240
CLIPPING DE NOTÍCIAS 16.12.2008 (Compilado para uso Exclusivo dos integrantes do Escritório) CONFIRA NOS ASSUNTOS: Comércio Exterior: Mercosul não chega a consenso sobre o fim da dupla tributação. Concorrência: A reforma do Cade. Energia: Petrobrás não será a dona do pré-sal. Tabaco: Cigarro 'light' é alvo de ação nos EUA. ÍNDICE DE ASSUNTO - Concorrentes - Administrativo - Advogados - Agronegócios - Ambiental - Aviação - Bancário - China - Comércio Exterior - Concorrência - Consumidor - Diversos - Energia, Petróleo e Gás - Internacional - Judiciário - Marítimo - Mineração - Processual - Propriedade Intelectual - Seguro - Societário - Tabaco - Tecnologia - Telecomunicação - Trabalhista e Previdenciário - Tributário CONCORRENTES. Página 1 de 240

CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

CLIPPING DE NOTÍCIAS16.12.2008

(Compilado para uso Exclusivo dos integrantes do Escritório)

CONFIRA NOS ASSUNTOS: Comércio Exterior: Mercosul não chega a consenso sobre o fim da dupla tributação.Concorrência: A reforma do Cade.Energia: Petrobrás não será a dona do pré-sal.Tabaco: Cigarro 'light' é alvo de ação nos EUA.

ÍNDICE DE ASSUNTO

- Concorrentes - Administrativo

- Advogados - Agronegócios

- Ambiental - Aviação

- Bancário - China

- Comércio Exterior - Concorrência

- Consumidor - Diversos

- Energia, Petróleo e Gás - Internacional

- Judiciário - Marítimo

- Mineração - Processual

- Propriedade Intelectual - Seguro

- Societário - Tabaco

- Tecnologia - Telecomunicação

- Trabalhista e Previdenciário - Tributário

CONCORRENTES.

Anadarko vende Peregrino - A petrolífera Anadarko, assessorada por TozziniFreire Advogados, vendeu para a norueguesa StartoilHydro seus 50% no projeto Peregrino, na Bacia de Campos. O campo de Peregrino foi arrematado pelas duas empresas em 2004 e vai produzir 100 mil barris por dia a partir de 2010.Nota na Íntegra (DCI 16.12.2008 p. A8 Indústria)

Júlio Rebello Horta, procurador da prefeitura do Rio desde 2001, será sócio do escritório Andrade & Fichtner Advogados, a partir de 2009. Vai atuar no campo do direto público.Nota na Íntegra (O Globo 16.12.2008 p. 26 Economia)

Página 1 de 170

Page 2: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Tribunal diverge sobre uso de nova lei em ação fiscal. Barbosa Müssnich. (Valor)

O Projeto de Lei nº 692 e o fim do Tribunal de Impostos e Taxas de SP. Pinheiro Neto. (Valor)

ADMINISTRATIVO.

CGU investiga irregularidades na Infraero. (JC)

ADVOGADOS.

Homenagem - OAB-SP premia o presidente do STF. (JC)

Advocacia: divisão societária. (Migalhas)

AGRONEGÓCIOS.

Projeções - Agronegócio terá período de desafios no próximo ano. (DCI)

Agronegócio - Frigorífico Mercosul fecha unidade no PR: É a segunda unidade do grupo que fecha as portas em apenas um mês. (Estado)

Nova Gestão - Futuro secretário de Energia dos EUA apóia etanol de cana: Steven Chu criticou a política de produzir etanol de milho. (Valor)

Grãos - Los Grobo Agro conclui a compra de parte da Selecta. (Valor)

AMBIENTAL.

O mundo não agüenta essa pantomima: Encarregados de produzir um plano para cortar emissões de carbono, os governos produziram muito pouco além de bravatas. (Folha)

Amazônia - Minc derruba adiamento de punição por desmate. (Folha)

AVIAÇÃO.

