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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARAacute FACULDADE CEARENSE ndash FAC

CURSO DE CIEcircNCIAS CONTAacuteBEIS

VALEacuteRIA DE OLIVEIRA LIMA

ANAacuteLISE DA CONTRIBUICcedilAtildeO DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AVALIACcedilAtildeO DO DESEMPENHO SOCIOAMBIENTAL UM ESTUDO DE CASO DA COELCE

FORTALEZA 2012

VALEacuteRIA DE OLIVEIRA LIMA

ANAacuteLISE DA CONTRIBUICcedilAtildeO DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AVALIACcedilAtildeO DO DESEMPENHO SOCIOAMBIENTAL UM ESTUDO DE CASO DA COELCE

Monografia apresentada agrave coordenaccedilatildeo do Curso de Ciecircncias Contaacutebeis da Faculdade Cearense ndash FAC como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Graduado em Ciecircncias Contaacutebeis

Orientador Professor Ms Paulo Francisco Barbosa Sousa

FORTALEZA 2012

VALEacuteRIA DE OLIVEIRA LIMA

ANAacuteLISE DA CONTRIBUICcedilAtildeO DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AVALIACcedilAtildeO DO DESEMPENHO SOCIOAMBIENTAL UM ESTUDO DE CASO DA COELCE

Esta monografia foi submetida agrave coordenaccedilatildeo do curso de ciecircncias contaacutebeis como parte dos requisitos necessaacuterios agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Graduado em Ciecircncias Contaacutebeis outorgado pela Faculdade Cearense ndash FAC e encontra-se agrave disposiccedilatildeo dos interessados na biblioteca da referida Faculdade

A citaccedilatildeo de qualquer trecho desta monografia eacute permitida desde que feita de acordo com as normas de eacutetica cientiacutefica

Data da Aprovaccedilatildeo ________________

_______________________________________________ Prof Ms Paulo Francisco Barbosa Sousa

Orientador

______________________________________________ Profordf Dra Maacutercia Maria Machado Freitas

______________________________________________ Prof Esp Merciacutedio Gonccedilalves Filho

Ao meu esposo e aos meus pais

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus que me permitiu a vida a inteligecircncia e a sabedoria agradeccedilo aos

meus pais que me incentivaram me orientaram e me ensinaram a natildeo desistir

mesmo em meio agraves dificuldades

Meu agradecimento especial ao meu esposo Amaurilio Mendes que sempre estaacute ao

meu lado me ajudando na busca pela realizaccedilatildeo dos meus sonhos

Aos professores que me deram incentivo no decorrer da caminhada acadecircmica em

especial ao professor Paulo Francisco que me orientou com dedicaccedilatildeo

As minhas irmatildes Vanessa e Andressa e aos amigos em especial o Leonardo Davi

que sempre me deram forccedila e incentivaram

ldquoPois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar

do amor de Deus nem a morte nem a vida nem os

anjos nem outras autoridades ou poderes celestiais nem

o presente nem o futuro nem o mundo laacute de cima nem o

mundo laacute de baixo Em todo o Universo natildeo haacute nada que

possa nos separar do amor de Deus que eacute nosso por

meio de Cristo Jesus o nosso Senhorrdquo

Romanos 8 38-39

RESUMO

Esta monografia traz algumas reflexotildees sobre a importacircncia e a necessidade das empresas de publicarem o Balanccedilo Social esta importante ferramenta da contabilidade que demonstra o desempenho social e ambiental das organizaccedilotildees O presente trabalho tem por finalidade fazer uma anaacutelise do Balanccedilo Social de uma empresa do ramo de energia eleacutetrica Pretende-se mostrar que essa demonstraccedilatildeo natildeo eacute soacute de interesse da empresa mas eacute um informativo para todos aqueles que utilizam os produtos e serviccedilos prestados por essa organizaccedilatildeo e queiram saber quais accedilotildees esta organizaccedilatildeo estaacute realizando pelo meio-ambiente e a sociedade na qual ela estaacute inserida uma vez que eacute deste meio que ela capta seus recursos sejam eles naturais intelectuais financeiros dentre outros Para tanto abordou-se o estudo da Responsabilidade Social explanou-se sobre o Balanccedilo Social conceituando - o demonstrando suas origens as trecircs metodologias mais usados na atualidade que satildeo IBASE GRI (Global Reporting Initiative) e Instituto Ethos e a importacircncia de sua divulgaccedilatildeo para toda a sociedade completa-se a anaacutelise com o estudo de caso e seus resultados

PALAVRAS-CHAVE Responsabilidade Social Balanccedilo Social IBASE

ABSTRACT

This paper aims to reflect about the importance and the need companies have to publish their Social Balance This important accounting tool displays the social and environmental performance of companies The present work is meant to make an analysis of the Social Balance of a company that works in the electric sector We want to demonstrate that this tool is not only of the company interest It serves to inform all those who use the products and services offered by this company and want to know what it is doing for the environment and society in its surroundings as long as this company taps into the natural intellectual and financial resources from it Thus a Social Accountability study was done and the Social Balance concept was explained along with its origins These days the three most used models are IBASE GRI (Global Reporting Initiative) and Ethos Institute It is important to make it know to all levels of society We finish this analysis by making a case ndash study and examining its results

Key words Social accountability Social Balance IBASE

LISTA DE ILUSTRACcedilAtildeO

GRAacuteFICO 1 Qual a Participaccedilatildeo das empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade 25 FIGURA 1 SETE COMPROMISSOS DA COELCE 49 FIGURA 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros 58 FIGURA 3 Anaacutelise do ISE - Outros 59 FIGURA 4 Anaacutelise Meio - Ambiente 59 FIGURA 5 Anaacutelise Empregados Portadores de Deficiecircncia 60

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 BALANCcedilOS SOCIAIS NO MODELO IBASE NO BRASIL ndash MEacuteDIAS E GRANDES EMPRESAS 35 TABELA 2 EVOLUCcedilAtildeO DA CONCESSAtildeO DO ldquoSELO BALANCcedilO SOCIAL IBASEBETINHO 35 TABELA 3 Modelo de DVA 41 TABELA 4 INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 54 TABELA 5 INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS 55 TABELA 6 INDICADORES AMBIENTAIS 56 TABELA 7 INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 57

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12 2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES 15 21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees 15 22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade 17 23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo 18 231 Imagens e Vendas 20 232 Acionistas 21 233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea 21 234 Tributaccedilatildeo 22 235 Produtividade 22 236 Sociais 24 24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social 26

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES 27 31 O que eacute Balanccedilo Social 27 311 Histoacuterico 28 312 Objetivos do Balanccedilo Social 30 313 Os Usuaacuterios 31 314 Aspectos legais do Balanccedilo Social 32 32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social 33 321 Modelo IBASE 34 322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI) 35 323 Modelo Instituto Ethos 37 33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA) 40 4 METODOLOGIA 42 41 Ambiente de Pesquisa 42 42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa 42 421 Quanto aos objetivos 42 422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa 43 423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica 43 5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGEacuteTICA DO CEARAacute (COELCE) 45 51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo 45 511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa 47 52 Sustentabilidade 48 53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce 49 531 Bauacute de leitura 50 532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (ECOELCE) 50 533 Troca Eficiente 50 534 Coelce nas Escolas 51 535 Coelce Solidaacuteria 51

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

VALEacuteRIA DE OLIVEIRA LIMA

ANAacuteLISE DA CONTRIBUICcedilAtildeO DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AVALIACcedilAtildeO DO DESEMPENHO SOCIOAMBIENTAL UM ESTUDO DE CASO DA COELCE

Monografia apresentada agrave coordenaccedilatildeo do Curso de Ciecircncias Contaacutebeis da Faculdade Cearense ndash FAC como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Graduado em Ciecircncias Contaacutebeis

Orientador Professor Ms Paulo Francisco Barbosa Sousa

FORTALEZA 2012

VALEacuteRIA DE OLIVEIRA LIMA

ANAacuteLISE DA CONTRIBUICcedilAtildeO DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AVALIACcedilAtildeO DO DESEMPENHO SOCIOAMBIENTAL UM ESTUDO DE CASO DA COELCE

Esta monografia foi submetida agrave coordenaccedilatildeo do curso de ciecircncias contaacutebeis como parte dos requisitos necessaacuterios agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Graduado em Ciecircncias Contaacutebeis outorgado pela Faculdade Cearense ndash FAC e encontra-se agrave disposiccedilatildeo dos interessados na biblioteca da referida Faculdade

A citaccedilatildeo de qualquer trecho desta monografia eacute permitida desde que feita de acordo com as normas de eacutetica cientiacutefica

Data da Aprovaccedilatildeo ________________

_______________________________________________ Prof Ms Paulo Francisco Barbosa Sousa

Orientador

______________________________________________ Profordf Dra Maacutercia Maria Machado Freitas

______________________________________________ Prof Esp Merciacutedio Gonccedilalves Filho

Ao meu esposo e aos meus pais

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus que me permitiu a vida a inteligecircncia e a sabedoria agradeccedilo aos

meus pais que me incentivaram me orientaram e me ensinaram a natildeo desistir

mesmo em meio agraves dificuldades

Meu agradecimento especial ao meu esposo Amaurilio Mendes que sempre estaacute ao

meu lado me ajudando na busca pela realizaccedilatildeo dos meus sonhos

Aos professores que me deram incentivo no decorrer da caminhada acadecircmica em

especial ao professor Paulo Francisco que me orientou com dedicaccedilatildeo

As minhas irmatildes Vanessa e Andressa e aos amigos em especial o Leonardo Davi

que sempre me deram forccedila e incentivaram

ldquoPois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar

do amor de Deus nem a morte nem a vida nem os

anjos nem outras autoridades ou poderes celestiais nem

o presente nem o futuro nem o mundo laacute de cima nem o

mundo laacute de baixo Em todo o Universo natildeo haacute nada que

possa nos separar do amor de Deus que eacute nosso por

meio de Cristo Jesus o nosso Senhorrdquo

Romanos 8 38-39

RESUMO

Esta monografia traz algumas reflexotildees sobre a importacircncia e a necessidade das empresas de publicarem o Balanccedilo Social esta importante ferramenta da contabilidade que demonstra o desempenho social e ambiental das organizaccedilotildees O presente trabalho tem por finalidade fazer uma anaacutelise do Balanccedilo Social de uma empresa do ramo de energia eleacutetrica Pretende-se mostrar que essa demonstraccedilatildeo natildeo eacute soacute de interesse da empresa mas eacute um informativo para todos aqueles que utilizam os produtos e serviccedilos prestados por essa organizaccedilatildeo e queiram saber quais accedilotildees esta organizaccedilatildeo estaacute realizando pelo meio-ambiente e a sociedade na qual ela estaacute inserida uma vez que eacute deste meio que ela capta seus recursos sejam eles naturais intelectuais financeiros dentre outros Para tanto abordou-se o estudo da Responsabilidade Social explanou-se sobre o Balanccedilo Social conceituando - o demonstrando suas origens as trecircs metodologias mais usados na atualidade que satildeo IBASE GRI (Global Reporting Initiative) e Instituto Ethos e a importacircncia de sua divulgaccedilatildeo para toda a sociedade completa-se a anaacutelise com o estudo de caso e seus resultados

PALAVRAS-CHAVE Responsabilidade Social Balanccedilo Social IBASE

ABSTRACT

This paper aims to reflect about the importance and the need companies have to publish their Social Balance This important accounting tool displays the social and environmental performance of companies The present work is meant to make an analysis of the Social Balance of a company that works in the electric sector We want to demonstrate that this tool is not only of the company interest It serves to inform all those who use the products and services offered by this company and want to know what it is doing for the environment and society in its surroundings as long as this company taps into the natural intellectual and financial resources from it Thus a Social Accountability study was done and the Social Balance concept was explained along with its origins These days the three most used models are IBASE GRI (Global Reporting Initiative) and Ethos Institute It is important to make it know to all levels of society We finish this analysis by making a case ndash study and examining its results

Key words Social accountability Social Balance IBASE

LISTA DE ILUSTRACcedilAtildeO

GRAacuteFICO 1 Qual a Participaccedilatildeo das empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade 25 FIGURA 1 SETE COMPROMISSOS DA COELCE 49 FIGURA 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros 58 FIGURA 3 Anaacutelise do ISE - Outros 59 FIGURA 4 Anaacutelise Meio - Ambiente 59 FIGURA 5 Anaacutelise Empregados Portadores de Deficiecircncia 60

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 BALANCcedilOS SOCIAIS NO MODELO IBASE NO BRASIL ndash MEacuteDIAS E GRANDES EMPRESAS 35 TABELA 2 EVOLUCcedilAtildeO DA CONCESSAtildeO DO ldquoSELO BALANCcedilO SOCIAL IBASEBETINHO 35 TABELA 3 Modelo de DVA 41 TABELA 4 INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 54 TABELA 5 INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS 55 TABELA 6 INDICADORES AMBIENTAIS 56 TABELA 7 INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 57

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12 2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES 15 21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees 15 22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade 17 23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo 18 231 Imagens e Vendas 20 232 Acionistas 21 233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea 21 234 Tributaccedilatildeo 22 235 Produtividade 22 236 Sociais 24 24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social 26

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES 27 31 O que eacute Balanccedilo Social 27 311 Histoacuterico 28 312 Objetivos do Balanccedilo Social 30 313 Os Usuaacuterios 31 314 Aspectos legais do Balanccedilo Social 32 32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social 33 321 Modelo IBASE 34 322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI) 35 323 Modelo Instituto Ethos 37 33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA) 40 4 METODOLOGIA 42 41 Ambiente de Pesquisa 42 42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa 42 421 Quanto aos objetivos 42 422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa 43 423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica 43 5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGEacuteTICA DO CEARAacute (COELCE) 45 51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo 45 511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa 47 52 Sustentabilidade 48 53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce 49 531 Bauacute de leitura 50 532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (ECOELCE) 50 533 Troca Eficiente 50 534 Coelce nas Escolas 51 535 Coelce Solidaacuteria 51

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

VALEacuteRIA DE OLIVEIRA LIMA

ANAacuteLISE DA CONTRIBUICcedilAtildeO DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AVALIACcedilAtildeO DO DESEMPENHO SOCIOAMBIENTAL UM ESTUDO DE CASO DA COELCE

Esta monografia foi submetida agrave coordenaccedilatildeo do curso de ciecircncias contaacutebeis como parte dos requisitos necessaacuterios agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Graduado em Ciecircncias Contaacutebeis outorgado pela Faculdade Cearense ndash FAC e encontra-se agrave disposiccedilatildeo dos interessados na biblioteca da referida Faculdade

A citaccedilatildeo de qualquer trecho desta monografia eacute permitida desde que feita de acordo com as normas de eacutetica cientiacutefica

Data da Aprovaccedilatildeo ________________

_______________________________________________ Prof Ms Paulo Francisco Barbosa Sousa

Orientador

______________________________________________ Profordf Dra Maacutercia Maria Machado Freitas

______________________________________________ Prof Esp Merciacutedio Gonccedilalves Filho

Ao meu esposo e aos meus pais

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus que me permitiu a vida a inteligecircncia e a sabedoria agradeccedilo aos

meus pais que me incentivaram me orientaram e me ensinaram a natildeo desistir

mesmo em meio agraves dificuldades

Meu agradecimento especial ao meu esposo Amaurilio Mendes que sempre estaacute ao

meu lado me ajudando na busca pela realizaccedilatildeo dos meus sonhos

Aos professores que me deram incentivo no decorrer da caminhada acadecircmica em

especial ao professor Paulo Francisco que me orientou com dedicaccedilatildeo

As minhas irmatildes Vanessa e Andressa e aos amigos em especial o Leonardo Davi

que sempre me deram forccedila e incentivaram

ldquoPois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar

do amor de Deus nem a morte nem a vida nem os

anjos nem outras autoridades ou poderes celestiais nem

o presente nem o futuro nem o mundo laacute de cima nem o

mundo laacute de baixo Em todo o Universo natildeo haacute nada que

possa nos separar do amor de Deus que eacute nosso por

meio de Cristo Jesus o nosso Senhorrdquo

Romanos 8 38-39

RESUMO

Esta monografia traz algumas reflexotildees sobre a importacircncia e a necessidade das empresas de publicarem o Balanccedilo Social esta importante ferramenta da contabilidade que demonstra o desempenho social e ambiental das organizaccedilotildees O presente trabalho tem por finalidade fazer uma anaacutelise do Balanccedilo Social de uma empresa do ramo de energia eleacutetrica Pretende-se mostrar que essa demonstraccedilatildeo natildeo eacute soacute de interesse da empresa mas eacute um informativo para todos aqueles que utilizam os produtos e serviccedilos prestados por essa organizaccedilatildeo e queiram saber quais accedilotildees esta organizaccedilatildeo estaacute realizando pelo meio-ambiente e a sociedade na qual ela estaacute inserida uma vez que eacute deste meio que ela capta seus recursos sejam eles naturais intelectuais financeiros dentre outros Para tanto abordou-se o estudo da Responsabilidade Social explanou-se sobre o Balanccedilo Social conceituando - o demonstrando suas origens as trecircs metodologias mais usados na atualidade que satildeo IBASE GRI (Global Reporting Initiative) e Instituto Ethos e a importacircncia de sua divulgaccedilatildeo para toda a sociedade completa-se a anaacutelise com o estudo de caso e seus resultados

PALAVRAS-CHAVE Responsabilidade Social Balanccedilo Social IBASE

ABSTRACT

This paper aims to reflect about the importance and the need companies have to publish their Social Balance This important accounting tool displays the social and environmental performance of companies The present work is meant to make an analysis of the Social Balance of a company that works in the electric sector We want to demonstrate that this tool is not only of the company interest It serves to inform all those who use the products and services offered by this company and want to know what it is doing for the environment and society in its surroundings as long as this company taps into the natural intellectual and financial resources from it Thus a Social Accountability study was done and the Social Balance concept was explained along with its origins These days the three most used models are IBASE GRI (Global Reporting Initiative) and Ethos Institute It is important to make it know to all levels of society We finish this analysis by making a case ndash study and examining its results

Key words Social accountability Social Balance IBASE

LISTA DE ILUSTRACcedilAtildeO

GRAacuteFICO 1 Qual a Participaccedilatildeo das empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade 25 FIGURA 1 SETE COMPROMISSOS DA COELCE 49 FIGURA 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros 58 FIGURA 3 Anaacutelise do ISE - Outros 59 FIGURA 4 Anaacutelise Meio - Ambiente 59 FIGURA 5 Anaacutelise Empregados Portadores de Deficiecircncia 60

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 BALANCcedilOS SOCIAIS NO MODELO IBASE NO BRASIL ndash MEacuteDIAS E GRANDES EMPRESAS 35 TABELA 2 EVOLUCcedilAtildeO DA CONCESSAtildeO DO ldquoSELO BALANCcedilO SOCIAL IBASEBETINHO 35 TABELA 3 Modelo de DVA 41 TABELA 4 INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 54 TABELA 5 INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS 55 TABELA 6 INDICADORES AMBIENTAIS 56 TABELA 7 INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 57

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12 2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES 15 21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees 15 22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade 17 23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo 18 231 Imagens e Vendas 20 232 Acionistas 21 233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea 21 234 Tributaccedilatildeo 22 235 Produtividade 22 236 Sociais 24 24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social 26

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES 27 31 O que eacute Balanccedilo Social 27 311 Histoacuterico 28 312 Objetivos do Balanccedilo Social 30 313 Os Usuaacuterios 31 314 Aspectos legais do Balanccedilo Social 32 32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social 33 321 Modelo IBASE 34 322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI) 35 323 Modelo Instituto Ethos 37 33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA) 40 4 METODOLOGIA 42 41 Ambiente de Pesquisa 42 42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa 42 421 Quanto aos objetivos 42 422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa 43 423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica 43 5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGEacuteTICA DO CEARAacute (COELCE) 45 51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo 45 511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa 47 52 Sustentabilidade 48 53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce 49 531 Bauacute de leitura 50 532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (ECOELCE) 50 533 Troca Eficiente 50 534 Coelce nas Escolas 51 535 Coelce Solidaacuteria 51

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

Ao meu esposo e aos meus pais

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus que me permitiu a vida a inteligecircncia e a sabedoria agradeccedilo aos

meus pais que me incentivaram me orientaram e me ensinaram a natildeo desistir

mesmo em meio agraves dificuldades

Meu agradecimento especial ao meu esposo Amaurilio Mendes que sempre estaacute ao

meu lado me ajudando na busca pela realizaccedilatildeo dos meus sonhos

Aos professores que me deram incentivo no decorrer da caminhada acadecircmica em

especial ao professor Paulo Francisco que me orientou com dedicaccedilatildeo

As minhas irmatildes Vanessa e Andressa e aos amigos em especial o Leonardo Davi

que sempre me deram forccedila e incentivaram

ldquoPois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar

do amor de Deus nem a morte nem a vida nem os

anjos nem outras autoridades ou poderes celestiais nem

o presente nem o futuro nem o mundo laacute de cima nem o

mundo laacute de baixo Em todo o Universo natildeo haacute nada que

possa nos separar do amor de Deus que eacute nosso por

meio de Cristo Jesus o nosso Senhorrdquo

Romanos 8 38-39

RESUMO

Esta monografia traz algumas reflexotildees sobre a importacircncia e a necessidade das empresas de publicarem o Balanccedilo Social esta importante ferramenta da contabilidade que demonstra o desempenho social e ambiental das organizaccedilotildees O presente trabalho tem por finalidade fazer uma anaacutelise do Balanccedilo Social de uma empresa do ramo de energia eleacutetrica Pretende-se mostrar que essa demonstraccedilatildeo natildeo eacute soacute de interesse da empresa mas eacute um informativo para todos aqueles que utilizam os produtos e serviccedilos prestados por essa organizaccedilatildeo e queiram saber quais accedilotildees esta organizaccedilatildeo estaacute realizando pelo meio-ambiente e a sociedade na qual ela estaacute inserida uma vez que eacute deste meio que ela capta seus recursos sejam eles naturais intelectuais financeiros dentre outros Para tanto abordou-se o estudo da Responsabilidade Social explanou-se sobre o Balanccedilo Social conceituando - o demonstrando suas origens as trecircs metodologias mais usados na atualidade que satildeo IBASE GRI (Global Reporting Initiative) e Instituto Ethos e a importacircncia de sua divulgaccedilatildeo para toda a sociedade completa-se a anaacutelise com o estudo de caso e seus resultados

PALAVRAS-CHAVE Responsabilidade Social Balanccedilo Social IBASE

ABSTRACT

This paper aims to reflect about the importance and the need companies have to publish their Social Balance This important accounting tool displays the social and environmental performance of companies The present work is meant to make an analysis of the Social Balance of a company that works in the electric sector We want to demonstrate that this tool is not only of the company interest It serves to inform all those who use the products and services offered by this company and want to know what it is doing for the environment and society in its surroundings as long as this company taps into the natural intellectual and financial resources from it Thus a Social Accountability study was done and the Social Balance concept was explained along with its origins These days the three most used models are IBASE GRI (Global Reporting Initiative) and Ethos Institute It is important to make it know to all levels of society We finish this analysis by making a case ndash study and examining its results

Key words Social accountability Social Balance IBASE

LISTA DE ILUSTRACcedilAtildeO

GRAacuteFICO 1 Qual a Participaccedilatildeo das empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade 25 FIGURA 1 SETE COMPROMISSOS DA COELCE 49 FIGURA 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros 58 FIGURA 3 Anaacutelise do ISE - Outros 59 FIGURA 4 Anaacutelise Meio - Ambiente 59 FIGURA 5 Anaacutelise Empregados Portadores de Deficiecircncia 60

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 BALANCcedilOS SOCIAIS NO MODELO IBASE NO BRASIL ndash MEacuteDIAS E GRANDES EMPRESAS 35 TABELA 2 EVOLUCcedilAtildeO DA CONCESSAtildeO DO ldquoSELO BALANCcedilO SOCIAL IBASEBETINHO 35 TABELA 3 Modelo de DVA 41 TABELA 4 INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 54 TABELA 5 INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS 55 TABELA 6 INDICADORES AMBIENTAIS 56 TABELA 7 INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 57

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12 2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES 15 21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees 15 22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade 17 23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo 18 231 Imagens e Vendas 20 232 Acionistas 21 233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea 21 234 Tributaccedilatildeo 22 235 Produtividade 22 236 Sociais 24 24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social 26

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES 27 31 O que eacute Balanccedilo Social 27 311 Histoacuterico 28 312 Objetivos do Balanccedilo Social 30 313 Os Usuaacuterios 31 314 Aspectos legais do Balanccedilo Social 32 32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social 33 321 Modelo IBASE 34 322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI) 35 323 Modelo Instituto Ethos 37 33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA) 40 4 METODOLOGIA 42 41 Ambiente de Pesquisa 42 42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa 42 421 Quanto aos objetivos 42 422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa 43 423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica 43 5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGEacuteTICA DO CEARAacute (COELCE) 45 51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo 45 511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa 47 52 Sustentabilidade 48 53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce 49 531 Bauacute de leitura 50 532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (ECOELCE) 50 533 Troca Eficiente 50 534 Coelce nas Escolas 51 535 Coelce Solidaacuteria 51

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus que me permitiu a vida a inteligecircncia e a sabedoria agradeccedilo aos

meus pais que me incentivaram me orientaram e me ensinaram a natildeo desistir

mesmo em meio agraves dificuldades

Meu agradecimento especial ao meu esposo Amaurilio Mendes que sempre estaacute ao

meu lado me ajudando na busca pela realizaccedilatildeo dos meus sonhos

Aos professores que me deram incentivo no decorrer da caminhada acadecircmica em

especial ao professor Paulo Francisco que me orientou com dedicaccedilatildeo

As minhas irmatildes Vanessa e Andressa e aos amigos em especial o Leonardo Davi

que sempre me deram forccedila e incentivaram

ldquoPois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar

do amor de Deus nem a morte nem a vida nem os

anjos nem outras autoridades ou poderes celestiais nem

o presente nem o futuro nem o mundo laacute de cima nem o

mundo laacute de baixo Em todo o Universo natildeo haacute nada que

possa nos separar do amor de Deus que eacute nosso por

meio de Cristo Jesus o nosso Senhorrdquo

Romanos 8 38-39

RESUMO

Esta monografia traz algumas reflexotildees sobre a importacircncia e a necessidade das empresas de publicarem o Balanccedilo Social esta importante ferramenta da contabilidade que demonstra o desempenho social e ambiental das organizaccedilotildees O presente trabalho tem por finalidade fazer uma anaacutelise do Balanccedilo Social de uma empresa do ramo de energia eleacutetrica Pretende-se mostrar que essa demonstraccedilatildeo natildeo eacute soacute de interesse da empresa mas eacute um informativo para todos aqueles que utilizam os produtos e serviccedilos prestados por essa organizaccedilatildeo e queiram saber quais accedilotildees esta organizaccedilatildeo estaacute realizando pelo meio-ambiente e a sociedade na qual ela estaacute inserida uma vez que eacute deste meio que ela capta seus recursos sejam eles naturais intelectuais financeiros dentre outros Para tanto abordou-se o estudo da Responsabilidade Social explanou-se sobre o Balanccedilo Social conceituando - o demonstrando suas origens as trecircs metodologias mais usados na atualidade que satildeo IBASE GRI (Global Reporting Initiative) e Instituto Ethos e a importacircncia de sua divulgaccedilatildeo para toda a sociedade completa-se a anaacutelise com o estudo de caso e seus resultados

PALAVRAS-CHAVE Responsabilidade Social Balanccedilo Social IBASE

ABSTRACT

This paper aims to reflect about the importance and the need companies have to publish their Social Balance This important accounting tool displays the social and environmental performance of companies The present work is meant to make an analysis of the Social Balance of a company that works in the electric sector We want to demonstrate that this tool is not only of the company interest It serves to inform all those who use the products and services offered by this company and want to know what it is doing for the environment and society in its surroundings as long as this company taps into the natural intellectual and financial resources from it Thus a Social Accountability study was done and the Social Balance concept was explained along with its origins These days the three most used models are IBASE GRI (Global Reporting Initiative) and Ethos Institute It is important to make it know to all levels of society We finish this analysis by making a case ndash study and examining its results

Key words Social accountability Social Balance IBASE

LISTA DE ILUSTRACcedilAtildeO

GRAacuteFICO 1 Qual a Participaccedilatildeo das empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade 25 FIGURA 1 SETE COMPROMISSOS DA COELCE 49 FIGURA 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros 58 FIGURA 3 Anaacutelise do ISE - Outros 59 FIGURA 4 Anaacutelise Meio - Ambiente 59 FIGURA 5 Anaacutelise Empregados Portadores de Deficiecircncia 60

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 BALANCcedilOS SOCIAIS NO MODELO IBASE NO BRASIL ndash MEacuteDIAS E GRANDES EMPRESAS 35 TABELA 2 EVOLUCcedilAtildeO DA CONCESSAtildeO DO ldquoSELO BALANCcedilO SOCIAL IBASEBETINHO 35 TABELA 3 Modelo de DVA 41 TABELA 4 INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 54 TABELA 5 INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS 55 TABELA 6 INDICADORES AMBIENTAIS 56 TABELA 7 INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 57

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12 2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES 15 21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees 15 22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade 17 23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo 18 231 Imagens e Vendas 20 232 Acionistas 21 233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea 21 234 Tributaccedilatildeo 22 235 Produtividade 22 236 Sociais 24 24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social 26

