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Cinturao negro revista portugues janeiro 2014

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online Janeiro 2014. 268 Ano XXIII

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REF.: • KYUSHO20 REF.: • KYUSHO20

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

EM BREVE!

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Van Damme é o exemplo deperseverança e êxito para alémdas diferentes vicissitudes.Várias décadas de CinemaMarcial o contemplam e hoje,neste estupendo ecompletíssimo artigo, o nossoespecialista na matéria, PedroConde - que tantas vezes o tementrevistado - entra a fundo nasreviravoltas de uma carreira evida excepcionais.

ESPECIAL JEAN CLAUDE VAN DAMMUma das descobertas memoráveis do

estudo do Kyusho é a certeza de queexiste uma linguagem interno nasformas e ensinamentos das ArtesMarciais, que faz referência à acção deseus movimentos, agindo sobre pontosvitais. Neste artigo, escrito pelo muitofamoso especialista na matéria, EvanPantazi e com o qual apresentamos umnovo vídeo deste autor, Pantazi nosabre um Universo de estudos noTaekwondo, no que respeita a estespontos.

KIUSHO JUTSU- TAEKWONDO

Faca Apache: Uma for-ma de vida.

Algunas tribus índias uti-lizam um poste de guerra(coisa que que eu faço).Isto ajuda os estudantes acompreenderem a impor-tância de utilizar a facacom um agarre de marte-lo, que põe tensão namão quando atacam oposte de guerra, para as-sim poderem aprendercomo se sentem baten-doem um corpo ou emum osso.

FACA APACHE

À semelhança demuitos outros artistasmarciais, David Ribasse interessou pelaluta no chão depoisde ter assistido ao 1ºUltimate FightingChampionship e vercomo Royce Graciederrotava seusoponentes sem muito

esforço e rapidamente, deixando-os imobilizados,incapazes de continuar lutando. Então resolveumelhorar as suas habilidades de defesa ecomeçou a estudar toda a informação que tempodido encontrar acerca da luta no chão.

COMBAT HAPKIDO

O Choy LeeFut é umsistema marcialt r a d i c i o n a lchinês muitodinâmico ed i s t i n t i v o ,caracter izadopor grandenúmero det é c n i c a scombinadas debraços e pernas,

ágeis deslocamentos junto com movimentos decintura em rotação, que permitem gerar golpescom muita velocidade e potência. Neste artigo,pretendemos destacar para todos os nossosleitores, os aspectos mais importantes destelegado marcial.

CHOI LI FUT

Shidoshi Juliana vestiu onosso director AlfredoTucci com uma armadurajaponesa, para nosmostrar as suas diferentespartes e o correctoprocedimento de como sedeve vestir. Um artigo quetambém explica a históriae a antropologia daarmadura, um dosprincipais atributos doSamurai.

COMO SE VESTE A ARMADURA JAPONESA

As origens da "JKD Old School" sebaseiam na utilização dos princípiosestabelecidos por Bruce Lee, juntocom uma compreensão da fundaçãoe o funcionamento do Jeet Kune Do,pesquisando em outras artes Marciaise extraindo a sua essência. A istochamam o "Filtro do JKD".

JKD

“CINTURON NEGRO”es una publicación de:BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.Central internacional:Andrés Mellado, 4228015 MadridTél.: 91 549 98 37e-mail: [email protected]

CINTURON NEGRO EN EL MUNDOBudo International es un grupo editorial de ámbito internacional que agrupa a las mejores compañíasde todo el mundo relacionadas con las Artes Marciales. Unica empresa mundial en el entorno de lasartes tradicionales de combate que edita su revista en siete idiomas, sus publicaciones llegan a másde 55 naciones en cuatro continentes. Algunos de los paises en los que actualmente se puedenadquirir las revistas de Budo International Publishing Co. son: España, Portugal, Francia, Italia,Alemania, Reino Unido, Estados Unidos de América, Croacia, Luxemburgo, Bélgica, Holanda,Australia, Argentina, Brasil, Chile, Uruguay, Perú, Bolivia, Venezuela, México, Canadá,Marruecos, Senegal, Costa de Marfil, etc… Nuestros artículos también se publican en las edicionesde nuestras revistas “hermanas” de Grecia y la República Checa.

Na cidadeespanhola deGuadalajarase realizou oVIII Campeo-nato do Mun-do de KarateWKF, nas ca-tegorias ca-dete e júnior.

Magno acontecimento desportivo ao que assi-stiram 100 países dos cinco continentes, ao to-do 1.400 participantes, além de árbitros, técni-cos, dirigentes e muito público que todos osdias encheu o excelente “Pavilhão das ÁguasVivas”.

VIII CAMPEONATO DO MUNDO DE KARATE WKF

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O Grão Mestre PaoloCangelosi nos proporcionouuma "entrevista integral” paraexplicar aos leitores as muitasinovações que lhe dizemrespeito e para mandar umamensagem clara à comunidademarcial, acerca dos valores easpectos que todos, tanto

estudantes como professores, nunca devemos de ter presentes:o respeito e a gratidão.

ENREVISTA A PAOLO CANGELOSI

S.D.S.- Concept, treino emsegurança, é um sistema deformação para treinar e ensinarsegurança operativa e prática.Alguns grupos profissionaiscorrem maior risco que outros, deserem atacados por clientesagressivos. Talvez isto nãoaconteça todos os dias, mas nãose deve tomar à ligeira. O nossoprograma educacional foi

claramente delineado para estes profissionais

SDS-CONCEPTComo chegar a ser um

bom Esgrimista. Nos nossos dias, a

Eskrima é uma mistura dediferentes estilos. Pareceque muitos estudantesmisturam diferentes estilose depois o chamamEskrima e juntam outrascoisas que nada têm a vercom a Eskrima. Estaspessoas que seautoproclamam mestres,esquecem que os princípiosmais importantes daEskrima se encontram nasua origem.

ESKRIMA

Sistema de combate deorigem militar, contém astécnicas adequadas paracada indivíduo, bem sejacivil, militar ou profissionaldo sector operativo. OSistema Morabitoproporciona um profundoestudo do corpo humano,do ponto de vista dabiomecânica aplicada aocorpo, combinado com umconhecimento das leismecânicas e físicas, parailudir qualquer tipo deataque proveniente de maispontos e de maisadversários.

SYSTEMA MORABITO

Parece lógico intuir que unpracticante “normal”, de esosque entrenan dos o tres horasa la semana en las muchasescuelas de WingTsun detodo el mundo no va aconvertirse ahora en lareencarnación del Dr. LeungJan, pero nosotros, comoprofesores nos vemosobligados a intentar sacar elmáximo de cada uno de ellos.Debemos intentar que supotencial llegue al máximocon la inversión en tiempoque cada uno de estospracticantes dedica anuestras escuelas y la mejoraen la práctica del arte queenseñamos.

WINGTSUN

O GrandeMestre MarinSewer recebeu o9º grau deMestre do WorldMartial ArtsInstitute. Ac e r i m ó n i acontou com ocomentário doresponsável deorganização oDr.Song: "Isto éo mínimo com o

que o podemos condecorar". E assim, oGrão Mestre Martín Sewer abandonava oevento com mais condecorações das quepodia usar e demonstrando que o trabalhoárduo e correcto, a longo prazo vale a penae tem recompensa.

HUNG GAR KUNG FU

Presidente: Estanislao Cortés. Consejero Delegado y Administrador Unico: Alfredo Tucci, e-mail: [email protected]

Administración: José Luis Martínez. Publicidad: Tel. (91) 549 98 37. Columnistas: Don Wilson, Yoshimitsu Yamada, Cass Magda, Antonio

Espinós, Jim Wagner, Coronel Sanchís, Marco De Cesaris, Lilla Distéfano, Maurizio Maltese, Bob Dubljanin, Marc Denny, Salvador Herráiz,

Shi de Yang, Sri Dinesh, Carlos Zerpa, Omar Martínez, Manu, Patrick Levet, Mike Anderson, Boulahfa Mimoum, Franco Vacirca, Bill Newman,

José Mª Pujadas, Paolo Cangelosi, Emilio Alpanseque, Sueyoshi Akeshi, Marcelo Pires, Angel García, Juan Díaz. Fotógrafo: Carlos Contreras.

Imprime: SERGRAPH. Amado Nervo, 11 - Local 4. Madrid. Distribuye: LOGISTA, S.A. Aragoneses, 18. Alcobendas (Madrid) Tfno.: 91 665 71 58).

Depósito Legal: M-7541-1989.

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ous sommes tous les outils de forces quinous transcendent, en partie choisies, enpartie imposées par le processus même denotre évolution individuelle et collective. Ceprocessus d'éveil de la conscience nes'interrompt pas pour des questions de

détails, d'idéologies, d'opinions ou de goûts. Les grandesforces animent, soutiennent et sont sous-jacentes derrièreles petites choses, parce que nous faisons partie de ce toutqui les crée. Depuis que l'homme est homme, et mêmeavant d'une certaine manière, il a essayé de comprendrecomment cet amalgame de forces, d'énergies et detensions agit sur nous. Avec des résultats variables, il aexploré d'innombrables formules, voies et explications et ilcontinuera de le faire tant qu'il existe. Le besoin decomprendre le mystère de l'existence et ses conséquencesest inscrit dans notre ADN et fut irréfutablement activé dèsle moment où la lumière de la conscience et de lacompréhension se fit pour notre espèce. Rien ne peutremplacer l'aspiration inconsciente de ces regards curieuxqui, regardant le ciel nocturne, se demandent ce qu'il y alà-haut ; de cette mère en larmes qui cherche à savoirpourquoi son fils a dû mourir ; de cet homme qui affronte latempête qui ruine ses récoltes et condamne les siens à lamort.

Comprendre va bien au-delà de l'évidence. Découvrir cequi agit depuis l'invisible, ses voies et ses significations,ses lois et ses secrets, est le rêve de tout homme désireuxde transcender le discours de la réalité conçue comme unevision accordée par le groupe. Les esprits rebelles quifurent capables de questionner les convictions del'ensemble de leurs contemporains furent lestransgresseurs qui transmutèrent la conscience du groupe.Qualifiés de fous parfois, d'apostats ou d'hérétiquesd'autres fois, ils ouvrirent des portes qui étaient fermées etscellées par la stupidité d'une réalité reconnue commetelle, par peur ou par ignorance de la plupart généralement.

Aujourd'hui, imbus de l'arrogance de cette penséeunique que promeut le matérialisme de notre époque, nousne sommes pas très différents des contemporains deGalilée. La science même agit comme un mécanisme dediabolisation de toute autre forme d'analyse de la réalité quine concorde pas avec ses prémisses officialisées. Une foisle dommage fait, elle reconnaît parfois à ses hérétiques lemérite d'une perspective différente de la sienne qui, bienmalgré elle, a conduit à la transformation d'un paradigme.Les choses, une fois perdu leur élan initial, se refroidissentet se barricadent dans leur propre tendance, mettant enlumière le meilleur et le pire d'elles-mêmes. Rien neremplace l'humilité de celui qui est capable de dire : « je necrois pas », « je ne sais pas », « c'est ma vérité, mais pasnécessairement la tienne ». Le respect est un grandantidote face aux fanatismes et aux stupidités qui sont lefruit du consensus de chaque époque. C'est pour ça que lesage écoute toujours l'esprit ouvert, sans juger. Il n'y a pasd'urgence ni de démérite à cela, au contraire. L'individupeut agir et doit le faire en accord avec sa propre vérité carles conséquences seront pour lui, en bien et en mal, etparce qu'elles font partie de sa propre histoire, de son

propre cheminement. C'est l'incertitude, cette forme depeur qui provient de l'insécurité, qui pousse les gens àintervenir et à essayer de convaincre les autres de leurvérité. Tout prosélytisme vient de ce mal. Il souligne sanséquivoque cette faiblesse, il signale la perversion de noscertitudes.

Respirez deux fois avant de conseiller quand on ne vous l'apas demandé, respirez trois fois avant de critiquer les idéesd'autrui, respirez cent fois avant de nier la vérité de l'autre.

Oui, c'est la peur, toujours la peur, qui pousse à prendreposition contre les autres, à leur refuser leur pain et leuravis, à les combattre sans merci et finalement à lesdétruire. Tout fanatisme est par conséquent une forme decruauté, toute intransigeance, un pas vers le désastre.

S'éveiller à cela est le résultat de beaucoup de remisesen question et aussi bien sûr le fruit de l'expérience. Parceque tout tir à la cible transmet dans chaque flèche lepotentiel et la faille de l'intention de l'archer. Souvent dansla vie, la flèche qui vous frappe est celle que vous avezlancée hier. Dans un Univers courbe, tout revient, toutretourne. Quand la vie vous enseigne cette leçon ou, mieuxdit, quand nous sommes capables de la comprendre,beaucoup d'entre nous ont déjà le fessier plein de flèches.Nous ne pouvons rien faire pour ces flèches déjà lancées,mais nous pouvons le faire pour celles que nous lanceronsdorénavant.

Même le fanatique est nécessaire dans un Universcomplet. Le sage doit pourtant se protéger desconséquences de cette folie, tout comme le chercheurrevêt sa combinaison de protection pour entrer dans sonlaboratoire plein de microbes ou de poisons. La merdre doitexister, d'accord, mais nous ne sommes pas obligés del'avaler.

Les grandes forces de l'Univers sont à l'aise partout.Seuls les idiots ou les arrogants peuvent concevoir leurliberté comme quelque chose d'indifférencié et agir enpassant outre de telles forces. On peut surfer sur lesvagues, mais on ne sera jamais ni plus grand ni plus fortqu'elles. Les sages apprennent à utiliser les forces, à être àun pas devant elles, à les prévenir, ou même à les diriger,mais jamais ils ne se sentent plus grands qu'elles. Lepouvoir du mage provient de tout cela, il provient de saconnaissance et de son empathie vis-à-vis de telles forces.Il joue avec « Le Très Grand » qui se trouve derrière chaquechose. Dans un tel processus, il se fait petit, souple etimprévisible comme ce qu'il fréquente, fuyant etinaccessible pour ne pas être touché par elles,extrêmement robuste dans sa simplicité, parce que seul levide peut être comparé au plus grand de tous les pouvoirs,le néant. Les forces monumentales qui font tourner lecosmos ne se basent pas sur une intention, mais sur lanature même des choses. Les êtres humains, au contraire,sont mûs par des intentions, qu'elles soient visibles oucachées, à nos propres yeux ou à ceux des autres. Peuimporte le type d'aveuglement qui nous pousse, il nousrend généralement prévisibles et mesquins, tout comme ilpeut nous rendre gigantesques et généreux. Cette secondeoption dépend de notre niveau de conscience, maiségalement de notre grandeur intérieure. La vie fait toujours

« Connais-toi toi-même avant de décider de la nature de Dieu et du Monde. »

Ramana Maharshi

« À mesure que nous élargissons nos connaissances,les choses ne deviennent pas plus claires, elles se fontau contraire plus mystérieuses. »Albert Schweitzer

N

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sortir ce que nous avons en nous, mais c'est dans les grandes crises,dans les situations extrêmes, que l'un et l'autre affleurent inévitablement.

Nous servons tous à quelque chose de plus grand que nous.Consciemment ou inconsciemment, nous faisons partie de quelquechose de plus grand qui s'alimente de nous, tout comme nous nousalimentons d'autres choses. L'Univers existe dans un donnantdonnant continuel de forces inimaginables, la plupart invisiblesaux yeux des hommes. S'éveiller à ces réalités, c'est faireun pas de géant pour lequel bien peu sont préparés,mais auquel tout le monde est convié parce que lanature de l'occulte n'est pas différente de celle duvisible.

Tout ce qui existe s'alimente de quelque chose,tout ce qui s'alimente de quelque chose exerceune fonction et engendre des conséquences etun résidu. La nature de toutes les forces répondà des lois supérieures et remplit sa mission pardelà toute considération de bien ou de mal.Ce qui est bon pour les uns sera mauvaispour les autres et vice-versa.

Dans l'éternel devenir des choses, leshommes passent généralement leurexistence, endormis et incapables de rienvoir au-delà du bout de leur nez. Toujoursface à un miroir, nous décidons un jour denous y regarder et de nous demander quiest celui qui y est reflété. Ce n'estqu'après le questionnement que viendrontles réponses… ça a toujours été comme ça.Pauvre de lui celui qui ne s'est jamais poséde questions et qui vit en s'alimentant aurâtelier de la normalité, parce qu'il n'y a là riend'autre que leurre et décadence.

L'invisible opère derrière chaque souffle, il esttapi, agissant sans agir. Le sage tôt ou tard est vouéà cette rencontre avec le mystère. Les anciens Shizenappelaient cela Fuemaru, « ouvrir les yeux ». Tout levisible provient de l'invisible. Si nous sommes les outilsde forces supérieures, toute lueur possible de liberté,aussi petite soit-elle, dépendra de notre connaissanceet de notre niveau de conscience. On ne peut surfersur les vagues si on ne sait pas qu'elles existent, si onn'étudie pas comment elles se comportent.

Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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Uma das descobertas mais memoráveis do estudo do Kyusho é a certeza deque existe uma linguagem interna nas formas e ensino das Artes Marciais, quefaz referência à acção de seus movimentos agindo sobre pontos vitais. Nesteartigo, escrito pelo muito famoso conhecedor da matéria Evan Pantazi, comou qual também apresentamos um novo vídeo deste autor, nos abreum Universo de estudos, em referência a estes pontos nãoTaekwondo. Um DVD imprescindível se o que nosinteressa é ou Taekwondo.

Fotos: Brian Hallhttp://brianhallphotos.com/

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“Estes padrõessão uma guia

passo por passopara a

aprendizagem,com infinitaspossibilidades,especialmente

quando seadiciona o

Kyusho”

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Kyusho, As Séries do DojoTaekwon-Do

"No Taekwon-Do se define ponto vital como qualquerzona vulnerável, sensível, ou que se pode quebrar em umataque ao corpo. É essencial que o estudante de Taekwon-Do conheça os pontos, para ter uma ferramenta apropriada,tanto de ataque como de bloqueio. Um ataqueindiscriminado não é conveniente, por ser ineficaz e umdesperdiço de energia". - General Choi Hong Hi ( ),ENCICLOPEDIA DO TAEKWON-DO, Volume II, página 88.

Nos nossos dias, o Taekwon-Do é uma das grandes emais profissionais Artes Marciais do mundo. Há muitasescolas e muitas competições e seminários todos os anos.Centenas de pessoas assistem a estes eventos, unindo-seao aspecto desportivo do estilo. No entanto, a organizaçãose dividiu em muitas fracções após o falecimento do seufundador o General l Choi Hong Hi e continua crescendo.

Com o tempo, os factores desportivos têm adquiridopreferência e têm sido ignoradas ou descartadas áreas dosmétodos originais de defesa pessoal. No que originalmenteescreveu o General Choi, grande parte da atenção, daestrutura e inclusivamente o uso dos pontos vitais "Kupso" ( ou Kyusho), assim como desenvolver armas para teracesso a elas, foi apontado, mas nunca foram totalmenteensinados. Kyusho International desenvolveu um programapara de novo iluminar, educar, integrar e levar a evoluir estainacreditável arte marcial, de acordo com os conceitos doseu fundador. Este novo programa conta plenamente com oapoio dos fundadores superviventes, em especial de ChoiJung Hwa filho.

O Taekwon-Do clássico tem o básico do curso e docombate, assim como padrões (conhecidos como Kata noKarate). Estes padrões são uma guia passo por passo para aaprendizagem com infinitas possibilidades, especialmentequando se adiciona Kyusho. Quando o Kyusho se integranestes padrões, o praticante abre um novo mundo demétodos ocultos, armas e formas de defesa pessoal, que éo núcleo da arte.

Estes padrões fazem dos exercícios de acondicionamentoum espectro completo de módulos de luta e defesa pessoalcom Kyuhso. Uma vez introduzido o Kyusho, este aumentadinamicamente o foco do praticante, para além da simples

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imitação, a uma nova liberdade, à vezque se mantêm a integridade e aestrutura do estilo. Nestas séries do Dojoofereceremos uma ampla documentaçãoacerca da Arte, para que cada estudantepossa aprender e compreender umconstituinte que foi descrito edocumentado por seu fundador.

O primeiro destes padrões sedenomina Chong Ji, (traduzido como o

Céu e a Terra) e é a plataforma básicadeste moderno desenhoarquitectónico. Só contém passo porpasso e os padrões dos movimentosda mão, visto não haver pontapés, masa sua simplicidade se transforma em

possibil idade infinita quando secombina com os pontos vitais.

Desde a integração dos ataques dobraço se segue o planeamento deestudos básico do Kyusho, para depoistrabalhar cabeça, corpo, pernas,objectivos seguidos pela aplicação dasituação destes pontos conhecidos.Estas aplicações adicionais implicamdesactivação de pontos de pressão ou

de controlo, grappling em pé (a luta nosolo se introduz mais tarde nospadrões, posto que se torna maissofisticada e o profissionaldesenvolveu uma habilidade e umacompreensão mais sólida do Kyusho).

As explicações detalhadas, continuammostrando manipulações ocultas dasarticulações e inclusivamente apossível com faca, com as acçõesexactas do padrão.

Podemos encontrar mais revelaçõesdos padrões básicos nas armasescuras que o fundador incluiu na suaenciclopédia, mas não se util izamcomo um lugar destacado no estilo,

devido a uma falta de conhecimento ouhabil idade na sua aplicação. Àsemelhança das “6 mãos Ji” doBubishi, estas armas específicas eaparentemente inusuais do Taekwon-Do têm possibil idades de grande

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alcance e são vitais para o acesso aoKyusho contido no estilo. Como exemplovejamos o punho que prevalece em todoo modelo; não só temos o punho, comotambém outras armas documentadaspelos fundadores na enciclopédia, comoo Mit Joomuk (punho por debaixo),desenhadas para atacar estruturasanatómicas específicas, que por sua veztêm objectivos Kyusho (não descritos).

O que também se inclui na execuçãodo punho, é a posição da mãoagarrando, o que se conhece como JIAP,que "se utiliza para aplicar pressão nasartérias e pontos vitais" (Kyusho). Comapenas estas duas armas, não só sepodem provocar luxações de braço,como também múltiplos batimentosagarrando, que serão a base para chegara outros objectivos mais fáceis e tudodirigido às estruturas anatómicas maisdébeis. No entanto, estas não são asúnicas armas que o Kyusho desvela; ouso dos movimentos exactos da pauta,começa a desenvolver mais armasocultas. Naturalmente, as mesmassurgem com maior ênfase orientadaspara as estruturas anatómicas maisdébeis, na medida em que aumenta oconhecimento do praticante de Kyusho.

Uma vez que o usodas armas começa a sertão natural como o dos objectivosKyusho, conseguiremos debilitar ooponente instantaneamente, logoapós o primeiro contacto. Isto é umassunto importante, posto que a dorKyusho é muito diferente de umasimples dor. Nós não atacamossimplesmente o corpo por fora;para obter acesso à estruturaprofunda do nervo. Os nervossensoriais superficiais não são osúnicos receptores de um ataqueKyusho, também atacamos outrosnervos que não são de fácil acessocom os métodos convencionais. Istoprovoca uma dor interna diferente, poisse estimulam mensagens neurológicasno oponente. Isto confunde o receptor,quando o cérebro luta por responder aessas novas afecções neurológicas.Provocada esta nova afecçãodisfuncional, se desencadeiam outrosmuitos problemas psicológicos, domedo e a confusão, até a perda dopensamento cognitivo, o quevulgarmente se diz a perda dossentidos… Portanto não sóconseguimos debilitar o

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corpo, como também a mente do oponente, parachegar a controlar a situação.

Agora, posto que um dos desejos dosfundadores, tal como indica em seus escritos, erapromover uma boa saúde e condição física, vemosque muitas coisas da nossa própria anatomiapodem ser aprendidas e assimiladas graças aonosso estudo de Kyusho. Tendo uma maiorcompreensão do funcionalmente e da anatomia efisiologia, podemos obter uma maior compreensãoe potencial de vida mais vibrante, ou inclusivamentecurar muitos problemas fisiológicos de outraspessoas. Isto se realiza devido a que como opraticante de Kyusho primeiro aprende a causarmuitos problemas, pode depois aprender a reverte-los ou dar-lhes solução, utilizando as mesmasfunções fisiológicas de outra maneira.

Por exemplo, podemos usar um ponto Kyushosituado na zona do cotovelo, que na Acupuntura sechama TW-11. Este ponto não corresponderealmente a um nervo, ele é mais especificamenteum constituinte neurológico integral de todos ostendões. Quando se estica um tendão como podemver na interpretação Kyusho deste padrão, seproduz uma acção reflexiva que parte do órgãotendinoso do Golgi. Este é um constituinte do corpoque vigia os tendões quando se esticam emdemasia. Se manda então uma acção reflexiva aocérebro para que relaxe os músculos e para que ostendões não ficarem tensos. Numa posição marcialisto leva a que toda a musculatura se relaxe,provocando debilidade e perda de força.

Agora bem, se repararmos nisto com um matizrelativo à saúde, podemos ver que se uma pessoaestá estressada e mantém os músculos em tensão,poderemos ajudar na liberação da tensão usando omesmo ponto. Por favor, compreendam que isto éuma descrição muito básica só para que o leitor ouo médico saibam como a dualidade de curar emagoar se descobrem com o uso do Kyusho queeste padrão codificou.

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Com este conhecimento, podemosver que o velho provérbio "quando umgolpe já não é um golpe" e muitosoutros dizeres populares, evoluíram etambém foram desvelados. De facto,enquanto que a maioria das pessoas vêos movimentos do padrão para ter umsó propósito ou conceito, estescomeçam a expandir-seexponencialmente quando se aplica o

Kyusho. Isto se deve a que o Kyushonão é técnica aplicada, mas sim osimples objectivo das áreas mais débeis,que se descobrem em situações decombate. Se aprendermos uma técnicade conjunto contra um ataque deconjunto e que o ataque que varia damaneira em que foi originalmenteensinado, aprendido e aplicado, não vaifuncionar como o fez na prática...,

quando se está sendo atacado não émomento para descobrir este falho.Aprender ou reter uma técnica para cadaataque que o oponente pudesse levar atermo, seria impossível. No entanto, setomamos as nossas acções de padrõese aprendemos a dirigi-los em muitosaspectos para os objectivos expostosseguidamente, há uma maior margem deêxito e aprendemos a reconhecer as

Pontos Vitais

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debilidades durante o movimento, em vez de tratar dereagir frente à acções desconhecidas do oponente.

