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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA Formação e inserção profissional dos egressos do Curso de Psicologia da UNIVALI/Campus Itajaí – 2007/I a 2008/II CARLA LUISA WERLANG Itajaí (SC), 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

Formação e inserção profissional dos egressos do Curso de Psicologia

da UNIVALI/Campus Itajaí – 2007/I a 2008/II

CARLA LUISA WERLANG

Itajaí (SC), 2009

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CARLA LUISA WERLANG

Formação e inserção profissional dos egressos do Curso de Psicologia

da UNIVALI/Campus Itajaí – 2007/I a 2008/II

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí Orientadora: Profª Msc. Sueli Terezinha Bobato

Itajaí (SC), 2009

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Neiva Rosa Franceschi e Elton Francisco Werlang, pelo amor, pela força,

pela oportunidade cedida de realizar meus estudos e por estarem sempre presentes em

minha vida. Muito obrigada por muitas vezes abrirem mão de seus sonhos para que eu

pudesse realizar os meus.

À minha irmã, Karen Antônia Werlang, pelo companheirismo, pelo amor e paciência,

pelas discussões e alegrias compartilhadas.

Às amigas Camila Seibt de Oliveira e Maitê Paula Montagna, pela amizade, confiança e

companheirismo, pelo apoio e suporte nos momentos necessários.

À minha orientadora, Sueli Terezinha Bobato, pela paciência e compreensão, pelo carinho

e comprometimento com este trabalho.

Aos avaliadores pela disponibilidade em contribuir com suas sugestões, em prol da

qualidade desta produção.

Aos egressos participantes que demonstraram disponibilidade e interesse sincero ao

fazer parte do estudo.

Obrigada a todos!

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Freqüência de respostas relacionadas ao Curso de Psicologia....................................37

Quadro 2. Distribuição das respostas dos egressos que consideram que o Curso atendeu parcialmente às suas expectativas de formação profissional..........................................................37

Quadro 3. Distribuição das respostas dos egressos que consideram que o Curso proporcionou segurança parcial ao exercício adequado da profissão...................................................................40 Quadro 4. Distribuição das respostas dos egressos que consideram que o Curso proporcionou pouca segurança ao exercício adequado da profissão...................................................................41 Quadro 5. Distribuição das respostas dos egressos que consideram que o Curso proporcionou parcialmente a formação técnico-científica para o exercício da profissão......................................42 Quadro 6. Distribuição das respostas dos egressos que consideram que houve equilíbrio parcial entre as disciplinas de formação geral e as de formação específica..............................................44 Quadro 7. Distribuição de respostas relacionadas ao motivo das atividades práticas terem contribuído parcialmente para a compreensão dos conteúdos teóricos..........................................46 Quadro 8. Distribuição de respostas relacionadas à contribuição dos estágios curriculares obrigatórios. ....................................................................................................................................48 Quadro 9. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas às duas disciplinas consideradas mais significativas na formação. .....................................................................................................50 Quadro 10. Distribuição de respostas relacionadas à disciplina cursada que menos embasou para o exercício da profissão. .................................................................................................................50 Quadro 11. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas às áreas de pós-graduação cursadas pelos egressos participantes............................................................................................53 Quadro 12. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas aos fatores que contribuíram para a inserção profissional. ...........................................................................................................56 Quadro 13. Dificuldades encontradas para a inserção profissional................................................57 Quadro 14. Distribuição de respostas relacionadas às três primeiras áreas de atuação dos egressos..........................................................................................................................................61 Quadro 15. Distribuição de respostas relacionadas à área de atuação atual.................................63 Quadro 16. Distribuição de respostas relacionadas ao local de trabalho atual dos participantes.....................................................................................................................................64 Quadro 17. Distribuição de respostas relacionadas à contribuição do Curso de Psicologia para a atuação profissional dos participantes.............................................................................................66 Quadro 18. Distribuição de respostas relacionadas a pouca satisfação profissional.....................70 Quadro 19. Distribuição de respostas relacionadas a comentários e sugestões feitos pelos participantes.....................................................................................................................................72

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Distribuição da freqüência de respostas referentes ao sexo dos participantes da pesquisa...........................................................................................................................................33 Gráfico 2. Distribuição da freqüência de respostas referentes à idade dos participantes da pesquisa...........................................................................................................................................34 Gráfico 3. Distribuição da freqüência das respostas referentes ao semestre e ano de ingresso dos participantes no Curso de Psicologia da UNIVALI/Campus Itajaí...................................................34 Gráfico 4. Distribuição da freqüência das respostas dos egressos participantes referentes ao semestre e ano de formação no Curso de Psicologia da UNIVALI/Campus Itajaí.................................................................................................................................................35 Gráfico 5. Distribuição da freqüência das respostas dos egressos participantes referentes ao tempo de atuação profissional.........................................................................................................36 Gráfico 6. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas à realização de pós-graduação........................................................................................................................................51 Gráfico 7. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas à realização de pós-graduação........................................................................................................................................52 Gráfico 8. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas à principal razão para realização de Curso de pós-graduação. ..........................................................................................................53 Gráfico 9. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas ao tempo levado para inserção no mercado de trabalho após a conclusão do Curso......................................................................55 Gráfico 10. Distribuição de respostas relacionadas às estratégias encontradas para superação das dificuldades encontradas na inserção profissional....................................................................59 Gráfico 11. Distribuição de respostas relacionadas às estratégias realizadas pelos participantes para superar as dificuldades encontradas na inserção profissional................................................60 Gráfico 12. Distribuição de respostas relacionadas ao desenvolvimento de atividades em áreas concomitantes na Psicologia...........................................................................................................61 Gráfico 13. Distribuição de respostas relacionadas à forma de admissão no emprego.................65 Gráfico 14. Distribuição de respostas relacionadas à relação de trabalho.....................................65 Gráfico 15. Distribuição de respostas relacionadas à renda..........................................................66 Gráfico 16. Distribuição de respostas relacionadas ao início da atividade profissional..................68 Gráfico 17. Distribuição de respostas relacionadas à função atual estar de acordo com a formação acadêmica........................................................................................................................68 Gráfico 18. Distribuição de respostas relacionadas à satisfação profissional................................70

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................8

2 EMBASAMENTO TEÓRICO...........................................................................................13

2.1 Políticas de Avaliação da Educação Superior no Brasil............................................13

2.2 Formação em Psicologia...........................................................................................18

2.3 Inserção e atuação profissional do psicólogo............................................................24

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS....................................................................................29

3.1 Amostra/participantes da pesquisa............................................................................29

3.2 Instrumento................................................................................................................29

3.3 Procedimentos para coleta de dados........................................................................29

3.4 Procedimentos para análise dos dados.....................................................................30

3.5 Procedimentos éticos.................................................................................................31

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..............................................32

4.1 Caracterização da amostra........................................................................................32

4.2 Formação recebida na graduação.............................................................................36

4.3 Estágio curricular obrigatório.....................................................................................47

4.4 Formação específica..................................................................................................51

4.5 Inserção e atuação profissional.................................................................................54

4.6 Satisfação profissional...............................................................................................69

4.7 Comentários e sugestões adicionais.........................................................................72

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................74

6. REFERÊNCIAS..............................................................................................................78

7. ANEXOS.........................................................................................................................83

Anexo A - Currículo IV do Curso de Psicologia da UNIVALI..........................................83

Anexo B - Currículo V do Curso de Psicologia da UNIVALI...........................................89

8. APÊNDICES...................................................................................................................95

Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .........................................95

Apêndice B – Instrumento de Coleta de Dados ...........................................................100

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FORMAÇÃO E INSERÇÃO PROFISSIONAL DOS EGRESSOS DO CURSO DE

PSICOLOGIA DA UNIVALI/CAMPUS ITAJAÍ – 2007/I A 2008/II

Acadêmica: Carla Luisa Werlang Orientadora: Sueli Terezinha Bobato Defesa: Novembro de 2009

Resumo: Conhecer a trajetória acadêmica e a inserção profissional dos egressos constitui-se como uma importante estratégia de

gestão para a avaliação da formação oferecida e planejamento de ações em prol da qualidade dos serviços prestados.

Esta pesquisa teve como objetivos investigar a percepção dos egressos do curso de Psicologia da UNIVALI, sobre a

relação entre sua formação e inserção profissional; identificar o grau de satisfação dos egressos em relação à formação

recebida; verificar os aspectos que facilitaram e/ou dificultaram a inserção profissional; levantar informações

relacionadas a contextos e âmbitos de atuação profissional e detectar a satisfação em relação à profissão. Contemplou-

se uma combinação metodológica, englobando aspectos quantitativos e qualitativos, utilizando, para a coleta de dados,

um questionário semi-estruturado, via e-mail, com os egressos do curso de Psicologia, formados entre 2007/I a 2008/II.

Participaram da pesquisa 21 egressos que realizaram toda a graduação no campus da UNIVALI/Itajaí e atuam como

psicólogo há pelo menos três meses. Os dados foram analisados a partir da distribuição de freqüência simples e

porcentagem das respostas obtidas e as informações qualitativas foram analisadas por meio de análise de conteúdo,

organizadas em categorias temáticas. Constatou-se que 40% dos egressos estão plenamente satisfeitos e 49,5%

parcialmente satisfeitos com a formação recebida durante a graduação, a qual contribuiu para a inserção no mercado de

trabalho e propiciou conhecimentos teórico-práticos e segurança para o exercício da profissão. A atividade profissional

dominante encontra-se nas áreas Clínica e Organizacional e do Trabalho. Os fatores que contribuíram para a inserção

profissional referem-se a conhecimentos relacionados a um bom currículo e atitudes variadas como persistência,

dedicação, vontade e iniciativa, prevalecendo a rede social como aspecto predominante. As dificuldades, contudo,

referem-se à falta de investimento em profissionais que procuram o primeiro emprego, formação da clientela, pouca

valorização da profissão pelo mercado, bem como falta de experiência. As estratégias utilizadas pelos egressos para

superar as dificuldades encontradas na inserção profissional foram principalmente a busca de especialização, 15 dos 21

participantes estão realizando ou já realizaram pós-graduação, prevalecendo as áreas de Saúde Mental, Psicopatologia e

Psicanálise e Psicoterapias Corporais. Quanto aos locais de trabalho prevalece a empresa privada, seguida de

consultório e clínica integrada, respectivamente, sendo que as principais formas de admissão foi processo seletivo e

relações pessoais. O Curso de Psicologia realizado contribuiu para a inserção e ascensão profissional de 70,3% dos

egressos participantes, sendo que praticamente metade estão plenamente satisfeitos com a profissão e metade estão

pouco satisfeitos, estes últimos justificados pela baixa remuneração, pouca valorização profissional e dificuldade de

trabalho em equipe multiprofissional.

Palavras-chave: egressos, formação em Psicologia, inserção profissional. Sub-Área de concentração (CNPq): 7.08.03.00-5 - Planejamento e Avaliação Educacional Membros da Banca

Pedro Antonio Geraldi Professor convidado

Elizabeth Navas Sanches Professor convidado

Sueli Terezinha Bobato Professor Orientador

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1 INTRODUÇÃO

A conclusão do curso universitário e o momento da inserção no mercado de

trabalho significam para muitos, uma nova fase, marcada pelo início do exercício da

profissão desejada. O ingresso no mercado de trabalho representa, além da autonomia

financeira, o início em uma carreira, aperfeiçoamento, a realização profissional e até

mesmo a oportunidade de investir em uma nova alternativa profissional.

A cada dia, a passagem do papel de estudante para o de profissional tem sido

mais complexa dentro do cenário econômico atual, uma vez que estes incluem, além da

acelerada modificação do perfil do emprego e das competências exigidas em

praticamente todas as profissões, uma demanda crescente de conhecimentos em

informática e competências nas novas tecnologias da informação e da comunicação.

Além disso, ocorre a multiplicação dos papéis profissionais, os quais exigem alto nível de

conhecimento nas mais diferentes áreas (PIMENTEL, 2007; UNESCO, 1999). O ensino

formal passa a ser exigência básica e condição para que o profissional seja empregável.

Os currículos, por sua vez, não são suficientes para atender às constantes e freqüentes

mudanças. Torna-se necessário manter os profissionais atualizados e, mais do que isso,

emerge a necessidade de ensinar a estes profissionais a indispensabilidade de se manter

informado, flexível e criativo.

Uma vez que a formação educacional é essencial no mercado, o questionamento

sobre os currículos e a preparação dos profissionais torna-se indispensável, buscando

atender a principal função da instituição de ensino superior que é oferecer ao aluno

subsídios para uma boa formação profissional. Entretanto, a responsabilidade pela

formação não cabe apenas a ela. O aluno tem sua parcela neste processo, devendo

buscar a sua formação não somente na instituição, mas também fazer uso de outros

meios como estágios extracurriculares, cursos, congressos e projetos, para complementar

seus conhecimentos. Para uma efetiva profissionalização é necessário que o estudante

construa sua formação (LEIBEL, 2002). Aquele que não dominar os conceitos produtivos

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e não fizer uma leitura do mercado, poderá ter dificuldades quanto à empregabilidade

(LARA, 2003). Dessa forma, a inserção profissional de recém-graduados torna-se cada

vez mais adversa para uma expressiva parte das áreas de atuação.

Para corresponderem às necessidades e ao futuro do aluno, as Instituições de

Ensino Superior (IES), principalmente na última década têm ampliado e valorizado os

procedimentos avaliativos com o intuito de garantir os padrões de qualidade e busca de

excelência nos serviços prestados.

Segundo Recktenvald (2005, p.26) “como a conjuntura e o contexto se

transformam constantemente, a qualidade de uma universidade necessita ser interpretada

na referência de um conjunto de projetos e programas, acompanhados por um processo

permanente de avaliação”.

Dentre estes procedimentos avaliativos está a Avaliação das Instituições de

Educação Superior, realizada pelo Ministério de Educação (MEC), como estratégia

utilizada para a melhoria da gestão universitária e o aperfeiçoamento acadêmico,

exercendo um papel de regulação da qualidade da educação superior brasileira. Mediante

esta necessidade de avaliação planejada e sistemática pelas Instituições de Ensino

Superior (IES), estudos junto ao egresso tornam-se primordiais para que os Cursos

tenham indicadores que lhes possibilitem o desenvolvimento de estratégias e

atualizações contínuas, atendendo às necessidades sociais e mercadológicas. Tendo nos

egressos uma fonte de informação ao Curso e à Instituição responsável por sua formação

profissional, é possível verificar através destes, se os objetivos do Curso estão sendo

vencidos e se a instituição fornece os subsídios necessários à prática profissional. Além

disso, pode-se verificar como ocorre seu acesso ao mercado de trabalho e reconhecer

como o egresso percebe sua formação profissional.

No Curso de Psicologia da UNIVALI do Campus de Itajaí, esta estratégia vem

sendo adotada desde 2003. Ao todo somam quatro pesquisas, três delas constituem-se

como Trabalhos de Conclusão de Curso, e outra, desenvolvida no Estágio Curricular

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Obrigatório em Psicologia Organizacional e do Trabalho. Esta última, realizada em 2007,

é a mais recente e abrangeu os egressos formados entre 2004/I e 2006/II.

Os estudos mencionados objetivam, em suma, levantar informações sobre os

egressos já inseridos no mercado de trabalho, identificar as facilidades e dificuldades por

eles encontradas em tal inserção; identificar as áreas da Psicologia que abarcam maior e

menor freqüência de profissionais; e detectar a satisfação com a formação acadêmica e

com a profissão propriamente dita.

A partir disso, percebe-se a importância da realização e continuidade de trabalhos

investigativos junto aos egressos do Curso, constituindo-se como feedback em relação às

práticas formativas adotadas, de modo a preparar o profissional para o pleno

desempenho de suas funções e fortalecer os conceitos científicos a que se propõe. Ao se

repensar a formação e, conseqüentemente, como os profissionais formados se inserem

profissionalmente, é possível verificar se a graduação contempla as necessidades sociais

com suas constantes transformações.

Evidencia-se assim a importância e desenvolvimento de sistemas de

acompanhamento de egressos como mecanismo que possibilite às IES a contínua

melhoria de todo o planejamento e operação de seus processos. Ou seja, o egresso

constitui uma fonte de informação para o Curso e para a Instituição responsável por sua

formação profissional. Através dele é possível verificar se os objetivos do Curso estão

sendo alcançados, se a instituição fornece subsídios para a preparação do psicólogo para

a prática profissional, como ocorre seu acesso ao mercado de trabalho e reconhecer

como o egresso percebe sua formação profissional.

A importância da pesquisa com egressos é também defendida por Lousada e

Martins (2004), pois, segundo os autores, é indispensável saber o que os egressos

pensam a respeito da formação recebida, conhecer o que fazem como profissionais e

suas adequações aos setores em que atuam, além de conhecer sua trajetória acadêmica

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e profissional. Tais aspectos podem contribuir para uma reflexão sobre a formação e sua

relação com as necessidades do mercado de trabalho.

Dessa forma, a presente pesquisa torna-se relevante uma vez que favorece a

comunicação entre seus protagonistas, estimulando reflexões e ajustes, na medida em

que identifica problemas e deficiências. Além disso, pode ser útil para a elaboração de

estratégias relacionadas à responsabilidade social da Universidade na inserção

profissional do egresso do Curso de Psicologia. Pode ainda, fazer parte do conjunto de

procedimentos avaliativos da Universidade, contribuindo na tomada de decisões para

melhorar a qualidade dos serviços prestados, possibilitando reajustes curriculares

pautados nas necessidades atuais através dos indicadores levantados junto aos

egressos. Favorece, ainda, o acompanhamento, pelas turmas mais recentes, da formação

oferecida pelo Curso, de como se encontra o mercado de trabalho com relação à

aceitação da formação e futuras adaptações.

Tendo em vista a necessidade e continuidade de estudos nesta perspectiva, que

contribua para o desenvolvimento de uma formação com qualidade no Curso de

Psicologia, esta pesquisa buscou responder à pergunta: Qual é a percepção dos

egressos do Curso de Psicologia da UNIVALI/Campus Itajaí, envolvendo o período de

2007/I a 2008/II sobre a formação recebida e sua inserção profissional?

Para responder a esta pergunta, esta pesquisa tem como objetivos identificar o

grau de satisfação dos egressos em relação à formação recebida no Curso de Psicologia

da UNIVALI; verificar os aspectos que facilitaram e/ou dificultaram a inserção profissional

dos egressos; levantar informações sobre a inserção profissional, incluindo áreas,

contextos e âmbitos de atuação profissional dos egressos e detectar a satisfação em

relação à própria profissão.

Para melhor organização, este trabalho será apresentado em forma de capítulos. O

Capítulo I apresenta a Introdução, a qual discorre sobre a contextualização do tema da

pesquisa, seus objetivos, importância e pesquisas na área. O Capítulo II explora o

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Embasamento Teórico a respeito das Políticas de Avaliação da Educação Superior no

Brasil, formação em Psicologia, inserção e atuação profissional do psicólogo. No Capítulo

III encontram-se os Procedimentos Metodológicos utilizados na pesquisa. O Capítulo IV,

por sua vez, comporta a apresentação e discussão dos resultados, seguido pelo Capítulo

V, onde se encontram as Considerações Finais, seguidas das Referências, Anexos e

Apêndices.

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2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Para entender o contexto e o papel da universidade na sociedade contemporânea,

articulando-o à qualidade da formação oferecida e decorrentes repercussões na atuação

profissional, torna-se indispensável contextualizar os diversos mecanismos e estratégias

criadas em termos de políticas de avaliação da educação superior no Brasil e a

articulação entre os diversos setores da sociedade. Serão apresentados aqui apenas os

que são mais relevantes ao objetivo do estudo, dada a amplitude da temática.

2.1 Políticas de Avaliação da Educação Superior no Brasil

Consoante a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/1996 (BRASIL,

1996) em seu capítulo IV, Art. 43, a educação superior objetiva, em suma, formar

diplomados aptos para a inserção em setores profissionais diferenciados e para a

participação no desenvolvimento do país, integrando os conhecimentos que vão sendo

adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração.

Para que a educação superior possa cumprir o seu papel de formar cidadãos e

profissionais cientificamente competentes e comprometidos com o projeto social do país,

novas exigências precisam ser constantemente consideradas, justificando a necessidade

de avaliação das instituições.