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES 27 31 O que eacute Balanccedilo Social 27 311 Histoacuterico 28 312 Objetivos do Balanccedilo Social 30 313 Os Usuaacuterios 31 314 Aspectos legais do Balanccedilo Social 32 32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social 33 321 Modelo IBASE 34 322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI) 35 323 Modelo Instituto Ethos 37 33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA) 40 4 METODOLOGIA 42 41 Ambiente de Pesquisa 42 42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa 42 421 Quanto aos objetivos 42 422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa 43 423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica 43 5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGEacuteTICA DO CEARAacute (COELCE) 45 51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo 45 511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa 47 52 Sustentabilidade 48 53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce 49 531 Bauacute de leitura 50 532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (ECOELCE) 50 533 Troca Eficiente 50 534 Coelce nas Escolas 51 535 Coelce Solidaacuteria 51

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

ldquoPois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar

do amor de Deus nem a morte nem a vida nem os

anjos nem outras autoridades ou poderes celestiais nem

o presente nem o futuro nem o mundo laacute de cima nem o

mundo laacute de baixo Em todo o Universo natildeo haacute nada que

possa nos separar do amor de Deus que eacute nosso por

meio de Cristo Jesus o nosso Senhorrdquo

Romanos 8 38-39

RESUMO

Esta monografia traz algumas reflexotildees sobre a importacircncia e a necessidade das empresas de publicarem o Balanccedilo Social esta importante ferramenta da contabilidade que demonstra o desempenho social e ambiental das organizaccedilotildees O presente trabalho tem por finalidade fazer uma anaacutelise do Balanccedilo Social de uma empresa do ramo de energia eleacutetrica Pretende-se mostrar que essa demonstraccedilatildeo natildeo eacute soacute de interesse da empresa mas eacute um informativo para todos aqueles que utilizam os produtos e serviccedilos prestados por essa organizaccedilatildeo e queiram saber quais accedilotildees esta organizaccedilatildeo estaacute realizando pelo meio-ambiente e a sociedade na qual ela estaacute inserida uma vez que eacute deste meio que ela capta seus recursos sejam eles naturais intelectuais financeiros dentre outros Para tanto abordou-se o estudo da Responsabilidade Social explanou-se sobre o Balanccedilo Social conceituando - o demonstrando suas origens as trecircs metodologias mais usados na atualidade que satildeo IBASE GRI (Global Reporting Initiative) e Instituto Ethos e a importacircncia de sua divulgaccedilatildeo para toda a sociedade completa-se a anaacutelise com o estudo de caso e seus resultados

PALAVRAS-CHAVE Responsabilidade Social Balanccedilo Social IBASE

ABSTRACT

This paper aims to reflect about the importance and the need companies have to publish their Social Balance This important accounting tool displays the social and environmental performance of companies The present work is meant to make an analysis of the Social Balance of a company that works in the electric sector We want to demonstrate that this tool is not only of the company interest It serves to inform all those who use the products and services offered by this company and want to know what it is doing for the environment and society in its surroundings as long as this company taps into the natural intellectual and financial resources from it Thus a Social Accountability study was done and the Social Balance concept was explained along with its origins These days the three most used models are IBASE GRI (Global Reporting Initiative) and Ethos Institute It is important to make it know to all levels of society We finish this analysis by making a case ndash study and examining its results

Key words Social accountability Social Balance IBASE

LISTA DE ILUSTRACcedilAtildeO

GRAacuteFICO 1 Qual a Participaccedilatildeo das empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade 25 FIGURA 1 SETE COMPROMISSOS DA COELCE 49 FIGURA 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros 58 FIGURA 3 Anaacutelise do ISE - Outros 59 FIGURA 4 Anaacutelise Meio - Ambiente 59 FIGURA 5 Anaacutelise Empregados Portadores de Deficiecircncia 60

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 BALANCcedilOS SOCIAIS NO MODELO IBASE NO BRASIL ndash MEacuteDIAS E GRANDES EMPRESAS 35 TABELA 2 EVOLUCcedilAtildeO DA CONCESSAtildeO DO ldquoSELO BALANCcedilO SOCIAL IBASEBETINHO 35 TABELA 3 Modelo de DVA 41 TABELA 4 INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 54 TABELA 5 INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS 55 TABELA 6 INDICADORES AMBIENTAIS 56 TABELA 7 INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 57

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12 2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES 15 21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees 15 22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade 17 23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo 18 231 Imagens e Vendas 20 232 Acionistas 21 233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea 21 234 Tributaccedilatildeo 22 235 Produtividade 22 236 Sociais 24 24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social 26

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES 27 31 O que eacute Balanccedilo Social 27 311 Histoacuterico 28 312 Objetivos do Balanccedilo Social 30 313 Os Usuaacuterios 31 314 Aspectos legais do Balanccedilo Social 32 32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social 33 321 Modelo IBASE 34 322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI) 35 323 Modelo Instituto Ethos 37 33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA) 40 4 METODOLOGIA 42 41 Ambiente de Pesquisa 42 42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa 42 421 Quanto aos objetivos 42 422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa 43 423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica 43 5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGEacuteTICA DO CEARAacute (COELCE) 45 51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo 45 511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa 47 52 Sustentabilidade 48 53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce 49 531 Bauacute de leitura 50 532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (ECOELCE) 50 533 Troca Eficiente 50 534 Coelce nas Escolas 51 535 Coelce Solidaacuteria 51

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

RESUMO

Esta monografia traz algumas reflexotildees sobre a importacircncia e a necessidade das empresas de publicarem o Balanccedilo Social esta importante ferramenta da contabilidade que demonstra o desempenho social e ambiental das organizaccedilotildees O presente trabalho tem por finalidade fazer uma anaacutelise do Balanccedilo Social de uma empresa do ramo de energia eleacutetrica Pretende-se mostrar que essa demonstraccedilatildeo natildeo eacute soacute de interesse da empresa mas eacute um informativo para todos aqueles que utilizam os produtos e serviccedilos prestados por essa organizaccedilatildeo e queiram saber quais accedilotildees esta organizaccedilatildeo estaacute realizando pelo meio-ambiente e a sociedade na qual ela estaacute inserida uma vez que eacute deste meio que ela capta seus recursos sejam eles naturais intelectuais financeiros dentre outros Para tanto abordou-se o estudo da Responsabilidade Social explanou-se sobre o Balanccedilo Social conceituando - o demonstrando suas origens as trecircs metodologias mais usados na atualidade que satildeo IBASE GRI (Global Reporting Initiative) e Instituto Ethos e a importacircncia de sua divulgaccedilatildeo para toda a sociedade completa-se a anaacutelise com o estudo de caso e seus resultados

PALAVRAS-CHAVE Responsabilidade Social Balanccedilo Social IBASE

ABSTRACT

This paper aims to reflect about the importance and the need companies have to publish their Social Balance This important accounting tool displays the social and environmental performance of companies The present work is meant to make an analysis of the Social Balance of a company that works in the electric sector We want to demonstrate that this tool is not only of the company interest It serves to inform all those who use the products and services offered by this company and want to know what it is doing for the environment and society in its surroundings as long as this company taps into the natural intellectual and financial resources from it Thus a Social Accountability study was done and the Social Balance concept was explained along with its origins These days the three most used models are IBASE GRI (Global Reporting Initiative) and Ethos Institute It is important to make it know to all levels of society We finish this analysis by making a case ndash study and examining its results

Key words Social accountability Social Balance IBASE

LISTA DE ILUSTRACcedilAtildeO

GRAacuteFICO 1 Qual a Participaccedilatildeo das empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade 25 FIGURA 1 SETE COMPROMISSOS DA COELCE 49 FIGURA 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros 58 FIGURA 3 Anaacutelise do ISE - Outros 59 FIGURA 4 Anaacutelise Meio - Ambiente 59 FIGURA 5 Anaacutelise Empregados Portadores de Deficiecircncia 60

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 BALANCcedilOS SOCIAIS NO MODELO IBASE NO BRASIL ndash MEacuteDIAS E GRANDES EMPRESAS 35 TABELA 2 EVOLUCcedilAtildeO DA CONCESSAtildeO DO ldquoSELO BALANCcedilO SOCIAL IBASEBETINHO 35 TABELA 3 Modelo de DVA 41 TABELA 4 INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 54 TABELA 5 INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS 55 TABELA 6 INDICADORES AMBIENTAIS 56 TABELA 7 INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 57

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12 2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES 15 21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees 15 22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade 17 23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo 18 231 Imagens e Vendas 20 232 Acionistas 21 233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea 21 234 Tributaccedilatildeo 22 235 Produtividade 22 236 Sociais 24 24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social 26

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES 27 31 O que eacute Balanccedilo Social 27 311 Histoacuterico 28 312 Objetivos do Balanccedilo Social 30 313 Os Usuaacuterios 31 314 Aspectos legais do Balanccedilo Social 32 32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social 33 321 Modelo IBASE 34 322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI) 35 323 Modelo Instituto Ethos 37 33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA) 40 4 METODOLOGIA 42 41 Ambiente de Pesquisa 42 42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa 42 421 Quanto aos objetivos 42 422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa 43 423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica 43 5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGEacuteTICA DO CEARAacute (COELCE) 45 51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo 45 511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa 47 52 Sustentabilidade 48 53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce 49 531 Bauacute de leitura 50 532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (ECOELCE) 50 533 Troca Eficiente 50 534 Coelce nas Escolas 51 535 Coelce Solidaacuteria 51

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

ABSTRACT

This paper aims to reflect about the importance and the need companies have to publish their Social Balance This important accounting tool displays the social and environmental performance of companies The present work is meant to make an analysis of the Social Balance of a company that works in the electric sector We want to demonstrate that this tool is not only of the company interest It serves to inform all those who use the products and services offered by this company and want to know what it is doing for the environment and society in its surroundings as long as this company taps into the natural intellectual and financial resources from it Thus a Social Accountability study was done and the Social Balance concept was explained along with its origins These days the three most used models are IBASE GRI (Global Reporting Initiative) and Ethos Institute It is important to make it know to all levels of society We finish this analysis by making a case ndash study and examining its results

Key words Social accountability Social Balance IBASE

LISTA DE ILUSTRACcedilAtildeO

GRAacuteFICO 1 Qual a Participaccedilatildeo das empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade 25 FIGURA 1 SETE COMPROMISSOS DA COELCE 49 FIGURA 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros 58 FIGURA 3 Anaacutelise do ISE - Outros 59 FIGURA 4 Anaacutelise Meio - Ambiente 59 FIGURA 5 Anaacutelise Empregados Portadores de Deficiecircncia 60

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 BALANCcedilOS SOCIAIS NO MODELO IBASE NO BRASIL ndash MEacuteDIAS E GRANDES EMPRESAS 35 TABELA 2 EVOLUCcedilAtildeO DA CONCESSAtildeO DO ldquoSELO BALANCcedilO SOCIAL IBASEBETINHO 35 TABELA 3 Modelo de DVA 41 TABELA 4 INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 54 TABELA 5 INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS 55 TABELA 6 INDICADORES AMBIENTAIS 56 TABELA 7 INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 57

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12 2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES 15 21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees 15 22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade 17 23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo 18 231 Imagens e Vendas 20 232 Acionistas 21 233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea 21 234 Tributaccedilatildeo 22 235 Produtividade 22 236 Sociais 24 24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social 26

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES 27 31 O que eacute Balanccedilo Social 27 311 Histoacuterico 28 312 Objetivos do Balanccedilo Social 30 313 Os Usuaacuterios 31 314 Aspectos legais do Balanccedilo Social 32 32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social 33 321 Modelo IBASE 34 322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI) 35 323 Modelo Instituto Ethos 37 33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA) 40 4 METODOLOGIA 42 41 Ambiente de Pesquisa 42 42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa 42 421 Quanto aos objetivos 42 422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa 43 423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica 43 5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGEacuteTICA DO CEARAacute (COELCE) 45 51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo 45 511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa 47 52 Sustentabilidade 48 53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce 49 531 Bauacute de leitura 50 532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (ECOELCE) 50 533 Troca Eficiente 50 534 Coelce nas Escolas 51 535 Coelce Solidaacuteria 51

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

LISTA DE ILUSTRACcedilAtildeO

GRAacuteFICO 1 Qual a Participaccedilatildeo das empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade 25 FIGURA 1 SETE COMPROMISSOS DA COELCE 49 FIGURA 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros 58 FIGURA 3 Anaacutelise do ISE - Outros 59 FIGURA 4 Anaacutelise Meio - Ambiente 59 FIGURA 5 Anaacutelise Empregados Portadores de Deficiecircncia 60

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 BALANCcedilOS SOCIAIS NO MODELO IBASE NO BRASIL ndash MEacuteDIAS E GRANDES EMPRESAS 35 TABELA 2 EVOLUCcedilAtildeO DA CONCESSAtildeO DO ldquoSELO BALANCcedilO SOCIAL IBASEBETINHO 35 TABELA 3 Modelo de DVA 41 TABELA 4 INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 54 TABELA 5 INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS 55 TABELA 6 INDICADORES AMBIENTAIS 56 TABELA 7 INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 57

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12 2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES 15 21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees 15 22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade 17 23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo 18 231 Imagens e Vendas 20 232 Acionistas 21 233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea 21 234 Tributaccedilatildeo 22 235 Produtividade 22 236 Sociais 24 24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social 26

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES 27 31 O que eacute Balanccedilo Social 27 311 Histoacuterico 28 312 Objetivos do Balanccedilo Social 30 313 Os Usuaacuterios 31 314 Aspectos legais do Balanccedilo Social 32 32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social 33 321 Modelo IBASE 34 322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI) 35 323 Modelo Instituto Ethos 37 33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA) 40 4 METODOLOGIA 42 41 Ambiente de Pesquisa 42 42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa 42 421 Quanto aos objetivos 42 422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa 43 423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica 43 5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGEacuteTICA DO CEARAacute (COELCE) 45 51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo 45 511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa 47 52 Sustentabilidade 48 53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce 49 531 Bauacute de leitura 50 532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (ECOELCE) 50 533 Troca Eficiente 50 534 Coelce nas Escolas 51 535 Coelce Solidaacuteria 51

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 BALANCcedilOS SOCIAIS NO MODELO IBASE NO BRASIL ndash MEacuteDIAS E GRANDES EMPRESAS 35 TABELA 2 EVOLUCcedilAtildeO DA CONCESSAtildeO DO ldquoSELO BALANCcedilO SOCIAL IBASEBETINHO 35 TABELA 3 Modelo de DVA 41 TABELA 4 INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 54 TABELA 5 INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS 55 TABELA 6 INDICADORES AMBIENTAIS 56 TABELA 7 INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 57

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12 2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES 15 21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees 15 22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade 17 23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo 18 231 Imagens e Vendas 20 232 Acionistas 21 233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea 21 234 Tributaccedilatildeo 22 235 Produtividade 22 236 Sociais 24 24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social 26

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES 27 31 O que eacute Balanccedilo Social 27 311 Histoacuterico 28 312 Objetivos do Balanccedilo Social 30 313 Os Usuaacuterios 31 314 Aspectos legais do Balanccedilo Social 32 32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social 33 321 Modelo IBASE 34 322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI) 35 323 Modelo Instituto Ethos 37 33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA) 40 4 METODOLOGIA 42 41 Ambiente de Pesquisa 42 42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa 42 421 Quanto aos objetivos 42 422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa 43 423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica 43 5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGEacuteTICA DO CEARAacute (COELCE) 45 51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo 45 511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa 47 52 Sustentabilidade 48 53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce 49 531 Bauacute de leitura 50 532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (ECOELCE) 50 533 Troca Eficiente 50 534 Coelce nas Escolas 51 535 Coelce Solidaacuteria 51

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12 2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES 15 21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees 15 22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade 17 23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo 18 231 Imagens e Vendas 20 232 Acionistas 21 233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea 21 234 Tributaccedilatildeo 22 235 Produtividade 22 236 Sociais 24 24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social 26

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES 27 31 O que eacute Balanccedilo Social 27 311 Histoacuterico 28 312 Objetivos do Balanccedilo Social 30 313 Os Usuaacuterios 31 314 Aspectos legais do Balanccedilo Social 32 32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social 33 321 Modelo IBASE 34 322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI) 35 323 Modelo Instituto Ethos 37 33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA) 40 4 METODOLOGIA 42 41 Ambiente de Pesquisa 42 42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa 42 421 Quanto aos objetivos 42 422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa 43 423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica 43 5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGEacuteTICA DO CEARAacute (COELCE) 45 51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo 45 511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa 47 52 Sustentabilidade 48 53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce 49 531 Bauacute de leitura 50 532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (ECOELCE) 50 533 Troca Eficiente 50 534 Coelce nas Escolas 51 535 Coelce Solidaacuteria 51

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM BASE NA MATRIZ IBASE 53 61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros 58 62 Indicadores Sociais Externos - Outros 58 63 Investimentos em Meio Ambiente 59 64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia 60 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62 REFEREcircNCIAS 64 ANEXOS 66

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

A contabilidade desenvolveu-se ao longo dos anos sempre se adaptando

as novas tecnologias e mudanccedilas que ocorrem na sociedade hoje natildeo basta que

uma empresa apenas divulgue em seus demonstrativos financeiros o quanto lucrou

em determinado periacuteodo a sociedade estaacute cada vez mais exigente e dentre suas

exigecircncias estaacute a necessidade de conhecer o que a empresa estaacute fazendo pelo

meio-ambiente e pela sociedade onde ela estaacute inserida para isso eacute utilizado um

demonstrativo chamado Balanccedilo Social ou Relatoacuterio social que eacute uma forma que a

empresa tem para demonstrar para o seu puacuteblico interno e externo e para todos

aqueles a quem interessar os impactos ambientais sociais e econocircmicos da

empresa

O Instituto Ethos (2009) afirma que o Balanccedilo Social eacute um meio de dar

transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da

organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da

responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo

atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da

Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e em direccedilatildeo agrave sustentabilidade

Tendo em vista que o Balanccedilo Social teve sua origem na Contabilidade

ele natildeo deve ser visto apenas como um demonstrativo meramente contaacutebil e sim

como uma forma de demonstrar como as empresas estatildeo preocupadas com sua

responsabilidade social Explicitar essas informaccedilotildees de forma mais clara possiacutevel eacute

primordial para uma boa aceitaccedilatildeo e uma correta utilizaccedilatildeo desse instrumento

contaacutebil

As organizaccedilotildees devem definir um modelo de balanccedilo ou escolher

indicadores de desempenho que proporcionem uma visualizaccedilatildeo de suas

estrateacutegias e suas accedilotildees estes indicadores podem ser por exemplo indicadores

humanos indicadores fiacutesicos e indicadores monetaacuterios dentre outros satildeo estes

indicadores que vatildeo proporcionar uma visatildeo correta para a organizaccedilatildeo de que seus

esforccedilos para alcanccedilar seus objetivos foram satisfatoacuterios e permitem objetivar metas

para os proacuteximos exerciacutecios

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

13

Considerando que o conceito preliminar de Balanccedilo Social era o de

abordar apenas aspectos relativos a recursos humanos expandiu-se evidenciando

outros aspectos como Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado ndash DVA Benefiacutecios e

contribuiccedilotildees agrave sociedade em geral e a postura em relaccedilatildeo aos recursos naturais A

presente monografia vem exemplificar o caso da empresa Coelce ndash Companhia

Energeacutetica do Cearaacute realizando uma anaacutelise do Balanccedilo Social desta empresa

Para isso primeiramente eacute realizada uma pesquisa bibliograacutefica sobre o tema e

sobre a empresa em seguida foi realizado um estudo para evidenciar se a empresa

Coelce estaacute progredindo nos investimentos socioambientais ao longo dos anos

evidenciaremos este fato atraveacutes de sua anaacutelise vertical nos anos de 2009 e 2010

O presente trabalho visa responder Qual a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo

Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho socioambiental

As hipoacuteteses que se apresentam neste trabalho satildeo A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Com a finalidade de responder as referidas questotildees esta pesquisa tem

como objetivo principal coletar dados da empresa COELCE para analisar a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do seu desempenho socioambiental

Como objetivos especiacuteficos pretende-se mostrar as vantagens da

Responsabilidade Social nas Organizaccedilotildees apresentar conceitos caracteriacutesticas e

utilidade do Balanccedilo Social identificar e descrever a importacircncia do Balanccedilo Social

para a sociedade e organizaccedilotildees avaliar a evoluccedilatildeo do desempenho socioambiental

da Coelce atraveacutes dos seus indicadores nos anos de 2009 e 2010

A demonstraccedilatildeo do Balanccedilo Social jaacute eacute uma realidade no Brasil mas

embora seja um tema recorrente o ordenamento juriacutedico ainda natildeo regulamentou

essa Demonstraccedilatildeo e por esse motivo ainda existem muitas duacutevidas sobre como

elaborar esse Demonstrativo do Balanccedilo Social e qual a sua relevacircncia no contexto

socioambiental

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

14

Sendo assim o trabalho se justifica para que demonstre aos usuaacuterios da

contabilidade ou a qualquer cidadatildeo comum que se interesse pelo tema como obter

um conhecimento ainda que pequeno acerca de como estruturar um Balanccedilo Social

como evidenciar seus principais indicadores e se o balanccedilo social impacta de

alguma forma na sociedade

Com a intenccedilatildeo de responder ao problema e alcanccedilar seus objetivos

gerais e especiacuteficos foi utilizado um estudo de caso que compreenderaacute uma anaacutelise

do Balanccedilo Social da empresa COELCE tambeacutem foi realizado ampla pesquisa em

livros internet e artigos e uma visita agrave referida empresa para coletar dados sobre

seu relatoacuterio de sustentabilidade e as accedilotildees que ela vem realizando que estatildeo

evidenciadas em seu Balanccedilo Social

O trabalho estaacute organizado em sete seccedilotildees sendo a Introduccedilatildeo a

primeira delas seguido pela seccedilatildeo A responsabilidade social nas organizaccedilotildees

onde se visualiza conceitos que influecircncias a empresa tem sobre a sociedade a

responsabilidade social como diferencial competitivo e a ligaccedilatildeo entre

responsabilidade social e o Balanccedilo Social na terceira seccedilatildeo aborda-se sobre a

importacircncia do balanccedilo social para as organizaccedilotildees mostrando conceitos e

metodologias para a confecccedilatildeo do Balanccedilo Social a quarta seccedilatildeo aborda-se a

metodologia usada neste trabalho e seus objetivos A quinta seccedilatildeo caracteriza-se a

COELCE mostrando seu histoacuterico e os projetos por ela desenvolvidos a sexta

seccedilatildeo apresenta-se o resultado da pesquisa atraveacutes da anaacutelise do balanccedilo social da

empresa Coelce e a seacutetima seccedilatildeo trata-se das consideraccedilotildees finais se o problema e

os objetivos propostos foram alcanccedilados

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

15

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZACcedilOtildeES

21 Responsabilidade Social conceitos e consideraccedilotildees

Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram iniacutecio

nos Estados Unidos na deacutecada de 50 e na Europa nos anos 60 As primeiras

manifestaccedilotildees sobre este tema surgiram no iniacutecio do seacuteculo em trabalhos de

Charles Eliot (1906) Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916) No entanto tais

manifestaccedilotildees natildeo receberam apoio pois foram consideradas de cunho socialista

Foi somente em 1953 nos Estados Unidos com o livro Social Responsabilities of

the Businessman de Howard Bowen que o tema recebeu atenccedilatildeo e ganhou

espaccedilo Na deacutecada de 70 surgiram associaccedilotildees de profissionais interessados em

estudar o tema American Accouting Association e American Institute of Certified

Public Accountants Eacute a partir daiacute que a responsabilidade social deixa de ser uma

simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo A responsabilidade

social revela-se entatildeo um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das

empresas

Hoje o termo Responsabilidade Social eacute bastante discutido e difundido

uma vez que estaacute cada vez mais evidente o grande compromisso social das

organizaccedilotildees nos mais diversos setores da sociedade

Consoante Dias (2012 p 20) a responsabilidade social da

organizaccedilatildeo pode ser entendida como segue

A Responsabilidade Social eacute um conjunto de ideias e praacuteticas da organizaccedilatildeo que fazem parte de sua estrateacutegia e que tem como objetivo evitar prejuiacutezos eou gerar benefiacutecios para todas as partes interessadas (stakeholders) na atividade da empresa (consumidores empregados acionistas comunidade local meio ambiente etc) adotando meacutetodos racionais para atingir esses fins e que devem resultar em benefiacutecios tanto para a organizaccedilatildeo como para a sociedade

Cabe reforccedilar que a relaccedilatildeo empresa e sociedade eacute cada vez mais

evidente nos dias atuais visto que a empresa retira da sociedade recursos dos mais

diversos para se manter em continuidade necessitando informaacute-la da utilizaccedilatildeo de

tais recursos

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

16

Em nenhum aspecto pode-se confundir responsabilidade social com

assistencialismo paternalismo ou filantropia e natildeo deve tambeacutem ser somente uma

decisatildeo da alta administraccedilatildeo Deve ser o resultado de uma reflexatildeo interna

promovendo aqui tambeacutem uma efetiva participaccedilatildeo de todos possibilitando tambeacutem

a contribuiccedilatildeo de todos aqueles que possam assumir no todo ou em partes a sua

realizaccedilatildeo

Quadro 1 Diferenccedilas entre filantropia e responsabilidade social

Filantropia Responsabilidade Social

Base Conceitual Caridade Cidadania

Orientaccedilatildeo Assistencialista Estrateacutegia

Resultados Imediatos Meacutedio e Longo Prazo

Objetivo Ajudar pessoas ou grupos

especiacuteficos

Contribuir para alcanccedilar o

Desenvolvimento Sustentaacutevel

Fonte Dias( 2012 p98)

Segundo o Livro Verde da Comissatildeo Europeia (2001) a

responsabilidade social eacute um conceito segundo o qual as empresas decidem numa

base voluntaacuteria contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais

limpo Com base nessa afirmaccedilatildeo as empresas natildeo devem preocupar-se apenas

com o interesse de seus proprietaacuterios mas tambeacutem com o interesse dos demais que

satildeo afetados pelas suas accedilotildees como por exemplo os trabalhadores as

comunidades locais os clientes os fornecedores as autoridades puacuteblicas os

concorrentes e a sociedade em geral

De acordo com o Instituto Ethos (2001)

Responsabilidade social eacute uma forma de conduzir os negoacutecios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsaacutevel pelo desenvolvimento social A empresa socialmente responsaacutevel eacute aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas funcionaacuterios prestadores de serviccedilo fornecedores consumidores comunidade governo e meio-ambiente) e conseguir incorporaacute-los no planejamento de suas atividades buscando atender agraves demandas de todos e natildeo apenas dos acionistas ou proprietaacuterios

Enfim o que se espera de uma organizaccedilatildeo eacute uma postura de

comprometimento com o desenvolvimento sustentaacutevel Isto eacute que estas possam se

envolver principalmente com a proteccedilatildeo do meio ambiente investimento em

educaccedilatildeo e sauacutede em comunidades locais (quando o Estado torna-se desprovido

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

17

desta faculdade) a reduccedilatildeo da pobreza o aumento da expectativa de vida da

populaccedilatildeo etc

22 A influecircncia da empresa sobre a sociedade

Em nossos dias eacute sabido que as atividades empresariais atingem a

sociedade de diversas formas negativamente ou positivamente ela atinge

fornecedores empregados clientes meio-ambiente etc

Dias (2012) mostra no Quadro 2 a forma como eacute visto o papel das

empresas na sociedade por trecircs autores corporizando assim a visatildeo de cada um

sobre a responsabilidade social

Quadro 2 Espectro dos pontos de vista sobre o papel das empresas na Sociedade

Autor Posiccedilatildeo face ao papel das empresas na sociedade

Milton Friedman (1970)

Maximizaccedilatildeo do lucro forccedilada ndash RSC econoacutemica a empresa deve maximizar a riqueza dos seus acionistas obedecer agrave Lei e ser eacutetica

Edward Freeman (1984)

Visatildeo socialmente consciente ndash RSC eacutetica as empresas devem ser sensiacuteveis agraves consequecircncias potencialmente prejudiciais das suas accedilotildees nos vaacuterios grupos de stakeholders

Archie B Carroll (1979)

Visatildeo de serviccedilo agrave comunidade perspectiva da performance social da empresa ndash RSC altruiacutestica a empresa deve usar os seus vastos recursos em prol do bem social

Fonte Adaptado de Dias (2012 p20)

Podemos perceber no Quadro 2 a visatildeo de alguns autores sobre o papel

da empresa na sociedade onde para alguns a empresa natildeo deve ter nenhuma

responsabilidade social com a sociedade e para outros ela deve sim demonstrar e

usar todos os meios possiacuteveis em prol do bem comum

Dias (2012) ressalta ainda que uma empresa deve ser socialmente

responsaacutevel pois natildeo opera sozinha em um mercado mas na sociedade na qual

afeta com suas atuaccedilotildees outros agentes e em consequecircncia deve ter uma conduta

que natildeo lhe beneficie unicamente mas sim ao progresso social que por outro lado

lhe eacute necessaacuterio para que tenha perspectiva de continuidade

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

18

Como podemos perceber a empresa atua no meio socioambiental tirando

dele seus recursos naturais humanos e financeiros se eacute deste meio que ela capta

seus principais recursos entatildeo nada mais justo que volte para a sociedade e o meio

ambiente uma parcela destes recursos ainda que miacutenimos atraveacutes de accedilotildees sociais

e ambientais que tragam melhorias para a sociedade como um todo

23 Responsabilidade Social Empresarial Diferencial Competitivo

Quais os motivos que levam uma empresa a agir de forma socialmente

responsaacutevel Sabemos que a tecnologia esta disponiacutevel a qualquer empresa e que

apenas preccedilo e marketing natildeo garantem mais a continuidade da empresa no

mercado Portanto eacute imprescindiacutevel que a empresa invista em projetos que

conquistem a fidelidade dos consumidores

Quando uma empresa investe em programas e projetos sociais por

exemplo programas de educaccedilatildeo ela tambeacutem obteacutem vantagens de vaacuterias naturezas

como matildeo de obra qualificada que venha atender padrotildees internacionais outra

vantagem seria que este tipo de atitude ajuda na construccedilatildeo de uma imagem forte e

positiva da empresa perante a sociedade Portanto quando a empresa investe no

elemento humano ela pode ganhar uma boa visatildeo perante a sociedade

Levando em consideraccedilatildeo a anaacutelise da organizaccedilatildeo baseada nas duas

dimensotildees interna e externa haacute maior facilidade de identificaccedilatildeo dos benefiacutecios que

podem ser obtidos pelas empresas quando da adoccedilatildeo de uma estrateacutegia de

