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    COMISSO DE DIREITO PREVIDENCIRIO

    CARTILHA DE

    DIREITO PREVIDENCIRIO

    SECCIONAL SO PAULO

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    SUMRIO

    APRESENTAO UM GUIA DO DIREITO PREVIDENCIRIO..... 9

    CONSIDERAES E AGRADECIMENTOS......................................... 11

    INTRODUO............................................................................................. 13

    1. SEGURIDADE SOCIAL........................................................................ 15

    1.1 Sade .................................................................................................. 15

    1.2 Previdncia Social ............................................................................ 161.3 Assistncia Social .............................................................................. 16

    2. REGIMES PREVIDENCIRIOS......................................................... 17

    2.1 Regime Estatutrio ........................................................................... 17

    2.2 Regime Geral ..................................................................................... 17

    2.3 Regime Complementar .................................................................... 18

    2.3.1 Previdncia Complementar Pblica ................................... 18

    2.3.2 Previdncia Complementar Privada ................................... 18

    2.3.2.1 Entidade Fechada de Previdncia Comple-mentar EFPC......................................................... 19

    2.3.2.2 Entidade Aberta de Previdncia Complemen-tar EAPC ................................................................ 19

    3. SUJEITOS COBERTOS PELO REGIME GERAL DE PREVIDNCIA SOCIAL................................................................................... 21

    3.1 Dos Segurados .................................................................................. 21

    3.1.1 Segurados Obrigatrios ........................................................ 22

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    3.1.1.1 Como empregado .................................................... 22

    3.1.1.2 Como empregado domstico ................................. 23

    3.1.1.3 Como contribuinte individual ............................... 233.1.1.4 Como trabalhador avulso ....................................... 23

    3.1.1.5 Como segurado especial ......................................... 24

    3.1.2 Segurados Facultativos ......................................................... 25

    3.2 Dos Dependentes .............................................................................. 26

    4. BENEFCIOS EM ESPCIE.................................................................. 27

    4.1 Conceitos ........................................................................................... 27

    4.2 Aposentadoria por invalidez (art. 42 a 47 da Lei 8.213/01) ........ 28

    4.2.1 Requisitos .............................................................................. 29

    4.2.2 Termo Inicial.......................................................................... 29

    4.2.3 Termo Final ............................................................................ 30

    4.2.4 Valor do Benefcio ................................................................. 31

    4.3 Aposentadoria por idade (art. 48 a 51 da Lei 8.213/91) .............. 31

    4.3.1 Requisitos ............................................................................... 31

    4.3.2 Carncia .................................................................................. 32

    4.3.3 Termo Inicial.......................................................................... 32

    4.3.4 Termo Final ............................................................................ 32

    4.3.5 Valor do benefcio ................................................................. 32

    4.4 Aposentadoria compulsria ............................................................ 33

    4.5 Aposentadoria por tempo de contribuio (arts. 52 a 56 daLei 8.213/91) ...................................................................................... 34

    4.5.1 Segurados que j haviam implementado os requisitospara obter a aposentadoria por tempo de servio antesda EC n. 20/98. ...................................................................... 34

    4.5.1.1 Aposentadoria Integral ........................................... 34

    4.5.1.1.1 Requisitos ...................................................... 34

    4.5.1.1.2 Valor do Benefcio ....................................... 35

    4.5.1.2 Aposentadoria Proporcional .................................. 35

    4.5.1.2.1 Requisitos ...................................................... 35

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    SUMRIO | 5

    4.5.1.2.2 Valor do Benefcio ....................................... 35

    4.5.2 Segurados vinculados Previdncia que no haviam

    implementado os requisitos para obter a aposentadoriapor tempo de servio quando da entrada em vigor daEC n. 20/98............................................................................. 35

    4.5.2.1 Aposentaria Integral ................................................ 36

    4.5.2.1.1 Requisitos ...................................................... 36

    4.5.2.1.2 Valor do Benefcio ....................................... 36

    4.5.2.2 Aposentadoria Proporcional .................................. 36

    4.5.2.2.1 Requisitos ...................................................... 36

    4.5.2.2.2 Valor do Benefcio ....................................... 37

    4.5.3 Segurados que se filiaram ao RGPS aps a entrada emvigor da EC. n. 20/98. .......................................................... 37

    4.5.3.1.1 Requisitos ...................................................... 37

    4.5.3.1.2 Valor do Benefcio ....................................... 38

    4.6 Aposentadoria especial (arts. 57 e 58 da Lei 8.213/91) ............... 384.6.1 Requisitos ............................................................................... 38

    4.6.2 Termo Inicial.......................................................................... 40

    4.6.3 Termo Final ............................................................................ 40

    4.6.4 Valor do Benefcio ................................................................. 41

    4.7 Orientaes quanto ao clculo de benefcio ................................. 41

    4.8 Do segurado aposentado ................................................................. 554.9 Auxlio doena (art. 59 a 63 da Lei 8.213/91) ............................... 56

    4.9.1 Requisitos ............................................................................... 56

    4.9.2 Termo Inicial.......................................................................... 57

    4.9.3 Termo Final ............................................................................ 58

    4.9.4 Valor do Benefcio ................................................................. 58

    4.10 Auxlio-acidente (art. 86 da Lei 8.213/91 e art. 104 do Decreto3.048/99) ............................................................................................ 58

    4.10.1 Requisitos ............................................................................... 58

    4.10.2 Termo Inicial ......................................................................... 59

    4.10.3 Termo Final ............................................................................ 59

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    4.10.4 Valor do Benefcio ................................................................. 59

    4.11 Da percia mdica ............................................................................. 60

    4.11.1 Conceituao e Objetivos..................................................... 624.11.2 Planejamento e Execuo ..................................................... 62

    4.11.3 Competncia Tcnico Profissional ..................................... 64

    4.11.4 Independncia ....................................................................... 64

    4.11.5 Impedimento ......................................................................... 64

    4.11.6 Recusa ..................................................................................... 65

    4.11.7 Honorrios ............................................................................. 66

    4.11.8 Sigilo ....................................................................................... 66

    4.11.9 Responsabilidade e Zelo ....................................................... 67

    4.11.10 Utilizao do Trabalho de Especialista ........................... 67

    4.11.11 Laudo Pericial ..................................................................... 67

    4.12 Salrio-maternidade (art. 71 a 73 da Lei 8.213/91) ...................... 68

    4.12.1 Requisitos ............................................................................... 68

    4.12.2 Termo Inicial ......................................................................... 684.12.3 Termo Final ............................................................................ 69

    4.12.4 Valor do Benefcio ................................................................. 69

    4.13 Salrio-famlia (art. 65 a 70 da Lei 8.213/91) ................................ 69

    4.13.1 Requisitos ............................................................................... 70

    4.13.2 Termo Inicial.......................................................................... 70

    4.13.3 Termo Final ............................................................................ 71

    4.13.4 Valor do Benefcio ................................................................. 71

    4.14 Penso por morte (art. 65 a 70 da Lei 8.213/91) .......................... 71

    4.14.1 Requisitos ............................................................................... 72

    4.14.2 Termo Inicial ......................................................................... 72

    4.14.3 Termo Final ............................................................................ 72

    4.14.4 Valor do Benefcio ................................................................. 73

    4.15 Auxlio-recluso (art. 80 da Lei 8.213/91) ..................................... 734.15.1 Requisitos ............................................................................... 73

    4.15.2 Termo Inicial.......................................................................... 74

    4.15.3 Termo Final ............................................................................ 74

    4.15.4 Valor do Benefcio ................................................................. 74

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    5. ACORDOS INTERNACIONAIS PREVIDENCIRIOS................ 75

    6. BENEFCIO DE PRESTAO CONTINUADA.............................. 77

    6.1 Conceito ............................................................................................. 77

    6.2 Trmino do Benefcio ...................................................................... 80

    7. CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL............................................. 81

    8. APOSENTADORIA ESPECIAL DO DEFICIENTE SEGURADO L.C. 142/13 E DECRETO 8.145/13........................................... 87

    9. A IMPORTNCIA DO ADVOGADO NO PROCESSO PREVIDENCIRIO....................................................................................... 91

    ANOTAES................................................................................................. 93

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    APRESENTAOUM GUIA DO DIREITO PREVIDENCIRIO

    A OAB-SP conta com um vasto e plural universo de Comisses que,formadas por profissionais engajados em pesquisa e disseminao doconhecimento jurdico, colocam disposio da sociedade uma produointelectual e prtica capaz de colaborar com a construo de uma sociedademais consciente de seus direitos e de evoluir na concretizao destes.

    Esta Cartilha um exemplo e traz, de forma estruturada para fcilconsulta e compreenso, contedo essencial sobre seguridade social,

    os regimes previdencirios e tipos de benefcios, que so assuntos queinteressam a todos. Engana-se quem acredita que se interessar pelo assuntoaposentadoria obrigao estrita daqueles que j atingiram a Terceira Idade.

    Esta cartilha no se esgota no tema aposentadoria, tratando tambmde questes como salrio-maternidade, penso por morte, auxlio-recluso,auxlio-doena e percia mdica. Pela diversidade de assuntos aquicolocados, voc j deve ter percebido a amplitude deste trabalho, o que otorna material de consulta rico e completo.

    A Constituio Federal de 1988 criou e ampliou uma srie de direitose essa informao ainda no amplamente conhecida, apesar do perodo demais de 25 anos de sua existncia. Boa parte desses direitos est assentadano campo do Direito Previdencirio e propagar esse conhecimento missoque a Comisso de Direito Previdencirio da OAB SP vem cumprindo comexcelncia, principalmente ao elaborar este guia.

    Tambm importante salientar que o Direito Previdencirio matria

    dinmica e a produo de material atualizado e verstil importantetambm para os advogados militantes nessa rea. Aqui esto 7 captulos queesclarecem e orientam, sendo teis tambm para a consulta de estudantese operadores do Direito que desejam se aprofundar nos estudos.

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    A equipe de colaboradores (voluntrios), coordenada pelo Presidenteda Comisso, Ailton A. Tip Laurindo, parabenizo por este trabalho e pelo

    esforo em se dedicar nesta obra, que contribui para ampliar a cidadania.

    MARCOS DA COSTA

    Presidente da Conselho Seccional da OAB do Estado de So Paulo.

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    CONSIDERAES E AGRADECIMENTOS

    O Direito Previdencirio o ramo do Direito que acumula o maior

    nmero de processos no Judicirio brasileiro. As estatsticas do clara visode que as demandas por benefcios auxlio-doena, auxlio-recluso,salrio-maternidade, aposentadorias especiais, por invalidez, por tempode contribuio ou idade ou, ainda, a recente aposentadoria especialdo deficiente segurado levam milhes de trabalhadores s portas dosescritrios de advocacia, requerendo suporte profissional para teremgarantidos seus direitos como segurado da Previdncia Social.

