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A Importância do Enoturismo para o Destino Turístico - O Perfil e Motivações do Consumidor O Caso do Oeste Impressões e Perspetiva Resumo O enoturismo é um nicho turístico de grande importância socioeconómica para uma dada região, pois contribui para o desenvolvimento de diversas atividades correlacionadas como a gastronomia, cultura, artes, património local, etc. Numa breve análise sobre o enoturismo na Região Oeste de Portugal, foi verificado o grande potencial para o desenvolvimento da atividade, as dificuldades quanto a captação direta de turistas para esta atividade e de que maneira está sendo explorada. Palavras-Chave: enoturismo, comportamento do consumidor, Região Oeste, Portugal Peniche, Janeiro de 2014 Discentes Luciana Karam | 4130009 | [email protected] Mónica Ferreira | 4130057 | [email protected] Pedro Viola | 4130007 | [email protected] Vera Marques | 4130006 | [email protected] Mestrado em Marketing e Promoção Turística Unidade Curricular: Comportamentos do Consumidor Docente: Rui Martins

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A Importância do Enoturismo para o Destino

Turístico - O Perfil e Motivações do

Consumidor

O Caso do Oeste – Impressões e Perspetiva

Resumo

O enoturismo é um nicho turístico de grande importância socioeconómica para uma dada região, pois contribui para o desenvolvimento de diversas atividades correlacionadas como a gastronomia, cultura, artes, património local, etc. Numa breve análise sobre o enoturismo na Região Oeste de Portugal, foi verificado o grande potencial para o desenvolvimento da atividade, as dificuldades quanto a captação direta de turistas para esta atividade e de que maneira está sendo explorada. Palavras-Chave: enoturismo, comportamento do consumidor, Região Oeste, Portugal

Peniche, Janeiro de 2014

Discentes

Luciana Karam | 4130009 | [email protected]

Mónica Ferreira | 4130057 | [email protected]

Pedro Viola | 4130007 | [email protected]

Vera Marques | 4130006 | [email protected]

Mestrado em Marketing e Promoção Turística

Unidade Curricular: Comportamentos do

Consumidor

Docente: Rui Martins

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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ÍNDICE Introdução…………………………………………………………………………………………………………………………..1

1. Enoturismo – Um pouco sobre os conceitos e a história ................................................ 1

2. O comportamento do consumidor: o caso do Turismo ................................................... 3

3. O Perfil do Enoturista ................................................................................................... 5

4. O consumidor de enoturismo – o caso do Oeste ............................................................ 7

4.1. Região Oeste – breve caracterização ......................................................................... 8

4.2. O Enoturismo na Região Oeste .................................................................................. 9

4.3. O Enoturista do Oeste - impressões perspectivas……………………………………………………10

Conclusão…………………………………………………………………………………………………………………………..11

Referências Bibliográficas ................................................................................................ 113

ANEXOS............................................................................................................................. 15

ANEXO 1 ............................................................................................................................ 16

ANEXO 2 ............................................................................................................................ 17

ANEXO 3 ............................................................................................................................ 19

ANEXO 4 ............................................................................................................................ 21

ANEXO 5 ............................................................................................................................ 22

ANEXO 6 ............................................................................................................................ 23

ANEXO 7 ............................................................................................................................ 24

INDICE DE FIGURAS

Figura 1 - o enoturismo e os demais segmentos (criação própria)………………………………………….6

Figura 2 - Os Modelos de Motivação (Baseado em Swarbrooke e Horner, 2002)……………………8

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Introdução

A evolução dos consumidores, das suas preferências e padrões de

consumo, são determinantes na orientação do desenvolvimento turístico do

território. Neste sentido, é importante promover a riqueza e qualidade dos

vinhos como complemento da experiência turística, estimulando o conceito

“Marca Oeste” em produtos, equipamentos e serviços.

O Enoturismo é um dos produtos turísticos emergentes de Portugal e da

Região Oeste e por isso, deve merecer o melhor conhecimento através de uma

correcta definição da sua segmentação e posicionamento.

Assim sendo, o ensaio compreende uma reflexão através de uma

revisão bibliográfica do comportamento do consumidor e as suas motivações

na generalidade, particularizando para o turista enófilo e por fim, a

caracterização do Caso Oeste. Para conhecer melhor a situação actual do

enoturismo na Região Oeste, foram contactados dois dos principais

intervenientes no sector: no sector público, o Turismo do Oeste, e no sector

privado, a Quinta do Sanguinhal. Este ensaio enfatiza a definição da

Gastronomia e Vinhos como um produto estratégico para o desenvolvimento

turístico de Portugal, explicado como um dos produtos estratégicos do PENT.

1. Enoturismo – Um pouco sobre os conceitos e a história A definição de enoturismo, depois de ter sido levantada uma revisão

literária a que logo irá ser citada ao logo deste ensaio, pode ser vislumbrada

desta forma: é o “turismo de vinho”, que se pratica fora das regiões

metropolitanas, onde a principal motivação destes turistas é visitar as vinhas,

conhecer as vinícolas, apreciar os vinhos produzidos numa determinada região

e assim, nesta composição, os valores agregados que estão intimamente

ligados à gastronomia, costumes e cultura de uma região.

Alguns autores justificam que o enoturismo para além de estar ligado às

práticas motivacionais de realização pessoal, que justificam o interesse em

visitar uma vinha e vinícola, também está a oportunidade de negócios através

da comercialização dos vinhos.

