CC/ESTIG/GSP-2006/20071 Tema I – Noções Básicas sobre Administração Pública Introdução A satisfação das necessidades colectivas, de um modo geral, é a

CC/ESTIG/GSP-2006/2007CC/ESTIG/GSP-2006/2007 11

Tema I – Noções Básicas sobre Tema I – Noções Básicas sobre Administração PúblicaAdministração Pública

IntroduçãoIntrodução

• A satisfação das necessidades colectivas, de um modo geral, é A satisfação das necessidades colectivas, de um modo geral, é a tarefa fundamental da administração pública. A segurança, a a tarefa fundamental da administração pública. A segurança, a cultura e o bem-estar são exemplos dessas necessidades cultura e o bem-estar são exemplos dessas necessidades colectivas cuja satisfação está a cargo da administração colectivas cuja satisfação está a cargo da administração pública. pública.

• A administração pública pode entender-se sob dois pontos de A administração pública pode entender-se sob dois pontos de vista: por um lado podemos entender a administração pública vista: por um lado podemos entender a administração pública como organização - conjunto de serviços, organismos e como organização - conjunto de serviços, organismos e entidades - e por outro lado poder-se-á entender a entidades - e por outro lado poder-se-á entender a administração pública como a actividade administrativa - a administração pública como a actividade administrativa - a actuação de forma regular e contínua dos serviços, organismos actuação de forma regular e contínua dos serviços, organismos e entidade para a satisfação das necessidades colectivas. e entidade para a satisfação das necessidades colectivas. Primeiro em sentido orgânico e segundo em sentido material.Primeiro em sentido orgânico e segundo em sentido material.


Tema I – Noções Básicas sobre Tema I – Noções Básicas sobre Administração Pública Administração Pública

Administração pública em sentido orgânicoAdministração pública em sentido orgânico

• O Estado é a entidade principal da administração pública e o O Estado é a entidade principal da administração pública e o Governo é o órgão administrativo mais importante do País, os Governo é o órgão administrativo mais importante do País, os ministérios, as direcções regionais e repartições públicas são ministérios, as direcções regionais e repartições públicas são serviços de maior relevância. Mas, o Estado não é só serviços de maior relevância. Mas, o Estado não é só composto por serviços centrais, também compreende órgãos composto por serviços centrais, também compreende órgãos e serviços locais que actuam desconcentrada funções de e serviços locais que actuam desconcentrada funções de interesse geral adaptadas a várias localidades (governadores interesse geral adaptadas a várias localidades (governadores civis, repartições de finanças, tesourarias, etc).civis, repartições de finanças, tesourarias, etc).

• Mas a administração pública não é uma actividade Mas a administração pública não é uma actividade desenvolvida apenas pelo Estado. Para alem do estado temos desenvolvida apenas pelo Estado. Para alem do estado temos outras instituições administrativas com personalidade jurídica outras instituições administrativas com personalidade jurídica (municípios, freguesias, regiões autónomas, universidades, (municípios, freguesias, regiões autónomas, universidades, institutos públicos, associações públicas, pessoas colectivas institutos públicos, associações públicas, pessoas colectivas de utilidade pública).de utilidade pública).



• Segundo Freitas do Amaral a Segundo Freitas do Amaral a Administração Pública é “Administração Pública é “O sistema de O sistema de órgãos, serviços e agentes do Estado, órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como das demais pessoas bem como das demais pessoas colectivas públicas, que asseguram em colectivas públicas, que asseguram em nome da colectividade a satisfação nome da colectividade a satisfação regular e continua das necessidades regular e continua das necessidades colectivas de segurança, cultura e bem colectivas de segurança, cultura e bem estar”.estar”.



Administração pública em sentido materialAdministração pública em sentido material

• Administração pública em sentido orgânico é o conjunto de órgãos, Administração pública em sentido orgânico é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como das demais pessoas serviços e agentes do Estado, bem como das demais pessoas colectivas públicas, que asseguram a satisfação das necessidades colectivas públicas, que asseguram a satisfação das necessidades colectivas, colectivas,

• Administração pública em sentido material é a actividade dessas Administração pública em sentido material é a actividade dessas entidades e serviços públicos com vista à satisfação das entidades e serviços públicos com vista à satisfação das necessidades colectivas. É a actividade de administrar.necessidades colectivas. É a actividade de administrar.

