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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS JANICE SANTOS DE OLIVEIRA O BALANCETE DE VERIFICAÇÃO COMO BASE PARA A ELABORAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL DE ACORDO COM A LEI 11.941/2009 ESTUDO DE CASO NA EMPRESA DE NOME FICTÍCIO - PRP- PROPAGANDAS E RELAÇÕES PÚBLICAS LTDA FORTALEZA - CEARÁ 2012

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JANICE SANTOS DE OLIVEIRA

O BALANCETE DE VERIFICAÇÃO COMO BASE PARA A ELABORAÇÃO

DO BALANÇO PATRIMONIAL DE ACORDO COM A LEI 11.941/2009

ESTUDO DE CASO NA EMPRESA DE NOME FICTÍCIO - PRP-

PROPAGANDAS E RELAÇÕES PÚBLICAS LTDA

FORTALEZA - CEARÁ

2012

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JANICE SANTOS DE OLIVEIRA

O BALANCETE DE VERIFICAÇÃO COMO BASE PARA A ELABORAÇÃO

DO BALANÇO PATRIMONIAL DE ACORDO COM A LEI 11.941/2009

ESTUDO DE CASO NA EMPRESA DE NOME FICTÍCIO - PRP-

PROPAGANDAS E RELAÇÕES PÚBLICAS LTDA

Monografia apresentada à aprovação da

Faculdade Cearense como requisito parcial

para a obtenção do Título de Bacharel em

Ciências Contábeis

Fortaleza-Ceará

2012

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JANICE SANTOS DE OLIVEIRA

O BALANCETE DE VERIFICAÇÃO COMO BASE PARA A ELABORAÇÃO

DO BALANÇO PATRIMONIAL DE ACORDO COM A LEI 11.941/2009

ESTUDO DE CASO NA EMPRESA DE NOME FICTÍCIO - PRP-

PROPAGANDAS E RELAÇÕES PÚBLICAS LTDA

Monografia como pré-requisito para obtenção

do título de Bacharelado em Ciências

Contábeis, outorgado pela Faculdade Cearense

– FAC, tendo sido aprovada pela banca

examinadora composta pelos professores.

Data de aprovação: _____/_____/_____

Orientadora: Professora Ms. Liana Márcia Costa Vieira Marinho

_________________________________________________

Professora Drª Marcia Maria Machado Freitas

_________________________________________________

Professor Esp. Osvaldo Olimpio Bezerra

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Dedico esta monografia aos meus pais e

familiares, amigos, Sr. Raul, Olinda e

Professores Márcia Freitas, Liana Marinho,

Fausto Silveira, José Maria Alexandre e

Osvaldo Olímpio.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que sem Ele eu realmente não teria conseguido

chegar até aqui.

Aos meus pais que me deram educação e fizeram todos os esforços por meu sucesso.

A mim por força de vontade em acreditar que depois de 10 anos sem estudar, ainda

conseguiria entrar numa faculdade e terminar um curso superior em contabilidade e

muito desejado resistindo ao sono, fome e cansaço.

Aos meus parentes e amigos que por muitas vezes entenderam minha ausência, quando

eu tinha que me dedicar aos estudos.

Ao Sr. Raul quem me deu oportunidade profissional gerando inspiração nesta área e que

por inúmeras vezes entendeu quando precisei ausentar-me por causa dos estudos.

A minha amiga de trabalho Olinda, que muito me incentivou sempre com suas

experiências não só profissionais, mas para a vida, quase uma mãe.

Enfim, aos queridos professores que passaram seus conhecimentos e incentivos todas as

noites em sala de aula ou intervalos nos corredores da faculdade e principalmente a

Profª. MS. Liana Marinho.

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RESUMO

O Balancete de Verificação vem como peça principal, apresentando-se como

instrumento necessário à elaboração dos demonstrativos contábeis, pois ele antecede

todos esses demonstrativos. Este trabalho tem como objetivo principal ressaltar a

importância dessa peça fundamental para os usuários. Como objetivo específico a forma

de apresentação, elaboração, lançamentos pós-balancete, passo a passo até a confecção

do Balanço Patrimonial, com o auxílio do livro Diário e Razão, e ainda detalhes que

contribuem para a qualidade na confecção de um demonstrativo contábil. Foi realizada

uma pesquisa qualitativa, envolvendo características e aplicação, através de pesquisa

bibliográfica, textos de livros, artigos científicos, normas, princípios contábeis e sites

disponíveis. Também se efetuou um estudo de caso com dados reais de uma empresa de

nome fictício denominada de PRP-PROPAGANDAS E RELAÇÕES PÚBLICAS

LTDA, para ilustrar o tema abordado de acordo com os padrões, a Lei nº 11.641/2009 e

convenções pertinentes a área contábil. Visou-se apontar a relevância do balancete,

embora passe desapercebido por alguns autores, quando o mesmo é fundamental antes

de um encerramento contábil. Aumentar as fontes de pesquisa ao Balancete de

Verificação e torná-lo uma peça reconhecida por sua utilidade motivou-se a este

trabalho. Concluiu-se que a verificação e o detalhamento das contas antes da elaboração

de qualquer relatório, é fator relevante. Essa prática ainda contribui para a qualidade das

demonstrações levantadas no final do exercício, mostrando a real situação da empresa

através do documento contábil pertinente para os fins a que se fizerem necessários em

decisões empresariais.

Palavras chave: Balancete; Demonstrativos Contábeis; Lei nº 11.641/2009

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ABSTRACT

The Balance Sheet Verification comes as centerpiece, appearing as a necessary tool in

the preparation of financial statements because it predates all of these statements. This

work has as main goal to emphasize the importance of this critical piece to the users. As

a specific objective the presentation, preparation, post-balance sheet entries, step by step

until the making of the Balance Sheet, with the help of the book Diary and Ledger, and

even details that contribute to the quality of making a statement accounting. We

conducted a qualitative study involving features and application, through literature,

textbooks, scientific papers, standards, accounting principles and sites available. We also

performed a case study with real data from a fictitious company name called PRP-

ADVERTISING AND PUBLIC RELATIONS LTD, to illustrate the topic addressed in

accordance with the standards, the Law and relevant conventions 11.641/2009 the

accounting area. The aim was to point out the relevance of the balance sheet, although

pass unnoticed by some authors, when it is essential before a closing book. Increase

research sources to Trial Balance Verification and make it a piece recognized for its

usefulness led to this work. It was concluded that the verification of accounts and details

before preparing any report, is a relevant factor. This practice also contributes to the

quality of the statements raised at year-end, showing the real situation of the company

through the relevant accounting document for the purposes that are needed in business

decisions.

Key words: Balance Sheet, Financial Statements; Law 11.641/2009

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LISTA DE ABREVIATURAS

BV Balancete de Verificação

BP Balanço Patrimonial

NBCT Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica

DC Demonstrativos Contábeis

CFC Conselho Federal de Contabilidade

MP Medida Provisória

LC Lei complementar

ART Artigo

PL Patrimônio Líquido

RIR Regulamento do Imposto de Renda

ARE Apuração do Resultado do Exercício

PRP Propaganda e Relações Públicas

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1 Balancete de Verificação de 2 Colunas

Tabela 2 Balancete de Verificação de 4 Colunas

Tabela 3 Balancete de Verificação de 6 Colunas

Tabela 4 Balancete de Verificação de 8 Colunas

Figura 1 Lançamentos de 1ª Fórmula

Figura 2 Lançamentos de 2ª Fórmula

Figura 3 Lançamentos de 3ª Fórmula

Figura 4 Lançamentos de 4ª Fórmula

Figura 5 Razonete em “T”

Figura 6 Mecanismo do Débito e Crédito em Contabilidade

Figura 7 Balanço Patrimonial 2008 da Empresa AMJ Comércio Ltda

Figura 8 Razonetes com saldos de 2008 para lançamentos de 2009

Figura 9 Balanço Patrimonial 2009 da Empresa AMJ Comércio Ltda

Figura 10 Balancete Contábil da empresa PRP Propaganda e Relações Públicas Ltda

Figura 11 Balanço Patrimonial da empresa PRP Propaganda e Relações Públicas

Ltda

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................11

1.1 PROBLEMÁTICA...................................................................................................12

1.2 OBJETIVO GERAL...............................................................................................13

1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO......................................................................................13

1.4 HIPÓTESE................................................................................................................13

1.5 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................13

1.6 METODOLOGIA.....................................................................................................14

2 LIVROS DE ESCRITURAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DO BALANÇO

PATRIMONIAL.............................................................................................................16

2.1 LIVROS DE ESCRITURAÇÃO.............................................................................16

2.1.1 LIVRO DIÁRIO....................................................................................................17

2.1.2 LIVRO RAZÃO.....................................................................................................18

3 MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO DOS LANÇAMENTOS...................................19

3.1 MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO..........................................................................19

3.2 MÉTODO DAS PARTIDAS SIMPLES E PARTIDAS DOBRADAS................20

3.2.1 MÉTODO DAS PARTIDAS SIMPLES..............................................................20

3.2.2 MÉTOD DAS PARTIDAS DOBRADAS............................................................21

3.3 LANÇAMENTOS.....................................................................................................24

3.4 TIPOS DE FÓRMULAS..........................................................................................26

3.5 ERROS DE LANÇAMENTOS...............................................................................28

4 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO..........................................................................29

4.1 CONCEITO, ORIGEM, FINALIDADE E OBJETIVO......................................29

4.2 FORMAS DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO.........................................30

4.3 ERROS NÃO DETECTADOS PELO BALANCETE..........................................32

4.4 TIPOS DE BALANCETES.....................................................................................34

4.5 BALANÇO PATRIMONIAL..................................................................................37

5 ESTUDO DE CASO....................................................................................................43

5.1 DA ENTIDADE PESQUISADA: PRP – PROPAGANDA E RELAÇÕES

PÚBLICAS LTDA..........................................................................................................43

5.2 MISSÃO, VISÃO E VALORES..............................................................................43

5.3INFRA-ESTRUTURA DA EMPRESA...................................................................44

5.4 PRINCIPAL SERVIÇO PRESTADO....................................................................45

5.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL....................................................................45

5.6 DO BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DA EMPRESA PRP............................45

5.7 DO BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA PRP.......................................47

6 CONCLUSÃO..............................................................................................................49

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................51

ANEXO A BALANCETE CONTÁBIL DA EMPRESA PRP

ANEXO B BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA PRP

ANEXO C LIVRO DIÁRIO DA EMPRESA PRP

ANEXO D LIVRO RAZÃO DA EMPRESA PRP

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1 INTRODUÇÃO

A Lei 6.404/76 exige que sejam levantados ao final de cada exercício

Demonstrações Contábeis. No entanto, para que isso seja feito, uma peça não muito

ressaltada nas bibliografias, é necessária. Esta peça chama-se Balancete de Verificação.

