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CENÁRIO DE MANUFATURA INTEGRADA: FABRICAÇÃO DE MOLDES PARA PEÇAS PLÁSTICAS TERMO-MOLDADAS Wanderson de Oliveira Leite (UFMG) [email protected] Elbert Muller Nigri (UFMG) [email protected] Paulo Eustáquio de Faria (UFMG) [email protected] Romeu Dâmaso de Oliveira (UEMG) [email protected] Juan Carlos Campos Rubio (UFMG) [email protected] Este artigo apresenta uma proposta de um cenário de desenvolvimento Integrado de Manufatura para fabricação de moldes para peças plásticas termo-moldadas que foi implementado em meio acadêmico/industrial envolvendo a atuação conjunta de trêês laboratórios de pesquisa, sendo dois de Engenharia de Produção e um de Engenharia Mecânica. Parceria com empresas representantes de softwares para auxilio à manufatura e uma fabrica permitiu aos pesquisadores da UFMG implementar este cenário visando assim, demonstrações da associação de tecnologias como Sistemas CAD parametrizados, CAE, CAM, digitalizadores tridimensionais, sistemas CAD modeladores de superfícies, modelos matemáticos computacionais e Ferramental Rápido para, acelerar o processo de desenvolvimento de produtos e a produção em pequena e média empresa da área metal-mecânica e de produção de peças plástica temo-moldadas da região metropolina de Belo Horizonte. Este cenário foi estruturado a partir de uma abordagem PLM (Product Lifecycle Management, ou Gestão do Ciclo de Vida do Produto) e ainda, permitiu à possibilidade de fechar o ciclo entre o que é “desenvolvido” e o que é “realmente manufaturado”, vislumbrado um ambiente de manufatura integrada Palavras-chaves: Sistema integrado de Manufatura; Engenharia Reversa; Desenvolvimento integrado de produtos;Modelagem Parâmetrizada;Termo-moldagem XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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CENÁRIO DE MANUFATURA

INTEGRADA: FABRICAÇÃO DE

MOLDES PARA PEÇAS PLÁSTICAS

TERMO-MOLDADAS

Wanderson de Oliveira Leite (UFMG)

[email protected]

Elbert Muller Nigri (UFMG)

[email protected]

Paulo Eustáquio de Faria (UFMG)

[email protected]

Romeu Dâmaso de Oliveira (UEMG)

[email protected]

Juan Carlos Campos Rubio (UFMG)

[email protected]

Este artigo apresenta uma proposta de um cenário de desenvolvimento

Integrado de Manufatura para fabricação de moldes para peças

plásticas termo-moldadas que foi implementado em meio

acadêmico/industrial envolvendo a atuação conjunta de trêês

laboratórios de pesquisa, sendo dois de Engenharia de Produção e um

de Engenharia Mecânica. Parceria com empresas representantes de

softwares para auxilio à manufatura e uma fabrica permitiu aos

pesquisadores da UFMG implementar este cenário visando assim,

demonstrações da associação de tecnologias como Sistemas CAD

parametrizados, CAE, CAM, digitalizadores tridimensionais, sistemas

CAD modeladores de superfícies, modelos matemáticos

computacionais e Ferramental Rápido para, acelerar o processo de

desenvolvimento de produtos e a produção em pequena e média

empresa da área metal-mecânica e de produção de peças plástica

temo-moldadas da região metropolina de Belo Horizonte. Este cenário

foi estruturado a partir de uma abordagem PLM (Product Lifecycle

Management, ou Gestão do Ciclo de Vida do Produto) e ainda,

permitiu à possibilidade de fechar o ciclo entre o que é “desenvolvido”

e o que é “realmente manufaturado”, vislumbrado um ambiente de

manufatura integrada

Palavras-chaves: Sistema integrado de Manufatura; Engenharia

Reversa; Desenvolvimento integrado de produtos;Modelagem

Parâmetrizada;Termo-moldagem

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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1. Introdução

Os sistemas fabricação vêm evoluindo ao longo do tempo para atender aos mercados cada vez

mais competitivos, a exigência do consumidor por produtos mais diversificados e de melhor

qualidade, a informatização de processos produtivos, e ainda, a redução do período de vida

útil dos produtos. Para Casarotto Filho (2006), não só o lançamento de produtos merece uma

nova abordagem. Os projetos de expansão ou implantação de empresas já estão altamente

afetados pelo novo ambiente dinâmico. Atualmente, é essencial que se diminua o tempo entre

as etapas de desenvolvimento e projeto dos produtos e de seus respectivos processos de

produção, estas ações dever ser aliadas à automação ou mecanização dos processos

“artesanais” e manuais de produção e ao aumento da produtividade dos sistemas fabris. O que

se vê segundo Kai Chua (2000), é a necessidade de desenvolver novas técnicas que reduzirá à

dependência dos “artesãos” permitindo, o uso de computadores diminuindo o envolvimento

com processos manuais de fabricação.

