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Cinturao Negro Revista Portugues 294 Agosto 2015

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online 294 - Agosto. Ano XXIV

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REF.: • DVD/LAT-3REF.: • DVD/LAT-3

Este DVD se centra en las armas de filo, en conocer yentender todos los peligros asociados a ellas, y su temaprincipal es el establecimiento de la prioridad. El énfasis

principal en el entrenamiento con un arma defilo es conocer y entender todos los

peligros asociados a este tipo dearmas. El grave peligro de estas

armas es real, y debe tratarsecomo tal. Esto significa saber

donde debes establecer tuprioridad de entrenamientopara ser una herramientade supervivencia, en casode que tal situación sepresente. Afrontémoslo,tú eres quien tiene quesobrevivir, y no tuentrenador que teayuda a entrenar tusmetas, pero no tuobjetivo. Lasprioridades deentrenamiento que uso

en Latosa Escrima sonlas siguientes: realidad,

técnica y ejercicios.Realidad: es la comprensión

de lo que podría sucederexactamente y los peligros al

usar o enfrentarse a un arma defilo. Técnicas: movimientos que tratan

de darte una generalización deposibilidades y probabilidades de lo que puede

suceder. Ejercicios: la mayoría de ellos se utilizan paradesarrollar y mejorar las habilidades de movimiento utilizadasen la aplicación técnica.

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ara os estudantes que iniciam o treino de umaArte Marcial, nem sempre é fácil saber o que éouro… e o que é latão! Pó e palhafrequentemente vão de mão dada e separá-losnão só é um árduo trabalho como tambémassunto quase que impossível quando não se

percebem algumas coordenadas elementares para julgaralguém e muito menos em assunto do qual com frequênciase ignora tudo. O assunto não é fútil num mundo que estácheio de falsários, aldrabões, melquetrefes, abusões ementirosos dispostos a aproveitarem em proveito próprio acandidez e a ignorância do pessoal.

Não são menos nem menos culpados aqueles quebaseiam o facto de enganarem outros no seu auto-engano eque andam por aí convencidos de serem a reencarnação do“às de ouros”.

Como saber então, se alguém é ou não é um autênticoMestre?

Alguns indícios para avaliar o verdadeiro nível e mestria deuma pessoa são simples de descobrir em algumas pessoas,em outras nem tanto. Dos primeiros destacam-se aquelesque se caracterizam por agir em negativo, quer dizer, porfazerem aquela série de coisas que um autêntico Mestrenunca faria nem diria e que tratarei de expor

neste texto. Não é preciso ter nenhum conhecimentoespecial para eliminar da nossa lista qualquer um que aja detal maneira. Os segundos, pelo contrário, requerem de umaexperiência importante no âmbito técnico, filosófico eMarcial, e provavelmente vão ser de pouca utilidade para umestudante no momento de seleccionar e reconhecer umautêntico Mestre.

Entretanto, há uma série de valores e característicascoincidentes em todos aqueles dignos de tal designação eque tenho podido confirmar amplamente, de entre osversados e especialistas que tenho conhecido ao longo dosmuitos anos que venho servindo como director desta revista.Desejo que a minha experiência possa servir a quemhonestamente deseja saber com quem vai pôr em jogo o seudinheiro, numa matéria que sem dúvida irá ocupar muito doseu tempo e energia na sua vida, e da qual poderá obtermuito, caso tenha sabido contactar com a pessoa adequada.

Certamente que a humildade é uma destas característicasque todo grande Mestre possui. E atenção! Não é que nãotenham ego. Para chegar a ser Mestre de qualquer coisa temde o ter, sem dúvida! E preferentemente enorme! Apersistência e a teimosia de quem procura a perfeição não sóescondem seu grande motor, suas deficiências, comotambém a sua inseparável contraparte, seus excessos epretensão que o empurram na subida para chegar finalmenteonde outros não chegam. O que acontece é que na suaevolução e na sua prática souberam polir-se a si próprios detal maneira que o ego já não está presente, já não incomodaninguém, nem a si mesmo, nem aos outros.

A humildade, condição imprescindível em qualquer mestreque o seja, demonstra duas coisas: A primeira: que sabe obastante para saber que sabe muito pouco e que por muito quechegasse a saber seria sempre nada em comparação com ovolume da sua ignorância. A segunda: que não precisademonstrar nada para fora, convencer ninguém de nada, porquepossui a serenidade e a firmeza interiores que acabaram com ainicial incerteza que devora o homem comum.

Consequentemente, se alguém anda na vida elogiando-sea si próprio, não é um verdadeiro grande Mestre. Sejam quais

forem as habilidades adquiridas no seu treino, estas nuncasubstituirão a enorme conquista subjacente atrás dahumildade. Quando alguém se elogia a si próprio degrada-see desqualifica-se a olhos do mundo, inclusivamente nomundo dos parvalhões, que por desgraça não são poucos.Até o grande Júlio César, do qual não resta dúvida nenhumade que tinha um enorme ego, mas tudo seja dito, bemsustentado pelas muito excepcionais conquistas, teve opudor de falar de si mesmo em terceira pessoa… Bem, talveznão tenha sido exactamente por isso, mas se não foi porpudor, soube quando menos ter a inteligência de o fazer.

Por outro lado, os grandes Mestres não falam mal deninguém. Não. Não é que sejam santos ou autistas; quandoalguém lhes pede uma opinião acerca de alguma coisa ou dealguém, dão a sua opinião e esta, sem dúvida, será sincera,mas por própria intenção, não dão opiniões acerca deterceiras pessoas. Agem assim não por se terem auto-imposto tal costume, mas porque não andam por aí julgandoas pessoas e muito menos rebaixando-as para acabarem deficar eles por cima, claro está!

Os Grandes Mestres acostumam a apreciar o que épositivo nos outros, pois compreendem o valor único eirrepetível de cada ser e é frequente que seja nisso no quereparem de maneira natural. Assim agem de uma maneiranaturalmente construtiva, proporcionando pinceladascarinhosas e espontâneas no quadro que cada um pintamosna nossa existência. Suas sugestões abrem portas inusitadasnas vidas de outros, porque dão valor ao conjunto e porquevivem naturalmente num constante estado de criatividadeque está para além dos moldes formais.

Tendo chegado à raiz de qualquer coisa, compreenderánecessariamente a origem comum de todos os seres; talvezpor isso um grande Mestre reconhece a virtude na diferençae compreende o lugar que cada coisa tem na vinha doSenhor, abstendo-se do exclusivismo que caracteriza ofanático, incapaz de ver o céu se não for pelo bocal doburaco em que estiver metido.

Mas a ampla manga de um grande Mestre possui amplasmiras e em modo algum falta de rigor. Muito pelo contrário, aMestria traz consigo meridiana exactidão e certeza prática,falta de medo e economia total. Esta combinação é o que lhepermite ser fluido e aquele que é fluido nem é obsessivo nemfica preso em pequenez alguma, seja esta formal ou pessoal.

Um Mestre é seguro de si mesmo e por isso não precisaser aplaudido nem adorado, por isso mesmo nunca fará umaexaltação de si mesmo, nem se situará mais acima do restodas pessoas. Sabe que é muito mais o que nos faz iguaisque o que nos faz diferentes, porque o Mestre possui umavisão ampla e generosa. A autoridade que dimana de umMestre é natural e simples, nunca artificial nem pretensiosa.Não é o hábito nem as tonsuras o que fazem o monge, mas asua vida. Por isso, um grande Mestre ensina com o seuexemplo, pois sabe com certeza que é a única coisa queautenticamente marca o resto das pessoas, que não éinvasiva e realmente respeita toda a gente.

Todo aquele que presume de suas conquistas, não podeser considerado grande Mestre. Para chegar à mestria temde supera o nível da forma técnica e tendo-a conquistado,prescindir dela. Há níveis neste caminho e na minha opinião,nenhuma narração mostra melhor esta matéria que a dosgatos caçadores e o rato invencível do livro “A Arte daguerra”, comentado por Sánchez Barrio e por mim próprio.

Shoken, um versado na arte da espada, estava sendo

““A prova mais evidente de sabedoriaé uma contínua alegria” Michel de MONTAIGNE.

P

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incomodado por um grande rato que o não deixava dormir. Convidou os melhores gatosdos arredores e a sua casa se transformou em arena de combate. O resultado sempre erao mesmo: os gatos, aterrados pelos ataques do rato, acabavam por fugir miando.

Shoken resolveu matar ele próprio o rato. Atacou-o com seu sabre, mas o ratoesquivava todos os golpes. Reforçou seus ataques, mas o rato era intocável. Banhado emsuor, acabou por renunciar. Um dia ouviu falar de um gato que tinha fama de ser o melhorcaçador de ratos da província. Quando Shoken o viu, perdeu as esperanças; era preto,velho e tinha um aspecto lamentável; mas como nada tinha a perder, levou-o para casa. Ogato entrou lentamente, como se nada fosse com ele, e deitou-se. O rato, confiadoaproximou-se e quando o viu bem, começou a duvidar; chegou mais perto ainda, um poucoassustado. O gato caçou-o e levou-o para fora da casa.

Nessa mesma noite, os gatos que tinham participado na luta contra o rato se juntaram emcasa de Shoken e convidaram o velho gato a presidir a assembleia sobre artes marciais.

Um gato dos telhados disse: “Eu sou o mais forte, tenho muitas técnicas para caçar ratos;as minhas garras e os meus saltos são potentes e tenho muitas artimanhas, mas esse rato nãoera como os outros”. O gato preto declarou: “A força e atécnica não são suficientes para vencer, nem são ameta da arte”.

Depois falou um gato atigrado: “Eu treino sempreo meu ki e a minha respiração. O meu alimentosão legumes e sopa de arroz; por isso a minhaactividade é grande. Mas não consegui venceresse rato. Porquê?” O velho gato respondeu: “Atua actividade e o teu ki são fortes, mas és maisdébil que esse rato. Se tens apego ao teu ki, estetorna-se uma força vazia. Se o teu ki é demasiadorápido e breve, só és apaixonado; mesmo se tiveresmuito ki, és débil porque confias demais em timesmo”.

Depois falou um gato cinzento. Não era forte, erainteligente. Tinha superado as técnicas, mas aindatinha metas e espírito de proveito e também tinha tidode fugir. O gato preto disse-lhe: “Tu és muitointeligente e forte, mas não conseguiste vencer porquetinhas uma meta e a intuição do rato era mais forte. Nãosoubeste unificar a tua força, a tua técnica e a tuaconsciência activa. Eu usei estas três faculdadesde uma vez, de maneira inconsciente, naturale automática. Assim foi como conseguimatar o rato”.

E continuou: “Numa povoação vizinha,conheço um gato ainda mais forte queeu. É muito velho e seu pelo já écinzento. Não parece muito forte. Passao dia a dormir. Não come carne, nempeixe, só se alimenta de sopa de arroz… epor vezes um pouco de sake. Nunca caçounem um rato, porque todos sentem tantomedo dele que fogem da sua presença. Umdia entrou numa casa que estava cheia deratos. Todos fugiram rapidamente e mudaramde casa. Este gato podia caçá-los até a dormir.Este gato cinzento é realmente muito misterioso”.

Um autêntico Mestre é natural e simples na sua complexidade,mas acima de tudo, é sempre um tipo feliz. E continuando comgatos, como dizia o Gato Perez, o rei do Mambo na sua canção:“Quem não tem felicidade, nem é sábio... nem é nada”.

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Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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“Não quero artistas marciais de elite: queropessoas de elite que praticam Artes Marciais!”

Karate, Aikido, Kobudo,Kenpo, Wolf ExtremeDefense…, e uma meta:ser Professor de artesmarciais. Depois de praticar

diversas disciplinas,David Buisán Llopcontinua seu caminhomarcial, concentrado noKenpo e no seu próprioestilo de defesa pessoal:Wolf Extreme Defense. Na actualidade, realiza o

seu trabalho como segurança eé professor de Kenpo no ginásio“Muscle Center”, em Saragoça.Mais de 30 anos dedicados àsartes marciais e no entanto,ele se considera um eternoaprendiz.

Texto: Marta Blasco NavarroFotos © Alfredo Tucci

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Como descobriu os desportos de luta?Quando era criança, nos juntávamos com um grupo de

amigos dos meus pais, na piscina e com 7 anos conheciPerico Fernandes. Foi campeão do mundo dos pesosligeiros e tive a sorte de durante algum tempo ele me daraulas. Anos mais tarde assisti às aulas de José LopesBueno, campeão do mundo de Boxe. Poderia dizer que a minha infância não foi fácil, porque

tenho sido uma pessoa com excesso de peso. No colégiose metiam comigo… Todos sabemos como são as crianças!Mas isso nunca me prejudicou nem constituiu um problema,sempre tentei ultrapassar as barreiras. No caminho, conhecipessoas que tiveram problemas mais sérios que os meus eisso permitiu-me ver ver as coisas de outra maneira.

Quando começou a praticar artes marciais?Como minha mãe diz, sempre fui uma criança irrequieta

que nunca via o perigo. Telefonavam do colégio porquebrigava com outros meninos, apesar de não ser mau… Aminha mãe me disse: “David, vamos procurar um ginásiopara fazer artes marciais”. Tive sorte, porque lá em casa gostam bastante das artes

marciais e sempre tive p seu apoio. Com 14 anos comecei afazer Karate, pela mão de Santiago Velilla Fuentes. Depois,com 15 anos, com a equipa de competição, saindo comcinto laranja em Kumite. Venci no primeiro combate e perdio segundo, contra um cinto castanho. Continuei treinando ecom 16 ou 17 anos, eu já sentia que queria ser professor deartes marciais, mas que o mais importante era não perderesse relacionamento. Actualmente, continuo em contactocom o mestre Velilla. Em Karate, o meu mestre começou adeixar de dar aulas e eu tive de procurar uma solução. Omeu chefe nos Tribunais, sabendo disso, me disse: “E jápensaste em fazer Kenpo?” e me apresentou ao MestreRaul Gutierrez, de quem eu conhecia a trajectória marcial,por revistas e vídeos de artes marciais.

E como foi o seu progresso nas diferentes disciplinasmarciais?Durante a época em que estive com Santiago Velilla,

pratiquei Aikido, Defesa Pessoal Shirima do mestre Velilla,Chi Kun, Tai-Chi, Kobudo e diferentes armas… Com 18anos trabalhei o Shiatsu, um pouco o que é a introdução àmassagem japonesa. Nestes anos de carateca, fiz ummaster em terapias alternativas, das quais sempre gosteimuito, como o trabalho dos pontos de pressão. Como oMestre Velilla acostuma a dizer: “Quem sabe fazer desmaiaruma pessoa, tem de saber recuperá-la”. Tive a sorte detrabalhar Kuatsu tradicional. Pode acontecer, e não só umgolpe na aula, também pode haver uma descida da tensão,uma dor de cabeça…, então há pontos no corpo onde sepode recuperar as pessoas. Eu tive a sorte de poderaprender este trabalho.

Quais as pessoas que têm sido importantes no seucaminho marcial?Meus dois pilares principais são o mestre Santiago Velilla

e o mestre Raul Gutiérrez. Durante mais de 20 anos, tenhotrabalhado Kenpo sob a supervisão e direcção do mestreRaul Gutiérrez. Tive essa sorte porque o Kenpo é muitoversátil, se adapta às pessoas e durante o tempo que tenhoestado com o mestre Gutiérrez, tenho conhecido muito boagente. Tenho gozado de muitos bons momentos e boasexperiências, o que é mais importante… Na vida, as másexperiências vêm por si mesmas, não é preciso chamar porelas! Além dos meus pilares principais, tenho tambémoutros mestres que me marcaram e que com o tempoposso dizer que temos um relacionamento marcial epessoal: Mestre Jeff Speakman, Dominique Valera, BillWallace, Thomas Barro Mitose e por último, Jaques Levinet,do qual actualmente sou representante para a Espanha.Sinto um carinho muito especial pelos meus mestres. Atodos, estou sumamente agradecido!

Na Cobertura

“Sou grande amante das artes marciais e gostode me nutrir de diferentes disciplinas,

para fortalecer o meu sistema mãe.Dantes era o Karate e agora é oKenpo ou o meu próprio sistema

de defesa pessoal, o Wolf Extreme Defense”

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“Tem sido umcaminho sempre

solitário, porque as artes

marciais para mim,tem sido o factoviver na minhaprópria “bolha”.

Eu só queria treinare treinar…”

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Na Cobertura

Quando por primeira vez o David me telefonou, para eu fazerum curso em Saragoça, não nos conhecíamos, mas a partirdesse primeiro encontro, fizemos uma grande amizade e jásomos como família.David é uma pessoa muito profissional e ao mesmo

tempo muito humano, simples e inteligente. Estoumuito satisfeito de trabalhar com ele na Espanha,porque sempre trabalha, treina e procura o seucaminho, fazendo seminários com diferentespessoas, para melhorar seu sistema de defesano sentido da eficácia e da saúde de seusalunos. Sempre mobiliza seus alunos procurando

melhorar o seu estilo, o seu ensino ejuntando ideias para as suas aulas dedefesa pessoal. O seu trabalho naprotecção profissional, tem-lhe dadouma vantagem, porque já conhece assituações e o perigo das ruas.Gosto muito do seu sistema de defesa

porque é inteligente e com muitocontrolo... Não é só bater por bater, massim analisar os problemas com oscentímetros que se encontram entre as“duas orelhas” e não com os que estão nospunhos ou nos pés. Sinto orgulho emcontribuir para o seu trabalho, para que elepossa subir ainda mais no caminho dasArtes Marciais.

Dominique Valera : 7º Dan de Judo, 9º Dan de Karate e 9º Dan de Full Contact/Kick Boxing.

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Mestres de Espanha

Conheci David Buisan em Novembro do anopassado, em Saragoça. Me agrada. É uma

grande pessoa e um excelente artista marcial.Estivemos treinando antes do seminário, coisaque fez muitíssimo bem... Seus ensinamentos

marciais são muito do meu agrado. Devotambém dizer que seus alunos estiveram a um

alto nível e que ele nos recebeuextraordinariamente bem.

O certo é que só posso dizer coisas boas doDavid e que tem feito um trabalho excepcional

em tudo aquilo que temos realizado juntos.Obrigado

Bill "Superfoot" Wallas

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Quais outros artistas marciais tem conhecido aolongo da sua carreira?

Tenho convivido com muitos, tenho praticado econtinuo praticando. Eu me considero um “eternoaprendiz”. Há pessoas que me têm marcadomuito. Sou um grande amante das artes marciaise gosto de me nutrir de diferentes disciplinas,para fortalecer o meu “sistema mãe”, que dantesera o Karate e agora é o Kenpo e o meu própriosistema de defesa pessoal, o “Wolf ExtremeDefense”. O que posso destacar como professor éque tenho experiências muito importantes na minhavida. Constantemente continuo aprendendo e

evoluindo através dos meus colegas e alunos.

