algumas que falem de assuntos de seu interesse (filmes, livros, exposio).

    t as resenhas misturam informao e opinio sobre determinada obra;

    t o autor da resenha sempre destaca em seu texto aspectos da obra que considera mais importantes para dar sustentao sua anlise;

    t h resenhas relativas a uma mesma obra, mas escritas por autores diferentes, que apre-sentam opinies completamente diversas e/ou divergentes. Isso bom, porque permite aos leitores ampliar seu alcance sobre o tema e analisar essas opinies, posicionando-se em relao ao que dizem da obra.

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    Produo escrita

    A tarefa de vocs, agora, escrever uma resenha sobre um livro ou filme de seu interesse. Para tanto, sigam as instrues contidas nos enunciados, observando em quais momentos trabalharo em grupos, duplas e individualmente.

    1. Em grupo, vocs devem definir qual obra pretendem analisar na resenha. Se escolherem um novo filme ou um livro, tero de fazer novamente todos os passos de discusso realizados para a anlise do filme visto na escola: roda de conversas e discusso de ideias; pesquisas sobre o filme (o diretor, o elenco); organizao de fichas com esses dados.

    2. Seguindo os modelos de resenhas estudados anteriormente, faam um planejamento da escrita, selecionando as informaes que devem aparecer no texto, bem como as opinies que preten-dem compartilhar com o leitor. importante que vocs selecionem tambm trechos do filme (ou do livro) que contribuam para a justificativa das opinies.

    3. Voltem ao quadro sobre as caractersticas do gnero resenha e verifiquem se, de fato, esto considerando todas elas nesse planejamento.

    4. Escrevam, em folha avulsa ou no caderno, a primeira verso de sua resenha. Mas ateno: esta etapa deve ser realizada individualmente. importante que voc siga o planejamento, mas se sinta livre para acrescentar outros aspectos que julgar relevantes durante a escrita de seu texto.

    5. Aps essa escrita, leia seu prprio texto e responda s perguntas a seguir:

    t O meu leitor entender o que quero dizer?

    t O que devo dizer a mais para que meu texto fique claro e compreensvel para meu leitor?

    t Como dizer de outro jeito a fim de tornar meu texto compreensvel?

    2. Leiam as resenhas selecionadas e discutam entre si os contedos desses textos, bem como seu grau de interesse pela obra a partir dessa leitura.

    3. Organizem um quadro com as principais caractersticas observadas nessas resenhas, ratificando (ou no) as informaes que j possuem sobre esse gnero.

    4. Apresentem classe as resenhas lidas e falem de suas impresses sobre a obra resenhada. Depois, mostrem o quadro organizado na questo anterior, comparando-o com os qua-dros dos outros grupos.

    5. O professor montar na lousa, com a colaborao da classe, um novo quadro, a partir das informaes apresentadas por todos os grupos, sintetizando as principais caracte-rsticas do gnero resenha. Esse novo quadro deve ser copiado por voc, no caderno, a fim de auxili-lo na hora em que for escrever suas resenhas.

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    6. Reformule em seu texto o que julgar necessrio a partir das questes anteriores.

    7. De volta aos grupos de trabalho, e com o auxlio de seu professor, faam a leitura dos textos dos colegas e iniciem um trabalho de reviso, chamando a ateno do autor para tudo o que acharem que interfere na compreenso do texto. Essas observaes devem ser anotadas a lpis, na lateral da pgina. Levem em considerao os seguintes aspectos:

    t trechos incoerentes ou confusos;

    t ausncia ou excesso de informaes para a compreenso do texto;

    t incoerncias ou falta de conexo entre as ideias;

    t redundncias;

    t pargrafos muito curtos ou muito longos;

    t falta ou excesso de pontuao;

    t problemas de concordncia nominal ou verbal;

    t uso de linguagem coloquial ou grias;

    t ortografia.

    8. Individualmente, retome seu texto e refaa as partes com problemas, levando em considerao as observaes feitas pelos colegas. Depois, entregue-o ao professor, com a primeira verso, para que seja possvel fazer uma comparao de como voc evoluiu (ou no) depois do trabalho de reviso. O professor far novas observaes e lhe devolver o texto para que possa dar continui-dade atividade.

    9. Em duplas, vocs devem ler as observaes feitas pelo professor; depois, um deve ajudar o outro na reelaborao das partes indicadas. Passem a limpo os textos e organizem uma exposio de rese-nhas na prpria sala de aula ou em algum mural disponvel na escola, onde outros alunos possam ler o que vocs escreveram sobre novos filmes e livros.

    Estudo da lngua

    O professor apresentar classe uma resenha que contm sete problemas gramaticais de con-cordncia verbal, concordncia nominal, uso repetitivo do pronome relativo que, conjuno, ortografia, inadequao vocabular, pontuao.

    1. Em grupos, vocs devem ler a resenha e descobrir onde esto esses problemas, anotando-os na Coluna 1 do quadro a seguir.

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    Coluna 1 Coluna 2

    Problemas encontrados Reformulao dos trechos com problemas

    2. Faam a reformulao dos trechos com problemas de acordo com o conhecimento que possuem das regras da norma-padro. Anotem sua reformulao na Coluna 2 do quadro da Questo 1.

    3. Pesquisem, no livro didtico ou na gramtica, as regras que envolvem os aspectos problemticos selecionados na Questo 1. Aqui, no necessrio pesquisar todos os sete problemas, mas ape-nas aqueles que apresentarem maior dificuldade para vocs.

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    Individualmente, faa os exerccios de sistematizao selecionados pelo professor no livro didtico. Anote as indicaes dos exerccios, para no esquecer.

    Pgina:

    Exerccios:

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 4 DEBATER MAIS DO QUE TROCAR IDEIAS

    Para comeo de conversa

    Nesta sequncia de atividades vocs faro um debate regrado sobre um tema polmico. Para prepar-lo, ser necessrio que realizem vrias atividades diferentes. Fiquem atentos s

    orientaes apresentadas a seguir.

    Atividade em grupo

    1. Coletivamente, faam uma lista de temas polmicos sobre os quais gostariam de saber mais para discuti-los com segurana. Apresentamos algumas sugestes a seguir:

    t os padres de beleza definidos pela mdia;

    t a anorexia e a bulimia na adolescncia;

    t a obesidade na infncia e na adolescncia;

    t preservao ambiental: o compromisso com a natureza;

    t a escassez de gua em um futuro prximo;

    t os programas televisivos feitos para jovens;

    t a Copa de 2014 no Brasil.