A administração pública em sentido material pode der definida como a A administração pública em sentido material pode der definida como a actividade regular, permanente e continua dos poderes públicos, actividade regular, permanente e continua dos poderes públicos, desenvolvida por serviços e agentes administrativos com o desenvolvida por serviços e agentes administrativos com o objectivo de satisfazer as necessidades colectivas.objectivo de satisfazer as necessidades colectivas.



A administração pública e a administração privadaA administração pública e a administração privada

• A administração pública e a administração privada A administração pública e a administração privada distinguem-se através do seu objecto (sobre que incidem) e distinguem-se através do seu objecto (sobre que incidem) e o seu fim que visam prosseguir, e pelos meios que utilizam.o seu fim que visam prosseguir, e pelos meios que utilizam.

• A actividade administrativa pública apresenta A actividade administrativa pública apresenta características próprias. Estas características devem-se ao características próprias. Estas características devem-se ao facto de a administração pública ser um instrumento do facto de a administração pública ser um instrumento do poder político. Isto significa que todas as organizações poder político. Isto significa que todas as organizações públicas se encontram dependentes da vontade política de públicas se encontram dependentes da vontade política de representantes da colectividade. representantes da colectividade.



Daqui decorrem certos constrangimentos especiais que atingem as Daqui decorrem certos constrangimentos especiais que atingem as organizações públicas e às quais as organizações privadas escapam:organizações públicas e às quais as organizações privadas escapam:

• Os objectivos que o poder político fixa para cada organização pública não Os objectivos que o poder político fixa para cada organização pública não podem ser alterados ou inviabilizados por iniciativa desta.podem ser alterados ou inviabilizados por iniciativa desta.

• As organizações públicas enfrentam usualmente restrições da falta ou As organizações públicas enfrentam usualmente restrições da falta ou insuficiência de autofinanciamento.insuficiência de autofinanciamento.

• A gestão dos recursos humanos e a fixação de preços dos serviços A gestão dos recursos humanos e a fixação de preços dos serviços prestados ou dos bens produzidos, encontram-se limitados por vários prestados ou dos bens produzidos, encontram-se limitados por vários princípios específicos do Direito Administrativo.princípios específicos do Direito Administrativo.

As organizações públicas não concorrem, nem com as privadas, nem entre si. As organizações públicas não concorrem, nem com as privadas, nem entre si. A sua sobrevivência depende apenas, do poder político que as cria, A sua sobrevivência depende apenas, do poder político que as cria, mantém, modifica e extingue.mantém, modifica e extingue.



A administração pública e as A administração pública e as funções do Estadofunções do Estado

Para alem da função administrativa o Para alem da função administrativa o Estado tem outras funções:Estado tem outras funções:

• Política;Política;

• Legislativa;Legislativa;

• De Justiça.De Justiça.



• A função política do Estado tem como fim a definição do interesse geral da A função política do Estado tem como fim a definição do interesse geral da comunidade, o seu objecto são as grandes opções para o País, tem uma natureza comunidade, o seu objecto são as grandes opções para o País, tem uma natureza criadora. A política tem um carácter livre e primário.criadora. A política tem um carácter livre e primário.

• A função administrativa tem como objectivo a realização do interesse geral da A função administrativa tem como objectivo a realização do interesse geral da comunidade, a satisfação das necessidades colectivas, tem uma natureza executiva comunidade, a satisfação das necessidades colectivas, tem uma natureza executiva consistindo em por em prática as orientações políticas, o seu carácter é condicionado consistindo em por em prática as orientações políticas, o seu carácter é condicionado e secundário, está subordinado às orientações políticas e da legislação.e secundário, está subordinado às orientações políticas e da legislação.

• Assim, a função política pertence aos órgãos superiores do Estado, enquanto a Assim, a função política pertence aos órgãos superiores do Estado, enquanto a administração pública está normalmente entregue a órgãos secundários, no entanto administração pública está normalmente entregue a órgãos secundários, no entanto está sujeita à fiscalização e à direcção dos órgãos superiores.está sujeita à fiscalização e à direcção dos órgãos superiores.

