caracterização institucional

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    IUl lni ivelrs, ida.de INlortedo ParanaSISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOSERVICO SOCIALRAFAEL BARBOSA DE MORAIS

    ESTAGIO CURRICULAR OBRIGATORIO ICaracterizacao S6cio-institucional

    Quixeramobim2010

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    RAFAEL BARBOSA DE MORAIS

    ESTAGIO CURRICULAR OBRIGATORIO ICaracterizacao S6cio-institucional

    Trabalho apresentado ao Curso de Service Social da UNOPAR -Universidade Norte do Parana, para a disciplina de EstaqioSupervisionado I.Orientadora Acadernica: Rejane Rodrigues Salles. CRESS 2073Supervisora de Campo: Luciana Freire G. Maia. CRESS 4067

    Quixeramobim - Ceara2010

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    Sumario

    lntroducao 3

    1 - ldentiflcacao da lnstltulcao

    1. Descrlcao Geral: 61.1 Nome da lnstltulcao 61.2 Enderec;o: 61.3 Hist6rico da Institu ic;ao 61.4 Estrutura Organizacional 7

    2 - Objetivo institucional:2.1 Natureza dos programas e projetos: 82.2 Politica Social 92.3 Recursos Financeiros 9

    3- ambito institucional:3.1 Caracterizacao da populacao 93.2 Processo decis6rio 113.3 Relacao demanda/cobertura do atendimento 123.4 Hist6rico do servlco Social na lnstltulcao 123.5 Cotidiano do exercicio profissional 133.6 Relacao profissional de trabalho com os demais atores institucionais: 153.7 Dlrnensao etlco-polttlca: 15

    4 - conslderacoes finais: 175 - Referencias 19

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    lntroducao

    A visao do louco na sociedade brasileira e acompanhada deexclusao e preconceito, fundamentado no Decreto 24.559, de 3 de julho de19341, por longos perfodos foi ostentado no Brasil esse modelo de atendimentopsiquiatrico, que pautava-se no afastamento e isolamento do portador detranstorno mental (PTM), com 0 objetivo de manter a seguranc;a e a ordemsocial.

    Este pensamento em relacao ao "Iouco", nao e exclusivo dasociedade brasileira, pois em todo 0 mundo desde 0 inicio dos tempos 0 loucoe visto como algo estanho a sociedade. Segundo Foulcalt, a incapacidade ao trabalholeva os loucos, juntamente com mendigos, criminosos, velhos, agitadores e demais exclufdosda sociedade a ocupar 0 lugar nos antigos leproserios; local que permaneceriam ate a morte.Este perfodo corresponde a grande intemeceo (seculo XVII e XVIII).

    A assistencia Psiquiatrica no Brasil vislumbrado na primeirametade do seculo, para pessoas com transtornos mentais era centrado no,modelo hospitalocentrico, este modelo era curativo tinha foco a doenca em si,excluindo do tratamento qualquer vies social, 0 que acabava por gerar umacronicidade, nao contribuindo para uma melhora, alern de afasta-los doconvfvio familiar e social.

    Na decada de 1960 e iniciado um movimento que almeja umtratamento mais humanizado ao PTM, que da entase ao social, sob aroupagem da Psiquiatria Social, pensamento este que vai alern darnedicalizacao, busca dar uma irnportancia ao contexto social, etico e politicodo individuo, olhando 0 sujeito como um todo.

    1 Dispoe sobre a profilaxia mental, a esslstencie e proteceo a pessoa e aos bens dospsicopatas, a tiscetizeceo dos servicos psiouietncos e da outras provkiencies ,

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    Com 0 advento da Ditadura militar no Brasil, no ana de 1964,0governo procede a reforma no sistema de sauce e previdencia brasileiro,adotando em seu discurso um 16cusde modernizacao e racionalizacao. A partirde tais acoes 0 numero de hospitais psiquiatricos no pars crescedeliberadamente sendo este atendimento realizado pela rede previdenciariaprivada. 0 estado busca conciliar no setor da saude as pressoes sociais pormelhorias nesse setor, e os interesses dos ernpresarios por lucros.