    2. Dividam-se em grupos e sorteiem um tema para cada grupo.

    3. Os grupos devem pesquisar sobre o tema que lhes foi designado, selecionando, pelo menos, trs textos que serviro de base para a discusso.

    4. Os textos selecionados devem ser lidos e analisados por vocs, considerando as principais ideias, informaes e argumentos apresentados.

    5. Organizem um quadro que contenha as informaes obtidas com a leitura e anlise dos textos. Vejam o modelo a seguir:

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    Debater temas polmicos exige que os interlocutores como voc j sabe conheam bem um assunto, entendam as polmicas que giram em torno dele, tomem posio e construam argu-mentos slidos para convencer os que pensam de forma diferente.

    Informaes Texto 1 Texto 2 Texto 3

    Informaes sobre os textos lidos pelo grupo: ttulo, autor, fonte (retirado do livro tal, da internet, do jornal etc.)

    Tema e subtemas (o que dizem, como dizem, qual a opinio do autor sobre o tema)

    Quais aspectos do texto lido ajudam o grupo a elaborar suas opinies sobre o tema?

    Os textos lidos apresentam um nico ponto de vista sobre o tema ou pontos de vista diver-sos e, por vezes, divergentes?

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    Se for possvel, assistam a filmes, a programas de televiso etc. a fim de ampliar seu repertrio sobre o assunto e ter mais condies para defender seu ponto de vista diante dos colegas e do professor. Neste caso, vocs devem organizar um quadro semelhante ao do Exerccio 5 da seo Atividade em grupo, anotando todas as informaes que julgarem pertinentes para a composio do debate.

    Oralidade: debate regrado

    1. Seu professor apresentar classe um debate regrado que tenha sido transmitido em um progra-ma televisivo.

    Vocs tero de:

    a) assistir ao programa;

    b) discutir os procedimentos dos debatedores;

    c) elaborar um quadro com os principais procedimentos a fim de utiliz-lo como referncia quando forem organizar o debate regrado desta Situao de Aprendizagem.

    2. Com a ajuda do professor, definam quais os objetivos e limites do debate, a fim de evitar fugas do tema.

    3. Definam tambm de quem ser o papel de moderador para o debate que faro, que ter como funo:

    t apresentar o tema;

    t definir os limites da discusso;

    t criar estmulos que permitam a todos os participantes falar, cada um na sua vez;

    t retomar aspectos da discusso que vo sendo deixados de lado no decorrer da atividade;

    t evitar fugas ou desvios temticos.

    4. Em um debate, os grupos envolvidos precisam ter pontos de vista opostos sobre as polmicas que sero discutidas. Ser necessrio que vocs se distribuam em torno de duas (ou mais) ideias divergentes, preparando-se para defend-las. Nesse momento, os grupos devem dividir-se em subgrupos para realizar o debate. Escolham quais integrantes faro a defesa de cada um dos pontos de vista.

    Vejam o exemplo:

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    5. A partir da definio da data do debate, ser preciso preparar com antecedncia o espao: vocs devem organizar os lugares que sero ocupados por debatedores e moderador, a fim de que to-dos da classe possam v-los e observar seus gestos durante a explanao.

    6. Dependendo da quantidade de pessoas em cada grupo, no haver possibilidade de que todos possam ocupar a funo de debatedor. Nesse caso, os outros integrantes devem ocupar a funo de avaliadores do debate, considerando para isso os aspectos a seguir. Se for necessrio, criem mais colunas para o quadro.

    Quadro de avaliao do debate

    Aspectos observados Debatedor 1 Debatedor 2 Debatedor 3

    A formalidade por parte dos debatedores (rigor vo-cabular, correo lingustica, clareza de raciocnio, coern-cia entre os argumentos es-colhidos)

    Capacidade para avaliar o prprio funcionamento comunicativo dessa situa-o (escolhe argumentos ou exemplos adequados ao con-texto; os interlocutores e a plateia parecem compreender o que est sendo dito; refor-mula o modo de dizer a fim de tornar mais clara a ideia exposta)

    Tema Os padres de beleza definidos pela mdia

    Alguns integrantes do grupo defendem os padres de beleza definidos pela m-dia por acreditarem que eles sejam o fio condutor para que os sujeitos tenham uma vida bem-sucedida.

    Outros integrantes do grupo defendem exatamente o oposto: como os padres so definidos pela mdia, que tem por princpio incutir e vender ideias, valores e produtos, seria no mnimo suspeita a crena de que esses padres de beleza sejam superiores aos demais.

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    VOC APRENDEU?

    Se possvel, gravem os debates, combinando com o professor outra aula para que assistam s filmagens.

    A proposta que vocs utilizem as gravaes para fazer uma avaliao do processo do debate regrado a partir das seguintes instrues:

    1. Assistam aos vdeos.

    2. Observem o comportamento dos debatedores/moderador ou o modo como atuam diante da fala do outro: Ouvem o que o outro tem a dizer? Respeitam seu momento de fala? Aproveitam uma colocao do outro em favor da defesa dos prprios pontos de vista? Que recursos utilizam para apresentar e defender seu ponto de vista?

    3. Comparem as informaes da Questo 2 com o quadro elaborado na Atividade 6 da seo Oralidade.

    4. Escreva um comentrio pessoal sobre as coisas que aprendeu com a preparao e a execuo do debate regrado.

    Aspectos observados Debatedor 1 Debatedor 2 Debatedor 3

    Construo de uma sequn-cia de ideias (lana mo de exemplos retirados do mun-do concreto dos interlocu-tores do debate)

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    Produo escrita

    Neste momento, a classe trabalhar com o assunto variedades lingusticas, que so as variaes das normas utilizadas em uma lngua. As normas se dividem em padro, que a oficialmente aceita e usada formalmente, e popular, abrangendo todos os modos de usar a lngua que seguem regras distintas da norma-pa dro. Os modos de usar a lngua variam porque as situaes de comunicao nas quais as pes-soas se envolvem tambm variam de acordo com as condies sociais e culturais dos interlocutores.

