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Cinturao negro revista portugues 282 fevereiro parte 2 2015

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online 282 - Fevereiro - Parte 2. Ano XXIV

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ais tarde ou mais cedo, todosaprendemos que uma certa dose dedor é consubstancial ao facto de viver.A sociedade moderna nos fez débeisem muitos sentidos: o conforto

amolece e as erróneas maneiras de ver a vida,adormecem a lucidez que a via natural desperta. Apossibilidade de sentir dor é directamente proporcional aograu de sensibilidade. O consolo está aqui, em que acapacidade de sentir o prazer, também o é. Se no centroestá a virtude, nos extremos habitam ambos, assim um eoutro, opostos e complementares, se balanceiam emgraus semelhantes no nosso oscilógrafo vital, consoanteas nossa naturezas. Nem todos os humanos possuímos omesmo grau de sensibilidade e esta, como quase tudo,pode ser desenvolvida.Fisicamente, a dor é um limiar de aceleração molecular

e nunca sucede se não existir um grau de pressão. Estadefinição de dor me parece espectacular, porque visa assuas causas em um plano de compreensãocompletamente diferente do habitual. Seu autor, a meuentender um génio, José Maria Sánchez Barrio, deu novaluz a um assunto que por tratado e inconfortável, só setem enfrentado em Medicina (e até em Psiquiatria!) comsupressores nervosos. Toda dor física necessita desses constituintes, pressão,

a aceleração consequente e finalmente, a inflamação. Aetimologia de inflamação do Latim “inflammatio”,(acender, fazer fogo), define claramente as consequênciasdos processos de pressão. Basta pôr um dedo sobre apele e ir apertando, para compreender que tudo équestão de passar um limiar. Afinal, a zona fica quenteporque toda pressão, em suficiente dose ou frequência,acaba acelerando moléculas que se roçam entre si mais emais, aquecem, inflamam os tecidos e estes expandindo-se comprimem as terminais nervosas. Assim. a dor estárelacionada com o frio e o calor, daí a tremendaefectividade das terapias ligadas à termo-regulação, domeu velho Mestre Sánchez Barrio.A dor é um limiar de aviso. Por aí, não! É um

mecanismo de defesa com o qual os animais nosdefendemos de situações e meios hostis. Não é umamaldição divina, é uma valiosa protecção evolutiva. Osseres vivos imóveis, não necessitam tanto nível desensibilidade, por isso as plantas não possuem um graude percepção do meio tão alto. A sensibilidade é umaconquista evolutiva e como tal, é directamenteproporcional ao momento da aparição de cada espécie.Não sente de igual maneira (em forma nem intensidade)um lagarto que um toiro, nem um toiro que um humano.

O suporte que a evolução desenvolve para isso, tem idocrescendo mais e mais em tamanho e complexidade naescala evolutiva e se denomina sistema nervoso, coroadocom esse grande intérprete de sinais que é o cérebro.Não podemos estudar a consciência, nem o mistério dapercepção sem considerarmos e estudar profundamenteas bases fisiológicas deste mecanismo biológico,essencial a todas luzes, para partir com sólidos cimentosnesta busca.Dado que existe uma correlação contínua entre corpo,

emoção, mente e espírito, não é de desdenhar iluminar asconsequências que podem derivar-se desta descoberta,acerca das origens da dor, considerando as “outras” doresque afligem o ser humano. As leis de excesso e defeitonão conhecem fronteiras e a dor, por vezes tornadasofrimento, se posiciona como ponto de máximo interessena escala de valores pessoais e colectivos. Estamosperante um assunto capital e todo aquele que tenha tidodor de dentes, sabe do que estou a falar, mas tambémaquele que tenha padecido de amores, o desgarro de umaperda, ou a aflição da desgraça. Não em vão, arepresentação dos infernos nas mais variadas culturas é ade um forno, a de uma prisão, ou os seus extremosopostos, pois também existem infernos gelados. O mundo em geral - para nos situarmos no espaço

tempo, está sofrendo um processo de aquecimento, umprocesso de aceleração e finalmente, um processo deaumento de pressão. Os humanos usamosconstantemente estes termos e conceitos na nossa vidaquotidiana, porque tudo é produto do meio e porquetodos estamos inseridos na mesma bolha. O aumento de pressão, a falta de tempo, a aceleração,

são todos sinais facilmente reconhecíveis e seusresultados não poderão ser outros que os anteriormentedescritos, tocando inevitavelmente todos os planos pelofacto de ser humanos. Os mais sensíveis, necessariamente saltaremos antes,

submetidos a esse conjunto de sobre estimulações etrataremos de compreender para frente a essa realidade nosadaptarmos antes. No entanto, o preço sempre é alto e ascicatrizes, inevitáveis. Ninguém se inscreve voluntariamenteao caminho da consciência, ninguém desperta ao mundosubtil da espiritualidade de “motu” própio. A pressão evolutiva: em frente, para cima, para dentro,

em direcção ao Todo, transcende os níveis do físico. Omeio ambiente nos nossos dias não deixa muitas opçõese acelera a toda a máquina, os processos detransformação individual e colectiva. A dor não pode serexcluída desse processo e tratá-la simplesmente comadormecedores físicos ou da consciência, é um erro

“Quem sabe de dor, tudo sabe”Dante Alighieri

“A dor é inevitável mas o sofrimento é opcional”Buda

M

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monumental. Matar o mensageiro não é a resposta à pressão do meio, é sóum recurso excepcional do qual não se deve de abusar, porque isso tambémtem consequências e em um mundo onde as coisas acontecemamontoadas e a toda a velocidade, tem de se redobrar a atenção.

Por outro lado, os sintomas deste momento extremo sãoinequívocos e a excessiva estimulação de todo génerode informação, acabam por adormecernaturalmente os receptores, que “se desligam”,ou levam os indivíduos directamente nessadirecção, seja com velhos meios (álcool,maconha, cogumelos…) ou com novosmeios (psicotrópicos, drogas químicas,etc.…) o resultado é semelhante…

A saturação e o processo deanulação da consciência inclui osmais variados efeitos, (velhoscães com novos nomes) quecrescem exponencialmente:Alzheimer e Autismo são dosexemplos que levam em sisuas análogascorrespondências no plano daconsciência de Ser. O resultadoé pavoroso e o campo debatalha da humanidade estacheio de cadáveres desta batalha.

O pior é que muitos dos caídossão precisamente esses dos quemais necessitamos sua guia, porquejá vinham excepcionalmente dotados deuma extrema sensibilidade; eles formam aprimeira linha de defesa de todos nós e por isso, asbaixas nesse lugar são as mais altas.

O dor é consubstancial à vida, mas o sofrimentonão, este sempre é opcional porque podemos agirsobre ele, tanto deixando sem provisão suas fontes dealimentação (pressão, aceleração, inflamação) comoderivando o excesso de informação que oacompanha. Fugir dele não soluciona os mecanismosque o produzem, antes sim os pode fortalecer.Acicate e defesa natural onde as houver, é o melhor!Não é preciso andar atrás dele, porque de certeza,vem. Esconder-se? Não há lugar onde não chegue;compreender a sua função é começar a desactivá-lo,aceitar a sua existência, é aceitar as regras do jogo.

Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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No mundo da realidade, as nossas regras de confronto (ROE) e a nossa consciência do meioambiente, geralmente são mais importantes que as nossas habilidades físicas de combate.Alguns de nós já temos trabalhado a fundo as nossas ROE. Isto é bom. Ter um sentido do quecada um de nós é e pelo que está disposto a lutar, é um ingrediente essencial para não nosmetermos em assuntos pelos que uno estamos está disposto a lutar. Quem não tiverpensado nisso, poderá dar consigo tendo de resolver as coisas encima da hora, enquantoestá sob pressão e isso não é bom!!!

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or exemplo, alguém grita einstintivamente se grita por umassunto que respeito de simesmo e/ou aosespectadores. Algumas vezestudo corre bem, a situação seacalma. Mas algumas vezes, a

situação é tensa e surge um terrívelproblema: nesse momento é quando se devede determinar se se luta ou não. Casocontrário, é de temer que surja uma baixadada adrenalina da sua programação. Devetemer que isto seja muito mau para futurasrespostas dos depósitos de adrenalina. Devetemer parecer ou sentir-se um covarde. Seresolver lutar, isso quer dizer que está deacordo com brigar… E para quê? Certamente, não por pelo que se teria

lutado se tivesse treinado sua mentalidade! Para mim, mesmo que o limite de cada um

possa variar, um princípio fundamental é "oque pensarem de mim não é meu problema".Claro está que pode haver variantes, mas nofundo, se alguém me gritar, é muito simples;consoante foram as realidades físicas dasituação, posso ir embora ou posso

P

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responder com Judo verbal, que sãotécnicas para diminuir a tensão. Se istofalhar, então terei esclarecido tanto a mimmesmo como a qualquer testemunhaque tiver presenciado, que tratei de evitara luta e agora terei de agir. Isto permiteuma mentalidade sem problemas e ummaior nível de acção e uma testemunhafavorável em caso de se ter que chegar aisso.Minha seguinte regra é "Evitar os três

E". Isto quer dizer evitar a Estúpidagente, os Estúpidos lugares e não fazerEstúpidas coisas!Pôr estas três regras juntas: ser

consciente do meio, o que de mimpensarem não é problema meu e evitar

as três, é evitar a maioria dosproblemas, mesmo antes decomeçarem. Ainda assim, o caprichosodestino por vezes nos deixa emsituações difíceis.Certamente, ser consciente do meio

inclui saber o que vai acontecer com asnossas capacidades físicas.Certamente deveríamos ter habilidadepara "evitar contactos comdesconhecidos". Vejam, por exemplo oDVD "Combate prático sem Armas" donosso catálogo e que contém ummaterial extraordinário para agentesencobertos das Forças de Segurança,da autoria do meu amigo e instrutor dasFO "Southnark". Mas hoje quero falar

de um aspecto em especial doconhecimento do meio, que é como umradar interno da maioria das pessoas,para se mover na “selva legal” em quenos encontramos.Como um meu professor de Direito

me disse: "Não temos um sistema dejustiça, temos um sistema legal". Émuito claro que suas regras e valoresestão muito longe do nosso conceitode Lei Natural!!! Temos que percebercom claridade que os comentárioscuriosos que se encontram nos forosda Internet, podem ter pouca ounenhuma base realista acerca de ondese deva de estar quando um ventiladorespalhar merda!

Dog Brothers

“Aprendam as leis do lugar onde vivem, trabalham,estudam e brincam. Considerem isto antes de viajar.

Isto também faz parte de caminhar como um guerreiropara o resto dos dias”

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Por outra parte, vale a pena destacarque poucos de nós nos encontramosnuma só jurisdição legal o tempo todoou mesmo ao mesmo tempo. pensemque na América está a lei municipal, aestadual e federal, e tudo em ummesmo lugar, ao mesmo tempo e quena medida que nos movermos, nosencontraremos sob as diferentes leisdos diferentes estados. De facto, temoscinquenta conjuntos diferentes de leisestaduais e não pode haver diferençassubstanciais entre elas. ESTADIVERSIDADE É UMA BOA COISA. Na sapiência dos nossos Pais

Fundadores - divinamente inspirada, na

minha humilde opinião - o nossosistema federal é um laboratório daLiberdade, para podermos terdiferentes pontos de vista e afastar-nosdos que não se adaptarem aos que nosnão convierem.INDEPENDENTEMENTE, fique bem

esclarecido que a LEY DO LUGAR ONDESE ESTIVER EM UM DADO MOMENTO,TAMBÉM TEM DE FAZER PARTE DANOSSA CONSCIÊNCIA DO MEIO.Se vamos andar como um guerreiro

durante o resto dos nossos dias, temosde saber se podemos ou não estararmados; se estamos obrigados a nosretirarmos e em caso afirmativo, em

quais circunstâncias; quais são as regrasque dizem respeito a acudir em ajuda deoutro; quando se pode usar força letal; oque se considera a força letal; o que sepode e não se pode fazer a criminososque fogem, quais são as consequênciaspenais possíveis das nossas acções,assim como outras coisas…Normalmente, a realidade é que

realmente NÃO sabemos as respostasa estas perguntas. Eu, pela minha partesei o que sei e o que não sei y tambémaquilo que faço mas não à minha totalsatisfação! É possível termos lidosalgumas mensagens com aparentecumplicidade em um foro, mas é isso o

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que realmente nos vai dar um sentidoclaro e sistemático do que possa ser alei da selva legal em que nosmovemos? Não, quando a adrenalinaestá fluindo! O fiscal de distrito não sevai preocupar do que dizermos, lermosna Internet, nem é o nosso advogado,que nós pagamos, nem o juiz, nem ojurado que vão decidir o nosso destino! Então, o que fazermos se queremos

ser cientes do nosso meio jurídico?Divertido! Temos de o perguntar!Como alguns dos leitores sabem, faz

muito, muito tempo atrás, em umuniverso distantes e corria o ano de1982, eu era advogado em WashingtonDC, onde fiz o meu primeiro trabalhocomo sócio para um bufete deadvogados, trabalho que não tinhaabsolutamente nada a ver com o direitopenal, pelo que a minha ligação com a leiem geral e o direito penal, em especial,era essencialmente a dos meus estudos.Mas é claro que os efeitos dos

estudos e a experiência persistem edada a minha actual linha de trabalho, émuito natural que tenha estadoprestando atenção a estas questões dedireito legal e penal, orientadas àdefesa pessoal. Devido a isso, achei oque iria utilizar na minha vida, de entãoem diante. Trata-se de um livrointitulado "Leis sobre a Auto-defesa dos50 estados", escrito pelos ProcuradoresMitch Vilos e Evan Vilos.Na minha opinião, este l ivro é

simplesmente excepcional. Comoadvogado que sou (tecnicamentefalando ainda o sou, apesar de terestado "inactivo" durante os últimos 29anos), agradeço à natureza profunda daobra que está incluída nesse livro. Ascitações da autoridade legal permitemfacilmente a investigação adicional comobjectivos bem definidos e como sepodem util izar, se DEUS proibir! Aqualidade das anotações também medá confiança na qualidade e o nível dapesquisa que se fez neste livro.Isto é muito mais que "aqui está o

estatuto e uma explicação simples queé tão vaga quanto inútil".Por exemplo, no mi estado natal, a

Califórnia, a simples leitura da lei dariaa impressão de estarmos no Texas do

Século XIX, mas com umaminuciosidade admirável, os autoresvão mais além da própria lei, paraexplicar como são as verdadeirasaplicações que se encontram nasinstruções ao jurado. Em outraspalavras, fazendo este trabalho,perceberam que a Califórnia requermais alguma coisa e diferente, para queo leitor possa obter um bom sentido daverdadeira realidade.De todos os estados se dão várias

histórias como exemplos para ilustraras leis e as perguntas apresentadas; ameu parecer, o material é facilmentecompreendido pelas pessoas, semcomprometer a qualidade dos análises,Eu também diria que à diferença de

outros artigos e livros que tenho visto,me parece que estes autores estãobastante de acordo com a ideia de quealgumas pessoas boas portem pistolase facas e de que há situações em quese pode ser bom. Cada capítulo estádedicado a um estado em especial eresponde à mesma matriz deperguntas:

Defesa próprio e dosoutrosForça não letal

Força LetalO uso da força letal para prevenir

delitos gravesDefesa de Terceiras PessoasExcepções a Auto-defesa justificávelOs agressores iniciaisA provocaçãoCometer um delito grave ou um acto

ilícitoO combate mútuoAs excepções às excepçõesRetirar-se e comunicar (às

autoridades)Dever ou Não Dever de retirar-se –

em geralDefesa da Pessoa (as) em especiais

lugares (casa, negócio, veiculoocupado)Dever de retirar-se ou não retirar-se

de Lugares Especiais os co-habitantes,co-empregadosA presunção de racionabilidade em

lugares públicos

Responsabilidade sobre terceiraspessoas inocentesResponsabilidade CivilDefesa da PropriedadeDefinições úteis relativas aos

Estatutos de auto-defesa Matérias não explicadas nos

estatutos dos casosSe não importar o estado, a matriz é

a mesma.

Isto é muito valioso – posto que osnossos conhecimentos em vez deserem à sorte, agora são sistemáticos!Se viajar a um determinado Estado,tudo do que preciso é ler esse capítuloe ficarei informado das leis da “selvalegal” em que vou estar! A simplesleitura do material é um bom exercíciopara esclarecer o próprio pensamento epensar no que não nos tiveracontecido.Como já perceberam, não é a

desordem de um catálogo com montesde artigos. Se alguma coisa aí está,está aí por alguma razão!Eu estava tão impressionado com

este livro que telefonei para o autorMitch Vilos e falei com ele do quesomos e o como queremos ajudar aspessoas a andar como guerreiros,durante o resto dos seus dias.Gostaria ainda de assinalar que estelivro é, em grande medida, a paixãopelo trabalho de dois homens quequerem que conheçam os vossosdirei tos, para evi tar t rapaçasabundantes às quais se enfrentarãoaqueles que tratam de assumir aresponsabilidade da própria defesa, ada família e a dos inocentes.Como podem imaginar, um trabalho

que consegue compilar as leis de 50estados em um volume, bemorganizado, bem contado e coerente,na minha opinião é de não perder,devido ao seu conteúdo. Aprendam as leis do lugar onde

vivem, trabalham, estudam e brincam.Considerem isto antes de viajar. Istotambém faz parte de caminhar comoum guerreiro para o resto dos dias.

A aventura continua,Guro Crafty

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FU-SHIH KENPO:AS MULHERES NAS ARTESMARCIAIS

Basta ler os encabeçamentosdos diferentes meios decomunicação (televisão, jornais,revistas, Internet…), parasabermos acerca da permanenteviolência e riscos em volta danossa própria existência, numasociedade moderna masgeralmente incapaz de nosoferecer segurança e harmoniaentre os nossos semelhantes. Por esta causa é que os

Ginásios, Clubes e Escolas deArtes Marciais estão tendo omaior número de simpatizantes,adeptos, especial istas eprofissionais, mais que qualqueroutro desporto no mundo.Também pelas diversasorganizações agora existentes,em relação aos “MausTratamentos ou à Violência deGénero”, no âmbito familiar ou noâmbito social.

