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CAMPANHA PARA SALVAR A VIDA DAS CRIANÇAS RELATÓRIO DE ABRIL 2012 SOBRE OS PROGRESSOS ALCANÇADOS

CAMPANHA PARA SALVAR A VIDA DAS CRIANÇAS · 2 3 milhões de crianças, um acordo histórico que salvará a vida a um número estimado de 4 milhões de crianças até 2015. UMa Vida

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CAMPANHA PARA SALVAR A VIDA DAS CRIANÇAS

RelatóRio de abRil 2012 sobRe os PRogRessos alcançados

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milhões de crianças, um acordo histórico que salvará a vida a um número estimado de 4 milhões de crianças até 2015.

UMa Vida liVRe de desnUtRiçÃo

Para além de ser a causa fundamental de um terço da mortalidade infantil, a desnutrição atrofia o crescimento e o desenvolvimento das crianças. Mesmo se sobreviverem, essas crianças ficarão incapacitadas de crescerem e de atingirem o seu potencial. Em finais de 2011, os funcionários da Save the Children pelo mundo inteiro prepararam o lançamento do terceiro elemento da nossa campanha. O nosso novo relatório – Uma Vida Livre de Fome: Combater a desnutrição infantil gerou uma atenção mediática global ao ser lançado no mesmo dia em todo o mundo, a começar na Austrália e a acabar no Brasil. A nossa primeira conversação global e ininterrupta em tweet alcançou 5 milhões de pessoas, com outras grandes organizações como a

Organização Mundial de Saúde a ajudarem-nos a difundir a nossa mensagem. Ao longo de 2012 iremos organizar uma campanha para que os governos e os líderes mundiais invistam em nutrição e permitam que as famílias proporcionem uma alimentação saudável às suas crianças.

POR TODAS AS CRIANÇAS: ReSPoNDeR Ao DeSAfIo

Em 2011 desempenhámos um papel essencial ao destacarmos a necessidade urgente de mais técnicos de saúde – com melhor formação, equipamento e apoio. Sem eles, as crianças e as mães vão continuar a morrer aos milhões. Através da coligação Os Técnicos de Saúde Contam, mobilizámos mais de 300 organizações no mundo inteiro. Milhares de pessoas manifestaram-se nas ruas, abriram os noticiários, dominaram as redes de comunicação, recorreram ao twitter e aos blogues – exigindo que os seus governos se ofereçam para colmatar as carências de técnicos de saúde. As nossas mensagens no Facebook e no Twitter, e através de blogues

dos técnicos de saúde, chegaram a mais de 5 milhões de pessoas.

Colocámos a questão dos técnicos de saúde na agenda política da Conferência da ONU em Setembro de 2011, com o Secretário-Geral a referir-se a eles como “heróis anónimos”. Foi lançada nos EUA uma nova coligação para assegurar a formação de mais técnicos de saúde de primeira linha e 37 governos comprometeram-se a aumentar a disponibilidade e a formação dos técnicos de saúde. Em 2012 iremos assegurar-nos que os governos cumprem para com estes compromissos.

UM tÉcnico de saÚde ao alcance de todas as cRianças

o rapper 50 Cent com a presidente da Associação de Parteiras da Serra Leoa, Dr.ª Joan Shepherd, depois de cantar uma petição gigante pela campanha os Técnicos de Saúde Contam

Bill Gates a participar na conferência telefónica global da Save the Children sobre os programas de vacinação

Abigail, cuja mãe morreu pouco depois de dar à luz, é transportada pela avó, Adama, em freetown, na Serra Leoa

“CoNHeCeMoS AS SoLuÇõeS que SALVARIAM A VIDA DA MAIoRIA DAS CRIANÇAS – ACeSSo A TéCNICoS De SAúDe, VACINAS CoNTRA DoeNÇAS MoRTAIS e uMA DIeTA NuTRITIVA. é PoR ISSo que A MAIoR CAMPANHA De SeMPRe DA SAVe THe CHILDReN Se CeNTRA NeSTAS queSTõeS CoMo o MoDo MAIS RáPIDo e efICAz De CoNCReTIzAR o oDM 4.”Patrick Watt, Director da Campanha Global da Save the Children

