13
Resumo A cirurgia ortognática realizada com precisão envolve vários procedi- mentos técnicos que devem seguir um protocolo particular para cada pacien- te, previamente ao procedimento ci- rúrgico propriamente dito. Dentre tais procedimentos destacam-se: análise facial precisa, análise radiográfica, confecção de registros inter arcos ou oclusais, confecção de modelos de ges- so, planejamento preciso das movi- mentações ortodônticas, montagem dos modelos em articulador semi ajus- tável e realização da cirurgia de mo- delo para confecção do splint cirúrgi- co intermediário. Alguns autores já provaram que a cirurgia de modelo confeccionada com aferição de instru- mentos digitais, sem dúvida é mais precisa, proporcionando maior fideli- dade aos valores de referência obti- dos em laboratório durante a cirurgia ortognática, propiciando um excelen- te pós-operatório e resultados condi- zentes com o planejemento inicial de cada paciente. A proposta deste tópi- co especial é descrever, passo a pas- so, os procedimentos da cirurgia de modelo e da confecção do splint ci- rúrgico intermediário. CIRURGIA DE MODELO Terminada a montagem dos modelos no articulador (Fig. 1), deve-se conferir: 1A - O pino guia incisal deve estar tocando a mesa incisal. 1B - O pino guia incisal deve estar no ponto zero. Este conjunto não deve ser movimentado em nenhum momen- to durante a cirurgia de modelos. Tópico Especial Palavras-chave: Cirurgia de modelo. Cirurgia ortognática. Splint cirúrgico. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 1, p. 93-105, jan./fev. 2002 93 G. Willian Arnett Cirurgia Ortognática de Modelo realizada Passo a Passo Orthognatic Model Surgery Step by Step G. Willian Arnett * Jon Kim ** Eduardo Sant´Ana *** Fernando Paganeli M. Giglio **** * Instrutor Clínico e conferencista: das Universidades de Loma Linda, UCLA e USC e do Centro Médico Universitário de Fresno; em clínica particular, Santa Barbara, Califórnia; presidente da Sociedade Arnett de Cursos de Reconstrução Facial e presidente da Fundação de Cirurgia Ortognática Avançada. ** Em clínica particular, Santa Barbara, Califórnia; Membro da Fundação de Cirurgia Ortognática Avançada. *** Professor responsável pela Disciplina de Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo; membro da Advanced Orthognathic Surgery Foundation. **** Aluno de Mestrado em Estomatologia/Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo. FIGURA 1 B A

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ResumoA cirurgia ortognática realizada

com precisão envolve vários procedi-mentos técnicos que devem seguir umprotocolo particular para cada pacien-te, previamente ao procedimento ci-rúrgico propriamente dito. Dentre taisprocedimentos destacam-se: análisefacial precisa, análise radiográfica,confecção de registros inter arcos ouoclusais, confecção de modelos de ges-so, planejamento preciso das movi-mentações ortodônticas, montagemdos modelos em articulador semi ajus-tável e realização da cirurgia de mo-delo para confecção do splint cirúrgi-co intermediário. Alguns autores jáprovaram que a cirurgia de modeloconfeccionada com aferição de instru-mentos digitais, sem dúvida é maisprecisa, proporcionando maior fideli-dade aos valores de referência obti-dos em laboratório durante a cirurgiaortognática, propiciando um excelen-te pós-operatório e resultados condi-zentes com o planejemento inicial decada paciente. A proposta deste tópi-co especial é descrever, passo a pas-so, os procedimentos da cirurgia de

modelo e da confecção do splint ci-rúrgico intermediário.

CIRURGIA DE MODELOTerminada a montagem dos modelos

no articulador (Fig. 1), deve-se conferir:1A - O pino guia incisal deve estar

tocando a mesa incisal.1B - O pino guia incisal deve estar

no ponto zero. Este conjunto não deveser movimentado em nenhum momen-to durante a cirurgia de modelos.