Na Cobertura

“É muitoimportante que o

treinador,instrutor,

professor oumestre, descubrao melhor que há

em nós”

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Qual a importância dos mestres nas artes marciais?Muitas vezes penso não ser a arte marcial propriamente dita,

e sim a pessoa que nos introduz neste mistério das artesmarciais. É muito importante que o treinador, o instrutor,professor ou mestre, faça aflorar o melhor que há em nós. Emocasiões, para fazer aflorar o melhor que há em nós, não éque nos levem até o limite, mas sim que nos obrigue a ir maislonge, porque sabe que podemos faze-lo. Então pensamosque nos querem castigar ou querem fazer-nos sofrer… Masnão, por antes de ser professor ter passado muitas provas,sabemos que as pessoas podem fazer um melhor trabalho.Dantes era: “Fazemos isto e fazíamos isto”. Agora é: “Fazemosisto, por isto, isto e isto”. Há pessoas que me vêm dizer: “Ouvelá, e porquê não fazemos assim!”, e eu respondo “Porque nãose pode fazer…” Também, outras muitas vezes, e como “eternoaprendiz” que sou, tenho escutado certas coisas… e comoprofessor tenho de dizer: “Este colega teve melhor ideia que eu”.Temos de respeitar essa ideia, mesmo que se sejao professor, porque somos humanos e comotal, estamos numa eterna evolução.

Além de ser professor de artesmarciais, tem algum outro trabalho?Actualmente dou aulas no “Ginásio

Muscle Center”, onde em 1997 meabriram as portas. Desde então, sou oprofessor de Kenpo. Também trabalhoem defesa pessoal, SPK, defesapessoal feminina… Temos gruposdesde crianças a adultos. No meu percurso como

artista marcial, tambémdesenvolvi o meu trabalhona área da segurança.

Mestres de Espanha

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Na Cobertura

“Os meus dois pilaresprincipais são: o mestre

Santiago Velilla e omestre Raul Gutiérrez.

Durante mais de 20 anostenho estado trabalhando

com o Kenpo,sob a supervisão edirecção do mestre Raul Gutiérrez”

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Mestres de Espanha

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“David Buisan é um apaixonado dasartes marciais e da defesa pessoal, comgrandes e inegáveis qualidades técnicase pedagógicas. Fundou o seu própriométodo de autodefesa "WOLF" e

continua o seu próprio desenvolvimentodo meu método de SELF PRO KRAV, doqual ele tem o segundo Dan. Representaa nossa Federação Internacional e aAcademia Jacques Levinet como

Director Técnico Nacional da Espanha,com nossa plena satisfação.

David é um exemplo de professor e um amigo leal.

Está firmemente identificado como que faz e tem o

reconhecimento dos principaisespecialistas

de todo o mundo. Meus parabéns a David”

Na Cobertura

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Artes marciais e segurança são muitoimportantes, são primas irmãs… Tenhotrabalhado muito a defesa pessoal e asegurança. Queria ser polícia, mepreparei para o concurso, masrejeitaram muita gente noreconhecimento médico e então, eucomecei a trabalhar em segurança.Trabalhar em segurança e competir, nãoconstituía um bom equilíbrio, porque os

revezamentos em segurança, naquelaépoca eram muito longos, se trabalhava o dia

todo, tínhamos dois dias de descanso mas noschamavam para continuar trabalhando… O primeiro dinheiro que obtive foi para tirar

titulações e apesar de ter uma experiência marcial,penso que os professores temos de formar-nosconstantemente, porque aparecem coisas novas e temosde aprender de gente nova…

Como tem sido o seu caminho marcial?Tenho a sorte de contar com o apoio dos meus pais, da

minha irmã, da minha mulher, das pessoas maischegadas…, mas não tem sido fácil. Tem sido umcaminho sempre em solidão, porque as artes marciaistêm sido para mim viver numa “bolha”. Eu só queriatreinar e treinar. O meu pai era dono de um bar e quandoeu saía do ginásio, sempre treinava na cozinha do bar.Meu pai protestava: “David, basta já. Não vieste agoramesmo do ginásio?” E eu respondia: “Não, pai…” No meu canto, eu tinha sempre três fotografias: a de

Dominique Valera, a de Bill Wallace e a de Chuck Norris.Em pequeno já dizia que queria ser como eles, mas nãose pode ser como eles, porque para mim, eles sãoúnicos! Nos alteramos quando os vemos trabalhar e

acima de tudo, pelo género de pessoas que são.Quem me havia de dizer que um dia iriaconhecer os três e devo agora aceitar que ossonhos se tornam realidade! Mas tem de selutar por aquilo que sonhamos… Se

acreditarmos em nós próprios, podemos conseguirmuitíssimas coisas. Não confundir isto com aambição. Na vida há pessoas que se marcammuitos objectivos e é o dia-a-dia o que nospermite alcançá-los, mas temos que viver o diae o momento.

O que me caracteriza, e não sei se faço bemou faço mal, mas é muito importante acreditarem nós mesmos. Faz muitos anos que eudisse querer ser professor e agora sou.

Na Cobertura

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Na Cobertura

“O que mecaracteriza, enão sei se façobem ou faço mal,

mas é muitoimportante acreditarem nós mesmos.

Faz muitos anos queeu disse querer ser

professore agora sou.”

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Muitas vezes me sinto esgotado, porque somos muitos eeu gosto de ser mais um e ser como sou, uma pessoaacessível. Actualmente somos muitos na escola e a únicacoisa que eu peço é que as pessoas se entreguem emcorpo e alma em tudo o que fizerem na vida. Como pessoa,que cada um acredite no que quiser ser e no caso de seenganar, pois que corrija e siga em frente. Devemos saberaceitar os NÃO, as negativas. Muitas vezes, o Não tem a vercom as “quedas”. Às vezes caímos nós, mas outras vezes“nos empurram…”. Isto tem a ver com: “se caíres setevezes, levanta-te oito” e isto é muito importante. Faças oque fizeres na vida, tens de te entregares ao máximo. Aarte marcial, havendo como há tantas tensões, sempretem sido vista como via de escape, mascom as minhas condições… Por isso,temos de escutar o que a gente diz. Nãoposso dizer que dou aulas e não mepreocupo da minha mi gente, porque elame faz evoluir. Evoluímos juntos.

Pensa ser importante acompetição na vida do artistamarcial?Na minha época de

competidor obtive na Espanha,vários subcampeonatos ecampeonatos de Aragão porEquipas. Mas para mim, a

competição é uma fase do artista marcial. Depois, o quefica é a escola e poder desenvolver-se como ser humano ecomo artista marcial. Para mim, uma escola não é ganhar5.000 títulos e ser campeão do mundo. É claro que se nosprepararmos para isso é muito bom, mas na minha escolanão quero artistas marciais de elite: quero pessoas de elite

que praticam artes marciais. Quero que as artesmarciais, que a mim me servem no dia-a-dia,

sirvam aos meus colegas, aos quais dirijo etransmito o que é a arte marcial.

Há artistas marciais que não gostamde trabalhar kata… Que importância

tem para si?Para mim, nos katas está a

essência da arte marcial. Parauma pessoa que se dedicaà pesquisa ou que sededica ao ensino,além das aplicaçõesque tem o kata, apartir dasposições sep o d e mdesenvolvernumerosas

Mestres de Espanha

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combinações e aplicações. Como trabalho imaginário,podemos visualizar que se está combatendo contra váriosatacantes e isso é um trabalho muito lúdico, de interiorizaros movimentos e fluir. O kata é um bom trabalho pessoal.Muita gente fala “das posiçõeszinhas...” mas cada posiçãonos fala e diz coisas… Basta esmiuçar cada movimento.Quando comecei a dar aulas de artes marciais, havia genteque gostava do que na arte marcial é a disciplina, doscintos, de tudo o que é marcial nos katas, defesa pessoal,combate… Mas há pessoas que só querem a defesapessoal ou o combate. Como artista marcial, o mestreSantiago Velilla me dizia ter eu de fazer kata, porque semprequeria combater. Não sei o que de lutador eu tinha, que sóqueria combate e combate. Tenho de lhe agradecer muitacoisa, mas em especial, que me disse-se para trabalhar oskatas.

Ao que dá mais valor na defesa pessoal? Para mim, a defesa pessoal é um aspecto importante

para a própria segurança. Si alguém quer trabalhar maisalguma coisa, temos a arte marcial, mas se apenas quertrabalhar defesa pessoal devido ao trabalho quedesempenha ou porque por desgraça teve alguma ameaçaou uma agressão, ou porque é uma pessoa que queraumentar a auto-estima, a defesa pessoal, como o meusistema Wolf Extreme Defense, ajuda a aumentar asegurança em nós próprios. Essa é uma das coisas quequero inculcar. Tenho de fazer-lhes ver que podem fazer as

técnicas de todas as maneiras diferentes, diferentessituações e que podem alcançar seus objectivos.

Que importância tem o trabalho interno ao longo dasua carreira como artista marcial?Para mim é muito importante o trabalho interno nas artes

marciais e não só trabalhar a parte física. Quando somosjovens, estas coisas são incompreensíveis. A missão doprofessor é ir introduzindo trabalho de energia interna,porque somos energia. Nos anos de Karate, trabalhei com omestre Velilla, porque é uma pessoa que gosta muito dotrabalho interno.

Como surgiu a ideia de instaurar um estilo dedefesa pessoal próprio? Há pessoas que só querem defesa pessoal ou

combate. Assim sendo, em 2000 fiz os primeiroscursos de defesa pessoal, no Muscle Center, ecomecei a desenvolver o meu sistema. É um cúmulode cursos, de experiências, de trabalho em sectorespoliciais, do trabalho que fiz com escoltas e guarda-costas, com guardas de segurança, com profissionais daárea da saúde… O Wolf Extreme Defense nasce de todaesta série de cursos. É um sistema de defesa que temraízes do Karate, Kenpo, Jiu-Jitsu, Boxe, Kick Boxing,Muay Thai…, tudo acompanhado do trabalho interno. Durante a minha vida na Segurança, estive de serviço

nos tribunais de Saragoça e no departamento de

Na Cobertura

AGRADECIMENTOS Agradeço a todos aqueles com quem agora partilhamos

tatame e aos que o compartilharam no passado.Agradeço a meu pai, à minha mãe e à minha irmã Cristina,

porque sempre me deram seu apoio. Eu os amo… Obrigado a todos os grupos que formam a escola

“Muscle Center”.Obrigado Xavier, Mercedes, Michael e a toda a equipa

“Muscle Center”.

Obrigado a: Nihon Kobudo Aragón.A Tagoya A O.E.K.K.amAos wolf@s, como eles mesmo dizem… Às guerreirasA J.L. InternationalAos meus mestres, por me fazerem viver o caminho marcialDo coração, a TODOS, muito obrigado.

“Tenho a sorte de contar o apoio

dos meus pais, da minha irmã, da minha mulher, de todas a pessoas mais chegadas…”

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Vítimas da Violência e junto com as psicólogas,fazíamos os cursos de Auto-protecção dasMulheres Maltratadas. Isto não devia de existirmas infelizmente existe… e comecei a ver queas jovens depois continuam com tratamentopsicológico, porque as feridas físicasdesaparecem, mas as psíquicas não. O quefazíamos nos cursos de protecção era mostrar-lhes que com uma série de movimentos dedefesa, podiam ter um auto-controlo e umaauto-estima mais elevada e que poderiam sairde qualquer situação. Os diferentes exemplosque infelizmente tenho visto, me levaram adesenvolver o Wolf Extreme Defense.

Que aspectos destacaria do Wolf ExtremeDefense?Este sistema tem raízes de diferentes

disciplinas marciais, mas é um sistema onde,como instrutor de defesa pessoal, procurosimplicidade, eficácia e rapidez. Com dos outrês movimentos, se pode sair ileso de umasituação de risco. O programa é trabalhadocontra vários atacantes, várias formas debatimento, várias direcções. Há muitos sistemasque onde nos pomos numa guarda etrabalhamos uma só direcção, mas eu gosto detrabalhar as diferentes direcções e diagonais,saber defender-se de cima para baixo e debaixo para cima, de diferentes maneiras, com asvárias armas que utilizamos em defesa pessoal:cotovelos, joelhos, punhos, cabeça… Tudo istoacompanhado da maneira de bater a nível deenergia interna, o que é muito importante! OWolf Extreme Defense vai até faixa preta edepois tem três níveis como instrutor.

Tendo trabalhado com diferentes artesmarciais, o que tem o Kenpo de especial, comrespeito a outras disciplinas?

O Kenpo é muito fluido, versátil, se adaptaàs pessoas, uma pessoa não precisa ter umacondição física de poder levantar as pernas atéa cabeça, porque o Kenpo tem técnicas, todasvisando as ruas, onde se pode util izar opontapé da cintura para baixo… O programa émuito extenso, mas o mais importante é que oKarate me provocou lesões e o Kenpo não metem provocado lesões. De facto, é um Kenpomais redondo. No meu caso, fiz exame de faixacastanha em Aikido e o mestre Velilla meconcedeu o cinto preto do seu Aikido,de como ele concebia o Aikido. Omestre Morei Uesiba fundou o Aikidoe é muito redondo, então, asaplicações dos movimentosredondos, os deslocamentos…, seaplicados a uma arte marcial linear,lhes tiramos mais proveito paraesquivar, para nos movermos epara tudo. Por isso sempre digoaos meus alunos que não devemfazer só uma disciplina, que podemfazer várias, mas o que eu simgostaria de saber é com quem vão afazer a disciplina e qual a disciplinaque vão fazer. Falo do Kenpo e galodo Karate, mas havia de ser amesma coisa se os meus mestrestivessem feito outro sistema, da mesmamaneira eu teria realizado essa disciplina.

O que significam para si as artesmarciais? Sempre me têm dado muita vida,

principalmente a f i losofia das artesmarciais: o facto de ser uma escola, ofacto de nos ajudarmos uns aos outros… A arte marcial consta de uma série de

movimentos. Podemos fazer mil

Na Cobertura

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movimentos, mas uma das coisas mais importantes é o espírito e entregar-se em corpo e alma. Também é importante serum bom companheiro. Uma das dinâmicas da aula, que eu "impus", é ajudar-nos uns aos outros. Somos uma escada decores, que começa com o branco e finaliza com o preto e os dan, mas depois, o preto tem que ir até o branco e ajudá-lo.Todos ajudamos a todos. Na vida, o meu propósito tem sido avançar em frente com o trabalho. Muitas vezes há coisas quenão se conseguem, isso nos fortalece. Não é que não se resolvam essas coisas, é que as pessoas, sem querer, têm muitosinconvenientes e problemas - e querendo também! A minha mão acostuma a dizer-me: “David, faz o bem e não olhes aquem”. Isto é o que inculcaram em casa e sempre transmito nas minhas aulas e na minha carreira como artista marcial.

Mestres de Espanha

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O que do Mestre David Buisán, dizem outraspersonalidades:

“Acredito que a amizade seja a relação humana maisgenuína que somos capazes de ter. É isso o que me une aDavid Buisan, à pessoa, ao Mestre, ao amigo, uma amizadede faz mais de vinte anos, que se tem ido forjando pelapaixão que ambos sentimos pelas Artes Marciais.Mais intensamente, nesta última década temos partilhado

juntos tantos momentos, competições, seminários, tantasviagens, Roma, Las Vegas, New York, a Noruega,Califórnia… Quando se compartilha tanto tempo com ele, équando realmente o conhecemos e percebemos a grandepessoa que ele é, divertido, carinhoso, bom amigo de seusamigos…Acredito que tenha chegado à cúspide da sua carreira

Marcial. Tantos anos de treino levaram-no a criar seupróprio estilo e a ser admirado pelo que é e respeitado portodos.Resumindo, é uma pessoa que eu gostaria de poder ter

sempre a meu lado. Meu amigo, eu te aprecio muito!”Cristina Alvarez Peres

6º Dan Kajukenbo

Hoje, eu me enfrento a um difícil dilema… Escrever umaspoucas frases sobre David Buisan, meu amigo e meu irmãono Budo. E é difícil porque resumir em poucas palavras umapessoa tão grande, sempre é injusto, tanto para quem otem de fazer como para a pessoa de quem se tratar. Faz quase uma década que andamos juntos pelo

Caminho do Budo, sempre da mão dada e sempre comentusiasmo, resolvendo os problemas que têm ido surgindoe tentando entusiasmar com o nosso trajecto, a todosaqueles que se têm querido aproximar à nossa pequenamorada de artes marciais, o Nihon Kobudo Aragón.Poderia dizer dele que é um Mestre na arte do batimento,

falar da sua velocidade e precisão, que conhece os kyushocomo poucos, que além de magoar sabe curar, que tem umagrande e extraordinária visão organizadora…, maspessoalmente acredito que do Mestre David Buisan, se

alguma coisa se destaca marcialmente por cima de tudo, é asua cortesia e ainda que hoje possa isto parecer de poucaimportância, o não é… Neste mundo, cheio de egos,interesses pessoais e económicos, interesses políticos efederativos, encontrar um alma pura como a de David, émuito difícil. A cortesia que ele ensina a seus alunos e quepessoalmente mostra com todas as pessoas,independentemente de se são Grandes Mestres ou cintosbrancos recentemente chagados a qualquer disciplina,poucas vezes a tenho podido encontrar. O respeito quetransmite por tudo e por todos e que contagia a quem temosa sorte de estarmos perto dele, nos nossos dias é difícil deencontrar, especialmente no mundo das artes marciais, ondetão habitual é falar mal de algum mestre ou de determinadadisciplina, ou como fazem muitos quando se afastam,“cuspir” sobre o que lhes foi ensinado, esquecendo o tempoque lhes foi dedicado e o esforço neles empregado. De tudo o anteriormente dito, tenho mais que suficientes

provas, em base a uma observação directa. Ninguém mecontou... foi por mim vivido e também tive a sorte de terparticipado. Obrigado David por nos proporcionar com teu esforço e

colaboração, grandes momentos com MestresInternacionais, como Kai Kuniyuki Sensei, DominiqueValera, Jan Janssens, Jeff Speakman, Jacques Levinet, BillWalace e tantos outros Mestres nacionais que não caberiamem toda a revista, se tivesse de citar todos os quepassaram pelo nosso Dojo.Mas acima de tudo, obrigado por ser meu amigo e irmão

marcial e “me iluminar” nas noites escuras. Miguel A. Ibañez Espinosa

5º Dan Nihon Tai Jitsu/Tai Jitsu (RFEK)4º Dan Renshi Aiki Jujutsu

Falar de David Buisan é para mim motivo de orgulho. Sãotantas as vezes que ele tem mostrado a sua honestidade ea sua entrega pelo meu centro e por mim pessoalmente,que não posso deixar afirmar que é uma das pessoas maisfiéis, honestas e agradecidas que eu tenha conhecido.Profissionalmente é tal o respeito que merece e que lhe

tributamos colegas e alunos, que é impossível imaginar nãohaver verdade nessa paixão pelas Artes Marciais que elemostra dia após dia.Trabalhador incansável, embaixador das Artes Marciais

onde quer que vai, bom amigo, defensor da concórdia e dajustiça, sempre evitando os conflitos, até o extremo desilenciar as suas verdades ainda a custa de se verprejudicado e por vezes injustamente tratado.Esse é para mim David Buisán, colega e amigo, que

sempre me vai ter a seu lado e a quem sempre defenderei eajudarei na medida da minhas possibilidades.