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A célebre cozinheira chef dos euA Cat Cora visita o nosso programa de nutrição na etiópia em fevereiro de 2012

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o número de crianças que morrem decaiu dramaticamente desde 1990. Mas mesmo assim, todos os anos 7,6 milhões de crianças – quase metade são recém-nascidos – morrem de doenças que podiam ser facilmente evitáveis ou tratadas. é por isso que a Save the Children lançou, em 2009, a campanha PoR ToDAS AS CRIANÇAS. o nosso objectivo é salvar a vida de milhões de crianças e ajudar a concretizar o objectivo de Desenvolvimento do Milénio (oDM) 4 – reduzir em dois terços as taxas de mortalidade entre os menores de cinco anos de idade até 2015.

Já conseguimos alcançar alguns resultados espectaculares e a nossa campanha recebeu um apoio extraordinário pelo mundo inteiro. Concebemos novas parcerias com outras organizações, empresas e milhões de pessoas na nossa campanha a favor de:

• Um técnico de saúde ao alcance de todas as crianças

• Vacinas para todas as crianças – independentemente de onde vivam

• Uma vida livre de fome e desnutrição.

Vacinas PaRa todas as cRianças

As vacinas salvaram a vida de milhões de crianças. Mas nem todas as crianças estão a ser imunizadas contra as doenças mortais responsáveis por um quarto de toda a mortalidade infantil.

É por isso que, em antecipação da conferência da Aliança Global pelas Vacinas e Imunização (GAVI), em Londres, em Junho, conseguimos que quase 50.000 apoiantes assinassem petições, enviassem emails aos seus deputados e empreendessem campanhas publicitárias que apelaram aos líderes mundiais para que financiassem programas de vacinação para todos. O fundador da Microsoft, Bill Gates, juntou-se a nós numa conversa telefónica ao vivo no dia anterior à conferência. A resposta dos líderes mundiais ultrapassou mesmo as nossas maiores esperanças. Comprometeram-se com um pagamento adicional de 4,3 mil milhões de dólares para a vacinação de 250

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nigéria – resolver o problema da carência de técnicos de saúde

Após uma série de actividades destinadas a chamar a atenção para a carência de técnicos de saúde, o ministro da Saúde anunciou que seriam formados e colocados 3.000 parteiras, 2.000 técnicos comunitários de saúde e 1.000 voluntários para apoiarem a saúde materno-infantil nas comunidades rurais. Conjuntamente com os nossos parceiros, conseguimos que a lei da saúde nacional passasse no Parlamento Federal e foi instalado um gabinete no Ministério da Saúde para implementar iniciativas de cuidados de saúde para bebés recém-nascidos. Com as nossas acções de lobby, conseguimos também que as taxas a pagar pelos cuidados de saúde por mães e menores de cinco anos fossem eliminadas em 19 estados do Norte.

etiópia – aumentar o acesso a tratamentos vitais

Juntamente com o Ministério da Saúde, somos um parceiro essencial nos esforços para aumentar de modo dramático o acesso a tratamentos vitais contra a pneumonia, a diarreia e a malária. Estes são distribuídos através dos técnicos das extensões de saúde, que levam os cuidados de saúde até junto das comunidades locais. A Save the Children é responsável pelo apoio à sua implementação em 124 circunscrições de três regiões, cobrindo quase 15% da população do país.

Índia – aumento do orçamento para a saúde

Ao trabalharmos juntamente com altos funcionários governamentais e activistas, conseguimos pressionar o governo para que aumente o orçamento nacional para a saúde de 1,1% para 2,5% do PIB. A campanha incluiu uma convenção de técnicos de saúde, uma campanha massiva de assinaturas, comícios e teatro de rua.