    Esse um fato novo? Tambm! Mas mais importante que isso umfato que revela a realidade cada vez mais evidente no nosso Pas: estamosdiante de uma populao trabalhadora consciente de que h o plenoexerccio do Direito Previdencirio na Legislao Brasileira.

    Nossa classe profissional deve estar mais bem preparada para receberesse cliente exigente, informado e consciente de seus direitos sociais e decidadania. Esta uma misso que a Comisso de Direito Previdencirio daOAB-SP abraou como grande causa e tem levado adiante com destacado

    profissionalismo e dedicao dos colegas envolvidos.Com alegria e orgulho participamos da elaborao, podemos afirmar

    que a presente Cartilha que chega s suas mos, o produto concreto de umainiciativa que comeou como um sonho , passou pela delicada e trabalhosa fasede preparao coletiva e agora vai lhe servir de material de consulta sempreque necessrio. Moderna, revisada em seus menores detalhes e completa,ela ser uma ferramenta de grande valia para os advogados que operam noDireito Previdencirio Brasileiro.

    Ns, como presidente e vice-presidente da Comisso de DireitoPrevidencirio da OAB-SP, queremos expressar nossa mais profundagratido a dois grandes mestres: o ex-presidente da OAB-SP Dr. Luiz FlvioBorges DUrso e o atual presidente, Dr. Marcos da Costa. A confiana emnosso trabalho foi preponderante para que tivssemos a tranquilidade de

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    nos dedicarmos tarefa de produzir este material. Agradecemos tambmaos demais membros desta comisso, colegas que devotaram o melhor de

    si para que chegssemos ao melhor resultado destinado aos milhares deadvogados militantes no Estado de So Paulo. Sim, a dedicao de todosos membros da Comisso de Direito Previdencirio na elaborao destacartilha rendeu bons frutos.

    Convidamos voc, prezado colega, a fazer uso frequente e profcuo dasinformaes aqui contidas. Seja para consulta pessoal, seja para orientaoao cliente. O uso exaustivo das informaes aqui elencadas haver deser o maior retorno que poderemos obter desta obra aberta, coletiva e

    contempornea. Disseminar a informao completa e til ao exerccio dasua atividade foi sempre o nosso maior objetivo. Boa leitura!

    AILTON A. TIP LAURINDO

    Presidente da Comisso de Direito Previdencirio da OAB-SP.

    CARLOS ALBERTO VIEIRA DE GOUVEIA

    Vice-Presidente da Comisso de Direito Previdencirio da OAB-SP.

    Membros da Comisso de Direito Previdencirioque dividem a coautoria da publicao

    Ailton A. Tip Laurindo

    Carlos Alberto Vieira de Gouveia

    Adriane Bramante de Castro Ladenthin

    Dvio Antonio Prado Zarzana JniorHelena Emiko Mizushima Wendhausen

    Joo Alexandre Abreu

    Mariano Masayuki Tanaka

    Marta Maria Ruffini Penteado Gueller

    Rafael Miranda Gabarra

    Samantha da Cunha Marques

    Vanessa Carla Vidutto BermanJoo Baptista Opitz Junior

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    INTRODUO

    A presente cartilha tem o objetivo de oferecer suporte inicial aos

    inscritos da Ordem dos Advogados do Brasil, da Subseo de So Paulo,uma seara do Direito Previdencirio.

    Referido ramo do Direito tem obtido destaque nacional, seja pelovolume de demandas judiciais e administrativas, seja pelas novidades quetodos os dias nascem, ou, ainda, porque este ramo tem o condo de realizarverdadeira paz e justia social para os cidados brasileiros.

    O presente trabalho foi confeccionado pelos Membros da Comisso

    de Direito Previdencirio da OAB-SP, visto que so advogados e advogadasatuantes no ramo, obtendo aval de nosso Ilustre Presidente Dr. Marcosda Costa.

    Logo, o intuito maior ofertar informaes claras e concisas ao leitor,instigando-o a se aprofundar no estudo, tornando-se um profissional devanguarda e promotor de justia social.

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    SEGURIDADE SOCIAL

    Seguridade Social um sistema de proteo coletiva que visa asse-gurar os direitos concernentes sade, previdncia e assistncia social.

    Miguel Horvath Jnior1, citando as lies de Jos Manuel Almansa Pastor,conceitua a Seguridade Social como instrumento estatal especfico protetorde necessidades sociais, individuais e coletivas, a cuja proteo preventiva ereparadora tm direito os indivduos, na extenso, limites e condies dispostos

    pelas normas e conforme a organizao financeira permitida.Encontra a Seguridade Social previso no Ttulo VII da Constituio

    Federal, o qual trata da Ordem Social que, por sua vez, tem como base oprimado do trabalho e, como objetivo, o bem-estar e justia sociais (art.193 da CF/88).

    Vejamos sucintamente os elementos que compem o nosso sistemade proteo social:

    1.1 SADE

    A Organizao Mundial de Sade (OMS) define sade como o es-tado de completo bem-estar fsico, social e mental, e no simplesmente aausncia de dores ou enfermidades.

    J o artigo 196 da Constituio Federal, sem conceituar sade, dispeque ela direito de todos e dever do estado, garantido mediante polticassociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros

    agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para suapromoo, proteo e recuperao.

    1 Direito Previdencirio, 7.ed. So Paulo: Quartier Latin, 2008, p. 103.

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    Buscando a melhora da sade no Pas, a Constituio Federal de1988 previu a criao de um Sistema nico de Sade, o SUS, com o que a

    sade seria buscada por meio de aes conjuntas entre os todos os entesfederativos.

    1.2 PREVIDNCIA SOCIAL

    Por fora do artigo 3 da Constituio Federal tem-se que previdn-cia social, calcada no princpio da solidariedade, constitui-se em um dosobjetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil.

    Alm de objetivo fundamental a previdncia social tambm tidacomo direito social, conforme previso expressa do artigo 6 da CartaPoltica.

    A Previdncia Social, mediante contribuio, tem por fim asseguraraos seus beneficirios meios indispensveis de manuteno, por motivode incapacidade, desemprego involuntrio, idade avanada, tempo de ser-vio, encargos familiares e priso ou morte daqueles de quem dependiameconomicamente, conforme dispe o artigo 1 da Lei 8.213/91.

    Logo, a previdncia social um seguro social, mediante contribuiesprevidencirias, com a finalidade de prover subsistncia ao trabalhador ouseus dependentes, em caso de perda de sua capacidade laborativa.

    1.3 ASSISTNCIA SOCIAL

    Apesar de contar com lastro constitucional nos artigos 203 e 204da Constituio Federal, a Lei 8.212/91 que conceitua a AssistnciaSocial, prevendo que esta a poltica social que prov o atendimento dasnecessidades bsicas, traduzidas em proteo famlia, maternidade, infncia, adolescncia, velhice e pessoa portadora de deficincia,independentemente de contribuio Seguridade Social.

    A assistncia social tambm definida no artigo 1 da Lei 8.742/93,importante legislao que dispe sobre sua organizao, definindo osparmetros para a concesso de benefcios.

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    REGIMES PREVIDENCIRIOS

    A Constituio Federal de 1988 prev trs regimes previdencirios,a saber: o regime estatutrio, o regime geral e o regime complementarfacultativo, que pode ser pblico ou privado.

    2.1 REGIME ESTATUTRIO

    o Regime Prprio de Previdncia Social dos Servidores Pblicos(RPPS). Consiste num conjunto de regras especficas atinentes aos servi-dores pblicos titulares de cargos efetivos da Unio, dos Estados, do Dis-trito Federal e dos Municpios. A viga mestra desse regime previdencirioencontra-se no artigo 40 e da Constituio Federal, com o que se garantea ditos servidores regras de aposentadoria e penso diferentes daquelasimpostas aos trabalhadores comuns. No que tange aos funcionrios p-blicos da Unio a Lei de regncia a 8.112/90. J os funcionrios pblicosdo Estado de So Paulo devem se pautar pela Lei 10.261/68.

    2.2 REGIME GERAL

    Conhecido como Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) esseregime o principal regime previdencirio. o regime obrigatrio apli-cado a todos os que no pertencem ao regime estatutrio, isto , todos ostrabalhadores da iniciativa privada que tm seus contratos de trabalhoregidos pela Consolidao das Leis do Trabalho.

    Os funcionrios pblicos no abrangidos por regime prprio tambmpertencem a este regime geral, tal como ocorre com os ocupantes de cargoem comisso, sem vnculo permanente com o Poder Pblico, previstos noinciso V do artigo 37 da Constituio Federal.

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    Previsto no artigo 201 da Constituio Federal, onde se encontra orol de eventos que devem ser cobertos pela previdncia social.

    Posteriormente foi disciplinado pelas Leis 8.212/91 (Lei de Orga-nizao e Custeio da Seguridade Social) e 8.213/91 (Plano de Benefciosda Previdncia Social), bem como regulamentado pelo Decreto 3.048/99.

    2.3 REGIME COMPLEMENTAR

    Considerando que os regimes antes abordados cobrem a perda dacapacidade de gerar meios para a subsistncia at um valor-teto, surge

    espao para o regime complementar e facultativo que pode ser pblicoou privado, consoante o disposto nos artigos 40, 14 a 16, e 202 daConstituio Federal.

    2.3.1 Previdncia Complementar Pblica

    Com o advento da Emenda Constitucional n. 20/98, dentre ou-tras alteraes, acresceu-se ao artigo 40 da Constituio os 14 a 16,

    possibilitando a criao de regimes de previdncia complementar pelaUnio, Estados, Distrito Federal e Municpios para seus servidores.Implementada esta medida, seriam os benefcios (percebidos por meiodo RPPS) limitados a um teto, assim como ocorre com os beneficiriosdo RGPS.

    Desse modo, desejando o servidor pblico auferir valor superior aoteto mximo, alcanando ou suplementando o valor recebido na ativa,dever ele se filiar ao regime de previdncia complementar.

    Entretanto, apesar da previso constitucional, tal regime de previdn-cia complementar pblico no se encontra em vigor no Brasil.

    2.3.2 Previdncia Complementar Privada1

    Abrange planos de previdncia complementar administrados porentidades de natureza privada que podem ser de dois tipos:

    1 http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=155, consultado em07/04/2012.

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    Cap. 2REGIMES PREVIDENCIRIOS | 19

    2.3.2.1 Entidade Fechada de Previdncia Complementar EFPC

    a operadora do(s) plano(s) de benefcios, constituda na formade sociedade civil ou fundao, estruturada na forma do art. 35 da LeiComplementar n 109/01, sem fins lucrativos, que tenha por objeto operarplano de benefcio de carter previdencirio.

