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CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA – IBMR LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES
CURSO BACHARELADO EM ESTÉTICA
ALEXANDRA RODRIGUES GOMES DOS SANTOS LETÍCIA CRISTINA FERREIRA LOPES
APLICABILIDADE DA RADIOFREQUÊNCIA NA HIPOTONIA CUTÂNEA PÓS-CIRURGIA BARIÁTRICA
Rio de Janeiro 2017
ALEXANDRA RODRIGUES GOMES DOS SANTOS
LETÍCIA CRISTINA FERREIRA LOPES
APLICABILIDADE DA RADIOFREQUÊNCIA NA HIPOTONIA CUTÂNEA PÓS-CIRURGIA BARIÁTRICA
Trabalho de conclusão de curso apresentado
ao Curso Bacharelado em Estética do Centro
Universitário Hermínio da Silveira- IBMR/
Laureate International Universities, como
requisito parcial para obtenção do Título de
Bacharel em Estética.
ORIENTADOR: ELAINE MELO
Rio de janeiro
2017
ALEXANDRA RODRIGUES GOMES DOS SANTOS
LETÍCIA CRISTINA FERREIRA LOPES
APLICABILIDADE DA RADIOFREQUÊNCIA NA HIPOTONIA CUTÂNEA PÓS-
CIRURGIA BARIÁTRICA
Artigo apresentado ao curso Bacharelado em Estética do IBMR – Laureate International Universities, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Estética.
Aprovado em: ___/ ___/ ____
Banca Examinadora
Prof (a): _____________________________
Instituição: ___________________________
Julgamento: __________________________
Assinatura: __________________________
Prof (a): ______________________________
Instituição: ____________________________
Julgamento: ___________________________
Assinatura: ___________________________
Prof (a): ______________________________
Instituição: ____________________________
Julgamento: ___________________________
Assinatura: ___________________________
RESUMO
Introdução: A obesidade vem atingindo grande parte da população mundial, por diversos
fatores; Em seu grau mais grave, chamado de obesidade mórbida, já foram testadas diversas
técnicas de tratamento, porém, o tratamento mais eficaz nestes casos, é a cirurgia bariátrica.
A cirurgia bariátrica propõe a redução de peso em até 50%, causando, entretanto, algumas
consequências pós-cirúrgicas, como por exemplo, a hipotonia cutânea. Objetivo: Avaliar se
o tratamento de radiofrequência pode ser utilizado em pós-operatório de cirurgia bariátrica,
com finalidade de recuperar a tonicidade da pele abdominal, isentando os indivíduos de
realizar a cirurgia reparadora. Metodologia: Revisão e análise de artigos, livros e estudos de
caso que retratam a realização de radiofrequência em hipotonia cutânea oriunda de diversos
motivos. Resultados: Com a radiofrequência, há melhoria na tonicidade da pele, devido à
alteração das fibras colágenas, sendo possível um resultado satisfatório para o paciente.
Conclusão: A radiofrequência é um procedimento eficaz em casos onde a flacidez não é
extrema, podendo dar mais harmonia aos contornos corporais. Porém, na flacidez gerada
após a cirurgia bariátrica, o tratamento não é de total eficácia devido ao excesso de pele, não
podendo, portanto, agir substituindo uma cirurgia reparadora. Por este motivo, o mais indicado
é realizar a radiofrequência após a cirurgia de reparação, auxiliando em uma maior integridade
dessa pele, que mesmo após a cirurgia reparadora, não se encontrará em seu estado mais
íntegro.
Palavras-chave: Obesidade. Cirurgia bariátrica. Hipotonia cutânea. Radiofrequência.
ABSTRACT
Introduction: Obesity has been affecting most of population for many reasons. On its most
serious level called morbid obesity there were lots of treatment techniques that had already
been tested, but on these cases, the most effective treatment is bariatric surgery. The proposal
of bariatric surgery is the weight cutback until 50%, causing some post surgery consequences,
as cutaneous hypotony. Purpose: To evaluate if the radio frequency treatment can be used
on bariatric post surgery, with the main goal of recovering abdominal skin tone, exempting
people from restorative surgery. Methodology: Books and articles review and researches that
shows radio frequency fulfillment on tissue flaccidity deriving from several reasons. Results:
With radio frequency there is a skin tone improvement, caused by collagen fibers change,
making a good result possible for the patient. Conclusion: Radio frequency is an effective
procedure in cases which flaccidity is not extreme, being able to give more harmony to body
outline. However, on flaccidity created after bariatric surgery, treatment isn't totally effective
because of overskin, not being able to act by replacing a restorative surgery. Therefore, the
most reliable is to fulfil radio frequency after restorative surgery, helping on skin integrity that
even after restorative surgery, won't be completely integral.
Keywords: Obesity. Bariatric surgery. Cutaneous hypotony. Radio frequency.
4
1. INTRODUÇÃO
Estética é uma palavra com origem no termo grego aisthetiké, que significa “aquele que
nota, que percebe”; Conhecida como a filosofia da arte ou estudo do que é belo nas
manifestações artísticas e naturais, a estética é considerada uma ciência que remete à beleza,
transbordando o sentimento de que alguma coisa bela despertará dentro de cada indivíduo.
Existem vários centros ou clínicas de estética, onde pessoas procuram tratamentos com o
objetivo de melhorar a sua aparência física, o que está intimamente ligado com a parte
psicológica e social.
Propõe-se neste trabalho a atuação da estética clínica a fim de evidenciar estudos de
tratamentos e resultados estéticos aceitáveis em pacientes obesos que sofreram intervenção
de cirurgia bariátrica, e que visem ser replicados, mensurar, sugerir e preconizar por
profissionais da saúde estética, beleza e do bem-estar. E sob esta visão sabe-se que devido
à grande perda súbita de peso vivenciada por pacientes bariátricos, poderá ocorrer
consequentemente prejuízos ao tecido tegumentar.
