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6 CARTILHA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL

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CARTILHA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL

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Universidade Federal de Alagoas Ana Dayse Rezende Dorea

Reitora Eurico de Barros Lôbo Filho

Vice-Reitor Josealdo Tonholo

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Silvia Beatriz Beger Uchôa

Coordenadora do NIT Equipe: Silvia Beatriz Beger Uchôa – Coordenadora Raimunda Mendes da Rocha – Assistente administrativo Elaine Aroxa Pereira Galhoz Florentino – Assistente jurídico Sônia de Oliveira – Bolsista ITI Carlos Alberto Silva - Bolsista ITI Amanda Cristina Gomes Lyra - Bolsista Rafael Cardoso .... - Bolsista

Universidade Federal de Alagoas

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Núcleo de Inovação Tecnológica

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CARTILHA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL

Endereço: Universidade Federal de Alagoas Rod. BR 104 Km 14 - Campus A.C. Simões - Maceió- AL. CEP 57072-920 tel: (082) 3214-1035 fax: (082) 3214-1064 e-mail: [email protected] /[email protected] site: www.ufal.edu.br/nit

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Sumário Propriedade Intelectual ........................................................................................ 05 Direito Autoral ........................................................................................................ 05 Direito de autor ...................................................................................................... 06 Direito conexos ....................................................................................................... 07 Onde proteger ......................................................................................................... 08 Programa de computador....................................................................................... 08 Vantagens e Desvantagens do registro.............................................................. 08 Como e onde proteger ........................................................................................... 09 Propriedade Industrial .......................................................................................... 09 Marcas ....................................................................................................................... 10 Tipos de Marcas ..................................................................................................... 10 Não são Registráveis como Marcas .................................................................... 12 Onde requerer ......................................................................................................... 13 Patente ...................................................................................................................... 14 Patente de Invenção (PI) ...................................................................................... 15 Patente de Modelo de Utilidade (MU) ............................................................... 16 Não se Considera PI nem MU ............................................................................... 17 O que não é patenteável ........................................................................................ 17 Como depositar um Pedido de Patente ............................................................... 18 Desenho Industrial (DI) ........................................................................................ 18 Não é registrável como DI ................................................................................... 19 Onde Proteger ......................................................................................................... 19 Indicação geográfica ............................................................................................. 20 Onde requerer ........................................................................................................ 20 Segredo Industrial & Repressão à Concorrência Desleal .............................. 21 Vantagens da proteção por segredo industrial ................................................ 21 Desvantagens da proteção por segredo industrial........................................... 21 Proteção Sui Generis ............................................................................................. 22 Topografia de Circuito Integrado ...................................................................... 22 Onde Proteger ......................................................................................................... 22 Cultivares ................................................................................................................. 23 O que pode ser protegido ..................................................................................... 23 Onde Proteger ......................................................................................................... 23 Conhecimento Tradicional .................................................................................... 24 Bibliografia Complementar ................................................................................... 26

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PROPRIEDADE INTELECTUAL É um conjunto de direitos que incidem sobre a criação do intelecto humano. Não possuem existência física e são baseadas em conhecimento, são ativos intangíveis. A Propriedade Intelectual abrange os direitos sobre toda a atividade inventiva e da criatividade humana, em seus aspectos científicos, tecnológicos, artísticos e literários. Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais que lhe correspondam em razão de produções científicas, literárias ou artísticas de que seja autora. Existem diversas formas de proteção: indicações de procedência e denominações de origem, segredos de negócio, direito autoral, proteção de cultivares, software e direitos de propriedade industrial. Modalidades da Propriedade Intelectual:

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DIREITO AUTORAL Regulamentado pela Lei Federal nº. 9.610, de 19/02/98, os direitos autorais são um conjunto de normas jurídicas que visam regular as relações

oriundas da criação e da utilização de obras artísticas, literárias ou científicas, tais como textos, livros, pinturas,

esculturas, músicas, ilustrações, projetos de arquitetura, gravuras, fotografias, etc. São prerrogativas conferidas por lei ao criador, tradutor, pesquisador, artista, de controlar o uso que se faz de sua obra intelectual, seja, pessoa física ou jurídica, quando previsto em lei, para que este possa gozar dos benefícios morais e intelectuais resultantes da exploração de suas criações, estendendo-se sob esta denominação os direitos de autor e os direitos que lhes são conexos.

