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CAPS INFANTO JUVENIL- CAPSi CURUMIM CIAPS ADAUTO BOTELHO- SES/MT PROJETO TERAPÊUTICO GLOBAL - 2013 Introdução: O presente documento tem a intenção de apresentar o Projeto Terapêutico Global 2013 construído pela equipe do CAPSi/CIAPS AB/SES- MT, uma instituição que trata de crianças e adolescentes em situação de sofrimento psíquico severo, onde a criança/adolescente esteja acometida por transtorno mental grave e que a decorrência desta experiência esteja lhe inviabilizando o desenvolvimento e exercício de sua vida psíquica, emocional, social e cidadã. Na prática da assistência prestada, necessita continuar garantindo o espaço de cuidados de crianças e adolescentes na situação supracitada, reafirmando que a lógica de um CAPSi não está na patologia de seu usuário e sim no seu estado clínico, psíquico e social. Assim, no exercício deste lugar institucional e instituído, e por não haver nenhum outro tipo de equipamento com tal identidade; o CAPSi afirma: uma vez desagudizada e/ou reorganizada uma situação de sofrimento e de patologia mental da criança/adolescente e também após realizadas todas as possibilidades de intervenções psicossociais, ((re)inserção escolar, social, familiar e outras) esta, não mais permanecerá neste serviço, sendo conforme sua necessidade encaminhada e inserida nos demais equipamentos da rede, como ambulatórios de especialidades, policlínicas, centros de saúde e equipes de saúde da família, entre outros. Este posicionamento do CAPSi tem como pressuposto a proteção à criança/adolescente como atitude antimanicomial, no sentido de desinstitucionalização. Quanto a estes (os equipamentos da rede), caso não estejam formalmente instituídos ou em funcionamento adequado, não funcionará o CAPSi/CIAPS AB/SES-MT como substituto ou alternativo ao serviço não

CIAPS ADAUTO BOTELHO- SES/MT PROJETO … · CAPSi seja consolidado como um serviço de assistência ao portador de transtorno mental ... a intervenção ... do projeto neste momento

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CAPS INFANTO JUVENIL- CAPSi CURUMIM CIAPS ADAUTO BOTELHO- SES/MT

PROJETO TERAPÊUTICO GLOBAL - 2013

Introdução:

O presente documento tem a intenção de apresentar o Projeto

Terapêutico Global 2013 construído pela equipe do CAPSi/CIAPS AB/SES-

MT, uma instituição que trata de crianças e adolescentes em situação de

sofrimento psíquico severo, onde a criança/adolescente esteja acometida

por transtorno mental grave e que a decorrência desta experiência esteja

lhe inviabilizando o desenvolvimento e exercício de sua vida psíquica,

emocional, social e cidadã.

Na prática da assistência prestada, necessita continuar garantindo o

espaço de cuidados de crianças e adolescentes na situação supracitada,

reafirmando que a lógica de um CAPSi não está na patologia de seu

usuário e sim no seu estado clínico, psíquico e social.

Assim, no exercício deste lugar institucional e instituído, e por não

haver nenhum outro tipo de equipamento com tal identidade; o CAPSi

afirma: uma vez desagudizada e/ou reorganizada uma situação de

sofrimento e de patologia mental da criança/adolescente e também após

realizadas todas as possibilidades de intervenções psicossociais,

((re)inserção escolar, social, familiar e outras) esta, não mais

permanecerá neste serviço, sendo conforme sua necessidade

encaminhada e inserida nos demais equipamentos da rede, como

ambulatórios de especialidades, policlínicas, centros de saúde e equipes

de saúde da família, entre outros.

Este posicionamento do CAPSi tem como pressuposto a proteção à

criança/adolescente como atitude antimanicomial, no sentido de

desinstitucionalização.

Quanto a estes (os equipamentos da rede), caso não estejam

formalmente instituídos ou em funcionamento adequado, não funcionará

o CAPSi/CIAPS AB/SES-MT como substituto ou alternativo ao serviço não

implantado ou em funcionamento, e, ao contrário, orientará as famílias a

buscarem formas de obterem os serviços a ela necessários, podendo

através deste ato, alimentar e por em prática o exercício cidadão que

sócio-histórica e culturalmente devem ser potencializados.

Justificativa:

Historicamente, no Brasil e em Cuiabá- MT, um CAPSi está em

processo de construção e solidificação de sua prática.

A prática e os exercícios de 2012, 2011, 2010, 2009, 2008, 2007,

2006, 2005, 2004, 2003, e 2002, sendo este último, o ano de implantação

deste CAPSi, nos ensinaram que o papel de um CAPSi realmente está para

além da atuação clínica-institucional, mas política e de lutas de direitos,

ainda em explanação, ainda em buscas de garantias, apesar dos mais de

20 anos do ECA e dos 10 anos da Lei Federal nº 10.216 (06/04/2001).

O propósito da maioria das intervenções deste CAPSi consiste em

ações de atuação/prevenção secundária e terciária. Para tal

estabelecemos que o exercício profissional seja feito em escopo pleno, ou

seja, biopsicossocial, conforme portaria GM/MS 334.

Objetivos:

1. Objetivo Geral:

• Fortalecer e intensificar a proposta de abordagem psicossocial à

criança e ao adolescente do município de Cuiabá que seja portador de

transtorno mental severo, construindo recursos para uma assistência que

alcance além da remissão de sinais e sintomas.

2. Objetivos Específicos:

• Prosseguir e manter a articulação com demais setores de proteção

e assistência infanto-juvenil;

Implementar ações de matriciamento junto as unidades de

saúde pertencentes à rede de saúde mental;

Implementar ações de articulação intersetorial com a rede de

proteção, atenção e cuidados à infância/adolescência e outras redes;

• Ampliar as condutas e encaminhamentos terapêuticos do

tratamento clínico proposto pelo serviço;

• Afirmar a coerência da identidade de um CAPSi enquanto serviço

substitutivo ao hospital psiquiátrico para a demanda infanto-juvenil,

proposta pela política nacional de saúde mental ( em vigência);

• Investir amplamente na abertura de espaço para inserção social a criança/adolescente com transtorno mental severo;

• Ofertar assistência em saúde mental de qualidade e excelência

técnica, visando o alívio do sofrimento psíquico, a superação do estado

agudo da patologia e a retomada do desenvolvimento, do crescimento e

vida da criança e adolescente.

Funcionar como regulador de internação psiquiátrica de

crianças e adolescentes com transtorno mental severo, sendo o

equipamento que acolhe e avalia as indicações para tal procedimento,

inclusive aquelas demandadas judicialmente.

Proposta Teórica e Prática:

A prática clínica de saúde mental infanto-juvenil exige profissionais disponíveis e flexíveis, mas que precisam receber e/ou se apoiar em fundamentações teóricas e práticas de uma clínica em que prevalece a subjetividade deste sujeito que sofre com um transtorno mental severo.

