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Ciclos de operação Motores alternativos: O pistão move-se pra frente e pra trás no interior de um cilindro transmitindo força para girar um eixo (o virabrequim) por meio de um sistema de biela e manivela. A rotação permanente do eixo proporciona um movimento cíclico do pistão. O pistão chega a parar no Ponto Morto Superior PMS e no Ponto Morto Inferior PMI, quando o volume no interior do cilindro é mínimo e máximo, respectivamente. O volume mínimo denominamos: volume da câmara V c (clearance volume). O volume varrido pelo pistão, que corresponde à diferença entre o volume total,V t e o volume da câmara é chamado de Volume deslocado,V d . A razão entre o máximo volume e o mínimo volume é a taxa de compressão, r c . Os valores de r c variam de 8 a 12 nos motores de ignição por centelha e de 12 a 24 nos motores de ignição por compressão. c c c d c t r V V V V V Razão de compressão Máquinas Térmicas I Prof. Eduardo Loureiro Fonte: Heywood (1988)

Ciclos de operação - Apresentaçãoeduloureiro.dominiotemporario.com/doc/MTAula2.pdf · •2 –Curso de compressão: Quando as duas válvulas estão fechadas a mistura é comprimida

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Page 1: Ciclos de operação - Apresentaçãoeduloureiro.dominiotemporario.com/doc/MTAula2.pdf · •2 –Curso de compressão: Quando as duas válvulas estão fechadas a mistura é comprimida

Ciclos de operação

Motores alternativos:

•O pistão move-se pra frente e pra trás no interior de um

cilindro transmitindo força para girar um eixo (o virabrequim)

por meio de um sistema de biela e manivela.

•A rotação permanente do eixo proporciona um movimento

cíclico do pistão.

•O pistão chega a parar no Ponto Morto Superior – PMS e no

Ponto Morto Inferior – PMI, quando o volume no interior do

cilindro é mínimo e máximo, respectivamente.

•O volume mínimo denominamos: volume da câmara – Vc(clearance volume).

•O volume varrido pelo pistão, que corresponde à diferença

entre o volume total, Vt e o volume da câmara é chamado de

Volume deslocado, Vd.

•A razão entre o máximo volume e o mínimo volume é a taxa

de compressão, rc.

•Os valores de rc variam de 8 a 12 nos motores de ignição por

centelha e de 12 a 24 nos motores de ignição por compressão.

c

c

cd

c

t rV

VV

V

V

Razão de compressão

Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

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Ciclo de 4 tempos (ciclo Otto)

•1 – Curso de admissão: Começa com o pistão se movendo

do PMS para o PMI, permitindo que o cilindro seja preenchido

com mistura fresca. Para aumentar a massa induzida a válvula

de admissão abre-se um pouco antes de começar o curso e

fecha um pouco depois de terminar.

•2 – Curso de compressão: Quando as duas válvulas estão

fechadas a mistura é comprimida a uma pequena fração de

seu volume inicial. Próximo do final do curso de compressão a

combustão é iniciada e a pressão no cilindro cresce mais

rapidamente.

•3 – Curso de expansão: Curso útil, começa com o pistão

no PMS terminando no PMI. Gases a altas temperatura e

pressão empurram o pistão para baixo e forçam o

virabrequim a girar. Cerca de cinco vezes mais trabalho é

realizado sobre o pistão no tempo de expansão do que o

inverso no tempo de compressão. Quando o pistão

aproxima-se do PMI a válvula de descarga abre-se fazendo a

pressão cair para próxima da pressão de exaustão.

•4 – Curso de exaustão: Neste curso os gases queimados

deixam o cilindro: primeiro porque a pressão no interior do

cilindro é bem maior que no sistema de exaustão, e depois

eles são varridos para fora pelo movimento do pistão.

Quando o pistão está chegando próximo ao PMS, a válvula de

admissão abre-se e a válvula de exaustão fecha-se um pouco

depois do PMS.