Direito de Autor Denominação utilizada em referência ao rol de direitos aos autores de suas obras intelectuais, o direito de autor recai sobre a proteção aos autores (escritores, artistas, compositores musicais etc.) em relação às obras por eles criadas. Os direitos autorais são divididos em direitos morais e direitos patrimoniais. Os direitos morais referem-se à possibilidade do autor reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; de ter seu nome indicado nela quando da sua utilização; de conservá-la inédita; de assegurar a integridade da obra; de modificá-la, antes ou depois de utilizada; de retirá-la de circulação quando implicar afronta à sua reputação e imagem; de ter acesso a exemplar único e raro da obra. Os direitos patrimoniais referem-se ao direito exclusivo do autor de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística, ou científica. Tais direitos vigoram durante um prazo de 70 anos, contados de 1º de janeiro do ano subseqüente ao de seu falecimento. São passíveis de proteção as seguintes obras:

os textos de obras literárias, artísticas ou científicas; as conferências, alocuções, sermões e outras obras de mesma

natureza;

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as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra forma qualquer; as obras dramáticas e dramático-musicais; coletâneas ou compilações, antologias. composições musicais, tenham ou não letra; obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas; obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia; projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência; obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética; as ilustrações, cartas geográficas e outras obras de mesma natureza; as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação de obra intelectual; os programas de computador;

Direitos Conexos Direitos conexos referem-se à proteção para artistas intérpretes ou executantes, produtores fonográficos e empresas de radiodifusão, em decorrência de interpretação, execução, gravação ou veiculação de criações. Originam-se de uma obra protegida por direitos de autor e estão relacionados com a comunicação dessas obras ao público. Os direitos conexos aos direitos de autor são direitos semelhantes aos de autor, oferecem a mesma exclusividade. Vale ressaltar que este tipo de proteção é vinculado aos direitos de autor e não afeta as garantias asseguradas à proteção de suas obras. Os direitos de autor e os direitos conexos protegem diferentes pessoas. Por exemplo, no caso de uma canção, os direitos de autor protegem o compositor da música e o criador da letra; já os direitos conexos se aplicam aos músicos e ao cantor que interpretam a canção, ao produtor da gravação sonora (também chamada de fonograma), na qual a música é incluída, e às empresas de radiodifusão que transmitem a música. São três os titulares de direitos conexos: o artista, sobre sua interpretação ou execução; o produtor de fonogramas, sobre sua produção sonora; e o organismo de radiodifusão, sobre seu programa. A proteção aos direitos conexos também não depende de registro e decorre da Lei. A duração da proteção é de 70 anos a partir do

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ano em que houve a primeira fixação, transmissão ou representação pública. Onde proteger A proteção se faz mediante registro na Biblioteca Nacional. O próprio autor pode fazê-lo, acessando o site www.bn.br. É cobrada uma taxa de R$ 20,00 para pessoa física e R$ 40,00 para pessoa jurídica.

PROGRAMA DE COMPUTADOR Regulamentado pela Lei de Programa de Computador, nº. 9.609, de 12/02/98, os programas de computador têm regime jurídico do direito autoral como forma de proteger os interesses de quem os desenvolve, e seu registro

assegura ao autor o direito de exclusividade na produção, uso e comercialização de sua criação. A lei do software define programa de computador como um conjunto de instruções que, quando se incorpora a um suporte legível por máquina, pode fazer com que uma máquina com capacidade para tratamento de informações realize uma função, tarefa ou um resultado determinado. A lei do software garante a proteção de PI de programa de computador e sua comercialização. O regime de proteção é o mesmo conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no Brasil. A tutela dos direitos relativos aos programas de computador é assegurada pelo prazo de 50 anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subseqüente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação.

Vantagens e desvantagens do registro Vantagens: I- Abrangência internacional de proteção para o produto e seu titular comprova anterioridade em relação a terceiros. II- Duração dos direitos de 50 anos, contados a partir do ano subseqüente à data a partir da qual o programa torna-se capaz de executar as funções. III- Para caráter sigiloso dos documentos do programa (os documentos identificadores têm assegurada em lei a guarda sigilosa).

