Cartilha Pccs Sus

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PARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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SUMRIO

Apresentao ................................................................ Apresentao da proposta elaborada pela comisso......... Captulo I - das disposies gerais .................................. Art 1 ........................................................................ Art 2 ........................................................................ Art 3 ........................................................................ Art 4 ........................................................................ Art 5 ........................................................................ Art 6 ........................................................................ Captulo II - da organizao das carreiras ....................... Art 7 ........................................................................ Art 8 ........................................................................ Art 9 ........................................................................ Art 10 ...................................................................... Art 11 ...................................................................... Art 12 ...................................................................... Art 13 ...................................................................... Art 14 ...................................................................... Captulo III - do desenvolvimento na carreira ................. Art 15 ...................................................................... Art 16 ...................................................................... Art 17 ...................................................................... Art 18 ...................................................................... Art 19 ...................................................................... Art 20 ...................................................................... Art 21 ...................................................................... Art 22 ......................................................................DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

3 7 19 19 19 19 21 24 25 25 25 25 27 29 30 30 30 31 31 31 31 32 32 32 32 33 33

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Captulo IV - do plano de desenvolvimento de pessoal ... Art 23 ...................................................................... Art 24 ...................................................................... Art 25 ...................................................................... Art 26 ...................................................................... Art 27 ...................................................................... Art 28 ...................................................................... Art 29 ...................................................................... Art 30 ...................................................................... Captulo V - do enquadramento .................................... Art 31 ...................................................................... Art 32 ...................................................................... Art 33 ...................................................................... Art 34 ...................................................................... Art 35 ...................................................................... Captulo VI - Disposies finais ..................................... Art 36 ...................................................................... Art 37 ...................................................................... Art 38 ...................................................................... Texto de apoio .............................................................. Princpios e conceitos................................................ Estrutura e desenvolvimento ..................................... Concurso em duas etapas .......................................... Gratificaes adicionais ............................................. Plano de desemvolvimento de pessoal ........................ Enquadramento........................................................

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APRESENTAO

As Diretrizes do PCCS-SUS, elaboradas com o apoio de gestores e trabalhadores, foram concebidas de maneira a oferecer ao trabalhador oportunidades de desenvolvimento profissional e dotar o SUS de um instrumento de gesto de pessoal, instituindo uma poltica de ingresso, evoluo, desenvolvimento e avaliao de desempenho. O Departamento de Gesto e Regulao do Trabalho em Sade (Degerts), rgo integrante da Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade, do Ministrio da Sade apresenta ao pblico a presente Cartilha das Diretrizes do PCCSSUS que tem como objetivo divulgar a Proposta Preliminar das Diretrizes Nacionais para a instituio de Planos de Carreiras, Cargos e Salrios no mbito do Sistema nico de Sade (PCCSSUS), elaborada pela Comisso Especial criada pela Portaria n 626/GM (em 08/04/2004) e, sobretudo, anunciar que o documento est em consulta pblica, permitindo que todos os interessados possam contribuir para o seu aperfeioamento. As contribuies para o aprimoramento do anteprojeto de lei do PCCS-SUS devero ser encaminhadas at 20 de maio de 2005, por um dos seguintes meios: I - por e-mail, para [email protected]; II - pelo correio, para o seguinte endereo: PCCS-SUS; Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade; Ministrio da Sade; Esplanada dos Ministrios, Bloco G, sala 705, CEP 70058-900, Braslia/DF;DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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III - pela internet, no seguinte endereo: www.saude.gov.br Para apresentar a contribuio utilizando o Portal do Ministrio da Sade, deve-se observar o seguinte procedimento: 1) procurar o link CONSULTA PBLICA/PCCSSUS, que permitir o acesso Proposta Preliminar de Diretrizes do Plano de Carreiras, Cargos e Salrios do mbito do SUS (PCCS-SUS) ; 2) para acessar o documento em consulta e emitir sua opinio, o primeiro passo se cadastrar, clicando em cadastre-se, em seguida fornea as informaes solicitadas, escolha uma senha e depois clique em logar no sistema. Nas prximas vezes em que desejar entrar na pgina da consulta pblica clique no cone logar no sistema; 3) para ler a Proposta Preliminar de Diretrizes na ntegra, sem opinar, clique em texto. Para opinar, clique em contribuir. Voc poder comentar sobre todos os artigos ou escolher apenas os de seu interesse. As contribuies devem ser registradas nas caixas de comentrio; 4) o documento composto por diversos artigos, que podem conter incisos (identificados pelos algarismos romanos) ou pargrafos (indicados pelo smbolo ). Ao opinar em um artigo com mais de um inciso e/ou pargrafo, solicitamos que o identifique para posterior sistematizao das contribuies;

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5) nas situaes onde o seu comentrio tem aspectos gerais ou referente a um tpico no contemplado no texto, registre a sua contribuio no campo Sugestes Proposta Preliminar de Diretrizes do Plano de Carreiras, Cargos e Salrios do mbito do SUS (PCCS-SUS). Em caso de dvida, entre em contato com o Departamento de Gesto e da Regulao do Trabalho em Sade (Degerts), pelo e-mail [email protected]. importante ressaltar que, ao trmino do prazo fixado para a coleta de sugestes a proposta de anteprojeto de lei, as contribuies recebidas sero encaminhadas para entendimento na Mesa Nacional de Negociao Permanente do SUS. O Ministrio da Sade acredita que o PCCS-SUS representa avanos, tanto no sentido de regular as relaes de trabalho, como tambm no desenvolvimento do trabalhador, atravs de progresso por capacitao e por mrito, estabelecendo as possibilidades concretas de consolidao da carreira como instrumento estratgico para o fortalecimento e a consolidao do SUS, reivindicao histrica dos trabalhadores da sade.

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APRESENTAO DA PROPOSTA ELABORADA PELA COMISSO

Neste Governo, a gesto do trabalho e da educao na sade adquiriu importncia e relevncia nacionais com a criao da Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade. Ao reconhecer que a sade se faz com gente (gestores, trabalhadores e profissionais de sade), o Governo Federal impulsionou a adoo de polticas de formao, desenvolvimento e valorizao profissional. Em consonncia com essas prioridades, com a luta em defesa da sade e com a legislao do SUS, o Ministrio da Sade assumiu a necessidade de construir carreiras para os trabalhadores do SUS, questo j pautada pela Comisso Nacional da Reforma Sanitria, em 1987. Conforme documento da Comisso Nacional da Reforma Sanitria, de maio de 1987, a lei do Sistema Nacional de Sade deveria fixar alguns elementos que sirvam de matriz que garanta a compatibilidade dos planos de carreira das instituies federais, estaduais e municipais. Devero estar a consagrados pisos salariais para as diferentes categorias profissionais e outras normas genricas que garantam o mnimo de uniformidade na carreira dos trabalhadores de sade, sem prejuzo dos acrscimos que possam ser feitos por conta das particularidades regionais. Devem estar contemplados, neste caso, o incentivo ao exerccio em condies adversas (interior, periferias urbanas, reas de fronteiras, horrio noturno, entre outros) de forma a tornar atrativo o deslocamento dos profissionais para estas situaes. [...] A