Fu-Shi Kenpo

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e denomina violência doméstica noâmbito familiar, toda aquelaagressão física ou psicológicadirigida às pessoas do meiofamiliar ou doméstico, doautor ou autora, com a

exigência de que habitem "sob omesmo tecto". A diferença básicacom o delito de violência de génerorecai sobre a autoria do delito, poisneste caso, já se não trataapenas de uma agressãohomem-mulher, senão quequalquer membro da famíliaou do ambiente deconvivência pode ser autore/ou vítima do mesmo.A violência de género é

toda acção de agressão físicaou psicológica contra amulher, tanto sendo casal,como ex-casal do autor, ouaquela pessoa especialmentevulnerável que com ele conviver. Neste caso, oleque de vítimas se abre bastante, pois o autor nãoserá só o homem, senão também a mulher, e a vítimanão só será a anteriormente dita e sim muitas mais.As Artes do Extremo Oriente e também as modernas

de criação Ocidental, nunca foram consideradas pelasociedade, meios de comunicação e económicos, comodesportos de elite que movam massas. Mas isso nãoquer dizer que as estadísticas mostrem claramenteque são o desporto mais completo que existe.Disso não resta dúvida, se considerarmos quenão há nenhuma outra modalidade queprocure o indivíduo alcançar tantasqualidades físicas, psíquicas, moraise espirituais. Por outro lado, asdiversas características dasArtes Marciais e o seucomplexo mundo, formamde maneira integral a cadaindivíduo que as pratica.Não em vão são artes enão simples desportos.Finalmente, o número delicenças ultrapassanotavelmente a qualqueroutro desporto conhecido, eainda considerando que seconta com muito poucasajudas governamentais emotivações para a suaprática. Poucos alcançam oêxito profissional,economicamente falando. Noentanto, aí estão...

Fu-Shi Kenpo

S

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Dia a dia são mais as mulheres que se incorporam a estasmodalidades, na prossecução de alcançar medidas a ter emconsideração para uma vida segura e como métodopreventivo, numa sociedade cada vez mais violenta eperigosa, onde são elas quem geralmente as padecem,talvez devido à sua aparente debilidade física e técnica.A violência é nos nossos dias, uma parte comum das

nossas vidas; assaltos, roubos, violações e assassinatossão, por desgraça, quase normais na nossa sociedade. Hámuita gente que tem medo de sair, de passear nosparques e lugares públicos, ir às discotecas, ou ter de sedeslocar a altas horas da noite em certos bairros, ruas ousectores da cidade. Os meios policiais não alcançam adar-nos a protecção adequada e geralmente acudimos aeles para contar os factos que “JÁ ACONTECERAM”. Istoé muito lamentável! O delinquente não se contenta só roubando, eles

também querem aplicar dor e castigo às suas vítimas,mesmo quando isto não faça sentido. E é então quando avítima paga o preço.Tudo isto chegou a ser tão frequente e comum entre nós,

que dia a dia escutamos, comentamos, ou lemos acerca detão grave situação. Mas ainda assim, são muito poucos osque tomam medidas e por outro lado, muito poucosadoptam as precauções e dedicam parte do seu tempo aotreino “PREVENTIVO”, para depois não ter de lamentarsituações graves. O pior dos erros é pensar que a eles/asnunca lhes vai acontecer a si próprios. Então confia, só nasua boa sorte. Mas as estadísticas dizem o contrário, oaumento da violência e o número de vítimas é semprecrescente, chegando a números alarmantes. A prevençãofrente aos raptos e violações é um tópico que devia dizerrespeito a todas as mulheres e aos homens também.Segundo a Legislação Espanhola (muito similar nos

países Ocidentais), este tipo de violência é a que seproduz como manifestação da discriminação, a situaçãode desigualdade e as relações de poder dos homenssobre as mulheres e se exerce por parte daqueles que sãoou foram seus conjugues ou daqueles que estão ouestiveram ligados a elas por relações similares deafectividade, mesmo sem convivência. A violência de género a qual faz referência a dita lei,

compreende todo acto de violência, física ou psicológica,incluídas as agressões à liberdade sexual, às ameaças, àscoacções ou à privacidade arbitrária de liberdade.A Lei Integral regula, portanto, a violência exercida

contra uma mulher por um homem que é ou foi o seucasal. A violência de género afecta a mulheres de todas asidades, classe social, situação no trabalho, tamanho domunicípio em que residem, nível educativo,posicionamento ideológico ou opção religiosa.

Sem dúvida, a manifestação mais extrema destaviolência são as mulheres que morrem a mãos de seusparceiros ou ex-parceiros.A estadística de vítimas mortais por violência de género,

proporciona informação sobre o número e característicassociais e demográficas das mulheres que morrem a cadaano como vítimas da violência de género, e dos seusagressores.As estadísticas espanholas podem servir como

referência com as de outros países Ocidentais, para sechegar a algumas conclusõesinteressantes: Em 2013 morreram a mãos de

seus parceiros ou ex-parceiros 54mulheres. Este número supõe umaumento respeito do ano anterior,no que houve 52 vítimas mortais.Apenas 11 das vítimas mortais

(um 20,4% da totalidade) tinhamdenunciado o seu agressor eapenas 4 das vítimas mortais (um7,4% da totalidade) t inhammedidas de protecção vigentes,quando sucederam estes factos.Segundo a relação entre a vítima e

o agressor, em 31 casos eram casal(conjugues, companheirossentimentais ou namorados) e em 23casos eram ex-casais ou estavam emvias de ruptura. As percentagens de uma eoutra circunstância representam,respectivamente, um 57,4% e um 42,6%.A vítima e o autor conviviam no momento do

homicídio em 29 casos (um 53,7% da totalidade)e não havia convivência entre ambos em 25 casos(46,3%).Pela idade, as vít imas mortais contavam

maioritariamente 30 anos. Os menos anos foram 14 (o querepresenta um 25,9% da totalidade); as que tinham de 31a 64 anos foram 33 (um 61,2%) e as de 65 ou mais anosforam 7 (um 12,9%).Das 54 vítimas mortais registadas durante 2013, 38 (um

70,4%) tinham nacionalidade espanhola e 16 (um 29,6%)eram cidadãs estrangeiras.

O QUE PODE E DEVE DE FAZER UMAPESSOA, COMO MEDIDA PREVENTIVA

1) Procurar saber mais acerca deste tipo de problemas.Factos, pormenores, tipo e forma. Conhecer ou procurarsoluções.

Raúl Gutiérrez

Os meios policiais não alcançam a dar-nos a protecçãoadequada e geralmente acudimos a eles para contar os

factos que “JÁ ACONTECERAM!”Isto é muito lamentável!

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2) Procurar maneiras de reduzir e eliminar osriscos. Isto é precisamente o assunto quedesejamos focalizar e tratar aqui.

3) Desejamos informar acerca dosproblemas que há e o que se deve

de fazer como medidas desolução. Com pouco esforço épossível de conseguir e nósdesejamos ajudar.

QUAL É FUNÇÃO DESEMPENHADA

PELA POLÍCIA PERANTE

ESTES FACTOS

1) Como é de lógica, a força policial eseus são aplicados perfeitamente,

sempre e quando estiverem presentes nolugar dos factos, chegarem a tempo ou

conforme sejam as circunstâncias, tenhamprevisto com anterioridade um possível atentado.

Com isto não quero menosprezar o seu efectivotrabalho, muito pelo contrário, os seus meios e a sua

experiência sempre alcançam o êxito e como é bemsabido, no final sempre vence a lei e se impõe a justiça. O

problema natural, como todos sabemos, é que em quanto quea Polícia realiza o seu louvável trabalho em defesa dos débeis e

em favor da sociedade, o delinquente nos surpreende com seusdelitos imprevistos. É por isto que a Polícia sempre vai atrás dodelinquente. Simplesmente, é assim.

2) A presença policial ou a segurança repele por si só qualquerprevisão de executar um delito. Isto quer dizer que o delinquentesempre vai procurar agir antes de uma acção policial.

3) Uma vez que ocorre um delito, a força policial é aplicada egeralmente com grande êxito. O problema é que os danos causados,se são materiais podem ser superados de alguma maneira, mas osdanos físicos e psíquicos poderiam demorar uma vida inteira...

Fu-Shi Kenpo

“Quando ocorreu um delito, a força policial é aplicada e

geralmente com grande êxito. O problema é que os danos

causados, se são materiais dealguma maneira podem sercompensados, mas os danos

físicos e psíquicos poderiamdemorar-se a vida toda...”

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • KYUSHO 22REF.: • KYUSHO 22

O "Programa de Controlo Táctico Kyusho" (KTCP), foi desenhadopara controlar a escalada de conflitos mediante a pesquisa legal,médica, o aspecto táctico, provas de campo y coordenação. Esteprograma está especialmente destinado, ainda que nãoexclusivamente às Forças de Ordem Público, Segurança,Emergências, Guarda Costeira, Militares, Agências

Governamentais, Escoltas y Segurança pessoal.Este módulo básico se constitui de um

conjunto de 12 objectivos principaisintegrados en 4 módulos de controlo

da escalada de força. Há numerosasestruturas débeis no corpo

humano que podem serutilizadas por um Agente para

simplesmente obter ocontrolo de um indivíduo,mais eficientes que o usoconvencional da forçacomo nos indica oprotocolo. Mais alem daetapa de ordem verbal,numa situação deescalada do conflito, sãoestes pontos (Vitais) doKyusho onde o agentepode fazer uso dos

sistemas internos decontrolo físico, como os

nervos, a estrutura dostendões e os reflexos nervosos

naturais do corpo. No requer degrande força ou de um complexo

controlo da motricidade ou da vista... tudo isso sujeito ao fracasso em

estados de elevada adrenalina. Estainformação está dedicada aos valentes e

resistentes membros das Agências de todo omundo ... Obrigado pelo que fazeis!

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MANSUR ENSINA-LHE COMOSE DEFENDER DASFINALIZAÇÕES DO

JIU-JITSU

Considerado entreas maiores

autoridades domundo na arte deensinar o Brazilian

Jiu-Jitsu, o Mestre 9ºgrau Francisco

Mansur, lança um DVD

mostrando defesascontra as mais

temidas técnicas de finalização do Jiu-Jitsu.

Marcelo Alonsowww.budointenational.comFotos:

Texto:

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Sempre se tem dito que um Mestre éaquele capaz de chegar onde outrosnão chegam. O Mestre Mansur aceitouo nosso desafio e fê-lo sem pestanejar.Sentados à mesa do escritórioenquanto trabalhávamos na edição doseu último livro, eu disse: “Mansur,todos falam em como finalizar umadversário, mas, são técnicasinfal íveis?”. Mansur f icoupensativo e depois disse: “NoJiu-Jitsu, toda técnica tem asua contra-técnica, é um jogoinfinito onde sempre é precisoser melhor jogador que ooponente”. “Isso está muito bem não

parece que alguém tenhaabordado este problema, parececomo se ninguém quisesse explicarcomo sair das principais técnicas definalização, como se fosse um segredobem guardado. O senhor não faria umvídeo de instrução a esse respeito?”,disse eu. “Você é muito mau –respondeu -, mas eu sou pior porquegosto dos desafios”.E assim, nessa noite foi para a cama

fazendo uns apontamentos aqui e acoláe no dia seguinte gravou um magníficotrabalho que parecia não quereracabar. Ao fim do dia fizemos as fotografias,

o Mestre estava radiante e feliz. Oresultado está felizmente hoje em diaao alcance de todos os estudiosos eseguidores. Um trabalho que vaimarcar a época. Mais um desafio quemostra a capacidade didáctica e o bem-fazer deste titã dos tatames, umhomem que já tem mais de 50 anos deexperiência neles, com o espírito e aatitude de um autêntico samurai.

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uem ouve o grande mestreFrancisco Mansur, falando dasua técnica de ensinar Jiu-Jitsu, tem a impressão deque aprender a Arte Suave étão simples quanto aprender

a andar de bicicleta: “E não é? O Jiu-Jitsu é uma arte que

qualquer um pode aprender, pois nãorequer grandes habilidades e sim umacapacidade de ter um bom reflexo. O HélioGracie preparou tudo, o avião, a pista depouso e agora nós estamos rumo à lua”,costuma dizer Mansur, com a sua absolutaadmiração ao mestre que lhe deu a faixavermelha e preta 9º grau.

Mas se Hélio Gracie “o levou à Lua”,ninguém pode negar que Francisco temsido um excelente astronauta. Afinal decontas, em quase 45 anos, ele já ensinouJiu-Jitsu a mais de 19.000 alunos, tendo 39deles chegado à faixa preta. Todos atravésde um método didáctico desenvolvido pelomestre, chamado sistema Kioto. “Ninguém cria nada dentro do Jiu-Jitsu.

O que eu fiz foi pegar tudo que o HélioGracie me ensinou e botar numa ordemque faça você aprender melhor e maisrápido. Eu só facilito as coisas, para vocêaprender como cada coisa deve ser feita”,revela o mestre de 66 anos, reconhecidono Brasil por ter a melhor e maior escola deJiu-Jitsu para crianças do país. Graças àsua impressionante capacidade didáctica,Mansur também desenvolveu um métodode ensino utilizando o Jiu-Jitsu para ajudarna recuperação de deficientes físicos(problemas neurológicos, surdos, mudos,autistas, problemas de coordenaçãomotora).

“O Jiu-Jitsu é uma bênção de Deus”,costuma dizer o religioso lutador que já fez39 lutas de Vale-Tudo nos tempos em quetreinava na academia de Hélio Gracie.

Com a autoridade de ser um dos maisdidácticos mestres de Jiu-Jitsu do mundo,Francisco Mansur decidiu trazer a suagenialidade em ensinar a Arte Suave para ogrande público. Depois de lançar a “Bíbliado Brazilian Jiu-Jitsu”, mostrando em 200páginas coloridas as suas melhorestécnicas e um DVD onde mostra as mais

Brazilian Jiu Jitsu

Q

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importantes técnicas básicas do Sistema Kyotode Jiu-Jitsu, Mestre Chico, como chamamcarinhosamente os seus alunos, agora abre o seubaú de conhecimentos do Gracie Jiu-Jitsu paramostrar como se defender das principaisfinalizações do Jiu-Jitsu.

Ainda bastante empolgado com a repercussãodo lançamento da sua Bíblia do Jiu-Jitsu e doprimeiro DVD que dá um panorama geral sobre asprincipais técnicas ensinadas nas primeiras aulasdo Sistema Kioto, Mansur acredita que o novoDVD fará ainda mais sucesso. “O Jiu-Jitsu écomo um xadrez de corpo, cada posição tem umataque e uma defesa e assim o jogo segue até um

conseguir o xeque-mate que é a finalização”,resume o mestre brasileiro que hoje mora emNova Iorque.

Neste novo DVD, Mansur mostra exactamentecomo usar a técnica do Jiu-Jitsu para escapar doxeque-mate e muitas vezes aplicar, na sequência,a finalização que vai definir a luta. “O Jiu-Jitsu éuma arte fantástica onde você joga no erro do seuoponente. O cara pode estar nas minhas costas,pronto para encaixar um estrangulamento, maseu posso aplicar uma chave de pé e obrigá-lo adesistir antes que ele consiga pegar o meupescoço”, exemplifica o professor que até hojeconsidera Rickson Gracie, filho do seu mestre

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Hélio, como o maior lutador de todosos tempos. “Queria ver nascer umlutador tão perfeito como o Ricksonmas é muito difícil. Eu costumo dizerque o Hélio criou o Rickson na mão”,elogia Mansur.

Exactamente por ser consideradoum dos alunos de maior confiança deHélio Gracie, Mansur foi escolhidopara arbitrar a luta de Vale-Tudo entreRickson Gracie e Rei Zulú, realizadano Maracanãzinho em 1983.

“Tenho muito orgulho de terarbitrado este confronto. O Rickson

mostrando-se um samurai e o Zulúum guerreiro. No final prevaleceu atécnica do samurai”, lembra o mestre,com os olhos a brilhar, ao falar sobreo ídolo que viu crescer.

Movimentos progressivosMansur explica que a sua maior

preocupação no sistema Kioto éseguir um sistema de movimentosprogressivos que facil item oaprendizado: “Se você tem umanamorada e ela gosta de você mas

não quer te beijar, você tem queimobilizá-la para poder conseguir obeijo. Certo? O mesmo acontece como Jiu-Jitsu. Para você chegar àfinalização tem que começar peladominação, Este é o detalhe do meuprograma”, exemplifica com o seuhumor peculiar, o mestre, ressaltandoa importância da prática para que oatleta evolua.

“Você tem que treinar no início obásico, pois a gente sempre começacom umas dificuldades em algumasposições. Se você vai assimilando

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bem as posições básicas, a evolução vem naturalmentenas fases seguintes. Tudo no Jiu-Jitsu se baseia noprincípio da acção e reacção e muita prática. Quando viaquele Cirque du Soleil, vi que nada é impossível diantede um bom treinamento”, arremata.

A ideia de movimentos progressivos, pilar básico dosistema Kioto de Jiu-Jitsu, também pode ser observadana Bíblia do Jiu-Jitsu. “Este é o livro 1 da minha série. São42 aulas. Quando você sai do livro 1 para o 2, já estáapaixonado pelo Jiu-Jitsu. Na minha escola, para ganhar afaixa azul você tem que saber todas as técnicas do livro 1e 2. Se souber o 3,4,5 pode chegar a faixa roxa”, afirma ocriador do sistema Kioto.

Nos três DVD’s de defesa de finalizações, a ideia dosmovimentos progressivos também é mantida pelo mestre.“Armlocks, americanas, estrangulamentos, leglocks echaves de pé. No Jiu-Jitsu, para todos estes golpes existeuma defesa que normalmente te permite um contra-ataque que vai deixar o oponente em situação difícil”,explica, excitado, Mansur, que não por acaso éfrequentemente convidado pelo departamento da Políciade Nova Iorque para ministrar seminários e cursos. “O Jiu-Jitsu é uma arte apaixonante, em três ou seis meses, umpolicial, em qualquer lugar do mundo, já se torna umpraticante de JJ. Na categoria de policial, ele não pode termedo. O JJ nos ajuda a dominarmos nós mesmos eadquirirmos esse controle”.

Muito feliz com o resultado da colecção de três DVD’sde defesas de finalização, Mansur já fala no próximoprojecto: DVD’s de defesa pessoal.

Defesa Pessoal, próximo capítuloProgramado para ser lançado em Novembro em toda a

Europa, o novo DVD, onde Mansur revela as melhorestécnicas de defesa pessoal do Gracie Jiu-Jitsu, tem tudopara ser um dos mais interessantes da série. “A defesapessoal funciona como um revólver, é treinamento ereflexo e mais nada. Até mesmo quem tem uma vidasedentária consegue aprender isso tudo. É reflexomesmo”, garante mestre Mansur, com a sua peculiarsimplicidade. Agora, só nos resta aguardar para conferir.

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oroi Kumi-Uchi ou simplesmente Kumi-Uchi quando este é praticadosem a armadura, era a forma específica de movimentos utilizados nocampo de batalha.

Características peculiares envolvem o Kumi-Uchi, diferenciando-osegundo cada escola ou clã. Esta arte conserva as ideias peculiares e

alguns mestres estudiosos explicam que o Yoroi Kumi-Uchi era usado de imediatoquando um samurai perdia sua espada no meio do confronto. Contradiçõesafirmam que o Yoroi Kumi-Uchi nada mais era do que uma reserva de movimentosestratégicos corporais, para se proteger do inimigo em um campo de batalha.Desavenças e opiniões à parte, o que nos importa é que sequência de movimentoschegaram aos séc. XX e XXI, sendo chamadas Kumi-Uchi.

Yoko-dori significa na língua japonesa “roubar”, “arrebatar”, e foi primeiramenteensinada como uma espécie de Heiho, enfatizando, através do pensamento, umavia de acesso à vitória. Porém, muitas são as sequências aplicativas que envolvemesse pensamento e dessa forma, alguns mestres preferem ensinar a táctica deYoko-dori como parte do Kumi-Uchi, inserida em formas pré-determinadas.Portanto, Yoko-dori é o Seiteigata que ensina ao Tori, depois de ter perdido akatana, a utilizar técnicas de Kumi-Uchi, onde deve agarrar o oponente e seaproveitar da aproximação para roubar uma de suas armas adjacentes - tanto,aikuchi e wakizashi - com ela finalizando o combate.

É possível percebermos no Seiteigata as modificações e os ajustes, os quais sãoagrupados em cada técnica praticada, para que se torne possível a utilização daarma do oponente. Vejamos:

O Kumi-Uchi se caracteriza e se diferencia do Yoroi Kumi-Uchi por entradas quenão são interrompidas pelo volume da armadura. É fácil perceber a diferença entreesses dois pontos, quando são experimentados para comparação. O peso e ovolume da armadura e elmo, impossibilitam uma séria de movimentos, limitando a

Y

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prática do Yoroi Kumi-Uchi quando realizado com a vestimenta completa e nãodemonstrado fazendo uso apenas de kimono. Suas movimentações se resumemem pequenas sequências, que mais especificam a linha de pensamento de ataquee defesa do que uma capacidade real de um confronto verídico e duradouro.Percebe-se então que, naturalmente, as técnicas evoluem e a necessidade de umaperfeiçoamento faz com que o homem busque respostas e subsídios para ocrescimento de suas formas de embates.

Já o Kumi-Uchi realizado sem a vestimenta de guerra, é rico e versado emtécnicas de agarramentos e imobilizações, que possibilitam um confronto maisprolongado. Obviamente que essas formas desenvolvidas no período Edo pelacondição do samurai poder portar duas espadas, ascendeu no pensamento doKumi-Uchi inúmeras variáveis acerca do Yoko-dori, posteriormente reorganizadas edefinidas em forma de Seiteigata.

Muitos praticantes de Bugei, ao utilizarem o que foi aprendido no Kumiuchi, oumesmo quando colocados à prova, sentem dificuldade de utilizar as técnicas deaproximação e imobilização do oponente em pé, seja através do agarre - que émais comum -, seja através de técnicas praticadas em Seiteigata. De uma forma oude outra, uma vez que a dificuldade é apresentada, deve-se ater ao pontoespecífico em que ela se apresenta e recorrer à técnica original como suporte paraa elucidação.

Naturalmente, se analisarmos uma técnica praticada em uma sequênciacombinada e outra em um combate real, veremos que as duas, ainda quepermaneçam na mesma linha de pensamento, apresentarão característicasdiferentes, devido à necessidade de adaptação do momento. Assim também é anossa mente, ela depende de uma adaptação para entender e encaixar omovimento esperado.

Um oponente se aproxima, fecha a mão, ou agarra uma Tanto (faca), ou mesmouma Katana (se pensarmos com o prisma de antigamente) e desfere um certeirogolpe em direcção à sua cabeça. Antes dele se aproximar e embalar sua mãocontra você, ele apresentou sinaléticas, as quais caracterizaram sua intenção de

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desferir um ataque verdadeiro. Observar é o primeiro passo que possibilita um bomposicionamento diante de um ataque. Ainda que ele tente disfarçar ou escondersuas intenções, como podemos perceber em casos de realidades documentadospor câmaras de segurança em estabelecimentos públicos, sempre existe um pontoespecífico em que ele apresenta os primeiros sinais da intenção de avançar.

Um segundo ponto é a distância exacta que deve existir entre você e o oponente.A distância, acima de tudo, é o que lhe garante no caso do oponente estarportando um objecto perfuro-cortante. Deve-se manter a distância exacta, de formaque exija do oponente uma atitude, um avance, um ataque... E é neste momentoque sua mente deve estar preparada para entender a movimentação desse ataque.Entender bem o oponente e a possível utilização de seus braços e pernas, tal comoas possíveis vias de condução que este caminhará, as possíveis direcções dosataques, observando se a mão dele estiver em baixo, quais os prováveis ataquespartindo desta direcção, e o mesmo caso esteja em cima, do lado, e assim pordiante. Se você abaixar para avançar em um movimento de agarre, quais aspossibilidades dele se defender? Procure avançar sempre em contratempo,exigindo que a cabeça dele trabalhe mais que seus membros. Busque sempreângulos que desfavoreçam sequências de ataques e etc...

Estes pequenos detalhes favorecem sempre uma boa resposta para asdificuldades iniciais em qualquer prática que busque a realidade. Vale à penaressaltar que a melhor maneira de se evitar um ataque, caso este seja na rua ou emlocal público, é você nunca estar lá. Nada vale à pena quando sua vida está emrisco! Estamos analisando situações para a melhoria da técnica empregada.

Voltando à nossa análise, observar é tudo! Observar as movimentações, o tempo,a distância e principalmente a respiração do oponente. Esta revelará em muito seuestado nervoso. Podemos dizer em profundidade que o homem comum crê, muitosimplesmente, que é imbatível estando bem treinado. O homem de sabedoriaimatura, perguntando-se como alguém pode ser imbatível, exalta a dúvida paraobter a melhor resposta. Mas o homem dotado de alguma compreensão tem uma

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crença reverente, baseada nos princípios naturais da boa convivência e não precisadas ideias simples do homem comum, nem da dúvida do outro; ele compreendeque o respeito e a racionalidade da consciência, por meio de um único momento,manifesta todas as técnicas e é capaz de vencer a todos os exércitos apenas como seu princípio.

Na sabedoria das técnicas aplicadas no Kumiuchi, aprendemos sempre que osimples é forte e poderoso. Ou seja, é um caminho que favorece as acções rápidase efectivas. Bem... Certamente que todos entenderíamos que um caminho maissimples favorece um raciocínio mais claro e coerente. Por outro lado, sabemos quenão é somente este factor que favorece sua eficácia. Uma técnica eficiente é umatécnica que possui princípio e fim, sem interrupção.

No Kumiuchi, abraçar o Uke para derrubá-lo parece ser o mais natural dosmovimentos. Para alguns, é necessário que esses movimentos sejam corrigidospara que aumentem a sua capacidade de resistência ao desgaste provocado peloexercício físico de impacto e explosão. Um atleta que consome muito oxigéniodurante um combate, está sujeito a um cansaço maior do que um outro atleta queconsuma menos. No passado, este era o diferencial entre a vida e a morte nosmuitos confrontos que defenderam a honra. Para que consiga controlar o consumode oxigénio é necessário que recorra à chamada "economia de movimentos". Esta"economia de movimentos", significa ter uma boa coordenação motora durante ocombate ou luta e buscar a via mais fácil, evitando movimentos desnecessários,que prejudicariam o desempenho do Tori.

Para que tenha uma boa coordenação motora e consiga dessa forma obterdurante as lutas a chamada "economia de movimentos", deve-se ter atenção parao seguinte: é necessário fortalecer os músculos do abdômen - que reflectirá nautilização do Hara e das pernas.

Por que é necessário? É simples: nada desgasta mais do que a necessidade dedefender e atacar ao mesmo tempo. Se você possui uma boa formação de base,esta dificultará a vantagem do Uke e lhe possibilitará uma economia demovimentos. Basta olharmos os mestres mais velhos que durante toda a luta

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resistem quase sem fazer força - pelo menos aos nossosolhos - e em um único movimento, projectam o uke demaneira perfeita. Quando o peso é mantido em baixo demaneira correcta, torna-se difícil o caminho a ser percorridopelo Uke para projectar o Tori.

Muitos são os exercícios que possibilitam esta condição defortalecimento, praticados nas escolas mais tradicionais.Muitos mestres sabem que todos possuímos habilidadesnaturais. Segundo Pérez Gallardo (1993), as habilidadesnaturais “são aquelas que se caracterizam por estarpresentes em todos os seres humanos, independentes deseu lugar geográfico e nível sócio-cultural e que servem debase para aquisição de habil idades culturalmentedeterminadas...”. E em muitos casos, o que precisamos fazeré lapidá-las, atendo-se aos exercícios que desenvolvem acoordenação motora e noção de espaço.

É fácil verificarmos em alguns Seiteigata mais antigos aquantidade de movimentos, que utilizam o chão como umaarma secundária à técnica executada, na maioria dos casos,as mãos e pernas assumem posturas diferentes quepropiciam a execução de ângulos que favorecem o impacto,caso a técnica seja efectuada em projecção ou arremesso.Certa vez tive a oportunidade de assistir a um mestre deKumiuchi efectuar movimentos utilizando as partes do corpo

como peças de rebote para partes moles do corpo do Uke.Curiosamente, escutei de um dos mais velhos, que tambémassistia a apresentação, que esta forma era anterior àexecutada nos Seiteigata originais, onde o chão era a maiorênfase. Das duas formas, podemos perceber que além dasprojecções, o Kumiuchi clássico é original nas maneiras deutilização do corpo e artefactos como armas secundárias.

Em um estudo realizado por um aluno que é médico,tivemos a oportunidade de verificar que o impacto de umcorpo em projecção ao solo, principalmente se a queda forde cabeça, (vale ressaltar que o Kumiuchi antigo não possuia preocupação da técnica perfeita vigente no Judo),provocaria um traumatismo craniano. A forma da execuçãodo movimento acoplada à forma de posicionamento dasmãos que favorecem o impacto da cabeça, seja no chão ounas partes mais dura do corpo do Tori, é implacável em suasconsequências. Acredita-se que tais técnicas tenham sidodesenvolvidas com tamanha avidez, devido a utilização daarmadura no período Sengoku Jidai, no Japão. Anecessidade de uma técnica eficiente fez com que cada vezmais se aprimorasse a utilização destas técnicas destrutivasem combate.

Em uma pesquisa realizada por profissionais da áreamédica, vê-se que o traumatismo crânio-encefálico (TCE) é

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importante causa de morte e de deficiência física e mental, superado apenas peloacidente vascular cerebral (AVC) como patologia neurológica com maior impacto naqualidade de vida.

Os TCEs podem ser classificados em três tipos, de acordo com a natureza doferimento do crânio: traumatismo craniano fechado, fractura com afundamento docrânio, e fractura exposta do crânio. O traumatismo craniano fechado caracteriza-se por ausência de ferimentos no crânio ou, quando muito, fractura linear. Quandonão há lesão estrutural macroscópica do encéfalo, o traumatismo craniano fechadoé chamado concussão. Contusão, laceração, hemorragias, e edema (inchaço)podem acontecer nos traumatismos cranianos fechados com lesão do parênquimacerebral. Os traumatismos cranianos com fracturas com afundamentocaracterizam-se pela presença de fragmento ósseo fracturado afundado,comprimindo e lesando o tecido cerebral adjacente. O prognóstico depende dograu da lesão provocada no tecido encefálico. Nos traumatismos cranianos abertos,com fractura exposta do crânio, ocorre laceração dos tecidos pericranianos ecomunicação directa do couro cabeludo com a massa encefálica, através defragmentos ósseos afundados ou estilhaçados. Este tipo de lesão é, em geral,grave e há grande possibilidade de complicações infecciosas intracranianas.

Hoje praticadas somente na graduação de Chuden e Okuden, muitas escolaspreservaram o pensamento da época tal como a sua forma e sequências deexecução. Assim, verifica-se uma grande diferença do pensamento da época esuas utilizações reflectidas em sequências técnicas pré-ordenadas. Algunschegaram a atribuir a estes tipos de conhecimento a grande arma de guerra doexército japonês, mesmo no Século XX.

Os mestres mais aprimorados sabiam que técnicas eram classificadas de acordocom as suas consequências de impacto. Muitos afirmam que mestres maisestudiosos adquiriram tal aprimoramento pela compreensão da ciência médicarudimentar da Idade Média no Japão da época, inclusive com estudos anatómicosrealizados em corpos de prisioneiros de guerra.

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Escolas mais tradicionais ensinavam seus alunos a utilizarem pequenas armas,que eram escondidas na parte interna da mão e provocavam lesões de classeespecial. Quando utilizadas estas armas, as fracturas do crânio poderiam ser daconvexidade do crânio ou da base. As da convexidade podem ser lineares,deprimidas, ou compostas. Fracturas deprimidas do crânio são o resultado delesões provocadas por objectos de baixa velocidade. A tábua interna do crâniosofre maior dano do que a tábua externa. Essas fracturas podem determinarlaceração da membrana de revestimento externa do cérebro ou do tecido cerebral.Fracturas compostas são caracterizadas pela laceração do osso. Elas podem levara fístulas liqüoricas, sendo fontes potenciais de meningite, abcessos, e outrasinfecções intra-cranianas. As fracturas da base também podem lesar os nervoscranianos, cujos forames estão aí localizados.

As lesões encefálicas podem ser classificadas em primárias e secundárias. Aslesões primárias são o resultado do impacto e geralmente estão presentes já nomomento do impacto recebido. As lesões secundárias são aquelas de cursoprogressivo, ocorrendo como consequência de hematoma, edema, isquemia ouhipóxia, podendo levar a lesões neurológicas tardias.

O tecido cerebral pode ser lesado directamente no lugar do impacto (lesão por'golpe'), ou em pontos diametralmente opostos ao impacto (lesão por 'contra-golpe'). As porções inferiores dos lobos frontais e temporais são as áreas maisacometidas pelas lesões por ‘contra-golpe’, pois os ossos da base do crânio,sobretudo nas fossas temporal e frontal, apresentam superfícies rugosas, cheias deacidentes anatómicos.

Verifica-se que além dos propósitos de auto-defesa, o Kumiuchi possuía umaartefacto de consideráveis estratégias de combate, que extrapolavam o simplesarsenal de projecções, chaves e estrangulamentos, indo mais além nos objectivosde suas formas de combate.

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Tem sido uma longa viagem comos leitores e com BudoInternational, com a finalidadede revelar o método antigo doKyusho. Mas tem sido muitogratificante; temosconstatado que até estemomento se estendeu portodo o mundo e temfortalecido indivíduos,grupos e estilos.

A viagem começousendo uma matéria muitocontroversa, no entanto,após 12 anos já é umarealidade. O seu valor, a seucontínuo estudo profundo daanatomia humana, da sua fisiologia e dasua funcionalidade, foi aceite e integradoamplamente.

Isto se conseguiu através de mais de20 vídeos, que abrangiam variasetapas de instrução integradas emcada um. Isso proporcionatanto ao principiante,como aos maisexperientes, umafonte constantepara ampliar osconhecimentos.

Evan Pantazi passa em revista a sua primeira dúzia de anosconnosco. 12 anos de colaboração, 21 vídeos e vários livros emcinco idiomas, centenas de artigos, gravações, encontros e bonsmomentos. Pensamos ser um bom momento para parar edeitar a vista atrás. A vida vai depressa demais e de vez emquando é bom parar e contemplar os frutos do caminhoandado.

Quando começamos a nossa colaboração, o Kyusho era quasedesconhecido fora dos Estados Unidos da América, onde tambémtinha uma questionável fama. O trabalho feito à consciência edetalhado do Mestre Pantazi, mudou este paradigma e agorase encontra entre uma das maneiras de trabalharinter-estilos, mais apreciadas e reconhecidas dopanorama Marcial. Uma conquista que setem de atribuir ao seu detalhado ensino eà explicação passo por passo, baseadaem leituras científicas do seu trabalho.

Alfredo Tucci

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12 anos, 21 vídeos, o mais completo programa de Kyusho

Na superfície, podemos ver facilmente uma introdução aoconhecimento e um amplo planeamento de estudos físicos, quecomeçou com o uso de técnicas únicas no seu género, para

recuperar o corpo destes ataques. A segurança é apremissa, mas a dualidade também é uma forma deengenharia inversa do Kyusho: por uma parte, a saúde e poroutra, a habilidade de causar disfunções...

Para além da saúde Depois se definiria em um mais alto grau, com oVídeo de Primeiros Socorros.

De início, se utilizou a terminologia maisaceite do momento (designações de pontosda Acupunctura), mas fomos avançandoconstantemente no uso dos nomes dosnervos e outras estruturas anatómicas quese estavam empregando. Assim, paratodos aqueles que já estavam emcontacto com o Kyusho, não seria umchocante nem uma surpresa, antes simuma ajuda para conhecer paulatinamentetodas as estruturas subjacentes reais eas causas da disfunção. Tudo quanto temos feito tem sido

exaustivamente investigado e verificadopor especialistas médicos e científicos demuitas áreas de estudo... Portanto, é um

campo provado centenas de vezes, pormilhares de profissionais de todo o mundo.

Quantas mais coisas fomos fazendo, mais nos foipossível avançar na pesquisa e informar a muitos mais

participantes do que funcionava, do que não funcionava e dassoluções possíveis.

Cada vídeo tem uma aplicação técnica no nívelbásico, os primeiros 5 DVDs ilustram a maioria dos

objectivos que são práticos para o usocombativo. Mostramos exercícios e maneiras

de melhorar a focalização emmovimento..., o que é um grandeavance para os instrutores de Kyusho,que acostumam a usar a aplicaçãoestaticamente.

A seguinte série tratava daaplicação em situação dos mesmosobjectivos, com resultadosespecializados emderribamentos, agarres,manipulações articulares eataques com armas. Estesse mantêm abertos, com oobjectivo no ponto, em vezde nas técnicasespecíficas, que têmpropensão a falhar emsituações de alta tensãoe restrições deadrenalina sob umataque real.

No processo, seajudou a váriosmilhares de ArtistasMarciais de todos osestilos, a melhoraremseus métodos eaumentarem a suae f i c á c i a . . . ,inclusivamente se

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responderam perguntas que queriam fazer acerca das posiçõesou das acções muito estranhas do seu estilo.Após este conhecimento básico, se realizou a segunda série,

que entrou profundamente nas Artes Marciais que abrangemhabilidades como a execução da “Camisa de Ferro”, adescoberta dos significados ocultos nas formas das ArtesMarciais, a compreensão do corpo, a importância dasferramentas ou armas que se escolhem e a muito necessáriaengenharia inversa do Kyusho, para os Primeiros Socorros. Dentro desta segunda fase da formação no Kyusho, nos

concentramos mais nos aspectos fisiológicos e funcionais docorpo humano e em como os interromper ou restaurar maisprofundamente que na primeira fase.Cada um destes DVDs tem um nível técnico que é facilmente

comprensível, mas cada um tem também uma informação maisprofunda. Por exemplo, o DVD da “Camisa de Ferro”, no nívelsuperficial proporciona a instrução da maneira de proteger ocorpo de penetrações mais profundas e afecções dosataques Kyusho. A nível secundário dainformação inerente a estaprodução, se expõem os

propósitos ocultos que para muitos estão dentro das formasdas Artes Marciais. Mas ainda se aprofundou mais.A terceira etapa consistia em como superar estas

protecções. Agora sei que isto era óbvio para todos, só pelaprimeira etapa de apresentação, mas também demonstreicomo lidar com o fenómeno do ponto "não reactivo". Trata-sedesse 5% de indivíduos aos que não afectam os métodostípicos do Kyusho, devido a uma variação na sua estruturafisiológica (um nervo mais profundo ou uns limiares sensoriaissuperiores). Os processos explicam e mostram como atacareste tipo de pontos não reactivos e o que é mais importante,contra atacantes cheios de adrenalina. Entretanto, outro níveldeste conhecimento pode ajudar aqueles que utilizam osmétodos de saúde, para ajudar as pessoas de uma maneiramais profunda, a conseguirem limiares de maior resistência.Todos os DVDs contêm estas capas de conhecimento, que

chegam até o espectador após se alcançar muita experiênciaem seu uso. Quando já se utiliza a informação da capa

superficial e se assimilam os conhecimentos, serevelam e se desenvolvem níveis cada vez

mais altos.

Pontos Vitais

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O primeiro DVD era uma introdução e uma visãogeral do Kyusho e as diversas ideias que se tinhamdesenvolvido até esse momento. Introduzia as trêsprincipais maneiras de recuperação, como instruçãomulti-facética para todas as competências futuras,além de falar das chamadas reanimações ou maneirasde recuperar a função corporal interrompida pelaaplicação do Kyusho, apresenta a ideia do querealmente é o Kyusho. Utilizando o Kyusho, realmente provocamos um

desequilíbrio funcional que o cérebro por sua contanão pode equilibrar fácil ou imediatamente. Emprincípio e entretanto, estes desequilíbrios se corrigemnesse momento ou no processo podem haver efeitosadversos, como tonturas prolongados, vómitos,problemas de visão, diarreia, dor de cabeça eoutros. Estas recuperações mostram ao usuáriocomo equilibrar a funcionalidade rapidamente, paraevitar ou eliminar estes resultados nocivos. Isto seconsegue com uma transferência de mensagensneurológicas internas e com a transferênciaenergética externa ou a estimulação. Assim, opraticante iniciou o processo de compreensão danatureza fisiológica do homem e a profundainfluência que na realidade tem sobre ele. Esta étoda a base do Kyusho.

O segundo DVD se dedicou à funcionalidade anatómica e fisiológicados braços. Começa por falar de indução à dor, perda de músculo,controlo motor e métodos para estimular as reacções reflexas ecorporais. Os níveis mais profundos mostram como estão situados osnervos entre outras estruturas, que na realidade servem para protegê-los, também, fala da maneira mais rápida e eficaz de ter acesso a elesnuma situação dinâmica desafiante. Isto serviu como uma ideia (quemais tarde se ampliou no DVD acerca dos agarres)..., e não como umúnico método. A ideia de concentrar-se nos objectivos e ferramentas,em vez de nas técnicas que falham em situações rápidas, agressivas,espontâneas e estressantes, foi outro aspecto, assim como apreparação da mente e do espírito para a formação ulterior. O Kyushonão está estancado em um conjunto de técnicas, antes sim flui demaneira livre e aberta, com a aptidão e habilidades de cada indivíduo.

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O terceiro DVD da série, demonstrou o efeitopoderoso que o Kyusho pode ter no corpo, posto quepercorre a estrutura anatómica da cabeça. Junto com aconstrução de um sistema reflexivo de respostaneuronal programada (que não deve ser pensada comoPNL - programa neuro-linguístico - este treino que eraúnico no Kyusho, se expandiu numa visão sinérgica quedesenvolveu respostas precisas e potentes. Partindo dagrande quantidade de exercícios de programação,desenvolvemos com sucesso, outros métodos de treino. O criticado KO estático à distância, foi afastado

momentaneamente e o Kyusho se instalou no plano darealidade para a protecção real. Muitos praticantes deKyusho se aperceberam de que durante as práticas,estavam nocauteando acidentalmente os seus colegas.Isto criou a base para construir um métodofundamentado na surpresa e a precisão, que era muitosuperior ao método estático ou ao treino da técnica.Os aspectos mais profundos incluem a redução dos

receptores (como na Camisa de Ferro, onde se vêemcom maior detalhe mais adiante na série), junto com oque muitos defensores do Kyusho pensavam necessitarno seu estudo..., a "polaridade".

O quarto DVD está dedicado aos pontos mais débeis docorpo, que são substancialmente mais difíceis de alcançar.Podem encontrar-se dificuldades como a roupa, protecçõesdos braços, objectivos sob a linha central. Mais uma vez,incluímos exercícios para ter acesso a estes pontos de maneirainstintiva, usando um método espontâneo. Na superfície aparece o acesso ao objectivo como a lição

principal, tal e como acontece nos outros DVDs. No entanto, hámuitas outras capas adicionais, como os ataques aos órgãos ouas tácticas para evitar o estresse. As dinâmicas e asdificuldades para localizar os objectivos e a necessidade decontrolar um corpo em movimento e cheio de adrenalina, são asprimeiras coisas a saber, para lidar com elas na realidade. Porisso, quando a lição da superfície já foi assimilada, o Kyushoensina a atacar o corpo de maneira mais profunda, usando seusdiferentes constituintes.

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O quinto DVD trata das vulnerabilidades daspernas; assim como dos nervos, músculos, vasossanguíneos, células musculares fusiformes, quese encontram nelas. Mais uma vez, a nívelsuperficial os objectivos são extremamentepotentes e podem até deixar uma pessoainconsciente. Também é onde os objectivos têm uma

dualidade, à vez estabilidade e movimento ouarmas de ataque... Portanto, existempossibilidades únicas. As posições nas Artes Marciais se

desenvolveram em parte para proteger as pernase compreender através da experiência, o que

cada uma faz e assim conhecer suasvulnerabilidades, o que é crucial para aformação integral. Na realidade, tem de seestar plenamente treinado em ambasáreas. para que tanto as pernas como os

braços possam alcançar com êxitoestas poderosas ferramentas. Mastambém há muitas ramificaçõesmais profundas no que diz respeitoao cérebro, à estabil idade, aoequilíbrio e ao controlo do sistemanervoso. Trata-se do fluir e dos

atributos de transição, que sãoum elemento chave neste nívelde trabalho, mas que rara vez sepercebem sem ter muitaexperiência. Esta é uma chavemuito importante, masdemasiadamente ampla para sertratada neste artigo.

Pontos Vitais

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O sexto DVD mostrava as maneiras fáceis a nível dasuperfície, para debilitar o corpo, para que o oponentecaísse pela sua própria perda de funcionalidade, commenos acção física ou risco de que ele pudesse evitá-los. Estes métodos simples de um só passo,conseguiram muito mais que o método de treino usadopelo Artista Marcial, concentrado nas técnicas deataque e contra-ataque. Ainda que os estudantes avançados poderiam ver

várias outras capas, neste nível aprendíamos a debilitara base para provocar desequilíbrios no oponente.Conforme o cérebro luta através do corpo pararecuperar esse equilíbrio, o corpo se vai debilitando.Sim, os derribamentos são estupendos e muitoeficazes... Talvez seja tudo quanto se necessita paraalcançar os objectivos de habilidades pessoais, mas sequisermos chegar a níveis mais avançados, temos deconhecer as lições mais profundas.

O sétimo DVD se concentrou na aplicação da luta no chão aníveis superficiais, com alguns objectivos que poderiam debilitar ooponente, para escapar de certas posições e controlar ou submetero oponente. O nível mais profundo consistia em ajudar o lutador dechão a ser mais eficiente ou a pensar em novas maneiras detrabalhar os seus métodos actuais. Não eram técnicas, mas simdescrições dos objectivos sensíveis e vitais, que requerem demenos energia para provocar dor ou disfunção e que fossemaprendidas sem importar o estilo ou métodos que se praticassem. O assunto mais profundo consistia em aprender qual é a

resistência do rival e a melhor maneira de reconhecer e aproveitaresta resistência (de novo, se explica detalhadamente isto, depois noDVD da Camisa Ferro). Por exemplo; cada vez que uma pessoatoma uma posição de força, isto provoca uma debil idadesimultânea... O treino não só ajuda o praticante a se aperceberdisto, mas também a que encontre a melhor maneira de aproveitá-lo. Quando já se tiver a habilidade inata para fluir mais além de umaforça para encontrar uma debilidade, nos teremos tornado umlutador formidável!

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Pontos Vitais

“Foi uma longa viagem comos leitores e com Budo

International, a de revelar ométodo antigo do Kyusho.

Tem sido muito gratificante,temos constatado que até

este momento se vemestendendo mundo afora,

fortalecendo indivíduos,grupos e estilos”

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“Como reza o antigo provérbio;‘quando o aluno está pronto,

aparece o Mestre’...”O Mestre está dentro de nós

e quando experimentamos o Kyusho, as nossas Artes já nunca serão as mesmas!”

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O oitavo DVD era verdadeiramente o mais confuso para aspessoa em geral, posto que se sabia que era difícil treinar asmanipulações de articulações comuns, de maneira a poderalcançar as terminações nervosas durante o agarre. No entanto,graças à aprendizagem dos nervos a um grau mais alto e aonovo conjunto de habilidades, os aspectos tácteis aumentaramsubstancialmente. Mas, de novo existem outras capas queajudam o praticante a alcançar um maior nível. Por exemplo, emuma maneira visual, táctil e empática e portanto válida paraaprender e perceber o cociente energético, utilizando o Kyushoe a profundidade do seu efeito sobre o corpo. Todos os sinais visuais correctos se mostram quando os

nervos são atacados desde estas posições de agarre (outracapa mais profunda)... o que ajuda o praticante a se aperceberdo desequilíbrio neurológico interno ou da disfunção queinfringe. Esta é uma consolidação honesta e válida dahabilidade pessoal... e do que os instrutores Kyusho devemprocurar para compreender plenamente a profundidade doataque dos praticantes.

O nono DVD apresentou um desafio ainda maior e umabarreira para a maioria, não tanto pela dificuldade de utilizá-lofisicamente, mas sim porque a ideia de aceitar o Kyusho contraataques com armas, foi a mais controversa. Ao princípio, amaneira de ver, a ideia e a simplicidade foram difíceis para amaioria, mas logicamente, isto acabou por ser assimiladonaturalmente. As facetas ocultas são numerosas, mas por falarem algumas, está o conceito de avançar não só por segurança,mas para iniciar o Kyusho, posto que não se detém a umatacante afastando-se. Isto contém a simples resposta para aomesmo tempo desequilibrar o oponente, mover-se à distanciacorrecta e defender-se. No aspecto mais interno, o corpo passada função motora à sensorial, para confundir a menteconsciente e os atributos fisiológicos da mesma. Com istocomeça um estudo profundo da programação neuronal dosníveis ulteriores.

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O décimo DVD… é o mais surpreendente... Este DVD, que trataram de ridiculizar,

dizendo que nada tem a ver com as ArtesMarciais (realmente sim tem a ver), foi o maisvendido durante semanas. A produção “paramelhorar na intimidade”, ilustra algumas ideiaspara aumentar o prazer sexual, ainda que oque é importante é a ideia da localização donervo e a investigação de uma maneira maissubtil. Quando potenciamos os pontos através de

determinados objectivos do Kyusho, obtemosbons efeitos. Mas para avançar nacompreensão e na capacidade tácti l ,necessitamos pôr freio à única focalizaçãoagressiva, entrando mais profundamente nosbenefícios que isto tem para o praticante deKyusho. Os conceitos de retroceder ou deadiantar-se, oferecem... uma informação muitoavançada e surpreendente... e a sua prática égenial!

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O décimo-primeiro DVD que tratava da transferência daenergia foi, naturalmente, muito popular, posto que o termo KOaparece na capa. Toda a gente pensou que era uma colecçãode KOs que poderiam copiar ou aprender... (como se nos DVDsprecedentes não houvesse suficientes!), mas é um estudoacerca da estimulação do sistema nervoso dos oponentes, emdiversos grau e em diferentes situações. Nele se tratou o conceito de condução eléctrica de outra

maneira, para ajudar a esclarecer o processo aos praticantes deKyusho..., usando termos científicos se não tinham usadoanteriormente. Os benefícios ou a informação profunda jaziamna descoberta e na capacidade na produção de certascomplicações vibratórias no oponente. (Sim, é certo. Realmentetem de se ter uma boa base em Kyusho para ver isto). Quando se alcança este nível, junto com os níveis

predecessores, se conseguem as habilidades no Kyusho e acompreensão para ajudar os outros.

O décimo-segundo DVD trabalhava o Kyusho dentro dasformas clássicas, para desbloquear os segredos dentro daforma e dar renda solta aos potenciais do praticante. A base dalição era ilustrar que o que se vê em qualquer forma, não é umaimagem completa e que com uma simples mudança nopensamento, se poderia, como mínimo, alcançar o dobro decapacidades e possibilidades. Isto se demonstrou em grandemedida, mediante o uso das ideias de que os bloqueiospoderiam ser batimentos, as posições das mãos podiam serarmas multiusos e os movimentos da forma do Wing Chunpodiam ser um ataque. Mas há ainda muito mais. Este vídeoexplica como ajudar qualquer pessoa a realizar qualquer formae desenvolver um grande potencial para a prática, a protecçãoe/ou as ideias de instrução. Também se explicamcompletamente as relações entre o Yin e o Yang e como amaioria de nós se baseou só em um destes conceitos, até quese mostraram os pontos vitais em jogo. Um dos conceitos mais profundos estava no diferencial de

afeição ao ataque negativo... ou na ideia de que nem sempre seestá sobrecarregando o oponente, outro sim que também seaprende a maneira de minguar a sua capacidade pessoal, o seupoder ou a sua energia. Há uma biblioteca infinita com esta informação, ao vosso

alcance.

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O décimo-terceiro DVD é o da Camisa de Ferro, que parececoisa impossível ou mística, mas é uma compreensão simples,ainda que profunda, ou muito mais profunda do Kyusho. Seaprofunda na leitura da fisiologia do corpo para além dafocalização táctil do DVD acerca dos agarres. Na minha opinião,esta é a informação mais profunda relativa ao Kyusho. Nasuperfície, nos ensina a proteger as nossas áreas mais vitais,em um segundo plano, nos diz como superar estas protecções.A nível mais profundo, nos mostra uma grande compreensãosobre o controlo consciente do cérebro e o seguimento dafuncionalidade fisiológica. De maneira que todo o Kyushomostrado e explicado, se relaciona com este nível decompreensão e controlo. E é tudo o que se necessita para teruma boa habilidade, mas ainda é só o primeiro 20% do possívelpotencial. Percebemos que a maior parte vai ficar satisfeita com esta

conquista de habilidades e será muito melhor no seu estilo ecapacidade... De facto, nunca serão capazes de voltar às Artestradicionais físicas puras, sem usar o Kyusho. No entanto, parao homem que sempre quer avançar, pode haver uma maiorrecompensa e vendo mais atentamente este vídeo, se obtémuma visão e um conhecimento deste potencial... Esta foi uma informação inovadora no Kyusho; como a

maioria dos vídeos... Mas quebrar barreiras e avançar semprena arte e na habilidade, exige muito!

O décimo-quarto DVD era uma continuação dos DVDs doWing Chun e a Camisa de Ferro, para ilustrar completamente oque em qualquer acção pode levar a libertar um potencialilimitado. Neste DVD se analisa um modelo simples de cincomovimentos de mãos (que se encontra na forma Sil Nim Tao doDVD número 12), que é desbloqueado e ampliado através doKyusho, para mostrar a quantia infinita de possibilidades que oKyusho libera para nós. Também está vinculado aos primeiros 9DVDs (em ordem curricular) para ilustrar também, que o planode estudos contidos no DVD não é um formato independente,mas que é plena e universalmente adaptável às nossasnecessidades ou paixões pessoais. Um dos conceitos mais profundos é a capacidade de sentir

tacticamente as resistências ou aberturas do oponente (emparte, a essência da Camisa de Ferro). Este é um assuntocrucial no Kyusho e deve ser plenamente realizado por umprofissional, para avançar até o potencial óptimo.

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O Décimo-sexto DVD, com novos caminhos para os profissionais doKyusho e os Artistas marciais de todo o mundo..., desvelou totalmente ossegredos da compressão. Sim, todos sabiam que se podiam comprimir determinadas artérias e causar

uma síncope vasovagal (desmaio), como no ataque do estrangulador de sanguena artéria Carótida, mas o que não se sabia é que o mesmo poderia serutilizado para provocar o mesmo efeito também nos nervos ou em lugares aindamais remotos, como o tornozelo interno. Também influi a velocidade ou aeficiência para causar disfunção instantânea, em vez de usar só o tempodiferido no ataque de tipo sanguíneo...E tudo isto continua sendo só à superfície da matéria, nas compressões.

Somamos diferentes reanimações para usarmos esta nova realidade do Kyusho,também fizemos a diferenciação entre o Dim Mak e o Kyusho, para deixar ascoisas bem esclarecidas; NÃO SÃO A MESMA COISA!!! Passamos uma pequena vista de olhos ao Dim Mak como ataque de tipo

sanguíneo, não aos pontos da Medicina tradicional Chinesa ou a Acupunctura,mas sim aos vasos vasculares reais e às zonas do corpo acessíveis aosataques. A informação mais profunda radica nos legendários aspectos "daralantização" e em muitos mais, mas isto fica para um debate posterior.

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O décimo-sétimo DVD abriu o conhecimento de um conjunto de armasantigas, especializadas para melhorar os ataques de Kyusho, pôr emacção os ataques Dim Mak e aumentar a habilidade para todos ospraticantes. De entrada explicamos as 6 mãos apresentadas no antigoBubishi (que muitos grandes instrutores de Karate o denominaram aBíblia do Karate). Estas mãos não só se ajustam às estruturasanatómicas para ter acesso aos objectivos vitais em um mais alto grau,como também representam a transferência energética secreta da energiacinética, que a maioria perde no início da sua formação em Kyusho. Istoé o que leva a que o Kyusho possa parecer que se faz sem esforço,assim como que aumente substancialmente a precisão, inclusivamenteem acções dinâmicas. Como se isto não bastasse, também continhamuitos níveis de impactos transitórios e explicava os motivos de que atéos mais antigos dos antigos instrutores, conservaram as suashabilidades de combate muito além do momento da sua vida em que avelocidade, potência e agilidade diminuem. Mas o mais importante épreparar o cenário para a terceira fase do Kyusho (neste momento só aprimeira fase se ensinava abertamente, demonstrada ou discutida).

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O décimo-oitavo DVD foi um novo exame de uma armausada no sexto DVD, para ilustrar o alcance infinito deuma ferramenta que pode ser correcta e poderosa, e àvez, simples. Se explica como situar correctamente a mãopara o Kyusho, porquê e como funciona e como utilizá-lamelhor numa série de objectivos que muitos nãoconsiderariam usar (exceptuando o Kyusho). Os níveismais profundos expõem os métodos de compressão dodécimo-quinto DVD, em um ataque de menor escala, comos mesmos efeitos devastadores, usando tanto o Kyushocomo o Dim Mak e como um aspecto informativoespecial, foi também demonstrado como um ataque deKyusho ao tronco do cérebro, pode causar um profundoefeito, inclusivamente com uma só arma e um pequenomovimento. Isto elevou o nível de intensidade muito porcima das aplicações do Dim Mak, assim como os novosníveis de potencialidade, sobre os quais se fazem amaioria das conjeturas e que se mostram aqui. E mesmoassim, ainda resta muita mais informação por desvelar...porque com isto só teríamos libertado 20% do potencialdo Kyusho. Libertar a maioria que ainda resta..., tem deser feito sobre uma base anatómica e científica maisprofunda.

O décimo-nono DVD foi intitulado Primeiros Socorros, mas estavalonge de ser apenas este o nível de aplicação, reanimação ou recursodo Kyusho. O nível superficial demonstrou os ataques e as contra-medidas de remédio..., o que é uma revelação no Kyusho,inclusivamente para aqueles que dele participam desde faz décadas,posto que isto era novo para eles. Mas a nossa missão foi dupladesde o início. Os níveis mais profundos que jaziam nasinterconexões expostas, esclareceram o que muitos observamquando se executa o Kyusho, mas não fizeram as conexões. Nós nãosó fizemos estas conexões como também foram validadas everificadas por um grande número de profissionais da Medicina naárea neurológica... e demonstradas claro está, em aplicação real,para ser compartilhada com todos os leitores. Este detalhe e apesquisa transversal são o motivo de nos termos destacado nestamatéria, muito por cima dos outros e são no que baseamos osnossos programas de formação para a realidade... Não havíamos deensinar o que não funcionará em situações de estresse real! Novamente, há capas ainda mais profundas nesta produção, mas

o mais importante que é preciso compreender, é que este conceitotambém é a chave para compreender o que se explica em todos osDVDs, mediante o uso de processos de engenharia inversa. Mas isto não é só para o Kyusho como também para qualquer Arte

Marcial... É uma chave para ver mais e melhor, em qualquer estilo!

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Produções extrasKyusho Top Ten (DVD 15) se tratava de um

DVD no meio do programa e um impulso domomento. Normalmente, quando íamos aMadrid, Espanha..., estávamos uns poucos diasna sede de Budo International e gravávamosalguns vídeos cada dia. Todos estes DVDs nãotinham livrete nem estavam ensaiados; se tratavasimplesmente de aulas de instrução, posto queeste método é fácil de transmitir e muitointeressante. O único DVD no qual seguimos umalista, foi no de Primeiros Socorros, posto que nãoqueríamos que pudessem perder nenhuma dasmatérias, (ainda assim também foi espontâneo esem livrete). Mas desta vez tínhamos filmado o terceiro e o

quarto vídeo e ainda dispúnhamos de meio dialivre. Então, o que fizemos nesse tempo livre foifilmar rapidamente um vídeo improvisado e queainda não estava filmado, da compilação dosmeus dez melhores pontos do Kyusho.Queríamos modificar um pouco o formato etrazer à luz algumas ideias simples para usarnestes objectivos, na defesa pessoal. Este DVDadicional, filmado casualmente, se tornou umdos mais vendidos da longa história de BudoInternational... e ainda representa uma ideia"muito concisa e simples da defesa pessoal real”.

O DVD número 20 - Série ESPECIAL TKD, foiuma petição do chefe e representante da ITF emTaiwán, Horácio Daniel Obon. Tinha visto oKyusho e começou a aprender e a viajar aseminários mundo afora (não é fácil em Taiwán).Estava convencido de que o Taekwondo poderiabeneficiar-se muito com o Kyusho e nesta

crença, me pediu fazer um programa de Colaboração com oestilo. É claro que aceitei o desafio (nunca pratiquei TKD) ecomeçou essa série de DVDs. Esta primeira versão abrangia os 9primeiros níveis do programa de Kyusho e combinava-os com oprimeiro padrão do TKD, chamado Chong Ji. Justamente antesda produção deste vídeo, o Sr. Obon me mandou um filmeoriginal, com o programa completo da ITF, realizado na Coreiapelo Grande Mestre Choi Jung Hwa, filho do Fundador da Arte, oGeneral Choi. Em breve vai haver mais vídeos acerca disto. Jáestão filmados e prontos para a produção.

O DVD número 21, que trata da Defesa Pessoal para Mulheres, é o último atéagora e o segundo que não foi filmado na sede do Budo..., assim como o início deuma nova visão do Kyusho. Como já se disse, tudo deve de evoluir para se nãotornar velho e insignificante e o Kyusho não é diferente. Este DVD de entrada é denível simples, é um método rápido e eficaz para utilizar o Kyusho com êxito nadefesa pessoal. A modelo Hailey Daniele foi contratada para este DVD e não tinhanenhuma prévia experiência. Treinamos a modelo enquanto se filmava o DVD, osefeitos que provocava eram reais. Ela aprendeu sem problemas o que lheensinávamos a fazer e o executou bem. Quando saímos à rua para fazer uma provaum pouco mais realista, ela fez tudo de maneira espontânea..., o que ilustra queapós uma sessão de treino, adquiriu a habilidade para defender-se usando oKyusho. Em um nível mais profundo, estamos trabalhando com o programa neuronale para a reanimação temos usado a forma antiga do Bubishi... Isto serve como basepara a terceira fase do Kyusho, que entra em profundidade no avance deconhecimentos do método.

A esses vários milhares de partidários que compraram estas produções...,também àqueles a quem ensinei durante a filmação, peço que deitem a vista atrás,depois de terem adquirido todos esses níveis de habilidade. Cada vez que olhempara estas coisas, de novo apreciarão mais pormenores… Como diz um antigoprovérbio: "Quando o aluno está pronto, o Mestre aparece", mas o Mestre está

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dentro de nós e quando experimentamos o Kyusho, asnossas Artes já nunca serão as mesmas!Devo agradecer à maravilhosa gente de Budo

Iternational o interesse e o entusiasmo que mostrarampelo projecto do Kyusho, durante mais de 12 anos. Em primeiro lugar está Alfredo Tucci, Director Gerente

de Budo International. Agora, ele é um querido amigo epara os membros uma luz de guia nas Artes Marciais.Lembro-me que quando o conheci, me pareceu umapessoa agradável, cordial e com grande entusiasmo,optimismo e energia. Tinha escutado as reivindicaçõesdo Kyusho e também era céptico, mas se mostrou abertoa estudar a ideia. Se sentou para presenciar a primeirafilmagem e foi testemunha da nova focalização (baseadanuma habilidade antiga)... Pessoalmente, não estavaconvencido, mas resolveu apoiar a ideia por acreditar nogrande valor que tem este método para as ArtesMarciais. Ah! E também o Xavier! O que posso eu dizerde quem gravou estes vídeos e os transformou emgrandes experiências visuais para todas as pessoas emgeral. Agradecer também à Margarida, que estádedicada à Revista. Ao Guilherme e ao resto do pessoalagradeço a sua hospitalidade e a sua paciência com ogrande número de pessoas que levei às filmagens...,porque não é nada fácil trabalhar com tanta gente…E certamente, a todos aqueles que se ofereceram para

sofrer dor, disfunção, estados de inconsciência oudoença (comum nas aplicações do Dim Mak); obrigadopor se oferecerem para ajudar outros a aprender. Amaioria não se apercebeu de que esta dor e estasexperiências serviram para ajudar na educação demuitos. Muitas pessoas chegaram e partiram. Muitos para

formar seus próprios grupos, outros por outrosmotivos..., mas todos eles deram uma parte de simesmos para ajudar-nos. De novo, obrigadoa todos!

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Silat

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ARTES DE LUTA SÁTRIA Artes Marciais de Nusantara

É para mim uma grande satisfação apresentar as Artes deLuta Sátria aos leitores de Budo internacional. Vou irmostrando o plano de estudos da SFA, de maneiracronológica, técnica e táctica. Sempre gosto de começar doprincípio para uma boa compreensão. Começarei com umabreve história sobre mim próprio e a minha viagem no SFA.Conforme avancemos, darei uma ideia de alguns dos nossosmétodos de treino, a filosofia e os princípios da nossaprática, que me foram transmitidos pela minha últimaMestra, a Guru Ma Prem.

AS MINHAS ORIGENS E A MINHA HISTÓRIAFui uma criança que cresceu em um dos bairros mais duros de Londres. Desde muito

jovem, para sobreviver às ameaças constantes que tive desde os primeiros anos deescola, tive de aprender rapidamente a defender-me. Meu pai praticara Boxe noexército, onde serviu na Espanha. Quando eu cresci ele me ensinou algumas coisas deBoxe. Pratiquei diferentes sistemas, o Wing Chun foi o primeiro, mas me parecia quenão me ajudava, posto que continuava a receber pancada. Eu tinha 11 anos quandoconheci o meu primeiro verdadeiro Mestre, o Sifu Gerry Tann. Ele me ensinou a Arte doKuntao, um sistema de luta de rua feroz e me treinou até os meus 19 anos. Gerry metinha levado a mim e alguns dos seus estudantes do último ano, a vários torneios, queele dominou durante vários anos. Depois, em 1989, durante o torneio aberto doCampeonato Nacional de Birmingham, tive uma experiência no tatame, que iria mudar arota do meu caminho. O meu treino com Gerry chegara ao seu fim e ele me aconselhouque fizesse sete dias de jejum, o que me levou ao meu seguinte Mestre.No sétimo dia do meu jejum, tive uma visão clara de uma mulher guerreira da

Indonésia que se movia como se dançasse, com um movimento fluido e suave que euainda não tinha visto. Eu acabava de fazer vinte anos de idade e podia sentir amudança que se avizinhava. Senti que a minha evolução me estava levando a estamaneira de ser e sabia que tinha de confiar nisso. Não fazia ideia de onde tinha de ir ouo que ver, mas indo para a Holanda me senti bem. Adormeci no trem que me levava. Quando acordei logo chegamos a Roterdão, saí e

me dirigi para o centro da cidade. No caminho, havia um restaurante indonésiochamado Raden Mas. Ainda era cedo e o restaurante estava fechado. Debaixo dorestaurante havia uma loja que vendia caçarolas e peças decorativas em barro e queestava aberta. Resolvi perguntar acerca do Pencak Silat. A empregada da loja abria oseu correio e não tinha a mais mínima ideia do que eu estava a falar. Nesse mesmoinstante, ela abriu um folheto com informação acerca do Guru Ma Prem, Pencak Silat,Ayurveda, o treino Alfa, etc., e um número de telefone. Quando eu ia a sair, ela mechamou e me entregou o folheto! Claro está que eu logo soube que tinha de ser esse!!!

GURU MA Guru Ma Prem nasceu numa família real de Java, foi criado nos arredores de Java

Barat, numa povoação denominada Bandung. Durante a época da ocupação japonesaesteve na Holanda, como tantos outros indonésios durante os anos 1940 e 1950. Tinhacrescido com o Pencak Silat, a dança tradicional da Indonésia, e o misticismo javanêscomo uma forma de vida. Ela foi teve grande influência na comunidade da Indonésia ecom frequência protegia o seu povo da vontade das autoridades holandesas. Era muitoevoluída e estava muito bem informada. Escreveu vários livros acerca da literaturaesotérica, que até hoje se utilizam na Universidade Sphinx. Ela criou a Escola(Universidade Sphinx) e ensinou Pencak Silat, estudos esotéricos, estudos religiosos,treino Alpha, Yoga e Ayurveda, como parte de um programa de estudos completo eintegral.

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Após muitos anos de estudar com ela e viajandode ida e volta desde Londres, Guru Ma, meensinou os princípios e exercícios que abririam omeu corpo e a minha mente a esta bela arte,proporcionando-me com as chaves maisinacreditáveis para poder aperceber-me do fluidonatural do movimento em geral e do movimentocorporal. Em 1999, após ter aprendido todos os métodos

e princípios de treino que me ensinara, tanto elacomo eu resolvemos juntá-los todosmetodicamente, para ensinar e ajudar osestudantes a aprender de maneira sistemática. Daísurgiram as ARTES DE LUTA SÁTRIA(GUERREIRO) - que actualmente consiste naprática das artes clássicas. Além disto, ela também criou o YOGA SÁTRIA,

um método de treino baseado nas 144 posições,praticado com os princípios do Yoga, junto comexercícios de respiração específicos.Durante o meu tempo com ela, também visitei a

sua terra natal, a Indonésia (ex Nusantara) emvárias ocasiões e aprendi diferentes estilos de Silat,completando o Cimande com Guru Makmur, o SilatWali Mahmud com Pendekar Jumhi, um estilofamíliar de Minang Silat com Bapak Rusli e o estilofamiliar do Padang com Guru Asnan. De tudo istodou aulas separadas em Artes de Luta SÁTRIA.Tristemente, Guru Ma faleceu a 13 de Junho de

2012 e o seu filho primogénito, Chris, foi o seusucessor na universidade de Roterdão.

AS ARTES DE LUTA SÁTRIAPorquê o nome Artes de Luta SÁTRIA? Depois de ter treinado em tantas artes diferentes

e depois de completar os diferentes estilos deSilat, percebi que a Guru Ma me estava ensinandomuito mais que um monte de técnicas, aplicaçõese métodos de luta. Ela me estava ensinando aforma de vida das Artes Guerreiras. Os Sátrias (ou em Sânscrito, 'Kshatriya') eram os

protectores dos débeis, dos pobres, dosnecessitados nas suas comunidades e tambémeram homens e mulheres da Luz e da Inspiração.Guru Ma me ensinou posições, exercícios,

técnicas e métodos de treino que sempreapontavam a uma maneira mais profunda e maisunificada da vida. Uma vida que nos convida aestar perto da natureza e aprender as muitas liçõesque encontrarmos nas nossas vidas.O que também é único da SFA é que tem o seu

próprio sistema de Yoga (Sátria YOGA). A minhamulher, Laarni é a representante principal eInstrutora chefe deste programa de estudos etambém dá Cursos de Instrutor por toda a Europa. O Sátria Yoga pode ser praticado como um

complemento da SFA, mas também pode serconsiderado como uma prática individual paraacondicionar e fortalecer o corpo, entre muitosoutros benefícios

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“A forma de vidadas ArtesGuerreirasSátria (ou em

Sânscrito,'Kshatriya')”

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A ESTRUTURA DO S.F.A.A estrutura das ARTES DE LUTA SÁTRIA abrange todos os

aspectos das artes da luta com seus métodos de treino físico,técnico e mental. Abrange todos os aspectos da condição física, -velocidade, força, potência, agilidade, mobilidade, resistência,flexibilidade, relaxação, a força do tendão e métodos especiais derespiração para melhorar tudo o anteriormente dito. A níveltécnico, inclui 'o batimento' com o uso de todo o corpo, as zonasduras e as partes moles, projecções, luxações, estrangulamento,luta no chão, agarres, evasões, fintas, varrimentos, múltiplosatacantes, armas (duras e moles, compridas e curtas). O treinomental inclui a concentração, o treino cognitivo e as meditações.A SFA tem 144 posições básicas, que se dividem em

posições "femininas" e "masculinas". Estas posições seexpressam através de uma dança denominada'Kembangan'. Com esta dança, as posições setornam movimentos que são assimilados peloestudante e depois são adquiridos eempregados de maneira natural através deseu marco individual, próprio carácter epersonalidade. Não há duas pessoasque se movam da mesma maneira.

Fase 1 - 'SEMBAH' - A"saudação" habitual entreasiáticos de Sudeste. Desdeesta posição, se aprende obásico do Bela Diri (defesapessoal), se aprende a usara estrutura correcta e acorrigir a bio-mecânicacom batimentos e algumasevasões. Durante esta fase, oestudante aprende precisão, controlo,velocidade, focalização, equil íbrio,colocação, fluidez e consciência. Neta fase também serealizam exercícios com parceiro, trabalho com paos esimulação de combate.

Fase 2 - 'REGRESSO AO CHÃO’ - Através dasposições (masculinas e femininas) do Kucing (Gato),Harimau (Tigre), Buaya (Crocodilo) e Kura Kura(tartaruga), aprendemos todos os princípios e técnicasde luta que abrangem a luta no chão em sua totalidade.É muito importante o acondicionamento do corpo, paraque seja forte, rápido e fluido.

Fase 3 - 'GARUDA' - Abrange doze passosdiferentes (seis masculinos e seis femininos) e todos osângulos. As posições do Garuda foram delineadas paraensinar aos estudantes golpes rápidos e fluidos,evasões que se trabalharão contra múltiplos atacantes,e treino com armas. Não tem nenhum elemento de chão,excepto uma posição e se utiliza principalmente para aluta em posição vertical, um contra um ou contra múltiplosatacantes. A sua principal fortaleza é a estrutura que semove - protegida, mas rápida como um raio!

Indonesian Arts

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Fase 4 - 'GERAK - GERIK DAN GARUDA OLEH URAT NAPAS' -Gerak-Gerik significa "acção e reacção apropriadas" e é um antigométodo de treino para melhorar e ampliar a compreensão daspossíveis aplicações, e explorar outras novas. Também se utilizapara desenvolver a sensibilidade e a consciência do corpo. Istotambém se acompanha com posições de respiração, ajudando ocorpo a abrir-se mais e fortalecer os tendões, os músculos e asfascias. Este método de treino foi profundamente influenciado peloIlmu Kéadaran (conhecimento da consciência do corpo).

FASE 5 - 'SARANG LABAN LABAN' (teia de aranha) - Trata-sede uma fase táctica de treino, que ensina os estudantes a usar

armadilhas, muito parecido com o Jogo de Xadrez emelhora a capacidade no combate na curta, média

e longa distância, contra múltiplos atacantes.Também ensina a enganar, ângulos debatimento a os pontos nervosos, e incluimais exercícios de respiração paramelhorar a resistência, assim como oconhecimento das vias da energia nocorpo.

FASE 6 - 'A KEMBANAGAN"(Dança da flor) - Na minhaopinião, esta fase é a maisbela, mas a mais

“Guru Ma meensinou posições,

exercícios, técnicas e métodos

de treino quesempre apontavama uma maneira maisprofunda e maisunificada da vida”

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Silat

“A estrutura dasARTES DE

LUTA SÁTRIAabrange todos osaspectos das artesda luta, com seusmétodos de treinofísico, técnico e

mental”

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incompreendida e a parte em que mais se insistia. É a faseem que um estudante reúne tudo lo que aprendeu em umadança fluente que se utiliza também no combate e paraentrar na (zona de treino) 'sasaran'. Conforme o estudantecontinua desenvolvendo-se, a Kembangan se torna umaferramenta para muitas coisas, incluindo a cura, o equilíbriodo próprio corpo e os níveis de energia.

FASE 7 - "O TREINO COM ARMAS' - O treino SFA comArmas é um método muito sofisticado de formação comarmas brandas e duras, compridas e curtas e uma misturade tudo. Algumas das armas utilizadas são Pisau Bedik,Pisau Belati, Pisau Badik (recta curta, facas compridas ecurvas), Golok (faca curta e grossa), Karambit (faca de garracurva), Sepasang Pedang Pendek (espada de gama média,dupla e simples), Sebiah Keris, Sebialh Keris Berleuk, (Kerisrecto e curvo),) as armas suaves (femininas) incluem Détar(lenço de cabeça) Selendang (cachecol), pareo (lenço para acintura ou as ancas).

FASE 8 - 'A SAGRADA KERIS' - Nesta fase se ensina oconhecimento mais profundo dos pontos da anatomia e osnervos, através de 16 posições que abrangem ao todo 108partes do corpo.

FASE 9 - 'ILMUS NAPAS' - Nesta fase se ensinam oscinco diferentes exercícios de respiração. Estes exercíciosde respiração ajudam a fortalecer todo o corpo dopraticante, o que o leva a suportar melhor os golpes,aumentar a suavidade, a dureza, a ligeireza, a estabilidade,assim como a fluidez.

FASE 10 - 'UNIFORME COMPLETO "ou" LOTUSKEMBANGAN' - Esta fase é a completa união dasposições e as energias masculinas e femininas, incluindotudo quanto se aprendeu e expressado através daKembangan.

Nestes artigos não vou escrever só acerca da SFA,também darei uma ideia de todos os outros estilos de Silatque aprendi e completei, com a esperança de que o leitorpossa ter uma compreensão mais profunda das belas ArtesIndonésias.

CURSOS DE INSTRUTOR DA SFAAssim como tem um programa de estudos completos, o

SFA tem um ‘Curso de Instrutor’ para aqueles quedesejarem tornar-se instrutores desta Arte. O nossosdiplomas de instrutor são selados pela Universidade Sphinxe oferecem um completo manual como parte do curso.Realizamos estes cursos em diversos países. Na Espanha,o meu Representante Regional é Sebastian Deibe, comsede em Madrid e na sua Academia ensina a tempocompleto Artes Marciais. Eu organizo os cursos de instrutoratravés dele, assim como seminários na Espanha. Paraobter mais informação acerca destes cursos ou paraaprender SFA, poderão entrar em contacto com ele atravésdo seu sitio web (www.deibe.es)

SÁTRIA SEMBAH PUKULAN DVD em DescargaFaz vários anos, realizei um DVD de instrução

denominado "A prática da Sembah” e proximamente voulançar o vídeo SÁTRIA SEMBAH PUKULAN (este mês, emDVD e descarga em linha). Isto proporcionará algumaorientação para a aprendizagem da primeira fase da SFA, aSembah, e sobre como utilizar algumas das partes duras dovosso corpo, para golpear e atacar em movimento. Para verou conseguir uma cópia do DVD, pode visitar o nosso sitioweb em

www.satria-arts.com

Até o próximo número!

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“O ponto vital em Taekwon-Do se define como qualquer área sensívelou frágil no corpo, vulnerável a um ataque. É essencial que o estudantede Taekwon-Do tenha um conhecimento dos diferentes pontos, para quepossa empregar a ferramenta de ataque ou de bloqueio adequada. Oataque indiscriminado é condenável, por ser ineficiente e um

esbanjamento de energia”. - General Choi Hong Hi, ENCYCLOPEDIA OF TAEKWON-

DO, Volume II, pag.ª 88. Actualmente, o Taekwon-Do é uma das artesmarciais mais estendidas e profissionais do

mundo, (fundada em 11 de Abril de 1955, peloGeneral Choi Hong Hi), continua prosperando,

inclusivamente após o falecimento de seufundador, em Junho de 2002.

Com o tempo, os factores desportivosforam prioritários e grandede parte dosmétodos originais de auto-protecçãoforam ignorados ou descartados. Nosdocumentos escritos originais do GeneralChoi, grande parte da atenção, aestrutura e mesmo o uso dos pontosvitais "Kupso" (ou Kyusho), assim como odesenvolvimento de armas para ter acesso

a eles, foi apontado mas nunca foitotalmente ensinado. Kyusho International

desenvolveu um programa para iluminar,educar, integrar e desenvolver esta

inacreditável Arte Marcial, voltando aosconceitos de seu fundador. Este novo programa

conta com o pleno apoio do filho do fundador, ChoiJung Hwa. O objectivo desta série é para pesquizar os

padrões (Tul), que se realizam de acordo com os preceitos dofundador na "Enciclopedia do Taekwon-Do" (os 15 volumes escritos

pelo General Choi Hong Hi, incluindo os "Pontos Vitais"). Através destaestrutura, o Kyusho se integrará inicialmente e de novo no Taekwon-Do.

Kyusho International se sente orgulhoso por estar presente nesta tareade colaboração monumental e histórica.

Ref.: • KYUSHO20 Ref.: • KYUSHO20

Todos os DVD's produzidos por

BudoInternational são realizados em

suporteDVD-5, formato MPEG-2

multiplexado(nunca VCD, DivX, o

similares) e aimpressão das capas segue

as maisrestritas exigências de qualidade

(tipo depapel e impressão). Também,

nenhum dosnossos produtos é

comercializado atravésde webs de leilões

online. Se este DVD não cumpre estas

exigências e/o a capa ea serigrafia não

coincidem com a que aquimostramos,

trata-se de uma cópia pirata.

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Portugal

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A Associação Portuguesa O Samurai foi fundada pelo SenseiVítor José Gomes, presidente da mesma. Esta associação decariz desportivo, cultural e social, foi criada para promovernão só as Artes Marciais, como também fazer com que ospraticantes para além da prática do desporto em si, tenhamtambém a noção da disciplina que o envolve e enriqueça a suaauto - confiança. A A.P.S. foi criada a 16 de Setembro de2009.

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O logotipo desta associação significa:

Vermelho – Simboliza o calor do sol. País do solnascente, oriente origem do Samurai.

Figura Octogonal (oito lados) – Representa um"espelho mágico", com o poder de revelar o que há naalma de quem olha para ele. É uma das três relíquiaspassadas pelos deuses ao primeiro imperador japonês esignifica sabedoria ou honestidade (a interpretaçãovaria na literatura).

Flor de cerejeira – A flor, Sakura possui cinco lados.Representa, geralmente, as escolas antigas de Ju-Jitsu.

Samurai – Simboliza o guerreiro, os valores e adisciplina. O Samurai era um servo do Imperador, aA.P.S. é um servo da sociedade, existe para a servir.

Estes são os objectivos desta associação: servir,preservar as tradições e costumes, como é o exemplo doprojecto da Federação Portuguesa de Luta Galhofa eDesportos Interculturais - O Guerreiro Lusitano, (divulgar aúnica luta corpo a corpo de origens Portuguesas: A LutaGalhofa). Por tudo isto a Associação Portuguesa O Samuraie seu fundador Vítor Gomes, desde a sua fundação,pretendeu contribuir para a divulgação e a práticadesportiva desta modalidade e que impulsionou a criaçãodesta Federação, para a preservação desta modalidade epara que a mesma passe de uma modalidadedemonstrativa para uma modalidade desportiva. A FPLGDI- O Guerreiro Lusitano, fundada em 9 de Fevereiro de 2013.A Luta Galhofa é um estilo de wrestling tradicional

transmontano, que se define como um desporto decombate. É tida como a única luta corpo a corpo de origensportuguesas. O objectivo desta luta é imobil izar oadversário fazendo com que ele fique com as costas eombros assentes no chão. Qualquer movimento maisviolento, como puxões, murros ou pontapés, não sãopermitidos. A luta começa e termina com um abraçocordial. A Galhofa (escreve-se Galofa em Lusitânico, a letra" " lê-se como "lh" em português). A palavra Galhofasignifica brincadeira, divertimento, risota, zombaria,escárnio. É uma arte tradicional Calaica praticada em Trás-os-Montes (mais exactamente em Bragança com o termoGalhofa e no Alto Tâmega como Luta) no norte de Portugal,mas de origem Céltica tal como a vizinha Luta Leonesa(Aluche) e a renascida luta tradicional galega (a Loita). Ospovos Celtas e Iberos juntaram-se formando o povoCeltibero. Uma das suas tribos mais famosas era a dosLusitanos que viviam entre o rio Douro e rio Tejo naLusitânia. O seu mais famoso chefe era Viriato, um pastorda serra da estrela que derrotou inúmeras vezes osRomanos. Para muitos, os Lusitanos são os verdadeirosantecessores dos portugueses. Isto leva-nos a crer comtoda a certeza, que esta luta teve uma variante própriatambém na margem sudeste do rio Douro no norte da

Lusitânia (ou nos lugares e localidades da margem sul doDouro, que sempre fizeram parte integrante e pertenceramhistoricamente à Lusitânia) em tempos não muito recuados,mas que se perdeu, não conseguindo resistir aos ventos demudança, à repressão cultural e sócio-política portuguesa eprincipalmente à inquisição da Igreja romana. Esta luta,também conhecida como Maluta, não é nem nunca foi umaversão da Galhofa transmontana, embora seja irmã desta esemelhante a muitas outras antigas lutas tradicionais celtase europeias. A Galhofa é uma luta regional antiga da qual sedesconhece a verdadeira data do seu início. Contudo adesignação de Galhofa terá no mínimo 200 anos e estaforma de luta provavelmente mais de dois mil anos, remontaao tempo dos Celtas e dos Iberos, uma das suas triboseram os Lusitanos, praticavam esta forma de luta para verquem era o mais forte do clã. Passados os tempos essaforma cultural ficou nas aldeias, nos lados de Bragança éconhecida como Galhofa e está associada à passagem dos

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adolescentes a adultos, nas festas dos rapazes e também ao celestício, aos festejosnatalícios. Por causa dos tempos modernos, foram-se perdendo os costumes e tradições eo desaparecimento desta cultura é quase inexistente, actualmente apenas três localidadesdo distrito e concelho de Bragança a praticam infelizmente, só como demonstração esomente em dias festivos, já anteriormente mencionados. Era praticado nos currais emcima da palha fresca e em tronco nu, descalços e interdito a mulheres. A festa terminacom uma refeição, confecionada pelos rapazes, composta de mamotas (castanhascozidas) e vinho (geralmente a martelo) e na qual participam os mordomos e oshomens da região. Seguidamente dirigem-se para o baile da rosca, onde seconfraternizam e glorificam o vencedor da luta. Assim se mantém as raízes e secultiva a tradição no jogo ou luta da Galhofa. Para os lados do Alto Tâmega eraconhecida como Luta e as regras eram as mesmas: derrubar o adversáriocolocando-o com as costas no chão. Também era praticada nos currais e em cimada palha fresca, descalços e em tronco nu, era conhecida como Luta. Nuca tinhauma forma violenta: servia somente para ver quem era o homem mais forte daaldeia ou aldeias e sempre interdita a mulheres. Lamentavelmente, no Alto Tâmega jáse perderam as tradições e o termo luta é sinónimo de “porrada”, contrariamente aoque se passa no Nordeste Transmontano. Mas da história da Luta Galhofa há muito que

Portugal

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dizer, é algo cultural sem dúvida nenhuma, são as nossas raízes, éum jogo cultural, do qual provinha a virilidade masculina, medindoforças, mas nem sempre o homem mais forte ganhava, poisutilizava-se muito a força mas também a técnica, que era chamadade manha. Como não queremos perder esta forma cultural, estamosa transformar esta tradição em modalidade desportiva, o tradicionaladaptado aos tempos modernos. Esta modalidade passa a estarsob a égide da FPLGDI, com fardamento adequado e regras. Nestecaso, as mulheres também podem praticar, em vez de ser em tronconu, é com uma t-shirt de licra, que dificulta que o adversário seagarre pois é o mais adaptável possível, pois nos primórdios era emtronco nu porque não podiam agarrar na roupa de cima só podiampuxar pelas calças por isso o material das calças teria de serrobusto, de borel ou algo do género, pois as calças eram castanhase fortes e mesmo assim muitas vezes rasgavam e ficavam com aspartes mais íntimas à mostra, mais uma razão de naquele tempo asmulheres não poderem assistir. Como os tempos mudam e não sepode puxar pela roupa de cima, a licra foi a solução mais favorável,as calças castanhas e personalizadas com a modalidade eelaboradas com um material robusto e confortável, que é a sarja. Ofato tem uma faixa que para além de proteger a zona lombar, servetambém para distinguir os atletas, o branco para os iniciantes, oamarelo os intermédios, o castanho os avançados e o preto para osinstrutores. A prática é descalços como antigamente, mas em cimade tatamis (colchões) em vez de palha fresca, dentro de um local detreino e não nos currais. A essência da tradição, da cultura e do jogoestá lá. Foi adaptado aos tempos de hoje: uma modalidadedesportiva e a junção de Luta + Galhofa, ficando a conhecer estamodalidade desportiva como Luta Galhofa. Se algum dia esta artemilenar antiga desaparecesse, os governos portugueses e as elites,continuariam indiferentes a isso, por essa razão a Luta Galhofapassa a uma modalidade desportiva e foi criada uma Federação acargo desta modalidade e felizmente ainda há pessoas preocupadascom que a nossa cultura não se perca e que passe fronteiras comoaconteceu com as outras Artes Marciais.

O logotipo desta Federação significa:Vermelho – Simboliza o calor do sol. País do sol nascente,

oriente. A interculturalidade, entre o oriente e o ocidente, umafusão do logotipo da associação fundadora e o logotipo daFederação.

Figura Octogonal – O Octógono com as redes representa queactualmente é designado o Mixed Martial Arts – MMA, a misturade vários estilos e culturas a interculturalidade, no mesmodesporto.

FPLGDI – Federação Portuguesa de Luta Galhofa e DesportosInterculturais, com as cores da nossa bandeira, verde evermelho.

O Guerreiro Lusitano – Nome de fantasia associado aFederação.

G – De Galhofa, o termo utilizado a cerca de 200 anos parachamar a este tipo de luta, pois era utilizada como umabrincadeira, por isso a origem do nome Galhofa. Anteriormentee em outras localidades só era conhecida como Luta, já comuma origem de 2000 anos deixada pelos Guerreiros GalaicosLusitanos.

Os lutadores – Representam os praticantes desta arte milenarcom origens Portuguesas.

Circulo Amarelo – Simboliza o sol, ocidental.Estrela – Simboliza o celestício que era a época que se

praticava muitas vezes este tipo de luta, que estava interligadaas tradições da terra.

Castanho – A cor que tradicionalmente utilizavam nas calçaspara a prática deste desporto, nesse tempo o material era deborel ou de outro tecido resistente de cor castanha.