Xavier Jiménez SalvadorDirector de Muscle Center Saragoça

Na Cobertura

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Conheci David Buisán em 1997, durante o meu exame em Madrid, para o2ºDan de Fu Shih Kenpo, em um velho ginásio perto do Congresso dosDeputados... Lembro-me de que após o exame, da parte da tarde fizemosum treino intensivo, guiado pelo GM Raul Gutiérrez. Finalizado o sparringde David, o Mestre Raul disse de mim: "Trabalha duro e muito bem estearagonês"... Já passaram 18 anos desde aquele momento e muito tenhovivido y muitos os percursos que ambos temos percorrido…, tanto por terrasda Andaluzia, nos seminários com o GM Thomas B. Mitose e o Mestre MiguelRivas, como nos seminários e treinos com o GM Raul Gutiérrez em Madrid,Saragoça ou Múrcia, e também nos grandes e impressionantes seminários queele organiza em Saragoça, com o melhor do panorama marcial internacional,ou como estes últimos anos, tanto em Madrid e Saragoça com o GM JeffSpeakman, nos que temos vivido grandes momentos marciais e de amizade.Estes últimos 10 anos têm sido especialmente intensos em contactos e

actividades, temos trabalhado intensamente junto a Sifu Cristina Alvarez,guiados sempre pelo respeito, a amizade, a dedicação e a entrega...Um esforço pelas Artes Marciais, assim como também por partedas pessoas que têm-nas apresentado a nós, nos diferentesmomentos da nossa vida marcial, sempre guiados por"Mushotoku"..., com o único e nobre desejo de "Ser"... enão de "Ter"... .Esta maneira de passar pela vida, logicamente tem um

preço e por vezes também leva implícito um processode alquimia ou transformação interior, que acreditonecessária no caminho marcial...Hoje, o Mestre David Buisán forjou firmemente

seu caminho marcial, sua evolução pessoal einiciática no sagrado Tao das Artes Marciais.Desde seus inícios no Karate, passando por suaprofundidade e evolução no Kenpo, além deoutros infinitos conhecimentos marciais: Kobudo,SPK, etc., até a condensação final na sua própriamaneira de entender e sentir as Artes Marciais, odenominado "Wolf System", onde aposta por umaformação integral, não só física, como manda atradição marcial, com um conhecimento exaustivodos canais de energia que nos governam, comuma continua procura da eficácia e o evoluçãopessoal, que sem dúvida é como deve de ser ocaminho de um guerreiro marcial, onde aseriedade, honestidade, constância,integridade, fortaleza, espiritualidade, sãovalores constantes que definem e constituema figura do Mestre Buisán. A ele eu estoumuito agradecido por muitos motivosimpossíveis de dizer neste espaço, etambém me sinto muito orgulhoso ehonrado de contar com a sua amizade... Obrigado David!"

Ramón Buitrago

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Muitas vezes temos escutado dizer como fraseeloquente: “Te defendes, como treinas!…” Tambémo Mestre Bruce Lee expressou a sua filosofiamarcial, numa outra frase para recordar: “Eu nãotemo o homem que lançou dez mil pontapésdiferentes, eu temo homem que lançou um pontapédez mil vezes”. Bruce Lee disse bem… Conhecemos bem a

mensagem destas palavras. Com uma maiorrepetição de um mesmo conceito, o nosso corpo emente memorizam mais efectivamente osmovimentos estabelecidos. Isto se conhece como“memória muscular”.

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Farang Combat

“Eu não temo ohomem que lançoudez mil pontapés

diferentes, eu temo homem quelançou um pontapé

dez mil vezes”

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Real Academia da Língua Espanhola (RAE),indica que a palavra “memória” de entreseus múltiplos significados, faz referência à“faculdade psíquica por meio da qualretemos e recordamos o passado”.

Aplicando este conceito ao caso dos nossos músculos,o que implica é que aos nossos músculos se lhes atribuio conseguir recordar algumas actividades realizadas pornós, algum tempo atrás. Isto significa que a menteaprende um novo conceito e o transmite aos músculos,para depois começar a desenvolver esta chamada“memória muscular”. O processo se assimila e osmúsculos lembram o que o cérebro comunica. Amemória muscular, em restrito rigor, é a capacidade quetem o nosso corpo para poder fazer movimentos eexercícios sem sequer pensar. Um exemplo brilhantedisto é andar de bicicleta.Assimilando a frase do mestre Lee e tomando por

inquestionável a definição da Real AcademiaEspanhola, concluímos que é substancial na evoluçãode um artista marcial, o treino dirigido a desenvolver amemória muscular.

A

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Quando o nosso treino defensivo edesportivo se realiza para isto desenvolver,temos de considerar dois elementos principais,a colecção de informação e a práticaconstante.“Mas mais, não é necessariamente melhor

que menos”. Quando trabalhamos desenvolvera memória muscular, a colheita de informaçãono nosso treino deve ser condicionada; ouseja, o mais básico possível. Por exemplo:Quantas técnicas de uma secção em especial,aprendemos nos nossos respectivos estilosmarciais? Esta pergunta me leva a reviver momentos

especiais junto do meu primeiro mestre, oqual, muito convincentemente ilustrava meusprimeiros passos marciais com inflexões deataques ao pescoço. Com sua destrezainsuperável, ele me ensinou como aluno, com15 técnicas básicas. Após duas semanas deprática, sou atacado por dois dos seusmelhores estudantes e para minha surpresa, asquinze técnicas aprendidas nunca entraram em

acção… Ao parecer, foram esquecidas! Comalegre hilaridade, o mestre me indica que devode escolher duas técnicas das quinzeaprendidas e praticá-las durante uma semanaadicional. Finalizado o tempo dado pelomestre, fui atacado novamente por seusmelhores estudantes e para meu assombro,consegui a defender-me rapidamente. Si levamos uma carga pesada nos nossos

ombros, o corpo não realiza movimentos comprontidão. Se pelo contrário a carga é ligeira, onosso corpo se deslocará mais facilmente.Aplicado ao caso da nossa memória: menosinformação, melhor retenção.O Farang Combat conta com várias

combinações de batimentos, pertencentes atrês áreas diferentes. Estas são: Octogonal,Triangular e Circular. Na área denominada Octogonal,

encontramos oito combinações de ataque,junto com 8 movimentos, os quaisdesenvolvem no indivíduo rapidez ecoordenação de uma maneira efectiva. Contemplando as combinações chamadas

Triangulares, encontramos três deslocamentosconfigurados de maneira defensiva. O primeiro

deslocamento, denominado “Triangledrop”, é um movimento defensivo quetem como meta a aproximação entre odefensor e o atacante, a f im deestabelecer projecções dinâmicas.

O segundo movimento,denominado “Double Straight”,produz ataques l inearessucessivos, procurandodesestabilizar o oponente.

O terceiro métododesignado “Hammer Kill”,integra movimentos em 45graus, atacando porsurpresa os planos baixos ealtos do corpo.Finalizamos citando

novamente Bruce Lee, umdos ícones da cultura populardos últimos anos do SéculoXX e lutador de artesmarciais.

“No caos, procura asimplicidade e na discórdia

procura a harmonia”Bruce Lee

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Farang Combat

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Sifu Paolo Cangelosi. O seunome hoje é já, em todo omundo, símbolo de verdadeMarcial, de compromisso comos seus alunos e com a maispura tradição do Kung Fu. Assuas várias séries de vídeosdescobriram estudantes detodas as latitudes, estilos tãodiversos como o Pa Kua, o TaiChi, o Hung Gar, entre outros.No entanto, t iveram quepassar 33 anos de prática,para que finalmente, viesse àluz um seu trabalho acerca deum dos estilos que melhordomina e com o qual maisgozo tem, o Wing Chun.

Sifu Cangelosi aprendeu-odirectamente na China, do seuMestre Fu Han Tung. O seuesti lo, para além dasparticularidades técnicas queo caracterizam, está delineadocom base numa maneirasempr e tradicional deentender o Kung Fu, didácticae extremamente precisa. SifuCangelosi também preparouum vídeo fora de série, noqual nos apr esenta a suafor ma e conhecimento doWing Chun, através de umacompleta aproximação queinclui as suas origens etradições filosóficas, os seusprincípios e logicamente, assuas aplicações técnicas.

Grandes Mestres

“De início, o meutreino era muitotécnico e físico,

mas com o tempo, a prática tornou-se

cada vez maisinteriorizada. O estudo das

aplicações atravésdos princípios da

interceptação e dodomínio, ajudou-me a

compreender osentido da tradução

de seu nome:“pequena ideia”

(“Siu Nim Tau”)”

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Grandes Mestres

WING CHUN Tinha apenas 11 anos e estava na cave de

um edifício, onde todos os dias eu ia estudarKung Fu. Um homem treinava em frente deuma coluna de cimento, captando a minhaatenção com os seus movimentos simétricose a posição estática de suas pernas. A suamão executava um movimento lento derotação, acompanhado por uma l igeiravibração. Era o meu Mestre Fu Han Tung eestava a praticar uma forma do estilo WingChun: a Sil Lim Tao. Eu começara a praticar as Artes Marciais

fazia 3 anos, com o Ju Jitsu e, fazia pouco, oKung Fu. Quando comecei a estudar Wing Chun, os

primeiros meses foram dedicados à práticadas posições básicas e os seusdeslocamentos, as mudanças de guarda e ospunhos fundamentais. No fundo do meucoração escondiam-se a esperança – e aimpaciência – do aluno de poder iniciarquanto antes a forma que o meu Mestreestava a praticar nesse dia. Quanto mais crescia a minha experiência

na prática do estilo, mais apreciava as suasqualidades técnicas. A execução da primeira forma tinha-me

fascinado pela precisão milimétrica das suastécnicas, o seu ritmo que alternavamovimentos lentos com outros muito rápidos

Devemos destacar a recriaçãodo mito da criação do estilo,magnificamente filmado. Duashoras que irão satisfazer ospaladares mais exigentes.No presente artigo

conheceremos algumas históriasque i lustram as vivências doMestre Cangelosi na suaaprendizagem do esti lo, ealgumas considerações sobre umestilo que cada dia tem maisadeptos entre os amantes doKung Fu.

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Wing Chun

“Além da construçãogeométrica das

técnicas, o meu Mestredestacava a

importância darespiração e do olhar,

que sempreacompanhavam cadagesto de expansão econtracção da forma”

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e explosivos, e pela energia que transmitia através dassuas acções. Tudo isso criava em mim uma preciosa sensação

suscitada pelo “sentido de antigo e de arcano”, típico datradição do estilo. Estava a apaixonar-me pelo Wing Chun. Após alguns meses, vi a mesma forma na edição

australiana de um livro de Wing Chun. Senti orgulho porsaber que eu também andava a estudar o que outrosMestres – de outras partes do mundo – praticavam eensinavam.

Tempos depois do sucesso das fitas de Bruce Lee,numa fotografia, reconheci o actor numa posição daSiu Nim Tau: assim percebi que se todos praticavamessa forma, então, sem dúvida alguma era importante asua prática, bem como o seria descobrir os seussegredos. De início, o meu treino era muito técnico e físico, mas

com o tempo, a prática tornou-se cada vez maisinteriorizada. O estudo das aplicações através dosprincípios da interceptação e do domínio, ajudou-me a

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compreender o sentido da tradução de seu nome:“pequena ideia” (“Siu Nim Tau”). O meu Mestre utilizou a coluna de cimento da cave,

para me fazer entender o conceito da “linha central” eos “níveis”, as coordenadas de referência teóricas nocorpo humano, para evidenciar os alvos úteis e ostrajectos de acção, que se devem utilizar para executaros movimentos. O centro da coluna, uma linha vertical, correspondia

à linha central do meu corpo, os meus braços tinham

que actuar ao longo de linhas rectas na direcção dela,com técnicas de ataque e defesa, só assim se teriamtornado mais rápidas e eficazes. Além disso, três linhas horizontais imaginárias

percorriam a coluna sobre três níveis, quecorrespondiam à cara, ao plexo solar e ao baixoabdómen. A intersecção com a linha central verticaldelineava seis áreas chamadas “os 6 portões” ou “as 6portas”, que eram os alvos de referência que sepoderia alcançar através de trajectos rectos ou

convergentes. Além da construção geométrica das

técnicas, o meu Mestre destacava aimportância da respiração e do olhar, quesempre acompanhavam cada gesto deexpansão e contracção da forma. O ritmointerior dançava e fluía com a parte física dastécnicas, e manifestava um perfeito equilíbrioenergético. Assim comecei a perceber que eradifícil situar o Wing Chun entre os estilosexternos. Por isso, o meu Mestre costumavadizer que também se podia praticartranquilamente com 100 anos de idade. Durante 10 anos cresci com o ensino

exclusivo do meu Sifu Fu Han Tung, nadasabendo do que acontecia nas outras escolasdo mundo. Entretanto, a minha experiência foi

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enriquecendo com o conhecimento de outros estilosde Kung Fu e outras Artes Marciais, mas o Wing Chundistinguia-se pelos seus conceitos e princípios deacção aparentemente simples, mas tremendamenteeficazes. Durante a minha primeira viagem a Hong Kong, faz

25 anos, tive ocasião de ver outras pessoas a praticareste estilo. Reconheci que havia diferenças na maneirade ver as técnicas e muitas interpretações das suasaplicações, mas os princípios de acção sobre os quaistrabalhava com o meu Sifu , eram mais ou menos osmesmos. Apesar das personalizações dos váriosMestres, a alma do estilo resultou inalterada. Treinei emdistintas escolas, todas seguidoras da corrente doGrão-mestre Yip Man, e apercebi-me que algumascoisas que eu conhecia não eram praticadas. O meuMestre explicou-me que muitas técnicas que eu tinhaaprendido, chegavam de um dos países de origem doestilo, e eram património técnico das velhas escolas;também me deu o exemplo do uso da bola de pedra, oanel de bambu e outras ferramentas, que se perdiamcom o passar do tempo, porque as gerações modernasiam abandonando os métodos de treino tradicionais. Lembro-me de um jovem chinês que me convidou

para praticar com ele o “Chi Sao”, o exercício dasmãos pegajosas. Este é um dos sectores técnicos quemais caracteriza o método Wing Chun. O Chi Saobaseia-se no trabalho mantendo o contacto,desenvolvendo o controlo dos membros através dasensibilidade e da habilidade para ceder, intuindo omínimo movimento do adversário, respeitando eaplicando os princípios e os movimentos chave doestilo: “uma arte no exercício”. O meu Mestre dizia-meque entrar em contacto na curta distância com um bompraticante de Wing Chun, é como cair numa teia dearanha. O jovem chinês – cujo nome era Willy –, depoisde ter tomado contacto com os meus braços, atacoucom agressividade, esquecendo todos os princípiosdesse exercício, sem respeitar qualquer regra técnicado estilo. Lançou um punho que não chegou ao alvo,desequilibrou-se, caiu para a frente, ainda a tentarbater-me nos genitais: parecia uma criança que queriaganhar a todo custo. Para ele, seria isso o Chi Sao? Muitas pessoas têm ideias confusas sobre este

exercício, confundem-no com o combate livre, mas narealidade só é um método para extrapolar algunselementos que sucessivamente se aplicam de formalivre. Outro dos sectores técnicos que caracteriza o Wing

Chun refere-se às técnicas de perna.

Grandes Mestres

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Grandes Mestres

“Tinha apenas 11 anos eestava na cave de umedifício, onde todos osdias eu ia estudar

Kung Fu. Um homemtreinava em frente deuma coluna de cimento,

captando a minhaatenção com os seus

movimentos simétricos ea posição estática de

suas pernas. A sua mão executava

um movimento lento derotação, acompanhado

por uma ligeiravibração.

Era o meu Mestre Fu Han Tung e

estava a praticaruma forma do estilo

Wing Chun”

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Sempre faz parte das minhas recordações: “pontapear” era uma parte integrantedos meus treinos diários. Para mim, nesse período, saber executar um pontapé queriadizer ter a musculatura das pernas elástica, ser rápido e conseguir levar qualquertécnica para além do nível da cara. Quando o meu Mestre me falava dos pontapés do Wing Chun, eu não conseguia

apreciar o seu valor técnico; mas apercebia-me da total diferença do enfoque dessesmovimentos. Esses pontapés tinham características especiais e, como nas técnicasde braços, preferiam a linha recta. Quando executamos um pontapé, o corpo pode situar-se frontalmente ou semi-

lateralmente. A posição das costas e da pelve ficam bem constituídas, ou então nãose inclina para trás o tronco e não se deslocam para a frente as ancas, permitindoessa continuidade entre braços e pernas, que caracteriza este método. Com frequência, o pontapé não tem recuo, quando lançado baixo, ao chão, com a

perna estendida, e isso para manter afastado o adversário. Também a carga, porvezes, é mínima, para optimizar a economia do movimento e resultar imprevisível. Outra característica tem a ver com as combinações dos pontapés levados sobre

diferentes níveis de altura, e entre os semi-laterais e os frontais, frequentementelevados com a mesma perna. Lançar pontapés a médio e baixo nível, permite aopraticante agir de maneira eficaz, sem ter de adquirir uma extraordinária elasticidademuscular e mobilidade das articulações, além de poder usar a curta distância. São muito interessantes as técnicas de defesa com as pernas, que o Wing Chun

desenvolve: paradas, bloqueios e controlos. As “paradas” desviam o trajecto do golpe do adversário. Os “bloqueios”

interrompem a acção na fase crescente. Os “controlos” entram em contacto eseguem a técnica deslocando-a ou parando-a na sua acção. Lembro-me de uma ocorrência, a propósito das técnicas de perna do Wing Chun. Como já disse, “pontapear” era uma das práticas que mais me fascinava na Arte

Marcial. Treinei todos os dias a lançar pontapés ao ar e aos sacos, levando a efeitomais de três mil técnicas, de maneira que, após alguns anos tinha alcançado umexcelente nível. Um dia, o meu Mestre Fu Han Tong convidou-me para fazer um intercâmbio técnico

de pernas com ele. De início, estava um pouco bloqueado, lançava pontapés lentos eprevisíveis, depois, ele incitou-me a aumentar o ritmo, de maneira que pensei queisso era um exame. Então realizei algumas técnicas mais precisas e rápidas, quesuperaram facilmente a sua defesa. No fim do treino, ele deu-me os parabéns. Quando voltava para casa, estava pasmado, porque tive um momento de exaltação

como se tivesse sido melhor que o meu Mestre, mas ao mesmo tempo parecia-meter-lhe faltado ao respeito. Passaram algumas semanas e o meu Sifu convidou-me uma segunda vez, para

realizar com ele um combate só com as pernas. Pensando na primeira experiência,perguntei se se tratava de um exame ou de um treino. Ele respondeu: “…empenha-teao máximo!” Sempre com o devido controlo da técnica, comecei a bater de pontapé,mas desta vez os meus golpes nunca chegavam ao alvo, e quando a distância diminuiu,as minhas pernas sofriam os golpes dos seus imprevisíveis pontapés. Nem sequerconseguia levantar as pernas do chão. Nesse dia percebi muitas coisas. Aprendi aapreciar as técnicas do Wing Chun, e acima de tudo, o que significa “ser um Mestre”. Hoje em dia, muitos praticantes limitam este estilo à defesa pessoal, mas não

podemos esquecer tudo o que criaram os antigos Mestres. O Wing Chun é Kung Fu,

Wing Chun

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e como todos os estilos tradicionais têm o seupróprio programa técnico cheio de história,significados, simbologia e métodos de treino. Nadadisso não pode ser apagado por uma simplestécnica de “punhos concatenados”. Passaram 33 anos desde que vi o meu Mestre a

praticar Wing Chun em frente à coluna, anosdedicados ao estudo, à pesquisa e a prática, paraaperfeiçoar um método que une o antigo e omoderno, o tradicional e a evolução científica. Ummétodo de sucessão que respeita e mantém vivosos valores éticos, espirituais e técnicos do que hojechamamos Wing Chun.

