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cessão de créditos: A cessão de crédito (arts. 286 a 298 do CC) é o negócio jurídico pelo qual o credor de uma obrigação transfere os seus direitos a outra pessoa, independentemente da anuência do devedor. É um instituto similar à compra e venda, porém, esta trata de bens corpóreos, ao passo que a cessão tem por objeto o crédito, que é um bem incorpóreo (imaterial). O credor que realiza a cessão é chamado de cedente, o terceiro que adquire o crédito é chamado de cessionário e o devedor, cuja anuência é dispensável, é chamado de cedido. Conceito Cessão de crédito é negócio jurídico bilateral, pelo qual o credor transfere a outrem seus direitos na relação obrigacional. Institutos afins Não se confunde com cessão de contrato, em que se procede à transmissão, ao cessionário, da inteira posição contratual do cedente. Distingue-se também da novação subjetiva ativa, porque nesta, além da substituição do credor, ocorre a extinção da obrigação anterior, substituída por novo crédito. Não se confunde, ainda, com a sub-rogação legal. O sub-rogado não pode exercer os direitos e ações do credor além dos limites de seu desembolso, não tendo, pois, caráter especulativo (art. 350). Objeto Em regra, todos os créditos podem ser objeto de cessão, constem de título ou não, vencidos ou por vencer, salvo se a isso se opuser “a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor” (art. 286). Formas

Cessão de créditos até cláusula penal

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Cessão de créditos até cláusula penal

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cesso de crditos:A cesso de crdito(arts. 286 a 298 do CC) o negcio jurdico pelo qual o credor de uma obrigao transfere os seus direitos a outra pessoa, independentemente da anuncia do devedor. um instituto similar compra e venda, porm, esta trata de bens corpreos, ao passo que a cesso tem por objeto o crdito, que um bem incorpreo (imaterial).O credor que realiza a cesso chamado de cedente, o terceiro que adquire o crdito chamado de cessionrio e o devedor, cuja anuncia dispensvel, chamado de cedido.

ConceitoCesso de crdito negcio jurdico bilateral, pelo qual o credor transfere a outrem seus direitos na relao obrigacional.Institutos afinsNo se confunde comcesso de contrato, em que se procede transmisso, ao cessionrio, da inteira posio contratual do cedente. Distingue-se tambm da novao subjetiva ativa, porque nesta, alm da substituio do credor, ocorre a extino da obrigao anterior, substituda por novo crdito. No se confunde, ainda, com asub-rogao legal. O sub-rogado no pode exercer os direitos e aes do credor alm dos limites de seu desembolso, no tendo, pois, carter especulativo (art. 350).ObjetoEm regra, todos os crditos podem ser objeto de cesso, constem de ttulo ou no, vencidos ou por vencer, salvo se a isso se opusera natureza da obrigao, a lei, ou a conveno com o devedor(art. 286).Formasa) A cesso no exige forma especial,para valer entre as partes, salvo se tiver por objeto direitos em que a escritura pblica seja da substncia do ato.b) Paravaler contra terceiroso art. 288 do CC exige instrumento pblico, ou instrumento particular revestido das solenidades do 1 do art. 654.c) A cesso de ttulos de crdito feita medianteendosso.Notificao do devedorA cesso de crdito no tem eficcia em relao ao devedor, seno quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito pblico ou particular, se declarou ciente da cesso feita (art. 290). O devedor ficar desobrigado se, antes de ter conhecimento da cesso, pagar ao credor primitivo (art. 292). Mas no se desobrigar se a este pagar depois de cientificado da cesso.Responsabilidade do cedente pela solvncia do devedorA responsabilidade imposta ao cedente pelo art. 295 diz respeito somente existnciado crdito ao tempo da cesso. No se refere solvnciado devedor. Por esta o cedente no responde, salvo estipulao em contrrio (art. 296). Se ficar convencionado que o cedente responde pela solvncia do devedor, sua responsabilidade limitar-se- ao que recebeu do cessionrio, com os respectivos juros, mais as despesas da cesso e as efetuadas com a cobrana (art. 297).Art. 286. O credor pode ceder o seu crdito, se a isso no se opuser a natureza da obrigao, a lei, ou a conveno com o devedor; a clusula proibitiva da cesso no poder ser oposta ao cessionrio de boa-f, se no constar do instrumento da obrigao.Art. 287. Salvo disposio em contrrio, na cesso de um crdito abrangem-se todos os seus acessrios.Art. 288. ineficaz, em relao a terceiros, a transmisso de um crdito, se no celebrar-se mediante instrumento pblico, ou instrumento particular revestido das solenidades do 1o do art. 654.Art. 289. O cessionrio de crdito hipotecrio tem o direito de fazer averbar a cesso no registro do imvel.Art. 290. A cesso do crdito no tem eficcia em relao ao devedor, seno quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito pblico ou particular, se declarou ciente da cesso feita.Art. 291. Ocorrendo vrias cesses do mesmo crdito, prevalece a que se completar com a tradio do ttulo do crdito cedido.Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cesso, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cesso notificada, paga ao cessionrio que lhe apresenta, com o ttulo de cesso, o da obrigao cedida; quando o crdito constar de escritura pblica, prevalecer a prioridade da notificao.Art. 293. Independentemente do conhecimento da cesso pelo devedor, pode o cessionrio exercer os atos conservatrios do direito cedido.Art. 294. O devedor pode opor ao cessionrio as excees que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cesso, tinha contra o cedente.Art. 295. Na cesso por ttulo oneroso, o cedente, ainda que no se responsabilize, fica responsvel ao cessionrio pela existncia do crdito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cesses por ttulo gratuito, se tiver procedido de m-f.Art. 296. Salvo estipulao em contrrio, o cedente no responde pela solvncia do devedor.Art. 297. O cedente, responsvel ao cessionrio pela solvncia do devedor, no responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cesso e as que o cessionrio houver feito com a cobrana.Art. 298. O crdito, uma vez penhorado, no pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, no tendo notificao dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.

