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FACULDADE BOA VIAGEM| DeVry Brasil CPPA – CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus: Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas); Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada; Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia; A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor. Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração. Título da Dissertação: NÍVEL DE MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS DAS MAIORES EMPRESAS DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE DO PORTO DIGITAL Nome do(a) autor(a): Pedro Antunes de Souza Neto Data da Aprovação: 31 de Março de 2015. Classificação conforme especificação acima: Grau 1 Grau 2 Grau 3 Recife, 15 de Junho de 2015. __________________________ Assinatura do(a) Autor(a)

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FACULDADE BOA VIAGEM| DeVry Brasil

CPPA – CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus:

Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e

indiretas); Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em

conseqüência, restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.

Título da Dissertação: NÍVEL DE MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE

PROJETOS DAS MAIORES EMPRESAS DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE DO PORTO DIGITAL

Nome do(a) autor(a): Pedro Antunes de Souza Neto

Data da Aprovação: 31 de Março de 2015.

Classificação conforme especificação acima:

Grau 1

Grau 2

Grau 3 Recife, 15 de Junho de 2015. __________________________ Assinatura do(a) Autor(a)

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Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil

Centro de Pesquisa e Pós-graduação em Administração – CPPA

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

Pedro Antunes de Souza Neto

Nível de maturidade em gerenciamento de projetos das maiores empresas de

desenvolvimento de software do Porto Digital

Recife, 2015

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Catalogação na fonte -

Biblioteca da Faculdade Boa Viagem, Recife/PE

S729n Souza Neto, Pedro Antunes.

Nível de maturidade em gerenciamento de projetos das maiores

empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital / Pedro

Antunes Souza Neto. – Recife: FBV | DeVry, 2015.

87 f. : il.

Orientador(a): James Anthony Falk.

Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Faculdade Boa

Viagem | Devry.

Inclui apêndice.

1. Projetos. 2. Gestão de projetos. 3. Maturidade em gestão de

projetos. 4. Empresa de desenvolvimento de software do Porto

Digital I. Título. DISS 658[15.1]

Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367

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Pedro Antunes de Souza Neto

Nível de maturidade em gerenciamento de projetos das maiores empresas de

desenvolvimento de software do Porto Digital

Dissertação apresentada como requisito

complementar para obtenção do grau de

Mestre em Gestão Empresarial do Centro

de Pesquisa e Pós-graduação em

Administração – CPPA da Faculdade Boa

Viagem – DeVry Brasil, sob a orientação

do Prof. James Anthony Falk, Ph.D.

Recife, 2015

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me dar forças e motivação para realizar esse objetivo profissional e de vida, à

minha linda esposa e filhos, aos meus pais, irmãos, irmãs e parentes por sempre acreditarem

em mim, em especial ao meu irmão Aurino pela sua ajuda e força, ao meu orientador

professor James Anthony Falk, pela sua paciência e atenção, ao escritório do Porto Digital por

me ajudar no acesso às informações e por fim, a todos que diretamente ou indiretamente

contribuíram para esse projeto.

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“Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do

lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.”

(Chico Xavier)

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RESUMO

O objetivo do presente trabalho é identificar o nível de maturidade em gestão de projetos das

maiores empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital, localizado na cidade de

Recife, Estado de Pernambuco, Região Nordeste do Brasil, tendo como referência o modelo

de maturidade em gestão de projetos Prado – MMGP que classifica a maturidade em cinco

níveis: Nível 1 (Inicial), Nível 2 (Conhecido), Nível 3 (Padronizado), Nível 4 (Gerenciado) e

Nível 5 (Otimizado), bem como comparar os resultados obtidos com a média nacional do

setor. A relação das maiores empresas foi fornecida pelo escritório do Núcleo de Gestão do

Porto Digital, enquanto o estudo da maturidade ao nível nacional foi fornecido pelo Relatório

de 2012 intitulado “Maturidade em Gerenciamento de Projetos - Desenvolvimento de Novos

Aplicativos – Software” – 2012 e o pelo Relatório 2014 intitulado “Maturidade em

Gerenciamento de Projetos – Tecnologia da Informação (Software)” realizado por Archibald

& Prado. A pesquisa caracteriza-se como sendo descritiva, adotando o método quantitativo e a

técnica de coleta dos dados primários mediante o levantamento (survey). Os dados foram

coletados através de um questionário online enviado por e-mail às dez maiores empresas cujas

informações foram fornecidas pelo Porto Digital, das quais apenas cinco completaram o

questionário. Os resultados da pesquisa mostraram que 60% das empresas da amostra

apresentaram uma avaliação final de maturidade (AFM) acima de 4 em gerenciamento de

projetos, considerada ótima, segundo o modelo Prado – MMGP, e 40% apresentaram uma

AFM acima de 3, considerada boa. Mais detalhadamente, os resultados mostraram que 20%

das empresas já atingiram o nível 5 (Otimizado), 40% já atingiram o nível 4 (Gerenciado) e

40% somente atingiram o nível 3 (Padronizado). Assim como a média de maturidade (4,03)

da amostra das empresas de desenvolvimento de software instaladas no Porto Digital está

acima da média nacional do setor tanto no ano de 2012 (2,68), como no ano de 2014 (2,66),

além de estar acima dos estados que apresentaram a maior média nacional. Pode-se concluir

que 60% das empresas da amostra estão bem desenvolvidas nesse sentido e que devem estar

no caminho certo para sucesso entre as empresas do setor, mas 40% precisam avaliar a

necessidade de implantação de um plano de crescimento na intenção de suprimir suas

deficiências em GP.

Palavras-chave: Projetos, Gestão de Projetos, Maturidade em Gestão de Projetos, Empresa de

desenvolvimento de software do Porto Digital

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ABSTRACT

The objective of this study is to identify the level of maturity in project management of the

largest software development companies of the Porto Digital, located in the city of Recife,

Pernambuco State, Brazil's Northeast region, with reference to the model by Prado of maturity

in the management of projects - MMGP which ranks maturity at five levels: Level 1 (Initial),

Level 2 (Known), Level 3 (Standardized), Level 4 (managed) and Level 5 (Optimized), as

well as compare the results obtained with the national average of the sector. The list of the

largest companies was provided by the Management Unit office of the Porto Digital, while the

study on maturity in project management at the national level was furnished from the Specific

Reports entitled “Maturity in Project Management - Development of New Applications -

Software – 2012” and the Report of 2014 entitled “Maturity in Project Management –

Information Technology (Software)” by Archibald & Prado. The research is characterized as

descriptive, adopting the quantitative method and the collection technique of primary data my

means of a survey. Data were collected by means of an online questionnaire sent by email to

the top ten companies whose information was provided by Porto Digital, of which only five

completed the questionnaire. The survey results showed that 60% of the sample had a final

maturity assessment level (AFM) above 4 in project management, considered optimal,

according to the Prado model - MMGP, and 40% had an AFM above 3, considered good.

More detailed results showed that 20% of companies have already reached level 5

(Optimized), 40% have reached level 4 (managed) and 40% have only reached level 3

(Standardized). As the average maturity level (4.03) sample of software development

companies based in Porto Digital is above the national average of the sector, not only in the

year 2012 (2.68), but also in 2014 (2.66), beside being above the maturity level of the states

which presented the highest mean value in the study. It may be concluded that 60% of the

sample companies are well developed in this sense and ought to be on the right route to

success among the businesses of the sector, but 40% need to assess the need to implement a

growth plan in an attempt to suppress their deficiencies in GP.

Keywords: Project, Project Management, Project Management Maturity, Porto Digital

software development companies

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Evolução da gestão de projetos. ............................................................................................ 19

Figura 2- Planejamento estratégico organizacional. .............................................................................. 22

Figura 3 – Níveis de maturidade do modelo CMM............................................................................... 26

Figura 4 – Níveis de maturidade do modelo PMMM. .......................................................................... 28

Figura 5 – As cinco fases do ciclo de vida da gestão de um projeto. .................................................... 29

Figura 6 – O modelo OPM3. ................................................................................................................. 31

Figura 7 – Dimensões e níveis de maturidade Prado-MMGP. .............................................................. 33

Figura 8 – Maturidade e Sucesso. ......................................................................................................... 38

Figura 9 – Exemplo do sistema de cálculo do modelo Prado - MMGP ................................................ 47

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Relação entre maturidade e sucesso em gestão de projetos. ................................................ 40

Gráfico 2 – Perfil das empresas por faturamento. ................................................................................. 51

Gráfico 3 – Avaliação final de maturidade por empresas. .................................................................... 54

Gráfico 4 – Distribuição das empresas por níveis de maturidade. ....................................................... 55

Gráfico 5 – Média de maturidade em GP. ............................................................................................. 57

Gráfico 6 – Comparação da maturidade em GP do Porto Digital com os Estados. .............................. 57

Gráfico 7 - Empresas agrupadas por grau de aderência aos níveis de maturidade. ............................... 59

Gráfico 8 – Empresas agrupadas por grau de aderência às dimensões da maturidade. ......................... 61

Gráfico 9 – Aderência às seis dimensões da maturidade das empresas pesquisadas. ......................... 63

Gráfico 10 – Média das aderências às seis dimensões da maturidade (Porto Digital x Nacional)........ 65

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Grupo de processos de gerenciamento de projetos e áreas de conhecimento ...................... 18

Quadro 2- Eventos que apoiaram a gestão de projetos ......................................................................... 20

Quadro 3 – Comparação entre a visão tradicional e a visão moderna da gestão de projetos. ............... 21

Quadro 4 – Comparação entre os processos de organizações imaturas e organizações maduras. ........ 24

Quadro 5 – Principais características dos níveis de maturidade do modelo Prado-MMGP. ................. 34

Quadro 6 – Relação das seis dimensões com níveis de maturidade do modelo Prado – MMGP. ........ 36

Quadro 7 – Relação das questões do questionário e objetivos específicos. .......................................... 45

Quadro 8 – Relação dos objetivos específicos e análise de dados. ....................................................... 46

Quadro 9 – Sistema de pontuação do instrumento de coleta. ................................................................ 47

Quadro 10 – Grau de maturidade .......................................................................................................... 48

Quadro 11 – Grau de aderência ............................................................................................................. 48

Quadro 12 – Relação das questões com as seis dimensões da maturidade do modelo Prado - MMGP 49

Quadro 13 – Perfil das empresas referente ao número de empregados, faturamento e projetos

finalizados. ............................................................................................................................................ 50

Quadro 14 - Classificação por porte de empresas do BNDES. ............................................................. 51

Quadro 15 – Perfil profissional dos respondentes. ................................................................................ 52

Quadro 16 - Perfil profissional dos respondentes (frequências simples e percentual). ......................... 52

Quadro 17 – Respostas do questionário bloco 2 (Avaliação de maturidade) ........................................ 53

Quadro 18 - Avaliação final de maturidade. ......................................................................................... 56

Quadro 19 – Grau de aderência aos níveis de maturidade de GP. ........................................................ 59

Quadro 20 – Respostas das questões do Nível 5 da empresa D. ........................................................... 63

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Aderência aos níveis de maturidade por empresa. .............................................................. 58

Tabela 2 – Aderência às seis dimensões da maturidade por empresa. .................................................. 60

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LISTA DE SIGLAS

ABGP - Associação Brasileira de Gerenciamento de Projetos

AFM – Avaliação Final de Maturidade

BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento

CMM - Capability Maturity Model

CMMI - Capability Maturity Model Integration

MCTS - Microsoft Certified Technology Specialist

MMGP - Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos

ICB - IPMA Competence Baseline

IPMA - International Project Management Association

ITIL - Information Technology Infrastructure Library

NCB - National Competence Baseline

PMBOK - Project Management Body of Knowledge

PMI – Project Management Institute

PMI-ACP - PMI Agile Certified Practitioner

PMO - Project Management Office

PMP – Project Management Professional

RBC - Referencial Brasileiro de Competências

SEI - Systems Engineering Institute

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12

1.1. Contextualização ............................................................................................................... 12

1.2. Pergunta da pesquisa ......................................................................................................... 14

1.3. Objetivo geral .................................................................................................................... 14

1.4. Justificativas ...................................................................................................................... 15

1.4.1. Justificativa teórica ........................................................................................................ 15

1.4.2. Justificativas prática ....................................................................................................... 15

2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................... 16

2.1. Gerenciamento de Projetos................................................................................................ 16

2.2. Projetos e Planejamento Estratégico ................................................................................. 21

2.3. Maturidade em gerenciamento de projetos ....................................................................... 23

2.3.1. Modelos de Maturidades em gerenciamento de projetos .............................................. 24

2.3.1.1. Capability Maturity Model – CMM ........................................................................... 25

2.3.1.2. Project Management Maturity Model – PMMM ........................................................ 27

2.3.1.3. Organizational Project Management Maturity Model - OPM3 ................................. 30

2.3.1.4. Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos – Prado-MMGP ................... 32

2.4. Sucesso em gerenciamento de projetos ............................................................................. 37

3. METODOLOGIA ................................................................................................................ 41

3.1. Delineamento da Pesquisa ................................................................................................. 41

3.2. População e Amostra ......................................................................................................... 42

3.3. Coleta de Dados ................................................................................................................ 44

3.4. Métodos de análise ............................................................................................................ 46

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 49

4.1. Perfil da empresa e do respondente ................................................................................... 49

4.2. Avaliação de maturidade ................................................................................................... 53

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 66

5.1. Conclusões ........................................................................................................................ 66

5.2. Limites ............................................................................................................................... 71

5.3. Sugestões para pesquisas futuras....................................................................................... 72

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 73

APÊNDICE A - Instrumento de coleta (Questionário online) ................................................. 77

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

Na época da globalização, as empresas buscam se reestruturar, inovar e obter vantagens

competitivas para sobreviverem no mercado. Nunca foi tão importante planejar. A

necessidade de um planejamento estratégico focado na inovação e na conquista de uma maior

participação no mercado força as empresas a elaborarem mais projetos, que demandam maior

rapidez e menor custo no gerenciamento dos mesmos. O gerenciamento de projetos passou a

ter um papel importante no alcance dos objetivos estratégicos das empresas.

Segundo Prado (2009; 2010), quase um terço da economia mundial é gerada por meio de

projetos. E acrescenta que o mundo vive em uma era de grandes transformações, onde

projetos de grande porte estão ficando comuns, exigindo das organizações uma preparação

para enfrentar o desafio de gerenciar seus projetos com eficiência, ou de forma resumida, nos

prazos, custos e qualidades previstos.

Na visão de Carvalho e Rabechini Jr. (2011), as empresas têm passado por um processo de

transformação, organizando-se para poder dar respostas eficazes e ágeis aos problemas

ambientais, e em especial àqueles que se referem à competição e ao posicionamento de

mercado. Essas respostas constituem um conjunto de ações ou atividades que refletem a

competência da empresa em aproveitar oportunidades, incluindo, portanto, sua capacidade de

agir rapidamente, respeitando as limitações de tempo, custo e especificações. Para tal, investir

na adoção de técnicas e ferramentas de gerenciamento de projetos é fundamental e tem sido

uma preocupação crescente nas empresas.

Nos últimos anos vem ganhado importância a necessidade das organizações amadurecerem na

ciência e arte de gestão de projetos. Para Kerzner (2006), inclusive, as organizações podem

ser enxergadas como um conjunto de projetos. Sendo assim, o amadurecimento no

gerenciamento de projetos passa a ser necessário e fundamental para a boa gestão da empresa.