Umas das definições de enoturismo é a citação de (Getz em Getz e

Brown: 2006) que há pelo menos 3 perspectivas acerca do assunto e que estão

estruturadas pelos produtores de vinho, agências de turismo (que representam

o destino) e consumidores. Desta forma, “o turismo do vinho é

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simultaneamente, uma forma de comportamento do consumidor, uma

estratégia pela qual os destinos desenvolvem atrações relacionadas ao

mercado do vinho e a sua imagem e é uma oportunidade de marketing para as

vinícolas, de educar e vender seus próprios produtos diretamente aos

consumidores.”

Numa forma mais generalizada, o que está por trás das visitas a uma

determinada região vinícola, Inácio (2010) cita (Hall in Getz: 2000) que o

enoturismo “compreende as ‘visitas a vinhas, adegas, festivais vitinícolas e

eventos do vinho e da uva nos quais se prova o vinho e/ ou se experienciam os

atributos de uma região vitinícola que constituem os principais fatores de

motivação para os visitantes.’”

Há inúmeros conceitos sobre o enoturismo dados por diversos autores, e

para melhor visualizar e compará-los, poderá ser observado na tabela I.

Historicamente, o enoturismo nos remete a um passado onde pode-se

dizer que ainda não estariam interligados, apesar das práticas de turismo já

virem de há muitos anos atrás: “O Enoturismo constitui-se como uma forma de

turismo característica de modernidade ainda que possua raízes ancestrais,

ligadas à cultura da vinha e do vinho, tão ancestrais quanto as da própria

atividade turística. É contudo apenas na Modernidade, em contexto do pós-

guerra, que surgem as primeiras atividades de natureza turística entre as quais

constam algumas visitas de cariz cultural e monumental onde por vezes se

incluem visitas a caves e adegas.” (Inácio, 2010)

Nesta perspectiva, parece-nos que o enoturismo sempre teve esta

forma, mas se formos analisar por outro ângulo, o vinho já era motivo de reunir

pessoas em eventos de grandes dimensões na Grécia antiga como relata

Costa (2009):

“A existência de eventos que atraiam visitantes e que tinham o vinho como célebre homenageado é

antiga. O maior exemplo disso eram as famosas bacanais, festas que homenageavam a Dionísio1 [de

Dio(s), céu, em Trácio, e Nysa, filho: o filho do céu], o deus do vinho, as quais Pisístrato, um

governante da Atenas de 605-527 a.C., fora o responsável pela oficialização do culto a Dioniso na

Grécia onde realizava procissões com a imagem em embarcações com rodas puxadas por sátiros e

com homens e mulheres nuas no seu interior. O cortejo seguia com uma multidão mascarada até o

Lénaion (templo sagrado dedicado a Baco) onde culminava com a hierogamia (o casamento do deus

com a pólis inteira em busca da fecundação).”

O intuito deste ensaio é a brevidade da abordagem do assunto, devido a

isto não será amplamente explanada a história e a evolução, mas é também

importante ressaltar sobre a origem do enoturismo, mesmo que de maneira

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mais singela. Para além dos conceitos e da história, resta elucidar

rapidamente o que o enoturismo envolve, em termos económicos e comerciais.

Este segmento conglomera muitas práticas de turismo que trabalham lado a

lado e que ajudam a agregar valor à experiência do enoturista durante a sua

viagem, como está ilustrado na figura abaixo.

Figura 1 - o enoturismo e os demais segmentos (criação própria)

2. O comportamento do consumidor: o caso do Turismo Segundo a Organização Mundial do Turismo (2000), o turismo entende-

se como as atividades das pessoas durante as suas viagens e estadias fora do

seu meio envolvente habitual, por motivo de lazer, negócios ou outros. A

definição de turista segundo a OMT, comporta ainda elementos principais como

a deslocação, a residência, a duração da permanência e a remuneração.

Como fenómeno económico, o turismo desenvolve-se à volta das

variáveis económicas que o influenciam e condicionam.

Como fenómeno psicológico, a viagem turística é precedida de uma

necessidade específica que gera um motivo para viajar e estabelece um

objectivo para a viagem. (Pearce e String, 1984).

Como fenómeno social, o turismo assume-se como difusor e propiciador

de contactos e relações sociais. Desta forma, assume um papel preponderante

nas manifestações e divulgação da cultura. O turismo é um factor que motiva a

mudança cultural. Daí que a sociologia utilize muitas vezes a análise de custo

benefício para evidenciar os aspectos culturais e sociais, e os impactos do

turismo nas comunidades receptoras e visitantes.

Enoturismo

Gastronomia e

Restauração

Turismo Cultural

Turismo de Negócios

Turismo Rural

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Geralmente as motivações turísticas são encaradas como um domínio

relevante na investigação em turismo, nomeadamente como factor explicativo

do comportamento dos turistas e pelo significado essencialmente instrumental

e prático que a temática detém para os gestores dos destinos turísticos. Deste

modo a motivação assume-se na construção de energia do indivíduo, tornando-

o ativo e dirigindo o seu comportamento a um objetivo. Consequentemente isto

leva-nos a compreender as razões que levam os viajantes a agir em

determinada direcção, perante a diversidade de oferta posta à sua disposição.

Os estudos apresentados abaixo, procuram conceptualizar diferentes

fatores de influência na tomada de decisão de escolher um destino para férias,

assim como a motivação turística com base nos factores sociais e psicológicos

que motivam ou criam um desejo de viajar.