-=-ConceitoA assuno de dvida ou cesso de dbito (arts. 299 a 303 do CC) um negcio jurdico bilateral pelo qual o devedor, com a anuncia expressa do credor, transfere a um terceiro os encargos obrigacionais, de modo que este assume a sua posio na relao obrigacional.Regulamentaoa) Produz o efeito de exonerar o devedor primitivo, salvo se o assuntor (o terceiro) era insolvente e o credor o ignorava (art. 299).b) Requer anunciaexpressado credor, mas qualquer das partes pode assinar-lhe prazo para que consinta, interpretando-se o seu silncio como recusa (art. 299, pargrafo nico).c) O novo devedor no pode opor ao credor as excees pessoais que competiam ao devedor primitivo (art. 302).d) O adquirente do imvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crdito garantido. Na hiptese, entender-se- concordado o credor se, notificado, no impugnar, em trinta dias, a transferncia do dbito (art. 303).

Art. 299. facultado a terceiro assumir a obrigao do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assuno, era insolvente e o credor o ignorava.Pargrafo nico. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assuno da dvida, interpretando-se o seu silncio como recusa.Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assuno da dvida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.Art. 301. Se a substituio do devedor vier a ser anulada, restaura-se o dbito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vcio que inquinava a obrigao.Art. 302. O novo devedor no pode opor ao credor as excees pessoais que competiam ao devedor primitivo.Art. 303. O adquirente de imvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crdito garantido; se o credor, notificado, no impugnar em trinta dias a transferncia do dbito, entender-se- dado o assentimento.

(FGV FISCAL DE RENDAS RJ 2009) A respeito dacesso de crdito, analise as afirmativas a seguir:-I. O devedor pode opor ao cessionrio as excees que tinha contra o cedente no momento em que veio a ter conhecimento da cesso.-II. Na cesso de crdito por ttulo oneroso, ainda que no se responsabilize, o cedente fica responsvel ao cessionrio pela existncia do crdito ao tempo em que lhe cedeu.-III. A cesso de crdito apenas eficaz em relao ao devedor quando a este notificada ou quando o devedor se declarar ciente da cesso por meio de escrito pblico ou particular.-Assinale:-(A) se somente a afirmativa I estiver correta.-(B) se somente a afirmativa II estiver correta.-(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.-(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.-(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.-Anlise das afirmativas:I. CERTA. Conforme o art. 294 do CC.O crdito transferido com as mesmas caractersticas que possua poca da cesso, no podendo o cedente por bvio, transferir mais direito do que tenha. O cessionrio passa a ter os mesmos direitos do cedente, incluindo bnus e nus. Sendo assim, poder o devedor opor contra o cessionrio todas as formas de defesa de que dispunha contra o cedente, ao tempo em que teve conhecimento da cesso.II. CERTA. Conforme o art. 295 do CC.Para exemplificar, se eu tenho um crdito de $ 100 com Joo e cedo onerosamente esse crdito a voc, por $ 80, independente de haver ou no clusula expressa de responsabilidade, eu sou responsvel pela existncia dos $ 100 no momento da transferncia. Caso o crdito transferido de $ 100 seja nulo ou inexistente, eu deverei ressarcir a voc os prejuzos causados.III. CERTA. Conforme o art. 290 do CC.Se um crdito for cedido, o devedor deve ser notificado para pagar certo, ou seja, para pagar ao novo credor (cessionrio). Caso o devedor declare que tem cincia da cesso do crdito, ento a notificao se faz desnecessria.

Gabarito: E

(FGV JUIZ SUBSTITUTO TJ-MS 2005) Com base no Cdigo Civil, a respeito da assuno de dvida, analise as proposies a seguir:-I. facultado a terceiro assumir a obrigao do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo ainda que, ao tempo da assuno, fosse insolvente e o credor conhecesse essa situao.-II. Mesmo com o assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assuno da dvida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.-III. O novo devedor pode opor ao credor as excees pessoais que competiam ao devedor primitivo.-Assinale:-(A) se apenas a proposio I estiver correta.-(B) se apenas a proposio II estiver correta.-(C) se apenas as proposies I e II estiverem corretas.-(D) se todas as proposies estiverem corretas.-(E) se nenhuma proposio estiver correta.-Anlise das afirmativas:I. ERRADA. Em desacordo com o art. 299 do CC.Se o novo devedor j insolvente ao tempo da assuno da dvida, ento o devedor primitivo no fica exonerado da obrigao, pois, neste caso, a transferncia da dvida ir prejudicar o credor.II. ERRADA. Em desacordo com o art. 300 do CC.As chamadas garantias especiais dadas pelo devedor primitivo ao credor, ou seja, aquelas garantias que no so da essncia da dvida e que foram prestadas em ateno pessoa do devedor, como, por exemplo, as garantias dadas por terceiros (fiana, aval, hipoteca de terceiro), s subsistiro se houver concordncia expressa do devedor primitivo e, em alguns casos, tambm do terceiro que houver prestado a garantia.III. ERRADA. Em desacordo com o art. 302 do CC.O novo devedor no poder opor ao credor as defesas pessoais (ex: incapacidade, vcio de consentimento, etc.) que eram cabveis ao devedor primitivo. Se assim , somente poder opor as excees preexistentes cesso do dbito (ex: pagamento, extino ou nulidade da obrigao.) ou as excees pessoais que lhe disserem respeito, ou decorrentes da prpria relao jurdica. (ex: compensao, novao, etc.).Gabarito: E

(ESAF PGDF PROCURADOR 2007) Assinale a opo falsa.-a) A cesso de crdito e a assuno de dvida constituem modalidades de transmisso das obrigaes.-b) Podem os contratantes estabelecer clusula proibitiva da cesso de crdito. Tal clusula proibitiva no poder ser oposta ao cessionrio de boa-f, se no constar do instrumento da obrigao.-c) A partir da assuno de dvida, salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.-d) Como na assuno de dvida, o que se transmite a obrigao originria, o novo devedor pode opor ao credor as excees pessoais que competiam ao devedor primitivo.-e) Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assuno de dvida, interpretando-se o seu silncio como recusa.-Anlise das alternativas:(A) CERTA. Dispensa comentrios.(B) CERTA. Conforme o art. 286 do CC.No h impedimentos para que os contratantes estabeleam uma clusula proibitiva da cesso do crdito, entretanto, para evitar que terceiros de boa-f, possveis adquirentes do crdito, no fiquem prejudicados, ento a proibio de cesso do crdito deve estar prevista expressamente no contrato. Desta forma, um possvel adquirente, ao tomar cincia da clusula proibitiva, no mais ir adquirir o crdito atravs da cesso.(C) CERTA. Conforme comentrios da afirmativa II da questo anterior.(D) ERRADA. Conforme comentrios da afirmativa III da questo anterior.(E) CERTA. Conforme o art. 299, nico do CC.Pode-se estipular, judicial ou extrajudicialmente, prazo ao credor para que concorde na cesso do dbito, interpretando seu silncio, durante tal lapso temporal (normalmente utiliza-se 15 a 30 dias), como recusa na substituio do antigo devedor pelo terceiro.Gabarito: D

