30
Capítulo 10 Configurações de hardware À medida em que os anos passam, jumpers e dip switches são cada vez menos usados. Há poucos anos atrás era preciso configurar diversos jumpers para instalar uma simples placa de expansão. Atualmente as placas de CPU ainda utilizam alguns jumpers, bem como discos rígidos e drives de CD- ROM. Muitas das opções de configurações de hardware existentes nas placas de CPU, que antes eram programadas através de jumpers, hoje são definidas no CMOS Setup. Não pense entretanto que um bom técnico ou montador de PCs pode passar sem conhecer jumpers. Os conceitos técnicos envolvidos na configuração de jumpers e dip switches são os mesmos utilizados em configurações do CMOS Setup. Figura 10.1 Jumpers e dip switches Nem sempre as placas e drives vêm prontos para serem usados. Na maioria das vezes é preciso configurar seus jumpers. Isto ocorre particularmente com placas de CPU, discos rígidos e demais dispositivos IDE. Placas de expansão modernas não utilizam jumpers (com raríssimas exceções), bastará encaixá- las no slot, e estarão prontas para funcionar. Neste capítulo veremos como programar os jumpers que definem os clocks e a voltagem de operação dos

Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

  • Upload
    others

  • View
    6

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 Configurações dehardwareÀ medida em que os anos passam, jumpers e dip switches são cada vezmenos usados. Há poucos anos atrás era preciso configurar diversos jumperspara instalar uma simples placa de expansão. Atualmente as placas de CPUainda utilizam alguns jumpers, bem como discos rígidos e drives de CD-ROM. Muitas das opções de configurações de hardware existentes nas placasde CPU, que antes eram programadas através de jumpers, hoje são definidasno CMOS Setup. Não pense entretanto que um bom técnico ou montadorde PCs pode passar sem conhecer jumpers. Os conceitos técnicos envolvidosna configuração de jumpers e dip switches são os mesmos utilizados emconfigurações do CMOS Setup.

Figura10.1

Jumpers e dipswitches

Nem sempre as placas e drives vêm prontos para serem usados. Na maioriadas vezes é preciso configurar seus jumpers. Isto ocorre particularmente complacas de CPU, discos rígidos e demais dispositivos IDE. Placas de expansãomodernas não utilizam jumpers (com raríssimas exceções), bastará encaixá-las no slot, e estarão prontas para funcionar. Neste capítulo veremos comoprogramar os jumpers que definem os clocks e a voltagem de operação dos

Page 2: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-2 Como montar, configurar e expandir seu PC

processadores, além de outros jumpers das placas de CPU. Veremos aindacomo configurar jumpers de dispositivos IDE.

Jumpers de placas de CPUAntes de colocar em funcionamento uma placa de CPU, é preciso instalar oprocessador e configurar seus jumpers. Esses jumpers definem várias opçõesde funcionamento. Por exemplo:

Clock interno do processador Clock externo do processador Voltagem do processador Tipo do processador

Note que na maioria dos casos, sobretudo com placas de CPU eprocessdores modernos, a maioria dessas configurações é automática, nãosendo necessário programar jumpers, nem mesmo o CMOS Setup. Porexemplo, processadores AMD K6-2, K6-III e modelos mais antigos,necessitam que seja programada a sua voltagem de operação. ProcessadoresPentium II e superiores, bem como o Athlon e o Duron, não precisam deprogramação de voltagem. Eles indicam automaticamente para a placa deCPU a voltagem necessária. A programação do clock interno pode ser feitapor jumpers em vários casos, mas a maioria dos processadores modernosnão permite que seja definida esta configuração. Dizemos que sãoprocessadores “travados”. Isto evita que vendedores inescrupulosos instalem,por exemplo, um Pentium III/800 e o coloquem para funcionar a 1000 MHz.

Mesmo com os processadores “travados” que não aceitam configurar seuclock interno e outros tipos de programação automática, é importante quetenhamos conhecimento sobre todos os tipos de configuração, mesmo as quenão podem ser alteradas manualmente.

Processadores diferentes exigem voltagens de operação diferentes,configurações de jumpers diferentes, e clocks diferentes. Se um processadorfor instalado com uma configuração de jumpers errada, podemos até mesmodanificá-lo, na pior das hipóteses. Na melhor das hipóteses, o erro naconfiguração pode não danificá-lo mas deixá-lo em funcionamento errático,apresentando travamentos e outras anomalias.

O manual da placa de CPU sempre trará as instruções para a corretaconfiguração dos seus jumpers. Em certos casos, algumas das configurações

Page 3: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-3

não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for ocaso, o manual da placa de CPU sempre trará as instruções apropriadas.

Podemos encontrar nas placas de CPU, jumpers que se encaixam em um parde pinos, e jumpers que se encaixam em dois pinos, escolhidos dentro deum grupo de 3 ou mais pinos. Quando existem apenas dois pinos, temosduas configurações possíveis:

ON ou CLOSED: quando o jumper está instaladoOFF ou OPEN: quando o jumper está removido

É comum encontrar jumpers com apenas um dos seus contatos encaixados.Esta opção é eletricamente equivalente a OFF, pois quando apenas um dospinos está encaixado, não existe o contato elétrico. É usado desta formaapenas para que o jumper não seja perdido.

Figura 10.2

Formas de configurar um jumper.

Quando temos grupos com 3 ou mais pinos, estes são numerados. Asinstruções existentes nos manuais dizem para encaixarmos um jumper entre1-2, 2-3, etc, de acordo com a finalidade. É comum também encontrar aopção OPEN, ou seja, sem jumper.