• A função legislativa também define opções, objectivos, normas. Hoje, a A função legislativa também define opções, objectivos, normas. Hoje, a administração pública é uma actividade totalmente subordinada à lei. A lei e o administração pública é uma actividade totalmente subordinada à lei. A lei e o fundamento, o critério e o limite de toda a actividade administrativa.fundamento, o critério e o limite de toda a actividade administrativa.

• A função de justiça é tal como a função administrativa, secundária, executiva e A função de justiça é tal como a função administrativa, secundária, executiva e subordinada à lei. A diferença está em que a uma (justiça) cabe julgar, enquanto à subordinada à lei. A diferença está em que a uma (justiça) cabe julgar, enquanto à administrativa cabe gerir.administrativa cabe gerir.



A organização administrativa Portuguesa. A A organização administrativa Portuguesa. A administração central do Estado.administração central do Estado.

O Estado O Estado

• O Estado é uma pessoa colectiva com O Estado é uma pessoa colectiva com personalidade jurídica, com património próprio, personalidade jurídica, com património próprio, com funcionários que actuam ao seu serviço. com funcionários que actuam ao seu serviço.

O presidente da República, a assembleia da O presidente da República, a assembleia da República, o Governo e os Tribunais são órgãos República, o Governo e os Tribunais são órgãos do Estado. do Estado.



As consequências da classificação do Estado como pessoa colectiva são:As consequências da classificação do Estado como pessoa colectiva são:

• Distinção entre o Estado e outros sujeitos de direito, quer sejam pessoas físicas ou pessoas colectivas;Distinção entre o Estado e outros sujeitos de direito, quer sejam pessoas físicas ou pessoas colectivas;

• Enumeração, constitucional e legal, das atribuições do Estado;Enumeração, constitucional e legal, das atribuições do Estado;

• Estabelecimento, por via constitucional ou legal, de órgãos do Estado;Estabelecimento, por via constitucional ou legal, de órgãos do Estado;

• Definição das atribuições e competências a cargo dos diversos órgãos do Estado;Definição das atribuições e competências a cargo dos diversos órgãos do Estado;

• Possibilidade de distinção entre órgãos e representantes, do Estado;Possibilidade de distinção entre órgãos e representantes, do Estado;

• Existência de funcionários do Estado;Existência de funcionários do Estado;

• Previsão da prática de actos jurídicos do Estado;Previsão da prática de actos jurídicos do Estado;

• Delimitação do património do Estado;Delimitação do património do Estado;

• Entre o Estado e qualquer outra pessoa colectiva pública não há litispendência, nem caso julgado;Entre o Estado e qualquer outra pessoa colectiva pública não há litispendência, nem caso julgado;

• As restantes pessoas colectivas públicas são, para efeitos de responsabilidade civil, terceiros face ao Estado.As restantes pessoas colectivas públicas são, para efeitos de responsabilidade civil, terceiros face ao Estado.



A Administração Central e Administração Local do EstadoA Administração Central e Administração Local do Estado

• Nem todos os órgãos e serviços do Estado têm competência Nem todos os órgãos e serviços do Estado têm competência extensível a todo o território, existem também órgãos e serviços extensível a todo o território, existem também órgãos e serviços cuja competência está limitada a determinadas áreas cuja competência está limitada a determinadas áreas circunscritas.circunscritas.

• Existe administração local do Estado (governadores civis) e Existe administração local do Estado (governadores civis) e existe administração local que não é da competência do Estado, existe administração local que não é da competência do Estado, tal como a administração autárquica e a administração regional.tal como a administração autárquica e a administração regional.

• Os governadores civis são órgãos locais do Estado, representam Os governadores civis são órgãos locais do Estado, representam o Governo no seu distrito. Os presidentes das Câmaras são o Governo no seu distrito. Os presidentes das Câmaras são órgãos locais dos municípios, representam as populações dessa órgãos locais dos municípios, representam as populações dessa área circunscrita.área circunscrita.