Além do método para reconhecer os objectivos quedescremos, temos a possibilidade de ter acesso amuitos pontos na mesma zona geral e com os mesmosmovimentos. Isto é importantíssimo, posto que otamanho do oponente varia e a procura de objectivospode fazer-se mais difícil para o praticante. Mas aorealizar as mesmas acções que realizamos no padrão,podemos alcançar mais pontos que na simples busca.Muitos não praticam este estado Kyusho para sercapazes de encontrar um pequeno ponto em umobjectivo em movimento… e sim está aí, mas o quenem sequer têm consideração por não estudaremrealmente Kysho, é que em primeiro lugar, um pontonão é realmente um ponto, é uma secção do nervo oudo músculo, ou de um tendão inteiro. Juntem isto comgrupos de objectivos em cada zona e sempre vai haverum objectivo alcançável, não importa o tamanho ou aposição para a qual se possa mover o oponente. Istonaturalmente, não quer dizer que o treino seja menosnecessário, continua a ser…, mas a pessoa que praticacom Kyusho alcança um grande potencial, habilidade edestreza em seu próprio estilo ou Arte.

Devido a que cada indivíduo é único na suacapacidade atlética, idade, tamanho, sexo, forçae todas as variáveis, o Kyusho lhes permitetrabalhar de maneira natural com o que é maisnatural para eles durante a sua vida, enquantotrabalham as acções exactas do padrão que oestilo requerer. A mesma arte se torna para ospróprios indivíduos mais uma viagem pessoal

uma imitação das viagens de outros.O padrão Chong Ji é o início da viagem aos

segredos ocultos do Taekwon-Do.

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Faca Apache: uma forma de vida

Texto e fotos: R. Redfeather: [email protected]

“Algumas tribos índias utilizam um postede guerra como o que faço (ver imagem).Isto ajuda os estudantes a compreendera importância de utilizar a faca com umagarre de martelo, que leva a ter tensão

na mão, enquanto batem no poste deguerra para poderem aprender como se

sentem batendo num corpo ou num osso”

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Faca Apache: uma forma de vidaInstrutor Chefe, Fundador RobertRedfeather

Eu não ensino por uma teoria, eu ensino pelas minhasexperiências de vida. Uma coisa que aprendi na minha experiênciada vida é que não temos de lutar todas as batalhas, mas temos deestar preparados com os pés bem assentes no chão!

A luta com faca Apache é tão antiga como a Mãe Terra. É directae vai de mão dada com a natureza, é o Caminho Índio Apache.

Em 2005 me pediram que representasse os Estados Unidos no o8ºChungju Mundial de Artes Marciais Festival, com a mais antigaarte de luta nativa americana, em Chungju, Coreia do Sul. Tive ahonra de levantar a bandeira dos Estados Unidos da América emarchar no desfile para inaugural, representando a tribo Apache.

Falei em diversas universidades acerca da cultura indígena e fizdemonstrações de luta com faca para o Exército da Coreia. Istoestá documentado no seu Museu de Arte Marcial.

Em 2013 fui incluído no Prémio Honorífico do Museu de MichaelMatsuda. em Burbank, Califórnia, devido ao meu manejo da facaApache, a arte nativa americana mais antiga e tradicional.

Ensino “Luta com Faca Apache” e a sua aplicação em combate.Também sou produtor, assessor técnico e faço a coreografia daslutas de faca e cenas de acrobacias para filmes. Estou trabalhandoem um filme denominado Red Cloud Deliverance, realizado porAlex Kruz.

Tradição

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Tradição

O meu irmão Ralph e eu falamos muitoacerca da Luta com Faca e ainacreditável maneira em que muitaspessoas fantasiam acerca da luta comfaca, mas que realmente não fazem amenor ideia do que se trata. Quando vêmao meu seminário, eu acostumo a dizer-lhes que não estou aqui para os ensinara lutar com a faca; estou aqui para osensinar a salvar a sua vida e as vidas dosseus seres queridos. Não estou aqui paraser seu amigo, não me importo se nãogostarem… Estou aqui para os ensinar asobreviver! O meu irmão sorri de novoporque sabe que vai haver pancada econtusões e que vai ser muito doloroso eesgotante. Graças a Deus que não sãofacas autênticas, de agudo fio, porquealguém poderia acabar morrendo. Porcima de tudo, ele sabe que nunca vãoesquecer a sua experiência e o queaprenderam com Robert Redfeather.

Sempre há uma pessoa que pergunta:E o senhor, o que faria numa situação deameaça com faca? E eu respondo queeu corria. A reacção normalmente é:"Não diga! A sério, o que faria? "Repito,eu corria, porque sei o que acontecenuma briga com facas e não quero estarnessa situação. Depois, faço uma pequepausa e falo um pouco da história dosApaches e das coisas que aprendi com omeu avô e a minha avó. Meu avô foi umagrande influência na minha vida e meensinou de acordo com as suasexperiências de na vida. Ele estava noExército dos EE.UU. durante a SegundaGuerra Mundial e as histórias que mecontou eram de dar arrepios. Sempre mesenti fascinado pela sua colecção defacas que recolhera de mãos de seusinimigos.

Uma coisa muito importante que omeu avô me ensinou é se desfazer daameaça, que é o canto da mão ou damão com a arma. Assim aprendemos aatacar a mão da faca, a cortar, mover eapunhalar, para tormento do inimigoporque sabemos que naqueles dias, nãohavia nenhum hospital a donde ir. Asfacas estavam infectadas com mofo,bactérias e outras doenças das que sepodia morrer mais tarde ou perder umaextremidade por um simples corte.Assim sendo, para parar o inimigopoderíamos ferir a sua mão esimplesmente correr, depois voltar efazer a mesma coisa repetidas vezes,porque eles teriam de parar e ajudar a

tratar da tropa. É como um jogo deXadrez, é mover-se e manipular osinimigos onde quer que estejam, paraos ultrapassar. Aprendemos isto e eusei que é uma arte da lutadenominada Nagondzoog. Este é umvelho termo da guerra de guerrilhas,mas também pode significar guerra,luta ou combate. Nagondzoog não éum esti lo, é só um termo, masquando se uti l iza numa oraçãocorrecta (Nagondzoog Nyol) significa"luta como o vento". Também é osistema de luta da minha família.

Eu ensino uma técnica básicadenominada “um vento que desce”,que é um movimento de ataque parabaixo, para cortar a mão e os dedosdo inimigo que empunha a faca, a mão, opulso e o antebraço. O “vento para cima”é o mesmo, mas em um movimentoascendente, e daí ensino a segurar nafaca correctamente e a terem a certezade estar seguros atrás da folha e numaposição de guerreiro, com uma pernapara a frente e uma perna por detrás. Osestudantes de arte marciais sempre têmproblemas com isto, porque querem lutarnuma posição de lado, mas eu digo aeles que nunca vi um veado que tentaavançar, com as pernas cruzadas. Émuito difícil combater numa posição delado, é preciso ser capaz de mover-se,andar e correr. Toda a gente temproblemas para andar. As pessoas sesurpreendem quando lhes digo queabdómen, então se apercebem danaturalidade de simplesmente andar emover-se.

Ao largo do programa têm problemaspara andar com a sua faca, por estaremlutando sentem como se tivessem deficar ali, colados ao chão e lutar. Nosestamos movendo constantemente eandando em redor do inimigo. Algumartista marcial ou um esgrimista ao quequerem combater, quando o atacamficam como árvore plantada e nãomodem mexer quando alguém semovimenta à sua volta como o vento,para tentar matá-los.

Permitam-me dizer-lhes porque é difícillutar em posição lateral em um combatecom faca. Quando se está nessa posiçãoMarcial, se expõe o rim, os pulmões e asnalgas. É fácil para qualquer ummanobrar em nossa volta e ficar nasnossas costas. Não é um errado lutarnessa posição, simplesmente temos de

saber quando e como lutar nessaposição, não podemos ficar parados,porque isso pode custar-nos a vida.

Algumas tribos índias utilizam umposte de guerra como o que faço (verimagem). Isto ajuda os estudantes acompreender a importância de utilizar afaca com um agarre de martelo, que levaa ter tensão na mão, enquanto batem noposte de guerra para poderem aprendercomo se sentem batendo num corpo ounum osso e o mais importante que oajuda a aprender a bater, é andar emover-se em volta do poste, como frianuma luta com faca. Tenho estudantesque inclusivamente fazem o seu próprioposte de guerra no pátio das traseirasporque percebem como é importantetreinar com um.

Outro exercício de treino que ensinoaos meus alunos é apunhalar a terra parapoderem constatar o efeito do que sesente apunhalando um corpo que exercepressão sobre o pulso e o polegar; istoajuda a saber como situar-se com a facae é muito importante situar-se em guardacom uma faca como o K-bar, de maneiraque quando a espetamos em um corpoao nosso lado, não escorreguemos parabaixo, em direcção à folha. Quando setira a faca da terra ou do corpo, aempunhadura da pega deve fazer ligeirauma curva para poder puxar bem delepara fora, porque se estiver em linharecta à mão, acaba por escorregar apega, especialmente se estiverensanguentado.

Como dizia o meu avô, a primeiracoisa que toca no corpo do inimigo é afolha da faca e não as mãos, como se vêna maioria das fitas. Nos filmes, quando

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alguém se aproxima de alguém às escondidas, tapa-lhe a bocacom a mão e depois corta-lhe a garganta. Isto é absolutamenteerrado. Ensinam-nos a utilizar a folha para tocar no corpoprimeiro e depois no pescoço. Por exemplo, em algumas fitasde vaqueiros e de índios, vemos o índio saltar do seu cavalo eagarrar o inimigo, mas isto é só em Hollywood… Na vida real, oguerreiro nunca agarraria o seu inimigo, primeiro o apunhalaria,antes de tocar nele.

Quando ensino a militares e forças especiais dos EE.UU,ensino de maneira diferente que a civis. Nas aulas à populaçãocivil, ensino mais de auto-defesa e leis. Aos militares ensino-lhes a lutar para fazer o seu trabalho e que penso que secompreende a razão de eu não gostar de usar a palavra "K".

Dou aulas mundo afora às pessoas assistem aos meusseminários e também dou aulas em casa. Se o leitor desejarsaber mais acerca de Robert Redfeather visite a páginawww.apache-knife.com.

Gostaria de me despedir falando da maneira de pensar dosÍndios Americanos. Devem ter notado que tudo o que faz um

índio está em um círculo. Isso é devido a que o poder domundo sempre está nos círculos e tudo trata de ser redondo. Océu é redondo e a terra é redonda, é redonda como uma bola, etambém o são todas as estrelas, o vento em seus grandesremoinhos de energia. Os pássaros fazem seus ninhos emcírculos…, até as estações formam um grande círculo nas suasmudanças: sempre voltam de novo a onde estavam. A vida dohomem é um círculo, da infância à idade adulta…, o círculoestá em tudo por onde o homem se pode mover.

"Todas as cosas não mundo são a dois (Naki - dois). Em tudoexiste a dualidade... Na nossa mente temos o bem e o mal.Com os nossos olhos vemos coisas que são justas e coisasque o não são. Temos a mão direita que bate e faz o mal e amão esquerda perto do coração e cheia de bondade! Um péque nos pode levar pelo mau caminho e o outro pé que nospode levar por o bom.... Todas as coisas são a dois, tudo éNaki".

R. Redfeather: [email protected]

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O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiaisdo exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o

terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik,realizaram um novo DVD básico que

trata sobre as armas de fogo, asegurança e as técnicas de treino

derivadas do Disparo Instintivoem Combate, o IPSC.

O Disparo Instintivo emCombate - IPSC (InstinctivePoint Shooting Combat) éum método de disparobaseado nas reacçõesinstintivas e cinemáticaspara disparar emdistâncias curtas, emsituações rápidas edinâmicas. Umadisciplina de defesa

pessoal para sobrevivernuma situação de ameaça

para a vida, onde fazem-senecessárias grande rapidez e

precisão. Tem de se empunhara pistola e disparar numa

distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o

manejo da arma (revólver e semi-automática); prática de tiro em seco e a segurança;

o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e emmovimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse emúltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador,com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro compistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 einclusivamente lança-granadas M-16.

REF.: • KAPAP7REF.: • KAPAP7 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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A Zen Nihon Toyama-Ryu Iai-Do Renmei (ZNTIR) o organismoque pretende manter viva esta tradição e as formas originais,mediante um sistema que integra corpo, mente e espírito deuma maneira realista e eficaz.

Este DVD foi criado pela insistência de praticantesda Filial espanhola da Zen Nihon Toyama-Ryu

Iaido Renmei (ZNTIR - Spain Branch), paradar a conhecer a todos os interessados

um estilo de combate com una espadareal, criado no passado Século XX,

mas com raízes nas antigastécnicas guerreiras do Japãofeudal. Nele encontrarão aestrutura básica da metodologiaque se aplica no estilo, desdeos exercícios codificados deaquecimento e preparação,passando pelos exercícios decorte, as guardas, os kata daescola, o trabalho comparceiro e a iniciação, até apedra angular em que sebaseia o Toyama-Ryu, o

Tameshigiri ou exercícios decorte sobre um alvo realista. Esperamos que o conhecimento

da existência de um estilo como é oToyama-Ryu Batto-Jutsu, seja um

incentivo para conhecer uma formatradicional, que por sua vez é muito

diferente das actuais disciplinas decombate, o que poderá ser atraente para

aqueles que desejam ir más longe nas suas práticasmarciais.

Para os interessados na espada japonesa e os iniciados, esteDVD será de utilidade como apoio para na sua aprendizagem ecomo consulta.

REF.: • TOYAMA1REF.: • TOYAMA1

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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COMO CHEGAR A SER UM BOM ESGRIMISTAComo se chega a ser um bom Esgrimista? Repetidamente me perguntam

isto nos meus seminários. Também recebo muitos e-mails de gente queme faz a mesma pergunta. Quando comecei a fazer Esgrima faz

quase 30 anos, tudo era diferente. Não havia computadoras,Internet nem correio electrónico. Não se podia encontrar umvídeo em YouTube e ver os mestres em acção. Tínhamos deencontrar a verdadeira Esgrima nós mesmos. Hojé é possívelcontactar facilmente com os mestres e treinar com eles. Ostempos modernos proporcionam uma grande quantidade deoportunidades. Mas por outra parte podemos ser facilmenteenganados por um vídeo. A Verdadeira Esgrima tem de serpraticada, entendida e experimentada em tempo real. Não

se podem aprender os detalhes vendo um vídeo.

Diferentes estilos de EsgrimaHoje, a Esgrima é uma mistura de diferentes estilos. Parece

até que muitos estudantes misturam diferentes estilos edepois o chamam Esgrima e juntam novas coisas que nadatêm a ver com a Esgrima. Querem aprender tantas técnicascomo seja possível e depois as misturam com o seupróprio estilo e começam a ensinar. Estesautoproclamados mestres esquecem os princípios maisimportantes da Esgrima, que se encontram na suafundação. Cada Arte Marcial começa com uma boabase e a mesma coisa se aplica na Esgrima. Sem ela,não se pode ser um bom Esgrimista, certamente nãoé o melhor que deve fazer. O uso de uma faca, porexemplo, começa com a compreensão da arma, oque se faz numa situação de combate, com osseus perigos, a maneira de se defender, deinterceptar, de atacar, o que realmente significa adistância e como afecta na luta. Sãonecessários anos de treino com paus e facasantes de dominar os seus princípios básicos.

Eskrima

“Nos nossos dias, a Esgrima é uma mistura de

diferentes estilos. Parece que muitos

estudantes misturamdiferentes estilos e depois o

denominam Esgrima esomam-lhe novas coisas que

nada têm a ver com a Esgrima”

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Os verdadeiros mestres compreendem estes princípios emprofundidade e podem antecipar-se aos ataques dos oponentes,podem prever seus movimentos e reacções. Conhecem ooponente mediante a compreensão da arma utilizada por ele.Claro está que isto também se aplica às técnicas de mão nua.

Desafortunadamente muitos auto-proclamados mestresabrem uma escola e começam a ensinar os alunos

pelo caminho errado, quer dizer, sem uma boabase. Podemos imaginar o que sucede com o

Esgrima real. Pouco fica disso!

As cinco regras básicasdo Esgrimista

Isto me leva ao que na minhaopinião são as cinco regras

básicas para ser um verdadeiroEsgrimista e são:

Obter uma boa base deum bom mestre,

concentrando-se na auto-disciplina, treinar

arduamente, ver e escutar, eloicamente, ter talento para

chegar a ser um verdadeiroEsgrimista. Há muitas outras

características mas quando seencontra um bom mestre disposto a

dar uma boa base e se trabalha muito,com um pouco de talento é possível

chegar longe. Encontrar a um bom mestre não é fácil. O

mestre requer de várias coisas. O mestredeve ser bom em Esgrima, não importa emqual estilo.

Isto quer dizer que não só se tem deperceber os exercícios de Esgrima ecomo interceptar e bater, trata-se deperceber a Esgrima, onde e quando sefazem as blocagens; cómo contra-atacar da maneira correcta; qual é adistância adequada para cada arma;qual o pau que se pode utilizar numamaior distância que com a faca, etc.

Uma das características maisimportantes de um bom mestre éassegurar que os estudantes cresçamna Esgrima. Como pode o mestre fazercom que o aluno seja melhor? Comfrequência vemos que o estudantechega a ser melhor que o mestre emum curto período de tempo.

Treinar arduamentee de maneira inteli-gente

O duro treino é a chave doêxito, mas não é a única.

Portanto, se temos um bom Mestre e uma boa Organização,nada nos poderá impedir de chegar a ser um bom Esgrimista!Oxalá fosse tão fácil!

Repare nas pessoas bem sucedidas na Esgrima. Participamde uma das características mais importantes: a vonta paratreinar arduamente. Por outra parte, em alguns seminários seme tem aproximado gente para me dizer: “Treino 4 horas pordia, faço um trabalho duro com sacos de Boxe e peneus decarro. Treino com amigos todos os disase mas não consigoavançar. Eles também treinam muito”.

A minha resposta é simples; o duro treino é a chave doêxito mas treinar arduamente não é suficiente. Tem de setreinar duro e combinar treino duro com treino inteligente.Todo treino deve constar dos princípios básicos da fundação.Tratem também de definir o que querem conseguir em cadatreino, concentrem-se mais no que querem aprender. Porexemplo: treino para a resistência, a explosividade (muitoimportante na Esgrima), ou a coordenação. Cada treino deveter um propósito, em cada passo que derem no treino devemde ser capazes de explicar como conseguir a vossa meta paraser um bom esgrimista.

ConcentraçãoA concentração é um dos principais aspectos do meu estilo.

Cada batimento, cada ataque, cada desarme e cadamovimiento que se faz, faz-se por um motivo, com umpropósito. O trabalho de pés funcional, o movimento do corpo,tudo o que se faz tem que servir para um objectivo. Destamaneira a nossa Esgrima será eficaz.

TalentoNem toda a gente nasce com talento. Com muita

frequência escutamos dizer, 'tenho talento e posso praticarcom faci l idade os movimentos e as técnicas'.Lamentavelmente tenho uma má notícia para estas pessoas.A minha experiência é que estas pessoas não alcançam ocimo porque para lá chegar, realmente não é suficiente termuito talento. As pessoas com talento têm de treinar dura einteligentemente, e devem ter um bom mestre. Mas comtalento e tendo acesso a todos estes requerimentos e umaboa mentalidade, chega-se ao topo da montanha e isso nãose pode comparar com nada!

ConclusãoToda a gente pode aprender Esgrima ao seu próprio nível,

simplesmente por desporto ou para defesa pessoal. Muitagente não se importa com o estilo que pratica, simplesmentequer um Mestre que seha do seu agrado e um bom grupocom o qual treinar. A quem quer chegar a ser um Esgrimistada máxima categoria, aconselhamos que sejam muito críticosna escolha do Mestre e observar se o Mestre tem asqualidades necessárias para que façam deles um grandeEsgrimista.

Se querem mais informação ou têm perguntas a fazer, nãoduvidem em contactar comigo. Serão benvindos ao meumundo, o mundo da Esgrima.

Eskrima

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Kihon waza (técnicas básicas) es la parte másimportante del entrenamiento de cualquier Arte

Marcial. En este DVD el Maestro SueyoshiAkeshi nos muestra diversas formas

de entrenamiento de Kihon conBokken, Katana y mano vacía.

En este trabajo, se explica enmayor detalle cada técnica,para que el practicantetenga una idea más clarade cada movimiento y delmodo en que el cuerpodebe corresponder altrabajo de cada Kihon.Todas las técnicas tienencomo base común laausencia de Kime (fuerza)

para que el cuerpo puedadesarrollarse de acuerdo a la

técnica de Battojutsu, y sibien puede parecer extraño a

primera vista, todo el cuerpodebe estar relajado para conseguir

una capacidad de respuesta rápida yprecisa. Todas las técnicas básicas se realizan

a velocidad real y son posteriormente explicadaspara que el practicante pueda alcanzar un niveladecuado. La ausencia de peso en los pies, larelajación del cuerpo, el dejar caer el centro degravedad, son detalles muy importantes que elMaestro recalca con el fin de lograr un buen niveltécnico, y una relación directa entre la técnica basey la aplicación real.

REF.: • IAIDO7 REF.: • IAIDO7

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

Cinturón NegroAndrés Mellado, 42 28015 - MadridTelf.: 91 549 98 37e-mail: [email protected]

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O Choy Lee Fut é umsistema marcialtradicional chinês,muito dinâmico ed i s t i n t o ,caracterizado porgrande número detécnicas de braços epernas combinadas, ágeisdeslocamentos junto commovimentos circulares decintura, que permitemrealizar batimentos commuita velocidade epotência. O Choy Lee Fut também incorpora umaampla variedade de usar as armas, que porregra geral são difíceis de encontrar como partede um só estilo. Neste artigo, pretendemosreferir para todos os nossos estimados leitores,os aspectos mais importantes deste legadomarcial.

As armas no

Texto: Emilio AlpansequeFotos: Rodrigo Sánchez

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“O Choy Lee Fut da Família Chan, provenienteda província de Cantão no Sul da China,

é um estilo de Wushutradicional fundado peloMestre Chan Heung

em 1836”

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Wu Shu

Wushu TradicionalAs Armas do Choy Lee Fut

O Choy Lee Fut da Família Chan, proveniente daprovíncia de Cantão, no Sul da China, é um estilo deWushu tradicional, fundado pelo Mestre Chan Heung em1836. Trata-se de uma tradição muito arraigada nosmétodos marciais com origem no Templo de Shaolim,tendo influência das facções do Sul e do Norte,amalgamando as principais técnicas desenvolvidas atravésde uma época muito problemática e de constantesrebeliões. Conforme indicam os registos da família Chan,Chan Heung passou mais de vinte anos aprendendo o seuofício de mãos de seus três mentores: Chan Yuen Wu, LeeYau Shan e o monge Choy Fook, antes de combinar assuas experiências marciais em um sistema eficaz e integral.

Apesar das precárias condições existentes a finais dadinastia Qing (1644-1911), onde a prática pública das artesmarciais foi até proibida, o Choy Lee Fut conseguiucontinuar a sua expansão através de sociedades secretase grupos revolucionários. Mais adiante, com o passar dosanos, se estenderia abertamente por várias províncias daChina, pelo Sudeste Asiático e pelo resto do mundo.Actualmente, o mestre Chen Yong Fa (Chan Wing Fat),quinto descendente por linha paterna do Fundador, éconsiderado o guarda do estilo e como tal, foi-lhe confiadaa tarefa de o manter vivo através dos seus subsequentesherdeiros.

O mestre Chen nasceu na China em 1951, começando atreinar quando só contava quatro anos de idade, sob adirecção de seu avô Chan Yiu Chi e de seu pai Chan WanHon; recebendo assim o sistema completo tal e como tinhasido praticado por seus antepassados. Chen herdoutambém os manuscritos originais que documentam ahistória e a evolução do Choy Lee Fut, assim comotambém descrevem em detalhe todas as suas formas etécnicas. Chen, além de ser um consumado artista marcial,é também um praticante diplomado da MedicinaTradicional Chinesa, a qual exerce na sua escola de Sidnei,Austrália, desde a década dos anos 80, ao mesmo tempoque ensina a um grupo selecto de alunos Artes Marciais,Dança do Leão, Qigong e Medicina Tradicional.

As quatro Armas BásicasNo sistema Choy Lee Fut se uti l iza uma grande

variedade de armas para a prática e o aperfeiçoamento dashabilidades marciais. Por regra geral, estas armas sepodem dividir em três grupos principais, em função da suacategoria de acção: longas, médias e curtas. Estes trêsgrupos podem por sua vez catalogar-se em diferentes

categorias como são: armas duras,suaves, duplas, combinadas, flexíveis emuitas mais. Não obstante, existemquatro armas que são consideradascomo as armas fundamentais do estilo,elas são:

1) O pau ou GwanO pau é basicamente uma bengala

comprida ou garrote de madeira dura ousemi-flexível. É uma arma simples maseficaz; como a madeira é difícil de sequebrar, permite que a força de um golpe setransmita através de toda a sua longitude. O pauincorpora muitas técnicas lineares e circulares,realizadas enfatizando a força dura. Serve como grandebase para a aprendizagem de outras armas compridas,como lanças, alabardas, rastelos e outros. De entre ospaus mais comuns no Choy Lee Fut se encontram o DanTau Gwan (pau de uma cabeça), o Seung Tau Gwan (paude duas cabeças) e o Chai Mee Gwan (pau ao nível dassobrancelhas).

2) O Sabre ou Darn Dao O sabre é uma arma cortante de gume único e curvo, de

pega cilíndrica de madeira, com um protector de mãoredondo e de aço. É ideal para cortar, assolar e talhar comgrande velocidade, utilizando também a força dura. Devidoao feitio curvo da sua folha e ao seu único gume, sãopossíveis com o sabre as técnicas envolventes ou deenrolar em volta da cabeça, assim como o uso da outramão. como apoio adicional em determinados movimentos.Há muitos tipos de sabres, entre eles se destacam o GauWan Darn Dao (sabre de nove anéis), o Ma Dao (sabre decavalaria) e o Kwan Dao (alabarda de Kwan Kung).

3) A espada ou GimA espada de linha recta tem sido um símbolo da nobreza

na cultura chinesa. Como seu nome indica, tem uma folhade duplo gume, recta e de ponta afiada; a protecção damão é plana e alinhada com a folha, de maneira a protegero agarre na base das duas beiras afiadas. O uso da espadarecta é muito refinado, se baseia na precisão no controlodo pulso e nela se destaca a força suave com técnicas decorte e de estoque, usualmente dirigidas a objectivosespecíficos ou pontos vitais. De entre as espadas maiscomuns temos a Ching Lung Gim (espada do DragãoVerde), a Ta Mo Gim (espada de Bodhidharma) e a Moi FahGim (espada de Flor de Ameixoeira).

4) A lança ou Cheung A lança é essencialmente um pau com uma ponta de

metal em feitio de diamante, fixa em um extremo. Portanto,incorpora muitos dos métodos empregados no pau de uma

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“Apesar das precáriascondições existentes nos

últimos tempos dadinastia Qing (1644-1911),

onde a prática pública das ArtesMarciais foi até proibida,

o Choy Lee Fut conseguiu continuar asua expansão através de sociedadessecretas e grupos revolucionários”

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e duas cabeças e também técnicasque fazem uso da ponta para cortar,picar, etc. À diferença do pau, osmovimentos da lança - como acombinação característica de cobrir,desviar e picar - se executam comênfase na força suave. Entre as lançasmais comuns no sistema seencontram a Ying Cheung (lança deSombra), a Seung Tau Cheung (lançade Duas Cabeças) e a Seer SauCheung (lança de Mão de Serpente).

