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CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA IBMR LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES CURSO BACHARELADO EM ESTÉTICA DANIELLY JOSÉ DE SOUZA NATÁLIA NASCIMENTO DOS REIS EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS NA REDUÇÃO DA HIPERPIGMENTAÇÃO DA PELE Rio de Janeiro 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA – IBMR LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CURSO BACHARELADO EM ESTÉTICA

DANIELLY JOSÉ DE SOUZA NATÁLIA NASCIMENTO DOS REIS

EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS NA REDUÇÃO DA HIPERPIGMENTAÇÃO DA

PELE

Rio de Janeiro 2017

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DANIELLY JOSÉ DE SOUZA

NATÁLIA NASCIMENTO DOS REIS

EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS NA REDUÇÃO DA HIPERPIGMENTAÇÃO DA

PELE

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Curso Bacharelado em

Estética do Centro Universitário Hermínio da

Silveira- IBMR/ Laureate International

Universities, como requisito parcial para

obtenção do Título de Bacharel em Estética.

ORIENTADOR:

Prof. Dra Gilce Erbe de M. Silva

Rio de janeiro

2017

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DANIELLY JOSÉ DE SOUZA NATÁLIA NASCIMENTO REIS

EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS NA REDUÇÃO DA HIPERPIGMENTAÇÃO DA

PELE

Artigo apresentado ao curso Bacharelado em Estética do IBMR – Laureate International Universities, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Estética.

Aprovado em ___/ ___/ ____

Banca Examinadora

Prof (a) _____________________________

Instituição: __________________

Julgamento: _________________________

Assinatura: __________________________

Prof (a) _____________________________

Instituição: _________________

Julgamento: _________________________

Assinatura: __________________________

Prof (a) _____________________________

Instituição: _________________

Julgamento: _________________________

Assinatura: __________________________

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RESUMO

As experiências estéticas foram entendidas como formas utilizadas ou

tratamentos estudados e/ou desenvolvidos para se obter um resultado estético

satisfatório. Alguns fatores podem alterar a coloração natural da pele do indivíduo

podendo gerar a hiperpigmentação que é um distúrbio pigmentar que ocorre devido

ao aumento da produção de melanina, gerando as discromias na pele. O problema

deste estudo está relacionado com a hiperpigmentação que pode afetar tanto o lado

estético quanto o psicológico do indivíduo. Entretanto, de acordo com o nível da

gravidade é possível realizar tratamento clareadores e despigmentantes,

melhorando o aspecto da pele e consequentemente a autoestima do sujeito. O

Objeto deste estudo é: A redução da hiperpigmentação da Pele. A Questão da

pesquisa: Quais os tratamentos mais utilizados para tratamento da pigmentação da

pele e os seus resultados? O estudo teve como objetivo geral: Analisar os

principais resultados obtidos nos tratamentos da hiperpigmentação. Específicos:

Caracterizar a pele e seus pigmentos; discutir as repercussões da hiperpigmentação

na beleza e autoestima; apresentar os múltiplos tratamentos utilizados na redução

da hiperpigmentação e analisar os principais resultados apresentados pelos autores

na redução da hiperpigmentação. Metodologia: Trata-se de um estudo de

abordagem qualitativa, transversal, com estudos publicados no recorte temporal de

2009 a 2017. O estudo utilizou um levantamento bibliográfico, com a revisão da

literatura em artigos de revistas científicas, nas bases de dados LILACS, MedLine e

Scielo sobre a temática de Experiências Estéticas, ou seja, tratamentos utilizados na

redução da Pigmentação da Pele. Da análise dos artigos emergiram quatro

categorias: tratamentos da hiperpigmentação; técnicas utilizadas no

tratamento; respostas apresentadas; reações adversas do tratamento da

hiperpigmentação. Conclui-se que este estudo identificou múltiplos tratamentos

utilizados na melhora da hiperpigmentação da pele, com efeitos satisfatórios, mas

observou-se que não houve grande diversificação de tratamentos no recorte

temporal utilizado de 2010 a 2017, em relação aos descritos na literatura específica.

Descritores: Pele, Pigmentação da pele; Preparações clareadoras da pele.

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ABSTRACT

The aesthetic experiences were understood as used forms or treatments studied and / or developed to obtain a satisfactory aesthetic result. Some factors can alter the natural coloration of the skin of the individual and can generate the hyperpigmentation that is a pigmentary disorder that occurs due to the increase of melanin production, generating dyschromias in the skin. The problem of this study is related to the hyperpigmentation can affect both the aesthetic and the psychological side of the individual. However, according to the level of severity it is possible to perform bleaching and depigmenting treatment, improving the appearance of the skin and consequently the subject's self-esteem. The object of this study is: The reduction of hyperpigmentation of the skin. The Research question: Which treatments are most used to treat skin pigmentation and its results? The objective of the study was: To analyze the main results obtained in the treatments of hyperpigmentation. And, specific: Characterize the skin and its pigments; Discuss the repercussions of hyperpigmentation on beauty and self-esteem; To present the multiple treatments used to reduce hyperpigmentation and to analyze the main results presented by the authors in reducing hyperpigmentation. Methodology: This is a qualitative, cross-sectional study with studies published in the temporal cut from 2009 to 2017. The study used a bibliographical review, with a review of the literature in articles of scientific journals, in the LILACS, MedLine databases and Scielo on the subject of Aesthetic Experiences, that is, treatments used in the reduction of Skin Pigmentation. From the analysis of the articles emerged four categories: treatments of hyperpigmentation, techniques used in treatment; replies and adverse reactions of treatment of hyperpigmentation. It is concluded that this study identified multiple treatments used to improve hyperpigmentation, with satisfactory effects, but it was observed that there was no great diversification of treatments in the time cut used from 2010 to 2017, in relation to those described in the specific literature. Descriptors: Skin, Skin pigmentation and Skin whitening preparations.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 07

2 LITERATURA ............................................................................................. 09

2.1 PIGMENTAÇÃO DA PELE .......................................................................... 10

Melanócitos .............................................................................................. 10

Melanossomas ......................................................................................... 11

Melanina ................................................................................................... 11

Hiperpigmentação ................................................................................... 12

2.2 DERMATOSES HIPERCRÔMICAS ........................................................... 13

Melasma ................................................................................................... 13

Hipercromia pós inflamatória .................................................................... 13

Efélides ..................................................................................................... 14

Hiperpigmentação periorbital .................................................................... 14

Melanose solar ou Lentigo Senil .............................................................. 15

2.3 TRATAMENTOS UTILIZADOS NA REDUÇÃO DAS HIPERCROMIAS...... 15

3 METODOLOGIA .......................................................................................... 19

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 23

Categorias 1- tratamentos da hiperpigmentação ........................................ 23

Categorias 2- técnicas utilizadas no tratamento ........................................ 25

Categorias 3- respostas apresentadas ...................................................... 27

Categorias 4- reações adversas no tratamento da hiperpigmentação ...... 29

5 CONCLUSÃO ........................................................................................... 31

REFERÊNCIAS

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1– INTRODUÇÃO

A Estética, conforme é um descritor da Biblioteca Virtual em Saúde, vem

sendo caracterizada como ramo da filosofia que trata da natureza da beleza. Inclui

beleza, experiência estética, julgamento estético e aspectos estéticos da medicina1.

Este estudo propõe, enquanto trabalho de conclusão de curso de Graduação em

Estética discutir as experiências estéticas no tratamento da hiperpigmentação da

pele.