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progresso na carreira dever ocorrer sempre pela avaliao do mrito, experincia e do compromisso com o servio. A Lei Federal n 8080, de 19 de setembro de 1990, Dispe sobre as condies para a promoo, proteo e recuperao da sade, a organizao e o funcionamento dos servios correspondentes e d outras providncias. Nos termos em que foi aprovado pelo Congresso Nacional, em 23 de agosto de 1990, o seu Art. 27 estabelecia que a poltica de recursos humanos na rea da sade ser formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos: II - instituio, em cada esfera de governo, de planos de cargos e salrios e de carreira para o pessoal do Sistema nico de Sade (SUS), da administrao direta e indireta, baseados em critrios definidos nacionalmente; III - fixao de pisos nacionais de salrios para cada categoria profissional, sem prejuzo da adoo, pelos estados e municpios, de remunerao complementar para atender s peculiaridades regionais; Estes dois incisos, contidos no texto encaminhado para sano, foram vetados pelo Presidente Collor, em 19 de setembro de 1990. Aps muita luta do movimento popular e sindical, dos gestores do SUS e do Movimento Sanitrio, em 13 de dezembro do citado ano foi encaminhado ao Congresso Nacional, pelo executivo, outro projeto de lei que, depois de aprovado, originou a Lei Federal n 8142, de 19 de dezembro de 1990,DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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que Dispe sobre a participao da comunidade na gesto do Sistema nico de Sade (SUS) e sobre as transferncias intergovernamentais de recursos financeiros na rea da sade e d outras providncias, onde ficou estabelecido que (art. 4): Para receberem os recursos, de que trata o art. 3 desta lei, os Municpios, os Estados e o Distrito Federal devero contar com: VI - Comisso de elaborao do Plano de Carreira, Cargos e Salrios (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantao. Pargrafo nico. O no atendimento pelos Municpios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicar em que os recursos concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela Unio. A necessidade de PCCS foi aprovada em todas as Conferncias Nacionais de Sade, mas, at o ano de 2002, o Governo Federal no havia assumido a atribuio de discutir e elaborar suas diretrizes. Com a reinstalao dos trabalhos da Mesa Nacional de Negociao Permanente do SUS (Resoluo n 331/CNS, de 4 de novembro de 2003), foram criados, no seu mbito, grupos de trabalho para discutir questes pertinentes sua competncia, dentre estes, o GT Plano de Carreiras que, a partir de debate realizado internamente, foi posteriormente incorporado Comisso Especial criada para elaborar as Diretrizes do Plano de Carreira, Cargos e Salrios do mbito do SUS (Portaria n 626/GM, em 8 de abril de 2004), o que contribuiu para o dilogo e um efetivo trabalho cooperativo envolvendo os integrantes da Comisso.DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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O Ministro da Sade constituiu a referida comisso por entender a importncia de estabelecer diretrizes norteadoras que garantam a valorizao dos trabalhadores atravs da equidade de oportunidade e do desenvolvimento profissional em carreiras. Com prazo de 180 dias para a concluso dos trabalhos, a Comisso trabalhou de forma democrtica e participativa, compartilhando entre gestores e trabalhadores a coordenao e a relatoria dos trabalhos. A Comisso incorporou, ainda, especialistas, consultores e assessores jurdicos, tanto da bancada do governo como da bancada dos trabalhadores, o que possibilitou o melhor desenvolvimento das atividades. As reunies, num total de dez, tiveram periodicidade inicial mensal e, posteriormente, quinzenal, com durao de dois dias. Foram criados trs Grupos de Trabalho: GT Conceituao, responsvel pela elaborao dos conceitos gerais e fundamentais para a elaborao dos planos de carreiras; GT Desenvolvimento na Carreira, encarregado de traar a trajetria profissional do trabalhador, no que diz respeito progresso e promoo funcional; e GT Salrios e Vencimentos, que respondeu pela definio de critrios de remunerao e de evoluo salarial. Estas Diretrizes destinam-se a todos os trabalhadores do SUS e tm como objetivos: I - orientar a organizao dos trabalhadores do SUS em estrutura de carreira, observando os requisitos de valorizao e alocao profissional, conforme necessidade do Sistema para atender aos municDIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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pios e regies especialmente carentes, de forma a contemplar as demandas de trabalhadores e gestores por carreira na rea de sade; II - valorizar os trabalhadores atravs da equidade de oportunidades de desenvolvimento profissional, como forma de tambm ampliar e qualificar os cuidados progressivos sade e garantir os princpios da universalidade de acesso, da integralidade de ateno sade, da equidade, da participao popular e do controle social, da autonomia das pessoas e da descentralizao do sistema; III - estimular a elaborao de Planos de Carreiras com estruturas e formas de desenvolvimento semelhantes em todos os rgos e instituies que compem o Sistema nico de Sade na Unio, nos Estados, no Distrito Federal, nos Municpios e na rede complementar; IV - incentivar aes permanentes de qualificao dos trabalhadores; e V - buscar o estabelecimento de compromisso solidrio entre gestores e trabalhadores do SUS com a qualidade e profissionalismo na prestao dos servios pblicos de sade. Registre-se que o trabalho de elaborao das Diretrizes do PCCS-SUS tomou como referncia: a Resoluo n 12, de 03 de outubro de 1991, do Conselho Nacional de Sade; as Resolues das Conferncias Nacionais de Sade e de Recursos Humanos; os Princpios e Diretrizes para a Norma OperacionalDIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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Bsica de Recursos Humanos para o SUS (NOB/RH-SUS); o estudo realizado pelo CONASS, Estruturao da rea de Recursos Humanos nas Secretarias dos Estados e do Distrito Federal; as Resolues do CONASEMS; o Diagnstico e Mapeamento dos Planos de Carreiras hoje existentes nos estados e municpios, realizados pela equipe do DEGERTS; e as contribuies das entidades sindicais integrantes da Mesa Nacional de Negociao Permanente do SUS, atravs de textos de apoio, modelos de planos de carreira, bem como a prpria discusso acumulada por estas entidades sobre o tema. Para concluir os trabalhos de forma satisfatria, a Comisso solicitou a prorrogao do prazo por mais 60 dias (Portaria n 2198/GM, de 14 de outubro de 2004), finalizando a proposta em novembro de 2004. Buscando preservar os preceitos constitucionais e, ao mesmo tempo, atender a complexidade do SUS, foi acordado que a proposta deveria ser ampla, oferecendo margem para mudanas futuras, a partir dos debates e dos entendimentos nacionais. Dois pontos polmicos foram destacados: a jornada de trabalho e o nmero de cargos. Em relao jornada de trabalho, a Comisso definiu que a discusso fosse remetida Mesa Nacional de Negociao Permanente do SUS (MNNP-SUS), dada a complexidade do tema e ao fato desta questo j se constituir ponto de pauta dessa instncia. Em relao ao nmero de cargos, a Comisso acordou indicar as seguintes alternativas: dois cargos (Assistente em Sade e Especialista em Sade) e trs cargos (Auxiliar em Sade, Assistente Tcnico em Sade e Especialista em Sade).DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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Cabe ressaltar que o movimento sindical, em sua maioria, favorvel proposta de cargo nico e, conseqentemente, ascenso funcional. Apesar disso, concordou com a elaborao da proposta de 2 e 3 cargos, desde que no ficasse inviabilizada na MNNP-SUS a discusso da proposta de cargo nico e a ascenso funcional. A Comisso optou por cargos genricos, segmentados por nvel de escolaridade, mas tendo como fundamento as funes estruturantes do SUS em suas diversas reas de atuao, quais sejam: Ateno Sade; Gesto; Auditoria; Fiscalizao e Regulao; Vigilncia Sade; Percia; Apoio Administrativo e Infra-estrutura; Ensino e Pesquisa. Outra questo surgida na Comisso, e sobre a qual no houve acordo, foi implementao de uma Gratificao de Urgncia e Emergncia. As argumentaes contrrias implementao dessa gratificao foram as seguintes: 1) a especificidade da natureza do trabalho dos profissionais que atuam nos servios de urgncia e emergncia j est contemplada em quesitos como salrio e jornada de trabalho diferenciada; 2) O favorecimento, pela gratificao, aos servios de urgncia e emergncia poderia induzir ao socorrismo, em detrimento do fortalecimento do modelo assistencial baseado na ateno bsica, preconizado pelas diretrizes do SUS. Como argumentao favorvel gratificao, foi defendido que esse tipo de trabalho mais complexo e, portanto, deve ser mais bem remunerado.DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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Um dos aspectos essenciais contemplados nas Diretrizes diz respeito ao desenvolvimento e avaliao de desempenho, considerados requisitos indispensveis para a eficincia e eficcia do trabalho. Nesse sentido, apontam para a perspectiva de qualificao e evoluo permanente dos trabalhadores, bem como para a participao do usurio como ator importante na avaliao institucional de desempenho. As discusses evidenciaram, ainda, a urgente necessidade de aprofundamento e sistematizao de proposta de criao e desenvolvimento de Carreira Nacional com Base Local. Tal iniciativa objetivaria responder frao importante de municpios que, hoje, enfrentam dificuldades severas na insero e fixao de profissionais. Os princpios que norteiam as Diretrizes so os seguintes: I - universalidade, os planos de todos os rgos e instituies pblicas do SUS devero abarcar todos os trabalhadores; II - equivalncia, os cargos tero correspondncia entre os planos de carreira dos entes federados; III - concurso pblico, o acesso carreira estar condicionado aprovao em concurso pblico; IV - mobilidade, assegura o trnsito do trabalhador do SUS, sem perda de seus direitos e progresso na carreira; V - flexibilidade, garantia permanente da adequao dos planos s necessidades e dinmica do SUS; VI - gesto partilhada, que estabelece a participao dos trabalhadores na formulao e gesto do plano de carreira;DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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VII - carreira como instrumento de gesto; VIII - educao permanente; IX - avaliao de desempenho, processo focado em critrios tcnicos, a serem definidos com o aprofundamento da discusso; X - compromisso solidrio. Finalizados os trabalhos, a Comisso props um cronograma de atividades com vistas ampliao dos debates, permitindo a crtica e alterao desta sugesto de anteprojeto de lei, assegurando assim seu aperfeioamento enquanto um instrumento norteador de polticas de valorizao do trabalhador do SUS. Por fim, a Coordenao da Comisso expressou seu reconhecimento e agradecimento a todos que contriburam, de forma solidria, respeitosa e fraterna, para a elaborao deste importante documento.

