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Novo evento para movimentar São Paulo Têxtil House South America marca o retorno da capital paulista ao circuito das feiras mundiais do setor têxtil Têxtil House revista profissional Parte integrante da revista HG Casa, edição 52 fevereiro - março / 2011

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Caderno Têxtil é parte Integrante da Revista HG Casa 52ª

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Novo evento para movimentar São Paulo

Têxtil House South America marca o retorno da capital paulista ao circuito das feiras mundiais do setor têxtil

Têxtil Houserevista profissional

Parte integrante da revista HG Casa, edição 52 • fevereiro - março / 2011

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Amparada pela experiência da Grafite Feiras e Promoções, a feira marca o retorno da capital paulista ao circuito dos eventos mundiais de negócios do setor têxtil

Lojistas e fabricantes de artigos têxteis para casa de várias

localidades do Brasil e exterior irão se encontrar, de 27 a 30

de agosto, na Têxtil House South America, que acontecerá no

Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Com chancela

da Grafite Feiras e Promoções, o evento é resultado de uma

ampla repaginação do salão que, nos últimos cinco anos, integrou

a House & Gift Fair – maior feira profissional de artigos para casa

da América Latina e uma das mais importantes do mundo.

A julgar por dados do Sindicato da Indústria Têxtil – Sinditêxtil

de São Paulo –, a nova feira já nasce coroada de sucesso.

Segundo a entidade, só no Estado, o faturamento do setor em

2009 foi de quase US$ 14 bilhões, enquanto os investimentos

somaram cerca de US$ 380 milhões. No ano passado também

houve recorde de investimento: US$ 746 milhões até outubro

e, embora os dados ainda não estivessem fechados até a data

de publicação desta edição, a estimativa era de chegar a US$

1 bilhão.

A Têxtil House South America foi criada justamente para atender

a uma demanda antiga do setor, que ansiava por uma feira

independente no principal polo comercial da América do Sul. “Em

razão do crescimento do número de expositores têxteis na House

& Gift Fair, ficou inviável organizá-los no antigo formato de salão.

A mostra atingiu grandes proporções e despertou o interesse

de outras empresas que não conseguiam participar por falta de

espaço. Assim, por necessidade mercadológica, resolvemos criar o

evento”, explica Gutemberg Oliveira, diretor executivo da Grafite.

A feira ocorrerá paralelamente à 43ª House & Gift Fair, o que, segundo

Oliveira, é uma estratégia para incrementar a visitação de ambas.

“Vamos oferecer transporte gratuito para levar os compradores de

uma feira à outra, em um trajeto que não demandará muito tempo.

Assim, eles terão mais oportunidades de ampliar os negócios, ativar

contatos e estabelecer novos e rentáveis relacionamentos. Essa

ação reforça a estratégia de crescimento e evolução do mercado

de artigos para casa, proposta defendida pela Grafite a partir de

suas feiras, prêmios e revistas”, ressalta.

Nas cinco edições em que integrou a House & Gift Fair, o Salão

Têxtil House recebeu expositores e visitantes do Brasil e exterior,

lançou tendências e atraiu olhares de compradores interessados

nas novidades e na excelente qualidade dos produtos nacionais.

Como resultado, o salão cresceu aproximadamente 40% no

período. Para dar vazão à demanda, a nova feira será segmentada

em áreas: cama, mesa e banho – um dos segmentos que mais

crescem no País –, tecidos para revestimento e decoração,

cortinas e acessórios, tapetes e carpetes. “Estamos trabalhando

fortemente para que os compradores, em especial oriundos da

América do Sul e Europa, encontrem na feira as mais importantes

marcas nacionais e internacionais. A data de realização permite que

os fabricantes apresentem seus lançamentos e linhas na época

certa para que os visitantes possam comprar e receber os produtos

a tempo de oferecê-los aos consumidores, tendo em vista as

vendas de final de ano. Além disso, montamos uma infraestrutura

de apoio que não existe em outro evento do setor no Brasil. Em

resumo, as melhores oportunidades de realizar negócios e expandir

o mercado estarão em agosto, no Anhembi”, destaca Oliveira.

eira Têxtil House South America, novo evento para agitar São PauloF

Feiras e Eventos

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Essa expectativa também é compartilhada por Rafael Almeida,

designer e consultor de cama, mesa e banho da linha NEO da

Camesa – empresa paulista com mais de 30 anos no mercado,

que produz anualmente 6 milhões de peças. “Acho fantástica a

iniciativa da Grafite em organizar uma feira focada no setor na

capital paulista. Sempre fui um defensor de que São Paulo deveria

voltar a sediar esse tipo de evento, até por toda a sua infraestrutura

disponível. Em razão do boom imobiliário vivenciado nos últimos

anos, o mercado têxtil paulista está em plena expansão e, por

isso, comporta, mais do que qualquer outro, um evento dessa

magnitude”, reforça.