A preocupação acerca da avaliação das instituições de Educação Superior

brasileiras é percebida desde a Reforma Universitária em 1968. Através do Decreto n°

62.937, de 2 de julho de 1968, o então Presidente da República, General Arthur Costa e

Silva determinou a instituição de um grupo “para estudar a reforma da Universidade

brasileira, visando sua eficiência, modernização, flexibilidade administrativa e formação

de recursos humanos de alto nível para o desenvolvimento do País”. Seguido à criação

deste grupo, foram criados na década de 80, pelo Ministério da Educação, o Programa de

Avaliação da Reforma Universitária (PARU), a Comissão Nacional de Reformulação do

Ensino Superior, o Grupo Executivo para a Reforma da Educação Superior, Secretaria da

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Educação Superior, Associação Nacional dos Docentes da Educação Superior para a

universidade brasileira, bem como vários programas e secretarias. O intuito do Ministério

da Educação era fomentar a avaliação das instituições de ensino superior (COELHO,

2005).

Atualmente a avaliação institucional é parte constituinte do Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Superior (SINAES), instituído pela Lei Federal nº. 10.861 em 14

de abril de 2004, em substituição ao Programa de Avaliação Institucional (PAIUB).

Conforme a referida Lei, os resultados da avaliação das instituições, cursos e do

desempenho dos estudantes,

[...] constituirão referencial básico dos processos de regulação e supervisão da educação superior, neles compreendidos o credenciamento e a renovação de credenciamento de instituições de educação superior, a autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos de graduação (BRASIL, 2004, p.53). .

O SINAES constitui-se de um sistema composto por três processos diferenciados,

sendo estes: Avaliação das Instituições de Educação Superior (AVALIES); Avaliação dos

Cursos de Graduação (ACG) e a Avaliação do Desempenho dos Estudantes (ENADE)

(ME, 2004). Cabe à Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES),

“a competência para estabelecer diretrizes, critérios e estratégias para o processo de

avaliação da educação superior” (ME, 2006, p. 9). Cada um dos processos de avaliação é

desenvolvido em situações e momentos distintos com uso de instrumentos próprios, mas

articulados entre si. Abordam dimensões e indicadores específicos, mas com o objetivo

de identificar as potencialidades e insuficiências dos cursos e instituições, promovendo a

melhoria da sua qualidade e relevância, e conseqüentemente, da formação dos

estudantes (ME, 2004).

A avaliação institucional se ramifica em duas modalidades: a auto-avaliação e a

avaliação externa, sendo, esta última, efetuada pelo Ministério da Educação e pelo

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). A auto-

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avaliação, por sua vez, é de responsabilidade de cada instituição e coordenada pela

Comissão Própria de Avaliação (CPA).

A auto-avaliação deve buscar obter ampla participação da comunidade interna nas

discussões e estudos, sendo recomendável que conte também com a colaboração de

membros da comunidade externa, especialmente de ex-alunos e representantes de

setores sociais mais diretamente envolvidos com a IES (ME, 2004). É orientada pelas

diretrizes e pelo roteiro da auto-avaliação institucional da Comissão Nacional de

Avaliação da Educação Superior (CONAES), que objetiva, segundo o Ministério da

Educação, “avaliar a instituição como uma totalidade integrada que permite a auto-análise

[...] entre a missão e as políticas institucionais efetivamente realizadas, visando a

melhoria da qualidade acadêmica e o desenvolvimento institucional” (ME, 2004, p. 20). A

ênfase deve ser dada aos processos de ensino, pesquisa e extensão, tendo em vista a

concepção de formação e de responsabilidade social nos termos definidos pelo Projeto

Pedagógico Institucional (PPI). Também em função da formação e da responsabilidade

pública, devem ser avaliadas a gestão e a infra-estrutura (INEP, 2004), sendo estas

informações, bem como as de seus recursos humanos, fornecidas pelas IES. Inclui, de

acordo com o Ministério da Educação (2006), dados e informações coletados pelo INEP

através do Cadastro e do Censo da Educação Superior, bem como das avaliações

anteriormente realizadas pelo MEC; além de bases estruturadas a partir da análise do

referencial quantitativo e da comparação, em diferentes níveis de observação, entre o que

a IES se propõe a cumprir e a sua capacidade para tal. Pressupõe um comportamento

ético e independente do avaliador no cotejamento entre as metas presentes na missão e

no projeto pedagógico e o nível de realização alcançado (ME 2006).

As dimensões da auto-avaliação, estabelecidas na Lei do SINAES, abrangem: 1) A

Missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional; 2) Perspectiva científica e pedagógica

formadora: políticas, normas e estímulos para o ensino, a pesquisa e a extensão - Ensino

de graduação e pós-graduação, pesquisa, extensão; 3) Responsabilidade Social da IES -

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Inclusão social, desenvolvimento econômico e social, meio ambiente, preservação da

memória e do patrimônio cultural; 4) Comunicação com a sociedade; 5) Políticas de

Pessoal, Carreira, Aperfeiçoamento, Condições de Trabalho; 6) Organização e Gestão da

Instituição; 7) Infra-estrutura física e recursos de apoio; 8) Planejamento e avaliação; 9)

Políticas de atendimento aos estudantes; e, 10) Sustentabilidade Financeira (ME, 2006).

A avaliação externa, por sua vez, conta com comissões de avaliadores com

competência técnica em avaliação, que farão a verificação, in loco, a cada três anos para

verificar se ela segue o roteiro mínimo estabelecido (RECKTENVALD, 2005). Ocorre a

partir de critérios e metodologias estabelecidas pelo governo e possui como referência os

padrões de qualidade para a educação superior expressos nos instrumentos de avaliação

e os relatórios das auto-avaliações (INEP, 2004).

Tem-se, portanto, na avaliação institucional uma estratégia essencial para o

aperfeiçoamento acadêmico, melhoria da gestão universitária e a prestação de contas de

seu desempenho para a sociedade (INEP, 2004). Coelho (2005) aponta que esta

representa a forma pelas quais as instituições podem realizar uma análise das práticas

educativas efetuadas e conduzir uma tomada de decisão com relação ao constatado, e,

caso necessário, definir estratégias e ações para modificação de rumos desta prática.

A avaliação deve ser entendida como processo que exige compromisso com a

mudança. Consoante a isto, Trigueiro (2000) afirma que não existe motivo para a

avaliação institucional se não resultar em tomada de decisão. Mediante tal consideração,

devem-se considerar todos os fatores envolvidos, consoante à missão e objetivos da

mesma, avaliando “seus funcionamentos e resultados, identificando os fatores favoráveis

ao bom andamento e aqueles responsáveis pelas dificuldades”, visando a sua superação

(BELLONI, 2000, p. 10).

Conforme Ristoff (2001), a avaliação institucional precisa estar apoiada em

pressupostos claros para a comunidade envolvida. Segundo o autor, a avaliação deve

ser: 1) abrangente: devendo permear toda instituição, compreendendo os processos

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internos e o olhar externo das partes interessadas; 2) construtiva: deve visar o

conhecimento das potencialidades e das deficiências; 3) renovadora: precisa contribuir

para a orientação da mudança; e, 4) legítima: necessita de aceitação e participação de

todos os interessados em seus resultados.

Assim sendo, os processos de avaliação devem constituir um sistema que permita

a integração das diversas dimensões da realidade avaliada, assegurando as coerências

conceitual, epistemológica e prática, bem como o alcance dos objetivos dos diversos

instrumentos e modalidades (INEP, 2004). A respeito disso, Belloni (2000) salienta que a

função social da avaliação corresponde à capacidade de levar a instituição a repensar o

seu funcionamento e o cumprimento de suas funções, reformulando sua missão diante de

novas demandas, o que conduz à transformação almejada.

Um dos pressupostos dessa ótica de avaliação é considerar como elementos constitutivos da instituição de ensino, além de sua estrutura física e administrativa, seu projeto pedagógico dinamizado e seu corpo social integrado por docentes, egressos e funcionários técnico-administrativos [...] o que implica a decisão da instituição de intervir na formação acadêmica, bem como proporcionar as condições para a integração do ensino com a realidade social com ênfase no impacto da avaliação no processo de transformação social (BRASIL, 2005, p.32).

Evidencia-se assim a importância do planejamento e desenvolvimento de sistemas

de acompanhamento de egressos como mecanismo que possibilite às IES a contínua

melhoria de todo o planejamento e operação dessas organizações, principalmente do

processo de ensino aprendizagem. Ou seja, o egresso constitui uma fonte de informação

para o Curso e para a Instituição responsável por sua formação profissional. Através dele

é possível verificar se os objetivos do Curso estão sendo alcançados, se a instituição

fornece subsídios para a preparação do psicólogo para a prática profissional, como ocorre

seu acesso ao mercado de trabalho e reconhecer como o egresso percebe sua formação

profissional.

A importância da pesquisa com egressos é também defendida por Lousada &

Martins (2004), pois, segundo os autores, é indispensável saber o que os egressos

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pensam a respeito da formação recebida, conhecer o que fazem como profissionais e

suas adequações aos setores em que atuam, além de conhecer sua trajetória acadêmica

e profissional. Possibilitando assim uma reflexão sobre a formação e sua relação com as

necessidades do mercado de trabalho.

2.2 Formação em Psicologia

Assim como se evidencia um movimento dialógico, contextualizado e dinâmico na

avaliação das instituições de Ensino Superior no Brasil de uma forma geral, também vem

ocorrendo uma avaliação da própria formação oferecida pelos Cursos de Psicologia no

país. A discussão sobre a formação em Psicologia tem acontecido desde a criação dos

primeiros cursos e a crítica ao papel das IES na formação dos psicólogos é evidenciada

desde então.

Implementada nos anos vinte e dependendo, até o início da década de sessenta,

de profissionais egressos da Medicina, Filosofia e Pedagogia (PESSOTTI, 1988), a

prática da Psicologia no Brasil foi institucionalizada após a sanção da lei n° 4.119 em 27

de agosto de 1962, que também dispôs sobre os cursos de formação em Psicologia. Com

a elaboração do Parecer 403/62 pelo Conselho Federal de Educação, em complemento à

Lei 4119/62, criou-se o currículo mínimo para o curso de Psicologia, que entrou em

vigência no ano de 1963. Este apresentava as matérias necessárias para realizar a

formação de bacharel, licenciado e de psicólogo. O requisito para a formação do bacharel

e do licenciado discorria de uma lista de matérias em comum, sendo que o curso tinha

duração de quatro anos; já para a formação do psicólogo, exigia-se o ensino de matérias

específicas além daquelas do núcleo comum, acrescentados a isso estágios

supervisionados, totalizando cinco anos de formação (PARECER n° 403/62).

Desde a sua definição como ciência e profissão, em 1962, a Psicologia passou por

modificações, tanto em relação a novas abordagens e áreas de atuação, quanto às

diretrizes para os cursos de graduação. A partir do momento em que os currículos

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propostos pelas instituições, bem como os profissionais formados por estas, passaram a

ser objetos de diversas pesquisas e discussões na área da Psicologia, foi possível

perceber, conforme Nico e Kovac (2003), dois problemas relativos à formação: o primeiro,

referenciava-se à tendência de preparar os estudantes de Psicologia para atuar apenas

na área clínica, e mesmo quando era oferecida a oportunidade de aprender a atuar em

outras áreas, o ensino era baseado no atendimento individual; o segundo problema

constava da negligência no ensino dos variados referenciais teóricos que compõem a

Psicologia e a tendência de abordar, quase que exclusivamente, o estudo do referencial

psicanalítico. Como exemplo cabe mencionar o estudo realizado no ano de 1975, por

Mello, onde já se evidenciava a preocupação em torno das áreas de aplicação da

Psicologia e suas funções sociais, mostrando a escassa participação de profissionais fora

da clínica. A autora supracitada apontou ainda a inadequação do Ensino Superior às

necessidades sociais que determinaram o aparecimento da profissão, ou seja, embora os

cursos de graduação houvessem sido criados devido à demanda existente, a orientação

realizada era excessivamente teórica, tornando os profissionais impotentes para a

prestação de serviços à sociedade (MELLO, 1975).

Além destes problemas, evidenciou-se a carência no ensino de pesquisa na

Psicologia. Conforme apontam Nico e Kovac (2003), foi defendida a importância da

valorização da formação teórica e de pesquisa, no lugar da priorização de uma formação

tecnicista. A partir deste mapeamento e das reflexões sobre formação em Psicologia,

começou a ser utilizado o termo ‘generalista’, para uma formação que não se limitasse à

área e ao modelo clínico, em contraposição ao termo ‘especialista’. Surge ainda a

inserção do termo ‘pluralista’, em oposição à formação em somente uma abordagem

teórica (BASTOS, 2001).

Entretanto, segundo Bastos (2001), as instituições de ensino superior, na tentativa

de propor uma formação generalista e pluralista, passaram a incluir novas áreas de

atuação do psicólogo, novas disciplinas teóricas, e a agregar novos estágios, ampliando a

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fragmentação das disciplinas, sem cuidar da integração dos conteúdos em torno de eixos

comuns, o que acabou por pulverizar os currículos. Diante destes problemas e posteriores

debates e consultas a universidades, Conselhos Regionais e Federais e outras entidades

representativas, a Resolução nº. 8, de 07 de maio de 2004, instituiu as Diretrizes

Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia no país. Ao contrário

do Currículo Mínimo, as Diretrizes constituem orientações gerais baseadas em

competências, e não em conteúdos (MEC 2004).

As Diretrizes propõem, em seu Art. 5º, um “Núcleo Comum” formado por seis eixos

estruturantes definidos em conhecimentos, habilidades e competências que devem ser

promovidos pelos cursos de Psicologia, sendo estes: a) fundamentos epistemológicos e

históricos; b) fundamentos teórico-metodológicos; c) procedimentos para a investigação

científica e a prática profissional; d) fenômenos e processos psicológicos; e) interfaces

com campos afins do conhecimento; f) práticas profissionais voltadas para assegurar um

núcleo básico de competências que permitam a atuação profissional e inserção do

graduado (MEC, 2004).

Botomé & Kubo (2002) discorrem sobre a noção de competências proposta nas

Diretrizes Curriculares, enfatizando que esta se refere a um grau de qualidade de um

comportamento e está sendo usado, em muitos casos, como sinônimo do que foi o

conceito de “objetivo comportamental” das décadas de 1960 e 1970, com várias

deficiências desse conceito (conforme examinou Botomé, 1981) mantidas na noção de

“competência”. Consoante a isso, Bastos (2002) destaca que as ênfases curriculares não

se reduzem aos tradicionais “perfis” (bacharel, licenciado e psicólogo), nem a

especializações, as quais esse autor considera precoces no âmbito do ensino de

graduação; devendo orientar-se por demandas sociais emergentes ou existentes na

realidade em que o Curso se insere ou da “vocação da instituição”.

Há um consenso que os cursos de Psicologia precisam oferecer uma formação

mais plural, que contemple conhecimentos sobre as áreas emergentes em Psicologia e

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oportunize a atuação em contextos diferenciados de intervenção, pesquisa ou docência

(CAMPOS et al., 1999; CARVALHO, 2000; NASCIMENTO, MANZINI & BOCCO, 2006).

Uma vez que ocorreu o crescimento de uma representação e diversificação do trabalho

do psicólogo, com atuações mais expressivas em áreas como Psicologia da Saúde, do

Esporte e Jurídica, das Emergências e Desastres, entre outras, ampliou-se os espaços de

inserção desse profissional no mercado de trabalho (CRUCES, 2006; JAPUR & OSÓRIO,

1998; PRAÇA & NOVAES, 2004; YAMAMOTO et al., 1997).

Segundo Dias (2001), é unanimidade entre os investigadores a necessidade de

que o currículo deve atender às demandas da maioria da população, possibilitando ao

futuro profissional estar apto a responder questões que afetam a sociedade como um

todo. Nico e Kovac (2003) defendem que as possibilidades de atuação devem ser

delineadas a partir da análise das necessidades sociais, e não reproduzir o que tem sido

considerado ocupações dos psicólogos. Para isso, Dias (2001) pontua a importância não

somente de acrescentar novas disciplinas ao curso ou tomar consciência da realidade,

mas também redefinir a filosofia sob a qual o currículo deve ser estruturado. Isto demanda

uma postura ética por parte dos responsáveis por este processo, a fim de definir um perfil

profissional embasado em dados da realidade, possibilitando ao aluno participar desta

construção (DIAS, 2001).

O Curso de Psicologia da UNIVALI vem fazendo esforços no sentido de alinhar a

formação às necessidades sociais e mercadológicas, através de atualizações das

matrizes curriculares. Desde a implantação do Curso no ano de 1987, o Curso está em

sua oitava matriz curricular, sendo que os participantes desta pesquisa formaram-se a

partir das Matrizes IV e V.

De acordo com Peixer (2004) no segundo semestre de 1997 ocorreu uma alteração

de matriz curricular, implantando-se o Currículo IV, o qual permaneceu em vigência até

2001. O Currículo V, por sua vez, esteve em vigência no período de 2002 a 2004; O

Currículo VI ainda está em vigor até 2011, quando se formam as últimas turmas do

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período vespertino. No ano de 2006 foi implantada a Matriz VII, sendo que esta sofreu

reformulações para atender às Diretrizes Curriculares e às atuais necessidades do Curso

em turnos matutino e noturno (PPP, 2006).

De acordo com Camacho (2007), a organização curricular do Curso de Psicologia

da UNIVALI/Campus Itajaí, no que se refere à matriz em extinção (IV e V) e, alvo deste

trabalho, desenvolveu-se em torno dos seguintes blocos temáticos: fundamentos

históricos e filosóficos, instrumentação, condicionantes biológicos e sócio-culturais do

comportamento, fenômenos e processos psicológicos, intervenção. Blocos temáticos

estes compostos por disciplinas que se complementam em suas finalidades na formação

do psicólogo, comunicam-se entre si pela disposição de habilidades e competências para

as quais devem orientar-se (CAMACHO, 2007).

O curso de Psicologia tem como objetivo geral formar psicólogos capazes de

identificar fenômenos e processos psicológicos e intervir em diferentes contextos sociais;

de desenvolver atitudes pró-ativas, individualmente ou em conjunto com profissionais de

outras áreas de conhecimento, com senso crítico e ético, a partir da articulação do

Ensino, Pesquisa e Extensão. O perfil do egresso formado pelo Curso parte do domínio

técnico-científico, logo, o egresso deve ser capaz de atuar em diferentes áreas; promover

ações de qualidade de vida em diferentes contextos; diagnosticar, planejar e desenvolver

ações preventivas e interventivas com profissionais de outras áreas; gerir ações

norteadas por princípios éticos, responsabilidade social e compromisso educacional

permanente (PPP, 2006).

Todas as mudanças efetuadas no Curso de Psicologia da UNIVALI na última

década vieram em consonância à política de qualificação e contaram com a participação

efetiva do corpo docente e discente, corpo técnico-administrativo, direção colegiada e

executiva da instituição, bem como com informações de egressos do Curso através de

trabalhos de Conclusão de Curso e Relatórios de Estágio com esta população, sob

orientação do corpo docente desta Universidade.

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Os estudos realizados com egressos do Curso de Psicologia do Campus de Itajaí

iniciaram em 2003. Schaadt (2003) investigou a percepção dos egressos do Curso de

Psicologia da UNIVALI sobre sua formação e inserção no mercado de trabalho,

envolvendo formandos entre os anos de 1999 e 2001. Dando seguimento, Peixer (2004)

investigou a formação e inserção no mercado de trabalho dos egressos do currículo IV do

Curso de Psicologia da UNIVALI, com cinco egressos que concluíram o curso entre

2002/II e 2003/II. Antunes (2004), por sua vez, realizou uma pesquisa de cunho

quantitativo com 18 egressos do Curso de Psicologia no período de 2002/II a 2004/I. E

Camacho (2007) realizou uma investigação de base quantitativa e qualitativa com 25

egressos do período de 2004/I a 2006/II.

Nas pesquisas realizadas, evidenciou-se que a mais da metade dos egressos teve

a sua inserção profissional no primeiro ano após a formatura (SCHAADT, 2003;

ANTUNES, 2004; CAMACHO, 2007). No estudo de Peixer (2004), os cinco participantes

do estudo inseriram-se no mercado de trabalho em média quatro meses após a conclusão

do Curso. As atividades profissionais predominantes abrangem as áreas de Psicologia

Organizacional e do Trabalho e de Psicologia Clínica, não havendo incidência de inserção

em áreas emergentes. Na pesquisas de Antunes (2004), 61% dos egressos iniciaram a

atividade profissional no primeiro ano após a formatura e 39% durante o Curso, no

período de estágio, com atividade profissional predominante naquele momento em

Psicologia Clínica (59%) e Psicologia Organizacional (27¨%). E em Camacho (2007), por

sua vez, Dos 25 egressos participantes da amostra 14 iniciaram suas atividades

profissionais no primeiro ano após a formatura, prevalecendo a área de Psicologia

Organizacional e do Trabalho.