Cada cilindro requer 4 cursos do pistão, ou duas

revoluções do virabrequim, para completar a seqüência

de eventos que produz um tempo útil. Este ciclo tanto

pode ser usado por motores de ignição por centelha

como por motores de ignição por compressão.

Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Internal_combustion_engine

Executar MotorOTTO.exe

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Ciclo de 2 tempos Portas na lateral do cilindro, abertas e fechadas pelo

movimento do pistão, controlam o fluxo de admissão e

exaustão quando o pistão encontra-se próximo do PMI. Os

quatro tempos anteriores são reduzidos a:

•1 – Curso de compressão: (lado direito da figura) As portas

de admissão e exaustão são fechadas. Ao mesmo tempo em

que o pistão comprime o conteúdo do cilindro, movendo-se

para o PMS, induz a entrada de mistura fresca no cárter

(crankcase). Quando o pistão se aproxima do PMS a

combustão é iniciada.

•2 – Curso de expansão: Similar ao curso de expansão do

ciclo de 4 tempos até que o pistão se aproxima do PMI,

quando primeiro abrem-se as portas de exaustão e depois as

portas de admissão são descobertas. A maior parte dos gases

queimados deixam o interior do cilindro devido à diferença

de pressão (blowdown process). Quando as portas de admissão

são descobertas, a mistura fresca que estava comprimida no

cárter escoa para dentro do cilindro.

O pistão e as portas têm suas formas projetadas para defletir

a mistura que entra não permitindo que ela escoe

diretamente para as portas de exaustão e para melhorar o

processo de varredura dos gases residuais.O ciclo de 4 tempos requer, para cada cilindro do

motor, duas revoluções do virabrequim para cada tempo

útil. Para obter maior potência para um dado tamanho

de motor, com um projeto mais simples do sistema de

válvulas, foi desenvolvido o ciclo de 2 tempos. O ciclo

de dois tempos também pode ser usado por motores de

ignição por centelha ou motores de ignição por

compressão.

Há a vantagem de se ter um tempo útil a cada revolução do

virabrequim. Porém, é muito difícil preencher completamente o

volume deslocado com mistura fresca (baixa densidade de carga)

e parte desta mistura fresca escoa diretamente para fora no

processo de varredura. Esta segunda característica é uma séria

desvantagem nos motores de ignição por centelha. ?

Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

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Componentes do motor

A figura ao lado mostra um motor de ignição por centelha,

quatro cilindros em linha. A função da maior parte dos

componentes deste motor será revisada nos slides a seguir.

Tente nomear (antes e depois da leitura) os componentes

apontados palas setas da figura.

Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

Os cilindros estão inseridos dentro do bloco do motor. Os blocos

são normalmente feitos de ferro fundido devido à resistência ao

desgaste e baixo custo. Passagens para a água de resfriamento são

introduzidas na fundição do bloco. Motores carga-pesada

freqüentemente usam camisas do cilindro, pressionadas dentro do

bloco que podem ser trocadas quando desgastadas. Podem ser

camisas molhadas ou camisas secas dependendo se estão ou não

em contato com a água de resfriamento. O uso de alumínio vem

crescendo na construção dos menores blocos dos motores de

ignição por centelha para reduzir o peso. No interior do bloco são

montados o virabrequim e pistões.

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

O virabrequim é normalmente feito de aço forjado. Ele é suportado

por mancais fixos. O número máximo de mancais fixos é um a

mais que o número de cilindros. O virabrequim tem partes

excêntricas (manivelas) na extremidade das quais (mancais móveis)

são acopladas as bielas. Em ambos os acoplamentos são inseridas

bronzinas para melhor deslizamento.

O bloco do motor é selado na parte inferior por uma chapa fina de

metal, o cárter, conformada para servir de reservatório ao óleo de

lubrificação, servindo também para resfriá-lo.

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

O virabrequim é normalmente feito de aço forjado. Ele é suportado

por mancais fixos. O número máximo de mancais fixos é um a

mais que o número de cilindros. O virabrequim tem partes

excêntricas (manivelas) na extremidade das quais (mancais móveis)

são acopladas as bielas. Em ambos os acoplamentos são inseridas

bronzinas para melhor deslizamento.

