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CAPS INFANTO JUVENIL- CAPSi CURUMIM CIAPS ADAUTO BOTELHO- SES/MT
PROJETO TERAPÊUTICO GLOBAL - 2013
Introdução:
O presente documento tem a intenção de apresentar o Projeto
Terapêutico Global 2013 construído pela equipe do CAPSi/CIAPS AB/SES-
MT, uma instituição que trata de crianças e adolescentes em situação de
sofrimento psíquico severo, onde a criança/adolescente esteja acometida
por transtorno mental grave e que a decorrência desta experiência esteja
lhe inviabilizando o desenvolvimento e exercício de sua vida psíquica,
emocional, social e cidadã.
Na prática da assistência prestada, necessita continuar garantindo o
espaço de cuidados de crianças e adolescentes na situação supracitada,
reafirmando que a lógica de um CAPSi não está na patologia de seu
usuário e sim no seu estado clínico, psíquico e social.
Assim, no exercício deste lugar institucional e instituído, e por não
haver nenhum outro tipo de equipamento com tal identidade; o CAPSi
afirma: uma vez desagudizada e/ou reorganizada uma situação de
sofrimento e de patologia mental da criança/adolescente e também após
realizadas todas as possibilidades de intervenções psicossociais,
((re)inserção escolar, social, familiar e outras) esta, não mais
permanecerá neste serviço, sendo conforme sua necessidade
encaminhada e inserida nos demais equipamentos da rede, como
ambulatórios de especialidades, policlínicas, centros de saúde e equipes
de saúde da família, entre outros.
Este posicionamento do CAPSi tem como pressuposto a proteção à
criança/adolescente como atitude antimanicomial, no sentido de
desinstitucionalização.
Quanto a estes (os equipamentos da rede), caso não estejam
formalmente instituídos ou em funcionamento adequado, não funcionará
o CAPSi/CIAPS AB/SES-MT como substituto ou alternativo ao serviço não
implantado ou em funcionamento, e, ao contrário, orientará as famílias a
buscarem formas de obterem os serviços a ela necessários, podendo
através deste ato, alimentar e por em prática o exercício cidadão que
sócio-histórica e culturalmente devem ser potencializados.
Justificativa:
Historicamente, no Brasil e em Cuiabá- MT, um CAPSi está em
processo de construção e solidificação de sua prática.
A prática e os exercícios de 2012, 2011, 2010, 2009, 2008, 2007,
2006, 2005, 2004, 2003, e 2002, sendo este último, o ano de implantação
deste CAPSi, nos ensinaram que o papel de um CAPSi realmente está para
além da atuação clínica-institucional, mas política e de lutas de direitos,
ainda em explanação, ainda em buscas de garantias, apesar dos mais de
20 anos do ECA e dos 10 anos da Lei Federal nº 10.216 (06/04/2001).
O propósito da maioria das intervenções deste CAPSi consiste em
ações de atuação/prevenção secundária e terciária. Para tal
estabelecemos que o exercício profissional seja feito em escopo pleno, ou
seja, biopsicossocial, conforme portaria GM/MS 334.
Objetivos:
1. Objetivo Geral:
• Fortalecer e intensificar a proposta de abordagem psicossocial à
criança e ao adolescente do município de Cuiabá que seja portador de
transtorno mental severo, construindo recursos para uma assistência que
alcance além da remissão de sinais e sintomas.
2. Objetivos Específicos:
• Prosseguir e manter a articulação com demais setores de proteção
e assistência infanto-juvenil;
Implementar ações de matriciamento junto as unidades de
saúde pertencentes à rede de saúde mental;
Implementar ações de articulação intersetorial com a rede de
proteção, atenção e cuidados à infância/adolescência e outras redes;
• Ampliar as condutas e encaminhamentos terapêuticos do
tratamento clínico proposto pelo serviço;
• Afirmar a coerência da identidade de um CAPSi enquanto serviço
substitutivo ao hospital psiquiátrico para a demanda infanto-juvenil,
proposta pela política nacional de saúde mental ( em vigência);
• Investir amplamente na abertura de espaço para inserção social a criança/adolescente com transtorno mental severo;
• Ofertar assistência em saúde mental de qualidade e excelência
técnica, visando o alívio do sofrimento psíquico, a superação do estado
agudo da patologia e a retomada do desenvolvimento, do crescimento e
vida da criança e adolescente.
Funcionar como regulador de internação psiquiátrica de
crianças e adolescentes com transtorno mental severo, sendo o
equipamento que acolhe e avalia as indicações para tal procedimento,
inclusive aquelas demandadas judicialmente.
Proposta Teórica e Prática:
A prática clínica de saúde mental infanto-juvenil exige profissionais disponíveis e flexíveis, mas que precisam receber e/ou se apoiar em fundamentações teóricas e práticas de uma clínica em que prevalece a subjetividade deste sujeito que sofre com um transtorno mental severo.
Nosso projeto está baseado em discussões teóricas apoiadas na
leitura de base psicanalítica, com ênfase no pensamento de Donald
Winnicott, e também do pensamento de Carl Rogers, além da teoria
sistêmica de abordagem familiar, e das metodologias e fundamento de
base humanista existencial, nos pressupostos legais do Ministério da
Saúde e do Estatuto da Criança e do Adolescente. Consideramos a
importância de proporcionarmos um ambiente acolhedor que funcione
como facilitador de todo processo e que, muitas vezes, agirá como
suporte e segurança tão necessários para o estabelecimento e sequência
do tratamento.
Sendo assim, construímos estratégias flexíveis e abertas à
expressão de quaisquer comportamentos, mas que transmitam a
contenção, o cuidado e o respeito ao momento em que nossos usuários
se encontram.
Critérios de Demanda
Para a criança/adolescente ser inserida em tratamento no CAPSi é
imprescindível que apresente prejuízos nas esferas de vida (pessoal e
social e familiar e escolar - os “3 ES®” do CAPSi)
A gravidade do quadro psicopatológico é avaliada pela intensidade
dos prejuízos em pelo menos três esferas de vida, os quais representam
risco e/ou ruptura no desenvolvimento.
Acolhimento/Reacolhimento
A proposta construída nos últimos anos será mantida. A
continuidade da exigência do encaminhamento de um profissional de
saúde continuará contribuindo para que a demanda seja reconhecida
pelos serviços da rede e, consequentemente, contribuirá para que o
CAPSi seja consolidado como um serviço de assistência ao portador de
transtorno mental severo, com idade entre 0 e 17 anos e 11 meses.