Configurando a voltagem do processadorTodos os processadores modernos, com raríssimas exceções, operam comduas voltagens: Interna e externa, também chamadas de CORE e I/O.

Voltagem interna: usada na maior parte dos circuitos, inclusive no núcleo doprocessador.

Voltagem externa: usada nos circuitos que fazem comunicação com amemória, chipset e com circuitos externos em geral.

Por questões de compatibilidade, os processadores operam quase semprecom a voltagem externa fixa em 3,3 volts. Internamente utilizam voltagensmenores, trazendo como principal benefício, a menor geração de calor. Um

Page 4: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-4 Como montar, configurar e expandir seu PC

dos primeiros processadores a utilizar este sistema foi o Pentium MMX,operando externamente com 3,3 volts e internamente com 2,8 volts.Atualmente a maioria dos processadores novos opera com voltagem internainferior a 2 volts.

Existem processadores nos quais a configuração de voltagem é automática.Esses processadores informam à placa de CPU o valor da voltagem internaque necessitam. O usuário não precisa se preocupar com esta configuração, enormalmente nem existem nas suas placas de CPU, opções de configuraçãodessas voltagens. A tabela abaixo mostra quais são os processadores que têmconfiguração de voltagem manual e quais têm configuração automática.

Processador Configuração de voltagemPentium 4 AutomáticaPentium III AutomáticaPentium II AutomáticaCeleron AutomáticaAthlon AutomáticaDuron AutomáticaK6-III ManualK6-2 ManualK6 ManualCyrix M III ManualCyrix M II ManualCyrix 6x86MX, 6x86 ManualWinChip ManualPentium MMX ManualPentium Manual

Observe entretanto que o fato de usarmos um processador com configuraçãoautomática, não quer dizer necessariamente que não precisamos nospreocupar com jumpers. Existem placas de CPU que podem serconfiguradas para ignorar a programação automática de voltagem definidapelo processador, e utilizar uma voltagem definida pelo usuário. Esteprocedimento é usado quando usuários mais ousados obrigam o processadora operar acima das suas especificações. Isto é uma espécie de“envenenamento”, conhecido como overclock. Como todo tipo deenvenenamento, é arriscado e nem sempre funciona. Neste livro nãoensinaremos a fazer overclock, pois consideramos uma prática nãorecomendável. Aqueles interessados no assunto podem encontrarinformações detalhadas em www.tomshardware.com.

Page 5: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-5

Figura10.3Programação davoltagem internapara o processadorAthlon em uma placade CPU. Observe aopção CPU DEFAULT,que é arecomendada.

A figura 3 mostra um exemplo de configuração de voltagem interna doprocessador Athlon, em uma placa de CPU Asus K7V. A opçãorecomendada é a CPU Default, que resulta na voltagem correta, informadapelo próprio processador. As outras opções são usadas pelos adeptos dooverclock, e permitem utilizar voltagens entre 1.3 volts e 2.0 volts. Antes deinstalar um processador devemos verificar se a placa de CPU possuiconfiguração de voltagem interna para o processador, e caso tenha, estaconfiguração deve ser deixada na opção automática.

Enquanto algumas placas de CPU oferecem a opção de descartar aconfiguração automática de voltagem para os processadores que possuemesta capacidade, todas as placas de CPU para processadores mais antigosque não fazem configuração automática de voltagem apresentam jumpers oudip switches para esta configuração, que é obrigatória. No manual da placade CPU existirão instruções para esta programação. A figura 4 mostra oexemplo de programação de voltagem interna do processador, em uma certaplaca de CPU com Socket 7. As placas para Socket 7 produzidas a partir de1998 normalmente permitem escolher voltagens entre 2.0 volts e 3.5 volts, oque garante a compatibilidade com maior número de processadores. Placasde CPU mais antigas podem oferecer apenas duas ou três opções devoltagem, compatíveis com os processadores da sua época, e as ainda maisantigas podem operar com voltagem fixa.

Page 6: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-6 Como montar, configurar e expandir seu PC

Figura10.4

Programação devoltagem interna doprocessador em umaplaca de CPU comSocket 7.

Ao programar a voltagem interna de um processador que necessite deste tipode programação, podemos sempre consultar as especificações indicadas naface superior deste processador. A figura 5 mostra como exemplo oprocessador AMD K6, no qual está indicado que a voltagem interna é 3.2volts (CORE).

Figura 10.5

Informações de configuração indicadas na facesuperior de um processador.

A maioria dos processadores possui esta indicação. Nos raros casos em quenão possui, é possível descobrir esta informação por outros métodos.Considere por exemplo um processador AMD K6-2/550 AGR. Através doseu manual podemos entender o significado das letras “AGR” usadas comosufixo. A figura 6 foi extraída do manual do K6-2, e nela vemos que a letra

Page 7: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-7

“G” indica que a voltagem do núcleo deve ser de 2,3 volts (a média da faixa2,2V-2,4V).

Figura10.6Nos manuais dosfabricantes existemindicações devoltagem, baseadasno sufixo doprocessador.

Em certos processadores antigos, descobrir a voltagem correta pode serdifícil pelo fato de não existirem indicações. Um exemplo é o Pentium P54C(modelos anteriores ao Pentium MMX). Este processador era produzido emduas versões: STD e VRE. A versão VRE era programada com 3,4 volts, e aversão STD com 3,3 volts. É possível descobrir a versão através danumeração do chip, como mostra a figura 7. Basta verificar a letra existenteapós a “/”. Se for “S”, trata-se de uma versão STD, e se for “V”, trata-se deuma versão VRE. Em caso de dúvida, para ambos os casos pode ser usada atensão de 3,4 volts, já que atende aos requisitos da versão VRE, e tambémda versão STD, que funciona com voltagens entre 3,1 e 3.6 volts.

