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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA OS DESAFIOS DA GESTÃO DE ESTOQUES DAS EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS CREOCI APARECIDA VIEIRA PAULA ALINE SCALA SEBRIAN RODRIGO DA SILVA BASTOS PALMITAL 2.013

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA … · desde a aquisição de materiais, passando pela produção, estoque, sistema de informação, transporte, armazenagem e os

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA

OS DESAFIOS DA GESTÃO DE ESTOQUES DAS EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS

CREOCI APARECIDA VIEIRA PAULA ALINE SCALA SEBRIAN RODRIGO DA SILVA BASTOS

PALMITAL 2.013

CREOCI APARECIDA VIEIRA PAULA ALINE SCALA SEBRIAN RODRIGO DA SILVA BASTOS

OS DESAFIOS DA GESTÃO DE ESTOQUES DAS EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado à ETEC Professor Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Logística. Orientador: Professora Valdiza Maria do Nascimento Fadel

PALMITAL 2.013

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA

CREOCI APARECIDA VIEIRA PAULA ALINE SCALA SEBRIAN RODRIGO DA SILVA BASTOS

OS DESAFIOS DA GESTÃO DE ESTOQUES DAS EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS

APROVADO EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________________ VALDIZA MARIA DO NASCIMENTO FADEL – ORIENTADORA

__________________________________________________________ RANDAL DO VALE ORTIZ – EXAMINADOR

DEDICATÓRIA

Dedicamos esse trabalho primeiramente a Deus que nos deu a dádiva da vida, por ter nos dado ânimo e força nos momentos de dificuldade, por ter nos iluminado nas decisões mais difíceis e por ter trilhado junto a nós o caminho correto. Às nossas famílias pelo apoio, pelo incentivo para que não desistíssemos no meio da batalha. Aos professores e amigos, pelo companheirismo, ajuda, cumplicidade e por ter vencido mais essa batalha conosco.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos às manifestações de carinho e apreço, recebidas de todos os

colegas da ETEC Prof. Mário Antonio Verza, os quais foram nossa maior fonte de

luz inspiradora e de apoio para o sucesso deste trabalho.

Nosso muito obrigado também a nossa orientadora, a Professora Valdiza

Maria do Nascimento Fadel, pelo auxílio seguro e oportuno durante todo o processo

de orientação deste trabalho, pois aliado à sua experiência profissional e intelectual,

todas as dicas e instruções foram imprescindíveis para o desenvolvimento e

conclusão deste trabalho.

Também agradecemos aos nossos familiares por nos terem apoiado e

entendido a nossa ausência, não só durante as aulas, mas especialmente durante o

processo de desenvolvimento deste trabalho.

Enfim, a todos, o nosso grande muito obrigado!

EPÍGRAFE “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.”

(Charles Chaplin)

“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.”

(Albert Einstein)

RESUMO Tendo em vista que a logística das embalagens de agrotóxicos é um problema cada vez mais recorrente na sociedade moderna, pois pode ocasionar diversos danos para o meio ambiente e para o ser humano, o presente trabalho mostra a importância de conscientização de produtores rurais acerca do manejo adequado desse tipo de embalagem, principalmente na ineficiência decorrente do processo de estocagem, tanto de produtos novos, quanto de embalagens vazias, apresentando as normas e legislação vigentes e da importância do cumprimento das mesmas. Haja vista a grande área agricultável existente na região, o objetivo geral desta pesquisa é fazer um levantamento acerca das formas de armazenamento utilizadas pelos produtores rurais na Comarca de Palmital, e por meio de pesquisas teóricas em livros e na internet para disponibilizar informações sobre a importância do gerenciamento adequado das embalagens de agrotóxicos em todo ciclo logístico, ou seja, desde o processo de fabricação até a logística reversa das embalagens vazias. Palavras-chave: Agrotóxico; Logística; Estoque; Legislação; Meio ambiente.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Armazenagem de embalagens de agrotóxicos ........................................24

Figura 2 - Destinação das embalagens vazias de agrotóxicos .................................25

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EPI – Equipamento de Proteção Individual

MVR – Maior Valor de Referencia

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 11

1.1 OBJETIVO ...............................................................................

1.2 Procedimento metodológico.....................................................

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................

11

11 13

2.1 A HISTÓRIA DA LOGÍSTICA........................................................................ 13

2.1.1 A Evolução da Logística ............................................................................

2.1.2 A Logística no Brasil ..................................................................................

2.2 A GESTÃO DE ESTOQUE E CONCEITOS GERAIS ..................................

2.2.1 Tipos de estoque .......................................................................................

2.2.2 Tipos de demanda .....................................................................................

2.3 DESAFIOS DA GESTÃO DE ESTOQUE .....................................................

13

14 16 16 18 18

3 PESQUISA DE CAMPO................................................................. 23

3.1 A COMARCA DE PALMITAL......................................................................... 23

3.2 A GESTÃO DE ESTOQUE NA PEQUENAS?? PROPRIEDADES RURAIS NA COMARCA DE PALMITAL ...........................................................................