Nesse contexto, a região metropolitana de Belo Horizonte/MG, possui um grande parque

fabril voltado para indústria automobilística englobando diversas pequenas e medias empresas

(MPE´s) que em busca de maior competitividade precisam desenvolver processos

automatizados e/ou informatizados em substituição aos processos ou etapas de produção

“artesanal”. Nesse meio se destaca um grupo de empresas que desenvolvem e fabricam peças

através do processo de termo-moldagem ou Vacuum in Forming e utilizam moldes fabricados

de maneira artesanal ou semi- industrial os quais, durante o desenvolvimento e processo fabril

dependem da habilidade do modelador e de ajustes inerente ao processo assim, a

repetibilidade do processo é comprometida e informações se perdem.

Assim sendo, torna-se pertinente o desenvolvimento acadêmico/industrial de cenários de

manufatura integrada para produção de matrizes para peças plásticas termo-moldadas, com

sendo um sistema que propicie o envolvimento de todas as etapas da produção, desde a

concepção inicial do produto até o acabamento final. Diante do exposto, o objetivo desse

trabalho foi então, delinear e implementar este cenário com suas diversas ferramentas

computacionais acelerando o processo de desenvolvimento do design à produção.

2. Revisão de Literatura

2.2. Manufatura Integrada por Computador (CIM)

A manufatura integrada por computador (CIM) surgiu nas últimas décadas, como forma de

integrar computacionalmente a engenharia e a produção. É um sistema que envolve todas as

etapas da produção com a aplicação de sistemas informatizados que integra o projeto do

produto e a sua manufatura, oferecendo flexibilidade, integração de dados e apoio durante o

ciclo de vida do produto (OSIRIS JUNIOR, 2007; adaptado). Estes equipamentos e softwares

automatizados da fabricação incluem máquinas de Controle Numérico (NC), Controle

Numérico Direto (DNC - Direct Numerical Control), Controle Numérico Computarizado

(CNC), planejamento de materiais (MRP - Material Requirement Planning), planejamento dos

recursos (MRP II - Manufacturing Resource Planning), CAD, Planejamento Assistido por

Computador (CAPP), Manufatura Assistida por Computador (CAM), armazenamento

automatizado, aparelho de manutenção controlado por computador, máquinas de medir em

três (3) coordenadas (MM3C) ou braço articulados de medição tridimensional associados a

softwares de qualidade assistida por computador (CAQ - Computer-Aided Quality Assurance)

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e robótica. Assim sendo, a Manufatura Integrada é um sistema que envolve todas as etapas da

produção, desde a concepção inicial do produto até o acabamento final. Para tanto é

necessário se gerar, processar e compartilhar informações em todas as etapas através de

ferramentas computacionais, de forma a se gerar e integrar os dados de todas as etapas do

desenvolvimento do produto e produção.

2.3. Ferramentas/Recurso na Implementação da Manufatura Integrada – CIM

Computer Aided Design, ou simplesmente CAD foi implementado pela primeira vez em 1963

no Massachusetts Institute of Technology (MTI). Atualmente o CAD abrange um grande

número de programas computacionais (softwares) utilizados como ferramenta de apoio à

representação gráfica (ROMEIRO FILHO, 1996; adaptado). Seus principais benefícios

associados ao uso nos últimos anos incluem validação de projetos, padronização de

bibliotecas, exportação/importação de dados e maior quantidade de recursos técnicos

(plugins) que gerando entidades geométricas significativas. Nesse sentido os softwares CAD

passaram a dar suporte a todas as etapas do desenvolvimento de produtos e dada à grande

funcionalidade dos softwares, atualmente disponíveis no mercado, uma melhor designação

para esta ferramenta pode ser dada por Computer Aided Product Modelling System, ou

Sistema de Modelagem de Produto Assistido por Computador (Grabowski et ali, 1998).

O CAE ou engenharia Auxiliada por Computador é uma ferramenta de trabalho que utiliza o

computador para dar suporte à engenharia de desenvolvimento, auxiliando no

desenvolvimento de projetos, por meio de análises pré-definidas, tais como: análises estáticas,

dinâmicas, térmicas, magnéticas, de fluidos, acústicas, de impacto e simulações. Basicamente

a essência do CAE é o Método de Análise por Elementos Finitos (MEF) UNIMEP, (2003).