De acordo com Archibald (2003), um renomado especialista internacional em projetos e

fundador do PMI-USA, existe um reconhecimento crescente de que, embora muitos projetos

existam dentro da organização, eles são pouco compreendidos e não adequadamente

gerenciado, independentemente do tipo de organização: governamental, institucional ou

industrial.

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Prado (2010) ainda acrescenta, após uma análise aprofundada do cenário mundial, que casos

de insucesso na execução de projetos têm sido regra e não exceção.

O Standish Group (2004, apud Prado, 2010), instituição americana líder em tecnologia da

informação com sede em Boston, Massachusetts e que analisa a eficiência do gerenciamento

de projetos relacionados a software desde 1994, mostra que o índice de sucesso nesta área era

muito baixo, em torno de 35%. E que avançou pouco numa década.

Assim com o Standish Group, diversas outras instituições mundiais, preocupadas com

frequentes casos de insucessos, a partir do fim da década de noventa, passaram a criar

modelos para avaliar a maturidade das organizações no gerenciamento de seus projetos e

propor planos de melhoria. A pioneira foi a Universidade de Carnegie-Mellon, nos Estados

Unidos, que em parceria com o Systems Engineering Institute – SEI, criou o modelo de

maturidade em desenvolvimento de software, Capability Maturity Model - CMM. Esse

modelo classifica a maturidade em cinco níveis, onde o 1º nível representa o estágio inicial

em gerenciamento de projetos e o 5º nível o estágio otimizado. Inspirados neste modelo,

outros modelos foram criados na intenção de abranger setores que atuam com gerenciamento

de projetos, além do desenvolvimento de software (PRADO, 2010).

No Brasil, foi criado, em 2002, o modelo de maturidade em gerenciamento de projetos Prado

– MMGP, na intenção de avaliar o nível de maturidade em gerenciamento de projetos das

organizações brasileiras e propor planos de crescimento. O modelo é aplicado a centenas de

organizações brasileiras com resultados satisfatórios desde a sua criação.

Segundo os resultados de pesquisas realizadas pelo site do modelo Prado – MMGP,

www.maturityresearch.com, a média de maturidade das organizações brasileiras é baixa, com

apenas 10% das organizações participantes ficando no nível de maturidade alto. Esse

resultado inclui todos os setores, inclusive as empresas desenvolvedoras de software.

Prado (2010) comenta que as organizações que têm baixo nível de maturidade em

gerenciamento de projetos geralmente têm grandes problemas relacionados a prazo, custo,

escopo e qualidade nos projetos. E acrescenta que as organizações com um nível de

maturidade alta geralmente obtêm índices de sucesso acima de 80%, insinuando que há uma

relação entre maturidade e sucesso.

Considerando que a maioria das empresas que participa dessas pesquisas fica localizada nas

regiões sudeste e sul do país, os resultados obtidos nas pesquisas refletem a maturidade dessas

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regiões e não fornecem muitas informações referente à maturidade das organizações das

demais regiões do país, especialmente a região nordeste onde situa o alvo dessa pesquisa. Na

capital do Estado de Pernambuco, Recife, existe um cluster de empresas na área de tecnologia

da informação e, especialmente em desenvolvimento de software, denominado Porto Digital,

que vem se destacando nacionalmente e internacionalmente.

1.2. Pergunta da pesquisa

O presente trabalho visa responder a seguinte pergunta de pesquisa: Qual o nível de

maturidade em gerenciamento de projetos das maiores empresas de desenvolvimento de

software do Porto Digital, conforme o modelo de maturidade de Prado-MMGP?

1.3. Objetivo geral

O objetivo geral desta pesquisa é identificar o nível de maturidade em gerenciamento de

projetos das maiores empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital, aplicando o

modelo de maturidade de Prado-MMGP, e comparar com os indicadores nacionais do setor.

Na intenção de possibilitar uma melhor compreensão do objetivo geral, o mesmo foi

desmembrado nos seguintes objetivos específicos:

Identificar o nível de maturidade final e o grau de aderência aos cinco níveis de

maturidade adotados pelo modelo Prado-MMGP das maiores empresas de

desenvolvimento de software do Porto Digital;

Identificar o grau de aderência às seis dimensões de maturidade adotados pelo modelo

Prado-MMGP das maiores empresas de desenvolvimento de software do Porto

Digital;

Comparar o nível de maturidade das maiores empresas de desenvolvimento de

software do Porto Digital com a média nacional do setor apresentada nas pesquisas

realizadas em 2012 e 2014 por Archibald & Prado;

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1.4. Justificativas

1.4.1. Justificativa teórica

Embora pesquisas voltadas à verificação do nível de maturidade em gestão de projetos nas

organizações no âmbito mundial venham sendo realizadas desde a década de noventa,

inspiradas no primeiro modelo de maturidade em desenvolvimento de software (SW-CMM),

elaborado pela Universidade Carnegie-Mellon, em parceria com o Systerms Enginnering

Institute (PRADO, 2010), o nível de maturidade em gerenciamento de projetos continua

sendo muito baixo. Dados do Standish Group (2004, apud Prado, 2010), instituição que

analisa a eficiência do gerenciamento de projetos de software nos EUA desde 1994, indicam

que o nível de sucesso é muito baixo.

No Brasil, a maioria das pesquisas relacionadas à maturidade em gerenciamento de projetos

vem sendo realizadas desde 2005. O foco dessas pesquisas são as regiões sul e sudeste do

país. Como mostram pesquisas realizadas por Archibald & Prado no site

www.maturityresearch.com. Neste contexto, o presente estudo visa contribuir para área

acadêmica e para as organizações do país, verificando o nível de maturidade em

gerenciamento de projetos de um grupo de empresas do Estado de Pernambuco, Nordeste do

Brasil, quem vem se destacando a nível nacional e internacional na área de Tecnologia da

Informação.

1.4.2. Justificativas prática

Considerando que o primeiro passo para uma empresa ascender em gerenciamento de projetos

é conhecer o seu nível atual de maturidade, a presente pesquisa tem como principal

justificativa prática fornecer às empresas participantes informações sobre o seu nível de

maturidade e, por conseguinte, possibilitar que as mesmas conheçam as suas deficiências em

gerenciamento de projetos.

Outra justificativa desta pesquisa é fornecer informações que possibilitem a comparação do

nível de maturidade das empresas desenvolvedores de software do Porto Digital com à média

nacional do mesmo setor e situá-las no ranking nacional. Essa informação é importante,

considerando que o nível de maturidade em gerenciamento de projetos é um indicador de

credibilidade e aceitação dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas.

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16

De posse dessas informações, as empresas podem passar para último passo que consiste em

solucionar os problemas detectados através da elaboração e implantação de um projeto de

crescimento, com vistas a alcançar a excelência em gerenciamento de projetos.

2. REVISÃO DA LITERATURA

Este capítulo tem como objetivo definir os conceitos básicos norteadores dos objetivos da

presente pesquisa supracitados nos itens 1.3 e 1.4. Inicialmente será abordado o conceito de

gestão de projetos e a evolução deste até o surgimento da gestão moderna de projetos. Em

seguida, será abordado o construto maturidade em gestão de projetos. No capítulo modelos de

maturidade, será dada maior atenção ao modelo de maturidade Prado – MMGP, por ser o

modelo escolhido para a presente pesquisa.

2.1. Gerenciamento de Projetos

De acordo com Kerzner (2006), para entender gerenciamento de projetos é necessário

primeiro reconhecer o que é um projeto. E acrescenta “trata-se de um empreendimento com

objetivo bem definido, que consome recursos e opera sob pressões de prazos, custos e

qualidade”. E no que diz respeito ao gerenciamento de projeto, Kerzner (2006) define como

sendo o planejamento, a programação e o controle de uma série de tarefas integradas com

vistas a atingir seus objetivos com êxito, para benefício dos participantes do projeto.

Enfatiza Kerzner (2006) que uma gestão de projetos bem-sucedida exige planejamento e

coordenação extensivos, bem como um fluxo de trabalho administrado horizontalmente (por

processos) e não mais verticalmente, como ocorria na gerencia tradicional. Na administração

vertical, os trabalhadores são organizados em cadeias de comando de cima para baixo, com

pouca interação com as outras áreas funcionais. Conforme Kerzner (2006), as empresas que

conseguiram se especializar na administração horizontal (por processos) são, geralmente,

mais produtivas, eficientes, eficazes e mais lucrativas que as empresas que utilizam

exclusivamente a administração vertical.

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O Project Management Institute - PMI, através do seu guia de melhores práticas PMI-

PMBOK (2013, p. 2) define projeto como “um esforço temporário empreendido para criar um

produto, serviço ou resultado exclusivo. A natureza temporária dos projetos indica que eles

têm um início e um término definidos”. O termo temporário normalmente não se aplica ao

produto, serviço ou resultado criado pelo projeto. Cada projeto é caracterizado por criar um

produto, serviço ou resultado único, ou seja, exclusivo. Apesar de haver a possiblidade de ter

elementos repetitivos de um projeto para outro, essa repetição não invalida a singularidade de

cada projeto.

No que diz respeito ao gerenciamento de projeto, o PMI- PMBOK (2013, p. 5) define como

sendo “aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do

projeto para atender aos seus requisitos." E acrescenta que o gerenciamento de projetos é

realizado através da aplicação e integração apropriadas de 47 processos de gerenciamento de

projetos distribuídos em cinco grupos de processos: iniciação, planejamento, execução,

monitoramento e controle e encerramento. Esses 47 processos são organizados em dez áreas

de conhecimento como mostra o quadro 1:

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Quadro 1- Grupo de processos de gerenciamento de projetos e áreas de conhecimento

Fonte: adaptado PMI-PMBOK (2013)

A visão do International Project Management Association - IPMA , através do seu referencial

de competências - NCB (2012) amplia a definição ao dizer que o gerenciamento de projetos

compreende o planejamento, organização, monitoramento e controle de todos os aspectos do

projeto, bem como o gerenciamento e liderança de todos os envolvidos, com o propósito de

alcançar os objetivos do projeto de acordo com restrições de tempo, custo, escopo e

qualidade.

Alinhado com as visões do PMI e IPMA, Xavier (2009) define gerenciamento de projetos

como um ramo da administração que compreende a iniciação, planejamento, execução,

monitoramento, controle e encerramento de projetos, bem como a aplicação de conhecimento,

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habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto com vistas a atender os seus

requisitos.

De acordo com Kerzner (2006), a gestão de projetos pode ser resumida em dois grandes

períodos, conforme mostra a figura 1:

Figura 1- Evolução da gestão de projetos.

Fonte: adaptado de Kerzner (2006).

O primeiro período compreende os anos de 1960 a 1990 e é considerada a fase de gestão de

projetos tradicional, onde o sucesso do projeto era medido em termos técnicos. O produto do

projeto era avaliado em termos de adequação: adequado ou inadequado. Segundo Kerzner

(2006), nesta época a preocupação com prazos e custos ficava em segundo plano.

A gestão do projeto era realizada normalmente pelo gerente funcional. O estouro de

orçamento, de prazo e produtos com longo ciclo de vida eram características dessa fase. De

uma maneira geral, foi a era dos projetos vinculados às indústrias aeroespacial, de defesa e de

construção pesada. Acrescenta Kerzner (2006) que estas práticas fizeram com que outros

setores do mercado, que focavam sua lucratividade no marketing e nas vendas de produtos e

serviços, não aderissem às práticas de gerenciamento de projetos e mantivessem por décadas

uma postura de distanciamento.

O segundo período compreende os anos de 1991 a 2003. É considerado a fase onde houve a

renovação ou reestruturação da gestão de projetos. As empresas, por força da longa recessão

desse período e da concorrência, passaram a reconhecer a importância da gestão de projetos

como aliado na implantação de programas de qualidade total (TQM). Acrescenta Kerzner

(2006) que foi nesse período onde houve a implantação de projetos de reengenharia com

vistas a eliminação das “gorduras” das empresas.

As empresas passaram a eliminar todos os processos que não agregarem valor e passaram a

ser caracterizadas como máquinas “enxutas e objetivas”. As gerências intermediárias foram

eliminadas no processo de achatamento (downsizing) e as pessoas passaram a realizar mais

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em menos tempo e com menos colaboradores. No quadro 2, a seguir, são relacionados os

principais eventos que contribuíram para a evolução da gestão de projetos até o início do ano

2003, segundo Kerzner (2006):

Quadro 2- Eventos que apoiaram a gestão de projetos

1994-1999 2000-2003

As empresas passaram a reconhecer que um

bom sistema de controle de custos de

projetos permitia melhorar as estimativas e

diminuir os estouros de orçamento.

Aumentaram o número de fusões e

aquisições, surgindo mais empresas

multinacionais e com isso uma gestão global

de projetos.

As empresas constatavam a necessidade de

criação de metodologias de gestão de

mudanças, com vistas a diminuir as

frequentes mudanças no escopo dos projetos.

As empresas foram forçadas a serem mais

competitivas e os modelos de maturidade

auxiliavam as empresas a alcançarem essa

meta.

As empresas perceberam a importância de

adotar planos de riscos.

A gestão de projetos foi considerada uma

competência estratégica para as empresas e

os modelos de maturidade davam uma base

para um plano de crescimento em gestão de

projetos.

Fonte: adaptado de Kerzner (2006).

Alinhado com a visão anterior, Carvalho e Rabechini Jr. (2011) também dividem a evolução

da gestão de projetos em dois grandes períodos, que chamam de ondas: a primeira que

compreende as décadas de 1980 e 1990, com foco no projeto e a segunda que começa no ano

2000, com foco na organização.

Carvalho e Rabechini Jr. (2011) chamam a atenção para o fato que embora a gestão de

projetos tenha começado na década de 1960, com o surgimento das primeiras instituições

internacionais de gestão de projetos: Project Management Institute – PMI nos Estados Unidos

e a International Project Management Association – IPMA na Europa, foi só na metade da

década de 1990 que a área se consolidou.

Acrescenta Carvalho e Rabechini Jr. (2011) que na primeira onda, as empresas tinham como

principal preocupação as questões vinculadas às necessidades de projetos: escopo, prazos,

custos e qualidade. É característica desse período o surgimento dos primeiros guias em gestão

de projetos como o Project Management Body of Knowledge - PMBOK do PMI e

investimentos em treinamentos e software de gestão.

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A partir do ano 2000, na segunda onda, as empresas passaram a focar também nas questões

organizacionais relacionadas à gestão de projetos. Questões como adequação da estrutura

organizacional, planejamento dos riscos, desenvolvimento de competências comportamentais

dos gerentes de projetos e alinhamento dos projetos com a estratégica organizacional,

passaram a ter relevância. Esse período é caracterizado pelo investimento em modelos de

maturidade em projetos com vistas à excelência em gerenciamento de projetos (CARVALHO;

RABECHINI, 2011).

O quadro 3 a seguir, faz uma comparação entre as visões tradicional e moderna de gestão de

projetos:

Quadro 3 – Comparação entre a visão tradicional e a visão moderna da gestão de projetos.