Paquistão – centrar-se nas mortes neonatais

Em 2011 trabalhámos com parceiros através da Rede de Advocacia e Aconselhamento para Recém-Nascidos para conseguirmos que os decisores políticos a todos os níveis se centrassem nas mortes neonatais, as quais são responsáveis por mais de metade de toda a mortalidade infantil. Realizámos também sessões educativas locais sobre o papel vital dos técnicos de saúde primária nos cuidados pré- e pós-natal.

Uganda – a estratégia nacional de sobrevivência infantil

Trabalhámos com parceiros no sentido de assegurarmos que os problemas de saúde dos recém-nascidos eram incluídos na Estratégia Nacional de Sobrevivência Infantil do governo. Apoiámos também o Ministério da Saúde na elaboração e difusão do seu plano de trabalho para a redução da mortalidade e da morbidez materna e neonatal. Enquanto parceiros de uma coligação, conseguimos persuadir o Ministério da Saúde a atribuir uma verba para 2.000 parteiras no orçamento de 2011-12.

IMPuLSIoNAR A PRoGReSSÃo Do oDM 4

PAÍSES* EM VIAS DE ATINGIR OU NÃO O OBJECTIVONÚMERO DE PAÍSES

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Proporção de mortes infantis por desnutrição

Apesar do número total de crianças que morrem ter diminuído, a proporção de bebés que morrem durante o primeiro mês de vida subiu para mais de 40% do total. em muitos países, a diferença entre as hipóteses de sobrevivência das crianças mais ricas e as crianças mais pobres alargou-se. um terço da mortalidade infantil está relacionada com a desnutrição, que também deixa atrofiada mais de uma em cada três crianças.

Países como o Bangladesh, o Malawi e o Nepal – que estão em vias de concretizar o oDM 4 – comprovam que é possível fazê-lo. estamos a trabalhar com governos e parceiros em alguns dos países mais pobres e com as mais elevadas taxas de mortalidade infantil e de atrofiamento para impulsionarmos as mudanças que irão salvar a vida das crianças.

Nascimentos assistidos por técnicos de saúde qualificados

Percentagem de crianças vacinadas contra doenças mortais

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57%

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PROGRESSOS DO ODM 4

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300 12 milhões de mortes

7,6 milhões de mortes

Meta do odM 4

Números da Contagem Decrescente para 2015, um movimento global que mede os níveis de intervenções na área da saúde que comprovadamente reduzem a mortalidade materna, de recém-nascidos e infantil. Visite www.countdown2015mnch.org

* Países responsáveis por mais de 95% da mortalidade infantil

contageM decRescente PaRa 2015 – o QUadRo actUal

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ai/Magnum

for Save the Children

Lucia zoro/Save the C

hildren

Jane Hahn

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larke/Save the Children

Anne-Sofie H

elms/Save the C

hildren

foram dados enormes passos na redução do número de crianças que morrem anualmente – de 12 milhões em 1990 passámos para 7,6 milhões. Mas continua a não ser suficiente para alcançarmos a meta do objectivo de desenvolvimento do milénio (oDM) 4 de reduzir a mortalidade infantil em dois terços até 2015.

Ali R

eadhead/Save the Children

serra leoa – a eliminação dos cortes nos cuidados de saúde

Após as duras campanhas que realizámos com os nossos parceiros, a Serra Leoa eliminou as taxas que as mulheres grávidas e as crianças tinham de pagar pelos cuidados de saúde em 2010. Ficámos por isso alarmados quando, ao utilizarmos o nosso incomparável Instrumento de Medição dos Orçamentos para a Saúde, identificámos uma proposta de um corte drástico nas despesas em cuidados de saúde – que passaria de 11% do orçamento nacional em 2011 para 7,4% em 2012.