Figura 10.7

Identificando o Pentium P54C.

Configurando o clock externo do processador

Page 8: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-8 Como montar, configurar e expandir seu PC

Cada processador foi projetado para operar com um determinado clockexterno. Em praticamente todas as placas de CPU, este clock não éconfigurado automaticamente. Cabe ao montador do PC fazer estaprogramação. Isto é válido tanto nas placas de CPU antigas para Pentium ePentium MMX, como nas placas para processadores mais modernos comoPentium III, Pentium 4 e Athlon. A figura 8 mostra a programação do clockexterno em uma placa de CPU para Pentium 4. Através de dip switchespodem ser escolhidos valores entre 100 e 133 MHz. O valor correto para esteprocessador é 100 MHz, mas os adeptos do overclock podem utilizar valoresmais elevados. Note que não existe configuração default ou automática paraeste clock. Sempre será preciso indicá-lo corretamente.

Figura 10.8

Programação de clock externo em umaplaca de CPU para Pentium 4.

Quanto ao Pentium 4, você encontrará muitas informações sobre o seu“clock de 400 MHz”. Na verdade é utilizado um clock externo de 100 MHz,e são feitas 4 transferências a cada clock, o que dá um resultado similar aode um clock de 400 MHz. Entretanto para efeito de programação de clockexterno da placa de CPU, o valor que vigora é mesmo 100 MHz.

Todas as placas de CPU possuem configurações de clock externo. A figura 9mostra o exemplo de outra placa de CPU, a K7V, para processadores

Page 9: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-9

Athlon. Note que são oferecidas as opções de 100 MHz (o normal para esteprocessador), e ainda os valores de 103, 105 e 110 MHz.

Figura10.9Programação declock externo emuma placa de CPUpara Athlon.

Da mesma forma como os “400 MHz” do Pentium 4, você encontraráindicações sobre um clock de 200 ou 266 MHz do Athlon e do Duron. Naverdade os clocks utilizados são 100 e 133 MHz, respectivamente. Como sãofeitas duas transferências a cada clock, tudo se passa como se fossem mesmoclocks de 200 e 266 MHz, mas para efeito de programação dos clocksexternos das suas placas de CPU, os valores que vigoram são 100 e 133MHz, respectivamente. Note ainda que não estamos afirmando que o Duronusa 100 MHz e o Athlon usa 133 MHz. Ambos os processadores sãoproduzidos com clocks de 100 MHz. As versões mais novas do Athlonoperam com 133 MHz externos (266 MHz com DDR). Novas versões doDuron também utilizarão os 133 MHz externos.

A figura 10 mostra um outro exemplo de programação de clock externo, oda placa P3V4X. Dependendo do processador instalado, clocks diferentesdevem ser usados. Para os processadores Celeron o clock externo é de 66MHz. Para processadores Pentium III são usados 100 MHz ou 133 MHz,dependendo da versão. Note que além desses valores, são oferecidas variasopções para overclock. Com 68, 75, 80 e 83 MHz é feito overclock noCeleron. Com 103, 105, 110, 112, 115, 120 e 124 MHz é feito overclock nosprocessadores Pentium III que operam externamente com 100 MHz. Com140 e 150 MHz é feito overclock nas versões do Pentium III que exigem 133MHz. Aliás, é bom parar de falar em overclock antes que algum leitor fiqueincentivado a faze-lo, e depois de queimar seu processador, venha reclamarque teve a idéia por causa deste livro.

Page 10: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-10 Como montar, configurar e expandir seu PC

Figura 10.10Configuração de clock externoem uma placa para Pentium II /Pentium III / Celeron.

Note nas figuras 8, 9 e 10 que quando programamos o clock externo doprocessador, estamos também programando o clock da memória DRAM e oclock do barramento PCI. O clock PCI padrão é de 33 MHz, desde que oprocessador esteja operando com seu clock correto. Quando é usadooverclock, o clock PCI aumenta proporcionalmente. Também o clock daDRAM é vinculado ao clock externo do processador, tanto é que nas figurasanteriores temos indicações de clock para “CPU/DRAM”. Existem entretantoplacas de CPU com chipsets que permitem utilizar clocks diferentes para oprocessador e para a DRAM. O processador pode usar clock externo de 100MHz e a DRAM operar com 133 MHz, por exemplo. A figura 11 mostra umexemplo de configuração de clock externo em uma placa de CPU comSocket 7, na qual vemos que é permitida a operação da memória de formaassíncrona, ou seja, usando um clock diferente do usado pelo processador.

Page 11: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-11

Figura 10.11Configurando o clock externo em umaplaca de CPU com Socket 7.

Note que nem todas as placas são tão flexíveis no que diz respeito àprogramação do clock externo. Placas de CPU mais antigas podem suportarno máximo 100 MHz. Placas ainda mais antigas podem chegar até 66 MHzapenas. Lembramos que os barramentos dos processadores só evoluíram de66 para 100 MHz no início de 1998, um avanço relativamente recente.