Com relação à necessidade de complementar a graduação, as pesquisas

evidenciaram elevados índices de egressos que continuavam a sua formação, havendo

uma parcela maior sobre as áreas de Psicologia Clínica e de Psicologia Organizacional e

do Trabalho. No estudo de Antunes (2004), 61% dos profissionais estavam cursando Pós-

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Graduação e no estudo de Peixer (2004), dos cinco sujeitos investigados, três

continuavam seus estudos. As principais razões que levaram os egressos a fazer pós-

graduação foram as exigências do mercado de trabalho e aumento do conhecimento

(PEIXER, 2004; ANTUNES, 2004).

A formação técnico-científica oferecida pelo Curso de Psicologia atendeu

parcialmente às expectativas da maioria dos participantes das pesquisas anteriores,

sendo que os estágios curriculares foram apontados como importantes, uma vez que

propiciaram a oportunidade de continuar a aprendizagem de maneira prática e reflexiva,

geraram autonomia, responsabilidade, além de ter possibilitado o início da inserção no

mercado de trabalho (SCHAADT, 2003; ANTUNES, 2004; PEIXER, 2004; CAMACHO,

2007).

A respeito de sugestões, os participantes da pesquisa de Peixer (2004) foram os

únicos que as fizeram, referindo-se ao acompanhamento e avaliação dos estágios de

forma mais direta; incentivo à pesquisa e extensão; ênfase na profundidade e

consistência dos conteúdos trabalhados; aproximação entre a teoria e a prática;

aproximação da ação pedagógica das necessidades do mercado de trabalho; rever a

carga horária da matriz curricular; adequação da ação pedagógica; levantamento das

necessidades dos campos de estágios (PEIXER, 2004).

Evidencia-se, desta maneira, o valor se manter em constante atualização os

trabalhos investigativos, possibilitando que a formação em Psicologia prepare cada vez

mais o profissional para o pleno desempenho de suas funções.

2.3 Inserção e atuação profissional do psicólogo

A inserção profissional é uma das trajetórias centrais para qualquer pessoa, é

através dela, conforme aponta Cruces (2006), que os indivíduos adquirem experiências e

conhecimentos necessários para seu desenvolvimento profissional, conquistam seu

espaço social e desenvolvem sua identidade psicossocial. Pode ser definida como o

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processo de passagem de um curso profissional para o mercado de trabalho (CRUCES,

2006), constituído por fatores que abrangem desde as demandas do mercado de

trabalho, às exigências profissionais da situação sócio-econômica do país, incluindo ainda

características pessoais e aspectos relativos à formação (CALLEGARI, 2001).

Autores como Sanchis (1997) e Gazo-Figuera (1996) sugerem que a universidade

deve apoiar o estudante para facilitar sua inserção no mercado de trabalho. As autoras

fazem sugestões relacionadas à política educacional, à criação de uma estrutura de

informação sobre a dinâmica do mercado de trabalho que sirva de referência e de

fundamentação para as decisões institucionais e os projetos profissionais dos estudantes.

Gazo-Figuera (1996) sugere o desenvolvimento de programas de orientação na fase de

transição ao mercado de trabalho, que incluem treinamento em habilidades de tomada de

decisão e busca de emprego; desmistificação de percepções e conceitos que reforcem a

conduta passiva frente ao mercado de trabalho; construção de programas de

desenvolvimento pessoal. Isto possibilita ultrapassar com maior apoio social os

obstáculos referentes ao período de transição universidade-mercado de trabalho.

Estudos apontaram dificuldades, por parte dos estudantes, de construir um perfil

profissional que articule a formação acadêmica e as exigências do mercado de trabalho

(CALLEGARI, 2001; GONDIM, 2002; MELO & BORGES, 2007). Parece que o estudante

é capaz de identificar um perfil geral acerca do que é demandado no mercado de

trabalho, porém não consegue identificar de que maneira este perfil está ajustado às

habilidades e competências próprias de sua área de atuação (GONDIM, 2002).

Concomitante a isso, Callegari (2001) e Melo e Borges (2007) constataram em suas

pesquisas que as variáveis relacionadas à percepção que os egressos têm de si mesmo e

da profissão estão entre os aspectos que dificultam a inserção profissional, incluindo

ainda a escolha do curso e carreira somente pelo status.

Outra constatação feita por Gondim (2002) foi a indefinição do papel profissional,

relacionada, segundo a autora, com a fragilização dos limites de atuação profissional

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entre áreas afins, e a solicitação cada vez maior de um profissional com conhecimentos e

técnicas multidisciplinares, o que contribui para que muitos estudantes façam pós-

graduação com o intuito de ampliar suas competências. Observou-se ainda nos

resultados da pesquisa da autora supracitada, que a formação universitária é insuficiente

para atender à demanda requerida no mercado de trabalho e; a premissa de que a

formação profissional deve ser obtida fora da universidade, tendo em vista as

reconhecidas deficiências do processo de formação de nível superior. Os estudantes

demonstraram reconhecer que há necessidade permanente de qualificação para se

manter no mercado, contudo, o motivo principal que leva boa parte deles para a pós-

graduação é o despreparo profissional (GONDIM, 2002; MELO & BORGES, 2007).

Consoante a isto, Callegari (2001) constatou que egressos que buscavam uma maior

especialização em sua área de formação tinha maior êxito na inserção profissional.

Fazem parte das dificuldades para conseguir emprego, a falta de oportunidade, de

atitude de busca e de conhecimentos teóricos, e ainda, a responsabilidade do indivíduo

para a inserção no mercado de trabalho do que propriamente ao contexto econômico,

político e social do país (MELO & BORGES, 2007). É importante ressaltar ainda,

conforme os autores supracitados, que as facilidades seriam justamente a presença

desses aspectos, além de pró-atividade, o domínio da informação e experiência prática.

A própria Universidade nem sempre articula a vida acadêmica dos seus

universitários e a futura experiência profissional destes a partir do seu ingresso, com a

intenção de prepará-los não só tecnicamente, mas também em termos comportamentais,

para o mercado de trabalho. É importante relembrar que metade dos jovens entrevistados

nomeou os contatos sociais como um dos mais importantes apoios para conseguir

emprego. Assim, a indicação ainda exerce influência decisiva no alcance do emprego, ou

seja, entre os candidatos às vagas de mercado de trabalho, aquele com maior rede de

relacionamentos têm seu diferencial competitivo (MELO & BORGES, 2007).

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Em decorrência dessa mobilidade e dos novos sistemas e processos globalizados,

são feitas análises de tendências e de cenários futuros em relação ao trabalho e ao

emprego que, segundo a UNESCO (1998), apontam, entre outras: aceleração da

modificação do perfil do emprego e das competências exigidas em praticamente todas as

profissões; demanda crescente de conhecimentos gerais em informática e competências

de ponta nas novas tecnologias da informação e da comunicação; multiplicação dos

papéis profissionais que exigem alto nível de conhecimento nas mais diferentes áreas.

Com relação à atuação de psicólogo, Bastos e Achcar (1994) analisaram as

informações obtidas na pesquisa intitulada “Psicólogo brasileiro: práticas emergentes e

desafios para a formação”, publicada pelo Conselho Federal de Psicologia em 1994, e já

observavam naquela época que o modelo hegemônico que caracterizou a atuação do

psicólogo no Brasil estava sofrendo mudanças, evidenciando tendências que podem

redefinir especialmente a amplitude dos serviços prestados à sociedade (BASTOS &

ACHCAR, 1994), o que de fato tem ocorrido.

A partir disso, Kubo e Botomé (2001) mencionam a necessidade de garantir, através

da formação, o fortalecimento dessas tendências, e que atuações profissionais

qualitativamente melhores deixem de ser experiências e transformem-se efetivamente em

contribuição para a Psicologia.

Botomé (1988) salienta que sem o esclarecimento das diferenças entre as

concepções da Psicologia como área de conhecimento, campo de atuação profissional e

mercado de trabalho no planejamento da formação do psicólogo e no exame do exercício

profissional, corre-se o risco de não superar muitos dos problemas observados na

atividade profissional, formando psicólogos cuja atuação pode ficar restrita àquilo que o

mercado oferece ou solicita, e menos capacitado a buscar novas possibilidades de

atuação. O autor supracitado refere-se a mercado profissional como sendo as ofertas de

emprego existentes ou “esperáveis”; campo de atuação profissional, por sua vez, é

definido por Botomé (1988) pelas possibilidades de atuação profissional, importando as

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possibilidades e necessidades de atuação, e não apenas as ofertas de emprego. Como

área de conhecimento, a Psicologia é definida por ter como objetivo o conhecimento de

um determinado assunto, fenômeno ou problema do ponto vista psicológico (Botomé,

1988).

É necessário que o profissional seja capaz de deter o conhecimento adquirido e

retirar dele informações capazes de auxiliá-lo em sua atuação, sendo assim, formar um

psicólogo requer considerar “as necessidades da população, as possibilidades de atuação

do campo e o conhecimento disponível” (KUBO & BOTOMÉ, 2001, p. 3).

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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.1 Participantes da pesquisa

Considerando a natureza quantitativa e qualitativa da pesquisa, os critérios de

definição da amostra pautaram-se: a) no público que detivesse o perfil para responder

aos objetivos da pesquisa; b) em um número de pessoas considerado suficiente, de forma

a permitir a reincidência de informações e a expressão das experiências que se pretendia

investigar neste estudo (MINAYO, 2004).

Participaram da pesquisa 21 dos 171 egressos do Curso de Psicologia da

UNIVALI/Campus de Itajaí, entre os períodos de 2007/I a 2008/II, atendendo aos

seguintes critérios:

• ter realizado toda a sua formação na UNIVALI/Campus de Itajaí;

• estar atuando como psicólogo há pelo menos três meses.

3.2 Instrumento

O instrumento foi adaptado do Relatório Final de Estágio Supervisionado em

Psicologia Organizacional e do Trabalho de Camacho (2007), o qual teve como base o

instrumento utilizado por Antunes (2004) e Schaadt (2003), tendo sido adicionadas

algumas questões e realizadas as modificações necessárias. Trata-se de um questionário

semi-estruturado composto por questões que abrangem informações sobre a formação

recebida na graduação, informações sobre formação específica/pós-graduação, inserção

e atuação profissional, bem como satisfação profissional dos egressos. Os motivos para

manter o instrumento realizado nos estudos anteriores foram: 1) pela viabilidade de

comparações posteriores entre diferentes períodos avaliativos; 2) porque atendeu aos

objetivos deste estudo com apenas algumas adequações, relacionadas à formação

específica e atividade profissional dos egressos.

3.3 Procedimentos para a coleta dos dados

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Os dados foram coletados através de correio eletrônico, sendo estes obtidos por

meio de uma lista oferecida pela Coordenação do Curso de Psicologia, onde constam os

nomes dos acadêmicos, endereço, e-mail e telefones para contato, separados por

semestre e ano de formação.

Inicialmente foi enviada uma carta-convite através de e-mail a todos os 171

egressos do Curso de Psicologia da UNIVALI, compreendendo o período de 2007/I a

2008/II, com informações sobre a natureza da pesquisa, bem como de seus objetivos.

Através deste procedimento foi averiguado o interesse pela participação na pesquisa e os

dados preliminares que envolviam os critérios para participação no estudo.

De posse da resposta dos egressos interessados, foi enviado àqueles que

preenchiam os critérios de participação, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Apêndice A) acompanhado do questionário semi-estruturado (Apêndice B) e informações

quanto ao prazo para devolução do instrumento preenchido. Evidenciaram-se problemas

no endereçamento eletrônico, pois 17 mensagens retornaram com informações de que os

endereços eram inexistentes ou inativos. Considerando este fato e o baixo número de

respondentes na primeira semana, foram enviados e-mails periódicos com o intuito de

incentivar a participação dos egressos. Optou-se também pelo uso do contato telefônico

através de uma lista de telefones atualizada por ocasião dos estágios, adquirido na

Coordenação do Curso.

Ao todo, 33 egressos responderam que tinham interesse em participar da

pesquisa, no entanto 12 destes não preencheram os critérios, nove foi por motivo de não

terem atuado há pelo menos três meses como psicólogos e três por não terem realizado

toda a graduação na UNIVALI/Campus Itajaí.

3.4 Procedimentos para análise dos dados

As informações foram tabuladas eletronicamente através do programa Excel, com

distribuição através de freqüência simples e porcentagem com base no número de

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respostas obtidas. Em seguida, os dados foram demonstrados através de gráficos e/ou

quadros, permitindo uma melhor visualização e compreensão dos resultados.

As respostas acompanhadas de justificativas foram sistematizadas e organizadas

em categorias temáticas e analisados através da técnica de análise de conteúdo.

Conforme Franco (2005), a análise de conteúdo utiliza procedimentos sistemáticos e

objetivos para descrever o conteúdo das mensagens, o que permite a compreensão,

avaliação e comparação textual dos resultados. Tal método vem sendo utilizado cada vez

mais, a fim de produzir deduções tanto dos dados verbais e/ou dos simbólicos, que por

conseqüência são obtidos através de perguntas de interesse do pesquisador. Em

seguida, foram analisados à luz de pressupostos teóricos conforme os resultados sobre a

formação e inserção profissional dos egressos.

3.5 Procedimentos éticos

Como a pesquisa envolve seres humanos, foram tomadas algumas providências

quanto aos aspectos éticos, orientadas pela Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional

de Saúde e Resolução nº 016/2000 do Conselho Federal de Psicologia (2002).

Inicialmente foi solicitada autorização para a realização da pesquisa junto à Direção e

Coordenação do Curso de Psicologia. Após a aprovação pela Comissão de Ética em

Pesquisa da UNIVALI, sob o número 222/09, foi encaminhado aos participantes o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido que incluiu informações relacionadas à natureza da

pesquisa e dos pesquisadores e aspectos éticos, contemplando os seguintes itens:

respeito em relação à recusa em participar do estudo; garantia de anonimato das

informações; garantia de não ocorrência de danos ou prejuízos pela participação na

pesquisa; esclarecimento sobre os procedimentos e métodos utilizados; acesso livre às

informações coletadas e aos resultados obtidos assim que a pesquisa for concluída.

Esclareceu-se ainda que os resultados dessa pesquisa poderão ser publicados em

revistas especializadas.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Considerando a formação e a inserção profissional como fenômenos

multidimensionais, constituídos por especificidades em cada uma de suas modalidades,

este estudo concentrou-se na satisfação dos egressos em relação à formação recebida;

aspectos que facilitaram e/ou dificultaram a inserção profissional; contextos e âmbitos de

atuação profissional e satisfação em relação à profissão.

Para atender à diversidade dos objetivos propostos, a análise dos resultados

incluiu procedimentos de natureza quantitativa e qualitativa, cuja apresentação será

realizada por meio de gráficos e quadros. As informações de cunho quantitativo foram

organizadas considerando a dimensão como um todo, ou seja, agrupando-se as questões

envolvidas de forma a permitir uma visão global da dimensão. Já as informações de

cunho qualitativo, as quais se referem às justificativas sobre a resposta fornecida em cada

questão, foram demonstradas em forma de categorias, conforme os conteúdos emergidos

no discurso dos participantes da pesquisa e distribuídas em quadros.

Antes da apresentação das dimensões e categorias contempladas, serão

apresentados os dados que permitem delinear um perfil dos egressos participantes,

englobando sexo, idade, mês/ano de ingresso no Curso e mês/ano de conclusão.

4.1 Caracterização da amostra

Os resultados apontaram uma predominância de egressos do sexo feminino, pois

dentre os 21 participantes da pesquisa, 18 são mulheres, conforme explicitado no gráfico

1. Esta constatação também ocorre nas pesquisas de Peixer (2004) e Camacho (2007)

realizadas anteriormente no Curso de Psicologia da UNIVALI/Itajaí.

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33

18

3

Feminino

Masculino

Gráfico 1. Distribuição da freqüência de respostas referentes ao sexo dos participantes da pesquisa.

Estes dados confirmam que a Psicologia é uma profissão predominantemente

feminina, pois desde a pesquisa pioneira realizada poucos anos após a regulamentação

da profissão, já se percebia a predominância das mulheres: 82,9% dos então 170

psicólogos eram do sexo feminino (MELLO, 1975). Na pesquisa realizada pelo Conselho

Federal de Psicologia, o total de psicólogas abrangeu 86,6% dos profissionais (CFP,

1988).

Com relação à idade dos egressos participantes estes são eminentemente jovens:

a maioria, 16 dos 21 participantes, situa-se na faixa etária de 23 a 28 anos. Apenas três

participantes possuem entre 29 e 34 anos e dois têm entre 35 e 40 anos. Tais dados

evidenciam que o perfil dos egressos do Curso de Psicologia da UNIVALI referente ao

período investigado é predominantemente feminino e jovem.

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34

16

32

23 - 28 anos

29 - 34 anos

35 - 40 anos

Gráfico 2. Distribuição da freqüência de respostas referentes à idade dos participantes da pesquisa.

Conforme dados demonstrados no Gráfico 3, dentre os egressos participantes

desta pesquisa, dois deles ingressaram no Curso de Psicologia entre o 1º semestre de

1996 e o 2º semestre de 2000, quatro tiveram o ingresso entre o 1º semestre de 2001 e o

2º semestre de 2002. A maioria dos participantes (14) ingressou no Curso entre o 1º

semestre de 2003 e o 1º semestre de 2004 e um participante não informou o mês e ano

de ingresso.

2

4

14

1

1° sem. 1998 - 2° sem. 2000

1° sem. 2001 - 2° sem. 2002

1° sem. 2003 - 1° sem. 2004

Não informado

Gráfico 3. Distribuição da freqüência das respostas referentes ao semestre e ano de ingresso dos participantes no Curso de Psicologia da UNIVALI/Campus Itajaí.

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Com relação ao mês e ano de formação dos participantes da pesquisa, constatou-

se que 15 destes se formaram no Curso de Psicologia entre o 1º e 2º semestre de 2008;

sendo que o restante (6) formou-se entre o 1º e 2º semestre de 2007, conforme

demonstrado no Gráfico 4.

6

15

1° sem. 2007 - 2° sem. 2007

1° sem. 2008 - 2° sem. 2008

Gráfico 4. Distribuição da freqüência das respostas dos egressos participantes referentes ao semestre e ano de formação no Curso de Psicologia da UNIVALI/Campus Itajaí.

Dentre os 21 participantes da pesquisa, três não estavam atuando no momento,

tendo, porém, atuado anteriormente há pelo menos três meses, conforme indicava um

dos requisitos para participação na pesquisa. Sete participantes estão atuando entre três

e oito meses, oito deles atuam entre nove e dezesseis meses e, por fim, três participantes

atuam entre 17 e 22 meses.

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36

3

7

8

3

Não atua no momento

3 - 8 meses

9 - 16 meses

17 - 22 meses

Gráfico 5. Distribuição da freqüência das respostas dos egressos participantes referentes ao tempo de atuação profissional. 4.2 Formação recebida na graduação

Através da graduação o futuro profissional desenvolve subsídios para a sua

inserção no mercado de trabalho, podendo esta, de acordo com Peixer (2004, p.15),

“ampliar ou reduzir suas perspectivas”.

Matos (2000), ao fazer menção à formação em Psicologia, salienta que a teoria e a

prática são elementos indissociáveis e importantes na formação do psicólogo. A formação

deve assegurar uma formação científica sólida, superando a dissociação entre ciência e

prática, uma vez que esta formação científica sólida é requisito para a prática profissional

crítica, tanto em relação à avaliação do próprio trabalho, como no que se refere à

produção de conhecimentos a partir dessa prática. Consoante a isto, Botomé (2006)

defende a importância de não se reduzir a formação do psicólogo apenas ao que o

mercado solicita, não desconsiderando que as ofertas de trabalho existentes são o que

mais imediatamente criam oportunidade de atuação para os egressos. Assim sendo, a

graduação prepara não somente para o mercado de trabalho, mas também para a

atuação profissional que venha a atender as necessidades sociais.

Diante do exposto, os participantes dessa pesquisa foram questionados sobre

alguns aspectos de sua formação acadêmica, cujos resultados quantitativos são

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apontados no quadro 1. As justificativas dos respondentes que consideram que o Curso

contribuiu parcialmente para a sua formação foram classificadas em categorias, conforme

os quadros 2 a 6. Em seguida, são apresentadas as justificativas para as opções “pouco”

ou “não atendeu/proporcionou”, de acordo com o relato dos participantes.