    A partir do final da decada de 1970, com 0 objetivo dadesinstitucionalizacao da loucura, ou seja, rnodificacao do modelohospitalocentrico em saude mental, 0 qual se mostrava incompatfvel com asnovas visoes e anseios da vindoura ordem polltica e social da saude mental,podemos notar as primeiras acoes do movimento de reforma psiquiatrica noBrasil.

    De autoria do Deputado Paulo Delgado, no ana de 1989 elevado a votacao na camera dos deputados 0 projeto de Lei nO3657 -a quepropunha a substituicao progressiva dos hospitais psiquiatricos por servicesalternativos.

    Na caminhada da luta anti-manicomial, sao criados os servicesalternativos em saude mental, sao exemplos: Centro de Atencao Diaria (CAD),Centro de Atividades Integradas em Saude Mental (CAIS), Nucleo de AtencaoPsicossocial (NAPS), Hospital - Dia, Oficinas Terapeuticas e os Centros DeAtencao Psicossocial (CAPS).

    A criacao desses services e fruto de um intenso movimentosocial, dos trabalhadores em saude mental, que lutavam por uma melhoria naassistencia e denunciavam a situacao em que se encontravam os hospitaispsiquiatricos,

    Tendo como foco 0 CAPS, pois foi onde realizei meu estagiode observacao, 0 primeiro do Brasil, foi criado em Sao Paulo em 1986, e hojeexistem varies outros, que atualmente sao regulamentados pela portaria nO336/GM, de 19 de fevereiro de 2002 e fazem parte, da rede do Sistema Unicode Sauce, SUS.

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    Os CAPS sao instituicoes que visam acolher 0 PTM, e dar-Iheum tratamento mais humanizado reabilitando-o e estimulando sua insercao nafamflia e comunidade.

    Existem cinco tipos de CAPS, a saber: CAPS tipo 1 - municfpios compopulacao entre 20.000 e 70.000 habitantes com funcionamento diurno das 8as 18.00 horas de seunda a sexta.CAPS tipo 2 - municfpios com populacao entre 70.000 e 200.000 milhabitantes - funcionando das 8 as 18.00 horas podendo haver um terceiro

    perfodo ate as 21.00 horas.CAPS 3 - municfpios com populacao acima de 200.000 habitantes funcionam24 horas, diariamente inclusive nos feriados.CAPS Infantil - municfpios com populacao acima de 200.000 habitantesfuncionando das 8 as 18.00 horas podendo haver um terceiro perfodo ate as21.00 horas.CAPS AD - municfpios com populacao acima de 100 mil habitantesfuncionando das 8 as 18.00 horas podendo haver um terceiro perfodo ate as21.00 horas.

    Realizei essa primeira etapa do estagio curricular obrigat6rio,em um CAPS do tipo 1, tendo como supervisora de campo a Assistente SocialLuciana Gavazza Freire Maia, CRESS nO4067.

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    1- ldentiflcacao da lnstltulcao:1. Descricao Geral:

    1.1 - Nome da lnstitulcao:

    Prefeitura Municipal de Pedra Branca / Secretaria Municipal deSaude / Centro de Atencao Psicossocial Antonio Rodrigues de Oliveira CAPS1.

    1.2 - Enderec;o:

    Vila Alvaro C. Dantas, 150 - Santa Ursula - Pedra Branca -CE Tel: Oxx88 35152435

    1.3 - Hist6rico da lnstltulcao:

    No municfpio de Pedra Branca - CE varias tentativasambulatoriais em saude mental foram realizadas porem nao obtiveram sucessoacarretando em um alto fndice de internacoes reforc;ando 0 modelohospitalocentrico, ate que no ana de 2008 no Centro de Saude do Municfpio,em articulacao entre a secretaria municipal de saude e 0 Psiquiatra Dr. AraoPliacekos, inicia-se uma nova caminhada na historia da saude mental nomunicfpio.

    A partir de entao os profissionais necessaries para compor aequipe tecnica foram sendo contratados, e tambern sendo articulada a rede deservices no municfpio (areas da assistencia social, atencao basica, educacao,justica e desenvolvimento econornico dentre outras) dentro de uma perspectivade intersetorialidade. Ate que no dia 23 de julho de 2009 e inaugurado 0 CAPSAntonio Rodrigues de Oliveira, CAPS do tipo 1.

