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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE FAC CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO JOSÉ WILLIAM DA COSTA NETO A IMPORTÂNCIA DO MICROCRÉDITO PARA O DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDEDORISMO: UM ESTUDO DE CASO DOS CLIENTES DA AGÊNCIA DO BNB ALDEOTA. FORTALEZA 2014

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE – FAC

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

JOSÉ WILLIAM DA COSTA NETO

A IMPORTÂNCIA DO MICROCRÉDITO PARA O DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDEDORISMO: UM ESTUDO DE

CASO DOS CLIENTES DA AGÊNCIA DO BNB ALDEOTA.

FORTALEZA 2014

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JOSÉ WILLIAM DA COSTA NETO

A IMPORTÂNCIA DO MICROCRÉDITO PARA O DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDEDORISMO: UM ESTUDO DE

CASO DOS CLIENTES DA AGÊNCIA DO BNB ALDEOTA Monografia apresentada ao Curso de Administração da Faculdade Cearense, como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharelado em Administração. Orientador: Prof. Ms. Paulo Francisco Barbosa Sousa

FORTALEZA 2014

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JOSÉ WILLIAM DA COSTA NETO

A IMPORTÂNCIA DO MICROCRÉDITO PARA O DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDEDORISMO: UM ESTUDO DE CASO DOS CLIENTES DA AGÊNCIA

DO BNB ALDEOTA

Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Administração, outorgado pela Faculdade Cearense (Fac), tendo sido aprovado pela banca examinadora composta pelos professores. Data de aprovação: ____/____/____. Conceito:

______________________________________ Prof. Ms. Paulo Francisco Barbosa Sousa

Orientador

______________________________________ Prof. Ms. Daniel de Oliveira Sancho

Membro

______________________________________ Prof. Ms. Denílson Albano Portácio

Membro

______________________________________ Prof. Ms. Phryné Azulay Benayon

Membro/Coordenadora do Curso

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AGRADECIMENTOS

A Deus, nosso pai, criador do Universo.

Aos meus pais, fonte de ensinamentos para a vida.

Aos meus familiares, companheiros de todas as etapas até agora vividas.

Ao orientador, Professor Ms. Paulo Francisco Barbosa Sousa, pelos ensinamentos,

paciência e tempo dedicados à conclusão dessa obra.

Aos colegas do Curso de Administração, pelas experiências compartilhadas.

A todos que contribuíram na execução deste trabalho.

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RESUMO Os índices elevados de trabalhos informais nas grandes cidades do Brasil podem demonstrar que o brasileiro possui capacidade empreendedora e descobre novas oportunidades em mercados já existentes. Assim, para auxiliar o empreendedor popular a alcançar seus objetivos e metas algumas instituições começaram a conceder créditos aos que exerciam uma atividade econômica informal ou que pretendiam principiar seu próprio negócio uma vez que o crédito bancário no Brasil caracteriza-se por ser extremamente caro. Assim, o objetivo geral desta monografia consistiu em identificar a importância do Microcrédito como fator importante para o desenvolvimento do empreendedorismo. E a hipótese figurou-se na seguinte proposição: sendo a política do microcrédito um modelo de financiamento diferenciado ao conceder crédito sem muita burocracia, espera-se, então que o microempreendedor obtenha benefícios com este recurso. Como metodologia adotou-se uma pesquisa da natureza quantitativa e com tipologia descritiva, documental, bibliográfica, e de campo, por meio de um estudo de caso, realizada na agência do BNB – Aldeota, situada no município de Fortaleza-Ceará. Os resultados obtidos na pesquisa demonstraram que o empreendedor que busca crédito possui um perfil bastante diversificado, sendo, em sua maioria, mulheres de 21 a 30 anos; casadas; com ensino médio completo; que desempenham a atividade de 1 a 3 anos; que atuam em sua maioria no comércio; e que nunca desempenharam outra atividade. Em relação à atividade desenvolvida os resultados da maioria referiram que a falta de experiência foi a principal dificuldade vivenciada; que só a experiência não é suficiente para alcançar o sucesso; e que já procuraram aprimoramento profissional. São empresas de perfil familiar, cujos proprietários administram sozinhos seus empreendimentos e não possuem nenhum tipo de consultoria profissional. Assim, de posse dos resultados obtidos com a pesquisa aplicada conclui-se que o fornecimento de Microcrédito é muito importante para o desenvolvimento do empreendedorismo, pois por meio dele muitos trabalhadores configurados como informais, ao aderirem a este financiamento, passam a se formalizar e, com isso, os benefícios são sentidos em toda a economia nacional. Palavras-chave: Empreendedorismo, Empreendedor, Microcrédito.

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ABSTRACT The high levels of informal work in the big cities of Brazil can demonstrate that the Brazilian has entrepreneurial skills and find new opportunities in existing markets. In order to help the popular entrepreneur achieve their goals and targets some institutions began to issue credit to those who exercised an informal economic activity or who wished to begin their own business since bank credit in Brazil is characterized by being extremely expensive. Thus, the general aim of this thesis was to identify the importance of microcredit as important for the development of entrepreneurship factor. And the hypothesis figured on the following proposition: Being the politics of microcredit model of differential funding grant credit without much bureaucracy, it is hoped, then, that the microenterprise get benefits from this feature. The methodology adopted was a survey of quantitative and descriptive, documentary, bibliographic typology, and of course, through a case study conducted at the agency BNB - Meireles, located in Fortaleza - Ceará. The results obtained in this research showed that entrepreneurs seeking credit has a very diversified profile and mostly women; 21-30 years; married; had completed high school; performing the activity 1-3 years; working mostly in trade; and never played another activity. Regarding the activity performed most of the results indicated that the lack of experience was the main difficulty experienced; that only experience is not enough to succeed; already sought professional improvement; listing companies are family; who run their own businesses and do not have any type of professional advice. Thus, with the results obtained with applied research concludes that the provision of microcredit is very important for the development of entrepreneurship, because through him many configured as informal workers to join this funding shall be formalized and thus the benefits are felt throughout the national economy. Keywords: Entrepreneurship, Entrepreneur , Microcredit .

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SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS ........................................................................................ 07

LISTA DE GRÁFICOS ..................................................................................... 08

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 09

2. CAPITULO - CONTEXTO DA ECONOMIA INFORMAL NO BRASIL .............. 12

2.1 Levantamento do setor informal no Brasil ..................................................... 12

2.2 Aspectos gerais do microempreendedor individual .................................... 15

3. CAPÍTULO - DEFINIÇÃO DO EMPREENDEDOR ....................................... 17

3.1 Evolução histórica do empreendedorismo ...................................................... 18

3.2 Características dos empreendedores de sucesso ....................................... 19

3.3 Empreendedorismo e a geração de empregos ........................................ 22

4. MICROCRÉDITO ............................................................................................... 24

4.1Origem e conceitos ......................................................................................... 24

4.2 Benefícios do microcrédito ............................................................................ 26

4.3 As instituições que oferecem microcrédito no Brasil ........................................ 28

4.3.1 Instituições que operam o microcrédito no Ceará ..................................... 30

5. METODOLOGIA CIENTÍFICA ........................................................................ 32

5.1 Tipos de pesquisa ......................................................................................... 32

5.2 Caracterizações da pesquisa ........................................................................ 32

5.3 Coletas dos dados ........................................................................................ 33

5.4 Objeto de estudo ........................................................................................ 33

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................. 35

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 48

APÊNDICE ....................................................................................................... 53

ANEXO ....................................................................................................... 58

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LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Características do empreendedor .............................................. 20

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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Sexo ............................................................................................ 35

Gráfico 2 – Idade ............................................................................................ 36

Gráfico 3 – Estado Civil .................................................................................... 36

Gráfico 4 – Grau de Escolaridade ................................................................... 37

Gráfico 5 – Tipo de Atividade Desenvolvida .................................................... 38

Gráfico 6 – Tempo que desenvolve a atividade .............................................. 38

Gráfico 7 – Faturamento anual da empresa .................................................... 39

Gráfico 8 – Desenvolvimento de outra atividade ................................................ 40

Gráfico 9 – Dificuldades vivenciadas no inicio do negócio ............................... 40

Gráfico 10 – A experiência foi fator suficiente para alcançar o sucesso ............ 41

Gráfico 11 – Possui orientação e aprimoramento profissional ...................... 42

Gráfico 12 – Perfil da empresa ....................................................................... 42

Gráfico 13 – Administra sozinho o empreendimento ..................................... 43

Gráfico 14 – Possui consultoria profissional .................................................. 44

Gráfico 15 – Administra sozinho o empreendimento ..................................... 45

Gráfico 16 – Possui consultoria profissional .................................................. 45

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INTRODUÇÃO

A história do mercado de trabalho no Brasil desenvolve-se permeada por

uma grande heterogeneidade, marcada durante a evolução histórica do país por

diferenças no âmbito econômico, social, político, tecnológico e cultural.

A homologação do Decreto Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943,

referente à legislação trabalhista brasileira, consiste num marco para a

regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho, tornando-se, a

partir de então, evidente a existência de pessoas que trabalhavam na formalidade e

na informalidade.

No período correspondente ao início da década de 1980 os trabalhos

informais foram ganhando mais destaque no cenário nacional, porém foi a partir de

1990 que o processo de elevação da informalidade atingiu patamares sem

precedentes. Em 1986 a população ocupada com a informalidade era de 36,6%, em

1991 atingiu 41% e em 1999 ultrapassou os 59% (RAMOS, 2002; SABADINI e

NAKATANI, 2002).

Suisso (2006) refere-se a esta situação como uma solução provisória para

os altos níveis de desemprego no Brasil, ocorridos principalmente em virtude da

ocorrência de políticas anti-inflacionárias, das crises financeiras e das mudanças

estruturais, como a abertura comercial e financeira, a reestruturação produtiva, a

privatização, a ampla incorporação da força de trabalho pelo setor de serviços e a

queda do emprego, que aconteciam em solo brasileiro (CORREA; LOPES, 2009).

Desta forma, para poder cumprir suas obrigações financeiras mensais, as pessoas

que perderam seus empregos formais encontram no mercado informal uma

alternativa para a obtenção do seu sustento.

E desde então, o avanço do trabalho informal tornou-se contínuo,

principalmente, nas áreas metropolitanas nos grandes centros urbanos, acarretando

um aumento significativo para economia informal do país. Rodrigues (2010) salienta

que a economia informal do Brasil, no ano de 2009, movimentou

R$578.000.000.000,00 (quinhentos e setenta e oito bilhões de reais), o que

corresponde a 18,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, percentual este

referente ao conjunto de bens e riquezas produzidos pela nação brasileira no ano de

2009.

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Os índices elevados de trabalhos informais nas grandes cidades

proporcionaram: um aumento do número de trabalhadores que não tinham direito

aos benefícios sociais adquiridos pela legislação trabalhista e impactos sobre a

economia do país, pois formam um grupo de pessoas que por não pagarem

impostos, geram prejuízo às contas públicas e dificulta investimentos necessários

para o bem comum. “A perda de arrecadação tributária e previdenciária é apenas

uma das consequências fiscais danosas da informalidade” (JUNIOR, 2004).

Dessa forma, buscando-se legalizar a situação dos trabalhadores

informais e, consequentemente, amenizar os impactos econômicos a Lei

Complementar nº 128, de 19/12/2008, foi criada objetivando assegurar benefícios,

reduzir a burocratização e proporcionar um processo de legalização e formalização

ágil e simples, transformando os trabalhadores que atuavam na informalidade em

microempreendedores individuais (BRASIL, 2008).

Somando-se à iniciativa do governo, mediante a criação da Lei do

Microempreendedor, tem-se também o fato de que muitas instituições começaram a

conceder créditos aos que exercem uma atividade econômica informal ou que

pretendem principiar seu próprio negócio. O microcrédito, assim chamado, começou

a despontar no Brasil a partir da segunda metade da década de 1990, por meio de

instituições comunitárias de crédito ou através de instituições bancárias sob controle

do governo, como o BNB – Banco do Nordeste do Brasil, que implantou o programa

Crediamigo ou o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento.

A Lei do Microempreendedor propõe-se a auxiliar o empreendedor

popular a alcançar seus objetivos e metas; e, sendo o microcrédito bem utilizado, o

sucesso, visto pelo aumento de suas vendas, tende a ser uma realidade. O presente

estudo justifica-se, pois, em responder a importância do microcrédito para o

desenvolvimento do empreendedorismo, como um recurso voltado para o sucesso

do negócio empreendido.