Responsabilidade Social(DIAS 2012 p86)

Quadro 3 Benefiacutecios internos e externos na adoccedilatildeo da Responsabilidade Social

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito interno

Fidelidade do pessoal agrave empresa

Melhora da motivaccedilatildeo e da produtividade no trabalho

Aumento da qualificaccedilatildeo e capacidade dos trabalhadores

Maior envolvimento dos funcionaacuterios na gestatildeo empresarial

Diferencial diante da concorrecircncia

Fidelizaccedilatildeo dos clientes

Melhoria da qualidade dos produtos e serviccedilos

Maior potencial de inovaccedilatildeo

Incremento da eficiecircncia dos processos produtivos e diminuiccedilatildeo

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

19

dos custos

Maior capacidade de adaptaccedilatildeo diante das mudanccedilas e gestatildeo

de crises

Melhoria da competitividade

Benefiacutecios obtidos pelas

empresas no acircmbito externo

Melhoria da imagem e reputaccedilatildeo da organizaccedilatildeo

Maiores pontuaccedilotildees em contratos com as administraccedilotildees

puacuteblicas

Obtenccedilatildeo de subvenccedilatildeo ou apoios e reconhecimentos oficiais

Maior facilidade para cumprir as exigecircncias legais

Reforccedilo das relaccedilotildees com as comunidades locais

Novas oportunidades de negoacutecios

Reduccedilatildeo do risco empresarial

Obtenccedilatildeo de financiamento em melhores condiccedilotildees

Melhora das relaccedilotildees e condiccedilotildees contratuais com fornecedores e

distribuidores

Contribuiccedilatildeo positiva a um desenvolvimento sustentaacutevel

Fonte adaptado de Dias (2012 p 86 e 87)

Para Aligueri e Kruglianskas (2009) apud Tinoco (2010 p8) os

benefiacutecios advindos de uma orientaccedilatildeo empresarial eacutetica e com responsabilidade

social

Responsabilidade socioambiental eacute a forma de gestatildeo que se define pela relaccedilatildeo eacutetica e transparente da empresa com todos os puacuteblicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatiacuteveis com o desenvolvimento sustentaacutevel da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as geraccedilotildees futuras respeitando a diversidade e promovendo a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

Segundo Dias (2012 p 104) a nova eacutetica dos negoacutecios existe natildeo soacute

porque seja algo bom mas tambeacutem porque eacute algo competitivo

Pode-se constatar segundo os conceitos acima que uma organizaccedilatildeo que

pratica a Responsabilidade Social de forma eacutetica e transparente obteacutem muitas

vantagens em relaccedilatildeo as que natildeo praticam dentre estas vantagens estatildeo segundo

Guedes (2000) apud Lourenccedilo e Schroder (2010 p16)

Em imagem e em vendas pelo fortalecimento e fidelidade a marca e ao

produto

Aos acionistas e investidores pela valorizaccedilatildeo da empresa na sociedade e no mercado

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

20

Em retorno publicitaacuterio advindo da geraccedilatildeo de miacutedia espontacircnea

Em tributaccedilatildeo com as possibilidades de isenccedilotildees fiscais em acircmbitos municipal estadual e federal para empresas patrocinadoras ou diretamente para os projetos

Em produtividade e pessoas pelo maior empenho e motivaccedilatildeo dos funcionaacuterios e

Os ganhos sociais pelas mudanccedilas comportamentais da sociedade

Segundo Grayson (2002) apud Reis e Medeiros (2012 p18) analisando o

Relatoacuterio Fleishman ndash Hillard Ipsos da pesquisa Atitudes dos Europeus em Relaccedilatildeo

ao Investimento da Comunidade Empresarial realizada em 1999 com mais de 4 mil

pessoas na Franccedila Alemanha Itaacutelia e Reino Unido revelou um total de 88 dos

entrevistados acham que as grandes companhias devem usar alguns de seus

recursos para ajudar a solucionar problemas sociais 84 acham que as empresas

devem dar recursos para vencer problemas sociais nos paiacuteses onde elas vendem

seus produtos 86 comprariam de uma empresa que ampare iniciativas para

melhorar a sociedade

231 Imagens e vendas

Constata-se que empresas que estatildeo agindo com Responsabilidade

Social e estatildeo expostas na miacutedia destacam-se positivamente da concorrecircncia e

consequentemente conquistam a simpatia do consumidor reforccedilando assim suas

marcas e imagem e ampliando suas participaccedilotildees no mercado

Hoje devido a concorrecircncia estaacute cada vez mais acirrada as empresas

procuram reforccedilar e valorizar sua imagem e marca perante os clientes A marca que

a empresa utiliza pode ser potencializada atraveacutes de sua Responsabilidade Social

A Associaccedilatildeo Americana de Marketing (1960) conceitua marca como

sendo ldquoUm nome termo sinal siacutembolo ou desenho ou uma combinaccedilatildeo dos

mesmos que pretende identificar os bens e serviccedilos de um vendedor ou grupo de

vendedores e diferenciaacute-los daqueles dos concorrentesrdquo

Imagem segundo este mesmo oacutergatildeo eacute a maneira com que o puacuteblico

percebe a empresa [hellip] A imagem da empresa conduz mensagens [hellip] de maneira

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

21

distintiva de modo que natildeo seja confundida com mensagens similares dos

concorrentes

Conforme Dias (2012 p84)

A marca e a fidelidade do cliente se tornam mais criacuteticos os consumidores tendem a migrar de marca com base na percepccedilatildeo de seu desempenho social e ambiental Por outro lado as empresas que melhoram seu desempenho quanto a Responsabilidade Social agregam valor as suas marcas ampliando o leque de clientes satisfeitos

Portanto uma empresa com a marca reforccedilada torna-se mais competitiva

mais lucrativa e mais conhecida aumentando assim o seu patrimocircnio e garantindo a

sua continuidade no mercado

232 Acionistas

Uma empresa que conquista uma marca reconhecida pela sociedade

como socialmente responsaacutevel tende a vender mais e vendendo mais suas accedilotildees

tendem a subir e a valorizar-se na Bolsa de Valores para aquelas empresas que

possuem capital aberto trazendo assim benefiacutecios para os acionistas da empresa

Para Dias (2012) agir com Responsabilidade Social permite atrair e reter

investimentos e parceiros comerciais de qualidade Os investidores estatildeo de um

modo geral prontos para pagar mais por empresas com as melhores praacuteticas

empresariais

Portanto podemos perceber que os benefiacutecios para as empresas natildeo satildeo

apenas os de imagem mas tambeacutem os seus lucros aumentam quando elas agem

com responsabilidade social

233 Retorno Publicitaacuterio em Miacutedia Espontacircnea

O retorno publicitaacuterio tem sido medido pelas assessorias de imprensa das

empresas atraveacutes da exposiccedilatildeo da empresa na miacutedia de forma espontacircnea A miacutedia

espontacircnea e a exposiccedilatildeo obtida por uma empresa de forma espontacircnea isto eacute natildeo

paga nos meios de comunicaccedilatildeo

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

22

Empresas que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis recebem

atenccedilatildeo da miacutedia e viram notiacutecia Isto ocorre porque se direcionam para atender

problemas que satildeo de interesse de toda a sociedade

Os soacutecios expostos na miacutedia espontacircnea acabam funcionando como

propagandas para as proacuteprias empresas e estas passam a se destacar ainda mais

para os consumidores

234 Tributaccedilatildeo

A legislaccedilatildeo brasileira incentiva o desenvolvimento atraveacutes dos benefiacutecios

fiscais concedidos as organizaccedilotildees que promovem accedilotildees socialmente responsaacuteveis

A empresa pode ter um abatimento no Imposto de Renda participando de projetos

soacutecios culturais pela Lei do Incentivo Fiscal como

Lei Rouanet - permite agraves pessoas juriacutedicas a fazerem doaccedilotildees e patrocinarem

projetos culturais deduzindo do imposto de renda o valor investido

Lei de incentivo ao Esporte - apoio por meio de doaccedilatildeo ou patrociacutenios a

projetos desportivos e para desportivo aprovados pelo Ministeacuterio do Esporte

Programa Empresa Cidadatilde - destinado agrave prorrogaccedilatildeo da licenccedila-maternidade

para 60 dias mediante a concessatildeo de incentivo fiscal

Lei do Audiovisual ndash deduccedilatildeo do imposto de renda para pessoas fiacutesicas e

juriacutedicas que apresente certificado de investimento audiovisual

Natildeo eacute objetivo desta monografia analisar o regime tributaacuterio (imunidades e

incentivos fiscais) concedidos agraves organizaccedilotildees mas eacute importante destacar que

algumas leis que tratam de incentivos fiscais podem gerar fatores positivos as

empresas socialmente envolvidas na comunidade

235 Produtividade

Dentre os diversos benefiacutecios jaacute apresentados pode-se tambeacutem observar

o benefiacutecio da produtividade uma vez que uma empresa que eacute considerada

socialmente responsaacutevel tende a ganhar admiraccedilatildeo do seu puacuteblico interno ou seja

funcionaacuterios e colaboradores

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

23

Segundo (Fischer e Falconer 1999 p39-40) analisando a pesquisa

ldquoEstrateacutegias de empresas no Brasil atuaccedilatildeo social e voluntariadordquo do Centro de

Estudos em Administraccedilatildeo do Terceiro Setor da Universidade de Satildeo Paulo

(CEATS ndash USP) do qual participaram 273 companhias privadas e estatais

(pequenas meacutedias e grandes) de nove estados e do Distrito Federal sobre os

benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios e realizada entre os meses

de fevereiro e Junho de 1999 investir em accedilotildees sociais melhora em 79 a imagem

institucional da empresa e amplia em 74 suas relaccedilotildees com a comunidade A

motivaccedilatildeo e produtividade dos funcionaacuterios crescem 34 melhora o envolvimento

do funcionaacuterio com a empresa em 40 ao mesmo tempo em que contribui para o

desenvolvimento de conhecimentos teacutecnicas e habilidades dos funcionaacuterios em

52

Quadro 4 Benefiacutecios do voluntariado em relaccedilatildeo aos funcionaacuterios

EM RELACcedilAtildeO AOS FUNCIONAacuteRIOS O

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

CONCORDA CONCORDA

PARCIALMENTE

DISCORDA

Contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento de

conhecimentos teacutecnicas e habilidades

52 30 5

Melhora o envolvimento do funcionaacuterio com

a empresa

40 41 5

Aumenta a motivaccedilatildeo e produtividade dos

funcionaacuterios

34 43 9

Fonte FISCHER e FALCONER (1999 p39)

Podendashse perceber a partir do Quadro 4 que o voluntariado empresarial

contribui para a produtividade dos funcionaacuterios de diversas maneiras desde um

maior desenvolvimento de teacutecnicas como tambeacutem do envolvimento dos funcionaacuterios

com a empresa

Conforme afirma Dias (2012 p 113)

Quando a empresa reforccedila os seus valores sociais e o seu compromisso de ser socialmente responsaacutevel aumenta a lealdade dos empregados que se sentem estimulados de trabalhar em uma empresa que respeita o seu entorno e se envolve em trabalhos sociais e tambeacutem contribui para atrair novos talentos para a empresa

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

24

Com o aumento da mobilidade no mercado de trabalho as empresas

devem se esforccedilar para manter os melhores profissionais e nesse caso as empresas

que manteacutem altos padrotildees de Responsabilidade Social tem demonstrado maior

habilidade para atrair e reter os melhores talentos

236 Sociais

Por fim o retorno social que corresponde aos ganhos sociais gerados

pelas accedilotildees das empresas socialmente responsaacuteveis para a sociedade Os ganhos

podem ser visualizados de diversas formas como por exemplo

Pela diminuiccedilatildeo das carecircncias sociais existentes

Pela mudanccedila de atitude da comunidade frente aos problemas do paiacutes

evitando-se a diferenciaccedilatildeo entre puacuteblico e privado eacute importante para

a comunidade perceber que sozinho o governo natildeo vai conseguir

resolver os problemas do paiacutes eacute necessaacuterio sim a colaboraccedilatildeo do

setor privado

E pela melhoria das condiccedilotildees de vida da sociedade melhoria esta

conseguida quando as empresas assumem seu papel de intervenccedilatildeo

social em conjunto com os demais setores da economia

Atualmente no Brasil vecirc-se a tendecircncia cada vez mais forte do

envolvimento do setor privado com os problemas da sociedade funccedilatildeo que era

atribuiacuteda anteriormente apenas ao Estado e as organizaccedilotildees sem fins lucrativos e

este envolvimento se daacute de formas muito diversas como jaacute citado acima

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada -

(IPEA) nos anos de 2000 e 2004 denominada ldquoAccedilatildeo Social das Empresasrdquo

constatou-se o crescimento das accedilotildees de Responsabilidade Social nas empresas

por regiatildeo como pode ser verificado analisando o graacutefico 1

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

25

Graacutefico 1 Qual a Participaccedilatildeo das Empresas em Accedilotildees Sociais para a Comunidade

Fonte Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas no Brasil ndash IPEADISOC (2006)

Verifica-se que em todas as regiotildees entre os anos de 2000 e 2004 houve

um aumento no nuacutemero de empresas pesquisadas que realizaram accedilotildees sociais na

regiatildeo Nordeste por exemplo constatamos que 55 das empresas realizaram

algum tipo de accedilatildeo social enquanto que em 2004 este nuacutemero passou para 74

revelando um crescimento de 19 A regiatildeo Sul foi a que teve maior crescimento

percentual passando de 46 em 2000 para 67 em 2004 obtendo uma diferenccedila

positiva de 21

Pode-se constatar que as empresas estatildeo cada vez mais investindo em

projetos voltados para a sociedade trazendo assim benefiacutecios reciacuteprocos pois

quando ela investe em seu puacuteblico interno ou externo ela consequentemente estaacute

ajudando na erradicaccedilatildeo da pobreza permitindo a sociedade uma melhor qualidade

de vida

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

26

24 Responsabilidade Social e o Balanccedilo Social

Para que a sociedade obtenha informaccedilotildees sobre os investimentos da

empresa em Recursos humanos naturais financeiros e tecnoloacutegicos faz-se

necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de uma ferramenta da contabilidade que eacute o Balanccedilo Social

Segundo o Instituto ETHOS (2009)

O balanccedilo social ou relatoacuterio de sustentabilidade eacute um meio de dar transparecircncia agraves atividades corporativas de modo a ampliar o diaacutelogo da organizaccedilatildeo com a sociedade Eacute tambeacutem uma ferramenta de gestatildeo da responsabilidade social pela qual a empresa entende de que forma sua gestatildeo atende agrave sua visatildeo e a seus compromissos estabelecidos em relaccedilatildeo ao tema da RSE e em direccedilatildeo agrave sustentabilidademiddot

O Balanccedilo Social eacute a forma de dar transparecircncia agraves accedilotildees da empresa eacute o

meio pelo qual a sociedade pode ficar a par dos investimentos e projetos da

empresa Um verdadeiro Balanccedilo Social natildeo leva em conta apenas o puacuteblico interno

da empresa mas leva em conta tambeacutem o puacuteblico externo e o meio-ambiente daiacute

constata-se a importacircncia da divulgaccedilatildeo deste instrumento perante a sociedade

Segundo Reis e Medeiros (2012 p35) O que eacute consenso eacute que a

gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade natildeo pode mais passar

despercebida e a empresa tem papel fundamental na melhoria das condiccedilotildees da

vida natildeo soacute das partes interessadas mas tambeacutem da sociedade como um todo Os

resultados dessas accedilotildees desempenhadas pelas empresas encontram no Balanccedilo

Social o local para sua divulgaccedilatildeo e visibilidade agrave opiniatildeo puacuteblica em geral

Visualizamos nesta seccedilatildeo que as empresas que agem com

Responsabilidade Social obtecircm muitas vantagens desde a influecircncia positiva de sua

imagem passando pela reduccedilatildeo de tributos ateacute a criaccedilatildeo de uma sociedade mais

justa com menos desigualdades sociais o que tambeacutem favorece na continuidade da

empresa Vimos tambeacutem que o instrumento utilizado para demonstrar tais accedilotildees eacute o

Balanccedilo Social tema da proacutexima seccedilatildeo

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

27

3 A IMPORTAcircNCIA DO BALANCcedilO SOCIAL PARA AS ORGANIZACcedilOtildeES

31 O que eacute Balanccedilo Social

Segundo Tinoco (2010) O Balanccedilo Social eacute um demonstrativo que visa

evidenciar de forma transparente informaccedilotildees contaacutebeis ambientais sociais e

econocircmicas do desempenho das entidades aos mais diferentes usuaacuterios da

informaccedilatildeo para alcanccedilar o desenvolvimento sustentaacutevel Portanto o Balanccedilo Social

deve comunicar com exatidatildeo e de forma que a comunidade possa avaliar a

entidade e compreender suas accedilotildees

A publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social natildeo eacute obrigatoacuteria no Brasil poreacutem eacute um

relatoacuterio que fornece informaccedilatildeo contaacutebil social e ambiental Enquanto

demonstrativo contaacutebil pode ser publicado anualmente pelas empresas Com esse

demonstrativo analisam-se os recursos aplicados aos empregados dependentes e

agrave populaccedilatildeo que recebe sua influencia direta

De acordo com o Projeto de Lei ndeg 3116 (1997) apud REIS e

MEDEIROS (2012 p 62) Balanccedilo Social pode ser definido como

Documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitem identificar a sua atuaccedilatildeo social durante o ano a qualidade de suas relaccedilotildees com os empregados o cumprimento das claacuteusulas sociais a participaccedilatildeo dos empregados nos resultados econocircmicos e as possibilidades de desenvolvimento pessoal bem como a forma de sua interaccedilatildeo com a comunidade e sua relaccedilatildeo com o meio ambiente

O Balanccedilo Social deve ser usado como uma forma de demonstrar as

informaccedilotildees sociais da empresa e natildeo como uma peccedila de marketing ou simples

propaganda de suas atividades socioambientais

A importacircncia do Balanccedilo Social na literatura contaacutebil brasileira estaacute

resumida de acordo com o Quadro 5

Quadro 5 Importacircncia do Balanccedilo Social

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TAYLOR 1980 Eacute o instrumento mais apto considerando-se suas limitaccedilotildees para

apoiar o comportamento social

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

28

Autor Importacircncia do Balanccedilo Social

TINOCO 1984 Instrumento de gestatildeo e de informaccedilatildeo que visa reportar informaccedilotildees

econocircmicas financeiras e sociais do desempenho das entidades

SAacute e SAacute 1995 Representa a expressatildeo de uma prestaccedilatildeo de contas da empresa agrave

sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma

ANDREOLLA 1997 Instrumento de medida do desempenho da empresa no campo social

considerando a triacuteplice realidade da empresa econocircmico-financeira

pessoal-humana poliacutetico-social

DE LUCA 1998 Instrumento de medida que permite verificar a situaccedilatildeo da empresa no

campo social

KROETZ 2000 Instrumento de controle e de auxiacutelio para a tomada de decisotildees e

adoccedilatildeo de estrateacutegias

KROETZ 2000 Aborda questotildees que mostram com transparecircncia as informaccedilotildees

sobre a atuaccedilatildeo social da empresa

SUCUPIRA 2001 Um conjunto de informaccedilotildees sobre as atividades desenvolvidas por

uma empresa em promoccedilatildeo humana e social dirigidas aos seus

empregados e a comunidade onde estaacute inserida

TINOCO 2001 Pode contribuir para modificar a imagem puacuteblica da empresa do

proacuteprio pessoal e do puacuteblico em geral

IUDIacuteCIBUS MARTINS e

GELBCKE 2003

O Balanccedilo Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interaccedilatildeo

da empresa com o meio em que estaacute inserida

MAZZIONI 2005 O Balanccedilo Social busca oportunizar a oferta de instrumentos validos

capazes de refletir os esforccedilos organizacionais relacionados ao bem ndash

estar das pessoa ao meio ambiente agrave geraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de

riquezas e da responsabilidade social que lhe eacute inerente

Fonte Mazzioni (2005) apud Tinoco (2010 p 6)

Os autores acima mencionados explicitam o Balanccedilo Social como um

instrumento de divulgaccedilatildeo para a sociedade das atividades exercidas pelas

instituiccedilotildees em favor do bem-estar social e econocircmico

311 Histoacuterico

Na deacutecada de 60 nos Estados Unidos da Ameacuterica e na Europa o repuacutedio

da populaccedilatildeo agrave guerra do Vietnatilde deu iniacutecio a um movimento de boicote a aquisiccedilatildeo

de produtos de empresas que de alguma forma estavam associados a guerra A

sociedade iniciou uma cobranccedila por maior responsabilidade social das empresas e a

partir daiacute surgiu a necessidade de divulgaccedilatildeo dos Balanccedilos ou Relatoacuterios Sociais

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

29

A Franccedila foi o primeiro paiacutes do mundo a possuir uma lei sobre o Balanccedilo

Social Lei ndeg 77769 12 de julho 1977 que obrigou as empresas com mais de 300

funcionaacuterios a publicar o Balanccedilo Social

Depois do pioneirismo francecircs vaacuterios paiacuteses sobretudo os da Europa

adotaram o mesmo caminho da Franccedila e passaram a exigir a elaboraccedilatildeo e a

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social dentre eles a Alemanha a Beacutelgica a Espanha e

outros (TINOCO 2010)

O Quadro 6 mostra qual o enfoque utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social em alguns paiacuteses

Quadro 6 Enfoque dado por alguns paiacuteses na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

PAIacuteS ENFOQUE

ESTADOS UNIDOS Ecircnfase para os consumidores clientes a sociedade em geral a

qualidade dos produtos o controle da poluiccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da

empresa nas obras de cunho cultural o transporte coletivo e outros

benefiacutecios agrave coletividade com uma abordagem de caraacuteter ambiental

HOLANDA Enfoque para as informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de trabalho

SUEacuteCIA Ecircnfase nas informaccedilotildees para os empregados

ALEMANHA Enfoque agraves condiccedilotildees de trabalho e aos aspectos ambientais

INGLATERRA Forte discussatildeo sobre a responsabilidade social e grandes pressotildees

para divulgaccedilatildeo mais ampla dos relatoacuterios sociais

FRANCcedilA

Enfoque nas informaccedilotildees aos empregados como niacutevel de emprego

remuneraccedilatildeo condiccedilotildees de trabalho e formaccedilatildeo profissional

Fonte adaptado de Tinoco 2010

No Brasil a inserccedilatildeo do tema Balanccedilo Social remonta a 1961 conforme

Rioli apud Tinoco (2010 p 18) foi constituiacuteda em Satildeo Paulo a Associaccedilatildeo dos

Dirigentes Cristatildeos das Empresas (ADCE) que deu iniacutecio no paiacutes a uma pregaccedilatildeo

sobre a responsabilidade do dirigente da empresa nas questotildees sociais

Nas deacutecadas seguintes de 70 e 80 outros movimentos surgiram a

Fundaccedilatildeo Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) criada com

base no ADCE e de caraacuteter educativo a criaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas (IBASE) da qual participou o socioacutelogo Herbert de Souza o

Betinho

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

30

O Balanccedilo Social da Nitrofeacutertil empresa estatal situada na Bahia que foi

realizado em 1984 eacute considerado o primeiro documento do gecircnero que carrega o

nome de Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social soacute ganhou visibilidade nacional quando o socioacutelogo

Herbert de Souza lanccedilou em junho de 1997 uma campanha pela divulgaccedilatildeo

voluntaacuteria do Balanccedilo Social e junto com a Gazeta Mercantil criou o selo do Balanccedilo

Social

No Brasil a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute facultativa no entanto de

acordo com Tinoco (2010) em 1977 o Projeto de Lei nordm 3116 estabeleceu a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as empresas privadas com

mais de 100 funcionaacuterios e para todas as empresas puacuteblicas concessionaacuterias e

permissionaacuterias de serviccedilos puacuteblicos

Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11 63807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor

Adicionado no Brasil que entrou em vigor no ano de 2008

Aleacutem dos fatos jaacute mencionados acima na construccedilatildeo do caminho para o

Balanccedilo Social no Brasil varias instituiccedilotildees tiveram posiccedilatildeo de destaque Entre elas

Fundaccedilatildeo Fides Instituto Ethos Abrinq CVM APIMEC-SP e IBASE

312 Objetivos do Balanccedilo Social Segundo Tinoco (2010p29) O Balanccedilo Social tem por objetivo

Ser equitativo e comunicar informaccedilatildeo que satisfaccedila agrave necessidade de quem dele precisa Essa eacute a missatildeo da contabilidade como ciecircncia de reportar informaccedilatildeo contaacutebil financeira econocircmica social ambiental fiacutesica de produtividade e de qualidade com sustentabilidade buscando o Desenvolvimento Sustentaacutevel

Vale Ressaltar que o Balanccedilo Social deve comunicar aos seus usuaacuterios

informaccedilotildees de forma clara para isso somente a transparecircncia e a veracidade das

informaccedilotildees contribuiratildeo para este processo

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

31

Pinto e Ribeiro (2005) apud Tinoco (2010 p 30) resumem que o ldquoBalanccedilo

Social eacute uma demonstraccedilatildeo que foi criada com a finalidade de tornar puacuteblica a

responsabilidade social das organizaccedilotildeesrdquo

O Balanccedilo Social permite evidenciar as accedilotildees da empresa junto a

sociedade demonstrando seus pontos fortes e fracos de atuaccedilatildeo contribuindo para

fortalecer a imagem puacuteblica das empresas

Assim o Balanccedilo Social deve ser publicado de forma padronizada

visando facilitar a apresentaccedilatildeo da leitura e da interpretaccedilatildeo de indicadores de

responsabilidade social podendo entatildeo ser utilizado como um efetivo instrumento

de diagnoacutestico e gestatildeo tendo em vista o fato de agrupar informaccedilotildees relevantes

sobre o papel social das organizaccedilotildees possibilitando um acompanhamento da

evoluccedilatildeo de seus indicadores e permitindo tambeacutem a comparaccedilatildeo e o diaacutelogo

empresas de um mesmo segmento

313 Os Usuaacuterios

O Balanccedilo Social dirige-se agrave vaacuterios usuaacuterios tais como trabalhadores ou

colaboradores gestores fornecedores acionistas sindicato dos trabalhadores

instituiccedilotildees financeiras enfim todos os formadores de opiniatildeo e pessoas que queiram

obter informaccedilotildees a seguir apresenta-se um rol desses usuaacuterios especificando

algumas metas conforme Quadro 7

Quadro 7 Usuaacuterios do Balanccedilo Social Relatoacuterio de Sustentabilidade

USUAacuteRIOS METAS RELEVANTES

Clientes Produtos com qualidade recebimento de produtos em dia

produtos mais baratos

Fornecedores e Financiadores Parceria seguranccedila no recebimento continuidade

Colaboradores Geraccedilatildeo de caixa salaacuterios adequados incentivos agrave promoccedilatildeo

produtividade valor adicionado seguranccedila no emprego efetivo

Investidores potenciais

Custo de oportunidade rentabilidade liquidez da accedilatildeo

Acionistas controladores

Retorno sobre o Patrimocircnio Liquido Retorno sobre o Ativo

continuidade crescimento no mercado sustentabilidade

Acionistas minoritaacuterios Fluxo regular de dividendos valorizaccedilatildeo da accedilatildeo liquidez

Gestores Retorno do patrimocircnio liacutequido continuidade valor patrimonial da

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

32

accedilatildeo qualidade produtividade valor adicionado sustentabilidade

Governo

Lucro tributaacutevel valor adicionado produtividade

Vizinhos

Contribuiccedilatildeo social preservaccedilatildeo do meio ambiente seguranccedila

qualidade sustentabilidade social

Fonte Tinoco (2010 p39)

314 Aspectos legais do Balanccedilo Social

O Balanccedilo Social como jaacute citado acima eacute uma demonstraccedilatildeo que ainda

natildeo tem sua publicaccedilatildeo legalmente obrigatoacuteria no Brasil ainda natildeo existe nenhuma

lei que exija sua publicaccedilatildeo pelas empresas e institua um modelo obrigatoacuterio o que

favorece a apresentaccedilatildeo usando os mais distintos modelos

Atualmente no Brasil existem poucas leis de acircmbito estadual e municipal

projetos de lei federal e o incentivo da classe contaacutebil e de algumas organizaccedilotildees

natildeo governamentais como o IBASE e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

que tratam da elaboraccedilatildeo deste demonstrativo

Na esfera federal encontramos duas proposiccedilotildees Uma no Senado

Federal Projeto de Lei do Senado n117 de 1996 que faz menccedilatildeo de tornar

obrigatoacuteria a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social para as entidades que jaacute satildeo obrigadas a

apresentar o Balanccedilo Patrimonial

Outro Projeto de Lei que estaacute atualmente na Cacircmara dos Deputados eacute o

de n3299 que substitui o Projeto de Lei n311399 Atraveacutes dele pretende-se

estabelecer a obrigatoriedade do balanccedilo social para as entidades puacuteblicas de modo

geral e agraves empresas privadas com mais de cem funcionaacuterios

Na esfera estadual existe a Lei nordm 11440 aprovada em 18-01-2000 do

Estado do Rio Grande do Sul A referida lei busca incentivar a publicaccedilatildeo do

Balanccedilo Social bem como difundir a responsabilidade social entre as entidades

estabelecidas no Estado

No acircmbito municipal temos em Porto Alegre a Lei n8811898 que exige

a apresentaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas com mais de vinte empregados