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    Em 2005, quando assumimos a gestao de seude destemunicipio, nos deparamos com mumeros problemas, dentre eles, uma imensademanda de pacientes que necessitavam da disoenseceo de psicotrcoicos, ouseja, os famosos " medicamentos controlados" e aquilo nos angustiava demaispor neo existir nenhum setvico de seuae que acompanhasse estes usuetios, foiai que elaboramos 0 projeto e comecemos luta pela imptenteceo do nossoCAPS. (Tania Parente. SEC. Seude - Pedra Branca julho/2009 )

    1.4 - Estrutura Organizacional

    o CAPS Antonio Rodrigues de Oliveira esta localizado nobairro Santa Ursula em um local com espaco amplo que possibilita 0atendimento com qualidade ao usuario 0 predio e alugado pela PrefeituraMunicipal.

    o predio possui terreo e 10 andar sendo as atividades deatendimento em grupo e individual realizadas no terreo, e no 10 andar funcionaa oficina da artesa, algumas vezes 0 espaco e ocupado pelo grupo familia quee realizado pela Assistente Social.

    Possui uma equipe multidisciplinar, sao varies tecnicos que seorganizam para acolher 0 usuario, desenvolver projetos terapeuticos,desenvolver as atividades de reabilitacao psicossocial.

    Os profissionais de nfvel superior sao. Assistente Social,Terapeuta Ocupacional, Enfermeiro, Psicoloqa, Psicopedagoga e Psiquiatra e

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    de nfvel medic Agente Administrativo, tecnica de enfermagem, recepcionista,auxiliar de services gerais, agentes de saude mental e motorista.

    2- Objetivo institucional:2.1- Natureza dos programas e projetos:

    o CAPS tem como rnissao incentivar a reduceo de danoscausados pe/o intenso sofrimento psiquico para uma inserceo e remserceopsicossocia/ do individuo, tornando-o sujeito de sua eceo, na familia ecomunidade.

    Tendo como objetivos: Evitar internacoes em hospitais psiquiatricos, dando

    suporte clinico humanizado, para que os pacientesportadores de transtornos mentais e do comportamentonao venham a ser transferido para a capital.

    Restabelecer e fortalecer os vfnculos familiarestrabalhando junto a famflia do usuario.

    Investir na insercao edesenvolvendo atividades

    reinsercao psicossocial,cotidianas que buscam

    melhoras na qualidade de vida. Tais atividades integramos laces familiares, cornunitarios, atividades ludicas -recreativas e de trabalho.

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    2.2- Politica Social:No CAPS estao presentes atuacao de varias politicas socia is,

    fazendo parte da rede do SUS, alern da politicas de saude mental articulada edefendida, se configura como presenca na atuacao do CAPS devido aintersetorialidade a politica de Previdencia Social, atraves dos atendimentosrealizados pela Assistente Social, que orienta e encaminha os usuaries queatendem ao perfil para obtencao de beneffcios previdenciarios, tais como: BPC(Beneficio de Prestacao Continuada), auxilio doenca e outros. A politica dacultura atraves de acoes conjuntas com 0 NAEC (Nucleo de Arte e Cultura). Apolitica de assistencia social que se mostra bastante presente no CAPS onde,estao presentes a atuacao de parceiros como 0 CRAS (Centro de Referencia aAssistencia Social), CREAS ( Centro de Referencia Especializada a AssistenciaSocial. A politica de educacao e etc.

    2.3 - Recursos Financeiros:o CAPS desde sua irnplantacao e mantido com recursos da

    Prefeitura Municipal, e ap6s a sua hornoloqacao junto ao Ministerio da Saude,passou a receber um incentivo que devido ao seu porte, ou seja, CAPS tipo 1 eno valor de R$ 20.000 reais. Enfatizar, pra que sao disponibilizados osrecursos. A parte de rnedicacao e responsabilidade tripartite.

    Sendo um service que atua juntamente com a comunidade 0CAPS tarnbern desenvolve atividades que visam alem da socializacao e aarnenizacao do estigma da loucura, a obtencao de recursos financeiros, estesao obtidos junto a parceiros, (comerciantes, usuaries e outras secretarias),sao exemplos dessas atividades bazares que ajudam a operacionalizarpequenas cornernoracoes como festinhas de natal, festa junina e etc.