Visão tradicional de gestão de projetos Visão moderna de gestão de projetos

A gestão de projetos precisará de mais

pessoal e aumentará os custos gerais

A gestão de projetos permite que se complete

mais trabalho em menos tempo e com

redução de pessoal

A lucratividade poderá diminuir com a gestão

de projetos

A gestão de projetos permitirá o aumento da

lucratividade

A gestão de projetos aumentará as mudanças

de escopo

A gestão de projetos proporcionará melhor

controle de mudanças de escopo

A gestão de projetos é na verdade um “colírio

nos olhos” para agradar os clientes

A gestão de projetos permitem que se

trabalhe em maior proximidade com relação

aos clientes

Somente grandes projetos necessitam de

gestão de projetos

Todos os projetos serão beneficiados pela

gestão de projetos

A gestão de projetos aumentará os problemas

de qualidade A gestão de projetos aumentará a qualidade

Fonte: adaptado Kerzner (2006).

2.2. Projetos e Planejamento Estratégico

Os projetos são uma maneira de alcançar metas e objetivos organizacionais, frequentemente

no contexto de um plano estratégico (PMBOK, 2013). Os objetivos da organização são

traduzidos em estratégias que são implementadas através de projetos, conforme a Figura 2:

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Figura 2- Planejamento estratégico organizacional.

Fonte: adaptação de SOTILLE (2007).

As organizações constantemente buscam o ponto de equilíbrio entre a estratégia (o que se

pretende), os processos (rotinas) e os projetos (ações de mudanças) (VALLE; SOARES;

FINOCCHIO; SILVA, 2010).

De acordo com uma pesquisa realizada com 160 empresas durante cinco anos ficou

constatado que o sucesso das empresas estava intimamente relacionado à capacidade das

empresas de colocar as suas ideias em prática. Aspectos como cultura, estrutura

organizacional, projetos e execução operacional eram essenciais para o sucesso da empresa,

tendo como base o retorno total aos acionistas (JOYCE; NOHRIA; ROBERSON, 2003).

Para entender como os projetos se relacionam com as estratégias das organizações é

necessário compreender os conceitos de gerenciamento de programas e portfólios. Segundo o

PMBOK (2013, p.8) “um programa é definido como um grupo de projetos, subprogramas e

atividades de programas relacionados, gerenciados de modo coordenado visando a obtenção

de benefícios que não estariam disponíveis se eles fossem gerenciados individualmente.” No

que diz respeito ao gerenciamento de portfólio, o PMBOK (2013) conceitua da seguinte

forma: “um portfólio refere-se a projetos, programas, subportfólios e operações gerenciados

como um grupo para atingir objetivos estratégicos.”

Acrescentam Valle, Soares, Finocchio e et al. (2010) que o gerenciamento de portfólio pode

ser compreendido como um processo sistemático pelo qual a organização avalia as

oportunidades existentes, transformando-as em projetos através da avaliação de seu

alinhamento à estratégia da empresa.

Os projetos, sejam pertencentes a programas ou portfólios, são uma forma de atingir metas e

objetivos organizacionais, frequentemente no contexto de um plano estratégico. As

organizações gerenciam os portfólios com base em seu plano estratégico. Desta forma, o

plano estratégico de uma organização torna-se o fator principal de orientação para

investimentos em projetos (PMBOK, 2013).

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Na visão de Decourt, Neves e Baldner (2012) o gerenciamento de portfólio é um processo que

ajuda as organizações na difícil tarefa de colocar em prática o plano estratégico, seguindo

etapas de avaliação, priorização, seleção e acompanhamento dos projetos de maior impacto na

consecução da estratégia.

Normalmente nas organizações, o gerenciamento de portfolios, programas e projetos são

coordenados por um escritório de gerenciamento de projetos (EGP) ou PMO - Project

Management Office em inglês que, de acordo com o PMBOK (2013), consiste numa estrutura

organizacional que padroniza os processos de governança relacionados a projetos, e facilita o

compartilhamento de recursos, metodologias, ferramentas e técnicas. O EGP reúne os dados e

informações de projetos estratégicos corporativos e avalia como os objetivos estratégicos de

nível mais alto estão sendo alcançados.

Um aspecto importante que deve ser ressaltado no gerenciamento de projetos é que existe

uma diferença entre o papel dos gerentes de projetos e um EGP. Enquanto que o gerente de

projetos se concentra nos objetivos especificados do projeto, o EGP gerencia as principais

mudanças do escopo do programa, que podem ser vistas como possíveis oportunidades para

melhor alcançar os objetivos de negócios (PMBOK, 2013).

2.3. Maturidade em gerenciamento de projetos

A maturidade em gestão de projetos está relacionada à capacidade da organização em

gerenciar projetos com sucesso e de forma sustentável. Segundo Kerzner (2006, p. 45) "A

maturidade em gestão de projetos é o desenvolvimento de sistemas e processos que são por

natureza repetitivos e garantem uma alta probabilidade de que cada um deles seja um

sucesso." E acrescenta:

“Entretanto, processos e sistemas repetitivos não são, por si, garantia de sucesso.

Quando as empresas desenvolvem sistemas e processos maduros, surgem dois

benefícios adicionais: primeiro, o trabalho é executado com o mínimo de mudanças

de escopo; segundo, os processos são definidos de maneira a causarem o mínimo de

problemas para o negócio principal da empresa.”

Kerzner (2006) ressalta ainda que a curva de aprendizagem para a maturidade é medida em

anos e que empresas com cultura de gestão de projetos podem atingir a maturidade em até

dois anos, enquanto que empresas não orientadas a projetos podem levar até cinco. Entretanto

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Prado (2010, p.18) afirma que "no caso de gerenciamento de projetos, a maturidade é ligada a

quão capaz uma organização está de gerenciar seus projetos."

Para Carvalho e Rabechini Jr. (2011), o conceito de maturidade pode ser visto como um

processo de aquisição de competências que ocorre gradualmente ao longo do tempo.

O Project Management Institute - PMI, através do seu guia de melhores práticas PMBOK

(2013, p. 18) ressalta que “o nível de maturidade em gerenciamento de projetos de uma

organização e seus sistemas de gerenciamento de projetos também pode influenciar o

projeto”.

Paulk et al. (1995, apud CARVALHO e RABECHINI 2006) identificaram algumas

características do processo de gerenciamento de projeto que diferenciam as organizações

imaturas das maduras, conforme quadro 4:

Quadro 4 – Comparação entre os processos de organizações imaturas e organizações maduras.

Organizações imaturas Organizações maduras

Os processos são improvisados por

profissionais e gerentes

Os processos são coerentes com as linhas de

ação e o trabalho é efetivamente concluído.

Os processos não são rigorosamente seguidos

e o cumprimento não é controlado

Os processos são definidos, documentados e

melhorados continuamente

Os processos são altamente dependentes dos

profissionais atuais

Os processos têm o apoio visível da alta

administração e outras gerências

Baixa visão do progresso e da qualidade dos

processos

Os processos são bem controlados e a

fidelidade aos processos é objeto de auditoria

e controle

Fonte: adaptado Paulk et al. (1995, apud CARVALHO e RABECHINI, 2011)

2.3.1. Modelos de Maturidades em gerenciamento de projetos

O presente tópico tem o objetivo de proporcionar uma visão geral dos modelos de maturidade

mais difundidos e conhecidos no mundo e no Brasil, sem intenção de esgotar o assunto, dando

maior ênfase ao modelo Prado-MMGP adotado na presente pesquisa.

Os modelos de maturidade sugiram como forma de viabilizar as organizações a alcançarem a

excelência em gestão de projetos. A principal função dos modelos é verificar o estágio atual

de maturidade em gestão de projetos da organização e indicar um plano de crescimento com

base nas melhores práticas vigentes.

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Uma análise mundial sobre gestão de projetos permite mostrar que casos de insucesso ainda

são muito comuns nas organizações. Um exemplo é um estudo realizado pelo o Standish

Group (2004, apud Prado, 2010), organização que desde 1994 analisa eficiência do

gerenciamento de software nos EUA, que mostra que o índice dessa área foi muito baixo:

35%, e que desenvolveu pouco durante uma década.

Para Prado (2010), um modelo de maturidade é um mecanismo cuja finalidade é quantificar

numericamente a capacidade de gerenciar projetos com sucesso e auxiliar no estabelecimento

de um plano de crescimento para organização. Acrescenta Prado (2010) que diversos estudos

têm sido realizados abordando os fatores importantes para o sucesso de um projeto e a relação

desse com o nível de maturidade em gerenciamento de projeto.

Para Oliveira (2006, p. 7),

“Um modelo de maturidade funciona como um guia para a organização, de tal

maneira que ela possa localizar onde está e como está, ‘espelhando-se’ nele para, em

seguida, realizar um plano para que ela possa chegar a algum ponto melhor do que o

atual, na busca da excelência.”

De acordo com Carvalho e Rabechini Jr. (2011), são vários os modelos de maturidade em

gestão de projetos, mas os mais difundidos internacionalmente são Capability Maturity Model

- CMM, Project Management Maturity Model – PMMM e o Organizational Project

Management Maturity Model - OPM3. No âmbito nacional, o modelo bastante referenciado é

o Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos – Prado-MMGP.

A seguir, os modelos de maturidade supracitados são descritos nas suas principiais

características.

2.3.1.1. Capability Maturity Model – CMM

O modelo de maturidade Capability Maturity Model - CMM foi criado pela universidade de

Carnegie Mellon, nos Estados Unidos e desenvolvidos em parceria com a SEI – Software

Engineering Institute, no fim da década de 90, em resposta à necessidade do Departamento de

Defesa dos Estados Unidos em melhorar o gerenciamento de seus projetos de software

(PAULK et al, 1995). O modelo é voltado principalmente para aspectos técnicos do processo

de desenvolvimento de software.

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O modelo de maturidade CMM tem o objetivo de mostrar os estágios de maturidade das

organizações na medida em que essas evoluem nas fases de desenvolvimento de software,

procedendo com uma avaliação contínua, evidenciando problemas e propondo ações

corretivas, alinhado a uma estratégia de melhoria de processos. Essa trajetória de melhoria

compreende cinco níveis, onde o primeiro é considerado o nível mais baixo de maturidade e o

quinto a mais alto. A figura 3 descreve os níveis do modelo de maturidade CMM:

Figura 3 – Níveis de maturidade do modelo CMM.

Fonte: adaptado Paulk et al. (1995).

O CMM está estruturado em cinco níveis ou estágios:

Nível 1 – Inicial – a organização neste nível é caracterizada por processos imprevisíveis e

informais, onde os projetos frequentemente estouram os prazos, orçamentos e o escopo

previstos. Nesse nível, não há um controle efetivo dos processos que envolvem o

desenvolvimento e manutenção de software.

Nível 2 – Repetitivo – a organização neste nível é caracterizada por processos planejados,

executados e controlados. As práticas são repetidas e consideradas importantes no

aperfeiçoamento dos processos de desenvolvimento e manutenção de software.

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Nível 3 – Definido – a organização neste nível é caracterizada pela existência de processos

bem definidos, entendidos e traduzidos em padrões, métodos e ferramentas. Melhorando o

desempenho dos projetos.

Nível 4 – Previsível – a organização neste nível é caracterizada por processos medidos e

controlados por estatística e técnicas quantitativas.

Nível 5 – Otimizado – a organização neste nível é caracterizada pela maturidade e

consolidação das práticas de gestão de projetos baseadas em melhoria contínua.

Para Vergopia (2008), as origens deste modelo têm como referência a Gestão da Qualidade

Total que entende que a qualidade do produto tem uma relação direta com a qualidade dos

processos responsáveis pelo desenvolvimento desses produtos.

Na intenção de integrar outras áreas, o modelo CMM evoluiu para o chamado CMMI -

Capability Maturity Model Integration, não se limitando a organizações da área de Tecnologia

da Informação.

Os modelos de maturidades que vieram em seguida são baseados no modelo de maturidade

CMM. A estrutura da maturidade dividida em níveis está presente na maioria dos modelos.

2.3.1.2. Project Management Maturity Model – PMMM

O modelo de maturidade PMMM, do Ph.D. Harold Kerzner, foi lançado em 2001 e segue a

mesma estrutura do modelo CMM, apesar de haver diferença de terminologias que podem

influenciar na implementação. Tem o mesmo número de níveis de maturidade do modelo

CMM e Prado-MMGP. De acordo com Carvalho e Rabechini Jr. (2011), o objetivo principal

que motivou a criação do modelo PMMM foi de estender o modelo CMM para várias áreas da

gestão de projetos. Carvalho e Rabechini Jr. (2011) acrescentam que o modelo PMMM está

alinhado com as áreas de conhecimento do Project Management Body of Knowledge -

PMBOK do PMI. A figura 4 mostra os níveis de maturidade do modelo.

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Figura 4 – Níveis de maturidade do modelo PMMM.

Fonte: adaptado de Kerzner (2001).

Nível 1 – Linguagem comum: a organização neste nível compreende que a gestão de projetos

é importante e reconhece a necessidade de adotar uma terminologia, de ter um bom

entendimento e conhecimento básico sobre o assunto.

Nível 2 – Processos comuns: a organização neste nível compreende a necessidade de

padronizar os processos de gestão de projetos, na intenção de obter sucesso nos demais

projetos.

Nível 3 – Metodologia singular: a organização neste nível compreende a necessidade de

combinar todas as metodologias em uma metodologia singular, tendo como centro a gestão de

projetos.

Nível 4 – Benchmarking: a organização neste nível compreende que para se manter

competitiva deve buscar melhorar continuamente seu processos, e portanto, realiza

periodicamente comparações das suas práticas de gestão de projetos com as utilizadas por

outras organizações.

Nível 5 – Melhoria contínua: a organização neste nível faz uso das informações obtidas no

nível anterior, Benchmarking, para implantar as mudanças importantes e necessárias na

intenção estabelecer práticas que possibilitem o melhoramento contínuo dos processos de

gerenciamento de projetos.

Kerzner (2006; 2001), acrescenta que a maturidade tem um ciclo de vida que todas as

empresas passam para alcançarem algum grau de maturidade e que o tempo gasto em cada

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uma das fases vai depender da cultura e a natureza do negócio da organização. As fases estão

descritas na figura 5.

Figura 5 – As cinco fases do ciclo de vida da gestão de um projeto.

Fonte: adaptado de Kerzner (2006).

Na fase embrionária tanto os gerentes intermediários como os seniores devem reconhecer a

necessidade, os benefícios e a importância da aplicação da gestão de projetos, bem como

convencer-se de que a excelência em gerenciamento de projetos é fundamental e capaz de

melhorar a empresa a partir da base.

Na fase de aceitação pela gerência executiva é fundamental que os gerentes dêem seu apoio

de maneira visível à gestão de projetos. A palavra-chave é visibilidade. O maior obstáculo

para alcançar a maturidade e excelência em gestão de projetos consiste na ausência de um

apoio concreto por parte da gerência executiva.

Na fase de aceitação pelos gerentes da área é fundamental que os gerentes da área entendam

os princípios da gestão de projetos e apoiem a liberação dos funcionários para treinamentos e

capacitações.

Na fase de crescimento a empresa reconhece a utilidade e importância das fases do ciclo de

vida do projeto, tem consolidada uma metodologia e estar comprometida com o planejado,

minimizando as variações de escopo com um sistema de planejamento e controle do projeto.

Na fase de maturidade a empresa já superou as quatro fases anteriores, normalmente num

prazo de 12 a 24 meses, nos casos das empresas dinâmicas, compreende a importância da

integração de prazo e custo, faz uso de um sistema de contabilidade horizontal que permite

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verificar se as estimativas dos prazos e custos realizadas pelos gerentes são precisas e estão

condizentes com a realidade. Bem como é adotado um programa de ensino de longa duração

para que a empresa possa manter a maturidade alcançada.

