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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier) UnB/CESPE – ANATEL/MÉDIO Até meados do século XX, prevalecia, entre os antropólogos, a ideia de que a família nuclear era uma instituição apenas cultural. Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens 5 evolutivas.Várias hipóteses apontam nesse sentido. A relação estável também ganhou espaço porque, entre humanos, criar um filho não é fácil. O bebê exige cuidados especiais por mais tempo que outros primatas. Sob a ótica do pai, estar por perto, para arranjar comida, manter as 10 onças afastadas e garantir a sobrevivência da prole, representava uma superioridade evolutiva. Estima-se que a consolidação da família nuclear tenha deixado marcas até mesmo na anatomia e na fisiologia humanas. Veja, 10/12/2008 (com adaptações). Julgue os seguintes itens, a respeito da organização das ideias no texto acima. 1- A argumentação do texto organiza-se em torno da origem da família nuclear, mostrando que razões culturais e objetivos de proteção à espécie a consolidaram. 2- O pronome “se”, tanto em “se acredita” (l.3) como em “tenha-se estabelecido” (l.4), tem função de marcar a indeterminação do sujeito da oração. 3- A expressão “nesse sentido” (l.5) retoma a ideia de que “a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas” (l.3-5). 4- Preservam-se a correção gramatical e a coerência argumentativa, além de se tornar o texto mais claro, ao se inserir a palavra primata logo depois de “bebê” (l.7). 5- O desenvolvimento da argumentação e as regras gramaticais da língua portuguesa permitem que, na linha 8, seja feita a seguinte alteração na ligação entre períodos sintáticos: (...) outros primatas; assim, sob a ótica do pai (...). 6- Na linha 11, a forma verbal “representava” está flexionada no singular para concordar com o sujeito a que se refere: “sobrevivência da prole”. 7- Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao se retirar do texto a expressão “até mesmo” (l.12-13); mas, nesse caso, prejudica-se a argumentação, devido ao enfraquecimento da ênfase nas conseqüências da consolidação da família nuclear. Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de interesse comum. Esse dever tem, sobretudo, dois fundamentos: em primeiro lugar, a vida social, necessidade 5 básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços, não havendo uma só pessoa que não receba alguma coisa de outras; em segundo lugar, se muitos ficarem em atitude passiva, deixando as decisões para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, 10 acabará dominando, sem resistência e limitações. O 11 direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade: a natureza associativa do ser humano. Tendo necessidade de viver com os semelhantes, cada indivíduo deve ter assegurado o seu direito de influir no estabelecimento das regras de convivência. Dalmo de Abreu Dallari. O que é participação política, p. 33-8 (com adaptações). Sugestões, críticas, envio de questões para resolução em sala, envie email para [email protected] Um abraço!!! 1

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier)

UnB/CESPE – ANATEL/MÉDIO

Até meados do século XX, prevalecia, entre os antropólogos, a ideia de que a família nuclear era uma instituição apenas cultural. Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens 5 evolutivas.Várias hipóteses apontam nesse sentido. A relação estável também ganhou espaço porque, entre humanos, criar um filho não é fácil. O bebê exige cuidados especiais por mais tempo que outros primatas. Sob a ótica do pai, estar por perto, para arranjar comida, manter as 10 onças afastadas e garantir a sobrevivência da prole, representava uma superioridade evolutiva. Estima-se que a consolidação da família nuclear tenha deixado marcas até mesmo na anatomia e na fisiologia humanas. Veja, 10/12/2008 (com adaptações).

Julgue os seguintes itens, a respeito da organização das ideias no texto acima.

1- A argumentação do texto organiza-se em torno da origem da família nuclear, mostrando que razões culturais e objetivos de proteção à espécie a consolidaram.

2- O pronome “se”, tanto em “se acredita” (l.3) como em “tenha-se estabelecido” (l.4), tem função de marcar a indeterminação do sujeito da oração.

3- A expressão “nesse sentido” (l.5) retoma a ideia de que “a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas” (l.3-5).

4- Preservam-se a correção gramatical e a coerência argumentativa, além de se tornar o texto mais claro, ao se inserir a palavra primata logo depois de “bebê” (l.7).

5- O desenvolvimento da argumentação e as regras gramaticais da língua portuguesa permitem que, na linha 8, seja feita a seguinte alteração na ligação entre períodos sintáticos: (...) outros primatas; assim, sob a ótica do pai (...).

6- Na linha 11, a forma verbal “representava” está flexionada no singular para concordar com o sujeito a que se refere: “sobrevivência da prole”.

7- Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao se retirar do texto a expressão “até mesmo” (l.12-13); mas, nesse caso, prejudica-se a argumentação, devido ao enfraquecimento da ênfase nas conseqüências da consolidação da família nuclear.

Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de interesse comum. Esse dever tem, sobretudo, dois fundamentos: em primeiro lugar, a vida social, necessidade 5 básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços, não havendo uma só pessoa que não receba alguma coisa de outras; em segundo lugar, se muitos

ficarem em atitude passiva, deixando as decisões para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, 10 acabará dominando, sem resistência e limitações. O 11 direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade: a natureza associativa do ser humano. Tendo necessidade de viver com os semelhantes, cada indivíduo deve ter assegurado o seu direito de influir no estabelecimento das regras de convivência.

Dalmo de Abreu Dallari. O que é participação política, p. 33-8 (com adaptações).

Com base na organização do texto acima, julgue os itens subsequentes.

8- A substituição de “Todos os indivíduos” (l.1) por Todo indivíduo manteria a ideia de generalização e preservaria a coerência e a correção gramatical do período.

9- As orações iniciadas pelas formas verbais “procurando” (l.2) e “deixando” (l.8) explicitam dois modos de participação dos indivíduos na vida social.

10- Respeitam-se as regras gramaticais e a organização das ideias no texto ao se usar o sinal de dois-pontos logo após as expressões “em primeiro lugar” (l.4) e “em segundo lugar” (l.7).

11- A inserção de que é imediatamente antes da palavra “necessidade” (l.4) alteraria as relações sintáticas do período, mas preservaria a coerência e a correção gramatical do texto.

12- O uso do modo subjuntivo em “receba” (l.6) ressalta a ideia de possibilidade ou hipótese; por isso, sua substituição por receberia mantém o texto correto.

13- O uso do sinal de dois-pontos depois de “realidade” (l.12) assinala o início da explicação de que essa “realidade” é a “natureza associativa do ser humano” (l.12).

14- Preservam-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se usar direito à influir em lugar de “direito de influir” (l.14).

Os homens, para sobreviver, devem produzir seus meios de vida, com o que produzem indiretamente sua própria vida material. Os homens são aquilo que produzem e como o produzem. Isto porque a satisfação das primeiras 5 necessidades, a própria ação de satisfazê-las e a conquista dos instrumentos necessários para tanto conduzem a novas necessidades, cuja satisfação eles terão de buscar. A todo modo de produção corresponde um modo de cooperação. Segundo Marx, a soma das forças produtivas disponíveis ao 10 homem condiciona o estado social; por isso, a história da humanidade deve ser sempre estudada a partir da conexão entre a história da produção e do intercâmbio. Os homens, ao produzirem seus meios de vida, produzem a si mesmos, em um infinito processo de autoconstrução.Vânia Noeli F. de Assunção. Karl Marx: teoria e práxis de um gênio das ciências sociais . Internet: <filosofiacienciaevida.uol.com.br>.

Com referência ao texto acima, julgue os seguintes itens.

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier) 15- De acordo com as ideias do texto, produzir “vida material” (l.2-3) significa produzir meios de vida visando à sobrevivência.

16- Preservam-se a correção gramatical do texto e as relações entre os argumentos ao se inserir o sinal indicativo de crase em “a novas” (l.6), escrevendo-se à novas.

17- No desenvolvimento textual, o pronome “eles” (l.7) retoma “instrumentos” (l.6).

18- Mantêm-se a coerência e a correção gramatical do texto ao se reescrever a oração “A todo (...) cooperação” (l.7-8) da seguinte maneira: Todo modo de produção corresponde a um modo de cooperação.

19- Na linha 10, a substituição do sinal de ponto-e-vírgula depois da palavra “social” pelo ponto final e o emprego da letra inicial maiúscula na palavra “por” preservariam a coerência e a correção do texto.

20- Respeitam-se a coerência da argumentação e as regras gramaticais ao se usar produzem-se em lugar de “produzem a si mesmos” (l.13).

GABARITO: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

C E C E C E C E C E C E C E C E E C C C

UnB/CESPE – ANATEL/SUPERIOR

O real não é constituído por coisas. Nossa experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas), isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à nossa 5 percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo, costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um nome e de que a chamemos montanha indica que ela é, pelo menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um 10 sentido em nossa experiência.

Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa física ou material e, de outro, a coisa como ideia e significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e 15 da significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo significativo.

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

Julgue os itens de 1 a 10, a respeito da organização das ideias no texto acima.

1- Tanto o emprego da preposição “por” (l.1) quanto, em lugar desta o da preposição de atendem às regras gramaticais, mas a preposição usada no texto realça a ideia de passividade na oração.

2- Preservam-se as relações de coerência e a correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois da forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: (...) imaginar de que o real (...).

3- Como, no primeiro parágrafo, os parênteses demarcam a inserção de uma informação, a sua substituição por duplo travessão preservaria a coerência e a correção do texto.

4- O sinal de crase em “oferecidos à nossa percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem complemento regido pela preposição a.

5- O desenvolvimento das ideias no texto mostra que o uso do modo subjuntivo em “possua” (l.7) é obrigatório para que as regras gramaticais sejam respeitadas; sua substituição pelo modo indicativo, possui, provocaria incoerência textual e desrespeito às regras gramaticais.

6- Na linha 7 , se, em lugar de “uma coisa possua”, fosse empregado o plural correspondente, coisas possuam, a forma verbal “indica” deveria, necessariamente, ser substituída pela forma no plural: indicam.

7- Devido à organização da estrutura linguística em que ocorre a forma verbal “há” (l.11), sua substituição por existe respeitaria as regras gramaticais.

8- O texto desfaz a fronteira entre o que seja uma “coisa-em-si”(l.13) e o que seja sua representação, argumentando a favor da ideia de que é pela significação, pelo sentido experimentado, que uma “coisa” é real.

9- De acordo com o desenvolvimento das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula.

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10- Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual ao se retirar o trecho “com que” (l.16) da oração em que ocorre.

O poder político é produto de uma convenção, não da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus direitos 5 naturais, consubstanciados na propriedade, na vida, na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da espécie. De outro 10 lado, a sociedade política visa à preservação da propriedade.

A principal justificativa para a saída do homem do estado pré-político de natureza para a formação da sociedade e do poder político é a precariedade dos direitos naturais.

15 Destarte, a razão da organização da sociedade, da formação do poder político e da construção do Estado é a conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de modo que eles possam gozar os seus direitos naturais.

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

Com referência ao texto acima, julgue os itens que se seguem.

11- Depreende-se da argumentação do texto que o “poder político” (l.1) tem, como função principal, proteger os direitos naturais, superando-lhes a precariedade e possibilitando que sejam usufruídos com segurança.

12- No texto, subentende-se a ideia de “produto” antes do termo “da natureza” (l.1-2).

13- A partir da conjunção “como” (l.2), a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político e outras formas de poder.

14- Na linha 3, a argumentação do texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados, em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção gramatical do texto.

15- Subentende-se das ideias do texto que, assim como a propriedade, a “vida” (l.5) é um bem.

16- Preservam-se a correção gramatical do texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir “consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam.

17- A organização do texto permite a substituição da expressão “ao contato” (L.7) por à convivência, sem prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção gramatical.

18- Na linha 9, preserva-se a correção gramatical do texto ao se substituir o ponto logo depois da palavra “espécie” pelo sinal de dois-pontos, fazendo-se o necessário ajuste da letra inicial maiúscula da preposição“De”.

19- A substituição da conjunção “Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto.

20- Na organização das ideias do texto, se a “paz para todos os indivíduos” (l.17) fosse uma certeza, o modo verbal de “possam” (l.18) teria de ser substituído pelo modo indicativo: podem.GABARITO : 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 C E C C E E C C E E C C E E C E C E C E

UnB/CESPE – AUGE/MG Cargo: Auditor Interno

Texto para as questões de 1 a 3

Nas interrelações pessoais, é inconteste que cada um dá sua própria versão dos fatos e da vida, segundo suas particulares experiências e com base na formação que tenha acumulado ao longo de sua existência. Cada indivíduo, 5 assim, é um ser único, que vislumbra as ocorrências à sua volta e dá tratamento específico às informações e ao conhecimento que tenha condições de absorver.

Da mesma forma, mesmo os registros históricos oficiais, como se sabe há muito, são somente a versão dos 10 que venceram e portanto, invariavelmente omitem ou distorcem as razões, os motivos e as realizações dos que foram vencidos.

Não menos temeroso é o conhecimento que se transmite por gerações por meio da arte. Partindo da 15 premissa de que a arte imita a vida e, por consequência, reinventa a realidade, na medida em que a vida também imita a arte, por certo que perpetuar visões e conceitos mal fundamentados (a despeito de eventuais boas intenções) também representa que o artista acaba sendo, igualmente, 20 um difusor de informações e ideias cuja confiabilidade é relativa.

Em suma, toda e qualquer avaliação da realidade passa, necessariamente, pelas impressões pessoais de quem a avalia. Obed de Faria Junior. A verdade de cada um. Internet: <recantodasletras.uol.com.br> (com adaptações)

1- De acordo com a argumentação do texto, nas interrelações pessoais, cada indivíduo tem “sua própria versão dos fatos” (l.2), porque

A- avalia a realidade em consonância com a própria experiência de ser único.

B- tenciona registrar um conhecimento confiável para as próximas gerações.

C- tem a ilusão de exercer sua posição de vencedor nos fatos históricos.

D- visa perpetuar conceitos acumulados ao longo de sua existência.

E- objetiva imitar a arte ao reinventar a realidade.

2- Assinale a opção de reescrita que preserva as relações semânticas entre os elementos da seguinte oração do texto: “cuja confiabilidade é relativa” (l.20-21).

A- de confiabilidade relativa

B- para confiabilidade relativa

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C- em que confiabilidade relativa

D- no qual tem relativa confiabilidade

E- dos quais têm confiabilidade relativa

3- Assinale a opção que justifica corretamente o uso de estruturas linguísticas no texto.

A- O emprego do modo subjuntivo em “tenha” (l.3) é sintaticamente exigido pela oração subordinada iniciada pelo pronome relativo “que” (l.1).

B- O uso do sinal indicativo de crase em “à sua volta” (l.5) e “às informações” (l.6) indica que tais expressões são dois complementos do predicado iniciado pelo verbo vislumbrar.

C- O uso da flexão de singular em “sabe” (l.9) deve-se à impessoalidade do verbo haver, na mesma oração.

D- Nas linhas 10 e 11, a flexão de plural em “omitem” e “distorcem” deve-se à concordância desses verbos com o sujeito da forma verbal “venceram”.

E- A colocação do pronome átono antes do verbo, em “se transmite” (l.13-14), é obrigatória devido à presença do pronome relativo “que” no início da oração subordinada.

Texto para as questões de 4 a 7

Para Vygotsky, a base do funcionamento psicológico tipicamente humano é cultural, portanto, histórica. Os elementos mediadores na relação entre o homem e o mundo — instrumentos, signos e todos os elementos do ambiente 5 humano carregados de significado cultural — são construídos nas relações entre os homens. Os sistemas simbólicos e, particularmente, a língua exercem um papel fundamental na comunicação entre os sujeitos e no estabelecimento de significados compartilhados que permitem 10 interpretações dos objetos, eventos e situações do mundo real. O surgimento da atividade verbal e da língua como sistema de signos é crucial no desenvolvimento da espécie humana, momento mesmo em que o biológico se transforma no histórico e em que emerge a centralidade da mediação 15 simbólica na constituição do psiquismo humano. É o trabalho que, pela ação transformadora do homem sobre a natureza, une homem e natureza e cria a cultura e a história humanas.Marta Kohl de Oliveira. História, consciência e educação. Coleção Memória da Pedagogia, n.º 2. 2005. Viver mente&cérebro – especial Vygotsky, p. 9-10 (com adaptações).

4- A partir da leitura do texto, julgue as inferências apresentadas nos seguintes itens.

I- A espécie humana adota características históricas e culturais quando deixa de privilegiar o aspecto biológico.

II- Os diversos sistemas simbólicos são constituídos na relação entre o homem e o mundo.

III- A língua é o único sistema simbólico que permite a construção de significados compartilhados.

IV- A cultura resulta da ação transformadora do homem sobre a natureza.

Estão certos apenas os itens

A- I e II. B- I e III. C- II e III. D- II e IV. E- III e IV.

5- Assinale a opção em que as duas expressões apresentadas remetem ao mesmo referente no desenvolvimento do texto.

A- “tipicamente humano” (l.2) e “cultural” (l.2)

B- “base do funcionamento psicológico tipicamente humano” (l.1-2) e “sistemas simbólicos” (l.6-7)

C- “elementos mediadores na relação entre o homem e o mundo” (l.2) e “instrumentos, signos e todos os elementos do ambiente humano carregados de significado cultural”(l.4-5)

D- “significados compartilhados” (l.9) e “interpretações dos objetos” (l.10)

E- “centralidade da mediação simbólica” (l.14-15) e “constituição do psiquismo humano” (l.15)

6- Preservam-se a correção gramatical e a coerência entre os argumentos caso se suprima o elemento sublinhado no trecho

A- Os elementos mediadores na relação entre o homem e o mundo” (l.2-3).

