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II
DIREITOS DE AUTOR E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DO TRABALHO POR TERCEIROS
Este é um trabalho académico que pode ser utilizado por terceiros desde que respeitadas as
regras e boas práticas internacionalmente aceites, no que concerne aos direitos de autor e
direitos conexos.
Assim, o presente trabalho pode ser utilizado nos termos previstos na licença abaixo indicada.
Caso o utilizador necessite de permissão para poder fazer um uso do trabalho em condições não
previstas no licenciamento indicado, deverá contactar o autor, através do RepositóriUM da
Universidade do Minho.
Licença concedida aos utilizadores deste trabalho
Atribuição
CC BY
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
III
AGRADECIMENTOS
Pelo apoio prestado durante esta importante fase do meu percurso académico agradeço:
À professora Doutora Maria dos Anjos Flor Dias pela disponibilidade e orientação
fundamental para a concretização deste projeto e ainda todos os momentos de partilha reflexiva
importantes para o meu crescimento como futura profissional;
À educadora Gonçalves (supervisora cooperante valência de jardim de infância) e à
educadora Mendes (supervisora cooperante valência de creche) por todo o apoio na
implementação do projeto e por todos os conhecimentos que me transmitiram mostrando-me
sempre o melhor lado desta bela profissão que é ser educador de infância;
Às crianças pela forma calorosa como todos os dias me receberam, pela alegria e
curiosidade que demonstravam, motivando-me a querer trabalhar mais e melhor;
À instituição cooperante e todos os seus colaboradores por me acolherem tão bem
desde o primeiro dia, tornando o processo de integração mais fácil;
À minha mãe, por ser a melhor mãe do mundo.
IV
DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE
Declaro ter atuado com integridade na elaboração do presente trabalho académico e confirmo
que não recorri à prática de plágio nem a qualquer forma de utilização indevida ou falsificação
de informações ou resultados em nenhuma das etapas conducente à sua elaboração.
Mais declaro que conheço e que respeitei o Código de Conduta Ética da Universidade do Minho.
V
MENINOS DO MUNDO: Contributos da Educação de Infância para uma Educação Multicultural
RESUMO
O presente relatório, intitulado “MENINOS DO MUNDO: Contributos da Educação de
Infância para uma Educação Multicultural” foi elaborado com base na experiência do estágio
curricular integrado no Mestrado em Educação Pré-Escolar.
A creche e o pré-escolar devem afirmar-se cada vez mais como espaços de interação
entre as crianças e onde o educador é responsável por propor experiências e intervenções
intencionais com objetivos específicos adequados às diferentes caraterísticas das crianças de
determinado grupo. Estas intervenções irão dar lugar a uma construção e organização
progressiva dos conhecimentos das crianças moldando as suas interações futuras com base em
experiências passadas. Neste sentido, a construção e desenvolvimento de um projeto de
intervenção sólido pode tornar-se uma aprendizagem da tolerância para as crianças e uma mais-
valia para o educador, na medida em que este poderá promover a reflexão sobre questões e/ou
interesses que vão surgindo.
Este projeto foi desenvolvido tendo por base a investigação qualitativa de tipo
investigação-ação, permitindo levantar questões sobre a prática educativa realizada, procurando
refletir e melhorar a qualidade enquanto profissional de educação, encontrando respostas para
os diversos desafios e problemas educativos que surgiram ao longo o seu percurso.
A elaboração deste relatório procura: compreender o desenvolvimento de algumas
competências num grupo de crianças em idade pré-escolar, tendo por base a temática da
Educação Multicultural; e, avaliar as potencialidades do projeto tendo em conta as diversas
analises e reflexões sobre a prática desenvolvida.
O tema da Educação Multicultural está muito presente nas OCEPE’S, documento oficial
do Ministério da Educação, onde podemos encontrar diversas referências em todas as áreas e
domínios. Assim, as propostas de intervenções apresentadas, para além de uma dimensão
lúdica pretendem ter em conta as necessidades individuais e coletivas das crianças, procurando
promover o seu desenvolvimento global, explorando todas as áreas de conteúdo.
Entre outros, os principais objetivos da implementação deste projeto são: Respeitar a
diferença e tirar proveito da diversidade como meio de enriquecimento do ambiente educativo e
do processo de aprendizagem; Alargar as referências culturais das crianças através do contacto
com diferentes recursos e formas de cultura.
PALAVRAS-CHAVES: Educação de Infância; Educação Multicultural; Formação Pessoal e Social.
VI
CHILDREN OF THE WORLD: Pre-School Education Contributes for a Multicultural Education
ABSTRACT
The present report entitled “CHILDREN OF THE WORLD: Pre-School Education
Contributes for a Multicultural Education” was elaborated with reference to the experience of a
curricular internship integrated in the Masters in Pre-School Education.
The kindergarten and pre-school must affirm themselves as spaces of interaction
between the children and where the professor is responsible for proposing experiences and
intentional interventions with specific goals fitted to the different characteristics of the children of
certain group. These interventions will lead to a progressive construction and organization of the
knowledge acquired by children, shaping their future interactions with reference to that past
experiences. This way, the construction and development of a solid intervention project may turn
itself on an apprenticeship of tolerance for children and a more value for the professor, in a way
that the professor might promote a reflexion about questions and/or interests that may come up.
This project was developed with reference to a qualitative research of a research-action
type, allowing to raise questions about the educational practice that was realized, seeking to
speculate and improve the quality as an education professional, finding answers for the different
educational challenges and problems that appeared along its course.
The writing of this report seeks to: comprehend the development of some skills in a
group of pre-school aged children, with reference to the Multicultural Education theme; and, to
evaluate the potentialities of the project minding the different analysis and speculations about the
developed practice.
Multicultural Education theme is very present on the OCEPE’S, Education Ministry official
document, where we can find various references on all areas and domains. Hence, the presented
proposals of intervention, besides of a ludic dimension they pretend to consider the individual
and collective necessities of the children, trying to promote their global development and
exploring all the content areas.
Among others, the main goals of implementing this project are: respect the differences
and take benefit from the diversity as a mean of enrichment of the educational environment and
the learning process; to broaden the cultural references of the children through the contact with
different resources and ways of culture.
KEYWORDS: Pre-school Education; Multicultural Education; Social and Personal Formation.
VII
ÍNDICE
RESUMO ................................................................................................................................... V
ABSTRACT................................................................................................................................ VI
ÍNDICE .................................................................................................................................... VII
ÍNDICE DE TABELAS................................................................................................................. IX
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES ..........................................................................................................X
SIGLAS E ABREVIATURA .......................................................................................................... XII
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................1
CAPÍTULO I - CARATERIZAÇÃO DO CONTEXTO ..........................................................................2
1.1. Caraterização da Instituição ....................................................................................2
1.2. Caraterização do Espaço Físico ...............................................................................3
1.3. Recursos Humanos da Instituição ...........................................................................4
1.4. Organização da Sala ...............................................................................................4
1.5. Caraterização do Grupo de Crianças .......................................................................4
CAPÍTULO II _ENQUADRAMENTO TEÓRICO ...............................................................................7
2.1. Educação Multicultural: Fundamentos e Objetivos ...................................................7
2.2. Educação Multicultural e Educação de Infância .......................................................9
CAPÍTULO III- ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO E PROJETO DE INTERVENÇÃO ................ 16
3.1. Opções Metodológicas: A Investigação-Ação ................................................................. 16
3.2. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados ............................................................ 18
3.2.1. Observação ..................................................................................................... 18
3.2.2. Notas de Campo .............................................................................................. 19
3.2.3. Fotografia ........................................................................................................ 20
3.3. Projeto de Intervenção Pedagógica .............................................................................. 20
3.3.1. Seleção e Justificação do Tema........................................................................ 20
3.3.2. Objetivos Gerais ............................................................................................... 22
3.3.3. Objetivos Específicos........................................................................................ 22
3.3.4. Implementação do Projeto de Intervenção ........................................................ 22
3.3.5. Desenvolvimento das Intervenções ................................................................... 24
3.4. Avaliação das Aprendizagens das Crianças .................................................................. 51
3.5. Avaliação Global do Projeto ......................................................................................... 55
VIII
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 61
ANEXOS ................................................................................................................................. 66
1. Planificações ............................................................................................................... 67
2. Registo fotográfico ....................................................................................................... 86
3. Notas Campo .............................................................................................................. 93
4. Exemplos de Registos Individuais................................................................................. 97
5. Comunicados enviados às famílias ............................................................................ 100
IX
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição das Crianças por Sexo ............................................................................5
Tabela 2 - Distribuição das Crianças por Idades .........................................................................5
Tabela 3 - Ciclo da Investigação-Ação ...................................................................................... 17
Tabela 4- Planificação em Rede .............................................................................................. 24
X
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1 - Exploração da História "Meninos de Todas as Cores" ......................................... 26
Ilustração 2 - Representação das Sardinhas ............................................................................ 27
Ilustração 3 - Pintura do Adufe ................................................................................................ 27
Ilustração 4 - Desenho Representativo da Dança Folclórica ...................................................... 27
Ilustração 5 - Exploração da Coreografia “Caminho de Viseu” .................................................. 28
Ilustração 6 - Cantar o Hino de Portugal .................................................................................. 28
Ilustração 7 - Visita ao Museu de Cordofones .......................................................................... 29
Ilustração 8 - Visita ao Museu de Cordofones .......................................................................... 29
Ilustração 9 - Exploração das Principais Tradições da Escócia.................................................. 29
Ilustração 10 - Experimentando o Jogo de Golfe ...................................................................... 30
Ilustração 11 - Experimentando o Jogo de Golfe ...................................................................... 30
Ilustração 12 -Interpretação da Música "Marcha do Escocês" .................................................. 31
Ilustração 13 - Exploração da História "O Cabelo de Lelê" ....................................................... 31
Ilustração 14 - Jogo Terra-Mar................................................................................................. 32
Ilustração 15 - Jogo "Meu Querido Menino" ............................................................................ 32
Ilustração 16 - Construção de um Tambor............................................................................... 33
Ilustração 17 - Experimentam Adereços Africanos ................................................................... 33
Ilustração 18 - Descoberta de Alimentos Através do Paladar .................................................... 34
Ilustração 19 - Senhora Timorense Abre o Coco ...................................................................... 34
Ilustração 20 - Objetos Explorados de Origem Cabo Verdiana .................................................. 35
Ilustração 21 - Descoberta de Algumas Tradições Cabo-Verdianas ........................................... 35
Ilustração 22 - Registo das Alturas .......................................................................................... 36
Ilustração 23 - Organização das Alturas por Ordem Crescente ................................................. 36
Ilustração 24 - Pintura do Tambor com Café ........................................................................... 36
Ilustração 25 - Construção de Colares ..................................................................................... 36
Ilustração 26 - Pintura de Padrões em Tecido ......................................................................... 37
Ilustração 27 - Construção de Padrões em Paus Coloridos ...................................................... 37
Ilustração 28 - Exploração da Lenda "Matrioskas" ................................................................... 38
Ilustração 29 - Divisão Silábica dos Nomes Próprios ................................................................ 38
Ilustração 30 – Experiência com Cubos de Gelo ...................................................................... 39
XI
Ilustração 31 - Exploração do Cubo de Gelo ............................................................................ 39
Ilustração 32 - Pintura do Suporte da Árvore Genealógica ........................................................ 40
Ilustração 33 - Árvore Genealógica .......................................................................................... 40
Ilustração 34 - Pesagem dos Ingredientes ............................................................................... 41
Ilustração 35 - Mistura dos Ingredientes .................................................................................. 41
Ilustração 36 - Jogo Pega e Congela ........................................................................................ 41
Ilustração 37 - Jogo da Macaca ............................................................................................... 41
Ilustração 38 - Ordenação da Lenda “Saci-Perere” .................................................................. 42
Ilustração 39 - Exploração da Canção Samba-Lele com Acompanhamento da Flauta ............... 42
Ilustração 40 - Crianças Provam Abacaxi ................................................................................. 42
Ilustração 41 - Crianças Provam Maracujá .............................................................................. 42
Ilustração 42 - Atividade Fundamental ..................................................................................... 44
Ilustração 43 - Atividade de Relaxamento ................................................................................ 44
Ilustração 44 - Utilização da Técnica do Pontilhismo ................................................................ 45
Ilustração 45 - Construção das Focas ...................................................................................... 46
Ilustração 46 - Construção da Canoa....................................................................................... 46
Ilustração 47 - Montagem do Habitat em Grande Grupo .......................................................... 47
Ilustração 48 – Representação da Antártida em Três Dimensões ............................................. 47
Ilustração 49 - Construção dos Ovos para o Cenário ................................................................ 50
Ilustração 50 - Construção das Árvores para o Cenário ............................................................ 50
Ilustração 51 - Cenário da Dramatização ................................................................................. 51
Ilustração 52 - Momento da Dramatização .............................................................................. 51
XII
SIGLAS E ABREVIATURA
CATL - Centro de Atividades de Tempos Livres
CAV - Centro de Apoio à Vida
Crs. – Crianças
Educ. – Educadora
Est. – Estagiária
I-A – Investigação - Acão
IPSS - Instituição Particular de Solidariedade Social
JI – Jardim-de-Infância
NC – Nota de Campo
PE - Projeto Educativo
PI – Projeto de Intervenção
1
INTRODUÇÃO
A elaboração do presente relatório enquadra-se no âmbito da Prática do Ensino
Supervisionada do Mestrado em Educação Pré-Escolar, realizada em contexto de jardim-de-
infância.
O estágio constitui uma fase importante da formação de um futuro educador, uma vez
que ao longo desse processo se irá confrontar com a realidade educacional e com alguns dos
dilemas que atravessam a profissionalidade docente. Neste sentido, o estágio abre a
oportunidade do futuro educador colocar em prática os conhecimentos teóricos e práticos
adquiridos ao longo da formação inicial, mas sobretudo, de se posicionar de forma reflexiva
sobre as práticas desenvolvidas e a produção do seu próprio conhecimento.
Para Vasconcelos, (2011) “a educação de infância tem um papel estratégico, pois o
investimento da educação de qualidade desde os primeiros anos de vida acarreta vários fatores
positivos a curto (sucesso educativo) e longo prazo (prevenção da exclusão social)” (p.6). Por
esta razão, a qualidade da formação do educador de infância é de capital importância, uma vez
que este será o principal responsável pelas experiências educativas proporcionadas às crianças
nesta fase de vida.
O projeto, que designei de: Meninos do Mundo - Contributos da Educação de Infância
para uma Educação Multicultural, surge das reflexões conduzidas em torno de um período de
observação na sala dos 4 anos.
Uma vez que a educação multicultural é transversal às diferentes áreas de conteúdo, os
educadores conseguem explorar este tema de variadas formas, influenciando positivamente as
atitudes de tolerância à diferença numa fase em que estão a desenvolver as suas
personalidades. Desta forma será mais provável que a criança desenvolva atitudes de aceitação
da diferença, responsabilidade, autonomia, solidariedade, cooperação, interajuda, respeito pelos
outros, compreensão mutua e espirito democrático e pluralista. Miranda (2002) sustenta a ideia
de que a educação multicultural “propicia o enriquecimento cultural dos cidadãos, partindo do
reconhecimento e respeito pela diversidade, através do intercâmbio e diálogo, na participação
ativa de uma sociedade democrática baseada na igualdade, tolerância e solidariedade” (p.21).
O presente relatório está organizado em 5 partes: Introdução, Capitulo I –
Caracterização do Contexto; Capitulo II – Enquadramento Teórico; Capítulo III – Enquadramento
Metodológico e Projeto de Intervenção; Considerações Finais.
2
CAPÍTULO I - CARATERIZAÇÃO DO CONTEXTO
1.1. Caraterização da Instituição
A Instituição ocupa um edifício situado na freguesia da Sé, caraterizada por ser uma das
zonas de forte concentração populacional da cidade de Braga.
Fundada a 19 de março de 1968, a instituição constituiu-se como associação em 1978
definindo como finalidade principal: acolher temporariamente jovens solteiras grávidas que se
deparassem com dificuldades sociais, materiais e familiares para criar o seu filho.
O Projeto Educativo refere que esta é juridicamente, uma Instituição Particular de
Solidariedade Social cujos serviços abrangem a população da cidade de Braga.
A instituição conta financeiramente com a comparticipação da Segurança Social e com
donativos de particulares e instituições.
De acordo com o projeto educativo, (PE,s/d) “esta IPSS é constituída, atualmente, por
uma estrutura que engloba: Creche, Pré-escolar, Centro de Atividades de Tempos Livres e Centro
de Apoio à Vida. Tendo por missão “Educação e Apoio para um Futuro”, a instituição visa
proporcionar a prestação de serviços sociais e educativos de apoio à infância e juventude; e de
serviços de apoio à família e à comunidade. (s/p.)
Com todo este historial, a instituição ambiciona ser um estabelecimento de referência no
campo da educação e solidariedade social, propondo-se responder às necessidades da
comunidade estabelecendo como metas globais: acolher as crianças durante o período diário
correspondente ao trabalho dos pais e incutir valores de solidariedade, educação, humanismo
cristão, qualidade, segurança e comunicação. Para isso, aquelas metas desdobram-se nos
seguintes objetivos estabelecidos no Projeto Educativo da Instituição:
Manter um serviço de proteção à infância e juventude, através do funcionamento de lar
de acolhimento, creche, jardim-de-infância, centro de atividades de tempos livres para
crianças em idade escolar, promovendo o desenvolvimento global da criança e jovem,
numa perspetiva de educação para a cidadania, fomentando a inserção das mesmas e
contribuindo para a igualdade de oportunidades;
Promover atividades e iniciativas de caracter educativo, social, recreativo e cultural, que
possibilitem a aprendizagem coletiva, estimulem o desenvolvimento pessoal e social e
preencham as necessidades e/ou interesses das crianças e jovens, respeitando as suas
3
características individuais, favorecendo aprendizagens significativas e diferenciadas;
Proporcionar à criança e jovem, ocasiões de bem-estar e de segurança, nomeadamente
no âmbito da saúde coletiva;
Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades e promover a
melhor orientação e encaminhamento da criança e jovem;
Desenvolver a expressão e comunicação através de linguagens múltiplas, como meio de
relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo;
Criar e incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer
relações de efetiva colaboração com a comunidade;
Colaborar com outras instituições da comunidade no sentido de educar de uma forma
participativa e articulada.
1.2. Caraterização do Espaço Físico
Em termos arquitetónicos, este edifício já sofreu grandes alterações. Foi crescendo e
alterando o seu desenho inicial projetando-se agora em 3 pisos. No nível 0 situa-se o gabinete da
direção técnica e pedagógica, o gabinete de psicologia, a sala de reuniões, a secretaria, a sala
de professores, a sala de contingência, o atelier ocupacional, as três salas de pré-escola, o salão
polivalente, a cozinha, a dispensa alimentar, o refeitório, a casa de banho geral
(feminino/masculino), a casa de banho de apoio ao salão polivalente (feminino/masculino), a
casa de banho da pré-escola, o vestiário feminino, o vestiário masculino, a dispensa de arrumos,
a capela, o recreio e a garagem. Pelo piso 1 distribuem-se os seguintes espaços: gabinete
médico, lavandaria, dois quartos de vigilantes, casa de banho de serviço, casa de banho
adaptada, sala de atividades do CAV, cozinha, refeitório, duas salas de atividades de berçário,
duas salas dormitório de berçário, fraldário, copa de berçário, duas salas de atividades de
creche, copa de creche, dormitório de creche, casa de banho de creche, sala de atividades de
CATL, sala de expressão plástica, sala de informática, casa de banho do CATL (feminino e
masculino) e casa de banho adaptada. O piso 2 acolhe os seguintes espaços: onze quartos do
CAV, sala de convívio, balneário, casa de banho para bebés e casa de banho adaptada.
O espaço do jardim-de-infância compreende 3 salas, 3 casas de banho, 1 salão
polivalente e 1 refeitório. No corredor, entre estas salas, existem cacifos individuais (identificados
com fotografia) para arrumar os pertences das crianças.
4
No exterior, o jardim tem uma área de recreio constituída por uma área de sombra e
uma área soalheira. Esta área tem diversos equipamentos, tais como escorregas, equipamentos
de exterior/motricidade infantil, areia, cesto de basquetebol e bolas, que na minha opinião
respondem globalmente às necessidades motoras e lúdicas dos diferentes escalões etários das
crianças.
1.3. Recursos Humanos da Instituição
Ao nível dos recursos humanos a instituição conta com uma equipa multidisciplinar,
afeta aos diversos serviços e respostas sociais que dispõe. O quadro de pessoal contabiliza 30
colaboradores, entre os quais: uma Técnica Superior de Educação – Diretora Técnica do
Estabelecimento, uma Técnica Superior de Educação – Diretora Pedagógica do Estabelecimento,
uma Psicóloga, duas Educadoras Sociais, sete Educadoras de Infância, onze Ajudantes de Acão
Educativa, três Ajudantes de Acão Direta, uma Técnica de Serviço Social, duas Escriturárias,
uma Cozinheira, uma Ajudante de Cozinha, duas Trabalhadoras Auxiliares de Serviços Gerais,
um Motorista. Para além destes, a instituição conta também com a colaboração de outros
profissionais como Nutricionista, Técnico Oficial de Contas, Engenheira Alimentar e Enfermeira,
para além de estagiários e voluntários de áreas diversas.
1.4. Organização da Sala
A sala 2 do jardim-de-infância, onde desenvolvi o meu estágio, é ampla, arejada e com
boa iluminação, dando acesso direto ao espaço exterior. Organiza-se de forma tradicional, por
áreas: área do faz de conta, área dos jogos, área das construções, área da biblioteca, área das
expressões, área das experiências, área da escrita e a área de grande grupo. Cada área está
identificada e apetrechada com materiais próprios e adequados à natureza e funcionalidade dos
diferentes espaços de modo a responder às necessidade e interesses das crianças.
1.5. Caraterização do Grupo de Crianças
5
9 Meninos 9 Meninas
Distribuição das Crianças por Sexo
O grupo é constituído por 18 elementos, sendo 9 do sexo feminino e 9 do sexo
masculino, com idades compreendidas entre os 3 e 5 anos. As crianças com 5 anos
completaram-nos apenas durante o ano letivo decorrente.
Tabela 1 - Distribuição das Crianças por Sexo
Tabela 2 - Distribuição das Crianças por Idades
Este grupo, na sua maioria de nacionalidade portuguesa, é cultural e linguisticamente
diverso, uma vez que integra duas crianças de origens distintas: uma eslava (Russa) e outra
africana (Cabo Verde) e ainda uma outra com familiares de origem brasileira.
A equipa que atua diariamente com este grupo é constituída pela educadora de infância
– Gonçalves - e pela auxiliar de ação educativa – Ferreira. Estas recorrem à essencial
estimulação de todo o grupo, cuja ação e cooperação concorrem para que as crianças possam
adquirir conhecimentos, autonomia, responsabilidade, respeito pelos outros, laços sociais com
outras crianças e adultos, controlo muscular em movimentos que envolvam todo o corpo, noção
1
11
6
Idades
Distribuição das Crianças por Idades
3 Anos 4 Anos 5 Anos
6
de tempo e espaço, hábitos de higiene e saúde, capacidade de expressão motora, plástica,
dramática e musical, domínio da oralidade, criatividade, entre outros. Para que isto aconteça, é
indispensável recorrer a um acompanhamento individualizado, tendo em conta as idades, a
estrutura cognitiva, os interesses e as necessidades de cada criança. No que diz respeito aos
interesses das crianças, pode-se verificar o agrado do grupo com grande motivação e empenho
durante o trabalho nas diferentes áreas da sala. Globalmente as crianças já são autónomas nas
rotinas diárias e nas atividades propostas, embora necessitem sempre da presença do adulto.
Em relação à assiduidade, constata-se que uma grande parte do grupo costuma faltar
unicamente em caso de doença ou de força maior, existindo apenas uma criança em que a falta
de assiduidade é mais constante.
Relativamente à caracterização do tipo de estrutura familiar das crianças, estas estão
inseridas, na sua maioria em famílias nucleares, mas também existem casos de famílias
monoparentais e recompostas. Mesmo assim, todas mantêm contactos com a família mais
alargada.