-=-Do adimplemento e extino das obrigaesO principal efeito das obrigaes gerar para o credor o direito de exigir do devedor o cumprimento da prestao, e para este o dever de prestar.O adimplemento (pagamento) das obrigaes dispe sobre os meios necessrios e idneos para que o credor possa obter o que lhe devido, compelindo o devedor a cumprir a obrigao. Cumprida, esta se extingue. A extino da obrigao , portanto, o fim colimado pelo legislador.

Do pagamento a forma de liberao do devedor pela prestao do obrigado.Caio Mrio.As obrigaes tm, tambm, um ciclo vital: nascem de diversas fontes, como a lei, o contrato, as declaraes unilaterais e os atos ilcitos; vivem e desenvolvem-se por meio de suas vrias modalidades (dar, fazer, no fazer); e, finalmente, extingue-se.A extino d-se, em regra, pelo seu cumprimento, que o Cdigo denomina pagamento. Embora essa palavra seja usada, comumente, para indicar a soluo em dinheiro de alguma dvida, o legislador a empregou no sentido tcnico-jurdico de execuo de qualquer espcie de obrigao. Assim, paga a obrigao o escultor que entrega a esttua que lhe havia sido encomendada, bem como o pintor que realiza o trabalho solicitado pelo cliente. Pagamento significa, pois, cumprimento ou adimplemento da obrigao. Pode ser direito ou indireto. Entre os diversos meios indiretos encontram-se o pagamento por consignao, a novao, a compensao, a transao etc.Alm do meio normal, que o pagamento, direto ou indireto, a obrigao pode extinguir-se tambm por meios anormais, isto , sem pagamento, como no caso de impossibilidade de execuo sem culpa do devedor, do advento do termo, da prescrio, da nulidade ou anulao etc. O pagamento, por sua vez, pode ser efetuado voluntariamente ou por meio de execuo forada, em razo de sentena judicial.Condies de validadeEmbora para alguns o adimplemento da obrigao seja um fato jurdico, e para outros um ato no livre ou um ato devido, predomina o entendimento na doutrina de que o pagamento tem natureza contratual. Corresponde a um contrato, por tambm resultar de um acordo de vontades, estando sujeito a todas as suas normas.Para que o pagamento produza seu principal efeito, que o de extinguir a obrigao, devem estar presentes seus requisitos essenciais de validade, em nmero de 5, sendo estes:1 Existncia de um vnculo obrigacional (relao jurdica prvia)O pagamento pressupe a existncia de um vnculo obrigacional. Se este no existe, no h o que pagar, o que extinguir. Qualquer pagamento ser, ento, indevido, obrigando restituio quem o recebeu.2 A inteno de solv-lo (animus solvendi)O animus solvendi tambm necessrio. No basta, por exemplo, entregar certo numerrio ao credor, com outra inteno que no a de solver a obrigao.3 A pessoa que efetua o pagamento (solvens)O cumprimento da prestao deve ser feito pelo devedor (solvens), por seu sucessor ou por terceiro (CC, arts. 304 e 305). Feito por erro, d ensejo repetio do indbito.4 A pessoa que recebe (accipiens)Exige-se, ainda, a presena do credor (accipiens), de seu sucessor ou de quem de direito os represente (CC, art. 308), pois o pagamento efetuado a quem no desfruta dessas qualidades indevido e propicia o direito repetio.5 O objetoA coisa, no tempo, lugar e no modo acordado/pactuado.

Condies geraisSo consideradas condies gerais: a relao jurdica prvia (ou a existncia do vnculo obrigacional) e o animus solvendi (ou a inteno de solv-lo).Condies subjetivasSo consideradas condies subjetivas o solvens (a pessoa que efetua o pagamento quem pode pagar) e o accipiens (a pessoa que recebe a quem se deve pagar).

Quem pode pagar- O devedor, como principal interessado.- Qualquer interessado na extino da dvida (art. 304). S se considera interessado quem tem interesse jurdico, ou seja, quem pode ter seu patrimnio afetado caso no ocorra o pagamento, como o avalista e o fiador, p. ex. Podem at consignar o pagamento, se necessrio.- Terceiros no interessados (que tambm podem consignar), desde que o faam em nome e por conta do devedor, agindo assim como seu representante ou gestor de negcios (hiptese de legitimao extraordinria, prevista na parte final do art. 6 do CPC). No podem consignar em seu prprio nome, por falta de interesse. Se pagarem a dvida em seu prprio nome (no podendo, neste caso, consignar), tm direito a reembolsar-se do que pagarem; mas no se sub-rogam nos direitos do credor (art. 305). S o terceiro interessado se sub-roga nesses direitos (art. 346, III). Se pagarem a dvida em nome e por conta do devedor (neste caso podem at consignar), entende-se que quiseram fazer uma liberalidade, sem qualquer direito a reembolso.

A quem se deve pagar- O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, ou ainda aos sucessores daquele, sob pena de no extinguir a obrigao (art. 308).- Mesmo efetuado de forma incorreta, o pagamento ser considerado vlido, se for ratificado pelo credor ou se reverter em seu proveito (art. 308, 2 parte).- H trs espcies de representantes do credor: legal, judicial e convencional. O art. 311 considera portador de mandato tcito quem se apresenta ao devedor portando quitao assinada pelo credor, salvo se as circunstncias contrariarem a presuno da resultante.- Ser vlido, tambm, o pagamento feito de boa-f ao credor putativo, isto , quele que se apresenta aos olhos de todos como o verdadeiro credor (art. 309).- O pagamento h de ser efetuado a pessoa capaz de fornecer a devida quitao, sob pena de no valer se o devedor no provar que em benefcio ele efetivamente reverteu (art. 310).