B- são construídos nas relações entre os homens (l.5-6).

C- “exercem um papel fundamental na comunicação entre os sujeitos e no estabelecimento de significados (l.7-9).

D- “sistema de signos é crucial no desenvolvimento”(l.12)

E “a centralidade da mediação simbólica na constituição do psiquismo humano” (l.14-15).

7-Assinale a opção em que, considerando-se a organização e a coerência textual, as estruturas linguísticas se correspondem.

A- “são construídos nas relações entre os homens” (l.5-6) – constroem-se nas relações entre os homens

B- “O surgimento da atividade verbal e da língua” (l.11) – Ao surgirem a atividade verbal e a língua

C-“o biológico se transforma no histórico” (l.13-14) – o biológico transforma o histórico

D-“em que emerge a centralidade” (l.14) – na qual emerge a centralidade

E- “pela ação transformadora do homem sobre a natureza” (l.16-17) – o homem transforma pela ação sobre a natureza

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Texto para as questões de 8 a 10

A cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas, portanto, têm visões desencontradas das coisas. Por exemplo, a floresta amazônica não passa para o 5 antropólogo — desprovido de um razoável conhecimento de botânica — de um amontoado confuso de árvores e arbustos dos mais variados tamanhos e com uma imensa variedade de tonalidades verdes. A visão que um índio tupi tem desse mesmo cenário é totalmente diversa: cada um 10 desses vegetais tem um significado qualitativo e uma referência espacial. A nossa herança cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade.

Roque de Barros Laraia, Cultura: um conceito antropológico, RJ: Jorge Zahar, 2003, p. 67

8- Assinale a opção que apresenta a tese defendida pela argumentação do texto.

A- A floresta amazônica é plural.

B- O olhar nativo é mais exato e preciso que o olhar de um estrangeiro.

C- Os padrões de comportamento fazem a cultura.

D- A cultura condiciona as maneiras de ver o mundo.

E- A comunidade exclui comportamentos diferentes.

9- No desenvolvimento do texto, provoca erro gramatical ou incoerência textual

A- a substituição de “o homem” (l.1) por os homens.

B- a omissão de “com” (l.6).

C- a inserção de que foi antes de “desenvolvida” (l.10).

D- a omissão de “em relação” (l.11).

E- a substituição de “daqueles” (l.12) por dos.

10- Desconsiderando possíveis ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas, assinale a alteração incorreta nos sinais de pontuação do texto.

A- Substituição do ponto depois de “mundo” (l.2) pelo sinal de dois-pontos.

B- Substituição da vírgula depois de “Por exemplo” (l.3) pelo sinal de ponto-e-vírgula.

C- Substituição do duplo travessão que demarca a informação iniciada por “desprovido” (l.4) pelos sinais de parênteses.

D- Substituição do sinal de dois-pontos depois de “diversa” (l.8) pelo sinal de ponto-e-vírgula.

E- Substituição das vírgulas depois de “cultural” (R.10) e de “gerações” (l.10) por travessões.

GABARITO : 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

A A E D C C A D A B

UnB/CESPE – HEMOBRAS

O crescimento urbano não tem sido um processo harmonioso e gradual. Tem ocorrido em meio a muitas contradições, a diferenças de interesses que configuram, às vezes, um verdadeiro caos. O crescimento rápido e 5 desordenado das cidades faz que não sejam atendidas as necessidades básicas das pessoas, nem mesmo aquelas necessidades que se tornam mais sérias nas áreas urbanas, como as de abastecimento de água e as de saneamento ambiental. O grande e concentrado número de pessoas 10 vivendo nas cidades cria diferentes tipos de problemas. As pessoas são obrigadas a enfrentar longas esperas em filas e a suportar o desconforto em ônibus e metrôs lotados. Por outro lado, vive-se grande desenvolvimento da produção e consumo de mercadorias. Os novos produtos, os novos 15 processos de produção e os novos estilos de vida trazem conseqüências — boas ou más — para a saúde. As doenças encontradas na sociedade contemporânea representam, assim, um quadro tão complexo quanto as próprias características dessa sociedade. Constituem um espectro 20 diversificado de doenças infecciosas e crônico-degenerativas, frequentes nos países desenvolvidos ou típicas do terceiro mundo. Marilisa Berti A. Barros. Doenças na vida moderna. M. Kupstas (Org.). Saúde em debate. p. 135-6 (com adaptações).

Com base na organização do texto acima, julgue os seguintes itens.

1- Na linha 1, o tempo verbal empregado em “não tem sido” enfatiza a idéia processual, a continuidade, até o presente, do “crescimento urbano”.

2- Se o termo “diferenças de interesses” (l.3) estivesse determinado pelo artigo, o a que o precede deveria ser grafado como às.

3- Na linha 5, o emprego do modo subjuntivo em “sejam” é exigido pela presença de “faz que” na estrutura sintática.

4- Seriam preservadas a coerência e a correção gramatical do texto, colocando-se a ênfase em “pessoas” (l.9), se a forma verbal “cria” (l.10) fosse flexionada no plural.

5- A retirada do verbo “enfrentar” (l.11) e do trecho “a suportar o” (l.12) preserva a coerência e a correção gramatical do texto.

6- O desenvolvimento das idéias do texto mostra que a substituição de “vive-se” (l.13) por vivem provocaria incoerência na argumentação.

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7- Na linha 16, a substituição dos travessões por parênteses ou por duas vírgulas preservaria a coerência da argumentação e respeitaria as regras gramaticais.

8- De acordo com o desenvolvimento das idéias do texto, é correto subentender que o sujeito de “Constituem” (l.19) é “As doenças encontradas na sociedade contemporânea” (l.16-17).

A literatura foi também um importante instrumento de registro histórico das grandes epidemias que assolaram o mundo ao longo dos tempos. Em A Peste (1947), o francês Albert Camus usa a doença para criar uma narrativa em que 5 os habitantes de Oran, na Argélia, descobrem a solidariedade e refletem sobre a condição humana enquanto convivem com a ameaça da infecção na cidade isolada, o que também pode ser entendido como uma metáfora da guerra. Conhecer essas histórias ajuda a relativizar as ameaças da 10 atualidade, como a gripe aviária. As epidemias sempre existiram, mas a atual facilidade de comunicação encurtou as distâncias e às vezes isso gera uma reação desproporcional nas pessoas. É preciso lembrar que não só a medicina está muito mais preparada para combater os problemas, como 15 também tais eventos foram importantíssimos para impulsionar os avanços médicos. Revista da Cultura. Encarte: Saúde ao pé da letra (com adaptações).

Julgue os seguintes itens, a respeito do texto acima.

9- A retirada da preposição “sobre” (l.6) preserva a correção gramatical, bem como a coerência da argumentação do texto, por manter o sentido do verbo.

10- A flexão de masculino singular em “entendido” (l.8) deve-se à concordância com o termo “o que” (l.7), que retoma a idéia de “ameaça da infecção na cidade isolada” (l.7).

11- O desenvolvimento das idéias do texto indica que a supressão do verbo “Conhecer” (l.9) preservaria a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto.

12- Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera “relativizar as ameaças” (l.9) da gripe aviária como um dos objetivos de Albert Camus ao escrever A Peste.

13- Na organização da argumentação, o pronome “isso” (l.12) refere-se ao fato de as epidemias terem sempre existido.

14- O conectivo “não só (...) como também” (l.13-15) adiciona duas idéias, que seriam igualmente adicionadas, mantendo-se preservadas a correção e a coerência textual, com a seguinte reescrita: a medicina está muito mais preparada para combater os problemas, e também tais eventos foram importantíssimos.

15- A expressão “tais eventos” (l.15) refere-se às “grandes epidemias que assolaram o mundo ao longo dos tempos” (l.2-3); e a expressão “essas histórias” (l.9) refere-se ao “registro histórico” (l.2) dessas epidemias.

GABARITO: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

C C C E C E C C E C E E E C C

UnB/CESPE – INPE

Para os gregos — e mais tarde para os pensadores medievais — a ciência era uma especulação teórica, desligada da prática. A postura de desprezo pela técnica se devia ao fato de que, nessas civilizações, as atividades 5 manuais eram ofício de escravos ou de servos, o que significava uma desvalorização delas. Decorre daí que a ciência, como “saber contemplativo” — isto é, como pura teoria — se achava vinculada à reflexão filosófica. Filosofia é uma palavra de origem grega que significa “amor à 10 sabedoria” e na Antiguidade representava um tipo de conhecimento superior e mais geral, alcançado pelo “sábio”, capaz de abranger o conhecimento da época, levando toda interrogação à busca das essências. Durante muitos séculos — toda a Antiguidade e a Idade Média —, não se fez 15 distinção entre filosofia e ciência.