Neste contexto, ao utilizar uma abordagem de engenharia preditiva pode-se atacar problemas

já no inicio do projeto, reduzindo o número de correções de alto custo, ou seja, a substituição

das técnicas tradicionais de confecção de protótipo pela a construção e o teste de protótipos

em nível de software, reduzindo significamente os custos e tempo de projeto, enquanto

aprimora a qualidade do produto (Costa et al, 1995, adaptado). Todavia, a análise por

elementos finitos não é restrita apenas a estruturas mecânicas, podendo ser aplicada a vários

problemas sob forma arbitrária, cargas e condições de contorno quaisquer. Uma recente e

prospera aplicação está no desenvolvimento de produtos por sopro-moldagem e termo-

moldagem plástica com o Software B-Sim e T-SIM.

A sigla CAM refere-se a todo e qualquer processo de fabricação controlado por computador.

Sua origem remota-se ao desenvolvimento das máquinas controladas numericamente (NC) no

final dos anos 40 e início dos 50. A tecnologia mais sedimentada em CAM é a programação

de máquinas de comando numérico auxiliadas por computador (CNC), conceito que ficou

muito difundido com a sigla CAD/CAM, que representa módulos de programação CN em

sistemas CAM. Os atuais sistemas de CAM realizam a programação de todos os tipos de

usinagem CNC com mais rapidez e precisão, utilizando a trajetória de ferramenta.

A informação de entrada para o sistema é o desenho da peça gerado num sistema CAD ou o

percurso da ferramenta. Também seu recurso de simulação gráfica da usinagem permite a

verificação de todas as operações envolvidas, através de uma animação tridimensional,

envolvendo a peça e a ferramenta de corte, eliminando assim a programação de uma máquina-

ferramenta CNC feita manualmente, onde a confiabilidade da usinagem somente era

alcançada à custa de longos e caros procedimentos de try-out e depuração do programa.

2.4. Engenharia Reversa

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A Engenharia Reversa (ER) pode ser definida como o processo de obtenção um modelo de

CAD tridimensional (3D), através da digitalização de um modelo físico existente por meio de

scaneamento de pontos ou nuvem de pontos (RAJA et al, 2008). Abella et al. (1994),

descreveu ER como, o conceito básico de produzir um produto inicial em um modelo final ou

físico sem o uso de um desenho de engenharia. Por outro lado para Yau et al.(1993), define

ER, como o processo de refazer as geometrias de produtos manufaturados, através da

digitalização e modificando um modelo de CAD existente. Assim sendo, a engenharia reversa

consiste de forma simplificada, em criar um objeto computacional partindo de um modelo

real, onde aplicativos gerenciam os arquivos digitalizados - entende-se aqui por aplicativos

softwares de desenho, manufatura ou medição - permitindo importar, em determinados

formatos, os dados obtidos por meio de digitalização com apalpadores mecânicos ou leitores

ópticos, com o objetivo, de criar um modelo ou protótipo, interfaceando ferramentas.

Sua principal aplicação está relacionada à atividade industrial, e é agora considerada segundo

Raja et al. (2008), uma das tecnologias que provê benefícios financeiros, encurtar tempos de

desenvolvimentos de produtos e tornam as empresas mais competitivas.

2.5. Digitalização

O conceito de digitalização abrange principalmente o aspecto de capturar (extrair)

informações com base em pontos em um espaço 3D, onde o modelo físico é referenciado em

um sistema de coordenadas cartesianas. Com a extração da informação em três dimensões,

pode-se então, usá-la para desenvolver o desenho ou outras representações da peça para

posteriores reprojeto, análise ou fabricação. Os Digitalizadores Tridimensionais são scanners

3D, com capacidade de obter as coordenadas tridimensionais de um objeto sólido real.

Existem vários métodos com os quais se podem extrair dados de uma superfície, esses

métodos podem ser classificados em cinco grandes categorias: Métodos de digitalização por

contato; Métodos de digitalização sem contato; Métodos de medição manuais; Iluminação

estruturada e Spot Ranging (Legge, 1996; adaptado). Quanto ao processo são utilizados

equipamentos compostos, basicamente, por sensores de alta definição que têm como função a

captação, ponto a ponto, do formato de uma peça. Os sensores utilizados podem ser:

apalpadores, sensores a laser e sensores óticos por luz branca ou sensores por ondas

magnéticas (Guerreiro, 1999). Ainda, quanto ao aspecto técnico/tecnológico utilizado para

capturar, existem diferentes sistemas que funcionam integrados ou não a softwares CAD

como as máquinas de medir em três (3) coordenadas (MM3C), digitalização Eletromagnética

e digitalização Sônica (SAC, 1989; adaptado).