Sendo assim, o agendamento torna-se necessário e foi comprovadamente
viável, com ressalva de que quadros agudos, ou seja, de urgência, não
estarão sujeitos a agendamento e serão atendidos a qualquer dia e
horário de funcionamento do CAPSi, conforme necessidade da
criança/adolescente.
Para o acolhimento o responsável pela criança deve apresentar uma
cópia da certidão de nascimento ou RG da criança/adolescente, fornecer
o número do CPF do responsável, do cartão do SUS da própria criança e
comprovante de residência.
A abordagem prioritária para o primeiro
acolhimento/reacolhimento será a abordagem individual dos pais ou
responsáveis com a presença obrigatória da criança/adolescente,
conforme dinâmica de atendimento do período e agendamento prévio.
Após a realização de coleta de informações (queixas, sintomas,
comportamentos, história de vida e desenvolvimento, etc), que se dará
no acolhimento (com quantos atendimentos forem necessários para
melhor avaliação do caso), haverá definição da equipe quanto aos
possíveis encaminhamentos: interno ou externo.
No caso de encaminhamento externo o técnico procederá
devolutiva verbal e encaminhamento por escrito, fornecendo também
informações atualizadas sobre recursos oferecidos pela rede de saúde,
educação, justiça, assistência social e outros.
O encaminhamento interno ocorrerá sempre e imediatamente após
discussão de equipe com a constatação de que a criança/adolescente
preenche os critérios de demanda para atendimento no CAPSi. O técnico
de referência será aquele que realizou o primeiro acolhimento e fica
responsável pela devolutiva, realização de anamnese estruturada,
estabelecimento e condução da elaboração do PTI que será discutido em
equipe, considerando a condição tanto clínica psiquiátrica quanto
psicossocial.
O técnico de referência é o responsável pela condução, evolução,
atualização e manutenção do tratamento com base num olhar
biopsicossocial e este poderá permanecer sendo aquele técnico que
realizou o primeiro acolhimento, ou outro técnico definido na elaboração
do PTI da criança/adolescente.
Momento prisma
O momento prisma caracteriza-se pelo momento em que a
criança/adolescente se apresenta no tratamento em estado clínico de
agudização extrema ou gravidade intensa do seu sofrimento mental.
Necessariamente a abordagem inicial à criança e adolescente será
realizada através da modalidade “estar com” que possibilitará à
criança/adolescente situar-se em relação às condições de cuidado
ofertados pelo CAPSi e iniciar vínculo terapêutico e imediato
agendamento da avaliação psiquiátrica.
Paralelamente a família será direcionada a receber informações a
respeito das condutas, sintomas, comportamentos e manejo que podem
amenizar o sofrimento, identificados em momento prisma de vivência da
patologia e suas conseqüências.
Neste momento é indispensável a intervenção técnica da
criança/adolescente junto ao seu(s) cuidador(es) referente aos cuidados
necessários (administração de medicação, higiene, alimentação, sono,
orientação de riscos e métodos de proteção, encaminhamento à serviços
de urgência e outros).
Considerando a importância do vínculo e a gravidade do quadro no
momento prisma, serão priorizadas as atividades internas com indicação
de intervenções intensivas, sempre que necessário.
Inicialmente as intervenções junto à criança/adolescente e sua
família serão de modo individual, caso haja indicação haverá inclusão da
família em grupo, conforme decisão de equipe.
Momento Mosaico
O momento Mosaico caracteriza-se pelo estado clínico agudo ou
gravidade em processo de estabilização, com melhora clínica e menor
intensidade de sofrimento e limitações decorrentes da psicopatologia e
que permite a elaboração de novo PTI (projeto terapêutico individual),
em face deste novo momento e demanda diferenciada de cuidados.
O projeto terapêutico individual será reformulado conforme
evolução do quadro psicopatológico, sempre que necessário.
O direcionamento do projeto neste momento é feito no sentido de
estimular atendimento em grupo, oficinas estruturadas e atividades
externas que melhor atendam as necessidades não somente de remissão
de sintomas mas, também, promover a (re)inserção sócio-familiar. Aos
responsáveis será oferecida, invariavelmente abordagem de acordo com
as estratégias de abordagem familiar proposto no PTG.
Ressaltamos a importância da atenção ao caráter subjetivo e
individualizado das abordagens, assim como a disponibilidade e
flexibilidade da equipe técnica.
Métodos de Atendimento
Caberá a equipe a construção de um quadro de atividades que
alcancem o objetivo terapêutico, norteados pelo PTG. Para tanto terão a
autonomia de escolha de recursos e instrumentos para sua execução, tais
como: oficinas internas e externas, grupos terapêuticos, terapias
especializadas, ações institucionais, etc.
Construídas as atividades, todas deverão ter um técnico como
responsável pela sua condução, e o Responsável Técnico do CAPSi deverá
ser informado, acerca de cada nova construção, uma vez inclusive que
deverão ser realizadas mediante prévia discussão e apresentação à
equipe de assistência.
O CAPSi neste ano e através deste Projeto Terapêutico Global,
contará com dezessete grandes estratégias de atendimento, para a
assistência de sua demanda e conforme a caracterização de sua
clientela*, sendo estes:
1- Grupo de Estimulação: destinada ao atendimento de crianças que
apresentem sinais e/ou sintomas de patologias mentais invasivas e que
estejam lhes trazendo prejuízos nas esferas do desenvolvimento e
utilização de seus equipamentos psicomotores em decorrência do
acometimento da psicopatologia instalada ou em processo de instalação.
O número de participantes da oficina estará condicionado ao número de
técnicos envolvidos na realização direta da mesma e poderá ser de duas a
no máximo quatro crianças. As crianças que apresentarem tal quadro ou
prejuízo, poderão ainda ser atendidas individualmente (programa
individual), conforme haja indicação técnica e segundo a esfera de
desenvolvimento em prejuízo e portanto a ser trabalhada e estimulada
junto à criança.
2- Oficina Mosaico Infantil: Esta atividade é desenvolvida
independente da classificação diagnóstica. Nesta oficina as crianças são
abordadas segundo sua fase de desenvolvimento, por este fato se
denomina oficina mosaico. Destinada a crianças de até 11 anos de idade,
de preferência em Momento Mosaico de acometimento da patologia
mental, porém não exclusivamente, pois crianças em momento prisma do
acometimento da psicopatologia podem segundo sua condição e
indicação clínica participarem desta modalidade de oficina.