As experiências estéticas foram entendidas como formas utilizadas ou

tratamentos estudados e/ou desenvolvidos para se obter um resultado estético

satisfatório e que pudesse ser discutido, avaliado, indicado e reutilizado por

profissionais que atuam no ramo na beleza e bem-estar. Neste sentido a

hiperpigmentação se apresenta como uma patologia da pele que pode alterar a sua

cor em algumas áreas, assim como a autoestima dos sujeitos acometidos pela

patologia.

Cabe destacar que a pele é um o órgão externo de maior extensão no corpo,

possui algumas funções principais como: proteção, termo regulação, reserva de

nutrientes e ainda contém diversas terminações nervosas sensitivas. Sua coloração

ocorre através da formação de melanina dentro dos melanócitos, presente em todos

os em indivíduos em mesma quantidade. A diferença da coloração da pele nos

diferentes fototipos está relacionada com a atividade dos melanócitos e não na

quantidade destes.

Devido a alguns fatores a coloração natural da pele pode ser alterada, geram

assim a hiperpigmentação, que é um distúrbio pigmentar que ocorre pelo aumento

da produção de melanina gerando as discromias hipercrômicas na pele. Essas

alterações podem afetar a autoestima, visto que causam manchas com tonalidades

mais escuras que o tom natural da pele. Em alguns casos, a socialização do

indivíduo com o outro e com a sociedade pode ser afetada, levando-o a procura de

tratamentos que possam amenizar ou tratar essas desordens.

O problema deste estudo está relacionado com a hiperpigmentação, que é

uma alteração pigmentar da cor natural da pele que pode afetar tanto o lado estético

quanto o psicológico do indivíduo. Entretanto, de acordo com o nível da gravidade é

1 Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/decs-locator/?lang=pt&tree_id=F02.463.425.720

&term=Experi%C3%AAncia&tree_id=F02.463.785.477&term=Est%C3%A9tica

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possível realizar tratamento clareadores e despigmentantes, melhorando o aspecto

da pele e consequentemente a autoestima do sujeito.

O Objeto deste estudo é: A redução da hiperpigmentação da Pele.

A Questão da pesquisa é: Quais os tratamentos mais utilizados para

redução da pigmentação da pele e os seus resultados descritos nos estudos?

O estudo teve como objetivos:

Geral: Analisar os principais resultados obtidos nos tratamentos da

hiperpigmentação.

Específicos: Caracterizar a pele e seus pigmentos; discutir as repercussões

da hiperpigmentação na beleza e autoestima; apresentar os múltiplos tratamentos

utilizados na redução da hiperpigmentação e analisar os principais resultados

apresentados pelos autores na redução da hiperpigmentação da pele.

A justificativa do estudo está relacionada ao fato de que a busca pela

normalidade da cor natural da pele é um desafio para aqueles que sofrem com as

manchas hipercrômicas. Esses indivíduos muitas das vezes sofrem problemas ao se

relacionarem, pois, sua autoestima é baixa devido a sua aparência que pela

sociedade é julgada com inestética. Por esse motivo, este estudo aborda os

principais métodos nos tratamentos das dermatoses hipercrômicas.

Este estudo possui relevância profissional, acadêmica e social. Profissional

no momento que apresenta os tratamentos utilizados nos casos de hipercromias e

compara os resultados alcançados em cada tratamento, visando auxiliar os

profissionais que atuam na área da estética na escolha do método mais eficaz para

o seu protocolo de tratamento.

No campo acadêmico esta revisão bibliográfica servirá como fonte de

pesquisa para aqueles que queiram obter um melhor conhecimento cientifico a

respeito do tratamento da hiperpigmentação. Destaca-se que para a sociedade

apresenta importância ao demonstrar que é possível tratar e obter resultados

satisfatórios.

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2 – LITERATURA

A pele é o maior órgão do corpo humano correspondendo à cerca de 15% do

seu peso total. Funcionalmente age como um envoltório de proteção ao meio

externo controlando a perda de fluidos corporais, evitando a penetração de

substâncias estranhas e nocivas ao organismo, atuando assim como uma capa

protetora e uma barreira impermeável a muitas substâncias (BARDINI, LORENÇO e

FISSMER, 2012 p. 57).

Conforme aponta Harris (2009, p.19) “a pele é dividida em dois tecidos

principais; a epiderme (tecido epitelial mais externo: do grego epi = sobre, derma =

pele) e um tecido conectivo da derme (a partir da qual a epiderme se origina) e da

hipoderme, camada inferior contendo gordura (hipo = inferior, derma= pele).

A epiderme é a camada mais superficial da pele, sua principal função é a

produção de queratina, que irá promover a impermeabilidade cutânea. Por não

possuir vasos sanguíneos, sua nutrição ocorre pela difusão através dos capilares da

derme. Segundo Kede e Sabatovich (2009, p.03) "a epiderme, de origem

ectodérmica, é um epitélio de revestimento estratificado e pavimentoso, ou seja, é

constituído por várias camadas de células que vão se achatando à medida que se

tornam mais superficiais".

.

Figura 1. Nesta figura é possível distinguir as camadas da epiderme.2

Logo abaixo da Epiderme é encontrada a Derme, está camada é composta de

tecido conectivo não modelado constituídos principalmente por fibras colágenas,

elásticas e substâncias amorfas. A derme está dividida em camada papilar a mais

superficial e a camada reticular a mais profunda (MAIO, 2011, p. 22-23). Kede e

2 Disponível em: http://clubedasesteticistas.blogspot.com.br/2014/01/as-camadas-da-pele.html

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Sabatovich (2009, p.06) referem que: "O limite entre elas é dado pelo plexo vascular

superficial, que se situa um pouco abaixo da base dos cones epidérmicos."

Maio (2011, p. 22-23) afirma que:

Região papilar é a camada mais superficial e ficando logo abaixo da epiderme, contínua às papilas dérmicas. É constituída por tecido conjuntivo frouxo, com fibras elásticas e fibras colágenas que ajudam a prender a derme na epiderme. [..] Região reticular é a camada mais profunda, de tecido conectivo denso com grossos feixes de fibras colágenas, fibras elásticas e reticulares, vasos sanguíneos linfáticos, corpúsculos de Pacini, nervos, folículos pilosos e glândulas sudoríparas e sebáceas.

Na última camada encontra se a hipoderme, está camada não faz parte da

pele, mas serve de apoio na mobilização da pele e dos órgãos adjacentes. É

composta por células adipócitas e finos vasos conjuntivos. O maior acúmulo de

gordura irá depender da região e do estado de nutrição do indivíduo. Essa camada

age como isolante térmico e amortecedor de impacto principalmente nas palmas das

mãos e nas plantas dos pés (MAIO, 2011, p.23).

2.1 PIGMENTAÇÃO DA PELE

A coloração natural da pele é principalmente influenciada pela produção da

melanina que é um pigmento castanho escuro, de alto peso molecular. Contudo,

outros pigmentos podem influenciar na coloração como: os carotenóides que

possuem tonalidades amarelas, o vermelho produzido pela hemoglobina oxigenada

nos capilares da derme e o azul originado da hemoglobina reduzida nas

vênulas (MIOT et al 2009, p.624).

De acordo com a classificação de Monteiro (2010) a cor da pele pode ser

dividida em duas classes de produção melânica, a constitutiva que é geneticamente

determinada e a cor induzida ou facultativa que ocorre através de fatores externos,

como a exposição aos raios solares ou por exemplo as doenças pigmentares.