Será apresentada a maneira e o embasamento utilizado para se construir um

balancete, a eficiência de acordo com o seu nº de colunas e qual deles é mais completo

em informações detalhadas, já que é uma ferramenta pouco utilizada pelas empresas.

Também citando os pontos positivos e negativos para sanar dúvidas quanto aos

tipos existentes, irá abordar a importância de seu uso através da sua simplicidade em

como é apresentado, para o entendimento e análise, quais elementos entram, seus tipos e

modelos, a utilização essencial do método das partidas dobradas para sua confecção,

assim como seu uso nos escritórios contábeis e nas empresas. A NBC T 2.7, aprovada

pelo Conselho Federal de Contabilidade através da Resolução nº 684/1990, apresenta os

critérios utilizados para sua construção, sem esquecer que o descumprimento destas

Normas e Resoluções acarreta infração ao exercício da profissão falada no Decreto-lei nº

9.295/1946, art.27, e ao Código de Ética Profissional do Contabilista aprovado pela

Resolução CFC nº 806/1996.

Abordará os lançamentos contábeis via partidas dobradas pós Balancete de

Verificação, e os lançamentos de encerramento e de elaboração do Balanço Patrimonial

de acordo com a Lei Complementar nº123 de 14/12/2006, Lei complementar nº127 de

14/08/2007, e Lei complementar nº128 de 19/12/2008, Lei complementar nº133 de

28/12/2009, MP 449 de 03/12/2008, convertida na Lei nº 11.941 de 27/05/2009 e

Lei 11.638/2007 altera a lei das SAs 6.404/76.

Através dos lançamentos contábeis pelas partidas dobradas, será exposto além do

balancete em sua importância, também no que o livro Diário e Razão interferem para o

encerramento do Balanço. Os lançamentos mínimos necessários para serem transferidos

do balancete de verificação para o balanço patrimonial, serão apresentados do de forma

clara para o complemento das questões abordadas.

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O trabalho está dividido em cinco seções, sendo a primeira esta introdução onde

foi disposta a problemática, o objetivo geral, os objetivos específicos, hipótese,

justificativa e a metodologia.

Na segunda foram detalhados os livros de escrituração, evidenciando o caminho

a elaboração do Balanço Patrimonial, mostrando os pontos e informações necessárias.

Na terceira discorreu-se sobre os métodos de escrituração pelas Partidas

Dobradas quanto a sua origem, formatação, correção, tipos e erros de lançamentos e

fórmulas, mostrando que esse invento perdura.

Na quarta caracteriza-se o Balancete de Verificação, abordando sua origem,

conceito, finalidade, objetivos, formas de apresentação, tipos e erros de lançamentos que

o balancete não detecta.

Na quinta, explanou-se um estudo de caso para fixar quais contas foram levadas

do Balancete de Verificação para o Balanço Patrimonial, as contas auxiliares e o passo a

passo para o encerramento. Explicou-se a sub divisão, de acordo com legislação vigente,

finalizando através deste, o demonstrativo pronto na visualização de como está a

situação empresarial para a utilidade que for necessária, principalmente a tomada de

decisão dos gestores.

Em seguida a conclusão de acordo com tudo o que foi apresentado no trabalho,

discorrendo sobre as considerações referentes aos resultados, observando se realmente

os objetivos foram alcançados.

Por último segue com as referências bibliográficas, mostrando as fontes

pesquisadas dentro do contexto abordado.

1.1 PROBLEMÁTICA

Como problemática levantou-se o seguinte questionamento: Como o balancete de

verificação poderá contribuir para a qualidade do Balanço Patrimonial? Quais os tipos

de lançamentos são necessários para transformar o balancete de verificação em Balanço

Patrimonial?

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1.2 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral é ressaltar a importância do balancete de verificação aos

acadêmicos e administradores como instrumento indispensável ao passo a passo na

elaboração do Balanço Patrimonial.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Como objetivos específicos relacionaram-se:

Caracterizar o Balancete de Verificação quanto a origem, conceituação,

forma, finalidade;

Discorrer sobre as Partidas Dobradas e Lançamentos pós Balancete de

Verificação;

Relacionar o passo a passo entre o Balancete de Verificação e o

Demonstrativo Balanço Patrimonial;

Evidenciar detalhes no Balancete de Verificação que contribuem para

qualidade da Demonstração Contábil Balanço Patrimonial.

1.4 HIPÓTESE

Em atendimento ao levantamento do questionamento, o Balancete de Verificação

contribui no tocante a conferência dos lançamentos antes do transporte dos saldos das

contas para o Balanço Patrimonial, pois ele relaciona todas as contas de resultado e

patrimoniais.

Após conferência de todos os lançamentos, encerram-se as contas de resultado,

que são as despesas e receitas e em seguida, serão levadas para o Balanço, as contas

patrimoniais com seus devidos saldos apurados.

1.5 JUSTIFICATIVA

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Visando demonstrar a relevância do Balancete de Verificação, a escolha deste

tema foi motivada pela necessidade de apresentar a importância que deve ser dada por

ser peça fundamental, que precede a elaboração das demonstrações contábeis.

Ao elaborar uma pesquisa, facilmente se encontra informações sobre a forma,

estrutura, objetivos e importância dos demais demonstrativos contábeis, no entanto, o

balancete de verificação passa, por vezes, despercebido pelos autores.

Entende-se que por ser a primeira peça antes do encerramento, deve se

aprofundar o conhecimento sobre a mesma e alertar aos acadêmicos sobre a necessidade

e particularidades deste instrumento. Principalmente mostrar aos iniciantes nesta área,

que estão cursando as disciplinas de Contabilidade Introdutória e Contabilidade

Intermediária, através de uma linguagem fácil ao entendimento de como se inicia o

processo. Será de grande importância, mostrar o valor do BV aos gestores empresariais

e direcionar os mesmos a conhecerem este instrumento da contabilidade em como

poderão tomar decisões após a confecção dos demonstrativos baseados no balancete.

É uma necessidade, apesar de vasta literatura sobre encerramento das

demonstrações contábeis, ampliar as fontes de pesquisa com relação ao balancete, pois,

poucos livros ressaltam e detalham esse instrumento antecedente ao encerramento do

Balanço Patrimonial. Muitos podem não perceber a relevância, mas no decorrer do

trabalho poderá ser visualizada essa importância. Tornar o BV uma peça reconhecida

por sua utilidade é a maior motivação para este trabalho.

1.6 METODOLOGIA

A pesquisa caracterizou-se como qualitativa por dispor características do

instrumento pesquisado, bem como o uso no meio empresarial.

Quanto ao procedimento, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e eletrônica através

de consultas a livros, artigos científicos, sites disponíveis. Utilizou-se também a

pesquisa documental através de leis, normas e princípios, como exemplo a Lei 6.404/76,

Lei 11.641/2009 e suas alterações.

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Apresentou-se um estudo de caso da empresa PRP – Propaganda e Relações

Públicas Ltda., referente a sua movimentação no ano de 2011, onde na prática será visto

a teoria apresentada no decorrer do trabalho seguindo o passo a passo, para o melhor

entendimento principalmente dos iniciantes nesta carreira profissional contábil, que

desejam aprender a base para a elaboração dos principais demonstrativos contábeis

através do Balancete de Verificação e suas utilidades relevantes.

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2 LIVROS DE ESCRITURAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DO BALANÇO

PATRIMONIAL

Na apresentação da 27ª edição do livro de Ribeiro (2010) o mesmo discorreu:

Em 2008 e em 2009, procedemos novas atualizações nesta obra,

especialmente para ajustá-las às mudanças trazidas pela Lei n 11.638, de 28

de dezembro de 2007, e pela Medida Provisória n 449, de 3 de dezembro de

2008, convertida na Lei n 11.941, de 27 de maio de 2009, que promoveram

importantes alterações na Lei das Sociedades por Ações, especialmente na

parte que trata de matéria contábil, para adequar os procedimentos contábeis

praticados no Brasil aos padrões internacionais de contabilidade adotados nos

principais mercados de valores mobiliários do mundo. Essas atualizações

abrangeram, também, as mudanças introduzidas na legislação brasileira em

geral, desde 2002 (data da 24ª edição) até 2009.

Abordar-se-á neste tópico a elaboração do Balanço Patrimonial, e dos dois

principais livros utilizados pela contabilidade que são o Livro Diário e Livro Razão,

através dos lançamentos por débito e crédito para esclarecer melhor porque as Partidas

Dobradas são tão importantes nessas elaborações.

Para demonstrar a elaboração do Balanço Patrimonial serão explicitados os

lançamentos em forma de “T” ou razonetes, e os livros de escrituração: Diário e Razão.

Serão usados os balanços anuais 2008 e 2009 da empresa AMJ Comércio LTDA,

como exemplo.

2.1 LIVROS DE ESCRITURAÇÃO

Nagatsuka e Teles, 2005, dizem que os registros contábeis são efetuados nos

chamados Livros de Escrituração, nos quais a empresa lança seus fatos administrativos.

Os principais livros utilizados pela contabilidade são o diário e o razão.

O Livro Diário e Razão são livros exigidos pela legislação das sociedades

Anônimas 6.404/76, alterada pela lei 11.638/2007 e suas alterações. Devido a esta

exigência, nota-se que devem ser elaborados de acordo com a lei e sua validade para

futuras fiscalizações quando estas acontecerem nas empresas.

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2.1.1 LIVRO DIÁRIO

Este livro registra os atos e fatos administrativos de forma clara com todas as

informações do documento dia a dia.

O uso do Diário está previsto na legislação civil (art. 1.180 do código Civil

/brasileiro ( Lei nº 10.406/2002), na legislação comercial (Decreto-lei nº

486/1969, art.5º), na legislação tributária (art.258 do Regulamento do Imposto

de Renda – RIR/1999), bem como na Norma Brasileira de Contabilidade

(NBC-T-2 item 2.1.5 – da Escrituração Contábil).(RIBEIRO, 2010, p.80)

Com relação ao Livro Diário, Nagatsuka e Teles, 2005, afirmam ser este “tão

importante que a elaboração do balanço patrimonial sem base fidedigna, ou seja, sem o

embasamento da escrituração contábil e/ou a inexistência do livro diário configura crime

enquadrável no artigo nº 297 do Código Penal Brasileiro.”

No livro diário são registradas todas as operações da empresa, em ordem

cronológica de dia, mês e ano, utilizando o método das partidas dobradas. A

utilização do livro diário é regulamentada e, para efeito de prova a favor da

empresa, deverá conter, respectivamente, na primeira e últimas páginas,

termos de abertura e encerramento a ser registrado e autenticado pelas juntas

comerciais ou repartições encarregadas do Registro do Comércio. (NAGATSUKA;TELES, 2005, p.58)

Ribeiro, 2010, discorre que “o empresário ou a sociedade empresária que adotar

escrituração mecanizada ou eletrônica poderá substituir o Diário por conjunto de fichas

ou folhas soltas”. Estas por sua vez deverão ser numeradas tipograficamente, podendo

também ser substituído por folhas contínuas a serem numeradas de forma tipográfica ou

mecânica. Ainda esclarece que “ o Diário é o primeiro livro que deve ser escriturado” e

que a escrituração “é feita com base nos documentos que comprovam a ocorrência dos

eventos a serem registrados”

Seja manual, mecânica ou informatizada, a elaboração do Diário é importante,

pois o mesmo é exigido pela legislação brasileira e principalmente para o próprio

Balanço. E como exemplo deste livro consta nos anexos uma demonstração do mesmo,

referente ao estudo de caso que será explanado no tópico 5 deste trabalho.