Desejo lembrar os praticantes de Wing Chunque, apesar da origem das escolas e dasdiferentes correntes, todos estamos na busca deum aperfeiçoamento técnico e um crescimentointerno, que desde sempre representam umestímulo comum para os praticantes de ArtesMarciais. Não esqueçamos também o ensino maisprecioso que a Arte nos oferece: o respeito por elae por todos os que a praticam com o coração.Portanto, não nos dispersemos em vãs polémicasou críticas destrutivas, se encontramos no nossocaminho um Wing Chun um pouco diferente donosso...

Grandes Mestres

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Wing Chun

“Me gustaríarecordar a todos los

practicantes deWing Chun que, al margen delorigen de susescuelas y delas diversascorrientes

seguidas, todosbuscamos un

perfeccionamientotécnico y un

crecimiento interiorque desde siemprehan servido comoestímulo para

todos lospracticantes de

ArtesMarciales”

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Page 74: Cinturao Negro Revista Portugues 294 Agosto 2015

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25 de Abril nª 45, 1675 -185 Pontinha, Portugal

Instructor FELIPE ALVES ANICETOE.A.M. KWANG GAE DO“Asociación de Artes Marciales”Cinturón Negro 2º DanDirector y Representante de Tae-Kwon-Do FEAMZARAGOZA y ARAGÓNc/ Antón García Abril, Nº 20, Local 10Zaragoza 50.018

Teléfono: 649 601 [email protected] www.kwanggaedo.wix.com/kwanggaedo

Instructor Martín LunaCinturón Negro, Instructor. Director Departamento Nacional FEAMKrav-Maga, Kapap (Israelí Face To Face Combat)Representante de la World Krav-MagaFederation para las Islas CanariasPresidente de la Organización Canaria deKapap (Israelí Face to Face Combat)

Instructor Policial IPSASanta Cruz de TenerifeTel: 671 512 746 [email protected]@hotmail.com

Maestro Julio MagarzoBallesteros5º Dan Fu-Shih Kenpo5º Dan Kosho Shorei RyuKenpo. Instructor licenciadoDefensa Personal Policial609 14 04 [email protected]

Frantz ThorleifHakonsen: Instructor Oficial

Fu-Shih Kenpo en Noruega. 7010 Trondheim.

Tel: 0047 40557874.-

Per Snilsberg: Consejero Personal, Patrocinador y Promotor FEAM, IPSA e International Fu-Shih

Kenpo Association, IFSKA. c/ Løytnantsveien 8b, 7056 Ranheim - Norway. Tel: +47 930 09 006 – [email protected]

Mario P. del FresnoInstructor Fu-Shih Kenpo, C.N.  2º Dan - Nidan1) Gimnasio Box Everlast. Calle Plasencia 22,Móstoles, Madrid. www.boxeverlast.es2) Gimnasio Okinawa. Calle Cabo San Vicente 16,Alcorcón, Madrid. [email protected]óvil: 658 016 688

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Todos los DVD’s producidos por BudoInternational se realizan en soporte DVD-5,formato MPEG-2 multiplexado (nunca VCD,DivX, o similares), y la impresión de las carátulassigue las más estrictas exigencias de calidad(tipo de papel e impresión). Asimismo ningunode nuestros productos es comercializado através de portales de subastas online. Si esteDVD no cumple estos requisitos, y/o la carátulay la serigrafía no coinciden con la que aquímostramos, se trata de una copia pirata.

REF.: • FUSHIH-2REF.: • FUSHIH-2

Este nuevo trabajo sobre Fu-Shih Kenpo delSoke Raul Gutierrez está centrado en las formastradicionales del estilo, sus aplicaciones y ladefensa personal. Estudiaremos especialmente laForma “El Tigre se defiende”, con suscorrespondientes aplicaciones técnicas, la forma

“Dientes de Tigre”, y trabajo libre conarmas. A continuación el Maestro

explica detalladamente unaextensa serie de técnicas

avanzadas de defensapersonal, indicando el

porqué se realizand e t e r m i n a d o smovimientos, lasadvertencias a tener enconsideración, losposibles ángulos, ylas variantes que sepueden aplicar encada grupo tecnico.El DVD se completacon una serie detécnicas de combatepara competición y eltrabajo deacondicionamiento

fisico, donde elMaestro Gutierrez

explica cómo prepararnuestras armas, brazos y

piernas, para la defensapersonal y el combate. Sin

duda una forma de trabajocuya riqueza se basa en el

intercambio y coordinación conotros estilos, y el aprender a respetar

nuestras diferentes fuentes de trabajo.

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De seu uso como ferramenta camponesaem Okinawa, à sua implantação como defesana maioria dos corpos de segurança públicose privados, o Tonfa conquistou uma merecidafama de efectiva companheira, versátil,contundente, fiável e manejável. O CapitãoJacques Levinet apresenta-nos hoje seuúltimo DVD acerca desta arma, em umartigo com o qual nos introduz numa visãosempre visando a efectividade, o realismo ea utilidade prática de seu uso e formaçãopara o seu uso. Um trabalho que os leitoresinteressados na autodefesa profissional, nãodevem deixar de ler.

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Tonfa OperativoAs origens do tonfa, também chamado

«tongwa, tuifa, tunkua, tuiha» são conhecidospor terem a sua origem nas lhas de Okinawa,antigamente chinesas, onde era utilizado nosprimeiros tempos na agricultura, comomanivela para dar voltas às pedras de moer ogrão, e depois, numa segunda época, deuma maneira guerreira que permitia oscamponeses privados de armas pela

ocupação japonesa, lutarem contra ossamurais da época.

Apesar de nos nossos dias perdurarnas artes marciais com dois tonfas emmadeira, na prática do Kobudo foiadoptado um só, nos anos 1970, feitoem um material que era uma liga demetais. Primeiro foi adoptado nosEstados Unidos e depois por

numerosas forças de ordem não mundointeiro.Seu emprego profissional está

identificado pelas múltiplas maneiras dedenominar o tonfa, que vão do tonfapolicial ao tonfa de segurança, passandopelo tonfa profissional e outras similaresdenominações. Existem tantos nomesdiferentes como formas de tonfas.

A partir de 2000, fruto da sua tripla experiênciacomo Capitão da Polícia, Grão Mestre das Artes Marciaise versado internacional em forças de Ordem, oespecialista em autodefesa e tácticas da Polícia JacquesLevinet, após ter pesquisado na matéria, desenvolveu ummétodo revolucionário para o Século XXI, para aproveitartoda o substancia do fruto desta arma não letal. Assimpois, nasceu o Tonfa Operativo ou TO, que não é umanova denominação, mas um processo inédito e

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provado, para uma utilização intermédia ecomplementar das armas dos punhos e dasalgemas.A TO vem suscitando um interesse crescente

em todo o mundo

As Origens

Tem as suas bases em outras invenções doautor.• O SPK - Esta defesa pessoal, que tem um

enorme sucesso em numerosos países, deu aoTO a sua originalidade devido às suasaplicações específicas na prática. As defesasdo SPK são os suportes que permitiram ao TOafirmar suas conquistas. A ausência de adornose a pedagogia foram as chaves do êxito destesdois métodos que proporcionam tanto a civiscomo a profissionais, os meios para enfrentaras agressões da rua.• O ROS - Há um vínculo interactivo de

existência entre o Real Operational System, ummétodo completo para as forças de ordem, e oTO, que é um dos seus módulos da mesma

maneira que o BO (bengala operativa), osGTOIP (gestos técnicos operativos deintervenção e de protecção) e a PRO (protecçãopróxima operativa). O ROS evolui em função desuas aplicações de campo e do “feedback”realizado regularmente pela equipa directivaAJL (Academia Jacques Levinet). Asdificuldades da rua têm preferência no TO, poresta razão, a técnica passa para um segundoplano e a demonstração narcisista não temlugar. A realidade impõem-se por cima dafantasia, para dar lugar ao operativo.• INADAPTAÇÃO DAS FORMAÇÕES - Os

treinos do tonfa com frequência não sãoadoptados, tanto seja por falta de tempo, porfalta de competência, por ausência de umprograma de formação, sem esquecer a falta devontade política de se darem os meios para istoalcançar. Dar um tonfa a um polícia não ésuficiente para ser operativo, faz falta umserviço após a entrega. Por outras palavras,uma formação inicial contra corrente e umaformação contínua a favor de corrente, comreciclagens e “feedback” regulares. Por isso, oCapitão Levinet quis de novo deixar tudo bemesclarecido. As formação TO são muito maislongas que na maioria dos casos e realizamuma eliminação radical das técnicas que nãofuncionam no mundo real. Foi estruturado umesquema de formação, tanto no aspectotécnico como no jurídico. Ausência deagressões estereotipadas, de ataques pré-

determinados, de defesas seguras com tonfasde espuma de borracha, de agarres de mãoarmada irrealizáveis na rua. Nem passividade,nem treino lúdico; em seu lugar a dura lei darua. Os resultados não se fizeram esperar. Amodificação e a evolução das técnicasresultaram vitais e o tonfa tornou-serealmente operativa em toda a extensão dapalavra.

Especificidades

O TO tem um marco de empregopara que cada profissionalcompreenda a sua utilidade, qualquerque seja o seu serviço de emprego esua dotação material. A influência dosGTOIP tem sido um factor importantepor que é suposto que as forças deordem intervenham a maior parte dotempo, em equipa. • A complementaridade - O trabalho do

TO nunca está consideradoisoladamente, outro sim considera todo

o material de coerção à disposiçãodaqueles que o uti l izam. Umaintervenção podo começar a mãos nuas,necessitar o uso do tonfa, das algemas eem certos casos, da arma de fogo paradissuadir ou responder. O polícia tem de seadaptar por que nunca sabe quando e como

Jacques Levinet

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“Não há uma leitura“cega” de artigos dalei de legítima defesa.O polícia ou o militarexplica a técnicautilizada na acção,para que esta seajuste à lei do

seu país”

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acaba um perigo. Com o TO, a chave, as algemas e a acção de pôr em canga podem serconcomitantes em ordem aleatória consoante o risco. Determinados parâmetros são iniludíveis,como desembainhar o tonfa antes da arma de punho e inversamente, voltar a embainhar a arma

de fogo antes do tonfa, salvo em caso de tiro de respostaimediato. De este ponto de vista, mudar a mão que utilizao tonfa é imprescindível para utilizar a mão forte eagarrar as algemas ou a arma de fogo.

• Os pontos chave - Tomam forma de respostasespecíficas para os agentes sozinhos ou em equipa,

e não são um ensino apenas teórico.• A distância - Depende da reacção frente aoperigo. Se vemos vir o perigo, a defesa seráfeita numa distância antecipada. Sãopreferíveis os bloqueios indirectos mais queparar directamente com o comprimento dotonfa, devido aos agarres em pulso ponta,espada ponta e tomahawk ponta. Se anossa atenção não nos possibilitou ver viro ataque, a defesa será inesperada emuito próxima. Neste caso, são

prioritários o reflexo condicionadoe os bloqueios indirectos com ocorpo do tonfa, devido aosagarres empunhaduracalcanhar, espada calcanhare mini tomahawk. Porconseguinte, a distânciacondiciona a técnicanatural, inata e reflexa.

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• Os agarres - No TO nãobastam os agarres mais comunsdenominados “do lado pequenoou grande”, adapta-os emfunção das missões, o queabre um campo de acçãoimportante nasintervenções num meioreduzido ou fechado. O agarrefeitiço do TO é o mini tomahawk,que oferece a oportunidade demudar de mão forte facilmente,de enganchar e de empurrar,também de interceptar umachave com uma acção de pôrem canga de protecção. Apequena e a grande forca do TOem agarre espada ponta e espadacalcanhar, protegem contraqualquer ataque ascendente oudescendente. As forcas facilitam odesarme por enganche. Aempunhadura do TO não serve sópara agarrá-lo, também serve pararesponder, enganchar, interceptar eexercer pontos de pressão.• Liberação das mãos - As técnicas

do TO permitem as mudanças de mãopara algemar ou para pôr em canga. Épreciso contar com um tempo deantecipação sobre a evolução da situação. Basta com a resposta, ou fazfalta neutralizar, conduzir em pé, levar para o chão, utilizar conjuntamentealgemar, uma revista, um pôr em pé, uma canga de saída com umatrava do tonfa nas algemas. Resumindo, nunca se larga o TO do

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“Os treinos do tonfa comfrequência não são adoptados,tanto seja por falta de tempo,

por falta de competência, por ausência de um programa

de formação, semesquecer a falta de

vontade política de sedarem os meios para

isto alcançar”

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começo ao final da intervenção. As chaves de “twist” e “israelita” são ajudas destacadas nestamatéria, por que liberam as duas mãos.

Pedagogia Profissional

O esquema de formação do TO exige que os instrutores com a denominação AJL transmitam apedagogia oficial com as referências deontológicas e legislativas próprias a cada um dos paísesenvolvidos no treino.• Explicações jurídicas - No TO não há uma leitura “cega” de artigos da lei de legítima defesa.

O polícia ou o militar explica a técnica utilizada na acção, para que esta se ajuste à lei do seupaís. Não se trata de uma simples dedução mas sim de uma demonstração de tiporeconstituição judicial. Deve assegurar a olhos de um juiz ou de um superior jerárquico, alegitimidade da intervenção. A pedagogia do TO transmite todos as alternativas legais para oconseguir, como as respostas picadas ao corpo em agarre pulso ponta, cotovelo para cima,para evitar qualquer percussão pouco feliz na cara. Da mesma maneira, pôr em canga não é

Jacques Levinet

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sinónimo de tiro de resposta mas também de saída deum meio hostil ou de protecção para o agente e oindivíduo.• Terminologia específica - No TO as palavras são um

meio de atenuar a responsabilidade. Nunca se utiliza otermo “batimento”, sinónimo de agressão, mas sim o de“resposta”, que é equivalente a uma defesa. Fala-se emvoz alta e inteligível, num marco profissional. Controlaros meios de comunicação e a curiosidade dosespectadores, com seus telemóveis, fotos e vídeos,obrigam-nos a um mínimo de prudência. A intervençãoassocia segurança, protecção e intervenção no respeitomais restrito à lei do país em questão. • Formação adaptada - Os critérios jurídicos de

intervenção, no TO ajustam-se ao país em questão. Porexemplo, nos Estados Unidos a utilização da arma defogo é menos exigente que nos países da Europa,portanto há menos tecnicismos de TO. Por troca, dá-semais importância às chaves de coerção com canga desaída e de protecção. • Encenação de situações realistas - O TO privilegia o

trabalho em equipa com uns exercícios de PLI(“Protection, Liaison, Intervention” - Protecção,Conexão, Intervenção) com uns tonfas duros. Não seutilizam tonfas de espuma de borracha para castigar asmás posições ou a falta de controlo. O que de bompoderia ter este treino, de certeza que não vai sucederna rua.

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“CURSUS” com LABEL

O TO proporciona um ambiente destacado devido aosseguintes pontos:• Programas multilingues - A maioria dos instrutores

TO da AJL são multilingues (Inglês, Alemão, Espanhol,Português) para proporcionarem uma formação directae compreensível para todos.• A categoria ROS - TO - O “Cursus”, o esquema de

formação, a reciclagem, o feedback, o diploma a

renovar cada ano, dotam o denominado instrutor ROS -TO de um critério de qualidade muito apreciado.• Reconhecimentos internacionais - As exibições e os

seminários TO do fundador, por todo o mundo, têmdespertado o entusiasmo dos grandes especialistasinternacionais em forças de ordem.O Tonfa Operativo não é um acessório de exibição

como o nunchaku, mas sim a melhor arma não letal, daqual o Capitão Levinet soube extrair toda a eficáciaprofissional, até agora sem igual.

Jacques Levinet

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As lendas fazem-se,não nascem. Os GrandesMestres definem-se pelo

conhecimento e aexperiência adquiridos comos anos e a sua habilidade

em os partilhar com aseguinte geração. A sua

mestria nas artes deles foiconseguida graças aos

seus mentores e àsrelações que cultivaram

durante todo o seu treino.Foram estes anos de

inspiração e decomunicação quem deu vida

e significado aos seuspróprios estilos individuais.

GM GERMAN IN MEMORIAM

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Reconhecido pormuitos como Mestre de

Mestres, David German éuma autêntica lenda nacomunidade das Artes

Marciais. Este Grão-Mestre,sumamente respeitado,

forma parte do legado degrandes mestres e da

grande história da mestrianas Artes Marciais.Com os seus mais de

cinquenta anos deexperiência e treino,

representa, na actualidade,um dos maiores expoentes

das Artes Marciais domundo.

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GM David German

s raízes de German nasArtes Marciais sãomuito profundas. O seuestilo nasceu nos anossessenta, durante umperíodo caracterizado

pelo revisionismo, a reestruturação ea redefinição das Artes Marciais.Começou a sua carreira nas ArtesMarciais treinando Jujutsu. Apósadquirir o cinto preto, fez-se amigo,sócio e protegido do falecidoEdmund K. Parker, que ir iarevolucionar as Artes Marciais naAmérica. Como um autênticopioneiro e inovador, Parkerredefiniu e poliu o Kenpo,criando o que viria a serconhecido em todo o mundocomo Kenpo Americano.

Em 1956, Parker inaugurou o seudojo em Pasadena, Califórnia, ecomeçou a acumular uma clientela dealunos dedicados e ansiosos deconhecimentos. German foi um dosseus primeiros discípulos, colaboroucom ele no projecto e na construçãoda sua sala de treino. O seu estúdiode Pasadena tornar-se-ia o lar deGerman e o facto de treinar e decolaborar com Parker levou-o asentir-se como parte inerente dosistema Kenpo. German não era sóum estudante da Arte. Mais tardeseria reconhecido como um dos“originais” do Kenpo Americano.Uma das coisas que contribuiu

para o enorme sucesso do sistemaKenpo de Parker, foi o facto deencaixar bem com a mentalidade

GM GERMAN IN MEMORIAM

A

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americana. Parker desafiava Germanpara ser ele mesmo e a ter amplitudede objectivos. Motivavaconstantemente o jovem faixa preta acultivar a sua criatividade e aincorporar as suas próprias técnicasno sistema do Kenpo. Finalmente,German desenvolveria muitos doscódigos do Kenpo e tornar-se-ia ocriador e o coreógrafo de “a formanúmero quatro” de Kenpo. Os doiscolegas manteriam a amizade e a

colaboração durante toda a sua vida,discutindo os sistemas, refinando astécnicas e desenvolvendo novidadesque moldariam as Artes Marciais, talqual as conhecemos na actualidade.