Será abordado neste trabalho como ocorrem tais problemáticas no tecido cutâneo.
O problema deste estudo está relacionado com as sequelas da perda abrupta de peso
corporal e sobretudo a hipotonia cutânea, e para tanto propõe-se a atuação da estética clínica
com a aplicabilidade da radiofrequência (RF).
Objetivo deste trabalho é: A melhora da hipotonia cutânea.
O estudo teve como objetivo geral: Verificar a possibilidade da melhora da pele com a
aplicação da RF.
O objetivo específico: caracterizar a obesidade, a cirurgia bariátrica, a pele, hipotonia,
RF e suas técnicas de aplicação.
Escolhemos abordar esse tema por uma das integrantes do trabalho ter realizado a
cirurgia bariátrica, passando a ter flacidez excessiva, e ao praticar o procedimento de
radiofrequência facial, notar que o mesmo dava resultados imediatos. Através desse
pensamento, resolvemos avaliar a eficácia do tratamento em casos de flacidez corporal pós-
bariátrica.
5
2. OBESIDADE
Em 2013, Ribeiro et al. (Apud BERNUN et al., 2015) afirma que a obesidade é
caracterizada pelo excesso de gordura e peso, de forma desproporcional ao corpo do
indivíduo, trazendo prejuízos à saúde. Normalmente acontece por uma má alimentação
durante a infância, gerando consequências futuras; Outros fatores que podem influenciar no
excesso de peso são: fatores ambientais, biológicos, hereditários, psicológicos, fim do
tabagismo, uso excessivo de álcool e efeitos de medicamentos (GOLDMAN; SCHAFER,
2014), podendo ser agravada por sedentarismo, compulsão alimentar, pelo tipo de alimento
consumido e falta de sono (LEVY, 2015).
Para que um indivíduo tenha uma vida saudável, com peso ideal, é necessário que haja
um equilíbrio entre o gasto energético e a ingestão calórica; Quando a ingestão ultrapassa o
gasto calórico, a energia em excesso é armazenada como glicogênio ou como gordura,
podendo resultar em ganho de peso (GOLDMAN; SCHAFER, 2014).
2.1 OBESIDADE MÓRBIDA
A obesidade mórbida é uma doença crônica dificilmente tratada apenas com exercícios
físicos e dieta. Segundo a organização mundial de saúde (OMS), esta é classificada como tal,
quando o índice de massa corporal (IMC), que é calculado através da fórmula: peso (em
quilos) ÷ altura² (em metros), é maior ou igual a 40kg/m² ou quando o indivíduo apresenta
50kg acima do peso ideal, este caracterizado quando o IMC tem como resultado entre 18,5 e
24,9 kg/m², conforme tabela 1(pág. 6). Está relacionada a diversas doenças que prejudicam
a saúde, sendo considerada a forma mais grave de excesso de peso, interferindo também na
saúde psicológica, provocando mudanças na sua rotina social e pessoal. Algumas doenças
que são acarretadas pela obesidade são: diabetes, hipertensão, apneia do sono, artrose,
doenças cardiovasculares e câncer (principalmente do colón, próstata e pâncreas). Em
pessoas com obesidade grau I, o risco de mortalidade é de 50% a mais do que em uma
pessoa com peso normal e na obesidade grau III esse risco é duplicado (GOLDMAN;
SCHAFER, 2014).
6
Tabela 1 - Classificação de Peso pelo IMC X Risco de Comorbidades
Classificação IMC (kg/m²) Risco de Comorbidades
Baixo Peso
Peso Normal
Sobrepeso
Pré-Obeso
Obeso I
Obeso II
Obeso III
< 18,5
18,5 a 24,9
≥ 25
25,0 a 29,9
30,0 a 34,9
35,0 a 39,9
≥40,0
Baixo
Médio
-
Aumentado
Moderado
Grave
Muito grave
Fonte: OMS (1997).
Entre os tratamentos indicados para obesidade, estão a diminuição da ingestão calórica,
aumento das atividades físicas e uso de medicamentos, porém, com as comorbidades
apresentadas por indivíduos obesos mórbidos, a qualidade de vida dos mesmos é
prejudicada, fazendo com que haja grande probabilidade de que estes tratamentos menos
invasivos não atinjam o efeito esperado (GOLDMAN; SCHAFER, 2014). Cerca de 95% dos
indivíduos classificados como obesos, após algum dos tratamentos citados anteriormente,
retorna ao seu peso inicial ou ultrapassa seu peso anterior ao tratamento, em até dois anos,
por isso o tratamento mais indicado nesses casos é a cirurgia bariátrica, pois a perda de peso
após a cirurgia chega a ser de 40% a 50% do peso inicial (ALMEIDA; REZENDE; ZANATTA,
2012).
3. CIRURGIA BARIÁTRICA
A cirurgia bariátrica é indicada para indivíduos entre 18 e 65 anos, que tenham IMC igual
ou maior que 40kg/m², com obesidade estável a pelo menos cinco anos ou indivíduos que
possuam IMC igual ou maior que 35kg/m² com a presença de no mínimo uma das
comorbidades já citadas. Dos indivíduos classificados com obesidade mórbida, indicados para
realizar a cirurgia, 25% possuem pelo menos dois episódios de compulsão alimentar por
semana (ALVARENGA; PHILIPPI; SCAGLIUSI, 2011), e é contraindicada para pessoas com
retardo mental, transtorno psiquiátrico grave, abuso ou dependência de droga ou álcool, falta
de apoio familiar e baixa condição socioeconômica que podem comprometer o resultado do
tratamento (MURA; SILVA, 2011).
