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Cinturao negro revista portugues 278 2014

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online 278 - 2014. Ano XXIII

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e alguns unos anos para cá e depois fazertodas as provas necessárias, (um mês empapel nos quiosques, no seguinte naInternet), resolvemos que devíamos fazer arevista gratuita e na Internet. Descobrimosque tínhamos muitos mais leitores por esta

via e que um novo modelo de negócio estava nascendo.As nossas vendas de produtos (vídeos, DVDs,equipamentos) cresciam no mês em que saiamos naInternet e além disto não eram poucos os Mestresdispostos a se beneficiarem da difusão multiplicada porcinco, que tudo isso comportava. Os mais ousados delesapostaram uns por confiança em mim, outros porautêntica visão de futuro. Acertamos. Hoje podemosafirmar que a dita multiplicação já é por dez! Como consequência deste êxito, tivemos de tomar uma

nova decisão, a qual esperamos que seja do agrado detodos os nossos leitores, oferecendo-lhes a cada mês nãouma mas duas revistas, sempre GRATUITAS. O mundo da Internet nada tem a ver com o mundo do

papel. Quando dantes pensávamos em fazer ediçõesquinquenais, chocávamos de frente com a tremendacaducidade do produto. Antes de situarem a seguinterevista, retiravam a anterior. O resultado: Era muito difícilconseguir suficientes leitores, editores e anunciantes; sópodíamos lamentar o esforço feito. Hoje tudo é diferente,porque as revistas continuam acessíveis e simplesmenteaumentam os leitores e não diminuem!É verdade que tudo isso constitui um esforço extra da

minha equipa, mas fazemo-lo com um tremendoentusiasmo porque assim, também teremos a ocasião deentrar nas vossas casas e vidas, duas vezes por mês,trazendo o melhor do mundo Marcial e dando acesso eentrada a novos colaboradores, dos muitos que estãoprocurando vias para desenvolver suas ensinanças epropostas de aprendizagem.Seguindo esta linha, dedicamos nos últimos oito meses

grandes recursos e trabalho, a unificar todas as nossas

Web em idiomas e conteúdos, em uma e nova Web, quesob o nome de www.budointernational.com, acabamos deestrear para todos os leitores com uma incrível aceitação.Realizada sob as mais modernas modalidades dePrestashop, oferecemos nela informação semanal comconteúdos exclusivos, a possibilidade de ler ali mesmo arevista, OFERTAS semanais dos nossos produtos e muitasmais coisas que planejamos e estamos desenvolvendo,das quais terão a devida informação, simplesmentequando se registarem! Outra vantagem deste registo (quesó vai demorar uns minutos) será o facto de poder receberinformação de cada nova revista logo que sair e de ofertasexclusivas para os que pertencerem a este clube. A nossa Web pretende tornar-se uma porta às Artes

Marciais, onde possam ter tudo aquilo que necessitarem,relativo ao nosso mundo. Por favor, façam uma visita. Nãovão ficar decepcionados. Também não deixem passar aocasião de conhecerem a nossa Web de descargas! Há umaoferta de bem-vinda durante alguns dias, de apenas 6€ pordia, disponíveis em descarga e crescendo a cada semana!Para os leitores, tudo isto quer dizer que duas vezes por

mês terão uma nova revista para ler e também uma Webcom conteúdos exclusivos, onde cada semana entrarãoartigos que NÃO aparecem na revista, alguns deles,autênticas jóias publicadas anteriormente na nossa revistae que muitos não tiveram ocasião de ler naquelemomento. Não esqueçam visitar e subscrever-se ao nossocanal youtube com o nome de “videobudo”, onde umamontanha de vídeos GRATUITOS conseguiram que até àdata tenhamos alcançado o incrível número (e subindo!) de18.000 subscritores. Tudo isto tem um denominador comum e é muito

simples, a generosidade e o carinho com que nos tendestratado em todo este processo de transição, que culminaagora com um novo modelo de comunicação para omundo Marcial do Século XXI. Não tenho outra coisa a dizer aos nossos leitores, que

um profundo e sincero OBRIGADO!

“A mudança é lei de vida. Quem só olhar para opassado ou para o presente, perderá o futuro”.

John Fitzgerald Kennedy

"Emprega o teu coração, mente, intelectoe alma até em tuas mais mínimas acções.Nisto reside o segredo do êxito".

Swami Sivananda

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Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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CHUCK NORRIS, NO LIMIAR DA LENDA

arlos Ray Norris, mais conhecido por Chuck Norris, nasceu emOklahoma, a 10 de Março de 1940. Norris foi educado no seio deuma família modesta e muito religiosa; de facto, o nome de Carlos erauma homenagem ao reverendo Carlos Berry, ministro espiritual dafamília nessa época.

Norris descende de irlandeses por parte do seu avô paterno e por parte da suaavó materna e seu do seu avô paterno, descende de Cherokees. Quando eracompetidor, acerca das suas origens dizendo aos seus adversários: “Seconsegues vencer a combatividade da minha metade irlandesa, a minha metadeCherokee te arranca a cabeleira”. Ele sempre considerou que a sua energia evitalidade vinham de seu sangue irlandês e que a sua determinação e estoicismode seu sangre índio.

Quando Norris afirma que nunca o presentearam com nada e que sempre foium lutador, sem dúvida tem razão, o seu próprio nascimento foi uma luta com avida: após um longo e complicado parto, nasceu com graves problemasrespiratórios e precisou de cinco dias de atentos cuidados médicos parapoder ser declarado fora de perigo.

O seu infância não foi nada fácil. Por um lado desenvolveu umaimensa timidez, devido entre outros motivos a que desde muitocedo lhe foi impossível fazer amigos que durassem: a sua famíliaestava sempre a mudar-se de casa. Antes dos 15 anos jápassara por treze cidades diferentes. A situação económica dafamília nunca foi boa, alugavam pequenos apartamentos onde tinhamde dormir uns encostados nos outros. Outro grande problema da suainfância foi o alcoolismo de seu pai: Ray Norris voltou de lutar na Segunda GuerraMundial com graves problemas com a bebida. Isto ocasionava numerosassituações tensas com o sua mulher e seus filhos. “Por fortuna, nunca nos chegoua bater” - diz Norris - Era um homem pacífico e quando não estava bêbado eramuito agradável, mas quando bebia, era muito sombrio e imprevisível. Por vezesgritava e ameaçava, o que me afectava muito, porque eu era uma criança muitosensível e vulnerável. Outras vezes, desaparecia durante dias e até semanas…”

A situação foi a pior e quando Norris contava 16 anos e seus irmãos Wieland eAarón 12 e 4 respectivamente, seus pais se divorciaram. Pouco tempo depois, suamãe tornava a casar e o padrasto conseguia estabilizar a situação familiar, períododurante o qual Norris conheceu Dianne, com quem casaria anos depois.

Após sua graduação, Norris resolveu que queria entrar no exército, para tentardepois um lugar na Polícia Militar. Se alistou no exército em Agosto de 1958 e foidestinado à base militar de Lackland, Texas. Foi lá onde os outros recrutas, frenteà dificuldade de pronunciar o seu nome "Carlos", o começaram a chamar Chuck.

Texto: Nuria Ortiz López & Pedro Conde.Fotos: Pedro Conde. Archives of Budo & Don warrener

Para além de toda dúvida, é uma das estrelas mais rutilantes do firmamentoMarcial e deixou uma definitiva marca no Cinema do sector. Um Cinema onde sempreesteve no lugar correcto, no momento adequado, desde o seu encontro com oPequeno Dragão, na memorável luta do circo de Roma, até uma carreira própria,cheia de êxitos no Cinema e na Televisão. Mas Chuck Norris é muito mais. Por detrás do personagem há uma grande

história, um indivíduo tocado pelo destino, que queremos conhecer. Por isso pedimosao Mestre Pedro Conde, o nosso super versado repórter, que entrasse a fundo nabiografia do “ranger” mais famoso da história, e ele preparou este fantástico artigo,definitivamente interessante e completo, que sem dívida será para os coleccionistasuma referência a partir de hoje.

Alfredo Tucci

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“Carlos Ray Norris,mais conhecido por

Chuck Norris,nasceu em

Oklahoma a 10 deMarço de 1940”

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Finalizando o ano 1959, foi mandado parauma base militar das forças aéreas americanasem Osan, Coreia. Isto, em um princípio foi muitoproblemático, pois não podia levar consigoDianne, com quem casara recentemente e queresultou ser determinante para a vida e o futurode Chuck Norris. Nada voltaria a ser o mesmoquando regressasse da Coreia:

“Na base militar de Osan só tínhamos quatroactividades às quais dedicar o tempo livre: jogaràs cartas, ir beber com outros soldados,inscrever-se nas aulas de formação académicaou aprender Judo. A maioria dos recrutas

escolhiam as duas primeiras opções, eu escolhia última. O motivo é bastante simples: osnossos instrutores militares não se importavamnada de se treinávamos ou estávamos emforma, logo que tinham ocasião, nosmassacravam fisicamente até nos deixaremexaustos. Portanto, resolvi praticar Judo (aúnica arte marcial conhecida nessa época) paradesenvolver as minhas capacidades físicas etentar vencer a insegurança que mecaracterizava”.

Numa visita que realizou à povoação deOsan, um estranho espectáculo chamou a sua

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Imagens curiosas de umjovem Chuck Norris na sua

etapa de competidor.Pertenceu à elite darevolução do Karate

Contacto, junto com MikeAnderson e outros grandes

nomes desse tempo, que“desjaponisaram” a arte

Marcial e deram vida a umnovo conceito do desporto.

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atenção: rodeados por grande número de curiosos,uns jovens coreanos faziam uma demonstração deArtes Marciais, executando inacreditáveis pontapésde todo género, circulares, em rotação, em salto,etc. Norris ficou francamente impressionado peloque estava a ver. Nunca pensara que o corpohumano fosse capaz de realizar tais proezas.

Depois de muito insistir, Norris conseguiu seraceite pelo Mestre coreano Jae Chul Shin, nas aulasde Tang Soo Do, que assim se denominava a ArteMarcial praticada por aqueles jovens).

Norris sorri e continua:“Shin ensinava o treino ao estilo tradicional, ou

seja, cinco horas por dia, de 2ª a Sábado. Éramosperto de 20 alunos, a maioria coreanos cintos pretose uns poucos americanos. Os começos foramespecialmente duros. Shin e os seus alunos sabiampouco de psicologia pedagógica. Não havia meiotermo, ou gostavas e te apaixonavas até deixares aalma em cada treino, ou no fim de uma semanadesaparecíamos falando pestes. Por fortuna, fuidesde o princípio até o fim um aluno assíduo eperseverante. Posso dizer sem exagerar, que asArtes Marciais mudaram a minha vida. Poucosmeses de treino e comecei a sentir-me muito mais

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Bruce Lee lançou a suacarreira no Cinema na qual

deixou profunda marcadurante uma longa trajectória.

Fotos durante a gravação,algumas cenas curiosas, com

a falsa à direita. Por cima,com Bob Wall, que seria seu

amigo durante anos.

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seguro de mim mesmo e me tornei maiscomunicativo e sociável com os colegas dabase. Até numa ocasião fui escolhido "osoldado do mês"!

Quando em Março de 1961, Norris teve deabandonar Osan, para voltar para os EstadosUnidos, já estava em posse do CinturãoNegro de TangSoo Do e do CinturãoCastanho de Judo. De volta em casa, foinomeado sargento da Polícia Militar, na baseaérea de Riverside. Então resolveucompaginar a sua carreira no exército com asua paixão pelas Artes Marciais. Continuourecebendo aulas de Judo (inclusivamentecompetiu em diferentes torneios inter-estatais) enquanto praticava o TangSoo Dopor sua conta, por não conhecer nenhummestre que ensinasse este estilo.