Tópico Especial

Palavras-chave:Cirurgia de modelo.Cirurgia ortognática.Splint cirúrgico.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 1, p. 93-105, jan./fev. 2002 93

G. WillianArnett

Cirurgia Ortognática de Modelo realizadaPasso a PassoOrthognatic Model Surgery Step by Step

G. Willian Arnett *Jon Kim **Eduardo Sant´Ana ***Fernando Paganeli M. Giglio ****

* Instrutor Clínico e conferencista: das Universidades de Loma Linda, UCLA e USC e do Centro MédicoUniversitário de Fresno; em clínica particular, Santa Barbara, Califórnia; presidente da Sociedade Arnett deCursos de Reconstrução Facial e presidente da Fundação de Cirurgia Ortognática Avançada.

** Em clínica particular, Santa Barbara, Califórnia; Membro da Fundação de Cirurgia Ortognática Avançada.*** Professor responsável pela Disciplina de Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de

São Paulo; membro da Advanced Orthognathic Surgery Foundation.**** Aluno de Mestrado em Estomatologia/Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de

São Paulo.

FIGURA 1

BBBBB

AAAAA

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94 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 1, p. 93-105, jan./fev. 2002

Marque nas laterais dos modelosas letras “D” e “E”, conforme o ladodireito ou esquerdo, respectivamente(Fig. 2A, B). Não há necessidade de semarcar “MX” (maxila) e “MD” (man-díbula) nos modelos, estas marcas sãoapenas para a melhor visualização porparte dos leitores (Fig. 2A, B).

VAMOS COMEÇAR!Remove-se o pino guia incisal.Marca-se a relação da linha mé-

dia da maxila com a mandíbula alápis.

Durante a marcação desta linhamédia, visualiza-se o meio da caixadestinada ao pino guia incisal namesa incisal, que estará vazia, comoum ponto de referência (Fig. 3A).

Desenha-se também, uma linhanessa caixa para salientar essa refe-rência (Fig. 3A).

Vira-se o articulador para o ladode trás, como mostra a figura 3B.

Olha-se somente para o lado di-reito do articulador.

Desenha-se uma linha verticalreta desde o articulador, passandopela maxila, até a mandíbula, na re-gião dos molares (Fig. 3B).

Agora, olha-se somente para olado esquerdo do articulador.

Desenha-se a linha vertical do mes-mo modo como foi feito no lado direito.

Quando se olha pelo lado esquer-do, a linha vertical do lado direito nãoparece estar reta porque o ângulo devisão será diferente (Fig. 3C).

A partir daqui, será necessária aGreat Lakes Digimatic (GLD), mesaequipada com um paquímetro digitale bloco para modelos, para as aferi-ções dos mesmos.

Remove-se, então, o modelo damaxila do articulador e fixa-se essemodelo ao bloco da GLD.

Coloca-se o bloco como mostra afigura 4.

Coloca-se o paquímetro gentil-mente sobre a borda incisal marcadano incisivo central esquerdo, medin-do-se assim, sua altura vertical.

Utiliza-se a ficha para cirurgia demodelo, onde todas as medidas serão

FIGURA 3BFIGURA 3ACaixa

FIGURA 5A

registradas(apenas a parte superior daficha está representada)(Fig. 5A).

Anota-se a altura vertical medidanesta área da ficha (Fig. 5B).

Em nosso caso, a altura verticalmedida foi de 89,77mm.

Coloca-se o paquímetro na bordaincisal marcada nos caninos. Mede-

EEEEE

FIGURA 2B

DDDDD

FIGURA 2A

FIGURA 3C FIGURA 4

FIGURA 5B

89.77

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se a altura vertical dos caninos direi-to e esquerdo, respectivamente.

Lembrando-se que a bordaincisal do incisivo central superioresquerdo, as cúspides dos caninose as cúspides mésio-vestibularesdos segundos molares superioresdevem ter sido marcadas previa-mente a lápis, pois são esses ospontos de referência para registrara dimensão vertical de toda a ma-xila (Fig. 6).

