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Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras

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Primeiras páginas do livro que explica a Ciência Cristã e seu método de cura espiritual.

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Presidente da Faculdade de Metafísica de Massachusetts e Pastora Emérita dA Primeira Igreja de Cristo, Cientista, Boston, Massachusetts

MARY BAKER EDDY

Publicado pelO Conselho de Diretores da Ciência Cristã

Distribuído pelA Sociedade Editora da Ciência CristãBoston, Massachusetts, Estados Unidos da América

TMTM

a Chave das Escrituras

com

Ciênciae Saúde

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Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32

Não há nada de bom ou de mau, a não ser que o pensamento o torne assim. Shakespeare

Oh! Tu ouviste minha oração; E sou abençoada! Esta é a Tua magna promessa: Estares aqui, e em toda parte. Mary Baker G. Eddy

Ye shall know the truth, and the truth shall make you free. John viii. 32

here is nothing either good or bad, but thinking makes it so. Shakespeare

Oh! hou hast heard my prayer; And I am blest! his is hy high behest: — hou here, and everywhere. Mary Baker G. Eddy

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Índice Prefácio vii

1. A oração 1

2. Reconciliação e Eucaristia 18

3. O matrimônio 56

4. A Ciência Cristã frente ao espiritualismo 70

5. Desmascarado o magnetismo animal 100

6. A ciência, a teologia e a medicina 107

7. A isiologia 165

8. Os passos da Verdade 201

9. A criação 255

10. A Ciência do existir 268

11. Respostas a algumas objeções 341

12. A prática da Ciência Cristã 362

13. O ensino da Ciência Cristã 443

14. Recapitulação 465

A Chave das Escrituras

15. Gênesis 501

16. Apocalipse 558

17. Glossário 579

18. Frutos da Ciência Cristã 600

Índice alfabético dos termos do Glossário 696

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Prefácio

Para os que se apoiam no ininito sustentador, o dia de hoje está repleto de bênçãos. O pastor vigilante avista

os primeiros tênues raios da aurora, antes de surgir o pleno resplendor do novo dia. Assim brilhou a pálida estrela aos pastores-profetas; apesar de pálida, essa estrela atravessou a noite e chegou ao recanto protegido e retirado onde estava o menino de Belém, o arauto humano do Cristo, a Verdade, que iria esclarecer à compreensão obscurecida o caminho da salvação por Cristo Jesus, até que, vencida a noite do erro, despontasse a aurora e brilhasse a estrela-guia do existir. Os Magos foram levados a ver e a seguir essa estrela-d’alva da Ciência divina, que ilumina o caminho da harmonia eterna.

É chegada a hora dos pensadores. A Verdade, indepen-dente de doutrinas e sistemas consagrados pelo tempo, bate ao portal da humanidade. O contentamento com o passado e as frias convenções do materialismo estão desmoronando. A ignorância a respeito de Deus já não é o degrau pelo qual se chega à fé. A obediência é garantida somente pela com-preensão correta a respeito dEle, e conhecê-Lo corretamente é a Vida eterna. Ainda que caiam impérios, “o Senhor reina para sempre”.

Um livro apresenta pensamentos novos, mas não pode fazer com que sejam rapidamente compreendidos. É tarefa do vigoroso pioneiro abater o alto carvalho e talhar o granito bruto. Os tempos vindouros terão de contar o que o pioneiro realizou.

Desde que a autora descobriu o poder da Verdade, tanto

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no tratamento da doença quanto no do pecado, seu sistema foi testado a fundo, não lhe tendo sido encontrada nenhuma insuiciência; mas para alcançar as alturas da Ciência Cristã, o homem tem de viver em obediência ao Princípio divino dessa Ciência. Para desenvolver o pleno poder dessa Ciência, as desarmonias do senso corpóreo têm de ceder à harmonia do senso espiritual, assim como a ciência da música corrige os tons errados e dá suave harmonia ao som.

A teologia e a física ensinam que o Espírito e a matéria são ambos reais e bons, quando de fato é o Espírito que é bom e real, e a matéria é o oposto do Espírito. A pergunta: Que é a Verdade? se responde pela demonstração — tanto na cura da doença como na do pecado; e essa demonstração prova que a cura cristã propicia o máximo de saúde e faz os melhores homens. Nessa base, será dada à Ciência Cristã a oportunidade de uma luta justa. A doença vem sendo combatida há séculos por médicos que utilizam remédios materiais; surge, porém, a pergunta: Porventura há menos doenças graças a esses proissionais? Um “Não” vigoroso é a resposta que se pode deduzir de dois fatos correlacionados — a longevidade atribuída aos personagens bíblicos anteriores ao dilúvio, e a rápida multiplicação e maior violência das doenças depois do dilúvio.

Na obra Retrospecção e Introspecção, desta autora, encontra-se um esboço biográico que narra as experiências que a levaram, no ano de 1866, à descoberta do sistema que denominou Ciência Cristã. Já em 1862, ela começara a escre-ver e dar a amigos os resultados do seu estudo das Escrituras, pois a Bíblia foi sua única professora; mas esses escritos eram imaturos — os primeiros passos de uma criança no mundo recém-descoberto do Espírito.