Metodologia do EnsinoO estudo do Choy Lee Fut vem

constituído por duas partes principais:o método externo e o interno. Osprincipiantes se iniciam no estudo dométodo externo e a sua aprendizagemse divide em três níveis deconhecimento. No primeiro nível seensinam os fundamentos do sistema eo trabalho com as duas rotinasessenciais: Ng Lun Ma (roda de cincocavalos) e Ng Lun Choy (roda de cincopunhos). A primeira apresenta asposições e transições principaisenquanto se movimenta em direcçãolinear e a segunda proporciona astécnicas de mão, punho e bloqueiosmais importantes, que são denatureza circular.

Uma vez que os estudantes sefamiliarizam com as bases do estilo,logo se começa com a armascomeçando pela utilização do pau.Isto não se deve só ao facto de ser aarma principal na tradição Shaolim,também porque permite ao praticantepôr em condições os seus pulsos eantebraços enquanto aprende. Alémdo mais, o pau serve de base para ouso de outras armas compridas.Habitualmente se começa comalgumas técnicas lineares do Dan TauGwan (pau de uma cabeça) tais comobater para baixo, desviar e picar; paramais adiante adicionar algumastécnicas circulares ou em rotação, doSeung Tau Gwan (pau de duas

cabeças), tais como batimentoslaterais e batimentos ascendentes oudescendentes a 45 graus.

O seguinte passo consiste emaprender a forma Seung Gaap DanGwan (pau duplo e pau simples), quecomo seu nome indica, é uma rotinade ambas armas, que combina ashabilidades anteriormente aprendidas,o que permite aos estudantes integraros princípios de geração de força e o“trabalho de cavalos”, aprendidos naformas de mão nua, com as técnicasde pau, potenciando assim a suaevolução integral no esti lo epreparando-os para abordar osseguintes níveis de conhecimento. Porúltimo, digamos que enquanto seaprendem as rotinas com armas dosistema, também se treinamcombinações específicas porseparado e com parceiro, para

procurar também compreendercorrectamente as aplicações marciais.

Os Motivos do Treinocom Armas

Independentemente da suamorfologia, a aprendizagem e treinodas técnicas tradicionais com armas,seguindo os mesmos métodos que osantepassados do sistema e utilizandoarmas historicamente precisas no querespeita a todas as suascaracterísticas, como o peso,longitude, ou a construção, também évital para a compreensão do trabalhosem armas. O manejo de armascontribuirá a melhorar a linguagemcorporal, atributos físicos e a própriadestreza dos praticantes em combate.Por exemplo, a prática com armascompridas e pesadas melhora oequilíbrio nas posições e fortalece osmúsculos em geral. Realizarmovimentos complicados em níveisavançados com armas cortantes,exige também de maior atenção econcentração, o que finalmente irámelhorar a harmonia entre a mente, ocorpo e o espírito.

De destacar que as técnicasmodernas que se usam para o manejode armas clássicas em competiçõesdesportivas, que são muito ligeirase/ou curtas, muitas vezes não sãoadequadas para a sua mais restritaaplicação marcial. No Choy Lee Fut setenta desentranhar os segredosescritos nos registos da família Chan etreinar com as mesmas armas que sedescrevem nestes manuais, tratandode adquirir as mesmas habilidadesque podiam possuir os nossosantepassados.

É essencial para todos osprofissionais e mestres, sem importaro esti lo, reconhecer o dever depreservar este legado marcial degeração para geração. A conservaçãoé um desafio contínuo para os artistasmarciais tradicionais.

Reportagem

“O estudo do Choy Lee Fut

se constitui deduas partesprincipais:

o método externoe o interno”

“De destacar queas técnicas

modernas seusam para o

manejo de armasclássicas emcompetiçõesdesportivas”

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Wu Shu

Nas imagens, os Mestres Marcel e RaulToutin, discípulos directos do Grão MestreChen Yong Fa e Directores da Sede Oficial

da América Latina do Choy Lee Fut WingSing Tong, em Santiago do Chile.

Para mais informação visitar:http://www.choyleefutlatinoamerica.org

“Uma vez que osestudantes se

familiarizam com asbases do estilo,

logo se começa com aarmas começando

pelo manejo de pau”

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S.D.S.-CONCEPT TREINO EM SEGURANÇA

“S.D.S.-Concept treino em segurança” é um sistema de formação para treinar e ensinar segurança operativa e prática.Alguns grupos profissionais correm maior risco que outros, de ser atacados por clientes agressivos. Talvez isto não aconteçatodos os dias, mas não por isso deixa de ser importante. O nosso programa educacional foi claramente desenhado para estesprofissionais.

O pessoal de segurança - privada ou oficial, da mesma maneira uma e outra - tem que lidar com a violência e a agressão acada dia. Muito frequentemente se chama a atenção para contecimentos ondos agressores acabam feridos. Portanto, fazerfrente a situações potencialmente perigosas é parte do pleneamento de cada dia dos profissionais. Só um guarda de

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segurança muito bem treinado, será capaz de lidar comsituações complicadas na manera apropriada peranteintimidação, insultos, ameaças, ataques. Isto éabsolutamente necessário para reagir com calma e demaneira adequada em circunstâncias perigosas.

Os tempos mudam, os sistemas e programas de defesapessoal estão cada vez mais adaptados e o SDS-Concept étambém um produto do nosso tempo. A vida passa rápidanestes dias e a maioria das pessoas não investir varios anospara estudar Artes Marciais. O SDS-Concept não é produtode qualquer sistema de combate, pelo que podemosconsiderálo fora dos caminos tradicionais. Estácompletamente concentrado no treino de segurança, tendoem consideração todas as ferramentas e lugares disponíveis.Claramente não há necessidade de estudar um sistema, sópara adaptá-lo mais tarde para modificar conceitos eprincípios para o uso de armas ou ferramentas de auto-defesa.

S.D.S.-Concept Treino em Segurança -A ideia

A idea básica do treino em segurança do SDS-Concept édar mais segurança aos profissionais que correm altos riscosem seus lugares de trabalho. A combinação de segurançarelevante, visão pedagógica e psicológica, com aexperiência dos advogados e o pessoal policial, deu umsaldo de uma oferta de cursos, seminários eassessoramento.

S.D.S.-Concept - uso profissional do equipamento

As Técnicas de SDS-Concept são habitualmenteexecutadas com ferramentas tais como lanternas, algemas,cacetetes telescópicos, tonfas e gas pimenta. Estasferramentas se utilizam para atacar, controlar, fixar etransportar os agressores, assim como para a defesapessoal.

Efeitos potencialmente nocivos das ferramentasutilizadas de maneira inapropriada:

• Lesões severas, inclusivamente a morte• Técnicas inapropriadas para uma determinada situação• As ferramentas podem estar proibidas em certas áreas

(por exemplo, algumas companhias aéreas não permitemtonfas o gas pimenta a bordo dos seus aviões)

• Técnicas inapropriadas para o trabalho em equipa• O uso de certas técnicas pode ser inapropriado ou

mesmo excessivo• Nem sempre é aconselhável

Conteúdo do treinoO planeamento dos estudos contém os aspectos técnicos,

assim como a formação de trabalho em equipa, avaliação dasituação, as técnicas de busca, planeamento deemergências, protecção de terceiros, protecção de si mesmoe os estudos jurídicos. É típico do SDS-Concept que astécnicas sempre se ensinam e praticam no contexto dasexigências especiais, com respeito da táctica e da estratégia.

Tácticas OperativasAs tácticas operacionais se podem definir como o uso de

meios verbais e físicos para a execução das medidas

necessárias numa missão ou tarefa bem planejadas ecoordenadas. Os factores importantes são a força da equipa,o tempo, o lugar e o propósito. As Tácticas operacionaiscontêm: a preparação, as instruções da equipa, a aplicaçãoda força física, o uso de ferramentas, o posicionamento dosmembros da equipa, as técnicas de acompanhamento comouma equipa, ataques em equipa, técnicas de fixação e otransporte como uma equipa, a percepção, os erros napercepção, o processamento da informação baixo estresse.

Como se pode ver nos artigos precedentes, o SDS-Concept é um sistema muito amplo. É diferente de outrossistemas, posto que trata das situações e não dos níveis. Éperfeitamente possível só ensinar, por exemplo,técnicas que são relevantes para asmulheres, ou o uso do gaspimenta, ou o uso deobjectos flexíveis,etc. Não é

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obrigado ensinar todo o sistema do SDS-Concept.

Em termos gerais, o SDS-Concept é umsistema de combate corpo a corpo muitoelaborado, com o único objectivo de permitira todas as pessoas defender-se de maneiraeficaz. O sistema cobre uma ampla gamade matérias, partindo da zona da legítimadefesa, tanto contra os agressoresarmados como contra os desarmados.

O SDS-Concept é uma combinação detécnicas de defesa pessoal com aDefesa de pau (Kubotan, Dulo, Yawara,Pau de algibeira) - ou os objectos

quotidianos e de todas as armas docorpo disponíveis.

SDS-Concept não é um desporto decombate com um sofisticado

conjunto de

normas, nem uma arte marcial tradicional, é antesum sistema que se concentra na eficiência e só naeficiência. Se completa com as medidas deprevenção (evitar a intensificação), elementostácticos de auto-defesa, treino baseado em cenários,treino e técnicas de redução de intensidade.

Peter Weckauf é um conhecido especialista derenome internacional nas artes marciais e nadefesa pessoal. Criou o SDS-Concept como umaadição significativa e complemento para ampliar osistema de defesa pessoal e artes marciais, como fim de melhorar de maneira eficiente ascapacidades de auto-defesa dos usuários.

Já estão programados os cursos paraInstrutores, de Março a Setembro do 2014.

Para mais informação, favor visitar:www.sds-concept.com ou www.sami-

international.com

Fotos por Mike LehnerEscrito por Peter Weckauf e Irmi Hanzal

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REF.: DVD/BURTON2 TÍTULO: BRUCE LEE: EL HOMBRE Y SU

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TÍTULO:HOMENAJE

A BRUCE LEEAUTOR: TED WONG

& CASS MAGDA

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AUTOR: TIM TACKETT

AUTOR: SALVATORE OLIVAAUTOR: B. RICHARDSON

TÍTULO: JKD STREET DEFENSE TACTICS:

TÍTULO: EXPLOSIVE DUMOG

TÍTULO: JKD STREET TRAPPING”

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TÍTULO: J.K.D. STREETSAFE:

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TÍTULO: YAWARA KUBOTAN

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ATTACKS AUTORES: VICTOR

GUTIERREZ,SERGEANT JIM

WAGNER MAJOR AVINARDIA, J.L. ISIDRO& SALVATORE OLIVA

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OUTROS ESTILOS

AUTOR: BOB DUBLJANIN

TÍTULO: JKD EFS KNIFE SURVIVALAUTOR: ANDREA ULITANO

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Basta um Basta um CliCCliC

para estar no melhor para estar no melhor

que em Artes Marciais que em Artes Marciais

existe noexiste no teu idioMA…teu idioMA…

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História de umadeterminação

Texto: Nuria Ortiz & Pedro Conde

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De uma a outra abertura de pernas passaram... quantos anos? A recente e muito brilhante publicidade da Volvo (Parabéns à

empresa e aos publicistas que delinearam a ideia!) apresentando aestabilidade do seu novo sistema de direcção, de novo fez abrir aspernas e levar à actualidade este titã do Cinema Marcial, eterno“menino terrível” dos pontapés e os split perfeitos, um homem queviveu e “sobreviveu” ao êxito.

Van Damme é um exemplo de perseverança e êxito para além dosalti-baixos. Várias décadas de Cinema Marcial o contemplam e hoje,neste estupendo e completíssimo artigo, o nosso especialista namatéria, Pedro Conde - que tantas vezes o tem entrevistado - entraa fundo nas reviravoltas de uma carreira e vida excepcionais.

Si senhores! Temos Van Damme para muito tempo, porquemostrou uma capacidade para renascer das cinzas como poucasvezes temos tido ocasião de ver. Uma reportagem extraordinária denão esquecer.

Alfredo Tucci

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Jean Claude Van Damme, história de uma determinação

Jean Claude François Camille Van Varenberg nasceu a 18 deOutubro de 1960, às 6 horas e 10 minutos, no Hospital Francêsde Berchem-Sainte-Agathe, situado a Oeste de Bruxelas.Cresceu no seio de uma família burguesa com possíveis. Seupai, Eugène, era director de uma fábrica de tecidos. Jean Claudedesde pequeno era introvertido e muito sensível, talvez devido aque a maior parte da sua infância esteve muito só: seus paisestavam demasiadamente ocupados levar em frente a empresafamiliar, não lhe dedicando toda a atenção que ele necessitava.De facto, o pequeno Jean Claude rapidamente se habituou aocarinho que lhe mostrava Manola, uma jovem espanholaempregada em casa dos Van Varenberg, com quem passava amaior parte do dia. Até tal ponto que seus pais dizem que empequeno quase que falava melhor Espanhol que Francês.

Quando começou a ir à escola, as únicas aulas que suportavaeram a de ginástica e as de desenho (sempre mostrou ter umagrande habilidade para desenhar). Seu pai cedo o incentivou ase dedicar ao desporto, esperando que assim superasse a suaextrema timidez e insegurança e que desenvolvesse um poucoseu frágil corpo. Quando em 1973 se desatou na Bélgica a“febre” pelas Artes Marciais, seu pai um dia o levou a um ginásiode Karate, para o pôr sob a tutela de Claude Goetz, um dospioneiros do Karate na Bélgica.

A primeira impressão que Claude Goetz - praticante de Karatedesde 1958 - teve do seu novo aluno Jean Claude, foi que nãoestava dotado para o exercício físico e que era excessivamentemagro. No entanto, aquela frágil criança de 12 anos mostrou ter

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mais força de vontade que amaioria dos adultos veteranos,motivo pelo qual, Claude Goetzlogo sentiu por ele grande carinho.

Claude Goetz é uma pessoaimportante na Bélgica: foi um dospioneiros do Karate no seu país ealuno de mestres da categoria deHarada ou Taiji Kase, aos quealojou em sua própria casa.Começou a praticar sob a tutelade Jacques Delcourt, actualpresidente de FFKAMA. Tambémpode ser considerado uno dosmáximos responsáveis pelaintrodução do full-contact e do

light contact na Bélgica,sendo um dos primeiros aparticipar em campeonatosda Europa. Participouactivamente na criação daFederação Europeia deKarate e anos mais tarde,na criação da FederaçãoEuropeia de Full Contact.Também organizou grandesfestivais de Full Contact,como a que enfrentouDominique Valera comMacaruso. Assim sendo,Van Damme iria estar emboas mãos.

Os treinos de Goetz eram"à japonesa", quer dizer,quase militares. Não admitiadesculpas: quem nãoaguentava, pendurava ocinto; quem continuava,progredia. Sem dúvida, isto

era duro demais para o pequenoJean Claude, que após cadatreino voltava para casaextenuado, incapaz de fazer osdeveres e de se levantar cedopara ir ao colégio. Após um anoabandonou o ginásio de Goetz,frustrado por sua incapacidadefísica para seguir o ritmo da aula.

Esteve vários meses a pensarno assunto até que resolveuvoltar às Artes Marciais, mas comoutro professor, com Miyazaki, doKarate Shotokan. Van Dammeaprendeu com este tradicionalistaprofessor a forjar-se uma férrea

força de vontade e adquiriu umamaior rapidez e precisão.

Mas uma coisa continuavatorturando-o interiormente: eramagro demais, as suas técnicascareciam de potência e perantequalquer contrincante de maiorpeso, pouco podia fazer… Essainsegurança devida ao seu físicotão débil, o levou a voltar às aulasdo professor Goetz, para alcançarum corpo do qual se pudessesentir satisfeito. Ao mesmo tempose dedicou a frequentar um ginásiode musculação, para levantarpesos e alteres. Modificou a suamaneira de se alimentar, incluindomais vitaminas e proteínas esubscreveu as revistas "Pleineforme" e "Muscles & Fitness".Finalmente canalizara a suaobsessão e aos poucos começoua ter mais peso e a desenvolver umcorpo sólido, o que com o tempo,o levou finalmente a conseguir ser"Míster Bélgica".

Seus progenitores foram paraele um grande apoio: lhe davambastante liberdade, incentivavam-no e sempre, quando voltavamoído dos treinos, encontrava acomida pronta e palavras decarinho e compreensão. Mas nosestudos não ir bem. não estavanada interessado. pelo que aospoucos foi tirando tempo parapoder treinar mais. Seus pais nãose inquietaram por isso,pensando que se o fi lho não

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conseguia acabar por destacar dentrodo ambiente do Karate, semprepoderia encarregar-se do negócio dafamília: uma loja de flores.

Ajudando sua mãe na loja de flores,conheceu Monette, uma bela jovemque dava aulas de dança. Van Dammelogo se interessou e se inscreveu nasaulas, com o pretexto de melhorar asua elasticidade. Como ele próprioreconheceu, o motivo era muitodiferente: "Era impressionante ver-me

rodeado por tantas belezas gráceis efascinantes. Estava apaixonado portodas e cada uma das bailarinas!".Assim então não é difícil compreenderque tenha estado quatro anos fazendosimultaneamente Dança e ArtesMarciais.

No entanto, o que em um princípiosó era um hobby, acabou tornando-seem algo mais sério. Efectivamente, asua extraordinária elasticidade e a suagrande coordenação de movimentos

fizeram que diversos preparadores deDança e Ballet lhe propusessem umadedicação intensiva, falando-lhe deum prometedor futuro sobre oscenários. Van Damme pensou naquestão posto realmente nessa épocaa Dança oferecia mais possibilidadesde saltar à fama que as ArtesMarciais. Mas por outra parte, VanDamme já começava a acariciarseriamente a ideia de poder entrar nofascinante mundo do cinema, pelo

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que declinou todas as ofertas que o impedissem afastar-sede tal propósito. Os bailarinos não se transformam emheróis, os actores sim e isso era o que Van Damme queriaconseguir algum dia: “ser um herói”.

Depois veio uma época de sucessos e prometedorasparticipações em competições de Karate e de LightContact, obtendo duas vezes o título de Campeão Mundialda Associação Europeia de Karate Profissional (Full Contactnaquela época) na categoria de peso médio. Algum tempodepois abria o ginásio Califórnia… No entanto e apesar de onegócio ir bem, aquilo não era o que ele desejava.

Em 1982, junto a seu amigo Michael Quissi, íntimo amigoda infância e também aluno de Goetz, se lança empersecução do "Sonho Americano" e a experimentar asorte no mundo do cinema. Desfez-se do ginásio e viajou aLos Ángeles, contando como único capital 8 mil dólares.

Os seus começos foram muito duros: trabalhou comotaxista, entregando pizzas, condutor de limusinas, mestrede Karate e massagista, entre outros trabalhos. Devido àssuas excelentes qualidades físicas e seus conhecimentosde “Musculação & Fitness”, conseguiu ser o sparring eassistente pessoal de Chuck Norris, que conseguiu que

fizesse uma insignif icante aparição em“Desaparecido em combate” (Missing inAction). Depois de dois anos nos EstadosUnidos perseguindo um sonho, o quealcançara não era muito mas era um começo.Como não conseguia nada e tão desesperadoestava por conseguir um papel, aceitouinterpretar um homossexual, com unas cenas“um tanto escabrosas”, em “Mónaco Forever”.

Em 1985 trabalha numa produção de HongKong intitulada “Retroceder nunca, render-sejamais”, a qual, de início passou bastantedesapercebida ou pelo menos esteve muitolonge das suas expectativas, apesar de serdirigida pelo famosíssimo realizador CoreyYuen (“The transporter”).

Em 1988 teve oportunidade de mostrar aMenahem Golam, um dos produtores edirectores da Cannon Group, as suasassombrosas qualidades físicas e o mesmoresolveu dar-lhe a oportunidade deprotagonizar “Contacto Sangrento”("Bloodsport"). A fita teve um discreto êxito,êxito que foi em aumento, conforme foipassando o tempo.

Seguiu-se “Águia Preta” (Black Eagle) comSho Kosugi.

Em 1989 trabalharia de novo para a Cannon“Cyborg”. Estas produções deram-no aconhecer, mas o sucesso chegaria com“KickBoxer”. A fita contou com um

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orçamento calculado em 1.500.000 de dólares.Nos Estados Unidos angariou 14.500 milhões dedólares e no resto do mundo 25.000 milhões.Isso só contando com a estreia em cinemas…Essa quantia subiria com a sua distribuição evenda em vídeo.

Em 1990 filmou "O Lutador” (Lionheart), aprimeira fita de Jean Claude Van Damme filmada edistribuída por um dos grandes estúdios deHollywood: a Universal Pictures. Isto notou-seespecialmente no orçamento para as rodagens,que foi de 6 milhões de dólares. Só fora domercado estado-unidense arrecadou em cinemas24 milhões. Naqueles dias o actor era consideradoum valor seguro no mercado do vídeo, sendo suaslonga metragens autênticos hits nos videoclubes,especialmente no velho continente.

Mas o actor tinha mais ambição, queria sair daclasse “B” e fazer fitas com mais meios e comlibretos um pouco mais cuidados. Apesar decontinuar sendo longas-metragens de acção eArtes Marciais, se abriram portas de outro dosgrandes estúdios de Hollywood: a MetroGoldwyn Mayer Pictures deu-lhe a oportunidadede protagonizar “Liberdade para morrer” (DeathWarrant), um filme de ambiente de prisões, ondepode interpretar e mostrar que além de darpontapés, tinha potencial como actor. O filmeobteve 46.665.776 de dólares de arrecadação.Cada estreia superava em benefícios a anterior.A sua imagem apareceu em todo género depublicações e meios de comunicação.

Em 1991 se implica na rodagem de “Duploimpacto” (Double impact) que á semelhança de“Operação Dragão”, seria integramente filmadaem Hong Kong. Nela apareceria Bolo Yeung.Contava com 15.000 de dólares de orçamento,o dobro que as suas fitas precedentes e osresultados curiosamente foram o dobro nasbilheteiras, ou seja, 80.039.915 dólares.Distribuída pela Columbia, a fita foi muito bemrecebida em todo o mundo.

Em 1992, o mesmo estúdio oferece-lhe aoportunidade de protagonizar “Soldado

Universal” (Universal Soldier). O estúdio apostouforte, pois contava com um orçamento de 23milhões e estreou nos cinemas dos EstadosUnidos a 10 de Julho, angariando 10.000.000milhões dólares, sendo a 2ª fita mais rentávelnesse fim de semana. Ao todo, nesse paíschegou a conseguir nas bilheteiras 36.200.000milhões dólares, sendo um êxito moderado nosEstados Unidos. NO entanto, em outros paísesfoi número um, com um total nas bilheteiras de102.299.898 milhões de dólares, em todo omundo. Esta longa-metragem o já o situa comoestrela de Hollywood. É nesses momentos queconheceu Darcy Lapierre, a mulher do milionárioRon Rice. Os Van Damme e os Rice coincidiramnuma festa de sociedade, onde as duasmulheres usaram o mesmo modelo de vestido.Aquilo foi muito comentado… O belga, paraminimizar o assunto, se fotografou com ambas,rindo y brincando diante dos paparazzi.Segundo parece, aí começou o pior das suasvidas, pois Van Damme iniciou uma relação comDarcy e pediu o divórcio a Gladys Portugués.

Em 1993 se implicaria em um projecto ondetentava mostrar suas habilidades interpretativase fugir das Artes Marciais. Aquele projecto seintitulava “Sem Escape. Vencer ou Morrer”(Nowhere To Run), contando com um orçamentobastante inferior à sua anterior longa-metragem,de apenas 15.000.000 milhões de dólares. Ofilme não acabou de “encaixar” nos cartazes anível mundial, apenas obteve 52.189.039milhões de dólares, apesar de que Van Dammese empregasse a fundo na sua promoção.Durante a sua viagem pela Europa apresentou àimprensa a sua esposa Darcy e tambémdeclararia acerca da mudança de “registo” nalonga-metragem: “Não é exactamente uma

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mudança, é uma transformação. Eugosto principalmente do género deacção, mas não gosto de fazersempre a mesma coisa, lutas e maislutas. Era um desafio para mim poderevoluir um pouco, fazer uma fita comuma história interessante. Não querodeixar de lado a acção, mas querotratá-la de maneira diferente”.

Apesar dos esforços do belga, ofilme ficou muito longe dasexpectativas do actor, pelo que masua seguinte longa-metragem “AlvoHumano” (Hard Target), voltou a fazero que melhor sabia... Esta seria aprimeira fita americana do aclamadorealizador de acção John Woo, mestredo cinema de acção de Hong Kong,em um filme com um custo de 20milhões de dólares, com o qual VanDamme recuperou o terreno perdido eganhou particularmente popularidadee prestígio, que era o que realmentedesejava: ”Se consigo criar umaimagem e um estilo próprio e nosEstados Unidos uma aceitaçãounânime do público, começarei areceber projectos de filmes realizadospor James Cameron, Paul Verhoeven,Oliver Stone ou este género derealizadores, que é onde eu querochegar”. Por esta fita recebeu3.000.000 de dólares. O filme teve umorçamento de 19.500.000 dólares,conseguindo nas bilheteiras74.189.677. Estatisticamente, JeanClaude Van Damme triplicava qualquerinvestimento que nele se fizesse.

Em 1994, “TimeCop”, realizada porPeter Hyams, o situa no Olimpo dasgrandes estrelas de Hollywood,recebendo 8.000.000 de dólares porprotagonizá-la. A super-produçãocontou com um orçamento de35.000.000 milhões de dólares. VanDamme estava absolutamente segurodo êxito: "Finalmente tenho umpersonagem com história, comsentimentos, com certa humanidade.Esta filme tem que funcionar porquequero que o público perceba que soumais do que uns bíceps, unsabdominais ou um cu. Sei que possorealmente representar muito mais doque tenho feito até agora. Só precisode bons libretos, boas histórias, bonspapeis e boas oportunidades. Nestesentido 'Timecop' é um passo na boadirecção; não é uma mais um filme naminha filmografia".

O belga estava no certo: aquele erao caminho correcto, aquela foi alonga-metragem mais bilheteira dasua fi lmografia, ultrapassando abarreira dos 100.000.000 milhõesdólares nas bilheteiras de todo omundo.

No Hollywood daqueles dias, osactores que mais recebiam pelo seutrabalho, com um total de 15 milhõesde dólares, eram: Arnold

Schwarzenegger, Eddie Murphy,Michael Keaton, Bruce Willis e StevenSeagal. Recebiam 14 milhões: KervinCostner e Tom Cruise; 12 milhõespagavam a Sylvester Stallone eMichael Douglas; 10 milhões aHarrison Ford. Assim iam diminuindoas quantias, até chegar aos 8 querecebeu Van Damme por “TimeCop”.Inquestionavelmente se aproximavaaos “grandes” do celulóide, mas ocurioso do caso é que era o primeiroactor não americano em faze-lo. Ocaminho tinha sido longo e muitodifícil, mas ele estava conseguindo.