Anota-se a medida obtida, nestaárea da ficha (Fig. 7).

Em nosso caso as alturas foramde 88,75 e 88,55 mm para os cani-nos direito e esquerdo, respectivamen-te (Fig. 8A, B).

Vira-se o bloco com a parteposterior da maxila voltada parabaixo como mostra a figura 9. Co-loca-se o paquímetro na marcarealizada na vestibular do incisivocentral superior esquerdo, medin-do-se assim, sua posição horizon-tal ou ântero-posterior.

Anota-se a medida horizontalobtida nesta área na ficha (Fig. 10A,B).

Em nosso caso, obtivemos 77,67mm.

Vira-se o bloco com o seu ladoesquerdo para baixo. Coloca-se opaquímetro entre os dois incisivoscentrais para medir-se a linha média(Fig. 11).

Anota-se a medida da linha mé-dia da maxila nesta área da ficha (Fig.12A, B).

Em nosso caso essa medida foide 44,87mm.

Imprime-se o plano de trata-mento cirúrgico (caso esteja seutilizando o Quickceph) ou utili-za-se o traçado predictivo traça-do an te r io rmente no pape lacetato ou outra forma de análi-se da radiografia de perfil da facedo paciente.

Mede-se a distância da espinhanasal anterior à borda incisal do in-cisivo central superior.

Em nosso caso essa medida é de28mm.

FIGURA 8BFIGURA 8A

FIGURA 12A FIGURA 12B

FIGURA 10B FIGURA 11

FIGURA 9

FIGURA 10A

FIGURA 7

FIGURA 6

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 1, p. 93-105, jan./fev. 2002 95

88.75 88.55

44.87

77.67

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Verifica-se a altura vertical do in-cisivo central. Subtraindo-se dessenúmero, a medida de ENA à bordado incisivo central superior.

Em nosso caso: 89.77-28 =61.77

Move-se o paquímetro para61,77. Em 61,77, fixa-se a pontado paquímetro (Fig. 13)

Depois de fixar, marca-se o mo-delo com a ponta do paquímetro(Fig 14).

Essa linha demarcada correspon-de à linha da osteotomia. É tambéma referência utilizada para serrar-seo modelo (Fig. 15).

Marca-se as seguintes linhas nomodelo:

• Chanfraduras piriformes esquer-da e direita.

• Espinha nasal anteriorEstas marcações são feitas pou-

co acima da linha da osteotomiapara facilitar a medição após a ci-rurgia de modelo (Fig. 16).

Vira-se o modelo com a sua par-te posterior voltada para baixocomo mostra a figura 17. Coloca-se o paquímetro na marca da espi-nha nasal anterior; que acabou deser realizada.

Mede-se então, a distância hori-zontal da espinha nasal anterior, afim de que possamos ter realmentecerteza da movimentacão da espinhanasal anterior e sua repercurssão notecido mole da face e facilitar a medi-ção após a cirurgia de modelo(Fig. 17).

Anota-se essa medida nesta áreada ficha (Fig. 18A, B).

Em nosso caso: 77,45 mm.

96 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 1, p. 93-105, jan./fev. 2002

FIGURA 13 FIGURA 14 FIGURA 15

FIGURA 16 FIGURA 17

FIGURA 19BFIGURA 19A

Coloca-se o paquímetro nas mar-cas correspondentes às piriformescomo ilustrado nas figuras 19A, B.Mede-se a distância horizontal daspiriformes esquerda e direita.

O significado clínico das medições

das distâncias horizontais da espinhanasal anterior e das piriformes, é queelas indicarão o quanto de osso dabase do nariz será movido após a ci-rurgia de modelo (Fig. 19A, B).

Anota-se as medidas das pirifor-

28

61.77

89.77

FIGURA 18B

FIGURA 18A

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mes nesta área da ficha (Fig. 20A).Em nosso caso as medidas do lado

esquerdo e direito são, respectivamen-te, 66,54 e 69,07mm (Fig. 20B, C).

Utilizar-se-á novamente o traça-do predictivo.