2.6. Prototipagem Rápida e Ferramental Rápido

A prototipagem rápida, desenvolvida há cerca de duas décadas permite a construção de um

modelo em poucos dias ou horas, a partir da materialização de desenhos ou modelos virtuais

projetados em computador através de sistemas CAD, CAM, CAE e outros com alta fidelidade

(Silva, 1999). A primeira técnica comercial de PR, a Estereolitografia, surgiu em 1987.

Atualmente existem mais de 30 diferentes processos de RP, nem todos disponíveis

comercialmente. Podemos sinteticamente considerar, que “todos” os processos de

prototipagem rápida comercialmente existentes são constituídos por cinco etapas básicas: 1ª)

criação de um modelo CAD da peça que está sendo projetada; 2ª)Conversão do arquivo CAD

em formato STL, próprio para estereolitografia; 3ª) Fatiamento do arquivo STL em finas

camadas transversais; 4ª) Construção física do modelo, empilhando-se uma camada sobre a

outra; 5ª) Limpeza e acabamento do protótipo. Concomitantemente, as tecnologias de RP,

permitem não somente confeccionar diretamente o protótipo de um componente ou peça a ser

moldada, mas também, produzir rapidamente um molde ou ferramental protótipo. Esta

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possibilidade deu origem a uma área denominada de Ferramental Rápido (RT, Rapid

Tooling), envolvendo as técnicas de obtenção de moldes protótipos. Assim, as RT são

ferramentas para produção de peças em pequenos lotes, envolvendo as técnicas de obtenção

de moldes protótipos. São utilizados materiais e processos mais “baratos” e mais rápidos. O

termo vem também sendo aplicado ao processo de usinagem CNC quando utilizado para

fabricação de moldes protótipos em resina, alumínio etc.

2.7. Modelos Matemáticos para Refinamento de Dados

A reconstrução de objetos por dados de amostragem é uma forma importante de obtenção de

parâmetros geométricos para modelos existentes. Os modelos devem ser fielmente

reconstruídos, isto é, algumas formas de representação requerem que as definições de um

objeto não se desviem dos pontos mais do que o erro de medição fornecido. A representação

pode ser discreta (ex. um conjunto de triângulos), ou contínua (ex. um modelo matemático ou

algoritmo que se ajusta em uma superfície através de subconjuntos de pontos). Uma aplicação

deste processo de superfícies ajustadas e/ou interpoladas são malhas construídas através da

utilização das splines cúbicas (um spline é uma curva definida matematicamente por dois ou

mais pontos de controle, os pontos de controle que ficam na curva são chamados de nós) e/ou

combinando métodos especiais de interpolação com triangulações ou curvas B-splines. Um

modelo de ajuste e interpolação dos pontos através de B-splines é a utilização do NURBS

(Non- Uniform Rational B-splines) que reproduz, com exatidão, a forma do modelo físico e

ainda possibilita a alteração interativa da forma (superfície). Estes modelos matemáticos

foram desenvolvidos inicialmente por Lagrange, Hermite e mais recentemente pelo francês

Paul Bézier, que utilizou em 1972 sua formulação no sistema Unisurf, para representar formas

complexas de um painel de carro.

Figura 1 – a) Aproximação das curvas b-splines, (b) superficie aproximada,

(c) Reconstrução da Nurbs surface. Fonte: Adaptado de A. Werner a, et. al, (1997).

Atualmente, os sistemas CAD classificados como modeladores de superfícies permitem a

construção de formas complexas, dando ao usuário total liberdade para o modelamento de

seus produtos. Um sistema CAD com estas características possui sofisticados modelos

matemáticos que possibilitam representações geométricas complexas.