Horner e Swarbrooke, (1996) apresentam diversos factores de âmbito

interno e externo do turista que o leva a tomar a sua decisão quanto à escolha

do destino turístico:

Fatores internos

Motivações pessoais

Personalidade

Rendimento disponível

Saúde

Compromissos familiares

Compromissos profissionais

Experiência passada

Hobbies e interesses

Conhecimento da existência de

possíveis férias

Estilo de vida

Atitudes, opiniões e perceções

Fatores externos

Disponibilidade de produtos

adequados;

Orientação dos agentes de viagens;

Informações obtidas a partir dos

destinos, organizações de turismo e os

meios de comunicação;

Recomendações de amigos e família

(Passa-palavra);

Restrições políticas sobre os requisitos

de viagem como por exemplo, os

vistos, situações de guerra e casos de

guerra civil;

Problemas de saúde e exigências de

vacinação nos destinos;

Promoções e ofertas especias por

parte das organizações de turismo;

O clima do destino/região.

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Figura 2 - Os Modelos de Motivação (Baseado em Swarbrooke e Horner, 2002)

3. O Perfil do Enoturista Na tentativa de perceber o comportamento e nível de interesse dos diferentes

tipos de Enoturista, isolando-o e segmentando-o (Hall & Macionis, 1998) tipificam

estes consumidores em amantes do vinho, interessados no vinho e turistas curiosos.

Já (Knight & Charters, 2002) procedem à categorização referindo-se a Enoturistas

formais, turistas interessados no vinho e com conhecimentos e por último turistas no

geral.

Autor/Data Teoria/Modelo Aplicação

Maslow(1954)

Teoria da Hierarquia das Necessidades

No turismo, este modelo identifica motivações turísticas com base nas necessidades fundamentais ou seja, de deficiência como as fisiológicas, as de segurança, de afeto e as de estima, enquanto que as necessidades de crescimento são aquelas relacionadas ao autodesenvolvimento e auto-realização dos seres humanos.

Plog (1977)

Teoria que conecta os traços de personalidade com o comportamento do turista

Apresenta dois tipos de pessoas: psicocêntricas e alocêntricas. O autor defende que as primeiras são menos aventureiras e introspectivas, preferindo o famliar e resorts já popularizados. Por outro lado, as alocêntricas são pessoas extrovertidas, que gostam de correr riscos. Tendem a optar por destinos exóticos e viagens individuais.

Perreault, Dorden (1979)

Baseado numa amostra de 2.000 famílias, pertendeu identificar tipo de turistas

Turistas de baixo orçamento- Apesar dos rendimentos medianos, procuram férias de baixo custo; Turistas aventureiros; Turistas “caseiros”- Consumidor muito cauteloso, não discutem as suas férias com outras pessoas, nem perde muito tempo a planeá-las; “Vacationers”- Pequeno grupo de turistas que gastam muito tempo a pensar nas suas próximas férias, mas que tendem a ser pessoas ativas, apesar do seu rendimento reduzido; Moderados- Turistas com uma alta predisposição para viajar mas não estão interessados em fins-de-semana e desportos.

Cohen (1979)

Tipo de experiência que os turistas procuram

Turista de lazer; Turista de diversão- Uma forma do turista escapar ao seu quotidiano em casa; Turista vivencial- Este tipo de turista procura sobretudo experiências autênticas; Turista experimental- Este turista tem como principal desejo, estar em contacto com a população local do destino; Turista existencial- O turista está completamente integrado na cultura e estilo de vida do destino turístico.

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Importa perceber o tipo de Enoturista num país com elementos culturais que

remetem para uma maior familiaridade, como é o caso de Itália, até por razões de

concorrência à oferta portuguesa. Assim de acordo com o definido pelo Movimento

del Turismo del Vino os Enoturistas italianos são analisados tendo como base a

idade, demografia e estilo de vida (Corigliano, 1996), tecendo mais algumas

considerações curiosas este modelo também encontra similitudes com as propostas

genéricas dos autores supracitados, assim:

Os profissionais: entre os 35 e 40 anos, conhecem bem o vinho e o seu mundo, têm

conhecimentos suficientes para discutir com os produtores e analisar as virtudes ou

fragilidades do vinho. Interessados em elementos novos, gastam um certo tempo e energia

em aprofundar e pesquisar;

Os apaixonados: entre os 25 e 30 anos, gostam de vinho e usam-no como ponte fazer e

cimentar amizades, apreciam comida e exploram o país a viajar com os amigos, munidos

muitas das vezes com um guia dos vinhos, sedentos por aprendizagem, porém menos que

os profissionais;

Os imitadores “Hanger-On”: com idades entre os 40 e 50 anos, com elevado poder de

compra, atraídos pelo status decorrente do conhecimento na área, satisfazendo-se todavia

com um conhecimento básico, atribuem muita importância aos nomes, aparências e no geral

pedem descontos;

Os bebedores: entre os 50 a 60 anos, visitam as caves e adegas fazendo parte de grupos

de Domingo e encaram-nas como alternativa ao bar, provam o vinho, pedem mais e

perguntam se podem comprar em grandes quantidades.

