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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola EFEITOS DA PLACA DE RASPAGEM NA QUALIDADE DA FIBRA DO ALGODÃO ADENSADO UTILIZANDO PLATAFORMA PICKER VRS CÍNTIA MICHELE DE CAMPOS BARAVIERA RONDONÓPOLIS – MT 2015

Cíntia Michele de Campos Baraviera - ufmt.br · operador durante os experimentos, observando a velocidade de deslocamento. ... pós-colheita foram obtidas pela coleta manual do algodão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola

EFEITOS DA PLACA DE RASPAGEM NA QUALIDADE DA FIBRA DO

ALGODÃO ADENSADO UTILIZANDO PLATAFORMA PICKER VRS

CÍNTIA MICHELE DE CAMPOS BARAVIERA

RONDONÓPOLIS – MT

2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola

EFEITOS DA PLACA DE RASPAGEM NA QUALIDADE DA FIBRA DO

ALGODÃO ADENSADO UTILIZANDO PLATAFORMA PICKER VRS

CÍNTIA MICHELE DE CAMPOS BARAVIERA

Engenheira Agrônoma

Orientador: Prof. Dr. RENILDO LUIZ MION

Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Engenharia Agrícola.

RONDONÓPOLIS, MT

2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

Título:EFEITOS DA PLACA DE RASPAGEM NA QUALIDADE DA FIBRA DO

ALGODÃO ADENSADO UTILIZANDO PLATAFORMA PICKERVRS

Autora: CÍNTIA MICHELE DE CAMPOS BARAVIERA

Orientador:Prof.Dr. RENILDO LUIZ MION

Aprovada em 09 de dezembro de 2015.

Comissão Examinadora:

________________________

Prof. Dr. Renildo Luiz Mion

(ICAT/UFMT) (Orientador)

_______________________

Prof. Dr. Carlos Alberto Viliotti

(ICAT/UFMT)

________________________

Dr. Sérgio Gonçalves Dutra

(IMAmt) (Membro externo)

EPÍGRAFE

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“ Deus é mais! ” (Dito popular).

“Sou todo teu, ó Mãe, soutodo teu Maria, sou todo teu, guarda no céu o meu lugar! ” (Ministério Shalom).

DEDICATÓRIA

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Aos meus pais, dedico. AGRADECIMENTOS

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Primeiramente, à Deus sublime e excelente, sempre presente, precioso e a

Mãe bondosa e dulcíssima Maria pela proteção e paz.

Aos meus pais, Jovita e Hélio Baraviera, pelo incentivo, apoio e amor.

A minha irmã Silvana, ao Jonas e minha sobrinha Beatriz, que sempre foram

aliados das minhas conquistas.

Ao professor Renildo pela orientação, amizade, conselhos, apoio e auxílio.

Aos professores e amigos Carlos Alberto Viliotti e Sérgio Gonçalves Dutrapela

amizade concedida e participação na banca de defesa.

Ao professor Carlos Caneppele pela amizade de anos, incentivo pela escolha

do programa de pós-graduação e pela participação na banca de qualificação.

A UFMT, especificamente ao Programa de Pós-graduação em Engenharia

Agrícola, pelo acesso ao conhecimento.

Ao IMA-MT (Instituto Mato-Grossense do Algodão) e a CAPES pelo apoio e

incentivo financeiro para que esse trabalho pudesse ser realizado.

Ao meu namorado Erick Brunopelo companheirismo, amor e carinho de todo

tempo.

Ao meu amigo Hiago Zanetoni, parceiro de todas as horas.

A minha amiga Danithyele, por não exitar em ajudar em todos os momentos.

Aos colegas de mestrado pela companhia nas aulas e na ‘salinha’.

Ao grupo de mecanização e máquinas, pela mãozinha nas idas e vindas de

coletas de experimentos, dias de muito trabalho e todos muito cansativos.

Aos meus amigos de Nobres pela estima.

Ninguém vence sozinho, obrigada a todos que vivenciaram a realidade da

caminhada rumo à vitória.

EFEITOS DA PLACA DE RASPAGEM NA QUALIDADE DA FIBRA DO ALGODÃO ADENSADO UTILIZANDO PLATAFORMA picker VRS

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RESUMO -Por se tratar de uma cultura que possui, atualmente, alto custo de produção, todas as tecnologias geradas para o aumento da qualidade da fibra contribuem para o aumento de lucratividade dos produtores, sendo de extrema importância avaliar a eficiência da máquina utilizada no processo de colheita. No estado de Mato Grosso predomina-se o uso de colhedoras de algodão do tipo “Picker”. Entre os principais fatores que influenciam nas características de qualidade da fibra se destacam a presença de impurezas, como folhas, cascas, galhos e diversas partículas.O objetivo da pesquisafoi avaliar a eficiência da plataforma Picker VRS (Variable row spacing ou unidades de espaçamento variável) de colheita do algodão adensado no Estado de Mato Grosso com e sem placas de raspagem, variando a velocidade de deslocamento, quantificando as impurezas nesse processo e avaliando a qualidade extrínseca e intrínseca da fibra colhida.A pesquisa foi dividida em 3 experimentos, sendo: Experimento I realizado em uma propriedade agrícola na região da Serra da Petrovina-MT, experimento IIem uma propriedade agrícola no município de Sorriso-MT e experimento III na área experimental do IMA-MT em Sorriso-MT. As variedades de algodão utilizadas foram FM 975 WS, IMA 5672 B2 RF e IMA 5675 B2 RF, respectivamente, com espaçamentos entre linhas de 0,45m. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, em esquema fatorial 2x3, sendo presença e ausência da placa e três velocidades de trabalho (0,61; 1,0 e 1,42m.s-¹), com sete repetições, totalizando 42 parcelas experimentais. A dimensão das parcelas foi de 108m² (3,6 x 30m). A máquina utilizada foi uma colhedora do tipo Picker VRSda marca John Deere, com 2 unidades de colheita espaçadas entre si 0,45m, que foi conduzida pelo mesmo operador durante os experimentos, observando a velocidade de deslocamento. As amostras de perdas para cálculo da eficiência foram obtidas pelo somatório de perdas pré colheita e perdas pós colheita, ambas coletadas manualmente dentro de uma mesma área conhecidade 4,5m² (5,0x0,9m). Antes da passagem da colhedora, foram estimadas a produtividade e as perdas de pré-colheita. As amostras de perdas pós-colheita foram obtidas pela coleta manual do algodão que permaneceu na planta, bem como o algodão que caiu na superfície do solo após a passagem da colhedora na mesma demarcação. Foram coletadas amostras no interior do cesto da colhedora para separação de impurezas, descaroçamento e posterior análise da qualidade da fibra no instrumento HVI. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância por meio do Teste de F pelo software ASSISTAT, e quando significativos submetidos ao teste de Tukey, a 5 % de probabilidade.As placas de raspagem influenciaram nas variáveis de caules, micronaire e índice de uniformidade (exp I), caule, casquinhas e eficiência de colhedora (exp II) e casquinhas (exp III). A velocidade de deslocamento influenciou apenas a variável de casquinhas no experimento III.

Palavras-chave:Colheita mecanizada, impurezas, picker eficiência. EFFECTS OF SCRAPING PLATE IN QUALITY DENSE COTTON FIBER USING

PLATFORM PICKER VRS

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ABSTRACT - Because it is a culture that currently has high production costs, all technologies developed for improving the quality of the fiber contribute to the increased profitability of the producers, being of utmost importance to assess the engine's efficiency used in the harvesting process. In the state of Mato Grosso predominates the use of cotton harvesters such as "Picker". Among the main factors that influence the fiber quality characteristics stand out the presence of impurities such as leaves, bark, twigs and various particles. The objective of the research was to evaluate the efficiency of Picker VRS platform (Variable row spacing or variable spacing units) crop of dense cotton in Mato Grosso with and without scraping plates, varying the travel speed, quantifying impurities in the process and evaluating the extrinsic and intrinsic quality of the harvested fiber. The research was divided into three experiments, as follows: Experiment I conducted on a farm in the Sierra region of Petrovina-MT, second trial on a farm in the municipality of Sorriso-MT and experiment III in IMA-MT's experimental area in Sorriso-MT. Cotton varieties were used FM 975 WS, IMA 5672 IMA 5675 B2 RF and RF B2, respectively, with row spacing of 0.45 m. The experimental design was randomized blocks in a 2x3 factorial, with the presence and absence of the board and three working speeds (0.61, 1.0 and 1,42m.s-¹), with seven repetitions, totaling 42 installments experimental. The plot size was 108m² (3.6 x 30m). The machine used was a harvester type Picker VRS brand John Deere, with two spaced procurement units each other 0.45m, which was conducted by the same operator during the experiments, observing the scroll speed. Samples of losses for calculation of efficiency losses were obtained by the sum of pre harvest and post harvest losses, both manually collected within the same area known 4,5m² (5,0x0,9m). Before the passage of the harvester were estimated productivity losses and preharvest. Samples of post-harvest losses were obtained by manual collection cotton that remained in the plant, as well as cotton that fell on the soil surface after the passage of the harvester in the same demarcation. Samples were collected inside the basket of the harvester for separating impurities, ginning and subsequent analysis of fiber quality in HVI instrument. The results were submitted to analysis of variance by the F test at ASSISTAT software, and significant when submitted to Tukey test at 5% probability. Scraping plates influenced the variable stems, micronaire and uniformity index (exp I), stem, cones and harvester efficiency (exp II) and cones (exp III). The scroll speed influenced only cones variable in the experiment III. Keywords:Mechanical harvesting, impurities, picker efficiency.

