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  • AvAliAo de ConformidAde de Componentesde sistemAs de segurAnA de mquinAs no BrAsil

    CARTILHA

  • AvAliAo de ConformidAde de Componentesde sistemAs de segurAnA de mquinAs no BrAsil

    CARTILHA

  • Esta publicao foi produzida no mbito da cooperao tcnica entre Ministrio do

    Trabalho e Emprego e a Unio Europeia por meio do projeto Apoio aos Dilogos

    Setoriais UE-Brasil As seguintes pessoas colaboraram para realizao desta publicao:

    Secretaria de Inspeo do Trabalho/Ministrio do Trabalho e Emprego:

    Joo Batista Beck Pinto

    Aida Cristina Becker

    FICHA CATALOGRFICA

    S491c

    xxxxxxx

    1.xxxxxxx

    CDU: 005.591.6

  • 3SUMRIO

    INTRODUO | 5

    1 IMPORTNCIA DA AVALIAO DE CONFORMIDADE | 7

    2 AVALIAO DE CONFORMIDADE NO BRASIL | 9

    3 AVALIAO DE CONFORMIDADE NA UNIO EUROPEIA | 20

    4 CAMINHOS DA AVALIAO DE CONFORMIDADE NO BRASIL | 42

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS | 43

  • 5O Ministrio do Trabalho e Emprego, por meio do Departamento de Seguran-

    a e Sade no Trabalho ligado Secretaria de Inspeo do Trabalho, desenvolve

    de forma triparte atualizaes de normas regulamentadoras referentes sade

    e segurana no trabalho, visando consolidao do trabalho decente, ao cresci-

    mento sustentvel e ao aumento da produtividade e da empregabilidade. As Nor-

    mas Regulamentadoras, tambm conhecidas como NR, regulamentam e fornecem

    orientaes sobre procedimentos obrigatrios relacionados segurana e sade

    do trabalho no Brasil.

    Entre os tpicos de sade e segurana no trabalho, considerando a necessidade

    de renovao do parque fabril, o tema mostra-se importante: a normatizao no

    campo de mquinas e equipamentos.

    No tocante normatizao de mquinas, a atualizao da NR-12 (Norma Regula-

    mentadora n 12 Segurana no Trabalho em Mquinas e Equipamentos) trouxe

    uma alterao de paradigma focado no apenas na utilizao, mas na fabricao e

    importao de mquinas seguras ou concebidas dentro do conceito do estado da

    tcnica, objetivando a renovao do parque fabril e, consequentemente, propor-

    cionando condies de trabalho seguro e saudvel, desenvolvendo uma indstria

    competitiva e ambientalmente sustentvel, capaz de acelerar o crescimento eco-

    nmico, reduzir a pobreza e contribuir com o alcance dos Objetivos de Desenvol-

    vimento do Milnio.

    O entendimento de que mquinas seguras e a confiabilidade das tecnologias em-

    pregadas podem ser equalizadas com a ferramenta de Avaliao da Conformida-

    de, definida como uma atividade que determina, direta ou indiretamente, que um

    produto, processo, pessoa ou servio atende aos requisitos tcnicos especificados

    (norma tcnica, regulamento tcnico ou outro documento de referncia).

    INTRODUO

  • 6COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    A experincia consolidada na Unio Europeia com relao Avaliao da Conformida-

    de de mquinas e componentes de segurana e os regulamentos expressos na Diretiva

    2006/42/CE, que estabelece requisitos essenciais de sade e segurana no tocante

    concepo e fabricao, no intuito de facilitar o livre comrcio e garantir um nvel

    mnimo de segurana das mquinas introduzidas no mercado europeu, retratam o

    amadurecimento de mais de 10 anos de aplicao e atualizaes com o duplo objetivo

    de harmonizar os requisitos de segurana e sade que se aplicam s mquinas e de

    verificar a conformidade por meio da vigilncia do mercado.

    O Plano Brasil Maior, que a poltica industrial, tecnolgica e de comrcio exterior do

    governo Dilma Rousseff, incluiu na agenda estratgica setorial como medidas: Criar

    Programa de Etiquetagem para Segurana em Mquinas e Equipamentos; Exigir que os

    bens de capital importados cumpram regulamentos e normas a que esto sujeitos os

    bens de capital nacionais: poltica nacional de resduos slidos, NR12 e Cdigo de Defe-

    sa do Consumidor; e Firmar convnio entre Ministrio do Trabalho e Emprego MTE e

    Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial INMETRO para

    colocar em exigncia no Sistema Integrado de Comrcio Exterior Siscomex a NR-12

    a partir de um programa de certificao de segurana em Mquinas e Equipamentos.

    Fica claro que o Plano Brasil Maior conta como ferramenta a implantao de um pro-

    grama de certificao brasileiro para mquinas e equipamentos.

    Considerando a necessidade de evoluo do tema segurana em mquinas e equipa-

    mentos e o fato de que no Brasil no h, at o presente momento, avaliao de con-

    formidade de componentes de segurana dos sistemas de segurana de mquinas,

    o Ministrio do Trabalho e Emprego organizou uma misso tcnica Unio Europeia

    para obter subsdios para a implantao desse processo no mbito brasileiro.

    A misso teve o objetivo de conhecer boas prticas e experincias exitosas na

    implantao da avaliao da conformidade de mquinas e componentes de segu-

    rana visando a aproximar o processo em curso no Brasil facilitando o intercmbio

    de tecnologia e evitando barreiras tcnicas.

    Com o aprendizado obtido sobre a sistemtica de avaliao de conformidade de

    mquinas e componentes de segurana utilizados em sistemas de segurana de

    mquinas, possvel a aplicao desse conhecimento na implantao da sistemti-

    ca no mbito do Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade SBAC.

    Aps o trmino da misso, foi organizado Seminrio, no Brasil, para discutir os

    principais resultados das aes realizadas com as partes brasileiras interessadas e

    com especialistas europeus no tema.

  • 7O INMETRO aponta a avaliao de conformidade ressaltando a importncia dos

    seguintes aspectos:

    Concorrncia justa;

    Estmulo melhoria contnua da qualidade;

    Proteo ao consumidor;

    Incremento s exportaes;

    Proteo do mercado interno;

    Agregao de valor a marcas de produtos.

    No aspecto Proteo ao Consumidor, j temos a Lei de Defesa do Consumidor

    bastante conhecida por toda a sociedade.Para a proteo do trabalhador que est

    potencialmente exposto aos riscos envolvidos com a operao de mquinas, te-

    mos, tambm, a NR-12 Segurana no Trabalho com Mquinas e Equipamentos.

    A avaliao de conformidade de mquinas e equipamentos torna-se uma ferra-

    menta capaz de alavancar de forma muito significativa a proteo do trabalha-

    dor, melhorando as condies de trabalho e reduzindo as consequncias negati-

    vas de acidentes e ms condies de trabalho tanto para os empregadores como

    para a sociedade.

    Cabe lembrar que, como consequncia, haver uma proteo ao mercado interno,

    dificultando a entrada de produtos estrangeiros que podem fazer concorrncia

    desequilibrada em relao s mquinas e equipamentos nacionais.

    Como os requisitos legais para segurana em mquinas so bastante tcnicos e

    complexos, a avaliao de conformidade pode prover segurana na aquisio de

    mquinas e equipamentos, visto que muitas empresas usurias no possuem o

    1 IMPORTNCIA DA AVALIAO DE CONFORMIDADE

  • 8COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    conhecimento tcnico-legal disponvel para avaliar a conformidade da mquina a

    ser adquirida com a legislao brasileira. Ou seja, a avaliao de conformidade cria

    confiana no produto a ser adquirido.

    A avaliao da conformidade a maneira prtica e vivel de atingir grau de con-

    fiana no produto quando se trata de mquinas, equipamentos e componentes de

    segurana que de outra forma no seria possvel devido complexidade do tema.

    Finalmente, a avaliao da conformidade pode evitar a entrada no mercado de

    mquinas, equipamentos e componentes de segurana que no estejam adequa-

    dos aos requisitos de segurana estabelecidos por normativos legais e tcnicos

    nacionais, e, dessa maneira, venham a expor trabalhadores a situaes de riscos

    que possam causar srios acidentes.