Começou então a dar aulas de "Karate",pois nessa época, falando de Tang Soo Doas pessoas pensavam que se faziareferência a algum prato de cozinha oriental,pelo que Norris se viu obrigado a utilizar umtermo minimamente conhecido, como era"Karate". Os seus primeiros alunos foram osseus irmãos, os seus primos e militares dasua base. Depressa percebeu havermuitíssima gente interessada nas ArtesMarciais e em 1962 abandonou o exércitopara se dedicar em cheio ao ensino. Abriuum pequeno ginásio, mas as coisas nãocorriam como ele esperava:

“Se realmente queria triunfar comoprofessor de Artes Marciais, tinha de vencerem alguns torneios nacionais. Era a únicamaneira de me dar a conhecer em esteambiente e de captar a atenção da imprensaespecializada”.

Por estranho que pareça, Chuck Norris foiderrotado nas suas duas primeiras tentativasde proclamar-se campeão. Longe de sedesanimar, demonstrou mais uma vez queperseverando e tendo fé si mesmo, maistarde ou mais cedo se colhem os frutos…Assim é como em 1964 se proclamouvencedor do torneio de Los Angeles. Foi oprincípio de uma extraordinária carreiradesportiva, na qual Chuck Norris punha namoda os pontapés em rotação, que lhedariam mais de um título. Ele e os seusalunos, começaram a arrasar lá ondefossem. Finalmente, em Agosto de 1966,teve a oportunidade de competir no torneiomais prestigioso da época: “OsInternacionais de Long Beach”, organizadospor Ed Parker, oportunidade que nãodesaproveitou, posto que voltou para casacom o título dos pesos médios.

Chuck Norris percebeu que se tinha tidoque suar sangue para chegar ao cimo, muitomais lhe iria custar manter-se na elite. Assimentão, resolve entregar-se em corpo e almaàs Artes Marciais. Começou a treinar com osmelhores professores de Karate da Costa

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Com o autor do artigo Pedro Conde, numa das váriasentrevista que lhe tem concedido.

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Oeste: Fumio Demura, versado emShito Ryu; Hidetaka Nishiyama,Mestre de Shotokan e com TutamuOshima, de quem se lembra muitoespecialmente:

“Oshima era extremamente duro. Onível que imprimia ao aluno nas aulas,era muito impressionante; com eleaprendi a superar as l imitaçõesimpostas pelo próprio corpo e abasear o progresso físico e técnicono poder do pensamento, através dosacrifício e do sofrimento”.

Também treinou Hapkido e Aikidocom o Mestre Jun Chung e Ju Jitsucom Al Thomas. Sob a tutela de EdParker aprendeu Kenpo-Karate e comGene Lebell, especialista em LutaAmericana, Judo, Boxe e Karate, oque lhe proporcionou uma boa basede luta na curta distância e no chão.

O talento de Norris e as ensinançasde tais mestres lhe permitiram em1967, revalidar o seu título deCampeão dos pesos médios etambém, o título de Campeão detodos os pesos, vencendo o célebreJoe Lewis. Neste campeonato é ondeconhece Bruce Lee.

A este torneio se sucederiamoutros, fazendo dele o grandecolosso da competição americana.Falando d seu êxito nestes eventosdesportivos, declararia:

“Há três facetas para ser umvencedor: a mental, a física e apsicológica. Eu me preparomentalmente conhecendo os pontosfracos e os fortes do meu oponente eassim os aproveito. Quando meencontro mentalmente preparado,posso ver e estar consciente de tudo oque acontece em meu redor. Mepreparo psicologicamente acreditandona minha habilidade e em que possovencer. Me preparo fisicamentetreinando com afinco e assim, poderexecutar as minhas técnicas da melhorforma possível. Quando estou emexcelentes condições, com frequênciabato no meu oponente antes do micérebro mandar. Onde vejo umespaço, por lá entro”.

Quando conheceu Bruce Lee,começaram a treinar juntos, de três aquatro horas, uma ou duas vezes porsemana. Assim nasceu a sua amizade. Norrisconvenceu Bruce de que sempre podia ser útilsaber pontapear alto (nessa época, Bruce, muitoinfluenciado pelo Wing Chun, só dava pontapés dacintura para baixo) e lhe ensinou várias técnicas,em troca das quais o Pequeno Dragão lhe explicoucomo era o batimento directo no Wing Chun, queNorris logo incluiu em seu repertório de combate.

O primeiro papel que Chuck Norris consegue emum filme, foi devido a Bruce Lee, quando numamanhã de 1968 Bruce lhe telefonou para lhe dizer:

“Chuck, posso conseguir um pequeno papel idealpara ti: terias de fazer de guarda-costas da actrizElke Sommer, na fita ‘The Wrecking’. Estásinteressado?".

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Na fita também trabalhavam Dean Martin e Sharon Tate...Evidentemente, Norris estava muito interessado! Mas aprimeira ocasião de uma participação séria e importante nomundo da 7ª Arte só havia de chegar em 1972. Bruce Leelhe telefonou de Hong Kong, propondo o papel de co-protagonista do seu próximo filme "O furor do dragão".Norris gozava já de bastante popularidade, mas nãodesaproveitou a ocasião que Bruce Lee lhe oferecia, paradar-se a conhecer no mundo inteiro e introduzir-se naindústria do cinema. Norris viajou a Roma e depois a HongKong, para filmar com Bruce Lee o que chegou a serdenominado "o combate do século", o seu duelo no Coliseu,rememorando os antigos gladiadores.

Depois de ganhar praticamente tudo, Chuck Norris deixoude competir nos começos de 1974, para dedicar-seplenamente ao seu trabalho de professor de Artes Marciais:

“Por vezes, saber quando retirar-se é quase tão importantecomo saber quando começar. Aos trinta e quatro anos deidade, tinha mantido o título de Campeão Mundial de Karatedurante seis anos consecutivos. Já não sentia a necessidadede competir, resolvi então dedicar-me em cheio ao ensino dasArtes Marciais. Não tenho a certeza se tomei a decisãoinfluenciado pela morte de Bruce Lee ou simplesmente foi pelodesejo de me retirar quando estava no cimo, mas oficialmente

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Com o autor do artigo Pedro Conde e com o Grão MestreRaúl Gutiérrez, anos depois.

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me retirei dos Campeonatos de Karateem 1974, abandonando o quadriláterocomo seis vezes campeão mundialprofissional do peso médio”.

Após a sua retirada, se associoucom Bob Wall e juntos abriram váriasescolas. Norris dava aulas e Bob seencarregava da gerência do negócio.Mas aquilo não funcionou. Após aestreia de “O furor do Dragão” nosEstados Unidos, a sua fama aumentoue em 1977, protagonizou “O poder daforça”, seguida um ano depois por “Osvalentes vestem de preto”.

Com a morte de Bruce Lee, o tronodo “rei das artes marciais” ficara vazioe parecia que nenhum oriental tinha osuficiente talento para ocupá-lo…Então, Hollywood procurou umaalternativa. Por lógica, o únicoocidental com fama e conhecimentosmarciais para naquela época ocupar

esse trono, era Chuck Norris.Evidentemente o público estava fartode tantas fitas orientais, fazia falta umactor ocidental com quem o público sesentisse identificado. “Força 7” foi seuseguinte trabalho (onde trabalhavajunto de Bill Wallace) e “Duelo final”,“Golpe por golpe”, entre outras. Sebem a primeira etapa da suafilmografia se reduz basicamente afitas de Artes Marciais, a princípios dos80, Norris vai tentar mudar o papel emque o tinham metido e dedicar-se aprotagonizar filmes de acção, na linhade Stallone ou Schwarzenegger;“Desaparecido em combate”, “InvasiónUSA”, “McQuade, Lobo solitário”,"Código do silêncio" e “Delta Force”,são um bom exemplo da segundaetapa cinematográfica de ChuckNorris. Com respeito a esta mudança,Norris comenta:

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“A meados dos 70, logo me classificaram como um karateca-star. O meu propósito foi acabar com ese tópico e para issotive de me afastar bastante das Artes Marciaiscinematográficas, mas penso que já consegui ter um nomeentre os grandes do cinema de acção e já posso pensarseriamente em voltar a incluir muitas Artes Marciais nos meusfilmes.”

Em 1987, antes de começar o rodagem de “Braddock,Desaparecido em combate III”, Chuck Norris teve umaexperiência que modificaria por completo o seu conceito nasartes marciais:

“Bob Wall e eu viajamos ao Rio de Janeiro, Brasil, numaviagem para fazer caça submarina. Quando la estávamos, quisconhecer os diferentes estilos de Artes Marciais que sepraticavam no país. Treinamos em várias academias e em todolugar onde íamos, sempre alguém nos falava acerca daassombrosa família Gracie, uns ícones locais de Jujitsu.“Ninguém se mete com os Gracies” - diziam todos. “Essagente é demais!!!” Bob e eu decidimos que queríamosconhecer a família Gracie e procuramos a sua academia noRio. Conhecemos Hélio Gracie, o pai do clã, um homempequeno, de pouco mais de setenta anos, e seu filho Rickson,um dos mais jovens dos Gracies, que era o líder. Bob e eupedimos poder treinar com eles e os Gracies amavelmenteaceitaram. Com anterioridade, eu aprendera alguma coisa deJujitsu nos Estados Unidos, com Gene LaBelle e sou faixapreta em Judo, por isso sentia que poderia manter-me em bomnível com eles. Mas quando entramos no tatame, rapidamentedescobri que todos os movimentos de Artes Marciais que euconhecia, não eram efectivos contra os Gracies. Era como senunca na minha vida eu tivesse feito Artes Marciais! Foi aexperiência mais humilhante que tive como praticante de ArtesMarciais. Eles me deixaram pelo chão! Hélio Gracie entrou notapete e queria que realizássemos um combate. Lutamos portodo o tatame e por um momento pude estar por cima dele.Então o senhor Gracie me disse:

“Chuck, bate-me!”. “Oh não, senhor Gracie, não lhe vou bater…” Não há problema, vamos, adiante. Bate-me…Eu disse: “Bem... se o senhor assim quer… Enquanto eu levantava o meu braço... – e isso é a última

coisa de que me lembro... – ele me deixou KO. Quando acordeie olhei em minha volta, pensei que o idoso Gracie me tinhafeito uma chave no pescoço e me deixara inconsciente. Meparecia que a minha garganta ia doer durante dias. O senhorGracie sorriu e disse:

“Chuck, fica aqui no Rio, fica connosco e farei de ti um dosmelhores praticantes de Jiujitsu do mundo”.

“Obrigado, senhor Gracie, mas de verdade, tenho de voltarpara os Estados Unidos” – disse eu, enquanto tratava deengolir. Ia começar a rodagem de outro filme e por isso nãopodia ficar mais tempo no Brasil.

Aquela experiência iria marcá-lo até o ponto que quandoteve ocasião, começou a treinar Brazilian Jiu Jitsu com osirmãos Machado e em alguma ocasião, com os Gracies…

“Desde 1978 tenho dirigido uma organização de praticantesde Artes Marciais Faixas Pretas, conhecida como a “Federaçãodas Artes de Luta Unidas”. Todos os anos, no mês de Julho,convido todos os meus estudantes cintos pretos para umaconvenção em Las Vegas, onde treinamos juntos durantevários dias. Por dez anos seguidos, começando em 1993, osGracies e os irmãos Machado têm realizado seminários naconvenção”.

Remetendo-nos à sua carreira cinematográfica, nos fins dadécada dos 80, a figura de Chuck Norris como actor e comoartista marcial entrou claramente em crise. Algumas dasúltimas fitas ("O Herói e o Terror", "Hitman") não tiveram osucesso esperado. Em vários países da Europa, estas

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produções saíram directamente para omercado videográfico, sem estrear nassalas de cinema.

Apesar de tudo, continuava a ser muitopopular nos Estados Unidos. Como amigopessoal do ex-presidente Bush,desenvolveu um amplo programa de lutaanti-droga, mediante o ensino das ArtesMarciais aos jovens dos bairros marginais…

Em 1992, quando parecia que outros“heróis” do cinema marcial e de acçãopassavam para o primeiro lugar,propuseram-lhe um projecto arriscado:uma série de televisão, cujo personagemlembrava o que tinha interpretado em "McLobo solitário":

“Quando estava em Israel filmando a fitaHellbound, em 1992, o meu representanteMike Emery, me telefonou e me perguntouse eu estaria interessado numa sérietelevisiva semanal, denominada “Walker -Texas Ranger” para a CBS. Uma históriamoderna de um ranger de Texas, que temvalores chapados à antiga e que representao bem contra o mal. Ao princípio não estavamuito interessado, mas Mike me motivouquando me disse que a série tratava de umoficial da lei tipo cowboy, que lutava contrao crime na moderna cidade de Texas.