Em Portugal para além de alguns estudos encomendados por parte de

algumas marcas como a Herdade do Esporão ou Niepoort, estes serão pouco

conclusivos relativamente ao perfil do consumidor, uma vez que são baseados em

dados secundários internos das empresas e visam essencialmente uma gestão de

Marketing mais eficiente.

A nível tutelar e estratégico-territorial, o (PENT) Plano Estratégico Nacional

para o Turismo (2006) – Turismo de Portugal, define algumas considerações após

afirmar o produto Gastronomia & Vinhos como um dos 10 produtos estratégicos a

serem desenvolvidos no território nacional. Portugal sendo um país rico em regiões

vitivinícolas e com fortes tradições de consumo de vinho, prevê no Enoturismo e de

acordo com este documento, um produto tido como muito importante para a

economia nacional. Deste modo e alicerçado num estudo levado a cabo em

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Dezembro de 2005 que recorreu a uma série de entrevistados (skateholders), este

documento estratégico traça um perfil básico para o turista de gastronomia e vinhos

europeu. Importa todavia salientar, que um potencial perfil de Enoturista, abaixo

descrito, decorrerá em boa parte desta investigação, dada a ligação muito forte de

ambos os produtos e suas implicações na experiência conjunta mas não será

conclusivo por si só.

Perfil sócio-demográfico: entre os 35 e 60 anos, elevado poder de compra,

maioritariamente homens e elevado nível sociocultural;

Hábitos de informação: clubes sociais de vinhos e gastronomia, imprensa

especializada, através de amigos e pela internet;

Hábitos de compra: portais de internet e agências de viagens especializados;

Hábitos de alojamento: boutique hotéis, hotéis de 3 a 5 estrelas, alojamentos rurais de

luxo ou de charme;

Timing da experiência: viajam durante todo o ano mas com maior incidência no Outono

e na Primavera, ficam em média 3 a 7 dias e fazem-no uma vez por ano. Os entusiastas

viajam 3 a 5 vezes ao ano;

Partilha experiência: em casal ou grupos reduzidos;

Hábitos de uso e atividades realizadas: compra de produtos típicos, visita a museus e

exposições, relaxamento e usufruto da paisagem, atividades de saúde e bem-estar,

provas de pratos, visitas a atrações turísticas, assitir a espetáculos, passeios.

4. O consumidor de enoturismo – o caso do Oeste A cultura do vinho e a produção vinícola na Estremadura, onde se localiza a

Região Oeste, tem tradição secular, com especial notoriedade para o vinho regional

da Estremadura, que tem vindo a ser reconhecido e premiado a nível nacional e

internacional.

Enquanto produto emergente da Região, com particular incidência na imagem

do destino e da Marca Oeste, importa perceber o comportamento do enoturista, para

delinear estratégias e assim consolidar o produto, através da sua segmentação e

posicionamento.

Para melhor se conhecer a situação do entoturismo na Região, foram

contactados dois dos principais players do sector, no sector público, o Turismo do

Oeste (TO) e, no sector privado, a Companhia Agrícola Sanguinhal (CES), para

estabelecer-se uma visão mais alargada, cujos enquadramentos seguem em baixo,

e as respectivas entrevistas em anexo (Anexo 2 e 3)

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Turismo do Oeste - O Turismo Centro de Portugal (TCP), possui um âmbito territorial

circunscrito à NUT II Centro, e tem sede em Aveiro. Os Estatutos do TCP aprovados no dia 14

de Junho de 2013, consideram sete delegações, entre as quais o Oeste, considerado um dos

pólos de desenvolvimento da Região Centro, entretanto extinto para integrar aquela Região.

A Região de Turismo do Oeste, viria assim a ser integrada na Região de Turismo do

Centro, mantendo-se agora com a denominação Turismo do Oeste, preservando as funções de

promoção e divulgação turística da Região.

Companhia Agrícola do Sanguinhal – Possui 100 hectares de vinhas distribuídas por três

quintas - Cerejeiras, Sanguinhal e São Francisco, situadas no Bombarral. Investiu na área do

turismo e serviços, para rentabilizar as enormes potencialidades da sua produção e espaços.

Para tal, recuperou adegas, lagares e destilarias na Quinta do Sanguinhal onde o programa de

Enoturismo inclui a visita aos jardins do séc. XIX, assim como às vinhas, a uma antiga destilaria

totalmente recuperada com 300m2 onde se produziam, aguardentes vínicas e aguardentes

bagaceiras, visita a um antigo lagar com prensas de vara, datadas de 1871e visita a uma cave

de envelhecimento com 36 tonéis.

A entrevista do (TO) contou com fontes da entidade e com as respostas de Ilda

Cruz, que trabalha directamente com o departamento de divulgação e

comunicação. Ana Pereira da Fonseca Reis, responsável pelo departamento

de marketing e comunicação da CES, facultou-nos informação acerca da

actividade desenvolvida, com para melhor compreensão do consumidor.

4.1. Região Oeste – breve caracterização Terra de Vinhedos e de Mar, assim é caracterizada a Região Oeste,

reunindo no seu slogan duas das suas características mais significativas, numa

perspectiva turística e também a nível da paisagem, cultura e tradições.

A Região situa-se entre o Oceano Atlântico e o maciço de Montejunto,

abrangendo uma população de 361.374.00 habitantes, distribuídos por 12

municípios, cada um mantendo a sua singularidade, conjugando entre si fortes

traços identitários, que contribuem para a diversidade territorial e turística da

Região.

