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Clipping - 31 de janeiro de 2014 – sexta-feira A íntegra das matérias está disponível na sequência da relação de manchetes. Gazeta do Povo Editorial / Companheiros Artigo / Depois dos rolezinhos Coluna do leitor / Gaeco Transporte coletivo / TCE-PR determina redução de R$ 0,43 na tarifa técnica do ônibus de Curitiba Protesto / Passageiros pulam a catraca em novo ‘roletaço’ Clima / Cobradores poderão usar bermudas Depredação / Londrina sofre 4 dias seguidos de vandalismo Segurança / Gaeco retoma autonomia para escolher policiais Para procuradores, queda de braço com Sesp está superada Abordagem policial / Jovem é atropelado por viatura e perde a perna Abuso / Dono de asilo em Pinhais é suspeito de estuprar idosas Justiça / Sentença polêmica que absolveu traficante de maconha é revertida Sistema / Acidentes com produtos para saúde poderão ser relatados Debate eleitoral / Dentro e fora de campo, Copa será chave nas eleições Cultura / Lei de Incentivo não poderá mais bancar biografia de políticos Notas Políticas / Pedido da Educação Judiciário / Tribunal de Justiça confirma erro e diz que julgou 45% dos casos de corrupção Material escolar / Papelarias baixam preços de estoques antigos América do Sul / Mujica cria projeto de lei para residência definitiva Especial / Operadores do direito conhecem pouco o ECA Folha de Londrina Editorial / Gaeco em atividade Política / Informe Folha Política / Juiz confirma omissão de gasto na campanha de Nedson Política / Luiz Geraldo Mazza Dora Kramer / Um giro no parafuso Dono de asilo é suspeito de violentar idosas Governo recua e cancela rodízio de policiais no Gaeco ‘Medida atrapalharia investigações’ TC determina redução na tarifa de ônibus Bem Paraná Política em debate / Fraude Karlos Kolbach / Saída honrosa para MP e Govern Política / Código do Processo Civil deve abrir pauta da Câmara Rede integrada de transporte / OAB-PR também vê ilegalidades no sistema TCE detremina redução de R$ 0,43 na tarifa de ônibus Operações especiais / BOPE faz ação contra arrombamentos Notas / Vistoria Gaeco / Richa e MP chegam a acordo Igualdade de gênero / Ministério Público cria Núcleo LGBT O Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR) conta agora com um Núcleo específico para Paraná Online Segurança / Governo estadual recua e deiste de rodízio de policiais no Gaeco Jornal da Manhã Medida / Richa acaba com rodízio no Gaeco

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Clipping - 31 de janeiro de 2014 – sexta-feira A íntegra das matérias está disponível na sequência da relação de manchetes. Gazeta do Povo Editorial / Companheiros Artigo / Depois dos rolezinhos Coluna do leitor / Gaeco Transporte coletivo / TCE-PR determina redução de R$ 0,43 na tarifa técnica do ônibus de Curitiba Protesto / Passageiros pulam a catraca em novo ‘roletaço’ Clima / Cobradores poderão usar bermudas Depredação / Londrina sofre 4 dias seguidos de vandalismo Segurança / Gaeco retoma autonomia para escolher policiais Para procuradores, queda de braço com Sesp está superada Abordagem policial / Jovem é atropelado por viatura e perde a perna Abuso / Dono de asilo em Pinhais é suspeito de estuprar idosas Justiça / Sentença polêmica que absolveu traficante de maconha é revertida Sistema / Acidentes com produtos para saúde poderão ser relatados Debate eleitoral / Dentro e fora de campo, Copa será chave nas eleições Cultura / Lei de Incentivo não poderá mais bancar biografia de políticos Notas Políticas / Pedido da Educação Judiciário / Tribunal de Justiça confirma erro e diz que julgou 45% dos casos de corrupção Material escolar / Papelarias baixam preços de estoques antigos América do Sul / Mujica cria projeto de lei para residência definitiva Especial / Operadores do direito conhecem pouco o ECA Folha de Londrina Editorial / Gaeco em atividade Política / Informe Folha Política / Juiz confirma omissão de gasto na campanha de Nedson Política / Luiz Geraldo Mazza Dora Kramer / Um giro no parafuso Dono de asilo é suspeito de violentar idosas Governo recua e cancela rodízio de policiais no Gaeco ‘Medida atrapalharia investigações’ TC determina redução na tarifa de ônibus Bem Paraná Política em debate / Fraude Karlos Kolbach / Saída honrosa para MP e Govern Política / Código do Processo Civil deve abrir pauta da Câmara Rede integrada de transporte / OAB-PR também vê ilegalidades no sistema TCE detremina redução de R$ 0,43 na tarifa de ônibus Operações especiais / BOPE faz ação contra arrombamentos Notas / Vistoria Gaeco / Richa e MP chegam a acordo Igualdade de gênero / Ministério Público cria Núcleo LGBT O Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR) conta agora com um Núcleo específico para Paraná Online Segurança / Governo estadual recua e deiste de rodízio de policiais no Gaeco Jornal da Manhã Medida / Richa acaba com rodízio no Gaeco

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Gazeta do Povo Editorial / Companheiros

São raras as obras no Brasil um país com gravíssimas deficiências de infraestrutura, como todos sabemos que contam com financiamento semelhante ao do Porto de Mariel, em Cuba

Talvez para aliviar a angústia de estar em um local onde se respira economia de mercado, a presidente Dilma Rousseff trocou Davos, na Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, por Cuba, onde ela inaugurou, no dia 27, a primeira etapa do bilionário Porto de Mariel, ao lado de Raúl Castro.

A maior obra realizada em Cuba desde a revolução de 1959 tem pesada participação brasileira: aos US$ 802 milhões emprestados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se juntarão mais US$ 290 milhões de financiamento anunciado por Dilma durante a inauguração. Por mais que quase todo esse dinheiro deva necessariamente ser gasto com fornecedores brasileiros (é a Odebrecht, por exemplo, que está construindo o porto), muitos questionam o fato de o governo estar usando cerca de R$ 2,5 bilhões (em valores de hoje) para financiar infraestrutura e gerar empregos em um outro país.

Para colocar em perspectiva o dinheiro que está sendo investido em Mariel, vale a pena fazer a comparação com os anúncios no setor de infraestrutura e logística anunciados no Brasil. O Programa de Investimento em Logística (PIL), divulgado pelo governo em agosto de 2012, previa R$ 133 bilhões em um prazo de 30 anos em média, R$ 4,43 bilhões por ano para rodovias e ferrovias em um país inteiro. Em dezembro daquele mesmo ano, foi lançado o PIL Portos, que destinaria R$ 54,2 bilhões, entre 2014 e 2017, a 31 portos (média de R$ 1,75 bilhão por porto). Ou seja, são raras as obras no Brasil um país com gravíssimas deficiências de infraestrutura, como todos sabemos que contam com financiamento semelhante ao de Mariel.

O porto, aliás, não é o único caso de generosidade brasileira para com Cuba. No dia 27, a Folha de S.Paulo revelou que o Brasil oferece anualmente um crédito de US$ 500 milhões, via BNDES e Banco do Brasil, para que a ilha dos Castro possa importar produtos e serviços brasileiros.

E, em maio de 2013, os dois governos assinaram um memorando de entendimento para o financiamento de obras em cinco aeroportos cubanos, no valor de US$ 176 milhões.

Também preocupante é a tendência cubana de não pagar suas dívidas, levando credores a abrir mão de boa parte do dinheiro a que têm direito. Nos casos mais recentes, ocorridos no fim do ano passado, o México perdoou 70% da dívida cubana de US$ 500 milhões, contraída há mais de 15 anos, e a Rússia anulou 90% de uma dívida de US$ 32 bilhões. Pelo acordo com o Kremlin, Cuba deverá enviar US$ 3,2 bilhões, ao longo de dez anos, para Moscou. E, mesmo assim, diplomatas russos duvidavam da capacidade cubana de dispor de US$ 320 milhões anuais para o pagamento. Portanto, não é desprezível o risco de que o dinheiro emprestado por Dilma aos Castro acabe se tornando investimento a fundo perdido. Vale a pena fazer negócio nessas circunstâncias?

Para os Castro, a mãozinha amiga de Dilma é um ótimo negócio, já que a Venezuela bolivariana, que até há pouco usava e abusava do dinheiro do petróleo para patrocinar a ditadura cubana, já não consegue nem sequer colocar papel higiênico nas prateleiras dos mercados. A Venezuela, inclusive, já tinha substituído um padrinho anterior, a União Soviética, que ruiu pouco mais de 20 anos atrás. Para o PT, é a oportunidade de retribuir o treinamento guerrilheiro que alguns de seus líderes receberam durante o regime militar brasileiro, quando os grupos da luta armada sonhavam em instalar no Brasil uma ditadura semelhante à cubana. Resta saber quanto esse companheirismo todo pode custar aos brasileiros. Artigo / Depois dos rolezinhos Cristovam Buarque é senador do PDT-DF.

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Os rolezinhos têm sido tratados como um tema cultural: o porquê de os jovens preferirem agitar shoppings, tirando a tranquilidade dos frequentadores e trabalhadores, em vez de praticar outras atividades juvenis, tais como namoro, estudo, esporte, arte ou mesmo consumo. E as soluções propostas têm sido baseadas na esfera legal e policial. Não se viu um debate sobre as causas estruturais que permitiram que estas mobilizações aflorassem: os shoppings e a internet.

Os shoppings ofereciam a natural busca de conforto nos trópicos e a necessária proteção em uma sociedade violenta nas ruas, mas também a disfarçada segregação social que caracteriza o Brasil. Independentemente das causas que levam os jovens aos rolezinhos, eles não ocorreriam sem estes dois fatos irreversíveis da realidade: a existência de shoppings e a disponibilidade da rede social. Sem os shoppings, não haveria como ocupá-los; sem as redes, não haveria como fazê-lo.

A sociedade tem três alternativas: conviver com os rolezinhos como uma prática cultural, um carnaval fora de época e lugar; oferecer outras diversões aos jovens; ou buscar solução na explicitação da apartação, com leis que escolham os frequentadores. Esta medida será indecente moralmente e ineficiente socialmente. Ainda se consegue fazer isso nos clubes, condomínios, escolas de qualidade e hospitais caros, mas em shoppings será impossível justificar moralmente tal medida. Além disso, as soluções policiais pela força, cercando shoppings, ou pela espionagem, bisbilhotando as redes sociais, serão impossíveis.

Até recentemente, a segregação se fazia com a convivência dócil dos excluídos, como se dizia então: os negros e os pobres sabem seus lugares. Não era necessário, como na África do Sul, explicitar em leis as calçadas e os banheiros só para brancos. No Brasil, a separação era automática, cada um sabia seu lugar. Com o aumento da população urbana, foi preciso separar fisicamente as classes, nos shoppings e condomínios, com cercas e crachás, mas ainda sem necessidade da explicitação em leis.

Apesar de ter havido propostas para proibir legalmente a entrada de imigrantes indesejados, bastava a apartação descrita no livro O que é apartação, o apartheid social brasileiro, de 1994.

Graças à internet, os rolezinhos desnudam o sistema de apartação implícita, sem leis. Quem não quiser conviver com os shoppings ou com as redes sociais deverá mudar de planeta ou viajar para o passado.

Daqui para a frente, os shoppings existirão e terão um papel positivo no conforto social, mas a “guerrilha cibernética” é uma realidade com a qual vamos conviver. Ou assume-se a segregação explícita, ou promove-se a miscigenação social.