Maior fabricante de cortinas do Brasil, a Bella Janela, localizada

em Blumenau (SC), é uma das que já garantiram espaço na

nova feira. “Uma exposição focada no segmento em São Paulo

certamente ajudará a expandir nossas vendas. Muitos clientes,

especialmente das Regiões Norte e Nordeste, reclamavam da

distância e dificuldade de logística. Isso agora está resolvido”,

enfatiza Roberto Richter, gerente de Marketing da empresa.

Atualização e modernidade

As novidades da Têxtil House não se limitam à localização

e à diversidade de expositores. A nova feira também

terá Ciclo de Palestras, com abordagens atualizadas,

ministradas por profissionais altamente qualificados

e atuantes no mercado. Além disso, a exemplo do que

já ocorre na House & Gift Fair, trará um moderníssimo

Espaço Conceito Casa Têxtil. A ideia de um local exclusivo

e especialmente decorado para a ocasião nasceu há dois

anos, no Expo Center Norte, e tem como objetivo fornecer

aos visitantes uma visão geral das tendências mundiais

nas diferentes áreas. “Com esse espaço, nossa intenção é

fazer uma releitura dessas tendências aplicadas a artigos

têxteis para casa. Estamos em processo de definição do

designer e da temática que iremos abordar nessa primeira

edição, mas posso garantir que a novidade irá agradar aos

visitantes, assim como aconteceu nas versões passadas

da House & Gift Fair”, completa Gutemberg Oliveira.

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Cama

Mesa

Banho

Cama, Banho e Mesa

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A exemplo do setor de vestuário, que lança moda a cada seis

meses, o mercado de artigos têxteis é impulsionado por um

público cada vez mais exigente e atento às novas tendências.

Assim, fabricantes de todo o País buscam inspiração no que

existe de mais moderno para lançar suas coleções de cama,

mesa e banho. Não à toa, esse segmento terá grande visibilidade

na Têxtil House South America.

O Brasil abriga em seu parque fabril algumas das maiores

empresas do mundo. É o caso, por exemplo, da Karsten. Com

capacidade produtiva de 2,2 milhões de metros de tecido

por mês, a empresa, com sede em Blumenau (SC) e filial em

Maracanaú (CE), é referência em artigos de cama, mesa e banho

e uma das principais responsáveis por abastecer o mercado

nacional com produtos de elevada qualidade. “Fazemos uma

intensa pesquisa no mercado internacional antes de lançar as

coleções. Além disso, costumamos participar de feiras como a

Heimtextil, na Alemanha, a Maison & Objet, na França, e a Mood,

em Bruxelas. A partir desses eventos, visitamos os principais

mercados mundiais formadores de opinião para buscar inspiração

para os novos produtos”, destaca a Coordenadora de Produto da

marca, Adenise Weidgenant.

Segundo ela, a sociedade pós-moderna valoriza cada vez

mais produtos que proporcionam bem-estar e conforto. “Nessa

busca, a ênfase recai sobre o gosto de viver e a busca pela

comodidade. Os produtos de cama, mesa e banho para 2011

terão inspiração em três macrotendências: geométricos urbanos,

básicos atemporais e jardim cultural”, adianta.

Na linha dos geométricos urbanos, explica Weidgenant, o destaque

são as peças com apelo moderno e funcional, direcionadas a

ambientes híbridos, onde tudo se integra. Os geométricos ópticos

misturam-se aos listrados e às padronagens de gravataria em

cores sóbrias, como cinza, preto, marfim e taupe (mistura entre

cinza e marrom).

Já os básicos atemporais são produtos simples e eficientes, que

atendem à coesão social de uma nova classe surgida do processo

intenso de urbanização vivenciado no mundo contemporâneo.

Essa necessidade do funcional, em razão da possibilidade do

multiuso, se traduz em artigos que primam por durabilidade.

Nesse nicho, destacam-se os lisos com tons pastéis, como

branco, natural, verde, azul e lilás.