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

33

recebendo o Selo Cidadania Na cidade de Satildeo PauloSP a Resoluccedilatildeo n598 cria o

Selo da Empresa Cidadatilde para as empresas que apresentarem seu Balanccedilo Social

Para muitos autores existem divergecircncias de opiniotildees sobre a

obrigatoriedade da publicaccedilatildeo ou natildeo do Balanccedilo Social Mas o que grande parte

concorda eacute que o Balanccedilo Social natildeo deve surgir apenas de uma obrigaccedilatildeo legal

mas sim da consciecircncia dos empresaacuterios de informar para a sociedade de forma

clara e transparente as accedilotildees que a empresa estaacute realizando em prol da sociedade

e do meio-ambiente

32 Metodologias para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social

Atualmente os modelos de Balanccedilo Social dividem-se basicamente

segundo trecircs metodologias o modelo do IBASE - Instituto Brasileiro de Anaacutelises

Sociais e Econocircmicas o modelo delineado pela GRI- Global Reporting Initiative de

origem internacional e o modelo ETHOS de origem nacional A adoccedilatildeo de tais

modelos aponta para a necessidade de uma ldquopadronizaccedilatildeordquo da informaccedilatildeo para as

organizaccedilotildees o que permite ao usuaacuterio da informaccedilatildeo uma maior e melhor

comparabilidade de informaccedilotildees

Segundo Tinoco (2010 p 221)

Se a forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa e qualitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

Portanto a escolha do modelo a ser utilizado na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo

Social deve levar em consideraccedilatildeo os objetivos estrateacutegicos da organizaccedilatildeo com

sua realizaccedilatildeo De acordo com o Ethos (2007) no Brasil eacute bastante comum a

preocupaccedilatildeo das empresas com a elaboraccedilatildeo de seu Balanccedilo Social seguindo o

modelo da GRI poreacutem o modelo mais utilizado hoje eacute o modelo do IBASE

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

34

321 Modelo IBASE

O Instituto Brasileiro de Anaacutelises Sociais e Econocircmicas (IBASE) vecircm

chamando agrave atenccedilatildeo aos empresaacuterios e toda a sociedade para a importacircncia e a

necessidade da realizaccedilatildeo do balanccedilo social das empresas em um modelo uacutenico e

simples Portanto em 1997 o (IBASE) lanccedilou um modelo demonstrativo para que as

empresas pudessem mostrar a sociedade informaccedilotildees sobre seus investimentos e

as accedilotildees de responsabilidade sociais Conforme Anexo A

Eacute importante que a apresentaccedilatildeo possua uma forma padratildeo pois se a

forma de apresentaccedilatildeo das informaccedilotildees natildeo seguir um padratildeo miacutenimo torna-se

difiacutecil uma avaliaccedilatildeo adequada da funccedilatildeo social da empresa ao longo dos anos A

predominacircncia de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de

forma quantitativa eacute fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo

O modelo IBASE eacute constituiacutedo de uma planilha que conteacutem

prioritariamente indicadores quantitativos que se referem a informaccedilotildees sobre

investimentos financeiros sociais e ambientais O IBASE entende que seu modelo eacute

uma ferramenta de transparecircncia e prestaccedilatildeo de contas

Este modelo por ser um modelo uacutenico e simples tem a vantagem de

estimular todas as empresas a divulgar seu Balanccedilo Social independentemente do

tamanho e setor

Para estimular e assegurar a divulgaccedilatildeo das informaccedilotildees o IBASE criou

em 1998 o ldquoSelo Balanccedilo Social IbaseBetinhordquo este selo eacute oferecido a meacutedias e

grandes empresas que optarem pelo modelo IBASE e seguirem determinados

criteacuterios como publicar seus balanccedilos sociais em revistas ou jornais de grande

circulaccedilatildeo e disponibilizar as informaccedilotildees na internet

As tabelas 1 e 2 mostram a evoluccedilatildeo ao longo dos anos do nuacutemero de

empresas que optaram por fazer o balanccedilo social no modelo IBASE e o nuacutemero das

que obtiveram o selo

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

35

Tabela 1 Balanccedilos Sociais no modelo IBASE no Brasil ndash meacutedias e grandes

empresas

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

21 38 57 125 173 174 211 212 200

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

Analisando a tabela constatamos que em 2004 tivemos o maior nuacutemero

de empresas que optaram por fazer o Balanccedilo Social nos moldes do IBASE vemos

tambeacutem como cresceu ao longo dos anos o quantitativo de empresas que fizeram o

Balanccedilo Social passando de 21 em 1997 para 200 em 2005

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da concessatildeo do ldquoSelo Balanccedilo Social IBASEBetinhordquo

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

8 24 21 40 58 63 52

Fonte Base de dados Balanccedilo SocialIbase 2006

A tabela 2 mostra a evoluccedilatildeo de empresas que obtiveram o Selo Balanccedilo

Social que passou de 8 em 1999 para 52 em 2005 demonstrando assim que cada

vez mais as empresas estatildeo interessadas em melhorar a qualidade de seus

Balanccedilos Sociais

O Modelo do IBASE estaacute dividido em 7 (sete) itens a saber

1 Base de caacutelculo

2 Indicadores Sociais Internos

3 Indicadores Sociais Externos

4 Indicadores Sociais Ambientais

5 Indicadores do Campo Funcional

6 Informaccedilotildees Relevantes quanto ao Exerciacutecio da Cidadania Empresarial e

7 Outras informaccedilotildees

322 Modelo da Global Reporting Initiative (GRI)

A Global Reporting Initiative (GRI) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo-governamental

internacional com sede em Amsterdatilde na Holanda cuja missatildeo eacute desenvolver e

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

36

disseminar globalmente diretrizes para a elaboraccedilatildeo de relatoacuterios de

sustentabilidade

Este modelo eacute considerado o mais completo e abrangente ele eacute

considerado o padratildeo internacional de Relatoacuterio de sustentabilidade e estaacute em sua

terceira versatildeo chamada G3

Conforme Ethos (2009)

A GRI foi lanccedilada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organizaccedilatildeo natildeo-governamental Ceres (Coalition for Environmentally Responsible Economies ndash Coalizatildeo por Economias Ambientalmente Responsaacuteveis) e do Pnuma (Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente) com o objetivo de melhorar a qualidade o rigor e a aplicabilidade dos relatoacuterios de sustentabilidade O primeiro conjunto de Diretrizes para Relatoacuterios de Sustentabilidade da GRI surgiu como um esboccedilo preliminar em 1999 Apoacutes comentaacuterios do puacuteblico e testes iniciais a GRI lanccedilou efetivamente esse trabalho em junho de 2000

Apresentam-se de acordo com ETHOS (2009) e o Quadro 8 as

informaccedilotildees contidas no modelo retiradas do documento Diretrizes para o Relatoacuterio

de Sustentabilidade

Quadro 8 Elementos e Indicadores GRI

Categoria Aspectos

Econocircmica Impactos econocircmicos diretos Clientes

Fornecedores

Empregados

Investidores

Setor Puacuteblico

Ambiental Impactos Ambientais Materiais

Energia

Aacutegua

Biodiversidade

Emissotildees efluentes e resiacuteduos

Produtos e serviccedilos

Conformidade

Transporte

Geral

Social Praacuteticas trabalhistas Emprego

Relaccedilotildees entre os trabalhadores

Sauacutede e seguranccedila no trabalho

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

37

Treinamento e educaccedilatildeo

Diversidade e igualdade de oportunidade

Direitos humanos Estrateacutegia e Gestatildeo

Natildeo discriminaccedilatildeo

Liberdade de associaccedilatildeo e de Negociaccedilatildeo

coletiva

Trabalho infantil

Trabalho forccedilado e compulsoacuterio

Procedimentos disciplinares

Procedimentos de seguranccedila

Direitos indiacutegenas

Sociedade Comunidade

Suborno e corrupccedilatildeo

Contribuiccedilotildees poliacuteticas

Competiccedilatildeo e poliacutetica de preccedilos

Responsabilidade sobre

produtos e serviccedilos

Sauacutede e seguranccedila do cliente

Rotulagem de produtos e serviccedilos

Comunicaccedilotildees de marketing

Privacidade do Cliente

Conformidade

Fonte Adaptado de Ethos 2006

Segundo o Uniethos estima-se que no mundo 250 empresas sigam as

diretrizes da Global Reporting Initiative No Brasil eacute crescente o nuacutemero de

empresas que adotam mesmo que parcialmente os indicadores

323 Modelo Instituto Ethos

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social eacute uma

importante Instituiccedilatildeo natildeo governamental que apoia a publicaccedilatildeo de balanccedilos

sociais no Brasil e apresenta diretrizes para a aplicaccedilatildeo de um modelo atraveacutes do

Guia de Elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade que pretende

incentivar as empresas a perceberem como a publicaccedilatildeo do Balanccedilo Social estaacute

relacionada a gestatildeo da responsabilidade social

O Guia evidencia diretrizes gerais que ajudam as empresas a planejar

organizar e a divulgar as informaccedilotildees sobre os desafios da estrateacutegia

socioambiental e a coerecircncia eacutetica das operaccedilotildees (ETHOS 2009)

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

38

A uacuteltima ediccedilatildeo do guia deu-se em 2007 tendo como objetivos apontar os

elementos fundamentais na elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social tendo como referecircncia as

metodologias IBASE e GRI

Na discussatildeo do tema da responsabilidade social a iniciativa de publicar

um relatoacuterio que abranja aleacutem das questotildees financeiras as dimensotildees econocircmicas

sociais e ambientais do negoacutecio cumpre dois grandes objetivos o de ser uma

ferramenta de gestatildeo o que permite melhor mensuraccedilatildeo do desempenho de sua

gestatildeo sob a perspectiva da responsabilidade social e o de ser uma ferramenta de

diaacutelogo com as partes interessadas que objetiva a construccedilatildeo e o refinamento

contiacutenuo do engajamento das partes interessadas (ETHOS 2009)

Para a elaboraccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute necessaacuterio que alguns princiacutepios

sejam observados e seguidos cuidadosamente para que seja possiacutevel adquirir a

consistecircncia e credibilidade necessaacuteria Tais princiacutepios satildeo Relevacircncia Veracidade

Comparabilidade Regularidade Verificabilidade e Clareza

Dentre os indicadores do Instituto Ethos que fazem parte de seu

questionaacuterio para o Balanccedilo Social encontram-se sete temas e cada um deles eacute

subdividido em indicadores que exploram perspectivas de como as empresas podem

melhorar seu desempenho

1 valores transparecircncia e governanccedila

2 puacuteblico interno

3 meio ambiente

4 fornecedores

5 consumidores e clientes

6 comunidade

7 governo e sociedade

A estrutura recomendada pelo Instituto Ethos para a elaboraccedilatildeo e

divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social das empresas apresenta-se do seguinte modo

Apresentaccedilatildeo

01 Mensagem do Presidente

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

39

02 Perfil do Empreendimento e

03 Setor da Economia

Parte I ndash A Empresa

04 Histoacuterico

05 Princiacutepios e Valores

06 Estrutura e Funcionamento

07 Governanccedila Corporativa

Parte II ndash A Atividade Empresarial

08 Visatildeo

09 Diaacutelogo com Partes Interessadas

10 Indicadores de Desempenho

101 Indicadores de Desempenho Econocircmico

102 Indicadores de Desempenho Social e

103 Indicadores de Desempenho Ambiental

Anexos

11 Demonstrativo do Balanccedilo Social (Modelo IBASE)

12 Iniciativas do Interesse da Sociedade (Projetos Sociais) e

13 Notas Gerais

A estrutura do demonstrativo do Balanccedilo Social sugerida pelo Instituto

Ethos eacute adotada por diversas empresas no Brasil pois qualquer organizaccedilatildeo

independentemente de seu porte ou nuacutemero de funcionaacuterios teria condiccedilotildees de

elaborar seu Balanccedilo Social

Para Reis e Medeiros (2012 p 118) O Balanccedilo Social elaborado e

publicado conforme a estrutura sugerida pelo Instituto Ethos e Ibase possibilita a

faacutecil obtenccedilatildeo de dados para o caacutelculo dos Iacutendices Baacutesicos de Desempenho

Econocircmico Social e Ambiental

Analisando os trecircs modelos constatamos que o modelo IBASE eacute mais

reduzido e simplificado O modelo GRI eacute mais detalhado enquanto o modelo do

instituto Ethos baseia-se nas metodologias IBASE e GRI O modelo do Instituto

Ethos e as diretrizes do GRI satildeo modelos analiacuteticos aos quais pode ser incorporado

o modelo do IBASE

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

40

33 A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado (DVA)

A elaboraccedilatildeo e a divulgaccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado tecircm

sua origem na Europa mais especificamente por influecircncia da Inglaterra Alemanha

Espanha e Franccedila Em 27 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 1163807 que

introduziu a obrigatoriedade da elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da DVA no Brasil

Uma das formas de se analisar o desempenho econocircmico e social das

organizaccedilotildees eacute atraveacutes do valor econocircmico que eacute agregado aos bens e serviccedilos

adquiridos de terceiros este valor eacute denominado de Valor Adicionado ou Valor

Agregado sendo a forma pela qual estaacute sendo distribuiacutedo entre os diferentes grupos

sociais que interagem com suas atividades

A Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute um dos indicadores constantes do

Balanccedilo Social e ela apresenta um conjunto de dados que revelam a riqueza gerada

pela entidade em determinado periacuteodo bem como sua distribuiccedilatildeo

A utilizaccedilatildeo do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da

seguinte forma

1 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho na geraccedilatildeo da riqueza ao medir a

eficiecircncia da empresa na utilizaccedilatildeo dos fatores de produccedilatildeo comparando o valor

das saiacutedas com o valor das entradas e

2 Como iacutendice de avaliaccedilatildeo do desempenho social agrave medida que demonstra na

distribuiccedilatildeo da riqueza gerada a participaccedilatildeo dos empregados do Governo dos

Agentes Financiadores e dos Acionistas

A elaboraccedilatildeo da DVA natildeo tem o objetivo de substituir a Demonstraccedilatildeo do

Resultado do Exerciacutecio que tem como um de seus objetivos principais informar

como eacute formado o resultado liacutequido de um determinado periacuteodo sendo que a DVA

tem como principal objetivo fornecer informaccedilotildees a diversos grupos participantes

os stakeholders

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

41

Segundo Tinoco (2010 p 94) a Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado eacute

elaborado em duas partes na primeira eacute apresentada a geraccedilatildeo na segunda parte

a distribuiccedilatildeo do valor adicionado

A Normatizaccedilatildeo da DVA estaacute a cargo da Comissatildeo de Valores Mobiliaacuterios

(CVM) que explicitou o modelo da Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado a ser

utilizado pelas empresas a partir de 2009 de acordo com a Tabela 3

Tabela 3 Modelo de DVA

Demonstraccedilatildeo do Valor Adicionado

Cia Produtiva

em R$ mil 20X1 20X2

DESCRICcedilAtildeO

1-RECEITAS

11) Vendas de mercadoria produtos e serviccedilos

12) Provisatildeo pdevedores duvidosos ndash Reversatildeo(Constituiccedilatildeo)

13) Natildeo operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)

21) Mateacuterias-Primas consumidas

22) Custos das mercadorias e serviccedilos vendidos

23) Materiais energia serviccedilos de terceiros e outros

24) PerdaRecuperaccedilatildeo de valores ativos

3 ndash VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 ndash RETENCcedilOtildeES

41) Depreciaccedilatildeo amortizaccedilatildeo e exaustatildeo

5 ndashVALOR ADICIONADO LIacuteQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 ndash VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFEREcircNCIA

61) Resultado de equivalecircncia patrimonial

62) Receitas financeiras

7 ndash VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 ndash DISTRIBUICcedilAtildeO DO VALOR ADICIONADO

81) Pessoal e encargos

82) Impostos taxas e contribuiccedilotildees

83) Juros e alugueacuteis

84) Juros s capital proacuteprio e dividendos

85) Lucros retidos prejuiacutezo do exerciacutecio

O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

Fonte portal de contabilidade (2011)

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

42

4 METODOLOGIA

41 Ambiente de Pesquisa

Este trabalho seraacute instrumentalizado por pesquisas bibliograacuteficas e

descritivas a partir de um estudo de caso A pesquisa caracteriza-se ainda por uma

anaacutelise qualitativa dos dados

Para Malheiros (2010) a pesquisa bibliograacutefica levanta o conhecimento

disponiacutevel na aacuterea possibilitando que o pesquisador conheccedila as teorias produzidas

analisando-as e avaliando sua contribuiccedilatildeo para compreender ou explicar o seu

problema objeto de investigaccedilatildeo

Segundo Malhotra (2001) a pesquisa descritiva ldquotem como principal

objetivo a descriccedilatildeo de algordquo um evento um fenocircmeno ou um fato

Realizou-se ampla pesquisa em internet livros revistas e artigos onde

pesquisou-se acerca das definiccedilotildees de responsabilidade social e como ela surgiu

Tambeacutem pesquisou-se sobre o importante instrumento da contabilidade que eacute o

Balanccedilo Social e sua importacircncia no contexto das organizaccedilotildees

O estudo de caso seraacute feito a partir da anaacutelise vertical de dois balanccedilos

sociais da empresa COELCE ndash Companhia Energeacutetica do Estado do Cearaacute nos

anos de 2009 e 2010 os quais encontram-se disponiacuteveis no site da empresa a

partir de uma anaacutelise utilizando o modelo IBASE

42 Classificaccedilatildeo da Pesquisa

421 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa coletaraacute dados da empresa COELCE

para analisar a contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social para avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental Ela pode ser considerada exploratoacuteria as teacutecnicas tipicamente

utilizadas para a pesquisa exploratoacuteria satildeo estudos de caso observaccedilotildees ou

43

anaacutelises histoacutericas e seus resultados fornecem geralmente dados

qualitativos ou quantitativos

422 Quanto a Teacutecnica de Pesquisa

Quanto agrave teacutecnica de pesquisa configura-se como bibliograacutefica e

documental A pesquisa bibliograacutefica que eacute o estudo de materiais jaacute elaborados

como livros revistas artigos e etc tecircm por objetivo analisar e interpretar as

contribuiccedilotildees cientiacuteficas jaacute existentes O procedimento documental diferencia-se da

bibliograacutefica apenas pela natureza da fonte ou seja satildeo documentos como

relatoacuterios obras originais de qualquer natureza arquivos puacuteblicos e privados

memorandos etc

423 Quanto a Trajetoacuteria Metodoloacutegica

O trabalho divide-se em sete seccedilotildees onde a primeira seccedilatildeo eacute a

introduccedilatildeoonde relata quais os objetivos desta monografia e a importacircncia do tema

para a sociedade

Na segunda seccedilatildeo tornar-se-aacute compreensiacutevel os conceitos e finalidades

do tema Responsabilidade Social e como este tema pode gerar um diferencial

competitivo dentro das organizaccedilotildees

Na terceira seccedilatildeo tratar-se-aacute de Balanccedilo Social seus conceitos objetivos

fins origem normas e modelos de Balanccedilos Sociais utilizados no Brasil

A quarta seccedilatildeo retrata a metodologia utilizada na construccedilatildeo desta

monografia

A quinta seccedilatildeo trata da caracterizaccedilatildeo da empresa Coelce sua histoacuteria

missatildeo e visatildeo tratando tambeacutem sobre os projetos e programas que ela realiza para

o bem estar da comunidade e preservaccedilatildeo do meio ambiente

Na sexta seccedilatildeo seraacute abordado o estudo de caso da empresa COELCE

onde evidenciaremos os indicadores utilizados em seu Balanccedilo Social e se a

empresa estaacute progredindo em relaccedilatildeo aos seus investimentos socioambientais

44

A seacutetima seccedilatildeo abrange as consideraccedilotildees finais onde se espera

responder de forma clara e objetiva se o problema e os objetivos do trabalho foram

alcanccedilados satisfatoriamente

45

5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGETICA DO CEARAacute (COELCE)

51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo

A Companhia Energeacutetica do Cearaacute (Coelce) distribui energia eleacutetrica a 85

milhotildees de habitantes em todos os 184 municiacutepios cearenses em um territoacuterio de

149 mil quilocircmetros quadrados Eacute a terceira maior distribuidora da Regiatildeo Nordeste

em volume comercializado e em 2010 pelo segundo ano consecutivo foi

considerada a melhor do Brasil pela Associaccedilatildeo Brasileira de Distribuidores de

Energia Eleacutetrica (COELCE 2012)

Sua sede estaacute localizada na cidade de Fortaleza no Estado do Cearaacute que

conta com oito unidades principais entre centros de serviccedilos e de manutenccedilatildeo e

201 lojas de atendimento sendo duas unidades moacuteveis Com fornecimento para

mais de 3 milhotildees de clientes dos quais 23 milhotildees satildeo da classe residencial e 58

mil da classe industrial 1594 mil comerciais e 396 mil institucionais (IBIDEM 2012)

A Coelce eacute classificada como sociedade anocircnima de capital aberto com

accedilotildees negociadas na Bolsa de Valores de Satildeo Paulo (BMampFBovespa) Ela eacute

controlada pela Endesa Brasil SA por meio da holding Investluz SA que deteacutem

566 do capital total e 9166 do capital votante (IBIDEM 2012)

Importante destacar a evoluccedilatildeo histoacuterica da instituiccedilatildeo que desde os anos

60 busca a ampliaccedilatildeo da oferta de energia para proporcionar mais qualidade de

vida agraves famiacutelias cearenses esta evoluccedilatildeo acontece da seguinte forma

1960 - Criaccedilatildeo da Companhia de Eletricidade do Cariri (Celca) e da Companhia de

Eletrificaccedilatildeo Centro-Norte do Cearaacute (Cenort)

1962 - Surgem a Companhia Nordeste de Eletrificaccedilatildeo de Fortaleza (Conefor) e a

Companhia de Eletrificaccedilatildeo do Nordeste (Cerne)

1971 - Eacute criada a Coelce por meio da Lei Estadual nordm 9477 de 05071971 com a

unificaccedilatildeo das quatro empresas distribuidoras de energia eleacutetricas entatildeo existentes

no Estado do Cearaacute

46

1995 - A Coelce torna-se uma empresa de capital aberto passando a negociar suas

accedilotildees nas principais bolsas de valores brasileiras

1998 - Em leilatildeo puacuteblico realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) a

companhia eacute privatizada O Consoacutercio Distriluz Energia Eleacutetrica SA Coelce Aneel e

governo do Estado do Cearaacute assinam o contrato de concessatildeo vaacutelido por 30 anos

por meio do qual a Coelce assume a distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica no Cearaacute

1999 - Eacute concluiacutedo o processo de reestruturaccedilatildeo societaacuteria e Coelce passa a ser

controlada pela Investluz SA que por sua vez eacute controlada pela espanhola Endesa

2000 ndash 2006 - Periacuteodo de investimento significativo no reposicionamento de imagem

e planejamento estrateacutegico visando agrave contiacutenua expansatildeo e melhoria dos serviccedilos

com foco no relacionamento com o cliente e no lanccedilamento de produtos e serviccedilos

em resposta ao crescimento do mercado e suas necessidades

Em 2006 o compromisso com accedilotildees de responsabilidade social classifica as accedilotildees

da Coelce como accedilotildees preferenciais classe A no Iacutendice de Sustentabilidade

Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de Satildeo Paulo

Tambeacutem em 2006 a Coelce conquista pela primeira vez o tiacutetulo de Melhor

Distribuidora de Energia Eleacutetrica do Nordeste em premiaccedilatildeo realizada pela

Associaccedilatildeo Brasileira das Distribuidoras de Energia Eleacutetrica (Abradee)

2007 - Ressaltando o resultado de um intenso trabalho de aproximaccedilatildeo com os

clientes e melhoria contiacutenua da qualidade dos serviccedilos a Coelce lanccedila uma nova

plataforma de imagem - A nossa ideia eacute conhecer vocecirc - marcando o fechamento

do ciclo de reposicionamento junto agrave sociedade Pelo segundo anos consecutivo

Coelce eacute eleita a Melhor Distribuidora de Energia do Nordeste (Precircmio Abradee)

2008 - A empresa passa a utilizar um novo conceito de assinatura de marca Coelce

- Cada vez mais proacutexima de vocecirc Ao mesmo tempo moderniza e adequa toda sua

rede de atendimento Nesse ano a empresa ganha destaque mundial com o projeto

Ecoelce que possibilita a troca de lixo reciclaacutevel por bocircnus na conta de energia Ele

foi um dos dez ganhadores do precircmio World Business and Development Awards da

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas pela sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento

47

sustentaacutevel Mais uma vez a Coelce eacute eleita pelo terceiro ano consecutivo a

Melhor Distribuidora do Nordeste (Abradee) e permanece entre as 150 Melhores

para Trabalhar (Guia Exame-Vocecirc SA)

2009 - Coelce conquista o tiacutetulo de Melhor Distribuidora de Energia do Brasil e

manteacutem pelo quarto ano consecutivo a primeira posiccedilatildeo no ranking das melhores

da regiatildeo Nordeste

511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa

A COELCE tem como missatildeo ldquoLevar energia para um mundo melhor

Energia orientada para um relacionamento proacuteximo e transparente com nossos

clientes crescendo junto com o Cearaacute e gerando valor para os acionistas atraveacutes da

satisfaccedilatildeo e do compromisso de todo o nosso timerdquo

Como Visatildeo a Coelce quer ser ateacute 2011 uma das trecircs melhores

distribuidoras de energia eleacutetrica do Brasil ela apresenta alguns pontos divididos em

algumas categorias

Quadro 7 Pontos principais da Visatildeo da COELCE

Categoria Visatildeo

Gente Estar entre as melhores empresas para se trabalhar no Brasil

Cliente Ter clientes muito satisfeitos

Resultado Estar entre as cinco melhores empresas em competitividade

Sociedade Presenccedila no dia a dia das pessoas para a melhoria da sua qualidade de vida

Fonte Adaptado de COELCE 2012

Os valores da Coelce podem ser observados no Quadro 8

Quadro 8 Valores da COELCE

Valores Atitudes

Respeito agrave vida

Seguranccedila em tudo o que fazemos

Compromisso com a sociedade e o meio ambiente

Respeito agraves pessoas

Simplicidade Simplicidade nas accedilotildees

Transparecircncia e confianccedila nas relaccedilotildees

48

Valores Atitudes

Criaccedilatildeo de valores

Inovaccedilatildeo em processos e negoacutecios

Compromisso e profissionalismo

Parcerias sustentaacuteveis

Tratar custos como donos dos negoacutecios

Fonte Adaptado de COELCE 2012

Analisando a Missatildeo Visatildeo e Valores da Coelce constatamos o respeito e

o compromisso para com os usuaacuterios dos seus serviccedilos assim como a preocupaccedilatildeo

com accedilotildees sustentaacuteveis na procura de preservar o meio ambiente

52 Sustentabilidade

Sustentabilidade para a Coelce eacute crescimento responsaacutevel ou seja a

incorporaccedilatildeo de criteacuterios socioambientais em sua estrateacutegia e modelo de gestatildeo

possibilitando o alcance dos objetivos de seu negoacutecio e maximizando a criaccedilatildeo de

valor em uma perspectiva de longo prazo para clientes acionistas colaboradores

fornecedores comunidades governo e sociedade em geral (COELCE 2012)

Sua estrateacutegia de atuaccedilatildeo estaacute baseada

Na gestatildeo eficiente e responsaacutevel que agregue valor para o acionista

garanta a empregabilidade para seus colaboradores e ofereccedila um serviccedilo de

qualidade para seus consumidores

No emprego eficiente dos recursos para minimizar os impactos sobre o meio

ambiente

Na maximizaccedilatildeo da geraccedilatildeo de riqueza para todas as partes interessadas

que investem trabalham ou utilizam seus serviccedilos e

No desenvolvimento de projetos que propiciem resultados permanentes e

transformadores nas comunidades atendidas

Para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade em seu modelo de negoacutecio por

meio do desempenho integrado entre o crescimento econocircmico a responsabilidade

social e o compromisso ambiental a Coelce possui sete compromissos os quais se

constituem as diretrizes para a gestatildeo de seus negoacutecios (COELCE 2012)

49

Figura 1 Sete compromissos da Coelce

Fonte Coelce 2012

A Coelce hoje trabalha desenvolvendo accedilotildees que venham a cumprir com

os sete compromissos vistos acima Natildeo eacute o foco desta monografia detalhar todas

estas diretrizes mas elas podem ser visualizadas mais detalhadamente nos

relatoacuterios de sustentabilidade desta empresa

53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce

A Coelce direciona os seus investimentos de responsabilidade social para

diversos projetos na aacuterea de educaccedilatildeo cultura e meio ambiente programas estes

voltados para melhorar a vida de comunidades e instituiccedilotildees carentes que

necessitam de apoio financeiro para garantir sua continuidade Os principais

programas desenvolvidos pela Coelce neste sentido satildeo apresentados em seguida

50

531 Bauacute de leitura

Este projeto investe desde 2005 no incentivo agrave leitura e na disseminaccedilatildeo

do conhecimento em comunidades com baixo desenvolvimento socioeconocircmico

Cada comunidade atendida recebe um acervo com 300 livros infantis e infanto-

juvenis Em 2011 o projeto beneficiou mais de 6 mil crianccedilas de escolas puacuteblicas

ONGs e associaccedilotildees comunitaacuterias com investimento de R$ 160 mil Foram

atendidas 18 instituiccedilotildees situadas em 9 municiacutepios cearenses

532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida

(Ecoelce)

Fruto de um bem-sucedido projeto em vigor desde 2007 o Programa

Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (Ecoelce) troca lixo

reciclaacutevel por descontos na energia consumida Por meio da coleta seletiva o

material levado pelos clientes ateacute os locais credenciados eacute pesado e transformado

em bocircnus na conta de energia eleacutetrica que pode chegar inclusive ao valor zero