LISTA DE TABELAS

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Tabela 1. Códigos de classificação Universal HVI quanto ao tipo do algodão

(UNICOTTON, 2004). ................................................................................................ 23

Tabela 2. Características agronômicas das lavouras (Experimento I, II e III),

contendo dados de: variedade (VAR), produtividade (PROD), número de plantas

(NP), altura de plantas (AP), altura do primeiro capulho (APC) e número de capulho

por planta, incluindo abertos (CA), semi abertos (CSA) e fechados (CF). ................ 32

Tabela 3. Médias de caules, casquinhas amostras do cesto e eficiência da colhedora

em função da velocidade de deslocamento e ausência e presença das placas de

raspagem na colheita de algodão adensado. Serra da Petrovina, MT, 2014. ........... 39

Tabela 4. Médias para Micronaire (Mic), Índice de uniformidade do comprimento da

fibra (UI), Comprimento de fibra (UHM), Área ocupada pelas impurezas em relação à

área total da amostra (Área), Resistência da fibra (STR), Grau de amarelamento

(+b), Índice de fibras curtas (SFC) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função da

ausência e presença das placas de raspagem. Serra da Petrovina, MT, 2014. ........ 40

Tabela 5. Médias para Micronaire (Mic), Índice de uniformidade (UI), Comprimento

de fibra (UHM), Área ocupada pelas impurezas em relação à área total da amostra

(Área), Resistência da fibra (STR), Grau de amarelamento (+b), Índice de fibras

curtas (SFC) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função das velocidades de

deslocamento. Serra da Petrovina, MT, 2014. .......................................................... 41

Tabela 6. Médias de caules, casquinhas amostras do cesto e eficiência da colhedora

em função da velocidade de deslocamento e ausência e presença das placas de

raspagem na colheita de algodão adensado. Sorriso, MT, 2014. ............................. 43

Tabela 7. Médias de perdas totais (somatório de perdas pós colheita) do

experimento I (Serra da Petrovina, MT, 2014), experimento II (Sorriso, MT, 2014) e

experimento III (Sorriso, MT, 2015), em função da velocidade de deslocamento e

ausência e presença das placas de raspagem. ........................................................ 43

Tabela 8. Médias para Comprimento de fibra (UHM), Área ocupada pelas impurezas

em relação à área total da amostra (Área), Resistência da fibra (STR), Grau de

amarelamento (+b), Índice de fibras curtas (SFC), micronaire (MIC), Índice de

uniformidade do comprimento (UI) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função da

ausência e presença das placas de raspagem. Sorriso, MT, 2014. .......................... 45

Tabela 9. Médias para Comprimento de fibra (UHM), Área ocupada pelas impurezas

em relação à área total da amostra (Área), Resistência da fibra (STR), Grau de

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amarelamento (+b), Índice de fibras curtas (SFC), micronaire (MIC), Índice de

uniformidade do comprimento (UI) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função das

velocidades de deslocamento. Sorriso, MT, 2014. .................................................... 45

Tabela 10. Médias de caules, casquinhas amostras do cesto e eficiência da

colhedora em função da velocidade de deslocamento e ausência e presença das

placas de raspagem na colheita de algodão adensado. Sorriso, MT, 2015. ............. 47

Tabela 11. Médias para Comprimento de fibra (UHM), Área ocupada pelas

impurezas em relação à área total da amostra (Área), Resistência da fibra (STR),

Grau de amarelamento (+b), Índice de fibras curtas (SFC), micronaire (MIC), Índice

de uniformidade do comprimento (UI) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função

da ausência e presença das placas de raspagem. Sorriso, MT, 2015. ..................... 47

Tabela 12. Médias para Comprimento de fibra (UHM), Área ocupada pelas

impurezas em relação à área total da amostra (Área), Resistência da fibra (STR),

Grau de amarelamento (+b), Índice de fibras curtas (SFC), micronaire (MIC), Índice

de uniformidade do comprimento (UI) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função

das velocidades de deslocamento. Sorriso, MT, 2015. ............................................. 48

LISTA DE FIGURAS

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Figura 1. Esquema de funcionamento das unidades de colheita adensada da John

Deere (JOHN DEERE, 2012). ................................................................................... 18

Figura 2. Placas de raspagem retiradas das unidades de colheita (Baraviera, 2015).

.................................................................................................................................. 20

Figura 3.Área experimental Serra da Petrovina – experimento I (Mion, 2014). ........ 25

Figura 4. Área experimental Sorriso – Experimento II (Mion, 2014). ........................ 25

Figura 5.Área experimental Sorriso – Experimento III (Baraviera, 2015). ................ 26

Figura 6. A: Chapa com placas de raspagem, B: Chapa sem placas de raspagem

(Mion, 2014). ............................................................................................................. 26

Figura 7. Demarcação e medição de parcelas (Baraviera, 2015). ............................ 27

Figura 8.Croqui da área experimental utilizada, evidenciando o tamanho das

parcelas (3,6x30m). ................................................................................................... 28

Figura 9. Fusos na unidade de colheita. ................................................................... 29

Figura 10.Colhedora Picker VRS utilizada no experimento (Baraviera, 2014). ........ 30

Figura 11. (A) Leitura da umidade da pluma de algodão; (B) Tela de leitura dos

dados de umidade da pluma do algodão, medidor Hygron (Bassini, 2013). ............. 31

Figura 12.Coleta manual dos capulhos antes da passagem da colhedora (Aguero,

2014). ........................................................................................................................ 33

Figura 13. Coleta manual dos capulhos após a passagem da passagem da

colhedora (Cabral, 2015). .......................................................................................... 33

Figura 14.Caracterização das perdas pós colheita aérea e chão, respectivamente

(Zanetoni, 2014). ....................................................................................................... 34

Figura 15. Separação das impurezas da fibra do algodão (Crisostomo, 2015). ....... 35

Figura 16. Pesagem dos contaminantes (caule e casquinha, respectivamente)

(Zanetoni, 2014). ....................................................................................................... 35

Figura 17. HVI (High Volume Instrument) Instrumento de análises da qualidade da

fibra (USTER, 2012). ................................................................................................. 36

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13 2. REVISÃO......................................................................................................................... 16

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2.1 CULTURA DO ALGODÃO ......................................................................................... 16 2.2 CULTIVO DO ALGODOEIRO ADENSADO ................................................................ 17 2.3 SISTEMA PICKER VRS DE COLHEITA .................................................................... 18 2.4 PLACAS DE RASPAGEM .......................................................................................... 19 2.5 QUALIDADE DA FIBRA ............................................................................................. 20 2.6 CLASSIFICAÇÃO DO ALGODÃO .............................................................................. 21 2.7 EFICIÊNCIA DA COLHEDORA E PERDAS NA COLHEITA ...................................... 23

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 25 3.1 ÁREA EXPERIMENTAL ............................................................................................. 25 3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL........................................................................... 26 3.3 VARIEDADE E SISTEMA DE CULTIVO .................................................................... 27 3.4 CROQUI DE PARCELAS ........................................................................................... 27 3.5 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS ......................................................... 28 3.6 UMIDADE DO ALGODÃO .......................................................................................... 30 3.7 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA LAVOURA .............................................. 31 3.8 DETERMINAÇÃO DE PRODUTIVIDADES E PERDAS ............................................. 32 3.9 IDENTIFICAÇÃO E ACONDICIONAMENTO DAS AMOSTRAS ................................ 34 3.10 DETERMINAÇÃO DE IMPUREZAS ......................................................................... 34 3.11 CARACTERÍSTICAS DA QUALIDADE DA FIBRA DO ALGODÃO .......................... 35 3.12 CÁLCULO DA EFICIÊNCIA ..................................................................................... 36 3.13 ANÁLISE ESTATÍSTICA .......................................................................................... 37

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 38 4.1 EXPERIMENTO I ....................................................................................................... 38

4.1.1 QUALIDADE EXTRÍNSECA ................................................................................ 38 4.1.2 QUALIDADE INTRÍNSECA ................................................................................. 39

4.2 EXPERIMENTO II ...................................................................................................... 42 4.2.1 QUALIDADE EXTRÍNSECA ................................................................................ 42 4.2.2 QUALIDADE INTRÍNSECA ................................................................................. 45

4.3 EXPERIMENTO III ..................................................................................................... 46 4.3.1 QUALIDADE EXTRÍNSECA ................................................................................ 46 4.3.2 QUALIDADE INTRÍNSECA ................................................................................. 47

5. CONCLUSÕES................................................................................................................ 49 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 50

1.INTRODUÇÃO

O algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) é considerado uma das espécies

vegetais mais importantes do mundo do ponto de vista socioeconômico e

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comercialmente são utilizadas suas sementes e sua fibra, onde a fibra apresenta

maior importância pela multiplicidade e qualidade de aplicação nas indústrias têxteis

(BUAINAIN, 2002).