3- Oficina Mosaico Adolescente: Esta atividade é desenvolvida
independente da classificação diagnóstica onde adolescentes são
abordados segundo sua fase de desenvolvimento, por este fato se
denomina oficina mosaico. Destinada a adolescentes e pré adolescentes,
de preferência em Momento Mosaico de acometimento da patologia
mental, porém não exclusivamente, pois adolescentes em momento
prisma do acometimento da psicopatologia podem segundo sua condição
e indicação clínica participarem desta modalidade de oficina.
4 – Oficina do Lanche: a alimentação, constitui espaço de
experiência do crescimento emocional pois poderá conter representantes
afetivos. Desta forma, a atividade do lanche ofertado em cada um dos
períodos (matutino e vespertino), será espaço inequívoco de atividade
terapêutica, onde condições de hábitos familiares, possibilidade de
estimulação de autonomia, bem como de cuidado e atenção podem ser
observados e trabalhados também nesta prática vivida pela criança e seu
cuidador (pai, mãe, ou responsável).
Portanto, pai, mãe e/ou cuidador podem ser incluídos nesta
assistência segundo definição técnica, que ocorrerá através de convite
feito pelo profissional de atendimento da criança e/ou da família.
5- Estratégias de Abordagem Familiar:
- Grupos de Família (GAF) destinados ao atendimento de pais (pai
e/ou mãe), familiares (avós, avôs, tias, madrinhas ou responsáveis) ou
cuidadores institucionais responsáveis pelo acompanhamento do
tratamento da criança/adolescente admitido para tratamento. Tem
caráter operativo, portanto coordenado por um técnico de nível superior,
contando sempre que possível com um observador, técnico de nível
superior ou não, e constituem condição sine qua non para o tratamento
destinado à criança/adolescente, devendo ocorrer uma vez por semana,
em horário paralelo ao atendimento da criança/adolescente. Por ser
operativo pode contemplar, segundo a técnica, operacionalização de
conteúdo previamente elencado pelos técnicos como necessário para
abordagem específica de cada grupo, ou ainda pode contemplar, a
operacionalização de conteúdos demandados do próprio grupo ou de
algum de seus membros;
- Trabalho de Atendimento da Família (TAF), que constitui uma
abordagem terapêutica especificamente para uma criança/adolescente
conjuntamente com sua família, de natureza de suporte pontual ou
continuada, conforme indicação técnica para o quadro;
- Grupo Multifamiliar (GRUM), consiste em atividade terapêutica de
natureza continuada realizada, para várias famílias com suas
crianças/adolescentes, quando observadas características comuns de
padrão de interação familiar;
- Orientação Parental: consiste em acompanhamento individual
para orientações, aos responsáveis pela criança/adolescente, acerca de
sua função e papel parental, aplicados para pais que não se beneficiaram
de outras estratégias de abordagens familiares;
6- Atendimento Individual de qualquer especialidade que integra a
equipe de assistência do CAPSi, podendo ter caráter de consulta, de
estimulação de habilidades, de desenvolvimento de AVA, de estimulação
de desenvolvimento, de apoio, de psicoterapia, de entrevistas de
anamnese e/ou de análise e aprofundamento de entendimento de
situações, circunstâncias, biografias e fatos, de aplicação de testes, de
orientação (medicamentosa, de tratamento, de desenvolvimento, de
direitos, de saúde, de trabalho, de educação, de formas de inserção), de
acompanhamentos, e etc, de acordo com as necessidades do caso.
7- Método Pandorga: constitui uma assistência elaborada para fins
de propiciar estimulação do desenvolvimento global, de crianças com
diagnóstico de transtorno de espectro autista (TEA), ou com atraso do
desenvolvimento, decorrentes de outras categorias nosológicas de
quadros psicopatológicos, levando-se em conta as diferenças individuais e
os estágios do desenvolvimento emocional da criança.
Em função das especificidades dos quadros de TEA ou com atraso do
desenvolvimento é que este método específico dentro do PTG do CAPSi
foi elaborado com vistas ao melhor atendimento das necessidades
específicas destas demandas.
O método constitui-se em atividades de estimulação elaboradas e
realizadas por equipe multiprofissional, através de abordagem individual
e/ou grupal, conforme indicação técnica para o quadro, e de acordo com
embasamento teórico e técnico das áreas de psicologia, fonoaudiologia e
terapia ocupacional.
Tem como finalidade:
O desenvolvimento global da criança e o seu fortalecimento
enquanto sujeito, a fim de que a criança desenvolva maior
autonomia e obtenha melhor qualidade de vida;
Explorar e reforçar as habilidades da criança levando ao
re(conhecimento) de suas potencialidades;
Estimular funções em desenvolvimento e/ou interrompidas;
Promoção da inclusão/reinclusão escolar, social e familiar;
O presente método foi elaborado pela equipe do CAPSi, visando
que a criança desenvolva maior autonomia e qualidade de vida e está em
utilização há dez anos apresentando resultados satisfatórios para os fins
de retomada de desenvolvimento e inclusão psicossocial, considerando
que a porcentagem de altas por conclusão, efetivadas até o presente
momento, vem se mantendo em 90% dos casos atendidos.
Após o acolhimento realizado por um profissional da equipe
multidisciplinar do CAPSi, identificado o quadro de Transtorno de
Espectro Autista (TEA), é agendado um atendimento individual da criança
para ratificação e “mapeamento de espectro”, este procedimento é
realizado por um técnico da equipe multidisciplinar do CAPSi, sendo este
devidamente treinado para tal atividade, e em seguida é agendado uma
consulta de anamnese com a mãe, ou responsável pela criança, esta
anamnese é realizada por um profissional responsável pela família
considerando as Estratégias de Abordagem Familiar do CAPSi.
O mapeamento de espectro tem como objetivo central analisar e
avaliar o desenvolvimento global da criança identificando aspectos
preservados e aspectos em prejuízo, pelo acometimento do TEA, segundo
sua idade cronológica em relação às funções mentais e condições
psicológicas, onde os aspectos preservados serão de fundamental
importância para a adequação de seu projeto terapêutico, a partir da
compreensão, não da existência de um ser autista, mas sim de uma
criança, que em determinada idade apresenta TEA, e para qual
tecnicamente é possível utilizar de seus recursos pessoais disponíveis
para estimular, desenvolver e/ou reabilitar e mesmo tratar a criança e
seus aspectos que se encontrarem em atraso de desenvolvimento.
O caso é discutido em equipe mínima, assim, se necessário, há o
agendamento no próprio CAPSi com um fonoaudiólogo, um terapeuta
ocupacional, um psicólogo, para avaliação do quadro atual da criança,
além disso, haverá o agendamento com o psiquiatra infantil do CAPSi,
para definição diagnóstica. Na discussão de caso, é realizada uma
propositura de PTI (Projeto Terapêutico Individual).