Teixeira (2000) apud Souza (2010) afirma que “empreendedorismo é

ousar, transformar, descobrir novas oportunidades a partir de produtos/ serviços que

já existem. É sonhar para frente, dar função e vida a produtos antigos. Enfim,

empreendedorismo é provocar o futuro, reunir experiências e ousadias, ir além do

tradicional”. Dessa forma, chegou-se ao seguinte questionamento: O microcrédito é

fator importante para o desenvolvimento do empreendedorismo?

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Esta monografia tem como objetivo geral identificar a importância do

Microcrédito como fator importante para o desenvolvimento do empreendedorismo.

E tem como objetivos específicos: realizar um levantamento dos principais

benefícios do microcrédito como opção para o desenvolvimento do

empreendedorismo; e definir as características de um empreendedor.

E como hipótese tem-se: sendo a política do microcrédito um modelo de

financiamento diferenciado ao conceder crédito sem muita burocracia, espera-se,

então, que o microempreendedor obtenha benefícios com este recurso.

A pesquisa foi realizada no âmbito da agência do BNB – Aldeota, situada

no município de Fortaleza-Ceará. Quanto à natureza, a pesquisa foi designada como

quantitativa e com tipologia descritiva, documental, bibliográfica e de campo, por

meio de um estudo de caso. Para realização da coleta de dados, utilizou-se como

instrumento de pesquisa um questionário, sendo que antes foi aplicado um pré-teste,

de forma a amenizar falhas e erros que pudessem acontecer durante a aplicação

definitiva da pesquisa.

A presente monografia está dividida em cinco capítulos, sendo o primeiro

capítulo representado pela introdução, que contem o contexto do tema, a

justificativa, problemática, hipótese, objetivos da pesquisa e uma breve menção da

metodologia. Os capítulos subsequentes abordarão a revisão de literatura

destacando o contexto da economia informal no Brasil. O terceiro capítulo apresenta

tópicos referentes ao empreendedorismo; o quarto capítulo faz menção ao

microcrédito no Brasil; o quinto capítulo apresenta a metodologia utilizada na

pesquisa; o sexto capítulo apresenta a análise dos resultados obtidos com o estudo;

e o último capítulo traz a conclusão da pesquisa, identificando as respostas ao

problema e a confirmação ou não da hipótese.

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2. CAPÍTULO - CONTEXTO DO TRABALHO INFORMAL NO BRASIL

Apresenta-se neste capítulo alguns tópicos referentes ao trabalho informal

no Brasil, abordando conceito, origem e o implemento da Lei Complementar nº.

128/2008, que faz menção a legislação do Microempreendedor Individual, uma vez

que o Brasil durante a sua evolução histórica apresentou um sistema de formação

do mercado de trabalho, caracterizado pela presença de segmentos sociais

excluídos, os quais exerciam suas atividades sem a existência de contratos de

trabalho, sem garantias sociais de proteção contra riscos de assalariamento,

demissão, doença, acidente de trabalho, envelhecimento, e outros.

2.1 Levantamento do Trabalho Informal no Brasil

Desde o final do século XX o setor informal no Brasil tem se tornado alvo

de destaque no cenário nacional devido aos seguintes fatores: desenvolvimento de

novos meios de produção e de relações de trabalho, o que elevou a quantidade de

trabalhadores autônomos; passagem de mão-de-obra de setores tradicionais com

maior nível de formalização (indústria de transformação) para setores com maior

grau de informalidade (serviços e comércio); e a ocorrência de fatores institucionais

relacionados ao sistema de seguridade social e à legislação trabalhista, estimulando

o estabelecimento de relações informais de trabalho entre as empresas e os

trabalhadores (SILVA; et.al., 2002).

Segundo o Dicionário Aurélio (HOLANDA, 2010) a palavra informal

indiferente a qualquer contexto significa algo desprovido de formalidades, ou seja,

que não observa formalidades; e numa outra definição como uma condição que não

está legalizada, que não possui os direitos garantidos pela lei (caracterizando essa

definição o trabalho informal, que aqui, neste trabalho, se encontra condicionado

como parte integrante do objeto de estudo).

A primeira definição oficial do trabalho informal foi designada pela

Organização Internacional do Trabalho - OIT no ano de 1972, ao desenvolver um

estudo sobre a situação econômica do Quênia (África). Neste país a economia

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encontrava-se dividida em dois setores: um formal, caracterizado por possuir

barreiras à entrada, recursos externos, sistema de propriedade impessoal, operando

em mercados amplos e protegidos por cotas e tarifas, grande escala de produção,

processos produtivos de tecnologia moderna e intensivos em capital e mão-de-obra

qualificada; e um setor informal, o qual encontrava-se marcado pela inexistência de

barreiras à entrada, recursos de origem doméstica, propriedade individual,

executando atividades em pequena escala, processos produtivos intensivos em

trabalho, atuando em mercados competitivos e não regulados (SILVA; et.al., 2002).

Numa visão prática sobre a temática, Cleps (2009) considera o trabalho

informal como uma representação típica de diversos episódios, tais como: evasão e

sonegação fiscal, terceirização, comércio de rua ou ambulante, contratação ilegal de

trabalhadores assalariados, trabalho temporário, trabalho em domicílio, trabalhador

avulso, entre outros.

Por esta diversidade de situações que envolvem a informalidade

Cacciamali (2000), considera o trabalho informal como sendo unidades econômicas,

as quais se distinguem pelo fato do proprietário do negócio exercer ao mesmo

tempo funções de empregador e empregado e de não haver divisão entre as

atividades de gestão e de produção.

Costa (2000), numa visão macroeconômica, refere que o trabalho informal

consiste num conjunto de atividades e situações que surgem com a crise originada

pelo desemprego no setor formal. Isto porque mediante a evolução da indústria e da

tecnologia o mercado de trabalho tornou-se mais exigente, buscando contratar

profissionais qualificados e os trabalhadores que não se encaixaram nesse novo

contexto, passaram a buscar na informalidade os meios e recursos capazes de

garantir a sua sobrevivência e a de seus familiares.

Assim, a origem do trabalho informal no Brasil advém do início do século

XX mediante a instituição de um sistema corporativista característico do governo do

Presidente Getúlio Vargas, período no qual foi possível perceber, aos poucos, de

uma maneira bem sútil a formação de situações de trabalho formal e informal no

cenário nacional.

Com a chegada dos anos 70 o mercado de trabalho brasileiro já

apresentava evidências bem definidas quanto ao trabalho formal, ocorrendo nas

grandes indústrias, fábricas, comércio e construção civil e o subemprego ou trabalho

informal, formado por pessoas mal sucedidas no trabalho formal.

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Percebe-se, portanto, que o trabalho informal, condicionado como um

subemprego, surgiu devido à exclusão sofrida pelos trabalhadores da cidade e do

meio rural originária dos processos de industrialização, e que não possuíam registro

ou proteção legal.

Para Feijó (2010, p. 333), os indivíduos pertencentes ao grupo dos

trabalhadores informais precisam externar, no mínimo, as seguintes particularidades

“não devem ser reconhecidos ou protegidos por leis ou regulamentações e tanto os

empregados quanto os empregadores são caracterizados por um alto grau de

vulnerabilidade”.

A partir dos anos de 1990, em função da desaceleração econômica e das

mudanças verificadas no mundo do trabalho, ocorreu uma queda do mercado de

trabalho organizado\formal e consequentemente um aumento na forma de trabalho

denominada de informal. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística – IBGE o percentual de trabalhadores formais e informais no ano de 1991

era cerca de 53% e de 40%, respectivamente. Chegando-se ao ano de 2001, o

número de trabalhadores formais caiu para 45% e o de trabalhadores informais

subiu pra 50% (SABADINI, NAKATANI, 2002).

Além da questão econômica Glória et.al. (2007) também considera os

seguintes fatores como responsáveis pelo estabelecimento do trabalho informal:

inexistência de flexibilidade das leis, elevada carga tributária ao se admitir um

funcionário e a falta de eficácia do governo para penalizar empresas com

profissionais sem registro em carteira.

Assim, para que se possam minimizar os impactos da economia informal

no país, dado que essa atividade afeta diretamente o PIB, ao fabricar e vender

muitas mercadorias sem o pagamento de impostos, faz-se necessário que medidas

legais sejam adotadas, como coloca Pastore (2000, p. 10), ao referenciar no

combate à informalidade, a criação da Lei nº. 9.317 de 05 de dezembro de 1996,

que estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a

ser dispensado às Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte e a criação da

Lei nº. 9.601 de 21 de janeiro de 1998, que trata do contrato de trabalho por prazo

determinado.

Começa-se, desta maneira, a esboçar-se a figura do Microempreendedor

Individual, o qual passando a ter benefícios e ausência de burocratização em sua

atividade econômica contribuirá para a redução da informalidade no Brasil.

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2.2 Aspectos Gerais referentes ao Microempreendedor Individual

Uma das medidas implantadas pelo governo objetivando reduzir a

informalidade no Brasil foi a Lei Complementar nº. 123/2006, criadora do Sistema

Simples Nacional, cujo objetivo é unir a arrecadação dos tributos e contribuições no

âmbito dos governos federal, estadual e municipal para as Microempresas – ME e

Empresas de Pequeno Porte – EPP (BRASIL, 2006). Mas, a complexidade da

legislação brasileira associada às mudanças constantes da legislação e a dificuldade

referente ao cálculo dos tributos, não favorece os níveis de formalizações que a Lei

acima almeja, condições estas que refletem no fato de que muitos trabalhadores

ainda permaneceram na informalidade.

Em 2008 o governo brasileiro buscando mais uma vez proporcionar aos

trabalhadores informais a adequação do seu trabalho em formal, aprovou a Lei

Complementar nº. 128/2008, que regulamenta o Microempreendedor Individual -

MEI, e que proporciona aos trabalhadores que atuam na informalidade a

oportunidade de se tornarem pequenos empresários formais, ao terem a

oportunidade de legalizar seus negócios fazendo-os desenvolver e crescer (BRASIL,

2008).

Segundo a Lei nº. 128/2008 o MEI passará a ter cobertura previdenciária

por meio da contribuição mensal de 11% sobre o salário mínimo, garantindo o seu

direito e de sua família ao auxílio-doença, aposentadoria por idade após carência,

salário-maternidade, afastamento por gravidez, pensão e auxílio reclusão (BRASIL,

2008).

Outra condição instituída pela a lei ao MEI é a possibilidade de efetivar o

registro de até um empregado a baixo custo, que contribuirá com 8% de seu salário

à previdência, e ao microempreendedor cabe a contribuição de 3% à Previdência e

8% a título de FGTS por mês, com referência ao salário mínimo mensal. Mais um

benefício consiste na isenção de taxas para registro da empresa e a concessão de

alvará de funcionamento. A ausência de burocracia é outro fator fundamental, pois

agiliza e simplifica o processo de legalização e formalização, sendo sua única

obrigação a declaração anual do faturamento, que é simples e fácil e é feita via

internet (BRASIL, 2008).

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Quanto aos créditos bancários o microempreendedor poderá obtê-los,

principalmente em Bancos Públicos, os quais estão se adaptando à nova lei por

meio da redução de tarifas e taxas de juros. Além disso, o MEI ao ser enquadrado

no Simples Nacional ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS,

Cofins, IPI e CSLL), pagando apenas o valor fixo mensal de R$ 37,20 (trinta e sete

reais e vinte centavos se comércio ou indústria), R$ 41,20 (quarenta e um reais e

vinte centavos se prestação de serviços) ou R$ 42,20 (quarenta e dois reais e vinte

centavos no caso de comércio e serviços), que será destinado à Previdência Social

e ao ICMS ou ao ISS. Esses valores sofrem atualizações anuais, embasados no

salário mínimo.

E no que se refere às atividades desenvolvidas pelo MEI a Resolução nº

58 de 2009, atualizada pela Resolução nº. 78 de 2010, normatizou o capítulo da Lei

Complementar nº 128/08, referente ao MEI e suas atividades, que, vigorando a partir

de 1º de julho de 2009, passou a compreender uma grande diversidade de

atividades (ANEXO I).

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3. CAPÍTULO - DEFINIÇÃO DO EMPREENDEDOR

Originária do verbo francês “entrepreneur” a palavra empreendedorismo

encontra-se relacionada àquele que assume riscos e começa algo novo. Segundo

Dornelas (2005) refere-se a fazer algo diferente, executar ideias antes não

pensadas, assumindo riscos calculados. Trata-se, portanto, o empreendedorismo de

uma fonte de energia para a economia, uma alavanca de recursos para a geração

de talentos, aproveitando-se oportunidades para antecipar-se aos demais

(CHIAVENATO, 2007).