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Ela começou também a anotar seus pensamentos sobre o tema principal, mas essas anotações não passavam de balbucios infantis sobre a Verdade. Uma criança sorve o mundo exterior pelos olhos e se deleita com o sorvo. Ela está tão certa da existência do mundo, quanto da sua própria; contudo, não consegue descrever o mundo. Acha algumas palavras e com elas tenta, gaguejando, transmitir o que sente. Mais tarde, a língua dá voz ao pensamento mais deinido, embora ainda imperfeitamente.

Foi o que se deu com a autora. Assim como certo poeta diz de si mesmo, também ela “balbuciava em versos, porque os versos lhe vinham”. Certos ensaios escritos naquela época inicial ainda circulam entre seus primeiros alunos; mas são fracas tentativas de expor o Princípio e a prática da cura cristã, e não são exposições completas nem satisfatórias a respeito da Verdade. Hoje, embora se alegre com algum progresso, ela ainda se encontra como discípula solícita à porta celestial, esperando a Mente de Cristo.

Seu primeiro folheto sobre a Ciência Cristã teve os direitos autorais registrados em 1870; porém só foi ao prelo em 1876, porque a autora compreendeu que essa Ciência precisava ser demonstrada pela cura, antes que uma obra sobre esse tema pudesse ser estudada com proveito. Entre 1867 e 1875 havia, porém, alguns exemplares em circulação entre amigos.

Antes de escrever esta obra, Ciência e Saúde, a autora fez numerosas anotações de estudo bíblico, que nunca foram publicadas. Isso foi durante os anos de 1867 e 1868. Esses esforços mostram como, até aquela época, ela estava em relativa ignorância quanto à estupenda questão da Vida, e mostram as etapas pelas quais chegou, inalmente, à sua solução; mas ela preza essas anotações, tal como os pais têm

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estima pelas recordações do desenvolvimento de um ilho, e ela não gostaria que fossem modiicadas.

A primeira edição de Ciência e Saúde foi publicada em 1875. Depois disso, publicaram-se vários livros sobre a cura mental, a maioria deles incorretos na teoria e cheios de plá-gios de Ciência e Saúde. Consideram a mente humana um agente ativo na cura, ao passo que essa mente não faz parte do Princípio da Ciência Cristã. Contudo, alguns escritos baseados neste livro são úteis.

A autora não fez concessões para se acomodar à tendên-cia geral do pensamento, mas deu direta e honestamente o texto da Verdade. Não fez nenhum esforço para embelezar, elaborar ou tratar, em todos os pormenores, um tema tão ininito. Com milhares de curas bem autenticadas, ela e seus alunos comprovaram o valor dos seus ensinamentos. Esses casos, na maior parte, eram abandonados como incuráveis pelos proissionais da medicina que os atendiam. Poucos são os doentes dispostos a recorrer a Deus até que todos os recursos materiais tenham falhado, pois é muito pequena a fé que se deposita na boa vontade e no poder de Deus para curar a doença.

O Princípio divino da cura ica comprovado pela experiência pessoal de todos aqueles que sinceramente procuram a Verdade. O propósito desse Princípio é bom e sua prática é mais segura e mais potente do que a de qualquer outro método de cura. O pensamento cristão sem preconceitos é mais rapidamente tocado e convencido pela Verdade. Só combatem o método da autora aqueles que não compreendem o que ela quer dizer, ou que, discernindo a verdade, não se expõem à luz, por receio de que seus atos sejam reprovados. Não é necessário que o estudante tenha capacidade intelectual avançada, mas é sumamente desejável que seu padrão moral seja sadio.

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Muitos imaginam que os fenômenos da cura física na Ciência Cristã apresentam apenas uma fase da ação da mente humana, ação da qual, de algum modo não explicado, resulta a cura da doença. Pelo contrário, a Ciência Cristã explica de modo racional que todos os outros métodos de tratamento são fruto da fé humana na matéria — fé na ação, não do Espírito, mas da mente carnal que tem de ceder lugar à Ciência.

A cura física pela Ciência Cristã resulta hoje, como no tempo de Jesus, da operação do Princípio divino, ante a qual o pecado e a doença deixam de ter realidade na consciência humana e desaparecem tão natural e tão necessariamente como a escuridão dá lugar à luz, e o pecado cede à reforma. Hoje, como outrora, essas obras poderosas não são sobrena-turais, mas supremamente naturais. São o sinal de Emanuel, ou seja, “Deus conosco” — uma inluência divina sempre presente na consciência humana, e que se repete, vindo agora como fora prometido antigamente:

Para proclamar libertação aos cativos [dos sentidos] E restauração da vista aos cegos, Para pôr em liberdade os oprimidos.

Quando Deus chamou a autora para proclamar Seu divino Evangelho para esta época, incumbiu-a também de plantar e regar o vinhedo divino.