23

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 26

REFERÊNCIAS ................................................................................ 27

APÊNDICES ..................................................................................... 28

11

1 INTRODUÇÃO

O aumento da demanda de mercado e da proliferação de pragas nas lavouras

têm demandado quantidades cada vez maiores do uso de agrotóxicos na agricultura

para garantir a produtividade das propriedades rurais, o que desencadeia impactos

inevitáveis no meio ambiente e na saúde da sociedade de uma forma geral. Isto

porque, mesmo existindo legislações regulamentadoras, muitos agricultores não

efetuam o manuseio das embalagens de agrotóxicos de maneira adequada.

Desta forma, apesar dos benefícios produtivos trazidos pelo uso de agrotóxicos

na agricultura, é fundamental que os produtores rurais atuem de forma sustentável,

manuseando adequadamente as embalagens de agrotóxicos em todo ciclo logístico,

ou seja, desde o planejamento da compra, estocagem, uso, até o descarte das

embalagens vazias. Caso contrário, os impactos ambientais e aos seres humanos

podem ser irreversíveis.

O descarte incorreto das embalagens no meio ambiente pode ser evitado

enviando as embalagens vazias até um ponto de coleta o qual vem descrito na nota

fiscal no ato da compra, caso contrário o meio ambiente e os seres humanos podem

sofrer sérias consequências que na pior das hipóteses pode levar até a morte.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral do presente trabalho é fazer um levantamento acerca das

formas de armazenamento utilizadas pelos produtores rurais na Comarca de

Palmital, Estado de São Paulo. Os objetivos específicos são:

a) Buscar informações sobre a Região de Palmital

b) Fazer uma pesquisa de Campo acerca das formas de Armazenamento de

produtos fitossanitários na Região de Palmital.

c) Pesquisar sobre as formas de descarte correto das embalagens com base

na Legislação vigente.

d) Finalmente, com base nos resultados gerais da pesquisa, será elaborada

uma campanha de conscientização básica direcionada aos agricultores e seus

colaboradores sobre os riscos provenientes do armazenamento inadequado de

agrotóxicos e da necessidade do descarte correto de embalagens seguindo a

Legislação, a qual poderá ser utilizada futuramente.

12

1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a elaboração deste trabalho foram feitas pesquisas bibliográficas para o

levantamento de conceitos sobre o assunto. Também foram feitas pesquisas na

internet com finalidade de buscar atualizações na Legislação que trata sobre a

destinação correta de fitossanitários. Além disso, foi realizada uma pesquisa de

campo com um questionário com 05 perguntas quantitativas com base no

armazenamento e descarte correto de produtos fitossanitários, que foi aplicado junto

a 20 agricultores da Região de Palmital, o que foi fundamental para a elaboração da

campanha de conscientização aos agricultores e seus colaboradores.

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2 FUNDAMENTALÇÃO TEÓRICA

A seguir, são apresentadas e comparadas as ideias dos principais autores

sobre o tema, tais como: Ching, Gelmini, Pozo, Russo, Mathias, Lourenço, Lima,

Ferreira, Dias, Andav e Andef.

2.1 A HISTÓRIA DA LOGÍSTICA

A Logística pode ser definida como um processo holístico de gestão

empresarial, que trata da otimização dos recursos organizacionais desde a compra

de insumos até a preocupação com os resíduos empresariais gerados pelo processo

produtivo ou de consumo de produtos ou serviços.

A logística é um conjunto de ações que começa conforme as necessidades do

mercado e dos produtos e serviços, que começa no fornecimento de matéria-prima e

termina no produto final, sendo ele produto ou serviço, englobando preocupações

desde a aquisição de materiais, passando pela produção, estoque, sistema de

informação, transporte, armazenagem e os centros de distribuição. (CHING, 2010).

Portanto a administração de materiais e o planejamento são pontos

necessários para o controle da logística.

No contexto proposto, Pozo (2010, p.1), afirma que:

A abordagem logística tem como função estudar a maneira como a administração pode otimizar os recursos de suprimentos, estoques e administração dos produtos e serviços com que a organização se apresenta ao mercado por meio de planejamento, organização e controle efetivo de suas atividades correlatas, flexibilizando os fluxos dos produtos.

Assim, a logística é uma área do conhecimento fundamental para toda

organização, pois possibilita aos gestores saber o que, como e quanto produzir,

visando minimizar custos para atender as necessidades do mercado.

2.1.1 A evolução da logística

A História da Logística começou com as necessidades de armazenamentos

de água e alimentos na Segunda Guerra Mundial.