Nosso projeto está baseado em discussões teóricas apoiadas na

leitura de base psicanalítica, com ênfase no pensamento de Donald

Winnicott, e também do pensamento de Carl Rogers, além da teoria

sistêmica de abordagem familiar, e das metodologias e fundamento de

base humanista existencial, nos pressupostos legais do Ministério da

Saúde e do Estatuto da Criança e do Adolescente. Consideramos a

importância de proporcionarmos um ambiente acolhedor que funcione

como facilitador de todo processo e que, muitas vezes, agirá como

suporte e segurança tão necessários para o estabelecimento e sequência

do tratamento.

Sendo assim, construímos estratégias flexíveis e abertas à

expressão de quaisquer comportamentos, mas que transmitam a

contenção, o cuidado e o respeito ao momento em que nossos usuários

se encontram.

Critérios de Demanda

Para a criança/adolescente ser inserida em tratamento no CAPSi é

imprescindível que apresente prejuízos nas esferas de vida (pessoal e

social e familiar e escolar - os “3 ES®” do CAPSi)

A gravidade do quadro psicopatológico é avaliada pela intensidade

dos prejuízos em pelo menos três esferas de vida, os quais representam

risco e/ou ruptura no desenvolvimento.

Acolhimento/Reacolhimento

A proposta construída nos últimos anos será mantida. A

continuidade da exigência do encaminhamento de um profissional de

saúde continuará contribuindo para que a demanda seja reconhecida

pelos serviços da rede e, consequentemente, contribuirá para que o

CAPSi seja consolidado como um serviço de assistência ao portador de

transtorno mental severo, com idade entre 0 e 17 anos e 11 meses.

Sendo assim, o agendamento torna-se necessário e foi comprovadamente

viável, com ressalva de que quadros agudos, ou seja, de urgência, não

estarão sujeitos a agendamento e serão atendidos a qualquer dia e

horário de funcionamento do CAPSi, conforme necessidade da

criança/adolescente.

Para o acolhimento o responsável pela criança deve apresentar uma

cópia da certidão de nascimento ou RG da criança/adolescente, fornecer

o número do CPF do responsável, do cartão do SUS da própria criança e

comprovante de residência.

A abordagem prioritária para o primeiro

acolhimento/reacolhimento será a abordagem individual dos pais ou

responsáveis com a presença obrigatória da criança/adolescente,

conforme dinâmica de atendimento do período e agendamento prévio.

Após a realização de coleta de informações (queixas, sintomas,

comportamentos, história de vida e desenvolvimento, etc), que se dará

no acolhimento (com quantos atendimentos forem necessários para

melhor avaliação do caso), haverá definição da equipe quanto aos

possíveis encaminhamentos: interno ou externo.

No caso de encaminhamento externo o técnico procederá

devolutiva verbal e encaminhamento por escrito, fornecendo também

informações atualizadas sobre recursos oferecidos pela rede de saúde,

educação, justiça, assistência social e outros.

O encaminhamento interno ocorrerá sempre e imediatamente após

discussão de equipe com a constatação de que a criança/adolescente

preenche os critérios de demanda para atendimento no CAPSi. O técnico

de referência será aquele que realizou o primeiro acolhimento e fica

responsável pela devolutiva, realização de anamnese estruturada,

estabelecimento e condução da elaboração do PTI que será discutido em

equipe, considerando a condição tanto clínica psiquiátrica quanto

psicossocial.

O técnico de referência é o responsável pela condução, evolução,

atualização e manutenção do tratamento com base num olhar

biopsicossocial e este poderá permanecer sendo aquele técnico que

realizou o primeiro acolhimento, ou outro técnico definido na elaboração

do PTI da criança/adolescente.

Momento prisma

O momento prisma caracteriza-se pelo momento em que a

criança/adolescente se apresenta no tratamento em estado clínico de

agudização extrema ou gravidade intensa do seu sofrimento mental.

Necessariamente a abordagem inicial à criança e adolescente será

realizada através da modalidade “estar com” que possibilitará à

criança/adolescente situar-se em relação às condições de cuidado

ofertados pelo CAPSi e iniciar vínculo terapêutico e imediato

agendamento da avaliação psiquiátrica.

Paralelamente a família será direcionada a receber informações a

respeito das condutas, sintomas, comportamentos e manejo que podem

amenizar o sofrimento, identificados em momento prisma de vivência da

patologia e suas conseqüências.

Neste momento é indispensável a intervenção técnica da

criança/adolescente junto ao seu(s) cuidador(es) referente aos cuidados

necessários (administração de medicação, higiene, alimentação, sono,

orientação de riscos e métodos de proteção, encaminhamento à serviços

de urgência e outros).

Considerando a importância do vínculo e a gravidade do quadro no

momento prisma, serão priorizadas as atividades internas com indicação

de intervenções intensivas, sempre que necessário.

Inicialmente as intervenções junto à criança/adolescente e sua

família serão de modo individual, caso haja indicação haverá inclusão da

família em grupo, conforme decisão de equipe.

Momento Mosaico

O momento Mosaico caracteriza-se pelo estado clínico agudo ou

gravidade em processo de estabilização, com melhora clínica e menor

intensidade de sofrimento e limitações decorrentes da psicopatologia e

que permite a elaboração de novo PTI (projeto terapêutico individual),

em face deste novo momento e demanda diferenciada de cuidados.

O projeto terapêutico individual será reformulado conforme

evolução do quadro psicopatológico, sempre que necessário.

O direcionamento do projeto neste momento é feito no sentido de

estimular atendimento em grupo, oficinas estruturadas e atividades

externas que melhor atendam as necessidades não somente de remissão

de sintomas mas, também, promover a (re)inserção sócio-familiar. Aos

responsáveis será oferecida, invariavelmente abordagem de acordo com

as estratégias de abordagem familiar proposto no PTG.

Ressaltamos a importância da atenção ao caráter subjetivo e

individualizado das abordagens, assim como a disponibilidade e

flexibilidade da equipe técnica.

Métodos de Atendimento

Caberá a equipe a construção de um quadro de atividades que

alcancem o objetivo terapêutico, norteados pelo PTG. Para tanto terão a

autonomia de escolha de recursos e instrumentos para sua execução, tais

como: oficinas internas e externas, grupos terapêuticos, terapias

especializadas, ações institucionais, etc.

Construídas as atividades, todas deverão ter um técnico como

responsável pela sua condução, e o Responsável Técnico do CAPSi deverá

ser informado, acerca de cada nova construção, uma vez inclusive que

deverão ser realizadas mediante prévia discussão e apresentação à

equipe de assistência.

