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DEBORA NOVAS REPRESENTAÇÕES SOCIO-ESPACIAIS Folhas apresentado como trabalho obrigatório ao Programa de Desenvolvimento Educacional PDE - do Estado do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Ângelo Ricardo de Souza CURITIBA 2008

REPRESENTAÇÕES SOCIO-ESPACIAIS

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Page 1: REPRESENTAÇÕES SOCIO-ESPACIAIS

DEBORA NOVAS

REPRESENTAÇÕES SOCIO-ESPACIAIS

Folhas apresentado como trabalho obrigatório ao Programa de Desenvolvimento Educacional PDE - do Estado do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Ângelo Ricardo de Souza

CURITIBA 2008

Page 2: REPRESENTAÇÕES SOCIO-ESPACIAIS

1 NRE: CURITIBA PROFESSOR (A): DEBORA NOVAS email: [email protected] Estabelecimento: CEAD Poty Lazzarotto 041 3233-19-90

Título: Representações Sócio-Espaciais Conteúdo Estruturante: Relações espaço temporais Conteúdo Específico: Representações Cartográficas Disciplina: Geografia Série: Ensino Médio EJA

Relações Possíveis: História

ROTEIRO 1. PROBLEMA

A reforma da Praça Tiradentes contou com a presença constante de uma equipe

de arqueólogos da Universidade Federal do Paraná no canteiro de obras, a equipe

localizou nas escavações, parte de uma calçada, provavelmente do construída no

século XVIII. O que essa os arqueólogos estavam fazendo lá? E qual a importância

disso?

OBRAS NA PRAÇA TIRADENTES CALÇAMENTO ANTIGO FONTE: Acervo da autora FONTE: Acervo da autora

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22. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

Durante os meses de janeiro a março de 2008 a Praça Tiradentes que é o

local de nascimento da cidade de Curitiba estará sendo revitalizada, e quando for

entregue a população estará com algumas modificações como o calçamento, por

exemplo, porém outras coisas deverão ser mantidas.

A praça central de uma cidade, na maioria das vezes é um local muito

importante, pois nele concentram-se vários acontecimentos importantes para que

determinada cidade tenha as características que apresenta atualmente. Não é

diferente com a atual Praça Tiradentes, que já teve outros nomes, e que têm alguns

elementos históricos importantes, como a catedral Basílica que também foi

reconstruída e que têm uma história sobre sua construção, o marco zero de Curitiba,

e o monolito que em 29 de março de 1693, o rei de Portugal legalizou e instituiu

legalmente o poder.O monolito tem na verdade o símbolo da cruz de Cristo, símbolo

de uma ordem militar que financiava a Escola de Sagres.

MARCO ZERO DE CURITIBA MONOLITO FONTE: Acervo da autora FONTE: Acervo da autora

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3Um fato tão importante no tempo de império e foi marcado com um

monumento, hoje passa desconhecido pela maioria dos habitantes da cidade. Mas

todas estas histórias em detalhes fazem parte da identidade de um lugar, que na

verdade é onde vivemos e estabelecemos relações sociais, então lugar é diferente

de um espaço que pouco conhecemos. Esta distinção entre espaço e lugar é melhor

feita por Tuan (1983): “Na experiência, o significado de espaço frequentemente se

funde com o de lugar, Espaço é mais abstrato que lugar “o que começa como

espaço indiferenciado transforma-se em lugar à medida que conhecemos melhor e o

dotamos de valor (...) se pensamos no espaço como algo que permite movimento,

então o lugar é pausa; cada pausa no movimento torna possível que localização se

transforme em lugar.” (CAVALCANTI, 1998, p 89).

Então o lugar passa a ser o local em que somos apegados, que conhecemos,

em que estabelecemos relações. O ser humano é o um animal, que têm apego ao

lugar onde nasce, e também onde são enterrados seus familiares.

Encontramos junto a esses monumentos, um ponto de bronze colocado no

chão. Este ponto é mais recente e está ligado às técnicas desenvolvidas atualmente

para a localização e representação no espaço geográfico, o que temos ali é um

marco geodésico: “É um ponto materializado no terreno por uma chapa de bronze

com número de identificação. Neles consta a exata referência de latitude, longitude e

altitude do local. Os marcos são importantes instrumentos de atualização

cartográfica e de fundamental importância na localização de qualquer obra ou

empreendimento” (site Fatorgis).

