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CARTA ATIVA WEALTH MANAGEMENT JULHO 2018

CARTA ATIVA WEALTH MANAGEMENT - ATIVA WM... · A relação dívida/PIB ultrapassou os 80% e mesmo com esforço dos últimos 2 anos o resultado primário do Governo ainda não voltou

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CARTA ATIVA WEALTH MANAGEMENT

JULHO 2018

www.at ivawm.com.br

Finda a Copa do Mundo, as atenções da mídia e da população devem ficar 100% focadas na eleição presidencial . Em função dos úl t imos acontec imentos , as discussões pol í t icas têm se acalorado em demasia e cabe a nós , como gestores , separar os anseios pessoais e enxergar a conjuntura com o olhar f r io dos fatos , deixando as convicções de fora.

A incer teza em relação ao quadro eleitoral tem trazido muita volati l idade ao mercado, conforme previmos no início do ano. A memór ia das eleições de 2002 ainda está v iva na lembrança do mercado que aguarda alguma at i tude análoga à Car ta aos Brasi le iros para t razer t ranqui l idade na transição pol í t ica .

O grande receio do mercado é que o novo Governo não entenda os desafios aos quais está exposto e não consiga reequil ibrar a economia, distanciando cada vez mais o país do rumo do crescimento sustentável .

Diferente de 2002 , quando a grande ameaça era em relação às contas externas , o que preocupa o mercado nestas eleições é a f rági l s i tuação fiscal do país .

Julho de 2018

A relação dívida/PIB ultrapassou os 80% e mesmo com esforço dos úl t imos 2 anos o resultado pr imár io do Governo ainda não voltou ao campo posi t ivo.

CARTA ATIVA WEALTH MANAGEMENT

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Julho de 2018

CARTA ATIVA WEALTH MANAGEMENT

Em economia, assim como em quase todos os campos de atividade, é muito mais fáci l destruir que construir. A ideia da nova matr iz econômica com suas convicções popul is tas nos fez retroagir 10 anos e ainda assombra o mercado.

O equi l íbr io da economia passa obr igator iamente pelo controle das contas públ icas . O pr inc ipal desafio que o novo Governo terá que enfrentar é que não exis te maneira de a l terar o orçamento sem reformas estruturais .

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Julho de 2018

CARTA ATIVA WEALTH MANAGEMENT

Par t indo do pr inc íp io que não há espaço para grandes aumentos na carga t r ibutár ia , que já subiu de 25% do PIB na década de 80 para 35% do PIB, a solução da questão fiscal terá que vir mesmo pelo cor te de Gastos, ou seja, por reformas estruturais .

O Congresso passa a ter, desta forma, um papel fundamental no processo de retomada da estabi l idade. Pautas bombas em fim de mandato cer tamente não ajudam a trazer confiança.

Sabemos que a f ragmentação do congresso em diversos par t idos torna quase impossível o equi l íbr io de forças . As pressões dos grandes grupos em busca de interesses específicos normalmente são bem-sucedidas , acarretando normalmente em elevação de gastos e soc ia l ização da conta.

O mais impor tante legado do Governo temporár io de Michel Temer foi a aprovação da PEC do Teto dos Gastos . Hoje, 90% dos gastos são obrigatórios, sendo que 60% representam os gastos previdenciários e o restante despesas garantidas na constituição. A par t i r do ano que vem exis te uma probabi l idade razoável que o teto seja at ingido, e nesse momento alguns l imi tes serão obr igator iamente impostos . O reajuste de serv idores fica suspenso, desonerações proibidas , impossibi l idade de aumento real do salár io mínimo, entre outras .

Neste momento a soc iedade vai colocar pressão no Congresso e equi l ibrar as forças com os grupos que atuam em favor de interesses espec íficos . É razoável supor que o Congresso vai colocar em pauta as reformas necessár ias para destravar os gastos . Es te caminho parece ser quase obr igatór io independente do comandante em chefe. Vale lembrar que esta escolha será mais fác i l se este comandante entender os desafios e não se ludibr iar com as fa lsas esperanças que o popul ismo apregoa.

Ainda estamos pagando o preço das escolhas equivocadas no lado fiscal , e uma segunda aventura em espaço tão cur to de tempo pode ser fata l .

A inflação descontrolada e o desemprego aguardam ansiosos nossos votos em outubro.