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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIÇO SOCIAL KEILA CRISTINA DE SOUSA ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO I Caracterização Sócio-institucional

TRAB. DE CARACTERIZAÇÃO SOCIO INSTITUCIONAL

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOSERVIÇO SOCIAL

KEILA CRISTINA DE SOUSA

ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO ICaracterização Sócio-institucional

TRINDADE – GOIÁS 2013Sumário

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Introdução................................................................................................................ 3

1 - Identificação da Instituição

1. Descrição Geral: ................................................................................................. 61.1 Nome da Instituição.......................................................................................... 61.2 Endereço:........................................................................................................... 61.3 Histórico da Instituição..................................................................................... 61.4 Estrutura Organizacional.................................................................................. 7

2 - Objetivo institucional:

2.1 Natureza dos programas e projetos:............................................................... 82.2 Política Social ................................................................................................... 92.3 Recursos Financeiros ...................................................................................... 9

3 - âmbito institucional:

3.1 Caracterização da população .......................................................................... 93.2 Processo decisório......................................................................................... 113.3 Relação demanda/cobertura do atendimento...............................................123.4 Histórico do Serviço Social na instituição.....................................................123.5 Cotidiano do exercício profissional ............................................................. 133.6 Relação profissional de trabalho com os demais atores institucionais: . 153.7 Dimensão ético-política:................................................................................. 15

4 - Considerações finais: ..................................................................................... 175 - Referencias....................................................................................................... 19

Introdução

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A visão do louco na sociedade brasileira é acompanhada deexclusão e preconceito, fundamentado no Decreto 24.559, de 3 de julho de19341, por longos períodos foi ostentado no Brasil esse modelo de atendimentopsiquiátrico, que pautava-se no afastamento e isolamento do portador detranstorno mental (PTM), com o objetivo de manter a segurança e a ordemsocial.Este pensamento em relação ao “louco”, não é exclusivo dasociedade brasileira, pois em todo o mundo desde o inicio dos tempos o loucoé visto como algo estanho à sociedade. Segundo Foulcalt, a incapacidade ao trabalholeva os loucos, juntamente com mendigos, criminosos, velhos, agitadores e demais excluídosda sociedade a ocupar o lugar nos antigos leprosários; local que permaneceriam até a morte.Este período corresponde a grande internação (século XVII e XVIII).A assistência Psiquiátrica no Brasil vislumbrado na primeirametade do século, para pessoas com transtornos mentais era centrado no,modelo hospitalocêntrico, este modelo era curativo tinha foco a doença em si,excluindo do tratamento qualquer viés social, o que acabava por gerar umacronicidade, não contribuindo para uma melhora, além de afastá-los doconvívio familiar e social.Na década de 1960 é iniciado um movimento que almeja umtratamento mais humanizado ao PTM, que dá ênfase ao social, sob aroupagem da Psiquiatria Social, pensamento este que vai além damedicalização, busca dar uma importância ao contexto social, ético e politicodo individuo, olhando o sujeito como um todo.

I – Identificação da Instituição:

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1. Descrição Geral:1.1 – Nome da Instituição:

Prefeitura Municipal de Pedra Branca / Secretaria Municipal deSaúde / Centro de Atenção Psicossocial Antonio Rodrigues de Oliveira CAPS

1.2 – Endereço:

Vila Álvaro C. Dantas, 150 – Santa Úrsula – Pedra Branca –CE Tel: 0xx88 3515 2435

1.3 – Histórico da Instituição:

No município de Pedra Branca – CE varias tentativasambulatoriais em saúde mental foram realizadas porem não obtiveram sucessoacarretando em um alto índice de internações reforçando o modelohospitalocêntrico, até que no ano de 2008 no Centro de Saúde do Município,em articulação entre a secretaria municipal de saúde e o Psiquiatra Dr. ArãoPliacekos, inicia-se uma nova caminhada na historia da saúde mental nomunicípio.A partir de então os profissionais necessários para compor aequipe técnica foram sendo contratados, e também sendo articulada a rede deserviços no município (áreas da assistência social, atenção básica, educação,justiça e desenvolvimento econômico dentre outras) dentro de uma perspectivade intersetorialidade. Até que no dia 23 de julho de 2009 é inaugurado o CAPSAntonio Rodrigues de Oliveira, CAPS do tipo 1.