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Desvantagens: I- Inexistência do exame de mérito para o registro poderá acarretar ações judiciais questionando a originalidade e outros aspectos. II- Dificuldade de comprovação de autoria dos programas que não possuem registros - caso o autor necessite exercer o seu direito, precisará do registro para solicitar qualquer diligência de busca e apreensão.

Onde proteger O registro do programa no INPI é a única forma efetiva para se proteger contra utilização não autorizada. O título do programa é protegido junto com o programa em si, por meio de um só procedimento. Assim, protege-se tanto o produto quanto seu nome comercial. O reconhecimento do registro é internacional. Desse modo, os programas estrangeiros não precisam ser registrados no Brasil, salvo em caso de cessão de direitos. Igualmente os programas nacionais não precisam ser registrados em outros países, desde que registrados no INPI, devendo ser aceitos nos países signatários dos acordos internacionais como comprovação da autoria.

PROPRIEDADE INDUSTRIAL A Lei da Propriedade Industrial, n° 9279/96 - em vigor desde maio de 1997, substituiu o antigo Código da Propriedade Industrial (Lei nº 5.772/71). Esta é a que trata dos bens imateriais aplicáveis na indústria através da concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade, de registros de desenho industrial, de registros de marcas, da repressão a falsas indicações geográficas e da repressão à concorrência desleal. A lei assegura aos autores de inventos industriais, privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção de suas criações industriais, marcas, nomes de empresas e outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país (artigo 5° da Constituição Federal).

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As marcas são classificadas por forma e natureza, podem ser requeridas por pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, sendo que pessoa de direito privado só pode requerer se exercer atividade efetiva e lícita. O registro de marca coletiva só poderá ser requerido por pessoa jurídica representativa de coletividade, a qual poderá exercer atividade distinta da de seus membros. O registro da marca de certificação só poderá ser requerido por pessoa sem interesse comercial ou industrial direto no produto ou serviço atestado. O titular de registro da marca poderá celebrar contrato de licença para uso da marca, sem prejuízo de seu direito de exercer controle efetivo sobre as especificações, natureza e qualidade dos respectivos produtos ou serviços. Quanto à forma elas podem ser: nominativa, figurativa, mista e tridimensional.

Tipos de Marcas Nominativa: quando é constituída de apenas letras formando uma ou mais palavras. O alfabeto usado é o romano e as palavras formadas também podem admitir os neologismos e as combinações de letras e/ou algarismos romanos e/ou arábicos, ou seja, a marca nominativa pode ser formada por letras ou a mistura de letras e números. Entretanto, palavras que constituem cores (AZUL, BRANCO, etc) não podem ser registradas mesmo em forma estilizada. As marcas nominativas são palavras ou conjunto de palavras, letras ou algarismos.

SAMELO BMW Figurativa: As marcas figurativas são constituídas de desenho, imagem, figura, símbolo ou qualquer forma fantasiosa de letras e números, isoladamente, que não contenham elemento nominativo.

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Mista: As marcas mistas são aquelas constituídas pela combinação de elementos nominativos e figurativos ou de elementos nominativos, cuja grafia se apresente de forma estilizada.

Tridimensional: As marcas são aquelas constituídas pela forma plástica de produto ou de embalagem, cuja forma tenha capacidade distintiva em si mesma e esteja dissociada de qualquer efeito técnico.

O uso das marcas é estabelecido no ato do pedido do registro. Dessa forma é necessário que o usuário, ao escolher um desses tipos de marca, tenha conhecimento de algumas de suas diferenças quanto à forma de exploração. Uma marca nominativa, desde que não alterada, pode ser usada sozinha ou associada a um desenho ou a qualquer fundo colorido escolhido pelo titular e esses acessórios podem ser modificados em qualquer tempo. Já as marcas figurativas e mistas devem ser usadas como foram registradas. É também de igual importância, que o usuário saiba que a marca deve ser diferente do objeto que a identifica, pois as marcas também são classificadas quanto a distintividade. Quanto à natureza as marcas são classificadas em: Marca de produto: É aquela usada para distinguir produto de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa.

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Marca de serviço: É aquela usada para distinguir serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa.

Coletiva: É aquela que visa identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade. Normalmente estão vinculadas a cooperativas e associações.

Certificação: É aquela que atesta a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada. São conhecidas como selos, por exemplo, ABNT, INMETRO e ABIC.