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2.1.2 LIVRO RAZÃO

Conforme Nagatsuka e Teles, 2005, “o Livro Razão por outro lado, possibilita a

qualquer momento, o conhecimento do saldo de uma determinada conta. Na realidade,

esse livro mostra os lançamentos a débito e a crédito em cada conta e, portanto, o seu

saldo individualizado.” Em Ribeiro, 2010, “ para escriturar o Razão, partimos do

Diário. Pegamos em cada lançamento as contas envolvidas e lançamos no débito ou no

crédito, conforme essas contas estejam debitadas ou creditadas no Diário.”

O Razão é o livro mais importante para a contabilidade, porque permite o

controle do movimento de cada conta separadamente. O primeiro passo para

escriturar este livro é abrir uma página para cada conta usada na Escrituração

do Livro Diário. Portanto, antes de iniciar a Escrituração do Razão, você

deverá examinar o Diário e, baseando-se no elenco de contas do Capítulo 3,

marcar todas as contas utilizadas. Feito isso, deverá reservar no Razão uma

página para cada conta, seguindo a ordem em que elas estão dispostas no

Elenco de Contas. (RIBEIRO, 2010, p.144)

É possível confirmar os procedimentos referentes ao livro Razão na legislação do

RIR/99, art.259. Está a disposição nos anexos desta monografia um exemplo de Razão

para um melhor entendimento.

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3 MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO DOS LANÇAMENTOS

Será abordado a seguir para a elaboração do Balanço Patrimonial, os métodos de

escrituração dos lançamentos pelas partidas simples e partidas dobradas, lançamentos

em Diário, tipos de fórmulas e erro de lançamentos.

3.1 MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO

Pode-se verificar a seguir a diferença sobre, o que se entende por método e o que

é método de escrituração. Segundo Ribeiro(2010) “ método é o modo de registro dos

Fatos Administrativos, bem como dos Atos Administrativos relevantes.”

Exposto pela primeira vez em 1494 pelo frade Luca Paciolo, o método teve

rápida difusão, sendo que presentemente seu uso é universal. Por este método

é possível conhecer, a cada momento, os elementos que formam o patrimônio,

suas variações e os resultados decorrentes do exercício de qualquer atividade

econômica. (GONÇALVES,BAPTISTA, 2007, p.65)

Segundo Gonçalves e Baptista (2007), “método é o caminho pelo qual se atinge

um objetivo. É modo de proceder, meio. Assim, MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO é o

meio pelo qual procedemos ao registro de fatos contábeis.”

Segundo estabelece o artigo 1.179 do Código Civil Brasileiro (Lei nº

10.406/2002), todas as empresas (sejam elas caracterizadas como empresário

– antiga empresa individual – ou como sociedade empresária) estão obrigadas

a seguir um sistema de contabilidade mecânico ou não, com base na

escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a

documentação respectiva. (RIBEIRO, 2010, p.78)

Eis que Ribeiro(2010), comenta que escrituração “ é uma técnica que consiste em

registrar nos livros próprios(Diário, Razão, Caixa etc.) todos os acontecimentos que

ocorrem na empresa e que modifiquem ou possam vir a modificar a situação

patrimonial.”

Em Ribeiro(2008) “para que o controle do Patrimônio seja eficaz, a

Contabilidade precisa registrar todos os atos e fatos que ocorrem na empresa. Esse

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registro é feito através da escrituração”. O mesmo autor ainda comenta que “ a

escrituração começa pelo livro Diário, onde os fatos são registrados de forma mercantil,

através do lançamento, obedecendo a uma disposição técnica em ordem cronológica.”

Baseando-se nessas citações verifica-se que através da escrituração é possível ter

uma informação do patrimônio da empresa, consequente dos registros feitos por ela

constantes nos livros pertinentes a estas informações.

3.2 MÉTODO DAS PARTIDAS SIMPLES E PARTIDAS DOBRADAS

Sabe-se que universalmente, o Método das Partidas Dobradas é o mais citado,

mas não se pode esquecer que existe o Método das Partidas Simples, que será focado

adiante, através da diferença de um para o outro. A distinção entre os dois métodos é

significante, onde um se destaca sobre o outro até hoje, ou seja, o das Partidas Dobradas.

3.2.1 MÉTODO DAS PARTIDAS SIMPLES

Para começar essa apresentação sobre as partidas simples alguns autores

informam sobre o procedimento que caracteriza a forma de utilização a ser vista no

decorrer deste tópico, alertando para quais elementos são inseridos para a obtenção da

execução do método.

...consiste no registro de operações específicas envolvendo o controle de um

só elemento. No livro Caixa, por exemplo, os eventos são registrados visando

apenas o controle do dinheiro (entradas e saídas), sem a preocupação de

controlar outros elementos patrimoniais ou até mesmo de se evidenciar o

lucro ou prejuízo decorrente das respectivas transações. Outro exemplo de

registro pelo Método das partidas Simples ocorre no livro Contas-Correntes,

no qual só interessa o controle dos Direitos e/ou das Obrigações. Esse método

é deficiente e incompleto, pois não permite o controle global do Patrimônio.

As entidades que utilizam apenas esse método de registro normalmente são

aquelas que não visam ao lucro, pois só conseguem controles estanques de

alguns eventos. O conhecimento do resultado econômico se porventura

interessar, só será possível mediante a comparação do Patrimônio existente no

início e no final de determinado período.(RIBEIRO, 2010, p. 86)

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Verifica-se segundo a citação, que esse método não tem seu uso aprovado e que

os que usam estão interessados apenas em controlar o dinheiro que entra ou sai.

Para Gonçalves e Baptista, 2007, “embora os fatos contábeis possam ser

escriturados de diversas maneiras distintas, todas elas derivam de dois métodos

fundamentais: o das PARTIDAS SIMPLES e o das PARTIDAS DOBRADAS.”

Encontra-se em desuso por ser deficiente e incompleto. Por ele registramos

tão somente as operações realizadas com pessoas, omitindo-se o registro dos

elementos patrimoniais e do redito(resultado). Assim na compra da

mercadoria a prazo, creditamos nosso fornecedor, mas não registramos o

acréscimo sofrido pela conta mercadorias. As únicas contas controladas

contabilmente são Caixa e as representativas dos agentes correspondentes

(terceiros com os quais mantemos relações de débito e crédito, como vimos

no item 2.5.1). Todos os elementos do patrimônio e do redito (Mercadorias,

Imóveis, Máquinas, Despesas, Receitas etc.) são controlados

extracontabilmente. (GONÇALVES,BAPTISTA; 2007, p.64)

Através das citações acima, pode se verificar o porquê do desuso das partidas

simples, no que tange sua ineficiência quando a mesma é utilizada para registrar apenas

um lado do fato, ficando a outra parte do ato com as informações desconhecidas.

3.2.2 MÉTOD DAS PARTIDAS DOBRADAS

Segundo Nagatsuka e Teles(2005), o método das partidas dobradas surgiu na

escola italiana, no século XIV, através do Frade franciscano Luca Pacioli, considerado o

pai da contabilidade por ter escrito a primeira obra editada que tratava desse assunto.

O método das partidas dobradas, e por conseqüência, o mecanismo de débito

e crédito, apresentados de forma didática pela primeira vez pelo frei Luca

Pacioli, são convenções da área contábil utilizadas praticamente em todo o

mundo. O método é simples, porém genial e tão bom que ainda não foi

suplantado por outro, mesmo depois de mais de 600 anos de existência.

(NAGATSUKA;TELES, 2005, p.56)

Já conforme Ribeiro 2010, “esse método que é do uso universal e foi divulgado

no século XV (1494) na cidade de Veneza, na Itália, pelo frade franciscano Luca

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Pacioli, consiste em que não há devedor sem que haja credor e não há credor sem que

haja devedor, sendo que a cada débito corresponde um crédito de igual valor.”

A partir da Revolução Industrial (século XVIII) na Inglaterra, as técnicas

contábeis tomaram novo impulso. O enorme desenvolvimento econômico

verificado no período gerou as grandes corporações e o surgimento do

mercado de capitais. Aumentou-se a necessidade de confirmação dos registros

contábeis como forma de garantir a segurança dos investimentos –

desenvolvimento dos procedimentos de auditoria. Portanto, com a Revolução

Industrial, a atividade econômica evoluiu de artesanal para empresarial,

forçando também a ciência contábil a um novo progresso e a uma readaptação

das técnicas contábeis elaboradas a partir da obra de Luca Pacioli. A Itália

dominou o cenário contábil até os primeiros anos do século XX, quando, de

1920 em diante, a ascensão econômica e cultural dos Estados Unidos da

América do Norte fez com que a escola italiana entrasse em decadência.

(NAGATSUKA; TELES, 2005, p.3).

Entende-se que com a evolução dos tempos na tecnologia e formulações das leis,

o método continua sendo utilizado indispensavelmente, já que não existe nenhuma outra

maneira tão completa quanto esta de se contabilizar atos e fatos. Nagatsuka e Teles,

2005, discorre que “o método das partidas dobradas, ao registrar as operações de uma

entidade, evidencia a causa e o efeito dos fatos ocorridos em relação ao controle e a

mensuração das variações ocorridas com a riqueza dessa mesma entidade.”

A essência do método geralmente aceito, é que o registro de qualquer

operação implica que a um débito numa ou mais contas deve corresponder um

crédito equivalente em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores

debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados. Não há débito(s)

sem crédito(s) correspondentes. (IUDÍCIBUS, 1998, et al, p.48)

Isso quer dizer que as partidas são formadas por contas que se debita ou se

credita de acordo com o fato acontecido ou provisionado.

Esse método, desenvolvido pelo Frà Luca Pacioli, na Itália, século XV, hoje

universalmente aceito, dá início a uma nova fase para a contabilidade como

disciplina adulta, além de desabrochar a Escola Contábil Italiana, que iria

dominar o cenário contábil até o início do século XX.(MARION, 2006, p.152)

Este método é essencial para a construção dos demonstrativos contábeis, pois dão

uma base certa para que depois das devidas contabilizações, se tenha um resultado da

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real situação da empresa. Marion (2004) cita um item sobre o Balancete das Partidas

Dobradas, onde fala dos débitos e créditos correspondentes e suas somas de mesmo

resultado respectivamente, traduzindo que a elaboração BV, tem o método das partidas

como base para a elaboração.