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Em uma terceira vertente, a crescente valorização da natureza e

de culturas antes entendidas como periféricas cria uma igualdade

na valorização estética do mundo globalizado, presente na moda

jardim cultural. “Encontramos essa beleza nos trajes típicos

chineses, na opulência dos palácios e jardins ingleses, nas

ricas padronagens otomanas e persas. O desejo de preservar a

natureza e retomar os valores do passado repaginam o design,

proporcionando um visual artesanal com o apelo retrô dos anos

de 1950. Influências étnicas, nostálgicas, botânicas e românticas

definem essa tendência, pontuada por cores otimistas, que

incluem o feminino rosa, os clássicos preto e branco, o luxuoso

khaki dourado e o harmônico azul”, ressalta Weidgenant.

Já o consultor Rafael Almeida, da Camesa, acredita que o estilo

tem de ser contextualizado de acordo com o comportamento

de uso do consumidor. “Antigamente, as pessoas tinham mais

tempo para arrumar ou fazer a cama. Peças como colchas e

almofadas faziam parte da decoração do quarto. No entanto,

esses itens estão desaparecendo aos poucos do enxoval por

causa da correria do dia a dia. Hoje é o próprio lençol que faz

esse papel. Daí a necessidade de ele estar sempre em harmonia

com a decoração do quarto”, ressalta.

Almeida explica ainda que, para compor o design das coleções,

procura sempre padrões que acompanhem o jeito de ser de

quem usará a peça. “Os florais são eternos, por exemplo, mas

eles também precisam estar nessa sintonia. Um jogo de lençol

para o quarto de um jovem pode ser baseado na estampa de um

short de surfista; já para o quarto de um público mais clássico, dou

preferência a um provance, mais sofisticado. São tribos diferentes,

que precisam ser pensadas de formas diferentes”, conclui.

Cama, Banho e Mesa

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Tecidos para revestimento e decoração

Ideais para renovar os ambientes da casa

– sala, quartos e até mesmo lavabos –,

os tecidos para revestimento e decoração

crescem no gosto popular. De olho nesse

filão, fabricantes nacionais e internacionais vão

apresentar na Têxtil House South America, em

agosto, os lançamentos e coleções que estarão

em alta em 2011.

Repleto de novidades, o segmento lança moda

com linhas cheias de opções em estampas

e texturas, tramadas com fibras sintéticas ou

naturais. Linhos, sedas, sarjas, couros e algodões

ganham estampas exclusivas, lavagens especiais

e aplicações artesanais, e podem ser usados em

revestimentos para sofás, paredes e até cabeceiras

de cama.

Especialista também nessa área, a Karsten lança

anualmente coleções destinadas a esse fim, com

variadas estampas e padronagens. Segundo a

coordenadora de Produto da empresa, Adenise

Weidgenant, trata-se de um mercado muito eclético,

em que há espaço para vários estilos de tecidos. “Se

por um lado o setor está cada vez mais industrializado,

por outro destacamos a valorização do artesanal,

em que o tapeceiro tem seu trabalho cada vez mais

procurado por consumidores que dão preferência por

exclusividade, móveis de demolição e estilo retrô”, diz,

acrescentando ainda que os tecidos para móveis de área

externa também estão em alta, agregando conforto e

beleza aos momentos de ócio e lazer.

Para 2011, Weidgenant relaciona as coleções que

deverão inspirar arquitetos e decoradores: no movimento

Shabby Chic (mistura do estilo provençal com o country

americano), um romântico repaginado; no Op art (arte

óptica), geométricos ópticos com cores contrastantes; e no

Natureza, folhas, flores, listras e texturas.

Tecidos

Tecidos para decoração

STILLFX - Shutterstock // 09

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Segundo em importância no setor têxtil de artigos para casa,

atrás apenas de cama, mesa e banho, o segmento de tapetes e

carpetes chega à Têxtil House South America ainda mais forte.

Referência de alto padrão nesse segmento há mais de 30 anos,

a Avanti Tapetes se inspirou nas passarelas para criar sua nova

coleção, a Alfaiataria. Com a moda e a decoração cada vez

mais em sintonia, as designers Bia Lettiére e Marcia Bergmann

desenvolveram cinco modelos de tapetes, personalizados de

acordo com as medidas e preferências de cada cliente. “São

tapetes que vestem a casa. Cada peça foi pensada para ser

única, e não apenas um produto industrializado. As linhas retas

e a mistura de cores são a marca principal dessa coleção, com

listrados clássicos e tradicionais que nunca saem de moda. É

possível combinar até quatro cores no mesmo tapete, dentre mais

de 60 tonalidades”, explica Bergmann, gerente de Marketing da

marca.