COORDENAO DA COMISSO ESPECIAL IRINEU MESSIAS Bancada dos Trabalhadores MARIA HELENA MACHADO Bancada de Governo

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COMPOSIO DA COMISSO ESPECIAL Gabinete do Ministro ngela Maria Meira de Vasconcelos e Reneide Muniz Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade Jorge Paiva Departamento de Gesto da Educao na Sade Euzi Adriana B. Rodrigues e Liliana Santos Departamento de Gesto e da Regulao do Trabalho em Sade Maria Helena Machado Joo Milito Henrique Antunes Vitalino Secretaria de Ateno Sade Regina Pimenta de Melo e Archimedes Guimares de Castro Secretaria de Vigilncia em Sade Silvana Solange Rossi Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos Insio R. Saggioro Coordenao-Geral de Recursos Humanos do MS Sbado Nicolau Girardi, Ldia Tonon e Therezinha Duarte Fundao Nacional de Sade Wilmar Alves Martins, Carlos Sena e Raimunda Rodrigues Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria Lcia de Ftima Masson

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e Arthur Melo de Abreu Agncia Nacional de Sade Suplementar No indicado Fundao Oswaldo Cruz Mrcia Teixeira e Leila Nogueira Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto Luiz Alberto Ministrio da Cincia e Tecnologia Beatriz Gregory Conselho Nacional dos Secretrios de Sade (CONASS) Neuza Maria Nogueira Moyss e Rita Catanelli Conselho Nacional dos Secretrios Municipais de Sade (CONASEMS) Roberto Piccini Representaes de trabalhadores que integram a MNNP-SUS Irineu Messias de Arajo (CNTSS) Jos Caetano Rodrigues (CNTS) Francisco de Assis Teixeira (FENAM) Sanny Lima Braga (CONFETAM) Hlio de Jesus (FENASPS) tila Ramos (FENAPSI) Silvana Maria Pereira (FASUBRA) Empregador Privado Jairo Francisco Tessari (CMB) Coordenao Geral Maria Helena Machado e Irineu Messias Relatoria Ldice Arajo e Sanny Lima Braga Secretaria Executiva Wagner Ferraz de Lacerda Consultor especial Luiz Osrio Santos

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Captulo I Disposies Gerais Art. 1 Ficam institudas as Diretrizes Nacionais para orientar a elaborao de Planos de Carreiras, Cargos e Salrios no mbito do SUS PCCS-SUS. Pargrafo nico. Os gestores do SUS devero implementar polticas que motivem as instituies integrantes da rede complementar a elaborarem planos de carreiras em consonncia com as diretrizes ora institudas.

Art. 2 As presentes Diretrizes so propostas para orientar a elaborao de planos de carreiras com estruturas e formas de desenvolvimento semelhantes que garantam a valorizao dos trabalhadores atravs da equidade de oportunidades de desenvolvimento profissional em carreiras que associem a evoluo funcional a um sistema permanente de qualificao, como forma de melhorar a qualidade da prestao dos servios de sade.