A sua seguinte longa-metragem foi“Street Fighter: A Última Batalha” (StreetFighter) foi um grande êxito comercial,arrecadado aproximadamente trêsvezes p seu custo de produção(35.000.000 de dólares), mas foicriticada unanimemente por críticos,admiradores da série e espectadores.Não gostou a ninguém. Chegou mesmoa ser considerada uma das piores fitasde 1994.

Em 1995 Jean Claude Van Damme,tentando se redimir perante o seupúblico, de novo trabalha às ordensde Peter Hyams em “Morte Súbita”(Sudden Death), que chegou a obternos E.U.A. 64.000.000 milhões dólaresnas bilheteiras. No mercado do vídeose aproximou dos 50 milhões. Apesardos resultados, com ela Van Dammeconseguia consagrar-se como um dosgrandes do cinema.

Após conhecer os resultados, oactor se sentou para negociar com aprodutora Universal, os estúdios dassuas três últimas fitas, propondo arodagem de outras três e isto é o queaconteceu, conforme declarações dopróprio actor:

“Recebi uma grande oferta daUniversal Estúdios para renovar o meucontrato; queriam que trabalhasse emtrês das suas fitas pagando-me12.000.000 milhões de dólares porcada uma. Eu respondi: Quero receber20 milhões por cada fita, como JimCarrey - (esses foram seus honoráriospor “Mentiroso Compulsivo”) - Meresponderam que não, que a minhaproposta era uma loucura. Nuncamais me l igaram. Depois f iz umacontra-oferta, descendo os meushonorários, mas já não me atenderamo telefone”.

Possivelmente as suas pretensõeseconómicas naquela altura fossemdesorbitadas, mas podia ter existidouma negociação. Sem nenhum génerode dúvida, as reticências do estudopor continuar trabalhando com eleeram devidas ao seu comentadodivórcio de Gladys Portugués e à suatormentosa relação com Darcy A Pier,quando os escândalos eramcontinuados, assim como os rumoresacerca da sua adição à cocaína. Por

tudo isto, nos meios de comunicaçãose falava mais deste assunto que dassuas produções. Os jornalistasestado-unidenses têm fama de sermuito volúveis e têm o poder tanto deelevar ao mais alto a certospersonagens, assim como deprejudicar as suas carreiras.Lamentavelmente Jean Claude VanDamme passou a ser o seu “alvo”.Talvez o facto de não ser estado-unidense contribuiu para isso.

Tudo aconteceu em 1996 e longe dese desanimar, ele se meteu de cheioem “The Quest” (“Em busca da cidadeperdida”), um projecto pessoal doactor. Com esse fi lme pensavarecuperar o prestígio perdido. A apostaera segura, porque o enredo tratava deum torneio marcial, o que quer dizerque voltava às suas origens.

A filme que o dera a conhecer foiContacto Sangrento. Em “The Quest”,contava com mais especialistas econhecidos artistas marciais,esperando superar todos osresultados do seu primeiro filme. Defacto e consoante as suas própriasdeclarações, ele disse:

"Talvez dedique cerca de dois anosa este filme, posto que vou escrever ahistória, fazer a produção, a direcção,a me encarregar do casting e dacoreografia das cenas de acção, alémde ser o protagonista. 'The Quest' éuma epopeia acerca das ArtesMarciais, cujo enredo se desenvolveráem Paris, China, Estados Unidos, etc.Estará ambientada nos anos 30, peloque vai haver trajes de época,cavalos, carruagens, etc. Também vaihaver piratas e templos Shaolin. Comrespeito aos templos, pretendodeslocar a equipa aos verdadeirostemplos de Shaolin, que jamais foramfilmados, assim como a magníficostemplos situados na Malásia e naTailândia, onde os monges continuamtreinando. Também gostaria de filmarno interior da Cidade Proibida. Paraesta fita quero exteriores autênticos.Será fundamentalmente uma históriade coragem, amizade e meios postoque trata de forma épica da história eda filosofia das Artes Marciais desdeas suas origens, para que pais e filhospossam ir vê-la e compreendam o quesão. Quero fazer um verdadeiroclássico, com meios e um grandeelenco de actores. Penso que vai seruma grande filme que gostaria dededicar a Bruce Lee, para lheagradecer todo quanto fez pelocinema e pelas Artes Marciais".

Inicialmente contava com umorçamento de 40.000.000 milhões dedólares, que depois f icaram em35.000.000. Na sua estreia nosEstados Unidos conseguiu 21.600.000milhões de dólares. Como erahabitual, o f i lme obteve maior

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aceitação no estrangeiro, arrecadou quase 40milhões de dólares. Aquelas quantias estavam muitolonge do que esperavam!

O grande estresse padecido durante as rodagens,começou a passar-lhe factura. Durante a filmagenspadeceu um insónia grave, não podia dormir durantea noite e isto, unido ao transtorno bipolar quepadecia desde a infância, fizeram-no depender a umremédio para dormir. Além disto, reconheceu quedurante o projecto começou a consumir cocaína.

Os seus problemas pareciam não ter fim: “TheQuest” estava baseado no libreto escrito por FrankDux. O actor foi requerido judicialmente por Duxquando modificou o libreto e os cenários, pagando-lhe menos dinheiro do prometido.

Misturar cocaína, soníferos e a sua medicaçãohabitual para o tratamento do seu transtorno bipolar,era uma autêntica mistura mortal. O actor não tardouem ser consciente disso e decidiu pôr fim aos seusproblemas, entrando em um programa dereabilitação, de um mês de duração…, mas passadauma semana abandonava a clínica. Naquela épocagastava em cocaína 10.000.000 dólares por semana.

Iniciou um novo projecto: “Ao limite do risco"(Maximum Risk"), dirigida por outro emblemáticorealizador de Hong Kong, Ringo Lam, famoso porseus filmes de acção, que contou com um orçamentode 25.000.000 milhões de dólares e que no entantoapenas alcançou 14.000.000 milhões de dólares nasbilheteiras dos Estados Unidos. A nível mundialarrecadou 51.700.000 milhões. Claramente, osdesfavoráveis comentários da imprensa dos EstadosUnidos estava passando factura...

Em 1997 filmou “Double Team”, de novo sob adirecção de outro dos grandes pesos pesados deHong Kong, Tsui Hark, com um orçamento de30.000.000 milhões de dólares, para conseguir airrisória quantia de 48 milhões em bilheteira. Eraóbvio o declive da sua carreira…

Os problemas que teve durante as rodagens,unidos aos da sua vida pessoal, estavam afundando-o. Em Novembro desse mesmo ano, resolveudivorciar-se de Darcy A Pier. O actor declarou que elafoi quem o incitou a consumir cocaína, a sua grandeperdição. Obviamente Darcy contra-atacouacusando-o de ser um maníaco depressivo, além decocainómano e mal tratador, declarando em váriosmeios que durante seu tempestuoso casamento lhetinha batido e torturado psicologicamente. Isto foidesestimado pelo juiz, por falta de provas. Por outrolado, ela reconheceu ser uma consumidora habitualde cocaína. Este intercâmbio de acusações nosmeios de comunicação, prejudicou ainda mais aimagem de Van Damme.

Em 1998 de novo faz uma nova tentativa com “Nocentro do Furacão” (Knock Off), realizada de novo porTsui Hark, nesta ocasião em um ambienteperfeitamente conhecido pelo realizador: Hong Kong.O longa-metragem contava com 35.000.000 milhõesde orçamento, uma fortuna para realizar uma fita naex-colónia britânica. Neste filme intervinham algunsdos melhores especialistas e técnicos de acção deHong Kong. No entanto os resultados das bilheteirasforam decepcionantes, chegando a arrecadar só10.300.00 milhões nos Estados Unidos, o quesomado ao resto de bilheteiras a nível mundial, obteveao todo 44.000.000. Era claro que Van Damme tinhadeixado de ser um bom investimento no negócio docinema, ainda mais quando correu a notícia quedurante o rodagem, o actor padeceu uma sobredosepor cocaína, que esteve a pontos de o matar.

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Finalizada a promoção deste fi lme, VanDamme entra de novo numa clínica dedesintoxicação e nesta ocasião finaliza otratamento, mudando completamente os seushábitos e a sua forma de vida. Reconciliou-secom Gladys Português, com quem casounovamente. Graças a ela, ao apoio incondicionalde seus pais e alguns amigos de verdade,conseguiu sair do inferno dos “pós brancos”.Posteriormente, em declarações, o actor afirmouque superou a sua adição aos estupefacientespor conta própria, pois os centros de reabilitaçãoe as suas terapias não o ajudaram em nada.

Pouco depois de sair da casa de saúde,aceitou trabalhar em “Soldado de fortuna”(Legionnaire), que se filmaria em Marrocos. Oactor pensou que uma mudança de “ares” e deambiente seria bom para ele. Contou com umorçamento de uns 20.000.000 milhões dedólares; na América redituou 15.000.000 dedólares e a nível internacional um pouco mais.Não foi nada mal, tendo em consideração que asArtes Marciais estiveram ausentes.

Em 1999, pouco tempo depois da estreia destafita, os paparazzi apanharam-no estado deembriaguez saindo de uma conhecida discoteca,tirando a camisa e tentando entrar no seuMercedes. Depois de algumas tentativas, partiuguiando o próprio carro pelas ruas de Beverly Hills.

Os mesmos paparazzi telefonaram à polícia eos agentes o prenderam por conduzir em estadode embriaguez. Claro está que tudo foi filmado eretransmitido pelas televisões de meio mundo.Por aquilo foi sentenciado a três anos deliberdade condicional.

Jean Claude Van Damme tentou emendar oseu erro. Totalmente “limpo” e com a sua vidasentimental estabilizada, se concentrou emrelançar a sua carreira de actor. Chegou a umacordo com a Columbia Tristar Pictures, um dos“grandes estúdios de Hollywood”. Secomprometeu a fazer um só fi lme que seintitularia “Soldado Universal, o regresso”. Ofilme antecedente tinha funcionado muito bem,tanto na sua estreia, a nível cinematográfico,como no mercado videográfico. O projectocontou com um orçamento de 45.000.000milhões de dólares. Para alguns especialistas emproduções de Hollywood, aquilo era uma apostamuito arriscada, especialmente atendendo aorendimento das suas últimas produções. O filmearrecadou 10.937.890 dólares nos EstadosUnidos, a nível internacional apenas 20.000.000,

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sendo um fracasso, um dos grandesfiascos do ano, especialmente secomparado com os rendimentos daprimeira entrega, que chegaram aos102.000.000 milhões de dólares.

Depois disto, os grandes estúdiosde Hollywood se mostraram reticentesperante os novos projectos do actor.Era óbvio que os escândalos da suaembriaguez em Beverly Hills, além dosdo seu anterior casamento com DarcyA Pier, passavam factura.Inclusivamente as revistasespecializadas em Artes Marciaisdeixaram de publicar artigos eentrevistas sobre ele. O público, “oseu” público, especialmente no VelhoContinente, também começou a virar-lhe as cotas.

A partir daí, no mercado norte-americano as suas largo metragenscomeçaram a estrear directamente emvídeo primeiro e mais tarde em DVD.Em algum país da Europa e em outraspartes do mundo, algumas destaslonga-metragem estrearam emcinemas, mas poucas… Com o tempose seguiram as pautas da América doNorte. Os filmes daquela etapa são:“Inferno” (1999), “Replicant” (2001),“The Order” (2001), “Sem controlo”(2002), “Selvagem” (2003), “Narco”(2004), “Justa vingança” (2004), “Emterritório inimigo” (2006), “The HardCops” (2006), “Desafio à morte” (2007)e “Patrulha de fronteira” (2008).

Em 2008 filmou uma obra muitopessoal: “JCVD”, uma parodia sobre a

sua vida. Nela faz uma clara referênciaa como o dinheiro por seus trabalhoso levavam seu agente e os estúdios…dizia que ele fazia o trabalho e outroslevavam o dinheiro. Por outra parte,fala de muitos dos problemas quetivera em Hollywood. Este fi lmeestreou em cinemas dos EstadosUnidos e em outros países, recebendomuito boas críticas.

Depois disto, sua filmografia foi aseguinte: “Soldado Universal:Regeneração” (2009), “The EaglePath” (2010), “Jogos de assassinos”(2011), “Beur sur a vi l le” (2011),“Rzhevskiy protiv Napoleona” (2012) e“Os olhos do dragão” (2012).

Em 2012 aceitou trabalhar com os“grandes pesados” do cinema deacção de Hollywood em “Osmercenários II (The Expendables)”.Mas isso sim, ele seria o mau da fita,dando vida a um personagem vil emesquinho, sem princípio algum,enquanto que as outras “velhasglórias” subiam aos altares.

Com respeito ao seu personagem,esteve à altura do papel e tantopúblico como crítica deram valor aoseu trabalho. Graças a ele voltou achamar a atenção do público de meiomundo, mas sem o apoio dos grandesestúdios de Hollywood. Era muito,muito difícil relançar a sua carreira.

Em 2013, quer dizer, norecentemente passado ano, o actorteve de ser operado na cadeira direita,devido a uma artrose progressiva.

Actualmente está recuperado econtinua treinando como no passado.

Com respeito à sua vida pessoal, naactualidade é muito estável.Recordamos que a sua juventude foium pouco turbulenta neste aspecto,tendo chegado a casar até em cincoocasiões: o seu primeiro casamento foicom a venezuelana Maria Rodrigues(1980 a 1984); o segundo foi comCantai Derderian (1985 a 1986); a suaterceira união foi com Gladys Portugués(1987 a 1992) com a que teve doisfilhos: Kristopher Van Varenberg,nascido em 1987 e Bianca Bree, em1990; o seu quarto casamento foi coma modelo Darcy A Pier (1994 a 1997)com quem teve seu filho Nicolau,nascido em 1995; e em 1999 casounovamente com Gladys Portugués.

Resumindo: o actor e artista marcialestá em plena forma e seus problemascom as drogas pertencem a um tristepassado. É o mais jovem dos actoresartistas marciais dos 90 e ainda temmuito a dizer e fazer, mas necessitauma boa história para o libreto, umbom realizador e inquestionavelmenteprecisa do apoio de um grandeestúdio, para recuperar o terrenoperdido. Existiu a possibilidade defazer um filme com Tony Jaa.

Projectos não lhe faltam, apoio doseu público e seguidores tambémnão, só necessita “o filme” que o situeoutra vez no lugar que merece naSétima Arte e esperemos que nãotarde…

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ão é um segredo que aquele quemuito trabalha e produz, mais tardeou mais cedo recebe o prémio ao seuesforço. Por vezes faz-se árduoesperar pelo momento darecompensa, porque só vemos as

dificuldades. Nesses momentos é quando pomos àprova a própria força de vontade e verificamos aimportância do facto de alcançar alguma coisa.Uma experiência que o Grão Mestre Martim Sewerconhece bem.

Quando já em criança intuía que a sua trajectóriana vida estava marcada para aprender e ensinarArtes Marciais, se encontrou oposição. Professor deKung Fu? Não se pode ser professor de Kung Fu!Acontece a mesma coisa quando sendo pequenose diz que se quer ser piloto ou bombeiro. Mas paraMartim Sewer era muito mais que isso. Conheceuos seus Mestres em um seminário em Zurich,quando já estava metido em cheio no mundo dasArtes Marciais e possuía extensos conhecimentosde Artes como Judo, Karate, Kung Fu e tinhaaprendido Boxe europeu.

Primeiro teve de visitar muitos seminários, paraencontrar a arte que procurava. Quando contactacom o director do seminários Chiu Chi Ling,encontra não só a sua sonhada Arte Marcial, oShaolin Hung Gar Kung Fu original, como tambémseu actual Sifu (Professor, Mestre), que dirige oestilo desta Arte Marcial. Naquele tempo, Chiu ChiLing, que já era um ícone no mundo das ArtesMarciais e professor de combate directo da Policiade Hong Kong e do Exército dos Estados Unidos,não podia esperar seu encontro com Martim Sewer.Pelo contrário, Martim era um aluno do Oeste, maisum admirador que um aluno, como muitos outros.

Martim Sewer não podia nem imaginar o futuroque o aguardava, quando periodicamente mandavacartas a Chiu Chi Ling, pedindo-lhe receber aulas eser admitido como aluno. Também muitas vezesindicou a Chiu Chi Ling a sua ideia de viajar a HongKong. Nunca recebeu resposta. Um dia chegouquando Martim tinha juntado todo o dinheironecessário para o viagem e bater á porta da escolade Chiu Chi Ling, em Hong Kong. Após problemasvários de linguagem e organização, passou a tomarparte nas lições do já mundialmente famoso MestreChiu.

Sewer contava em seu curriculum vitae commuitos conhecimentos prévios em matéria de ArtesMarciais, mas estas lições seriam as mais duras dasua vida. Após semanas de aprendizagem e umlongo caminho de volta para casa, dependiapraticamente da sua força de vontade, de pensaracerca do aprendido e economizar para uma novaviagem. Desta maneira teve de fazer durante anos oseu papel de aluno estrangeiro de Chiu Chi Ling eenfrentar-se a novas viagens a Hong Kong. Como énatural, Martim Sewer convidou seu Mestre paraviajar até a Suíça (um dos poucos convitesinternacionais que Chiu Chi Ling aceitou) e pediu-lhe dar aulas e realizar seminários para os seusalunos, alunos de artes marciais autênticos etradicionais. Naturalmente, eram eles que pagavamas despesas das viagens de Chiu Chi Ling.

Em breve, mas após árduos exames, conseguiaMartim Sewer autorização para ensinar em nome de

Hung Gar

N

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seu Mestre, quando o mesmo lheconcedeu a honra de lhe dar o títulode Sifu, ou seja, de Mestre.

Não só o facto de aprender com umMestre tradição constituía um grandeesforço, também o era formar umaescola de Kung Fu na Suíça. Naqueletempo existiu para ele um vaziodeserto no Kung Fu, provocado pordiversos problemas. Não só foienganado por alguns sócios, tambémse viu sempre confrontado com alunosde pensamento ocidental, aos quaisnão só tinha de instruir na antiga Artede Hung Gar, como também devia deos aproximar às tradições queacompanham a Arte. Mas ele nunca sedeixou vencer.

Faz já 20 anos que fundou com um

novo começo, o KUNG FU SHULEMARTIN SEWER o qual dirigiu comentusiasmo. Nos primeiros 10 anosexiste só uma escola em Fröbelstrassede Zurich. Nessa época, Sifu MartimSewer dispunha de bastante dinheiro ealunos nas suas aulas para poderpromover a ampliação da sua escola efundar pouco a pouco várias filiais.Como é natural, este sistemáticocrescimento da escola de Sifu MartimSewer e a sua competênciaprofissional não passaramdesapercebidos. Já então recebeufrequentemente justas homenagens etítulos honoríficos de Doutor na ArteMarcial e em Medicina. Até hoje segraduou sob a direcção de seu MestreChiu Chi Ling com êxito até o Dan 8º

(grau de Mestre).Como em outrosesti los de KungFu, só o chefe doesti lo está emposse do 10ºgrau.

Mais do quenunca, umahomenagem everif icação dacompetência doGrão MestreMartim Sewer tevelugar neste ano.Um convite doWorld Martial ArtInstitute levou oGrão Mestre atéKuching, naMalásia, ao "WorldBlack Belt Hall ofFame". Um

espectáculo no qual só seencontram os grandes e melhoresMestres. No cumprimento daorganização do programa, o mesmocomeçou com um fim de semanacheio de experiências. Na sexta-feira à noite, com um nobrebanquete e a grande cerimónia deabertura, na qual houve umaespontânea representação do GrãoMestre Martim Sewer para osconvidados presentes.

Depois seguiram-se todos os diasdo evento - evento onde MartimSewer já no ano passado, em 2012,recebera a condecoração de "GrãoMestre do Ano". Este ano teve ahonra de ser nominado para "GrãoMestre Instrutor do Ano", o que éainda superior, por também ter-lhesido concedido o título. E isto é só aponta do iceberg, posto quetambém foi nomeado “SéniorAdviser“ do International Martial ArtsInstitute, nomeação que vemacompanhada de uma

condecoração da World KuoshuFederation Bangladesh para o V.I.P.Guest.

Como é lógico, Martim Sewertambém tomou parte no torneio dedemonstração do sábado e começou,como em 2012, com a categoria deGrão Mestre. Decidiu-se, como jáfizera o Grão-Grande Mestre Chiu Kowno campeonato Chinês do país, pelaforma por todos conhecida do Tigre-Grou do Fu Hook Seung Yin Kuen.Enquanto seus alunos da Suíça,esperavam expectantes o resultado,Martim Sewer dirigiu um semináriopara todos os alunos, Mestres eGrandes Mestres presentes naMalásia. Um evento que proporcionoua todos os participantes um alto graude admiração. Em um fantástico finaldo sábado à noite, tomou parte umrelaxado Sight-Seeing de Kuching City.

O domingo deu início com aesperada nova abertura do “NanyangWushu Center of Excellence”, quealguns anos atrás desapareceu em umterrível incêndio. Com uma fortedoação da KUNG FU SCHULEMARTIN SEWER, foi possívelreconstruir a escola. Para alegria detodos pouco depois foi anunciado queo Grão Mestre Martim Sewer tinhavencido no torneio do dia precedentee assim, como já acontecera em 2012,tinha ganho o "Grandmaster Trophy",uma condecoração que não precisa denenhuma outra ratif icação comoMestre.

Mas a mais alta honraria iria recebe-la no fim do evento, dali a três dias; acondecoração com o Grau 9º deMestre do World Martial Arts Institute,momento que contou com o seguintecomentário do responsável daorganização, Dr. Song: "Isto é omínimo com o que podemoscondecorá-lo". E assim foi como oGrão Mestre Martim Sewer deixou oevento com mais condecorações dasque podia levar e demonstrando que otrabalho duro e correcto, a longo prazovale a pena e tem a sua recompensa.

Naturalmente, os seus alunos naSuíça receberam com suma alegria oenorme êxito do seu Mestre e comisso estão fortemente motivados paratreinar arduamente e continuarperseverando em suas metaspessoais. Isto se demonstrou norecente campeonato da Europa,realizado em Neu-Ulm, Alemanha.Com mais de 50 participantes, adelegação do Grão Mestre MartimSewer “tomou por assalto” ocampeonato e a sua escola teve 30lugares de pódio em formas econtacto ligeiro e total.

Hung Gar

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Sabe falar um papagaio louro?Memória ou adaptação?

Esta pergunta que acostumo realizar em algunsdos meus cursos e seminários, habitualmente éuma boa dinâmica para começo dos mesmos.A pergunta é um “ardil”, porque eu já sei aresposta...

Procuro sempre captar a atenção dequem assiste a um curso de WingTsune levá-lo entrar numa dinâmica quenem sempre é utilizada no mundo dasArtes Marciais: a reflexão!

Parece óbvio que mesmo que um louro sejacapaz de articular palavras, não podemos afirmarque isso seja suficiente para realizar umacomunicação verbal com outros indivíduos.

Todos conhecemos alguém que possui umdestes pássaros que são capazes de pronunciarcom absoluta perfeição “Olá, me chamo Pedro”. Senão vemos de onde provém o som não seremos

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capazes de distinguir se é umapessoa ou um dessesempenados animais que emite afrase. Mas tentamos dialogar comele e lhe perguntamos questõessimples como: de onde vens?, oque gostas de comer?, ¿estudasou trabalhas?, constataremos quea resposta a todas as perguntassempre é “olá, me chamo Pedro”.

Talvez o leitor pergunta a quese deve esta reflexão com a qualcomeço o artigo deste mês. Ésimples. Na minha opinião, umgrande número de praticantes deArtes Marciais (e logicamente deWingTsun) treinam de umamaneira que acabará transformando-os em “louros”. Serãocapazes de reproduzir uma série de movimentos e técnicascom uma estética que muitos aceitam como de ArtesMarciais, mas quando se enfrentem a uma situação dedefesa pessoal serão incapazes de realizar nenhum deles,por não ter compreendido a autêntica natureza do combatee o confronto.

Parece lógico intuir que um praticante “normal”, dessesque treinam duas ou três horas por semana nas muitasescolas de WingTsun de todo o mundo, não vai transformar-se agora na reencarnação do Dr. Leung Jan, mas nós, comoprofessores nos vemos obrigados a tentar tirar o máximo decada um deles. Devemos tentar que o seu potencial chegueao máximo com o investimento em tempo que cada umdestes praticantes dedica às nossas escolas e a melhora naprática da arte que ensinamos.

Se inquirirmos em diversas escolas de AAMMsurpreender-nos-emos ao constatar que a imensa maioriade praticantes de AAMM e Desportos de Contacto jamaisutilizaram seus conhecimentos de combate numa situaçãoreal na rua. A soma de vários factores explica isto, mas umdestaca por cima de todos: as artes marciais(especialmente à mão nua) já não são uma ARMA com aqual lutar com outras pessoas.

Se bem isto nem sempre se tem em consideração, comfrequência acostuma a ser um elemento sobre o qual euquero insistir sempre aos meus alunos e instrutores em todoo mundo: apesar de não necessitar nunca disto quepraticamos, jamais podemos esquecer a natureza com quefoi criado: o combate

Se existe alguma coisa que na minha opinião define demaneira muito clara um combate, é a ausência de RITMO.Esse conceito que se definiu como o NÃO-RITMO é algoque alguns dos mais grandes da história nas AAMM e nosdesportos de contacto estudaram em profundidade e queacredito firmemente se deveria de analisar na práticadiária das nossas escolas e estilos. Bruce Lee ou omítico Mohamed Alí fizeram interessantes reflexõesacerca de como não entrar no ritmo que marca oadversário, mas tudo pelo contrário, entrar em umestado de não ritmo, que faça impossível que oadversário possa entrar no teu.

Se bem este ponto é realmente importante sequeremos que as artes de combate comecem ater um sentido lógico (basta ver como funciona nomundo do Boxe e as MMA) nem sempre se tem emconsideração. Na minha opinião, se não temos emconta este princípio, será muito complicado, poistodo o sistema e métodos de treino que possamos

pôr sobre ele acabarão perdendotodo sentido.

Se a nossa prática se concentraem que o aluno aprenda mediantea repetição incessante de técnicasou tácticas, talvez possamos veruma melhoria da coordenaçãoneuro-muscular, uma sem dúvidamelhora dos atributos econhecimentos técnicos, etc...,mas tenho a certeza que serápraticamente impossível aplicarnem uma só delas quando oadversário não colabore...