Dessa forma, pode-se dizer que qualquer cientista, em certo momento de seu trabalho, pode parar para refletir sobre questões propriamente filosóficas. O bom cientista, no sentido humano da palavra, deve ser aquele que também 20 indaga sobre os fins a que se destinam suas pesquisas.Samuel Murgel Branco. O saber científico e outros saberes. In: Márcia Kupstas (Org.). Ciência e tecnologia em debate. São Paulo: Moderna, p. 23-5 (com adaptações).

Com base no texto acima, julgue os itens subsequentes.

1- A função de sujeito sintático ocupada pelo pronome “se” (l.3) justifica a flexão de singular em “devia” (l.4).

2- A flexão de feminino plural em “delas” (l.6) permite que esse elemento coesivo concorde tanto com “civilizações” (l.4) quanto com “atividades manuais” (l.4-5); mas o desenvolvimento da argumentação indica que, para haver coerência, o referido elemento deve retomar apenas o segundo termo.

3- Na linha 8, a retirada do sinal indicativo da crase em “à reflexão” preservaria a correção gramatical e a coerência textual, apesar de alterar a relação semântica de “reflexão filosófica” com as demais ideias do texto.

4- As relações argumentativas que o último período sintático do texto estabelece com o período imediatamente anterior permitem também iniciá-lo explicitando um conectivo: Por isso, o bom cientista (...).

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier)

5- Preservam-se a coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se retirar a preposição do termo “fins a que se destinam” (l.20).

ZYX/WXPP - 03/2008

São Paulo, 30 de novembro de 2008

Senhor Cristóvão Colombo,

Coordenador de Projetos Especiais.

Considerando o trecho inicial de um ofício apresentado acima, julgue o item que se segue.

6- O exemplo respeita as regras gramaticais da língua portuguesa para o registro culto da linguagem, atende aos padrões de identificação do documento, apresenta data e local da emissão de forma apropriada e faz uso correto de vocativo e de formas de tratamento compatíveis com o cargo do destinatário.

No final da Segunda Guerra Mundial, o mundo se viu diante da bomba atômica, a aterrorizante arma construída pelos Estados Unidos da América. Da forma mais trágica possível, ela mostrou ao mundo o seu poder, dizimando 5 milhares de vidas em Hiroshima e Nagasaki. A partir dessa época, ficou determinado para as lideranças mundiais que a sobrevivência de uma nação ou bloco de nações dependeria de seu avanço tecnológico e científico. A capacidade científica de um país passou a ser a medida de seu progresso e poder. Descobrindo a História, n.º 5 (com adaptações).

Julgue os seguintes itens, a respeito do texto acima.

7- Nas linhas 2 e 3, a função de explicação desempenhada pela expressão “a aterrorizante arma construída pelos Estados Unidos da América” justifica a obrigatoriedade do uso da vírgula logo após “atômica”.

8- Seriam preservadas a correção gramatical e a coerência do texto ao se substituir o verbo “dizimando” (l.4) por ao dizimar.

9- O uso do substantivo feminino “sobrevivência” (l.7) permite a substituição de “determinado” (l.6) por determinada, sem que fiquem prejudicadas a coerência e a correção gramatical do texto.

GABARITO: 1 2 3 4 5 6 7 8 9

E C C C E E C C E

UnB/CESPE – MCT/CTI

A Constituição de outubro de 1988 mudou o perfil do eleitorado brasileiro, ao promover a inclusão eleitoral quando estendeu o direito de voto aos analfabetos, que antes não podiam ser eleitores, e, em caráter facultativo, aos jovens entre 16 e 18 anos.

6 Fez mais: recompôs admiravelmente os direitos e garantias individuais; criou o habeas-data, que permite ao cidadão conhecer o que o Estado sabe dele; consagrou o Código de Defesa do Consumidor, uma eficaz cartilha de cidadania; foi a primeira Carta a mencionar a proteção ao meio ambiente e a determinar a demarcação das terras indígenas.

13 Mas a Constituição que reconstruiu o país a partir dos escombros da ditadura é também a que tornou o Brasil mais difícil de governar. Tem um notável capítulo de direitos e garantias individuais, mas exigiu a reforma de quase todo um capítulo econômico para que o país pudesse funcionar.Exibe 18 passagens grandiosas, como a qualificação do racismo como crime inafiançável e imprescritível, e propostas bizarras, como tabelar os juros em 12% ao ano. Criou deveres rigorosos para o Estado, mas não lhe deu meios para cumpri-los. Inspirou a cidadania, mas ignorou a reforma política.

Em relação às idéias e às estruturas lingüísticas do texto acima, julgue os itens que se seguem.

1- Caso a expressão “ao promover” (l.2) fosse substituída pelo segmento porque promoveu, haveria prejuízo para a coerência e a correção gramatical do período.

2- O segmento “que antes não podiam ser eleitores” (l.3-4) é oração subordinada adjetiva restritiva, pois restringe a idéia anterior.

3- O emprego do sinal de dois-pontos na linha 6 justifica-se porque o trecho imediatamente subseqüente é constituído por uma enumeração.

4- Trata-se de texto opinativo em que o autor se coloca explicitamente por meio do emprego de pronomes pessoais.

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier) 5- O trecho “uma eficaz cartilha de cidadania” (l.9-10) constitui um aposto explicativo.

6- Pelos sentidos do texto, o termo “bizarras” (l.20) está sendo empregado no sentido de notáveis, admiráveis, louváveis.

7- Na linha 21, o pronome “lhe” refere-se ao antecedente “o Estado”.

As organizações do terceiro setor, inclusive as mais conhecidas, as organizações não-governamentais (ONGs), prestam relevantes serviços à sociedade, cuidando, muitas vezes, de questões que constituem atribuição dos poderes 5 públicos. Elas se espalharam por todo o mundo e, no Brasil, encontraram amplo espaço para se desenvolver. Na busca por modos mais expeditos e eficientes de exercer suas funções e cumprir seus objetivos, o serviço público tem criado órgãos mais ágeis, menos cerceados pelas rígidas regulamentações 10 das repartições públicas, como, por exemplo, fundações e empresas de economia mista. Mais recentemente, tem recorrido também a ONGs e similares para a execução de diversas tarefas. Ocorre, porém, que, ao lado do resultado positivo de agilizar a administração pública, tanto fundações e 15 empresas de economia mista como organizações do terceiro setor são utilizadas irresponsavelmente pelos que vivem da corrupção. Jornal do Commercio (PE). Editorial, 9/10/2008 (com adaptações).

Com relação ao texto acima apresentado, julgue os itens a seguir.

8-Depreende-se das informações do texto que as organizações não-governamentais não são as únicas entidades que formam o terceiro setor.

9- Na linha 3, o emprego do sinal indicativo de crase em “à sociedade” justifica-se pela regência de “prestam”, que exige a preposição a, e pela presença de artigo definido feminino.

10- O pronome “Elas” (l.5) refere-se ao antecedente “As organizações do terceiro setor” (l.1).

11- O termo “expeditos” (l.7) está sendo empregado com o sentido de perfeitos.

Uma ONG exemplar em seus objetivos e procedimentos é a SOS Mata Atlântica, que desenvolve projetos que movimentam cerca de R$ 2 milhões por ano no plantio de árvores, para neutralizar o carbono emitido no país. Nesses 5 projetos de compensação, já foram plantadas por volta de 800 mil árvores. Para fazer uma avaliação de quantas árvores devem ser plantadas para sequestrar uma tonelada de carbono, a ONG contratou a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, uma instituição das mais prestigiadas no setor 10 agrícola. O trabalho será feito com várias espécies da flora, pois, dependendo do tipo de árvore, o seqüestro de carbono pode ser maior ou menor. Trata-se de um trabalho utilíssimo para o equilíbrio ecológico, um trabalho que resgata o conceito, a prática e a imagem das ONGs.

15 As ONGs contribuem para combater a idéia, ainda vigente no Brasil, de que se deve esperar tudo do Estado e de que essa superestrutura é mais importante que a sociedade.

Julgue os próximos itens, relativos às idéias do texto acima e às estruturas lingüísticas nele empregadas.

12- A substituição da expressão “cerca de” (l.3) por acerca de mantém a correção gramatical do período.

13- A palavra “sequestrar” (l.7) está sendo empregada com o sentido de absorver, fazer desaparecer o carbono, por assimilação.