“Deixa-me pensar, Mike. Não sei bem sequero fazer televisão” - disse eu – “Afinal,seria um grande risco. Se a série não temêxito, poderia afectar a minha carreira nocinema”.

Em alguma ocasião, Chuck Norrisdeclarara que se tinha sentido muitoidentificado e à vontade com o personagemque tinha interpretado em “Mc Lobosolitário. A ideia da série era muito sedutoramas se não obtinha o êxito que se esperava,tal e como ía a sua carreira nos últimos

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tempos, um fracasso poderia ter fataisconsequências. Chuck Norris tomara muitas decisõesarriscadas ao longo da sua vida e “quase” sempre oresultado tinha sido positivo e naquela ocasião, nãofoi uma excepção… Aceitou protagonizar a série…

“Walker se tornou na série de maior êxito datelevisão da noite dos sábados, desde a legendáriasérie Gunsmoke. Não era de surpreender que muitoscríticos da televisão a catalogassem como muitoviolenta. Estava decepcionado, mas não estavazangado. Nós tínhamos um ambiente tipo vaqueiro deoutros tempos no programa e os nossos personagensfrequentemente se metiam em lutas e disparavampistolas e logicamente, Walker vencia em muitosconfrontos, incorporando alguns conhecimentos dasArtes Marciais. Isso fez com que algumas pessoas oconsiderassem violento. O que os críticos resolveramignorar, era o facto que “os bons” em Walker nuncausavam a violência, se havia outra maneira de prenderos criminosos e mesmo nessas circunstâncias, sempremostrávamos que a violência usada era um últimorecurso e só como um meio do “bem vencer o mal”.

A série não teve sucesso nos Estados Unidos,também a teve naqueles países onde foi emitida,fazendo de Chuck Norris o personagem marcial maisconhecido pelo grande público, superando na suafama a Steven Seagal ou a Jean Claude Van Damme.

Walker, Ranger de Texas constou de 203 episódiosde 45 minutos, foi emitida de 21 de Abril de 1993 até19 de Maio de 2001, pela cadeia americana CBS. Anível internacional, foi retransmitida em mais de 80países de todo o mundo, com uma média de milmilhões de espectadores em cada episódio.

“O último episódio de Walker, Texas Ranger,emitido no dia 6 de Abril do 2001, foi um grande finalde duas horas. Foi um momento muito emocionantepara todos nós. Muitos do elenco tínhamostrabalhado juntos durante oito temporadas; éramoscomo uma família. Quando finalizamos o nossoúltimo dia de trabalho, disse uma breves palavras atodo o pessoal e ao elenco. Não quis falar muito pormedo a acabar chorando. Mesmo assim, houvemuitas lágrimas quando nos despedimos… Quandofechamos o cenário de Walker, olhei para a minhamulher Gena e disse: Vamos para casa!

Quando começamos a trabalhar para a série,pensei que Walker tinha potencial para se manter emantena durante três ou quatro anos. Nunca penseique pudéssemos chegar a oito! A CBS teriacontinuado mais outro ano, mas nesse momento,Gena estava à espera de bebé e eu não queria estaratado aos rígidos horários da série. Gena esperavagémeos e eu sabia que ia precisar da minha ajuda”.

Depois de nascerem os gémeos, Chuck Norris,praticamente se retirou, protagonizandoesporadicamente alguma fita (de estreia na televisão)vinculada à sua série. Em 2005 filmou “O interventor”,que passou praticamente desapercebida. Desde entãoquase não tem saído da sua propriedade o “RanchoLone Wolf”, em Napisota, Texas. Quando o tem feitotem sido só para alguns actos públicos. Em 2012participou em “Os mercenários II”, sendo este o seuúltimo trabalho.

Com 74 anos, agora só quer tranquilidade e gozarda sua família. Aqueles que tiveram a honra deconhece-lo, sabem que é um SENHOR, que é oGRANDE CAVALHEIRO das Artes Marciais. Quemteve o privilégio de o conhecer e tratar, podemosconstatar isso, deixando ele a marca altíssima comoPessoa e Mestre, um dos poucos que restam nestaúltima matéria.

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COMBAT HAPKIDO Pontos de pressão tácticos:Soluções flexíveis paradiversos tipos de gente.

Textos: Master Mark S. GridleyFotos: ©www.budointernational.com

Neste artigo, ou meu objectivo éajudar a compreender a capacidadede ampliação (ou versatilidade) dospontos de pressão tácticos, não sópara a defesa própria, como tambémem situações da vida quotidiana.

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ostaria de começarexpressando a minhagratidão a mestresgenerosos e perspicazes,GM John Pellegrini, GMGeorge Dil lman e GM

Chris Thomas, que me ajudaram a abrira minha mente à grande variedade detécnicas e aplicações disponíveis,consoante a capacidade do indivíduo,segundo a situação, a necessidade, ousua ocupação.

A conhecida frase do Karate "umgolpe, uma morte", se tornouinapropriada nas sociedades modernas,por razões morais e legais, e para amaioria de nós, sempre foi umahabilidade muito limitada e muito difícilde levar a termo, devido à diferença decapacidades físicas e a baixapossibilidade de êxito nas realidadesdinâmicas do combate. Empregamosnosso tempo principalmente empreparar-nos para a situação maisprovável, com as habilidades que seadaptam em base às necessidades dossempre cambiantes cenários. Vou

ilustrar este processo de pensamento,utilizando o mesmo ponto de pressãotáctica em diferentes cenários,baseados no papel do praticante.

Os estudantes de Combat Hapkidosão provenientes de todas as classessociais e variam muito nos níveis decapacidade física, assim como na idade,o sexo, o tamanho e a pessoalidade.Para demonstrar a premissa da minhateoria, escolhi 4 pessoas muitodiferentes, com 4 missões muitodiferentes: um operativo militar em umcenário de combate corpo a corpo, umoficial de polícia que se enfrenta a umaresistência passiva, uma enfermeira quese enfrenta a uma pessoa em um estadomental alterado e um agente da lei civilfrente a um indivíduo que viu muitas fitasMMA (Artes Marciais mistas). Estasfunções podem ser facilmenteampliadas para incluir um espectro maisamplo de variáveis tais como aincapacidade, a disparidade detamanho, sexo, idade, meio ambiente,etc. No entanto, para o alcance desteartigo, os nossos 4 exemplos podem

mostrar suficientemente a vantagem deincluir o ponto de pressão adequado,aplicado ao seu treino em ArtesMarciais, sem importar o estilo.

No momento de começar, éimportante ter em consideração asregras que definem a redundância, aresponsabil idade e a economia demovimento (comentado em artigosanteriores). Também a execução comêxito e eficácia requerem da situaçãoadequada, da activação e aplicação demúltiplos pontos de pressão tácticossequenciados.

Para terem uma referência, o nossoobjectivo será o Triplo Aquecedor 17(também conhecido como aquecedorTriplo, Triplo aquecedor, TW-17, ougrupo do nervo facial), que se inclui nográfico que segue:

Começamos o nosso primeiro cenáriocomo o mais grave, mas também o maissimples, porque a escolha da resposta émuito limitada. Um soldado numa zonade combate activo, é emboscado e nãopode puxar por uma arma (talvez devidoa um mal funcionamento ou à

Anatomia: A artéria auricularposterior, a veia jugular

superficial, o nervo auricular eo facial (sétimo par craniano)

nunca em seu ponto deemergência do foramem

estilomastoideo.

Vista lateral da cabeça de homem adulto, com o esquema do crânio e o nervo facial principal.

Activação: Bater para baixo emdiagonal, de trás para a frente,

dar no alvo contra a parteposterior do osso da

mandíbula, que provoca perderos sentidos, é também um

grande objectivo parapressionar e provocar dor.

Precaução: Um golpeduro pode deslocar

(subluxar) amandíbula.

Situação: Atrás da mandíbula,no espaço debaixo da orelha.

G

Triplo Aquecedor 17 (TW 17)

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proximidade) e agora está metido em uma luta avida ou morte. Nesta situação, o uso das limitaçõesda força já não se aplica e o soldado pode e deveutilizar todos os meios necessários para deter aameaça. Nesta luta corpo a corpo, bate comforça no TW17, utilizando o ângulo correctopara deslocar a mandíbula e maisimportante ainda, sacudir a cabeça e opescoço, o que pode provocar umalesão ou uma ruptura. Tambémpode criar o espaço necessáriopara o soldado poder empunhar asua arma.

Seguidamente, um agente dalei deve reduzir um manifestante"pacífico", sentado com depernas cruzadas e que se negaa cumprir a ordem. Omanifestante é de muito maistamanho que o oficial, o quedescarta a possibilidade delevantá-lo fisicamente. Nestecaso, um uso excessivo daforça poderia provocarconsequências graves e umaescalada da violência.Utilizando uma boa ergonomia,o oficial aborda o problemadesde a parta de atrás, de novocom a arma a um lado; o oficialsitua a cabeça do sujeito entre asduas mãos, situando os dedos médiosno TW-17, ao mesmo tempo quepressiona para diante, para o nariz e dáordens verbais. A resposta natural do sujeito à dor,fará com que queira escapar e afastar-se dosestímulos. O oficial dirige seus dedos desde a partemédia para cima, enquanto o sujeito se levanta eo acompanha, sem deixar de ser numa posiçãotáctica segura. Os espectadores só podemver o oficial tirando de lá o sujeito, de umamaneira controlada.

Uma noite, na sala de emergênciasdo hospital, o paciente está em umestado muito alterado e não quer ounão pode seguir as instruções.Durante o exame inicial, ficoudescartada uma lesão nacabeça ou no pescoçoe se verif icou umnível alto deálcool em

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sangue. A enfermeira precisa aopaciente na mesa de curas, paracontinuar o exame. O paciente não ficaquieto e a enfermeira utiliza sua mãopara lhe segurar a cabeça, enquantocom a outra mão faz pressão no TW-17.A resposta imediata do paciente aoestímulo, permite girar a cabeça dopaciente com as mãos e sem lesõesnem resistência.

No nosso último cenário, em um lugarpúblico, acidentalmente chocamos comuma pessoa. Esta pessoa se voltazangada e quando nos desculpamos, selança contra nós e aperta seus braçosem volta de nós, para nos agarrare lançar ao chão, numa posiçãode "ground and pound". Comoum gesto natural, as nossasmãos sobem conforme que"recuamos", e assim fica lugarlivre para agarrar a sua cabeça efazer pressão no TW-17 com ospolegares, e girando as nossasancas, o atiramos ao chão eassim podermos escapar comsegurança.

Esperamos que estes brevesexemplos ilustrem que nem todasas situações são iguais e que asrespostas devem ser eficazes eproporcionais. Em qualquer doscenários anteriormentemostrados, a versatilidade doobjectivo TW-17, permiterespostas fisiológicas,psicológicas e energéticas úteis.Ainda que se destacasse só umponto de pressão, devemosconsiderar que a verdadeira luta

usando os pontos de pressão, utilizavários pontos em combinação. Aactivação correcta de um ponto depressão táctico, irá expor muitos outrosobjectivos de pontos de pressão úteis.

Em conclusão, espero terdemonstrado convincentemente, autilidade e a versatilidade dos pontos depressão tácticos, em situações muitodiferentes. A confiança nas nossashabilidades nos permite ser maisconscientes e estar emotivamentepreparados para qualquer situação epara evitar conflitos morais que surgemperante a dúvida. Também incentiva a

autonomia para seleccionar as respostasmais adequadas, eficientes e eficazes.

Para aprender mais acerca doCombat Hapkido - Pontos de pressãotáctica, adquira o nosso livro e a nossasérie de instrução em DVD:

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a coluna deste mês, quero reflectir acerca dos sistemas detreino do Wing Tsun Kuen e acima de tudo, explicar o nossométodo de treino do sparring, que sem dúvida se tornou umdos princípios do êxito da nossa associação: O Jogo dePosições.