Considerado um assunto global, que desperta o interesse de instituições

públicas e privadas, no Brasil o empreendedorismo é significativamente importante,

pois ao estarmos diante de um mercado altamente competitivo que convive

cotidianamente com mudanças, explorar novas oportunidades objetivando-se o

contentamento das necessidades dos clientes de uma forma criativa e inovadora,

consiste num recurso adotado por muitos empresários.

O empreendedorismo começou a popularizar-se no Brasil na década de

1990, entretanto suas raízes remontam aos primórdios da evolução humana,

passando com o decorrer dos séculos a ser percebível como um meio que, ao

mesmo tempo em que pode proporcionar o desenvolvimento econômico, envolve

muitos entraves políticos, financeiros e pessoais para que o sucesso do

empreendimento seja obtido. O espírito empreendedor/ criativo do brasileiro é para

tanto algo bastante notório, porém preocupante, uma vez que muitos deles

acreditam que só possuir iniciativa já é o bastante, empreendem esperando que o

empenho e a sorte sejam os ingredientes primordiais para a geração de grandes

negócios.

Timmons (1990) considera que o empreendedorismo é uma revolução

silenciosa, e que será tão importante para o século XXI como foi a Revolução

Industrial foi para o século XX.

O empreendedorismo, gradativamente, vem se firmando como uma grande

possibilidade de opção profissional, junto com a atuação dos profissionais em grandes organizações e na área pública. Atualmente, procura-se estimular o fomento e geração de novos empreendimentos e, mesmo que não se tenha um negócio próprio, o que se espera de quem trabalha nas organizações é que tenha espírito empreendedor e aja como se dono fosse. (BULGACOV, 1999, p. 47).

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O empreendedorismo, assim, pela sua definição, compreende o

envolvimento de pessoas e de processos que em conjunto transformam ideias em

oportunidades e que consequentemente acabam agregando valores às

organizações que se tornam conhecidas nacionalmente e internacionalmente

fortificando o crescimento econômico (BRITTO, 2003).

3.1 Breve Evolução Histórica do Empreendedorismo

O empreendedorismo, embora ainda não conhecido por este nome, na

concepção da palavra, é praticado desde a época primitiva, quando o homem

ladeado de obstáculos oriundos das intempéries climáticas e silvestres para

sobreviver buscava inovar mediante a construção de recursos e de diversas

ferramentas para favorecer sua moradia, alimentação e segurança.

Assim, na evolução histórica do empreendedorismo, atribui-se a Marco

Pólo, um mercador que viveu no período da Idade Média, ao assinar um contrato

com um rico comerciante, o qual buscava estabelecer uma rota comercial para o

Oriente com a finalidade de vender suas mercadorias, o primeiro exemplo de

empreendedorismo. A essa época distinguiam-se as seguintes personalidades como

precursores do empreendedor: o capitalista, caracterizado como o indivíduo que

assumia risco de forma passiva; e o aventureiro, definido como aquele que assumia

papel ativo, submetendo-se a todos os riscos físicos e emocionais.

Nesse período da Idade Média, o termo empreendedor também foi

utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção e que se

caracterizava por não assumir grandes riscos, apenas atuando na coordenação de

projetos, utilizando os recursos disponíveis, geralmente oriundos do governo do país

(DORNELAS, 2005).

Chegando ao século XVII as primeiras evidências da relação entre

assumir riscos e empreendedorismo são percebíveis através do estabelecimento de

um acordo contratual entre comerciantes com o governo para realizar algum serviço

ou fornecer produtos. Richard Cantillon, conceituado escritor e economista deste

século, é por muitos designado como um dos criadores do termo

empreendedorismo, ao ser um dos pioneiros a buscar diferenciar empreendedores e

capitalistas (DORNELAS, 2005).

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No século XVIII, devido ao processo de industrialização que se espalhava

pelo mundo, finalmente ocorre a diferenciação entre capitalista e empreendedor:

capitalista é quem fornece o capital, quem investe de fato; e o empreendedor é

quem assumia os riscos (CUSTÓDIO, 2011). Nesse período o empreendedorismo

começa a ser visto como um engenho que direciona a inovação e promove o

desenvolvimento econômico (REYNOLDS, 1997; SCHUMPETER, 1934).

Com o advento do século XX, o mundo começa a passar por várias

transformações, sejam elas políticas, econômicas, sociais e tecnológicas que

revolucionaram o modo de viver das pessoas. Transformações estas que só se

tornaram realidade devido a existência de indivíduos visionários, questionadores e

que buscavam um diferencial perante a realidade que estavam vivenciando

(TIMMONS, 1990). Também sendo característico deste século o fato de haver

confusão em de distinguir os empreendedores dos gerentes ou administradores,

que, categorizados de um ponto de vista econômico, correspondem àqueles que

organizam a empresa, pagam os empregados, planejam, dirigem e controlam as

ações desenvolvidas na organização (DORNELAS, 2005).

3.2 Características dos Empreendedores de Sucesso

O empreendedorismo caracterizado como um processo dinâmico que

envolve a criação de algo novo requer de seus representantes características

visivelmente diferentes das demais pessoas. O empreendedor, pela motivação

singular que possui além de assumir riscos calculados, disponibiliza grande parte de

seu tempo em atividades com a finalidade de acrescentar valor a um produto ou

serviço, recebendo, por conta disso, recompensas que podem ser de caráter

financeiro, pessoal e independência para a realização de suas ações (HISRICH

PETERS, SHEPHERD; 2005).

Segundo Chiavenato (2004, p.6) o empreendedor é detentor de três

características básicas que o identifica como tal, sendo elas: necessidade de

realização; disposição para assumir riscos até o ponto em que podem exercer

determinado controle pessoal sobre o resultado; e autoconfiança, pois possuem

controle interno mais elevado que a população em geral e sabem que seu sucesso

depende de seus próprios esforços e habilidades. Outras características que

envolvem o empreendedor são descritas no Quadro 1.

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Quadro 1 – Características do Empreendedor

CARACTERÍSTICAS DESCRIÇÃO

São visionários

Possuem uma visão de como será o futuro para seu

negócio e sua vida, e possuem a habilidade de

implementar seus sonhos.

Sabem tomar

decisões

São capazes de tomar as decisões corretas na hora certa,

principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso

um fator-chave para o seu sucesso. Soma-se a essa

característica o fato de que implementam suas ações

rapidamente.

Sabem explorar ao

máximo as

oportunidades

Os empreendedores concebem uma boa ideia daquilo que

todos conseguem ver, mas que ninguém foi capaz de

identificar como algo prático para transformá-las em

oportunidade, por meio de dados e informação. Trata-se,

portanto de um excelente identificador de oportunidades,

sendo um indivíduo curioso e atento a informações, pois

sabe que suas chances melhoram quando seu

conhecimento aumenta.

São determinados e

dinâmicos

Avessos à rotina, são dinâmicos e comprometidos, e

buscam diariamente superar os obstáculos. Eles “fazem

acontecer”.

São dedicados

Trabalhadores exemplares, se dedicam 24h por dia, 7 dias

por semana, ao seu negócio, comprometendo, muitas

vezes suas relações pessoais e familiares.

São otimistas e

apaixonados pelo

que fazem

O amor pelo trabalho que realizam é o combustível para a

sua autodeterminação, e o seu otimismo faz com que

sempre enxerguem o sucesso, ignorando o fracasso.

São independentes e

constroem o próprio

destino

Por buscarem sempre estar à frente das mudanças

caracterizam-se como donos do próprio destino,

determinando seus próprios passos. O empreendedor

objetiva ser o seu próprio patrão e gerar empregos.

Ficam ricos

Embora não seja seu principal objetivo acreditam que o

dinheiro é uma consequência do sucesso dos negócios.

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CARACTERISTICAS DESCRIÇÃO

São líderes e

formadores de

equipes

Os empreendedores possuem um senso de liderança

incomum, que faz com que eles sejam respeitados por

seus colaboradores, pois sabem valorizá-los, estimulá-los

e recompensá-los, formando um time em torno de si. E

sabem, como ninguém, reunir os melhores cérebros para

assessorá-los nos campos onde não detêm o melhor

conhecimento.

São bem

relacionados

Sabem estabelecer contatos que os auxiliam a se

relacionar com seus clientes, fornecedores e entidades

sociais de classes.

São organizados

Por esta característica os empreendedores conquistam de

forma coerente recursos materiais, humanos, tecnológicos

e financeiros, melhorando, assim, o desempenho de seu

negócio.

Planejam, planejam,

planejam

O planejamento faz parte da vida de um empreendedor

desde a concepção do rascunho do plano de negócios até

a estruturação do empreendimento e em todas as decisões

que venha a tomar favorecendo o sucesso e sua

satisfação.

Possuem

conhecimento

Aprender para o empreendedor é uma ação cotidiana, pois

tem o entendimento de que quanto mais domínio sobre um

ramo de negócio, maior é sua chance de êxito.

Conhecimento esse obtido por meio da prática diária, de

informações obtidas em publicações especializadas, em

cursos, ou mesmo de conselhos de pessoas que

montaram empreendimentos semelhantes.

Criam valor para a

sociedade

Ao desenvolver suas atividades com esmero os

empreendedores geram empregos, dinamizam a economia

e inovam, sempre usando sua criatividade em busca de

soluções para melhorar a vida das pessoas.

Fonte: Adaptado de Timmons, 1990.

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Ainda referente às características do empreendedor, mas precisamente

sobre o empreendedor brasileiro, em 2013 foi feita uma pesquisa objetivando,

principalmente, identificar os perfis empreendedores existentes na sociedade

brasileira, tendo sido verificada a existência significativa de três grupos: os que

pretendem ser empreendedores, os empreendedores informais e os

empreendedores formais, cada qual com particularidades específicas (MELHADO;

et.al., 2013).

Assim, no grupo 1, designados como os que ainda não são, mas

pretendem ser empreendedores, três perfis são identificados: o desbravador, que

objetiva empreender para ganhar mais dinheiro; o empolgado, que objetiva

empreender para obter mais independência pessoal; e o provedor, que entendem o

empreendedorismo como uma oportunidade para melhorar sua vida.

O grupo 2, intitulado de empreendedores formais, se subdividem em: o

apaixonado, que objetiva empreender buscando oportunidades; o antenado, que já

participa de redes de negócios como associações de classe; o independente, que

são empreendedores maduros; e o arrojado, grupo que acredita que com a

ampliação do negócio terão aumento na renda.

O grupo 3, distinguido como dos empreendedores informais apresenta

apenas dois perfis: o pragmático, que iniciou seu negócio por oportunidade e por

autorrealização; e o lutador, que abriu seu empreendimento por necessidade. O

Anexo II nos apresenta um resumo dos perfis de cada um desses grupos.

3.3 Empreendedorismo e a Geração de Empregos

Schumpeter (1911), apud Pereira (2008) argumenta que os

empreendedores são a força motriz do crescimento econômico e social de uma

nação, pois ao serem capazes de identificar as oportunidades de negócios no

ambiente em que atuam e de observar que possuem capacidade para explorá-las,

toda a sociedade é beneficiada por meio do aumento da criação de empregos e do

aumento da riqueza do país e sua distribuição (GEM, 2013).

Mueller e Thomas (2000) e Jack e Anderson (1999) argumentam que o

empreendedorismo é um catalisador e um incubador do progresso tecnológico e de

inovações de produto, serviços e de mercado.

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O empreendedorismo em terras brasileiras se fortificou e se popularizou a

partir da década de 90 devido à abertura econômica, que aconteceu nessa época e

que propiciou a criação de diversas entidades voltadas para o tema, a participação

mais ativa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas -

SEBRAE, o processo de privatização das grandes estatais e a abertura do mercado

interno para concorrência externa.

No início do século XXI, no período de 2001 a 2004, a taxa de

empreendedorismo inicial no Brasil oscilou em torno de 13%, o que representa 15

milhões de empreendedores. Em 2005, esta taxa de empreendedores iniciais caiu

para 11,3%. Mas em 2012 de acordo com a Pesquisa GEM, no Brasil, 30,2% dos

indivíduos adultos da população eram empreendedores iniciais ou estabelecidos.