O CURSO DE GRADUAÇÃO... Plenamente Parcialmente Pouco Não atendeu/

proporcionou Atendeu às suas expectativas de formação profissional?

5

14 2

0

Proporcionou segurança para o exercício adequado da profissão?

5

11

5

0

Proporcionou formação técnico-científica adequada para exercer a profissão?

11

8

2

0

Houve um equilíbrio entre as disciplinas de formação geral e as de formação específica?

11

9

0

1

As atividades práticas contribuíram para a compreensão dos conteúdos teóricos?

10

10

1

0

TOTAL

42 (40%)

52 (49,5%)

10 (9,5%)

1 (0,95%)

Quadro 1. Distribuição da freqüência e percentual das respostas relacionadas à formação recebida durante a graduação.

O curso atendeu parcialmente às expectativas de formação profissional porque ...

Faltou articulação da teoria e prática 6 P11 - [...] desde o início do curso [...] deveria existir observações de atendimentos, mais trabalhos práticos, e incentivos ou oportunidades de trabalhos extracurriculares; P20 - [...] senti falta de mais prática ao longo do curso. Penso que o contato com a prática profissional deveria iniciar-se mais precocemente.

Faltou aprofundamento do conhecimento 3 P3 - O objetivo do curso é dar um apanhado geral e tentar preparar para os percalços da profissão. [...] sempre quis atuar como psicólogo clínico e mesmo tendo bastante preparo para esta área, acredito que poderia ser mais aprofundado, apresentando as conexões entre a teoria e a prática. Fato este apenas evidenciado nos estágios. P19 - De modo generalista sim, apresentando uma amostra teórica e prática de algumas áreas, contudo no que tange a uma formação profissional, já na academia sentia necessidade de aprimoramento teórico [...] disponibilizados pelo curso.

Faltou incentivo à pesquisa e produção de conhecimentos 2 P10 - Pouco incentivo à pesquisa; e pouco incentivo a elaboração de artigo [...] Além disso, a disciplina de estatística foi ministrada de maneira que não relacionasse com os estudos de psicologia. [...] Também não aprendemos a utilizar programas de estatística, como SPSS, (e outros). Hoje sinto muita falta deste quesito, e vejo como uma grande falha do curso;

P15 - [...] Outra necessidade que senti está relacionada ao incentivo à pesquisa, que não esteja vinculado apenas à monografia, mas em uma perspectiva de continuidade da formação.

Reconhecimento da necessidade de formação continuada 2 P4 - Apenas a graduação é muito pouco para atender de forma plena um campo tão complexo [...] Sinto [...] uma necessidade constante de busca de conhecimento e aprimoramento além do curso;

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P16 - Dentro das teorias psicológicas existem muitas coisas que seriam impossíveis de serem passadas totalmente em apenas cinco anos.

Faltou maior abrangência/diversidade do conhecimento 2 P2 - tive que correr muito atrás de cursos que pudessem me dar mais conhecimentos sobre testes e afins na área organizacional principalmente. Não tive conhecimento algum, por exemplo, sobre Síndrome de Down . P19 - sentia necessidade de [...] diversidade de estágios, disponibilizados pelo curso.

Necessidade de envolvimento maior do curso com o mercado de trabalho 1 P15 - [...] no último semestre percebi que além das matérias e da qualidade do ensino seria preciso um envolvimento maior do curso com o mercado de trabalho, não somente vagas ou as oportunidades de estágio, mas a atuação no mercado de trabalho, salário entre outros.

Quadro 2. Distribuição em categorias das respostas dos egressos que consideram que o Curso atendeu parcialmente às expectativas de formação profissional.

Dos 14 dos psicólogos que justificaram o motivo pelo qual o Curso atendeu

parcialmente às suas expectativas, seis relacionaram a categoria “Faltou articulação da

teoria e prática”, demandando do Curso uma atenção no planejamento das suas ações no

que se refere a este aspecto. A partir da reestruturação da matriz curricular já realizada

atendendo às novas diretrizes Curriculares para os Cursos de Psicologia no Brasil, este

aspecto vem sendo revisado, sendo que atualmente a Matriz 08 do Curso de Psicologia

da UNIVALI estabelece estágios a partir do 5º período, superando o que ocorria nas

matrizes anteriores. Três participantes ainda mencionaram que “Faltou aprofundamento

do conhecimento”.

Dois participantes mencionaram a categoria “Faltou incentivo à pesquisa, à

produção de conhecimentos”, sendo que um deles indica que este incentivo não deveria

estar vinculado apenas à monografia, mas a uma perspectiva de continuidade da

formação. Conforme defende Mattos (2000, p.13), o psicólogo deve ter uma formação

ampla em pesquisa, que lhe forneça “conhecimentos de metodologia científica e

instrumentalização para análise, tratamento e interpretação de dados”. Pois segundo a

autora ainda, é através da pesquisa e da produção do conhecimento que o psicólogo

adquire “flexibilidade, a criatividade e a eficácia requeridas tanto pela própria natureza dos

saberes psicológicos, como pelas características do mercado de trabalho” (MATTOS,

2000, p.13).

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Para outros dois participantes, o atendimento parcial às expectativas está

relacionado à categoria “Reconhecimento da necessidade de formação continuada”,

demonstrando estar conscientes da necessidade de investir na formação após a

graduação fornecida pela universidade.

Dois participantes ainda evidenciam a categoria “Faltou maior

abrangência/diversidade do conhecimento” e outro explicita “Necessidade de

envolvimento maior do curso com o mercado de trabalho”. Acredita-se que tal

consideração não significa que o Curso deve restringir-se ao que o mercado de trabalho

demanda, mas desenvolver durante a formação competências e habilidades que

possibilitem ao profissional fazer uma leitura da realidade e das necessidades sociais e

intervir sobre elas, ampliando o seu foco de atuação.

Os dois participantes que consideram que o Curso pouco atendeu às suas

expectativas de formação profissional justificam:

P9 – [...] pois o mercado de trabalho exige muito mais do que aprendemos no curso acadêmico, não falo do conhecimento teórico-prático, que acredito ter sido muito bom, mas naquilo que é chamado de inteligência emocional (relacionamento interpessoal, empatia etc). P13 - Faltou aprofundamento nas disciplinas e contato maior com a realidade

desde o início do curso.

Tais considerações confirmam que há necessidade de desenvolvimento de

competências e habilidades ao longo de todo o Curso, bem como articulação entre teoria

e prática, conforme pontuado anteriormente.

Segundo Botomé (1988), o desenvolvimento de um campo de atuação profissional

necessita da contribuição do conhecimento produzido por diferentes áreas do saber e não

só do conhecimento de uma área, no caso, da Psicologia. A aprendizagem, para ser

capaz de integrar dados de diferentes naturezas e conhecimentos de diferentes áreas,

precisa ser alvo das instâncias responsáveis pela formação de um profissional psicólogo.

Em outras palavras, formar um profissional capaz de não só “dominar o conhecimento

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psicológico”, mas de “retirar do conhecimento existente informações que permitam derivar

alternativas de atuação profissional”, precisa se constituir como um dos principais

objetivos na formação do profissional. A formação do psicólogo requer, para seu

planejamento, que sejam consideradas as necessidades da população, as possibilidades

de atuação do campo e o conhecimento disponível (BOTOMÉ, 1988, p. 279).

Dos 21 egressos participantes da pesquisa, cinco consideram que o Curso de

Psicologia ofereceu plena segurança para o exercício profissional. Um deles menciona

que “isso também depende de cada aluno, sua dedicação e empenho com estudos”.

Porém, 11 participantes indicaram que o Curso ofereceu segurança parcial e cinco

pontuaram que o Curso oferece pouca segurança para o exercício adequado da

profissão.

O Quadro 3 apresenta as respostas dos egressos participantes que justificaram o

motivo pelo qual o curso proporcionou segurança parcial para o exercício adequado da

profissão, as quais foram organizadas em 5 categorias temáticas:

O curso proporcionou segurança parcial para o exercício adequado da profissão porque...

A segurança vem com a prática profissional, experiência e formação continuada 4 P1 - [...] Somente a formação não oferece respaldo suficiente para o exercício da profissão. A segurança somente aparece com experiência e constante busca de conhecimento; P5 - O curso proporciona o conhecimento da técnica e da teoria, mas a segurança vem mesmo com a prática e a experiência; P7 - [...] A sensação que fica por enquanto é que em qualquer área que eu atue é necessário uma especialização.

Sentiu/percebeu insegurança em áreas específicas 4 P2 - Porque não me sentia segura na hora de atender alguém, na hora de estar frente a frente de alguém que precisava de mim [...] acho que falta mais incentivo aos alunos, e mostrar a eles o que está certo ou errado, o que estão fazendo e não simplesmente uma supervisão onde são relatados os atendimentos e deu; P11 - Somente na área da Psicologia Organizacional eu não me sentia preparada, e para tanto, iniciei a pós-graduação nesta área. Mas graças à minha orientadora competentíssima [...], me considerava preparada para atuar em clínicas, e também muito preparada para atuar em escolas; P14 - Não, principalmente porque meu primeiro emprego foi no Programa Sentinela, o qual atende crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual além de outros tipos de violência, e esta demanda na época não era discutida na graduação, como também a parte de SUS, saúde pública, mais a prática da área social eram conteúdos de disciplinas optativas; P20 - Em alguns campos sim [...] em algumas áreas ficou um espaço em aberto [...].

...é difícil profissional recém formado com segurança 2 P3 - Profissional recém formado com segurança para o exercício profissional fica bastante complicado.

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[...] Prefiro acreditar que a segurança que sentem é de saber onde procurar o suporte que irá sustentar suas práxis [...]; P18 - Acredito que saímos da academia com um pouco de insegurança, tanto na área a escolher para trabalhar ou quando ao começar a trabalhar. Por isso penso que seja essencial nos primeiros meses possuir orientações com um profissional há mais tempo na área.

Maior tempo às atividades práticas no Curso 2 P17 - Deveríamos ter uma maior porcentagem de tempo em atividades práticas, que reflitam o mercado de trabalho como um todo e suas oportunidades; P20 - Percebi que em algumas áreas ficou um espaço em aberto que poderia ser perfeitamente preenchido pelo contato com a prática.

Faltou aprofundamento teórico 1 P19 - Acredito que deixou a desejar principalmente no que se refere ao aprimoramento teórico, ao foco teórico.

Quadro 3. Distribuição em categorias das respostas dos egressos que consideram que o Curso proporcionou segurança parcial ao exercício adequado da profissão.

Salienta-se que dois dos participantes forneceram dois motivos que justificaram

que o curso proporcionou segurança parcial para o exercício adequado da profissão.

O Quadro 4 apresenta as respostas dos cinco egressos que responderam que o

Curso ofereceu pouca segurança para o exercício adequado da profissão.

O curso ofereceu pouca segurança para o exercício adequado da profissão porque...

Pouca atividade prática e diversidade das práticas 3 P8 - Após formação, falta apoio da Universidade à inserção profissional de um recém-formado, estamos preparados na teoria, mas na prática falta muito preparo; P16 - Nas diversas áreas de trabalho em que se insere um psicólogo, o curso deixou um pouco a desejar, pois não havia ainda muita prática e diversidade dessas práticas [...].

Falta desenvolvimento de habilidades emocionais exigidas pelo mercado de trabalho 1 P9 - [...] o mercado de trabalho exige muito mais do que aprendemos no curso. Essa segurança não está relacionada ao conhecimento teórico-prático, mas sim de estruturas psicológicas bem desenvolvidas conhecidas como inteligência emocional, essa sim é fundamental para sermos grandes profissionais e seres humanos melhores, que acredito estar faltando desenvolver no meio acadêmico.

Necessidade de especialização 1 P21 - Sem uma especialização não vejo segurança para exercer a profissão.

Quadro 4. Distribuição das respostas dos egressos que consideram que o Curso proporcionou pouca segurança ao exercício adequado da profissão.

Dentre as questões mais salientadas, prevalece a categoria relacionada à prática

profissional, tanto no que se refere à quantidade, como à diversidade dessas práticas, ou

seja, quando havia práticas estas não abrangiam todas as possibilidades de atuação do

psicólogo. Mattos (2000) defende que uma articulação entre teoria e prática, bem como

entre as práticas psicológicas e suas dimensões sociais faz com que o psicólogo esteja

preparado para o uso assertivo do conhecimento psicológico. Fato este não concretizado,

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conforme a autora supracitada, com a ausência de experiências concretas do exercício

profissional.

Observa-se ainda que um dos participantes enfatiza a falta de apoio da

Universidade à inserção profissional do recém-formado. As outras duas categorias com

apenas uma resposta referem-se à falta de desenvolvimento de habilidades denominada

pelo participante de “inteligência emocional”, o que para ele vai além do conhecimento

teórico-prático. Outro participante reconhece que sem especialização não há como ter

segurança para exercer a profissão. Ressalta-se novamente a necessidade de atenção

do Curso no que se refere às competências e habilidades para atuação no mercado de

trabalho.

Em relação à formação técnico-científica, dos 21 egressos participantes, 11

consideram que o Curso atingiu plenamente este objetivo e não justificaram suas

respostas. Oito relatam que o Curso proporcionou uma formação técnico-científica parcial,

conforme demonstrado no Quadro 5.

O curso proporcionou formação técnico-científica parcialmente adequada para exercer a profissão porque...

Há necessidade de buscar especialização/atualização 3 P1 - [...] só a graduação não é o suficiente. Foi necessário procurar um curso de especialização para aprofundar e complementar os conhecimentos obtidos na graduação; P2 - [...] na hora de mostrar o que eu sabia me senti insegura e tive que buscar mais cursos onde me ensinavam mais;

Formação superficial 2 P21 - Ficou um pouco superficial; P2 - [...] na faculdade era um tanto quando superficial muitas coisas.

Faltou cumprimento da grade curricular ou organização na oferta das disciplinas 1 P16 - Haviam matérias na grade curricular que nunca foram dadas, ou batiam horários com outras matérias que fazia num semestre e nos outros semestres não haviam mais.

Pouco incentivo a estágios não-obrigatórios 1 P18 - Deveria haver mais incentivos a estágios não-obrigatórios antes da formação por parte do curso e da universidade [...] O estágio obrigatório é de suma importância, mas considero pouco tempo, diante de tantos relatórios e final do curso, acredito que esta área deveria ser melhor aproveitada.

Há segmentos da Psicologia pouco explorados na faculdade 1 P17 - Existem muitos segmentos da psicologia pouco explorados na faculdade.

Pouca relação entre a teoria e a prática 1 P7 - Acredito que poderiam ter sido exploradas durante o curso questões mais objetivas, relacionando melhor a teoria com a prática, porém só agora consigo perceber isto. [...] As resoluções do CFP nunca (talvez uma única vez) me foram apresentadas durante o curso, são ferramentas essenciais para a nossa atuação. Enfim, o curso talvez tenha negligenciado algumas questões práticas.

Quadro 5. Distribuição em categorias das respostas dos egressos que consideram que o Curso proporcionou parcialmente a formação técnico-científica para o exercício da profissão.

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Ressalta-se que um dos egressos ofereceu dois motivos que justificaram a sua

resposta como parcial.

Entre os egressos que consideram a formação técnico-científica como

parcialmente adequada, três justificam a necessidade de buscar

especialização/atualização, evidenciando a necessidade de formação continuada para

complementar o conhecimento fornecido pela graduação. Dois participantes relacionaram

a formação técnica/científica parcialmente proporcionada em virtude de ter havido uma

formação superficial, demandando maior atenção no que se refere aos temas abordados

na formação.

Para um participante faltou cumprimento da grade curricular ou organização na

oferta das disciplinas, exigindo do Curso maior atenção no que se refere aos itens

citados, não acarretando em prejuízos à formação. Outro participante ainda enfatiza que

deveria haver mais incentivo a estágios não-obrigatórios.

As outras duas categorias, com apenas uma resposta, referem-se a áreas da

Psicologia pouco explorados na faculdade e a necessidade de maior articulação entre a

teoria e a prática. Ambas demandam atenção, por parte do Curso, a fim de que não haja

defasagem na formação profissional, pois conforme pontua Mattos (2000), uma formação

científica sólida é vista como requisito para a prática profissional crítica, sendo, teoria e

prática dois elementos indissociáveis e importantes na formação do psicólogo.

Apenas dois dos 21 participantes relatam que a formação técnico-científica foi

pouco adequada para o exercício profissional, justificando que “faltou aprofundamento” e

“necessitaria de mais investimento no que se refere à formação teórica dos alunos”.

Estes dados quando comparados ao estudo realizado por Camacho (2007) com os

egressos do Curso de Psicologia da UNIVALI/Itajaí demonstram que houve um aumento

de satisfação em relação à formação técnico-científica daquele período até o momento.

Dos 25 egressos participantes que fizeram parte daquele estudo, 17 consideram que a

formação técnica/científica foi parcialmente proporcionada, enquanto para seis

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respondentes a mesma foi plenamente proporcionada. Evidencia-se assim, maior

satisfação por parte dos egressos com relação à formação técnico-científica

proporcionada pela Matriz IV e V, a qual norteou a formação dos egressos aqui

investigados, onde como já demonstrado anteriormente, 11 consideram que a formação

técnico-científica foi plena e para nove esta foi parcial.

Ao analisar o equilíbrio entre as disciplinas de formação geral e as de formação

específica, evidenciou-se que para 11 participantes houve pleno equilíbrio entre as

disciplinas. Para nove deles, porém, tal equilíbrio aconteceu de forma parcial conforme

demonstrado no Quadro 6; e apenas um participante indicou que não houve equilíbrio

entre as disciplinas.

Houve equilíbrio parcial entre as disciplinas de formação geral e as de formação específica no Curso porque...

Pouca abrangência das possibilidades de atuação do psicólogo na formação específica

3

P12 - [...] gostaria de ter cursado mais disciplinas específicas, como uma forma de conhecer diferentes tipos de atuação do profissional psicólogo [...] P4 - Faltaram algumas opções. Deixamos o curso sem saber muitos conteúdos mais específicos de determinadas abordagens; P8 - No curso é abordado mais a parte clínica, deixando faltar um pouco nas outras áreas.

Pouco aprofundamento na formação específica 2 P5 - Senti necessidade de um trabalho mais detalhado nas disciplinas específicas [...]; P13 - [...] a maior parte das disciplinas foram abordadas de modo geral.

Faltou inter-relação entre as disciplinas 1 P7 - Se houve não ficou claro, não estavam tão amarradas, não se inter-relacionavam tanto quando podiam.

Prioridade do próprio aluno por disciplinas de formação geral 1 P3 - Acredito que houve um certo equilíbrio sim. Embora acredite que tenha priorizado mais as disciplinas de formação geral. [...] teve disciplinas que não dei o devido valor e agora estou tendo que correr atrás.

Falta de preparo de alguns professores com disciplinas que não eram de sua área 1 P16 - [...] falta de preparo de alguns professores com suas disciplinas que não eram bem de sua área.

Algumas disciplinas não atendem o objetivo 1 P19 - Na maioria elas se equilibram, somente em algumas se mostraram escusas para com o curso.

Quadro 6. Distribuição em categorias das respostas dos egressos que consideram que houve equilíbrio parcial entre as disciplinas de formação geral e as de formação específica.

Dentre os participantes que indicaram que houve equilíbrio parcial entre as

disciplinas de formação geral e específica, três destes evidenciaram a “Pouca

abrangência das possibilidades de atuação do psicólogo na formação específica”.

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As outras quatro categorias com apenas uma resposta referem-se à falta de inter-

relação entre as disciplinas; ao fato de algumas disciplinas não atenderem o objetivo; a

falta de preparo de alguns professores com disciplinas que não eram de sua área e a

prioridade por parte do próprio aluno por disciplinas de formação geral.

Para o egresso participante que considera que o Curso não proporcionou equilíbrio

entre as disciplinas de formação geral e as de formação específica, este justifica:

P10 - Não houve equilíbrio. Observo bastante uma formação geral, o que sim auxilia na segurança para exercício profissional, pois possibilita uma visão ampla dos conhecimentos de Psicologia, estimulando a tomada de decisão durante escolhas específicas na profissão. Isso porque considero que a formação específica deve partir de cada aluno, ou seja, cada pessoa direciona-se aos seus interesses na busca de um curso de aprimoramento, especialização. A graduação em cinco anos não vai “dar tudo na mão”. Enfim, mas se for relevar que na graduação deveria ter formação específica, vejo como nenhum equilíbrio. Bom, ao menos em minha área, neuropsicologia, não obtive nenhuma disciplina, exceto na Semana da Psicologia, com um mini curso [...].