Art. 3 A instituio ou reforma de planos de carreiras no mbito do Sistema nico de Sade dever observar os seguintes princpios:DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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I - da universalidade dos planos de carreiras, entendendo-se por este que os planos devero abarcar todos os trabalhadores dos diferentes rgos e instituies integrantes do Sistema nico de Sade; II - da equivalncia dos cargos ou empregos, compreendendo isto a correspondncia deles em todas as esferas de governo. Observando-se, nos seus agrupamentos, a complexidade e a formao profissional exigida para o seu exerccio; III - do concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, significando este a nica forma de acesso carreira; IV - da mobilidade, entendida esta como garantia de trnsito do trabalhador do SUS pelas diversas esferas de governo, sem perda de direitos ou da possibilidade de desenvolvimento na carreira; V - da flexibilidade, importando esta na garantia de permanente adequao do plano de carreiras s necessidades e dinmica do Sistema nico de Sade; VI - da gesto partilhada das carreiras, entendida como garantia da participao dos trabalhadores, atravs de mecanismos legitimamente constitudos, na formulao e gesto do seu respectivo plano de carreiras; VII - das carreiras como instrumento de gesto, entendendo-se por isto que o plano de carreiras dever se constituir num instrumento gerencialDIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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de poltica de pessoal integrado ao planejamento e ao desenvolvimento organizacional; VIII - da educao permanente, importando este o atendimento da necessidade permanente de oferta de educao aos trabalhadores do SUS; IX - da avaliao de desempenho, entendida como um processo focado no desenvolvimento profissional e institucional; X - do compromisso solidrio, compreendendo isto que o plano de carreiras um ajuste firmado entre gestores e trabalhadores em prol da qualidade dos servios, do profissionalismo e da adequao tcnica do profissional as necessidades dos servios de sade.

Art. 4 Para efeito da aplicao desta Lei, consideram-se fundamentais os seguintes conceitos: I - Sistema nico de Sade (SUS) o conjunto de aes e servios de sade prestados por rgos e instituies pblicas federais, estaduais e municipais, da Administrao direta e indireta e das fundaes mantidas pelo Poder Pblico. Inclusas neste conceito esto as instituies de controle de qualidade, pesquisa e produo de insumos, medicamentos, sangue, hemoderivados e equipamentos para a sade;

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II - profissionais de sade so todos aqueles que, estando ou no ocupados no setor sade, detm formao profissional especfica ou qualificao prtica ou acadmica para o desempenho de atividades ligadas direta ou indiretamente ao cuidado ou aes de sade; III - trabalhadores de sade so todos aqueles que se inserem direta ou indiretamente na ateno sade nos estabelecimentos de sade ou atividades de sade, podendo deter ou no formao especfica para o desempenho de funes atinentes ao setor; IV - trabalhadores do SUS so todos aqueles que se inserem direta ou indiretamente na ateno sade nas instituies que compem o SUS podendo deter ou no formao especfica para o desempenho de funes atinentes ao setor. O mais importante para esta definio a insero do trabalhador no SUS; V - carreiras unificadas do SUS o conjunto de planos de carreiras dos rgos e instituies integrantes do SUS, elaborados com observncia das diretrizes fixadas nesta Lei; VI - plano de carreira o conjunto de normas que disciplinam o ingresso e instituem oportunidades e estmulos ao desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores de forma a contribuir com a qualificao dos servios prestados pelos rgos e instituies, constituinDIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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do-se em instrumento de gesto da poltica de pessoal; VII - carreira a trajetria do trabalhador desde o seu ingresso no cargo ou emprego at o seu desligamento, regida por regras especficas de ingresso, desenvolvimento profissional, remunerao e avaliao de desempenho; VIII - cargo o conjunto de atribuies assemelhadas quanto natureza das aes e s qualificaes exigidas de seus ocupantes, com responsabilidades previstas na estrutura organizacional e vnculo de trabalho estatutrio; IX - emprego pblico o conjunto de atribuies assemelhadas quanto natureza das aes e s qualificaes exigidas de seus ocupantes, com responsabilidades previstas na estrutura organizacional e vnculo de trabalho regido pelo DecretoLei n 5.452, de 1 de maio de 1943; X - enquadramento o ato pelo qual se estabelece a posio do trabalhador em um determinado cargo ou emprego, classe e padro de vencimento ou de salrio, em face da anlise de sua situao jurdico-funcional; XI - vencimento a retribuio pecuniria pelo exerccio de um cargo, com valor fixado em lei; XII - salrio a retribuio pecuniria pelo exerccio de um emprego, com valor fixado em lei;

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XIII - remunerao o vencimento do cargo ou o salrio do emprego, acrescido das vantagens pecunirias estabelecidas em lei; XIV - padro de vencimento ou de salrio o conjunto formado pela referncia numrica e o seu respectivo grau.

Art. 5 Para garantir a efetivao das diretrizes estabelecidas nesta Lei, a gesto partilhada e o permanente aperfeioamento das carreiras unificadas do SUS, os gestores instituiro comisses paritrias de carreiras compostas por representantes de gestores e de trabalhadores da esfera governamental de contratao. 1 A indicao dos representantes dos trabalhadores dever incumbir, em seus correspondentes mbitos de atuao, aos trabalhadores integrantes da Mesa Nacional de Negociao Permanente do SUS (MNNPSUS), das Mesas Estaduais de Negociao Permanente do SUS e das Mesas Municipais de Negociao Permanente do SUS. 2 No existindo Mesa de Negociao Permanente do SUS, os representantes dos trabalhadores sero indicados pelas entidades sindicais que representem os trabalhadores da esfera governamental de constatao. 3o A participao dos trabalhadores nas comisses paritrias de carreiras ser considerada como um servio pblico relevante.DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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Art. 6 Compete a Comisso Paritria de Carreiras: I - propor o anteprojeto de lei do plano de carreiras; II - acompanhar e avaliar, periodicamente, a implantao dos planos de carreiras; III - propor aes para o aperfeioamento dos planos de carreiras ou para adequ-los dinmica prpria do SUS. Captulo 2 Da organizao das carreiras Art. 7o As carreiras resultantes da aplicao das diretrizes estabelecidas nesta Lei sero estruturadas em cargos ou empregos, classes e padres de vencimentos ou de salrios. Pargrafo nico. Os interstcios para o desenvolvimento na carreira e o nmero dos padres de vencimentos ou de salrios devero ser estabelecidos de forma que seja possvel ao trabalhador que nela ingresse alcanar o ltimo padro de vencimento da classe ou de salrio do seu cargo ou emprego.

