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CRIATIVA SUSTENTÁVEL INCLUSIVA 03 Fevereiro 2012 INOVAÇÃO SOCIAL: PORQUÊ AGORA E NAS CIDADES?

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Inovação Social

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CRIATIVA SUSTENTÁVEL INCLUSIVA

03

Fevereiro 2012

INOVAÇÃO SOCIAL: PORQUÊ AGORA E NAS CIDADES?

Nº 03. FEV. 2012

EDITORIAL

EM FOCO INOVAÇÃO SOCIAL: PORQUÊ AGORA E NAS CIDADES?

[ LIESBET DE LETTER ]

CIDADES SOCIALMENTE INOVADORAS: “MIXING INSIDE AND OUTSIDE”

[ GEOFF MULGAN ]

CASOS DE ESTUDOPARQUE DE INOVAÇÃO SOCIAL EM BILBAU

INOVAÇÃO SOCIAL DE GRANDE ESCALA [ GORKA ESPIAU ]

HELSÍNQUIA 2.0 REINVENTAR A CIDADE

PORTUGAL, UM PAÍS COM OPORTUNIDADES NA ÁREA

DA INOVAÇÃO SOCIAL [ HELENA GATA ]

A INOVAÇÃO SOCIAL TAMBÉM ACONTECE EM PORTUGAL

FINANCIAR A INOVAÇÃO SOCIAL

FACTOSA IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO SOCIAL A NÍVEL INTERNACIONAL

NOTÍCIAS INTELI

EVENTOS

SUGESTÕES

As cidades como agentes de resposta aos desafios sociais emergentes

Ao longo da última década a inovação social tem vindo a assumir uma importância crescente na agenda política europeia e internacional, derivada da capacidade de lidar com os desafios que a sociedade atual enfrenta, como: o envelhecimento da população, as alterações climáticas, o desem-prego, a exclusão social e pobreza, as doenças crónicas.

Neste contexto, tudo indica que os principais setores de crescimento das próximas décadas serão no campo social e humano (saúde, educação e formação, ambiente, etc.), conforme refere Antonio Tajani, Vice-presidente da Comissão Europeia e Comissário Europeu para a Industria e Empre-endedorismo. Afirmando que a inovação social pode ser uma oportunidade de negócio, Tajani destaca o caso da saúde como sendo um setor que representa grande parcela do PIB na maioria dos países Europeus. Enfatiza ainda o peso da economia social na Europa, por esta empregar cerca de 11 milhões de pessoas, ou seja, 6% da população ativa na UE.

A “Declaração de Viena” (2011), lançada com o objetivo de identificar as inovações sociais mais urgentes, bem como os temas de investigação mais prementes, também menciona que, as inova-ções mais importantes e urgentes no século 21 terão lugar no campo social.

No entanto, esta preocupação social exige uma mudança profunda no sistema de inovação. O novo paradigma da inovação, de acordo com o estudo da OCDE “New Nature of Innovation” (2009), assenta na abertura do processo de inovação à sociedade, onde os cidadãos e os clientes passam a ser atores relevantes. Expressões como open innovation, user-led innovation refletem esta mudan-ça. Com base nesta tendência a inovação torna-se num fenómeno social. De acordo com o estudo “Reinvent Europe through Innovation: from a knowledge society to na innovation society” (2009) o conceito de inovação é agora mais amplo, passando não só pelo objetivo de retorno do investi-mento (ao nível dos negócios), mas também pelo retorno e transformação social.

Para que esta inovação social aconteça é necessário o envolvimento e a mobilização dos diversos atores da sociedade, desde o setor público, ao privado e à sociedade civil. Destaca-se o papel das ci-dades como palcos de geração de soluções inovadoras para problemas sociais urbanos. As cidades são agentes fundamentais de mudança pela concentração humana e de recursos, e pelas condições que oferecem no estímulo à interação social e mobilização coletiva dos cidadãos.

Assim, a inovação social deverá fazer parte das estratégias urbanas focadas na competitividade e inovação, de que são exemplo os paradigmas das “cidades criativas”, “cidades inovadoras”, “cidades inteligentes” ou “eco-cidades”.

Num momento de crise económica e financeira da Europa, com graves consequências sociais para os cidadãos, esta é uma oportunidade crucial para mobilizar esforços orientados para a construção de Cidades Socialmente Responsáveis e Inovadoras!

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1 http://ec.europa.eu/bepa/pdf/publications_pdf/social_innovation.pdf

2 An example can be found in the CLIQ project: www.cliqproject.eu.

3 www.socialinnovationeurope.eu

4 http://urbact.eu/en/header-main/news-and-events/view-one/news/?entryId=5100

5 http://ec.europa.eu/regional_policy/what/future/proposals_2014_2020_en.cfm#2 The draft ERDF Regulation offers Member States and Regions the possibility to

integrate social innovation through the investment priority on innovation (Art. 5), or, also, develop concrete initiatives for social enterprises under the social inclu-

sion priority (Art.9).

A inovação social não é uma questão nova: vem aconte-cendo desde há muito e em muitos locais, mas enquanto conceito tem ganho, recentemente, atenção e interesse por parte duma multidão de pessoas motivada e cada vez maior. Esta multidão inclui profissionais, decisores políticos, investigadores, empreendedores sociais, servi-ços públicos, ONGs e os próprios cidadãos. Porquê?

A Europa está atravessar uma crise financeira e económi-ca que tem, também, graves consequências sociais para muitos dos cidadãos Europeus. No topo, desafios sociais como o envelhecimento da população, a feroz concor-rência global, o desemprego e as alterações climáticas, demonstram a necessidade de olhar mais atentamente para a sustentabilidade dos atuais sistemas Europeus, certificando se os cidadãos podem ainda viver uma vida de qualidade, enquanto o crescimento e a criação de em-prego são estimulados.

Um grande desafio! Grande parte da atual atratividade da inovação social vem do facto de que ela pode servir de conceito-chapéu para inventar e incubar soluções para estes desafios de uma forma criativa e positiva. De que forma, e qual a real abrangência da inovação social?

O relatório sobre inovação social do Gabinete de Con-selheiros de Política Europeia1 apresenta uma definição, agora, amplamente utilizada pela Comissão Europeia: “As inovações sociais são inovações que são sociais tanto nos seus fins como nos seus meios. Especificamente, de-finimos inovações sociais como novas ideias (produtos, serviços e modelos) que, simultaneamente, respondem às necessidades sociais (de forma mais eficaz do que as alter-nativas) e criam novas relações ou colaborações sociais. Por outras palavras, são inovações que não são apenas

positivas para a sociedade, mas aumentam também a ca-pacidade de ação da sociedade”.

Assim, o social está tanto na forma, no processo, como no motivo dos objetivos sociais que se pretendem alcan-çar. Ambos são bastante relevantes no contexto urbano. As cidades têm um grande potencial para se afirmarem como laboratórios de inovação social, com uma concen-tração de desafios, mas também de criatividade e inte-racção. As necessidades sociais prementes estão presen-tes em todas as cidades, muitas vezes intensificadas pela crise global e os desafios sociais tais como, as migrações, o envelhecimento ou as alterações climáticas. A era das redes sociais trouxe rápidas mudanças na forma como

INOVAÇÃO SOCIAL: PORQUÊ AGORA E NAS CIDADES?