Poderíamos citar centos deexemplos de excelentes praticantesde AAMM e muito em especial de

WingTsun que foram vencidos em um combate, poradversários muito menos dotados a nível técnico ou deexperiência. Mas como comentei no artigo do mês passado,o tempo de tirarmos os defeitos ou de fazer uma críticaacerca de tudo o que fazemos ou pensamos que está mal, jápassou. Fiz a firme promessa de apresentar humildemente omeu ponto de vista sobre este sistema e quais penso quesão as soluções. De facto, é o que faço em todos os meusseminários, cursos de formações, aulas, etc...

Soluções!!! (pelo menos é o que sempre tento)Para analisar o problema e a possível solução, DE NOVO

devemos desandar o caminho e olhar com perspectiva parao passado. Devemos perguntar-nos como aprenderamalguns dos grandes mestres de artes marciais tradicionaishá já mais de um século. Era muito comum que todo ensinofosse de maneira DIRECTA DE PAIS A FILHOS.

Esta obviedade gera várias dinâmicas e dúvidas quemerecem ser estudadas, para compreender porque osestilos clássicos chegaram a esta situação:

1.- Nenhum praticante aprendia para ensinar a outros.Um filho aprendia a arte que o seu pai lhe ensinava com umúnico objectivo, a protecção pessoal em combate. Portanto,elementos como didáctica, método, etc..., t inhamimportância zero. O único objectivo era ensinar o filho alutar e para isso se utilizava o trabalho do dia a dia e emprivado. Conseguido o objectivo em maior ou menormedida, qual a importância que podia ter como?

“Um grande número depraticantes de Artes

Marciais e certamentetambém de WingTsun,

treinam de umamaneira que acabará

por os transformar em“papagaios louros”

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2.- Conforme o pai ia ensinando o filho, ía experimentando com ele e introduzindo-o no mundo do“pouco tangível”, como a focalização, a distância ou o NÃO-RITMO. Praticando com alguém quesabe o que é combater, pode ajudar-nos situando-nos em diferentes cenários, para que nessaprática directa e com um único parceiro possamos ir desenvolvendo as nossas próprias conclusões

e uma habilidade muito pessoal.3.- Não existia interesse algum em ensinar alguém, tudo pelo contrário. O conhecimento de

uma técnica superior de combate proporcionava uma posição de superioridade sobre possíveisrivais. Assim sendo, não só não existia interesse nenhum por ensinar alguém, como também setentaria ocultar, encriptar ou inclusivamente fazer invisível para o resto dos praticante(adversários potenciais) qualquer conhecimento.

Estes três pontos e algum outro, explicam muitos mais dos nossos sistemas. Não temos sidocapazes de nos apercebermos dessa “pequena” mudança de cenário, de ser secreto a público,de esconder a tentar descobrir...

Não me digam que não é apaixonante! Mas na verdade, essa mudança de cenário e a nãoadaptação às modificações das escolas tem promovido que os estudantes aprendamos

observando o que faz o nosso professor e tentando reproduzir fielmente o que elefaz, a sua estética, os seus gestos, os seus movimentos e inclusivamente a sua

filosofia ou a sua maneira de compreender o combate ou a vida. No começo deste artigo, fazíamos referência à dif iculdade decompreender esses intangíveis como a focalização e principalmente o

NÃO-RITMO. Este género de argumentos não podem ser compreendidospelo sistema da repetição, que irremediavelmente nos transformaria em

“papagaios louros”, que seriam capazes de repetir à perfeição oaprendido de nossos mestres, mas nos dificultaria conseguir os

outros elementos que são absolutamente necessários para ocombate. Se bem o sistema de transmissão do WingTsun na suaorigem era absolutamente válido, na actualidade perdeu a suaeficiência por uma questão de número. Como digo no meu livro eem algum dos meus artigos, aproximadamente a meados doSéculo XX poderíamos ter contado os praticantes de WingTsun emtodo o mundo com os dedos das nossas duas mãos (Cham WaSum teve 16 alunos). Sessenta anos depois, são centenas demilhares os praticantes deste apaixonante sistema de combateoriginário da China.

É este um dos motivos que me causa graça quando alguémafirma que este é o sistema “clássico” de ensino, ou aqueles queafirmam que utilizam o Wing Chun “autêntico e clássico”. Pois

bem, para isso deveriam faze-lo directamente de um único sifu eem aulas particulares para terem uma transmissão directa. Asassociações e escolas não fazem sentido na aprendizagemdesta arte, se me permitirem utilizar esses termos.

Além disto, o conceito “clássico” é um termo poucoconcreto. Onde situamos a linha do clássico? Estúpidadiscussão. Cada mestre o situa na franja que mais lheinteressa nesse momento, para se autoproclamar o autênticoportador da sabedoria.... (Estes são velhos assuntosbastante aborrecidos...)

O que proponho eu?Em primeiro lugar o bom senso... Em segundo, utilizar convenientemente as diferentes

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fases da aprendizagem de qualquer disciplina que tem a vercom adquirir habilidades. O WingTsun não fica fora delas.

Finalmente, as artes marciais são instrumentos paraadquirir habilidades (físicas ou mentais) e portanto existemduas partes diferentes, mas inseparáveis: Conhecimentotécnico/táctico e auto-descoberta.

Talvez seja o segundo deles o que acostumamos adeixar fora da prática:

1.- A primeira fase é o conhecimento da técnica, táctica,filosofia, focalização do sistema, etc... Nisso não hádúvidas. Sem base e conteúdos técnicos e a correctarealização, não é possível dar passos em frente. Portanto, éfundamental o conhecimento das FORMAS do nossosistema (elas possuem o conhecimento ancestral) e doscenários que estas nos proporcionam.

2.- Uma vez completo o sistema, na segunda volta aosistema, ir introduzindo-lhe elementos que provocamincerteza na aplicação. Ou seja: realizar os exercícios quenos são conhecidos e que dominamos, com dois ou trêselementos que não controlamos. Sabemos o que temos defazer mas não quando e em que distância ou foco teremosde o fazer. Esses pequenos elementos que escapam aonosso contrário e em que nos situa o nosso parceiro deprática ou o instrutor, fazem-nos dar os nossos primeirospassos em busca de autonomia.

3.- Exercícios de sparring nos quais nos obrigamos atrabalhar com a técnica do sistema WingTsun e portanto oseu uso nas diferentes situações, a um ritmo cambiante(sempre combinado com o parceiro). Este terceiro elementocomeçará a nos proporcionar dois pontos muitoimportantes. O primeiro deles, tomar consciência dasdistâncias, focalizações, uso da potência e o conhecimentodo ritmo, para nos aproximar-nos do NÃO-RITMO.

O segundo leva-nos a CONFIAR nesses movimentos quepor separado não servem para muito, mas com a práticanum cenário “semi-livre”, me atrevo a ir experimentando.Conforme aumentar a minha confiança, aumentarei avelocidade, força e potência dos exercícios.

4.- Livre. Exercícios fora dos esquemas fixos,onde obrigo a um dos praticantes (apesar de serlivre) a aplicar as técnicas que temos tentadopraticar com parceiros nas fases antecedentes. Épossível que em alguns casos não sejamoscapazes de o fazer, mas se simplesmentedescemos um ponto a velocidade,começaremos a ver o quando e onde... Sempreestamos a tempo de subir os níveis develocidade ou sa intensidade, mas não serve denada lutar como malucos.

5.- Obrigar a TOMAR DECISÕES. Se bem o nosso estilonão é especialmente rico em técnicas ou tácticas (existemestilos chineses com arsenais técnicos imensamentesuperiores), podemos chegar a situações onde teremos detomar uma decisão. Todo momento de tomar uma decisãonos situa em frente à possibilidade de falhar ou de errar.JAMAIS corrigir um praticante que se arrisca e cometeerros, mas sim analisar o motivo ou onde reside o erro eincentiva-lo sempre a ser valente na prática.

Si começarmos a trabalhar com estes simplesparâmetros, um dia o WingTsun pode chegar mais longeque nunca. Talvez não eu ou nós. Talvez numa geraçãofutura... Mas de certo que se conseguirá.

Pode acontecer que durante os últimos anos, o WingTsuntenha padecido na Europa um crescimento desmedido noque respeita ao número de praticantes, escolas, etc...

Se bem isso tem cosas muito boas, também as tem más.Eu acostumo a dizer aos amantes deste estilo, que é onosso momento de “abaixar a cabeça”, trabalhar emsilêncio, suar a roupa, usar a cabeça para pensar e ser osnúmeros UM em HUMILDADE! Caso contrário poderemosesquecer que o WingTsun pode ser um esti loabsolutamente maravilhoso, divertido, apaixonante, paramuitos anos e EFICAZ!!!

Agradeço a todos o seu apoio.

“Antigamente não existia interesse algum em ensinarninguém. Tudo pelo contrário, posto que o conhecimento deuma técnica superior de combate assegurava uma posiçãode superioridade sobre os possíveis rivais. Assim sendo,que só não existia interesse algum em ensinar alguém

como também se tentava ocultar, encriptar ouinclusivamente fazer invisível qualquer conhecimento aoresto dos praticante, que eram adversários potenciais”

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Cinturão Negro: Gostaria de começarperguntando pelo evento que está tendolugar aqui, na sede de Génova da sua escola.De qué se trata?

GM Paolo Cangelosi: Hoje faremos umestágio que vai abranger duas matérias, ShuaiJiao e Jiao Li, a arte chinesa da luta em pé e nochão, que nos faz crescer e nos une com osestilos tradicionais que contemplamos nosnossos cursos de "Combat Freestyle”. É umasecção dedicada às técnicas de corpo a corpo etambém à esgrima.

CN: De maneira que é um Sistema muitocompleto...

PC GM: É sim. Eu codifiquei durante anos umsistema chamado W.M.A., Warrior Martial Art,mediante a criação de um método que combinaas principais técnicas dos estilos tradicionaischoneses, japoneses e tailandeses, numa misturaadequada para o combate. Este sector se temdesenvolvido em todas as nossas escolas e temproporcionando uma evolução competitiva.

CN: E assim se proporciona uma saídacompetitiva do Sistema WMA?

P.C. GM: É claro que sim. Foi criado umregulamento para ser viável no desporto e foidividido em três categorias: seguidores, semi-profissional e profissional. Está previsto o uso detodas as técnicas da esgrima, socos, pontapés,cotovelos, joelhos, clinch e a luta em pé comprojecções, para finalizar com a luta no chão,onde só se permite o uso das técnicas da lutapropiamente dita e a finalização mediantealavancas e estrangulamentos. Dependendo donível dos atletas, o Regulamento estabelece ocontacto completo ou menos completo, e orelativo uso das protecções.

C.N.: Já há atletas nas suas escolas que sededicam a este novo sistema codificado porsi?

P.C. GM: Proximamente estaremos emGenova para apresentar o novo W.M.A. e depoiscontinuaremos divulgando-o o mais possível.Quem estiver interessado em conhecer epraticar o nosso sistema, poderá contactar-nosem todo momento.

Isto é de um sistema de formação que sempreexistiu na minha escola. Nos nossos programasvinha definido como o sector da "técnica em

Kung Fu

Os veteranos da experiênciapositiva do Festival do “Oriente deCarrara” e com motivo de umseminário, que teve lugar na sedede Génova da sua Associação,“CINTURA NERA”, tivemos aoportunidade e o privilégio deintercambiar algumas palavrascom uma pessoa que não precisade apresentações. De facto, osnossos lectores habituais conhe-cem a inestimável contribuição doGrão Mestre Paolo Cangelosi:mais de 15 anos de colaboraçãoatravés de numerosos artigos ecapas da revista, muitos vídeosdidácticos do seu enorme conheci-mento marcial e a participação emnumerosas galas e eventos inter-nacionais patrocinados por BudoInternational.

Desde faz mais de 35 anos dedi-cado à difusão das Artes Marciaistradicionais chinesas, hoje o

vemos cada vez mais involucradona criação de novos programas,específicos para a auto-defesa edesportos de combate.

Queríamos cumprir, em relaçãocom os projectos que actualmenteestão proporcionando os avancesno sector e que conta com umcrescente número de seguidores eum constante aumento de interes-se por parte dos meios de comuni-cação na Itália e no mundo.

Uma entrevista que o GrãoMestre Paolo Cangelosi nos con-cedeu para os nossos leitores,com a finalidade de que estejamactualizados com as notícias emandar uma mensagem clara àcomunidade marcial, longe daretórica marcial sobre essesaspectos e valores que todos,tanto os estudantes, como os pro-fessores, nunca devem perder devista: o respeito e a gratidão.

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Entrevista

“No quiero que todo sereduzca a una patada

o un puñetazo, espero que nuestra

gente muestre, lo más posible las técnicas

de las artes marciales”

En los últimos años estoyfrecuentando mucho el

ambiente de los deportes delring, en las diversas reuniones a

nivel internacional y una cosaque hago hincapié con placer esel gran respeto y el sentido de

pertenencia bien presenteentre atletas,

entrenadores, etc. Lo que a menudo ya no veo en el mundo

de las Artes Marciales

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geral”. Depois, com os anos tem evoluido e foiaperfeiçoando-se no “Combat Freestyle".

No passado não estava contemplado o aspectocompetitivo, se praticava só como um método de treinode combate. Apesar de que actualmente se utiliza nafase inicial do curso, já formamos alguns atletas que sãocapazes de apresentar luta no ringue. Estamoscomeçando a introduzir o sistema em vários eventos,como sucedeu faz pouco quando fomos convidadospara um sarau de gala em Torino, organizado por AngeloBaglio, onde havia duas equipas com o nossoregulamento. Proximamente, mos meados de Janeiro,estaremos em Génova para apresentar de novo oW.M.A. e depois continuaremos divulgando-o o maispossível. Qualquer pessoa interessada em conhecer epraticar o nosso sistema, pode contactar connosco emqualquer momento.

CN: A propósito do regulameto e os desportos decontacto… Como insertar as AMM neste contexto,especialmente em comparação com disciplinascomo a MMA, tão na moda nos dias de hoje?

PC GM: O que eu queria fazer não é apenas umatipologia de combate a contacto pleno, porque já hámuito de tudo isto. Queria dar-lhe um toque maisartístico à técnica, assim como mais claridade eeficçacia. Mas o objectivo principal do "CombatFreestyle Cangelosi" é promover a técnica, porque nãopodemos esquecer toda o bagagem existente nas artesmarciais. Não quero que tudo fique reduzido a umpontapé ou um soco… Espero que a nossa gentemostre o mais possível as técnicas das artes marciais.Por isso, no sistema excluí a utilização do corpo a terra,pois na minha opinião é uma violência muito gratuita,digno de risos na luta de rua, que a ética de uma artemarcial se deva de respeitar. O regulamento foi pensadopara estimular o praticante a manifestar todas ashabilidades técnicas e artísticas pondo-as à sua su

disposição e não reduzi-las auma ou duas acções oupouco mais.

CN: Por falar nahabilidade técnica… Norecente Festival do Oriente,em Carrara…, vimos entrarno ringue seu filho Shan.Como se comportou acriança?

PC GM: Eu diria que bem,tendo em consideração quecombateu com as regras doK1. Vindo dos esti lostradicionais de Kung Fu paraespecializar-se mais adianteem Muay Thai, este tipo de

Kung Fu

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regulamentos tão restrictivos, por regrageral penalizam muito. O seu adversárioestava bem preparado e comexperiência, especialmente no K1, masShan saiu ao ringue com a suacoragem habitual, ainda que sendoconsciente das dif iculdadee quepoderia encontrar. Se comportou bem,porque geriu bem o adversário, teve umpouco mais de confiança em si mesmoe nos seus próprios meios, variandocom frequência as técnicas, e isto émuito bom. No K1 ainda se temtendência a realizar técnicasindividuais, mas devem deexperimentar mais combinações entreas acções acções de ataque e contra-ataque. Mas o combate foi bom,venceu e agora vamos seguir em frentecom outras experiências, tanto emMuay Thai como no Superkombat.

C.N.: O facto de ter sido dentro deum evento tão importante a níveltécnico e com os meios decomunicação como a Superkombat,conferem ainda maior valor aoresultado obtido?

GM P.C.: Claro que sim. O eventoesteve muito bem organizado pelaWTKA e iremos aduante, tratando dedar sempre o nosso melhor esforço.

C.N.: Mas voltando às artesmarciais e aos desportos decombate… Como se ligam entre sidois mundos tão afins, mas aomesmo tempo tão diferentes?

GM P.C.: Através das técnicas. Aparte técnica, o uso dos braços epernas, é muito similar tanto nas ArtesMarciais chinesas e japonesas comonos desportos de ringue, com adiferença que os movimentos nacoreografia se fazem mais refinados,eliminando aqueles que são batimentosletais e perigosos, adaptando-osconsoante as protecções, mantendo noentanto um trabalho matriz provenientedo Karate, do Kung Fu. do Jiu Jitsu,etc. Isto é o que têm em comum.

CN: Quer dizer que há um fiocondutor importante... Mas tambémhá alguma coisa que vai além dosimples acto técnico?

P.C. GM: Certamente sim. Há valoresem volta das Artes Marciais e dosDesportos de Combate. O que sempredizemos é que o respeito e osentimento da gratidão são a basedestas disciplinas. Acerca destasquestões, gostaria de fazer menção deum aspecto um pouco negativo, relativoàs Artes Marciais. Nos últimos anosfrequento muito o ambiente dosdesportos de ringue nas diversasreuniões a nível internacional e umacoisa na qual sempre insisto comgrande prazer, é no grande respeito eno sentido de pertença muito presentenos atletas, treinadores, etc., o que já

não estou vendo com tanta frequênciano mundo das Artes Marciais. De facto,com frequência vejo ciumes, invejas efalta de sentido de respeito e gratidão.Obviamente, o êxito de todos osmestres do mundo, do passado e dopresente, e de todas as artes marciais,tem a ver com isto.

Aconteceu que em um recenteFestival coincidi com ex-alunos, quedurante muitos anos tinham assistido àminha escola e que apesar de estarema apenas uns poucos passos de mim,fizeram todos os possíveis por evitarencontrar-se com o meu olhar. Elespreferiam eludir o contacto, quandoseria suficiente um sorriso, um gesto desolidaridade com o seu antigo colegaque saira do ringue após um combate.Qual o motivo deste comportamento?Não é próprio das artes marciais queensinam tudo o contrário, precisamentea gratidão e o respeito sãoprimordiais... Provavelmente estaspessoas não tenham percebido nada! Edigo isto com um toque de amargura…Desafortunadamente, isto é um aspectonegativo que devo de assinalar, darealidade actual das Artes Marciais e éuma coisa má, devido ao que paratodos sempre representa.

CN: Mudando de assunto…Podemos falar de um novo projectoacerca da defesa pessoal, queactualmente está pondo em marchao curso da FAD?

P.C. GM: A F.A.D., como DefesaAcção completa é um conjunto detécnicas e de uti l ização deequipamentos destinados à defesapessoal; um programa que codifiqueijuntando algumas das minhas paixões eadicionando-as à arte marcial.Incluimos o uso da pistola, o tiro comarco, faca, algumas técnicas de defesapessoal e a condução segura e extremado automóvel.

É um curso adequado para todos.Para a pessoa que se quer divertir epara a que quer viver emoções umpouco especiais, como assim tambémpara o profissional como guarda-costasou agente policial. Estas são todas astécnicas que podem ser úteis para asegurança pública e também podem serum complemento para a própria artemarcial. Disparar com pistola, tirar comarco… As sensações particulares do tirocom arco são um pouco diferentes dossimples lançamento de socos ou umpontapé a um saco e requerem umaconcentração extraordinária. Sabemosque a faca pode ser perigosa e o quesupõe ter confiança e segurançadurante a sua manipulação.

O automóvel é conduzido de maneiraextrema para saber l idar com aadrenalina do momento e agircorrectamente por instinto, controlandoo carro quando derrapar, não travandoe na aceleração. Tudo isto se mistura

para encontrar todas as técnicasrealizadas e com todas juntas, definir onosso circuito F.A.D.

Usaremos um hipódromo deadestramento com siluetas para o tirocom arco, com objectivos para a pistolae reproduções de situações agressivascom faca e sem ela, para poder revivertudo o que se trabalhou no curso. Sãocursos curtos mas completos, que têmum princípio e um final, passando deum nível a outro, progressivamente.

CN: Assim sendo, este curso éadecuado para qualquer pessoa, sejaou não praticante de artes marciais?

P.C. GM: Assim é. Evidentemente, aminha experiência me ensina que apessoa que já pratica artes marciais faztempo, leva vantagem devido a ummelhor domínio do seu corpo, dasposições e da coordenação. Semsubestimar o aspecto físico: dispararuma pistola durante uma hora éesgotante, tanto física comomentalmente. Por não falar em disparar100 flechas com um arco de 30 ou 40libras de peso, que compromete amusculatura. Isto também não é só umtrabalho físico, também é mental… Aomesmo tempo é um divertimento queenergeticamente influi na pessoa. Épara mim muito grato destacar quenestas primeiras sessões, osestudantes saem muito entusiasmados.

CN: Estamos quase no fim donosso encontro. Há alguma coisaque queira dizer aos leitores deCinturão Negro?

PC GM: Em primeiro lugar, que mesinto feliz e satisfeito do trabalho queestamos realizando em colaboraçãocom Cinturão Negro e a porta da RedeMarcial. Na minha opinião, é muitoimportante um ponto de vista cultural,por seu veículo de comunicaçãoessencial para involucrar e actualizar osseguidores com notícias de todo omundo. Faz-me feliz que mais uma vez,Cinturão Negro vai estar disponível empapel e na Internet, dando ocasião atodos tê-la na sua colecção e aqualquer momento. Os leitores deCinturão Negro sabem que têm nassuas mãos um meio de informação totaldas artes marciais e de tudo quantotem a ver com as disciplinas orientais.Penso que devem dar apoio a esteprojecto e um apoio a fundo.

C.N.: Os leitores devem saber quecontinuaremos com novas energias eesperamos que o Mestre estejapresente nas páginas de CinturãoNegro…

P.C. GM: Definitivamente, não voufalhar!

C.N.: Muito agradecidos, Mestre!GM P.C.: Eu é que adradeço a

vocês...

Entrevista

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Sistema Morabito Sistema de combate de origem militar, que contém

as técnicas adequadas para cada indivíduo, bem sejacivil, militar ou profissional no sector operativo. OSistema Morabito proporciona um profundo estudodo corpo humano, do ponto de vista dabiomecânica aplicada ao corpo, combinada comeste conhecimento das leis mecânicas e físicas,para iludir qualquer tipo de ataque provenientede mais pontos e de mais adversários.

Neste sistema se estuda a Reflexologiaaplicada ao corpo humano durante a suaprática, obtendo óptimos resultados nocombate corpo a corpo. Durante o estudopara interceptar as técnicas de ataque e dedefesa numa análise cartesiana etridimensional, se analisam todas aspossibilidades e todas as soluções durante

um ataque real. Este adestramento significaque cada praticante tem a capacidade de

"ler" um ataque e de o descomporencontrando imediatamente soluçõesdefensivas adequadas.

No Sistema Morabito se utilizamalguns métodos de treino onde seestudam as linhas de ataque e defesacombinadas, aprofundando nestecampo. Durante uma acção

defensiva, estes conceitos físicosaplicados ao corpo humano, fazem com

que dirijamos uma técnica de ataque a umplano de trabalho onde os resultados são mais

eficazes.

Durante o treino também estudamos as posiçõesrelativas de combate. Analisando e modificando estasposições percebemos que algumas técnicas de ataquepodem ser iludidas com maior eficácia modificando anossa posição defensiva, pelo que no Sistema Morabitonão há pontos fixos nem posições, mas sim ummovimento contínuo adaptado para modificar cadaposição de combate e modificar o plano de trabalho.

O Sistema Morabito também contém as melhorestécnicas básicas e avançadas dos Sistemas Russos devárias escolas. O Sistema é uma arte marcial russa decombate corpo a corpo. Nesta se prefere a versatilidade ea improvisação no confronto, combinando o uso demovimentos de luta com técnicas brutais e efectivas. OSistema Morabito se baseia em experiências pessoaisadquiridas pelo Grão Mestre, como resultado dacolaboração internacional no campo dos meios civis,militares e de alto risco. Este sistema está certificado eaprovado por diversas organizações a nível internacional.A Federação I.K.M.O. sector Sistema Morabito utilizaprogramas específicos de adestramento em armasconvencionais e o uso de objectos comuns. Por último,mas não menos importante é o estudo e a utilizaçãoavançada do "não contacto"

Para mais informação: I.K.M.O. International Krav Maga Organization

Cursos e seminários para grupos de trabalho,instrutores, sectores militares e certidõesinternacionais de Krav Maga, Kapap, Sistema

www.internationalkravmaga.com - [email protected]

Autodefesa

"No Sistema Morabito, não há posições nem pontosfixos, mas sim um movimento

contínuo para modificarqualquer posição de combate,modificar o plano de trabalho"

Page 106: Cinturao negro revista portugues janeiro 2014

Para mais informação [email protected] de Protecção na Segurança

Segurança Civil, protecção depersonalidades, Centro de adestramentos

operativos, certidões internacionais dosector da Segurança

www.protectionsecuritytraining.comwww.pset.eu

Para mais informação: [email protected]

Page 107: Cinturao negro revista portugues janeiro 2014

Protecção da FormaçãoA nova fronteira da segurança. Hoje mais que nunca, o argumento da segurança é

actualidade devido às exigências no mercadointernacional. Por tanto, a cada dia há mais novas figurasde profissionais capazes de operar em ambientes de altorisco e para a protecção dos espaços sensíveis e daspessoas.

A instrução em segurança de protecção é uma empresalíder na área da segurança internacional no sector dasegurança internacional de qualidade e nos serviçosoferecidos na formação para profissionais da segurançaem qualquer tipo de ambientes. Fundada por uma equipade especialistas altamente qualificados nos sectores civis

e militares, com programas israelitas e russos e operandocom tecnologias avançadas, esta empresa se dedica a darsoluções alternativas para o risco e a vulnerabilidade.Oferecemos os seguintes cursos em Inglês e Italiano, comsaída garantida e durante todo o ano:

DEFESA DE COMBATE CORPO A CORPO e técnicas dedefesa operativa

Tácticas com PISTOLARIFLE TÁCTICOPROTECÇÃO VIPCONCRACTOROPERADORES DE_SEGURANÇA MARITIMA SSOTECNICAS CQBtiro dinâmicoAMBIENTES DE ALTO RISCO

Operações de Segurança MarítimaO objectivo de esta formação é proporcionar aos

estudantes todos os conhecimentos teóricos e práticos, afim de se ser capaz de trabalhar como operador ou comooficial de segurança do SSO em um barco, de acordo comos procedimentos internacionais. Além disto, o estudanteparticipará numa "simulação realista de um barco" o queajudará a compreender melhor a especificidade do sectormarítimo e o papel do oficial de segurança para asegurança a bordo de um barco.

Argumentos:Private Military ContractorO objectivo deste curso é preparar os militares / forças

de ordem / pessoal civil, para realizar as operações desegurança em ambientes hostis (África, América do Sul /América Central, Oriente Médio). A formação proporcionaum cenário o mais realista possível, graças ao apoio deespecialistas em segurança de todo o mundo e dá ocasiãode conhecer vários tipos de armas e equipamentosindispensáveis em situação de alto risco.