Art. 8o Os cargos ou empregos estruturantes das carreiras dos trabalhadores do Sistema nico de Sade, com competncia para atuar nas reas de auditoria, gesto,DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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ateno sade, ensino e pesquisa, fiscalizao e regulao, vigilncia sade, produo, percia, apoio e infra-estrutura, so os seguintes: I - Auxiliar em Sade compreende as categorias profissionais que realizam atividades que exigem, para o seu exerccio, nvel de escolaridade de ensino fundamental (completo ou incompleto), profissionalizante ou no; II - Assistente Tcnico em Sade compreende as categorias profissionais que realizam atividades que exigem, para o seu exerccio, nvel de ensino mdio, profissionalizante ou no; III - Especialista em Sade compreende as categorias profissionais que exigem, para o seu exerccio, nvel de escolaridade mnimo correspondente ao ensino superior. Pargrafo nico. Os cargos ou empregos relacionados neste artigo tero suas respectivas atividades relacionadas em cada plano de carreiras. Redao do art. 8o para 2 CARGOS: Art. 8o Os cargos ou empregos estruturantes das carreiras dos trabalhadores do Sistema nico de Sade, com competncia para atuar nas reas de auditoria, gesto, ateno sade, ensino e pesquisa, fiscalizao e regulao, vigilncia sade, produo,DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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percia, apoio e infra-estrutura, so os seguintes:I Assistente em Sade compreende as categorias profissionais que realizam atividades que exigem, para o seu exerccio, nvel de educao bsica, completo ou incompleto, profissionalizante ou no;II - Especialista em Sade compreende as categorias profissionais que exigem, para o seu exerccio, nvel de escolaridade mnimo correspondente ao ensino superior.Pargrafo nico. Os cargos ou empregos relacionados neste artigo tero suas respectivas atividades relacionadas em cada plano de carreiras.

Art. 9o As classes so divises que agrupam, dentro de determi-nado cargo ou emprego, as atividades com nveis similares de complexidade. 1 O cargo ou emprego de Auxiliar em Sade dever ser estruturado em 2 (duas) classes, definidas a partir das seguintes exigncias: I - para a Classe A: ensino fundamental incompleto; II - para a Classe B: ensino fundamental completo ou qualificao ou experincia profissional fixadas pelo plano de carreiras. 2 O cargo ou emprego de Assistente Tcnico em Sade dever ser estruturado em 2 (duas) classes, definidas a partir das seguintes exigncias: I - para a Classe C: ensino mdio completo;

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II - para a Classe D: ensino tcnico completo ou qualificao ou experincia profissional fixadas pelo plano de carreiras. 3 O cargo ou emprego de Especialista em Sade dever ser estruturado em 4 (quatro) classes, definidas a partir das seguintes exigncias: I - para a Classe E: ensino superior completo; II - para a Classe F: ensino superior completo e especializao ou qualificao ou experincia profissional fixadas pelo plano de carreiras; III - para a Classe G: ensino superior completo e mestrado ou qualificao ou experincia profissional fixadas pelo plano de carreiras; IV - para a Classe H: ensino superior completo e doutorado ou qualificao ou experincia profissional fixadas pelo plano de carreiras. Redao do art. 9o para 2 CARGOS: Art. 9o As classes so divises que agrupam, dentro de determina-do cargo ou emprego, as atividades com nveis similares de complexidade. 1 O cargo ou emprego de Assistente em Sade dever ser estruturado em 4 (quatro) classes, definidas a partir das seguintes exigncias: I - para a Classe A: ensino fundamental incompleto;DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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II - para a Classe B: ensino fundamental completo ou qualificao ou experincia profissional fixadas pelo plano de carreiras. III - para a Classe C: ensino mdio completo; IV - para a Classe D: ensino tcnico completo ou qualificao ou experincia profissional fixadas pelo plano de carreiras. 2 O cargo ou emprego de Especialista em Sade dever ser estruturado em 4 (quatro) classes, definidas a partir das seguintes exigncias: I - para a Classe E: ensino superior completo; II - para a Classe F: ensino superior completo e especializao ou qualificao ou experincia profissional fixadas pelo plano de carreiras; III - para a Classe G: ensino superior completo e mestrado ou qualificao ou experincia profissional fixadas pelo plano de carreiras; IV - para a Classe H: ensino superior completo e doutorado ou qualificao ou experincia profissional fixadas pelo plano de carreiras. Art. 10. O padro de vencimento ou de salrio identifica a posio do trabalhador na escala de vencimentos ou de salrios da carreira, em funo do seu cargo ou emprego, classe e nvel de progresso.

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Art. 11. O edital de convocao do concurso pblico de provas ou de provas e ttulos poder prever a realizao deste em duas etapas. Art. 12. O ingresso na carreira dever ocorrer na classe inicial e no primeiro padro de vencimento ou de salrio do cargo ou emprego. 1 Para atender necessidade institucional, o edital do concurso poder prever o ingresso em classe diferente da inicial quando no houver no quadro de pessoal do rgo ou instituio servidor habilitado para o exerccio em cargo ou emprego em determinada classe. 2 O tempo de efetivo exerccio em cargo ou emprego no mesmo rgo ou instituio poder ser considerado para efeito do posicionamento do trabalhador no padro de vencimento ou de salrio do seu novo cargo ou emprego.

Art. 13. No mbito do SUS o trabalhador poder ser cedido para outro rgo ou instituio do sistema em qualquer esfera de governo, nas seguintes hipteses: I - para exercer cargo em comisso ou funo de confiana;

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II - para exercer o cargo ou emprego no qual foi investido no rgo ou instituio cedente. 1 Em qualquer hiptese, o nus de sua remunerao ser assumido pelo rgo ou instituio cessionria. 2 Caso o trabalhador opte por perceber do cedente a remunerao do cargo ou emprego no qual foi por ele investido, o rgo ou entidade cessionria efetuar o reembolso das despesas. Art. 14. Para o cedente, o perodo da cesso do trabalhador ser computado como tempo de servio para todos os efeitos legais. Pargrafo nico: As atividades desenvolvidas no rgo ou instituio cessionria devero ser consideradas para efeitos de desenvolvimento na carreira da instituio cedente Captulo 3 Do desenvolvimento na carreira

Art. 15. O desenvolvimento do trabalhador na carreira dar-se- atravs da promoo e progresso.

Art. 16. Promoo a passagem do trabalhador de uma classe para outra, no mesmo cargo ou emprego, mediante o cumprimentoDIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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de interstcio e atendimento de requisitos de formao, qualificao ou experincia profissional. Art. 17. A promoo ser conferida em poca determinada, podendo sua concretizao ser diferida para exerccio subseqente em respeito ao prescrito no art. 19 da Lei Complementar n 101, de 4 de maio de 2000. Art. 18. As licenas remuneradas e as concedidas para o exerccio de mandato eletivo ou de dirigente de entidade sindical sero consideradas como de efetivo exerccio do cargo ou emprego e no podero servir de critrio para a suspenso do pagamento de adicionais salariais permanentes ou para a no concesso da progresso ou promoo. Art. 19. As atividades de qualificao podero ser promovidas pelo prprio rgo ou instituio ou por instituio diversa, inclusive entidade sindical, desde que previamente validadas pela respectiva comisso paritria de carreira. Art. 20. Progresso a passagem do trabalhador de um padro de vencimento ou de salrio para outro, na mesma classe, por mrito, mediante resultado satisfatrioDIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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obtido em avaliao de desempenho peridica, segundo o disposto no programa de avaliao institudo e vinculado ao plano de carreiras, e por tempo de servio, mediante o cumprimento de requisito de tempo de efetivo exerccio no cargo.