O conceito de logística, existente desde a década de 40, foi utilizado pelas Forças Armadas norte-americanas. Ele relacionava-se com todo o processo de aquisição e fornecimento de materiais durante a Segunda Guerra Mundial, e foi utilizado por militares americanos para entender a todos os objetivos de combate da época. (CHING, 2010, p. 1)

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A logística vem evoluindo ao longo dos anos, sendo direcionada para atender

as necessidades dos clientes. Ballou apud Ching (2010, p.12) ressalta que:

O tempo da Logística está chegando e uma nova ordem das coisas está começando. Isto irá demandar ótima administração para que as empresas se tornem mais competitivas, tenham sistemas logísticos mais eficientes e eficazes, proporcionando melhor padrão de vida para todos e tornando-se, dessa forma, vital para a economia e para a empresa como uma entidade individual. Em sua evolução histórica, a logística tem dispensado tratamento fragmentado às várias atividades de movimentação de materiais e informações nas empresas. No entanto, todas essas atividades procuravam contribuir com a melhoria dos fluxos ao longo de toda a organização, assim como melhorar os principais vínculos com fornecedores e clientes. A necessidade de compatibilizar todas as atividades para atingir o objetivo desejado permitiu que por si só elas fossem integrando-se umas às outras. A primeira integração parcial se originou de dois grandes subsistemas: o de materiais e o de distribuição física, ficando claro que a logística significa, essencialmente, planejamento e gestão de fluxos físicos e informacionais.

Neste sentido, em função do aumento das exigências dos clientes, a logística

deixou de ser uma ação isolada para assumir uma perspectiva integrada e essencial

para a competitividade organizacional. De acordo com Ching (2010, p.3), “Para que

uma empresa possa sobreviver em um ambiente turbulento, precisa oferecer

resultados em quantidade, variedade, qualidade, preços e prazos compatíveis com

as necessidades e expectativas dos clientes”.

Partindo deste pressuposto, para que a organização se sobressaia aos olhos

dos clientes é necessário que ela se diferencie dos concorrentes oferecendo o

menor preço, com qualidade no tempo correto, satisfazendo o cliente e

proporcionando um maior retorno para a empresa, e de acordo com a visão de

Pozo, (2010), a maior preocupação das empresas modernas é a vantagem

competitiva sustentável, pois o sucesso dos produtos não é duradouro, onde as

empresas tem que estar sempre inovando.

Contudo, apesar da inconteste importância do assunto para a competitividade

mercadológica, no Brasil a logística ainda vem passando por um lento processo de

desenvolvimento.

2.1.2 A Logística no Brasil

Atualmente a logística Brasileira enfrenta muitas dificuldades e está muito longe

de alcançar pleno desempenho. Entretanto, de acordo com Figueiredo apud

Mathias(2013, p.3):

Nos últimos anos, a logística no Brasil passou por profundas transformações em direção a maior sofisticação. Essas transformações são

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evidenciadas em de referentes aspectos, sejam eles relacionados à estrutura organizacional, às atividades operacionais, ao relacionamento com os clientes, ou às questões financeiras. Por exemplo, numa proporção cada vez maior de empresas, o principal executivo de logística situa-se nos mais altos níveis hierárquicos. Por outro lado, o escopo das operações logísticas já ultrapassou claramente as fronteiras clássicas do transporte e da armazenagem.

Dentre muitos gargalos, o principal problema no país é a falta de investimento

no setor logístico em modais diversificados para a movimentação e escoamento de

produtos de forma eficiente e eficaz.

Os modais de transporte existentes, como explica Pozo (2010, p. 183) são:

* Ferroviário: Alto custo fixo em equipamentos, terminais, vias férreas com custo variável baixo. * Rodoviário: Custo fixo baixo (rodovias estabelecidas e construídas com fundos públicos). Custo variável médio. * Aquaviário: Custo fixo médio (navios e equipamentos). Custo variável baixo (capacidade para transportar grande quantidade de tonelagem). * Dutoviário: Custo fixo mais elevado (direitos de acesso, construção, requisitos para controles das estações e capacidade de bombeamento). Custo variável mais baixo (nenhum custo com mão de obra de grande importância). * Aeroviário: Custo fixo alto (aeronaves, manuseio e sistemas de cargas). Alto custo variável (combustível, mão de obra e Manutenção).

De acordo com Pozo (2010, p.164), ”No Brasil, a utilização dos modais de

transportes está assim distribuída: rodoviário, 57,5%, ferroviário, 21,2%, hidroviário,

17,4%, dutoviário, 3,5% e aéreo, 0,3%”.

Portanto, o modal mais utilizado no Brasil é o rodoviário, porém para as

organizações o importante é o aproveitamento do transporte de ida e volta para uma

melhor ergonomia no preço do frete, e segundo Ferreira (2013, p.1),

A parcela significativa das estradas nacionais apresenta um estado incipiente com relação à conservação e condições de rodagem, o que corresponde a algo em torno de 78% das vias em estado de conservação considerado ruim a péssimo. O roubo de cargas contabiliza mais de meio bilhão de reais em perdas anuais, sem contar com a elevada idade média da frota em circulação. Soma-se a estes fatos a alta carga tributária brasileira, que aumenta os custos de qualquer investimento em logística.

Contudo, a economia agrícola brasileira, apesar do grande potencial de

crescimento, tem sofrido os impactos negativos provindos da ineficiência logística do

país, visto que esta função administrativa está intimamente atrelada à capacidade

competitiva das empresas.

Segundo Rodrigues apud Lourenço, Lima (2009, p. 1):

O país possui 22% das terras agricultáveis do mundo, além de elevada tecnologia utilizada no campo, dados estes que fazem do agronegócio brasileiro um setor moderno, eficiente e competitivo no cenário

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internacional. Todo esse cenário brasileiro atual do agronegócio enquadra-se em uma evolução que remonta ao século XVI. Com isso, faz-se mister ressaltar seus antecedentes históricos até o cenário atual.