2.8. Projeto Parametrizado de Superfícies para Fabricação

No modelamento paramétrico as modificações necessárias estão relacionadas somente a

parâmetros de engenharia, por exemplo, mudança de material, aumento ou redução de uma

determinada dimensão, mudança na potência necessária. A modelagem paramétrica consiste

basicamente em transformar uma feature em equações matemáticas ou valor numérico,

permitindo, além de sua armazenagem de forma eficiente e customizada modificar a forma

geométrica ou características apenas alterando valores. Nesse contexto existem no mercado

diversos grupos de softwares modeladores de superfície (Wireframe, Paramétricos, Híbridos

etc.) que, modelam interfaceando ferramentas de CAD, CAM, ER, CAQ etc. ou modelam

diretamente dos dados. Os que modelam interfaceando ferramentas, estão centrados nas

c) b) a)

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ferramentas para a otimização das malhas ou na criação de superfícies de alta qualidade

associado aos que parametrizam os modelos em CAD 3D. Por outro lado, os que modelam

diretamente dos dados, como por exemplo, o Rapidform XO Redesign possuem, ferramentas

de modelagem e criação de superfícies NURBS, oferecendo ao utilizador ferramentas para

passar os modelos de malha poligonal para um modelo CAD completamente paramétrico,

dentro de um único sistema.

2.9. Inspeção Assistida por Computador - CAI

O desenvolvimento tecnológico no campo da inspeção automática e controle do produto

integrando-se a CIM tornou a operação de inspeção geométrica ou dimensional tão flexível e

automática quanto às máquinas-ferramenta usadas na fabricação das peças, transferindo o

controle de qualidade das “Salas de Metrologia” para o chão de fábrica, utilizando tecnologia

de medição próxima à unidade de fabricação. Assim, o objetivo da inspeção geométrica

tornou-se mais ambicioso, surgindo à integração a nível lógico com a realimentação

automática do processo baseado em dados de inspeção geométrica, ou seja, a utilização de

banco de dados dos sistemas CAD/CAM como referencial para comparação, e indexação, de

valores atribuídos aos sistemas de controle. A integração a nível físico, por outro lado, foi o

ponto de partida para concepção dos atuais sistemas inspeção integrados, próximo ao processo

de fabricação, sendo constituídas por máquinas de medir por coordenadas (CMM) e/ou

sistemas de medição multipontos (medição diferencial), medidor de rugosidade e unidades de

transporte e manipulação de peças. Ao mesmo tempo, sistemas mais simples realizam apenas

a verificação dimensional e de posição, sendo normalmente constituídos por uma CMM que

em alguns casos, são as próprias máquinas CNC.

2.10. Termo-Moldagem: Vacuum in Forming

A termomoldagem, Vacuum in Forming ou termoenformação de folhas de polimeroes é um

modo de processamento de termoplástico que consiste em impelir contra a superficie do

molde, por acção de uma pressão mecânica, ou usando vácuo, uma folha de “plástico”

aquecida através da retirada do ar da superfície do molde, por intermédio de micro orifícios

no molde ou matriz. (ROCHA(1990) e SMITH (1998), adaptado). O processo de vacuum

forming produz peças plásticas para várias aplicações, tais como: indústria alimentícia,

cosméticos, equipamentos médicos, eletrônica, indústria automotiva, materiais de escritório e

outros. A matéria-prima pode alcançar chapas com até 3000 mm de comprimento, espessuras

de 1 a 8 mm e chapas de ABS, PP, PEAD, PSAI e PETG. A qualidade dos produtos moldados

é consiguida em grande parte pela qualidade do molde pois, os processo de moldagem cópia

fielmente a superfície do molde utilizado. Assim sendo, para tiragens limitadas, pode-se usar

moldes de madeira, resina epoxi e massa plástica. Entretanto, para grande produção com

qualidade superior, é aconselhado o uso moldes de alumínio, que garantem a boa

reprodutibilidade dos produtos, além proporcionar maior vida útil dos moldes.

(Figura 2 - Exemplos de aplicação: a)Spoiler; Fiat Strada; b) Spoiler, saia e para-choque; Forf;

c) Para lama; CNH

b) c) a)

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Os moldes pode ser de dois tipos:

- Molde Positivo: É o molde mais usado no mercado, em vista de seu baixo custo de produção

e da possibilidade de obtenção de peças com superfícies mais rígidas.

- Molde Negativo: Este tipo de molde é o mais usado para a produção de grandes séries de

produtos, pois permite uma economia considerável de matéria prima.

Figura 3 – Processo de termo deformação: Moldes negativo e positivo.

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3. Metodologia e Métodos

3.1. Estudo da Prática

Tendo como referência a aplicabilidade do método em PME´S e no meio acadêmico esta

pesquisa, abordou uma proposta de cenário voltado para fabricação de produtos com baixa

complexidade e com o uso de equipamentos de baixo custo e/ou terceirizarão de etapas.

