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Capítulo I
Ilha de Paquetá,
Copacabana
OS PRIMEIROS
10 ANOS
DE PRESENÇA
NO BRASIL:
Niteró
i.
1926 a 1936
Foi num contexto de problemas sociais, com um surto de tuberculose se alastrando pelo país, que surge a “Liga Blanca”, com a finalidade de fundar um Preventório para atender aos filhos dos tuberculosos. O
presidente era o Dr. Ataulfo Nápoles de Paiva, que preferia que a Obra fosse assumida por uma Congregação
Religiosa.
Um suposto Padre Mercedário, Pe. Morales, disse-lhes que conhecia as Irmãs Mercedárias da Caridade e deu
boas informações das Irmãs. A direção da “Liga Blanca”, cheia de entusiasmo,
entrou em contato com o suposto mercedário e encomendou-lhe o projeto da fundação do Preventório e adiantou-
lhe a quantia acertada para as passagens, em primeira classe, para as irmãs que deveriam vir para o Brasil.
Pe. Morales, procurou a Superiora Geral, Madre
Araceli Royo e lhe expôs a proposta da “Liga
Blanca”, o que veio ao encontro de um grande anseio da Congregação. Escolhidas as irmãs que viriam ao Brasil, deram início aos preparativos
para a viagem.
Madre Araceli e as 6 irmãs se dirigiram ao Porto de Málaga para confirmar as passagens. Para grande
surpresa, as passagens eram de segunda classe, o que causou aborrecimento pela
desonestidade do Pe. Morales, e levou à decisão de não embarcarem até que
houvesse novas garantias de que a Fundação era real.
Apareceu então, outro intercessor, Pe. Ricardo Delgado Capeáns, que de passagem pelo Brasil soube do ocorrido e em diálogo com o Cardeal Leme e o Dr. Paiva tentavam encontrar uma
solução.Dr. Paiva aceitou o Pe.
Ricardo como mediador junto à Madre Araceli, que pessoalmente expôs as condições que Dr. Paiva
apresentara e o desejo do Cardeal Leme de que as Irmãs Mercedárias viessem para o
Brasil.
Fundou a Liga Brasileira contra a Tuberculose, da qual
foi presidente perpétuo, e que mais tarde foi denominada Fundação Ataulfo de
Paiva. Criou o Preventório D.
Amélia, na Ilha de Paquetá, o primeiro
do seu tipo no Brasil, e o serviço
de Vacinação Antituberculosa BCG.
Ataulfo Nápoles de Paiva
No dia 1° de Agosto de 1926, saiu rumo às terras brasileiras a primeira expedição missionária
constituída por 6 irmãs: Dolores Gurruchaga,
Romana Arriola, Bernarda Villanueva
Dolores
Aramburu
Eugenia Saenz
Dominica Aramburu
No dia 14 de agosto de 1926, chegaram ao Brasil as primeiras irmãs com o objetivo de expandir em
nosso território os ideais do Padre Zegrí. Foram
acolhidas pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, se subdividindo em duas Comunidades. Apesar de estarem muito bem atendidas pelas Irmãs, sentiam falta
do convívio, da Vida Comunitária.
O Primeiro destino foi na Ilha de Paquetá – RJ; iniciaram as atividades no dia 24 de Maio de 1927, com a inauguração
do Preventório, com 24 crianças internas. As irmãs se dedicaram de corpo e alma àquele trabalho de
evangelização, o que lhes trouxe solicitações para novas admissões, aumentando o espaço físico e o trabalho.
Foi então que chegaram outras 2 irmãs, no dia 13 de fevereiro de 1928: Ir. Inês Iribarren e Ir. Trinidad Vicondo.
A atuação das Irmãs era bem vista e aceita, mas não sem dificuldades e sofrimentos. A ação missionária dasIrmãs ia além daquelas paredes e praias, a catequese desenvolvida por elas atingia também as famílias das crianças.
Em 1929, Madre Araceli Royo (Superiora Geral),
veio de visita canônica às comunidades da América, acompanhada por Sor
Aurélia Rubio, Secretária Geral. Com elas veio Ir. Maria Victória Sáenz
Corera, que compunha a terceira expedição,
chegando ao Rio de Janeiro no dia 20 de outubro de
1929.
Ir.Maria Victória Sáenz Corera
Como pessoas abnegadas que amavam a Igreja e a Congregação, as primeiras irmãs foram alicerce sobre o qual a Congregação
se firmaria para desabrochar copiosos frutos.
