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Ensino Superior Inovação e qualidade na docência Carlinda Leite e Miguel Zabalza (Coords.)

CIDU livro de textos - repositorio-aberto.up.pt · José Maria Maiquez, Kátia Ramos, Liliana Sanjurjo, Luísa Neto, Manuela Esteves, Maria Amélia Ferreira, Maria do Rosário Pinto,

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  • Ensino SuperiorInovao e qualidade na docncia

    Carlinda Leite e Miguel Zabalza (Coords.)

  • Ficha Tcnica

    Ttulo da obra Ensino Superior: Inovao e qualidade na docncia

    Coordenao Carlinda Leite e Miguel Zabalza

    Design da obra, coordenao editorial e

    reviso Ana Caldas, Sara Pinheiro e Ana Sofia Faustino

    Edio CIIE Centro de Investigao e Interveno Educativas

    ISBN 978-989-8471-05-5

    Data de edio Julho 2012

    Depsito legal 347308/12

    Comisso Cientfica Afonso Pinho Ferreira, Albertina Lima Oliveira, Alicia Rivera Morales, Amlia Lopes, Amrico Peres, Amparo Martines March, Ana Mouraz, Antonio Bolivar, Antnio Magalhes, Ariana Cosme, Aurlio Villa, Bento Silva, Carles Monereo, Carlos Moya, Carolina Silva Sousa, Cleoni Fernandes, Corlia Vicente, Cristina Rinaudo, Danilo Donolo, Elisa Lucarelli, Elisabete Ferreira, Ftima Pereira, Ftima Vieira, Fellipe Trillo, Fernando Remio, Flvia Vieira, Gisela Velez, Helena C. Arajo, Jesus Maria Sousa, Joan Mateo, Joan Ru, Jorge Bento, Jos Alberto Correia, Jos Antnio Ramalheira Corujo Vaz, Jos Augusto Pacheco, Jos Brites Ferreira, Jos Caldas, Jos Carlos Morgado, Jos Manuel Martins Ferreira, Jos Maria Maiquez, Ktia Ramos, Liliana Sanjurjo, Lusa Neto, Manuela Esteves, Maria Amlia Ferreira, Maria do Rosrio Pinto, Maria Isabel Cunha, Maria Teresa Fonseca, Marlia Morosini , Mario de Miguel Diaz, Miguel Valero, Nilza Costa, Pedro Moreira, Pedro Teixeira, Preciosa Fernandes, Rui Alves, Rui Trindade, Sebastian Rodrguez Espinar, Uldarico Malaspina, Valeska Fortes de Oliveira

    Capa Manuel Francisco Costa

    Contactos CIIE Centro de Investigao e Interveno Educativas

    Faculdade de Psicologia e de Cincias da Educao da Universidade do Porto

    Rua Alfredo Allen, 4200-135 Porto, Portugal

    Tel. +351 220 400 615 | Fax. +351 226 079 726 | [email protected]

    Nota: O contedo dos textos reunidos nesta obra da total responsabilidade dos seus autores.

  • 4426

    Universitria e Desenvolvimento Profissional Docente. (pp. 260-272). Porto Alegre:

    EdiPUCRS.

    Pachane, Graziela Giusti et Al. (2011). Quem educa os educadores? In: Anais do XI Congresso

    Estadual Paulista guas de Lindia: Unesp. p.1-13.

    Pimenta, Selma Garrido; Anastasiou, La das Graas Camargos (2002). Docncia no Ensino Superior.

    So Paulo: Cortez.

    Pimentel, Maria da Glria (1993). O professor em construo. Campinas, SP: Papirus.

    Rodrigues, Maria E. F. (2002). Resgatando espaos e construindo idias: ForGrad 1997. Rio de

    Janeiro: EdUFF.

    5.17.

    Ttulo:

    Assessorias Pedaggicas no Ensino Superior: para a construo da qualidade do ensino-aprendizagem

    Autor/a (es/as):

    Pinto, Daniela Filipa Ferreira [Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto]

    Ferreira, Jos Manuel Martins [Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto]

    Resumo:

    A garantia da qualidade educativa, bem como a adequao das prticas pedaggicas

    diversidade que carateriza, atualmente, a populao estudantil universitria, constituem desafios

    fundamentais colocados s instituies de ensino superior. O estmulo avaliao e

    autorreflexo sobre as prticas e o confronto com modos de trabalho pedaggico alternativos

    constituem uma forma de promoo da melhoria, contnua e sustentada, dos processos

    pedaggicos desenvolvidos. com base nestas premissas que se estrutura o projeto de

    Assessorias Pedaggicas, que se iniciou, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,

    no ano letivo de 2010/2011.

    A metodologia adotada carateriza-se por trs lgicas complementares. A primeira fase

    enquadra-se numa lgica de avaliao, que aqui entendida como um processo de ampliao do conhecimento acerca das prticas e dos resultados que geram. O carter avaliativo no qual se

    foca este projeto tem por principal finalidade a compreenso dos processos desenvolvidos que

  • 4427

    possibilite a construo da melhoria. Neste sentido, a anlise realizada assume-se como um

    processo abrangente porque cruza variadas perspetivas e dados, provenientes de diferentes

    atores educativos e fontes de informao , diversificado porque utiliza diferentes mtodos de

    recolha de informao e contextualizado porque realizado caso a caso, considerando as

    especificidades e a natureza de cada unidade curricular. A segunda lgica em que se enquadra

    este projeto caracteriza-se pelo processo de reflexo e de melhoria que se pretende potenciar. Para alm da promoo da reflexo que a metodologia de recolha de dados poder suscitar nos

    atores educativos, espera-se que os relatrios, elaborados em colaborao com as equipas

    docentes, possam estimular um planeamento e desenvolvimento melhorado das unidades

    curriculares. A terceira fase deste projeto inscreve-se numa lgica de acompanhamento que se reveste de especial importncia, por se considerar fundamental o apoio e seguimento das

    unidades curriculares analisadas para a obteno de resultados positivos.