Configurando o clock interno do processadorEsta é uma configuração que nem sempre está disponível, sobretudo quandosão usados processadores modernos. O clock interno é formado pelacomposição entre o clock externo e um multiplicador. Por exemplo, comclock externo de 100 MHz e multiplicador 5x, chegamos ao clock interno de500 MHz. Nos processadores antigos, o multiplicador era sempre definidoatravés de jumpers ou dip switches. Em alguns casos o multiplicador eraescolhido pelo CMOS Setup. O correto é escolher o multiplicador de acordocom o clock do processador. Por exemplo, em um K6-2/450, o correto é usaro clock externo de 100 MHz e o multiplicador 4,5x. Se fosse usado omultiplicador 4x, este processador iria operar a 400 MHz. Se fosse usado 5x,ele iria operar a 500 MHz. O uso de um clock mais baixo sempre funciona,mas não é de interesse. Para que fazer o processador ficar mais lento?Raramente isso é necessário. Já a operação com clock mais elevado nemsempre funciona. Para falar a verdade, normalmente não funciona. É uma

Page 12: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-12 Como montar, configurar e expandir seu PC

questão de sorte. Quando funciona, o processador perde confiabilidade,esquenta demais e pode ter sua vida útil extremamente reduzida.

Infelizmente muitos vendedores desonestos passaram a fazer overclock nosprocessadores dos PCs que vendiam. Pior ainda, muitos distribuidorespassaram a falsificar os processadores através de remarcação. Umprocessador podia ter indicado o clock de 233 MHz, que era apagado esubstituído por 266 ou 300. A Intel foi o primeiro fabricante a “travar” seusprocessadores. Eles passaram a utilizar um multiplicador fixo e correto,ignorando a programação feita pela placa de CPU. Um processador PentiumIII/500, por exemplo, deve ser programado com 100 MHz externos. Seumultiplicador é fixo em 5x, e mesmo que a placa de CPU seja programadapara usar outros valores, serão ignorados e substituídos por 5x.

Dizemos que um processador é “travado” quando utiliza sua própriaconfiguração de multiplicador, ignorando a configuração da placa de CPU.Dizemos que o processador é destravado quando aceita configurações demultiplicador pela placa de CPU, através de jumpers ou do CMOS Setup.Os processadores “destravados” são:

AMD K6, K6-2, K6-III Cyrix M II, 6x86, 6x86MX WinChip Pentium, Pentium MMX Primeiras versões do Pentium II

Os processadores “travados” são:

Pentium II, Pentium III, Pentium 4 Celeron Athlon e Duron

OBS: Existem algumas versões do Athlon e do Duron que são destravadas.Existem ainda métodos para destravar processadores, mas deixamos issopara os sites e publicações que incentivam o overclock.

Page 13: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-13

Figura 10.12

Programação demultiplicadores.

A figura 12 mostra um exemplo de programação de multiplicadores,extraído do manual de uma placa de CPU. Trata-se de uma placa paraSocket 7, cujos processadores aceitam todos a programação manual domultiplicador. Podemos observar que existem configurações para:

1.5x / 2x / 2,5x / 3x / 4,5x / 5x / 5,5x

Devemos sempre programar o multiplicador de acordo com o processador aser instalado. Por exemplo, para um K6-2/550, usamos o multiplicador 5,5x,bem como o clock externo de 100 MHz.

Figura 10.13

Programação demultiplicadores em uma placade CPU para Athlon.

Mesmo quando uma placa de CPU é específica para processadores“travados”, sempre estarão disponíveis as configurações para definir omultiplicador, mesmo que o processador as ignore. A figura 13 mostra asconfigurações em uma placa de CPU para processadores Athlon e Duron.

Page 14: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-14 Como montar, configurar e expandir seu PC

Esses processadores operam com clocks externo de 100 MHz. Seus “200MHz” são obtidos pelo uso das duas transições de cada período de clock(Double Data Rate). Portanto a forma correta de programar um Athlon/900,por exemplo, é usar o clock externo de 100 MHz e o multiplicador 9x.

Versões mais novas do Athlon e do Duron usam o “clock externo de 266MHz”. Na verdade este clock deve ser programado na placa de CPU como133 MHz. Os multiplicadores atuam sobre este valor para obter o clockinterno. Observe que a presença das configurações de multiplicadores émuito oportuna para aqueles que destravam seus processadores para realizaro overclock.

Outros jumpers de placas de CPUAlém dos jumpers que definem a voltagem de operação e os clocks, existemoutros menos importantes, mas que também precisam ser revisados.

Jumper para descarga do CMOS

Todas as placas de CPU possuem um jumper que é usado para habilitar ofornecimento de corrente da bateria para o chip CMOS. Muitas vezes, paranão gastar a bateria enquanto a placa ainda está sendo vendida, osfabricantes deixam este jumper desabilitado. Antes de montar o seu PC,verifique qual é este jumper, e programe-o na opção Normal, para que ochip CMOS receba corrente da bateria. A figura 14 mostra um exemplodesta configuração.

Figura 10.14

Jumper para descarga do CMOS.

Flash BIOS

As placas de CPU modernas possuem seu BIOS armazenado em um tipoespecial de ROM, chamado Flash ROM. Sua principal característica é que,ao contrário das ROMs comuns, podem ser reprogramadas pelo usuário,utilizando softwares apropriados, fornecidos pelo fabricante da placa deCPU. Este recurso é usado para permitir atualizações do BIOS, que muitosfabricantes de placas de CPU oferecem através da Internet. Existem FlashROMs com voltagens de programação de 5 volts, e outras com voltagens de

Page 15: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-15

programação de 12 volts. Não altere este jumper, deixe-o como veio defábrica. Ele não deve ser programado pelo usuário, e sim pelo fabricante. É ofabricante quem escolhe qual tipo de Flash ROM será instalada (5 volts ou12 volts), e programa este jumper de acordo. A figura 15 mostra um exemplodesta programação.