E, para isso, o caminho é a escola. A segregação racial se fez nas alcovas, a segregação social se faz nas escolas. O único caminho decente e sustentável para o bom funcionamento dos espaços urbanos é a promoção da escola de qualidade em horário integral, com ofertas culturais para os jovens. Coluna do leitor / Gaeco

Sobre o esquema de revezamento de policiais civis no Gaeco (Gazeta, 30/1), o Ministério Público argumenta com uma premissa tão equivocada quanto ofensiva à corporação policial. O Ministério Público é um órgão que merece nosso respeito, mas cujos integrantes não estão imunizados contra eventuais desvios de conduta ou acima das mazelas da sociedade organizada. A Polícia Civil tem problemas de corrupção, como, aliás, todos os segmentos do poder, mas a instituição é pura, nobre e composta de homens honrados e corajosos. Gabriel Braga Farhat, advogado

Lei Anticorrupção A Lei Anticorrupção é um salto de qualidade no combate a malfeitos contra a administração pública, e prevê multas e restrições administrativas às empresas que corromperem agentes públicos. Mas, como dizem os cientistas políticos, leis não fazem milagres e as mudanças só ocorrerão se houver fiscalização e, infelizmente, esse é um grave problema da administração pública brasileira. Edgard Gobbi, Campinas SP

Seguro obrigatório Neste ano teremos de pagar o seguro obrigatório dos nossos veículos juntamente com o IPVA. Até o ano passado, esse seguro era pago nos meses de agosto, setembro e outubro conforme o número final das placas. Se, no ano passado, paguei o seguro obrigatório em

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setembro, ele estaria válido até setembro, mas terei de pagar o seguro integral. Se isso não for uma arbitrariedade, então não entendo mais nada! Ronald Niculitcheff

Estações-tubo Assustador como a prefeitura, a Urbs e as empresas de ônibus fingem ignorar a condição degradante e desumana imposta aos cobradores. Vimos os termômetros marcarem 57° dentro das estações-tubo. No inverno, os cobradores são obrigados a usar uniformes insuficientes para aquecê-los e não existem banheiros nas estações. Também nem sempre há por perto onde comprar um café quentinho ou água fresca. Uma capital moderna pode aceitar isso? Eduardo Menezes da Silva

Metrô curitibano Não é possível acreditar que a prefeitura de Curitiba, o Ippuc e a Urbs tenham competência para gerir e transformar em realidade uma obra como a do metrô. Não conseguiram fazer nada decente relacionado às obras previstas para a Copa do Mundo, como a Avenida das Torres, a Rodoferroviária, o Terminal Santa Cândida. Nada está pronto, tudo incompleto e, pior, custando o dobro do anunciado. Paulo Lugli, economista Transporte coletivo / TCE-PR determina redução de R$ 0,43 na tarifa técnica do ônibus de Curitiba Para chegar ao usuário, porém, valor imposto pelo tribunal teria de sair maior que o porcentual de reajuste a ser definido ainda em fevereiro. Raphael Marchiori

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) determinou ontem, em caráter liminar, a redução da tarifa técnica repassada às empresas de ônibus de Curitiba. Atualmente, essa tarifa é de R$ 2,9994. Com a redução, ela passaria para R$ 2,5694 valor inferior ao que é cobrado atualmente dos usuários. Uma queda no custo final do transporte, entretanto, dependerá da definição do reajuste previsto para ocorrer no mês de fevereiro.

A decisão cautelar foi tomada pelo conselheiro Nestor Baptista e marca o primeiro ato concreto do relatório de auditoria do transporte coletivo, concluído em setembro do ano passado três meses após a onda de manifestações populares contra aumentos nas tarifas dos transportes públicos de diversas cidades brasileiras. A medida, porém, tem caráter liminar e pode ser cassada judicialmente pela prefeitura e as empresas de ônibus. Além disso, ela ainda passará pelo pleno do TCE-PR, em audiência programada para as 14 horas da próxima quinta.

Segundo o TCE-PR, a redução de R$ 0,43 foi possível graças à exclusão de quatro itens que compõem a tarifa técnica e à modificação de outros dois (confira os detalhes na tabela desta página).

No total, de acordo com o diretor de Execuções do TCE-PR, Cláudio Henrique de Castro, o relatório de auditoria apontou 18 itens dessa tarifa passíveis de alterações, mas a decisão de momento se limitou a seis deles. A liminar tem caráter cautelar devido à proximidade da data de reajuste tarifário.

“Diante da possibilidade de acontecer um reajuste já na próxima semana, seria desastroso se não adotássemos essa medida antes”, disse Castro, em entrevista coletiva.

Dos seis itens que foram alterados pelo tribunal, dois deles são diretamente ligados à Prefeitura de Curitiba a taxa de gerenciamento da Urbs e a taxa de risco e custo do Hibribus.

Já os outros quatro itens são, no entendimento do TCE-PR, competências das empresas de ônibus. Entre eles estão o consumo médio de diesel e o preço do insumo adotado na composição dos valores repassados aos empresários. Além disso, o tribunal determinou que fossem retirados da tarifa impostos considerados pelos auditores do tribunal como pessoais como o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e custos de depreciação e remuneração de investimentos em edificações.

Além dos 18 itens referentes à tarifa técnica, o relatório do TCE-PR havia apontado que a licitação do transporte coletivo da cidade deveria ser declarada nula e que um novo certame deveria ser convocado. Questionado sobre o porquê dessa medida não ter sido adotada antes da liminar do reajuste, Castro disse que o mérito da licitação ainda não foi apreciado. “Os outros itens certamente serão decididos até o término do julgamento da auditoria”, prevê o diretor do TCE-PR.

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Prefeitura e empresas discordam sobre efeitos da decisão Tanto a Prefeitura de Curitiba quanto o sindicato das empresas (Setransp) se pronunciaram por

nota sobre a liminar cautelar emitida pelo TCE-PR. Os dois lados, entretanto, tiveram posições opostas sobre o assunto.

A prefeitura disse considerar positiva a participação do TCE-PR na discussão sobre a tarifa e ressaltou que a decisão foi tomada com base nas informações fornecidas pela própria Urbs. A administração municipal disse ainda que a tarifa técnica e a paga pelo usuário, a serem definidas no fim de fevereiro, levarão em consideração as decisões do Tribunal, mas também eventuais manifestações judiciais.

Já o Setransp informou que as empresas não temem serem afetadas pela decisão porque o contrato assinado para explorar o serviço é baseado em uma proposta de remuneração definida em uma taxa interna de retorno médio de capital de 8% ao ano. De acordo com a entidade, o tribunal “não teria examinado nenhum item da proposta vencedora da licitação, limitando-se a apreciar documentos unilaterais da Urbs”. O sindicato informou ainda que uma redução da tarifa técnica da ordem indicada pelo TCE-PR, hoje, “levaria à paralisação do sistema por falta de dinheiro até para o óleo diesel”. Tira-dúvidas Saiba como a decisão atinge os usuários:

O valor da tarifa cai de imediato para o usuário? Não. Isso depende do porcentual de reajuste anual decidido pela Urbs e que deve ser

divulgado em fevereiro. Além disso, prefeitura e empresários ainda podem recorrer da liminar do tribunal.

Então, o que ganho com a liminar? Desde ontem, a medida está valendo como um fator de redução no reajuste. Exemplo: se o

aumento indicado pela Urbs for de R$ 0,50 sobre a tarifa técnica, o reajuste final será de R$ 0,07 (R$ 0,50 - R$ 0,43). Além disso, a Urbs também está proibida de colocar novos itens para compor a tarifa técnica fato verificado nos últimos reajustes.

Quando sairá a decisão final? O conflito deve ser resolvido após o reajuste da tarifa, previsto para fevereiro. Até lá, as partes

envolvidas também podem recorrer, o que pode mudar a posição do TCE-PR. No ano passado, o reajuste ocorreu em de 14 de fevereiro. Decisão do tribunal é frágil, diz especialista Fernanda Trisotto

Do ponto de vista jurídico, a decisão liminar tomada pelo conselheiro do TCE-PR Nestor Baptista, que foi sorteado para ser o relator do processo sobre a auditoria do órgão sobre o transporte coletivo para o Pleno da casa, é frágil. O advogado Rodrigo Pironti, professor de Direito Administrativo da Universidade Positivo, explica que essa fragilidade existe porque a decisão foi tomada sem ouvir todas as partes envolvidas no processo e pode sofrer alguma mudança.

“O contrato entre a Urbs e as empresas e a formação da tarifa são extremamente complexos. Para uma redução efetiva, deveria haver processo contraditório, ampla defesa, verificação da

composição dessa tarifa”, argumenta o advogado. Para ele, é necessário ouvir Urbs e empresas para determinar onde está a falha na tarifa. Antes disso, o prudente seria apenas suspender alguns acréscimos, mas não determinar uma redução tão ampla”.

Confusão Pironti ainda defende que a grande questão é se preocupar é a população, que não compreende totalmente os termos técnicos e jurídicos e fica na esperança de ver uma redução tarifária rapidamente. “Hoje você se preocupa em reduzir para responder a população. Reduz R$ 0,43 agora e aumenta o custo da máquina pública [depois]”, analisa. O advogado lembra do caso dos radares de Curitiba. A prefeitura rescindiu o contrato do serviço unilateralmente mas continua tendo de arcar até hoje com o aluguel dos equipamentos, pagos para a mesma empresa.

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Protesto / Passageiros pulam a catraca em novo ‘roletaço’ Manifestação aconteceu um dia após o anúncio do aumento da tarifa no Rio de Janeiro, que passa de R$ 2,75 para R$ 3 Agência Estado

Mais de mil pessoas aproveitaram o “roletaço” realizado ontem à noite na Central do Brasil, principal estação ferroviária do Rio, e viajaram de graça para casa na volta do trabalho. Foi uma reedição do ato contra o aumento das passagens organizado pelo movimento Passe Livre do Rio na última terça-feira, em que pelo menos 500 pessoas pularam as roletas da Central. Os dois foram pacíficos.

Ontem, o número inicial de manifestantes era menor, cerca de 100, mas os usuários de trem voltaram a aderir em massa ao chamado: “Pula que é de graça!”

Policiais militares mais uma vez acompanharam de perto, sem interferir. O protesto começou por volta das 19 horas, após uma passeata pela avenida Presidente Vargas, e até as 20 horas não havia acabado.

O único princípio de confusão ocorreu logo no início, quando um PM tentou impedir que um manifestante pulasse a roleta, puxando sua camisa. No entanto, o major que comandava os policiais chegou em seguida e liberou o ativista.

A manifestação ocorreu um dia após o prefeito Eduardo Paes (PMDB) ter autorizado um aumento da passagem dos ônibus municipais, que vai entrar em vigor em 8 de fevereiro. Elas passarão de R$ 2,75 para R$ 3. A passagem dos trens custa R$ 2,90.

“Ei, Fifa, paga a minha tarifa”, “Mãos para o alto, a passagem é um assalto” E “Au au au, põe na conta do Cabral”, gritava em coro a multidão eufórica. Black blocs organizavam as filas de calotes e orientavam os usuários dos trens a não seguir para os guichês da concessionária: “É só passar direto, hoje trabalhador não paga”. Jovens pulavam e senhoras passavam por baixo das roletas, comemorando a economia.

“Tinha que ter isso todo dia”, disse o analista de sistemas Wagner dos Santos, de 28 anos. “Isso é revolta popular. A gente paga por um transporte caro e de má qualidade. Eu apoio com certeza”, declarou o passageiro.

Ônibus grátis Os estudantes universitários beneficiados pelo Programa Universidade para Todos (Prouni) ou pelo programa de cotas do governo federal passaram a ter direito a viagens gratuitas nos ônibus municipais do Rio. Universitários cuja renda familiar per capita seja de até um salário mínimo passam a ter o mesmo benefício. A medida consta de decreto do prefeito Eduardo Paes (PMDB) publicado ontem no Diário Oficial do Município. Os estudantes poderão fazer até 76 viagens por mês, sendo no máximo quatro por dia. Clima / Cobradores poderão usar bermudas Taiana Bubniak

A Urbanização de Curitiba (Urbs), órgão que controla o transporte público da capital, enviou ofício ontem para todas as empresas de ônibus que prestam o serviço na cidade e na Região Metropolitana autorizando que cobradores e motoristas usem bermudas durante o horário de trabalho.

O pedido foi feito de manhã pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc). A Urbs informa que analisou o pedido, acatou a medida e já trabalha no encaminhamento de ofícios para todas as empresas, a fim de que a permissão se efetive.