14- Por ser subjetivo, o trecho “O trabalho será feito com várias espécies da flora, pois, dependendo do tipo de árvore, o seqüestro de carbono pode ser maior ou menor” (l.10-12) seria inadequado para integrar um texto de correspondência oficial.

15- A expressão “essa superestrutura” (l.17) refere-se ao antecedente “Estado” (l.16). GABARITO: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

E E C E C E C C C C E E C E C

UnB/CESPE – MTE

1 Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...

4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. Não saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da indenização que recebeu na época?

10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais 13 alguma coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi.

16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que 20 são dele. Até as leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

21 Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

25 Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos.

Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier) Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

30 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

Acerca dos aspectos estruturais e lingüísticos e dos sentidos do texto ao lado, julgue os itens a seguir.

1- O que faz de Eduardo Silva objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o trabalhador optou por trabalhar sem receber a remuneração correspondente, conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para ficar e eu fiquei” (L.6-7).

2- Nas linhas 10 e 11 do texto, o diminutivo empregado em “barraquinho” e “vaquinhas” tem valor subjetivo.

3- Em “Porque ele não quer ir embora sem receber nada.Nem as vacas ele deixa a gente levar” (L.22-23), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma pessoa.

4- Na linha 21, como “Por que” está no início de uma pergunta, a palavra Porque poderia, corretamente, substituí-la.

5- No trecho “Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, não precisa pedir” (L.30-31), Jacaré apresenta sua concepção acerca das relações de trabalho entre os homens.

6- Os sinais de pontuação utilizados no texto — o travessão, os pontos de interrogação, as reticências e a exclamação — estão relacionados ao tom de oralidade que predomina no texto.

7- Por suas características estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição.

O trabalho infantil no Brasil, ao longo da sua história, nunca foi representado como um fenômeno negativo na mentalidade da sociedade brasileira. Até a década de 1980, o consenso em torno desse tema estava consolidado para entender o 5 trabalho como sendo um fator positivo no caso de crianças que, dada sua situação econômica e social, viviam em condições de pobreza, de exclusão e de risco social. Tanto a elite como as classes mais pobres compartilhavam plenamente dessa forma de encarar o trabalho infantil. Um 10 conjunto de idéias simples, mas de grande efeito,

manteve-se inquestionável durante séculos. Frases, tais como “é melhor a criança trabalhar do que ficar na rua exposta ao crime e aos maus costumes”, e, ainda, “trabalhar educa o caráter da criança”, traduziam a noção fortemente arraigada 15 de que trabalho é solução para a criança.Se para a elite social o trabalho infantil era uma medida de prevenção, para os pobres era uma maneira de sobreviver. Por motivações diferentes, elite e classes desfavorecidas concordavam: lugar de criança pobre é no trabalho. Esses mitos culturais 20 funcionaram como catalisadores das ações das instituições públicas e privadas a respeito das crianças e adolescentes trabalhadores. A inércia secular do Brasil diante do trabalho social só pode ser entendida quando considerada a força da mentalidade que albergava o trabalho infantil em seu 25 seio 25 como parte da natureza das coisas. Quantitativamente, o trabalho infantil diminuiu, mas as razões simbólicas necessárias para sua existência continuam vivas na cultura brasileira.Brasil. Plano nacional de prevenção e erradicação do trabalho infantil e proteção ao trabalhador adolescente. Brasília: MTE, Secretaria de Inspeção do Trabalho, 2004, p. 23-8 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e estruturas lingüísticas do texto acima, julgue os itens que se seguem.

8- De acordo com o texto, a razão pela qual os pobres consideravam o trabalho infantil um meio de sobrevivência era a mesma pela qual as elites o encaravam como medida de prevenção à delinquência.

9- O texto afirma que, para entender o motivo por que o trabalho infantil perdurou tanto tempo no Brasil, é preciso considerar o quanto a idéia do trabalho infantil foi naturalizada no interior da sociedade brasileira.

10- Segundo o texto, a diminuição cada vez maior do trabalho infantil está assegurada pela superação das razões simbólicas de sua existência na cultura brasileira.

11- Nas linhas de 12 a 13 do texto, as frases apresentadas entre aspas são exemplos do conjunto de idéias comuns à mentalidade da sociedade brasileira em relação ao tema do texto.

12- No trecho “viviam em condições de pobreza, de exclusão e de risco social” (l.6-7), apresentam-se as razões pelas quais o trabalho deve ser considerado um fator positivo na infância.

13- À linha 16, a forma verbal “era” foi empregada na primeira pessoa do singular para concordar com a expressão “a elite social”.

Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21 países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a fortalecer a Comunidade 5 Ibero-Americana de Nações como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político, aprofundando os vínculos históricos e culturais que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as características próprias de cada uma das

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier) nossas múltiplas identidades, que permitem reconhecer-nos 10 como uma unidade na diversidade.

Estamos conscientes de que a exclusão social é um problema de caráter estrutural com profundas raízes históricas, econômicas e culturais, cuja superação exige profunda transformação das nossas sociedades atingidas pela 15 desigualdade na distribuição da riqueza.Reconhecemos a urgente necessidade de implementar políticas públicas de diminuição da pobreza e de aumento da participação dos cidadãos de todos os setores da população, excluídos da definição das políticas sociais, dos processos decisórios e do 20 controle e fiscalização dos recursos financeiros consignados a tais políticas, de forma que eles sejam os atores do seu próprio processo de desenvolvimento. Assim, poderemos assegurar seu maior acesso à terra, às fontes de trabalho, à melhor qualidade de vida, à educação, à saúde, à 25 habitação e a outros serviços básicos.

Os chefes de Estado e de Governo dos países ibero-americanos subscrevem a presente declaração, em dois textos originais na língua espanhola e na língua portuguesa, ambas igualmente válidas, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, aos 15 dias de novembro do ano de 2003.

Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente. Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

Quanto aos sentidos e aos aspectos estruturais e linguísticos do texto acima, julgue os itens subseqüentes.

14- Conclui-se do texto que as históricas desigualdades econômicas e culturais dos povos ibero-americanos tornam inviáveis as políticas públicas capazes de fazer com que os excluídos sejam sujeitos de seu próprio desenvolvimento.

15- Por estar escrito na primeira pessoa do singular, o texto apresenta aspectos subjetivos que contrariam as normas da redação de correspondências e documentos oficiais.

16- De acordo com as regras de acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos” (l.1-2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma: ibero-americanos.

17- O trecho “o nosso propósito de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l.3-6) complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l.3).

18- Considerando-se os sentidos do texto, o termo “concertamento” (l.6) poderia ser substituído por acordo.

19- A expressão “uma unidade na diversidade” (l.10) refere-se ao fato de que os países representados no texto têm características próprias que os diferenciam uns dos outros e vínculos históricos e culturais que os aproximam.

20- Na enumeração feita nas linhas de 23 a 25, o trecho “a outros serviços básicos” poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: à outros serviços básicos, ou seja, com sinal indicativo de crase.

GABARITO:1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

E C E E C C E E C E C E E E E E C C C E

UnB/CESPE – POL.CIVIL/ES

Texto para os itens de 1 a 6

A pergunta e a resposta que se seguem foram reproduzidas, com adaptações, do blog da Dr.ª Mayana Zats — Internet: <http://veja.abril.com.br/blog/genetica>.

Rodrigo Kobashi — Doutora, gostaria que a senhora me ajudasse a entender uma questão. Quando adotamos uma criança, ela traz características herdadas de seus pais biológicos? Não me refiro às características físicas, mas psicológicas. Por exemplo: índole. Se o pai dessa criança era um criminoso, ela também será, ou pelo menos terá mais chances de se tornar criminosa? Em vários sítios há divergências a respeito desse assunto, por isso procurei a senhora.

Doutora Mayana Zats — Essa é realmente uma questão polêmica. Estudos com gêmeos e filhos adotivos sugerem que muitas das características da nossa personalidade e comportamento obedecem a uma herança multifatorial, isto é, dependem da interação entre genes e ambiente. A grande questão a saber é: qual é o papel dos genes — ou herdabilidade — em cada uma dessas características?

Pais criminosos geram crianças criminosas?

Não conheço nenhuma pesquisa que indique que filhos adotivos cujos pais biológicos eram criminosos tenham maior tendência ao crime. É importante lembrar que genético não é sinônimo de hereditário. Por exemplo, se a agressividade é uma característica com um componente genético, o ambiente tem papel fundamental para determinar se essa característica transformará uma pessoa em líder ou agressor.

Estudos bem controlados são difíceis

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier)

As pesquisas para determinar quanto de uma característica é genética ou ambiental precisam ser feitas com filhos adotivos e gêmeos. No caso dos gêmeos são necessários dois tipos de análises. Na primeira, comparam-se gêmeos idênticos e gêmeos fraternos criados juntos. Na segunda, comparam-se gêmeos idênticos que foram separados ao nascer e criados em ambientes distintos. A partir desses estudos, podemos concluir que característica depende mais dos genes, mais do ambiente ou igualmente de ambos. Por exemplo, sabemos que talento musical ou habilidade para esportes tem um componente genético, mas sem o treino essas características não se desenvolverão.