    Parte 1

    1. Leia o texto a seguir para comear a discutir o assunto.

    Situao 1

    Voc um sitiante e vende 50 cabeas de boi para um frigorfico de sua cidade. Cada cabea vale 200 reais. Sendo assim, o valor total da venda R$ 10000,00. O comprador prope que o pagamento seja feito em cinco prestaes de 2 mil reais. Voc aceita a proposta, mas precisa se certificar de que os pagamentos sero efetuados.

    Como voc poderia registrar essa venda e a forma de pagamento a fim de garantir o re-cebimento de todo o dinheiro? Acreditar apenas na palavra do comprador? Mas como pro-var que os bois foram entregues, caso o comprador no pague a dvida?

    Por conta dessa dvida e tantas outras, podemos dizer que a escrita surgiu como um tipo de soluo. Pondo por escrito o trato, ambos voc e o comprador poderiam ter a garantia de que receberiam aquilo que lhes cabe. De que forma, porm, vocs escreveriam isso? Que variedade lingustica vocs utilizariam? Poderiam escrever como falam? Vocs teriam de usar uma variedade da lngua portuguesa comum a ambos. Quer dizer, teriam de escrever o fato (compra/venda do gado; valor da negociao, condies de pagamento) de forma clara, possvel de ser lida pelos dois envolvidos na situao e por qualquer outra pessoa que pegasse esse texto.

    Por isso, o ideal que ele fosse escrito em uma linguagem formal, padro e, portanto, sem grias, sem expresses coloquiais ou regionais. Essa linguagem formal, por ser padro (modelo conhecido por pessoas letradas), pode superar as possveis diversidades (diferen-as) entre interlocutores (quem escreve e quem l) de um texto. Ou seja, mesmo que os interlocutores utilizem, no seu dia a dia, variedades lingusticas diferentes da variedade culta padro, se forem razoavelmente letrados, tero condies de entender a mensagem desse documento.

    Atividade adaptada de: AGUIAR, Eliane Aparecida. Das palavras ao contexto. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Linguagens, cdigos e suas tecnologias: livro do estudante: Ensino Mdio. Braslia: MEC/Inep, 2002. p. 146.

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    2. Diante da situao apresentada e das explicaes resumidas no incio desta sequncia sobre variedade-padro da lngua, em grupos, redijam um acordo entre o vendedor e o comprador da Situao 1, considerando os dados de compra e venda e a variedade lingustica adequada.

    3. Troquem sua produo com outro grupo, a fim de que seus colegas possam avali-la, anotando sugestes de correo dos trechos com problemas. Vocs devem proceder do mesmo modo com o texto do outro grupo. Devolvam os textos a seus respectivos autores.

    4. Reformulem seu texto a partir das sugestes apresentadas pelos colegas e entreguem a nova verso ao professor.

    Parte 2

    1. Leia o texto a seguir.

    Situao 2

    Um jovem vai a uma entrevista para uma vaga de balconista em uma loja de roupas masculinas, bastante tradicional em sua cidade. Essa loja costuma atender clientes economi-camente abastados e de meia-idade (homens com mais de 50 anos). O gerente da loja per-gunta por que o jovem deseja o emprego, quais suas qualificaes para o cargo e seus objeti-vos. O jovem responde da seguinte maneira.

    T precisando liberar adrenalina nesse trampo! D uma reciclada nas ideias. Tipo assim... Sei l. Bot um bando de coisas maneras no meu modo de pensar. A, c sabe o lance das influncias-cabeas? Fala srio. T superpreparado pro cargo. C pode me contratar no sossego que, tipo assim, esse cargo tem tudo a ver comigo. Fala srio!

    O gerente ouve o jovem e diz que ele no serve para o cargo:

    t A linguagem utilizada pelo garoto no estava adequada ao contexto? Por qu?

    t Se voc estivesse no lugar dele, como responderia s questes feitas pelo ge rente?

    t E se a proposta fosse que voc escrevesse um texto expressando suas intenes, que va-riedade lingustica utilizaria para responder demanda do contexto?

    importante que voc pense sobre o que os clientes e o gerente da loja em questo es-peram de um novo funcionrio: clareza na fala e formalidade para atend-los. No entanto, o jovem apresentou-se de modo descolado, utilizando-se de muitas grias e expresses que tornaram difcil a compreenso de seu discurso. Afinal, o que botar adrenalina nesse

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    2. Imagine-se no lugar do jovem da Situao 2 e redija uma carta de inteno, expondo os motivos pelos quais voc deseja o emprego na loja. importante que voc convena seu interlocutor (no caso, o gerente da loja) de que, se for contratado, ser um bom funcionrio.

    Para essa produo escrita, ser necessrio que voc:

    a) faa primeiro um esquema para seu texto. No esquema, voc deve apontar, de forma bem geral, as informaes que gostaria de colocar em sua carta de intenes. Selecione tambm os melhores argumentos para convencer seu interlocutor de que a vaga deve ser sua. Eles serviro de base para sua produo final;

    b) retome a estrutura do gnero carta, j estudado em sries/anos anteriores, considerando que o item intenes est relacionado ao contexto no qual essa produo escrita foi soli-citada: seleo de funcionrio para a vaga de emprego;

    c) organize a carta em pargrafos:

    trampo, lance das influncias-cabeas? O problema da situao no est exatamente no modo certo ou errado de o jovem falar, mas na adequao da linguagem ao contexto, con-siderando seu interlocutor (o gerente) e a formalidade da situao.

    Atividade adaptada de: AGUIAR, Eliane Aparecida. Das palavras ao contexto. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Linguagens, cdigos e suas tecnologias: livro do estudante: Ensino Mdio. Braslia: MEC/Inep, 2002. p. 148.

    t pargrafo expositivo, apresentando-se e apresentando suas qualificaes para a vaga em questo;

    t pargrafo expositivo-argumentativo, justificando por que essas qualificaes so adequadas vaga na loja;

    t pargrafo conclusivo, agradecendo a ateno do interlocutor e registrando sua ex-pectativa diante da espera de uma resposta.

    d) escreva a primeira verso de sua carta, considerando os itens anteriores. Nesta etapa, mui-to importante que voc cuide da linguagem, evitando expresses coloquiais e grias;

    e) leia e revise seu texto, observando os trechos confusos e incoerentes;

    f ) reformule a carta e deposite-a em uma caixa preparada por seu professor. Todos os estudan-tes devem colocar sua produo nessa caixa (no coloque seu nome para no se identificar);

    g) retire da caixa outra carta (se pegar novamente a sua, devolva-a caixa), faa a leitura do texto e sugira algumas reformulaes que possam torn-lo mais adequado situao pro-

  • Lngua Portuguesa 8a srie/9o ano Volume 1

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    posta. No conte ao autor da carta que foi voc o responsvel pelas sugestes. Devolva-a novamente caixa;

    h) volte caixa, pegue seu prprio texto e leia as sugestes feitas por seu colega. Reformule o que julgar pertinente. Depois, escreva no corpo do prprio texto um pequeno bilhete, agradecendo a seu colega a colaborao;

    i) fixe sua carta em um mural, na sala de aula, a fim de que todos possam ver o resultado final. Deixe o bilhete em um lugar bem visvel do texto e aguarde para descobrir seu lei-tor secreto.