Os cerca de 13 mil cobradores e motoristas estão autorizados, até o fim de fevereiro, a usar bermudas de qualquer cor ou modelo, desde que estejam na altura do joelho. A medida é paliativa para amenizar o desconforto desses funcionários nos últimos dias em que fez muito calor. Short ou calção mais curto não será permitido. A camisa cinza, do uniforme, deve permanecer a mesma.

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A Urbs também instala desde quarta-feira uma manta termoacústica na estação-tubo Osternack, no Sítio Cercado. O trabalho deve ser concluído hoje. A manta impede a passagem do calor da cobertura para dentro da estação. Nos dias frios, também reduz a perda de calor interna. A instalação faz parte de um projeto piloto que, se aprovado, será replicado em todas as 359 estações-tubo da Rede Integrada de Transporte. Depredação / Londrina sofre 4 dias seguidos de vandalismo Juliana Gonçalves, do JL

Ontem, quarto dia consecutivo de ataques às lojas do comércio de Londrina, uma farmácia localizada na Avenida Rio de Janeiro, na região central, amanheceu com os vidros quebrados. Uma pedra de petit-pavé retirada do calçadão foi encontrada no interior da loja. Nos últimos dias, outras 12 lojas foram alvos de vândalos na cidade.

Segundo funcionários da farmácia, os ataques com pedras são frequentes. Só neste mês, esta é a terceira vez que o estabelecimento foi atingido. Nas ocasiões anteriores, produtos das prateleiras mais próximas à rua chegaram a ser levados, o que não ocorreu desta vez. Não há câmeras de monitoramento da Guarda Municipal próximas a esta loja.

De acordo com o porta-voz do 5.º Batalhão da Polícia Militar, capitão Nelson Villa Junior, imagens de uma câmera de segurança mostram uma pessoa se aproximando de uma das lojas em uma motocicleta. “Na imagem, é possível ver o indivíduo atirando uma pedra contra o vidro.” Segundo ele, a polícia descarta a possibilidade de que os ataques tenham sido cometidos por um mesmo grupo.

A Polícia Civil continua buscando informações que possam apontar a autoria dos ataques. De acordo com o delegado-chefe de Londrina, Márcio Amaro, nas câmeras monitoradas pela Guarda Municipal, nada que pudesse esclarecer os ataques foi encontrado.

“Agora, estamos com uma equipe percorrendo as lojas e tentando levantar imagens das câmeras de segurança que ajudem a identificar quem foi.” Ataques Modo como os vidros foram quebrados ainda é desconhecido

Os comerciantes cujos estabelecimentos foram alvo de ataques questionaram o fato de todos os vidros terem sido quebrados de modo semelhante: um pequeno buraco feito entre 1,8 metro e 2 metros de altura nas vitrines, que estilhaçou o restante. O que mais intriga os entrevistados é que nenhuma pedra ou projétil foi encontrado no interior da maioria das lojas, com exceção da farmácia atacada ontem e de uma loja da Havan.

Ismael Barbosa, proprietário de uma vidraçaria que atendeu lojistas atacados, disse que os buracos, provavelmente, foram provocados por tiros ou objetos metálicos pontiagudos.

Já para o inspetor da Guarda Municipal (GM), Éder José Pimenta, vidros comuns com película de proteção podem ficar estilhaçados ao serem atingidos por qualquer tipo de objeto. “Por isso, os estragos podem, sim, ter sido causados por uma pedra.” Segurança / Gaeco retoma autonomia para escolher policiais Após acordo costurado por governo estadual e MP-PR, grupo especial deve passar por uma recomposição nos próximos meses Felippe Aníbal

Após uma crise que se arrastava por cinco meses, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), recuperou, ontem, sua autonomia. Um acordo entre governo estadual e o MP-PR acabou com o rodízio de policiais cedidos ao grupo, nos moldes que havia sido estabelecido pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), em setembro do ano passado. Desde então, o Gaeco enfrentava um processo de esvaziamento: 30 de seus 58 agentes haviam deixado o órgão sem serem substituídos. O grupo ameaçava simplesmente encerrar suas atividades.

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Anunciado ontem, o pacto foi firmado na quarta-feira, entre o procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacoia, e o governador Beto Richa (PSDB). Além do fim da rotatividade, o acerto devolve ao Gaeco a prerrogativa de selecionar, entre os quadros da Polícia Civil e da Polícia Militar (PM), os agentes a serem requisitados para atuar em seus núcleos. No entanto, em vez de o próprio grupo requisitar os policiais à Sesp – como era feito antes – o pedido será direcionado diretamente por Giacoia ao governador. Apesar de poder, pontualmente, vetar um ou outro nome, a expectativa é de que haja cooperação no processo.

“O que ficou muito claro é que não haverá nenhum tipo de ingerência, nem minha nem, tampouco, do governador”, disse Giacoia. “A intenção é evitar qualquer tipo de conflito, como o que se instaurou no governo [com a implantação do rodízio]”, completou.

A expectativa é de que, nas próximas semanas, o Gaeco passe por um processo de “recomposição”, por meio da qual sejam preenchidas as vagas dos policiais que foram obrigados a deixar o grupo. O governo também não descarta a ampliação do quadro do Gaeco.

Hoje, o esvaziamento é maior no núcleo de Guarapuava, onde seis dos sete integrantes foram removidos, sem substituição. No núcleo de Cascavel, de nove agentes, seis já haviam deixado o grupo. Em Londrina e em Maringá, o desmonte atinge a metade do efetivo.

Após a reunião em que os dez promotores do Gaeco foram informados dos detalhes do acordo, o clima era de comemoração. “Queremos meramente continuar com nosso serviço, sem que tenhamos problemas de continuidade”, sintetizou o coordenador do Gaeco, procurador Leonir Batisti.

Para os promotores, o rodízio impactava negativamente na eficiência do grupo, porque

dificultava a “formação de equipe” e que se arraigassem laços de confiança entre os integrantes do núcleo, necessários em investigações complexas e sigilosas. Além disso, a escolha minimiza a incorporação de policiais com histórico de corrupção.

“A característica do trabalho do Gaeco exige esse procedimento de confiabilidade e de perfil. É bom que isso seja antecipadamente analisado, porque a gente diminui a chance de erro”, disse Batisti. Para procuradores, queda de braço com Sesp está superada

O acordo que devolveu os poderes ao Gaeco é mais um capítulo da queda de braço entre o MP-PR e o secretário estadual da Segurança Pública, Cid Vasques. A retirada do poder de veto da Sesp sobre os policiais destinados ao grupo pode ser entendida como uma vitória do Gaeco. Apesar disso, os procuradores de Justiça minimizaram o confronto e avaliaram que o acerto pode catalisar o fim das rusgas com Vasques.

“O impasse já estaria superado. As questões que se colocariam na linha de discordância e de conflito entre os respectivos órgãos estariam plenamente superadas”, disse o procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacoia.

O coordenador do Gaeco, procurador Leonir Batisti que é quem mais havia se envolvido no embate com Vasques – também disse que as rusgas devem chegar ao fim. “Temos a convicção de que este é o fim dos problemas e vamos passar para uma era de entendimento, como convém para conseguirmos manter os serviços que vêm sendo feitos”, avaliou.

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A tensão entre a Sesp e o MP-PR começou em setembro do ano passado, depois que o secretário determinou o rodízio de policiais cedidos ao Gaeco. O MP-PR reagiu e cassou a licença que permite que Vasques – que é procurador de Justiça – possa ocupar o cargo de secretário.

Apesar do acordo anunciado ontem, Giacoia disse que a renovação da licença de Vasques não foi discutida com o governo do estado. O procurador-geral nega que o acordo estivesse vinculado à manutenção de Vasques na Sesp. “Esta questão não foi tratada”, resumiu Giacoia.

A Sesp chegou a confirmar que o Vasques comentaria o assunto em agenda oficial, mas o compromisso foi desmarcado. Ele está em férias e que só retorna na próxima segunda-feira. Vasques também não atendeu ligações em seu celular.

Mudanças Entenda como era feita a escolha dos membros do Gaeco com o rodízio da Sesp em funcionamento e como deverá ocorrer agora, com o novo acordo firmado entre governo e MP-PR:

Com rodízio Em setembro de 2013, a Sesp passou a indicar dois policiais para cada vaga disponível no Gaeco. O grupo deveria escolher um deles, que poderia permanecer na unidade por até dois anos. Ao fim do período, o agente voltaria à corporação de origem. O Gaeco, porém, se recusou a cumprir com essas regras e foi perdendo efetivo.

Como fica agora O Gaeco selecionará os policiais que integrarão o grupo. A lista será apresentada à Procuradoria-Geral de Justiça, que a encaminhará ao gabinete do governador. O próprio governador analisa e autoriza a disponibilização dos agentes. A cessão deverá ser renovada anualmente.

Recomposição Nas próximas semanas, as vagas de policiais que deixaram o Gaeco voltarão a ser preenchidas. Após o rodízio, 31 dos 58 agentes deixaram o grupo, sem serem substituídos. O governo também estuda a ampliação do quadro.

Decreto definirá novas regras O governo do estado informou, via assessoria de imprensa, que as alterações na forma de cessão de policiais ao Gaeco serão regulamentadas nos próximos dias, por meio de decreto. Apesar de as regras ainda não terem sido redigidas, o órgão garante que não haverá um limite para que os agentes permaneçam no grupo.

“Não haverá mais imposição de rodízio. Só será necessária a renovação anual da cessão funcional, conforme determina a legislação vigente. Esta é, inclusive, a orientação da PGE [Procuradoria-Geral do Estado]”, informou a assessoria de comunicação.

Antes disso, o governo havia emitido uma nota, em que ressaltava que o governador já tinha assumido, em novembro, o compromisso de “garantir quantitativamente o número d e policiais que compunham o Gaeco” e que as medidas estão em concordância com a Sesp.

“O estado banca todas as operações do Gaeco, o guardião, o sombra [monitoramento telefônico], os policiais, as viaturas, a manutenção, o combustível, os telefones, bancamos tudo e não nos é dada nenhuma satisfação Agora nem rodízio podemos fazer?”

Beto Richa, governador do Paraná, em dezembro de 2013, durante o funcionamento do rodízio do Gaeco.

“Está tudo resolvido e vou além: estudo a possibilidade de ampliação no número de policiais do Gaeco.”

Beto Richa, governador do Paraná, ontem, em declaração à RPCTV.

Abordagem policial / Jovem é atropelado por viatura e perde a perna Rapaz era perseguido pela PM, parou e foi atingido após ter descido da moto Marco Martins, correspondente

Um rapaz, de 19 anos, teve uma das pernas amputada depois de ser atropelado por uma viatura da Polícia Militar que perseguia a motocicleta que dirigia pelas ruas de Jacarezinho, no Norte Pioneiro. Ele voltava do trabalho para casa, no começo da noite de quarta-feira, quando o acidente aconteceu. O impacto causou fratura exposta na perna esquerda. A vítima chegou a ser socorrida e levada ao Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia, mas, devido à gravidade da fratura, teve a perna esquerda amputada.

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A vítima contou que não entendeu o porquê de ter sido perseguido pela polícia e revelou que parou a moto que dirigia assim que os policiais deram a ordem. “Percebi que eles estavam me seguindo, mas como não houve ordem continuei. Quando eles ligaram o giroflex da viatura, eu parei, desci da moto e aguardei na calçada. A viatura veio, bateu na moto e deu marcha a ré me derrubando e passando em cima da minha perna”, contou.

O acidente aconteceu na Rua Amazonas, a poucos metros da casa do jovem. A cena teria sido presenciada por pelo menos seis testemunhas. “Nunca tive passagens pela polícia. Trabalho desde muito jovem. Não precisavam ter feito isso”, desabafa a vítima, que ainda revelou que foi revistada no chão, logo após o acidente.