...livros de escrituração para compilação dos lançamentos relativos às

operações que movimentam as contas que integram o sistema a que se

aplicam, utilizam-se os livros de escrituração. São considerados livros de

escrituração fundamentais para a escrituração pelo método das partidas

dobradas o Diário e o Razão(BRAGA, 2006, p.71)

Ainda Braga (2006), cita um ponto imprescindível, onde ressalta que para efetuar

o registro das variações patrimoniais por meio de método das partidas dobradas, utiliza

um instrumento denominado conta. Os elementos patrimoniais são reunidos em classes,

de acordo com um atributo comum, recebendo denominação específica (título da conta).

Segundo a essência do método, hoje universalmente aceito, o registro de

qualquer operação implica que a um débito ou a mais de um débito numa ou

mais contas deve corresponder um crédito equivalente em uma ou mais

contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma

dos valores creditados. (IUDÍCIBUS, MARION; 2007, p.42)

Pelo conhecimento adquirido ao longo de períodos de estudo e vivências práticas

de acordo com as legislações da contabilidade, pode-se afirmar que para se confeccionar

um Balanço Patrimonial e muitos outros demonstrativos, necessita-se dos lançamentos

contábeis e sempre feitos através das partidas dobradas.

O método das partidas dobradas já fez 50 anos, observamos as maiores

descobertas e invenções do mundo, entretanto, nada ainda substituiu na

Contabilidade este método. Na verdade, este método é tão perfeito que nunca

sofreu qualquer ameaça de substituição. (MARION, 2006, p.152)

Mais uma confirmação de que a cada pesquisa feita, descobrem-se autores que

mostram de uma forma discreta que as partidas dobradas são bem relevantes para a

contabilidade em geral e que sem elas não é possível realizar o trabalho, com a

finalidade de assegurar um resultado se forem utilizadas da maneira correta.

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3.3 LANÇAMENTOS

Segundo Ribeiro (2010), o lançamento é o meio pelo qual se processa a

escrituração. Os fatos e atos administrativos são registrados por meio do lançamento,

inicialmente no livro Diário, mediante documentos que comprovem a legitimidade da

operação (Notas Fiscais, Recibos, Contratos etc.). Ressaltou também que o livro Diário

deve ser escriturado usando ordem cronológica de dia, mês e ano. Também se deve

observar o fato dos elementos obedecerem a uma determinada disposição técnica e estes

elementos essenciais são: local e data da ocorrência do Fato, conta a ser debitada, conta

a ser creditada, histórico e valor. Assim como o documento emitido para comprovar a

operação, identificar no fato os elementos envolvidos, verificar no elenco de contas

quais contas utilizaremos para registrar cada um dos elementos identificados no terceiro

passo, preparar o histórico do problema, identificar a conta a ser debitada e a conta a ser

creditada e efetuar o lançamento.

Além de observar os cinco elementos essenciais, (...) existem sete passos a

seguir para que você aprenda a efetuar o raciocínio sequencial necessário à

elaboração do lançamento no livro Diário. Quando você estiver familiarizado

com tais procedimentos, eles deverão ser efetuados apenas mentalmente, ou

seja, após a leitura de determinado Fato, você deverá registrá-lo diretamente

no Diário.(RIBEIRO, 2010)

Outra forma de lançamento, além do Diário é a que Iudícibus, et al, (1998),

mostra através da “representação gráfica de conta, bastante simples que será denominada

Conta em T ou Razonete em T ou, simplesmente, Razonete.” Essa outra maneira de

lançar é também através da conta débito e crédito. Conforme Braga (2006), a diferença

entre a soma dos débitos e a soma dos créditos efetuados em uma mesma conta

denomina-se saldo da conta. O saldo é devedor quando a soma dos débitos é superior à

soma dos créditos; o saldo é credor, em caso contrário.

Nagatsuka e Teles (2005), para simplificar o entendimento da utilização dos

débitos e créditos, mostram uma representação gráfica de conta que se chama Conta em

T ou Razonete em T, conforme figura 5.

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Nome da conta

Valores a Débito Valores a Crédito

Figura 5- Razonete em “T”. Fonte: Adaptado de Nagatsuka;Teles (2005)

Conforme visto no razonete em “T”, do lado esquerdo foram lançados valores

quando se está debitando e no direto quando creditando, de forma que para cada um

tenha outro correspondente em outra conta. Deve-se atentar-se que no balanço existem

as contas patrimoniais de natureza ou saldo devedor quando estiverem no ativo, com

raras exceções de natureza ou saldo credor. No passivo a natureza ou saldo é credor

também com poucas exceções de saldos contrários, lembrando que quando houver um

crédito no ativo ou um débito no passivo, são lançamentos de contas redutoras de

ambos, contudo sem esquecer que a soma do ativo deverá ser sempre igual à soma do

passivo, provando que o lançamento foi feito de forma correta através do débito e

crédito pelas partidas dobradas.

O lado esquerdo de uma conta é chamado lado do débito; o lado direito é

chamado o lado do crédito. Um lançamento no lado esquerdo de uma conta é

denominado lançamento a débito ou débito; um lançamento no lado direito de

uma conta é chamado lançamento a crédito ou, simplesmente crédito.

Utilizam-se também os verbos creditar e debitar.(IUDÍCIBUS, et al, 1998,

p.46)

É bom explicar que a conta representada graficamente por um T, na parte

superior, fica o nome da conta e na parte de baixo, lado esquerdo e direito, fica o débito

e o crédito respectivamente conforme visto na citação. Braga (2006) mostra que “debita-

se as aplicações de recursos para aumentos de ativo, diminuições do passivo e

diminuições do patrimônio líquido. Credita-se origens de recursos para aumento do

passivo, diminuições do ativo e aumento do patrimônio líquido.”

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Ativo Passivo

Débito Crédito Débito Crédito

AUMENTO DIMINUIÇÃO DIMINUIÇÃO AUMENTO

Despesa Receita

Débito Crédito Débito Crédito

AUMENTO DIMINUIÇÃO DIMINUIÇÃO AUMENTO

Figura 6- Mecanismos de Débito e Crédito em contabilidade. Fonte: Nagatsuka; Teles (2005)

A figura 6 visualizada representa uma regrinha básica para que não originem

dúvidas no momento da contabilização dos atos e fatos, quanto ao que conta debitar e o

ao que conta creditar evitando assim possíveis erros nos lançamentos.

Pode-se dizer que toda vez que o ativo for aumentado debita-se, se diminuído

credita-se. O passivo diminuído debita-se e aumentado credita-se, ou seja, um lado do

balanço é o contrário do outro em se tratando de ativo e passivo, salvo as contas

redutoras.

3.4 TIPOS DE FÓRMULAS

Para toda demonstração contábil, é necessária uma escrituração eficiente e eficaz,

e que para alcançar esse resultado as partidas dobradas de Frei Luca Pacioli, podem ser

utilizadas para a realização dos lançamentos através dos 4 tipos de fórmulas existentes.

A visualização pode ser mais clara no Livro Diário, que conforme Nagatsuka e Teles

foram criados os lançamentos de primeira, segunda, terceira e quarta fórmula conforme

será mostrado a seguir falando sobre cada uma de acordo com as figuras 1, 2, 3 e 4. A

primeira figura envolve uma conta devedora e uma credora, ou seja, lançamento de 1ª

(primeira) fórmula.

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Débito................R$ 10,00

a Crédito............R$ 10,00

Figura 1-Lançamentos de Primeira Fórmula

Fonte: OLIVEIRA, 2010

A próxima é a figura 2, que mostrará que nos lançamentos de 2ª(segunda)

fórmula, haverá uma conta a débito para duas ou mais contas a crédito.

Débito................R$ 20,00

a Crédito............R$ 10,00

a Crédito............R$ 10,00

Figura 2- Lançamentos de Segunda Fórmula. Fonte: OLIVEIRA, 2010

Os lançamentos de 3ª(terceira) fórmula envolvem duas ou mais contas devedoras

e somente uma conta credora conforme consta na figura 3.

Débito................R$ 10,00

Débito................R$ 10,00

a Crédito............R$ 20,00

Figura 3- Lançamentos de Terceira Fórmula

Fonte: OLIVEIRA, 2010

E, por último na figura 4 os lançamentos de 4ª(quarta) fórmula, onde usam duas

ou mais contas devedoras contra duas ou mais contas credoras.

Débito................R$ 10,00

Débito................R$ 10,00

a Crédito............R$ 10,00

a Crédito............R$ 10,00

Figura 4- Lançamentos de Quarta Fórmula.

Fonte: OLIVEIRA, 2010

Segundo Nagatsuka e Teles (2005), “podemos utilizar na escrituração contábil

quaisquer das fórmulas anteriores; contudo, entendemos que a quarta forma deveria ser

evitada, porque pode, em algumas situações, criar uma dificuldade de entendimento,

principalmente quando utilizada para representar grandes movimentações diárias.”

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Após a demonstração de todas as fórmulas para a escrituração contábil, é bom

lembrar que os valores somados a débito devem sempre ser iguais aos valores somados a

crédito, independente da fórmula escolhida.

3.5 ERROS DE LANÇAMENTOS

Mas um ponto muito importante que se deve ter atenção é com relação

aos erros de lançamentos quanto à intitulação, que consiste em debitar ou creditar uma

conta no lugar da outra. E também o erro de inversão quando se registram as contas em

posições invertidas, assim como também as duplicidades e omissões. Nas citações a

seguir os autores relatam sobre tal prática.

Os erros de lançamentos mais comuns são: erros de redação, borrões, rasuras,

escritos nas entrelinhas, intervalos em branco(saltos de linhas ou páginas),

erros de valores lançados a maior ou a menor, troca de uma conta por outra,

inversão de contas, omissão de lançamentos e lançamentos em duplicata. Os

modos de correção que podem ser utilizados são: estorno do lançamento,

lançamento retificativo, lançamento complementar, lançamento de

transferência e ressalva por profissional habilitado.(RIBEIRO, 2010, p.125)

Ainda Ribeiro, 2010, ressalta formas de retificar cada um desses erros. Nos erros

de redação ele comenta que se usam as palavras digo, ou melhor, isto é e etc., que com o

advento do computador esse erro deixou de existir. Para borrões, rasuras e registros nas

entrelinhas, faz-se uma ressalva no livro Diário em que constar o erro. Nos erros de

valores à maior ou a menor, pode ser feito uma transferença da conta errada para a

correta ou um estorno da conta errada e em seguida escriturar o lançamento correto. Na

omissão de lançamentos, faz o registro no dia em que detectou o esquecimento e relata

no histórico o motivo e data correta do evento. Para a duplicidade de lançamentos,

estornar o que está sobrando.

De acordo com o citado, resumidamente os erros pedem são de escrita, rasuras,

valores a maior ou menor, deixar de fazer lançamento e o lançamento em duplicidade.

Para qualquer destes erros existe uma forma para sua correção que vai de uam ressalva

no livro diário até um estorno de lançamento.