A primeira escola de cura pela Mente mediante a Ciência Cristã foi iniciada pela autora com apenas um aluno, em Lynn, Massachusetts, por volta do ano de 1867. Em 1881, a autora abriu a Faculdade de Metafísica de Massachusetts, em Boston, com autorização do Estado, por ter sido aprovada uma lei relativa a escolas superiores, permitindo-lhe registrar

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essa instituição com inalidades médicas. Depois de 1883, já não se concederam alvarás a Cientistas Cristãos para tais instituições, e até aquela data a sua Faculdade fora a única desse gênero que havia sido estabelecida nos Estados Unidos da América, onde se introduziu pela primeira vez a Ciência Cristã.

Durante sete anos, mais de quatro mil alunos estudaram com a autora nessa Faculdade. Nesse mesmo período ela foi pastora da Igreja de Cristo, Cientista, a primeira a ser estabelecida; Presidente da primeira Associação de Cientistas Cristãos, que se reunia mensalmente; editora de suas próprias obras; e (durante parte desse tempo) única redatora e editora do Christian Science Journal, o primeiro periódico publicado por Cientistas Cristãos. Ela fechou a Faculdade em 29 de outubro de 1889, no auge da prosperidade, profundamente convencida de que os dois anos seguintes de sua vida deve-riam ser dedicados ao preparo da revisão de Ciência e Saúde, que foi publicada em 1891. Ela conservou o alvará e, na qualidade de Presidente da Faculdade, reabriu-a em 1899 como departamento auxiliar de sua igreja. Até 10 de junho de 1907 ela nunca lera esse livro inteira e consecutivamente a im de elucidar seu sistema de ideias.

No espírito do amor de Cristo — como alguém que “tudo espera, tudo suporta”, e se alegra em levar consolo aos alitos e cura aos doentes — ela entrega estas páginas aos que hones-tamente procuram a Verdade.

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Capítulo 1

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A oração

Em verdade vos airmo que,

se alguém disser a este monte:

Ergue-te e lança-te no mar,

e não duvidar no seu coração,

mas crer que se fará o que diz,

assim será com ele.

Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes,

crede que recebestes, e será assim convosco.

Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade,

antes que Lho peçais. — Cristo Jesus.

A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus — uma compre-

ensão espiritual acerca dEle, um amor isento de ego. Inde-pendentemente do que outros possam dizer ou pensar a esse respeito, eu falo por experiência. A oração, a vigilância e o trabalho, somados à imolação do ego, são os misericor-diosos meios divinos pelos quais se realizou tudo o que foi feito com êxito para a cristianização e a saúde do gênero humano.

Os pensamentos não proferidos não são desconhecidos para a Mente divina. O desejo é oração; e nenhuma perda pode ocorrer por coniarmos nossos desejos a Deus, para que sejam moldados e elevados antes de tomarem forma em palavras e ações.

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Quais são os motivos para a oração? Oramos para nos tornar melhores e para beneiciar aqueles que nos ouvem, para dar informações ao ininito e para ser ouvidos pelos homens? Somos beneiciados por orar? Sim, o desejo que tem fome de justiça e de retidão é abençoado por nosso Pai e não nos volta vazio.

Deus não é movido por expressões de louvor a fazer mais do que já fez, nem pode o ininito fazer menos do que propi-ciar todo o bem, porque Ele é sabedoria e Amor imutáveis. Podemos fazer mais por nós mes-mos mediante súplicas humildes e fervorosas, mas o Todo-amoroso não atende aos nossos pedidos simplesmente com base em meras palavras, pois Ele já sabe tudo.

A oração não pode modiicar a Ciência do existir, mas tende a nos pôr em harmonia com essa Ciência. O bem alcança a demonstração da Verdade. O pedido de que Deus nos salve não é tudo o que se requer. O mero hábito de supli-car à Mente divina, assim como se suplica a um ser humano, perpetua a crença de que Deus seja circunscrito às condições humanas — erro esse que impede o crescimento espiritual.

Deus é o Amor. Podemos pedir-Lhe que seja mais? Deus é a inteligência. Podemos informar a Mente ininita de algo que já não compreenda? Pretendemos modii-car a perfeição? Iremos nós implorar por algo mais, junto à fonte aberta da qual jorra mais do que aceita-mos? O desejo não proferido nos aproxima, com certeza, da fonte de toda a existência e felicidade abençoada.

Pedir a Deus que seja Deus, é vã repetição. Deus “ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre”; e Aquele que é

Motivos corretos

A Deidade é imutável

O padrão divino

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imutavelmente certo fará o que é certo, sem que seja neces-sário lembrá-Lo de Seu dever. A sabedoria do homem não é suiciente para autorizá-lo a dar conselhos a Deus.

Quem se colocaria diante de um quadro negro, rogando ao princípio da matemática que resolva o problema? A regra já está estabelecida e é nossa tarefa trabalhar para achar a solução. Iremos nós pedir ao Princípio divino de todo o bem que faça Seu próprio traba-lho? Seu trabalho está feito e só precisamos utilizar a regra de Deus a im de receber a Sua bênção, o que nos permite trabalhar pela nossa própria salvação.