De mencionar que, em relação às condições socioeconómicas dos pais, existem 2
situações em que dois progenitores se encontram desempregados, 6 situações em que apenas
um dos progenitores se encontra empregado e 10 situações em que os dois progenitores se
encontram empregados. Assim considera-se que a situação socioeconómica do grupo é
constituída por crianças de classe social baixa, média-baixa e média.
No que diz respeito às informações referentes às habilitações literárias dos pais destas
crianças posso referir que 12 concluíram o 3º ciclo, 14 concluíram o ensino secundário, 4 são
licenciados e 2 são mestrados.
7
CAPÍTULO II _ENQUADRAMENTO TEÓRICO
2.1. Educação Multicultural: Fundamentos e Objetivos
“A multiculturalidade é o reconhecimento das diferenças de cada pessoa.”
Matos e Brito (2013, p.3)
O termo multiculturalidade refere-se à existência de seres humanos com certas normas
e hábitos culturais distintos num mesmo espaço, implicando a necessidade do envolvimento de
toda a comunidade procurando promover, preservar, respeitar e igualar as características de
cada cultura.
Para Hall (2003) o termo multicultural “descreve as características sociais e os
problemas de governabilidade apresentados por qualquer sociedade na qual diferentes
comunidades culturais convivem e tentam construir uma vida em comum, ao mesmo tempo em
que retêm algo de sua identidade original” (p.52).
Segundo Fleuri (2003), “o termo multicultural tem sido utilizado como categoria
descritiva, analítica, sociológica ou histórica, para indicar uma realidade de convivência entre
diferentes grupos culturais num mesmo contexto social” (p.19). Neste sentido, a educação
multicultural é vista como uma problemática complexa e controversa que tem como principais
objetivos: a perceção e a aceitação da diversidade humana; a deshierarquização das diferenças
e visões do mundo, a integração/interação de saberes; dentre outros desafios e, sobretudo, um
profundo amor e respeito pela vida. Daí que Pereira (2004) considere que quando falamos em
educação multicultural, convém referir que existem alguns conceitos presentes no discurso
multicultural, como: grupo étnico (conjunto de indivíduos que apresentam diferenças mais ou
menos notórios em relação ao contexto cultural mais abrangente: língua, história, religião,
vestuário, características físicas, …), minoria étnica (grupo quantitativamente minoritário),
estereótipos (imagens, geralmente negativas e não fundamentadas, atribuídas a todos os
elementos de um grupo, por outros grupos diferentes), preconceitos (formas de tratamento
desigual) e discriminação (tratamento diferenciado com base em características como: etnia,
sexo, religião, preferência sexual, classe social, …).
Também Cortesão e Pacheco (1991), abordando esta problemática, afirmam que a
educação multicultural deve ser entendida como “uma construção da presença de diferentes
8
culturas num determinado meio e da procura de compreensão das suas especificidades” (p.34).
Segundo os autores, a educação multicultural procura promover e valorizar as culturas locais
garantindo a comunicação entre as diferentes culturas. Esta será uma forma de fomentar a
igualdade de direitos entre a diversidade de culturas e/ou etnias existentes num determinado
contexto.
Pode dizer-se que esta pluralidade de culturas com que nos deparamos hoje em dia,
deve-se à evolução da globalização. Souta (1997) considera que “de país de emigração, Portugal
vai-se tornando gradualmente num país de acolhimento de refugiados e trabalhadores migrantes;
estamos assim confrontados com um fenómeno novo no nosso país – a imigração” (p.32). Este
fenómeno tem trazido o surgimento das desigualdades sociais. Nesse sentido, Ianni (2000)
afirmou que, “o fenómeno da globalização é como se fosse um terremoto inesperado e
avassalador, provocando transformações mais ou menos radicais em modos de vida e trabalho,
formas de sociabilidade e ideais; hábitos e expetativas, explicações e ilusões” (p.3).
Para além disso, não podemos esquecer que a identidade e a diferença são
interdependentes e resultantes da criação socio-histórica humana por meio da criação
linguística. É pelo discurso que se estabelece e se valoriza o que é considerado “normal” ou
“anormal”, sem considerar que cada indivíduo apresenta caraterísticas especificas, próprias,
singulares e ímpares.
Desta forma, as políticas educacionais têm incorporando cada vez mais estudos sobre
cultura e multicultura, ou seja, tem-se observado um reconhecimento de que vivemos numa
sociedade caracterizada pela diversidade cultural e que a escola é um dos principais meios onde
esta problemática deve ser trabalhada.
Por se tratar de um assunto importante, com a publicação da Constituição da República
Portuguesa (2005) (documento que fundamenta e rege os princípios e a organização do Estado
português), o Estado implícita a própria educação multicultural no sistema educativo na medida
em que estabelece como desígnio nacional a promoção da “democratização da educação e das
demais condições para a educação, realizada através da escola e de outros meios formativos,
contribui para a igualdade de oportunidades, a superação das desigualdades económicas,
sociais e culturais, o desenvolvimento da personalidade e do espírito de tolerância, de
compreensão mútua, de solidariedade e de responsabilidade, para o progresso social e para a
participação democrática na vida coletiva.” (Constituição da República Portuguesa, 2005).
9
2.2. Educação Multicultural e Educação de Infância
Uma das grandes preocupações na contemporaneidade é a construção de uma
educação com qualidade para a totalidade da população. Uma escola que entenda que todos
têm o direito de aceder, permanecer, aprender e sair com conhecimentos que lhes possibilitem
viver na sociedade participando efetivamente da construção/reconstrução de uma comunidade
humanitária, solidária e cidadã.
É fundamental que a educação multicultural procure fomentar a mudança de atitudes
negativas face a questões étnicas, dando voz às crianças, envolvendo-as em processos de
descoberta do outro. Para isso, será importante que o adulto proporcione uma diversidade de
conhecimentos e de processos de ensino adequados à diversidade cultural, linguística e de
estilos de aprendizagem, assim como ter em conta a qualidade de relações multiculturais para
que todas as crianças tenham os mesmos direitos e oportunidades.
Para Marcon (s.d.), “A intervenção pedagógica precisa dar conta dos entrelaçamentos
entre os múltiplos fatores que intervém nas práticas socioculturais e educativas e que podem
contribuir para o crescimento dos sujeitos envolvidos. As diferenças não se podem constituir em
impedimentos para o crescimento das culturas” (p.11). Caso as intervenções se foquem nas
diferenças em modo preconceito poderemos caminhar para o lado errado.
Assim, alertar para a diferença não pode, de modo algum significar estereotipar essas
diferenças. Citando Marques e Borges (2012), “longe vão certamente as imagens do africano
eternamente de tanga e lança a posar em frente da cubata ou as do esquimó vestido de peles
que se dedicava exclusivamente a caçar focas e a construir iglus, que outrora povoavam os livros
infantis” (p.84).
Bango (2004) explica que os preconceitos, “impregnam-se de tal maneira na
mentalidade das pessoas que as atitudes preconceituosas se tornam parte integrante do nosso
próprio modo de ser e de estar no mundo” (p.75). Por isso, “é necessário um trabalho lento,
contínuo e profundo de conscientização para que se comece a desmascarar os mecanismos
perversos que compõem a mitologia do preconceito” (idem, p. 75).
Cardoso (1996), colocando o foco nos aspetos organizacionais e curriculares, diz que o
conceito de educação multicultural “é um conjunto de estratégias organizacionais, curriculares e
pedagógicas ao nível do sistema, de escola e de classe, cujo objetivo é promover a compreensão
e tolerância entre indivíduos de origens étnicas diversas através da mudança de percepções e
10
atitudes com base em programas curriculares que expressem a diversidade de culturas e estilos
de vida” (p.9).
Deste modo, todas as instituições educativas devem partir do princípio que não acolhem
crianças iguais e por isso não podem obrigar a que estas se guiem por uma modalidade padrão
na medida em que cada uma se define por uma identidade étnica e cultural únicas.
Como refere Todd (2000), “na educação, por exemplo, o multiculturalismo direciona as
escolas para um currículo que incorpore matérias de diferentes culturas e prevê a celebração de
festividades, religiosas ou não, como forma de alimentar a consciência das diferenças culturais e
de promover relações positivas entre estudantes” (p.371-372). Assim, as instituições necessitam
de estar articuladas com a sociedade, na medida em que a elaboração dos seus projetos
pedagógicos atendam às necessidades individuais e de grupo e ainda à diversidade sociocultural
e económica das crianças. Isto porque, como referem Borges e Silva (s.d) “face à crescente
presença de crianças provenientes de famílias de origens não portuguesas nas escolas mas
também nos jardins-de-infância, estas instituições tornam-se contextos educativos cada vez mais
marcados pela pluriculturalidade” (p.2).
Também Marcon (s.d.), expressa a importância dos projetos pedagógicos afirmando que
estes “têm de dar conta dos múltiplos elementos oriundos da tradição e do contexto atual que
interferem na formação e na cultura das crianças” (p.13).
Assim, um dos desafios da educação infantil é aprofundar a perspectiva multicultural no
seu trabalho pedagógico. Para tanto, é imprescindível o conhecimento da realidade das crianças,
seus modos de vida, valores, comportamentos, etc. Neste sentido, a melhor forma de perceber a
realidade da infância e de como as questões socioculturais e de identidade estão presentes no
mundo das crianças, e ainda como qualificar as mediações pedagógicas que devem ser
condensadas nos projetos pedagógicos passará pela necessidade de estuda-las e dessa forma
conhece-las melhor. Ao proporcionar à criança oportunidades de contactar com diversas culturas
dentro do seu próprio espaço de aprendizagem, desenvolvemos a curiosidade das crianças e o
respeito por maneiras diversas de agir e de pensar de outras culturas.
Com estes pressupostos a educação multicultural deveria ser proposta a todas as
crianças, de forma a promover "o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em
experiências de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania" (Ministério
da Educação, 1997, p.15). Uma preocupação que pela sua importância é sublinhada na Lei-
Quadro do Pré-escolar (1997) quando sustenta a necessidade de, a este nível de ensino se “a)
11
promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida
democrática numa perspectiva de educação para a cidadania; b) fomentar a inserção da criança
em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma
progressiva consciência com o mundo da sociedade; c) contribuir para a igualdade de
oportunidades no acesso à escola e ao sucesso de aprendizagem” (p.671).
Sabe-se que a curiosidade das crianças é intrínseca ao seu desenvolvimento o que, de
certa forma, facilita o trabalho do Educador, uma vez que este pode orientá-las e sensibilizá-las a
respeitarem o outro e a olharem para as outras culturas de forma afetuosa. Quando tentamos
esconder ou ignorar essas diferenças, só estamos a construir barreiras que irão impedir a
aproximação positiva às diversas culturas, retirando a possibilidade de novas aprendizagens
enriquecedoras. É neste sentido que Freire (2002), afirma que “a competência técnica científica
e o rigor de que o professor não deve abrir mão no desenvolvimento do seu trabalho, não são
incompatíveis com a amorosidade necessária às relações educativas” (p.11). Portanto, o
Educador deverá ser capaz de identificar as diferentes culturas que o rodeiam de modo a
conhecer os diversos traços culturais de cada uma das crianças do seu grupo, procurando
transpor os estereótipos do senso comum, combater a discriminação, racismo e intolerância
através de processos, práticas e materiais potencializadores para a consciencialização da
diversidade humana.
Assim parece necessário pensar em atividades específicas que valorizem a pluralidade
cultural e as diferentes possibilidades dos nossos iguais: dos que têm necessidades educativas
especiais, dos de etnia e culturas diversificadas, dos de outras tantas diferenças que só têm a
contribuir no nosso desenvolvimento, embora, sejam muitas vezes, e no senso comum,
reduzidos à condição de desiguais.
Para procurar as diferentes culturas que estão no cotidiano de um grupo, os trabalhos
de pesquisa são de uma riqueza enorme e devem contar com a participação da comunidade
escolar como um todo, unido e parceiro.
John Dewey (1897) citado em Simões (2009) diz que "a escola deve apoiar-se nas
experiências vividas pela criança no seio da família e crescer gradualmente para fora da vida
familiar; deve partir das atividades que a criança vivencia em casa e continuá-las...é tarefa da
escola aprofundar e alargar os valores da criança, previamente desenvolvidos no contexto da
família" (p. 41).
12
No entanto hoje em dia, existem múltiplos fatores que condicionam esta colaboração
entre a família e a escola. Cada vez é mais comum os pais passarem menos tempo com os seus
filhos, quer devido à crescente entrada da mulher no mundo laboral, quer à separação
geográfica entre casa-trabalho, daí que a integração da família em todo o processo educativo
seja fundamental para que se consiga criar um ambiente saudável à volta da criança e, ao
mesmo tempo, facilitar a construção de elos de ligação entre casa e a escola.
Estes dois contextos (escola/casa), nem sempre têm a noção da importância do papel
da criança na comunicação entre estes dois contextos. Neste propósito, Perrenoud (1995),
define a criança – aluno como o “go-between”, isto é, a criança é simultaneamente mensageira
e mensagem entre escola e casa, detendo de certo modo o poder de mediar os contactos e
intervir “…. seletivamente e ativamente…” no processo de comunicação entre ambos (p.112).
Nas palavras deste autor, o “go-between” funciona como “… o árbitro das relações entre
os pais e os professores, que pode tornar possível ou esvaziar de sentido as comunicações
diretas entre ambos.” (idem, p.90). Assim, a criança pode e deve ser a forma mais direta do
educador entrar em contacto com os pais, complementando, quando necessário, com recados
escritos ou reuniões. Se estas condições se apresentarem de forma positiva a criança irá sentir-
se muito mais segura e com boa autoestima para se integrar nas novas aprendizagens.
Por isso, é importante que as famílias estejam atentas aos conhecimentos transmitidos
às crianças neste ambiente, de forma a aprofundar os valores da criança previamente
desenvolvidos no contexto da escola. Só assim é que teremos uma relação escola-família na sua
plenitude.
O documento das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (2016) baseia-
se nos objetivos globais pedagógicos definidos pela Lei-quadro, e destinam-se a apoiar a
construção e gestão do currículo no jardim-de-infância, da responsabilidade de cada educador/a,
em colaboração com a equipa educativa do estabelecimento/agrupamento. Este considera “as
‘áreas de conteúdo’ como âmbitos de saber, com uma estrutura própria e com pertinência
sociocultural, que incluem diferentes tipos de aprendizagem, não apenas conhecimentos, mas
também atitudes, disposições e saberes-fazer” (p.35).
As áreas de conteúdo devem ser olhadas sempre de uma forma articulada, uma vez que
todas as aprendizagens devem processar-se de forma integrada. Assim, estas deverão ser vistas
como referências a ter em conta durante a observação, planeamento e avaliação do processo
educativo e não como compartimentos estanques a serem abordados separadamente.
13
No que toca a menções sobre a educação multicultural, podemos encontrar referências
em todas as áreas e domínios. Esta repetida abordagem torna-se importante, pois tratando-se de
um documento oficial do Ministério da Educação, todos os profissionais de educação de infância
deverão perceber e valorizar este tema bastante abrangente que é a Educação Multicultural.
Desta forma, em seguida, irei recolher e sintetizar essas mesmas alusões.
Área Formação Pessoal e Social
- Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e cultural,
situando-as em relação às de outros.
- Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural.
- Respeitar a diversidade e solidarizar-se com os outros.
- Desenvolver uma atitude crítica e interventiva relativamente ao que se passa no mundo
que a rodeia.
- Conhecer e valorizar manifestações do património natural e cultural, reconhecendo a
necessidade da sua preservação.
Área de Expressão e Comunicação:
Domínio da Educação Física:
- O domínio da educação física inclui situações de jogo, como os jogos tradicionais.
Domínio da Expressão Artística:
- Acesso à arte e à cultura artística: construção da identidade pessoal, social e cultural.
- Conhecimento do património cultural e para a sensibilização à sua preservação.
- Reconhecimento e respeito pela diversidade cultural.
Subdomínio das Artes Visuais:
- A capacidade de criar e apreciar é ainda alargada através do contacto e observação de
diferentes modalidades das artes visuais (pintura, escultura, fotografia, cartaz, banda desenhada
filme, etc.) em diferentes contextos (museus, galerias, monumentos e outros centros de cultura),
permitindo à criança a inserção na cultura do mundo a que pertence.
Subdomínio do Jogo Dramático/Teatro
- Experimentações dramáticas são aprofundadas através do contacto com práticas
teatrais de diferentes estilos, géneros e origens culturais.
Subdomínio da Música:
14
- Alargamento do seu quadro de referências artísticas e culturais.
- O contacto das crianças com diferentes formas e estilos musicais de várias épocas e
culturas permite-lhe alargar a cultura musical, o gosto pela música e apropriar-se de saberes
relativos à música.
- Valorizar a música como fator de identidade social e cultural.
Subdomínio da Dança:
- O contacto e a observação de diferentes manifestações coreográficas contribuem para
o desenvolvimento progressivo da criatividade, possibilitando ainda a fruição e compreensão da
linguagem específica da dança.
Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita:
Linguagem Oral
- O respeito pelas línguas e culturas das crianças, além de ser uma forma de educação
intercultural, leva a que as crianças se sintam valorizadas e interajam com segurança com os
outros. Se a aprendizagem da língua portuguesa se torna essencial para terem sucesso na
aprendizagem, a partilha da sua própria língua e cultura não só reforça a autoestima e
identidade da criança, como enriquece a sensibilidade intercultural do grupo.
Abordagem à escrita
- Se as crianças tiverem oportunidade de utilizar, explorar e compreender a necessidade
de as consultar e de as utilizar como espaços de lazer e de cultura.
Domínio da matemática
- Jogos com regras (jogos tradicionais) levam à compreensão e à aceitação de regras
previamente fiadas e ao desenvolvimento de raciocínio matemático.
Área do conhecimento do mundo:
- Tomar consciência da sua identidade e pertença a diferentes grupos do meio social
próximo.
- Conhecer elementos centrais da sua comunidade, realçando aspetos físicos, sociais e
culturais e identificando algumas semelhanças e diferenças com outras comunidades.
- Estabelecer relações entre o presente e o passado da sua família e comunidade,
associando-as a objetos, situações de vida e praticas culturais.
- Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
15
- Compreender e aceitar a diversidade de hábitos, vestuário, alimentação, etc,
característicos de diferentes realidades culturais.
Esta análise do conteúdo referente às menções sobre a educação multicultural vem
reforçar a ideia de que as áreas de conteúdo, como referem as OCEP’S (2016), “devem ser
vistas de forma articulada, dado que a construção do saber se processa de forma integrada”
(p.31). Assim, é possível perceber, a importância deste tema e a sua diversidade, podendo ser
articulado com diversas atividades em qualquer área de conteúdo.
16
CAPÍTULO III- ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO E PROJETO DE INTERVENÇÃO
3.1. Opções Metodológicas: A Investigação-Ação
Tendo definido como objetivo principal da investigação:
Compreender o desenvolvimento de algumas competências num grupo de crianças em
idade pré-escolar, tendo por base a temática da Educação Multicultural, como: atitudes
positivas de relacionamento, consciência da sua própria identificação cultural, respeito
pelos direitos humanos,…;
Importava depois definir as opções metodológicas a tomar.
Dada a natureza compreensiva do objetivo geral, a investigação - ação impunha-se pelas
suas caraterísticas como escolha metodológica. Uma escolha igualmente norteada pelas
referências constantes dos documentos organizadores da unidade Curricular Prática de Ensino
Supervisionada (PES).
Do ponto de vista metodológico o projeto Meninos do Mundo: Contributos da Educação
de Infância para uma Educação Multicultural assume como método, a investigação-ação,
inscrevendo-se portanto, no paradigma das metodologias qualitativas.
A investigação-ação é, como refere Coutinho et al. (2009) uma “metodologia de
pesquisa, essencialmente prática e aplicada, que se rege pela necessidade de resolver
problemas reais” (p.362).
Na mesma linha de pensamento, Cohen & Manion (cit. por Sousa, 2005) referem que a
investigação-ação “trata-se de um procedimento in loco, visando lidar com um problema
concreto localizado num contexto imediato. Isto significa que o processo é constantemente
controlado passo a passo (numa situação ideal) durante períodos de tempo variáveis, utilizando
diversos modos de avaliação (diários, narrativas, entrevistas, questionários e estudo de casos,
por exemplo), de modo que os resultados obtidos levem a reformulações, modificações,
ajustamentos e mudanças de direção, conforme as necessidades, de modo a orientar a
investigação no caminho mais adequado” (p.95).
Portanto, numa investigação do tipo qualitativa valoriza-se mais o desenrolar do processo
do que os resultados finais propriamente ditos, uma vez que estes podem não coincidir com o
resultado observado até então. Razão pela qual Bogdan & Biklen (1994) mostram mais interesse
17
“pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos, pois pode verificar-se um
processo dinâmico, durante todo o período de investigação, permitindo reajustamentos
necessários” (p.49).
No que concerne à forma como a investigação-ação se desenvolve, Nunan (1996),
considera que “a investigação-ação é composta por quatro etapas que se desenvolvem em ciclo”
(p. 12) como a seguir explícito:
1. Planear - desenvolvimento de um plano de ação no sentido de melhorar o que já está a
acontecer;
2. Agir, inovar ou transformar - concretização do plano de ação;
3. Observar - motivação do plano de ação em contexto;
4. Refletir - análise dos processos e resultados do que foi planeado.
Tabela 3 - Ciclo da Investigação-Ação
Também Lessard-Hébert (1996) utiliza o mesmo termo (ciclo) afirmando que este “é
utilizado no sentido de um conjunto ordenado de fases que, uma vez completadas, podem ser
retomadas para servirem de estrutura à planificação, à realização e à validação de um segundo
projeto e assim sucessivamente” (p.15). No entanto, dado a falta de tempo para as intervenções
pode não ser possível construir novas ações a partir das reflexões, impossibilitando a realização
do processo cíclico característico desta metodologia.
É este caráter cíclico e reflexivo que convida à observação, à retroação e a uma
hipotética reformulação da ação educativa, que faz com que o campo da educação chame a si a
investigação-ação como um dos métodos potencializadores da construção de uma identidade
profissional reflexiva do jovem professor/educador.
Seguindo esta linha de pensamento, Moreira (2001), citada por Sanches (2005) defende
que “A dinâmica cíclica de ação-reflexão, própria da investigação-ação, faz com que os
resultados da reflexão sejam transformados em praxis e esta, por sua vez, dê origem a novos
18
objetos de reflexão que integram, não apenas a informação recolhida, mas também o sistema
apreciativo do professor em formação” (p.129).
Como se evidência na revisão de literatura, a investigação-ação tem como caraterística
central a reflexão sistemática sobre a ação no projeto a desenvolver e sobre os resultados daí
consequentes, contribuindo para que esta seja analisada, transformada e melhorada. Através
das ações e reflexões contínuas, o educador poderá obter um apoio fundamental para a
regulação da sua própria ação, “recolhendo e analisando informação que vai usar no processo
de tomada de decisões e de intervenção pedagógica” (idem, p.129).
Em suma, esta metodologia leva o educador/investigador a questionar-se ativamente
sobre a prática educativa por ele realizada, procurando refletir e melhorar a sua qualidade
enquanto profissional de educação, encontrando respostas para os diversos desafios e
problemas educativos que venham a surgir ao longo do desenvolvimento do projeto, mas
também do seu percurso como profissional reflexivo.
3.2. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados
É essencial que o educador utilize vários instrumentos de recolha de dados para que
consiga refletir sobre a prática desenvolvida. Para além das notas de campo e dos registos
através de desenhos realizados pelas crianças ao longo das várias semanas, como forma de
avaliação contínua realizei observações individuais através de registos de interações e
observações de forma a conseguir perceber quais as necessidades e interesses de cada criança
procurando assim planear aprendizagens estimulantes e significativas para a criança e para o
grupo. Para além disso, o diário de bordo e o registo fotográfico foram outros instrumentos de
observação adotados.
3.2.1. Observação
Máximo-Esteves (2008) declara que “a observação ajuda a compreender os contextos,
as pessoas que nele se movimentam e as suas interações” (p.87). Por esse motivo, a
observação é uma das fases fundamentais para que o educador consiga perceber e adaptar o
seu trabalho ao seu grupo de crianças.