Não são Registráveis como Marcas

I - Brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação; II - Letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva; III - Expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e sentimento dignos de respeito e veneração;

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IV - Designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não requerido o registro pela própria entidade ou órgão público; V - Reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais distintivos;

Onde requerer A proteção é feita junto ao INPI. Todas as pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado podem requerer. A pessoa física só pode requerer o registro de marca se comprovar atividade exercida, através de documento comprobatório, expedido pelo órgão competente. Verifica-se a habilitação profissional diante do órgão ou entidade responsável pelo registro, inscrição ou cadastramento. Exemplo: um médico pode registrar sua marca para atendimento. Já as pessoas de direito privado só podem requerer registro se exercerem atividade efetiva e lícita. No caso de não se ter registrado a marca, ainda é possível reivindicá-la frente ao uso e terceiros através do direito do usuário anterior. Este direito estabelece que tem precedência ao registro toda pessoa que, de boa-fé, usava no País, há pelo menos seis meses, marca idêntica ou semelhante, para a mesma atividade ou atividades afins. O registro de marca vigorará pelo prazo de 10 anos, contados da data da concessão do registro, prorrogáveis por períodos iguais e sucessivos, instruído com o comprovante do pagamento da respectiva retribuição. A marca registrada garante a propriedade e o uso exclusivo em todo o território nacional. Caso o titular não use a marca por um período superior a cinco anos ocorrerá a caducidade do registro. O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de vigência do registro, instruído com o comprovante do pagamento da respectiva retribuição. Se o pedido de prorrogação não tiver sido efetuado até o termo final da vigência do registro, o titular poderá fazê-lo nos 06 (seis) meses subsequentes, mediante o pagamento de retribuição adicional.

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PATENTE

É um título de propriedade temporário outorgado pelo estado ao inventor ou pessoa legitimada. A patente permite que terceiros sejam excluídos de atos relativos à matéria protegida. As condições para apresentação do pedido de patente, segundo o INPI, são: Requerimento, Relatório descritivo, Reivindicações, Desenhos,

Resumo, Comprovante de Pagamento. O requerimento deve conter os dados do pedido e do titular. Apresentado o pedido, ele será submetido a exame formal preliminar e, se devidamente instruído, será protocolado, sendo considerada a data de depósito como a da sua apresentação. O pedido que não atender formalmente às condições estabelecidas pelo INPI, mas que contiver dados relativos ao objeto, ao depositante e ao inventor, poderá ser entregue ao INPI mediante recibo datado que estabelecerá as exigências a serem cumpridas, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de devolução ou arquivamento da documentação. Cumpridas as exigências, o depósito será considerado como efetuado na data do recibo. O pedido de PI terá de se referir a uma única invenção ou a um grupo de invenções inter-relacionadas de maneira a compreenderem um único conceito inventivo. O relatório descritivo deverá descrever clara e suficientemente o objeto, de modo a possibilitar sua realização por técnico no assunto e indicar, quando for o caso, a melhor forma de execução. No caso de material biológico essencial à realização prática do objeto do pedido, que não possa ser descrito e que não estiver acessível ao público, o relatório será suplementado por depósito do material em instituição autorizada pelo INPI ou indicada em acordo internacional, caso a melhor forma de execução. No caso de material biológico essencial à realização prática do objeto do pedido, que não possa ser descrito e que não estiver acessível ao público, o relatório será suplementado por depósito do material em instituição autorizada pelo INPI ou indicada em acordo internacional. As reivindicações deverão ser fundamentadas no relatório descritivo, caracterizando as particularidades do pedido e definindo, de modo claro e preciso a matéria objeto da proteção. O pedido de patente poderá ser dividido em dois ou mais conforme requerimento do depositante, até o final do exame, desde que o pedido: I - faça referência específica ao pedido original; e II - não exceda a matéria revelada constante do pedido original.