A cirurgia bariátrica tem como objetivo melhorar as complicações e a qualidade de vida
dos pacientes, reduzindo seu excesso de peso em até 50%, porém, a mesma não significa o
7
fim da obesidade, necessitando de acompanhamento para mudanças comportamentais,
alimentares e estilo de vida (GOLDMAN; SCHAFER, 2014).
Em 2009, Schneider (Apud BERNUN et al., 2015) afirma que junto com toda a perda de
peso gerada pela operação, há a perda de massa magra, massa gorda e algumas estruturas
da composição corporal, em outro estudo mostra que este motivo faz com que os pacientes
que passam pelo processo cirúrgico, acabem passando a ter como consequência,
deformidades no corpo gerado pelo emagrecimento excessivo, muitas vezes necessitando de
cirurgias plásticas reparadoras (SOUZA, 2013), visto na fig. 1.
Figura 1 - Em A, aspecto pré-operatório, vista frontal. Em B, aspecto pós-operatório de
abdominoplastia vertical de 6 meses, vista frontal. Fonte: Batista et al., (2012).1
3.1 TÉCNICAS DA CIRURGIA DE OBESIDADE
As técnicas cirúrgicas da obesidade dividem-se em: técnicas restritivas, que agem
limitando o volume de alimento sólido que o paciente pode ingerir; Técnicas disabsortivas,
que permitem ao paciente comer, porem atrapalham a absorção dos nutrientes e as técnicas
mistas, que incorporam a técnica de restrição à ingesta do bolo alimentar e um pouco da
técnica de disabsorção, levando a um desvio intestinal menor (PACE, 2010), conforme o
quadro 1 (pág. 8) e exemplificado na fig. 2 (pág. 9).
1 Disponível em http://www.rbcp.org.br/details/1189/abdominoplastia-vertical-para-tratamento-do-excesso-de-pele-abdominal-apos-perdas-ponderais-macicas acesso em 21/06/2017.
8
Quadro 1 – Descrição dos tipos de cirurgias da obesidade
Técnica Tipo Ação Mecanismo
Técnica do balão Intragástrico
Restritiva Limita o volume da ingestão de alimentos
sólidos.
Um balão de silicone é colocado através de endoscopia no interior do estômago, permanecendo
de 4 a 6 meses.
Gastroplastia vertical restritiva
Restritiva Limita o volume da ingestão de alimentos
sólidos. O estômago é grampeado, dando origem a um
pequeno tubo que recebe o alimento.
Banda gástrica Restritiva Limita o volume da ingestão de alimentos
sólidos.
Através de laparoscopia é implantada uma prótese de silicone com um balão inflável dentro, formando um anel que dá ao estômago, forma de ampulheta,
e vai o apertando, conforme o balão é inflado, controlando o esvaziamento do órgão.
Cirurgia de Payne Disabsortiva Inibe a absorção de calorias e nutrientes. Há um desvio intestinal grande, sem mexer no
estômago.
Cirurgia de derivação biliopancreática/ cirurgia
de Scopiaro Disabsortiva Inibe a absorção de calorias e nutrientes
É feita a retirada de metade do estômago e feita associação à um desvio intestinal.
Cirurgia de derivação Biliopancreática com
duodenal switch/ cirurgia de Hess
Disabsortiva Inibe a absorção de calorias e nutrientes. É realizada ressecção longitudinal do estômago,
com a preservação de uma pequena faixa do duodeno.
Bypass gástrico com anel/ cirurgia de Fobi
Capela Mistas
Limita o volume da ingestão de alimentos e inibe a absorção de calorias e nutrientes.
O estômago é reduzido por meio de grampeamento, dividido em duas partes: a menor, por onde o
alimento transita, é feita uma ligação com o intestino e a maior fica isolada.
Bypass gástrico sem banda/ cirurgia de
Wittgrove Mistas
Limita o volume da ingestão de alimentos e inibe a absorção de calorias e nutrientes.
É realizada uma ligação entre o estômago e o intestino.
Fonte: Pace, (2010).
9
Figura 2 – Ilustração dos tipos de cirurgia bariátrica. Fonte: Site Redução de Estômago.2
4. A PELE
A pele é o maior órgão do corpo humano e possui diversas funções, como afirmou em
2010 Guirro e Guirro (Apud LACERDA; MEJIA 2012); Entre outras, há a função
termorreguladora, evitando perdas hídricas e controlando a temperatura e a função reguladora
de fluxo sanguíneo e linfático. Sua espessura varia conforme a parte do corpo, tendo a parte
mais fina na área das pálpebras e a mais grossa na planta dos pés (MEJIA; PINTO, 2012) e
representa cerca de 12% do nosso peso seco total, aproximadamente (MENDONÇA E
RODRIGUES, 2011). Em 2000, Field; Palastanga; Soames (Apud MEJIA; PINTO, 2012) diz
que a pele é uma cobertura resistente, flexível, impermeável e se funde com as membranas
de revestimento, revestindo toda a extensão do corpo.
Em 2009, Scheneider (Apud MEJIA; PINTO, 2012) afirma que a pele é constituída pela
epiderme, derme e hipoderme. Em 2011, Pandolfo, (apud DUARTE; MEJIA, 2013) afirma que
a derme se encontra abaixo da epiderme e é um tecido maleável e forte, com propriedades
viscoelásticas, composto pelo tecido conjuntivo frouxo, que é formado por colágeno e elastina.
Abaixo da derme é encontrada a hipoderme, que é uma camada de gordura que não faz parte
diretamente da pele, apenas servindo para dar suporte e unir órgãos subjacentes; É um tecido
cujas células armazenam a gordura subcutânea, formando o que é chamado de panículo
adiposo, conforme fig. 3 (pág. 10).