De acordo com Tosi e Botomé (1992), o exercício profissional de novas práticas

requer novos procedimentos e novas aprendizagens do psicólogo, a fim de formar

profissionais capazes de articular ciência e exercício profissional de forma completa. Para

tanto, faz-se necessário articular a geração de conhecimento, o processo de formação e o

exercício do trabalho profissional para construir o desenvolvimento do campo de atuação

da Psicologia. Revelando a importância da formação no processo de desenvolvimento da

prática profissional, evidencia-se a necessidade de preparo científico, onde a postura

crítica é fator primordial para a geração de conhecimento e para o surgimento de novas

perspectivas de atuação.

As pontuações de Tosi e Botomé (1992) podem ser relacionadas ainda com a

categoria “Pouco aprofundamento na formação específica”, apontadas por outros dois

participantes, evidenciando assim a necessidade de atenção, por parte do Curso de

Psicologia com relação às disciplinas de formação específica. Tais considerações têm

sido uma das preocupações do Curso, o que culminou em reestruturações da Matriz

Curricular, passando por mudanças significativas a partir da Resolução n° 8, de 7 de maio

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46

de 2004, a qual instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação

em Psicologia. A partir de então, os Cursos de Psicologia passaram a ter, em seus

currículos, núcleos comuns de habilidades e competências a serem desenvolvidas, eixos

estruturantes acerca destas e competências requeridas dos formandos em Psicologia,

buscando um alinhamento aos requisitos necessários a uma formação profissional

qualificada e que atenda às necessidades sociais.

As diretrizes orientam mudanças no foco de ensino de “conteúdos” para

comportamentos que precisam ser aprendidos pelos profissionais em formação, para

assim constituir um repertório que torne eficaz sua atuação, indicando uma nova forma de

ensinar e organizar o ensino (BOTOMÉ, 2006).

Quando questionados se as atividades práticas contribuíram para a compreensão

dos conteúdos teóricos, 10 dos 21 egressos consideram que esta contribuição foi

plenamente satisfatória, sendo justificado por um que salienta que “Foi ótima a disposição

obrigatória do TCC e de 4 estágios também obrigatórios [...]”, uma vez que “[...] pouca

atividade de estágio pode gerar prejuízos posteriores no exercício da profissão”

Apenas um dos participantes refere que as atividades práticas pouco contribuíram

para a compreensão dos conteúdos teóricos, o qual se referiu à “necessidade de mais

atividades práticas para a uma melhor compreensão dos conteúdos teóricos”; sendo que

os outros 10 consideram que esta contribuição foi parcial, conforme demonstrado no

Quadro 7.

As atividades práticas contribuíram parcialmente para a compreensão dos conteúdos teóricos porque...

Em algumas atividades teóricas faltou relação com a prática 5 P4 - Com referência aos estágios, sim. Contudo com referência a algumas atividades teóricas como, por exemplo, psicofarmacologia, senti falta de experiências, trocas e grupos de estudo mais práticos em relação aos fármacos e patologias. Quem atua na área clinica atualmente, percebe a necessidade da prática na troca multiprofissional dos casos atendidos;

Em algumas atividades práticas faltou relação com a teoria 1 P21 - Em algumas atividades práticas, como no estágio de clínica faltou mais discussão entre teoria e prática.

As atividades práticas deveriam ocorrer desde os primeiros semestres 1 P9 - Acredito que o tempo das atividades práticas poderia ser maior dando inicio durante os primeiros semestres do curso para proporcionar uma compreensão maior do que a Psicologia tende a oferecer

Orientadores de estágio mal selecionados e preparados para exercer a função 1 P18 - [...] Infelizmente existem alguns professores que deveriam ter uma reciclagem ou um curso

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especifico de qual é o papel do supervisor, percebi esta dificuldade com colegas que eram mal orientados [...] A forma de seleção para os orientadores de estágios obrigatórios, não considero adequada para este porte do curso e nem de Universidade.

Os conteúdos teóricos exigem tempo para apropriação 1 P3 - Acredito que existe um tempo para se apropriar da teoria [...] Em vários casos me apropriei no estágio.

Quadro 7. Distribuição em categorias das respostas dos egressos que consideram que as atividades práticas contribuíram parcialmente para a compreensão dos conteúdos teóricos.

Cinco participantes relacionam a categoria “Em algumas atividades teóricas faltou

relação com a prática”, sendo que outro relaciona que “Em algumas atividades práticas

faltou relação com a teoria”, demandando do Curso uma atenção no planejamento das

suas ações no que se refere ao subsídio de maior articulação entre teoria e prática. Um

participante faz menção à categoria “As atividades práticas deveriam ocorrer desde os

primeiros semestres”, aspecto este já revisado a partir da reestruturação da matriz

curricular, sendo que atualmente a Matriz 08 do Curso de Psicologia da UNIVALI

estabelece estágios a partir do 5º período.

Um participante relaciona a parcial contribuição das atividades práticas para a

compreensão dos conteúdos teóricos com “Orientadores de estágio mal selecionados e

preparados para exercer a função”

E outro menciona que os conteúdos teóricos exigem tempo para apropriação, e

que muitas vezes esta apropriação ocorre somente no estágio, evidenciando a

importância deste para a melhor assimilação dos conteúdos teóricos. De acordo com

Laske e Probest (2003), além de ser um momento de contextualização dos

conhecimentos, os estágios oportunizam a capacidade de reflexão e ação dentro da

realidade profissional.

4.3 Estágio curricular obrigatório

De acordo com a Resolução n°. 8, de 7 de maio de 2004, os estágios

supervisionados são conjuntos de atividades de formação que visam “assegurar a

consolidação e articulação das competências estabelecidas”, bem como

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Art. 21. [...] o contato do formando com situações, contextos e instituições, permitindo que conhecimentos, habilidades e atitudes se concretizem em ações profissionais, sendo recomendável que as atividades do estágio supervisionado se distribuam ao longo do curso.

Dos seis itens contemplados na questão sobre a importância do estágio curricular

obrigatório, todos foram considerados relevantes pelos egressos, conforme demonstrado

no quadro 8, com destaque para o item referente à oportunidade de continuar a

aprendizagem de maneira prática e reflexiva, assinalado por 19 participantes e por gerar

autonomia, responsabilidade e poder de decisão em intervenções profissionais para 17

egressos. Os estágios foram considerados importantes ainda porque favoreceram o

aprimoramento da consciência ética profissional e porque prepara para atuar em

situações semelhantes para 15 egressos. Aprimorar habilidades de trabalhar em equipes

multiprofissionais foi mencionado por 14 participantes e iniciar a inserção no Mercado de

Trabalho de modo a conciliar os conhecimentos teórico-práticos por 12 deles.

A oportunidade de continuar a aprendizagem de maneira prática e reflexiva é

indicada como a importância principal não somente nessa pesquisa, mas também na

realizada por Schaadt (2003) que obteve essa resposta de 77,36% dos pesquisados.

Entre as outras justificativas da importância dos estágios curriculares obrigatórios,

verificou-se oportunidade de experiência oferecida, constituindo-se como “uma porta de

entrada para o mercado de trabalho”; além da possibilidade de “segurança no exercício

profissional”, a partir do conhecimento dos “diversos campos de atuação em Psicologia”,

e “A oportunidade de reconhecer habilidades e dificuldades em cada área de atuação”.

O estágio curricular obrigatório foi importante porque permitiu Freqüência % A oportunidade de continuar a aprendizagem de maneira prática e reflexiva 19

90,5%

Gerar autonomia, responsabilidade e poder de decisão em intervenções profissionais

17

81,0%

Aprimorar a consciência ética profissional 15 71,4% A preparação para atuar em situações semelhantes 15 71,4% Aprimorar habilidades de trabalhar em equipes multiprofissionais 14 66,7% Iniciar a inserção no Mercado de Trabalho de modo a conciliar os 12

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conhecimentos teórico-práticos 57,0% Outros 5 23,8% P7 - Os estágios curriculares tornaram o curso muito mais interessante e dinâmico, infelizmente eram próximo ao fim do curso [...]; P8 - Uma porta de entrada para o mercado de trabalho, [...] todas as empresas e instituições exigem experiência na função, e o estágio é uma forma de atuação na área, onde adquire-se realmente uma experiência; P10 - Conhecer os diversos campos de atuação em psicologia, possibilitando segurança no exercício profissional; P12 - A oportunidade de reconhecer habilidades e dificuldades em cada área de atuação; P14 - O estágio curricular é fundamental e todos os itens acima, são percebidos na prática. Quadro 8. Distribuição da freqüência e percentual das respostas relacionadas à contribuição dos estágios curriculares obrigatórios.

As diretrizes curriculares trazem a exigência de sistematização e aprofundamento

do estágio curricular a partir da noção de competências, na qual cabe ao aluno ser agente

de sua própria aprendizagem (MATOS, 2000).Com esta noção, o estágio pode se

configurar como condição do ensino superior, tendo função de integrar diferentes

competências em situações de atuação com características que se assemelhem o mais

possível a suas condições de atuação profissional (KAUFMAN 1977).

Botomé (2006) ressalta a necessidade de delimitar estratégias para o

desenvolvimento de competências, possibilitando as articulações com as mudanças

conceituais geradas pelas proposições de diretrizes curriculares, sem, contudo, alterar a

natureza dos comportamentos de interesse para a formação dos psicólogos. Isto favorece

a concretização da organização de estágios e serviços de Psicologia, para que formem de

acordo com os comportamentos definidores da atuação própria de psicólogos no país.

Assim sendo, conforme o autor supracitado, os estágios passam a ter uma “concepção

voltada mais para a integração de comportamentos aprendidos em situações mais

próximas à realidade do exercício profissional do que aquelas ‘meramente escolares’”

(BOTOMÉ, 2006, p.183).

O quadro 9 evidencia que dentre as disciplinas cursadas, as que mais foram

consideradas significativas à formação entre os egressos foram Psicopatologia, com 12

menções e Psicologia Organizacional e do Trabalho, com quatro. Com uma mesma

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freqüência de três respostas seguem as disciplinas de Psicologia do Desenvolvimento,

Teorias e Técnicas Psicoterápicas e Psicologia Social. Psicologia Educacional e Técnicas

Grupais foram mencionadas por dois participantes e as demais apenas por um.

Em contraposto, pesquisas como as de Peixer (2004) e Camacho (2007), apontam,

por parte dos egressos, a disciplina Psicologia Organizacional e do Trabalho como mais

significativa na formação com relação à Psicopatologia.

DISCIPLINA FREQUÊNCIA Psicopatologia 12 Psicologia Organizacional e do Trabalho 4 Psicologia do Desenvolvimento 3 Teorias e Técnicas Psicoterápicas 3 Psicologia Social 3 Psicologia Educacional 2 Técnicas Grupais 2 Psicologia Clínica 1 Epistemologia da Psicologia 1 Neurociência 1 Psicologia Hospitalar 1 Psicodrama 1 Psicologia Sistêmica 1 Psicofarmacologia 1 Educação Especial 1 Técnicas de entrevista e diagnóstico 1 Não é possível citar apenas duas 1 Quadro 9. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas às duas disciplinas consideradas mais significativas na formação.

Dentre as disciplinas cursadas, a que menos embasou o exercício profissional,

conforme apontado no quadro 10 foi Estatística, com cinco pontuações, fato este

constatado também por Camacho (2007). Sendo que quatro participantes relatam que

todas contribuíram de alguma forma para o embasamento do exercício profissional.

DISCIPLINA FREQUÊNCIA Estatística 5 Todas contribuíram de alguma forma 4 Antropologia 2 Psicologia, Ciência e Profissão 2 Tópicos Especiais em Psicologia 1 Fundamentos filosóficos e epistemológicos da Psicologia 1 Psicologia da saúde 1 Psicologia do Desenvolvimento II 1 Psicopatologia 1 Psicometria 1 Quadro 10. Distribuição de respostas relacionadas à disciplina cursada que menos embasou para o exercício da profissão.

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Autores como Carvalho e Sampaio (1997) pontuam que os cursos muitas vezes

privilegiam o conhecimento genérico em temas psicológicos, gerando falhas na formação

científico-metodológica, sendo comum o aluno estudar certo tema no início do curso sem

conseguir articulá-lo à sua atuação futura e, consequentemente, deixando-o de lado no

momento das disciplinas de formação específica. Tal consideração vem de acordo com

dados do quadro 10, onde, além de disciplinas como Estatística, aparecem ainda

Psicologia da Saúde, Psicologia do Desenvolvimento e Psicopatologia, consideradas

disciplinas importantes para a formação, mas que na percepção dos egressos

investigados foram as que menos trouxeram embasamentos para o exercício da

profissão.

4.4 Formação específica

Com relação à realização de pós-graduação, pode-se constatar que 15 dos 21

participantes estão realizando ou já realizaram algum curso de pós-graduação, enquanto

apenas seis não iniciaram nenhum curso até o momento da pesquisa.

15

6

Sim

Não cursou

Gráfico 6. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas à realização de pós-graduação.

Dentre os 15 participantes que estão realizando ou já realizaram algum curso de

pós-graduação, 12 estão com sua formação em andamento, sendo que nove constituem-

se como especialização e uma como mestrado. Dois não especificaram a modalidade e

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um não especificou se a especialização fora concluída ou está em andamento. Cinco

participantes já concluíram uma pós-graduação, sendo todos na modalidade de

especialização. Três estão na segunda pós-graduação, já tendo concluído uma, fato que

evidencia a constante busca destes pela formação continuada.

Gondim (2002), em seu estudo com 53 estudantes de último ano pertencentes a

diversos cursos, pode constatar que a formação universitária é insuficiente para atender à

demanda requerida no mercado de trabalho. Os participantes de sua pesquisa

demonstraram reconhecer a necessidade permanente de qualificação para se manter no

mercado, contudo, o motivo principal que leva boa parte deles para a pós-graduação é o

despreparo profissional. Consoante a isto, Callegari (2001, apud CRUCES, 2006)

constatou que egressos que buscavam uma maior especialização em sua área de

formação tinha maior êxito na inserção profissional.

12

5Em andamento

Concluída

Gráfico 7. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas à realização de pós-graduação.

Evidencia-se, no quadro 11, que a área de pós-graduação mais cursada entre os

egressos é Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise (3), seguida por Psicoterapias

Corporais (2). Sendo as outras áreas cursadas por apenas um participante, evidenciando-

se maior busca por cursos na área Clínica e Organizacional.

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PÓS-GRADUAÇÃO CURSADA FREQUÊNCIA Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise 3 Psicoterapias Corporais 2 Segurança do Trabalho 1 Psicologia Jurídica 1 Psicologia Clínica (Análise Bioenergética) 1 Psicologia Organizacional e do Trabalho 1 Neuropsicologia Clínica 1 Arteterapia 1 Logoterapia 1 Psicologia Hospitalar 1 Saúde Mental Coletiva 1 Quadro 11. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas às áreas de pós-graduação cursadas pelos egressos participantes.

Dentre as razões que levaram os egressos a realizar pós-graduação, conforme

demonstrado no gráfico 8, destacam-se o aumento do conhecimento e as necessidades

do mercado de trabalho. Conforme Schiessl e Sarriera (2004), o mercado de trabalho

exige um nível escolar maior e de melhor qualidade ao determinar novas condutas e

habilidades do novo profissional, demandando estar cada vez mais informado. Desta

forma, a ausência de qualificação profissional acadêmica constitui-se como um dos

principais obstáculos à inserção profissional (CRUCES, 2006).

Apenas um participante pontuou como motivo o interesse em pesquisa e área

acadêmica. Não houve, por parte dos participantes, contemplação da questão econômica

ou status como razão para a realização da pós-graduação, itens contemplados no roteiro

da pesquisa.

11

3

1

0 0

Aumento do conhecimento

Necessidades do mercado detrabalho

Outra

Econômica

Status

Gráfico 8. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas à principal razão para realização de Curso de pós-graduação.

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4.5 Inserção e atuação profissional

Botomé (1988) pontua a necessidade de se fazer distinção entre as concepções da

Psicologia como área de conhecimento, como campo de atuação profissional e como

mercado de trabalho, para que dessa forma, seja possível superar problemas

relacionados ao planejamento e a formação do psicólogo. Da mesma forma, Bastos

(2002) menciona que os conceitos de campo de atuação profissional e de mercado de

trabalho orientam a formação do psicólogo. Para Botomé (1988), mercado de trabalho é

definido pelas ofertas de emprego; campo de atuação, por sua vez, está relacionado às

possibilidades de atuação profissional, independendo das ofertas de emprego. O que

importa, segundo o autor, são as possibilidades e necessidades de atuação e não apenas

os empregos oferecidos. Sendo importante, de acordo com Bastos (2000) e Botomé

(1988), não reduzir a formação do psicólogo apenas ao que o mercado solicita, devendo,

contudo, considerar a distinção entre tais concepções, a fim de não formar psicólogos

cuja atuação fique restrita àquilo que o mercado oferece ou solicita.

Questionados quanto ao tempo para se inserir no mercado de trabalho após a

Conclusão do Curso, a maioria declaram ter levado de 0 a 6 meses, com predomínio

entre 0 a 3 meses por 10 participantes, conforme demonstra o Gráfico 9. Para apenas 4

dos 21 egressos participantes, a inserção ocorreu entre seis e nove meses. O que

demonstra facilidade, por parte destes egressos, para a inserção no mercado de trabalho.

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55

10

7

4

0 - 3 meses

3 - 6 meses

6 - 9 meses

Gráfico 9. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas ao tempo levado para inserção no mercado de trabalho após a conclusão do Curso.

Os participantes foram ainda questionados sobre os fatores que contribuíram para

a sua inserção profissional, os quais foram organizados em 3 categorias: conhecimento,

atitudes e outros fatores, conforme evidenciado no Quadro 12.

Entre os fatores que contribuíram para a inserção profissional dos egressos

participantes da pesquisa, prevaleceram aqueles incluídos na categoria “Conhecimento”

com 23 respostas. Dentre estes, destacam-se os estágios e experiências curriculares e

extracurriculares, bom currículo, o interesse e conhecimento na área que gostaria de

atuar e processo seletivo, dentre outros explicitados.

Na categoria “Atitudes” onde foram elencados 20 fatores, destacam-se a

persistência, dedicação à formação acadêmica e aos estudos, vontade de aprender/atuar

e iniciativa. Entre os outros fatores relacionados, a rede social/indicação foi a que mais foi

contemplada, com uma freqüência de seis respostas e que prevaleceu entre todos os

itens contemplados. Este aspecto é consoante ao estudo de Melo e Borges (2006), no

qual se buscou investigar a vivência de grupos específicos de jovens referente à transição

universidade-mercado de trabalho, constatando-se que metade dos participantes nomeou

os contatos sociais como um dos mais importantes apoios para conseguir emprego. O

que se percebe, conforme as autoras supracitadas, é que a indicação ainda possui

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influência decisiva na aquisição do emprego, ou seja, dentre os candidatos às vagas no

mercado de trabalho, aquele que possui uma rede maior de relacionamentos tem seu

diferencial competitivo (MELO e BORGES, 2006). Outros fatores ainda foram indicados

com apenas uma resposta, conforme demonstrado no Quadro 12.

Salienta-se que os participantes elegeram um conjunto de fatores

concomitantemente, o que demonstra que não é apenas um fator isolado que explica a

sua eficácia na inserção profissional, mas um conjunto de competências profissionais.

Uma vez que, de acordo com Botomé (2006), não basta apenas criar condições e

técnicas de ensino novas ou atualizar as informações repassadas aos alunos, há a

necessidade de identificar comportamentos necessários para o exercício da profissão de

psicólogo e organizá-los a fim de aumentarem a probabilidade de sua ocorrência no

âmbito dos processos de capacitação e formação desse profissional.

Fatores que contribuíram para a inserção profissional Conhecimento 23 Estágios realizados 4 Bom currículo, graduação, pós-graduação e atividades extra-curriculares 4 Experiência extracurricular 3 Ter interesse e conhecimento na área que gostaria de atuar 2 Processo seletivo 2 Experiência extracurricular em trabalhos com grupos 1 Segurança e preparo para realização do trabalho 1 Conhecer seu trabalho 1 Orientações no estágio 1 Estágios extracurriculares 1 Participação em eventos na área 1 Serviço voluntário 1 Projetos 1 Atitudes 20 Persistência 3 Dedicação 3 Vontade de atuar/aprender 2 Iniciativa 2 Autonomia 1 Motivação pessoal 1 Determinação 1 Empatia 1 Responsabilidade 1 Seriedade 1 Capacidade de adaptação 1 Ética profissional 1 Comprometimento 1 Constante busca de conhecimento 1 Outros fatores 11 Rede social/indicação 6 Ser recém formado 1

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Ter estudado fora da cidade em que se encontra 1 Identificação com a área de escolha profissional 1 Submissão a salários inferiores ao cargo ocupado 1 Disponibilidade de horário 1 Quadro 12. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas aos fatores que contribuíram para a inserção profissional.