A versão da PM O tenente-coronel Antônio Carlos de Morais, comandante do 2.º Batalhão de Polícia Militar, com sede em Jacarezinho, disse que determinou a abertura de um inquérito policial militar para investigar o caso. O oficial disse ainda que vai solicitar ao Ministério Público que acompanhe as investigações.

O comandante reconheceu a gravidade do ocorrido, mas justificou que os dois policiais que estavam na viatura que atropelou Fábio Santos identificados apenas como cabo André e soldado Vinicius investigavam uma denúncia de tráfico de drogas.

Segundo o comandante, o rapaz fugiu em alta velocidade quando percebeu que era acompanhado pela viatura e que acabou caindo da moto na Rua Amazonas. “A viatura vinha logo atrás e não conseguiu evitar o choque”, explica.

Para o comandante, como dirigia em alta velocidade, o rapaz passou a ser um suspeito. Depois do acidente a PM descobriu que a vítima dirigia sem habilitação e a motocicleta estava em nome de um parente. Abuso / Dono de asilo em Pinhais é suspeito de estuprar idosas

O dono de um asilo em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, foi preso por suspeita de estuprar pelo menos duas idosas que residiam no local. De acordo com a Polícia Civil, a investigação começou quando uma das enfermeiras que trabalhava na casa soube do crime por meio de uma das vítimas. O homem, de 52 anos, foi denunciado pelo Ministério Público sob acusação de estupro de vulneráveis. A Polícia Civil afirmou que as mulheres tinham mais de 70 anos e foram violentadas enquanto dormiam. Conforme a Delegacia de Pinhais, o suspeito era dono do local há bastante tempo e há a possibilidade de que ele tenha feito outras vítimas ao longo do tempo. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, o caso era investigado desde 18 de novembro do ano passado. Justiça / Sentença polêmica que absolveu traficante de maconha é revertida

A polêmica sentença que absolveu Marcos Pereira Borges, que tentou entrar num presídio com maconha, em maio do ano passado, foi suspensa ontem pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Os juízes da 3.ª Turma Criminal julgaram recurso do Ministério Público e o réu foi condenado. O caso entrou na pauta de julgamento um dia após a divulgação da decisão de primeira instância, o que não estava previsto. A decisão de absolver o réu havia sido do juiz substituto da 4.ª Vara de Entorpecentes do DF, Frederico Ernesto Cardoso Maciel, que disse considerar a maconha “recreativa” e julgou ser incoerente que o álcool e o tabaco sejam permitidos e vendidos, e a droga, não. Borges foi condenado a 2 anos e 11 meses de detenção, em regime semiaberto, e 291 dias multa, sendo cada dia 1/30 do salário mínimo. A pena restritiva de liberdade não poderá ser convertida em restritiva de direito. Sistema / Acidentes com produtos para saúde poderão ser relatados Agência Estado

O governo federal inaugurou ontem um sistema pelo qual os profissionais de saúde vão relatar casos de acidentes graves ou fatais relacionados a produtos ou serviços defeituosos. No Sistema de Informações de Acidentes de Consumo (Siac), esses profissionais registrarão ocorrências como

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medicamentos com efeitos inesperados a falhas em brinquedos, cosméticos e alimentos que colocaram em risco a saúde e a segurança do consumidor.

A ideia é que a notificação desses casos pelos profissionais da rede pública de saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos, dentistas, entre outros) seja obrigatória. No primeiro momento, porém, a adesão ao Siac será espontânea. O Hospital Municipal de Cuiabá foi escolhido para testar o sistema, embora qualquer profissional de saúde já possa fazer a ocorrência por meio do site siac.justica.gov.br.

Para preencher o formulário, é preciso informar o número de registro nos conselhos profissionais. O Ministério da Saúde informou que estão previstos cursos para incentivar a adesão dos profissionais ao cadastro e que o processo será semelhante ao que foi feito para a identificação nos hospitais de ocorrências de violência a mulheres.

“Não queremos criar mais uma obrigação. Esperamos encontrar novos parceiros para ampliar a fiscalização de produtos inseguros no Brasil, responsáveis por muitos gastos da saúde pública e privada no país”, disse Juliana Pereira, titular da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor, órgão ligado ao Ministério da Justiça.

Os agentes de saúde informarão dados pessoais dos pacientes, qual o produto ou o serviço que gerou o problema e os procedimentos adotados. Há campos específicos para colocar a marca, o modelo e o fornecedor do produto, mas o preenchimento não é obrigatório, porque muitas vezes os próprios consumidores não se lembram dessas informações. Debate eleitoral / Dentro e fora de campo, Copa será chave nas eleições Humor do brasileiro com relação ao Mundial será decisivo para a agenda política. Possibilidade de protestos já mobiliza as campanhas presidenciais André Gonçalves, correspondente

Três dias separam a final da Copa do Mundo no Brasil da data em que fica liberada a realização de propaganda eleitoral (6 de julho). A combinação dessa proximidade com possíveis protestos e o desempenho da seleção em campo indica que o humor do brasileiro após o evento será decisivo para a agenda do debate político. A perspectiva mobiliza desde já as campanhas presidenciais.

No último sábado, 13 capitais registraram protestos contra a Copa. O maior deles, em São Paulo, acabou com 128 presos e um manifestante baleado pela polícia. Pelo menos um novo encontro está programado para o dia 22 de fevereiro na capital paulista.

Em meio à viagem para a Suíça, a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião para tratar do assunto. Nos bastidores, o Palácio do Planalto agiu para manter relativa distância dos novos protestos, em especial o de São Paulo. Coube ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), gerenciar o desgaste e ao pré-candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, retrucar: “Vamos ter muito poucas alegrias fora de campo”.

Vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT) diz que as manifestações são alvo de monitoramento da campanha presidencial petista e que o partido aprendeu com os protestos de junho de 2013, durante a Copa das Confederações. “Além disso, o PT nasceu do movimento social, sabe fazer essa interlocução”, opina.

No campo Coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol e Modalidades Lúdicas da Universidade de São Paulo, o historiador Flávio de Campos traça uma possibilidade em que o desempenho técnico da seleção pode ser decisivo para as manifestações. “Caso o Brasil seja eliminado prematuramente, a tendência é que as pessoas descarreguem mais essa insatisfação nas manifestações”, afirma Campos.

Para o professor, será difícil que o brasileiro mude a imagem que vem se consolidando da Copa. “Temos um megaevento tecnocrático, divorciado dos interesses sociais. Aliás, a crítica que os manifestantes vêm fazendo com relação a esse conceito de megaevento é bastante sofisticada”, conclui.

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Nas ruas Luciana Veiga, cientista política da Universidade Federal do Paraná e especialista em pesquisas eleitorais, diz que, pela lógica, os protestos atingem os governantes que concorrem à reeleição, em especial, a presidente Dilma, mas que o processo de decisão do voto vai além desse descontentamento. Ela cita que, mesmo com uma avaliação momentânea ruim, existe uma etapa de comparação com outros nomes. “É algo parecido com o que aconteceu em 2006, com o mensalão.

Você via pessoas que se desencantavam com o PT, mas que não confiavam em outro nome que não fosse o Lula”, afirma.

Luciana concorda com a avaliação do historiador Flávio de Campos de que uma eliminação nas primeiras fases da Copa pode intensificar os protestos. “Fica aquela sensação de que, além de estarmos pagando a festa, vamos ver os outros se divertindo.” A tendência é que o Brasil tenha adversários difíceis a partir das oitavas-de-final quando pode enfrentar a atual campeã, Espanha, ou a atual vice, Holanda. Cultura / Lei de Incentivo não poderá mais bancar biografia de políticos

Após a polêmica envolvendo a publicação da biografia do prefeito de Vinhedo (SP), Milton Serafim (PTB), utilizando recursos públicos, o Ministério da Cultura vetou o uso de verbas da Lei de Incentivo à Cultura para a produção de biografias de políticos. A decisão da pasta seguiu as recomendações do Ministério Público Federal em Campinas e da Advocacia-Geral da União sobre o projeto de produção da biografia de Serafim de 2012, ano em que ele disputou a reeleição. Segundo o MPF, o Ministério da Cultura teria repassado R$ 110.451,00 para a edição do livro. Notas Políticas / Pedido da Educação

A Secretaria de Educação do Paraná informou que irá pedir para a Secretaria de Administração uma folha complementar para pagar os salários e férias atrasados de professores e funcionários estatutários. Segundo informações da APP-Sindicato, cerca de 1,4 mil servidores da pasta tiveram problemas com os pagamentos neste mês. Conforme a Secretaria, o pedido de folha complementar será feito depois que a instituição confirmar os nomes dos funcionários que têm direito ao benefício. Judiciário / Tribunal de Justiça confirma erro e diz que julgou 45% dos casos de corrupção Em agosto, na gestão de Clayton Camargo, tribunal dizia ter cumprido 99% da meta estabelecida pelo Conselho Nacional de Justiça Derek Kubaski, especial para a Gazeta do Povo

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) admitiu que houve um equívoco na apuração dos dados sobre a chamada “Meta 18”. Criada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ela propunha que os tribunais do país julgassem até o fim de 2013 todos os processos por improbidade administrativa e crimes contra a administração pública cadastrados até 31 de dezembro de 2011.

Em agosto do ano passado, o TJ-PR chegou a divulgar que havia julgado 99% de todos esses processos. Na época, Clayton Camargo – alvo de denúncias de irregularidades era presidente do tribunal. No entanto, no começo deste mês de janeiro, o levantamento do CNJ apontava um índice de apenas 26% de cumprimento da meta.

Já o balanço divulgado ontem prazo final para os tribunais enviarem seus dados sobre a “Meta 18” demonstra que o TJ-PR não conseguiu atingir nem a metade da meta. Ao todo, foram julgados 45% dos processos até o fim de 2013.

Explicação Segundo nota da assessoria de comunicação do Tribunal, a primeira divulgação considerou apenas os processos que tramitavam em segundo grau. A corte também atribui a mudança no porcentual à alteração de um dos critérios do CNJ em setembro de 2013, mas não especifica qual é este critério. Os números foram repassados ao CNJ na tarde de ontem.

No desdobramento dos dados dos processos em primeiro grau, o TJ-PR mostra um desempenho melhor nos casos de improbidade administrativa (54% de processos julgados) contra

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apenas 37% nas ações por crimes contra o poder público, como peculato (apropriação indevida de dinheiro público) e prevaricação (favorecimento pessoal). Nos processos do segundo grau, o índice total ficou em 91%, mas a nota do TJ não desmembra os porcentuais entre cíveis (improbidade) e criminais.

Também por meio da assessoria de comunicação, o CNJ informou que o balanço final com os dados nacionais da “Meta 18” só deve ser divulgado no início do março. O CNJ também informou que só vai divulgar os dados nacionais quando eles estiverem completamente consolidados. Material escolar / Papelarias baixam preços de estoques antigos Produtos encalhados estão um pouco mais baratos nas lojas. Mas pesquisar continua a regra, porque promoções serão raras Camille Bropp Cardoso

O ano letivo começa mais cedo em 2013, portanto, as vendas de material escolar estão no ápice e as promoções, distantes. No início de janeiro, pesquisa anual feita pelo Procon-PR com 19 itens mais pedidos por escolas mostrou que a diferença de preços entre as lojas poderia variar até 220%. Faltando dez dias para o início das aulas, os preços não mudaram tanto, com a exceção de produtos que fazem parte de estoques antigos das lojas. Itens de baixo valor agregado e com potencial para ficar “fora de moda” estão mais baratos.

Um exemplo é o caderno universitário. Lojas que estocaram em outubro, época em que distribuidoras fazem promoções, baixaram o preços de alguns modelos. Na pesquisa do Procon-PR, cadernos de capa dura e 96 folhas custam, em média, de R$ 4,72 a R$ 16,80 a maioria sai por cerca de R$ 13,50. Já há modelos sendo vendidos a R$ 13. “Temos cadernos [em promoção], de estoque mais velho. Depende da oferta”, conta Ademar Ludovico, dono da Papelaria Giz de Cera.

