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FACULDADE ANHANGUERA DE SANTA BÁRBARA D’ OESTE
ESTUDO DE CASO: HIPERTENSÃO GESTACIONAL
JUNE PIGNATTI RICCA
Santa Bárbara d’ Oeste– SP 2011
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1. INTRODUÇÃO
Durante o estágio em Saúde Comunitária, na unidade do Centro de Saúde II,
na cidade de Santa Bárbara d’ Oeste, supervisionado pela Profª Thais Helena Piai
Moraes, realizei vários procedimentos, entre eles o exame físico e o processo de
enfermagem de gestante considerada de risco.
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2. ESTUDO DE CASO
Cliente V.A.C., 28 anos, cor negra, casada, primigesta, 7 meses de gestação
(32 semanas em 16/02/2011), do lar, residente em Santa Bárbara d’ Oeste. Nega
tabagismo e etilismo. Relata que pai é alcoolótra e relação entre pai e filha deixa a
desejar. Demonstra satisfação com o esposo devido ao bom relacionamento. Ao
relatar sua história apresentou-se chorosa.
Durante gestação mantém hábitos alimentares saúdaveis com frutas, legumes
e quantidade proporcional de ingestão de líquidos, nega sedentarismo, faz
caminhadas de trajeto curto. Procurou a unidade básica de saúde em 22/12/2010
por estar suspeitando estar gravida e nunca ter feito coleta para exame de Citologia
Oncótica. Relata que tem hipertensão e obesidade gestacional. Nega uso de
medicações para a hipertensão.
Em primeira consulta foi diagnosticado gestação, hipertensão gestacional e
obesidade caracterizando uma gestação de risco, sendo necessário
acompanhamento médico.
No dia 16/02/2011 ao retorno médico, passou por consulta de enfermagem,
relatando estar sentindo dor nas costa e no baixo ventre. Ao exame físico: Pressão
Arterial 130x100 mmHg; Pulso 85 bpm, filiforme e regular; Temperatura axilar de
36.2°C; Eupneica; Peso de 120,00 kg., altura 1,65 m .; IMC de 44,3, obesa;
Deambulando, com dificuldade (+/4+) devido a gestação e sobrepeso; Pele e
mucosas integras e hidratada; Couro cabeludo integro e limpo; Face limpa; Pupilas
isocóricas e fotorreagentes; Ausculta cardiáca 2 BRNF, sem sopro; TEC < 3
segundos; Ausculta pulmonar MV presentes; Mamas simétricas, com presença de
estrias; Abdome gravidico, com presença de estrias, indolor a palpação, medidas da
cintura 131 cm e quadril 129 cm; AU (altura uterina) 44 cm; Apresenta edema em
MMII; Diurese e evacuação espontânea; Relata ter o sono prejudicado no periodo
noturno e dormir durante o dia; Higiene oral e corporal adequadas.
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3. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
1. Nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais
relacionado a ingestão excessiva em relação às necessidades metabólicas
caracterizado por peso 20% acima do ideal para altura e compleição.
2. Volume de líquidos excessivo relacionado a mecanismos reguladores
comprometidos, caracterizado por edema.
3. Processos familiares disfuncionais relacionado a abuso de álcool, história
familiar de alcoolismo caracteizado por problemas familiares crônicos, e baixa
percepção de apoio paterno.
4. Fadiga relacionado a gravidez e condição física debilitada, caracterizado
por cansaço e aumento das necessidades de repouso.
5. Disposição para conhecimento aumentado caracterizado por expressar
interesse em aprender.
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4. RESULTADOS ESPERADOS
1.1 Apresentar diminuição do peso.
1.2 Manter manutenção do peso.
2.1 Apresentar redução de edema.
3.1 Relatar melhora de relacionamento familiar
4.1 Melhora da fadiga ao realizar atividades físicas.
5.1 Compreender o que é hipertensão gestacional.
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5. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
1.1 Controlar o peso 1 vez por semana, sempre no mesmo horário e dia, se
possível.
1.2 Observar o aumento repentino de peso, edema e elevação da pressão
sanguinea.