Alcoolismo tem componente genético

Essa é uma das características mais bem estudadas. Estudos de gêmeos e filhos adotivos mostraram que pessoas cujos pais biológicos eram alcoólatras têm maior tendência de ser dependentes de álcool.

Considerando as ideias do texto apresentado, julgue os itens que se seguem.

1- O indagante procurou a doutora Mayana Zats, porque está em vias de adotar uma criança.

2- O indagante tem receio de adotar uma criança que tenha herdado dos pais biológicos o impulso para a agressividade e criminalidade.

3- O indagante busca entender melhor as questões ligadas à hereditariedade que estão mais centradas nos aspectos psicológicos e comportamentais do que nos aspectos físicos do componente genético.

4- Apesar de não ter dado uma resposta direta à pergunta do indagante, como “Sim”, a doutora forneceu informações que sugerem que filhos de criminosos herdam dos pais biológicos o componente genético de agressividade.

5- As informações sobre estudos científicos contidas na resposta permitem concluir quão importante é um ambiente sadio — sem bebidas alcoólicas, por exemplo — para que descendentes de pais alcoólatras não venham a tornar-se dependentes de álcool.

6- Os provérbios “Dize-me com quem andas e eu te direi quem és” e “Filho de peixe peixinho é” podem ser associados à influência do componente ambiental e do genético, respectivamente, na formação da personalidade humana.

Muitos pais querem saber que atitudes tomar quando o filho se desentende com amigos ou colegas, quando chega em casa com marcas de briga, quando tem o costume de dirigir palavrões aos outros etc.

5 Nesses casos, vale mais desvalorizar o fato do que procurar saber quem tinha razão. Se houve briga, foi porque 7 todos participaram, portanto ninguém pode estar certo.

8 Se nos dedicarmos a ensinar aos mais novos, em família e na escola, que, para conviver, é preciso ter consideração com o outro, relevar e fazer concessões, eles aprenderão melhor a controlar seus impulsos em favor do equilíbrio da vida em grupo.

Folha de S.Paulo. “Equilíbrio”, 13/11/2008. Com relação ao texto acima, julgue os itens de 7 a 11.

7- Se, no primeiro parágrafo, “o filho” (l.1-2) estivesse no plural,as concordâncias corretas dos verbos que têm essa expressão como sujeito seriam se desentendem, chegam, têm.

8- Na linha 7, a conjunção “portanto” atribui à oração “ninguém pode estar certo” o sentido de causa.

9- Com a mesma correção gramatical de “Se nos dedicarmos” (l.8), estão conjugados os verbos ver, em Se vermos uma estrela cadente, faremos um pedido, e pôr, em Se pusermos a mão no fogo, nos queimaremos.

10- Nas linhas 8 e 9, a expressão “em família e na escola”, juntamente com as vírgulas que a intercalam, poderia ser transposta, sem prejuízo da correção gramatical e sem alteração do sentido original, para as seguintes posições dentro do período: ou imediatamente após a palavra “dedicarmos”, ou imediatamente após a palavra “ensinar”.

11- São pertinentes ao assunto desenvolvido no texto e estão expressas com correção gramatical as seguintes ideias: Se formos tolerantes, nossos filhos tenderão a sê-lo também; Se fôssemos impulsivos, nossos filhos tenderiam a sê-lo também.

1-E então?O almoço está pronto?

2- Não.

3- Por quê?

4- Você pediu um “bife à cavalo”...

5- Estou esperando a estrebaria abrir!

Folha de S.Paulo, 13/11/2008.

Considerando o quadrinho acima, julgue o próximo item.

12- De acordo com a norma culta da língua portuguesa, emprega-se o acento indicativo de crase em “bife à cavalo” para indicar que o personagem que utiliza essa expressão não compreendeu seu sentido.

Considerando que os fragmentos apresentados nos itens seguintes são trechos sucessivos e adaptados de um texto

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier)

publicado na Folha de S.Paulo em 11/11/2008, julgue-os quanto à correção gramatical de cada um deles.

13- Na madrugada de ontem, uma caminhonete chegou a delegacia de investigações sobre entorpecentes, em Botucatú. Um grupo de oito homens sairam do veículo, arrombaram uma das portas e invadiram a delegacia.

14- O grupo levou armas, drogas e destruiu arquivos. Artefatos esplosivos foram detonados no interior do predio. Pouco antes, vizinhos contam, que ouviram o barulho de um carro saindo.

15- Ao menos dois carros, que estavam no estacionamento, e uma casa da vizinhança foram atingidos. Não houve feridos.

GABARITO: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

E E C E C C C E E C C E E E C

UnB/CESPE – TCE/TO/MÉDIO

Texto para as questões de 1 a 3

Não posso pagar o aluguel da casa. Dr. Gouveia aperta-me com bilhetes de cobrança. Bilhetes inúteis, mas Dr. Gouveia não compreende isso. Há também o homem da luz, o Moisés das prestações, uma promissória de 5 quinhentos mil-réis, já reformulada. E coisas piores, muito piores.

O artigo que me pediram se afasta do papel. É verdade que tenho o cigarro e tenho o álcool, mas, quando bebo demais ou fumo demais, a minha tristeza cresce. 10 Tristeza e raiva. Ar, mar, ria, arma, ira. Passatempo estúpido.

Dr. Gouveia é um monstro. Compôs, no quinto ano, duas colunas que publicou por dinheiro na seção livre de um jornal ordinário. Meteu esse trabalhinho num caixilho 15 dourado e pregou o na parede, por cima do bureau. Está cheio de erros e pastéis.Mas Dr. Gouveia não os sente. O espírito dele não tem ambições.Dr. Gouveia só se ocupa com o temporal: a renda das propriedades e o cobre que o tesouro lhe pinga.

20 Não consigo escrever. Dinheiro e propriedades, que me dão sempre desejos violentos de mortandade e outras destruições, as duas colunas mal impressas, caixilho, Dr. Gouveia, Moisés, homem da luz, negociantes, políticos, diretor e secretário, tudo se move na minha cabeça, como

25 um bando de vermes em cima de uma coisa amarela, gorda e mole que é, reparando-se bem, a cara balofa de Julião Tavares muito aumentada. Essas sombras se arrastam com lentidão viscosa, misturando-se, formando um novelo confuso.

30 Afinal tudo desaparece. E, inteiramente vazio, fico tempo sem fim ocupado em riscar as palavras e os desenhos. Engrosso as linhas, suprimo as curvas, até que deixo no papel alguns borrões compridos, umas tarjas muito pretas.

1- Assinale a opção correta com relação às ideias do texto.

A- O texto descreve a situação de pobreza e tristeza na qual o narrador se encontra por dever dinheiro ao Dr. Gouveia e ao Moisés.

B- Infere-se do texto que Dr. Gouveia, Moisés e Julião Tavares são, na verdade, personagens de um livro que está sendo escrito pelo narrador.

C- O narrador do texto considera que beber e fumar é um entretenimento estúpido que aumenta sua tristeza.

D- Depreende-se do texto que o narrador foi acometido por um transtorno psicológico devido ao fato de ter publicado um artigo, por necessidade financeira, em um jornal de má qualidade.

E- Infere-se do último parágrafo do texto que a confusão mental impossibilita o narrador de exercer seu ofício de escrever.

2- Quanto a aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.

A- No trecho “mas Dr. Gouveia não compreende isso” (l.2-3), a conjunção “mas” estabelece uma relação de finalidade com a idéia que a antecede.

B- No trecho “O artigo que me pediram se afasta do papel” (l.7), o elemento “que” complementa o sentido da forma verbal “pediram”.

C- Obedecem à mesma regra de acentuação gráfica os vocábulos “também”, “Moisés” e “só”.

D- No trecho “Mas Dr. Gouveia não os sente” (l.16), o pronome “os” refere-se a “pastéis”.

E- Em “O espírito dele não tem ambições.” (l.16-17), a correção gramatical e o sentido original do texto seriam mantidos se “dele” fosse substituído por teu.

3- Com relação às estruturas linguístico-gramaticais do texto, assinale a opção correta.

A- No trecho “Dr. Gouveia só se ocupa com o temporal: a renda das propriedades e o cobre que o tesouro lhe pinga.” (l.17-19), o elemento “se” estabelece uma condição e introduz gramaticalmente uma alternativa.

B- No trecho “que me dão sempre desejos violentos de mortandade e outras destruições” (l.20-22), o pronome “me” tem função de complemento direto da forma verbal “dão”.