2.3.1.3. Organizational Project Management Maturity Model - OPM3

O modelo de maturidade OPM3 teve início (planejamento) 1998 e foi lançado em meados de

2003 pelo PMI, envolvendo uma equipe de mais de 700 voluntários no intuito de pesquisar

sobre modelos existentes e propor um modelo de maturidade padrão. Bem como discutir as

principais capacitações inerentes a um gerenciamento de projetos numa visão organizacional.

Esse conjunto de capacidades foi desenvolvido tendo como principal foco o entendimento das

estratégias de negócio da organização (CARVALHO; RABECHINI JR., 2011).

Uma das principais características deste modelo consiste em possibilitar um melhor

alinhamento entre os projetos e a estratégia da organização. Segundo o PMI (2003), o

principal propósito do modelo é possibilitar uma contribuição original de grande valor para o

gerenciamento de projetos organizacional através da elaboração de um modelo que fortaleça

as habilidades de uma organização para executar projetos de forma consistente, previsível e

com sucesso.

De acordo com Carvalho e Rabechini Jr. (2011), para compreender o modelo OPM3 dois

termos chaves são importantes: organizacional e maturidade. O termo organizacional amplia a

dimensão do modelo de gestão de projetos para a organização como um todo, não restringindo

o mesmo apenas ao contexto do projeto como aborda o PMBOK. O modelo incorpora à

gestão programas e portfólio, promovendo o alinhamento dos projetos às estratégias do

negócio. O termo maturidade compreende o crescimento das capacidades de forma

sustentável e ao longo do tempo, baseada no amadurecimento de uma cultura que possibilite a

obtenção de sucesso na gestão de projetos. Acrescenta os autores que maturidade envolve

mudanças na organização de forma progressiva que visam atingir a excelência em gestão de

projetos. Essas mudanças progressivas ocorrem em quatro estágios ou fases: padronização,

medição, controle e melhoria contínua.

A figura 6 resume o modelo OPM3 na medida em que relaciona os domínios da gestão de

projeto organizacional (projeto, programa e portfólio) com a evolução em fases

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(padronização, medição, controle e melhoria contínua), tendo como referência e alinhamento

o planejamento estratégico.

Figura 6 – O modelo OPM3.

Fonte: adaptada de PMI (2008)

O modelo permite uma avaliação organizacional da maturidade em gestão de projetos através

do uso de um questionário, que na primeira versão continha 151 questões e depois foi

reduzido para 120 (PMI, 2008).

O modelo OPM3 é, provavelmente, o que tem maior aceitação pelos profissionais de gestão

de projetos, devido ao apoio e patrocínio do PMI (SCHLICHTER, 2001).

Embora terem sido realizadas revisões no seu questionário, o modelo OPM3 tem sofrido

críticas referentes ao número elevado de questões (120) e a limitação de respostas do tipo

“sim” ou “não” em perguntas que abordam vários elementos sobre maturidade em gestão de

projetos (HARISSON, 2006), bem como questionário considerado repetitivo e burocrático

(SOLER, 2005).

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2.3.1.4. Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos – Prado-MMGP

De acordo com Prado (2010), o modelo de maturidade em gerenciamento de projetos - Prado-

MMGP foi lançado em 2002 com o objetivo de auxiliar a avaliação do grau de maturidade das

organizações e propor um plano de crescimento. Tem como base a larga experiência do PhD

Darci Prado em consultorias em gestão de projetos. Prado (2010) comenta que um modelo de

maturidade deveria ser simples, fácil de usar e fornecer resultados robustos e confiáveis. E

acrescenta Prado (2010): “os modelos complexos acabavam por afastar os seus potenciais

usuários, tornando o assunto maturidade muito falado, mas pouco praticado” (PRADO, 2010

p. 24). O modelo já foi aplicado a centenas de organizações brasileiras com resultados

satisfatórios.

Uma das características do modelo Prado-MMGP é a capacidade de realizar avaliação da

maturidade em diferentes setores e categorias de projetos: engenharia, informática,

desenvolvimento de produtos, etc., bem como levar em consideração aspectos específicos de

empresas nacionais da iniciativa privada e do setor público e terceiro setor. Outro aspecto

importante que vale ressaltar é que o modelo foi desenvolvido à luz do guia de conhecimento

em gerenciamento de projetos do PMI - PMBOK e do IPMA - ICB - IPMA Competence

Baseline.

Afirma Prado (2010) que as premissas consideradas para criação do modelo foram:

alinhamento às terminologias usadas no PMBOK (PMI) e NCB (IPMA), um questionário

pequeno (apenas 40 questões), ser simples de usar, ser confiável, fornece resultados coerentes

e robusto, possuir universalidade (poder ser utilizado por diferentes categorias de projetos),

ser capaz de medir aspectos que estão realmente ligados ao sucesso no gerenciamento de

projetos, conquistar adeptos no Brasil para o assunto maturidade em gestão de projetos e

poder ser utilizado no estabelecimento de um plano de crescimento.

O modelo Prado-MMGP tem uma estrutura parecida com os modelos CMM e o PMMM. Está

estruturado em 5 níveis de maturidade e 6 dimensões. De acordo com Prado (2010), as 6

dimensões estão presentes nos 5 níveis e variam de intensidade conforme o nível de

maturidade aumenta. A figura 7 mostra os níveis e as dimensões:

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Figura 7 – Dimensões e níveis de maturidade Prado-MMGP.

Fonte: adaptado de Prado (2010).

No nível 1 (Inicial), a organização está no estágio inicial de gestão de projetos e são

normalmente executados sem planejamento e controle. Os projetos são executados com base

na intuição, boa vontade e o sucesso é fruto do esforço individual ou da sorte. Nesta fase, são

frequentes o estouro de prazo, de orçamento e insatisfação do cliente (PRADO, 2010).

No nível 2 (Conhecido), a organização já fez vários investimentos em capacitação

(treinamento) e adquiriu ferramentas de gestão de projetos (software), mas só existem

iniciativas isoladas de uso de práticas de gestão de projeto. Já se percebe iniciativas de

padronização dos processos na intenção de melhorar o planejamento e controle dos projetos.

Mas ainda são frequentes estouro de prazo, de orçamento e não atendimento aos requisitos do

projeto (PRADO, 2010).

No nível 3 (Padronizado), a organização já implantou um escritório de gerenciamento de

projetos que procedeu com a padronização dos procedimentos, divulgada dentro da

organização e utilizada em todos os projetos. Já foi adotada uma metodologia e uma estrutura

organizacional adequada, que facilita a gestão de projetos. Já há uma preocupação em alinhar

os projetos com a estratégia organizacional.

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Os gerentes de projetos demonstram competências técnicas, comportamentais e contextuais.

Mas apesar de haver uma significativa melhora na performance dos projetos no que diz

respeito a prazo, orçamento, escopo e qualidade, melhorias são necessárias (PRADO, 2010).

No nível 4 (Gerenciado), a organização já consolidou a padronização dos procedimentos e os

problemas referentes a prazo, orçamento, especificações do escopo já são gerenciados com

sucesso. A estrutura organizacional já evolui para um estrutura projetizada ou matricial forte e

há forte alinhamento dos projetos com a estratégia da organização. Os gerentes já estão

bastante evoluídos nas competências comportamentais: relacionamento humano, liderança,

conflito, negociação, etc. O uso de práticas de gerenciamento de projetos já é reconhecido

como fator de sucesso dos projetos. Neste nível, o percentual de sucesso nos projetos é alto

(PRADO, 2010).

No nível 5 (Otimizado), a organização já tem consolidado um programa de melhoria contínua

e os processos de planejamento, execução e controle são continuamente otimizados,

possibilitando um aumento de performance. Os gerentes de projetos já possuem uma larga

experiência e a organização tem um excelente banco de dados de melhores práticas em gestão

de projetos. Neste nível, o percentual de sucesso nos projetos é próximo de 100% e a

organização tem plena confiança nos seus profissionais e encara desafios de alto risco. No

quadro 5 são descritas as principais características dos níveis de maturidade do modelo

conforme Prado (2010):

Quadro 5 – Principais características dos níveis de maturidade do modelo Prado-MMGP.

Nível Resumo das características Cenário típico Aspecto básico Índice de sucesso

1

Nenhuma iniciativa da

organização

Iniciativas pessoais isoladas

Resistências à mudanças das

práticas existentes

Gerenciamento de

projetos de forma

isolada, intuitiva e

individual

Desalinhamento

total Baixo

2

Treinamento básico de

gerenciamento para os

principais envolvidos com

gerenciamento de projetos

Estabelecimento de uma

linguagem comum

Gerenciamento de

projetos de forma

isolada, não

padronizada e não

disciplinada, mas

com maior nível de

qualidade

Difusão de

conhecimentos Alguma melhoria

3

Mapeamento dos processos

desde o planejamento

estratégico

Metodologia desenvolvida,

implantada e em uso

Informatização de parte da

metodologia e em uso

Estrutura organizacional

Gerenciamento da

carteira de projetos

de forma agrupada,

disciplinada e

padronizada

Escritório de

gerenciamento de

projetos (EGP)

Excelência de

padrões

Melhoria

significativa

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implantada

Iniciativas para o alinhamento

estratégico

participando

ativamente do

planejamento e

controle dos projetos

Gerentes de projetos

utilizando

corretamente os

padrões, mas com

forte dependência do

EGP

Criada e padronizada

a carreira para os

profissionais do

assunto

4

Consolidação de competências

técnicas, comportamentais e

contextuais

Consolidação do alinhamento

com os negócios da

organização

Identificação e eliminação de

causas de desvios da meta

Metodologias e informatização

aperfeiçoados, estabilizados e

em uso

Relacionamentos humanos

harmônicos e eficientes

Comparação com benchmarks

Gerenciamento de

múltiplos projetos de

forma eficiente

Gerentes de projetos

com mais autonomia

Integração com áreas

estratégicas,

permitido foco nos

resultados dos

projetos, tal como

retorno do

investimento

Os padrões são

eficientes e

realmente dão

resultados

constantemente

Provavelmente

acima de 80%

5

Otimização dos processos de

prazos, custos, escopo e

qualidade

Grande experiência em

gerenciamento de projetos

Sabedoria e capacidade para

assumir riscos maiores

Gerenciamento da

carteira de projetos

de forma otimizada

Gerentes de projetos

altamente

competentes e com

grande autonomia

Otimização dos

padrões Próximo de 100%

Fonte: adaptado de Prado (2010).

No que diz respeito às 6 dimensões do modelo Prado-MMGP, que estão presentes em todos

os níveis de maturidade, variando em intensidade, são relacionadas a seguir:

Competências técnicas e contextuais: esta dimensão refere-se aos conhecimentos e

experiências necessários que o gerente de projetos e sua equipe devem ter para realizarem a

gestão de projetos. As competências técnicas estão relacionadas ao conhecimento e uso das

práticas em gestão de projetos difundidas pelos guias de conhecimento em gerenciamento de

projetos do PMI - PMBOK e do IPMA - NCB - National Competence Baseline. As

competências contextuais estão relacionadas ao conhecimento do negócio e dos produtos da

organização que o gerente de projeto e sua equipe devem conhecer.

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Uso prático da metodologia: esta dimensão refere-se ao uso de uma metodologia, de

preferência unificada, que garanta a aplicação correta das ferramentas, métodos e técnicas.

Refere-se também à uniformização dos termos nas gerências de projetos e gerência de rotinas.

Informatização: esta dimensão refere-se à importância do uso das ferramentas de informática

(software de gestão) no apoio ao planejamento, execução e controle do projeto. A

informatização possibilita acompanha o desempenho dos projetos.

Estrutura organizacional: esta dimensão refere-se à implementação de uma adequada estrutura

organizacional que possibilite a maximização dos resultados dos projetos e minimize os

conflitos entre os diferentes setores envolvidos.

Alinhamento estratégico: esta dimensão refere-se à importância do alinhamento dos projetos

com a estratégia ou o negócio da organização. No entanto, essa prática nem sempre é levada

em consideração e, não raro, se verifica muitos projetos sendo executados nas carteiras de

projetos sem nenhum alinhamento com a estratégia da organização.

Competência comportamental: esta dimensão refere-se à importância de considerar aspectos

de relacionamento humano que afetam os envolvidos no projeto e se não forem trabalhadas

podem prejudicar o projeto. O gerente de projetos deve desenvolver suas habilidades de

motivar a equipe e resolver eventuais conflitos.

O quadro 6 mostra a relação das dimensões com os níveis de maturidade do modelo Prado –

MMGP:

Quadro 6 – Relação das seis dimensões com níveis de maturidade do modelo Prado – MMGP.

Dimensão da

Maturidade Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5

Competência

técnica e contextual Dispersa Básica

Significativo

avanço Muito avançada Otimizada

Metodologia Inexistente Fala-se sobre o

assunto

Padronizada e em

uso

Aperfeiçoada,

estabilizada e

em uso

Otimizada e

em uso

Informatização Dispersa Software para

tempo

Padronizada e em

uso

Aperfeiçoada,

estabilizada e

em uso

Otimizada e

em uso

Estrutura

organizacional Inexistente

Nomeia-se um

responsável

Padronizada e em

uso

Aperfeiçoada,

estabilizada e

Otimizada e

em uso

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em uso

Alinhamento

estratégico Desconhecido

Fala-se sobre o

assunto

Significativo

avanço Alinhado Otimizado

Competência

comportamental Boa vontade Algum avanço Mais avanço Forte avanço Madura

Fonte: adaptado de Prado (2010).

2.4. Sucesso em gerenciamento de projetos

Existem várias definições de sucesso, que podem variar de acordo com a área de negócio, mas

para um número crescente de organizações, o sucesso está relacionado à realização dos

projetos com eficiência, ou no linguajar técnico, no escopo, no prazo, no orçamento e na

qualidade previstos.

Na visão do guia de melhores práticas do PMI - PMBOK (2013, p.30):

“Visto que os projetos são temporários em natureza, seu sucesso deve ser medido

em termos da sua conclusão dentro das restrições de escopo, tempo, custo,

qualidade, recursos e risco, conforme aprovado entre os gerentes de projetos e a

equipe sênior de gerenciamento.”

Diferente da definição do PMI, o IPMA, através do seu referencial de competências - NCB

(2012, p. 15) define o sucesso de um projeto como “a apreciação pelas várias partes

interessadas dos resultados do projeto”. Esta definição apresenta um desafio maior do que

“produzir as entregas do projeto no prazo e custo”, o que é só uma parte do sucesso.

Para Kerzner (2006), a definição moderna de sucesso em gestão de projetos é aquela que

mensura em termos de fatores primários e secundários. Fatores primários: no prazo, dentro do

orçamento, no nível desejado de qualidade. Fatores secundários: aceitação pelo cliente e o

cliente concorda com a utilização de seu nome como referência.

Kerzner (2006) acrescenta ainda que nos primórdios da gestão de projetos, o sucesso era

medido apenas em termos técnicos: o produto do projeto era adequado ou inadequado. Não

eram levado em consideração fatores como prazo e custo dos projetos.

Para Prado (2010), quanto maior o nível de maturidade na gestão de projetos maior a

possibilidade de sucesso. Acrescenta Prado (2010) que independente da categoria do projeto,

se o nível de maturidade for maior que 4, provavelmente o sucesso estará acima de 80%.