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Posição 10: “Em pé,dobrado para a frente” Pádahastásana

Tal como descobrimos na posiçãoanterior Chakrásana (“Meia lua”),estamos muito influenciados pelasvibrações, a luz e os fotões do universo.Uma vez que são absorvidas pelo nossocorpo mediante os chacras e os nadis,se estendem por todo o nosso ser.

Esta posição aproveita o mesmofenómeno a través dos chacras traseiros,pois a espinha dorsal se estica para afrente, liberando a pressão da espinhadorsal e os nervos, além de relaxar atensão dos músculos contraídos dascostas. Esta liberação permite um fluir maislivre das energias que se sentem e dasvibrações através da espinha, paracomunicar-se directamente com o cérebro.

Essencialmente, os 5 sentidosdescodificam os sinais das vibraçõestornando-as sinais eléctricas quemandam ao cérebro. Seguidamente, océrebro as descodifica no quepercebemos como realidade exterior e amaneira em que nos comportamos nela,mas essencialmente, isto é tudo interno.Tudo o que há no exterior é um campode vibrações. Isto é o que internamenteconstruímos como terceira imagemfísica, entidade ou realidade. A vidahumana é uma experiência de infinitaspossibil idades e i l imitado potencialquando estamos no nosso núcleo.Estamos presos na alusão de limitação,posto que estamos condicionadosmediante a educação e uma grandequantidade de informação forçada paraque seja recordada e recuperadaconforme uma determinada necessidade.Estas condições provocam os padrõeshierárquicos e a influência do lado

esquerdo do cérebro, quesimultaneamente reprime o lado direito.

Para confirmar isto, reparem em umbebé ou numa criança pequena queainda não foi condicionada por umaeducação forçada o estruturada. Têm oengenho… livre, são desinibidos, muitocriativos, sensíveis, e estão abertos aaprender com uma percepção imparcial,quando se relacionam com o seu mundo.Eles podem sentir e intuir a energiacompletamente, assim como comunicar-se mediante a energia e a sensação paraalém dos discursos técnicos e outrosmétodos aprendidos (condicionados).Quando estamos em idade escolar,somos estruturados à força, para teractividade só na parte esquerda docérebro, pensamento e estrutura. Dareioutro exemplo, pensem que os sábios,que na sua maioria usam a zona direitado cérebro - possuem uma criatividadegenial e incontrolada. As comunicaçõesnão estão controladas, organizadas, nemlimitadas pela parte esquerda do cérebro,portanto têm um potencial ilimitado paraa interpretação e a criação.

O cérebro está dividido em doishemisférios, o direito e o esquerdo,ligados por uma ponto do tipo chamadocorpo caloso. O corpo caloso ("corpoduro"), é um grande conjunto plano defibras nervosas, debaixo do euterio, porbaixo do córtex cerebral, na fizuralongitudinal. Põe em comunicação oshemisférios cerebrais esquerdo e direito efacilita a comunicação interhemisférica,que consta de entre 200 a 250.000.000projecções axionais contra laterais. Osdois hemisférios também têm maneirascompletamente diferentes de perceber asnossas experiências. O nosso cérebroesquerdo descodifica o interpreta arealidade e os acontecimentos como uma

sequência do que percebemos estarprocedendo através do tempo linear, adistância, a estrutura, a linguagem e vêtudo por separado. Chegamos a pensarnisto como algo sistemático o capaz derelacionar a percepção com umaclassificação exacta. O lado direito docérebro percebe a intuição, a criatividade,a emoção, como tudo está acontecendoem conjunto o de maneira simultânea.

No entanto, quando se está em estadocerebral total, com os dos lados docérebro trabalhando e a comunicaçãoaberta através do corpo caloso, dandoequil íbrio sem limitação, conformecomeçamos a abrir esta comunicação,começamos a ver a realidade dasexperiências em uma ampliação e umreino intuitivo de possibilidades infinitas.Contactamos com um oceano ou com ocampo da energia universal do queformamos parte, com a auto-consciênciaabstracta pura, que dá origem à nossarealidade pessoal, enquanto se observa aenergia em um fluir natural e atransferência em vez de uma estruturalinear e controlada.

Em primeiro lugar devemos perceberque o nosso fabricante de decisões nãoé a nossa mente consciente. O papel demente consciente é o de um observadore experimentador. As pessoas estãodemasiadamente apanhadas no reino damente consciente, mas o facto é que anossa mente é a que inicia uma acçãoantes de que a mente conscienteperceba que já está em movimento opensamento. Os estudos científicosdemonstraram inclusivamente quequando um atleta só pensa nas acçõesdo seu corpo físico numa actuaçãoespecial, seus músculos, como nafuncionalidade física aquecem tal e comofariam na acção o no desempenho real,

pelo que o nossosubconsciente écondicionado desde onosso préviocondicionamento, poracções e hábitosaprendidos, que nospodem manter no nossoestado actual deconhecimento, saúde oucondição (ou falta dela).

No entanto tudo istopode mudar na medidaque nos abrimos a novasexperiências e à transiçãodo observador conscienteinterior à inter-relaçãoexterior com as enormesenergias que temos emnossa volta. Mediante ouso das posições etransições do Yoga, temosvisto que se inicia emantém não só umequilíbrio muscular, comotambém se exigesistematicamente aocérebro esquerdo e direito

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por separado e em conjunto, para recuperar acomunicação e o acesso a uma maior liberdadede pensamento criativo, cognitivo e potencial.Isto, por sua vez produz uma saúde maisvibrante e livre e um bem-estar fluindo da mente,corpo e espírito.

Os antigos sabiam isto e trabalharam paradesenvolver uma estrutura externa e interna maissuave e mais flexível para permitir uma maiorliberdade de movimento destas energias devibração e da luz. Perdemos isto com o passo dotempo porque a vida se tornou mais complexa edesfocada, mas realmente o poder está dentro denós, ainda que não nos estados conscientestreinados o condicionados que nos escravizammediante limitações. Temos a capacidade demodificar o nosso ser e tornar-nos uma parte davibração energética de um nível superior. Asposições específicas abrem estas ligações,obrigando à comunicação dos dois cérebros,exigindo a inter-acção direita e esquerda com aparte física, através da estimulação eléctrica dosmúsculos, órgãos internos e toda a funcionalidadee ao faze-lo, se começa a abrir a nossaconsciência e o genialidade.

“Em pé, dobrado para a frente”PádahastásanaÉ preciso manter os pés como na anterior

posição ChakrásanaPara inibir a energia que sobe pela parte

interna das pernas, o praticante mantém aspontas dos dedos indicador e polegar tocando-se para formar uma figura triangular, imitando ofeitio de muitos chacras frontais. Então começaa transmissão com o praticante descendolentamente os braços e dobrando-se para afrente, enquanto estes se estendem para o chão.Então se situam as palmas na mesma maneiratriangular no chão, justamente diante dos pés. Abase das palmas pode tocar nas pontas dos péspara fechar o bucle de energia.

Como o corpo está inclinado para a frente,mais uma vez as energias não podem subirdesde o chão, posto que a parte interna daspernas está selada; o estômago, o peito e agarganta estão metidos ou comprimidos,esticando a espinha dorsal na direcção doesqueleto. Isto provoca que a absorção dasenergias externas e a luz tenha lugardirectamente na espinha e nos chacras traseirosque convergem no cérebro. Esta posição ocultaestas zonas em especial da luz do sol,concentrando esta absorção de energia naportas traseiras de energia (para uma maiorconcentração) para conseguir uma entrada maisequilibrada entre chacras frontais e traseiros.

Com a cabeça inclinada para a frente, opraticante recebe a transmissão directa destasenergias absorvidas pela espinha e transferidasdirectamente ao cérebro. Esta provoca umaabertura posterior do Kundalini, de uma maneiracontrolada e restringida. Quando se mantém oequilíbrio equilátero de diante para trás nestaposição, sentimos como nos vamos assentandoatravés da parte traseira das pernas e doscalcanhares… Isto restringe o aumento deoxigénio no cérebro, para uma prática segura econtrolada. Para experimentar brevemente umexcesso de energia, adoptar uma posiçãoincorrecta; afastando um pouco as mãos das

pontas dos pés, para que se vá afastando opeso corporal dos calcanhares e forçandopara que esse peso seja carregado paradiante. Sentirão as energias incomodando(realmente são perigosas em excesso), dor,vibrações o mesmo calor no centro dacabeça.

Precauções: Mantenham o

queixo numa posiçãometida, posto nãoquerer que a energiase dirija para a terceiravisão (6º chacra).Permitam só que seconcentre no chacracoroa. Não façam istoregularmente; só comouma pequena experiência,para compreender melhoro conceito, a posição e anatureza da energia.

Respiração eintenção

Partindo desta anteriorposição, aspirar pelo narizpermitindo toda aenergia f luir emdirecção ao chão.Começar a exalarl e n t a m e n t eenquanto selevam as mãos eos braços parabaixo, posto quetemos de manter aposição estendida.Deixar que asmãos descansemno chão, na medidaem que se completaa exalação, sentindoas energias transversaistambém pela parteposterior das pernas emdirecção à terra através doscalcanhares, assim como paracima, na direcção do chacra dococuruto.

Mantendo esta posição, inspirarlentamente outra vez, sentindo que oventre e o períneo incham. Durante ainspiração se sente o fluir de energia,principalmente na parte posterior daspernas a nos calcanhares, para ochão, posto que então na expiraçãose sentirá a sensação de aumentodo Kundalini, assim como mantero contacto com a terra paramanter o controlo. Este é umaspecto crítico para um futurotrabalho com a energia.

Quando partindo desta posiçãonos levantamos para uma posiçãoem pé, nos sentiremos cheios deenergia, cheios de alegria eteremos um maior sentido daconsciência.

No próximo número: “a Ponte”- Chatuspadásana

Instructora de Yoga: Carolina Lino - Ponta Delgada, Ilhas Açores.Foto: Tiago Pacheco Maia - Ponta Delgada, Ilhas Açores.

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COMO ESTÁ PLANEJADO O“FU-SHIH KENPO”A Formação

No Fu-Shih Kenpo, estar em plena formafísica é uma necessidade absoluta. Casobatermos com o punhos, os pulsos, nós dosdedos, joelhos, tíbia, pés, cotovelos ouutilizarmos técnicas de garra, etc., sem estesestarem bem treinados, sentiremos dor etalvez nos lesionemos nós mesmos. Assimsendo, não é possível bater repetidamentesem estarmos nas condições adequadas.Com independência do estilo que se possapraticar, a condição física é imprescindível evai unida à própria formação mental.

Lembrem-se de que a luta realista ou narua não admite o uso de protecções nemregras e que temos de considerar queaqueles que acostumam fazerdemonstrações de partir tijolos ou outrosobjectos, não estão demonstrando a suahabilidade na luta, mas sim um produto maisdo nível de condição.

“Uma luta na rua dura até termos batido noadversário com a suficiente força para odeter”.

Quantas vezes uma luta na rua nos temdemonstrado que um só golpe ou mesmomais, não são suficientes porque o indivíduomesmo gravemente ferido continua lutando!Isto é o seu instinto de sobrevivência, o seuestado de impressão, o próprio nível deadrenalina, ou consoante o grau de álcool nosangue, consumo de drogas e essa força ouenergia misteriosa que todos possuímos eque ali se manifesta. No entanto, em certasocasiões, um rápido e certeiro golpe ésuficiente e é bem sabido que as lutas de ruaacostumam a ser muito rápidas no seudesenlace; ou seja, que duram um tempomuito breve, por vezes segundos. Se umconfronto na rua durar mais de 15, 20 ou 30segundos, é preocupante.

Segurança no AtaqueEm um ataque bem sucedido, há três

preceitos vitais:1. De armadilha ou cepo2. De pressão3. De isolamento

1. Método de armadilha ou cepo,agarrando ou batendo no pulso da mãocontrária para baixo e cruzando-a sobre ocorpo do contrário; o braço se mantém emum ângulo aproximado de 45º. Tem de severificar que o peso do corpo do contrárioesteja inclinado para a frente, sobre a suaperna adiantada, o que prevêem que elepossa dar um pontapé e com o seu corpotambém evita ele bater com o braço livre.

Agora há segurança para entrar no seuperímetro defensivo e bater.

2. Método de pressão. Este é simplesmentepara desviar o perímetro do contrário daprópria linha de ataque. Na maioria das vezes

se utiliza um golpe de mão (palmada) aoantebraço ou ao cotovelo do contrário, paradeixar a descoberto o lado dele.

A palmada dá-se sempre para baixo ou delado (cruzado), nunca de frente com umempurrão, posto que isto ajusta o balanço docontrário sobre a sua perna atrasada, dando-lhe ocasião de utilizar a perna.

Em todo caso, a palmada dada para baixoou também horizontalmente, mantém o pesodo oponente sobre a perna adiantada, o queo impede de fazer uso da perna atrasadapara bater.

É então mais seguro dar um golpe dentrodo perímetro defensivo antes de retroceder ereconsiderar a posição.

Nota: Só golpes individuais.

3. Método de isolamento. Basicamente éum poderoso golpe na mão, antebraço,tríceps e bíceps do oponente, causando umaforte dor e deixando o braço inerte.

Então é possível uma combinação deataque sobre e através do perímetro dedefesa. Este é o método mais positivo paraassegurar um ataque pleno de êxito.

É muito importante compreender que se oataque sobre o braço avançado do contráriofalhar usando qualquer destes métodos, éimprescindível retroceder e tentar de novodesde outro ângulo. Só quando se tenhasegurado o braço avançado do contrário, sepoderá atacar o corpo. Todo o resto é simplesesgrima. Se o inimigo bloqueia um assalto,destruir o braço que bloqueia.

Nota: Acompanhar sempre com avanceprogressivo estes três métodos.

Lembrem-se de que a defesa pessoal não éuma brincadeira, não podemos comprometer-nos com o braço do contrário, se ele seencontrar na trajectória de um ataque, usarqualquer destes métodos.

PontapésNos esti los chineses vemos muitos

pontapés. Se o leitor praticou Shaolim doNorte, sabe que se requerem pontapés altose em outras descendências do mesmo serequerem pontapés baixos.

Pessoalmente, eu não tenho preferências;dependendo da situação, farei uso de umasou de outras, ou também de umacombinação de ambas. Seja como for, o querealmente temos de considerar é que nosconfrontos de rua devemos utilizar todo onosso “melhor” arsenal da cintura para baixo,para ataques a essa zona; e das ancas paracima para ataques à zona média e superior.

No Fu-Shih Kenpo quando se deu umpontapé alto, sempre se adiciona uma baixa:ancas, joelho ou tíbia. Nunca se dá umpontapé alto sem que seja precedido de umbaixo, ou ao contrário.

A filosofia dos pontapés no Fu-Shih Kenpo,tem tendência a seguir a filosofia do trabalhode mãos. Por exemplo, dar um pontapédirecto desde a cadeira em posição frontal,

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similar ao pontapé frontal, batendo no tornozelo, na tíbia ou maisacima, em um ângulo de 45º, para deslocar a rótula.

Antes de tentar outro pontapé, prender com o calcanhar dopé o interior da tíbia, tornozelo, ou a barriga da perna. Ospontapés circulares ou em rotação, com o peito do pé oumetatarso ao fémur, coxa ou atrás do joelho. Estes golpessão usados principalmente para neutralizar um possívelcontra-ataque do inimigo com a sua perna avançada.

Novamente e como nos ataques de mão, não se deveatacar o perímetro defensivo do corpo, até ter desviado

a perna adiantada do contrário ou ter infringidonessa perna um castigo severo.

Isto não deve ser considerado um exagero.O castigo é essencial, não se pode transigircom a perna adiantada do contrário.Magoar o mais possível antes de tentar darpontapés ao corpo, desta maneira, se oataque ao corpo não tiver grande êxito,pelo menos o contrário não podecontra-atacar ou continuar com outroataque.Em Fu-Shih Kenpo todas os pontapés

são iniciados com a perna que estáadiantada, desta maneira não se necessitauma grande mudança de equilíbrio. É maisrápido que bater com a perna atrasada e

permite mais mobilidade; um rápido arrastarde pés para a frente ou de lado, constituemuma tensão sobre as pernas nos movimentosà direita ou à esquerda.

Não existe a tendência aos golpes com asancas, como se vê nos estilos japoneses oucoreanos, porque a maioria dos europeussão mais corpulentos e dá-se maisimportância à rapidez das pernas e aodeslocamento do corpo que à potênciado pontapé.

Como acontece que as pernaspossuem uma força aproximada cincovezes maior que os braços, eu não

compreendo a obsessão daspessoas por pôr muita potência nopontapé, posto que um golpemoderado com a perna podeinfringir um grave dano.

Kenpo

“Uma luta na rua dura atétermos batido no adversáriocom a suficiente força para

o deter”

“Lembrem-se:a defesa

pessoal não é uma

brincadeira”

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O CHÃO NÃO É TEU AMIGO!

À semelhança de muitos outrosartistas marciais, me interessei pela lutano chão depois de assistir ao primeiroUltimate Fighting Championship evendo como Royce Gracie derrotouseus oponentes sem muito esforço edeixando-os rapidamente imobilizados,incapazes de continuar lutando. Entãoresolvi melhorar as minhas habilidadesde defesa e comecei a pesquisar emtoda a informação que pude encontrarsobre a luta no chão. Quero esclarecerque não gosto nada de estar no chão,nem quero (à diferença de muitos dosestilos de grappling) levar uma luta parao chão propositadamente! Por issoiniciei um estudo extenso dos sistemas,para compreender melhor quais as suasfortalezas e debilidades e para aprendera aplicar esse conhecimento emcenários de auto-defesa na rua.

Durante os anos da minha pesquisa,tive ocasião de conseguir ajuda naformação, assistindo a seminários com

muitos especialistas e praticantes deluta no chão em disciplinas como a LutaLivre, o Judo, o Jiu Jitsu, o Sambo e aLuta de submissão. Também compreitodos os vídeos, DVDs e livros queacerca da matéria encontrei, para fazer aminha pesquisa a fundo. Logo se fezevidente para mim que a maioria dastécnicas estudadas, fossem elasestritamente orientadas para o desportoou para defesa pessoal, só funcionariamse a pessoa que as executasse fossemuito atlética e flexível. Além disto,praticamente todas as técnicas sedesenharam para lutar "um / contra um",sem considerar situações com múltiplosatacantes. E, por último, na sua maioriaparecem querer manter a luta no chão,que é onde realmente eu não queroestar em momento algum. Quando setrata da defesa pessoal na rua, pensoque o chão não é nosso amigo! E porfortuna, essa era também a filosofia domeu Mestre e Fundador do CombatHapkido, o Grão Mestre John Pellegrini.

Depois de rever a linha de pesquisade 2002, resolvi estruturar um novo

programa para enfrentar a luta no chãodesde uma mentalidade única, amentalidade da "sobrevivência e voltar alevantar-se". Sem agarres, nemsubmissão, não há técnicasdesportivas, sem ficar no chão umsegundo mais do absolutamentenecessário .

O nosso objectivo era adicionar umconstituinte de chão que uti l iza amaioria dos conceitos que usamos nonosso programa de Combat Hapkido,incluindo os pontos de pressão donosso programa de Combat Hapkido,"Pontos de pressão tácticos", para fazeras técnicas mais fáceis e mais efectivas.Também estávamos resolvidos adesenhar as técnicas para praticantesnão muito atléticos (ou acrobáticos)devido ao facto de que o nosso sistemase concentra na auto-defesa própria eprática para "toda a gente". Tinha queassegurar-me de que as técnicas queme ensinassem fossem não só fáceis deaprender como também as maisrealistas que se possam ensinar àscrianças e adultos de todas as idades e

Auto-defesa

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Combat Hapkido

tipos de corpo, incluindo as pessoas comincapacidades físicas, pessoas idosas enão praticantes de artes marciais. O nossoprograma de chão seria para todos e nãosó para os artistas marciais comexperiência ou em "boa forma física".

A tarefa pronta (em um processo de 2anos), nos apresentou o nosso novoPrograma de "Sobrevivência no chão"para os nossos estudantes e acomunidade das artes marciais em todo omundo. Foi um êxito imediato e desdeentão, tenho tido a imensa sorte de viajarinternacionalmente, dando cursos edirigindo seminários, por minha conta oucom o GM Pellegrini, no emocionanteformato de "Duplo Impacto".Recentemente também, o nosso seminárioúnico "Triplo Impacto" (com o MestreGridley ensinando os Pontos de pressãotácticos) em Valência, Espanha, foi onosso seminário de maior êxito neste país,nos últimos 10 anos. Para facil itar aaprendizagem (e o ensino) do programa,produzimos em colaboração com BudoInternational Magazine, uma série deCinco DVDs de instrução, que também setornou um êxito de vendas no mundo dasArtes Marciais.

Ao longo dos anos, desde o lançamentodo Ground Combat Survival Hapkido, tivea honra e o privilégio de ensinar a milharesde estudantes de origens muito diferentes.Para os estudantes com incapacidades,nas minhas aulas estruturei variações dastécnicas, baseadas em suas habilidadesespecíficas. Devido a que este programatambém é divertido e seguro paraaprender, ele se tornou um êxito para ascrianças e seus pais, que devido àcrescente incidência da intimidaçãoviolenta, querem que seus filhos aprendamdefesa própria prática.

Quando ensino a mulheres, insisto nofacto de que o chão não é seu amigoquando o agressor está tratando de asviolar, ferir ou matar e que quanto maistempo estiverem no chão, tanto pior fica asituação. Devem voltar a levantar-se logoque lhes seja possível! Mas isto também éválido para os homens… E insisto em quemesmo que saibam um pouco da luta nochão ou de luta l ivre, têm de ter emconsideração que o atacante pode nãoestar sozinho, ou que tendo sido feridosdurante o ataque inicial que os levou ao

chão, podem não estar lutando com suascapacidades físicas completas. Tambémdestaco uma coisa obvia, mas quefrequentemente se passa por alto: quandotreinamos, a maioria das vezes, estamosem colchões que são seguros econfortáveis, mas na rua há pedras, vidrosquebrados, l ixo, etc. e não é ondedesejamos lutar e rolar no chão.

Combat Hapkido conta com ramosseparados para formar a Policia, osmembros da Segurança e o Pessoal Militar.O treino destas unidades exige umentendimento profundo da maneira em quese opera nos diferentes meios e comdiferentes missões com respeito dapovoação civil. Também estão equipados evestidos de maneira diferente. O ensino aestes grupos, das técnicas que estavamdestinadas ao desporto, constitui umaperda de tempo e situá-los em perigo! Emvez disso, necessitam técnicas eficazes,fáceis de aprender e que se adaptem àsnecessidades específicas das suasfunções. Por exemplo, a missão principalde um oficial da polícia é controlar eprender indivíduos que causam mal aoresto (ou inclusivamente a eles mesmos)ao mesmo tempo que garante em todomomento que estas pessoas não tenhamacesso às armas (quer dizer, arma de fogo,pistola de electro-choque, lançamento depimenta, etc.). Outro exemplo pode ser umsoldado cuja missão é assegurar umacidade, povoação, ou edifício frente apossível presença de pessoal inimigo, quequer fazer uma emboscada ou magoá-losenquanto transportam um equipamento decerca de 30kg, com armas e elementos deprotecção. Como se pode ver nestes doscenários, se a pessoa acaba no chão, éimprescindível contar com as habilidadesnecessárias para sobreviver ao ataqueinicial e voltar à posição dominante: em pé!

Espero ter dado uma visão geralinformativa, da fi losofia do CombatHapkido "Ground Survival" e de terdespertado o vosso interesse poraprender mais.

Em próximos artigos pretendo partilharcom os leitores alguns dos aspectostécnicos do nosso programa. Mantenha-se seguro e lembrem-se:

O chão não é nosso amigo, de maneiraque não façam grappling!…SOBREVIVAM!

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No que respeita à armadura, se considerava deextrema importância e significação, de tal maneira

que era mantida na casa como símbolo dehonorabilidade. No entanto, não sempre foi assim.Antes e durante o período do Imperador Kotoku, e

especialmente no primeiro ano de Taika (645),todos, inclusivamente os oficiais, estavam

proibidos de portar em suas casas a armadura ouqualquer outra arma de guerra. Não existem

registos de quando isto mudou e as armaduras earmas pessoais começaram a ser mantidas nasresidências, ainda que para alguns autores, isto

provocou a base da formação de uma classeprofissional de guerreiros que eventualmente sesituavam na periferia política do centro de poder.

Esse hábito acabou por fazer-se símbolo da devoçãomilitar.

Cada clã, família do estamento samurai ou casa militar,possuía o seu próprio gusoku-shi - fabricante de armaduras.Isso explica a grande diversidade de formas utilizadas para a

batalha. Naturalmente, os segredos para fazer os diversosmodelos eram guardados como tesoiros em cada clã, de

maneira que só aqueles que pertenciam à linhagempudessem utilizar um determinado tipo de armadura. A

tradição de manter o segredo para fazer as armaduras eraguardado com tanto afinco e seriedade que os estilos e

seus vários elementos e formas particulares de utilização,se fizeram inteligíveis também durante os períodos de

paz. No entanto, de uma maneira geral existia um padrão

para a armadura, que constava de protectores para acabeça, pescoço, ombros e braços, peito, abdómen,pernas e pés. Naturalmente, existiam variantes para

os diferentes tipos de soldados. Assim, o soldado deinfantaria que lutava no chão, o soldado montado e

os altos oficiais tinham modelos diferentesconsoante a conveniência para as suas funções.

Com o passo do tempo, a armadura deixou deser apenas funcional para se tornar um símbolode poder, mais ornamentada e de mais valor. As

armas deixaram de ser instrumentossimplesmente de guerra para ser uma amostra do

estamento e da força.As armaduras antigas, de antes do Século XVI, eram

denominadas o-yoroi, kachu, haramaki, do-maru etc. As feitasapós esta época, eram geralmente conhecidas como gusoku.

Shidoshi Juliana vestiu o nossodirector Alfredo Tucci com umaarmadura japonesa, para nos

mostrar as suas diferentes partes eo correcto procedimento de como se

deve vestir. Um artigo que tambémexplica a história e antropologia da

armadura, um dos principaisatributos do Samurai.