Liesbet De Letter*COMISSÃO EUROPEIA

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Foto: Xavier Häpe

As necessidades sociais prementes estão presentes em todas as cidades

* Liesbet De Letter trabalha como analista de políticas na Unidade Temática de Coordenação e Inovação da Direção Geral de Política Regional (Comissão Europeia). Antes de ingressar nesta Direção Geral, trabalhou para o Fundo Social Europeu, no programa Erasmus, numa fundação privada ligada a uma grande empresa de comunicação e na área da cultura. Tem formação em línguas, comunicação e cultura e um interesse particular na área da inovação social, pelo seu poder de reunir pessoas, organizações e empresas de origens muito diferentes fazendo a mudança criativa acontecer.

as pessoas comunicam umas com as outras, mas tam-bém na forma como se relacionam com a esfera públi-ca. As relações de poder mudam e os cidadãos e grupos podem agir de uma forma mais rápida e direta, numa forma participativa. Os modelos de “quadruple hélix” que juntam a sociedade civil à tradicional “triple hélix” das instituições de investigação, autoridade públicas e empresas privadas2 mostram de que forma novos mo-delos de interação e co-criação envolvendo todos estes parceiros podem encontrar soluções melhores e mais rápidas para questões de difícil resolução. Também nos negócios, a inovação social está a dar os seus passos. Não só através das empresas sociais: cada vez mais em-presas exploram as possibilidades de inovação aberta e liderada pelos utilizadores, usam hierarquias mais planas e novas formas de trabalho, etc. São descobertos novos nichos de mercado, produtos e serviços.

Algumas oportunidades para próximos passos:

• Exemplos inspiradores podem ser encontrados epublicados no website da “Social Innovation Europe Initiative” 3 ;

• As cidades que têm ideias concretas neste campopodem enviar a sua candidatura para o programa URBACT, a data limite é 15 de Março 4;

• ParaopróximoperíododeprogramaçãodosFundosEstruturais 2014-2020, os regulamentos propostos pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (ERDF) e pelo Fundo Social Europeu (ESF) fazem, pela primeira vez, menção explícita à inovação so-cial. Isto significa que os Estados-membros e regiões são convidados a desenvolver contributos concretos na área da inovação social para os seus programas operacionais.5

Estamos muito ansiosos para descobrir estas novas ideias e iniciativas!

Texto originalmente escrito em inglês.

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Os Estados-membros e regiões são convidados a desenvolver contributos

concretos na área da inovação social para os seus

programas operacionais.

As cidades são espaços de progresso, civilização, cria-tividade e governança cívica. Neste contexto de crise económica, enfrentam, porém, múltiplos desafios: das desigualdades, pobreza, crime, violência, corrupção e exploração à degradação ambiental. Esta dupla tendên-cia é visível não só nas grandes cidades mundiais, mas também nas de menor dimensão.

O grande desafio das cidades passa por aliar a sua ca-pacidade de inovar em novas fontes de riqueza a uma maior eficácia na inovação de melhores soluções para as suas necessidades ambientais e sociais. Muito se sabe sobre apoio ao empreendedorismo, start-ups e cresci-mento. As diversas tentativas de replicar o modelo do “Silicon Valley”, por exemplo, foram genericamente um fracasso. No entanto, muitos lugares conseguiram com-binar as suas potencialidades (tais como o forte suporte a start-ups, moblizando investidores privados e facilitan-do os spin-offs universitários) com os pontos fortes das instituições e culturas locais - gerando novos empregos na indústria, serviços e sector privado.

Mas ter uma economia dinâmica por si só não é sufi-ciente. A Califórnia é um bom caso de análise - econo-micamente dinâmica mas com um sistema educativo desastroso, uma pobreza profunda e altos níveis de cri-minalidade. Em vez disso, as cidades devem desenvol-ver-se simultaneamente em diversas frentes. Felizmente, muitos lugares estão a aprender a fazê-lo, em parte atra-vés da combinação da inovação tecnológica com a ino-vação social. A crise económica prolongada tem origina-do uma vaga de inovações que emergem da base para o topo, com um forte envolvimento cívico, tais como a dis-seminação da agricultura urbana, transformando parce-las não utilizadas, telhados ou mesmo barcos em quintas

urbanas, bancos de tempo e sistemas de intercâmbio, projectos para licenciados desempregados e plataformas colaborativas de consumo que oferecem serviços úteis a um baixo custo. Nos Estados Unidos, as cidades estão agora a investir no aumento da sua capacidade de inovar em todas as áreas, da segurança pública aos resíduos. O presidente de Seoul, recentemente eleito, é outro grande exemplo – um dos líderes mundiais da inovação social que usa agora a sua posição de poder para transformar uma grande cidade.

A inovação social são novas ideias, instituições ou for-mas de trabalhar que respondem a necessidades sociais de uma maneira mais efectiva. Uma cidade socialmente inovadora tem de ser capaz de gerar novas ideias em res-posta a alterações das necessidades sociais e transformar essas ideias em acção. No entanto, são raras as cidades que sabem fazê-lo de uma forma correcta: tendem a não gerar novas ideias suficientes; são frequentemente len-tas a adoptar boas práticas a partir do resto do mundo ou de cidades vizinhas, sendo, por conseguinte, lentas na implementação, muitas vezes por causa das ameaças aos interesses estabelecidos, por exemplo, nos serviços públicos como os hospitais e escolas. É uma das razões pela qual a inovação nas cidades necessita do apoio do topo – Presidentes e Chefes Executivos. Mas necessita também de apoio institucional: fluxos de financiamento

CIDADES SOCIALMENTE INOVADORAS: “ MIXING INSIDE AND OUTSIDE “

Geoff Mulgan*NESTA

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© SIX Social Innovation Exchange

A crise económica prolongada tem originado uma vaga de inovações que emergem da base para o topo, com um forte envolvimento cívico.

para apoio a ideias de alto risco mas com um impacto potencialmente elevado; espaços em que as conversas criativas possam ter lugar; e incubadoras para transfor-mar ideias promissoras em planos de acção.

Ao longo da história, as cidades têm sido mais criativas quando conseguem mobilizar as redes – não apenas de negócios e líderes cívicos, mas também de migrantes que trazem novas ideias e capital. Hoje estes estão em melhor posição para utilizar métodos explícitos para acelerar a inovação. Alguns destes métodos podem ser encontrados num dos relatórios do programa de Cida-des Criativas do British Council (http://creativecities.britishcouncil.org/urban_co-design_tools/urban_ide-as_bakery). O qual fornece um método para jovens profissionais trabalharem em conjunto no desenvolvi-mento e aplicação prática de soluções para os proble-mas urbanos em toda a Europa.

Texto originalmente escrito em inglês.

* Geoff Mulgan é Presidente da organização britânica NESTA (National Endowment for Science Technology and the Arts). Entre 2004 e 2011 foi o primeiro Presidente da Young Foundation, fundação que se tornou num dos principais centros para a inovação social, ao combinar investigação, criação de novos empreendimentos e projectos práticos. Entre 1997 e 2004, desempenhou diversos cargos no governo britânico: criou e dirigiu a Unidade de Estratégia do governo e foi director de política do gabinete do Primeiro-Ministro Tony Blair. Antes disso, foi também fundador e director do think-tank Demos.

Os seus livros mais recentes incluem The Art of Public Strategy – Mobilising Power and Knowledge for the Public Good (2008), Good and Bad Power: the ideals and betrayals of Government (2006) e Connexity (1998).

Envolver na Inovação Social – Lições do Reino Unido

• Envolver múltiplos e diversos stakeholders é fundamental para a Inovação Social. As pessoas estão no centro da Inovação Social.