Em contrapartida, de acordo com o site Avicultura Industrial (2013, p. 1):

Gargalos logísticos e de armazenagem têm prejudicado o setor agrícola, com destaque para as produções de soja, milho e algodão. Por exemplo, enquanto na China cerca de 8,3% do PIB é direcionado para investimentos logísticos, o Brasil investe apenas 1,7% do PIB no setor, montante notadamente insuficiente, especialmente se considerada a pouca eficiência na gestão dos recursos.

Além disso, a Logística, principalmente a armazenagem de agrotóxicos

precisa atender a Legislação vigente, o que faz com que os desafios logísticos dos

agricultores sejam ainda maiores, principalmente acerca da gestão de estoque das

embalagens de agrotóxicos, que representam riscos ambientais sistêmicos para a

sociedade de um modo geral.

2.2 GESTÃO DE ESTOQUE: CONCEITOS GERAIS

Uma boa gestão de estoque significa cuidar dos recursos materiais da

organização, evitando excedo ou a falta no atendimento do processo produtivo de

maneira eficiente e eficaz, os quais ajudarão a organização a gerar receita

futuramente. De acordo com Pozo (2010, p. 25):

Cabe a esse setor o controle das disponibilidades e das necessidades totais do processo produtivo, envolvendo não só os almoxarifados de matérias-primas e auxiliares, como também os intermediários e os de produtos acabados. Seu objetivo não é deixar faltar material ao processo de fabricação, evitando alta imobilização aos recursos financeiros.

Desta forma, os estoques devem atender as necessidades da empresa para

que a mesma possa atender as necessidades de seus clientes no tempo adequado,

fazendo com que a gestão de estoque seja um fator decisivo para que o produtor

rural possa controlar o fluxo de embalagens de agrotóxicos utilizados na

propriedade, e a partir deste controle, buscar formas de gestão que possam

efetivamente atender a Legislação.

2.2.1 Tipos de estoque

Uma organização pode ter diversos tipos de estoque, que poderão variar em

função do ramo de atuação, e o conhecimento acerca dessa variação é fundamental

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no estabelecimento das políticas de gerenciamento a serem adotados por cada

organização.

De acordo coma ideia proposta por Ching (2010), os estoques podem ser

classificados em: matéria-prima, produtos em processo, materiais de embalagem,

produto acabado e suprimentos complementares, visando atender a demanda com

qualidade.

Já Pozo (2010) possui uma concepção mais ampla sobre os tipos de

estoques, na qual eles podem ser classificados em: almoxarifado de matérias-

primas, que são os materiais que serão agregados ao produto final na linha de

produção; Almoxarifado de materiais auxiliares, que interferem e ajudam na

produção participando da transformação da matéria-prima, porém sem se agregar

ao produto; Almoxarifado de manutenção, que faz jus ao nome, pois é o estoque de

materiais para manutenção dos maquinários ou escritório ou mesmo das instalações

da organização; Almoxarifado intermediário, que é o material ou serviço que está em

processo de produção; Almoxarifado de acabados, que são os produtos terminados

prontos para o cliente ou para irem ao estoque, considerando que produto parado

em estoque gera maior custo e corre risco de perda ou desvalorização.

Na propriedade rural, os defensivos agrícolas podem ser enquadrados no

almoxarifado de manutenção, pois são utilizados no controle de pragas afim de uma

melhor produtividade gerando melhor renda ao agricultor. Vale ressaltar que os

agrotóxicos podem ser considerados estoque de produtos fitossanitários ou

agroquímicos, os quais devem seguir normas especificas e seguir regras de

localização adequadas, conforme Andef (2010, p. 7) propõe:

Recomenda-se numa zona industrial ou rural (exceto próximo de indústria de produtos alimentícios), distante de área residencial (hospitais, escolas, igrejas, bancos, ruas, avenidas movimentadas etc.) obedecendo às posturas municipais dos órgãos responsáveis pela localização das edificações. Respeitar uma distância mínima de 10 metros entre edificações, para facilitar a movimentação de veículos e ventilação.

Seguindo as regras de localização, deve atentar-se às documentações

necessárias para instalação de um estoque de agrotóxicos, por conta do risco que

apresenta. Alguns documentos são indispensáveis, sendo que os tipos de

documentos podem variar de estado para estado ou até mesmo de município para

município. De acordo com Andef (2010, p. 7): “Os documentos exigidos podem

variar em função de diferentes legislações municipais e estaduais, sendo assim, é

importante informar-se antes de iniciar o empreendimento”.

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Para que tudo isso progrida é necessário um bom gestor de estoques, que

deverá conhecer a Legislação vigente, bem como os tipos de estoque que a

organização possui e também a demanda do mercado, pois será a partir dela que os

níveis de estoques serão definidos e as políticas de gerenciamento serão

implementadas.