Compreender a evolução dos sistemas de treino do Wing Tsun Kuen é tãosimples como deitar a vista atrás, até onde podemos recordar, os primeirosdocumentos gráficos em vídeo (ou inclusivamente séries técnicas emfotografia). Em um passeio pela memória, podemos verificar que faz agora25 anos, a maneira de treinar Wing Tsun era realmente básica. O esquematécnico e formativo se simplificava ao máximo, para conseguir umplaneamento de três partes: formas, chi sao e lat sao. Entendemos esteesquema de três partes, como a base do que alguns mestres e escolasdefinem como Wing Tsun “Clássico”. Se bem, como já tenho explicado emalguns artigos, em meses passados, a ideia de clássico não só NÃO existeno sistema Wing Tsun, como também que me atrevo a afirmar que éprofundamente contraditória com o espírito e a maneira de pensar do estilo.

A TAOWS Academy e o seu “Jogo de Posições”

Se virmos com certa perspectiva a evolução dossistemas e métodos de treino do sistema Wing Tsunnos últimos 50 anos, de certeza teremos umasurpresa descobrindo que aqueles que se aferram àideia do “clássico” estão absolutamente confusos,por diversos motivos.

Pelo trabalho que desempenhou na FederaçãoEspanhola de Lutas Ol ímpicas e Discipl inasAssociadas e o seu Departamento de WingTsun,recebeu grande número de consultas acerca deestilos, sub-estilos, ramos e evoluções, do qualpodemos afirmar sem temor a enganos, ser um dossistemas que mais entusiastas seguidores tem emtodo o mundo. Em outro artigo poderíamos avaliarquais são os motivos pelos que o Wing Chun temesse efeito sobre as pessoas que se aproximam aoseu estudo. Por que motivo quem o experimentacom um bom professor, nunca deixa a sua prática eo estilo passa a formar parte importante de suasvidas. Mas isso, fica para outro dia…

N

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A tão repetida frase “O Wing Tsun é por tradição NÃO TRADICIONAL”, pensoque define às “mil maravilhas” uma filosofia de trabalho e se torna um lemaque deveríamos recitar em voz alta ao principio de cada aula. Mas além disto,se estudarmos em profundidade “como” se treinou Wing Tsun nos últimoscem anos, compreenderemos que pode ser como mínimo ATREVIDOetiquetar algum dos estilos como Wing Tsun “Clássico”. Não me dirão quenão resulta um tanto cómico, definir como Clássico o que faz cinquenta anosera moderno… Porque pegar em um estilo dos últimos 25 ou 30 anos, quetem agora um pouco mais de 500 anos (que saibamos!) e dar-lhe o famosonome de “clássico”, é para uma fazer uma profunda reflexão…Em muitas ocasiões bastaria perguntar a mestres de ramos fora da

linhagem do Grão Mestre Yip Man, para compreender que esta afirmação érealmente pouco séria. G.M Yip Man foi chamado “revolucionário” por seuscontemporâneos parceiros de treino e marcado com os estigmas daquele quese atreveu a realizar mudanças por sua conta, em um estilo que tinha seguidouma transmissão directa de pais para filhos (um a um) até se abrir a primeiraescola “pública”, que Cham Wa Shun teve a bem realizar.A pergunta seria: Por que motivo muitos praticantes necessitam afirmar ou

etiquetar de alguma maneira a prática do seu Wing Tsun? Ou melhor: Porqueé tão difícil para eles, aceitar que outras pessoas de outras linhagens efamílias “não originais”, possam realizar um trabalho igual ou melhor que opróprio? Quando falamos de Artes Marciais estamos falando de coisas quesão facilmente constatáveis e simplesmente devíamos omitir todo este tipode condições. Algumas vezes, simplesmente experimentando para ver serealmente funciona em um sparring livre e outras vezes (se não quisermosfazer esse sparring livre) simplesmente vendo com certo espírito crítico,aquilo que realizamos e perguntarmos a nós próprios, a pergunta do milhão:Funcionaria isto com alguém que não fosse meu aluno ou parceiro de aula?Poderia eu realizar todas estas técnicas e teorias acerca da guerra, comalguém que não colaborasse plenamente?Concordo em que são uma série de perguntas delicadas, que muitas

pessoas simplesmente não querem enfrentar. Respeito o seu ponto de vista,mas é minha intenção “remexer consciências”, para tentar fazer melhor estefantástico legado da Cultura Chinesa.Em muitas ocasiões, por esse “agarre emotivo” com os nossos mestres ou

escolas, nos auto-impomos um travão à evolução e à mudança. Mas o WingTsun Kuen é como a filosofia taoista, que define o próprio estilo, MUDANÇA eEVOLUÇÃO. Tudo o que não muda e evolui, se aproxima da morte. Reflexãointeressante!… Se bem toda evolução em qualquer aspecto técnico ou tecnológico, se

produz com uma ruptura com o estabelecido, bem seja em uma novafocalização ou maneira de pensar, ou na utilização de novas técnicas,materiais, etc.…, isto não significa esquecer a origem mas sim desde oantigo, reviver uma arte que já em no momento de ser concebida foi pensadapara isso: para ser viva, flexível, adaptável… Ou apresentado de outra

WingTsun

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maneira: digamos que o recebido de uma geração anterior deve serutilizado para tentar gerar alguma coisa melhor. Nem sempre épossível, mas estarão de acordo comigo em que NÃO fazer NADA,não entra dentro da lógica para qualquer evolução.Talvez todos estes pontos e mais algum, são os que em muitas

ocasiões nos levaram a continuar fazendo as coisas da mesmamaneira que os nossos antecessores, pela simples razão de que “omeu mestre assim fazia… e eu devo de continuar fazendo assim”.Chegados a certo ponto, alguns pensamos no que podíamos

fazer para, em situações realistas, conseguir uma melhor utilizaçãodo estilo. Quando falo em situações reais, gostaria de dizer quenão considero como tais as que têm de supor que um adversário(parceiro de prática) nos lança um ou dois ataques e fica quietopara nós podermos fazer tudo o que quisermos e deixa que lhebatam e façam todo género de “fantásticas técnicas”. Se bem istoque afirmo pode parecer um pouco cómico, bastará passar umavista de olhos no fantástico mundo da Internet e o YouTube, parapercebermos de que na imensa maioria dos casos, isto é assim. Eu pretendo desafios um pouco mais ambiciosos: Ninguém disse

que fosse fácil após um período de estudo, revisão, treino eadaptação, tentar poder lutar contra qualquer adversário comZERO de colaboração pela sua parte. E ainda mais, poder utilizartécnicas e tácticas do próprio estilo, independentemente doadversário que tiver na minha frente. Como disse no início desteparágrafo: “Ninguém disse que fosse fácil…”Albert Einstein utilizou a famosa frase: “Se quiseres resultados

diferentes, deixa de tentar fazer as mesmas coisas”. Quando faztrês anos, enfrentamos a tentativa de melhorar substancialmenteestas habilidades e o objectivo que nos marcamos, sabíamos bemque se continuávamos utilizando o sistema clássico em que umpraticante de Wing Tsun baseia o seu treino em:

1.- Realizar as Formas 2.- Praticar Chi Sao (90% do tempo de prática)3.- Realizar “aplicações” sobre um adversário com zero

mobilidade e que “colabora em excesso”, seria muito difícil, pornão dizer impossível, enfrentarmos adversários que nos nossosdias utilizam todas as distâncias (incluída a luta no chão) e quetreinam mobilidade, velocidade, potência, focalização, etc… Éimportante destacar que aquilo que faz 30 anos podia sercompletamente funcional, talvez hoje o não seja por uma simplesquestão de evolução: OS PREDADORES evoluíram…Após ver outros estilos clássicos e principalmente os sistemas

modernos de artes marciais que deram lugar às famosas MixedMartial Arts (em qualquer dos seus conceitos ou formas)percebemos que os sistemas que maior eficácia conseguiam emsua aplicação, eram actualmente desportos de contacto, tais comoo Thai, Brazilian Jiu Jitsu, Boxe, etc… De certeza que algum fanático defensor a todo custo da tradição,

poderá responder-me com essa frase tão utilizada, que diz: Mas éque isto não é o mesmo!!! POR FORTUNA que não é o mesmo, mas estarão de acordo

comigo que estes sistemas estão aí e penso que NINGUÉM ou quaseque ninguém, se atreveria a discutir a sua capacidade de combate eadaptação aos tempos. Acredito não ser possível desenvolver umsistema de luta realista sem ver como se treina em alguns destessistemas. Neles não existe a figura do adversário que colabora emexcesso. Não existe um atacante que fica quieto e se deixa bater.Simplesmente, ambos contendentes tentam dar o melhor de si, coma técnica e tácticas que possuem, para tentar superar o outro. Cadacentímetro, cada vitória se sua como na guerra.

“Isto não significa esquecer aorigem, mas sim, desde o antigo

fazer reviver uma arte quequando foi concebida, já foi

pensada para isso: para serviva, flexível, adaptável…”

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ESTE É O ESPÍRITO das ARTES MARCIAIS e também do Wing Tsun! e isto foi o que me inspirou para “rever”o método mal denominado “clássico”, para ficar com aqueles aspectos que são muito bons (lembremo-nos

que serviram para formar excelentes professores e praticantes em todo o mundo) utilizando tudo aquiloque pode fazer-me mais forte e eficaz em um combate, para que se um dia o meu adversário me quiser

vencer, tenha que lutar e deixar até o último pingo de suor, que tenha que conquistar cadacentímetro da sua vitória! Mas também quero fazer isto com o estilo ao qual dediquei mais da

metade da minha vida: o Wing Tsun.Quando afirmo isto, não quero que ninguém possa mal interpretar as minhas

palavras, mas se estivesse interessado em elaborar uma MMA, conheçoexcelentes professores e especialistas…

Se tenho dedicado e dedico actualmente muitíssimas horas aoestudo de uma arte, gostaria que fosse essa mesma arte ao que

servisse para poder crescer na arte do combate.Quando comecei a desenvolver o “Jogo de Posições”, ofiz enfrentando dois praticantes, em exercícios muito

simples. Drills de dois ou três movimentos. Pequenasbatalhas em que só havia DUAS condições:

1.- A técnica devia ser pura, limpa e encontrar-seem uma das formas do estilo.

2.- Cada um dos contendentes tinha que lutarcom tudo o que tivesse, para tentar se imporao seu oponente (agressor/defensor;ying/yang)

Regulando a velocidade e aintensidade de pouco para muito, delenta a rápida, mas ambos dando tudoe sem ceder nem um centímetro nadefesa da sua posição.

Devo reconhecer que osresultados me surpreenderam esuperaram as minhas

expectativas. A evoluçãoem alunos, monitores

e instrutores está

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sendo surpreendente. Esta dinâmica de treino não só levoua que as aulas se tornassem treinos fisicamente muito maisintensos, também obrigaram a ambos contendentes acompreender e analisar em profundidade cada uma dastécnicas do sistema. Em ocasiões, quando um doscontendentes consegue superar o parceiro, este devia deperguntar a si próprio o que é que está a falhar? Porquê omeu adversário supera a minha técnica? Estas perguntasnos levam imediatamente às formas do estilo (onde seencontram como em um “livro de texto” as técnicaspróprias do sistema) e a uma avaliação profunda emetódica do mesmo.Nunca gostei da resposta de alguns professores a seus

alunos: Não perguntes! Pratica! Eu prefiro esta outra:Observa, compreende e depois pratica!!!Após quase um ano nesta mudança conceitual e a

focalização na prática do sparring, posso afirmar que o“jogo de posições” é uma das chaves do êxito da nossa

associação e das nossas escolas: alunos que aprendem, sedivertem e fazem progressos em tempo recorde. Alémdisto, estas dinâmicas geram evoluções baseadas naexperiência nestes pequenos “jogos de guerra”, nestexadrez humano que tem seu fundamento na técnica. E omelhor de tudo é que continua e continuará sempre viva!Em constante revisão! Tudo isso sem perder um ápice dorespeito à tradição, do respeito à cultura chinesa, dorespeito aos mestres e escolas anteriores a nós… Tudo issopondo todo o ênfase numa frase da Arte da Guerra de SunTzu: “Conhece os teus inimigos e a ti mesmo e não serásvencido nem em 100 batalhas”.Em breve mostraremos alguns exemplos em um novo

DVD, onde mostraremos alguns “segredos”. Muito obrigado pelo vosso seguimento e apoio desde

todos os lugares do mundo. É uma honra poder inspirar apessoas que amam esta arte e as Artes Marciais emgeral.