Melanócitos

Os melanócitos são células dendríticas que produzem os grânulos de

melanina. "Os melanócitos transferem os melanossomas para dentro dos

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queratinócitos. São partículas citoplasmáticas pigmentadas que contêm melanina e

são produzidas por melanócitos" (MONTEIRO, 2010).

Miot et al (2009, p.624) classifica os melanócitos como:

São células dendríticas, embriologicamente derivadas dos melanoblastos, os quais se originam da crista neural, migrando para a pele logo, após fechamento do tubo neural. Essa migração pode ocorrer para vários destinos, sendo que os sinalizadores para os quais direcionam tal processo, ainda precisam ser melhor caracterizados. Quando se tornam células completamente desenvolvidas, distribuem-se em diversos locais: olhos (epitélio pigmentar retiniano, íris e coroide), ouvidos (estrias vasculares), sistema nervoso central (leptomeninges), matriz dos pelos, mucosas e pele.

Melanossomas

Situados no interior dos melanócitos, os melanossomas são organelas

elípticas responsáveis pela formação e armazenamento de melanina. A formação da

melanina ocorre dentro do melanócitos, conhecida como melanogênese que se

desenvolvem em diferentes estágios morfológicos, desde estruturas

despigmentadas até organelas repletas de melanina (MIOT et al, 2009 p.625).

A diferença fenotípica fundamental entre as raças mais pigmentadas e menos pigmentadas não reside na produção de melanina ou no número de melanócitos, mas, principalmente, na qualidade de seus melanossomas. Os melanossomas nos indivíduos negros são maiores e mais maduros do que nos brancos e são armazenados mais como unidades do que como grupamentos. Nos ceratinócitos, a degradação dos melanossomas maiores é retardada, o que também contribui para os níveis mais altos de pigmentação cutânea, nesses casos. Os processos, aos quais se levam a

essa diferença de comportamento, precisam ser melhores elucidados.

Melanina

A melanina é o principal pigmento determinante da cor da pele, cabelo e cor

dos olhos. Além de definir a característica do fenótipo humano, tem um papel

importante na fotoproteção devido à sua capacidade de absorver a radiação

ultravioleta. Existem dois tipos de melanina: eumelanina que é caracterizada pelo

pigmento castanho escuro ou negro e a feomelanina que possuí os pigmentos

vermelho- amarelo (VIDEIRA; MOURA; MAGINA, 2013, p. 02).

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O elemento inicial do processo biossintético da melanina é a tirosina, um aminoácido essencial. A tirosina sofre atuação química da tirosinase, complexo enzimático cúprico-proteico, sintetizado nos ribossomos e transferido, através do retículo endoplasmático para o Aparelho de Golgi, sendo aglomerado em unidades envoltas por membrana, ou seja, os Melanossomas (MIOT,2009, p. 625)

Harris (2009, p.45-47) ressalta que após a ação da tirosinase sobre a tirosina

é produzido a dopa e está por sua vez em dopaquinona. A condensação da

dopaquinona com a cisteína3 gera a cisteinidopa produzindo assim a feomelanina.

Contudo a produção da eumelanina ocorre com a condensação da dopaquinona

com cisteína formada a leucodopacromo. “As eumelaninas protegem as células

basais da epiderme dos efeitos nocivos da radiação UV” e, por isso, indivíduos com

menor capacidade de produção são mais propensos a queimaduras solares e a

manifestação de câncer de pele.

Figura 2. Imagem simplificada da síntese de melanina chamada de melanogênese4

Hiperpigmentação

Devido a traumas ou inflamações, os melanócitos podem sofrer alterações e

produzir menor ou maior quantidade de melanina. Essas desordens pigmentares,

locais ou generalizadas são classificadas de acordo com a distribuição anormal de

melanina em acromias, hipocromias e hipercromias (DRAELOS, 2012 p. 29).

As dermatoses hipercrômicas podem ser originadas por causas: naturais,

primárias e secundárias. Desta forma são “naturais: quando inerentes à raça;

primaria: devido a uma desordem de pigmentação adquirida, idiopáticas ou por

vezes familiares; secundária: geralmente decorrentes de processos inflamatórios”

(KEDE; SEBATOVICH, 2009, p. 370).

3 Cisteína, é um aminoácido. Sendo, portanto, um dos componentes das proteínas dos seres

vivos. Disponível em: http://www.dicionarioinformal.com.br/ciste%C3%ADna.Acesso em 11 de maio de 2017.

4 Disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4484

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2.2- DERMATOSES HIPERCRÔMICAS

Melasma

Melasma é uma discromia hiperpigmentada que acomete principalmente

mulheres adultas, predominantemente na região facial. O aparecimento desta

patologia pode estar relacionado com alguns fatores de riscos como: hormônios

sexuais femininos, gravidez, exposição solar, uso de medicamentos

fotossensibilizantes, cosméticos e terapias de reposição hormonal (MEDEIROS et al.

2016, p. 180).

O melasma pode ser formado por uma única lesão ou pelo agrupamento de

várias manchas, variando entre a coloração marrom claro e marrom-acinzentado

apresentar bordas simétricas e irregulares, encontradas principalmente nas regiões

da bochecha, testa, nariz, queixos e labial superior, entretanto essas lesões podem

acontecer em outras áreas com antebraços e costas (GRIMES, 2012).

Figura 3. Ilustrativa da distribuição do Melasma na região facial.5

Hipercromia pós inflamatória

A hipercormia pós inflamatória se dá pelo aumento de melanina em lesões

inflamadas exposta aos raios solares ou após traumas repetidos na pele (fricção e

escoriação), muito comum nos casos de sequelas de acne, dermatite de contato,

furúnculo e em uso de produtos fotossensibilizantes. Acomete principalmente em

indivíduos com fototipo mais elevado (KEDE e SABATOVICH 2009, p.364).

Figura 4. Nesta imagem é possível observar a hiperpigmentação causada por sequelas de acne.

5Disponível em: http://www.justaboutskin.com/2016/08/melasma-pregnancy-pigmentation/

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Efélides

Como assegura Lucena et al (2013) as efélides são máculas hipercrômicas,

de pequeno porte, que constituem uma área com maior aumento da produção de

melanina e que acomete indivíduos geneticamente predispostos de pele clara.

Apresentam boas respostas aos tratamentos clínicos pelo motivo de serem mais

superficiais, por serem causadas pelo aumento dos melanossomas e da produção

de melanina e não pelo aumento do número de melanócitos ativos.

Figura 5. Imagem demostrando o acometimento das efélides na região nasal e maças do rosto.6

Hiperpigmentação periorbital

A hiperpigmentação periorbital, mais conhecida comumente como olheira,

pode acomete ambos os sexos, entretanto, são mais frequentes em mulheres.

Sendo uma das queixas de desordem pigmentar mais difícil de tratar, pois sua

etiologia é multifatorial, pode estar relacionada com o aumento dos vasos

sanguíneos na região, exposição solar, transmissão genética, hiperpigmentação

pós-inflamatória, hipertransparencia da pele, edema periorbital ou até mesmo com a

herniação da gordura palpebral. Esses fatores interferem na aparência facial dando

ao paciente um aspecto de cansaço e baixa autoestima (OLIVEIRA e PAIVA; 2015

p. 134).