O CAPSi neste ano e através deste Projeto Terapêutico Global,

contará com dezessete grandes estratégias de atendimento, para a

assistência de sua demanda e conforme a caracterização de sua

clientela*, sendo estes:

1- Grupo de Estimulação: destinada ao atendimento de crianças que

apresentem sinais e/ou sintomas de patologias mentais invasivas e que

estejam lhes trazendo prejuízos nas esferas do desenvolvimento e

utilização de seus equipamentos psicomotores em decorrência do

acometimento da psicopatologia instalada ou em processo de instalação.

O número de participantes da oficina estará condicionado ao número de

técnicos envolvidos na realização direta da mesma e poderá ser de duas a

no máximo quatro crianças. As crianças que apresentarem tal quadro ou

prejuízo, poderão ainda ser atendidas individualmente (programa

individual), conforme haja indicação técnica e segundo a esfera de

desenvolvimento em prejuízo e portanto a ser trabalhada e estimulada

junto à criança.

2- Oficina Mosaico Infantil: Esta atividade é desenvolvida

independente da classificação diagnóstica. Nesta oficina as crianças são

abordadas segundo sua fase de desenvolvimento, por este fato se

denomina oficina mosaico. Destinada a crianças de até 11 anos de idade,

de preferência em Momento Mosaico de acometimento da patologia

mental, porém não exclusivamente, pois crianças em momento prisma do

acometimento da psicopatologia podem segundo sua condição e

indicação clínica participarem desta modalidade de oficina.

3- Oficina Mosaico Adolescente: Esta atividade é desenvolvida

independente da classificação diagnóstica onde adolescentes são

abordados segundo sua fase de desenvolvimento, por este fato se

denomina oficina mosaico. Destinada a adolescentes e pré adolescentes,

de preferência em Momento Mosaico de acometimento da patologia

mental, porém não exclusivamente, pois adolescentes em momento

prisma do acometimento da psicopatologia podem segundo sua condição

e indicação clínica participarem desta modalidade de oficina.

4 – Oficina do Lanche: a alimentação, constitui espaço de

experiência do crescimento emocional pois poderá conter representantes

afetivos. Desta forma, a atividade do lanche ofertado em cada um dos

períodos (matutino e vespertino), será espaço inequívoco de atividade

terapêutica, onde condições de hábitos familiares, possibilidade de

estimulação de autonomia, bem como de cuidado e atenção podem ser

observados e trabalhados também nesta prática vivida pela criança e seu

cuidador (pai, mãe, ou responsável).

Portanto, pai, mãe e/ou cuidador podem ser incluídos nesta

assistência segundo definição técnica, que ocorrerá através de convite

feito pelo profissional de atendimento da criança e/ou da família.

5- Estratégias de Abordagem Familiar:

- Grupos de Família (GAF) destinados ao atendimento de pais (pai

e/ou mãe), familiares (avós, avôs, tias, madrinhas ou responsáveis) ou

cuidadores institucionais responsáveis pelo acompanhamento do

tratamento da criança/adolescente admitido para tratamento. Tem

caráter operativo, portanto coordenado por um técnico de nível superior,

contando sempre que possível com um observador, técnico de nível

superior ou não, e constituem condição sine qua non para o tratamento

destinado à criança/adolescente, devendo ocorrer uma vez por semana,

em horário paralelo ao atendimento da criança/adolescente. Por ser

operativo pode contemplar, segundo a técnica, operacionalização de

conteúdo previamente elencado pelos técnicos como necessário para

abordagem específica de cada grupo, ou ainda pode contemplar, a

operacionalização de conteúdos demandados do próprio grupo ou de

algum de seus membros;

- Trabalho de Atendimento da Família (TAF), que constitui uma

abordagem terapêutica especificamente para uma criança/adolescente

conjuntamente com sua família, de natureza de suporte pontual ou

continuada, conforme indicação técnica para o quadro;

- Grupo Multifamiliar (GRUM), consiste em atividade terapêutica de

natureza continuada realizada, para várias famílias com suas

crianças/adolescentes, quando observadas características comuns de

padrão de interação familiar;

- Orientação Parental: consiste em acompanhamento individual

para orientações, aos responsáveis pela criança/adolescente, acerca de

sua função e papel parental, aplicados para pais que não se beneficiaram

de outras estratégias de abordagens familiares;

6- Atendimento Individual de qualquer especialidade que integra a

equipe de assistência do CAPSi, podendo ter caráter de consulta, de

estimulação de habilidades, de desenvolvimento de AVA, de estimulação

de desenvolvimento, de apoio, de psicoterapia, de entrevistas de

anamnese e/ou de análise e aprofundamento de entendimento de

situações, circunstâncias, biografias e fatos, de aplicação de testes, de

orientação (medicamentosa, de tratamento, de desenvolvimento, de

direitos, de saúde, de trabalho, de educação, de formas de inserção), de

acompanhamentos, e etc, de acordo com as necessidades do caso.

7- Método Pandorga: constitui uma assistência elaborada para fins

de propiciar estimulação do desenvolvimento global, de crianças com

diagnóstico de transtorno de espectro autista (TEA), ou com atraso do

desenvolvimento, decorrentes de outras categorias nosológicas de

quadros psicopatológicos, levando-se em conta as diferenças individuais e

os estágios do desenvolvimento emocional da criança.

Em função das especificidades dos quadros de TEA ou com atraso do

desenvolvimento é que este método específico dentro do PTG do CAPSi

foi elaborado com vistas ao melhor atendimento das necessidades

específicas destas demandas.

O método constitui-se em atividades de estimulação elaboradas e

realizadas por equipe multiprofissional, através de abordagem individual

e/ou grupal, conforme indicação técnica para o quadro, e de acordo com

embasamento teórico e técnico das áreas de psicologia, fonoaudiologia e

terapia ocupacional.

Tem como finalidade:

O desenvolvimento global da criança e o seu fortalecimento

enquanto sujeito, a fim de que a criança desenvolva maior

autonomia e obtenha melhor qualidade de vida;

Explorar e reforçar as habilidades da criança levando ao

re(conhecimento) de suas potencialidades;

Estimular funções em desenvolvimento e/ou interrompidas;

Promoção da inclusão/reinclusão escolar, social e familiar;

O presente método foi elaborado pela equipe do CAPSi, visando

que a criança desenvolva maior autonomia e qualidade de vida e está em

utilização há dez anos apresentando resultados satisfatórios para os fins

de retomada de desenvolvimento e inclusão psicossocial, considerando

que a porcentagem de altas por conclusão, efetivadas até o presente

momento, vem se mantendo em 90% dos casos atendidos.

