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    Carta de Princpios das entidades religiosas usurias do Ch Hoasca

    As entidades religiosas abaixo-relacionadas, sem prejuzo de suas identidades e convices,

    comprometem-se, atravs desta Carta de Princpios, em adotar procedimentos ticos comuns em

    torno do uso do ch resultante da decoco dos vegetaisBanisteriopsis caapi(Mariri ou Jagube)

    ePsychotria virids(Chacrona ou Rainha) doravante aqui denominado Hoasca.

    Do preparo da Hoasca o ch Hoasca o produto da unio do Mariri (Jagube) e da Chacrona

    (Rainha), sem a adio de qualquer outra substncia, alm da gua.

    Do uso da Hoasca O ch Hoasca restrito a rituais religiosos,em locais autorizados pelas

    respectivas direes das entidades usurias, vedado o seu uso associado a drogas ou quaisquer

    plantas psciotrpicas.

    Dos rituais religiosos Respeitada a liturgia de cada uma tendo em vista as peculiaridades do

    efeito fsico do ch Hoasca , as entidades comprometem-se em zelar pela permanncia dos

    usurios at o trmino de suas respectivas sesses religiosas.

    Dos cuidados e restries:

    a) Comercializao As entidades comprometem-se incondicionalmente em no

    comercializar o ch Hoasca, mesmo a seus adeptos.

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    b) Curandeirismo Sendo prtica proibida pela legislao brasileira, o curandeirismo

    deve ser evitado pelas entidades religiosas signatrias. O ch Hoasca deve ser utilizado nos

    termos do que est exposto nesta Carta de Princpios, sendo os benefcios da advindos tratados

    exclusivamente do ponto de vista espiritual, sem alardes publicitrios que induzam a opinio

    pblica e as autoridades a equvocos.

    c) Pessoas incapacitadas Em estado de embriagues ou sob efeito de qualquer droga, ser

    vedado terminantemente o acesso de quem quer que seja aos rituais religiosos, bem como o uso

    do ch Hoasca.

    Da difuso de informaes Grande parte das controvrsias e contratempos em torno do uso do

    ch Hoasca inclusive junto s autoridades constitudas decorre dos equvocos difundidos

    pelos veculos de comunicao. Isso impe, da parte das entidades usurias, especial zelo no trato

    das informaes em torno do ch Hoasca, a includos rituais, preparos e doutrinas. Assim sendo,

    torna-se indispensvel:

    1) que cada instituio, ao falar mdia, esclarea obrigatoriamente sua identidade,

    ressalvando que no fala pelas demais entidades usurias;

    2) que cada instituio restrinja a pessoas experientes de sua hierarquia o direito de falar

    mdia, tendo em vista os riscos decorrentes da difuso inconseqente do tema, por parte

    de pessoas com ele pouco familiarizadas;

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    3) quando estiver em pauta tema comum s instituies usurias, deve-se buscar

    entendimento prvio em trono do que ser difundido, de modo a resguardar o interesse

    geral e a correta compreenso dos objetivos de cada uma.

    Da regulamentao legal A regulamentao do uso do ch Hoasca, atravs da lei, aprovada pelo

    Congresso Nacional, objetivo permanente das entidades signatrias desta Carta de Princpios.

    Por essa via, superam-se definitivamente os obstculos e controvrsias ao uso adequado do ch,

    mediante mecanismos de fiscalizao legal, a serem claramente definidos.

    Cada uma das instituies signatrias compromete-se em designar um representante para

    responder pelos termos desta Carta de Princpios perante as demais. Eventuais transgresses a

    qualquer dos termos acordados devem ser imediatamente comunicadas, cabendo ao infrator a

    responsabilidade pblica e judicial pelo seu ato.

    Esta Carta de Princpio esta aberta a adeses por parte de outras entidades usurias do ch Hoasca

    que se comprometam com os seus termos.

    Rico Branco, 24 de novembro de 1991.