    Os resultados do impacto deste projeto, bem como o conhecimento produzido acerca das

    caractersticas das unidades curriculares que geram melhores e piores resultados na satisfao e

    na aprendizagem dos estudantes, so os aspetos que justificam a relevncia deste projeto e que

    constituiro particular destaque nesta comunicao.

    Palavras-chave:

    Pedagogia, Avaliao, Acompanhamento, Qualidade, Melhoria.

    Introduo

    A ampliao do conhecimento e compreenso dos fenmenos educativos que permita a melhoria das

    prticas, garantido a qualidade e a inovao pedaggica so princpios e objetivos que devero nortear

    a interveno pedaggica no ensino superior, no sentido da construo de prticas educativas mais

    significativas e compatveis com as exigncias profissionais e sociais da atualidade. A massificao do

    ensino superior constituiu o principal impulso para a necessidade de mudana de concees e prticas

    educativas neste nvel de ensino. Criado em 2008, fruto da parceria entre a Faculdade de Engenharia

    da Universidade do Porto (FEUP) e a Faculdade de Psicologia e de Cincias da Educao da

    Universidade do Porto (FPCEUP), o Laboratrio de Ensino Aprendizagem (LEA) persegue o

    cumprimento destas finalidades, apoiando processos de reflexo e melhoria das prticas institudas,

    atravs da implementao de projetos pedaggicos e de investigao, bem como da organizao e

    desenvolvimento de aes de formao24.

    24 Toda a informao sobre as atividades do LEA encontra-se disponvel em http://paginas.fe.up.pt/~lea.

  • 4428

    O projeto das Assessorias Pedaggicas constitui uma das formas de apoio construo da melhoria

    das prticas pedaggicas includas na atividade do LEA. O projeto, implementado pela primeira vez

    no ano letivo de 2010/2011 na FEUP, tem por principal objetivo realizar uma anlise externa, mas

    participada pelos atores educativos, do processo de desenvolvimento pedaggico em unidades

    curriculares com ndices de desempenho diversificados tendo como principal objetivo apoiar a

    construo da melhoria das prticas educativas e promover o sucesso escolar.

    Enquadramento terico

    A construo da qualidade dos processos educativos um processo complexo, desde logo porque

    poder suscitar diferentes interpretaes e implicaes. Ao conceito de qualidade podero estar

    associadas diferentes perspetivas, umas mais relacionadas com a definio de eficcia, outras mais

    ligadas relevncia da aprendizagem para o indivduo e para a sociedade. Assim, se na primeira

    abordagem podemos considerar que um processo educativo de qualidade aquele em que os

    estudantes superam com xito o que est estabelecido nos planos e programas curriculares,

    colocando-se a nfase nos resultados alcanados, numa outra perspetiva a qualidade da educao

    associa-se relevncia das aprendizagens adquiridas, sendo por isso que uma educao de qualidade

    aquela cujos contedos respondem adequadamente ao que o indivduo necessita para se

    desenvolver (Diaz, 2003:7). O confronto com estas perspetivas poder evidenciar uma questo que

    est na base de qualquer processo de avaliao da qualidade e construo da melhoria: Que tipo

    qualidade se pretende instituir nas prticas educativas? Neste projeto partimos do pressuposto que as

    duas lgicas descritas so complementares na garantia da qualidade dos processos educativos. Assim,

    uma unidade curricular ter qualidade se, de forma efetiva, implicar, para a formao dos estudantes,

    um valor acrescentado, no sentido em que tenha uma influncia direta no desenvolvimento de

    competncias tcnicas, profissionais, pessoais e/ou sociais que sejam relevantes no desenvolvimento

    acadmico, profissional e pessoal. Para o desenvolvimento destas competncias ser fundamental o

    enquadramento dos mtodos de ensino-aprendizagem e de avaliao que promovam a efetividade da

    sua aquisio. Por outro lado, considera-se que os resultados acadmicos, que se refletem nas

    classificaes, no podem ser ignorados, pois constituem um indicador relevante do impacto do

    processo pedaggico no desenvolvimento dos estudantes. No entanto, no os consideramos

    isoladamente, ou seja, so analisados os fatores que influenciam ou podero influenciar diretamente os

    resultados finais. Este projeto foca-se, assim, nos processos pedaggicos desenvolvidos, sendo os

    resultados acadmicos encarados como mais um fator de anlise que auxilia a sua compreenso.