Aviação - Neeleman provoca atraso no primeiro vôo da Azul: Fundador da empresa chegou depois da hora ao aeroporto de Viracopos. (Estado)

Aviação Comercial - Crise faz TAP rever planos e reduzir pedidos de aeronaves. (GM)

Governo do Rio consegue na Justiça impedir audiência pública da Anac: Discussão sobre abertura do Santos Dumont seria realizada hoje em Brasília. (Globo)

CGU investiga irregularidades na Infraero. (JC)

Licença para ampliação da pista do aeroporto deve ser definida até janeiro. (JC RS)

Delta em Los Angeles. (Valor)

Aviação - Azul estréia operações com ocupação de 62%. (Valor)

Página 2 de 170

Page 3: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Azul começa operações com vôos de Campinas a Salvador e a Porto Alegre: Campinas/Porto Alegre terá cinco vôos por dia. (ZH)

BANCÁRIO.

Banco pequeno terá mais R$ 6,5 bi de fundo garantidor: BC estuda permitir utilização de recursos de fundo para "comprar" carteiras antes mesmo de elas serem originadas. (Folha)

Decisão - Justiça condena doleiros do Banestado. (GM)

Investimentos - Fraude de Madoff atinge bancos europeus. (GM)

Crise - Fed pode cortar novamente juro, mas 2009 seguirá incerto. (GM)

Empréstimos com US$ 30 bi de "swap" do Fed com BC. (Monitor)

Dívidas em dólar - BC pode usar linha do Fed para crédito às empresas: Companhias precisam de US$ 20 bi para rolar. (Valor)

Plano Verão - Recesso é obstáculo em ação dos bancos. (Valor)

Irlanda prevê investir € 10 bi em bancos. (Valor)

BCE estuda plano radical para reativar crédito.(Valor)

Mudança nas regras mexe com mercado americano de cartões. (Valor)

CHINA.

China - Hu Jintao pede diversificação a exportações. (DCI)

Autopeças - OMC condena China por imposição de tarifa. (DCI)

Produção industrial chinesa tem a menor alta da década: Novembro já é o quinto mês com desaceleração. (Folha)

Crise - Indústria chinesa pisa forte no freio: Desaceleração da indústria aumenta temores de desemprego e distúrbios sociais e preocupa o governo. (Valor)

Aço - Produção na China cai e arrasta indústria pesada. (Valor)

COMÉRCIO EXTERIOR.

Bloco - Mercosul não chega a consenso sobre o fim da dupla tributação. (DCI)

Autopeças - OMC condena China por imposição de tarifa. (DCI)

Diplomacia - Cúpula afasta EUA e opta por integração regional: Para chanceler brasileiro, encontro na Costa do Sauípe mostra que países latino-americanos têm 'maturidade' e dispensam 'tutela externa’. (Estado)

Página 3 de 170

Page 4: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Comércio Exterior - Paraguai barra o código aduaneiro no Mercosul: Criação do código, assim como o fim da dupla incidência da Tarifa Externa Comum, também vetado, são essenciais para consolidar o bloco. (Estado)

A Bahia no rumo do Mercosul cidadão. (Folha)

CCR, mecanismo que viabiliza exportações: Criado há quase meio século, o convênio não registra caso de inadimplência. (GM)

O custo da responsabilidade na venda externa de produtos químicos: Mera denúncia de um produto à UE pode gerar pedido de explicações. (GM)

América Latina - Mercosul fracassa em eliminar cobrança da dupla tarifa. (GM)

Mercosul mantém imposto duplo: Paraguai acabou evitando fim da cobrança. Amorim defende autonomia. (Globo)

OMC - Rodada de Doha não sai mais este ano. (JC)

Relações Externas - Mercosul mantém cobrança dupla da TEC: Decisão frustra expectativa do governo brasileiro. (Valor)

EUA não precisam e não devem tutelar a AL, diz Amorim. (Valor)

Petroquímica - Bayer importa resina da Ásia para driblar antidumping: Unigel acusa rival de trazer policarbonato abaixo do custo. (Valor)

CONCORRÊNCIA.

SDE agora vai concentrar as ações antitruste nos sindicatos patronais. (Valor)

A reforma do Cade: A crise mundial recomenda que o Brasil torne o ambiente de negócios mais dinâmico, reduzindo a burocracia. (Valor)

CONSUMIDOR.