“Chegados a certo ponto, alguns pensamos

o que podíamos fazerpara conseguir umamelhor utilização doestilo em situações

realistas”

“Nunca gostei desta resposta de algunsprofessores a seus alunos:

Não perguntes! Pratica! Eu prefiro esta outra: Observa,compreende e depois...,

pratica!”

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A LIDERANÇA NASARTES MARCIAIS

O que é marcial?Marcial significa guerreiroe a guerra não foi inventadano Século XXI, tem existidodesde o início da humanidade.Quer isso dizer que temosde estar em guerra? Éclaro que não!

Hwa Rang DoEscola de liderança 2ª parte

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Korean MA

"Os combatentes lutam porque gostam de lutar; Os guerreiros lutam porque devem de o fazer" Para nós, ser um guerreiro dos nossos dias, não quer

dizer ser um soldado, mas sim viver a vida como umguerreiro, com coragem, honra, integridade, respeito elealdade, como se indica no nosso "Hwa Rang Do MengSae" (código de ética).

Hwa Rang Do Meng Sae - Código de Ética A lealdade ao nosso país A lealdade a nossos pais e mestres

A confiança e a irmandade entre amigos Coragem para não retroceder perante o inimigo. Nunca tirar uma vida (qualquer vida), sem uma causa.

Hwa Rang Do Kyo Hoon - Nove VirtudesHumanidade, justiça, cortesia, sabedoria, confiança,

bondade, virtude, lealdade, valentia. Ser um lutador ou um soldado não é uma finalidade, é

só um meio. Utilizamos a disciplina dos guerreirosHwarang como meio de chegar a ser um melhor serhumano.

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Na mentalidade de guerreiro, um dos princípios fundamentais é aforça. De este ponto de vista, um líder marcial tem de predicar como exemplo, que é o meio mais árduo mas também o más eficaz daliderança. Há diferentes tipos de líderes: há líderes que não dirigemmediante o exemplo e sim mediante o discurso, que motivam seusseguidores dizendo coisas, mas nunca saem e nada fazempessoalmente. Nós, como artistas marciais não podemos fazerisso, temos que predicar com o exemplo, vivendo as nossas vidase fazer as coisas de acordo com a nossa maneira marcial. Temosque ser capazes de realizar coisas e mostrar o bom caminho aosnossos estudantes, mostrar-lhes que é possível, iluminando-ospara terem novas experiências, experiências que nunca pensaramque fossem possíveis.

Por outra parte, um líder para mim é alguém desinteressado eque não tem medo. Eu sei bem que toda a gente tem medos, masum líder vence os seus medos pessoais percebendo que a suamissão é muito maior e vai além dele próprio, conduzido peloaltruísmo. Quem for egoísta, terá de escutar e responder a seuspróprios medos pessoais, mas quem se viver para os outros, temde estar disposto e ter a coragem o coragem de se sacrificar pelobem de outrem.

Aprender a ser um Líder"Seguir o caminho de menor resistência é o que faz torcerem-se

rios e homens". Devem de compreender que não se possa adquirir força fazendo

coisas fáceis. Aqui vai um exemplo simples: não podem chegar aser mais fortes levantando coisas ligeiras; para serem fisicamentemais fortes, devem de desafiar-se a si próprios levantando coisasmais pesadas e mais difíceis de segurar. Da mesma maneira temde se desafiar o espírito, o coração e o pensamento, e fazer coisasque são difíceis, com o fim de conseguirem ser realmente fortes.

Forças Um Yang "Cremos que a interacção de duas forças dialécticas: UM e Yang

(em Chinês Yin Yang) criaram todas as coisas e toda a vida noUniverso. Diz-se que o símbolo do UM-YANG é uma representaçãode dois dragões (ou um dragão e a ave Fénix) mordendo-se ouperseguindo-se um ao outro, em rotação constante, sem nenhumprincípio nem final. O Hwa Rang Do® segue esta lei natural doUniverso e ensina os estudantes a combinarem uma maneira suavee dura no seu modo de vida, para receberem um poderextraordinário. Essa é a verdadeira força! A capacidade de ser aomesmo tempo suave e duro, quando necessário. Tem de se seradaptável e estar pronto para mudar conforme for fluxo e o refluxoda natureza, posto que nada é constante nem absoluto"

Acerca do autor: O Instrutor Chefe de Hwa Rang Do®, Tenente Coronel da polícia

italiana (Carabinieri) e engenheiro, Marco Mattiucci é o presidentedo ramo italiano da Associação mundial de Hwa Rang Do® e umdos principais seguidores do Grão Mestre Taejoon Lee.

Hwa Rang Do

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“Diz-se que osímbolo UM-YANG

é umarepresentação de

dois dragões (ou um dragão euma ave Fénix)mordendo-se ouperseguindo-seum ao outro, em rotaçãoconstante”

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Nascido em Osaka, Japão, em1951, começou muito jovem apraticar Judo e Karate. Depoisvir ia a descobrir o Shorinj iKempo, pela mão de seu fundadorDoshin So. De temperamento rebelde em

criança, obteve o seu 6º Dan deShorinj i -Kempo com apenas 28anos. Foi escolta e aluno muitochegado de Doshin So, tendo sidoenviado para lutar em muitostorneios “open”, onde passou a ter

fama de homem duro.

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Grandes Mestres

Fu-Shih Kenpo, em busca do AUTÊNTICO SENTIDO DO COMBATEEM ALGUNS ESTILOS DE KENPO.BYAKURENKAI KENPO…Masayasu Sugihara

Quando o Mestre falece, abandona a organização eprossegue sua pesquisas em diferente formas de KarateFull Contact (contacto total; contacto pleno). Participa emnumerosos torneios Inter-estilos, antes de criar a suaprópria organização.

Actualmente é Kancho (Presidente) da InternationalKarate Kenpo Federation. Apesar de estar fora daorganização mundial de Shorinji Kempo, mantém umimenso respeito por seu falecido mestre.

O espírito e a tolerância do Mestre Sugihara, são tãodestacados quanto a sua elevada técnica e a sua paixãopelo ensino. O Mestre actualizou e melhorou um programade formação para instrutores e responsáveis, sendo estesescolhidos por sua personalidade e não por sua habilidadepara a técnica ou para os negócios.

Nas aulas, o Mestre Sugihara realiza combate com todosos seus alunos, sem por isso esquecer as normas do dojo.Milhares de alunos pertencem à sua organização, que temrepresentação nos Estados Unidos, Brasil, Ceilão,França, Bélgica, Holanda...

O Significado de Byakuren Kaikan

Byakuren significa “Loto Branco”.A pureza do Loto ensina atodo momento

que se um indivíduo desenvolve as “raízes do bem”, obteráa sabedoria.

Kaikan é a organização.

O estilo ByakurenO estilo tem duas facetas; uma para o combate com

atemi a pleno contacto, sendo regulado mediante umasregras similares às do estilo de Karate Kyokushinkai.

Outra faceta do sistema é que pode ser praticado a partirde cinto preto e dedicado à defesa pessoal. Contémchaves, luxações, projecções, etc...

As competições estão abertas a todos osestilos e o Mestre Sugihara faz com queseus alunos participem em outrostorneios open.

Os batimentos de pé e de punhossão originais do estilo Byakuren enão provenientes de outrasescolas. Por exemplo, o soco édado de saída com o punho

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“Byakuren significa‘Loto Branco’.

A pureza do Lotoensina em todomomento,

que se um indivíduodesenvolver asraízes do bem,

obtém a sabedoria”

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semi-fechado, mas que se fecha no momento do impacto. Ocotovelo permanece fechado e os músculos que entram em acçãosão os dorsais e os dos ombros (não as ancas). São socos curtosque magoam, mas não no lugar de impacto e sim por detrás.Nunca se efectuam os socos à longa distância, para isso seutilizam as pernas, mas também sem utilizar as ancas; o peitopermanece à frente e o joelho se levanta direccionando-o para umlado, passando os golpes, tanto os altos como os baixos, pelo“middle kick”, que é o pontapé de base.

Reforçar o corpo é necessário para poder encaixar os golpes,posto que o combate sempre se realiza batendo realmente, aindaque se proíba o ataque à cabeça.

As competições são ao K.O., dando prioridade às técnicaspunho-pé. Os agarres são proibidos, assim como o trabalho nochão e as luxações, mas se podem utilizar em combate “livre”

RYU-KYU KENPO / SHIN SHU HO RYU KENPO

Seiyu OyataO termo "Ryu-Kyu Kenpo", que se pode traduzir como

"Métodos de Boxe das Ryu Kyu", designa também umaamálgama de estilos okinawenses de combate. Durante algumtempo, um estilo, especificamente o denominado "Ryu-KyuKenpo", foi dirigido pelo Mestre Oyata Seiyu, que foi discípulo deNakamura Shigeru (Okinawa Kenpo). O Mestre Oyata, queemigrou aos Estados Unidos, é 10º Dan e único herdeiro do estiloantecessor do Karate, o “Tui Te”, de Uhugushuku No Tan Mei. Esteestilo é proveniente de um antigo Bushi (guerreiro) que tinha sidoexpulso do serviço quando se dissolveu a classe Bushi, após operíodo Meiji (finais de 1800).

O estudo do Tui-Te deve ser feito através da transmissão oral,porque escondido dentro dos kata de Karate, ele mostra mais doque simples técnicas de pontapé e socos. Conforme narra alenda, dentro dos kata continha uma arte de luta, cujo nometambém se mantinha em segredo. Estas técnicas internas do kataTui-Te (mão que agarra), foram zelosamente guardadas pelosantigos mestres de Karate, posto que eram a chave para superar aeficácia das técnicas de punho ou de perna que se contemplamnos superficiais kata actuais.

Oyata criou posteriormente o Shin-Shu-Ho-Ryu (Escola doMétodo da Verdadeira Mão) e teve como alunos dois americanoscélebres; George Dillman e Joe Lewis. Também estudou com ele oMestre Enzo Montanari, um dos pioneiros do estilo Shotokan naItália, discípulo do Mestre Shirai e autor do livro “O KarateDesconhecido”.

Joe Lewis foi várias vezes campeão do mundo de Karate (No-contact, Light-Contact e Full-Contact) e pioneiro do Kick-Boxing edo Full-Contact nos Estados Unidos e no mundo. Esta é a suaopinião acerca das escolas de Okinawa:

(...) As escolas de Okinawa são as melhores do mundo. Euestudei dois estilos, o Shorin-Ryu e o Kenpo tradicional. Foi láonde descobri a verdadeira filosofia do combate e a verdadeiraeficácia. É preciso dizer que no Kenpo de Okinawa, os combatessão ao K.O., com ou sem protecções". (1)

(1) Joe Lewis em "Joe Lewis o Imortal", revista Karate-Bushidonº184, Outubro de 1991. Entrevista com Patrick Lombardo.