Desde que foi adotado o Ecoelce recebeu a inscriccedilatildeo de 405 mil clientes

reciclou cerca de 12700 toneladas de materiais e concedeu descontos nas contas

de luz de mais de 1 milhatildeo de reais Com os creacuteditos acumulados muitos clientes de

baixa renda acabaram zerando a fatura

533 Troca Eficiente

A Coelce continuou em 2011 a atuar em residecircncias de consumidores de

menor poder aquisitivo com a troca de refrigeradores e lacircmpadas Aleacutem de

contribuir com a doaccedilatildeo de equipamentos mais ecoeficientes a companhia garante

o descarte ambientalmente correto para os resiacuteduos gerados nessa operaccedilatildeo Com

investimento de mais de R$ 12 milhotildees no ano de 2011 foram beneficiadas quase

70 mil pessoas

51

534 Coelce nas Escolas

O projeto Coelce nas Escolas eacute desenvolvido pela Coelce desde 2000

Ele faz parte do Programa de Eficiecircncia Energeacutetica da Coelce e eacute regulado pela

Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica com o uso de metodologia A Natureza da

Paisagem ndash Energia Recurso da Vida do Programa Nacional de Conservaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica ndash PROCEL

535 Coelce Solidaacuteria

Em 2011 o Programa Coelce Solidaacuteria repassou mais de R$ 13 milhotildees

para instituiccedilotildees sem fins lucrativos O bem-estar e a qualidade de vida da

sociedade norteiam as accedilotildees dessa iniciativa como arrecadaccedilatildeo de fundos para

entidades sem fins lucrativos

Repasse de verbas ndash Duas instituiccedilotildees sem fins lucrativos de Fortaleza

foram beneficiadas com 25 do valor bruto do Seguro ACE Garantia Vida e

Assistecircncia-funeral Pleno e Vida e Assistecircncia-funeral Secircnior O Instituto de

Prevenccedilatildeo agrave Desnutriccedilatildeo e Excepcionalidade (Iprede) e o Hospital Batista Memorial

receberam R$ 2675718 cada um

Doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos ndash Anualmente eacute realizada uma

doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos de informaacutetica para entidades sem fins lucrativos

a fim de auxiliar na manutenccedilatildeo de seus projetos Em 2010 foram doados 796

moacuteveis que necessitavam de reparos e 54 computadores para 24 entidades de

Fortaleza e interior do estado

Arrecadaccedilatildeo por meio da conta de energia ndash O programa que completou

doze anos em 2011 prevecirc a arrecadaccedilatildeo de recursos doados por clientes por meio

da conta de energia e repasse para entidades Esses recursos satildeo autorizados

pelos clientes para desconto na proacutepria conta de energia Os interessados em

contribuir podem ir ateacute uma loja da distribuidora escolher uma das entidades

cadastradas a ser beneficiada e estipular uma quantia acima de R$ 100 Em 2011 a

arrecadaccedilatildeo de R$ 13072 mil em recursos doados por 261 mil clientes na conta de

energia foi repassada para 24 entidades que atendem puacuteblicos em elevado estado

52

de vulnerabilidade social Foram beneficiados hospitais casas de recuperaccedilatildeo de

dependentes quiacutemicos casas de apoio a idosos escolinhas de futebol entre outros

Visualiza-se acima alguns dos projetos realizados pela Coelce na aacuterea

social e ambiental projetos que tem melhorado a vida de muitas pessoas e evitado o

desperdiacutecio e consequentemente a melhoria do ambiente em que vivemos

Na seccedilatildeo seguinte apresenta-se a anaacutelise dos Balanccedilos Sociais da

Coelce dos anos de 2009 e 2010 a partir da utilizaccedilatildeo do modelo IBASE

53

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM

BASE NA MATRIZ IBASE

O Balanccedilo Social da empresa COELCE elaborado segundo a

metodologia IBASE apresenta dados e informaccedilotildees de dois exerciacutecios anuais que

por meio de uma tabela que deve ser publicado e amplamente divulgado pela

instituiccedilatildeo

Nos itens que seguem foi analisado o Balanccedilo Social dos periacuteodos de

2009 e 2010 com base na Receita Liacutequida Conforme pode ser observado no

Balanccedilo Social apresentado no Anexo B A anaacutelise foi realizada dividindo o balanccedilo

social em indicadores

Base de caacutelculo

A base de caacutelculo eacute formada por trecircs informaccedilotildees financeiras receita

liacutequida resultado operacional e folha de pagamento bruta ndash que servem de base de

caacutelculo percentual para grande parte das informaccedilotildees e dos dados apresentados

informando o impacto dos investimentos nas contas da empresa aleacutem de permitir a

comparaccedilatildeo entre empresas e setores ao longo dos anos

Quadro 9 Base de Caacutelculo

Base de caacutelculo 2010 valor (Mil reais) 2009 valor (Mil reais)

Receita liacutequida (RL) 2849706 2419287

Resultado operacional (RO) 662746 532005

Folha de pagamento bruta (FPB) 98036 95433

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Analisando o Balanccedilo Social dos periacuteodos de 2009 e 2010 a Receita

Liacutequida apresentou aumento no ano de 2010 em relaccedilatildeo a 2009 assim como o

Resultado Operacional e a Folha de Pagamento Bruta com crescimento de 15

19 e 3 respectivamente

Indicadores Sociais Internos

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo satildeo apresentados todos os investimentos

internos obrigatoacuterios e voluntaacuterios que a empresa realiza para beneficiar eou

atender ao corpo funcional (alimentaccedilatildeo encargos sociais compulsoacuterios previdecircncia

54

privada sauacutede seguranccedila e medicina no trabalho educaccedilatildeo cultura capacitaccedilatildeo e

desenvolvimento profissional creches ou auxiacutelio-creche participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados e outros)

Tabela 4 Indicadores Sociais Internos ndash ISI

2010 2009

Indicadores Sociais Internos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Alimentaccedilatildeo 6175 022 5999 025

Encargos sociais compulsoacuterios 28144 099 25412 105

Previdecircncia privada 8958 031 5405 022

Sauacutede 8076 028 7301 030

Seguranccedila e sauacutede no trabalho 491 002 479 002

Educaccedilatildeo 571 002 434 002

Cultura 90 0 000 89 0 000

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento

profissional

2648 009 2335 010

Creches ou auxiacutelio-creche 1266 004 1098 005

Participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados

8531 030 9544 039

Vale transporte 270 001 301 001

Esporte __ __ __ __

Outros 903 003 962 004

Total ndash Indicadores sociais

internos

66123 232 59358 245

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Quanto agrave anaacutelise dos Indicadores Sociais Internos - ISI dos periacuteodos de

2009 e 2010 de acordo com a Tabela 4 constituiacutedo a partir de informaccedilotildees

retiradas do Balanccedilo Social pode-se verificar que a maior participaccedilatildeo nos ISI coube

ao criteacuterio Encargos Sociais Compulsoacuterios que representaram R$ 28144 (vinte e

oito mil e cento e quarenta e quatro reais) enquanto que em 2009 representou R$

25412 (vinte e cinco mil quatrocentos e doze reais)

Quanto aos demais investimentos os que mais se destacam satildeo a

previdecircncia privada participaccedilatildeo nos lucros e sauacutede que tiveram dispecircndios em

2010 na ordem de R$ 8958 (oito mil novecentos e ciquenta e oito reais) R$ 8531

(oito mil quinhentos e trinta e um reais) R$ 8076 (oito mil e setenta e seis reais)

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

45

5 CARACTERIZACcedilAtildeO ndash COMPANHIA ENERGETICA DO CEARAacute (COELCE)

51 Histoacuterico da Instituiccedilatildeo

A Companhia Energeacutetica do Cearaacute (Coelce) distribui energia eleacutetrica a 85

milhotildees de habitantes em todos os 184 municiacutepios cearenses em um territoacuterio de

149 mil quilocircmetros quadrados Eacute a terceira maior distribuidora da Regiatildeo Nordeste

em volume comercializado e em 2010 pelo segundo ano consecutivo foi

considerada a melhor do Brasil pela Associaccedilatildeo Brasileira de Distribuidores de

Energia Eleacutetrica (COELCE 2012)

Sua sede estaacute localizada na cidade de Fortaleza no Estado do Cearaacute que

conta com oito unidades principais entre centros de serviccedilos e de manutenccedilatildeo e

201 lojas de atendimento sendo duas unidades moacuteveis Com fornecimento para

mais de 3 milhotildees de clientes dos quais 23 milhotildees satildeo da classe residencial e 58

mil da classe industrial 1594 mil comerciais e 396 mil institucionais (IBIDEM 2012)

A Coelce eacute classificada como sociedade anocircnima de capital aberto com

accedilotildees negociadas na Bolsa de Valores de Satildeo Paulo (BMampFBovespa) Ela eacute

controlada pela Endesa Brasil SA por meio da holding Investluz SA que deteacutem

566 do capital total e 9166 do capital votante (IBIDEM 2012)

Importante destacar a evoluccedilatildeo histoacuterica da instituiccedilatildeo que desde os anos

60 busca a ampliaccedilatildeo da oferta de energia para proporcionar mais qualidade de

vida agraves famiacutelias cearenses esta evoluccedilatildeo acontece da seguinte forma

1960 - Criaccedilatildeo da Companhia de Eletricidade do Cariri (Celca) e da Companhia de

Eletrificaccedilatildeo Centro-Norte do Cearaacute (Cenort)

1962 - Surgem a Companhia Nordeste de Eletrificaccedilatildeo de Fortaleza (Conefor) e a

Companhia de Eletrificaccedilatildeo do Nordeste (Cerne)

1971 - Eacute criada a Coelce por meio da Lei Estadual nordm 9477 de 05071971 com a

unificaccedilatildeo das quatro empresas distribuidoras de energia eleacutetricas entatildeo existentes

no Estado do Cearaacute

46

1995 - A Coelce torna-se uma empresa de capital aberto passando a negociar suas

accedilotildees nas principais bolsas de valores brasileiras

1998 - Em leilatildeo puacuteblico realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) a

companhia eacute privatizada O Consoacutercio Distriluz Energia Eleacutetrica SA Coelce Aneel e

governo do Estado do Cearaacute assinam o contrato de concessatildeo vaacutelido por 30 anos

por meio do qual a Coelce assume a distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica no Cearaacute

1999 - Eacute concluiacutedo o processo de reestruturaccedilatildeo societaacuteria e Coelce passa a ser

controlada pela Investluz SA que por sua vez eacute controlada pela espanhola Endesa

2000 ndash 2006 - Periacuteodo de investimento significativo no reposicionamento de imagem

e planejamento estrateacutegico visando agrave contiacutenua expansatildeo e melhoria dos serviccedilos

com foco no relacionamento com o cliente e no lanccedilamento de produtos e serviccedilos

em resposta ao crescimento do mercado e suas necessidades

Em 2006 o compromisso com accedilotildees de responsabilidade social classifica as accedilotildees

da Coelce como accedilotildees preferenciais classe A no Iacutendice de Sustentabilidade

Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de Satildeo Paulo

Tambeacutem em 2006 a Coelce conquista pela primeira vez o tiacutetulo de Melhor

Distribuidora de Energia Eleacutetrica do Nordeste em premiaccedilatildeo realizada pela

Associaccedilatildeo Brasileira das Distribuidoras de Energia Eleacutetrica (Abradee)

2007 - Ressaltando o resultado de um intenso trabalho de aproximaccedilatildeo com os

clientes e melhoria contiacutenua da qualidade dos serviccedilos a Coelce lanccedila uma nova

plataforma de imagem - A nossa ideia eacute conhecer vocecirc - marcando o fechamento

do ciclo de reposicionamento junto agrave sociedade Pelo segundo anos consecutivo

Coelce eacute eleita a Melhor Distribuidora de Energia do Nordeste (Precircmio Abradee)

2008 - A empresa passa a utilizar um novo conceito de assinatura de marca Coelce

- Cada vez mais proacutexima de vocecirc Ao mesmo tempo moderniza e adequa toda sua

rede de atendimento Nesse ano a empresa ganha destaque mundial com o projeto

Ecoelce que possibilita a troca de lixo reciclaacutevel por bocircnus na conta de energia Ele

foi um dos dez ganhadores do precircmio World Business and Development Awards da

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas pela sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento

47

sustentaacutevel Mais uma vez a Coelce eacute eleita pelo terceiro ano consecutivo a

Melhor Distribuidora do Nordeste (Abradee) e permanece entre as 150 Melhores

para Trabalhar (Guia Exame-Vocecirc SA)

2009 - Coelce conquista o tiacutetulo de Melhor Distribuidora de Energia do Brasil e

manteacutem pelo quarto ano consecutivo a primeira posiccedilatildeo no ranking das melhores

da regiatildeo Nordeste

511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa

A COELCE tem como missatildeo ldquoLevar energia para um mundo melhor

Energia orientada para um relacionamento proacuteximo e transparente com nossos

clientes crescendo junto com o Cearaacute e gerando valor para os acionistas atraveacutes da

satisfaccedilatildeo e do compromisso de todo o nosso timerdquo

Como Visatildeo a Coelce quer ser ateacute 2011 uma das trecircs melhores

distribuidoras de energia eleacutetrica do Brasil ela apresenta alguns pontos divididos em

algumas categorias

Quadro 7 Pontos principais da Visatildeo da COELCE

Categoria Visatildeo

Gente Estar entre as melhores empresas para se trabalhar no Brasil

Cliente Ter clientes muito satisfeitos

Resultado Estar entre as cinco melhores empresas em competitividade

Sociedade Presenccedila no dia a dia das pessoas para a melhoria da sua qualidade de vida

Fonte Adaptado de COELCE 2012

Os valores da Coelce podem ser observados no Quadro 8

Quadro 8 Valores da COELCE

Valores Atitudes

Respeito agrave vida

Seguranccedila em tudo o que fazemos

Compromisso com a sociedade e o meio ambiente

Respeito agraves pessoas

Simplicidade Simplicidade nas accedilotildees

Transparecircncia e confianccedila nas relaccedilotildees

48

Valores Atitudes

Criaccedilatildeo de valores

Inovaccedilatildeo em processos e negoacutecios

Compromisso e profissionalismo

Parcerias sustentaacuteveis

Tratar custos como donos dos negoacutecios

Fonte Adaptado de COELCE 2012

Analisando a Missatildeo Visatildeo e Valores da Coelce constatamos o respeito e

o compromisso para com os usuaacuterios dos seus serviccedilos assim como a preocupaccedilatildeo

com accedilotildees sustentaacuteveis na procura de preservar o meio ambiente

52 Sustentabilidade

Sustentabilidade para a Coelce eacute crescimento responsaacutevel ou seja a

incorporaccedilatildeo de criteacuterios socioambientais em sua estrateacutegia e modelo de gestatildeo

possibilitando o alcance dos objetivos de seu negoacutecio e maximizando a criaccedilatildeo de

valor em uma perspectiva de longo prazo para clientes acionistas colaboradores

fornecedores comunidades governo e sociedade em geral (COELCE 2012)

Sua estrateacutegia de atuaccedilatildeo estaacute baseada

Na gestatildeo eficiente e responsaacutevel que agregue valor para o acionista

garanta a empregabilidade para seus colaboradores e ofereccedila um serviccedilo de

qualidade para seus consumidores

No emprego eficiente dos recursos para minimizar os impactos sobre o meio

ambiente

Na maximizaccedilatildeo da geraccedilatildeo de riqueza para todas as partes interessadas

que investem trabalham ou utilizam seus serviccedilos e

No desenvolvimento de projetos que propiciem resultados permanentes e

transformadores nas comunidades atendidas

Para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade em seu modelo de negoacutecio por

meio do desempenho integrado entre o crescimento econocircmico a responsabilidade

social e o compromisso ambiental a Coelce possui sete compromissos os quais se

constituem as diretrizes para a gestatildeo de seus negoacutecios (COELCE 2012)

49

Figura 1 Sete compromissos da Coelce

Fonte Coelce 2012

A Coelce hoje trabalha desenvolvendo accedilotildees que venham a cumprir com

os sete compromissos vistos acima Natildeo eacute o foco desta monografia detalhar todas

estas diretrizes mas elas podem ser visualizadas mais detalhadamente nos

relatoacuterios de sustentabilidade desta empresa

53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce

A Coelce direciona os seus investimentos de responsabilidade social para

diversos projetos na aacuterea de educaccedilatildeo cultura e meio ambiente programas estes

voltados para melhorar a vida de comunidades e instituiccedilotildees carentes que

necessitam de apoio financeiro para garantir sua continuidade Os principais

programas desenvolvidos pela Coelce neste sentido satildeo apresentados em seguida

50

531 Bauacute de leitura

Este projeto investe desde 2005 no incentivo agrave leitura e na disseminaccedilatildeo

do conhecimento em comunidades com baixo desenvolvimento socioeconocircmico

Cada comunidade atendida recebe um acervo com 300 livros infantis e infanto-

juvenis Em 2011 o projeto beneficiou mais de 6 mil crianccedilas de escolas puacuteblicas

ONGs e associaccedilotildees comunitaacuterias com investimento de R$ 160 mil Foram

atendidas 18 instituiccedilotildees situadas em 9 municiacutepios cearenses

532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida

(Ecoelce)

Fruto de um bem-sucedido projeto em vigor desde 2007 o Programa

Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (Ecoelce) troca lixo

reciclaacutevel por descontos na energia consumida Por meio da coleta seletiva o

material levado pelos clientes ateacute os locais credenciados eacute pesado e transformado

em bocircnus na conta de energia eleacutetrica que pode chegar inclusive ao valor zero

Desde que foi adotado o Ecoelce recebeu a inscriccedilatildeo de 405 mil clientes

reciclou cerca de 12700 toneladas de materiais e concedeu descontos nas contas

de luz de mais de 1 milhatildeo de reais Com os creacuteditos acumulados muitos clientes de

baixa renda acabaram zerando a fatura

533 Troca Eficiente

A Coelce continuou em 2011 a atuar em residecircncias de consumidores de

menor poder aquisitivo com a troca de refrigeradores e lacircmpadas Aleacutem de

contribuir com a doaccedilatildeo de equipamentos mais ecoeficientes a companhia garante

o descarte ambientalmente correto para os resiacuteduos gerados nessa operaccedilatildeo Com

investimento de mais de R$ 12 milhotildees no ano de 2011 foram beneficiadas quase

70 mil pessoas

51

534 Coelce nas Escolas

O projeto Coelce nas Escolas eacute desenvolvido pela Coelce desde 2000

Ele faz parte do Programa de Eficiecircncia Energeacutetica da Coelce e eacute regulado pela

Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica com o uso de metodologia A Natureza da

Paisagem ndash Energia Recurso da Vida do Programa Nacional de Conservaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica ndash PROCEL

535 Coelce Solidaacuteria

Em 2011 o Programa Coelce Solidaacuteria repassou mais de R$ 13 milhotildees

para instituiccedilotildees sem fins lucrativos O bem-estar e a qualidade de vida da

sociedade norteiam as accedilotildees dessa iniciativa como arrecadaccedilatildeo de fundos para

entidades sem fins lucrativos

Repasse de verbas ndash Duas instituiccedilotildees sem fins lucrativos de Fortaleza

foram beneficiadas com 25 do valor bruto do Seguro ACE Garantia Vida e

Assistecircncia-funeral Pleno e Vida e Assistecircncia-funeral Secircnior O Instituto de

Prevenccedilatildeo agrave Desnutriccedilatildeo e Excepcionalidade (Iprede) e o Hospital Batista Memorial

receberam R$ 2675718 cada um

Doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos ndash Anualmente eacute realizada uma

doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos de informaacutetica para entidades sem fins lucrativos

a fim de auxiliar na manutenccedilatildeo de seus projetos Em 2010 foram doados 796

moacuteveis que necessitavam de reparos e 54 computadores para 24 entidades de

Fortaleza e interior do estado

Arrecadaccedilatildeo por meio da conta de energia ndash O programa que completou

doze anos em 2011 prevecirc a arrecadaccedilatildeo de recursos doados por clientes por meio

da conta de energia e repasse para entidades Esses recursos satildeo autorizados

pelos clientes para desconto na proacutepria conta de energia Os interessados em

contribuir podem ir ateacute uma loja da distribuidora escolher uma das entidades

cadastradas a ser beneficiada e estipular uma quantia acima de R$ 100 Em 2011 a

arrecadaccedilatildeo de R$ 13072 mil em recursos doados por 261 mil clientes na conta de

energia foi repassada para 24 entidades que atendem puacuteblicos em elevado estado

52

de vulnerabilidade social Foram beneficiados hospitais casas de recuperaccedilatildeo de

dependentes quiacutemicos casas de apoio a idosos escolinhas de futebol entre outros

Visualiza-se acima alguns dos projetos realizados pela Coelce na aacuterea

social e ambiental projetos que tem melhorado a vida de muitas pessoas e evitado o

desperdiacutecio e consequentemente a melhoria do ambiente em que vivemos

Na seccedilatildeo seguinte apresenta-se a anaacutelise dos Balanccedilos Sociais da

Coelce dos anos de 2009 e 2010 a partir da utilizaccedilatildeo do modelo IBASE

53

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM

BASE NA MATRIZ IBASE

O Balanccedilo Social da empresa COELCE elaborado segundo a

metodologia IBASE apresenta dados e informaccedilotildees de dois exerciacutecios anuais que

por meio de uma tabela que deve ser publicado e amplamente divulgado pela

instituiccedilatildeo

Nos itens que seguem foi analisado o Balanccedilo Social dos periacuteodos de

2009 e 2010 com base na Receita Liacutequida Conforme pode ser observado no

Balanccedilo Social apresentado no Anexo B A anaacutelise foi realizada dividindo o balanccedilo

social em indicadores

Base de caacutelculo

A base de caacutelculo eacute formada por trecircs informaccedilotildees financeiras receita

liacutequida resultado operacional e folha de pagamento bruta ndash que servem de base de

caacutelculo percentual para grande parte das informaccedilotildees e dos dados apresentados

informando o impacto dos investimentos nas contas da empresa aleacutem de permitir a

comparaccedilatildeo entre empresas e setores ao longo dos anos

Quadro 9 Base de Caacutelculo

Base de caacutelculo 2010 valor (Mil reais) 2009 valor (Mil reais)

Receita liacutequida (RL) 2849706 2419287

Resultado operacional (RO) 662746 532005

Folha de pagamento bruta (FPB) 98036 95433

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Analisando o Balanccedilo Social dos periacuteodos de 2009 e 2010 a Receita

Liacutequida apresentou aumento no ano de 2010 em relaccedilatildeo a 2009 assim como o

Resultado Operacional e a Folha de Pagamento Bruta com crescimento de 15

19 e 3 respectivamente

Indicadores Sociais Internos

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo satildeo apresentados todos os investimentos

internos obrigatoacuterios e voluntaacuterios que a empresa realiza para beneficiar eou

atender ao corpo funcional (alimentaccedilatildeo encargos sociais compulsoacuterios previdecircncia

54

privada sauacutede seguranccedila e medicina no trabalho educaccedilatildeo cultura capacitaccedilatildeo e

desenvolvimento profissional creches ou auxiacutelio-creche participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados e outros)

Tabela 4 Indicadores Sociais Internos ndash ISI

2010 2009

Indicadores Sociais Internos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Alimentaccedilatildeo 6175 022 5999 025

Encargos sociais compulsoacuterios 28144 099 25412 105

Previdecircncia privada 8958 031 5405 022

Sauacutede 8076 028 7301 030

Seguranccedila e sauacutede no trabalho 491 002 479 002

Educaccedilatildeo 571 002 434 002

Cultura 90 0 000 89 0 000

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento

profissional

2648 009 2335 010

Creches ou auxiacutelio-creche 1266 004 1098 005

Participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados

8531 030 9544 039

Vale transporte 270 001 301 001

Esporte __ __ __ __

Outros 903 003 962 004

Total ndash Indicadores sociais

internos

66123 232 59358 245

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Quanto agrave anaacutelise dos Indicadores Sociais Internos - ISI dos periacuteodos de

2009 e 2010 de acordo com a Tabela 4 constituiacutedo a partir de informaccedilotildees

retiradas do Balanccedilo Social pode-se verificar que a maior participaccedilatildeo nos ISI coube

ao criteacuterio Encargos Sociais Compulsoacuterios que representaram R$ 28144 (vinte e

oito mil e cento e quarenta e quatro reais) enquanto que em 2009 representou R$

25412 (vinte e cinco mil quatrocentos e doze reais)

Quanto aos demais investimentos os que mais se destacam satildeo a

previdecircncia privada participaccedilatildeo nos lucros e sauacutede que tiveram dispecircndios em

2010 na ordem de R$ 8958 (oito mil novecentos e ciquenta e oito reais) R$ 8531

(oito mil quinhentos e trinta e um reais) R$ 8076 (oito mil e setenta e seis reais)

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

46

1995 - A Coelce torna-se uma empresa de capital aberto passando a negociar suas

accedilotildees nas principais bolsas de valores brasileiras

1998 - Em leilatildeo puacuteblico realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) a

companhia eacute privatizada O Consoacutercio Distriluz Energia Eleacutetrica SA Coelce Aneel e

governo do Estado do Cearaacute assinam o contrato de concessatildeo vaacutelido por 30 anos

por meio do qual a Coelce assume a distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica no Cearaacute

1999 - Eacute concluiacutedo o processo de reestruturaccedilatildeo societaacuteria e Coelce passa a ser

controlada pela Investluz SA que por sua vez eacute controlada pela espanhola Endesa

2000 ndash 2006 - Periacuteodo de investimento significativo no reposicionamento de imagem

e planejamento estrateacutegico visando agrave contiacutenua expansatildeo e melhoria dos serviccedilos

com foco no relacionamento com o cliente e no lanccedilamento de produtos e serviccedilos

em resposta ao crescimento do mercado e suas necessidades

Em 2006 o compromisso com accedilotildees de responsabilidade social classifica as accedilotildees

da Coelce como accedilotildees preferenciais classe A no Iacutendice de Sustentabilidade

Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de Satildeo Paulo

Tambeacutem em 2006 a Coelce conquista pela primeira vez o tiacutetulo de Melhor

Distribuidora de Energia Eleacutetrica do Nordeste em premiaccedilatildeo realizada pela

Associaccedilatildeo Brasileira das Distribuidoras de Energia Eleacutetrica (Abradee)

2007 - Ressaltando o resultado de um intenso trabalho de aproximaccedilatildeo com os

clientes e melhoria contiacutenua da qualidade dos serviccedilos a Coelce lanccedila uma nova

plataforma de imagem - A nossa ideia eacute conhecer vocecirc - marcando o fechamento

do ciclo de reposicionamento junto agrave sociedade Pelo segundo anos consecutivo

Coelce eacute eleita a Melhor Distribuidora de Energia do Nordeste (Precircmio Abradee)

2008 - A empresa passa a utilizar um novo conceito de assinatura de marca Coelce

- Cada vez mais proacutexima de vocecirc Ao mesmo tempo moderniza e adequa toda sua

rede de atendimento Nesse ano a empresa ganha destaque mundial com o projeto

Ecoelce que possibilita a troca de lixo reciclaacutevel por bocircnus na conta de energia Ele

foi um dos dez ganhadores do precircmio World Business and Development Awards da

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas pela sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento

47

sustentaacutevel Mais uma vez a Coelce eacute eleita pelo terceiro ano consecutivo a

Melhor Distribuidora do Nordeste (Abradee) e permanece entre as 150 Melhores

para Trabalhar (Guia Exame-Vocecirc SA)

2009 - Coelce conquista o tiacutetulo de Melhor Distribuidora de Energia do Brasil e

manteacutem pelo quarto ano consecutivo a primeira posiccedilatildeo no ranking das melhores

da regiatildeo Nordeste

511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa

A COELCE tem como missatildeo ldquoLevar energia para um mundo melhor

Energia orientada para um relacionamento proacuteximo e transparente com nossos

clientes crescendo junto com o Cearaacute e gerando valor para os acionistas atraveacutes da

satisfaccedilatildeo e do compromisso de todo o nosso timerdquo

Como Visatildeo a Coelce quer ser ateacute 2011 uma das trecircs melhores

distribuidoras de energia eleacutetrica do Brasil ela apresenta alguns pontos divididos em

algumas categorias

Quadro 7 Pontos principais da Visatildeo da COELCE

Categoria Visatildeo

Gente Estar entre as melhores empresas para se trabalhar no Brasil

Cliente Ter clientes muito satisfeitos

Resultado Estar entre as cinco melhores empresas em competitividade

Sociedade Presenccedila no dia a dia das pessoas para a melhoria da sua qualidade de vida

Fonte Adaptado de COELCE 2012

Os valores da Coelce podem ser observados no Quadro 8

Quadro 8 Valores da COELCE

Valores Atitudes

Respeito agrave vida

Seguranccedila em tudo o que fazemos

Compromisso com a sociedade e o meio ambiente

Respeito agraves pessoas

Simplicidade Simplicidade nas accedilotildees

Transparecircncia e confianccedila nas relaccedilotildees

48

Valores Atitudes

Criaccedilatildeo de valores

Inovaccedilatildeo em processos e negoacutecios

Compromisso e profissionalismo

Parcerias sustentaacuteveis

Tratar custos como donos dos negoacutecios

Fonte Adaptado de COELCE 2012

Analisando a Missatildeo Visatildeo e Valores da Coelce constatamos o respeito e

o compromisso para com os usuaacuterios dos seus serviccedilos assim como a preocupaccedilatildeo

com accedilotildees sustentaacuteveis na procura de preservar o meio ambiente

52 Sustentabilidade

Sustentabilidade para a Coelce eacute crescimento responsaacutevel ou seja a

incorporaccedilatildeo de criteacuterios socioambientais em sua estrateacutegia e modelo de gestatildeo

possibilitando o alcance dos objetivos de seu negoacutecio e maximizando a criaccedilatildeo de

valor em uma perspectiva de longo prazo para clientes acionistas colaboradores

fornecedores comunidades governo e sociedade em geral (COELCE 2012)