Este percentual corresponde a exatos 36 milhões de brasileiros de 18 a 64 anos

envolvidos na criação ou administração de algum tipo de negócio.

A importância da geração de empregos pelas empresas na economia de

qualquer país é evidente. No ano de 2010, 2,136 milhões de postos de trabalho

foram criados e, desse total, somente os pequenos negócios foram responsáveis

pela criação de 1,6 milhão de empregos com carteira assinada. E em 2011, até o

mês de outubro, análises mostram que a criação de 1,9 milhão de empregos em

todo país, dos quais 1,4 milhão foram criados pelas micro e pequenas empresas, o

que corresponde a 80% do total de vagas abertas no ano correspondente.

Esses percentuais advêm do fato de que os pequenos negócios formam a

base do crescimento econômico, por necessitarem de mais mão de obra. Para ele, o

advento da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas e sua regulamentação nos

estados possibilitaram o aumento da oferta de emprego no país (AGÊNCIA BRASIL,

2011).

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4. MICROCRÉDITO

4.1. Origem e Conceitos

Relatos históricos referem que a prática do microcrédito data de meados

do século XIX nos países europeus, mais precisamente na Alemanha, em 1846,

quando o pastor Raiffeinsen fundou a Associação do Pão, que cedia farinha de trigo

aos fazendeiros para o fabrico e comércio do pão, obtendo-se, assim, capital de giro.

Com o passar do tempo, a associação cresceu e transformou-se numa cooperativa

de crédito para a população pobre (FILHO, 2005).

Porém, a difusão do microcrédito pelo mundo deu-se com o professor

Muhammad Yunus, em 1976, em Bangladesh, ao oferecer empréstimos de

pequenos valores, inicialmente com seus recursos próprios, para famílias pobres de

produtores rurais (YUNUS, 2001). Para Yunus o microcrédito concedido se consistia

numa política de combate à pobreza e não exatamente uma política de

financiamento.

Os resultados destes empréstimos foram tão satisfatórios que em 1978,

após conseguir financiamento e doações junto a bancos privados e internacionais,

foi criado o Grameen Bank, que posteriormente passou a ser adotado em diversos

países, inclusive no Brasil.

A linha de crédito inicial gerada pelo Grameen Bank era de US$10,00. No

entanto, a média de empréstimo era de US$ 100,00, tendo o banco como clientes

mais representativos as mulheres (96%) (FILHO, 2005).

Um fato muito interessante foi a diversificação da linha de crédito, que

passou a financiar moradias, produtos de poupança, seguro de saúde e crédito para

a compra de equipamentos de energia solar e telemóveis. Começa, assim, a surgir

novas empresas no espaço do Grameen Bank, direcionadas para a pesca, a

indústria têxtil, as telecomunicações, as energias renováveis e a internet (FILHO,

2005).

Assim, buscando permitir a democratização das relações econômicas, o

microcrédito surge como opção na tentativa de conceder aos excluídos do sistema

financeiro tradicional a aquisição de crédito.

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(...) Microcrédito é a concessão de empréstimos de baixo valor a pequenos empreendedores informais e micro e pequenas empresas sem acesso às instituições financeiras tradicionais, principalmente por não terem condições de oferecerem garantias reais. Trata-se de um crédito concedido à produção, destinado basicamente à ampliação de capital de giro, equipamentos e investimentos, sendo concedido por meio de metodologia específica que congrega capacitação, financiamento e comercialização (BARONE et al., 2002, p.11).

Otero e Rhyner (1994) ainda referem que o microcrédito possui regras

claras de mercado, que o caracteriza como um modelo de financiamento com

tratamento e juros diferenciados dos demais oferecidos pelo sistema financeiro

convencional, com taxas compatíveis com o mercado, reduções de exigências para

aquisição do empréstimo e compromisso com o grupo solidário de crédito.

Mick (2003) percebe o microcrédito como um impulso às formas

econômicas alternativas ao capitalismo ou como uma prova da eficácia do mercado

e da iniciativa privada.

Segundo Filho (2005), numa contextualização mais compacta, o

microcrédito pode ser definido como um programa de empréstimo simplificado, com

o ínfimo de burocracia e sem exigências de garantias reais, desejando-se apenas

que o empreendimento tenha potencial para permanecer e crescer com um impulso

inicial, ou seja, tenha expectativa financeira.

No Brasil, a criação do programa União Nordestina de Assistência a

Pequenas Organizações (UNO), com recursos de doações internacionais e

envolvendo a participação de entidades empresariais dos Estados de Pernambuco e

da Bahia, em 1973, consiste no pontapé inicial do microcrédito brasileiro. Por meio

deste projeto objetivava-se desenvolver um programa de crédito e capacitação para

micro empreendimentos populares, particularmente no setor informal. Tratava-se de

uma associação civil, sem fins lucrativos (FANCHINI, 2005).

Chegando aos anos 1980 o microcrédito brasileiro se desenvolveu a partir

de representantes do setor privado e do governo. As entidades internacionais que

apoiaram o nosso microcrédito foram a Americans for Community Co-operation in

Other Nations (ACCION), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Gesellschaft für Technische

Zusammenarbeit (GTZ) (GERALDO, 2004).

Sendo somente a partir da década de 1990, quando os governos

passaram a atuar visando beneficiar o desenvolvimento de políticas locais que o

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microcrédito começa, então, a expandir-se mais fortemente no Brasil. Criam-se as

Instituições Comunitárias de Crédito (ICCs), com o intuito de fornecer microcrédito

possibilitando uma maior democratização do mercado econômico.

Até dezembro de 2002 foram criadas 183 organizações de microcrédito

no Brasil e o total de recursos destinados às operações ativas em 2001 foi de quase

R$ 100 milhões (MICK, 2003).

4.2 Principais Características do Microcrédito

O crédito bancário existente no Brasil caracteriza-se por ser

extremamente caro, uma vez que os juros cobrados pelos empréstimos concedidos

estão entre os mais altos do mundo e também pelo fato de que até pouco tempo

atrás os bancos comerciais brasileiros resistiam à ideia de oferecer crédito para

pequenos e micro empreendedores.

Segundo Geraldo (2004) os bancos brasileiros só concediam crédito a

quem tinha condições de pagar em curto prazo e de arcar com juros elevadíssimos.

E, dentro dessa perspectiva, o micro empreendedor não se enquadrava, pois para

obter crédito precisava preencher uma série de exigências quanto a renda, o que,

muitas vezes, não era possível diante das restrições do seu pequeno negócio.

Sendo, pelo sistema bancário, considerado um cliente de risco grave.

Mas felizmente essa realidade tem encontrado outra vertente e o setor

bancário está compreendendo que os mercados de renda inferior estão se

constituindo em oportunidades de crescimento. E o microcrédito tem despontado

como uma estratégia que promoverá a inclusão bancária de milhões de brasileiros

(GERALDO, 2004).

Para Bandeira (2008), o microcrédito tem exercido papel relevante na

efetivação de políticas públicas, na criação de ocupação, trabalho e renda para a

população de baixa renda, além de promover o crescimento da produtividade dos

pequenos empreendimentos. Caracteriza-se como uma expressiva ferramenta de

combate à pobreza, pois a literatura confrontada com a realidade tem demonstrado

que o acesso ao crédito melhora a qualidade de vida da população mais desvalida e

excluída. O direito de ter acesso ao microcrédito significa para os excluídos ter uma

fonte de renda alternativa de sustentabilidade, especialmente pela instituição de

pequenos negócios.

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Assim, as principais características do microcrédito são (FILHO, 2005):

a) É um serviço fornecido por uma instituição que procura atender a um

segmento específico (negócios de pequeno porte e gerenciados por

pessoas de baixa renda), mas que pretende atuar de acordo com as

regras de mercado;

b) O crédito é concedido com um mínimo de burocracia, não exigindo

muito tempo de espera, nem muitos documentos, nem um projeto;

c) Deve ser uma instituição autossustentada e estar presente em

segmentos onde a atividade seja financeiramente viável;

d) Deve ser implementado em áreas que apresentem um potencial

mínimo de atendimento, de forma a gerar receita que supere os custos

operacionais e recupere os investimentos iniciais.

A metodologia do microcrédito destina-se, portanto, a financiar a

produção e não o consumo do pequeno empreendimento informal e à

microempresa; conceder crédito a quem não tem garantias reais para respaldá-lo,

sendo feito através do aval solidário (que consiste na união de três a cinco pessoas

confiáveis entre si, com pequenos negócios ou necessidades de crédito) ou do

avalista/fiador (o qual deve preencher as condições estabelecidas pela instituição

que financiará o microcrédito); conceder crédito de forma assistida pelo agente de

crédito, o chamado crédito orientado, pois cabe a esse agente informar e orientar os

pequenos empreendedores na obtenção do êxito almejado; e pagamento do

empréstimo orientado de acordo com o fluxo do cliente (GERALDO, 2004; BARONE;

et.al., 2002).

Filho (2005) ainda apresenta como características distintas do

microcrédito: crédito adequado ao ciclo do negócio, que incluem empréstimos de

valores menores, prazos de pagamentos curtos, possibilidade de renovação dos

empréstimos com valores crescentes; baixo custo de transação (baixo custo

significa: proximidade do cliente, burocracia reduzida, agilidade na entrega do

crédito) e elevado custo operacional; e ação econômica com forte impacto social,

firmando-se como elemento importante de estratégias destinadas a enfrentar a

pobreza e a exclusão social.

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4.3 As Instituições que oferecem Microcrédito no Brasil

No Brasil existem atualmente três seguimentos de programas de

microcrédito: da sociedade civil, do setor público e da iniciativa privada.

Como exemplo de instituições microfinanceiras da sociedade civil tem-se

(GERALDO, 2004):

A Rede CEAPE (Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos),

criada em 1990, cujo objetivo era conceder créditos individuais com

garantia de avalista e de Grupos Solidários;

O Banco da Mulher/Seção-Bahia, criado em 1989 com o apoio do

Fundo das Nações Unidas da Infância e do BID e que também,

utilizando a metodologia dos grupos solidários, atendia de início o

público feminino, e posteriormente a clientela masculina;

A Portosol, criada em 1995 em Porto Alegre, constitui-se numa das

referências mais importantes para várias entidades de microcrédito no

país. Caracteriza-se por conceder créditos a pequenos

empreendimentos tanto para obtenção do capital de giro como para o

capital fixo e as garantias das operações baseiam-se no aval simples

ou solidário, cheques e alienação de bens;

A FUNSOL, criada em 1995 em Brasília, objetivava atender os

microprodutores urbanos e rurais, artesãos, prestadores de serviços,

feirantes, empreendedores de fundo de quintal, micro e pequenos

empresários, cooperativas e formas associativas de produção;

O VivaCred, criado em 1996 no Rio de Janeiro, atende pessoas de

baixa renda em três favelas da cidade e as comunidades do centro e

da zona sul da cidade, o Banco do Povo, a Associação de Credito

Popular, dentre outras.

E como exemplos do poder público têm-se:

O BNDES, por meio do Programa de Crédito Produtivo Popular, criado

em 1996, com o objetivo de formar uma indústria de microfinanças no

Brasil, ofertando funding para os agentes repassadores de microcrédito

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e mais atualmente pela instituição em 2005 do Programa Nacional de

Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO).

O SEBRAE, que objetivando ampliar as oportunidades de acesso ao

crédito em 2001 implantou o Programa de Apoio ao Segmento

Microcrédito, o qual busca reestruturação das instituições, capacitação

dos recursos humanos, cessão de uso de sistema informatizado de

gestão; prestação de serviços de consultoria; capacitação das

lideranças comunitárias; dentre outros.

A Caixa Econômica Federal, por meio do desenvolvimento de

experiências de parcerias com organizações não governamentais que

atuam como mandatarias da Caixa nas cidades de Salvador e Rio de

Janeiro, sendo responsável pela disponibilização de recursos

financeiros e pelos riscos das operações.

As experiências Municipais e Estaduais, ligadas às politicas públicas de

geração de ocupação e renda, tendo-se como exemplos o Banco de

Desenvolvimento de Minas Gerais, Agência Catarinense de

Fomento/Badesc, Creditrabalho, Bando do Povo paulista, Banco do

Povo do Estado de Goiás, Banco do Povo Juiz de Fora, Banco do Povo

de Goiânia.

E o Banco do Nordeste (BNB), por meio do Programa Crediamigo/

FNE, criado em 1998, e que objetiva oferecer crédito aos pequenos

empreendedores de baixa renda da região Nordeste, norte de Minas

Gerais e Espirito Santo.