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Prado (2010) se baseia nas pesquisas realizadas pelo site www.maturityresearch.com, de

autoria de Archibald & Prado. A figura 7 mostra que as organizações que se encontram acima

do nível 4 de maturidade, apresentam menores problemas em relação a prazos, custos, escopo

e qualidade, proporcionando um grau de sucesso igual ou acima de 80%. Diferentemente das

organizações que se encontram nos níveis abaixo de 4, que apresentam grau de sucesso de

60%.

Figura 8 – Maturidade e Sucesso.

Fonte: adaptado de Prado (2010).

Prado (2010) ainda declara que estudos e pesquisas referentes a fatores determinantes para o

sucesso têm sido realizadas e apontam para uma relação entre maturidade e sucesso. Em

2003, foi realizada uma pesquisa em 154 organizações americanas, referentes ao

gerenciamento do processo de desenvolvimento de software, e foi constatado uma relação

positiva entre maturidade e performance. O estudo mostrou que o benefícios apareceram de

forma mais nítida a partir do nível 3 de maturidade (JAMES J.;GARY KLEINB; HSIN-GINN

HWANGC; JACK HUANGC; SHIN-YUAN HUNGC, 2004, APUD PRADO, 2010).

Em outra pesquisa realizada pelo Standish Group (2004, apud Prado, 2010), tendo como

referência projetos de tecnologia da informação, foi constatada que a principal causa de

insucesso dos projetos analisados não foi por motivos financeiros (falta de recursos) ou por

falta de acesso à tecnologia, mas por falta de conhecimento em gestão de projetos.

De acordo com a Standish Group (2004, apud Prado, 2010), o sucesso dos projetos de

tecnologia da informação pode ser categorizado de três formas:

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Sucesso total: um projeto bem sucedido é aquele que atingiu a meta. Isto geralmente

significa que foi concluído e produziu os resultados e benefícios esperados e os

principais envolvidos ficaram plenamente satisfeitos. Além disso, mas não

obrigatoriamente, espera-se que o projeto tenha sido encerrado dentro das exigências

previstas para prazo, custo, escopo e qualidade (pequenas diferenças podem ser

aceitas).

Sucesso parcial ou comprometido: o projeto foi concluído, mas não produziu todos os

resultados e benefícios esperados. Existe uma significativa insatisfação entre os

principais envolvidos. Além disso, provavelmente algumas das exigências previstas

para prazo, custo, escopo e qualidade foram significativamente excedidas.

Fracasso: existe uma enorme insatisfação entre os principais envolvidos ou porque o

projeto não foi concluído ou porque não atendeu às expectativas dos principais

envolvidos ou porque algumas das exigências previstas para prazo, custo, escopo e

qualidade foram excedidas de forma absolutamente inaceitável.

No Brasil, segundo Prado (2010), uma das áreas mais pesquisadas em gestão de projetos é a

de tecnologia da informação. Na última pesquisa realizada por Archibald & Prado em 2014,

através do site dos autores www.maturityresearch.com, com 109 organizações, onde a maioria

das organizações esta localizada nas regiões sudeste e sul, mostra a relação de maturidade e

sucesso nos projetos de desenvolvimento de novos aplicativos – software, tendo como base as

definições de sucesso do Standish Group. O gráfico 1 mostra a relação entre os níveis de

maturidade e sucesso:

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Gráfico 1- Relação entre maturidade e sucesso em gestão de projetos.

Fonte: Relatórios de pesquisa Maturidade TI (software) de 2012 e 2014 de Archibald & Prado.

De acordo com Prado; Archibald (2015), o cruzamento dos dados permitiu verificar uma

relação positiva entre os níveis de maturidade e sucesso total, assim como uma relação oposta

entre os níveis de maturidade e fracasso nas pesquisas de 2012 e 2014.

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3. METODOLOGIA

Este capítulo tem a finalidade de apresentar os procedimentos metodológicos que foram

utilizados na presente pesquisa, na intenção de responder ao problema proposto: Qual o nível

de maturidade em gerenciamento de projetos das maiores empresas de desenvolvimento de

software do Porto Digital, conforme o modelo de maturidade de Prado-MMGP e sua

comparação com os dados nacionais?

Para Lakatos e Marconi (2012), é na metodologia da pesquisa que se concentram os itens que

respondem às questões: como?, com quê, onde?, quanto? O presente capítulo está estruturado

com os seguintes tópicos: delineamento da pesquisa, população e amostra, coleta de dados,

métodos de análise e limites.

3.1. Delineamento da Pesquisa

Entende-se por delineamento da pesquisa o planejamento que encerra os fundamentos

metodológicos, a definição dos objetivos, o local da pesquisa e a determinação das técnicas de

coleta e análise dos dados (GIL, 2010).

Tendo em vista que o objetivo desta pesquisa foi identificar o nível de maturidade em

gerenciamento de projetos de um cluster de empresas de desenvolvimento de software, bem

como prover informações que possam gerar um diagnóstico da situação atual dessas empresas

e orientá-las no estabelecimento de um plano de crescimento, a pesquisa pode ser classificada,

quanto aos seus fins, como aplicada.

Segundo Gil (2010), as pesquisas são classificadas como aplicadas quando decorrem do

desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficiente. Vergara (2005)

complementa dizendo que a pesquisa pode ser classificada como aplicada quando tem por

motivo a necessidade de resolver problemas concretos, imediatos ou não. Ao contrário da

pesquisa pura, motivada apenas pela curiosidade intelectual do autor, a pesquisa aplicada tem

finalidade prática.

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A pesquisa pode ser classificada também como descritiva, pois busca descrever o nível de

maturidade de um cluster de empresas de desenvolvimento de software. Para Gil (2010), a

pesquisa descritiva busca descrever as características de uma população específica, bem como

identificar possíveis relações entre variáveis. Vergara (2005) ressalta que embora a pesquisa

descritiva possa servir como base para explicar os fenômenos, não tem o compromisso em

explicá-los.

Quanto ao método para abordagem do problema, esta pesquisa optou pelo método

quantitativo, por possibilitar uma abordagem numérica dos fenômenos e por ser muito usado

nas pesquisas descritivas. A técnica de coleta de dados foi o levantamento de campo (survey).

De acordo com Gil (2010), as pesquisas do tipo levantamento, caracterizam-se pela

interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente,

procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do

problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões

correspondentes aos dados coletados.

3.2. População e Amostra

O universo da presente pesquisa é composto pelas maiores empresas de desenvolvimento de

software do Porto Digital, localizadas na cidade do Recife, Estado de Pernambuco, Nordeste

do Brasil. As informações que possibilitaram definir a população foram fornecidas pelo

escritório do Núcleo de Gestão do Porto Digital, em resposta a visita que o autor da presente

pesquisa fez ao mesmo. Foi fornecida uma relação das 10 maiores empresas de

desenvolvimento de software cadastradas no Porto Digital, tendo como base de mensuração o

faturamento e número de funcionários das mesmas. Por questões de sigilo não foram

especificados o faturamento e número de funcionários das empresas, apenas os nomes em

ordem decrescente por faturamento.

O intento desta pesquisa era efetuar um censo em todo o universo, ou seja, nas 10 maiores

empresas de desenvolvimento de software instaladas no Porto Digital, relacionadas pelo

escritório do Núcleo de Gestão do Porto Digital. Infelizmente, contudo, 5 empresas não

completaram o questionário. Assim, o resultado foi uma amostra constituída de 5 empresas,

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ou seja, 50% do universo. Vale ressaltar que das 5 empresas respondentes, 4 estão no topo da

relação das 10 maiores fornecida.

O Porto Digital é um grupo de empresas desenvolvedoras de software situado no bairro do

Recife Antigo, na cidade de Recife, capital do Estado de Pernambuco. O Porto Digital surgiu

em julho de 2000 como um projeto de desenvolvimento econômico que agrega investimentos

públicos, iniciativa privada e universidades, compondo um sistema local de inovação que tem,

atualmente, 200 organizações entre empresas de tecnologia da informação e comunicação

(TIC), Economia Criativa, serviços especializados e órgãos de fomento.

O Governo do Estado de Pernambuco forneceu os recursos iniciais de R$ 33 milhões

destinados a criar a infra-estrutura e as condições necessárias para a implantação e operação

do Porto Digital, que tinha como missão inserir Pernambuco no cenário tecnológico mundial.

Para implantar o modelo de governança e os projetos estruturadores foi criado o Núcleo de

Gestão do Porto Digital (NGPD), associação civil sem fins lucrativos, qualificada como

Organização Social (OS).

O Porto Digital é resultado do ambiente de inovação que se consolidou em Pernambuco nas

últimas décadas. Em uma região atrativa para inovação, instituições, empresas, universidades

e governos fomentaram mudanças econômicas e sociais que estão gerando riqueza, emprego e

renda.

Dentre as instituições locais que suportam diretamente o Porto Digital incluem-se: a

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Governo do Estado de Pernambuco

(SECTMA); o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R); o Centro de

Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn); e o Softex Recife – Centro de

Tecnologia de Software para Exportação do Recife.

O Porto Digital também recebe o apoio de instituições nacionais, tais como: a Financiadora de

Estudos e Projetos (FINEP); o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(Sebrae); e a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação, Software e Internet

(Assespro).

Em quase 12 anos de atuação, o Porto Digital se consolidou com os investimentos realizados

na melhoria dos processos de desenvolvimento de sotfware e com a instalação de dezenas de

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empresas vindas de outras regiões da Região Metropolitana do Recife, de outros estados e até

de outros países.

O Porto Digital é formado essencialmente por pequenas e médias empresas criadas na própria

cidade do Recife, mas ao mesmo tempo abriga grandes instituições multinacionais e

brasileiras como Accenture, IBM, Microsoft, Ogilvy, Stefanini, Thought Works e projetos de

P&D em parceria com Alcatel Lucent, Bematech, Motorola, Samsung, LG e HP.

As principais áreas de competência das empresas do Porto Digital são o desenvolvimento de

sistemas de gestão empresarial, mobilidade urbana, games, animação e aplicações para

dispositivos móveis, redes neurais e inteligência artificial para finance e banking, segurança

de dados, e-learning, e-entertainment e outsourcing.

Hoje, Pernambuco se situa no cenário mundial por seu capital humano, empreendedorismo e

inovação. Dos engenhos de açúcar para uma economia baseada em serviços e com uma

participação crescente do setor de TIC e Economia Criativa no PIB pernambucano. Em 2010,

as 200 empresas localizadas no Porto Digital tiveram um faturamento de R$ 1bilhão.

3.3. Coleta de Dados

O questionário (Apêndice A), instrumento de coleta de dados que foi utilizado nesta pesquisa

para avaliação de maturidade em gerenciamento de projetos, foi retirado do modelo de

avaliação de maturidade em gerenciamento de projetos Prado - MMGP, disponibilizado no

livro Maturidade em Gerenciamento de Projetos e no site Archibald & Prado,

http://www.maturityresearch.com/, do professor e consultor Darci Prado. O mesmo

questionário é utilizado pelo Ph.D. e consultor Darci Prado para realizar sua pesquisa nacional

de maturidade desde 2005. Este instrumento de coleta de dados também foi utilizado em

outras pesquisas de pós-graduação a nível nacional: Harrison (2006), Santos (2009), Noro

(2006), Lott (2008) e Nascimento (2011).

O questionário foi disponibilizado online pelo autor dessa pesquisa, através da plataforma

Google Docs, no período aproximadamente de dois meses, de 08 de setembro a 31 de outubro

de 2014. O questionário foi estruturado em 50 questões dividido em dois blocos: o primeiro

bloco contém 10 questões referentes ao perfil da empresa e do respondente. O segundo e

último bloco contém 40 questões.

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O segundo e último bloco, de acordo com Prado (2010), foi estruturado em quatro seções,

contendo questões para avaliação dos níveis 2, 3, 4 e 5 e as questões se relacionam com as

seis dimensões da maturidade (Competência técnica e contextual, Metodologia,

Informatização, Estrutura organizacional, Alinhamento estratégico e Competência

comportamental).

Cada nível contém dez questões e cada questão diz respeito a um aspecto da dimensão da

maturidade válida para aquele nível. Todas as questões possuem cinco opções de resposta, na

escala likert, excetuando as questões do nível 5 que possuem apenas duas opções.

Segundo Harrison (2006), um dos motivos para a utilização do modelo Prado - MMGP de

avaliação de maturidade refere-se à possibilidade de realizar benchmarks com organizações

do mesmo setor em nível nacional, baseando-se nas pesquisas desenvolvidas a cada dois anos

por Prado & Archibald.

Outros motivos importantes que foram considerados na escolha deste modelo de maturidade

em relação aos demais são: tratar-se de um modelo bastante usado no Brasil, disponibilizar de

forma gratuita o acesso ao modelo, considerar aspectos específicos de empresas nacionais da

iniciativa privada, do setor público e terceiro setor e demandar um tempo menor de resposta

comparado com os instrumentos de coleta de dados dos modelos do OPM3 e o PMMM que

utilizam mais de 100 questões.

O quadro 7 apresenta o relacionamento entre as questões do questionário da pesquisa com os

objetivos específicos.

Quadro 7 – Relação das questões do questionário e objetivos específicos.

Objetivo geral: O objetivo geral desta pesquisa é identificar o nível de maturidade em gerenciamento

de projetos das maiores empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital, aplicando o

modelo de maturidade de Prado-MMGP, e comparar com os indicadores nacionais do setor.

Objetivos específicos Perguntas

questionário

1. Identificar o nível de maturidade final e o grau de aderência aos cinco

níveis adotados pelo modelo Prado-MMGP das maiores empresas de

desenvolvimento de software do Porto Digital;

Bloco 2 do

questionário:

perguntas 2.1 até a

2.40

2. Identificar o grau de aderência às seis dimensões de maturidade adotados

pelo modelo Prado-MMGP das maiores empresas de desenvolvimento de

software do Porto Digital;

Bloco 2 do

questionário:

perguntas 2.1 até a

2.40

3. Comparar o nível de maturidade das maiores empresas de Bloco 2 do

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desenvolvimento de software do Porto Digital com a média nacional do

setor apresentada nas pesquisas realizadas em 2012 e 2014 por Archibald &

Prado;

questionário:

perguntas 2.1 até a

2.40

Fonte: elaborado pelo autor.

3.4. Métodos de análise

Os dados coletados na pesquisa foram tabulados em planilha eletrônica, tratados usando

métodos estatísticos (analise descritiva) e submetidos a uma análise à luz do modelo Prado –

MMGP.

O quadro 8 apresenta o relacionamento entre os objetivos específicos e tratamento e análise

dos dados:

Quadro 8 – Relação dos objetivos específicos e análise de dados.

Objetivos Específicos Tratamento e

Análise dos dados

1. Identificar o nível de maturidade final e o grau de aderência aos cinco

níveis adotados pelo modelo Prado-MMGP das maiores empresas de

desenvolvimento de software do Porto Digital;

Sistemas de cálculo e

avaliação

disponibilizado pelo

modelo Prado –

MMGP

2. Identificar o grau de aderência às seis dimensões de maturidade

adotados pelo modelo Prado-MMGP das maiores empresas de

desenvolvimento de software do Porto Digital;

Sistemas de avaliação

disponibilizado pelo

modelo Prado –

MMGP

3. Comparar o nível de maturidade das maiores empresas de

desenvolvimento de software do Porto Digital com a média nacional do

setor apresentada nas pesquisas realizadas em 2112 e 2014 por Archibald

& Prado;

Métodos estatísticos

(Analise descritiva:

médias e frequências)

Fonte: elaborado pelo autor.