Evidenciam-se, no quadro 14, as três principais dificuldades encontradas na

inserção no mercado de trabalho pelos participantes. Como principais dificuldades para a

inserção no mercado de trabalho, constam a falta de experiência, a formação de clientela

e a falta de valorização da profissão pelo mercado. Houve ainda menção de um

participante para terceira dificuldade a “Falta de contato com outros profissionais sobre

nosso trabalho e possível parceria”.

Para três participantes não houve dificuldades na inserção profissional. Um deles,

contudo, pontua que “a remuneração não é boa e a profissão é pouco valorizada, não

tanto pelas pessoas beneficiadas, mas por outros profissionais que não entendem as

diferentes formas de atuação do psicólogo”.

Quatro respostas foram desconsideradas por não terem sido assinaladas de

acordo com as considerações solicitadas na questão.

Principais dificuldades para a inserção profissional 1ª alternativa

2ª alternativa

3ª alternativa

Falta de investimento em profissionais que procuram o primeiro emprego 3

4

1

Formação da clientela - 5 1 Falta de valorização da profissão pelo mercado 2 - 4 Necessidade de especialização no mercado de trabalho 3 - 2 Falta de experiência 4 - - Baixa remuneração - 3 1 Saturação do mercado de trabalho - 1 3 Falta de compreensão do papel do psicólogo e de sua atuação pela população não acadêmica 2

-

-

Distância entre teoria e prática na graduação - 1 - Não houve dificuldades 3 3 3 Outras

Falta de contato com outros profissionais sobre nosso trabalho e possível parceria. 1

Não respondeu 1 Quadro 13. Dificuldades encontradas para a inserção profissional.

Como evidenciado no quadro 13, os cinco fatores mais apontados nas três

alternativas propostas em relação às principais dificuldades para a inserção profissional

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estão relacionadas à falta de investimento em profissionais que procuram o primeiro

emprego, formação da clientela, falta da valorização da profissão pelo mercado e

necessidade de especialização no mercado de trabalho.

A pouca valorização e o desconhecimento da profissão, foram fatores constatados

também na pesquisa de Leibel (2002), pontuando ainda que muitas vezes não há clareza

sobre o que é realmente função da Psicologia, seu papel, deveres e responsabilidades. O

que se observa é que, embora haja crescente expansão da profissão, os psicólogos ainda

se deparam com a falta de compreensão do seu papel e de sua atuação pela população

não acadêmica e com a desvalorização da profissão pelo mercado. Pesquisas anteriores

(PEIXER, 2004; SCHAADT, 2003; MORESCO; 2007) apontaram também a falta de

compreensão do papel do psicólogo como uma das principais dificuldades para a

inserção no mercado de trabalho.

Gondim (2002) relaciona a indefinição do papel profissional, com a fragilização dos

limites de atuação profissional entre áreas afins, e a solicitação cada vez maior de um

profissional com conhecimentos e técnicas multidisciplinares, o que contribui para que

muitos estudantes façam pós-graduação com o intuito de ampliar suas competências.

Uma vez que, de acordo com o estudo de Cruces (2006), a ausência de qualificação

profissional acadêmica é um dos principais obstáculos à inserção profissional.

Segundo Gondim (2002) ainda, a formação generalista e a ampliação das

experiências práticas durante o curso superior seriam alternativas para atender a

exigência de um perfil multiprofissional e proporcionar a identidade profissional

necessária. No caso da Psicologia, ao mesmo tempo em que ocorre a supervalorização

do modelo clínico e do perfil do psicólogo como um profissional liberal nos cursos de

graduação, outras formas de inserção profissional cresceram nos últimos tempos

(BARDAGI et al, 2008).

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Dos 21 egressos, 18 mencionam ter realizado algo para superar as dificuldades

supracitadas, uma vez que os três que pontuaram não ter feito nada responderam que

não tiveram dificuldades na inserção no mercado de trabalho.

18

3

Sim

Não

Gráfico 10. Distribuição de respostas relacionadas à realização ou não de estratégias para superação das dificuldades encontradas na inserção profissional.

Dentre as estratégias realizadas para superar as dificuldades na inserção

profissional, a realização de especialização se sobressai com relação às outras, sendo

contemplada por 10 participantes. Estratégia esta também constatada por Pimentel

(2007), onde todos os sete participantes da pesquisa ressaltaram a formação continuada

como fator imprescindível para a inserção no mercado de trabalho.

Um dos egressos, além de realizar especialização, realizou trabalho voluntário,

sendo esta a segunda atividade mais realizada pelos participantes. Tal aspecto também é

constatado na pesquisa de Pimentel (2007), na qual dois participantes buscaram na

realização de trabalho voluntário uma forma para adquirir experiência profissional e

ampliação da rede de contatos.

Outros dois participantes buscaram na produção de material científico uma forma

de superar as dificuldades e divulgar o trabalho. Para dois egressos ainda, foi necessário

informar sobre o trabalho do psicólogo, evidenciando assim que a falta de compreensão

do papel do psicólogo, além de ser uma das maiores dificuldades apontadas pelos

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participantes para a inserção no mercado de trabalho, conforme apontado anteriormente,

torna-se uma das estratégias utilizadas para facilitar esta inserção.

A constatação de que a inserção do psicólogo no mercado do trabalho é dificultada

pela pouca valorização social e pelo desconhecimento da profissão também ocorreu na

pesquisa de Leibel (2002). A autora afirma que, em muitos casos, ainda não há clareza

sobre o que é realmente a Psicologia, nem quanto as suas atribuições, deveres e

responsabilidades.

Outra forma de superar as dificuldades de inserção foi a busca de auxílio na rede

social, apontada por um participante, e o contato com profissionais da área mencionado

por outro.

10

3

2 2

1 1

Especialização

Trabalho voluntário

Produção científica

Informação sobre o trabalho dopsicólogo

Busca de auxílio na rede social

Contato com outrosprofissionais da área

Gráfico 11. Distribuição de respostas relacionadas às estratégias realizadas pelos participantes para superar as dificuldades encontradas na inserção profissional.

O quadro 14 evidencia as três primeiras áreas de atuação dos egressos

participantes da pesquisa, havendo destaque à Psicologia Clínica como primeira área

com nove referências e como segunda área com duas referências. Em seguida, vem a

Psicologia Organizacional e do Trabalho como primeira área de inserção para cinco

egressos participantes. É importante ressaltar que seis dos 21 participantes já atuaram

em sua trajetória profissional em duas áreas e apenas dois em uma terceira.

A área Clínica também é referida como primeira área de atuação no estudo

realizado por Bastos (1988), abrangendo 46,1% dos participantes, seguida pela área

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Organizacional, com 23,3% dos participantes. Evidenciando assim a predominância desta

área sobre as outras, ao longo da história da Psicologia como profissão.

Apenas três dos participantes que atuaram em uma segunda ou terceira área

justificaram o motivo de tal mudança, estando entre elas a “mudança de cargo”,

“desligamento da instituição, demissão”, e o “encerramento das atividades do local de

trabalho anterior”.

Áreas de atuação 1ª área

2ª área

3ª área

Psicologia Clínica 9 2 Psicologia Organizacional e do Trabalho 5 Psicologia Social 3 1 1 Psicologia Educacional 2 1 Neuropsicologia 1 Educação Especial 1 Psicologia Hospitalar 1 Pesquisa 1 Coordenação 1 Quadro 14. Distribuição de respostas relacionadas às três primeiras áreas de atuação dos egressos.

O gráfico 10 possibilita constatar que cinco participantes desenvolviam atividades

em áreas concomitantes da Psicologia em seu momento de inserção profissional, sendo

que oito deles não realizavam e oito não responderam a esta questão.

5

8 8

Sim

Não

Não responderam

Gráfico 12. Distribuição de respostas relacionadas ao desenvolvimento de atividades em áreas concomitantes na Psicologia.

Dentre os participantes que atuam somente em uma área, foi possível constatar,

conforme demonstrado na Tabela 9, que sete deles atuam apenas na área Clínica, outros

três participantes atuam somente em Psicologia Organizacional, três atuam somente na

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área Social, tendo um deles salientando o local (Políticas públicas - abrigo); dois atuam

somente em Psicologia Educacional e um participante atua na área Jurídica.

Foi possível observar, quanto aos participantes que atuam concomitantemente em

duas ou mais áreas, que um atua em Psicologia Organizacional e do Trabalho e pesquisa

acadêmica; outro atua na área Clínica, especificamente em neuropsicologia, e em

pesquisa acadêmica; outro participante, por sua vez, tem sua atuação voltada às áreas

Clínica, Jurídica e Social; um último participante ainda atua nas áreas Clínica,

Educacional, Organizacional e do Trabalho e Social.

O predomínio da atividade profissional na área Clínica foi também constatado no

estudo realizado por Antunes (2004), abarcando 59% dos participantes. Contudo, nas

pesquisas de Peixer (2004), Camacho (2007), evidenciou-se a maior freqüência na área

Organizacional e do Trabalho. O que torna possível perceber o predomínio nas áreas

Clínica e Organizacional e do Trabalho por parte da maioria dos participantes das

pesquisas.

O predomínio das atividades na área Clínica pode ser constatado desde estudos

como o de Mello (1975) e Bastos (1988), no qual 39,9% dos participantes atuavam

somente em Clínica. Bastos e Gomide (1988) pontuam que a área Clínica certamente

continuará definindo a profissão para o público e exercendo forte influência para os que

buscam a profissão.

Bastos (1988), por sua vez, menciona que a preferência pela Clínica faz com que o

trabalho nesta área seja uma meta para um número de profissionais que ainda não atuam

na área, demonstrando assim o grande interesse existente por ela.

O Quadro 15 demonstra que a maioria dos participantes dedica-se apenas a uma

área de atuação, sendo que dentre os psicólogos que se dedicam a mais de uma área,

três atuam em Clínica. A possibilidade de atuar em outras áreas concomitantemente à

Clínica também foi uma das razões encontradas por Mello (1970), em seu estudo, para a

atração dos participantes por esta área.

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ÁREA EM QUE ATUA FREQUÊNCIA Psicologia Clínica 7 Psicologia Organizacional e do Trabalho 3 Psicologia Social 3 Psicologia Educacional 2 Psicologia Organizacional e do Trabalho Pesquisa Acadêmica

2

Psicologia Jurídica 1 Psicologia Clínica Psicologia Jurídica Psicologia Social

1

Psicologia Clínica (neuropsicologia) Acadêmica/pesquisa

1

Psicologia Clínica Psicologia Educacional Psicologia Organizacional e do Trabalho Psicologia Social

1

Quadro 15. Distribuição de respostas relacionadas à área de atuação dos participantes.

Com relação ao local de trabalho dos participantes, foi possível constatar,

conforme explicitado no quadro 16, que cinco trabalham apenas em empresas privadas,

dois em clínica integrada, dois em consultório particular, um em escola e outro em

comunidade terapêutica.

Dentre os participantes que atuam em mais de um local, um atua

concomitantemente em consultório particular e clínica para tratamento de dependência

química e transtornos mentais; um atua, além do consultório particular, em ONG; outro

participante atua em Universidade e em empresa privada e outro ainda atua em

consultório particular, empresa privada, ONG, setor público – especificando Secretaria de

Ação Social – e Home Care.

O predomínio de atuação em empresas privadas foi constatado também por

Camacho (2007). Dentre os participantes que possuem apenas um local de trabalho e os

que possuem mais de um, foi possível constatar a prevalência em empresas privadas e

consultório particular. Constatação esta, contrária à realizada por Sass (1988) onde o

trabalho em consultório se sobressai com relação às empresas, talvez refletindo uma

ampliação dos contextos de trabalho na última década.

Por mais que a atuação na área Clínica tenha se sobressaído com relação à área

Organizacional e do Trabalho, os locais de atuação em Clínica possuem uma maior

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variação. De acordo com Maluf (1996) a atuação do psicólogo ao acontecer fora dos

consultórios, possibilita intervenções mais rápidas e eficazes, identificada no estudo da

autora supracitada, como avanço na Psicologia brasileira.

LOCAL DE TRABALHO FREQUÊNCIA Empresa privada 5 Consultório particular 3 Clínica integrada 2 Comunidade Terapêutica 1 Escola 1 Consultório particular. Clínica para tratamento de dependência química e transtornos mentais

1

Consultório particular ONG

1

Universidade Empresa privada

1

Consultório particular Empresa privada ONG Setor público (Secretaria de Ação Social) Home Care

1

Quadro 16. Distribuição de respostas relacionadas ao local de trabalho dos participantes.

A forma de admissão dos participantes nos seus respectivos empregos está

apresentada no gráfico 13 e evidencia que para a maioria destes (8), a admissão no

emprego realizou-se por meio de processo seletivo, sete atribuíram a admissão somente

às relações pessoais, para cinco ocorreu apenas por meio de convite, sendo que três

mencionaram recursos próprios. Um participante, no entanto, não respondeu a esta

questão.

Ressalta-se que para três participantes a admissão ocorreu através de mais de

uma forma, para um deles ocorreu através de processo seletivo, recursos próprios e

relações pessoais; outro, por sua vez, relata ter sido por recursos próprios, relações

pessoais, ter atuado como estagiário e convite; o terceiro menciona ter atuado como

estagiário e convite. Um participante ainda relaciona o fato de ter atuado como voluntário

e por meio de convite ter sido contratado.

Portanto, a maior facilidade para admissão no emprego está relacionada com a

realização de processo seletivo, seguido pelas relações pessoais. Estes dados coadunam

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com a variedade de fatores que contribuíram para a inserção profissional demonstrados

no Quadro 12.

7

6

5

3

2

0

Processo seletivo

Relações pessoais

Convite

Recursos próprios

Estagiário

Concurso

Gráfico 13. Distribuição de respostas relacionadas à forma de admissão no emprego.

Quanto à relação trabalhista, verifica-se que dentre os 21 participantes, oito estão

empregados em consonância com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), seis são

autônomos e dois são servidores públicos. Tendo ainda, dentre os egressos, um

voluntário e outro eventual. Um participante, por atuar em mais de um local é, além de

autônomo, empregado de acordo com a CLT; sendo outro ainda, autônomo, empregado

de acordo com a CLT e voluntário.

10

8

2 2

1

Empregado (CLT)

Autônomo

Servidor

Voluntário

Eventual

Gráfico 14. Distribuição de respostas relacionadas a relação de trabalho.

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A renda da maior parte dos egressos (18), o que equivale a 85,7%, é de até cinco

salários, sendo que apenas três participantes possuem a renda entre 5 e 10 salários.

Ressalta-se que um participante não respondeu a esta pergunta devido ao fato de não

estar atuando no momento da pesquisa.

Nos estudos de Schaadt (2003), Antunes (2004) e Camacho (2007) também

constatou-se que para maioria dos participantes, no momento de cada pesquisa

realizada, a renda salarial encontrava-se na faixa de até cinco salários mínimos, sendo as

freqüências 59,62%; 88% e 60%, respectivamente.

18

2

Até 5 salários

De 5 a 10 salários

Gráfico 15. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas à renda.

Os participantes da pesquisa também foram questionados quanto à contribuição do

Curso de Psicologia para sua inserção no atual trabalho, ocupação do cargo atual,

aumento de padrão salarial e a obtenção de ascensão profissional. O quadro 17 explicita

a freqüência das respostas por eles citadas, acompanhadas das justificativas

referenciadas pelos sujeitos quando consideram que o Curso contribuiu em parte para os

aspectos investigados.

O Curso de Psicologia contribuiu para... Sim Em parte Não Ingressar no seu trabalho atual? 17

3

1

Ocupar o cargo atual? 16

1

4

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Aumentar seu padrão salarial? 13

0 8

Obter ascensão profissional? 13

1 7

Quadro 17. Distribuição da freqüência e percentual das respostas relacionadas à contribuição do Curso de Psicologia para a inserção e ascensão profissional dos participantes.

O quadro 17 evidencia que para 17 participantes o curso contribuiu para o ingresso

no atual emprego, e para apenas um não contribuiu. Nas pesquisas de Antunes (2004) e

Camacho (2007) pode-se verificar também que a maioria dos participantes indicou que o

curso contribuiu para a inserção no emprego atual.

Para três participantes, o Curso de Psicologia contribuiu em parte para o ingresso

no trabalho atual devido à falta de enfoque em áreas específicas. Outro participante, por

sua vez, relata ter ingressado no trabalho atual “através da titulação profissional”.

Com relação à contribuição do Curso para ocupar o cargo atual, 16 participantes

respondem afirmativamente, sendo que quatro deles relatam não ter havido contribuição.

O único participante para o qual o Curso contribuiu em parte para ocupar o cargo atual

indicou a categoria “Faltou enfoque em áreas específicas”, justificando que “não obteve

muito enfoque em neuropsicologia e pesquisa, mas sim em clínica”. Isto se deve

provavelmente ao fato do curso de Psicologia se constituir como generalista, ficando a

cargo dos Cursos de Pós-Graduação esta função.

Apesar de o Curso contribuir para a ascensão profissional de 13 dos 21 egressos

participantes conforme demonstrado, um terço destes relatam que o Curso não contribuiu

para obtenção de ascensão profissional e aquele que mencionou a opção “em parte”

justifica que atualmente atua apenas como psicóloga, fato este que não acontecia

anteriormente.

Em síntese, o Curso vem contribuindo para a inserção e ascensão profissional para

13os egressos participantes e para 7isto não vem ocorrendo.

Quanto ao início da atividade profissional, é possível observar, conforme

explicitado no gráfico 16, que para a maioria dos participantes (13) esta ocorreu no

primeiro semestre após a formatura. Sendo que para três participantes, a atividade

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profissional teve início durante o Curso e para cinco ocorreu depois do primeiro semestre

de formado. Tais resultados demonstram facilidade destes egressos para iniciarem suas

atividades profissionais, ressaltando que o critério para participação na pesquisa era estar

inserido profissionalmente há pelo menos 3 meses.

3

13

5

Durante o Curso, no período deestágio obrigatório

No primeiro semestre após aformatura

Depois do primeiro semestre deformado

Gráfico 16. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas ao início da atividade profissional.

Questionados quanto à função atual estar de acordo com a formação recebida na

graduação, 16 participantes relatam que está de acordo; para três participantes, contudo,

isto ocorre de forma parcial; um participante indicou que a sua função atual pouco tem a

ver com sua formação acadêmica, e outro mencionou que esta não está de acordo.

16

3

1 1

Plenamente

Parcialmente

Pouco

Não está de acordo

Gráfico 17. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas à função atual estar de acordo com a formação acadêmica.

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Dentre as justificativas dos motivos da função atual estar parcialmente de acordo

com a formação acadêmica, os participantes relatam que:

P4 - Atendo em clínica 2 dias na semana, pois tenho um outro emprego estável numa área administrativa que me dá segurança de recursos financeiros até formar uma maior clientela. P8 - Avaliações e testes Psicológicos não são muito freqüentes, quase nunca. P10 - Atuo em clínica. Mas com o enfoque em neuropsicologia (avaliação e reabilitação), o que não foi contemplado na graduação. Pesquisa, que é meu principal interesse, também não obtive muito na graduação.

O participante cuja função atual pouco tem a ver com a formação recebida, justifica

que realiza diversas atividades que nem sempre condizem com a função e aquele que

justifica não estar de acordo, salienta que atualmente trabalha como auxiliar

administrativa.

Estes dados assemelham-se aos encontrados por Camacho (2007), onde 15

egressos dos 25 egressos consideraram que suas funções estavam plenamente de

acordo com a formação acadêmica obtida, enquanto para cinco participantes suas

funções estavam parcialmente de acordo e cinco egressos consideraram que a formação

acadêmica estava pouco implicada ou não estava de acordo com a formação acadêmica

recebida.

4.6 Satisfação profissional

Ao investigar a satisfação profissional dos 21 participantes egressos, constatou-se

que dez deles estão plenamente satisfeitos, dez pouco e um mencionou não estar nem

plenamente satisfeito, nem pouco, nenhum participante mencionou não estar satisfeito.

Camacho (2007) observou em sua pesquisa, que 14 dos 25 participantes relataram

estar plenamente satisfeitos, sete dos participantes estavam parcialmente satisfeitos,

quatro participantes mencionaram estar pouco ou não satisfeitos com a profissão. Tais

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dados demonstram que houve um decréscimo quanto à satisfação profissional por parte

dos egressos investigados, comparando estes dois períodos.