O Ser Divino tem de ser reletido pelo homem — senão o homem não é a imagem e semelhança dAquele que é paciente, terno e verdadeiro, Aquele Um e Uno totalmente digno de ser amado; mas compreender a Deus é obra da eternidade e exige consagração absoluta de pensamento, energia e desejo.

Como são vazios nossos conceitos sobre a Deidade! Admitimos teoricamente que Deus é bom, onipotente, oni-presente, ininito, e depois tentamos dar infor-mações a essa Mente ininita. Imploramos um perdão imerecido e um derramamento liberal de benefícios. Somos realmente gratos pelo bem já recebido? Então fare-mos uso das bênçãos que temos e assim estaremos prepara-dos para receber mais. A gratidão é muito mais do que a expressão verbal de agradecimento. Os atos expressam mais gratidão do que as palavras.

Se somos ingratos pela Vida, pela Verdade e pelo Amor, e apesar disso rendemos graças a Deus por todas as bênçãos, então não somos sinceros e incorremos na censura severa que nosso Mestre profere contra os hipócritas. Em tal caso, a única oração aceitável é icarmos calados e recordar nossas bênçãos. Enquanto o coração está longe da Verdade e do

A matemática espiritual

Ingratidão na prece

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Amor divinos, não podemos ocultar a ingratidão de uma vida estéril.

O que mais necessitamos é orar com o desejo fervoroso de crescer em graça, oração que se expressa em paciência, mansidão, amor e boas obras. Guardar os man-damentos de nosso Mestre e seguir seu exemplo é nossa verdadeira dívida para com ele e a única prova válida que podemos oferecer de nossa gratidão por tudo o que ele fez. A forma exteriorizada de adoração não é, por si só, sui-ciente para expressar gratidão leal e sincera, pois ele disse: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”.

O esforço habitual para sermos sempre bons é oração incessante. Seus motivos se tornam manifestos nas bênçãos que trazem — bênçãos que, ainda quando não sejam reco-nhecidas com palavras audíveis, dão provas de sermos dignos de participar do Amor.

Simplesmente pedir que possamos amar a Deus nunca nos fará amá-Lo; mas o anseio por sermos melhores e mais santos, expresso na vigilância diária e no esforço de assimilar mais do caráter divino, há de nos moldar e formar de novo, até que despertemos na Sua seme-lhança. Alcançamos a Ciência do Cristianismo pela demons-tração da natureza divina; mas neste mundo maldoso o bem será difamado e a paciência tem de trazer experiência.

A oração audível jamais poderá fazer as obras da com-preensão espiritual, que regenera; mas a oração silenciosa, a vigilância e a obediência devota nos habilitam a seguir o exemplo de Jesus. As orações longas, a superstição e os dogmas cortam as vigorosas asas do amor e revestem de formas humanas a religião. Tudo o que

Súplicas eficazes

A vigilância é um requisito

Devoção verdadeira

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materializa a adoração estorva o desenvolvimento espiritual do homem e o impede de demonstrar seu poder sobre o erro.

O remorso por haver feito o mal é apenas um passo rumo à regeneração, e é o mais fácil de todos. O passo seguinte, o grande passo que a sabedoria exige, é a prova de nossa sinceridade — a saber, a regeneração em si. Para esse im, somos postos sob a pressão das circuns-tâncias. A tentação nos incita a repetir a falta, e o sofrimento vem como resultado do que izermos. Sempre há de ser assim, até aprendermos que não há descontos na lei da justiça e que temos de pagar “o último centavo”. Com a medida com que medirdes “vos medirão também”, e será cheia e “transbordante”.

Santos e pecadores recebem a plena recompensa, mas nem sempre neste mundo. Os seguidores de Cristo beberam do cálice dele. A ingratidão e a perseguição o encheram até a borda; mas Deus derrama as riquezas do Seu amor na compreensão e nos afetos, dando-nos forças de acordo com a necessidade de cada dia. Os pecadores lorescem “qual cedro do Líbano”; contudo, olhando mais adiante, o Salmista pôde ver o im deles — a destruição do pecado por meio do sofrimento.

A oração não deve ser utilizada como confessionário para cancelar o pecado. Tal erro seria um empecilho para a verda-deira religião. O pecado só é perdoado quando destruído pelo Cristo — a Verdade e a Vida. Se a oração nutre a crença de que o pecado é cancelado e de que o homem se torna melhor só porque ora, então a oração é um mal. Aquele que continua pecando, porque se imagina perdoado, torna-se pior.

Diz um apóstolo que o Filho de Deus [Cristo] veio para “destruir as obras do diabo”. Deveríamos seguir nosso Modelo divino e procurar destruir todas as obras malignas, inclusive o erro e a doença.

Remorso e regeneração

Cancelamento do pecado humano

Destruídas as obras do diabo

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Não podemos escapar à penalidade que é consequência do pecado. As Escrituras dizem que, se negarmos a Cristo, “ele, por sua vez, nos negará”.