Figura 6. Imagem ilustrativa da hiperpigmentação periorbital.7

6Disponível em: http://www.nathaliagussoni.com/2015/07/falando-sobre-discromias.html

7 Disponível em: http://www.dicasonline.tv/eliminar-olheiras-bicarbonato-sodio/

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Melanose solar ou Lentigo Senil

Segundo Dode et al (2017 p. 53), as manchas senis são desenvolvidas a

partir da exposição excessiva ao sol e pela diminuição de produção de melanina.

Isso acarreta a formação das maculas hipercrômicas de cores variadas, bordas

irregulares, lisas e achatadas que predominantemente acometem a face, colo,

ombros, braços e no dorso das mãos de indivíduos com idade avançada.

Figura 7. Nesta imagem é possível visualizar a Melanose solar ou Lentigo Senil no dorso da mão.8

2.3- TRATAMENTOS UTILIZADOS NA REDUÇÃO DAS HIPERCROMIAS

Kede e Sabatovich (2009) destacam que no tratamento de qualquer

dermatose de causa hipercrômica deve estar presente o uso de protetor solar, visto

que a radiação solar contribui de maneira efetiva na piora do quadro das

hiperpigmentação. “A proteção solar deve ser de Amplo espectro e de alto fator de

proteção, compreendendo raios UVA e UVB e luz visível” (KEDE e SABATOVICH,

2009).

Os métodos de tratamentos utilizados nas dermatoses hipercrômicas

possuem o objetivo principal de inibição ou redução da produção excessiva da

melanina, utilizando recursos químicos e físicos para obtenção do resultado

clareador (KEDE e SABATOVICH, 2009, p. 359).

A microdermoabrasão é uma técnica de esfoliação não cirurgia e não

invasiva, que consiste em vários tipos de abrasão determinado pelo nível de sucção,

movimento e velocidade de manobras, número de repetição na área e o tipo de pele.

Esses fatores irão promover o afinamento do tecido epidérmico, clareamento das

camadas mais superficiais da pele, melhora de cicatrizes, dentre outros (BORGES,

2010).

8 Disponível em: https://www.drcraggs.be/laser-behandelingen?lightbox=dataItem-itltfhb01

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Um despigmentante comum nas formulações clareadoras de uso tópico é a

hidroquinona, um composto fenólico que age inibindo a ação da tirosina, diminuindo

a atividade da enzima tirosinase e a produção da melanina. Contudo, “o uso de

hidroquinona não é permitido em muitos países, por conta de seus efeitos adversos”

(GOLARTT et al 2013).

Os peelings químicos são classificados em quatro tipos de acordo com o seu

poder de permeação cutânea: muitos superficiais, superficiais, médios e profundos.

Os muitos superficiais irão afinar ou remover o extrato córneo e não criam lesão

abaixo até a camada basal, os superficiais produzem necrose de parte ou de toda

epiderme, o médio produz necrose da epiderme de parte ou de toda derme papilar e

o profundo produz necrose da epiderme e derme papilar que se estende até a derme

reticular (GUERRA, et al; 2013 p.2).

Marques, Tomazoni e França (2016 p. 06) apud Akiyoshi (2009) comentam

que “o peeling químico ativa um mecanismo biológico que é capaz de estimular a

renovação e o crescimento celular que resultará em uma aparência mais saudável”

Yokomizo et al. (p.63, 2013) acrescenta que “quanto mais profundos, mais

aparentes serão os resultados, porém aumentarão também os riscos e o desconforto

no período após o procedimento”.

Ácido Glicólico é o menor alfa-hidroxiácido contendo apenas dois carbonos na

sua cadeia dando-lhe, portanto, maior poder de penetração na pele. Este ácido é

derivado da cana de açúcar e apresenta pouca irritabilidade, é pouco foto

sensibilizante, e não tem efeito tóxico a nível sistêmico. Seu princípio ativo

proporciona uma melhora na textura, no tônus e uniformidade da tonalidade da pele,

diminui a espessura da camada córnea, e reduz a coesão entre os corneócitos e

suas camadas (AMORIM e MEIJA, 2013.p.07). Maio (2011, p.414) acrescenta que,

em concentrações mais altas podem apresentar efeitos como o aumento da síntese

de colágeno.

Ácido Kójico é originado de alimentos fermentados procedentes do Japão,

suas estruturas moleculares são facilmente solúveis em água, etanol e acetona. Seu

uso tem por indicação tratamentos despigmentantes pois agem de três formas no

processo de pigmentação: conversão, redução e inibição. Em sua atuação

apresenta pouca resposta citotóxica (MAIO, 2011.p. 269).

Ácido Azeláico, ainda de acordo com Maio (2011, p.273) é de origem natural,

não toxico, e suas apresentações demonstrou-se ser um inibidor reversível da

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tirosinase. Possui atividade positiva na reversão sobre alguns distúrbios pigmentares

pois age de forma seletiva atingindo apenas os melanócitos hiperativos e

preservando a coloração natural da pele.

Ácido Mandélico é derivado do extrato de amêndoas e geralmente é utilizado

em formulações despigmentantes de 30% a 50%. É considerado por muitos autores

como o ácido menos irritativo e causador de menos eritema (KEDE e

SABATOVICHT, 2009, p. 579). “O ácido mandélico penetra a epiderme lenta e

uniformemente, o que é ideal para pele sensível” (YOKOMIZO et al. 2013, p.63).

Ácido Retinóico é derivado da vitamina A utilizado nas concentrações de 0,01

a 0,05 % apresentam fotossensibilização e irritabilidade a pele. Tem por

característica ser um renovador da pele, pois aumenta a as fibrogênoses e a

angiogênese (PERREIRA e MEJIA, 2010, p.13).

Ácido Tricloracético é um composto inorgânico, da família dos alfa-

hidroxiácido é o mais forte. Em concentrações mais elevadas, produzem

descamações médias e profundas, e promovem a coagulação e necroses das

células epidérmicas (DRAELOS, 2012, p. 379). Yokomizo et al. (2013, p.63)

acrescenta que, esse ácido é altamente solúvel em água e éster, sendo facilmente

oxidado.

Ácido Salicílico que é pertencente à família dos Beta-hidroxiácidos, promove

a descamação da camada do extrato córneo sem causar inflamação, é indicado para

todos os tipos de pele, sendo mais usando nos casos de acne por apresentar ação

comendolítica, potencializa a penetração de outros ácidos, sendo assim, bastante

usado em conjunto com esfoliantes (DRAELOS, 2012, p. 379).

Ácido Carbólico, mais conhecido como Fenol é uma substância química de

uso restrito médico, pois penetra profundamente nas camadas da pele. Tem o

propósito de destruir a camada epidérmica e parte da derme (PERREIRA e MEJIA,

2010, p.13).

Kede e Sabatovich (2009) ressaltam que nas últimas décadas o Laser e Luz

Pulsada vêm sendo muito utilizada nos protocolos de tratamentos dos distúrbios

pigmentares. Agne (2013, p.363) afirma que a utilização dos Lasers em diversas

alterações da pele como as dermatoses hiperpigmentarias, apresenta-se como

alternativa ao peeling químico.