Após o acolhimento realizado por um profissional da equipe

multidisciplinar do CAPSi, identificado o quadro de Transtorno de

Espectro Autista (TEA), é agendado um atendimento individual da criança

para ratificação e “mapeamento de espectro”, este procedimento é

realizado por um técnico da equipe multidisciplinar do CAPSi, sendo este

devidamente treinado para tal atividade, e em seguida é agendado uma

consulta de anamnese com a mãe, ou responsável pela criança, esta

anamnese é realizada por um profissional responsável pela família

considerando as Estratégias de Abordagem Familiar do CAPSi.

O mapeamento de espectro tem como objetivo central analisar e

avaliar o desenvolvimento global da criança identificando aspectos

preservados e aspectos em prejuízo, pelo acometimento do TEA, segundo

sua idade cronológica em relação às funções mentais e condições

psicológicas, onde os aspectos preservados serão de fundamental

importância para a adequação de seu projeto terapêutico, a partir da

compreensão, não da existência de um ser autista, mas sim de uma

criança, que em determinada idade apresenta TEA, e para qual

tecnicamente é possível utilizar de seus recursos pessoais disponíveis

para estimular, desenvolver e/ou reabilitar e mesmo tratar a criança e

seus aspectos que se encontrarem em atraso de desenvolvimento.

O caso é discutido em equipe mínima, assim, se necessário, há o

agendamento no próprio CAPSi com um fonoaudiólogo, um terapeuta

ocupacional, um psicólogo, para avaliação do quadro atual da criança,

além disso, haverá o agendamento com o psiquiatra infantil do CAPSi,

para definição diagnóstica. Na discussão de caso, é realizada uma

propositura de PTI (Projeto Terapêutico Individual).

O PTI apresentará as definições fundamentais da assistência a ser

ofertada à criança (ou adolescente) e sua família, através do qual será

estabelecido:

- o quê será realizado como terapêutica que se estabelece segundo

demanda apresentada pela criança, definindo portanto, atividades

personalíssimas para cada uma, uma vez que embora com mesmo

diagnóstico, cada criança terá uma história pessoal e é única em sua

necessidade e potencial;

- por quem, ou por quais profissionais será realizada a terapêutica,

mais uma vez segundo a demanda apresentada pela criança;

- como esta terapêutica será realizada, onde a atividade é apontada

e descrita em seu prontuário, sobre a qual se estabelece um plano de

acompanhamento e revisão segundo o benefício obtido pela criança

através da terapêutica proposta. Incluem-se aqui técnicas, métodos e

atividades, que vão desde estimulação específica de funções,

fortalecimento de condições psicológicas, bem como de treinamento de

habilidades, inclusão social e escolar, estabelecimento de rotinas, ou

ainda de desconstrução destas, caso haja tal indicação como condição

para obtenção de níveis de harmonia e bem estar na vida cotidiana da

criança/adolescente, além do próprio planejamento das mesmas;

- onde, dentre os espaços físicos disponíveis no CAPSi, no seu

entorno, e na sua comunidade, a terapêutica será realizada;

- e quando será realizada, estabelecendo a periodicidade e

regularidade da(s) mesma(s).

Será sequencialmente realizado um agendamento de feedback com

a família e apresentação da proposta de PTI para a criança e seu familiar,

ou sua família conforme PTI, com o técnico de referência da criança no

CAPSi (podendo ser este aquele que realizou o Acolhimento, ou aquele

designado no ato de discussão de equipe para propositura de PTI).

O PTI contemplará invariavelmente assistência à criança, neste

CAPSi, individualmente, e/ou em grupo, conforme indicação técnica,

assistência à sua família na pessoa de seu responsável, ou responsáveis,

através das Estratégias de Abordagem Familiar, bem como assistência

através da rede de cuidados à criança e ao adolescente disponível na

comunidade a que pertença a criança, como serviços ambulatoriais de

fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, equoterapia, programas

de inclusão social e escolar, entre outros, conforme necessidade

específica de cada criança, ou adolescente com diagnóstico de TEA.

Desta forma, o Método Pandorga prevê ações sequenciais de

investigação e tratamento da criança/adolescente com diagnóstico de

TEA, com a possibilidade de utilização de técnicas variadas de

estimulação, treino, habilitação e reabilitação de funções, potencialidades

e desenvolvimento. O entendimento de se tratar sempre e, sobretudo de

um ser, cuja existência contempla em si, uma abertura infinita de

possibilidades, e que tal fato promove que tanto a condição de instalação

da patologia seja peculiar ao indivíduo, quanto os meios para seu cuidado

e tratamento, garante a este método, a utilização não de uma técnica

universal para todas as crianças acometidas por TEA, mas, a possibilidade

de uso daquelas que sejam indicadas a partir da demanda específica

apresentada por cada criança, que é o sujeito de sua própria história.

Portanto a criança/ adolescente com diagnóstico de TEA, e em

tratamento no CAPSi, receberá alta do tratamento tão logo clinica e

psicossocialmente apresente condições, que serão constantemente

avaliadas e discutidas pelos técnicos que realizam a assistência da criança

e de sua família, através do procedimento de discussão de casos,

realizado semanalmente no CAPSi em sua reunião técnica ordinária, bem

como através das reuniões de mini equipe realizadas diariamente após os

atendimentos do período; na alta por conclusão receberá

encaminhamento para acompanhamento médico psiquiátrico

ambulatorial, caso faça uso de medicação psiquiátrica, e receberá

encaminhamento para acompanhamento ambulatorial de outras

especialidades caso apresente necessidade.

Para o cuidado do adolescente com diagnóstico de transtorno de

espectro autista (TEA), ou com prejuízo no desenvolvimento, decorrentes

de outras categorias nosológicas de quadros psicopatológicos, serão

utilizados outras estratégias do método de atendimento contidos neste

PTG, a serem definidos de acordo com as necessidades apresentadas pelo

adolescente.

8- Aniversariante do Mês, que constitui atividade sistêmica de

atendimento, realizada em um dia da última semana de cada mês tanto

no período matutino, quanto no período vespertino, onde as crianças ou

adolescentes, que fazem aniversário no mês em andamento, participam

acompanhadas de dois ou mais técnicos de uma oficina de preparo de

festividade/celebração, enfeitando e decorando a sala de oficinas,

enquanto 0(s) responsável(eis) das crianças ou adolescentes

aniversariantes, acompanhadas por um técnico, participam do preparo do

bolo e salgados que serão servidos na festa do(s) aniversariante(s).

Quando tudo está pronto, os aniversariantes junto às demais

crianças/adolescentes, pais/responsáveis, convidados e técnicos se

reúnem e com base no ritual de comemoração de um aniversário,

constrói-se uma proposta terapêutica respeitando-se à necessidade da

criança/adolescente, no momento.

Nesta atividade, cada aniversariante pode trazer três convidados

para participarem.