Art. 21. A concesso de gratificaes ou adicionais salariais dar-se- no interesse da administrao e ser conferida ao trabalhador pelo exerccio em condies especiais nas seguintes situaes: I - dedicao exclusiva ao SUS; II - atuao na ateno bsica; III - localizao geogrfica do posto de trabalho configurando reas carentes, longnquas e de difcil acesso; IV - alto risco de atividade; V - exerccio profissional em urgncia ou emergncia1. Pargrafo nico: A critrio do dirigente do rgo ou instituio outras condies especiais podero ser objeto de gratificao ou adicional.

Art. 22. A fixao dos valores dos padres de vencimentos ou de salrios dever obedecer aos seguintes critrios:1

A gratificao por urgncia e emergncia no obteve consenso na Comisso.DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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I - a diferena percentual entre um padro de vencimento ou salrio e o seguinte ser constante em toda a tabela; II - a relao entre o primeiro e o ltimo padro de vencimento ou salrio da carreira ser fixada visando assegurar a valorizao social do trabalho e o fortalecimento das equipes; III - correspondncia mnima do menor padro de vencimento ou salrio ao valor do salrio mnimo; IV - composio do conjunto de padres de vencimentos ou de salrios, com observncia do seguinte: a) o primeiro padro das classes B, D, F, G e H dever corresponder, no mnimo, ao segundo padro das classes imediatamente anteriores; b) o primeiro padro das classes C e E dever corresponder, no mnimo, ao terceiro padro das classes imediatamente anteriores. Redao do art. 22o para 2 CARGOS: Art. 22. A fixao dos valores dos padres de vencimentos ou de salrios dever obedecer aos seguintes critrios: I - a diferena percentual entre um padro de vencimento ou salrio e o seguinte ser constante em toda a tabela;DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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II - a relao entre o primeiro e o ltimo padro de vencimento ou salrio da carreira ser fixada visando assegurar a valorizao social do trabalho e o fortalecimento das equipes; III - correspondncia mnima do menor padro de vencimento ou salrio ao valor do salrio mnimo; IV - composio do conjunto de padres de vencimentos ou de salrios, com observncia do seguinte: a) o primeiro padro das classes B, C, D, F, G e H dever corresponder, no mnimo, ao segundo padro das classes imediatamente anteriores; b) o primeiro padro da classe E dever corresponder, no mnimo, ao terceiro padro da classe imediatamente anterior.

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Captulo IV Do Plano de Desenvolvimento de Pessoal

Art. 23. No mbito dos planos de carreiras sero inseridos Planos Institucionais de Desenvolvimento de Pessoal, contendo: I - Programa Institucional de Qualificao; II - Programa Institucional de Avaliao de Desempenho. Pargrafo nico. O Plano Institucional de Desenvolvimento de Pessoal dever ser constitudo como um conjunto gerencial articulado e vinculado ao planejamento das aes institucionais. Art. 24. O financiamento do Plano de Desenvolvimento de Pessoal dever ser pactuado entre os entes federados e correr conta de dotao oramentria especfica, correspondente a percentual incidente sobre o valor bruto mensal da folha de pagamento de pessoal. Art. 25. O Plano Institucional de Desenvolvimento de Pessoal dever garantir: I - as condies institucionais para uma qualificao e avaliao que propiciem a realizao profissionalDIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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e o pleno desenvolvimento das potencialidades dos trabalhadores do SUS; II - a qualificao dos trabalhadores para o implemento do desenvolvimento organizacional do rgo ou instituio e de sua correspondente funo social; III - a criao de mecanismos que estimulem o crescimento funcional e favoream a motivao dos trabalhadores.

Art. 26. O Programa Institucional de Qualificao conter os instrumentos necessrios a consecuo dos seguintes objetivos: I - a conscientizao do trabalhador, visando sua atuao no mbito da funo social do SUS e o exerccio pleno de sua cidadania, para propiciar ao usurio um servio de qualidade; II - o desenvolvimento integral do cidado trabalhador.

Art. 27. O rgo ou instituio poder autorizar o afastamento total ou parcial, com ou sem nus para a instituio do trabalhador que deseje se matricular em curso de educao bsica, graduao, ps-graduao, especializao ou extenso, no Pas ou no exterior.DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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1 Caso o afastamento seja deferido como licena remunerada, alm da percepo integral de sua remunerao, o trabalhador preservar todos os seus direitos. 2 Na hiptese do pargrafo anterior, ao retornar, o trabalhador ficar obrigado a manter sua relao de trabalho e o exerccio de seu cargo ou emprego ao menos por um perodo igual ao do afastamento que lhe foi concedido.

Art. 28. O Programa Institucional de Avaliao de Desempenho dever constituir-se em um processo pedaggico e participativo, abrangendo, de forma integrada, a avaliao: I - das atividades dos trabalhadores; II - das atividades dos coletivos de trabalho; III - das atividades do rgo ou instituio.

Art. 29. O processo de avaliao de desempenho dever gerar elementos que subsidiem a avaliao sistemtica da poltica de pessoal e a formulao ou adequao do planejamento das aes institucionais, visando o cumprimento da funo social do SUS.

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Art. 30. Os instrumentos utilizados para avaliar o desempenho devero ser estruturados com objetividade, preciso, validade, legitimidade, publicidade e adequao aos objetivos, mtodos e resultados definidos no plano de carreiras.

Captulo V Do Enquadramento Art. 31. Os cargos ou empregos preexistentes, ocupados e vagos, sero transpostos para o plano de carreiras em conformidade com o que segue: I - os cargos ou empregos com exigncia de escolaridade at o nvel de ensino fundamental completo, em cargos ou empregos de Auxiliar em Sade; II - os cargos ou empregos com exigncia de escolaridade de ensino mdio completo, em cargos ou empregos de Assistente Tcnico em Sade; III - os cargos ou empregos com exigncia de escolaridade de ensino superior completo, em cargos ou empregos de Especialista em Sade. Pargrafo nico. A transposio dos aposentados e pensionistas dever ser realizada considerando-se o cargo ou emprego que o trabalhador exercia antes da concesso de sua aposentadoria.DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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Redao do art. 31o para 2 CARGOS: Art. 31. Os cargos ou empregos preexistentes, ocupados e vagos, sero transpostos para o plano de carreiras em conformidade com o que segue: I - os cargos ou empregos com exigncia de escolaridade de educao bsica completa ou incompleta, em cargos ou empregos de Assistente em Sade; II - os cargos ou empregos com exigncia de escolaridade de ensino superior completo, em cargos ou empregos de Especialista em Sade. Pargrafo nico. A transposio dos aposentados e pensionistas dever ser realizada considerando-se o cargo ou emprego que o trabalhador exercia antes da concesso de sua aposentadoria.