Para análise do primeiro objetivo específico, identificar o nível de maturidade final e o grau

de aderência aos cinco níveis adotados pelo modelo Prado-MMGP, foram utilizados sistemas

de cálculo disponibilizado pelo modelo Prado – MMGP.

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47

De acordo com Prado (2010), o sistema de pontuação do instrumento de coleta (questionário)

para o cálculo da maturidade está estruturado da seguinte forma como mostra o quadro 9:

Quadro 9 – Sistema de pontuação do instrumento de coleta.

Opção A B C D E

Valor 10 7 4 2 0

Fonte: Prado (2010, p. 63)

Conforme Prado (2010), as cinco opções referem-se aos diferentes estágios em que o setor se

encontra com relação à questão. A opção “A” representa a situação em que aquele aspecto

abordado está totalmente consolidado na organização.

Para o cálculo da maturidade final, o modelo Prado - MMGP disponibiliza a seguinte

equação:

AFM = (100 +∑ pontos) / 100

O total máximo de pontos é 500. Cada nível contém 10 questões valendo até 10 pontos cada

questão.

Exemplo do sistema de cálculo do modelo Prado – MMGP:

Fonte: Adaptado de Prado (2010, p. 68).

Figura 9 – Exemplo do sistema de cálculo do modelo Prado - MMGP

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48

Para avaliação da maturidade final, o modelo Prado - MMGP indica os seguintes valores de

referências no quadro 10:

Quadro 10 – Grau de maturidade

Fonte: Adaptado de Prado (2010, p. 67).

O processo de cálculo para obtenção do índice de aderência a cada nível de maturidade pode

ser expresso pela equação abaixo:

ANM = (∑ pontos do nível i) / 100

Para a avaliação do grau de aderência aos níveis de maturidade, o modelo Prado - MMGP

indica os seguintes valores de referência no quadro 11:

Quadro 11 – Grau de aderência

PERCENTUAL GRAU DE ADERÊNCIA

ATÉ 20% ADERÊNCIA FRACA

ATÉ 40% ADERÊNCIA REGULAR

ATÉ 70% ADERÊNCIA BOA

ATÉ 90% ADERÊNCIA ÓTIMA

ATÉ 100% ADERÊNCIA TOTAL

Fonte: Adaptado de Prado (2010, p. 67).

Para análise do segundo objetivo específico, identificar o grau de aderência às seis dimensões

de maturidade, a fórmula do cálculo para obtenção do índice de aderência às dimensões da

maturidade não é explicitada no modelo Prado – MMGP, mas é proposta uma associação das

questões do questionário com as dimensões, conforme é mostrado no livro Maturidade em

Gerenciamento de Projetos. O quadro 12 mostra a associação das dimensões às questões do

instrumento de coleta de dados:

VALOR MATURIDADE

ACIMA de 4,60 EXCELENTE

ENTRE 4,00 e 4,60 ÓTIMA

ENTRE 3,20 e 4,00 BOA

ENTRE 2,60 e 3,20 REGULAR

ENTRE 1,60 e 2,60 FRACA

ATÉ 1,60 MUITO FRACA

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49

Quadro 12 – Relação das questões com as seis dimensões da maturidade do modelo Prado - MMGP

Dimensões da maturidade Questões

(Instrumento de coleta)

Competência Técnica (conhecimentos) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 28, 29, 34 e 37

Metodologia 11, 12, 13, 14, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 31, 32,

34 e 38

Informatização 10, 12, 13, 23, 34 e 39

Estrutura organizacional 9, 15, 16, 17, 22, 25, 26, 27, 29, 33, 34, 36, 37 e 38

Alinhamento estratégico 13, 22, 27, 30, 34 e 40

Competência comportamental (relacionamento

humano) 25, 28, 29, 34, 35, 36, 37 e 38

Fonte: adaptado de Prado (2010)

Prado (2010) acrescenta que a forma de avaliação do nível de aderência às seis dimensões é a

mesma da aderência aos níveis de maturidade vistas no quadro 11 anteriormente.

Para análise do terceiro objetivo específico, comparar o nível de maturidade das maiores

empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital com a média nacional do setor

apresentada na pesquisa realizada em 2014 por Archibald & Prado, foram utilizados cálculos

estatísticos (médias e frequências).

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo tem a finalidade de apresentar os resultados da pesquisa e está estruturado em

duas seções referentes aos dados coletados dos dois blocos do questionário: bloco 01: Perfil

da empresa e do respondente e do bloco 02: Avaliação de maturidade.

4.1. Perfil da empresa e do respondente

A amostra da presente pesquisa, da qual foram retirados os dados para análise, é composta de

50% do universo das 10 maiores empresas de desenvolvimento de software instaladas no

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50

Porto Digital relacionado e fornecido pelo escritório do Núcleo de Gestão do Porto Digital. A

composição do universo das 10 maiores empresas teve como base de mensuração o

faturamento e número de funcionários das mesmas.

Por questões de sigilo não foram especificados pelo escritório do Núcleo de Gestão do Porto

Digital o faturamento e número de funcionários das empresas, apenas os nomes, telefones e

sites em ordem decrescente por faturamento.

Das 10 maiores empresas, 5 não demostraram interesse em responder ao questionário, apesar

das diversas tentativas de contato com as mesmas. Vale ressaltar que das 5 empresas

respondentes, 4 estão no topo da relação das 10 maiores fornecidas.

Observa-se que, embora mínima, a amostra é representativa, uma vez que mais de 30% das

empresas responderam ao instrumento de pesquisa, considerando o universo composto pelas

10 maiores empresas.

Verificou-se na amostra coletada que das empresas respondentes, 100% são da iniciativa

privada. No quadro 13 é apresentado o perfil das empresas representadas na amostra no que

tange ao número de funcionários, faturamento e projetos finalizados.

Em comprimento ao acordo do autor da pesquisa com as empresas consultadas que compõem

a amostra, os nomes das empresas foram mantidos em sigilo e representados pelas letras do

alfabeto A, B, C, D e E.

Quadro 13 – Perfil das empresas referente ao número de empregados, faturamento e projetos finalizados.

Empresa Número de empregados Faturamento (ou orçamento)

do ano anterior

Projetos finalizados nos

últimos 12 meses ou no

último ano fiscal

A Maior 10000 Maior que R$ 300 milhões De 20 até 30 projetos

B De 100 a 999

Maior que R$ 90 milhões e

menor ou igual a R$ 300

milhões

De 10 até 20 projetos

C De 100 a 999

Maior que R$ 16 milhões e

menor ou igual a R$ 90

milhões

De 10 até 20 projetos

D De 100 a 999

Maior que R$ 16 milhões e

menor ou igual a R$ 90

milhões

De 30 até 50 projetos

E De 100 a 999

Maior que R$ 16 milhões e

menor ou igual a R$ 90

milhões

De 10 até 20 projetos

Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com o quadro 14, que apresenta a classificação por porte de empresas do BNDES –

Banco Nacional de Desenvolvimento, no que diz respeito ao faturamento, o perfil das

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51

empresas respondentes no quadro 13 se enquadra em média, média-grande e grande empresa.

Das empresas respondentes, 3 se enquadram na classificação do BNDES como média

empresa, 1 como média-grande e 1 como grande empresa. Como apresenta o gráfico 2, 60%

das empresas respondentes são classificadas com média empresa, 20% média-grande empresa

e 20% grande empresa.

Quadro 14 - Classificação por porte de empresas do BNDES.

Classificação Receita operacional bruta anual

Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões

Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16

milhões

Média empresa Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90

milhões

Média-grande empresa Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300

milhões

Grande empresa Maior que R$ 300 milhões

Fonte: BNDES -

http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/porte.html em 25/02/2015

Gráfico 2 – Perfil das empresas por faturamento.

Fonte: Dados da pesquisa.

No que diz respeito ao perfil dos profissionais respondentes, o quadro 15 apresenta os

principais dados coletados considerados importantes para aferir o nível de conhecimento e

experiência dos respondentes concernentes à área de gerenciamento de projetos.

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52

Quadro 15 – Perfil profissional dos respondentes.

Empresa Cargo (função) do

respondente

Nível de

escolaridade do

respondente

Tempo de experiência

em gerenciamento de

projetos

Certificação

Internacional em

gerenciamento de

projetos

A Coordenador de

Projetos

Pós-graduação

(MBA ou

especialização)

Entre 2 e 5 anos Não

B Coordenador de

Projetos

Pós-graduação

(MBA ou

especialização)

Entre 2 e 5 anos Não

C Gerente de Projetos Mestrado Entre 5 e 10 anos PMI-ACP

D Gerente de Projetos

Pós-graduação

(MBA ou

especialização)

Entre 5 e 10 anos PMP, PMI-ACP

E Gerente de Projetos Graduação Entre 5 e 10 anos

PMP, PMI-ACP,

ITIL, MCTS Project

2010

Fonte: Dados da pesquisa.

Quadro 16 - Perfil profissional dos respondentes (frequências simples e percentual).

Cargo

(função)

Frequência

simples

Frequência

percentual

Nível de

escolaridade

Frequência

simples

Frequência

percentual

Coordenador

de projetos 02 40%

Pós-graduação

(Mestrado ou

especialização)

04 80%

Gerente de

projetos 03 60% Graduação 01 20%

Tempo de

experiência

Frequência

simples

Frequência

percentual

Certificação

Internacional em

GP

Frequência

simples

Frequência

percentual

Entre 2 e 5

anos 02 40% Não 02 40%

Entre 5 e 10

anos 03 60% Sim 03 60%

Fonte: Dados da pesquisa.

O quadro 16 mostra que dos 5 profissionais respondentes, 40% são coordenadores de projetos

e 60 são gerentes de projetos, que 80% dos profissionais têm pós-graduação (especialização

ou mestrado), que 60% dos profissionais têm mais de 5 anos de experiência na área de

gerenciamento de projetos e que 60% dos profissionais possuem certificação internacional em

gerenciamento de projetos. Percebe-se que o nível profissional dos respondentes é bom e que

demostra a competência dos mesmos para responderem ao questionário da presente pesquisa.

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53

4.2. Avaliação de maturidade

Nesta seção são apresentados os resultados obtidos da pesquisa que foram extraídos dos dados

preenchidos pelos respondentes das empresas a partir do questionário, assim como o

tratamento e análise dos resultados foram feitos à luz do modelo de maturidade Prado –

MMGP que divide a avaliação de maturidade em duas etapas: a primeira etapa consiste em

identificar o índice da avaliação final de maturidade (AFM), identificar os índices de

aderência aos níveis de maturidade e identificar os índices de aderência às seis dimensões da

maturidade. A segunda etapa consiste em realizar uma comparação com a média nacional do

setor (Benchmarking).

Em conformidade com as respostas dadas pelas 5 empresas respondentes apresentadas no

quadro 17 e a fórmula de cálculo da maturidade disponibilizada pelo modelo Prado – MMGP,

supracitada no item 3.4 – Métodos de análise, foi possível Identificar o nível de maturidade

final das empresas: Empresa A (4,40), empresa B (4,73), empresa C (4,19), empresas D (3,16)

e empresa E (3,67). Conforme mostra o gráfico 3.

Quadro 17 – Respostas do questionário bloco 2 (Avaliação de maturidade)

Empresas respondentes

A B C D E

Questões Resposta Pontos Resposta Pontos Resposta Pontos Resposta Pontos Resposta Pontos

1 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10 b) 7

2 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10

3 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10 c) 4

4 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10

Nível 2

Conhecido

5 a) 10 b) 7 b) 7 c) 4 b) 7

6 b) 7 a) 10 a) 10 b) 7 a) 10

7 a) 10 a) 10 a) 10 c) 4 a) 10

8 a) 10 a) 10 a) 10 c) 4 c) 4

9 a) 10 a) 10 a) 10 b) 7 b) 7

10 a) 10 a) 10 b) 7 c) 4 b) 7

Total

97

97

94

70

76

11 b) 7 a) 10 a) 10 c) 4 b) 7

12 b) 7 b) 7 b) 7 c) 4 b) 7

13 d) 2 a) 10 b) 7 c) 4 c) 4

14 a) 10 a) 10 b) 7 c) 4 b) 7

Nível 3

Padronizado

15 a) 10 a) 10 b) 7 b) 7 b) 7

16 b) 7 b) 7 b) 7 c) 4 b) 7

17 a) 10 a) 10 b) 7 c) 4 b) 7

18 b) 7 a) 10 b) 7 b) 7 b) 7

19 a) 10 a) 10 a) 10 b) 7 b) 7

20 b) 7 a) 10 b) 7 b) 7 c) 4

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54

Total

77

94

76

52

64

21 b) 7 b) 7 b) 7 b) 7 b) 7

22 b) 7 b) 7 b) 7 b) 7 a) 10

23 b) 7 a) 10 b) 7 b) 7 c) 4

24 b) 7 b) 7 b) 7 c) 4 b) 7

Nível 4

Gerenciado

25 b) 7 b) 7 b) 7 b) 7 b) 7

26 a) 10 a) 10 a) 10 b) 7 b) 7

27 a) 10 a) 10 a) 10 b) 7 b) 7

28 b) 7 b) 7 a) 10 c) 4 b) 7

29 b) 7 a) 10 b) 7 b) 7 b) 7

30 b) 7 b) 7 b) 7 b) 7 c) 4

Total

76

82

79

64

67

31 a) 10 a) 10 a) 10 e) 0 e) 0

32 a) 10 a) 10 a) 10 e) 0 e) 0

33 a) 10 a) 10 e) 0 e) 0 e) 0

34 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10

Nível 5

Otimizado

35 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10

36 a) 10 a) 10 a) 10 e) 0 a) 10

37 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10 a) 10

38 e) 0 a) 10 e) 0 e) 0 e) 0

39 a) 10 a) 10 e) 0 e) 0 a) 10

40 a) 10 a) 10 a) 10 e) 0 a) 10

Total

90

100

70

30

60

Total Geral

340

373

319

216

267

AFM

4,40

4,73

4,19

3,16

3,67

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 3 – Avaliação final de maturidade por empresas.

Fonte: Dados da pesquisa

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Verifica-se que o índice da maturidade da maioria das empresas pesquisadas (A, B e C), 60%

da amostra, está acima de 4, considerada ótima conforme apresenta o quadro 18 adaptado do

modelo Prado – MMGP (ver p. 47). Entretanto os valores de maturidade das outras empresas

pesquisadas (D e E), 40%, apresentaram estágios inferiores de maturidade que variam de

regular a bom. Uma análise das causas das discrepâncias das maturidades das empresas D e E

será realizada na sequência quando forem apresentados os dados da pesquisa no que diz

respeito a aderência às seis dimensões da maturidade. Vale ressaltar que apesar dessas

discrepâncias a média de maturidade das empresas pesquisadas está acima de 4 (ver gráfico 5,

p. 56), considerada ótima. Verifica-se também que das empresas pesquisadas 20% já

atingiram o nível 5 otimizado (empresa B), 40% já atingiram o nível 4 de aperfeiçoamento e

domínio dos processos de gerenciamento de projetos (empresas A e C) e 40% já atingiram o

nível 3 de implantação e uso de métodos, padrões e sistemas informatizados (empresas D e E)

que conforme mostra o gráfico 4 abaixo:

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 4 – Distribuição das empresas por níveis de maturidade.

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Quadro 18 - Avaliação final de maturidade.

Fonte: adaptado de Prado (2010).