O Amor divino corrige e governa o homem. Os homens podem perdoar, mas somente esse Princípio divino reforma o pecador. Deus não está separado da sabedoria que Ele outorga. Os talentos que Ele dá, nós devemos tornar mais frutíferos. Implorar-Lhe que nos per-doe a obra mal feita, ou que deixamos de fazer, implica a vã suposição de que nada temos a fazer senão pedir perdão, e que depois estaremos livres para repetir a falta.

Causar sofrimento como resultado do pecado é o meio de destruir o pecado. Todo suposto prazer no pecado causará mais do que seu equivalente em dor, até que a crença na vida material e no pecado seja destruída. Para alcançar o céu, a harmonia do existir, temos de compreender o Princípio divino do existir.

“Deus é Amor.” Mais do que isso não podemos pedir, mais alto não podemos olhar, mais longe não podemos ir. Supor que Deus perdoe ou castigue o pecado, segundo seja ou não procurada a Sua miseri-córdia, é interpretar mal o Amor e fazer da oração a válvula de escape para as más ações.

Jesus punha o pecado a descoberto e o repreendia antes de expulsá-lo. De uma mulher doente, disse que Satanás a trazia presa, e a Pedro disse: “Tu és para mim pedra de tropeço”. Ele veio ensinar e mostrar aos homens como destruir o pecado, a doença e a morte. Ele disse da árvore que não produz fruto: “É cortada”.

Muitos acreditam que certo magistrado, que vivia no tempo de Jesus, tenha deixado o seguinte depoimento: “Sua repreensão é terrível”. A linguagem enérgica de nosso Mestre conirma essa descrição.

Perdão e correção

Misericórdia sem parcialidade

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A única frase cortês que ele teve para com o erro foi: “Arreda, Satanás!” Prova ainda mais forte de que a repre-ensão de Jesus era incisiva e pungente se encontra em suas próprias palavras — que mostravam a necessidade de tal expressão enérgica, quando ele expulsava os demônios e curava os doentes e os pecadores. Abandonar o erro despoja o senso material de suas falsas alegações.

A oração audível impressiona; dá solenidade e elevação momentâneas ao pensamento. Mas será que produz algum benefício duradouro? Examinando profunda-mente essas coisas, constatamos que o “zelo... não com entendimento” dá margem a uma reação que não favorece o crescimento espiritual, a determinação sensata e a percepção saudável daquilo que Deus requer. Os motivos para a oração verbal talvez contenham demasiado amor ao aplauso, para que possam suscitar ou incentivar o sentimento cristão.

É a sensação física, e não a Alma, que produz êxtase e emoção materiais. Se o senso espiritual sempre guiasse os homens, resultariam dos momentos de êxtase uma experiência mais elevada e uma vida melhor, com mais devota renúncia ao ego e maior pureza. Expressar vaidosamente sentimentos fervorosos nunca faz um cristão. Deus não é inluenciado pelo homem. O “ouvido divino” não é um nervo auditivo. É a Mente que tudo ouve e tudo sabe, e que sempre conhece todas as necessidades do homem e as satisfaz.

O perigo da oração é que ela pode nos levar à tentação. Por meio dela podemos nos tornar hipócritas involuntários, expressando desejos que não são reais, e conso-lando-nos em meio ao pecado com a lembrança de que já oramos a esse respeito, ou de que algum dia tencionamos pedir perdão. A hipocrisia é destrutiva para a religião.

Oração audível

Expressões emotivas

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A oração cheia de palavras pode proporcionar um senso tácito de justiicação do ego, embora faça do pecador um hipócrita. Nunca devemos perder a esperança a respeito de um coração honesto, mas há pouca esperança para aqueles que só de vez em quando enfrentam face a face sua maldade e então procuram ocultá-la. Suas orações são índices que não correspondem ao seu caráter. Eles mantêm cumplicidade secreta com o pecado, e de tais aparências exteriores Jesus diz que são “semelhantes aos sepulcros caiados... cheios... de toda imundícia”.

Se um homem, embora exteriormente fervoroso e dado à oração, for impuro e, portanto, falso — o que podemos dizer dele? Se alcançasse a sublimidade de sua oração, não haveria razão para comentário. Se senti-mos a aspiração, a humildade, a gratidão e o amor que nossas palavras expressam — isso Deus aceita; e é sensato não ten-tarmos enganar a nós mesmos ou aos outros, porque “nada há encoberto, que não venha a ser revelado”. As proissões de fé e as orações audíveis são em certo sentido como a caridade — pois encobrem uma “multidão de pecados”. Orar para que nos seja dada humildade, por maior que seja o fervor com que nos expressemos, nem sempre signiica que desejamos a humildade. Se nos desviamos dos pobres, não estamos pre-parados para receber a recompensa dAquele que abençoa os pobres. Confessamos ter um coração muito maldoso e pedimos que nos seja posto a descoberto, mas será que já não sabemos mais sobre esse coração, do que estamos dispostos a deixar que nosso próximo veja?