2.2.2 Tipos de demanda

A demanda tem como finalidade o atendimento do pedido dos clientes, ou seja,

atender o abastecimento do processo produtivo, e Ching (2010, p.21) completa que:

A função do gerenciamento da demanda é colear e agregar as demandas das necessidades de produtos. A fonte de tais dados torna-se possível pelos pedidos reais e previstos de clientes, pedidos das filiais, necessidades interfábricas, necessidades de lançamentos de produtos, necessidades promocionais etc.

A previsão de demandas permite aos administradores de uma organização

antever o futuro e planejar o estoque conforme as necessidades do mercado.

Há vários tipos de demandas, sendo elas: Permanente, sazonal, irregular e

dependente. A primeira ocorre quando os estoques requerem ressuprimentos

contínuos ou periódicos; A sazonal é o estoque que segue o ciclo anual e da moda,

ou seja, produtos com ciclo de vida muito curto; A irregular são os estoques de

produtos que são vendidos raramente e de projeção difícil; A dependente ocorre

quando é possível prever quando e quanto comprar ou produzir e pode ser

determinado com precisão. (DIAS, 2010).

Para Ching (2013, p. 21): “O controle consiste no registro dos dados reais,

correspondentes aos planejados mencionados”.

Assim, com todos os tipos de demandas sendo analisados corretamente é

possível que haja acuracidade entre o atendimento do processo produtivo e a

quantidade de produtos em estoque, afinal o planejamento da produção depende do

planejamento que a demanda apontará.

2. 3 DESAFIOS DA GESTÃO DE ESTOQUE DE AGROTÓXICOS

Os estoques de agrotóxicos hoje são indispensáveis nas propriedades rurais,

pois é através deles que se consegue maior produtividade, um produto com

qualidade e uma maior renda ao agricultor. O cuidado com a lavoura é de extrema

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importância, pois favorece não somente a quem planta, mas também a quem

consome como explica Alves Filho (2002, p. 23, 24):

A utilização de substancias química como forma de controle ou eliminação dos problemas decorrentes dos ataques de pragas e doenças nas plantas cultivadas e nos animais de criação pode ser identificada em registros que remontam á Antiguidade Clássica. Escrituras gregas e romanas de mais de 3.000 anos já mencionavam o uso de produtos químicos como o arsênico, utilizado para o controle de insetos. Assim ao final do século XIX e nas três primeiras décadas do século XX ocorre um grande avanço no uso de produtos químicos para a proteção de plantas contra pragas e doenças, produtos estes basicamente constituídos por compostos inorgânicos a base de flúor, arsênico, mercúrio, selênio, chumbo, bórax, sais de cobre e zinco, os quais vieram a compor a primeira geração dos agrotóxicos.

Além disso, o uso dos fitossanitários promovem outras melhorias, das quais

Alves Filho (2002, p. 27,28) destaca alguns argumentos principais favoráveis ao uso

de agrotóxicos:

a) Agrotóxicos salvam vidas (controle de doenças transmitidas por vetores); b) Agrotóxicos aumentam a disponibilidade de alimentos e diminuem seus custos (estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA apontam que, se os herbicidas a base de triazinas, largamente utilizados na cultura do milho, fossem banidos, ocorreria uma diminuição na ordem de 8% da área cultivada a cada ano, aumentado os preços em cerca de 31%); c) Agrotóxicos aumentam o lucro dos agricultores (nos EUA 42% da produção potencial de alimentos é destruída pela ação de pragas e doenças que atacam as culturas antes e após colheita); d) Agrotóxicos funcionam melhor e mais rápido que alternativas (em comparação com outras medidas alternativas de controle de pragas, os agrotóxicos controlam a maioria das pragas de forma mais rápida, a custos mais baixos, com um relativo efeito residual, apresentando segurança quando aplicados adequadamente); e) Produtos mais seguros e efetivos estão continuamente sendo desenvolvidos (avanços nas técnicas de engenharia genética e biotecnologia também melhoram a eficiência dos produtos).

Contudo, apesar de sua eficiência e eficácia no combate de pragas, é

fundamental que haja a preocupação com o gerenciamento de seus continentes

(embalagens) conforme Leis ambientais vigentes, e segundo Andav (2004, p. 23):

“Independentemente das dimensões das embalagens, as quantidades limitadas são

estabelecidas em função da classificação dos produtos fitossanitários e do grupo de

embalagem”.

Os desafios para uma boa gestão de estoque de agrotóxicos começa desde a

fabricação, e alguns cuidados devem ser tomados para não contrariar a legislação

vigente.

O primeiro ponto a ser considerado diz respeito à gestão das embalagens de

agrotóxicos vazias, pois o descarte das mesmas não começa quando se esvazia a

20

embalagem, mas sim no momento em que ele é produzido, pois o fabricante tem a

obrigação de recolher todo o material que sai da empresa.

Contando com todos os cuidados, do transporte a armazenagem de

agrotóxicos, várias normas devem ser seguidas a risca para um acondicionamento

de qualidade, mesmo quando a estocagem é feita em pequenas quantidades. Para

garantir um armazenamento seguro é necessário seguir algumas normas, como por

exemplo, manter os produtos sempre nas embalagens originais, manter em estoque

somente a quantidade prevista para uso em curto prazo e nunca armazenar restos

de produtos sem as correspondentes tampas ou com vazamentos.