19
Esta técnica pode ser utilizada em diversos cenários e de diversas formas, tendo
múltiplas finalidades, como enumera Reis (2011): “diagnosticar um problema, encontrar e testar
possíveis soluções para um problema, explorar formas alternativas de alcançar os objetivos
curriculares, aprender, apoiar um colega, avaliar o desempenho, estabelecer metas de
desenvolvimento, avaliar o progresso, reforçar a confiança e estabelecer laços com os colegas”
(p.12).
Segundo Estrela (1994), existem três tipos de linhas de observação: a sistemática, a
naturalista e a participante.
Durante o período em contexto, a primeira/ segunda semana de observação, terá sido
maioritariamente do tipo naturalista (direta e relativamente distanciada). Para Estrela (1994),
neste tipo de observação “o investigador se limita ao papel de observador do professor e dos
alunos” (p.34), procurando perceber rotinas, comportamentos e necessidades. Nas restantes
semanas, já integrada nas rotinas diárias, a observação passou a ser maioritariamente do tipo
participante. Nas palavras de Lessard-Hébert (1996), “a observação participante é uma técnica
de recolha de dados (…) [onde] o observador torna-se participante para melhor penetrar num
meio social estranho (uma cultura, uma subcultura, uma instituição, um grupo social),
compreende-lo e observa-lo” (p. 103). Ou seja, neste tipo de observação, o observador, pode
participar na vida do grupo ao mesmo tempo que procura esclarecimentos sobre diversas
situações que observa.
3.2.2. Notas de Campo
As notas de campo são muito utilizadas na metodologia qualitativa, caracterizando-se
pela sua flexibilidade e abertura ao improviso. Esta técnica surge através das observações diretas
reunindo informações sobre o que se viu, ouviu, experienciou e refletiu.
Tal como referem Bogdan & Bilken (1994) as notas de campo são “o relato escrito
daquilo que o investigador ouve, vê, experiencia e pensa no decurso da recolha e refletindo sobre
os dados de um estudo qualitativo” (p.150). Os mesmos autores acrescentam que o sucesso
duma investigação “baseia-se em notas de campo detalhadas, precisas e extensivas” (idem,
p.150), pois grande parte das vezes são estes dados que posteriormente serão analisados e
refletidos pelo adulto.
20
Na visão de Bogdan e Biklen (1994), as notas de campo recolhidas por meio da
observação devem ter uma parte descritiva (com detalhes) e outra reflexiva (com pontos de
vista).
Também Latorre (2003) citado por Silva (2015), atribui grande importância às notas de
campo afirmando que “o objetivo desta técnica é disponibilizar as narrações que se produzem
no contexto da forma mais precisa e completa possível, assim como das ações das interações
das pessoas” (p.48). Assim, estas podem incluir as reflexões das crianças, comentários e
considerações sobre os próprios trabalhos.
3.2.3. Fotografia
A fotografia é, de igual modo, uma boa técnica a utilizar numa investigação – ação aliada
com outras técnicas já referidas. Bogdan e Biklen (1994) dizem que a máquina fotográfica “é na
maior parte das vezes utilizada como um meio de lembrar e estudar detalhes que poderiam ser
descurados se uma imagem fotográfica não estivesse disponível para os refletir” (p. 189). Ou
seja, a fotografia poderá tornar-se um apoio para que o educador consiga guardar ações
significantes e ainda captar disposições de materiais para que posteriormente os consiga
descrever pormenorizadamente.
Para além disso, a fotografia poderá ser utilizada como documentação nos dossiers
individuais das crianças, juntamente com outros tipos de registos que se vão complementando
uns aos outros.
3.3. Projeto de Intervenção Pedagógica
3.3.1. Seleção e Justificação do Tema
O projeto de intervenção que designei de Meninos do Mundo - Contributos da Educação
de Infância para uma Educação Multicultural decorre das interrogações e reflexões conduzidas
em torno de um período de observação (três semanas) que realizei na sala dos 4 anos.
Como referi anteriormente, este grupo, na sua maioria de nacionalidade portuguesa, é
cultural e linguisticamente diverso, uma vez que integra três crianças de origens distintas: uma
eslava (Russa) e outra africana (Cabo Verde) e ainda uma outra com familiares de origem
brasileira.
21
Esta diversidade cultural não é, contudo, impeditiva de um relacionamento acolhedor
entre os pares.
Nesse sentido, aquilo que poderia tornar-se perturbador veio a revelar-se, no caso da
criança com origem Russa (A), como potencializador da comunicação e linguagem. De facto,
esta criança, por vezes, interagia com o grupo e traduzindo algumas palavras de português para
russo quando solicitado, criando momentos de curiosidade e apelativos para todo o grupo. Para
além de mostrar uma realidade mais distante, o grupo foi-se apercebendo que existem outras
formas de comunicação, (outras línguas) e que estas podem variar consoante a origem do país
em questão.
Já no que se refere à criança de origem africana (E), a questão que se coloca é de outra
natureza. Pontualmente notava-se que esta reconhecia a sua diferença em relação aos seus
pares no que diz respeito à cor de pele e parecia não se sentir confortável com isso.
As várias situações relatadas, que em seguida se apresentam, apontam neste sentido:
- durante a exploração da área do faz-de-conta, a criança utilizava os bonecos de cor
branca com cuidado e os de cor escura com mais agressividade;
- durante um momento de higiene, ao lavar as mãos, referiu com alegria “Estou a ficar
mais branco”; (N.C. – 24-10-2018)
- menção e manifestação de contentamento pela presença de novas crianças com a
mesma cor de pele na instituição.
Assim, considerando os relatos referidos bem como as observações e as reflexões
partilhadas com a educadora cooperante, conduzidas em torno das necessidades do grupo,
pareceu pertinente assumir como propósito educativo o desenvolvimento de um projeto de
intervenção centrado na problemática da Educação Multicultural. Tanto mais que, como refere
Borges e Silva (s.d.), “a educação pré-escolar assume um papel primordial na preparação das
crianças para se desenvolverem uma sociedade multicultural e idealmente intercultural” (p. 2).
Estes autores consideram que “este princípio deve começar na primeira etapa da socialização
secundaria, independentemente da presença ou não da diversidade étnica ou cultural na sala ou
instituição, porque o objetivo é formar cidadãos para uma sociedade aberta e plural” (idem, p.2).
Assim, com a implementação deste projeto, proponho-me alcançar os seguintes
objetivos:
22
3.3.2. Objetivos Gerais
Estimular o interesse pelo conhecimento do mundo e pela diversidade característica da
espécie humana;
Proporcionar às crianças diversas perspetivas do mundo que as rodeia;
Criar a ideia de que, na sociedade, a pluralidade étnica é um elemento positivo, uma vez
que é uma fonte de enriquecimento para todos;
Incutir a ideia de que todas as culturas são válidas, favorecendo o seu conhecimento e
aceitação;
Ajudar a desenvolver, junto das crianças, as competências educacionais e sociais para
saberem lidar e respeitar a diferença;
Educar as crianças no sentido de respeitar a diferença, promovendo atitudes de partilha
e respeito por culturas e costumes diferentes dos nossos;
Incentivar a participação das famílias no processo educativo;
Estimular o desenvolvimento global de cada criança: as suas capacidades, as suas
formas de expressão e comunicação, a sua criatividade, a sua sensibilidade estética,
respeitando as suas características individuais e tendo em vista a sua interação na
sociedade como ser autónomo, livre e solidário.
3.3.3. Objetivos Específicos
Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e cultural,
situando-as em relação às de outros;
Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural;
Respeitar a diferença e tirar proveito da diversidade como meio de enriquecimento do
ambiente educativo e do processo de aprendizagem;
Manifestar respeito pelas culturas familiares de cada criança;
Alargar as referências culturais das crianças através do contacto com diferentes
recursos e formas de cultura.
3.3.4. Implementação do Projeto de Intervenção
23
Este projeto, denominado de Meninos do Mundo - Contributos da Educação de Infância
para uma Educação Multicultural, foi dividido em seis principais subtemas dada a versatilidade
do tema e as curiosidades do grupo. Desta forma foi possível planear diversas intervenções para
cada subtema, tornando estes mais variados, possibilitando um fio condutor no processo ensino-
aprendizagem.
Seja qual for o projeto implementado, o educador terá de “planificar, definindo objetivos
a atingir e iniciativas concretas a desenvolver (...) fechando um ciclo de observação – reflexão -
planificação geral, que culminará com a implementação de iniciativas concretas (ações)”.
(Carvalho e Portugal, 2017, p.52), de maneira a conseguir refletir sobre a sua prática.
Assim, a planificação irá apoiar o educador na preparação e organização (tempo,
espaço) das intervenções. Sendo que, segundo Carvalho e Portugal (2017), “a planificação não
é, portanto rígida, mas vai sendo reformulada e complementada num processo dinâmico ao
longo de todo o período de vigência definido, à medida das necessidades do grupo” (p.54).
Na opinião de Braga (2004) “a planificação passa pela criação de ambientes
estimulantes que propiciem atividades que não são à partida previsíveis e atendam à diversidade
das situações e aos diferentes pontos de partida dos alunos” (p.27). No fundo, penso que as
atividades através das quais o projeto se materializou foram de encontro à opinião deste autor,
na medida em que foram proporcionados momentos distintos com materiais e ambientes pouco
utilizados durante a rotina diária do grupo.
Ainda na perspetiva de Silva (2013) a planificação “deve contribuir para a otimização,
maximização e melhoria da qualidade do processo educativo. É um guião de ação que ajuda o
professor no seu desempenho” (p.11). Assim, encaro a organização das diferentes planificações
como forma de organizar as ideias iniciais selecionando as estratégias e conteúdos
fundamentais a abordar em cada temática.
Posteriormente irei apresentar uma breve síntese descritiva das intervenções
implementadas em torno do presente projeto, focalizando aquelas que, na minha perspetiva,
criaram mais oportunidades de interação e causaram mais impacto perante o grupo de crianças
com quem trabalhei, ou seja, aquelas que ocasionaram mais e melhores momentos de
aprendizagens. Estas serão apresentadas por subtemas e estarão organizadas por ordem
cronológica. Noto ainda que, em Anexo, se encontram mais registos fotográficos que
complementam as diferentes descrições.
24
Em seguida apresento a lista de subtemas em torno dos quais desenvolvi as
planificações que deram corpo ao projeto de intervenção desenvolvido:
Tabela 4- Planificação em Rede
3.3.5. Desenvolvimento das Intervenções
Os projetos desenvolvidos com as crianças, de acordo com Moura (2006), “… nascem
[surgem] do interesse, curiosidade e vivências do quotidiano das crianças, assentes numa
perspetiva de educação cooperativa, têm um impacto real na articulação dos saberes e na vida
do grupo” (p.42).
É neste sentido que as Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar (2018)
asseguram que “desde o nascimento, as crianças são detentoras de um enorme potencial de
energia, de uma curiosidade natural para compreender e dar sentido ao mundo que as rodeia,
sendo competentes nas relações e interações com os outros e abertas ao que é novo e
diferente” (p.10). Assim, o educador terá a responsabilidade de estimular a curiosidade da
criança criando condições para que “aprenda a aprender” através da “exploração e
compreensão da realidade, em que várias atividades se interligam com uma finalidade comum,
através de projetos de aprendizagem progressivamente mais complexos, que integram diferentes
áreas de desenvolvimento e aprendizagem e mobilizam diversas formas de saber, de modo a
construir os alicerces de uma aprendizagem ao longo da vida” (idem, p.12).
Meninos do Mundo - Contributos da
Educação de Infância para uma Educação
Multicultural
Europa
Portugal
Escócia
África Cabo Verde
Asia Rússia
América Brasil
Oceânia Austrália
Antártida
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Desta forma, para poder responder às necessidades, interesses e curiosidades do grupo,
planeei as atividades que descrevo de seguida para posteriormente refletir e avaliar alguns
destes momentos.
Propostas relacionadas com o subtema de Portugal
Na sexta semana de estágio, observei um par de crianças a conversar junto ao globo
terrestre existente na sala enquanto circulavam pelas áreas.
D. - Aqui é o Mar (aponta para o oceano - parte azul).
Est. – Onde fica Portugal?
Fl. – É um sitio pequeno.
D. – Deve ser aqui! (aponta para o continente da Oceânia).
Neste mesmo dia, durante o tempo de trabalho nas áreas, a Fr. pergunta-me:
Fr. – Onde Moras? (…)
Fl. – Eu moro em Braga, Portugal, Merlim.
(N.C. – 05-11-2018)
Estes momentos com que me deparei foram fundamentais para perceber que esta era a
altura ideal para dar início ao meu projeto, aproveitando as curiosidades e conhecimento das
crianças. Assim, dei início à primeira intervenção introduzindo o tema da Multiculturalidade.
Em grande grupo de forma a introduzir uma conversa sobre o tema, questionei: As
pessoas são todas iguais? Depois de uma conversa longa, apresentei ao grupo a história dos
“Meninos de todas as cores” utilizando fantoches. Ao recapitular a história, o grupo mostrou-se
muito participativo em completar partes da história, mostrando que conseguiram reter algumas
informações.
Nesta mesma semana dei início à segunda intervenção, focalizando na realidade mais
próxima da maioria das crianças: Portugal. Através de imagens, vídeos e sons exploramos
algumas tradições como a gastronomia, vestuário, instrumentos, danças, bandeira nacional e
outros elementos culturais.
De maneira a tornar este momento mais dinâmico, as crianças tiveram oportunidade de
se expressar em relação a cada uma das imagens apresentadas; em relação aos sons
demonstrados dos quatro instrumentos (concertina, guitarra portuguesa, cavaquinho e adufe),
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foram escutados uma primeira vez associados a uma imagem real e depois através da memória
auditiva identificamos os mesmos.
Em relação à gastronomia e antes de identificar pratos típicos, utilizamos a roda dos
alimentos existente na sala, construída pelas próprias crianças, como forma de relembrar os
vários tipos de alimentos e a importância de uma alimentação variada.
Em relação às danças e vestuário, depois de observarem algumas imagens e vídeos, em
pequenos grupos, as crianças dançaram no centro do grande grupo utilizando adereços (saias
compridas, no caso das meninas). Este foi um momento de grande entusiasmo, pois todos
queriam ser os primeiros a dançar para o grupo. Através dos movimentos realizados pelas
crianças ao som da música, consegui perceber que estes captaram os movimentos que
observaram no pequeno vídeo reproduzido anteriormente.
Ilustração 1 - Exploração da História "Meninos de Todas as Cores"
De forma a registar e consolidar estas aprendizagens, propus ao grupo:
- Decoração individual de um adufe (caixas em cartão) com tintas. Previamente construi
e decorei um exemplar, dando-lhes a oportunidade de observarem e produzirem sons com o
mesmo. Foram dispostas tintas de diversas cores para a decoração do mesmo.
- Elaboração de registos individuais através do desenho. Antes de iniciarem estes
registos, em grande grupo, questionei cada criança sobre o que pretendiam desenhar e deparei-
me com a escolha de dois elementos: as sardinhas e as danças. De forma a ir de encontro às
escolhas dos grupos, juntei as crianças em dois pequenos grupos de forma a poder observa-las
nas suas produções. O grupo que escolheu o tema das danças representou esta modalidade
através do desenho, colorindo com lápis de cor. O grupo que escolheu as sardinhas fez o
desenho das mesmas e optou pela colagem preenchendo o interior com pedaços de folha de
alumínio no interior do desenho. Esta ideia da utilização do papel de alumínio surgiu da
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educadora, uma vez que, a sala, continha este material. Achei a sugestão pertinente e
apresentei a mesma ao grupo, sendo aceite de imediato. Desta forma, conseguimos registos
bidimensionais e tridimensionais. De referir que nos seus trabalhos bidimensional as crianças
identificaram as suas folhas com o seu nome, algumas com o apoio do cartão com o seu nome
em letras maiúsculas/fotografias e outras já o fazem sem precisarem desse mesmo apoio.
Ilustração 2 - Representação das Sardinhas
Ilustração 3 - Pintura do Adufe
Ilustração 4 - Desenho Representativo da Dança Folclórica
Dando continuação às descobertas sobre Portugal, exploramos a coreografia e música
de “Caminho de Viseu”, primeiro em pequenos grupos e depois em grande grupo. Como a
música já era conhecida de algumas das crianças, foi mais fácil integrar os respetivos
movimentos ao ritmo. De seguida, fui colocando pequenos trechos do Hino de Portugal e
rapidamente o conseguiram identificar. Depois de descoberta, questionei o grupo sobre o que
era um hino. Muito rapidamente o E. associa o hino ao futebol referindo o Cristiano Ronaldo.
Referimos o nome do hino, salientando que A Portuguesa, hoje é um dos símbolos nacionais de
Portugal. Seguidamente cantámos algumas vezes o hino e, numa última vez, fizemo-lo de pé.
Assim que iniciamos, o E. fechou os olhos e com a mão ao peito, entoou o hino do início ao fim.
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Ilustração 5 - Exploração da Coreografia “Caminho de Viseu”
Ilustração 6 - Cantar o Hino de Portugal
Numa conversa sobre os instrumentos musicais a Fl. comentou: “Eu tenho um
cavaquinho e sei tocar”. (NC- 13-11-2018), aproveitando esta intervenção com cooperação da
Educadora pensamos em complementar o interesse das crianças pelos instrumentos musicais
explorados nas atividades relacionadas com Portugal e organizamos uma visita ao Museu dos
Cordofones.
O Museu de Cordofones de Domingos Machado, um Museu particular, que pertence a
Domingos Machado.
No primeiro andar do edifício, estão expostas várias coleções de instrumentos de corda:
cavaquinhos, violas clássicas, guitarras, bajos, banjolins, bandolins e violas típicas. As crianças
puderam observar as diferentes peças, as ferramentas utilizadas na confeção, e as várias etapas
da construção de um cavaquinho. Puderam ainda encontrar muita documentação sobre a sua
obra, bibliografia, algumas obras de arte (quase tudo oferta de amigos), objetos vários, e fotos.
Ainda visitamos a oficina do artesão. Uma grande mesa de trabalho gasta pelo tempo e
os materiais; instrumentos musicais e ferramentas próprios do ofício: moldes que darão forma
às violas, guitarras, cavaquinhos e outros instrumentos; álcool, colas, vernizes, ofereciam-se aos
olhos dos visitantes.
No percurso até ao museu algumas crianças foram identificando alguns pontos de
referência do seu caminho diário de casa-escola e dialogavam entre si prevendo o que iriam
encontrar no museu.
Fl.- Vamos ver a guitarra portuguesa!
D.S. – Vamos ao cinema!
D. - Ahaha não vamos nada, vamos ver os cavaquinhos!
(N.C. – 14-11-2018)
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Durante a visita, o Sr. Domingos, apresentou um instrumento de cordas de origem russa
que lhe foi oferecido. Rapidamente as crianças associaram este país ao A, que se mostrou muito
feliz ao ser reconhecido e felicitado pelo Sr. Domingos.
Por fim, pudemos assistir a uma pequena atuação do Sr. Domingos ao tocar cavaquinho
e instintivamente todos começaram a dançar. E ainda cantamos a canção “A Caminho de Viseu”
acompanhados pelo som da guitarra clássica tocada pelo filho deste artesão.
Ilustração 7 - Visita ao Museu de Cordofones
Ilustração 8 - Visita ao Museu de Cordofones
Propostas relacionadas com o subtema da Escócia
As atividades sobre a Escócia surgiram, devido ao facto do senso comum existente em
relação aos homens não usarem saias. Mesmo em momentos de faz-de-conta as crianças
distinguem o homem e a mulher devido a alguns vestuários. Assim, achei pertinente criar uma
atividade que lhes mostrasse que existem outras culturas no mesmo continente que Portugal que
tem como tradição o uso de saias (kilts) em homens.
Começamos por localizar a Escócia na Europa e através de algumas imagens contei uma
história envolvendo as principais tradições e características deste pais.
Ilustração 9 - Exploração das Principais Tradições da Escócia
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De seguida, apresentei-lhes os materiais construídos para o jogo do golfe.
Est. - Para que servirá isto? / Como se faz?
Crs. - É para jogar. / É golfe.
(N.C.- 15-11-2018)
Antes de experimentarem o jogo individualmente, mostrei-lhes alguns adereços
construídos relativos à Escócia como boinas, saias e gaitas-de-foles. No momento em que
experimentavam o jogo todas as crianças mostraram interesse em usar as boinas, mas o Al. e o
Ez. afirmaram de imediato que não queriam usar as saias. Confrontada com esta situação, voltei
a referir que na tradição escocesa os homens também usam saias, mas as crianças estavam
focadas na realização do jogo. Há aqui a fusão de dois jogos: um de destreza - o golfe - e um de
faz de conta – que são escoceses.
O grupo observava e reagia com entusiasmo ao jogo dos seus colegas, apoiando-se
positivamente. Cada criança teve o tempo necessário para conseguir colocar a bola dentro das
caixas, e sempre que necessário a distância entre a bola e as caixas também foram adaptadas
para que todos atingissem o objetivo do jogo. Notei que algumas crianças, na primeira tentativa,
sentiam dificuldades em segurar os “tacos” e coordenar os seus movimentos. Nestas situações,
tentei intervir apoiando e explicando à criança algumas técnicas de jogo de forma a atingir o seu
objetivo.
Ilustração 10 - Experimentando o Jogo de Golfe
Ilustração 11 - Experimentando o Jogo de Golfe
Para finalizar, dei a conhecer a canção “Marcha do escocês” (depois de escutarem e de
algumas repetições, as crianças conseguiram acompanhar-me em algumas partes da letra).
Posteriormente experimentamos dançar danças tradicionais escocesas (as crianças sentiram-se
capazes uma vez que os movimentos eram repetitivos e ainda relacionaram alguns desses
movimentos com a dança tradicional portuguesa experimentada anteriormente, comparado a
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dança com as mãos para cima).
Ilustração 12 -Interpretação da Música "Marcha do Escocês"
Propostas relacionadas com o subtema de Cabo-Verde
Dando início às intervenções relativas à cultural africana, comecei por contar a história
“O cabelo de Lelê”. Numa primeira abordagem à capa da história as crianças associaram a cor
de pele da personagem ao Ez. e posteriormente a forma do cabelo. (N.C. – 20-11-2018)
Ilustração 13 - Exploração da História "O Cabelo de Lelê"
De seguida recriamos três jogos típicos Africanos: Terra/Mar; Meu querido menino;
Saltando o feijão. Estes jogos foram propostos com o objetivo das crianças cooperarem em
situações de jogo, seguindo propostas e dominar movimentos que implicam deslocamentos e
equilíbrios como: saltitar, saltar a pés juntos ou num só pé, saltar sobre obstáculos, mas
também de perceberem que existem diversos jogos que se podem realizar com poucos ou
nenhum material, e no entanto não deixam de ser estimulantes e divertidos.
No primeiro jogo (Terra – Mar) colocamos uma corda ao chão em linha reta. Depois de
explicar as regras do jogo todas as crianças ficaram no lado estipulado como sendo a terra. Ao
ouvirem “mar” todos saltavam para o lado do mar. Ao ouvirem “terra”, todos saltavam para o
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lado da terra. Depois de entenderem o jogo e as brincadeiras que poderiam fazer com ele pondo
em prova a concentração do grupo, cada criança teve a oportunidade de comandar o jogo.
No segundo jogo (Saltando o feijão) depois de afastar os armários, coloquei-me no
centro da roda do grande grupo e comecei a rodar a corda perto do chão e à vez cada criança
saltou por cima da corda. Dependendo da destreza física da criança que estava em jogo, tentei
adaptar a velocidade da corda para que todos conseguissem atingir o objetivo de saltar sem
serem atingidos. Depois de todos participarem uma primeira vez, iniciamos o jogo com a
variante de saltar com apenas um dos pés. Algumas das crianças precisaram de apoio para
conseguirem manter-se em equilíbrio num só pé e outras realizaram o exercício com facilidade.
No terceiro jogo (Meu querido menino) à vez, uma criança foi escolhida, saindo da sala.