Mede-se a distância da cúspidedistal do primeiro molar superior àborda incisal do incisivo central.

Em nosso caso, essa medida foide 41mm.

Anota-se essa medida nesta áreada ficha (Fig. 21).

Encontra-se a distância hori-zontal do incisivo central esquer-do e subtrae-se a medida encon-trada da cúspide distal do primei-ro molar superior à borda incisaldo incisivo central.

Em nosso caso: 77.67 - 41 =36.67 mm do incisivo central.

Calibra-se o paquímetro digital

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 1, p. 93-105, jan./fev. 2002 97

FIGURA 22 FIGURA 23

FIGURA 21

41

FIGURA 20A FIGURA 20CFIGURA 20B

para a medida obtida (36,67) e en-tão, fixa-se a ponta do paquímetro(Fig. 22)

Com a parte posterior do modelovoltada para baixo, desenha-se a lá-pis uma linha em ambos os molares(direito e esquerdo) no ponto onde opaquímetro tocou o modelo (Fig. 23).Essas marcas serão utilizadas paramedir as distâncias verticais e trans-versais dos molares (Fig. 24).

Essas marcações são as mesmasque foram utilizadas para determinaro movimento vertical do molar duranteo traçado predictivo, daí a importân-cia de se obter essas marcas.

Caso a ponta do paquímetro nãotoque nenhum dente no modelo,marca-se então o local onde estivertocando, como por exemplo, área deembrasura ou crista alveolar posteri-or ao último dente.

Coloca-se o modelo como ilustraa figura 25 e mede-se as distânciasverticais de ambos os molares, utili-zando as marcas que foram realiza-das (Fig. 25A, B).

Anota-se essas medidas nestaárea da ficha (Fig. 26A, B, C).

Em nosso caso: 88,12 mm parao molar direito e 87,01 mm para omolar esquerdo.

Vira-se o modelo com seu lado es-querdo para baixo, como mostra a fi-gura 27A, 27B e mede-se as distân-cias transversais dos molares direitoe esquerdo, utilizando as mesmas mar-cas obtidas nas figuras 23, 24.

Anota-se essas medidas na ficha(Fig. 28A, B).

Em nosso caso são respectiva-mente 72,86 e 11.63mm, para osmolares direito e esquerdo.

Agora, calcula-se os movimentos

FIGURA 24 FIGURA 25A FIGURA 25B

66.54 69.07

4177.67

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previstos durante o traçado. Para tanto,necessita-se conhecer três movimentospara realizar-se a cirurgia de modelo:

• movimento horizontal do inci-sivo central superior.

• movimento vertical do incisivocentral superior.

• movimento vertical do primeiromolar superior.

Para as anotações na ficha:Nos movimentos verticais e hori-

zontais:• Sinal positivo ( + ): significa

avanço ou aumento vertical.• Sinal negativo ( - ): significa re-

cuo ou impacção.Nos movimentos transversais:• Sinal positivo ( + ): significa ro-

tação para a direita (sentido horário).• Sinal negativo ( - ): significa ro-

tação para a esquerda (sentido anti-horário).

A mudança desejada para a linhamédia é determinada clinicamente.

A inclinação do canino também édeterminada clinicamente. Caso umlado da maxila seja mais inclinado,assimétrico, torna-se necessáriocompensar-se essa inclinação impac-tando o lado mais baixo no modelo,relacionando com o que foi previstono exame clínico.

Faz-se o cálculo e obtém-se o va-lor desejado para a futura posição domolar. É o valor que deverá ser obti-do após a cirurgia de modelo. Checa-se todas essas informações antes deserrar-se o modelo.

Agora, corta-se o modelo. Reco-menda-se utilizar uma serra bastan-te fina e afiada.

É preciso virar o modelo para cor-

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FIGURA 26A

FIGURA 26B FIGURA 26C

FIGURA 27A FIGURA 27B

FIGURA 28AFIGURA 28B

tar a parte posterior e as laterais(Fig. 29A, B).