Figura 10.15

Programando a voltagem de programação da Flash ROM.

Voltagem da SDRAMA maioria das memórias SDRAM opera com tensão de 3,3 volts, masexistem alguns modelos de 5 volts. A maioria das placas de CPU aceitaapenas SDRAMs de 3,3 volts, mas existem algumas que possuem jumpersatravés dos quais podemos selecionar entre as duas tensões possíveis. Afigura 16 mostra um exemplo desta programação.

Figura 10.16

Exemplo de programação davoltagem de operação daSDRAM.

A figura 17 mostra um típico módulo SDRAM com encapsulamentoDIMM/168. O chanfro indicado com uma seta serve para impedir que ummódulo seja encaixado em um soquete com voltagem errada. Quando ochanfro está centralizado, trata-se de um módulo de 3,3 volts. Módulos de 5volts possuem o chanfro deslocado para a esquerda. Pelo menos você nãoprecisa ficar preocupado em danificar um módulo, ou ter problemas de maufuncionamento devido ao encaixe do módulo errado. Este sistema dechanfros garante que apenas o módulo apropriado pode ser encaixado.

Figura 10.17

Módulos SDRAM DIMM/168 eseu chanfro indicador devoltagem.

Page 16: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-16 Como montar, configurar e expandir seu PC

Tipo e voltagem da memória DDRTambém as memórias DDR SDRAM podem ser encontradas em versõesdiferentes. Quanto às voltagens, a maioria delas é de 2,5 volts, mas existe aprevisão do lançamento de novos módulos de 1.8 volts. Esses módulosutilizam soquetes diferentes, assim como ocorre com a SDRAM. Da mesmaforma, encontramos dois tipos de módulos: Unbuffered DDR (os maiscomuns) e Registered DDR. Placas de CPU que suportam DDR em geralpossuem um jumper para a indicação do tipo de módulo DDR, como mostraa figura 18.

Figura 10.18

Indicando o tipo de DDRSDRAM.

A figura 19 mostra a diferença entre os dois tipos de módulos DDR. Aversão registered possui além dos chips de memória, um grupo de chips(registradores) próximos ao conector. A figura mostra também a posição dochanfro em função da voltagem do módulo.

Figura 10.19Identificando o tipo de módulo DDR.

Page 17: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-17

Jumpers de dispositivos IDESe você vai instalar um disco rígido IDE, novinho em folha, como o únicodispositivo da interface IDE primária, então não precisa se preocupar com asua configuração de jumpers. A configuração de fábrica é adequada paraeste tipo de instalação (Master, sem Slave). Já o mesmo não pode ser ditoquando você pretende instalar dois discos rígidos, ou então quando pretendeinstalar outros dispositivos IDE, como drives de CD-ROM, drives LS-120 ouZIP Drive IDE. Nem sempre a configuração com a qual esses dispositivossaem da fábrica é adequada à instalação direta, sem que o usuário preciserevisar os seus jumpers. Vamos então apresentar os jumpers dos dispositivosIDE, e como devem ser programados para cada modo de instalação.

Um disco rígido IDE pode ter seus jumpers configurados de 3 formasdiferentes:

Master Esta é a configuração com a qual os discos rígidos saemda fábrica. O drive está preparado para operar comoMaster (ou seja, o primeiro dispositivo de uma interface),sem Slave (ou seja, sem estar acompanhado de umsegundo dispositivo na mesma interface). A princípio, odisco IDE ligado como Master na interface IDE primáriaserá acessado pelo sistema operacional como drive C.

Slave O disco rígido é o Slave, ou seja, o segundo dispositivoIDE ligado a uma interface. A princípio, um dispositivoIDE ligado como Slave da interface IDE secundária, seráacessado pelo sistema operacional como drive D.

Drive is Master,Slave Present

Nesta configuração, o disco rígido é o Master, ou seja, oprimeiro dispositivo de uma interface IDE, porém, existeum segundo dispositivo IDE ligado na mesma interface.Como vemos, não basta indicar para um disco rígido queele opera como Master, é preciso também avisar, atravésdos seus jumpers, que existe um Slave ligado na mesmainterface. A princípio, quando existem dois dispositivosIDE ligados na interface IDE primária, o Master seráacessado pelo sistema operacional como drive C, e oSlave como drive D.

Note que quando fizemos referência às letras recebidas pelos drives,tomamos cuidado de dizer “a princípio”. A razão disso é que essas letraspodem mudar, através de configurações de software. Por exemplo, um drive

Page 18: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-18 Como montar, configurar e expandir seu PC

de CD-ROM pode ter sua letra alterada para qualquer outra, ao gosto dousuário.

As configurações de outros dispositivos IDE (drive de CD-ROM, LS-120, ZIPDrive IDE, etc) são parecidas, exceto pelo fato de não utilizarem aconfiguração Slave Present. Portanto, as configurações válidas para essesdispositivos são as seguintes:

Master Usada quando o drive é o primeiro dispositivo ligado auma interface IDE. No caso desses drives, não importa seexiste ou não um segundo dispositivo ligado na mesmainterface. A configuração do Master será a mesma, comou sem Slave.

Slave Usada quando o drive é o segundo dispositivo ligado emuma interface IDE.

Vejamos alguns exemplos de conexões de discos rígidos e dispositivos IDE esuas respectivas configurações.