9- Oficinas Comunitárias constituem atividades festivas uma no mês

de julho, outra no mês de dezembro, intituladas oficina Julina e oficina de

Natal, respectivamente, abertas à comunidade local e aos amigos e

familiares dos usuários, com caráter de inclusão social, e propiciando

experiência de vida comunitária com a participação de todos os técnicos,

sendo, portanto, realizada em dia de sábado para viabilização da

presença de todos os pais, crianças, adolescentes, familiares, amigos e

técnicos.

10- Oficinas Externas, que ocorrem segundo indicação técnica para

atividades de inserção social, através de acompanhamento terapêutico da

criança/adolescente a passeios em locais públicos como parques,

shoppings, cinemas, teatros, museus, compras pessoais, no treino de

exercício de cidadania, e etc.

11- Visitas Domiciliares constituem atividades através das quais se

pode obter melhores dados da realidade sócio familiar de cada cliente do

CAPSi, podendo ainda elucidar psicodinâmicas familiares.

12- Visitas Institucionais se dão através de visitas em escolas,

ministério público, delegacias, defensorias, secretarias e toda rede de

cuidados e proteção à criança e ao adolescente, também intensamente

comum na atenção psicossocial.

13- Atendimentos Domiciliares são realizados quando não são

possíveis na unidade, por dificuldades de acesso do cliente e sua família

ao serviço em função da gravidade do quadro psicopatológico instalado,

ou sempre que necessário à condução terapêutica do caso;

14- Acompanhamento Terapêutico (AT) caracteriza-se por uma

atividade de “estar com” a criança ou o adolescente segundo a sua

peculiar condição de estar naquele momento, ou seja, uma criança ou

adolescente quando submetidos a sintomas invasivos de transtornos

mentais severos como alucinação, delírios, agitação psicomotora,

confusão mental, desorientação tempo-espacial entre outros, acaba por

apresentar significativas dificuldades para realização de atividades ou

tarefas tanto em grupo quanto individualmente devendo no entanto,

apesar deste quadro, e por este quadro, ser assistida dentro de um

programa de AT, que constitui um acompanhamento especializado

dentro e a partir de suas possibilidades individuais e momentâneas, até

que consiga, à medida que alcance melhora clínica psíquica, envolver-se

em atividades mais elaboradas e estruturadas.

15- Matriciamento e “CAPSiamento®”: Recorrendo ao nosso

processo histórico e às necessidades implícitas para a assistência da

demanda infanto-juvenil, a equipe do CAPSi sempre busca ofertar um

suporte técnico especializado para uma equipe interdisciplinar em saúde,

assim como investe em ações e intervenções que atinjam as instituições

envolvidas no universo infanto-juvenil.

A assistência em saúde mental infanto-juvenil exige cuidados nas

esferas Familiar, Escolar, de Direitos e de Saúde. Sendo assim, para o ano

de 2013, nossa proposta é amadurecer as estratégias de articulação não

só junto à saúde, mas também intersetorialmente com a rede de

proteção, atenção e cuidado à infância/adolescência e outras, através dos

procedimentos clínicos adotados no PTI da criança/adolescente inserido

neste serviço. Estas intervenções específicas junto a esfera da saúde, e

também, ações com outras instituições, são necessárias e

imprescindíveis.

Na dinâmica “caso a caso”, a equipe promoverá discussões

ampliadas que identifiquem os maiores prejuízos de cada

criança/adolescente para que sejam criadas e executadas ações de

assistência e/ou tratamento. O objetivo dessas ações será ofertar um

suporte técnico especializado à(s) instituição(ões) da(s) qual(is) a

criança/adolescente apresente maior(es) demanda(s) em função de seus

prejuízos, a fim de ampliar o campo de atuação desta(s) e qualificar suas

ações em saúde mental infanto-juvenil. A esse conjunto de ações, a

equipe técnica nomeou “CAPSiamento.”

O Matriciamento, enquanto intervenções especificas para a Saúde,

será realizado junto às USF, Centros de Saúde, Ambulatórios de Saúde

Mental das Policlínicas e Centro de Especialidades, P.A. do CIAPS AB e

outras, através da mesma dinâmica utilizada para a realização do

“CAPSiamento.”

Esta atribuição deverá proporcionar a retaguarda especializada da

assistência, assim como um suporte técnico-pedagógico, um vínculo

interpessoal e o apoio institucional no processo de construção coletiva de

projetos terapêuticos junto à população, podendo os parceiros participar

ativamente do projeto terapêutico num processo de trabalho

interdisciplinar por natureza, com práticas que envolvem intercâmbio e

construção do conhecimento.

16- Formação Técnica Continuada, atividade de estudo interno

realizado por e entre os próprios técnicos do CAPSi, com a possibilidade

de participação de instrutor externo convidado e voluntário, todas as

quartas feiras, no segundo quarto de hora da reunião ordinária de

equipe.

17- Treinamento Interno da Equipe Técnica: realizado anualmente

no mês de fevereiro, onde se procede a revisão do Projeto Terapêutico

Global por toda a equipe técnica além da abordagem de conteúdos

teóricos devidamente planejados e conectados com a demanda da

equipe, no momento. Este trabalho de abordagem teórica também é

produzido pelos próprios técnicos do CAPSi.

*A caracterização da clientela deste CAPSi, neste último ano de

2012, entre outros dados, aponta o índice das patologias mais incidentes

entre as crianças/adolescentes admitidos, sendo em primeiro lugar os

transtornos invasivos do desenvolvimento, em segundo lugar os

transtornos psicóticos, e em terceiro lugar os transtornos depressivos.

Profissionais/Responsabilidades

O quadro de servidores é composto por membros efetivos e

contratados, sob regência direta do CIAPS Adauto Botelho/SES-MT e,

portanto, sujeito a alterações a quaisquer momentos. Na elaboração do

Projeto Global definimos as atribuições dos profissionais:

1. Médico Psiquiatra Infantil:

Realiza consultas e solicitação de exames ou quaisquer outros

procedimentos médicos necessários;

Realiza avaliações psiquiátricas;

Atende sob agendamento máximo de seis pacientes por

período, com possibilidade de ampliação para oito

atendimentos em função de encaixes de urgência, reavaliação

e/ou manutenção de medicação;

Realiza atendimento à adolescentes internados ou em

observação no Pronto Atendimento do CIAPS Adauto Botelho;

Realiza consulta de urgência e emergência no CAPSi e no

Pronto Atendimento do CIAPS Adauto Botelho;

Procede internação hospitalar;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas

para cada usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Participa em reuniões de equipe e mini-equipe;

Realiza atividades de matriciamento.

2. Psicólogo:

Realiza acolhimento;

Realiza terapias específicas;

Faz aplicação de testes psicológicos;

Faz anamnese;

Realiza consultas individuais de avaliação ou psicoterapia;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos

operativos, oficinas, grupos de família e outros;

É técnico de apoio para atividades em grupo;

Promove contato e integração com a rede de proteção e

atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou

de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas

para cada usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) - “estar com”, dentro e

fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais;

Realiza atendimento domiciliar;

Realiza atividades de matriciamento.