  • 92 AVALIAO DE CONFORMIDADE NO BRASIL

    Segundo a Organizao Mundial do Comrcio OMC, a avaliao da conformida-

    de engloba qualquer procedimento utilizado, direta ou indiretamente, para deter-

    minar que as prescries pertinentes a regulamentos tcnicos ou normas estejam

    sendo cumpridas.

    Alm dessa definio clssica, o INMETRO entende a avaliao de conformidade

    como um processo sistematizado, devidamente acompanhado e avaliado, de for-

    ma a propiciar adequado grau de confiana de que um produto, processo, servi-

    o, ou, ainda, um profissional, atende a requisitos preestabelecidos por normas

    ou regulamentos, com o menor custo possvel para a sociedade. um processo

    dinmico que vai desde a identificao das necessidades pelo desenvolvimento de

    novos programas para determinados produtos ou servios at o seu acompanha-

    mento no mercado.

    Dependendo de quem realiza a avaliao e, portanto, tem a responsabilidade de

    atestar a conformidade, a atividade de avaliao da conformidade pode ser clas-

    sificada como:

    De primeira parte: quando feita pelo fabricante ou pelo fornecedor (de-

    clarao);

    De segunda parte: quando feita pelo comprador/cliente;

    De terceira parte: quando feita por uma organizao com independncia

    em relao ao fornecedor e ao cliente, no tendo, portanto, interesse na

    comercializao do produto (certificao).

    Quando o processo de avaliao da conformidade realizado por uma terceira

    parte, o agente econmico, ou seja, a organizao que atesta a conformidade,

  • 10

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    deve ser acreditado. A acreditao o reconhecimento, por um organismo acre-

    ditador, da competncia tcnica da organizao que atesta a conformidade para

    processar a avaliao da conformidade.

    No Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade SBAC, o nico organismo

    acreditador oficial o Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade

    Industrial INMETRO, e os programas de avaliao da conformidade obedecem

    s polticas e diretrizes do Sistema Nacional de Metrologia, Normalizao e Qua-

    lidade Industrial SINMETRO, bem como s prticas internacionais, baseadas em

    requisitos estabelecidos pela International Organization for Standardization ISO,

    entidade normalizadora internacional.

    A avaliao da conformidade pode ser voluntria ou compulsria. Ela uma ativi-

    dade de carter compulsrio e exercida pelo Estado, por uma autoridade regula-

    mentadora, por meio de um instrumento legal, quando se entende que o produto,

    processo ou servio pode oferecer riscos segurana do consumidor ou ao meio

    ambiente ou ainda, em alguns casos, quando o desempenho do produto, se ina-

    dequado, pode trazer prejuzos econmicos sociedade.

    A avaliao da conformidade voluntria quando parte de uma deciso do fornecedor.

    Os programas de avaliao da conformidade compulsrios tm como documento

    de referncia um regulamento tcnico, enquanto os voluntrios so baseados em

    uma norma. A principal diferena entre um regulamento tcnico e uma norma

    que o primeiro tem seu uso obrigatrio, e o segundo, voluntrio.

    Enquanto o regulamento tcnico estabelecido pelo poder pblico, a norma con-

    sensual, ou seja, estabelecida aps ampla discusso pela sociedade e emitida por

    uma organizao no governamental. No caso especfico do Brasil, a Associao

    Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT foi reconhecida, por meio da Resoluo Con-

    metro n 7, de 24 de agosto de 1992, como o Frum Nacional de Normalizao.

    Outra caracterstica que deve ser ressaltada que o regulamento tcnico pode

    referenciar uma norma tcnica, tornando seus critrios, ou parte deles, a princpio

    voluntrios, como de carter compulsrio. Tanto quanto possvel, o regulamento

    deve basear-se em uma norma tcnica, tornando obrigatrios os requisitos ligados

    proteo do cidado, do meio ambiente e da nao.

  • 11

    2 AvAliAo de ConformidAde no BrAsil

    No que diz respeito ao atendimento voluntrio aos requisitos estabelecidos por

    uma norma tcnica, cabe destacar que o Brasil possui uma particularidade em

    relao aos demais pases signatrios dos acordos internacionais em funo de a

    Lei n 8.078, de setembro de 1990, conhecida como Cdigo de Defesa do Con-

    sumidor, definir, em seu artigo 39, inciso VIII, que, na ausncia de regulamentos

    tcnicos, os produtos devem ser colocados no mercado em conformidade com

    as normas tcnicas.

    O programa de avaliao da conformidade estabelecido pelo INMETRO est ba-

    seado em dois regulamentos que so necessrios para definir o que avaliar e como

    avaliar. Estes dois regulamentos so denominados Regulamento Tcnico da Qua-

    lidade RTQ e Regulamento de Avaliao da Conformidade RAC. Assim, para

    estabelecer o processo de avaliao de conformidade de um produto necessrio

    elaborar tanto o RTQ quanto o RAC referentes ao produto em questo.

    RTQ - Regulamento Tcnico da Qualidade

    (o que avaliar)

    RAC - Regulamento de Avaliao da Conformidade

    (como avaliar)

    O qu?

    Como?

    Figura 1 Regulamentos necessrios para a avaliao da conformidade

    At o momento, no existe organizao acreditada pelo INMETRO para certifi-

    cao de segurana em mquinas ou componentes de segurana para sistemas

    de proteo em mquinas para uso no domstico. Em setembro de 2007, foi

    celebrado acordo de cooperao tcnica entre o INMETRO e o MTE, objetivando a

    implementao de programas de avaliao da conformidade, sendo criado, assim,

    o primeiro instrumento para avaliao da conformidade em mquinas. As prensas

    mecnicas excntricas foram o foco desse trabalho pioneiro, tendo-se desenvolvi-

    do o RTQ para prensas mecnicas excntricas.

  • 12

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    O objetivo que as prensas mecnicas excntricas fabricadas e importadas se-

    jam objeto de avaliao compulsria da conformidade dos requisitos de segurana

    estabelecidos no RTQ e, dessa forma, sejam dotadas de selo de identificao da

    conformidade com o logo do INMETRO.

    Durante esse trabalho, ficou claro que, para a certificao relativa segurana de

    uma mquina, necessrio que os componentes que formam o sistema de segu-

    rana da mquina tambm passem por uma avaliao da conformidade.

    Ainda em relao ao acordo de cooperao tcnica firmado entre o INMETRO e o

    Ministrio do Trabalho e Emprego em 2007, importante salientar seu objetivo de

    promover a integrao institucional entre as entidades signatrias para a transfe-

    rncia mtua de conhecimento nas reas de Avaliao da Conformidade, Metro-

    logia Legal e Cientfica e do Trabalho, visando, inclusive, ao desenvolvimento e

    implantao de Programas de Avaliao da Conformidade - PAC, utilizando-se da

    infraestrutura do Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade SBAC.

    No Brasil, temos avaliaes de conformidade compulsrias e voluntrias. As ava-

    liaes compulsrias so tornadas obrigatrias por meio de instrumento legal,

    como por exemplos extintores, capacetes de segurana, isqueiros, etc, e atendem

    a requisitos essenciais de sade, segurana e meio ambiente. Esse justamente o

    caso de vrias mquinas e equipamentos utilizados na indstria brasileira, assim

    como os componentes de segurana que fazem parte dos sistemas de segurana

    dessas mquinas.

    Voluntria

    Obrigatria, por meio de instrumento legal

    Deciso exclusiva do fornecedor

    Compulsria A compulsria atende a requisitos essenciais de sade, segurana e meio ambiente.

    Voluntria agrega valor ao produto

    Figura 2 - Avaliao da conformidade quanto aplicao

  • 13

    2 AvAliAo de ConformidAde no BrAsil

    Conforme a definio de mecanismos de avaliao da conformidade apresentada

    na Portaria INMETRO n 361, de 06 de setembro de 2011, que trata dos Requisitos

    Gerais de Certificao de Produto RGCP, os mecanismos disponveis no SBAC

    so os seguintes:

    Certificao;

    Declarao da Conformidade do Fornecedor;

    Inspeo; e

    Ensaio.

    Essa mesma definio informa que os mecanismos de avaliao da conformidade so

    as principais ferramentas utilizadas para atestar a conformidade, no mbito do SBAC.