MARCO GEODÉSICO PRAÇA TIRADENTES FONTE: Acervo da autora

Page 5: REPRESENTAÇÕES SOCIO-ESPACIAIS

4 O centro de uma cidade geralmente condensa a história de lugar e nele

estão estabelecidas relações sócio espaciais. Quando há modificações, estas muitas

vezes fazem desaparecer, ou melhor, encobrem parte da história e novas relações

estabelecem-se no espaço geográfico. Por exemplo, os prédios antigos que se

encontram no centro da cidade e em outras épocas já foram residência de pessoas

importantes no local, hoje estão muitas vezes abandonadas ou ainda estão sendo

utilizadas por pontos de comércio e foram totalmente descaracterizadas, isto ocorre

na maioria das cidades brasileiras principalmente as mais antigas. O estudo da

ocupação destes espaços pode nos dizer muita coisa, podemos entender como

determinada população trata seu patrimônio cultural e arquitetônico, podemos

entender por que os centros das cidades que antes eram importantes hoje são áreas

em decadência. Cabe aqui então conceituarmos o espaço geográfico, segundo

Paulo Roberto Moraes: (...) “Didaticamente, entende-se espaço geográfico o espaço

natural modificado permanentemente pelo homem através do seu trabalho e das

técnicas por ele utilizadas” (...) (2003, p. 03).

As relações espaciais estão intimamente relacionadas com fatos históricos.

Vamos realizar uma pesquisa de alguns fatos históricos que nos ajudem explicar

melhor estas relações espaciais no centro da cidade de Curitiba.

Podemos colocar estas representações todas no papel. Há maneiras de

representarmos o espaço geográfico. Podemos representá-lo, simplesmente fazendo

um desenho esquematizado, sem preocupações com medidas, assim como quando

fazemos um croqui para melhor indicar nossa casa para um amigo. Mas há formas

mais elaboradas e sofisticadas tecnicamente para representarmos o espaço

geográfico com precisão, é por meio da cartografia “conjunto de estudos e

operações científicas, artísticas e técnicas, baseadas nos resultados de observações

diretas ou de análise de documentação, visando à elaboração e preparação de

cartas, projetos e outras formas de expressão, bem como a sua utilização”

(OLIVEIRA).

Este conhecimento é produto da história da humanidade, pois desde muito

cedo o homem preocupou-se em representar o espaço, este conhecimento vem

sendo aprimorado a cada dia que passa com o emprego de novas tecnologias, e

cada vez mais a cartografia estará presente em nosso dia a dia e será mais

interativa.

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5Para melhor podermos identificar nosso ambiente de estudo estaremos

utilizando uma planta. Esta planta com arruamento permite que representemos um

pequeno espaço, com grande quantidade de detalhes, no caso, o centro da cidade,

é possível verificar nome de ruas, praças, localizar os principais pontos, e se

tivermos uma planta antiga estabelecer comparações.

O centro da cidade tem como ponto inicial a confluência das Ruas

Conselheiro Araújo Ubaldino o Amaral. Segue pela Rua Ubaldino do Amaral,

Avenida Sete de Setembro, Ruas Desembargador Motta, Professor Fernando

Moreira, Alameda Augusto Stelfeld, Travessa Nestor de Castro, Rua Barão do Cerro

Azul, Praça 19 de Dezembro, Avenida João Gualberto, Rua Padre Antônio, General

Carneiro, Conselheiro Araújo até o ponto inicial. (FENIANOS, 1996, p13).

Assim podemos dizer que este espaço da cidade agora de mostra-se desta

maneira, mas já teve outras configurações, e está sempre se reformulando dentro de

contextos econômicos e sócios ambientais diferentes.

PESQUISA: Buscar duas outras cartas do centro de Curitiba que permitam

estabelecer comparações quanto aos limites, número e nome de ruas, e

observar principalmente as transformações na utilização ocorrida pelos imóveis.

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PLANTA DO CENTRO DE CURITIBA Área da região central = 329,7 ha.

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7A cartografia produz informações geográficas que podem ser utilizadas tanto

para planejar corretamente a ocupação de áreas urbanas, rurais como para a

elaboração de estratégias de guerras e guerrilhas. Para isso utiliza-se das novas

tecnologias como o sensoriamento remoto, que faz uso das imagens geradas por

satélites artificiais para a produção de informações.