1.3 Observar sinais de edema.
1.4 Monitorar pressão arterial todos os dias, no mesmo horário.
2.1 Avaliar a ingesta de liquidos em 24 horas e a eliminação urinária.
2.2 Orientar a importância da avaliação da ingesta e eliminação de líquidos.
3.1 Encaminhar para terapia.
3.2 Orientar a impôrtancia do tratamento.
4.1 Orientar sobre a importância de realizar atividades físicas leves.
4.2 Orientar a fazer pequenas pausas durante o dia para repouso de 30
minutos.
5.1Discutir as implicações da DHEG para a mãe e o feto. Explicar a
importância das medidas terapêuticas.
5.2 Investigar sinais de trabalho de parto.
5.3 Orientar a importância do controle da PA.
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6. IMPLEMENTAÇÃO DE ENFERMAGEM
Para o levantamento de dados foi realizado a consulta de Enfermagem,
entrevista e exame físico.
Durante a entrevista a cliente contou a história de sua vida, conforme sua
vontade, não ficando constrangida.
Para o exame físico foi utilizado o “Instrumento para Coleta de Dados (GO)”,
fornecido pela Faculdade, como roteiro.
Com essas duas metodologias foi possível avaliar a cliente e pesquisar sobre
a patologia.
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7. AVALIAÇÃO
Foi observado que a mesma foi orientada sobre sua patologia devido a
gestação e que seguia o tratamente de acordo com o solicitado pelo médico
responsável. A cliente compreendeu a importância da diminuição de ingesta de
sódio, ingestão maior de líquidos, realização de atividades físicas e
acompanhamento médico no Centro de Saúde II de Santa Bárbara que é referência
para tramentos de gestantes caracterizadas de risco.
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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Enfermeiro necessita realizar o SAE e não somente o processo de
enfermagem, para melhorar a qualidade de atendimento ao paciente, pois somente
assim os cuidados se intensificam e não somente as prescrições médicas que se
restringem basicamente a medicações.
Analisando o histórico do paciente e exame físico consegui identificar os
diagnósticos de enfermagem utilizando o livro “Diagnósticos de Enfermagem da
Nanda” podendo assim ser realizado as devidas prescrições de enfermagem,
identificando a necessidade da Sistematização da Assistencia de Enfermagem.
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9. ANEXOS
9.1 Hipertensão Induzida pela Gravidez
É uma sindrome que se desenvolve durante a gestação, para ser
diagnosticada a hipertensão induzida pela gravidez é estabelecido que quando a
pressão arterial sistólica é maior que 30 mmHg e a diastólica maior que 15 mmHg
estão acima dos valores da pressão arterial referencial de cada paciente. Não ocorre
a proteinúria e nem edema (CARRERA, Gabriela et al, cap 7, p. 155 e 156).
A Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG) é o distúrbio
hipertensivo mais comum na gestação, é classificada em pré-eclâmpsia e eclâmpsia
(BURROUGHS, Arlene, cap. 21, p. 327).
A pré-eclâmpsia é um distúrbio progressivo que ocorre apenas na gestação, é
caracterizada por hipertensão, proteinúria ou edema generalizado após a 20º
semana de gestação. Já a eclâmpsia caracteriza-se pelos mesmos sintomas
apresentado convulsão, é definida como a forma mais severa da DHEG
(BURROUGHS, Arlene, cap. 21, p. 327).
A maior parte dos casos de pré-eclâmpsia geralmente termina com o parto,
mas podem persistir por 24 a 48 horas após o mesmo. Caso a hipertesão ocorrá
antes da 20º semana de gestação, é provável que seja hipertensão pré-existente ou
hipertensão crônica (BURROUGHS, Arlene, cap. 21, p. 327).
Segundo, BURROUGHS Arlene, as causas da DHEG são desconhecidas,
alguns fatores de risco associados são:
• Idades extremas: menores de 18 anos e maiores de 35 anos;
• Desnutrição;
• Primiparidade;
• História familiar de hipertensão, pré eclâmpsia ou eclâmpsia;
• Hipertensão crônica;
• Diabetes Mellitus;
• Gestação múltipla;
• Incompatibilidade RH;
• Obesidade;
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Durante uma gestação sem ocorrências, a pressão sanguinea permanece
normal e não há proteinúria na urina. A maior parte das gestantes apresentam
edema nas extremidades inferiores, devido à pressão do útero na veia cava inferior e
ao relaxamento da musculatura lisa dos vasos sanguineos (BURROUGHS, Arlene,
cap. 21, p. 327).