As outras escolheram outra criança para ser o “menino”. Esta deitou-se no chão e foi desenhado
o contorno do seu corpo com giz. Em conjunto, as crianças chamaram a criança que estava
ausente e esta deveria tentar determinar quem é o “menino”, baseado no contorno desenhado.
Foram desenhados alguns elementos que caracterizam o “menino” (cabelo, acessórios,…) para
facilitar a descoberta. Exemplos: o Ez. foi descoberto pelo cabelo cheio de caracóis, a Fl. pelo
arco que usa sempre com uma coroa, a L. pelo arco de orelhas que usava, a educadora (que
também foi contornada) foi descoberta pelo tamanho… Os tamanhos das crianças foram
referidos ao longo do jogo e este foi um dos fatores de identificação da criança que foi
contornada.
Ilustração 14 - Jogo Terra-Mar
Ilustração 15 - Jogo "Meu Querido Menino"
Seguidamente, observamos algumas imagens de animais existentes no continente
africano e salientamos algumas características dos mesmos e ainda, o processo da cadeia
alimentar. Posteriormente, observamos imagens de instrumentos musicais característicos e o
seu processo de construção. Coloquei alguns rolos de papel higiénico e balões em frente ao
grupo questionando-os: No continente africano alguns meninos gostam muito de construir os
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seus brinquedos e instrumentos musicais! Então um deles disse-me que podia fazer um mini
tambor utilizando apenas balões e rolos de papel. Mas há um problema… não me disse como
fazer para produzir som… Alguém sabe com o posso fazer?
E em grande grupo solucionamos o problema utilizando a estratégia de tentativa e erro,
ou seja, fomos testando as várias ideias para conseguirmos criar o instrumento.
Ilustração 16 - Construção de um Tambor
Posteriormente observamos imagens de vestuário e acessórios característicos referindo
as roupas frescas e coloridas, peças feitas de palha e acessórios diversos. Depois de observadas
as imagens, distribui algumas saias, braceletes, camisas coloridas, colares e fitas para o cabelo,
para que todas elas ficassem com algum adereço característico, possibilitando que todas as
crianças tivessem um adereço faz de conta que as caracterizasse como africanos.
Ilustração 17 - Experimentam Adereços Africanos
Continuando a exploração das imagens passamos para os alimentos típicos. Inicialmente
observamos o conjunto de imagens. Alguns foram identificados com facilidade como a manga,
os amendoins e o café. Para os restantes foi necessário algumas pistas para conseguirem
decifrar o alimento e, nalguns casos, descrever o seu processo de transformação até chegarem
ao produto final que conhecemos. Depois de observar estas imagens demos uso aos cinco
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sentidos. Os ingredientes propostos para a exploração foram: amendoins, coco, papaia, manga,
chocolate em pó, açúcar, cominhos em pó, pimenta em pó e café em grão e em pó. Os
cominhos e a pimenta não foram provados pelas crianças. Como não conseguimos abrir o coco
na sala por ter a casca muito rija, levámo-lo connosco para o refeitório e por coincidência estava
lá uma mãe que reside na Associação, nascida em Timor. Pedimos ajuda para abrir o coco e
muito rapidamente ela fez parecer algo difícil, muito fácil.
Ilustração 18 - Descoberta de Alimentos Através do Paladar
Ilustração 19 - Senhora Timorense Abre o Coco
Dando continuidade ao desenvolvimento da atividade relacionada com o continente
africano, desta vez focalizei as propostas de intervenção em Cabo Verde (terra de onde é natural
a mãe do Ez.). Mostrei uma bandeira com as dez ilhas que constituem Cabo Verde, contando-as
em grande grupo. Posteriormente, associamos a contagem das ilhas ao número de estrelas
presentes na bandeira do país. Referindo o nome da ilha do Fogo, as crianças começaram a
questionar: “Está tudo a arder?”
Mostrei-lhes uma imagem de um vulcão e expliquei de forma muito superficial o
fenómeno das erupções. Como o grupo mostrou-se muito interessado, a educadora foi buscar
um material ao armário, onde a terra é representada tanto exterior como interiormente. No final
deste momento, o A. conclui: “A montanha pode ter um buraco pequenino, mas quando a lava
sai, explode e fica grande”. Aproveitando o interesse pelos vulcões, mostrei uma representação
de uma casa feita com pedra vulcânica. As crianças puderam sentir e visualizar as informações
dadas anteriormente sobre a solidificação da lava.
Continuando o interesse sobre esta temática, utilizei o computador para mostrar alguns
vídeos de vulcões em erupção.
Fr. – Eii, não que medo! (...) !
D. – É muito quente.(...)!
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E. – Parece que está a explodir!
(N.C. – 21-11-2018)
Os objetos mostrados rodaram por todo o grupo, para que os sentissem, cheirassem e
observassem, como por exemplo: escultura em cana-de-açúcar, representação das ilhas em
casca de coco, brincos, areia preta provenientes da praia, dinheiro (escudos cabo-verdianos), fita
para cabelo, porta-moedas, vestido, bandeira com mapa das ilhas e casa Cabo Verde em pedra
vulcânica. Todos estes objetos que serviram de condutores desta atividade eram todos
provenientes de Cabo Verde.
Para além de utilizarem os sentidos, as crianças mostram-se todas muito responsáveis
ao manusearem os objetos frágeis.
Est. - Sabem como é que as pessoas de Cabo Verde dizem “Eu gosto de ti”?(Ami gusta di bo).
A. – Eu sei em Russo.
(N.C. – 21-11-2018)
Ilustração 20 - Objetos Explorados de Origem Cabo Verdiana
Ilustração 21 - Descoberta de Algumas Tradições Cabo-Verdianas
Dando seguimento à atividade do jogo africano “Meu querido menino” começamos por
abordar as diferenças de alturas entre as pessoas, numa conversa de grande grupo, utilizando
os termos alto, médio, baixo, mais alto que, mais baixo que, crescente, decrescente. De seguida,
marcamos num painel a altura real de cada criança com cores diferentes. Através da leitura do
painel chegamos à conclusão quem era o mais alto e o mais baixo, ordenando o grupo em fila
por ordem crescente. No final, cada criança escreveu o seu nome junto à marca correspondente.
Esta atividade foi concluída posteriormente, de forma a comparar a diferença de altura num
dado período de tempo.
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Ilustração 22 - Registo das Alturas
Ilustração 23 - Organização das Alturas por Ordem Crescente
Relacionando as descobertas realizadas acerca da cultura africana, cada criança
construiu um colar através do enfiamento de rolhas de cortiça, preparadas previamente, e ainda
construíram um tambor utilizando “tinta de café” (ingrediente típico africano) para cobrir o
cartão do rolo de papel e balões para a base do instrumento.
Ilustração 24 - Pintura do Tambor com Café
Ilustração 25 - Construção de Colares
Concluindo as atividades relacionadas com as vivências e culturas africanas, em grande
grupo realizamos um levantamento de ideias prévias sobre padrões, recorrendo a materiais
existentes na sala e a exemplos concretos.
Começamos por chegar à conclusão do que era um padrão, através de tentativa e erro,
construindo figuras geométricas com paus de gelado de diferentes cores e posteriormente
usando outros materiais de construção existentes na sala.
Num segundo momento, em pequenos grupos, as crianças construíram padrões,
utilizando estratégias diferentes. Foram criadas três propostas: pintura de padrões com tintas em
tecido; construção de padrões com marcadores / lápis numa tira de papel; produção de padrões
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com materiais de construção. Todas as crianças realizaram as três propostas diferentes
organizadas, sendo sempre acompanhadas por um adulto.
Por fim, posso concluir que nem todas as crianças conseguiram consolidar o conceito de
padrão. Isto porque ao longo das propostas apresentadas anteriormente observei que algumas
delas ainda não conseguiam produzir padrões sem uma orientação do adulto. No entanto, acho
que foi um trabalho bem desenvolvido pois foram utilizados diferentes materiais e estratégias de
trabalho e de pensamento.
Ilustração 26 - Pintura de Padrões em Tecido
Ilustração 27 - Construção de Padrões em Paus Coloridos
Propostas relacionadas com o subtema da Rússia
As atividades relacionadas com a cultura russa surgem com base na nacionalidade dos
pais de uma das crianças integrante neste grupo.
Comecei por localizar o continente asiático no mapa-mundo, referindo algumas
características sobre a Rússia, importantes para a compreensão da lenda que foi explorada
posteriormente, como: o clima, a dimensão, …e ainda valorizando a nacionalidade dos pais do A.
Antes de iniciar o conto da lenda, criei um ambiente diferente do habitual em momentos
de grande grupo. Todas as crianças foram cobertas com mantas (representando o clima frio).
Importa referir que neste momento as crianças mostraram atitudes de partilha, preocupando-se
que todos estivessem cobertos com as mantas, para darmos inicio ao conto d”A lenda da
Matrioska – A boneca russa”. As crianças ficaram atentas e participavam pontualmente em
momentos sequenciais da lenda, mostrando estarem a acompanhar a mesma. No decorrer
deste, fui incluindo quatro exemplares de matrioskas que ajudaram na compreensão da história.
No final, estes materiais apoiaram o exercício da divisão silábica dos nomes de cada
criança, uma vez que, na própria história, aconteceu esse processo com o nome das Matrioskas.
Estas divisões foram realizadas em grande grupo, utilizando o som das palmas. De forma
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natural, o grupo realizou a divisão silábica, de forma correta, para grande parte dos nomes
próprios. Observei que as dificuldades estavam nos nomes com uma ou duas silabas ou ainda
em silabas que contem apenas uma letra. Como fomos contando o número correspondente de
silabas de cada palavra, algumas crianças iam fazendo conjuntos de forma espontânea:
D. - Eu tenho 3 (silabas). Sou da equipa da B. (…)
R. – Só tenho duas! (..)
E. – R., és da equipa do T. (N.C. – 03-12-2018)
Ilustração 28 - Exploração da Lenda "Matrioskas"
Ilustração 29 - Divisão Silábica dos Nomes Próprios
Focando no clima frio característico da Rússia, realizamos uma experiência com o
objetivo de prever, experimentar e verificar que materiais conservam durante mais tempo a
forma de um cubo de gelo. Utilizei os “meninos de todas as cores”, de forma a introduzir esta
atividade com uma pequena história que precisava de ser concluída. Durante este processo fui
colocando perguntas que as levassem a pensar, a interrogar-se e a querer saber mais: Que
material, os meninos de todas as cores, deveriam utilizar para proteger o boneco de neve do sol?
/ De que é feita a neve/gelo? / E como é que ele se transfora em água? / Então como podemos
ajudar os meninos de todas as cores a descobrir como proteger o boneco de neve do sol?/ De
que precisamos? / O que irá acontecer aos cubos? / Porque razão acham que vai derreter?/
Repararam que os cubos de gelo não estão todos do mesmo tamanho?
Depois de realizarmos a experiência, preenchemos um pequeno quadro para registar as
observações utilizando termos como: fundiu completamente, fundiu em parte, fundiu pouco.
Assim, chegamos à conclusão, através da leitura do quadro, que existem materiais que
protegem melhor o cubo de gelo do calor do que outros; o gelo funde quando recebe calor;
quando o cubo de gelo está envolvido na folha de alumínio (bom condutor térmico) não se
conserva mais tempo do que não protegido; quando o cubo de gelo está envolvido em lã (mau
condutor térmico) conserva-se mais tempo do que o cubo não protegido.
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Ilustração 30 – Experiência com Cubos de Gelo
Ilustração 31 - Exploração do Cubo de Gelo
Através da exploração de imagens descobrimos algumas vivências e tradições da Rússia.
Nesta atividade fui pedindo ao A. que nos traduzisse algumas palavras para russo. Apesar das
palavras serem difíceis, este mostrou-se sempre muito paciente para ajudar todo o grupo a
conseguir prenunciar corretamente. Durante este tempo este mostrou-se sempre muito
sorridente e interessado na descoberta das diferentes imagens relacionadas com a Rússia.
Este método da utilização das imagens tem sido importante, pois no final da atividade
este conjunto de imagens é colocado na área da biblioteca disponibilizando as mesmas para
consulta. A área da biblioteca era uma das áreas pouco escolhidas no tempo de planeamento do
tempo de trabalho, e ultimamente, esta tem sido uma das áreas preenchidas.
No final utilizei uma Matrioska de madeira (com três bonecas), e pedi a cada uma das
crianças que fornecesse as indicações passo a passo para colocar as duas bonecas dentro da
maior. Fiquei muito surpreendida, pois todas as crianças o fizeram utilizando todos os passos
corretamente e vocabulário de grandezas como grande, média e pequena, mostrando um bom
raciocínio lógico. A grande maioria teve um discurso deste género: “Abre a média, põe a
pequena dentro da média, fecha a média, abre a grande, põe a média dentro da grande e fecha
a grande”. (N.C. – 03-12-2018)
Posteriormente realizamos a pintura da árvore que servirá de suporte para a construção
da árvore genealógica de cada criança. Esta atividade surge aliada à lenda da Matrioska, uma
vez que exploramos os graus de parentesco entre as quatro bonecas, valorizando a família de
cada criança dialogando sobre a importância e diferenças entre as mesmas.
Entretanto as crianças levaram para casa um esquema da árvore genealógica, para que,
com o apoio da família, preenchessem a mesma. Desta forma foi mais fácil apoiar cada criança
na representação dos elementos integrados na árvore construída com a cooperação da família.
Esta foi uma atividade que necessitou de um acompanhamento no trabalho em pequenos
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grupos. No decorrer das produções ia questionando as crianças sobre quem iam representar,
como e algumas características dessa pessoa. Como estávamos em pequeno grupo (3 / 4
crianças) estes iam observando o trabalho dos seus pares e dialogando naturalmente sobre
diferenças e semelhanças das suas famílias.
Ilustração 32 - Pintura do Suporte da Árvore Genealógica
Ilustração 33 - Árvore Genealógica
Durante a exploração de imagens onde descobrimos algumas vivências e tradições da
Rússia mostrei o Pão de Mel de Tula e questionei o grupo se gostavam de fazer esta mesma
receita. O entusiasmo foi tanto que queriam faze-la de imediato, mas perceberam que não era
possível pois não tínhamos os ingredientes necessários naquele momento. Com todos os
ingredientes reunidos, demos inicio à produção dos Pães de Mel de Tula. Através do pictograma
da receita as crianças davam indicações das quantidades e ingredientes a utilizar. Todas as
crianças mostraram interesse em participar nos diferentes processos da confeção da massa.
Cada uma moldou e recheou o seu próprio pão e representou a primeira letra do seu nome com
a massa colocando-a em cima do pão. Esta atividade foi um bom momento para a utilização dos
cinco sentidos, em simultâneo (paladar, olfato, tato, visão e audição), pois provaram os
diferentes ingredientes antes de serem misturados, cheiraram, amassaram, observaram e
escutaram as indicações necessárias nas várias fases de confeção.
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Ilustração 34 - Pesagem dos Ingredientes
Ilustração 35 - Mistura dos Ingredientes
Conclui as atividades relacionadas com a cultura Russa com os jogos motores como o
“Pega e Congela” e a “Macaca”. Antes de iniciar o jogo comecei por explicar as regras. Algumas
crianças reconheceram os jogos através da explicação das regras. Iniciamos com o jogo “pega e
congela” para aquecimento, posteriormente a “macaca” e ainda algumas respirações, no final
para o retorno à calma.
Ilustração 36 - Jogo Pega e Congela
Ilustração 37 - Jogo da Macaca
Propostas relacionadas com o subtema do Brasil
Iniciamos as atividades com a leitura e exploração da lenda brasileira “Saci Pereré”, as
crianças participaram no decorrer da mesma por existirem partes sequenciais, e o facto da
personagem principal ter uma só perna gerou algumas perguntas e observações: Fl - Eu nunca vi
ninguém só com uma perna! Fr - Como é que ele corre? (N.C. – 04-01-2019)
Tentei explicar que realmente existem pessoas que só têm uma perna e que o motivo
muitas das vezes podem ser acidentes ou doenças que levam a amputação de um membro. No
entanto, reforcei a ideia de que essas pessoas gostam de brincar com os amigos e têm o direito
de serem felizes com as suas diferenças, uma vez que todos somos diferentes, mas ao mesmo
tempo também somos iguais.
Com o exercício da ordenação da lenda, através das imagens, consegui perceber que o
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grupo conseguiu organizar as suas ideias em relação ao conteúdo da mesma. Esta abordagem é
um bom exercício para, ao mesmo tempo, trabalhar o domínio da matemática e o domínio da
linguagem oral praticando a ordenação temporal do enredo.
Por fim, abordamos algumas tradições do Brasil, com o apoio de algumas imagens,
experimentamos o sabor de algumas frutas típicas e ainda ensaiamos e cantamos a música
“Samba Lele”, acompanhados com o som ao vivo da flauta.
Ilustração 38 - Ordenação da Lenda “Saci-Perere”
Ilustração 39 - Exploração da Canção Samba-Lele com
Acompanhamento da Flauta
Em relação aos alimentos levei maracujás e abacaxi. Antes de os mostrar, todos
fecharam os olhos e através do tato tentaram adivinhar o que seria. Para além de falarmos sobre
os alimentos também descrevemos as suas texturas. Na altura de provar as frutas muitas
crianças, através do cheiro característico do maracujá, rejeitaram. Já o abacaxi foi o alimento
mais procurado para saborear. Penso que isto aconteceu pois normalmente o abacaxi é mais
consumido que o maracujá, e por isso algumas nunca provaram. Além disso é também quase
sempre menos ácido.
Ilustração 40 - Crianças Provam Abacaxi
Ilustração 41 - Crianças Provam Maracujá
No que diz respeito ao momento de exploração da canção, algumas crianças já
conheciam algumas partes da letra, por isso rapidamente começamos a introduzir ritmos
simples, produzindo sons com o próprio corpo ao mesmo tempo que cantávamos. No decorrer
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deste momento, o D. começou a fazer o mesmo ritmo, mas utilizando outros movimentos.
Observando-o, incentivei o resto do grupo a imitá-lo e assim outros movimentos foram surgindo
espontaneamente. Para terminar, mostrei-lhes uma pauta musical com as notas da música que
estávamos a trabalhar. A Fr., muito rapidamente disse que “É uma música” e o A. apontou e
disse “Isto é a clave de sol”. (N.C. – 06-01-2019) Depois de explicar que as notas musicais têm
a mesma função que as letras, que nos permitem ler histórias, por exemplo, e que estas
correspondem a sons diferentes, utilizei a flauta para mostrar a sequência das 7 notas musicais
do mais grave para o mais agudo e vice-versa. No final, enquanto toquei a música explorada, o
grupo cantava. Esta foi uma forma diferente de conseguir trabalhar a expressão musical, levando
um instrumento musical convencional. Ainda que grande parte do grupo esteja inscrito na
atividade extra de expressão musical, é sempre importante o educador atender a todas as áreas
e domínios que as orientações curriculares integram, de forma a dar oportunidade a todas as
crianças de experimentarem e explorarem materiais e atividades diversas, fundamentais para o
seu desenvolvimento.
O desenvolvimento da atividade motora, mais centrada no domínio da educação física,
foi planeada de forma a conter um momento inicial (aquecimento), um momento fundamental
(circuito motor) e um momento final (relaxamento/alongamentos). Previamente, para evitar
tempos de espera na passagem de um momento para o outro, comecei por organizar o espaço
do salão polivalente. A utilização de regras simples e demonstrativas ajudou à compreensão dos
diversos momentos e etapas dos circuitos. E, por fim, a aplicação de pontos de referência nos
quatro circuitos montados (ex.: Equilíbrio – passagem no lago dos crocodilos - coloquei um
animal perto do obstáculo), permitiu que os circuitos funcionassem ao mesmo tempo, uma vez
que as crianças conseguiram associar os objetos e imagens colocadas perto dos obstáculos aos
exercícios a realizar, promovendo a sua autonomia e retirando tempos de espera. Assim,
também se tornou mais fácil observar as crianças e apoiar / incentivar / corrigir algumas
posturas de forma a atingirem os objetivos propostos.
De forma geral, o grupo entendeu as regras e concluíram todas as propostas de circuito
com calma, o que facilitou o sucesso na realização de todos os obstáculos.
44
Ilustração 42 - Atividade Fundamental
Ilustração 43 - Atividade de Relaxamento
Propostas relacionadas com o subtema da Austrália
De forma a introduzir a exploração e descoberta do continente da Oceânia, optei por
propor a audição de uma canção que ajudou a perceber algumas características desse mesmo
continente. Os animais característicos foram os primeiros a serem nomeados, uma vez que o
grupo mostra sempre muito interesse nesse tema. Para além disso, observamos alguns vídeos
(partes de documentários / reportagens) dos próprios animais em ambientes naturais e algumas
tradições e culturas como o desporto) Rugby e o Haka característico com origens em
comunidades indígenas. Fatores como respeito/ cuidados com natureza, foram salientados e
reforçados, dando exemplos de bons comportamentos a realizar no dia-a-dia.
Posteriormente, descobrimos obras de dois artistas plásticos aborígenes: Obra Sem
Título, 1992, Emily Kame Kngwarreye; Obra Solo Argilosos, Estrada De Canning Stock, 1985,
Rover Thomas. Aproveitamos para relembrar alguns conceitos como artista e museu, e imaginar
situações para descrever as obras abstratas. Depois de apontar algumas características,
também vimos aspetos comuns entre as obras, chegando ao conceito de pontilhismo.
Desta forma, disponibilizei materiais para que, individualmente, as crianças
experimentassem essa mesma técnica dando a liberdade para criarem a sua própria obra. Desde
folhas e tintas de diferentes cores, cotonetes e os próprios dedos, as crianças experimentaram a
técnica. Posso referir que o grupo mostrou perceber a técnica e durante o seu trabalho todos, de
forma espontânea utilizaram todos os espaços da folha, deixando uma produção equilibrada.
45
Ilustração 44 - Utilização da Técnica do Pontilhismo
Propostas relacionadas com o subtema da Antártida
Ao longo das intervenções relacionadas com a exploração da Antártida, e após a
observação do mapa-mundo, as crianças referiram de imediato que “é onde vivem os pinguins”.
A partir de uma conversa inicial, fui introduzindo alguns vídeos/ partes de reportagens
previamente selecionadas, possibilitando a observação de comportamentos de animais e
pessoas que vivem em áreas geladas como a Antártida. A construção de iglus, a caça dos
animais para alimentação, as roupas e o tempo foram alguns dos aspetos focados durante o
momento de descobertas e exploração.
As descobertas acerca da Antártida foram importantes uma vez que ajudaram mais uma
vez, o grupo a perceber a importância das diferenças entre as vivências das pessoas de cada
país. Neste caso, por exemplo, através de conversas sobre o gelo, método de construção das
casas e temperaturas das diferentes regiões percebemos que seria muito difícil construir as
nossas casas com gelo (como os iglus) porque não temos um clima adequado. Mas esse mesmo
aspeto valoriza as diferentes culturas e tradições.
Confrontados sobre a possibilidade de construírem uma representação da Antártida em
três dimensões, o grupo ficou entusiasmado e espontaneamente começaram a mencionar
possíveis elementos a adicionarem na representação.
A minha ideia inicial seria cada criança construir um pequeno exemplar de forma
individual, mas depois de observar este momento, entendi que seria uma mais valia criar um
ecossistema mais elaborado incluindo a participação, ideias e vontades de todas as crianças.
Depois de organizar uma lista com as escolhas de cada criança em relação à parte do
trabalho que gostariam de desenvolver, apresentei diversos materiais e em grande grupo
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tentamos perceber quais seriam os mais adequados para realizarmos as propostas. De referir,
que grande parte dos materiais eram de reutilização, como: caixas de ovos, rolos de papel,
esferovite, cartão, fitas, aparas de linhas, garrafas de plástico, casca de madeira de árvore,
jornal, etc...
Como organizei pequenos grupos, para conseguir acompanhar todas as crianças nas
suas produções, muitas crianças que não integravam o grupo ficavam a observar e mostravam
curiosidade em explorar o material utilizado pelos colegas.
Ilustração 45 - Construção das Focas
Ilustração 46 - Construção da Canoa
Em grande grupo montamos todo o cenário que acabou por ser exposto no corredor que
dá acesso à sala, para que este pudesse vir a ser observado pelos familiares das crianças.
