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Cliente hipertenso em uso de betabloqueador apresenta, entre outras, as seguintes reações adversas ao tratamento medicamentoso a) hipoglicemia, taquicardia e disfunção sexual. b) hipopotassemia, desidratação e fadiga. c) hipomagnesemia, broncoespasmo e sonolência. d) hipercolesterolemia, hipopotassemia e rubor facial. e) broncoespasmo, bradicardia e disfunção sexual. Um cliente faz uso de drogas depressoras do sistema ner- voso central e ingere bebida alcoólica concomitantemente. A interação do álcool no mecanismo de ação do medicamento pode resultar no processo denominado a) antagonismo. b) sinergismo. c) neutralização. d) precipitação. e) potencialização. Questões de Farmacologia 1- Explique o mecanismo da ação anti- hipertensiva da metildopa. METILDOPA - é um agente anti-hipertensivo com ação central. - é um pró-fármaco que exerce sua ação anti-hipertensiva através do metabólito ativo. - farmacodinâmica (mecanismo de ação): a metildopa entra, no neurônio do vaso motor. Aqui, ela é convertida, pela enzima dopadescarboxilase, em metildopamina, a qual é convertida, novamente, agora

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Cliente hipertenso em uso de betabloqueador apresenta, entre outras, as

seguintes reações adversas ao tratamento medicamentoso

 a) hipoglicemia, taquicardia e disfunção sexual.

 b) hipopotassemia, desidratação e fadiga.

 c) hipomagnesemia, broncoespasmo e sonolência.

 d) hipercolesterolemia, hipopotassemia e rubor facial.

 e) broncoespasmo, bradicardia e disfunção sexual.

Um cliente faz uso de drogas depressoras do sistema ner- voso central e

ingere bebida alcoólica concomitantemente. A interação do álcool no

mecanismo de ação do medicamento pode resultar no processo denominado

 a) antagonismo.

 b) sinergismo.

 c) neutralização.

 d) precipitação.

 e) potencialização.

Questões de Farmacologia 1- Explique o mecanismo da ação anti-hipertensiva

da metildopa. METILDOPA - é um agente anti-hipertensivo com ação central. - é um pró-fármaco que exerce sua ação anti-hipertensiva através

do metabólito ativo. - farmacodinâmica (mecanismo de ação): a metildopa entra, no

neurônio do vaso motor. Aqui, ela é convertida, pela enzima dopadescarboxilase, em metildopamina, a qual é convertida, novamente, agora pela enzima dopamina beta-hidroxilase, em metilnoradrenalina – que está presente dentro do grânulo do neurônio do vaso motor. A metilnoradrenalina é um agonista alfa 2

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que é um receptor pré-sináptico de inibição das descargas neuronais. Sem a ativação das descargas neuronais, não há ativação do neurônio subseqüente. Dessa maneira, a metilnoradrenalina age no SNC, diminuindo a resistência vascular periférica. Portanto, a metildopa diminui os reflexos do simpático.

2- Quais fatores levam ao efeito hipotensor causado pelos inibidores da ECA.

Os inibidores da ECA impedem a conversão da angiotensina I em angiotensina II (ambas nos pulmões e localmente nos vasos sangüíneos e tecidos) e inibem a inativação da bradicinina. Ambas as ações dos inibidores da ECA levam à vasodilatação. A inibição da conversão da angiotensina I diminui a vasoconstrição mediada por AT1 e reduz a secreção de aldosterona; ambos os efeitos atuam para diminuir a pressão arterial. A inibição da atividade da cininase II resulta em níveis mais elevados de bradicinina, que promovem vasodilatação. A vasodilatação aumentada diminui a resistência vascular periférica, que reduz a pressão arterial.

3- Por que o uso do captopril pode causar tosse. Um dos efeitos adversos mais comuns, devido ao uso de captopril,

é a tosse. Com o bloqueio da ECA há liberação de bradicinina, relacionada a fenômenos alérgicos, podendo gerar tosse no paciente. Esse tipo de tosse é ocasionada devido a uma enzima análoga à ECA (enzima conversora da angiotensina) que é a responsável pela degradação da bradicinina no trato respiratório. Com isso, os níveis de bradicinina aumentam e provocam o sintoma da tosse mediada pelo captopril.

4- Explique a ação da reserpina nos terminais adrenérgicos do SNAS.

RESERPINA - local e farmacodinâmica (mecanismo de ação): a reserpina se

liga firmemente às vesículas de armazenamento adrenérgicas e aos neurônios adrenérgicos periféricos e permanece ligada por longos períodos. A interação inibe o transportador da catecolamina vesicular, VMAT2, de modo que as terminações nervosas perdem sua capacidade em concentrar e armazenar NE (norepinefrina) e dopamina. Assim catecolaminas vazam para o citoplasma, onde são metabolizadas. Consequentemente, pouco ou nenhum transmissor ativo é liberado pelas terminações nervosas, resultando em uma simpatectomia farmacológica. A recuperação da função simpática requer a síntese de novas vesículas de armazenamento, o que leva dias a semanas após a interrupção do fármaco. Como a reserpina depleta as aminas do SNC assim como no neurônio adrenérgico periférico, é provável que seus efeitos

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anti-hipertensivos estejam relacionados com as ações periféricas e centrais.

5- Qual segundo mensageiro intracelular deixa de ser formado no miocárdio quando ele está exposto a um beta-bloqueador? Por que este efeito pode ser explorado na hipertensão arterial?