3. Assistente Social:

Realiza acolhimento;

Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;

Realiza anamnese;

Realiza avaliação do contexto sócio-familiar;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos

operativos, oficinas, grupos de família e outros;

É técnico de apoio para atividades em grupos;

Promove contato e integração com a rede de proteção e

atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou

de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas

para cada usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) - “estar com”, dentro e

fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais;

Realiza atendimento domiciliar;

Realiza levantamento dos recursos da rede de atenção à

criança e adolescente;

Realiza atividades de matriciamento.

4. Enfermeiro:

Realiza acolhimento;

Realiza pré e pós Consulta;

Faz administração e orientação de medicamentos;

Faz manutenção e atualização da planilha sobre a quantidade

e qualidade da medicação utilizada pelo usuário;

Faz consultas individuais ou com familiares/responsáveis;

Faz anamnese;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos

operativos, oficinas, grupos de família e outros;

É técnico de apoio para atividades em grupos;

Promove contato e integração com a rede de proteção e

atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou

de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas

para cada usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) – “estar com”, dentro e

fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais;

Realiza atendimento domiciliar;

Realiza atividades de matriciamento.

5. Fonoaudiólogo:

Realiza acolhimento;

Realiza terapias específicas;

Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;

Faz anamnese;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos

operativos, oficinas, grupos de família e outros;

É técnico de apoio para atividades em grupos;

Promove contato e integração com a rede de proteção e

atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou de

grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas

para cada usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) – “estar com”, dentro e

fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais;

Realiza atendimento domiciliar;

Realiza atividades de matriciamento.

6. Terapeuta Ocupacional

Realiza acolhimento;

Realiza terapias específicas;

Faz consultas individuais ou com familiares/responsáveis;

Faz anamnese;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos

operativos, oficinas, grupos de família e outros;

É técnico de apoio para atividades em grupos;

Promove contato e integração com a rede de proteção e

atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou

de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas

para cada usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e

fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais;

Realiza atendimento domiciliar;

Realiza atividades de matriciamento.

7. Técnico em Educação Artística:

Realiza acolhimento;

Realiza terapias específicas;

Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;

Faz anamnese;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos

operativos, oficinas, grupos de família e outros;

É técnico de apoio para atividades em grupos;

Promove contato e integração com a rede de proteção e

atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou

de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas

para cada usuário;

Realiza apoio e orientação à família e/ou usuário;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e

fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais;

Realiza atendimento domiciliar;

Realiza atividades de matriciamento.

8. Técnico em Enfermagem:

Realiza pós consulta;

Faz administração e orientação de medicamentos;

É técnico de apoio para atividades em grupos: grupos

terapêuticos, grupos operativos, oficinas, grupos de família e

outros;

Promove contato e integração com a rede de proteção e

atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou

de grupos;

Participa em reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas

para cada usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Realiza informação acerca de medicamentos prescritos a

usuários admitidos, e usuários subseqüentes em circunstância

de modificação de medicação;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e

fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais;

Realiza atividades de matriciamento.

9. Técnico Administrativo:

Faz manutenção e adequação do setor administrativo;

Realiza a obtenção e atualização de dados imprescindíveis para

inserção e permanência do usuário no serviço;

Promove contato e integração com a rede de proteção e

atenção à criança e adolescente, em situações individuais ou

de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

É responsável pelos pedidos, encaminhamentos e demais

procedimentos necessários para quando forem solicitados

exames;

É responsável pela manutenção da alimentação de dados de

caracterização de clientela para registro no sistema;

É responsável pela manutenção e alimentação de dados de

planilha de atendimento diário;

É responsável pela reposição de materiais de escritório e

papelaria gráfica utilizados no CAPSi;

É responsável pela contagem mensal de refeições consumidas

para relatório a ser enviado à empresa de nutrição do CIAPS;

10. Motorista:

Realiza o transporte de técnicos, crianças e adolescentes

acompanhados de um técnico ou de ao menos um familiar

responsável, para qualquer lugar definido e determinado pela

equipe técnica e segundo a autorização desta.

11. Auxiliar de Serviços Gerais:

Realiza a limpeza dos espaços físicos;

Organiza a mobília após utilização nos atendimentos;

Recolhe o lixo e o dispensa para coleta pública.

É vinculado ao serviço através empresa terceirizada, porém

passa por treinamento interno e orientações acerca do

convívio do mesmo com as famílias, crianças e adolescentes,

usuários da casa.

12. Auxiliar de Cozinha:

Responsável pelo preparo dos lanches ofertados nos horários

dos atendimentos;

Responsável pela solicitação de refeições de almoço, para

técnicos, crianças, adolescentes e familiares que tenham

demanda e autorização da equipe técnica para almoçar no

CAPSi, segundo critérios de cuidado, proteção e terapêutica;

Responsável pela limpeza do espaço físico da cozinha e seus

utensílios.

É vinculado ao serviço através empresa terceirizada, porém

passa por treinamento interno e orientações acerca do

convívio do mesmo com as famílias, crianças e adolescentes,

usuários da casa.

13. Vigilante

Responsável pela vigilância patrimonial dos ambientes

internos e externos do CAPSi: 24h/dia de segunda a domingo;

É vinculado ao serviço através empresa terceirizada, porém

passa por treinamento interno e orientações acerca do

convívio do mesmo com as famílias, crianças e adolescentes,

usuários da casa.

14. Estagiários:

A presença de estagiários é valorizada pelo serviço e pela sua

equipe, mas somente após o cumprimento de todas as normas

estabelecidas pelo CIAPS Adauto Botelho.

Devidamente direcionado ao CAPSI, o estagiário será acolhido pela

equipe de determinado período e serão construídas suas

responsabilidades e atribuições em acordo com a sua graduação e

necessidades do serviço.

Protocolo da Unidade

Normas e Rotinas Gerais

1. Aos sábados, domingos e feriados, só poderá entrar na unidade

quem possuir autorização, por escrito, do Responsável Técnico pela

unidade, só poderá permanecer na unidade após as 18:00 horas técnicos

em serviço de assistência.