O intercâmbio das ideiasParker motivava os seus alunos

para que não limitassem o seuconhecimento das Artes Marciaissó à sua instrução. Germanprosperou associando-se comalgumas das figuras maisproeminentes da comunidade dasArtes Marciais. Os anos de treinoe de intercâmbio de ideias e detécnicas com as lendas da suaépoca, deram forma à suaprópria filosofia das Artes e

TAI Karate

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GM David German GM GERMAN IN MEMORIAM

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despertaram nele uma criatividade quecontagiava quem estivesse em seu redor.Algumas coisas são apanhadas por acaso, não

ensinadas. Costuma ser nos momentos deconversa repousada e de intercâmbio de ideiasquando mais se estimula a imaginação. Germanreceberia a visita de Mas Oyama na sua casada Califórnia. Gozava a companhia deOyama, o i lustre fundador do KaratéKyokushin, célebre pela sua assombrosaforça e astúcia em qualquer luta, quer

fosse com lutadores ou com tourosbravos.German defendeu a eficácia das Artes

Marciais clássicas combinando-as com ograppling puro e com Chin Na. A suaexperiência no grappling vem desde a suaamizade com “Judo” Gene LeBell,considerado por muitos como “o homem

mais duro que existe”. Transmitiu a suaexperiência no grappling a outros cujosconhecimentos começavam com obatimento. As suas chaves àsarticulações e bloqueios debraços, enriqueceram o sistemade Budo Jujutsu do falecido emagnífico Al Thomas. Osanos de treino e decolaboração com Thomasfizeram de German oherdeiro oficial dosistema de BudoJujutsu.

TAI Karate

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Uma lenda vivaGerman continuou a desenvolver e a ampliar

as suas próprias inovações nas Artes.Combinando a sua experiência em Kenpo como grappling e o Chin Na, criou um sistemahíbrido, conhecido como Karaté de TransiçãoAcção Incorporados. O Karaté TAI (Kenpo)integra os ataques devastadores do Kenpocom as dolorosas técnicas de chaves àsarticulações do Jujutsu e Chin Na, combinandomagistralmente as Artes numa transição fluídado batimento ao grappling. A antiga Artechinesa do agarre e do controlo de Chin Na,redirige e utiliza a força do agressor contra elemesmo. Quando se combina o Chin Na com avariedade de técnicas de luta sobre o chão ede pé do Karaté TAI, o resultado é um sistemade defesa pessoal sumamente eficaz.German conseguiu transmitir para outras

pessoas dispostas a receber e manter oconhecimento e a experiência por eleadquiridos com os anos. A sua relação deamizade com o Doutor Christian Harfouche

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“Parker desafiava German paraser ele mesmo e a ter amplitude

de objectivos. Motivava constantemente ojovem faixa preta a cultivar asua criatividade e a incorporaras suas próprias técnicas no

sistema do Kenpo”

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começou há já três décadas na Califórnia, quandoo conceito que das Artes Marciais tinha em jovemse viu transformado por este grande mestreamericano, bem como pelo seu estilo de lutademolidor. Após obter o seu décimo Dan emKaraté TAI, Harfouche foi nomeado herdeiro oficialdo sistema de German.Com o passar dos anos, David German

trabalhou como guarda-costas de muitaspersonalidades notáveis e treinou celebridades taiscomo Wayne Newton. Levou a cabo mais de mildemonstrações de Artes Marciais em Las Vegas,em recintos tão prestigiosos como o HotelTropicana. O seu próprio programa de televisão, “AArte do Karaté, por David German”, foi uma fonte

de educação e de informação para muitíssimagente no passado. Este Grão-Mestre de sessentae três anos, continua assombrando o público dosseminários e alunos com os seus conhecimentosenciclopédicos de Chin Na, a extraordináriavelocidade de suas mãos e a sua bri lhantecriatividade.

GM David German GM GERMAN IN MEMORIAM

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TAI Karate

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GM David German

GRÃO-MESTRE DAVID GERMAN• Cinto preto de décimo grau em Karaté TAI• Mestre de Kenpo• Versado em Budo Jujutsu• Mestre de Chin Na• Versado em Kung Fu Tigre-Branco• Versado em Kung Fu Ceja-Branca• Versado em Grappling

PRIMÍCIA DE BUDO!David German foi aluno do falecido Ed Parker e

estudou a fundo as relações do movimento marcialem várias Artes tais como Kenpo, Jujutsu, Aikido eChin Na. No seu novo vídeo “Kenpo: a Forma TAI”,mostra e explica como incorporar as acções detransição, passando rápida e eficazmente dobatimento ao grappling.

GM GERMAN IN MEMORIAMRIP 2005

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Ataques aos pontos do corpo

Uma das áreas mas difíceis de trabalhar do Kyusho, é também a maisletal, porque a natureza procurou uma protecção substancial da cavidadedo corpo, necessária para evitar danos graves nos órgãos. Este nível deinformação vai precisar de muito estudo sério, para poder ser trabalhadonum nível de excelência tal que permita acertar nos objectivos exactos ecorrectos, numa situação de combate real. As estruturas anatómicasprotectoras não só são substanciais como também sumamente móveis erapidamente protegidas por toda a estrutura humana. Pode ser protegidainstantaneamente pelos braços, as pernas, a cabeça, os ombros, etambém pelo próprio torso. Juntemos isto a outras dinâmicas, como omovimento, o excesso de peso ou a massa muscular, e poderemoscompreender por que razão este nível requer muito mais tempo, para neletrabalhar adequadamente.O torso é uma combinação intrincada de osso, cartilagem, tendões,

músculo, gordura e pele, que foi delineada pela natureza para permitir amáxima adaptabilidade e protecção. A própria existência do indivíduoconta muito com esta protecção, durante o decorrer da vida da pessoa,especialmente em situações duras, onde as quedas, as lesões e o ataquepremeditado entram em jogo.A própria pele está ligada às estruturas dos músculos, por uma

membrana fina e muito flexível. Isto permite que seja possível evitar ouvariar qualquer contacto, impedindo uma ligação mais directa econcentrada. Juntemos a isto umas possíveis capas de gordura que agema modo de amortecedor e poderemos compreender o primeiro nível deprotecção dos órgãos, que todo o ser físico possui. Os nervos existentesentre as ditas estruturas anatómicas, terão maior dificuldade para secomprimirem contra uma estrutura das costas, para causar um impulsoeléctrico dirigido ao sistema nervoso, devido à alta mobilidade dasuperfície.Depois, temos o músculo do torso, que não só permite o movimento e o

controlo, como também proporciona capas de amortecimento àsestruturas subjacentes em algumas áreas. O músculo peitoral, o dorsal e oabdominal são muito grandes e podem ser fortalecidos, provocando

Evan Pantazi

“Batendo nospontos desde oslados e desde afrente do corpo,

teremos um maioracesso e

consideravelmentemenos

probabilidades decausar um mal

físico eobservável”

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Kyusho

“O torso é umacombinaçãointrincada de

osso, cartilagem,tendões, músculo,gordura e pele,que foi delineadapela naturezapara permitir a

máximaadaptabilidade e

protecção”

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Evan Pantazi

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assim um aumento na profundidade do tecido, formando uma estrutura ainda mais protectora. Quando um músculose contrai, a densidade e o potencial de protecção também aumentam muito. Esta acção não só cobre os nervos ealivia a tensão dos órgãos internos, como também não permitirá tão facilmente um efeito de penetração, visto que oestresse é partilhado por uma maior superfície de tecido. A cartilagem e o osso da estrutura das costelas, servecomo mecanismo de absorção e de transferência da energia. As costelas são redondeadas e, de similar maneira, oseu ângulo dispersa o impacto directo ou a compressão, para o arco de uma ponte que divide o peso entre asbases. Os ossos duros também estão ligados à cartilagem, que é flexível e inclusivamente proporciona uma maiorabsorção de choque e de transferência de uma comoção induzida.Até a composição mole e a flexibilidade dos próprios órgãos se adaptarão e ajustarão para proteger a função. De

maneira que, juntemos todas estas capas estruturais exteriores, o movimento suave e flexível do próprio corpo, quepode mudar, girar e enroscar-se para absorver o impacto, juntemos depois a mobilidade livre das posições do braçoem todos os ângulos; a pernas, que podem ajustar a distância ou mover completamente o torso e a própria cabeça,a qual proporciona um movimento natural para manter o equilíbrio dos movimentos do corpo, e veremos que tudoisto tem muito que se lhe diga.

Tudo isto pode ser compensado e pode provocar-se um grave dano interno quecompreenda estes obstáculos e uns tantos constituintes primordiais. Umestudo adequado irá adicionar a estes conceitos, a capacidade do praticantepara agir com o mínimo esforço, ainda que com muita prática. Em vez dosmétodos de força tradicionais, o praticante de Kyusho aprende alocalização, os ângulos e os métodos, por meio dos quais poderá superarestas capas para influir não só nos

Evan Pantazi

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Evan Pantazi

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nervos relacionados, comotambém na fonte ou no próprioórgão.Primeiro veremos as ferramentas

que necessitamos, posto quequando utilizarmos as palmas, ospunhos, os cotovelos, as pernasou os pés, precisaremos de forçapara lutar contra estas barreirasprotectoras. Quando utilizamos osnós dos dedos (muito utilizadosem várias Artes mas por regrageral mal compreendidos), aspontas dos dedos, os ossos dopulso ou determinadas partes dopé, a força deixa de ser o factorprimordial. Além disso, eliminandoa necessidade da força, o alcancedo movimento e também avelocidade necessária, omovimento será mínimo,permitindo um menor tempo dereacção para o adversário usar asua própria mobil idade emovimento corporal, para seproteger.Os nervos que enviam os

impulsos do cérebro para que osórgãos funcionem, viajam pelacoluna vertebral, separando-se emramificações em cada vértebrae/ou espaço intercostal (espaçoentre as costelas) e através detodo o torso. As ramificaçõesnervosas não só se estendempelas costelas e o resto do corpo,como também atravessam todos ecada um dos órgãos internos,fazendo com que estes funcionemde maneira contínua e eficaz. Emcada um destes espaços deintercepção há uma veia, nervo eartéria que são a rota de acessopara o funcionamento dos órgãos.Como já se tem dito em outrosartigos, os Pontos de Pressão sãoáreas das quais podemos teracesso às capas protectoras emanipular uma secção de nervomais directamente e por sua vez,as funções internas do indivíduo.Utilizar pequenas ferramentas ouarmas especiais para chegar noângulo correcto a estes pontosentre os músculos, tendões eossos, debilitará ou irá afectar afonte da energia dos órgãos. Esta

também é a razão pela qual osantigos Mestres trabalhavam noMakiwara o desenvolvimentodesses nós com calos, paramelhorar a habil idade depenetração.Os pontos das costas que se

correspondem com os meridianosda Acupunctura (Meridiano daBexiga) são os mais avançadospara o praticante de Kyusho. Sãoconsiderados mais avançadosporque a habilidade do indivíduodeve estar também avançada parapoder afectar a sua ligação directacom o Sistema Nervoso Central eos próprios órgãos. Entretanto,temos de ser conscientes de queexiste a possibilidade de poderocasionar um mal grave e/oupermanente no indivíduo. Estesnervos saem da coluna e quandolhes batemos no ângulo correcto(cada um deles tem um ângulo deacesso específico) podemos pinçá-los contra uma superfície óssea,provocando um forte impulsonervoso no sistema nervosocentral. Mas também é possívelmagoar fisicamente a coluna,ocasionando a disfunção completada estrutura corporal. Batendocorrectamente sobre estes pontos,evitar-se-á que uma grande partedo fluir da energia chegue aosórgãos, provocando-lhes falhas.Batendo nos pontos desde os

lados e desde a frente do corpo,teremos um maior acesso econsideravelmente menosprobabilidades de causar um malfísico e observável. No entanto,provocaremos dor, disfunção,perda do domínio corporal, adescida da pressão sanguínea,junto com sintomas de enjoo eestados alterados dos sentidos.Estes pontos mandarão a energiaque sobejar, para os órgãos e osistema nervoso, dando conta dosmuitos efeitos possíveis.Um único ponto atacado

correctamente, pode pôr fim aoconflito; entretanto, os pontosmúltiplos causarão mais disfunçãoe terão um efeito muito maior. Istotambém se aplica a muitas e

Kyusho

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estranhas posturas da mão da Kata antiga, delineada noensino moderno, para bloquear as posições nasaplicações. Estas posturas podem ser levadas a ser ou afazer-se funcionais em posições ofensivas em vez dedefensivas, de diversos modos:Batendo nos pontos do braço antes que nos

pontos de corpo, o impulso nervoso viaja pelacoluna, onde simultaneamente se transmite aocérebro, através de um processo denominadoconvergência, e a outras áreas do corpo, numprocesso denominado divergência. Com adivergência, os nervos e os órgãos envolvidostornam-se mais sensíveis e até se alteram, demaneira que quando são atacados por outrosmeios mais directos, tais como um golpedirigido ao órgão ou ao nervo relacionado,seguidamente se produz uma maiordisfunção e um mal imediato.Consequentemente, se se atacar

correctamente um ponto corporal,

enviamos primeiro o impulso ao órgão, depois à coluna(a menos que seja atacado um ponto da coluna e oimpulso se transmita directamente ao sistema nervoso

central, antes que ao órgão), onde convergecom o cérebro, de passagem

afectando muitas outras partes docorpo e da cabeça. De maneiraque atacando o corpo comuma mão, debil itamos opescoço e os braços, para umulterior ataque.

Também batendo nosmúltiplos pontos do corpo,obteremos o máximo efeitosobre o órgão e um potencialmais considerável. Batendo-lhes simultaneamente, adisfunção severa é iminente

(dependendo de novo de umacesso adequado e da dureza

Evan Pantazi

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do ataque). Como o corpo está bem equilibrado pelanatureza, possui a habilidade de deslocar o excesso decarga energética para outras áreas, para se auto-proteger e se auto-conservar, é bilateral, o que querdizer que tudo o que acontecer num lado docorpo e afectar os nervos desse lado dacoluna vertebral, se reflecte também nooutro lado. Digamos que atacamos o fígadopor meio de um ponto de pressão. Istoafectará o órgão e também irá convergir eirá divergir outras áreas do cérebro e docorpo. Mas se atacarmos dois pontossimultaneamente, em ambos os lados docorpo, os impulsos convergem dos doislados do cérebro e do sistema nervoso.Nos pontos do corpo deve prevalecer a

precaução e o bom senso, experimentarpode conduzir a

questões graves na saúde e não recomendamos levá-losà prática. Aqui aparecem escritos, a modo de

informação histórica, como interpretação dainformação, só no que se refere às

possibilidades e validez das posturasdas mãos da Kata antiga ou dossistemas de luta.

Na linha central da parte dafrente do corpo, existem váriospontos potentes de fácilacesso, entre as duas secçõesabdominais, uma delas emespecial, ilustra alguns dosprincípios mencionados.Começaremos pelo Plexo Solar,posto que a maioria dos leitoresestá famil iarizada com elecomo ponto de referência e a

Kyusho

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Evan Pantazi

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maioria dos leitores terá sido afectadanesta área, em práticas e actividades.Este ponto dificultará a respiração porquenão só estamos a ter acesso a um nervo,como também estamos a bater nodiafragma. Um golpe directo sobre esteponto resulta muito doloroso e debilitador,devido aos espasmos musculares dodiafragma e dos músculos da área local.Esta concentração de tensão musculartambém rouba forças a outros músculos esistematicamente debilita toda a estruturacorporal. No entanto, existe um modoainda mais destrutivo de atacar esteponto, que causa dor e disfunção aindamais agudas. Se se bater com umasuperfície pequena, como é um nó dosdedos, e num ângulo de 45 graus,estaremos a mandar um impulso directoao sistema nervoso. Se batemos com opunho ou mesmo com a palma, a dorinterna e a disfunção não é comparável aquando empregamos um só nó dosdedos ou um ataque similar. O punhopermanecerá especialmente na superfíciemais exterior dos músculos e nascostelas; isto provocará a contracção daestrutura muscular em volta, aumentandoa densidade e a habilidade protectora.Empregando um só nó, batemos no nervocom uma superfície menor e enviamos oimpulso directamente à cavidade corporale ao órgão interno. Evitando a costela e aprotecção muscular, faremos com que osmúsculos se relaxem, em vez de secontraírem quando os atacam maisamplamente. Não só se provocarão ossintomas explicados e anteriormenteditos, como também a dor alcançará ascostas, as regiões da parte baixaabdominal e as pernas. Isto provocaráuma grande dor, a contracção dodiafragma conduzirá a problemasrespiratórios, perda do controlo dabexiga, disfunção dos músculos daspernas e alterará o estado deconsciência. De maneira que, paraconseguir o máximo efeito, não só éimportante a situação do objectivo comotambém o ângulo de ataque e a arma.Apesar de poder parecer tão poderoso,

isto também pode ser intensif icadoempregando os pontos do braço antes deatacar o plexo solar. Como antesdissemos, os nervos do braço mandamimpulsos nervosos à coluna, de ondesimultaneamente viajam para o cérebro e

descem através dos nervos da espinhadorsal. Isto activa e altera todo o sistemanervoso central e também muitos dosnervos da periferia, duplicando outriplicando os seus efeitos.Este processo funciona de duas

maneiras, porque intensifica tambémtodos as pancadas e efeitos sobre osnervos da cabeça, depois de bater noplexo solar com o mesmo processo. Demaneira que se batemos no adversário noST-5, apesar de os efeitos seremimpressionantes, serão muito maioresdepois do impulso nervoso convergir coma coluna desde o ataque ao plexo solar,em direcção ao cérebro, estimulandotodos os nervos do crânio no processo.Para um método mais perigoso,

devemos combiná-lo com outro pontocorporal que provoque ramificações eefeitos mais graves até. Justamente naparte lateral do corpo, ao mesmo nívelque o plexo solar, encontra-se um pontochamado Spleen-21 (Baço-21), no pontomédio entre a parte da frente e as costas.Este ponto deve ser golpeado justamentede lado, com um nó pequeno, com umapequena rotação para pinçar o nervointercostal contra a costela. Os golpessimultâneos convergirão em duas áreasdiferentes em direcção ao cérebro eatravés do sistema nervoso central eperiférico, e também convergirão nosmesmos órgãos.Empreguem qualquer combinação

destas variações, tais como os braços eos ataques múltiplos ao corpo, e podemimaginar o factor da intensificação. Porexemplo, se são assaltados e respondemcom um golpe aos nervos do braço queataca, adiantem o corpo para um golpeduplo e será devastador para os órgãosinternos e para a saúde do atacante. Atrasar a função normal de um órgão

para causar a sua falha ou disfunção, quepor sua vez pode provocar toxicidade,cansaço e danificar uma ou váriasfunções do corpo. Se não se tratar (namedicina antiga o acesso aos mesmosera pouco comum e não se entendiacomo necessário) podem produzir-semais efeitos graves a longo prazo; nashistórias e lendas este é o método maisutilizado e admissivelmente responsávelpelo “Toque da Morte Retardada”.De novo, é preciso ir à origem e não só

à superfície.

Kyusho

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Na sociedade da comodidade, o antigo espírito desacrifício dos pioneiros é uma experiência poucocompreendida. Entretanto, o carácter e a entidaderesultantes daquelas vivências, tornou possível osucesso de que hoje em dia gozam as AM. Assim reza o provérbio: "De avós ricos… netos

pobres!"No entanto, o erro não reside nos sistemas

Marciais, os quais se têm sabido sofisticar einclusivamente evoluir positivamente, como indica onosso convidado de hoje na capa, o Grão-MestreKwang Sik Myung. O erro tem como base uma visão do mundo que

afunda as suas raízes em conceitos como o direito(em detrimento da obrigação ou do dever), a paz,como oposto da guerra (quando esta não é senão asua ausência!), resumindo, a "bondade Universal detodas as coisas", em vez da visão de um guerreiro:permanentemente em alerta perante um mundohostil, onde a Paz é antes uma conquista, filha da suahabilidade para reconduzir as tensões, que não umresultado "do estado natural das coisas". Portanto,seria bom que vivesse num estado de "ânsia infinitade paz", de se armar cavaleiro e preparar-se para aguerra, pois é o guerreiro consciente a únicaautêntica garantia da Paz e não o que a perseguecomo fim, pois afinal, (este é o sentido paradoxal dascoisas…), sempre encontramos aquilo de que fugimos.