A Luz intensa pulsada é também utilizada para os tratamentos da

hiperpigmentação da pele, porém, não podem ser comparadas com os Lasers pois

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são menos específicos e menos eficientes, porque seu aspecto de radiação abrange

vários comprimentos de onda simultaneamente (AGNE, 2013, 403)

A energia emitida pelo Laser é absorvida pelas moléculas chamadas de

cromóforos, que são as melaninas, hemoglobina e a água presente na pele. A

energia absorvida por esses cromóforos é convertida em térmica, mecânica ou

química. Por fim, é rompida por partículas de coagulação, vaporização ou

fotoxidação sendo absorvida pelo organismo. Esse processo irá causar a

remodelação do tecido danificado (OLIVEIRA e PAIVA, 2016, p. 136).

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3- METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, transversal, com estudos

publicados no recorte temporal de 2010 a 2017. O estudo utilizou um levantamento

bibliográfico, com a revisão da literatura em artigos de revistas científicas, nas bases

de dados LILACS, MedLine e Scielo sobre a temática de Experiências Estéticas, ou

seja, tratamentos utilizados na redução da Pigmentação da Pele.

Conforme Deslandes e Minayo (2010), a pesquisa qualitativa se foca nas

ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado.

Trabalham com universo de significados, crenças, valores, atitudes, que

corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e fenômenos

que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Realizar uma pesquisa bibliográfica é promover a localização e consulta de

fontes diversas de informações escritas, nas quais, se podem coletar dados gerais

ou específicos a respeito de um tema. Uma pesquisa bibliográfica deve ser:

disciplinada e ter uma prática sistemática, crítica para estabelecer diálogo reflexivo

entre teoria e o objeto de estudo e deve ser ampla para o conhecimento sobre o

problema atual. Por isso, deve ocorrer fase exploratória, como metodologia

apropriada, objeto, pressupostos e teorias pertinentes, para a construção do projeto

de investigação (DESLANDES E MINAYO, 2010).

A revisão de literatura adotada no estudo foi o de revisão integrativa que

apresenta, conforme Mendes e Galvão (2008):

1ª etapa: identificação do tema e seleção da hipótese / questão de pesquisa:

Sendo neste estudo a questão da pesquisa: Quais os tratamentos mais publicados

para a hiperpigmentação da pele e os seus resultados?

2ª etapa: estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/

amostragem ou busca na literatura. Os critérios de seleção foram: artigos publicados

na íntegra nas bases de dados e disponíveis em português, inglês e espanhol e no

recorte temporal de 2010 e 2017. A busca será realizada com os temas: pele,

pigmentação da pele e preparações clareadoras da pele.

3ª etapa: definição das informações a serem extraídas dos estudos

selecionados/ categorização dos estudos;

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4ª etapa: avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; foram

analisados 10 artigos, onde primeiramente foi realizada a leitura e posteriormente o

destaque da relevância

5ª etapa: interpretação dos resultados;

6ª etapa: apresentação da revisão/síntese do conhecimento

Sendo utilizada uma planilha inicial para a avaliação dos artigos, Quadro I

abaixo:

Quadro I: Análise dos artigos selecionados quanto ao tema, profissão dos autores,

período em que foram publicados e forma de citação dos artigos.

Artigo Tema Profissão autores Periódico Citação

1 Aplicação da microdermoabrasão em manchas senis nas mãos de idosos.

Fisioterapeuta Fisioterapia em Reabilitação

Dode et al (2017)

2 Aplicabilidade dos peelings químicos em tratamentos faciais: estudo de revisão.

Fisioterapeutas, Biomédica e Psicóloga

Brasilian Journal of Surgery and clinical Research- BJSCR

Guerra et al (2013)

3 Disords of pigmentation. ACP Medicine

Dermatologista ACP Medicine Grimes (2012)

4 Combinação terapêutica no tratamento do melasma

Biomédicas e Bioquímica

Cuidarte enfermagem

Medeiros et al (2016)

5 Causas e tratamento da hipercromia periorbital.

Não disponível Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba

Oliveira e Paiva (2016)

6 Hipercromia: revisão bibliográfica

Esteticistas Não Disponível Pontes e Levin (2016)

7 Peelings químicos: revisão e aplicação prática.

Dermatologistas e Estudante de Medicina

Surg Cosmet Dermatol

Yokomizo et al (2013)

8 Benefícios do peeling químico com ácido glicólico no processo de envelhecimento

Fisioterapeutas. Não disponível Amorin e Meija (2013)

9 Peelings químicos no rejuvenescimento facial.

Fisioterapeutas. Não disponível Perreira e Meija (2010)

10 Ativos clareadores ou despigmentantes no tratamento de hipercromias cutâneas

Discentes do Curso de Estética e Cosmética

UNICRUZ Golartt et al (2013)

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Para a realização do estudo, após a seleção dos artigos foi elaborado o

quadro II, contendo: ano de publicação, local de publicação, objetivos dos estudos e

metodologia utilizada, descrita no quadro abaixo.

Quadro II: Análise dos artigos selecionados quanto ao tema, profissão dos autores,

período em que foram publicados e forma de citação dos artigos.

Artigo Ano Local Objetivo Metodologia

1 2017 RS Verificar os efeitos de uma aplicação de protocolo com

microdermoabrasão em manchas senis nas mãos de idosos

Ensaio clinico, envolvendo 9 idosos com manchas senis nas mão.

2 2013 PR Realizar um levantamento bibliográfico a respeito da

utilização dos principais agentes de peelings químicos nos

tratamentos faciais, evidenciando assim sua eficácia

Estudo de Revisão de Literatura com artigos cientifico indexados na Scielo, Medline, Lilacs

Bireme, Google Acadêmico entre o

período de 1999 a 2012.

3 2012 Los Angeles

Relatar distúrbios discromicos de hiperpigmentação e

hipopigmentação e descrever seu diagnóstico e tratamentos.

Não Disponível

4 2016 SP Apresentar os resultados no caso clinico em que se utilizou

tratamento combinado a uma paciente com melasma e relatar a

eficácia das combinações terapêuticas em comparação à

monoterapia no tratamento dessa dermatose.

Estudo experimental, tipo estudo de caso, descritivo

no qual foi empregado peeling oral em associação com

antioxidante por 60 dias e uso do protetor tópico e oral no tratamento no

melasma.

5 2016 BH Realizar uma revisão integrativa com objetivo de discutir e avaliar as causas e fatores etiológicos e

descrever os possíveis tratamento disponíveis na literatura.

Estudo de revisão com artigos das bases de dados da Medline e

Lilacs. Após a análise de relevância dos trabalhos, amostra final foi composta

por 26 artigos.

6 2016 SP O foco desse artigo, a hiperpigmentação em todas as

suas intercorrências, principalmente aquelas que se localizam frequentemente em

áreas fotoexpostas, suas causas e os variados e eficazes tratamentos

existentes na dermatologia estética.

Estudo de Revisão bibliográfica

7 2013 SP Apresentar os peeling químicos reconhecidos na literatura

Estudo de revisão bibliográfica sobre todos

os tipos de peeling reconhecidos pela literatura cientifica .

8 2013 GO Busca descrever os seus O estudo é uma revisão

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Após leitura e releitura dos estudos passam-se as etapas da revisão com a

descrição e análise dos resultados no capítulo a seguir.

benefícios no professo de envelhecimento da pele.

bibliográfica baseada em artigos de revisão,

publicados pela Scielo e Pubmed no período de

1995 a 2014.

9 2010 PR Realizar um levantamento bibliográfico a respeito da

utilização dos principais agentes dos peelings químicos nos

tratamentos faciais evidenciando assim sua eficácia, nos distúrbios

em que são aplicados.