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4 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

Será abordada quanto à conceituação, origem, finalidade, objetivo, formas de

elaboração e apresentação, erros não detectados no balancete de verificação e tipos.

4.1 CONCEITO, ORIGEM, FINALIDADE E OBJETIVO

O Balancete de Verificação é um instrumento utilizado para fazer as devidas

conferências dos lançamentos contábeis antes mesmo de qualquer período, se estes

foram feitos de acordo com o Método das Partidas dobradas, universalmente aceito e

criado pelo Frei Luca Pacioli, na Itália, século XV, segundo Marion(2004).

Ribeiro(2010) em sua mais recente edição diz que o balancete “é uma relação de contas

extraídas do livro Razão (ou de Razonetes), com seus saldos devedores ou credores.”

Iudícibus e Marion(2008) falam que “o balancete não se presta exclusivamente para

detectar erros de lançamentos contábeis, é também um importante instrumento contábil

para a tomada de decisões.”

Para verificar a exatidão do Razão é necessário levantar um balancete de

verificação, que tem por finalidade comprovar a exatidão dos lançamentos e

informar sobre a situação das contas. Os saldos apresentados pelo balancete

mostram o total da despesa, da receita, dos bens, dos direitos, das obrigações

e da situação líquida. (FRANCO, 1997, p.102)

Sua finalidade é de confirmar os lançamentos corretos e apontar os errôneos, em

tempo hábil à correção de dados para a continuação dos trabalhos exercidos pelo

profissional de contabilidade e seus colaboradores. Neves e Viceconti, 2006, afirmam

que o principal objetivo do balancete de verificação é o de testar(verificar) se o método

das partidas dobradas foi respeitado; portanto, o único erro de escrituração que o mesmo

aponta ou representa é o da troca de saldos (devedores por credores e vice-versa).

A NBC T 2.7 diz que o balancete deverá ser feito a cada mês para fins

operacionais e se caso tenha finalidades para bancos, instituições financeiras ou

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quaisquer outros fins, deverá ser assinado por um profissional contador devidamente

registrado no Conselho Regional de Contabilidade.

4.2 FORMAS DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO

O Balancete de Verificação é composto de várias formas de apresentação que

influenciam na visualização das informações desejadas, conforme será apresentado no

decorrer.

A elaboração do Balancete é muito fácil. Cada conta será transferida do

Razonete para o Balancete, com seu respectivo saldo. Assim, se a conta no

Razonete apontar saldo devedor, este saldo será transportado para a coluna do

saldo devedor do Balancete; se a conta apresentar no Razonete saldo credor,

este saldo será transportado para a coluna do saldo credor do Balancete.[...] A soma da coluna do Saldo Devedor tem de ser igual à soma da coluna do

Saldo Credor, pois os Fatos Administrativos são registrados no livro Diário

pelo Método das Partidas Dobradas, cujo princípio fundamental estabelece

que, na Escrituração, a cada débito deve corresponder um crédito de igual

valor.(RIBEIRO, 2010, p. 161)

O método das partidas dobradas na hora da contabilização, onde os débitos têm

que ser iguais aos créditos, oferece uma segurança maior de idéia central a seguir para a

elaboração do balancete, que não é obrigatório para fiscalizações, mas auxilia nos

trabalhos mensais ou periódicos, lembrando que quanto menor o período, maior sua

utilidade em detectar erros nos lançamentos contábeis.

O Balancete de Verificação é elaborado com base nos saldos de todas as

contas do razão(razonetes). Segundo o método das partidas dobradas, a cada

débito corresponde a um crédito de igual valor, de forma que, apurando-se os

saldos das contas do razão num determinado momento, a soma dos saldos

devedores deve, obrigatoriamente, ser igual a soma dos saldos credores

(NEVES,VICECONTI, 2006, p.53)

Iudícibus (1998) discorre “a essência do método universalmente aceito é que o

registro de qualquer operação implica que um débito numa ou mais contas deve

corresponder a um crédito equivalente em uma ou mais contas”. O mesmo autor ainda

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acrescenta “de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos

valores creditados. Não há débito(s) sem crédito(s) correspondente(s).”

O somatório dos saldos das contas devedoras e credoras constantes no balancete

de verificação deve fechar independente do número de colunas. Para Franco,(1997), “a

soma dos saldos devedores das contas do Razão também deve ser igual à soma dos

saldos credores, o que comprova o princípio fundamental do método das partidas

dobradas: a cada débito corresponde, invariavelmente, um crédito de igual valor.”

Nas citações de diferentes autores lidos acima, foram usadas palavras distintas

que chegam sempre ao mesmo foco, ou seja, que os saldos das contas débito deverão ser

iguais aos saldos das contas crédito, fundamentando ainda mais o método que surgiu há

muitos anos e que é usado, mostrando que não existe forma melhor de se executar os

lançamentos para elaboração de qualquer que seja o demonstrativo. Ribeiro, (2010)

dispõe que “Assim ao relacionarmos no Balancete todas as contas utilizadas pela

contabilidade de uma empresa, com seus respectivos saldos devedores e credores, a

soma da coluna do débito deverá ser igual à soma da coluna do crédito”

Mas depois que são feitos todos os lançamentos, vem o passo do elenco de todas

as contas com a soma de todas elas resultando em cada saldo onde a soma de uma

coluna deverá ser exatamente igual à soma da outra, conforme explicam os autores

citados.

Se desdobrarmos o ativo em suas diversas contas, incluindo em cada uma

delas o respectivo saldo – diferença entre os débitos e os créditos efetuados

em cada uma delas – e procedendo da mesma forma com as contas do passivo

e do patrimônio líquido, vamos obter uma relação cujo somatório dos saldos

devedores será rigorosamente igual ao somatório dos saldos credores

(BRAGA, 2006, p.74)

Se existirem desigualdades na soma das colunas, este é o momento de

encontradas essas diferenças e imperfeições parar os trabalhos fazer a devida correção,

para só depois seguir a elaboração do Balanço Patrimonial ou qualquer outra

demonstração que se fizer necessária.

Outro ponto muito importante é o alto grau de detalhamento que deve conter nos

dados do balancete, porém é através dessas informações que os gestores terão a

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visibilidade da real situação econômico e financeira da empresa. Com as evidências

apresentadas será possível tomar melhores decisões e servirão para quaisquer outros fins

de estratégia administrativa em geral. Para o resultado final do balancete são necessários

alguns dados que segundo Nagatsuka e Teles, (2002), os elementos mínimos que dele

devem constar são: identificação da entidade; data a que se refere; abrangência;

identificação das contas e respectivos grupos; saldos das contas, indicando seus

devedores ou credores e soma dos saldos devedores ou credores.

Franco, (1997), cita que “os Balancetes de Verificação são levantados,

geralmente, no fim de cada mês. O balancete de verificação do livro Razão nada mais é,

pois, que a relação de todas as contas que aparecem nesse livro, com seus débitos,

créditos e saldos,” ou seja, o Balancete de Verificação é apresentado através de uma

relação de contas extraídas do livro Razão ou dos Razonetes, acompanhados de seus

saldos, sejam eles devedores ou credores, colocando cada saldo em sua respectiva

coluna resultando na elaboração do mesmo, para análises e correções possíveis.

Marion (2007) mostra que as contas de balanço devem estar separadas das contas

de resultado. Deverão ser elencadas em primeiro lugar às contas patrimoniais que são os

bens, direitos e obrigações e as contas que compõem o Patrimônio Líquido e em seguida

as contas de resultado, ou seja, despesas e receitas, onde a soma da coluna do saldo

devedor deverá ser igual à soma da coluna do saldo credor.

E isso confirma o que quer dizer que os lançamentos dos atos e fatos contábeis de

acordo com o método de Frei Luca Pacioli, em que para cada débito corresponde a um

crédito de igual valor.

4.3 ERROS NÃO DETECTADOS PELO BALANCETE

Para uma maior eficiência no trabalho, normalmente a conferência acontece por

mês quando há quantidade razoável de acordo com o fluxo de documentos na

movimentação da empresa. Pois, caso esse movimento seja volumosamente grande, o

balancete diário é mais viável a minunciosidade da conferência. Já o balancete anual não

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é cogitado devido à ineficiência causada pela grande quantidade de lançamentos

efetuados durante o período, tornando difícil achar um erro num prazo hábil.

Um truque para identificar o erro quando as colunas de débito e crédito do

balancete não batem, que é dividir a diferença entre a coluna do débito e

crédito por 9. Se o resultado for um número decimal redondo (Exemplo 100),

há chance de ser um erro de transporte do número. Por exemplo, o número

real a transportar para uma conta seria $1.428.395. Por um erro se transportou

$1.482.395. A diferença, $54.000/9, dá $6.000.(MARION, 2004, p.156)

Como é fácil entender se a soma dos débitos foi igual a dos créditos, encontradas

essas diferenças, o contador não deve prosseguir o trabalho contábil. Além do truque

para encontrar erros quando o balancete não bate por diferença entre as colunas, existem

erros que o balancete não detecta, como debitar uma conta indevidamente, por exemplo.

Outro erro que não evidencia, é uma inversão de lançamento de débito por crédito e

crédito por débito simultaneamente, pois os totais do balancete seriam os mesmos, mas

os lançamentos estariam invertidos. O autor ainda cita os bancos com relação ao

levantamento do balancete diário, não passando erros para o outro dia. O Balancete de

Verificação nem sempre detectará erros nos registros contábeis e que embora de grande

utilidade, é bastante limitado no que tange a identificação de erros nos

lançamentos.(MARION, 2004)

Sabe-se que a função do BV é verificar a escrituração dos lançamentos de acordo

com os princípios e normas obrigatórias, e não admite débito sem crédito

correspondente, a pessoa responsável por esse trabalho deverá conferir de período em

período atenciosamente.

4.4 TIPOS DE BALANCETES

Além dos cuidados com a elaboração e forma de se apresentar um Balancete de

Verificação, existem também os diferentes modelos com seus tipos de acordo com a

quantidade de colunas desejadas para determinados fins a que se aplica. Quanto maior a

necessidade de detalhes nas informações, maior será o número de colunas constantes no

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demonstrativo, já que este pode ser classificado na forma de uma simples fita de

máquina somada ou na forma de duas colunas até oito, dependendo da precisão.

...é um exemplo de balancete de verificação do tipo mais simples, de duas

colunas apenas. Os outros tipos são mais completos na evidenciação de dados

de interesse para o leitor. Assim o balancete chamado de seis colunas

apresenta os saldos do balancete anterior, o movimento de débitos e créditos

do período que medeia o anterior e o atual e, finalmente, os saldos atuais. O

balancete mais completo é o de oito colunas, no qual aparecem os saldos

anteriores, o movimento e os saldos do período e, finalmente, os saldos

atuais.(IUDÍCIBUS, et al., 1998, p.57)

No decorrer será exposto cada tipo de balancete com seus respectivos números

de colunas. A fita de máquina é tão simples que quase não gera resultados sendo mais

difícil entender devido a pouquíssimas informações constantes na mesma.