2. Não é permitido que familiares/responsáveis recebam café, salvo

como procedimento terapêutico;

3. Todas as crianças, adolescentes e familiares que estiverem no

serviço poderão receber lanche e/ou refeição a qualquer momento que a

equipe julgar necessário;

4. No dia da consulta médica os pais são os responsáveis pelo

cuidado do usuário no ambiente do CAPSi;

5. Em dias de consultas médicas será avaliada a necessidade de

oferecer lanche aos usuários e seus responsáveis;

6. O lanche dos usuários inseridos em tratamento é uma atividade

terapêutica, sua dinâmica é definida pelos técnicos responsáveis;

7. O usuário não poderá fazer ligações telefônicas, salvo se for uma

conduta terapêutica;

8. O usuário poderá usar e circular pela casa toda, principalmente

em casos de assistência intensiva, e poderá usar o banheiro dos

funcionários para tomar banho;

9. O usuário só poderá usar o computador com a presença de um

técnico;

10. Somente o número de telefone 3661-7226 deverá ser divulgado

para os usuários/familiares;

11. Não serão aceitas ligações a cobrar no número 3661-7226;

12. A TV e demais equipamentos eletrônicos são para uso

terapêutico;

13. É proibido fotografar ou filmar as instalações, os técnicos e

especialmente as crianças/adolescentes usuárias do serviço, exceção

apenas para os técnicos que poderão registrar as atividades através de

imagens para fins específicos do serviço.

14. Dias e horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira das

7:00h às 18:00h, ininterrupto.

Normas e Rotinas da Recepção/Acolhimento

1. O serviço trabalha com o sistema de agendamento prévio de

usuários que possuam encaminhamento de um serviço de saúde. Tal

procedimento é de responsabilidade dos técnicos da recepção, no

período matutino, das 07:00 às 10:00 horas;

2. Os agendamentos serão feitos de acordo com as vagas existentes

na data mais próxima daquela que partiu a solicitação;

3. Em casos de solicitações de agendamento para usuários do

interior do estado, a recepção deverá encaminhar a ligação para um dos

membros da equipe técnica, para orientação e esclarecimento da prática

e dinâmica do serviço. Exceções de acolhimento sem agendamento para

casos graves que busquem pelo serviço pessoalmente, em quaisquer dias

ou horários;

4. Usuários com procedência do município de Várzea Grande

deverão ser orientados a procurar pelo CAPSi do próprio município.

Exceções para casos agudos/crise que busquem pelo serviço

pessoalmente, em quaisquer dias ou horários;

5. Todos os usuários do município de Cuiabá devem ter prontuários

abertos, contendo: ficha de cadastro/identificação e ficha de acolhimento

preenchida;

6. O prontuário deve conter número, a cópia da Certidão de

Nascimento e do comprovante de endereço, o número do cadastro

nacional do SUS, CPF do responsável, data de acolhimento;

7. Para usuários do interior, incluindo o município de Várzea Grande

que estiverem em situação de urgência, será aberto número de

prontuário com a letra “i” na frente do mesmo (ex: 2103i);

8. No momento do agendamento o responsável informará que o

acolhimento é realizado de segunda a sexta-feira com horários matutino

e vespertino, exceto na quarta feira vespertino, dia de reunião ordinária

de equipe;

9. Casos de reacolhimento não necessitam de encaminhamento.

Serão inseridos em modo documental e protocolar de acolhimento para

nova escuta e possível inserção, porém será mantido o mesmo prontuário

e número de registro;

10. Tratando-se ainda de reacolhimento, nova ficha de acolhimento

deverá ser preenchida para atualização de dados e deverá constar na

sequência do prontuário;

11. Para o usuário que não tiver o cartão do SUS, este será

providenciado pelo técnico administrativo, no próprio CAPSi;

12. O livro de Cadastro dos Prontuários deve ser atualizado quanto

ao registro de dados com definição numérica ordinal, nome, data de

acolhimento, período do acolhimento, sexo e técnico que realizou o

acolhimento, pelo técnico administrativo da recepção;

13. A ficha de cadastro de usuário deverá ser preenchida a cada

novo acolhimento e devidamente arquivada em ordem alfabética. Para os

casos de recolhimento os dados da ficha de cadastro do usuário deverá

ser atualizada;

14. A presença do usuário e/ou responsável ao CAPSi para

atendimentos deverá obrigatoriamente ser registrada em formulário

próprio da recepção (livro de movimento);

15. A caixa de recados/comunicação entre equipes deverá ser

supervisionada diariamente;

16. Ao atender qualquer solicitação vinda da equipe técnica, o

técnico administrativo deverá evoluir os encaminhamentos dados,

decorrentes desta solicitação.

17. Ao atender qualquer solicitação vinda do usuário/responsável,

acolher, evoluir em prontuário e orientar que receberá resposta após

discussão com a equipe técnica responsável;

18. Fornecer e orientar sobre o uso e importância do cartão de

agendamento para: agendar consultas, atividades, eventos, oficinas, etc.

e facilitar localização de prontuário do usuário.

19. Os documentos endereçados ao CAPSi que chegarem até a

recepção deverão ser datados, carimbados e repassados ao responsável

técnico da unidade.

20. Ao ser solicitado pela equipe técnica, qualquer contato

telefônico com familiares/responsáveis pela criança/adolescente, o

técnico administrativo deverá evoluir este contato em prontuário.

Normas e Rotinas da Administração

1. Os ofícios e memorandos elaborados diretamente para a

condução do tratamento do usuário deverão receber numeração e

registro em livros de registros de documentos. Estes deverão ser enviados

em 3 (três) vias: uma que será enviada, uma cópia que ficará arquivada

em pasta específica da administração e a terceira que será colocada no

prontuário do mesmo;

2. Ofícios e memorandos que digam respeito ao funcionamento ou

manutenção da unidade serão registrados e emitidos em duas vias. A

cópia ficará arquivada em pasta específica da administração;

3. Fixar e manter na administração um painel com informações e

prazos de vencimentos das RAAS. Este deverá ser atualizado pela equipe

em função de novos usuários que foram inseridos;

4. O laudo de admissão e também os subseqüentes, serão de

responsabilidade da equipe do período de referência do usuário;

5. Os técnicos deverão encaminhar para a administração os laudos

novos e os laudos renovados no máximo até o dia 20 de cada mês;

6. O relatório mensal das RAAS, BPA e caracterização da unidade

serão enviados à SES/MT até o dia 5 do mês subsequente.

Normas e Rotinas da Equipe Técnica

1. O acolhimento será realizado individualmente, de segunda à sexta

feira por técnicos previamente escalados no decorrer da semana.

2. Para todo usuário que retornar ao serviço para nova escuta (após

atendimento inicial) deverá ser aberto laudo para emissão de RAAS,

inclusive caso de readmissão, que ocorrerá através de discussão de

equipe para apresentação da criança/adolescente em seu quadro

psicossocial atual;

3. A cada caso admitido será realizada anamnese simplificada com a

presença dos pais ou outra figura significativa da história do usuário;

4. A anamnese estruturada será realizada após o acolhimento e

antes da definição do PTI, pelo mesmo técnico que realizou o

acolhimento.