    As definies de cada um desses mecanismos de avaliao da conformidade so

    as seguintes:

    1. Certificao: atestao relativa a produtos, processos, sistemas ou pesso-

    as, por terceira parte. Acertificao de produtos ou servios, sistemas de

    gesto e pessoas , por definio, realizada pela terceira parte, isto , por

    uma organizao independente acreditada para executar essa modalidade

    de avaliao da Conformidade.

    2. Declarao de Conformidade do Fornecedor: declarao expressa emitida

    pelo fornecedor de que o produto ou servio satisfaz todas as disposies

    relevantes aos regulamentos ou normas referidas na declarao. Este meca-

    nismo de avaliao da conformidade o processo pelo qual um fornecedor,

    sob condies pr-estabelecidas, d garantia escrita de que um produto,

    processo ou servio est em conformidade com requisitos especificados, ou

    seja, trata-se de um modelo de avaliao de conformidade de 1 parte.

    3. Inspeo: exame realizado de forma a analisar que o produto, cuja avaliao

    da conformidade esteja prescrita em RAC, est em conformidade com re-

    quisitos pr-estabelecidos pela base normativa. Ainspeo definida como

    avaliao da conformidade pela observao e julgamento acompanhados,

    conforme apropriado, por medies, ensaios ou uso de calibres. impor-

    tante distinguir na avaliao da conformidade, o mecanismo inspeo dos

    mecanismos ensaio e certificao. Os resultados podem ser utilizados para

  • 14

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    apoiar a certificao e a etiquetagem, e o ensaio pode fazer parte das ativi-

    dades de inspeo. Essas atividades so centrais avaliao da conformida-

    de de produtos e servios e podem incluir o ensaio de produtos, materiais,

    instalaes, plantas, processos, procedimentos de trabalho ou servios, du-

    rante todos os estgios de vida desses itens. As referidas atividades visam

    determinao da conformidade em relao aos regulamentos, normas ou

    especificaes e o subsequente relato de resultados. A inspeo pode ser

    aplicada em reas como segurana, desempenho operacional e manuten-

    o da segurana ao longo da vida til do produto. O objetivo principal

    reduzir o risco do comprador, proprietrio, usurio ou consumidor. Deve ser

    realizada por pessoal qualificado e experiente. O sistema interno de quali-

    dade do organismo de inspeo uma garantia importante de sua compe-

    tncia tcnica.

    4. Ensaio: prova ou teste realizado de forma a analisar se o produto, cuja ava-

    liao da conformidade esteja prescrita em RAC, est em conformidade

    com requisitos pr-estabelecidos pela base normativa. Oensaio uma ope-

    rao tcnica que consiste na determinao de uma ou mais caractersticas

    de um dado produto, processo ou servio, de acordo com um procedimento

    especificado. o mecanismo de avaliao da conformidade mais utilizado,

    podendo ser realizado em conjunto a com inspeo. Os laboratrios de

    ensaios podem ser operados por uma variedade de organizaes, incluindo

    agncias governamentais, instituies de pesquisa e acadmicas, organiza-

    es comerciais e institutos de normalizao. Podem ser divididos em duas

    principais categorias:

    Laboratrios que produzem dados que sero utilizados por terceiros;

    Laboratrios que produzem dados para uso interno das organizaes.

    Para que exista confiana nos resultados, a qualidade e a segurana do ensaio so

    quesitos essenciais. O INMETRO acredita (credencia) laboratrios que atuam de

    acordo com requisitos internacionalmente reconhecidos

    O Requisito de Avaliao da Conformidade RAC o documento que contm

    requisitos especficos aplicveis avaliao da conformidade de um determinado

    objeto, de acordo com os requisitos pr-estabelecidos pela base normativa e pelos

    Requisitos Gerais de Avaliao da Conformidade.

  • 15

    2 AvAliAo de ConformidAde no BrAsil

    A certificao de produtos, processos, servios, sistemas de gesto e pessoal

    realizada por terceira parte, isto , por organizao acreditada pelo Organismo

    Acreditador - INMETRO.

    A Declarao de Conformidade do Fornecedor representa, se comparada certifi-

    cao, uma interveno mais branda e menos onerosa nas relaes de consumo,

    j que a interferncia externa (de terceira parte) eliminada. Em contrapartida,

    tornam-se necessrias aes mais intensificadas de acompanhamento e avaliao

    no mercado, particularmente por meio da verificao da conformidade.

    Dependendo do produto, do processo produtivo, das caractersticas da matria

    prima, de aspectos econmicos e do nvel de confiana necessrio, entre outros

    fatores, determina-se o modelo de certificao a ser utilizado.

    O RGCP apresenta 9 modelos de certificao, baseado em estudo da ISO, sendo o

    mais completo o modelo 5.

    A seguir, apresentamos os modelos de certificao descritos no RGCP.

    Modelo de Certificao 1 - Ensaio de tipo. Fornece uma comprovao de con-

    formidade de um item, em um dado momento. uma operao de ensaio, nica

    no seu gnero, efetuada de uma nica vez, limitando a os seus efeitos. a forma

    mais simples e mais restrita de certificao. Os custos so mnimos, mas no se tem

    o acompanhamento da conformidade do restante da produo do mesmo modelo.

    No , portanto, uma avaliao da conformidade tratada sistematicamente.

    Modelo de Certificao 2 - Ensaio de tipo seguido de verificao por meio de

    ensaios de amostras retiradas no comrcio. um modelo baseado no ensaio de

    tipo, mas combinado com aes posteriores para verificar se a produo continua sen-

    do conforme. Essas aes compreendem ensaios em amostras retiradas no comrcio.

    Modelo de Certificao 3 - Ensaio de tipo com intervenes posteriores por

    meio de ensaios em amostras retiradas no fabricante. um modelo baseado no

    ensaio de tipo, mas combinado com intervenes posteriores, para verificar se a produ-

    o continua conforme. Compreende ensaios em amostras retiradas na prpria fbrica.

    Este modelo proporciona a superviso permanente da produo do fabricante e pode

    desencadear aes corretivas, quando forem evidenciadas no conformidades.

  • 16

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    Modelo de Certificao 4 - Ensaio de tipo seguido de verificao por meio

    de ensaios de amostras retiradas no comrcio e no fabricante. Combina os

    modelos 2 e 3, tomando amostras para ensaios tanto no comrcio, como na pr-

    pria fbrica. Dependendo do nmero de amostras ensaiadas, este modelo pode

    combinar as vantagens dos modelos 2 e 3, entretanto, torna-se mais oneroso.

    Modelo de Certificao 5 - Ensaio de tipo, avaliao e aprovao do Siste-

    ma de Gesto da Qualidade do fabricante, acompanhamento por meio de

    auditorias no fabricante e ensaios em amostras retiradas no comrcio e/ou

    no fabricante. um modelo baseado, como os anteriores, no ensaio de tipo, mas

    acompanhado de avaliao das medidas tomadas pelo fabricante para o Sistema

    de Gesto da Qualidade de sua produo, seguido de um acompanhamento re-

    gular, por meio de auditorias, do controle da qualidade da fbrica e de ensaios de

    verificao em amostras coletadas no comrcio e/ou na fbrica. Este modelo o

    mais utilizado no SBAC e proporciona um sistema confivel e completo de avalia-

    o da conformidade de uma produo em srie e em grande escala.

    Modelo de Certificao 6 - Avaliao e Aprovao do Sistema de Gesto

    da Qualidade do Fabricante. o modelo no qual se avalia a capacidade de

    uma indstria para fabricar um produto conforme uma especificao deter-

    minada. Este modelo no adequado para a Certificao de produto, j que

    no avalia a conformidade do produto final, e sim, a capacidade da empresa

    em produzir determinado produto em conformidade com uma especificao

    pr-estabelecida.

    Modelo de Certificao 7 - Ensaio de lote. o modelo no qual as amostras

    tomadas de um lote de produtos, podendo ser proveniente de uma importao ou

    no, so submetidas a ensaios, emitindo-se a partir dos resultados, uma avaliao

    sobre sua conformidade a uma dada especificao.

    Modelo de Certificao 8 - Ensaio 100%. o modelo no qual todo o universo

    de produtos atestado quanto ao cumprimento dos requisitos estabelecidos na

    norma ou no regulamento tcnico referente quele produto.