Grandes Mestres

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Disciplina, respeito, controlo, valentia eatenção, são só algunos dos atributosmentais que se ensinam na escola de KungFu Martin Sewer. Como era hábito quedissesse a lenda do Kung Fu, Chiu ChiLing, Mestre do Grão Mestre Martin Sewer:"Não serve de nada que sejas forte ou omelhor combatente, se por consequênciado teu mal carácter ninguém quer saber

nada de ti". Mas a formação mental comMartin Sewer vai muito mais longe disto. Trata-

se de chamar a responsabilidade a si próprio etomar a rédeas da sua vida em próprias manos e com isto,ter como meta não só as capacidades do Kung Fu massim toda a vida do aluno em direcção ao êxito. Cada umforja a sua própria sorte, diz o povo quando nos esclarecede que se queremos mudar alguma coisa na própria vida,nós mesmos temos de nos mover e empreender alguma

coisa. Naturalmente nem todos temos as mesmascapacidades ou formação. Ou como

acostuma a dizer o Grão Mestre MartinSewer: "Não é importante

comparar-se com outros, massim comparar-se consigomesmo e com as própriaspossibilidades". Desdefaz muitos anos, MarcelFischer é aluno da Escolade Kung Fu Martin Sewere goza do ensino a nívelmédio, em vésperas dafaixa preta e tambémacredita neste princípio.Marcel contou ele mesmo, quena sua juventude não gozou deum bom meio social : "Depressafoi possível constatar que eu medesenvolvia muito mal emconflitos e que frequentemente os

O salvador de vidas

Grão Mestre de Hung Gar Kung Fu,Martin Sewer, está habituado a ver comoo seu Hung Gar Kung Fu tradicionalensina dia após dia seus alunos demaneira eficiente, a se protegerem a simesmos e aos seus seres queridos. Hátambém outros níveis onde a Escola de

Kung Fu Martin Sewer exige aosseus alunos, incentiva e por vezestambém salva vidas.

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Kung Fu

provocava, reagindo agressivamente, perdia os estribos àmais pequena provocação e entrava em discussão comoutros garotos“. Um ambiente familiar problemáticoreforçava os problemas de Marcel ainda mais e seus paisnão sabiam o que haviam de fazer com ele. Com osíndrome de deficitário de atenção e outros diagnósticos,visitaram os médicos tentando esclarecer o motivo docomportamento do jovem Marcel ser assim. Mas tudodava nulos ou mínimos resultados. Só uma coisa pareciafuncionar com ele. Marcel gostava da prática domovimento e era a única coisa que o tranquilizava. Para oGrão Mestre Martin Sewer, um conhecido valor empírico:"A importância da relação entre corpo e espírito éconhecida no mundo das artes marciais. O gozo estápresente, sempre e quando se estiver em harmonia com omovimento". Isto funciona também ao contrário. Quem se

move com regularidade, como porexemplo nas nossas lições,

não só faz alguma coisa

para a sua saúde como também para o seu espírito. Umdos motivos pelos quais os homens sentem felicidadecom o movimento é, entre outros, porque enquanto opraticam não têm tempo de pensar nem se preocuparemcoisa alguma. Também Marcel e aqueles que normalmenteo acompanhavam, se aperceberam de que uma ocupaçãoadicional tranquilizava e assim concluíram que as artesmarciais podiam fazer bem: "Isto me dava uma base para encontrar um ponto de

referência. Infelizmente não dei com o melhor dosmestres. Um mestre tem de viver como predica e apoiarseus alunos. Infelizmente, este não foi o caso, levando aque eu, em plena adolescência, voltasse a cair no velhoesquema". Profissionalmente, Marcel experimentou tudo opossível consoante as suas referências. Começou váriosaprendizagens no ramo artesanal, os quais interrompeusempre, desviando-se para o mau caminho. Consumo deálcool e festas se tornaram um grande problema. Chegoua tal ponto que não podia assistir às aulas:"Lembro-me perfeitamente de que uma vez, depois de

uma das piores noites em clubes cheios de fumo e álcool,em casa, em frente do espelho, olhei para mim, meobservei e soube que tinha de mudar de vida.Inconscientemente soube o que era mais importante na

minha vida, o movimento, e que tinha de recomeçarcom as artes marciais e procurar uma nova

escola.

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Marcel procurou uma escola melhor e pouco depoisencontrava a Escola de Kung Fu Martin Sewer. Com aentrada nas aulas começou uma nova etapa na sua vida: "As aulas sob a direcção do Sifu Martin Sewer, eran

muito diferentes do que até então tinha vivido. Era duro,muito duro. Pouco depois da minha entrada na escola, jáme tinham interpretado com atenção. Mas não me trataronde maneira diferente, tudo pelo contrário! Também tiveuma enorme sorte por ter dado com o Grão MestreMartin Sever, pois através de suas muitasdécadas de formação com seu Sifu e suarelação com as tradições e valores da vida,encontrei a ligação com a verdadeiratradição das artes marciais. Não fez falta muito tempo para que

Marcel visse a luz. Compreendeu que asartes marciais e tudo quanto com elastem a ver, tinha sido a única coisa quedespertara a sua motivação eencontrou a alegria de viver. "Compreendi que esta era mi

última oportunidade para fazeralguma coisa da minha vida e quetinha de esforçar-me para seguir emfrente".E assim, Marcel se resolveu por um

estudo, entre outros, em línguasasiáticas. Hoje, Marcel está na recta finaldo cinto preto e com isso a conclui a escolaelementar no Sistema Hung Gar Tradicional,sob a direcção do Grão Mestre Martin Sewer. "Espero com entusiasmo as provas finais,

sob a direcção de meu Sifu Martin Sewer,assim como o resultado dos meus estudos.Quando penso no tempo em que tudo esteveà beira do abismo e que foi com o Kung Fuque pude endireitar a minha vida, digo a todoaquele que me queira escutar: Sim, o HungGar me salvou a vida!". O Grão Mestre Martin Sewer sente

orgulho nos seus alunos: "Alunos comoMarcel, mostram que não só as artesmarciais como também o treino a nívelmental é importante. Como acostuma adizer Chi Ling: "Não serve de nada sero melhor, quando por motivos decomportamento ninguém quer ternada a ver contigo, se sabe que cadauno traça o seu próprio futuro. Cadaum dos meus é para mím um VIP epertence à família. Como é natural, na minha escola

não só é importante o combate,também é importante a formaçãodo carácter.

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Festival teve como objectivo ointercâmbio cultural entre a China e aEuropa, através do Kung fu, oBudismo, a Caligrafia e a MedicinaChinesa, entre outros. Mais de 700pessoas de mais de 10 países

europeus, formaram parte do Festival de Shaolin.Alguns dos participantes vinham da Grécia, Itália,Holanda, Alemanha, França, Rússia, Eslovénia,Espanha, entre outros.O Festival foi organizado pelo Mestre Shi YanZi e

a sua escola Shaolin Temple UK, em colaboraçãocom o Templo Shaolin da China. Outras escolas deShaolin de Londres também participaram naorganização. Da China veio ao festival um grupo de mais de 50

pessoas, dirigidas pelo Venerável Abade e líderespiritual Shi Yong Xin, que também é Presidente daAssociação Europeia de Shaolin (SEA). Os MestresShi Yan Ao e Shi Yan Zhuang, que também formavamparte da delegação, participaram no evento, juntocom o grupo de mais de 30 monges do Mosteiro.

Texto e fotos: Bruno TombolatoShaolin Cultural Center Spain

www.shaolinspain.com

Terceiro Festival Internacional deShaolin - Londres

Dedicado à saúde, compaixão,igualdade e paz, se realizou emLondres o Terceiro FestivalInternacional de Shaolin. O festival éo segundo a nível Europeu, o primei-ro se realizou em Berlim, emOutubro de 2012.

Eventos

O

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O evento teve lugar no London Soccerdome, emGreenwich, um lugar extremamente grande e apto parareceber as mais de 700 pessoas que assistiram ao festivalde Shaolin. O Festival teve a duração de uma semana, mas os dias

mais importantes foram Sábado dia 11 e o Domingo dia 12

de Outubro, quando se desenvolveram a maioria dasactividades. Os assistentes gozaram de uma das maisgrandes competições de Shaolin a nível mundial e depráticas de Shaolin Kung fu e Sanda, exibições deCaligrafia, da Cerimónia do chá, conferências sobreBudismo e Meditação, uma zona de Medicina Chinesa, uma

“A competição foi uma das atracções mais interessantes,na qual estudantes e mestres mostraram todas as suas

habilidades no tatame”

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de livros acerca do Budismo, outra de Merchandising, etc..Na sexta-feira dia 10, foram convocados os participantes

da competição na Escola de Kung fu Shaolin Temple Uk,para a sua inscrição e receberem as indicações para acompetição, que teria efeito durante o fim de semana, noLondon Soccerdome. No sábado 11 todos os participantes estiveram

presentes e após uma breve inauguração do festival,começava a competição às dez horas. A competição foiuma das atracções mais interessantes, onde estudantes emestres mostraram todas as suas habilidades no tatame.Foi possível apreciar estilos característicos de Shaolincomo Hong Quan, Luohan Quan, Tong Bei Quan, Qi xingQuan, Taizu Chang Quan, entre outros, assim comotambém formas com armas compridas, curtas e flexíveis eformas de imitação. Também houve competição porequipas, de Chi Kung duro e Dui Lian (forma de dois emdois) e Tai Chi. Nesse mesmo dia da parte da tarde,

finalizada a competição seentregaram as medalhas. Osrepresentantes espanhóisobtiveram muito bons lugares.No domingo dia 12, estava

programada a competição deSanda, dirigida pelo famosoMestre Shaolin Shi Yan Lei. Sebem houve bastanteparticipação, não foi tantacomo na do dia sábado,quando houve mais de 300participantes.Enquanto alguns mostravam

as suas habil idades nocombate, outros gozavam deuma aula prática de ShaolinKung fu, com o instrutor ShiYan Hao e o Mestre Shi YanZi. Perto do meio-dia, os

principais membros daAssociação Europeia deShaolin (SEA) e alguns dosnovos aspirantes foramconvocados para um encontrocom o Venerável Abade ShiYong Xin, que pediu a Mestresque narrassem suasexperiências com a cultura deShaolin. O encontro teve aduração de perto de uma hora. Às 14:30 de novo foram

Efentos

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convidados os membros oficiais da SEA, para uma reunião e para tratardiferentes assunto relativos à Associação, entre eles a inclusão de novosmembros e o seguinte Festival Europeu de Shaolin. Só duas candidaturasse ofereceram para a organização do mesmo, em 2016, uma para a Françae para a Espanha, o Mestre Bruno Tombolato de Shaolin Cultural CenterSpain. Nesse dia não se decidiu onde terá efeito, mas esperamos que em2016 possamos ter o privilégio de vivermos esse experiência na Espanha.Finalizada a reunião, os membros da SEA e aspirantes saíram para o

pavilhão principal para serem fotografados. Na foto podemos ver osmembros oficiais sentados junto do Abade e os aspirantes atrás, em pé.Durante todo o resto do dia continuaram os cursos e dissertações e às 19

horas começava uma das actividades mais esperadas do festival, acerimónia de encerramento, dirigida pelo Abade Shi Yong Xin, e a exibiçãopor parte dos monges do Templo Shaolin. A cerimónia começou com abênção do Abade Shi Yong Xin, que durou cerca de quinze minutos econtinuou com uma selecção de formas tradicionais à mão nua e comarmas, estilos de imitação de animais, como a mantis, tigre, leopardo,serpente, entre outros. Sem dúvida, a exibição foi o melhor do Festivaldeixando todos os presentes com vontade de ver mais. A cultura de Shaolin trespassou fronteiras e desta vez entrou no coração

das mais de 700 pessoas que presenciaram o festival. Cada Mestre se temocupado muito bem de “plantar a árvore” em seu país e com o tempo aárvore tem dado bons frutos.Saúde, Compaixão, Igualdade e Paz para cada pessoa e país.

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Texto: Pedro CondeFotos: Antonio Mora y David Gramage &

[email protected]

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Na sexta-feira, 26 de Setembro, a Câmara Municipal deMadrid (Espanha) fez entrega da primeira “MedalhaEmbaixador Destino Madrid”, ao actor, ex-governador daCalifórnia e culturista, Arnold Schwarzenegger, por sua"extraordinária" promoção internacional da cidade,decidindo realizar em Madrid o “Arnold Classic Europe(ACE)”, evento desportivo que reúne 24 modalidades dedesportos olímpicos e não olímpicos.

Texto: Pedro CondeFotos: Antonio Mora & David Gramage.