5. Definida a permanência para tratamento e após a elaboração do

PTI, o usuário terá um técnico de referência no período e equipe que o

assiste;

6. O técnico de referência é definido por critérios elaborados dentro

do funcionamento de cada equipe, levando-se em conta inclusive o

fenômeno de empatia da criança/adolescente por algum técnico;

7. A equipe de referência é a responsável pela elaboração, abertura

e renovação dos laudos, contatos com outras instituições e serviços,

supervisão de presença, marcação e presença a consultas médicas,

discussão e definição do Projeto Terapêutico Individual – PTI;

8. Todo prontuário deve conter o PTI, que deverá ser realizado

preferencialmente em conjunto equipe/usuário e familiar responsável,

com os procedimentos indicados pela equipe e a movimentação em suas

evoluções e condução do tratamento atualizado;

9. Havendo uma proposta de PTI, o técnico agendará consulta para

apresentação deste, através de devolutiva do caso para o usuário e seu

responsável;

10. A admissão do usuário implicará na inserção de seu

responsável/família nas atividades oferecidas pelo serviço, respeitando o

caráter subjetivo e particular previamente discutido na equipe e com os

próprios interessados;

11. Todas as quartas-feiras serão realizadas reuniões de equipe

técnica, no período vespertino, com registro em ata e participação

obrigatória de todos os técnicos;

12. Todos os dados referentes a atendimentos da

criança/adolescente, de familiares, responsáveis, escola ou outro

representante, devem ser registrados em prontuário;

13. Todas as anotações do prontuário devem ser assinadas e

carimbadas;

14. Toda interrupção de atendimento deve ser registrada em

prontuário e conter: data, motivo da interrupção (alta por conclusão,

intercorrência, encaminhamento, abandono, etc), observação sucinta

sobre as condições de saída do usuário e deve ser informada à recepção

para registro no livro de alta;

15. Os RAAS somente poderão ser abertos após prosseguimento ao

acolhimento inicial, havendo hipótese diagnóstica;

16. Em caso de encaminhamento externo, a qualquer momento

após a abertura do prontuário, este será preenchido em duas vias. A

primeira será entregue ao responsável e a segunda anexada ao

prontuário com a assinatura do responsável;

17. No caso do responsável solicitar alta do tratamento, sem

indicação e concordância da equipe, o mesmo assinará o prontuário com

a evolução do pedido de alta efetivando-se Alta à Pedido;

18. O usuário que vier com encaminhamento de outro serviço e não

for inserido nesta unidade, terá o formulário de encaminhamento

preenchido em seu campo de retorno, com especificações sobre a

avaliação;

19. Em caso de permanência em período integral do usuário na

unidade, a equipe de referência será responsável por passar informações

sobre as condutas e discussões adotadas entre as mini-equipes;

20. A equipe de referência é o responsável de comunicar a equipe

do outro período caso alguma norma/regra seja alterada, assim como

evoluir as mudanças em prontuário e colocar o mesmo na caixa amarela,

em destaque. Qualquer regra só poderá ser alterada por fundamentação

técnica ou teórica;

21. Serão realizadas duas oficinas sociais abertas para a

comunidade: Oficina Julina (13/07/13) e Oficina de Natal (14/07/13),

havendo um livro de registros dos mesmos;

22. Será realizada a comemoração da Semana da Criança de 07 a

11/10/2013, com atividades programadas e direcionadas apenas aos

usuários em tratamento;

23. Os passeios são considerados recursos para os grupos e oficinas

externas. Fica estabelecido um mínimo de dois passeios por ano;

24. Em cada mês haverá uma comemoração de aniversário;

envolvendo os aniversariantes daquele mês e, preservando a relação de

vínculo, serão realizadas nos períodos em que os mesmos são assistidos

ou permanecem em tratamento, através da atividade de oficina

terapêutica “Aniversariantes do mês” e sua metodologia, havendo para

tanto um livro de registros dos mesmos;

25. Considerando festivas e datas sociais, os temas serão

introduzidos e trabalhados, junto aos usuários e familiares, como forma

de organização e localização sócio-temporal, exercício cidadão, além de

aspectos subjetivos das relações implicadas nos temas.

Ressaltamos que toda a equipe, deste serviço, tem ciência e

concorda que as mudanças deste projeto poderão ocorrer a qualquer

momento que ser fizerem necessárias, após discussão responsável e

comprometida.

Relação Semanal de Atividades (base)

As atividades elencadas são mencionadas como base, pois podem

sofrer alterações de datas e horários conforme necessidade da assistência

prestada e da formação de novos grupos ou atividades. As atividades em

andamento ficam expostas no painel de recepção do CAPSi, e são

elaboradas e atualizadas pela equipe de referência do período de

execução, com apresentação em reunião de equipe para ciência de todos.

Cuiabá, 08 de fevereiro de 2013.

EQUIPE DO CAPSi

Responsável Técnica:

Adriana Guirado Ráo – Psicóloga

Equipe do CAPSi:

Aline P. Neto Quintal – Psiquiatra

Celi Bernardes de R. Valença – Assistente Social

Ceres Ana S. Régis dos S. Emídio – Assistente Administrativa

Genise M. Ribeiro – Técnica em Enfermagem

Greice Rosa Ponce – Psicóloga

Iraci dos Reis Borges – Auxiliar de Serviços Gerais

Ísis Batista Alves Correia – Auxiliar de Enfermagem

Janaína Ribeiro Bruno N. Borges – Psicóloga

Luciana Gomes de Souza - Psicóloga

Luciane Maria Cassini – Técnica em Enfermagem

Maria Adélia de Campos – Auxiliar de Cozinha

Maria Auxiliadora Couto Oliveira – Fonoaudióloga

Maria Emília Montanha – Assistente Social

Márcia Ferreira de Campos – Enfermeira

Milton Gustavo Fleury – Técnico em Educação Artística

Neuza Alves dos Santos – Apoio Administrativo

Patrícia Carvalho P. Oliveira – Assistente Social

Rita Meurer Victor – Psicóloga

Sandro Camargo da Silva – Apoio Administrativo

Solange F. Moreira Lopes – Terapeuta Ocupacional

Tammy Borges de G. Ferraz – Técnica em Enfermagem

Valéria da C. M. Vuolo – Psicóloga

Weslan Vilela da Silva – Motorista

HOMENAGEM DE AGRADECIMENTO:

Todo nosso carinho, respeito e agradecimento à tia Marisa de

Almeida Negishi – fonoaudióloga que nos acompanhou até maio deste

ano de 2013.

Dedicação, responsabilidade, competência, disponibilidade interna

imensa pra aprender, ensinar e construir.

Deixou um CAPSi Maior!!! Ficou não só a saudade, mas todo seu

legado e contribuição pra um CAPSi Melhor!!!

Tia Marisa, sua doçura faz falta pra equipe e também pras

“crianças” do CAPSi.

Obrigada querida, te amamos muito!!!!

Com carinho.

Equipe do CAPSi