Portugal

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Confiar nas pessoas é a ÚNICA maneira dese saber se podemos ou não confiar nelas,mas ser como um pássaro que confia NASUA ASA E NÃO NO RAMO EM QUEPOUSOU, porque quando o ramo é débil e separte, o pássaro simplesmente voa. Opássaro sabe que os ramos das árvores sãoverdes durante uns dias e depois secam. Esta é a simples prova que se faz No KAPAP

aos instrutores, aos “sócios” e também aosestudantes que pensam que após alcançar onível 1 de CONFIANÇA após uma semana detreino ou que chegando ao Segundo nível játêm tudo o que necessitam. Mas isto não sãomais que papeis vazios acerca da ética e docódigo moral dos guerreiros. Trata-se de uma prova para si mesmos, na

qual não são conscientes de que se

enfrentam com o seu próprio ego que é comoum espelho e por isso, a maioria delesfracassam. Tenho visto que um 75% nãosupera o teste ANA (Avi Nardia Academy)porque segundo parece, hoje se perdido ocódigo moral, tanto em as Artes Marciaiscomo na vida, e as acções são maisreveladoras que os discursos.Para manter a máxima qualidade dos

instrutores , na ANA (Academia Av iNardia) utilizamos o teste Gedeón. Emqua lquer momento , temos dúz ias decandidatos a instrutor de KAPAP nosn í ve is que vão de 1 a 4 do nossoprograma. Dependendo da pessoa, superarcom êxito o programa de instrutor deKAPAP KAPAP pode ser muito fácil, oucompletamente impossível.

Avi Nardia

Texto e Fotos: Avi Nardia, Ken Akiyama & Tim Boehlert

“Qualquer pessoa que não é o meu estudanteque pretenda ensinar KAPAP ou "o verdadeiroKAPAP", para já é desonesto ou estranho.

Podem imaginar que durante a vida de BruceLee, uma pessoa de repente tivesse aparecido

dizendo ser "o verdadeiro Jeet Kun Do?”

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Avi Nardia

“É melhor procurardurante 15 anos paraencontrar o professoradequado, que estudardurante 15 anos com o

mestre errado”

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A história de Gedeón nos diz comoDeus distinguiu rapidamente os 300melhores guerreiros de entre 32.000soldados. Primeiro, Deus instruiuGedeón para proclamar: "Aqueleque tiver medo e tremer, que voltedesde o monte de Galaad". Emresposta à ordem do Senhor, duasterceiras partes dos soldados seretiraram. Ainda ficavam dez milhomens e Deus disse a Gedeónque ainda havia homens demais.Ele disse a Gedeón quemarchasse com os seus homenspela colina, como se fossem aatacar o inimigo.Quando o exército passou por

uma zona com água, Gedeónobservou os homens que seaproximavam à beira do rio parabeber. A maioria dos homensdeixavam os seus escudos elanças, se ajoelhavam e bebiamansiosamente, usando as duasmãos como um recipiente. Gedeónmandou estes homens queabandonassem a companhia.Uns poucos guerreiros beberam

água de maneira diferente. Estessoldados se detiveram com cautela àbeira do rio, com suas lanças e escudos nasua mão direita, enquanto recolhiam água comsua mão esquerda. Se o inimigo de repente

aparecia, estariam prontos a defender-se.Deus disse a Gedeón: "Estes são os homens que

escolhi para libertar Israel."Apesar de que só havia 300 homens neste grupo,

cada um deles encarna o espírito de um verdadeiroguerreiro. Eles estavam concentrados no seupropósito e mantiveram as maneiras, apesar dasede e a distracção. Estiveram atentos - nãoqueriam ser vítimas de um ataque por surpresa,nem haviam de perder a sua oportunidade seremvitoriosos no momento adequado.Assim é como Gedeón seleccionou 300

guerreiros de entre 32.000 homens.Anteriormente escrevi que é melhor procurar

durante 15 anos para encontrar o professor

Com suficiente tempo e esforço,praticamente qualquer pessoa podeadquirir as habilidade técnicas e tácticaspara se tornar um instrutor de KAPAP.No entanto, a maior prova do KAPAPconsta de demonstrar integridade - umatributo que os candidatos podempossuir completamente, ou nada emabsoluto. Por exemplo, aqueles que sóprocuram obter diplomas e certidõespara o seu ego, acharão impossível onosso programa de KAPAP. Portanto,utilizamos a prova de Gedeón paradistinguir os membros da nossaequipa.

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adequado, que estudar durante 15 anos com o mestre errado. EmKAPAP, pensamos que se trata também da busca dos estudantescorrectos.Faz quinze anos, comecei a abrir as minhas ensinanças a civis.

Anteriormente só tinha ensinado o meu sistema de KAPAP paraseleccionar o pessoal militar e da polícia em Israel.Como primeiro passo para a abertura do KAPAP, foi com um curso

denominado Nível Um de Instrutor de Kapap e foi um curso de 5 diasde formação básica completa. O objectivo principal do curso foiavaliar o grau de progresso que os estudantes teriam de conseguir,com a finalidade de serem chamados Mestres de Kapap.Insisti em que o curso era mais como uma fase de "entrevista"

para os estudantes. Apesar de ter lido credenciais onde muitos dosestudantes se classificaram como "versado", “especialistas”, etc.rapidamente estes mostraram que a sua classificação estava muito

longe da realidade, quando se trata da luta no tatame.Estes candidatos vinham de uma Arte MarcialModerna particular, que estabelece

especificamente que "não é uma ArteMarcial Tradicional - não é uma ArteMarcial que não faz sentido". Quandovieram até nós para aprender KAPAP, osistema superior, a nossa avaliação foique sabiam "um monte" de parvóicese mais nada! Tinham títulosexagerados e a sua ideia da auto-defesa se baseava em trêsmovimentos básicos, com muitosefeitos sonoros (fu, fu, fu...) ecoreografia.

Mesmo se si um candidatotem pouca habilidade, eu mesinto fel iz ensinando-o,

Defesa Pessoal Israelita

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sempre que tiver um bom coração e mantenha a integridade. Nuncadeixei fora do ensino a um estudante por carecer de talento físico(de facto, um dos meus projectos mais gratificantes foi ensinarcrianças com discapacidadas. Apesar de ter muitos candidatos ainstrutor que querem aprender as habilidades físicas do KAPAP, sóuns poucos dos nossos candidatos, estão interessados na defesados nossos princípios morais e éticos.Na ANA (Academia Avi Nardia) trabalhamos constantemente para

descobrirmos os nossos lutadores/instrutores Gedeón. Com afinalidade de encontrar os que ensinarão o KAPAP no futuro,excluímos outros que só procuram obter diplomas,certidões e títulos, mas não se comportam comoprofissionais. Este processo constante assegura que anossa equipa mantém as mais altasmédias de preparação.Afinal, Gedeón poderia ter

dado instruções às suastropas para manter as suasarmas. Em vez disso, eleprefiriu observar suasacções a fim deaprender acerca da

Avi Nardia

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sua natureza. Damesma maneira,penso que a maneiramais rápida de saber seuma pessoa é de confiança édar-lhe confiança e ver a cadadia se é digna da mesma. Aolongo deste caminho, algumaspessoas esquecem que os Níveis 1, 2, 3, e 4 de Kapap,são um processo de selecção. Se um dos meus estudantes seesquece da moral, da ética, da integridade, ou de desenvolverhabilidades, não passa a prova Gedeón.Gedeón excluiu os soldados que momentaneamente puseram

seus escudos e lanças de lado. Na academia Avi Nardia nãoadmitimos aqueles que deixam a moral e a ética de lado. Estaé a prova do espírito de uma pessoa. Podemos tratar deensinar técnicas e corrigir os erros, mas sem o espíritocorrecto, não se pode aprender muito.Até agora, só um número muito pequeno de instrutores

Kapap passaram os quatro níveis. Damos certidões de1ºNível para que possam começar a aprender quegénero de pessoas são realmente. Eu digo que nunca“faço provas” aos meus estudantes. Muito pelocontrário, são as próprias pessoas que revelam o seucarácter através das suas acções. Se alguém nãopassa a prova Gedeón em qualquer nível, fracassacompletamente e está fora do KAPAP.Só posso sorrir quando vejo novos "grandesmestres" que aparecem nas Artes MarciaisIsraelitas e que fracassaram no KAPAP ousimplesmente observavam os nossos DVDs. Derepente, as técnicas que são unicamente para oKAPAP, se transformam no "Novo Planeamentode Estudos Oficial" dos seus sistemas…Qualquer pessoa que não é meu estudante, que

pretenda ensinar KAPAP ou "o verdadeiro KAPAP",para já é desonesto ou excêntrico. Podem imaginar quedurante a vida de Bruce Lee, uma pessoa de repenteaparecesse a dizer o que é o "verdadeiro Jeet Kun Do?"Para minha surpresa, alguns dos meus antigos alunos quesó percebeu uma pequena fracção do KAPAP, agora abrema sua própria federação e pretendem ser o "verdadeiroKAPAP". Há outras pessoas que nem sequer conheci algumavez, que pretendem ensinar KAPAP.Ninguém pode ser o "verdadeiro KAPAP" se nunca aprendeu

a primeira lição: Integridade! O povo diz: “Nunca discutir com a gente estúpida, porque

nos vão arrastar para baixo, para o seu nível! Temos de oscombater e bater com a experiência! É curioso e verdadeiro.Há momentos em que se deve lutar, mas acima de tudo, faze-

lo com o método de um guerreiro zen que é permitir aosinimigos destruir-se a si mesmos.

Na Academia Avi Nardia, pedimos às pessoas ficarem deverdade, ou que fiquem realmente longe.Como fundador do Kapap de Combate, mostro o KAPAP

por todo o mundo com um modelo de família. Estou muitocontento por atrair tantos membros e representantes detão boa qualidade. Agora faz 15 anos que comecei aensinar KAPAP ao público, Sinto orgulho de ver como oKAPAP estende as suas asas e começa a elevar-se muitoalto, com novos membros de todo o mundo que seunem à minha equipa a cada dia."Um pássaro pousado numa árvore nunca tem medro

de que o galho se quebre, porque a sua confiança nãoestá no galho mas sim nas suas próprias asas. Acreditasempre em ti mesmo".

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Kihon waza (técnicas básicas) es la parte másimportante del entrenamiento de cualquier Arte

Marcial. En este DVD el Maestro SueyoshiAkeshi nos muestra diversas formas

de entrenamiento de Kihon conBokken, Katana y mano vacía.

En este trabajo, se explica enmayor detalle cada técnica,para que el practicantetenga una idea más clarade cada movimiento y delmodo en que el cuerpodebe corresponder altrabajo de cada Kihon.Todas las técnicas tienencomo base común laausencia de Kime (fuerza)

para que el cuerpo puedadesarrollarse de acuerdo a la

técnica de Battojutsu, y sibien puede parecer extraño a

primera vista, todo el cuerpodebe estar relajado para conseguir

una capacidad de respuesta rápida yprecisa. Todas las técnicas básicas se realizan

a velocidad real y son posteriormente explicadaspara que el practicante pueda alcanzar un niveladecuado. La ausencia de peso en los pies, larelajación del cuerpo, el dejar caer el centro degravedad, son detalles muy importantes que elMaestro recalca con el fin de lograr un buen niveltécnico, y una relación directa entre la técnica basey la aplicación real.

REF.: • IAIDO7 REF.: • IAIDO7

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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A “EPIDEMIA DE TÍTULOS”Pelo Grão Mestre John Pellegrini

Em números precedentes daRevista, temos falado dealguns assuntos controversos,por isso, neste artigo resolvique era chegada a hora depassar um vista de olhosdivertida, a matérias maistriv iais (ainda queextremamente controversas)que dizem respeito às ArtesMarciais: a abundância de títulosque se uti l izam e se mal

utilizam por parte dosinstrutores de ArtesMarciais. Masprimeiro, vamos veruma informaçãohistórica…

Combat Hapkido

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s títulos das Artes Marciais, tal comose usam nos nossos dias, sãobastante recentes, tendo começadonos inícios dos anos 1950. Atéentão, só havia uns poucos títuloshonoríficos básicos, pensados para

simplesmente separar os alunos dos Mestres epara mostrar respeito aos altos membros de umafamília, grupo ou grémio. Com a introdução eulterior comercialização das Artes Marciaisasiáticas no Ocidente, a proliferação de títulosutilizados pelos instrutores começou a afiançar-see agora alcançou o grau de epidemia (algunsdiriam que de maneira cómica). Hoje já não ésuficiente ser reconhecido ou chamadosimplesmente como "Mestre" ou "Grão Mestre".Muitos sentem que devem uti l izar t ítulosadicionais, para fazer valer a sua elevada posiçãona hierarquia das Artes Marciais. Não se importam(ou não se apercebem) de que alguns dessestítulos são redundantes, inapropriados ouincorrectos, mas parecem tão importantes, são tãoirresistivelmente exóticos que se têm de juntar aonome próprio.

Vou explicar o meu ponto de vista e no processovamos divertir-nos com alguns exemplos.

Faz alguns anos reparei em que alguns mestresjá proeminentes, não estavam satisfeitos com umtítulo muito alto e começavam a usar "GrãoMestre" e inclusivamente "Supremo Grão Mestre"(e depois o que havia de se seguir…? "Grão-GrãoMestre"! Então, qualquer pessoa pode ser "Grão"?E o que acontece com o "Grão Mestre Máximo"?Ou porque não "Elevado Grão Mestre" ou mesmo"Grão Mestre Sublime-Divino"?

Outro exemplo é o uso descarado de títulosacadémicos, como Doutor e Professor, com osquais “como por acaso” se apropriaram dasinstituições oficiais. Sejamos honestos!... Nãoexiste uma verdadeira e legítima Universidade deArtes Marciais formando doutores, nem hácatedráticos em Artes Marciais. Então, como seobtêm esses títulos? É fácil... basta acreditaremque têm o "direito" de utilizá-los. Por certo, quesão ainda mais impressionantes quando utilizadosjunto com outros títulos, por exemplo: "MestreProfessor X" ou "Supremo Grão Mestre Doutor X".

Mas a parte realmente interessante destefenómeno, vem com o uso dos títulos em idiomasasiáticos, na sua maioria do Japonês,

do Chinês e do Coreano. Mas também estãorepresentados os Filipinos e Indonésios!

O mais popular e amado é o título de"Sensei", que em Japonês simplesmentequer dizer "velho" e reconhece acompetência e habil idade de umapessoa numa Arte ou profissão, comoum Professor de um Colégio, umMédico, Advogado, Escritor, Pintor,Músico, etc.…

Gosto especialmente dautilização deste título na suaversão "americanizada": Constadiante do nome, como em"Sensei Joe", em vez de seu usoadequado depois do apelido ousobrenome, como em"Shimabuku Sensei".Também achei esteversátil termo usado

“Os títulos de Artes Marciais, tal como seusam nos nossos dias, são uma inovaçãobastante recente, que começou nos inícios

dos anos 1950”

O

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Combat Hapkido

“Sejamos honestos... não há uma verdadeira elegítima Universidade de Artes Marciais formando

doutores ou tendo catedráticosnas Artes Marciais. Então, como se obtêm

esses títulos?”

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como reforço para outros títulos, como em"Mestre Sensei X" ou ainda na atrevida maneira (ecom um toque multicultural, misturando Japonêse Coreano) como "Sabumnim Sensei X". Aredundância sem sentido continua com jóiascomo "Grão Mestre Shihan X" (instrutor GrãoMestre chefe de um dojo) e "Hanshi Grão Mestre"(mestre senior-Grão mestre). E para finalizar, avariação japonesa, onde está o muito utilizado eabusado título de "Soke", que muitos pensamsignificar "Fundador". No entanto, nuncaencontraremos um autêntico e genuíno fundadorjaponês de uma Arte Marcial, utilizando o termo"Soke", só os instrutores americanos e europeusque afirmam ter "criado" uma nova Arte Marcial, ousam antes ou depois de seus nomes,frequentemente além dos outros títulos. Assimsendo, encontramos impressionantesdenominações como "Soke Sensei X" ou "GrãoMestre Soke X". E não importa se a Arte Marcialem questão é coreana, chinesa ou uma mistura deamericana…, a palavra "Soke" é tão sexy quecruza todas as fronteiras culturais eimediatamente adiciona estatuto de credibilidadea qualquer "fundador" de 25 anos!

A simples verdade é que o significado históricoe correcto da palavra "Soke" é "tradição artísticaoriginal de uma família ou grupo", estabelecidaatravés de gerações. Mas não se preocupem porestes pequenos pormenores.

A mistura, a repetição e o uso excessivo dostítulos não está associada a uma Arte Marcialespecífica ou com uma nacionalidade emespecial, ainda que os instrutores americanosparecem destacar-se nisto e não seja raroencontrar algum "Mestre Sensei" e "Grão MestreKwanjangnim" de apenas 20 ou 30 anos.

As Artes Marciais Chinesas, ainda que não sendocompletamente imunes, têm escapado, na suamaior parte, ao pior da "epidemia de títulos",provavelmente devido às diferenças culturais. Amaioria das Artes Marciais Chinesas utilizambasicamente só o título "Sifu" (professor) e em

alguns casos, o título "Sigung"(Mestre de Mestres), por vezesamericanizado como "GrãoMestre".

Muito poucas pessoas têm sidoreconhecidas como "Zong Shi" ou"Shi Zu" (fundador) e esses títulosnão são habitualmente utilizados noOcidente. Mas isso não temimpedido a algumas almas valentesdarem com inovações ridículas, comousar o "Dan" como categoria do Tai-Chi. Assim sendo, agora é possívelver a publicidade de "Sensei MestreJoe, 7º Dan de Tai-Chi".

Aqueles leitores familiarizadoscom as Artes Marciais das Filipinas,da Indonésia, Tailândia ou da Índia,provavelmente saibam muitosexemplos interessantes do mal uso eabuso de títulos como "Guru, GuroBapak" e outros.

Mas acredito ser desnecessáriamais nenhuma prova da existênciadesta epidemia. Pessoalmente, nadame importa quais ou quantos títulosgostam de usar os instrutores de ArtesMarciais, mesmo quando se tornamridículos e estão à beira da megalomania.Só acredito que quando se trata de títulos(especialmente os auto-proclamados), nosseria mais útil a modéstia e a humildade seesperamos que o resto da sociedade nosrespeite e nos leve a sério. É um paradoxo,mas quando se quiser que os outros noslevem a sério, eu recomendaria começar poradoptar um dos princípios reitores da minhavida, que é: "Nunca devemos levar-nos a muitoa sério nós mesmos e temos de aprender a rir-nos do próprio ego!"