Devemos nos examinar para saber quais são os afetos e os propósitos do coração, pois só assim chegaremos a saber o que honestamente somos. Se um amigo nos apontar uma falta, ouviremos pacientemente a sua repreensão e daremos crédito ao que nos diz? Não daremos,

Aspiração e amor

Sondar o coração

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ao contrário, graças por não sermos “como os demais homens”? Há muitos anos a autora sente-se imensamente grata por censura merecida. O que está errado é a censura imerecida — a mentira que a ninguém beneicia.

O teste de toda oração se encontra na resposta a estas perguntas: Sentimos mais amor por nosso próximo graças a essa oração? Seguimos o velho amor ao ego, satisfeitos de termos orado por algo melhor, embora não demos nenhuma prova da sinceridade de nossos pedidos, e não vivamos de acordo com nossa oração? Se o amor ao ego tiver cedido lugar à bondade, seremos mais des-prendidos para com nosso próximo, e abençoaremos os que nos maldizem; contudo, jamais cumpriremos esse grande dever, simplesmente pedindo que ele se cumpra. Há uma cruz a carregar antes de podermos desfrutar dos resultados de nossa esperança e de nossa fé.

Amas “o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”? Esse manda-mento encerra muito, até mesmo a renúncia a toda sensação, afeto e adoração meramente materiais. Esse é o Eldorado do Cristianismo. Abrange a Ciência da Vida, e reconhece somente o controle divino do Espírito, no qual a Alma nos governa e onde o senso material e a vontade humana não têm lugar.

Estás disposto a deixar tudo por Cristo, pela Verdade, e com isso seres considerado pecador? Não! Desejas real-mente alcançar esse ponto? Não! Então, por que fazes longas orações com essa intenção e pedes para seres cristão, visto que não estás disposto a seguir os passos de nosso querido Mestre? Se não queres seguir-lhe o exemplo, por que pedes, com os lábios, que possas partici-par de sua natureza? A oração coerente é o desejo de agir

O auge da aspiração

Religião prática

O cálice do sacrifício

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corretamente. Orar signiica que desejamos andar na luz e que nela andaremos, na medida em que a recebermos, ainda que com os pés sangrando, e que, esperando pacientemente no Senhor, deixaremos que nossos verdadeiros desejos sejam recompensados por Ele.

O mundo tem de progredir rumo à compreensão espiritual da oração. Se formos suicientemente bons para nos beneiciar do cálice das alições terrenas de Jesus, Deus nos sustentará nessas alições. Até chegarmos, assim, a estar divinamente qualiicados e dispostos a beber do seu cálice, milhões de vãs repetições jamais verterão na prece a unção do Espírito em demonstração de poder, e com “sinais” que se seguem. A Ciência Cristã revela que é indispensável vencer o mundo, a carne e o mal, para assim destruir todo o erro.

Procurar não é suiciente. O esforço é o que nos habilita a entrar. Os ganhos espirituais abrem a porta a uma compreen-são mais elevada da Vida divina.

Uma das formas de adoração no Tibete é levar pelas ruas uma máquina de rezar, e parar às portas para ganhar um centavo, fazendo-a girar com uma oração nela inscrita. Mas o preço que a vanguarda do pro-gresso pagou pelo privilégio de orar, foi a perseguição.

A experiência nos ensina que nem sempre recebemos as bênçãos que pedimos na prece. Existe algo mal compreendido quanto à fonte e às manifestações de todo o bem e de toda a felicidade abençoada, do con-trário certamente receberíamos o que pedimos. As Escrituras dizem: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjar-des em vossos prazeres”. Aquilo que desejamos e pedimos nem sempre é o melhor para nós. Nesse caso, o Amor ininito não atenderá ao pedido. Pedis à sabedoria que seja misericordiosa e não castigue o pecado? Então “pedis mal”.

Orações pro forma

Pedir mal

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Sem castigo, o pecado se multiplicaria. A oração de Jesus: “Perdoa-nos as nossas dívidas” especiicou também as con-dições do perdão. Quando perdoou à mulher adúltera, ele disse: “Vai e não peques mais”.

Um magistrado às vezes remite a pena, mas isso pode não ser um benefício moral para o criminoso e, quando muito, apenas o livra de uma das formas de castigo. A lei moral, que tem o direito de absol-ver ou condenar, sempre exige a reparação antes que os mor-tais possam ir “mais para cima”. A transgressão da lei acarreta penalidade, a im de obrigar a esse progresso.

O mero perdão legal (e não há outro, porque o Princípio divino nunca nos perdoa os pecados ou as faltas, antes de cor-rigidos) deixa o transgressor livre para repetir a transgressão, se de fato a má conduta ainda não o tiver feito sofrer suicientemente a ponto de repudiá-la. A Verdade não concede perdão ao erro, e sim o elimina da maneira mais eicaz. Jesus sofreu por nossos pecados, não para anular a sentença divina aplicada ao pecado de alguém, mas porque o pecado acarreta inevitável sofrimento.