Notei que as crianças viveram este momento com grande entusiasmo, quando
começaram a observar a montagem do ecossistema com todos os elementos criados, sendo
sempre muito participativos dando sugestões:
E. – Temos de pôr um escorrega para os pinguins.
D. – Tem de ter mais água, porque a baleia é muito grande.
Fr. – Temos de pôr muita neve.
Fl. – Os esquimós ficam ao lado do iglu porque é a casa deles.
(N.C. – 17-01-2019)
No final, observando o resultado o E. disse: “vou dizer ao meu pai que não há ursos
polares na Antártida. Só lá em cima.” (N.C. – 17-01-2019)
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Ilustração 47 - Montagem do Habitat em Grande Grupo
Ilustração 48 – Representação da Antártida em Três Dimensões
Com este pequeno projeto de envolvimento de todas as crianças numa produção de
expressão plástica relacionando os conhecimentos adquiridos anteriormente sobre a Antártida,
percebi que as informações recriadas na maquete foram bem consolidadas pelas crianças.
Assim, as artes plásticas nestas idades podem ser grandes aliadas das restantes áreas e
domínios curriculares, pois é uma forma de passarem “do abstrato para o real/concreto”.
Dramatização baseada na história “Ovos misteriosos” de Luísa Ducla Soares e nos países
explorados nas intervenções anteriores
Concluídas as atividades focadas nas descobertas das diferentes culturas, seguimos
para a exploração da história “Ovos Misteriosos” de Luísa Ducla Soares e Manuela Bacelar. Este
é um livro em que a enorme ternura que o atravessa não impede o humor e o ritmo tão próprios
desta autora e que introduz a crianças nas questões da multiculturalidade. Um outro aspeto a
destacar em relação a esta obra é que esta faz parte da lista dos livros indicados no plano
nacional de leitura.
Desde o início da exploração, as crianças mostraram-se interessadas na história invulgar.
No final da primeira leitura, em grande grupo, fizemos o reconto da mesma, acabando por
comparar o conto com a vida real, interligando conhecimentos adquiridos ao longo das
intervenções anteriores reforçando a importância das diferenças individuais.
Deparando-me com o envolvimento das crianças em torno da história propus a
dramatização da mesma. A ideia foi aceite de imediato, desta forma aliou-se o grande interesse
do grupo que são os animais com o tema da multiculturalidade.
Começamos por esclarecer conceitos como: espetáculo, teatro, artista, ator, atriz,
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cenário, personagens, público, … Fomos dividindo as personagens da história, para isso foi
preciso chegar a alguns consensos e arranjar soluções para satisfazer os pedidos das crianças.
Em conversa, conseguimos chegar a um acordo, deixando todas elas satisfeitas com a
personagem a representar. Como apenas existem sete personagens na história, surgiu outra
situação a resolver. Foi então que surgiu a ideia de juntarmos uma história da vida animal com
uma história da vida Humana recorrendo aos conhecimentos adquiridos nas semanas anteriores.
Deste modo estruturamos um plano para integrar todo o grupo na dramatização envolvendo e
consolidando conhecimentos explorados anteriormente em volta do tema do projeto “Meninos de
Mundo”. Para terminar este momento, em grande grupo, cantamos uma canção adaptada por
mim e, através de gestos, mimamos a letra. Logo na segunda repetição, já consegui observar
algumas crianças a cantarem algumas palavras e baterem palmas nalguns momentos com o
ritmo certo.
No final deste momento, questionei o grupo sobre o conteúdo da letra e fiquei
surpreendida por, a primeira criança a se prenunciar, ter sido uma das que normalmente não
exprime a sua opinião espontaneamente em momentos de grande grupo.
Quando esclarecemos alguns conceitos relacionados com a expressão dramática, e
questionados sobre quem poderia ser o nosso público, o D. referiu logo as famílias. Sem dúvida
que a opção foi muito válida e desde logo pensamos em pedir aos pais a participação e
colaboração para a realização deste momento a ser preparado pelo grupo. Num comunicado
escrevemos quais as personagens de cada criança e, com o apoio das famílias, as crianças
deverão poder criar um fato/adereço representativo da sua personagem. No dia seguinte ao
envio do comunicado, as crianças já traziam ideias de como iriam produzir os seus acessórios e
outras até tinham comprado o livro “Ovos Misteriosos” para lerem com a família.
Durante os primeiros anos de vida, a criança estabelece laços de afetividade restritos
com os pais e com as pessoas que estão mais próximas da família. Esta é considerada como
principal ambiente de aprendizagem e de aquisição de valores e, por isso, é vista como a
primeira instituição de educação e de socialização da criança. Assim, a família, deverá ter um
papel ativo na vida da criança e a sua presença deverá ser constante e adequada para que seja
benéfica para o pleno desenvolvimento da criança em colaboração com outros agentes
educativos.
Desde a sua chegada ao mundo, a criança descobre o corpo e as suas possibilidades de
ação e de exploração e, progressivamente, adquire uma expressão corporal estruturada. Tendo
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como premissa que o corpo é o instrumento principal da comunicação, importa conhecê-lo,
dominá-lo e expressá-lo. Neste sentido, a área de Expressão Dramática facilita e/ou promove a
socialização, a integração, a perceção sensorial, a intuição, a atividade motora, a criação, a
recriação, a comunicação e a expressão. Esta é uma área que pode ser trabalhada de diferentes
formas com as crianças, de acordo com a intencionalidade da aprendizagem. É também uma
prática que põe em ação a totalidade da pessoa, favorecendo, através de atividades lúdicas, uma
aprendizagem transversal (cognitiva, afetiva, sensorial, motora e estética) e facilita o
desenvolvimento holístico da criança, promotor de vivências (re) construtivas de significações
sociais. É, portanto, uma oportunidade singular, de aprofundamento e de incentivo à sua
criatividade.
A dramatização tem como finalidade procurar a participação, o estímulo, o convívio
social, além do crescimento cultural e da linguagem oral e corporal. Possibilita ainda uma
melhor compreensão e apropriação de conteúdos curriculares diversos, além de promover uma
socialização, aumento da criatividade, memorização entre outros fatores positivos na construção
do conhecimento e do desenvolvimento pessoal e social. Ao recorrer a esse tipo de trabalho o
educador terá a oportunidade de avaliar a postura de cada aluno, especialmente ligados ao
comportamento desenvolvido coletivamente ou individual.
Na senda da dramatização, focámo-nos nos cenários: construímos seis árvores que iriam
representar a mata; um túnel camuflado com folhagem para a cobra; um lago para o crocodilo; e
ainda cinco ovos para serem colocados no ninho, um dos principais locais onde decorre a ação
da história. As crianças participaram neste processo muito empenhadas e motivadas.
E. - Já temos seis árvores para a nossa floresta!
Fr. - Este é o meu ovo, as serpentes nascem nos ovos!
D. - Os ovos são todos diferentes, uns grandes, outros médios e outros pequenos.
(N.C. - 29-01-2019)
A construção destes pequenos adereços e objetos para o cenário ajudaram a
contextualizar a história que está sendo dramatizada pelo grupo.
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Ilustração 49 - Construção dos Ovos para o Cenário
Ilustração 50 - Construção das Árvores para o Cenário
Em diferentes momentos do dia, as crianças muitas vezes associam-se às suas
personagens quando veem filmes e documentários de animais iguais aos que interpretam
imitando-os e reforçando “Este sou eu”.
Durante os ensaios da dramatização as crianças demonstraram empenho e entusiasmo
ao interpretar as suas personagens. Inicialmente, pensei que as várias sessões de trabalho
pudessem ser cansativos para o grupo em geral, mas tenho observado que tem existido uma
grande vontade de realizarem os ensaios, sendo por vezes as próprias crianças a questionar
quando o vão fazer. Penso que todo este processo e esta vontade demonstrada pelo grupo
também se deve à participação dos pais e outros familiares das crianças que foram envolvidos
nesta atividade, levando para casa a possibilidade de construírem um fato/adereço para ser
utilizado pela criança de acordo com a sua personagem.
Todas as famílias participaram e desde já reforço que tiveram um trabalho
extraordinário, fruto de muito empenho e envolvimento. O resultado é que as crianças sentem-se
orgulhosas não só por conseguirem um bom trabalho que irá ser utilizado durante a
dramatização, mas igualmente por participarem na construção do fato com a família.
Nos últimos ensaios já utilizamos o espaço onde a dramatização será apresentada aos
pais e colegas utilizando os objetos da construção do cenário, para que se ambientem ao
espaço. Para além disso, fizemos marcações no chão para auxiliar as movimentações no
espaço, assim como as entradas e saídas do espaço cénico.
No que diz respeito ao guião da história, este foi sendo alterado dia após dia, de forma a
ajustar-se e apropriar todos os acontecimentos às capacidades de cada criança. Desde encurtar
o guião e partes que requeriam mais movimentação durante a dramatização, colocando
momentos dinâmicos intercalando músicas e danças em pequenos e grandes grupos tudo foi
sendo objeto de constante reformulação. Isto porque todo este trabalho teve em conta cada uma
das crianças, pois não existem crianças iguais mesmo que se encontrem numa faixa etária
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aproximada uns dos outros, e por isso foi preciso adequar cada momento às diferentes
personalidades das crianças, para que todas se sentissem capazes de realizar um bom trabalho
juntamente com os seus colegas.
Neste processo o apoio da educadora e da auxiliar cooperante foi muito importante,
porque juntas criamos e melhoramos ideias para que as crianças se sentissem confiantes e
orgulhosas do seu esforço e dedicação, como por exemplo: a otimização e construção de um
ambiente acolhedor, a utilização adequada do uso de reforços positivos sobre o trabalho de cada
um,…
Ilustração 51 - Cenário da Dramatização
Ilustração 52 - Momento da Dramatização
3.4. Avaliação das Aprendizagens das Crianças
No que diz respeito ao trabalho desenvolvido com o projeto implementado e
considerando que o grupo se mostrou bastante recetivo, interessado e envolvido durante as
diversas intervenções, dando asas à sua curiosidade intrínseca para explorar e absorver novas
descobertas, penso ter conseguido atingir os objetivos gerais descritos no plano de intervenção
inicial desenvolvido de forma harmoniosa e bem aceite pelo grupo.
Ainda nas primeiras sessões em contexto, para além de observar situações que me
levaram a perceber que este seria um tema pertinente a explorar com este grupo, como já referi
anteriormente, fui observando algumas conversas entre pares em torno do globo terrestre que
existia na sala de atividades. D. Aqui é o mar (apontando para o oceano/parte azul). Est. Onde
fica Portugal? Fr(a). É um sítio pequeno. D. Deve ser aqui! (aponta para o continente da
Oceânia). Ainda no mesmo dia: Fr(a). Onde moras? Fl. Eu moro em Braga, Portugal, Martim.
(NC – 05-11-2018).
Neste primeiro contacto com as ideias iniciais de algumas crianças fiquei a perceber que
seria importante continuar a estimular o interesse pelo conhecimento do mundo, pela
52
diversidade característica da espécie humana, assim como proporcionar às crianças
conhecimento e diversas perspetivas do mundo que as rodeiam.
No plano de intervenção inicial propus alguns objetivos que penso terem sido
alcançados. Nesta fase de avaliação das aprendizagens das crianças recorri às notas de campo,
registos e reflexões elaboradas anteriormente, sendo um grande suporte de apoio para conseguir
perceber em que momentos os objetivos foram, de certa forma, atingidos.
Durante a visita ao museu dos cordofones, o Sr. Domingos, apresentou um instrumento
de origem Russa e rapidamente as crianças associaram o país ao Al. que se mostrava muito feliz
ao ser reconhecido e felicitado. (NC – 14-11-2018) Este acontecimento, de certa forma, mostrou
que as crianças foram integrando a ideia das diversidades culturais, favorecendo assim, o seu
conhecimento e aceitação.
Através de momentos de partilha, junto trabalhamos o respeito pela diferença tirando
partido da diversidade como meio de enriquecimento do ambiente educativo do processo de
aprendizagem. Durante a descoberta de vivências e tradições da Rússia fui pedindo ao Al. que
nos traduzisse algumas palavras para russo. Apesar das palavras serem difíceis, este mostrou-se
sempre muito paciente para ajudar todo o grupo a conseguir prenunciar corretamente. (NC – 04-
12-2018) Na exploração da cultura africana ao apresentar a história “O cabelo de Lele”, numa
primeira abordagem à capa do livro, as crianças associaram a cor de pele da personagem ao Ez.
e, posteriormente a forma do cabelo. (NC – 20-11-2018)
Toda esta caminhada que fizemos em torno do projeto permitiu alargar as referências
culturais das crianças através do contacto com diferentes recursos e formas de cultura. As
crianças receberam sempre muito bem as diferentes culturas, mostrando-se participativas e
interessadas por descobrir novos costumes. Em relação às danças e vestuário, em pequenos
grupos, as crianças dançaram no centro do grande grupo. Este foi um momento de grande
entusiasmo, pois todas queriam ser os primeiros a poderem dançar. (NC- 07-11-2018)
Sempre que possível tentei proporcionar ao grupo o contacto com diferentes objetos e
alimentos característicos de cada país, permitindo o uso dos cinco sentidos. Esta forma de
conduzir as atividades fez com que o grupo permanecesse interessado e ativo nas suas
descobertas e aprendizagens.
No desenvolvimento do projeto fomos manifestando respeito pelas culturas familiares de
cada criança, isto foi surgindo ao longo das intervenções pois houve uma preocupação em
abordar as culturas que estavam mais presentes neste contexto. Para além das atividades
53
planeadas em torno das culturas as crianças, muitas vezes, partilhavam momentos passados
com a sua família, mencionando expressões típicas, formas de comunicação devido à distância,
associação de objetos, entre outros. Num dos momentos de partilha em grande grupo, o E.
conta um episódio vivido em casa com a sua família. Este contou que durante um jantar de
família ouviram uma música de folclore muito parecida à escutada na sala durante uma das
atividades. Segundo a criança, este começou a dançar e identificou alguns instrumentos através
do som. A família aderiu ao entusiamo da criança e acabaram por dançaram todos juntos. Este
relato foi confirmado pela mãe à auxiliar da sala. (N.C.13-11-19) A construção da árvore
genealógica individual surge aliada à lenda da Matrioska, de forma a valorizar as famílias
percebendo as diferenças entre as mesmas. No decorrer das produções as crianças iam
observando o trabalho dos seus pares e dialogando naturalmente sobre as diferenças e
semelhanças das suas famílias. (NC - 16-12-2018). Para além disso, noto que foi importante
incentivar a participação das famílias no processo educativo uma vez que era notório o
entusiasmo das crianças sempre que falavam das suas famílias. Num dos momentos em grande
grupo, onde planeávamos a nossa dramatização, questionados sobre quem poderia ser o nosso
público, o D. referiu logo as famílias. (NC - 08-01-2019). Durante os ensaios da dramatização as
crianças demonstravam empenho e entusiasmo interpretando as suas personagens. Penso que
todo este processo e esta vontade demostrada pelo grupo também se deve â participação dos
pais e outros familiares que foram envolvidos nesta atividade, levando para casa a possibilidade
de construírem um fato/adereço para ser utilizado pela criança. (NC- 14-01-2019) A participação
das famílias e o trabalho extraordinário desenvolvido, fruto de muito empenho e envolvimento,
resultou em sentimentos positivos por parte das crianças, não só por conseguirem em bom
trabalho relativamente à estética, mas também orgulhosos por participarem na construção do
fato junta da família.
Durante o projeto fui realizando registos individuais descrevendo as competências,
intencionalidade educativa, observação e/ou registo oral e ainda o registo fotográfico (consultar
anexos). Esta forma de registo para além de ser importante para mim, foi uma maneira de
conseguir comunicar com os pais acerca do trabalho que era desenvolvido, para além das
planificações que também eram afixadas. Assim, os registos foram sendo afixados junto aos
trabalhos expostos no corredor de acesso à sala de atividades. Na atividade de construção de
um ecossistema da Antártida em três dimensões o E. ao observar o resultado final disse: “Olha
aqui eu! Vou dizer ao meu pai que não há ursos polares na Antártida. Só lá em cima.” (NC- 17-
54
01-2019) E de facto esta criança, tal como muitas outras, nesse mesmo dia ao chegar a hora de
irem para casa com as suas famílias a primeira coisa que faziam era mostrar o registo
fotográfico e explicar qual o seu contributo para a construção do ecossistema.
Muitas vezes, em diversos momentos do dia-a-dia, observava as crianças em pequenos
grupos ou individualmente a utilizar os materiais das atividades propostas ou a dialogarem sobre
assuntos explorados em grande grupo. Deixo a seguir apenas alguns dos exemplos que se
podem ler em anexo. Na área do faz de conta, o Al., pegou num dos bonecos de cor de pele
castanha e disse para a B.: “Quero comida para o meu bebé. Esta pizza é Africana”. Pouco
depois pega nos adereços de vestuário colocados na área do faz-de-conta relacionados com
África e pede ajuda para vestir o boneco. (N.C.20-11-18) O E. escolheu a área da expressão
plástica e faz a representação dos países, através de manchas de tinta de diferentes tamanhos e
cores. (N.C.28-11-18) E. volta a pegar no globo terreste chamando os seus amigos para lhes
mostrar onde fica Portugal. O Al. começa a mostrar interesse pela exploração do E. e os dois
juntam-se na área das experiências e falam sobre a localização dos continentes já explorados.
(N.C.05-12-18) T. e D. durante o tempo de trabalho na área da expressão plástica planearam
moldagem de plasticina e começaram a construir personagens da história “ovos misteriosos”,
pedindo apoio ao adulto para ajudar a representar alguns elementos da mesma. (N.C. 28-01-
19).
Já no final do projeto questionei o grupo com O que gostamos mais?.
Nota Campo
14-01-19
O que gostamos mais?
Al(a) Gostei de dizer “Ami gosta di bu”.
Al Gostei da Rússia, África e América.
A Gostei de ver as pessoas e animais.
B Gostei de fazer o tambor de Cabo Verde.
D Gostei da Rússia porque fizemos bolinhos.
DM Gostei de fazer o adufe de Portugal.
Ez Gostei de Portugal porque o meu pai também tem uma casa em Portugal.
E Gostei de descobrir que no polo norte há ursos polares.
Fl Gostei da Antártida porque tem focas e baleias.
Fr(a) Gostei do Brasil e ver os animais.
Fr Gostei de desenhar.
L Gostei de ver as estátuas.
M Gostei de ver Cabo Verde, porque aprendi a dizer “Ami gosta di bu”.
R Gostei de ver as pessoas a dançar.
T Gostei de fazer o desenho do cavaquinho.
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Estas respostas são de facto muito importantes. Através delas, percebo que o grupo
conseguiu reconhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e
cultural, situando-as em relação às de outros. Com o tempo que tive acho que consegui
proporcionar às crianças diversos momentos de aprendizagem significativas promovendo o
respeito por culturas e costumes diferentes dos nossos.
3.5. Avaliação Global do Projeto
A escolha do tema do projeto Meninos do Mundo - Contributos da Educação de Infância
para uma Educação Multicultural surgiu, como referi inicialmente, através de observações
realizadas nas primeiras semanas de estágio e de forma a ir de encontro com as necessidades
deste grupo. Assim, considerando as observações e as reflexões partilhadas com a educadora
cooperante, conduzidas em torno das necessidades do grupo, pareceu pertinente assumir como
propósito educativo o desenvolvimento de um projeto de intervenção centrado na problemática
da Educação Multicultural.
Tal como refere o princípio geral da Lei-quadro da Educação Pré-Escolar (Lei n.º 5/97):
“a educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao
longo da vida; é complementar da ação educativa da família, com a qual deve estabelecer
estreita cooperação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo
em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário”.
Começo por falar do envolvimento familiar, como um dos pontos fortes deste projeto.
Mesmo querendo e tentando desenvolver mais atividades que envolvessem as famílias, alguns
contratempos foram surgindo, mas mesmo assim não deixei de deparar-me com o envolvimento
das famílias, mesmo que de uma forma mais indireta que a desejada. Por outras palavras, o
envolvimento que as crianças mostravam durante as intervenções desenvolvidas na sala de
atividades, era levado para o seio familiar e muitas vezes, no dia seguinte, recebia algumas
informações, através da educadora e/ou auxiliar cooperante, vindas dos momentos de trocas de
informações com os pais, explicando o entusiasmo das suas crianças em contar o que
aprenderam de novo. Para além deste contacto entre a família e a equipa educativa, os pais iam
cooperando com as crianças na medida em que permitiam trazer para a sala materiais pessoais
que tivessem ligados com o projeto. Por exemplo: a Fl. trouxe uma pequena viola, a B. trouxe
uma revista com algumas tradições de diversas cidades de Portugal, o Al. trouxe alguns animais,
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entre outros… No entanto, o envolvimento familiar mais evidente durante o projeto foi na
construção de fatos/adereços para as personagens da dramatização realizada no final do
projeto. Foi neste momento que me deparei com a importância atribuída pelas crianças à
participação da sua família com a escola. Os momentos em que falavam sobre o processo de
elaboração do respetivo fato eram sempre entusiasmantes referindo sempre o envolvimento das
suas famílias. Este foi sem dúvida um bom exemplo de um trabalho cooperativo e educativo
positivo.
O reconhecimento positivo e o apoio por parte da educadora cooperante foi decisivo no
sucesso deste PI. Esta não só apoiou, como deu continuidade ao mesmo após a minha saída do
contexto.
É importante salientar que todos os objetivos foram conseguidos através da
implementação de diversas atividades. Vejo como ponto positivo geral, o facto de ter conseguido
desenvolver diferentes intervenções. Desde a exploração de materiais e alimentos dando uso os
cinco sentidos, a saída da instituição para a visita ao Museu dos Cordofones, a realização da
dramatização da história que compactou algumas das aprendizagens realizadas, a participação
das famílias, entre muitos outros momentos, fez com que conseguisse proporcionar ao grupo
uma grande variedade de experiências úteis e fundamentais para o desenvolvimento pessoal e
social.
O facto de trabalhar com um grupo curioso e participativo, também foi uma mais-valia
para o desenvolvimento deste projeto e de certa forma para motivar-me a querer corresponder
as expectativas das crianças. Era evidente o entusiasmo quando lhes permitia a descoberta de
novos materiais que pudessem explorar utilizando os sentidos. Desta forma, não só consegui
alargar alguns conhecimentos através das atividades consistentes, como também planear outras
que pareciam pertinentes.
Como o estágio teve a duração de quinze semanas, e as primeiras foram dedicadas à
observação do grupo, das suas necessidades e rotinas, a realização das intervenções tiveram de
ser muito bem calendarizadas e conjugadas com outras atividades diárias do grupo. Com esta
limitação de tempo, não posso deixar de levantar algumas questões: será que com a
possibilidade de repetição/variantes de algumas atividades tivesse existido maior consolidação
de aprendizagens? Será que as crianças tiveram tempo suficiente para desenvolver e a
acomodar as novas experiências e descobertas?
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Par além disso, percebo que algumas das atividades poderiam ter-se desenvolvido de
outra forma, na medida em que tentaria aplicar mais rigor na minha intencionalidade
pedagógica, como por exemplo, optaria por dedicar mais tempo a explorar conceitos mais
concretos ao invés de optar por dar uma ideia mais geral do planeta e os seus continentes algo
que ainda é um pouco abstrato para as crianças destas idades.
Globalmente considero que o projeto foi bem-sucedido de acordo com o tempo atribuído
para esta concretização, pois através das intervenções finais fiquei ciente de que as crianças
conseguem lembrar-se dos pontos fundamentais focados em cada intervenção.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste balanço final, começo por salientar a importância da elaboração do presente
relatório para a construção da profissionalidade enquanto futura educadora de infância. Este
documento tem por base a conceção, desenvolvimento e avaliação do Projeto de Intervenção
Pedagógica Supervisionada. Desta forma, aqui, tentei reunir e organizar diversa informação que
torna possível apreciar o percurso de aprendizagem procurando descrever práticas inclusivas,
centradas nas aprendizagens e favorecedoras do sucesso educativo. Com a elaboração deste
relatório foi possível organizar e rever planificações, documentações recolhidas, materiais
didáticos utilizados, informações sobre o meio, a instituição, a sala e o grupo, e reflexões sobre a
prática desenvolvida durante as quinze semanas de estágio. Desta forma este relatório torna-se
uma ferramenta importante de apoio no que diz respeito ao meu desenvolvimento profissional e
pessoal. Através de reflexão da prática educativa é possível perceber quais os aspetos a
melhorar futuramente e modificar estratégias.