O Programa Crediamigo comemorou em 2013 quinze anos de existência

e se tornou o maior programa de microcrédito produtivo orientado da América do

Sul, facilitando o acesso ao crédito a milhares de empreendedores pertencentes aos

setores informal ou formal da economia.

Fazendo parte do Crescer - Programa Nacional de Microcrédito do

Governo Federal -, uma das estratégias do Plano Brasil Sem Miséria o Crediamigo

estimula a inclusão produtiva da população extremamente pobre. E caracteriza-se

por atuar de maneira rápida e sem burocracia na concessão de créditos em grupo

solidário ou individual, por oferecer aos empreendedores acompanhamento e

orientação para melhor aplicação do recurso, a fim de integrá-los de maneira

competitiva ao mercado e por ser individualizado, ou seja, feito no próprio local do

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empreendimento. Além disso, o Programa de Microcrédito do Banco do Nordeste

abre conta corrente para seus clientes, sem cobrar taxa de abertura e manutenção

de conta, com o objetivo de facilitar o recebimento e movimentação do crédito.

O crédito inicialmente liberado varia de R$ 100,00 (cem reais) a 6.000,00,

(seis mil reais) de acordo com a necessidade e o porte do negócio, e os

empréstimos podem ser renovados e evoluir até R$ 15.000,00 (quinze mil reais),

dependendo da capacidade de pagamento e estrutura do negócio, permanecendo

esse valor como endividamento máximo do cliente (BNB, 2013).

Os microempreendedores que fazem uso do Crediamigo permeiam pelo

setor da indústria (Marcenarias, sapatarias, carpintarias, artesanatos, alfaiatarias,

gráficas, padarias, produções de alimentos, etc.;), do comércio (ambulantes,

vendedores em geral, mercadinhos, papelarias, armarinhos, bazares, farmácias,

armazéns, restaurantes, lanchonetes, feirantes, pequenos lojistas, açougueiros,

vendedores de cosméticos etc.), ou de serviços (salão de beleza, oficinas

mecânicas, borracharias, etc.) (BNB, 2013).

E como exemplo da rede privada tem-se a Associação Brasileira das

Sociedades de crédito ao Microempreendedor, Crear Brasil, Development

Alternatives Incorporated.

4.3.1 Instituições que operam o microcrédito no Ceará

No Ceará as experiências com microcrédito surgiram em meados dos

anos noventa com as iniciativas do poder público estadual e da sociedade civil

cearense. Destacando-se as seguintes experiências:

Do Sistema Nacional de Emprego – SINE/CE e do Instituto de

Desenvolvimento do Trabalho – IDT que, em parceria com a

Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (Agência Alemã de

Cooperação Técnica) – GTZ, implementaram o Projeto PRORENDA –

Microempresa.

A constituição do Banco Palmas pela Associação de Moradores do

Conjunto Palmeiras – ASMOCONP, que tem como finalidade o

investimento fixo, misto e capital de giro. Sem exigência de garantias.

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31

Em relação ao limite de crédito: o 1º crédito consiste em até R$ 300,00;

o 2º crédito, até R$ 500,00; e o 3º crédito, até R$ 1.000,00.

O Barra Crédito, que atende microempreendedores da comunidade do

Caça e Pesca, em Fortaleza, e que possuem estabelecimentos

comerciais informais no segmento da indústria, comércio e serviços. O

investimento pode ser fixo, misto e para capital de giro. Possui aval

individual e grupo solidário. O limite para a concessão de crédito varia

de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais).

A Fundação Caixa do Povo, que é voltada para pequenos

empreendedores formais e informais de baixa renda e que ganham até

05 salários por família. Tem por fim o capital de giro (vedado bens de

consumo). Após 1 ano de giro pode adquirir máquinas e equipamentos.

A garantia é o grupo solidário composto por cinco membros. O valor

inicial do crédito é de R$ 500,00 (quinhentos reais), com aumento em

até 50% a cada renovação. O teto é de R$ 3.000,00 (três mil reais).

Outras experiências que podem ser citadas são: o Projeto Força da

Mulher, implementado pela ONG CEARÁ Periferia, em parceria com organismos

internacionais; a FUNDESOL, que concede microcrédito para pessoas de baixa

renda que moram no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, e almejam implantar ou

expandir um negócio; o Programa Crédito Jovem, Credjovem Solidário e Credcultura

Jovem, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, em meados de 2005; a

Fundação Mão Aberta – PROAPE, que financia microempreendimentos formais e

informais da economia localizados nos municípios do Baixo e Médio Jaguaribe; a

ORGAPE/CE, que atende micro empreendimentos formais e informais da economia

nos municípios: Icapuí, Aracati, Itaiçaba, Palhano, Quixadá, Beberibe e Pedra

Branca; e o Programa Crediamigo do Banco do Nordeste.

No Ceará o Programa Crediamigo que se encontra presente em seus 184

municípios, atingiu em 2013 a marca de 500 mil clientes ativos, o que representa em

cifras R$ 554.000.000,00 (quinhentos e cinquenta e quatro milhões de reais).

Importante destacar que desde o início do funcionamento do programa, há 15 anos,

até agosto de 2013, foram aplicados R$ 5,41 bilhões favorecendo o crescimento da

economia cearense (DIÁRIO DO NORDESTE, 2013).

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32

5. METODOLOGIA CIENTÍFICA

5.1 Tipo de Pesquisa

Define-se o Método científico como um conjunto de processos ou

operações mentais que devem ser utilizados no momento da investigação. De uma

forma direta constitui a diretriz a ser aplicada no processo de pesquisa. Os métodos

que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo, hipotético-

dedutivo, dialético e fenomenológico (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993).

Gil (1999, p.42) complementa que a pesquisa é um “processo formal e

sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da

pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de

procedimentos científicos”.

Neste trabalho a pesquisa adotada é de natureza quantitativa, a qual

como esclarece Fonseca (2002):

Centra-se na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente (FONSECA, 2002, p.20).

Sendo ainda característico da pesquisa quantitativa, segundo Polit et.al.

(2004): focalizar uma quantidade pequena de conceitos, iniciar com ideias

preconcebidas do modo pelo qual os conceitos estão relacionados; utilizar

procedimentos estruturados e instrumentos formais para coleta de dados; coletar os

dados mediante condições de controle; enfatizar a objetividade, na coleta e análise

dos dados; e analisar os dados numéricos através de procedimentos estatísticos.

5.2 Caracterização da Pesquisa

Esta pesquisa, para elucidar seus objetivos, foi do tipo descritiva,

enquanto que para possibilitar uma aproximação com a realidade que pretende

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investigar aplicou-se uma pesquisa com procedimentos de cunho bibliográfico, de

campo e com estudo de caso.

Segundo Triviños (1987), a pesquisa descritiva documental exige do

pesquisador uma sequência de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo

de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de uma realidade definida. Gil

(2008) ainda refere que a pesquisa descritiva possui como particularidade a

utilização de técnicas padronizadas para a coleta de dados, tipo questionário e a

observação sistemática.

Caracterizando-se a pesquisa bibliográfica, Fonseca (2002, p. 32) assim a

define: “feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e

publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas

de web sites”.

Ao optar-se em realizar uma pesquisa de campo, optou-se por obter

informações além das que já foram referidas por meio da pesquisa bibliográfica,

coletando dados junto às pessoas, por meio de recursos pré-definidos (FONSECA,

2002).

E quando se definiu pelo estudo de caso é porque foi decidido que a

pesquisa seria executada em uma única instituição, pois de acordo com Fonseca

(2002, p.33) o estudo de caso visa conhecer em profundidade o como e o porquê de

uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando

descobrir o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não

pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o

percebe.

5.3 Coleta dos Dados

Para realização da coleta de dados, utilizou-se como instrumento de

pesquisa um questionário (APÊNDICE I) contendo informações gerais do

microempreendedor e informações sobre a sua atividade. Sendo importante

destacar que foi aplicado um pré-teste, de forma a se amenizar falhas e erros que

pudessem acontecer durante a aplicação definitiva da pesquisa.

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5.4 Objeto de Estudo

As informações contidas neste trabalho foram colhidas através de um

levantamento de campo realizado no Banco do Nordeste - Agência Aldeota situada

na cidade de Fortaleza-Ceará.

O Banco do Nordeste do Brasil foi criado através da Lei Federal 1.649, de

19 de julho de 1952, regulamentada pelo Decreto 33.643, de 24 de agosto de 1953.

Enquanto banco de desenvolvimento, visa contribuir para o desenvolvimento

sustentável da região Nordeste, financiando as atividades produtivas e a

infraestrutura regional, com foco na integração econômica do país com o mundo, na

inclusão social de sua população e na redução das desigualdades (BNB, 2010).

Ao longo de sua história, o BNB operou sempre com o seu objetivo

voltado para o desenvolvimento regional, em especial a geração de empregos.

Opera como órgão executor de políticas públicas, cabendo-lhe a operacionalização

de programas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

e a administração do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, principal

fonte de recursos operacionalizada pela empresa. É responsável pelo maior

programa de microcrédito da América do Sul e o segundo da América Latina, o

Crediamigo. Além dos recursos federais, o banco tem acesso a outras fontes de

financiamento nos mercados interno e externo, por meio de parcerias e alianças com

instituições nacionais e internacionais, incluindo instituições multilaterais, como o

Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BNB, 2010).

O BNB exerce trabalho de atração de investimentos, apoia a realização

de estudos e pesquisas com recursos não reembolsáveis e estrutura o

desenvolvimento por meio de projetos de grande impacto. Mais que um agente de

intermediação financeira, o BNB se propõe a prestar atendimento integrado a quem

decide investir em sua área de atuação, disponibilizando uma base de

conhecimentos sobre o Nordeste e as melhores oportunidades de investimento na

Região (BNB, 2010).

A amostra utilizada para a pesquisa foram os clientes do banco

beneficiários do programa Crediamigo, totalizando 50 entrevistados, dentro de uma

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35

população de 500 clientes, o que corresponde a 10% da população. A pesquisa foi

aplicada no mês de abril de 2014.

6. ANÁLISES DOS RESULTADOS

Com o objetivo de traçar o perfil dos empreendedores que buscam crédito,

a primeira parte da análise dos dados refere-se às informações gerais sobre o

microempreendedor seguintes: sexo, idade, estado civil, grau de escolaridade,

tempo de início do seu negócio, atividade que desempenha e qual o faturamento

anual da empresa.

Gráfico 1 - Sexo

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Em relação ao sexo (Gráfico 1) a pesquisa constatou que 53% dos

entrevistados são do sexo feminino enquanto que 47% são do sexo masculino. Tal

resultado demonstra que as mulheres atualmente têm optado por um novo estilo de

vida, sendo capazes de ultrapassar as barreiras do preconceito de forma a

colocarem-se dentro do mundo empresarial.

Dados do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa

(SEBRAE) referem que o número de mulheres empreendedoras cresceu 21% no

Brasil entre 2001 e 2011, mais do que o dobro do crescimento registrado entre os

homens (SOCIEDADE DE NEGÓCIOS, 2013).

O Gráfico (2) apresenta a faixa etária dos entrevistados. Os percentuais

mais significativos apresentam que 35% possuem de 21 a 30 anos e 25% possuem

30 a 40 anos.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

FEMININO MASCULINO

53% 47%

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36

Gráfico 2 - Idade

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Obteve-se com esse resultado que 50% dos entrevistados formam um

grupo com idade de até 30 anos. Este fato indica que muitos jovens estão abrindo

seus próprios negócios e empreendendo, seja por necessidade ou oportunidade, e

que para se destacar no mercado de trabalho e adquirir uma estabilidade financeira

precisa alçar voos maiores e explorar a sua criatividade.

O Gráfico 3 apresenta o estado civil dos entrevistados. Como resultado

obteve-se que 45% são casados, 35% possuem uma união estável e 20% são

solteiros.

Gráfico 3 – Estado Civil

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

< 21ANOS

21 - 30ANOS

30 - 40ANOS

40-50ANOS

> 50ANOS

15%

35%

25% 15%

10%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SOLTEIRO CASADO UNIÃO ESTÁVEL

20%

45% 35%

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37

Os empreendedores casados ou com união estável consiste num grupo

que por terem responsabilidades familiares fixas têm como um dos motivos

principais para empreender a flexibilidade do trabalho.

