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CESTA CESTA CESTA CESTA CESTA BÁSICA CAPÍTULO 07

Cesta Básica Capítulo 7

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Page 1: Cesta Básica Capítulo 7

CESTACESTACESTACESTACESTABÁSICACAPÍTULO 07

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Editorial

Então é Natal, mas a crise fi-nanceira chegou ao Cesta Bá-sica. Calma não teremos féri-as coletivas nem programa dedemissão voluntária.

Conversamos com o economis-ta e cientista social EduardoGiannetti sobre os efeitos dacrise.

Boa diversão!

ExpedienteEdição, texto e capa:Thiago Ronza BentoColaboração: Diogo RonzaBento

Gostou? Quer colaborar?Mande seu material [email protected] gente não paga nem cobranada, mas dá os créditos.

QUALQUER COISA..........03

OUTRA COISA...................04

OUT......................................07

VIAGEM.............................08

NESTE CAPÍTULO:

Capítulo 07 / Ano 01

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3QUALQUER COISA

Quem cresceu durante a década de 1980 apren-deu a língua do “P” largamente difundida por umamarca de chiclete muito popular na época. A técni-ca consistia em colocar a consoante na frente dassílabas das palavras e nomes. Por exemplo, Thiagoseria “pthi”, “p-a”, “pgo”. Ótima atividade paramanter crianças entretidas por longas horas.

Mas ainda assim o sistema de comunicação não énada perto do “código Q”. Uma coleção padroni-zada de três letras – todas começadas pela letra?,vai “advinha”... – desenvolvida para a comunica-ção radiotelegráfica comercial, e posteriormente ado-tada por outros serviços de rádios, especialmenteo radioamadorismo.

A técnica foi criada em aproximadamente em 1909pelo governo britânico quando o rádio usava ape-nas o código morse e continuaram a ser emprega-do depois da introdução transmissões por voz efacilitou a comunicação entre operadores de rádiosmarítimos que falam línguas diferentes, por isso suarápida adoção internacionalmente.

A lista internacional conta com 45 códigos, que foiincluída no serviço de regulamentação anexo à Ter-ceira convenção internacional de radiotelegrafia. Aconvenção aconteceu em Londres e foi assinadaem cinco de julho de 1912, tornando-se efetiva nodia primeiro de julho de 1913.

Separamos alguns códigos “Q” para que você sedivirta a valer com seus amigos. Mas para isso se-rão necessários dois copos plásticos e um barban-te. Estique o barbante e prenda cada ponta na basede um copo. Pronto você já tem um “rádio” parase comunicar com seus amigos utilizando o código

QAP?“Q”!QAP: Está na escuta?QRA: Qual seu nome ?QRB: A qual distância aproximada você estáda minha estação?QRD: Aonde vai e de onde vem?QRL: Você está ocupado?QRU: Tem algo para mim? Também utilizadoquando há problemas. Por exemplo “Ih deuQRU!”QRZ: Quem está me chamando?QSF: Você realizou o salvamento?QSL: Pode acusar recebimento?QTA: Cancelo a mensagem? Cancelo aatividade?QTH: Qual é a sua posição em latitude elongitude (ou de acordo com qualquer outraindicação)?QTI : Qual é o seu rumo verdadeiro?QTK: Qual a velocidade de sua aeronavecom relação à superfície terrestre?QTM: Qual é o seu rumo magnético?QTO: Popularmente utilizado para avisarque vai ao banheiroQTP: Vai entrar na baía

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4 OUTRA COISA

Entender a sociedade foi o desafio intelectual que levou Eduardo Giannetti da Fonseca a estudar economia na Universidade

de São Paulo (USP) - aliado ao senso de prudên-cia por buscar um emprego quando deixasse a fa-culdade. Para ampliar esse conhecimento se for-mou em ciências sociais, disciplinas que se comple-tam segundo Giannetti. “Até o inicio do século XXa economia política era parte da filosofia moral e osgrandes economistas eram filósofos que faziam eco-nomia política como parte do seu projeto intelectu-al mais amplo”, explica.

Respeitado por suas análises ponderadas sobre oshumores do mercado Giannetti acredita que o pa-pel do economista é moderar os ânimos da popu-lação em momentos de euforia quanto em situa-ções de crise.