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Os pedidos divididos terão a data de depósito do pedido original e o benefício de prioridade deste, se for o caso. Cada pedido dividido estará sujeito a pagamento das retribuições correspondentes. O pedido de retirada deverá ser apresentado em até 16 (dezesseis) meses contados da data do depósito ou da prioridade mais antiga. O pedido de patente retirado ou abandonado será obrigatoriamente publicado. Patente de Invenção (PI) É um título de propriedade temporário que o Estado concede a inventores, empresas ou instituições, pelo qual eles passam a deter os direitos sobre uma invenção, como recompensa aos esforços dispendidos nessa criação. A invenção pode ser um produto, um processo de fabricação ou o aperfeiçoamento de produtos e processos já existentes. Deverá contemplar os requisitos: novidade, atividade inventiva, aplicação industrial e suficiência descritiva. Novidade O conceito de novidade no sistema patentário brasileiro é absoluto. Assim, o requisito quanto à novidade estará comprometido quando o objeto da criação ou invenção houver se tornado acessível ao público, em qualquer parte do mundo, por qualquer forma de divulgação escrita, oral ou uso, antes do depósito do pedido da patente. A divulgação há de ser certa, suficiente e pública. Certa quanto à existência e a data. Suficiente de forma que um técnico no assunto seja capaz de compreender e reproduzir. É pública por ser suscetível de ser conhecida do público. O período de graça é de 12 meses no Brasil e consiste no período máximo em que não é considerado como estado da técnica a divulgação da invenção ou modelo de utilidade, que antecede a data de depósito ou prioridade do pedido da patente. Atividade inventiva Uma invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica. O estado da técnica é tudo aquilo conhecido do público antes da data de depósito da patente por descrição oral, escrita, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou exterior, ressalvados o período de graça, a prioridade e a prioridade interna.

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A prioridade interna tem como base o primeiro pedido de patente de invenção ou modelo de utilidade depositado no Brasil. O prazo para reivindicar a prioridade interna é de 1 ano. A prioridade tem como base o primeiro pedido de depósito em país ou organização internacional do qual o Brasil faça parte. É reivindicada no depósito e comprovada, até 180 dias, por documento hábil, sendo suficiente simples declaração quando fiel ao documento de origem. A falta de comprovação acarreta na perda da prioridade. Aplicação Industrial Uma invenção é considerada suscetível de aplicação industrial se o seu objeto for passível ou capaz de ser fabricado ou utilizado em qualquer tipo de indústria, seja nas indústrias extrativas agrícolas e nas de produtos manufaturados ou nas naturais. Suficiência descritiva O relatório deverá descrever clara e suficientemente o objeto, de modo a possibilitar sua realização por técnico no assunto e indicar, quando for o caso, a melhor forma de execução. A patente de invenção tem vigência de 20 anos a partir da data do depósito. Terminado esse prazo, a criação cai em domínio público.

PATENTE DE MODELO DE UTILIDADE (MU)

Objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição a partir de ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. Ex: bicicleta ergométrica. Utiliza-se quando se aperfeiçoa

um objeto ou aparelho já existente, melhorando seu funcionamento de um modo normalmente esperável, ficando mais prático de utilizá-lo. O pedido de patente de MU terá que se referir a um único modelo principal, que poderá incluir uma pluralidade de elementos distintos, adicionais ou variantes, construtivas ou configurativas, desde que mantida a unidade técnico-funcional e corporal do objeto. Requisitos para uma patente de modelo de utilidade: novidade, ato inventivo, aplicação industrial, suficiência descritiva, melhoria funcional.

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Além dos citados nos requisitos para PI, temos: Ato inventivo O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica. A vigência da patente do modelo de utilidade é de 15 anos contados da data do depósito. Terminado esse prazo, a criação cai em domínio público.

Não se Considera PI nem MU

I - Descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos; II - Concepções puramente abstratas; III - Esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, financeiros, contábeis, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização; IV - Obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética; V - Programas de computador são protegidos pela lei de direito autoral e pela lei de Software. Note-se que os programas de computador desenvolvidos estritamente para funcionar em determinado equipamento, normalmente gravados em chips integrantes de sua estrutura, podem ser objeto de proteção através de patente. Nestes casos não se está demandando o programa de computador em si, mas o equipamento. VI - Apresentação de informações; VII - Regras de jogo; VIII - Técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; IX - O todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.