    Este foco na compreenso dos fenmenos pedaggicos s compatvel com um processo de anlise

    participado pelos atores educativos. Numa perspetiva institucional, este um processo de

    autoavaliao, que parte da iniciativa interna e realizado por elementos internos. Por outro lado, e

  • 4429

    numa perspetiva mais particular, podemos considerar que se compatibilizam processos de

    autoavaliao e de avaliao externa. Ou seja, se olharmos o processo de anlise de cada unidade

    curricular, podemos encontrar caractersticas que se aproximam da avaliao externa a iniciativa

    proposta aos docentes e a anlise realizada por um elemento no envolvido no processo de

    desenvolvimento da unidade curricular enquanto outros aspetos se aproximam mais de um processo

    de autoavaliao toda a anlise tem por base as perspetivas dos atores educativos, sendo por isso um

    processo participado e que promove a autorreflexo e a ampliao do conhecimento acerca das

    prticas pedaggicas desenvolvidas. Se a anlise fosse realizada apenas pelos elementos envolvidos no

    desenvolvimento pedaggico da unidade curricular poderamos correr o risco duma avaliao menos

    objetiva, ainda que mais bem fundamentada no uso dos cdigos de interpretao, uma vez que os

    participantes conhecem muito bem o contexto e as suas regras de jogo, mas pode faltar-lhes a

    perspetiva desapaixonada de quem no est pessoalmente comprometido na ao (Azevedo,

    2002:17). neste sentido que consideramos que a conciliao das duas tipologias de avaliao,

    permite que o processo associe vantagens de cada uma, trazendo benefcios aos processos de anlise.

    A contextualizao proporcionada pela viso dos atores educativos acerca da unidade curricular alia-se

    objetividade que a anlise externa introduz, dotando este processo de maior efetividade no

    cruzamento de percees e informaes recolhidas.

    A crescente preocupao com a qualidade da educao no ensino superior, tem aumentado o foco na

    avaliao dos processos educativos desenvolvidos. A avaliao, em particular a que realizada com

    base na satisfao dos estudantes, vista como uma forma de construo sustentada da melhoria, no

    sentido da sua adequao s necessidades detetadas. Neste sentido, a utilizao de inquritos aos

    estudantes, como os Inquritos Pedaggicos da Universidade do Porto (IPUP), aplicados a todos os

    estudantes da universidade desde o ano letivo de 2006/2007, constituem uma das principais fontes de

    informao para o desenho da qualidade de ensino em contexto universitrio (Aleamoni, 1999;

    dAppolonia & Abrami, 1997; Marsh & Roche, 1977 citados por Lemos, Queirs, Menezes e Teixeira,

    2007: 3). Os resultados deste inqurito, que tem por principal objetivo a construo de uma qualidade

    pedaggica de excelncia atravs da (re)definio de estratgias de melhoria face aos resultados

    obtidos, ganham particular interesse quando interpretados por outros elementos que no os docentes

    envolvidos nas unidades curriculares. Tal como afirmam os autores deste inqurito, a anlise dos

    dados recolhidos no deve ficar a cargo apenas do docente, uma vez que se verificam ganhos

    significativos na interpretao dos resultados, na identificao de pontos de melhoria e no desenho de

    estratgias a implementar e, consequentemente, na prtica pedaggica, quando a analise dos dados

    acompanhada por outrem para alm do docente (Lemos, Queirs, Menezes e Teixeira, 2007: 6).

    neste contexto que se estrutura o projeto das Assessorias Pedaggicas, ou seja, parte-se da anlise

    geral dos resultados dos inquritos pedaggicos, para uma anlise particular do funcionamento das

    unidades curriculares com diferentes nveis de resultados, numa perspetiva de ampliar o conhecimento

  • 4430

    que estes instrumentos de avaliao nos fornecem e, por esta via, propor estratgias de melhoria

    capazes de potenciar as prticas pedaggicas adotadas.

    importante salientar que quando nos referimos avaliao, estamos a considerar o termo numa

    perspetiva de ampliao da compreenso acerca dos processos pedaggicos, que permita perceber os

    fatores que influenciam, positiva e negativamente, a motivao e a aprendizagem dos estudantes

    possibilitando, com base neste conhecimento, a sua melhoria. Partimos da conceo de que os

    profissionais de ensino encontram na avaliao uma excelente forma de aperfeioamento, uma vez

    que a reflexo que um juzo fundamentado exige leva compreenso da natureza e do sentido das

    prticas educativas, e permite a modificao das normas de comportamento, das atitudes e das

    concees que se tm sobre elas (Azevedo, 2002:12). A avaliao aqui encarada como uma forma

    de construo da qualidade, atravs da reflexo na ao e sobre a ao desenvolvida. Ligth, Cox e

    Calkins definem trs paradigmas de desenvolvimento profissional dos docentes do ensino superior

    ah doc paradigm, skills paradigm, professional paradigm. O primeiro paradigma associa-se a uma

    viso do ensino que parte do pressuposto que a good teacher is born, not made, o segundo

    paradigma encontra-se ligado a uma perspetiva de acumulao e reproduo de competncias

    adquiridas pelos docentes, sendo que these skills are generic and provided by trainers and

    consultants who often have no formal experience of the discipline in which the teachers are working

    or even of higher education teaching (Ligth, Cox e Calkins, 2001:12). O terceiro paradigma

    encontra-se associado, segundo os autores atitude profissional que mais se apropria construo da

    excelncia no ensino superior. Este paradigma caracteriza-se pela reflexo sistemtica sobre multiple

    and diverse discourse, on practice within the broader contexts and critical frameworks of his or her

    professional situation, however situated, constituted or clustered (Ligth, Cox e Calkins, 2001:14). O

    primeiro paradigma associa-se, segundo os autores, a uma atitude profissional no reflexiva, o

    segundo a uma perspetiva de reproduo das prticas observadas e o terceiro paradigma representa

    uma atitude reflexiva acerca das prticas. , portanto, nesta ltima conceo que se enquadra o projeto

    que se apresenta, tendo por finalidade instituir-se como um apoio reflexo sobre as prticas, no

    sentido de identificar as suas potencialidades e fraquezas e atravs delas promover a melhoria.