A melhor tática é formar um grupo de compradores e orçar preços em atacados e distribuidoras. Exemplo: na compra de dois cadernos universitários de dez matérias do Corinthians, da marca Credeal, cada um sai por R$ 12,60 no atacado Wespi 35% menos que o preço médio no varejo (R$ 19,30).

Pesquisar é o roteiro básico para economizar, mas não demore a comprar: lojas reajustam os preços todos os dias. A auxiliar de cozinha Doralina Nascimento Rodrigues, 48 anos, sabe de cor a lista de material dos quatro filhos. Assim que passa em uma loja com preços mais em conta, aproveita para riscar alguns itens.

Liquidações, só depois As liquidações não virão tão cedo. Lojas especializadas não costumam reduzir preços porque podem vender o estoque ao longo do ano. É possível, porém, que itens fiquem mais baratos em lojas de utilidades domésticas que adotam ares de papelaria nesta época. Como as vendas vão bem e o varejo foi cauteloso em relação a estoques, liquidações devem ocorrer só na primeira semana de aula, que começa em 10 de fevereiro.

Internet repete variedade de preços O apelo de preço baixo que muita gente vincula à internet não chegou ao material escolar para muitas lojas virtuais. Levantamento feito pela Gazeta do Povo em quatro lojas mostra que em três delas a variedade de produtos é baixa e os preços mais altos do que em lojas físicas. É assim na Americanas, Submarino e Siciliano.

Um exemplo: a Americanas vende massa de modelar, papel sulfite e giz de cera de marcas pesquisadas pelo Procon-PR mais caro do que a média das lojas físicas em Curitiba. Na Submarino, o caderno de espiral e 96 folhas da Moranguinho, da Foroni, sai por R$ 19,90 contra os R$ 14,40 nas ruas. A Siciliano vende cola Tenaz, da Henkel, a R$ 2,55. A média em Curitiba é R$ 1,80.

A Kalunga é exceção. A loja vende produtos em embalagens maiores, que saem até mais em conta. É o caso da caneta cristal, da BIC. O item é vendido a R$ 0,90 nas lojas de Curitiba. Comprando a caixa com 50 unidades na Kalunga, cada caneta custa R$ 0,50. Fique de olho

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Confira algumas dicas para economizar no momento das compras: • Compare bem antes de optar por uma loja que oferece descontos para quem comprar toda a

lista de material escolar. Alguns descontos são pequenos frente à economia que seria feita pesquisando pouco a pouco.

• Peça desconto para compras à vista. • Marca e loja são escolhas dos pais; a escola não pode interferir. • Em caso de materiais que sempre constam na lista (caderno e lápis, por exemplo), vale se

antecipar e aproveitar promoções ao longo do ano. • Se tiver dúvidas sobre o uso de materiais da lista, questione a escola. • Itens licenciados são mais caros. Estimule as crianças a customizar peças básicas, encapando

e colando adesivos dos ídolos que preferirem. • Não custa lembrar: deixe as crianças em casa. Elas distraem o foco dos pais e estimulam a

comprar por impulso. América do Sul / Mujica cria projeto de lei para residência definitiva Iniciativa vai dar a todo cidadão do Mercosul a possibilidade de viver e trabalhar no Uruguai sem enfrentar processos burocráticos

O governo do Uruguai mandou ontem ao Parlamento um projeto de lei para facilitar que cidadãos dos países do Mercosul, assim como das nações observadoras do bloco sul-americano, obtenham autorizações de residência permanente no território uruguaio. Na prática, a nova regulamentação vai autorizar automaticamente que esses estrangeiros vivam no Uruguai.

Se o Congresso cujas duas Casas têm em sua maioria parlamentares governistas aprovar a nova legislação, cidadãos de Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela, Bolívia, Chile, Equador e Peru poderão viver e trabalhar no Uruguai sem a necessidade de passar por trâmites burocráticos mais complicados. Bastará que esses estrangeiros comprovem suas nacionalidades originais para que possam morar em solo uruguaio.

Vocação “Terão a categoria de residentes permanentes os cidadãos de Estados integrantes do Mercosul e dos Estados associados”, declarou o governo do presidente José Mujica. Montevidéu alegou que a iniciativa tem como objetivo reforçar a “vocação integracionista” do Uruguai e o desejo do Executivo uruguaio de “fortalecer e aprofundar” os laços entre os países sul-americanos, por meio de uma implementação de “uma política de livre circulação”.

Montevidéu alegou ainda que o projeto “se enquadra em uma política imigratória com base em uma perspectiva de direitos e alinhada com os compromissos nacionais assumidos” pelo governo Mujica.

De acordo com o jornal uruguaio El País, a nova legislação tem como base o acordo de residência do Mercosul firmado em 2002, que tem como objetivo “fortalecer e aprofundar o processo de integração” entre os países que compõem o bloco sul-americano”.

1.645 permissões definitivas foram concedidas a argentinos no amo passado, contra 461 em 2012. O número de brasileiros radicados no Uruguai também apresentou um aumento em 2013, com 634 novas residências, contra 305 em 2012.

Minha casa, sua casa Segundo o jornal El País, o número total de residências outorgadas pelo governo de Mujica apresentou um aumento considerável no último ano. Se a lei for aprovada, bastará provar a nacionalidade original para viver no Uruguai. Especial / Operadores do direito conhecem pouco o ECA Apesar de a Constituição Federal estabelecer prioridade absoluta para os direitos da criança e do adolescente, profissionais ainda conhecem pouco a legislação; a falha começa na formação universitária Joana Neitsch

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A Constituição Federal prevê prioridade absoluta para crianças e adolescentes. Mas, 25 anos depois da promulgação da lei maior, ainda não é isso que se vê. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1992, detalhou e regulamentou os principais assuntos relacionados à infância e à adolescência e é considerado uma das legislações mais avançadas do mundo no que se refere ao assunto. Na prática, o respeito à prioridade não ocorre nem pelo Judiciário, nem pelo Poder Executivo, e grande parte dos operadores do direito ainda tem pouco conhecimento ou intimidade com as leis relativas aos direitos da criança e do adolescente.

O artigo 227 da Constituição estabelece como dever da família, da sociedade e do Estado garantir direitos, como saúde, educação, alimentação, lazer e profissionalização às crianças e aos adolescentes. O texto constitucional, de 1988, é considerado um divisor de águas pela advogada Mayta Lobo dos Santos, professora de Direitos da Criança e do Adolescente do Curso Luiz Carlos. Entre outras previsões, passou a se considerar a criança sujeito de direito. A Constituição levou à revogação do Código de Menores, de 1979. “Nesse Código, crianças eram consideradas objeto de propriedade”, explica a advogada.

Por mais que o ponto de vista tenha sido alterado na lei, muitos profissionais do direito não acompanharam essa modificação que já tem mais de duas décadas. Mayta lamenta que, por desconhecimento, alguns ainda digam que o ECA é muito protetivo. Além disso, quando uma criança ou adolescente precisa de atendimento de um advogado, são geralmente profissionais da área penal ou de família que lhe dão assistência. Em situações de infração, como relata a professora, é comum advogados não terem conhecimento da legislação específica e recorrerem à área criminal. “Vemos nos processos erros e falta de técnica, muitos acham que as regras são as mesmas que valem para os imputáveis”, diz Mayta.

FormaçãoO procurador de Justiça Olympio Sotto Maior, que colaborou com a redação do ECA, lamenta que ainda não exista defensoria pública consolidada no estado do Paraná. “Defensores dativos não conhecem direito a legislação da infância e da juventude”, aponta Sotto Maior. O professor de direito da PUCPR Carlos Solon Cícero Linhares ressalta que a OAB tem comissões especializadas no ECA, mas, na opinião dele, de um modo geral, o operador de direito tem deficiência ao lidar com esse assunto. O juiz da Vara da Infância e Juventude de Cascavel, Sérgio Kreuz, considera que a falta de preparação dos profissionais para lidar com essas questões é um reflexo da formação deficiente, ainda na universidade. “Raros são os cursos de direito que contemplam a disciplina do Direito da Criança e do Adolescente. Quando muito, a matéria é tratada como optativa ou como apêndice de outras disciplinas”, observa.

Todos os entrevistados para essa reportagem apontaram a falta de prioridade nas faculdades como um dos principais problemas que resultam no despreparo dos profissionais do direito para lidar com questões afetas à infância. Nas aulas que ministra na Escola de Magistratura, o juiz da 3.ª Vara da Infância e Juventude de Curitiba, Fábio Ribeiro Brandão, percebe que muitos alunos chegam à pós-graduação com dificuldades em entender o tema e reclamam que não tiveram a disciplina na faculdade. Nova atribuição em vara de infância gera polêmica

No final de 2013, a Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes, em Curitiba, passou se chamar Vara de Infrações Penais contra Crianças, Adolescentes e Idosos e Infância e Juventude. Com a mudança de nome, também foi alterada a atribuição da vara, que, como se observa, também passa a atender idosos. O coordenador estadual da infância, juiz Fábio Ribeiro Brandão, explica que a decisão foi tomada com base na demanda. Enquanto outras varas criminais têm, em média, 550 ações penais em tramitação, na Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes há apenas 100 processos em tramitação.

Para a advogada e especialista em direitos da criança e do adolescente Mayta Lobo dos Santos, a medida é um retrocesso. “Não é uma questão de volume, mas de especificidade”, argumenta. Na opinião dela, é preciso que os operadores que lidam com questões relacionadas à infância e à adolescência tenham sensibilidade e profundo conhecimento sobre o tema, o que pode ficar

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comprometido se houver outras áreas a serem atendidas na mesma vara. “Grosseiramente é como se falassem que agora os pediatras também podem ser geriatras”, critica Mayta.

O juiz Fábio Ribeiro Brandão reconhece que, do ponto de vista acadêmico, a exclusividade ao atendimento de crianças e adolescentes pode ser o ideal. Mas na prática ele não vê a decisão, que foi proposta pela corregedoria do Tribunal de Justiça, como um retrocesso, pois assim como as crianças, os idosos também têm prioridade prevista em lei. Equipes multidisciplinares são fundamentais para o Judiciário

A principal necessidade no atendimento de crianças e adolescentes, segundo o coordenador estadual da infância, juiz Fábio Ribeiro Brandão, são as equipes multidisciplinares, compostas por psicólogos e assistentes sociais. Durante sua gestão como presidente do TJ-PR, Miguel Kfouri apresentou um plano trienal que previa a contratação de 225 profissionais para equipes multidisciplinares. Em 2012, foram contratados 75. Em 2013, não houve contratações durante a gestão de Clayton Camargo. Agora, segundo Brandão, o atual presidente do TJ, Guilherme Luiz Gomes, garantiu que vai contratar os 150 profissionais que faltam para cumprir o plano trienal. Para o coordenador da infância, o aumento dessas equipes vai fazer uma diferença considerável no atendimento às crianças no Judiciário, pois estes profissionais é que fornecem aos magistrados os laudos necessários para se tomar decisões.

Brandão observa ainda que os próprios operadores do direito precisam ter mais interação com os outros profissionais da rede que atende crianças e adolescentes. O conhecimento de programas do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) relacionados à infância também é indicado como importante, mas ainda pouco dominado pelos profissionais do direito.

Conselhos Seguir as decisões tomadas nos conselhos da criança e do adolescente é um passo considerado fundamental pelo Procurador de Justiça Olympio Sotto Maior. Ele explica que o Judiciário tem contribuído neste sentido com decisões dos tribunais superiores, que determinam que administradores públicos formulem as políticas com base no que esses conselhos, que devem ter caráter deliberativo, decidem. Folha de Londrina Editorial / Gaeco em atividade É o fim de um mal-estar gerado, além da certeza de que as investigações serão mantidas, como é o desejo da população

A manutenção das atividades do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), anunciada ontem pelo governo do Estado, deve ser comemorada pela sociedade. Um dos poucos órgãos públicos bem avaliados pela população, a possibilidade de os trabalhos ficarem inviabilizados devido a um novo modelo proposto pela Secretaria de Segurança Pública preocupou a opinião pública. Além de protestos e "rolezinhos", foi um dos poucos assuntos que mobilizou os paranaenses nos últimos meses.