O que não é patenteável

- O que for contrário à moral, à segurança pública, aos interesses nacionais ou que colocar a saúde em risco. - As substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os

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respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico. - Os seres vivos, nem no todo, nem em parte. Exceção para os microorganismos transgênicos que atendam os três requisitos de patenteabilidade – novidade, atividade inventiva e aplicação industrial, e que não sejam mera descoberta. São considerados microorganismos transgênicos, exceto o todo ou parte de plantas e de animais, aqueles que, devido à intervenção humana direta em sua composição genética, expressem característica não naturalmente alcançável. Como depositar um Pedido de Patente Para realizar o depósito do pedido de patente, é necessário estar contemplando os requisitos de patentealidade descritos anteriormente, que vai desde o preenchimento de um formulário específico até o pagamento da guia de recolhimento em um banco autorizado. O pedido deve estar de acordo com o Ato Normativo pertinente: AN127/97 - PI/MU; AN161/02 – DI; AN128/97 - PCT Segundo o Art. 6o, § 2º da LPI, quem pode patentear: I- o próprio autor da invenção; II- herdeiros ou sucessores do autor; III- cessionários; IV- outros (determinados por lei ou por contrato de trabalho/prestação

de serviços).

DESENHO INDUSTRIAL (DI)

Desenho industrial compreende a forma plástica tridimensional e a arte gráfica (desenho propriamente dito), devendo conter para obtenção de seu registro fisionomia própria e nova. A nova forma ornamental, a estética, que é um conjunto de linhas e cores que possa

ser aplicado a um produto, está ligada à função do objeto, a fim de desempenhar caráter utilitário, o resultado visual original poderá ser

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decorrente da combinação de elementos conhecidos. Não se considera desenho industrial qualquer obra de caráter puramente artístico. No entanto, se esta nova forma for absolutamente necessária para a obtenção do resultado almejado, deixa de ser desenho industrial e passa a constituir invenção ou modelo de utilidade, disciplinado pelo direito das patentes, desde que contemplados os requisitos legais. A finalidade do registro do desenho industrial é proteger a forma externa do objeto e não a sua função prática, portanto somente as características ornamentais é que serão consideradas. O desenho industrial é considerado original quando dele resulte uma configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores. O resultado visual original poderá ser decorrente da combinação de elementos conhecidos.

É um registro – Não é concedido como Patente.

Não é Registrável como DI

I - O que for contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas, ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e sentimentos dignos de respeito e veneração; II - A forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada essencialmente por considerações técnicas ou funcionais. Onde Proteger O registro do desenho industrial é feito junto ao INPI, e pode ser requerido pelo próprio autor, pelos herdeiros e sucessores do autor, ou pelo titular, nos casos em que o autor é empregado de empresa ou instituição pública, quando a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços determina que a titularidade é do empregador. Não será considerado como incluído no estado da técnica o desenho industrial cuja divulgação tenha ocorrido durante os 180 dias que precederam a data do depósito ou a prioridade reivindicada, se promovida pelo INPI ou por terceiros, com base em informações obtidas do autor ou em decorrência de atos por esse praticado. O registro vigorará pelo prazo de 10 anos contados da data do depósito, prorrogável por três períodos sucessivos de cinco anos cada.

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INDICAÇÃO GEOGRÁFICA

Indicação geográfica é a indicação de procedência, ou seja, o nome geográfico da região que tenha se tornado conhecido como produtor ou prestador de serviço. A indicação geográfica também é a denominação de origem em que o nome geográfico da região cujas qualidades se devam exclusivamente ao meio geográfico, incluindo fatores naturais e humanos. O uso da indicação geográfica é restrito aos produtores e prestadores de serviço estabelecidos no local, exigindo-se o atendimento aos requisitos de qualidade. Nesta modalidade de Propriedade Industrial pode-se obter a proteção sob dois tipos: - Indicação de Procedência: refere-se a centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de serviços. Exemplo: tapetes do Oriente Médio. - Denominação de origem: designa produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, naturais e humanos. Exemplos: Champanha de Paris (nome geográfico identifica procedência e atesta que o produto ou serviço atende ao padrão de qualidade); cachaça do Brasil (conformação com a legislação sobre cachaça e com regulamento aprovado pela Câmara de Comércio Exterior).

Onde requerer A proteção é requerida junto ao INPI, que concedeu legitimidade aos sindicatos, associações, institutos ou qualquer outra pessoa jurídica de representatividade coletiva, com legítimo interesse e estabelecida no respectivo território, para requerer o registro específico da indicação geográfica.