Os receptores Beta-adrenérgicos são divididos em três subclasses, denominadas Beta 1, Beta 2 e Beta 3. Todas as três subclasses ativam uma proteína G estimuladora, Gs. A Gs ativa a adenilil ciclase, resultando em elevação dos níveis de cAMP intracelular. O aumento do cAMP ativa proteinocinases (particularmente a proteinocinase A), que fosforilam proteínas celulares, incluindo canais iônicos. A natureza exata das diferenças de sinalização entre os subtipos de receptores Beta-adrenérgicos não está bem esclarecida, visto que todos parecem acoplar-se de modo eficiente à Gs. Foi sugerido que a especificidade pode ser conferida pela composição exata das subunidades da proteína G encontrada no complexo receptor. Por conseguinte, a seletividade farmacológica parece residir na distribuição tecidual específica de cada subtipo de receptores Beta-adrenérgicos e, possivelmente, na ativação das vias de sinalização distais específicas.

A estimulação dos receptores beta 1 cardíacos provoca aumento tanto no inotropismo (força da contração) quanto no cronotropismo (frequência cardíaca). O efeito inotrópico é mediado pela fosforilação aumentada dos canais de Ca2+, incluindo os canais de cálcio no sarcolema e fosfolambam no retículo sarcoplasmático. O aumento do cronotropismo resulta de um aumento mediado pelos receptores beta 1 na taxa de despolarização da fase 4 das células marca-passo do nó sinoatrial. Ambos os efeitos contribuem para um aumento do débito cardíaco (lembre que o débito cardíaco = freqüência cardíaca _ volume sistólico). A ativação dos receptores beta 1 também aumenta a velocidade de condução no nó atrioventricular (AV), visto que o aumento da entrada de Ca2+ estimulado pelos receptores beta1 aumenta da taxa de despolarização das células do nó AV de cada tecido.

6- Explique o mecanismo de ação da losartana. LOSARTANA - é um medicamento da classe dos antagonistas dos receptores da

angiotensina II. - farmacodinâmica (mecanismo de ação): atua bloqueando os

receptores dos antagonistas dos receptores da angiotensina II. Seus efeitos serão:

1º vasodilatação direta.

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2º bloqueio do aumento da produção de aldosterona pelas glândulas supra-renais, que então não haverá a retenção de água, evitando, assim, a hipervolemia e, consequentemente, hipertensão arterial.

7- Explique o mecanismo de ação da prazosina. PRAZOSINA - é um fármaco da classe dos antagonistas alfa 1. - farmacodinâmica (mecanismo de ação): bloqueia receptores alfa-

adrenérgicos pós-sinápticos da terminação nervosa simpática. Causando assim, vasodilatação arteriolar e venosa e, redução da resistência periférica.

8- Quais são os sítios anatômicos passíveis de intervenção farmacológica para o controle da pressão arterial?

Tanto em indivíduos normais quanto nos hipertensos, a pressão arterial é mantida pela regulação de momento a momento do débito cardíaco e da resistência vascular periférica, exercida em 3 locais anatômicos: arteríolas, vênulas pós-capilares (vasos de capacitância) e o coração. Um quarto local anatômico de controle, o rim, contribui para a manutenção da pressão arterial regulando o volume de líquido intravascular.

Chegou a vez de falar dos anti hipertensivos. E são só alguns deles:

1) Diuréticos2) Vasodilatadores3) Bloqueadores dos canais de Cálcio4) Inibidores da ECA5) Bloqueador do receptor da Angiotensina II

Difícil falar de todos os tipos de anti hipertensivo assim como quais são os medicamentos e o que cada um proporciona ao organismo do hipertenso. Tentei listar de maneira geral os mecanismos de ação de cada tópico. Espero que seja claro.

DiuréticosSeus mecanismos de ação são vários assim como são vários os tipos de medicamentos diuréticos. Eles atuam principalmente eliminando edema na parede do vaso, reduzindo o volume plasmático, reduzindo a reatividade vascular e, tem também ação vasodilatadora direta. São muito recomendados a serem usados juntamente com os próximos tipos de anti hipertensivos citados a seguir.

Vasodilatadores

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De maneira geral, a maioria provoca relaxamento dos músculos lisos dos vasos sanguíneos por ativação dos canais de potássio das células permitindo o efluxo celular.

Bloqueadores dos canais de CálcioGeralmente, são a 1ª escolha para o combate a hipertensão. Inibem a entrada do cálcio na célula muscular lisa. Há um tipo de competição entre o Ca+ e esses bloqueadores para a entrada nos canais lentos voltagem dependentes. Podem ter ação anti-anginosa também. Não causam retenção do sódio, problemas renais nem no metabolismo glicídico ou lipídico.

Inibidores da ECALembram-se do post do sistema renina angiostensina aldosterona? E que no meio das reações aparecia a ECA (Enzima conversora de angiotensina) que nada mais fazia além de transformar angiotensina I em II? Pois então, existem anti hipertensivos que agem sobre essas enzimas impedindo que a conversão de angiostensina II aconteça. Entretanto, esses inibidores de ECA ajudam a degradação de bradicinina que por sua vez ajudam na formação óxido nítrico, importante vaso dilatador. Geralmente são lipossolúveis o que favorece esse controle da pressão. Porém, há um problema: a angiotensina II pode ser formada por outras vias e o aumento da pressão vai ocorrer em alguma hora.

Bloqueadores do receptor de Angiotensina II (BRAII)Como o próprio nome já diz, bloqueiam o receptor de angiotensina II que é o AT1. Este é o ponto final para que a vasoconstrição ocorra. Sua vantagem em relação aos inibidores da ECA é que bloqueiam qualquer forma de ligação da angiotensina II, seja lá qual for sua formação. Não agem sobre a bradicinina.