O PTI apresentará as definições fundamentais da assistência a ser
ofertada à criança (ou adolescente) e sua família, através do qual será
estabelecido:
- o quê será realizado como terapêutica que se estabelece segundo
demanda apresentada pela criança, definindo portanto, atividades
personalíssimas para cada uma, uma vez que embora com mesmo
diagnóstico, cada criança terá uma história pessoal e é única em sua
necessidade e potencial;
- por quem, ou por quais profissionais será realizada a terapêutica,
mais uma vez segundo a demanda apresentada pela criança;
- como esta terapêutica será realizada, onde a atividade é apontada
e descrita em seu prontuário, sobre a qual se estabelece um plano de
acompanhamento e revisão segundo o benefício obtido pela criança
através da terapêutica proposta. Incluem-se aqui técnicas, métodos e
atividades, que vão desde estimulação específica de funções,
fortalecimento de condições psicológicas, bem como de treinamento de
habilidades, inclusão social e escolar, estabelecimento de rotinas, ou
ainda de desconstrução destas, caso haja tal indicação como condição
para obtenção de níveis de harmonia e bem estar na vida cotidiana da
criança/adolescente, além do próprio planejamento das mesmas;
- onde, dentre os espaços físicos disponíveis no CAPSi, no seu
entorno, e na sua comunidade, a terapêutica será realizada;
- e quando será realizada, estabelecendo a periodicidade e
regularidade da(s) mesma(s).
Será sequencialmente realizado um agendamento de feedback com
a família e apresentação da proposta de PTI para a criança e seu familiar,
ou sua família conforme PTI, com o técnico de referência da criança no
CAPSi (podendo ser este aquele que realizou o Acolhimento, ou aquele
designado no ato de discussão de equipe para propositura de PTI).
O PTI contemplará invariavelmente assistência à criança, neste
CAPSi, individualmente, e/ou em grupo, conforme indicação técnica,
assistência à sua família na pessoa de seu responsável, ou responsáveis,
através das Estratégias de Abordagem Familiar, bem como assistência
através da rede de cuidados à criança e ao adolescente disponível na
comunidade a que pertença a criança, como serviços ambulatoriais de
fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, equoterapia, programas
de inclusão social e escolar, entre outros, conforme necessidade
específica de cada criança, ou adolescente com diagnóstico de TEA.
Desta forma, o Método Pandorga prevê ações sequenciais de
investigação e tratamento da criança/adolescente com diagnóstico de
TEA, com a possibilidade de utilização de técnicas variadas de
estimulação, treino, habilitação e reabilitação de funções, potencialidades
e desenvolvimento. O entendimento de se tratar sempre e, sobretudo de
um ser, cuja existência contempla em si, uma abertura infinita de
possibilidades, e que tal fato promove que tanto a condição de instalação
da patologia seja peculiar ao indivíduo, quanto os meios para seu cuidado
e tratamento, garante a este método, a utilização não de uma técnica
universal para todas as crianças acometidas por TEA, mas, a possibilidade
de uso daquelas que sejam indicadas a partir da demanda específica
apresentada por cada criança, que é o sujeito de sua própria história.
Portanto a criança/ adolescente com diagnóstico de TEA, e em
tratamento no CAPSi, receberá alta do tratamento tão logo clinica e
psicossocialmente apresente condições, que serão constantemente
avaliadas e discutidas pelos técnicos que realizam a assistência da criança
e de sua família, através do procedimento de discussão de casos,
realizado semanalmente no CAPSi em sua reunião técnica ordinária, bem
como através das reuniões de mini equipe realizadas diariamente após os
atendimentos do período; na alta por conclusão receberá
encaminhamento para acompanhamento médico psiquiátrico
ambulatorial, caso faça uso de medicação psiquiátrica, e receberá
encaminhamento para acompanhamento ambulatorial de outras
especialidades caso apresente necessidade.
Para o cuidado do adolescente com diagnóstico de transtorno de
espectro autista (TEA), ou com prejuízo no desenvolvimento, decorrentes
de outras categorias nosológicas de quadros psicopatológicos, serão
utilizados outras estratégias do método de atendimento contidos neste
PTG, a serem definidos de acordo com as necessidades apresentadas pelo
adolescente.
8- Aniversariante do Mês, que constitui atividade sistêmica de
atendimento, realizada em um dia da última semana de cada mês tanto
no período matutino, quanto no período vespertino, onde as crianças ou
adolescentes, que fazem aniversário no mês em andamento, participam
acompanhadas de dois ou mais técnicos de uma oficina de preparo de
festividade/celebração, enfeitando e decorando a sala de oficinas,
enquanto 0(s) responsável(eis) das crianças ou adolescentes
aniversariantes, acompanhadas por um técnico, participam do preparo do
bolo e salgados que serão servidos na festa do(s) aniversariante(s).
Quando tudo está pronto, os aniversariantes junto às demais
crianças/adolescentes, pais/responsáveis, convidados e técnicos se
reúnem e com base no ritual de comemoração de um aniversário,
constrói-se uma proposta terapêutica respeitando-se à necessidade da
criança/adolescente, no momento.
Nesta atividade, cada aniversariante pode trazer três convidados
para participarem.
9- Oficinas Comunitárias constituem atividades festivas uma no mês
de julho, outra no mês de dezembro, intituladas oficina Julina e oficina de
Natal, respectivamente, abertas à comunidade local e aos amigos e
familiares dos usuários, com caráter de inclusão social, e propiciando
experiência de vida comunitária com a participação de todos os técnicos,
sendo, portanto, realizada em dia de sábado para viabilização da
presença de todos os pais, crianças, adolescentes, familiares, amigos e
técnicos.
10- Oficinas Externas, que ocorrem segundo indicação técnica para
atividades de inserção social, através de acompanhamento terapêutico da
criança/adolescente a passeios em locais públicos como parques,
shoppings, cinemas, teatros, museus, compras pessoais, no treino de
exercício de cidadania, e etc.
11- Visitas Domiciliares constituem atividades através das quais se
pode obter melhores dados da realidade sócio familiar de cada cliente do
CAPSi, podendo ainda elucidar psicodinâmicas familiares.
12- Visitas Institucionais se dão através de visitas em escolas,
ministério público, delegacias, defensorias, secretarias e toda rede de
cuidados e proteção à criança e ao adolescente, também intensamente
comum na atenção psicossocial.