Estudo de revisão bibliográfica em artigos e

revistas cientificas indexados na Scielo,

Medline, Lilacs, Bireme e Google Acadêmico, entre agosto e dezembro 2013.

Foram incluídos publicações datadas entre

1981 e 2013.

10 2013 SC Realizar uma revisão da literatura abordando os produtos cosméticos com ação química clareadora ou despigmentante com a finalidade de reduzir as hiperpigmentações

cutâneas.

Revisão de literatura descritiva, no período de

2007 a 2013.

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4- RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a análise dos dados foram selecionados dez estudos. Destes quatro

foram produzidos por Fisioterapeutas, dois por Dermatologistas, dois por

Esteticistas, um Biomédico e em um estudo não disponibilizou a sua especificação.

Isso demonstra a importância do tema e a sua avaliação por diversas áreas, o que

pode maximizar a possibilidade de tratamento para a clientela.

Quanto ao recorte temporal identificou-se que os estudos foram publicados

nos anos de 2010(1), 2012(1) e 2017(1), 2016 (3) e 2013 com o maior número de

artigos produzidos (4). Também foi realizado o levantamento dos profissionais

envolvidos, onde foram encontrados nos estudos: Fisioterapeutas, Dermatologistas,

Esteticista, Psicólogo, Bioquímico e Biomédicos

No delineamento desta pesquisa entre os artigos selecionados verificou-se

que oito utilizaram a abordagem metodológica de revisão bibliográfica, um artigo

descreveu um relato de caso e um artigo realizou um estudo experimental.

Para a análise dos dados após leitura e releitura dos materiais buscou-se

identificar as temáticas dos artigos, os resultados e contribuições destes, para assim

organizar as categorias analíticas que emergiram das publicações e estas serão

apresentadas a seguir:

CATEGORIA 1- TRATAMENTOS DA HIPERPIGMENTAÇÃO

Essa categoria apresenta os principais tratamentos preconizados pelos

autores consultados na revisão bibliográfica, sendo estes:

O peeling químico, que é uma técnica indicada para tratar manchas,

cicatrizes, acnes, redução de poros e linhas de expressão e que,

consequentemente, deixa a pele com um aspecto mais saudável e uniforme

(AMORIN e MEJIA, 2013). Vários são os ácidos que podem ser aplicados nos

procedimentos de peelings químicos, entretanto os mais utilizados, conforme,

Guerra (2013) são: Glicólico, Mandélico, Retinóico, Salicílico, Ascórbico (vitamina C),

Lático e Fenol.

Pereira e Mejia (2010) destacam que, os peelings químicos possuem

indicação na ocorrência das seguintes situações: lesões epidérmicas, melasmas,

lentigos, discromias actínicas, rugas oderadas, efélides, cicatrizes de acne,

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queratose actinicas, rugas finas, hiperpigmentação pós-inflamatória,

fotoenvelhecimento.

De acordo com Medeiros et al (2016) os agentes clareadores mais usados

para o tratamento do melasma são os ácidos Retinóico, Azeláico e Kójico, as

terapias a Laser e Luz Pulsada. Os estudos de Medeiro et al (2016) mostram que o

uso do ácido Tranexâmico intradérmico tem se mostrado seguro e eficaz. Este tem

sido largamente estudado como alternativa para o tratamento do melasma, pois seu

uso tópico previne a pigmentação induzida por raios ultravioleta em cobaias, e seu

uso intradérmico e intralesional produz clareamento rápido.

Golartt (2013) destaca que, o monometil éter de hidroquinona é uma

substância semelhante a hidroquinona, porém apresenta menos efeitos adversos.

Conhecido como mequinol, é indicado para pessoas que apresentam a pele

sensível. Outro composto derivado da hidroquinona descrito por Golartt (2013) é

arbutin, nome comercial de um derivado natural da hidroquinona, a hidroquinona – D

– glucopiranosídeo, que bloqueia a enzima tirosinase, inibindo a síntese de

melanina.

Pontes e Levin (2016) sustentam que os tratamentos mais eficazes para a

hiperpigmentação no modo geral, são os agentes despigmentantes tais como a

hidroquinona, os ácidos, Glicólico, Retinóico, Kójico. Medeiros et al (2016)

acrescenta o Laser e Led azul.

Além desses tratamentos Medeiros et al (2016) refere que atualmente há uma

tendência para o uso de fitoterápicos e vitaminas no tratamento do melasma. Entre

os fitoterápicos destaca-se o Polypodium leucotomos, que é um ativo de uma planta

da Costa Rica muito eficaz em proteger a pele contra os raios ultravioleta. O extrato

de Polypodium leucotomos (PL) tem propriedades entre ação imunomoduladora e

antioxidante e fotoprotetoras, e por esses efeitos, diversos estudos comprovam o

seu uso como adjuvante para várias doenças dermatológicas, incluindo o melasma

(MEDEIROS, et al, 2016).

O autor (op cit, 2016) acrescenta que, o hidroxitirosol, principal composto

antioxidante presente no azeite, também é um fitoterápico que tem sido utilizado

como peeling oral, pelo efeito quimiopreventivo frente aos danos celulares induzidos

por ultravioleta.

Um estudo recente relatado por Grimes (2012) mostrou uma eficácia

significativa do creme de Tazaroteno a 0,1% para o tratamento de hiperpigmentação

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pós-inflamatória causada por acne vulgar. Outros agentes tópicos despigmentantes

citados são o mequinol, ácido ascórbico, niacinamida, N-acetil glicosamina e a soja,

sendo estas, também, terapias úteis no tratamento de hiperpigmentação pós-

inflamatória (GRIMES, 2012).

Nos casos de hiperpigmentação periorbital, Oliveira e Paiva (2016) relatam

que os peelings mais conhecidos são os ácidos: Tricloroacético, Salicílico, Glicólico,

Lático, Alfa hidroxiácidos, Retinóico e Mandélico. Contudo, afirmam que não existe

terapia padrão ouro para tratamento deste tipo de hiperpigmentação, visto que esta

dermatose não possui uma etiopatogenia definida e pode ter múltiplos fatores que

levam ao seu aparecimento.

Entretanto, no tocante a hiperpigmentação periorbital escura, resultante da

perda de volume infraorbital e sombreamento, estas podem ser tratadas com vários

tipos de preenchedores disponíveis no mercado ou com preenchimento de gordura

autóloga. Os preenchimentos normalmente utilizados na área periocular incluem o

ácido hialurônico (animal e não animal), gordura autóloga e ácido poli-L-láctico

(OLIVEIRA e PAIVA, 2016).

Além dos inibidores que agem quimicamente sobre a melanina, existem

também o Laser e a Luz intensa pulsada, que atuam diretamente no pigmento, sem

causar danos à pele (PONTES e LEVIN, 2016). Medeiros (2016) agrega que o uso

do Laser na terapia para tratamento do melasma promove a remoção mecânica do

pigmento acumulado através da fototermólise fracionada, um princípio atualmente

bastante utilizado no tratamento dessa dermatose.

Dode et al (2017) acrescenta que a microdermoabrasão nas manchas senis

colabora para o clareamento epitelial através da ação esfoliativa sobre a capa

córnea epidérmica com o menor efeito colateral possível, ou seja, através da

destruição seletiva dos melanócitos.

CATEGORIA 2- TÉCNICAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO

Essa categoria apresenta as principais técnicas e métodos utilizados no

tratamento da hiperpigmentação citados na literatura.