O bloco do motor é selado na parte inferior por uma chapa fina de

metal, o cárter, conformada para servir de reservatório ao óleo de

lubrificação, servindo também para resfriá-lo.

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

Os pistões são feitos de alumínio nos motores menores ou ferro

fundido nos maiores e mais lentos. O pistão sela o cilindro e

transmite a pressão gerada pela combustão dos gases para o

virabrequim através do sistema biela-manivela.

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

A biela, normalmente de aço liga forjado, é acoplada na sua parte

superior ao pistão, por meio de um pino de aço. O pino é vazado

para redução de peso.

O movimento oscilante da biela exerce forças também oscilantes

na parede do cilindro, através da saia do pistão (região abaixo dos

anéis de segmento).

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

A folga entre a lateral do pistão e a parede do cilindro é “fechada”

pelos anéis de segmento inseridos em reentrâncias laterais na

cabeça do pistão. Estes anéis servem para evitar a fuga de gases e

controlar o óleo de lubrificação. Os anéis superiores são

chamados anéis de compressão e os inferiores raspam o excesso

de óleo das paredes do cilindro removendo-o para o cárter. Este

último deve ser ventilado (suspiro) para evitar aumento de pressão.

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

O cabeçote, de alumínio ou ferro fundido, sela a parte superior dos

cilindros. Deve ser robusto e rígido o suficiente para distribuir as

forças dos gases uniformemente para o bloco do motor. O

cabeçote abriga as velas de ignição nos motores de ignição por

centelha ou os bicos injetores nos de ignição por compressão e o

mecanismo das válvulas.

Individuais

Peça única

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

O cabeçote, de alumínio ou ferro fundido, sela a parte superior dos

cilindros. Deve ser robusto e rígido o suficiente para distribuir as

forças dos gases uniformemente para o bloco do motor. O

cabeçote abriga as velas de ignição nos motores de ignição por

centelha ou os bicos injetores nos de ignição por compressão e o

mecanismo das válvulas.

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

As válvulas são feitas em aço liga forjado. O resfriamento das

válvulas de exaustão, que operam em torno de 700º C, pode ser

melhorado com o uso de hastes ocas parcialmente cheias de sódio

que, através de evaporação e condensação retira calor da cabeça

quente da válvula para sua haste mais fria. Os motores de ignição

por centelha mais modernos trazem as válvulas no cabeçote

(overhead valve location). Esta geometria proporciona uma câmara de

combustão mais compacta com mínima perda de calor, maior

velocidade da chama e ainda permite melhor fluxo de admissão e

escape.

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

Os assentos das válvulas podem ser usinados no cabeçote ou bloco

(se for ferro fundido) ou podem ser prensados. Uma mola, presa a

cada haste de válvula a mantém fechada (em contato com o

assento). Um dispositivo gira a válvula por poucos graus, na sua

abertura, polindo o assento para evitar pontos quentes e prevenir

a deposição de material no assento.

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

Um eixo de cames, feito em ferro fundido ou aço forjado, com um

came por válvula, é usado para a abertura das mesmas. Em

motores de 4 tempos o eixo de cames gira com a metade da

velocidade do virabrequim. Tuchos, mecânicos ou hidráulicos,

acionados pelos cames, comandam as válvulas. Dependendo da

posição do eixo de cames e das válvulas, peças adicionais são

requeridas para transmitir o movimento dos tuchos para as hastes

das válvulas. O eixo de cames é acionado pelo virabrequim por

meio de engrenagens, correia ou corrente.

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Componentes do motorMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

Um coletor de admissão e um coletor de escape completam a

montagem do motor de combustão por centelha.

Outros componentes como: carburador ou sistema de injeção,

sistema de ignição, elétrico e de arrefecimento serão estudados

mais adiante.

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Motores de ignição por centelha - OperaçãoMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

Nestes motores, o combustível e o ar são misturados no sistema

de admissão antes de entrar no cilindro do motor. Para tal, usa-se

um carburador ou um sistema de injeção de combustível.