-=-Do adimplemento e extino das obrigaesExtino com pagamentoNooPagamento significa cumprimento ou adimplemento de qualquer espcie de obrigao. Pode ser direto ou indireto (mediante consignao, p. ex.). Constitui o meio normal de extino da obrigao. Esta pode extinguir-se, todavia, por meios anormais (sem pagamento), como nos casos de nulidade ou anulao, p. ex.Natureza jurdicaPredomina o entendimento de que o pagamento tem natureza contratual. Resulta de um acordo de vontades, estando sujeito a todas as suas normas.Requisitos de validadea) A existncia de um vnculo obrigacional.b) A inteno de solv-lo (animus sovendi).c) O cumprimento da prestao.d) A pessoa que efetua o pagamento (solvens).e) A pessoa que o recebe (accipiens).

Objeto do pagamento- O objeto do pagamento a prestao. O credor no obrigado a receber outra, diversa da que lhe devida, ainda que mais valiosa (art. 313).- As dvidas em dinheiro devero ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes (art. 315), que preveem a possibilidade de corrigi-lo monetariamente. O CC adotou, assim, o princpio do nominalismo, pelo qual se considera como valor da moeda o valor nominal que lhe atribui o Estado, no ato da emisso ou cunhagem.- Na dvida em dinheiro, o objeto da prestao o prprio dinheiro, como ocorre no contrato de mtuo. Quando o dinheiro no constitui o objeto da prestao, mas apenas representa seu valor, diz-se que a dvida de valor.

Prova de pagamento- Pagamento no se presume; prova-se pela regular quitao fornecida pelo credor. O devedor tem o direito de exigi-la, podendo reter o pagamento e consign-lo, se no lhe for dada (arts. 319 e 335, I).- O CC estabelece trs presunes, que facilitam a prova do pagamento, dispensando a quitao: a) quando a dvida representada pro ttulo de crdito, que se encontra na posse do devedor; b) quando o pagamento feito em quotas sucessivas, existindo quitao da ltima; e c) quando h quitao do capital, sem reserva dos juros, que se presumem pagos (arts. 322, 323 e 324).

Lugar do pagamento- O local do cumprimento da obrigao pode ser livremente escolhido pelas partes e constar expressamente no contrato.- Se no o escolherem, nem a lei o fixar, ou se o contrrio no dispuserem as circunstncias, efetuar-se- o pagamento no domiclio do devedor. Neste caso, a dvida qurable (quesvel), devendo o credor buscar o pagamento no domiclio daquele.- Quando se estipula, como local do cumprimento da obrigao, o domiclio do credor, diz-se que a dvida portable (portvel), pois o devedor deve levar e oferecer o pagamento nesse local. A regra geral a de que as dvidas so quesveis. Para serem portveis, necessrio que o contrato expressamente consigne o domiclio do credor como o local do pagamento.

Tempo do pagamento- As obrigaes puras, com estipulao de data para o pagamento, devem ser solvidas nessa ocasio, sob pena do inadimplemento e constituio do devedor em mora de pleno direito (art. 397), salvo se houver antecipao do pagamento por convenincia do devedor (art. 133) ou em virtude de lei (art. 333, I a III).- Se no se ajustou poca para o pagamento, o credor pode exigi-lo imediatamente (art. 331), salvo disposio especial do CC.- Nos contratos, o prazo se presume estabelecido em favor do devedor (art. 133).-=-