• Deve ser esperada resistência por parte dos stakeholders• Identificar e gerir riscos• Estabelecer uma linguagem comum• Construir relações mutuamente gratificantes entre todos

os envolvidos• Demonstrar o potencial em termos de ganhos mútuos• Oferecer a perspectiva de soluções claras• Incentivar perspectivas múltiplas em qualquer desafio• Construir redes, relações e respeito mútuo entre sectores• Envolver os media• Esperar e gerir tensões• Ganhar o apoio dos líderes políticos e de negócios• Garantir o comprometimento dos stakeholders

http://www.youngfoundation.org/publications/reports/bre-akthrough-cities-june-2009

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O PRIMEIRO PARQUE DE INOVAÇÃO SOCIAL DA EUROPA EM BILBAU

O Social Innovation Park, também conhecido como “o novo Silicon Valley social”, é uma iniciativa pioneira promovida pela Denokinn – Centro Basco de Inovação, Aprendizagem e Desenvolvimento de Novos Negócios. Este parque apoiado pelo Fundo Social Europeu, pelo go-verno espanhol e pelas autoridades locais, iniciou a sua atividade em 2010, e representa uma experiência única na Europa - um parque de negócios totalmente dedicado à inovação com retorno social.

Localizado no País Basco, mais concretamente em San-turtzi (na grande área da cidade de Bilbau) e com uma área de implantação de cerca de 72 000 metros quadra-dos, o Social Innovation Park emerge como um cluster para a inovação social. Este espaço proporciona infraes-truras de apoio à geração de ideias e soluções, à criação de novos projetos de forma aberta e colaborativa e conse-quentemente à geração de novos empregos.

Neste parque, organizações do terceiro setor, de caridade, ONG’s, e empresas sociais têm a oportunidade de traba-lharem e aprenderem em conjunto, desenvolverem novos projetos e empresas, em parceria num ecossistema inova-dor e humanizante.

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INOVAÇÃO SOCIAL DE GRANDE ESCALA

Gorka Espiau*

A primeira Conferência da União da Inovação promovi-da pela Comissão Europeia no passado mês de Dezem-bro estabeleceu um objetivo claro de “transformar ideias em empregos”. É exactamente este o propósito do Parque de Inovação Social de Bilbau: identificar novas aborda-gens inovadoras de grande escala para problemas sociais emergentes e inadequadamente resolvidos, incubá-las e, por fim, testá-las no mercado global.

A principal diferença relativamente a outras incubado-ras tecnológicas e de negócios reside na sua abordagem social e metodológica. Não nos podemos dar ao luxo de esperar por indivíduos inteligentes para “transformar ideias em empregos”. Necessitam ser construídas novas infra-estruturas como o Parque para procurar sistemati-camente estas ideias e projetá-las em grande escala.

A inovação social necessita de provar a sua capacidade para competir com os grandes players e gerar um impac-to real. O Parque de Inovação Social, enquanto incuba-dora, e o Hiriko – veículo auto-desdobrável – enquanto resultado mais tangível, mostram o potencial desta nova forma de fazer as coisas.

Desde o início do sistema de providência, os estados--membros da União Europeia têm projetado, alimentado e implementado os mais avançados serviços e produtos para fazer face à mudança social. Graças a esta visão e apesar das dificuldades atuais, a Europa continua a usu-

fruir da mais sustentável e equilibrada qualidade de vida. A atual crise global representa a maior ameaça alguma vez enfrentada por este modelo Europeu de desenvolvi-mento económico e social sustentável. A Europa pode oferecer ao resto do mundo um modelo de desenvolvi-mento económico diferente e novas soluções para neces-sidades sociais existentes e emergentes. É este o desafio para a inovação social.

É justo afirmar que não estamos preparados para com-petir com a Ásia, África ou mesmo a América, em certos segmentos da cadeia de valor. Ainda que consigamos, sem dúvida, batê-los numa das dimensões mais valio-sas: o projeto e implementação de produtos, serviços e políticas que possam oferecer uma resposta melhor e mais eficiente para as necessidades sociais existentes e emergentes. O envelhecimento, as alterações climáticas e a pobreza são apenas alguns dos exemplos destas áreas de implementação. Contudo, se queremos manter essa posição e colher na totalidade o seu potencial benefício, necessitamos de uma infra-estrutura Europeia para a inovação social inteligente e forte.

Para cumprir este objectivo, a Europa necessita de um guia para a inovação social capaz de sustentar uma rede de infra-estruturas de grande escala, como o Parque de Inovação Social de Bilbau, em muitas outras regiões. Por que não em Portugal?

Texto originalmente escrito em inglês.

© SIX Social Innovation Exchange

* Presidente de Programas Internationais Parque de Inovação Social de Bilbau

A Europa necessita de um guia para a inovação

social capaz de sustentar uma rede de infra-estruturas de

grande escala, como o Parque de Inovação Social de Bilbau,

em muitas outras regiões.

HELSÍNQUIA 2.0 REINVENTAR A CIDADE

Depois do chefe de cozinha Jamie Oliver em 2010 e do fotógrafo JR em 2011, este ano o prémio TED foi atribu-ído a uma ideia e não a uma pessoa: a cidade 2.0. A ci-dade concentra muitos dos desafios com que atualmente se defronta o planeta, desde as alterações climáticas e a energia, até à pobreza e exclusão social. Mas é, também, o palco onde se poderão construir coletivamente as so-luções para um futuro melhor, aliando competitividade e inovação, sustentabilidade ambiental, diversidade cul-tural e inclusão social.

Helsínquia antecipou esta visão no Manifesto “Social Si-licon Valley – Towards a City 2.0”, elaborado pelo think tank Demos em 2008. Até 2050, a Área Metropolitana de Helsínquia pretende ser globalmente reconhecida como “The Social Sillicon Valley” e o “The Living Lab of 4th Generation Welfare State”. Para tal, torna-se essencial criar novas formas de pensar e de fazer cidade, assentes num modelo de governação aberta e num envolvimento activo dos cidadãos.

A proposta assenta na co-criação das cidades como o novo paradigma de desenvolvimento urbano. No futuro, todos os cidadãos deverão ter uma voz ativa na reinven-ção das cidades onde vivem e trabalham. Trata-se de um ecossistema de inovação aberta onde as comunidades se envolvem na definição das políticas públicas locais e na criação de inovações urbanas nas áreas da economia, planeamento, cultura, ambiente, estilos de vida e servi-ços.

No centro do sistema de inovação social da Região Me-tropolitana de Helsínquia estão os cidadãos e as comu-nidades, cabendo ao governo local, por um lado, ativar a discussão pública acerca dos desafios urbanos co-crian-

do uma visão de futuro e, por outro lado, disponibilizar recursos – financiamento, serviços, espaços, canais de comunicação, ferramentas e plataformas - que estimu-lem e facilitem a geração e implementação de ideias e os processos de inovação urbana. A democracia mate-rializar-se-á num conjunto de princípios que estruturam a interação entre diversos participantes, combinando autonomia, diversidade e interdependência das pesso-as e organizações e que estabelecem plataformas para a inovação social.

Como afirma Roope Mokka num artigo publicado na Revista Monocle em Julho de 2008 (nº 15), as cidades do futuro serão “wikicities” no sentido em que serão cria-das da mesma forma que a wikipedia. Tal como todos podem contribuir para a elaboração de uma enciclopé-dia online, também os cidadãos podem contribuir para a criação de soluções para as suas cidades. De acordo com o Presidente da Câmara de Helsínquia, “estamos a assis-tir à emergência de uma nova era de políticas públicas a que designarei de liderança aberta (….) se a Wikipedia e o Linux podem ser construídos de forma aberta, as polí-ticas públicas também podem ser definidas desse modo (…) acredito que os governos e os negócios bem suce-didos nos próximos tempos serão aqueles que cederão às pessoas o poder de moldar o futuro das suas vidas e a capacidade de cooperar”.