Art. 32. Os trabalhadores podero optar pelo no ingresso na carreira resultante destas Diretrizes at o ltimo dia do prazo destinado ao processo de enquadramento. Pargrafo nico. O trabalhador no optante poder a qualquer tempo, optar pelo ingresso na carreira, sendo que, os efeitos financeiros decorrentes do enquadramento se daro a partir da data da opo.

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Art. 33. O cargo ou emprego do trabalhador que optar pelo seu no enquadramento no plano de carreiras, quando vago, ser automaticamente transposto.

Art. 34. A lei que instituir o plano de carreiras dever trazer em anexo tabela que indique a correlao entre os cargos ou empregos preexistentes e os novos, bem como os critrios para posicionamento dos trabalhadores nas classes e padres de vencimento.

Art. 35. O trabalhador ter o prazo de 120 (cento e vinte) dias, contado da data da publicao do ato, para recorrer da deciso que promoveu o seu enquadramento. Captulo VI Disposies Finais Art. 36. Fica assegurada aos gestores a possibilidade de incluso dos trabalhadores do SUS no plano de carreiras que for institudo para o conjunto de seus trabalhadores, desde que observadas as diretrizes estabelecidas nesta Lei.

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Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

Art. 38. Fica revogado o inciso IV do art. 4 da Lei n 8.142, de 28 de dezembro de 1990.

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TEXTO DE APOIO

A proposta de Diretrizes do PCCS-SUS um documento referencial, com o objetivo de traduzir toda a riqueza de alternativas produzidas nos trabalhos da Comisso. O texto de apoio, que ora apresentamos, oferece elementos que facilitam a compreenso da proposta. Em contraposio linguagem tcnica das Diretrizes, comenta pontos importantes para a compreenso do documento. A idia foi resgatar as expectativas e pressupostos que orientaram as Diretrizes para a estruturao das carreiras no mbito do SUS. Ao comentar os princpios que fundamentam a proposta, o texto ressalta a idia de que as Diretrizes foram concebidas como um instrumento de gesto e como uma forma de valorizar o trabalhador. Em seguida, para facilitar o entendimento da estrutura das carreiras, apresenta exemplos de matrizes salariais que permitem a visualizao dos cargos, classes e padres de vencimentos. As matrizes permitem, ainda, perceber o desenvolvimento do trabalhador no caso de progresso (por mrito e tempo de servio) ou de promoo (por formao, qualificao ou experincia profissional). O texto lembra, ainda que: 1) o nico critrio claro e transparente para o ingresso no servio pblico o concurso pblico, alm de indicar as condies para sua realizao; 2) no rol das situaes especiais apontadas para a concesso das

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gratificaes ou adicionais salariais, o gestor goza de ampla liberdade para incluir aquelas que lhes so peculiares. O Plano de Desenvolvimento de Pessoal, e os Programas que o compem, tm o objetivo de compatibilizar expectativas de desenvolvimento profissional e de desempenho organizacional. Neste sentido, o texto ressalta que o Plano incentiva a construo de uma cultura prpria para os trabalhadores do SUS e consolidao de uma identidade profissional. Por ltimo, o texto ressalta os critrios para a transposio dos cargos e as regras para o enquadramento dos trabalhadores, inclusive dos aposentados.

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1. PRINCPIOS E CONCEITOS

Foram arrolados os princpios essenciais para a caracterizao das carreiras, entre os quais destacamos: o da equivalncia dos cargos e empregos em todo o Sistema como um dos elementos que identificaro as carreiras dos trabalhadores do SUS, facilitando o estabelecimento de polticas de qualificao, a gesto das carreiras e a mobilidade do trabalhador entre as diferentes esferas de governo. O da flexibilidade, dado que as Diretrizes permitem a elaborao de mltiplas alternativas de planos de carreiras e suas atualizaes peridicas, em resposta natureza dinmica da ateno em sade. O da gesto partilhada das carreiras, como forma de estimular uma maior democratizao das relaes de trabalho e o compromisso solidrio de trabalhadores e gestores com a qualidade dos servios. E o da carreira como instrumento de gesto, com o sistema de desenvolvimento de pessoal integrado ao planejamento institucional e a educao permanente, que tem como pressuposto a aprendizagem significativa, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das instituies a partir da problematizao das prticas em sade. Entre os conceitos, o de trabalhadores do SUS foi trazido para delimitar a abrangncia das Diretrizes, isto , para indicar o universo de trabalhadores contemplado pela proposta.

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2. ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO

O artigo 2 define que as Diretrizes so propostas para orientar a elaborao de planos de carreiras com estruturas e formas de desenvolvimento semelhantes... o que explicita o intento de, ao mesmo tempo, dar uniformidade s carreiras naquilo que for essencial ao Sistema nico de Sade e dar amplas alternativas para a construo de planos que respondam s peculiaridades de cada rgo ou instituio integrante do SUS. A partir desta premissa, as Diretrizes fixam que a estrutura conter cargos, classes e padres de vencimento. Foram apresentadas duas propostas: uma com 3 e outra com 2 cargos. Estas propostas sero levadas ao entendimento na Mesa Nacional de Negociao Permanente do SUS. Tanto a proposta de 3 como a de 2 cargos, de acordo com o inciso II do artigo 3, devero ser equivalentes em todas as esferas de governo. A flexibilidade se dar nos demais elementos da estrutura da carreira. Assim, cada rgo ou instituio definir a estrutura e, vinculado a ela, um sistema de desenvolvimento que melhor responda s suas necessidades e possibilidades. Entre os diferentes rgos ou instituies, os planos de carreiras concebidos a partir destas Diretrizes podero adotar: alternativas diferentes para definir classes ou subdividi-las, para expressar e estimular estgios especficos de qualificao dos trabalhadores; o nmero de padres de vencimento ou salrio na tabela geral e por classe; o percentual constante entre os padres deDIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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vencimento ou salrios; e, a organizao do conjunto de classes com maior ou menor correspondncia entre os seus respectivos padres. A partir do fixado no Captulo II, que trata da organizao das carreiras, mltiplas alternativas de estrutura podem ser adotadas em cada plano de carreiras. Para facilitar a compreenso, a seguir so descritos dois exemplos de estrutura e hipteses de desenvolvimento a elas vinculadas. 2.1 Exemplo 1 Para a proposta de 3 cargos (Auxiliar em Sade, Assistente Tcnico em Sade e Especialista em Sade, conforme fixado nas Diretrizes): Elementos estruturais passveis de adequao em cada plano de carreiras: Classes: 8, sendo duas nos cargos de Auxiliar, duas no de Assistente e quatro no de Especialista. Nmero de padres na tabela do Plano de Carreiras: 25 padres Diferena constante entre os padres de vencimentos (inciso I, do artigo 22): 5% Nmero de padres por classe: 16 padres Diferena, em padres, entre as classes de um mesmo cargo ou emprego: um padro Diferena, em padres, entre a classe final de um cargo ou emprego e a classe inicial do cargo ou emprego de hierarquia subseqente: dois padres