Em 2005, quando assumimos a gestão de saúde destemunicípio, nos deparamos com inúmeros problemas, dentre eles, uma imensademanda de pacientes que necessitavam da dispensação de psicotrópicos, ouseja, os famosos “ medicamentos controlados” e aquilo nos angustiava demaispor não existir nenhum serviço de saúde que acompanhasse estes usuários, foiai que elaboramos o projeto e começamos luta pela implantação do nossoCAPS. (Tânia Parente. SEC. Saúde – Pedra Branca julho/2009 )

1.4 – Estrutura Organizacional

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O CAPS Antonio Rodrigues de Oliveira esta localizado nobairro Santa Úrsula em um local com espaço amplo que possibilita oatendimento com qualidade ao usuário o prédio é alugado pela PrefeituraMunicipal.O prédio possui térreo e 1º andar sendo as atividades deatendimento em grupo e individual realizadas no térreo, e no 1º andar funcionaa oficina da artesã, algumas vezes o espaço é ocupado pelo grupo família queé realizado pela Assistente Social.Possui uma equipe multidisciplinar, são vários técnicos que seorganizam para acolher o usuário, desenvolver projetos terapêuticos,desenvolver as atividades de reabilitação psicossocial.Os profissionais de nível superior são. Assistente Social,Terapeuta Ocupacional, Enfermeiro, Psicóloga, Psicopedagoga e Psiquiatra ede nível médio Agente Administrativo, técnica de enfermagem, recepcionista,auxiliar de serviços gerais, agentes de saúde mental e motorista.

2- Objetivo institucional:2.1– Natureza dos programas e projetos:

O CAPS tem como missão incentivar a redução de danoscausados pelo intenso sofrimento psíquico para uma inserção e reinserçãopsicossocial do individuo, tornando-o sujeito de sua ação, na família ecomunidade.Tendo como objetivos: Evitar internações em hospitais psiquiátricos, dandosuporte clinico humanizado, para que os pacientesportadores de transtornos mentais e do comportamentonão venham a ser transferido para a capital. Restabelecer e fortalecer os vínculos familiarestrabalhando junto a família do usuário. Investir na inserção e reinserção psicossocial,desenvolvendo atividades cotidianas que buscammelhoras na qualidade de vida. Tais atividades integramos laços familiares, comunitários, atividades lúdicas –recreativas e de trabalho.

2.2– Política Social:

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No CAPS estão presentes atuação de varias politicas sociais,fazendo parte da rede do SUS, além da politicas de saúde mental articulada edefendida, se configura como presença na atuação do CAPS devido aintersetorialidade a politica de Previdência Social, através dos atendimentosrealizados pela Assistente Social, que orienta e encaminha os usuários queatendem ao perfil para obtenção de benefícios previdenciários, tais como: BPC(Beneficio de Prestação Continuada), auxilio doença e outros. A politica dacultura através de ações conjuntas com o NAEC (Núcleo de Arte e Cultura). Apolitica de assistência social que se mostra bastante presente no CAPS onde,estão presentes a atuação de parceiros como o CRAS (Centro de Referencia aAssistência Social), CREAS ( Centro de Referencia Especializada a AssistênciaSocial. A politica de educação e etc.