Segundo Abrapa (2015), o Brasilestá entre os cinco maiores produtores

mundiais, sendo o quinto maior produtor de algodão do mundo, ao lado da Índia,

China, Estados Unidos e Paquistão. O país no quesito exportação, fica atrás dos

Estados Unidos, Índia e Austrália, sendo o Brasil, o quarto exportador mundial.

Condições climáticas favoráveis combinadas com mecanização e uso de tecnologias

colocam o Brasil em primeiro lugar no ranking mundial de produtividade de algodão

de sequeiro.

Conforme dados da Conab (2014), o Brasil na safra de 2013/2014 apresentou

1.119,1 mil hectares de área plantada e foram colhidas2.605.000 toneladas de

algodão em caroço. O estado de Mato Grosso é líder no processo produtivo e

responsável por 56% da produção brasileira de algodão em caroço, apresentando

641,7 mil hectares cultivados.

O sucesso da produção no Estado deve-se a fatores edafoclimáticos

favoráveis, pois apresenta estações chuvosas e secas bem definidas e topografia

que permite manejo mecanizado, além de diversas pesquisas e avanços

tecnológicos no setor da cotonicultura.

Vários fatores influenciam a qualidade da fibra, pode se destacar a presença

de contaminantes, como folhas, casquinhas, galhos e partículas de solo, advindos

do processo da colheita do algodão pela ação dos fusos colhedores que retiram os

capulhos das plantas (ALVAREZ et al., 1990; BAKER et al., 1994).

As colhedoras do tipo picker têm como principal elemento os fusos em

rotação, que extraem de forma seletiva o algodão em caroço dos capulhos abertos

da planta do algodão; em seguida ele é desprendido dos fusos com desfibradores de

borracha e levado para o cesto armazenador da máquina por fluxo de ar (BELOT &

VILELA, 2006).

No estado de Mato Grosso predomina-se o uso de máquinas colhedoras de

algodão do tipo “Picker”,que torna o processo de colheita ágil e facilita o

acondicionamento e prensagem do algodão em caroço para o transporte até a

algodoeira. Neste processo, com frequência verifica-se resto de plumas de algodão

na planta e capulhos caídos ao chão(FREIRE et al.,1997).

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Para Oosterhuis (1999), as perdas na colheita de algodão ocorrem em função

dos mais variados problemas, dentre os quais se destacam: ponto de maturação,

condições de colheita, regulagens de máquinas, velocidade de colheita, tipo de

máquina, tipo de solo, variedade e fatores climáticos.

Encontram-se diferentes valores para as perdas na colheita mecanizada do

algodão em função da região e sistemas de cultivo, com índice aceitável máximo de

10% de perdas, e propõe que a faixa ideal se encontre entre 6 e 8%.

No que se refere à qualidade de colheita, considera-se tanto a eficiência da

colheita como a qualidade do algodão colhido (BELOT e VILELA, 2006). As perdas

na colheita podem ser influenciadas tanto por fatores inerentes à cultura em

especial, como por fatores relacionados à colhedora (CARVALHO FILHO et al.,

2005).

A busca da indústria têxtil é por plumas com maiores percentuais de grau de

reflexão de fibras, menores índices de amarelecimento e grau de impurezas,

portanto, o manejo do algodoeiro está diretamente relacionado com a qualidade da

fibra, uma vez que, o sistema de produção e o tipo de colheita podem influenciar

negativamente no produto final.

Perdas quantitativas e qualitativas podem e devem ser diminuídas, pois

reduzem a lucratividade do cotonicultor.

Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a eficiência da

plataforma Picker VRS de colheita mecanizada do algodão adensado no Estado de

Mato Grosso com presença e ausênciade placas de raspagem, variando a

velocidade de deslocamento, quantificando as impurezas obtidas nesse processo e

avaliando a qualidade extrínseca e intrínseca da fibra colhida.

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2.REVISÃO

2.1 CULTURA DO ALGODÃO

Com o avanço do cultivo de algodão, que em pouco tempo passou de familiar,

com forte demanda de mão-de-obra, para produção em larga escala, ocorreram

altos investimentos de capital e tecnologia, principalmente nas regiões do Cerrado

(ELEUTÉRIO, 2001).

O desenvolvimento da cultura do algodão no estado de Mato Grosso foi

devido ao uso de cultivares melhoradas e adaptadas às condições climáticas do

cerrado, topografia predominantemente plana que favorece o manejo mecanizado,

além de capacitação dos produtores e mão de obra (BIANCHINI et al., 2003). Para

Freire (2011), a cada safra a cotonicultura desenvolvida no cerrado ampliará sua

participação e importância na produção nacional de algodão, que atualmente é

representativa no cenário brasileiro de produção de fibra.

O cultivo do algodoeiro no cerrado brasileiro é realizado em sistema

convencional (cultivo único na safra agrícola) ou de duplo cultivo (sucessão soja

precoce-algodão segunda safra ou algodão adensado). Para cada sistema de

cultivo, as diferentes etapas de manejo podem incidir sobre a qualidade do algodão

produzido na lavoura. Os manejos de maior reflexo sobre a qualidade do algodão

em caroço são: a escolha da variedade, principalmente do ciclo em função da época

de plantio: o manejo das plantas daninhas e das pragas até a abertura dos capulhos

e, finalmente, o preparo da lavoura para a colheita, usando desfolhantes e

maturadores. A partir desse potencial de qualidade gerado no campo, a colheita e o

beneficiamento precisam ser ajustados para degradar o menos possível a qualidade

da fibra ao longo dos processos (AMPA, 2014).

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2.2 CULTIVO DO ALGODOEIRO ADENSADO

Wright et al. (2008) relata que os cotonicultores se interessam pelo cultivo

adensado de algodão pela redução dos custos de produção, apontam que os gastos

com sementes aumentam, porém, os menores custos na colheita e maior

produtividade elevam a rentabilidade.

O cultivo do algodão em espaçamento reduzido ou algodão adensado é uma

prática que pode aumentar a produtividade da fibrae apresentar vantagens sobre o

sistema convencional, como a diminuição do número de aplicações fitossanitárias,

menor competitividade das plantas daninhas, maior precocidade das plantas e,

consequentemente, menores custos de produção (FAIRCLOTH et al., 2004;

WILLCUTT et al., 2002).

Tendo uma demanda por redução de custos na produção, a tecnologia narrow

row cotton (NRC) foi desenvolvida nos Estados Unidos e vem aumentando

substancialmente desde os anos 70 com interesse cíclico por parte dos produtores.

Trata do cultivo de algodão com espaçamento estreito entre fileiras, também

chamado de algodão adensado (PERKINS, 1998).

São divididos em três tipos os espaçamentos entre linhas da cultura do

algodão: ultra-adensado (ultra-narrowrow– UNR), com espaçamentos entre 0,20 e

0,40m; adensado (narrow-row – NR), entre 0,40 e 0,76m; e o convencional, com

distâncias entre 0,76 a 1,00m (CARVALHO; CHIAVEGATO, 2006).

O cultivo do algodão adensado no estado de Mato Grosso, quando semeado

em sucessão à soja, é conhecido por algodão safrinha, cujo manejo recomendado é

o cultivo com espaçamentos reduzidos viabilizando o uso da semeadora da soja no

seu espaçamento original (0,45 m) para a semeadura do algodão (LAMAS et al.,

2003).

Segundo Rosolem et al. (2012), quando comparado ao sistema de cultivo

convencional, o cultivo adensado potencialmente encurta o ciclo da cultura, uma vez

que o número final de frutos por planta não é superior a cinco ou seis, diminuindo o

período de florescimento.

A utilização de espaçamentos corretos pode elevar a produtividade, sem

incrementos no custo de produção (LAMAS et al., 1989) e espaçamentos menores

entre fileiras podem melhorar o aproveitamento de área e a interceptação da

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radiação solar, em relação ao espaçamento convencional (SILVA et al., 2009). Silva

(2002) defende que cultivo do algodão dentro de um espaçamento correto é

importante e deve ser definido levando-se em consideração o desenvolvimento das

plantas, práticas culturais e o tipo de colheita.

2.3 SISTEMA PICKER VRS DE COLHEITA

No cerrado brasileiro, devido à larga escala de produção e grandes áreas

cultivadas, a colheita do algodão é mecanizada, tanto para o algodão convencional

como para o adensado. A colheita tem impacto sobre a qualidade da fibra e

condiciona o beneficiamento na usina e, portanto, deve ser preparada e realizada de

maneira adequada, considerando o custo benefício global da empresa. O algodão é

armazenado e transportado na forma de fardões retangulares e cilíndricos. Cuidados

no armazenamento, transporte e manuseio do algodão em caroço são essenciais

para a qualidade dos produtos e a produtividade da algodoeira (AMPA, 2014).