De uma forma concreta, posso afirmar que, no final desta etapa, consegui atingir alguns
objetivos próprios como desenvolver e planificar uma atividade integradora; ser capaz de
encontrar soluções perante diferentes situações; promover aprendizagens significativas para as
crianças; saber como apoiar e incentivar as crianças nos diferentes momentos de aprendizagem;
conseguir criar ambientes positivos e ricos para promover a interação, perceber qual a
importância da disponibilização de materiais diversificados nas atividades para que as crianças
se sintam motivadas; proporcionar momentos diversificados, articulando diferentes
aprendizagens das diversas áreas de conteúdo; tomar consciência da importância da
observação, pois é através da observação contínua que é possível avaliar e tomar decisões,
procurando a melhor forma de ir de encontro as necessidades de cada criança, com base nos
registos de observação; e, acima de tudo, cooperar com as famílias no processo de
aprendizagem e crescimento das crianças.
Neste sentido, nunca é de mais referir que, em educação pré-escolar, não se classificam
aprendizagens, nem se fazem juízos de valor sobre a maneira de ser de cada criança. Assim,
durante o tempo de estágio procurei planear intervenções com as crianças, individualmente, em
pequenos grupos e em grande grupo oferecendo oportunidades de participação nas decisões
sobre o currículo, permitindo que o grupo beneficiasse da diversidade de capacidades e saberes
de cada criança.
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A limitação de tempo, foi, para mim, um fator inquietante, pois quinze semanas é
realmente pouco tempo para conseguir integrar num grupo onde as rotinas já estão definidas,
posteriormente realizar observações procurando encontrar um projeto que fosse de encontro às
necessidades do grupo, desenvolve-lo integrando todas as áreas de conteúdo, ao mesmo tempo
que se faz alguma revisão de literatura para tentar estar minimamente informada sobre o tema.
Tendo optado pela metodologia de investigação-ação como base de desenvolvimento deste
projeto, as diferentes fases deste método (planificação, ação, observação, reflexão) por si só
implicam a dedicação de bastante tempo aliado ao tema extenso que é a Educação Multicultural
tornava a revisão de literatura ainda mais complexa.
Assim, não posso deixar de referir a importância do trabalho em cooperação entre os
pares profissionais que têm um papel na educação das crianças, pois quando um trabalho é
desenvolvido em equipa torna-se mais rico. Por isso, destaco a importância das reuniões da
equipa que trabalha com o mesmo grupo de crianças, dos encontros de todos os/as
educadores/as do estabelecimento e ainda entre profissionais de diferentes níveis educativos.
Terminada a fase de implementação do projeto consigo constatar, mais uma vez, que as
atividades didáticas são aquelas para as quais os educadores devem dar a máxima importância.
O jardim-de-infância não é lugar para deixar uma criança ficar sentada ou fechada o dia todo
dentro de uma sala, que por sinal, muitas vezes, até são bem recheadas de materiais que não
são utilizados só para não “dar trabalho a arrumar”.
Um educador apenas precisa de um pouco de vontade e criatividade para dar uso a
materiais comuns e as crianças tratam de dar-lhes dar outras vidas. O importante aqui é, não
deixar de proporcionar bons momentos de cooperação e aprendizagem às crianças, só porque é
necessário investir mais tempo em construir novos materiais. Realço também a importância do
tempo de brincadeira ao ar livre onde elas possam libertar energias, desenvolver a grande
motricidade (uma vez que nos primeiros anos de vida a atividade motora é bastante ativa mas
desorganizada, e por esse motivo é fundamental que as crianças sejam expostas a
equipamentos estimulantes do ponto de vista motor e adequados ao seu nível de
desenvolvimento) e ainda a utilidade em saírem de um ambiente fechado onde passam grande
parte do tempo, permitindo assim que o grupo explore outros espaços e materiais por vezes com
outras crianças que não estão diariamente consigo.
A gestão de comportamentos do grupo continua a ser o aspeto que ainda não me sinto
completamente à vontade. Esta é uma fase em que as crianças estão a explorar o mundo e a
60
descobrir os limites. Uma vez que, por natureza, estas são imaginativas, irrequietas, e cheias de
energia – e estão dispostas a gastar essa energia do modo mais barulhento possível. O papel do
adulto passa por mostrar que se preocupam com elas e ajudá-las a saber até onde pode ir,
porque as regras e os limites são laços de afeto e proteção.
Para finalizar, e recuando a algumas memórias que tenho da minha passagem pelo
jardim-de-infância enquanto criança, penso que todos aqueles que tiveram oportunidade de
vivenciar um pouco da sua infância num contexto de educação pré-escolar (rico e positivo em
termos de variadíssimos estímulos), conseguirão perceber, melhor do que ninguém, a
importância que este representa para cada um dos seres humanos, até porque, certamente,
todos nós guardamos memórias desta fase, que já mais serão removidas pelo tempo.
61
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ANEXOS
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1. Planificações
Planificação 1: 06-11-18 a 08-11-18 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos
Desenvolvimento da Atividade Aprendizagem a promover Intencionalidade educativa Recursos Didáticos
Organização Grupo
/Espaço/Tempo
Avaliação
Introdução à temática da
Multiculturalidade
- Introdução ao tema da
multiculturalidade partindo de
uma conversa em grande
grupo sobre a diversidade
característica da espécie
humana, partindo de
exemplos concretos.
- Exploração do livro “Somos
todos diferentes” de Emma
Damon – Editorial Presença
– 1º Edição, Lisboa, 2002.
- Exploração do globo e do
mapa-mundo.
- Dramatização da história
“Meninos de todas as cores”
de Luísa Ducla Soares.
Área formação pessoal e social:
- Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social
e cultural, situando-as em relação às de outros.
- Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural;
Área de expressão e comunicação:
Domínio da Expressão Artística:
- Apreciar espetáculos teatrais;
Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas de comunicação;
- Usar a leitura e a escrita com diferentes funcionalidades nas atividades;
- Estabelecer relação entre a escrita e a mensagem oral;
Domínio da Matemática:
- Identificar quantidades através de diferentes formas de representação;
Área do conhecimento do mundo:
- Conhecer e respeitar a diversidade cultural;
- Conhecer elementos centrais da sua comunidade, realçando aspetos físicos,
sociais e culturais e identificando algumas semelhanças e diferenças com
outras comunidades.
- Promover o conhecimento sobre a existência dos oceanos, continentes e
países no mundo.
- Comparar a diversidade de
características físicas entre os
seus pares.
- Reforçar a valorização e
importância das semelhanças e
diferenças.
- Envolver as crianças no processo de aprendizagem, dando voz para explicitarem as suas opiniões.
- Livro “Somos
todos diferentes”
- Globo terrestre;
- Mapa-mundo;
- Fantoches.
- Grande grupo;
- Sala;
- 45 Minutos.
- Observação direta
individual e em
grupo das reações,
interações e
comportamentos.
- Registo escrito;
- Registo
Fotográfico.
“A nossa Europa”
Portugal
(Parte 1)
- Localizar o continente
Europeu no mapa-mundo;
- Apontar Portugal
geograficamente e descobrir
algumas tradições;
- Decoração do Adufe
(instrumento musical);
Área formação pessoal e social:
- Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social
e cultural, situando-as em relação às de outros.
- Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural;
- Cooperar com outros no processo de aprendizagem;
- Desenvolver uma atitude crítica e interventiva relativamente ao que se passa
no mundo que a rodeia;
Área de expressão e comunicação:
Domínio da Expressão Artística: - Reconhecer e mobilizar elementos da comunicação visual tanto na produção
e apreciação das suas produções como em imagens que observa;
- Utilizar imagens, vídeos e sons
para dar a conhecer algumas
das tradições servindo de
motivação para a concretização
das propostas seguintes.
- Reforçar a valorização e
importância das semelhanças e
diferenças.
- Envolver as crianças no
processo de aprendizagem,
dando voz para explicitarem as
- Computador;
- Projetor;
- Colunas;
- Caixas de
cartão (cereais);
- Tintas;
- Música;
- 2 Saias;
- Lenços;
- 6 Adufes;
- Mapa-mundo.
- Observação
direta individual e
em grupo das
reações, interações
e comportamentos.
- Registo escrito;
- Registo
Fotográfico;
- Registos /
desenhos
- Grande grupo,
pequenos grupos
e individual.
- Sala;
- 90 Minutos.
68
- Exploração de música e
coreografia utilizando alguns
adereços.
- Elaboração de registos individuais através de desenho.
- Apreciar diferentes manifestações de artes visuais, a partir da observação de
várias modalidades expressivas (pintura, desenho, fotografia, vídeo).
- Utilizar e recriar o espaço e os objetos, atribuindo-lhes significados múltiplos
em atividades de jogo dramático, situações imaginarias e de recriação de
experiencias do quotidiano, individualmente e com outros;
- Identificar sons que ouve;
- Interpretar com intencionalidade expressiva-musical: canções;
- Valorizar a música como fator de identidade social e cultural;
- Desenvolver o sentido rítmico e de relação do corpo com o espaço e com os
outros;
- Apreciar diferentes manifestações coreográficas;
Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Tomar consciência gradual sobre diferentes segmentos orais que constituem
as palavras;
- Aperceber-se do sentido direcional da escrita;
- Estabelecer relação entre a escrita e a mensagem oral;
Domínio da Matemática:
- Identificar/localizar o país no mapa;
Área do conhecimento do mundo:
- Conhecer e respeitar a diversidade cultural;
- Conhecer elementos centrais da sua comunidade, realçando aspetos físicos,
sociais e culturais e identificando algumas semelhanças e diferenças com
outras comunidades;
- Promover o conhecimento sobre a existência dos oceanos, continentes e
países no mundo;
- Estabelecer relações entre o presente e o passado de práticas culturais.
suas opiniões.
- Alertar para a importância da elaboração do registo (desenho).
- Folhas/lápis.
elaborados pelas
crianças.
69
Planificação 2: 13-11-18 a 15-11-18 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos
Desenvolvimento da Atividade
Aprendizagem a promover Intencionalidade educativa Recursos Didáticos
Organização Grupo
/Espaço/Tempo
Avaliação
“A nossa Europa” Escócia (Parte 2) - Localizar o continente Europeu no mapa-mundo; - Apontar Escócia geograficamente e descobrir algumas tradições; - Recriar jogo de golfe; - Exploração de música e coreografia utilizando alguns adereços. - Elaboração de registos individuais através de desenho.
Área formação pessoal e social: - Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural; - Cooperar com outros no processo de aprendizagem; - Desenvolver uma atitude crítica e interventiva relativamente ao que se passa no mundo que a rodeia. Área de expressão e comunicação: Domínio da Educação Física: - Cooperar em situações de jogo, seguindo orientações ou regras; - Controlar movimentos de perícia e manipulação como: lançar com precisão. Domínio da Expressão Artística: - Reconhecer e mobilizar elementos da comunicação visual, tanto na produção e apreciação das suas produções, como em imagens que observa. - Utilizar e recriar o espaço e os objetos, atribuindo-lhes significados múltiplos em atividades de jogo dramático, situações imaginarias e de recriação de experiências do quotidiano, individualmente e com outros; - Interpretar com intencionalidade expressiva-musical: canções; - Valorizar a música como fator de identidade social e cultural; - Desenvolver o sentido rítmico e de relação do corpo com o espaço e com os outros; - Apreciar diferentes manifestações coreográficas. Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas de comunicação. Área do conhecimento do mundo: - Compreender e aceitar a diversidade de hábitos, vestuário, alimentação, etc., característicos de diferentes realidades culturais. - Estabelecer relações entre o presente e o passado de práticas culturais.
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Alargar as referências culturais das crianças através do contacto com diferentes recursos e formas de cultura. - Apoiar as crianças a relacionar o que já sabem com o que aprendem de novo. - Adequar as propostas de desenvolvimento motor e interesses das crianças, estando atento às capacidades motoras de cada uma, encorajando-as a melhorar, valorizando as suas tentativas de realização e promover a cooperação entre elas. - Proporcionar a observação de diversas formas visuais, de diferentes culturas e tradições. - Proporcionar espaços, materiais e adereços diversos que estimulam a representação de diferentes situações e papéis sociais. - Promover o contacto com manifestações musicais de diferentes estilos, géneros e origens culturais. - Promover a exploração/experimentação de diversas formas de dança através de ações motoras básicas, de modo coordenado, com diversas relações espaciais e com ritmos diversificados através de: Deslocamentos, Passos diversos, Gestos, Posturas, Equilíbrios sobre pontos de apoio diversificados, Saltos diversos, Voltas. - Ouvir os outros e responder adequadamente, apresentando as suas ideias e saberes, tanto em situações de comunicação individual como em grupo. - Disponibilizar mapas, imagens, filmes, materiais e atividades representativos da diversidade cultural e étnica, e de paisagens, hábitos e costumes de outras religiões e culturas.
- Grande grupo, pequenos grupos e individual. - Sala; - 90 Minutos.
- Mapa-mundo; - Computador; - Colunas; - Adereços de faz-de-conta (gaita-de-foles, boina, saia); - Caixas, bolas e tacos (golfe); - Música/ Canções
- Folhas/lápis.
- Observação direta individual e em grupo das reações, interações e comportamentos. - Registo escrito; - Registo Fotográfico; - Registos / desenhos elaborados pelas crianças.
70
Planificação 3: 20-11-18 a 22-11-18 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos
Desenvolvimento da Atividade
Aprendizagem a promover Intencionalidade educativa Recursos Didáticos
Organização Grupo
/Espaço/Tempo
Avaliação
- Leitura e exploração da História “O cabelo de Lelê”; - Participação na localização do continente Africano no mapa-mundo. - Dar a conhecer o Dia da Consciência Negra – 20 de Novembro.
Área formação pessoal e social: - Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e cultural, situando-as em relação às de outros; - Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural. Área de expressão e comunicação: Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas de comunicação. Área do conhecimento do mundo: - Participar com interesse no processo de descoberta. - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Manifestar respeito pelas culturas familiares de cada criança; - Alargar as referências culturais das crianças através do contacto com diferentes recursos e formas de cultura. - Contar historia, promover conversa sobre a mesma. - Ouvir os outros e responder adequadamente, apresentando as suas ideias e saberes, tanto em situações de comunicação individual como em grupo. - Disponibilizar diferentes fontes e meios para apoiar o processo de descoberta, tais como: materiais de consulta (livros, mapa,…). - Alargar os conhecimentos das crianças sobre o meio social e cultural, aproveitando datas e eventos nacionais e internacionais para refletir com elas sobre o seu significado.
- História; - Mapa-mundo.
- Grande grupo, pequenos grupos e individual. - Sala/Exterior. - 6 horas.
- Observação direta individual e em grupo das reações, interações e comportamentos. - Registo escrito; - Registo Fotográfico.
- Recriação de jogos típicos Africanos: Terra/Mar; Meu querido menino; Saltando o feijão. (ver descrições dos jogos no final do documento)
Área formação pessoal e social: - Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e cultural, situando-as em relação às de outros. Área de expressão e comunicação: Domínio da Educação Física: - Cooperar em situações de jogo, seguindo orientações ou regras. - Dominar movimentos que implicam deslocamentos e equilíbrios como: saltitar, saltar a pés juntos ou num só pé, saltar sobre obstáculos. Domínio da Matemática: - Explorar formas de medir. - Utilizar gráficos para organizar a informação recolhida e interpreta-los de modo a dar resposta às questões colocadas. Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Usar a linguagem e a escrita com diferentes funcionalidades. Área do conhecimento do mundo: - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Adequar as propostas de desenvolvimento motor e interesses das crianças, estando atento às capacidades motoras de cada uma, encorajando-as a melhorar, valorizando as suas tentativas de realização e promover a cooperação entre elas. - Debater regras dos jogos com as crianças e estar atento/a às dinâmicas de interação no grupo, aos sentimentos e reações de cada criança, intervindo quando necessário. - Ajudar as crianças a escolherem uma unidade de medida para comparar e ordenar. - Disponibilizar materiais que facilitem a concretização e organização dos dados, conduzindo à sua representação através de formas mais elaboradas. - Criar oportunidades para a criança “imitar” a escrita e a leitura. - Envolver as crianças em conversas, levando-as a comparar as semelhanças e diferenças entre elas (cabelo, olhos, pele, altura etc.)
- Corda. - Giz. - Materiais de medida. - Gráfico de registo de dados. - Folhas. - Material de escrita.
- Descobrir algumas vivências e tradições: Arte, Linguagem, Danças,
Área formação pessoal e social: - Conhecer e valorizar manifestações do património natural e cultural, reconhecendo a necessidade da sua preservação. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística:
- Escutar o que as crianças dizem, apoiar a explicitação das suas opiniões e incentivar a sua participação.
- Vídeos. - Imagens. - Roupas. - Mini tambores
71
Instrumentos, Animais, Alimentos, …
- Apreciar diferentes manifestações de artes visuais, a partir da observação de várias modalidades expressivas (pintura, desenho, fotografia, vídeo, etc.), expressando a sua opinião critica. - Utilizar e recriar o espaço e os objetos, atribuindo-lhes significados múltiplos em atividades de jogo dramático, situações imaginarias e de recriação de experiências do quotidiano, individualmente e com outros. - Elaborar improvisações musicais tendo em conta diferentes estímulos e intenções utilizando diversos recursos sonoros. - Valorizar a música como fator de identidade social e cultural. - Desenvolver o sentido rítmico e de relação do corpo com o espaço e com os outros. Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas de comunicação. Área do conhecimento do mundo: - Compreender e aceitar a diversidade de hábitos, vestuário, alimentação, etc, característicos de diferentes realidades culturais. - Reconhecer e identificar partes do corpo e alguns órgãos, incluindo órgãos dos sentidos, e compreende as suas funções.
- Proporcionar a observação de diversas formas visuais, de diferentes culturas e tradições. - Proporcionar espaços, materiais e adereços diversos que estimulam a representação de diferentes situações e papéis sociais. - Colocar à disposição das crianças instrumentos musicais não-convencionais. - Explorar com as crianças jogos rítmicos. - Promover a exploração/experimentação de diversas formas de dança. - Facilitar o contacto com outras línguas a apoia as crianças na identificação de algumas das especificidades (sonoridade, significado de algumas palavras, semelhanças ou diferenças, …). - Disponibilizar mapas, imagens, vídeos, alimentos, materiais e atividades representativos da diversidade cultural e étnica, e de paisagens, hábitos e costumes de outras religiões e culturas.
(Rolo papel higiénico, balões). - Lápis pinturas faciais. - Café. - Chocolate. - Amendoins.
Jogos:
Terra - Mar: Uma longa reta deve ser colocada no chão. De um lado escreve-se Terra e do outro Mar associando imagens. No início todas as crianças devem ficar no lado da terra. Ao
ouvirem “mar” todos devem saltar para o lado do mar. Ao ouvirem “terra”, todos devem saltar para o lado da terra.
Meu querido menino: Um dos elementos é escolhido e sai. Os outros escolhem outro jogador para ser o “menino”. Este deita-se no chão e os outros jogadores desenham o seu
contorno com giz. O “menino” junta-se aos outros jogadores. O jogador que saiu volta e tenta determinar quem é o “menino”, baseado no contorno desenhado. Dependendo do grau
de dificuldade, poderão ser desenhados alguns elementos que caracterizam o “menino” (cabelo, acessórios,…). Variante: as alturas dos corpos poderão ser medidas e registadas
pelas próprias crianças, construído um gráfico, em grande grupo, com as alturas de ordem decrescente ou crescente.
Saltando o feijão: O adulto deverá lançar rodar a corda perto do chão e os jogadores, em pequenos grupos, devem saltar para não serem atingidos pela corda.
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Planificação 4: 26-11-18 a 29-11-18 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos
Desenvolvimento da Atividade
Aprendizagem a promover Intencionalidade educativa Recursos Didáticos
Organização Grupo
/Espaço/Tempo
Avaliação
- Registo da Visita ao Museu dos Cordofones.
Área formação pessoal e social: - Explicitar e partilhar o que descobriu e aprendeu. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: - Representar e recriar plasticamente vivências da Visita ao Museu dos Cordofones. Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Relatar acontecimentos, mostrando progressão não só na clareza do discurso como no respeito pela sequência dos acontecimentos.
- Apoiar as crianças a explicitarem o que vão fazer e como, e também a relatarem o que fizeram e como, envolvendo-as nos processos de planeamento, realização e avaliação. - Dialogar com as crianças durante a realização dos seus trabalhos, procurando perceber as suas opções e ajudando-as e dando sugestões que as ajudem a concretizar e melhorar o que pretendem fazer. - Incentivar cada criança a expor as suas ideias e experiências.
- Material de desenho. - Folhas.
- Grande grupo, pequenos grupos e individual. - Sala/Exterior. - 4 horas.
- Observação direta individual e em grupo das reações, interações e comportamentos. - Registo escrito; - Registo Fotográfico.
- Conclusão da atividade integrada na recriação do jogo Africano “Meu querido menino”: construção de um painel com a altura real de cada criança.
Área formação pessoal e social: - Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e cultural, situando-as em relação às de outros. Área de expressão e comunicação: Domínio da Matemática: - Explorar formas de medir. - Utilizar gráficos para organizar a informação recolhida e interpreta-los de modo a dar resposta às questões colocadas. Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Usar a linguagem e a escrita com diferentes funcionalidades.
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Envolver as crianças em conversas, levando-as a comparar as semelhanças e diferenças entre elas (cabelo, olhos, pele, altura etc.) - Ajudar as crianças a escolherem uma unidade de medida para comparar e ordenar. - Disponibilizar materiais que facilitem a concretização e organização dos dados, conduzindo à sua representação através de formas mais elaboradas. - Criar oportunidades para a criança “imitar” a escrita e a leitura.
- Papel de cenário, - Material de escrita.
- Explorar e utilizar modalidades diversificadas de expressão visual: Sugestões: máscaras, instrumentos, esculturas, pinturas, colares
Área formação pessoal e social: - Ser capaz de participar nas decisões sobre o processo de aprendizagem. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: - Desenvolver capacidades expressivas e criativas através de experimentações e produções plásticas; - Reconhecer e mobilizar elementos da comunicação visual, tanto na produção e apreciação das suas produções, como em imagens que observa. - Representar e recriar plasticamente vivências individuais, temas, historias, animais, etc… utilizando diferentes materiais e diversos meios de expressão. Domínio da Matemática: - Identificar quantidades através da contagem.
- Apoiar as crianças a explicitarem o que vão fazer e como, e também a relatarem o que fizeram e como, envolvendo-as nos processos de planeamento, realização e avaliação. - Disponibilizar diversos materiais de elevada qualidade organizados e acessíveis às crianças e promover situações que permitam a utilização de diferentes modalidades expressivas. - Comentar com as crianças os seus trabalhos, envolvendo-as numa apreciação global do que foi realizado, realçando a mobilização de elementos de comunicação visual. - Encorajar as crianças a concretizarem a representação de quantidades (contar pelos dedos, contar objetos).
- Materiais diversos de expressão plástica.
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- Participação da família com tradições de Cabo Verde.
Área formação pessoal e social: - Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural. Área do conhecimento do mundo: - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Respeitar a diferença e tirar proveito da diversidade como meio de enriquecimento do ambiente educativo e do processo de aprendizagem. - Disponibilizar diferentes fontes e meios para apoiar o processo de descoberta, tais como: o envolvimento de familiares das crianças. - Valorizar a família, convidando-a a partilhar os seus hábitos, atividades, tradições, saberes, etc.
- Familiar.
- Levantamento de ideias prévias sobre padrões. - Construções de padrões em grande grupo. - Trabalho em pequenos grupos: pintura de padrões com tintas em tecido; desenho de padrões com marcadores / lápis; produção de padrões com materiais de construção.