Sua estrateacutegia de atuaccedilatildeo estaacute baseada

Na gestatildeo eficiente e responsaacutevel que agregue valor para o acionista

garanta a empregabilidade para seus colaboradores e ofereccedila um serviccedilo de

qualidade para seus consumidores

No emprego eficiente dos recursos para minimizar os impactos sobre o meio

ambiente

Na maximizaccedilatildeo da geraccedilatildeo de riqueza para todas as partes interessadas

que investem trabalham ou utilizam seus serviccedilos e

No desenvolvimento de projetos que propiciem resultados permanentes e

transformadores nas comunidades atendidas

Para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade em seu modelo de negoacutecio por

meio do desempenho integrado entre o crescimento econocircmico a responsabilidade

social e o compromisso ambiental a Coelce possui sete compromissos os quais se

constituem as diretrizes para a gestatildeo de seus negoacutecios (COELCE 2012)

49

Figura 1 Sete compromissos da Coelce

Fonte Coelce 2012

A Coelce hoje trabalha desenvolvendo accedilotildees que venham a cumprir com

os sete compromissos vistos acima Natildeo eacute o foco desta monografia detalhar todas

estas diretrizes mas elas podem ser visualizadas mais detalhadamente nos

relatoacuterios de sustentabilidade desta empresa

53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce

A Coelce direciona os seus investimentos de responsabilidade social para

diversos projetos na aacuterea de educaccedilatildeo cultura e meio ambiente programas estes

voltados para melhorar a vida de comunidades e instituiccedilotildees carentes que

necessitam de apoio financeiro para garantir sua continuidade Os principais

programas desenvolvidos pela Coelce neste sentido satildeo apresentados em seguida

50

531 Bauacute de leitura

Este projeto investe desde 2005 no incentivo agrave leitura e na disseminaccedilatildeo

do conhecimento em comunidades com baixo desenvolvimento socioeconocircmico

Cada comunidade atendida recebe um acervo com 300 livros infantis e infanto-

juvenis Em 2011 o projeto beneficiou mais de 6 mil crianccedilas de escolas puacuteblicas

ONGs e associaccedilotildees comunitaacuterias com investimento de R$ 160 mil Foram

atendidas 18 instituiccedilotildees situadas em 9 municiacutepios cearenses

532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida

(Ecoelce)

Fruto de um bem-sucedido projeto em vigor desde 2007 o Programa

Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (Ecoelce) troca lixo

reciclaacutevel por descontos na energia consumida Por meio da coleta seletiva o

material levado pelos clientes ateacute os locais credenciados eacute pesado e transformado

em bocircnus na conta de energia eleacutetrica que pode chegar inclusive ao valor zero

Desde que foi adotado o Ecoelce recebeu a inscriccedilatildeo de 405 mil clientes

reciclou cerca de 12700 toneladas de materiais e concedeu descontos nas contas

de luz de mais de 1 milhatildeo de reais Com os creacuteditos acumulados muitos clientes de

baixa renda acabaram zerando a fatura

533 Troca Eficiente

A Coelce continuou em 2011 a atuar em residecircncias de consumidores de

menor poder aquisitivo com a troca de refrigeradores e lacircmpadas Aleacutem de

contribuir com a doaccedilatildeo de equipamentos mais ecoeficientes a companhia garante

o descarte ambientalmente correto para os resiacuteduos gerados nessa operaccedilatildeo Com

investimento de mais de R$ 12 milhotildees no ano de 2011 foram beneficiadas quase

70 mil pessoas

51

534 Coelce nas Escolas

O projeto Coelce nas Escolas eacute desenvolvido pela Coelce desde 2000

Ele faz parte do Programa de Eficiecircncia Energeacutetica da Coelce e eacute regulado pela

Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica com o uso de metodologia A Natureza da

Paisagem ndash Energia Recurso da Vida do Programa Nacional de Conservaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica ndash PROCEL

535 Coelce Solidaacuteria

Em 2011 o Programa Coelce Solidaacuteria repassou mais de R$ 13 milhotildees

para instituiccedilotildees sem fins lucrativos O bem-estar e a qualidade de vida da

sociedade norteiam as accedilotildees dessa iniciativa como arrecadaccedilatildeo de fundos para

entidades sem fins lucrativos

Repasse de verbas ndash Duas instituiccedilotildees sem fins lucrativos de Fortaleza

foram beneficiadas com 25 do valor bruto do Seguro ACE Garantia Vida e

Assistecircncia-funeral Pleno e Vida e Assistecircncia-funeral Secircnior O Instituto de

Prevenccedilatildeo agrave Desnutriccedilatildeo e Excepcionalidade (Iprede) e o Hospital Batista Memorial

receberam R$ 2675718 cada um

Doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos ndash Anualmente eacute realizada uma

doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos de informaacutetica para entidades sem fins lucrativos

a fim de auxiliar na manutenccedilatildeo de seus projetos Em 2010 foram doados 796

moacuteveis que necessitavam de reparos e 54 computadores para 24 entidades de

Fortaleza e interior do estado

Arrecadaccedilatildeo por meio da conta de energia ndash O programa que completou

doze anos em 2011 prevecirc a arrecadaccedilatildeo de recursos doados por clientes por meio

da conta de energia e repasse para entidades Esses recursos satildeo autorizados

pelos clientes para desconto na proacutepria conta de energia Os interessados em

contribuir podem ir ateacute uma loja da distribuidora escolher uma das entidades

cadastradas a ser beneficiada e estipular uma quantia acima de R$ 100 Em 2011 a

arrecadaccedilatildeo de R$ 13072 mil em recursos doados por 261 mil clientes na conta de

energia foi repassada para 24 entidades que atendem puacuteblicos em elevado estado

52

de vulnerabilidade social Foram beneficiados hospitais casas de recuperaccedilatildeo de

dependentes quiacutemicos casas de apoio a idosos escolinhas de futebol entre outros

Visualiza-se acima alguns dos projetos realizados pela Coelce na aacuterea

social e ambiental projetos que tem melhorado a vida de muitas pessoas e evitado o

desperdiacutecio e consequentemente a melhoria do ambiente em que vivemos

Na seccedilatildeo seguinte apresenta-se a anaacutelise dos Balanccedilos Sociais da

Coelce dos anos de 2009 e 2010 a partir da utilizaccedilatildeo do modelo IBASE

53

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM

BASE NA MATRIZ IBASE

O Balanccedilo Social da empresa COELCE elaborado segundo a

metodologia IBASE apresenta dados e informaccedilotildees de dois exerciacutecios anuais que

por meio de uma tabela que deve ser publicado e amplamente divulgado pela

instituiccedilatildeo

Nos itens que seguem foi analisado o Balanccedilo Social dos periacuteodos de

2009 e 2010 com base na Receita Liacutequida Conforme pode ser observado no

Balanccedilo Social apresentado no Anexo B A anaacutelise foi realizada dividindo o balanccedilo

social em indicadores

Base de caacutelculo

A base de caacutelculo eacute formada por trecircs informaccedilotildees financeiras receita

liacutequida resultado operacional e folha de pagamento bruta ndash que servem de base de

caacutelculo percentual para grande parte das informaccedilotildees e dos dados apresentados

informando o impacto dos investimentos nas contas da empresa aleacutem de permitir a

comparaccedilatildeo entre empresas e setores ao longo dos anos

Quadro 9 Base de Caacutelculo

Base de caacutelculo 2010 valor (Mil reais) 2009 valor (Mil reais)

Receita liacutequida (RL) 2849706 2419287

Resultado operacional (RO) 662746 532005

Folha de pagamento bruta (FPB) 98036 95433

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Analisando o Balanccedilo Social dos periacuteodos de 2009 e 2010 a Receita

Liacutequida apresentou aumento no ano de 2010 em relaccedilatildeo a 2009 assim como o

Resultado Operacional e a Folha de Pagamento Bruta com crescimento de 15

19 e 3 respectivamente

Indicadores Sociais Internos

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo satildeo apresentados todos os investimentos

internos obrigatoacuterios e voluntaacuterios que a empresa realiza para beneficiar eou

atender ao corpo funcional (alimentaccedilatildeo encargos sociais compulsoacuterios previdecircncia

54

privada sauacutede seguranccedila e medicina no trabalho educaccedilatildeo cultura capacitaccedilatildeo e

desenvolvimento profissional creches ou auxiacutelio-creche participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados e outros)

Tabela 4 Indicadores Sociais Internos ndash ISI

2010 2009

Indicadores Sociais Internos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Alimentaccedilatildeo 6175 022 5999 025

Encargos sociais compulsoacuterios 28144 099 25412 105

Previdecircncia privada 8958 031 5405 022

Sauacutede 8076 028 7301 030

Seguranccedila e sauacutede no trabalho 491 002 479 002

Educaccedilatildeo 571 002 434 002

Cultura 90 0 000 89 0 000

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento

profissional

2648 009 2335 010

Creches ou auxiacutelio-creche 1266 004 1098 005

Participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados

8531 030 9544 039

Vale transporte 270 001 301 001

Esporte __ __ __ __

Outros 903 003 962 004

Total ndash Indicadores sociais

internos

66123 232 59358 245

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Quanto agrave anaacutelise dos Indicadores Sociais Internos - ISI dos periacuteodos de

2009 e 2010 de acordo com a Tabela 4 constituiacutedo a partir de informaccedilotildees

retiradas do Balanccedilo Social pode-se verificar que a maior participaccedilatildeo nos ISI coube

ao criteacuterio Encargos Sociais Compulsoacuterios que representaram R$ 28144 (vinte e

oito mil e cento e quarenta e quatro reais) enquanto que em 2009 representou R$

25412 (vinte e cinco mil quatrocentos e doze reais)

Quanto aos demais investimentos os que mais se destacam satildeo a

previdecircncia privada participaccedilatildeo nos lucros e sauacutede que tiveram dispecircndios em

2010 na ordem de R$ 8958 (oito mil novecentos e ciquenta e oito reais) R$ 8531

(oito mil quinhentos e trinta e um reais) R$ 8076 (oito mil e setenta e seis reais)

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

47

sustentaacutevel Mais uma vez a Coelce eacute eleita pelo terceiro ano consecutivo a

Melhor Distribuidora do Nordeste (Abradee) e permanece entre as 150 Melhores

para Trabalhar (Guia Exame-Vocecirc SA)

2009 - Coelce conquista o tiacutetulo de Melhor Distribuidora de Energia do Brasil e

manteacutem pelo quarto ano consecutivo a primeira posiccedilatildeo no ranking das melhores

da regiatildeo Nordeste

511 Missatildeo Visatildeo e Valores da Empresa

A COELCE tem como missatildeo ldquoLevar energia para um mundo melhor

Energia orientada para um relacionamento proacuteximo e transparente com nossos

clientes crescendo junto com o Cearaacute e gerando valor para os acionistas atraveacutes da

satisfaccedilatildeo e do compromisso de todo o nosso timerdquo

Como Visatildeo a Coelce quer ser ateacute 2011 uma das trecircs melhores

distribuidoras de energia eleacutetrica do Brasil ela apresenta alguns pontos divididos em

algumas categorias

Quadro 7 Pontos principais da Visatildeo da COELCE

Categoria Visatildeo

Gente Estar entre as melhores empresas para se trabalhar no Brasil

Cliente Ter clientes muito satisfeitos

Resultado Estar entre as cinco melhores empresas em competitividade

Sociedade Presenccedila no dia a dia das pessoas para a melhoria da sua qualidade de vida

Fonte Adaptado de COELCE 2012

Os valores da Coelce podem ser observados no Quadro 8

Quadro 8 Valores da COELCE

Valores Atitudes

Respeito agrave vida

Seguranccedila em tudo o que fazemos

Compromisso com a sociedade e o meio ambiente

Respeito agraves pessoas

Simplicidade Simplicidade nas accedilotildees

Transparecircncia e confianccedila nas relaccedilotildees

48

Valores Atitudes

Criaccedilatildeo de valores

Inovaccedilatildeo em processos e negoacutecios

Compromisso e profissionalismo

Parcerias sustentaacuteveis

Tratar custos como donos dos negoacutecios

Fonte Adaptado de COELCE 2012

Analisando a Missatildeo Visatildeo e Valores da Coelce constatamos o respeito e

o compromisso para com os usuaacuterios dos seus serviccedilos assim como a preocupaccedilatildeo

com accedilotildees sustentaacuteveis na procura de preservar o meio ambiente

52 Sustentabilidade

Sustentabilidade para a Coelce eacute crescimento responsaacutevel ou seja a

incorporaccedilatildeo de criteacuterios socioambientais em sua estrateacutegia e modelo de gestatildeo

possibilitando o alcance dos objetivos de seu negoacutecio e maximizando a criaccedilatildeo de

valor em uma perspectiva de longo prazo para clientes acionistas colaboradores

fornecedores comunidades governo e sociedade em geral (COELCE 2012)

Sua estrateacutegia de atuaccedilatildeo estaacute baseada

Na gestatildeo eficiente e responsaacutevel que agregue valor para o acionista

garanta a empregabilidade para seus colaboradores e ofereccedila um serviccedilo de

qualidade para seus consumidores

No emprego eficiente dos recursos para minimizar os impactos sobre o meio

ambiente

Na maximizaccedilatildeo da geraccedilatildeo de riqueza para todas as partes interessadas

que investem trabalham ou utilizam seus serviccedilos e

No desenvolvimento de projetos que propiciem resultados permanentes e

transformadores nas comunidades atendidas

Para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade em seu modelo de negoacutecio por

meio do desempenho integrado entre o crescimento econocircmico a responsabilidade

social e o compromisso ambiental a Coelce possui sete compromissos os quais se

constituem as diretrizes para a gestatildeo de seus negoacutecios (COELCE 2012)

49

Figura 1 Sete compromissos da Coelce

Fonte Coelce 2012

A Coelce hoje trabalha desenvolvendo accedilotildees que venham a cumprir com

os sete compromissos vistos acima Natildeo eacute o foco desta monografia detalhar todas

estas diretrizes mas elas podem ser visualizadas mais detalhadamente nos

relatoacuterios de sustentabilidade desta empresa

53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce

A Coelce direciona os seus investimentos de responsabilidade social para

diversos projetos na aacuterea de educaccedilatildeo cultura e meio ambiente programas estes

voltados para melhorar a vida de comunidades e instituiccedilotildees carentes que

necessitam de apoio financeiro para garantir sua continuidade Os principais

programas desenvolvidos pela Coelce neste sentido satildeo apresentados em seguida

50

531 Bauacute de leitura

Este projeto investe desde 2005 no incentivo agrave leitura e na disseminaccedilatildeo

do conhecimento em comunidades com baixo desenvolvimento socioeconocircmico

Cada comunidade atendida recebe um acervo com 300 livros infantis e infanto-

juvenis Em 2011 o projeto beneficiou mais de 6 mil crianccedilas de escolas puacuteblicas

ONGs e associaccedilotildees comunitaacuterias com investimento de R$ 160 mil Foram

atendidas 18 instituiccedilotildees situadas em 9 municiacutepios cearenses

532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida

(Ecoelce)

Fruto de um bem-sucedido projeto em vigor desde 2007 o Programa

Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (Ecoelce) troca lixo

reciclaacutevel por descontos na energia consumida Por meio da coleta seletiva o

material levado pelos clientes ateacute os locais credenciados eacute pesado e transformado

em bocircnus na conta de energia eleacutetrica que pode chegar inclusive ao valor zero

Desde que foi adotado o Ecoelce recebeu a inscriccedilatildeo de 405 mil clientes

reciclou cerca de 12700 toneladas de materiais e concedeu descontos nas contas

de luz de mais de 1 milhatildeo de reais Com os creacuteditos acumulados muitos clientes de

baixa renda acabaram zerando a fatura

533 Troca Eficiente

A Coelce continuou em 2011 a atuar em residecircncias de consumidores de

menor poder aquisitivo com a troca de refrigeradores e lacircmpadas Aleacutem de

contribuir com a doaccedilatildeo de equipamentos mais ecoeficientes a companhia garante

o descarte ambientalmente correto para os resiacuteduos gerados nessa operaccedilatildeo Com

investimento de mais de R$ 12 milhotildees no ano de 2011 foram beneficiadas quase

70 mil pessoas

51

534 Coelce nas Escolas

O projeto Coelce nas Escolas eacute desenvolvido pela Coelce desde 2000

Ele faz parte do Programa de Eficiecircncia Energeacutetica da Coelce e eacute regulado pela

Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica com o uso de metodologia A Natureza da

Paisagem ndash Energia Recurso da Vida do Programa Nacional de Conservaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica ndash PROCEL

535 Coelce Solidaacuteria

Em 2011 o Programa Coelce Solidaacuteria repassou mais de R$ 13 milhotildees

para instituiccedilotildees sem fins lucrativos O bem-estar e a qualidade de vida da

sociedade norteiam as accedilotildees dessa iniciativa como arrecadaccedilatildeo de fundos para

entidades sem fins lucrativos

Repasse de verbas ndash Duas instituiccedilotildees sem fins lucrativos de Fortaleza

foram beneficiadas com 25 do valor bruto do Seguro ACE Garantia Vida e

Assistecircncia-funeral Pleno e Vida e Assistecircncia-funeral Secircnior O Instituto de

Prevenccedilatildeo agrave Desnutriccedilatildeo e Excepcionalidade (Iprede) e o Hospital Batista Memorial

receberam R$ 2675718 cada um

Doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos ndash Anualmente eacute realizada uma

doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos de informaacutetica para entidades sem fins lucrativos

a fim de auxiliar na manutenccedilatildeo de seus projetos Em 2010 foram doados 796

moacuteveis que necessitavam de reparos e 54 computadores para 24 entidades de

Fortaleza e interior do estado

Arrecadaccedilatildeo por meio da conta de energia ndash O programa que completou

doze anos em 2011 prevecirc a arrecadaccedilatildeo de recursos doados por clientes por meio

da conta de energia e repasse para entidades Esses recursos satildeo autorizados

pelos clientes para desconto na proacutepria conta de energia Os interessados em

contribuir podem ir ateacute uma loja da distribuidora escolher uma das entidades

cadastradas a ser beneficiada e estipular uma quantia acima de R$ 100 Em 2011 a

arrecadaccedilatildeo de R$ 13072 mil em recursos doados por 261 mil clientes na conta de

energia foi repassada para 24 entidades que atendem puacuteblicos em elevado estado

52

de vulnerabilidade social Foram beneficiados hospitais casas de recuperaccedilatildeo de

dependentes quiacutemicos casas de apoio a idosos escolinhas de futebol entre outros

Visualiza-se acima alguns dos projetos realizados pela Coelce na aacuterea

social e ambiental projetos que tem melhorado a vida de muitas pessoas e evitado o

desperdiacutecio e consequentemente a melhoria do ambiente em que vivemos

Na seccedilatildeo seguinte apresenta-se a anaacutelise dos Balanccedilos Sociais da

Coelce dos anos de 2009 e 2010 a partir da utilizaccedilatildeo do modelo IBASE

53

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM

BASE NA MATRIZ IBASE

O Balanccedilo Social da empresa COELCE elaborado segundo a

metodologia IBASE apresenta dados e informaccedilotildees de dois exerciacutecios anuais que

por meio de uma tabela que deve ser publicado e amplamente divulgado pela

instituiccedilatildeo

Nos itens que seguem foi analisado o Balanccedilo Social dos periacuteodos de

2009 e 2010 com base na Receita Liacutequida Conforme pode ser observado no

Balanccedilo Social apresentado no Anexo B A anaacutelise foi realizada dividindo o balanccedilo

social em indicadores

Base de caacutelculo

A base de caacutelculo eacute formada por trecircs informaccedilotildees financeiras receita

liacutequida resultado operacional e folha de pagamento bruta ndash que servem de base de

caacutelculo percentual para grande parte das informaccedilotildees e dos dados apresentados

informando o impacto dos investimentos nas contas da empresa aleacutem de permitir a

comparaccedilatildeo entre empresas e setores ao longo dos anos

Quadro 9 Base de Caacutelculo

Base de caacutelculo 2010 valor (Mil reais) 2009 valor (Mil reais)

Receita liacutequida (RL) 2849706 2419287

Resultado operacional (RO) 662746 532005

Folha de pagamento bruta (FPB) 98036 95433

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Analisando o Balanccedilo Social dos periacuteodos de 2009 e 2010 a Receita

Liacutequida apresentou aumento no ano de 2010 em relaccedilatildeo a 2009 assim como o

Resultado Operacional e a Folha de Pagamento Bruta com crescimento de 15

19 e 3 respectivamente

Indicadores Sociais Internos

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo satildeo apresentados todos os investimentos

internos obrigatoacuterios e voluntaacuterios que a empresa realiza para beneficiar eou

atender ao corpo funcional (alimentaccedilatildeo encargos sociais compulsoacuterios previdecircncia

54

privada sauacutede seguranccedila e medicina no trabalho educaccedilatildeo cultura capacitaccedilatildeo e

desenvolvimento profissional creches ou auxiacutelio-creche participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados e outros)

Tabela 4 Indicadores Sociais Internos ndash ISI

2010 2009

Indicadores Sociais Internos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Alimentaccedilatildeo 6175 022 5999 025

Encargos sociais compulsoacuterios 28144 099 25412 105

Previdecircncia privada 8958 031 5405 022

Sauacutede 8076 028 7301 030

Seguranccedila e sauacutede no trabalho 491 002 479 002

Educaccedilatildeo 571 002 434 002

Cultura 90 0 000 89 0 000

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento

profissional

2648 009 2335 010

Creches ou auxiacutelio-creche 1266 004 1098 005

Participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados

8531 030 9544 039

Vale transporte 270 001 301 001

Esporte __ __ __ __

Outros 903 003 962 004

Total ndash Indicadores sociais

internos

66123 232 59358 245

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Quanto agrave anaacutelise dos Indicadores Sociais Internos - ISI dos periacuteodos de

2009 e 2010 de acordo com a Tabela 4 constituiacutedo a partir de informaccedilotildees

retiradas do Balanccedilo Social pode-se verificar que a maior participaccedilatildeo nos ISI coube

ao criteacuterio Encargos Sociais Compulsoacuterios que representaram R$ 28144 (vinte e

oito mil e cento e quarenta e quatro reais) enquanto que em 2009 representou R$

25412 (vinte e cinco mil quatrocentos e doze reais)

Quanto aos demais investimentos os que mais se destacam satildeo a

previdecircncia privada participaccedilatildeo nos lucros e sauacutede que tiveram dispecircndios em

2010 na ordem de R$ 8958 (oito mil novecentos e ciquenta e oito reais) R$ 8531

(oito mil quinhentos e trinta e um reais) R$ 8076 (oito mil e setenta e seis reais)

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

48

Valores Atitudes

Criaccedilatildeo de valores

Inovaccedilatildeo em processos e negoacutecios

Compromisso e profissionalismo

Parcerias sustentaacuteveis

Tratar custos como donos dos negoacutecios

Fonte Adaptado de COELCE 2012

Analisando a Missatildeo Visatildeo e Valores da Coelce constatamos o respeito e

o compromisso para com os usuaacuterios dos seus serviccedilos assim como a preocupaccedilatildeo

com accedilotildees sustentaacuteveis na procura de preservar o meio ambiente

52 Sustentabilidade

Sustentabilidade para a Coelce eacute crescimento responsaacutevel ou seja a

incorporaccedilatildeo de criteacuterios socioambientais em sua estrateacutegia e modelo de gestatildeo

possibilitando o alcance dos objetivos de seu negoacutecio e maximizando a criaccedilatildeo de

valor em uma perspectiva de longo prazo para clientes acionistas colaboradores

fornecedores comunidades governo e sociedade em geral (COELCE 2012)

Sua estrateacutegia de atuaccedilatildeo estaacute baseada

Na gestatildeo eficiente e responsaacutevel que agregue valor para o acionista

garanta a empregabilidade para seus colaboradores e ofereccedila um serviccedilo de

qualidade para seus consumidores

No emprego eficiente dos recursos para minimizar os impactos sobre o meio

ambiente

Na maximizaccedilatildeo da geraccedilatildeo de riqueza para todas as partes interessadas

que investem trabalham ou utilizam seus serviccedilos e

No desenvolvimento de projetos que propiciem resultados permanentes e

transformadores nas comunidades atendidas

Para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade em seu modelo de negoacutecio por

meio do desempenho integrado entre o crescimento econocircmico a responsabilidade

social e o compromisso ambiental a Coelce possui sete compromissos os quais se

constituem as diretrizes para a gestatildeo de seus negoacutecios (COELCE 2012)

49

Figura 1 Sete compromissos da Coelce

Fonte Coelce 2012

A Coelce hoje trabalha desenvolvendo accedilotildees que venham a cumprir com

os sete compromissos vistos acima Natildeo eacute o foco desta monografia detalhar todas

estas diretrizes mas elas podem ser visualizadas mais detalhadamente nos

relatoacuterios de sustentabilidade desta empresa

53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce

A Coelce direciona os seus investimentos de responsabilidade social para

diversos projetos na aacuterea de educaccedilatildeo cultura e meio ambiente programas estes

voltados para melhorar a vida de comunidades e instituiccedilotildees carentes que

necessitam de apoio financeiro para garantir sua continuidade Os principais

programas desenvolvidos pela Coelce neste sentido satildeo apresentados em seguida

50

531 Bauacute de leitura

Este projeto investe desde 2005 no incentivo agrave leitura e na disseminaccedilatildeo

do conhecimento em comunidades com baixo desenvolvimento socioeconocircmico

Cada comunidade atendida recebe um acervo com 300 livros infantis e infanto-

juvenis Em 2011 o projeto beneficiou mais de 6 mil crianccedilas de escolas puacuteblicas

ONGs e associaccedilotildees comunitaacuterias com investimento de R$ 160 mil Foram

atendidas 18 instituiccedilotildees situadas em 9 municiacutepios cearenses

532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida

(Ecoelce)

Fruto de um bem-sucedido projeto em vigor desde 2007 o Programa

Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (Ecoelce) troca lixo

reciclaacutevel por descontos na energia consumida Por meio da coleta seletiva o

material levado pelos clientes ateacute os locais credenciados eacute pesado e transformado

em bocircnus na conta de energia eleacutetrica que pode chegar inclusive ao valor zero

Desde que foi adotado o Ecoelce recebeu a inscriccedilatildeo de 405 mil clientes

reciclou cerca de 12700 toneladas de materiais e concedeu descontos nas contas

de luz de mais de 1 milhatildeo de reais Com os creacuteditos acumulados muitos clientes de

baixa renda acabaram zerando a fatura

533 Troca Eficiente

A Coelce continuou em 2011 a atuar em residecircncias de consumidores de

menor poder aquisitivo com a troca de refrigeradores e lacircmpadas Aleacutem de

contribuir com a doaccedilatildeo de equipamentos mais ecoeficientes a companhia garante

o descarte ambientalmente correto para os resiacuteduos gerados nessa operaccedilatildeo Com

investimento de mais de R$ 12 milhotildees no ano de 2011 foram beneficiadas quase

70 mil pessoas

51

534 Coelce nas Escolas

O projeto Coelce nas Escolas eacute desenvolvido pela Coelce desde 2000

Ele faz parte do Programa de Eficiecircncia Energeacutetica da Coelce e eacute regulado pela

Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica com o uso de metodologia A Natureza da

Paisagem ndash Energia Recurso da Vida do Programa Nacional de Conservaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica ndash PROCEL

535 Coelce Solidaacuteria

Em 2011 o Programa Coelce Solidaacuteria repassou mais de R$ 13 milhotildees

para instituiccedilotildees sem fins lucrativos O bem-estar e a qualidade de vida da

sociedade norteiam as accedilotildees dessa iniciativa como arrecadaccedilatildeo de fundos para

entidades sem fins lucrativos

Repasse de verbas ndash Duas instituiccedilotildees sem fins lucrativos de Fortaleza

foram beneficiadas com 25 do valor bruto do Seguro ACE Garantia Vida e

Assistecircncia-funeral Pleno e Vida e Assistecircncia-funeral Secircnior O Instituto de

Prevenccedilatildeo agrave Desnutriccedilatildeo e Excepcionalidade (Iprede) e o Hospital Batista Memorial

receberam R$ 2675718 cada um

Doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos ndash Anualmente eacute realizada uma

doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos de informaacutetica para entidades sem fins lucrativos

a fim de auxiliar na manutenccedilatildeo de seus projetos Em 2010 foram doados 796

moacuteveis que necessitavam de reparos e 54 computadores para 24 entidades de

Fortaleza e interior do estado

Arrecadaccedilatildeo por meio da conta de energia ndash O programa que completou

doze anos em 2011 prevecirc a arrecadaccedilatildeo de recursos doados por clientes por meio

da conta de energia e repasse para entidades Esses recursos satildeo autorizados

pelos clientes para desconto na proacutepria conta de energia Os interessados em

contribuir podem ir ateacute uma loja da distribuidora escolher uma das entidades

cadastradas a ser beneficiada e estipular uma quantia acima de R$ 100 Em 2011 a

arrecadaccedilatildeo de R$ 13072 mil em recursos doados por 261 mil clientes na conta de

energia foi repassada para 24 entidades que atendem puacuteblicos em elevado estado

52

de vulnerabilidade social Foram beneficiados hospitais casas de recuperaccedilatildeo de

dependentes quiacutemicos casas de apoio a idosos escolinhas de futebol entre outros

Visualiza-se acima alguns dos projetos realizados pela Coelce na aacuterea

social e ambiental projetos que tem melhorado a vida de muitas pessoas e evitado o

desperdiacutecio e consequentemente a melhoria do ambiente em que vivemos

Na seccedilatildeo seguinte apresenta-se a anaacutelise dos Balanccedilos Sociais da