    Assim, EFPC a instituio criada para o fim exclusivo de adminis-trar planos de benefcios de natureza previdenciria, patrocinados e/ ouinstitudos.

    A criao de uma EFPC est condicionada a motivao do patrocina-

    dor ou instituidor em oferecer aos seus empregados ou associados planosde benefcios de natureza previdenciria, razo pela qual so acessveis,exclusivamente: I aos servidores ou aos empregados dos patrocinadores;e II aos associados ou membros dos instituidores.

    Um bom exemplo desse tipo de entidade a OABPrev, da qual po-dem participar todos os associados ou membros da OAB, nas seccionaisdo Amazonas, Alagoas, Cear, Pernambuco, Piau , Rio Grande do Norte,Sergipe e So Paulo e das respectivas Caixas de Assistncia do Advogado

    destes Estados.

    2.3.2.2 Entidade Aberta de Previdncia Complementar EAPC

    So instituies com fins lucrativos, principalmente bancos e se-guradoras, autorizadas a instituir Planos de Previdncia Aberta, o que feito sob a forma de renda continuada ou pagamento nico. So custeadasexclusivamente com aportes dos participantes (cotizao individual). Seusplanos de previdncia complementar so destinados a todos os interessa-

    dos, sem distines.

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    SUJEITOS COBERTOS PELOREGIME GERAL DE PREVIDNCIA SOCIAL

    Os sujeitos cobertos pelo Regime Geral de Previdncia Social sodenominados beneficirios, ou seja, pessoas fsicas que se encontramvinculadas e protegidas pela previdncia social. So elas as destinatriasdas prestaes previdencirias, os sujeitos ativos de tais prestaes.

    O termo beneficirio tido como gnero, dele sendo espcies os se-gurados e os dependentes, nos termos do artigo 8 do Decreto 3.048/99.Conforme adiante se ver, subdividem-se em segurados obrigatrios efacultativos e dependentes de primeira, segunda e terceira classe.

    3.1 DOS SEGURADOS

    Segurados so as pessoas que mantm vinculo com a Previdncia

    Social, decorrendo destes vnculos direitos e deveres. Os direitos sorepresentados pela entrega da prestao previdenciria sempre queconstatada a ocorrncia do risco/contingncia social protegida. Os de-veres so representados pela obrigao de pagamento das contribuiesprevidencirias1.

    Subdividem-se em dois grupos: segurados obrigatrios e seguradosfacultativos.

    1 Horvath Jnior, Miguel. Direito Previdencirio, 7.ed. So Paulo: Quartier Latin,2008, p. 149.

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    3.1.1 Segurados Obrigatrios

    Segurados obrigatrios so aqueles exercem qualquer atividaderemunerada, seja ela de natureza rural ou urbana, com ou sem vnculoempregatcio e que, portanto, devem contribuir compulsoriamente paraa Seguridade Social.

    O rol dos segurados obrigatrios encontra-se descrito no artigo 9do Decreto 3.048/99, onde so distribudos como: empregado, empre-gado domstico, trabalhador avulso, contribuinte individual e seguradoespecial.

    3.1.1.1 Como empregado

    Conforme definio trazida pela CLT empregado toda pessoafsica que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob adependncia deste e mediante salrio. A legislao do RGPS abrange tantoo trabalhador urbano como o rural.

    Merece destaque, no que tange aos segurados obrigatrios, a situaodo bolsista e do estagirio que prestam servios a empresa em desacordocom a Lei n. 11.788/2008, vez que sero considerados empregados.

    Outrossim, importa tambm anotar que os servidores da Unio,Estado, Distrito Federal ou Municpio, bem como o das respectivas au-tarquias e fundaes, sero considerados segurados obrigatrios quando:

    -ocupantes, exclusivamente, de cargo em comisso declarado em lei

    de livre nomeao e exonerao;-ocupantes de cargo efetivo no estejam amparados por regime pr-prio de previdncia social, ressalvado, nessa hiptese, os servidoresda Unio;

    -contratados por tempo determinado para atender a necessidadetemporria de excepcional interesse pblico, nos termos do incisoIX do art. 37 da Constituio Federal;

    -ocupantes de emprego pblico;Os exercentes de mandato eletivo federal, estadual ou municipal

    tambm se enquadram nessa categoria, salvo se estiverem vinculados aregime prprio de previdncia social.

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    Cap. 3SUJEITOS COBERTOS PELO REGIME GERAL DE PREVIDNCIA SOCIAL | 23

    3.1.1.2 Como empregado domstico

    O empregado domstico aquele que presta servio de natureza con-tnua na residncia de uma outra pessoa fsica ou famlia, contanto que esseservio no tenha fins lucrativos para o empregador. Nessa categoria estoincludas o(a) empregado(a) domstico, a governanta, o cozinheiro(a), ocopeiro(a), a bab, o acompanhante de idosos, o jardineiro(a), o motoristaparticular e o caseiro (quando o stio ou local onde trabalha no exerceatividades com fins lucrativos), entre outros.2

    No que tange a esta figura de empregado vale dizer que poder sefiliar como tal pessoas com no mnimo 16 anos de idade, vez que no hde se falar em contrato de aprendizagem nesta atividade.

    3.1.1.3 Como contribuinte individual

    Considera-se contribuinte individual o antigo autnomo, o equipa-rado a autnomo e o empresrio.

    Assim, so segurados na categoria de contribuinte individual aque-les constantes do rol do artigo 12, V, da Lei 8.212/91 e do artigo 9, V, do

    Decreto 3.048/99.Merece destaque, contudo, a figura das pessoas que exercem, por

    conta prpria, atividade econmica de natureza urbana, com fins lucrativosou no, dentre as quais se encontram os profissionais liberais, pintores,eletricistas, cabeleireiros, comerciantes ambulantes, o feirante-comerciante,o trabalhador diarista que presta servios de natureza no contnua naresidncia de pessoa ou famlia, sem fins lucrativos, dentre outras pessoas.

    3.1.1.4 Como trabalhador avulso

    Trabalhador avulso a pessoa que, sindicalizado ou no, prestaservio de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vnculoempregatcio com qualquer delas, com intermediao obrigatria dorgo gestor de mo de obra, nos termos da Lei. 8.630/93, ou do sindi-cato da categoria.

    Dessa forma, so trabalhadores avulsos: a) o trabalhador que exerce

    atividade porturia de capatazia, estiva, conferncia e conserto de carga,

    2 http://www.previdencia.gov.br/vejaNoticia.php?id=37378, consultado em07/04/2012.

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    vigilncia de embarcao e bloco; b) o trabalhador de estiva de mercado-rias de qualquer natureza, inclusive carvo e minrio; c) o trabalhador em

    alvarenga (embarcao para carga e descarga de navios); d) o amarrador deembarcao; e) o ensacador de caf, cacau, sal e similares; f) o trabalhadorna indstria de extrao de sal; g) o carregador de bagagem em porto; h)o prtico de barra em porto; i) o guindasteiro; e j) o classificador, o movi-mentador e o empacotador de mercadorias em portos.

    Para melhor compreenso da matria, o 7 do artigo 9 do Decreto3.048/99 traz o conceito de capatazia, estiva, conferncia de carga, consertode carga, bloco e vigilncia de embarcaes.

    3.1.1.5 Como segurado especial

    Dispe o 8 do artigo 195 da Constituio Federal, com a reda-o trazida pela Emenda Constitucional n. 20 de 1998, que o produtor,o parceiro, o meeiro, o arrendatrio rural e o pescador artesanal, bemcomo os respectivos cnjuges, que exeram suas atividades em regimede economia familiar, sem empregados permanentes, contribuiro para aseguridade social mediante a aplicao de uma alquota sobre o resultadoda comercializao da produo e faro jus aos benefcios nos termos dalei, ou seja, buscou o legislador atribuir tratamento especial ao mencionadogrupo de pessoas.

    Regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dosmembros da famlia indispensvel prpria subsistncia e ao desenvol-vimento socioeconmico do ncleo familiar e exercido em condiesde mtua dependncia e colaborao, sem a utilizao de empregadospermanentes, independentemente do valor auferido pelo segurado especialcom a comercializao da sua produo, quando houver.

    Assim, nos termos do artigo 12, VII, da Lei 8.212/91, considera-se se-gurado especial a pessoa fsica residente no imvel rural ou em aglomeradourbano ou rural prximo que, individualmente ou em regime de economiafamiliar, ainda que com o auxlio eventual de terceiros, na condio de:

    a) produtor, seja ele proprietrio, usufruturio, possuidor, assentado,parceiro ou meeiro outorgados, comodatrio ou arrendatriorurais, que explore atividade:

    1. agropecuria em rea contnua ou no de at quatro mdulosfiscais; ou

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    Cap. 3SUJEITOS COBERTOS PELO REGIME GERAL DE PREVIDNCIA SOCIAL | 25

    2. de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e extrao, demodo sustentvel, de recursos naturais renovveis, e faa dessas

    atividades o principal meio de vida;b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faa da pesca pro-

    fisso habitual ou principal meio de vida; e

    c) cnjuge ou companheiro, bem como filho maior de dezesseisanos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratamas alneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, tenhamparticipao ativa nas atividades rurais do grupo familiar.

    A contribuio do segurado especial anual e, nos termos do artigo39 da Lei 8.213/91, podem requerer alguns benefcios comprovando apenaso tempo de servio.

    3.1.2 Segurados Facultativos

    Segurado facultativo aquele que, sem exercer atividade quedetermine filiao obrigatria, contribui voluntariamente para a pre-vidncia social, com o que se cumpre o princpio da universalidade deatendimento.

    Segundo lista meramente exemplificativa do 1 do artigo 11 doDecreto 3.048/99, podem se filiar como segurados facultativos: a dona decasa; o sndico de condomnio, desde que no remunerado; o estudante; obrasileiro que acompanha cnjuge que presta servio no exterior; aqueleque deixou de ser segurado obrigatrio da previdncia social; o membrode conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei n. 8.069/90, quandono esteja vinculado a qualquer regime de previdncia social; o bolsistae o estagirio que prestam servios empresa, agora de acordo com a lei11.788/2008; o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, cursode especializao, ps-graduao, mestrado ou doutorado, no Brasil ou noexterior, desde que no esteja vinculado a qualquer regime de previdnciasocial; o presidirio que no exerce atividade remunerada nem esteja vin-culado a qualquer regime de previdncia social; o brasileiro residente oudomiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdencirio de pascom o qual o Brasil mantenha acordo internacional; e o segurado recolhido

    priso sob regime fechado ou semiaberto, que, nesta condio, presteservio, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, comou sem intermediao da organizao carcerria ou entidade afim, ou queexerce atividade artesanal por conta prpria.