10 10

1

0

Plenamente

Pouco

Nem plenamente, nem pouco

Não estou satisfeito

Gráfico 18. Distribuição da freqüência das respostas relacionadas à satisfação profissional.

O quadro 18 evidencia as categorias relacionadas à pouca satisfação profissional e

a freqüência com que cada uma delas é referida pelos participantes.

Pouca satisfação profissional porque... 11

Baixa remuneração 5 P2 - Porque nas entrevistas que realizei percebi [...] o salário é muito baixo; P3 - No inicio é sempre tudo difícil. Baixa de clientela, pouca remuneração e dificuldade de “vender o peixe”, pois aprendemos a fazer mas não a vendê-lo; P8 - Salário baixo [...]; P19 - Minha única insatisfação é a financeira; P21 - Estou muito feliz com a Psicologia, pois é o que amo fazer, mas vejo muita dificuldade em me manter financeiramente apenas com o consultório.

Pouca valorização do profissional 2 P2 - Por que nas entrevistas que realizei percebi o quanto o profissional não é valorizado [...] ou não dão valor algum para um psicólogo; P8 – [...] pouca valorização.

Dificuldade do trabalho em equipe multiprofissional 2 P9 - Acredito que a Psicologia oferece um olhar diferenciado, muito importante a fim de contribuir com as demais áreas do saber, mas às vezes é frustrante quando se depende de “outros” para poder alcançar um bom resultado, neste caso, melhorias na qualidade do ensino e da aprendizagem como é na área da Psicologia educacional

Não atua na área que gostaria 1 Necessidade de mais especialização 1 P4 - Necessito mais cursos, mais experiências e trocas para vencer algumas limitações e me considerar “plenamente”satisfeita.

Trabalho fora das áreas aprendidas na formação 1 P17 - Com a profissão especificamente estou satisfeita, porém a falta e compreensão e escassez de mercado faz com que trabalhemos em áreas parcialmente fora da que aprendemos no período de formação. Não suprindo assim aqueles sonhos que tínhamos enquanto acadêmicos.

Quadro 18. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas à pouca satisfação profissional.

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Dentre os motivos relacionados à pouca satisfação profissional, explicitados no

quadro 18, a baixa remuneração é citada por cinco participantes, sendo que dois deles

mencionam ainda a pouca valorização do profissional. Evidencia-se assim a necessidade

de informação a respeito da atuação do psicólogo e desmistificação de crenças que ainda

fazem com que este seja um profissional pouco valorizado e, conseqüentemente, pouco

remunerado.

Entre dois outros participantes, evidencia-se a categoria “Dificuldade do trabalho

em equipe multiprofissional”. Um participante relata não atuar na área que gostaria, e

outro relaciona o fato de trabalhar fora das áreas aprendidas na formação, com a pouca

satisfação profissional. Averiguou-se ainda a necessidade de mais especialização

pontuada por um participante, a fim de “vencer algumas limitações”.

É necessário ressaltar ainda que um participante que assinalou pouco, não

justificou sua resposta e outro participante respondeu a esta questão relatando não estar

nem plenamente, nem pouco satisfeito, e relaciona a dificuldade de trabalho em equipe

multiprofissional com esta escolha. Outro participante justificou com mais de um aspecto.

O que se evidencia é que a pouca satisfação se relaciona a vários motivos, desde

as dificuldades encontradas pela categoria como a baixa remuneração como

conseqüência da pouca valorização do psicólogo até dificuldades relacionadas com

aspectos da trajetória de cada profissional.

Encontrar novas possibilidades de inserção significa buscar alternativas diante do

novo, a fim de não se submeter, sucumbir às dificuldades, e, concomitantemente,

reconhecer e se posicionar criticamente a respeito destas. No que diz respeito à

responsabilidade do governo, as políticas públicas implementadas pelo Governo Federal

brasileiro com o intuito de facilitar a conquista do primeiro emprego para jovens

privilegiam o público entre 16 e 24 anos - Lei nº 10.748/03 - , procedentes do ensino

médio e/ou técnico (BRASIL, 2003). Teoricamente, a população que conclui o ensino

superior seria privilegiada, contudo, pesquisas do Observatório Universitário (NUNES;

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CARVALHO, 2007) apontam que o ensino superior no Brasil é confuso, uma vez que

grande parte de seus egressos acaba não trabalhando na área de graduação,

caracterizando uma lacuna nas políticas públicas no que se refere ao ensino superior e à

inserção profissional.

4.7 Comentários e sugestões adicionais

Encerrando o questionário enviado aos participantes, foi aberto espaço para que

estes elencassem comentários ou sugestões, tanto com relação ao Curso, quanto a esta

pesquisa. Dentre os 21 participantes, 11 fizeram alguma sugestão ou comentário, estando

estes explicitados no quadro 19. Ressalta-se que cinco participantes referiram-se a

parabenização pela pesquisa e desejos de boa sorte na mesma.

COMENTÁRIO/SUGESTÃO FREQUÊNCIA

Sugestões para o Curso 5 P10 - [...] Necessita de mais incentivo à pesquisa, elaboração de artigo, palestras voltadas a atividades profissionais especificas de cada área [...]; P18 - Manter contato com os Egressos [...] deveria ter um informativo para egressos do próprio curso [...];

P19 - [...] o curso tem que disponibilizar e divulgar o maior número de opções de atuação profissional. Como também, incentivar a busca de psicoterapia pessoal e de uma formação específica; P10 - [...] foco em estatística, que é relevante para o desenvolvimento de uma pesquisa; P5 - [...] percebo que a demanda maior está na área da psicologia social, que por algum motivo é pouco explorada na faculdade e também pouco procurada pelos alunos.

Comentários 4 P15 - Durante 1 ano estive trabalhando como clínica e em uma ONG, senti maiores dificuldades quanto à inserção na ONG, não somente porque haviam outros profissionais, mas principalmente porque nem sempre ó possível atuar na nossa área sem interferir nos objetivos da instituição, incluindo questões éticas; P21 - Acho que seria interessante alguma pergunta em relação ao profissional, se ele além de atuar na área de formação faz algo em paralelo. Pois é o que acontece comigo e com muitos colegas que conheço, além de trabalhar em consultório fazem outra coisa, muitas vezes não ligada à Psicologia para aumentar sua renda; P7- [...] avalio o curso positivamente, algumas atividades como escrever projetos, foram tão praticadas que tornaram-se algo fácil, e a maioria dos professores são ótimos, tanto que mesmo após o curso sempre estiveram à disposição para me esclarecer algumas dúvidas [...]; P4 – [...] através dos supervisores nos sentimos acolhidos e amparados. Ao deixar a universidade nos deparamos com um sentimento de orfandade. Contudo, necessária ao nosso crescimento e independência. De repente, nos damos conta que: ou conquistamos nosso espaço, ou nada será realizado. Investir no profissionalismo é primordial nos dias

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de hoje. Onde tudo muda muito rápido. Investir na própria análise também é algo necessário semanalmente. Não vejo como cuidar sem permitir-se e admitir ser cuidado. Quadro 19. Distribuição da freqüência de respostas relacionadas a comentários e sugestões feitos pelos participantes.

É possível observar nos comentários e sugestões pontuados pelos participantes,

que não há pontos em comuns entre eles, no que se refere às sugestões para o Curso.

Cada um dos quatro comentários faz menção a aspectos diferenciados, desde a

necessidade de incentivo à pesquisa, contato com o egresso, divulgação de opções de

atuação profissional, até o incentivo à procura de psicoterapia e o foco em estatística e na

área social. Dentre os comentários realizados, evidenciaram-se particularidades de cada

participante.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa pesquisa teve por objetivos identificar o grau de satisfação dos egressos em

relação à formação recebida no Curso de Psicologia da UNIVALI; verificar os aspectos

que facilitaram e/ou dificultaram a inserção profissional dos egressos; levantar

informações sobre a inserção profissional, incluindo áreas, contextos e âmbitos de

atuação profissional dos egressos e detectar a satisfação em relação à própria profissão.

Os psicólogos participantes dessa pesquisa, em sua maioria, com um total de 16,

tiveram sua formação acadêmica pautada na Matriz Curricular V (Anexo B), a qual esteve

em vigência no período de 2002 a 2004, formando profissionais nos períodos de 2007 a

2009.

O Curso de Psicologia atendeu parcialmente às expectativas de formação

profissional dos participantes, bem como proporcionou segurança e formação técnico-

científica para o exercício adequado da profissão. Houve, de acordo com os participantes,

equilíbrio entre as disciplinas de formação geral e as de formação específica e as

atividades práticas contribuíram para a compreensão dos conteúdos teóricos. Dados

Estes também considerados relevantes em pesquisas anteriores (SCHAADT, 2003;

ANTUNES, 2004;) e revelam aspectos positivos da formação acadêmica.

O estágio curricular obrigatório proporcionou aos participantes a oportunidade de

continuar a aprendizagem de maneira prática e reflexiva, gerou autonomia,

responsabilidade e poder de decisão em intervenções profissionais, favoreceu o

aprimoramento da consciência ética profissional, preparou para a atuação em situações

semelhantes, além de aprimorar habilidades de trabalhar em equipes multiprofissionais e

possibilitar o início da inserção no mercado de trabalho, conciliando os conhecimentos

teórico-práticos.

Dentre as disciplinas cursadas, Psicopatologia, Psicologia Organizacional e do

Trabalho e Psicologia do Desenvolvimento foram consideradas as disciplinas mais

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significativas durante a formação, sendo que Estatística foi a considerada como sendo a

disciplina menos significativa.

Observa-se o crescente interesse pelo aumento do conhecimento e pelo

desenvolvimento profissional, demonstrado através da grande procura por cursos de pós-

graduação, sendo que 15 profissionais já estão freqüentando ou freqüentaram, sendo que

apenas seis ainda não o fizeram. Os cursos mais procurados pertencem à área de Saúde

Mental, Psicopatologia e Psicanálise, seguida por Psicoterapias Corporais.

A primeira área de atuação de nove participantes foi a área Clínica, seguida pela

Organizacional e do Trabalho por cinco participantes. Dentre os fatores que contribuíram

para a inserção profissional, estes se referem a conhecimentos, atitudes e a outros

fatores, como por exemplo, a rede social. As dificuldades para a inserção profissional, por

sua vez, referem-se à falta de investimento em profissionais que procuram o primeiro

emprego, formação da clientela, falta da valorização da profissão pelo mercado e

necessidade de especialização no mercado de trabalho.

Dentre as estratégias realizadas pelos participantes para superar as dificuldades

supracitadas, evidencia-se a realização de especialização, trabalho voluntário, produção

científica, informação sobre o trabalho do psicólogo, busca de auxílio na rede social e

contato com outros profissionais da área.

A atividade profissional predominante concentra-se em Psicologia Clínica (7), e

Psicologia Organizacional e do Trabalho (3). Há predomínio de profissionais em

empresas privadas. A forma de admissão no emprego da maioria dos participantes

ocorreu por meio de processo seletivo e a relação trabalhista predominante está de

acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Quanto à renda salarial dos

participantes, foi possível constatar que esta se concentra primordialmente na faixa de até

cinco salários mínimos.

O curso contribuiu para que os egressos pudessem ingressar no trabalho atual,

ocupar o cargo atual, aumentar o padrão salarial e obter ascensão profissional. Dos 21

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egressos participantes da amostra 13 iniciaram suas atividades profissionais no primeiro

semestre após a formatura e suas funções atuais estão plenamente de acordo com a

formação acadêmica obtida para a maioria dos participantes.

Quanto à satisfação profissional, há igualdade entre a pouca e a plena satisfação,

com dez pontuações para cada uma, sendo que ainda um participante mencionou não

estar nem plenamente satisfeito, nem pouco e nenhum participante mencionou não estar

satisfeito.

Pode-se constatar que as limitações do curso se concentraram na estruturação da

Matriz, na relação teoria-prática insuficiente, na necessidade de complementação, no

incentivo à pesquisa, no aprofundamento teórico de segmentos específicos e no

desenvolvimento de habilidades para o mercado de trabalho. Torna-se necessário

mencionar que algumas modificações e adequações já foram realizadas, resultando em

novas matrizes curriculares em vigência.

No capítulo 2 constam dados encontrados em pesquisas realizadas anteriormente,

ao longo da discussão dos resultados buscou-se compará-los com os dados apurados

nesta pesquisa, a fim de que possíveis revisões e adequações sejam discutidas pelo

Curso. Reforça-se assim a necessidade de permanente realização de pesquisas junto ao

egresso e atualização das já existentes, a fim de subsidiar o planejamento das ações e a

qualidade dos serviços prestados pela instituição, buscando formar profissionais pautados

não só na atuação profissional, mas também na pesquisa e ensino da Psicologia.

Este estudo não responde a todas as perguntas e inquietações sobre a inserção de

recém-formados no mercado de trabalho. Ainda há muito que se investigar acerca desse

tema tão relevante. Sugere-se, a partir dessa investigação, a realização de novas

pesquisas com egressos que não preencheram o critério de participação nesta, ou seja,

aqueles que não se inseriram no mercado de trabalho até o momento, investigando os

motivos da não inserção. Bem como, além investigar as estratégias utilizadas pelos

egressos que estão inseridos no mercado de trabalho, investigar também as estratégias

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de enfrentamento utilizadas pelos participantes que ainda não conseguiram se inserir

neste.

Há a urgente necessidade de pesquisas sobre mudanças estruturais realizadas na

Matriz Curricular do Curso de psicologia da UNIVALI. A falta de vinculação entre teoria e

a realidade do mundo aumenta ainda mais as dificuldades de inserção dos jovens

profissionais.

Sarriera et al. (2000) sugere que um programa de inserção profissional poderia

auxiliar os jovens recém-formados a fortalecerem a tolerância as frustrações e os

mecanismos psicológicos de superação das dificuldades encontradas na inserção

profissional. Tendo no planejamento da carreira e na identificação do foco de atuação

profissional na área em que se deseja atuar, mais um facilitador da inserção profissional.

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7 ANEXOS

Anexo A

Curso de Psicologia - Currículo 04

CÓDIGO DISCIPLINAS REQUISITO PARALELO

PRÉ-REQUISITOS

NOTA

SEM.

ANO

CRÉD.

C/H

2225 Estatística Básica 03 045 1345 Genética e

Evolução 04 060

2226 Psicologia: Ciência e Profissão

04 060

1 2227 Português (Oficina de Narrativa)

03 045

0312 Filosofia 04 060 2228 Anatomia Básica 03 045 0840 Metodologia

Científica 02 030

2229 História da Psicologia

04 060

Total carga-horária 1º período

27 405

2230 Estatística Aplicada 2225 03 045 2231 Processos Básicos

em Psicologia 04 060

2232 Português (Oficina de Dissertação)

04 060

2 0667 Neuroanatomia 2228 04 060 2233 Métodos de

Investigação Psicológica

04 060

2234 História da Psicologia

2229 04 060

2235 Antropologia Cultural

03 045

2403 Sociologia 03 045 Total

carga-horária 2º período

29 435

2236 Fundamentos de Fisiologia Geral e Neurofisiologia

0667 06 090

2237 Métodos de Investigação Psicológica

2233 04 060

0956 Psicologia da Aprendizagem

04 060

0959 Psicologia do Desenvolvimento

2231 04 060

2238 Psicologia Social 04 060

04 060

2239 Análise Experimental do Comportamento

06 090

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2240 Técnicas de Exame Psicológico (TEP)

2231 04 060

2241 Dinâmica de Grupo 04 060 Total

carga-horária 3º período

36 540

2242 Psicofisiologia 2236 04 060 2243 Psicologia da

Aprendizagem 0956 04 060

2372 Psicologia do Desenvolvimento

0959 04 060

2244 Psicologia Social 2238 04 060 2245 Técnicas de

Exame Psicológico (TEP)

2240 04 060

4 2246 Psicologia da Personalidade

2234 04 060

2247 Psicomotricidade 04 060 1251 Didática (Optativa

para Licenciatura) 04 060

2248 Seminários Avançados

2237 02 030

Total carga-horária 4º período

34 510

2249 Psicopatologia 2242 04 060 2250 Psicologia do

Desenvolvimento 2372 04 060

2251 Psicologia Comunitária

06 090

2252 Psicologia da Personalidade

2246 04 060

5 2253 Técnicas Projetivas 04 060 2254 Teorias e Sistemas

Institucionais 2244 04 060

2256 Seminários Avançados

02 030

2255 Didática (Optativa para Licenciatura)

04 060

- Disciplina Optativa A

04 060

Total carga-horária 5º período

36 540

2265 Psicopatologia 2249 04 060 2266 Teorias e Técnicas

Psicoterápicas 2252 04 060

2267 Psicologia Educacional

2243 04 060

2268 Técnicas Projetivas 04 060 6 0910 Ética Profissional 04 060 2269 Psicologia Aplicada

à Educação Especial

03 045

2270 Psicofarmacologia 2242 02 030

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2271 Comportamento Organizacional

2254 03 045

0224

Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1º e 2º graus(Optativa p/ Licenciatura)

04 060

- - Disciplina Optativa A

04 060

Total carga-horária 6º período

36 540

2272

Teorias e Técnicas Psicoterápicas

04 060

2273

Psicologia Educacional

2267 04 060

2274 Psicologia Aplicada à Educação Especial

2269 03 045

2275 Psicologia Organizacional e do Trabalho

2217 04 060

7 2276 Psicologia da Sexualidade

04 060

2279 Supervisão para o Trabalho de Conclusão de Curso Todas até o 6º período

02 030

1298 Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1º e 2º Graus (Optativa p/Licenciatura)

04 060

2280 Seminários Avançados

02 030

2291 Estágio Supervisionado em Psicologia Educacional

0910-2241-2250-2267-2269

08 120

Total carga-horária 7º período

35 525

2281 Teorias e Técnicas Psicoterápicas 04 060

04 060

2282 Psicologia Organizacional e do Trabalho

2275 04 060

2283 Psicologia Clínica 06 090 2284 Orientação

Profissional 2273 03 045

2285 Psicologia da Saúde

2265 04 060

8 2288 Supervisão para o Trabalho de Conclusão de Curso

2279 02 030

1278 Prática de Ensino 04 060

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em Psicologia (Optativa p/Licenciatura)

2298 Estágio Supervisionado em Psicologia Educacional

2291-2273 08 120

2297 Estágio Supervisionado em Psiciologia Organizacional e do Trabalho

2275-2245 08 120

Total carga-horária 8º período

43 645

2289 Estágio Supervisionado em Psicologia Clínica

2253-2265-2268-2270-2281- 2283

10 150

9 2290 Estágio Supervisionado em Psicologia Organizacional e do Trabalho

2297 08 120

- Disciplina Optativa B

04 060

Total carga-horária 9º período

22 330

2296 Estágio

Supervisionado em Psicologia Clínica

2289 10 150

10 - Disciplina Optativa B

04 60

Total carga-horária 10º período

14 210

DISCIPLINAS OPTATIVAS A CÓDIGO DISCIPLINAS REQUISITO

PARALELO PRÉ-

REQUISITOS NOTA SEM. ANO CRÉD. C/H

2257 Saúde Pública 04 060 2258 Psicopedagogia 04 060 2259 Psicologia Comparativa

e Animal 04 060

2260 Fundamentos Ecológicos e Evolutivos do Comportamento Humano

04 060

2261 Dinâmica de Grupo Aplicada às Organizações

04 060

2262 Psicologia Cognitiva 04 060 2263 Tópicos em Psicologia 04 060

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Aplicada (Psicologia Hospitalar)

3047 Tópicos em Psicologia Aplicada (Psicologia Jurídica)

04 060

3385 Tópicos em Psicologia Aplicada (Psicologia do Trânsito)

04 060

3386 Tópicos em Psicologia Aplicada (Psicologia do Desporto)

04 060

3387 Tópicos em Psicologia Aplicada (Psicologia e Tecnologia)

04 060

3388 Tópicos em Psicologia Aplicada (Psicologia e Marketing)

04 060

2264 Oficina de Informática 04 060

DISCIPLINAS OPTATIVAS B CÓDIGOS DISCIPLINAS REQUISITO

PARALELO PRÉ-

REQUISITO NOTA SEM. ANO CRED. C/H

2292 Psicopatologia Infantil

04 060

2293 Abordagens em Psicoterapia (Psicodrama)

04 060

3389 Abordagens em Psicoterapia (Gestalt)

04 060

3390 Abordagens em Psicoterapia (Corporal)

04 060

3391 Abordagens em Psicoterapia (Sistêmica)

04 060

3392 Abordagens em Psicoterapia (Ludoterapia)

04 060

3393 Abordagens em Psicoterapia (Breves)

04 060

3394 Abordagens em Psicoterapia (Humanismo)

04 060

3395 Abordagens em Psicoterapia (Psicanálise)

04 060

2294 Técnicas Projetivas (PMK)

04 060

2295 Técnicas Projetivas (Roscharch)

04 060

TOTAL GERAL DA CARGA-HORÁRIA BACHAREL 256 3.840 TOTAL GERAL DA CARGA-HORÁRIA BACHAREL + LICENCIATURA 276 4.140 TOTAL GERAL DA CARGA-HORÁRIA BACHAREL + FORMAÇÃO DE PSICÓLOGO 292 4.380 TOTAL GERAL DA CARGA-HORÁRIA BACHAREL + LICENCIATURA + FORMAÇÃO DE PSICÓLOGO

312 4.680

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PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM PSICOLOGIA

CRITÉRIOS

- Aprovação em todas as disciplinas do 1º ao 8º - Aprovação na defesa pública do Trabalho de Conclusão de Curso - Comprovada participação, através de certificados, em Palestras, Seminários, Fóruns, “Semana de Psicologia” e Congressos Científicos, com um mínimo de 200 h/a de Atividades Complementares. - Aprovação em 120 h/a de disciplinas Optativas A .