    Metodologia

    A primeira etapa metodolgica do processo de Assessorias Pedaggicas a seleo do grupo de

    unidades curriculares que sero alvo de anlise. Esta seleo efetuada com base no cruzamento entre

    as taxas de aprovao e os resultados dos inquritos pedaggicos, ou seja, confronta-se o grau de

    satisfao dos estudantes, nas diferentes dimenses do contexto educativo, e os resultados alcanados,

    identificando-se um leque diversificado de casos. Neste contexto, o grupo de unidades curriculares

    analisado na primeira edio deste projeto ficou constitudo por uma amostra de 12 unidades

  • 4431

    curriculares: 6 apresentavam resultados baixos nos inquritos pedaggicos (mdias inferiores a 3 numa

    escala de 5), 3 apresentavam resultados mdios (mdias entre 3 e 3,5) e as restantes 3 apresentavam

    bons resultados (mdias superiores a 3,5). Em todos os grupos existiam unidades curriculares com

    melhores e piores resultados acadmicos, identificando-se casos em que os resultados dos inquritos

    pedaggicos no correspondiam aos resultados acadmicos obtidos pelos estudantes. Da amostra

    faziam parte unidades curriculares do 1 ao 4 ano, dos diferentes cursos da FEUP. As caractersticas

    das turmas eram tambm diversas, nas unidades curriculares selecionadas, o nmero de estudantes, por

    exemplo, variou entre os 12 estudantes e os 468 estudantes. Esta diversidade da amostra constitui uma

    caracterstica importante do projeto por dois motivos fundamentais. Por um lado, permitiu identificar

    os fatores que possam influenciar, de forma negativa ou positiva, os ndices de desempenho das

    unidades curriculares. Por outro lado, permitiu que o projeto se institusse de uma forma abrangente,

    ou seja, sem estereotipar os casos com piores ou melhores resultados num determinado indicador de

    desempenho. Constituda a amostra, convidaram-se os docentes responsveis pelas unidades

    curriculares a participarem numa reunio de apresentao do projeto, de forma a possibilitar uma

    deciso informada de participao voluntria neste processo. Desta reunio resultou a constituio do

    grupo final que fez parte da amostra de unidades curriculares analisadas.

    O processo metodolgico que fundamentou este projeto encontra-se enquadrado pela figura 1, que a

    seguir se apresenta.

    A recolha de dados foi efetuada atravs de dois mtodos principais: a auscultao dos atores

    educativos e a anlise documental. As perspetivas de docentes e estudantes acerca da forma como se

    desenvolveram as unidades curriculares constituram foco principal da recolha dos dados. No caso dos

    Anlise SWOT

    Figura 1 | Modelo de desenvolvimento do projeto de Assessorias Pedaggicas

    3 F

    ase

    Aco

    mpa

    nham

    ento

    Levantamento das alteraes efetuadas

    Anlise dos resultados obtidos

    2 F

    ase

    An

    lise

    e re

    sulta

    dos Relatrio

    Anlise dos resultados

    (a partir das opinies de docente e estudantes)

    Propostas de melhoria

    1 F

    ase

    Rec

    olha

    de

    dado

    s

    Entrevistas

    Docente da UC (IPFEUP + aspetos contextuais e materiais + apreciao global)

    Questionrios

    Estudantes

    (identificao de pontos fortes e fracos da unidade curricular)

  • 4432

    docentes, foram realizadas entrevistas, durante as quais os docentes tiveram oportunidade de responder

    ao mesmo questionrio preenchido pelos estudantes quando avaliam a unidade curricular. Esta opo

    foi tomada com objetivo de perceber a opinio dos docentes acerca das mesmas dimenses avaliadas

    pelos estudantes, o que, para alm de permitir o aprofundamento do conhecimento acerca do

    desenvolvimento das unidades curriculares, possibilitou tambm o confronto de perspetivas, que se

    considera essencial neste projeto. A entrevista composta por 24 questes, includas em duas

    dimenses que englobam os seguintes fatores: dimenso unidade curricular abrangncia e

    transversalidade dos contedos, metodologia de avaliao na unidade curricular, elementos de apoio

    ao estudo, uso do e-learning e dimenso docente aprendizagem e valor acadmico das aulas,

    envolvimento e metodologia docente, organizao e clareza, interao e relacionamento com o

    docente. Para alm destes fatores, e por considerarmos que outros aspetos podem influenciar o

    desenvolvimento da unidade curricular foram tambm includos nas entrevistas aos docentes algumas

    questes relacionadas com os aspetos materiais e contextuais (por ex. adequao das salas ao nmero

    de estudantes, adequao dos materiais e equipamentos s necessidades da unidade curricular,

    adequao do horrio de desenvolvimento das aulas, etc.).