Como se veste a Armadura Japonesa

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Os materiais empregados na manufactura da armadura samurai mostram apreocupação com a velocidade e a funcionalidade desse equipamento no campo

de batalha. Além disso, a armadura completa era utilizada apenas por samuraisdas classes mais altas. Devido a essa preocupação com a velocidade e

funcionalidade, é natural que haja diferença entre a armadura utilizada por umsamurai a cavalo e a utilizada por um samurai de infantaria. Assim, a armadura era

constituída basicamente de por peças em coiro. Arai Hakuseki, grandeconhecedor e confucionista, que serviu na corte do Shogun Ienobu (1662-1712), estudando os velhos manuscritos Sandai Jitsuroku, faz

menção (Arai, 17) de antigas armaduras feitas de couro decarneiro e de vaca usadas pelos guerreiros de Ono-no-

Ason-Uyu durante o período Konin e dadas aos seusfilhos Mutsu-no-Kami-Harueda e Tsushimano-no-

Kami-Harukaze, que lutaram na Era Jogen (976-97). O couro era tão fundamental para a armadura

japonesa que peças desse material não sófuncionavam como elos de ligação entre as partes,mas também formavam o material essencial para a

confecção do equipamento. As placas em couroeram reforçadas com ferro ou aço e/ou outros

materiais laqueados, de maneira a proporcionar arigidez necessária. Os elmos e os protectores do

peito, feitos todos em metal, que foramencontrados e datados de períodos bastante

antigos do Japão, sugerem que os fabricantes dearmaduras estiveram desde muito antigamente

na sua história. As peças que se conservarammostram que o ferro foi habilidosamente trabalhado

para que houvesse uma redução no seu peso, fazendo-oficar mais fino onde seria utilizado como uma peça

única, como os elmos, ou dobrando-o em camadas.Assim, pequenas peças serviriam ao elmo enquanto

as compridas iriam para o protector do peito. Mas foi desde o fim do período Heian em diante

que a armadura finalmente se desenvolveu ao pontode chegar a ser essa bela obra de arte constituídapor placas de ferro atreladas umas às outras por

pequenas cordas de couro (odoshi),caracterizando a feitura da armadura para

sempre. As placas de ferro e aço tinham o seutamanho e forma adaptadas para servirem aopropósito da protecção à zona à qual fossem

destinadas. Peças compridas eram usadas para aprotecção de ombros - sode -, ou para a protecção

do tórax - do.

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Com o tempo, o objectivo de conseguirmateriais que proporcionassem protecçãoeficaz e leveza, foi alcançado, posto que aarmadura se tornou capaz de protegercontra o corte de espadas, flechas, balasde mosquetes e oferecer além da máximaprotecção, um equipamento que nãofosse tão pesado para ser usado.

A variação de cores, estilos e materiaisutilizados para confeccionar a armadurafizeram dela uma grande obra de arte,valorizada até hoje por museus do

mundo inteiro e por coleccionistasparticulares. Eram justamente essesdetalhes que enriqueciam as armaduras eque proporcionava uma distinção de umesti lo para outro, possibil itandoinclusivamente a identif icação dosmembros de vários clãs, devido às coresparticularmente usadas nas cordas edetalhes das suas armaduras. Emboraexistissem cordas de muitas cores paraentrelaçar as placas de metal, as cordasde couro eram conhecidas como kawa-

odoshi, enquanto que as de seda chinesaeram chamadas de kara-ya-odoshi.

Sob a regência de Tokugawa noJapão, os conflitos em lpnga escala eos confrontos em batalhas acabarampor chegar ao seu f im. Entretanto,embora tenha dec l i nado aimpor tânc ia da a rmadura no querespeita ao combate real, visto queos mesmos se tornaram raros, aopon to de se ex t i ngu i rem, a suaimportância no que diz respei to a

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Como se veste a Armadura Japonesa

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Tradição Japonesa

s ímbo lo de pode r, se e l evou . Aa rmadura , ma is do que nunca setornou a referência do estatuto, daclasse ou do patamar ocupado pelosamurai, assim, uma série de grandesarmaduras (o-yoro i ) foram usadas

pelos daimyo durante as cerimóniasmil itares, das cortes e da regênciapela coroa dos shogun.

Peças que constituem a armadura:1. Tazuna, fundoshi - peça íntima

utilizada sobre o corpo.

2. Shitagi e Obi - quimono comum deuso diário. Samurai de patentes mais altaspoderiam utilizar quimonos sumptuososcondizentes com suas posições sociais.Eram chamados yoroi-hitatare. Para prendero quimono era usada uma faixa, a obi, que

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era trespassada duas vezes na cintura egeralmente amarrada na frente do corpo.

3. Hakama, kobakama, ou matabiki -calças plissadas com detalhe nas costas(koshi-ita). O kobakama se caracterizapor ser mais curto e menor. O matabiki

era utilizado por patentes mais baixas.4. Tabi - meias especiais com divisão

entre o dedão e os outros dedos do pé.5. Kyahan ou habaki - protectores de

perna usados do tornozelo até o joelho,feitos em tecido.

6. Waraji - sandálias usadas pelaspatentes mais baixas. Normalmente um para mais era carregado na cintura. Aspatentes mais altas usavam uma espéciede bota feita em pele (kengetsu, kutsu,tsuranuki), principalmente de pele de urso.

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Tradição Japonesa

7. Sune-ate, shino-zutsu - protectorda perna feito em metal moldado oucouro laqueado. Alguns foram feitos comuma placa única de metal, mais utilizadopela cavalaria para proteger contra lança

e outras armas. Entretanto, a maioria erafeito de placas unidas entre si e complacas centrais protegendo os joelhos.Normalmente incluíam couro laqueadoaos lados (abumi-zure) que por sua vez

protegia contra a fricção de estribos eselas no caso de montar a cavalo. Ojoelho era geralmente protegido pelohiza-yoroi kakuzuri, metal que às vezesera parte integrante do sune-ate, ou que

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menos frequentemente era uma peçaseparada. Existia ainda um tipo deprotector feito em malha de ferro,utilizado pela infantaria em épocas decombate ou mesmo pelos bushi, por

debaixo da calça, em épocas de paz,chamado kusari-kyahan ou kusai-suneate.

8. Haidate - peça interna protectora dacoxa, semelhante a um avental, sendo a

sua extremidade inferior geralmenteconstituída por pequenas placas (kozane)em metal, couro ou até mesmo de ossode baleia. Aberta ao meio, o haidatepossuía cordas que se passavam em

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volta da cintura e amarravam à frentedo corpo. Existem vários tipos dehaidate, entretanto, todos com amesma função.

9. Yugake - luvas, normalmente comum pequeno buraco no centro dassuas palmas.

10. Kote-tegai - protector do braçoe ombro, feito normalmente em malhade ferro, com placas cuja função eradefensiva. A placa protectora doombro se denomina kamuri-ita; a dobraço, gaku-no-ita; a placa côncavado cotovelo, hijigane; e finalmente ado antebraço, ikada, sendoconstituída por uma série de tiras demetal longitudinais. Por vezes ela seapresentava encaixada numa só peçade metal, furada e amoldada, à qualera atada ao pulso uma outra peçaque t inha por função proteger ascostas da mão.

Essa peça era forrada em couro epossuía uma curvatura de maneira quese ajustasse aos dedos do guerreiro.Nas armaduras antigas, peças para osdedos e anéis eram unidas umas àsoutras por uma pequena corrente. Maistarde, pesadas luvas em couro eramvestidas. Algumas vezes havia aindaum protector para as costas da mãochamado tetsu-gai. Emboraprotegessem a parte externa do braço,a sua parte interna era mais vulnerável.Existia uma grande variedade dessesprotectores consoante a função doguerreiro. Por exemplo, os arqueirosutilizavam um tipo conhecido como yu-gote, famoso por dispensar qualquerpeça pesada que pudesse atrapalharsuas habilidades.

A porção interna do braço, querequeria menos protecção que a áreaexterna, era coberta com um tecidopesado, ou o próprio couro,entremeado com seda ou tiras decouro. Entretanto, a sua defesa sebaseava mais nas habil idades doguerreiro do que propriamente pelaspeças da armadura, uma vez que essaárea se tornava exposta quando osbraços eram levantados paraaplicações de golpes com a espada.

Existiam técnicas que se tornaramfamosas no Yari Jutsu e no Kenjutsu,por visarem atingir essas áreas

expostas e vulneráveis da armadura,contra um adversário em combate.

Havia uma quantidade fantástica detamanhos, tipos, formas e materiaisque o bushi podia seleccionar paraessa importante vestimenta. Umexemplo são as mangas da armaduracoberta por uma malha feita de anéis ecorrentes de metal (kusari gote). Osbraços eram logo protegidos porplacas (tetsu gote). Havia um tipo demanga que protegia o braço cobrindo-o com uma comprida placa (como umsode adicional), atada ao ombro (tsugigote). Outras eram formadas porescamas, sobre o bíceps (gaku no ita);outras ainda alternavam faixas dessasplacas com a malha de metal (oshi nogote), ou eram totalmente feitas demalha, à qual eram amarradas fortesplacas de vários tipos (shino gote, echugote, awase gote).

Também usavam uma pequenaprotecção para o antebraço, cobertacom as placas e a malha, e depois comum tecido rústico (hansho gote). Essasmangas eram muito específicasconsoante o tipo de propósito marcialdesejado. Por exemplo, havia mangasespeciais (yu gote) feitas em seda ebrocado, sem qualquer protecçãopesada, que eram vestidas aos pares,a partir dos ombros. Eram maisuti l izadas pelos arqueiros, queprecisavam de l iberdade demovimentação para manipular seusarcos e flechas. Em certas ocasiões, osarqueiros usavam apenas uma dessasmangas, para proteger o braço direito,p ombro e boa parte do peito e ascostas. Eram atadas em volta docorpo. Muitas das mangas daarmadura consideradas leves, eramusadas em tempos de paz, sendovestidas sob o quimono, quando obushi deveria estar preparado apenaspara confusões de rua.

As articulações, que geralmenteficavam desprotegidas devido ao vãoexistente entre as mangas protectoras(kote) e as placas laterais (watagami)do corselete (do), eram reforçadas comcamadas de malha de metal, placas eescamas (waki biki). Eram vestidas sobo corselete, separadamente ou ligadasumas às outras por uma faixa de metal

(kusari waki biki). Um tipo especial deequipamento (manju nowa) combinavaos waki biki com um colar e ombreiras.

11. Wakibiki - protector da região daaxila e lateral superior do tórax, regiãoentre o kote-tegai e o watagami do, docorselete protector do tórax. Podia serencontrado anexado ao do, ou mesmocombinado com um tipo de colarprotector para o pescoço e ombros(manju-nowa). Podia ser preso combotões (botan-gake), cordas (himo-tsuki) ou ganchos (kohaze-gake).

12. Do - protector do tórax, partecentral da armadura. Juntamente como elmo, caracterizava a identidade daarmadura e o seu período da história -o pré-histórico (tanko, kachu,kisenaga), o antigo (yoroi) e o moderno(gusoku). A maior parte do corpo dobushi era vestida com um corseletefeito de longas placas de metal, comoos antigos corseletes (kaki yoroi, keiko)do século IV. Havia também corseletesem couro brilhante, forrados e cobertoscom faixas de escamas bem atadascom seda ou cordas de couro. Comofoi notado anteriormente, o couro eramatéria-prima preferida pelosconfeccionistas de armaduras, e osvários tipos de couro utilizados, assimcomo os vários tipos de tratamento,deram origem a uma série decorseletes (kawa tsutsumi), assimcomo os de couro chinês (kara kawatsutsumi), couro vermelho (aka kawatsutsumi) e couro florido (hana gawatsutsumi). Patentes mais baixasuti l izavam os feitos com courolaqueado preto (sewari-gusoku),embora fossem utilizados muitos tiposde couro para sua confecção em geral.As placas que constituíam o do, erampor vezes cobertas com pele detubarão (same tsutsumi), casco detartaruga (moji tsutsumi) e enfeitadoscom osso de baleia. Quando era abertanas costas, se chamava haramaki-do,e quando a abertura era lateral, do-maru. Havia ainda o do feito com umaúnica peça de metal. Emboraincomum, essa peça era chamadahatomune-do ou hotoke-do.Pertencentes ao século XVII e XVIII,elas foram aparentemente copiadas daarmadura europeia. Poderiam ainda

Como se veste a Armadura Japonesa

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constar no do duas placas comfunção de proteger a axilaesquerda (hato-no-ita) e a direita(sendan-no-ita).

Havia uma variedadeaparentemente infinita decorseletes em uso em Japão emdiversos períodos, e eles sedividem em duas categoriasprincipais: a primeira e maiscomum é a constituída por peças`por sua vez constituídas porplacas ou escamas e amarradascom fortes cordas (do), e asegunda, a das peças inteiriças.Os mais recentes corseletes,chamados de placa ou “peito depombo” (hatomune do) ou placa“peito de santo” (hotoke do),porque imitavam a curvatura docorpo humano, eram muito raros.Cobrindo o corpo do pescoço àcintura, eram usados no Japãodos séculos XVII e XVIII.Aparentemente copiados dosmodelos europeus, podiam ter aabertura nas costas ou nos lados.Os que possuíam abertura frontaleram pouco comuns. Adoptadospelas categorias mais baixas desamurais e seus ajudantes, certosmodelos ajustáveis mais simples,possuíam inúmeras derivações.

Alguns modelos incluíam doissoquetes, aos quais era presa abandeira da cavalaria. Ossamurais de alto escalão vestiampeças adicionais, como aimportante se-ita, ou se-ita noyoroi, que eram placas pequenasque protegiam as articulaçõesdos ombros e a parte superior dobraço. As mais antigas eramgeralmente feitas de metal oucouro bem grosso, r icamentedecoradas com detalhes emmetal nas bordas. As maisrecentes eram feitas com trêsplacas grossas ou f i leiras deescamas sobrepostas, protegidascom couro curtido. Nos últimoscorseletes fabricados, ossamurais de baixo escalão - quenão eram autorizados a vestir asplacas protectoras, vestiamprotecção menores chamadas degiyo yo ita. Eram vários osmodelos existentes dessa peçaespecífica.

13. Uma-obi - faixa amarradana cintura. Nessa obi a espadaficava presa ou amarrada. Era emgeral feita de linho ou tecido, comornamentos na frente. Quando elecortava as pontas desse cinto ejogava fora a bainha de suaespada, que ele geralmentecarregava presa ao cinto, suaintenção de morrer no campo debatalha era claramente manifestaaos seus inimigos e a naturezadesesperada de sua luta eraenfatizada.

14. Sode - Os bushi depatentes mais altas possuíam doisprotectores de ombro chamadossode. Geralmente composto porvárias pequenas peças unidasumas às outras por meio decordas de couro ou seda, emcamadas, sobre uma placa demetal ou couro laqueado. O topoera sempre de metal sólidoricamente adornado (kamuri-ita),enquanto a porção inferior(hishinui-ita) normalmente possuíaum preenchimento dentro e eraamarrado com cordas em “x” paraprendê-lo. Suas formas maiscomuns eram a rectangular e aquadrada, e o seu tamanhovariava de grande (ou-sode),médio (chu-sode) e pequeno (ko-sode).

15. Koshiate - protector presoao lado esquerdo para carregar asespadas, tanto a longa (daisho)quanto a curta (wakizashi).Antigamente o bushi costumavaainda carregar uma espada extra,mais longa que a daisho,conhecida como nodachi, queficava presa às costas, natransversal. Ela, no entanto,tornou-se rara no PeríodoTokugawa.

16. Nodowa - protector dopescoço. Usado por samurai dealta patente. Em fomato de “U”,era composto por pequenasplacas. Parece Ter sidodesenvolvido no séc. XVIinspirado em um colarnormalmente usado por baixo dodo. no Período Tokugawa,entretanto, passou a ser usadopor cima numa variedade deestilos, entre eles um que protege

inclusivamente a nuca, amarradoou preso por ganchos atrás dopescoço. O nodowa poderia aindaser preso directamente à máscara,embora o seu modelo solto(tetsuki) fosse o mais popular.

17. Hachimaki - faixa brancaamarrada na cabeça, na altura datesta. Sua cor se dá pelareferência à morte iminente.

18. Uchi-bari - touca protectorausada por baixo do kabuto. Erapresa por cordas (shinobi-no-ou)na queixo e no próprio elmo.

19. Mempo - máscara de ferro,aço ou couro laqueado usadaspara proteger o rosto. Poderiamcobrir toda a face (mempo,membo ou so-mempo) ou partedela. Quando deixavadescobertos os olhos, erachamada de saru-bo.Normalmente representavam aface humana, de demónios ou deanimais. As mais famosas eram:face coreana (korai-bo); fantasma(moriyo); demoníaca (akuryo);bárbaros sulistas (namban-bo);demónio narigudo da floresta (tori-tengu) e a face do homem velho(okina-men), do jovem (wara-wazura) e da mulher (onna-men).

20. Kabuto - elmo protector.Era composto por várias peçasque tinham como função aprotecção da cabeça. Sua peçacentral é chamada de hachi, umapeça côncava de metal como umacúpula, que seguia o formato dacabeça humana. Na sua porçãofrontal se encontram uma peça decouro laqueado, frequentementeem vermelho e decoradachamada de maezashi. O shikoroé a parte protectora do pescoço,composta de 3 a 7 camadas de100 a 138 placas metálicas.Assim, essa peça caia por sobreos ombros e costas. Osprotectores de orelha (fukigaeshi),característicos por uma curvaturae inclinação para trás, eramtambém ricamente ornamentadoscom couro, e metais nobres comoouro e prata.

Jinbaori - espécie de quimonoaberto usado por cima daarmadura pelos oficiais de altapatente.

Tradição Japonesa

Como se veste a Armadura Japonesa

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CAMPEONATO DO MUNDO DEKARATE GUADALAJARA 2013

A cidade espanhola de Guadalajara, de apenas80.000 habitantes, cumpriu amplamente seucompromisso de organizar e do fazem bem, o VIIICampeonato do Mundo WKF para categorias cadete,júnior e sub 21, realizado de 7 a 10 de Novembro.Junto com a Real Federação Espanhola de Karate ea World Karate Federation, o Município da cidadecom seu Presidente e seu Vereador da área dos

Desportos, respectivamente António Román e EladioFreijo, mostraram estar comprometidos com oDesporto e com os grandes eventos.

Guadalajara foi “tomada” pelo Karate durantepraticamente 10 dias, pois a aclimatação necessáriade muitos competidores, junto com os cursos ereuniões em dias prévios, o fizeram necessário, comos benefícios óbvios a vários níveis para a própriacidade e localidades da província, que tiveram quedar cabida a várias delegações, por ser a capitalinsuficiente.

A cidade de Guadalajara, na Espanha, sediou o VIII Campeonato do Mundode Karate WKF, em categorias cadete & júnior. Magno acontecimentodesportivo, ao qual assistiram 100 países dos cinco continentes, ao todocom 1.400 participantes, além de árbitros, técnicos, dirigentes e muitopúblico que todos os dias lotou o excelente Pavilhão de Aguas Vivas.

Texto e Fotos: Olga Muñoz Rojas

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www.eduardobonillaruiz.com

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www.eduardobonillaruiz.com

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Finalmente, uma boa organização fezcom que todos os visitantes se sentiremcomprazidos com a sua visita a estalocalidade da região da Alcarria, para umencontro em que também colaborou aGoverno Provincial, o Conselho Superiordos Desportos e a Junta deComunidades de Castela - La Mancha.

Temos de dizer que com anterioridade,só em três ocasiões se realizaramCampeonatos do Mundo de Karate naEspanha e sempre em cidades de grandeenvergadura, como Madrid (1980 e 2002)e Granada (1992). Portanto é justoreconhecer o grande esforço queGuadalajara, com apenas 80.000habitantes, fez a favor deste torneio, quepor certo, foi a edição de maiorparticipação da história (incluindo ostorneios Sénior).

O Campeonato Mundial WKF se realizade dois em dois anos, tanto para categorias cadete, júniore sub 21, como por outra parte para a categoria sénior, demaneira que ambos se vão alternando; os primeiros serealizam nos anos impares - como é o caso deste - e ossénior em anos pares.

Em dias precedentes, um curso de titulação da máximacategoria de arbitragem, trouxe ao hotel Tryp Guadalajara(Sol Meliá), “quartel general” do torneio, a mais de 250árbitros e juízes de mais de 80 países, em busca da suaqualif icação. Enquanto isso, algumas equipas sefamiliarizavam com o pavilhão e participavam em treinosprogramados nas suas instalações.

Nações como a Inglaterra, o Japão, a China Taipei, aHungria, a Itália, a Eslováquia, a Eslovénia, os EstadosUnidos…, traziam em volta de trinta competidores. Outroscomo a Turquia, a África do Sul, Croácia, Egipto, França ouMalásia ultrapassavam esse número. Alguns países apenastraziam uns poucos caratecas, como Chipre, Ilhas Fiji,Islândia, Moçambique, Paistina, Ruanda,…

Apesar do Karate não ser problemático, alguns dospaíses participantes têm conflitos internos ou com outrospaíses, pelo que a segurança do torneio foi muitopotenciada e a presença policial reforçada. Finalmente nãohouve nenhum problema, o que numa cidade destetamanho, “tomada” por tal número de visitantes tãodiferentes uns de outros…, já é motivo de satisfação.

Em Guadalajara foi possível ver autênticas lendas doKarate, como: Aritake, Nagura, Hashimoto, Inoue, Teraishi,Tsuyama, Kagawa…, junto a residentes na Espanha como:Yamashita, Ishimi, Onaga, Fujioka, Nomura… E excampeões de renome de todas as épocas, como os irmãosEgea, Jesús Juan Rubio, António M. Amillo, Ivan Leal,Fernando Rosuero, Ângelo Lopes, Xavier Ferreira, José MªMartim, Pedro Rascón, Jesús Calvo, Luís Mª Sanz, AgustínManzano, Josep Bosch, Tomoko Araga, Ticky Donovan,António Oliva, Francis Didier, Luca Valdesi, António Dias eum longo etc.… Todos eles, junto com o resto de visitantese participantes, gozaram da Exposição que SalvadorHerraiz preparou para o evento e que mostra os principaisMestres de Karate desde o nascimento deste como tal, emOkinawa, faz mais de 100 anos, passando pela ilhaprincipal do Japão, o salto ao Ocidente, por meioprincipalmente das tropas norte-americanos após a IIGuerra Mundial, a chegada à Europa nos anos 50 e a suaintrodução na Espanha, para chegar a Guadalajara em1973, faz agora 40 anos. A exposição consta de umascinquenta fotografias históricas seleccionadas e em muitoscasos feitas por mim pessoalmente, durante as minhasmuitas viagens ao Japão. Todas se complementam com asreferências do lugar, ano, mestres e escolas que nelas

aparecem. Uma exposição que foi muito do agrado detodos e que contou com presença de alguns dos seusprotagonistas. Yamashita Yosuke, um deles manifestavaestar encantado: “Está muito bem. É muito importante quese conheça isto, que se conheça a história”.

A cerimónia inaugural, foi na parte da tarde do primeirodia, deu inicio com o desfile dos representantes dos cempaíses, seguidos pela bandeira da Federação Mundial deKarate portada por caratecas infantis do clube Hombu Dojode Guadalajara, instruído por Salvador Herraiz, 7º DanWado Ryu. A importância do evento trouxe hasta omagnífico pavilhão de Aguas Vivas, para a dita cerimóniade abertura, a Presidente de Castela la Mancha, Dª MariaDolores de Cospedal, o presidente do Conselho Superiordos Desportos, Miguel Cardenal; o Presidente do MunicípioAntónio Román; a Presidente do Concelho Ana Guarinos; oDirector Geral dos Desportos de Castela la Mancha, JuanCarlos Martim; o deputado Xavier del Rio e os Presidentesnacional e mundial das Federações de Karate, AntónioMoreno e António Espinós, respectivamente. Todos deramas boas-vindas aos competidores e visitantes e insistiramno seu compromisso com estes grandes eventos.

Dolores de Cospedal por sua parte, na sua alocuçãodisse também: “O Karate é uma das disciplinas maiscompletas que pode praticar o ser humano, cujos valoresde respeito para o contrário e a perseverança no esforçofazem grandes os homens e os países, pois alem deproporcionar resistência, flexibilidade e velocidade, conciliae potencia o físico com a harmonia espiritual".

Para encerrar a cerimónia, a magnífica demonstração deKarate Uechi Ryu do Sensei José Cifuentes e seus alunos,que mostraram práticas com os elementos típicosokinawenses para o fortalecimento físico, rompimentos ekata, acompanhado o Maestro com o espectacular som eritmo ao vivo, dos tambores japoneses Taeko, graças àcolaboração da Embaixada do Japão. Por certo, tambémassistia o próprio Embaixador Sr. Satoru Satoh e seuhomólogo da Arábia Saudita.

Seguidamente, houve uma demonstração de tácticas etécnicas policiais, por conta de membros da Escola dePolícia de Ávila. Depois, uma competição que já tinha tidoas suas primeiras eliminatórias da parte da manhã.

A competição se desenvolveu com absolutanormalidade, sem incidentes, como também os não houvena convivência de vários dias dos habitantes de umacapital de tamanho médio, convivência necessária numaavalanche de 5.000 visitantes, dos quais uns 2.500estrangeiros.

Os confrontos de kata e kumite trouxeram emoção aopavilhão cheio de um público entregue. A modalidade dekata equipas ( júnior) foi, como é habitual, a maisespectacular. Na categoria masculina a selecção daTurquia conseguia subir ao cimo do pódio, com seusrepresentantes Yavuz Selim Oruc, Fatih Sadullah Selman eLutfullah Teber, que venciam na final aos representantes daEspanha, Carlos Fornell, Rubén Garcia e António Garcia,que obtinham uma merecida medalha de prata. Asterceiras posições foram ocupadas finalmente “in exequo”pelas equipas do Egipto, com Ilham Abdallah, ZeyadAbdelrahman e Mahmoud Hanafi, e o Perú, com RobertoAtunca, Fabrizio Vindrola e Mariano Wong.

A competição das mulheres, em kata equipas, foivencida pela flamante selecção espanhola, constituída porJessica Moreno, Lidia Rodríguez e Raquel Roy, que seimpuseram na final à França, cuja equipa estava formadapor Pauline Bouchet, Lila Bui e Perrine Mortreux. Uma finalmuito igual, onde talvez a França teve algumproblemazinho no kata e a Espanha o teve no bunkai.Finalmente, a Espanha levava o ouro, a Itália e a Gréciapartilhavam o bronze com equipas formados por Donofrio,Reale e Sassano no primeiro caso, e Rouchota,

Karate

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À esquerda: Equipa Feminina deKata, Campeã do Mundo: Espanha

(por cima) e antes da grande finaljunto com a França (em baixo).

À direita: A equipa da Françadurante o seu kata final (por cima),responsáveis locais e regionais dotorneio (no centro) e as equipas da

Itália e Grécia em Kata Feminino,ambas medalha de bronze

(em baixo).

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Por cima: Salvador Herraiz mostra aexposição acerca da História do

Karate, ao Mestre Kurihara, Vice-Presidente da Federação Japonesa

de Karate. Em baixo: O legendário Mestre

Tsuguo Sakumoto, 9ºDan Ryuei Ryu, esteve em

Guadalajara como membro do Comité Técnico WKF.

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Theodorakopoulou e Xenou nosegundo. Todos gozaram davantagem que constituía que o Japãonão apresentasse competidores nascategorias de kata equipas, pois docontrário, muito provavelmente todosteriam retrocedido um lugar paradeixar o oiro ao país nipónico.Menção especial merece a espanholaRaquel Roy, que à medalha de oiropor equipas somou a de bronze emkata individual cadete, por detrás,neste caso, da japonesa SaoriIshibashi (ouro) e a estado-unidenseJennifer Robinson (prata). A turcaDeniz Atak compartilharia o bronzecom a espanhola.