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    De se ver, contudo, que vedada a filiao ao RGPS, na qualidadede segurado facultativo, daquele que participe de regime prprio de

    previdncia social, exceto no caso de afastamento sem vencimento edesde que no permitida, nesta condio, contribuio ao respectivoregime prprio.

    3.2 DOS DEPENDENTES

    Dependentes so aqueles que possuam, dentro das classes estabe-lecidas pela lei previdenciria, dependncia jurdica e econmica com osegurado.

    Dividem-se em trs classes, consoante disposto no artigo 16 da Lei8.213/91, a saber:

    I (Classe 01 Preferencial) o cnjuge, a companheira, o compa-nheiro e o filho no emancipado, de qualquer condio, menor de21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficincia intelectualou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assimdeclarado judicialmente;

    II (Classe 02) os pais;

    III (Classe 03) o irmo no emancipado, de qualquer condio,menor de 21 (vinte e um) anos ou invlido ou que tenha deficinciaintelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz,assim declarado judicialmente;

    Conforme 1 do citado artigo a existncia de dependente em classe

    anterior exclui o direito s prestaes das classes seguintes, trata-se aquide regra de excluso vertical.

    Contudo, havendo mais de um dependente na mesma classe, aplica-sea regra horizontal, pela qual o benefcio ser rateado entre os dependentes.Bem assim, conforme ocorra fato jurdico que exclua a qualidade de de-pendente de um dos beneficirios, a parte a este atribuda ser distribudaentre os demais (regra da manuteno).

    Vele mencionar, ainda, que a lei presume a dependncia econmica

    das pessoas constantes da primeira classe, ao passo que as pessoas dasdemais classes devero comprov-la.

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    BENEFCIOS EM ESPCIE

    Em virtude do princpio da seletividade as prestaes (benefcios ouservios) percebidas pelos segurados no so as mesmas percebidas pelosdependentes, j que as prestaes so concedidas apenas s pessoas quedelas necessitem, consoante disciplinado no artigo 18 da Lei 8.213/91.

    Assim, ocorrendo o evento que lhe d ensejo e atendida as demaiscondies, far jus o segurado s seguintes prestaes: aposentadoria por

    invalidez, aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contri-buio, aposentadoria especial, auxlio-doena, auxlio-acidente, salrio--famlia, salrio-maternidade e auxlio-recluso.

    O dependente, por sua vez, poder fazer jus s seguintes prestaes:penso por morte e auxlio-recluso.

    H ainda prestaes concedidas para ambos, segurados e depen-dentes. o que ocorre com o servio social e a reabilitao profissional.

    4.1 CONCEITOS

    Antes de falarmos dos benefcios em espcie faz-se mister o aponta-mento sobre alguns termos bastante empregados, tais como qualidade desegurado, perodo de carncia e perodo de graa.

    Perodo de carncia o nmero mnimo de contribuies mensaisindispensveis para que o beneficirio faa jus ao benefcio.

    Caso ocorra a perda da qualidade de segurado, as contribuies

    anteriores a essa data s sero computadas para efeito de carncia depoisque o segurado contar, a partir da nova filiao Previdncia Social, com,no mnimo, 1/3 (um tero) do nmero de contribuies exigidas para ocumprimento da carncia definida para o benefcio a ser requerido.

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    Sendo contributivo nosso sistema previdencirio, ter a qualidade desegurado aquele que estiver contribuindo para o sistema, ou aquele que,

    mesmo tendo deixado de contribuir, estiver no perodo de graa, que sosituaes em que os segurados ficam um perodo sem contribuir e, mesmoassim, tm direito aos benefcios previdencirios.

    Mantm a qualidade de segurado1:

    -Sem limite de prazo, quem estiver recebendo benefcio;

    -At 12 meses aps cessar o benefcio por incapacidade ou o paga-mento das contribuies mensais.

    Esse prazo pode ser prorrogado para at 24 meses, se o trabalhadorj tiver pago mais de 120 contribuies mensais sem interrupo queacarrete perda da qualidade de segurado;

    Para o trabalhador desempregado, os prazos anteriores sero acresci-dos de mais 12 meses, desde que comprovada a situao por registrono Ministrio do Trabalho e Emprego;

    -At 12 meses aps cessar a segregao, para o segurado acometido

    de doena de segregao compulsria;-At 12 meses aps o livramento, para o segurado preso;

    -At trs meses aps o licenciamento, para o segurado incorporados Foras Armadas;

    -At seis meses aps interrompido o pagamento, para o seguradofacultativo.

    A perda da qualidade de segurado no ser considerada para a con-

    cesso das aposentadorias por tempo de contribuio e especial. Tambmno ser considerada para a aposentadoria por idade, desde que o seguradoconte com a carncia e idade mnima exigida.

    4.2 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ART. 42 A 47 DA LEI8.213/01

    Prestao que visa substituir a remunerao do segurado que estando

    ou no em gozo de auxlio-doena, for considerado incapaz e insusceptvel

    1 http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=85, consultado em08/04/2012.

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    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 29

    de reabilitao para o exerccio de atividade que lhe garanta a subsistncia,e ser-lhe- paga enquanto permanecer nesta condio, desde que atendida,

    quando for o caso, o perodo de carncia exigido.

    4.2.1 Requisitos

    - possuir a qualidade de segurado;

    - perodo de carncia de contribuies mensais, salvo no caso de osegurado sofrer acidente de qualquer natureza ou causa, ou ser acometidode molstia grave, quando no se exigir perodo de carncia, mas apenas

    a qualidade de segurado.Destaque-se que os segurados especiais esto isentos do cumprimentodo perodo de carncia, mas devem comprovar que exerceram atividade ru-ral nos doze meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefcio.

    - incapacidade total e definitiva para o exerccio de atividade quegaranta a sobrevivncia do segurado e dos seus dependentes, o que sercomprovado por perito do Instituto Nacional do Seguro Social INSS.

    Nos termos do 2 do artigo 42 da Lei 8.213/91 a doena ou leso de

    que o segurado j era portador ao filiar-se ao Regime Geral de PrevidnciaSocial no lhe conferir direito aposentadoria por invalidez, salvo quandoa incapacidade sobrevier por motivo de progresso ou agravamento dessadoena ou leso.

    Veja-se, desta forma, que no caso de molstia preexistente o seguradotambm far jus ao benefcio em comento, mas ser considerada frau-dulenta a filiao daquele que j possua molstia incapacitante quandoda filiao. Logo, para ter direito ao recebimento da prestao telada a

    incapacidade do segurado ter que resultar de progresso ou agravamentoda molstia.

    H que se ressaltar que o segurado deve se submeter a todos os examese tratamentos recomendados e custeados pela Previdncia Social, sob penade cessao do benefcio.

    Contudo, no est obrigado o segurado a se submeter a tratamentomdico ou a interveno cirrgica que lhe acarretem risco de vida, con-forme previsto no artigo 15 do Cdigo Civil.

    4.2.2 Termo Inicial

    O termo inicial do benefcio, para o segurado empregado, a con-tar do 16 dia do afastamento da atividade, j que os quinze primeiros

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    dias ficaro a cargo do empregador. Esse mesmo termo ser mantidodesde que o segurado requeira o benefcio em at 30 dias a contar do

    afastamento, ou, se o requerimento se der em prazo superior, que com-prove no requereu antes por encontrar-se hospitalizado ou submetidoa tratamento ambulatorial.

    No requerendo o benefcio nos trinta dias aps o afastamento, nemjustificando, conforme acima mencionado, ter-se- por termo inicial adata do requerimento.

    Para os demais segurados o termo inicial a contar da data doincio da incapacidade, aplicando-se a mesma regra do segurado em-

    pregado se o benefcio no for requerido em at 30 dias a contar doafastamento.

    4.2.3 Termo Final

    Cessar o benefcio com o advento da morte do segurado, como retorno voluntrio desta atividade laboral, com a sua recuperaototal ou parcial, ou ainda pelo abandono ou recusa do tratamento de

    reabilitao.Caso o segurado seja considerado apto para o trabalho, aps no

    mximo cinco anos de afastamento, e tiver o direito de retornar a mesmafuno, na mesma empresa, cessar imediatamente a aposentadoria porinvalidez a partir do momento em que reassumir o cargo.

    J no caso de o segurado recuperar a capacidade laboral aps, nomximo, 5 anos de afastamento e no ter o direito de retornar a mesma

    empresa (ocorre com segurados no empregados), o benefcio ser cance-lado aps tantos meses quantos forem os anos de afastamento, aps o queo benefcio ser cessado. Exemplo: Segurado aposentado por invalidez porquatro anos. Constatada o fim da incapacidade, receber ele o benefciopor mais quatro meses.

    Regra diversa se verifica quando o aposentado por invalidez norecupera totalmente sua capacidade, a recupera aps cinco anos ou de-clarado apto para exercer atividade diversa da que exercia. Nesses casos a

    aposentadoria por invalidez cessar gradativamente.Assim, mesmo que retorne ao trabalho, o segurado receber do 1

    ao 6 ms subsequente sua recuperao 100% do benefcio. Do 7 ao 12ms receber ele 50% do valor do benefcio e, do 13 ao 18 ms receber25% do valor do benefcio.

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    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 31

    4.2.4 Valor do Benefcio

    A aposentadoria por invalidez ter a alquota de 100% sobre o salriode benefcio.

    Salrio de benefcio consiste na mdia aritmtica simples dos maioressalrios de contribuio correspondentes a oitenta por cento do perodocontributivo decorrido desde a competncia julho de 1994 at a data doincio do benefcio.

    Caso o segurado tenha menos que 144 contribuies todas seroutilizadas para a obteno do salrio de benefcio.

    Em se tratando de segurado especial o benefcio ser no valor de umsalrio mnimo. Entretanto, se comprovar contribuio para o sistema tera renda mensal calculada com base no salrio de benefcio.

    Ocorrendo a hiptese de grande invalidez, o segurado ter direitoa mais 25% sobre o valor do salrio de benefcio, caso em que o valor dobenefcio poder exceder o limite mximo legal.

    Grande invalidez a incapacidade total e permanente de tal proporoque acarreta a necessidade do auxlio de terceiros para o desenvolvimento

    das atividades cotidianas, em virtude da amplitude da perda da autonomiafsica, motora ou mental que impede a pessoa de realizar os atos diriosmais simples, como a higiene e alimentao, por exemplo2.

    O anexo I do Decreto 3.048/99 elenca quais as situaes que confi-guram grande invalidez.