    No caso dos estudantes, a recolha de dados foi efetuada atravs de questionrios, que se tentou que

    fossem o mais simples possvel, de forma a facilitar e agilizar a resposta e potenciar o nmero de

    respondentes, mas que, simultaneamente, refletissem os aspetos que os estudantes consideram ser os

    mais positivos e negativos das unidades curriculares. Neste sentido, os questionrios constitudos

    incluam trs questes de resposta aberta: O que mais gostou no desenvolvimento da unidade

    curricular?, O que menos gostou no desenvolvimento da unidade curricular? e O que faria para

    melhorar o desenvolvimento da unidade curricular? Para alm destas questes, incluram-se tambm

    duas perguntas de caraterizao dos respondentes, a partir das quais se pretendia a identificao do

    nvel de frequncia das aulas da unidade curricular e a classificao obtida, fatores que se consideram

    poder influenciar a viso dos estudantes acerca da unidade curricular. No mbito deste projeto foram

    realizadas 13 entrevista a docentes e inquiridos 371 estudantes, o que corresponde a uma taxa de

    resposta global de 27%, face ao total de inscritos nas unidades curriculares analisadas.

    Para a recolha de dados acerca do funcionamento das unidades curriculares efetuou-se tambm a

    anlise dos documentos constantes no sistema de informao da faculdade, tais como: ficha de

    unidade curricular, relatrio de unidade curricular, sumrios e inquritos pedaggicos. Os dados

    recolhidos foram tratados com recurso anlise de contedo, tendo sido sintetizados os resultados

    obtidos atravs dos questionrios aos estudantes em grficos que organizam as opinies por categorias

    de anlise e permitem uma visualizao mais clara dos aspetos apontados por estes elementos como os

    mais positivos e negativos das unidades curriculares.

  • 4433

    A partir dos dados recolhidos foram constitudos relatrios para cada uma das unidades curriculares

    analisadas. Os relatrios foram constitudos por:

    i) Enquadramento, que descreve sumariamente a caracterizao da unidade curricular e do

    processo de recolha e tratamento dos dados;

    ii) Resultados obtidos, organizados pelas trs dimenses analisadas: fatores relativos unidade

    curricular, fatores relativos a docentes e fatores relativos a aspetos materiais e contextuais;

    iii) Anlise SWOT, na qual se identificam pontos fortes, pontos fracos, ameaas e oportunidades ao

    desenvolvimento da unidade curricular;

    iv) Propostas de melhoria, elaboradas com base na identificao das dificuldades e potencialidades

    de cada unidade curricular;

    v) Concluses, que constitui uma sntese final do relatrio apresentado.

    Todos os relatrios produzidos so posteriormente colocados considerao dos docentes, sendo a

    verso final de cada relatrio elaborada com base no feedback recebido da equipa docente. Esta uma

    fase que se considera tambm bastante importante no projeto, uma vez que permite uma maior

    implicao dos docentes com o produto final deste processo e possibilita um exerccio de reflexo das

    prticas pedaggicas institudas.

    Considerando os objetivos do projeto, esta anlise, por si s, no seria suficiente para estimular a

    melhoria das prticas. Neste sentido, realiza-se uma fase de acompanhamento na qual se identificam as

    alteraes efetuadas ao funcionamento das unidades curriculares, com base ou no nas sugestes

    fornecidas nos relatrios, confrontando-se estes dados com os resultados obtidos. Para alm disso,

    oferece-se tambm apoio ao desenvolvimento das melhorias que se pretendam instituir, se solicitado

    pelos docentes. A partir destes dados foi tambm possvel perceber que tipo de alteraes suscitaram

    melhores resultados, quer na satisfao dos estudantes face unidade curricular, quer no sucesso

    acadmico alcanado.

    A comparao entre os resultados obtidos na edio analisada e na edio posterior permitiu perceber

    o impacto do projeto na melhoria dos processos educativos das unidades curriculares analisadas. No

    entanto, esta avaliao do impacto do projeto no teve apenas em considerao os elementos

    quantitativos observados atravs dos resultados obtidos, sendo tambm consideradas as alteraes

    efetudas nas diferentes unidades curriculares, mesmo nos casos em que estas possam ter surtido um

    efeito pouco expressivo ao nvel dos ndices de desempenho.

  • 4434

    Resultados

    Principais resultados da anlise

    Os dados registados nos relatrios produzidos mostram que nas 12 unidades curriculares foram

    identificados diferentes tipos de fatores que parecem influenciar, negativa ou positivamente, o

    desenvolvimento das unidades curriculares. Nas figuras 2 e 3, abaixo apresentados, podemos encontrar

    a distribuio dos fatores identificados como pontos fortes e pontos fracos das unidades curriculares

    analisadas.

  • 4435

    Pela anlise dos grficos podemos perceber que, de uma forma global, as principais referncias a

    pontos fracos surgem associadas aos elementos de avaliao (24%), aos aspetos materiais e

    contextuais (22%), ao funcionamento das aulas tericas (15%) e aos contedos abordados (15%),

    sendo estes quatro aspetos os que mais dificuldades suscitam no desenvolvimento das unidades

    curriculares. No que se refere aos pontos fortes identificados, podemos verificar tambm que alguns

    aspetos se destacam. Os principais pontos fortes esto relacionados com os elementos de avaliao

    (22%), os contedos abordados (22%) e a componente prtica da unidade curricular (19%).