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier) C- No trecho “tudo se move na minha cabeça, como um bando de vermes em cima de uma coisa amarela, gorda e mole” (l.24-25), “como” introduz uma comparação.

D- Nas linhas 25 e 26, os termos “amarela”, “gorda”, “mole”, “bem” e “balofa” qualificam os nomes aos quais se referem.

E- O trecho “a cara balofa de Julião Tavares muito aumentada” (l.26-27) exerce a função sintática de sujeito da oração adjetiva à qual pertence.

Texto para as questões de 4 a 6

O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça, e fechada atrás com chave.Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que 5 sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado.

Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam 10 de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o 15 escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr, sem conhecer as ruas da cidade. Dos que seguiam para casa, não raro, apenas ladinos, pediam ao senhor que lhes marcasse aluguel, e iam ganhá-lo fora, quitandando.

20 Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. Quando não vinha a quantia, vinha 25 a promessa: “gratificar-se-á generosamente”, — ou “receberá uma boa gratificação”. Muita vez o anúncio trazia em cima ou ao lado uma vinheta, figura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma trouxa.Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o açoitasse. Machado de Assis. Pai contra mãe. In: John Gledson. 50 contos de Machado de Assis.

4- O texto trata

A- da facilidade de se libertar da escravidão e iniciar uma nova vida.

B- da dificuldade de prender um escravo que fugia pela segunda vez.

C- do rigor da lei aplicado às pessoas que ajudavam na libertação dos escravos.

D- da fuga de escravos que não aceitavam a escravidão.

E- da forma de manuseio e fabricação de instrumentos inventados para castigar os escravos.

5- Com referência ao emprego da pontuação no texto, assinale a opção correta.

A- No trecho “Há meio século, os escravos fugiam com frequência.” (l.7), a vírgula foi empregada para separar oração intercalada.

B- No trecho “Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho,” (l.10-11), o ponto-e-vírgula foi empregado para assinalar a interrupção do texto e introduzir uma idéia conclusiva.

C- No trecho “com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico” (l.22-23), a vírgula foi empregada para separar termos coordenados em uma enumeração.

D- Em “vinha a promessa: “gratificar-se-á generosamente”, — ou “receberá uma boa gratificação” (l.24-26), a correção gramatical e o sentido original do texto seriam mantidos se os dois-pontos fossem substituídos por ponto-e-vírgula.

E- Na linha 25, o travessão foi empregado para marcar, na narrativa, a mudança de interlocutor.

6- Com relação às estruturas gramaticais do texto, assinale a opção correta.

A- Em “à direita ou à esquerda” (l.2-3), o emprego do sinal indicativo de crase se justifica pela regência da forma verbal “Imaginai” (l.2), no início da oração.

B- Na frase “A fuga repetia-se, entretanto.” (l.13-14), manteria a correção gramatical e o sentido original do texto a substituição de “entretanto” por porquanto.

C- No trecho “Casos houve, ainda que raros” (l.14), a forma verbal “houve” é substituível por houveram, sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido original do texto.

D- O trecho “Dos que seguiam para casa” (l.16) admite a reescrita “Dos Valongos que seguiam para casa”, sem prejudicar a correção gramatical e o sentido original do texto.

E- No trecho “se o tinha” (l.23), o pronome “o” se refere ao antecedente “o defeito físico”.

A política de cotas visa combater uma histórica distorção existente na educação brasileira. Do total de 1,8 milhão de alunos que conclui o ensino médio anualmente, 80% são de escolas públicas. Contudo, nas universidades mantidas pelo Estado, eles são minoria. Para o ministro da Educação, a adoção de cotas pode reduzir esse descompasso e não trará prejuízos a segmentos da sociedade: “Os brancos que estudaram na escola pública têm direitos tão resguardados quanto os negros e indígenas que estudaram em escola pública. Um grupo não está sendo privilegiado em detrimento do outro, já que a distribuição é proporcional”.

De acordo com o Ministério da Educação, as instituições de ensino superior mantidas pelo governo federal ofereciam 127 mil vagas em 2003. Hoje ofertam mais de 227 mil, um número pequeno diante da gigantesca demanda, mas o suficiente para compensar ao menos 80% das vagas que podem ser restringidas aos alunos de escolas particulares com a adoção da medida.

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier) Das 59 universidades federais, ao menos 16 estabeleceram algum tipo de cota no vestibular. O exemplo que mais se aproxima do projeto de lei que está em discussão no Senado é o da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desde 2005, a instituição reserva 45% das vagas aos alunos egressos de escolas públicas. As cadeiras são preenchidas de acordo com a proporção de cada etnia na região metropolitana de Salvador. Os afrodescendentes, por exemplo, têm direito a ocupar 85% das vagas destinadas a cotistas.Rodrigo Martins. Critérios indefinidos. In: Carta Capital. n.º 257, 24/12/2008, p. 36-7(com adaptações).

7- Com relação às ideias do texto, assinale a opção correta.

A- Infere-se do texto que o ensino médio das escolas públicas brasileiras não oferece a mesma qualidade que o ensino das escolas particulares, o que justifica o fato de que os alunos egressos de escolas públicas sejam a minoria nas universidades mantidas pelo Estado.

B- Infere-se do texto que o Ministério da Educação está desenvolvendo um programa que estabelecerá um conjunto de intervenções que vise melhorar o ensino das escolas públicas, inclusive universidades, de forma a proporcionar escola pública de qualidade para os alunos cotistas.

C- De acordo com o texto, a adoção de cotas não traz prejuízo para os estudantes brancos, pois as vagas das instituições de ensino superior estão sendo ampliadas.

D- De acordo com o texto, tramita, no Senado, um projeto de lei que discute a criação de vagas nas universidades e a porcentagem de reserva dessas vagas para os alunos de baixa renda.

E- Depreende-se do texto que, nas universidades públicas da Bahia, 85% das vagas são ocupadas por afrodescendentes que possuem o direito de ser incluídos em programas de cotas. GABARITO: 1-E 2-B 3-C 4-D 5-C 6-E 7-A 14 1

Texto para as questões de 1 a 4

Meu pai era um homem bonito com muitas namoradas, jogava tênis, nadava, nunca pegara uma gripe — até ter um derrame cerebral. Vivia envolvido com “sirigaitas”, como minha mãe as chamava, e com fracassos comerciais 5 crônicos. Tivera uma peleteria numa cidade onde fazia um calor dos infernos quase o ano inteiro. Claro que foi à falência, mas suas freguesas nunca foram tão bonitas, embora tão poucas.Antes tivera uma chapelaria, e as mulheres haviam deixado de usar chapéus. No fim, tinha 10 um pequeno armarinho — sempre tivera lojas que fossem frequentadas principalmente por mulheres — na rua Senhor dos Passos. Minha mãe costumava aparecer na loja, para ver se alguma sirigaita andava por lá.Às vezes, eles discutiam na hora do jantar; na verdade, minha mãe brigava 15 com ele, que ficava calado; se ela não parava de brigar, ele se levantava da mesa e saía para a rua. Minha mãe ia para o quarto chorar, nesses dias. Eu ia para a janela, cuspir na cabeça das pessoas que passavam e olhar para o letreiro luminoso de néon da loja em frente. Essa é uma luz que até 20 hoje me atrai e que não foi ainda captada nem pelo cinema nem pela televisão. Quando meu pai voltava, bem mais tarde, o desespero da minha mãe havia passado e eu a

via ir à cozinha preparar um copo de leite quente para ele. Um dia ele me disse que era uma pena que os homens 25 tivessem de ser julgados como cavalos de corrida, pelo seu retrospecto. “O problema do seu pai”, minha mãe me disse certa ocasião, “é que ele é muito bonito”. Ela não o viu ficar paralítico, nem teve de suportar a tristeza incomensurável do olhar dele pensando nas sirigaitas. Sim, 30 meu pai ainda era um homem bonito quando minha mãe morreu.

A impiedosa lucidez com que eu agora pensava em meu pai encheu-me de horror — não podemos ver as pessoas que amamos como elas realmente são, 35 impunemente. Pela primeira vez eu vira o pungente rosto dele, naquele espelho, o rosto dele que era o meu. Como podia eu estar ficando igual a meu pai, aquele, o doente? Rubem Fonseca. Vastas emoções e pensamentos imperfeitos. (com adaptações).

1- De acordo com o texto, assinale a opção correta com relação aos seus aspectos linguístico-gramaticais.

A- No trecho “Meu pai era um homem bonito com muitas namoradas” (l.1), o sintagma “um homem bonito com muitas namoradas” complementa o sentido do verbo.

B- O sentido do texto seria mantido caso as formas verbais “jogava” e “nadava” (l.2) fossem substituídas por jogara e nadara.

C- Na linha 4, “com” estabelece uma comparação entre as namoradas e o termo ‘sirigaitas’ (l.3).