As súplicas trazem aos mortais somente os resultados da fé dos próprios mortais. Sabemos que o desejo de santidade é requisito para obter santidade; mas se deseja-mos a santidade acima de tudo, sacriicamos tudo por ela. Temos de estar dispostos a fazer isso, para podermos andar com segurança no único caminho prático que leva à santidade. A oração não pode modiicar a Verdade inalterável, nem pode a oração, por si só, dar-nos a compre-ensão da Verdade; mas a oração, acompanhada do desejo fer-voroso e habitual de conhecer e fazer a vontade de Deus, nos conduzirá a toda a Verdade. Tal desejo tem pouca necessi-dade de expressão audível. Exprime-se melhor no modo de pensar e de viver.

Remissão da pena

A Verdade aniquila o erro

Desejo de santidade

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“A oração da fé salvará o enfermo”, dizem as Escrituras. Em que consiste essa oração que cura? O mero pedido de que Deus cure os doentes não tem poder para tornar a presença divina, que está sempre ao nosso alcance, mais acessível do que ela já é. O efeito bené-ico de tal oração em favor dos doentes ocorre na mente humana, fazendo-a agir mais poderosamente sobre o corpo por meio da fé cega em Deus. Isso, todavia, é apenas uma crença a expulsar outra — uma crença no desconhecido a expulsar uma crença na doença. Nem a Ciência nem a Verdade agem pela crença cega, como também não age pela crença cega a compreensão humana do divino Princípio sanador, tal como este se manifestou em Jesus, cujas orações humildes eram profundos e conscienciosos protestos a favor da Verdade — da semelhança do homem com Deus e da uni-dade do homem com a Verdade e o Amor.

A oração a um Deus corpóreo age sobre os doentes como uma droga, que não tem eicácia própria, mas toma seu poder emprestado da fé e crença humanas. A droga nada faz, porque não tem inteligência. É a crença mortal, e não o Princípio divino, o Amor divino, que faz com que uma droga seja aparentemente venenosa ou curativa.

O costume geral de orar pelo restabelecimento dos doen-tes é ajudado pela crença cega, enquanto que a ajuda deveria vir da compreensão esclarecida. As mudanças nas crenças podem ocorrer indeinidamente, porém são mercadorias do pensamento humano, e não o resultado da Ciência divina.

Acaso a Deidade intervém a favor de um devoto, dei-xando de atender a outro que ora tanto quanto aquele? Se os doentes se restabelecessem por orar audivel-mente ou porque por eles se ora audivelmente, então só os que icassem pedindo (por si ou por procuração) é que sarariam. Na Ciência divina, em que as orações são mentais, todos podem valer-se de Deus como “socorro bem

Oração pelos doentes

Amor imparcial e universal

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presente nas tribulações”. O Amor é imparcial e universal na sua adaptação e nas suas dádivas. É a fonte aberta que clama: “Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas”.

Na oração feita em público, frequentemente vamos além das nossas convicções, vamos além do desejo fervoroso e honesto. Se não almejamos secretamente e não nos esforçamos abertamente pela realização de tudo o que pedimos, então nossas orações são “vãs repetições”, como as dos pagãos. Se nossas súplicas forem sinceras, nos empenharemos pelo que pedimos; e nosso Pai, que vê em secreto, nos recompensará abertamente. Pode a mera expres-são pública de nossos desejos torná-los mais intensos? Acaso alcançamos o ouvido onipotente mais depressa com palavras do que com pensamentos? Mesmo que a oração seja sincera, Deus conhece nossas necessidades antes de as contarmos a Ele ou aos nossos semelhantes. Se acalentarmos o desejo com honestidade, em silêncio e humildemente, Deus o abençoará, e correremos menos risco de submergir nossos desejos verda-deiros em uma torrente de palavras.

Se oramos a Deus como se Ele fosse uma pessoa corpó-rea, icamos impedidos de deixar atrás as dúvidas e os medos humanos que acompanham tal crença, e assim não podemos captar as maravilhas operadas pelo Amor ininito, incorpóreo, ao qual tudo é possível. Devido à ignorância humana a respeito do Princípio divino, isto é, do Amor, o Pai de todos é representado como se fosse um criador corpóreo; por isso os homens se consideram meramente físicos e são ignorantes a respeito do homem como imagem ou relexo de Deus e desconhecem a existência eterna e incorpórea do homem. O mundo do erro é igno-rante quanto ao mundo da Verdade — cego para a realidade da existência do homem — pois o mundo da sensação não tem conhecimento da vida que está na Alma, e não no corpo.

Exageros em público

Ignorância corpórea

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Se sentimos que vivemos no corpo e consideramos a onipotência como pessoa material e corpórea, cujo ouvido queremos alcançar, não estamos “ausentes” do corpo e presentes “com o Senhor” na demons-tração do Espírito. Não podemos “servir a dois senhores”. Estar presente “com o Senhor” não é ter mero êxtase ou fé emocional, mas é a verdadeira demonstração e compreensão da Vida como é revelada na Ciência Cristã. Estar “com o Senhor” é obedecer à lei de Deus, é ser inteiramente gover-nado pelo Amor divino — pelo Espírito, não pela matéria.