2.3 - Recursos Financeiros:

O CAPS desde sua implantação é mantido com recursos daPrefeitura Municipal, e após a sua homologação junto ao Ministério da Saúde,passou a receber um incentivo que devido ao seu porte, ou seja, CAPS tipo 1 éno valor de R$ 20.000 reais. Enfatizar, pra que são disponibilizados osrecursos. A parte de medicação é responsabilidade tripartite.Sendo um serviço que atua juntamente com a comunidade oCAPS também desenvolve atividades que visam alem da socialização e aamenização do estigma da loucura, a obtenção de recursos financeiros, estesão obtidos junto a parceiros, (comerciantes, usuários e outras secretarias),são exemplos dessas atividades bazares que ajudam a operacionalizarpequenas comemorações como festinhas de natal, festa junina e etc.

3- Âmbito Institucional3.1– Caracterização da População:

A população foco de atendimento do CAPS TIPO 1, são osportadores de transtorno mental graves e persistentes.Antes da fundação do CAPS existia uma enorme demandareprimida, que necessitava de assistência em saúde mental.Quanto aos usuários inseridos na instituição são cerca de 165que são divididos em três modalidades: Intensivo que freqüentam 22 dias nomês, semi-intensivos que vem ao CAPS 12 vezes no mês e não intensivos quecomparecem apenas três dias mensais para atividades e consulta psiquiátrica.Porem por ser um CAPS geral, tem mais de 1400, prontuáriosjá registrados, atendendo uma demanda de mais de 800 usuários ativos quevêm ao CAPS pelo menos de três em três mês realizar uma consulta

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ambulatorial.Incluindo nessa demanda o atendimento a crianças e ausuários de álcool e outras drogas que não se caracterizam como publico alvodo CAPS 1, porem o serviço não deixa de prestar assistência a esses usuáriospor tratar de ser o único serviço de saúde mental do município. Também sãorealizados atendimentos a, Portadores de Transtorno Mental que se encontraem regime de reclusão na delegacia municipal. Sendo agendadas consultasambulatoriais com o psiquiatra, e orientações em conjunto com a equipemultidisciplinar junto ao carcereiro responsável pela administração da mediçãoaos detentos.Sendo um serviço de atenção psicossocial com atendimentodiurno das 8.00 horas da manhã até as 18.00 horas da tarde, no caso de umpaciente vim a necessitar de pernoitar, são disponibilizados dois leitos noHospital Municipal para os usuários do CAPS.A psiquiatria tradicional ao longo da historia, trata o PTM, comodoente mental, alienando-o e de certa forma ocultando os seus direitosenquanto cidadãos, o Serviço Social, intervém nesse contexto buscando umatotalidade do sujeito, ou seja, ele vem para atuar com um olhar diferenciadosobre o PTM, buscando uma reflexão, interpretando fatores sociais queinfluenciam na própria doença.A Assistente Social do CAPS, apesar de trabalhar conforme umcronograma especificado pela instituição, não possui um atuação rotineira,sendo que a cada dia novas demandas surgem e novos recursos têm de serdisponibilizados para realizar os atendimentos, demanda essa que exigem doprofissional jogo de cintura e uma linguagem adequada para cada situaçãobuscando intermediar os conflitos entre usuário e instituição.

3.2– Processo decisório.

Sendo um serviço que atua dentro de uma perspectiva demultidisciplinaridade e interdisciplinaridade as tomadas de decisões sãorealizadas mediante reuniões, que são agendadas conforme necessário, ondea democracia é tida como fator primordial, os assuntos são discutidos eelaborados dentro dos objetivos e metas a serem alcançados.A opinião dos atores envolvidos é respeitada, sendo sempreum ponto a mais na elaboração de melhores condições de trabalho e na buscade atender melhor o publico usuário do serviço, que devido a sua complexidadeé necessário um acompanhamento (medicamentoso, familiar) permanente, e apartir da compreensão da dinâmica social e dos fatores externos ao tratamento,é colocada a necessidade permanente de reflexão e capacitação de todos osprofissionais para lidar com as novas configurações de demanda e ajustamentodo próprio serviço de saúde mental.O serviço social assim como os demais atores envolvidos, se

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posiciona de forma critica nessas reuniões sempre realizando essa mediaçãoentre instituição e usuário do serviço.