Na posse desta informação, mobilizámos os parceiros e o público bombardeando os meios de comunicação social. Houve manifestações de mulheres grávidas no exterior da comissão parlamentar de saúde quando apresentámos argumentos para a revisão do orçamento. Duas semanas depois, o Presidente anunciava que não haveria cortes no orçamento da saúde.

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POR TODAS AS CRIANÇAS: PRáTICoS e VITAIS

A pneumonia mata quase 83.000 menores de cinco anos no PAQUISTÃO todos os anos porque muitos pais não têm posses ou acesso ao hospital mais próximo. A nossa investigação – publicada na The Lancet – demonstra que com formação adequada na identificação e gestão da pneumonia grave, as técnicas comunitárias de saúde conseguem tratar com êxito e salvar a vida de crianças em casa. No distrito de Haripur, na província de Khyber Pakhtunkhwa, onde decorreu a investigação, o fracasso terapêutico diminuiu para metade, em parte porque o número de pais que procuraram tratamento junto das técnicas de saúde no primeiro dia de sintomas subiu de 1% para 52%.

Na NIGÉRIA, ajudámos a instalar 13 centros que praticam cuidados maternais canguru, os quais implicam um contacto físico entre a mãe e o bebé recém-nascido, e a amamentação materna exclusiva. Também demos formação a quase 1.000 técnicos de saúde sobre como salvar a vida de bebés recém-nascidos ajudando-os a respirar, tratando-lhes as infecções e prevenindo a desnutrição.

No MALAWI, um dos principais problemas com que se deparam as mulheres grávidas nas zonas rurais é chegarem à clínica mais próxima. Por isso fornecemos ‘ambulâncias-bicicleta’ especialmente adaptadas que podem ser utilizadas mesmo na estação das chuvas.

No NEPAL, onde 60% da mortalidade entre os menores de cinco anos ocorre no primeiro mês de vida, estamos a trabalhar com parceiros para alargarmos os cuidados comunitários aos recém-nascidos a 25 circunscrições, cobrindo quase metade da população do país.

em 2011 abrangemos 50,6 milhões de crianças e mulheres, o que implicou frequentemente iniciativas criativas para fazer chegar às crianças e às mães mais pobres os cuidados de saúde práticos, vitais e com uma boa relação de custo-benefício.

NÚMEROS DE 2011ABRANGIDAS 50,6 MILHÕES DE CRIANÇAS E MULHERES*

269,431crianças nascidas com a ajuda de uma parteira qualificada

650,384 crianças vacinadas

179,041 agregados domésticos com crianças menores de cinco anos que receberam dinheiro ou bens para melhorarem as suas dietas

5,119,322 casos tratados de malária, pneumonia, diarreia e desnutrição

919,815intervenções para prevenir a morte de crianças no parto ou para as proteger de doenças mortais

“NeM Se PoDe CoMPARAR A ALeGRIA que SINTo HoJe CoM A TRISTezA que eu SeNTIA Há TRÊS MeSeS ATRáS.” Amina, mãe de Umi’

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Durante as SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA, os bebés e as crianças pequenas ficam particularmente vulneráveis a doenças mortais e à desnutrição. Na crise alimentar de 2011 na ÁFRICA ORIENTAL, a falta de chuva e o aumento dos preços dos produtos alimentares levaram a que milhões sofressem de desnutrição grave. Durante a crise ajudámos mais de 1 milhão de pessoas no Quénia, na Etiópia e na Somália com comida e cuidados de saúde de emergência, incluindo 300.000 crianças subnutridas.

Quando a Umi de três anos de idade (na foto em baixo) chegou à nossa clínica no Norte do Quénia, pesava apenas 1,7 kg. Para além de estar gravemente subnutrida e desidratada, tinha pneumonia. A seca deixara a família de Umi sem comida e a mãe dela sem leite suficiente para a amamentar. Depois de ter alta do hospital, Umi foi visitada todos os dias durante seis semanas por um dos nossos técnicos locais de nutrição e com seis meses (ver foto direita) já ganhara 1,6 kgs.