Assim sendo, no meio acadêmico esta experiência resultou na integração de três laboratórios

de pesquisa sendo, dois de Engenharia de Produção e um de Engenharia Mecânica. Quanto à

aplicabilidade em PME´s fica evidente a necessidade de terceirização de parte dos serviços

relacionados ao projeto como, digitalização da geometria do produto, análise de engenharia

(CAE) e feramental rápido.

3.2. Engenharia Simultanea e Engenharia Reversa Integrada a Manufatura

O cenário aqui proposto deve contar com ferramentas computacionais e metodo capaze de

suprir as necessidade de manipular informações, de forma a se gerar e integrar as informações

de todas as etapas do desenvolvimento do produto de forma simultânea. As filosofias atuais

de projeto são mais flexíveis, sem a necessidade de que se sigam todas as etapas de maneira

seqüencial (uma após a outra) atualmente desenvolvem-se os conceitos de Engenharia

Reversa e Engenharia Simultânea para este contexto.

A engenharia simultânea, ou originalmente, Concurrent Engineering, surgiu na última década,

como forma de tornar mais rápida ainda à execução de projetos, utilizando o conceito de

força-tarefa de forma a realizar simultaneamente (paralela), várias etapas do ciclo de vida do

produto. Complementar a isso, a Engenharia Reversa (ER) difere do processo tradicional de

desenvolvimento de produtos por utilizar como ponto de partida um produto já concebido, ou

seja, caso sejam identificadas e atendidas as necessidades dos clientes através da melhoria do

produto pré-existente, a ER torna-se um método de apoio à implementação destas

modificações.

Assim sendo, relacionado os trabalhos de Otto e Wood (1996), Noqueira (2006) e Raja et all

(2008) a implementação do método no meio acadêmico, conforme já exposto, foi direcionada

para uso de uma metodologia que contemplasse a Engenharia Simultanea e Reversa como

forma de fechar a ciclo entre produto e processos de fabris integrando a manufatura, com

utilização compartilhada de informações através de sistemas informatizados. A Figura 4,

apresenta a metodologia aqui adotada.

Figura 4 - Ciclo de desenvolvimento de produto em um ambiente integrado.

Fonte: Adaptado de Raja, Vinesh, Fernandes, Kiran J. (2008)

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4. Desenvolvimento de Moldes para Peças Plástica Termo-Moldada em um Sistema

Integrado de Manufatura

4.1. Metodologia de Implementação do Sistema

A implementação do sistema integrado de manufatura, consistiu na integração dos

equipamentos de manufatura, como máquinas ferramenta, e os equipamentos e acessórios

auxiliares, utilizados nas fases de projeto, como softwares de CAD, CAE e CAM. Todos estes

equipamentos são conectados em sistema de rede e utilizam o mesmo banco de dados que, por

sua vez operam com os softwares necessários ao controle e à troca de informações entre os

equipamentos componentes do sistema de manufatura. Fez-se a implementação de acordo

com as seguintes etapas:

Determinação das aplicações do sistema. A partir dos equipamentos disponíveis e

cenários idealizado, determinaram-se as possíveis aplicações do sistema;

Estudo e determinação das ferramentas computacionais a serem utilizadas no sistema;

Escolha dos softwares necessários ao controle e à troca de dados entre os

equipamentos, de forma que o sistema pudesse desempenhar as aplicações

estabelecidas no item anterior;

Implementação do sistema;

Delimitação de exemplo prático;

Análise dos resultados, conclusões e sugestões.

4.2. Implementação do sistema

O sistema foi implementado com a utilização de microcomputadores, onde todos os softwares

foram instalados. Neles foram conectados os equipamentos e o centro de usinagem, e ainda,

um deles servil como servidor e gerênciador de dados do produto conforme Figura 5.

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Figura 5 - Esquema funcional do cenário integrado de manufatura idealizado

4.3. Equipamentos Disponíveis

Relação dos equipamentos utilizados no sistema de manufatura e suas especificações

principais:

A) Centro de Usinagem ROMI Discovery 560, figura 6a

Especificações:

Motor Principal:

Cursos:

X = 560 mm

Y = 406 mm

Z = 508 mm

12,5 cv

Avanços rápidos:

X = 25 m/min

Y = 25 m/min

Z = 20 m/min

B) Equipamento de Medir por Cordenadas (CMM) TESA Micro-Hite 3D, figura 6b.

Especificações:

Tamanho da mesa

970 x 1620 x 930mm;

Área de trabalho

Painel de controle:

460 x 510 x 420 mm;

Display com 89 x 118 mm, mostrador retro-iluminado, 7 teclas.