Também foi perguntado sobre a naturalidade e 84% referiram serem

naturais de Fortaleza e os demais 16% são naturais de outras cidades (Juazeiro do

Norte, Beberibe, Chorozinho, Barroquinha, Independência, Russas, Uruburetama e

Mulungu), mas residentes em Fortaleza.

Quanto à escolaridade (Gráfico 4) 55% possuem o Ensino Médio, 30% o

Ensino Fundamental e 15% o Ensino Superior. Esses dados coincidem com os

dados obtidos em 2012, quanto ao ser traçado o perfil do Microempreendedor

individual o maior percentual também recaiu sobre o Ensino Médio (48,5%).

Gráfico 4 – Grau de Escolaridade

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

O desenvolvimento dos pequenos negócios e a sua consolidação no

cenário econômico encontra como um dos principais empecilhos o capital humano,

isto porque este influencia a produtividade e a lucratividade dos negócios. E o capital

humano encontra-se associado ao nível de escolaridade dos indivíduos (FLORES;

PERO, 2009). Segundo Neri (2005), a cada ano de estudo adicional, onde novos

conhecimentos são obtidos, o lucro dos trabalhadores que possuem seu próprio

empreendimento sobe em torno de 7,5%.

O próximo Gráfico (5) apresenta os tipos de atividades desempenhadas,

55% estão voltadas para o comércio e 45% para os serviços.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

ENS.FUNDAMENTAL

ENS. MÉDIO ENS. SUPERIOR

30%

55%

15%

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38

Gráfico 5 – Tipo de atividade desempenha

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Embora a atividade comércio tenha apresentado o maior percentual, este

ficou bem próximo do percentual dos serviços. Entre os microempreendedores, em

geral, o que se observa é a prevalência de atividades de necessidade básica, tipo

roupas, acessórios, alimentação, cabeleireiros, eletricistas, músicos, dentre outros,

de pouco valor agregado e que exigem baixa especialização da mão de obra (IPEA,

2013).

Quanto ao tempo em que desempenham a atividade (Gráfico 6) 50%

referiram de 1 a 3 anos, 30% menos de 1 ano e 20% mais de 3 anos. O que

demonstra que empreendedor brasileiro começa a buscar ajuda de órgãos

competentes para planejar e desenvolver seu negócio.

Gráfico 6 – Tempo que desempenha esta atividade

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

COMÉRCIO SERVIÇOS

55%

45%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

MENOS DE 1ANO

DE 1 A 3 ANOS MAIS DE 3ANOS

30%

50%

20%

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O Gráfico 7, referente ao faturamento anual da empresa, apresentou

segundo os responsáveis pela pesquisa os seguintes percentuais: 48% entre 30 a

50mil reais, 27% menos de 30 mil e 25% de 50 a 60 mil reais.

Gráfico 7 – Faturamento anual da empresa

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Esses percentuais demonstram que o microempreendedor ao sair da

informalidade, buscando a sua formalização, passou em curto prazo de tempo a

perceber o aumento do faturamento da empresa. Segundo dados do SEBRAE

obtidos por meio do Perfil do Microempreendedor Individual de 2012, 55% dos

empreendedores com negócio, antes da formalização, alegaram após o registro um

aumento no faturamento da empresa; 54% verificaram um aumento dos

investimentos na atividade; 52% passaram a ter maior controle financeiro,

representando melhoria de gestão, e 26% dos empreendedores que saíram da

informalidade ampliaram suas vendas para outras empresas (SILVA; et.al., 2014).

O Gráfico 8 questionou se os entrevistados já desenvolveram outras

atividades. 75% referiram que não e 25% que sim. E dentre as atividades

desenvolvidas cita-se: artesanato, loja de consertos, produção de alimentos, venda

ambulante de produtos importados.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

MENOS DE 30MIL

DE 30 A 50 MIL DE 50 MIL A60MIL

27%

48%

25%

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Gráfico 8 – Desenvolvimento de outras atividades

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

A segunda parte da pesquisa buscou obter informações referentes a

atividade desenvolvida, como: existência de plano de negócios, dificuldades

vivenciadas no início do negócio; procura por outra instituição para obter o crédito;

ter experiência ajuda na obtenção do sucesso; dentre outras.

Em relação ao plano de negócio (Gráfico 9) 85% referiram tê-lo e 15%

ainda não possuem um plano de negócio.

Gráfico 09 – Empresa possui plano de negócio

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

O plano de negócios seja para uma empresa iniciante ou para uma

empresa já existente tem uma importância fundamental pelo seu caráter de

planejamento, pelo seu objetivo e pela sua utilidade. E como elementos básicos para

a sua elaboração tem-se: determinação da área de atuação; formatação da ideia

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SIM NÃO

25%

75%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SIM NÃO

85%

15%

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central dos produtos e/ou serviços oferecidos; conhecimento de quem será seu

público-alvo e da sua concorrência; conscientizar-se do posicionamento no mercado;

planejamentos voltados para o crescimento da empresa dentro de um período

específico; contabilizar volume e perspectiva de investimento no negócio; e

determinar seus colaboradores e fornecedores (LAUER, 2012). Sendo importante

não apenas a sua elaboração, mas também a sua execução.

O Gráfico 10 apresenta as dificuldades vivenciadas no início do negócio.

45% referiram falta de crédito, 35% falta de experiência e 20% concorrência.

Gráfico 10 – Dificuldades vivenciadas no início do negócio

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Embora já esteja claro que os microempreendedores individuais possuam

uma significativa importância para a condição socioeconômica do país, os mesmos

ainda enfrentam algumas dificuldades no início da abertura do seu empreendimento.

Verifica-se que muitos empreendedores negociam seus bens, tipo a casa, terrenos,

automóveis, objetivando adquirir o recurso financeiro inicial para o seu

empreendimento. Numa pesquisa efetuada em 2012 pelo SEBRAE Nacional, com

um universo de mais de onze mil microempreendedores individuais, que quando

questionados sobre o acesso ao crédito, observou-se nitidamente que 90% não

buscou empréstimos como pessoa jurídica após a sua formalização. Do restante que

tentou buscar recursos de terceiros, apenas 52% obtiveram êxito (este número era

43% em 2011) (ZICA, 2013). Mesmo os que possuem orientação profissional e

plano de negócios, ainda citam a falta de experiência como uma dificuldade.

O Gráfico 11 questionou qual instituição já havia ofertado crédito ao

microempreendedor individual. 75% referiram nenhuma e 25% o Banco do Brasil.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

FALTA DECRÉDITO

FALTA DEEXPERIÊNCIA

CONCORRÊNCIA

45% 35%

20%

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Gráfico 11 – Instituições que já ofertaram o crédito

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

O resultado deste gráfico confirma os resultados obtidos no Gráfico 10,

que obteve como principal resultado em relação às dificuldades no início do negócio

a falta de crédito.

Posteriormente quando questionados se a sua experiência foi suficiente

para alcançar o sucesso do empreendimento (Gráfico 12), 60% disseram que não e

40% que sim.

Gráfico 12 – A experiência foi suficiente para alcançar o sucesso

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Quando se pretende iniciar um empreendimento geralmente as pessoas

acreditam que investir em algo no qual possuam alguma experiência já vivida de

0%

20%

40%

60%

80%

100%

BANCO DO BRASIL NENHUMA

25%

75%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SIM NÃO

40%

60%

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forma satisfatória, consiste no caminho a ser percorrido para a obtenção do sucesso,

porém ao iniciarem seu percurso começam a perceber que muitas outras variáveis

estão envolvidas para que a empresa obtenha êxito. Segundo Leite (2000), as

características que um empreendedor, além da experiência de vida, entre muitas,

são: iniciativa; visão; coragem; firmeza; decisão e atitude de respeito humano.

O Gráfico 13, questionou se o microempreendedor buscou orientação e

aprimoramento profissional em alguma instituição. 70% referiram o Serviço Nacional

de Aprendizagem Comercial (SENAC), 10% o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e

Pequenas Empresas (SEBRAE) e 20% outros.

Gráfico 13 – Orientação e aprimoramento profissional

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

A orientação e o aprimoramento profissional são duas ferramentas de

suma importância para o sucesso do empreendimento. O microempreendedor

contemporâneo ao buscar continuamente o seu aprimoramento (independente de

qual instituição for, mas que tenha respaldo nacional), obtém além do conhecimento

técnico sobre o seu negócio também condições para enfrentar um mercado

altamente competitivo, no qual as mudanças acontecem diariamente.

Buscou-se também nessa pesquisa conhecer o perfil das empresas dos

sujeitos submetidos à pesquisa (Gráfico 14). 75% referiram ter um perfil familiar e

25% um perfil profissional.

Gráfico 14 – Perfil da empresa

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SEBRAE SENAC OUTROS

10%

70%

20%

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44

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Segundo o Portal JH (2012) as empresas familiares atualmente

correspondem a uma grande parcela das corporações existentes no Brasil. Dados

do SEBRAE revelam que elas correspondem a 90% do total, desempenhando dessa

forma um importante papel no desenvolvimento do país e na formação do Produto

Interno Bruto (PIB). Entretanto, Palmeira, Rocha e Brito (2012) referem que as

empresas familiares, tendem a ter mais problemas do que as empresas

profissionais, pois, os elos familiares quase sempre acabam influenciando as

tomadas de decisões, de forma que o empresário precisa intensificar a sua atenção

com seus aparentados, sendo o mais neutro e coerente possível, zelando pela

saúde financeira da empresa.

Outras dificuldades enfrentadas pelas empresas familiares são:

recrutamento de mão de obra qualificada (45%); reorganização interna (27%) e o

fluxo de caixa e custos (25%). E no plano externo, tem-se: as condições de mercado

(68%), a competitividade (43%) e as políticas governamentais ou regulamentações

(32%) (FONTES, 2012).

O Gráfico 15 faz referência à questão da administração do

empreendimento. 80% referiram que administram sozinhos a sua empresa,

enquanto que 20% administram em parceria com outras pessoas.

Ao administrar uma empresa, seja sozinho ou em sociedade é necessário

que haja muito discernimento entre as partes envolvidas. “Uma sociedade adequada

pode ajudar um empreendimento a dar certo. Já uma parceria errada pode trazer

0%

20%

40%

60%

80%

100%

PROFISSIONAL FAMILIAR

25%

75%

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prejuízos e, muitas vezes, rompimentos de laços familiares e de amizade”

(TAVARES, 2010).

Gráfico 15 – Administra sozinho o empreendimento

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Prosseguindo a pesquisa, foi perguntado se possuem alguma consultoria

profissional (Gráfico 16). 40% referiram que sim e 60% que não. E os que referiram

sim corresponde à atuação de um contador.

Gráfico 16 – Possui consultoria profissional

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

A consultoria de um profissional tem se apresentado ao longo dos anos

como uma atitude visionária do empreendedor de sucesso, uma vez que esse tipo

de atividade tornou-se um elo entre o empresário (seja de que categoria for) e o

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SIM NÃO

80%

20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SIM NÃO

40%

60%

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mercado já que dentre outras proporciona a compreensão das oportunidades que

surgem de acordo com a sua realidade e facilita através da inovação de práticas e

aperfeiçoamentos de metodologias a busca pelo crescimento. Consiste numa

ferramenta valiosa para que o empreendimento alcance os espaços desejados,

conquiste o máximo de resultados e conduza a empresa a um lugar de evidência

perante seus clientes, e ainda abre a oportunidade para agregar novos clientes

(PROLUCRO, 2013).

Finalizando a pesquisa foi solicitado aos participantes que citassem

características que consideram como fortes do seu empreendimento e que o

destaca em relação aos seus concorrentes; características que consideram como

fracas em relação aos concorrentes e também alguma particularidade que seu

empreendimento precisa ter para que possa destacá-lo em seu segmento.

Em relação às características que consideram como fortes do seu

empreendimento, 45% referiram preço acessível, 30% cordialidade no atendimento

e 25% a variedade dos produtos oferecidos.

Já em relação às características que consideram como fracas, 35%

referiram acompanhar a inovação dos produtos/serviços, 25% a estrutura, 25% a

criatividade; e 15% a divulgação.

E quanto à particularidade que seu empreendimento precisa ter para que

possa destacá-lo em seu segmento, 60% referiram oferecer algo diferenciado,

inovador e 40% não responderam.

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47

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos na pesquisa demonstraram que o

microempreendedor brasileiro possui um perfil bastante diversificado, porém

bastante característico. São homens e mulheres geralmente adultos jovens,

casados, com Ensino Médio que desempenham a atividade de 1 a 3 anos, voltados

para o comércio e que possuem faturamento anual entre 30 e 50 mil reais e que não

desempenharam outra atividade.