Tradicionalmente, as colhedoras de fusos realizam a colheita do algodão

convencional, cultivado com espaçamento entre fileiras de 0,76 a 1,0m. A empresa

John Deere, lançou no mercado um sistema de colheita de fusos para algodão em

cultivo adensado, denominada de unidades de espaçamento variável VRS (Variable

row spacing), capaz de realizar a colheita de fileiras espaçadas em até 0,50m

(SILVA et al., 2010).

Figura 1. Esquema de funcionamento das unidades de colheita adensada da John Deere (JOHN DEERE, 2012).

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19

Para a colheita do algodão adensado, utilizando o sistema picker VRS (Figura

1), realiza-se o corte das plantas de uma fileira, que são transportadas para uma

fileira adjacente onde é feita a extração do algodão dos capulhos. As plantas são

cortadas a uma altura de 0,05 a 0,15m e transportadas na posição vertical para se

juntarem as plantas não cortadas na linha adjacente (SOFIATTI, 2011).

As colhedoras picker de fusos são capazes de extrair o algodão sem mexer

nas cascas. O funcionamento dessas colhedoras ocorre dessa maneira: os fusos se

enrolam no algodão, extraindo-o da cápsula. Após, esse algodão é desprendido dos

fusos com desfibradores de borrachas e lançado ao cesto da máquina por auxílio de

um fluxo de ar (BELOT e VILELA, 2006).

2.4 PLACAS DE RASPAGEM

Não foram encontrados artigos científicos e estudos referentes à utilização de

colheita pickerVRS com ou sem placas de raspagem na plataforma de colheita,

porém há um anseio dos cotonicultores em pesquisas nessa área, pois eles

visualizam diferenças da quantidade de impureza na carga de algodão colhido

quando se retiram as placas de raspagem.

As placas de raspagem (Figura 2) tem a função de manter a planta do

algodão na área de colheita por mais tempo, permitindo uma maior exposição à

ação de colheita nos fusos. Assim, essas placas permitem que os fusos agarrem as

cápsulas, ao mesmo tempo em que mantêm o algodão na planta para a colheita, ao

invés de derrubar essas cápsulas no chão.As placas são afuniladas do fundo ao

topo para posicionar os fusos a uma distância igual, após o afunilamento dos fusos,

o que ajuda o serrilhado dos fusos a pegar o algodão da cápsula (DEERE, 2011).

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Figura 2. Placas de raspagem retiradas das unidades de colheita (Baraviera, 2015).

Recomenda-se a instalação das placas de raspagem em circunstância em

que a retirada da fibra do capulho for difícil (presença de carimã ou algodão

escorrido). Portanto, anteriormente a instalação da placa na plataforma necessita-se

verificar as condições do algodão (AMPA, 2014).

Utilizando diferentes velocidades na operação de colheita de algodão podem

se originar diferentes perdas na colheita e consequentemente, influenciar o

rendimento de fibra do algodão colhido (FERREIRA et al., 2015).

Velocidades de operação da máquina corretas, bem como, treinamento e

qualificação dos operadores podem contribuir para a redução das perdas na colheita

de algodão.

2.5 QUALIDADE DA FIBRA

A qualidade da fibra do algodão é definida ao longo do ciclo da cultura, sendo

expressa na total abertura dos capulhos. A partir disso, tudo que antecede o

processo de colheita, como aplicação de maturadores e desfolhantes, assim como a

colheita em si e todo os procedimentos pós colheita são capazes e podem reduzira

qualidade da fibra (IMA-MT, 2014).

A qualidade intrínseca das fibras é dependente do fator genético, próprio de

cada cultivar e do ambiente, como temperatura, umidade relativa do ar e radiação

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solar (SESTREN & LIMA, 2011), porém, sistemas de produção e o tipo de colheita

podem condicionar a qualidade da fibra.

A análise visual é baseada nas características de fibras extrínsecas

(preparação, impurezas) e intrínsecas (cor) e é verificada a condição geral do

algodão em pluma. O padrão chamado de base para a fibra de algodão é o 41-4.

Um algodão 31-3 é um produto com uma qualidade melhor que o 41-4, enquanto o

51-5 é um algodão pior(AMPA, 2014).

De acordo com Baker et al. (1994) e Mangialardi (1998) o processo de

colheita, bem como o beneficiamento do algodão poderá ter efeito significativo em

várias características extrínsecas e intrínsecas da fibra, como comprimento,

impurezas, cor e material não fibroso, que interferem na fabricação e na qualidade

do fio e, consequentemente, na tecelagem e no processo de tinturaria.

Analisando as características da fibra em função de diferentes sistemas de

colheita, a manual, por ser mais seletiva provoca menor contaminação resultando

em uma fibra de maior qualidade. A colheita picker é bastante seletiva, os fusos

puxam a fibra do capulho aberto e quando a colhedora está bem ajustada, a

quantidade de matérias estranhas enviada para o cesto (sujeira grossa) é razoável,

tornando a contaminação vegetal (casquinhas, caules e folha) média (CHANSELME

& RIBAS, 2010).

O sistema HVI (Hight Volume Instruments) é a combinação de aparelhos de

medição usados para quantificar as características físicas das fibras do algodão, que

podem fornecer informações mais rapidamente e com tanta precisão quanto às

classificações e ensaios laboratoriais (SESTREN & LIMA, 2011).

2.6 CLASSIFICAÇÃO DO ALGODÃO

De acordo com a Instrução Normativa n° 63, de 05 de Dezembro de 2002, do

Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento definem os termos empregados

para a fibra de algodão em pluma e para os subprodutos da sua industrialização de

acordo com o Art. 1º Aprova o Regulamento Técnico de Identidade e de Qualidade

para a Classificação do Algodão em Pluma, e define os termos (BRASIL, 2002):

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1. Micronaire da fibra: é o índice determinado pelo complexo finura/maturidade da fibra. 2. Comprimento médio da fibra (UHM): comprimento médio da metade das fibras mais longas. 3. Índice de uniformidade do comprimento da fibra (UI): é a relação entre o comprimento médio (ML) e o comprimento médio da metade das fibras mais longas (UHM), expresso em porcentagem. 4. Resistência da fibra: é a força, em gramas, requerida para romper um feixe de fibras de um tex, que equivale ao peso em gramas de 1000 metros de fibra. 5. Alongamento: é quanto o material cede no sentido longitudinal até o momento de rotura, expresso em percentual, em função do comprimento inicial de prova. 6. Grau de reflexão das fibras (%Rd): é o valor correspondente à quantidade de luz refletida pelas fibras de algodão, expresso em percentual, indicando a brancura da luz refletida pelas fibras de algodão. 7. Grau de amarelecimento das fibras (+b): é o valor correspondente ao amarelecimento das fibras com a ajuda de um filtro amarelo. 8. Diagrama ou grau de cor das fibras: é o valor obtido a partir do grau de reflexão e do grau de amarelecimento.

De acordo com Embrapa (2006),

O algodão em pluma é classificado por tipo e comprimento das fibras, sendo que o tipo será determinado levando-se em conta a cor das fibras, a presença de folhas, que caracterizarão as impurezas, e o modo do beneficiamento do algodão em caroço.

Segundo Brasil (2002),

A combinação dos índices de reflexão das fibras e amarelamento estabelecem o grau de cor ou color grade (CG) da fibra do algodão, sendo esse, representado por um código de três dígitos. Para a classificação HVI (Tabela 1), o primeiro dígito é relativo ao tipo visual do algodão (onde o tipo 1 é o melhor e o 8 é considerado fora do padrão), o segundo dígito refere-se a cor (1-branco, 2-ligeiramente creme, 3-creme, 4-avermelhado) e o terceiro dígito representa a quantidade de impurezas e folhas designado pelo grau de folha da amostra (1 é o menor número de folhas e impurezas e 8 é fora do padrão).

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Tabela 1.Códigos de classificação Universal HVI quanto ao tipo do algodão

(UNICOTTON, 2004).

2.7 EFICIÊNCIA DA COLHEDORA E PERDAS NA COLHEITA

Uma etapa de grande importância dentro do processo produtivo do algodão é

a colheita, e quando realizada de forma inadequada, pode acarretar prejuízos

quantitativos e qualitativos no produto final (ELEUTÉRIO, 2001).

As perdas de algodão precisam ser monitoradas com o objetivo de detectar

possíveis falhas que venham ocorrer durante o processo de colheita para futuras

correções. São exemplos de perdas quantitativas: algodão caído no solo, algodão

que permanece na planta após a passagem da colhedora e perda de peso da pluma

devido ao atraso na colheita. Logo, as perdas qualitativas são: colheita de capulhos

imaturos, excesso de umidade, mistura de algodão com outras partes da planta,

variação na coloração das fibras, aumento do índice de fibras curtas e redução da

resistência (FERRONATO, 2003).