Exemplo 1

Suponha que existe um disco rígido ligado na interface IDE primária, e umdrive de CD-ROM ligado na interface IDE secundária. Os jumpers devemser configurados da seguinte forma:

Conexão Dispositivo ConfiguraçãoPrimary Master Disco rígido One drive OnlyPrimary Slave - -Secondary Master Drive de CD-ROM MasterSecondary Slave - -

Exemplo 2

Suponha agora dois discos rígidos IDE ligados na interface IDE primária, ena secundária, um drive de CD-ROM IDE ligado como Master, e um ZIPDrive IDE ligado como Slave. Os jumpers devem ser configurados daseguinte forma:

Conexão Dispositivo ConfiguraçãoPrimary Master Disco rígido Drive is Master, Slave

PresentPrimary Slave Disco rígido Drive is SlaveSecondary Master Drive de CD-ROM MasterSecondary Slave ZIP Drive Slave

Page 19: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-19

Exemplo 3

Nesta configuração, façamos a ligação de um disco rígido IDE e um drive deCD-ROM ligados na interface IDE primária, e um segundo disco rígido IDEligado na interface secundária.

Conexão Dispositivo ConfiguraçãoPrimary Master Disco rígido Drive is Master, Slave

PresentPrimary Slave Drive de CD-ROM SlaveSecondary Master Disco rígido One drive OnlySecondary Slave -

Certas configurações devem ser evitadas, apesar de funcionarem. Porexemplo, devemos evitar ligar um drive de CD-ROM ou outros dispositivos,na mesma interface onde está o disco rígido. Este tipo de ligação poderesultar na redução do desempenho do disco rígido. Se você vai ligar outrosdispositivos IDE além de discos rígidos, é melhor deixar a interface IDEprimária para discos rígidos, e a interface IDE secundária para os outrosdispositivos.

Também não é recomendado ligar um disco rígido IDE como Slave, emuma interface na qual o Master não é um disco rígido. Por exemplo, umdrive de CD-ROM como Master e um disco rígido como Slave. Este tipo deconfiguração muitas vezes não funciona, e deve ser evitada.

Agora que você já sabe como os discos rígidos e dispositivos IDE devem serinstalados, resta saber como configurar os seus jumpers. Todos os discosrígidos possuem jumpers através dos quais pode ser escolhida uma entre astrês configurações possíveis (Master sem Slave, Slave e Master com Slave).No manual do disco rígido você sempre encontrará as instruções paraconfigurar esses jumpers.

Page 20: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-20 Como montar, configurar e expandir seu PC

Figura 10.20

Jumpers de um disco rígido.

A figura 21 mostra um exemplo de tabela de configurações de jumpers, daforma como é encontrada nos manuais dos discos rígidos. Considere estafigura apenas como exemplo, pois discos rígidos diferentes normalmenteutilizam tabelas de configurações diferentes. Tome como base as instruçõesde instalação existentes no manual do seu próprio disco rígido.

Figura10.21

Tabela deconfigurações dejumpers para umdisco rígido.

No exemplo da figura 21, vemos que a configuração (1) é a que chamamosde “Drive is Master” ou “One drive Only”. Na figura, esta configuração échamada de Single (sozinho). Se o drive está sozinho, significa que é Master,e que não existe Slave instalado.

A configuração (2), indicada na figura como Dual Master, é o que chamamosaqui de “Drive is Master, Slave Present”. Se a configuração é Dual, significa

Page 21: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-21

que existem Master e Slave instalados, portanto, podemos dizer que existeum Slave presente.

A configuração (3), indicada como Dual Slave, é o que chamamos de “Driveis Slave”. Obviamente, só configuramos drives como Slave quando existemdois dispositivos instalados na mesma interface.

A tabela da figura 21 mostra ainda uma quarta opção, que é a Cable Select.Esta configuração raramente é usada, e necessita de um cabo flat IDEespecial. Com esta opção, não é preciso alterar jumpers do disco rígido parafazer a sua instalação. Basta ligá-lo na extremidade do cabo, e seráautomaticamente reconhecido como Master, ou ligá-lo no conector do meiodo cabo, para que seja automaticamente reconhecido como Slave. Apesar depraticamente não ser usada, é bom que você saiba da existência destaconfiguração. Os fabricantes de discos rígidos estão propondo a sua adoçãocomo padrão. Desta forma, o disco rígido teria uma instalação Plug and Play,ou seja, sem a necessidade de configurar jumpers.

Observe que nem sempre é preciso indicar para um disco rígido se existeum Slave presente. Alguns modelos utilizam a mesma configuração para oMaster, não importando se está sozinho ou acompanhado de um Slave. Afigura 22 mostra a configuração de jumpers de um disco rígido que tem estacaracterística. Observe que a configuração para Master está descrita como“Master Drive in dual drive system or Only Drive, in single drive system”.

Figura 10.22

Outro exemplo de tabela de configuração dejumpers de um disco rígido.

Page 22: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-22 Como montar, configurar e expandir seu PC

Na maioria dos discos rígidos, você encontrará instruções para configurar osjumpers nas 4 modalidades:

Drive is Master, no Slave Drive is Slave Drive is Master, Slave Present Cable Selected

Entretanto, é possível que você se depare com algum disco rígido com ummanual dotado de instruções menos claras. Essas instruções abreviadasdizem respeito a dois jumpers que devem ser usados para configurar o disco:

MS (Master/Slave): Indica se o disco irá operar como Master ou SlaveSP (Slave Present): Indica ao Master se existe um Slave instalado