    4.3 APOSENTADORIA POR IDADE ART. 48 A 51 DA LEI8.213/91

    4.3.1 Requisitos

    Para a concesso da aposentadoria por idade necessrio que o segu-rado tenha cumprido o perodo de carncia exigida, bem como completea idade de 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos de idade se mulher.

    Em se tratando de trabalhadores rurais a idade exigida ser reduzidaem 5 anos.

    2 HORVATH Jnior, Miguel. Direito Previdencirio, 7. ed.So Paulo: Quartier Latin,2008. p.242/243

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    4.3.2 Carncia

    Para os segurados que se filiaram ao sistema aps a edio da Lei8.213/91 o perodo de carncia de 180 contribuies mensais.

    J para os segurados j vinculados ao sistema previdencirio at 24de julho de 1991 aplica-se a tabela de transio prevista no art. 142 daLei. 8.213/91.

    Desse modo, somente a ttulo de exemplo, o trabalhador homem,urbano, que completou 65 anos em 2005, dever cumprir o perodo decarncia de 144 contribuies mensais.

    4.3.3 Termo Inicial

    Para o segurado empregado, inclusive o domstico, inicia-se acontagem da data do desligamento, quando requerida nos 90 dias que osucederam.

    Caso o segurado requeira o benefcio aps os 90 dias, ou se continuarno emprego, ter-se- por termo inicial a data do requerimento.

    Para os demais segurados o termo inicial ser a data da entrada dorequerimento.

    Destaque-se aqui que o desligamento da empresa no condionecessria para a concesso do benefcio em comento.

    4.3.4 Termo Final

    Cessa a aposentadoria por idade com o advento da morte do segurado.

    4.3.5 Valor do benefcio

    A aposentadoria por idade ser calculada com base no salrio debenefcio, com uma alquota de 70% + 1% para cada grupo de 12 contri-buies at 100% do salrio de benefcio.

    Exemplificando:

    O segurado urbano que completar 65 anos e tiver contribudo por22 anos ter como valor do benefcio o importe de 92% sobre o salriode benefcio.

    A Lei 9.876/99 introduziu o fator previdencirio, mas este s serutilizado se for mais benfico ao segurado.

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    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 33

    O fator previdencirio uma equao utilizada para calcular a apo-sentadoria do segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)

    levando em considerao a idade ao se aposentar, o tempo de contribuioe a expectativa de vida.3

    Foi criado com o objetivo de equiparar a contribuio do seguradoao valor do benefcio, baseia-se em quatro elementos: alquota de contri-buio, idade do trabalhador, tempo de contribuio Previdncia Sociale expectativa de sobrevida do segurado (conforme tabela do IBGE).

    Assim, a frmula do fator previdencirio a seguinte (ver tabela aofinal):

    f Tc a

    Es--------------- 1

    Id Tc a+

    100-------------------------------+=

    Sendo:

    f = fator previdencirio;

    Tc = tempo de contribuio do trabalhador;

    a = alquota de contribuio (0,31);Es = expectativa de sobrevida do trabalhador na data da aposen-tadoria;

    Id = idade do trabalhador na data da aposentadoria.

    Ressalte-se que, na aplicao do fator previdencirio, sero somadosao tempo de contribuio do segurado: cinco anos para as mulheres; cincoanos para os professores que comprovarem efetivo exerccio do magistrio

    no ensino bsico, fundamental ou mdio; dez anos para as professorasque comprovarem efetivo exerccio do magistrio no ensino bsico, fun-damental ou mdio.

    4.4 APOSENTADORIA COMPULSRIA

    Prevista no artigo 51 da Lei 8.213/91, pode ser requerida pelo em-pregador ao empregado homem que contar com 70 anos de idade e paraa empregada mulher que possua 65 anos de idade.

    3 http://www1.folha.uol.com.br/mercado/751312-entenda-o-que-e-o-fator-previ-denciario.shtml, consultado em 09/04/2012.

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    concedida ao segurado que preencher todas as condies j abor-dadas, sem as quais o empregador no poder requer-la.

    Trata-se de mera faculdade do empregador, mas que, utilizada, fun-cionar como resciso indireta do contrato de trabalho, sendo devida aindenizao nos moldes da legislao trabalhista.

    4.5 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIOART. 52 A 56 DA LEI 8.213/91

    Nascida com a Emenda Constitucional n. 20/98, que extinguiu a

    antiga aposentadoria por tempo de servio, a aposentadoria por tempode contribuio , qui, a que traz maiores mincias, vez que devem serobservadas as normas de transio, consoante veremos adiante.

    H, portanto, trs situaes: a) a daqueles que quando da entrada emvigor da EC n. 20/98 j haviam implementado os requisitos para a obtenoda aposentadoria por tempo de servio; b) a daqueles que ainda no haviamimplementado os requisitos; e c) a daqueles que se filiaram ao RGPS apsa entrada em vigor das novas regras. Vejamos cada uma das situaes.

    4.5.1 Segurados que j haviam implementado os requisitos para obtera aposentadoria por tempo de servio antes da EC n. 20/98

    Malgrado a extinta aposentadoria por tempo de servio a EC n.20/98assegurou a concesso da aposentadoria por tempo de servio, a qualquertempo, aos segurados do RGPS que tivessem cumprido os requisitos paraa obteno desse benefcio at a data da publicao da referida EmendaConstitucional, ou seja, 16 de dezembro de 1998, observada, evidente-

    mente, a legislao vigente poca, podendo ser a aposentadoria integralou proporcional.

    4.5.1.1 Aposentadoria Integral

    4.5.1.1.1 Requisitos

    No se exigia idade mnima, mas somente tempo de servio, ou seja,30 anos de tempo de servio, se mulher; ou 35 anos de tempo de servio,se homem.

    Contudo, exigia-se a carncia de 180 contribuies mensais.

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    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 35

    4.5.1.1.2 Valor do Benefcio

    O benefcio corresponde a alquota de 100% sobre o salrio debenefcio, no se aplicando o fator previdencirio, haja vista que alegislao da poca no o previa e sua aplicao feriria o princpio dodireito adquirido.

    4.5.1.2 Aposentadoria Proporcional

    4.5.1.2.1 Requisitos

    Tambm no era exigida idade mnima, bastando que o seguradotivesse no mnimo 30 anos de tempo de servio, se homem; ou 25 anosde servio, se mulher.

    A carncia de 180 contribuies mensais tambm era exigida.

    4.5.1.2.2 Valor do Benefcio

    O valor do benefcio da aposentadoria por tempo de servio propor-cional era calculado em 70% do salrio de benefcio mais 6% deste salriopara cada novo ano completo de atividade que excedesse o tempo mnimode servio (30 anos para homens e 25 para mulheres), observado o limitede 100% sobre o salrio de benefcio.

    4.5.2 Segurados vinculados Previdncia que no haviamimplementado os requisitos para obter a aposentadoria portempo de servio quando da entrada em vigor da EC n. 20/98.

    A entrada em vigor da EC n. 20/98 trouxe novas regras para ossegurados que ainda no haviam implementado todas as condies parase aposentar.

    Da mesma forma, foi extinta a aposentadoria por tempo de servio(resalvados os casos de direito adquirido, como dito), passando a existiro instituto da aposentadoria por tempo de contribuio.

    Atualmente as aposentadorias por tempo de contribuio se do com

    observncia aos termos desse tpico, vez que os segurados que se filiaram aoregime aps a EC. n. 20/98 devero ter 30 anos de tempo de contribuio,se mulheres, ou 35 anos de contribuio, se homens.

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    36 | CARTILHA DE DIREITO PREVIDENCIRIO

    4.5.2.1 Aposentaria Integral

    4.5.2.1.1 RequisitosSalvo se optarem pela incidncia da regra nova, aplicam-se as regras

    de transio previstas no art. 9 da EC. n. 20/98, a saber:

    I contar com 53 anos de idade, se homem, e 48 anos de idade,se mulher; e

    II contar tempo de contribuio igual, no mnimo, soma de:

    a) 35 anos, se homem, e 30 anos, se mulher; e

    b) um perodo adicional (pedgio) de contribuio equivalente a 20%do tempo que, na data da publicao desta Emenda, faltaria paraatingir o limite de tempo constante da alnea anterior.

    Exemplo: Segurado homem que tinha 20 anos de tempo de contri-buio quando da entrada em vigor da EC n. 20, faltando-lhe 15 anos decontribuio para se aposentar. Ter que contribuir os 15 faltantes, bemcomo mais 36 meses a ttulo de pedgio.

    O perodo de carncia exigido de 180 contribuies mensais.

    Contudo, para os segurados inscritos at a entrada em vigor da Lei8.213/91, ou seja, at 24/07/1991, o perodo de carncia ser o constanteda tabela do artigo 142 da citada Lei.

    4.5.2.1.2 Valor do BenefcioO valor do benefcio, contudo ser de 100% sobre o salrio de be-

    nefcio.

    4.5.2.2 Aposentadoria Proporcional

    4.5.2.2.1 Requisitos

    I contar com 53 anos de idade, se homem, e 48 anos de idade, semulher; e

    II contar tempo de contribuio igual, no mnimo, soma de:

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    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 37

    a) 30 anos, se homem, e 25 anos, se mulher; e

    b) um perodo adicional (pedgio) de contribuio equivalente a

    40% do tempo que, na data da publicao desta Emenda, faltariapara atingir o limite de tempo constante da alnea anterior.

    Tambm dever ser observado o perodo de carncia correspondentea 180 contribuies mensais.

    Contudo, para os segurados inscritos at a entrada em vigor da Lei8.213/91, ou seja, at 24/07/1991, o perodo de carncia ser o constanteda tabela do artigo 142 da citada Lei.

    4.5.2.2.2 Valor do Benefcio

    O valor da aposentadoria proporcional ser equivalente a 70%do salrio de benefcio, somado de mais tantos 5% forem os anos decontribuio que superem a soma de 30 anos, se homem, ou 25 anosse mulher.

    4.5.3 Segurados que se filiaram ao RGPS aps a entrada em vigor daEC. n. 20/98.

    Para esses segurados as regras encontram-se estabilizadas. Inexistepara eles a figura da aposentadoria proporcional.

    4.5.3.1.1 Requisitos

    No h idade mnima para a obteno da aposentadoria por tempo

    de contribuio e, nos termos do artigo 56 do Decreto n. 3.048/99 o se-gurado dever possuir 35 anos de contribuio, se homem, ou 30 anos decontribuio se mulher.

    Contudo, em se tratando de professor que comprove, exclusivamente,tempo de efetivo exerccio em funo de magistrio na educao infantil,no ensino fundamental ou no ensino mdio, o perodo de contribuioacima mencionado ser reduzido em 5 anos.