2 Disponível em: http://www.reducao-de-estomago.com/category/cirurgia-bariatrica/ acesso em 21/06/2017.
10
Figura 3 – Estrutura da pele. Fonte: Duarte, Mejia, (2013).3
Em 2009 Agne (apud DUARTE; MEJIA 2013) afirmou que a proteína mais importante
na pele é o colágeno, pois tem função de dar suporte dentro da matriz extracelular, dando
maior resistência e integridade estrutural a diversos tecidos e suas fibras são as principais e
em maior quantidade no tecido conjuntivo denso.
5. HIPOTONIA
Existem dois tipos de hipotonia: a hipotonia cutânea, que é uma disfunção da pele que
independe do processo natural ou envelhecimento acelerado e é causada pela diminuição do
metabolismo celular, queda na produção do colágeno, da síntese de elastina, diminuição dos
fibroblastos e perda do trofismo na derme, e a hipotonia muscular, que surge pela falta de
atividades físicas, causando a perda da tonicidade do músculo. Normalmente aparecem
juntas, podendo ter causas distintas, causando um aspecto pior às partes do corpo que são
afetadas (MENDONÇA E RODRIGUES, 2010).
A flacidez muscular é uma patologia que normalmente acomete mulheres, nos braços,
pernas, seios e abdômen (GOMES, 2012). Em 2012, Costa (Apud BIANCHETTI et al., 2015)
afirmou que no caso da cirurgia bariátrica, a hipotonia cutânea ocorre pela perda de proteínas
e por alterações no tecido conjuntivo de sustentação, que é composto por fibras elásticas,
reticulares e colágenas, proporcionando a tonicidade e a elasticidade da pele.
3 Disponível em http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/19/35_-
_A_utilizaYYo_da_RadiofrequYncia_como_tYcnica_de_tratamento_da_flacidez_corporal.pdf acesso 08/05/2017.
11
O maior fator para o aparecimento da flacidez muscular é a ausência de exercícios
físicos, pois os músculos precisam ser estimulados para que os mesmos não percam tônus,
o segundo fator é a perda de massa magra e o terceiro fator é a perda de peso (BRONGHOLI;
LOPES, 2009). Em 2002, Guirro e Guirro (Apud BERNUN et al., 2015) alegam que quando o
limite elástico da pele é ultrapassado por algum motivo, nesse caso pelo ganho de peso
extremo, ao emagrecer a pele não volta ao seu tamanho de origem, gerando um excesso de
pele que é a flacidez.
6. FLACIDEZ NO ABDÔMEN
A gordura não é distribuída de forma uniforme no corpo, em indivíduos normais essa
distribuição é ausente em áreas como pálpebras e na genitália masculina (PEREIRA, 2013),
essa distribuição é relacionada ao sexo e a idade, sendo as principais áreas de acúmulo em
mulheres: mamas, parte anterior de coxa, nádegas; e em homens: nuca, nádegas, áreas
subcutâneas que recobrem o deltoide e o tríceps (BORGES, 2010). Em 2008, Soares (apud
DUARTE; MEJIA, 2013) declara que estas áreas são formadas por tecido adiposo e suas
células armazenam a gordura subcutânea, que é chamada de panículo adiposo, que
representa cerca de 50% da gordura total do organismo.
O abdômen é a parte do corpo com maior quantidade de células gordurosas
(adipócitos), por isso tem tendência a acumular mais gordura com o aumento de peso (PACE,
2010), consequentemente, esta área tende a aumentar e quando ocorre uma perda de peso
exorbitante, ocorre a flacidez, que muda a estrutura da derme e da epiderme, fazendo com
que a epiderme fique menor em espessura; Fisiologicamente diminui o número de
fibroblastos, a quantidade de colágeno, as fibras elásticas e reticulares, além da perda
progressiva da microcirculação na derme, que interfere diretamente na queda de irrigação
sanguínea para a região da pele (LIMA, 2016).
7. RADIOFREQUÊNCIA
Em 2011, Oliveira (Apud BERNUN et al., 2015) garante que a radiofrequência, como
auxílio do tratamento da flacidez, é extremamente eficaz, pois os efeitos biológicos produzidos
pela mesma, estimulam a microcirculação cutânea, melhorando a nutrição e oxigenação dos
tecidos, estimulando a produção de colágeno.
A base terapêutica da radiofrequência é converter energia eletromagnética em energia
térmica, com consequente efeito térmico, que deve ser controlado conforme as reações nos
diversos tecidos e dependendo do objetivo do profissional. Quando utilizada com potências
elevadas e eletrodos específicos, pode ser feita incisão, destruição e remoção dos tecidos
12
orgânicos, causando um grau de hematose conhecida assim como radiofrequência ablativa,
de uso restrito aos médicos (AGNE, 2013). A radiofrequência é uma modalidade não invasiva
que é indicada para pacientes com flacidez cutânea leve a moderada sem uma ptose
estrutural significativa, para melhora do contorno facial e corporal (BATTISTON; GIUSTI;
PIROLA, 2011).
Para que seja feito o procedimento não ablativo, a temperatura cutânea superficial deve
estar entre 39°C e 45°C, pois nesse nível de aquecimento, não há nenhum dano significativo,
gerando basicamente a retração dos tecidos pela reorganização do colágeno; A partir de 49°C
começa a gerar danos irreversíveis e a reduzir as atividades enzimáticas (AGNES, 2012);
Para que o profissional tenha ciência da temperatura corporal, é importante que o mesmo
possua um termômetro especial que geralmente é por laser infravermelho ou termografia, que
faz a medição imediata. O termômetro deve estar posicionado a uma distância inferior a 20cm
da pele para que não ocorra interferência da temperatura ambiente. Em 2004, Edelstein (Apud
AGNE, 2013) afirmou que o potencial máximo da desnaturação do colágeno, depende do tipo
de tecido tratado, da temperatura atingida e do tempo de duração do tratamento.