Milhares de crianças que fugiam à violência na COSTA DO MARFIM também sofreram desnutrição. Muitas acabaram em campos de refugiados improvisados onde havia muito pouca comida. Enviámos ajuda humanitária – incluindo comida, sabão, fornecimentos médicos, colchões e cobertores. Assegurámo-nos que as mulheres grávidas e a amamentarem crianças ficariam com comida suficiente.

A umi, com seis meses, após ter sido tratada por desnutrição e pneumonia e a receber pasta de amendoim altamente nutritiva, para ganhar peso

Per-Anders Pettersson/ Save the C

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Colin C

rowley/Save the C

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Mats Lignell

Save the Children

Lana Slezic

* Através de apoios significativos a parceiros e/ou através de fornecimentos directos. estes podem ser materiais, técnicos ou financeiros.

No AFEGANISTÃO, onde o número de crianças que morrem antes de perfazerem os cinco anos de idade decresceu significativamente, passando de uma em cinco para uma em dez, 59% dos menores de cinco anos ainda sofre de desnutrição crónica. Formámos mais de 2.000 técnicos comunitários de saúde no sentido de identificarem as crianças dessas comunidades que sofram de desnutrição. Demos também formação a mais de 450 líderes religiosos e técnicos de saúde locais para encorajarem as mulheres grávidas a irem às clínicas onde é mais seguro dar à luz.

Em 2011, a nossa equipa no UGANDA ganhou um subsídio da iniciativa Saving Lives at Birth, financiada pelos EUA, para testar um monitor de batida cardíaca fetal alimentado por energia humana. “A batida do coração de um bebé é o sinal mais importante de dificuldades no decurso do trabalho de parto, mas muitos centros de saúde no Uganda não possuem uma fonte segura de electricidade,” disse a Dr.ª Hanifah Sengendo, da Save the Children, na cerimónia de entrega dos prémios em Nova Iorque.

Nova Deli, a capital da ÍNDIA, tornou-se um centro de turismo médico. Mas os seus hospitais sofisticados estão completamente fora do alcance das crianças e mães que vivem nos bairros de lata da cidade. É por isso que, com os nossos parceiros, estamos a levar os cuidados de saúde até junto de 600.000 mães e crianças de 60 bairros de lata por toda a cidade. Seis carrinhas móveis, cada uma delas equipada com médico, enfermeiro e farmacêutico, prestam cuidados pré- e pós-natal, tratam crianças com diarreia, pneumonia e outras doenças, monitorizam o seu crescimento e fornecem vitaminas e medicamentos.

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Mais de um milhão de pessoas apoiaram a campanha na Nigéria, assinando petições, comparecendo em reuniões e concertos públicos, e participando em caravanas apelando ao presidente para que promulgue a lei da saúde que tornará os cuidados de saúde grátis para as mulheres grávidas e as crianças menores de cinco anos.

os técnicos comunitários de saúde no Paquistão juntaram-se numa caminhada para apelarem ao aumento do número de parteiras no dia internacional da parteira em Maio. Durante todo o ano, quase 84.000 pessoas estiveram envolvidas em sessões de sensibilização no país inteiro.

Igualmente em Maio, mais de 8.600 pessoas participaram na segunda corrida Hawassa da etiópia para promoverem a campanha PoR ToDAS AS CRIANÇAS. e em Dezembro, 58 jovens artistas iniciaram uma ‘tournée artística de consciencialização para a saúde’ por aldeias e vilas de norte a sul do país. Actuando para plateias lotadas em 13 circunscrições, os membros do grupo Music May Day ethiopia incluíram nos seus espectáculos mensagens sobre o casamento precoce, os partos seguros e a mortalidade materno-infantil.