A diversidade territorial é uma das principais características da Região,

presente nos singulares atributos dos concelhos que a constituem, desde a

paisagem, aos recursos naturais, aspetos sociodemográficos e económicos,

acessibilidades, equipamentos e infraestruturas. Situada a norte de Lisboa, a

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Região Oeste tem uma localização privilegiada, favorecida por bons acessos

rodoviários a nível nacional (Anexo 4).

De acordo com a Comunidade Intermunicipal do Oeste (Oeste CIM), o

turismo é uma área com forte tradição na Região, oferecendo produtos

específicos, fortemente associados ao território – sol e praia, resorts, saúde e

bem-estar, desportos náuticos - e que são hoje também a imagem de marca de

uma oferta diferenciada e concertada.

4.2. O Enoturismo na Região Oeste Seguindo a tendência nacional, a Região Oeste, conforme consta no

Plano Regional 2020 Oeste Portugal, o eno/agroturismo é referido como um

dos produtos emergentes para o turismo na Região vinícola do Oeste, uma das

maiores de Portugal e do Mundo, destacando-se os seus vinhos encorpados

aromáticos e de precioso valor alcoólico, segundo (TO), sendo a Rota do Vinho

do Oeste a oferta mais visível deste produto, na Região Oeste.

Rota do Vinho e da Vinha do Oeste

Cerca de 25 Quintas, divididas em três circuitos, fazem parte deste roteiro, abrindo as suas

portas aos visitantes a partir de três circuitos distintos. Esta visita, para além de por o visitante

em contacto com as deslumbrantes paisagens de vinhas, oferece ainda a possibilidade de

experimentar actividades rurais como a vindima, percorrer os espaços do ciclo do vinho ou

simplesmente deliciar-se em provas dos vinhos emblemáticos da região, acompanhados de

bons queijos ou doces conventuais.

, à vila presépio de Alenquer e a figuras como Pedro Álvares Cabral ou Damião de Góis.

Fonte: Turismo do Oeste

As Rotas dos Vinhos, constituem instrumentos privilegiados de

organização e divulgação do Enoturismo, afirmando-se como pólos

catalisadores das potencialidades que as regiões vitícolas encerram em si,

enquanto alavancas do desenvolvimento local e regional (Novais e Antunes,

2009).

Inaugurada em 1997, com o apoio logístico e financeiro da então Região

de Turismo do Oeste, a Rota da Vinha e do Vinho não surtiu os efeitos

desejados na imagem do Oeste, não constituindo na prática uma motivação de

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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principal relevo nas motivações de visita à Região, segundo dados recolhidos

no TO. Sendo o golfe, segundo a mesma fonte, o produto âncora da Região, o

turismo enogastronómico é ainda encarado como um “complemento” da oferta

turística, pese embora o facto de ser visto como um produto de grande

importância e que importa desenvolver, atendendo às suas potencialidades e

por a cultura do vinho se tratar de uma tendência de mercado.

Inauguração Aderentes

Iniciais Ader. 2008 Ader. 2014 Sede Organismo coordenador

1997 15 20 25 Alenquer Portal do Vinho e da Vinha do Oeste

4.3. Região Oeste – impressões e perspectivas

A Quinta do Sanguinhal, tratando-se da Quinta com maior expressão na Rota

do Vinho, segundo a TO, foi contactada para estabelecimento do perfil do

consumidor, tendo por base os dados e observação por parte de uma das mais

famosas famílias ligadas ao vinho, a nível nacional, contando-se também com

a sua experiência e tradição. Em 2012 a Quinta recebeu cerca de 4200

visitantes, conforme se pode constatar no anexo 6, de várias nacionalidades,

com principal destaque para o mercado português, inglês, nórdico,

escandinavo, alemão, russo. Pretendemos igualmente chegar ao mercado

espanhol, aos países sul-americanos e asiáticos, de acordo com Ana Reis.

Percebemos, pelo que nos é dito na entrevista, que o perfil

psicodemográfico dos visitantes é transversal a todas as classes sociais e a

todas as origens, desde que a vontade de nos visitar exista. A facilidade em

comunicar com os visitantes (não só em Português, como também em várias

línguas) permite criar uma relação mais próxima com quem nos visita, criando

relações de fidelização e proximidade, o que significa que não existindo um

posicionamento da Região no mercado enoturístico, é o Sanguinhal que

persegue uma estratégia de captação de públicos com o objectivo chegar a

todos aqueles que gostam de vinho, que querem aprender sobre vinho e sobre

a historia da família Pereira da Fonseca.

Esta afirmação enquadra-se no perfil do consumidor que frequenta a Quinta do

Sanguinhal - os visitantes da Quinta do Sanguinhal são maioritariamente Wine

interested e Wine lovers, sendo que os Wine Curious muitas das vezes vêm

como acompanhantes e no final já passam para o grupo de Interested.

Achamos que o gosto por algo tão tradicional em Portugal como o vinho, deve

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ser acarinhado e explicado a todos os que se interessam e conhecem, mas

também aqueles que por desconhecerem ainda não adquiriam esse gosto.

Acima de tudo a nossa experiência é um regresso às origens e a tudo o que

nos ajuda a definir a nossa identidade e cultura. Ou seja, à partida, quem

procura a Quinta do Sanguinhal revela já interesse e conhecimento do produto,

enquadrando-se nos perfis acima mencionados em que se destaca um perfil

baseado em factores cognitivos e afectivos.