A radiofrequência é contraindicada para portadores de marcapasso, cardíacos, pessoas
com câncer, gravidas, diabéticos, infecções sistêmicas, imunossupressoras, artrite,
tuberculose ativa, região dos testículos e indivíduos que tenham realizado peeling agressivo
ou tratamento com ácido retinóico (BORGES, 2010).
Ao iniciar o tratamento, é extremamente importante que a pele do cliente já esteja
previamente higienizada e o cliente hidratado, não só em relação à pele, mas também à
ingestão hídrica, pois a hidratação favorece o aumento da temperatura mais rapidamente,
este aumento está relacionado com a agitação das moléculas de água, que provocam um
aquecimento seletivo do tecido, contraindo as fibras de colágeno e aumentando a síntese de
novo colágeno (PAIVA, 2016).
Quando a região a ser tratada é muito grande, desproporcional ao tamanho da manopla,
é aconselhado que seja dividida em duas ou mais áreas, após a divisão das áreas, a manopla
deverá permanecer em movimento sobre aquele quadrante até que a temperatura seja
elevada igualmente (AGNE, 2016).
O tempo de sessão é avaliado pelo profissional, ao observar o caso do paciente (AGNE,
2013). Em 2010, Borges (Apud MEJIA; PINTO, 2012) afirmou que era necessário chegar à
temperatura ideal (41°C), na qual irá gerar uma hiperemia e aumentar a temperatura corporal,
causando uma vasodilatação que mantem em atividade os fenômenos biológicos
relacionados com a vitalidade tissular, e em 2009, Manuskiatti et al. (apud (BARICHELLO et
al., 2011) afirmou que com o aumento da temperatura, as fibras de colágeno se contraem,
iniciando processos inflamatórios que induzem a proliferação de fibroblastos e a reconstrução
de colágeno, melhorando o metabolismo, irrigação e nutrição dos tecidos.
13
7.1 TÉCNICA DE APLICAÇÃO
A radiofrequência no modo de emissão unipolar/monopolar é realizada da
seguinte forma: dois eletrodos, sendo um deles ativo, que possui uma ponta menor, promove
grande densidade de corrente no ponto aplicado, promovendo diferentes fenômenos térmicos
que acontecem de acordo com a temperatura e tempo de aplicação, podendo gerar:
estimulação tecidual que promove contração dos septos fibrosos; Estimulação da produção
de colágeno, sem danificar a epiderme; Estimulação da circulação linfática, ajudando na
lipólise e promoção da analgesia e relaxamento do músculo. O outro eletrodo é chamado de
eletrodo dispersivo ou de retorno, é geralmente uma placa condutiva que possui grande área
de contato, que estabelece um circuito de circulação de corrente e ao mesmo tempo faz com
que a energia retorne do paciente (AGNE, 2013).
Para utilizar esse procedimento, é fundamental que o profissional considere uma
série de eventos ou particularidades, principalmente quanto à forma de geração ou produção
da radiofrequência, que são classificadas em três tipos: os métodos resistivo e capacitivo têm
confirmado que seu tempo de elevação de temperatura na área trabalhada é menor que no
método indutivo; Deve ser considerada também a forma que energia será distribuída em cada
tecido (AGNE, 2013).
Quando a energia percorre de um eletrodo ativo para um dispersivo, é chamado
de monopolar. O modo monopolar tem propriedades que fazem com que atinja tecidos mais
profundos, elevando as suas temperaturas, especialmente quando existe eletrodo de retorno,
comparado aos eletrodos bipolares e tripolares (AGNE, 2013).
O acoplamento da manopla necessita de uma base intermediária com a pele,
podendo ser utilizado gel, óleo ou glicerina (AGNE, 2016), no caso do uso do gel é importante
observar que as temperaturas ambientes muito baixas são absorvidas pelo mesmo, causando
uma interferência na temperatura captada pelo termômetro, além disso, é importante que a
quantidade de produto adicionado à pele, seja o suficiente apenas para possibilitar o
acoplamento e deslizamento da manopla, pois o uso exacerbado do gel pode interferir na
aplicação do procedimento, já que o mesmo possui água e esse meio bem hidratado acaba
aquecendo, fazendo com que a temperatura captada pelo termômetro seja mais a o do gel do
que a da pele (PAIVA, 2016).
A manopla é aplicada deslizando com movimentos lentos e em vários sentidos, e
quando alcançada a temperatura desejada, segundo Agne, 2013 a manopla deve permanecer
sobre a região por 7 minutos, seguindo posteriormente para o quadrante seguinte até que
tenha sido realizado em todas as partes. E, segundo ainda o autor, para manter a temperatura
homogênea em toda a região (todos os quadrantes), é recomendado que ao alcançar a
14
temperatura em cada quadrante individualmente, procure deslocar a manopla com
movimentos iguais aos anteriormente tratados.
Em 2009, Van de Lugt et al. (Apud ROCHA, 2013) afirmou que em relação ao
tempo de aplicação, o tempo ideal para o tratamento corporal seria de 3 a 5 minutos em cada
área, já em 2011, Agne et al. (Apud ROCHA, 2013) afirma que o ideal é que após alcançar a
temperatura ideal (41°C) a manopla fique na área por mais 7 minutos.