[email protected]

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entrega da medalha se realizou noSalão Nobre do Município. O actorveio acompanhado da sua noiva,Heather Milligan - uma jovem quefaz parte da sua vida desde faz umano e meio - e de Rafael Santoja,

Presidente da Federação Internacional deFisicoculturismo (IFBB), o autêntico promotor doArnold Classic na Espanha. Pedro Corral, delegado da Área de Governo

das Artes, Desportos e Turismo, foi oencarregado de lhe fazer entrega da medalha, emnome da Presidente do Município de Madrid, AnaBotella, ausente em viagem oficial à cidade deBuenos Aires.Arnold Schwarzenegger, em sua l íngua

materna, declarou que se decantara por realizar oArnold Classic Europe (ACE) em Madrid, frente aoutras capitais como Viena, Londres ou Paris,porque foi aqui onde iniciou sua carreiracinematográfica:"Nada teria sido possível sem Conan, que me

lançou ao estrelato". Reconheceu um antes e umdepois na sua vida, por ocasião da estreia dofilme Conan e rememorou alguns dos lugaresdonde se filmou, acabando por manifestar seuorgulho por receber o reconhecimento que lhefazia a cidade: "Significa muito para mim, porqueamo a Espanha”.Com respeito ao ACE, este evento leva quatro

anos realizando-se em Madrid e é uma grandepromoção para a cidade a nível internacional. Acada ano, o ex-governador da Califórnia visita acapital para assistir e colaborar neste

A

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acontecimento desportivo nascido nosEstados Unidos em 1988, como o ArnoldSport Festival e que em 2014 festejou a suavigésima sexta edição.Este ano, em sua edição na Espanha,

chegaram a participar uns 5.000 atletas de 60países, que se juntaram de 26 a 28 deSetembro, o que constitui uma importantepromoção e divulgação de Madrid nos meiosde comunicação locais, nacionais einternacionais. Na sua edição de 2013, cujo evento se

realizou no recinto de feiras Madrid Arena,conseguiu atrair até 40.000 seguidores detodo o mundo. O programa contou com numerosas

modalidades desportivas, tais como: AthleticFitness, Strongman, Pole Dance,Cheerleaders, Halterofilia, Ginástica, Skate,Powelifting, MTB, Triatlón, Barbarrio, Cross Fit,etc., e em Artes Marciais: Taekwondo,Capoeira, Karate, Aikido, Brazilian Jiu Jitsu,Kung fu, Jiu Jitsu, Krav Maga, Lama Lima,Kempo Kembudo, Hellenic Koryu Bugei, KenThay, etc.Em desportos de contacto houve exibições

e campeonatos de K-1, MMA, Kick Boxing,Full Contact e Muay thai. Durante a noite houve uma excepcional

espectáculo: um campeonato de MMA, onde ovencedor, Enoc Solves, recebeu a primeirafaixa de honra Arnold Fighters/Homens e3.000€ em dinheiro. Obteve também umcontrato assinado com “Espanha Imperial”,

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por meio do qual poderá ter acesso aoM-1, a grande competição russa, epoderá participar em maiscompetições de primeiro nívelinternacional.Houve também um torneio de K-1, o

vencedor foi Cristofer Opazos, quealém de obter o cinto Arnold Fighters eHDH, recebeu 2.000€ comoreconhecimento à sua vitória.No Sábado, dia 27 de Setembro se

realizou o campeonato “Arnold Classic

Europe” de Bodybuilding profissionalfeminino e masculino, onde seencontraram não só os culturistaseuropeus, como também osprofissionais deste desporto de outroslugares do mundo, como ocampeoníssimo Mamdouh Elissbiay, ocolosso egípcio mais conhecido comoBig Ramy, duas vezes vencedor doNew York Pro. Também estevepresente Tanji Johnson (vencedora doFitness ACE Pro 2013) e outras

grandes lendas como Dennis Wolf,Shawn Roden ou Dexter Jackson, etc.A agenda de Arnold

Schwarzenegger estava muitoapertada: no Domingo 28 de Setembroviajou a Almeria - 33 anos depois darodagem da fita 'Conan, o bárbaro' -para receber o prémio honoríf ico“Almeria, Terra de Cinema” do FestivalInternacional de Curtas-metragens“Almeria em Curto” e inaugurar umaestrela com seu nome, no Passeio das

Eventos

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Estrelas da capital almeirinense.Na delegação do governo, ofereceu uma roda de

imprensa onde disse, aos mais de 70 jornalistascredenciados, que mantinha muito vivas as lembrançasda rodagem de Conan naquele lugar, reconhecendo: “Jamais esquecerei tudo o que vivi em Almeria. Apesar

de muitas cenas duras, como a do abutre que me picavana cara, quando acabei o filme disse: VOLTAREI!”.Schwarzenegger visitou a província acompanhado do

realizador do filme “The Legend of Conan”, FredrickMalmberg, em 2015. Recordemos que algumas dascenas mais emblemáticas de “Conan, o bárbaro” foramrealizadas em várias localizações situadas em AlmeriaCapital, El Ejido e Tabernas.Arnold Schwarzenegger voltará a interpretar o herói em

“The Legend of Conan”, cuja estreia está prevista em2016. A actor declarou aos meios de comunicação, quequando voltar para Los Angeles "defenderá" a opção daEspanha e especificamente Almeria, para que serealizarem as filmagens.

Arnold Schwarzeneggervoltará a interpretar

o herói em “The Legend of Conan”,cuja estreia está prevista

em 2016.

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Cronologia Marcial do Mestre

• 1 de Junho de 1892: Nasce na Prefeitura de Ibaraki.• Mês de Abril de 1898: Começa a estudar Jujutsu.• 1911: Entra na Universidade de Waseda e continua

estudando estilos de Jujutsu, com especial dedicaçãoao Jujutsu Atemi Kenpo (Jujutsu com técnicas debatimento).• 1 de Junho de 1921: O III Grão Mestre de Shinto

Yoshin Ryu, Yukiyoshi Tatalunoaburo Nakayama, lheconcede Licença de Mestre em Shinto Yoshin Ryu,sucedendo-o como 4ª geração.• Na Primavera de 1922: Começa os seus estudos de

Karate. Algum tempo depois começa a incorporar ShintoYoshin Ryu no Karate e adiciona seus própriosconceitos, criando o Karate Wado Ryu.• Desde 1928: Começa a pensar acerca da

possibilidade de desenvolver a faceta competitiva doKarate e os seus estudos chegam a ser a base dasregras de competição utilizadas hoje. • Desde o Outono de 1934: Organiza a Associação de

Wado Ryu. Hoje conta com mais de 300 clubes noJapão, incluindo 70 clubes universitários e tambémrepartições governamentais e empresas. Em mais de 30países têm clubes. Esta Associação chega a ser a actual“Zen Nihon Karatedo Renmei Wado Kai (Wado Kai daOrganização de Karate de todo o Japão).• 29 de Abril de 1966: Os seus esforços por fazer

popular o Karate são reconhecidos e por primeira vez nomundo do Karate no Japão, alguém é condecorado.Recebe a Ordem Kun Go To e é nomeado So KougyokuSitu Shou.

Honrarias:• Grão Mestre e Presidente de Honorífico da Zen

Nihon Karate Do Renmei Wado Kai (Associação Wadoda Organização de Karate de todo o Japão). • Vice-presidente da Federação Japonesa de Karate.• Comissário Permanente da Nihon Kobudo Shinko

Kai (Organização Japonesa de Artes Marciais Antigas).

A Origem das Artes MarciaisVou deixar o estudo histórico da origem do Budo em

mãos dos historiadores, posto não ser especialista nestamatéria. No entanto, penso poder assumir uma série depontos. Quase todos os animais têm por natureza umas armas

para protegerem-se por si mesmos do perigo de seusinimigos. Cada animal tem suas peculiaridades, comouma cor protectora, o veneno, órgãos sensoriaisexcepcionais; ou talvez defesas, como os colmilhos, oschifres; ou habilidades, como movimentos ágeis, corrervelozmente, saltar, nadar, voar, etc. Cada animal temuma maneira de lutar. Os seres humanos também têm ao sua maneira de

lutar, ainda que haja diferenças conforme as raças eculturas. Há grande variedade de hábitos; empurrar,bater com o pé, com a cabeça, lutar corpo a corpo,etc.… A maneira de lutar empregado pelos homens,

provavelmente seria para a defesa pessoal, salvo nocaso da caça de aves, animais ou peixes para aalimentação. Pouco a pouco a luta foi empregada pelosmais fortes, para a opressão dos débeis, e os primeiros

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Grandes Mestres

chegaram a dominar estes. Assim seformou a vida dos grupos. A cada diase estabelecia um pouco mais o poderdo grupo, primeiro para garantir a suasegurança, depois para aumentar suainfluência.Com a evolução do conhecimento

humano e a organização social, evoluiutambém o armamento. Se inventaramarmas úteis e se desenvolveram asmaneiras de empregá-las; espadas,lanças, arcos, pistolas… Também sedesenvolveram maneiras de lutar semarmas: Sumo, Ju Jitsu, Karate, etc.… Oprogresso científico alcançou até asbombas atómicas e os mísseis. Tudoisso é uma consequência natural dodesejo de superioridade dos sereshumanos. Provavelmente, na idadeprimitiva se vivia uma vida pacífica,caçando nas montanhas e pescandono mar e nos rios. É em certa maneira paradoxal que

com a evolução do conhecimentohumano e o progresso científ ico,acabe por se tornar a organizaçãosocial em coisa tão complicada e quea melhora das condições de vidachegue acompanhada de umainusitada agitação. O progressocientífico sem limites, acelera cadavez mais a evolução do armamento enão se sabe onde vai acabar. Nocúmulo da carreira de armamentos, ahumanidade se enfrenta com aameaça de se destruir a si mesma. É

vergonhoso que não se diferenciemem nada os humanos das bestasferozes. Por isso, devemos consideraragora o caminho das Artes Marciais, ocaminho do "Bu" (Guerreiro).

O Caminho das ArtesMarciaisDiz-se que as Artes Marciais

originalmente simbolizavam a paz. OKanji "Bu" é formado por duas partes;uma significa "deter", a outra “lutar”,em consequência, o seu significado é"a guerra" ou "a luta". O sentidooriginal do "Bu" é "deter a guerra”, ouseja, "Bu" quer dizer fazer feliz a vidahumana trazendo a paz e eliminando aluta no mundo. Isto era originalmenteo caminho do "Bu" (Guerreiro).Cada sociedade (Estado) tem o seu

princípio e a sua própria opinião aolongo do decorrer da evolução e doprogresso. É natural que o princípio ea opinião sobre "Bu" também estejadestinado a mudar com a transição eo progresso de cada época. Nasépoca das guerras civis, quando aspessoas abriam caminhos paraavançar e faziam-no através dasfaçanhas, o "Bu" tinha como objectivovencer os inimigos no campo debatalha e o seu objectivo principalresidia no progresso, na técnica, noexercício da coragem e no aumentoda força física.

Depois , quando se entra noperíodo do feudalismo e de paz, dá-se mais importância a governar opaís, pelo que se exigia lealdade,sacrifício, abnegação… ao monarca.Assim, a maneira de ser do "Bu" setransformou em a lgo espi r i tua l ,onde as d i tas qual idades eramvirtudes. Desde meados do período de

Tokugawa, com a influência da difusãodo Confucionismo, se acelera maisesta tendência, que penetrou não sónas classes militares, como tambémnas famílias de agricultores, artesõese comerciantes. Assim, o caminho doGuerreiro "Bu" voltou ao seu sentidooriginal de paz, se bem soube seraproveitado para manter o poder e aprosperidade dos governantes.Apesar das mudanças de épocas

no Japão, a partir daquele momento,o "Bu" permaneceu tal e como era,sem adaptar-se às mudanças doperíodo Tokugawa, que durou 200anos; depois viria a época Meiji, aTaisho e a Showa. O país chegou asofrer a derrota na Segunda GuerraMundial . Foi essa derrota quepropiciou o nascimento de um novoJapão democrát ico, comdesenvolvimento cultural, no qual apaz não é patr imónio dosgovernantes nem dos Estados, massim um bem para o conjunto dahumanidade.

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Sem a paz para a humanidade, não existirá nunca a paz para os estados, nem afelicidade verdadeira dos indivíduos. O caminho do "Bu" se torna assim ocaminho da paz. No entanto, tem de se penetrar até o fundo no caminho do "Bu"para descobrir o seu significado como caminho de paz.Este é o verdadeiro sentido caminho do caminho doGuerreiro "Bu". Em consequência, a ideia fundamentaldo caminho do "Bu" não pode ser outra que a Paz e obem estar da humanidade.