Com relação às informações obtidas em referência à atividade

desenvolvida a maioria possui um plano de negócio; sabem que a experiência não é

fator suficiente para o sucesso do empreendimento; que todos já receberam

orientação e aprimoramento profissional em órgãos de respaldo nacional; são na

maioria empresas familiares; que administram sozinhos seus negócios e que a

maioria não possui nenhum tipo de consultoria profissional.

Quanto ao microcrédito, foi afirmado pelas respostas dos pesquisados

que a falta de crédito consiste sim numa das maiores dificuldades vivenciadas no

início da implantação do negócio, de forma que por essa resposta pode-se afirmar

que a hipótese levantada neste trabalho a qual afirma que ao ser estabelecida uma

política de microcrédito gera-se benefícios para o desenvolvimento do

empreendedorismo é verdadeira.

Assim, de posse dos resultados obtidos com a pesquisa aplicada conclui-

se que o fornecimento de Microcrédito é muito importante para o desenvolvimento

do empreendedorismo, pois por meio dele muitos trabalhadores configurados como

informais ao aderirem a este financiamento passam a se formalizar e com isso os

benefícios são sentidos em toda a economia nacional.

Torna-se ainda, importante a realização de novas pesquisas com base no

comportamento do empreendedor e as variáveis que levam seu negócio a ter

sucesso ou não. Como sugestão de pesquisa pode-se elaborar uma taxa de

empreendedorismo com base no comportamento deste público na cidade de

Fortaleza.

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ANEXO I ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

A: Abatedor de aves; abatedor de aves com comercialização do produto; acabador de calçados; açougueiro; adestrador de animais; adestrador de cães de guarda; agente de correio franqueado e permissionário; agente de viagens; agente funerário; agente matrimonial; alfaiate; alinhador de pneus; amolador de artigos de cutelaria; animador de festas; antiquário; aplicador agrícola; apurador, coletor e fornecedor de recortes de matérias publicadas em jornais e revistas; armador de ferragens na construção civil; arquivista de documentos; artesão de bijuterias; artesão em borracha; artesão em cerâmica; artesão em cimento; artesão em cortiça, bambu e afins; artesão em couro; artesão em gesso; artesão em louças, vidro e cristal; artesão em madeira; artesão em mármore, granito, ardósia e outras pedras; artesão em metais; artesão em metais preciosos; artesão em outros materiais; artesão em papel; artesão em plástico; artesão em vidro; astrólogo; azulejista balanceador de pneus. B: Baleiro; banhista de animais domésticos; barbeiro; barqueiro; barraqueiro; beneficiador de castanha; ciclista mensageiro; bike propagandista; bolacheiro/biscoiteiro; bombeiro hidráulico; boneleiro (fabricante de bonés); bordadeiro; borracheiro; britador cabeleireiro. C: Calafetador; calheiro; caminhoneiro de cargas não perigosas, intermunicipais e interestaduais; cantor/músico independente; capoteiro; carpinteiro; carpinteiro instalador; carregador (veículos de transportes terrestres); carregador de malas; carroceiro (coleta de entulhos e resíduos); carroceiro (transporte de carga); carroceiro (transporte de mudança); cartazista, pintor de faixas publicitárias e de letras; chapeleiro; chaveiro; chocolateiro; churrasqueiro ambulante; churrasqueiro em domicílio; clicherista; cobrador de dívidas; colchoeiro; coletor de resíduos não- perigosos; coletor de resíduos perigosos; colocador de piercing; colocador de revestimentos; comerciante de inseticidas e raticidas; comerciante de produtos para piscinas; comerciante de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estimação; comerciante de artigos de armarinho; comerciante de artigos de bebê; comerciante de artigos de caça, pesca e camping; comerciante de artigos de cama, mesa e banho; comerciante de artigos de colchoaria; comerciante de artigos de cutelaria; comerciante de artigos de iluminação; comerciante de artigos de joalheria; comerciante de artigos de óptica; comerciante de artigos de relojoaria; comerciante de artigos de tapeçaria, cortinas e persianas; comerciante de artigos de viagem; comerciante de artigos do vestuário e acessórios; comerciante de artigos eróticos; comerciante de artigos esportivos; comerciante de artigos fotográficos e para filmagem; comerciante de artigos funerários; comerciante de artigos médicos e ortopédicos; comerciante de artigos para habitação; comerciante de artigos usados; comerciante de bebidas; comerciante de bicicletas e triciclos, peças e acessórios; comerciante de suvenires, bijuterias e artesanatos; comerciante de brinquedos e artigos recreativos; comerciante de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas; comerciante de calçados; comerciante de carvão e lenha; comerciante de cestas de café da manhã; comerciante de cosméticos e artigos de perfumaria; comerciante de discos, cds, dvds e fitas; comerciante de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo; comerciante de embalagens; comerciante de equipamentos de telefonia e

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comunicação; comerciante de equipamentos e suprimentos de informática; comerciante de equipamentos para escritório; comerciante de extintores de incêndio; comerciante de ferragens e ferramentas; comerciante de flores, plantas e frutas artificiais; comerciante de fogos de artifício; comerciante de gás liquefeito de petróleo (glp); comerciante de instrumentos musicais e acessórios; comerciante de laticínios; comerciante de lubrificantes; comerciante de madeira e artefatos; comerciante de materiais de construção em geral; comerciante de materiais hidráulicos; comerciante de material elétrico; comerciante de medicamentos veterinários; comerciante de miudezas e quinquilharias; comerciante de molduras e quadros; comerciante de móveis; comerciante de objetos de arte; comerciante de peças e acessórios novos para veículos automotores; comerciante de peças e acessórios para aparelhos eletroeletrônicos para uso doméstico; comerciante de peças e acessórios para motocicletas e motonetas; comerciante de peças e acessórios usados para veículos automotores; comerciante de perucas; comerciante de plantas, flores naturais, vasos e adubos; comerciante de pneumáticos e câmaras-de-ar; comerciante de produtos de higiene pessoal; comerciante de produtos de limpeza; comerciante de produtos de panificação; comerciante de produtos de tabacaria; comerciante de produtos farmacêuticos homeopáticos; comerciante de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas; comerciante de produtos naturais; comerciante de produtos para festas e natal; comerciante de produtos religiosos; comerciante de redes para dormir; comerciante de sistema de segurança residencial; comerciante de tecidos; comerciante de tintas e materiais para pintura; comerciante de toldos e papel de parede; comerciante de vidros; compoteiro; confeccionador de carimbos; confeccionador de fraldas descartáveis; confeiteiro; contador/técnico contábil; costureiro de roupas, exceto sob medida; costureiro de roupas, sob medida; coveiro; cozinheiro que fornece refeições prontas e embaladas para consumo; criador de animais domésticos; criador de peixes ornamentais em água doce; criador de peixes ornamentais em água salgada; crocheteiro; cuidador de idosos e enfermos; cunhador de moedas e medalhas; curtidor de couro; customizador de roupas. D: Dedetizador; depilador; digitador; disc jockey (dj) ou video jockey (vj); distribuidor de água potável em caminhão pipa; doceiro; dublador. E: Editor de jornais; editor de lista de dados e de outras informações; editor de livros; editor de revistas; editor de vídeo; eletricista de automóveis; eletricista em residências e estabelecimentos comerciais; encadernador/plastificador; encanador; engraxate; entregador de malotes; envasador e empacotador; estampador de peças do vestuário; esteticista; esteticista de animais domésticos; estofador fabricante de absorventes higiênicos. F: Fabricante de açúcar mascavo; fabricante de amendoim e castanha de caju torrados e salgados; fabricante de águas naturais; fabricante de alimentos prontos congelados; fabricante de amido e féculas de vegetais; fabricante de artefatos de funilaria; fabricante de artefatos estampados de metal, sob encomenda ou não; fabricante de artefatos para pesca e esporte; fabricante de artefatos têxteis para uso doméstico; fabricante de artigos de cutelaria; fabricante de aviamentos para costura; fabricante de balas, confeitos e frutas cristalizadas; fabricante de bolsas/bolseiro; fabricante de brinquedos não eletrônicos; fabricante de calçados de borracha, madeira e tecidos e fibras; fabricante de calçados de couro; fabricante de chá; fabricante de cintos/cinteiro; fabricante de conservas de frutas; fabricante de

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conservas de legumes e outros vegetais; fabricante de desinfetantes; fabricante de embalagens de cartolina e papel cartão; fabricante de embalagens de madeira; fabricante de embalagens de papel; fabricante de especiarias; fabricante de esquadrias metálicas, sob encomenda ou não; fabricante de fios de algodão; fabricante de fios de linho, rami, juta, seda e lã; fabricante de fumo e derivados do fumo; fabricante de geleia de mocotó; fabricante de gelo comum; fabricante de guarda-chuvas e similares; fabricante de guardanapos e copos de papel; fabricante de instrumentos musicais; fabricante de jogos recreativos; fabricante de laticínios; fabricante de letreiros, placas e painéis não luminosos, sob encomenda ou não; fabricante de luminárias e outros equipamentos de iluminação; fabricante de malas; fabricante de massas alimentícias; fabricante de meias; fabricante de mochilas e carteiras; fabricante de painéis e letreiros luminosos, sob encomenda ou não; fabricante de pão de queijo congelado; fabricante de papel; fabricante de partes de peças do vestuário – facção; fabricante de partes de roupas íntimas – facção; fabricante de partes de roupas profissionais – facção; fabricante de partes para calçados; fabricante de polpas de frutas; fabricante de produtos de perfumaria e de higiene pessoal; fabricante de produtos de limpeza; fabricante de produtos de soja; fabricante de produtos de tecido não tecido para uso odonto-médico-hospitalar; fabricante de produtos derivados de carne; fabricante de produtos derivados do arroz; fabricante de rapadura e melaço fabricante de refrescos, xaropes e pós para refrescos; fabricante de roupas íntimas; fabricante de sabões e detergentes sintéticos; fabricante de sucos concentrados de frutas, hortaliças e legumes; fabricante de sucos de frutas, hortaliças e legumes; fabricante de velas, inclusive decorativas; farinheiro de mandioca; farinheiro de milho; ferramenteiro; ferreiro/forjador; filmador; fornecedor de alimentos preparados para empresas; fosseiro (limpador de fossa); fotocopiador; fotógrafo; fotógrafo aéreo; fotógrafo submarino; funileiro/ lanterneiro. G/ H: Galvanizador; gesseiro; gravador de carimbos; guardador de móveis; guia de turismo; guincheiro (reboque de veículos); humorista e contador de histórias. I: Instalador de antenas de tv; instalador de equipamentos de segurança domiciliar e empresarial, sem prestação de serviços de vigilância e segurança; instalador de equipamentos para orientação à navegação marítima, fluvial e lacustre; instalador de isolantes acústicos e de vibração; instalador de isolantes térmicos; instalador de máquinas e equipamentos industriais; instalador de painéis publicitários; instalador de rede de computadores; instalador de sistema de prevenção contra incêndio; instalador e reparador de acessórios automotivos; instalador e reparador de elevadores, escadas e esteiras rolantes; instalador e reparador de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração; instrutor de arte e cultura em geral; instrutor de artes cênicas; instrutor de cursos gerenciais; instrutor de cursos preparatórios; instrutor de idiomas; instrutor de informática; instrutor de música. J/ L : Jardineiro; jornaleiro. Lapidador; lavadeiro de roupas; lavadeiro de roupas profissionais; lavador e polidor de carro; lavador de estofado e sofá; livreiro; locador de andaimes; locador de aparelhos de jogos eletrônicos; locador de equipamentos científicos, médicos e hospitalares, sem operador; locador de equipamentos recreativos e esportivos; locador de fitas de vídeo, dvds e similares; locador de livros, revistas, plantas e flores; locador de máquinas e equipamentos agrícolas sem operador; locador de máquinas e equipamentos para construção sem operador,