A razão entre a massa de ar e a massa de combustível deve ser

mantida constante em cerca de 15:1 para garantir uma boa

combustão.

Fonte: Heywood (1988)

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Motores de ignição por centelha - OperaçãoMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

A seqüência de eventos que acontecem no interior de

um cilindro de um motor de 4 tempos é ilustrada na

figura ao lado. Várias variáveis são plotadas em função

do ângulo de rotação.

O ângulo de rotação é uma variável independente

bastante útil porque os processos no motor ocupam

intervalos quase constantes para uma larga faixa de

velocidade dos motores.

A figura mostra o tempo das válvulas e a relação

volumétrica para um motor típico.

Para manter um alto fluxo de mistura a altas

velocidades (garantindo alta potência), a válvula de

admissão, que abre antes do PMS (TC), fecha

substancialmente depois do PMI (BC).

Durante a admissão, a massa induzida de ar e

combustível mistura-se, no interior do cilindro, com os

gases queimados residuais, remanescentes do ciclo

anterior. Depois que a válvula de admissão fecha, o

conteúdo do cilindro é comprimido acima da pressão

atmosférica e a temperatura também aumenta

enquanto o volume é reduzido. Alguma transferência

de calor acontece para o pistão, as paredes da câmara

e para as paredes do cilindro, porém, seu efeito nas

propriedades da mistura não queimada é modesto.

Entre 10 e 40 graus antes do PMS uma descarga

elétrica entre os eletrodos da vela de ignição é lançada

iniciando o processo de combustão. Uma chama

turbulenta desenvolve-se a partir da centelha e

propaga-se através da mistura de ar, combustível e gás

residual dentro do cilindro e extingue-se nas paredes

da câmara de combustão.

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Motores de ignição por centelha - OperaçãoMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

A duração deste processo de queima varia com o

projeto e operação dos motores, mas tipicamente é de

40 a 60 graus de rotação, como mostrado na figura.

À medida que a mistura queima a pressão no cilindro

aumenta acima do nível devido apenas à compressão

(linha tracejada).

Há um tempo de ignição ótimo, de modo que, para

uma dada massa de ar e combustível dentro do

cilindro, resulte um torque máximo. Um tempo mais

adiantado, ou atrasado, que este ótimo produzirá prior

resultado. Este tempo ótimo (maximum brake torque,

MBT, timing, em inglês) é um compromisso empírico

entre começar a combustão nem tão muito cedo no

tempo de compressão (quando trabalho é transferido

para os gases) e completar a combustão nem tão muito

tarde no processo de expansão (o que dá em menores

picos de pressão na expansão).

Quando o pistão percorre cerca de dois terços do

curso de expansão, abre-se a válvula de exaustão. A

pressão no cilindro é maior que a no coletor de

escape, então os gases escoam para fora num processo

de blowdown, até que as pressões se equilibrem. O

pistão então empurra pra fora os gases queimados.

A válvula de exaustão abre antes do final do curso de

exaustão para garantir que o processo de blowdown não

seja muito demorado no curso de exaustão. O timing

real é um compromisso que equalize a redução de

trabalho transferido para o pistão antes do PMI, contra

a redução do trabalho transferido para os gases depois

do PMI.

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Motores de ignição por centelha - OperaçãoMáquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro

Fonte: Heywood (1988)

A válvula de descarga permanece aberta até um pouco

depois do PMS. A válvula de admissão abre justamente

um pouco antes do PMS.

As válvulas não são abertas e fechadas subitamente

para evitar ruído e excessivo desgaste dos cames. Para

garantir que as válvulas estejam completamente abertas

quando a velocidade do pistão seja máxima, as duas

válvulas freqüentemente ficam ambas abertas certo

tempo. Se a mistura for admitida a uma pressão menor

que a do coletor de descarga, então fluxo reverso de

gases queimados para o coletor de admissão ocorre

quando a válvula de admissão abre primeiro.