Para tornar a coleção ainda mais versátil e dinâmica, a Avanti

Tapetes desenvolveu duas técnicas exclusivas que ajudam na

escolha de cores. O sistema Avanti Mix permite a visualização, no

próprio fio, de opções monocromáticas, bicolores e tricolores em

amostras individuais. Já o sistema Avanti Painter é um programa

gráfico que possibilita a visualização de cores, recomendado para

tirar dúvidas entre tonalidades de famílias diferentes, conferindo

mais segurança no momento da escolha.

Entre os modelos que seguem em alta em 2011, Bergmann

destaca o Shaggy (tapete de fios altos), o Trend (fios baixos) e o

Wonder (fios delicados). Quanto às cores, segundo ela, os tons

cinza e violeta devem ditar a moda e somam-se, nas peças, a um

pouco de brilho e toque de seda.

Variedade de fios

Na hora de escolher um tapete ou carpete é recomendável observar aspectos como fibra, cor, textura e

qualidade. A escolha deve agregar valor ao ambiente e estar em harmonia com as necessidades do usuário.

Atualmente, as fibras mais usadas por fabricantes são o nylon, a lã e o polipropileno. Cada uma tem suas

características. Para melhorar a limpeza e reduzir o acúmulo de pó, por exemplo, o nylon incorpora aditivos

apropriados. Além disso, uma peça tecida com fio de nylon pode receber tingimentos diferenciados e lustres

brilhantes e semifosco. Já uma de lã tem como características a suavidade e o conforto. As de polipropileno,

por sua vez, são fáceis de limpar e mais acessíveis em termos de preço. Entre os carpetes, há variados estilos e

texturas. Os de cacho ou bouclê são mais utilizados em imóveis comerciais, enquanto os de pelo cortado são mais

adotados em residências. Existe ainda um terceiro tipo, que mistura texturas de pelo cortado e bouclê, criando uma

sensação diferente, chamada cut & loop.

Tapetes

Tapetes e Carpetes

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Integrante da Têxtil House South America, o segmento de cortinas

e acessórios também desponta entre os que mais crescem no

País. Para Roberto Richter, gerente de Marketing da Bella Janela

– maior fabricante de cortinas do Brasil –, isso acontece porque

o perfil do mercado mudou. “De uns anos para cá, as pessoas

descobriram que podem comprar uma cortina pronta com a

mesma qualidade de uma feita sob medida. Esse fato, aliado ao

crescimento do setor de construção civil, tem impulsionado o

segmento”, declara.

Segundo Richter, a Bella Janela produz mensalmente 180 mil

peças e, para estar sempre atualizada, seus consultores visitam

as principais feiras do Brasil e do mundo, como a Heimtextil,

na Alemanha. “Costumamos lançar entre 30 e 40 modelos por

ano, que seguem as tendências mundiais. Nesse contexto, a

nova feira da Grafite, em São Paulo, permitirá observar melhor

o movimento desse mercado, além de ampliar o relacionamento

com compradores”, diz.

Entre os produtos mais vendidos pela marca estão as cortinas da

linha Duplex. Composta por duas peças costuradas juntas – voal e

forro –, ela necessita de apenas um varão, ao contrário da maioria à

venda no mercado, que requer dois. Outra linha muito procurada, em

especial na Região Nordeste, é a Pratika, composta por voal e forro

black out, que inibe a passagem de luz.

Richter explica que em 2011 deve haver predominância de cores

como esmeralda, fúcsia, coral e khaki, além das tradicionais

branca e marfim. “Essas duas últimas são eternas, representam

50% das nossas vendas”. O gerente complementa que entre os

acessórios, as ponteiras lideram a preferência dos consumidores.

“O destaque hoje são as peças de acrílico, que imitam o cristal e

conferem um efeito muito bonito”, finaliza.

Cortinas

Cortinas e Acessórios

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m setor em francocrescimento

Posicionado entre os dez principais mercados mundiais da

indústria têxtil, o Brasil possui um dos maiores e mais bem-

equipados parques fabris, razão pela qual o tecido produzido

nacionalmente atinge qualidade igual ou superior aos dos mais

renomados mercados do mundo. O País também é o segundo

principal fornecedor em índigo e o terceiro em malha, está entre

os cinco principais produtores de confecção e é um dos oito

grandes mercados de fios, filamentos e tecidos. Uma das razões

desse sucesso é a diversidade. Em virtude da extensão territorial

e variedade cultural, cada região agrega suas características,

inovando também nos meios de produção e tratamento dos

tecidos.