    Modelo de Certificao 9 - Ensaio de tipo, avaliao e aprovao do Sistema

    de Gesto Ambiental do fabricante, acompanhamento por meio de auditorias

    no fabricante e ensaio em amostras retiradas no comrcio e/ou no fabricante.

  • 17

    2 AvAliAo de ConformidAde no BrAsil

    um modelo baseado no ensaio de tipo acompanhado de avaliao das medidas to-

    madas pelo fabricante para o Sistema de Gesto Ambiental de sua produo, segui-

    do de um acompanhamento regular, por meio de auditorias, do controle ambiental

    da fbrica e de ensaios de verificao em amostras coletadas no comrcio e/ou na

    fbrica. Este modelo deve ser aplicado sempre que houver legislao ambiental apli-

    cvel para o produto a ser certificado e/ou sempre que for julgado necessrio obter

    controle ambiental devido significncia dos impactos causados ao meio ambiente a

    partir do processo. Este modelo confere maior segurana ambiental ao processo de

    avaliao da conformidade.

    O fornecedor d garantia escrita de que um produto, processo ou servio est em

    conformidade com requisitos especificados.

    A conformidade aplicada a produtos regulamentados, processos ou servios que

    ofeream baixo risco sade e segurana do consumidor e do meio ambiente

    feita a partir de regras pr-estabelecidas, que tm que assegurar o mesmo nvel de

    segurana de conformidade em relao a normas e regulamentos oferecidos por

    uma avaliao da conformidade de terceira parte.

    No mbito do SBAC, a declarao de conformidade do fornecedor um mecanis-

    mo de avaliao aplicado a produtos, processos ou servio que ofeream de mdio

    a baixo risco sade e segurana do consumidor e do meio ambiente.

    A Declarao de Conformidade do Fornecedor uma interveno mais branda e

    menos onerosa nas relaes de consumo, j que a interferncia externa (terceira

    parte) eliminada. Confere, tambm, maior agilidade no atendimento das deman-

    das da sociedade por avaliao da conformidade.

    importante destacar que a Declarao de Conformidade do Fornecedor,

    como todos os programas de avaliao da conformidade, feita a partir de re-

    gras pr-estabelecidas, que tm que assegurar adequado grau de confiana na

    conformidade em relao a normas e regulamentos, similarmente oferecidos

    por uma avaliao da conformidade de terceira parte. Nesse sentido, quando

    da implantao de programas de primeira parte, tornam-se necessrias aes

    mais intensificadas de avaliao no mercado, particularmente por meio da ve-

    rificao da conformidade.

  • 18

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    H setores, em especial os de servio, que carecem de um acompanhamento e

    controle mais efetivo do processo de avaliao da conformidade, em que o registro

    da Declarao de Conformidade do Fornecedor est condicionado a verificaes de

    acompanhamento exercidas pelos rgos Estaduais de Pesos e Medidas IPEM

    Instituto de Pesos e Medidas, que atuam de forma delegada pelo Inmetro.

    Atualmente, no SBAC, a Declarao de Conformidade do Fornecedor est implan-

    tada nos seguintes programas:

    Isqueiros descartveis a gs;

    Oficinas instaladoras de sistemas de GNV, para utilizao em veculos

    bi-combustvel;

    Cantoneiras de ao laminadas para torres de transmisso de energia eltrica;

    Oficinas de inspeo tcnica e manuteno de extintores de incndio;

    Sistemas no metrolgicos de registro de avano de sinal;

    Oficinas reformadoras de pneus.

    O contedo mnimo que deve constar na declarao, de acordo com ABNT NBR

    ISO/IEC 17050: Avaliao da Conformidade - Declarao de conformidade - Parte

    1: Requisitos Gerais, inclui os seguintes aspectos:

    a) Identificao nica da declarao de conformidade;

    b) Nome e endereo de contato do emitente da declarao de conformidade;

    c) Identificao do objeto da declarao de conformidade (por exemplo, nome,

    tipo, data de produo ou n do modelo de um produto, descrio de um

    processo, sistema de gesto, pessoa ou organismo e/ou outra informao

    suplementar pertinente);

    d) Relatrio de conformidade;

    e) Uma lista completa e clara das normas ou outros requisitos especificados,

    assim como as opes selecionadas, se existirem;

    f) Data e local da emisso da declarao de conformidade;

    g) Assinatura (ou sinal equivalente da validao), nome e funo da(s) pesso-

    a(s) autorizada(s) a agir em nome do emitente;

    h) Qualquer limitao na validade da declarao de conformidade.

  • 19

    2 AvAliAo de ConformidAde no BrAsil

    Assim como o SBAC, a declarao de conformidade do fornecedor um mecanismo

    de avaliao aplicado a produtos, processos ou servio que ofeream de mdio a baixo

    risco sade e segurana do consumidor. Temos que a escolha natural para mquinas

    e equipamentos, inclusive componentes de segurana ser a certificao e no a decla-

    rao de conformidade do fornecedor.

    Certificao Declarao do Fornecedor

    Mdio e Baixo Risco Sade e Segurana

    SIMNO

    Figura 3 - Avaliao da conformidade quanto ao mecanismo

    O Brasil signatrio do MLA (Acordo de Reconhecimento Multilateral Multilateral

    Recognition Arrangement) do International Accreditation Forum IAF, cujo objetivo

    mais importante demonstrar a equivalncia da operao de seus organismos acre-

    ditadores membros. A avaliao de um dos membros reconhecida por todos os

    signatrios, fortalecendo a rede internacional de organismos de acreditao, e, como

    consequncia, facilitando o comrcio internacional, removendo ou minimizando bar-

    reiras tcnicas comerciais. O sistema de avaliao de pares utilizado por essas orga-

    nizaes como um mecanismo de controle para assegurar servios com competncia

    constante de acordo com normas harmonizadas. Aps um resultado positivo da avalia-

    o, o organismo de acreditao poder participar de um acordo entre organismos de

    acreditao, confirmando a confiabilidade e competncia sistemticas dos resultados

    produzidos pelas organizaes acreditadas para o mercado. Dessa maneira, o Brasil

    possui mecanismos de reconhecimento de avaliao de conformidade realizados em

    outros pases membros do IAF. Como a Unio Europeia tambm signatria do MLA,

    existem mecanismos j definidos pelo INMETRO de reconhecimento da avaliao de

    conformidade realizados nessa regio. Porm, falta, ainda, estabelecer critrios inter-

    nos, no Brasil, para que o reconhecimento possa ser efetivado.

  • 20

    3 AVALIAO DE CONFORMIDADE NA UNIO EUROPEIA

    A atual Diretiva relativa s mquinas, que alterou a Diretiva 95/16/CE, a Diretiva

    2006/42/CE, publicada em 17 de maio de 2006, e trata de procedimentos de ava-

    liao da conformidade das mquinas artigo 12.

    O artigo 12 informa que:

    Para certificar a conformidade da mquina com o disposto na presente

    diretiva, o fabricante ou o seu mandatrio aplica um dos procedimen-

    tos de avaliao da conformidade descritos nos ns 2, 3 e 4.

    2. Sempre que a mquina no esteja referida no anexo IV, o fabricante ou

    o seu mandatrio aplica o procedimento de avaliao da conformidade

    com controle interno da fabricao da mquina previsto no anexo VIII.

    3. Sempre que a mquina esteja referida no anexo IV e seja fabricada

    respeitando as normas harmonizadas referidas no n 2 do artigo 7,

    e estas abranjam todos os requisitos essenciais pertinentes de sade

    e de segurana, o fabricante ou o seu mandatrio aplica um dos se-

    guintes procedimentos:

    a. Procedimento de avaliao da conformidade com controle inter-

    no da fabricao da mquina, previsto no anexo VIII;

    b. Procedimento de exame CE de tipo previsto no anexo IX, e ainda

    controle interno da fabricao da mquina na fase de produo

    previsto no ponto 3 do anexo VIII;

    c. Procedimento de garantia de qualidade total previsto no anexo X.