13- Atendimentos Domiciliares são realizados quando não são
possíveis na unidade, por dificuldades de acesso do cliente e sua família
ao serviço em função da gravidade do quadro psicopatológico instalado,
ou sempre que necessário à condução terapêutica do caso;
14- Acompanhamento Terapêutico (AT) caracteriza-se por uma
atividade de “estar com” a criança ou o adolescente segundo a sua
peculiar condição de estar naquele momento, ou seja, uma criança ou
adolescente quando submetidos a sintomas invasivos de transtornos
mentais severos como alucinação, delírios, agitação psicomotora,
confusão mental, desorientação tempo-espacial entre outros, acaba por
apresentar significativas dificuldades para realização de atividades ou
tarefas tanto em grupo quanto individualmente devendo no entanto,
apesar deste quadro, e por este quadro, ser assistida dentro de um
programa de AT, que constitui um acompanhamento especializado
dentro e a partir de suas possibilidades individuais e momentâneas, até
que consiga, à medida que alcance melhora clínica psíquica, envolver-se
em atividades mais elaboradas e estruturadas.
15- Matriciamento e “CAPSiamento®”: Recorrendo ao nosso
processo histórico e às necessidades implícitas para a assistência da
demanda infanto-juvenil, a equipe do CAPSi sempre busca ofertar um
suporte técnico especializado para uma equipe interdisciplinar em saúde,
assim como investe em ações e intervenções que atinjam as instituições
envolvidas no universo infanto-juvenil.
A assistência em saúde mental infanto-juvenil exige cuidados nas
esferas Familiar, Escolar, de Direitos e de Saúde. Sendo assim, para o ano
de 2013, nossa proposta é amadurecer as estratégias de articulação não
só junto à saúde, mas também intersetorialmente com a rede de
proteção, atenção e cuidado à infância/adolescência e outras, através dos
procedimentos clínicos adotados no PTI da criança/adolescente inserido
neste serviço. Estas intervenções específicas junto a esfera da saúde, e
também, ações com outras instituições, são necessárias e
imprescindíveis.
Na dinâmica “caso a caso”, a equipe promoverá discussões
ampliadas que identifiquem os maiores prejuízos de cada
criança/adolescente para que sejam criadas e executadas ações de
assistência e/ou tratamento. O objetivo dessas ações será ofertar um
suporte técnico especializado à(s) instituição(ões) da(s) qual(is) a
criança/adolescente apresente maior(es) demanda(s) em função de seus
prejuízos, a fim de ampliar o campo de atuação desta(s) e qualificar suas
ações em saúde mental infanto-juvenil. A esse conjunto de ações, a
equipe técnica nomeou “CAPSiamento.”
O Matriciamento, enquanto intervenções especificas para a Saúde,
será realizado junto às USF, Centros de Saúde, Ambulatórios de Saúde
Mental das Policlínicas e Centro de Especialidades, P.A. do CIAPS AB e
outras, através da mesma dinâmica utilizada para a realização do
“CAPSiamento.”
Esta atribuição deverá proporcionar a retaguarda especializada da
assistência, assim como um suporte técnico-pedagógico, um vínculo
interpessoal e o apoio institucional no processo de construção coletiva de
projetos terapêuticos junto à população, podendo os parceiros participar
ativamente do projeto terapêutico num processo de trabalho
interdisciplinar por natureza, com práticas que envolvem intercâmbio e
construção do conhecimento.
16- Formação Técnica Continuada, atividade de estudo interno
realizado por e entre os próprios técnicos do CAPSi, com a possibilidade
de participação de instrutor externo convidado e voluntário, todas as
quartas feiras, no segundo quarto de hora da reunião ordinária de
equipe.
17- Treinamento Interno da Equipe Técnica: realizado anualmente
no mês de fevereiro, onde se procede a revisão do Projeto Terapêutico
Global por toda a equipe técnica além da abordagem de conteúdos
teóricos devidamente planejados e conectados com a demanda da
equipe, no momento. Este trabalho de abordagem teórica também é
produzido pelos próprios técnicos do CAPSi.
*A caracterização da clientela deste CAPSi, neste último ano de
2012, entre outros dados, aponta o índice das patologias mais incidentes
entre as crianças/adolescentes admitidos, sendo em primeiro lugar os
transtornos invasivos do desenvolvimento, em segundo lugar os
transtornos psicóticos, e em terceiro lugar os transtornos depressivos.
Profissionais/Responsabilidades
O quadro de servidores é composto por membros efetivos e
contratados, sob regência direta do CIAPS Adauto Botelho/SES-MT e,
portanto, sujeito a alterações a quaisquer momentos. Na elaboração do
Projeto Global definimos as atribuições dos profissionais:
1. Médico Psiquiatra Infantil:
Realiza consultas e solicitação de exames ou quaisquer outros
procedimentos médicos necessários;
Realiza avaliações psiquiátricas;
Atende sob agendamento máximo de seis pacientes por
período, com possibilidade de ampliação para oito
atendimentos em função de encaixes de urgência, reavaliação
e/ou manutenção de medicação;
Realiza atendimento à adolescentes internados ou em
observação no Pronto Atendimento do CIAPS Adauto Botelho;
Realiza consulta de urgência e emergência no CAPSi e no
Pronto Atendimento do CIAPS Adauto Botelho;
Procede internação hospitalar;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas
para cada usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Participa em reuniões de equipe e mini-equipe;
Realiza atividades de matriciamento.
2. Psicólogo:
Realiza acolhimento;
Realiza terapias específicas;
Faz aplicação de testes psicológicos;
Faz anamnese;
Realiza consultas individuais de avaliação ou psicoterapia;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos
operativos, oficinas, grupos de família e outros;
É técnico de apoio para atividades em grupo;
Promove contato e integração com a rede de proteção e
atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou
de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas
para cada usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) - “estar com”, dentro e
fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais;
Realiza atendimento domiciliar;
Realiza atividades de matriciamento.
3. Assistente Social:
Realiza acolhimento;
Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;
Realiza anamnese;
Realiza avaliação do contexto sócio-familiar;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos
operativos, oficinas, grupos de família e outros;
É técnico de apoio para atividades em grupos;
Promove contato e integração com a rede de proteção e
atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou
de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas
para cada usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) - “estar com”, dentro e
fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais;
Realiza atendimento domiciliar;
Realiza levantamento dos recursos da rede de atenção à
criança e adolescente;
Realiza atividades de matriciamento.