    Estudo da lngua

    1. Leia a situao a seguir e responda questo proposta.

    Situao 3Fazendo um contrato

    Imagine que o texto a seguir seja o contrato que voc fez com o comprador de seus bois, para garantir o negcio apresentado na Situao 1.

    Senhor comprador: estou vendendo os meus boizinhos com muita d no corao. Mas fazer o qu? Assim a vida, no ? Espero que voc cuide bem deles: trate-os com carinho e cha me-os pelos nomes. Ah! J ia me esquecendo: tem a Joaninha, o Bartolomeu, a Cristeva, o Juquinha... Mas vamos aos negcios. Vou esperar o seu pagamento naqueles dias que combina-mos. Se precisar de mais uns dias, no tenha vergonha de me falar. Um abrao. O Vendedor.

    Em sua opinio:

    a) ( ) a linguagem que o autor utilizou apropriada para um contrato de compra e venda, pois formal, objetiva e clara, sem palavras que indiquem afetividade.

    b) ( ) as informaes realmente importantes foram colocadas no texto: os prazos para o pagamento, o valor de cada parcela, como efetuar o pagamento.

    c) ( ) o nome dos bois e vacas vendidos era uma informao fundamental para a realizao do negcio.

    d) ( ) a linguagem afetiva e informal utilizada nesse texto no apropriada para um contrato, pois o autor parece estar escrevendo uma carta pessoal para um amigo.

    Atividade adaptada de: AGUIAR, Eliane Aparecida. Das palavras ao contexto. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Linguagens, cdigos e suas tecnologias: livro do estudante: Ensino Mdio. Braslia: MEC/Inep, 2002. p. 147.

    2. Discuta com seus colegas sobre as formas que a linguagem assume de acordo com a situao de uso. Deem exemplos de como vocs falariam com seus interlocutores se estivessem nas seguintes situaes:

  • Lngua Portuguesa 8a srie/9o ano Volume 1

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    a) conversa entre amigos que assistem a um jogo de futebol.

    b) conversa entre um rapaz e uma garota. Ele quer convid-la para um passeio.

    c) discusso, na TV, sobre um tema polmico.

    d) exposio de um professor durante uma aula em que ele pretende ensinar um novo tema.

    e) orientao de um mdico a um paciente.

    LIO DE CASA

    1. Faa uma pesquisa, na internet ou em seu livro didtico, ampliando seu conhecimento sobre o tema variedades lingusticas.

    2. Copie em seu caderno, pelo menos, duas explicaes para esse tema.

    3. Reflita sobre como o conhecimento das variedades lingusticas contribui para seu entendimento das atividades realizadas nas sees Produo escrita e Estudo da lngua.

    4. Anote suas dvidas sobre esse tema e, na prxima aula, apresente-as a seus colegas e ao professor. Nessa conversa, ser necessrio que, coletivamente, vocs sistematizem todas as dvidas e expli-caes expostas a fim de garantir maior compreenso da importncia do estudo das variedades lingusticas para sua formao como leitor e escritor de diversos textos.

    5. Pesquise na internet ou em outra fonte indicada pelo professor as diferenas entre dois gneros textuais comuns nos jornais, a notcia e os textos de opinio. Observe que ambos podem tratar do mesmo assunto, so publicados em jornais, atingem o mesmo grupo de leitores. Onde esto as diferenas? Seu professor organizar um momento para discutir com a classe as respostas encontradas.

  • Lngua Portuguesa 8a srie/9o ano Volume 1

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 5 RECAPITULANDO OS CONTEDOS

    Leitura e anlise de texto

    As Questes de 1 a 4 baseiam-se no texto apresentado a seguir e foram retiradas do Sistema de Avaliao de Rendimento Escolar do Estado de So Paulo (Saresp), 2003. Leia o texto e responda s questes.

    Um reprter de jornal redigiu a seguinte notcia e a entregou a seu chefe:

    A greve dos motoristas de nibus de So Paulo pegou a populao desprevenida. Des-de a madrugada, milhares de trabalhadores irritados aguardavam nos pontos os nibus que os grevistas no permitiram que sassem das garagens. Alguns motoristas insistiram em furar o bloqueio e foram agredidos pelos colegas. Houve casos de depredao de veculos e de instalaes das empresas. Os carros do Metr passaram a circular superlotados, o que tambm acabou por gerar uma srie de tumultos. Os grevistas argumentam que o movi-mento se deve defasagem salarial, mas o fato que iniciativas radicais como essa mere-cem uma dura resposta das autoridades.

    Disponvel em: . Acesso em: 28 maio 2013.

    1. De acordo com as informaes contidas no texto, correto afirmar que:

    a) os passageiros no deixaram de se solidarizar com os grevistas.b) os grevistas no se preocuparam em justificar o movimento.c) a paralisao dos nibus no afetou outros setores de transporte.d) o movimento grevista no obteve apoio integral dos motoristas.

    2. A expresso populao desprevenida significa populao:

    a) despreparada.b) desamparada.c) desesperada.d) desinteressada.

    3. A notcia trata, principalmente,

    a) da depredao de veculos e instalaes das empresas.b) do bloqueio dos grevistas e de suas agresses aos seus colegas.c) da greve dos motoristas de nibus por maiores salrios.d) de iniciativas radicais que merecem duras respostas das autoridades.

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    Relatrio de experimento em Cincias

    Na aula de Cincias, eu e meu grupo levamos uma garrafa com gua, dois potinhos de tintas de cores diferentes, trs cravos, uma tesoura e quatro copos.

    Ns colocamos um pouquinho de tinta de cor diferente em cada um dos copos. [...]