A colheita mecanizada apesar de ser mais rápida que a manual, sofre

elevadas perdas de produto, cerca de 15 a 17%, em comparação com a manual,

que é de apenas 5%. Além dessas perdas, há um menor rendimento no

beneficiamento da pluma colhida de forma mecanizada, devido à grande quantidade

de impurezas que se prendem a ela. As perdas qualitativas ocorrem na ordem de

35% para o algodão colhido mecanicamente e de 5% para o colhido manualmente.

Os fatores que afetam o aumento nas perdas podem ser diversos destacando a

Padrões HVI 11-1 11-2 21-2 31-2 31-4 41-4 51-5 61-6 61-7 71-7

Abaixo do padrão

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população de plantas, velocidade de operação das máquinas, treinamentos dos

operadores e regulagens de máquinas (EMBRAPA, 2006).

Carvalho et al. (1984) obtiveram 7% e 16% de perdas em colheita

mecanizada de algodão. Seguindo critérios mais rigorosos, Vieira et al. (2001)

referem-se a 10% de perdas como sendo o máximo aceitável na colheita mecânica,

com faixa ideal situada entre 6 e 8%. Para Rangel et al.(2003), as perdas de algodão

com o processo de colheita mecanizada podem variar de 5 a 15%, podendo chegar

a índices menores que 5% nos casos de boa regulagem de máquinas e utilização de

operadores capacitados.

Alguns dos fatores que podem influenciar na redução de perdas de

produtividade durante o processo de colheita mecanizada do algodão são:

Treinamento qualificado de funcionários e operadores de colheita, frequentes

regulagens da colhedora, momento adequado da colheita, bom manejo da lavoura,

escolha correta do tipo de colhedora utilizada e atenção aos fatores climáticos

(SANTOS et al., 2005). O mesmo autor afirma que há possibilidade de obtenção de

maiores rendimentos na lavoura, quando toda tecnologia é utilizada para que haja

melhor aproveitamento de áreas e redução de perdas na operação de colheita.

Williford et al. (1994) relataram que colhedoras de fusos picker podem colher

em até 95% de eficiência, mas tipicamente, eficiências entre 85 e 90%.As reduções

na eficiência da colhedora podem ser resultado do algodão que é deixado na planta

ou o algodão que cai no chão no momento da colheita. Ambos os métodos de

perdas representam fibras de algodão não comercializáveis para o cotonicultor.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 ÁREA EXPERIMENTAL

O experimento Ifoi realizado em uma propriedade agrícola na região da Serra

da Petrovina (Figura 3), localizada no município de Pedra Preta, no Sul do estado do

Mato Grosso, o experimento II localizado no município de Sorriso (Figura 4), região

norte do estado, ambos na safra de 2013/2014 e o experimento III foi realizado na

área experimental do Instituto Mato-Grossense do Algodão – IMA- MTno município

de Sorriso – MT (Figura 5) na safra de 2014/2015.

Figura 3.Área experimental Serra da Petrovina – experimento I (Mion, 2014).

Figura 4.Área experimental Sorriso – Experimento II (Mion, 2014).

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Figura 5.Área experimental Sorriso – Experimento III (Baraviera, 2015).

3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, esquema

fatorial 2x3, para ambos experimentos.Sendo plataforma picker VRS com e sem

placa de raspagem (Figura 6) e três velocidades de colheita (0,61; 1,0 e 1,42 m s-1)

que correspondem a (2,2; 3,6 e 5,1 km h-1), com sete repetições, totalizando 42

parcelas experimentais (Figura 7). As dimensões das parcelas foram de 108m² (3,6 x

30m).

Figura 6.A: Chapa com placas de raspagem, B: Chapa sem placas de raspagem (Mion, 2014).

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Figura 7. Demarcação e medição de parcelas (Baraviera, 2015).

3.3 VARIEDADE E SISTEMA DE CULTIVO

No experimento I utilizou-se a variedade FM 975 WS, no experimento II foi

utilizada a variedadeIMA 5672 B2 RF e no experimento III a variedade IMA 5675 B2

RF, ambos com os cultivos de algodoeiros adensados, espaçamentos entre linhas

de 0,45m.

3.4 CROQUI DE PARCELAS

Para a realização dos experimentos, foram escolhidas nas lavouras, as áreas

mais homogêneas, visualmente. Na Figura 8, o croqui mostra a área total dos

experimentos, onde as parcelas mediam 30 m de comprimento e 3,6 m de largura

(como a plataforma tinha 2 unidades de colheita, em que uma colhe e outra corta, ou

seja, por fim colhe 4 linhas de 0,45 e foram deixadas mais 4 linhas para bordadura,

duas de cada lado, totalizando 3,6 m).

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Portanto, a área de cada parcela foi de 108 m², a área total de cada

experimento totalizou 4.536 m²

Essas parcelas eram separadas por um corredor de 10m de comprimento e

3,6 m de largura, utilizado para o tráfego da máquina colhedora.

Figura 8.Croqui da área experimental utilizada, evidenciando o tamanho das parcelas

(3,6x30m).

3.5 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

A máquina utilizada foi uma colhedora da marca John Deere, modelo 9930,do

tipo Picker VRS, contendo 560 fusos por unidade e 20 fusos por barra (Figura 9),

adaptada para colher em lavouras de algodão com espaçamento de 0,45 m com o

Kit Delta Cotton da FS Agrotech (Carazinho – RS), com 2 unidades de colheita

(Figura 10).

30m

3,6m

10m

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Figura 9. Fusos na unidade de colheita.

O KIT Delta Cotton da FS Agrotech é acoplado na linha original para colheita

de algodão, com espaçamento reduzido, permitindo tanto a colheita do algodão

tradicional, quanto o adensado com o mesmo equipamento, disponíveis para

diversos modelos de colhedoras. Seu sistema de corte e alimentação é construído

com engrenagens em aço, cimentadas e temperadas, prevenindo o desgaste

prematuro. O acoplamento do kit à unidade de colheita da máquina se dá por meio

de inserção ao sistema, sincronizando os movimentos dos eixos diretamente ao

sistema das engrenagens da unidade sem descaracterizar a máquina como um

todo, permitindo a colheita do algodão tradicional e reduzido com o mesmo

equipamento, desligando o dispositivo para o não funcionamento do KIT (FS

AGROTECH, 2012).

A colhedora foi conduzida pelo mesmo operador durante os três

experimentos, observando a velocidade de deslocamento.

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Figura 10.Colhedora Picker VRS utilizada no experimento (Baraviera, 2014).

Para determinar as velocidades de deslocamento foi demarcadaa distância de

50m e monitorado o tempo que a máquina gastou para percorrer essa distância.

Foram realizadas três repetições para obter o tempo médio de deslocamento da

máquina em 50m.

3.6 UMIDADE DO ALGODÃO

A umidade do algodão em campo foi determinada instantaneamente no

período da colheita, por meio de um equipamento Hygronde medição portátil,

devidamente calibrado (Figura 11). Esses medidores portáteis, utilizados a campo,

calculam a umidade da fibra do algodão a partir da resistência a uma corrente

elétrica, que é aumentada quando a umidade do algodão é colocada em contato

com dois eletrodos (IMA-MT, 2015).

Durante a realização dos experimentos a umidade da pluma encontrava-se

próxima de 6%, reduzindo-se, gradativamente, durante a execução dostrabalhos.

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Figura 11. (A) Leitura da umidade da pluma de algodão; (B) Tela de leitura dos dados de umidade da

pluma do algodão, medidor Hygron (Bassini, 2013).

A umidade da fibra do algodão na colheita mecânica não deve ser superior a

8% para não ocasionar danos nas fibras, como “encarneiramento”, degradação das

fibras, amarelamento e manchas que ocorrem devido à proliferação de fungos e

microrganismos, podendo comprometer a cor da fibra e prejudicar a fiação e

tinturaria. Portanto, deve ser constante o monitoramento da umidade da fibra no

processo de colheita, principalmente no início e no final do dia, onde a umidade do

ar pode mudar abruptamente (IMA-MT, 2014).

3.7CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA LAVOURA

O levantamento de dados da lavoura, como: número e altura de plantas,

altura do primeiro capulho e número de capulhos por planta foram obtidos dentro da

área demarcada.

Antes da passagem da colhedora foram coletadas as características

agronômicas de cada parcela, quantificado o número de plantas nas linhas, o

número de capulhos abertos, semi abertos e fechados por planta, a altura máxima

das plantas e a altura de inserção do primeiro capulho.

Foram feitas médias de três plantas aleatóriaspara quantificar os capulhos por

planta e medir a altura de inserção do 1º capulho, utilizando uma trena.

Estabeleceu-se que capulho semiaberto seria, todo aquele que se encontrava

na condição intermediária, entre o totalmente aberto e o totalmente fechado, como

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capulho aberto os que se encontravam totalmente abertos e como capulho

fechados, os que se encontravam totalmente fechados.

Na tabela 02 apresenta-se as características agronômicas obtidas na lavoura

do experimento I, II e III, levando em consideração sua homogeneidade.

Tabela 2. Características agronômicas das lavouras (Experimento I, II e III), contendo dados de: variedade (VAR), produtividade (PROD), número de plantas (NP), altura de plantas (AP), altura do primeiro capulho (APC) e número de capulho por planta, incluindo abertos (CA), semi abertos (CSA) e fechados (CF).