Extino com pagamento indiretoDo pagamento por consignaoConceitoO pagamento em consignao consiste no depsito, pelo devedor, da coisa devida, com o objetivo de liberar-se da obrigao (art. 334). meio indireto de pagamento, ou pagamento especial.Natureza jurdicaA consignao , concomitantemente, instituto de direito material e de direito processual. O CC menciona os fatos que autorizam a consignao. O modo de faz-lo previsto no diploma processual civil.Fatos que autorizam a consignaoO art. 355 do CC apresenta um rol, no taxativo, dos casos que autorizam a consignao. Outros so mencionados em artigos esparsos, como nos arts. 341 e 342, bem como em leis avulsas (Dec. Lei n. 58/57, art. 17, pargrafo nico; Lei n. 492/37, arts. 19 e 21, III, etc.).Requisitos de validade- Em relao s pessoas, deve ser feito pelo devedor e ao verdadeiro credor, sob pena de no valer, salvo se ratificado por este ou se reverter em seu proveito (arts. 336, 304 e 308).- Quanto ao objeto, exige-se a integralidade do depsito, porque o credor no obrigado a aceitar pagamento parcial.- O modo ser o convencionado, no se admitindo, p. ex., pagamento em prestaes quando estipulado que deve ser vista.- Quanto ao tempo, deve ser, tambm, o fixado no contrato, no podendo efetuar-se antes de vencida a dvida, se assim no foi convencionado.Regulamentao- O depsito requer-se no lugar do pagamento (art. 337).- Sendo quesvel a dvida, o pagamento efetua-se no domiclio do devedor; sendo portvel, no do credor (art. 327), podendo haver, ainda, foro de eleio.- Se a coisa devida for imvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde est, poder o devedor citar o credor para vir ou mandar receb-la, sob pena de ser depositada (art. 341).- O art. 339 trata da impossibilidade de levantamento do objeto depositado, depois de julgado procedente o depsito, mesmo havendo anuncia do credor, quando existirem outros devedores e fiadores.- O art. 892 do CPC permite, quando se trata de prestaes peridicas, a continuao dos depsitos no mesmo processo, depois de efetuado o da primeira, desde que se realizem at cinco dias da data do vencimento.-=-Do pagamento com subrogaoConceitoSubrogao a substituio de uma pessoa, ou de uma coisa, por outra pessoa, ou outra coisa, em uma relao jurdica. No primeiro caso, a subrogao pessoal; no segundo, real. A subrogao pode ser, ainda, legal ou convencional. A primeira decorre da lei; a segunda, da vontade das partes.EspciesLegalPagamento com subrogao: terceiro se sub-roga na posio do credor ao pag-lo no lugar do devedor. O terceiro tambm pode emprestar o dinheiro ao devedor para que este pague seu credor, mas, dessa forma, tambm, o terceiro subroga o credor.Subrogao imposta pela lei: no negcio ou acordo jurdico, situao expressa na lei. Subrogao (art. 346) ocorre em quatro casos:1 O credor paga a dvida do devedor comum. Serve para que esse credor tenha controle dos crditos;2 Adquirente de imvel hipotecado paga a hipoteca e se subroga nos direitos do credor;3 Quem paga dvida de imvel hipotecado: Percebe que a dvida no ser paga, ento se adianta e faz o pagamento para no perder o imvel. Caso de aluguel, por exemplo.4 Terceiro interessado: Qualquer pessoa que paga dvida pela qual pode vir a ser responsabilizada.** Quando se fala em interesse, refere-se sempre a interesse jurdico.ConvencionalSubrogao convencional (art. 347): surge de conveno entre as partes:1 Terceiro negocia com o credor, faz acordo. Trata-se de uma cesso de crdito;2 Terceiro negocia com o devedor. O devedor paga, e o terceiro ocupa a posio do credor. Como fica a anuncia da outra parte, quando o terceiro negocia com o credor/devedor? No precisa da anuncia em nenhum dos casos.Efeitos da sub-rogao (art. 349): efeito liberatrio e translativo. Ao ocorrer o pagamento, libera o credor original, e o terceiro se translata para o lugar do credor.Efeito da sub-rogao convencional (art. 348): sub-rogao convencional acertada entre o credor e o terceiro semelhante cesso de crditos.A sub-rogao legal limitada ao valor pago (art. 350): o direito de crdito cedido ao terceiro limitado ao valor do crdito pago. Ex. Terceiro negocia pagamento de R$8 mil em vez de R$10 mil ao credor, e este aceita. Ao cobrar do devedor, s poder exigir os R$8 mil.Na sub-rogao parcial, o credor original tem preferncia: Credor 1 tem crdito de R$10 mil com Devedor 1. Um terceiro paga R$5 mil ao Credor 1, que passa a ter crdito de R$ 5 mil, e o terceiro se torna Credor 2, com o mesmo valor do crdito. Ao executar o devedor que no quis pagar, se ele tiver apenas R$8 mil, o credor original ter preferncia, recebendo os R$5 mil que lhes eram devidos, enquanto o terceiro/Credor 2 receber R$3 mil.-=-Do pagamento indiretoDa imputao do pagamentoConceitoImputao do pagamento a operao pela qual o devedor de dois ou mais dbitos da mesma natureza e um s credor, o prprio credor em seu lugar ou a lei indicam qual deles o pagamento extinguir por ser insuficiente para saldar a todos.Requisitos (art. 352)- Multiplicidade de dbitos (exceto capital e juros, art. 354).- Dbitos da mesma natureza.- Identidade entre credores e devedores.- Dbitos devem ser lquidos e vencidos.- O pagamento deve cobrir mais de um dbito.TiposTrs modos de se apontar: devedor, credor em seu lugar e lei (artigos 352, 353 e 355).A garantia no momento da cesso como crdito? Garantia pro soluto. Art. 295.Garantia da solvncia do devedor: a garantia de que o devedor, no prazo determinado, ter dinheiro para pagar l na frente. Art. 296 e 297.Da dao em pagamentoDao um acordo convencionado entre o credor e o devedor por meio do qual concorda o credor receber do devedor para desobrig-lo de uma dvida, objeto diferente do que constitui a obrigao. Vide art. 356, CC (exceo ao art. 313).Objeto corpreo -> segue a compra/venda (art. 357).Objeto incorpreo -> segue a cesso (art. 358).Requisitos1 Animus solvendi -> inteno de cumprir a obrigao.2 Anuncia ao credor -> acordo.3 Objeto distinto do objeto original (qualquer objeto).* Evico: quando a pessoa privada de um bem -> a justia alega que h outro proprietrio.Caso de evico da obrigao: a obrigao original se restabelece, ressalvados direitos de terceiros (art. 359).No final da aula foi feita a entrega do teste, que consistiu de duas questes sobre o contedo ministrado at ento (do segundo bimestre) e que ser objeto de cobrana na ltima prova.TESTE DE CONHECIMENTOS APLICADO EM 17/05/13Primeira Questo:Em uma determinada obrigao. Caio credor de dez mil reais, devidos por Diogo, exigveis em 30 de agosto de 2011. Ocorre que Caio, necessitando de dinheiro cedeu o seu crdito a Trcio, em 20 de fevereiro de 2011, por exatos seis mil reais. Na ocasio, o cedente assumiu a responsabilidade por eventual insolvncia do cedido. Em 30 de agosto de 2011, ao cobrar o valor devido, Trcio verificou a insolvncia de Diogo. Em consequncia, interpelou Caio alegando sua responsabilidade pelo crdito e exigindo o imediato pagamento dos dez mil reais devidos. Comente o caso a luz do direito das Obrigaes, identificando a figura jurdica presente e dizendo se Trcio est com a razo. Fundamente suas observaes no CCi.Resp.:Trata-se de cesso de crdito ttulo oneroso, onde o cedente obrigou-se pela solvncia do cedido. (pro solvente). Neste caso, Trcio tem razo em cobrar, contudo Caio, como cedente, est obrigado apenas por aquilo que recebeu (art. 297), no caso os seis mil reais mias juros e despesas.Segunda Questo:Carlos, proprietrio de um imvel alugado para Maria, no recebe o aluguel correspondente h dois meses em razo de dificuldades financeiras da locatria. Marcelo, namorado de Maria, tentou ajuda-la emprestando o valor necessrio ou mesmo pagando a dvida, mas enfrentou a recusa de Maria que no admite qualquer intromisso em seus problemas pessoais. Mesmo com a oposio de Maria, Marcelo procurou Carlos para fazer o pagamento, solicitando um recibo em nome da prpria Maria. O locador, entretanto, recusou o pagamento, alegando que s receber o valor devido de Maria ou de sua fiadora Carolina. Comente o caso a luz do direito das Obrigaes, identificando a figura jurdica presente, a posio de Marcelo e analisando a existncia de um procedimento legal indicado. Fundamente suas observaes no CCi.Resp.:Marcelo atua como terceiro no interessado, pois sua relao com a devedora de cunho afetivo e no jurdico. Nessa condio ele poderia pagar a dvida (art. 304, 1 figura) e, na oposio do credor, consign-la (art. 304, pargrafo nico), caso pagasse em nome de Maria. Contudo, a oposio da prpria devedora o impede de faz-lo (art. 304, pargrafo nico, 2 figura). Nesta situao, com oposio do credor e do devedor, Marcelo nada pode fazer.

