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Circular Nacional Sobre a realização do XXIII CLACEEA Feabentas e feabentos; Como nos fala Eduardo Galeano em seu livro Las venas abiertas da America Latina: Há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em que alguns países especializam-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta.Internalizar o sentimento de pertença, essa “Pátria Grande” chamada América Latina é algo custoso ao nosso país “grande entre os pequenos e tão pequeno entre os grandes” eis o desafio colocado no presente. O nosso passado nos convoca a pensar o presente e a deslumbrar o futuro, pois, o inicio do ensino agronômico na America Latina teve aconteceu no Brasil com a criação do então Imperial Instituto Bahiano de Agricultura, instituição criada em 1859 por personalidades ligadas à agroindústria açucareira com a pretensão de “salvar do aniquilamento a lavoura nacional”, cujo a sede era em S. Bento das Lages, município de S. Francisco do Conde, recôncavo da Bahia e até por lá já se esboçava ares de liberdade como destaca, Maria do Socorro Fraga em “Idéias Socialistas na Escola Agrícola da Bahia”, 1976. Enquanto estudantes universitários Latino Americanos, ainda vivemos os paradigmas reivindicados pela Reforma de Córdoba, emergida em 1918 em Córdoba, Argentina, que reivindicava a construção de uma universidade com:

Circular CONCLAEA

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Page 1: Circular CONCLAEA

Circular Nacional – Sobre a realização do XXIII CLACEEA

Feabentas e feabentos;

Como nos fala Eduardo Galeano em seu livro Las venas abiertas da

America Latina: “Há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em

que alguns países especializam-se em ganhar, e outro em que se

especializaram em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de

América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos

tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e

fincaram os dentes em sua garganta.”

Internalizar o sentimento de pertença, essa “Pátria Grande” chamada

América Latina é algo custoso ao nosso país “grande entre os pequenos e tão

pequeno entre os grandes” eis o desafio colocado no presente.

O nosso passado nos convoca a pensar o presente e a deslumbrar o

futuro, pois, o inicio do ensino agronômico na America Latina teve aconteceu

no Brasil com a criação do então Imperial Instituto Bahiano de Agricultura,

instituição criada em 1859 por personalidades ligadas à agroindústria

açucareira com a pretensão de “salvar do aniquilamento a lavoura nacional”,

cujo a sede era em S. Bento das Lages, município de S. Francisco do Conde,

recôncavo da Bahia e até por lá já se esboçava ares de liberdade como

destaca, Maria do Socorro Fraga em “Idéias Socialistas na Escola Agrícola da

Bahia”, 1976.

Enquanto estudantes universitários Latino Americanos, ainda vivemos os

paradigmas reivindicados pela Reforma de Córdoba, emergida em 1918 em

Córdoba, Argentina, que reivindicava a construção de uma universidade com:

Page 2: Circular CONCLAEA

“co-participação dos estudantes na estrutura administrativa; participação livre

nas aulas; caráter público das sessões e instâncias administrativas; extensão

da Universidade para além dos seus limites e difusão da cultura universitária;

assistência social aos estudantes; autonomia universitária; universidade aberta

ao povo”. O que nos parece, tão “desafiador” nos dias atuais, em outros

momentos foi muito intenso para nossa federação, pois a FEAB no ano de

1963, pois, ainda nos tempos em que se chamava Diretório Central dos

Estudantes de Agronomia do Brasil (DCEAB) realizou a I Convenção Latino

Americana de Estudantes de Agronomia, apesar desse evento ter tido um

caráter mais acadêmico, ele serviu para ampliar o debate sobre a questão

agrária e o ensino agronômico na America Latina, a partir de então temos um

“vácuo” histórico em nosso debate acerca do tema quiçá as ditaduras

“coincidentemente combinadas em nosso território Latino Americano” possa

revelar tal razão.

Então temos no ano de 1991 a realização do primeiro CLACEEA

(Congresso Latino Caribenho das Entidades Estudantis de Agronomia) em

Pelotas-RS Brasil, congresso esse que partida para a criação da nossa

CONCLAEA (Confederação Caribenha e Latino Americana de Estudantes de

Agronomia), que ocorreu em 1992 na Bolívia durante a segunda edição do

evento, é imprescindível aqui chamar atenção para o contexto histórico dessa

época, pois, a particularidade desse momento nos desafia a pensar o caráter

estratégico do surgimento de nossa organização, entre os anos de 1991/92

temos a grande intensiva do modelo neoliberal que começa a se entranhar nas

agendas dos países em processo de “redemocratização”, prova disso é a

criação do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) que busca fazer uma

“integração” entranhada nos moldes do Consenso de Washington entre os

países do cone-sul do nosso continente. Por outro lado cabe salientar que é

neste período que se dá o surgimento de La Via campesina que emerge no

cenário mundial questionado as mazelas do neoliberalismo e imperialismo,

assim podemos observar que a nossa formação e nossa capacidade de leitura

da conjuntura política, sempre nos exigiu posturas atualizadas de acordo ao

contexto histórico em curso.

A FEAB ainda voltou a sediar os CLACEEA’s nos anos 1998 e 2004,

2008 e sediou também o Encontro Cone-sul da CONCLAEA em 2012. Nos

últimos anos a CONCLAEA (Confederação Caribenha e Latino Americana de

Estudantes de Agronomia) vem contribuindo para a integração latino americana

a partir de um espaço que caminha junto aos movimentos sociais populares em

diversas partes do nosso extenso continente. Esse cenário atual nos revela o

tamanho da nossa tarefa enquanto federação, pois, fazemos parte da

construção de La Via Campesina e da CONCLAEA, duas importantes

organizações, que “cultivam” e “semeiam” histórias de luta e resistência

fundamentais nos processos políticos e sociais no contexto internacional.

Page 3: Circular CONCLAEA

Sobre as tarefas da FEAB, deliberadas no XXIII CLACEEA

Como já explicitado na Circular Nacional de 25 de fevereiro de 2013, no

último CLACEEA, organizado pela AeA (Asociación de Estudiantes de

Agronomía) ocorrido em janeiro de 2013 no Uruguay a FEAB assumiu a

tarefa de organizar em 2014: o 3°Encontro Interdisciplinar de Estudantes da

América Latina e Caribe, as Vivências Interdisciplinares, e o XXIII CLACEEA

(Congresso Latino Americano e Caribenho de Entidades Estudantis de

Agronomia). Tendo a Circular Nacional, acima citada, a PNEB de páscoa/ 2013

realizada Matinhos - PR fez os seguintes encaminhamentos:

“48. Os militantes precisam se aprofundar nos estudos e debates a nível

internacional e pautar estes na lista nacional da FEAB.

49. A FEAB necessita fazer seminários regionalizados de formação para

intensificar o debate internacionalista na federação e viabilizar a participação

da militância no CLACEEA.

50. O XXIII CLACEEA não pode seguir o exemplo de outras edições

realizadas no Brasil em que os acúmulos da construção ficaram restritos a CO,

neste sentido devemos realizar um processo amplo de construção com a

contribuição das escolas e garantir o seminário de construção do CLACEEA na

escola sede formulando propostas da FEAB e posteriormente uma construção

em nível de América Latina.

51. O Seminário de construção que ocorrerá na escola sede, deve também

cumprir papel formativo, possibilitando a inserção do debate internacionalista

para o conjunto da Federação.

52. Santa Maria/RS que vem acumulando durante esse tempo no debate

internacionalista sediará o próximo CLACEEA.

53. Serão realizados seminários de formação regionais que contemplem

também os debates preparatórios para CONESUL. Sendo que Pelotas já se

colocou previamente para ser sede do seminário da região sul. “

Assim convocamos tod@s Feabentas e feabentos a participarem dessa

construção!!!

Page 4: Circular CONCLAEA

Latinoamérica

Soy... Soy lo que dejaron

Soy toda la sobra de lo que se robaron

Un pueblo escondido en la cima

Mi piel es de cuero, por eso aguanta cualquier clima

Soy una fábrica de humo

Mano de obra campesina para tu consumo

Frente de frío en el medio del verano

El amor en los tiempos del cólera, mi hermano!

Soy el sol que nace y el día que muere

Con los mejores atardeceres

Soy el desarrollo en carne viva

Un discurso político sin saliva

Las caras más bonitas que he conocido

Soy la fotografía de un desaparecido

La sangre dentro de tus venas

Soy un pedazo de tierra que vale la pena

Una canasta con frijoles, soy Maradona contra Inglaterra

Anotándote dos goles

Soy lo que sostiene mi bandera

La espina dorsal del planeta, es mi cordillera

Soy lo que me enseñó mi padre

El que no quiere a su patría, no quiere a su madre

Soy américa Latina, un pueblo sin piernas, pero que camina

Refrão:

Tú no puedes comprar el viento

Tú no puedes comprar el sol

Tú no puedes comprar la lluvia

Tú no puedes comprar el calor

Tú no puedes comprar las nubes

Tú no puedes comprar los colores

Tú no puedes comprar mi alegría

Tú no puedes comprar mis dolores

Tengo los lagos, tengo los ríos

Tengo mis dientes pa' cuando me sonrio

La nieve que maquilla mis montañas

Tengo el sol que me seca y la lluvia que me baña

Un desierto embriagado con peyote

Un trago de pulque para cantar con los coyotes

Todo lo que necesito, tengo a mis pulmones respirando azul clarito

La altura que sofoca,

Soy las muelas de mi boca, mascando coca

El otoño con sus hojas desmayadas

Los versos escritos bajo la noches estrellada

Una viña repleta de uvas

Un cañaveral bajo el sol en Cuba

Page 5: Circular CONCLAEA

Soy el mar Caribe que vigila las casitas

Haciendo rituales de agua bendita

El viento que peina mi cabellos

Soy, todos los santos que cuelgan de mi cuello

El jugo de mi lucha no es artificial

Porque el abono de mi tierra es natural

No riso e no amor

“Refrão...”

(Vamos caminando)

No pranto e na dor

(Vamos dibujando el camino)

No puedes comprar mi vida

(Vamos caminando)

La tierra no se vende

Trabajo bruto, pero con orgullo

Aquí se comparte, lo mío es tuyo

Este pueblo no se ahoga con marullo

Y se derrumba yo lo reconstruyo

Tampoco pestañeo cuando te miro

Para que te recuerde de mi apellido

La operación Condor invadiendo mi nido

Perdono pero nunca olvido

Vamos caminando

Aquí se respira lucha

Vamos caminando

Yo canto porque se escucha

Vamos dibujando el camino

(Vozes de um só coração)

Vamos caminando

Aquí estamos de pie

Que viva la américa!

Composição: Eduardo Cabra / Rafael Rafa Arcaute / René Pérez

América Latina, 16 de julho de 2013

Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil - FEAB Via Campesina - Brasil

Confederação Caribenha Latino Americana de Entidades Estudantis de Agronomia - CONCLAEA

Coordenação Nacional 2012/2013 Cruz das Almas - BA (UFRB)