    3- Ambito Institucional3.1- Caracterizacao da Populacao:

    A populacao foco de atendimento do CAPS TIPO 1, sao osportadores de transtorno mental graves e persistentes.

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    Antes da fundacao do CAPS existia uma enorme demandareprimida, que necessitava de assistencia em sauce mental.

    Quanto aos usuaries inseridos na instituicao sao cerca de 165que sao divididos em tres modalidades: Intensivo que frequentarn 22 dias nornes, semi-intensivos que vem ao CAPS 12 vezes no rnes e nao intensivos quecomparecem apenas tres dias mensa is para atividades e consulta psiquiatrica.

    Porem por ser um CAPS geral, tem mais de 1400, prontuariosja registrados, atendendo uma demand a de mais de B O O usuaries ativos quevern ao CAPS pelo menos de tres em tres rnes realizar uma consultaambulatorial.

    Incluindo nessa demanda 0 atendimento a criancas e ausuaries de alcool e outras drogas que nao se caracterizam como publico alvodo CAPS 1, porem 0 service nao deixa de prestar assistencia a esses usuariespor tratar de ser 0 unico service de saude mental do municipio. Tambern saorealizados atendimentos a, Portadores de Transtorno Mental que se encontraem regime de reclusao na delegacia municipal. Sendo agendadas consultasambulatoriais com 0 psiquiatra, e orientacoes em conjunto com a equipemultidisciplinar junto ao carcereiro responsavel pela adrninistracao da rnedicaoaos detentos.

    Sendo um service de atencao psicossocial com atendimentodiurno das B . O O horas da rnanha ate as 1 B . 0 0 horas da tarde, no caso de umpaciente vim a necessitar de pernoitar, sao disponibilizados dois leitos noHospital Municipal para os usuaries do CAPS.

    A psiquiatria tradicional ao longo da historia, trata 0 PTM, comodoente mental, alienando-o e de certa forma ocultando os seus direitosenquanto cidadaos, 0 Servic;o Social, intervern nesse contexto buscando umatotalidade do sujeito, ou seja, ele vem para atuar com um olhar diferenciado

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    sobre 0 PTM, buscando uma reflexao, interpretando fatores sociais queinfluenciam na pr6pria doenca.

    A Assistente Social do CAPS, apesar de trabalhar conforme umcronograma especificado pela instituicao, nao possui um atuacao rotineira,sendo que a cada dia novas demand as surgem e novos recursos tern de serdisponibilizados para realizar os atendimentos, demanda essa que exigem doprofissional jogo de cintura e uma linguagem adequada para cada situacaobuscando intermediar os conflitos entre usuario e instituicao,

    3.2- Processodeclsorio,Sendo um service que atua dentro de uma perspectiva de

    multidisciplinaridade e interdisciplinaridade as tomadas de decisoes saorealizadas mediante reunioes, que sao agendadas conforme necessario, ondea democracia e tida como fator primordial, os assuntos sao discutidos eelaborados dentro dos objetivos e metas a serem alcancados,

    A opiniao dos atores envolvidos e respeitada, sendo sempreum ponto a mais na elaboracao de melhores condicoes de trabalho e na buscade atender melhor 0 publico usuario do service, que devido a sua complexidadee necessario um acompanhamento (medicamentoso, familiar) permanente, e apartir da cornpreensao da dinarnica social e dos fatores externos ao tratamento,e colocada a necessidade permanente de reflexao e capacitacao de todos osprofissionais para lidar com as novas confiquracoes de demand a e ajustamentodo pr6prio service de sauce mental.

    o service social assim como os demais atores envolvidos, seposiciona de forma critica nessas reunioes sempre realizando essa rnediacaoentre instituicao e usuario do service.