Área formação pessoal e social: - Demostrar prazer nas suas produções e progressos (gostar de mostrar e falar do que faz, de comunicar o que descobriu e aprendeu). - Ser capaz de ensaiar diferentes estratégias para resolver as dificuldades e problemas que se lhe colocam. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: - Ter prazer em explorar e utilizar, nas suas produções, modalidades diversificadas de expressão visual (pintura), recorrendo a diferentes elementos da linguagem plástica (cores, linhas, manchas, formas). Domínio da Matemática: - Reconhecer e operar com formas geométricas e figuras, descobrindo e referindo propriedades e identificando padrões. Área do conhecimento do mundo: - Apropriar-se do processo de desenvolvimento da metodologia científica nas suas diferentes etapas: questionar, colocar hipóteses, prever como encontrar respostas, experimentar e recolher informação, organizar e analisar a informação para chegar a conclusões e comunica-las. - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Alargar as referências culturais das crianças através do contexto com diferentes recursos e formas de cultura. - Escutar o que as crianças têm para dizer, apoiando a explicitação das suas razões, chamando a atenção para a diversidade de opiniões, a importância de as respeitar, procurando articular os diferentes contributos, e ajudar o grupo a chegar a novas conclusões. - Dialogar com as crianças durante a realização dos seus trabalhos, procurando perceber as suas opções e ajudando-as e dando sugestões que as ajudem a concretizar e melhorar o que pretendem fazer. - Recorrer a materiais diversos, para que as crianças possam identificar e construir padrões. - Apoiar as crianças no processo de realização de experiências significativas, nas suas observações, registos e conclusões. - Compreender e aceitar a diversidade característica de diferentes realidades culturais.
- Tecido. - Tintas. - Material de construção. - Material de escrita. - Tiras de papel.
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Planificação 5: 04-11-18 a 06-11-18 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos
Desenvolvimento da Atividade
Aprendizagem a promover Intencionalidade educativa Recursos Didáticos
Organização Grupo
/Espaço/Tempo
Avaliação
- Participação na localização do continente Asiático no mapa-mundo. - Dar a conhecer a “A Lenda da Matrioska – A Boneca Russa”. - Exploração da divisão silábica da palavra Matrioska e posteriormente de cada um dos nomes das crianças no seguimento da história.
Área formação pessoal e social: - Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural. Área de expressão e comunicação: Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas de comunicação. - Tomar consciência gradual sobre diferentes segmentos orais que constituem as palavras (consciência fonológica). - Reconhecer letras e aperceber-se da sua organização em palavras. Domínio da Matemática: - Identificar quantidades através da contagem.
- Alargar as referências culturais das crianças através do contacto com diferentes recursos e formas de cultura. - Contar historia, promover conversa sobre a mesma. - Ouvir os outros e responder adequadamente, apresentando as suas ideias e saberes, tanto em situações de comunicação individual como em grupo. - Criar oportunidades de jogo para que as crianças identifiquem o número de silabas de uma palavra. - Disponibiliza e promove a exploração de jogos e materiais focados para a identificação e/ou uso de letras do seu nome. - Encorajar as crianças a concretizarem a representação de quantidades (contar pelos dedos, contar objetos).
- Mapa-mundo. - História “A Lenda da Matrioska – A Boneca russa” de Isadora Cordeiro. - Matrioskas em papel. - Tiras com nomes das crianças. - Tesoura.
- Grande grupo, pequenos grupos e individual. - Sala, Cozinha e Exterior / Polivalente. - 6 horas.
- Observação direta individual e em grupo das reações, interações e comportamentos. - Registo escrito; - Registo Fotográfico.
- Construção individual da árvore genealógica.
Área formação pessoal e social: - Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: - Representar e recriar plasticamente pessoas da sua família. Domínio da Matemática: - Identificar quantidades através da contagem. - Utilizar a árvore genealógica para organizar a informação recolhida e interpreta-la de modo a dar resposta às questões colocadas. Área do conhecimento do mundo: - Identificar os membros da família próxima e falar sobre os graus de parentesco.
- Reconhecer a sua pertença a grupo social (família). - Apoiar as crianças a explicitarem o que vão fazer e como, e também a relatarem o que fizeram e como, envolvendo-as nos processos de planeamento, realização e avaliação. - Dialogar com as crianças durante a realização dos seus trabalhos, procurando perceber as suas opções e ajudando-as e dando sugestões que as ajudem a concretizar e melhorar o que pretendem fazer. - Encorajar as crianças a concretizarem a representação de quantidades (contar pelos dedos, contar objetos). - Ajudar as crianças a lerem e interpretarem os dados que recolheram. - Valorizar a família de cada criança.
- Cartão. - Tinta. - Cola. - Folhas coloridas. - Lápis de cor.
- Descobrir algumas vivências e tradições da Rússia: Arte, Linguagem, Danças, Instrumentos, Animais, Alimentos, …
Área formação pessoal e social: - Conhecer e valorizar manifestações do património natural e cultural, reconhecendo a necessidade da sua preservação. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: - Apreciar diferentes manifestações de artes visuais, a partir da observação de várias modalidades expressivas (pintura, fotografia, vídeo, etc.), expressando a sua opinião critica.
- Escutar o que as crianças dizem, apoiar a explicitação das suas opiniões e incentivar a sua participação. - Proporcionar a observação de diversas formas visuais, de diferentes culturas e tradições. - Facilitar o contacto com outras línguas a apoia as crianças na identificação de algumas das especificidades (sonoridade,
- Vídeos. - Imagens.
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Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas de comunicação. - Reconhece letras do seu nome entre o alfabeto russo. Área do conhecimento do mundo: - Compreender e aceitar a diversidade de hábitos, vestuário, alimentação, etc, característicos de diferentes realidades culturais.
significado de algumas palavras, semelhanças ou diferenças, …). - Disponibilizar e promover a exploração de jogos e materiais para a identificação de letras do alfabeto. - Disponibilizar imagens, vídeos e atividades representativos da diversidade cultural e étnica, e de paisagens, hábitos e costumes de outras religiões e culturas.
- Experiência: Prever, experimentar e verificar que materiais conservam durante mais tempo um cubo de gelo.
Área formação pessoal e social: - Ser capaz de ensaiar diferentes estratégias para resolver as dificuldades e problemas que se lhe colocam. Área de expressão e comunicação: Domínio da Matemática: - Utilizar tabelas simples para organizar a informação recolhida e interpreta-los de modo a dar resposta às questões colocadas. Área do conhecimento do mundo: - Apropriar-se do processo de desenvolvimento da metodologia científica nas suas diferentes etapas: questionar, colocar hipóteses, prever como encontrar respostas, experimentar e recolher informação, organizar e analisar a informação para chegar a conclusões e comunica-las. - Descrever e procurar explicações para fenómenos e transformações que observa no meio físico natural.
- Estimular a curiosidade das crianças, chamando a atenção para o que as rodeia, e questionando as suas observações. - Ajudar as crianças a “lerem” e interpretarem os dados que recolheram. - Incentivar a curiosidade das crianças, colocando perguntas que as levam a pensar, a interrogar-se e a querer saber mais (repararam que…?, Como podemos descobrir? Haverá outra forma de fazer? De que precisamos? O que irá acontecer se…? Porque razão achas que isto acontece? Etc.) - Apoiar as crianças no processo de realização de experiências significativas, nas suas observações, registos e conclusões.
- Quatro cubos de gelo. - Tecido de lã. - Papel de alumínio, - Folha de jornal. - Plástico. - Quadro de registo de observações.
- Confeção de Pão de Mel de Tula.
Área formação pessoal e social: - Conhecer e compreender a importância de normas e hábitos de vida saudável e de higiene pessoal Área de expressão e comunicação: Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas de comunicação. - Identificar funções no uso da leitura e da escrita. Domínio da Matemática: - Identificar quantidades através de diferentes formas de representação (contagens dos símbolos correspondente a cada ingrediente presente na receita). Área do conhecimento do mundo: - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Sensibilizar as crianças para os problemas de segurança (materiais perigosos). - Ler receita para as crianças quando estão a cozinhar. - Associar diferentes funções a suportes de escrita variados, usando-os com essa finalidade (receita). - Encorajar as crianças a concretizarem a representação de quantidades. - Ajudar as crianças a “lerem” e interpretarem os dados da receita. - Compreender e aceitar a diversidade alimentar característica de diferentes realidades culturais.
- Receita. - Rolo de massa. - Forma, Forno. - Ovos, Açúcar Mascavado. - Água, Mel, Manteiga, Canela, Gengibre, Nozes, Geleia, Farinha. - Fermento.
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Planificação 6: 11-12-18 a 13-12-18 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos Desenvolvimento
da Atividade Aprendizagem a promover Intencionalidade educativa Recursos
Didáticos Organização
Grupo /Espaço/Tempo
Avaliação
- Recriação de jogos clássicos da Rússia: Toca e congela. Jogo da macaca
Área formação pessoal e social: - Esperar pela sua vez na realização de jogos. Área de expressão e comunicação: Domínio da Educação Física: - Cooperar em situações de jogo, seguindo orientações ou regras. - Dominar movimentos que implicam deslocamentos coordenação, destreza motora e equilíbrios: dinâmico e estático como: correr e saltar a pés juntos ou num só pé. Domínio da Matemática: - Usar o nome dos números e, posteriormente numerais escritos, para representar as casas do jogo da macaca. Área do conhecimento do mundo: - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Manifestar respeito pelas necessidades, sentimentos, opiniões, culturas e valores das crianças; - Adequar as propostas de desenvolvimento motor e interesses das crianças, estando atento às capacidades motoras de cada uma, encorajando-as a melhorar, valorizando as suas tentativas de realização e promover a cooperação entre elas. - Debater regras dos jogos com as crianças e estar atento/a às dinâmicas de interação no grupo, aos sentimentos e reações de cada criança, intervindo quando necessário. - Incentivar a aprendizagem da contagem. - Compreende e aceita a diversidade cultural. Criar oportunidades para a criança experimentar e desenvolver a grande motricidade
- Giz. - Pedra.
- Grande grupo, pequenos grupos e individual. - Sala, Cozinha e Exterior / Polivalente. - 5 horas.
- Observação direta individual e em grupo das reações, interações e comportamentos. - Registo escrito; - Registo Fotográfico. - Continuação
da Construção individual da árvore genealógica.
Área formação pessoal e social: - Reconhecer e valorizar laços de pertença familiar, social e cultural. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: - Representar e recriar plasticamente imagens de pessoas da sua família. Domínio da Matemática: - Identificar quantidades através da contagem. - Utilizar a árvore genealógica para organizar a informação recolhida e interpreta-la de modo a dar resposta às questões colocadas. Área do conhecimento do mundo: - Identificar os membros da família próxima e falar sobre os graus de parentesco.
- Reconhecer a sua pertença a grupo social (família). - Apoiar as crianças a explicitarem o que vão fazer e como, e também a relatarem o que fizeram e como, envolvendo-as nos processos de planeamento, realização e avaliação. - Dialogar com as crianças durante a realização dos seus trabalhos, procurando perceber as suas opções e ajudando-as e dando sugestões que as ajudem a concretizar e melhorar o que pretendem fazer. - Encorajar as crianças a concretizarem a representação de quantidades (contar pelos dedos, contar objetos). - Ajudar as crianças a lerem e interpretarem os dados que recolheram - Valorizar a família de cada criança.
- Cartão. - Tinta. - Cola. - Folhas coloridas. - Lápis de cor.
- Leitura e exploração da história Matilde - Tem muitos amigos!!! de Mary Katherine Martins e Silva.
Área formação pessoal e social: - Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e cultural, situando-as em relação às de outros; - Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural. - Promover a aceitação das diferenças e valorizar amizades através da Leitura e exploração da história Área de expressão e comunicação: Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas de comunicação. Área do conhecimento do mundo: - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Alargar as referências culturais das crianças através do contacto com diferentes recursos e formas de cultura. - Contar historia, promover conversa sobre a mesma. - Ouvir os outros e responder adequadamente, apresentando as suas ideias e saberes, tanto em situações de comunicação individual como em grupo. - Promover a reflexão sobre a diversidade cultural e social.
História Matilde -Tem muitos amigos!!! de Mary Katherine Martins e Silva
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Planificação 7: 03-01-19 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos
Desenvolvimento da Atividade
Aprendizagem a promover Intencionalidade educativa Recursos Didáticos
Organização Grupo
/Espaço/Tempo
Avaliação
- Participação na localização do continente Americano no mapa-mundo. - Leitura e exploração da lenda brasileira: Saci Pereré. - Ordenar a lenda através de imagens.
Área formação pessoal e social: - Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e cultural, situando-as em relação às de outros; - Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural. Área de expressão e comunicação: Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas de comunicação. - Relatar acontecimentos, mostrando progressão não só na clareza do discurso como no respeito pela sequência dos acontecimentos. Domínio da Matemática: - Organizar imagens e interpreta-las de modo a dar resposta às questões colocadas. Área do conhecimento do mundo: - Participar com interesse no processo de descoberta. - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Manifestar respeito pelas culturas familiares de cada criança; - Alargar as referências culturais das crianças através do contacto com diferentes recursos e formas de cultura. - Contar história, promover conversa sobre a mesma e criar oportunidades para as crianças a recontarem. - Ouvir os outros e responder adequadamente, apresentando as suas ideias e saberes, tanto em situações de comunicação individual como em grupo. - Disponibilizar materiais que facilitem a organização de imagens. - Disponibilizar diferentes fontes e meios para apoiar o processo de descoberta, tais como: materiais de consulta (livros, mapa,…).
- Mapa-
mundo. - Lenda brasileira: Saci Pereré. - Imagens das várias passagens da lenda.
- Grande grupo. - Sala - 1.30 horas.
- Observação direta individual e em grupo das reações, interações e comportamentos. - Registo escrito; - Registo Fotográfico.
- Descobrir algumas vivências e tradições do Brasil: Linguagem, Danças, Instrumentos, Animais, Alimentos, …
Área formação pessoal e social: - Conhecer e valorizar manifestações do património natural e cultural, reconhecendo a necessidade da sua preservação. Área de expressão e comunicação: Domínio da Musica: - Valorizar a música como fator de identidade social e cultural. Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas de comunicação. Área do conhecimento do mundo: - Compreender e aceitar a diversidade de hábitos, vestuário, alimentação, etc, característicos de diferentes realidades culturais. - Reconhecer e identificar através dos órgãos dos sentidos alguns alimentos típicos.
- Escutar o que as crianças dizem, apoiar a explicitação das suas opiniões e incentivar a sua participação. - Promover o conhecimento de manifestações musicais ligadas às tradições e culturas. - Criar ocasiões de exploração das características dos sons convencionais (flauta). - Facilitar o contacto com outras línguas a apoia as crianças na identificação de algumas das especificidades (sonoridade, significado de algumas palavras, semelhanças ou diferenças, …). - Disponibilizar imagens, vídeos e atividades representativos da diversidade cultural e étnica, e de paisagens, hábitos e costumes de outras religiões e culturas.
- Alimentos; - Flauta; - Imagens; - Vídeos.
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Planificação 8: 07-01-19 a 10-09-19 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos
Desenvolvimento da Atividade
Aprendizagem a promover Intencionalidade educativa Recursos Didáticos
Organização Grupo
/Espaço/Tempo
Avaliação
Circuito físico com momento inicial, fundamental e final. (Confrontar a planificação 8.1)
Área formação pessoal e social: - Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e cultural, situando-as em relação às de outros. Área de expressão e comunicação: Domínio da Educação Física: - Cooperar em situações de jogo, seguindo orientações ou regras. - Dominar movimentos que implicam deslocamentos e equilíbrios como: correr, saltitar, rodopiar, saltar a pés juntos ou num só pé, saltar sobre obstáculos, baloiçar, rastejar e rolar. - Controlar movimentos de perícia e manipulação como: lançar.
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Adequar as propostas de desenvolvimento motor e interesses das crianças, estando atento às capacidades motoras de cada uma, encorajando-as a melhorar, valorizando as suas tentativas de realização e promover a cooperação entre elas. - Debater regras dos jogos com as crianças e estar atento/a às dinâmicas de interação no grupo, aos sentimentos e reações de cada criança, intervindo quando necessário. - Criar oportunidades para a criança explorar e desenvolver as diversas possibilidades do corpo através de movimentos e jogos que envolvam movimentos que implicam deslocamentos e equilíbrios e de perícia e manipulação.
Bolas de jornal, cones, giz, mesa, bancos, peças de construção. Caixa dos animais. Imagens.
- Grande grupo, pequenos grupos e individual. - Sala e Polivalente. - 8 horas.
- Observação direta individual e em grupo das reações, interações e comportamentos. - Registo escrito; - Registo Fotográfico.
- Participação na localização da Oceânia no mapa-mundo. - Realização de uma
pintura inspirada na
arte Aborígene da
Austrália, com
inspiração em dois
artistas/ duas obras:
Obra Sem Título,
1992, Emily Kame
Kngwarreye; Obra
Solo Argilosos,
Estrada De Canning
Stock, 1985, Rover
Thomas.
Área formação pessoal e social: - Demostrar prazer nas suas produções e progressos (gostar de mostrar e falar do que faz, de comunicar o que descobriu e aprendeu). - Ser capaz de ensaiar diferentes estratégias para resolver as dificuldades e problemas que se lhe colocam. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: - Desenvolver capacidades expressivas e criativas através de experimentações e produções plásticas; - Apreciar manifestações de artes visuais, a partir da observação da modalidade expressiva – pintura-, expressando a sua opinião e leitura critica. - Representar e recriar plasticamente vivências individuais, temas, … através da pintura com tintas, utilizando técnicas de pontilhismo. Área do conhecimento do mundo: - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Escutar o que as crianças dizem, apoiar a explicitação das suas opiniões e incentivar a sua participação. - Apoiar as crianças a explicitarem o que vão fazer e como, e também a relatarem o que fizeram e como, envolvendo-as nos processos de planeamento, realização e avaliação. - Proporcionar a observação de diversas formas visuais, de diferentes culturas e tradições, e o contacto com a modalidade expressiva – pintura. - Comentar com as crianças os seus trabalhos, envolvendo-as numa apreciação global do que foi realizado, realçando a mobilização de elementos de comunicação visual. - Disponibilizar mapas, imagens, vídeos, representativos da diversidade cultural e étnica, e de paisagens, hábitos e costumes de outras religiões e culturas. - Compreender e aceitar a diversidade característica de diferentes realidades culturais.
- Vídeos. - Imagens quadros. - Folhas. - Tintas.
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- Participação na localização da Antártida no mapa-mundo. - Construção de um mini ecossistema da Antártica em três dimensões.
Área formação pessoal e social: - Conhecer e valorizar manifestações do património natural e cultural, reconhecendo a necessidade da sua preservação. - Ser capaz de participar nas decisões sobre o processo de aprendizagem. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: - Desenvolver capacidades expressivas e criativas através de experimentações e produções plásticas; - Reconhecer e mobilizar elementos da comunicação visual, tanto na produção e apreciação das suas produções, como em imagens que observa. - Representar e recriar plasticamente o ecossistema da Antártida, utilizando diferentes materiais e diversos meios de expressão. Área do conhecimento do mundo: - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Escutar o que as crianças dizem, apoiar a explicitação das suas opiniões e incentivar a sua participação. - Apoiar as crianças a explicitarem o que vão fazer e como, e também a relatarem o que fizeram e como, envolvendo-as nos processos de planeamento, realização e avaliação. - Disponibilizar diversos materiais de elevada qualidade organizados e acessíveis às crianças e promover situações que permitam a utilização de diferentes modalidades expressivas. - Comentar com as crianças os seus trabalhos, envolvendo-as numa apreciação global do que foi realizado, realçando a mobilização de elementos de comunicação visual. - Disponibilizar mapas, imagens, vídeos, representativos da diversidade cultural e étnica, e de paisagens, hábitos e costumes de outras religiões e culturas.
- Vídeos. - Cartão. - Algodão. - Tintas. - Caixas de ovos. - Cola. - Garrafas de plástico. - Papel. - Rolos papel higiénico - Outros.
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Planificação 8.1: 07-01-2019 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos
Material: Bolas de jornal, cones, giz, mesa, bancos, peças de construção; Caixa dos animais: peixe/sardinha, crocodilo, elefante, carneiro, lobo; Imagens Portugal: concertina, dança; Imagens cabo verde: cesto cabeça; Imagens Rússia: vulcão; Imagem dos países para as equipas.
Tempo Objetivo específico Descrição Esquematização
Início 5 min - Ativar o sistema cardiorrespiratório,
preparando o corpo para a parte
fundamental da aula;
- Desenvolver a resistência;
- Prevenir lesões musculares;
- Movimentos fundamentais -
manipulativos: Lançar.
“Envio dos convites” Dividir o grupo em duas equipas. Ambas as equipas deverão começar o jogo com o mesmo número de bolas de jornal (“convites”). Assim que o jogo se iniciar, ambas as equipas devem atirar os “convites” para o lado oposto sem parar. Terminado o tempo de jogo, os “convites” deverão ser contados, identificando a equipa com mais ou menos convites em campo.
Fundamental
20 min
- Trabalhar a capacidade de
concentração;
- Movimentos fundamentais –
locomotores: Esquivar-se; Andar de
lado; Rodar.
- Reconhecer o corpo, no seu todo, e diferenciar cada uma das suas partes, por meio do movimento;
Portugal - Contornar obstáculos (Nadar como uma sardinha) - Andar de lado (Imitar concertina) - Rodar (Dança folclórica)
- Trabalhar a capacidade de
concentração;
- Movimentos fundamentais – não
locomotores: Equilibrar-se controlando
a sua postura; Balancear-se.
- Reconhecer o corpo, no seu todo, e diferenciar cada uma das suas partes, por meio do movimento.
Cabo Verde - Equilíbrio (Passagem lago crocodilos) - Balançar (Imitar deslocação dos elefantes) - Transportar em equilíbrio (Imitar transporte de cestos de alimentos na cabeça)
81
- Trabalhar a capacidade de
concentração;
- Movimentos fundamentais –
locomotores: Saltar; Subir/descer;
gatinhar.
- Reconhecer o corpo, no seu todo, e diferenciar cada uma das suas partes, por meio do movimento;
Rússia - Salto a pés juntos (saltar vulcões) - Subir e descer (Imitar carneiros das neves a subir e descer montanhas) - Gatinhar (Imitar lobos)
- Trabalhar a capacidade de
concentração;
- Movimentos fundamentais – locomotores: Andar; Rastejar; Rolar. - Reconhecer o corpo, no seu todo, e diferenciar cada uma das suas partes, por meio do movimento;
Brasil - Andar para trás (com posição de estátua Cristo Rei) - Rastejar/passar por baixo (Imitar serpente) - Rolar (Imitar Tatu)
Final 5 min - Diminuir o ritmo cardíaco;
- Controlo da respiração;
- Alongar os principais grupos
musculares;
- Retornar à calma.
“Relaxamento”
Posições de yoga: Concha; Árvore; Flor; Montanha; Saudação ao
sol; Caranguejo.
82
Planificação 9: 14-01-19 a 17-01-19 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos Desenvolvimento da
Atividade Aprendizagem a promover Intencionalidade educativa Recursos
Didáticos Organização
Grupo /Espaço/Tempo
Avaliação
- Continuação da construção de um mini ecossistema da Antártica em três dimensões.
Área formação pessoal e social: - Conhecer e valorizar manifestações do património natural e cultural, reconhecendo a necessidade da sua preservação. - Ser capaz de participar nas decisões sobre o processo de aprendizagem. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: - Desenvolver capacidades expressivas e criativas através de experimentações e produções plásticas; - Reconhecer e mobilizar elementos da comunicação visual, tanto na produção e apreciação das suas produções, como em imagens que observa. - Representar e recriar plasticamente o ecossistema da Antártida, utilizando diferentes materiais e diversos meios de expressão. Área do conhecimento do mundo: - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Escutar o que as crianças dizem, apoiar a explicitação das suas opiniões e incentivar a sua participação. - Apoiar as crianças a explicitarem o que vão fazer e como, e também a relatarem o que fizeram e como, envolvendo-as nos processos de planeamento, realização e avaliação. - Disponibilizar diversos materiais de elevada qualidade organizados e acessíveis às crianças e promover situações que permitam a utilização de diferentes modalidades expressivas. - Comentar com as crianças os seus trabalhos, envolvendo-as numa apreciação global do que foi realizado, realçando a mobilização de elementos de comunicação visual. - Disponibilizar mapas, imagens, vídeos, representativos da diversidade cultural e étnica, e de paisagens, hábitos e costumes de outras religiões e culturas.