Qualquer cidadão poderá criar uma infra-estrutura ou implementar uma ideia na sua comunidade da mesma forma que edita um novo texto na wikipedia. Vejamos um exemplo. Um pai de dois filhos não estava satisfeito com o sistema de ensino público, defendendo que este criava uma barreira entre a atividade de aprendizagem, o lazer e a vida em comunidade. Para ele a educação de-veria ser considerada um projecto de desenvolvimento pessoal inserido no quotidiano das crianças, e não uma forma de mera certificação de competências concentra-da em locais específicos, em alturas limitadas do dia e com o apoio de professores acreditados.

PA R A D I G M A S DE CIDADANIA

Anos 60 – 70: “I need”

Anos 80 – 90: “I want”

Século XXI: “We can”

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Teve, então, uma ideia: criar uma ”Kids Town”. Junta-mente com outros pais da comunidade elaborou um manifesto para a aprendizagem que colocou na “citizen--wiki”. O manifesto suscitou bastante interesse e teve a adesão de mais de 40 pessoas, o que levou a Câmara Municipal a apoiar o processo de inovação social com o lançamento do projeto-piloto: “Kids Town Mellunmäki”. Para facilitar a participação dos pais na educação dos filhos, o município disponibilizou espaço, compensou os pais empregados pelas horas utilizadas no ensino das crianças e designou uma pessoa para facilitar a relação da comunidade com a Região Metropolitana de Helsín-quia, o ambiente urbano e os seus actores chave. Mas o pai demonstrou ser um verdadeiro empreendedor social, estando agora a promover o envolvimento da comunida-de de idosos na “Kids Town”, estimulando a aprendiza-gem entre gerações. O conceito foi ainda exportado para a China, onde existem agora cerca de 300 “Kids Towns”, demonstrando que uma solução urbana local pode ter

um elevado impacto face ao seu potencial de replicação noutras cidades e comunidades.

O sucesso de um sistema de inovação social, como aque-le que se pretende implementar em Helsínquia, assenta na emergência de empreendedores sociais nas comuni-dades, que conhecem as necessidades sociais dos locais onde vivem. E o município apoia: com a criação de siste-mas de mapeamento das necessidades sociais, a disponi-bilização de fundos de capital de risco social, a cedência de espaços de interação (os designados “mixing hubs”) e do lançamento de programas de empreendedorismo social.

GLOBAL CITY 2.0 – MAPEAR A CIDADANIA

A Global City 2.0 é uma rede informal de movimentos cívicos de cidades, afirmando-se como um espaço de reflexão sobre o papel destas formas emergentes de democracia de proximidade na transformação das cidades. Trata-se de uma plataforma de diálogo, partilha de experiências e aprendizagem coletiva sobre práticas urbanas, cruzando cidadãos e organizações de diversos países e culturas.

Numa era de crise económica, social e política, os cidadãos poderão desempenhar um papel de relevo na definição das políticas públicas, na resolução dos problemas urbanos e na construção da vida coletiva local. Muitas vezes basta gerar micro-ideias de baixo custo mas com elevado impacto nas cidades.

É uma iniciativa promovida pelo movimento “Cidades pela Retoma” em parceria com um conjunto de or-ganizações de Portugal, Brasil, Espanha, Argentina, Itália, Reino Unido, Estónia, Israel, Austrália e EUA envolvendo uma rede de investigadores, profissionais e outros cidadãos.

O novo site da rede foi lançado em Janeiro de 2012, apelando aos cidadãos e organizações para inseri-rem as suas iniciativas no mapa-mundo dos movimentos cívicos de cidade. Participe!

http://www.globalcitynetwork.org/https://www.facebook.com/groups/CityCivicMovements/

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Helena Gata*

Em Novembro de 2011, a Harvard Bussiness Review destacava o surgimento de novos modelos de negó-cio mais sustentáveis desenvolvidos por empreende-dores altamente motivados por preocupações sociais, anunciando assim uma nova era económica. Com o sur-gimento da crise, tornou-se comum ouvirmos falar em mudança, mas onde estarão efectivamente a ocorrer es-tas mudanças?

Paul Romer, economista e professor nas Universida-des de Stanford e de Nova York, encoraja-nos a olhar para além dos desafios imediatos provocados pelas, e inerentes às crises, alertando para a importância de abrir as novas janelas de oportunidade que daí se advinham. As crises acarretam oportunidades e no-vos factores facilitadores para uma mudança sistémi-ca construtiva (Linden, 2007). Com as crises, novos recursos se tornam disponíveis, definem-se novas prio-ridades, regras e legislações até então entendidas como rígidas, que se tornam mais flexíveis, os líderes tornam--se mais acessíveis e finalmente a mudança é encarada como algo possível e tangível.

As crises surgem num contexto de disfuncionalidade dos sistemas e bloqueio das sociedades em que “o que era eficaz há uma geração, (... ) é de certa forma disfuncional hoje” (Giddens, 2007), passando a ser uma prioridade nacional a emergência de novas soluções. Em Portugal, o cenário é precisamente este, precisamos de novas soluções. A Caixa Geral de Depósitos e a TESE criaram em 2011, o Co-laboratório de Inovação Social (colabsocial.com) de forma a gerar novas soluções numa base intersectorial e acelerar o processo de inovação so-cial em Portugal, mas é preciso fazer muito mais. Não basta criar um Plano de Emergência Social, é preciso criar uma Estratégia Nacional para a Inovação Social, um Fundo Nacional para a Inovação Social, inovar o Sector Público – os seus procedimentos, serviços, as lideran-ças e cultura, etc., exigir uma maior responsabilização e participação do sector privado na construção do bem comum e no aumento da qualidade de vida.

Contrariamente ao que era esperado, as políticas sociais dos últimos anos foram tendencialmente pouco dinâmicas, não tendo sido capazes de ante-cipar as novas tendências sociais, mantendo clara-mente uma postura reactiva, accionando respostas

temporariamente curativas e/ou sedativas, num contexto onde prevalecem situações de urgência per-manente. Actualmente, o país precisa de uma mudança prospectiva capaz de antecipar tendências, criar espaço para os novos modelos de negócio sustentáveis de que se tem falado (e.g., Projecto Marias, Cozinhar o Futuro, Efeito D, etc.) e que podem contribuir para o de-senho de uma nova ordem económica, criando paralela-mente um plano de gestão de riscos associado aos vários processos de mudança que venham a ser desencadeados pelo governo e instituições.

Para criar novas soluções que funcionem, o país tem de ser capaz de canalizar todo o seu descontentamen-to e “projectar soluções reais, para necessidades reais” (David Bornstein, 2006). Transformar o pessimis-mo e os problemas actuais, em oportunidades para criar novas soluções para o país, é o maior desafio ac-tual. Muitas vezes, estas soluções são simples e muito acessíveis, já não precisamos de super heróis. Exis-tem já ferramentas interactivas online, como o site urgentevoke.com - um jogo interactivo que nos ensi-na a desenvolver estratégias de inovação social – que nos permite simular a resolução de problemas sociais, e onde podemos todos treinar as nossas competências e aprender com outros jogadores. Vale a pena experi-mentar, porque neste jogo da Inovação Social todos são vencedores.

*Presidente da TESE (ONGD)

Não basta criar um Plano de Emergência Social, é preciso criar uma Estratégia Nacional para a Inovação Social, um Fundo Nacional para a Inovação Social.

A autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

PORTUGAL, UM PAÍS COM OPORTUNIDADES NA ÁREA DA INOVAÇÃO SOCIAL

PortoEscola do

Bairro

Lisboa Lavagem de AutomóveisCAIS

Lisboa Cozinhar o

Futuro

LisboaEfeito-D

LisboaProjeto Marias

CascaisEscolinha de

Rugby da Galiza

LisboaK’CIDADE

Sintra Pólo Manto Social

LisboaFaz-te

Forward

S. Vicente Retalhos de Esperança

OdemirA Vida V

AvMúsica nos

Bairros Gera-S

Lagos a Proxima'Arte

Viana do CastelAinda Dar-

Angra do Heroísmo In Forma-te

Os projetos de inovação social estão a acontecer por todo o território nacionalApesar da inovação social ainda não ser uma área muito mediatizada em Portugal, localmente encontram-se diversos projetos a acontecer de forma discreta mas fulcral para a qualidade de vida de certas comu-nidades. A sua divulgação é importante para estimular a economia social do país e alargar as boas práticas no setor.

Nota: A escolha dos projetos não teve qualquer critério de seleção, apenas a demonstração (indicativa e não exaustiva) de que se estão a desenvolver projetos de inovação social por todo o país.

Alfândega da FéNovos Povoadores

MirandelaBanco Solidário

Guimarães

SeixalOrquestra Tocá Rufar

ADE

Amadora Orquestra Geração

Coimbra Cozinha Solidária

Constância

Caldas da Rainha Loja Social

Ferreira do Alentejo EC3 - Eco-Centro

Odemira Vale

Aveiro Música nos

ra-Sons

SeiaEco-talentos

CovilhãArca de Talentos

Tomar(Tomar) o Rumo Certo

Lagoa Cartão LagoaSocial

Loulé Asas para Amanhã

Moura Capital Aldeia

Vila Real

domiciliária

iana do CasteloAinda Dar-que

falar

PortoAconchego

Serpa Em Casa Não Estou Só

Avis Vamos à Horta

LagoaBanco de

Trocas

FINANCIAR A INOVAÇÃO SOCIAL

A inovação social pode ser entendida como uma nova forma de promover atividades geradoras de emprego e de rentabilidade económica, com o objetivo de contri-buir para o bem-estar social e ambiental da sociedade. Existem em Portugal já alguns exemplos de empresas com uma causa social, não havendo ainda um enqua-dramento legal próprio para este tipo de organizações. Uma vez que pretendem desenvolver uma atividade em prol da sociedade ou ambiente, sendo também gerado-ras de auto-emprego e/ou de mais postos de trabalho, estas organizações sentem necessidades de financiamen-to, tal como os negócios tradicionais. No entanto, têm normalmente maior dificuldade em conseguir obter o financiamento tradicional proveniente de produtos ban-cários convencionais. Esta dificuldade resulta do facto de a banca tradicional não deter conhecimentos sobre esta área, nem de possuir ferramentas próprias que per-mitam analisar de forma concreta e real o risco e o po-tencial da atividade.

Ao longo dos últimos 30 anos, foram surgindo novas formas de financiamento que ajudam estas empresas e organizações a crescer. Na maioria dos casos, surgem de iniciativas da sociedade civil e que depois crescem e se expandem por caminhos distintos. Estas formas de fi-nanciamento constituem ainda um nicho de mercado, relativamente ao financiamento tradicional, mas em franco crescimento, evidenciando assim a necessidade

crescente que certos grupos da população têm em as-sociar parte das suas poupanças a impactos positivos na sociedade.

Banca Ética

Bancos éticos são aqueles que têm como missão promo-ver o bem-estar social, ambiental e cultural. São bancos cujos objetivos vão para além da maximização do lu-cro para o accionista, tão comum na banca tradicional. Estes pretendem maximizar o bem-estar social, tendo um conjunto de políticas de crédito e de financiamen-to compatíveis com a sua missão, promovendo assim o financiamento de atividades empresariais e organizacio-nais na área da inovação social. Como exemplos de ban-cos éticos podemos identificar o Triodos (www.triodos.com) e o Charity Bank (www.charitybank.org) que, sen-do dois bancos muito distintos na abordagem que têm ao financiamento que concedem, constituem dois bons exemplos desta abordagem ética ao dinheiro.

Recentemente foi criada a Global Alliance for Banking on Values, uma rede independente de bancos que usam o seu poder de financiamento para a promoção do de-senvolvimento sustentável junto de pessoas carenciadas, das comunidades e em prol do bem-estar ambiental. Esta rede tem cerca de 14 bancos éticos como membros, e como parceiros o FMO (banco para o desenvolvimen-to Holandês), a Fundação Americana Rockefeller e o ShoreBank International (http://www.gabv.org).

Microcrédito

O microcrédito consiste na atribuição de pequenos em-préstimos, mediante o pagamento de uma taxa de juro, a pessoas e empreendedores que normalmente são ex-cluídos da banca tradicional. Estes indivíduos, por não possuírem conta bancária, não terem colateral, ou não terem um emprego estável, não conseguem obter finan-ciamento para iniciar a sua atividade. Esta prática teve origem no Bangladesh com o Grameen Bank, criado por Muhammad Yunus, e que constitui uma referência ao nível do microcrédito junto das populações pobres.

Esta abordagem ao crédito tem por base a ideia de que os pobres têm capacidades que não estão a ser utilizadas, que podem criar o seu próprio emprego e que conse-guem gerar receita suficiente para melhorar a sua quali-dade de vida e pagar o juro associado a esse empréstimo. Por exemplo, em Portugal existe a Associação Nacional

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Foto:www.freeimages.co.uk

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de Direito ao Crédito (ANDC) que, em conjunto com al-guns bancos portugueses, consegue ajudar um conjunto de indivíduos e pequenas organizações a criar e ampliar o seu negócio, o que de outra forma não seria possível. A ANDC, não sendo uma instituição financeira, não pode conceder empréstimos nem cobrar juros, e por isso a sua atividade consiste em recolher informação, analisá-la e propor à CGD, BES e Millenniumbcp que estes finan-ciem os projetos por si identificados. Em 2011, a ANDC concedeu cerca de 1 milhão de euros a 164 empréstimos, com um valor médio de 7.400 euros, e que viabilizaram cerca de 230 postos de trabalho. Para mais informações: www.microcredito.com.pt/.

“Crowdfunding”

O chamado crowdfunding (crowd – multidão; funding – financiamento) é uma nova forma de obter financiamen-to e encontra-se muito associado à sociedade global e di-gital. É resultado de uma cooperação coletiva por parte de um conjunto de pessoas que, trabalhando em rede, decidem alocar dinheiro em prol de uma pessoa ou or-ganização em quem confiam. Normalmente estas redes funcionam via internet, sendo esta a plataforma onde os financiadores e financiados se encontram, onde uns colocam algumas das suas poupanças, e os recetores co-locam a informação sobre o que fazem com esses mon-tantes. Este tipo de financiamento pode ser visto como uma resposta natural ao gap que existe entre a neces-sidade de capital e os modelos de financiamento numa sociedade moderna, onde a sociedade civil tem um peso cada vez mais evidente e ativo. Por este motivo, a NESTA – “National Endownment for Science, Technology and

the Arts” (Reino Unido) designou o ano de 2012 como o “ano do crowfunder”.