D- No trecho “Vivia envolvido com ‘sirigaitas’, como minha mãe as chamava, e com fracassos comerciais crônicos” (l.3- 5), é facultativo o emprego da vírgula antes da conjunção coordenada “e”.

E- Na linha 5, o pronome relativo “onde” se refere ao adjunto adverbial “numa cidade”.

2- Quanto aos aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.

A- No trecho “fazia um calor dos infernos quase o ano inteiro”(l.5-6), a substituição de “dos infernos” por infernal manteria a correção gramatical e o sentido do texto.

B- Nas linhas 6 e 13, o emprego do sinal indicativo de crase em “à falência” e “Às vezes” justifica-se pela regência verbal.

C- No trecho “mas suas freguesas nunca foram tão bonitas, embora tão poucas” (l.7-8), as conjunções coordenativas “mas” e “embora” expressam valores adversativos.

D- No trecho “e as mulheres haviam deixado de usar chapéus”(l.8-9), manteria a correção gramatical e o sentido do texto a substituição de “haviam deixado” por havia deixado.

E- Nas linhas 10 e 11, a oração adjetiva “que fossem frequentadas principalmente por mulheres” apresenta valor explicativo.

3- De acordo com o texto, relativamente às suas estruturas linguísticas, assinale a opção correta.

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier) A- No trecho “Minha mãe costumava aparecer na loja, para ver se alguma sirigaita andava por lá” (l.12-13), a oração iniciada pela preposição “para” expressa finalidade.

B- Na linha 15, o ponto-e-vírgula foi empregado para introduzir uma oração longa que exerce a mesma função sintática da oração que a antecede.

C- No trecho “se ela não parava de brigar” (l.15), o pronome “se” está anteposto ao sujeito devido à presença do advérbio de negação.

D- No trecho “Um dia ele me disse que era uma pena” (l.24), o pronome “que” exerce a função sintática de sujeito da oração.

E- Na linha 27, “certa ocasião” exerce a função sintática de complemento direto da forma verbal “disse”.

4- Com base no texto, no tocante a suas ideias e estruturas linguísticas, assinale a opção correta.

A- O trecho “Ela não o viu ficar paralítico” (l.27-28) admite, sem prejuízo para a correção gramatical e o sentido original do texto, a seguinte reescrita: Ela não viu ficá-lo paralítico.

B -No trecho “A impiedosa lucidez com que eu agora pensava em meu pai encheu-me de horror” (l.32-33), o emprego da preposição “com” é facultativo.

C- O trecho “não podemos ver as pessoas que amamos como elas realmente são” (l.33-34) admite, sem prejuízo para a correção gramatical e o sentido original do texto, a seguinte reescrita: não podemos ver as pessoas a que amamos como elas realmente são.

D- O trecho “Como podia eu estar ficando igual a meu pai” (l.37) admite, sem prejuízo para a correção gramatical do texto, a seguinte reescrita: Como podia eu estar ficando igual ao meu pai.

E- De acordo com o último parágrafo do texto, o narrador estava lembrando da morte de seus pais e tinha alucinações com a imagem deles refletida no espelho.

UnB/CESPE – TCE/TO –FEVEREIRO

Texto para as questões de 5 a 7

A internacionalização da economia é um fenômeno constitutivo do capitalismo, o que não significa que haja uma única maneira de lidarmos com os processos que a constituem. É fácil, hoje em dia, confundir as limitações 5 crescentes impostas ao Estado-nação com a construção de um espaço de livre circulação dos indivíduos, promovido pelo movimento desembaraçado de mercadorias e capitais. Os entusiastas da globalização asseguram que a liberdade humana decorre do impulso natural do homem à troca, ao 10 intercâmbio, à aproximação por meio do comércio. Adam Smith corretamente chamou a atenção para o caráter libertador da economia mercantil capitalista e para as suas potencialidades. Marx, herdeiro e defensor das postulações do Iluminismo, indagou se as relações de produção e as 15 forças produtivas do capitalismo permitiriam, de fato, a realização da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.

O capitalismo pode ser definido como a coexistência entre a enorme capacidade de criar, transformar e dominar a

natureza, suscitando desejos, ambições e esperanças, e as 20 limitações intrínsecas à sua capacidade de entregar o que prometeu. Não se trata de perversidade, mas do seu modo de funcionamento.

Na visão de Elizabeth Roudinesco, o sujeito moderno, aquele “consciente de sua liberdade, mas 25 atormentado pelo sexo, pela morte, pela proibição”, é substituído pela concepção “mais psicológica de um indivíduo depressivo que foge de seu inconsciente e está preocupado em retirar de si a essência de todo o conflito”.

Os trabalhos de destruição da subjetividade moderna 30 são realizados por uma sociedade que precisa exaltar o sucesso econômico e abolir o conflito. As ciências humanas e sociais contemporâneas exprimem essas necessidades da sociedade capitalista, ou seja, desse sujeito abstrato, mediante duas visões: a universalidade naturalista, deduzida 35 de disciplinas como a neurociência ou a genética, e a diversidade do culturalismo empírico.

Para os primeiros, os males do mundo podem ser solucionados com doses maciças de Prozac ou de qualquer substância química capaz de aliviar o sofrimento dos 40 “aparelhos biológicos”.

Para os outros, os do culturalismo, o melhor é abandonar as dores que acompanham a constituição de um saber universal e eternamente acabado, refugiando-se na completude do mundo mítico e mágico das verdades 45 particulares e supostamente originárias. As duas visões do sujeito, aparentemente antitéticas, têm em comum o horror à diversidade concreta e irredutível do mundo da vida. Esse horror não pode ser aplacado pela sociabilidade do mercado que transforma o outro em inimigo-competidor.

Luiz Gonzaga Belluzo. O insaciável moloch. In: Carta Capital, 22/10/2008, p. 37-8 (com adaptações).

5- De acordo com as ideias e os aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.

A- Justificam-se pela mesma regra de acentuação os acentos gráficos dos seguintes vocábulos do texto: “única”, “caráter”, “intrínsecas” e “antitéticas”.

B- No trecho “o que não significa” (l.2), o pronome “o” refere-se ao termo “fenômeno” (l.1).

C- O trecho “confundir as limitações crescentes impostas ao Estado-nação com a construção de um espaço de livre circulação dos indivíduos, promovido pelo movimento desembaraçado de mercadorias e capitais” (l.4-7) exerce a função sintática de sujeito.

D- No trecho “promovido pelo movimento desembaraçado de mercadorias e capitais” (l.6-7), manteria a correção gramatical e o sentido original do texto a substituição de “promovido” por promovidos.

E- Infere-se do texto que o indivíduo com ideal libertário e consciente de sua existência se aproveita do mundo globalizado para ampliar sua capacidade racional e desenvolver meios de produção que gerem riquezas e realimentem o sistema capitalista.

6- Com base no texto, assinale a opção correta.

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UnB/CESPE - 2009 (Prof. Deivid Xavier) A- De acordo com o texto, o sujeito moderno é capaz de resolver seus conflitos internos e construir uma sociedade com poucos atritos e sem diversidade, o que beneficia as relações de troca e intercâmbio.

B- O trecho “herdeiro e defensor das postulações do Iluminismo” (l.13-14) exerce, na oração, a função sintática de vocativo.

C- No trecho “suscitando desejos, ambições e esperanças” (l.19), a substituição do termo “suscitando” por reprimindo manteria o sentido original do texto.

D- No trecho “e as limitações intrínsecas à sua capacidade de entregar o que prometeu” (l.19-21), o emprego do sinal indicativo de crase é facultativo.

E- A expressão “ou seja” (l.33) apresenta-se isolada por vírgulas por ter sido deslocada de sua posição original na ordem direta da oração.

7- De acordo com o texto, assinale a opção correta.

A- No trecho “mediante duas visões: a universalidade naturalista, deduzida de disciplinas como a neurociência ou a genética, e a diversidade do culturalismo empírico” (l.34-36), o emprego dos dois-pontos introduz uma citação.

B- O trecho “Esse horror não pode ser aplacado pela sociabilidade do mercado” (l.48-49) admite, sem prejuízo para a correção gramatical do texto, a seguinte reescrita: A sociabilidade do mercado não pode aplacar esse horror.

C -No último período do texto, o emprego de vírgula depois de “mercado” manteria o sentido original do texto.

D -De acordo com o último parágrafo do texto, as ciências humanas e sociais contemporâneas criaram um sujeito abstrato que tem o poder de extinguir os males do mundo por meio de medicamentos.

E- No texto, predomina a narração de fatos, de maneira sequencial e lógica, que culmina com a apresentação de um conceito contemporâneo do sistema capitalista.

GABARITO: 1-E 2-A 3-A 4-D 5-C 6-D 7-B 7 1

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