Segundo ele, a crise pode nos lembrar que comoFreud disse “dinheiro não traz felicidade” e que gan-ho financeiro é apenas uma parte da vida. Provadisso é a recente pesquisa do Banco Internacionaldo Desenvolvimento (BID) que mostra que para olatino-americano a qualidade de vida está associa-da com ter amigos, boa saúde, crenças religiosas,condições de manter sua moradia e emprego.

F e l i c i d a d eem tempos decrise financeira

Sigmund Freud disse quedinheiro não traz felicidade,

conversamos com o economistaEduardo Giannetti sobre a crise

e pedimos algumas dicas decomo continuar a sorrir em

tempos dificeis.

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5OUTRA COISAHá dez anos tivemos a crise de 98, existe algu-ma semelhança entre elas?

Não existe, pois a crise atual é mais profunda e am-pla com ramificações piores. Embora a crise de 98tenha parecido grave enquanto acontecia, o pro-blema agora é muito mais sistêmico na economiaglobal e não isolado em um país emergente.

O fato de termos passado por congelamentosde preços, cinco trocas de moedas ehiperinflações nos dão mais segurança e confi-ança para passar pela crise?

Nós temos um belíssimo know-how para assimi-lar e lidar com esse tipo de situações, talvez apenasa Argentina nos supere neste quesito

Com tudo nos sabemos de crise, podemos afirmarque elas são muito piores enquanto são vividas doque quando vistas em retrospecto.

Com esse know-how todo que temos de crise oque podemos ensinar para outras economiascomo a americana?

Uma das coisas que nos diferencia para melhor éque o sistema bancário brasileiro não enveredou pelaagressiva alavancagem especulativa que acabou des-moronando nos Estados Unidos e até mesmo na Eu-ropa em países muito conservadores como a SuíçaTodo o sistema de regulamentação bancária coibiu ede alguma maneira impediu que se repetisse aqui aembriaguez de especulação baseada em alavancagem.Temos algo a dizer sobre como ter um sistema bancá-rio sólido que não opta por esse caminho.

O que podemos aprender com os americanos?

Uma característica muito salutar da economia ame-ricana é a capacidade de imputar perdas e recome-çar rapidamente. Os mercados americanos são muitoágeis e desimpedidos. Um exemplo é o Citibankdemitir 52 mil funcionários de uma vez, isso seriainimaginável na Europa ou no Japão.

E com essa crise?

A lição é que houve uma hipertrofia do setor finan-ceiro em relação ao resto economia, uma crise dedesalavancagem e como conseqüência teremos umacorreção do tamanho e do volume dos ativos finan-ceiros em relação ao tamanho das economias. O

Qual sua análise sobre os efeitos da crise naeconomia real?

A imaginação humana e certos mercados tendemao exagero. Assim como havia um excesso de oti-mismo e euforia no Brasil há alguns anos, quandohouve aumento de investidores na bolsa de valores,hoje predomina uma psicologia de profundo pes-simismo e frustração. Esse é o momento em que oeconomista deve atuar como um moderador deânimos.

Ainda assim a crise é grave, mas dificilmente seráparecida com os anos 30 nos Estados Unidos oucom os anos 90 para o Japão. Podemos comparar asituação com um incêndio. Enquanto a casa está emchamas vive-se um momento emergencial, porémquando o fogo é controlado faz-se um balanço dasperdas e a vida recomeça. Atualmente estamos nomomento de transição; saindo da crise, analisandoas perdas e como retomar a normalidade.

Quais são os cenários pós crise que podemos ter?

Costumo dizer que existem três cenários possíveis.O “V” que seria uma queda seguida de imediataretomada parecida com o crash de 1987 ou com oestouro da bolha da informática em 2001. O cená-rio “L” que cai e fica estagnado como aconteceuna depressão de 30 e recessão deflacionário no Ja-pão nos anos 90.

Entre esses dois há um cenário intermediário cha-mado de “U” com uma recessão de até dois anosnos paises desenvolvidos, uma desaceleração nosmercados emergentes. De qualquer forma já senti-mos a crise e vamos passar por um período de aomenos dois anos de desempenho menos favorávelda economia real.

Estamos ameçados pela crise?

Por enquanto não, mas teremos desaceleração daeconomia, menor oferta de trabalho e menor cres-cimento de renda, além de cair de 5% para 2,5%no índice de crescimento, mas basta lembrar queessa média prevaleceu no País na última década eficamos de pé. Nunca estivemos com nosso siste-ma imune e robusto quanto agora, isso faz com queassimilemos a piora a um custo menor. Porém seessa crise nos atingisse há dez anos os efeitos seri-am devastadores.