    Depois, juntamos um pouco de gua. [...] Em seguida, cortamos ao meio o talo de uma flor. Ela ficou com duas perninhas. As outras duas ficaram do mesmo jeito. Pegamos a flor de talo cortado e colocamos metade do talo em um copo com gua de uma cor e a outra metade no outro copo com a outra cor. As flores que estavam com o talo inteiro, sem cortes, ns pusemos uma em cada um dos outros copos. Deixamos os copos na escola e fomos para casa.

    No dia seguinte, observamos que a cor das ptalas das flores tinha ficado da mesma cor da gua do copo no qual estavam. A flor que teve seu talo dividido em dois copos, com gua colorida com cores diferentes, ficou com duas cores. As flores que no tiveram os talos cortados ficaram de uma cor s. porque as flores tm veias que levam a gua desde o talo at cada pedacinho das ptalas.

    4. O chefe da redao pediu ao reprter para cortar do texto o que representa uma opinio, con-servando apenas os fatos. Atendendo recomendao, o reprter cortou de seu texto, acertada-mente, a seguinte frase:

    a) desde a madrugada, milhares de trabalhadores aguardavam nos pontos os nibus que os grevistas no permitiram que sassem das garagens.

    b) houve casos de depredao de veculos e de instalaes das empresas.

    c) os carros do Metr passaram a circular superlotados.

    d) o fato que movimentos radicais como esse merecem uma dura resposta das autoridades.

    5. A notcia de jornal escolhida para a atividade do Saresp apresenta um problema. Que problema esse? Qual a relao desse problema com a Questo 4?

    Estudo da lngua

    1. Individualmente, faa a leitura do relatrio a seguir e observe o sentido de algumas palavras e expresses que ajudam na composio desse texto expositivo: elas indicam ao leitor que ali sero apresentadas e organizadas etapas de um experimento cientfico.

  • Lngua Portuguesa 8a srie/9o ano Volume 1

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    Foi bem interessante essa experincia.

    [...] Esse o meu relatrio da experincia de Cincias.

    Rodrigo da Silva Luzia 6a srie A, no 28 texto autntico.

    Belm, 3 de junho de 2002.

    Atividade adaptada de: PEL, Cleuza. Interligando as linguagens. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Lngua portuguesa, lngua estrangeira, educao artstica, educao fsica: livro do estudante: Ensino Fundamental. Braslia: MEC/Inep, 2002. p. 19.

    2. Grife essas palavras e expresses.

    3. Explique o que essas palavras e expresses indicam sobre as aes do autor no experimento apresentado.

    Leitura e anlise de texto

    1. Observe as imagens a seguir.

    Almeida Jnior. O violeiro, 1899, pintura, leo sobre tela, 141 cm x 172 cm, RM 1251. Acervo da Pinacoteca do Estado de So Paulo/Brasil. Transferncia do Museu Paulista, 1947.

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    Favela e bairro de Ipanema vistos a partir do morro de Cantagalo. Rio de Janeiro (RJ), set. 2007.

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    Catstrofe da natureza provocada pelo homem. Lagoa Rodrigo de Freitas. Rio de Janeiro (RJ).

    R

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    mag

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    2. Coletivamente, em uma roda de apreciao, discuta com seus colegas e o professor suas primeiras impresses dessas imagens.

    3. Dividam-se em grupos e sorteiem uma imagem para cada grupo.

    A tarefa do grupo ser:

    t Refletir sobre a imagem: O que ela diz? A quem se dirige? Como pode ser interpre-tada? O que ela mobiliza? A que temas remete? Por que vocs acham isso?

    t Anotar o resultado dessas reflexes em forma de tpicos ou listas.

  • Lngua Portuguesa 8a srie/9o ano Volume 1

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    Produo escrita

    Individualmente, escolha uma das imagens estudadas e escreva um pequeno comentrio sobre suas impresses de leitura dessa imagem. importante que, nesse texto, voc exponha os motivos que o le-varam a escolh-la, justificando-os: O que chamou sua ateno? Que elementos da roda de apreciao e da discusso promovida a partir dela ajudaram na sua escolha e no seu entendimento da imagem lida?

    Oralidade

    Apresentem as anotaes feitas na atividade anterior a toda a classe, explicando como chegaram a essas concluses. No momento dessa apresentao, importante abrir espao para que os colegas formulem questes. Observem tambm se o nvel de reflexo sobre as imagens foi ampliado em relao s Atividades 2 e 3.

    Atividade complementar em grupo

    Orientaes para a produo escrita

    1. Para garantir o carter expositivo-argumentativo desse comentrio feito na seo Produ-o escrita, retome os estudos realizados nas Situaes de Aprendizagem 1, 2 e 3 sobre as tipologias expor e argumentar.

    2. Faa uso das orientaes sobre as etapas da produo escrita: planejar, primeira verso do texto, reviso e reformulao do texto.

    Seu professor apresentar classe dois novos textos pertencentes a gneros e tipologias dife-rentes.

    Sua tarefa ser:

    a) ler os dois textos;

    b) indicar qual deles organizado a partir das caractersticas da tipologia expositiva, justifican-do o porqu.

    LIO DE CASA

    1. Retome, na Situao de Aprendizagem 1 (pgina 6), o texto Como o beija-flor maximiza o ganho de energia (artigo de divulgao cientfica escrito especialmente para o Caderno Mais!, da Folha de S.Paulo).

    Responda:

    a) esse texto pertence ao grupo dos textos expositivos. Explique por que possvel fazer essa afirmao;

  • Lngua Portuguesa 8a srie/9o ano Volume 1

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    Estudo da lngua

    1. Em grupos, gravem um pequeno relato oral sobre as imagens analisadas na sequncia da seo Leitura e anlise de texto desta Situao de Aprendizagem.

    2. Faam a transcrio literal desse relato, em cartolinas.

    3. Depois, coletivamente, faam a leitura dessas transcries, observando quais caractersticas do relato oral no poderiam ser mantidas no relato escrito, tais como:

    t expresses tipicamente orais (a, da, n...);

    t falta de pontuao entre as falas;

    t grias;

    t ausncia de elementos coesivos entre enunciados do texto oral.

    4. Discutam com seus colegas e o professor as possibilidades de transposio desse relato oral para o escrito:

    a) O que deve ser eliminado e mantido para que o relato escrito respeite a norma-padro?

    b) Como articular as falas, no relato escrito, utilizando alguns recursos coesivos? No lugar do a, o que podem usar, por exemplo?