Toma consciência, por um só momento, de que a Vida e a inteligência são puramente espirituais — que não estão na matéria nem são constituídas de matéria — e o corpo já não se queixará de coisa alguma. Se estiveres sofrendo de uma crença na enfermidade, repentina-mente constatarás que estás bem. A tristeza se converte em alegria quando o corpo é controlado pela Vida, pela Verdade e pelo Amor espirituais. Daí a esperança contida na pro-messa de Jesus: “Aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço... porque eu vou para junto do Pai” — [por-que o Ego está ausente do corpo, e presente com a Verdade e o Amor]. A Oração do Senhor é a oração da Alma, não do senso material.

Inteiramente separada da crença e sonho no viver mate-rial, está a Vida divina, que revela a compreensão espiritual e a consciência do domínio que o homem tem sobre toda a terra. Essa compreensão expulsa o erro e cura o doente, e com ela podes falar “como quem tem autoridade”.

“Quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em

A presença no corpo

A consciência espiritualizada

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secreto, te recompensará abertamente.”*Assim falou Jesus. O quarto simboliza o santuário do

Espírito, cuja porta se fecha ao senso pecaminoso, mas deixa entrar a Verdade, a Vida e o Amor. Fechada ao erro, está aberta à Verdade e vice-versa. O Pai que está em secreto é invisível aos sentidos físicos, mas sabe tudo e recompensa segundo os motivos, não segundo as palavras. Para entrar no coração da prece, é preciso que a porta dos sentidos errôneos esteja fechada. Os lábios têm de estar mudos e o materialismo calado, para que o homem possa ter audiência com o Espírito, o Princípio divino, o Amor, que destrói todo o erro.

Para orar corretamente, temos de entrar no quarto e fechar a porta. Temos de cerrar os lábios e silenciar os sentidos materiais. No silencioso santuário dos desejos fervorosos, temos de negar o pecado e declarar a totalidade de Deus. Temos de nos resolver a tomar a cruz, e prosseguir de coração honesto para traba-lhar e vigiar a im de discernir a sabedoria, a Verdade e o Amor. Temos de orar “sem cessar”. Tal oração é atendida na proporção em que agimos de acordo com nossos desejos. A recomendação do Mestre é que oremos em secreto e dei-xemos que nossa vida ateste nossa sinceridade.

Os cristãos se regozijam na beleza e generosidade secretas, ocultas ao mundo, mas conhecidas de Deus. O desprendi-mento do ego, a pureza e o afeto são orações constantes. O ato de pôr em prática a religião em vez de meramente professá-la, compreender em vez de crer, alcançam o ouvido e a destra da onipotência e, segura-mente, fazem descer bênçãos ininitas. Ser digno de coniança constitui o alicerce da fé esclarecida. Sem estar preparados para a santidade, não podemos receber a santidade.

* Conforme a Bíblia em inglês, versão King James

Santuário espiritual

Invocação eficaz

Generosidade digna de confiança

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Um grande sacrifício de coisas materiais tem de preceder essa compreensão espiritual adiantada. A oração mais elevada não é meramente uma oração de fé; é demons-tração. Essa oração cura a doença, e tem de destruir o pecado e a morte. Distingue entre a Verdade, que é isenta de pecado, e a falsidade do senso pecaminoso.

Nosso Mestre ensinou a seus discípulos uma única breve oração que, em sua homenagem, denominamos Oração do Senhor. Nosso Mestre disse: “Portanto, vós orareis assim”, e a seguir deu aquela oração que abrange todas as necessidades humanas. Há de fato, entre os eruditos da Bíblia, alguma dúvida sobre se a última linha não foi acrescentada à oração por um copista posterior; mas isso não afeta o signiicado da própria oração.

Na frase: “Livra-nos do mal”, o original diz mais exa-tamente: “Livra-nos do maligno”. Esse esclarecimento fortalece nosso entendimento cientíico dessa petição, pois a Ciência Cristã ensina que “o maligno”, ou seja, o mal único, é apenas outro nome para a primeira mentira e para todos os mentirosos.

Só à medida que nos elevamos acima de tudo aquilo que se fundamenta nos sentidos materiais e acima de todo pecado, podemos alcançar a aspiração celestial e a consciência espiritual que é indicada na Oração do Senhor e que instanta-neamente cura os doentes.

Seja-me permitido dar aqui o que entendo ser o signii-cado espiritual da Oração do Senhor:

Pai nosso, que estás nos céus, Nosso Pai-Mãe Deus, todo-harmonioso,

Santiicado seja o Teu nome; Adorável Um e Uno.

Venha o Teu reino, O Teu reino já veio; Tu estás sempre presente.

A adoração mais elevada

A oração de Jesus Cristo

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Faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu; Faz-nos saber que — como no céu, assim também

na terra — Deus é onipotente, supremo.

O pão nosso de cada dia dá-nos hoje; Dá-nos graça para hoje; alimenta os afetos famintos;

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; E o Amor se relete em amor;

E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal; E Deus não nos deixa cair em tentação, mas livra-nos

do pecado, da doença e da morte.

Pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Pois Deus é ininito, todo o poder, toda a Vida, toda a

Verdade, todo o Amor; está acima de tudo, e é Tudo.

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