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Os trajetos possíveis de um carro
Ana Paula F. de C. e Souza
Maira Bernardi
Questões do capítulo
Diversidade das vias que podem levar de um ponto A a outro B
2 questões:- Examinar se o sujeito concebe, à primeira vista,
coleções de co-possíveis ou se precede inicialmente através de aberturas sucessivas
- Os co-possíveis atingem rapidamente uma extensão indefinida ou se iniciam através de números modestos.
Questões
Análise – não limitar a representação dos limites A e B
- Pressupor a existência de um espaço abstrato
Materiais
Carrinho de autocomando
Objetos para limites e para obstáculos (poste, casa, pinheirinhos, …)
Espaço – sala com móveis
vídeo
Considerações
Sujeitos pré-operatórios= iniciam por trajetos condicionados por esses objetos
Sujeitos formais = chegam habitualmente a uma multiplicação indefinida
Nível IA
PIE (4;11) – “Mostre todos os caminhos que se pode fazer de A a B. Pode fazer outro? – não. Procure – bem. – Poderia botar o carro na garagem (ele refaz o caminho reto). – Faça outro. (ligeira curvatura). E outro? – Não. – Só há dois? – Sim. – Por quê? – Porque só tem um carro. – (Colocamos o poste). Faça o caminho. – nao dá, pq tem um poste, então não de pode ir para B, isso provoca acidente. - Tente. (curva) – Eu passei do lado. – Outro ainda. (Ele faz a mesma curva inicial, mas com retorno a A, fazendo a volta no poste ao invés de ir para B).
Nível IA
MAR (4;6) – (…) Outros? – Seis se eu quiser. – E 20? - Não. Tente outro. (Igual ao segundo, sem lembrar-se de já ter feito). Como é que você faz para encontrar o caminho? – Eu penso como são as estradas onde eu ando de carro.
** Aspecto figurativo
Nível IA
Pedro (6;9) – vídeo
“Agora só sei 3 caminhos, mas vou aprender bastante para saber mais caminhos”.
Vídeo 1 Vídeo 2
Nível IA
Sujeitos – procedem através de aberturas sucessivas sem ligações outras que as mudanças dos objetos-alvos ou a introdução de pequenas variações
O possível espacial se reduz aos trajetos de um objeto a outro
Não há uma conceitualização antecipada sob forma de co-possíveis
Pouco interesse atribuído à variação das formas Caráter sucessivo das aberturas
Nível IB e II
NIC (4;10) começa com caminho “reto”, depois passa para uma metade inicial reta seguida de uma curta perpendicular, de onde parte uma oblíqua para B. A tentativa começa igual e é seguida de três segmentos em forma de trapézio, com esta observação: “ Não é bem a mesma coisa”. O trajeto posterior é formado por cinco segmentos retos, o 1º e o último horizontais, o 2º e o 4º iguais entre si e perpendiculares aos precedentes e unidos pelo terceiro:
(...) Quando deslocamos B para B’, essas sinuosidades prevalecem e quando colocamos o poste P, Nic pensa que isso não muda nada, o que é bastante natural após todos os desvios que ele imaginou e que avalia em “cem”.
Nível IB e II
AVE (4;6) – procede da mesma forma (…) Quando deslocamos A para A’ a novidade é um trajeto em L. O poste traz de volta a reta AB com um pequeno desvio em P “mas isso não é importante”.
Nível IB e II
Sujeitos – continuam como IA a proceder através de aberturas sucessivas de um possível ao seguinte.
Centram-se na forma da trajetória multiplicando-lhe as variações.
Nível IB e II
Emerson (8;6) – vídeo
Leonardo (12;7) – aluno da terceira série
Vídeo 1 Vídeo 2
Vídeo 1 Vídeo 2
Nível IB e II
- Não há pois nem programação nem recursividade, essas transferências analógicas se sucedem simplesmente com variações contínuas do que é retido como semelhança e introduzido como diferença (p.23).
- Há progresso a partir dos subníveis IA e IB naquilo que os trajetos, inicialmente centrados nos objetos a ligar ou evitar (é verdade que já com algumas variações não se apóiam senão nas formas), em IB tornam-se trajetórias analisadas como tais em suas transformações espaciais.
Nível II
Evolução IB para II– não consiste tanto em inventar novas trajetórias, mas refere-se essencialmente aos modos de abertura e às transferências de procedimentos.
Nível II – constituição dos co-possíveis através de uma conceitualização do próprio sujeito que, desde o início ou durante o trajeto, prevê algum conjunto de variações antes de realizá-la.
Nível II
Passagem do I para II = progresso no mecanismo inferencial que, dos procedimentos analógicos iniciais → possível dedutível
Subnível IIB IBA(10;4) (..) aumenta o número virtual das
famílias de co-possíveis (de 50 para 100) na medida em que realiza os exemplos (p.24)
Nível II
Progresso IIB – compreensão bem mais do que em extensão – número de co-possíveis
Número com valor simbólico
Passagem de IIA para IIB – forma de co-possíveis que ultrapassam cada vez mais as fronteiras do realizável detalhado e sobretudo imediato.
Lau (10;5)
Centração na configuração espacial das trajetórias favorece a multiplicação dos co-possíveis abstratos e a consideração dos objetivos ou obstáculos reconduz às limitações do concreto.
Nível IIB
Vitor (10;6) – aluno da quarta série
Vídeo 1 Vídeo 2
Nível III
GIL (10;10) – (…) É infinito porque a gente pode fazer tantas voltas quantas queira.
POP (12;0) – Mostre-me todos os caminhos possíveis (A-B) – É infinito. - Por exemplo? – Reto, em zigue-zague, fazendo S, em semicírculo dos 2 lados, todas as espécies de S, indo mais longe ou mais perto. – Como teve essas idéias? – Primeiro o caminho mais rápido e depois cada vez mais complicado.
Nível III
O chamado “infinito”- apresenta duplo caráter do qualquer um em compreensão e de ilimitado em existência
Problema geral das relações entre essa constituição dos possíveis infinitos e as constituições das operações formais ou hipotético-dedutivas cujos caracteres são entre outros saber raciocinar sobre possíveis, imergir neles o real e ligá-los através de laços necessários.