O problema estava se arrastando desde setembro do ano passado, quando a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) anunciou que seria feito um rodízio de policiais que poderiam atuar na instituição por no máximo dois anos. Além disso, os promotores ficaram impedidos de escolher os policiais e a indicação partiria da Sesp. A partir de então, as novas normas criaram um mal-estar entre Ministério Público e Secretaria de Segurança. A mudança foi encarada como uma forma de inviabilizar as investigações conduzidas pelos promotores.

Agora, a partir do acordo firmado ontem, o Gaeco continuará a indicar os profissionais e a análise será feita pelo governador Beto Richa (PSDB) e o procurador-geral de Justiça. É o fim de um mal-estar gerado, além da certeza de que as investigações serão mantidas, como é o desejo da população. Importante lembrar que os trabalhos desenvolvidos pelo Gaeco é que levaram à cassação dos ex-prefeitos de Londrina Antônio Belinati e Homero Barbosa Neto; ao desmonte dos atos secretos

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praticados na Assembleia Legislativa; e à prisão do advogado Marcos Colli, acusado de pedofilia. São casos emblemáticos da recente história local e estadual e que comprovam a seriedade dos trabalhos desenvolvidos pelo Ministério Público (MP).

O fim da impunidade para crimes de corrupção deve ser uma das lutas da sociedade. Inclusive, foi uma bandeiras dos protestos realizados no ano passado que, entre outras coisas, pedia a não aprovação da PEC 37, que pretendia limitar o poder de investigação do MP. O novo acordo respeita a vontade dos paranaenses e coloca o Estado na rota da transparência e da legalidade. Política / Informe Folha Excesso de diárias

O prefeito de Florestópolis (Norte), Onício de Souza, o Nicinho, reeleito pelo DEM em 2012, terá que devolver aos cofres públicos do município valores de diárias pagas ao longo do ano passado.

A recomendação é da Promotoria de Justiça de Porecatu. Ele tem dez dias para fazer a devolução. Caso contrário, o Ministério Público (MP) deve ir à Justiça. O valor é de R$ 5,9 mil, referentes a diárias pagas pelos afastamentos dele e de sua esposa, que é secretária municipal de Desenvolvimento Social. De acordo com o MP, entre as irregularidades apontadas estão a falta de comprovação da realização dos eventos citados pela prefeitura como justificativa de afastamento, além da retirada em excesso de diárias.

Contrato cancelado A 2ª Câmara do Tribunal de Contas (TC) do Paraná determinou que a Prefeitura de Alvorada do Sul (Região Metropolitana de Londrina) e o ex-prefeito Marcos Antônio Voltarelli, reeleito em 2008 pelo PMDB, devolvam, solidariamente, R$ 43.725 para os cofres do governo estadual. O valor é referente a convênio celebrado em 2008 com a Secretaria do Estado de Desenvolvimento Urbano para a elaboração de projeto arquitetônico de um mini-hospital a ser instalado na cidade. O contrato, porém, foi cancelado pelo prefeito em novembro de 2009, mais de um ano antes do prazo de término (previsto até dezembro de 2010). O projeto estava 30% pronto. O TC considerou que o cancelamento do convênio provocou prejuízo aos cofres públicos. Ainda cabe recurso à decisão. Voltarelli não foi encontrado na tarde de ontem para comentar o assunto. Política / Juiz confirma omissão de gasto na campanha de Nedson Edson Ferreira

Dez anos depois, a ação penal instaurada para apurar a suposto omissão de gastos na campanha de reeleição do ex-prefeito de Londrina Nedson Micheleti (PT), em 2004, resultou na condenação do ex-vereador Jacks Dias (PT), que, à época, atuou como diretor financeiro do comitê petista. Em sentença publicada na última terça-feira, o juiz da 41ª Zona Eleitoral, Alberto Junior Veloso, condenou Dias a um ano e cinco meses de prisão, em regime aberto, mais multa. A pena, porém, foi convertida em duas restritivas de direitos, como pagamento de um salário mínimo a entidade filantrópica londrinense e proibição de participar da direção de partido político e de firmar prestações de contas à Justiça Eleitoral, pelo prazo da condenação. Cabe recurso.

Iniciada nove meses depois da vitória de Nedson nas urnas, a investigação foi aberta a partir das denúncias de Soraya Garcia, assessora financeira da campanha. Em depoimentos prestados à Polícia Federal e ao Ministério Público Eleitoral (MPE), Soraya dizia que a prestação de contas da campanha do ex-prefeito deixava de considerar despesas com combustíveis, produção de comerciais para TV e rádio, doações de empresários e pagamentos de cabos eleitorais. No final, denunciava ela, o suposto "caixa 2" chegaria a R$ 5,3 milhões. A prestação de contas foi de R$ 1,2 milhão. Essa diferença, reconheceu o magistrado, não ficou comprovada. Apesar disso, afirmou que "ficou patente que diversas despesas efetivamente não foram contabilizadas, inclusive com postos de gasolina, que nem mesmo constaram da prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral".

Conforme consta do processo de 30 volumes, ao qual a FOLHA teve acesso, a denúncia foi apresentada pelo MPE em 2010 e incluía também o ex-prefeito. Contudo, a defesa conseguiu junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) confirmar o benefício da suspensão condicional do processo em

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relação a Nedson, ficando ele proibido de frequentar bares e similares e de se ausentar da comarca sem autorização judicial. Dias teria o mesmo desfecho, não fosse a ação criminal sobre suposta concussão que corre contra ele na Justiça de Londrina, o que impede a concessão do benefício.

O advogado de Dias, João dos Santos Gomes Filho, disse que vai recorrer ao TRE. "Considero um equívoco essa decisão, pois contradiz a própria Justiça que aprovou as contas da campanha. Vou ao tribunal discutir o dolo neste caso. O que não está na prestação do Nedson está na do partido, referente a campanha de vereadores", disse o advogado. "Quanto ao dinheiro supostamente não declarado, sequer foi encontrado." Na sentença, o juiz afirma que a aprovação das contas não é suficiente para impedir a caracterização do crime. "Apurado que houve omissão de informações naquela prestação de contas, que os dados foram falseados, ocultando-se despesas e receitas, evidente que pode ser considerada a intenção de falsificação."

Jacks Dias, que não atendeu as ligações, foi chefe de Gabinete e secretário de Gestão Pública durante os dois mandatos do ex-prefeito Nedson (2001-2008) e foi eleito vereador em 2008. Atuou como assessor de gabinete do prefeito de Apucarana, Beto Preto (PT), até setembro do ano passado. Política / Luiz Geraldo Mazza Cartorial, sim

Entre as amarras sociológicas que impedem um deslanche institucional mais republicano ao Paraná, e especialmente Curitiba, como centro de poder, está o peso da sociedade cartorial. Percebe-se isso nitidamente no fato de que no cumprimento das metas do CNJ em processos de improbidade e crimes contra a administração pública o nosso Tribunal de Justiça aparece em antepenúltimo lugar com 25% de atendimento à frente só da Bahia (11,44%) e Piauí (8,33%).

Sempre tivemos um clichê, um arquétipo, a respeito do feudalismo do nordeste como se fôssemos um exemplo distanciado de sociedade aberta e não oligárquica, fato que todo dia é contestado como rotina. É claro que essa estatística e sua análise nada têm de seguras cientificamente, mas deixa a evidência de que tais condicionantes culturais são persistentes.

Um dado político é forte demais para ser neglicenciado: de 1982 para cá tivemos quatro vezes a família Requião como postulante, os irmãos Dias várias vezes, Richa e Lerner duas vezes. Um revezamento familiar que aliás se reproduz na área mais desenvolvida do país, no sudeste, São Paulo com o revezamento de Serra, Alckmin; Minas com a raiz de Tancredo em Aécio, Pernambuco ainda sob a família de Miguel Arraes e do seu candidato presidencial, Eduardo Campos.

A utopia mais próxima ainda não alcançada é a construção da República porque a proclamação não passou de pura formalidade e sem sangue que veio pouco depois com a nossa maior guerra civil, a revolução federalista.

Sinal verde O encontro de Beto Richa com o procurador de Justiça anteontem facilitou o clima entre as pastas conflitantes, acordado ontem. O Gaeco escolhe policiais que irão integrá-lo e a PGJ faz a intermediação. Quanto a Cid Vasques há o aguardo da decisão do STF. Que afinal não virá tão cedo (trata-se de assunto menor, provinciano) e impera o armistício, mas a rejeição do MP está viva. Dora Kramer / Um giro no parafuso

Leis draconianas não garantem a saúde legal do ambiente. Disso estamos cansados de saber e habituados a ver, principalmente quando negócios privados se misturam com entes públicos.

Decretar que isso ou aquilo é proibido, é ilegal, é inconstitucional tampouco basta para balizar comportamentos. Nem por essa razão se pode deixar de aperfeiçoar os mecanismos de prevenção e repressão à ilegalidade ou de saudar novas ferramentas que permitam dar mais um aperto na rosca do parafuso.

Senso crítico é essencial até para separar atos bem intencionados, mas de pouca eficácia prática, de ações que realmente tenham o poder de atuar no cerne da questão. Aqui falamos de corrupção.

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Mais especificamente da lei (12.846) que entrou em vigor nesta semana, cujo objetivo é investigar, processar e punir empresas envolvidas em ilicitudes na prestação de quaisquer serviços ao Estado.

Muito bem, a corrupção já é ilegal e, no entanto, grassa. No que mais uma legislação poderia mudar essa situação? Mudar totalmente e principalmente do dia para a noite é algo que, de fato, não vai acontecer. Mas, como dizia o então ministro da Fazenda Pedro Malan nos primeiros anos do Plano Real, é tudo uma questão de "processo".

A chamada lei da Empresa Limpa (inspiração óbvia) pode ser enquadrada nessa categoria da qual faz parte a lei da Ficha Limpa. Não obstante a evidência de que a correção na vida pregressa fosse um atributo indispensável a candidatos a cargos eletivos, nenhuma importância se dava a isso.

Até o dia em que uma emenda constitucional de iniciativa popular cruzou o caminho de um ano de eleições (2010), entidades civis se mexeram, a oposição saiu da inércia, a situação não teve jeito, foi a reboque e pronto: estavam plantadas as sementes.

A existência da lei não fará desaparecerem do cenário, como que por encanto, os candidatos fichas sujas, mas sem dúvida é um fator importante de inibição para o desfile de folhas corridas que acaba resultando num Parlamento cheio de gente com contas em aberto na Justiça.

Pois com todas as questões que ainda precisam ser resolvidas na nova lei anticorrupção - conforme apontam os especialistas, em relação à delação premiada e à ordenação da competência para instauração dos processos - o ponto essencial é este: ela sem dúvida alguma inibirá os corruptores e, por consequência, dificultará o campo de atuação dos potenciais corrompidos.

A legislação não prevê prisão, mas impõe multas altas levando em conta o faturamento bruto das empresas que podem ter suas atividades suspensas ou que, em último caso, podem até vir a ser dissolvidas. Isso independentemente de os donos serem os responsáveis diretos pelo ilícito. Mal comparando, é a teoria do domínio do fato aplicada no julgamento do processo do mensalão. Estando o negócio todo em jogo é de se acreditar que haverá, sim, muito mais precaução por parte dos empresários.

Quando põe no risco o empreendimento e torna o empreendedor responsável pelos atos do conjunto, a lei busca atingir a parte que sempre ficou fora do alcance dos grandes escândalos de corrupção, cujo fôlego costuma se esgotar quando se chega aos corruptos. Até por serem mais notórios.

Se um elo dessa cadeia de promiscuidade fica solto, o sistema vai se realimentando por si. Repetindo: a lei sozinha acaba com isso? Não, mas dá uma boa ajuda.