Administração directa do Estado e Administração Administração directa do Estado e Administração indirecta do Estadoindirecta do Estado

• A administração do Estado visa o alcance da satisfação das A administração do Estado visa o alcance da satisfação das necessidades colectivas. Quando essa actividade é necessidades colectivas. Quando essa actividade é realizada por serviços integrados na pessoa colectiva realizada por serviços integrados na pessoa colectiva Estado, estamos perante a administração directa do Estado Estado, estamos perante a administração directa do Estado (ministérios, secretarias, etc). (ministérios, secretarias, etc).

• Quando a actividade exercida para atingir os fins do Estado Quando a actividade exercida para atingir os fins do Estado é realizada por pessoas colectivas públicas, distintas do é realizada por pessoas colectivas públicas, distintas do Estado, estamos perante a administração indirecta do Estado, estamos perante a administração indirecta do Estado.Estado.



A função administrativa é Assumida pelo Estado sob A função administrativa é Assumida pelo Estado sob duas formas: duas formas:

• Directa – através de órgãos e serviços sob a Directa – através de órgãos e serviços sob a dependência do Governo. Serviços sem autonomia / dependência do Governo. Serviços sem autonomia / serviços com autonomia (escolas/universidades);serviços com autonomia (escolas/universidades);

• Indirecta (devolução de poderes) – através da Indirecta (devolução de poderes) – através da criação de entidades com personalidade jurídica. criação de entidades com personalidade jurídica. Não pertencem ao Estado mas prosseguem fins Não pertencem ao Estado mas prosseguem fins atribuídos ao Estado. O Estado tem poderes de atribuídos ao Estado. O Estado tem poderes de intervenção. São: institutos, empresas públicas, intervenção. São: institutos, empresas públicas, associações públicas.associações públicas.



São exemplos de serviços pertencentes à administração directa do Estado:São exemplos de serviços pertencentes à administração directa do Estado:

• A Presidência do Conselho;A Presidência do Conselho;

• Os Ministérios;Os Ministérios;

• As Secretarias de Estado;As Secretarias de Estado;

• As Direcções-Gerais.As Direcções-Gerais.

São exemplos de organismos pertencentes à administração indirecta do Estado:São exemplos de organismos pertencentes à administração indirecta do Estado:

• A Junta Autónoma de Estradas;A Junta Autónoma de Estradas;

• O Laboratório Nacional de Engenharia Civil.O Laboratório Nacional de Engenharia Civil.



As principais características do Estado e a sua administração directa são as seguintes:As principais características do Estado e a sua administração directa são as seguintes:

• Unicidade: O Estado é a única pessoa colectiva deste género;Unicidade: O Estado é a única pessoa colectiva deste género;

• Caracter originário: A pessoa colectiva Estado é criada pelo poder constituído. Tem Caracter originário: A pessoa colectiva Estado é criada pelo poder constituído. Tem natureza originária, não derivada.natureza originária, não derivada.

• Territorialidade: O Estado é uma pessoa colectiva de cuja natureza faz parte um Territorialidade: O Estado é uma pessoa colectiva de cuja natureza faz parte um certo território, o território nacional;certo território, o território nacional;

• Multiplicidade de atribuições: O Estado é uma pessoa colectiva de fins múltiplos, Multiplicidade de atribuições: O Estado é uma pessoa colectiva de fins múltiplos, podendo e devendo prosseguir diversas atribuições.podendo e devendo prosseguir diversas atribuições.

• Pluralismo de órgãos e serviços: São numerosos os órgãos do Estado, bem como os Pluralismo de órgãos e serviços: São numerosos os órgãos do Estado, bem como os serviços administrativos que auxiliam esses órgãos;serviços administrativos que auxiliam esses órgãos;

• Organização em ministérios: Os órgãos e serviços do Estado, a nível central, estão Organização em ministérios: Os órgãos e serviços do Estado, a nível central, estão estruturados em departamentos, por assuntos ou matérias.estruturados em departamentos, por assuntos ou matérias.