Depois de cortado, solta-se a par-te do modelo que está fixada ao blocometálico e promove-se um desgaste,

FIGURA 29A

FIGURA 29B

como mostra a figura 30, especialmen-te se estiver planejada a realização deuma impacção da maxila. Geralmen-te, o desgaste de 5 mm a mais do queo indicado no traçado predictivo é o

88.12 87.01

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suficiente para evitar interferênciasdurante a impacção (Fig. 30A, B).

Os procedimentos descritos a se-guir são para uma cirurgia multisseg-mentar da maxila.

Agora, determina-se onde será fei-to o corte do modelo para a cirurgiamultissegmentar (Fig. 31).

Em nosso caso, a maxila possuium plano oclusal duplo, estando, por-tanto, indicada uma cirurgia multis-segmentar da maxila.

Coloca-se, manualmente os mode-los superior e inferior numa posicãoonde ocorra uma máxima intercuspi-dação. Analisa-se, separadamente olado direito e o lado esquerdo (Fig.32A, B).

Determina-se então, onde serãofeitos os cortes. Isso dependerá docaso (Fig. 32A, B).

Em nosso caso, os cortes serãoentre os incisivos laterais e os cani-nos.

2 = incisivo lateral3 = caninoEm nosso caso, outra razão para

a realização da osteotomia multisseg-mentar Le Fort I da maxila é a defi-ciência na largura do arco.

Coloque o lado direito da maxilaem máxima intercuspidação com amandíbula e cheque a oclusão do ladoesquerdo (Fig. 33A).

Oclusão topo a topo significa quehá uma deficiência na largura doarco. Portanto, a osteotomia multis-segmentar faz-se necessária paraexpandir a maxila.

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FIGURA 30A FIGURA 30B

FIGURA 31 FIGURA 32A FIGURA 32B

FIGURA 34A

FIGURA 34B

FIGURA 33A FIGURA 33B

Coloque o lado esquerdo da ma-xila em máxima intercuspidação coma mandíbula e cheque a oclusão dolado direito (Fig. 33B).

Faz-se os cortes como mostramas linhas vermelhas na figura 34A.

Vale ressaltar que os cortes reali-zados no modelo de gesso são em for-ma de “Y” segmentando-se o gessoem 3 partes apenas para a confecçãodo splint. Porém, no paciente os cor-tes correspondentes são em forma de“H” como no esquema da figura e nafoto da página seguinte, pois os cor-tes para-medianos no palato permi-tem maior controle da expansão damaxila com segurança, sem impor ris-cos vasculares à mucosa e ossos dopalato (Fig. 34A, B, C, D e 35 A,B).

Esquemas e fotos trans-cirúrgicasda osteotomia multissegmentar

BASE DEMONTAGEM

CANINOCANINO

INTERCUS-P IDAÇÃOADEQUADA

TOPO AT O P O

TOPO AT O P O

INTERCUS-P IDAÇÃO

ADEQUADA

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da maxila, ressaltando o formato em“H” (Fig. 35A, B, C, D).

Coloca-se o segmento direito damaxila em oclusão com a mandíbu-la, caso a oclusão não seja adequa-da, serão necessários desgastes den-tários (ajustes).

Esses desgastes devem ser reali-zados gentilmente com algum instru-mento.

Checa-se novamente a oclusão eentão, realiza-se os desgastes até al-cançar-se uma oclusão adequada. Osdesgastes devem ser feitos somentenos segmentos direito e esquerdo,raramente é necessário ajustar osdentes anteriores.

Utiliza-se cera para fixar os seg-mentos maxilares em suas novasposições, na seguinte seqüência:

• Com cera pegajosa, fixa-se osegmento direito da maxila à man-díbula.

• Procede-se então, a manipula-ção do segmento anterior, fixando-oem oclusão com a mandíbula, e emrelação ao segmento previamente po-sicionado.

• Posiciona-se, finalmente, o seg-mento maxilar esquerdo, da mesmaforma, com cera pegajosa.