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    3.3- Relacao demanda/cobertura do atendimento;

    A conjuntura neoliberal busca reduzir 0 estado a umaparticipacao mfnima, sendo que nos Centros de atencao Psicossocial, muitasvezes os familiares dos usuaries exigem da instituicao uma maior atencao aoPTM, dedicando mais tempo e recursos, para melhora de alguns casos. Poremseguindo essa linha de pensamento, neoliberalista, a instituicao promove aracionalizacao dos custos limitando a assistencia, 0 Assistente Social, deveconciliar essa situacao sempre preservando os direitos dos usuaries do servicede saude mental, de certa forma as vezes e necessario "nadar contra a mare"enfrentando alguns limites postos pela instituicao em nome de realmenteatender os direitos dos PTM.

    A demanda do Servic;o Social na instituicao e muito grande,porern 0 atendimento e realizado com qualidade sendo organizado de formaclara e objetiva um cronograma de atendimento, 0 qual os usuariescompreendem. Sendo que sempre surgem atendimentos que fogem aocronograma planejado, porem 0 profissional atende realizando acolhimento,orientacoes encaminhamentos e etc.3.4- Hist6rico do Servic;o Social na lnstitulcao;

    o Servic;o Social na area de saude mental teve suas primeirasacoes no ana de 1946, porem com uma tfmida participacao, poucosprofissionais eram contratados a trabalhar nessa area. Atuacao em seu iniciorealizada nos Centro de Orientacao infantil e Centros de orientacao juvenil.

    Ap6s 0 inicio da Ditadura militar 1964, ocorre 0 que podemoschamar de privatizacao dos services publicos de saude, isso torna-se ummarco divisor para 0 Servic;o Social na area da sauce mental, pois, a partirdesse momento, acontece uma proliferacao de hospitais e clinicas psiquiatricaspelo Brasil, sendo esses services incorporados a rede previdenciaria queestende 0 atendimento aos trabalhadores e seus dependentes.

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    A partir da decada de 1970, com entase na equipeinterdisciplinar, para prestar uma melhor assistencia ao PTM, foi que ocorreuum maior numero de contratacao de Assistente Social para esta area deatuacao.

    A demanda manifesta de Service Social neo foi por parte dosempregadores, nem dos usuetios. Os hospitais psiquiatricos passaram acontratar um assistente social para cumprir a regulamentar;ao do Ministerio,pagando 0 minima possivel como setetio e sem incumbi-Io de tuncoesdefinidas.(Souza, 1986: 117-118).

    Nos CAPS dentro do quadro de profissionais, exigidos peloMinisterio da Sauce, esta presente 0 assistente social. Realizando um resgastehist6rico quanto ao inicio do trabalho do Assistente Social no CAPS AntonioRodrigues de percebemos que este profissional se faz presente desde 0 iniciosendo que foi tido como profissional necessario para articular os primeirospassos da instituicao no municfpio.

    A partir de entao, demonstrando a capacidade e 0 quanto efundamental 0 fazer deste profissional, no campo da saude mental, 0 setor deservice social permanece ate os dias de hoje com quase um ana e meio deexistencia, esse garoto que e 0 CAPS Antonio Rodrigues de Oliveira, ofereceboas condicoes de trabalho.

    o profissional de service social tem autonomia na instituicao,consegue realizar sua pratica pautada em princfpios eticos, sempre como focoa defesa dos direitos dos usuaries do service.

    3.5 - Cotidiano do exercicio profissional:o assistente social no campo da sauce mental enfrenta varies

    desafios no seu dia-a-dia, tendo que intermediar as relacoes de interesse entreos varies atores envolvidos no contexto da instituicao, Mediatizar a relacaoentre familia x PTM, Familia x lnstituicao de Saude Mental x PTM.