  • 21

    3 AvAliAo de ConformidAde nA unio europeiA

    4. No caso de a mquina estar referida no anexo IV e ter sido fabricada

    no respeitando ou respeitando apenas parcialmente as normas har-

    monizadas referidas no n 2 do artigo 7, de as normas harmonizadas

    no abrangerem todos os requisitos essenciais pertinentes de sade e

    de segurana ou de no existirem normas harmonizadas para a m-

    quina em questo, o fabricante ou o seu mandatrio aplica um dos

    seguintes procedimentos:

    a. Procedimento de exame CE de tipo previsto no anexo IX, e ainda

    controle interno da fabricao da mquina na fase de produo

    previsto no ponto 3 do anexo VIII;

    b. Procedimento de garantia de qualidade total previsto no anexo X.

    Apresentamos um fluxograma das alternativas previstas pela Diretiva Mquinas da

    Unio Europeia no artigo para mais facilidade de compreenso.

    Garantia da Qualidade Total

    (anexo X)

    Avaliao de Conformidade pelo fabricante (anexo VIII) e

    verificaes internas do fabricante

    Exame CE de Tipo (anexo IX) por um organismo Acreditado/Notificado e verificaes internas do fabricante

    (anexo VIII n 3)

    No

    Sim

    No

    Sim

    Mquina

    (componente de segurana

    conforme anexo IV) ?

    Norma harmonizada

    disponvel ?

    Figura 4 - Fluxograma da adoo da avaliao da conformidade de mqui-

    nas segundo a Diretiva Europeia de Mquinas 2006/42/CE

    No artigo 5, item 1, subitem e da Diretiva de Mquinas Europeia, apresentado

    como requisito para a colocao no mercado e entrada em servio a elaborao

    da Declarao CE, que deve ser providenciada pelo fabricante e acompanhar a

  • 22

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    mquina e os componentes de segurana, pois estes so definidos como mquinas,

    segundo o artigo 2, alnea c da diretiva.

    Dessa maneira, h necessidade, em qualquer procedimento de avaliao da con-

    formidade adotado, de emisso e fornecimento ao comprador da declarao de

    conformidade do fabricante.

    Artigo 5

    Colocao no mercado e entrada em servio

    1. O fabricante ou o seu mandatrio, antes de colocar uma mquina

    no mercado e/ou de a pr em servio, deve:

    a. Certificar-se de que a mquina cumpre os requisitos essenciais

    pertinentes em matria de sade e de segurana enunciados

    no anexo I;

    b. Certificar-se de que o processo tcnico descrito na parte A do

    anexo VII est disponvel;

    c. Fornecer, nomeadamente, as informaes necessrias, tais como

    o manual de instrues;

    d. Efetuar os procedimentos de avaliao da conformidade adequa-

    dos nos termos do artigo 12.;

    e. Elaborar a declarao CE de conformidade nos termos da parte A

    do ponto 1 do anexo II e certificar-se de que a mesma acompanha

    a mquina;

    f. Apor a marcao CE nos termos do artigo 16.

    A seguir, apresentamos o Anexo IV da Diretiva Europeia de Mquinas 2006/42,

    que lista as categorias de mquinas s quais a aplicao de um dos procedimentos

    de avaliao de conformidade mostrados anteriormente obrigatria. Destacamos

    em negrito as mquinas que possuem maior destaque no Brasil, e, portanto, pos-

    sivelmente possuiro prioridade no tratamento.

  • 23

    3 AvAliAo de ConformidAde nA unio europeiA

    ANEXO IV

    Categorias de mquinas s quais a aplicao de um dos procedimentos

    referidos nos n 3 e 4 do artigo 12 obrigatria

    1. Serras circulares (monofolha e multifolha) para trabalhar madeira e mate-

    riais com caractersticas fsicas semelhantes ou para trabalhar carne e materiais

    com caractersticas fsicas semelhantes, dos seguintes tipos:

    1.1. Mquinas de serrar, com lmina(s) em posio fixa durante o corte,

    com mesa ou suporte de pea fixos, com avano manual de pea ou

    com sistema de avano amovvel;

    1.2. Mquinas de serrar, com lmina(s) em posio fixa durante o corte, com

    cavalete ou carro com movimento alternativo, com deslocao manual;

    1.3. Mquinas de serrar, com lmina(s) em posio fixa durante o corte,

    fabricadas com um dispositivo integrado de avano das peas a serrar

    e com carga e/ou descarga manual;

    1.4. Mquinas de serrar, com lmina(s) mvel(eis) durante o corte, com

    movimento mecnico da(s) lmina(s) com carga e/ou descarga manual.

    2. Desbastadoras com avano manual para trabalhar madeira.

    3. Aplainadoras de uma face, com dispositivo integrado de avano e com car-

    ga e/ou descarga manual para trabalhar madeira.

    4. Serras de fita, com carga e/ou descarga manual, para trabalhar madeira e

    materiais com caractersticas fsicas semelhantes ou para trabalhar carne e

    materiais com caractersticas fsicas semelhantes, dos seguintes tipos:

    4.1. Mquinas de serrar, com lmina em posio fixa durante o corte e com

    mesa ou suporte de pea fixos, ou com movimento alternativo;

    4.2. Mquinas de serrar, com lmina montada num carro com movi-

    mento alternativo.

    5. Mquinas combinadas dos tipos referidos nos pontos 1 a 4 e 7 para trabalhar

    madeira e materiais com caractersticas fsicas semelhantes.

  • 24

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    6. Mquinas de fazer espigas, com vrias puas, com introduo manual, para

    trabalhar madeira.

    7. Tupias de eixo vertical, com avano manual, para trabalhar madeira e

    materiais com caractersticas fsicas semelhantes.

    8. Serras de cadeia portteis para trabalhar madeira.

    9. Prensas, incluindo as quinadeiras, para trabalhar a frio os metais, com car-

    ga e/ou descarga manual, cujos elementos de trabalho mveis podem ter

    um movimento superior a 6 mm e velocidade superior a 30 mm/s.

    10. Mquinas de moldar plsticos, por injeo ou compresso, com carga

    ou descarga manual.

    11. Mquinas de moldar borracha, por injeo ou compresso, com carga

    ou descarga manual.

    12. Mquinas para trabalhos subterrneos, dos seguintes tipos:

    12.1. Locomotivas e vagonetas de travagem;

    12.2. Mquinas hidrulicas de sustentao dos tetos de minas.

    13. Caixas de recolha de lixos domsticos de carga manual e comportando um

    mecanismo de compresso.

    14. Dispositivos amovveis de transmisso mecnica e respectivos protetores.

    15. Protetores dos dispositivos amovveis de transmisso mecnica.

    16. Plataformas elevatrias para veculos.

    17. Aparelhos de elevao de pessoas, ou de pessoas e mercadorias,

    que impliquem um perigo de queda vertical superior a 3 metros.

    18. Aparelhos de fixao portteis de carga explosiva e outras mquinas

    de impacto.

  • 25

    3 AvAliAo de ConformidAde nA unio europeiA

    19. Dispositivos de proteo destinados deteco da presena de pessoas.

    20. Protetores mveis acionados por uma fonte de energia diferente da fora

    humana com dispositivos de encravamento ou bloqueio, concebidos para

    serem utilizados como medida de proteo nas mquinas referidas nos

    pontos 9, 10 e 11.

    21. Blocos lgicos destinados a desempenhar funes de segurana.

    22. Estruturas de proteo contra o capotamento (ROPS).

    23. Estruturas de proteo contra a queda de objetos (FOPS).

    Quando uma mquina est inserida no Anexo IV da Diretiva Europeia de Mquinas

    e sua concepo no segue normas harmonizadas ou estas no cobrem todos os

    aspectos de segurana, um mecanismo de avaliao da conformidade de terceira

    parte (certificao) ter que ser obrigatoriamente providenciada pelo fabricante, o

    que pode proporcionar vantagens como:

    Instrumento de marketing;

    Segurana para fabricante;

    Segurana para fabricante de mquinas;

    Ajuda em ensaios de mquinas;

    Segurana para quem efetua ensaios em mquinas.

    Em funo da abrangncia da Diretiva Europeia de Mquinas 2006/42/CE apresentada

    no artigo 2 dessa Diretiva, os componentes de segurana so tratados como se m-

    quinas fossem. Dessa maneira, a necessidade de incluir os componentes de segurana

    no processo de avaliao de conformidade se mostra a mesma que encontramos no

    Brasil. Assim, o primeiro passo necessrio para implantao de avaliao de confor-

    midade de mquinas e equipamentos no Brasil a avaliao de conformidade dos

    componentes que formam o sistema de segurana das mquinas e equipamentos.