A semana de acções na Índia para lançar a campanha online, insistindo com o governo para que aumente o orçamento da saúde, fez as primeiras páginas dos jornais e abriu os programas de rádio e televisão. As actividades variaram entre uma convenção de técnicos saúde, uma campanha massiva de assinaturas ao nível das aldeias, uma peça contundente que chamou a atenção para o número crescente de crianças que morrem na Índia, e eventos musicais e teatrais levados a cabo por 6.000 estudantes em colégios pelo país inteiro. A semana culminou na projecção de um imenso ‘muro da fama’ no Statesman House, no centro de Nova Deli, mostrando assim o apoio à campanha.

o lançamento da campanha no Mali viu 12 Primeiras Damas e altos dignitários africanos comprometerem-se em ajudar a reduzir a mortalidade materno-infantil. As celebridades, incluindo a cantora internacionalmente conhecida oumou Sangare, concordaram em ser embaixadores da campanha, promovendo a PoR ToDAS AS CRIANÇAS nos seus concertos levados a cabo pelo mundo inteiro.

Na Serra Leoa, duas das principais redes de telemóveis e uma rádio-novela muito popular encarregam-se de informar as pessoas que as mães e as crianças menores de cinco anos recebem cuidados de saúde grátis.

em Dezembro, a campanha PoR ToDAS AS CRIANÇAS no Afeganistão encorajou parceiros, empresas e a população a agradecerem aos técnicos comunitários de saúde o papel vital que estes têm desempenhado. A equipa nacional de críquete do Afeganistão apoiou a campanha, que foi difundida por 18 estações de televisão e rádio. uma empresa de telemóveis enviou mensagens sobre saúde materno-infantil a 2,1 milhões de assinantes.

Lançada em Janeiro de 2011, a campanha que Nenhuma Criança Nasça para Morrer, do Reino

unido, ajudou a recrutar mais de 100.000 novos apoiantes. um programa de grande audiência na TV, Born to Shine, chegou a 3 milhões de pessoas por semana e angariou 3,3 milhões de dólares.

A pneumonia é o maior assassino mundial de crianças – matando mais de 1,5 milhões de crianças todos os anos. Por isso, no Dia Mundial da Pneumonia – 12 de Novembro – os apoiantes no mundo inteiro da campanha PoR ToDAS AS CRIANÇAS juntaram-se e apelaram aos governos e aos doadores para que actuem. em apoio às actividades havia um relatório na The Lancet baseado na investigação que levámos a cabo com a organização Mundial de Saúde no Paquistão.

Por todo o Nepal, mais de 9.000 pessoas assistiram a três concertos, e no Malawi as sessões sobre os perigos da inalação do fumo do tabaco em espaços fechados atraíam perto de 500 pessoas. No período anterior ao dia no Bangladesh, juntámo-nos a 19 faculdades de medicina e a 25 escolas para chamar a atenção para os perigos da pneumonia e para a necessidade de medicamentos. ocorreram igualmente eventos na Índia, Mali, Afeganistão, egipto e Libéria, abrangendo mais de 900.000 pessoas através das redes sociais.

A campanha PoR ToDAS AS CRIANÇAS já teve o apoio de mais de 13 milhões de acções imaginativas, polémicas ou simplesmente divertidas. Tem-se recorrido a todo o tipo de meios de comunicação para envolver e fazer chegar a milhões de pessoas no mundo mensagens de promoção da saúde materno-infantil.

DIVeRSÃo, JoGoS e CAMPANHAS DE MASSAS

correr para salvar vidasEm Outubro, mais de 2.000 crianças e jovens de 12 países participaram em corridas de estafetas para baterem o recorde mundial da maratona e exigirem mais técnicos de saúde para as comunidades mais pobres do mundo.

Ao falar na corrida do Quénia, o actual detentor do recorde mundial da maratona, Patrick Makau, disse “O Desafio da Maratona Mundial é dar às nossas crianças uma hipótese de se mostrarem solidárias com as outras crianças que enfrentam uma luta quotidiana pela sobrevivência.

Esperemos que esta seja seguida por outra ainda maior e mais forte.”