Nesse contexto, um dos segmentos que mais cresceram nos

últimos anos é o de cama, mesa e banho, em parte pela expansão

do setor de construção civil no País, em parte pela elevação do

poder aquisitivo das classes B e C, que passaram a consumir

mais, especialmente peças de maior valor agregado.

Há 129 anos no mercado, a catarinense Döhler – uma das

principais fabricantes brasileiras de produtos têxteis para cama,

mesa e banho – é um dos exemplos de sucesso. A empresa

acredita que o setor acompanha as exigências do consumidor,

que hoje está muito mais ligado a tendências. “Além de inovação,

ele quer qualidade, mas sem encarecer o produto, o que exige

mais empenho de fabricantes e fornecedores. Esse novo

comportamento também está relacionado à grande quantidade

de informações disponível na mídia”, esclarece Carlos Döhler,

diretor da empresa.

Para ele, o mercado deve se manter saudável e em expansão

nos próximos cinco anos. Porém, defende que, para isso, será

preciso fazer ajustes na política econômica brasileira, nas relações

internacionais e nos gastos públicos.

Sobre a Têxtil House South America, Döhler aponta que o local e

a data são ingredientes de sucesso. “São Paulo facilita a logística

e tem uma excelente estrutura para a realização de grandes

eventos. Como a feira, em seu antigo formato, já era uma das

mais importantes, nada melhor do que transformá-la em um

evento focado”, afirma.

Rafael Almeida, da Camesa, compartilha o otimismo, afirmando

que a nova feira irá fomentar ainda mais os mercados nacional

e internacional. Ele defende que o crescimento vivido nos

últimos anos no setor se deve a um mix de fatores que tem

como determinantes a deflação no preço dos produtos e a

melhora do poder aquisitivo das classes menos abastadas.

“Quando você analisa a proliferação do varejo, com a abertura

de lojas especializadas em cama, mesa e banho por todo o País,

percebe que mais pessoas passaram a ter acesso a um produto

de qualidade, antigamente restrito a uma pequena cadeia de

privilegiados que não chegava a 5% da população. Há dez ou

15 anos, por exemplo, um lençol de percal custava em torno de

R$ 400; hoje ele pode sair por R$ 120 ou R$ 150. Isso é fruto

da massificação do varejo, ou seja, quanto mais gente compra,

maior é a produção, e, por consequência, menor é o preço”,

acrescenta.

O consultor também chama a atenção para possíveis problemas

que a explosão do preço do algodão, vivida em 2010, pode

acarretar ao segmento. “Foi um aumento considerável, algo em

torno de 80%. Isso obrigará os fabricantes a buscar alternativas

ao uso dessa matéria-prima. Uma saída pode ser a fibra de

bambu, que já vem sendo explorada no Brasil há algum tempo.

O maior obstáculo, no entanto, é que depois que o consumidor

entra em contato com as facilidades e o conforto de um produto

feito à base de algodão, fica difícil substituí-lo”, observa.

A coordenadora de produto da Karsten, Adenise Weidgenant,

garante que a alta no preço do algodão já está impactando o

mercado. “Sem dúvida, é um contratempo sério, que requer

novas estratégias de produção. A Karsten, assim como todas

as outras empresas do setor, já está trabalhando no sentido de

buscar soluções imediatas para o problema, sem abrir mão de

preservar nos produtos o que os consumidores das classes A e

B mais valorizam: design e qualidade”, destaca.

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alança comercial

Sem considerar as fibras de algodão, o déficit da balança

comercial da indústria têxtil e de confecção do Brasil, de janeiro

a outubro de 2010, foi de US$ 2,90 bilhões, o que representa

um crescimento negativo de aproximadamente 59% em relação

ao mesmo período em 2009, quando o déficit foi de US$ 1,83

bilhão. Em volume, as importações no mesmo período cresceram

35,20%, atingindo 980,3 mil toneladas; já as remessas brasileiras

ao exterior cresceram 6,97%, totalizando 239,3 mil toneladas.

Entre os países que mais receberam produtos brasileiros estão

Argentina, Estados Unidos, Indonésia, China, Coreia do Sul,

Paraguai, Turquia, México, Uruguai e Chile.

Apesar desse cenário, os números mostram uma recuperação

das vendas externas do setor. “As exportações cresceram em

um momento difícil, com câmbio desfavorável e mercados

consumidores ainda retraídos em razão da crise”, diz Fernando

Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da

Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT).