• Personalidade jurídica una: Apesar da multiplicidade das atribuições, do pluralismo Personalidade jurídica una: Apesar da multiplicidade das atribuições, do pluralismo dos órgãos e serviços, e da divisão em ministérios, o Estado mantém sempre uma dos órgãos e serviços, e da divisão em ministérios, o Estado mantém sempre uma personalidade jurídica una. Cada órgão do Estado, cada Ministro cada director-geral, personalidade jurídica una. Cada órgão do Estado, cada Ministro cada director-geral, cada Governador civil, cada chefe de repartição vincula o Estado no seu todo, e não cada Governador civil, cada chefe de repartição vincula o Estado no seu todo, e não apenas o seu ministério ou o seu serviço. O Património do Estado também é só um.apenas o seu ministério ou o seu serviço. O Património do Estado também é só um.

• Instrumentalidade: A administração do Estado é subordinada, não é independente Instrumentalidade: A administração do Estado é subordinada, não é independente nem autónoma. É um instrumento para o desempenho dos fins do Estado. A nem autónoma. É um instrumento para o desempenho dos fins do Estado. A Constituição submete a administração directa do Estado ao poder de direcção do Constituição submete a administração directa do Estado ao poder de direcção do Governo. A administração indirecta fica apenas sujeita à superintendência do Governo. A administração indirecta fica apenas sujeita à superintendência do Governo e a administração autónoma é controlada por um simples poder de tutela. Governo e a administração autónoma é controlada por um simples poder de tutela.

• Estrutura Hierárquica: A administração directa do Estado encontra-se organizada Estrutura Hierárquica: A administração directa do Estado encontra-se organizada por um modelo constituído por órgãos e agentes com atribuições comuns e por um modelo constituído por órgãos e agentes com atribuições comuns e competências diferenciadas, ligados por um vinculo de subordinação.competências diferenciadas, ligados por um vinculo de subordinação.

• Supremacia: O Estado-Administração por o seu caracter originário e instrumental Supremacia: O Estado-Administração por o seu caracter originário e instrumental relativamente aos fins do Estado, exerce poderes de supremacia não só em relação relativamente aos fins do Estado, exerce poderes de supremacia não só em relação aos sujeitos de direito privado como também sobre as outras entidades públicas.aos sujeitos de direito privado como também sobre as outras entidades públicas.



Atribuições do EstadoAtribuições do Estado

É na constituição que estão enumeradas as atribuições do Estado ou seja os seus É na constituição que estão enumeradas as atribuições do Estado ou seja os seus objectivos.objectivos.

As principais atribuições do Estado são agrupadas em quatro grupos:As principais atribuições do Estado são agrupadas em quatro grupos:

• Atribuições de soberania, incluindo defesa nacional, relações externas, policia Atribuições de soberania, incluindo defesa nacional, relações externas, policia e outras;e outras;

• Atribuições económicas, incluindo as relativas à moeda, ao crédito, ao Atribuições económicas, incluindo as relativas à moeda, ao crédito, ao imposto, ao comércio externo, aos preços, à produção etc;imposto, ao comércio externo, aos preços, à produção etc;

• Atribuições sociais, incluindo a saúde, a segurança social, a habitação, o Atribuições sociais, incluindo a saúde, a segurança social, a habitação, o urbanismo, etc;urbanismo, etc;

• Atribuições educativas e culturais, incluindo o ensino, a investigação Atribuições educativas e culturais, incluindo o ensino, a investigação cientifica, etc.cientifica, etc.



• Mas, não é só a Constituição que fixa Mas, não é só a Constituição que fixa atribuições do Estado, a lei ordinária atribuições do Estado, a lei ordinária também lhe comete atribuições. Para também lhe comete atribuições. Para se conhecer totalmente as atribuições se conhecer totalmente as atribuições do Estado é necessário percorrer as do Estado é necessário percorrer as leis orgânicas, regulamentos dos leis orgânicas, regulamentos dos ministérios e das direcções-gerais, ou ministérios e das direcções-gerais, ou organismos equiparados, que integram organismos equiparados, que integram a administração central do Estado.a administração central do Estado.



Órgãos do Estado Órgãos do Estado

Para cumprir as atribuições que lhe são confiadas pela Constituição e pelas Para cumprir as atribuições que lhe são confiadas pela Constituição e pelas Leis, o Estado necessita de órgãos.Leis, o Estado necessita de órgãos.