4. Enfermeiro:
Realiza acolhimento;
Realiza pré e pós Consulta;
Faz administração e orientação de medicamentos;
Faz manutenção e atualização da planilha sobre a quantidade
e qualidade da medicação utilizada pelo usuário;
Faz consultas individuais ou com familiares/responsáveis;
Faz anamnese;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos
operativos, oficinas, grupos de família e outros;
É técnico de apoio para atividades em grupos;
Promove contato e integração com a rede de proteção e
atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou
de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas
para cada usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) – “estar com”, dentro e
fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais;
Realiza atendimento domiciliar;
Realiza atividades de matriciamento.
5. Fonoaudiólogo:
Realiza acolhimento;
Realiza terapias específicas;
Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;
Faz anamnese;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos
operativos, oficinas, grupos de família e outros;
É técnico de apoio para atividades em grupos;
Promove contato e integração com a rede de proteção e
atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou de
grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas
para cada usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) – “estar com”, dentro e
fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais;
Realiza atendimento domiciliar;
Realiza atividades de matriciamento.
6. Terapeuta Ocupacional
Realiza acolhimento;
Realiza terapias específicas;
Faz consultas individuais ou com familiares/responsáveis;
Faz anamnese;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos
operativos, oficinas, grupos de família e outros;
É técnico de apoio para atividades em grupos;
Promove contato e integração com a rede de proteção e
atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou
de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas
para cada usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e
fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais;
Realiza atendimento domiciliar;
Realiza atividades de matriciamento.
7. Técnico em Educação Artística:
Realiza acolhimento;
Realiza terapias específicas;
Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;
Faz anamnese;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos
operativos, oficinas, grupos de família e outros;
É técnico de apoio para atividades em grupos;
Promove contato e integração com a rede de proteção e
atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou
de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas
para cada usuário;
Realiza apoio e orientação à família e/ou usuário;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e
fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais;
Realiza atendimento domiciliar;
Realiza atividades de matriciamento.
8. Técnico em Enfermagem:
Realiza pós consulta;
Faz administração e orientação de medicamentos;
É técnico de apoio para atividades em grupos: grupos
terapêuticos, grupos operativos, oficinas, grupos de família e
outros;
Promove contato e integração com a rede de proteção e
atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou
de grupos;
Participa em reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas
para cada usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Realiza informação acerca de medicamentos prescritos a
usuários admitidos, e usuários subseqüentes em circunstância
de modificação de medicação;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e
fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais;
Realiza atividades de matriciamento.
9. Técnico Administrativo:
Faz manutenção e adequação do setor administrativo;
Realiza a obtenção e atualização de dados imprescindíveis para
inserção e permanência do usuário no serviço;
Promove contato e integração com a rede de proteção e
atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou
de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
É responsável pelos pedidos, encaminhamentos e demais
procedimentos necessários para quando forem solicitados
exames;
É responsável pela manutenção da alimentação de dados de
caracterização de clientela para registro no sistema;
É responsável pela manutenção e alimentação de dados de
planilha de atendimento diário;
É responsável pela reposição de materiais de escritório e
papelaria gráfica utilizados no CAPSi;
É responsável pela contagem mensal de refeições consumidas
para relatório a ser enviado à empresa de nutrição do CIAPS;
10. Motorista:
Realiza o transporte de técnicos, crianças e adolescentes
acompanhados de um técnico ou de ao menos um familiar
responsável, para qualquer lugar definido e determinado pela
equipe técnica e segundo a autorização desta.
11. Auxiliar de Serviços Gerais:
Realiza a limpeza dos espaços físicos;
Organiza a mobília após utilização nos atendimentos;
Recolhe o lixo e o dispensa para coleta pública.
É vinculado ao serviço através empresa terceirizada, porém
passa por treinamento interno e orientações acerca do
convívio do mesmo com as famílias, crianças e adolescentes,
usuários da casa.
12. Auxiliar de Cozinha:
Responsável pelo preparo dos lanches ofertados nos horários
dos atendimentos;
Responsável pela solicitação de refeições de almoço, para
técnicos, crianças, adolescentes e familiares que tenham
demanda e autorização da equipe técnica para almoçar no
CAPSi, segundo critérios de cuidado, proteção e terapêutica;
Responsável pela limpeza do espaço físico da cozinha e seus
utensílios.
É vinculado ao serviço através empresa terceirizada, porém
passa por treinamento interno e orientações acerca do
convívio do mesmo com as famílias, crianças e adolescentes,
usuários da casa.
13. Vigilante
Responsável pela vigilância patrimonial dos ambientes
internos e externos do CAPSi: 24h/dia de segunda a domingo;
É vinculado ao serviço através empresa terceirizada, porém
passa por treinamento interno e orientações acerca do
convívio do mesmo com as famílias, crianças e adolescentes,
usuários da casa.
14. Estagiários:
A presença de estagiários é valorizada pelo serviço e pela sua
equipe, mas somente após o cumprimento de todas as normas
estabelecidas pelo CIAPS Adauto Botelho.
Devidamente direcionado ao CAPSI, o estagiário será acolhido pela
equipe de determinado período e serão construídas suas
responsabilidades e atribuições em acordo com a sua graduação e
necessidades do serviço.
Protocolo da Unidade
Normas e Rotinas Gerais
1. Aos sábados, domingos e feriados, só poderá entrar na unidade
quem possuir autorização, por escrito, do Responsável Técnico pela
unidade, só poderá permanecer na unidade após as 18:00 horas técnicos
em serviço de assistência.
2. Não é permitido que familiares/responsáveis recebam café, salvo
como procedimento terapêutico;
3. Todas as crianças, adolescentes e familiares que estiverem no
serviço poderão receber lanche e/ou refeição a qualquer momento que a
equipe julgar necessário;
4. No dia da consulta médica os pais são os responsáveis pelo
cuidado do usuário no ambiente do CAPSi;
5. Em dias de consultas médicas será avaliada a necessidade de
oferecer lanche aos usuários e seus responsáveis;
6. O lanche dos usuários inseridos em tratamento é uma atividade
terapêutica, sua dinâmica é definida pelos técnicos responsáveis;
7. O usuário não poderá fazer ligações telefônicas, salvo se for uma
conduta terapêutica;
8. O usuário poderá usar e circular pela casa toda, principalmente
em casos de assistência intensiva, e poderá usar o banheiro dos
funcionários para tomar banho;
9. O usuário só poderá usar o computador com a presença de um
técnico;
10. Somente o número de telefone 3661-7226 deverá ser divulgado
para os usuários/familiares;
11. Não serão aceitas ligações a cobrar no número 3661-7226;
12. A TV e demais equipamentos eletrônicos são para uso
terapêutico;
13. É proibido fotografar ou filmar as instalações, os técnicos e
especialmente as crianças/adolescentes usuárias do serviço, exceção
apenas para os técnicos que poderão registrar as atividades através de
imagens para fins específicos do serviço.