A Comunidade das Irmãs Mercedárias era muito bem vista e os que visitavam
o Preventório ficavam
deslumbrados com o trabalho
desempenhado por elas, manifestando o desejo de tê-las em seus centros hospitalares e
outras entidades.
Dr. Paiva, muito vaidoso, dificultava o acesso desses visitantes às irmãs, temendo solicitação de propostas
de trabalho. Queria que as irmãs trabalhassem exclusivamente para sua Obra e impedia que a
Congregação se expandisse. Madre Dolores Aramburu,
percebendo suas intenções, propôs à Madre Geral fazer
uma primeira fundação por conta da Congregação.
Começaram os preparativos para a Fundação de um Colégio em Copacabana. Para realizar a Obra, era necessário que
viessem mais irmãs da Espanha, a quarta expedição chegou ao Brasil no dia 20 de dezembro de 1930,
composta por 6 irmãs: Elisa Peinado, Fermina Ramirez, Eugenia
Marquez Diez, Marcela Paniagua, Estrella Pérez e Matilde Martín.
Eram 15 irmãs no Brasil. Após alguns dias de
convivência, o grupo foi subdividido
em dois para constituir a 2ª Comunidade.
No ano seguinte, aumentou o número de alunas, mas começaram a discernir sobre
o que seria melhor, o Colégio ficou pequeno para o número de alunas
matriculadas. O bispo de Niterói, D. José Pereira Alves, que já as conhecia,
queria tê-las como educadoras em Niterói. Procuraram averiguar o que poderiam fazer para a Nova Fundação, percebendo que havia em
Copacabana alguns Colégios religiosos que atendiam a
formação dos jovens, encerraram o contrato de aluguel.
As Irmãs procuraram o local onde deveria funcionar o Colégio em Niterói. Foi-lhes sugerida a casa situada na Alameda São
Boaventura, 296, cujos proprietários eram o casal Gastão e Anita Lombardo.
Assinaram o contrato do aluguel e começaram os preparativos para a instalação do Colégio.
Tiveram um grande amigo,que muito auxiliou no princípio.
No dia 30 de dezembro de 1932, celebrava-se uma solene Eucaristia, concelebrada por D. José Pereira Alves e Pe.
Sebastião. Esse Ato Litúrgico marcou a chegada delas em Niterói e sua presença na comunidade local. Além das irmãs, estavam
presentes à eucaristia pessoas residentes no bairro, que estavam muito felizes por Deus lhes conceder esta “Mercê” de ter entre elas um Colégio Religioso. No mês de dezembro deste ano foi nomeado primeiro capelão, o Pe. Luiz Amaral que prestava
assistência espiritual às alunas e às irmãs.
Saíram de Paquetá no dia 26 de dezembro de 1930. Tudo parecia indicar que daria certo segundo os
cálculos humanos; porém, Deus tinha outro plano: as alunas
matriculadas eram somente 30, o que não dava para cobrir as
despesas com a casa e as irmãs. As Irmãs não mediram sacrifício, lançavam mão de outros meios de
subsistência com trabalhos artísticos que sabiam confeccionar. Nesse contexto, chega da Espanha a Ir.
Maria Rufina Vidaurre, era a 5ª expedição. Puseram-se a trabalhar com todo ânimo, sacrificavam-se a ponto de
perder horas de sono. O sacrifício era grande, mas havia união e muita caridade entre os membros da Comunidade. As senhoras amigas começaram a comprar seus trabalhos,
mas os recursos econômicos eram poucos.
Ir. Maria Rufina Vidaurre
No dia 1 de fevereiro de 1933, inaugurava-se solenemente o Colégio Nossa Senhora das Mercês.
Fiéis ao Pe. Zegrí, “ensinar mais com o exemplo do que com as palavras”
As irmãs começaram a chamar a atenção pela metodologia empregada. O número de alunos aumentou rapidamente. O local se tornou pequeno para tantas solicitações, foram necessárias novas
ampliações e em seguida, a compra dos terrenos.
No dia 29 de Fevereiro de 1936, foi celebrada uma solene Eucaristia e abençoadas todas as
dependências do prédio, inclusive a parte reservada ao
Noviciado.
As Irmãs, depois de passarem por momentos
difíceis, estavam alegres e felizes, agradecendo a Deus
tanta prova de Amor. Instaladas no novo prédio, puderam oferecer novos
cursos.
CAPÍTULO I
1926 A 1936
PAQUETÁ
COPACABANA
NITERÓI
Apresentação baseada no Livro:
“Um Carisma que Irradia”
Ir. Luzia Barros
Elaborado por: Ir. Ancila e Ir. Silvana