Internet - Com Natal, comércio virtual pode parar no banco dos réus. (DCI)

Plano de Saúde - Idec cobra mudança no cálculo do ressarcimento. (Estado)

Defesa do Consumidor - Idec aponta substâncias tóxicas em oito brinquedos: Produtos continham ftalato, substância com potencial cancerígeno, em níveis elevados. (Estado)

Brinquedos - Mattel é punida nos Estados Unidos. (GM)

Obrigações ao portador emitidas pela Eletrobrás por empréstimo compulsório não podem ser resgatadas. (NF)

DIVERSOS.

Câmara pode efetivar dono de cartório sem concurso: Mudança constitucional beneficia 3,7 mil titulares dos 13.416 estabelecimentos do país. (Folha)

Refrigerantes – NY pode impor taxas a bebidas calóricas. (Valor)

Página 4 de 170

Page 5: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS.

Procuradoria mantém tarifa de energia estabelecida pela Aneel. (AGU)

Petrobras recebe R$ 528 mi do BNDES. (CB)

Financiamento - Estado de São Paulo terá mais 2 pequenas centrais hidroelétricas. (DCI)

Petróleo e Gás - Sistema Petrobras entra em greve por causa de licitação. (DCI)

Gás - BNDES vai financiar R$ 528 mi para Mexilhão. (DCI)

Pré-sal - Comissão proporá nova estatal. (DCI)

Óleo & Gás - Anadarko vende Peregrino. (DCI)

Paraguai - Quem paga a luz? (Época)

Combustíveis - Petrobrás não será a dona do pré-sal: Tendência é copiar modelo híbrido, com a estatal, União e empresas privadas num mesmo empreendimento. (Estado)

Governo deve cancelar toda a Oitava Rodada da ANP. (Estado)

Transpetro recebeu propostas de quatro estaleiros para a construção dos 15 navios. (GM)

Governo mantém térmicas ligadas até janeiro. (GM)

Investimentos - BNDES libera verba à Petrobras. (GM)

Gás Natural - México abre licitação para dois gasodutos. (GM)

Eletricidade – Leilões podem alavancar projetos de eficiência. (GM)

Pertróleo – Corte da Opep pode ser o maior em 10 anos. (GM)

Petrobras recorre, agora, ao BNDES: Empréstimo-ponte de R$ 528 milhões financiará obras de Mexilhão. (Globo)

Abastecimento - Chuvas asseguram energia no verão: BNDES financia construção de plataforma que produzirá gás natural na Bacia de Santos. (JB)

Comissão proporá nova estatal para o pré-sal. (JC)

ANA deve aprovar redução da vazão mínima do São Francisco. (Valor)

Energia - Bagaço de cana representa 4% da matriz energética: Potência vendida ao governo já ultrapassa os 4 mil megawatts. (Valor)

Plataforma de Mexilhão. (Valor)

INTERNACIONAL.

Gasto Público – Argentina amplia pacote de estímulo. (Valor)

Página 5 de 170

Page 6: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Default - Equador deixa de pagar dívida externa: País cumpre ameaça feita na sexta e suspende pagamento de juros de dois títulos, que venciam ontem. (Valor)

JUDICIÁRIO.

Justiça forte, uma tendência global: O protagonismo do Supremo na sociedade brasileira não é um fenômeno apenas nacional. O poder do Judiciário cresceu em todo o mundo. (Época)

Investigação - Dipp recebe cópia de inquérito sobre TJ-ES. (GM)

TJ toma medidas para punir juízes e coibir novos casos de corrupção no ES: Magistrado preso se tornaria vitalício ontem, mas já estava suspenso. (Globo)

Código de Ética para magistrados: Documento recomenda recusa de presentes e vantagens. (Globo)

Qualidade judiciária. (JB)

Pensão - STJ cancela pagamento a filhas de magistrado. (JC)

Versão Impressa - CNJ distribuirá código de ética a magistrados. (JC)

Processos - TJ-DFT tem novo sistema de envio de dados. (JC)

Judiciário - STJ obriga juiz a usar penhora on-line: Decisão diz que nova lei processual prevê que sistema é obrigatório, e não facultativo. (Valor)

Ação de cobrança. (Valor)

MARÍTIMO.