14. Dias e horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira das
7:00h às 18:00h, ininterrupto.
Normas e Rotinas da Recepção/Acolhimento
1. O serviço trabalha com o sistema de agendamento prévio de
usuários que possuam encaminhamento de um serviço de saúde. Tal
procedimento é de responsabilidade dos técnicos da recepção, no
período matutino, das 07:00 às 10:00 horas;
2. Os agendamentos serão feitos de acordo com as vagas existentes
na data mais próxima daquela que partiu a solicitação;
3. Em casos de solicitações de agendamento para usuários do
interior do estado, a recepção deverá encaminhar a ligação para um dos
membros da equipe técnica, para orientação e esclarecimento da prática
e dinâmica do serviço. Exceções de acolhimento sem agendamento para
casos graves que busquem pelo serviço pessoalmente, em quaisquer dias
ou horários;
4. Usuários com procedência do município de Várzea Grande
deverão ser orientados a procurar pelo CAPSi do próprio município.
Exceções para casos agudos/crise que busquem pelo serviço
pessoalmente, em quaisquer dias ou horários;
5. Todos os usuários do município de Cuiabá devem ter prontuários
abertos, contendo: ficha de cadastro/identificação e ficha de acolhimento
preenchida;
6. O prontuário deve conter número, a cópia da Certidão de
Nascimento e do comprovante de endereço, o número do cadastro
nacional do SUS, CPF do responsável, data de acolhimento;
7. Para usuários do interior, incluindo o município de Várzea Grande
que estiverem em situação de urgência, será aberto número de
prontuário com a letra “i” na frente do mesmo (ex: 2103i);
8. No momento do agendamento o responsável informará que o
acolhimento é realizado de segunda a sexta-feira com horários matutino
e vespertino, exceto na quarta feira vespertino, dia de reunião ordinária
de equipe;
9. Casos de reacolhimento não necessitam de encaminhamento.
Serão inseridos em modo documental e protocolar de acolhimento para
nova escuta e possível inserção, porém será mantido o mesmo prontuário
e número de registro;
10. Tratando-se ainda de reacolhimento, nova ficha de acolhimento
deverá ser preenchida para atualização de dados e deverá constar na
sequência do prontuário;
11. Para o usuário que não tiver o cartão do SUS, este será
providenciado pelo técnico administrativo, no próprio CAPSi;
12. O livro de Cadastro dos Prontuários deve ser atualizado quanto
ao registro de dados com definição numérica ordinal, nome, data de
acolhimento, período do acolhimento, sexo e técnico que realizou o
acolhimento, pelo técnico administrativo da recepção;
13. A ficha de cadastro de usuário deverá ser preenchida a cada
novo acolhimento e devidamente arquivada em ordem alfabética. Para os
casos de recolhimento os dados da ficha de cadastro do usuário deverá
ser atualizada;
14. A presença do usuário e/ou responsável ao CAPSi para
atendimentos deverá obrigatoriamente ser registrada em formulário
próprio da recepção (livro de movimento);
15. A caixa de recados/comunicação entre equipes deverá ser
supervisionada diariamente;
16. Ao atender qualquer solicitação vinda da equipe técnica, o
técnico administrativo deverá evoluir os encaminhamentos dados,
decorrentes desta solicitação.
17. Ao atender qualquer solicitação vinda do usuário/responsável,
acolher, evoluir em prontuário e orientar que receberá resposta após
discussão com a equipe técnica responsável;
18. Fornecer e orientar sobre o uso e importância do cartão de
agendamento para: agendar consultas, atividades, eventos, oficinas, etc.
e facilitar localização de prontuário do usuário.
19. Os documentos endereçados ao CAPSi que chegarem até a
recepção deverão ser datados, carimbados e repassados ao responsável
técnico da unidade.
20. Ao ser solicitado pela equipe técnica, qualquer contato
telefônico com familiares/responsáveis pela criança/adolescente, o
técnico administrativo deverá evoluir este contato em prontuário.
Normas e Rotinas da Administração
1. Os ofícios e memorandos elaborados diretamente para a
condução do tratamento do usuário deverão receber numeração e
registro em livros de registros de documentos. Estes deverão ser enviados
em 3 (três) vias: uma que será enviada, uma cópia que ficará arquivada
em pasta específica da administração e a terceira que será colocada no
prontuário do mesmo;
2. Ofícios e memorandos que digam respeito ao funcionamento ou
manutenção da unidade serão registrados e emitidos em duas vias. A
cópia ficará arquivada em pasta específica da administração;
3. Fixar e manter na administração um painel com informações e
prazos de vencimentos das RAAS. Este deverá ser atualizado pela equipe
em função de novos usuários que foram inseridos;
4. O laudo de admissão e também os subseqüentes, serão de
responsabilidade da equipe do período de referência do usuário;
5. Os técnicos deverão encaminhar para a administração os laudos
novos e os laudos renovados no máximo até o dia 20 de cada mês;
6. O relatório mensal das RAAS, BPA e caracterização da unidade
serão enviados à SES/MT até o dia 5 do mês subsequente.
Normas e Rotinas da Equipe Técnica
1. O acolhimento será realizado individualmente, de segunda à sexta
feira por técnicos previamente escalados no decorrer da semana.
2. Para todo usuário que retornar ao serviço para nova escuta (após
atendimento inicial) deverá ser aberto laudo para emissão de RAAS,
inclusive caso de readmissão, que ocorrerá através de discussão de
equipe para apresentação da criança/adolescente em seu quadro
psicossocial atual;
3. A cada caso admitido será realizada anamnese simplificada com a
presença dos pais ou outra figura significativa da história do usuário;
4. A anamnese estruturada será realizada após o acolhimento e
antes da definição do PTI, pelo mesmo técnico que realizou o
acolhimento.