De acordo com ele, ao longo do primeiro semestre houve

crescimento nas áreas de tapetes e carpetes e rendas e bordados.

Sua avaliação, no entanto, é de que o País tem plenas condições

de crescer muito no mercado externo. “O Brasil é o quinto maior

produtor do mundo, tem um potencial enorme para atender o

mercado internacional, de 6 bilhões de pessoas”, destaca.

Diante da meta de elevar as exportações a US$ 6 bilhões em

um prazo de seis a sete anos, o diretor da ABIT declara: “As

empresas já estão fazendo sua parte. Agora, as autoridades

devem desenvolver macropolíticas que criem condições

favoráveis ao setor e garantias de competitividade. O Brasil tem

condições de voar nesse mercado. Tem qualidade, tecnologia,

design, estilo.”

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apital dos negócios e do lazer

São Paulo foi eleita pela segunda vez o melhor destino da América

Latina para se fazer negócios, segundo estudo anual elaborado

pela América Economia Intelligence, unidade de pesquisas da

empresa de comunicações América Economia. O levantamento

resultou em um ranking dos 42 melhores municípios da região

para negócios, considerando o potencial inovador, a capacidade

de gerar empreendimentos, a telecomunicação, a segurança e

a qualidade e o custo de vida.

Não à toa, portanto, realizar um evento na capital paulista

é sinônimo de sucesso e bons negócios: a metrópole é a

maior do Brasil e a quarta maior do mundo, recebe mais de

90 mil eventos por ano – 1 a cada 6 minutos – e 75% das

maiores feiras do País em seus vários centros de exposição.

C

Esse mercado movimenta, segundo a São Paulo Turismo,

R$ 2,4 bilhões por ano, sendo R$ 700 milhões em locação

de espaço, R$ 700 milhões em equipamentos para serviços e

R$ 8 bilhões em viagens, hospedagem e transporte terrestre e

aéreo. Contribuem para a demanda o amplo e moderno centro

hoteleiro, com mais de 410 hotéis, e a malha aérea local, que

possibilita conexões diárias para 26 países e 117 cidades

brasileiras e estrangeiras.

São Paulo é também a terra da diversidade, habitada por

pessoas de 70 nacionalidades e de todos os estados, além

de reunir diversas tribos, raças e crenças. É ainda a capital da

gastronomia e da cultura, com mais de 12,5 mil restaurantes e

grandes espetáculos musicais e produções internacionais.

Negócios

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radição secular em cama, banho e mesa

Criada em 1894, pelo empresário português Alípio Almeida, a

Casa Almeida tornou-se a mais tradicional rede de cama, mesa

e banho do País. O primeiro endereço foi na Rua da Liberdade,

no bairro central de São Paulo, onde ficou conhecida pela venda

de aviamentos e armarinhos. O trabalho delicado realizado por

suas bordadeiras fez com que a loja se firmasse na confecção de

enxovais personalizados e em atendimento diferenciado.

Ao longo dos anos, a marca expandiu-se com a abertura de novas

lojas na capital paulista. E no final da década de 40, mudou sua

sede para a Rua Augusta, onde permanece até hoje, fortalecendo

a vocação que fez da sua marca sinônimo de qualidade. Desde

aquela época, portanto, a Casa Almeida é grande fornecedora de

produtos para cama, mesa e banho da sociedade paulistana.

Prova do espírito inovador de seus diretores, em 1966 foi

inaugurada a primeira loja situada dentro de um shopping, no

Iguatemi, tornando-se nacionalmente conhecida. Em 2002, a

Casa Almeida passou a integrar o Grupo Buddemeyer, um dos

líderes da indústria têxtil no Brasil, fabricante de toalhas, roupões,

lençóis e colchas, com sede em São Bento do Sul (SC). Nos

anos seguintes, vieram novas aquisições em shoppings da capital,

Morumbi (2003), Ibirapuera (2005) e Villa-Lobos (2007).

Aliando tradição, sofisticação e modernidade, a Casa Almeida

transformou-se em uma das mais fortes redes do setor. Hoje,

oferece a seus clientes todos os itens de moda para a casa,

desde colchas, jogos de lençóis, toalhas, cobertores e acessórios

até linhas gourmet para copa e cozinha. Com base em pesquisas

de tendências internacionais e em utilização de tecidos nobres,

põe à disposição do consumidor o que de melhor existe em

matéria de enxoval.

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Fachada da Loja Casa Almeida - Foto Divulgação

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