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    A assistente social do CAPS 1 Pedra Branca, dentro daorqanizacao de seu cronograma de atendimento, realiza nas segundas-feiras,atendimento em grupo com os cuidadores dos PTM, esclarecendo os principaismecanismos de cuidado e atencao que eles devem ter com 0 seu familiar,tarnbern e realizado mensalmente em uma segunda feira um grupo onde eesclarecido os direitos dos PTM, grupo este onde acontece uma avaliacaos6cio econornica, e realizado orientacoes sobre 0 direito ou nao a beneffciosjunto a assistencia social 0 BPC ( Beneficio de Prestacao Continuada) e outrosprevidenciarios como auxilio doenca. Nas tercas feiras a Assistente Socialrealiza triagem/acolhimento, recebendo 0 usuario que vai iniciar 0 tratamentono CAPS realizando uma avaliacao e um processo de triagem identificando seo usuario atende 0 perfil da demand a da instituicao, e assim realizaencaminhamentos internos: (psicoloqa, psiquiatra, psicopedagoga e outros),como externos (Programa de Saude da Famflia, e toda a rede s6cioassistencial). Tambern sao realizados atendimentos de orientacao familiar, como foco naqueles usuaries que possuem resistencia a ajuda terapeutica, sendo 0cuidador orientado a como proceder nessas situacoes, Na quarta e quinta feira,o Profissional realiza 0 "grupo espera", grupo com varias ternaticas no campoda saude mental, realizados com 0 foco nos usuaries que estao na sala deespera para seu atendimento ambulatorial com 0 psiquiatra. Tambern nessesdias sao realizadas as chamadas "busca ativas", que sao visitas domiciliaresque visam a reinteqracao ao service, do usuario que abandonou 0 tratamento.Sexta feira e realizada atendimento individual com objetivo de orientacaofamiliar, atendimentos com 0 rninisterio publico e tambern visitas domiciliares.No decorrer da semana a assistente social busca mediar as acoes para que aatuacao possa ocorrer de uma melhor forma possfvel buscando alguns horariospara planejamentos, elaboracao de relat6rios que sao solicitados alern deelaborar projetos e pensar acoes de inteqracao do CAPS com a comunidade.

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    3.6 - Relacao profissional de trabalho com os demais atoresinstitucionais:Varies fatores envolvem 0 sofrimento mental, fatores

    biol6gicos, psicol6gicos e socia is, sendo necessaria a atuacao de variessaberes no campo da sauce mental.

    Porem mostra-se contradit6rio a visao de que essa atuacao, epuramente em busca de uma melhora do paciente, existem fatores polfticos efinanceiros envolvidos nessa perspectiva de atendimento interdisciplinar.

    o service social passa a atuar nessas equipesinterdisciplinares em sauce mental como pacificador das questoes sociais naarea manicomial, assim tarnbern como barateando os custos na assistencia.

    E hist6rico os conflitos decorrentes da atuacao interdisciplinarno campo da sauce mental, pois sao varies profissionais com saberes e visoesde mundo diferentes, que de um modo ou de outro tentam colocar sua linha depensamento em sobreposicao ao que 0 outro profissional pensa.

    A pretice mostra que a/em das imencoes pessoais e dosinteresses corporativistas ha a dificu/dade de intettocuceo quando se usamparadigmas diferentes, (Bisneto 2009, pag 51).

    Assim como em sua historicidade a atuacao da AssistenteSocial do CAPS Antonio Rodrigues de Oliveira, e envolvida em algunsmomentos por conflitos de saberes, porem os profissionais em busca deatender melhor 0 usuario buscam mediar essas situacoes aceitando que muitasvezes 0 conhecimento desenvolvido por outra area e necessario para superaros limites estabelecido por sertas situacoes, Nesse caso fica visfvel que existesim uma atuacao interdisciplinar no CAPS, mesmo com alguns limites, poremnao deixa de haver essa interacao entre os saberes.

    3.7 - Dlrnensao etlco-polltlca:A atuacao profissional do Assistente Social deve sempre estar

    pautada em princfpios eticos, apesar dos inurneros obstaculos enfrentadospelos profissionais, para manter uma postura etica em sua pratica.

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    Esta intrfnseco na historicidade do service social as quest6esrelacionadas ao assistencialismo e a caridade, porem com a evolucao daprofissao esse tipo de pensamento vem sendo alterado dando lugar a umapratica critica-reflexiva em nome da defesa dos direitos dos usuaries.

    Dirnensao etica porque esta relacionado ao comportamentoprofissional, quanto as normas pre-estabelecidas pelo c6digo de etica daprofissao que a partir da lutas exercidas pelos setores historicamentedominados, requerem do profissional uma atuacao que tem como valor eticocentral a preservacao e reconhecimento da liberdade, defesa intransigente dosdireitos humano e recusa do arbftrio e autoritarismo, arnpliacao e consolidacaoda cidadania, defesa da democracia, primar sempre pela equidade e [usticasocial, lutar pela elirninacao de qualquer forma de preconceitos, garantir 0pluralismo, opcao por um projeto que visa a construcao de uma novasociedade sem dorninacao e exploracao, articulacao com os movimentos deoutras categorias, compromisso com a qualidade dos services prestados,exercfcio do service social sem discriminar e sem ser discriminado.