Na área estética, não são necessários aparelhos que gerem temperaturas
extremas, pois ao chegar aproximadamente a 5°C acima dos níveis normais de temperatura
dos tecidos, já ocorre a estimulação da produção de um neocolágeno e contração das fibras
flácidas.
A radiofrequência no tratamento da hipotonia cutânea, deve ter intervalo mínimo
de 7 dias entre uma sessão e outra ou intervalo máximo de 21 dias (BORGES, 2010) e são
recomendados em média 8 sessões e que haja a manutenção do tratamento uma vez ao mês,
após estas sessões (FALCO; NASCIMENTO, 2015).
7.2 AÇÃO DA RADIOFREQUÊNCIA
A energia liberada pela radiofrequência penetra a epiderme, a derme e a hipoderme à
nível celular, podendo alcançar células musculares. Quando essa energia passa pelos
tecidos, gera uma fricção de moléculas ou resistência dos tecidos à passagem da corrente,
produzindo uma vasodilatação com abertura dos capilares, resultando em uma melhora no
trofismo tissular, reabsorvendo os líquidos intercelulares e aumentando a circulação, fazendo
com que o tecido fique mais nutrido em relação ao oxigênio, nutrientes e oligoelementos,
melhorando a qualidade e fortalecendo os adipócitos, provocando uma lipólise homeostática
e produzindo fibras elásticas de melhor qualidade (BARICHELLO et al., 2011).
O resultado é possível notar através da perimetria e é evidenciado pela diminuição do
edema (GOMES, 2012). Em 2010, Latronico et al. (apud DUARTE; MEJIA, 2013) garante que
os efeitos da radiofrequência podem ser imediatos, a médio prazo ou vir à longo prazo. O
efeito imediato da aplicação é a contração imediata das fibras de colágeno; À médio prazo é
possível observar a renovação dessas fibras, que para ter efeitos duradouros são necessárias
diversas aplicações e à longo prazo acontece a neocolanogênese (proliferação de colágeno
novo) e a neoelastogênese (proliferação de nova elastina), que são responsáveis pela
elasticidade e a transformação do pro-colágeno 1 e 3 em colágeno (BARICHELLO et al.,
2011).
Em 2009, Manuskiatti et al. (apud BARICHELLO et al., 2011) afirmou que o processo
de formação do novo colágeno, acontece da seguinte forma: com o aumento das
temperaturas, as fibras de colágeno se contraem, iniciando processos inflamatórios que
15
induzem a proliferação de fibroblastos e a reconstrução de colágeno, melhorando o
metabolismo, irrigação e nutrição dos tecidos. Em 2011, Carvalho et al. (Apud DUARTE;
MEJIA 2013) diz que a melhora da tonicidade da pele é possível de acordo com a alteração
das fibras colágenas e com no mínimo 8 sessões, uma vez por semana, já é possível ter um
resultado satisfatório que perdure por no mínimo 15 dias, sendo necessário que o indivíduo
mantenha uma alimentação saudável e uma rotina de exercícios para auxiliar nos resultados.
Com o aumento da temperatura na radiofrequência, em média aos 42ºC, ocorre a
estimulação do TGF-beta (Fator de Crescimento Transformador), gerando a produção da
HSP-47, que é a proteína do choque térmico. A HSP-47 se encontra no retículo
endoplasmático do fibroblasto e tem a função de proteger o pró-colageno I no seu processo
de sintetização e secreção. As moléculas de colágeno I, só se organizam de forma correta,
com a presença dessa proteína. Como consequência ao estímulo da proteína, os fibroblastos
têm como resposta o aumento da produção de neocolageno (proliferação de colágeno novo)
(AGNE, 2013).
8. MATERIAL E MÉTODOS
O objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão bibliográfica de artigos científicos por
bases multidisciplinares, no período de 2010 a 2016.
Materiais
Base de dados de artigos
As bases usadas foram:
Scientific Eletronic Library Online (Scielo)
Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP)
Portal de Pesquisa IBMR (EBSCO)
Portal de Periódicos Eletrônicos da UFSM
Revista Eletrônica Saúde e Ciência (RESC)
Repositório Institucional UNIFESP
Portal de Periódicos Eletrônicos da Univates
Biblioteca Digital da Produção Intelectual da Universidade de São Paulo (BDPI USP)
Repositório institucional da Fiocruz
Métodos
Critérios de inclusão
16
Artigos científicos de revistas e jornais no período de 2010 a 2017.
Estudos científicos que mencionem e descrevam o tema abordado.
Critérios de Exclusão
Artigos científicos que não abordam o tema.
Artigos publicados fora do período de 2010 a 2017.
17
9. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado do levantamento de artigos científicos disponíveis nas bases consultadas é representado no quadro 2:
Quadro 2 – Resultados do levantamento nas bases de dados
Autores Títulos Descrição do estudo
Objetivos Métodos Resultado
Gonçalves, Scur
(2012)
Estudo de caso: uso da radiofrequência bipolar em flacidez tissular abdominal
Avaliar os efeitos da radiofrequência bipolar no
aspecto da flacidez da pele, após processo
gestacional.
Amostra: paciente do sexo feminino, 36 anos, cor banca, com hipotonia cutânea na região abdominal após duas gestações. Região: abdominal e flancos. Dispositivo e parâmetros: radiofrequência bipolar da marca CECBRA₢, com cabeçote corporal, no modo contínuo e potência de 10 Watts. Avaliação da eficácia: através de registro fotográfico, medidas da circunferência através da perimetria.
Diferença em diminuição de medidas de 1,5 centímetros (cm) em região de cicatriz
umbilical, 1cm em região 10 cm acima da cicatriz umbilical e 1 cm na região de 10 cm abaixo da cicatriz umbilical. Diferença em
aumento de medidas: 1 cm em região 5 cm acima da cicatriz umbilical. Houve
harmonização dos contornos corporais de abdômen e flancos e uma diminuição
significativa na flacidez tissular da região abdominal, melhorando o aspecto da pele.