Transpetro recebeu propostas de quatro estaleiros para a construção dos 15 navios. (GM)

Estaleiros do Rio disputam 15 petroleiros. (Globo)

Obras no porto de Itajaí, (Valor)

MINERAÇÃO.

Mineração - Arcelor é processada por transportadora. (DCI)

Mineração - Anglo American pode reduzir gastos em US$ 4 bilhões. (GM)

Mineração - ArcelorMittal venderá fatia em siderúrgica por US$ 1 bi. (JC)

O conturbado mercado siderúrgico mundial - Arcelor: venda em vez de compra - Empresa reduzirá participação votante na Dillinger Huette de 51,25% para 33,4%. (Monitor)

Ação contra Arcelor. (Valor)

Siderurgia - CSN e sindicato tentam acordo sobre ajuste: Companhia põe 2.100 em férias coletivas e faz propostas aos trabalhadores da usina para cortar custos. (Valor)

Aço - Produção na China cai e arrasta indústria pesada. (Valor)

Página 6 de 170

Page 7: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Mineração – Diretor da Vale estima menos fusões. (Valor)

A ArcelorMittal anunciou que vai abandonar a tentativa de adquirir o controle da produtora alemã de placas de aço Dillinger Hütte e optou por diminuir sua fatia de 51,25% para 33,4%, vendendo a diferença para dois acionistas da Dillinger por US$ 1 bilhão. Nota na Íntegra (Valor Econômico 16.12.2008 p. C4 Finanças - The Wall Street Journal)

PROCESSUAL.

Débito - Falta de documentos extingue processo. (JC)

Judiciário - STJ obriga juiz a usar penhora on-line: Decisão diz que nova lei processual prevê que sistema é obrigatório, e não facultativo. (Valor)

PROPRIEDADE INTELECTUAL.

Propriedade Industrial - Análise de marcas vai demorar um ano. (GM)

Nas telas e nas ruas: Licenciamento de marcas e personagens deve movimentar R$ 3,2 bi em 2008 e tem muito potencial para crescer. (Meio & Mensagem)

Mída é essencial para popularizar personagens licenciados. (Meio & Mensagem)

Design brasileiro no logotipo. (Veja)

SEGURO.

Resseguro - Resseguradoras estrangeiras vêem maior potencial no País. (DCI)

Plano de Saúde - Idec cobra mudança no cálculo do ressarcimento. (Estado)

JMalucelli entra no segmento com nova seguraoras. (Funenseg.Empauta. com)

Mercado de seguros, previdência e capitalização cria fórum de acompanhanmento da crise. (Funenseg.Empauta. com)

SOCIETÁRIO.

Renda Fixa - Emissão de notas promissórias deve sofrer desaceleração no próximo ano. (DCI)

Diretor financeiro da Natura anuncia renúncia ao cargo. (DCI)

Mercado - Embratel capta R$ 400 mi em notas para alongar dívida. (DCI)

Mercado - Bradespar pretende arrecadar R$ 590 mi em título de dívida. (DCI)

Editoriais - A CVM e a defesa dos acionistas. (Estado)

Fraude - Siemens paga US$ 1,6 bi para encerrar processo por corrupção. (GM)

Negócios - Para crescer, MAN paga € 1,2 bi pela VW Caminhões e Ônibus. (GM)

Página 7 de 170

Page 8: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

As alterações societárias e seus condicionamentos heterônomos. (JC)

Crise leva Credit Suisse a reduzir preço-alvo de ações - CSN, Gerdau e MMX são rebaixadas. (Monitor)

Aracruz - Goldman Sachs e JP Morgan, dois dos maiores credores da Aracruz, pressionam a empresa a vender ativos. O objetivo é forçar a companhia a antecipar o pagamento das dívidas referentes a operações com derivativos cambiais.Nota na íntegra. (Relatório Reservado – 16.12.2008)http://www.relatorioreservado.com.br/Arquivo/2008/RR_08_12_16.asp