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Hapkido

Hoje visita estas páginas um guerreiro àmoda antiga. Fiel herdeiro da tradição que oseu Mestre lhe legou, parti lha nestaentrevista, com todos nós, o conhecimento eas experiências de um tempo heróico, otemperamento dos pioneiros, um espelho noqual não devíamos deixar de nos ver, da formacomo vai o mundo. Por isso vos convido a escutarem com

atenção e respeito os seus conselhos, semprejulgamento, pois dos grandes Mestressempre há algo para aproveitar, que nemsequer é técnica. Entretanto, os amantes doHapkido estão de parabéns por contarem coma possibilidade de também entrarem maisprofundamente nas técnicas que o Grão-Mestre Kwang Sik Myung quis partilhar comeles em primeira-mão, através de um vídeorealizado expressamente para os seguidoresdesta publicação. Como bem sabem, esta iniciativa audiovisual

da Budo International baseia-se na ideia depoder ter um veículo de aprendizagem dequalidade, vista a falta da adequada atençãoque como colectivo mereceríamos nos meiostelevisivos. Estes produtos são possíveisdevido à gentileza dos autores, mas tambémao interesse dos estudantes de poder teracesso a um material de alta qualidade técnicana sua própria casa, sem necessidade deviajar a outros países, para assim poderescolher o seu caminho, ou aprender demuitas mais fontes das que era possível nopassado. Os seus preços estão em função daprocura, e como costumo dizer: Isto, para beme para mal, não é futebol!, de maneira quetemos de nos adaptar. Para nós é sempre uma alegria contar com

gente de grande qualidade como o Mestre quehoje nos visita, para assim culminarmos onosso destino como líderes mundiais nacomunicação do sector. Por isso, e depassagem, que conste que agradecemos avossa atenção e o apoio mensal a estainiciativa, pois sois vós, os nossos leitores,que tornam tal possível, com a vossa paixão,que é a nossa, pelas Artes Marciais.

Alfredo Tucci

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Grão-Mestre Kwang Sik MyungHistória viva doHapkidoPresidente da World Hapkido

Federation (Federação Mundialde Hapkido), o Grão-MestreKwang Sik Myung é o herdeirode um legado muito especial,uma disciplina Marcial queaprendeu pelas mãos do seufundador, o Grão-Mestre ChoiYong Sul.Estimados leitores, hoje têm na

capa e neste artigo, uma dasfiguras mais importantes das ArtesMarciais e com toda a certeza,uma referência iniludível sefalarmos do Hapkido no Mundo, oGrão-Mestre MYUNG, KWANGSIK, 10º Dan e Presidente daWORLD HAPKIDO FEDERATION.E isto não é uma opinião ou umaafirmação à toa, de facto, o GM:

Hapkido

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recebeu o 10º Dan pela própria mão do seu Grão-Mestre, o fundadordesta Arte, o Grão-Mestre Choy Yong Sul.O nosso convidado de capa deste mês é, sem dúvida, uma

pessoa muito especial, de grande qualidade humana esensibilidade, mas como é frequente entre os Mestres marciaistradicionais, com um enorme carácter; é homem de princípios ecom um código de conduta Marcial. Este é o resultado de umavida inteira de dedicação à Arte.A sua vida mudou quando em 1950 estudava na Escola

Superior. Iniciou-se então no que na época se chamavaHapkiyukwonsul. Esta era a denominação que o Grão-Mestre ChoiYong Sul dava à sua Arte marcial. Parte essencial da sua formaçãodecorre na montanha Taebaek, onde levou uma vida monásticaconsagrada à prática do Ki, entre outras técnicas. Depois teve queassumir o seu destino e hoje é o herdeiro e Presidente daFederação Mundial de Hapkido. Coreano de nascimento, presentemente, já há alguns anos, vive

em Los Angeles, Califórnia, onde continua o seu empenho, o seudestino e obrigação, que mais não são que a difusão da sua ArteMarcial. Na dita tarefa tem conseguido grandes êxitos graças aoseu empenho pessoal, ensinando sempre de uma maneiratradicional, mas também devido à grande difusão nas melhores emais prestigiosas revistas de todo o mundo; escreveu numerososlivros e realizou vários vídeos demonstrativos, que têm tido uma

grande difusão em grande número de países. Como bem sabem, o 10º Dan só está na posse

dos fundadores ou criadores de uma Arte Marcial.Tal distinção, enquanto eles tal não decidirem, nãopode ser de mais ninguém. O Grão-Mestre ChoyYong Sul só concedeu o 10º Dan ao GM: Myung.Para aqueles que não são alheios às tradiçõesmarciais, isto quer dizer que, consequentemente,ele foi o escolhido pelo fundador para depositar oseu legado, quer dizer, passou-lhe a obrigação decontinuar a dirigir a Arte do Hapkido no Mundo. O Grão-Mestre Myung é, como podem

facilmente imaginar, um grande e versadoHapkidoka. A maioria dos grandes Mestres destabela Arte Marcial passou pelas suas mãos, comoseus alunos, e pela World Hapkido Federation.O GM: Myung é tudo isso que a gente espera

encontrar num grande Mestre, o que por outro ladoé muito escasso, pois são poucos os existentes;homem recto, consagrado em corpo e alma aoHapkido, não cessa de viajar pelo mundo,realizando seminários e ensinando esta bela Arte.

Grandes Mestres

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A sua dedicação só é comparávelao seu entusiasmo, o que não deixade ser assombroso num homem dasua idade. Como pessoa, tratadona intimidade é amigo dos seusamigos; amante da família, acimade tudo dá valor à lealdade.Hoje chega às nossas páginas

num merecido reconhecimento,disposto a parti lhar toda a suaexperiência e conhecimentosconvosco, amigos leitores, não sóatravés desta entrevista, mastambém graças a uminteressantíssimo trabalho deinstrução em vídeo, com o qualestamos certos que ficarãocomprazidos. Isto ajudará a dar aconhecer ainda mais, muitos maisaspectos técnicos da Arte; não éem vão que a sua metodologia deensino lhe tem proporcionadogrande fama Mundial. Por expresso desejo do GM:

Myung, queremos distinguir osentido de alguns termosempregados na entrevista, porexemplo: O Mestre nunca diz"TREINO" mas sim "PRÁTICA"; eleconsidera que a primeira palavratem uma conotação desportiva,enquanto que a segunda possui um

sentido puramente Marcial. Para oGrão-Mestre, o Hapkido é uma ArteMarcial em toda a sua dimensão,NÃO um desporto, assim pois,também falará de "DISCÍPULOS" enão de "ALUNOS", etc.…Os Mestres tradicionais, como o

nosso convidado de hoje,possuem um sentido muitodefinido das suas Artes, que podesurpreender no Ocidente, contudo,será bom recordar que a força dasArtes actuais provém das suasorigens e que a via do guerreironão é o resultado de geraçãoespontânea mas de uma maneirade ver a vida. Por isso NÃOpercam nenhum detalhe daentrevista!

ENTREVISTA

C.N.: Como era a prática doHapkido com o GM: Choi YongSul?

GM:: Myung: Muito dura,demasiado dura! Ele morava em Taegu, no Sul da

Coreia, e normalmente vinhaensinar-nos em Seul; mas às vezestínhamos de ir até lá e percorríamosmuitos quilómetros para poder

aprender, isso desenvolvia em nósum verdadeiro espírito de sacrifício.As pessoas procuram acomodidade e muitas, muitas vezesa qualidade não costuma estarperto da comodidade. Erarealmente muito duro…

C.N.: Que recordações temdaquela prática?GM:: Myung: A dor. O tempo

todo era doloroso! Sempre nosfazia chorar, era muito duro. OMestre Choi t inha um caráctermuito forte e uma grandepersonalidade, por vezes pareciaque me ia quebrar o braço e eledizia: "Tens que ter paciência" eapertava ainda com mais força.Algumas vezes, realmente penseique ia morrer!

C.N.: Alguma vez pensou emabandonar?

GM: Myung: Não, nunca! Aindaque, em determinadas ocasiões,pensasse que devia estar malucopor continuar a praticar. Agorasinto-me muito satisfeito por terseguido adiante, mas naquelaépoca, só estava contente quandovoltava para casa.

Hapkido

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C.N.: Que técnicas eram maisperigosas e qual delas lhe custoumais aprender?

GM: Myung: Muitas técnicas. Amaioria das técnicas de Hapkidopode ser muito perigosa.

C.N.: Em todos esses anos,qual foi o momento mais difícilpara si?

GM: Myung: Sem dúvida, quandome retirei para as montanhas, paraaprender com os monges, isso foimuito duro, custou-me muito.

C.N.: Porque tomou adeterminação de se retirar paraas montanhas?

GM: Myung: Porque, apesar deter aprendido muito, eu queria ter

um nível mais alto no meupensamento, era uma luta comigopróprio, queria mais e praticar maisintensamente.

C.N.: Levou-lhe muito tempopara alcançar os seus objectivos?

GM: Myung: Estive muito tempono mosteiro… No fim, eu já mesentia lá como numa famíl ia.Ensinaram-me a fazer uma boameditação KI e a melhorar a minhatécnica. Esta é a razão pela qual aminha religião é o Hapkido.

C.N.: Recomendaria aos seusdiscípulos que passassem poresta mesma experiência?

GM: Myung: Claro que sim, é porisso que estou a escrever um livro

contando as minhas experiênciasvividas, apesar de já ter onze livrosescritos sobre técnicas, este estámais dedicado à meditação.Quando morrer, quero que este sejao meu legado para os meusdiscípulos.

C.N.: De que precisa umpraticante de Hapkido para poderchegar à sua Mestria?

GM: Myung: Primeiro tem queter a humildade e o espírito desacrifício, para poder dar tudosem pedir nada em troca. Masacima de tudo, uma mente abertae uma atitude positiva. Se assimnão fosse, não ex is t i r ia oHapk ido nem a FederaçãoMundial.

Grandes Mestres

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C.N.: Como e porque existem tantas escolas de Hapkido na Espanha? GM: Myung: Em Hapkido existem muitas escolas "Kwan". Isso não é nenhum problema, visto todas terem os

mesmos princípios. Tudo teve início com a primeira geração de Mestres e a partir daí surgem as seguintesgerações, que logicamente vão criando escolas; mas é então, e provavelmente por desconhecimento, quandosurgem as confusões. Hapkido só há um! Escolas há muitas e diferentes, porque como todos sabem, o Hapkido éuma Arte e cada um deve expressar-se do seu modo. Portanto, não importa quantas escolas "kwan" haja, o querealmente importa é que todas estejam unidas ali onde o fundador, o GM: Choy, depositou toda a sua confiança,ou seja, na organização Mundial que foi criada por ele, a World Hapkido Ferderation. Por isso, convido todos osHapkidocas espanhóis a entrarem em contacto com o Mestre Reyes, através da Federação Espanhola deHapkido (FEH).

C.N.: Porquê essa petição de destacar a importância de alguns termos? GM: Myung: O Hapkido é uma verdadeira Arte

Marcial, NÃO um desporto. É Arte e ciência; com os seus próprios

princípios e valores fundamentais, como orespeito, a humildade, a lealdade, e o amor àpátria, aos pais, etc.…, que são imprescindíveispara a adequada prática do mesmo. Temos de ter em consideração que o Hapkido,

com a pressão de um só dedo num ponto vital docorpo, pode chegar a provocar a morte, portanto,deve compreender a grande importância demodelar o carácter de quem recebe estesensinamentos. Um Artista Marcial "PRATICA", um desportista

"TREINA". De uma autêntica Arte não se podepretender fazer um desporto, com as suas regrase normas, porque nas ruas, por desgraça, nãoexistem regras nem normas; no entanto, podemser realizados eventos onde o Artista Marcial(sempre que o seu Mestre o autorize) desenvolvae mostre as suas faculdades, mas são duascoisas muito diferentes. O verdadeiro ArtistaMarcial tem que deixar de lado o seu ego.

C.N.: Como se sente sabendo-se apoiadopor tantos discípulos de todos os países domundo?

GM: Myung: Muito orgulhoso; todos são muitodiferentes, mas têm alguma coisa em comum:trabalham muito duro e sabem que estão apraticar uma verdadeira Arte Marcial.

C.N.: Como definiria o Hapkido, com as suaspróprias palavras?

GM: Myung: Hapkido é o caminho daharmonia. O Hapkido, na realidade, é como amãe de todas as artes marciais. Uma mãe que tem muitos filhos e o Hapkido, por ser a Arte mais completa, écomo se tivesse muitas e diferentes Artes, tanto de combate como marciais. É como uma mão e cada dedo é umaarte: Karaté, Muay-Thai, Taekwondo, Kung Fu, Gumdo, Ki Gong, etc.

C.N.: O Hapkido é agora diferente de como se praticava nos seus inícios?GM: Myung: Com certeza; tem evoluído e tem-se desenvolvido com a prática e o ensino. Temos pesquisado

como depurá-lo e como adaptá-lo aos novos tempos. As situações de agressão de agora não são as mesmas de

Hapkido

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Grandes Mestres

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há cinquenta anos atrás, bem como a mentalidade dos alunos. Sempre trabalho nadirecção de melhorar não só a Arte Marcial em si mesma, como também, e nãomenos importante, a maneira como esta pode ser ensinada melhor. Ao longo dotempo e depois de milhares de seminários em muitos países, tenho podidoobservar estas necessidades quando surgem e por isso, cada ano realizoum novo vídeo, para mostrar as melhorias realizadas, assim como asnovas técnicas.

C.N.: Pensa que esta evolução poderia confundir ospraticantes de Hapkido?

GM: Myung: Não, claro que não. As técnicas possuem sempreos mesmos princípios fundamentais, a mesma essência, o quemuda é só a prática das mesmas e a visão das mesmas. Porexemplo, os discípulos dos Estados Unidos, da Espanha ou daCoreia não têm as mesmas inquietudes. Os coreanos preferemos pontapés, porque a Coreia é um país com muitasmontanhas e isso leva-os a ter umas pernas fortes. Na Américapreferem os punhos. Bem, o Hapkido tem as mesmas raízespara todos: só muda a maneira em que se ensina, adaptando-seàs circunstâncias sociais, porque as formas de agressão sãodiferentes em cada país, mas o que nunca muda, nem mudará, são osseus princípios fundamentais.

C.N.: De que princípios está a falar?GM: Myung: Da água, da harmonia e do círculo.

Hapkido

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C.N.: Qual o significado que têm?GM: Myung: O primeiro significa que, à semelhança da água, pode modelar,

limar e inclusivamente destruir a rocha, um poder pequeno pode enfrentar umgrande poder. Uma pessoa mais pequena ou mais débil que outra, não requer da força para

vencer, porque o Hapkido utiliza pontos de pressão, de maneira que pode magoarfacilmente.

Nos seus começos, o Hapkido era ensinado só a membrosda nobreza, a famíl ia real e aos monges, que eramfisicamente mais débeis que os homens do campo. Era umaarte marcial secreta e ensinava a enfrentar com êxito umadversário mais forte, ou até contra vários adversários aomesmo tempo. É fácil fechar o punho, mas se se torce umdedo, ou até se quebra, podemos fazer cair o adversário. Nósensinamos esse tipo de técnicas.O segundo faz referência ao facto de o corpo humano ter duas

correntes de energias: a interna e a externa. A externa é fácil de ver:como se bate, com que rapidez se é capaz de correr, quanto se pode

saltar… Tudo isso está limitado, podemos constatá-lo nos JogosOlímpicos: as marcas diferenciam-se muito pouco umas das outras, mas

a energia interna não tem limites. A respiração tem muito a ver com isto, por isso fazemos exercícios de

respiração em cada aula. A filosofia coreana diz que o Universo é imenso e ocorpo humano é pequeno, mas o homem pode ser igual ao Universounificando-se com ele. Assim como existe a Lua e o Sol, o corpo humanotambém tem duas partes que são chamadas em coreano Um e Yang.

O ano tem quatro estações, o homem tem quatro extremidades. Aslinhas da Acupunctura são doze, como os meses do ano, e os pontosde pressão são 365, como os dias do ano.

Grandes Mestres

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Os pontos de pressão podem ser utilizadosde duas maneiras: com eles se pode dar avida, ou com eles se pode tirar a vida. EmHapkido existem várias formas de pressionar;se se pressiona de determinada maneira,podemos curar, se o que queremos é magoar,um Hapkidoca pode insensibilizar, ferir e atématar.O terceiro princípio é o círculo e trata da

união. Quando um homem e uma mulher seunem para formar uma família, também fazemcrescer a sua comunidade e o mundo. Cadaum de nós forma parte de um grande todo,

onde devemos tentar fazer prevalecer aharmonia e a paz.C.N.: Para finalizar, poderia dizer-nos o que

representa para si o Hapkido?GM: Myung: Sem dúvida, o Hapkido é a

minha vida e a minha religião, uma forma devida.

C.N.: Obrigado pelas suas palavras eestamos muito satisfeitos por ter queridopartilhar os seus conhecimentos com osnossos leitores.

GM: Myung: Obrigado a vocês.

Hapkido

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O Aikido não tem só um ponto de vista, é umavisão universal, fruto da genialidade de O’SenseiUeshiba. Por isso, cada Mestre é uma ocasiãoúnica e irrepetível de perceber o que de inefávelexiste na Arte sem artifícios, o verdadeiro espíritodo “Budo amoroso” de Ueshiba. Para além datécnica, subjaz a pessoal leitura da mesma, massempre fruto desse grande princípio: a adaptação.Talvez seja por tudo isso que, no Aikido, mais doque em qualquer outra Arte, a íntima relação como Mestre adquire transcendência nas formas. Épreciso conhecer os Mestres e treinar com eles,olhar para eles, observar a sua maneira de mover-se e absorver as suas maneiras. Hoje trazemos ànossa capa um desses Mestres que é um prazerapresentar. Ele dirige o Aikikai de Osaka, um dosmais destacados centros da Arte no Japão.

Amável, tranquilo, deixa escapar um sorrisotímido de vez em quando. Gosta de ouvir ossilêncios em que não se perturba, “respira-os” epercebe sem julgar: É um Mestre das ArtesMarciais e é o chefe instrutor do Osaka Aikikai.Hoje, além desta entrevista, temos o prazer deapresentar o seu primeiro DVD com a Budo. Paraos estudantes de Aikido do Ocidente, é umaocasião para conhecer em primeira-mão o que estáa acontecer no Japão dos nossos dias, no que àArte de Ueshiba diz respeito. Para nós, é umprazer e uma honra contar na galeria dos nossostítulos com este grande Aikidoka.

O Mestre Kazuo Nomura é entrevistado por Malet Alexandre.Tradução do Japonês para o Inglês realizada por Andrea ForbesJohnson. Os desenhos são de Fumihito Umeda.