Os órgãos centrais do Estado estão definidos na Constituição:Os órgãos centrais do Estado estão definidos na Constituição:• Presidente da RepúblicaPresidente da República• Assembleia da RepúblicaAssembleia da República• Governo e Tribunais Governo e Tribunais

Dos órgãos indicados, e definidos na Constituição, o Presidente da República, Dos órgãos indicados, e definidos na Constituição, o Presidente da República, a Assembleia e os Tribunais não são órgãos administrativos.a Assembleia e os Tribunais não são órgãos administrativos.

Nos termos do art.110 da CRP nº1 “ São órgãos de soberania o Presidente da República, o Governo Nos termos do art.110 da CRP nº1 “ São órgãos de soberania o Presidente da República, o Governo e os Tribunais.”e os Tribunais.”



• A Assembleia da República constitui o poder legislativo, não A Assembleia da República constitui o poder legislativo, não integra a administração, nem faz parte do poder executivo. integra a administração, nem faz parte do poder executivo.

• Os tribunais formam o poder judicial, nada têm a ver com a Os tribunais formam o poder judicial, nada têm a ver com a administração, não pertencem ao poder executivo.administração, não pertencem ao poder executivo.

• O Presidente da República é um órgão político.O Presidente da República é um órgão político.

• O Governo é principalmente um órgão administrativo permanente O Governo é principalmente um órgão administrativo permanente e directo, é também um órgão político. O Governo é o órgão e directo, é também um órgão político. O Governo é o órgão principal da administração central do Estado, incumbido do poder principal da administração central do Estado, incumbido do poder executivo. O artº 182º da CRP, define que o Governo é de executivo. O artº 182º da CRP, define que o Governo é de condução na política geral do País (órgão político) e o órgão condução na política geral do País (órgão político) e o órgão superior da administração pública (órgão administrativo). Os artºs superior da administração pública (órgão administrativo). Os artºs 198º e 199º definem as competências do Governo em matéria 198º e 199º definem as competências do Governo em matéria legislativa e em matéria administrativa.legislativa e em matéria administrativa.



• O governo não só dirige a administração do Estado, como O governo não só dirige a administração do Estado, como superintende na administração indirecta e tutela a superintende na administração indirecta e tutela a administração autónoma, controla as entidades públicas administração autónoma, controla as entidades públicas que fazem parte da administração mas sem pertencerem que fazem parte da administração mas sem pertencerem ao Estado.ao Estado.

• Estes conceitos, “dirigir”, “superintender”, “tutelar”, Estes conceitos, “dirigir”, “superintender”, “tutelar”, resultam do facto da administração pública ser resultam do facto da administração pública ser desenvolvida pelo Estado, através de órgãos e serviços que desenvolvida pelo Estado, através de órgãos e serviços que actuam sob a dependência do Governo. Alguns desses actuam sob a dependência do Governo. Alguns desses serviços não tem autonomia, outros são dotados de serviços não tem autonomia, outros são dotados de autonomia administrativa, são exemplos as universidades.autonomia administrativa, são exemplos as universidades.



Administração Local AutárquicaAdministração Local Autárquica

• A Administração Local Autárquica em A Administração Local Autárquica em sentido orgânico é formada pelo sentido orgânico é formada pelo conjunto de autarquias locais e no conjunto de autarquias locais e no sentido material é a actividade sentido material é a actividade administrativa desenvolvida pelas administrativa desenvolvida pelas autarquias locais.autarquias locais.



• O art. 235 da Constituição da Repúblicadefine a existência O art. 235 da Constituição da Repúblicadefine a existência de autarquias locais na Administração Pública. de autarquias locais na Administração Pública.

• O nº 2 do art. 235 define o conceito de autarquia local. O nº 2 do art. 235 define o conceito de autarquia local. “ “ São pessoas colectivas territoriais, dotadas de órgãos São pessoas colectivas territoriais, dotadas de órgãos representativos, que visam a prossecução de interesses representativos, que visam a prossecução de interesses próprios das populações respectivas”próprios das populações respectivas”..