    Cabe destacar que esses requisitos tambm sero aplicados para

    aqueles que, mesmo enquadrados na situao anterior, preferirem fazemuso das novas regras.

    O perodo de carncia de 180 contribuies mensais, posto que,apesar da exigncia tempo de contribuio (25, 30 ou 35 anos, conformej visto) a regra vigente permite o computo de atividades prestadas em

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    38 | CARTILHA DE DIREITO PREVIDENCIRIO

    perodos anteriores atual filiao, como nos casos de averbao dotempo anterior perda da qualidade de segurado, de contagem recproca

    de tempo de contribuio cumprido noutros regimes, e outras aberturaslegais que permitem incluir perodos em que no houve efetiva contribui-o ao sistema, como nas hipteses de fruio de benefcios de prestaocontinuada, substitutivos do salrio de contribuio4.

    4.5.3.1.2 Valor do Benefcio

    Ser calculado com base numa alquota de 100% sobre o salrio debenefcio, multiplicado pelo fator previdencirio.

    4.6 APOSENTADORIA ESPECIAL ARTS. 57 E 58 DA LEI8.213/91

    Benefcio concedido ao segurado que tenha trabalhado em condiesprejudiciais sade ou integridade fsica. Para ter direito aposentadoriaespecial, o trabalhador dever comprovar, alm do tempo de trabalho,efetiva exposio aos agentes nocivos qumicos, fsicos, biolgicos ou

    associao de agentes prejudiciais pelo perodo exigido para a concessodo benefcio (15, 20 ou 25 anos)5.

    4.6.1 Requisitos

    O primeiro requisito a ser observado o temporal, pelo qual o se-gurado deve ter trabalhado 15, 20 ou 25 anos em atividades consideradasprejudiciais sade ou integridade fsica, conforme regrado no anexoIV do Decreto n. 3.048/99

    Ressalte-se que a redao primeira do art. 57 da Lei 8.213/91 admitiaduas formas de se considerar o tempo de servio como especial.

    A primeira delas era pelo enquadramento por categoria profissio-nal, ou seja, conforme a atividade desempenhada pelo segurado ocorriaa presuno de que ele se sujeitava a condies insalubres, penosas ouperigosas.

    4 Castro, Carlos Alberto Pereira de; Lazzari, Joo Batista de. Manual de direitoprevidencirio. 13. ed. So Paulo: Conceito Editorial, 2011. p.631.

    5 http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=14, consultado em11/04/2012.

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    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 39

    A segunda era por meio do enquadramento por nocivo, isto , inde-pendentemente da atividade ou profisso exercida, o carter especial do

    trabalho decorria da exposio aos agentes considerados nocivos.Entretanto, com o advento da Lei n. 9.032/95, passou a exigir-se que

    o segurado comprovasse a efetiva exposio aos agentes agressivos, bemcomo que tal exposio fosse habitual e permanente.

    Considera-se trabalho permanente, aquele que exercido de formano ocasional nem intermitente, no qual a exposio do empregado, dotrabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissocivelda produo do bem ou da prestao do servio (art. 65 do Decreto n.

    3.048/99).A comprovao do tempo especial ser feita atravs de formulrio

    especfico do INSS, consistente em laudo tcnico pericial, que desde01/01/2004 denominado Perfil Psicogrfico Profissional (PPP). At31/12/2003 eram aceitos os formulrios SB/40, DSS 8030, Dirben 8030.

    O PPP o documento histrico-laboral do trabalhador que renedados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoraobiolgica, entre outras informaes, durante todo o perodo em que este

    exerceu suas atividades. Dever ser emitido e mantido atualizado pelaempresa empregadora, no caso de empregado; pela cooperativa de traba-lho ou de produo, no caso de cooperado filiado; pelo rgo Gestor deMo de Obra (OGMO), no caso de trabalhador avulso porturio e pelosindicato da categoria, no caso de trabalhador avulso no porturio. Osindicato da categoria ou OGMO est autorizado a emitir o PPP somentepara trabalhadores avulsos a eles vinculados.

    O laudo tcnico de condies ambientais para rudo obrigatrio,

    independente do perodo laborado.Para as demais funes o laudo passou a ser exigido pelo INSS a partir

    de 13/10/96, data da publicao Media Provisria 1523-10/96, convertidana Lei 9.528//97.

    Atualmente, para fazer jus a aposentadoria especial, todo o perodolaborado tem de ser especial, no mais permitindo-se a converso de tempocomum em especial, o que ocorria at o ano de 1997.

    Contudo, O segurado que tiver exercido sucessivamente duas oumais atividades em condies prejudiciais sade ou integridade fsica,sem completar em qualquer delas o prazo mnimo para aposentadoriaespecial, poder somar os referidos perodos seguindo a seguinte tabelade converso, considerada a atividade preponderante:

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    TEMPO A CONVERTERMULTIPLICADORES

    PARA 15 PARA 20 PARA 25de 15 anos - 1,33 1,67

    de 20 anos 0,75 - 1,25

    de 25 anos 0,60 0,80 -

    Permite-se tambm a converso do perodo laborado em atividadeespecial em perodo comum (para fins de aposentadoria por tempo de

    contribuio), o que ser feito nos termos da seguinte tabela:

    TEMPO A CONVERTERMULTIPLICADORES

    MULHER PARA 30 HOMEM PARA 35

    de 15 anos 2,00 2,33

    de 20 anos 1,50 1,75

    de 25 anos 1,20 1,40

    O perodo de carncia de 180 contribuies mensais, salvo se a ins-crio Previdncia Social se deu antes de 24/07/91, quando se observara tabele do artigo 142 da Lei 8.213/91.

    4.6.2 Termo Inicial

    O Segurado empregado que preencher todas as condies ter direitoao benefcio desde a data do desligamento do emprego, desde que requeirao benefcio at tal data ou nos 90 dias seguintes.

    Para os demais segurados, assim como para o segurado empregadoque no requerer o benefcio no prazo acima mencionado ou no se des-ligar do emprego, o termo inicial do benefcio corresponder data deseu requerimento.

    4.6.3 Termo Final

    Cessa o benefcio com a morte do segurado.

    Entretanto, a aposentadoria especial requerida e concedida a partirde 29/4/95 ser cancelada pelo INSS, caso o beneficirio permanea ou

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    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 41

    retorne atividade que ensejou a concesso desse benefcio, na mesmaou em outra empresa.

    4.6.4 Valor do Benefcio

    A aposentadoria especial, a partir de 29/4/95, ter renda mensal equi-valente a alquota de 100% sobre o salrio de benefcio (Lei n. 9.032/95),observado, para os segurados que implementaram os requisitos at a vs-pera da vigncia da Lei n. 9.876/99, o clculo sobre a mdia dos ltimos36 salrios de contribuio6.

    No incide o fator previdencirio no caso desse benefcio.

    4.7 ORIENTAES QUANTO AO CLCULO DE BENEFCIO

    Acreditamos que todos os advogados e advogadas tenham passadopor uma situao em comum no momento em que resolveram ingressarna carreira jurdica, onde uma grande parte agradeceu pelo fato da mate-mtica no fazer parte da nossa grade de estudo.

    Contudo, o que presenciamos hoje que a matemtica est maisentranhada do que nunca no nosso dia a dia, seja na elaborao do valorda causa, dos honorrios, e, principalmente, para aqueles que militam nodireito previdencirio.

    O que se nota que todas as grandes teses emplacadas nos TribunaisSuperiores advieram justamente da compreenso legal de como devem serrealizados os clculos previdencirios.

    Desta feita, o presente tpico desta cartilha tem por objetivo orientar

    os/as colegas de como se realizar o clculo dos benefcios do Regime Geralde Previdncia Social-RGPS, ligados ao INSS.

    Assim, no que tange ao objeto do presente trabalho, nos ateremos ape-nas aos clculos, pela regra atual do RGPS, consolidada pela Lei 9.876/1999,o qual alterou o artigo 29, incisos I e II da Lei 8.213/91.

    Referida regra se aplica a todos os benefcios concedidos aps suapublicao.

    Para isso, necessrio se compreender algumas siglas comuns do

    cotidiano:

    6 Castro, Carlos Alberto Pereira de; Lazzari, Joo Batista. Manual de direito previ-dencirio. 13. ed.So Paulo: Conceito Editorial, 2011. P. 649.

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    DER = Data de Entrada do Requerimento;

    DIB= Data do Incio do Benefcio;

    RMI = Renda Mensal Inicial (consiste na primeira renda do bene-fcio);

    PBC = Perodo Bsico de Clculo (frao de tempo transcorrido quese adota para se localizar o salrio de benefcio);

    SB = Salrio de benefcio (consiste no valor bsico utilizado paraclculo da renda mensal dos benefcios de prestao continuada, conformeartigo 31 do Decreto 3.048/1999);

    SC = o valor que serve de base para incidncia das alquotas dascontribuies previdencirias (fonte de custeio) e como base para o clculodo salrio de benefcio.

    Em termos de apurao do valor dos benefcios, salutar que o profis-sional detenha de conhecimento tcnico para saber identificar se a presenteregra se encaixa na situao concreta do cliente.

    Documentos necessrios:

    Para que se possa elaborar os clculos, essencial que o/a profissional

    detenha em mos alguns documentos, tais como:

    CTPS pois nela que iro constar os registros de contratode trabalho, fazendo prova do tempo de contribuio, exemplo:

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    CNIS Cadastro Nacional de Informaes Sociais, documento emitido

    pelo INSS onde constam todos os registros da Pessoa Fsica, exemplo:

    Obs.:- Dados omitidos.

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    Relao de Salrio de Contribuio

    documento obtido junto ao empregador, exemplo:

    Obs.:- Dados omitidos.

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    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 45

    Carta de concesso documento emitido pelo INSSquando da implementao de um benefcio, exemplo:

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    Dica prtica acaso haja alguma incongruncia entre os dados,d preferncia a retificao de CNIS.

    Montando o Clculo

    Para a montagem dos clculos preciso compreender o teor do artigo29, da Lei 8.213/1991, vejamos:

    Art. 29. O salrio de benefcio consiste: (Redao dada pela Lei n9.876, de 26.11.99)

    I para os benefcios de que tratam as alneas b e c do inciso I do art.18, na mdia aritmtica simples dos maiores salrios de contribuiocorrespondentes a oitenta por cento de todo o perodo contributivo,multiplicada pelo fator previdencirio; (Includo pela Lei n 9.876,de 26.11.99)

    II para os benefcios de que tratam as alneas a, d, e e h do inciso

    I do art. 18, na mdia aritmtica simples dos maiores salrios decontribuio correspondentes a oitenta por cento de todo o perodocontributivo. (Includo pela Lei n 9.876, de 26.11.99)

    1 No caso de aposentadoria por tempo de servio, especial oupor idade, contando o segurado com menos de 24 (vinte e quatro)contribuies no perodo mximo citado, o salrio de benefcio cor-responder a 1/24 (um vinte e quatro avos) da soma dos salrios decontribuio apurados. (Pargrafo revogado pela Lei n 9.876, de

    26.11.1999) 2 O valor do salrio de benefcio no ser inferior ao de um salriomnimo, nem superior ao do limite mximo do salrio de contribuiona data de incio do benefcio.