    Apesar de alguns destes fatores se inclurem simultaneamente na identificao de pontos fortes e de

    pontos fracos das unidades curriculares, razes distintas so apontadas para os justificar. As figuras 4 e

    5, que a seguir se apresentam, mostram as razes apontadas para justificar os fatores que mais se

    destacam como pontos fracos ou fortes do funcionamento das unidades curriculares.

    Elementos de avaliao

    N de elementos de avaliao 15,4% Contributo para a aprendizagem 15,4%

    Grau de exigncia 15,4%

    Cumprimento dos prazos 15,4%

    Desadequao face s aulas 7,6%

    Desconhecimento dos elementos de avaliao 15,4%

    Acompanhamento dos trabalhos 15,4%

    Aspetos contextuais e materiais

    Adequao das salas 50,0%

    N de estudantes 16,7%

    Recursos materiais 8,3%

    Horrio 16,7%

    Componente administrativa 8,3%

    Aulas tericas

    Durao 11,1%

    Mtodo de ensino 22,2%

    Primazia da componente terica 33,3%

    Desmotivao dos estudantes 33,3%

    Contedos Desmotivao dos estudantes 25%

    Reconhecimento da importncia dos contedos 25%

    Excesso de contedos/rapidez na lecionao 50%

    Figura 4 | Fatores includos nas dimenses referentes a pontos fracos

    Elementos de Trabalho prtico/laboratorial 30,8%

  • 4436

    As figuras 6 e 7 mostram a distribuio de pontos fortes e pontos fracos identificados nos relatrios de

    unidade curricular, nas unidades curriculares com melhores (mdias superiores ou igual a 3) e piores

    (mdias inferiores a 3) resultados no que respeita ao nvel de satisfao dos estudantes.

    Avaliao Trabalho de grupo 15,4% Estmulo aplicabilidade 7,7%

    Avaliao contnua 30,8%

    Complementaridade dos elementos de avaliao 7,7%

    Trabalhos de casa 7,7%

    Contedos

    Reconhecimento da importncia 38,5%

    Transversalidade e abrangncia 15,4%

    Gosto e motivao 30,8%

    Aplicabilidade 15,4%

    Componente prtica

    Aulas prticas 45%

    Mtodo de ensino utilizado 9%

    Valorizao do laboratrio 18%

    Visitas de estudo 9%

    Articulao com o desenvolvimento profissional 18%

    Figura 5 | Fatores includos nas dimenses referentes a pontos fortes

  • 4437

    Quando analisados os resultados produzidos de acordo com as mdias dos inquritos pedaggicos

    podemos perceber que dos aspetos que parecem contribuir para melhores resultados destaca-se a

    componente prtica das unidades curriculares, que parece contribuir de forma decisiva para a

    motivao dos estudantes, assim como para a sua aprendizagem. O reconhecimento, pelos estudantes,

    da qualidade dos docentes outro dos aspetos mais indicado nas unidades curriculares com melhores

    resultados, assim como a organizao da unidade curricular. Por outro lado, os mtodos de ensino, em

    particular os que esto ligados a mtodos expositivos, parecem ser um fator com influncia negativa

    nas perceo dos estudantes sobre as unidades curriculares.

    Impacto do projeto na melhoria das unidades curriculares

    Como j se referiu, este projeto inclui uma fase, que consideramos fundamental, de acompanhamento

    das unidades curriculares analisadas. No mbito deste processo, foi efetuado o levantamento dos

    resultados acadmicos e dos inquritos pedaggicos alcanados pelas unidades curriculares na edio

    posterior participao no processo. No entanto, sendo este um processo que no se circunscreve aos

    resultados, mas considera tambm os processos desenvolvidos, foram tambm identificados, junto dos

    docentes, alteraes efetudas ao processo pedaggico, tendo sido identificadas 7 unidades curriculares

    onde se realizaram, segundo os docentes, alteraes ao funcionamento. A figura 8 mostra a

    distribuio do tipo de alteraes realizadas, relacionando-as com os pontos fracos identificados nos

    relatrios produzidos.

    UC1 UC2 UC3 UC4 UC5 UC6 UC7

  • 4438

    As unidades curriculares representadas na figura 8 tinham ndices de desempenho variados. No que

    respeita aos resultados dos inquritos pedaggicos 2 unidades curriculares apresentam mdias mais

    baixas (entre 2,50 e 3,00), 2 apresentam resultados mdios (entre 3,00 e 3,50) e 3 unidades

    curriculares apresentam resultados mais altos (superiores a 3,50). Destas 7 unidades curriculares

    verifica-se que 6 melhoraram e apenas uma piorou os resultados obtidos ao nvel dos inquritos

    pedaggicos, o que mostra que as alteraes realizadas pelos docentes foram adequadas melhoria das

    percees dos estudantes acerca do funcionamento das unidades curriculares. No que respeita s taxas

    de aprovao verifica-se que 5 das unidades curriculares que efetuaram alteraes entre as edies de

    2010/2011 e 2011/2012 mantiveram os resultados, verificando-se diferenas pouco significativas entre

    Pont

    os F

    raco

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    Acompanhamento dos docentes

    Articulao com o curso

    Adequao das salas

    Cumprimento dos prazos

    Elementos de avaliao

    Estratgias de ensino-aprendizagem

    Funcionamento das aulas prticas

    Funcionamento das aulas tericas X X X

    Horrio X

    Materiais de apoio ao estudo

    Motivao dos estudantes X

    Primazia da componente terica

    Reconhecimento da importncia

    Ritmo de ensino-aprendizagem

    Relao pedaggica

    Figura 8 | Alteraes efetudas nas unidades curriculares face aos pontos fracos identificados

  • 4439

    as taxas de aprovao nos dois anos letivos, 1 das unidades curriculares piorou os seus resultados e 1

    melhorou.