Os estoques são de suma importância para qualquer ramo empresarial, e o

mesmo precisa de uma disposição que facilite sua movimentação, ou seja, também

é necessário pensar no arranjo físico do ambiente em que este tipo de produto será

armazenado. Sobre o assunto, Russo (2009, p.21), explica que: “Para que um item

estocado possa ser encontrado rapidamente, é fundamental um layout e um sistema

planejado de localização, com identificação e codificação inteligentes”. Também é

necessário um planejamento, estoques nas medidas corretas, com ventilação

adequada e os produtos sobre paletes com fácil acesso.

Os cuidados continuam no transporte, pois há uma legislação que deve ser

seguida que trata do transporte de produtos perigosos. No ato do transporte é

necessário também as especificações dos produtos transportados na nota, como

registros e deve ser anexada à nota uma ficha de emergência contendo todas as

especificações do produto, além de material de primeiros socorros e matérias que

possam ser utilizados em caso de acidente, como pá e enxada. Sobre o assunto,

Andav e Andef (2010, p.1), explicam que:

Transportar produtos fitossanitários é uma tarefa de alta responsabilidade e exige que sejam tomadas várias medidas de prevenção para diminuir o risco de acidentes em vias urbanas e aumentar as chances de sucesso numa tarefa de atendimento de emergência. São medidas que visam proteger a integridade física das pessoas e preservar o meio ambiente.

No estoque da revenda onde esse produto será condicionado devem ser

tomadas uma série de cuidados em conformidade com a legislação vigente, que irá

depender da região onde a empresa estiver situada. Por exemplo, o piso deve ter

uma camada protetora para que se caso haja vazamento não contamine o lençol

freático, deve ter barreira de contenção, que é o que limita a quantidade de produto

que pode ser armazenada em determinado local, pois caso venha a ocorrer

21

acidentes como vazamento ou incêndios a barreira impedirá que os produtos vazem

de dentro do estoque, deve ter ventilação adequada, iluminação entre outros.

No ato da compra é necessário que um engenheiro agrônomo emita e assine

um receituário onde conste o número da nota fiscal, para que tipo de cultura tal

produto deve ser usado e a dosagem a ser aplicada. No transporte do produto da

revenda até a propriedade o produtor ou o transportador deve ter consigo a nota

fiscal seguindo todas as normas como no transporte da fábrica para a revenda.

A armazenagem deve ser realizada seguindo todos os parâmetros

estabelecidos em lei exatamente como na revenda, pois caso haja fiscalização na

propriedade e o fiscal encontre irregularidades no armazém ou no manuseio como

falta de EPIs (Equipamento de Proteção Individual), certamente o dono da

propriedade será autuado.

Após o uso dos produtos, o desafio continua, pois é onde começa o ciclo de

retorno das embalagens vazias. As embalagens logo após a utilização devem ser

feita a tríplice lavagem e logo após ter os fundos furados para que não ocorra o

reaproveitamento da mesma, evitando diversos problemas como intoxicações de

humanos, animais e outros tipos de contaminação, mas nem toda embalagem tem a

necessidade de ser lavada ou furada, como por exemplo, os produtos que têm por

seus continentes sacos plásticos que podem ser enterrados ou incinerados como

explica Gelmini (1991, p. 523) no artigo 46 da Lei nº 7.802 de 11 de julho de 1.989

que diz:

O descarte de embalagens e resíduos de agrotóxicos e afins deverá atender as recomendações técnicas apresentadas na bula, relativas aos processos de incineração, enterro e outros, observadas as exigências dos setores de saúde, agricultura e meio ambiente.

Após a lavagem das embalagens, as mesmas devem ser conduzidas para um

estoque que seja autorizado a receber esses tipos de embalagens. Normalmente os

lugares de devolução mais próximos às revendas estão discriminados na nota fiscal

de compra, após a entrega o local receptor dessas embalagens deve emitir um

recibo ou comprovante de entrega das mesmas e só assim o produtor se livra da

responsabilidade socioambiental.

Dessa forma, várias Leis ambientais em vigor abordam as responsabilidades

de agricultores que utilizam agrotóxicos, das indústrias que o produzem e das

revendas que o comercializam. Responsabilidades essas que não focam somente

22

os agrotóxicos em si, mas principalmente a disposição das embalagens dos mesmos

depois de utilizados, e que, caso haja alguma irregularidade ou descumprimento da

legislação, os infratores estarão sujeitos a penalidades.

De acordo com o Art.74 da Lei 7.802 de 11 de julho de1989 apud Gelmini (1991,

p.534):

A aquele que produzir, comercializar, transportar, aplicar agrotóxicos, seus componentes e afins, ou prestar serviços na sua aplicação descumprindo as exigências estabelecidas nas leis e nos seus regulamentos, ficará sujeito à penalidade de reclusão de 2(dois) a 4(quatro) anos e multa de 100(cem) a 1.000(mil) MVR, em casa de culpa, será punido com pena de reclusão de 1(um) a 3(três) anos e multa de 50(cinquenta) a 500(quinhentos) MVR.