Os balancetes podem diferir uns dos outros em relação ao número de colunas.

Há Balancetes que poderão conter apenas duas colunas – uma destinada ao

saldo devedor e outra ao saldo credor de cada conta; outros poderão

apresentar colunas destinadas ao movimento de cada conta; aos ajustes

efetuados para apuração do resultado; aos saldos etc.(Ribeiro, 2010, p.160)

A forma mais simples para começar a compreender do zero, o balancete de

verificação, é no modelo de duas colunas, que é bem semelhante à forma de ativo e

passivo, sendo que se apresenta com uma coluna de débito e outra de crédito, conforme

será abordado na Tabela 1 a seguir:

Tabela 1-Balancete de Verificação de 2 Colunas.

CONTAS DÉBITO CRÉDITO

Caixa 5000

Bancos 4000

Estoques 2000

Fornecedores 2000

Capital 9000

TOTAL 11000 11000 Fonte: Elaborada pela autora

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O balancete de duas colunas formado através dos saldos dos lançamentos dos

fatos contábeis, onde Caixa, Bancos e Estoques são contas de natureza devedora e por

isso estão elencadas na coluna do débito. As contas, Fornecedores e Capital, são contas

de natureza credora e por isso estão do na coluna do crédito.

O próximo modelo a ser exposto, é o de quatro colunas, composto pelo

movimento do mês a débito ou a crédito e saldo atual a débito e a crédito, cujos débitos

somados deverão ser iguais por períodos.

Tabela 2-Balancete de Verificação de 4 Colunas.

MOVIMENTO DO MÊS SALDO ATUAL

CONTAS DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

Caixa 8000 8000

Estoques 2000 2000

Fornecedores 2000 2000

Capital 8000 8000

TOTAL 10000 10000 10000 10000 Fonte: Elaborada pela autora

O modelo de quatro colunas mostra em separado o movimento do mês das contas

Caixa e Estoque, ambas a débito por suas naturezas devedoras. Fornecedores e Capital

estão a crédito no movimento atual, corretamente por sua natureza credora. O saldo atual

é o resultado final influenciado pelo do movimento do mês.

O balancete de seis colunas será mostrado na tabela 3.

Tabela 3-Balancete de Verificação de 6 Colunas

SALDO ANTERIO MOVIMENTO DO MÊS SALDO ATUAL

CONTAS DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

Caixa 8000 5000 13000

Estoques 2000 4000 6000

Fornecedores 2000 4000 6000

Capital 8000 5000 13000

TOTAL 10000 10000 9000 9000 19000 19000 Fonte: Elaborada pela autora

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Conforme tabela 3 o balancete de seis colunas é utilizado para esplanar o

movimento de 2 meses. Ele vem com o saldo do balancete anterior nas contas Caixa e

Estoque a débito e saldo anterior das contas Fornecedores e Capital a crédito, para que

acumulando com o movimento do mês se chegue ao resultado do mês atual.

E por último na Tabela 4 o balancete de oito colunas, mais completo para o

entendimento e visualização da real situação econômica e financeira da empresa.

Tabela 4-Balancete de Verificação de 8 Colunas.

BALANCETE MOVIMENTO DO MÊS ATUAL BALANCETE

MÊS ANTERIOR

DÉBITO CRÉDITO

SALDOS MÊS ATUAL

CONTAS DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR CREDOR DÉBITO CRÉDITO

Caixa 13000 8000 2000 6000 19000

Estoques 6000 2000 1000 1000 7000

Fornecedores 6000 1000 4000 3000 9000

Capital 13000 1000 5000 4000 17000

TOTAL 19000 19000 12000 12000 7000 7000 26000 26000 Fonte : Elaborada pela autora

Devido a variedade do número de colunas, pode-se utilizar a ferramenta de

acordo com a adequação específica da empresa, sem deixar de fazer a devida

conferência.

Demonstra o período de 2 meses, trazendo o saldo do balancete do mês anterior

das contas Caixa, Estoques, Fornecedores e Capital. De forma mais detalhada na parte

do movimento do mês atual, consta os valores dos lançamentos a débito dessas contas e

os valores a crédito, cujos são subtraídos e colocados seus resultados na coluna do

resultado maior.

Assim têm-se os saldos do mês atual com seus valores a débito e a crédito.

Finalmente soma-se os saldo a débito do mês anterior com o saldo a débito do mês atual

e posterior a soma dos saldos credores anteriores com os saldos credores atuais,

colocando cada resultado em sua coluna respectiva de natureza, originando o balancete

do mês atual.

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4.5 BALANÇO PATRIMONIAL

Ribeiro, 2010, afirma que “o Balanço Patrimonial é a Demonstração Financeira

que evidencia, resumidamente, o Patrimônio da empresa, quantitativa e

qualitativamente.”

O método das partidas dobradas, e por conseqüência, o mecanismo de débito

e crédito, apresentados de forma didática pela primeira vez pelo frei Luca

Pacioli, são convenções da área contábil utilizadas praticamente em todo o

mundo. O método é simples, porém genial e tão bom que ainda não foi

suplantado por outro, mesmo depois de mais de 600 anos de existência.

(NAGATSUKA;TELES, 2005, p.56)

Iudícibus, et al, 1998, narra que este demonstrativo “tem por finalidade

apresentar a situação patrimonial da empresa em dado momento , dentro de

determinados critérios de avaliação. Por esse motivo é chamado Balanço Patrimonial.”

Este demonstrativo tem sua importância discorrida por Iudícibus, et al, 1998, em

“obter dados do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, analisar suas variações durante

determinado período de tempo, por meio da verificação direta dos registros contábeis.”

A grande importância do Balanço reside na visão que ele dá das aplicações de

recursos feitas pela empresa(Ativos) e quantos desses recursos são devidos a

terceiros(Passivos). Isso evidencia o nível de endividamento, a liquidez da

empresa, a proporção do capital próprio(Patrimônio Líquido) e outras análises

a serem vistas no apêndice sobre Análises de Balanços.”(IUDÍCIBUS, et al,

1998, p.133)

Percebe-se que o Balanço é composto de Ativo que são os bens e direitos da

empresa, o Passivo formado de obrigações e o Patrimônio Líquido representado pela

diferença entre o Ativo e Passivo.

Veja o que estabelece o artigo 178 da Lei nº 6.404/1976:

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Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio

que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação

financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos

elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

I – ativo circulante; e

II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos,

imobilizado e intangível.

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

I – passivo circulante;

II – passivo não circulante; e

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de

avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Alguns autores mostram a apresentação do balanço, em sua estrutura, ordem das

contas, levando em consideração a liquidez principalmente de acordo com a legislação.

O Ativo é indicado no lado esquerdo ou parte superior. O Passivo no lado

direito ou na inferior. O Patrimônio Líquido, que dá a informação adicional,

mostrando o investimento e o lucro (ou prejuízo) acumulado, é indicado no

lado direito ou inferior, somado ou subtraído do Passivo, conforme seja

positivo ou negativo. (Neste último caso, também pode ficar do lado

esquerdo, mas isso não é comum). A classificação das contas depende da

natureza da empresa e da função de cada uma no conjunto. A liquidez é

comumente utilizada como parâmetro.(IUDÍCIBUS, et al, 1998, p.133)

A ordem das contas apresenta-se de acordo com a liquidez de cada uma dentro da

movimentação da empresa, onde importa a natureza das mesmas e a obdiência a

legislação pertinente, gerando um relatório contábil Balanço Patrimonial, que mostra a

situação em que a empresa se encontra naquele momento.

Na próxima ilustração após a explanação de como foram apresentados os valores,

estará apresentada a figura 7 que demonstrará o Balanço Patrimonial da empresa AMJ

Comércio LTDA, do ano de 2008.

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Esta empresa vem encerrando seus balanços desde sua abertura e disponibiliza o

mesmo para, além de exemplificar a nova estrutura, servirá para dar continuidade aos

lançamentos levando seus saldos finais do ano de 2008 para serem os saldos iniciais do

ano de 2009.

Esses saldos comporão aos razonetes como ponto de partida para serem feitos os

novos lançamentos dos fatos contábeis referentes ao ano de 2009, e verificar como se

comportará o novo balanço, acompanhando assim a forma de lançar, os mecanismos de

débito e crédito para a prática executiva da contabilização propriamente dita até o

encerramento do demonstrativo contábil.

Ativo Passivo

Ativo Circulante 61.000,00 Passivo Circulante 23.000,00

Caixa 5.000,00 Fornecedores 15.000,00

Bancos 25.000,00 Salários a Pagar 5.000,00

Mercadorias 25.000,00 Impostos a Pagar 3.000,00

Clientes 6.000,00

Ativo não Circulante 22.000,00 Passivo não Circulante 10.000,00

Ativo Realizável a L. Prazo 5.000,00 Passivo Exigível a L. Prazo 10.000,00

Duplicatas a Receber 5.000,00 Empréstimos 10.000,00

Investimentos 3.000,00

Títulos de Capitalização 3.000,00 Patrimônio Líquido 50.000,00

Imobilizado 11.000,00 Capital Social 40.000,00

Móveis e Utensílios 4.000,00 Lucros Acumulados 10.000,00

Veículos 7.000,00

Intangível 3.000,00

Marcas e Patentes 3.000,00

Total do Ativo 83.000,00 Total do Passivo 83.000,00 Figura 7- Balanço Patrimonial 2008 da empresa AMJ Comércio LTDA.

Fonte: Adaptado de OLIVEIRA; 2010

Após este Balanço Patrimonial do ano de 2008 encerrado, ver-se-á o mecanismo

que se repete nas práticas contábeis exercidas pelos escritórios de contabilidade através

até mesmo de sistemas específicos desenvolvidos para este fim.

Mas aqui não é o caso de sistemas informatizados, pois, demonstra na ponta do

lápis o que debitar e o que creditar através de razonetes.

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Foram elaborados a partir dos fatos ocorridos no ano de 2009 em cada razonete,

que irá o nome da conta e a numeração do fato, para facilitar o entendimento em como

foi contabilizado, de acordo com a ordem.