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SEGREDO INDUSTRIAL & REPRESSÃO À CONCORRÊNCIA DESLEAL

O Segredo Industrial constitui um método estratégico de proteção utilizado por quem deseja garantir a apropriação dos resultados da inovação e prolongar, assim, os benefícios obtidos com as mesmas. Esse mecanismo pode tomar múltiplas formas – desde acordos de sigilo entre fornecedores e clientes até o controle do “como fazer” nas mãos do proprietário.

Vantagens da proteção por segredo industrial

Não há custos para registro; Não há necessidade de tornar a tecnologia pública, como no caso da

patente; A duração do monopólio é ilimitada (enquanto o segredo existir); O efeito é imediato.

Desvantagens da proteção por segredo industrial

O segredo pode ser descoberto por outros mediante a utilização da engenharia reversa;

O segredo pode ser roubado; Necessidade de fazer acordos de confidencialidade, muitas vezes

onerosos, com os que realmente precisam conhecê-lo para fabricar. A Concorrência Desleal é o crime, previsto na Lei de Propriedade Industrial, que inclui o ato de quem divulga, explora ou utiliza, sem autorização ou por meios ilícitos, informações ou dados confidenciais (segredo de negócio) empregáveis na indústria, comércio ou prestação de serviços. Também constitui concorrência desleal o acesso a informações mediante relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término do contrato. Um ato de concorrência desleal é qualquer ato contrário às práticas honestas, na indústria ou no comércio, que deturpe o livre funcionamento da propriedade intelectual e a compensação econômica que ela oferece. No Brasil, a Lei de Propriedade Industrial prevê pena de detenção de três meses a um ano ou multa para quem comete atos de concorrência desleal.

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PROTEÇÃO SUI GENERIS Por ser um tipo de proteção específica, no âmbito da Propriedade Intelectual, é chamada de proteção sui generis. O ramo da proteção sui generis envolve a topografia de circuito integrado e as variedades de plantas chamadas de cultivar, bem como os conhecimentos tradicionais e o acesso ao patrimônio genético, sendo cada tipo de proteção regulamentada por legislação própria. O direito à proteção também depende de registro em órgão competente, e o prazo máximo de validade varia de acordo com o tipo específico.

TOPOGRAFIA DE CIRCUITO INTEGRADO

Os circuitos integrados envolvem um conjunto organizado de interconexões, transistores e resistências, dispostos em camadas de configuração

tridimensional sobre uma peça de material semicondutor. Também conhecidos como chips, esses circuitos, entre outras utilidades, são usados em memórias ou processadores de computador e visam realizar funções eletrônicas em equipamentos. O requerente do registro é o criador da topografia de circuito integrado. Caso a topografia seja criada conjuntamente por duas ou mais pessoas, o registro poderá ser requerido por todas ou quaisquer delas mediante nomeação e qualificação das demais para ressalva dos respectivos direitos. No Brasil a Lei nº 11.484, de 2007, que, entre outros assuntos, trata da proteção da topografia de circuitos integrados. A proteção da topografia é válida por 10 anos, contados da data do depósito ou da primeira exploração, o que tiver ocorrido primeiro.

Onde requerer O INPI é o órgão que faz essa concessão, por meio de certificado de registro.

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CULTIVARES No Brasil as cultivares são protegidas pela Lei Federal nº. 9.456, de 25/04/97, regulamentada pelo Decreto nº. 2.366, de 05/11/97. A cultivar objeto de proteção, é definida como “a variedade de qualquer gênero ou espécie

vegetal superior que seja claramente distinguível de outras cultivares conhecidas por margem mínima de descritores, por sua denominação própria, que seja homogênea e estável quanto aos descritores através de gerações sucessivas e seja de espécie passível de uso pelo complexo agro florestal, descrita em publicação especializada disponível e acessível ao público, bem como a linhagem componente de híbridos”.

O que pode ser protegido I - a nova cultivar, conforme está definido no artigo 3º, inciso 5º, da Lei nº 9.456/97; II - a cultivar essencialmente derivada; III – as cultivares não enquadráveis nestes dois grupos, mas que seus pedidos de proteção sejam apresentados num prazo máximo de 12 meses após a divulgação dos descritores da espécie, que o prazo máximo de comercialização, a contar da data da apresentação do pedido para trás, tenha sido de no máximo 10 anos.