As representações cartográficas podem ser:

● CARTOGRAMA: É um esquema representativo de uma superfície ou parte

dela, sobre a qual são representadas informações quantitativas e qualitativas dos

eventos geográficos, cartográficos e sócio-econômicos. Outra denominação desta

representação é anamorfose.

Esse tipo de representação permite que possamos utilizar desenhos, não há

uma precisão técnica na representação espacial, pois o objetivo é mostrar uma idéia.

FONTE: SEED (site “dia a dia educação”)

● MAPA: Representação gráfica, em geral de uma superfície plana e numa

determinada escala como representação de acidentes geográficos, físicos e culturais

da superfície da Terra, ou de um planeta ou satélite. (site UFRJ)

Os mapas por serem gerais e numa escala pequena permitem a

representação geral, pode ser temáticos, mostrar dados gerais de clima, relevo,

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8vegetação, uso do solo, hidrografia, uma infinidade de informações. Vários mapas

ordenados compondo uma coleção formam um Atlas. ● CARTA: A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) define como

sendo a “Representação dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada para

fins práticos da atividade humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias,

direções, e a localização plana, geralmente em média ou grande escala da

superfície da Terra, subdivida em folhas, de forma sistemática, obedecendo a um

plano nacional ou internacional” (site IBGE).

Lembrando que uma escala grande representará uma parte pequena do

terreno e mais detalhes poderão ser mostrados nele. As cartas podem ser utilizadas

mostrando a declividade de um terreno, com a técnica de representação pelas

curvas de nível, o que pode ser utilizado num planejamento para ocupação.

● PLANTA: É um caso particular de carta. A representação se restringe a uma

área muito limitada e a grande escala, consequentemente o número de detalhes é

bem maior. (site IBGE)

Essas formas de representação espacial sempre mostram a legenda, que é

um conjunto de símbolos, muitos deles estabelecidos internacionalmente que nos

permitem compreender melhor as informações representadas no papel, assim temos

também a escala que nos da à relação entre a porção representada no papel e no

terreno. Além disso, sempre é indicada a orientação do mapa, é colocado o norte,

pois devemos lembrar que o mapa deve sempre estar posicionado na horizontal. O

título do mapa deverá ser observado, pois é ele que nos aponta o tema bordado no

documento.

● LEGENDA: Descrição da simbologia adotada na representação cartográfica

geralmente indicando uma amostra do símbolo e seu significado de modo a facilitar

a leitura. (site UFRJ)

● ESCALA: Relação matemática entre as dimensões dos elementos no

desenho e no terreno. Existem duas maneiras de representar a escala, ela pode ser

expressa de forma numérica e gráfica. (site IBGE)

● ESCALA NUMÉRICA: É a escala de um documento cartográfico (mapa,

carta, planta) expressa por uma fração ou proporção a qual correlaciona a unidade

de distância do documento à distância na mesma unidade do terreno. (site IBGE)

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9Por exemplo, 1:100.000 lê-se um por cem mil, o que significa que um

centímetro no papel corresponde a 100.000 centímetros no terreno e 100.000

centímetros correspondem a 1 Km.

● ESCALA GRÁFICA: É a representação gráfica da escala numérica sob

forma de uma linha graduada, na qual a relação entre as distâncias reais e a

representadas nos mapas, cartas e outros documentos cartográficos é dada por um

segmento de reta em que uma unidade medida na reta corresponde a uma medida

real. (site IBGE)

O sistema de orientação depende de onde estamos, do sistema que foi criado

e adotado para isso, por exemplo : as caravanas de tuaregs que atravessam o

Saara fazendo o comércio em tropas de camelos, ainda orientam-se pelo sol e pelas

estrelas.

Nas cidades costumamos marcar algum ponto como referência, uma praça,

um ponto comercial, um monumento. Sempre perguntamos fica próximo a quê?

Mas há um outro sistema de orientação, utilizado para navegação, é utilizado

em todo mundo e pode ser entendido quando olhamos a rosa dos ventos com os

pontos cardeais, (norte, sul, leste, oeste), colaterais e subcolaterais.