-=-Extino sem pagamentoDa novaoConceito a criao de obrigao nova, para extinguir uma anterior. a substituio de uma dvida por outra, extinguindo-se a primeira.Requisitos1 Existncia de obrigao jurdica anterior.2 Constituio de nova obrigao.3 Inteno de novar (animus novandi).Espciesa) Novao objetiva (art. 360, I): quando nova dvida substitui a anterior, permanecendo as mesmas partes.b) Novao subjetiva:- Passiva (art. 360, II): com substituio do devedor (expromisso: sem o consentimento deste; delegao: com o consentimento deste).- Ativa (art. 360, III): com substituio do credor.c) Novao mista: admitida por alguns doutrinadores. Decorre da fuso das duas primeiras.Efeitosa) O principal efeito consiste na extino da primitiva obrigao, substituda por outra.b) A novao extingue os acessrios e garantias da dvida, sempre que no houver estipulao em contrrio (art. 364).c) No aproveitar, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que no foi parte na novao (art. 364, 2 parte).d) A nova obrigao no tem nenhuma vinculao com a anterior, seno a de uma fora extintiva.-=-Da compensaoConceito o meio de extino de obrigao entre pessoas que so, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra. Acarreta a extino de duas obrigaes cujos credores so, simultaneamente, devedores um do outro (art. 368).EspciesTotal: quando as duas dvidas tm o mesmo valor.Parcial: quando os valores so diversos.LegalConvencionalJudicialCompensao legalConceito: a que decorre da lei. Opera-se automaticamente, de pleno direito.Requisitos:a) Reciprocidade das obrigaes. Abre-se exceo em favor do fiador (art. 371, 2 parte).b) Liquidez e exibilidade das dvidas (art. 369).c) Fungibilidade das prestaes (dvidas da mesma natureza).Compensao convencional aquela que resulta de um acordo de vontades, incidindo em hipteses que no se enquadram na compensao legal. As partes passam a aceit-la, dispensando alguns de seus requisitos.Compensao judicial a determinada pelo juiz, nos casos em que se acham presentes os pressupostos legais (CPC, art. 21, p. ex.).Diversidade de causaEm regra, a diversidade de causa no impede a compensao das dvidas. Excees: a) se provier de esbulho, furto ou roubo (origem ilcita); b) se uma se originar de comodato, depsito ou alimentos; c) se uma for de coisa no suscetvel de penhora (art. 373).-=-Da confusoDe modo geral, significa mistura. Aqui fala-se em confuso pessoal, por exemplo, nas qualidades de credor e devedor.Ocorrendo a confuso, a obrigao se extingue (art. 381, CC).Art. 381. Extingue-se a obrigao, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.-Ex.: Joo pai de Pedro, que devedor do pai. Se Joo morre, Pedro herda o crdito que ele tinha com o pai, havendo assim uma confuso entre credor (Joo -> Pedro) e o devedor (Pedro).Conceito: a reunio, em uma nica pessoa e na mesma relao jurdica, da qualidade de credor e devedor (Rodrigues, Silvio).Efeitos:O principal efeito extinguir a obrigao.Ateno!Cessada a confuso, a obrigao se restabelece (art. 384).Art. 384. Cessando a confuso, para logo se restabelece, com todos os seus acessrios, a obrigao anterior.-Exemplo: Pedro declarado ausente (desapareceu). Depois de certo tempo, abre-se a sucesso, ocorre a confuso, mas Pedro reaparece. A obrigao, ento, se restabelece, Joo volta a ser devedor de Pedro. Neste caso, a obrigao ficou temporariamente neutralizada.Com a extino da obrigao principal, extingue-se tambm as obrigaes acessrias. No entanto, o inverso no verdadeiro, ao se extinguir uma obrigao acessria, no se extingue a principal.Confuso imprpria: aquela na qual h a extino da obrigao principal, mas apenas e to somente ocorrer a extino da obrigao acessria.A confuso no pode prejudicar terceiros. Art. 383.Art. 383. A confuso operada na pessoa do credor ou devedor solidrio s extingue a obrigao at a concorrncia da respectiva parte no crdito, ou na dvida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.-Requisitos:So pressupostos da confuso:1 Qualidade de credor e devedor na mesma pessoa.2 Na mesma obrigao.3 Dentro do mesmo patrimnio.A confuso pode ser total (a respeito de toda a dvida) ou parcial (referente a parte do patrimnio). Art. 382.Art. 382. A confuso pode verificar-se a respeito de toda a dvida, ou s de parte dela.-Da Remisso uma liberalidade do credor para perdoar a dvida do devedor.Ateno: remisso e remio so usados no direito. Tem significados semelhantes. Remio aparece no Direito Penal (remio da pena por trabalho laborativo).Conceito: a liberalidade do credor que consiste em dispensar o devedor de pagar a dvida.Discute se a remisso um ato uni ou bilateral: se o credor cede a remisso, a obrigao est extinta? Importa a vontade do devedor que faz questo de pagar advida? Art. 385 (remisso aceita pelo devedor) determina que o devedor deve aceitar a remisso. Hoje entende-se que a remisso tem valor de contrato, bilateral. No existe remisso obrigatria.Art. 385. A remisso da dvida, aceita pelo devedor, extingue a obrigao, mas sem prejuzo de terceiro.-Formas:art. 386, 1 figuraArt. 386. A devoluo voluntria do ttulo da obrigao, quando por escrito particular, prova desonerao do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.-- expressa ou tcita (entrega do ttulo ao devedor art. 324).