Em Portugal, a Bolsa de Valores Sociais (BVS), que existe também no Brasil, consiste em replicar a ideia subjacente a uma bolsa de valores, em que existe um conjunto de investidores que aplicam o seu dinheiro na expectativa de um retorno. O que diferencia a BVS das bolsas tra-dicionais é que na primeira o investidor espera apenas um retorno social e não um retorno financeiro direto da aplicação da sua poupança. A equipa da BVS identifica e seleciona projetos de âmbito social que cumprem com um conjunto de pré-requisitos, e anuncia-os online iden-tificando publicamente o montante que necessita de ser obtido, de que forma vai ser utilizado e qual a finalidade do projeto. Cabe depois a cada individuo e/ou empresa utilizar algumas das suas poupanças nestes investimen-tos sociais. Muitas empresas, no âmbito dos seus progra-mas de mecenato, utilizam a BVS para identificarem os projetos que decidem apoiar. O retorno que estes inves-tidores recebem exprime-se pelo aumento do bem-estar social e da sustentabilidade da economia. Para mais in-formações: http://www.bvs.org.pt/v.

Financiar a Inovação Social - Um Exemplo do Reino UnidoO Governo do Reino Unido tomou a iniciativa de utilizar as contas inativas ou estagnadas nos vários bancos do país e de utilizar esses montantes em projetos de cariz social e, assim, contribuir para o crescimento do chamado terceiro sector.

Criou legislação no sentido de transferir as contas inativas e estagnadas (as chamadas dormant ac-counts) nos bancos para um banco criado por si designado “Big Society Bank” que entretanto passou a ser intitulado “The Big Society Capital Group“. Este grupo é uma instituição financeira que pretende desenvolver um mercado de investimentos baseado no retorno social e financeiro. Desta forma canali-zou-se dinheiro que estava depositado em contas da banca tradicional para um banco com finalidades sociais.Para mais informações: http://www.cabinetoffice.gov.uk/content/big-society-capital

Casos de Crowdfunding social

KIVA – www.kiva.org

Global Giving - http://www.globalgiving.org/

Impulso - http://www.impulso.org.br/

Vamos agir! - http://www.vamosagir.com/pt

LET’s - www.lets.bt

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Marcos relevantes no campo da Inovação Social*

A importância crescente da inovação social a nível internacional

Center for Social InnovationEscola Superior de NegóciosUniversidade de Stanford (EUA)

TESE – Associação para o DesenvolvimentoONGDLisboa (Portugal)

Center for Social InnovationEmpresa socialToronto (Canadá)

Social Innovation Japan ONGTóquio (Japão)

Young Foundationformada pela fusão de diferentes organizações, cria a SIX - Social Innovation ExchangeLondres (Reino Unido)

20052004

2002

2000

Netherlands Center for Social InnovationPPP (Parceria público-privada), (pa-trocinadores: ministérios e indústria)Roterdão (Holanda)

New Zealand Social Innovation Investment Group(Grupo-chave de filantrópicos, doado-res de bolsas e líderes comunitários) e New Zealand Centre for Social InnovationAuckland (Nova Zelândia)

2006

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IES - Instituto de Empreendedorismo SocialCascais (Portugal)

A Direcção-Geral das Empresas e Indústria da Comissão Europeia esta-belece um “Business Panel on Future EU innovation policy”, que formula a principal recomendação do seu relatório (Vasconcelos et. al. 2009, 1.): “Propo-mos basear a acção da UE em torno de desafios sociais convincentes, financiar fundos para a inovação social, incentivar inovações em larga escala ao nível da comunidade, transformar o sector público e promover o potencial de novas infra-estruturas e novos tipos de parcerias.”

Social Innovation Generation (SiG)Uma colaboração nacional para enfrentar os desafios sociais e ecológicos do Canadá através da criação de uma cultura de inovação social contínua.Kitchener, Ontario (Canadá)

2008

2007

A Inovação social aproxima-se do mainstream e é impulsionada por líderes políticos internacionais. Na primeira semana do seu mandato, o presidente Obama anuncia a criação de um “Departamento de Inovação Social” na Casa Branca (e dota-o de um fundo no valor de 50 milhões de dólares).

Em Bruxelas, o Presidente da Comissão Europeia Durão Barroso declara: “A crise económica e financei-ra torna a criatividade e a inovação no geral e a inovação social em particular ainda mais importante para promover o crescimento sustentável, assegurar o emprego e aumentar a competi-tividade.” (Comunicado de imprensa IP/09/81, 20 de Janeiro de 2009).

2009

Australian Centre for Social InnovationAdelaide (Australia)

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Empowering people, driving change: Social innovation in the European UnionRelatório escrito por Agnès Hubert et al. do Bureau of European Policy Advisers (“BEPA Report”), que faz recomendações relativamente às políticas para a inovação social ao nível da UE para atender às necessidades sociais, aos desafios da sociedade, e à necessidade de reformar a sociedade em geral.

Waterloo Institute for Social Innovation and Resilience (WISIR)Instituto da Universidade de Waterloo, Ontário (Canadá)

2010

Social Innovation and Social Entrepreneurship Research Centrena Universidade de Massey - Palmerston North, Auckland,e Wellington (Nova Zelândia)

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A Inovação social é tida em consideração enquanto campo de investigação no âmbito do Programa de Trabalho 2011, no campo temático de Ciências Sociais e Humanas do 7 º Programa Quadro de IDT; na sequência de um concurso público, a DG Empresas lança a “So-cial innovation pilot initiative”. Na “Europe 2020 Flagship Initiative: Innovation Union” publicada a 6 de Outubro de 2010, é dada grande im-portância à inovação social: “a inovação social é um campo importante que deverá ser incen-tivado. Trata-se de, a partir da ingenuidade das instituições de caridade, das associações e dos empreendedores sociais encontrar novas formas de satisfazer as necessidades sociais, que não são adequadamente respondidas pelo mercado ou pelo sector público.” (Comissão Europeia de 2010, 21)Na página 22 são especificados os objetivos e as medidas: “A Comissão vai lançar uma European Social Innovation Pilot ... Esta irá for-necer inovação social através do Fundo Social Europeu (FSE) ... a Inovação Social deverá tornar-se o foco principal em ... programas do Fundo Europeu Social”.

“A Comissão apoiará um programa de investigação substancial sobre o sector público e a inovação social ... que irá servir de guia para um Painel Europeu da Inovação no Sector Público”.

A Comissão Europeia cria a Social Innovation Europe Initiative

2011

2012A Comissão Europeia anunciou o lançamento de um prémio anual no âmbito da inovação social em memória do antigo director da Cisco Systems In-ternational Diogo Vasconcelos.

Fonte: adaptado de Josef Hochgerner (2011) The Analysis of Social innovations as Social Practice

* Lista indicativa e não exaustiva, a partir de 2000.

WINTER SCHOOL SOBRE INOVAÇÃO SOCIAL A INTELI participou durante dois dias na primeira Winter School promovida pela rede Social Innovation Exchange (SIX), em Gdynia, na Polónia, intitulada Social Innovation in 2015: What will it look like and how can we achieve it?Esta iniciativa teve como principal objetivo estabelecer a agenda da Inovação Social para os próximos quatro anos e planear como alcança-la, isto é, procurar entender o que é que já foi feito até hoje no campo da Inovação social e de que forma a comunidade poderá contribuir para o futuro desenvolvimento desta área. Neste contexto, foram organizados workshops, espaços de aprendizagem colaborativa e troca de ideias sobre vários temas, nomeadamente: visões da Inovação Social em diferentes partes do mundo (Europa, Austrália, Brasil e EUA entre outras); casos práticos de inovação social; os desafios que a Inovação Social enfrenta atualmente; e quais pode-rão vir a ser as futuras tendências em termos de oportunidades e desafios para a inovação social. Este evento contou com a presença de organizações internacionais de referência na área da inovação social, como: a NESTA (Reino Unido), a Young Foundation (Reino Unido), a Denokinn (Espanha), o Australian Centre for Social Innovation (Australia), o Center for Social Innovation (Canadá), e nacionais como: a TESE, a Fundação Calouste Gulbenkian, a CISCO, entre outras.