Terminada a fixação dos segmen-tos maxilares, observa-se se o gapformado entre os segmentos não é1 ou 2 mm maior que o gap pré-cirúrgico, pois um aumento maiorque isso na região do gap pode pro-vocar uma laceração na mucosa, re-sultando em deiscência e absorçãoóssea alveolar.

Certifica-se se as linhas médias damaxila e da mandíbula estão coinci-dentes, nesse ponto, desconsideram-se aquelas medições da linha médiafeitas anteriormente.

Agora, estabiliza-se os segmen-tos maxilares, colocando-se uma lâ-mina de cera no 7 sobre o modelomaxilar, e através da utilização deuma lamparina, derrete-se essa cerasobre o modelo (Fig. 36A).

Não deve se usar uma chama mui-to forte para não correr-se o risco dederreter a cera pegajosa também.

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FIGURA 34C FIGURA 34D

FIGURA 35C FIGURA 35D

FIGURA 35A FIGURA 35B

Esta camada de cera garantirá deque esta superfície que foi recobertamanter-se-á seca durante a fixaçãofinal dos segmentos maxilares comgesso, pois sobre essa superfície seráutilizada posteriormente outra cera(branca), que adere-se somente aáreas secas.

Vira-se o modelo, como na figu-

ra, e umedece-se a parte interna (pa-latina) entre os segmentos maxila-res, para facilitar a aderência do ges-so que será colocado nesta região.

Então, prepara-se o gesso e adi-ciona-se entre os segmentos maxila-res (Fig. 36C).

Aguarda-se o gesso tomar presa(Fig. 36D).

FIGURA 36A FIGURA 36B

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Flamba-se a cera branca, apenaspara torná-la mais maleável.

Coloca-se o outro segmento ma-xilar (que contém os dentes) sobre acera branca, de modo que esta fiqueinterposta entre os segmentos maxi-lares que foram serrados (divididos)(Fig. 38A).

Posiciona-se o segmento maxilarque contém os dentes nas posiçõesdesejadas, utilizando-se a GLD e osvalores obtidos. As medidas finaispodem ter um desvio de, no máxi-mo, 0,2 mm dos valores calculados.

Pode ser necessário adicionar ouremover variáveis quantidades decera branca ou realizar desgastes nogesso dos segmentos maxilares parapermitir o correto posicionamento domodelo. É importante que haja cerasuficiente para estabilizar os seg-mentos.

Terminado o posicionamento domodelo, remonte-o no articulador.Checa-se a linha média, se sofreu ounão a alteração planejada.

Em nosso caso, o movimentoproposto é de 1mm para esquerdaem relação à linha média original(Fig. 38A).

Checa-se também, a movimenta-ção posterior da maxila, os movimen-tos devem ser simétricos, como mos-tra a figura 38B.

Caso a linha média ou a movimen-tação posterior estejam incorretas, re-move-se o modelo do articulador, cor-rige-se as posições, checa-se nova-mente todas as outras medidas no GLDe volta-se tudo ao articulador. Este pro-cedimento deve ser repetido tantas ve-zes quantas forem necessárias para ob-ter-se um posicionamento o mais ade-quado possível (Fig. 38C, D).

Depois de finalizada a cirurgia demodelo, mede-se a distância entre osincisivos centrais da mandíbula e damaxila (Fig. 39A, B).

Em nosso caso essa medida é de10mm; anota-se essa medida nestaárea da ficha (Fig. 39C, D).

No traçado predictivo, mede-se adistância dos incisivos centrais su-periores aos inferiores.

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FIGURA 36C FIGURA 36D

FIGURA 37A

FIGURA 37B

FIGURA 38A FIGURA 38B

está conforme ficará após a cirurgiacom correção transversal e correçãodo plano oclusal (Fig. 37B).

Agora, é necessário passar ceraentre os dois blocos maxilares (o quecontem os dentes e o que está fixo àbase metálica da GLD). Coloca-secera pegajosa sobre o segmento ma-xilar fixo à base metálica, utilizando-se uma lamparina para plastificaressa cera.