O Caminho e a TécnicaAntigamente, o Ken Jutsu, o Ju

Jutsu e o Kyudo Jutsu sedenominavam “técnicas” - “Jutsu".A meados da época Meiji, o MestreJigoro Kano começou a empregar oskanjis “Ju Do", em vez de “Ju Jutsu" eparece que a partir daí se começou aempregar a palavra "Do".Depois da Restauração Meij i , com

motivo da exaltação de tudo o relativo coma civi l ização moderna, se começou adesprezar o "Bujutsu". Por outra parte, seestabeleceu a igualdade dos quatroestamentos existentes, pelo que o exercício doBujutsu deixou de ser um privilégio da classefeudal, para tornar-se em algo ao alcance dosindivíduos pertencentes aos outros trêsestamentos do estado, os quais tinham ficado àmargem do mesmo durante logo tempo. Os “Bu”deixaram de ser exclusivos da classe Samurai.Devido a esta difusão começaram a praticar

Artes Marciais todo tipo de gentes. MuitosSamurais f icaram sem meios de vida, demaneira que começaram a organizar o Kenjutsuseguindo o provérbio: "As artes de treinopodem, em caso de necessidade, assegurar aexistência". Tempos depois, quando se introduziram na

educação física sob a denominação de Kendoe Judo, recuperaram a dignidade e de novoforam populares.Mas, que diferença há entre "Do" e

"Jutsu"? Pelo sentido da palavra (kanji),ambos têm o significado de "Caminho" e"Razão, Técnica". Do e Jutsu sãosinónimos, portanto restritamentefalando, se pode utilizar qualquer dosdois termos. Nos começos do período Meiji se inicia a

tendência de desprezar os engenheirosgraduados na Faculdade de Engenhariada Universidade Imperial, que os tinha emmáximo prestígio, considerando-os comocarpinteiros ou pedreiros, entretanto, osestudantes de carreiras como direito,pareciam ter e receber uma avaliaçãosuperior por parte da sociedade.Por tudo isto se começou a utilizar a

palavra "Do", pois a denominação de Budodá a impressão de estar fazendo menção de umamais alta categoria que a de Bujutsu. Mas tal e como alguns propõem: Se denominam Budo para assim dar mais importância à parte espiritual que à parte

técnica? Se assim fosse, teria de haver diferenças entre "Do" e "Jutsu" e se perderia a relação entre a técnica e oespiritual do Bu, pelo que resultaria ser falso que o treino da arte marcial ajude a exercitar o aspecto espiritual, perdendoo Bu a sua capacidade como caminho de aperfeiçoamento. Diz-se que a técnica do Bu faz participar tanto a mente comoo corpo; proponho então, considerar que o kanji "Do" também deve ser entendido desta maneira.No caso de se desprezar a técnica e se conceder importância ao espírito em demasia, então, para quê serviria a arte

marcial? Se respeitarmos o espiritual e o físico, podemos empregar "Do" ou "Jutsu" sem distinção. Se se empregar "Do"por estar acostumado ao seu som, tudo bem, mas nunca se deve ter uma ideia discriminatória no coração: técnica eespírito são uma mesma coisa. Há quem insista em que não é correcto utilizar Jutsu; estas pessoas também não diriam

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"palito para acender" em vez de dizer"fósforos". A arrogância é umaprofanação não só contra a arte,como também contra o Budopropriamente dito.A arte deve ser a expressão do

espírito. Através do exercício datécnica expressada pelo espírito, seadquire uma sól ida formaçãoespir i tual . Não faz sent ido oexercitar-se marcialmente, se nãoentram em sincronia a mente e a artedo Budo. Assim também, haveriaper igo de causar um mal àsociedade si não houvesse equilíbrioentre técnica e espír i to. Se istoacontecesse, se deveria eliminar oBudo deste mundo.

O Propósito do Treinonas Artes MarciaisSem dúvida que cada pessoa há-de

ter a sua própria opinião com respeitoa estes assuntos, como o objectivo dotreino, o espírito do Budo, apreparação física, a defesa pessoal, anecessidade profissional, conseguir asuperioridade na força ou

simplesmente uma dedicação. Muitopossivelmente, os estudantes tenhamresolvido praticar por mais de um dosmotivos anteriormente ditos.É compreensível haver diferenças

no objectivo da prática da artemarcial, como há diferença deprincípios e ideias, dependendo decada pessoa. No entanto, o praticantetem de tratar de aprender osignificado fundamental do Budo e oinstrutor tem do guiar com atençãopara o conseguir. A maioria daspessoas que têm de início diferentesobjectivos, o facto de continuarempraticando vai modificando-as eassim, pouco a pouco, entram nomundo espiritual. Desta maneira, osBudo são como um polimento eformam a qualidade humana.Se o que se procura é melhorar o

aspecto espiritual ou as qualidadeshumanas, existem outros métodos detreino diferentes do Budo. Quando setem a preparação física como objectivo,há também melhores métodos atléticosdo ponto de vista puramente médico,mas neles é difícil o correcto exercíciodo espírito. Se o objectivo é superar as

dificuldades, o treino da arte marcial éaltamente eficaz, pois disputa a vitóriaforça a força, corpo a corpo. Aseveridade do exercício desta arte, fazeste um caminho um caminhopoderoso. Se a aplicação é correcta, aeficácia pode ser notável, mas usadainadequadamente, o mal pode chegara ser incalculável. Quem aprende a arte marcial tem

de procurar não cair no caminho damalícia antes de chegar a ter aformação espiritual como objectivo,por isso é muito importante estarapoiado por um amor generoso aorigor do instrutor e pela amizademútua com os companheiros.Quem aprende a arte marcial,sempre tem que tentar polir a suainteligência. Por meio do exercício sereno

da arte marcial, se desenvolveuma vontade inquebrantável eperseverante, que resiste a qualquerdificuldade, alcançando a capacidadetécnica e física, correlativa a esteespírito. Em suma, o exercício da artemarcial tem como objecto o exercíciodo espírito do Budo.

Grandes Mestres

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A mentalidade doCaminho das ArtesMarciaisQue a paz é o objectivo

fundamental do Bu, é fácil de dizer,mas trazer este ideal ao mundo real,não é tarefa fácil. Um simples olhar àactualidade internacional, mesmo sempassar em revista a história, me dá asensação de que talvez estejamosperante uma tarefa impossível. No entanto, por muito difícil que seja,

enquanto não trazermos esta paz àsociedade, nunca será feliz a nossa vidahumana. Por muito difícil que seja, ou

mesmo impossível, custe o que custar,temos que procurar a paz. Aquilo quetrará a paz não será o poder de Deus,nem o favor divino de Buda. Só a travésdo nosso esforço se pode conseguir. A consecução da Paz já era difícil

em épocas em que a organizaçãosocial era muito mais simples, mas éainda mais difícil na actualidade, emque se vive um progresso científicocomplicadíssimo e sem precedentes.Para desenvolver este ideal do

Budo que parece impossível, serequer de nós uma faculdadeespiritual extraordinária e esta só épossível através do próprio espírito do

Budo. Este espírito é uma força deimpulso poderosa para trazer a paz ea felicidade às sociedades humanas.É o espírito do Budo, o espírito forteque não se resigna nunca e persegueo seu objectivo superando asdificuldades, por muito pesadas quesejam, até alcançar a sua meta.

A Mentalidade das ArtesMarciais na ÉpocaActualÉ lamentável a tendência a entender

o espírito do Budo como sendo algoanacrónico, insistindo na sua pertença

Grandes Mestres

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ao espírito, próprio da época feudal. Estefacto se deve a que naqueles tempos seaproveitou este espírito para alcançar opoder e a ignorância permitiu a suaperpetuação, deixando os mais humildesdo povo de lado, durante longo tempo. Não é de estranhar que então, após a

Segunda Guerra Mundial, depois dealcançar sua liberdade e com a abertura aum Estado democrático, as massaspopulares reagissem perante isto,sentindo que era um anacronismo. Noentanto, a olhos dos homens em seuconjunto e através da construção de umasociedade em paz, este espírito éimprescindível em qualquer época. A

faculdade espiritual do homemproveniente de percorrer este caminho,é necessária em qualquer época. A espectacular evolução das

comunicações e transportes faz maiscurta a distância entre países, seocasionam confl itos e o elevadoprogresso científico leva à rivalidade,fazendo que todos suspeitem eduvidem até da própria sombra; ocaminho à Paz faz-se mais difícilconforme o tempo passa, portanto, acada dia fará mais e mais falta oespírito do Budo. O importante seráemprega-lo correcta eadequadamente.

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Como já é hábito, realizou-se o clássico encontro anual do “Hall of Fame” deValência, organizado pelo Grão Mestre Santiago Sanchís. Este ano estreava sede no Hotel Sorolla da capital do río Túria, sem dúvida

uma mudança muito favorável.Com sua característica personalidade, o Grão Mestre Sanchís distribuiu prémios

e reconhecimentos, juntando em sua volta convidados estrangeiros e nacionais.

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O mundo das Artes Marciais se conjugou com grupos de polícias e militares devários países e o grupo de convidados especiais de “espanhóis ilustres”. Magnificademonstração do folclore Valenciano, um vinho de honra de recepção, ceia de gala,entrega de prémios, baile e muitos aplausos. Podem apreciar aqui, alguns dos muitos memoráveis momentos da noite.

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Ref. 11210Armure Kendo. Japon.

Ref. 11220Armure Kendo. Japon.

Ref. 11160Hakama Japon noir

Ref. 11170Hakama Japon bleu nuit

Ref. 11140Keikogi.

Giacca Blu Marine

Ref. 11109Hakama Noire. Polyester-Rayon

Ref. 11152Veste Aikido blanche.

Coton

10171KyokushinkaiCompétition. Écru. Coton

Ref. 10816Kimono Tai Chi . Gris

Ref. 10630Kung Fu passepoilé blanc

Ref. 10610Kung Fu boutons Blancs.

Coton

Ref. 10650/51/52Veste de Kung Fu Bleu

Ref. 10671Pantalon de Kung Fu Noir.

Coton

Ref. 10632Kung Fu. Satin Noir.

Liseret rouge

Ref. 10620Kung Fu Wu Shu. Coton

Ref. 10820Kimono Tai Chi.

Entraînement. NoirRef. 10830

Kimono Tai Chi.Entraînement.

Blanc

Ref. 10821Pantalon Tai Chi Noir

Ref. 10815Kimono Tai Chi.

Beige

Ref. 11150Veste d'Aikido blanche

Ref. 10611Veste de Kung Fu noire. Boutons

Noirs.

KOBUDO

Ref. 10870Kimono Tai-chi avec broderie. Blanc

Ref. 10175Ref. 10190

Ref. 10920Kimono Ninja. Noir.

Avec renfort

Ref. 10910

Ref. 13651

Ref. 13351

Ref. 13311

Ref. 13400

AIKIDO/KENDO/IAIDO

Ref. 11153Giacca Aikido. Bianca.

Speciale "grana di riso".Estate

NINJA/PENJACK SILAT

Ref. 10840Kimono Tai Chi.

Entraînement. Orange

Ref. 11230Sac Armure. Japon

Ref. 11151Kimono Aikido

Ref. 11145Veste Kendo. Toile spéciale

Japon

Ref. 11141Keikogi.

Ref. 10612Veste Kung fu Blanche.

Boutons Blancs

Ref. 10831Pantalon Tai Chi Blanc

YOSEIKAN/SHIDOKAN

Ref. 11800

Ref. 10640Kung Fu rouge/noir.

Coton

KUNG-FURef. 11231

Tenugui (foulard)

TAICHI

Ref. 13652

Ref. 11234Ceinture "Obi" Iaido.

Noir ou Blanc.320cm x 8cm.

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Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dosShizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexõesgenuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante oabismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva.

O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem domistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente oautor.

Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminhodo guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, quepodem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qualcontemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, decontundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar enão comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo.

Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidadede seu conteúdo.

Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e demanipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoasinteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram ooculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.