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Aikido

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Cinturão Negro: Quando se iniciou no Aikido?Kazuo Nomura: Comecei com o Aikido em 1969, sob a

orientação do último Bansen Tanaka Shihan. Recebi o graude 6º Dan em 1982.

C.N.: O que é Aikido?

K.N.: Aikido é uma arte marcial moderna consolidada, deelementos do antigo Ju Jitsu japonês e criada por MoriheiUeshiba, também chamado O’Sensei.Partindo de uma arte marcial, ele transformou-a numa

forma de vida (michi do). Através da prática das técnicas,desenvolveu um fundamento mental que nos ensina a viver.

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O’Sensei disse que a prática de Aikido e a paz mundial estãointerligadas a nível individual. Actualmente, muitas pessoaspraticam Aikido, visto este se ter estendido por todo o mundo.

C.N.: De acordo com a sua experiência, Aikido é…?K.N.: …"O Budo do Amor e da Paz". Não se trata de lutar

com outras pessoas, mas de uma forma de vida com a qualposso cultivar a minha consciência. Através da prática eu

melhoro; ensina-me a fixar um objectivo para aperfeiçoar omeu carácter. O objectivo sempre inalcançável é ter ocarácter de Deus, ter em mente a perfeição. O’Sensei disse:"O treino espiritual acaba quando morres."

C.N.: A sociedade de hoje é pouco segura e é violenta.Não é difícil aplicar o princípio do "Budo do Amor e daPaz" na nossa sociedade?

Aikido

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Aikido

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K.N.: Quando enfrentam a questão da violência, algumas pessoaspensam que as armas são necessárias. Também há aqueles que pensamque apenas devíamos evitá-la. Aí vemos o primeiro passo no Bujitsu,passando de empregar a violência para o uso correcto da força. Na práticado Aikido queremos passar do nível das técnicas para o caminho Do, paraevoluirmos para a próxima etapa. Através da nossa prática do Aikido,podemos encontrar a resposta para a questão final, como proteger-nos ecomo enfrentarmos a violência.

C.N.: Qual a ensinança principal de Tanaka Bansen Shihan que maisinfluiu na sua prática de hoje?

K.N.: O Aikido ensina-nos tudo. Em especial, lembro-me que nos dizia"entra desde baixo". Desce as tuas ancas, chegas a ser um com omovimento de entrar desde baixo. É uma técnica que também se aplicana vida quotidiana. Há um provérbio que diz: “O arroz já completamentemaduro, inclina a sua cabeça”. Quer dizer que quanto mais uma

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pessoa cresce como serhumano, mais modesta setorna. Realmente, oprovérbio descreve isto.

C.N.: O que sepode conseguiratravés da práticado Aikido?

K.N.: O Aikido éuma maneira perfeitade nos defendermos ede permanecermossaudáveis. Através daprática, podemoscultivar o sentido dapaz, está l igado comrelaxar a mente. Asrelações pessoaismelhoram edesenvolvemos umsentimento de gratidãopor tudo o que nosrodeia. Não se trata dastécnicas, mas da maneirade viver a vida.

C.N.: Em que difere oAikido de outras ArtesMarciais?

K.N.: O Aikido é muitodiferente de outras artesmarciais em várias maneiras. Astécnicas não são para lutar evencer. É um treino na maneirade aspirar à perfeição como serhumano. A busca da paz e fazertudo o melhor possível para nosmelhorarmos a nós mesmos, é oque torna o Aikido único. No Aikido, é importante cooperar

com o parceiro de treino. Isto quer dizerque ambas as pessoas devem concentrar-se num movimento correcto. Uke dá a suaenergia a nage (tori), para obter o máximo datécnica. Não se trata de quem é mais forte, o quese procura é aperfeiçoar o movimento. Partedesse aperfeiçoamento do movimento consegue-se através de não o forçar, achando a maneiramais razoável de se mover, conforme a própriaforça.

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“Acima de tudo, necessitamos do poderda respiração. Na prática quase que

não usamos os nossos músculos,mas como mais uma maneira de

praticarmos, usamos o poder darelaxação com avisualização e a

intenção”

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C.N.: O que é considerado um “nível alto em Aikido”?K.N.: No Aikido repetimos: “Pratica uma técnica de cada

vez”, porque temos que poder executar a técnica sempensar nela. Resumindo, devemos poder deixar ir o nossopensamento sem que nospreocupemos com o movimento.Podemos transcender a formasem tratarmos de ser especialcom respeito a ela.Neste estado, podemos

manifestar incontáveispossibil idades. Não hánenhum limite e esta é aorigem de sentir o Budo.

C.N.: Como funciona o Ki noAikido?

K.N.: Penso que o Ki se baseiana consciência e na energia,chegar a ser consciente domovimento da outra pessoa emisturar-se com o seu Ki.Isto também implicamisturar-se com a energia doUniverso (toda a energianatural). O Ki tem uma forçaque contacta. Inclusivamentequando o oponente é uminimigo, tratamos dedesenvolver uma consciênciacomum com a outra pessoa.Também tratamos de reconheceras nossas bênçãos.

C.N.: Qual seria o seuconselho em relação àprática do Aikido?

K.N.: Acima de tudo,necessitamos do poder darespiração. Na prática quaseque não usamos os nossosmúsculos, mas como maisuma maneira de praticarmos,usamos o poder da relaxaçãocom a visualização e a intenção.O nosso poder deve vir do nossocentro (tanden), devemos deixarcair o nosso peso, estabelecendoo nosso sentido do centro. A soma

das nossas consciências pode ser libertada de uma só vezdesde o nosso tanden.

C.N.: E em relação ao treino com armas?K.N.: Quando nos começos iniciamos o treino, o facto de

usar armas tem tendência a interferir com o processo deaprendizagem da forma e o movimento. Logo que seaprende correctamente o movimento, penso que a práticacom armas é positiva e devemos saber como usá-las. Étambém uma maneira de aprender acerca do movimento, deum ângulo diferente.

Aikido

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Série TécnicaKatatedori kokyuho

1. Uke ataca ao centro do parceiro de treino.Nage (tori) desce o seu peso e concentra-se em não

perder o equilíbrio, portanto, a sua circulação de Ki écontínua, estável e pode misturar-se com o Ki de Uke.

2. Desce o teu peso, relaxa a parte superior do corpo econcentra o teu Ki na parte mais inferior do teu corpo.

Quando se juntarem, larga o teu Ki para a frente,pensando numa circulação em espiral, para mudar de

lugar o centro do teu parceiro.

3. Concentra-te no teu equilíbrio e relaxa o teu tandenmais baixo.

Larga a potência da tua respiração desde o teu tanden.

4. A tua mente é livre e ela dilata-se indefinidamente. Oteu Ki segue a tua mente e a técnica aplica-se por si só.

Podes controlar e proteger o teu parceiro de treino deuma lesão, em qualquer momento.

C.N.: O que é importante para melhorar?K.N.: Não ser vaidoso. Lembrar-nos de que nunca seremos

perfeitos mesmo continuando com a nossa prática. Podemossempre melhorar, todos nós. Além disso, só podemosmelhorar se continuarmos a praticar com paciência eperseverança. Também é importante reparar em bonsexemplos e imitá-los.Também é muito importante sermos objectivos acerca da

nossa própria destreza. Reconhecer os pontos fortes e osdébeis.

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C.N.: Qual o conselho para aqueles que se iniciam na prática de Aikido?K.N.: Nos inícios, lembrarem-se de todos os detalhes de cada técnica pode ser esmagador.

Quando já te lembras de todos estás no nível um. No entanto, muitas pessoas abandonaram oAikido antes de chegarem a esse nível. Como uma arte marcial completa, o Aikido está aberto atoda a gente. Devido a isto, há uma tendência a aproximar-se e estudar acerca do Aikido de umamaneira demasiadamente superficial.Se não se leva a prática a sério, apenas estaremos a exercitando os movimentos. Portanto, o

meu conselho é tratar de desenvolver um sentimento por cada movimento e não nospreocuparmos tanto pelos detalhes. Ninguém o pode fazer na perfeição desde o princípio, só tratade o fazer tão bem quanto possível, estando atento a quem nos rodeia.

C.N.: Quais são os outros níveis?K.N.: O primeiro nível é seguir os princípios das técnicas. Pode reforçar o corpo e aumentar a

concentração. O segundo nível é pensar e estabelecer objectivos para melhorar. Chegas a ser flexível e a

reajustar-te consoante as tuas necessidades para alcançar os objectivos. Chegas a ser moderado,estável física e mentalmente, portanto, a energia corre mais facilmente. O terceiro nível é praticar; em Japonês usamos a palavra "Keiko". No terceiro nível a prática no

dojo e na vida quotidiana é a mesma. Em qualquer coisa que fizeres ou pensares, estás conscientede que é parte da tua prática. Tudo é prática, portanto, o teu treino não tem forma, mas écompleto. É Budo. A tua energia mistura-se com tudo. Sentes as coisas antes de as escutares, deas veres, de as cheirares ou tocares.Resumindo brevemente: o sistema de 3 níveis pode levar-te a 3 importantes destrezas marciais •1 A Solidez•2 O controlo•3 A sensibilidade (o adversário já está derrotado antes de começar o combate)

C.N.: O que quer dizer que o adversário já está derrotado? Anteriormente disse que não setrata de vencer!

K.N.: Quero dizer que o objectivo é vencer sem lutar e não vencer lutando. O meu treino baseia-se neste princípio.

C.N.: Como se pratica este princípio?K.N.: Só sendo treinado propriamente por ti, sendo realmente amável com os outros. Começa

pela tua própria família e no dojo. Então ficarás mais consciente da realidade no espaço que terodeia.

C.N.: Obrigado, Mestre Nomura.

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Aikido

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Todo sistema tem limites e quando se necessita passar de um sistema para outro, devemos de aprender outraArte e isto é o que o Kapap tenta evitar. Isso é o Kapap, combate cara a cara, uma ponte entre sistemas. Oseu fundador deixou-nes uma frase cujo conceito empregam outros estilos de artes marciais tradicionais:“Não portes uma arma, sê tu mesmo a arma”. Se a tua mente, o teu espírito e o corpo são a arma, tu serás umaarma que será também efectiva quando portares uma arma. Este DVD da “Avi Nardia Academy”, trata daconexão entre a “velha escola” de Artes Marciais e o moderno CQB (Close Quarters Battle). A experiência como comandante nas IDF (Forças de Defesa de Israel) e oficial treinador da principal unidadeanti-terrorista israelita, ensinaram a Nardia que cultivar a mente e o espírito do guerreiro deve considerar-seprioritário ao simples treino do corpo. Entre outros, estudaremos a segurança com armas, os convincentes paralelismos entre o Iaido e a adequadamanipulação de uma arma de fogo. As armas de fogo são a última hipótese em armamento individual, mas nãoescapam à eterna sabedoria e à lógica da velha escola. Exercícios de treino adaptados do BJJ, exercícios dedesarme e o acondicionamento inteligente do corpo mediante exercícios, com explicações sobre os benefíciose as precauções. Um DVD educativo, inspirador e revelador, recomendado aos praticantes de todos os estilos,antigos e modernos.

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O seu nome surgiu com muitíssima forçano panorama internacional das ArtesMarciais, sendo capa nas três principaisrevistas Norte-americanas e nas 7edições de Budo International na Europa ena América Latina.

De onde vem este sucesso? Nos temposdo "Cross fighting", os estilos com odesenvolvido por este Mestre possuem,sem dúvida, um encanto especial. Umresumo compreensivo e prático paragerar lutadores completos no seio de umaorganização bem dirigida, que se ocupa,de maneira inovadora, de atender àevolução da aprendizagem dosestudantes.

Ainda não tinha tido o prazer deconhecer o Mestre Harfouche até aonosso encontro por ocasião do Hall ofFame da "International School of MartialArts" do ano passado; foi uma agradávelexperiência que quero partilhar convosco.O Dr. Harfouche é um homem sereno,extremamente educado, sensato eperceptivo, qualidades estas que, semdúvida, devem ser de grande utilidade noseu trabalho como reverendo. A suaimagem não é a habitual de um homemrel igioso e a sua prática das Artesdiscipl inares situa-o numa posiçãoexcepcional em tal meio. Ele afirma que as

Dr. Harfouche

Texto: Burton Richardson.Fotos: © www.budointernational.com

1001 Estrangulamentos!

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“A premissa básicado

estrangulamentoaplicado à defesapessoal é que o

agressorinconsciente é

incapaz de levar acabo a sua

agressão ou, o que é a mesma

coisa, se conseguirmos

deixar o nossoagressor sem

sentidos, já não estaremos

em perigo”

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“O método maisaconselhável para

aplicar umestrangulamento,

é selar o fluxosanguíneo,

impedindo que osangue

oxigenadopossa fluir

até aocérebro,

provocandoassim a perda

dos sentidos”

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pessoas que empreendem uma vidarel igiosa, frequentemente seabandonam, deixando o seu corpofísico em segundo plano, uma

posição com a qual ele de modoalgum está de acordo. O seu

carácter aberto e a suahumildade (isso que tanto

escasseia entre os mestresde AM!), permitiram-lhe

seguir os seus estudoscom outros professorese Mestres, um trabalhoque bem aproveitam osseus alunos, poisi n c o r p o r aimediatamente estasensinanças na suaprópria bagagem. De talcarácter aberto e segurode si mesmo, surge umaespecial capacidade deliderança, uma tranquilasimpatia com a qual é

fácil contactar. Os seusvídeos de instrução foram

cuidadosamente elaboradose resultam de grandeuti l idade para osapaixonados estudantes quedeles se aproximam. Nestaocasião, o MestreHarfouche abordou umdos assuntos que hojeem dia mais interesseestá a despertar entreos lutadores, osestrangulamentos ecomo é hábito nele,esmiuçou de formacompleta ecompreensível. Umtrabalho excepcionalque marcará um antes eum depois no estudodesta matéria.

Dr. Harfouche

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“Uma parte importante doplaneamento de luta do Dr. Harfouche

está relacionada com a aplicação deuma grande variedade de

estrangulamentos em conflitos na rua”

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Apaguem as luzes!

O Dr. Christian Harfouche, Grão-Mestre deShorite Ryu Tai Jutsu, criou um sistemacompleto de treino de Artes Marciaisdenominado Full Body Boxing. O seuobjectivo é oferecer uma visão ampla ecompleta da complexa defesa pessoal aosartistas marciais tradicionais de todos osestilos. Não deseja desviar os alunos e osprofessores do seu estilo original, antes simcomplementá-lo, oferecendo-lhes apossibilidade de dominar mais um sistema.Uma parte importante do planeamento deluta do Dr. Harfouche está relacionada com aaplicação de uma grande variedade deestrangulamentos em conflitos na rua. Apesarda maioria dos mestres saber o que é umestrangulamento, o Dr. Harfouche aprofundamuito no ensino e no treino das diferentesmaneiras de apagar “a luz” do adversário. Ao

Dr. Harfouche

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longo deste artigo vamos apresentar alguns dos conceitosfundamentais ensinados pelo Grão-Mestre.

A premissa básica do estrangulamento aplicado à defesapessoal é que o agressor inconsciente é incapaz de levar acabo a sua agressão ou, o que é a mesma coisa, seconseguirmos deixar o nosso agressor sem sentidos, já nãoestaremos em perigo. Tão importante e valioso como osgolpes é saber aceitar o facto de que uma pessoa sob osefeitos de estupefacientes pode suportar uma incrívelquantidade de impacto. Até os socos, os pontapés, ascotoveladas e joelhadas mais bem encaixados podem terum efeito mínimo numa pessoa que não sente dor alguma.Como se sentiria, leitor amigo, se numa luta lançasse umpotente pontapé perfeitamente situado, e o seu adversárionem sequer pestanejasse? Tenho um amigo que viveu umasituação assim.

Ele chama-se Levi, é dono de uma loja; uma noite, oempregado telefonou-lhe para lhe dizer que umjovem com um estranho comportamento, nãoqueria ir-se embora. Levi, cinto preto, comduas décadas de experiência nas ArtesMarciais às costas, acudiu rapidamente aoseu estabelecimento, para ver o queestava a acontecer. Encontrou um homemde 1,65m, que pesava uns 72 quilos.Nada importante, especialmente sabendoque o meu amigo supera os 100 quilos.Tratou de convencer aquele homem paraque abandonasse o estabelecimento, maseste atacou-o de repente. Levi mandou-lhe umpontapé muito forte à virilha. Um golpe directo!,mas para sua surpresa, não fez qualquer efeito.O agressor continuou a atacar,

então o meu amigo bateu-lhe, com força, como cotovelo na cara, partiu–lhe o nariz, deixou–ocom um olho fechado..., mas ainda assim, o jovem foi paracima dele. Levi conseguiu separar-se, tratou de o levar aochão, onde como um animal selvagem, o agressor seagarrava à barriga da perna e deu-lhe tal mordidela queconseguiu atravessar as calças. O meu amigo afastou-se edeu-lhe um pontapé na clavícula. Ele pôs-se em pé, com oombro visivelmente descaído devido à fractura do osso, mascontinuou a lutar. Levi estampou-o contra a parede e aplicoualgumas joelhadas, enquanto escutava como se partiam ascostelas. O jovem, de gatas, agarrava-se às pernas de Levique, com a ponta do pé, lhe deu mais um pontapé na boca.O agressor levantou-se com os dentes partidos e correu na

Dr. Harfouche

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direcção da auto-estrada. Por sorte, a Polícia acabava de chegar eprendeu o homem antes de se perder no meio do trânsito.

No dia seguinte, Levi e eu falámos deste incidente e danecessidade de aplicar o estrangulamento nestes casos, porser esta a única técnica em que podemos confiar quando oagressor não sente dor. Podem ter a certeza quedepois daquele incidente, Levi incluiudil igentemente a prática dosestrangulamentos no seu treino.Imaginam acharem-se numasituação assim, acrescentando ofacto de o vosso agressor sermuito mais alto e corpulento?Acredito que esta história vostenha motivado suficientemente,para aprofundarem nas técnicasde estrangulamento. Neste caso,o Dr. Harfouche propõe-nosalguns elementos a considerar.

Ele sublinha que existem doistipos básicos deestrangulamentos: selar aentrada do ar e selar o fluxosanguíneo.

Bloqueando o ar,impedimos que este chegueaos pulmões do agressor, oque implica a falta de ar nocérebro e, comoconsequência, a perdados sentidos.Basicamente pode serfeito de duas maneiras.A primeira é fechar atraqueia pressionando

Dr. Harfouche

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“Se alguma vez seencontrarem na

terrível situação de seenfrentarem a um

adversário que estejasob a influência de

drogas, assegurem-seque lhe aplicam uma

técnica deestrangulamento,

para apertar ointerruptor e

“apagar a sua luz”

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fortemente o antebraço contra a parte da frente do pescoço.Apesar de o acto de interromper o abastecimento de ar sermuito eficaz, NÃO É RECOMENDÁVEL! Isto porque se podepartir a traqueia provocando encharcamento de sangue, peloque até que o oxigénio possa chegar aos pulmões, poderápassar demasiado tempo. Também podemos provocar umainflamação da traqueia, em cujo caso o agressor pode morrerpor asfixia. Não se esqueçam que se aplicarem uma técnica deArtes Marciais a um agressor e este falecer, disporão de muitotempo para treinar na prisão. Por esta razão, o nosso desejonão é ferir alguém e, tão-pouco, acabar no cárcere. Pelo queesqueçam a traqueia. Outro modo de selar a entrada do ar étapar a boca e o nariz, tratando de provocar a asfixia; mastapando-lhe a boca arriscamos que nos morda. De maneiraque o método mais aconselhável para aplicar umestrangulamento, é selar o fluxo sanguíneo, impedindo que osangue oxigenado possa fluir até ao cérebro, provocandoassim a perda dos sentidos. A melhor maneira de o conseguir,é fechar os vasos sanguíneos situados em ambos os lados dopescoço. Fechando a linha de abastecimento, cortamos ofluxo sanguíneo, provocando a perda dos sentidos. Este é ométodo mais piedoso e humano para finalizar um ataque.Existem três formas básicas para o conseguir: umestrangulamento com o braço, com a roupa ou com outromaterial adequado, ou uma combinação de ambos.