É precisamente esse o plano. A corrida de 2012 terá lugar no Dia Mundial da Alimentação, a 16 de Outubro.

Após finalizar a corrida de triatlo mais difícil do mundo, Charlie Wittmack, um explorador e aventureiro norte-americano, levou até ao cimo do Monte evereste uma bandeira da PoR ToDAS AS CRIANÇAS para chamar a atenção para a necessidade de técnicos de saúde e para angariar fundos para a campanha no Nepal.

Mais de 1.000 balões vermelhos soletram ‘Save me’/’Salvem -me’ inseridos na campanha de um mês em Itália que serviu de ponto de partida para 653.000 acções e angariou 1,9 milhões de dólares

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Aldeões numa sessão da campanha PoR ToDAS AS CRIANÇAS na região de Rumphi, no Malawi

As mensagens da campanha projectadas sobre o States-man House, em Nova Deli, durante uma semana de acções na Índia

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Em Janeiro de 2012, a Unilever comprometeu-se em ser durante três anos uma parceira essencial da campanha POR TODAS AS CRIANÇAS, ajudando-nos a trabalhar no sentido de todas as crianças terem um técnico de saúde ao seu alcance e disporem de uma dieta nutritiva.

Envolvemo-nos também numa nova e excitante parceria de três anos com a Fundação Bill & Melinda Gates como forma de apoiar o nosso trabalho em defesa das vacinas, dos técnicos de saúde e da nutrição em países essenciais. Com um outro subsídio da Fundação, estamos a recolher documentação sobre a aprendizagem e a avaliação do impacto do nosso programa Salvar as Vidas dos Recém-Nascidos, enquanto prosseguimos com programas cruciais de saúde para recém-nascidos em dez países.

Embarcámos igualmente numa parceria de cinco anos com a Merck (conhecida como MSD em mercados fora dos EUA e do Canadá), uma empresa líder global dos cuidados de saúde, para nos ajudar a formar e a apoiar mais 10.000 técnicos de saúde de primeira linha até 2015, e a criar uma maior consciência pública e a apelar para a existência de mais técnicos de saúde de primeira linha.

Com o subsídio de um ano do governo sueco, estamos a acelerar o nosso trabalho de defesa e campanha em momentos globais essenciais em 2012 – como sejam as cimeiras dos G8, dos G20 e a Assembleia Geral da ONU – e o nosso trabalho de concretização do ODM 4 na Índia, Iémen, Afeganistão e Zâmbia.

Somos também parceiros num projecto global de nutrição de cinco anos financiado em

milhões de dólares pela USAID. Assumimos a liderança técnica deste projecto em termos de alimentação de bebés e crianças pequenas.

No Norte da Nigéria iremos trabalhar com a UNICEF e a Action Against Hunger International/Acção Contra a Fome – Internacional na melhoria do estado nutricional de 6,2 milhões de crianças menores de cinco anos. Pelo menos 140.000 menores de cinco anos com desnutrição aguda grave irão receber tratamento graças a uma nova e substancial subvenção do governo britânico.

E no Uganda e no Malawi, com o apoio da Johnson & Johnson, vamos participar num programa de cinco anos de redução do número de bebés que morrem por asfixia – a causa de 25% das mortes entre recém-nascidos.

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o PoDeR DAS PARCERIAS

os objectivos ambiciosos da campanha PoR ToDAS AS CRIANÇAS não podem ser alcançados apenas pela Save the Children. Trabalhamos com doadores, governos, empresas internacionais e comunidades locais. Criamos parcerias que não se limitam apenas a reduzir o número de crianças e mães que morrem actualmente, mas que trabalham no sentido de assegurarem que não voltaremos no futuro às altas taxas de mortalidade.