Requisitos:- Direito patrimonial disponvel;- Capacidade e legitimidade do credor e devedor;- Acordo de vontade (aceitao da remisso).A remisso no pode prejudicar terceiros. Art. 388.Art. 388. A remisso concedida a um dos co-devedores extingue a dvida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, j lhes no pode cobrar o dbito sem deduo da parte remitida.-Outras formas de extinoDoutrinadores mencionam 2 outros institutos que extinguem a obrigao:- Transao: acordo (art. 840). Compromisso (art. 851).- Inrcia: decadncia e prescrio.-=-Obrigatoriedades dos contratos- De acordo com o secular princpio da obrigatoriedade dos contratos (pacta sunt servanda), estes devem ser cumpridos. O no cumprimento acarreta a responsabilidade por perdas e danos (art. 389).- A responsabilidade civil patrimonial: pelo inadimplemento das obrigaes respondem todos os bens do devedor. (art. 391).- A reduo do art. 389 pressupe o no cumprimento voluntrio da obrigao, ou seja, culpa. Em princpio, pois, todo inadimplemento presume-se culposo. Incube ao inadimplente elidir tal presuno, demonstrando a ocorrncia do fortuito e da fora maior (art. 393).Contratos benficos e onerosos- Contratos benficos so aqueles em que apenas um dos contratantes aufere benefcio ou vantagem. Nesses contratos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem no favorea.- Como a culpa grave ao dolo se equipara, pode-se afirmar que responde apenas por dolo ou culpa grave aquele a quem o contrato no favorece.- Nos contratos onerosos, respondem os contratantes tanto por dolo como por culpa, em igualdade de condies, salvo as excees previstas em lei (art. 392, 2 parte).Caso fortuito e fora maior- O caso fortuito e a fora maior constituem excludentes da responsabilidade civil, pois rompem o nexo de casualidade (art. 393).- A lei no faz distino. Em geral, porm, a expresso caso fortuito empregada para designar fato ou ato alheio vontade das partes, como greve, motim, guerra etc. E fora maior, para os fenmenos naturais, como raio, tempestade etc- O trao caracterstico das referidas excludentes a inevitabilidade, estar o fato acima das foras humanas (art. 393, pargrafo nico).Requisitos para a sua configuraoa) O fato deve ser necessrio, no determinado por culpa do devedor.b) O fato deve ser superveniente e inevitvel.c) O fato deve ser irresistvel, fora do alcance do poder humano.Da moraConceitoMora o retardamento ou o cumprimento imperfeito da obrigao. Configura-se no s quando h atraso no cumprimento da obrigao, mas tambm quando este se d na data estipulada, mas de modo imperfeito, ou seja, em lugar ou forma diversa da convencionada (art. 394).Mora e inadimplemento absolutoa) H mora quando a obrigao no foi cumprida no tempo, lugar e forma convencionados, mas ainda poder s-lo, com proveito para o credor. Ainda interessa a este receber a prestao com os acrscimos legais (art. 395).b) A hiptese ser de inadimplemento absoluto se a prestao tornar-se intil ao credor. Este poder enjeit-la e exigir perdas e danos (art. 395, pargrafo nico). Em ambos os casos, o devedor responde por perdas e danos.Espcies de moraa) Mora do devedor (solvendi ou debitoris).b) Mora do credor (accipiendi ou creditoris).c) Mora de ambos os contratantes.Mora do devedorEspciesa) Mora ex re (arts. 397, caput, e 398).b) Mora ex persona (art. 397, pargrafo nico).Requisitosa) Exigibilidade da prestao, ou seja, o vencimento de dvida lquida e certa.b) Inexecuo culposa da obrigao (art. 396).c) Constituio em mora (somente quando ex persona, pois, se for ex re, o dia do vencimento j interpela o devedor: dies interpellat pro homine).Efeitosa) Responsabilizao por todos os prejuzos causados ao credor (art. 395).b) Perpetuao da obrigao (art. 399), pela qual responde o devedor moroso pela impossibilidade da prestao, ainda que decorrente de caso fortuito ou de fora maior.

Mora do credorRequisitosa) Vencimento da obrigao.b) Oferta da prestao.c) Recusa injustificada em receber.d) Constituio em mora, mediante a consignao em pagamento.

Efeitosa) Liberao do devedor, isento de dolo, da responsabilidade pela conservao da coisa.b) Obrigao do credor moroso de ressarcir ao devedor as despesas efetuadas com a conservao da coisa efetuada.c) Obrigao do credor de receber a coisa pela sua mais alta estimao, se o valor oscilar entre o tempo do contrato e o do pagamento.d) Possibilidade de consignao judicial da coisa devida (art. 335, II).

Mora de ambos os contratantesa) Quando simultneas, uma elimina a outra, pela compensao. Se ambas as partes nela incidem, nenhuma pode exigir da outra perdas e danos.b) Quando sucessivas, permanecem os efeitos pretritos de cada uma. Os danos que a mora de cada uma das partes haja causado no se cancelam pela mora superveniente da outra.

Purgao da moraPurgar ou emendar a mora neutralizar seus efeitos. Aquele que nela incidiu corrige, sana sua falha, cumprindo a obrigao j descumprida e ressarcindo os prejuzos causados outra parte (art. 401).

Cessao da moraDecorre da extino da obrigao, por anistia, perdo etc., e no de um comportamento ativo do contratante moroso, destinado a sanar sua falta ou omisso. Produz efeitos pretritos, ou seja, o devedor no ter de pagar a dvida vencida. A purgao da mora s produz efeitos futuros, no apagando os pretritos, j produzidos.

-=-Do Inadimplemento das obrigaesA responsabilidade civil dividida em contratual e extracontratual.Extracontratual: o ato ilcito puro. Ex: camarada que atropela outro; danifica bem alheio etc. (art. 389 e seguintes).Contratual: a que decorre do inadimplemento. (art. 927 e seguintes).Em ambos os casos, surge a obrigao do dever de indenizar.