Fazendo enfase nos atributos da Região como ponto forte da oferta que infere

directamente no processo de decisão do consumidor no momento de eleição

do seu destino, e numa perspectiva futura, é intenção da Quinta do Sanguinhal

continuar a produzir vinhos de elevada qualidade e apostar numa oferta de

serviços diferenciada e personalizada que envolva o consumidor. Em resumo

queremos perpetuar o nome da nossa família para que a geração seguinte dê

continuidade ao nosso projecto e se orgulhe das suas raízes. A alteração do

paradigma do consumidor, muito presente no enoturista, centra-se na

qualidade do serviço, pelas suas características de conhecedores eenquadrado

no perfil do turista com capacidade de compra. Assim, tendo percebido essa

tendência do mercado, e também porque a qualidade é uma primazia da CES,

esse é o seu principal posicionamento, junto de um mercado conhecedor e

interessado no vinho e na sua cultura.

Conclusão

Para melhor se enfatizar a importância da gastronomia e vinhos, já que o

enoturismo é um produto que se completa com a rica gastronomia do país e

que devem se considerados em conjunto, referimos o Relatório de Estudo

“Satisfação de Turistas“ realizado pela Intercampus, para o Turismo de

Portugal, no período referente ao primeiro semestre de 2013, no qual existe

uma relação entre o grau de satisfação e a correspondência de expectativas

relativamente a este produto na ordem dos 88%, conforme se pode ver no

anexo 7.

Considerando esta tendência, o crescente interesse do consumidor na cultura

do vinho e da vinha, o facto de o enoturismo ser encarado como um dos

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produtos estratégicos para o turismo nacional, sendo o Oeste uma das áreas

prioritárias para o seu desenvolvimento e perante a oferta da Região, que

prima pela qualidade dos seus vinhos, riqueza das adegas e património cultural

e histórico (embora nem toda a oferta se encontre estruturada e preparada

para um bom acolhimento aos turistas, factor fundamental), o enoturismo pode

funcionar como uma das principais motivações na escolha da Região por parte

do consumidor. Assim, e numa perspectiva futura, concluindo-se que o

consumidor do enoturismo é tendencialmente informado, viajado, sedento de

descobertas e novas experiências, sempre assentes na qualidade do produto,

assim como em aspectos complementares como o turismo cultural, de

natureza, golfe, sol e praia (que a Região tem em qualidade e quantidade), o

enoturismo deve evoluir nesse sentido, para uma correcta segmentação e

posicionamento junto dos mercados, que importam crescer de forma

sustentável, conduzindo à satisfação e fidelização dos destinos.

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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Referências Bibliográficas - ALI-KNIGHT, J.; Charters, S. (2002); “Who is the wine tourist?”; Tourism

Management;

-CORREIA, Luis Manuel M. (2005); “As rotas dos vinhos em Portugal – Estudo

de caso da rota do vinho da Bairrada”; Tese de Mestrado, Universidade de

Aveiro, Aveiro;

- COSTA, J.; Rita, P.; Águas, P. (2001); “Tendências Internacionais em

Turismo”; Lidel;

- GETZ, D. (2000); “Explore wine tourism: management, development,

destinations”; New York: Cognizant;

- GUEDES, Carla P. S (2006), “O comportamento do visitante das caves do

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- Da Hipérbole de Baco à Exploração Venusiana”; Tese de Mestrado da

Universidade de Aveiro, Aveiro;

- SWARBROOKE, J.; HORNER, S.; (2002) “Comportamento do Consumidor”;

Editora Aleph

- PRODUTOS ESTRATÉGICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO EM PORTUGAL, Enoturismo, Plano Estratégico Nacional do Turismo - Turismo de Portugal, 2007 PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL PARA O TURISMO (PENT) - INTERCAMPUS; Estudo Satisfação de Turistas Análise de Resultados Preparada para: Turismo de Portugal, Setembro de 2013 FERREIRA, Filipe Rosa Reis: Enoturismo – Produto Estratégico para a Atractividade dos Destinos Turísticos. Dissertação apresentada à Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Estoril, 2010.

INÁCIO, Ana Isabel. O destino enoturístico: desenvolvimento local e criação de valor. IGOT/CEG - Journal of Tourism Studies COGITUR, 2010. GETZ, Donald; BROWN, Graham. Critical success factors for wine tourism regions: a demand

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A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

______________________________________________________________________________________________

14

COSTA, Ewerton Reubens Coelho. Enoturismo: Retomando o culto a Baco através do turismo.eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079. Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos. Facultade de Ciências Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela. NOVAIS, C. e ANTUNES, J..O contributo do Enoturismo para o desenvolvimento regional: o caso das Rotas dos Vinhos, Escola Superior de Tecnologia - Instituto Politécnico de Viseu , 2009 http://www.apdr.pt/congresso/2009/pdf/Sess%C3%A3o%2013/115A.pdf (consultado a 3 de Janeiro 20014)

NETGRAFIA

- http://www.apdr.pt/congresso/2009/pdf/Sess%C3%A3o%2015/157A.pdf

- http://www.pasosonline.org/Publicados/6208special/PS0208_5.pdf

- http://www.pasosonline.org/Publicados/6208special/PS0208_9.pdf

- http://ria.ua.pt/bitstream/10773/4900/1/183642.pdf

- http://www.dosalgarves.com/revistas/N15/4rev15.pdf

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A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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ANEXOS