“TRATA-Se De ALGo que é MuITo MAIS Do que uM MeRo MoDeLo De DáDIVA eMPReSARIAL GeNeRoSA. fAz PARTe De uM APeLo à ACÇÃo, eM ToDoS oS SeCToReS, PARA DeSeNVoLVeRMoS PARCeRIAS TRANSfoRMACIoNAIS que ACeLeReM De MoDo DRAMáTICo oS PRoGReSSoS CoNDuCeNTeS AoS oDMS, PARA ASSIM PoDeRMoS SALVAR A VIDA De MILHõeS De CRIANÇAS e MÃeS.”

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POR TODAS AS CRIANÇAS – A CAMPANHA

Jasmine Whitbread, Directora executiva da Save the Children, ao falar sobre a nova parceria com a unilever no fórum económico mundial em Davos

Sadya Naeemi segura nos braços um bebé acabado de nascer na clínica de saúde pública de qarqen, na província de Jawzjan, no Afeganistão. Juntamente com Catherine Oluwatoyin Ojo (na fotografia da capa), foi galardoada com um prémio de parteira do ano pela Confederação Internacional de Parteiras e pelo programa Salvar as Vidas dos Recém-Nascidos da Save the Children.

POR TODAS AS CRIANÇAS EM 2011

O gráfico mostra os progressos da campanha da Save the Children até ao momento, desde 2009 até finais de 2011.

• TÉCNICOS DE SAÚDE: Onde a Save the Children contribuiu significativamente para a formação de técnicos de saúde

• DESPESAS: Incluem despesas realizadas até agora nos nossos programas de saúde e nutrição e o investimento previsto para os restantes anos da campanha

• ACÇÕES DE CAMPANHA: O número de acções específicas empreendidas por pessoas que expressaram o seu apoio à campanha PoR ToDAS AS CRIANÇAS ou, de um modo mais genérico, que defenderam o princípio de as crianças não deverem morrer de doenças evitáveis

TéCNICoS De SAúDe foRMADoS

DeSPeSAS Do PRoGRAMA/INVeSTIMeNTo PRoJeCTADo ATé 2015

ACÇõeS De CAMPANHA

Até finais de 2011 Até 2015

178,969 (45%) 400,000

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60 m

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13.4 m (22%)

* Através dos nossos programas de saúde e nutrição

Para ajudar a concretizar o oDM 4 estabelecemos objectivos ambiciosos para nós próprios.

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oro/Save the Children

A mãe de Rabia, Laila, alimenta a filha num centro para crianças subnutridas no Norte da Nigéria, onde quase 17% das crianças entre os seis meses e os cinco anos de idade sofrem de desnutrição aguda grave.

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TRABALHAR COM VISTA A 2015em 2012 estamos a remover todos os obstáculos no sentido de centrarmos a atenção política e pública na redução do número de crianças que morrem e concretizarmos o oDM 4 em 2015. Juntamente com os nossos parceiros, vamos continuar a trabalhar nas três áreas essenciais que produzirão um impacto maior.

UM TÉCNICO DE SAÚDE AO ALCANCE DE TODAS AS CRIANÇAS

Iremos assegurar-nos que os governos cumprem até ao fim os seus compromissos, incluindo os que foram assumidos em 2011 por ocasião da estratégia Todas as Mulheres, Todas as Crianças da Organização das Nações Unidas.

VACINAS PARA TODOS

Iremos responsabilizar os doadores pelos compromissos que assumiram para com a GAVI. Trabalharemos para assegurar que as crianças mais pobres e mais desfavorecidas ficarão imunizadas, independentemente de onde vivam.

UMA VIDA LIVRE DE DESNUTRIÇÃO

Iremos trabalhar juntamente com os governos para implementar metas e planos para reduzir o atrofiamento e assegurar que todas as famílias conseguem dar às suas crianças uma dieta nutritiva.

© Save the Children International April 2012

www.everyone.org

Fotografia da capa: Jane Hahn escrito por frances ellery; D

esign de Joely Merrington; Tradução: o

ctávio Gam

eiro; Revisão: eugénia Lisboa

NO CHILDDIE