• As autarquias locais são pessoas colectivas públicas As autarquias locais são pessoas colectivas públicas territoriais, o que significa que incidem sobre um espaço de territoriais, o que significa que incidem sobre um espaço de território delimitado, têm como objectivo a prossecução dos território delimitado, têm como objectivo a prossecução dos interesses das populações que residem nesse espaço. Os interesses das populações que residem nesse espaço. Os seus objectivos são atingidos através de órgãos próprios, seus objectivos são atingidos através de órgãos próprios, representativos dos respectivos habitantes.representativos dos respectivos habitantes.



Ao conceito de autarquia estão associados quatro Ao conceito de autarquia estão associados quatro elementos:elementos:

• O território;O território;

• O agregado populacional;O agregado populacional;

• Os interesses comuns;Os interesses comuns;

• Os órgãos representativos.Os órgãos representativos.



• O território autárquico é uma parte do território do Estado a que se chama O território autárquico é uma parte do território do Estado a que se chama circunscrição administrativa. O território identifica a autarquia local e define a circunscrição administrativa. O território identifica a autarquia local e define a respectiva população com interesses que irão ser prosseguidos pela autarquia.respectiva população com interesses que irão ser prosseguidos pela autarquia.

• É através do agregado populacional que os interesses a prosseguir pela autarquia É através do agregado populacional que os interesses a prosseguir pela autarquia são definidos, ele é o seu substrato humano.são definidos, ele é o seu substrato humano.

• Os membros da população de uma autarquia possuem certos deveres e direitos, Os membros da população de uma autarquia possuem certos deveres e direitos, como por exemplo; o dever de pagar impostos e o direito de voto.como por exemplo; o dever de pagar impostos e o direito de voto.

• O facto dos interesses locais serem diferentes dos interesses gerais da colectividade O facto dos interesses locais serem diferentes dos interesses gerais da colectividade nacional é que justifique a existência das autarquias locais cuja actuação se nacional é que justifique a existência das autarquias locais cuja actuação se desenvolve ao lado do Estado que cobre a totalidade do território.desenvolve ao lado do Estado que cobre a totalidade do território.

• Os órgãos das autarquias locais são eleitos por eleições livres pelas respectivas Os órgãos das autarquias locais são eleitos por eleições livres pelas respectivas populações.populações.

• O art.º 236 da CRP define que no sistema Português de autarquias locais existem as O art.º 236 da CRP define que no sistema Português de autarquias locais existem as freguesias, os municípios e as regiões administrativas.freguesias, os municípios e as regiões administrativas.



Princípios a respeitar na Gestão Pública:Princípios a respeitar na Gestão Pública:• Principio de eficácia, eficiência e economia. As Principio de eficácia, eficiência e economia. As

entidades públicas devem ser geridas de entidades públicas devem ser geridas de maneira que possam utilizar os fundos maneira que possam utilizar os fundos públicos da melhor forma.públicos da melhor forma.

• Principio da responsabilidade, os elementos Principio da responsabilidade, os elementos que gerem as entidades públicas devem ser que gerem as entidades públicas devem ser responsáveis por uma gestão prudente e responsáveis por uma gestão prudente e eficiente dos fundos que lhes foram confiados eficiente dos fundos que lhes foram confiados e devem apresentar contas dessa mesma e devem apresentar contas dessa mesma gestão.gestão.



Assim,Assim,• A gestão de fundos públicos deve estar A gestão de fundos públicos deve estar

submetida ao cumprimento da legalidade;submetida ao cumprimento da legalidade;• A responsabilidade da gestão e do controlo A responsabilidade da gestão e do controlo

devem estar claramente definidas;devem estar claramente definidas;• Os fundos públicos devem ser geridos com o Os fundos públicos devem ser geridos com o

máximo de esmero;máximo de esmero;• Os gestores devem criar sistemas de informação Os gestores devem criar sistemas de informação

convenientes que permitam o controlo e convenientes que permitam o controlo e avaliação da sua gestão;avaliação da sua gestão;

• A prestação de contas e de resultados deve A prestação de contas e de resultados deve conter informação adequada.conter informação adequada.

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