Modalidade digitalizador 3D Sensor: Opto-Eletrônicos

Sonda: Sólida com ponta esférica, cônica, chata ou de rubi;

Precisão:0,003mm

Comprimento da sonda 10mm, diâmetro da ponta 1 a 8 mm;

Método de escaneamento: Contato;

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Pontos por segunto: 1 a 10 pontos por segundo e contínuo.

Passo de escaneamento: Eixo X/Y/Z 0,04mm mínimo.

C) Equipamento de Sopro-Moldagem (Vacuum in Forming) figura 6c.

Especificações:

Tamanho da máquina

1500 x 1750 x 1700mm;

Peso

Consumo médio de energia

Em trabalho

Área de trabalho

Altura e profundidade máxima de moldagem

~250kg

~8KW/H

600 x 400 mm;

250mm

Ciclagem média

Capacidade da bomba de vácuo

Pressão de trabalho

~1,5 Ciclos por minuto

10m³/hora

6 a 8 bar

Figura 6 - Máquinas utilizadas: a) CNC ROMI Discovery 560, b) CMM TESA Micro-Hite 3D

c) Equipamento de Sopro-Moldagem

4.4. Determinação das Ferramentas Computacionais Utilizadas

Escolheu-se os softwares a serem utilizados no sistema de manufatura de forma que todos

pudessem compartilhar informações entre si. Desta forma, todos os sistemas CAD,

CAD/CAM, CAE, ER e CAQ escolhidos são capazes de operar com um formato de arquivo

comum, para que os dados sejam transferidos de uma etapa para a outra durante o processo de

produção de uma peça.

Sistemas utilizados:

Software CAD modelador de superfície, edição de imagens e ajuste matemático de

superfícies Rhinoceros 4.0 e Software de modelamento de sólidos, moldes, montagem e

detalhamento SolidWorks 2008. Utilizados para projeto, alterações e redimensionamentos

dos dados importados pelo software de digitalização e CAE.

O software CAE de análise por elementos finitos, Cosmos by SolidWorks

Software CAD/CAM Unigraphic para programação do centro de usinagem. Utilizado para

gerar a partir dos arquivos em formato 3D da peça a ser usinada, os códigos de

programação e os parâmetros processo.

Software MMC para digitalização de imagens ReflexScan Digitizing. Utilizado para

controlar o digitalizador tridimensional e definir os parâmetros de digitalização, converte

as coordenadas do objeto digitalizado em pontos ou estruturas de segmento de linhas 3D.

4.5. Fabricação de Molde para Peça Plástica Termo-Moldada: Caso Prático

O caso prático apresentado a seguir descreve o emprego da metodologia proposta no

desenvolvimento de um produto termo-moldado. A redução do tempo de desenvolviemnto do

a) b) c)

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produto e a melhoria no produto e em seu processo de fabricação, resultantes da implantação

do cenário proposto foi o objetivo principal.A metodólogia proposta descrita nas seções

anteriores foi implementada em dez etapas:

Desenvolvimento do produto: A partir do brifieng anteriormente definido foi previamente

desenvolvido o produto conforme características e especificações técnicas adotando-se uma

metodologia específica para desenvolvimento de produtos pelos responsáveis do Design do

produto, figura 7a.

Figura 7 - Desenvolvimento do Produto: a) Produto desenvolvido, b) Curvas de Conversão, c) Análise estrutural

Análise estrutural (CAE): Foi realizado uma análise estrutural das curvas de conversão das

superfícies e pontos de ruptura por estriamento (redução brusca da espessura das paredes),

para determinar possíveis problemas de fabricação. Figuras 7b e7c.

Desenvolvimento do projeto do ferramental rápido: Foi desenvolvido com auxilio de software

CAD/CAM específico o projeto de ferramental rápido para fabricação de um pequeno lote de

peças levando em considerações as características inerentes ao processo de fabricação.

Fabricação dos moldes: Foi fabricado o molde através de usinagem em um centro de

fresamento CNC utilizando como matéria-prima MDF e posteriormente, resinados e ajustados

manualmente, figura 8a.

Figura 8 – Manufatura do Produto: a) Modelo em MDF, b) Fabricação do Produto, c) Produto final

Fabricação de peças protótipos: Foram fabricadas 12 peças em um maquinário especifico para

termo-moldagem de desenvolvimento e fabricação da empresa parceira. Nessa etapa foram

realizados diversos ajustes no modelo. Pois, apesar de serem realizados cálculos empíricos

(know how da empresa) do projeto dos moldes aspectos inerentes ao processo como

temperatura de aquecimento do material, pressão de sucção, capacidade de estiramento do

material e contração térmica interferiram no dimensional final do produto.