Portanto, para que o proprietário rural não tenha problemas devido à falta de

cumprimento da Legislação que ocorre em multa sendo o Maior Valor de Referencia

(MVR), é necessário que os estoques sejam geridos adequadamente. Tanto de

embalagens cheias, quanto de embalagens vazias, ou seja, de produtos já

utilizados.

23

3 PESQUISA DE CAMPO

Neste capítulo são apresentados os resultados da pesquisa de campo

realizada junto aos agricultores que atuam nas propriedades pertencentes à

Comarca de Palmital – SP para avaliar o grau de conscientização dos mesmos com

relação aos seus deveres quanto à armazenagem, o uso e o descarte das

embalagens de agrotóxicos.

3.1 A COMARCA DE PALMITAL

A comarca de Palmital engloba os Municípios de Campos Novos Paulista,

Ibirarema, Platina e Palmital.

De acordo com o censo agropecuário do Estado de São Paulo de 2007/2008

esta é uma região onde existe um grande número de produtores rurais. Palmital

possui uma área total de 49.654.9 hectares, sendo destinado para a agricultura

cerca de 44.000 hectares. Já Campos Novos Paulista possui 45.896.3 hectares, dos

quais cerca de 23.000 hectares são destinados à agricultura. Ibirarema possui uma

área total de 23.215.9 hectares, sendo destinados cerca de 20.000 hectares para a

agricultura, e Platina 26.334.1, destinando-se cerca de 17.000 para a agricultura.

Com esses dados é possível ver que a comarca de Palmital é uma região

bem ampla e com grande área agricultável, consequentemente uma grande região

consumidora de agrotóxicos, o que certamente gera grande quantidade de resíduos

e embalagens, que devem seguir as normas de descarte estabelecidas por lei.

3.2 A GESTÃO DE ESTOQUE NAS PROPRIEDADES RURAIS

As áreas de agricultura vêm se tornando cada vez maiores, sendo

fundamental que os produtores rurais acompanhem a esse crescimento e,

principalmente a inovação, que vem se tornando quase que obrigatória no campo, e

essa por sua vez traz consigo a ideia de eficiência produtiva, ou seja, a necessidade

de otimizar o uso dos fatores de produção, como defensivos e seus estoques, afim

de obter maiores níveis de produtividade e rentabilidade.

A administração das propriedades rurais com relação à parte produtiva deve

ser de suma importância, pois no caso dos estoques de agrotóxicos é imprescindível

que o mesmo seja controlado com “mãos de ferro” pelos responsáveis.

24

Os defensivos permitem o controle de pragas como insetos, ervas daninhas,

fungos, por isso o deve ser utilizado conforme a necessidade trazendo assim uma

maior lucratividade aos agricultores, aumentando a renda e diminuindo os riscos de

perda que possam ocorrer na lavoura.

De olho no uso dos agrotóxicos deve-se ter também uma preocupação com

relação ao descarte das embalagens vazias, pois não podem passar despercebidas

aos olhos do gestor de uma propriedade rural, o qual deverá encaminhá-las para o

descarte correto, um local credenciado ou que conste na nota de compra do produto.

Visto pelos olhos de quem não participa do meio produtivo e que não utiliza

diretamente os agrotóxicos pode-se pensar que eles são os “maus” da história, mas

para suprir a necessidades mundiais e eles são um “mau” necessário.

3.3 RESULTADOS

A pesquisa de campo demonstrou que todos os produtores rurais atuantes na

área pesquisada utilizam agrotóxicos para manter a produtividade.

Na figura 1 é possível observar que a maioria dos agricultores não faz a

armazenagem correta dos agrotóxicos. Isto pode ser atribuído à falta de

conscientização dos mesmos acerca dos riscos provenientes dessa postura.

Figura 1 – Armazenagem de embalagens de agrotóxicos

Fonte: Elaborado pelos autores (2013).

25

Ainda, quando questionados acerca do uso de EPI na aplicação do

produto na lavoura, 55% dos produtores afirmaram não utilizar os equipamentos, o

que pode representar sérios riscos a saúde dos trabalhadores.

Na figura a seguir demonstra o percentual de produtores que dão a

destinação correta das embalagens de agrotóxicos, que demonstra que a maioria

deles segue a legislação acerca do assunto.

Figura 2 - Destinação das embalagens vazias de agrotóxicos

Fonte: Elaborado pelos autores (2013).

Quando questionados sobre a queimada de embalagens de agrotóxicos

vazias, o resultado foi surpreendente, visto que, 15% dos produtores afirmaram

praticar a queimada, o que representa um risco iminente ao meio ambiente e ao ser

humano, visto que as toxinas liberadas pelas embalagens são altamente tóxicas e

prejudiciais. Ainda, a falta de tempo de levar aos pontos de coleta ou por falta de ter

como transportar as embalagens até o ponto de coleta foram apontadas como

justificativas para tal atitude, o que comprova a falta de consciência dos mesmos

acerca da responsabilidade que eles exercem enquanto gestores logísticos dessas

embalagens.

Por fim, foi sugerido que, ao invés de o produtor ter que levar as embalagens

aos pontos de coleta, que os pontos de coleta viessem até as propriedades para

coletarem os resíduos dos agrotóxicos.