    Dirnensao polftica porque nao existe fazer isolado, tem dehaver uma partilha de saber, para que a pratica seja bem realizada, tem deexistir uma fiscalizacao sobre 0 fazer profissional, e essa fiscalizacao fica acargo dos conselhos regionais ( CRESS), e do conselho federal de servicesocial (CFESS). Um fazer coletivo que envolva toda a sociedade em busca desua pr6pria transformacao, livrando-se assim da dorninacao das classes quedetern 0 poder polftico e financeiro.

    No campo da saude mental a pratica tambern esta relacionadaa uma transformacao da sociedade, buscando acabar com 0 estigma daloucura, e inserir os PTM no seio da sociedade como agente que possuemdireitos.

    o assistente social em nome de um fazer etico-politico noCAPS, realiza essa intermediacao entre 0 PTM e os outros atores institucionaise a pr6pria comunidade, fazendo uma pratica livre de preconceitos que valorizaa opiniao coletiva e faz refletir na sociedade a irnportancia da participacao.

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    4. constderacees Finais.

    A historicidade do modelo de atendimento psiquiatricobrasileiro leva-nos a perceber 0 quanto 0 PTM, foi estigmatizado e maltratadotanto pela sociedade na qual estava inserido, como tambern pelosestabelecimentos que Ihes prestavam atendimento em saude mental.

    Temos um como marco na historia brasileira a prornulqacao daconstituinte de 1988, que vem para aumentar os direitos do brasileiros, paramelhorar as condicoes de vida daqueles que tinham seus direitosmassacrados.

    Os CAPS como dispositivos alternativos no campo da saudemental sao institufdos para mudar 0 modelo de assistencia psiquiatrica noBrasil, dando entase ao tratamento mais humanizado.

    o profissional de service social, possui uma posicaoprivilegiada no campo da saude mental pois ele tem um visao dos fatoressociais que muitas vezes atuam sobre a doenca do PTM, contribuindo para ummelhor diagn6stico, e tambern para uma insercao e reinsercao psicossocial 0usuario na comunidade.

    o estagio de observacao proporciona, uma experiencia muitorica, pois muitas vezes e 0 primeiro contato do universitario com 0 campo deatuacao do Assistente Social, e possfvel identificar os instrumentais tecnicos -operativos utilizados, as bases te6ricas que sao fundamentais, para 0 exercfcioda profissao, estagiar no CAPS, contribui ainda mais para a minha formacaoreforc;ando 0 quanto 0 assistente social deve saber posicionar-se e fazer valer

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    o seu espaco de atuacao, defender os direitos dos usuaries, e buscar umapratica emancipadora em nome de uma transforrnacao coletiva da realidade.

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    5. Referencias.

    Amarante, Paulo. Reforma psiquiatrica e epistemologia. CAd. Bras. SaudeMental, Vol. 1, nO1, jan-abr.2009 (CD Room).

    Arteblog _ A historia da Loucura e os movimentos socia is, disponfvel emhttp://educasaude.arteblog.com.br/138504/ A-H ISTORIA-DA-LOUCU RA-E-OS-MOVIMENTOS-SOCIAISI acesso em 14 de novembro de 2010.

    Barbosa, Rafael Morais _ A construcao dos c6digos de etica do Servic;oSocial e a sociedade brasileira. Trabalho apresentado ao curso de Servic;oSocial da Unopar _ Universidade Norte do Parana- para a disciplina de Etica el.eqislacao Social, Qixeramobim, 2010. Disponfvel em:http://wwwAshared.com/documentli_H3KRh/portifolio_de_tica_e_legislao_.html acesso em 22 de novembro de 2010.

    Bisneto, Jose Augusto. servlco social e saude mental: uma analiseinstitucional da pratlca/ Jose Augusto Bisneto. _ 2. Ed. _ Sao Paulo: Cortez,2009.

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