Carvalho et al.
(2011)
Avaliação dos efeitos da radiofrequência
no tecido conjuntivo
Analisar a eficácia da radiofrequência quanto
aos efeitos e duração de sua ação após um período do término das aplicações
no tecido, colágeno de ratos, determinando uma temperatura adequada e
frequência das aplicações que possibilitem obter
resultados satisfatórios.
Amostra: 20 ratos divididos em cinco grupos. Região: área de 5cm² do dorso do animal. Parâmetros: radiofrequência de 0,5 MHz, por dois minutos, após atingir a temperatura de 37 graus. Avaliação da eficácia: observando as modificações do tecido hipodérmico dos animais.
Em até 7 dias após a aplicação, o colágeno sofreu modificações, tornando-se mais
denso, com presença de neocolagênese; Após 15 dias, não ocorreram mais
evidências importantes na formação neocolágena, mas foi detectada a
neoelastogênese, que foi notada também na análise de 21 dias.
18
Silva et al. (2013)
Analise do conhecimento da radiofrequência e
abordagem ao paciente
Observar a eficácia da aplicação de
radiofrequência no tratamento da melhora da
flacidez da pele.
Amostra: Duas pacientes do sexo feminino, A1, com 33 anos, 77kg, medida abdominal de 80cm e A2, com 36 anos, 57,9kg e medida abdominal de 71cm. Região: abdominal, dividido em quadrantes. Dispositivo e parâmetros: equipamento de radiofrequência Spectra G2 da marca Toniderme, 15 sessões, com intervalo de 15 dias. Avaliação da eficácia: foi observada a qualidade da pele da região tratada quanto à flacidez e realizada a perimetria com fita métrica.
Todos os pacientes obtiveram melhora da condição tissular, sendo verificada uma
diminuição da flacidez do tecido tegumentar da região abdominal.
Rocha (2013)
Criotermolipólise: Técnica não invasiva
para redução de medidas,
remodelagem corporal, tratamento de celulite e flacidez
cutânea.
Verificar através de análise histológica comparativa, a resposta tecidual cutânea e subcutânea à terapia por radiofrequência capacitiva não ablativa com aplicação prévia à abdominoplastia.
Amostra: paciente do sexo feminino, de 33 anos, com indicação de abdominoplastia. Região: abdominal Parâmetros: quatro sessões de RF durante duas semanas, com tempo médio de 30 minutos na área total, com temperatura de 41 ºC, mantida por 7 minutos. Avaliação da eficácia: análise histológica de ambos os tecidos.
Ambos os tecidos apresentaram o mesmo padrão de birrefringência, com feixes
grossos, compactados paralelamente à superfície epidérmica, a qual é característica do colágeno tipo I, portanto, sem resultados
histológicos significativos, talvez pelo número de sessões reduzidas.
Fonte: Os autores, (2017).
19
Quanto aos estudos de caso encontrados e analisados, o tratamento de radiofrequência
na região abdominal foi realizado em mulheres com idade entre 33 e 36 anos (GONÇALVES;
SCUR, 2012; BLANCO et al., 2013; ROCHA, 2013) e em ratos (BARICHELLO et al., 2011);
Dois estudos avaliaram apenas um paciente por vez (GONÇALVES; SCUR, 2012; ROCHA,
2013) e dois estudos analisaram os pacientes em grupo (BARICHELLO et al., 2011).
Pode se perceber que a qualidade da pele melhorou e a radiofrequência teve resultados
já previstos na literatura, como: redução da flacidez, contração imediata das fibras colágenas,
podendo ser percebida na diminuição das medidas e na qualidade da pele (AGNES, 2013).
Sobre as sessões, sua quantidade variou de 4 à 15 aplicações, com protocolos de
atendimento distintos; Em um dos artigos, o tratamento foi realizado com radiofrequência
bipolar no modo contínuo, utilizando ponteira corporal com potência de 10 Watts. A região
abdominal foi dividida em 4 quadrantes e a temperatura corporal chegou a 40ºC e 42ºC,
permanecendo em cada quadrante por cinco minutos ou até a paciente reclamar da sensação
de calor intenso. Ao finalizar as sessões, foi possível notar como resultado, a diferença de 1,5
centímetros (cm) na região da cicatriz umbilical; 1 cm nas regiões 10 cm acima e abaixo da
cicatriz umbilical; Aumento de 1 cm na região 5 cm acima da cicatriz umbilical e a região 5 cm
abaixo da cicatriz umbilical permaneceu com a mesma medida conforme tabela 2 (pág. 21).
Notou-se também que houve uma harmonização dos contornos corporais do abdômen e
flancos, diminuição da hipotonia cutânea e melhora no aspecto da pele (GONÇALVES; SCUR,
2012), conforme fig. 4, 5 e 6.
Antes Após 6 sessões Depois
Figura 4 - Registro fotográfico vista anterior. Fonte: Gonçalves; Scur, (2012). 4
4 Disponível em http://www.cecbra.com/wp-content/uploads/2016/02/CECBRA-Estudo-de-Caso-Uso-
RF-bipolar-em-Flacidez-03.07.pdf Acesso 08/05/2017.
20
Antes Após 6 sessões Depois
Figura 5 - Registro fotográfico vista lateral direita. Fonte: Gonçalves; Scur, (2012). 5
Antes Após 6 sessões Depois
Figura 6 - Registro fotográfico vista lateral esquerda. Fonte: Gonçalves; Scur, (2012). 6
5 Disponível em http://www.cecbra.com/wp-content/uploads/2016/02/CECBRA-Estudo-de-Caso-Uso-
RF-bipolar-em-Flacidez-03.07.pdf Acesso 08/05/2017.