FONTE. www..ufsc.br

ATIVIDADE: Uma empresa de consultoria está fazendo o planejamento de um

novo bairro para uma cidade. Junto com seus colegas determine o tipo de

bairro, quais seriam as necessidades dessa população, ou seja, como seria

transformar um espaço em um bom “lugar” para se viver. Quais as informações

cartográficas necessárias para isso? Onde buscar estas informações?

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Quanto ao sistema de localização: Localizamo-nos pelo nome e número das

ruas e números, e se quisermos utilizar o serviço dos correios deveremos informar o

CEP (código de endereçamento postal) para que a correspondência seja enviada.

Mas para a localização exata existe o sistema de coordenadas geográficas.

● COORDENADAS GEOGRÁFICAS: São valores numéricos através dos

quais podemos definir a posição de um ponto na superfície da terra, tendo como

ponto de origem para as latitudes e longitudes o Equador e o Meridiano de

Greenwich para a origem das longitudes. (site IBGE)

O encontro entre um paralelo e um meridiano dão a localização exata, um

ponto localizado no espaço geográfico.

Esse sistema de localização é universal, é utilizado para a navegação em

terra, ar e mar.

O Sensoriamento Remoto: Uso de sensores na captação e registro da

radiação refletida ou emitida pela superfície terrestre ou objetos espaciais sobre a

mesma produzindo imagens da superfície terrestre. (site UFRJ)

O sensoriamento remoto permite que através dos dados captados por

satélites, possamos gerar informações precisas e em tempo real, sobre as condições

meteorológicas, sobre o processo de devastação nas áreas naturais do planeta e te

gerenciar o sistema de transportes. Essas informações são fundamentais para

tomada de decisões sobre o gerenciamento do espaço geográfico.

Latitude: Distância em graus de um ponto qualquer da Terra até a linha do

Equador. Sendo o Equador o paralelo principal de latitude 0° .

Longitude: Distância em graus de um ponto qualquer da Terra ao Meridiano de

Greenwich. Sendo este o meridiano principal 0°.

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11Atualmente o sistema GPS (Global Positioning System – Sistema de

Posicionamento Global) gera sinais que são captados por um aparelho denominado

GPS, pequeno e cada vez mais utilizado, permite a localização exata de qualquer

ponto na superfície terrestre, esse equipamento é utilizados nos aviões, navios, em

competições de rally, e sistemas de segurança para carros e caminhões. A nova

geração de celulares tem o acesso à internet por banda larga, o que permite que

plantas de cidades e mapas rodoviários possam ser acessados via telefonia celular.

FONTE: www.ideiaseideais.blogs.sapo.pt

Observe que este mapa têm um meridiano muito importante em sentido

oposto do Meridiano Principal ou de Greenwich, é conhecida como Linha

Internacional de Data. Esta linha determina a mudança oficial de um dia para outro.

ATIVIDADE: Elabore um roteiro de viagem pelos cinco continentes indicando

paralelos e meridianos para a localização de cada cidade, escolha pelo menos

dez e lembre-se, o seu roteiro de viagem além da localização exata, deverá

constar alguns pontos turísticos ou não que, caracterizem o “lugar” a

importância de cada cidade.

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12REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia escola e construção do conhecimento. Campinas: Papirus,1998. FENIANOS, Eduardo Emílio. Centro, Aqui nasceu Kúr’ýt’ýba. Curitiba, UniverCidade, 1996. MORAES, Paulo Roberto. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo, Harbra Ltda, 2003. OBRAS CONSULTADAS Geografia/vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. LUCCI, ELIAN ALABI. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo, Saraiva, 2005. DOCUMENTOS CONSUTADOS ON LINE: OLIVEIRA, Ceurio de. Dicionário Cartográfico do IBGE. http://igeo.ufrj/gruporetis/sig Acesso em 11/02/08 http:// www.curitiba – paraná. Net. Acesso em11/ 02/08 as 11:30 h http:// www.ibge.gov.br. Acesso em16/02/08 as 14 h http:// www.ufrj.br/gruporetis. Acesso em 20/02/08 as 15 h http:// www.diaadiaeducacao.pr.gob.br. Acesso em 29/02/08 as 14:30 h http:// www.ideiaseideais.blogs.sapo.pt. Acesso em 29/02/08 as 15:30 h http:// www.fatorgis.com.br. Acesso em 28/02/08 as 15 h http:// www.ufsc.br. Acesso em 28/02.08 as 14:50 h