EXP VAR PROD NP ha-1 AP

(cm) APC (cm)

CA CSA CF

I FM 975 WS 5.796 Kg.ha-1 108,88 mil 106,5 29,9 8 0,08 0,01

II IMA 5672 B2 RF 1.844 Kg.ha-1 128,88 mil 94,92 24,73 4 0,15 0,03

III IMA 5675 B2 RF 3.089 Kg.ha-1 166,44 mil 91,8 25,5 6 0 0

3.8DETERMINAÇÃO DA PRODUTIVIDADE E PERDAS

Antes da passagem da colhedora, foi estimada a produtividade e as perdas

de pré-colheita, utilizando-se uma demarcação de área conhecida de 4,5 m² (5,0 x

0,9 m), dentro da qual foi coletado, manualmente, todo o algodão presente nas

plantas para a estimativa da produtividade e o algodão na superfície do solo compôs

as amostras de perdas de pré-colheita (Figura 12).

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Figura 12.Coleta manual dos capulhos antes da passagem da colhedora (Aguero, 2014).

As amostras de perdas pós-colheitaforam obtidas pela coleta manual do

algodão (Figura 13) que permaneceu na planta denominada Perda Pós Colheita

Aérea, bem como o algodão que caiu na superfície do solo pela ação da máquina

após a passagem da colhedora denominada Perda Pós Colheita Chão, utilizando a

mesma demarcação de 4,5 m² (Figura 14).

Figura 13.Coleta manual dos capulhos após a passagem da passagem da colhedora (Cabral, 2015).

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Figura 14. Caracterização das perdas pós colheita aérea e chão, respectivamente (Zanetoni, 2014).

3.9 IDENTIFICAÇÃO E ACONDICIONAMENTO DAS AMOSTRAS

Todas as amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e de ráfia, de

acordo com o tamanho das amostras, os quais foram identificados com etiquetas ou

escritas diretamente nos sacos e devidamente armazenados, para

posteriorencaminhamento do material para mensuração e análises.

3.10DETERMINAÇÃO DE IMPUREZAS

Utilizando as amostras coletadas dentro do cesto da colhedora em cada

tratamento dos experimentos. De acordo com as Figuras 15 e 16, as amostras foram

pesadas para determinar a massa da amostra total, após conhecimento dessa

massa total, as impurezasforam separadas manualmente em duas categorias (caule

e casquinha), e pesadas em balança analítica para mensuração e quantificação dos

contaminantes presentes na fibra. A porcentagem de caules e a porcentagem de

casquinhas foi determinada por meio da relação entre amassa total da amostra e a

massa das impurezas.

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Figura 15. Separação das impurezas da fibra do algodão (Crisostomo, 2015).

Figura 16. Pesagem dos contaminantes (caule e casquinha, respectivamente) (Zanetoni, 2014).

3.11CARACTERÍSTICAS DA QUALIDADE DA FIBRA DO ALGODÃO

Após a separação eidentificação das impurezasdas amostras de retiradas do

interior do cesto da colhedora, essas amostras foram levadas para a estação

experimental do IMA-MT de Primavera do Leste-MT, processadas num

descaroçador de 20 serras e enviadas para laboratório da UNICOTTON em

Primavera do Lestepara determinação da qualidade da fibra, utilizando o instrumento

HVI (High Volume Instrument), para a mensuração das seguintes características:

Índice de fibras curtas (SFC), Índice de uniformidade do comprimento da fibra em %

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(UI), comprimento de fibra em mm (UHM), resistência da fibra em gf/tex (STR),

índice micronaire (MIC), grau de amarelamento (+b), grau de reflexão das fibras em

% (Rd), área ocupada pelas impurezas em relação à área total da amostra em %

(Área) (Figura 17).

Figura 17.HVI (High Volume Instrument) Instrumento de análises da qualidade da fibra (USTER, 2012).

3.12CÁLCULO DA EFICIÊNCIA

A determinação da eficiência foi realizada conforme Rodriguez (1977)

(Equação 1):

Picker Eficiência = 100 × algodão colhidoalgodão colhido + perdas pós colheita(1)

A eficiência foi calculada, em razão das perdas ocorridas durante o processo

de colheita e da produtividade da lavoura.

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3.13ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os resultados obtidos no experimento foram submetidos a análise de

variância por meio do teste de F pelo software ASSISTAT 7.7 (SILVA, 2014), e

quando significativos submetidos ao teste de Tukey, ambos a 5% de probabilidade.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 EXPERIMENTO I

4.1.1 QUALIDADE EXTRÍNSECA

Para as variáveis:porcentagem de caules, casquinhas presentes nas

amostras do cesto e eficiência da colhedoranão houve interação significativa entre

as velocidades de deslocamento e presença e ausência de placas de

raspagem(Tabela 3).

Houve efeito isolado apenas para a porcentagem de caules quanto à

presença e ausência de placas de raspagem (Tabela 3), sendo o maior número

encontrado utilizando placas de raspagens na plataforma de colheita (0,44 %) e o

menor número de caules foi localizado na ausência do uso de placas de raspagens

(0,30 %).

Os resultados encontrados no presente estudo, já eram esperados, visto que,

os produtores vêm retirando a placa de raspagem da plataforma de colheita, por

observarem que a ausência da mesma implica em menor quantidade de caule

presente na produção.

Existem poucos estudos para garantir a qualidade na ausência da placa de

raspagem da plataforma de colheita, assim, esse estudo é um caminho para avaliar

de forma científica a percepção empírica dosprodutores, onde a continuidade desse

tipo de ensaio é fundamental para que se possa montar um banco de dados de

informações qualificadas e seguras para serem repassadas aos cotonicultores.

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Tabela 3. Médias de caules, casquinhas amostras do cesto e eficiência da colhedora em função da velocidade de deslocamento e ausência e presença das placas de raspagem na colheita de algodão adensado. Serra da Petrovina, MT, 2014.

Média (%)

Velocidade (m s-1) Caule Casquinha Eficiência Placa Caule Casquinha Eficiência

V1 0,36 a 1,25 a 87,48 a Ausência Presença

0,30 b

0,44 a

1,18 a

1,18 a

88,16 a

87,91 a V2 0,37 a 1,11 a 88,41 a

V3 0,37 a 1,18 a 87,81 a

As médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem estatisticamente entre si pelo teste

Tukey a 5% de probabilidade.

4.1.2 QUALIDADE INTRÍNSECA

Em relação aos parâmetros micronaire, índice de uniformidade do

comprimento, comprimento de fibra, área ocupada pelas impurezas em relação à

área total da amostra, resistência da fibra, grau de amarelamento, índice de fibras

curtas e grau de reflexão das fibras da qualidade da fibra de algodão, não

apresentaram interação significativa em função das velocidades de deslocamento e

ausência e presença das placas de raspagem (Tabela 4 e 5).

Para micronaire e índice de uniformidade houve efeito isolado para ausência

e presença da placa de raspagem (Tabela 4).

De acordo com a norma ASTM D 1448-79 (American Society for Testing and

Materials) os resultados dos tratamentos para índice de micronaire da fibra

analisada foi caracterizada como fina (3,0 a 3,9).

Índice micronaire é uma medição da relação maturidade/finura da fibra.

Valores de micronaire baixos podem ser resultado da presença de fibras imaturas ou

maturidade baixa, logo valores altos de micronaire são desfavoráveis a resistência

do fio, por isso são aplicados deságios nos preços dos produtos abaixo e acima de

3,7 a 4,2(AMPA, 2014).

O micronaire foi afetado pela presença ou ausência de placas de raspagem,

tendo um valor menor, ou mais fino quando se utilizava a placa de raspagem.

Apesar de que, tanto utilizando ou não as placas de raspagem, o índice micronaire

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caracterizou a fibra como fina. A diferença provocada no índice de micronairepela

manipulação mecânica, resultando em baixos valores e ser classificado como fina,

pode estar ligado as características da variedade utilizada na lavoura, como também

pela quantidade de capulhos fechados e semiabertos (imaturos), o que pode ter

alterado significativamente a maturidade das fibras e, consequentemente, gerando

menores índices de micronaire.

Faulkner et al. (2011) obtiveram resultados onde o índice micronaire para o

algodão colhido com colhedora picker foi significativamente maior do que para o

utilizado colheita stripper, confirmando os resultados de Brashears e Baker (2000).

Colhedoras stripper tendem a ter ganhos de eficiência de colheita mais elevados do

que colhedoras picker, porém,esse incremento de fibras de algodão colhido é

tipicamente composto por fibras que são menos maduras,tendo valores mais baixos

de índice de micronaire.

O que pode ter ocorrido no presente estudo, onde as fibras de algodão foram

consideradas finas, tanto na ausência da placa de raspagem como para a presença,

pode estar relacionado com a plataforma picker VRS. Onde uma linha é cortada,

com isso são colhidos também uma grande quantidade de capulhos fechados, que

contém fibras imaturas e assim se elevam os valores do índice de micronaire.