    5. Cada grupo deve fazer essa transposio, observando se os aspectos prprios da oralidade e da escrita formal j discutidos foram, de fato, levados em conta e contriburam para a compreenso e adequao do texto, de acordo com sua funo comunicativa.

    6. Apresentem a verso final do relato a toda a classe.

    Informaes gerais sobre o texto

    Ttulo

    Autor

    Gnero de texto

    Onde o texto foi publicado

    Tema

    Informaes que voc obteve sobre o tema com a leitura do texto

    b) relembrando o que aprendeu sobre textos expositivos, preencha o quadro-sntese a seguir.

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    VOC APRENDEU?

    1. Para sistematizar o estudo do agrupamento tipolgico argumentar, verificando o que e quanto aprendeu at aqui, importante que voc retome tudo o que foi feito, organizando uma lista dos contedos estudados.

    2. Ao lado dos itens dessa lista, registre suas impresses, dvidas e questionamentos. Essa avaliao pode ser feita na sala de aula ou em casa, de acordo com a orientao de seu professor.

    Lista de contedos estudados Impresses, dvidas e questionamentos

    3. Caso seja feita na escola, essa pesquisa dos contedos deve ser realizada em dupla, mas cada um anota individualmente suas questes.

    4. Na sequncia, apresente sua lista e anotaes ao colega a fim de que cada um possa auxiliar o outro em suas dificuldades.

  • Lngua Portuguesa 8a srie/9o ano Volume 1

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    !? SITUAO DE APRENDIZAGEM 6

    DA DISCUSSO COLETIVA CARTA: CONSTRUINDO A ARGUMENTAO

    1. Em dupla, faam a leitura da coletnea de textos a seguir. Aps a leitura de cada um deles, ano-tem as opinies dos autores sobre a adolescncia.

    Texto 1

    Insegurana

    O adolescente se olha no espelho e se acha diferente. Constata facilmente que perdeu aquela graa infantil que, em nossa cultura, parece garantir o amor incondicional dos adul-tos, sua proteo e solicitude imediatas. Essa segurana perdida deveria ser compensada por novo olhar dos mesmos adultos, que reconhecesse a imagem pbere como sendo a figura de outro adulto, seu par iminente. Ora, esse olhar falha: o adolescente perde (ou, para crescer, renuncia) a segurana do amor que era garantido criana, sem ganhar em troca outra forma de reconhecimento que lhe pareceria, nessa altura, devido.

    Ao contrrio, a maturao, que para ele evidente, invasiva e destrutiva do que fazia sua graa de criana, recusada, suspensa, negada. Talvez haja maturao, lhe dizem, mas ainda no maturidade. Por consequncia, ele no mais nada, nem criana amada, nem adulto reconhecido.

    O que vemos no espelho no bem nossa imagem. uma imagem que sempre deve muito ao olhar dos outros. Ou seja, me vejo bonito ou desejvel se tenho razes para acre-ditar que os outros gostam de mim ou me desejam. Vejo, em suma, o que imagino que os outros vejam. Por isso o espelho ao mesmo tempo to tentador e to perigoso para os ado-lescentes: porque gostariam muito de descobrir o que os outros veem neles. Entre a criana que se foi e o adulto que ainda no chega, o espelho do adolescente frequentemente vazio. Podemos entender ento como essa poca da vida possa ser campe em fragilidade de au-toestima, depresso e tentativas de suicdio.

    Parado na frente do espelho, caando as espinhas, medindo as novas formas de seu corpo, desejando e ojerizando seus novos pelos ou seios, o adolescente vive a falta do olhar apaixonado que ele merecia quando criana e a falta de palavras que o admitam como par da sociedade dos adultos. A insegurana se torna assim o trao prprio da adolescncia.

    Grande parte das dificuldades relacionais dos adolescentes, tanto com os adultos quan-to com seus coetneos, deriva dessa insegurana. Tanto uma timidez apagada quanto o

    Leitura e anlise de texto

  • Lngua Portuguesa 8a srie/9o ano Volume 1

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    estardalhao manaco manifestam as mesmas questes, constantemente flor da pele, de quem se sente no mais adorado e ainda no reconhecido: ser que sou amvel, desejvel, bonito, agradvel, visvel, invisvel, oportuno, inadequado etc.?

    CALLIGARIS, Contardo. A adolescncia. So Paulo: Publifolha, 2000. p. 24-25.

    2. Complete:

    Contardo Calligaris pensa que a adolescncia um perodo...

    3. O texto de Calligaris foi publicado em um:

    a) jornal de TV.

    b) jornal impresso.

    c) livro sobre adolescentes.

    d) romance para jovens.

    4. Qual o tema principal do texto lido?

    Texto 2

    Atitudes que os pais devem adotar no tema das relaes entre moas e rapazes adoles-centes

    muito conveniente o relacionamento entre moas e rapazes ao longo da adolescncia. As diversas fases que descrevemos cumprem uma funo necessria no desenvolvimento da amizade e na preparao do futuro amor. Por isso, os pais devem evitar preconceitos e atitudes de defesa prvia que dificultem o relacionamento normal entre moas e rapazes adolescentes.

    O relacionamento nos grupos mistos fomenta o desenvolvimento da virilidade e da feminilidade e ajuda a conhecer as pessoas do outro sexo. Rapazes e moas aprendem a conviver e adquirem qualidades complementares.

    Leitura e anlise de texto

  • Lngua Portuguesa 8a srie/9o ano Volume 1

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    Tudo isto no significa que a misso dos pais se reduza a permitir, sem nenhuma orien-tao e controle, o relacionamento do seu filho ou da sua filha com adolescentes do outro sexo. Acabamos de ver os riscos que existem nesse tipo de convivncia. Esses riscos exigem um trabalho preventivo por parte da famlia e uma orientao dos filhos em cada situao concreta.

    O trabalho preventivo deve comear muitos anos antes da adolescncia, por meio de uma educao sexual progressiva e correta no mbito familiar. Esta tarefa corresponde aos pais, por serem colaboradores diretos de Deus na origem da vida e por serem os primeiros e principais educadores. Os prprios filhos esperam que sejam eles quem lhes explique o mistrio da vida. extremamente necessrio que os pais no cedam moda atual que pre-tende eximi-los dessa responsabilidade com o pretexto de que no esto preparados. Nos casos poucos em que lhes possa faltar essa preparao, a atitude sensata e til consiste em que os seus colaboradores (professores e tutores) os ajudem a adquiri-la, no que pre-tendam substitu-los.