    3 Sero considerados para o clculo do salrio de benefcio os ga-nhos habituais do segurado empregado, a qualquer ttulo, sob formade moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incididocontribuio previdenciria.

    3 Sero considerados para clculo do salrio de benefcio os ganhoshabituais do segurado empregado, a qualquer ttulo, sob forma demoeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contri-buies previdencirias, exceto o dcimo-terceiro salrio (gratificaonatalina). (Redao dada pela Lei n 8.870, de 1994)

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    4 No ser considerado, para o clculo do salrio de benefcio, o au-mento dos salrios de contribuio que exceder o limite legal, inclusive

    o voluntariamente concedido nos 36 (trinta e seis) meses imediatamenteanteriores ao incio do benefcio, salvo se homologado pela Justia doTrabalho, resultante de promoo regulada por normas gerais da em-presa, admitida pela legislao do trabalho, de sentena normativa oude reajustamento salarial obtido pela categoria respectiva.

    5 Se, no perodo bsico de clculo, o segurado tiver recebido bene-fcios por incapacidade, sua durao ser contada, considerando-secomo salrio de contribuio, no perodo, o salrio de benefcio queserviu de base para o clculo da renda mensal, reajustado nas mesmaspocas e bases dos benefcios em geral, no podendo ser inferior aovalor de 1 (um) salrio mnimo.

    6o No caso de segurado especial, o salrio de benefcio, que noser inferior ao salrio mnimo, consiste: (Includo pela Lei n 9.876,de 26.11.99)

    6o O salrio de benefcio do segurado especial consiste no valorequivalente ao salrio mnimo, ressalvado o disposto no inciso II doart. 39 e nos 3o e 4o do art. 48 desta Lei. (Redao dada pela Lein 11.718, de 2008)

    I para os benefcios de que tratam as alneas b e c do inciso I do art.18, em um treze avos da mdia aritmtica simples dos maiores valoressobre os quais incidiu a sua contribuio anual, correspondentes aoitenta por cento de todo o perodo contributivo, multiplicada pelofator previdencirio; (Includo pela Lei n 9.876, de 26.11.99) (Re-vogado pela Lei n 11.718, de 2008)

    II para os benefcios de que tratam as alneas a, d, e e h do inciso Ido art. 18, em um treze avos da mdia aritmtica simples dos maioresvalores sobre os quais incidiu a sua contribuio anual, correspon-dentes a oitenta por cento de todo o perodo contributivo. (Includopela Lei n 9.876, de 26.11.99) (Revogado pela Lei n 11.718, de 2008)

    7o O fator previdencirio ser calculado considerando-se a idade, aexpectativa de sobrevida e o tempo de contribuio do segurado ao seaposentar, segundo a frmula constante do Anexo desta Lei. (Includopela Lei n 9.876, de 26.11.99)(Vide Decreto n 3.266, de 1.999)

    8o Para efeito do disposto no 7o, a expectativa de sobrevida dosegurado na idade da aposentadoria ser obtida a partir da tbuacompleta de mortalidade construda pela Fundao Instituto Brasileirode Geografia e Estatstica IBGE, considerando-se a mdia nacionalnica para ambos os sexos. (Includo pela Lei n 9.876, de 26.11.99)

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    9oPara efeito da aplicao do fator previdencirio, ao tempo decontribuio do segurado sero adicionados: (Includo pela Lei n

    9.876, de 26.11.99)I cinco anos, quando se tratar de mulher; (Includo pela Lei n9.876, de 26.11.99)

    II cinco anos, quando se tratar de professor que comprove exclu-sivamente tempo de efetivo exerccio das funes de magistrio naeducao infantil e no ensino fundamental e mdio; (Includo pelaLei n 9.876, de 26.11.99)

    III dez anos, quando se tratar de professora que comprove exclu-sivamente tempo de efetivo exerccio das funes de magistrio naeducao infantil e no ensino fundamental e mdio. (Includo pelaLei n 9.876, de 26.11.99)

    Assim, cabe-nos localizar o SB, para tanto, se identifica que o PBCequivale a julho de 1994 at a DER, e, dentro deste perodo, se localizamtodos os SC vertidos.

    Uma grande confuso ocorrida neste momento que os dados doCNIS se referem a remunerao, a qual, no necessariamente, corresponde

    ao SC, visto que este dotados de limites mnimos e mximos ditados porportarias do INSS.

    Atualmente, vigora a presente tabela, a qual sempre sofre alteraoquando ocorre o gio do salrio mnimo nacional:

    1. Segurados empregados, inclusive domsticos e trabalhadores avulsos

    TABELA VIGENTETABELA DE CONTRIBUIO DOS SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO

    DOMSTICO E TRABALHADOR AVULSO, PARA PAGAMENTO DE REMUNERAOA PARTIR DE 1 DE JANEIRO DE 2014

    SALRIO DE CONTRIBUIO R$ALQUOTA PARA FINS DE

    RECOLHIMENTO AO INSS %

    at 1.317,07 8,00

    de 1.317,08 at 2.195,12 9,00

    de 2.195,13 at 4.390,24 11,00

    Logo, se deve observar sempre se o valor do SC do segurado est acimado limite mximo, visto que da o mesmo dever ser limitado, posto quesua contribuio social fora realizada justamente com este limite.

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    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 49

    O prximo passo o acesso no site da Previdncia que abaixo seguepara se poder baixar a tabela de atualizao dos salrios de contribuio:

    http://www.previdencia.gov.br/legislacao/

    A tabela a ser escolhida ir variar, pois depende da situao novobenefcio, conferncia de um benefcio concedido, desaposentao, etc.

    Escolhida a tabela, faa o download:

    Este novo arquivo deve ser copiado para uma tabela no Excel.

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    MSFATOR

    SIMPLIFICADO

    MULTIPLICAR

    SCCLIENTE

    ATUALIZAO

    mai/06 1,055577 R$ 1.869,34 R$ 1.973,23

    jun/06 1,054207 R$ 1.869,34 R$ 1.970,67

    jul/06 1,054945 R$ 1.869,34 R$ 1.972,05

    ago/06 1,053786 R$ 1.869,34 R$ 1.969,88

    set/06 1,053997 R$ 1.869,34 R$ 1.970,28

    out/06 1,052313 R$ 1.869,34 R$ 1.967,13

    nov/06 1,047808 R$ 1.869,34 R$ 1.958,71

    dez/06 1,043425 R$ 1.869,34 R$ 1.950,52

    jan/07 1,036996 R$ 1.869,34 R$ 1.938,50

    fev/07 1,031939 0

    OBS: Para realizar a frmula do Excel, neste caso, para a atualizao dos valores, bastamultiplicar o fator simplificado com o valor do SC, ento digitar na clula o smbolo =,depois clicar na clula do ndice, colocar o * (signf. vezes) e clicar na clula do SC., depoisdar enter. Fica assim = fator * SC

    Depois de digitado todos os salrios de contribuio na tabela, sernecessrio realizar a contagem dos SC, ou seja, verificar com precisoquantos pagamentos foram vertidos para a Previdncia.

    Aps, dever ser apurada a quantidade de SC que correspondem a80% do total.

    Para isso, basta multiplicar o total de SC pelo fator 0,8.

    Uma forma simples de se apurar quais so os 80% SC maiores, quesero considerados no clculo da nova RMI, basta clicar na primeira clulaque tenha o primeiro SC e depois, com o mouse, clicar em DADOS edepois em CLASSIFICAR, ser aberta uma tela, onde deve ser clicadoem ordem crescente.

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    52 | CARTILHA DE DIREITO PREVIDENCIRIO

    MS

    SIMPLIFICADO

    M

    ULTIPLICAR

    CLIENTE

    ATUALIZAO

    ago/94

    3,9

    68074

    0

    set/94

    3,7

    62634

    0

    out/94

    3,7

    06663

    0

    fev/07

    1,0

    31939

    0

    jan/05

    1,1

    19984

    R$832

    ,66

    R$932

    ,57

    dez/04

    1,1

    29616

    R$832

    ,66

    R$940

    ,59

    jun/05

    1,0

    83214

    R$1

    .430

    ,00

    R$1

    .549

    ,00

    mai/05

    1,0

    90797

    R$1

    .430

    ,00

    R$1

    .559

    ,84

    abr/05

    1,1

    00723

    R$1

    .430

    ,00

    R$1

    .574

    ,03

    mar/05

    1,1

    08758

    R$1

    .430

    ,00

    R$1

    .585

    ,52

    fev/05

    1,1

    13637

    R$1

    .430

    ,00

    R$1

    .592

    ,50

    fev/06

    1,0

    62135

    R$1

    .561

    ,56

    R$1

    .658

    ,59

    jan/06

    1,0

    66171

    R$1

    .561

    ,56

    R$1

    .664

    ,89

    dez/05

    1,0

    70436

    R$1

    .561

    ,56

    R$1

    .671

    ,55

    nov/05

    1,0

    76216

    R$1

    .561

    ,56

    R$1

    .680

    ,58

    out/05

    1,0

    82458

    R$1

    .561

    ,56

    R$1

    .690

    ,32

    ago/05

    1,0

    84082

    R$1

    .561

    ,56

    R$1

    .692

    ,86

    set/05

    1,0

    84082

    R$1

    .561

    ,56

    R$1

    .692

    ,86

    jul/05

    1,0

    84407

    R$1

    .561

    ,56

    R$1

    .693

    ,37

    Ficarassim:

    Pararealizarafrmuladoexcel,nestecaso,

    paraa

    atualizaodosvalores,bastamultiplicarofator

    simplificadocom

    ov

    alordoSC

    ,entodigitarna

    clulaosmbolo=,d

    e

    poisclicarnacluladondice,

    colocaro*(signf.vezes)eclicarnacluladoSC,

    depoisdenter.

    Fica

    assim

    =fator*SC

    ParaordenarosSCde

    formacrescente,

    bastaclicar

    naprimeiraclulaquetenhaoprimeiroSC

    ,depois

    clicarem

    DADOS,edepoisclicarem

    CLASSIFICAR.

    Assim

    ,serabertaum

    anovatela

    ,ondedeveclicar

    naordem

    CRESCENTE

    Depoisdefeitoisso,o

    queacontecerqueosdados

    ficarobagunados,

    porm

    vocnotarqueele

    estarem

    ordem

    cres

    cente.