Ferreira (2013) notou que os sistemasmecanizados de colheita foram capazes

de modificar as características da fibra do algodão, corroborandocom Silva et al.

(2010) ao relatar que o modo de colheita condiciona a qualidade da fibrado algodão.

Tabela 4. Médias para Micronaire (Mic), Índice de uniformidade do comprimento da fibra (UI), Comprimento de fibra (UHM), Área ocupada pelas impurezas em relação à área total da amostra (Área), Resistência da fibra (STR), Grau de amarelamento (+b), Índice de fibras curtas (SFC) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função da ausência e presença das placas de raspagem. Serra da Petrovina, MT, 2014.

Placas Mic UI (%) UHM (mm)

Área (%)

STR (gf/tex)

+b SFC Rd (%)

Ausência 3,96 a 83,59 a 29,21 a 0,81 a 29,87 a 8,60 a 8,18 a 76,67 a

Presença 3,86 b 84,36 b 29,46 a 0,65 a 30,20 a 8,52 a 7,81 a 76,80 a

As médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem estatisticamente entre si pelo teste

Tukey a 5% de probabilidade.

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41

O UI ou Índice de Uniformidade de Comprimento é a relação entre o

comprimentomédio (ML) e o comprimento médio da metade das fibras mais longas

(UHM), expresso emporcentagem. Esse percentual representa quão homogêneo é o

comprimento das fibras do fardo. Quanto mais alto o índice de uniformidade do

comprimento da fibra, mais uniforme é o comprimento das fibras, portanto melhor

para a fiação (AMPA, 2014).

Conforme a norma ASTM D1447, o UI encontrado no presente estudo, foi

considerado elevado (83 a 85%) e segundo a Instrução Normativa n° 63, de 05 de

dezembro de 2002 do MAPA (BRASIL, 2002), o UI tanto na ausência (83,59%)

quanto na presença de placas de raspagem (84,36%) foi considerado alto (83 a

85%). Faulkner et al. (2011) avaliando os sistemas mecanizados Picker e Stripper de

colheita observaram valores para UI de 80,4 utilizando plataforma picker de colheita

(Tabela 4).

Tabela 5. Médias para Micronaire (Mic), Índice de uniformidade (UI), Comprimento de fibra (UHM), Área ocupada pelas impurezas em relação à área total da amostra (Área), Resistência da fibra (STR), Grau de amarelamento (+b), Índice de fibras curtas (SFC) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função das velocidades de deslocamento. Serra da Petrovina, MT, 2014.

Velocidades Mic UI (%)

UHM (mm)

Área (%)

STR (gf/tex)

+b SFC Rd (%)

V1 3,91 a 83,74 a 29,21 a 0,67 a 30,23 a 8,55 a 8,19 a 76,81 a

V2 3,92 a 84,19 a 29,46 a 0,62 a 29,79 a 8,56 a 7,77 a 77,25 a

V3 3,91 a 83,99 a 29,46 a 0,90 a 30,07 a 8,58 a 8,02 a 76,14 a

As médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem estatisticamente entre si pelo teste

Tukey a 5% de probabilidade.

A Tabela 5 demonstra que nesse estudo, a velocidade não teve influência nas

características intrínsecas da qualidade da fibra do algodão.

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4.2EXPERIMENTO II

4.2.1 QUALIDADE EXTRÍNSECA

ATabela 6mostra que para as variáveis:porcentagem de caules, casquinhas

presentes nas amostras do cesto e eficiência da colhedora não houveram interação

significativa entre as velocidades de deslocamento e presença e ausência de placas

de raspagem, porém houve efeito isolado para as variáveis caules, casquinhas e

eficiência em função dapresença e ausência de placas de raspagem.

Observa-se pelosvalores médios de caulesnas amostras retiradas do cesto da

colhedora, que a maior quantidade dos mesmos ocorreuna ausência da placa de

raspagem com valor de 0,38%. Os valores encontrados neste estudo não eram

esperados, visto que, no experimento I na ausência da placa de raspagem ocorreu a

menor incidência de caules nas amostras. O ocorrido pode estar relacionado às

características agronômicas da variedade utilizada no experimento II.

Segundo Chanselme (2006), uma das origens e consequências dos

problemas técnicos encontrados pelas empresas de fiação e as indústrias de

tecelagem, é a contaminação pelo caule presente no fardo, podendo haver perdas

importantes no processo de fiação, quebra no processo open-end, absorção

diferenciada do corante por fragmentos de caule e consequentemente o tecido

resultante desse processo será um produto de menor qualidade.

Outros problemas e dificuldades que as empresas de fiação sofrem com

vestígios de caule no algodão são: desperdício de matéria prima na linha abertura,

Fios irregulares e fracos, mau andamento no processo (rupturas) e

consequentemente, segunda qualidade nos tecidos por defeitos de nós.

Logo, em relação a variável de casquinha ocorreu o contrário, encontrando o

menor número na ausência das placas de raspagem (1,14%).Isto representa uma

redução de aproximadamente 55% da quantidade de casquinhaspresentes na carga

de algodão colhido.

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Tabela 6. Médias de caules, casquinhas amostras do cesto e eficiência da colhedora em função da velocidade de deslocamento e ausência e presença das placas de raspagem na colheita de algodão adensado. Sorriso, MT, 2014.

Média (%)

Velocidade (m s-1) Caule Casquinha Eficiência Placa Caule Casquinha Eficiência

V1 0,32 a 1,46 a 90,10 a Ausência Presença

0,38 b

0,29 a

1,14a

1,81 b

90,38 a

87,91 b V2 0,32 a 1,56 a 87,22 a

V3 0,36 a 1,40 a 90,10 a

As médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem estatisticamente entre si pelo teste

Tukey a 5% de probabilidade.

A eficiência foi obtida, dividindo-se a produtividade total pela produtividade

subtraída das perdas pós colheita, e expressa em porcentagem.A eficiência da

colhedora foi influenciada pela ausência e presença das placas de raspagem nas

unidades de colheita. Sendo a colheita mais eficiente não utilizando placas de

raspagem (90,38%) (Tabela 6). Williford et al. (1994) relataram que colhedoras de

fusos podem colher em até 95% de eficiência, mas tipicamente, eficiências entre

85% e 90%.

No que se refere à qualidade de colheita, considera-se tanto a eficiência da

colheita como a qualidade do algodão colhido (BELOT e VILELA, 2006).

Tabela 7.Médias de perdas totais (somatório de perdas pós colheita) do experimento I (Serra da Petrovina, MT, 2014), experimento II (Sorriso, MT, 2014) e experimento III (Sorriso, MT, 2015), em função da velocidade de deslocamento e ausência e presença das placas de raspagem.

Média de perdas totais (%)

Velocidade (m s-1) Exp I Exp II Exp III Placa Exp I Exp II Exp III

V1 14,32 a 11,04 a 8,09a Ausência Presença

13,47 a

13,80 b

10,75 b

14,16 a

7,48a

8,41a V2 12,65 a 15,24 a 7,68a

V3 13,94 a 11,08 a 8,06a

As médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem estatisticamente entre si pelo teste

Tukey a 5% de probabilidade.

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44

Para a variável de perdas totais ocorridas no experimento I, II e III, não houve

interação significativa entre as velocidades de deslocamento e presença e ausência

de placas de raspagem, porém houve efeito isolado para as perdas totais no

experimento I e II em função dapresença e ausência de placas de raspagem (Tabela

7).

No experimento I e II foram encontradas as menores perdas (13,47% e

10,75%, respectivamente) quando as placas de raspagem estavam ausentes na

plataforma de colheita (Tabela 7).Ferreira (2013) encontrou valores próximos de

13,5% com sistema de colheita picker. Porém, estes resultados de perda total estão

abaixo dos encontrados por Silva et al. (2007) que observou valores de 16,7% em

sistema de colheita pickerconvencional. Contudo, ambos os resultados estão acima

dos observadas na literatura, onde, nas condições de Cerrado, como é o caso da

área em questão, as perdas totais situam-se entre 9,4% (NOGUEIRA e SILVA,

1993) e 12,5% (FREIRE et al., 1995). Segundo esse último autor, as perdas na

colheita mecanizada do algodão variam de 5 a 15%, nesse caso, os dados do

presente estudo estão de acordo com os resultados observados na literatura.

Fatores no manejo da cultura, tais como a população de plantas e a

velocidade de operação das colhedoras, bem como os treinamentos dos operadores

podem influenciar de forma positiva e eficiente na redução das perdas na colheita

mecanizada (Silva et al., 2007). As perdas na colheita podem ser influenciadas tanto

por fatores inerentes à cultura em especial, como por fatores relacionados à

colhedora (FERREIRA et al., 2007; CARVALHO FILHO et al., 2005).

A escolha de cultivares adequadas para a região, a época da semeadura e os

tratos culturais estão entre os principais fatores para minimização das perdas na

colheita e obtenção de boa produtividade. Durante a colheita podem ocorrer erros e

para que esses possam ser observados e corrigidos é importante monitorar as

perdas na colheita, que podem ser quantitativas caracterizadas por algodão que se

encontra no chão e algodão que permanece na planta após passagem da colhedora

bem como a perda de peso devido ao atraso na colheita (FERREIRA et al., 2013).