RENERGY PROMOVE COOPERAÇÃO INTER-REGIONALA INTELI é um dos parceiros do projecto RENERGY – “Regional Strategies for Energy Conscious Communities”, iniciativa aprovada no final de Dezembro no âmbito do Programa INTERREG IV C da Comissão Europeia. O objec-tivo do projecto é melhorar, através da cooperação inter-regional, a eficácia das políticas regionais e locais de energia sustentável, como resposta aos compromissos e estratégias da União Europeia com foco na Estratégia Europeia de Energia e na Estratégia Europa 2020. Com inicio em Janeiro de 2012, a iniciativa decorrerá durante 3 anos.O projecto é coordenado pelo Município de Poenza (Itália), sendo a parceria constituída por mais 11 cidades, regiões e organizações de Portugal, Áustria, Dinamarca, Alemanha, Hungria, Lituânia, Polónia, Roménia e Reino Unido.

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INTELI LÍDER DO PROJETO EUROPEU RE-GREEN A INTELI é líder do projeto RE-GREEN – “REgional policies towards GREEN buildings”, aprovado no dia 16 de Dezembro de 2011, pelo Programa INTERREG IVC da Comissão Europeia.A iniciativa tem como objetivo melhorar as políticas de desenvolvimento regional orientadas para a promoção de “regiões verdes”, com foco na reabilitação de edi-fícios através do fomento da eficiência energética e utilização de energias renová-veis. Para além disso, pretende ainda promover o desenvolvimento económico, a criação de emprego e a inclusão social, no seio do paradigma da “economia verde”.A parceria integra a Universidade de Potsdam (Alemanha), o Município de Da-browa Gornicza (Polónia), a Agência Regional de Energia de Tartu (Estónia), a Nordregio – “Nordic Centre for Spatial Development” (Suécia), o Governo Regio-nal da Extremadura (Espanha), o Município de Mizil (Roménia), o Município de Dublin (Irlanda), o “Building for the Future Limited” (Reino Unido) e a Agência Regional de Energia de Spodnje Podravje (Eslovénia). No âmbito do arranque oficial do projeto, a INTELI está a organizar o seminário de lançamento sob o tema Regional Policies for Greening the Building Sector, que se irá realizar no próximo dia 28 de Fevereiro, no Museu do Fado, e que contará com a presença de um leque alargado de oradores internacionais. Contacto: [email protected] AQUI

ECONOMIA CRIATIVA UNE EXPERIÊNCIASLUSO-BRASILEIRASA INTELI é responsável pelo módulo de Economia Criativa da Pós-gradua-ção em Gestão da Criatividade e Inovação, organizada pela Fundação Brasil Criativo em colaboração com a Faculdade São Luís de França, em Aracaju (Brasil). O objectivo deste curso é preparar e qualificar profissionais para apoiar e conduzir processos de mudança que tenham como pressuposto a necessida-de de aplicar conhecimentos sobre criatividade e inovação. A pós-graduação tem uma duração de 18 meses, sendo que o módulo de Economia Criativa decorrerá em Março de 2012.Esta participação deriva do processo de colaboração que a INTELI estabe-leceu com a Fundação Brasil Criativo no âmbito da criatividade e inovação.

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Framework

There is a crucial opportunity in the emerging Green Economy where the en-vironment, the economy and the social features can no longer be considered in isolation. The Green Growth Strategy (OECD, 2010) stresses that the transition to a green economy will require dedicated policy approaches to foster the de-velopment and diffusion of green growth, and will also open new opportuni-ties for jobs and skills development. The Green Economy Report (UNEP, 2011) considers 11 key sectors that are in the foundation of the transition to a green economy, which are: agriculture, fishing, forests and water, energy efficiency and renewable energy, manufacturing, waste, buildings, transport, tourism and cities. The building sector is one of the main contributors to the global greenhouse gas emissions (GHG). In fact, the European Commission’s 2011 Energy Efficiency Plan considers that the greatest energy saving potential lies in buildings, due to the fact that almost 40% of the final energy consumption takes place in buildings (houses, offices, shops, and other buildings). However, the renovation rate of buildings is too low. According to the Green Econo-my Report (UNEP, 2011) in developed countries, opportunities for greening the building sector are mainly in retrofitting existing buildings, which are becoming a critical area of intervention to reduce energy demands and the GHG emissions.

In this framework is important to highlight the key role of public policy and public authorities, taking into account that public buildings represent about 12% by area of the EU building stock. As outlines the Green Economy Report the government-owned buildings (schools, hospitals, social housing units, etc.) are ideal to begin implementing greener building policies, including green public procurement.

Regional Policies for Greening the Building Sector Launch seminar Lisboa [Portugal] Museu do Fado28. February.

2012

The seminar will be a neutral carbon event.

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INTELI VISITA O PARQUE DE INOVAÇÃO SOCIAL EM BILBAU

No próximo dia 12 de Março de 2012, a INTELI juntamente com o CEIIA – Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel, vão visitar o Parque de Inovação Social em Bilbau, com o objetivo de conhecer, não só o parque enquanto infraestrutura, mas também o projeto de mobilidade elétrica Hiriko, e outros projetos de inovação social que estão a crescer num ecossistema de inovação único.

Hiriko é um novo conceito para a mobilidade urbana. Um modelo que re-laciona a cidade, os cidadãos e os veículos. É um veículo tecnologicamente muito avançado, 100% elétrico, produzido localmente e de forma colabora-tiva.

No passado dia 24 de Fevereiro de 2012, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, anunciou o Hiriko, como um projeto de inova-ção social de referência.

Esta iniciativa foi ainda referida como parte da resposta à crise que se vive na Europa e ainda “o tipo de projeto certo para a prioridade certa, contribuindo totalmente para o objetivo triplo que está no centro da Estratégia Europeia 2020 que é um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, estimulando também a criação de emprego” segundo as palavras de Durão Barroso.

Pela via do Professor Bill Mitchell do MIT (EUA), o Hiriko nasceu no país Basco, no seio da criação do Social Innovation Park - o testbed do Hiriko. Este projeto está agora a ser implementado em vários pontos do mundo, para além do País Basco, como: Malmo, Berlin, Vitoria, Barcelona e São Francisco nos EUA.

Foto: JOHN THYS/AFP/Getty Images

The SROI Network International Conference “A time for social value” Berlim, Alemanha – 16 e 17 de Fevereiro de 2012

O nível de interesse em relação ao impacto social e ambiental tem vindo a aumentar. Investidores sociais e de impacto como Fundações e comissários do sector público pretendem, cada vez mais, saber quanto valor é que os seus investimentos geram, e os empreende-dores sociais têm vindo a reconhecer a importância de maximizar o valor que podem criar para aqueles que servem.Esta conferência internacional pretende explorar como é que se quantifica o impacto em termos de re-torno social do investimento.

2012 UK-Ireland Planning Research Conference - Building communities Reino Unido – 11 a 13 de Abril de 2012

O sistema de planeamento é vital para uma economia forte, para um ambiente atractivo e sustentável e para uma boa democracia. É necessário um sistema de planeamento aberto aos cidadãos locais, sensível à história e ao carácter de um determinado local. Esta conferência contará com sessões plenárias, sessões paralelas e workshops sobre inúmeros temas, nomeadamente: vizinhança e planeamento comunitário; planeamen-to para adaptação às alterações climáticas; mobilidade e infra-estruturas; regeneração urbana e rural; desenvolvimento urbano e rural e os impactos ambientais.