    A seguir, apresentamos o artigo 2 da Diretiva Europeia de Mquinas 2006/42/CE.

    Para efeitos da presente diretiva, o termo mquina designa os pro-

    dutos enumerados nas alneas a) a f) do n. 1 do artigo 1.

  • 26

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    So aplicveis as seguintes definies:

    a) Mquina: conjunto, equipado ou destinado a ser equipado com

    um sistema de acionamento diferente da fora humana ou ani-

    mal diretamente aplicada, composto por peas ou componentes

    ligados entre si, dos quais pelo menos um mvel, reunidos de

    forma solidria com vista a uma aplicao definida,

    Conjunto referido no primeiro travesso a que faltam apenas

    elementos de ligao ao local de utilizao ou de conexo com

    as fontes de energia e de movimento,

    Conjunto referido nos primeiro e segundo travesses pronto

    para ser instalado, que s pode funcionar no estado em que

    se encontra aps montagem num veculo ou instalao num

    edifcio ou numa construo,

    Conjunto de mquinas referido nos primeiro, segundo e terceiro

    travesses e/ou quase-mquinas referidas na alnea g) que, para

    a obteno de um mesmo resultado, esto dispostas e so co-

    mandadas de modo a serem solidrias no seu funcionamento,

    Conjunto de peas ou de componentes ligados entre si, dos

    quais pelo menos um mvel, reunidos de forma solidria com

    vista a elevarem cargas, cuja nica fonte de energia a fora

    humana aplicada diretamente;

    b) Equipamento intermutvel: dispositivo que, aps a entrada

    em servio de uma mquina ou de um trator, montado nesta

    ou neste pelo prprio operador para modificar a sua funo ou

    introduzir uma nova funo, desde que o referido equipamento

    no constitua uma ferramenta;

    c) Componente de segurana: componente

    Que serve para garantir uma funo de segurana, e

    Que colocado isoladamente no mercado, e

    Cuja avaria e/ou mau funcionamento ponham em perigo a se-

    gurana das pessoas, e

  • 27

    3 AvAliAo de ConformidAde nA unio europeiA

    Que no indispensvel para o funcionamento da mquina ou

    que pode ser substitudo por outros componentes que garan-

    tam o funcionamento da mquina.

    Consta do anexo V uma lista indicativa dos componentes de segurana,

    que pode ser atualizada nos termos da alnea a) do n.o 1 do artigo 8.o;

    d) Acessrio de elevao: componente ou equipamento no li-

    gado mquina de elevao, que permite a preenso da carga e

    colocado entre a mquina e a carga ou sobre a prpria carga,

    ou destinado a fazer parte integrante da carga e que colocado

    isoladamente no mercado. So igualmente considerados como

    acessrios de elevao as lingas e seus componentes;

    e) Correntes, cabos e correias: correntes, cabos e correias conce-

    bidos e construdos para efeitos de elevao como componentes

    das mquinas ou dos acessrios de elevao;

    f) Dispositivo amovvel de transmisso mecnica: componente

    amovvel destinado transmisso de potncia entre uma mquina

    automotora ou um trator e uma mquina receptora, ligando-os

    ao primeiro apoio fixo. Sempre que aquele seja colocado no mer-

    cado com o protetor, deve considerar-se como um s produto.

    O Anexo V citado na alnea c do artigo 2 da Diretiva Europeia de Mquinas sublinha-

    da acima esclarece de maneira prtica, por meio de exemplos, o que so componentes

    de segurana que so tratados como mquinas, e portanto esto dentro da abrangncia

    da avaliao de conformidade prevista na Diretiva Europeia de Mquinas 2006/42/CE.

    Vale observar que, nesse caso, o texto da Diretiva Europeia de Mquinas 2006/42/

    CE deixa claro que a lista apresentada no Anexo V uma lista indicativa, ou seja,

    no exaustiva de componentes de segurana que so tratados como mquinas e

    devem ser includos no processo de avaliao de conformidade.

    Fica clara a necessidade da avaliao de conformidade destes componentes devido

    relao direta com a segurana da mquina ou equipamento como um todo.

    Resumidamente, no h como um sistema de segurana de mquina ou equipa-

    mento atender aos requisitos de segurana estabelecidos pelas normativas, caso

    seus componentes no atendam os mesmos requisitos normativos.

  • 28

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    ANEXO V

    Lista indicativa dos componentes de segurana referidos na alnea c) do

    artigo 2.

    1. Protetores para dispositivos amovveis de transmisso mecnica.

    2. Dispositivos de proteo destinados a detectar a presena de pessoas.

    3. Protetores mveis elctricos com dispositivos de encravamento,

    concebidos para serem utilizados como medida de proteo nas mquinas

    referidas nos pontos 9, 10 e 11 do anexo IV.

    4. Blocos lgicos destinados a assegurar funes de segurana.

    5. Vlvulas com meios adicionais de deteco de falhas destinadas ao

    controlo de movimentos perigosos das mquinas.

    6. Sistemas de extrao para emisses de mquinas.

    7. Protetores e dispositivos de proteo concebidos para proteger pessoas

    contra os elementos mveis que concorrem para o trabalho da mquina.

    8. Dispositivos de controlo da carga e do movimento das mquinas de elevao.

    9. Quaisquer meios destinados a manter pessoas nos seus assentos.

    10. Dispositivos de paragem de emergncia.

    11. Sistemas de descarga destinados a evitar o aparecimento de cargas eletros-

    tticas potencialmente perigosas.

    12. Limitadores de energia e dispositivos de escoamento mencionados nos

    pontos 1.5.7, 3.4.7 e 4.1.2.6 do anexo I.

  • 29

    3 AvAliAo de ConformidAde nA unio europeiA

    13. Sistemas e dispositivos destinados a reduzir as emisses de rudos e

    as vibraes.

    14. Estruturas de proteo contra o capotamento (ROPS).

    15. Estruturas de proteo contra a queda de objetos (FOPS).

    16. Dispositivos de comando bimanuais.

    17. Componentes para mquinas concebidas para elevar e/ou baixar

    pessoas entre diferentes pisos e includos na seguinte lista:

    a) Dispositivos de encravamento de portas de acesso aos pisos;

    b) Dispositivos destinados a impedir a queda ou os movimen-

    tos ascendentes no controlados da unidade de transporte

    de carga;

    c) Dispositivos de limitao da velocidade excessiva;

    d) Amortecedores por acumulao de energia:

    no lineares, ou

    com amortecimento do movimento de retorno;

    e) Amortecedores por dissipao de energia;

    f) Dispositivos de segurana montados em macacos com circuitos

    de acionamento hidrulico quando utilizados como dispositivos

    anti-queda;

    g) Dispositivos elctricos de segurana sob a forma de comutadores

    de segurana contendo componentes electrnicos.

  • 30

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    A Diretiva Europeia de Mquinas 2006/42/CE estabelece trs procedimentos

    de avaliao de conformidade para mquinas e componentes que j foram

    citados anteriormente.

    Esses trs procedimentos de avaliao da conformidade so os seguintes:

    a. Avaliao da conformidade com controle interno da fabricao de uma mquina;

    b. Exame CE de tipo;

    c. Garantia da qualidade total.

    Apesar da previso normativa europeia da possibilidade do uso do procedimento

    de garantia da qualidade total para a avaliao da conformidade legal para mqui-

    nas e equipamentos, incluindo os componentes de segurana, esse procedimento

    no tem sido adotado no caso europeu. O motivo desse movimento que este

    o processo mais complexo apresentado, dificultando sua adoo. No anexo X da

    Diretiva Europeia de Mquinas 2006/42/CE,so estabelecidos os requisitos para o

    atendimento desse procedimento.

    O processo de avaliao da conformidade mais simplificado apresentado pela Di-

    retiva Europeia de Mquinas 2006/42/CE a avaliao da conformidade com con-

    trole interno da fabricao de uma mquina. Esse procedimento est descrito no

    anexo VIII da Diretiva Mquinas Europeia. Como o procedimento baseado em

    controle interno do fabricante, e no por terceira parte, o prprio fabricante in-

    forma sobre o atendimento dos requisitos normativos por meio de declarao de

    conformidade.

    Para casos de componentes includos no Anexo V da Diretiva Europeia de M-

    quinas, a certificao facultativa.Mesmo assim, pode haver motivos para que o

    fabricante adote a certificao, dentre os quais podemos listar:

    Instrumento de marketing;

    Segurana para fabricante;

    Segurana para fabricante de mquinas;

    Ajuda em ensaios de mquinas.

  • 31

    3 AvAliAo de ConformidAde nA unio europeiA

    ANEXO VIII

    Avaliao da conformidade com controle interno da fabricao de uma mquina

    1. O presente anexo descreve o procedimento atravs do qual o fabricante ou

    o seu mandatrio, no cumprimento das obrigaes previstas nos pontos 2 e

    3, garante e declara que a mquina em causa satisfaz os requisitos relevan-

    tes da presente diretiva.

    2. Relativamente a cada tipo representativo da produo considerada, o fabri-

    cante, ou o seu mandatrio, elabora os arquivos tcnico referido na parte

    A do anexo VII.

    3. O fabricante deve tomar todas as medidas necessrias para que o processo de

    fabrico garanta a conformidade da mquina fabricada com o processo tcni-

    co referido na parte A do anexo VII e com os requisitos da presente diretiva.

  • 32

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    ANEXO IX

    Exame CE de tipo

    O exame CE de tipo o procedimento pelo qual um organismo notificado verifica

    e certifica que um exemplar representativo de uma mquina referida no anexo IV

    (a seguir designado por tipo) satisfaz as disposies da presente diretiva.

    1. O fabricante ou o seu mandatrio devem, para cada tipo, elaborar o proces-

    so tcnico referido na parte A do anexo VII.

    2. Para cada tipo, o pedido de exame CE de tipo ser apresentado pelo fabri-

    cante ou pelo seu mandatrio a um organismo notificado da sua escolha.

    Esse pedido deve conter os seguintes elementos:

    Nome e endereo do fabricante e, se for o caso, do seu mandatrio,

    Declarao escrita que especifique que o mesmo pedido no foi apresen-

    tado junto de outro organismo notificado,

    Arquivos tcnicos.

    Alm disso, o requerente colocar disposio do organismo notificado um exem-

    plar representativo do tipo. O organismo notificado pode pedir outros exemplares,

    se o programa de ensaios o exigir.

    3. O organismo notificado:

    3.1. Examina o processo tcnico, verifica se o tipo foi fabricado em

    conformidade com o mesmo e identifica os elementos concebidos

    de acordo com as disposies aplicveis das normas referidas no

    n 2 do artigo 7, bem como os elementos cuja concepo no se

    baseie nas disposies pertinentes dessas normas;

    3.2. Efetua ou manda efetuar os exames, medies e ensaios ade-

    quados para verificar se as solues adoptadas satisfazem os re-

    quisitos essenciais de sade e de segurana da presente diretiva,

    quando no tenham sido aplicadas as normas referidas no n 2

    do artigo 7;

  • 33

    3 AvAliAo de ConformidAde nA unio europeiA

    3.3. Efetua ou manda efetuar os exames, medies e ensaios adequa-

    dos para verificar se, no caso de utilizao das normas harmoniza-

    das referidas no n 2 do artigo 7, estas foram realmente aplicadas;

    3.4. Acorda com o requerente o local onde se verificar se o tipo foi

    fabricado em conformidade com o processo tcnico examinado e

    onde se efetuaro os exames, medies e ensaios necessrios.

    4. Se o tipo satisfizer as disposies da presente diretiva, o organismo notifica-

    do emitir um certificado de exame CE de tipo ao requerente. O certificado

    incluir o nome e o endereo do fabricante e do seu mandatrio, os dados

    necessrios identificao do tipo aprovado, as concluses do exame e as

    condies de validade do certificado.

    O fabricante e o organismo notificado conservaro uma cpia desse cer-

    tificado, o processo tcnico, bem como todos os documentos relevantes,

    durante quinze anos a contar da data de emisso do certificado.

    5. Se o tipo no satisfizer as disposies da presente diretiva, o organismo

    notificado recusar emitir ao requerente um certificado de exame CE de

    tipo, fundamentando pormenorizadamente esta recusa. Do facto informar

    o requerente, os outros organismos notificados e o Estado-Membro que o

    tiver notificado. A deciso susceptvel de recurso.

    6. O requerente deve informar o organismo notificado que detm o processo

    tcnico relativo ao certificado de exame CE de tipo de todas as alteraes

    introduzidas no tipo aprovado. O organismo notificado examinar essas al-

    teraes e dever, ento, confirmar a validade do certificado existente ou

    emitir um novo se essas alteraes puderem pr em causa a conformidade

    com os requisitos essenciais de sade e de segurana ou com as condies

    previstas de utilizao do tipo.

    7. A Comisso, os Estados-Membros e os outros organismos notificados po-

    dero, se o solicitarem, obter uma cpia dos certificados de exame CE de

    tipo. Mediante pedido fundamentado, a Comisso e os Estados-Membros

    podero obter uma cpia do processo tcnico e dos resultados dos exames

    efetuados pelo organismo notificado.

  • 34

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    8. Os dossiers e a correspondncia relativos ao exame CE de tipo so redigidos

    na ou nas lnguas oficiais da Comunidade do Estado-Membro em que est

    estabelecido o organismo notificado, ou numa lngua oficial da Comunida-

    de aceite por este.

    9. Validade do certificado de exame CE de tipo

    9.1. Compete ao organismo notificado garantir que o certificado de

    exame CE de tipo se mantenha vlido. O organismo notificado

    informar o fabricante de todas as alteraes substanciais que pos-

    sam ter implicaes para a validade do certificado e retirar os

    certificados que tiverem deixado de ser vlidos.

    9.2. Compete ao fabricante da mquina em causa garantir a conformi-

    dade desta com o estado da tcnica.

    9.3. O fabricante solicitar ao organismo notificado a reviso, de cinco

    em cinco anos, da validade do certificado de exame CE de tipo.

    Se o organismo notificado considerar, tendo em conta o estado da

    tcnica, que o certificado continua vlido, renov-lo- por um novo

    perodo de cinco anos.

    O fabricante e o organismo notificado conservaro uma cpia desse cer-

    tificado, do processo tcnico, bem como de todos os documentos rele-

    vantes, durante quinze anos a contar da data de emisso do certificado.

    9.4. Se a validade do certificado de exame CE de tipo no for renovada,

    o fabricante cessar a colocao no mercado da mquina em causa.

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    3 AvAliAo de ConformidAde nA unio europeiA

    Figura 5 Exemplo de certificado de exame de tipo

  • 36

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    ANEXO X

    Garantia de qualidade total

    O presente anexo descreve a avaliao de conformidade de uma mquina referida

    no anexo IV fabricada recorrendo a um sistema de garantia de qualidade total e

    descreve o procedimento pelo qual um organismo notificado avalia e aprova o

    sistema de qualidade e controla a sua aplicao.

    1. O fabricante deve aplicar um sistema de qualidade, aprovado para a con-

    cepo, o fabrico, a inspeo final e os ensaios, de acordo com o ponto 2,

    e submeter-se vigilncia referida no ponto 3.

    2. Sistema de qualidade

    2.1. O fabricante ou o seu mandatrio apresentam junto de um or-

    ganismo notificado sua escolha um pedido de avaliao do seu

    sistema de qualidade.

    O pedido deve conter os seguintes elementos:

    Nome e endereo do fabricante e, se for o caso, do seu mandatrio,

    Locais de concepo, fabrico, inspeo, ensaio e armazenamento

    das mquinas,

    Processo tcnico descrito na parte A do anexo VII, para um mo-

    delo de cada categoria de mquina referida no anexo IV que

    pretende fabricar,

    Documentao relativa ao sistema de qualidade,

    Declarao escrita que especifique que o mesmo pedido no foi

    apresentado junto de outro organismo notificado.