Os razonetes conforme constará na figura 8 a seguir estarão de acordo com os

itens:

1-Pagamento de fornecedores com dinheiro R$ 3.000,00

2-Vendas de Mercadorias com cheque R$ 5.000,00

3-Recebimento de duplicatas no valor de R$ 3.000,00

4-Pagamento de impostos R$ 2.000,00

5-Despesas com o pessoal no valor de R$ 668,00

6-Venda de mercadorias a vista R$ 4.000,00

7-Despesa com Água/Luz/Telefone R$ 700,00

Caixa Fornecedores Mercadorias ARE

5.000,00 15.000,00 25.000,00 4.150,00 2 a 668,00 9.000,00

3 3.000,00 3.000,00 1 1 3.000,00 3.320,00 6 b 700,00

2.000,00 4 12.000,00 25000 7470 c 1.530,00

668,00 5 17530 d 7.470,00

6 4.000,00 700,00 Dupl.a Receber 10.368,00 9.000,00

12.000,00 6.368,00 5.000,00 3.000,00 3 Impostos a Pagar 1.368,00 1.368,00 pa

5.632,00 2.000,00 4 2.000,00 3.000,00

1.000,00 L/P Acumulados

Banco pa 1.368,00 10.000,00

25.000,00 Receita de Vendas CMV 8.632,00

2 5.000,00 5.000,00 2 2 4.150,00 rl 8.632,00

30.000,00 4.000,00 6 6 3.320,00

9.000,00 7.470,00 7.470,00 d

Desp.

c/Ag./Luz/Tel.

7 700,00 700,00 b Icms a Recolher Desp.Icms s/Vendas Reserva de Lucros

850,00 2 2 850,00 8.632,00 rl

Desp. c/Pessoal 680,00 6 6 680,00

5 668,00 668,00 a 1.530,00 c 1.530,00

Figura 8 – Razonetes com saldos do ano anterior para lançamentos de 2009 da empresa AMJ Comércio LTDA Fonte: Adaptado de OLIVEIRA, 2010

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Na elaboração do balanço as partidas dobradas também podem ser utilizadas

como forma de lançamentos, principalmente em forma de razonetes.

Estes razonetes apresentam saldo anterior referente ao ano de 2008, para

acumular com os valores do ano de 2009. Em cima de cada “T” existe o nome da conta,

onde para cada uma dessas contas deve-se fazer a soma de todos os valores a débito e

depois a crédito. Em seguida efetua-se a diferença entre o valor da soma do débito e o

crédito, totalizando sempre no lado da soma maior.

Feito isto se encerra as contas de resultado, no caso as despesas e receitas, ou

seja, soma cada lado do razonete, depois faz a diferença entre eles colocando o resultado

no lado do total maior. Este encerramento se dá através de uma conta auxiliar, ou conta

de transição, chamada Apuração do Resultado do Exercício. É está conta que receberá a

contra partida do lançamento que irá zerar a conta de resultado.

Observando a figura 8, a ARE é estruturada através de um razonete grande, onde

irá comportar todos os valores dos saldos das contas a serem zeradas. Após todos os

transportes e fechamentos, faz a diferença das somas dos débitos e dos créditos da ARE,

colocando o total do lado maior, no caso, o valor foi de R$1.368,00 no lado do débito.

Se for do lado do débito, significa prejuízo e se for do lado do crédito, lucro para

a empresa encerrada. Devido o saldo anterior de R$10.000,00 de lucro, no balanço de

2008 da empresa AMJ a empresa deverá levar em conta este saldo para o resultado da

nova situação da empresa, lembrando-se que não podendo aparecer a conta de Lucros

Acumulados, a empresa colocou esse saldo em Reserva de Lucros, no ano de 2009.

Finalmente feito o transporte dos saldos encontrados nos razonetes das contas

patrimoniais para o Balanço 2009 pela ordem de liquidez no ativo e exigibilidade no

passivo. E em todos os anos que se passam o processo é o mesmo. Mas no exemplo

mostraremos como ficou o novo balanço conforme a figura 9.

Neste tópico poderá ser acompanhado como se elaborar um Balanço Patrimonial,

onde na figura 9 tem-se o balanço do ano de 2009, apresentando a situação da empresa,

que servirá de instrumento decisório.

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Ativo Passivo

Ativo Circulante 59.162,00 Passivo Circulante 19.530,00

Caixa 5.632,00 Fornecedores 12.000,00

Bancos 30.000,00 Salários a Pagar 5.000,00

Mercadorias 17.530,00 Impostos a Pagar 1.000,00

Clientes 6.000,00 Icms a recolher 1.530,00

Ativo não Circulante 19.000,00

Ativo Realizável a L. Prazo 2.000,00 Passivo não Circulante

Duplicatas a Receber 2.000,00 Passivo Exigível a L.Prazo 10.000,00

Investimentos Empréstimos 10.000,00

Títulos de Capitalização 3.000,00

Imobilizado Patrimônio Líquido 48.632,00

Móveis e Utensílios 4.000,00 Capital Social 40.000,00

Veículos 7.000,00 Reserva de Lucros 8.632,00

Intangível

Marcas e Patentes 3.000,00

Total do Ativo 78.162,00 Total do Passivo 78.162,00 Figura 9- Balanço Patrimonial 2009 da empresa AMJ Comércio LTDA. Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2010)

Este é o novo Balanço da empresa AMJ Comércio Ltda, que apresenta de acordo

com a nova estrutura de Balanço, quando em 2008 a empresa ainda estava no momento

de adequar seu balanço deixando valores em Lucros acumulados. Em 2009, esses lucros

não podendo mais ser deixados no balanço, foi feito uma reserva de lucro, para obedecer

a Lei 11.638/2007 pertinente quando a mesma diz que os lucros devem ser destinados.

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5 ESTUDO DE CASO

5.1 DA ENTIDADE PESQUISADA: PRP – PROPAGANDA E RELAÇÕES

PUBLICAS LTDA.

A PRP – Propaganda e Relações Públicas Ltda., é uma empresa estabelecida na

capital de Fortaleza-Ce, Rua Um, Nº 35 – Bairro Centro, atuando há mais de 20 anos no

mercado da propaganda e publicidade, prestando os serviços de divulgação e marketing

as empresas do Ceará principalmente.

Seu maior veículo de promover e divulgar os clientes na mídia dos leitores, é

através de um livro muito famoso no estado chamado “Pessoas Importantes do Ceará”,

onde cada ano que se passa uma nova edição é emitida e vários exemplares solicitados.

As relações públicas são muito solicitadas principalmente quando se aproximam

as festas de final de ano, em que todos querem divulgar sua marca e/ou suas promoções.

Seus clientes são os mais diversificados possíveis, girando em torno de grandes

indústrias do Ceará, empresas privadas de serviços e comércio em geral, assim também

como aos órgãos públicos e entidades sociais.

5.2 MISSÃO, VISÃO E VALORES

A PRP – Propaganda e Relações Públicas Ltda., tem a missão de prestar um

serviço de qualidade e requinte perante a sociedade, fazendo a propaganda de seus

clientes de forma satisfatória, buscando um crescimento empresarial para ambas as

partes, contribuindo para a informação intelectual da sociedade através do livro.

Predominar no mercado publicitário como a empresa líder em publicações em

livros e revistas, com o intuito de preservar a leitura convencional, de geração em

geração para os leitores em geral, procurando mostrar os valores a seguir:

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Empreendedorismo: visar o crescimento empresarial, com espírito de

continuidade;

Éticos profissionais: realizar os trabalhos com eficácia e eficiência, com

integridade e competência

Responsabilidade Intelectual: Incentivar o uso de livros e revistas convencionais

como forma de comunicação entre a sociedade;

Confiança: Trabalhar de forma transparente passando segurança e honestidade

aos clientes

5.3 INFRA-ESTRUTURA DA EMPRESA

A PRP conta com uma área de 300m², sendo 4 ambientes em separados, onde

constam:

Uma sala da diretoria administrativa;

Uma sala do setor assistência administrativa

Uma sala de reuniões;

Uma copa;

Dois banheiros (feminino/masculino);

Um estacionamento coberto para 3 carros;

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A empresa foi dividida desta forma para uma melhor prestação nos serviços.

5.4 PRINCIPAL SERVIÇO PRESTADO

O Livro “Pessoas Importantes do Ceará”, com suas edições publicadas,

fazendo a propaganda, divulgação, marketing de negócios, empresas, marcas e novos

empreendimentos, é o responsável principal pela maior parte do faturamento desta

empresa.

5.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A PRP é formada por dois gestores e um funcionário. Um dos gestores é o

próprio executor do negócio, fazendo a parte de negociação com clientes, fornecedores e

gráficas até a venda propriamente dita.

O funcionário que tem a função de assistir administrativamente ao gestor,

executa a parte de pagamentos da empresa, assim como rotinas internas de escritório e

externas a conclusão da prestação dos serviços. Externamente ao estabelecimento

comercial, a contabilidade é executada fiscal, pessoal e contábil.

5.6 DO BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DA EMPRESA PRP

Conforme consta nos anexos desta monografia, foi emitido um balancete contábil

mensal do dia 1º de Dezembro de 2011 ao dia 31 de Dezembro de 2011, após o

encerramento do exercício de 2011, por meio informatizado, onde o mesmo consta no

formato de 4 colunas. A primeira coluna é a do saldo anterior acumulado, a coluna do

débito e do crédito com o saldo de Dezembro de 2011 e por fim a quarta coluna com o

saldo atual de Dezembro de 2011 com relação a Novembro de 2011.

Para um melhor entendimento, averiguar figura 10 próxima:

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BALANCETE CONTÁBIL Fortes AC Contábil 4.491.867

Empresa: PRP PROPAGANDA E REL. PUBLICAS LTDA - CNPJ: 00.000.010/0001-10

Período: 01/12/2011 a 31/12/2011; Estabelecimento(s): Todos; Centro(s) de Resultados: Todos

Conta Descrição Saldo Anterior Débitos Créditos Saldo Atual

1 *** ATIVO *** 140.950,01 D 15.895,85 20.410,62 136.435,24 D

11 ATIVO CIRCULANTE 129.394,29 D 14.768,00 20.410,62 123.752,62 D

111 DISPONÍVEL 117.994,92 D 13.668,95 7.911,25 123.752,62 D

113 OUTROS CRÉDITOS 11.399,37 D 1.100,00 12.499,37 0,00

13 ATIVO NÃO CIRCULANTE 11.555,72 D 1.126,90 0,00 12.682,62 D

132 IMOBILIZADO 11.556,72 D 1.126,90 0,00 12.682,62 D

2 *** PASSIVO *** 125.174,49 C 13.827,61 25.088,36 136.435,24 C

21 PASSIVO CIRCULANTE 8.985,29 C 1.628,31 1.944,02 9.301,00 C

211 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS 4.800,00 C 0,00 0,00 4.800,00 C

214 OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 3.569,47 C 846,58 1.584,55 4.307,44 C

215 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS 615,82 C 781,73 359,47 193,56 C

22 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 4.060,78 C 99,30 0,00 3.961,48 C

223 OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 4.060,78 C 99,30 0,00 3.961,48 C

24 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 112.128,42 C 12.100,00 23.144,34 123.172,76 C

241 CAPITAL SOCIAL 20.000,00 C 0,00 0,00 20.000,00 C

242 RESERVAS 2.775,37 C 0,00 0,00 2.775,37 C

243 LUCROS OU PREJUÍZOA ACUMULADOS 89.353,05 C 12.100,00 23.144,34 100.397,39 C

3 *** CUSTOS E DESPESAS *** 43.275,11 D 4.168,23 47.443,34 0,00

32 DESPESAS OPERACIONAIS 43.275,11 D 4.168,23 47.443,34 0,00

321 DESPESAS C/VENDAS 561,28 D 95,80 657,08 0,00

322 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 42.713,83 D 4.072,43 46.786,26 0,00