- Cartão. - Algodão. - Tintas. - Caixas de ovos. - Cola. - Garrafas de plástico. - Papel. - Rolos papel higiénico. - Outros.
- Grande grupo, pequenos grupos e individual. - Sala. - 6 horas.
- Observação direta individual e em grupo das reações, interações e comportamentos. - Registo escrito; - Registo Fotográfico.
Leitura e exploração da História “Ovos misteriosos”.
Área formação pessoal e social: - Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e cultural, situando-as em relação às de outros; Área de expressão e comunicação: Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Compreender mensagens orais em situações diversas de comunicação. - Relatar acontecimentos, mostrando progressão não só na clareza do discurso como no respeito pela sequência dos acontecimentos. Área do conhecimento do mundo: - Participar com interesse no processo de descoberta. - Conhecer e respeitar a diversidade cultural.
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Contar história, promover conversa sobre a mesma. - Ouvir os outros e responder adequadamente, apresentando as suas ideias e saberes, tanto em situações de comunicação individual como em grupo. - Disponibilizar diferentes fontes e meios para apoiar o processo de descoberta, tais como: materiais de consulta (livros, mapa,…).
- História “Ovos Misteriosos” de Luísa Ducla Soares e Manuela Bacelar.
- Exploração da canção “Todos diferentes, todos iguais”.
Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: - Cantar a canção com controlo progressivo da melodia, da estrutura rítmica e da respiração.
- Proporcionar o contacto e apoiar a exploração de canções de diferentes tonalidades, modos, métricas, formas, géneros e estilos.
- Instrumental da música.
- Construção de um instrumento de registo sobre o projeto: “O que sabemos”; “O que gostamos”.
Área formação pessoal e social: - Expressar as suas opiniões, preferências e apreciações críticas, indicando alguns critérios ou razoes que as justifiquem. - Ser capaz de explicar e de partilhar com o/a educador/a e as outras crianças o que descobriu e aprendeu.
- Apoiar as crianças a relacionar o que já sabem com o que aprendem de novo. - Escutar o que as crianças têm para dizer, apoiando a explicitação das suas razoes, chamando a atenção para a diversidade de opiniões, a importância de as respeitar, procurando articular os diferentes contributos, e ajudar o grupo a chegar a novas conclusões.
- Folha; - Material de escrita.
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Planificação 10: 21-01-19 a 24-01-19 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos
Desenvolvimento da Atividade
Aprendizagem a promover Intencionalidade educativa Recursos Didáticos
Organização Grupo
/Espaço/Tempo
Avaliação
- Ensaio para a representação dramática baseada na história “Ovos misteriosos” de Luísa Ducla Soares e os países explorados nas intervenções anteriores.
Área formação pessoal e social: - Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: Subdomínio da Música: - Valorizar a música como fator de identidade social e cultural. Subdomínio da Dança: - Desenvolver o sentido rítmico e de relação do corpo com o espaço e com os outros. Subdomínio do Jogo dramático/teatro: - Inventar e representar personagens e situações, por iniciativa própria e/ou a partir de diferentes propostas, diversificando as formas de concretização. - Envolver em situações de jogo dramático cada vez mais complexas (caracterização de papeis, desenrolar da ação, interações verbais e não verbais, tempo de duração). - Expor, discutir ideias e propor soluções para desafios criativos, em jogos dramáticos e representações dramáticas. - Interessar pelo teatro e comentar os espetáculos a que assiste, utilizando progressivamente conceitos e vocabulário da linguagem teatral (espaço cénico, personagens, enredo, cenário, etc.), nomeando diferentes funções convencionais do processo de criação teatral (autor do texto, encenador, autor/atriz, etc.).
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Manifestar respeito pelas culturas familiares de cada criança; - Alargar as referências culturais das crianças através do contacto com diferentes recursos e formas de cultura. - Promover o conhecimento de manifestações musicais ligadas às tradições e culturas. - Criar oportunidades para expressarem, através da dança, sentimentos e emoções a partir de situações da vida real, imaginárias ou sugeridas, histórias, canções, etc. - Envolver a criança num desenvolvimento de projetos de representação dramática: conceção (guião), planeamento (previsão de materiais de recursos necessários, inventariação e distribuição de tarefas…), execução do projeto e sua avaliação. - Proporcionar espaços, materiais e adereços diversos que estimulam a representação de diferentes situações e papéis sociais (familiares, escolares, da comunidade). - Estimular a progressiva elaboração do jogo dramático e debater os estereótipos culturais quando observa a sua manifestação. - Promover o contacto, apreciação e reflexão sobre práticas teatrais de diferentes estilos, géneros e origens culturais.
- Guião. - Grande grupo, pequenos grupos e individual. - Sala. - 7 horas.
- Observação direta individual e em grupo das reações, interações e comportamentos. - Registo escrito; - Registo Fotográfico.
- Conclusão da construção do quadro com as alturas reais de cada criança, permitindo comparar evoluções de um período de tempo através da leitura de um gráfico.
Área formação pessoal e social: - Conhecer e aceitar as suas características pessoais e a sua identidade social e cultural, situando-as em relação às de outros. Área de expressão e comunicação: Domínio da Matemática: - Explorar formas de medir. - Utilizar gráficos para organizar a informação recolhida e interpreta-los de modo a dar resposta às questões colocadas. Domínio da linguagem oral e abordagem à escrita: - Usar a linguagem e a escrita com diferentes funcionalidades.
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Envolver as crianças em conversas, levando-as a comparar as semelhanças e diferenças entre elas (alturas) - Ajudar as crianças a escolherem uma unidade de medida para comparar e ordenar. - Disponibilizar materiais que facilitem a concretização e organização dos dados, conduzindo à sua representação através de formas mais elaboradas. - Criar oportunidades para a criança “imitar” a escrita e a leitura.
- Material de escrita; - Quadro com alturas.
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- Interpretar corporalmente diferentes situações através de imagens através do jogo da mimica e construir um “Quantos queres” experimentando uma variável para o jogo da mimica.
Área formação pessoal e social: - Ser capaz de ensaiar diferentes estratégias para resolver as dificuldades e problemas que se lhe colocam. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: Subdomínio do Jogo dramático/teatro: - Inventar e representar personagens e situações, por iniciativa própria e/ou a partir de diferentes propostas, diversificando as formas de concretização. - Expor, discutir ideias e propor soluções para desafios criativos, em jogos dramáticos e representações dramáticas. Domínio da Matemática: - Sentir-se competente para lidar com noções matemáticas e resolver problemas.
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Criar oportunidades para expressarem, através da dança, sentimentos e emoções a partir de situações da vida real, imaginárias ou sugeridas, histórias, canções, etc. - Estimular a progressiva elaboração do jogo dramático e debater os estereótipos culturais quando observa a sua manifestação. - Desafiar as crianças, propondo-lhes situações cada vez mais complexas e abstratas.
- Imagens; - Folha papel; - Marcadores.
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Planificação 11: 28-01-19 a 31-01-19 Instituição: X Valência: Jardim de Infância Idade: 4 anos Desenvolvimento
da Atividade Aprendizagem a promover Intencionalidade educativa Recursos
Didáticos Organização
Grupo /Espaço/Tempo
Avaliação
- Continuação dos ensaios para a representação dramática baseada na história “Ovos misteriosos” de Luísa Ducla Soares e os países explorados nas intervenções anteriores.
Área formação pessoal e social: - Reconhecer e valorizar laços de pertença social e cultural. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: Subdomínio da Música: - Valorizar a música como fator de identidade social e cultural. Subdomínio da Dança: - Desenvolver o sentido rítmico e de relação do corpo com o espaço e com os outros. Subdomínio do Jogo dramático/teatro: - Inventar e representar personagens e situações, por iniciativa própria e/ou a partir de diferentes propostas, diversificando as formas de concretização. - Envolver em situações de jogo dramático cada vez mais complexas (caracterização de papeis, desenrolar da ação, interações verbais e não verbais, tempo de duração). - Expor, discutir ideias e propor soluções para desafios criativos, em jogos dramáticos e representações dramáticas. - Interessar pelo teatro e comentar os espetáculos a que assiste, utilizando progressivamente conceitos e vocabulário da linguagem teatral (espaço cénico, personagens, enredo, cenário, etc.), nomeando diferentes funções convencionais do processo de criação teatral (autor do texto, encenador, autor/atriz, etc.).
- Apoiar a criança a expressar opiniões sobre o que vê, ouve ou sente. - Manifestar respeito pelas culturas familiares de cada criança; - Alargar as referências culturais das crianças através do contacto com diferentes recursos e formas de cultura. - Promover o conhecimento de manifestações musicais ligadas às tradições e culturas. - Criar oportunidades para expressarem, através da dança, sentimentos e emoções a partir de situações da vida real, imaginárias ou sugeridas, histórias, canções, etc. - Envolver a criança num desenvolvimento de projetos de representação dramática: conceção (guião), planeamento (previsão de materiais de recursos necessários, inventariação e distribuição de tarefas…), execução do projeto e sua avaliação. - Proporcionar espaços, materiais e adereços diversos que estimulam a representação de diferentes situações e papéis sociais (familiares, escolares, da comunidade). - Estimular a progressiva elaboração do jogo dramático e debater os estereótipos culturais quando observa a sua manifestação. - Promover o contacto, apreciação e reflexão sobre práticas teatrais de diferentes estilos, géneros e origens culturais.
- Guião. - Objetos cenário (panos, arvore, cesto, …)
- Grande grupo, pequenos grupos e individual. - Sala. - 7 horas.
- Observação direta individual e em grupo das reações, interações e comportamentos. - Registo escrito; - Registo Fotográfico.
Produção de adereços para o cenário da representação dramática (ovos, árvores, habitats animais, …).
Área formação pessoal e social: - Ser capaz de participar nas decisões sobre o processo de aprendizagem. Área de expressão e comunicação: Domínio da Expressão Artística: Subdomínio do Jogo Dramático/Teatro: - Recriar adereços para a representação da história “Ovos Misteriosos”. Subdomínio das Artes Visuais: - Desenvolver capacidades expressivas e criativas através de experimentações e produções plásticas; - Reconhecer e mobilizar elementos da comunicação visual, tanto na produção e apreciação das suas produções, como em imagens que observa. - Recriar plasticamente adereços para o cenário, utilizando diferentes materiais e diversos meios de expressão.
- Escutar o que as crianças dizem, apoiar a explicitação das suas opiniões e incentivar a sua participação. - Envolver a criança num desenvolvimento de projetos de representação dramática: previsão de materiais de recursos necessários, inventariação e distribuição de tarefas…). - Disponibilizar diversos materiais de elevada qualidade organizados e acessíveis às crianças e promover situações que permitam a utilização de diferentes modalidades expressivas. - Expor os trabalhos das crianças envolvendo-as na sua escolha e na definição de critérios estéticos da sua apresentação.
- Balões; Cola Branca; Papel de cozinha; Tintas; Papel de cenário; Tecidos; Sacos do lixo; Folhagem de árvore.
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2. Registo fotográfico
Propostas relacionadas com o subtema de Portugal
Exploração do livro “Somos todos
diferentes”
Exploração do Globo Terrestre
Produção plástica “sardinha”
Exploração do Adufe
Experimentando danças tradicionais portuguesas
Visita ao Museu dos Cordofones
Propostas relacionadas com o subtema da Escócia
Localização geográfica da Escócia
Crianças utilizam adereços durante o
tempo de trabalho nas áreas
Recriação jogo de Golfe
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Propostas relacionadas com o subtema de Cabo-Verde
Descoberta de vivencias e tradiçoes
Construção do tambor
Construção do tambor
Crianças experimentam roupas
Crianças experimentam roupas
Utilização dos sentidos para
identificar alimentos
Utilização dos sentidos para
identificar alimentos
Utilização dos sentidos para identificar
alimentos
Observação de máscaras
Exploração de objetos através dos
sentidos
Exploração de objetos através dos
sentidos Registo de alturas
Construção de padrões
Construção de padrões
Construção de padrões
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Propostas relacionadas com o subtema da Rússia
Exploração da lenda “Matrioskas” Experiência com gelo
Experiência com gelo
Registo de observações da experiência
Confeção Pão de Mel de Tula
Confeção Pão de Mel de Tula
Confeção Pão de Mel de Tula
Criança prova Pão de Mel de Tula
Pão de Mel de Tula
Contrução da árvore genealógica
Recriação de jogos clássicos
Recriação de jogos clássicos
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Propostas relacionadas com o subtema do Brasil
Ordenação da lenda através de imagens
Descoberta de vivências e tradições
Utilização dos sentidos para identificar
alimentos
Atividade motora – aquecimento
Atividade motora – passar por baixo
Atividade motora – saltar
Atividade motora – equilíbrio
Atividade motora – relaxamento
Atividade motora – relaxamento
Propostas relacionadas com o subtema da Austrália
Utilização da técnica do pontilhismo
Utilização da técnica do pontilhismo
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Propostas relacionadas com o subtema da Antártida
Construção esquimó
Construção baleia
Construção esquimó
Construção ecossistema
Exposição ecossistema com registos
individuais
Ecossistema
Dramatização baseada na história “Ovos misteriosos” de Luísa Ducla Soares e nos países
explorados nas intervenções anteriores
Exploração história “Ovos misteriosos” Galinha
Avestruz
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Rapaz
Crocodilo
Serpente
Pinto
Brasileira
Brasileiro
Russa
Russo
Russa
Portuguesa
Português
Portuguesa
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Cabo-Verdiana
Caba-Verdiano
Cenário damatização
Dramatização
Dramatização
Dramatização
Dramatização
Dramatização
Dramatização
Dramatização
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3. Notas Campo
No tempo de trabalho nas áreas da sala, algumas crianças utilizam as saias (usadas na
atividade relacionada com Portugal) e as gaitas-de-foles (usadas na atividade relacionada com
a Escócia) colocadas posteriormente na área do faz-de-conta, dançando de forma como
fizemos anteriormente nas atividades. (N.C.13-11-18)
Num dos momentos de partilha em grande grupo, o E. conta um episódio vivido em casa
com a sua família. Este contou que durante um jantar de família ouviram uma música de
folclore muito parecida à escutada na sala durante uma das atividades. Segundo a criança,
este começou a dançar e identificou alguns instrumentos através do som. A família aderiu ao
entusiamo da criança e acabaram por dançaram todos juntos. Este relato foi confirmado pela
mãe à auxiliar da sala. (N.C.13-11-19)
Durante o tempo de trabalho o E. pega no globo e começa a questionar os nomes dos países
e dos continentes. (N.C.19-11-18)
No tempo de trabalho nas áreas, o grupo que escolhe trabalhar nas construções joga golfe
utilizando os materiais de jogo e adereços colocados na área faz de conta relativos à Escócia,
como as saias, as boinas e as gaitas de foles. (N.C.20-11-18)
E na área do faz de conta, o Al., pegou num dos bonecos de cor de pele castanha e disse
para a B.: “Quero comida para o meu bebé. Esta pizza é Africana”. Pouco depois pega nos
adereços colocados na área do faz de conta relacionados com Africa e pede ajuda para vestir
o boneco. (N.C.20-11-18)
Na área da expressão plástica reproduzem o vulcão e as casas observadas durante a
abordagem das ilhas de Cabo Verde. (N.C.22-11-18)
94
O Ez. comentou que disse à mãe a frase aprendida na língua Cabo Verdiana (crioulo) e esta
reconheceu a língua. (N.C.26-11-18)
A Fl. trouxe uma guitarra de brincar para o colégio e em momento de grande grupo tocou e
cantou para todos. Associou o tamanho pequeno da sua chama-lhe de cavaquinho - “É um
cavaquinho porque é pequeno”. (N.C.27-11-18)
O E. escolheu a área da expressão plástica e faz a representação dos países, através de
manchas de tinta de diferentes tamanhos e cores. (N.C.28-11-18)
M. e Al. usam as matrioskas e recontam a lenda explorada, entre elas. (N.C.03-12-18)
A Fr. e a Fl. interpretam papéis de professor e aluno, lendo o pictograma dos balões
utilizados na atividade de apresentação dos “Meninos de todas as cores”. (N.C.05-12-18)
E. volta a pegar no globo terreste chamando os seus amigos para lhes mostrar onde fica
Portugal. O Al. começa a mostrar interesse pela exploração do E. e os dois juntam-se na área
das experiências e falam sobre a localização dos continentes já explorados. (N.C.05-12-18)
M. na área do faz de conta diz que segue a receita do pão de mel de Tula utilizando a ordem
do pictograma colocado nesta mesma área. (N.C.06-12-18)
95
A R. no momento de trabalho nas construções realizou uma construção integrando um
padrão de cores azul e vermelho e veio mostrar-me. Apesar dos legos utilizados serem de
tamanhos diferentes, o padrão através das cores estava correto. (N.C.03-01-19)
O Ez. diz muito entusiasmado que vai de férias a África com a mãe. (N.C.04-01-19)
A B. traz livro de casa com alguns pequenos contos de várias cidades de Portugal. (N.C. 04-
01-19)
A Fl. informa que vai a Roma ver o Papa com a família e tem de ir de avião para chegar lá.
(N.C. 04-01-19)
Um novo puzzle com o território nacional foi introduzido na sala e as crianças mostraram
interesse em construir e questionar as diferentes divisões. (N.C.10-04-19)
A R. e a M., num momento de trabalho em pequenos grupos, com os materiais de
construções, fazem vários padrões para construir uma casa. (N.C. 16-01-19)
Várias crianças, no momento de planear as áreas de trabalho, escolheram a expressão
plástica para personalizarem o seu “Quantos queres”. (N.C. 22-01-19)
O Ez. durante o tempo de trabalho na área dos jogos, explorou a caixa das imagens utilizadas
numa atividade de ordenação de uma lenda Brasileira “Saci- Perere”. Depois de algum tempo
em volta das imagens a criança dirigiu-se à área da Biblioteca e levou o livro para a área onde
estava a trabalhar, ordenando e recontando corretamente a história. (N.C.23-01-19)
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O E. durante o tempo de trabalho na área da biblioteca planeou observar as imagens dos
países explorados no decorrer do projeto, chamando o adulto para observar a imagem do
crocodilo, personagem interpretada pelo mesmo na dramatização da história “Ovos
Misteriosos”. (N.C. 24-01-19)
T. e D. durante o tempo de trabalho na área da expressão plástica planearam moldagem de
plasticina e começaram a construir personagens da história “ovos misteriosos”, pedindo
apoio ao adulto para ajudar a representar alguns elementos da mesma. (N.C. 28-01-19)
A Al. durante o tempo de trabalho na área da expressão plástica planeou fazer uma pintura
com tintas e desenhou a personagem que interpreta na dramatização. (N.C.30-01-19)
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4. Exemplos de Registos Individuais
Explorar modalidades diversificadas de expressão plástica - Adufe
Explorar modalidades diversificadas
de expressão plástica
(Adufe - instrumento musical)
Competências
• Desenvolver capacidades expressivas e criativas
através de experimentações e produções plásticas.
•Reconhecer e mobilizar elementos da comunicação
visual, tanto na produção e apreciação das suas
produções, como em imagens que observa.
Intencionalidade educativa
• Promover a articulação de saberes das artes
visuais com as diferentes áreas ou domínios como
por exemplo através da exploração de elementos de
comunicação visual (formas geométricas, linhas
figura humana, etc.).
Registo individual
“É o adufe. É para levar para casa. Fiz uma pintura.
Gostei de fazer. Isto é vermelho, é de riscas. Aqui
está verde. E amarelo aqui. Faz-se assim.”
Explorar modalidades diversificadas
de expressão plástica
(Adufe - instrumento musical)
Competências Registo
• Desenvolver capacidades expressivas e criativas
através de experimentações e produções plásticas.
•Reconhecer e mobilizar elementos da comunicação
visual, tanto na produção e apreciação das suas
produções, como em imagens que observa.
Intencionalidade educativa
• Promover a articulação de saberes das artes
visuais com as diferentes áreas ou domínios como
por exemplo através da exploração de elementos de
comunicação visual (formas geométricas, linhas
figura humana, etc.).
Registo individual
“É um adufe. É para tocar. Fiz com tintas e pincel.
Pintei de vermelho, verde, amarelo e duas partes
azuis e vermelho as bolinhas. E tem fitinhas. Gostei
porque pintei com tinta.”
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Visita ao Museu de Cordofones
Competências
- Representar e recriar plasticamente
vivências da Visita ao Museu dos
Cordofones.
- Explicitar e partilhar o que descobriu e
aprendeu.
Intencionalidade educativa
- Dialogar com as crianças durante a
realização dos seus trabalhos, procurando
perceber as suas opções e ajudando-as e
dando sugestões que as ajudem a
concretizar e melhorar o que pretendem
fazer.
- Incentivar cada criança a expor as suas
ideias e experiências.
Registo da Visita ao Museu de Cordofones
Registo individual
“Desenhei o senhor a tocar cavaquinho no museu. Fomos na carrinha, depois saímos da carrinha, depois esperamos um
bocado pelos outros amigos, depois os amigos vieram e entramos. Vimos tantas coisas. Instrumentos… Instrumentos de
muitos países. Tinha cavaquinho, guitarra portuguesa. Gostei porque estava a ser muito divertido, ver muitos instrumentos é
divertido.”
Competências
- Representar e recriar plasticamente
vivências da Visita ao Museu dos
Cordofones.
- Explicitar e partilhar o que descobriu e
aprendeu.
Intencionalidade educativa
- Dialogar com as crianças durante a
realização dos seus trabalhos,
procurando perceber as suas opções e
ajudando-as e dando sugestões que as
ajudem a concretizar e melhorar o que
pretendem fazer.
- Incentivar cada criança a expor as suas
ideias e experiências.
Registo da Visita ao Museu de Cordofones
Registo individual
“Desenhei o senhor de tocar música. Estava a tocar uma viola. Não! Um cavaquinho. Vimos o senhor na oficina. Ele estava a
tocar os cavaquinhos dele. Vimos as violas com bocas. Também vimos outras que tinham bocas muito grandes e outras
tinham olhos muito grandes. Estava lá os meus amigos. Vimos outra oficina de cheirete, toda borrada porque ela estava suja e
tinham que limpar. Gostei porque tinha muitos cavaquinhos e muitas violas.”
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Construção de um ecossistema da Antártida em três dimensões
Construção de um ecossistema da
Antártida em três dimensões
Competências
• Desenvolver capacidades expressivas e criativas
através de experimentações e produções plásticas.
• Representar e recriar plasticamente o ecossistema
da Antártida, utilizando diferentes materiais e
diversos meios de expressão.
Intencionalidade educativa
• Promover situações que permitam a utilização de
diferentes modalidades expressivas disponibilizando
diversos materiais acessíveis às crianças,
possibilitando a representação do ecossistema da
Antártida.
Observação
• Depois da exploração proposta pelo adulto
relacionada com a vida na Antártida, a Flor escolheu
representar plasticamente uma foca, utilizando
pasta de moldar.
Construção de um ecossistema da
Antártida em três dimensões
Competências
• Desenvolver capacidades expressivas e criativas
através de experimentações e produções plásticas.
• Representar e recriar plasticamente o ecossistema
da Antártida, utilizando diferentes materiais e
diversos meios de expressão.
Intencionalidade educativa
• Promover situações que permitam a utilização de
diferentes modalidades expressivas disponibilizando
diversos materiais acessíveis às crianças,
possibilitando a representação do ecossistema da
Antártida.
Observação
• Depois da exploração proposta pelo adulto
relacionada com a vida na Antártida, o Tomás
escolheu representar plasticamente um esquimó,
reciclando rolo de papel higiénico.
100
5. Comunicados enviados às famílias
Pedido de Autorização para a Recolha de Dados
Pedido de colaboração das famílias na construção do fato/adereço
101
Convite às famílias