Coelce dos anos de 2009 e 2010 a partir da utilizaccedilatildeo do modelo IBASE

53

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM

BASE NA MATRIZ IBASE

O Balanccedilo Social da empresa COELCE elaborado segundo a

metodologia IBASE apresenta dados e informaccedilotildees de dois exerciacutecios anuais que

por meio de uma tabela que deve ser publicado e amplamente divulgado pela

instituiccedilatildeo

Nos itens que seguem foi analisado o Balanccedilo Social dos periacuteodos de

2009 e 2010 com base na Receita Liacutequida Conforme pode ser observado no

Balanccedilo Social apresentado no Anexo B A anaacutelise foi realizada dividindo o balanccedilo

social em indicadores

Base de caacutelculo

A base de caacutelculo eacute formada por trecircs informaccedilotildees financeiras receita

liacutequida resultado operacional e folha de pagamento bruta ndash que servem de base de

caacutelculo percentual para grande parte das informaccedilotildees e dos dados apresentados

informando o impacto dos investimentos nas contas da empresa aleacutem de permitir a

comparaccedilatildeo entre empresas e setores ao longo dos anos

Quadro 9 Base de Caacutelculo

Base de caacutelculo 2010 valor (Mil reais) 2009 valor (Mil reais)

Receita liacutequida (RL) 2849706 2419287

Resultado operacional (RO) 662746 532005

Folha de pagamento bruta (FPB) 98036 95433

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Analisando o Balanccedilo Social dos periacuteodos de 2009 e 2010 a Receita

Liacutequida apresentou aumento no ano de 2010 em relaccedilatildeo a 2009 assim como o

Resultado Operacional e a Folha de Pagamento Bruta com crescimento de 15

19 e 3 respectivamente

Indicadores Sociais Internos

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo satildeo apresentados todos os investimentos

internos obrigatoacuterios e voluntaacuterios que a empresa realiza para beneficiar eou

atender ao corpo funcional (alimentaccedilatildeo encargos sociais compulsoacuterios previdecircncia

54

privada sauacutede seguranccedila e medicina no trabalho educaccedilatildeo cultura capacitaccedilatildeo e

desenvolvimento profissional creches ou auxiacutelio-creche participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados e outros)

Tabela 4 Indicadores Sociais Internos ndash ISI

2010 2009

Indicadores Sociais Internos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Alimentaccedilatildeo 6175 022 5999 025

Encargos sociais compulsoacuterios 28144 099 25412 105

Previdecircncia privada 8958 031 5405 022

Sauacutede 8076 028 7301 030

Seguranccedila e sauacutede no trabalho 491 002 479 002

Educaccedilatildeo 571 002 434 002

Cultura 90 0 000 89 0 000

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento

profissional

2648 009 2335 010

Creches ou auxiacutelio-creche 1266 004 1098 005

Participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados

8531 030 9544 039

Vale transporte 270 001 301 001

Esporte __ __ __ __

Outros 903 003 962 004

Total ndash Indicadores sociais

internos

66123 232 59358 245

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Quanto agrave anaacutelise dos Indicadores Sociais Internos - ISI dos periacuteodos de

2009 e 2010 de acordo com a Tabela 4 constituiacutedo a partir de informaccedilotildees

retiradas do Balanccedilo Social pode-se verificar que a maior participaccedilatildeo nos ISI coube

ao criteacuterio Encargos Sociais Compulsoacuterios que representaram R$ 28144 (vinte e

oito mil e cento e quarenta e quatro reais) enquanto que em 2009 representou R$

25412 (vinte e cinco mil quatrocentos e doze reais)

Quanto aos demais investimentos os que mais se destacam satildeo a

previdecircncia privada participaccedilatildeo nos lucros e sauacutede que tiveram dispecircndios em

2010 na ordem de R$ 8958 (oito mil novecentos e ciquenta e oito reais) R$ 8531

(oito mil quinhentos e trinta e um reais) R$ 8076 (oito mil e setenta e seis reais)

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

49

Figura 1 Sete compromissos da Coelce

Fonte Coelce 2012

A Coelce hoje trabalha desenvolvendo accedilotildees que venham a cumprir com

os sete compromissos vistos acima Natildeo eacute o foco desta monografia detalhar todas

estas diretrizes mas elas podem ser visualizadas mais detalhadamente nos

relatoacuterios de sustentabilidade desta empresa

53 Projetos proacuteprios desenvolvidos pela Coelce

A Coelce direciona os seus investimentos de responsabilidade social para

diversos projetos na aacuterea de educaccedilatildeo cultura e meio ambiente programas estes

voltados para melhorar a vida de comunidades e instituiccedilotildees carentes que

necessitam de apoio financeiro para garantir sua continuidade Os principais

programas desenvolvidos pela Coelce neste sentido satildeo apresentados em seguida

50

531 Bauacute de leitura

Este projeto investe desde 2005 no incentivo agrave leitura e na disseminaccedilatildeo

do conhecimento em comunidades com baixo desenvolvimento socioeconocircmico

Cada comunidade atendida recebe um acervo com 300 livros infantis e infanto-

juvenis Em 2011 o projeto beneficiou mais de 6 mil crianccedilas de escolas puacuteblicas

ONGs e associaccedilotildees comunitaacuterias com investimento de R$ 160 mil Foram

atendidas 18 instituiccedilotildees situadas em 9 municiacutepios cearenses

532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida

(Ecoelce)

Fruto de um bem-sucedido projeto em vigor desde 2007 o Programa

Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (Ecoelce) troca lixo

reciclaacutevel por descontos na energia consumida Por meio da coleta seletiva o

material levado pelos clientes ateacute os locais credenciados eacute pesado e transformado

em bocircnus na conta de energia eleacutetrica que pode chegar inclusive ao valor zero

Desde que foi adotado o Ecoelce recebeu a inscriccedilatildeo de 405 mil clientes

reciclou cerca de 12700 toneladas de materiais e concedeu descontos nas contas

de luz de mais de 1 milhatildeo de reais Com os creacuteditos acumulados muitos clientes de

baixa renda acabaram zerando a fatura

533 Troca Eficiente

A Coelce continuou em 2011 a atuar em residecircncias de consumidores de

menor poder aquisitivo com a troca de refrigeradores e lacircmpadas Aleacutem de

contribuir com a doaccedilatildeo de equipamentos mais ecoeficientes a companhia garante

o descarte ambientalmente correto para os resiacuteduos gerados nessa operaccedilatildeo Com

investimento de mais de R$ 12 milhotildees no ano de 2011 foram beneficiadas quase

70 mil pessoas

51

534 Coelce nas Escolas

O projeto Coelce nas Escolas eacute desenvolvido pela Coelce desde 2000

Ele faz parte do Programa de Eficiecircncia Energeacutetica da Coelce e eacute regulado pela

Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica com o uso de metodologia A Natureza da

Paisagem ndash Energia Recurso da Vida do Programa Nacional de Conservaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica ndash PROCEL

535 Coelce Solidaacuteria

Em 2011 o Programa Coelce Solidaacuteria repassou mais de R$ 13 milhotildees

para instituiccedilotildees sem fins lucrativos O bem-estar e a qualidade de vida da

sociedade norteiam as accedilotildees dessa iniciativa como arrecadaccedilatildeo de fundos para

entidades sem fins lucrativos

Repasse de verbas ndash Duas instituiccedilotildees sem fins lucrativos de Fortaleza

foram beneficiadas com 25 do valor bruto do Seguro ACE Garantia Vida e

Assistecircncia-funeral Pleno e Vida e Assistecircncia-funeral Secircnior O Instituto de

Prevenccedilatildeo agrave Desnutriccedilatildeo e Excepcionalidade (Iprede) e o Hospital Batista Memorial

receberam R$ 2675718 cada um

Doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos ndash Anualmente eacute realizada uma

doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos de informaacutetica para entidades sem fins lucrativos

a fim de auxiliar na manutenccedilatildeo de seus projetos Em 2010 foram doados 796

moacuteveis que necessitavam de reparos e 54 computadores para 24 entidades de

Fortaleza e interior do estado

Arrecadaccedilatildeo por meio da conta de energia ndash O programa que completou

doze anos em 2011 prevecirc a arrecadaccedilatildeo de recursos doados por clientes por meio

da conta de energia e repasse para entidades Esses recursos satildeo autorizados

pelos clientes para desconto na proacutepria conta de energia Os interessados em

contribuir podem ir ateacute uma loja da distribuidora escolher uma das entidades

cadastradas a ser beneficiada e estipular uma quantia acima de R$ 100 Em 2011 a

arrecadaccedilatildeo de R$ 13072 mil em recursos doados por 261 mil clientes na conta de

energia foi repassada para 24 entidades que atendem puacuteblicos em elevado estado

52

de vulnerabilidade social Foram beneficiados hospitais casas de recuperaccedilatildeo de

dependentes quiacutemicos casas de apoio a idosos escolinhas de futebol entre outros

Visualiza-se acima alguns dos projetos realizados pela Coelce na aacuterea

social e ambiental projetos que tem melhorado a vida de muitas pessoas e evitado o

desperdiacutecio e consequentemente a melhoria do ambiente em que vivemos

Na seccedilatildeo seguinte apresenta-se a anaacutelise dos Balanccedilos Sociais da

Coelce dos anos de 2009 e 2010 a partir da utilizaccedilatildeo do modelo IBASE

53

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM

BASE NA MATRIZ IBASE

O Balanccedilo Social da empresa COELCE elaborado segundo a

metodologia IBASE apresenta dados e informaccedilotildees de dois exerciacutecios anuais que

por meio de uma tabela que deve ser publicado e amplamente divulgado pela

instituiccedilatildeo

Nos itens que seguem foi analisado o Balanccedilo Social dos periacuteodos de

2009 e 2010 com base na Receita Liacutequida Conforme pode ser observado no

Balanccedilo Social apresentado no Anexo B A anaacutelise foi realizada dividindo o balanccedilo

social em indicadores

Base de caacutelculo

A base de caacutelculo eacute formada por trecircs informaccedilotildees financeiras receita

liacutequida resultado operacional e folha de pagamento bruta ndash que servem de base de

caacutelculo percentual para grande parte das informaccedilotildees e dos dados apresentados

informando o impacto dos investimentos nas contas da empresa aleacutem de permitir a

comparaccedilatildeo entre empresas e setores ao longo dos anos

Quadro 9 Base de Caacutelculo

Base de caacutelculo 2010 valor (Mil reais) 2009 valor (Mil reais)

Receita liacutequida (RL) 2849706 2419287

Resultado operacional (RO) 662746 532005

Folha de pagamento bruta (FPB) 98036 95433

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Analisando o Balanccedilo Social dos periacuteodos de 2009 e 2010 a Receita

Liacutequida apresentou aumento no ano de 2010 em relaccedilatildeo a 2009 assim como o

Resultado Operacional e a Folha de Pagamento Bruta com crescimento de 15

19 e 3 respectivamente

Indicadores Sociais Internos

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo satildeo apresentados todos os investimentos

internos obrigatoacuterios e voluntaacuterios que a empresa realiza para beneficiar eou

atender ao corpo funcional (alimentaccedilatildeo encargos sociais compulsoacuterios previdecircncia

54

privada sauacutede seguranccedila e medicina no trabalho educaccedilatildeo cultura capacitaccedilatildeo e

desenvolvimento profissional creches ou auxiacutelio-creche participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados e outros)

Tabela 4 Indicadores Sociais Internos ndash ISI

2010 2009

Indicadores Sociais Internos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Alimentaccedilatildeo 6175 022 5999 025

Encargos sociais compulsoacuterios 28144 099 25412 105

Previdecircncia privada 8958 031 5405 022

Sauacutede 8076 028 7301 030

Seguranccedila e sauacutede no trabalho 491 002 479 002

Educaccedilatildeo 571 002 434 002

Cultura 90 0 000 89 0 000

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento

profissional

2648 009 2335 010

Creches ou auxiacutelio-creche 1266 004 1098 005

Participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados

8531 030 9544 039

Vale transporte 270 001 301 001

Esporte __ __ __ __

Outros 903 003 962 004

Total ndash Indicadores sociais

internos

66123 232 59358 245

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Quanto agrave anaacutelise dos Indicadores Sociais Internos - ISI dos periacuteodos de

2009 e 2010 de acordo com a Tabela 4 constituiacutedo a partir de informaccedilotildees

retiradas do Balanccedilo Social pode-se verificar que a maior participaccedilatildeo nos ISI coube

ao criteacuterio Encargos Sociais Compulsoacuterios que representaram R$ 28144 (vinte e

oito mil e cento e quarenta e quatro reais) enquanto que em 2009 representou R$

25412 (vinte e cinco mil quatrocentos e doze reais)

Quanto aos demais investimentos os que mais se destacam satildeo a

previdecircncia privada participaccedilatildeo nos lucros e sauacutede que tiveram dispecircndios em

2010 na ordem de R$ 8958 (oito mil novecentos e ciquenta e oito reais) R$ 8531

(oito mil quinhentos e trinta e um reais) R$ 8076 (oito mil e setenta e seis reais)

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

50

531 Bauacute de leitura

Este projeto investe desde 2005 no incentivo agrave leitura e na disseminaccedilatildeo

do conhecimento em comunidades com baixo desenvolvimento socioeconocircmico

Cada comunidade atendida recebe um acervo com 300 livros infantis e infanto-

juvenis Em 2011 o projeto beneficiou mais de 6 mil crianccedilas de escolas puacuteblicas

ONGs e associaccedilotildees comunitaacuterias com investimento de R$ 160 mil Foram

atendidas 18 instituiccedilotildees situadas em 9 municiacutepios cearenses

532 Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida

(Ecoelce)

Fruto de um bem-sucedido projeto em vigor desde 2007 o Programa

Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida (Ecoelce) troca lixo

reciclaacutevel por descontos na energia consumida Por meio da coleta seletiva o

material levado pelos clientes ateacute os locais credenciados eacute pesado e transformado

em bocircnus na conta de energia eleacutetrica que pode chegar inclusive ao valor zero

Desde que foi adotado o Ecoelce recebeu a inscriccedilatildeo de 405 mil clientes

reciclou cerca de 12700 toneladas de materiais e concedeu descontos nas contas

de luz de mais de 1 milhatildeo de reais Com os creacuteditos acumulados muitos clientes de

baixa renda acabaram zerando a fatura

533 Troca Eficiente

A Coelce continuou em 2011 a atuar em residecircncias de consumidores de

menor poder aquisitivo com a troca de refrigeradores e lacircmpadas Aleacutem de

contribuir com a doaccedilatildeo de equipamentos mais ecoeficientes a companhia garante

o descarte ambientalmente correto para os resiacuteduos gerados nessa operaccedilatildeo Com

investimento de mais de R$ 12 milhotildees no ano de 2011 foram beneficiadas quase

70 mil pessoas

51

534 Coelce nas Escolas

O projeto Coelce nas Escolas eacute desenvolvido pela Coelce desde 2000

Ele faz parte do Programa de Eficiecircncia Energeacutetica da Coelce e eacute regulado pela

Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica com o uso de metodologia A Natureza da

Paisagem ndash Energia Recurso da Vida do Programa Nacional de Conservaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica ndash PROCEL

535 Coelce Solidaacuteria

Em 2011 o Programa Coelce Solidaacuteria repassou mais de R$ 13 milhotildees

para instituiccedilotildees sem fins lucrativos O bem-estar e a qualidade de vida da

sociedade norteiam as accedilotildees dessa iniciativa como arrecadaccedilatildeo de fundos para

entidades sem fins lucrativos

Repasse de verbas ndash Duas instituiccedilotildees sem fins lucrativos de Fortaleza

foram beneficiadas com 25 do valor bruto do Seguro ACE Garantia Vida e

Assistecircncia-funeral Pleno e Vida e Assistecircncia-funeral Secircnior O Instituto de

Prevenccedilatildeo agrave Desnutriccedilatildeo e Excepcionalidade (Iprede) e o Hospital Batista Memorial

receberam R$ 2675718 cada um

Doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos ndash Anualmente eacute realizada uma

doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos de informaacutetica para entidades sem fins lucrativos

a fim de auxiliar na manutenccedilatildeo de seus projetos Em 2010 foram doados 796

moacuteveis que necessitavam de reparos e 54 computadores para 24 entidades de

Fortaleza e interior do estado

Arrecadaccedilatildeo por meio da conta de energia ndash O programa que completou

doze anos em 2011 prevecirc a arrecadaccedilatildeo de recursos doados por clientes por meio

da conta de energia e repasse para entidades Esses recursos satildeo autorizados

pelos clientes para desconto na proacutepria conta de energia Os interessados em

contribuir podem ir ateacute uma loja da distribuidora escolher uma das entidades

cadastradas a ser beneficiada e estipular uma quantia acima de R$ 100 Em 2011 a

arrecadaccedilatildeo de R$ 13072 mil em recursos doados por 261 mil clientes na conta de

energia foi repassada para 24 entidades que atendem puacuteblicos em elevado estado

52

de vulnerabilidade social Foram beneficiados hospitais casas de recuperaccedilatildeo de

dependentes quiacutemicos casas de apoio a idosos escolinhas de futebol entre outros

Visualiza-se acima alguns dos projetos realizados pela Coelce na aacuterea

social e ambiental projetos que tem melhorado a vida de muitas pessoas e evitado o

desperdiacutecio e consequentemente a melhoria do ambiente em que vivemos

Na seccedilatildeo seguinte apresenta-se a anaacutelise dos Balanccedilos Sociais da

Coelce dos anos de 2009 e 2010 a partir da utilizaccedilatildeo do modelo IBASE

53

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM

BASE NA MATRIZ IBASE

O Balanccedilo Social da empresa COELCE elaborado segundo a

metodologia IBASE apresenta dados e informaccedilotildees de dois exerciacutecios anuais que

por meio de uma tabela que deve ser publicado e amplamente divulgado pela

instituiccedilatildeo

Nos itens que seguem foi analisado o Balanccedilo Social dos periacuteodos de

2009 e 2010 com base na Receita Liacutequida Conforme pode ser observado no

Balanccedilo Social apresentado no Anexo B A anaacutelise foi realizada dividindo o balanccedilo

social em indicadores

Base de caacutelculo

A base de caacutelculo eacute formada por trecircs informaccedilotildees financeiras receita

liacutequida resultado operacional e folha de pagamento bruta ndash que servem de base de

caacutelculo percentual para grande parte das informaccedilotildees e dos dados apresentados

informando o impacto dos investimentos nas contas da empresa aleacutem de permitir a

comparaccedilatildeo entre empresas e setores ao longo dos anos

Quadro 9 Base de Caacutelculo

Base de caacutelculo 2010 valor (Mil reais) 2009 valor (Mil reais)

Receita liacutequida (RL) 2849706 2419287

Resultado operacional (RO) 662746 532005

Folha de pagamento bruta (FPB) 98036 95433

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Analisando o Balanccedilo Social dos periacuteodos de 2009 e 2010 a Receita

Liacutequida apresentou aumento no ano de 2010 em relaccedilatildeo a 2009 assim como o

Resultado Operacional e a Folha de Pagamento Bruta com crescimento de 15

19 e 3 respectivamente

Indicadores Sociais Internos

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo satildeo apresentados todos os investimentos

internos obrigatoacuterios e voluntaacuterios que a empresa realiza para beneficiar eou

atender ao corpo funcional (alimentaccedilatildeo encargos sociais compulsoacuterios previdecircncia

54

privada sauacutede seguranccedila e medicina no trabalho educaccedilatildeo cultura capacitaccedilatildeo e

desenvolvimento profissional creches ou auxiacutelio-creche participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados e outros)

Tabela 4 Indicadores Sociais Internos ndash ISI

2010 2009

Indicadores Sociais Internos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Alimentaccedilatildeo 6175 022 5999 025

Encargos sociais compulsoacuterios 28144 099 25412 105

Previdecircncia privada 8958 031 5405 022

Sauacutede 8076 028 7301 030

Seguranccedila e sauacutede no trabalho 491 002 479 002

Educaccedilatildeo 571 002 434 002

Cultura 90 0 000 89 0 000

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento

profissional

2648 009 2335 010

Creches ou auxiacutelio-creche 1266 004 1098 005

Participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados

8531 030 9544 039

Vale transporte 270 001 301 001

Esporte __ __ __ __

Outros 903 003 962 004

Total ndash Indicadores sociais

internos

66123 232 59358 245

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Quanto agrave anaacutelise dos Indicadores Sociais Internos - ISI dos periacuteodos de

2009 e 2010 de acordo com a Tabela 4 constituiacutedo a partir de informaccedilotildees

retiradas do Balanccedilo Social pode-se verificar que a maior participaccedilatildeo nos ISI coube

ao criteacuterio Encargos Sociais Compulsoacuterios que representaram R$ 28144 (vinte e

oito mil e cento e quarenta e quatro reais) enquanto que em 2009 representou R$

25412 (vinte e cinco mil quatrocentos e doze reais)

Quanto aos demais investimentos os que mais se destacam satildeo a

previdecircncia privada participaccedilatildeo nos lucros e sauacutede que tiveram dispecircndios em

2010 na ordem de R$ 8958 (oito mil novecentos e ciquenta e oito reais) R$ 8531

(oito mil quinhentos e trinta e um reais) R$ 8076 (oito mil e setenta e seis reais)

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

51

534 Coelce nas Escolas

O projeto Coelce nas Escolas eacute desenvolvido pela Coelce desde 2000

Ele faz parte do Programa de Eficiecircncia Energeacutetica da Coelce e eacute regulado pela

Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica com o uso de metodologia A Natureza da

Paisagem ndash Energia Recurso da Vida do Programa Nacional de Conservaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica ndash PROCEL

535 Coelce Solidaacuteria

Em 2011 o Programa Coelce Solidaacuteria repassou mais de R$ 13 milhotildees

para instituiccedilotildees sem fins lucrativos O bem-estar e a qualidade de vida da

sociedade norteiam as accedilotildees dessa iniciativa como arrecadaccedilatildeo de fundos para

entidades sem fins lucrativos

Repasse de verbas ndash Duas instituiccedilotildees sem fins lucrativos de Fortaleza

foram beneficiadas com 25 do valor bruto do Seguro ACE Garantia Vida e

Assistecircncia-funeral Pleno e Vida e Assistecircncia-funeral Secircnior O Instituto de

Prevenccedilatildeo agrave Desnutriccedilatildeo e Excepcionalidade (Iprede) e o Hospital Batista Memorial

receberam R$ 2675718 cada um

Doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos ndash Anualmente eacute realizada uma

doaccedilatildeo de moacuteveis e equipamentos de informaacutetica para entidades sem fins lucrativos

a fim de auxiliar na manutenccedilatildeo de seus projetos Em 2010 foram doados 796

moacuteveis que necessitavam de reparos e 54 computadores para 24 entidades de

Fortaleza e interior do estado

Arrecadaccedilatildeo por meio da conta de energia ndash O programa que completou

doze anos em 2011 prevecirc a arrecadaccedilatildeo de recursos doados por clientes por meio

da conta de energia e repasse para entidades Esses recursos satildeo autorizados

pelos clientes para desconto na proacutepria conta de energia Os interessados em

contribuir podem ir ateacute uma loja da distribuidora escolher uma das entidades

cadastradas a ser beneficiada e estipular uma quantia acima de R$ 100 Em 2011 a

arrecadaccedilatildeo de R$ 13072 mil em recursos doados por 261 mil clientes na conta de

energia foi repassada para 24 entidades que atendem puacuteblicos em elevado estado

52

de vulnerabilidade social Foram beneficiados hospitais casas de recuperaccedilatildeo de

dependentes quiacutemicos casas de apoio a idosos escolinhas de futebol entre outros

Visualiza-se acima alguns dos projetos realizados pela Coelce na aacuterea

social e ambiental projetos que tem melhorado a vida de muitas pessoas e evitado o

desperdiacutecio e consequentemente a melhoria do ambiente em que vivemos

Na seccedilatildeo seguinte apresenta-se a anaacutelise dos Balanccedilos Sociais da

Coelce dos anos de 2009 e 2010 a partir da utilizaccedilatildeo do modelo IBASE

53

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM

BASE NA MATRIZ IBASE

O Balanccedilo Social da empresa COELCE elaborado segundo a

metodologia IBASE apresenta dados e informaccedilotildees de dois exerciacutecios anuais que

por meio de uma tabela que deve ser publicado e amplamente divulgado pela

instituiccedilatildeo

Nos itens que seguem foi analisado o Balanccedilo Social dos periacuteodos de

2009 e 2010 com base na Receita Liacutequida Conforme pode ser observado no

Balanccedilo Social apresentado no Anexo B A anaacutelise foi realizada dividindo o balanccedilo

social em indicadores

Base de caacutelculo

A base de caacutelculo eacute formada por trecircs informaccedilotildees financeiras receita

liacutequida resultado operacional e folha de pagamento bruta ndash que servem de base de

caacutelculo percentual para grande parte das informaccedilotildees e dos dados apresentados

informando o impacto dos investimentos nas contas da empresa aleacutem de permitir a

comparaccedilatildeo entre empresas e setores ao longo dos anos

Quadro 9 Base de Caacutelculo

Base de caacutelculo 2010 valor (Mil reais) 2009 valor (Mil reais)

Receita liacutequida (RL) 2849706 2419287

Resultado operacional (RO) 662746 532005

Folha de pagamento bruta (FPB) 98036 95433

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Analisando o Balanccedilo Social dos periacuteodos de 2009 e 2010 a Receita

Liacutequida apresentou aumento no ano de 2010 em relaccedilatildeo a 2009 assim como o

Resultado Operacional e a Folha de Pagamento Bruta com crescimento de 15

19 e 3 respectivamente

Indicadores Sociais Internos

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo satildeo apresentados todos os investimentos

internos obrigatoacuterios e voluntaacuterios que a empresa realiza para beneficiar eou

atender ao corpo funcional (alimentaccedilatildeo encargos sociais compulsoacuterios previdecircncia

54

privada sauacutede seguranccedila e medicina no trabalho educaccedilatildeo cultura capacitaccedilatildeo e

desenvolvimento profissional creches ou auxiacutelio-creche participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados e outros)

Tabela 4 Indicadores Sociais Internos ndash ISI

2010 2009

Indicadores Sociais Internos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Alimentaccedilatildeo 6175 022 5999 025

Encargos sociais compulsoacuterios 28144 099 25412 105

Previdecircncia privada 8958 031 5405 022

Sauacutede 8076 028 7301 030

Seguranccedila e sauacutede no trabalho 491 002 479 002

Educaccedilatildeo 571 002 434 002

Cultura 90 0 000 89 0 000

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento

profissional

2648 009 2335 010

Creches ou auxiacutelio-creche 1266 004 1098 005

Participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados

8531 030 9544 039

Vale transporte 270 001 301 001

Esporte __ __ __ __

Outros 903 003 962 004

Total ndash Indicadores sociais

internos

66123 232 59358 245

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Quanto agrave anaacutelise dos Indicadores Sociais Internos - ISI dos periacuteodos de

2009 e 2010 de acordo com a Tabela 4 constituiacutedo a partir de informaccedilotildees

retiradas do Balanccedilo Social pode-se verificar que a maior participaccedilatildeo nos ISI coube

ao criteacuterio Encargos Sociais Compulsoacuterios que representaram R$ 28144 (vinte e

oito mil e cento e quarenta e quatro reais) enquanto que em 2009 representou R$

25412 (vinte e cinco mil quatrocentos e doze reais)

Quanto aos demais investimentos os que mais se destacam satildeo a

previdecircncia privada participaccedilatildeo nos lucros e sauacutede que tiveram dispecircndios em

2010 na ordem de R$ 8958 (oito mil novecentos e ciquenta e oito reais) R$ 8531

(oito mil quinhentos e trinta e um reais) R$ 8076 (oito mil e setenta e seis reais)

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

52

de vulnerabilidade social Foram beneficiados hospitais casas de recuperaccedilatildeo de

dependentes quiacutemicos casas de apoio a idosos escolinhas de futebol entre outros

Visualiza-se acima alguns dos projetos realizados pela Coelce na aacuterea

social e ambiental projetos que tem melhorado a vida de muitas pessoas e evitado o

desperdiacutecio e consequentemente a melhoria do ambiente em que vivemos

Na seccedilatildeo seguinte apresenta-se a anaacutelise dos Balanccedilos Sociais da

Coelce dos anos de 2009 e 2010 a partir da utilizaccedilatildeo do modelo IBASE

53

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM

BASE NA MATRIZ IBASE

O Balanccedilo Social da empresa COELCE elaborado segundo a

metodologia IBASE apresenta dados e informaccedilotildees de dois exerciacutecios anuais que

por meio de uma tabela que deve ser publicado e amplamente divulgado pela

instituiccedilatildeo

Nos itens que seguem foi analisado o Balanccedilo Social dos periacuteodos de

2009 e 2010 com base na Receita Liacutequida Conforme pode ser observado no

Balanccedilo Social apresentado no Anexo B A anaacutelise foi realizada dividindo o balanccedilo

social em indicadores

Base de caacutelculo

A base de caacutelculo eacute formada por trecircs informaccedilotildees financeiras receita

liacutequida resultado operacional e folha de pagamento bruta ndash que servem de base de

caacutelculo percentual para grande parte das informaccedilotildees e dos dados apresentados

informando o impacto dos investimentos nas contas da empresa aleacutem de permitir a

comparaccedilatildeo entre empresas e setores ao longo dos anos

Quadro 9 Base de Caacutelculo

Base de caacutelculo 2010 valor (Mil reais) 2009 valor (Mil reais)

Receita liacutequida (RL) 2849706 2419287

Resultado operacional (RO) 662746 532005

Folha de pagamento bruta (FPB) 98036 95433

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Analisando o Balanccedilo Social dos periacuteodos de 2009 e 2010 a Receita

Liacutequida apresentou aumento no ano de 2010 em relaccedilatildeo a 2009 assim como o

Resultado Operacional e a Folha de Pagamento Bruta com crescimento de 15

19 e 3 respectivamente

Indicadores Sociais Internos

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo satildeo apresentados todos os investimentos

internos obrigatoacuterios e voluntaacuterios que a empresa realiza para beneficiar eou

atender ao corpo funcional (alimentaccedilatildeo encargos sociais compulsoacuterios previdecircncia