Segundo Prado (2010) a avaliação final de maturidade (AFM) acima de 4 pode ser

considerada ideal ou na zona de conforto (ver quadro 18 acima), possibilitando um índice de

sucesso dos projetos igual ou acima de 80%. Acrescenta Prado (2010) que as empresas que se

encontram com valores acima de 4 na avaliação final de maturidade (AFM) são conhecidas

por realizarem seus projetos em menor prazo, custo, maior qualidade e satisfação dos clientes.

Normalmente as empresas que estão neste patamar (acima de 4) de maturidade apresentam as

seguintes características no gerenciamento de projetos, segundo Prado (2010): nível de

competência dos gestores bastante alto (consolidação de competências técnicas, contextuais e

comportamentais dos gestores), padronização dos processos de gerenciamento de projetos,

consolidação do alinhamento com os negócios da empresa (estratégia), metodologia e

informatização aperfeiçoadas, estabilizadas e em uso a mais de dois anos, escritório de

projetos (EGP) para coordenação dos projetos já implantado e funcionando a mais de dois

anos, sistema de informação em gestão de projetos (SGP) implementado, relacionamentos

humanos harmônicos e eficientes e consolidação de uma estrutura organizacional adequada ao

gerenciamento de projetos (Matricial forte ou Projetizada).

Comparando a média de maturidade da amostra estudada das empresas de desenvolvimento

de software instaladas no Porto Digital (4,03) com a média nacional de 2012 (2,68) e a média

nacional de 2014 (2,66) do setor apresentadas nos relatórios de Maturidade TI

(desenvolvimento de software) de 2012 e 2014 de Archibald & Prado, disponibilizado no site

www.maturityresearch.com, verifica-se que a média de maturidade da amostra das empresas

de desenvolvimento de software instaladas no Porto Digital está acima da média nacional do

setor como mostra o gráfico 5 abaixo:

EMPRESA AFM VALOR MATURIDADE NÍVEL

Zona de

conforto ou

ideal

B 4,73 ACIMA de 4,60 EXCELENTE 5

A 4,40 ENTRE 4,00 e 4,60 ÓTIMA 4

C 4,19

E 3,67 ENTRE 3,20 e 4,00 BOA 3

D 3,16 ENTRE 2,60 e 3,20 REGULAR

ENTRE 1,60 e 2,60 FRACA 2

ATÉ 1,60 MUITO FRACA 1

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Fonte: Relatórios de pesquisa Maturidade TI (desenvolvimento de software) de 2012 e 2014 de Archibald &

Prado.

Fonte: Relatório pesquisa Maturidade de 2014 TI (desenvolvimento de software) de Archibald & Prado.

Gráfico 5 – Média de maturidade em GP.

Gráfico 6 – Comparação da maturidade em GP do Porto Digital com os Estados.

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58

Nota-se no gráfico 6 que a média de maturidade da amostra estudada das empresas de

desenvolvimento de software do Porto Digital é maior que a dos Estados: MG (3,13), RS

(2,85), GO (2,69), SC (2,62) e SP (2,44) que obtiveram os maiores índices de maturidade a

nível nacional, conforme Relatório Maturidade 2014 TI (desenvolvimento de software) de

Archibald & Prado. Verifica-se que o Porto Digital, amostra estudada, se encontra bem

situado no ranking nacional das empresas de desenvolvimento de software no que diz respeito

a maturidade em gerenciamento de projetos.

De acordo com o modelo Prado - MMGP para fazer um diagnóstico mais preciso e entender

melhor o estágio de maturidade da empresa é necessário verificar a aderência ou distribuição

da Avaliação Final de Maturidade (AFM) aos níveis de maturidade, bem como, também,

verificar os índices de aderência ou distribuição às seis dimensões da maturidade.

Para tanto, o modelo Prado - MMGP disponibiliza um processo de cálculo supracitado no

item 3.4 – Métodos de análise. A tabela 1 apresenta os percentuais de aderência das empresas

pesquisadas aos níveis de maturidade com base nos dados do questionário (quadro 17).

Tabela 1 – Aderência aos níveis de maturidade por empresa.

NÍVEIS EMPRESA

A

EMPRESA

B

EMPRESA

C

EMPRESA

D

EMPRESA

E

2 - CONHECIDO 97% 97% 94% 70% 76%

3 - PADRONIZADO 77% 94% 76% 52% 64%

4 - GERENCIADO 76% 82% 79% 64% 67%

5 - OTIMIZADO 90% 100% 70% 30% 60%

Fonte: Dados da pesquisa.

No gráfico 7 são apresentados os dados da tabela 1 agrupados por grau de aderência aos

níveis de maturidade (ver quadro 19, p. 59).

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59

Fonte: Dados da pesquisa.

Quadro 19 – Grau de aderência aos níveis de maturidade de GP.

PERCENTUAL GRAU DE ADERÊNCIA

ATÉ 20% ADERÊNCIA FRACA

ATÉ 40% ADERÊNCIA REGULAR

ATÉ 70% ADERÊNCIA BOA

IDEAL OU ZONA

DE CONFORTO

ATÉ 90% ADERÊNCIA ÓTIMA

ATÉ 100% ADERÊNCIA TOTAL

Fonte: adaptado de Prado (2010).

Verifica-se que 80% das empresas consultadas (respondentes) têm um percentual de aderência

ou consolidação ao nível 2 (conhecido) ideal ou na zona de conforto, ou seja, 80% das

empresas da amostra praticamente já consolidaram este nível que consiste basicamente em

investimentos em conhecimentos em GP através de treinamento básico de gerenciamento de

projetos com foco nas melhores práticas adotadas pelas principais instituições internacionais

em gerenciamento de projetos aos envolvidos em gerenciamento de projetos da empresa, bem

como o estabelecimento de uma linguagem comum em gerenciamento de projetos para os

envolvidos em GP.

No que diz respeito ao percentual de aderência ou consolidação ao nível 3 (padronizado) da

amostra, verifica-se que 60% das empresas possui um grau de aderência ideal ou na zona de

conforto conforme apresenta o quadro 19. Significa que 60% das empresas já praticamente

consolidaram o nível 3 (padronizado) que consiste basicamente no mapeamento e

padronização dos processos de gerenciamento de projetos desde o planejamento estratégico,

Gráfico 7 - Empresas agrupadas por grau de aderência aos níveis de maturidade.

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60

no desenvolvimento e uso de uma metodologia unificada e alinhada com a cultura da

organização, na implantação e uso de um sistema de informação computadorizado de

gerenciamento de projetos (SGP), na implantação de estrutura organizacional adequada ao

gerenciamento de projetos e iniciativas para o alinhamento estratégico.

No que se refere ao percentual de aderência ou consolidação ao nível 4 (gerenciado) da

amostra, verifica-se uma semelhança com a aderência ao nível 3 (padronizado), onde 60% das

empresas possui um grau de aderência ideal ou na zona de conforto, ou seja, 60% já

praticamente já consolidaram o nível 4 (gerenciado) que consiste basicamente na consolidação

de competências técnicas, comportamentais e contextuais, na consolidação do alinhamento

com os negócios da organização (estratégia), na identificação e eliminação de causas de

desvios da meta, na metodologia e informatização aperfeiçoados, estabilizados e em uso, nos

relacionamentos humanos harmônicos e eficientes.

No que tange ao percentual de aderência ou consolidação ao nível 5 (otimizado) da amostra,

verifica-se que 40% das empresas já atingiram o nível da zona de conforto ou ideal em

gerenciamento de projetos, ou seja, 40% das empresas já praticamente consolidaram o nível 5

que consiste resumidamente num estágio onde as empresas são caracterizadas pela otimização

dos processos de prazos, custos, escopo e qualidade, ou seja, projetos em menor prazo, custo,

maior qualidade e satisfação dos clientes, grande experiência em gerenciamento de projetos,

sabedoria e capacidade para assumir riscos maiores. 60% das empresas precisam melhorar

neste nível.

No que concerne aos índices de aderência às seis dimensões da maturidade das empresas

pesquisadas, a tabela 2 apresenta os índices a seguir.

Tabela 2 – Aderência às seis dimensões da maturidade por empresa.

DIMENSÕES EMPRESA

A

EMPRESA

B

EMPRESA

C

EMPRESA

D

EMPRESA

E

1 Competência técnica e contextual 85% 89% 85% 50% 75%

2 Metodologia 82% 83% 78% 49% 70%

3 Informatização 82% 86% 78% 51% 67%

4 Estrutura organizacional 77% 86% 78% 53% 69%

5 Alinhamento estratégico 80% 84% 76% 53% 76%

6 Competência comportamental 82% 89% 85% 56% 76%

Fonte: Dados da pesquisa.

No gráfico 8 são apresentados os dados da tabela 2 agrupados por grau de aderência às seis

dimensões da maturidade. De acordo com o modelo Prado MMGP, a forma de avaliação dos

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índices de aderência às dimensões da maturidade é a mesma da avaliação dos níveis de

maturidade, tendo como referência os graus de aderência apresentados no quadro 19, p. 59.

Fonte: Dados da pesquisa.

Verifica-se que 80% das empresas pesquisadas têm um percentual de aderência à dimensão de

maturidade Competência técnica e contextual ideal ou na zona de conforto (ver quadro 19, p.

59), ou seja, 80% das empresas já praticamente consolidaram esta dimensão que refere-se

basicamente aos conhecimentos e experiências necessários que o gerente de projetos e sua

equipe devem ter para realizarem a gestão de projetos. As competências técnicas estão

relacionadas ao conhecimento e uso das práticas em gestão de projetos difundidas pelos guias

de conhecimento em gerenciamento de projetos do PMI - PMBOK e do IPMA - ICB - IPMA

Competence Baseline. As competências contextuais estão relacionadas ao conhecimento do

negócio e dos produtos da organização que o gerente de projeto e sua equipe devem conhecer.

No tocante ao percentual de aderência das empresas à dimensão Metodologia, verifica-se que

60% das empresas já atingiram o nível da zona de conforto ou ideal, ou seja, 60% das

empresas praticamente já consolidaram esta dimensão que consiste na adoção de uma

metodologia, de preferência unificada, que garanta a aplicação correta das ferramentas,

métodos e técnicas. Refere-se também à uniformização dos termos técnicos nas gerências de

projetos e gerência de rotinas.

No que diz respeito ao percentual de aderência das empresas à dimensão Informatização,

nota-se que 60% das empresas já atingiram o nível da zona de conforto ou ideal, ou seja, 60%

Gráfico 8 – Empresas agrupadas por grau de aderência às dimensões da maturidade.

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das empresas praticamente já consolidaram esta dimensão que consiste no uso das

ferramentas de informática (software de gestão) no apoio ao planejamento, execução e

controle dos projetos. A informatização possibilita acompanha o desempenho dos projetos.

No que se refere ao percentual de aderência das empresas à dimensão Estrutura

organizacional, constata-se que 60% das empresas já atingiram o nível da zona de conforto ou

ideal, ou seja, 60% das empresas praticamente já consolidaram esta dimensão que consiste na

implementação de uma adequada estrutura organizacional (Matricial forte ou projetizada) que

possibilite a maximização dos resultados dos projetos e minimize os conflitos entre os

diferentes setores envolvidos.

No que tange ao percentual de aderência das empresas à dimensão Alinhamento estratégico,

verifica-se que 80% das empresas já atingiram o nível da zona de conforto ou ideal, ou seja,

80% das empresas praticamente já consolidaram esta dimensão que consiste no alinhamento

dos projetos com a estratégia ou o negócio da organização. A função de alinhamento dos

projetos à estratégia da empresas e coordenação é do escritório de gerenciamento de projetos

(EGP).

No que concerne ao percentual de aderência das empresas à dimensão Competência

comportamental, nota-se que 80% das empresas já atingiram o nível da zona de conforto ou

ideal, ou seja, 80% das empresas praticamente já consolidaram esta dimensão que consiste em

considerar aspectos de relacionamento humano que afetam os envolvidos nos projetos e se

não forem trabalhadas podem prejudicar os projetos. O gerente de projetos deve desenvolver

suas habilidades de motivar a equipe e resolver eventuais conflitos.

Observa-se no gráfico 9 que existe um equilíbrio entre os valores de aderência às seis

dimensões da maturidade das empresas com exceção da empresa D que apresenta valores

inferiores. O mesmo pode ser observado nos valores referentes à aderência aos níveis de

maturidade (ver tabela 1) e a avaliação final da maturidade – AFM (ver gráfico 3). A empresa

D apresenta sempre valores inferiores comparado com as demais empresas.

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Fonte: Dados da pesquisa.

A explicação para esses resultados está principalmente na pontuação das questões referentes

ao nível 5 (otimizado) apresentadas no quadro 20 subsequente. Apenas 30% das questões da

empresa D foram positivas. Normalmente as empresas que apresentam um nível de aderência

ótima no nível 5 (otimizado) são aquelas que obtiveram percentuais acima de 70% nos níveis

2 (conhecido), 3 (padronizado) e 4 (gerenciado) e nas seis dimensões de maturidade. A AFM

(avaliação final da maturidade) e a aderência aos níveis de maturidade são consequências dos

níveis de aderência às seis dimensões.

De acordo com Prado (2010) a empresa pode ser considerada na zona de conforto ou ideal em

maturidade quando os valores da AFM (avaliação final da maturidade) estão acima de 4 e os

percentuais de aderência aos níveis de maturidade e aderência às seis dimensões da

maturidade estão acima de 70%. Não é o caso da empresa D que tem uma valor de AFM

(3,16) e percentuais de aderência, na sua maioria, abaixo de 70%.

Quadro 20 – Respostas das questões do Nível 5 da empresa D.

Questões Gestão de Projetos Pontuação

31 Histórico dos projetos finalizados (banco de dados) 0

32 Histórico: lições aprendidas (banco de dados) 0

Gráfico 9 – Aderência às seis dimensões da maturidade das empresas pesquisadas.

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33 Avaliação da estrutura organizacional implementada 0

36 Clima existente no setor referente ao assunto GP 0

38 Causas de fracassos dos projetos 0

39 Informatização implantada (na totalidade) 0

40 Alinhamento dos projetos com o negócio (na totalidade) 0

Fonte: Dados da pesquisa.

Vale ressaltar que a empresa B não teve nenhuma questão com a pontuação zero ou abaixo de

7 pontos. Isso significa que se trata de uma empresa (B) de um excelente grau de maturidade.

As empresas C, D e E tiveram pontuação zero na questão 33 referente à avaliação da estrutura

organizacional implementada na empresa (Comitês, Escritório de Gerenciamento de Projetos,

Gerentes de Projetos, Sponsors, Estrutura Projetizada e Estrutura Matricial). Isto demostra

que as empresas não avaliaram ainda se a estrutura organizacional implementada na empresa

é perfeitamente adequada às necessidades do gerenciamento de projetos e se funciona de

forma totalmente convincente há, pelo menos, 2 anos.

As empresas C e D também tiveram pontuação zero na questão 39 referente à existência de

uma informatização totalmente adequada ao gerenciamento de projetos e que é plenamente

utilizada pelos principais envolvidos em GP. Isto demostra que as empresas ainda não

implantaram uma informatização totalmente adequada e que aborde todos os aspectos

necessários ao gerenciamento de projetos. Bem como possa ser utilizada por diferentes

tamanhos de projetos durante todo ciclo de vida de cada projeto.