Muito maior e mais eficaz, por exemplo, do que se proibirem pura e simplesmente as doações lícitas de empresas para campanhas eleitorais na ilusão de que, assim, estará extinto o uso do caixa dois e, com ele, o ovo da serpente da corrupção no setor público Dono de asilo é suspeito de violentar idosas Rodrigo Batista

Pinhais - O Ministério Público (MP) do Paraná tenta por meio de uma ação civil pública fechar um asilo na cidade de Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), O proprietário do estabelecimento, de 54 anos, é suspeito de ter violentado idosas no abrigo. Ele foi preso no final do ano passado.

A investigação foi iniciada pelo MP, que pediu ajuda à Polícia Civil de Pinhais. De acordo com o delegado Marcelo Magalhães, após a conclusão de um inquérito, ficou comprovado que ao menos duas idosas, acima de 70 anos, foram violentadas e o proprietário é o principal suspeito.

"Foram ouvidas dezenas de testemunhas. Uma das vítimas é cadeirante e a outra mal se levantava da cama. A que está na cadeira de rodas teve AVC, está com praticamente metade do corpo paralisado. E a gente entendeu que ele se utilizou dessas dificuldades para conseguir seu intuito", explicou Magalhães.

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O proprietário do asilo negou as acusações para a polícia e disse que não teria motivos para manter uma instituição para violentar idosas. O delegado, entretanto, diz que as palavras do dono do estabelecimento são contraditórias. "A gente suspeita de que há muito tempo ele abusava de outras senhoras", acrescentou. Governo recua e cancela rodízio de policiais no Gaeco Quadros dos núcleos serão recompostos; não está descartada possibilidade de ampliação Rubens Chueire Jr.

Curitiba - A queda de braço entre a Secretaria Estadual de Segurança (Sesp) e o Ministério Público do Paraná (MPPR) referente à implantação do rodízio de policiais cedidos aos núcleos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) terminou após cinco meses de intensa discussão e troca de farpas.

Com a divulgação da realização de uma reunião ontem de manhã na sede do MPPR, que poderia culminar com o fim do modelo atual de atuação do Gaeco, o governo se antecipou e recebeu o procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacóia, para um encontro na quarta-feira, a fim de discutir a crise entre as instituições. O resultado foi um recuo por parte do governo, ficando acordado entre Beto Richa (PSDB) e Giacóia a suspensão do rodízio implantado nos Gaecos em funcionamento no Paraná (Curitiba, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel e Guarapuava).

A indicação dos policiais feita pelo Gaeco a partir de agora vai ser analisada e decidida pela Procuradoria-Geral de Justiça e pelo governador, e não mais pela Sesp. Também ficou decidido que o governo vai recompor os quadros dos núcleos, inclusive estudando a possibilidade de sua ampliação. A expectativa é de que nas próximas semanas 58 policiais militares e civis que faziam parte das equipes de investigação estejam novamente à disposição do MPPR. Atualmente 32 policiais permaneciam nos núcleos, sendo que todos já tinham data de saída publicada no Diário Oficial do Estado (DOE).

"Vínhamos conversando sobre esta questão preocupante e, desta vez, recebemos o compromisso do governador de superar este entrave que estava por determinar até uma eventual extinção do Gaeco ou pelo menos uma modificação no seu funcionamento", afirmou Giacóia.

O rodízio foi determinado pela Sesp no final de agosto de 2013 e implantado no mês seguinte. Os agentes incorporados poderiam permanecer no grupo do MPPR por um período máximo de

dois anos. Em constantes manifestações, os promotores afirmaram que a troca contínua de policiais seria

uma maneira de inviabilizar os trabalhos desenvolvidos pelo grupo e, por isso, desaprovaram a medida, se recusando a receber os substitutos oferecidos pela Sesp. "Ocorreram alterações nos quadros do Gaeco nos últimos anos, entretanto, de forma natural, sem prazo determinado. A divergência se instalou a partir do momento que se determinou uma substituição compulsória dos policiais, pois as investigações começaram a ficar comprometidas", disse o procurador-geral.

Impasse A briga entre as instituições devido à implantação do rodízio começou no final de agosto de 2013, quando o Gaeco inclusive encaminhou um pedido ao Conselho de Procuradores do MPPR, solicitando que a autorização concedida ao procurador Cid Vasques para atuar como secretário de Segurança Pública fosse suspensa. O argumento seria uma incompatibilidade entre as instituições, pois o secretário estaria "obstruindo ações do órgão" com a implantação do rodízio de policiais.

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Para Leonir Batisti, coordenador estadual do Gaeco, as equipes dos núcleos precisam ser recompostas imediatamente. Ele ressalta que a característica de trabalho do Gaeco exige que a seleção dos agentes seja baseada na confiabilidade e que o processo de indicação e designação seja antecipadamente analisado. "Muitos daqueles que já faziam parte do grupo poderão retornar, além (da vinda) de outros policiais. O resultado das reuniões foi bom principalmente porque vamos continuar com nossas atividades. Só queremos prosseguir com nossos serviços sem qualquer problema de continuidade", destacou.

O promotor do Gaeco em Londrina, Cláudio Esteves, ressalta que a decisão acaba restabelecendo a forma original de trabalho do órgão, desenvolvido há mais de dez anos. "Isso terá um reflexo positivo no andamento das atividades. Além disso, foi importante nos manifestarmos para que as pessoas soubessem dos problemas que o rodízio estava acarretando no funcionamento do Gaeco", indicou. ‘Medida atrapalharia investigações’

Curitiba - Para o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Emerson Cervi, a disputa entre a Sesp e o Gaeco teve origem nacionalmente, com a discussão sobre a aprovação ou não da PEC 37, que previa a limitação do poder de investigação do Ministério Público, no meio do ano passado.

Ele pondera que, posteriormente, esta queda de braço acabou acirrando a situação no Paraná, principalmente após o anúncio da implantação do sistema de rodízio. "O rodízio dos policiais acabou reforçando o conflito entre as instituições. Foi um estopim. Uma disputa entre o secretário e promotores do MPPR, que culminou na não renovação da licença do procurador para permanecer no cargo no Executivo", disse.

Para Cervi, a determinação do rodízio inviabilizaria procedimentos de longa duração, atrapalhando diversas investigações. Entretanto, ressaltou, a decisão de suspender a medida, assim como modificar a forma de indicação e designação de policiais para o Gaeco, pode ter consequências políticas. "Se isso realmente acontecer, o governador estará passando por cima do secretário de Segurança, que está envolvido diretamente nesta disputa", afirmou.

Inclusive, Cid Vasques não participou da reunião realizada na quarta-feira entre Beto Richa, Gilberto Giacóia, o chefe de gabinete do governo estadual, Deonilson Roldo, e a secretária de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes. O secretário de Segurança só se reuniu com o governador na manhã de ontem.

Governo Em nota oficial, o governo aponta que Richa "reafirmou o interesse em manter a cooperação com o MP em relação ao Gaeco". Além disso, a nota ressalta que o governador estuda a "possibilidade de ampliar a cessão de policiais". Mesmo sem ter participado da reunião, Cid Vasques é citado na nota oficial, em que Richa destaca "o bom desempenho que o secretário vem apresentando, com a redução dos índices de homicídios no Estado, dentre outras atuações relevantes".

A assessoria da Sesp informou que Vasques não vai se manifestar sobre o assunto porque está em período de férias, e retorna na próxima segunda-feira.(R.C.J.) TC determina redução na tarifa de ônibus Rodrigo Batista

Curitiba - O Tribunal de Contas (TC) do Paraná deferiu ontem uma liminar que determina a redução de R$ 0,43 na tarifa técnica do transporte coletivo de Curitiba, que é o custo real de cada passageiro para o sistema de transporte da capital. A atual tarifa técnica, que está em R$ 2,99, deve diminuir para R$ 2,58 e o valor deve ser considerado para a composição da nova taxa cobrada do usuário.

A decisão é do conselheiro Nestor Baptista, relator da auditoria que analisa os cursos da tarifa de ônibus na capital desde 2013. Um relatório sobre a questão, em que o TC informava que a

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passagem de ônibus poderia ter redução, já havia sido finalizado em setembro do ano passado, mas passou por uma analise minuciosa na corte até que o conselheiro decidisse pela medida cautelar.

Segundo o diretor de Execuções do TC, Cláudio Henrique Castro, são 18 itens que compõem o valor da tarifa e que o Tribunal analisa, dos quais quatro foram excluídos e dois foram revistos. "A determinação agora é que esses itens não devem constar no reajuste de fevereiro. Mais para frente não significa que outros itens do relatório que sejam revistos." Contudo, não há previsão se haverá nova medida cautelar para outro reajuste da tarifa.

A Prefeitura, a Urbs (Urbanização de Curitiba), o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) e os três consórcios responsáveis pelo transporte devem ser informados oficialmente pelo TC da decisão. Eles podem recorrer no prazo de 15 dias na corte. Caso a medida não seja cumprida, podem sofrer penalidades.

A Prefeitura e a Urbs foram procuradas para comentar sobre a decisão, mas disseram que como não foram comunicadas oficialmente não iriam se manifestar. O Setransp não deu retorno às solicitações feitas pela reportagem. Bem Paraná Política em debate / Fraude

O Ministério Público de Marechal Cândido Rondon (região Oeste) denunciou a ex-prefeita de Pato Bragado, Normilda Koeheler, por formação de quadrilha e fraude em procedimento licitatório. O suposto crime refere-se a fatos que já são objeto de ação civil pública por ato de improbidade administrativa, ajuizada em 2012. À época, a investigação foi desmembrada no tocante a ex-prefeita, que tinha foro privilegiado por prerrogativa de função. Com o fim do mandato eletivo ao final de 2012, o procedimento retornou à 1.ª Promotoria de Justiça.

Conluio O Ministério Público sustenta que a ex-prefeita participou de “conluio criminoso” para favorecer determinada empresa em licitação realizada para alienação de imóvel público. Segundo o MP, o imóvel foi alienado de forma fraudulenta, haja vista que o edital de licitação era restritivo e direcionado para a empresa privada que já ocupava o imóvel sob regime de concessão de bem público. Karlos Kolbach / Saída honrosa para MP e Governo

Ministério Público e o Governo do Estado anunciaram ontem uma saída honrosa para a briga pública que vinha sendo travada entre o Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a secretária da Segurança em torno do rodízio de policiais cedidos para o MP. O governo voltou atrás e cancelou o rodízio. A partir de agora, os policiais deslocados para trabalhar no Gaeco serão indicados pelo procurador-geral de Justiça do MP diretamente ao governador do estado. Até então, era o Gaeco quem pediu à secretaria da Segurança. A saída foi boa para os dois lados que pensavam na eleição. Pelo lado do MP, o trabalho do Gaeco continua e o atual procurador-geral, Gilberto Giacóia, pode contar com o apoio do governador Beto Richa (PSDB) na eleição da instituição que se avizinha.

Fontes do MP contaram que caso a briga se arrastasse, o tucano poderia indicar outro procurador-geral após a eleição. Pelo lado do governo, Richa sabia que uma briga com o Gaeco, podendo chegar até a extinção do grupo, poderia lhe causar estragos na campanha de reeleição ao Palácio Iguaçu. Com a decisão anunciada ontem, Governo e MP saem satisfeitos. O único que saiu derrotado foi o secretário da Segurança Cid Vasques, que defendia com unhas e dentes o rodízio de policiais no Gaeco. Vasques, que estava de férias em Paris, interrompeu o descanso para acompanhar o desfecho da briga pública. Política / Código do Processo Civil deve abrir pauta da Câmara Agencia Estado

O governo retorna do recesso legislativo focado na votação do novo Código do Processo Civil (CPC) e nas matérias com urgência constitucional, entre elas o Marco Civil da Internet, já pautado

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pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). "Esta votação (Marco Civil da Internet) está há mais de um ano para acontecer e, portanto, é inevitável que ocorra agora", avaliou nesta quinta-feira, 30, o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Tema de atrito entre o PT e o PMDB, o Marco Civil da Internet é uma das matérias com urgência constitucional que trancam a pauta da Câmara. Os peemedebistas, liderados pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não aceitam a exigência do atual relatório de manter os datacenters em território nacional e também criticam a forma como o texto trata a questão da neutralidade da rede.