    A comparao dos resultados obtidos na edio analisada pelo processo de Assessorias Pedaggicas e

    a edio posterior mostra que, no que respeita aos resultados dos inquritos pedaggicos e nas

    dimenses relativas unidade curricular, na maioria das unidades curriculares, os ndices de satisfao

    dos estudantes melhoraram. Os resultados mostram que 8 das 12 unidades curriculares analisadas, ou

    seja 67%, melhoram os resultados obtidos nos inquritos pedaggicos, no que respeita s dimenses

    relativas unidade curricular.

    A anlise dos resultados foi tambm realizada tendo em considerao os diferentes nveis de

    resultados em que se insere cada unidade curricular, tendo-se verificado algumas diferenas na forma

    como evoluram as unidades curriculares. A figura 9 mostra a distribuio das mdias das unidades

    curriculares analisadas por escales de resultados.

    Pela anlise dos dados podemos perceber que as unidades curriculares com nveis mais altos foram

    aquelas em que o processo parece ter tido um impacto mais limitado. Nestas unidades curriculares

    verificamos que, apesar dos resultados terem melhorado em 3 das 5 unidades curriculares includas

    neste grupo, este foi o nico em que se verificou que a mdia das descidas superior mdia das

    melhorias. Ou seja, das unidades curriculares que melhoraram os seus resultados a subida que

    obtiveram foi menos significativa, quando comparada com as unidades curriculares em que se

    verificou descida dos resultados.

    Nos restantes dois grupos podemos verificar que existiu uma melhoria significativa, sendo que, no

    caso das unidades curriculares com baixos resultados na edio de 2010/2011, 3 em 5 melhoraram os

    resultados obtidos nos inquritos pedaggicos. Neste grupo, a mdia das subidas significativamente

    Melhorou

    (N de UC)

    Piorou

    (N de UC)

    Mdia de

    subida

    Mdia de

    descida

    Entre 2,50 e 3,00 3 2 0,70 0,27

    Entre mais de 3,00 e 3,50 2 0 0,47 -

    Mais de 3,50 3 2 0,11 0,36

    Figura 9 | Evoluo das mdias dos Inquritos Pedaggicos Dimenso Unidade Curricular

  • 4440

    maior do que a mdia das descidas. Todas as unidades curriculares includas no grupo que obteve

    resultados mdios na edio de 2010/2011 melhoraram os seus resultados na edio 2011/2012.

    Relativamente dimenso docente podemos verificar que os dados so muito semelhantes no que

    respeita s tendncias identificadas, verificando-se que as unidades curriculares melhoraram ou

    pioraram os resultados, simultaneamente nas duas dimenses: unidade curricular e docente.

    As taxas de aprovao so o indicador fundamental do desempenho das unidades curriculares. No

    entanto, ao contrrio do que aconteceu relativamente aos resultados dos inquritos pedaggicos, no

    que respeita s taxas de aprovao o impacto do projeto no to visvel, sendo que na maioria das

    unidades curriculares, no houve alteraes significativas. Verifica-se tambm, a partir desta anlise,

    que no existe uma correspondncia direta entre a evoluo dos resultados acadmicos e dos

    resultados dos inquritos pedaggicos.

    A diviso das unidades curriculares em grupos tendo por critrio os resultados acadmicos obtidos no

    ano em que foi efetuada a anlise, ou seja, 2010/2011, permite verificar que as melhorias ocorreram

    com maior expressividade nas unidades curriculares com taxas de aprovao mais baixas, acontecendo

    o inverso nas unidades curriculares em que se verificaram taxas de aprovao superiores.

    Concluses

    A partir dos resultados apresentados podemos identificar alguns aspetos que parecem indicar

    concluses importantes. Relativamente ao desenvolvimento do processo pedaggico das unidades

    curriculares analisadas podemos verificar que, nas unidades curriculares com melhores ndices de

    desempenho, de entre os fatores identificados como contributos positivos para a motivao e

    aprendizagem dos estudantes, destacam-se: a componente prtica das unidades curriculares e o

    reconhecimento, pelos estudantes, da qualidade dos docentes. Por outro lado, nas unidades curriculares

    com mais baixos ndices de desempenho, as metodologias de ensino, em particular os que se

    encontram ligados ao mtodo expositivo, so o fator que parece influenciar de forma menos positiva a

    motivao e a aprendizagem. A identificao destes fatores poder suscitar outros projetos ou

    atividades que possibilitem a promoo dos fatores geradores de melhores resultados e limitem os

    efeitos menos positivos dos fatores identificados como tendo contribudo de forma negativa para o

    desenvolvimento das unidades curriculares.