  • 7/24/2019 CARTILHA -2.pdf

    53/96

    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 53

    jan/07

    1,0

    36996

    R$1

    .869

    ,34

    R$1

    .938

    ,50

    mar/06

    1,0

    59697

    R$1

    .836

    ,34

    R$1

    .945

    ,96

    dez/06

    1,0

    43425

    R$1

    .869

    ,34

    R$1

    .950

    ,52

    nov/06

    1,0

    47808

    R$1

    .869

    ,34

    R$1

    .958

    ,71

    out/06

    1,0

    52313

    R$1

    .869

    ,34

    R$1

    .967

    ,13

    ago/06

    1,0

    53786

    R$1

    .869

    ,34

    R$1

    .969

    ,88

    set/06

    1,0

    53997

    R$1

    .869

    ,34

    R$1

    .970

    ,28

    jun/06

    1,0

    54207

    R$1

    .869

    ,34

    R$1

    .970

    ,67

    jul/06

    1,0

    54945

    R$1

    .869

    ,34

    R$1

    .972

    ,05

    mai/06

    1,0

    55577

    R$1

    .869

    ,34

    R$1

    .973

    ,23

    abr/06

    1,0

    56844

    R$1

    .869

    ,34

    R$1

    .975

    ,60

    R$44

    .771

    ,59

    R$38

    .215

    ,57

    R$1

    .819

    ,79

    R$1

    .819

    ,79

    R$1

    .819

    ,79X100%

    Nota:Noquetan

    geasalquotaspercentuais

    ,cadabenefciopossuiasua.P

    orex

    emplo:AuxlioDoena

    91%;A

    uxlioAcidente

    50%;Aposentadoria

    Especial-1

    00%.Taispercentuaissografadosnoartigolegalrespectivodec

    adabenefcio

    .Vejanatabela0

    2abaixoosprincipaispercent

    uais

    .

    TOTALDEPAGAMENTO

    SREALIZADOS

    SOMADOS80%

    MAIORESSCs

    MDIAARITIMTICASIMPLES

    SALRIODEBENEFCIO

    RMI(=M

    .A.S.

    XALIQUO

    TA)

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    54/96

    54 | CARTILHA DE DIREITO PREVIDENCIRIO

    Desprezados os 20% menores SCs, resta somar os 80% maiores.

    Alm disso, devemos saber quanto em decimais representam os

    maiores s.c, para isso basta contar um a um.Feita a soma, o valor total deve ser dividido pelo nmero correspon-

    dente aos 80% maiores SCs, por exemplo:

    R$ 38.215,57 : quantidade de salrios de contribuio correspondentsaos 80% maiores = resultado da diviso tambm conhecido como MAS/SB

    OBS.: ESTE VALOR SOMENTE REPRESENTA A MDIA ARIT-

    MTICA E NO A RMI DO CLIENTE!

    OBS.:2tomar cuidado com a redao do artigo 3, pargrafo segundo da Lei 9.876/1999,que trata do mnimo divisor (Regra de Transio) o qual aplicvel aos benefcios de Apo-sentadoria Por Idade, Aposentadoria Por Tempo de Contribuio e Aposentadoria Especial.

    Aps isto, verificar :

    BENEFCIO CLCULO DO SALRIO DE BENEFCIO

    Tempo de Contribui-oIdade

    Mdia aritmtica simples dos maiores salrios de contribui-o correspondentes a oitenta por cento de todo o perodocontributivo, multiplicada pelo fator previdencirio napor idade o FP opcional (se anterior a 28/11/99 o perodode PBC ser de julho de 94 para frente, se posterior a partirda inscrio/filiao)

    InvalidezEspecialAuxlio-DoenaAuxlio-Acidente

    Mdia aritmtica simples dos maiores salrios de con-tribuio correspondentes a oitenta por cento de todo operodo contributivo (se anterior a 28/11/99 o perodo dePBC ser de julho de 94 para frente, se posterior a partirda inscrio/filiao)

    Realizada a apurao do SB, falta somente alocar na equao da RMI:

    RMI= SBxCF

    RMI Renda Mensal InicialSB Salrio de Benefcio

    CF Coeficiente de Clculo (cada benefcio tem o seu, conformesegue abaixo)

  • 7/24/2019 CARTILHA -2.pdf

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    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 55

    BENEFCIO RENDA MENSAL INICIAL

    Auxlio-doena 91% do SB

    Aposentadoria especial 100% do SB

    Aposentadoria por inva-lidez

    100% do SB

    Aposentadoria por tem-po de contribuio

    100% do SB

    Auxlio-acidente 50% do SB

    Aposentadoria por idade julho de 94

    70% do SB + 1% por grupo de 12 contribuies mensais ato limite de 100%

    Aposentadoria por tem-po de contribuio (pro-porcional) inscritos at16/12/98

    70% do SB + 5% por grupo de 12 contribuies mensais ato limite de 100%

    4.8 DO SEGURADO APOSENTADO

    Os aposentados que necessitam complementar sua renda, ao retornaremou permanecerem no mercado de trabalho so enquadrados como seguradosobrigatrios, com a consequente sujeio ao recolhimento da contribuio pre-videnciria, na forma prevista pelo artigo 12, 4, da Lei n 8.212/91. Vejamos:

    Art. 12. So segurados obrigatrios da Previdncia Social as seguintespessoas fsicas: [...]

    4. O aposentado pelo Regime Geral de Previdncia Social RGPSque estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida

    por este Regime segurado obrigatrio em relao a essa atividade,

    ficando sujeito s contribuies de que trata esta Lei, para fins de

    custeio da Seguridade Social.

    Cabe dizer ainda que tais contribuies dos segurados aposentadosno repercutem para o fim de novo clculo dos respectivos proventos de

    aposentadoria, conforme dispe o artigo 18, 2, da Lei n 8.213/91. Vejamos:

    Art. 18. O Regime Geral de Previdncia Social compreende as se-guintes prestaes, devidas inclusive em razo de eventos decorrentes

    de acidente do trabalho, expressas em benefcios e servios: [...]

  • 7/24/2019 CARTILHA -2.pdf

    56/96

    56 | CARTILHA DE DIREITO PREVIDENCIRIO

    2. O aposentado pelo Regime Geral de Previdncia Social RGPSque permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ela retornar,

    no far jus a prestao alguma da Previdncia Social em decorrnciado exerccio dessa atividade, exceto ao salrio-famlia, reabilitaoprofissional e ao auxlio-acidente, quando empregado..

    Assim, o aposentado voltando ao mercado de trabalho, torna-sesegurado obrigatrio, porm, este quase nada recebe em contrapartida,exceto a reabilitao profissional e o salrio-famlia.

    Diante desse quadro, surge o instituto da Desaposentao, aonde h

    a possibilidade de obter benefcio previdencirio de aposentadoria maisvantajoso, com a renncia da atual aposentadoria e mediante a utilizaodo tempo e contribuies vertidas aps a atual aposentadoria.

    4.9 AUXLIO DOENA ART. 59 A 63 DA LEI 8.213/91

    Benefcio devido ao segurado portador de incapacidade temporriapara o trabalho.

    No h que se falar na percepo desse benefcio no caso de doenaou leso pr-adquirida, exceto se a incapacidade advier da progresso ouagravamento dessa leso ou doena.

    Contudo, cabem aqui alguns apontamentos sob os sujeitos que tmdireito a este benefcio. Miguel Horvath Jnior7 ensina que os sujeitosativos desse benefcio so os segurados em geral o caso de doena genricae acidentes de qualquer natureza. Em se tratando de acidente de trabalho, devido auxlio-doena ao segurado especial, empregado (exceto domstico)trabalhador avulso e mdico residente. Em se tratando de acidente de qualquernatureza, devido o auxlio-doena ao segurado obrigatrio e facultativo.

    Agregado a esse benefcio o segurado tambm ter direito ao serviode reabilitao profissional e tratamento mdico s expensas da Previdn-cia Social.

    4.9.1 Requisitos

    Para fazer jus a este benefcio o segurado deve atender ao perodo

    de carncia, que de 12 contribuies mensais no caso do auxlio-doenacomum.

    7 Direito Previdencirio.7. ed. So Paulo: Quartier Latin, 2008. P. 275

  • 7/24/2019 CARTILHA -2.pdf

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    Cap. 4BENEFCIOS EM ESPCIE | 57

    Vele destacar que no se exige carncia para o auxlio-acidente de-corrente de acidente de qualquer natureza.

    Tambm deve o segurado estar incapacitado para o trabalho oupara a sua atividade habitual, o que se comprovar por meio de perciamdica realizada por mdico do INSS, onde o perito dever fixar, no casode concesso do benfico, a data do incio da doena (DID) e a data doincio da incapacidade (DII).

    A DID e a DII so importantes pois pode ocorrer os seguintes casos:

    - Se a DID se der aps a 1 contribuio e a DII ocorrer aps a 12contribuio o benefcio ser devido, pois cumprido o perodo de carncia.

    - Se a DID se der aps a 1 contribuio e a DII ocorrer antes da 12contribuio o segurado no ter cumprido o perodo de carncia e s farjus ao benefcio se a doena causadora da incapacidade for uma daquelasconstantes da Portaria Interministerial n. 2.998/2001, como a doena deParkinson e a cegueira, por exemplo.

    - Se a DID se der antes da 1 contribuio e a DII ocorrer aps a 12contribuio o perodo de carncia estar cumprido, mas o benefcio serdevido apenas se houve a progresso ou o agravamento daquela doena pre-existente, consoante previso do artigo 59, pargrafo nico da Lei 8.213/91.

    - Se a DID se der antes da 1 contribuio e a DII ocorrer antesda12 contribuio o benefcio no ser devido ao segurado, haja vista que adoena progrediu ou se agravou antes de completada a carncia.

    Questo interessante ocorre quando o segurado exerce duas atividadesconcomitantemente e se torna incapaz para o trabalho.

    Sendo as atividades idnticas o segurado s poder requerer o bene-

    fcio em tela mediante o afastamento de ambas.J no caso de atividades distintas, como por exemplo professor e

    advogado, poder o segurado requerer o benefcio em relao atividadeque se encontra incapacitado de exercer mas, se a incapacidade para estaatividade tornar-se permanente no poder ser convertido o auxlio-doenaem aposentadoria por invalidez, com o que o segurado continuar a recebero auxlio-doena at se aposentar na outra atividade.

    4.9.2 Termo Inicial

    Para o segurado empregado o benefcio devido a partir do 16 diado afastamento da atividade, ficando o pagamento dos primeiros 15 diasa cargo da empres