Você encontrará modelos em que o jumper MS encaixado faz o drive operarcomo Master, e desencaixado faz o drive operar como Slave. Pode encontrarainda drives que fazem o inverso, ou seja, o jumper MS encaixado deixa odrive operar como Slave, e desencaixado operar como Master. Da mesmaforma, o jumper SP poderá indicar que existe Slave, mas em certos, modelos,este jumper pode precisar ser desencaixado para indicar que existe Slave. Deum modo geral, o jumper MS poderá estar na posição Master (que poderáser encaixada ou desencaixada) ou Slave. O jumper SP poderá também estarna posição Present ou Absent (ou seja, sem slave). As configurações dessesjumpers serão então as seguintes:

Configuração Jumper MS Jumper SPMaster sem Slave Master AbsentMaster com Slave Master PresentSlave Slave Absent

Se o manual do seu disco rígido for mal explicado e simplesmente mostrarquais são os jumpers MS e SP, sem explicitar quais configurações devem serusadas para cada caso, tome como referência a tabela acima. Não esqueçaque a configuração de fábrica é Master sem Slave. Observe ainda que noSlave, não faz sentido usar o jumper Slave Present, pois só é levado em contapelo Master. A tabela recomenda usar neste caso, a opção Absent, masPresent também deverá funcionar.

Jumpers em drives de CD-ROM

Page 23: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-23

A figura 23 mostra os jumpers de um drive de CD-ROM IDE. Observe quenão existe o jumper Slave Present, apenas jumpers que o definem comoMaster ou Slave. Existe também a opção Cable Select, comum em váriosdispositivos IDE, mas ainda pouco usada. Muitos drives de CD-ROM sãoconfigurados como Slave na fábrica, e portanto não funcionam ao sereminstalados sozinhos, sem um Master. É preciso fazer uma revisão nos seusjumpers, programando-os corretamente.

Figura10.23

Jumpers de um drive deCD-ROM IDE.

A figura 24 mostra as configurações de jumpers de um drive LS-120. Assimcomo ocorre em qualquer dispositivo IDE, temos as configurações Master,Slave e Cable Select.

Figura 10.24

Jumpers de um drive LS-120.

Na figura 25 vemos os jumpers para um ZIP Drive IDE. Observe que aconfiguração de fábrica é Slave. Por isso, nem sempre podemos instalardiretamente um dispositivo IDE sem revisar os seus jumpers. A configuraçãode fábrica não funcionaria se este drive fosse instalado como Master. Assimcomo ocorre com todos os dispositivos IDE, as configurações possíveis sãoMaster, Slave e Cable Select.

Page 24: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-24 Como montar, configurar e expandir seu PC

Figura 10.25

Jumpers de um ZIP Drive IDE.

Todos os dispositivos IDE, até os menos populares, possuem jumpers paraselecionamento Master/Slave. A figura 11.26 mostra as configurações de umaunidade de fita IDE, modelo DI30 (30 GB), fabricada pela Onstream.

Figura 10.26

Jumpers de uma unidade de fita OnstreamDI30.

Gravadores de CDs, drives de DVD, discos rígidos, drives de CD-ROM,unidades de discos removíveis, enfim, diversos tipos de dispositivos IDE, sãotodos configurados da mesma forma. Todos possuem jumpers Master/Slave,e cada interface IDE pode controlar um (Master) ou dois (Master e Slave)desses dispositivos.

Outros jumpers de placas de CPUPlacas de expansão modernas normalmente não possuem jumpers, comraríssimas exceções. Uma dessas poucas exceções é a placa Sound Blaster

Page 25: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-25

PCI 128. Esta placa possui duas saídas sonoras, e cada uma permite ligar umpar de caixas de som. A placa possui dois jumpers através do qual podemosescolher se essas saídas irão operar com baixa potência (Line OUT) ou altapotência (Speaker Out). Usando a opção de baixa potência, podemos ligaras saídas sonoras em um amplificador, ou então em caixas de som comamplificação própria. Usando a opção de alta potência, podemos ligar essassaídas diretamente em caixas de som passivas, ou seja, sem amplificação. Istoirá ligar os amplificadores de potência existentes na placa. Várias outrasplacas de expansão também podem apresentar alguns jumpers, mas suaconfiguração é normalmente muito fácil.

Se em placas de expansão modernas é difícil encontrar jumpers, em placasde CPU é bastante comum encontrar vários outros tipos de jumpers alémdos já descritos neste capítulo. Sobre toda esta miscelânea de jumpersdiferentes que podem ser encontrados nas centenas ou milhares de modelosde placas de CPU, saiba o seguinte:

1) Normalmente a configuração de fábrica é a indicada2) Antes de alterar um jumper, leia atentamente o manual

Seria muito difícil detalhar todos os jumpers de todas as placas de CPU. Pormaior que seja a sua experiência, você sempre encontrará novidades. Parailustrar e facilitar o seu trabalho, vamos apresentar alguns exemplos dejumpers encontrados em algumas placas de CPU.

Keyboard power on

Muitos teclados possuem uma tecla Power, que pode ser usada para ligar oudesligar o computador. Quando esta tecla está presente, ela pode desligar ocomputador, mas não funcionará para ligá-lo. Se o computador estivertotalmente desligado, o teclado não poderá enviar à placa de CPU o códigoda tecla, e não poderá comandar a função Power on. Várias placas de CPUpossuem entretanto um jumper que pode ser usado para manter o tecladoligado, mesmo com o computador desligado, fazendo com que a sua teclaPower possa ser usada para ligar o computador.

Figura 10.27Exemplo de jumper para habilitar a tecla Power do teclado.