    Outra concluso importante que se poder retirar dos resultados desta primeira edio do projeto que

    parece no existir correspondncia entre os fatores que influenciam os resultados dos inquritos

    pedaggicos e os fatores que afetam o sucesso escolar. No entanto, o facto de se terem identificado

    melhorias mais significativas no que respeita aos resultados dos inquritos pedaggicos do que ao

    nvel das taxas de aprovao poder estar relacionado com o foco que atribudo aos inquritos

  • 4441

    pedaggicos durante o processo. Assim, centrando-se o projeto nas dimenses consideradas nos

    inquritos pedaggicos para estruturar a anlise, os pontos fortes e fracos identificados, assim como as

    propostas de melhoria, tero tambm a mesma centralidade, orientando a ao de melhoria no sentido

    da alterao de fatores com ele relacionados, influenciando, por isso, mais diretamente estes

    resultados. A continuidade e aprofundamento deste projeto e das anlises realizadas podero clarificar

    os fatores que influenciam de forma mais direta os resultados dos inquritos pedaggicos e o sucesso

    acadmico. A incluso de fatores complementares na anlise, tais como alguns relacionados com o

    trabalho autnomo desenvolvido pelos estudantes, poder contribuir para a clarificao dos fatores que

    contribuem para a melhoria dos diferentes indicadores de desempenho considerados, e que permita,

    desta forma, uma melhoria global das unidades curriculares.

    tambm possvel e desejvel que atravs das concluses fornecidas se (re)definam os objetivos e

    metodologias deste projeto. Assim, uma das principais concluses a este nvel que as unidades

    curriculares com melhores resultados parecem ter beneficiado menos do processo. Nestas unidades

    curriculares, verificaram-se melhorias pouco significativas no que respeita aos inquritos pedaggicos

    e, no que respeita s unidades curriculares com taxas de aprovao superiores a 90%, no foi

    verificada nenhuma melhoria. No entanto, estes resultados parecem no ser ocasionados pela falta de

    envolvimento dos docentes das unidades curriculares com melhores resultados, uma vez que pela

    distribuio das unidades curriculares que efetuaram alguma alterao ao seu desenvolvimento,

    podemos verificar que os diferentes nveis de desempenho esto igualmente representados, pelo que

    podemos afirmar que os docentes se implicaram neste processo, independentemente, dos resultados j

    alcanados. Estas concluses mostram que poder ser mais proveitoso que o processo seja realizado

    em unidades curriculares com ndices de desempenho mais baixos, as quais podero retirar do projeto

    maiores benefcios para a melhoria.

    A considerao de que das 12 unidades curriculares participantes 7 alteraram aspetos do processo

    pedaggico, faz-nos tambm refletir acerca da importncia da implicao dos docentes neste processo

    e nas formas de a potenciar. Uma das alteraes que se poder adotar a alterao do processo de

    seleo das unidades curriculares, abandonando-se o atual procedimento, que consiste na proposta de

    anlise de determinada unidade curricular, e passando a disponibilizar o projeto a todos os docentes

    que pretendam alargar o seu conhecimento acerca dos processos pedaggicos desenvolvidos nas

    unidades curriculares que lecionam.

    O projeto necessitar ainda de evoluir, no sentido de se tornar numa prtica sistemtica e eficaz em

    que os docentes tm maior interveno na concretizao desta anlise, de forma no s aumentem o

    seu grau de implicao na anlise, mas que permita, simultaneamente, o desenvolvimento de

    competncias de autoavaliao das unidades curriculares que possibilitem a reflexo acerca das

    prticas educativas.

  • 4442

    Referncias bibliogrficas:

    AZEVEDO, J. (2002) Avaliao das Escolas: Consensos e Divergncias. Porto: Edies ASA.

    CAPUCHA, Lus Manuel (2008) Planeamento e Avaliao de Projetos: guio prtico. Lisboa:

    Ministrio da Educao

    HADJI, C. (2001) Avaliao Desmistificada. So Paulo: ARTMED Editora.

    LEITE, C.; et al. (Orgs.) (2010) Sentidos da pedagogia no ensino superior. Porto: CIIE/Livipsic.

    LIGHT, G.; COX, R. & CALKINS, S. (2009) Learning and Teaching in Higher Education: the

    reflective professional. Los Angeles: Sage.

    SEIJAS, A. (2003) Avaliao da Qualidade das Escolas. Edies ASA: Porto.

    Referncias on-line:

    LEMOS, Marina S.; Queirs, Cristina; Menezes, Isabel e Teixeira, Pedro M. (2007) Como Utilizar os

    Resultados do Inqurito Pedaggico da Universidade do Porto. Porto: Editora UP. Retirado em

    Fevereiro 5, 2011 de

    [http://sigarra.up.pt/up/web_gessi_docs.download_file?p_name=F1918557354/como-utilizar-

    ipup.pdf]

    Informao disponvel sobre o projeto na pgina web do LEA. Retirado em Abril 24, 2012 de

    [http://paginas.fe.up.pt/~lea/index.php?option=com_k2&view=item&id=19:assessorias-

    pedagogicas&Itemid=62]

    5.18.

    Ttulo:

    Uma aproximao das atividades ldico-pedaggicas realizadas em sala de aula

    atravs do ensino na educao infantil: o caso da Regio do Baixo Sul Bahia

    Autor/a (es/as):

    Santos, Luiz Claudio da Silva [Professor da Universidade do Estado da Bahia Brasil e

    Doutorando pela Universidade de Santiago de Compostela Espanha]