Na pauta elaborada por Henrique Alves, o Marco Civil da Internet é o terceiro item, atrás do novo Código do Processo Civil e da Medida Provisória 625, que abre crédito de R$ 60 milhões para o Ministério de Minas e Energia. Rede integrada de transporte / OAB-PR também vê ilegalidades no sistema

Um relatório elaborado pela Comissão de Estudos Constitucionais da Seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) comprovou a existência de ilegalidades no sistema de transporte de Curitiba. O trabalho endossou as conclusões de auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) na Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), no Fundo de Urbanização de Curitiba e na Rede Integrada de Transporte da Região Metropolitana.

O relatório da OAB-PR, divulgado no dia 17 de janeiro, foi encaminhado pelo órgão ao Ministério Público Estadual. A OAB resolveu estudar o relatório da auditoria feita pelo TCE a partir de um debate sobre o tema, realizado em 1º de novembro. O trabalho, que examinou questões centrais apontadas na auditoria do Tribunal de Contas, foi realizado pelo advogado Ilton Norberto Robl Filho e aprovado pela Comissão de Estudos Constitucionais da entidade.

No ano passado a Câmara de Vereadores de Curitiba também concluiu uma CPI sobre o tema, e apontou irregularidades no serviço da Capital. TCE detremina redução de R$ 0,43 na tarifa de ônibus Correção deverá ser aplicada no reajuste da tarifa técnica de 2014, que deve ser definida até o final de fevereiro Ana Ehlert

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), em decisão liminar, determinou a redução e R$ 0,43 da tarifa técnica do transporte coletivo da Rede Integrada de Transporte (RIT) de Curitiba. Emitida e válida desde ontem, a medida assinada pelo conselheiro-relator Nestor Baptista, deve ser aplicada pela Prefeitura de Curitiba e a Urbanização de Curitiba (Urbs) a partir de fevereiro, quando ocorre anualmente o reajuste das tarifas.

O valor de R$ 0,43 representa uma redução de 14,46% na tarifa técnica de R$ 2,99 que é o valor real pago às empresase não os R$ 2,70 da tarifa paga pelo consumidor. Portanto, a redução exigida pela liminar do TCE é sobre o valor da tarifa paga às empresas que operam o sistema. Isso quer dizer que, depois de aplicado o reajuste na tarifa técnica neste ano, a Urbs deve reduzir os R$ 0,43. Ou seja, se o aumento for de R$ 0,53, o aumento real deve ficar em apenas R$ 0,10.

No entanto, como em Curitiba a tarifa real é menor que a tarifa técnica, em função dos subsídios pagos, essa redução poderá ou não chegar ao trabalhador, segundo análise do economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), que integrou o Fórum de discussão do transporte público de Curitiba.

“Tudo isso vai depender de como ficarão os subsídios, que também serão alterados agora, conforme prevê o contrato assinado entre o governo do Estado e o município”, esclarece Silva.

Em nota, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Curitiba informou que “a tarifa técnica e a tarifa paga pelo usuário, a serem definidas no fim de fevereiro, levarão em consideração as decisões do Tribunal de Contas, assim como eventuais manifestações judiciais.” No comunicado, a administração pública de Curitiba considerou como “positiva a participação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) na discussão sobre a tarifa, e ressalta que a decisão do tribunal foi tomada com base nas

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informações fornecidas pela Urbs, com total transparência, para o próprio TCE e o Ministério Público.” Itens de custos devem ser revistos

Para chegar à redução de R$ 0,43 da tarifa técnica, o conselheiro Nestor Baptista, que é o relator do processo de auditoria do transporte coletivo de Curitiba, determinou a exclusão de quatro itens da planilha e a readequação de outros dois. A decisão determina para a Prefeitura de Curitiba e a Urbs a retirada da taxa de gerenciamento, no valor de 4%, e também da taxa de custo e risco do Hibribus, o ônibus que circula com biocombustível.

Já as empresas que operam o sistema, deverão retirar da planilha a cobrança dos impostos exclusivos (Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica e Contribuição sobre o Lucro Líquido) e o custo da depreciação de investimentos em edificações e amortização dos terrenos. De acordo como relatório, vários endereços fornecidos como sede das garagens das empresas são ocupados por outros estabelecimentos comerciais, como agências bancárias e concessionárias de carros.

Entre os itens que devem ser readequados estão os referentes ao combustível. As empresas devem substituir o preço médio, fixado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), pelo preço mínimo.

Segundo o relator, como as empresas compram o produto em grandes quantidades, conseguindo maior margem de negociação, não há sentido em manter na planilha o valor do custo médio.

As empresas deverão ainda reduzir o porcentual de consumo de diesel para cada um dos lotes licitados. O custo deverá ser de acordo com os porcentuais reais apresentados pelas empresas e não pelo parâmetro superior ao praticado pelo edital de licitação. Operações especiais / BOPE faz ação contra arrombamentos

O Batalhão de Operações Especiais (BOPE) está realizando desde às 15h desta quinta-feira (30) uma operação em toda a Curitiba e Região Metropolitana de Curitiba (RMC), para coibir furtos, roubos e arrombamentos. As ações também vão reforçar as ações dos batalhões de área nas ocorrências de maior periculosidade, com o apoio de mais de 20 viaturas e mais de 80 policiais da unidade.

“A iniciativa tem como objetivo combater roubos, furtos e os arrombamentos, que são mais frequentes nessa época do ano, devido às pessoas viajarem e deixarem suas casas vazias”, disse o subcomandante do BOPE e comandante da operação, major Hudson Leôncio Teixeira. Participaram da operação as subunidades do BOPE: Companhia de Choque Pelotão, Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais (RONE) e da Companhia de Operações com Cães (CANIL).

Além disso, os policiais militares do BOPE reforçaram o policiamento juntamente com os demais batalhões de área, para atuar em ocorrências de maior periculosidade. “Essa operação visa apoiar as unidades de área em ocorrências de maior gravidade, roubo e confronto e não ocorrendo esse tipo de ocorrência, nós estaremos saturando as áreas residenciais, com o intuito de coibir arrombamentos”, completa o major Hudson.

Como muitas pessoas ainda estão de férias, curtindo o verão no litoral ou em outras regiões, o BOPE estará abordando pessoas suspeitas, evitando arrombamentos. Com esse tipo de ação, o major Hudson acredita que é possível evitar o pior. “O objetivo é atuar antes que o crime ocorra, através de abordagens a suspeitos”, aponta.

Essa ação é mais uma atividade do batalhão no combate a criminalidade, que atua 24h em toda a Curitiba e Região Metropolitana de Curitiba (RMC), auxiliando os batalhões de área, em atividades de latrocínio, confronto armado, tráfico de drogas e cumprimento de Mandado de Busca e Apreensão e de Prisão.

Dicas: Para evitar arrombamentos, o major orienta que a pessoa tenha um bom relacionamento com os vizinhos e parentes, pois eles podem a ajudar a cuidar da casa. “Quando a gente esta passando na rua não sabemos quem mora naquela região ou não, então ao ver pessoas que não são da região e

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que estão transitando sem nenhum motivo, a população deve chamar PM para que seja feita a abordagem”, disse. Notas / Vistoria

A Secretaria Municipal do Mieo Ambiente de Curitiba, em parceria com a Polícia Militar e o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Guarda Municipal de Curitiba, vistoriou na tarde de ontem a r3egião da área de Preservação Ambiental (APA) do Iguaçu, na região Sul da cidade. No local, um grupo de 15 famílias vive em casas improvisadas, em um espaço de aproximadamente 2 mil metros quadrados, dentro da área de preservação ambiental. Tambpem foi encontrada uma criação d eanimais, com cerca de 70 porcos, além de um pátio para descarte irregular de resíduos da construção civil. As famílias foram notificadas com multa de R$ 1 mil cada uma.

Crack Policiais civis dos núcleos de Londrina e da RMC da Divisão Estadual de Narcóticos prenderam, na manhã de ontem, na BR-277 em Curitiba nas proximidades do Parque Barigui, um homem que transportava cerca de 22 quilos de crack. A quantidade seria suficiente para produzir 60 mil pedras de crack, e render até R$ 600 mil. O homem vinha de Foz do Iguaçu. Gaeco / Richa e MP chegam a acordo

O governador Beto Richa recebeu na quarta-feira a visita do procurador-geral de Justiça do Paraná, Gilberto Giacoia, e de membros do Ministério Público para tratar da questão do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Também participaram da reunião o chefe de gabinete Deonilson Roldo e a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes.

Estabeleceu-se que, a partir de agora, a cessão de policiais civis e militares para o Ministério Público será regulamentada de outra maneira. Caberá ao procurador-geral de Justiça solicitar formal e diretamente a cessão de policiais civis e militares ao Chefe do Poder Executivo, a quem compete privativamente, no uso de suas atribuições constitucionais, analisar e autorizar a cessão de policiais ao Ministério Público, bem como regulamentar os mecanismos de cessão e os prazos, atendendo aos interesses da Política de Segurança Pública do Estado.

O governador declarou que estuda, ainda, a possibilidade de ampliar a cessão de policiais. Também participaram da reunião o chefe de gabinete Deonilson Roldo e a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes. Igualdade de gênero / Ministério Público cria Núcleo LGBT

O Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR) conta agora com um Núcleo específico para questões LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), na área de Proteção aos Direitos Humanos. A resolução que criou o Núcleo foi assinada na quarta-feira, pelo procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacoia, e pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos, procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto.

O Núcleo LGBT será responsável por toda matéria relacionada ao asseguramento dos direitos da população LGBT no Paraná. O MP do Paraná é o terceiro do Brasil a ter um Núcleo LGBT. Apenas Pernambuco e Espírito Santo têm órgãos em moldes semelhantes. O dia da criação do núcleo é também o Dia da Visibilidade Trans. Paraná Online Segurança / Governo estadual recua e deiste de rodízio de policiais no Gaeco Redação

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O governo do estado recuou e desistiu do rodízio de policiais no Grupo de Atuação Especial

de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O rodízio, segundo o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, poderia colocar fim ao grupo que está vinculado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR).

A partir de agora caberá ao procurador-geral de Justiça solicitar a cessão de policiais civis e militares ao governador Beto Richa (PSDB), que irá analisar e autorizar as transferências.

A determinação de rodízio de policiais havia sido feita pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), em setembro do ano passado, a pedido dos policiais, segundo a secretaria. Com isso, os agentes poderiam permanecer por no máximo dois anos no grupo, sendo obrigados a ser trocados após o período.

Em entrevista ao Paraná Online em 20 de dezembro de 2013, Leonir Batisti declarou que para fazer parte de uma equipe de combate ao crime organizado é preciso que todos os membros estejam dispostos a atuar de livre e espontânea vontade. “Parte dos policiais impostos para atuarem no rodízio já se manifestaram que não gostariam de trabalhar lá”.

O coordenador do Gaeco disse ainda que, com a determinação de rodízio, o Ministério Público do Paraná teria que reorganizar o grupo apenas com promotores e funcionários internos e que 638 processos abertos nos vários Gaecos seriam prejudicados.

A decisão de colocar fim ao rodízio foi tomada em uma reunião na tarde de quarta-feira (29) entre o governador Beto Richa e o procurador-geral de Justiça do Paraná, Gilberto Giacoia, e membros do Ministério Público, sem a presença do coordenador do Gaeco, Leonir Batisti. Também participaram da reunião o chefe de gabinete Deonilson Roldo e a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes.

Richa se comprometeu a manter o número de 60 policiais que compunham o Gaeco no mês de novembro do ano passado. O governador declarou, ainda, que estuda a possibilidade de ampliar a cessão de policiais ao grupo. Jornal da Manhã Medida / Richa acaba com rodízio no Gaeco

O governador Beto Richa recebeu a visita do procurador-geral de Justiça do Paraná, Gilberto Giacoia, e de membros do Ministério Público para tratar da questão do Gaeco.