Dode et al (2017), no que tange o tratamento da hiperpigmentação com

microdermoabrasão ressalta que a realização de cinco sessões de

microdermoabrasão de diamante em idosos apresentando manchas senis, utilizando

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o aparelho Fitto Ultrafit FCD da marca Tonederm com pressão média de -120mmHg

e ponteira abrasiva de 100 microns, com intervalo entre as sessões de quinze dias,

foram suficientes para apresentar resultados satisfatórios na redução da tonalidade

das manchas senis nas mãos dos idosos avaliados(DODE et al, 2017).

Contudo, os autores não observaram consonância quanto ao intervalo para

reaplicação da técnica. Baseado nos estudos de Grimes (2005), Dode et al (2017)

que as mudanças associadas na epiderme e derme com a microdermoabrasão, em

dez pacientes estudados foi alcançado com intervalo de sete a dez dias, período

menor do que o período utilizado por Dode et al (2017).

O uso de produtos tópicos é a forma mais conveniente para começar um

tratamento para a maioria dos pacientes. Existem vários produtos que afirmam

combater as hiperpigmentação periorbital, porém, poucos ensaios clínicos provam a

eficácia desses produtos. Atualmente, as principais alternativas são a utilização de

peelings, lasers, cosméticos, carboxiterapia, preenchimento e Plasma Rico em

Plaqueta (OLIVEIRA e PAIVA, 2016).

Para o uso de hidroquinona, a concentração preconizada varia de 2 a 10%,

sendo que o tratamento não deve ser superior a seis meses, pois nestes casos,

observa-se um efeito menos tóxico com o uso do produto (GOLARTT et al, 2013).

As terapias combinadas e as associações medicamentosas tendem a ser

mais eficazes no tratamento do melasma, quando comparadas a monoterapias.

(MEDEIROS et al, 2016). O autor (op cit, 2016) destaca um experimento realizado

em uma portadora de melasma, no qual foi utilizado peeling oral a base de ácido

tranexamico (250 mg) acrescido de antioxidante, fitoterápicos e minerais orais e

tópicos para potencializar o tratamento e também promover a quimioproteção oral,

com cerca de um mês de tratamento, trouxe resultados visíveis na melhora do

melasma e da acne.

Medeiros et al (2016) relata que, a técnica de microinjecção intradérmica do

ácido tranexâmico mostra-se como uma terapia efetiva e promissora no tratamento

de melasma, produzindo efeitos relativamente rápidos, sem efeitos adversos

significativos. Os autores (op cit, 2016) ressaltam que a associação de cremes

despigmentantes no período pós tratamento se mostrou necessária e efetiva na

manutenção de resultados em longo prazo.

Oliveira e Paiva (2016) informam que, os Lasers mais usados para tratamento

da hiperpigmentação periorbital incluem o Q-switched ruby (694 nm), Q-switched

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Nd:YAG (1064 nm), pulsed dye (585 nm), Q-switched Nd:YAG polyderm (650 e

532 nm), high-energy pulsed CO2, and Q-switched Alexandrite. Pontes e Levin

(2016) acrescentam que o Vapor de cobre, cripiton, KPT, também são tipos de

lasers utilizados.

A técnica de Carboxiterapia com a administração do gás (CO2), em plano

subcutâneo para tratamento da hiperpigmentação periorbital, provoca um enfisema

(presença de ar ou gás no tecido) pelo descolamento da pele desse local com

afastamento dos planos que passam a ser ocupados pelo gás. Esse descolamento

se dá isento de traumas vasculares ou nervosos, porém, provoca trauma suficiente

para desencadear fisiologicamente o fenômeno conhecido como processo de

cicatrização, consequentemente há aumento da produção do colágeno e elastina

(OLIVEIRA e PAIVA, 2016).

Yokomizo et al (2013) explica que os peelings muito superficiais dispensam

preparo, mas os médios e profundos necessitam de concentrações proporcionais à

profundidade pretendida. Estes são realizados com substâncias que condicionam a

pele, visando obter resultados mais perceptíveis em menor tempo, pode-se utilizar a

técnica dos peelings combinados, em que se associam dois tipos de fármacos na

mesma sessão.

Segundo Yokomizo et al. (2013) o ácido salicílico pode ser usado em

formulações de 20 ou 30% em solução alcoólica e a 40 ou 70% em forma de pasta

para aplicação em membros superiores.

Os peelings químicos podem ser incorporados em géis, cremes e loções não

iônicas. Para peles oleosas recomenda-se o uso de sabonete adequado, antes da

aplicação do ácido Fítico, para facilitar a permeabilidade (PEREIRA e MEJIA, 2010

apud DOMÍNGUEZ, 2002).

CATEGORIA 3- RESPOSTAS APRESENTADAS

Essa categoria apresenta as respostas aos principais tratamentos para

hiperpigmentação citados na literatura.

Como resposta após cinco sessões de microdermoabrasão, segundo Dode et

al (2017) as tonalidades de manchas senis reduzem significativamente. Resultado

semelhante foi encontrado em um ensaio clínico envolvendo 10 voluntárias, com

idade entre 40 e 50 anos, submetidas a um número menor de sessões de

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microdermoabrasão (quatro), que além da melhora na textura da pele, demonstrou

clareamento das camadas mais superficiais da epiderme. Outros achados foram:

melhor distribuição dos melanossomas dentro da epiderme, bem como diminuição

da melanização, após aplicação da microdermoabrasão (DODE et al, 2017).

Entretanto, Dode et al (2017) revela que outro pesquisador, Alam et al (2002)

afirma que a microdermoabrasão apresenta pouco benefício no tratamento de

discromias hipercrômicas. Em um estudo comparando a microdermoabrasão ao

peeling químico, observou-se que a microdermoabrasão apresentou menor

desempenho. Apesar da microdermoabrasão aplicada em manchas senis nas mãos

de idosos ser capaz de reduzir significativamente a tonalidade destas.

Estudos recentes revelaram que o uso tópico do ácido tranexâmico previne a

pigmentação induzida por ultravioleta em cobaias e que seu uso intradérmico e

intralesional produz clareamento rápido (MEDEIROS et al, 2016).

Com a infusão de CO2 no plano subcutâneo, Oliveira e Paiva (2016) inserem

que ocorre um aumento do fluxo de oxigênio e de fatores de crescimento endotelial

vascular (VEGF), o que leva ao aumento de neoangiogênese e afirmam que em

análise realizada observou-se melhora de 50 a 60% da hiperpigmentação periorbital.

Golartt et al (2013) apud Ribeiro (2010) acrescenta que a ação das

substâncias despigmentantes ou clareadoras podem agir na inibição da enzima

tirosinase, ou no cancelamento das reações inflamatórias, como por exemplo o

eritema ocasionado pela exposição à raios solares e ainda, pela esfoliação dos

queratinócitos contendo melanina.

É garantido que os peelings químicos em geral e não somente o realizado

com ácido glicólico apresenta resultados satisfatórios nos distúrbios de pele como o

xantelasma, queratose actínica disseminada, acne, rejuvenescimento, melasma,

cicatriz de acne e manutenção de dermatoses (GUERRA et al, 2013; apud

YOKOMIZO et al, 2013).

As formulações clareadoras e despigmentantes favorecem a diminuição dos

melanócitos ativos, supressão de reações inflamatórias, como por exemplo, o

eritema ocasionado pela exposição à raio ultravioleta e ainda, pela esfoliação dos

queratinócitos contendo melanina, e que o uso do ácido arbutin, apesar de ser

menos eficaz que a hidroquinona, apresenta menos riscos de toxicidade e

sensibilidade e maior segurança (GOLARTT et al,2013).