54

privada sauacutede seguranccedila e medicina no trabalho educaccedilatildeo cultura capacitaccedilatildeo e

desenvolvimento profissional creches ou auxiacutelio-creche participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados e outros)

Tabela 4 Indicadores Sociais Internos ndash ISI

2010 2009

Indicadores Sociais Internos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Alimentaccedilatildeo 6175 022 5999 025

Encargos sociais compulsoacuterios 28144 099 25412 105

Previdecircncia privada 8958 031 5405 022

Sauacutede 8076 028 7301 030

Seguranccedila e sauacutede no trabalho 491 002 479 002

Educaccedilatildeo 571 002 434 002

Cultura 90 0 000 89 0 000

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento

profissional

2648 009 2335 010

Creches ou auxiacutelio-creche 1266 004 1098 005

Participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados

8531 030 9544 039

Vale transporte 270 001 301 001

Esporte __ __ __ __

Outros 903 003 962 004

Total ndash Indicadores sociais

internos

66123 232 59358 245

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Quanto agrave anaacutelise dos Indicadores Sociais Internos - ISI dos periacuteodos de

2009 e 2010 de acordo com a Tabela 4 constituiacutedo a partir de informaccedilotildees

retiradas do Balanccedilo Social pode-se verificar que a maior participaccedilatildeo nos ISI coube

ao criteacuterio Encargos Sociais Compulsoacuterios que representaram R$ 28144 (vinte e

oito mil e cento e quarenta e quatro reais) enquanto que em 2009 representou R$

25412 (vinte e cinco mil quatrocentos e doze reais)

Quanto aos demais investimentos os que mais se destacam satildeo a

previdecircncia privada participaccedilatildeo nos lucros e sauacutede que tiveram dispecircndios em

2010 na ordem de R$ 8958 (oito mil novecentos e ciquenta e oito reais) R$ 8531

(oito mil quinhentos e trinta e um reais) R$ 8076 (oito mil e setenta e seis reais)

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

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Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

53

6 ESTUDO DE CASO ANAacuteLISE DO BALANCcedilO SOCIAL DA COELCE COM

BASE NA MATRIZ IBASE

O Balanccedilo Social da empresa COELCE elaborado segundo a

metodologia IBASE apresenta dados e informaccedilotildees de dois exerciacutecios anuais que

por meio de uma tabela que deve ser publicado e amplamente divulgado pela

instituiccedilatildeo

Nos itens que seguem foi analisado o Balanccedilo Social dos periacuteodos de

2009 e 2010 com base na Receita Liacutequida Conforme pode ser observado no

Balanccedilo Social apresentado no Anexo B A anaacutelise foi realizada dividindo o balanccedilo

social em indicadores

Base de caacutelculo

A base de caacutelculo eacute formada por trecircs informaccedilotildees financeiras receita

liacutequida resultado operacional e folha de pagamento bruta ndash que servem de base de

caacutelculo percentual para grande parte das informaccedilotildees e dos dados apresentados

informando o impacto dos investimentos nas contas da empresa aleacutem de permitir a

comparaccedilatildeo entre empresas e setores ao longo dos anos

Quadro 9 Base de Caacutelculo

Base de caacutelculo 2010 valor (Mil reais) 2009 valor (Mil reais)

Receita liacutequida (RL) 2849706 2419287

Resultado operacional (RO) 662746 532005

Folha de pagamento bruta (FPB) 98036 95433

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Analisando o Balanccedilo Social dos periacuteodos de 2009 e 2010 a Receita

Liacutequida apresentou aumento no ano de 2010 em relaccedilatildeo a 2009 assim como o

Resultado Operacional e a Folha de Pagamento Bruta com crescimento de 15

19 e 3 respectivamente

Indicadores Sociais Internos

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo satildeo apresentados todos os investimentos

internos obrigatoacuterios e voluntaacuterios que a empresa realiza para beneficiar eou

atender ao corpo funcional (alimentaccedilatildeo encargos sociais compulsoacuterios previdecircncia

54

privada sauacutede seguranccedila e medicina no trabalho educaccedilatildeo cultura capacitaccedilatildeo e

desenvolvimento profissional creches ou auxiacutelio-creche participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados e outros)

Tabela 4 Indicadores Sociais Internos ndash ISI

2010 2009

Indicadores Sociais Internos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Alimentaccedilatildeo 6175 022 5999 025

Encargos sociais compulsoacuterios 28144 099 25412 105

Previdecircncia privada 8958 031 5405 022

Sauacutede 8076 028 7301 030

Seguranccedila e sauacutede no trabalho 491 002 479 002

Educaccedilatildeo 571 002 434 002

Cultura 90 0 000 89 0 000

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento

profissional

2648 009 2335 010

Creches ou auxiacutelio-creche 1266 004 1098 005

Participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados

8531 030 9544 039

Vale transporte 270 001 301 001

Esporte __ __ __ __

Outros 903 003 962 004

Total ndash Indicadores sociais

internos

66123 232 59358 245

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Quanto agrave anaacutelise dos Indicadores Sociais Internos - ISI dos periacuteodos de

2009 e 2010 de acordo com a Tabela 4 constituiacutedo a partir de informaccedilotildees

retiradas do Balanccedilo Social pode-se verificar que a maior participaccedilatildeo nos ISI coube

ao criteacuterio Encargos Sociais Compulsoacuterios que representaram R$ 28144 (vinte e

oito mil e cento e quarenta e quatro reais) enquanto que em 2009 representou R$

25412 (vinte e cinco mil quatrocentos e doze reais)

Quanto aos demais investimentos os que mais se destacam satildeo a

previdecircncia privada participaccedilatildeo nos lucros e sauacutede que tiveram dispecircndios em

2010 na ordem de R$ 8958 (oito mil novecentos e ciquenta e oito reais) R$ 8531

(oito mil quinhentos e trinta e um reais) R$ 8076 (oito mil e setenta e seis reais)

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

54

privada sauacutede seguranccedila e medicina no trabalho educaccedilatildeo cultura capacitaccedilatildeo e

desenvolvimento profissional creches ou auxiacutelio-creche participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados e outros)

Tabela 4 Indicadores Sociais Internos ndash ISI

2010 2009

Indicadores Sociais Internos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Alimentaccedilatildeo 6175 022 5999 025

Encargos sociais compulsoacuterios 28144 099 25412 105

Previdecircncia privada 8958 031 5405 022

Sauacutede 8076 028 7301 030

Seguranccedila e sauacutede no trabalho 491 002 479 002

Educaccedilatildeo 571 002 434 002

Cultura 90 0 000 89 0 000

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento

profissional

2648 009 2335 010

Creches ou auxiacutelio-creche 1266 004 1098 005

Participaccedilatildeo nos lucros ou

resultados

8531 030 9544 039

Vale transporte 270 001 301 001

Esporte __ __ __ __

Outros 903 003 962 004

Total ndash Indicadores sociais

internos

66123 232 59358 245

Fonte Adaptado de Coelce 2012

Quanto agrave anaacutelise dos Indicadores Sociais Internos - ISI dos periacuteodos de

2009 e 2010 de acordo com a Tabela 4 constituiacutedo a partir de informaccedilotildees

retiradas do Balanccedilo Social pode-se verificar que a maior participaccedilatildeo nos ISI coube

ao criteacuterio Encargos Sociais Compulsoacuterios que representaram R$ 28144 (vinte e

oito mil e cento e quarenta e quatro reais) enquanto que em 2009 representou R$

25412 (vinte e cinco mil quatrocentos e doze reais)

Quanto aos demais investimentos os que mais se destacam satildeo a

previdecircncia privada participaccedilatildeo nos lucros e sauacutede que tiveram dispecircndios em

2010 na ordem de R$ 8958 (oito mil novecentos e ciquenta e oito reais) R$ 8531

(oito mil quinhentos e trinta e um reais) R$ 8076 (oito mil e setenta e seis reais)

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

55

respectivamente enquanto que os criteacuterios cultura esporte e vale transporte

praticamente natildeo evidenciaram valor

A pesar dos resultados financeiros totais do ano de 2010 serem maiores

que em 2009 a mesma coisa natildeo acontece com os valores percentuais vemos que

os investimentos nos indicadores sociais internos foram menores em 2010 se

compararmos a receita liacutequida dos dois periacuteodos constatamos uma diminuiccedilatildeo do

percentual de 245 em 2009 para 232 em 2010 mostrando uma diferenccedila

negativa de 013

Indicadores Sociais Externos

Os ISE apresentam os investimentos voluntaacuterios da empresa cujo

puacuteblico-alvo eacute a sociedade em geral (projetos e iniciativas nas aacutereas de educaccedilatildeo

cultura sauacutede e saneamento esporte combate agrave fome e seguranccedila alimentar

pagamento de tributos e outros) Satildeo as accedilotildees sociais privadas realizadas por

empresas visando agrave sociedade ou agrave alguma comunidade externa relacionada direta

ou indiretamente com os objetivos ou interesses das corporaccedilotildees

Tabela 5 Indicadores Sociais Externos

2010 2009

Indicadores Sociais Externos Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Educaccedilatildeo 379 001 268 001

Coelce nos Bairros 336 001 222 001

Bauacute de Leitura 43 000 46 000

Cultura 12769 045 9509 039

Fundo Estadual da Cultura ndash FEC 3949 014 3878 016

Sistema Estadual de Cultura ndash

SIEC

5446 019 3243 013

Lei Rouanet 3374 012 2388 010

Esporte 834 003 248 001

Lei de Incentivo ao Esporte 834 003 248 001

Outros 184027 646 75579 312

Total das contribuiccedilotildees para a

sociedade

198009 695 85604 354

Tributos (excluiacutedos encargos 876910 3077 708335 2928

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

56

sociais)

Total ndash Indicadores sociais

externos

1074919 3772 793939 3282

Fonte Adaptado de Coelce 2012

A anaacutelise dos Indicadores Sociais Externos - ISE dos periacuteodos de 2009 e

2010 aponta que os maiores investimentos foram nos indicadores de tributos outros

e cultura com percentuais sobre a receita liacutequida em 2010 de 3077 646 e

045 respectivamente enquanto que em 2009 estes mesmos indicadores tiveram

percentuais de 2928 312 e 039 respectivamente entatildeo constatamos que o

percentual de investimentos foi maior em 2010

Constatamos que no ano de 2010 todos os indicadores tiveram

crescimento em seus investimentos no total dos indicadores externos vemos uma

variaccedilatildeo de 3772 em 2010 e 3282 em 2009 mostrando um crescimento

percentual positivo de 49

Indicadores Ambientais

Satildeo apresentados os investimentos da empresa para mitigar ou

compensar seus impactos ambientais e tambeacutem aqueles que possuem o objetivo de

melhorar a qualidade ambiental da produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa seja por meio

de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica seja por programas internos de educaccedilatildeo ambiental

Tambeacutem satildeo solicitados investimentos em projetos e accedilotildees que natildeo estatildeo

relacionadas com a operaccedilatildeo da companhia eacute um indicador qualitativo sobre o

estabelecimento e cumprimento de metas anuais de eco eficiecircncia

Tabela 6 Indicadores Ambientais

2010 2009

4 Indicadores Ambientais Valor (R$) Receita

Liacutequida

Valor (R$) Receita

Liacutequida

Investimentos relacionados com a

produccedilatildeo operaccedilatildeo da empresa

23376 082 10049 042

Investimentos em programas eou

projetos externos

19162 035 8528 035

Total dos investimentos em

meio ambiente

42538 149 18578 077

Fonte Adaptado de Coelce 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

57

De acordo com os dados da Tabela 6 eacute possiacutevel observar que a empresa

investiu em programasprojetos externos a empresa assim como se pode verificar

que a instituiccedilatildeo investiu mais de 10 e 23 mil reais em projetos internos nos anos de

2009 e 2010 respectivamente tendo um percentual sobre a receita liacutequida de 082

em 2010 e 042 em 2009 apresentando uma diferenccedila positiva de 040

Analisando a tabela 6 visualizamos pelo total dos investimentos

ambientais em 2010 que este valor mais que dobrou em relaccedilatildeo a 2009 Este

indicador teve um crescimento consideraacutevel obtendo percentuais em 2010 de 149

sobre a receita liacutequida enquanto que em 2009 foram de 077 portanto constata-se

um crescimento positivo de 072

Indicadores do Corpo Funcional

Nesta seccedilatildeo do balanccedilo aparecem as informaccedilotildees que identificam de que

forma se daacute o relacionamento da empresa com seu puacuteblico interno no que concerne

agrave criaccedilatildeo de postos de trabalho utilizaccedilatildeo do trabalho terceirizado nuacutemero de

estagiaacuterios(as) valorizaccedilatildeo da diversidade ndash negros(as) mulheres faixa etaacuteria e

pessoas com deficiecircncia ndash e participaccedilatildeo de grupos historicamente discriminados no

paiacutes em cargos de chefia e gerenciamento da empresa (mulheres e negros)

Tabela 7 Indicadores do Corpo Funcional

5 ndash Indicadores do Corpo Funcional 2010 2009

Nordm de empregados(as) ao fim do periacuteodo 1308 1298

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo 64 94

Nordm de desligamentos durante o periacuteodo 78 87

Nordm de empregados(as) terceirizados(as) 7261 7042

Nordm de estagiaacuterios(as) 193 184

Nordm de empregados acima de 45 anos 751 631

Nordm de mulheres que trabalham na empresa 305 296

de cargos de chefia ocupados por mulheres 26 26

Nordm de negros(as) que trabalham na empresa 344 356

de cargos de chefia ocupados por negros(as) 21 28

Nordm de portadores(as) de deficiecircncia ou necessidades

especiais

61 55

Fonte Adaptado de Coelce 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

58

A anaacutelise preliminar do Balanccedilo Social acima de matriz IBASE indica

alguns valores relevantes para serem avaliados no que tange a variaccedilatildeo vertical ou

seja a variaccedilatildeo do valor do investimento em determinado indicador e sua relaccedilatildeo

com a Receita Liacutequida ndash RL A anaacutelise seraacute realizada retirando-se um indicador das

tabelas 4 5 6 e 7 respectivamente fazendo-se a anaacutelise vertical destes indicadores

61 Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

O primeiro indicador analisado eacute a Participaccedilatildeo dos Empregados nos

Lucros Este eacute um Indicador Social Interno e a anaacutelise eacute mostrada na Figura 2

Figura 2 Anaacutelise do ISI - Participaccedilatildeo nos Lucros Fonte elaborado pela autora 2012

O valor global da participaccedilatildeo de empregados nos lucros no ano de 2010

teve um retrocesso de R$ 1013 Em relaccedilatildeo agrave Receita do Periacuteodo a participaccedilatildeo

que em 2009 foi de 039 em 2010 foi de 030 o que indica uma variaccedilatildeo

percentual negativa de 009

62 Indicadores Sociais Externos ndash Outros

O segundo indicador analisado pertence aos Indicadores Sociais Externos

e trata-se dos investimentos denominados ldquoOutrosrdquo e sua anaacutelise eacute mostrada na

Figura 3

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 1

Participaccedilatildeo de Empregados nos Lucros

2010 - R$ 8531 2009 - R$ 9544 AV 2010 - 030 2009 - 039 VARIACcedilAtildeO DE (009)

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

59

Figura 3 Anaacutelise de ISE ndash Outros

Fonte elaborado pela autora 2012

Pode-se perceber que ocorreu uma variaccedilatildeo positiva de R$ 10844800

do ano de 2009 para 2010 Esse valor torna-se significativo porque o valor desta

conta eacute mais que o dobro do ano anterior Verifica-se tambeacutem um aumento de

334 em relaccedilatildeo a 2009

Esta conta Outros engloba os diversos projetos sociais que a Coelce

realiza em prol da sociedade ela demonstra que estes investimentos vecircm crescendo

mostrando assim a preocupaccedilatildeo da empresa em realizar estes projetos

63 Investimentos em Meio Ambiente

O terceiro item relevante no estudo foram os Investimentos em Meio

Ambiente conforme mostrado na Figura 4 A anaacutelise vertical aponta um crescimento

de R$ 2396000 nos investimentos relacionados ao meio ambiente Isso revela um

crescimento de 072 em relaccedilatildeo a Receita mostrando que a Coelce tem

aumentado seus investimentos em meio-ambiente E haacute que se observar tambeacutem

que grande parte dos investimentos ambientais da Coelce estatildeo relacionados a

projetos que visam a diminuiccedilatildeo dos impactos ambientais negativos projetos

realizados tanto na comunidade interna como na externa

Figura 4 Anaacutelise - Meio-Ambiente

Fonte elaborado pela autora 2012

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 2 Ind Sociais Externos - Outros 2010 - R$ 184027 2009 - R$ 75579 AV 2010- 646 2009- 312 VARIACcedilAtildeO DE 334

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 3 Investimentos em Meio Ambiente 2010 - R$ 42538 2009 - R$ 18578 AV 2010 - 149 2009 - 077 VARIACcedilAtildeO DE 072

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64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

60

64 Nuacutemero de Empregados Portadores de Deficiecircncia

E o uacuteltimo indicador de relevacircncia analisado diz respeito aos Indicadores

do Corpo Funcional conforme mostra a Figura 5 Pode-se observar que houve um

aumento no nuacutemero de funcionaacuterios portadores de deficiecircncia fiacutesica de 6

empregados sendo que o percentual observado em 2009 era de 423 e em 2010

foi de 466 em relaccedilatildeo ao nuacutemero total de empregados

Constata-se atraveacutes desta anaacutelise que a Coelce ainda natildeo alcanccedilou os

iacutendices exigidos por lei mas ela estaacute trabalhando neste sentido

Do total de 1308 empregados da Companhia 61 satildeo portadores de deficiecircncia Ao final de 2010 a Companhia estava em fase de seleccedilatildeo e recrutamento de novos empregados para o cumprimento da quota exigida (COELCE 2012)

Segundo o Artigo 93 da Lei 8213 de 24 de julho de 1991 que dispotildee

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 5003 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Figura 5 Anaacutelise - Empregados Portadores de Deficiecircncia Fonte elaborado pela autora 2012

Lembrando que a Coelce possui um nuacutemero superior a mil funcionaacuterios

ela se enquadra no inciso IV e portanto deve possuir pelo menos 5 de

ANAacuteLISE VERTICAL

Indicador 4 Nordm de Empregados Portadores de Deficiecircncia 2010 - 61 2009 - 55 AV 2010 ndash 466 2009 ndash 423 VARIACcedilAtildeO DE 043

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

61

trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiecircncia que seria um nuacutemero em

torno de 66 funcionaacuterios

Tambeacutem haacute mais dois pontos relevantes que merecem apontamento aqui

que satildeo o percentual de Cargos de Chefia Ocupados por Mulheres que se manteve

constante em 26 e Cargos de Chefia ocupados por negros que teve uma

diminuiccedilatildeo passando de 28 em 2009 para 21 em 2010

Portanto os principais nuacutemeros revelados pelo Balanccedilo Social da Coelce

demonstram que a empresa tem se preocupado com o social e o meio ambiente

Atraveacutes de nuacutemeros constatamos que em diversos indicadores a empresa estaacute

aumentando seus investimentos para a melhoria da sociedade e meio ambiente e

que segundo seus uacuteltimos relatoacuterios de sustentabilidade divulgados o objetivo da

empresa parece estar cada vez mais direcionado ao aumento em investimentos e

em projetos voltados para a sociedade

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

62

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Tendo em vista que os problemas sociais tornam-se cada vez mais

evidentes A Responsabilidade Social desponta como instrumento que demonstra

essa aproximaccedilatildeo da empresa com a sociedade no que se refere a suas atuaccedilotildees

na aacuterea social

Embora o foco das empresas ainda continue sendo obter lucros muitas

delas estatildeo visualizando a importacircncia de agir com Responsabilidade Social fazendo

investimentos na comunidade em que ela estaacute inserida para a melhoria de

condiccedilotildees de seus funcionaacuterios e para a comunidade local

As empresas aleacutem de proporcionarem desenvolvimento econocircmico com

o objetivo de gerar riquezas tambeacutem tecircm a funccedilatildeo de serem agentes sociais e

como agentes sociais devem prestar contas das accedilotildees por elas desenvolvidas pois

a sociedade cada vez mais cobra respostas aos problemas socioeconocircmicos

decorrentes do desempenho operacional das organizaccedilotildees

Portanto evidencia-se a importacircncia deste tema devido a sua atualidade

e eacute atraveacutes da divulgaccedilatildeo deste instrumento que chamamos de Balanccedilo Social que

tanto a empresa como a sociedade pode avaliar com transparecircncia a qualidade das

relaccedilotildees entre as empresas e seus diferentes puacuteblicos

O Balanccedilo Social deve ser visto como um instrumento de gestatildeo para o

planejamento estrateacutegico das organizaccedilotildees tanto no setor puacuteblico como no setor

privado ele natildeo deve ser tido apenas como uma demonstraccedilatildeo contaacutebil mas sim

como um meio propulsor do desenvolvimento econocircmico e social

Dentro deste contexto o trabalho fazia a seguinte indagaccedilatildeo Qual a

contribuiccedilatildeo do Balanccedilo Social como instrumento de avaliaccedilatildeo do desempenho

socioambiental E a resposta podemos constatar ao longo de todo o trabalho e

especialmente no Estudo de Caso da empresa COELCE aonde vimos as vantagens

que as empresas obtecircm em elaborar o Balanccedilo Social e como este instrumento

contribui para que visualizemos todos os investimentos que as empresas fazem em

prol da sociedade e meio ambiente

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

63

As hipoacuteteses que foram propostas neste trabalho foram A praacutetica da

responsabilidade social e divulgaccedilatildeo do Balanccedilo Social eacute um diferencial competitivo

para as empresas O Balanccedilo Social como instrumento contaacutebil leva ao puacuteblico

interno e externo as accedilotildees socioambientais desenvolvidas pelas organizaccedilotildees O

Balanccedilo Social nos padrotildees IBASE pode ser adaptado a realidade de cada empresa

Ao longo da pesquisa constatou-se que as hipoacuteteses foram todas

positivas pois o Balanccedilo Social eacute um instrumento que se corretamente elaborado e

divulgado eacute um diferencial para a empresa que o elabora assim como eacute o meio pelo

qual visualizamos os diversos investimentos da empresa

O Balanccedilo Social da empresa COELCE revelou que no acircmbito social a

empresa tem grande preocupaccedilatildeo em investir em programas e projetos que

proporcionem melhores condiccedilotildees de trabalho para seus funcionaacuterios inclusive

investimentos na seguranccedila e sauacutede do trabalhador

Jaacute em relaccedilatildeo aos indicadores ambientais podemos observar atraveacutes do

Balanccedilo Social da empresa a quantidade de projetos que buscam desenvolver

mecanismos para amenizar os impactos ambientais que a natureza pode sofrer por

causa da atuaccedilatildeo humana

Nos indicadores funcionais constatou-se que a maior parte dos

funcionaacuterios da COELCE concentra-se na faixa etaacuteria acima de 45 anos mas

absorve tambeacutem empregados jovens fazendo assim um misto de experiecircncias em

seu quadro funcional mas neste indicador o que mais chama a atenccedilatildeo foram as

porcentagens dos quadros de chefia que demonstraram cargos chefiados por

mulheres e negros

O trabalho apresentado pocircde demonstrar a importacircncia deste

instrumento Balanccedilo Social desde a sua origem as vantagens para as empresas

que agem com Responsabilidade Social e como este instrumento se usado com

responsabilidade e transparecircncia pode gerar benefiacutecios natildeo soacute para a sociedade

mas tambeacutem para as organizaccedilotildees Portanto constata-se que o problema foi

respondido de forma satisfatoacuteria e que os objetivos propostos por este trabalho

foram alcanccedilados

64

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Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

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wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

64

REFEREcircNCIAS

Dias Reinaldo Responsabilidade Social Fundamentos e Gestatildeo Satildeo Paulo Atlas

2012

Dias Reinaldo Gestatildeo Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade Satildeo

Paulo Atlas 2009

FISCHER Rosa Maria FALCONER Andreacutes Estrateacutegias de Empresas no Brasil

Atuaccedilatildeo Social e Voluntariado Satildeo Paulo 1999

Guia para elaboraccedilatildeo de Balanccedilo Social e Relatoacuterio de Sustentabilidade Disponiacutevel

em wwwethosorgbr Acesso em 10 de setembro de 2012

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Guia de

elaboraccedilatildeo de relatoacuterio e balanccedilo anual de responsabilidade social empresarial Satildeo

Paulo 2009

LOURENCcedilO Alex Guimaratildees SCHRODER Deacutebora de Souza Vale Investir em

Responsabilidade Social Empresarial Stakeholders Ganhos e perdas Disponiacutevel

em wwwethosorgbrdocscomunidade acesso em 28 de setembro

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Fundamentos de Metodologia

Cientiacutefica Satildeo Paulo Atlas 2009

MARION Joseacute Carlos Anaacutelise das Demonstraccedilotildees Contaacutebeis Contabilidade

Empresarial Satildeo Paulo Atlas 2009

Pesquisa Accedilatildeo Social das Empresas Disponiacutevel em

wwwipeagovbracaosocialiniciohtml Acesso em 29 de agosto de 2012

Pesquisa bibliograacutefica Transcrevendo Conceitos e Citando Autores Disponiacutevel em

httpsilvanosulzartyblogspotcombr Acesso em 10 de setembro de 2012

Praacuteticas Empresariais de Responsabilidade Social Disponiacutevel em wwwethosorgbr

Acesso em 10 de setembro de 2012

65

REIS Carlos Nelson MEDEIROS Luiz Edgar Responsabilidade Social das

Empresas e Balanccedilo Social Satildeo Paulo Atlas 2012

Relatoacuterio Anual de Sustentabilidade 2010 Disponiacutevel em

wwwcoelcesitescombrsustentabilidaderelatorio Acesso em 12 de setembro de

2012

Responsabilidade Social das Empresas Percepccedilatildeo do Consumidor Brasileiro

Disponiacutevel em wwwakatuorgbr Acesso em 12 de setembro de 2012

TINOCO Joatildeo Eduardo Prudecircncio Balanccedilo Social e o Relatoacuterio da

Sustentabilidade Satildeo Paulo Atlas 2010

TORRES Ciro Um pouco da histoacuteria do Balanccedilo Social Disponiacutevel em

wwwbalancosocialorgbrcgicgiluaexesys Acesso em 12 de setembro de 2012

66

ANEXO A- Modelo de Balanccedilo Social (IBASE)

Balanccedilo Social Anual

Base de Caacutelculo 20XX Valor (mil reais) 20XX-1 Valor (mil reais)

Receita Liacutequida (RL)

Resultado Operacional (RO)

Folha de Pagamento Bruta (FPB)

2 Indicadores sociais internos Valor

(mil R$) Sobre

FPB Sobre

RL Valor

(mil R$) Sobre

FPB Sobre

RL

Alimentaccedilatildeo

Encargos sociais compulsoacuterios

Previdecircncia privada

Sauacutede

Seguranccedila e sauacutede no trabalho

Educaccedilatildeo

Cultura

Capacitaccedilatildeo e desenvolvimento profissional

Creches ou auxiacutelio-creche

Participaccedilatildeo nos lucros ou resultados

Outros

Total - Indicadores sociais internos

3 Indicadores sociais externos Valor

(mil R$) Sobre

FPB Sobre

RL Valor

(mil R$) Sobre

FPB Sobre

RL

Educaccedilatildeo

Cultura

Sauacutede e saneamento

Esporte

Combate agrave fome e seguranccedila alimentar

Outros

Total das contribuiccedilotildees para a sociedade

Tributos (excluiacutedos encargos sociais)

Total ndash Indicadores sociais externos

4 Indicadores ambientais Valor

(mil R$) Sobre

FPB Sobre

RL Valor

(mil R$) Sobre

FPB Sobre

RL

Investimentos relacionados com a produccedilatildeooperaccedilatildeo da empresa

Investimentos em programas eou projetos externos Total dos investimentos em meio ambiente

Quanto ao estabelecimento de metas anuais para minimizar

Resiacuteduos o consumo em geral na produccedilatildeooperaccedilatildeo e aumentar

a eficaacutecia na utilizaccedilatildeo de recursos naturais a empresa

67

Fonte adaptado de Tinoco (p 223 2010)

5 Indicadores do corpo funcional

Nordm de empregados (as) ao final do periacuteodo

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo

Nordm de empregados (as) terceirizados (as)

Nordm de estagiaacuterios (as)

Nordm de empregados (as) acima de 45 anos

Nordm de mulheres que trabalham na empresa

de cargos de chefia ocupados por mulheres

Nordm de negros (as) que trabalham na empresa

de cargos de chefia ocupados por negros (as)

Nordm de pessoas com deficiecircncia ou necessidades especiais

6 Informaccedilotildees relevantes quanto ao exerciacutecio da responsabilidade social

7 Outras informaccedilotildees

68

ANEXO B - Balanccedilo Social COELCE ndash 2010

69

70

71

67

Fonte adaptado de Tinoco (p 223 2010)

5 Indicadores do corpo funcional

Nordm de empregados (as) ao final do periacuteodo

Nordm de admissotildees durante o periacuteodo

Nordm de empregados (as) terceirizados (as)

Nordm de estagiaacuterios (as)

Nordm de empregados (as) acima de 45 anos

Nordm de mulheres que trabalham na empresa

de cargos de chefia ocupados por mulheres

Nordm de negros (as) que trabalham na empresa

de cargos de chefia ocupados por negros (as)

Nordm de pessoas com deficiecircncia ou necessidades especiais

6 Informaccedilotildees relevantes quanto ao exerciacutecio da responsabilidade social

7 Outras informaccedilotildees

68

ANEXO B - Balanccedilo Social COELCE ndash 2010

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70

71

68

ANEXO B - Balanccedilo Social COELCE ndash 2010

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70

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69

70

71

70

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