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O Quadro 1 apresenta a matriz salarial correspondente a esta proposta. Quadro 1

Para a proposta de dois cargos (Assistente em Sade e Especialista em Sade), conforme fixado nas Diretrizes, observaDIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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se as seguintes mudanas: i) Classes: oito, sendo quatro em cada cargo e, ii) Diferena, em padres, entre a classe final de um cargo ou emprego e a classe inicial do cargo ou emprego de hierarquia subseqente: trs padres. O Quadro 2 apresenta a matriz salarial correspondente a esta proposta. Quadro 2

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As diferentes estruturas adotadas iro requerer diferentes sistemas de desenvolvimento para atender a prescrio contida no pargrafo nico do artigo 7, que garante ao trabalhador, considerando o tempo exigido para a sua aposentadoria, a possibilidade de alcanar, nesse tempo, o ltimo padro da classe do seu cargo ou emprego. Como a mudana do trabalhador de um padro para outro se dar por progresso nas modalidades de mrito e tempo de servio (art. 20), o atendimento da referida prescrio (pargrafo nico do art. 7o), em cada carreira, se dar pela adequao dos interstcios para progresses por mrito e tempo de servio. Neste exemplo, duas hipteses de interstcios so cogitadas: Hiptese 1: progresso por mrito a cada trs anos e progresso por tempo de servio, a cada quatro anos. Com estes interstcios, o trabalhador que tiver desempenho satisfatrio em todas as avaliaes alcanar o ltimo padro da classe a que pertencer aos 27 anos de servio. Hiptese 2: progresso por mrito de dois em dois anos, mantidas as demais condies cogitadas na hiptese anterior. Neste caso, o trabalhador alcanar o ltimo padro aos 20 anos de servio. Uma segunda implicao da prescrio contida no pargrafo nico do art. 7o que, ao ser promovido, o servidor deve manter, na nova classe, o mesmo padro que ocupava na classe de origem. Exemplificando: se o servidor estiver ocupando o padro nove na classe de origem, este dever ocupar o padro nove na classe de destino.

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Neste caso, a relao entre o teto e o piso de 3,23, ou seja, o valor do teto 3,23 vezes o valor do piso. Contudo, em cada plano de carreira dever ser pactuada, entre trabalhadores e gestores, a relao entre o teto e o piso que cumpra o estabelecido no pargrafo nico do art. 7o. O inciso II do artigo 22 tambm prescreve que a relao entre o piso e o teto da tabela de vencimentos ou salrios de cada plano de carreiras deve assegurar a valorizao social do trabalho e o fortalecimento das equipes. 2.2 Exemplo 2 Para a proposta de trs cargos (Auxiliar em Sade, Assistente Tcnico em Sade e Especialista em Sade, conforme fixado nas Diretrizes): Elementos estruturais passveis de adequao em cada plano de carreiras: Classes: oito, sendo duas nos cargos de Auxiliar, duas no de Assistente e quatro no de Especialista. Nmero de padres na tabela do Plano de Carreiras: 35 padres Diferena constante entre padres de vencimentos (inciso I, do art. 22): 4% Nmero de padres por classe: 19 padres Diferena, em padres, entre classes de um mesmo cargo ou emprego: dois padres Diferena, em padres, entre a classe final de um cargo ou emprego e a classe inicial do cargo ou emprego de hierarquia subseqente: trs padres.DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE P LANOS DE CARREIRAS, NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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O Quadro 3 apresenta a matriz salarial correspondente a esta proposta. Quadro 3

Para a proposta de dois cargos: Assistente em Sade e Especialista em Sade, conforme fixado nas Diretrizes, observase as seguintes mudanas: i) Classes: oito, sendo quatro em cadaDIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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cargo; e, ii) Diferena, em padres, entre a classe final de um cargo ou emprego e a classe inicial do cargo ou emprego de hierarquia subseqente: quatro padres. O Quadro 4 apresenta a matriz salarial correspondente a esta proposta. Quadro 4

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Neste exemplo, mantida a prescrio contida no pargrafo nico do art. 7o, se pode cogitar as seguintes hipteses ilustrativas para a mudana de padro de vencimento: Hiptese 1 - progresso por mrito a cada dois anos e a progresso por tempo de servio, a cada quatro anos. Com estes interstcios, o trabalhador que tiver desempenho satisfatrio em todas as avaliaes alcanar o ltimo padro da classe a que pertencer aos 24 anos de servio. Hiptese 2 - progresso por mrito de dois em dois anos e progresso por tempo de servio a cada cinco anos. Neste caso, o trabalhador alcanar o ltimo padro aos 26 anos de servio e a relao entre o teto e o piso 3,79, ou seja, o valor do teto 3,79 vezes o valor do piso.

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3. CONCURSO EM DUAS ETAPAS

O Concurso Pblico, de que trata o artigo 11, se assim for definido, poder compreender: I - a primeira etapa, de provas ou de provas e ttulos, com carter eliminatrio e seletivo para a segunda etapa; e II - a segunda etapa, que ter carter formativo, seletivo e eliminatrio

4. GRATIFICAES E ADICIONAIS

As gratificaes e adicionais salariais, de que trata o artigo 21, foram cogitados como percentuais sobre o vencimento ou salrio bsico. Cada plano de carreiras poder instituir outros adicionais que respondam s necessidades especiais da instituio.

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5. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL

As Diretrizes indicam a necessidade de se conceber carreiras fortemente baseadas no desempenho e na qualificao, em conexo com o planejamento institucional (artigo 23). Um dos objetivos centrais dos Planos o de propiciar condies para a construo de uma cultura prpria dos trabalhadores do SUS, a um s tempo, comprometida em realizar direitos de cidadania e estruturante de suas identidades profissionais. A qualificao e a avaliao devem ser processos que estimulem nos trabalhadores a assuno da condio de sujeitos do pensar e do fazer em sade. Nosso entendimento de que sem a implantao desses instrumentos estaro comprometidos os efeitos benficos das carreiras para os trabalhadores e para a qualificao dos servios de sade. Assim, foi proposto, no artigo 24, uma forma de garantir recursos regulares para a implementao dos planos.

6. ENQUADRAMENTO

O enquadramento dos atuais trabalhadores nos Planos de Carreiras que resultarem das Diretrizes (art. 31) dever considerar a formao para a transposio, inclusive para os aposentados, em relao aos quais deve-se observar o cargo exercido na poca do benefcio. Este captulo ressalta tambm que o trabalhador poder optar em qualquer tempo pelo seu enquadramento.DIRETRIZES N ACIONAISPARA A INSTITUIO DE PLANOS DE CARREIRAS , NO MBITO DO SISTEMA NICO DE SADE

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