    2.2. O sistema de qualidade dever garantir a conformidade das m-

    quinas com o disposto na presente diretiva. Todos os elementos,

    requisitos e disposies adoptados pelo fabricante devem figurar

    em documentao, mantida de forma sistemtica e racional sob

    forma de medidas, procedimentos e instrues escritas. A docu-

    mentao relativa ao sistema de qualidade deve permitir uma in-

  • 37

    3 AvAliAo de ConformidAde nA unio europeiA

    terpretao uniforme das medidas em matria de procedimentos

    e de qualidade, tais como programas, planos, manuais e registos

    de qualidade.

    O sistema de qualidade deve incluir, em especial, uma descrio adequada:

    Dos objetivos de qualidade, do organograma e das responsa-

    bilidades e poderes da gesto em matria de concepo e de

    qualidade das mquinas,

    Das especificaes tcnicas da concepo, incluindo as normas

    que sero aplicadas e, caso as normas referidas no n.o 2 do ar-

    tigo 7.o no forem integralmente aplicadas, dos meios a utilizar

    para garantir o cumprimento dos requisitos essenciais de sade

    e de segurana da presente diretiva,

    Das tcnicas de controle e de verificao da concepo, dos

    procedimentos e aes sistemticos a utilizar na concepo das

    mquinas abrangidas pela presente diretiva,

    Das tcnicas, procedimentos e aes sistemticas correspon-

    dentes que sero utilizadas no fabrico, no controle da qualidade

    e na garantia da qualidade,

    Dos controles e dos ensaios a efetuar antes, durante e aps o fa-

    brico, com indicao da frequncia com a qual sero efetuados,

    Dos registos de qualidade, como relatrios de inspeo e dados

    de ensaios, calibrao e de relatrios sobre a qualificao do

    pessoal envolvido,

    Dos meios que permitem verificar a obteno da qualidade de-

    sejada em matria de concepo e de produto, bem como o

    funcionamento eficaz do sistema de qualidade.

    2.3. O organismo notificado avalia o sistema de qualidade para deter-

    minar se o mesmo satisfaz os requisitos referidos no ponto 2.2.

    Presumem-se que os elementos do sistema de qualidade conformes com a norma

    harmonizada aplicvel esto conformes com os requisitos correspondentes referi-

    dos no ponto 2.2.

    A equipe de auditores deve incluir, pelo menos, um membro com experincia na

    avaliao da tecnologia das mquinas. O procedimento de avaliao incluir uma

  • 38

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    visita de inspeo s instalaes do fabricante. Durante a avaliao, a equipe de

    auditores procede reviso do processo tcnico a que se refere o terceiro travesso

    do segundo pargrafo do ponto 2.1, para garantir que esse processo cumpre os

    critrios aplicveis em matria de sade e segurana.

    A deciso notificada ao fabricante ou ao seu mandatrio. A notificao contm

    as concluses do exame e a deciso de avaliao fundamentada. A deciso sus-

    ceptvel de recurso.

  • 39

    3 AvAliAo de ConformidAde nA unio europeiA

    ANEXO II

    Declaraes

    1. CONTEDO

    A. DECLARAO CE DE CONFORMIDADE PARA UMA MQUINA

    Esta declarao e as suas tradues devem ser redigidas nas mesmas condies do

    manual de instrues [ver alneas a) e b) do ponto 1.7.4.1 do anexo I], e ser datilo-

    grafadas ou manuscritas em letra de imprensa.

    Esta declarao diz respeito apenas mquina tal como se encontra no momento

    da colocao no mercado, excluindo-se os componentes adicionados e/ou as ope-

    raes efetuadas posteriormente pelo utilizador final.

    A declarao CE de conformidade deve incluir os seguintes elementos:

    3. Firma e endereo completo do fabricante e, se for o caso, do seu mandatrio.

    4. Nome e endereo da pessoa autorizada a compilar o processo tcnico, a

    qual est obrigatoriamente estabelecida na Comunidade.

    5. Descrio e identificao da mquina, incluindo: denominao genrica,

    funo, modelo, tipo, nmero de srie e marca.

    6. Declarao expressa de que a mquina satisfaz todas as disposies rele-

    vantes da presente diretiva e, se for caso disso, declarao anloga quanto

    conformidade com outras diretivas e/ou disposies relevantes a que a

    mquina d cumprimento. Estas referncias devem ser as dos textos publi-

    cados no Jornal Oficial da Unio Europeia.

    7. Sendo caso disso, nome, endereo e nmero de identificao do organis-

    mo notificado que tiver efetuado o exame CE de tipo referido no anexo IX,

    bem como o nmero do certificado de exame CE de tipo.

  • 40

    COOPERAO BRASIL-UNIO EUROPEIA | INTERCMBIO EM SADE E SEGURANA NO TRABALHO

    8. Sendo caso disso, nome, endereo e nmero de identificao do organis-

    mo notificado que tiver aprovado o sistema de garantia de qualidade total

    referido no anexo X.

    9. Sendo caso disso, referncia s normas harmonizadas utilizadas, referidas

    no n.o 2 do artigo 7.o

    10. Sendo caso disso, referncia a outras normas e especificaes tcnicas que

    tiverem sido utilizadas.

    11. Local e data da declarao.

    12. Identificao e assinatura da pessoa habilitada a redigir esta declarao em

    nome do fabricante ou do seu mandatrio.

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    3 AvAliAo de ConformidAde nA unio europeiA

    Figura 6 Exemplo de declarao de conformidade

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    4 CAMINHOS DA AVALIAO DE CONFORMIDADE NO BRASIL

    O objetivo da implementao da avaliao de conformidade de mquinas, equi-

    pamentos e componentes de segurana no Brasil reduzir o risco de entrada de

    mercadorias que no atendam aos requisitos de segurana estabelecidos por nor-

    mativas legais e tcnicas, e, consequentemente, reduzir a ocorrncia de acidentes

    pelo controle da exposio das pessoas a riscos associados operao dessas m-

    quinas e equipamentos.

    Para estabelecer os critrios da avaliao da conformidade, temos que observar

    no apenas critrios puramente tcnicos, mas tambm a viabilidade de sua efetiva

    implantao. Dessa maneira, a estrutura necessria para sua implementao deve

    estar disponvel, entretanto, importante que essa estrutura no crie barreiras in-

    transponveis para a implantao, de modo a isolar o Brasil do restante do mundo.

    A seguir, apresentamos uma lista que pode nortear a implantao da avaliao da

    conformidade de mquinas, equipamentos e componentes de segurana no Brasil.

    Implementao da diretriz brasileira para avaliao de conformidade de

    componentes de segurana e mquinas que ofeream alto risco sade e

    segurana do consumidor;

    Avaliao de conformidade baseada em normas j aceitas nacional e inter-

    nacionalmente;

    Ingresso no mercado de componentes de segurana e mquinas que

    ofeream alto risco sade e segurana do consumidor que passem por

    avaliao da conformidade estabelecida pelo rgo executivo central do

    Sistema Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial do

    Brasil, SINMETRO. O INMETRO tambm organismo acreditador nacional;

    Avaliao de conformidade executada sob a responsabilidade de profissio-

    nais habilitados com formao especifica na para este fim.

  • 43

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    COMUNIDADE EUROPIA. PARLAMENTO EUROPEU. Diretiva relativa s mquinas

    2006/42/CE de 17 de Maio de 2006.

    MINISTRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDSTRIA E COMRCIO EXTERIOR. INS-

    TITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA-INMETRO.

    Requisitos Gerais de Certificao de Produto RGCP: INMETRO. 2011.

    BRASIL. MINISTRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Norma Regulamentadora N 12

    Segurana no Trabalho com Mquinas e Equipamentos: MTE. 2010.

    FRASER, Ian. Guide to Application of the machinery directive 2006/42/EC. 1st

    Edition: European Comission Enterprise and Industry. 2009.

    BRASIL. Governo do Brasil. Brasil Maior. Agendas Estratgicas Setoriais: Agncia

    Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Abril 2013.

    IAF/ILAC. Rota para assinar o Acordo do IAF/ILAC. Guia de boas prticas para

    organismos de acreditao. Verso 1: IAF/ILAC. Austrlia.2009.

    GRNEMANN, Otto. Apresentao La Directiva de Maquinaria. Evaluacin de la

    conformidad de la seguridad de maquinaria en la Union Europea. Junho 2013.

    SCHMIDT, Frank. Apresentao Certificao Europia de Componentes de

    Segurana: Schmersal GmbH & Co. KG. Junho 2013.