3.3– Relação demanda/cobertura do atendimento;

A conjuntura neoliberal busca reduzir o estado a umaparticipação mínima, sendo que nos Centros de atenção Psicossocial, muitasvezes os familiares dos usuários exigem da instituição uma maior atenção aoPTM, dedicando mais tempo e recursos, para melhora de alguns casos. Poremseguindo essa linha de pensamento, neoliberalista, a instituição promove aracionalização dos custos limitando a assistência, o Assistente Social, deveconciliar essa situação sempre preservando os direitos dos usuários do serviçode saúde mental, de certa forma as vezes é necessário “nadar contra a maré”enfrentando alguns limites postos pela instituição em nome de realmenteatender os direitos dos PTM.A demanda do Serviço Social na instituição é muito grande,porém o atendimento é realizado com qualidade sendo organizado de formaclara e objetiva um cronograma de atendimento, o qual os usuárioscompreendem. Sendo que sempre surgem atendimentos que fogem aocronograma planejado, porem o profissional atende realizando acolhimento,orientações encaminhamentos e etc.

3.4– Histórico do Serviço Social na Instituição;

O Serviço Social na área de saúde mental teve suas primeirasações no ano de 1946, porem com uma tímida participação, poucosprofissionais eram contratados a trabalhar nessa área. Atuação em seu iniciorealizada nos Centro de Orientação infantil e Centros de orientação juvenil.Após o inicio da Ditadura militar 1964, ocorre o que podemoschamar de privatização dos serviços públicos de saúde, isso torna-se ummarco divisor para o Serviço Social na área da saúde mental, pois, a partirdesse momento, acontece uma proliferação de hospitais e clinicas psiquiátricaspelo Brasil, sendo esses serviços incorporados a rede previdenciária queestende o atendimento aos trabalhadores e seus dependentes.A partir da década de 1970, com ênfase na equipeinterdisciplinar, para prestar uma melhor assistência ao PTM, foi que ocorreuum maior numero de contratação de Assistente Social para esta área deatuação.A demanda manifesta de Serviço Social não foi por parte dosempregadores, nem dos usuários. Os hospitais psiquiátricos passaram acontratar um assistente social para cumprir a regulamentação do Ministério,pagando o mínimo possível como salário e sem incumbi-lo de funções

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definidas.(Souza, 1986: 117-118).Nos CAPS dentro do quadro de profissionais, exigidos peloMinistério da Saúde, está presente o assistente social. Realizando um resgastehistórico quanto ao inicio do trabalho do Assistente Social no CAPS AntonioRodrigues de percebemos que este profissional se faz presente desde o iniciosendo que foi tido como profissional necessário para articular os primeirospassos da instituição no município.A partir de então, demonstrando a capacidade e o quanto éfundamental o fazer deste profissional, no campo da saúde mental, o setor deserviço social permanece até os dias de hoje com quase um ano e meio deexistência, esse garoto que é o CAPS Antonio Rodrigues de Oliveira, ofereceboas condições de trabalho.O profissional de serviço social tem autonomia na instituição,consegue realizar sua pratica pautada em princípios éticos, sempre como focoa defesa dos direitos dos usuários do serviço.

3.5 – Cotidiano do exercício profissional:

O assistente social no campo da saúde mental enfrenta váriosdesafios no seu dia-a-dia, tendo que intermediar as relações de interesse entreos vários atores envolvidos no contexto da instituição. Mediatizar a relaçãoentre família x PTM, Familia x Instituição de Saúde Mental x PTM.A assistente social do CAPS 1 Pedra Branca, dentro daorganização de seu cronograma de atendimento, realiza nas segundas-feiras,atendimento em grupo com os cuidadores dos PTM, esclarecendo os principaismecanismos de cuidado e atenção que eles devem ter com o seu familiar,também é realizado mensalmente em uma segunda feira um grupo onde éesclarecido os direitos dos PTM, grupo este onde acontece uma avaliaçãosócio econômica, e realizado orientações sobre o direito ou não a benefíciosjunto a assistência social o BPC ( Beneficio de Prestação Continuada) e outrosprevidenciários como auxilio doença. Nas terças feiras a Assistente Socialrealiza triagem/acolhimento, recebendo o usuário que vai iniciar o tratamentono CAPS realizando uma avaliação e um processo de triagem identificando seo usuário atende o perfil da demanda da instituição, e assim realizaencaminhamentos internos: (psicóloga, psiquiatra, psicopedagoga e outros),como externos (Programa de Saúde da Família, e toda a rede sócioassistencial). Também são realizados atendimentos de orientação familiar, como foco naqueles usuários que possuem resistência a ajuda terapêutica, sendo ocuidador orientado a como proceder nessas situações. Na quarta e quinta feira,o Profissional realiza o “grupo espera”, grupo com varias temáticas no campoda saúde mental, realizados com o foco nos usuários que estão na sala deespera para seu atendimento ambulatorial com o psiquiatra. Também nessesdias são realizadas as chamadas “busca ativas”, que são visitas domiciliares

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que visam à reintegração ao serviço, do usuário que abandonou o tratamento.Sexta feira é realizada atendimento individual com objetivo de orientaçãofamiliar, atendimentos com o ministério publico e também visitas domiciliares.No decorrer da semana a assistente social busca mediar as ações para que aatuação possa ocorrer de uma melhor forma possível buscando alguns horáriospara planejamentos, elaboração de relatórios que são solicitados além deelaborar projetos e pensar ações de integração do CAPS com a comunidade.

3.6 – Relação profissional de trabalho com os demais atoresinstitucionais:

Vários fatores envolvem o sofrimento mental, fatoresbiológicos, psicológicos e sociais, sendo necessária a atuação de váriossaberes no campo da saúde mental.Porem mostra-se contraditório a visão de que essa atuação, épuramente em busca de uma melhora do paciente, existem fatores políticos efinanceiros envolvidos nessa perspectiva de atendimento interdisciplinar.O serviço social passa a atuar nessas equipesinterdisciplinares em saúde mental como pacificador das questões sociais naárea manicomial, assim também como barateando os custos na assistência.É histórico os conflitos decorrentes da atuação interdisciplinarno campo da saúde mental, pois são vários profissionais com saberes e visõesde mundo diferentes, que de um modo ou de outro tentam colocar sua linha depensamento em sobreposição ao que o outro profissional pensa.A prática mostra que além das intenções pessoais e dosinteresses corporativistas há a dificuldade de interlocução quando se usamparadigmas diferentes, (Bisneto 2009, pag 51).Assim como em sua historicidade a atuação da AssistenteSocial do CAPS Antonio Rodrigues de Oliveira, é envolvida em algunsmomentos por conflitos de saberes, porem os profissionais em busca deatender melhor o usuário buscam mediar essas situações aceitando que muitasvezes o conhecimento desenvolvido por outra área é necessário para superaros limites estabelecido por sertas situações. Nesse caso fica visível que existesim uma atuação interdisciplinar no CAPS, mesmo com alguns limites, poremnão deixa de haver essa interação entre os saberes.

3.7 – Dimensão ético-política:

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A atuação profissional do Assistente Social deve sempre estarpautada em princípios éticos, apesar dos inúmeros obstáculos enfrentadospelos profissionais, para manter uma postura ética em sua prática.Está intrínseco na historicidade do serviço social as questõesrelacionadas ao assistencialismo e a caridade, porem com a evolução daprofissão esse tipo de pensamento vem sendo alterado dando lugar a umapratica critica-reflexiva em nome da defesa dos direitos dos usuários.Dimensão ética porque está relacionado ao comportamentoprofissional, quanto as normas pré-estabelecidas pelo código de ética daprofissão que a partir da lutas exercidas pelos setores historicamentedominados, requerem do profissional uma atuação que tem como valor éticocentral a preservação e reconhecimento da liberdade, defesa intransigente dosdireitos humano e recusa do arbítrio e autoritarismo, ampliação e consolidaçãoda cidadania, defesa da democracia, primar sempre pela equidade e justiçasocial, lutar pela eliminação de qualquer forma de preconceitos, garantir opluralismo, opção por um projeto que visa a construção de uma novasociedade sem dominação e exploração, articulação com os movimentos deoutras categorias, compromisso com a qualidade dos serviços prestados,exercício do serviço social sem discriminar e sem ser discriminado.Dimensão política porque não existe fazer isolado, tem dehaver uma partilha de saber, para que a pratica seja bem realizada, tem deexistir uma fiscalização sobre o fazer profissional, e essa fiscalização fica acargo dos conselhos regionais ( CRESS), e do conselho federal de serviçosocial (CFESS). Um fazer coletivo que envolva toda a sociedade em busca desua própria transformação, livrando-se assim da dominação das classes quedetém o poder político e financeiro.No campo da saúde mental a pratica também está relacionadaa uma transformação da sociedade, buscando acabar com o estigma daloucura, e inserir os PTM no seio da sociedade como agente que possuemdireitos.O assistente social em nome de um fazer ético-politico noCAPS, realiza essa intermediação entre o PTM e os outros atores institucionaise a própria comunidade, fazendo uma pratica livre de preconceitos que valorizaa opinião coletiva e faz refletir na sociedade a importância da participação.

4. Considerações Finais.

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A historicidade do modelo de atendimento psiquiátricobrasileiro leva-nos a perceber o quanto o PTM, foi estigmatizado e maltratadotanto pela sociedade na qual estava inserido, como também pelosestabelecimentos que lhes prestavam atendimento em saúde mental.Temos um como marco na historia brasileira a promulgação daconstituinte de 1988, que vem para aumentar os direitos do brasileiros, paramelhorar as condições de vida daqueles que tinham seus direitosmassacrados.Os CAPS como dispositivos alternativos no campo da saúdemental são instituídos para mudar o modelo de assistência psiquiátrica noBrasil, dando ênfase ao tratamento mais humanizado.O profissional de serviço social, possui uma posiçãoprivilegiada no campo da saúde mental pois ele tem um visão dos fatoressociais que muitas vezes atuam sobre a doença do PTM, contribuindo para ummelhor diagnóstico, e também para uma inserção e reinserção psicossocial ousuário na comunidade.O estagio de observação proporciona, uma experiência muitorica, pois muitas vezes é o primeiro contato do universitário com o campo deatuação do Assistente Social, é possível identificar os instrumentais técnicos –operativos utilizados, as bases teóricas que são fundamentais, para o exercícioda profissão, estagiar no CAPS, contribui ainda mais para a minha formaçãoreforçando o quanto o assistente social deve saber posicionar-se e fazer valero seu espaço de atuação, defender os direitos dos usuários, e buscar umapratica emancipadora em nome de uma transformação coletiva da realidade.

5. Referencias.

Barbosa, Rafael Morais – A construção dos códigos de ética do ServiçoSocial e a sociedade brasileira. Trabalho apresentado ao curso de ServiçoSocial da Unopar – Universidade Norte do Paraná- para a disciplina de Ética eLegislação Social, Qixeramobim, 2010. Disponível em:http://www.4shared.com/document/i__H3KRh/portifolio_de_tica_e_legislao_.html acesso em 22 de novembro de 2010.Bisneto, José Augusto. Serviço social e saúde mental: uma análiseinstitucional da prática/ José Augusto Bisneto. – 2. Ed. – São Paulo: Cortez,2009.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento deAções Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros deatenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério daSaúde, 2004.

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Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais aprovado em 15 demarço de 1993 com as alterações introduzidas pelas resoluções CFESSn.º 293/94. Disponível emHTTP://WWW.CFESS.ORG.BR/ARQUIVOS/CEP_1993.PDFacesso em 22 denovembro 2010.