4 *** RECEITAS *** 59.050,63 C 82.713,21 23.662,58 0,00

41 RECEITAS OPERACIONAIS 58.910,21 C 82.571,19 23.660,98 0,00

411 RECEITA BRUTA DAS VENDAS E SERVIÇOS 67.510,00 C 80.630,00 13.120,00 0,00

412 (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 8.956,43 C 1.584,55 10.540,98 0,00

414 RECUPERAÇÃO DE DESPESAS 356,64 C 356,64 0,00 0,00

42 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 140,42 C 142,02 1,60 0,00

421 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 140,42 C 142,02 1,60 0,00

5 *** CONTAS DE APURAÇÃO *** 0,00 81.128,66 81.128,66 0,00

51 CUSTOS DOS PRODUTOS E DOS SERVIÇOS 0,00 81.128,66 81.128,66 0,00

514 APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 0,00 81.128,66 81.128,66 0,00

Figura 10- Balancete contábil 2011 da empresa - PRP PROPAGANDA E RELAÇÕES PÚBLICAS LTDA. Fonte: Estudo de Caso

Conforme visto na figura 10, foi tirada uma amostragem do balancete do estudo

de caso com as contas até o 3º nível, constante no anexo A, para melhor visualização e

entendimento. Foram feitos lançamentos contábeis no sistema informatizado, através da

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visualização de documentos comprobatórios, onde estes originaram o livro Diário e

deste, as contas com seus respectivos saldos.

Observa-se que as contas estão na ordem de que em primeiro lugar vêm as contas

patrimoniais, com os direitos e obrigações e depois as contas de resultado com as

despesas e receitas, todas com seus saldos e naturezas. Em seguida as contas do

encerramento do exercício, que estão com seus saldos zerados, pois são contas de

resultado, ou seja, despesas e receitas.

É possível notar as que mantiveram saldo após o encerramento são as contas que

serão transportadas para o balanço patrimonial.

5.7 DO BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA PRP

Conforme consta nos anexos desta monografia, foi emitido um Balanço

Patrimonial no dia 31 de Dezembro de 2011, por meio informatizado, após o

encerramento do exercício de 2011.

Através dos lançamentos no livro Diário, transferidas essas contas com seus

saldos para o Balancete de Verificação e feita conferência mensalmente durante este

exercício a que se refere, origina-se o Balanço, representado por amostragem de contas

até o 3º nível, através da figura 11 no decorrer do texto.

Foi utilizada uma conta de transição, mais conhecida como Apuração do

Resultado do Exercício para que se pudesse zerar, ou seja, fazer o encerramento das

contas de resultado e em seguida transportar as contas patrimoniais com seus respectivos

saldos para o Balanço Patrimonial.

Conforme se pode visualizar, o Balanço está dividido em Ativo estruturado com

os grupos do Ativo Circulante e Ativo não circulante, em Passivo estruturado com a

parte de Passivo circulante e Não Circulante e o Patrimônio Líquido.

Dentro do Ativo estão às contas de bens e direitos, com suas naturezas

devedoras, na ordem de liquidez e disponibilidades circulantes dentro de um ano e não

circulante após um ano. Assim como no Passivo estão às contas com seus saldos de

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naturezas credoras de obrigações circulantes dentro de um ano e não circulantes após um

ano. O Patrimônio Líquido está composto pelo Capital e suas reservas e a situação da

empresa, que no caso se encontra positiva, em lucro.

O que foi mencionado acima confira-se na figura 11 a seguir:

BALANÇO PATRIMONIAL Fortes AC Contábil 4.491.867

Empresa: PRP PROPAGANDA E REL. PUBLICAS LTDA - CNPJ: 00.000.010/0001-10

Conta Descrição 31/12/2011

1 *** ATIVO *** 136.435,24 D

11 ATIVO CIRCULANTE 123.752,62 D

111 DISPONÍVEL 123.752,62 D

13 ATIVO NÃO CIRCULANTE 12.682,62 D

132 IMOBILIZADO 12.682,62 D

2 *** PASSIVO *** 136.435,24 C

21 PASSIVO CIRCULANTE 9.301,00 C

211 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS 4.800,00 C

214 OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 4.307,44 C

215 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS 193,56 C

22 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 3.961,48 C

223 OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 3.961,48 C

24 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 123.172,76 C

241 CAPITAL SOCIAL 20.000,00 C

242 RESERVAS 2.775,37 C

243 LUCROS OU PREJUÍZOA ACUMULADOS 100.397,39 C

Figura 11- Balancete contábil 2011 da empresa - PRP PROPAGANDA E RELAÇÕES PÚBLICAS LTDA. Fonte: Estudo de Caso

Visualizou-se que as contas zeradas do balancete não vieram para o balanço, pois

o mesmo refere-se ao patrimônio da empresa, cujas contas não são zeradas e sim

acompanhadas para verificação da situação empresarial.

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6 CONCLUSÃO

O trabalho descrito conseguiu ampliar em mais uma fonte de pesquisa para que

junto aos empresários, estudantes e principalmente aos usuários que manuseiam

diariamente nos trabalhos em empresas e escritórios contábeis, tornar o Balancete de

Verificação como uma peça reconhecida. Mostrou o que tem e o que pode ser utilizado

através do Balancete de Verificação, assim como sua relevância foi confirmada no

tocante a conferência dos lançamentos antes de prosseguir para o encerramento do

Balanço Patrimonial.

Foi evidenciado o método de lançamento onde para muitos livros e

demonstrações as partidas dobradas são necessárias para a escrituração contábil dos atos

e fatos e até hoje ainda não foram substituídas, conforme constatado nas citações. Isso

também se confirma com a própria vivência dos escritórios de contabilidade, pois, o

relatório que vem antes de todos os demonstrativos e serve para conferência dos

lançamentos que no caso é o Balancete de Verificação, é constituído a partir da

classificação contábil, auxiliado pelo Livro Diário e Razão para depois vir à elaboração

do Balanço Patrimonial.

As vantagens do Balancete de Verificação foram apresentadas no momento em

que foram discorridos os diversos modelos do balancete, oferecendo várias opções a que

se enquadram nas necessidades específicas de cada usuário, assim como a forma de

elaborar seguindo cada etapa de execução dos procedimentos, passando pela conferência

dos lançamentos até o demonstrativo final.

Foi encontrada uma única limitação referente aos erros não detectados, quando o

balancete não mostra a troca indevida de contas débito pelo crédito e de inversão no

transporte de números. Este é um ponto de polêmica subjetiva a quem elabora o mesmo.

Com relação às fórmulas de lançamentos, deve-se evitar a quarta fórmula, já que a

mesma permite vários débitos e vários créditos, e poderá causar uma dificuldade no

entendimento a execução e resultado desta prática.

Neste trabalho de pesquisas predominantemente bibliográficas, constatou-se que

dois autores citam épocas diferentes para a origem das partidas dobradas, mas

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independente disso, a comprovação fidedigna da relevância dos débitos e créditos anula

uma possível discursão de quem estaria correto, já que Nagatsuka e Teles citam século

XIV e Marion o século XV para a origem das Partidas Dobradas.

Respondendo a problemática levantada de como o Balancete de Verificação

poderá contribuir para a qualidade do Balanço Patrimonial, concluiu-se apoiado no que

foi verificado durante todo o referencial teórico, onde foram abordados vários pontos

que, o BV contribui na qualidade do BP no tocante a conferência dos lançamentos e

correção a tempo hábil. Em resposta ao questionamento sobre de quais os tipos de

lançamentos são necessários para transformar o Balancete de Verificação em Balanço

Patrimonial, chegou-se a conclusão de que para a transformação do balancete em

balanço, foi necessário o transporte dos saldos das contas patrimoniais do primeiro para

o segundo após o encerramento das mesmas.

Em referência as eventuais aplicações a pesquisa, os resultados que foram

alcançados através do estudo de caso, onde evidenciou-se o Balancete, Livros Diário,

Razão e o Balanço Patrimonial, de acordo com o que pede a legislação pertinente, em

sua estrutura, contas auxiliares para o encerramento e as transportadas do Balancete de

Verificação, resultando no BP, dispondo a realidade da situação patrimonial da empresa

PRP demonstrada através dos relatórios, para a utilidade de quem se fizer necessária.

De acordo com o que foi descrito neste trabalho, através dos autores citados, é

recomendável que o público alvo tanto interno quanto externo as empresas, continue

usando o instrumento Balancete de Verificação e quem não tem a prática, que se inicie,

pois está comprovada bibliograficamente sua eficiência.

São sugeridas outras pesquisas envolvendo a temática, Balancete com sistemas

de informação e informática, ou mesmo com a contabilidade gerencial, no tocante a

adequação de contas e rotinas para fornecer melhores e mais detalhadas informações aos

gestores na tomada de decisão.

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7 REFERÊNCIAS

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2006.

FRANCO, Hilário; CONTABILIDADE GERAL, 23ª Edição, São Paulo, Editora

ATLAS, Ano 1997.

GONÇALVES, Eugênio Celso; BAPTISTA, Antônio Eustáquio; CONTABILIDADE

GERAL, 6ª Edição, São Paulo, Editora ATLAS, Ano 2007.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos; CONTABILIDADE COMERCIAL, 7ª

Edição, São Paulo, Editora ATLAS, Ano 2007.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos; CURSO DE CONTABILIDADE

PARA NÃO CONTADORES, 5ª Edição de acordo com a Lei 11.638/07, São Paulo,

Editora ATLAS, Ano 2008.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; Et al, Contabilidade Introdutória, 9ª Edição, São Paulo, Editora

Atlas, 1998.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; Et al, Contabilidade Introdutória, 10ª Edição, São Paulo,

Editora Atlas, 2006.

MARION, José Carlos; CONTABILIDADE BÁSICA Ciclo contábil, 7ª Edição, São

Paulo, Editora ATLAS, Ano 2004.

NAGATSUKA, Divane Alves da Silva.; TELES, Egberto Lucena, Manual de

Contabilidade Introdutória, São Paulo, Thomson, 2005.

NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo E. V.; CONTABILIDADE BÁSICA, 13ª

Edição Revisada e Ampliada, São Paulo, Editora FRASE, Ano 2006.

OLIVEIRA, Janice Santos; A RELEVÂNCIA DAS PARTIDAS DOBRADAS PARA

A ELABORAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS, Fortaleza, 2010

RIBEIRO, Osni Moura; CONTABILIDADE BÁSICA FÁCIL, 27ª Edição, São Paulo,

Editora SARAIVA, Ano 2010.

WWW.crcsp.org.br/portal_novo/publicações/boletim/boletins/boletim176.pdf 14:00hs

22/11/2010