Onde Proteger O pedido de proteção será formalizado mediante requerimento assinado pela pessoa física ou jurídica que obtiver a cultivar, ou por seu procurador. O pedido de cultivar só pode se referir a uma única cultivar. A proteção se efetua mediante a concessão de Certificado de Proteção de Cultivar, emitido pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares – SNPC, vinculado ao Ministério da Agricultura. O SNPC está ligado ao Departamento de Propriedade Intelectual e Tecnologia da Agropecuária – DEPTA – da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – SDC – e tem como área de suporte o Laboratório Nacional de Análise, Diferenciação e Caracterização de Cultivares – LADIC.

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O Certificado de Proteção é concedido a título precário depois de publicado o pedido, e assegura ao titular o direito exclusivo de exploração comercial. Obtido o Certificado, o titular fica obrigado a manter, durante o período de proteção, amostra viva de cultivar à disposição do órgão competente. As alterações na cultivar, após anotação no respectivo processo, deverão ser averbadas no Certificado de Proteção. O pagamento das anuidades referentes à proteção de cultivar deverá ser feito a partir do exercício seguinte ao da data da concessão do Certificado de Proteção. Requisitos Necessários: - ser produto de melhoramento genético; - ser de uma espécie passível de proteção no Brasil;

- não haver sido comercializada no exterior há mais de 4 anos, ou há mais de 6 anos, no caso de videiras ou árvores; - não haver sido comercializada no Brasil há mais de um ano; - ser distinta; - ser homogênea; - ser estável. No Brasil, o prazo de proteção é de 15 anos para a maioria das espécies, principalmente de grãos (oleaginosas, cereais e outras). Para as videiras, árvores frutíferas, árvores florestais e árvores ornamentais, incluindo seus porta-enxertos, esse prazo estende-se para 18 anos. Para mais informações consultar (www.agricultura.gov.br).

CONHECIMENTO TRADICIONAL Os conhecimentos tradicionais envolvem saberes empíricos, práticas, crenças e costumes passados de pais para filhos das comunidades indígenas ou de comunidade local (por exemplo, os ribeirinhos), quanto ao uso de

vegetais, microorganismos ou animais cujas amostras contêm informações de origem genética. Por isso, seu acesso é controlado, no território nacional, para evitar usos indevidos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ou bioprospecção visando à aplicação industrial e aproveitamento comercial.

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A propriedade desses conhecimentos é geralmente mantida coletivamente, e os detentores de conhecimentos tradicionais têm explorado maneiras de resguardar seus interesses através do sistema de propriedade intelectual, protegendo-os contra a apropriação indevida de seus conhecimentos para fins econômicos, pois frequentemente o aperfeiçoamento de uma tecnologia antiga gera novos e valiosos produtos. No Brasil existe o Decreto nº 4.946/03, que regulamenta o acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado. Mais informações sobre esse assunto podem ser obtidas na página da secretaria da Convenção da Diversidade Biológica (www.biodiv.org), mais especificamente no que se refere às Conferências das Partes (COP).

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REFERENCIAS Associação Brasileira de Propriedade Intelectual - ABPI www.abpi.org.br Associação Brasileira de Agentes da Propriedade Industrial - ABAPI www.abapi.org.br Associação Brasileira de Empresas de Software - ABES www.abes.org.br Instituto Nacional da Propriedade Industrial Www.inpi.gov.br Ministério da Ciência e Tecnologia www.mct.gov.br Núcleo de Inovação Tecnológica - NIT www.ufal.edu.br/nit Organização Mundial do Comércio - OMC www.wto.org Organização Mundial de Propriedade Intelectual - OMPI www.wipo.int Serviço Nacional de Proteção de Cultivares - SNPC www.agricultura.gov.br Decreto 5563, de 11/10/2005. Regulamenta a Lei nº10973/04; Lei 9279/96, 14/05/1996. Regula os direitos e obrigações relativos à propriedade industrial; Lei 10973/04, 02/12/2004. Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências; Lei 9609/98 Lei de Programa de computador;

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Capa, editoração e ilustrações:

Sônia de Oliveira

Revisão: Elaine Aroxa Pereira Galhoz Florentino

Maceió – Alagoas

2011

1ª. Edição

Impressão: (nome da gráfica)

E-mail: Fone: