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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR CircSECEX018_2015 CIRCULAR N o 18, DE 24 DE MARÇO DE 2015 (Publicada no D.O.U. de 25/03/2015) O SECRETÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR, DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, nos termos do Acordo sobre a Implementação do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - GATT 1994, aprovado pelo Decreto Legislativo n o 30, de 15 de dezembro de 1994, e promulgado pelo Decreto n o 1.355, de 30 de dezembro de 1994, de acordo com o disposto no art. 3 o do Decreto n o 1.602, de 23 de agosto de 1995, e tendo em vista o que consta do Processo MDIC/SECEX 52272.002204/2013-10 e do Parecer n o 5, de 13 de fevereiro de 2015, elaborado pelo Departamento de Defesa Comercial DECOM desta Secretaria, decide: 1. Encerrar a investigação iniciada por intermédio da Circular SECEX n o 71, de 14 de novembro de 2013, publicada no Diário Oficial da União (D.O.U) de 18 de novembro de 2013, para averiguar a existência de dumping nas exportações dos Estados Unidos da América, Malásia, Região Administrativa Especial de Hong Kong e República Popular da China para o Brasil de chapas acrílicas, classificadas no item 3920.51.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL - NCM, e de dano à indústria doméstica decorrente de tal prática, nos termos do inciso I do art. 41 do Decreto n o 1.602, de 1995, uma vez que uma vez que não houve comprovação suficiente da existência de dano decorrente das importações a preços de dumping. 2. Tornar públicos os fatos que justificaram essa decisão, conforme o anexo a esta Circular. 3. Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União. DANIEL MARTELETO GODINHO

Circular SECEX 18 de 2015

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Page 1: Circular SECEX 18 de 2015

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR

SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR

CircSECEX018_2015

CIRCULAR No 18, DE 24 DE MARÇO DE 2015 (Publicada no D.O.U. de 25/03/2015)

O SECRETÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR, DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO,

INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, nos termos do Acordo sobre a Implementação do Artigo VI do

Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - GATT 1994, aprovado pelo Decreto Legislativo no 30, de 15 de

dezembro de 1994, e promulgado pelo Decreto no 1.355, de 30 de dezembro de 1994, de acordo com o

disposto no art. 3o do Decreto no 1.602, de 23 de agosto de 1995, e tendo em vista o que consta do

Processo MDIC/SECEX 52272.002204/2013-10 e do Parecer no 5, de 13 de fevereiro de 2015, elaborado

pelo Departamento de Defesa Comercial – DECOM desta Secretaria, decide:

1. Encerrar a investigação iniciada por intermédio da Circular SECEX no 71, de 14 de novembro de

2013, publicada no Diário Oficial da União (D.O.U) de 18 de novembro de 2013, para averiguar a

existência de dumping nas exportações dos Estados Unidos da América, Malásia, Região Administrativa

Especial de Hong Kong e República Popular da China para o Brasil de chapas acrílicas, classificadas no

item 3920.51.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL - NCM, e de dano à indústria doméstica

decorrente de tal prática, nos termos do inciso I do art. 41 do Decreto no 1.602, de 1995, uma vez que uma

vez que não houve comprovação suficiente da existência de dano decorrente das importações a preços de

dumping.

2. Tornar públicos os fatos que justificaram essa decisão, conforme o anexo a esta Circular.

3. Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União.

DANIEL MARTELETO GODINHO

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(Fls. 2 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

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ANEXO I

1 – DA INVESTIGAÇÃO

1.1 – Da petição

Em 31 de julho de 2013, a Unigel Plásticos S.A, doravante também denominada “Unigel” ou

peticionária, protocolou no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nos

termos do que dispõe o artigo 18 do Decreto no 1.602, de 23 de agosto de 1995, petição de abertura de

investigação de dumping nas exportações para o Brasil de chapas acrílicas, originárias dos Estados

Unidos da América, da Malásia, da Região Administrativa Especial de Hong Kong e da República

Popular da China, doravante denominados, respectivamente, EUA, Malásia, Hong Kong e China, de dano

à indústria doméstica, e de nexo causal entre esses.

Após exame preliminar da petição, solicitou-se à Unigel, com base no caput do art. 19 do Decreto

no 1.602, de 23 de agosto de 1995, doravante também denominado Regulamento Brasileiro, informações

complementares às fornecidas na petição. A empresa enviou a resposta tempestivamente, por meio

eletrônico em 23 de agosto de 2013, tendo protocolado a versão impressa em 2 de setembro de 2013.

Em 11 de setembro de 2013, foram solicitados novos esclarecimentos acerca dos dados constantes

da petição e das informações complementares submetidas pela peticionária. A resposta a esta segunda

solicitação foi apresentada, via correspondência eletrônica, em 20 de setembro de 2013, e protocolada

fisicamente em 24 de setembro de 2013.

Em 7 de outubro de 2013, após a análise das informações apresentadas, a Unigel foi informada de

que a petição estava devidamente instruída, em conformidade com o § 2o do art. 19 do Regulamento

Brasileiro.

1.2 – Das notificações aos governos dos países exportadores

Em atendimento ao que determina o art. 23 do Decreto no 1.062, de 23 de agosto de 1995, em 7 de

novembro de 2013, os governos da China, dos EUA, de Hong Kong e da Malásia foram notificados da

existência de petição devidamente instruída com vista à abertura de investigação de dumping de que trata

o presente processo.

1.3 – Do início da investigação

Considerando o que consta do Parecer DECOM no 44, de 8 de novembro de 2013, e tendo sido

verificada a existência de indícios suficientes de dumping nas exportações para o Brasil de chapas

acrílicas, originárias dos EUA, da Malásia, de Hong Kong e da China, e de dano à indústria doméstica

decorrente de tal prática, foi recomendada a abertura da investigação.

Dessa forma, a investigação de prática de dumping foi iniciada por meio da Circular SECEX no 71,

de 14 de novembro de 2013, publicada no Diário Oficial da União de 18 de novembro de 2013.

1.4 – Das notificações de início de investigação e da solicitação de informações às partes

Em atendimento ao disposto no § 3o do art. 21 do Decreto no 1.602, de 1995, foram identificadas,

como partes interessadas, além da peticionária, e dos governos dos países exportadores, os

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(Fls. 3 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

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produtores/exportadores e os importadores identificados com base na petição e nos dados oficiais de

importação disponibilizados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB.

Observando o disposto no § 4o do art. 21 do Regulamento Brasileiro, foi enviada aos

produtores/exportadores e aos governos dos países exportadores, cópia do texto completo não

confidencial da petição que deu origem à investigação.

Em atendimento ao que dispõe o § 2o do art. 21 do Decreto no 1.602, de 1995, foram notificadas

todas as partes interessadas conhecidas acerca do início da investigação, tendo sido enviada, na mesma

ocasião, cópia da Circular SECEX no 71, de 14 de novembro de 2013, e os respectivos questionários com

prazo de restituição de 40 dias, nos termos do art. 27 do Decreto no 1.602, de 1995.

É sabido que o art. 13 do Decreto no 1.602, de 1995, determina, como regra geral, o estabelecimento

de margem individual de dumping para todos os produtores/exportadores do produto investigado. No

entanto, caso seja impraticável examinar todos os produtores/exportadores conhecidos, a alínea “b” do §

1o deste dispositivo legal autoriza que seja examinado o maior percentual razoavelmente investigável do

volume de exportações do país em questão, como ocorreu na presente investigação. Efetivamente, quando

da abertura da investigação, ficou evidenciado, por meio dos dados brasileiros de importação, que seria

impraticável determinar margem individual de dumping para todos os produtores/exportadores

identificados da China e dos EUA, caso todos respondessem ao questionário da investigação.

Foram identificados, nessa seleção, os produtores/exportadores chineses, responsáveis pelos

maiores volumes exportados da China ao Brasil no período de investigação de dumping, quais sejam,

Hebei Runlin International Trading Ltd., Shanghai Acrylic Chemical Industry Co. Ltd., Shanghai Ach.

Import and Export Co., Ltd. e Evonik Degussa Shanghai Co. Ltd. Essas empresas, às quais se enviaram

questionários, representam cerca de [CONFIDENCIAL]% do volume importado da China pelo Brasil no

período de investigação de dumping.

Procedeu-se de maneira similar no que tange aos EUA, identificando-se, na seleção, os três maiores

produtores/exportadores estadunidenses de chapas acrílicas para o Brasil no período de investigação de

dumping, quais sejam, Lucite International Inc., Aristech Acrylics LLC e Cyro Industries. Essas

empresas, às quais foram enviados questionários, representam, aproximadamente, [CONFIDENCIAL]%

do volume importado dos EUA pelo Brasil no período de investigação de dumping.

No caso de Hong Kong e da Malásia, foram enviados questionários para todas as empresas

identificadas: Qianse Acrylic Company Ltd., Evonik Degussa Hong Kong Ltd. e Sharpmax Limited, no

caso de Hong Kong; e Asia Poly Industrial SDN BHD, no caso da Malásia.

Com relação aos importadores, foram enviados questionários a todos aqueles identificados com

base nos dados detalhados das importações brasileiras fornecidos pela RFB.

Também foram encaminhados questionários aos outros produtores nacionais identificados, quais

sejam, Castcril Comércio de Acrílicos Ltda., Acriresinas Indústria Beneficiamento e Comércio de Resina

Acrílica Ltda., Uniplex Indústria Acrílica Ltda., Bérkel S.A., Cristal e Cores Chapas Acrílicas Ltda.,

Mastercril Plásticos Ltda. e TC Acrílicos Ltda. – ME.

A Receita Federal do Brasil, em cumprimento ao disposto no art. 22 do Regulamento Brasileiro, foi

notificada do início da investigação.

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(Fls. 4 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

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1.5 – Do recebimento das informações solicitadas

1.5.1 – Dos demais produtores nacionais

Nenhuma das outras empresas também identificadas como produtoras nacionais respondeu ao

questionário.

1.5.2 – Dos importadores

As empresas Extremo Oposto Comercial Ltda., Molducenter Comercial Ltda., Maxifibras Indústria

e Comércio de Fibras de Vidros Ltda., Astra S.A. Indústria e Comércio, Mondialle Design Indústria de

Banheiras Eireli e L. A. M. Meloni - Aquecedores Solares - apresentaram suas respostas dentro do prazo

originalmente previsto no Regulamento Brasileiro. A empresa J. C. De Oliveira & Albano Ltda.

apresentou o questionário fora do prazo originalmente estabelecido.

A empresa Chansport Indústria e Comércio Ltda. solicitou prorrogação do prazo de resposta de

forma intempestiva. As seguintes empresas solicitaram tempestivamente a prorrogação do prazo para

responder ao questionário, fornecendo justificativas adequadas: Serilon Brasil Ltda., Stamplas Artefatos

de Plástico Ltda., Evonik Degussa Brasil Ltda., D C Comercial Importadora e Exportadora Ltda., Axell

Hidrossistemas Ltda., Technifor Pictor Ltda., Ouro Fino Indústria e Comércio Ltda., Hannover Plásticos

S.A., Duservice Comércio lmportação e Exportação Ltda., Delker Plásticos Técnicos Ltda., Ferrara

Produtos para Merchandising Ltda. e Murrelektronik do Brasil Indústria e Comércio Ltda.

No entanto, apenas as empresas listadas a seguir apresentaram resposta ao questionário dentro do

prazo estendido: Serilon Brasil Ltda., Delker Plásticos Técnicos Ltda., Stamplas Artefatos de Plástico

Ltda., Axell Hidrossistemas Ltda., Ouro Fino Indústria e Comércio Ltda., Evonik Degussa Brasil Ltda., D

C Comercial Importadora e Exportadora Ltda. e Hannover Plásticos S.A.

As empresas Alicante Comércio Importação e Exportação Ltda., Melo Comércio de Ferramentas e

Abrasivos Ltda., JR Fabricação de Máquinas e Equipamentos Ltda., Sherman Filmes Ópticos do Brasil

S.A., Hunter Douglas do Brasil Ltda. e Jacuzzi do Brasil Indústria e Comércio Ltda. informaram não ter

importado produto objeto da investigação.

As empresas Rehau Indústria Ltda., Shop do Acrílico Ltda., Hunter Douglas do Brasil Ltda., Argus

Produtos e Sistemas contra Incêndio Ltda., Oke do Brasil Materiais Sintéticos Ltda., M & M Favilla

Iluminação Ltda., Comercial Favilla Ltda., Murrelektronik do Brasil Indústria e Comércio Ltda., Fabrima

Máquinas Automáticas Ltda., Duservice Comércio, Importação e Exportação Ltda., Evonik Degussa

Brasil Ltda., Kec do Brasil Comércio e Importação de Materiais Elétricos Ltda., Technifor Pictor Ltda.,

Pamplona Eletrometalúrgica Ltda. e PLM Plásticos S.A. informaram ter importado de origens diversas

daquelas investigadas.

A empresa Beneteau Brasil Construção de Embarcações S.A. informou importar o produto objeto

apenas para consumo cativo.

1.5.3 – Dos produtores/exportadores

As seguintes empresas produtoras/exportadoras selecionadas, após terem justificado, solicitaram

prorrogação do prazo inicialmente estabelecido para resposta ao questionário: Asia Poly Industrial SDN

BHD (Malásia), Aristech Acrylics LLC (EUA), Shanghai Acrylic Chemical Industry Co., Ltd (China) e

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(Fls. 5 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

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Shanghai ACH. Import and Export Co., Ltd (China). As empresas não selecionadas CET Films

Corporation e R Tape Corporation, ambas dos EUA, também solicitaram prorrogação.

A empresa Sharpmax Limited (Hong Kong) apresentou o questionário intempestivamente. Somente

as empresas chinesas Shanghai Acrylic Chemical Industry Co., Ltd e Shanghai ACH. Import and Export

Co., Ltd responderam ao questionário dentro do prazo estabelecido.

Foram solicitadas informações complementares às empresas chinesas em 9 de maio de 2014. As

empresas, após terem justificado e solicitado prorrogação do prazo inicialmente estabelecido,

apresentaram as informações complementares tempestivamente.

1.6 – Das verificações in loco

Com base no § 2o do art. 30 do Decreto no 1.602, de 1995, foram realizadas verificações in loco nas

instalações da empresa produtora nacional Unigel Plásticos S.A. e em sua empresa relacionada Unigel

Comercial S.A., no período de 17 a 21 de fevereiro de 2014, em Camaçari – BA, e no período de 24 a 25

de fevereiro de 2014, em São Paulo – SP, respectivamente, com o objetivo de confirmar e obter maior

detalhamento das informações prestadas no curso da investigação.

Nos termos do § 1o do art. 30 do Decreto no 1.602, de 1995, realizou-se verificação in loco nas

instalações dos produtores/exportadores chineses Shanghai Acrylic Chemical Industry Co., Ltd e

Shanghai ACH. Import and Export Co., Ltd no período de 7 e 8 de julho de 2014, em Xangai, com o

objetivo de confirmar e obter maior detalhamento das informações prestadas pelas empresas no curso da

investigação.

Foram cumpridos os procedimentos previstos nos roteiros de verificação, encaminhados

previamente às empresas, tendo sido analisados os dados apresentados nas respostas aos questionários e

em suas informações complementares. Os indicadores da indústria doméstica e os dados dos

produtores/exportadores constantes deste documento levam em consideração os resultados das

mencionadas verificações in loco.

As versões reservadas dos Relatórios de Verificação in loco das empresas citadas constam dos autos

reservados do processo e os documentos comprobatórios apresentados durante as verificações foram

recebidos em bases confidenciais.

1.6.1 – Das manifestações acerca das verificações in loco

As produtoras/exportadoras chinesas Shanghai Acrylic Chemical Industry Co., Ltd e Shanghai

ACH. Import and Export Co., Ltd protocolaram em 8 de setembro de 2014 suas considerações a respeito

da verificação em suas instalações, de acordo com o apresentado a seguir:

(...) foi comprovada a boa-fé das Empresas na presente investigação, bem como o auxílio prestado

na busca da Verdade Real, tendo sido comprovadas as informações previamente apresentadas perante

este R. Departamento.

Conforme se depreende do Relatório de Verificação In Loco disponibilizado por este R.

Departamento, os investigadores puderam comprovar a veracidade dos dados apresentados pelas

empresas, com a comprovação do teste de totalidade, por exemplo.

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(Fls. 6 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

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Não foi verificada qualquer inconsistência relativa às exportações ao Brasil reportadas pelas

Empresas quando da resposta ao Questionário de Exportador.

(...)

No que se refere às notas negativas, este R. Departamento analisou todas as faturas de exportação

do período investigado e não encontrou qualquer exportação ao Brasil não reportada.

(...) as Empresas comprovaram a veracidade dos dados apresentados, com pontuais divergências,

todas devidamente esclarecidas e comprovadas.

Assim, as Empresas solicitam que os eventuais erros materiais incorridos ou a diferença conceitual

possivelmente existente não sejam utilizados em prejuízo das empresas que, durante todo o procedimento,

colaboraram com este R. Departamento em busca da Verdade Real.

De qualquer maneira, as Empresas solicitam que este R. Departamento leve na devida conta as

dificuldades encontradas no fornecimento das informações solicitadas e, ainda, pautado na

razoabilidade e na busca da verdade real, não execute qualquer desconsideração de dados ou ajuste de

preços.

1.6.2 – Dos comentários sobre as manifestações acerca das verificações in loco

Os comentários sobre as referidas manifestações constam do item 4 deste Anexo.

1.7 – Da audiência final

Em atenção ao que dispõe o art. 33 do Decreto no 1.602, de 1995, todas as partes interessadas foram

convocadas para a audiência final.

Naquela oportunidade, foram cientificadas que a audiência seria realizada no dia 16 de setembro de

2014 e que, caso julgassem conveniente, poderiam solicitar a transmissão eletrônica da Nota Técnica no

76 de 2014, contendo os fatos essenciais sob julgamento.

Na referida Nota Técnica foram considerados os elementos de prova apresentados até o dia 5 de

setembro de 2014. Correspondências recebidas após esta data foram analisadas para fins de determinação

final, desde que apresentadas dentro do prazo de instrução da investigação, que se encerrou em 1o de

outubro de 2014.

A empresa Rowmark LLC., por meio de seu representante legal, apresentou manifestação dentro do

prazo estabelecido para recolhimento de elementos de prova para confecção daquela Nota Técnica. No

entanto, a representação legal somente foi regularizada após esse prazo. Assim, as considerações feitas

pelo representante legal da empresa em tela foram levadas em consideração somente para fins de

determinação final.

1.8 – Do encerramento da fase de instrução

De acordo com o estabelecido no art. 33 do Decreto no 1.602, de 1995, no dia 1o de outubro de 2014

encerrou-se o prazo de instrução da investigação em epígrafe. Naquela data completaram-se os 15 dias

após a audiência final, previstos no referido artigo, para que as partes interessadas apresentassem suas

últimas manifestações.

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(Fls. 7 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

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No prazo regulamentar, manifestaram-se acerca da referida Nota Técnica as seguintes partes

interessadas: L.A.M. Meloni Aquecedores Solares, Unigel Plásticos S.A. e Reynolds Polymer

Technology, Inc.. Os comentários dessas partes acerca dos fatos essenciais sob análise constam deste

Anexo, de acordo com cada tema abordado.

As manifestações das seguintes partes interessadas foram apresentadas fora do prazo de instrução,

ou seja, após 1o de outubro de 2014, e portanto não serão consideradas para fins desta determinação final:

Rowmark LLC., Shanghai Acrylic Chemical Industry Co., Ltd., Shanghai ACH. Import and Export Co.,

Ltd. e Hannover Plásticos S.A.

Deve-se ressaltar que, no decorrer da investigação, as partes interessadas puderam solicitar, por

escrito, vistas de todas as informações não confidenciais constantes do processo, as quais foram

prontamente colocadas à disposição daquelas que fizeram essa solicitação, tendo sido dada oportunidade

para que defendessem amplamente seus interesses.

1.9 – Da prorrogação da investigação

A Secretaria de Comércio Exterior, por meio da Circular SECEX no 69, de 14 de novembro de

2014, publicada no DOU em 17 de novembro de 2014, decidiu prorrogar por até seis meses, a partir de 17

de novembro de 2014, o prazo para conclusão da investigação. As partes interessadas foram devidamente

notificadas dessa decisão.

2 – DO PRODUTO

O produto são as chapas acrílicas. O acrílico é um termoplástico rígido e transparente que oferece

excelente balanço de propriedades, sendo uma vantajosa opção quando comparado a outros polímeros e

ao vidro. Possui ótima resistência às intempéries quando comparado a outros polímeros. É mais resistente

mecanicamente que o poliestireno, porém menos que o ABS transparente. É normalmente mais resistente

mecanicamente que o vidro comum, apesar de também apresentar fratura frágil, quando usado em janelas,

por exemplo. Ao se quebrar, as partes geradas são menos contundentes que o vidro comum, causando

menos danos em acidentes. Em termos ópticos, o acrílico apresenta melhor transparência em relação a

outros plásticos transparentes comerciais, chegando a 94%. O acrílico também é um bom isolante elétrico

para baixas frequências.

As chapas acrílicas são produzidas por meio de dois processos: Cell Cast e Extrusão. No processo

Cell Cast, o monômero MMA e aditivos são vertidos em um molde de vidro onde ocorre a polimerização

mediante ação do calor. No processo de extrusão, a chapa é obtida através da extrusão da resina de

PMMA por uma matriz plana. Neste processo, a espessura é definida por um conjunto de calandras que

ficam após a matriz.

A seguir apresentam-se características das chapas acrílicas constantes da petição:

Chapas Cast

Matéria-Prima: Metacrilato de Metila (MMA)

Composição Química: Metacrilato de Metila Polimerizado

Page 8: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 8 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

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Forma de Apresentação: A chapa acrílica tipo cast irá reproduzir as formas do molde utilizado.

Como destacado abaixo, a aplicação desta chapa é diversificada, assim, poderá adquirir formato redondo,

quadrado, retangular, entre diversos outros.

Usos e Aplicações: Material utilizado onde há necessidade de acabamento transparente (ou

colorido), com elevada resistência a impacto (maior que o vidro) e a intempéries, e redução de peso da

obra/projeto/produto, como por exemplo, em prateleiras, painéis, telhas, coberturas, divisórias, barreiras

acústicas transparentes, cascos de banheiras de hidromassagem.

Chapas Extrudadas

Matéria-Prima: Poli Metil Metacrilato (PMMA)

Forma de Apresentação: A chapa acrílica tipo extrudada possui menor variação de espessura e

menor viscosidade, assim, estira e reproduz as formas do molde mais facilmente na termoformagem de

peças delicadas. Como destacado abaixo, a aplicação desta chapa é diversificada, assim, poderá adquirir

formato variados: redondo, quadrado, retangular, entre diversos outros.

Usos e Aplicações: Material utilizado onde há necessidade de acabamento transparente (ou

colorido), com elevada resistência a impacto (maior que o vidro) e a intempéries, e redução de peso da

obra/projeto/produto, como por exemplo, em prateleiras, painéis, telhas, coberturas, divisórias, barreiras

acústicas transparentes, cascos de banheiras de hidromassagem.

Ressalte-se que, conforme indicado pela peticionária, a forma de apresentação das chapas acrílicas

irá reproduzir as formas do molde utilizado. Podendo, assim, ter a forma de folhas, películas, tiras,

lâminas, blocos, placas e qualquer outro tipo de modelo, dimensão ou formato.

2.1 – Do produto objeto da investigação

O produto objeto da investigação é a chapa acrílica, comumente classificada no item 3920.51.00 da

Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM/SH), originária da China, EUA, Hong Kong e Malásia.

Os catálogos trazidos pelas Shanghai Acrylic Chemical Industry Co., Ltd e Shanghai ACH. Import

and Export Co. demonstram que a matéria-prima utilizada para a fabricação das chapas acrílicas é o

MMA. Também que as chapas acrílicas podem ser transparentes ou coloridas, são resistentes e têm

pequena densidade. Ademais, citam várias aplicações desses produtos, tais como: confecção de letreiros,

banheiras, materiais de construção, móveis e objetos de decoração.

De acordo com a peticionária, não integram o produto objeto desta análise as chapas sólidas porque,

muito embora estejam classificadas na mesma NCM que as chapas acrílicas objeto da investigação, não

possuem produção doméstica.

A chapa sólida é um material sólido, não poroso, homogêneo, composto de cerca de 1/3 (um terço)

de resina acrílica (também conhecida como polimetilmetacrilato ou PMMA) e cerca de 2/3 (dois terços)

de minerais naturais. O principal mineral é trihidrato de alumina (ATH), derivado da bauxita, da qual o

alumínio é produzido.

A chapa sólida pode ser aplicada para a fabricação de móveis, luminárias e revestimentos internos e

externos. A peticionária ressaltou que esse produto não possui o mesmo uso e finalidade das chapas

Page 9: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 9 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

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acrílicas objeto desse pleito, sendo que um cuidadoso exame visual pode ser suficiente para a

identificação e diferenciação das chapas comuns das chapas de superfície sólida.

2.2 – Da classificação e do tratamento tarifário

O produto em questão é classificado no item 3920.51.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL

– NCM/SH. A alíquota do imposto de importação manteve-se em 16% no período de março de 2008 a

setembro de 2012. A partir de outubro de 2012, a alíquota foi elevada temporariamente para 25% pela

Resolução CAMEX no 70, de 28 de setembro de 2012.

Foram identificadas as seguintes preferências tarifárias:

Preferências Tarifárias

País/Bloco Base Legal Preferência (%)

Mercosul ACE 18 – Mercosul 100

Argentina APTR 04 – Argentina – Brasil 20

Bolívia ACE 36 – Mercosul – Bolívia 100

Bolívia APTR 04 – Brasil – Bolívia 48

Chile APTR 04 – Chile – Brasil 28

Chile ACE 35 – Mercosul – Chile 100

Colômbia APTR 04 – Colômbia – Brasil 28

Colômbia ACE 59 – Mercosul – Colômbia 100

Cuba APTR 04 – Cuba – Brasil 28

Equador ACE 59 – Mercosul – Equador 92

Equador APTR 04 – Equador – Brasil 40

Israel ALC – Mercosul – Israel 50

México APTR 04 – México – Brasil 20

Paraguai APTR 04 – Paraguai – Brasil 48

Peru APTR 04 – Peru – Brasil 14

Peru ACE 58 – Mercosul – Peru 100

Uruguai APTR 04 – Uruguai – Brasil 28

Venezuela ACE 59 – Mercosul – Venezuela 100

Venezuela APTR 04 – Venezuela – Brasil 28

Registre-se que o referido item tarifário é específico para chapas de poli metacrilato de metila. No

entanto, esse item também contempla chapas que não são objeto da investigação (chapas sólidas).

2.3 – Do produto similar produzido no Brasil

O produto fabricado no Brasil, que também apresenta as características informadas no item 2.1

deste Anexo, é a chapa acrílica, produzida pelos processos Cell Cast ou Extrusão.

No método Cell Cast, o processo de fabricação do acrílico começa quando o MMA destilado (ácido

acrílico separado do álcool) é enviado aos [CONFIDENCIAL]. Esses equipamentos contêm soluções

com aditivos que vão iniciar o processo de polimerização, como iniciadores e plastificantes.

O processo ocorre com a inserção, por meio do pré-emulsor, do MMA destilado e filtrado,

[CONFIDENCIAL]. A reação entre [CONFIDENCIAL] irá resultar nos denominados ésteres.

Page 10: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 10 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

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Dentro do reator, o MMA irá reagir com [CONFIDENCIAL]em alta temperatura, enquanto é

misturado pelo [CONFIDENCIAL] para, assim, efetuar [CONFIDENCIAL] e formar a nova

[CONFIDENCIAL]. Além da formação desta substância, há ainda a liberação de condensando, que

geralmente é descartado por não ter utilização específica neste processo.

Após [CONFIDENCIAL] da substância e encaminhamento do condensando, o produto será levado

por meio de tubulações industriais [CONFIDENCIAL] onde será novamente [CONFIDENCIAL], desta

vez com [CONFIDENCIAL].

Após a uniformização deste novo composto, será efetuada a filtragem da nova substância, tanto para

retirar algum sólido em suspensão originário do processo, quanto para retirar todas as impurezas, pois,

para que haja chapa acrílica de alta qualidade, sem bolhas e rachaduras, é indispensável que o produto

final esteja completamente homogeneizado.

Quando concluído o processo de filtração da substância, tem-se, então, como produto final, o pré-

polímero. O resultado final será, logo após a conclusão, encaminhado para a área de fundição, por meio

de tubulações ou caminhões pipa, sendo que o produto não será utilizado na fábrica naquele momento,

mas direcionado [CONFIDENCIAL].

Com o encaminhamento do pré-polímero para a área de fundição, inicia-se o processo de fabricação

das chapas acrílicas. Este processo começa com a limpeza e secagem total das placas de vidro de alta

qualidade que serão utilizadas para fazer os moldes das placas de acrílico. A diferença de altura entre elas

corresponderá à espessura do acrílico, enquanto seu comprimento será correspondente ao comprimento da

placa de PMMA.

Realizado o selamento das chapas de vidro, encaminha-se esta para o local onde será inserido o pré-

polímero. Após a inserção do xarope frio dentro do molde e do total selamento deste, as placas serão

organizadas em lotes para que assim possam ser encaminhadas à autoclave.

Na autoclave tem início o processo de polimerização que dará origem, de fato, às chapas acrílicas

em forma perfeita. [CONFIDENCIAL].

Já o método de extrusão é um método de produção contínua de chapa de acrílico. A primeira etapa

do processo é fabricar a resina PMMA. Em [CONFIDENCIAL], adiciona-se o [CONFIDENCIAL].

Primeiramente, [CONFIDENCIAL], quando o PMMA em pó é [CONFIDENCIAL]. O PMMA em pó

fino é armazenado em silos, que alimentam as extrusoras. Nas extrusoras, o pó é comprimido por uma

rosca sem fim para um orifício muito pequeno e deste para uma sequência de cilindros metálicos muito

polidos, que darão o formato à chapa de PMMA. Este movimento de empurrar a resina no orifício acaba

fundindo o PMMA, transformando o pó em pasta aquecida que, [CONFIDENCIAL], é ajustada à

espessura e largura desejada, enquanto o seu comprimento é “infinito”. A chapa contínua

[CONFIDENCIAL] para ser cortada no comprimento desejado.

Depois de [CONFIDENCIAL], a chapa é empurrada por uma esteira onde é [CONFIDENCIAL]

para ser, em seguida, cortada do tamanho desejado e colocada em pallets para armazenagem.

2.3.1 – Das manifestações sobre o produto

Em sua resposta ao questionário do produtor/exportador, as empresas chinesas selecionadas

informaram não haver diferenças entre as chapas acrílicas comercializadas no mercado interno chinês e as

exportadas para o Brasil e terceiros países.

Page 11: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 11 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Os importadores Alicante Comércio Importação e Exportação Ltda., Melo Comércio de

Ferramentas e Abrasivos Ltda., JR Fabricação de Máquinas e Equipamentos Ltda., Sherman Filmes

Ópticos do Brasil S.A. e Jacuzzi do Brasil Indústria e Comércio Ltda. informaram ter importado produto

fora do escopo da investigação.

As empresas Ouro Fino Indústria e Comércio Ltda. e DC Comercial Importadora e Exportadora

Ltda. informaram o mesmo na resposta ao questionário do importador.

A Alicante Comércio Importação e Exportação Ltda. informou que:

(...) Dentre os itens importados de seu portfólio, figuram chapas acrílicas, porém importa somente

chapas acrílicas de superfície sólida, conforme documentos de importação e catálogo incluso.

(...) as chapas acrílicas de superfície sólida, importadas pela ALICANTE não são objeto dos

procedimentos investigatórios em pauta.

A Melo Comércio de Ferramentas e Abrasivos Ltda. forneceu a declaração de importação do

produto por ela importado. Os produtos são descritos como pure acrylic solid surface sheet – chapa

composta por resinas acrílicas e minerais para confecção de balcões.

A JR Fabricação de Máquinas e Equipamentos Ltda. enviou correspondência eletrônica, em 19 de

dezembro de 2013, explicando que importa:

(...) material termoplástico rígido ou flexível, de cores sólidas ou opacas, nunca transparentes,

apropriados para corte e gravação a laser.

Sherman Filmes Ópticos do Brasil S.A. informou que não importa produto dentro do escopo da

investigação, mas filmes de acrílico transparentes.

Em sua resposta ao questionário do importador, as empresas Ouro Fino Indústria e Comércio Ltda.

e DC Comercial Importadora e Exportadora Ltda. argumentaram que o produto por elas importado não

estaria dentro do escopo da investigação haja vista que possuem cor e servem para o uso sanitário.

A Jacuzzi do Brasil Indústria informou importar chapas de superfície sólida:

(...) Esclarece a Requerente, contudo que a chapa de acrílico importada por ela é de superfície

sólida branca ou colorida, e tem como característica o acrílico sanitário.

(...) Quer nos parecer, portanto, que as chapas importadas pela Requerente não integram o objeto

desta investigação de dumping de chapas acrílicas.

A empresa Hannover Plásticos S.A., identificada como indústria de transformação e distribuidora,

argumentou que a indústria doméstica não produz nem chapas espelhadas nem chapas acrílicas com carga

mineral e afirmou haver consideráveis diferenças de qualidade do produto objeto e do similar doméstico

em relação à variação de espessura das chapas.

Ainda acrescentou que a indústria doméstica não produz chapas acrílicas obtidas por produção

contínua (continuous cast). A empresa Axell Hidrossistemas Ltda., identificada como indústria de

transformação, se manifestou no mesmo sentido.

Page 12: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 12 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

A Extremo Oposto Comercial Ltda., distribuidora, informou não ser capaz de discorrer sobre

eventuais diferenças entre o produto objeto da investigação e o similar nacional, tendo em vista que não

adquiriu chapas acrílicas de fabricação nacional.

A Molducenter Comercial Ltda., também distribuidora, declarou utilizar chapas acrílicas extrudadas

com 3 mm de espessura e tamanho 1.220mm X 2.440 mm, cuja fabricação nacional ela desconhece.

As empresas Serilon Brasil Ltda. e Astra S.A. Indústria e Comércio informaram importar chapas

acrílicas cast e que não há diferença de qualidade entre as chapas importadas e as produzidas

nacionalmente. Expôs a Serilon Brasil Ltda.:

Não há diferença de qualidade visto que o processo de fabricação e a matéria prima base são as

mesmas. O Produto importado é fabricado com matérias primas de alta qualidade atendendo as

especificações da norma ASTM. O produto importado pode ser usado nas mesmas aplicações que o

fabricado no Brasil. O principal motivo de importar acrílico deve-se a duas situações:

Diferença de preços muito grande;

Falta de política de distribuição clara para os distribuidores. Os fabricantes nacionais não

respeitam o canal de distribuição a (sic) atendem toda a cadeia sem uma política clara e justa.

As empresas Maxifibras Indústria e Comércio de Fibras de Vidros Ltda., Stamplas Artefatos de

Plástico Ltda., Mondialle Design Indústria de Banheiras Eireli e L. A. M. Meloni - Aquecedores Solares

salientaram a existência de diferença de qualidade entre o produto importado e o similar nacional. A

Maxifibras Indústria e Comércio de Fibras de Vidros Ltda. apontou que:

(...) a chapa nacional não tem as mesmas propriedades da importada para o processo de

termoformagem. A resistência e a qualidade da chapa nacional são inferiores e com o tempo a superfície

da chapa fica amarelada, por este motivo a chapa nacional não está de acordo com as nossas

necessidades no processo de fabricação.

A Mondialle Design Indústria de Banheiras Eireli e a L. A. M. Meloni - Aquecedores Solares

indicaram a superioridade de qualidade das chapas importadas como o fator determinante na sua

aquisição em detrimento do produto similar doméstico:

Em nosso processo produtivo não há aceitabilidade do produto nacional, pois o alto índice de

refugo ocasionado pelo mesmo requer um repasse de custo desnecessário, que incluiria a sucata,

tornando assim um alto custo de valor agregado ao consumidor final, o que inviabiliza economicamente

sua utilização em nosso processo produtivo.

Nesse mesmo sentido se pronunciou a empresa L.A.M Meloni Aquecedores Solares em

manifestação à fl. 3.056:

(...) Para o nosso processo de fabricação, as chapas da USIGEL (sic) não possuem a qualidade de

conformação adequada, nos causando grandes problemas nas peças conformadas, mesmo elas sendo

mais econômicas, que as chapas importadas.

Page 13: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 13 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

(...) Desta forma, enquanto a UNIGEL não apresentar produtos com qualidade compatível, somo

obrigados a continuar com o processo de importação das chapas da LUCITE dos Estados Unidos,

mesmo estas saindo mais onerosas.

Em 4 de setembro de 2014 as empresas L. A. M. Meloni - Aquecedores Solares e Mondialle Design

Indústria de Banheiras Eireli reiteraram manifestação em relação à qualidade dos produtos fornecidos

pela Unigel que:

(...) são de qualidade muito inferior as chapas importadas, e essa falta de qualidade interferem na

fabricação de nossos produtos. Não conseguimos fabricar banheiras com a qualidade exigida pelo

consumidor utilizando esse material. É fato que já usamos as chapas desse fabricante anteriormente,

porém não tivemos resultados satisfatórios em nossos produtos ocorrendo inclusive devoluções de

produtos por nossos clientes.

A Ouro Fino Indústria e Comércio Ltda. declarou que necessita de chapas com tamanhos especiais,

cujas medidas não são produzidas no mercado interno, a exemplo de chapas acrílicas com dimensões 4 X

2.700 X 2.700mm.

A Delker Plásticos Técnicos Ltda. informou ter adquirido chapas acrílicas da peticionária fora do

período de investigação de dumping, mas que optou importar chapas acrílicas no período em tela devido a

especificações técnicas de um projeto específico.

A Hannover Plásticos S.A. e Axell Hidrossistemas Ltda. alegaram que indústria nacional não

produz chapas acrílicas obtidas por produção contínua (continuous cast). Nesse sentido, argumenta a

Axell:

(...) A produção da chapa acrílica, ofertada pelo fornecedor nacional, é no processo casting, onde

as chapas acrílicas são moldadas entre placas de vidro, e tamanhos definidos, o que não garante uma

espessura uniforme nas mesmas.

Além disso, as empresas nacionais não conseguem fornecer as medidas de chapas acrílicas,

necessárias para nossa produção, que são específicas para cada tamanho de banheira, e só podem ser

fabricadas pelo processo de extrusão (continuum cast).

Em 1o de outubro de 2014, a Reynolds protocolou manifestação acerca o produto objeto da

investigação. Iniciou a argumentação discorrendo sobre o produto similar da indústria doméstica que, de

acordo com o que consta dos autos, atenderia às normas técnicas ISO 7823-1 e 7823-2. Alega a empresa

que, em decorrência do disposto nessas normas técnicas, depreende-se que:

(...) as chapas acrílicas que não são feitas de PMMA, ou que não são incolores ou coloridas, ou

que não são transparentes ou opacas, ou ainda cujas espessuras não estão entre 1,5mm e 25mm (para

chapas acrílicas cast)/ 1,5mm a 20 mm (para chapas acrílicas extrusadas) não são fabricadas pela

indústria doméstica no Brasil e não estão sujeitas à presente investigação.

Conforme a empresa, este fato é corroborado pelas fichas técnicas e códigos dos produtos

fabricados constantes dos autos, de acordo com os quais a Unigel não fabrica chapas acrílicas de

espessura menor que 2 mm ou maior que 24 mm. Assim, a Reynolds argumenta que as chapas acrílicas de

espessura menor que 2 mm ou maior que 24 mm não deveriam ser consideradas no escopo da

investigação, haja vista que definir o produto de maneira excessivamente abrangente poderia levar a

Page 14: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 14 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

distorções ao considerar produtos que não estão causando danos à indústria doméstica, na medida em que

não são produzidos pela indústria doméstica e por isso não competem diretamente com seus produtos.

A Reynolds também discorreu sobre a ausência de similaridade entre os produtos por ela fabricados

e o produto objeto da investigação. Alega a empresa que produz acrílicos somente com espessura entre 3

a 30 polegadas (75-750mm), a partir de processo monolítico próprio e único na indústria. A empresa

ainda afirmou que todos os produtos fabricados e exportados são customizados a partir das necessidades

específicas de cada cliente. E continuou:

Mundialmente, os acrílicos da RPT são utilizados em projetos e estruturas complexas que

demandam painéis acrílicos com espessuras maiores. Esses projetos incluem aquários, cúpulas e túneis

subaquáticos, piscinas de luxo, quedas d’água, projetos personalizados para pesquisa, medicina e fins

experimentais.

Em sua manifestação de 1o de outubro de 2014, a Unigel Plásticos S.A. teceu comentários acerca da

definição de produto e similaridade. De acordo com a mesma, não estariam incluídos no escopo da

investigação as chapas de superfície sólida e os filmes acrílicos com espessura inferior a 0,8mm.

Em relação ao alegado pelas outras partes ao longo do processo de que não haveria similaridade

entre as chapas acrílicas produzidas por processo contínuo e cast, a Unigel afirmou que não há diferenças

no produto final acabado de ambos os processos que justifique ausência de similaridade. A empresa

também afirmou que eventuais diferenças no tamanho da chapa não afeta a similaridade.

Finalmente, a Unigel asseverou não haver base técnica para as alegações de que seus produtos

teriam qualidade inferior aos importados.

2.3.2 – Dos comentários acerca das manifestações sobre o produto

A empresa Alicante Comércio Importação e Exportação Ltda. informou ter importado apenas

chapas de superfície sólida, mas a descrição dos produtos constantes dos documentos por ela juntados às

fls. 1.022 a 1.041 e nos dados oficiais de importação não possibilitou a conclusão pelo alegado.

No que concerne às informações da Melo Comércio de Ferramentas e Abrasivos Ltda., não foi

possível concluir, pela descrição do produto, que o produto importado pela empresa não faz parte do

escopo da presente investigação.

Em relação à manifestação da JR Fabricação de Máquinas e Equipamentos Ltda., foi possível

concluir que, de fato, os produtos importados pela empresa não estão no escopo da investigação. Os

números de valor e volume de importação da origem de tais produtos, EUA, foram revistos a partir de

nova depuração dos dados de importação da Receita Federal do Brasil, e estão atualizados neste Anexo.

No que diz respeito ao fato de as chapas acrílicas coloridas e para uso sanitário não estarem dentro

do escopo da investigação, conforme alegação das empresas Ouro Fino Indústria e Comércio Ltda. e DC

Comercial Importadora e Exportadora Ltda., cabe ressaltar que a definição do produto, constante do item

2 deste documento, inclui produto com acabamento transparente ou colorido e cita inclusive o uso para

confecção de cascos de banheira de hidromassagem como possível utilização (uso sanitário).

A Sherman Filmes Ópticos do Brasil S.A. enviou correspondência eletrônica em 16 de dezembro de

2013 declarando importar filmes acrílicos que estariam fora do escopo da investigação. À época,

Page 15: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 15 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

confirmou-se a exclusão. Ressalte-se que, após análise mais detida, verificou-se que nos dados oficiais de

importação dessa empresa há [CONFIDENCIAL].

Ademais, conforme indicado na petição e reproduzido no item 2 deste Anexo, as chapas acrílicas

podem se apresentar em diversas formas. No entanto, não há menção explícita a filmes de acrílico

transparentes. Apesar de a Unigel ter se manifestado no sentido de que os filmes acrílicos, entendidos

como películas flexíveis, com espessura inferior a 0,8mm, enroladas em bobina, não estariam incluídos

no escopo da petição, cabe citar que, a partir a dos dados de importação fornecidos pela RFB, somente foi

possível identificar produtos denominados genericamente de filmes de acrílico, sem nenhum

detalhamento sobre as demais características. Diante desse fato, essas importações foram consideradas

para fins de análise do volume importado e do seu consequente impacto sobre a indústria doméstica.

Essas importações totalizaram [CONFIDENCIAL]t, sendo [CONFIDENCIAL]t das origens

investigadas, o equivalente a 0,3% do total importado dessas origens, e [CONFIDENCIAL]t das origens

não investigadas, o equivalente a 0,1% do total importado dessas origens.

Embora algumas empresas importadoras tenham se manifestado a respeito da diferença de

qualidade entre os produtos importados e o produto nacional, não trouxeram elementos probatórios de que

essa diferença seria suficiente para afastar a similaridade dos produtos.

A empresa Hannover Plásticos S.A. alega que a indústria doméstica não produz chapas acrílicas

com carga mineral. No entanto, não forneceu informações suficientes para detalhar a que tipo de produto

se refere e se ele não configuraria chapa de superfície sólida, com cerca de 2/3 de minerais naturais, sem

produção nacional e já excluída do escopo da investigação.

A referida empresa também alegou que a indústria doméstica não produz chapas espelhadas. Cabe

destacar, porém, que consta da lista de códigos de produtos da indústria doméstica às fls. 169 a 176

chapas do tipo espelhada. A Hannover Plásticos S.A. tampouco trouxe aos autos elementos suficientes

para afastar a similaridade dos produtos.

A empresa Ouro Fino Indústria e Comércio Ltda. argumentou que não há produção nacional de

chapas com tamanhos especiais, a exemplo de chapas com dimensões 4 X 2.700 X 2.700mm. A esse

respeito, entende-se que tamanho não afeta a similaridade dos produtos tendo em vista que as dimensões

não definem o produto. Ademais, não foram apontadas diferenças em relação, por exemplo, a matérias-

primas, composição química, normas e especificações técnicas, grau de substitutibilidade e canais de

distribuição de forma a afastar a similaridade dos produtos.

A Unigel afirmou que não há diferenças entre as chapas acrílicas produzidas por processo contínuo

e cast. Para tanto, argumentou não haver diferenças nos dois processos em relação aos seguintes quesitos:

matéria-prima, composição química e física, processo de produção (fundição e polimerização),

características do produto final (elevada resistência e redução do peso da obra) e composição do peso do

produto final (99% composto por MMA). Face ao exposto, concluiu-se pela similaridade das chapas

acrílicas produzidas pelos referidos processos produtivos.

A empresa Reynolds discorreu sobre a especificidade de seu produto e a consequente ausência de

similaridade entre ele e as chapas acrílicas objeto da investigação e as similares domésticas. No entanto,

as informações trazidas aos autos foram insuficientes para formar posicionamento acerca desse tema e

para os fins deste documento. Também cabe ressaltar que a referida empresa não exportou para o Brasil

no período de investigação de dumping.

Page 16: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 16 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

2.4 – Da conclusão a respeito do produto e da similaridade

Consoante o exposto, para os fins deste documento, ratificou-se que, nos termos do § 1o do art. 5o

do Decreto no 1.602, de 1995, as chapas acrílicas produzidas no Brasil são similares àquelas produzidas e

exportadas da China, EUA, Hong Kong e Malásia para o Brasil.

3 – DA DEFINIÇÃO DA INDÚSTRIA DOMÉSTICA

Definiu-se como indústria doméstica, para fins de abertura da investigação, as linhas de produção

de chapas acrílicas da Unigel Plásticos S.A., nos termos do art. 17 do Decreto no 1.602, de 1995, que foi

responsável, por, aproximadamente, 51% da produção nacional em P5.

4 – DO DUMPING

De acordo com o art. 4o do Decreto no 1.602, de 1995, considera-se prática de dumping a introdução

de um bem no mercado doméstico, inclusive sob as modalidades de drawback, a preço de exportação

inferior ao valor normal.

4.1 – Do dumping para efeito de início de investigação

Para fins da abertura da investigação, utilizou-se o período de abril de 2012 a março de 2013, a fim

de se verificar a existência de indícios de prática de dumping nas exportações para o Brasil de chapas

acrílicas, originárias dos Estados Unidos da América, da Malásia, da Região Administrativa Especial de

Hong Kong e da República Popular da China. As margens de dumping, quando da abertura da

investigação, foram calculadas com base na metodologia exposta no Parecer DECOM no 43, de 8 de

novembro de 2013, adiante reproduzidas, de forma resumida.

4.1.1 – Dos Estados Unidos da América

Como indicativo de valor normal para os EUA, a peticionária sugeriu a utilização do preço de

exportação do produto similar dos EUA para o Reino Unido em P5. Conforme a petição, os dados foram

obtidos por meio do Trade Map Brazil, do International Trade Centre da Unctad/WTO

(www.trademap.org), acessado a partir do portal Brazil Global Net (www.brasilglobalnet.gov.br). O

código do SH pesquisado foi o 3920.51. Ressalte-se que, em consulta aos dados oficiais do governo

estadunidense (www.usitc.gov), o Departamento confirmou os números apresentados.

Para fins de apuração do preço de exportação dos EUA para o Brasil, foi utilizado o preço médio

ponderado de exportação FOB, em P5, calculado com base nos dados detalhados de importação,

disponibilizados pela RFB, desconsiderando-se as operações que envolviam produtos não abrangidos no

escopo da investigação.

A seguir está apresentada tabela com os valores indicados utilizados no cálculo das margens de

dumping, absoluta e relativa, para os EUA para efeitos da abertura da investigação. Cumpre salientar que,

embora as informações de exportação estadunidenses sejam apresentadas na condição Free Along Side

Ship (FAS), foi considerado que a diferença entre essa modalidade e a Free On Board (FOB) poderia ser

considerada como não relevante.

Page 17: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 17 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Margem de Dumping dos EUA

Valor Normal (US$

FAS/t)

Preço de Exportação

(US$ FOB/t)

Margem Absoluta de

Dumping (US$/t)

Margem Relativa de

Dumping (%)

5.652,4 4.973,8 678,5 13,6

4.1.2 – De Hong Kong

Como indicativo de valor normal para Hong Kong, foi utilizado o preço de exportação do produto

similar de Hong Kong para a Alemanha, no ano de 2012, com base nos dados da United Nations

Commodity Trade Statistics Database – Comtrade.

O preço de exportação foi apurado com base nos dados detalhados das importações brasileiras,

disponibilizados pela RFB, na condição de comércio FOB.

A seguir está apresentada tabela com os valores indicados utilizados no cálculo das margens de

dumping, absoluta e relativa, para Hong Kong para efeitos da abertura da investigação:

Margem de Dumping de Hong Kong

Valor Normal (US$

FOB/t)

Preço de Exportação

(US$ FOB/t)

Margem Absoluta de

Dumping (US$/t)

Margem Relativa de

Dumping (%)

4.004,6 3.489,2 515,4 14,8

4.1.3 – Da Malásia

Como indicativo de valor normal para a Malásia, utilizou-se o preço de exportação do produto

similar para a Austrália, em 2012, com base nas estatísticas do Trade Map.

O preço de exportação foi apurado com base nos dados detalhados das importações brasileiras,

disponibilizados pela RFB, na condição de comércio FOB.

A seguir está apresentada tabela com os valores indicados utilizados no cálculo das margens de

dumping, absoluta e relativa, para Malásia para efeitos da abertura da investigação.

Margem de Dumping da Malásia

Valor Normal (US$

FOB/t)

Preço de Exportação

(US$ FOB/t)

Margem Absoluta de

Dumping (US$/t)

Margem Relativa de

Dumping (%)

3.248,05 3.110,21 137,84 4,4

4.1.4 – Da China

Considerando-se que a China, para fins de investigação de defesa comercial, não é considerada

economia predominantemente de mercado, consoante o disposto no art. 7o do Decreto no 1.602, de 1995,

o valor normal adotado pode ter como base preços praticados por país de economia de mercado na

exportação do produto similar para outros países, exclusive o Brasil. Então, utilizou-se os Estados Unidos

da América como terceiro país de economia de mercado para a apuração do valor normal. Recorde-se

que, conforme delineado no subitem 4.1.1 acima, embora as informações de exportação estadunidenses

sejam apresentadas na condição Free Along Side Ship (FAS), foi considerado que a diferença entre essa

modalidade e a Free On Board (FOB) poderia ser considerada como não relevante.

Page 18: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 18 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Já com relação ao preço de exportação, de acordo com o caput do art. 8o do Decreto no 1.602, de

1995, ele é o efetivamente pago ou a pagar pelo produto exportado ao Brasil, livre de impostos, descontos

e reduções concedidas.

Os dados referentes ao preço de exportação foram apurados com base nos dados oficiais brasileiros

de importação disponibilizados pela RFB, na condição de comércio FOB.

A margem absoluta de dumping, definida como a diferença entre o valor normal e o preço de

exportação, e a margem relativa de dumping, que se constitui na razão entre a margem de dumping

absoluta e o preço de exportação, estão apresentadas nas tabelas a seguir.

Margem de Dumping da China

Valor Normal (US$

FAS/t)

Preço de Exportação

(US$ FOB/t)

Margem Absoluta de

Dumping (US$/t)

Margem Relativa de

Dumping (%)

5.652,37 3.264,53 2.387,84 73,1

4.1.5 – Das manifestações acerca das margens de dumping da abertura da investigação

Inicialmente, em petição protocolada em 31 de janeiro de 2014, o importador Hannover Plásticos

S/A (Hannover) argumentou que o valor normal para a Malásia adotado para fins de abertura da

investigação não teria sido o mais apropriado pois, segundo a empresa, o volume de exportações da

Malásia para os Emirados Árabes Unidos é mais próximo do volume exportado para o Brasil do que o

volume exportado pela Malásia para a Austrália. Não obstante, haveria uma segunda alternativa mais

adequada: as exportações da Malásia para a Índia. Alegou a empresa que as características do mercado

indiano são semelhantes às características do mercado brasileiro, além de a Índia figurar como principal

importador de chapas acrílicas malaias.

Em manifestação protocolada em 3 de fevereiro de 2014, as empresas chinesas Shanghai Acrylic

Chemical Industry CO., LTD e Shanghai ACH. Imp&Exp CO., LTD questionaram a escolha dos EUA

como terceiro país de economia de mercado para apuração do valor normal da China. As empresas

alegaram que o preço das exportações dos EUA para o Reino Unido seria acima da média dos preços

efetivamente praticados no mercado mundial. Assim, sugeriram, como terceiro país de economia de

mercado, a Malásia, pois este país possuiria forte atuação no mercado de chapas acrílicas, a preços

competitivos, além de apresentar as seguintes características:

(i) País de economia de mercado que se rege pelo sistema capitalista da livre concorrência;

(ii) maior semelhança com o mercado exportador chinês;

(iii) dimensões geográficas, comerciais e populacionais relevantes;

(iv) localização geográfica no mesmo continente da China;

(v) proximidade com o preço praticado pelo mercado internacional; e

(vi) representatividade das vendas de tais mercados.

Requereram as empresas chinesas, ainda, que o valor normal fosse apurado com base na resposta ao

questionário do produtor/exportador malaio e, na impossibilidade, que fossem considerados os preços de

exportação da Malásia para Cingapura. Por fim, aduziram que, caso nenhuma das opções anteriores se

Page 19: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 19 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

tornasse viável, o valor normal chinês fosse calculado com base nas respostas aos questionários dos

produtores/exportadores dos EUA ou, em última hipótese, levando-se em consideração as exportações de

chapas acrílicas dos EUA para a Bélgica.

No que tange à eventual recomendação para aplicação de direito antidumping, a Shanghai Acrylic

Chemical Industry CO., LTD e Shanghai ACH. Imp&Exp CO., LTD solicitaram a recomendação de

aplicação de margem individual com base na margem de subcotação, ou na margem de dumping, caso

esta seja inferior.

A Unigel Plásticos S/A (Unigel), por sua vez, protocolou manifestação em 14 de abril de 2014 na

qual apresenta estudo de construção do valor normal para a Malásia. Segundo a Unigel, a escolha das

exportações da Malásia para a Austrália como base para o valor normal malaio foi, para o início da

investigação, acertada. Afirma, ao comentar a manifestação da Hannover, que os mercados dos Emirados

Árabes Unidos e da Índia são completamente diferentes do brasileiro, ao contrário do mercado

australiano. Porém, a empresa alega que o valor normal malaio, caso fosse apurado com base na resposta

ao questionário do produtos/exportador da Malásia, seria maior, refletindo melhor as condições do

mercado interno daquela origem. Como não houve resposta ao questionário, a Unigel apresentou o estudo

de construção do valor normal para a Malásia, elaborado pela GPM Consultoria Econômica, que seria,

então, a melhor informação disponível para o cálculo do valor normal malaio.

Especificamente com relação ao estudo protocolado:

A metodologia para a construção de valor normal foi baseada na estrutura de custos da indústria

doméstica, com a aplicação dos preços no país exportador para a matéria-prima, energia elétrica e mão-

de-obra (sic). Para as demais rubricas foram considerados os valores da indústria doméstica. A margem

de lucro foi estimada.

(...)

A metodologia para apuração do custo da matéria-prima consistiu na identificação das principais

matérias-primas utilizadas, seus respectivos códigos tarifários do Sistema Harmonizado (SH), os

coeficientes técnicos de produção (i.e., a quantidade de matéria-prima necessária para se produzir uma

dada quantidade do produto final) e a apuração de seus custos no país exportador, a Malásia.

(...)

A apuração dos custos da matéria-prima na Malásia foi feita por meio do sítio eletrônico Trade

Map, considerando as importações malaias compreendidas entre o segundo trimestre de 2012 e o

primeiro trimestre de 2013, período correspondente ao P5, para o MMA e o PMMA. A partir dos valores

de importação e as quantidades importadas (em quilogramas) foram obtidos os respectivos valores

médios de importação em dólares dos Estados Unidos por tonelada (US$) para cada produto. Foi

adicionado, ainda, 3% sobre o preço apurado de importação a título de despesas de internação. Este

percentual de 3% foi adotado por representar uma média das despesas de internação apuradas pela

empresa.

Os respectivos coeficientes técnicos foram aplicados ao preço médio CIF internado das

importações de cada país investigado, obtendo-se os referidos custos com as matérias-primas

(...)

Page 20: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 20 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Os custos de mão-de-obra (sic) da Malásia foram obtidos no sítio eletrônico do Malaysian

Investment Development Authority (MIDA), cujos dados são da pesquisa Malaysia Employers

Federation (MEF) Salary Survey for Executives 2012, realizada pela Federação Malaia dos

Empregadores. Foi considerada a média entre o salário mínimo e máximo, registrada em dólares dos

Estados Unidos (US$), para cada tipo de ocupação. Considerou-se, também, uma estrutura de

empregados igual à da indústria doméstica, composta por 129 trabalhadores, subdividida em 5 tipos de

ocupação.

Ao salário foram adicionados os custos de contribuições estatutárias, como fundo de previdência,

seguro social e fundo de desenvolvimento de recursos humanos, conforme informado no sítio do MIDA.

(...)

Para os custos de energia elétrica, foi considerado o consumo médio em quilowatt-hora por

tonelada (kWh/t), observado na indústria doméstica, e a tarifa de energia elétrica na Malásia obtida por

meio do sítio eletrônico da empresa malaia de eletricidade Tenaga Nasional.

(...)

A margem de lucro foi estimada em 5% do total de custos e despesas apurados para a produção de

chapas acrílicas. A adoção desta margem se justifica por estar dentro dos parâmetros utilizados para o

setor, em uma avaliação conservadora.

Então, com base na metodologia proposta, a peticionária estimou o valor normal construído de US$

5.398,00/t para a Malásia.

A Hannover Plásticos S/A, em 17 de junho de 2014, protocolou nova manifestação na qual reforça

os argumentos trazidos à baila em sua primeira manifestação e aduz que a mudança de critério para

escolha do valor normal malaio no decorrer da investigação prejudica o direito de defesa de todas as

partes interessadas, ocasionando insegurança jurídica e prejuízo à previsibilidade. Outrossim, aponta

possíveis inconsistências metodológicas no estudo de valor normal construído apresentado pela Unigel

Plásticos S/A.

Segundo a Hannover, os custos das matérias-primas deveriam ter como base o Relatório ICIS, pois

seria uma fonte internacional confiável acerca de valores de commodities e produtos químicos. Ademais,

a empresa propõe alterações relacionadas ao custo da mão de obra, a fim de melhor refletir a faixa etária

dos trabalhadores malaios. Questiona, também, o cálculo dos custos de energia elétrica, ao afirmar que o

conceito de demanda máxima da empresa energética malaia não corresponde ao conceito de produção

máxima utilizado no estudo, conforme explicaria o Tariff Book da Tenaga Nasional. Sugere, assim, que

seja aplicada a tarifa de energia elétrica com base no consumo médio da indústria doméstica. Quanto às

despesas, depreciação e margem de lucro, propõe a utilização dos dados disponíveis na demonstração

financeira, auditada e também disponível na internet, da Asia Poly Holdings Berhad, empresa do mesmo

grupo do produtor/exportador da Malásia que não respondeu ao questionário do produtor/exportador.

Saliente-se que a demonstração em comento se refere ao período de abril de 2012 a março de 2013, o

mesmo da investigação de dumping.

A partir dos ajustes propostos, a Hannover chegou ao valor normal construído de US$3.199,34/t

para a Malásia.

Page 21: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 21 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Em 7 de julho de 2014, a Hannover Plásticos S/A protocolou nova manifestação, reiterando os

argumentos apresentados anteriormente.

A Unigel, em 5 de setembro de 2014, manifestando-se acerca das críticas da Hannover ao estudo

para construção do valor normal, apontou, no que concerne aos custos das matérias-primas, que o

relatório ICIS e o Trade Map fornecem os preços em condições distintas de comércio, CFR e CIF,

respectivamente. Não obstante, o relatório ICIS não disponibilizaria o valor da matéria-prima importada

pela Malásia, mas apenas valor referente a todo o sudeste asiático. Em relação aos custos de mão de obra,

a empresa contesta o ajuste proposto pela Hannover, pois não seria possível ter acesso aos dados

concretos da faixa etária dos trabalhadores da indústria de chapas acrílicas.

No que toca à energia elétrica, a Unigel afirma que a Hannover não demonstrou o texto do Tariff

Book da empresa energética malaia que confirma o erro na metodologia de cálculo. Explica como

entende que ocorre a cobrança da tarifa de energia elétrica, e apresenta o “Manual de Tarifação da

Energia Elétrica”, elaborado pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica e pela

Eletrobras. Já em relação à utilização de dados da Asia Poly, conforme proposta da Hannover, afirma não

ser possível, tendo em vista que o produtor/exportador malaio não respondeu ao questionário e seus dados

não seriam verificáveis.

Com base nas críticas da Hannover Plásticos S/A, a Unigel realizou alterações em seu estudo,

chegando ao valor normal construído de US$5.086,48/t, 4,5% menor do que o calculado originalmente.

Ressalte-se que, apesar da utilização da margem de lucro proposta pelo importador com base nos dados

da Asia Poly, de 2,05% sobre os custos de produção, os valores das despesas levaram em consideração os

dados da indústria doméstica.

As empresas chinesas Shanghai Acrylic Chemical Industry CO., LTD e Shanghai ACH. Imp&Exp

CO., LTD, em 8 de setembro de 2014, protocolaram nova manifestação em que questionaram, mais uma

vez, a escolha dos EUA como terceiro país de economia de mercado para apuração do valor normal da

China. As empresas alegaram que o preço das exportações dos EUA para o Reino Unido seria acima da

média dos preços efetivamente praticados no mercado mundial. Assim, sugeriram, como terceiro país de

economia de mercado, a Malásia, pelos mesmos argumentos expostos anteriormente e por julgarem que

as melhores informações disponíveis são às relativas à Malásia, dada toda a discussão em torno do valor

normal a ser calculado para aquele país.

As empresas chinesas teceram considerações, também, acerca da comparação entre os produtos

chineses e os estadunidenses, afirmando que há diferença de qualidade entre os produtos de cada país. As

chapas acrílicas malaias, por sua vez, seriam mais próximas da qualidade das chapas acrílicas chinesas.

A Shanghai Acrylic Chemical Industry CO., LTD e Shanghai ACH. Imp&Exp CO., LTD,

solicitaram, ainda, que fossem considerados os preços de exportação da Malásia para a Índia.

Ressaltaram, finalmente, que, caso nenhuma das opções anteriores se tornasse viável, o valor normal

chinês fosse calculado levando-se em consideração as exportações de chapas acrílicas dos EUA para a

Índia, pela suposta semelhança entre as operações dos EUA com a Índia em relação às da China com o

Brasil.

As empresas chinesas reiteraram o pedido para que, caso haja recomendação de aplicação de direito

antidumping, seja utilizado o menor direito entre a margem de dumping e a margem de subcotação, além

de haver determinação de margem individual para as mesmas.

Page 22: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 22 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Em 10 de setembro de 2014, a Hannover Plásticos trouxe aos autos mais uma manifestação,

reafirmando seu posicionamento quanto à reconstrução do valor normal para a Malásia.

4.1.6 – Dos comentários acerca das manifestações acerca das margens de dumping da

abertura da investigação

Com relação ao valor normal para a Malásia, optou-se por realizar a construção do mesmo a partir

da metodologia proposta no estudo trazido pela Unigel Plásticos S/A e de determinados ajustes propostos

pela Hannover Plásticos S/A, conforme explicitado abaixo. Tal opção se justifica na medida em que os

dados de exportação do Trade Map estão disponibilizados em seis dígitos, contendo outros produtos não

similares ao objeto de investigação, com por exemplo, chapas sólidas, cujos preços podem distorcer o

valor normal obtido. Nesse sentido, o valor normal construído se mostra mais apropriado na medida em

que é específico para o produto objeto de investigação. A metodologia de cálculo utilizada está detalhada

no subitem 4.2.3 deste Anexo.

Importante registrar que a mudança no critério de cálculo do valor normal da Malásia não trouxe

prejuízo às partes interessadas, ocasionando prejuízo à previsibilidade e insegurança jurídica, conforme

aventado pela Hannover Plásticos S/A. Como não houve resposta ao questionário do produtor/exportador

malaio, foram trazidos elementos aos autos para que fossem debatidos e oferecidos ao contraditório das

partes, possibilitando à autoridade investigadora chegar à conclusão sobre os aspectos apresentados.

Tanto é assim que a própria Hannover, por mais de uma vez, se insurgiu e manifestou-se contrária ao

estudo para construção do valor normal, além de ter feito sugestões de ajustes à metodologia empregada

inicialmente.

Ademais, o art. 66, §1o, do Decreto 1.602, de 1995, estabelece:

Art.66. Tão logo aberta a investigação, serão especificadas, pormenorizadamente, as informações

requeridas às partes envolvidas e a forma pela qual tais informações deverão estar estruturadas na

resposta da parte interessada, bem como prazos de entrega.

§1o A parte será notificada de que o não fornecimento da informação, dentro do prazo fixado,

permitirá estabelecer determinação com base nos fatos disponíveis, entre eles os contidos na petição de

abertura da investigação.

Não há, como se depreende da leitura em comento, definição de que a melhor informação

disponível é necessariamente a da abertura da investigação. Ao contrário, há permissão para estabelecer

determinação com base nos fatos disponíveis, dentre os quais os contidos na petição de abertura da

investigação, o que não inviabiliza que, no decorrer da investigação, novos fatos sejam apresentados,

oferecidos ao contraditório, e, caso pertinentes, utilizados pela autoridade investigadora para fundamentar

suas conclusões.

No que se refere às manifestações acerca do valor normal para a China, foi acatada a sugestão das

empresas Shanghai Acrylic Chemical Industry CO., LTD e Shanghai ACH. Imp&Exp CO., LTD e a

Malásia foi adotada como terceiro país de economia de mercado para cálculo do valor normal, pelas

razões expostas no subitem 4.2.4. Os dados verificados in loco serão considerados, tendo sido realizados

ajustes, conforme disposto no subitem 4.2.4, a fim de eliminar os efeitos da trading relacionada no preço

da produtora.

Page 23: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 23 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

4.2 – Do dumping para efeito da determinação final

Para fins da presente investigação, utilizou-se o período de abril de 2012 a março de 2013, a fim de

se verificar a existência da prática de dumping nas exportações para o Brasil de chapas acrílicas dos EUA,

de Hong Kong, da Malásia e da China.

Ressalte-se que se decidiu manter, dentre as importações investigadas, aquelas objeto de

controvérsia acerca de sua similaridade com o produto investigado.

4.2.1 – Da origem EUA

Como as empresas selecionadas dos EUA, Lucite International INC., Aristech Acrylics LLC. e

Cyro Industries, não responderam ao questionário do produtor/exportador, a margem de dumping apurada

para fins de determinação final baseou-se, nos termos do § 3o do art. 27 c/c art. 66 do Decreto no 1.602, de

1995, na melhor informação disponível nos autos do processo.

Importante salientar que a nova depuração nos dados detalhados das importações brasileiras

disponibilizados pela RFB, motivada pelas informações trazidas ao processo sobre as características do

produto investigado, produziu pequena alteração no volume e no valor das exportações dos EUA

destinadas ao Brasil, impactando no preço de exportação daquela origem ao Brasil.

Assim, o valor normal, preço de exportação e as margens de dumping apuradas estão apresentados

na tabela a seguir:

Valor Normal (US$/t) Preço de Exportação

(US$/t)

Margem Absoluta de

Dumping (US$/t)

Margem Relativa de

Dumping (%)

5.652,37 4.927,03 725,34 14,7%

4.2.2 – Da origem Hong Kong

Da mesma forma, as empresas de Hong Kong, Qianse Acrylic Company LTD. e Evonik Degussa

Hong Kong LTD. não responderam ao questionário do produtor/exportador e a empresa Sharpmax LTD o

fez intempestivamente , assim, a margem de dumping apurada para fins de determinação final baseou-se,

nos termos do § 3o do art. 27 c/c art. 66 do Decreto no 1.602, de 1995, na melhor informação disponível

nos autos do processo.

Cumpre frisar que a nova depuração nos dados detalhados das importações brasileiras

disponibilizados pela RFB, motivada pelas informações trazidas ao processo sobre as características do

produto investigado, conforme disposto anteriormente, não causou alteração na base de dados

considerada na análise das exportações de Hong Kong destinadas ao mercado brasileiro no período de

investigação de dumping.

Desta feita, considerar-se-á a margem de dumping para Hong Kong a apurada quando do início da

investigação.

Margem de Dumping de Hong Kong

Valor Normal

(US$ FOB/t)

Preço de Exportação

(US$ FOB/t)

Margem Absoluta de

Dumping (US$/t)

Margem Relativa de

Dumping (%)

4.004,6 3.489,2 515,4 14,8

Page 24: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 24 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

4.2.3 – Da origem Malásia

A Asia Poly Industrial SDN BHD, único exportador malaio do produto objeto da investigação no

período de abril de 2012 a março de 2013, não respondeu ao questionário do produtor/exportador. Assim,

a margem de dumping apurada para fins de determinação final baseou-se, nos termos do § 3o do art. 27

c/c art. 66 do Decreto no 1.602, de 1995, na melhor informação disponível nos autos do processo.

Como indicativo do valor normal para a Malásia, foi utilizada a metodologia de construção do valor

normal a que faz referência o subitem 4.1.6, detalhada a seguir.

No que tange aos custos de produção, considerou-se que a metodologia utilizada no estudo, e

apresentada no subitem 4.1.5, foi adequada.

Especificamente para os custos de matéria-prima, optou-se pelos dados do Trade Map levando em

conta que são individualizados para as importações malaias, enquanto os dados do Relatório ICIS se

referem a todo o continente.

Em referência aos custos de energia elétrica, pelos elementos trazidos aos autos conclui-se que a

metodologia utilizada, baseada nas tarifas da Tenaga Nasional, empresa malaia de energia, conjugada

com a cobrança binomial, por sua vez, fundamentada no “Manual de Tarifação da Energia Elétrica” do

Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica e da Eletrobrás, é a melhor informação

disponível. Apesar de citado pela Hannover, não foi disponibilizado o texto do Tariff Book da Malásia

que sugeriria a aplicação da tarifa de energia apenas sobre o consumo médio, não sendo possível avaliar

tal informação.

Já no que concerne aos custos de mão de obra, replicou-se a metodologia original do estudo, com

pequeno ajuste para melhor refletir a faixa etária da população malaia e dimensionar as contribuições para

o Employees´ Pension Fund (EPF). Ressalte-se que o ajuste mencionado foi apresentado pela própria

Unigel, tendo vista a crítica da Hannover, em sua manifestação protocolada no dia 5 de setembro de 2014.

Para outros insumos, demais utilidades (excluído o custo de energia elétrica), material de

embalagem, outros custos fixos, outros custos variáveis e depreciação, foram considerados os dados da

indústria doméstica verificados. Foi calculado um valor unitário por tonelada para cada uma das rubricas,

a partir da produção verificada de [CONFIDENCIAL]t em P5. Cumpre salientar que, ao converter os

valores em reais para dólares estadunidenses, utilizou-se a média da taxa de câmbio diária para o período,

com base nos dados do Banco Central do Brasil, de R$2,0119 para cada US$1.

Em relação às despesas e à margem de lucro, acatou-se a sugestão da Hannover, tendo sido

utilizadas as informações públicas e auditadas disponíveis no relatório financeiro da Asia Poly Holdings

Berhad. O fato de a empresa malaia não ter respondido ao questionário do produtor/exportador não

invalida a utilização, como melhor informação disponível, de um relatório financeiro auditado,

possibilitando chegar o mais próximo possível dos valores praticados no mercado malaio. Assim, foram

aplicados os percentuais de [CONFIDENCIAL]% e [CONFIDENCIAL]%, respectivamente, para as

despesas administrativas e de comercialização e as despesas financeiras, sobre o custo de produção

calculado. Quanto à margem de lucro, aplicou-se o percentual de [CONFIDENCIAL]% sobre o valor

resultante da soma dos custos de produção. Tais percentuais foram extraídos do demonstrativo financeiro

da Asia Poly Holdings Berhad e representam o total de cada rubrica sobre o custo de produção total

apresentado.

Page 25: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 25 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Diante do exposto, o valor normal construído para a Malásia é de US$3.950,96/t (três mil

novecentos e cinquenta dólares estadunidenses e noventa e seis centavos por tonelada).

Valor Normal Construído (US$/t)

Matéria-prima [CONFIDENCIAL]

Outros insumos [CONFIDENCIAL]

Mao de obra [CONFIDENCIAL]

Utilidades [CONFIDENCIAL]

Embalagem/Outros custos fixos/Outros custos variáveis/Depreciação [CONFIDENCIAL]

Despesas administrativas e de comercialização [CONFIDENCIAL]

Despesa financeira [CONFIDENCIAL]

Margem de lucro [CONFIDENCIAL]

VALOR NORMAL CONSTRUÍDO 3.950,96

Os dados referentes ao preço de exportação foram apurados com base nos dados oficiais brasileiros

de importação disponibilizados pela RFB, na condição de comércio FOB. Saliente-se que a nova

depuração nos dados detalhados das importações brasileiras, motivada pelas informações trazidas ao

processo sobre as características do produto investigado, conforme disposto no subitem 2.1.2, não causou

alteração na base de dados considerada na análise das exportações da Malásia destinadas ao mercado

brasileiro no período de investigação de dumping

Diante do que precede, o valor normal e o preço de exportação estão apresentados nas tabelas a

seguir.

Margem de Dumping da Malásia

Valor Normal (US$

FOB/t)

Preço de Exportação

(US$ FOB/t)

Margem Absoluta de

Dumping (US$/t)

Margem Relativa de

Dumping (%)

3.950,96 3.110,21 840,75 27,0%

4.2.4 – Da origem China

4.2.4.1 – Da Shanghai Acrylic Chemical Industry CO. LTD (Shanghai Chemical)

Constatou-se, de acordo com a resposta ao questionário do produtor/exportador, que apenas a

Shanghai Chemical produz o produto objeto da investigação, sendo que as exportações para o Brasil

ocorrem por meio de sua trading relacionada, a Shanghai ACH. Import and Export CO., LTD (Shanghai

ACH).

Por conseguinte, as margens de dumping, absoluta e relativa, referem-se à empresa produtora, qual

seja, a Shanghai Chemical.

4.2.4.1.1 – Do valor normal

O cálculo do valor normal teve como base o valor normal construído para a Malásia, consoante

estatuído no subitem 4.1.6 acima. Dessa forma, apurou-se o valor normal de US$ 3.950,96/t (três mil

novecentos e cinquenta dólares estadunidenses e noventa e seis centavos por tonelada), a partir da

metodologia proposta pela peticionária e ajustada, tendo como fundamento os fatos disponíveis nos autos

do processo e as mesmas justificativas para a utilização do valor normal construído para a própria

Malásia, qual seja, sua maior especificidade em relação a preços de exportação obtidos a seis dígitos do

Sistema Harmonizado.

Page 26: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 26 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

4.2.4.1.2 – Do preço de exportação

O preço de exportação foi apurado com base nos dados fornecidos pela Shanghai Chemical, bem

como por sua trading relacionada Shanghai ACH, relativos aos preços efetivos de venda do produto

objeto da investigação para o Brasil, de acordo com o contido no art. 8o do Decreto no 1.602, de 1995.

Conforme reportado e verificado, a Shanghai Chemical exporta seus produtos apenas por

intermédio da relacionada Shanghai ACH.

Foram considerados, primeiramente, os preços unitários brutos de venda na condição FOB,

referentes às vendas da Shanghai ACH para o Brasil, reportados a resposta ao questionário e verificados.

Registre-se que, com fulcro no disposto no item 5 do Relatório de Verificação in loco, considerou-se,

para as faturas TYKL1301160203 e TYKL1301050101, o valor efetivamente recebido e verificado pelas

exportações do produto objeto da investigação para o Brasil. Outrossim, foi deduzido, para todas as

faturas, o valor referente às taxas bancárias, calculado a partir da média percentual,

[CONFIDENCIAL]%, das taxas bancárias verificadas no pagamento das faturas de venda solicitadas na

verificação in loco.

Posteriormente, foram realizados ajustes a fim de se eliminar os efeitos da trading no preço da

produtora. Foram deduzidos os valores relativos a despesas de vendas e distribuição

([CONFIDENCIAL]%), a despesas administrativas e de publicidade ([CONFIDENCIAL]%) e à

margem de lucro ([CONFIDENCIAL]%). Tendo em vista que a China não foi considerada uma

economia predominantemente de mercado, esses percentuais foram extraídos das demonstrações

financeiras da trading company Li & Fung Limited, publicadas na Bolsa de Valores de Hong Kong, e

calculados com base na receita bruta de vendas de tal empresa. Cabe ressaltar que os dados obtidos

remetem-se ao ano de 2012, o qual compõe 75% do período de investigação de dumping.

Diante de tais considerações, o preço de exportação médio para o Brasil da Shanghai Acrylic

Chemical Industry CO. LTD, na condição FOB, alcançou o valor de US$ 2.569,21/t (dois mil quinhentos

e sessenta e nove dólares estadunidenses e vinte e um centavos por tonelada).

4.2.4.1.3 – Da margem de dumping da Shanghai Chemical

Da tabela a seguir consta as margens de dumping apuradas para a empresa Shanghai Acrylic

Chemical Industry CO. LTD:

Margem de Dumping da Shanghai Chemical

Valor Normal

(US$ FOB/t)

Preço de Exportação

(US$ FOB/t)

Margem Absoluta de

Dumping (US$/t)

Margem Relativa de

Dumping (%)

3.950,96 2.569,21 1.381,75 53,8%

4.2.4.2 – Das manifestações acerca das margens de dumping para efeito da determinação final

Em 24 de setembro de 2014, a empresa L.A.M. Meloni Aquecedores Solares alegou pagar

aproximadamente US$ 5.971,20 por tonelada de chapas acrílicas importadas dos EUA, o que não

caracterizaria dumping, tendo em vista que adquire o produto por valor acima do valor normal apurado

para a origem em questão.

Page 27: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 27 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Em 1o de outubro a Unigel Plásticos S.A. protocolou manifestação expressando concordância com a

construção do valor normal para a Malásia, mas demonstrou discordância a respeito da utilização, pelo

DECOM, das informações da Asia Poly Holdings Berhad que, por sua vez, não participou da investigação

mesmo tendo sido o produtor/exportador malaio selecionado.

4.2.4.3 – Dos comentários acerca das manifestações acerca das margens de dumping para

efeito da determinação final

Em relação à manifestação da empresa L.A.M. Meloni Aquecedores Solares, cabe ressaltar que o

produtor/exportador Lucite International Inc., apontado pela empresa como seu fornecedor, foi

selecionado e não respondeu ao questionário do produtor/exportador, conforme explicitado no item 1.5.3

deste Parecer. Ademais, a margem de dumping para os EUA foi calculada de acordo com o estabelecido

no Decreto nº 1.602, de 1995. Por fim, cumpre destacar que não existe previsão legal para o cálculo de

margem de dumping individual para o importador, como parece pretender a referida empresa.

No que se refere à discordância da Unigel a respeito da utilização das informações da Asia Poly

Holdings Berhad na construção do valor normal da Malásia, cabe reiterar o entendimento de que o fato de

a empresa malaia não ter respondido ao questionário do produtor/exportador não invalida a utilização,

como melhor informação disponível, de um relatório financeiro auditado, possibilitando chegar o mais

próximo possível dos valores praticados no mercado malaio.

4.3 – DA CONCLUSÃO A RESPEITO DO DUMPING

A partir das informações anteriormente apresentadas, determinou-se a existência de dumping nas

exportações de chapas acrílicas para o Brasil, originárias dos Estados Unidos, da Malásia, de Hong Kong

e da China, realizadas no período de abril de 2012 a março de 2013.

5 – DAS IMPORTAÇÕES E DO MERCADO BRASILEIRO

5.1 – Das importações

Para fins de apuração dos valores e quantidades de chapas acrílicas importadas pelo Brasil em cada

período analisado, foram utilizadas as informações detalhadas de importação do produto classificado no

item 3920.51.00 da NCM/SH, disponibilizadas pela RFB. Essa análise, nos termos do § 2o do art. 25 do

Decreto no 1.602, de 1995, abrangeu o período de abril de 2008 a março de 2013, dividido da seguinte

forma:

P1 – abril de 2008 a março de 2009;

P2 – abril de 2009 a março de 2010;

P3 – abril de 2010 a março de 2011;

P4 – abril de 2011 a março de 2012; e

P5 – abril de 2012 a março de 2013.

Os cálculos efetuados foram realizados utilizando-se os dados com todas as casas decimais

disponíveis. Eventuais divergências entre os valores apresentados neste documento e o cálculo destes

Page 28: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 28 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

valores inferiores à unidade decorrem do fato de que os números exibidos neste documento estão

arredondados em uma ou duas casas decimais, conforme o caso.

5.1.1 – Da avaliação cumulativa das importações

Nos termos do § 6o do art. 14 do Decreto no 1.602, de 1995, os efeitos das importações objeto da

investigação foram tomados de forma cumulativa, uma vez verificado que:

a) as margens relativas de dumping de cada um dos países analisados não foram de minimis, ou

seja, não foram inferiores a dois por cento do preço de exportação, nos termos do § 7o do art. 14 do

referido diploma legal;

b) os volumes individuais das importações originárias desses países não foram insignificantes, isto

é, representaram mais que três por cento do total importado pelo Brasil, nos termos do § 3o do art. 14 do

referido diploma legal. Os volumes individuais das importações originárias da China, dos EUA, de Hong

Kong e da Malásia corresponderam, respectivamente, a 32,6%, 15,0%, 5,3% e 33,7% do total importado

pelo Brasil em P5, não se caracterizando, portanto, como volume insignificante; e

c) a avaliação cumulativa dos efeitos das importações foi considerada apropriada tendo em vista

que: a) não há elementos nos autos da investigação indicando a existência de restrições às importações de

chapas acrílicas pelo Brasil que pudessem indicar a existência de condições de concorrência distintas

entre os países investigados; e b) não foi evidenciada nenhuma política que afetasse as condições de

concorrência entre o produto objeto da investigação e o similar doméstico. Assim, concluiu-se que tanto o

produto importado quanto o produto similar concorrem no mesmo mercado, são fisicamente semelhantes

e possuem elevado grau de substitutibilidade, sendo indiferente a aquisição do produto importado ou da

indústria doméstica.

5.1.2 – Do volume das importações

A análise das quantidades totais de chapas acrílicas importadas tomou como referência o item

3920.51.00 da NCM/SH. Foram excluídas da presente análise as importações de chapas sólidas. As

origens das importações foram determinadas com base no art. 29 da Lei no 12.546 de 14 de dezembro de

2011, o qual prevê que as investigações de defesa comercial serão baseadas na origem declarada do

produto.

Note-se que as importações efetuadas pela indústria doméstica, informadas em item próprio neste

documento, estão computadas nas tabelas adiante.

As tabelas a seguir apresentam volumes totais das importações brasileiras, apurados em

conformidade com o anteriormente explicado:

Page 29: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 29 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Volume das Importações Brasileiras

Em números-índices de toneladas.

Países P1 P2 P3 P4 P5

China 100 147 281 377 446

Estados Unidos da América 100 76 151 128 68

Hong Kong 100 217 519 112 421

Malásia - - 100 8.521 20.500

Total Origens Investigadas 100 99 197 232 282

Taipé Chinês - 100 177 82 74

Israel - 100 57 0 140

República Dominicana 100 130 136 143 126

Uruguai 100 76 64 44 27

Outros* 100 208 165 271 192

Total Outras Origens 100 233 242 184 211

Total Geral 100 122 205 224 270

Participação no Total Importado

Em números-índices de %

Países P1 P2 P3 P4 P5

China 100 120 137 169 165

Estados Unidos da América 100 63 74 57 25

Hong Kong 100 179 253 50 156

Malásia - - 100 8.450 16.850

Total Origens Investigadas 100 81 96 104 104

Taipé Chinês - 100 105 45 34

Israel - 100 33 0 64

República Dominicana 100 106 67 63 46

Uruguai 100 63 31 20 10

Outros* 100 172 81 121 72

Total Outras Origens 100 191 118 82 78

Total Geral 100 100 100 100 100

O total geral das importações brasileiras de chapas acrílicas apresentou crescimento contínuo de P1

a P5, nos seguintes percentuais: 21,9% de P1 para P2, 68,1% de P2 para P3, 9,2% de P3 para P4 e 20,5%

de P4 para P5. De P1 para P5, observou-se aumento de 169,5%.

O volume das importações brasileiras das origens investigadas variou da seguinte forma: diminuiu

1% de P1 para P2, cresceu 99,4% de P2 para P3, 17,5% de P3 para P4 e 21,4% de P4 para P5. No

acumulado, de P1 para P5, o crescimento foi 181,5%.

As importações em análise representavam, em P1, 82,9% do volume total importado pelo Brasil e

tiveram diminuição de [CONFIDENCIAL] pontos percentuais (p.p.) de P1 para P2. Entre P2 e P5, foram

observados sucessivos aumentos da participação das importações em análise de [CONFIDENCIAL] p.p.

de P2 para P3, [CONFIDENCIAL] p.p. de P3 para P4 e [CONFIDENCIAL] p.p. de P4 para P5, quando

alcançaram 86,6% do volume total das importações brasileiras.

No tocante às outras origens, as importações brasileiras do produto objeto da investigação

apresentaram aumentos de 133,1% de P1 para P2 e 3,7% de P2 para P3. Registrou-se queda de 23,7% em

Page 30: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 30 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

P4, se comparado com P3. Finalmente, observou-se novo aumento de 14,6% de P4 para P5. Ao longo de

todo o período, o aumento acumulado foi 111,4%.

5.1.3 – Do valor e do preço das importações totais

Visando a tornar a análise do valor das importações uniforme, considerando que o frete e o seguro

internacional têm impacto relevante na decisão do importador, este Departamento optou por realizar essa

análise em base CIF.

Apresenta-se, a seguir, a evolução das importações brasileiras de chapas acrílicas, em dólares

estadunidenses.

Valor das Importações Brasileiras

Em números-índices de mil US$.

P1 P2 P3 P4 P5

China 100 128 275 437 477

Estados Unidos da América 100 77 157 165 104

Hong Kong 100 204 510 122 415

Malásia - - 100 9.131 20.845

Total Origens Investigadas 100 95 200 272 311

Taipé Chinês - 100 181 146 152

Israel - 100 59 0 165

República Dominicana 100 110 100 104 106

Uruguai 100 79 68 54 41

Outros 100 203 193 390 216

Total Outras Origens 100 193 191 221 220

Total Geral 100 114 199 262 293

O valor CIF do total das importações brasileiras de chapas acrílicas aumentou de forma contínua de

P1 a P5. As variações foram de 13,6% de P1 para P2, 74,8% de P2 para P3, 32% de P3 para P4 e 11,9%

de P4 para P5. Observou-se elevação de 193,4%, no período de P1 para P5.

No tocante aos valores das importações em análise, observa-se queda apenas de P1 para P2, na

ordem de 5,4%. Os aumentos que se seguiram foram de 111,9% de P2 para P3, 35,7% de P3 para P4 e

14,2% de P4 para P5. O aumento acumulado de P1 a P5 alcançou 210,8%.

Em relação às importações de origens não investigadas, observou-se aumento de 93,5% de P1 para

P2, seguido de redução de 1,4% de P2 para P3. Na sequência, houve aumento de 15,8% se comparado P3

com P4, seguido de nova queda em P5 na comparação com P4 na ordem de 0,4%. De P1 para P5, a

elevação acumulada foi 120,2%.

Assim, verificou-se que o valor das importações originárias dos países investigados representou

85,5% do valor total de chapas acrílicas importadas pelo Brasil em P5.

A tabela a seguir demonstra a evolução dos preços médios das importações de todas as origens, na

condição CIF, em milhares de dólares estadunidenses por tonelada:

Page 31: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 31 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Preço das Importações Brasileiras

Em números-índices de mil US$ CIF/t.

P1 P2 P3 P4 P5

China 100 88 97 116 106

Estados Unidos da América 100 103 106 130 158

Hong Kong 100 94 100 108 100

Malásia - - 100 106 103

Média Origens Investigadas 100 97 103 118 112

Taipé Chinês - 100 105 179 205

Israel - 100 103 0 117

República Dominicana 100 86 74 74 86

Uruguai 100 103 106 119 150

Outros 100 98 117 143 111

Média Outras Origens 100 84 79 121 105

Total Geral 100 94 97 118 109

O preço CIF médio por tonelada das importações totais brasileiras do produto objeto da

investigação apresentou a seguinte variação: de P1 para P2, redução de 5,9%, de P2 para P3, aumento de

3,1%, novo aumento de 21,2% de P3 para P4, e, finalmente, decréscimo de 7,5% de P4 para P5. A

elevação acumulada de P1 para P5 foi 8,8%.

De maneira semelhante, o CIF médio por tonelada das importações das origens investigadas

apresentou retração de 3% em P2 na comparação com P1, seguido de aumento de 6,3% de P2 para P3.

Novamente, houve elevação de P3 para P4 na ordem de 14,7%, chegando a P5 com queda de 5,1%, se

comparado a P4. No período P1 a P5, o aumento acumulado foi 12,1%.

Já o preço CIF médio por tonelada das importações provenientes das demais origens apresentou

duas reduções consecutivas de 15,8% e 6,3%, respectivamente de P1 para P2 e de P2 para P3. De P3 para

P4, houve aumento de 53,3%, seguido de novo decréscimo de 13% de P4 para P5. Ao longo dos cinco

períodos observou-se aumento de 5,3%.

5.2 – Do mercado brasileiro

A tabela a seguir apresenta a evolução do mercado brasileiro de chapas acrílicas. Para dimensionar

o mercado brasileiro do produto objeto da investigação, foram consideradas as quantidades vendidas no

mercado interno, de fabricação própria, pela peticionária, as quantidades vendidas estimadas das outras

fabricantes, e as quantidades importadas totais apuradas com base nos dados de importação fornecidos

pela RFB.

Mercado Brasileiro

Em números-índices de toneladas.

P1 P2 P3 P4 P5

Indústria Doméstica 100 143 169 170 169

Outros Produtores Nacionais 100 266 177 220 302

Importações Origens Investigadas 100 99 197 232 282

Importações Demais Origens 100 233 242 184 211

Mercado Brasileiro 100 169 180 197 229

Page 32: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 32 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Da análise dos dados, observa-se um mercado em crescimento contínuo: de P1 para P2, 68,9%, de

P2 para P3, 6,8%, de P3 para P4, 8,9%, e de P4 para P5, 16,3%. Em todo o período analisado, o mercado

brasileiro aumentou 128,7%.

Verificou-se, ainda, que as vendas da indústria doméstica cresceram ao longo dos quatro primeiros

períodos: 43,4% de P1 a P2, 18,1% de P2 a P3 e 0,5% de P3 a P4. No entanto, as vendas da indústria

doméstica sofreram retração na ordem de 0,7% de P4 para P5. Ao longo do período, o crescimento

acumulado foi na ordem de 69%.

As vendas dos outros produtores nacionais tiveram acréscimo de 166,1% de P1 para P2, mas caíram

em 33,5% de P2 para P3. A partir de P3, houve aumento de 24,1% de P3 para P4 e de 37,6% de P4 para

P5. No acumulado do período, alcançaram crescimento de 202,2%.

No tocante às importações, tanto aquelas das origens investigadas quanto as das demais origens

apresentaram oscilações ao longo do período analisado. As importações oriundas das origens investigadas

acumularam aumento de 181,5%. Já as importações das demais origens apresentaram crescimento

acumulado de 111,4%.

5.2.1 – Da participação das importações totais no Mercado

A tabela a seguir apresenta a participação das importações totais no mercado brasileiro de chapas

acrílicas.

Participação das Importações no Mercado Brasileiro

Em números-índices de toneladas

Mercado

Brasileiro

(A)

Importações em

análise

(B)

Participação no

Mercado

Brasileiro (%)

(B/A)

Importações

outras origens

(C)

Participação no

Mercado

Brasileiro (%)

(C/A)

P1 100 100 100 100 100

P2 169 99 58 233 139

P3 180 197 109 242 134

P4 197 232 118 184 93

P5 229 282 123 211 93

Acerca da participação das importações em análise no mercado brasileiro, observou-se queda de

[CONFIDENCIAL] p.p. em P2 se comparado com P1. Na sequência, houve sucessivos aumentos de:

[CONFIDENCIAL] p.p. de P2 para P3, [CONFIDENCIAL] p.p. de P3 para P4 e [CONFIDENCIAL]

p.p. de P4 para P5. Considerando todo o período de análise, a participação dessas importações

aumentaram [CONFIDENCIAL] p.p.

Por outro lado, a participação das importações de outras origens no mercado brasileiro apresentou

aumento de P1 para P2, na ordem de [CONFIDENCIAL] p.p., seguido de quedas de

[CONFIDENCIAL] p.p. e [CONFIDENCIAL] p.p., respectivamente, de P2 para P3 e de P3 para P4. A

participação dessas importações manteve-se estável de P4 para P5. No acumulado de P1 para P5, a

redução foi de [CONFIDENCIAL] p.p.

Page 33: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 33 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

5.3 – Da relação entre as importações investigadas e a produção nacional

A tabela a seguir indica a relação entre a produção nacional e o volume total importado das origens

em análise.

Relação entre produção nacional e importações

Em números-índices de toneladas

Produção Nacional

(A)

Importações Países sob Análise

(B)

Relação (%)

(B/A)

P1 100 100 100

P2 106 99 94

P3 110 197 180

P4 99 232 234

P5 91 282 310

A relação entre as importações investigadas e a produção nacional de chapas acrílicas apresentou

queda apenas de P1 para P2, na ordem de [CONFIDENCIAL] p.p. Os aumentos que se seguiram foram

de [CONFIDENCIAL] p.p. de P2 para P3, [CONFIDENCIAL] p.p. de P3 para P4 e

[CONFIDENCIAL] p.p. de P4 para P5. Para todo o período analisado, observou-se elevação de

[CONFIDENCIAL] p.p.

5.4 – Das manifestações a respeito das importações, da produção nacional e do mercado

brasileiro

Em manifestação protocolada em de 20 de dezembro de 2013, o Governo de Hong Kong afirma que

não existe produção de chapas acrílicas naquele território e, por conseguinte, exportação do produto

objeto da investigação para o Brasil. Fundamenta sua afirmação com base em informações compiladas

pelo Departamento de Censo e Estatísticas do Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong

(HKSARG). Então, solicita a exclusão de Hong Kong como origem investigada.

5.5 – Dos comentários acerca das manifestações a respeito das importações, da produção

nacional e do mercado brasileiro

Dispõe o caput do art. 29 da Lei no 12.546 de 2011:

Art. 29. As investigações de defesa comercial sob a competência do Departamento de Defesa

Comercial (Decom) da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior serão baseadas na origem declarada do produto.

Com fulcro no dispositivo legal em comento, foram identificadas, a partir dos dados oficiais de

importação da Receita Federal do Brasil, importações de chapas acrílicas de Hong Kong como origem

declarada. Ressalte-se que nenhuma parte interessada identificou qual seria a efetiva origem das

importações declaradas como originárias de Hong Kong, nem há notícia de que a retificação de tais

declarações tenha sido solicitada à RFB pelos importadores brasileiros. Portanto, em que pese às

alegações de que não existe produção do produto objeto da investigação em Hong Kong, cabe reafirmar

que, em cumprimento à legislação brasileira e tendo em vista as declarações de importações dos

importadores, não excluirá a Região Administrativa Especial de Hong Kong como origem investigada.

Page 34: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 34 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

5.6 – Da conclusão sobre as importações

Verificou-se que, nos termos do § 3o do art. 14 do Decreto no 1.602, de 1995, o volume das

importações das origens analisadas não foi insignificante e que no período de análise da existência de

dano à indústria doméstica, essas importações a preços de dumping apresentaram:

a) crescimento substancial em termos absolutos, passando de [CONFIDENCIAL]t, em P1, para

[CONFIDENCIAL]t, em P5, com variação de 181,5%, no mesmo período;

b) crescimento significativo de sua participação em relação ao mercado brasileiro, passando de

21,4% em P1 para 26,3% em P5;

c) aumento substancial de sua participação em relação à produção nacional, passando de 8,0% em

P1 para 24,8% em P5;

d) em P1, P2, P4 e P5, preços CIF ponderados inferiores aos preços CIF ponderados das

importações das demais origens;

e) apresentaram maior volume, em todos os períodos, em relação às importações das demais

origens.

Ratificou-se, nos termos do §2o do art. 14 do Decreto no 1.602, de 1995, que houve crescimento das

importações analisadas tanto em termos absolutos quanto em relação à produção e ao mercado no Brasil.

6 – DO DANO E DO NEXO CAUSAL

De acordo com o disposto no art. 14 do Decreto no 1.602, de 1995, a análise de dano deve

fundamentar-se no exame objetivo do volume das importações objeto de dumping, no seu possível efeito

sobre os preços do produto similar no Brasil e no consequente impacto dessas importações sobre a

indústria doméstica.

Saliente-se que o período de investigação do dano à indústria nacional abrangeu os meses de abril

de 2008 a março de 2013, divididos conforme explicitado no item sobre a análise das importações.

Destaque-se que os valores monetários constantes da análise foram corrigidos com base no Índice

Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas.

De acordo com a metodologia aplicada, os valores em reais correntes de cada período foram

divididos pelo índice de preços médio do período, multiplicando-se o resultado pelo índice de preços

médio de P5. Essa metodologia foi aplicada a todos os valores monetários em reais apresentados neste

documento.

6.1 – Dos indicadores da indústria doméstica

De acordo com o previsto no art. 17 do Decreto no 1.602, de 1995, a indústria doméstica foi

definida como a linha de produção de chapas acrílicas da empresa Unigel. Dessa forma, os indicadores

considerados neste item refletem os resultados alcançados pela linha de produção mencionada.

Page 35: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 35 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Esses indicadores incorporam os resultados das verificações in loco e os dados da Unigel Comercial

S.A. Cumpre registrar que os ajustes e alterações em relação aos dados reportados pela empresa na

resposta ao questionário do produtor nacional constam do Relatório da Verificação in loco, juntado aos

autos do processo de investigação.

6.1.1 – Do volume de vendas

A tabela a seguir registra as vendas da indústria doméstica do produto similar de fabricação própria

ao longo do período analisado nos mercados interno e externo. Ressalte-se que as vendas estão líquidas de

devolução.

Vendas da Indústria Doméstica

Em números-índices de toneladas

Vendas Totais Vendas no

Mercado Interno (%)

Vendas no

Mercado Externo (%)

P1 100 100 100 100 100

P2 88 143 163 64 73

P3 111 169 152 87 78

P4 90 170 189 56 62

P5 69 169 243 27 39

Observou-se que o volume de vendas para o mercado interno apresentou aumento em todos os

períodos analisados, à exceção do comparativo de P4 para P5, quando as vendas caíram 0,7%. Nos

demais períodos, o aumento no volume de vendas se deu nos seguintes percentuais: de P1 para P2, 43,4%,

de P2 para P3, 18,1%, e de P3 para P4 o aumento foi na ordem de 0,5%. Ao considerar-se todo o período

de análise, o volume de vendas da indústria doméstica para o mercado interno, referente a produtos de

fabricação própria, aumentou 69%.

Relativamente às vendas para o mercado externo, houve queda de 36,1% de P1 para P2, seguida de

aumento de 35,4% de P2 para P3. As vendas voltaram a cair de P3 para P4 e de P4 para P5,

respectivamente, nos percentuais de 35,3% e 52,2%. No acumulado, a queda das exportações da indústria

doméstica foi 73,2%, quando comparado P1 a P5.

Ressalte-se que houve revenda de produto importado no mercado interno que, durante o período de

dano, variou de 0,1% a 0,4% do total de vendas da empresa de produto de fabricação própria. Assim

sendo, essas vendas não foram consideradas na análise de dano.

6.1.2 – Da participação das vendas no mercado brasileiro

Participação do Volume de Vendas no Mercado Brasileiro

Em números-índices de toneladas

Vendas no Mercado Interno Mercado Brasileiro Participação (%)

P1 100 100 100

P2 143 169 85

P3 169 180 94

P4 170 197 87

P5 169 229 74

A participação da indústria doméstica no mercado brasileiro apresentou oscilação no comparativo

entre os períodos analisados. De P1 para P2 a participação das vendas da indústria doméstica no mercado

Page 36: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 36 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

brasileiro apresentou queda de [CONFIDENCIAL]p.p, de P2 para P3, a mesma participação cresceu

[CONFIDENCIAL] p.p. De P3 para P4, voltou a cair [CONFIDENCIAL] p.p. e, de P4 para P5, a

participação reduziu [CONFIDENCIAL]p.p. Analisando-se os extremos da serie, a participação em P1

passou de 48,9% para 36,1%, equivalente à queda de [CONFIDENCIAL] p.p., enquanto a participação

das importações sob análise no mercado brasileiro aumentou de 21,4% em P1 para 26,3% em P5,

incremento de [CONFIDENCIAL] p.p. Com relação às demais origens, o acumulado de P1 a P5

apresentou redução de [CONFIDENCIAL] p.p.

6.1.3 – Da produção, da capacidade instalada e do grau de ocupação

A capacidade instalada efetiva foi calculada considerando-se diversos [CONFIDENCIAL].

Considerando estes eventos, a empresa definiu que a capacidade efetiva é aproximadamente

[CONFIDENCIAL]% da capacidade nominal. Ressalte-se que a linha de produção é exclusiva para

fabricação de produto similar.

A peticionária apresentou, oportunamente, a descrição da ocorrência de eventuais paradas na

produção durante o período em análise, bem como sua duração e motivação, conforme detalhamento

constante da petição.

A tabela a seguir apresenta a produção, a capacidade instalada e o grau de ocupação da indústria

doméstica.

Produção

Em números-índices de toneladas

Capacidade Instalada Efetiva Produção Produto Similar Grau de Ocupação (%)

P1 100 100 100

P2 100 92 92

P3 100 114 114

P4 100 92 92

P5 100 75 75

O volume de produção do produto similar doméstico, após diminuir 8,4% de P1 para P2, cresceu

23,9% de P2 para P3. Em seguida, voltou a cair 18,7%, de P3 para P4 e, logo após, na comparação de P4

com P5, nova queda de 18,6%. No tocante a todo o período de análise, o volume de produção da indústria

doméstica diminuiu 24,9%.

O grau de ocupação da capacidade instalada efetiva, considerando a produção do produto similar

doméstico seguiu a tendência do volume produzido. Diminuiu [CONFIDENCIAL]p.p. de P1 para P2,

aumentou [CONFIDENCIAL] p.p. de P2 para P3, voltou a cair de P3 para P4 [CONFIDENCIAL] p.p.,

e de P4 para P5 reduziu-se [CONFIDENCIAL] p.p. Considerando-se todo o período de análise, o grau

de ocupação da capacidade instalada efetiva da indústria doméstica declinou [CONFIDENCIAL] p.p.

Cabe ressaltar que durante todo o período em análise não houve aumento da capacidade instalada efetiva

de produção.

6.1.4 – Do estoque

A tabela a seguir indica o estoque acumulado no final de cada período de análise de dano à indústria

doméstica, considerando o estoque inicial de [CONFIDENCIAL] toneladas.

Page 37: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 37 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Estoque Final

Em números-índices de toneladas

Produção Vendas

Mercado Interno

Vendas

Mercado Externo

Outras entradas

e saídas

Estoque

Final

P1 100 100 100 100 100

P2 92 143 64 164 132

P3 114 169 87 151 132

P4 92 170 56 120 100

P5 75 169 27 137 79

O volume do estoque final do produto similar da indústria doméstica aumentou 31,6% de P1 para

P2, e 0,4% de P2 para P3. Na sequência, reduziu 24,2% de P3 para P4 e 21,3% de P4 para P5.

Considerando-se todo o período de análise, o volume do estoque final da indústria doméstica diminuiu

21,2%.

A tabela a seguir, por sua vez, apresenta a relação entre o estoque acumulado e a produção da

indústria doméstica em cada período de análise de dano.

Relação Estoque Final/Produção

Estoque Final (t)

(A)

Produção (t)

(B)

Relação A/B

(%)

P1 100 100 100

P2 132 92 144

P3 132 114 117

P4 100 92 109

P5 79 75 105

A relação estoque final/produção aumentou [CONFIDENCIAL] p.p. de P1 para P2. Nos demais

períodos apresentou quedas: [CONFIDENCIAL] p.p., de P2 para P3; [CONFIDENCIAL] p.p., de P3

para P4; e [CONFIDENCIAL] p.p., de P4 para P5. Considerando-se todo o período de análise, a relação

estoque final/produção aumentou [CONFIDENCIAL] p.p.

6.1.5 – Do emprego, da produtividade e da massa salarial

A tabela a seguir apresenta o número de empregados da indústria doméstica ligados à produção,

administração e vendas de chapas acrílicas.

Número de Empregados

P1 P2 P3 P4 P5

Linha de Produção 100 115 116 129 119

Administração 100 73 47 40 20

Vendas 100 285 400 262 108

Total 100 123 130 132 110

A quantidade total de funcionários considerada para a produção direta ou para o rateio realizado nas

demais áreas foi [CONFIDENCIAL]. Segundo a peticionária, o critério de rateio para as áreas

administrativas e comerciais[CONFIDENCIAL]. A partir de [CONFIDENCIAL]. Tal alteração,

segundo a peticionária, foi realizada a fim de adequar melhor os gastos, uma vez que a área administrativa

Page 38: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 38 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

e a área comercial da Unigel Plásticos S/A são [CONFIDENCIAL]. Ressalta-se que foi utilizada a

mesma porcentagem de rateio para a massa salarial e para o quadro de pessoal.

Por sua vez, o número de empregados indiretos (apoio às unidades produtivas) foram rateados

[CONFIDENCIAL].

O número de empregados relacionados à produção aumentou ao longo dos quatro primeiros

períodos: 14,7% de P1 para P2, 1,1% de P2 para P3 e 11,6% de P3 para P4. De P4 para P5, houve queda

de 8,4%. De P1 para P5, o aumento foi 18,6%.

O número de empregados relacionados à administração apresentou queda em todos os períodos

analisados: 26,7% de P1 para P2, 36,4 % de P2 para P3, 14,3% de P3 para P4 e 50% de P4 para P5.

Considerando-se o período como um todo, de P1 para P5, houve diminuição de 80%.

No caso dos empregados ligados à área de vendas, registrou-se crescimento de 184,6% de P1 para

P2 e de 40,5% de P2 para P3. Já de P3 para P4, esse número diminuiu 34,6% e de P4 para P5, novamente

caiu em 58,8%. No acumulado, houve crescimento de 7,7% no número de empregados de vendas.

O número total de empregados cresceu 23,4% de P1 para P2, 5,7% de P2 para P3, e 0,8% de P3

para P4. Já em P5 houve queda de 16,5% quando comparado a P4. De P1 para P5, o crescimento

acumulado foi 9,8%.

A tabela a seguir apresenta a produtividade relativa à fabricação de chapas acrílicas da indústria

doméstica.

Produtividade por Empregado

Em números-índices

Produção

(t) Empregados ligados à produção

Produção (t) por empregado

envolvido na produção

P1 100 100 100

P2 92 115 80

P3 114 116 98

P4 92 129 71

P5 75 119 63

A produtividade por empregado ligado à produção apresentou diminuição de 20% de P1 para P2,

seguido de aumento de 22% de P2 para P3, diminuição de 26,9% de P3 para P4 e nova queda de 11% de

P4 para P5. Considerando-se todo o período de análise, a produtividade por empregado ligado à produção

diminuiu 36,6%.

A seguir, a tabela informa a massa salarial da indústria doméstica referente às chapas acrílicas.

Massa Salarial

Em números-índices de mil R$ corrigidos

Período P1 P2 P3 P4 P5

Linha de Produção 100 102 122 136 146

Administração 100 50 42 54 19

Vendas 100 126 145 98 63

Total 100 104 122 119 115

Page 39: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 39 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

A massa salarial dos empregados da linha de produção apresentou crescimento contínuo: 1,8% de

P1 para P2, 19,5% de P2 para P3, 11,5% de P3 para P4 e 7,9% de P4 para P5. Assim, ao considerar-se

todo o período de análise, de P1 para P5, a massa salarial dos empregados ligados diretamente à linha de

produção cresceu 46,3%.

A massa salarial dos empregados da administração diminuiu 50% de P1 para P2, e 15,1% de P2

para P3. Houve aumento de 28,2% de P3 para P4 e novamente caiu 64,3% de P4 para P5. Assim, ao

considerar-se todo o período de análise, de P1 para P5, a massa salarial dos empregados administrativos

foi reduzida em 80,6%.

A massa salarial dos empregados da área de vendas aumentou 26% de P1 para P2, e 15,4% de P2

para P3, diminuiu 32,8% de P3 para P4 e 35,3% de P4 para P5. Assim, ao considerar-se todo o período de

análise, de P1 para P5, a massa salarial dos empregados ligados diretamente à área de vendas foi reduzida

em 36,8%.

A massa salarial total cresceu 4,1% de P1 para P2, 16,9% de P2 para P3, diminuiu 1,8% de P3 para

P4 e 3,8% de P4 para P5. Considerando-se todo o período de análise, de P1 para P5, a massa salarial total

aumentou 14,9%.

6.1.6 – Do demonstrativo de resultado

6.1.6.1 – Da receita líquida

Receita Líquida

Em números-índices de R$ corrigidos

Período P1 P2 P3 P4 P5

Mercado Interno 100 138 148 144 143

Mercado Externo 100 58 83 55 26

Total 100 92 110 92 75

Da análise da tabela anterior, pode-se observar que a receita líquida de vendas da indústria

doméstica no mercado interno cresceu 38,5% de P1 para P2 e mais 7,1% de P2 para P3. De P3 para P4 e

de P4 para P5, caiu, respectivamente, 2,6% e 1%. Se considerado todo o período, P5 comparativamente a

P1, vê-se crescimento de 43,1% na receita líquida.

No que tange à receita líquida de vendas da indústria doméstica no mercado externo, houve

oscilações da seguinte forma: de P1 para P2, queda de 41,9%, de P2 para P3, aumento de 42,7%, de P3

para P4, diminuição de 33,7% e, finalmente, de P4 para P5, queda de 52,9%. No acumulado de P1 para

P5, a redução total observada foi 74,1%.

A receita líquida total apresentou comportamento semelhante à receita líquida no mercado externo.

De P1 para P2, houve queda de 8,4%. De P2 para P3 aumentou 20,3%, voltando a cair 16,2% e 19%,

respectivamente de P3 para P4 e de P4 para P5. Ao se considerar todo o período de análise, a receita

líquida total obtida com as vendas acumulou queda de 25,3%.

6.1.6.2 – Dos preços médios de venda

A tabela a seguir apresenta os preços médios ponderados nos mercados interno e externo.

Page 40: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 40 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Preço Médio de Venda da Indústria Doméstica

Em números-índices de R$ corrigidos/tonelada

Período P1 P2 P3 P4 P5

Mercado Interno 100 97 88 85 85

Mercado Externo 100 91 96 98 97

Observou-se que o preço médio das chapas acrílicas vendidas no mercado interno apresentou

redução em todos os períodos analisados: 3,4% de P1 para P2, 9,3% de P2 para P3, 3,1% de P3 para P4 e

0,2% de P4 para P5. Assim, de P1 para P5, o preço médio de venda da indústria doméstica no mercado

interno diminuiu 15,3%.

Já o preço médio do produto vendido no mercado externo apresentou queda de 9,2% de P1 para P2,

seguido de aumentos de 5,3% de P2 para P3 e de 2,6% de P3 para P4. Em P5 houve redução de 1,5%, na

comparação com P4. Houve queda acumulada no período de 3,4%.

6.1.6.3 – Dos resultados e margens

As tabelas a seguir apresentam a demonstração de resultados em reais corrigidos e em reais

corrigidos por tonelada referentes à comercialização de chapas acrílicas da indústria doméstica no

mercado interno, bem como as margens de lucro.

Convém mencionar que o negócio de chapas acrílicas para o mercado interno da indústria

doméstica iniciou P1 com resultado financeiro, lucro operacional e lucro operacional sem resultado

financeiro negativos.

Demonstração de Resultados

Em números-índices de mil R$ corrigidos

P1 P2 P3 P4 P5

Receita Líquida 100 138 148 144 143

CPV 100 133 139 159 157

Lucro Bruto 100 190 237 17 15

Despesas Operacionais 100 8 34 61 109

Despesas Administrativas 100 30 28 32 44

Despesas com Vendas 100 89 83 68 71

Resultado Financeiro 100 -79 18 70 110

Outras despesas/receitas operacionais 100 140 47 106 338

Depreciação/Amortização - Adm/Comercial 100 57 40 93 49

Depreciação/Amortização - Ociosidade de Planta 100 55 7 29 135

Lucro Operacional 100 -29 -7 70 128

Lucro Operacional s/Resultado financeiro 100 20 -32 71 145

Margens de Lucro

Em números-índices de %

P1 P2 P3 P4 P5

Margem Bruta 100 137 161 12 11

Margem Operacional 100 -21 -5 49 89

Margem Operacional sem Resultado Financeiro 100 14 -21 49 102

Page 41: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 41 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

O lucro bruto com a venda de chapas acrílicas no mercado interno aumentou 89,6% de P1 para P2,

e, novamente, 24,9% de P2 para P3. Na sequência, caiu 92,7% de P3 para P4 e 10,1% de P4 para P5.

Observando-se os extremos da série, o lucro bruto verificado em P5 foi 84,5% menor do que em P1.

A margem bruta cresceu nos dois primeiros períodos: [CONFIDENCIAL] p.p. de P1 para P2 e

[CONFIDENCIAL] p.p., de P2 para P3. Em seguida, caiu [CONFIDENCIAL] p.p. de P3 para P4 e

[CONFIDENCIAL] p.p. de P4 para P5, totalizando queda de [CONFIDENCIAL] p.p. de P1 para P5.

O lucro operacional obtido com a venda de chapas acrílicas no mercado interno aumentou 129% de

P1 para P2, deixando de ser negativo. Em seguida, caiu 75,3% de P2 para P3 e, em P4, a queda alcançou

1.082,9%, na comparação com P3. Novamente caiu de P4 para P5, na ordem de 81,9%. Ao considerar-se

todo o período de análise, constatou-se diminuição acumulada de 28%.

A margem operacional iniciou o período negativa, mas apresentou aumento de

[CONFIDENCIAL] p.p. de P1 para P2, quando se tornou positiva e assim permaneceu, a despeito da

queda de [CONFIDENCIAL] p.p. de P2 para P3. De P3 para P4 reduziu novamente

[CONFIDENCIAL] p.p., voltando a ser negativa e de P4 para P5 houve nova queda de

[CONFIDENCIAL] p.p. Considerando o período todo analisado, foi observado prejuízo operacional,

ainda que com uma melhora de [CONFIDENCIAL] p.p. de P1 para P5.

O lucro operacional exclusive resultado financeiro obtido com a venda do produto no mercado

interno era negativo em P1 e permaneceu assim, a despeito da melhora de 80,9% na comparação com P2.

Houve recuperação de P2 para P3 na ordem de 260,3%, passando a ser positivo. De P3 para P4 e de P4

para P5 voltou a cair 322,9% e 106,1%, respectivamente, voltando a ser negativo. Ao se considerar todo o

período de análise, verificou-se diminuição de 45,4% no indicador.

A margem operacional exclusive resultado financeiro também iniciou o período negativa, porém

com melhoras de [CONFIDENCIAL] p.p. de P1 para P2 e de [CONFIDENCIAL] p.p. de P2 para P3,

quando passou a ser positiva. De P3 para P4, voltou a ser negativa, após queda de [CONFIDENCIAL]

p.p., e, de P4 para P5 houve nova queda de [CONFIDENCIAL] p.p. No acumulado do período, houve

redução de [CONFIDENCIAL] p.p. de P1 para P5.

O lucro operacional desconsiderando o resultado financeiro, as outras receitas operacionais e as

outras despesas operacionais obtido com a venda do produto similar no mercado interno iniciou o período

negativo, mas recuperou-se, após crescimento 112,2% de P1 para P2, e, novamente, aumentou 314,6% de

P2 para P3. Na sequência, de P3 para P4, diminuiu 215,2% e voltou a ser negativo. De P4 para P5, nova

queda de 53,2%. Ao considerar-se todo o período de análise, apesar do crescimento de 6,6%, o resultado

continuou negativo.

Ademais, a margem operacional desconsiderando o resultado financeiro, as outras receitas

operacionais e as outras despesas operacionais, que iniciou o período negativa, aumentou

[CONFIDENCIAL] p.p. de P1 para P2 (passando a ser positiva), novamente, [CONFIDENCIAL] p.p.

de P2 para P3, caiu [CONFIDENCIAL] p.p. de P3 para P4, quando voltou a ser negativa, e diminuiu

[CONFIDENCIAL] p.p. de P4 para P5. Considerando todo o período de análise, houve aumento

[CONFIDENCIAL] p.p. de P1 para P5.

A tabela a seguir, por sua vez, mostra o demonstrativo de resultados obtido com a comercialização

de chapas acrílicas no mercado interno por tonelada.

Page 42: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 42 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Demonstração de Resultados

Em números-índices de R$ corrigidos/t

P1 P2 P3 P4 P5

Receita Líquida 100 97 88 85 85

CPV 100 93 82 93 93

Lucro Bruto 100 132 140 10 9

Despesas Operacionais 100 6 20 36 64

Despesas Administrativas 100 21 16 19 26

Despesas com Vendas 100 62 49 40 42

Resultado Financeiro 100 -55 11 41 65

Outras despesas/receitas operacionais 100 98 28 62 200

Depreciação/Amortização - Adm/Comercial 100 40 24 54 29

Depreciação/Amortização - Ociosidade de Planta 100 38 4 17 80

Lucro Operacional 100 -20 -4 41 76

Lucro Operacional s/Resultado financeiro 100 14 -19 41 86

O lucro bruto unitário aumentou 32,2% de P1 para P2, 5,7% de P2 para P3, decresceu 16,8% de P3

para P4 e 6,3% de P4 para P5. De P1 para P5, o decréscimo chegou a 9%.

O lucro operacional unitário que era negativo, aumentou 120,2% P1 para P2, passando a ser

positivo e, em seguida, caiu 79,1% em P3 na comparação com P2. De P3 para P4 houve queda de

564,9%, fazendo o índice voltar a ser negativo. De P4 para P5 há nova diminuição, desta vez na ordem de

181,7%. De P1 para P5, a despeito de aumento acumulado de 44,6%, o resultado foi negativo.

Por sua vez, o lucro operacional exclusive resultado financeiro melhorou 86,2% de P1 para P2,

ainda que tenha continuado negativo. De P2 para P3 o crescimento alcançou 235,7%, tornando o valor

positivo. De P3 para P5, houve duas quedas, de 92,7% e 3.468,1%, voltando a ser negativo. No

acumulado, de P1 para P5, a melhora alcançou 54,2%, ressaltando que o resultado nos extremos da série

foram negativos

O resultado operacional desconsiderando o resultado financeiro, as outras receitas operacionais e as

outras despesas operacionais obtido com a venda do produto similar no mercado interno também iniciou o

período negativo, mas cresceu 108,9% de P1 para P2, tornando-se positivo, e 251% de P2 para P3. Em

seguida, diminuiu 268,5% de P3 para P4 e 218,4% de P4 para P5. Ao considerar-se todo o período de

análise, verifica-se crescimento de 67,6%.

Ademais, foram retificados os números-índices relativos ao custo do produto vendido unitário em

relação aos constantes do registro dos indicadores juntado aos autos em 29 de agosto de 2014.

6.1.7 – Dos fatores que afetam os preços domésticos

6.1.7.1 – Do custo de produção

A tabela a seguir apresenta o custo de produção do produto similar pela indústria doméstica,

incluindo a produção destinada ao mercado externo:

Page 43: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 43 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Custo de Manufatura

Em números-índices de R$ corrigidos/t

P1 P2 P3 P4 P5

1. Matéria-Prima 100 79 80 87 86

2. Outros Insumos 100 140 224 222 676

3. Mão de Obra 100 147 237 304 443

4. Utilidades 100 129 137 125 145

5. Embalagens 100 85 81 79 54

6. Outros custos variáveis 100 55 18 23 19

7. Depreciação 100 256 203 139 90

8. Outros Custos Fixos 100 164 65 139 86

9. Custo Fixo de Transferência 100 152 153 188 153

10. Custo Fixo de Transferência (reprocesso) 100 10 24 72 26

A. Custo de Manufatura (1+2+3+4+5+6+7+8+9+10) 100 92 90 99 94

O custo de produção variou, de P1 para P5, nas seguintes proporções: redução de 8,5% de P1 para

P2, redução de 2,1% de P2 para P3, aumento de 10,8% de P3 para P4; e diminuição de 5,2% de P4 para

P5. Assim, ao se considerar todo o período de análise, de P1 para P5, o custo de produção diminuiu 5,9%.

6.1.7.2 – Da relação entre o custo de produção e o preço

A relação entre custo e preço mostra a participação do custo unitário de produção no preço de venda

da indústria doméstica no mercado interno ao longo do período investigado e está informada no quadro

adiante.

Participação do Custo de Produção no Preço de Venda

Em números-índices de R$ corrigidos/tonelada

Período P1 P2 P3 P4 P5

Preço Mercado Interno - (A) 100 97 88 85 85

Custo de Manufatura - (B) 100 92 90 99 94

Relação (%) - (B/A) 100 95 102 117 111

Observou-se que a relação custo de produção/preço registrou as seguintes variações no decorrer do

período de análise: queda de [CONFIDENCIAL] p.p. de P1 para P2, aumento de [CONFIDENCIAL]

p.p. de P2 para P3, aumento de [CONFIDENCIAL] p.p. de P3 para P4 e redução de

[CONFIDENCIAL] p.p. de P4 para P5. Ao considerar-se todo o período de análise, de P1 para P5, a

relação custo total/preço cresceu [CONFIDENCIAL] p.p. A partir de P3, a relação custo/preço foi

resultado da combinação do aumento do custo com diminuição do preço de venda ao longo do período

analisado, caracterizando a ocorrência de supressão de preço por parte peticionária em função das

importações das origens investigadas preliminarmente determinadas a preço de dumping.

6.1.7.3 – Da comparação entre o preço do produto investigado e o similar nacional

Os efeitos das importações a preço de dumping sobre o preço da indústria doméstica devem ser

avaliados sob três aspectos, conforme disposto no § 4o do art. 14 do Decreto no 1.602, de 1995.

Page 44: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 44 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Inicialmente deve ser verificada a existência de subcotação expressiva do preço do produto

investigado em relação ao produto similar no Brasil, ou seja, se o preço internado do produto importado é

inferior ao preço do produto brasileiro.

Em seguida, é examinada eventual depressão de preço, ou seja, se o preço do produto importado

teve o efeito de rebaixar significativamente o preço da indústria doméstica.

O último aspecto a ser analisado é a supressão de preço. Esta ocorre quando as importações

investigadas impedem de forma relevante o aumento de preço, que teria ocorrido na ausência de tais

importações, em decorrência de eventual aumento de custo.

A fim de se comparar o preço do produto investigado com o preço médio de venda da indústria

doméstica no mercado interno, procedeu-se ao cálculo do preço médio CIF internado do produto das

origens investigadas no mercado brasileiro. Como já anteriormente abordado, o preço de venda da

indústria doméstica no mercado interno foi obtido pela razão entre a receita operacional líquida, em reais

corrigidos, e a quantidade vendida no mercado interno em cada período. Cumpre registrar que foi

realizado ajuste no preço da indústria doméstica referente à recomposição da margem de lucro

operacional, sem considerar os resultados financeiros, aos níveis de P3 já que, em P4 e P5, o preço da

indústria doméstica sofreu depressão e a margem operacional foi comprimida, evidenciando deterioração

desse indicador, ou seja, perda de rentabilidade no negócio de chapas acrílicas.

Para o cálculo dos preços médios CIF internados do produto importado das origens investigadas,

foram considerados os preços de importação médios ponderados, na condição CIF, obtidos a partir dos

dados oficiais das importações brasileiras fornecidos pela RFB. Esses valores CIF foram convertidos para

reais mediante a utilização da taxa de câmbio diária, obtida junto ao Banco Central do Brasil, da data de

desembaraço de cada operação de importação.

Aos preços médios do produto importado, na condição CIF, foram acrescidos:

a) o valor correspondente ao Imposto de Importação efetivamente pago, que apresentou alíquotas de

16% e 25% no período da investigação, obtido a partir dos dados fornecidos pela RFB;

b) AFRMM: 25% sobre os valores do frete internacional, quando pertinente, constante dos dados

das importações; e

c) despesas de desembaraço: foi aplicado o percentual de 2,3% sobre o valor CIF, percentual obtido

a partir das repostas aos questionários dos importadores.

Registre-se que os preços de importação CIF, os valores de Imposto de Importação e de AFRMM

foram corrigidos pelo IGP-DI para serem comparados aos preços da indústria doméstica.

A tabela a seguir demonstra os cálculos efetuados e os valores de subcotação obtidos para cada

período de análise de dano à indústria doméstica.

Page 45: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 45 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Preço Médio CIF Internado e Subcotação - China

Em números-índices de mil R$ corrigidos/t

P1 P2 P3 P4 P5

Preço FOB (R$/t) 100 72 76 90 99

Frete Internacional (R$/t) 100 33 50 33 50

Seguro Internacional (R$/t) 100 - - - -

Preço CIF (R$/t) 100 68 74 85 93

Imposto de Importação 100 67 75 83 117

AFRMM (R$/t) 100 100 100 100 100

Despesas de Internação (R$/t) 100 50 50 50 100

CIF Internado (R$/t) 100 69 74 85 98

CIF Internado (R$ corrigidos/t) (a) 100 69 68 74 79

Preço ID ajustado (R$ corrigidos/t) (b) 100 81 68 77 78

Subcotação (R$ corrigidos/t) (b-a) 100 121 68 91 79

Subcotação (%) 100 151 100 117 101

Preço Médio CIF Internado e Subcotação – EUA

Em números-índices de mil R$ corrigidos/t

P1 P2 P3 P4 P5

Preço FOB (R$/t) 100 100 98 121 171

Frete Internacional (R$/t) 100 100 75 75 125

Seguro Internacional (R$/t) 100 - - - -

Preço CIF (R$/t) 100 100 98 118 168

Imposto de Importação 100 100 100 120 210

AFRMM (R$/t) 100 100 100 100 100

Despesas de Internação (R$/t) 100 100 100 200 200

CIF Internado (R$/t) 100 100 97 119 174

CIF Internado (R$ corrigidos/t) (a) 100 100 91 103 142

Preço ID ajustado (R$ corrigidos/t) (b) 100 81 68 77 78

Subcotação (R$ corrigidos/t) (b-a) 100 47 25 31 -33

Subcotação (%) 100 59 39 41 -43

Preço Médio CIF Internado e Subcotação – Hong Kong

Em números-índices de mil R$ corrigidos/t

P1 P2 P3 P4 P5

Preço FOB (R$/t) 100 84 86 99 101

Frete Internacional (R$/t) 100 100 150 50 100

Seguro Internacional (R$/t) 100 - - - -

Preço CIF (R$/t) 100 85 85 96 100

Imposto de Importação 100 91 91 100 127

AFRMM (R$/t) 100 100 100 - -

Despesas de Internação (R$/t) 100 50 50 100 100

CIF Internado (R$/t) 100 85 86 96 104

CIF Internado (R$ corrigidos/t) (a) 100 85 78 83 83

Preço ID ajustado (R$ corrigidos/t) (b) 100 81 68 77 78

Subcotação (R$ corrigidos/t) (b-a) 100 72 36 61 67

Subcotação (%) 100 88 51 79 82

Page 46: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 46 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Preço Médio CIF Internado e Subcotação – Malásia

Em números-índices de mil R$ corrigidos/t

P1 P2 P3 P4 P5

Preço FOB (R$/t) 100 112 122

Frete Internacional (R$/t) 100 67 100

Seguro Internacional (R$/t) 100 - -

Preço CIF (R$/t) 100 109 120

Imposto de Importação 100 100 156

AFRMM (R$/t) 100 - 100

Despesas de Internação (R$/t) 100 100 100

CIF Internado (R$/t) 100 108 125

CIF Internado (R$ corrigidos/t) (a) 100 101 109

Preço ID ajustado (R$ corrigidos/t) (b) 100 115 116

Subcotação (R$ corrigidos/t) (b-a) 100 159 136

Subcotação (%) 100 139 120

Preço Médio CIF Internado e Subcotação – Origens investigadas Em números-índices de mil R$ corrigidos/t

P1 P2 P3 P4 P5

Subcotação China (R$ /t) 100 121 68 91 79

Exportações China (t) 100 147 281 377 446

Subcotação EUA (R$ /t) 100 47 25 31 -33

Exportações EUA (t) 100 76 151 128 68

Subcotação Hong Kong (R$/t) 100 72 36 61 67

Exportações Hong Kong (t) 100 217 519 112 421

Subcotação Malásia (R$/t) - - 100 159 136

Exportações Malásia (t) - - 100 8.521 20.500

Subcotação Ponderada (R$ corrigidos/t) 100 67 35 57 43

Subcotação (%) 100 82 53 72 56

Da comparação entre os preços da indústria doméstica e os preços do produto importado das

origens investigadas, ambos corrigidos, foram constatadas subcotações de no mínimo 17% (17,2% em

P3) em todos os períodos analisados. Ressalta-se que em P1 e P2, esse percentual alcançou,

respectivamente, 32,5 % e 26,5%.

6.1.8 – Do fluxo de caixa

Esclareça-se inicialmente que as informações do fluxo de caixa, assim como do retorno sobre os

investimentos e capacidade de captar recursos, referem-se à totalidade dos negócios da indústria

doméstica, tendo em vista a impossibilidade de se apurar tais indicadores somente para as linhas de

produção de chapas acrílicas.

Ressalte-se que, à exceção do Caixa Líquido Utilizado nas Atividades de Financiamento, todas as

demais rubricas abaixo mencionadas foram negativas em P1.

Page 47: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 47 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

Fluxo de Caixa

Em números-índices de mil R$ corrigidos

P1 P2 P3 P4 P5

Caixa Líquido Gerado nas Atividades Operacionais 100 -44 53 53 76

Caixa Líquido Utilizado nas Atividades de Investimento 100 2.093 -338 -366 -61

Caixa Líquido Utilizado nas Atividades de Financiamento 100 69 33 33 68

Aumento Líquido nas Disponibilidades 100 -22 -87 -185 169

Em P1, a indústria doméstica apresentava fluxo de caixa negativo, apresentando sucessivas

melhoras e saldos positivos nos períodos subsequentes, com variações de 122% de P1 para P2, 296,8% de

P2 para P3 e 112,1% de P3 para P4. O cenário voltou a se inverter levando à queda de 191,4% de P4 para

P5. No acumulado, de P1 para P5, houve queda de 69,3%, fechando com resultado negativo em P5.

6.1.9 – Do retorno sobre o investimento

A tabela a seguir apresenta o retorno sobre investimentos das empresas como um todo e não

somente os relacionados ao produto similar.

Retorno sobre o Investimento

Em números-índices de mil R$ corrigidos

Período P1 P2 P3 P4 P5

Lucro Líquido 100 3 6 56 75

Ativo Total 100 137 129 127 135

Retorno (%) 100 2 5 44 55

A taxa de retorno de investimento foi negativa em todos os períodos analisados. Apesar da melhora

de [CONFIDENCIAL] p.p. observada de P1 para P2, a referida taxa teve sucessivas quedas: de

[CONFIDENCIAL] p.p. de P2 para P3, de [CONFIDENCIAL] p.p. de P3 para P4 e de

[CONFIDENCIAL] p.p. de P4 para P5. Considerando-se os extremos da série , houve aumento de

[CONFIDENCIAL] p.p.

6.1.10 – Da capacidade de captar recursos ou investimentos

Para avaliar a capacidade de captar recursos, o Departamento calculou os índices de liquidez geral e

liquidez corrente com base nos dados relativos à totalidade dos negócios da indústria doméstica e não

exclusivamente para a produção do produto similar.

Os dados apresentados foram calculados com base nas demonstrações financeiras das empresas,

relativas ao período de investigação. O índice de liquidez geral indica a capacidade de pagamento das

obrigações de curto e longo prazo, e o índice de liquidez corrente, a capacidade de pagamento das

obrigações de curto prazo.

Capacidade de captar recursos ou investimentos

Item P1 P2 P3 P4 P5

Índice de Liquidez Geral 100 93 114 113 124

Índice de Liquidez Corrente 100 76 197 213 115

O índice de liquidez geral sofreu redução de 6,8% de P1 para P2. Houve recuperação, de P2 para

P3, de 22,2%, voltado a cair 0,6% no período subsequente (P3 para P4). No último período (P4 para P5),

Page 48: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 48 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

cresceu 9,4%. Ao se considerar todo o período investigado, de P1 para P5, esse indicador aumentou

23,8%.

O índice de liquidez corrente, por sua vez, experimentou o seguinte comportamento: queda de

24,3% de P1 para P2, aumentos de 160,6% de P2 para P3 e de 7,9% de P3 para P4, e nova redução de P4

para P5, de 46,2%. Considerando os extremos da série, observou-se crescimento desse indicador de

14,5%, de P1 para P5.

6.1.11 – Do crescimento da indústria doméstica

O volume de vendas da indústria doméstica para o mercado interno registrou aumentos em todos os

períodos, exceto de P4 para P5, quando passou de [CONFIDENCIAL] t para [CONFIDENCIAL]t. A

despeito disso, o volume de vendas da indústria doméstica para o mercado interno cresceu 69%, quando

considerado todo o período de dano.

Por outro lado, recorde-se que a participação das importações das origens analisadas no mercado

brasileiro aumentou [CONFIDENCIAL] p.p. ao longo de todo o período, passando de

[CONFIDENCIAL] t em P1 para [CONFIDENCIAL] t em P5. Com relação às demais origens, o

acumulado de P1 para P5 apresentou redução de [CONFIDENCIAL] p.p. nessa participação. Portanto,

embora tenha havido retração das vendas da indústria doméstica, as vendas dos outros produtores

nacionais no mercado brasileiro acumulou crescimento de 202,2% de P1 para P5, sinalizando a

competitividade dos demais fabricantes frente à indústria doméstica

6.2 – Do resumo dos indicadores de dano à indústria doméstica

Da análise dos dados e indicadores da indústria doméstica, observou-se que no período de análise

da existência de dano:

a) O volume de vendas da indústria doméstica no mercado interno aumentou 69%

([CONFIDENCIAL]t) de P1 para P5, sendo que no comparativo de P4 para P5, houve declínio de 0,7%

([CONFIDENCIAL]t);

b) A participação da indústria doméstica no mercado brasileiro de P1 para P5 diminuiu de 48,9%

para 36,1%, registrando queda de [CONFIDENCIAL] p.p. de P4 para P5, enquanto a participação das

importações brasileiras das origens investigadas aumentou [CONFIDENCIAL] p.p. nesse mesmo

período;

c) Em que pese o aumento de 10,8% observado de P3 para P4, os custos associados à produção

apresentaram tendência de redução durante os períodos analisados. De P1 para P5, os custos para produzir

uma tonelada diminuíram 5,9%. No comparativo de P4 para P5, tais custos sofreram redução de 5,2%.