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exceto andaimes; locador de máquinas e equipamentos para escritório; locador de material médico; locador de móveis e utensílios, inclusive para festas; locador de instrumentos musicais; locador de objetos do vestuário, joias e acessórios; locador de outras máquinas e equipamentos comerciais e industriais não especificados anteriormente, sem operador; locador de palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário, exceto andaimes; locutor de mensagens fonadas e ao vivo. M: Mágico; manicure/pedicure; maquiador; marceneiro, sob encomenda ou não; marmiteiro; mecânico de motocicletas e motonetas; mecânico de veículos; merceeiro/vendeiro; mergulhador (escafandrista); moendeiro; montador de móveis; montador e instalador de sistemas e equipamentos de iluminação e sinalização em vias públicas, portos e aeroportos; motoboy; mototaxista; moveleiro; moveleiro de móveis metálicos. O: Oleiro; operador de marketing direto; organizador municipal de excursões em veículo próprio; ourives. P: Padeiro; panfleteiro; papeleiro; pastilheiro; pedreiro; peixeiro; pintor de automóveis; pintor de parede; pipoqueiro; pirotécnico; pizzaiolo em domicílio; poceiro/cisterneiro/cacimbeiro; produtor de pedras para construção, não associada à extração; professor particular; promotor de eventos; promotor de turismo local; promotor de vendas; proprietário de albergue não assistencial; proprietário de bar e congêneres; proprietário de camping; proprietário de cantinas; proprietário de carro de som para fins publicitários; proprietário de casa de chá; proprietário de casa de sucos; proprietário de casas de festas e eventos; proprietário de estacionamento de veículos; proprietário de fliperama; proprietário de hospedaria; proprietário de lanchonete; proprietário de pensão; proprietário de restaurante; proprietário de sala de acesso à internet; proprietário de salão de jogos de sinuca e bilhar. Q: Queijeiro/manteigueiro; quitandeiro; quitandeiro ambulante; R: Recarregador de cartuchos para equipamentos de informática; reciclador de borracha, madeira, papel e vidro; reciclador de materiais metálicos, exceto alumínio; reciclador de materiais plásticos; reciclador de sucatas de alumínio; redeiro; relojoeiro; removedor e exumador de cadáver; rendeiro; reparador de aparelhos e equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica; reparador de artigos de tapeçaria; reparador de artigos e acessórios do vestuário; reparador de balanças industriais e comerciais; reparador de baterias e acumuladores elétricos, exceto para veículos; reparador de bicicleta; reparador de brinquedos; reparador de cordas, velames e lonas; reparador de embarcações para esporte e lazer; reparador de equipamentos esportivos; reparador de equipamentos hidráulicos e pneumáticos, exceto válvulas; reparador de equipamentos médico-hospitalares não-eletrônicos; reparador de extintor de incêndio; reparador de filtros industriais; reparador de geradores, transformadores e motores elétricos; reparador de guarda chuva e sombrinhas; reparador de instrumentos musicais; reparador de máquinas de escrever, calcular e de outros equipamentos não-eletrônicos para escritório; reparador de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial; reparador de máquinas e aparelhos para a indústria gráfica; reparador de máquinas e equipamentos para a indústria da madeira; reparador de máquinas e equipamentos para a indústria têxtil, do vestuário, do couro e calçados; reparador de

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máquinas e equipamentos para agricultura e pecuária; reparador de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas e fumo; reparador de máquinas motrizes não-elétricas; reparador de máquinas para bares e lanchonetes; reparador de máquinas para encadernação; reparador de máquinas, aparelhos e equipamentos para instalações térmicas; reparador de móveis; reparador de panelas (paneleiro); reparador de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras, exceto para veículos; reparador de toldos e persianas; reparador de tonéis, barris e paletes de madeira; reparador de tratores agrícolas; reparador de veículos de tração animal; restaurador de instrumentos musicais históricos; restaurador de jogos acionados por moedas; restaurador de livros; restaurador de obras de arte; restaurador de prédios históricos; retificador de motores para veículos automotores; revelador fotográfico S: Salgadeiro; salineiro/extrator de sal marinho; salsicheiro/linguiceiro; sapateiro; seleiro; sepultador; serigrafista; serigrafista publicitário; serralheiro, sob encomenda ou não; sintequeiro; soldador / brasador; sorveteiro; sorveteiro ambulante; T: Tanoeiro; tapeceiro; tatuador; taxista; tecelão; tecelão de algodão; técnico de sonorização e de iluminação; técnico de manutenção de computador; técnico de manutenção de eletrodomésticos; técnico de manutenção de telefonia; telhador; tintureiro; torneiro mecânico; tosador de animais domésticos; tosquiador; transportador aquaviário para passeios; turísticos; transportador escolar; transportador de mudanças; transportador marítimo de carga; transportador municipal de cargas não perigosas(carreto); transportador municipal de passageiros sob frete; transportador municipal de travessia por navegação; transportador municipal hidroviário de cargas; tricoteiro; V: Vassoureiro; vendedor ambulante de produtos alimentícios; vendedor de aves vivas, coelhos e outros pequenos animais para alimentação, verdureiro; vidraceiro de automóveis; vidraceiro de edificações; vinagreiro.

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ANEXO II GRUPOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES

NOME PRINCIPAIS

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

DIFICULDADES OPORTUNIDADES

PRETENDEM SER EMPREENDEDORES Desbravador • Educação acima da

média • Empregados do setor

privado • Querem empreender para

ganhar mais dinheiro

• Cerca de 1/3 não tem renda

• Incerteza em relação à renda

• Risco de falência

• Oferta de educação em diversos temas, como finanças pessoais

• Conteúdo básico e prático • Microcrédito • Coaching/ Mentoring

Empolgado • Faixa etária: 16-24 anos • Educação acima da

média • Residem no Sudeste • Acessam internet • Trabalham no setor

privado • Querem empreender para

ter mais independência pessoal

• Cerca de 1/3 não tem renda

• Incerteza em relação à renda

• Conteúdo pela internet • Conteúdo inspiracional

que mostre as maneiras corretas de se empreender

• Educação à distância • Cursos básicos e práticos •Competições com investimento no final • Espaço para networking

Provedor • Mulheres • Faixa etária: 40-64 anos • Baixa escolaridade e

renda • Não trabalham ou

são aposentadas

• Querem empreender por

uma oportunidade

• Baixa escolaridade • Baixa renda pessoal • Grande parte não

acessa a Internet • Incerteza em relação à

renda • Possibilidade de falência

• Conteúdo de inovação • Conteúdo muito simples • E ventos locais, eventos na comunidade/ igreja • Mostrar exemplos de como fazer diferente • Educação financeira • MEI (Micro empreendedor individual), e feiras de comunidade

EMPREENDEDORES FORMAIS Apaixonado • Mulheres

• Destaque para faixa 25-35 anos • Responsáveis pelo domicílio • Residem no Sul • Querem empreender por oportunidade (maior grupo) • Empresas na saúde, estética, venda de acessórios • Alto uso de redes sociais • Potencial de crescimento

Menor renda pessoal e faturamento anual • Falta de investimento • Incerteza em relação à renda e ao retorno financeiro • Falta de recursos financeiros • Dificuldades burocráticas/ administrativas

Cursos em como acessar capital (10.000 Mulheres – iniciativa Goldman Sachs) • Conteúdo de inovação • Curso em franquia • Conteúdo por setor • Incentivos para empreendedorismo feminino • Espaços para networking de empreendedores e mentoring

Antenado D estaque para faixa 25-35 anos • Residem no Sudeste • Maior renda familiar • Participam de redes de negócios como associações de classe • Atuam no setor de serviço • Tiveram auxílio de familiares/amigos para abrir negócio

alta de conhecimento de gestão de pessoas • F alta conhecimento • Problemas com pagamento dos impostos • F alta de investimentos e recursos financeiros • Incerteza em relação ao retorno financeiro • Risco de falência

ursos de administração e gestão de empresa • Ajuda com RH em geral • Mentoring e coaching (investidores/ empreendedores) • Educação financeira • Competição com investimento ao final

Independente Empreendedores maduros • Casados • Acessam menos a internet

Escolaridade mediana • Não receberam auxílio na abertura do negócio

Conteúdo por meio de revistas/jornais • Educação e tecnologia

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• Se informam através da leitura de jornais/revistas

• Problemas no fluxo de caixa • Falta de recursos financeiros • Incerteza em relação ao retorno financeiro • Dificuldade de conciliar com a vida pessoal/familiar

para gerenciar melhor o fluxo de caixa • Educação sobre linhas de financiamento/divulgação de oportunidades de acesso a capital • Ajuda com RH

Arrojado Homens • Maior renda pessoal e familiar • Mais maduro • Atividade em sindicatos • O grupo que mais acredita que com a ampliação do negócio terão aumento na renda

Incerteza em relação ao retorno financeiro • Possibilidade de sofrer um fracasso pessoal • Risco de perder propriedade • Falta de conhecimento de gestão de pessoas • Falta de oportunidades de negócio e ideias • Problemas de fluxo de caixa • Falta de recursos financeiros • Mercado • Concorrência • Dificuldade em conciliar com a vida pessoal

Capacitação formal, como MBA • Educação de alto nível à distância • Ajuda sofisticada com RH • Mentoring e Networking de alto nível

EMPREENDEDORES INFORMAIS Pragmático Destaque para até 35 anos

• Alto uso da internet • Alto uso de redes sociais • Iniciaram seu negócio por oportunidade e por autorrealização. • Atuam sozinhos

Escolaridade mediana • Insegurança no trabalho • F alta de oportunidades de negócio e ideias • Baixo faturamento anual • Falta de investimento • Problemas de fluxo de caixa • Incerteza em relação ao retorno financeiro • Possibilidade de falência

Ajuda em achar um sócio • Ajuda em melhorar modelo de negócios (cursos de design thinking) • Conteúdo bem prático de inovação e marketing • Conteúdo prático e inspiracional online (Portal Endeavor) • Networking online/offline

Lutador • Maduros • Chefes de família • Moram em casa própria • Se informam através da televisão • Iniciaram o negócio por necessidade • A empresa cresceu nos últimos 3 anos • Exercem a atividade por 16 anos em um estabelecimento

• Baixa renda familiar/faturamento anual

• Baixa escolaridade • Não tiveram auxílio na abertura do negócio • Falta de informação fiscal e sobre como administrar um negócio • Falta de recursos financeiros • Risco de perder propriedade • Incerteza em relação à renda

• Conteúdo pela televisão • Conteúdo inspirador • Cursos básicos de gestão de negócios • Cursos básicos do SEBRAE • Parcerias com estudantes (Empresa Júnior, cursos de administração)

Fonte: Endeavor Brasil, 2013.

APÊNDICE I

1. Informações Gerais

Sexo: ( )Masculino ( )Feminino

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Idade: ( )<21 anos ( )21-30 anos ( )30-40 anos ( )40-50 anos ( )>50 anos

Estado Civil: ( )Solteiro ( )Casado ( )União Estável__________

Naturalidade:

Grau de Escolaridade:

( )Ens. Fundamental ( )Ens. Médio ( )Ens. Superior

Tipo de atividade que Desempenha atualmente:

( )Indústria ( )Comercio ( ) Serviços

Tempo que desempenha essa atividade?

( ) menos de 1 ano ( ) de 1 a 3 anos ( ) mais de 3 anos

Qual o faturamento fiscal anual da empresa?

( )até 30 mil reais ( ) de 30 até 50 mil reais ( ) de 50 mil até 60 mil reais

Já desempenhou outra atividade?

( )Sim ( )Não Se “SIM” qual? ______________________________

2. Informações Referentes a Atividade Desenvolvida

Sua empresa possui Plano de Negócio? ( )Sim ( )Não

Qual a maior dificuldade vivenciada no início do seu negócio?

( )Falta de Crédito ( )Falta de experiência ( )Concorrência ( )Outros______

Além do BNB qual outra instituição lhe ofertou crédito para o desenvolvimento

de seu negócio?

( )BB ( )CEF ( )BNDES ( )Bancos Privados ( )Outros _______

Você Acredita que sua experiência foi suficiente para alcançar o sucesso?

( )Sim ( )Não

Você buscou orientação e aprimorarão profissional em alguma instituição?

( )SEBRAE ( )SENAI ( )SENAC ( )Outros_____

Qual o perfil da sua empresa? ( )Profissional ( )Familiar

Você administra sozinho seu negócio? ( )Sim ( )Não

Você tem algum tipo de consultoria profissional? Ex: Administrativo, Contábil,

Comercial e etc.

( )Sim. Qual tipo: ______________ ( )Não

Cite alguma característica forte que o seu empreendimento possui que a destaca

em relação aos seus concorrentes:

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Cite alguma característica fraca que o seu empreendimento possui que a

compromete em relação aos seus concorrentes:

________________________________________________________________

Cite alguma particularidade que seu empreendimento precisa ter para que possa

destacá-lo em seu segmento?

________________________________________________________________