    Uma educao sexual correta no deve limitar-se a informar. cada vez mais frequente que se ministre s crianas e adolescentes uma informao excessiva para a capacidade de compreenso de cada idade, e que por outro lado falte completamente o enfoque educativo. preciso situar o biolgico no contexto do amor espiritual, como algo que est a servio da plenitude da pessoa e por isso faz parte dos planos de Deus. E ao mesmo tempo preciso fortalecer o autodomnio, o respeito pelas pessoas do outro sexo e as virtudes do pudor e da castidade.

    A educao sexual apenas um dos aspectos da educao para o amor. Os filhos acei-tam-na e entendem-na melhor quando se vive na famlia um clima de amor, em que o amor generoso e sacrificado dos esposos um ponto de referncia chave. Se ao longo da infncia os filhos receberem essa ajuda para descobrirem a funo do sexo dentro da realidade global da pessoa, o risco de padecerem de curiosidades doentias e de sentimentos de culpa injusti-ficados quando chegar a puberdade ser muito menor.

    A educao progressiva da vontade, por meio da aquisio de todas as virtudes e espe-cialmente, no nosso caso, das do pudor e da pureza, ser um ponto de apoio muito impor-tante para evitar as manifestaes prematuras da sexualidade durante a adolescncia.

    Durante a etapa do amor platnico, normalmente no surgem problemas nas re-laes menina-menino. Os pais, no entanto, devero estar atentos sua evoluo, j que nunca se podem descartar dois possveis riscos: o prolongamento dessa etapa e a seduo.

    Quando o amor idealizado se prolonga para alm da adolescncia, transforma-se numa realidade anmala. um problema que aparece com mais frequncia entre as meninas, uma vez que nelas a imaginao tem um papel mais importante do que nos rapazes: Mui-tas delas constroem um amante imaginrio, um amante-dolo, um amante-pretexto, com o qual se alienam numa mitomania amorosa que as impede de tomar conhecimento e estabelecer o contacto concreto com os rapazes. Nestes casos, urgente facilitar um relacio-namento com os rapazes, para que no acabem por fugir realidade do amor.

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    H tambm o risco de que o adulto que objeto da admirao romntica interprete mal essa atitude ou se aproveite dela. Neste caso, estamos diante do srio problema da se-duo de uma menor.

    Na etapa das turmas mistas, existe o risco de que a amizade grupal se transforme em amizade ntima, flerte ou namoro prematuro, como vimos. Nesta fase, deve-se propor aos filhos que continuem a sair em turma com os seus amigos e amigas. No devem ignorar que a amizade ntima com uma pessoa do outro sexo , na maioria dos casos, uma passarela que conduz ao amor, para o qual no esto preparados.

    Se, apesar dos conselhos paternos, algum filho se vincula a uma pessoa do outro sexo, preciso evitar, na minha opinio, a proibio taxativa de que saiam juntos. A experin-cia diz que, quando se dramatiza ou se probe este tipo de relao, a atrao entre os dois adolescentes cresce como um incndio avivado pelo vento. Pelo contrrio, quando no h oposio frontal, o flerte ou o namoro prematuros costumam desaparecer em pouco tempo, como uma fogueira que se apaga por si.

    O problema mais difcil surge, como evidente, quando essa relao prematura per-manece apesar da prudncia dos pais. Penso que nestes casos a nica coisa que se pode fazer rezar pelo filho, falar amigavelmente com ele e agir por vias indiretas, como a mudana de colgio. Mas se no houver amizade verdadeira entre os pais e os filhos, os conselhos e advertncias sero inteis e at contraproducentes.

    CASTILLO, Gerardo. Amizade e amor entre adolescentes. In: . Educar para a amizade. So Paulo: Quadrante, 1999. p. 200-204.

    5. Para Gerardo Castillo, o relacionamento entre os dois sexos, na adolescncia, pode ser favorvel ou desfavorvel ao desenvolvimento de meninos e meninas. Explique como voc entendeu as duas posies do autor.

    a) Castillo pensa que o relacionamento entre meninos e meninas favorvel quando

    b) O autor acha que o relacionamento entre meninos e meninas pode ser prejudicial se

    6. O texto de Castillo foi publicado em:

    a) jornal impresso.

    b) romance para jovens.

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    c) livro de orientao sobre adolescentes.

    d) folheto explicativo sobre controle de natalidade.

    7. Qual o tema principal desse texto?

    Texto 3

    E foi ento que aconteceu

    No por acaso ou por acaso que d no mesmo, ela, a menina que Marco Csar esperava sem saber se existia ou no, por coincidncia ou mistrio dos nomes, se chamava Clarice tambm. E tem mais: lia Clarice Lispector desde pequena como se essa escritora to difcil e estranha para alguns escrevesse os livros para ela, a menina dos olhos de Marco Csar. Clarice escrevia para essa outra Clarice como quem escreve com a caligrafia do leitor para ele ler o que j era uma vaga impresso ou uma descoberta clandestina e, ento, se ver fazendo da pgina carregada de letras um espelho todo seu. Clarice, a leitora, lia Clarice, a escritora, e se via, fazia pequenas e grandes descobertas, existia melhor. Coincidncia ou mistrio? Nem uma coisa nem outra, encontro do acaso, talvez.

    Clarice no era fantica por nada, nem mesmo por Clarice Lispector, o que era uma vantagem para Clarice que lia aquelas histrias extraordinrias sendo reveladas nas coisas mais banais. Vantagem tambm para Clarice que escrevia em guardanapos de papel, nos tales de cheques, nas margens brancas dos livros e dos jornais, porque escrever acontece para ela nas situaes mais inesperadas e no escrever era como morrer por um instante, interrompendo o fluxo mais necessrio da respirao. Provavelmente se uma das Clarices conhecesse a outra, as duas seriam amigas para sempre e iam rir e chorar juntas desvendan-do as coisas imaginadas, partilhando as coisas reais como duas mulheres que se descobrem morando no mesmo livro e se tornam cada vez mais ntimas aproximando a mo que es-creve dos olhos de quem l.