Da MoraTermo inicialA partir de quando pode por seu devedor em mora.Obrigao com termo determinado, com a data certa para cumprir a obrigao. NA DATA = dia seguinte.Termo indeterminado = quando no se tem certeza da situao. No tem a data certa. Cabe ao credorinterpelarjudicialmente o devedor. Art. 397, pargrafo nico.A mora comea no final do termo. O dia obriga a realizar a prestao.Se a obrigao no tiver termo, faz-se notificao do credor (art. 397).Ato ilcito (art. 398): desde o ato.Purgao da mora / Reparar a mora (art. 401, CC)O devedor purga/repara a mora realizando o pagamento, mais indenizao. (entrega a prestao + consequncias da mora).O credor purga a mora recebendo a coisa, mas se sujeitando s consequncias. (recebe a prestao e as consequncias da mora do devedor quais so as consequncias: sem reclamar art. 400, pagando valor + favorvel, indenizao).Das Perdas e DanosAs perdas e danos, ento, atendem tanto responsabilidade civil contratual quanto extracontratual. a indenizao decorrente de prejuzos causados a algum.ComposioO que compe a indenizao? Art. 402, CC (o que efetivamente perdeu e o que deixou de lucrar).Dano emergente (ou dano positivo): prejuzo que surge imediatamente ao inadimplemento. Ex: motorista de taxi tem carro danificado por outro carro. O conserto do carro o dano emergente.Lucro cessante (ou dano negativo): o que o sujeito deixou de lucrar em consequncia do dano ou do inadimplemento. Ex: o taxista perdeu 5 dias de trabalho, pois seu carro estava em conserto na oficina.Os componentes servem tanto para dano material quanto para dano moral.

RequisitosPrejuzo real e concreto:Indenizao deve ser completa (art. 404): pagamento em dinheiro.O credor no pode ter lucro: no pode ser a mais do que o valor integral do dano. irrelevante o grau de culpa: culpa grave envolve extrema desateno. Culpa leve erro razovel do homem mdio. Culpa leve exigiria ateno extrema pra no ser cometida. A culpa irrelevante na questo das perdas e danos, pois a indenizao se mede pela extenso do dano (art. 944).EspciesDano materialDano moral

Dos juros legaisConceitoOs juros o preo do uso do capital.

Espcies e previso legalQuanto ao fundamento ou finalidade:Juro compensatrio: art. 591Juro moratrio: pretende indenizar o prejuzo causado pelo inadimplemento parcial/relativo (mora) art. 407.

Quanto origem:Juro convencional: art. 591.Juro legal: art. 406.

Quanto capitalizao:Juros Simples: progresso simples (100 + 1 = 101; 101 + 1 = 102)Juros Compostos: anatocismo, cobra juro sobre juro (100 + 1 = 101; 101 + 1,01 = 102,01). proibido no Brasil.

LimitaesO cdigo civil de 1916 estabeleceu os juros legais.Decreto 22.626/33: lei da usura. Proibiu o anatocismo.Lei 4.595/64: organizou o sistema financeiro nacional. Liberou instituies financeiras quanto s regras do anatocismo. Juros livres.CF/88: art. 193 (juro de 12%). No aplicado.EC 2003: excluiu o art. 193, parg. 3, foi suprimido.CC/2002: juro legal e juro convencional so limitados pela taxa SELIC.

-=-DA CLUSULA PENAL (art. 408)Tem 3 finalidades (descumprimento total, parcial ou mora).A clusula penal no pode ser uma s para as trs finalidades.Ex: clusula penal para multa em caso de descumprimento de obrigao. Outra clusula penal para multa em caso de descumprimento de contrato. uma clusula penal para cada hiptese.CARACTERSTICAS: acessria. Estipulada com a obrigao ou em ato posterior. Refere-se a: inexecuo completa, inexecuo parcial ou mora (art. 409).

-=-Espcies:(i)Art. 410, CCClusula penal compensatria(descumprimento total) exigir a prestao ou clusula penal ou P/D. Pode, porm, solicitar a clusula penal mais perdas e danos, se houver sido convencionado previamente (Art. 416, pargrafo nico).Contrato de Adeso sempre poder exigir a indenizao suplementar (mesmo no estando previsto) Enunciado 429 da V Jornada de Direito Comercial.(ii)Art. 411, CC Clusula penal moratria(descumprimento de uma clusula ou mora) exigir a prestao mais a clusula penal.Limites: Geral:100% -(Art. 412, CC) O valor da cominao imposta na clusula penal no pode exceder o da obrigao principal. CDC:2% (Art. 52, 1o) 1 As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigaes no seu termo no podero ser superiores a dois por cento do valor da prestao. Condomnio2%(Art. 1.336, CC). Justia do Trabalho100%.Possibilidade de Reduo: Art. 413,CC (i) excessiva ou (ii) se a obrigao for parcialmente cumprida com proveito.A penalidade deve ser reduzida eqitativamente pelo juiz se a obrigao principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negcio. Enunciado 355 Irrenuncivel. Enunciado 356De ofcio. Enunciado 359 No proporcional.Responsabilidade nas Obrigaes Divisveis e Indivisveis Art. 415, CC Obrigao divisvel. Art. 414, caput e pargrafo nico, CC Obrigao indivisvel.

-=-Das Arras*Arrha= garantia* Para receber as arras no precisa comprovar; mas para receber perdas e danos, sim.Conceito: As arras ou sinal constituem a importncia em dinheiro ou a coisa dada por um contratante a outro, por ocasio da concluso do contrato, com o escopo de firmar a presuno de acordo final e tornar obrigatrio o ajuste; ou ainda, excepcionalmente, com o propsito de assegurar para cada um dos contratantes o direito de arrependimento.Fundamento: Art 417, CC Se, por ocasio da concluso do contrato, uma parte der outra, a ttulo de arras, dinheiro ou outro bem mvel, devero as arras, em caso de execuo, ser restitudas ou computadas na prestao devida, se do mesmo gnero da principal.Espcies:Arras Confirmatrias Regra Art. 417 + 418 e 419 (i) a obrigao + P/D;Arras Penitenciais Clusula de Arrependimento Art. 420, CC.Arras Assecuratrias so ilegais (ex: indivduo deixa um cheque num stand de venda de imveis a ttulo de cadastro para garantir a compra de um imvel).