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6 OUTRA COISA

Confira a entrevista completa emwww.rspress.com.br / O economista

processo será doloroso, pois muita riqueza que seimaginava existir está desaparecendo. Talvez ago-ra a vida siga de maneira mais equilibrada, focadaem criar valor e não apenas em especular riquezasvirtuais por meio de manipulação do dinheiro.

Como ser feliz no meio dessa crise?

Lembrando que o econômico não é sinônimo davida, mas apenas parte dela. O ideal é que tenha-mos uma condição financeira que nos liberte paraoutros fins.

Freud dizia que dinheiro não traz felicidade, alémdisso, os grandes economistas do passado imagi-navam que a essa altura da história os problemaseconômicos não absorveriam nossas energias. Elesestavam profundamente enganados.

Em 2002 o senhor escreveu o livro “Felicida-de”, o que mudou na sua idéia sobre o assunto?

Essa crise talvez traga uma mensagem sobre a im-portância do econômico no bem estar humano.Algumas pessoas estavam muito eufóricas com en-riquecimento fácil que passava a sensação súbitade riqueza.

O sonho do enriquecimento fácil, sem ter de traba-lhar é parte da natureza humana.

Coincidentemente o Banco Internacional doDesenvolvimento (BID) divulgou pesquisamostrando que 81% dos cidadãos da AméricaLatina e Caribe estão satisfeitos com seusempregos, apesar de um quarto da populaçãoda região não ganhar o suficiente para sair dapobreza, qual sua opinião?

Soa interessante essa capacidade de parte das po-pulações dos países menos desenvolvidos de nãose abater por conta da precariedade da vida mate-rial. Isso é uma força evidente, óbvio que seria me-lhor que eles não estivessem nessa situação, masseria pior se além da precariedade material tives-sem psicologia de depressão.

Na sua opinião o que de mais importante aconte-ceu nos últimos 30 anos da economia mundial?

Acredito que a grande conquista seja o aumento naexpectativa de vida. Nos últimos 40 anos a médiaaumentou mais do que nos 4.000 anteriores. Apenasme pergunto como podemos fazer bom uso disso.

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7OUT

Vá sem pressaVez por outra o bairro das Perdizes em São Paulo apa-rece por aqui com algum bar, desta vez vem com dois;Barthô e Geribá. O primeiro fica na Rua Caiubi, 1249(11-3877-0489) e foi idealizado para funcionar apenasno período de happy hour, de segunda a sexta.

O prédio onde o bar está instalado já conta com 80 anosnas costas, no entanto, os proprietários conseguiramconservar a estrutura original. A decoração confere to-ques elegantes ao ambiente naturalmente rústico.

Duas boas pedidas do bar são os tradicionais acepipes debalcão e a porção de bolinho de mandioca recheadoscom carne e acompanhados por um molho de queijo, des-taque para o arlequim que recepciona quem chega.

O Geribá fica na João Ramalho, 899 (11-3875 – 1029),esquina com a Avenida Sumaré. Com várias mesas nacalçada a intenção do bar é ser despretensioso, estiloboteco de esquina. O nome é uma homenagem à praiahomônima em Búzios.

Para enganar a fome, vale a pena investir na lingüiça de cor-deiro com nozes acompanhada do chopp gelado. Um doshits da casa é a Picanha No Avesso – carne argentina reche-ada com calabresa e cenoura, acompanhada de arroz, farofae molho vinagrete, que serve de até quatro pessoas.

O bairro do Brooklin Novo, nunca apareceu por aqui,mas reserva boas suspresas: Veríssimo, bar que home-nageia o escritor Luis Fernando Veríssimo. Localizadona Rua Flórida, 1488 (11 - 5506-6748), em frente auma praça fica cheio nas noites da semana, é precisopaciência.

A casa é toda decorada com cores, obras, metáforas,paredes coloridas pelo lambe-lambe, cartoons e carica-turas inspiradas nos homenageado. A cozinha chamadade “Confusion Food” mistura pratos contemporâneos,regionais e tradicionais. Destaque para a –quase gigan-te- porção de potato skin: batatas cobertas com cheddare bacon servidas em uma travessa com três dedos deprofundidade e bons centímetros de diâmetro.