Os distúrbios hipertensivos da gestação variam de acordo com a gravidade,
se ocorrer edema de face e das mãos é um sinal de alerta, também é observado o
ganho de peso de mais que 900gr por semana. A avaliação de enfermagem é de
extrema importância, pois é através da entrevista e exame físico que se consegue
informações da gestante, sobre como ela se sente e suas preocupações, podendo
assim ser diagnosticada a patologia (BURROUGHS, Arlene, cap. 21, p. 327 e 328).
A DHEG pode ser assintomática, podendo apresentar pequeno, pouco ou
nenhum edema periférico. Algumas gestantes apresentam cefaléia frontal,
perturbação visual, náuseas, vômitos, oligúria e dor epigástrica (BURROUGHS,
Arlene, cap. 21, p. 328).
9.2 Alterações Fisiológicas
A primeita alteração da DHEG é a vasoconstrição arterial periférica e o
espasmos dos vasos, levando a alterações em diversas funções orgânicas
maternas. O espasm das arteríolas leva ao aumento do nível de pressão sanguinea,
e a diminuição do fluxo sanguineo ao útero e placenta (BURROUGHS, Arlene, cap.
21, p. 329).
Nos rins também ocorrem alterações como a diminuição do fluxo sanguineo
renal e redução na velocidade de filtração glomerular e a proteínuria BURROUGHS,
Arlene, cap. 21, p. 329).
No sistema nervoso central podem ocorrer o edema cerebral, provocando
cefaléia e distúrbios da visão. Com o agravamento do problema desenvolve-se a
hiperatividade do reflexo patelar BURROUGHS, Arlene, cap. 21, p. 329).
Nas funções hepáticas ocorre o aumento do fígado e de tensão na cápsula
hepática. Essas alterações são responsáveis pela dor epigástrica, podendo preceder
à eclâmpsia BURROUGHS, Arlene, cap. 21, p. 329).
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9.3 Complicações
Maternas: hemorragia cerebral, cegueira cortical, insuficiência renal,
encefalopatia hipertensiva, ruptura hepática, edema agudo de pulmão, coagulopatia
intravascular disseminada, psicose, infecção, síndrome da angústia respiratória do
adulto, infarto, dissecção aguda da aorta, deslocamento prematuro da placenta,
óbito materno (CARRERA, Gabriela et al, cap 7, p. 156 e 157).
Feto: abortamento, prematuridade, retardo de crescimento intra-uterino,
sofrimento fetal agudo e crônico, óbito fetal (CARRERA, Gabriela et al, cap 7, p. 156
e 157).
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10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURROUGHS, Arlene. Uma introdução à enfermagem materna, 6º edição, Chicago. Editora Artes Médicas. Cap. 21, p.327 a 332. CARRERA, Gabriela et al. Manual de Enfermagem, Enfermagem Materno-Infantil. Brasil. Editora Vergara Brasil LTDA. Cap. 7, p. 155 a 158. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2009-2011/ NANDA International; Tradução Regina Machado Garcez – Porto Algre: Artmed, 2010. Sites Utilizados: ANGONESI Janaina e POLATO Angelita. Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG), incidência à evolução para a Síndrome de HELLP. Texto contexto – enferm.[online]. 2007, p. 243. Disponível em: http://www.sbac.org.br/pt/pdfs/rbac/rbac_39_04/rbac_39_04_01.pdf. Acesso em 18/05/2011.
GUEDES Charlene, DAMIANI Danile e RATTO B Paloma. DHEG – Pré-Eclâmpsia e Eclâmpsia. Disponível em: http://www.sistemanervoso.com/pagina.php?secao=8&materia_id=525&materiaver=1. Acesso em 19/05/2011. DISCIPLINA DE PATOLOGIA OBSTÉTRICA E TOCURGIA. Setor de Hipertensão Arterial e Nefropatias na Gestação. Departamento de Obstetrícia. Disponível em: http://www.hipertensaonagravidez.unifesp.br/perg_ecla.htm. Acesso em 22/05/2011.