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4.2.2 QUALIDADE INTRÍNSECA As características de qualidade da fibra: comprimento de fibra, área ocupada

pelas impurezas em relação à área total da amostra, resistência da fibra, grau de

amarelamento, índice de fibras curtas, micronaire, índice de uniformidade do

comprimento e grau de reflexão de fibras, não apresentaram interação significativa

em função das velocidades de deslocamento e ausência e presença das placas de

raspagem (Tabelas 8 e 9). Tabela 8. Médias para Comprimento de fibra (UHM), Área ocupada pelas impurezas

em relação à área total da amostra (Área), Resistência da fibra (STR), Grau de amarelamento (+b), Índice de fibras curtas (SFC), micronaire (MIC), Índice de uniformidade do comprimento (UI) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função da ausência e presença das placas de raspagem. Sorriso, MT, 2014.

Placas UHM

(mm) Área (%)

STR (gf/tex) +b SFC MIC UI

(%) Rd (%)

Ausência 26,92 a 1,28 a 28,24 a 9,20 a 8,87 a 3,96 a 81,70 a 75,88 a

Presença 26,41 a 1,13 a 28,33 a 9,04 a 9,59 a 3,92 a 81,21 a 75,89 a

As médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem estatisticamente entre si pelo teste

Tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 9. Médias para Comprimento de fibra (UHM), Área ocupada pelas impurezas em relação à área total da amostra (Área), Resistência da fibra (STR), Grau de amarelamento (+b), Índice de fibras curtas (SFC), micronaire (MIC), Índice de uniformidade do comprimento (UI) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função das velocidades de deslocamento. Sorriso, MT, 2014.

Velocidades UHM

(mm) Área (%)

STR (gf/tex) +b SFC MIC UI

(%) Rd (%)

V1 26,92 a 1,30 a 28,28 a 9,07 a 8,69 a 4,04 a 81,76 a 75,16 a

V2 26,67 a 1,15 a 28,18 a 9,23 a 9,41 a 3,85 a 81,00 a 76,79 a

V3 26,67 a 1,16 a 28,39 a 9,06 a 9,59 a 3,93 a 81,61 a 75,71 a

As médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem estatisticamente entre si pelo teste

Tukey a 5% de probabilidade.

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46

4.3 EXPERIMENTO III

4.3.1 QUALIDADE EXTRÍNSECA

É observado, na Tabela 10, que a porcentagem de caules, porcentagem de

casquinhas presentes nas amostras do cesto e eficiência da colhedora não

ocasionaram interação significativa entre as velocidades de deslocamento e

presença e ausência de placas de raspagem.

Porém, houve efeito isolado para a variável de porcentagem de casquinhas

tanto em função da presença e ausência das placas de raspagem, quanto para a

variação das velocidades de deslocamento.

A utilização da placa de raspagem na plataforma de colheita proporcionoua

maior quantidade de casquinhas (2,65%), na ausência do uso de placas de

raspagem foi encontrado o menor número de casquinhas (2,16%) e na velocidade

Ifoi alcançado o menor número de contaminantes por casquinhas (2,17%).

Diversas características de cultivares de algodão podem influenciarsobre a

carga em impurezas do algodão colhido ou sobre a porcentagem de perdas

nacolheita. Existe diferença entre cultivares em relação à aderência do algodão em

caroço nacápsula aberta (BELOT e VILELA, 2006).

Baker et al. (1994) e Mangialardi (1998) afirmam que o processo de colheita,

bem como o beneficiamento do algodão poderá ter efeito significativo em várias

características da fibra, como comprimento, impurezas, cor e material não fibroso,

que interferem na fabricação e na qualidade do fio e, consequentemente, na

tecelagem e no processo de tinturaria.

Uma das origens e consequências dos problemas técnicos encontrados pelas

empresas de fiação e as indústrias de tecelagem, é referente à contaminação por

casquinhas, que podem ocasionar perdas na produção e pontos de fragilidade nos

tecidos planos sem solução (CHANSELME, 2006).

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Tabela 10. Médias de caules, casquinhas amostras do cesto e eficiência da colhedora em função da velocidade de deslocamento e ausência e presença das placas de raspagem na colheita de algodão adensado. Sorriso, MT, 2015.

Média (%)

Velocidade (m s-1) Caule Casquinha Eficiência Placa Caule Casquinha Eficiência

V1 0,33a 2,17 b 92,55 a Ausência Presença

0,37a

0,39 a

2,16 b

2,65 a

93,08 a

92,28 a V2 0,37a 2,40 ab 92,90 a

V3 0,44a 2,65 a 92,59 a

As médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem estatisticamente entre si pelo teste

Tukey a 5% de probabilidade.

Nota-se que os produtores buscam reduzir o tempo de colheita, assim utilizam

uma maior velocidade de deslocamento das colhedoras. Contudo, pode-se observar

no estudo do experimento III que a menor velocidade 0,61 m s-1 proporcionou menor

quantidade de casquinhas presentes nas amostras de algodão. Corroborando com

os resultados encontrados porBruneta (2005), que relata que a velocidade

considerada adequada para colheita de algodão deve ser de, no máximo, 1,66 m s-1.

4.3.2 QUALIDADE INTRÍNSECA

De acordo com as Tabelas 11 e 12, pode-se observar que no experimento III

não houve interação significativa em função das velocidades de deslocamento e

ausência e presença das placas de raspagempara as características de qualidade

da fibra de algodão: comprimento de fibra, área ocupada pelas impurezas em

relação à área total da amostra, resistência da fibra, grau de amarelamento, índice

de fibras curtas, micronaire, índice de uniformidade do comprimento e grau de

reflexão de fibras.

Tabela 11. Médias para Comprimento de fibra (UHM), Área ocupada pelas impurezas em relação à área total da amostra (Área), Resistência da

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fibra (STR), Grau de amarelamento (+b), Índice de fibras curtas (SFC), micronaire (MIC), Índice de uniformidade do comprimento (UI) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função da ausência e presença das placas de raspagem. Sorriso, MT, 2015.

Placas UHM (mm)

Área (%)

STR (gf/tex)

+b SFC MIC UI

(%) Rd (%)

Ausência 28,95 a 1,34 a 26,23 a 8,22 a 9,18 a 3,25 a 82,10 a 74,62 a

Presença 28,70 a 1,23 a 26,66 a 8,39 a 9,25 a 3,17 a 82,10 a 75,10 a

As médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem estatisticamente entre si pelo teste

Tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 12. Médias para Comprimento de fibra (UHM), Área ocupada pelas

impurezas em relação à área total da amostra (Área), Resistência da fibra (STR), Grau de amarelamento (+b), Índice de fibras curtas (SFC), micronaire (MIC), Índice de uniformidade do comprimento (UI) e Grau de reflexão das fibras (Rd) em função das velocidades de deslocamento. Sorriso, MT, 2015.

Velocidades UHM (mm)

Área (%)

STR (gf/tex)

+b SFC MIC UI

(%) Rd (%)

V1 28,70 a 1,36 a 26,39 a 8,22 a 8,93 a 3,18 a 82,11 a 74,61 a

V2 29,21 a 1,28 a 26,67 a 8,46 a 9,11 a 3,20 a 82,39 a 75,51 a

V3 28,70 a 1,22 a 26,27 a 8,24 a 9,60 a 3,24 a 81,79 a 74,45 a

As médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem estatisticamente entre si pelo teste

Tukey a 5% de probabilidade.

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5. CONCLUSÕES

Nas avaliações da eficiência da colhedora, qualidade extrínseca e intrínseca

da fibra colhida com a plataforma Picker VRS do algodão adensado no Estado de

Mato Grosso com presença e ausênciade placas de raspagem, variando a

velocidade de deslocamento, não houve interações significativas nos resultados

obtidos nos três experimentos realizados nos anos de 2014 e 2015.

A colheita mecanizada do algodão adensado no experimento realizado na

Serra da Petrovina-MT, mostrou que a ausência da placa de raspagem na

plataforma de colheita Picker VRS, influenciou nas qualidades extrínsecas e

intrínsecas, em que a quantidade de caules, índice micronaire e índice de

uniformidade de comprimento de fibra nas amostras presentes no cesto da

colhedora, obtiveram os melhores resultados para este estudo.

O experimento conduzido em Sorriso-MT no ano de 2014, a qualidade

extrínseca das amostras, quando colhidas sem a presença das placas de raspagem,

observou-se que a eficiência da colhedora Picker VRS foi maior, onde houve o

menor número de casquinhas, apesar de ter apresentado maior número de caules.

A qualidade intrínseca da fibra colhida não foi influenciada pelos tratamentos

aplicados no experimento realizado no município de Sorriso-MT no ano de 2015.

Contudo, houve diferença para a presença e ausência das placas de raspagem na

quantidade de casquinhas presentes nas amostras, em que a velocidade de

deslocamento da colhedora influenciou nesta mesma variável.

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