Estou convencido de que se mais pessoasseguissem este conselho, havia de haver muitamenos ansiedade e conflitos no Mundo.

“As Artes Marciais Chinesas, ainda que não totalmente imunes,

têm escapado, na sua maioria, ao pior da"epidemia de títulos", provavelmente

devido às diferenças culturais”

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Lameco Eskrima OriginalA luta com faca implica muitas mais coisas que a simples

aprendizagem das técnicas e a sua demonstração contra umparceiro de treino submetido. A absoluta necessidade docombate determina sempre a nossa resposta e a nossahabilidade – se for a adequada – determina a eficácia geral docombate. Através do treino Baseado na Realidade, procuramosadquirir habilidade para aplicar de modo eficaz qualquer técnicaque tenhamos aprendido numa situação de estresse, quandorepentinamente nos virmos imersos na incerteza, no caos e naconfusão de um verdadeiramente complicado encontro violentona rua. Nesse momento, se o nosso treino for bom, irá ajudar-nosno combate; mas, pelo contrário, se duvidarmos e formosnegligentes, não estaremos à altura do combate.O meu instrutor, Puning Guro Edgar G. Sulite, fundador da

Lameco Eskrima, ensinou-nos que o modo de nos prepararmosno treino se reflecte na nossa resposta quando nos vemos

Dizem que à sombra de uma grande árvorenão pode crescer uma outra; no entanto,também afirmam os clássicos que quem aboa árvore se encosta, boa sombra o abriga.A árvore junto da qual se abrigou Guro DaveGould, esteve, sem dúvida, entre as maioresque deu a Eskrima nos nossos tempos,Edgar Sul ite. Apesar da sua efémeraexistência, marcou muitas pessoas e deixouuma profunda marca na maneira moderna deentender esta Arte filipina por excelência. Àsombra de Sulite cresceu e fez-se forte oMestre que hoje visita as nossas páginas. Delonga e assente experiência nas ArtesGuerreiras, encontrou no Lameco Eskrima aperfeita expressão de tudo aquilo que andavaa procurar, tanto de um ponto de vistaMarcial como humano. O seu trabalho éconsiderado um dos mais avançados einteressantes dos nossos dias, osverdadeiros versados na matéria assim oafirmam e depois de ver o seu trabalho nosnossos estúdios, nós também. Deixou-nos ummagnífico vídeo instrutivo sobre uma dassuas especialidades, a faca, e com ele, esteartigo que esperamos que seja do vossoagrado.

Guro Dave Gouldwww.LamecoEskrima.com

www.budointernational.comFotos:

Texto:

"A maioria das pessoasparece pensar que

quando se produz umasituação violenta, de

repente, como por artede magia,

vai aparecer na suamão uma faca e que

lutarãovalentementecontra umagressortotalmentesubmetido”

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obrigados a defender a nossa vida na rua. Se treinarmos comdebilidade e por compromisso, isso acompanhar-nos-á nocombate e rapidamente nos conduzirá a uma derrotahumilhante e inaceitável. Para que a debil idade e ocompromisso não façam presença quando se tratar dedefendermos a nossa vida, devemos eliminá-los do nossotreino. Só então nos libertaremos das suas graves limitações erestrições, permitindo-nos lutar eficazmente com determinação,para conseguir melhor o nosso objectivo de sobreviver.Punong Guro Sulite costumava recordar-nos que no combate

não havia "garantias", quando muito apenas "uma breveoportunidade". Ou aproveitamos essas oportunidades quando se

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Eskrima

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apresentam durante o tempo real que podem durar, ou não asaproveitamos e teremos que enfrentar as graves consequênciasda dúvida ou do fracasso na hora da acção. A maioria daspessoas não dá valor à insegurança de uma situação de combatecomplicada. De um lado está o que pensamos que vamos fazernuma luta e, do outro, o que acabamos por fazer pornecessidade, o que muitas vezes costuma ser bastante diferentedaquilo que esperávamos no começo. Por isso, devemosdesenvolver e manter a habilidade de sentir, reagir, adaptar,ajustar, localizar e voltar a localizar qualquer oportunidade ouameaça inesperadas num combate, até que sejamos capazes deresolver e eliminar completamente a ameaça. Por esta razão,devemos sempre prestar atenção ao treino. O único objectivoaceitável deve ser sobreviver a todo custo.No último DVD (Faca Essencial) que gravei para a Cinturão

Negro, um dos assuntos que aparece constantemente é o depermanecermos sempre em alerta com o nosso meio e sermoscapazes de sacar da arma (ou faca), inclusivamente quandosurgir a necessidade de modo inesperado. Hoje em dia, muitossistemas e alunos não prestam a esta questão a atenção quemerece. A maioria das pessoas parece pensar que quando seproduz uma situação violenta, de repente, como por arte demagia, vai aparecer na sua mão uma faca e que lutarãovalentemente contra um agressor totalmente submetido, que nãoapresentará resistência às tentativas dirigidas a acabar com asua vida. Isto não podia estar mais longe da realidade. Quandoalguém te ataca com uma faca, literalmente tens menos de umsegundo para responder eficazmente, posto que nos veremosforçados a utilizar a faca para defender a nossa vida. Só então,com a faca na mão, poderemos começar a defender-nos demodo eficaz, confiando na hipótese de sairmos airosos nessemomento crítico de necessidade. Vejamos, de que nos servemas técnicas para lutar com faca, se não podemos ter acesso aela quando dela precisamos? Se não pudermos puxar e utilizar afaca em menos de um segundo, quer dizer que somosdemasiadamente lentos e que a morte poderia surpreender-nos.A utilização e a retenção da arma deveriam ser prioritárias em

qualquer sistema baseado nas armas e para que sejam eficazesdevem ser praticadas diariamente. Por exemplo, em LamecoEskrima treinamos o modo de utilizar a arma e a retenção com asduas mãos, pois o Lameco Eskrima é um sistema puramenteambidestro. Punong Guro Sulite ensinou-nos que não temos umamão esquerda e outra direita, mas sim duas mãos capazes. Amão mais próxima da ameaça é a que deve fazer frente a ela,sendo a sobrevivência o objectivo final. Deve-se treinar o modode tirar a arma da algibeira até à posição de uso, mil vezes,repetidas vezes até não constituir um esforço, porque a repetiçãoé a mãe de todas as habilidades. Em Lameco Eskrima temosnove posições a partir das quais podemos começar a usar aarma; aprender a puxar pela arma com as duas mãos, para cadauma destas posições quando a situação assim o requer, éabsolutamente necessário e faz parte do nosso treino diário.

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Eskrima

“A maioria das pessoasparece pensar que quandose produz uma situação

violenta, de repente, comopor arte de magia, vai

aparecer na sua mão umafaca e que lutarão

valentemente contra umagressor totalmentesubmetido, que não

apresentará resistência àstentativas dirigidas aacabar com a sua vida”

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Eu transporto sempre uma faca e mais duas de apoio.Uma das de apoio é mais pequena que as outras duas,para ser usada num espaço mais restringido, porexemplo, no carro, numa cabina telefónica, numa retreteou no chão. Fomos treinados para sermos capazes depuxar pela nossa faca de apoio imediatamente, logo apósperdermos contacto com a primeira faca, em caso de umdesarme durante o combate. A dado momento do nossotreino, Punong Guro Sulite desarmava-nos, de repente, danossa primeira faca e atacava-nos de modo agressivo,obrigando-nos a utilizar a faca de apoio ou a pagar opreço do fracasso, numas circunstâncias onde o tempo ea pressão são elementos básicos.Qualquer pessoa sabe utilizar a faca se lhe derem o

tempo necessário para o fazer. Mas a prova de fogoconsiste em poder fazê-lo quando um homem de mais decem quilos arremete agressivamente contra nós, com oobjectivo de nos arrancar a cabeça num combate até àmorte. Nesta situação de estresse, ver-nos-emosobrigados a puxar pela faca e a estarmos conscientes dasdificuldades e das pressões que podemos encontrar, ouentão não estando, em cujo caso podemos morrer. Ofacto de nos vermos obrigados a responder rapidamentenuma luta com faca e fracassarmos, traduz-se numamorte segura. Numa situação de muita pressão estádemonstrado que a maioria de nós se torna desajeitada e,com as pressas, cometemos erros. Francamente, émelhor cometer estes erros no treino, onde asconsequências são menos graves que na rua, onde sãomais importantes e onde somos responsáveis por tudo oque façamos ou por tudo o que não façamos. Lembrem-

"O que os principiantesdevem treinar emprimeiro lugar,

é como salvar a vida;em segundo lugar,como neutralizar o

inimigo e em terceiro lugar,devem aprender a

reconhecer onde se pode

aplicar a técnica demodo eficaz,

se é que se podeaplicar"

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se sempre de que cada vez que cometerem umerro no combate, estão a dar ao agressor umaoportunidade para se aproximar de vocês. Oprimeiro a reconhecer uma oportunidade e aresponder com rapidez será quem terá avantagem e os outros terão que fazer frente àsconsequências de não ter reagido a tempo.O pior lugar onde descobrir que as coisas

não estão a teu favor é na rua, em frente de umagressor, visto que o deixas a ele decidir se vaiser compassivo ou brutal. Nestascircunstâncias já não podemos fazer nada,posto que os nossos esforços não foramsuficientes e agora o nosso destino depende doque o adversário decida fazer connosco. Nuncadevemos permitir chegarmos a esta situação.Só o nosso modo de treino determinará sepode ou não acontecer-nos. Quando treinamoscomo se a nossa vida dependesse disso,lutamos como se assim fosse. Treinemdiariamente e treinem com intenção, porque sealguma vez tiverem de uti l izar as vossashabilidades, ficarão contentes de as terempreparado bem e de as terem desenvolvidoadequadamente.Outro aspecto a ter em consideração no treino

é o factor da adversidade. O fracasso forçado notreino é uma necessidade absoluta quando nospreparamos verdadeiramente para a luta, emdefesa da nossa vida. A não ser que se inclua aresistência e a não colaboração no treino, demodo natural, não poderemos reconhecê-lasnem defendermo-nos contra elas na rua - e decerteza que aparecem numa situação de crisereal. Numa pessoa que luta pela sua vida, aadversidade apresenta-se na forma deresistência natural. Quando recebemos umgolpe, respondemos com outro. Ninguém ficaquieto para que lhe batam sem se defender.Devemos incluir esta realidade no nosso treino,para que seja real. Quando bato no meuadversário cabe esperar que me responda aqualquer momento. Enquanto continuo com atécnica ou com o contra-ataque desejado, devoestar alerta frente a qualquer ataque queinesperadamente possa lançar o meu adversáriona minha direcção. Lembrem-se de quetreinamos para não recebermos golpes e quedevemos contra-atacar as tentativas de agressãodo adversário durante o treino e numa luta realna rua. Devemos fazer frente aos ataques quenos lançarem tanto no treino como na rua.

"Punong Guro Sulitecostumava recordar-nos que

no combate não haviagarantias, quando muito,

apenas uma breveoportunidade"

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“O pior lugaronde descobrirque as coisasnão estão a teufavor é na rua,em frente de um

agressor”

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Mas a verdade, gostemos ou não, é que todos devemos treinar oscombates de maneira realista, baseando-nos na realidade. Istoajuda-nos a comportarmo-nos eficazmente em situações reais, adar-lhes a melhor solução e a nos prepararmos para enfrentar o piorlado da humanidade. É um lado tão escuro que o compromisso nãoforma absolutamente parte dele e, desde já, não será uma opçãoquando nos virmos obrigados a agir, posto que a mão de ferro darealidade irá bater-nos com força e rapidamente, exigindo adefinição imediata das nossas acções. Trata-se de um lugar ondenos veremos obrigados a abraçar a vida ou a abraçar a morte, umlugar onde, se cometermos erros no combate, poderemos perder avida, um lugar onde nunca iremos dispor da oportunidade de umsegundo tempo. A nossa maneira de treinar reflecte as nossashabilidades, e a adversidade no treino revelará a nossa habilidadeou a nossa incapacidade para defender a nossa vida.Se uma pessoa enfurecida tenta matar-nos, não o fará da maneira

em que a maioria das pessoas está habituada no seu treino. Então,para quê perder tempo treinando de um modo que não responde auma autêntica ameaça? É um facto que as oportunidades quetemos quando treinamos com um parceiro respeitoso não são asmesmas que teremos contra um maníaco encolerizado a quem só amorte impedirá arrancar-nos a cabeça no combate. Devemos insistirem que ninguém vai ficar quieto e vai permitir que o outro disponhade tempo para o agredir, sem contra-atacar imediatamente. Então,para quê perdermos tempo com um treino não realista, onde onosso parceiro colabora completamente e não contra-ataca? Otreino seria mais realista se a todos quantos nele participam se lhesexigisse atacar quando tivessem ocasião. A necessidade de umasituação real é o que determina que aqueles que participam numtreino devam adaptar-se e ajustar-se a cada uma das ameaças emtempo real, permitindo-lhes voltarem a estruturar os seus contra-ataques, caso por caso, com precisão.O que vai decidir o nosso destino não é o que fazemos quando

estamos prontos para atacar, mas sim o que fazemos quandosomos apanhados de surpresa, sem estarmos em guarda. Asnossas acções determinarão se vamos viver ou se vamos morrer.Portanto, devemos incluir no nosso treino o ataque inesperado e ocontra-ataque. Só desenvolvendo a percepção e a reacção contra

“Podemos aprender a lutar e depois treinar para lutar,mas não há nada que ensine a lutar melhor que aprópria luta, assimilando as lições duramente

aprendidas, as boas y as más, no conhecimento funcional da pessoa do que um combate

requer e exige de nós, os seus participantes”

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Eskrima

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uma ameaça inesperada no treino, poderemos preparar-nos paranos defendermos bem na rua. Parece-me muito importante voltara insistir no facto de que o que nos vai tirar a vida num combatenão é o que esperamos mas sim o que não esperamos. Isso seráa causa da morte e do derramamento de sangue!O treino participativo não tem cabimento nos níveis mais

avançados do combate. Chega uma altura em que os exercíciosrepetitivos têm de desaparecer e devemos assimilar os matizesda técnica em situação de combate e com movimento. Maisimportante ainda é estar numa posição onde possamos aplicá-laquando a nossa vida estiver em jogo num confronto violento narua. O que os principiantes devem treinar em primeiro lugar, écomo salvar a vida; em segundo lugar, como neutralizar o inimigoe em terceiro lugar, devem aprender a reconhecer onde se podeaplicar a técnica de modo eficaz, se é que se pode aplicar. Oprincipal deve ser sempre aprender a utilizar a técnica nomovimento do combate e sobreviver.Aprendemos a ser eficazes, treinamos para sermos

competentes e lutamos para permanecer vigilantes enquantoabraçamos a verdade do combate e, com as nossas habilidades,pomos ordem no caos. A verdade frente a nós próprios, averdade no treino e a verdade no combate, será a nossa fórmulado sucesso e da eficácia numa situação real. A verdade docombate só nos pode ser desvelada quando a realidade entrarem conflito com a necessidade urgente, numa dança entre a vidae a morte.Há quem diga que o efeito combativo não se pode ensinar, que

faz falta experimentá-lo. Nos círculos do combate existe umprovérbio que diz: "Não existe um caminho para a luta, porque aluta é o caminho". Só por meio da experiência da luta podemosaplicar da melhor maneira possível as lições aprendidas nestemeio crítico. Podemos aprender a lutar e treinar para lutar, masnão há nada que nos ensine melhor a lutar, a assimilar oaprendido – o bom e o mau – e a saber de que se necessita numcombate, do que a própria luta.A posição estratégica na evolução do combate é sempre um

elemento chave da nossa evolução na luta. Se concebermos ascoisas do mesmo modo que o fizeram os outros antes de nós,veremos sempre o mesmo que eles viram. Mudando de posiçãoestratégica no momento de compreender as coisas quesentimos, conseguiremos uma visão única e diferente que nosbeneficia como guerreiros. Quando mudamos a maneira de veras coisas, aquilo que vemos também muda. Por exemplo, aindase continuaria a pensar que a terra é plana se os exploradorestivessem feito caso daqueles que diziam que se continuassem anavegar sobre a superfície do planeta, cairiam no abismo. Mudaro ponto de vista e a opinião proporciona-nos uma perspectivapara ver com claridade aquilo que anteriormente permaneciaoculto aos nossos olhos.

"Há quem diga que oefeito combativo nãose pode ensinar, que

faz falta experimentá-lo. Nos círculos do

combate existe umprovérbio que diz:Não existe um

caminho para a luta,

porque a luta é ocaminho"

"Lembrem-se sempre de que cadavez que cometeremum erro no combate,

estão a dar aoagressor uma

oportunidade paraque se aproximar de

vocês"

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Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dosShizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexõesgenuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante oabismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva.

O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem domistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente oautor.

Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminhodo guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, quepodem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qualcontemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, decontundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar enão comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo.

Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidadede seu conteúdo.

Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e demanipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoasinteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram ooculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.

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O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiaisdo exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o

terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik,realizaram um novo DVD básico que

trata sobre as armas de fogo, asegurança e as técnicas de treino

derivadas do Disparo Instintivoem Combate, o IPSC.

O Disparo Instintivo emCombate - IPSC (InstinctivePoint Shooting Combat) éum método de disparobaseado nas reacçõesinstintivas e cinemáticaspara disparar emdistâncias curtas, emsituações rápidas edinâmicas. Umadisciplina de defesa

pessoal para sobrevivernuma situação de ameaça

para a vida, onde fazem-senecessárias grande rapidez e

precisão. Tem de se empunhara pistola e disparar numa

distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o

manejo da arma (revólver e semi-automática); prática de tiro em seco e a segurança;

o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e emmovimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse emúltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador,com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro compistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 einclusivamente lança-granadas M-16.

REF.: • KAPAP7REF.: • KAPAP7 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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REF.: • KMRED 1REF.: • KMRED 1Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.