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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ANEXO 1 Conceitos de Enoturismo (1992-2002)

Autor Conceito Motivação

Hall e Weiller (1992)

Férias com vinho Busca pela autenticidade, exclusividade, contacto social, novidade e aprendizagem

Hall e Macions (1996)

Realização de visitas a vinhas, adegas e eventos

Experiência vivida nas regiões vitivinícolas

Federação Australiana de Produtores de Vinho (1998)

Visita a adegas e regiões vitivinícolas

Experimentar o estilo de vida contemporâneo do país, associado ao gosto pelo vinho, gastronomia, paisagem e actividades culturais

Hall e Mitchell (2000) Realização de visitas a adegas, cooperativas e eventos

Saborear o vinho e conhecer os principais atributos da região

Getz (2000) Viagem de interesse especial ou factor de atractividade complementar

Desejo de visitar regiões produtoras de vinho e adegas

Dowling e Getz (2000) Prova de vinhos de qualidade

Experiência e envolvência únicas conjugando outros atributos da região

Smith (2002) É um segmento do Turismo

Prazer adquirido através da comida/bebida e da viagem

Ferreira (2010)

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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ANEXO 2

Entrevista Turismo do Oeste

Oeste

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico - o perfil e as motivações do consumidor

O Enoturismo integra o sector ‘Gastronomia e Vinhos’ e é considerado pelo Turismo de

Portugal, um dos dez produtos estratégicos para o desenvolvimento turístico do país.

O sector enoturístico, num estudo feito pela mesma entidade, no primeiro semestre

do presente ano, é apontado como uma das principais motivações para visitar

Portugal, assim como um dos maiores factores de satisfação por parte do turista,

garantida não apenas pela qualidade dos vinhos mas também pela oferta de uma

experiência diferenciada e integrada. A Região Oeste, terra de vinhedos e mar, segue a

tendência nacional e reconhece no Enoturismo um forte potencial enquanto Produto

Turístico, a par da importância económica, social e ambiental que o sector significa

para a Região. Perceber o consumidor de enoturismo, o seu perfil e as suas

motivações, revela-se fundamental para demarcar eficazmente a composição do

produto e a sua estratégia de comunicação, numa sinergia entre sector privado e

público.

1. Em seu entender, o Enoturismo foi pensando como uma atividade estratégica a desenvolver na região ou surge quase obrigatoriamente por força do potencial que a região já dispunha? - O Enoturismo na Região surgiu pelas 2 razões apontadas como uma estratégia a desenvolver com vista a uma actividade económica que se previa com futuro. E também como mais um produto que contribuísse para enriquecer a oferta turística da Região de modo a trazer um maior número de visitantes.

- E também por força do potencial que a região dispunha, uma tradição de muitos séculos, com vinhos afamados (licores e aguardentes) e igualmente pelos espaços (caso de algumas quintas com um importante património histórico).

2. O slogan “Oeste terra de vinhedos e mar” foi criado com base na identificação

por parte dos agentes e entidades locais de que esse (a vinha e o vinho) seria

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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um elemento valoroso e atrativo para a região ou houve um estudo prévio que determinou que certos mercados apreciam e procuram este tipo de produto/serviço? Se houve esse estudo, quais as conclusões gerais relativamente aos mercados de procura? - Sim, foi criado com base no Slogan pelo qual o Oeste se afirmava com uma cultura baseada na terra, e pela oferta de mar e sol. Da nossa parte nunca houve esse estudo. Neste momento, não sei até que ponto o Portal da Rota desenvolveu algum estudo.

3. Acha que o Enoturismo é um motivo essencial pelo qual a região é visitada?

- Pela minha experiência considero que é de extrema importância mas não considero que seja visitada somente por este motivo. O Oeste para além do produto âncora que é o golfe, todos os outros fazem parte de um conjunto onde o sol e mar o património se juntam interagem de modo a aumentar a vinda de turistas.

4. Acha que a criação da Rota do Vinho e da Vinha do Oeste surtiu os efeitos necessários de alavancagem e notoriedade para a região? Se não, porquê? - O Turismo do Oeste contribuiu para a formação da Rota e apoiou financeiramente, continuando a promover e divulgar, mas ao ser criado um Portal da Rota para a qual foi eleito um presidente, deixou ao seu critério a manutenção. Não querendo lançar alguma polémica penso que neste momento o Enoturismo funciona somente bem em 2 locais: Adega Mãe e Companhia Agrícola do Sanguinhal (porque são duas adegas com uma estrutura própria que conseguem desenvolver esta actividade).

5. Que medidas de marketing e comunicação foram criadas por parte do Turismo do Oeste no sentido de dar visibilidade e sustentabilidade ao Enoturismo na região? Dirigidas a quem? - Realização de um vídeo, lançamento de uma brochura, que foi distribuída em Feiras, Hotéis, postos de Turismo, Worksp´s, e entregues em Vistas Educacionais.

- Quando recebemos agente de Viagens, Fam Trips, e jornalistas organizamos visitas às Adegas

6. Trace, caso disponha de elementos ou fruto da sua experiência e envolvimento laboral o perfil ou perfis do Enoturista na região Oeste. - Esta questão deverá colocada a uma adega da Rota, como a Companhia Agrícola do Sanguinhal, pois o TO não faz esses estudos, normalmente realizados pelo Turismo de Portugal.