6 Ibdem., p.6.
21
Tabela 2 - Dados perimétricos da participante
Ponto de referência Antes Depois
Cicatriz umbilical 115,5 110
5 cm acima da cicatriz
umbilical 108 109
10 cm acima da cicatriz
umbilical 95 94
5 cm abaixo da cicatriz
umbilical 116 116
10 cm abaixo da cicatriz
umbilical 114 113
Fonte: Gonçalves; Scur, (2012).
No estudo realizado em ratos, a temperatura atingida foi 40ºC por 2 minutos e foi
possível notar as seguintes alterações: os grupos II e III apresentaram modificações
estruturais nos tecidos; No II, foi observado a neoformação colágena e no III, o colágeno de
forma densa; Nos grupos IV e V não houveram mudanças relevantes na neocolanogênese
(proliferação de novo colágeno), mas sim na neoelastogênese (proliferação de nova elastina)
em 15 e 21 dias (BARICHELLO et al., 2011); Já no terceiro artigo, o tempo médio de sessão
durou 30 minutos, atingindo a temperatura de 41ºC e sendo mantida assim por 7 minutos. Ao
final de quatro sessões, a análise histológica foi realizada comparando a área tratada e a área
contralateral, sendo observado que os dois tecidos apresentavam o mesmo padrão de
birrefringência, com feixes grossos, compactados paralelamente à superfície epidérmica, ou
seja, não ocorreram efeitos histológicos significativos, talvez pela quantidade reduzida de
número de sessões (ROCHA, 2013) e no quarto artigo, foram realizadas 15 sessões com
intervalo de 15 dias entre os atendimentos e foi possível notar as alterações através da
perimetria conforme fig. 6 e 7 (pág. 22), onde as medidas anteriores da circunferência
abdominal das pacientes eram respectivamente 80cm e 71cm e após essas sessões,
passaram a ser 79cm e 66cm de modo respectivo (BLANCO et al., 2013), conforme tabela 3.
Tabela 3 - Peso e medida da circunferência antes e depois das participantes da pesquisa
Paciente Idade Peso Inicial Peso Final Medida Inicial Medida Final
A1 33 77Kkg 77 kg 80 cm 79 cm
A2 36 57,9 kg 56 kg 71 cm 66 cm
Fonte: Blanco et al., (2013).
22
Figura 7 - Paciente A1 antes do tratamento. Fonte: Blanco et al., (2013). 7
Figura 8 - Paciente A1 depois do tratamento. Fonte: Blanco et al., (2013). 8
Os resultados foram analisados ao final das sessões realizadas, através da perimetria,
fotografias (GONÇALVES; SCUR, 2012; BLANCO et al., 2013) e por comparação do tecido
da região tratada em relação à tecidos não submetidos ao tratamento (ROCHA, 2013;
BARICHELLO et al., 2011) para a verificação do resultado da radiofrequência nos pacientes.
Quanto à eficácia do tratamento realizado, de acordo com os estudos revisados, os
atendimentos que ultrapassaram a quantidade mínima ideal, de 8 sessões, obtiveram
resultados eficazes e satisfatórios, melhorando a qualidade da pele e diminuindo medidas e
harmonizando os contornos corporais (GONÇALVES; SCUR, 2012; BLANCO et al., 2013); Já
em atendimentos que não chegaram ao mínimo ideal de sessões, apesar de haver efeitos e
7 Disponível em http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2013/oit_mostra/Vanessa_da_Silva.pdf
acesso 08/05/2017.
8 Ibdem., p.4
23
melhoras, não foram resultados histológicos relevantes e suficientes, sendo observado que
há necessidade de mais aplicações (BARICHELLO et al., 2011; ROCHA, 2013).
24
10. CONCLUSÃO
A hipotonia cutânea é uma das consequências da perda de peso drástica, que no caso
do nosso estudo, é proveniente de cirurgia bariátrica, como tratamento para tentar evitar uma
cirurgia reparadora; Sugerimos a radiofrequência não ablativa, por ser um tratamento indolor,
que não causa inchaço, ferida, dor ou sensibilidade após o procedimento. Com base nos
estudos avaliados e apresentados, foi possível concluir que primeiramente, para que o
tratamento de radiofrequência tenha um resultado eficaz, é necessário que seja realizado no
mínimo 8 sessões, sendo que em cada sessão, ao atingir a temperatura de 41°C, a manopla
permaneça em torno de 5 minutos na área tratada, o intervalo entre cada sessão deve ser de
7 dias, já que a retração das fibras colágenas perdura em média 15 dias, realizando a
manutenção uma vez ao mês após o fim do tratamento. Em casos onde foram realizados
menos sessões do que o indicado, não foi apresentado um resultado significativo mediante à
terapia.
Em seguida, foi observado que o tratamento com radiofrequência não ablativa, é
efetivo, porém, em casos de pacientes pós bariátricos, com a perda de peso rápida e
excessiva, há uma hipotonia cutânea exorbitante, o que faz com que o resultado alcançado
não seja suficiente para que o indivíduo não precise de uma cirurgia plástica reparadora.
Então conclui-se que somente o tratamento com radiofrequência na flacidez causada
pela perda de peso em indivíduos que tenham realizado a cirurgia bariátrica, não causaria o
efeito necessário para que não fosse realizada uma cirurgia reparadora, porém, a
radiofrequência, após a cirurgia reparadora, seria ideal para revitalizar e restaurar a pele, que
ainda não recuperou totalmente ou quase que integralmente o seu tônus.
25
11. REFERÊNCIAS
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