Coloca-se a cera branca (maismaleável, plástica) sobre a cera pe-gajosa.

Separa-se os modelos da maxilae da mandíbula.

Remove-se, delicadamente, osexcessos de cera pegajosa de cima dosmodelos (Fig. 37A).

Os modelos devem estar como nafigura 37B, neste momento.

Marque de uma maneira bastan-te chamativa as áreas dos dentes queforam desgastados para garantir queesses desgastes serão corretamentereproduzidos no paciente durante acirurgia.

Nesta fase o modelo da maxila já

LINHA MÉDIAORIGINAL

NOVA LINHAMÉDIA

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Em nosso caso é igual a 10 mm;anota-se.

Este é o teste final para se tercerteza de que a cirurgia de modelosestá pronta e correta. Esses dois va-lores obtidos nos dois últimos itensdevem coincidir, ou diferirem, o má-ximo, em 1mm. Caso essa diferen-ça seja maior do que 1mm, torna-se a checar a medida nesta área daficha, para encontrar onde foi co-metido o erro, para que possa serfeita a sua correção.

Manuseia-se o articulador de ca-beça para baixo, para minimizar osmovimentos da maxila, já que o mo-delo está preso somente com cera.Certifica-se se há cera suficiente paraestabilizar os dois blocos maxilares,para evitar que eles se separem e

toda a cirurgia de modelo seja per-dida (Fig. 40).

Agora, chega o momento de sefazer o splint intermediário. Limpa-se toda a superfície oclusal de am-bos os modelos, para remover even-tuais resquícios de cera, ou rebarbasde gesso que possam causar inter-ferências. Isola-se os modelos comvaselina líquida ou isolante de ges-so (Fig. 41A).

Utiliza-se resina acrílica para aconfecção do splint (Fig. 41B, C).

Manipula-se a resina acrílica comuma espátula em um pote até chegarà fase plástica (Fig. 41D).

Remove-se a resina do pote du-rante a fase plástica e dá-se a ela umaforma semelhante à do arco. Deve-se ter certeza de que a quantidade deresina acrílica manipulada é suficientepara todo o arco dentário. Coloca-se,então, a resina sobre o modelo ma-xilar (Fig. 42A).

Fecha-se o articulador. O pinoguia incisal deve tocar a mesa incisal

(Fig. 42B, C, D).Inicia-se a remoção dos excessos

de resina antes da completa polime-rização. Quando a polimerização jáestiver se iniciado, pode-se abrir oarticulador, remover os maiores ex-cessos e voltar o splint para a posi-ção até polimerizar totalmente.

Coloca-se os elásticos ao redor doarticulador, pois durante a polimeri-zação a resina acrílica tende a sofrerpequenas expansões (Fig. 42E).

Após o completo endurecimentoda resina, o acabamento final e aremoção dos excessos remanescen-tes são realizados com uma peça demão e uma broca de desgaste.

Depois do acabamento, as cúspi-des dos dentes devem penetrar de 1a 2 mm no splint.

Certifica-se, nos modelos, se o splintnão cobrirá nenhum dos braquetes outubos com uma margem de 0,5 mm.

O splint não deve estender-se alémdos segundos molares superiores.Essa extensão posterior do splint de-penderá do quanto de estabilidadenecessita-se, pode ser desde a meta-

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de do segundo molar até o terceiromolar, se possível.

Coloca-se o splint no modelomaxilar e faz-se as perfurações paraque durante a cirurgia possa-se pas-sar os fios por esses orifícios, que sãonecessários somente para a cirurgiamultissegmentar da maxila.

Opta-se sempre por posicionaressas perfurações de modo que fi-quem entre um dente e outro nasameias.

Faz-se também, perfurações emcada lado dos incisivos centrais infe-riores, para que um fio, passando poresses furos e pelos braquetes dessesdentes, possa melhor adaptar o splintà mandíbula.