Planejamento e Coleta de Dados: Após a fabricação e aprovação do produto, foi realizado um

planejamento e coleta de dados digitalizados, ou seja, digitalização ou scaneamento 3D

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através de uma máquina de medição por coordenas 3D, para que o dimensional final do

produto e molde fosse novamente comparados com o projeto do molde e produto final.

Controle dimensional: A partir dos dados coletados pelo equipamento figuras 9a e 9b foram

realizadas duas etapas distintas. Na primeira etapa foi, avaliado e ajustado os dados referentes

ao dimensional final do produto, para que o mesmo atenda as características dimensionais e

volumétricas do projeto. Já na segunda foi utilizado o dimensional capturado pelo

equipamento 3D para ajustes no projeto do molde e interpolação junto com os dados

digitalizados das peças. Nesta etapa o uso de software parametrizado foi essencial

possibilitando através de ajustes dos parâmetros a correção rápida e eficiente do projeto.

Figura 9 – Engenharia Reversa: a) Digitalização do Molde, b) Digitalização do modelo,

c) Ajuste do produto parametrizado pelos pontos capturados

Análise estrutural: Foi realizada novamente a análise estrutural conforme anteriormente

apresentada para revalidar os projetos.

Documentação técnica: Após as etapas posteriores e validação dos modelos pôde-se

considerar que o projeto anteriormente desenvolvido é o projeto final do molde. Ao mesmo

tempo as informações contidas nos sistemas informatizados sevem como base para um

novo Know How da empresa e, posteriormente para estudos técnicos e análises estatísticas

para delineamento de variáveis do processo e seus efeitos no projeto do molde e produto

final.

Fabricação do molde produção em série: Conforme proposto pela metodologia e delineado

pelo cenário, as informações contidas nos sistemas informatizados são utilizadas

novamente para programação em sistemas CAD/CAM da fabricação do molde em metal

ou resina. Ao mesmo tempo, os dados são utilizados pela máquina de medir por

coordenadas, agora sistema para controle dimensional do molde usinado (CAQ).

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Figura 10 – Projeto final: a) Análise estrutural, b) Projeto do Molde Final, c) Protótipo final acabado

5. Considerações Finais

Apesar de não ter sido realizada a etapa Fabricação do molde para produção em serie,

propostas na metodologia, podemos inicialmente, realizar algumas conclusões a respeito das

etapas finalizadas.

Primeiramente, o sistema apresenta grande flexibilidade, permitindo que seja facilmente

configurado para produção de peças de diferentes geometrias e maior complexidade.

Ao mesmo tempo, a integração da digitalização 3D com a Fabricação Rápida pode acelerar o

processo de desenvolvimento e manufatura de um produto. A necessidade de adotar

plataformas computacionais de maior nível (high range e midle range), fez com que o projeto

assumisse um caráter tecnologicamente mais atual. As empresas Unigraphic Solutions (São

Caetano, SP) e Solid Minas (Belo Horizonte, MG), representantes de ferramentas

computacionais de auxilio a produção facilitaram o acesso a seus produtos contribuiu para a

implementação do cenário.

Concomitantemente, a participação dos pesquisadores do Programa de Pós Graduação em

engenharia de Produção da UFMG permitiu o contato com empresas da área de software para

auxilio à manufatura e empresas fabricantes de peças termo-moldadas. Isto contribuiu para o

desenvolvimento de um “cenário de manufatura integrada para produção de moldes”. Os

resultados deste trabalho permitem a disponibilização de um ambiente integrado de

manufatura baseado no uso de ferramentas computacionais comerciais e equipamentos para

auxilio a ações em engenharia reversa e fabricação rápida, podendo ser usado para

demonstrações tanto para clientes das empresas parceiras quanto para o estudo de alunos de

graduação e pós-graduação da UFMG. Isto poderá atender ao anseio das pequenas e médias

empresas em conhecer os benefícios da adoção destas tecnologias para acelerar e flexibilizar

sua produção e diminuir o tempo de desenvolvimento e melhoria de produtos.

Por fim, em testes realizados para produção de protótipos a partir de um modelo artesanal, o

tempo gasto entre os departamentos de engenharia e a linha de produção de peças por

usinagem foi inferior a quatro dias.

6. Referências

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