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Como resultado, o Laser oferece melhor resolução para lesão a ser tratada

como menor agressão aos tecidos vizinhos, além de um processo de cicatrização

mais fácil e rápido (PONTES e LEVIN, 2016).

CATEGORIA 4– REAÇÕES ADVERSAS NO TRATAMENTO DA

HIPERPIGMENTAÇÃO

Essa categoria apresenta as reações adversas aos tratamentos das

hipercromias ciadas na literatura.

Medeiros (2013) enfatiza que os peelings químicos e terapias a Laser e Luz

pulsada utilizadas no tratamento do melasma podem produzir resultados mistos,

com aumento do risco de irritação e hiperpigmentação subsequente, particularmente

em indivíduos de pele mais escura.

Guerra et al (2013) ressalta que as complicações que os peeligns podem

causar nos casos de utilização e orientação inadequadas são: risco de cicatrizes

pelo carreamento do agente para áreas não tratadas, diluição do agente pela

lágrima, conjuntivite e úlcera de córnea, escoriações levando a infecção e

hiperpigmentação, erupção acneiforme, hipopigmentação, linhas de demarcação,

dermatite de contato irritativa ou alérgica, eritema ou prurido persistente, cicatrizes

atróficas ou hipertróficas e efeitos tóxicos.

Os ácidos devem ser utilizados de maneira cautelosa e que segundo

Yokomizo et al (p. 67, 2013) quando utilizados de maneira inadequada podem

ocorrer as seguintes complicações: hiperpigmentação pós-inflamatória e

hipopigmentação. Infecções: bacterianas (Staphylococcus, Streptococcus,

Pseudomonas), virais (herpes simples) e fúngicas (cândida).

Os principais efeitos adversos pelo seu uso crônico de hidroquinona são:

despigmentação tipo confete, ocronose exógena, dermatites, pigmentação da

esclera e unhas, carcinoma de células escamosas no sítio de ocronose exógena,

diminuição da capacidade de cicatrização da pele e catarata (MEDEIROS et al,

2017).

No estudo onde se utilizou a administração do CO2 em hiperpigmentação

periorbital, foram observados alguns efeitos colaterais, porém transitórios. Os mais

comuns foram edema e equimose (OLIVEIRA e PAIVA, 2016).

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Pereira e Mejia (2010) consideram que o uso dos peelings químicos é contra

indicado nos casos de fotoproteção inadequada, gravidez (devido a possibilidade de

absorção das substâncias presente no peeling podendo atingir o feto e gerar

grandes problemas), cicatrizes (os peeligns podem produzir uma formação

exacerbada de colágeno favorecendo o aparecimento de cicatrizes queloidianas),

indivíduos com história de hiperpigmentação pós-inflamatória, pele com ferimentos,

cicatrizes de pós-operatório recente, herpes, alergia aos ácidos, e em indivíduos

com dificuldade para compreender as orientações fornecidas pelo profissional.

Extremamente tóxico para todas as células, o Fenol pode provocar

taquicardia quando se encontra em concentrações elevadas no sangue. Após a sua

absorção é evacuado pela urina (PERREIRA e MEJIA, 2010, p.13).

Pessoas com fototipos mais altos na utilização dos Lasers são mais

propensos a efeitos colaterais como edema, hiperpigmentação, hipopigmentação,

prurido, eritema e cicatrizes, porque apresentam maior quantidade de melanina e

maior sensibilidade a estímulos exagerados (PONTES e LEVIN 2016 apud COSTA

et al, 2011).

Guerra et al, (2013) refere que no tratamento com microdermoabrasão

algumas complicações podem ocorrer, em geral, essas estão relacionadas à

indicação incorreta do procedimento, orientações deficientes ou não obedecidas

pelo doente e/ ou má técnica de aplicação dos peelings.

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5- CONCLUSÃO

A partir da metodologia de revisão interativa utilizada conseguiu-se atingir os

objetivos do estudo. Foi possível analisar os principais tratamentos utilizados na

hiperpigmentação da pele. Para a análise foram selecionados dez artigos, cujos

resultados e contribuições sobre o tema forneceram a base para a análise realizada.

A partir da leitura e releitura dos artigos emergiram quatro categorias que se dividem

em tratamentos preconizados pelos autores consultados na revisão bibliográfica.

Na categoria tratamentos da hiperpigmentação, os autores destacam que os

peelings químicos, as substâncias despigmentantes e o laser são os mais utilizados

no tratamento das manchas hipercrômicas.

Na categoria, técnicas utilizadas no tratamento da hiperpigmentação. De

acordo com os autores, foi demonstrado que se obtém melhores resultados quando

é utilizada a técnica de terapia combinada, em uso tópico e tópico/oral, os Lasers

com associação de quimioproteção e com o uso do protetor solar.

Na categoria respostas aos principais tratamentos para hiperpigmentação

citados na literatura. Verificou-se que as terapias utilizadas nos estudos consultados

obtiveram resultados mediante a sua proposta de tratamento, contudo, as injecção

intradérmica de tranexâmico, a fitoterapia e o laser alcançaram resultados mais

rápidos.

Na categoria que descreveu as reações adversas aos tratamentos das

hipercromias, observou-se a presença de reações adversas em diversos

tratamentos. Em relação aos peelings químicos os principais efeitos adversos

citados nos estudos consultados são; úlcera de córnea, escoriações levando a

infecção e hiperpigmentação, erupção acneiforme, hipopigmentação, linhas de

demarcação, dermatite de contato irritativa ou alérgica, eritema ou prurido

persistente, cicatrizes atróficas ou hipertróficas e efeitos tóxicos.

A hidroquinona, especificamente, apresenta os seguintes efeitos adversos

despigmentação tipo confete, ocronose exógena, dermatites, pigmentação da

esclera e unhas, carcinoma de células escamosas no sítio de ocronose exógena,

diminuição da capacidade de cicatrização da pele e catarata. Na utilização da

carboxterapia foram observadas algumas reações transitórias, sendo as mais

comuns edema e equimose.

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Na utilização do Laser pode ocorrer edema, hiperpigmentação,

hipopigmentação, prurido, eritema e cicatrizes principalmente em clientes com

fototipos mais altos, pelo fato de a melanina apresentar maior sensibilidade a

estímulos exagerados e inflamatórios.

Por fim este estudo abordou e identificou múltiplos tratamentos utilizados na

melhora da hiperpigmentação, com efeitos satisfatórios, mas observou-se que não

houve grande diversificação de tratamentos no recorte temporal utilizado de 2010 a

2017 em relação aos descritos na literatura específica. Cabe destacar que outros vários

tratamentos são divulgados popularmente, mas não foram encontradas indicações,

descrição dos resultados e estudos dos efeitos adversos na revisão realizada.

Ressalta-se que para os profissionais o estudo representa um alerta sobre a

importância de verificar e controlar aos procedimentos realizados de acordo com o

fototipo do cliente, a idade e a avaliação criteriosos das reações adversas

apresentadas, afim de que o problema possa ser minimizado rapidamente. Da

mesma forma, frente à diversidade de tratamentos existentes o profissional tem uma

maior possibilidade de aplicação ou de indicação para cada caso específico,

aumentando a possibilidade de satisfação e atendimento das necessidades físicas e

aumento da autoestima do cliente.

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