Deixa-se uma larga faixa de re-sina na região lingual para que sepossa, durante a cirurgia, colocar-sea língua acima ou abaixo dessa fai-xa, o que facilita bastante durante acirurgia pois assim não há necessi-dade de se preocupar com a interfe-rência da língua na oclusão.

Assim é como o splint é visto noarticulador (Fig. 42A).

Certifica-se, nos modelos, que osplint não cobrirá nenhum dos bra-quetes ou tubos com uma margemde 0,5mm (Fig. 42B, C, D).

Para se checar a mudança nalargura do arco, é necessário quese tenha medido a largura do arcoantes da cirurgia de modelo, desdeos caninos até os segundos mola-res. É válido lembrar que alteraçõesna largura do arco são possíveissomente na cirurgia multissegmen-tar da maxila.

Remove-se o modelo do articu-lador e faz-se as mesmas mediçõesda largura do arco. Certifica-se seas medições antes e depois da cirur-gia de modelo foram realizadas uti-lizando-se os mesmos pontos de re-ferência.

Calcula-se, então, a diferença ob-tida nos modelos pré e pós-cirúrgi-cos; anota-se o valor na ficha.

Agora, checa-se as mudanças noplano oclusal e na inclinação da ma-xila. Para se calcular a mudança no

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plano oclusal da maxila, soma-se osmovimentos verticais (em milímetros)sofridos pelo incisivo central e pelosmolares direito e esquerdo, um porvez. O resultado dessa soma signifi-ca o quanto o molar movimentou-severticalmente em relação ao incisivocentral, ou seja, qual foi a mudançano plano oclusal da maxila. Para secalcular a mudança na inclinação damaxila, pega-se os valores dos mo-vimentos verticais (em milímetros)sofridos pelos caninos (direito e es-querdo) e subtrae-se o menor valordo maior valor. O resultado obtidosignifica o quanto um canino movi-mentou-se em relação ao outro; omesmo deve ser feito com os mola-res. Dessa maneira, fica determina-do o valor da mudança no planohorizontal da maxila.

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VOCÊ FINALMENTE TERMINOU!Terminada a cirurgia de mode-

lo e o correto preenchimento da fi-cha, volta-se o splint para oarticulador e coloca-se os elásticospara manter o splint em posição eem segurança. A cirurgia de mo-delo deve ser realizada no dia an-terior a cirurgia utilizando-se mo-delos recentes, idealmente, toma-dos três dias antes da cirurgia.Outros materiais e instrumentosque não foram citados podem, oca-sionalmente, ser utilizados emsubstituição aos que foram de-monstrados, desde que não hajacomprometimento da técnica e quese obtenha resultados idênticosaos que obtivemos. No início, es-ses procedimentos podem parecerdifíceis, alguns erros provavelmen-

te serão cometidos, e o que acon-selhamos é ser perseverante e pro-curar entender onde e porque fo-ram cometidos os enganos, paraque não se repitam. Depois de tudofinalizado, com certeza, o traba-lho será recompensado com bonsresultados em seus pacientes.

FIGURA 43

CASO CLÍNICO 1 - Fotos pré e pós-operatórias (1 ano e meio) intra-bucais de frente e perfil, utilizando-se a técnica deconfecção de splint intermediário descrita no manual

CASO CLÍNICO 2 - Fotos pré e pós-operatórias (4 anos) intra-bucais defrente, utilizando-se a mesma técni-ca do caso clínico 1.

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Endereço para correspondênciaEduardo Sant´AnaDepartamento de Estomatologia -Cirurgia - Faculdade de Odontolo-gia de Bauru - Universidade de SãoPauloAl. Dr. Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75V. Universitária - CEP: 17012-101e-mail: [email protected]

Louis, v. 103, no. 4, p. 299-311,1993.

5 - ARNETT, G. W.; BERGMAN R. T.Facial keys to orthodontic diagnosisand treatment planning – part II. AmJ Orthod Dentofacial Orthop, St.Louis, v.103, no. 5, p. 395-411,1993.

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