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8 VIAGEM

Dois em umO leste europeu passou a ser mais conhecidodepois da dissolução da União Soviética. Pe-quenos países antes parte da potência européiase tornaram independentes e começaram a des-pontar na geografia mundial, boa parte delesdevido seus atritos constantes. Próxima a essecenário está a Hungria.

Texto: Diogo Ronza Bento Porém ao longo da história a Hungria teve suadose de batalhas. Entre os anos de 1241 e1242 as hostes tártaras devastaram a região.

Em 1526, foi a vez do sultão Solimão I, o Magnífico,derrotar os húngaros e marchar pela capital da cidade.

Em 1848 o governo de Viena decidiu atacar o País, nestecenário a Hungria foi anexada ao império dos Habsburgo,formando o império austro-húngaro.Situação que só foimudar muitos anos depois.

A origem dos húngaros ainda não foi esclarecidapela ciência, embora acredite-se que rela remontea vários milênios. A versão mais antiga os apresentacomo uma vertente asiática dos Urais e de que seusancestrais pertenciam à família fino-ugriana dospovos dos Urais, o que pode ser comprovado porrecursos de linguistica.

De acordo com alguns cientistas, com as frequen-tes ondas migratórias dos povos, já no século VIIos húngaros haviam chegado à bacia dos Cárpatos.O que se sabe com toda a certeza é que a partir demeados dos anos 800 já a conheciam muito bem,uma vez que seus guerreiros participavam das lutastravadas no território, ora como aliados dos fran-cos ora do lado dos morávios.

Segundo o livro “A origem do nome dos países”,de Edgardo Orero, alguns especialistas afirmam queo nome Hungria deriva do termo turco “On-Ogur”ou “On-gar”, que significa “dez flechas” ou “dez tri-bos”, em referência à federação tribos ou hordasem que se dividia o povo magiar, povo dominantepor aquelas bandas.

Os húngaros chamam seu país de Madgyar-Orzag,“país dos magiares ou “Madgiares”. Segundolinguistas húngaros, a palavra “magiar” é compostada raiz úgrica “mansi”, “magy” ou “mogy”, mais a

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9VIAGEM

HungriaNome oficial: Repúblicada HungriaCapital: BudapesteLínguas: húngaro, ale-mão, eslovaco,ucranianoMoeda: Florim

raiz turca “eri”, que unidas formam “Magyeri” quepode ser traduzido como “humano capaz de pro-duzir uma linguagem incompreensivel”.

Atrações

A atitude mais normal de um turista quando visitaqualquer país é visitar sua capital. Com a Hungrianão poderia ser diferente. Cortada pelo rio Danúbio,Budapeste oferece a quem chega uma curiosidadeinteressante: seu nome é resultado da composiçãode duas palavras e de – acredite! – duas cidades.Na margem oeste fica Buda e na leste onde está lo-calizado o castelo da cidade fica Peste. Outra curio-sidade é que embora o euro seja aceito em estabele-cimentos locais, uma taxa nada atrativa é cobrada nahora das compras. Por isso uma boa dica é trocareuros e dólares pela moeda local, o florim.

Assim como boa parte das outras cidades européi-as algumas das principais atrações são o Parlamen-to e a Praça em homenagem aos heróis de guerra.O primeiro tem o horário de visitação um poucorestrito, mas é interessante visitá-lo devido ao seuinterior imponentemente decorado, pela exposiçãode todas as coroas cravejadas de ouro e diamantese pelas curiosas áreas especificas para fumantes.Os charutos não eram permitidos em determinadassalas, por isso havia uma área restrita para fumarcom “porta charutos” especifico para cada parla-mentar repousar seu charuto.

A praça em homenagem aos heróis de guerra é inte-ressante, porém como em muitas outras, não há mui-ta coisa a não ser o monumento. Caso você estejacom uma guia, como era o meu caso, a visita podelevar um pouco mais de tempo do que o normal, masnão supera 30 minutos. Logo ao lado da praça fica omuseu da cidade que merece uma visita.

Outros dois lugares interessantes para se visitar é ocastelo da cidade que oferece uma vista impressio-nante da região e alguma casa de banho dali. Elassão tradicionais em Budapeste e é muito curiosover que as pessoas ficam em águas a 40º C paradepois saírem em um frio de aproximadamente 0ºC para mudar de piscina. Existem algumas piscinasinternas também, mas as melhores são as externas,mais quentes e onde podemos encontrar pessoasjogando xadrez nelas.