    Nunca se viram frente a frente mas no h a menor dvida de que se encontraram nos esconderijos da imaginao. De que existe um grande amor e um livro muito especial esperando por voc e por todas as outras pessoas do mundo, mesmo que esse encontro no passe de uma promessa as duas tinham a certeza e eu tambm. Porm, este livro aqui est sendo escrito para salvar ou condenar um rapaz que cometeu um crime e no tem lugar para premonies.

    Ele, o Marco Csar, nunca tinha ouvido falar em Clarice Lispector e nem sentia falta de livros lia mais do que a mdia dos jovens mas, se no lesse, no seria mais nem menos do

    Leitura e anlise de texto

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    8. Qual o assunto do texto de Marinho?

    9. Esse texto foi publicado em:

    a) jornal impresso.

    b) folheto de orientao sobre controle de natalidade.

    c) romance para jovens.

    d) livro sobre adolescentes.

    10. Produza, individualmente, uma ficha de leitura dos Textos 1, 2 e 3, com as seguintes informa-es: ttulo, nome do autor, publicao e tema.

    11. No caderno, responda s questes a seguir, considerando seu entendimento do texto:

    a) Os Textos 1 e 2 apresentam duas vises diferentes da adolescncia. Quais so elas?

    b) Para voc, qual dos dois autores se aproxima mais de suas questes como adolescente? Por qu?

    c) Selecione dois argumentos utilizados pelos autores dos Textos 1 e 2 para defender seus pontos de vista sobre a adolescncia.

    d) Voc se interessou por ler os livros nos quais os Textos 1 e 2 foram publicados? Justifique sua resposta.

    que era possvel ser. Tambm no conhecia a outra Clarice embora estudassem na mesma escola vai saber por qu. Mas assim como os desencontros fazem parte da vida, os encon-tros no deixam de existir... e foi ento que aconteceu...

    [...]

    Marco Csar ouviu, estava de costas para Clarice e quis permanecer s com a voz de uma garota que dizia qualquer coisa estranha e familiar. Gostou da voz dela e guardou da outra o som de claro, Clarice que soou dentro dele como um aviso de que tinha estado sempre por perto e agora resolvia aparecer. [...] Ainda mais que ele sentia, mas no sabia direito quem era essa tal de Clarice, e no valia a pena se assustar ou quem sabe se decep-cionar to rpido com algum que estava acabando de chegar. Amor tambm cuidado, isso Marco Csar sabia.

    MARINHO, Jorge Miguel. Lis no peito: um livro que pede perdo. So Paulo: Biruta, 2005. p. 49-51.

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    e) Por que, na opinio do autor do Texto 1, Insegurana se torna assim o trao prprio da adolescncia?

    f ) Por que o autor do Texto 2 acredita que os pais de adolescentes tm uma misso?

    g) Explique por que o Texto 2 assume algumas caractersticas de um texto injuntivo.

    h) Como seus pais ou responsveis lidam com a questo da adolescncia? Em sua opi-nio, eles assumem comportamentos que se aproximam mais do Texto 1 ou do Texto 2? Por qu?

    i) H personagens literrios nos Textos 1 e 2? Por qu?

    j) O Texto 3 exerce a mesma funo comunicativa dos demais? Ou seja, o autor tinha a inteno de informar e orientar o leitor sobre questes da adolescncia, assim como Calligaris e Castillo? Por qu?

    k) possvel inferir que o Texto 3 tambm trata de questes da adolescncia. Que in-dcios do texto contribuem para essa constatao?

    l) Quem so as personagens envolvidas na histria apresentada no Texto 3?

    m) Voc sentiu curiosidade de ler na ntegra o livro Lis no peito: um livro que pede perdo, de Jorge Miguel Marinho? Apresente trs razes que justifiquem sua resposta.

    Oralidade

    Organizem uma roda para discutir a adolescncia, tema abordado pelos trs textos.

    Para essa roda, vocs devem:

    t manifestar o seu ponto de vista sobre o que os autores dizem, concordando com eles ou discor-dando deles;

    t argumentar para defender o seu ponto de vista com base em sua prpria experincia como adolescente.

    Atividade em grupo

    1. Divididos em grupos, faam uma anlise mais aprofundada dos textos anteriores. (Ateno: haver mais de um grupo analisando o mesmo texto.)

    2. Preparem uma ficha organizativa de leitura com base nos modelos que vocs j conhecem, ano-tando todas as informaes que julgarem relevantes. importante acrescentar os dados tcnicos do texto, anotados individualmente na seo Leitura e anlise de texto.

    3. Entreguem essa ficha ao professor, que a avaliar.

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    4. Caso o professor julgue necessrio, poder fazer intervenes na prpria ficha, observan-do algumas das questes do item anterior ou outras. Em seguida, devolver as fichas aos grupos.

    5. Registrem, individualmente, uma cpia dessa ficha no caderno.

    6. Observem as eventuais marcaes feitas pelo professor. O grupo deve organizar oralmente uma resposta ou justificativa para a ausncia de alguma informao.

    Sugesto de texto para ampliar a discusso sobre o tema adolescncia

    O livro de Contardo Calligaris, A adolescncia, uma boa indicao de leitura sobre o tema, tanto antes quanto depois da roda de leitura. O professor, se julgar importante, pode-r selecionar outros artigos desse livro, promovendo novas discusses ou o desenvolvimento de outras atividades. Ou, se o livro estiver disponvel na biblioteca de sua escola, faa voc mesmo uma busca desses outros artigos.

    PARA SABER MAIS

    PESQUISA INDIVIDUAL

    1. Faa uma pesquisa, na internet ou na biblioteca da escola, sobre textos literrios que te-nham como tema questes relacionadas adolescncia ou tenham como protagonistas personagens adolescentes.

    2. Selecione pelo menos um desses textos e faa uma leitura integral. Se preferir, voc tambm pode ler o romance Lis no peito: um livro que pede perdo, de Jorge Miguel Marinho, cujo trecho foi trabalhado na coletnea anterior.

    Produo escrita

    1. Escolha um dos autores dos textos lidos anteriormente e escreva uma carta para ele, falando sobre as experincias em sua atual fase de vida e explicando seu ponto de vista sobre o que ser adolescente. Para essa tarefa, considere os seguintes dados:

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    2. Em grupo organizado pelo professor, iniciem uma reviso das cartas escritas. Discutam alguns trechos que paream confusos, com pontuao inadequada (ou sem pontuao), auxiliando-se mutuamente.

    Estudo da