Page 26: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-26 Como montar, configurar e expandir seu PC

BIOS write protect

Todas as placas de CPU modernas podem ter seu BIOS reprogramado, oque é muito útil para atualizações. Existem entretanto vírus de computadorque acessam as funções de gravação do BIOS e apagam todo o seuconteúdo. Milhares de computadores já foram atacados por este vírus. Porisso vários fabricantes de placas de CPU adicionaram jumpers para habilitare desabilitar a gravação do BIOS. Quando retiramos o jumper, o comandode gravação não chega à Flash ROM, ficando assim protegida. Devemosinstalar este jumper apenas quando fizermos a atualização do BIOS.

Figura 10.28

Habilitando e desabilitando a gravação do BIOS.

Internal buzzer

Todas as placas de CPU possuem uma conexão (SPEAKER) para o altofalante existente no gabinete. Muitas placas entretanto possuem um pequenoalto falante (buzzer) que substitui o existente no gabinete. Essas placaspodem ter um jumper para habilitar ou desabilitar este alto falante.

Figura 10.29

Habilitando o alto falante da placa de CPU.

AC ’97 Enable/Disable

Muitas placas de CPU possuem circuitos de áudio integrados, dispensando ouso de uma placa de som. Normalmente essas placas permitem desabilitar osseus circuitos de áudio, permitindo a instalação de uma placa de som avulsa.

Page 27: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-27

Figura 10.30

Habilitando e desabilitando os circuitos de áudio onboard.

CPU Voltage Setting

Algumas placas de CPU possuem jumpers ou chaves adicionais paraaumentar a voltagem para o núcleo do processador, e para aumentar avoltagem de funcionamento do chipset, memórias e barramentos. Oaumento de voltagem é usado quando é feito overclock. Deixe esses jumpersou chaves nas suas opções default. Os leitores que querem arriscar o uso dooverclock, ensinado em www.tomshardware.com, verão que uma dasprovidências a serem tomadas é o aumento das voltagens. Isto significa, porexemplo, usar 3,4 volts onde deveria ser 3,3 volts. Algumas placas de CPUpermitem adicionar 0,1 ou 0,2 volts às tensões normais, como no exemplo dafigura 31. Outras placas possuem opções de 3,3 volts, 3,4 volts e 3,5 voltspara a voltagem externa, enquanto a interna deve ser aumentadamanualmente.

Figura 10.31CPU Voltage Setting, usado para overclock.

Vídeo onboard

Existem placas nas quais o vídeo onboard nunca pode ser desabilitado.Existem outras nas quais ele é desabilitado automaticamente quando umaplaca de vídeo é instalada. Existem outras onde, ao ser instalada uma placade vídeo, podemos selecionar através do CMOS Setup, qual dos dois“vídeos” é o primário e qual é o secundário. Finalmente, encontramos placasonde o vídeo onboard pode ser totalmente desatilitado, através de umjumper (figura 32) ou do CMOS Setup.

Page 28: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-28 Como montar, configurar e expandir seu PC

Figura 10.32Habilitando e desabilitando o vídeoonboard.

VGA frame buffer

A maioria das placas de CPU com vídeo onboard utiliza parte da memóriaprincipal como memória de vídeo. É a chamada memória de vídeocompartilhada. Uma parte da memória DRAM que seria destinada aoprocessador é utilizada como memória de vídeo. Algumas dessas placas deCPU podem opcionalmente utilizar chips de memória independentes paraformar a memória de vídeo. Essas placas possuem um jumper para indicar sea memória de vídeo é independente ou compartilhada.

Figura 10.33Indicando a memória de vídeocompartilhada.

Freqüência do barramento AGP

Sem utilizar overclock, o barramento AGP deve operar com 66 MHz. Osmodos AGP 2x e AGP 4x utilizam, respectivamente, duas e quatrotransferências a cada clock, portanto a freqüência é sempre 66 MHz, tantoem 1x, como em 2x e 4x. Muitas placas de CPU ajustam automaticamente afreqüência do barramento AGP para 66 MHz, outras precisam que isto sejaajustado manualmente. Existem placas nas quais este ajuste é feito através deuma fração do clock do barramento externo do processador. Parabarramentos de 66 MHz, a relação é de 1:1. Para barramentos de 100 MHz,a relação é de 2:3, e para barramentos de 133 MHz, a relação é de 1:2.

Page 29: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

Capítulo 10 – Configurações de hardware 10-29

Figura 10.34Indicando a freqüência do barramentoAGP.

Modo de segurança

Algumas placas de CPU possuem um jumper chamado safe mode (modo desegurança). Quando o processador é destravado, ou seja, aceita programaçãodo clock interno, uma programação indevida dos multiplicadores através doCMOS Septup pode impedir o computador de funcionar, e desta forma nemmesmo o CMOS Setup pode ser utilizado. Ao ativarmos o modo desegurança, o processador irá operar com um clock baixo, e desta formapodemos ter acesso ao CMOS Setup para corrigir a programação errada.Feita a correção, desativamos o modo de segurança para que o computadorvolte a funcionar com a velocidade correta.

Figura 10.35Modo de segurança.

Não esqueça do CMOS SetupMuitos dos tópicos apresentados neste capítulo dizem respeito a jumpers echaves de configuração, mas lembre-se que a maioria das configurações dehardware também podem ser definidas pelo CMOS Setup. Ao montar umcomputador, utilize sempre a configuração default para o CMOS Setup.Sempre existirá um comando para o carregamento dessas opções default.

Page 30: Capítuloe7%e3o%20hardware.pdfCapítulo 10 – Configurações de hardware 10-3 não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de

10-30 Como montar, configurar e expandir seu PC

Posteriormente os itens do CMOS Setup podem ser revisados para obtermais eficiência, segurança e desempenho.