5. Definida a permanência para tratamento e após a elaboração do
PTI, o usuário terá um técnico de referência no período e equipe que o
assiste;
6. O técnico de referência é definido por critérios elaborados dentro
do funcionamento de cada equipe, levando-se em conta inclusive o
fenômeno de empatia da criança/adolescente por algum técnico;
7. A equipe de referência é a responsável pela elaboração, abertura
e renovação dos laudos, contatos com outras instituições e serviços,
supervisão de presença, marcação e presença a consultas médicas,
discussão e definição do Projeto Terapêutico Individual – PTI;
8. Todo prontuário deve conter o PTI, que deverá ser realizado
preferencialmente em conjunto equipe/usuário e familiar responsável,
com os procedimentos indicados pela equipe e a movimentação em suas
evoluções e condução do tratamento atualizado;
9. Havendo uma proposta de PTI, o técnico agendará consulta para
apresentação deste, através de devolutiva do caso para o usuário e seu
responsável;
10. A admissão do usuário implicará na inserção de seu
responsável/família nas atividades oferecidas pelo serviço, respeitando o
caráter subjetivo e particular previamente discutido na equipe e com os
próprios interessados;
11. Todas as quartas-feiras serão realizadas reuniões de equipe
técnica, no período vespertino, com registro em ata e participação
obrigatória de todos os técnicos;
12. Todos os dados referentes a atendimentos da
criança/adolescente, de familiares, responsáveis, escola ou outro
representante, devem ser registrados em prontuário;
13. Todas as anotações do prontuário devem ser assinadas e
carimbadas;
14. Toda interrupção de atendimento deve ser registrada em
prontuário e conter: data, motivo da interrupção (alta por conclusão,
intercorrência, encaminhamento, abandono, etc), observação sucinta
sobre as condições de saída do usuário e deve ser informada à recepção
para registro no livro de alta;
15. Os RAAS somente poderão ser abertos após prosseguimento ao
acolhimento inicial, havendo hipótese diagnóstica;
16. Em caso de encaminhamento externo, a qualquer momento
após a abertura do prontuário, este será preenchido em duas vias. A
primeira será entregue ao responsável e a segunda anexada ao
prontuário com a assinatura do responsável;
17. No caso do responsável solicitar alta do tratamento, sem
indicação e concordância da equipe, o mesmo assinará o prontuário com
a evolução do pedido de alta efetivando-se Alta à Pedido;
18. O usuário que vier com encaminhamento de outro serviço e não
for inserido nesta unidade, terá o formulário de encaminhamento
preenchido em seu campo de retorno, com especificações sobre a
avaliação;
19. Em caso de permanência em período integral do usuário na
unidade, a equipe de referência será responsável por passar informações
sobre as condutas e discussões adotadas entre as mini-equipes;
20. A equipe de referência é o responsável de comunicar a equipe
do outro período caso alguma norma/regra seja alterada, assim como
evoluir as mudanças em prontuário e colocar o mesmo na caixa amarela,
em destaque. Qualquer regra só poderá ser alterada por fundamentação
técnica ou teórica;
21. Serão realizadas duas oficinas sociais abertas para a
comunidade: Oficina Julina (13/07/13) e Oficina de Natal (14/07/13),
havendo um livro de registros dos mesmos;
22. Será realizada a comemoração da Semana da Criança de 07 a
11/10/2013, com atividades programadas e direcionadas apenas aos
usuários em tratamento;
23. Os passeios são considerados recursos para os grupos e oficinas
externas. Fica estabelecido um mínimo de dois passeios por ano;
24. Em cada mês haverá uma comemoração de aniversário;
envolvendo os aniversariantes daquele mês e, preservando a relação de
vínculo, serão realizadas nos períodos em que os mesmos são assistidos
ou permanecem em tratamento, através da atividade de oficina
terapêutica “Aniversariantes do mês” e sua metodologia, havendo para
tanto um livro de registros dos mesmos;
25. Considerando festivas e datas sociais, os temas serão
introduzidos e trabalhados, junto aos usuários e familiares, como forma
de organização e localização sócio-temporal, exercício cidadão, além de
aspectos subjetivos das relações implicadas nos temas.
Ressaltamos que toda a equipe, deste serviço, tem ciência e
concorda que as mudanças deste projeto poderão ocorrer a qualquer
momento que ser fizerem necessárias, após discussão responsável e
comprometida.
Relação Semanal de Atividades (base)
As atividades elencadas são mencionadas como base, pois podem
sofrer alterações de datas e horários conforme necessidade da assistência
prestada e da formação de novos grupos ou atividades. As atividades em
andamento ficam expostas no painel de recepção do CAPSi, e são
elaboradas e atualizadas pela equipe de referência do período de
execução, com apresentação em reunião de equipe para ciência de todos.
Cuiabá, 08 de fevereiro de 2013.
EQUIPE DO CAPSi
Responsável Técnica:
Adriana Guirado Ráo – Psicóloga
Equipe do CAPSi:
Aline P. Neto Quintal – Psiquiatra
Celi Bernardes de R. Valença – Assistente Social
Ceres Ana S. Régis dos S. Emídio – Assistente Administrativa
Genise M. Ribeiro – Técnica em Enfermagem
Greice Rosa Ponce – Psicóloga
Iraci dos Reis Borges – Auxiliar de Serviços Gerais
Ísis Batista Alves Correia – Auxiliar de Enfermagem
Janaína Ribeiro Bruno N. Borges – Psicóloga
Luciana Gomes de Souza - Psicóloga
Luciane Maria Cassini – Técnica em Enfermagem
Maria Adélia de Campos – Auxiliar de Cozinha
Maria Auxiliadora Couto Oliveira – Fonoaudióloga
Maria Emília Montanha – Assistente Social
Márcia Ferreira de Campos – Enfermeira
Milton Gustavo Fleury – Técnico em Educação Artística
Neuza Alves dos Santos – Apoio Administrativo
Patrícia Carvalho P. Oliveira – Assistente Social
Rita Meurer Victor – Psicóloga
Sandro Camargo da Silva – Apoio Administrativo
Solange F. Moreira Lopes – Terapeuta Ocupacional
Tammy Borges de G. Ferraz – Técnica em Enfermagem
Valéria da C. M. Vuolo – Psicóloga
Weslan Vilela da Silva – Motorista
HOMENAGEM DE AGRADECIMENTO:
Todo nosso carinho, respeito e agradecimento à tia Marisa de
Almeida Negishi – fonoaudióloga que nos acompanhou até maio deste
ano de 2013.
Dedicação, responsabilidade, competência, disponibilidade interna
imensa pra aprender, ensinar e construir.
Deixou um CAPSi Maior!!! Ficou não só a saudade, mas todo seu
legado e contribuição pra um CAPSi Melhor!!!
Tia Marisa, sua doçura faz falta pra equipe e também pras
“crianças” do CAPSi.
Obrigada querida, te amamos muito!!!!
Com carinho.
Equipe do CAPSi