Outros espanhóis a destacar foramXavier Pereda, que obteve o bronzeem categoria kata cadete masculino,junto com o russo Vadim Kobzarev,atrás do japonês Nozomi Yamanaka(ouro) e do turco Enre Befa Goktas(prata). Maria Torres também levavaum bronze, assim como a japonesaHikaru Furuno, na categoria de kumitejúnior +59 quilos, que venceu aitaliana Sílvia Semeraro, com pratapara a francesa Nancy Garcia. Por suaparte, o espanhol Raul Cuervatambém levava um bronze em kumitejúnior -68 quilos, atrás do francêsSteven Dacosta e do turco DoganAtes. Gabor Harspataki, da Hungria,partilhava o bronze com o espanhol.Melhor foi o resultado de AntónioGarcia, que em kata júnior individualficava com a prata, perdendo na finalcom o japonês Yuhei Horiba (comonão podia deixar de ser...) O turco Inise o russo Ufimtsev levariam o bronze.

Mas sem dúvida, o espanhol maisdestacado em kumite foi AlexandreMolina, que na categoria cadete -70quilos conquistava o desejado ouro,depois de uma final de infarto na qualvencia o argelino Dris Aimen,deixando os bronzes para o turcoKorkmaz e o alemão Bauer.Felicidades portanto, não só noscompetidores espanhóis comotambém nos seus técnicos, oseleccionador nacional de kata

Francisco Mayoral, o de kumite CésarMartínez Blanes, seus respectivosajudantes Lorenzo Martín e Ángel LuísChavez, e o Director Técnico daFederação, José Mª de Dios.

No que respeita ao medalheiro finalgeral temos de dizer que o Egipto foi opaís mais condecorado,especificamente com quinzemedalhas, nove delas de ouro, seguidono medalheiro pelo Japão, com dozemedalhas, seis delas de ouro. Emterceiro lugar a poderosa França quelevava três ouros de um total de onzemedalhas. A seguir a Turquia, comdois ouros de entre catorze medalhasao todo, e em quinto lugar a Espanha,que obtinha ao todo oito medalhas,duas delas de ouro, duas de prata equatro de bronze.

Magnífico o campeonato realizadona cidade de Guadalajara, ondepudemos ver os melhorescompetidores de Karate do mundo emidades de 14 a 20 anos. AlexandreBlanco, Presidente do ComitéOlímpico Espanhol, não quis deixar deassistir também presenciar parte dotorneio.

A conta atrás para a organizaçãodeste magno torneio se iniciara fazmais de um ano, quando decidida acidade para ser a sede, esta enviouSalvador Herraiz ao CongressoMundial de WKF, em Paris, para ajudarna apresentação deste campeonatoem Guadalajara ao responsávelfederativo António Moreno. Desdeentão, um ano de trabalho quefinalmente culminou com a realizaçãodo evento.

Reflexões de SALVADOR HERRAIZ, membro do comité organizador

Em princípio, este Campeonato doMundo foi um evento não procuradopor mim, devo dizer…. Mas apesar deeu não ser o que se diz um fanático dacompetição no Karate, por motivostécnicos e fi losóficos (que todos

conhecem), não era momento deprecisamente atacar esta faceta ouparte da arte marcial. Tratava-se deum acontecimento extraordinário, peloque desde o princípio, quando mepediram colaboração, não só dei omeu apoio à sua realização comotambém colaborei activamente nela etenho sido mais uma da suaengrenagem.

Para mim, defensor como todossabem, de um Karate tradicional,complementado com certos valorespessoais, tem sido difícil em algunsmomentos participar da organizaçãodeste movimento de alta competição.levei o assunto com cuidado, comcarinho, com compreensão, comtolerância, com bom senso.

O Karate não é de ninguém. OKarate não é da Federação Mundial,mas também o não é dostradicionalistas mais acérrimos,apesar de que tanto uns como outrosde certeza gostariam. O Karate é umaarma poderosa (desportiva,competitiva, educacional, tradicional,cultural, defensiva, ofensiva,…) e cadaum a uti l iza consoante as suaspróprias ideias, sejam estas melhoresou piores desde um ponto de vistaético e moral, mas… não deixa de serKarate, com melhor ou pior propósito.

Desde sempre, a minha especialpreocupação é que o Karate nãoperca os seus valores técnicos nem osseus valores morais. Tento isto não sóatravés das minhas ensinançasquotidianas como também atravésdos meus livros e artigos em CinturãoNegro.

A minha visão do Karate faz-meestar não demasiadamente nemdemasiadamente longe da FederaçãoDesportiva nem dos maistradicionalistas. Não vamos entrar emmaior profundidade neste assunto,pois é infindável e recorrente desdefaz muitos anos. Todos conhecem aminha maneira de ver e situação, maso certo é que tenho colaborado commuito gosto, a desenvolver esteevento extraordinário na minha cidade

À esquerda, uma instantânea tomada por Eduardo Bonilla emum dos espectaculares combates. À direita, Luís Inácio Gomes,um dos melhores árbitros espanhóis, observa vigilante o kata dajaponesa.

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Por cima: Salvador Herraiz eFrancisco Angullo, Director deOrganização da RFEK. O Presidentedo Município de Guadalajara,António Román e a PresidenteRegional, Mª Dolores de Cospedal,durante as suas palavras acompetidores, público, jornalistas ecaratecas do Hombu Dojo deGuadalajara.

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Por cima: Alexandre Blanco,presidente do CSD, AntónioEspinós, presidente WKF e

António Moreno, presidente RFEK. No Centro: Equipa espanhola de

kata masculino (à esquerda) emesa oficial do torneio (à direita).

Em baixo, aspecto geral docamarote VIP.

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e quero agradecer publicamente asua excelente disposição paracolaborar, aos membros do staff doKarate de Guadalajara, à EscolaOficial de Idiomas da cidade, aopessoal do pavilhão multiusos (comuma entrega digna de elogio), aosresponsáveis municipais, à PoliciaNacional e Municipal (na pessoa deseu Intendente Chefe, Júlio

Establés), ao deputado Xavier delRio e em geral a todo aquele quedepositou carinho para que o eventosaísse adiante da melhor maneira.

Não quero nem posso esqueceros responsáveis federativos e emespecial os Directores daOrganização WKF, Esteban Peres, eda RFEK, Francisco Angullo, comquem, este último, partilhei o minuto

a minuto os dias de competição,junto com seu árduo trabalho e seusdesvelos. O campeonato resultouum êxito e todos, competidores,visitantes e habitantes da cidade,ficaram contentes. Para que tudonão pareça ter saído bem, talvez odesconcertante desfile inaugural, emque causas não só alheias à minhavontade e também alheias à minha

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responsabilidade, com mudanças não de última horamas de último minuto, que junto a problemas nosmegafones,… fizeram com que a cerimónia fossafrancamente aborrecida… Mas o bom sabor que emgeral deixou o mundial, não deve por isto ver-seenturvado.

Finalmente, tudo signif icou para mim algoexcepcional, uma bebedeira de Karate e agora é a vezde superar a embriaguez e voltar ao Caminho naintimidade do meu dojo.

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Por cima: Os japoneses, intratáveis namodalidade de kata.

No centro: O Vereador dos Desportos dacidade, Eladio Freijo, entregando os troféus nacategoria de Kumite Cadete -70 quilos, vencidapelo espanhol Alexandre Molina.

Em baixo: Aspecto exterior do pavilhãoquando Masao Kagawa e a sua selecçãojaponesa abandona o local.

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Artes do Sudeste Asiático

Um dos meus jovens alunos principiantes, meperguntou após finalizar a sua aula, o que éexactamente deveria fazer para se tornar umgrande artista marcial. Eu pensei: Esta é umapergunta interessante!… Poderia oferecerrapidamente uma série de conselhosaparentemente bons para responder, masdisse ao estudante que voltasse na semanaseguinte para repetir a sua pergunta eentão eu teria uma resposta paraele. Para a seguinte aula, eutinha esboçado os seguintespontos para ele, neste ordem:

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1) MotivaçãoTêm de se ter uma boa razão para aprender Artes Marciais. Esta razão ou motivo pode variar de um estudante para

outro, tanto se trate de defesa pessoal, de superação pessoal, confiança em si mesmo, ou de adquirir uma qualidadeespecial. É importante saber qual é o vosso motivo. Não se publica em nenhum jornal… e por isso têm de descrevercom a maior precisão possível qual é a vossa meta.

Sem se ter um verdadeiro motivo e simplesmente sentir-se atraído pelas Artes Marciais com entusiasmo, não vaipermanecer o suficiente na prática das Artes Marciais.

2) Compreensão do CaminhoApós um tempo no processo de formação, sabem bem como uma

coisa leva a outra, por assim dizer. Parece que a vossa novacondição interfere na vossa técnica, porque já se não cansam

tanto nem tão rapidamente e portantopodem realizar um maior número de

repetições. Assim compreendem que melhorandoa coordenação, podem fazer coisas que

anteriormente só podiam admirar em outros. A nova compreensão da teoria permite modificaros velhos hábitos, porque aprenderam a corrigi-los. Na sessão de exercícios, vão passo por

passo encaixando e avançando na direcção das suas metas. Podementão fazer-se uma ideia de como se vê o caminho…

3) Dominar os FundamentosAs ferramentas do Artista Marcial são as suas técnicas físicas.

Bruce Lee pretendia de cada uma destas ferramentas fazer umaobra mestra. Nunca é demasiadamente cedo para começar aaperfeiçoar os seus fundamentos, inclusivamente quando só seaprenderam algumas técnicas. A confiança em si mesmo vaicrescer com as suas novas habilidades e destrezas, através do

domínio destes conceitos básicos. Não se trata de aprender umgrande número de técnicas…, não importa o muito que se sabe mas

sim a maneira de usar esses conhecimentos. É necessário conhecer osconceitos básicos e dar-lhes uma atenção especial durante a prática.

4) PraticarUm dos meus estimados Mestres, alguém que poderia descrever-se como um artista marcial excepcional, conta 70

anos. Em um dos campos de treino mais duros que conheço, vejo como realiza regularmente um programa de seishoras. Este tempo de prática conduz ao esgotamento físico a atletas com a terceira parte da sua idade. Quando lhepergunto como ele, com a sua avançada idade, ainda pode treinar tanto tempo, responde: "Tenho de praticar para memanter bem".

Mestres Internacionais

Como tornar-se um artista marcial excepcional

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Artes do Sudeste Asiático

Não se pode explicar melhor. A prática é oCAMINHO que leva um praticante de ser “bom” a ser“extraordinário”. A motivação, a teoria e a técnica,são inúteis sem uma prática constante das ArtesMarciais.

5) PaciênciaNinguém se torna excelente de um dia para outro

ou por uma repentina e brilhante inspiração. Tem dese praticar o domínio dos fundamentos comregularidade. Portanto, para manter e continuardesenvolvendo-os, se precisa de tempo.

Os estragos do tempo podem desgastar ou polir ovosso trabalho, depende de cada um decidir comoutilizar o tempo. Se estudamos a personalidade dosartistas marciais excelentes, percebemos que oconseguiram ser graças à actividade diária e à suadiligência em muitos passos pequenos. Empregarammuito tempo para desenvolver a sua arte marcial!

Uma vez que se tenha compreendido a

importância dos quatro passos precedentes, otempo, conjuntamente com o conhecimento, serãoos factores que levarão a passar de "ser bons" a "serexcelentes". O tempo não se pode acelerar. Tenhamcautela em não serem como as crianças, que olhamatentamente para uma flor recentemente plantada,para ver se cresceu! Temos de contar com um tempoe praticar para encontrar o próprio caminho àmestria nas Artes Marciais.

ACERCA DO AUTOR:Bob Dubljanin é um dos principais instrutores na

Europa, das Artes Marciais do Sudeste Asiático (Kali,Muay Thai, Silat Pentjak) e de Jeet Kune Do. Desde1993 vem organizando cursos e seminários naAlemanha e outros países da Europa. Para maisinformação acerca dos seminários actuais, visitar naInternet: www.soai.deou mandar um correio electrónico para:[email protected]

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Considerando o JeetKune Do como "simples-

mente uma filosofia",sem planos de estu-

dos nem técnicasde progressão,tiramos osméritos técni-

cos ao materialque ensinou o seu

Fundador, BruceLee.

Por outra parte, seclassificamos a arte como

"só o que ensinou Bruce Lee",nos privamos da possibilidade denos expressarmos de maneiralivre e natural, (ou de uma natu-ralidade - antinatural!) fortemen-te apegados a Sijo Lee.O nosso grupo pensa que nem

uma nem outra maneira de ver as coi-

Elbow-Strike - Fotos

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sas seja totalmente correcta.O material do JKD original(assim chamado) em combi-nação com os elementosfilosóficos contidos emapontamentos escritos porBruce Lee, proporcionam abase sobre a qual construí-mos a nossa própria artemarcial pessoal. No nossocaso, esta é a origem da"velha escola do JKD".

Usando os princípios esta-belecidos por Bruce Lee,junto com uma compreensãodos fundamentos e do funcio-namento do Jeet Kune Do,podemos procurar em outrasartes e extrair a sua essên-cia. A isto chamamos "o Filtrodo JKD".

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O Filtro do JKD Um artigo do grupo doJKD das quartas-feiras à noiteEstudante de tudo ouMestre de alguma coisa?

Muita gente poderá dizer que a únicamaneira de ser realmente um artistamarcial é treinar em tudo: Boxe, Luta,Jiu-Jitsu e Judo para a competição;Kali para as armas, Artes Marciaisbaseadas na realidade para defesapessoal, etc. Tudo tem sido provadosob pressão e tem demonstrado a suaeficácia, sem dúvida alguma. Mas háduas questões importantes queacredito que todo artista marcial queintercambia treinos desta maneira, deveperguntar a si próprio:

1) É mais eficaz fluir de uma arte paraoutra (e de um sistema para outro), queter uma única plataforma desde a qualposso utilizar todos os meus ataques edefesas?

2) Acumular técnicas faz-me ummelhor lutador ou teria que mebeneficiar da limitada quantidade deferramentas que treino, a f im deaperfeiçoar cada uma a um nível muitoalto?

O tempo é o activo mais valioso decada ser humano. Tendo emconsideração que as Artes de combate,como o Boxe, Luta, ou JKD, requeremde habil idade atlética quefrequentemente começa a desaparecerconforme se chega a uma meia idade, ouso eficiente do tempo de treino setorna crítico. Esta é uma das razões dadiminuição diária ser um princípio tãoimportante do JKD. Como possorealizar as repetições necessárias para“dominar” uma determinada técnica, seestou empregando o meu tempo detreino adicionando novas técnicas oupraticando muitas Artes diferentes,utilizando diferentes estruturas?

Aplicar o filtro JKDEstamos sempre em busca de uma

melhor forma, tratando de encontrar asferramentas mais eficientes e examinaras nossas próprias debil idades. Apesquisa e a experimentação constantesão necessárias. Entretanto, a fim deobter o máximo benefício do nossotempo de formação, tem de haveralguma maneira de filtrar uma grandequantidade de material sem ter detreinar tudo. Por outras palavras: trata-se de como se analisa o novo material:

• Necessidade - Faz falta adicionaralguma coisa ao nosso sistema?

• Estrutura - Faz falta modificar o

nosso sistema para o adaptar à técnicaou a técnica encaixa bem no queestamos fazendo agora? Um exemplobásico disto seria uma técnica que nãofunciona bem desde uma guarda aberta(quer dizer, direita adiantada, frente aesquerda adiantada) nos obriga amudar para adiantada, com o fim deutilizá-la e negar assim a vantagem daestrutura do lado dominante adiantadoe telegrafar a nossa intenção.

• Adaptabilidade - Quanto delimitada é a sua aplicação? Funcionarácom tipos diferentes de lutadores?Contra os diferentes métodos dedefesa? Sob condições menos queideais?

• Vulnerabilidade - Nos deixaexpostos aos contra-ataques quepodem ser mais prejudiciais que oataque inicial contra o qual nosestamos defendendo?

"Não se trata do que podesaprender…

Trata-se do que podes descartar" Bruce Lee.

Exemplo 1Algumas das primeiras técnicas que

juntamos à nossa expressão do JeetKune Do eram cotoveladas do MuayThai. Este é o exemplo mais básico deferramentas que cumprem todos oscritérios anteriormente ditos. Para finsde demonstração vamos apenas falarem como estes golpes se ajustam àestrutura do JKD. Aqui não sãonecessárias explicações técnicas decomo realizar cada movimento.

Vale a pena assinalar que ascotoveladas são ferramentas de curtadistância que se podem executarcom maior frequência desdeuma posição de guarda" c o m p r i m i d a " .Naturalmente, como aposição da mão diminui adistância, deve de estarajustada paraproporcionar uma defesacontra os oponentespróximos e ataques na curtadistância. Sem a distância e otempo requerido para interceptar,já não faz sentido estender o “braço

JKD Stance Foto 2

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JKD Stance Foto 1

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de chumbo”, pelo que se faria o típico Bai Jong. (Ver aposição JKD foto 1 vs a posição JKD foto 2)

Cotovelada diagonal para baixo (Observem cotovelada foto 1 & cotovelada foto 2)Cotovelada horizontal(observem cotovelada foto 1 & cotovelada foto 3)Cotovelada diagonal(observem cotovelada foto 1 & cotovelada foto 4)Cotovelada vertical(Observem cotovelada foto 1 e cotovelada foto 5)(Nota: Alguns praticantes de JKD podem preferir usar as

cotoveladas em diagonal, para baixo e horizontal do sistemado Wing Chun.)

Exemplo 2As palmadas "pesadas" desenvolvem um enorme poder,

ao mesmo tempo que reduzem o risco de possíveis lesões

nas mãos. Sifu Tim Tackett aprendeu algumas destastécnicas em Taiwan, enquanto que outras sãoprovenientes de um instrutor do nosso grupo, de nomeBert Poe.

Gancho de palma(Observem a palma pesada Fotos 1 - 2)Palma esmagadora(Observem a palma pesada fotos 3 - 4 - 5)Folha de salgueiro(Observem a palma pesada fotos 6 - 7 - 8 - 9)Palma lateral(Observem a palma pesada Foto 10)

Exemplo 3Na rua queremos evitar ir para o chão a todo custo. Mas

tendo de acabar aí, o objectivo é magoar o adversário evoltar a levantar-nos o mais rapidamente possível. Dito isto,

"Utiliza 80% do tempo no quefores usar o 80% do tempo"

Tim Tackett

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Acerca do autor:Mike Blesch é membro do “GrupoJKD das Quartas-feiras à noite” e

co-fundador da Associação daChinatown JKD. Para obter mais

informação, visitem:JKDWedNite.com e

JKDLessons.com.Fotos por Angélico Tolentino -

AngelicoT.com. Demonstraçõesde Tim Tackett, D. M. Azul,

Jeremy Lynch e Steven Resell. Editado por Brent de Lance -

BrentLanceJKD.com

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ainda é muito conveniente para nós levar o adversário aochão e finalizá-lo enquanto permanecemos em pé e namelhor posição possível para fazermos frente a múltiplosatacantes e para escapar da situação.

Reparem neste derribamento que frequentemente é bemsucedido nas MMA.

(Reparem na placagem e ganhos, fotos 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6a- 6b)

(Nota: 6a & 6b são dois ângulos da mesma posição)Qualquer lutador que frequentemente lança golpes com a

mão adiantada (como o do JKD) tem de ser ciente da suaprópria vulnerabilidade conforme o tipo de ataque utilizado.Jeremy Lynch utiliza o ataque de Steven Revender em contradele, lançando-se sob o seu punho, aplicando-lhe um agarredo corpo e um gancho à perna adiantada. para executar umderribamento. (Este é um bom exemplo da importância dospontapés de bloqueio, para a redução do espaço).

Vendo esta técnica como uma ferramenta potencialmenteofensiva, podemos determinar rapidamente que vem violar osnossos princípios estruturais (ver a imagem final dasequência). Jeremy acaba no chão junto com Steven e nãotem a posição dominante (meia guarda). Em um ambientesem regras, isto pode ser muito perigoso devido àprobabilidade de que Steven tenha uma arma, por não falarem que Jeremy está numa posição muito má caso haja váriosatacantes dos que defender-se. Há momentos em que podeser necessário agarrar um oponente no chão, a fim deneutralizar uma vantagem notável, por exemplo, (é maisrápido, de mais longo alcance, mais especializado, etc.), maspara nós há maneiras mais eficientes.

Descartar, dar menor importância ou substituir?

Por vezes, uma técnica que realmente nos agrada nãopode passar o filtro. A pergunta então deve de ser: O quenecessitamos para manter a técnica, nem que seja só paratreinar como a compensar? Mesmo quando a resposta sejaque ainda não adquirimos uma certa experiência no processoe quando menos vamos estar mais familiarizados com umatécnica que pode ser usada em contra de nós.

Aqui está a maneira em que tratamos os três exemplosanteriores:

"Gasta o 80% do teu tempo e usarás o 80% do teu tempo"

Tim Tackett

A regra do 80/20 Também conhecida como o "princípio de Pareto", a regra

80/20 estabelece que muito frequentemente o 80% dosnossos resultados são provenientes do 20% dos nossosesforços. Portanto, para conseguir os máximos resultados,devemos usar o 80% do nosso tempo no 20% do que éimportante. Esta é uma ideia muito útil que tem sido aplicadocom êxito em numerosas disciplinas. Para o nosso grupo,que funciona essencialmente como um segundo nível para ofiltro do JKD, recordar que nos concentremos nas técnicas eprincípios fundamentais do JKD. O truque é saberexactamente quais as técnicas que constituem o 20% devital importância, que conseguirão o 80% dos resultados.

Quando se trata de desportos de combate, como MMA eBoxe, a tarefa é um pouco mais simples devido àsdetalhadas estadísticas disponíveis. Podemos coligir que umlutador de MMA de peso ligeiro, finalizou mais lutas porsubmissão que por KO, devido a que os hábitos de treinodos lutadores reflectem isso. Com os lutadores de pesowelter e superiores sucede o contrário. É certo que há maisde uma maneira de interpretar os dados (quer dizer, oscombatentes de menos tamanho necessitam trabalhar a suapotência de batimento e os combatentes de mais tamanhotrabalhar as suas submissões), mas isto não é relevante paraa actual discussão.

No Boxe vemos que o pugilista que lança mais jabsacostuma vencer. O problema com uma Arte para a "luta narua" como o Jeet Kune Do, é que não há como obterexactamente este tipo de estadísticas. Então, comodecidiremos quais as técnicas serão as nossas respostasprimárias, serão esse vital 20%?

A solução para nós foi tripla:1. Seguir os princípios do JKD - Particularmente "a

economia de movimento".2. Individualizar - Contabilizar as fortalezas, debilidades e

o temperamento.3. Provas - Aprender dos êxitos e fracassos na formação

do sparring e do cenário, assim como no ringue / jaula. O nosso análise final dos 3 exemplos são vistos assim:

ConclusãoO Filtro do JKD e o princípio de diminuição diária se

podem aplicar a qualquer regime de treino de artes marciais,independentemente do estilo. Tanto seja a sua base a arte doMuay Thai, Judo, Karate ou outra, e se treine para a defesaprópria, a competição, ou ambos; uns fundamentos fortesobrigarão os oponentes a respeitar e preparar-se paraexecutar suas ferramentas mais básicas, pelo que todas asnossas respostas secundárias são mais eficazes e semaximiza o tempo de treino.

Page 168: Cinturao negro revista portugues janeiro 2014

"O propósito deste grupo é preservar e promover a artedo Jeet Kune Do de Bruce Lee, para ajudar a definir e

ensinar um planeamento de estudos que não nos limite,mas que nos libere, e descobrir a nossa expressão pessoal

da arte de Bruce Lee"Tim Tackett

Page 171: Cinturao negro revista portugues janeiro 2014

cíciosde

WING CHUN GUNG FU:

The Explosive Art of Close Range Combat

Uma extensa coleção de livros sobre Wing Chun em seis volumes do Sifu Randy Williams, a série contém a história do Wing Chun, a teoria e a descrição de todas as formas de Wing Chun em detalhe, Volume 6 foca a instrução do sistema e fornece informações adicionais sobre Wing Chun, as Teorias de Combate de A a Z! Esta grande obra, escrita originalmente em 1988 e recentemente revista e atualizada é uma obrigação para a biblioteca de qualquer estudioso dedicado da arte. Pode requisitar toda a série de seis livros, ou um volume individual, e os novos DVDs também podem ser solicitados individualmente ou em conjuntos diretamente connosco através do nosso site:

www.shop.crca.de

Um Volume € 49,90 SingleWeapon DVD € 39,90 Biu Jitsu DVD € 25,90 Set DVD´s (todos os 5) € 149,90 Os custos e portes de envio não estão incluídos, para mais informações contacte-nos:

Copyright © 1989 CRCA Enterprises Publisher CRCA-Lopez / Mario Lopez, Atroper Str. 56, 47226 Duisburg, Germany E-Mail: [email protected]

Cinco tipos de novos DVDs de Wing Chun

1 DVD: Básicos de “Bot” Jom Doh

A forma completa "Bot" Jom Doh, 108 Movimentos, informações históricas sobre as espadas do Wing Chun, constituição detalhada da espada, defesas e técnicas impressionantes, trabalho de pés da forma "Bot" Jom Doh, Detalhes da orientação do trabalho de pés da forma, exercícios One-man da"Bot" Jom Doh .

2 DVD set: “Bot” Jom Doh, Aplicações, Exercícios, Conceitos & Princípios.

Aplicações dos movimentos da forma “Bot” Jom Doh form, Espada vs. Espada, Espada vs. Bastão, Exercícios, Conceitos e Princípios, Exercícios das Espadas especialmente desenhados para o boneco de madeira, Defesas e Ataques detalhados das Espadas, técnicas de espada comparadas com as partes de mãos vazias, princípios de corte.

1 DVD: CRCA Wing Chun “Biu Jitsu” Luta de Chão.

Conteúdos: Conceitos da Engenharia Reversa,”Estrangulamento”; Atrás, Frente, Em pé, “Guilhotina,” Cabeça-e-Braço, Estrangulamento de ombro da montada lateral, e muitas outras técnicas e exercícios de Luta de Chão.

2 DVD set: “Look Deem Boon” Gwun Volume 1 ( 55 min. )

Conteúdos: Detalhes do Bastão, Exercícos do Bastão, Trabalho de pés com o Bastão, Forma vista de cima , “Look Deem Boon” Gwun Form, 6 ½ Ataques do Bastão, Aplicações: Bastão vs. Bastão.

“Look Deem Boon” Gwun Volume 2 (60 min.)

Exercícios no Heavybag, Exercícios no Boneco de Madeira, Exercícos em par, Forma vista de cima, Bastão vs. Espadas