O estrangulamento com o braço, mais habitual, é o agarrepor detrás, denominado estrangulamento por detrás, ou pelopescoço em forma de V. A chave deste movimento consisteem alinhar o interior do nosso cotovelo com a traqueia doadversário. Apertando com o braço, aumentará a pressão emambos os lados do pescoço, não na traqueia. Se por errosituarem o antebraço sobre a traqueia do adversário,simplesmente basta deslizar o cotovelo até o situarcorrectamente. O programa do Dr. Harfouche inclui muitasmaneiras de chegar a esta posição, assim como vários modosde finalizar o estrangulamento, tanto em pé como no chão.Podemos empregar o braço que fica livre para reforçar oestrangulamento e inclusivamente, por vezes, a mão que ficalivre para segurar o braço do adversário, enquanto se reforça oestrangulamento com o pescoço e a cabeça. É convenientedispor de várias opções para aplicar uma técnica de

Dr. Harfouche

“O Dr. Harfoucheinsiste que os

estrangulamentosdevem

integrar golpes,não sendo assim

aplicados demaneira isolada”

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estrangulamento, para resolver qualquer tipo de situação na qual nãopossamos aplicar a nossa técnica preferida.

Utilizar a gola para aplicar um estrangulamento é outro método muitoeficaz para deixar inconsciente o nosso adversário. A própria gola da roupapode ser ajustada para exercer uma tremenda pressão sobre o pescoço doadversário, sem prejudicar a traqueia. Também se pode usar a modo deasa para aumentar a força de um estrangulamento com o antebraço naparte lateral do pescoço. De facto, em muitos dos estrangulamentospropostos pelo Dr. Harfouche, utiliza-se tanto o antebraço como a roupapara alcançar o objectivo. Aplicam-se os estrangulamentos com a gola dea frente, de o lado, por trás, de cima e de baixo. Num conflito na rua,qualquer pessoa que use um casaco ou uma camisa forte, é susceptível desofrer um estrangulamento com lapela ou gola. Convém dispor de umaampla variedade de técnicas para a sua aplicação.

O Dr. Harfouche insiste que os estrangulamentos devem integrargolpes, não sendo assim aplicados de maneira isolada. É muito mais fácilsituar-se numa posição que nos permita aplicar um estrangulamentoquando o adversário já estiver estonteado ou desequilibrado pelo golpe.Mesmo que não provoque dor, um golpe bem dado pode alterar oequilíbrio do adversário suficientemente para abrir o espaço queprecisamos para “apagar a sua luz”.

O Dr. Harfouche integra também os derribamentos com a anca ou coma perna, assim como outros derribamentos para nos situarmos numaposição adequada para aplicar o estrangulamento. Podem assegurar umbom agarre de gola para o derribar e, quando estiver no chão, transformá-lo numa técnica de estrangulamento. Pratiquem os estrangulamentospartindo de situações com golpes, derribamentos e grappling. Seprecisarem de assistência técnica, o Dr. Harfouche pode ajudá–los.

O GM Harfouche gravou um DVD com uma ampla variedade deestrangulamentos, trabalho precioso que tive o prazer de ver. Incluiestrangulamentos com golpes e derribamentos, em pé e no chão; assimcomo combinações em que se aplicam chaves e alavancas de braçosimultaneamente com o estrangulamento. Se ainda não sabem o que é o“estrangulamento do enforcado”, a “rotação do crucifixo com o pescoço”ou as temidas “tesouras da morte”, não percam o DVD do Dr. Harfouche“Asfixias e estrangulamentos”. Se além disso estão interessados em oadicionar ao vosso sistema tradicional, sugerimos que passem uma vistade olhos ao programa de Full Body Boxing emwww.victorioushands.com.

Para terminar, se alguma vez se encontrarem na terrível situação de seenfrentarem a um adversário que esteja sob a influência de drogas,assegurem-se que lhe aplicam uma técnica de estrangulamento, paraapertar o interruptor e “apagar a sua luz”.

Dr. Harfouche

“Oestrangulamento

com o braço,mais habitual,é o agarre por

detrás,denominado

estrangulamentopor detrás,

ou pelo pescoçoem forma de V”

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Dr. Harfouche

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • KYUSHO 22REF.: • KYUSHO 22

O "Programa de Controlo Táctico Kyusho" (KTCP), foi desenhadopara controlar a escalada de conflitos mediante a pesquisa legal,médica, o aspecto táctico, provas de campo y coordenação. Esteprograma está especialmente destinado, ainda que nãoexclusivamente às Forças de Ordem Público, Segurança,Emergências, Guarda Costeira, Militares, Agências

Governamentais, Escoltas y Segurança pessoal.Este módulo básico se constitui de um

conjunto de 12 objectivos principaisintegrados en 4 módulos de controlo

da escalada de força. Há numerosasestruturas débeis no corpo

humano que podem serutilizadas por um Agente para

simplesmente obter ocontrolo de um indivíduo,mais eficientes que o usoconvencional da forçacomo nos indica oprotocolo. Mais alem daetapa de ordem verbal,numa situação deescalada do conflito, sãoestes pontos (Vitais) doKyusho onde o agentepode fazer uso dos

sistemas internos decontrolo físico, como os

nervos, a estrutura dostendões e os reflexos nervosos

naturais do corpo. No requer degrande força ou de um complexo

controlo da motricidade ou da vista... tudo isso sujeito ao fracasso em

estados de elevada adrenalina. Estainformação está dedicada aos valentes e

resistentes membros das Agências de todo omundo ... Obrigado pelo que fazeis!

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Kihon waza (técnicas básicas) es la parte másimportante del entrenamiento de cualquier Arte

Marcial. En este DVD el Maestro SueyoshiAkeshi nos muestra diversas formas

de entrenamiento de Kihon conBokken, Katana y mano vacía.

En este trabajo, se explica enmayor detalle cada técnica,para que el practicantetenga una idea más clarade cada movimiento y delmodo en que el cuerpodebe corresponder altrabajo de cada Kihon.Todas las técnicas tienencomo base común laausencia de Kime (fuerza)

para que el cuerpo puedadesarrollarse de acuerdo a la

técnica de Battojutsu, y sibien puede parecer extraño a

primera vista, todo el cuerpodebe estar relajado para conseguir

una capacidad de respuesta rápida yprecisa. Todas las técnicas básicas se realizan

a velocidad real y son posteriormente explicadaspara que el practicante pueda alcanzar un niveladecuado. La ausencia de peso en los pies, larelajación del cuerpo, el dejar caer el centro degravedad, son detalles muy importantes que elMaestro recalca con el fin de lograr un buen niveltécnico, y una relación directa entre la técnica basey la aplicación real.

REF.: • IAIDO7 REF.: • IAIDO7

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

Cinturón NegroAndrés Mellado, 42 28015 - MadridTelf.: 91 549 98 37e-mail: [email protected]

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12 Princípios essenciais do Shaolin Kung fu

O estilo de Shaolin não foi criado por uma sópessoa, ele foi desenvolvido em base à experiênciaem combate, de centenas ou milhares de pessoasque passaram pelo Templo Shaolin. O momentomais importante na evolução do Kung fu Shaolin foiquando o Abade Fu Ju (福居) especialista emBudismo, Medicina Chinesa, Kung fu e Literatura,no ano 961, nos inícios da Dinastia Song do Norte,o Imperador Taizu convidou para permaneceremdurante três anos Templo de Shaolin, os 18melhores artistas marciais da época, paraintercambiarem as técnicas do Kung fu. O MestreFuju compilou as melhores técnicas dos 18 estilos eeditou o livro Shaolin Quan Pu (少林拳谱). Nele, sejuntaram as melhores técnicas dos 18 estilos.

o ano 963, o Abade Fu Ju, junto com outros trêsestudantes, criaram uns manuais que constam de 48volumes de Artes Marciais, com 173 formas sem armas e143 formas com armas, todos estão documentados nosarquivos do Mosteiro. Muitos destes manuscritos foramdestruídos no incêndio de 1928, mas de alguma maneira,

o famoso livro Shaolin Quan Pu sobreviveu, tendo sido recentementeeditado em copias limitadas só para a China.Os princípios do Kung fu Shaolin têm sido transmitidos de geração em

geração, de Mestre a aluno, através dos famosos poemas do TemploShaolin. Estes princípios são a chave para que os estudantes alcançaremum bom nível na prática e saibam reconhecer o estilo que estãopraticando, por tanto, todo Mestre de Shaolin deve conhece-los etransmiti-los aos seus discípulos, para o entendimento da prática alcançarcerta profundidade e que não fique apenas na imitação da forma.Se bem a prática das formas no Kung fu é de vital importância, a

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Shaolin

“Os princípios doKung fu Shaolin

foram transmitidosde geração

em geração, de Mestre a aluno,

através dos famosospoemas do

Templo Shaolin”

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essência se perde caso não se compreenderem os princípiosbásicos das mesmas. O Kung fu Shaolin é um dos métodos mais ricos e difíceis de

entender, se não se encontrar o Mestre adequado. Tal comodissemos anteriormente, se não queremos ficar na prática dosuperficial, tem de se indagar mais em profundidade, não só nastécnicas como também naqueles conceitos teóricos e filosóficosque envolvem o estilo de Shaolin.Estes princípios que nos revelam a arte de Shaolin em seu estado

mais puro, são um guia perfeito e um caminho à essência do Kungfu Shaolin. Mas notem bem, de nada vale conhecer os princípios eos não pusermos em prática. 1 – Em movimento, é preciso ser como uma onda gigantesca: No estilo de Shaolin Kung fu, quando se ataca, o corpo deve

assemelhar-se a uma grande onda do Oceano batendo em contraas rochas. O corpo deve permanecer relaxado justamente antes domomento do impacto; nesse momento, o corpo se tensabrevemente, para lançar um ataque esmagador, como se fosse umagrande vaga, que bate com toda a força caindo sobre um grandemuro. 2 – Na quietude tem de ser tão estável como uma montanha: Quando o corpo se move, deve fluir como uma grande onda no

Oceano, mas quando o corpo se detém, se torna tão sólido comouma grande montanha. Em quietude, tem de se chegar a ser tãosólido como uma rocha, o nosso centro de gravidade desce,enquanto que os pés se agarram ao solo e o qi (a energia vital) seafunda na terra como as raízes de uma grande árvore, de talmaneira que somos tão inamovíveis como uma grande montanha.Uma boa maneira de treinar a estabilidade é mediante a prática

do Ma Bu (posição de cavaleiro). O qi se assenta no dan tianinferior, tronco e braços se relaxam e os pés se agarram ao chãocomo se de uma raiz se tratasse. A prática diária do Ma bu ouposição de Cavaleiro, proporcionará ao praticante o necessáriopara ser tão estável como uma montanha.3 – Quando se levantar, tem de ser tão ágil quanto um macaco: Um praticante sem agilidade ver-se-á restringido na luta. Tanto

seja em pé como para saltar, o corpo tem de ser tão ágil como ocorpo de um macaco. Rapidez e agilidade, como as de um macacoque sobe rápido, ágil e em equilíbrio, por uma árvore. 4- Caindo tem de ser tão ligeiro e veloz como um pássaro: Velocidade e ligeireza como um pequeno pássaro descendo de

uma árvore. O rama da árvore se mantém firme frente ao peso dopequeno pássaro. O pássaro pousa suavemente, controlando seu

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Shaolin

“O Kung fu Shaolin é um dosmétodos mais ricos

e difíceis de entender, se não se encontrar o Mestre adequado”

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peso em todo momento. Na prática temos de estarpreparados para realizar uma série de combinações detécnicas, que podem ser varrimentos, quedas, saltos, porisso temos de aprender a controlar o nosso corpo, parapodermos conseguir essa l igeireza e controlo nasmudanças.5 - Sobre uma perna tem de se ser tão estável como um

galo sobre uma pata: Um dos exercícios mais famosos de Shaolin se

denomina Jinji Duli (manter-se sobre uma perna como umgalo). Este exercício foi pensado para trabalhar o equilíbrioe mediante o mesmo, se procura imitar o galo sobre umapata, ou como o grou, a capacidade de dormir sobre umapata. Temos de aprender a procurar um equil íbrioimpecável e o controlo do corpo em geral. Manter-sesobre uma só perna requer não só do factor externo comotambém do excelente domínio da respiração, pausada etranquila. Por sua vez, a nossa perna erguida e o nossotronco devem mostrar-se fortes.6 - Em pé tem de ser tão firme como um pinheiro: Na posição de espera ou abertura prévia à realização

das formas (taolu) ou exercícios de jibengong (exercíciosbásicos), o aluno deve estar preparado com os pésseparados à largura dos ombros, com os punhos nacintura, a cabeça erguida, os ombros para trás, ainda queligeiramente relaxados. Os olhos mostram energia efereza, mesmo que no nosso interior o qi se movimentalentamente, como se de uma nascente natural se tratasse.O estudante de Shaolin Kung fu deverá manter-se nestaposição direito, alto e firme como um pinheiro. Quietudeexterna e movimento interno, escondendo a verdadeiraintenção e preparado para a seguinte acção.7 - As rotações devem ser rápidas e circulares, como os

de uma grande roda:Podemos encontrar as rotações em inúmeras técnicas,

especialmente no estilo de Shaolin, tanto seja girandopara pontapear, bater com os nossos punhos ou realizarum varrimento. Estas rotações devem ser executadas comtoda a precisão, rápidos e constantes, de tal maneira quenão se perca equilíbrio, a força e a velocidade. Nosvarrimentos, o segredo de uma boa rotação radica no eixo(a perna flexionada sobre a qual giramos) e a perna com aqual faremos o varrimento, deve de estar completamenteestendida, a fim de estabilizar o corpo e aumentar a forçaimpulsora da técnica. No que respeita às técnicas de pernas com rotação, de

novo o nosso eixo deve manter-se em perfeito equilíbrio,

os nossos braços acompanham a rotação e a perna comque batemos deve sair tão rapidamente como se setratasse de uma grande rocha caindo e rodando desde oalto da montanha, derrubando tudo por onde passa.8 - É preciso dobrar-se e ser flexível como um arco:Na prática da flexibil idade no Kung fu Shaolin,

encontramos dois tipos de estiramentos. Por um lado, oestiramento estático e por outro o estiramento balístico.Este último é muito importante para desenvolver umamaior força explosiva no corpo e portanto, também paraprevenir as lesões durante as práticas mais exigentes.Quando nos dobramos, devemos ser flexíveis como o

arco no momento de se expandir, ma por sua vez, estaflexibilidade se verá atenuada pela força explosiva,retrocedendo à sua posição inicial. Da mesma maneiraaplicaremos este princípio no momento de contrair eexpandir, tensão e relaxação, como por exemplo nafamosa técnica de Shaolin tui Zhang, onde contraímosantes de bater com a palma e mudamos a direcção, paradepois, finalmente esticar no momento de bater. Em todas as formas (taolu) de Shaolin, vamos encontrar

posições que nos levem a contrair para depois expandir eassim projectar essa força explosiva que sem uma boaflexibilidade, não será possível desenvolver. Tensão erelaxação, suave e forte.O trabalho da flexibilidade também é muito importante

para melhorar o nosso rendimento e saúde, pelo que nãosó devemos deixá-lo apenas para a prática marcial edevemos introduzi-lo a nossa vida do dia-a-dia.9 - Mover-se suavemente como as folhas no vento:Conforme a classificação de estilos nas Artes Marciais

Chinesas, o estilo de Shaolin pertence aos estilosexternos, basicamente por sua dureza, mas aqueles que jáencontramos a raiz do Shaolin tradicional, podemos verclaramente que o Kung fu Shaolin é a perfeita união doexterno e o interno. Suavidade e fluidez nas mudanças,economia de movimentos, ataques fortes e por surpresa;verdadeiro e falso combinados numa mesmatécnica, desenvolvimento do Qi (energia vital)e do enraizamento. Sem todos estesconceitos, a prática do Kung fu Shaolin estáincompleta e não se pode chegar a um altonível de execução.Na prática da luta ou nas formas, devemos

mover-nos com suavidade nas mudanças, osbraços ligeiros, mas à vez tão fortes comouma barra de ferro no momento de bater, o

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Shaolin

“Pela classificaçãode estilos nas ArtesMarciais Chinesas,o estilo de Shaolin

pertence aos estilosexternos,

basicamente por sua dureza.

Mas aqueles que jáencontramos a raiz

do Shaolintradicional,

podemos verclaramente que o

Kung fu Shaolin é aperfeita união do

externo e do interno”

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centro de gravidade baixo e a nossa raiz firme como umagrande árvore milenária.10 - Cair como um bloco de ferro pesado: Quando combinamos a suavidade de uma folha no vento

e o peso do ferro na queda, o efeito na técnica édemoledor, como o de um bloco de ferro caindo sobreuma poça de água. Potência e velocidade na execuçãodas técnicas, mudanças l igeiras e contra-ataquescontundentes, como a pancada de um ferro que cai dasalturas. 11 - Ser como um águia que se desliza lentamente

desde o ar em direcção à sua vítima:Quando a águia detectou seu objectivo, balança

lentamente nos céus, os seus movimentos são suaves eelegantes e desliza firme e com intenção; seus olhos estãopostos no seu objectivo. Como a águia se deslizalentamente no céu antes de acelerar e atacar seuobjectivo, nós devemos adoptar seu semblante ameaçantee feroz e não tirar os olhos do nosso oponente.12 - Acelerar como uma rajada de vento: A velocidade é essencial no Kung fu e nas Artes Marciais

em geral, posto que nos proporciona uma grandevantagem: quanto mais rápidos sejamos, maispossibilidades teremos de derrotar o nosso oponente. Aunião entre respiração e movimento nos ajuda naexecução correcta de acções de avance e retrocesso,mudanças de ritmo, jogo de pés e a manter uma posiçãomais estável. Para chegar a um maior nível de habilidademarcial, devemos ser capazes de acelerarprogressivamente de uma técnica para outra. É importantedistinguir entre velocidade e aceleração. Durante umcombate ou prática de uma forma (taolu), é impossívelmanter a velocidade constante, pelo que alguma vezvariamos a velocidade. Esta variação da velocidade émedida mediante a aceleração; por outras palavras: aaceleração será a nossa capacidade de variar develocidade, frente a uma acção contínua ou uma técnicaem especial.

Shifu Bruno Tombolato

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Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dosShizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexõesgenuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante oabismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva.

O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem domistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente oautor.

Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminhodo guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, quepodem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qualcontemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, decontundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar enão comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo.

Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidadede seu conteúdo.

Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e demanipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoasinteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram ooculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.

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