26

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho mostra a importância da gestão de estoques nas

propriedades rurais em conformidade com a legislação regional vigente apontando

as consequências ambientais que podem ser causadas caso haja ineficiência da

gestão tanto de embalagens de agrotóxicos novas, como as vazias, levando em

conta que ambas podem causar danos devastadores caso venham a ocorrer

vazamentos, incêndios ou coisa do gênero, ocasionando grandes impactos

ambientais e aos seres humanos.

Neste sentido, no segundo capítulo foi feito um levantamento teórico acerca

dos conceitos e legislações pertinentes ao assunto, os quais foram fundamentais

para perceber que o descarte inadequado ocorre nessa região, apesar de as normas

existirem, são poucos os agricultores que seguem a risca.

Levando em conta que cada região possui uma legislação específica, no

terceiro capítulo foi feita uma pesquisa de campo nas cidades pertencentes à

Comarca de Palmital com proprietários rurais desta região, por meio da qual foi

possível identificar que a maioria não segue o ciclo logístico correto da cadeia

quando se trata dos agrotóxicos, o que demonstra que ainda existe uma grande

deficiência acerca do comprometimento dos produtores rurais a respeito de ter a

consciência do impacto ambiental dos quais eles podem ser responsabilizados.

Considerando que a construção e manutenção do estoque dentro das

normas tem um custo elevado para o produtor, eles poderiam se unir para construir

e manter um armazém compartilhado, com divisões internas e portas externas onde

cada participante teria seu próprio armazém, o que poderia promover a redução de

custos e otimização de tempo, pois ao invés do produtor ter que se locomover até

uma revenda para retirar seus produtos, ele poderia comprar e armazenar todos os

produtos em seu próprio depósito.

Tendo em vista que por vezes o que falta para os agricultores é informação,

as informações contidas no presente trabalho poderão ser utilizadas na

conscientização dos mesmos, pois o conhecimento da legislação e do impacto das

ações promovidas por eles possam influenciar em suas atitudes.

27

REFERÊNCIAS

Andav. Manual de transporte de produtos fitossanitários. 2ª edição. Campinas, Linea Creativa, 2010.

Andef. Manual de armazenamento de produtos fitossanitários. 2ª edição. Campinas, Linea Creativa, 2010.

Ching, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada – Supply

Chain. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2010.

Gelmini, Gerson Augusto. Agrotóxicos Legislação Básica. 1ª edição, Volume 2.

Campinas: Fundação Cargill, 1991.

Pozo, Hamilton, Administração de recursos materiais e patrimoniais – Uma abordagem logística. 6ª edição. São Paulo: Atlas, 2010.

Russo, Clovis Pires. Armazenagem, controle e distribuição. 20ª edição. Curitiba: IBPEX, 2009.

Dias, Marco Aurélio P.. Administração de Materiais. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/159254581/Administracao-de-Materiais-Marco-Aurelio-P-Dias. Acesso em: 06/11/2013.

Ferreira, Alessandro Borraschi. Impactos do Transporte Rodoviário no frete em

2012. Disponível em: http://www.investimentosenoticias.com.br/ultimas-

noticias/artigos-especiais/impactos-do-transporte-rodoviario-no-frete-em-2012.html. Acesso em: 09/10/2013.

Imprensa, Acessoria de. Brasil precisa investir na logística do agronegócio.

Disponível em: http://www.aviculturaindustrial.com.br/noticia/brasil-precisa-investir-na-logistica-do-agronegocio/20130725085323_U_979. Acesso em: 25/07/2013. Lourenço, Joaquim Carlos e Lima, César Emanoel Barbosa de. EVOLUÇÃO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO, DESAFIOS E PERSPECTIVAS. Disponível em: http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/09/clbl.htm. Acesso em 30/09/2013. Mathias, Paulo. A Logística no Brasil. Disponível em:

http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/312. Acesso em: 15/10/2013.

28

APÊNDICES

APÊNDICE A – Modelo de questionário de pesquisa de campo...............................29

APÊNDICE B – Fotos de estoques de agrotóxicos....................................................30

APÊNDICE A - Modelo de questionário de pesquisa de campo

29

1- Você faz uso de defensivos agrícola?

( ) SIM ( )NÃO

2- Você os armazena corretamente conforme legislação vigente?

( ) SIM ( )NÃO

3- Você ou seus funcionários fazem o uso do EPI (Equipamento de Proteção

Individual) na hora do manuseio dos defensivos?

( ) SIM ( )NÃO

4- Você faz a tríplice lavagem, fura as embalagens (laváveis) e dá á elas a

destinação correta?

( ) SIM ( )NÃO

5- Você já queimou ou queima embalagens de agrotóxicos vazias?

( ) SIM ( ) NÃO

Se sim, porque queimou? ______________________________________________

___________________________________________________________________

30

APÊNDICE B – Fotos de estoques de agrotóxicos

Foto 1 – Estoque correto de agrotóxicos

Foto 2 - Estoque incorreto de agrotóxicos

31

Foto 3 – Àrea de ventilação e barreira de contenção do estoque de agrotóxico