Verifica-se também nas respostas do questionário que todas as empresas pesquisadas, com

exceção da empresa B, tiveram pontuação zero na questão 38 referente às causas de fracassos

dos projetos (atrasos, estouros de orçamento, não obediência ao escopo previsto, não

atendimento de exigências de qualidade), tanto internas como externas da empresa. Isto

demostra que as empresas não mapeiam as causas dos fracassos e, consequentemente, não

executam ações de correção.

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Fonte: Relatórios de pesquisa Maturidade TI (desenvolvimento de software) de 2012 e 2014 de Archibald &

Prado.

Comparando a média dos percentuais de aderência às dimensões da maturidade da maioria

das empresas de desenvolvimento de software instaladas no Porto Digital com a média

nacional de 2012 e a média nacional de 2014 do setor apresentadas nos relatórios de

Maturidade TI (desenvolvimento de software) de 2012 e 2014 de Archibald & Prado,

disponibilizado no site www.maturityresearch.com, verifica-se que a média de maturidade da

amostra estudada das empresas de desenvolvimento de software instaladas no Porto Digital

está bem acima da média nacional do setor como mostra o gráfico 10. A média de aderência

às dimensões da maturidade da amostra das empresas de desenvolvimento de software

instaladas no Porto Digital está acima de 70%, considerada ideal ou na zona de conforto (ver

quadro 19) conforme o modelo Prado MMGP.

Gráfico 10 – Média das aderências às seis dimensões da maturidade (Porto Digital x Nacional).

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo são apresentadas as conclusões, os limites e sugestões para pesquisas futuras.

5.1. Conclusões

Esta pesquisa se propôs a identificar o nível de maturidade em gerenciamento de projetos das

maiores empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital, localizadas na cidade do

Recife, Estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil, tendo como base o modelo de maturidade

Prado – MMGP, e realizar uma comparação com os indicadores nacionais do setor

disponibilizados nos relatórios das últimas pesquisas (2012 e 2014) sobre maturidade em

gerenciamento de projetos em TI (desenvolvimento de software) realizadas por Archibald &

Prado através do site www.maturityresearch.com.

De acordo com os dados coletados, a maioria das empresas pesquisadas (60%) apresentaram

uma avaliação final de maturidade (AFM) acima de 4 em gerenciamento de projetos: Empresa

A (4,40), empresa B (4,73), empresa C (4,19), considerada ideal ou na zona de conforto,

segundo o modelo Prado – MMGP, e o resto das empresas pesquisadas (40%) apresentaram

uma AFM acima de 3: empresas D (3,16), considerada regular e a empresa E (3,67),

considerada boa. Isto significa que a maioria das empresas consultadas apresenta as seguintes

características em gerenciamento de projetos: nível de competência dos gestores bastante alto

(consolidação de competências técnicas, contextuais e comportamentais por parte dos

gestores), padronização dos processos de gerenciamento de projetos, consolidação do

alinhamento com os negócios da empresa (estratégia), metodologia e informatização

aperfeiçoadas, estabilizadas e em uso a mais de dois anos, escritório de projetos (EGP) para

coordenação dos projetos já implantado e funcionando a mais de dois anos, sistema de

informação em gestão de projetos (SGP) implementado, relacionamentos humanos

harmônicos e eficientes e consolidação de uma estrutura organizacional adequada ao

gerenciamento de projetos (Matricial forte ou Projetizada).

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Comparando a média de maturidade (4,03) da amostra pesquisada das maiores empresas de

desenvolvimento de software do Porto Digital com a média nacional de 2012 (2,68) e 2014

(2,66) do setor, disponibilizadas nos relatórios das últimas pesquisas (2012 e 2014) sobre

maturidade em gerenciamento de projetos em TI (desenvolvimento de software) realizadas

por Archibald & Prado através do site www.maturityresearch.com, conclui-se que a média de

maturidade da amostra pesquisada das maiores empresas de desenvolvimento de software do

Porto Digital está acima da média nacional.

Observa-se, também, que a média de maturidade da amostra estudada das maiores empresas

de desenvolvimento de software do Porto Digital é maior que a dos Estados: MG (3,13), RS

(2,85), GO (2,69), SC (2,62) e SP (2,44) que obtiveram os maiores índices de maturidade a

nível nacional, conforme Relatório Maturidade 2014 TI (desenvolvimento de software) de

Archibald & Prado. Conclui-se que o Porto Digital, amostra estudada, se encontra numa

situação boa no ranking nacional das empresas de desenvolvimento de software no que diz

respeito à maturidade em gerenciamento de projetos.

No que diz respeito aos valores de aderência aos níveis de maturidade da amostra pesquisada

das maiores empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital, verifica-se que 80%

da amostra estudada das empresas têm um percentual de aderência ou consolidação ao nível 2

(conhecido) ideal ou na zona de conforto, que consiste basicamente em investimentos em

conhecimentos em GP através de treinamento básico de gerenciamento de projetos aos

envolvidos em gerenciamento de projetos da empresa, bem como o estabelecimento de uma

linguagem comum em gerenciamento de projetos.

Em termos da percentual de aderência ou consolidação ao nível 3 (padronizado) das empresas

pesquisadas, verifica-se que 60% das empresas possui um grau de aderência ideal ou na zona

de conforto, que consiste basicamente no mapeamento e padronização dos processos de

gerenciamento de projetos desde o planejamento estratégico, no desenvolvimento e uso de

uma metodologia unificada e alinhada com a cultura da organização, na implantação e uso de

um sistema de informação computadorizado de gerenciamento de projetos (SGP), na

implantação de estrutura organizacional adequada ao gerenciamento de projetos e iniciativas

para o alinhamento estratégico.

No que tange ao percentual de aderência ou consolidação ao nível 4 (gerenciado) das

empresas pesquisadas, verifica-se uma semelhança com a aderência ao nível 3 (padronizado),

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onde 60% das empresas possui um grau de aderência ideal ou na zona de conforto, que

consiste basicamente na consolidação de competências técnicas, comportamentais e

contextuais, na consolidação do alinhamento com os negócios da organização (estratégia), na

identificação e eliminação de causas de desvios da meta, na metodologia e informatização

aperfeiçoados, estabilizados e em uso, nos relacionamentos humanos harmônicos e eficientes.

No tocante ao percentual de aderência ou consolidação ao nível 5 (otimizado) das empresas

pesquisadas, verifica-se que 40% das empresas já atingiram o nível da zona de conforto ou

ideal em gerenciamento de projetos, que consiste resumidamente num estágio onde as

empresas são caracterizadas pela otimização dos processos de prazos, custos, escopo e

qualidade, ou seja, projetos em menor prazo, custo, maior qualidade e satisfação dos clientes,

grande experiência em gerenciamento de projetos, sabedoria e capacidade para assumir riscos

maiores. 60% das empresas precisam melhorar neste nível.

Considerando que as médias de aderência aos níveis de maturidade das empresas pesquisadas

estão acima de 70%: Nível 2 Conhecido (87%), Nível 3 Padronizado (73%), Nível 4

Gerenciado (74%) e Nível 5 Otimizado (70%), consideradas ideais ou na zona de conforto

segundo o modelo Prado – MMGP, conclui-se que a aderência aos níveis de maturidade da

amostra pesquisada das maiores empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital

pode ser considerada ótima.

Considerando os valores (percentuais) de aderência às seis dimensões da maturidade

(competência técnica e contextual, metodologia, informatização, estrutura organizacional,

alinhamento estratégico e competência comportamental) da amostra pesquisada das maiores

empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital, verifica-se que 80% das empresas

pesquisadas têm um percentual de aderência à dimensão de maturidade Competência técnica e

contextual ideal ou na zona de conforto, que refere-se basicamente aos conhecimentos e

experiências necessários que o gerente de projetos e sua equipe devem ter para realizarem a

gestão de projetos. As competências técnicas estão relacionadas ao conhecimento e uso das

práticas em gestão de projetos difundidas pelos guias de conhecimento em gerenciamento de

projetos do PMI - PMBOK e do IPMA - ICB - IPMA Competence Baseline. As competências

contextuais estão relacionadas ao conhecimento do negócio e dos produtos da organização

que o gerente de projeto e sua equipe devem conhecer.

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Os resultados da percentual de aderência das empresas pesquisadas à dimensão Metodologia

indica que 60% das empresas da amostra pesquisada já atingiram o nível da zona de conforto

ou ideal, que consiste na adoção de uma metodologia, de preferência unificada, que garanta a

aplicação correta das ferramentas, métodos e técnicas. Refere-se também à uniformização dos

termos técnicos nas gerências de projetos e gerência de rotinas.

Observando o percentual de aderência das empresas à dimensão Informatização, pode se

verificar que 60% das empresas pesquisadas já atingiram o nível da zona de conforto ou ideal,

que consiste no uso das ferramentas de informática (software de gestão) no apoio ao

planejamento, execução e controle dos projetos. A informatização possibilita acompanha o

desempenho dos projetos.

No tocante ao percentual de aderência das empresas pesquisadas à dimensão Estrutura

organizacional, observa-se que 60% das empresas da amostra já atingiram o nível da zona de

conforto ou ideal, que consiste na implementação de uma adequada estrutura organizacional

(Matricial forte ou projetizada) que possibilite a maximização dos resultados dos projetos e

minimize os conflitos entre os diferentes setores envolvidos.

O percentual de aderência das empresas pesquisadas, em termos à dimensão Alinhamento

estratégico, demonstra que 80% das empresas da amostra já atingiram o nível da zona de

conforto ou ideal, que consiste no alinhamento dos projetos com a estratégia ou o negócio da

organização.

Por outro lado, o percentual de aderência das empresas pesquisadas, no que se refere à

dimensão Competência comportamental, sugere que 80% das empresas da amostra já

atingiram o nível da zona de conforto ou ideal, que consiste em considerar aspectos de

relacionamento humano que afetam os envolvidos nos projetos e se não forem trabalhadas

podem prejudicar os projetos. O gerente de projetos deve desenvolver suas habilidades de

motivar a equipe e resolver eventuais conflitos.

Considerando que as médias de aderência às seis dimensões da maturidade das empresas

pesquisadas estão acima de 70%: Competência técnica e contextual (77%), Metodologia

(72%), Informatização (73%), Estrutura organizacional (73%), Alinhamento estratégico

(74%) e Competência comportamental (78%), consideradas ideais ou na zona de conforto

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segundo o modelo Prado – MMGP, conclui-se que a aderência às dimensões da maturidade da

amostra estudada das maiores empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital

pode ser considerada ótima.

Comparando as médias de aderência às seis dimensões da maturidade da amostra pesquisada

das maiores empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital (Competência técnica

e contextual (77%), Metodologia (72%), Informatização (73%), Estrutura organizacional

(73%), Alinhamento estratégico (74%) e Competência comportamental (78%), com as médias

do setor a nível nacional, disponibilizadas (relatórios) nas pesquisas realizadas sobre

maturidade em gerenciamento de projetos em TI (desenvolvimento de software) realizadas

por Archibald & Prado através do site www.maturityresearch.com em 2012 (Competência

técnica e contextual (47%), Metodologia (40%), Informatização (38%), Estrutura

organizacional (25%), Alinhamento estratégico (33%) e Competência comportamental (35%)

e em 2014 (Competência técnica e contextual (42%), Metodologia (42%), Informatização

(40%), Estrutura organizacional (40%), Alinhamento estratégico (41%) e Competência

comportamental (39%), conclui-se que a aderência às seis dimensões da maturidade da

amostra estudada das maiores empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital está

acima das médias do setor a nível nacional.

De acordo com o modelo Prado - MMGP uma organização pode ser considerada ideal ou na

zona de conforto em maturidade em gerenciamento de projetos quando os valores da AFM

(avaliação final da maturidade) estão acima de 4 e os percentuais de aderência aos níveis de

maturidade e aderência às seis dimensões da maturidade estão acima de 70%. 60% da amostra

pesquisada das maiores empresas de desenvolvimento de softwares do Porto Digital se

incluem neste perfil. Mas 40% das empresas pesquisadas precisam analisar a possibilidade de

implantação de um plano de crescimento na intenção de suprimir as deficiências em GP

constatadas, em sua maioria, nas dimensões referentes ao nível 5 (Otimizado). Questões como

Histórico dos projetos finalizados (banco de dados), Histórico de lições aprendidas (banco de

dados), Avaliação da estrutura organizacional implementada, Clima existente no setor

referente ao assunto GP, As causas de fracassos dos projetos, Informatização implantada (na

totalidade) e Alinhamento dos projetos com o negócio (na totalidade) devem ser analisadas

pelas empresas. Segundo Prado (2010), as empresas que se encontram com valores acima de 4

na avaliação final de maturidade (AFM) são conhecidas por realizarem seus projetos em

menor prazo, custo, maior qualidade e satisfação dos clientes.

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Normalmente as empresas que estão neste patamar (acima de 4) de maturidade apresentam as

seguintes características no gerenciamento de projetos, segundo Prado (2010): nível de

competência dos gestores bastante alto (consolidação de competências técnicas, contextuais e

comportamentais dos gestores), padronização dos processos de gerenciamento de projetos,

consolidação do alinhamento com os negócios da empresa (estratégia), metodologia e

informatização aperfeiçoadas, estabilizadas e em uso a mais de dois anos, escritório de

projetos (EGP) para coordenação dos projetos já implantado e funcionando a mais de dois

anos, sistema de informação em gestão de projetos (SGP) implementado, relacionamentos

humanos harmônicos e eficientes e consolidação de uma estrutura organizacional adequada ao

gerenciamento de projetos (Matricial forte ou Projetizada).

Como resumo final, e respondendo a pergunta de pesquisa, os resultados da pesquisa

permitem concluir que o nível de maturidade em gerenciamento de projetos da amostra

estudada das maiores empresas de desenvolvimento de softwares do Porto Digital é

considerado ótimo, de acordo com o modelo de maturidade Prado – MMGP e que se encontra

acima da média nacional das empresas do setor, mas necessita de uma avaliação, pelo menos

para algumas empresas da amostra, quanto a necessidade de um plano de crescimento.

5.2. Limites

No que diz respeito aos resultados, a presente pesquisa se limitou a identificar e avaliar o

nível de maturidade em gestão de projetos das maiores empresas desenvolvimento de

software do Porto Digital, bem como realizar a comparação do nível de maturidade das

maiores empresas de desenvolvimento de software do Porto Digital com a média nacional do

setor apresentada nas pesquisas realizadas em 2012 e 2014 por Archibald & Prado. Não foi

pretensão da presente pesquisa propor um projeto de crescimento em gestão de projetos às

empresas pesquisadas, visto que demandaria aplicação de consultorias especializadas para

cada empresa e excederia o escopo da presente pesquisa.

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5.3. Sugestões para pesquisas futuras

Devido ao assunto gerenciamento de projetos cada vez mais ganhar importância dentro das

organizações e a maioria dos escritores (autoridades) sobre o assunto insinuarem haver uma

relação entre maturidade em gerenciamento de projetos e sucesso, propõem-se que sejam

realizados estudos mais aprofundados, apesar de já existir estudos a nível de mestrado, com

intuito de avaliar o nível de maturidade em gestão de projetos de uma organização em dois

momentos: no primeiro momento avaliar a situação atual (avaliação de maturidade inicial) e

implantação de um projeto de crescimento em gestão de projetos em conformidade com as

deficiências encontradas e, no segundo momento, realizar novamente uma avaliação de

maturidade (avaliação de maturidade final) e verificar os impactos da implantação de um

projeto de crescimento nos projetos no que tange sucesso.

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APÊNDICE A - Instrumento de coleta (Questionário online)

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