Ilda Cruz Dilvulgação e Promoção do Turismo do Oeste

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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ANEXO 3

Entrevista Companhia Agrícola do Sanguinhal

Oeste, Terra de Vinhedos e Mar

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor

O enoturismo integra o sector ‘Gastronomia e Vinhos’ e é considerado pelo Turismo de

Portugal, um dos dez produtos estratégicos para o desenvolvimento turístico do país.

O sector enoturístico, num estudo feito pela mesma entidade, no primeiro semestre

do presente ano, é apontado como uma das principais motivações para visitar

Portugal, assim como um dos maiores factores de satisfação por parte do turista,

garantida não apenas pela qualidade dos vinhos mas também pela oferta de uma

experiência diferenciada.

A Região Oeste, terra de vinhedos e mar, segue a tendência nacional e reconhece no

Enoturismo um forte potencial enquanto Produto Turístico, a par da importância

económica, social e ambiental que o sector significa para a Região. Perceber o

consumidor de enoturismo, o seu perfil e as suas motivações, revela-se fundamental

para demarcar eficazmente a composição do produto e a sua estratégia de

comunicação, numa sinergia entre sector privado e público.

1) Qual o posicionamento da Quinta do Sanguinhal no segmento do enoturismo?

Que mercados pretende atingir? A CAS pretende chegar a todos aqueles que

gostam de vinho, que querem aprender sobre vinho e sobre a historia da

família Pereira da Fonseca,.

2) Os Mercados preferenciais onde já opera são o português, inglês, nórdico,

escandinavo, alemão, russo. Pretendemos igualmente chegar ao mercado

espanhol, aos países sul-americanos e asiáticos.

3) A Quinta do Sanguinhal revela que o interesse crescente do público pelo

enoturismo levou à criação de um programa de visitas turísticas que permite

partilhar a cultura do vinho e da vinha. Qual é o perfil psicodemográfico do

visitante da Quinta do Sanguinhal? O perfil psicodemográfico dos visitantes é

transversal a todas as classes sociais e a todas as origens, desde que a vontade

de nos visitar exista. A facilidade em comunicar com os visitantes (não só em

Português, como também em várias línguas) permite criar uma relação mais

próxima com quem nos visita, criando relações de fidelização e proximidade.

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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4) O vinho assume um papel cada vez mais preponderante na experiência

turística, não sendo encarado apenas como elemento básico do produto, mas

sim como factor motivacional para a visita a um determinado destino. Na

Região Oeste, que outros factores integrados e atributos da região vitícola são

vistos como fundamentais pelos enoturistas para maximizar essa experiência?

A região é rica em elementos gastronómicos, históricos e em tradições.

Conseguimos ter numa área relativamente pequena a história que nos

distingue , apresentada de várias formas. A proximidade com Óbidos, Alcobaça,

praias de Peniche e Nazaré, entre outros locais, assim como unidades

hoteleiras de referência com campos de golfe e outras ofertas também ajudam

a captar turistas para a região.

5) O desenvolvimento do enoturismo resulta de um aumento do interesse sobre o

vinho e na curiosidade do consumidor em conhecer a origem e o produtor,

sendo crescente o interesse pelas Adegas e Quintas, assim como a

possibilidade de adquirir vinhos de qualidade directamente do produtor.

Alguns autores fazem a seguinte distinção entre consumidores:

Wine lovers (visitantes com interesse e conhecimento elevados)

Wine interested (visitantes com interesse elevado e conhecimento reduzido)

Wine Curious/hanger on (visitantes com interesse e conhecimentos reduzidos)

De uma forma geral, em que segmento se inserem a maioria dos visitantes da

Quinta do Sanguinhal?

Utilizando as distinções indicadas, os visitantes da CAS são maioritariamente

Wine interested e Wine lovers, sendo que os Wine Curious muitas das vezes

vêm como acompanhantes e no final já passam para o grupo de Interested.

Achamos que o gosto por algo tão tradicional em Portugal como o vinho, deve

ser acarinhado e explicado a todos os que se interessam e conhecem, mas

também aqueles que por desconhecerem ainda não adquiriam esse gosto.

Acima de tudo a nossa experiência é um regresso às origens e a tudo o que nos

ajuda a definir a nossa identidade e cultura.

6) Numa vertente futura e de afirmação do Produto Enoturístico na Região Oeste,

para o qual a Quinta do Sanguinhal tem sido fundamental, quais são as

estratégias, na perspectiva do consumidor e da sua satisfação, a adoptar?

Continuar a produzir vinhos de elevada qualidade e apostar numa oferta de

serviços diferenciada e personalizada que envolva o consumidor . Em resumo

queremos perpetuar o nome da nossa família para que a geração seguinte dê

continuidade ao nosso projecto e se orgulhe das suas raízes.

Ana Pereira da Fonseca Reis Marketing e e Comunicação da Companhia Agrícola do Sanguinhal

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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ANEXO 4

Mapa Região Oeste

Fonte Turismo do Oeste

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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ANEXO 5

Mapa Rota do Vinho e da Vinha do Oeste

Fonte Turismo do Oeste

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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ANEXO 6 Visitantes Quinta do Sanguinhal - 2012

Fonte Quinta do Sanguinhal

A importância do Enoturismo para o Destino Turístico – perfil e motivações do consumidor O Caso do Oeste – impressões e perspectivas

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ANEXO 7

Estudo do Turismo de Portugal – Satisfação do Turista em Portugal