Assim, de forma semelhante ao preço do produto vendido no mercado interno, que sofreu queda

acumulada de 15,3% de P1 para P5, os custos também caíram;

d) A redução da produção nacional de P4 para P5 (18,6%) reflete-se no grau de ocupação da

capacidade instalada efetiva da indústria doméstica, que também diminuiu [CONFIDENCIAL] p.p.

Assim, analisando a variação de P1 para P5, notou-se queda acumulada de [CONFIDENCIAL] p.p. no

grau de ocupação influenciada principalmente pela diminuição da produção do produto similar de 24,9%

no mesmo período;

Page 49: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 49 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

A despeito da redução dos postos de emprego de P4 para P5, houve aumentos sucessivos nos

demais períodos e no acumulado de P1 para P5, comportamento idêntico ao da massa salarial da

indústria.

6.3 – Das manifestações acerca do dano e do nexo causal

A Hannover Plásticos S/A, em manifestação protocolada em 31 de janeiro de 2014, afirmou que o

aumento de vendas, a redução dos estoques e a redução dos custos de produção resultaram em melhora

dos resultados da linha de produção de chapas acrílicas ao longo do período de análise de dano. Aduziu

que houve melhora nos seguintes indicadores da indústria doméstica: despesas operacionais, resultado

operacional, resultado operacional sem resultado financeiro, resultado operacional sem resultado

financeiro e sem outras receitas e despesas operacionais, margem operacional, margem operacional sem

resultado financeiro e margem operacional sem resultado financeiro e sem outras receitas e despesas

operacionais. Reforçou que houve queda no custo do produto vendido (CPV). No que tange aos

indicadores em que possa ter havido piora, a Hannover entendeu que poderia ser explicado, em parte, pela

concorrência com outros produtores nacionais, o que afastaria o nexo de causalidade entre dano e

importações das origens investigadas. Acentuou, ainda, que houve queda nas vendas externas da indústria

doméstica, e que os preços para as vendas externas são menores do que os preços praticados pelas origens

investigadas para o Brasil.

Em relação à comparação entre os preços da indústria doméstica e os das origens investigadas,

delineou que houve queda da subcotação ao longo do período de análise de dano.

Por fim, a Hannover assim dispõe:

Diante do exposto acima, requer-se que este d. Departamento separe e distinga, tal como

determina o art. 15, II, do Decreto nº 1.602/1995, os efeitos das importações supostamente objeto de

dumping dos efeitos da concorrência da indústria doméstica com outros fabricantes nacionais e dos

efeitos da queda drástica de suas próprias vendas ao mercado externo.

Em manifestação datada de 5 de setembro de 2014, a Unigel argumentou que houve expressivo

aumento das importações das origens investigadas durante o período em análise, maior, inclusive, do que

o crescimento do mercado brasileiro de chapas acrílicas, enquanto houve queda da participação da

indústria doméstica no mercado brasileiro. Reforçou que a venda de todos os produtores nacionais,

considerando os outros produtores, cresceu menos do que a expansão do mercado interno, acarretando em

perda de participação no mercado.

Ademais, estatuiu a Unigel que houve queda nos preços da indústria doméstica durante o período de

análise de dano e, ainda assim, reduziu-se a participação no mercado brasileiro. A redução dos preços

teria afetado, também, as margens de operação e lucro da indústria doméstica. Ressaltou que as margens

operacional, operacional sem resultado financeiro e operacional sem resultado financeiro e outras receitas

e despesas operacionais mantiveram-se negativas em quase todos os períodos, com quedas de P4 para P5.

Pontuou as seguintes alegações.

Note-se que apesar de um aumento da receita líquida da indústria doméstica, o custo dos produtos

vendidos também acompanhou esse crescimento, sendo, inclusive, mais expressivo, de tal forma que o

resultado bruto cresceu junto com a receita em P2 e P3, mas sofreu queda mais acentuada em P4 e P5,

levando tal resultado a ser negativo no último período analisado.

Page 50: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 50 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

A receita, portanto, não cresceu de modo saudável e conjuntamente com o aumento nas vendas da

indústria doméstica, como reflexo da redução de preços, passando então a comprimir toda a margem de

operação da indústria doméstica, levando-a, inclusive, a operar em prejuízo, mas sem um reflexo na sua

participação de mercado.

Do mesmo modo, e ato contínuo, o aumento de despesas operacionais durante o período de

investigação para o negócio de chapas acrílicas levou a indústria doméstica a um resultado operacional

negativo, inclusive com aumento expressivo dos prejuízos entre P4 e P5.

Assim, o aumento dos volumes importados a preço de dumping das origens investigadas durante o

período de investigação levou a indústria doméstica, diante da perda de sua posição de mercado, a

reduzir seus preços na tentativa de competir com o produto investigado, levando a uma compressão de

suas margens, resultando, inclusive, em operação com prejuízo durante a maior parte do período

investigado. Ainda assim, operando com prejuízo, a indústria doméstica não foi capaz de acompanhar os

baixos preços praticados pelas origens investigadas.

Por fim, a Unigel aduziu que o volume importado de outras origens pelo Brasil foi pequeno e não

apresentou tendência de crescimento. Destarte, a subcotação de preços das origens investigadas teria sido

elevada durante o período investigado.

Em 10 de setembro de 2014, a Hannover protocolou nova manifestação, reforçando os argumentos

apresentados alhures. Aludiu que, com base nos dados atualizados da indústria doméstica após a

verificação in loco, houve melhora no resultado operacional e no resultado operacional exceto resultado

financeiro de P4 para P5, em tendência oposta ao que consta da abertura da investigação. Outrossim,

sentenciou que, caso seja identificado dano sofrido pela indústria doméstica, o mesmo não pode ser

atribuído às importações das origens investigadas, tendo em vista o aumento da produção e das vendas

dos demais produtores nacionais, que teriam, inclusive, aumentado sua participação no mercado brasileiro

do produto objeto da investigação. Reiterou, por fim, que a queda das exportações da indústria doméstica

afetaria, significativamente, a análise do alegado dano e do nexo causal.

Em 1o de outubro de 2014, a Unigel apresentou manifestação que também abordou dano e nexo de

causalidade. No documento, a empresa apontou a tendência de crescimento das importações das origens

investigadas, não somente em termos absolutos, mas também na participação no mercado brasileiro.

Ademais, destacou que tanto o seu volume de vendas como o de todos os produtores nacionais não

acompanharam a expansão do mercado brasileiro por causa da pressão causada pelo crescente volume das

importações investigadas.

A empresa ainda alegou que o dano sofrido não poderia ser atribuído à queda de suas exportações,

tendo em vista que essa diminuição nada alterou a redução da participação da indústria doméstica no

mercado interno e nem a piora do resultado operacional das vendas no mercado interno exclusive o

resultado financeiro.

Além disso, a Unigel afirmou que não se pode atribuir o dano ao aumento das vendas dos demais

produtores domésticos, pois a sua participação combinada com a dos demais produtores no mercado

brasileiro caiu [CONFIDENCIAL] p.p. entre P1 e P5, [CONFIDENCIAL] p.p. entre P4 e P5 e

[CONFIDENCIAL] p.p. entre P2 e P5.

Outro ponto abordado na referida manifestação foi a supressão e a depressão dos preços praticados

pela Unigel, além do aumento da relação custo/preço, em função da concorrência com os produtos

importados das origens investigadas e a existência de subcotação expressiva.

Page 51: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 51 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

O fato de ter havido aumento das vendas no mercado interno não deveria ser avaliado como

melhora no desempenho da empresa, já que esse aumento ocorreu em ritmo menor que o do crescimento

do volume das importações investigadas e do mercado brasileiro. Em seguida, a empresa dissertou sobre a

deterioração da sua rentabilidade.

Por todo o exposto na manifestação, a empresa ressaltou:

(...) a estrita necessidade de aplicação do direito antidumping, a fim de impedir que as práticas

desleais de comércio adotadas pelos produtores das origens investigadas deixem de causar dano à

indústria doméstica.

6.4 – Dos comentários sobre as manifestações acerca do dano e do nexo causal

Relativamente à manifestação da Hannover quanto ao dano observado na indústria doméstica,

recorde-se que nos temos do §5o do artigo 14 do Regulamento Brasileiro, nenhum dos fatores da análise

de dano, isoladamente ou vários deles em conjunto, será necessariamente considerado como indicação

decisiva. Nesse sentido, lembra-se que o aumento de vendas, a redução dos estoques e a redução dos

custos de produção foi acompanhada de redução contínua dos preços da indústria doméstica, redução esta

superior à observada nos custos de produção, ocorrendo assim impacto nos resultados e na rentabilidade

da indústria doméstica. De outra parte, no que se refere à alegada melhora nos resultados e margens da

indústria doméstica, é fato que a evolução dos indicadores da indústria doméstica considerando-se tão

somente uma análise de pontas do período apresenta melhora. No entanto, a passagem de prejuízo

operacional em P1 a prejuízo operacional menos significativo em P5 não implica em quadro de não dano,

vez que não se entende que seja razoável supor que a normalidade de determinado negócio é a operação

em prejuízo. Ademais, entre um prejuízo e outro, a indústria doméstica não só logrou recuperar sua

lucratividade como voltou a perdê-la. Observa-se que, contrariamente ao exposto pela importadora em

sua manifestação, houve deterioração da rentabilidade operacional de P4 para P5, com aprofundamento

de prejuízo.

No que se refere às manifestações da Unigel, em que pese a concordância com a conclusão de que a

indústria doméstica sofre situação de dano, cabe destacar que, na medida em que os outros produtores

nacionais optem por não compor a indústria doméstica fornecendo seus dados para a determinação de

dano, não cabe a inclusão da produção e vendas desse na análise do dano, mas como outro fator que possa

estar contribuindo para o dano da indústria doméstica, conforme sugerido pela importadora e analisado no

item a seguir.

7 – Da conclusão a respeito do dano e do nexo causal

7.1 – Do impacto das importações objeto de dumping sobre a indústria doméstica

As importações brasileiras provenientes das origens investigadas cresceram 181,5% de P1 para P5,

passando de [CONFIDENCIAL] para [CONFIDENCIAL] toneladas, incremento absoluto de

[CONFIDENCIAL] t. No mesmo intervalo, as vendas dos demais produtores nacionais apresentou

aumento de 202,2%, o que representou incremento absoluto de [CONFIDENCIAL] t em suas vendas.

Em P1, as importações das origens investigadas representavam 21,4% do mercado brasileiro. Em

P5, elas alcançaram 26,3% de participação, aumento de [CONFIDENCIAL] p.p. Já as vendas de outras

produtoras nacionais, à exceção de P4, sempre se deram em volumes maiores, de maneira que

Page 52: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 52 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

representavam, em P1, 25,3% do mercado, expandindo sua parcela de participação para 33,4% em P5,

equivalente a crescimento de 8,1 p.p.

A indústria doméstica, por sua vez, passou de 48,9% de participação em P1 para 36,1% em P5,

queda de [CONFIDENCIAL] p.p. Enquanto em P1 as vendas da indústria doméstica eram 2,3 vezes

maiores do que as importações investigadas, em P5 esta relação caiu para 1,4.

Os impactos do crescimento das vendas tanto das origens investigadas como de outros produtores

nacionais passaram a ser sentidos pela indústria doméstica. De P4 para P5, as vendas internas da indústria

doméstica decresceram 0,7%, enquanto o mercado brasileiro aumentou em 16,3%. Neste mesmo período,

as importações brasileiras das origens investigadas aumentaram 21,4%, o equivalente a

[CONFIDENCIAL] t, e as vendas de outros produtores nacionais 37,8%, ou seja, [CONFIDENCIAL] t.

Em que pese ambos os crescimentos tenham contribuído para a deterioração do market share da

indústria doméstica, é inegável a preponderância da concorrência com os outros produtores nacionais

como fator de dano.

A concorrência com os produtos das origens investigadas e dos demais produtores nacionais

também teve reflexo nos demais indicadores da indústria doméstica. O preço de venda interno praticado

pela indústria doméstica sofreu redução de 15,3% de P1 para P5, enquanto seus custos de produção foram

diminuídos em 5,9%. Esta redução do preço de venda, em montante superior à variação dos custos,

acarretou redução das margens bruta e operacional.

Em que pese não existam nos autos informações sobre os preços praticados pelos demais produtores

nacionais, a partir do comportamento dos atores do mercado de chapas acrílicas e da evolução da

rentabilidade da indústria doméstica pode-se derivar algumas inferências.

Assim, de P1 para P2, período em que a indústria doméstica apresenta recuperação de suas margens

com sacrifício de sua participação no mercado (-[CONFIDENCIAL] p.p.), os demais produtores

nacionais avançam no mercado ([CONFIDENCIAL] p.p.) em detrimento, inclusive, das importações

objeto de análise (-[CONFIDENCIAL] p.p.) . De P2 para P3, quando a indústria doméstica volta a

aumentar seu market share em [CONFIDENCIAL] p.p., as importações das origens investigadas

avançam em [CONFIDENCIAL] p.p., com sacrifício de [CONFIDENCIAL] p.p. do mercado dos

demais produtores nacionais. Outrossim, recorda-se que P3 foi o período em que a indústria doméstica

apresentou seu melhor desempenho financeiro, com as melhores margens observadas ao longo do

período, além se observar a menor subcotação entre os preços da indústria doméstica e das origens

investigadas.

De P3 para P5, observa-se deterioração contínua dos indicadores financeiros da indústria doméstica,

culminando novamente em prejuízo operacional, em que pese a relativa estabilização do volume de suas

vendas. Enquanto a indústria doméstica perde [CONFIDENCIAL] p.p. de participação no mercado

brasileiro, as origens investigadas avançam [CONFIDENCIAL] p.p., e os outros produtores nacionais

[CONFIDENCIAL] p.p. Tendo em vista que no mesmo intervalo aumenta a subcotação dos preços das

origens investigadas em relação aos da indústria doméstica, conclui-se que, para avançar no mercado, os

demais produtores nacionais deveriam praticar preços ainda menores que aqueles das origens

investigadas, contribuindo significativamente para a deterioração geral dos indicadores da indústria

doméstica.

Portanto, a análise dos indicadores da indústria em conjunto com os dados de importação demonstra

que, além das exportações a preços de dumping das origens investigadas para o Brasil, a concorrência

com os demais produtores nacionais também contribuiu para a perda de participação da indústria

Page 53: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 53 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

doméstica no mercado nacional, e para as reduções do preço médio e da receita líquida no período de

análise de dano, porém de forma mais significativa do que a concorrência com o produto das origens

investigadas.

8 – DAS OUTRAS MANIFESTAÇÕES

A Hannover Plásticos S/A., por ocasião da resposta ao questionário do importador, teceu

comentários sobre a capacidade da indústria nacional de atender à demanda de mercado:

O Apêndice V fornecido pela Peticionária às fls. 333 do processo pode passar a impressão da

indústria nacional deter uma grande capacidade produtiva. Ocorre que, na prática, a indústria nacional

passou por graves problemas de entrega na época em que se intensificaram as importações. Chegamos a

receber pedidos com 6 a 7 meses de prazo de entrega, quando o acordo comercial era de 20 a 30 dias.

Isso se deu devido ao fato de a demanda ser muito superior à capacidade instalada local, além de sugerir

que o alegado dano da indústria doméstica seja em decorrência de sua própria ineficiência, e não das

importações sob análise.

Acrescentou os seguintes comentários acerca da prática de preços da Unigel Plásticos:

Acompanhando o mercado de chapas acrílicas, é possível concluir que a UNIGEL, após a

implementação do aumento da alíquota do Imposto de Importação (ocorrida em outubro de 2012, de

16% para 25%), aumentou seus preços de vendas das chapas acrílicas, de modo significativo e

exagerado, em comparação com a evolução dos preços mundiais da principal matéria-prima utilizada na

produção de chapas acrílicas, o MMA, (que constitui cerca de 65 a 70% do custo de produção das

chapas acrílicas).

(...)

É de conhecimento do mercado que diversos pedidos de chapas acrílicas não estavam sendo

devidamente atendidos pela Unigel, havendo atrasos na entrega de até seis meses, com um prazo médio

de entrega de pedidos com atraso de 60 dias. Destaca-se, ainda, que essas ineficiências muitas vezes

provocavam reajustes abusivos dos preços dos pedidos em carteira, além de impactar no faturamento

geral do setor. Esse comportamento pode inclusive justificar o alegado dano da indústria doméstica, que

pode se explicar pela sua própria ineficiência e não pelas importações objeto de análise.

A referida empresa ainda discorreu sobre efeitos que poderiam ser causados por uma eventual

aplicação de direito antidumping, tais como mudança no padrão de consumo (troca das chapas acrílicas

por produtos de vidro, que são mais baratos, ou até mesmo importação de peças acrílicas feita diretamente

pelos consumidores finais), desemprego e aumento dos custos das empresas importadoras e

transformadoras.

Em 4 de setembro de 2014 as empresas L. A. M. Meloni - Aquecedores Solares e Mondialle Design

Indústria de Banheiras Eireli também apresentaram manifestação sobre os preços praticados pela Unigel e

por seu fornecedor estrangeiro:

(...)Os valores das chapas acrílicas sanitárias da empresa Unigel Plásticos S.A. são historicamente

mais altos que os preços dos produtos importados de forma considerável. Acreditamos que pelo fato de

serem os únicos fabricantes nacionais, possuem o poder de ditar o preço do mercado brasileiro.

Page 54: Circular SECEX 18 de 2015

(Fls. 54 da Circular SECEX no 18, de 23/03/2015).

CircSECEX018_2015

(...) nosso fornecedor que esta situada nos Estados Unidos América, o qual nós não acreditamos

praticar dumping, pois os valores oferecidos por esse fabricante são bem próximos aos valores do

fabricante brasileiro.

(...) Por fim, gostaríamos que fossem consideradas nossas informações acima descritas, pois não

acreditamos que nosso fornecedor nos Estados Unidos América esteja praticando dumping e que caso

seja julgado como tal, irá comprometer a fabricação de banheiras de hidromassagem no Brasil.

Em 5 de setembro de 2014, a empresa Reynolds Polymer Technology, Inc. protocolou manifestação

afirmando não ter realizado exportação ao Brasil no período de investigação de dumping e que, portanto,

não deveria ser considerada parte interessada na investigação. Ainda alegou não haver similaridade entre

os acrílicos por ela produzidos e as chapas acrílicas produzidas no Brasil. Tal manifestação não foi

considerada na Nota Técnica no 76, de 2014, porque a empresa não havia regularizado sua representação

legal dentro do prazo estabelecido.

Também não foi considerada manifestação da empresa Rowmark LLC. na referida Nota Técnica

pelo mesmo motivo. A empresa teceu comentários sobre sua estrutura, as especificidades de seu produto e

processo produtivo e seu processo de vendas e distribuição. A Rowmark LLC. alegou ser uma das poucas

empresas no mundo que manufatura chapas acrílicas e de ABS destinadas especificamente a aplicações

de gravação.

8.1– Dos comentários acerca das outras manifestações

Por economia processual, deixa-se de tecer posicionamento sobre as manifestações em questão.

9 – DA RECOMENDAÇÃO

Consoante a análise precedente, tendo considerado as manifestações das partes e as evidências

constantes no processo, não foi possível concluir pela existência de dano causado à indústria doméstica

pelas importações a preços de dumping originárias da China, dos EUA, de Hong Kong e da Malásia.

Assim, propõe-se o encerramento da presente investigação sem a aplicação de direito.