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EURAM 2012 - 12th Social Innovation for Competitiveness, Organisational Performance and Human Excellence Roterdão, Holanda – 6 a 8 de Junho de 2012

O objectivo da Conferência EURAM 2012 é discutir as diversas formas de reforçar a inovação social e tecnológica dentro de uma empresa; entre empresas através de redes de inovação aberta; durante a interacção com os stakeholders institucionais, bem como através de uma melhor medição e monitorização geral da mesma.

The XXIII ISPIM Conference – Action for Innovation: Innovating from Experience Barcelona, Espanha – 17 de Junho de 2012

Organizado pela ISPIM (International Society for Professional Innovation Manage-ment) e acolhido pela Universidade La Salle em parceria com Orbita97, esta conferên-cia reunirá profissionais de gestão da inovação da indústria, de organizações de investi-gação e intermediárias. O formato da conferência incluirá palestras, sessões temáticas, juntamente com círculos de discussão e workshops. As sessões incluem os seguintes temas: Ação para a Inovação; Colaboração para a Ino-vação; Criatividade e Geração de ideias; Empreendedorismo, Modelos de Negócios e Financiamento para Inovação; Métodos, Ferramentas e Medição da inovação; Redes e Clusters de Inovação; Sustentabilidade na Inovação.

World Conference on Social Work and Social Development 2012 Estocolmo, Suécia – 9 de Julho de 2012

Esta conferência será o ponto de encontro entre decisores políticos, assistentes sociais, académicos e estudantes para troca de experiências e para o desenvolvimento da prática do trabalho social, da investigação e educação social e de políticas sociais, com o objec-tivo de desenvolver um sistema de bem-estar social sustentável. Os três temas centrais a abordar na conferência serão: os direitos humanos e a igualda-de social; as mudanças ambientais e o desenvolvimento social sustentável; a transfor-mação social global e a ação social.

SITES & LINKS

Social Innovation Europe

Young Foundation

Euclid Network

NESTA

SIX – Social Innovation Exchange

TESE

Fundação Calouste Gulbenkian

Social Silicon Valley Manifesto

TEDprize

LIVROS & ARTIGOS

Economia Solidária: Questões Teóricas e EpistemológicasPedro Hespanha, Aline Mendonça dos Santos, Almedina, 2011

Esta obra, lançada no âmbito do Colóquio Internacional “Economia Solidária: Uma Semente de Futuro” em No-vembro de 2011, pretende fornecer novas abordagens epistemológicas e metodoló-gicas para um melhor enten-dimento do que é a Economia Solidária. Actualmente existe uma grande dificuldade em captar a riqueza e a diferença específica da Economia Solidária e das outras formas eco-nómicas não capitalistas. Ao alargar o campo de análise, es-tas novas abordagens têm uma maior probabilidade de re-conhecer os aspectos invisibilizados ou negligenciados pelo saber convencional como, por exemplo, a subjectividade dos actores, dos modos de participação social e política, da racionalidade alternativa dos empreendimentos, ou das for-mas de mobilizar e utilizar os recursos escassos. Tudo isto são questões fundamentais para uma melhor compreensão sobre a Economia Solidária.

Design for Social Sustainability: A frame-work for creating thriving news communities Saffron Woodcraft, Tricia Hackett & Lucia Caistor- -Arendar, The Young Foundation & Future Communi-ties, 2011

Este documento, elaborado por uma parceria do Reino Unido composta pela Future Communities, a Young Foun-dation e a Homes and Communities Agency, estabelece como planear, desenhar e desenvolver novas comunidades de forma eficiente e socialmente sustentável. As ideias e os exemplos são retirados de uma revisão feita em larga escala de provas concretas sobre o que faz florescer as comuni-dades, com exemplos práticos e abordagens de novos casos de comunidades em todo o mundo.

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Unmet Social Needs in SingaporeBraema Mathi and Sharifah Mohamed, Lien Centre for Social Innovation, Social Insight Research Se-ries, Outubro 2011

Este relatório pretende destacar as áreas onde as políticas sociais e uma cultura de inclusão precisam ser revistos ou melhorados em Singapura. O documento beneficiou de um feedback construtivo dos vários sectores de serviços sociais, em Singapura. Foi desenvolvido com o propósi-to de construir sobre as estru-turas já existentes de forma a provocar uma mudança so-cial positiva nas comunida-des identificadas.

Social Watch Report 2012 – Sustainable Development: The Right to a Future

O Social Watch Report 2012, com base na contribuição de organizações em 66 países de todo o mundo que produzi-ram os seus relatórios nacionais, conclui que o aumento das desigualdades e as finanças não regulamentadas estão a expropriar pessoas um pouco por toda a parte dos bene-fícios a que têm direito.O relatório inclui capítulos temáticos escritos por mem-bros de organizações sociais e académicas, tais como o Grupo da Sociedade Civil de Reflexão sobre o Desenvol-vimento Global, a Rede do Terceiro Mundo, a Rede Árabe de ONGs para o Desenvolvimento (ANND), a Rede de Desenvolvimento Social (SODNET, Kenia), a Eurostep, a Aliança Feminista para Acção Internacional (FAFIA, Ca-

nadá), e o Fórum de Política Global.Este relatório contém ainda dados da medição mais recen-te do Índice de Capacidades Básicas (BCI), indicador que combina taxas de mortalidade infantil, o número de partos assistidos por pessoal qualifi-cado e taxas de matrícula na escola primária.

Breakthrough cities – How cities can mobi-lise creativity and knowledge to tackle com-pelling social challengesLauren Kahn, Geoff Mulgan e Charles Leadbeater (et al.), The Young Foundation, British Council, Lon-dres, 2009

Este é um relatório inovador sobre a forma como as ci-dades podem mobilizar a criatividade e o conhecimento para enfrentar os atuais desafios sociais.O relatório Breakthrough Cities é um recurso muito útil para quem trabalha no campo da política das cidades - de-cisores políticos, consultores, funcionários públicos, tra-balhadores nos setores das artes ou da educação, ONGs, ou simplesmente para o cidadão comum preocupado com a melhoria da vida da cidade – ao fornecer ideias inspi-radoras e orientações que podem ajudar a transformar as cidades em melhores lugares para se viver.Este relatório foi escrito após uma pesquisa realizada pela The Young Foundation para desenvolver o conceito de Urban Ideas Bakery (Padaria de Ideias Urbanas) no âmbi-to do projeto Cidades Criativas do British Council. Geoff Mulgan e Charles Leadbeater, especialistas internacionais em inovação social e criatividade, deram um forte contri-buto para este documento.

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FICHA TÉCNICA

Edição:

INTELI – Inteligência em Inovação, Centro de InovaçãoAv. Conselheiro Fernando de Sousa, 11, 4º1070-072 Lisboa – PortugalTel: (351) 21 711 22 10Fax: (351) 21 711 22 20Website: www.inteli.ptE-mail: [email protected]

A INTELI é um think-and-do-thank que actua na área do desenvolvimento integrado dos territórios a nível económico, social, cultural e ambiental, através do apoio às políticas públicas e às estratégias dos actores locais.

Opera nos domínios da cultura e criatividade, energia e mobilidade e inovação social, procurando contribuir para a afirmação de cidades e regiões mais criativas, sustentáveis e inclusivas.