PARA OBTENÇÃO DA LICENCIATURA

CRITÉRIOS

- Aprovação em todas as disciplinas do 1º ao 8º período, inclusive as pedagógicas e Trabalho de Conclusão de Curso. - Aprovação em 120 h/a de disciplinas Optativas A .

PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE PSICÓLOGO

CRITÉRIOS

- Aprovação em 120 h/a de disciplinas Optativas A e 120 h/a de disciplinas Optativas B. - Aprovação em todas as disciplinas do currículo, sendo facultativas as disciplinas Optativas para Licenciatura. - Aprovação nos relatórios dos Estágios

OUTRAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES - O Estágio Supervisionado do 7º e 8º período será validado somente após a aprovação do Trabalho de Conclusão de Curso. - As disciplinas optativas A e B serão determinadas, a cada semestre.

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Anexo B

Curso de Psicologia - Currículo 05 CÓDIGO DISCIPLINAS REQUISITO

PARALELO PRÉ-

REQUISITOS

NOTA

SEM.

ANO

CRÉD.

C/H

3808

Fundamentos Filosóficos e Epistemológicos da Psicologia

04 060

3809 Anatomia Geral e Neuroanatomia

04 060

3810 Sociologia 03 045 1 3811 Metodologia

Científica 02 030

3812 História da Psicologia

02 030

3813 Psicologia: Ciência e Profissão

04 060

3926 Introdução à Neurociência

03 045

Total carga-horária 1º período

22 330

3814

Antropologia Cultural

03 045

3927 Neurofisiologia 3809 05 075 3928 Processos

Básicos 04 060

2 3929 História da Psicologia

03 030

3930 Psicologia do Desenvolvimento

04 060

3931 Estatística Aplicada

03 045

Total carga-horária 2º período

21 315

4010

Psicobiologia 03 045

4011 Teorias Psicológicas da Aprendizagem (TPA)

04 060

4012 Psicologia do Desenvolvimento

3930 04 060

4013 Psicologia Social 04 060 3 4014 Análise

Experimental do Comportamento

3928 06 090

4015 Psicometria 3928 04 060 4016 História da

Psicologia 02 030

4017 Psicologia da Personalidade

04 060

Total carga-

31 465

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horária 3º período

4018

Teorias Psicológicas da Aprendizagem (TPA)

4011 04 060

4019 Psicologia do Desenvolvimento

4012 04 060

4020 Psicologia Social 4013 04 060 4 4021 Técnicas de

Exame Psicológico (TEP)

4015 04 060

4022 Psicologia da Personalidade

04 060

4023 Psicologia da Saúde

04 060

4024 Psicomotricidade 04 060 Total

carga-horária 4º período

28 420

4025

Psicologia Comunitária

04 060

4026 Psicologia da Personalidade

04 060

5 4027 Técnicas Projetivas

04 060

4028 Psicologia Organizacional e do Trabalho

04 060

4029 Fundamentos Teóricos dos Processos Grupais

04 060

4030 Métodos de Pesquisa em Psicologia

04 060

4031 Técnicas de Entrevista e Diagnóstico

4021 04 060

Total carga-horária 5º período

28 420

4032

Psicopatologia 4010 06 090

4033

Teorias e Técnicas Psicoterápicas (TTP)

4022 04 060

6 4034 Psicologia Educacional

4018 04 060

4035 Psicologia Organizacional e do Trabalho

4028 04 060

4036 Psicologia Aplicada à Educação Especial

03 045

4038 Currículo e Avaliação (Optativa para Licenciatura)

04 060

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4039 Trabalho de Conclusão de Curso

3811-4030 03 030

Disciplina Eletiva A

04 060

Total carga-horária 6º período

31 465

4040 Teorias e Técnicas Psicoterápicas (TTP)

4017 04 060

4041 Psicologia Educacional

4034 04 060

4042 Psicologia Organizacional e do Trabalho

4035 04 060

7 4043 Ética Profissional 02 030 4044 Psicologia

Aplicada à Educação Especial

4036 03 045

4046 Didática (Optativa para Licenciatura)

05 075

4047 Trabalho de Conclusão de Curso

4039 02 030

Disciplina Eletiva B

04 060

Total carga-horária 7º período

28 420

4048 Teorias e Técnicas Psicoterápicas

4026 04 060

8 4049 Estágio Supervisionado em Psicologia Clínica

4027-4032-4033-4040-4043

07 105

4050 Estágio Supervisionado em Psicologia Educacional

4043-4029-4041

10 150

4051 Psicofarmacologia 4010 02 030 4052 Tópicos Especiais

em Licenciatura (Optativa para Licenciatura)

04 060

Total carga-horária 8º período

27 405

4053 Estágio Supervisionado em Psicologia Clínica

4049-4048 08 120

4054 Estágio Supervisionado em Psicologia Organizacional e do Trabalho

4028-4042-4043-4029

10 150

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4055 Estágio Supervisionado em Psicologia Educacional

4050 10 150

9 4056 Prática de ensino Integrada (Optativa para licenciatura)

4046-4038 04 060

4057

Tópicos Especiais em Psicologia

04 060

Total carga-horária 9º período

36 540

4058 Prática de Ensino Integrada (Optativa para Licenciatura)

4056 04 060

4059 Estágio supervisionado em Psicologia Clínica

4053 05 075

10 4060 Estágio

Supervisionado

em Psicologia

Organizacional e

do Trabalho

4054 10 150

Total carga-horária 10º período

19 285

OUTRAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES

- As disciplinas eletivas A e B serão determinadas, a cada semestre.

DISCIPLINAS OPTATIVAS A CÓDIGO DISCIPLINAS REQUISITO

PARALELO PRÉ-

REQUISITOS NOTA SEM. ANO CRÉD. C/H

2257 Saúde Pública 04 060 2258 Psicopedagogia 04 060 2259 Psicologia Comparativa

e Animal 04 060

2260 Fundamentos Ecológicos e Evolutivos do Comportamento Humano (FEEECH)

04 060

2261 Dinâmica de Grupo Aplicada às Organizações

04 060

2262 Psicologia Cognitiva 04 060 2263 Tópicos em Psicologia

Aplicada (Psicologia Hospitalar)

04 060

2264 Oficina de Informática 04 060 3047 Tópicos em Psicologia 04 060

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Aplicada (Psicologia Jurídica)

3074 Tópicos Avançados de Psicologia do Desporto

3385 Tópicos em Psicologia Aplicada (Psicologia do Trânsito)

04 060

3386 Tópicos em Psicologia Aplicada (Psicologia do Desporto)

04 060

3387 Tópicos em Psicologia Aplicada (Psicologia e Tecnologia)

04 060

3388 Tópicos em Psicologia Aplicada (Psicologia e Marketing)

04 060

4460 Abordagem Comportamental

04 060

4461 Psicodiagnóstico Infantil 04 060 4462 Abordagem Gestalt 04 060 4912 Tópicos Psicologia

Aplicada (Psicologia da Arte)

04 060

DISCIPLINAS OPTATIVAS B CÓDIGOS DISCIPLINAS REQUISITO

PARALELO PRÉ-

REQUISITO NOTA SEM. ANO CRED. C/H

2292 Psicopatologia Infantil

04 060

2293 Abordagens em Psicoterapia (Psicodrama)

04 060

2294 Técnicas Projetivas (PMK)

04 060

2295 Técnicas Projetivas (Roscharch)

04 060

3389 Abordagens em Psicoterapia (Gestalt)

04 060

3390 Abordagens em Psicoterapia (Corporal)

04 060

3391 Abordagens em Psicoterapia (Sistêmica)

04 060

3392 Abordagens em Psicoterapia (Ludoterapia)

04 060

3393 Abordagens em Psicoterapia (Breves)

04 060

3394 Abordagens em Psicoterapia (Humanismo)

04 060

3395 Abordagens em Psicoterapia (Psicanálise)

04 060

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PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM PSICOLOGIA MODALIDADE 1 – Habilitação: 0

CRITÉRIOS

- Aprovação em todas as disciplinas do 1º ao 8º (exceto todos os Estágios Supervisionados) - TCC - As Disciplinas Optativas para a Licenciatura são facultativas. - Comprovação de 200 h/a de atividades complementares através de certificados de participação em atividades de ensino, pesquisa e extensão.

PARA OBTENÇÃO DA LICENCIATURA

CRITÉRIOS

- Aprovação em todas as disciplinas do 1º ao 10º período, inclusive as pedagógicas e Trabalho de Conclusão de Curso e excluídos os estágios supervisionados em Psicologia Clínica, Psicologia Organizacional e do Trabalho e Psicologia Educacional. - Comprovação de 200 h/a de atividades complementares através de certificados de participação em atividades de ensino, pesquisa e extensão. - Aprovação em 060 h/a de Disciplina Eletiva do bloco A (uma disciplina) e 060 h/a de Disciplina eletiva do bloco B (uma disciplina) .

PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE PSICÓLOGO MODALIDADE 7 – Habilitação: 1

CRITÉRIOS

- Aprovação em 120 h/a de Disciplinas Eletivas, sendo 060 h/a do Bloco A (uma disciplina) e 060 h/a do Bloco (uma disciplina). - Aprovação em todas as disciplinas do currículo, sendo facultativas as disciplinas Optativas para Licenciatura.

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8 APÊNDICES

APÊNDICE A – Instrumento de coleta de dados

Dados pessoais Sexo: ( ) masculino ( ) feminino Idade: _____________ Mês/ano de ingresso: _____/_____ Mês/ano de conclusão: _____/_____ Formação recebida na graduação

• O Curso de graduação atendeu às suas expectativas de formação profissional? ( ) Plenamente ( ) Parcialmente ( ) Pouco ( ) Não atendeu Se você não assinalou plenamente, explique por quê: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

• O Curso proporcionou segurança para o exercício adequado da profissão? ( ) Plenamente ( ) Parcialmente ( ) Pouco ( ) Não proporcionou Se você não assinalou plenamente, explique por quê: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

• Proporcionou formação técnico-científica adequada para exercer a profissão? ( ) Plenamente ( ) Parcialmente ( ) Pouco ( ) Não proporcionou Se você não assinalou plenamente, explique por quê: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

• Houve um equilíbrio entre as disciplinas de formação geral e as de formação específica? ( ) Plenamente ( ) Parcialmente ( ) Pouco ( ) Não houve equilíbrio Se você não assinalou plenamente, explique por quê: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

• As atividades práticas contribuíram para a compreensão dos conteúdos teóricos? ( ) Plenamente ( ) Parcialmente ( ) Pouco ( ) Não contribuíram Se você não assinalou plenamente, explique por quê: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

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• O estágio curricular obrigatório foi importante porque permitiu (neste item é permitido escolher mais de uma opção): ( ) A preparação para atuar em situações semelhantes. ( ) A oportunidade de continuar a aprendizagem de maneira prática e reflexiva. ( ) Gerar autonomia, responsabilidade e poder de decisão em intervenções profissionais. ( ) Iniciar a inserção no Mercado de Trabalho de modo a conciliar os conhecimentos teórico-práticos. ( ) Aprimorar a consciência ética profissional. ( ) Aprimorar habilidades de trabalhar em equipes multiprofissionais. ( ) Outro. Qual? _________________________________________________________ • Escreva o nome de duas disciplinas que você cursou, consideradas mais significativas na sua formação: ________________________________________

• Cite, dentre as matérias cursadas a que menos o embasou para o exercício da profissão: _________________________________________________________

Formação específica:

• Possui algum tipo de pós-graduação? ( ) Sim ( ) Não ( ) Especialização. Em que área(s)?_______________________________________ ( ) Mestrado. Em que área(s)?____________________________________________ • Assinale a principal razão que o levou a fazer cursos de pós-graduação ( ) Econômica ( ) Aumento do conhecimento ( ) Necessidades do mercado de trabalho ( ) Status ( ) Outra. Qual?___________________________________________

Informações sobre a inserção e atuação profissional:

• Tempo que levou para se inserir no mercado de trabalho após a conclusão do Curso: ____________________________________________________________

• Cite três fatores que contribuíram para a sua inserção profissional ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

• Na sua trajetória profissional descreva a(s) área(s) de atuação. Caso tenha migrado para outra área, especifique o motivo:

- 1ª área:__________________________ - 2ª área:__________________________ Motivo:_________________________ - 3ª área:__________________________ Motivo:_________________________ - Desenvolvia atividades em áreas concomitantes na Psicologia? ( ) Sim ( ) Não • As principais dificuldades para a inserção no mercado de trabalho foram (enumere as três alternativas por ordem de importância. Marque 1 para a mais importante, 2 para a seguinte e 3 para a subseqüente):

( ) falta de experiência

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( ) falta de compreensão do papel do psicólogo e de sua atuação pela população não acadêmica ( ) falta de investimento em profissionais que procuram o primeiro emprego ( ) baixa remuneração ( ) saturação do mercado de trabalho ( ) distância entre teoria e prática na graduação ( ) falta de valorização da profissão pelo mercado ( ) formação de clientela ( ) necessidade de especialização no mercado de trabalho ( ) não houve dificuldades ( ) outras. Quais? ______________________________________________________ • Você fez algo para superar tais dificuldades?

( ) Sim ( ) Não Caso afirmativo, especifique: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ • Em qual área você está atuando? (neste item é permitido escolher mais de uma opção):

( ) Psicologia Clínica ( ) Psicologia Educacional ( ) Psicologia Organizacional e do Trabalho ( ) Psicologia do Trânsito ( ) Psicologia Jurídica

( ) Psicologia do Esporte ( ) Psicologia das Emergências e

dos Desastres ( ) Pesquisa Acadêmica ( ) Docência ( ) Outra. Qual?_______________

• Local de trabalho (assinalar uma ou mais opções):

( ) Consultório particular ( ) Clínica integrada ( ) Escola

( ) Universidade ( ) Empresa privada ( ) ONG

( ) Setor público Especifique: ______________________________________________ ( ) Outro. Qual?___________________________________________________________

• Forma de admissão: ( ) Concurso ( ) Processo seletivo ( ) Recursos próprios ( ) Relações pessoais ( ) Estagiário ( ) Convite ( ) Outros: _______________________

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• Relação trabalho:

( ) Empregado (CLT) ( ) Servidor ( ) Eventual ( ) Autônomo ( ) Voluntário • Sua renda profissional em salários mínimos situa-se em:

( ) Até 5 salários ( ) De 5 a 10 salários ( ) De 11 a 20 salários ( ) Acima de 21 salários

O Curso de Psicologia contribuiu para: • Ingressar no seu trabalho atual? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte

Caso tenha respondido “em parte” favor explicar: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

• Ocupar o cargo atual? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte Caso tenha respondido “em parte”, favor explicar: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

• Aumentar seu padrão salarial? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte Caso tenha respondido “em parte”, favor explicar: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

• Obter ascensão profissional? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte Caso tenha respondido “em parte”, favor explicar: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

• A sua atividade profissional teve início: ( ) Durante o Curso, no período de estágio obrigatório ( ) No primeiro ano após a formatura ( ) Depois do primeiro ano de formado

• Sua função atual está de acordo com a sua formação acadêmica? ( ) Plenamente ( ) Parcialmente ( ) Pouco ( ) Não está de acordo Se você não assinalou plenamente, explique por quê: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Satisfação profissional:

• Você está satisfeito(a) com a sua profissão? ( ) Plenamente ( ) Pouco ( ) Não estou satisfeito(a)

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Se você assinalou pouco ou não satisfeito (a), explique por quê: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

• Espaço reservado para comentários e sugestões adicionais ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

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Apêndice B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) a participar, como voluntário, em uma pesquisa,cuja

tarefa consistirá no preenchimento de um questionário semi-estruturado. Após ser

esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo,

preencha o consentimento que está ao final deste termo e encaminhe este documento via e-

mail, declarando sua participação livre e voluntária ao pesquisador responsável.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Título do projeto: Formação e inserção no mercado de trabalho dos egressos do Curso de

Psicologia da UNIVALI/Campus Itajaí - 2007/I a 2008/II.

Pesquisadora responsável: Sueli Terezinha Bobato

E-mail: [email protected]

Telefone: (47) 3341-7542

Pesquisadora participante: Carla Luisa Werlang

E-mail: [email protected]

Telefone: (47) 99127579

Curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí – CCS

R: Uruguai, 448 – bloco 25 B – sala 401

A pesquisa intitulada: “Formação e inserção no mercado de trabalho dos egressos do

Curso de Psicologia da UNIVALI/Campus Itajaí - 2007/I a 2008/II” objetiva investigar a

percepção dos egressos do Curso de Psicologia da UNIVALI – Campus Itajaí, envolvendo o

período de 2007/I a 2008/II, sobre a relação entre sua formação e inserção profissional;

identificar o grau de satisfação dos egressos em relação à formação; verificar os aspectos

que facilitaram e/ou dificultaram a inserção profissional; levantar informações sobre a

atividade profissional, incluindo áreas, contextos e âmbitos de atuação profissional e

detectar a satisfação em relação à profissão.

Será utilizada uma combinação metodológica entre a abordagem quantitativa e

qualitativa, cujo instrumento de coleta de dados será um questionário semi-estruturado a

partir dos objetivos citados acima. Os dados serão analisados através da técnica de análise

de conteúdo, de modo que as respostas serão sistematizadas e organizadas em categorias

temáticas.

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Esta pesquisa não oferece riscos, prejuízos ou desconforto aos participantes.

Possibilitará uma comunicação entre o Curso de Psicologia e os seus egressos, estimulando

reflexões e ajustes na formação, na medida em que identifica problemas e/ou deficiências.

Poderá ainda ser útil para a elaboração de estratégias relacionadas à responsabilidade

social da Universidade na inserção profissional do egresso do Curso de Psicologia e para a

tomada de decisões na melhoria da qualidade dos serviços prestados mais especificamente

pelo Curso de Psicologia em relação às dimensões contempladas. Os dados levantados

poderão se constituir como indicadores de avaliação curricular, pautada nas necessidades

atuais.

A partir do término da pesquisa e da elaboração da Monografia, haverá retorno dos

resultados da pesquisa, onde será enviada uma cópia do trabalho final da Monografia ao e-

mail fornecido pelo participante na ocasião da coleta dos dados. O período de participação

na pesquisa será o mês de agosto de 2009.

Os dados coletados serão mantidos em sigilo e anonimato, os participantes poderão

ter acesso livre às informações e a participação não é obrigatória, sendo que o sujeito tem o

direito de retirar o consentimento quando quiser. Os resultados dessa pesquisa serão

utilizados somente com finalidade acadêmica, podendo vir a ser publicado em revistas

especializadas, porém, seus dados pessoais serão mantidos em anonimato.

Salienta-se ainda que a realização da pesquisa foi autorizada pelo Coordenador do

Curso de Psicologia da UNIVALI/Campus Itajaí, mas caso tenha alguma reclamação do

ponto de vista ético, você poderá contatar com a pesquisadora responsável.

CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO

Eu, _________________________________________________, psicólogo (a) sob o

registro CRP:________, concordo em participar do presente estudo. Fui devidamente

informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como

os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que

posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer

penalidade. Também disponibilizo o seguinte telefone ________________, e-mail

______________________________________________ e endereço

_________________________________________________________ para posterior

contato por ocasião da entrega final da monografia.

Local e data:__________________________________________________.