Lenovo pode fazer oferta pela Positivo até o fim da semana. (Valor)

Veículos - Volks vende unidade de caminhões para MAN: Fábrica de Resende (RJ) é vendida por R$ 3,81 bilhões. (Valor)

Transporte - Invepar negocia compra do Metrô. (Valor)

Grãos - Los Grobo Agro conclui a compra de parte da Selecta. (Valor)

Governança indiferente: No meio da crise, ações listadas com as melhores práticas corporativas da bolsa caem na mesma proporção que demais. (Valor)

Governança - Remuneração pode estar por trás de perda com derivativo: Com nova regra da CVM, investidor deverá ter mais clareza sobre objetivo de executivos. (Valor)

Equipamentos – Siemens paga US$ 1,3 bi para encerrar processo. (Valor)

Empresa alemã compra unidade brasileira da Volks: Diretores da MAN e da VW aprovaram a operação de 1,175 bilhão de euros. (ZH)

TABACO.

Sociedade - Cigarro 'light' é alvo de ação nos EUA: Processo movido por 3 fumantes continua, decide a Suprema Corte. (Estado)

Tribunal autoriza ações contra fabricantes de cigarros 'light': Fumantes poderão lançar mão de leis estaduais contra propaganda enganosa. (Estado Online)

Marketing de cigarros - Fumantes podem abrir processos contra o marketing dos cigarros "light", legislou a Suprema Corte dos EUA. A decisão favorece bilhões de dólares em ações contra a Philip Morris USA pertencente ao Altria Group e outras companhias que lidam com tabaco. Nota na Íntegra (Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A10 Direito Corporativo)

Cerco ao fumo. (Valor)

A Corte Suprema dos EUA liberou processos contra fabricantes de cigarro que vendem produtos "light", sob o argumento de que a nomeclatura é enganosa. A Philip Morris, dona da marca Marlboro, é um dos principais réus em processos desse tipo nos EUA. Nota na Íntegra (Valor Econômico 16.12.2008 p. C4 Finanças - The Wall Street Journal)

TECNOLOGIA.

Validação - Email registrado para dispositivos móveis. (JC)

Página 8 de 170

Page 9: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Sistema - Solução controla uso da internet. (JC)

TELECOMUNICAÇÃO.

Brasil Telecom lança TV móvel via celular. (CB)

Telefonia - Reunião da Anatel sobre "BrOi" pode acontecer hoje, mas venda preocupa. (DCI)

Telecomunicações - Embratel entra na disputa da TV paga. (Estado)

Relatora da Anatel quer restringir Oi-BrT: Emília Ribeiro, que relata operação, quer dar poder de veto a BNDES e fundos de pensão diante de oferta de grupo estrangeiro. (Folha)

Java na TV digital sem royalties. (Meio & Mensagem)

Anatel discute a compra da Brasil Telecom pela Oi. (Monitor)

Anatel vota Oi-BrT. (Valor)

Telefonia - Executivo italiano reforça operação da TIM no Brasil: Mudança na diretoria reduz expectativa de venda da companhia. (Valor)

TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO.

Crise global e riscos para o trabalhador. (DCI)

Trabalho - Pressão contra direitos trabalhistas: Procurado por empresários, presidente Lula se dispõe a intermediar conversas com sindicatos para flexibilizar legislação. (Estado)

Trabalho - CSN propõe corte de benefícios: Sindicato tenta resistir; empresa também concede férias coletivas para 2.500 dos 16 mil funcionários. (Estado)

Centrais sindicais repudiam flexibilização. (Estado)

Medidas de exceção esbarram na Constituição, diz economista: Reduções de salários, por exemplo, podem ser feitas se houver acordo entre trabalhadores e empresas. (Estado)

A Nova Lei de Estágio e os Limites do Intervalo Intrajornada. (FISCOSoft)

Governo decide em janeiro nova regra para FGTS. (Folha)

Dúvidas sobre a nova lei de estágio. (GM)

Informatização - Em preparação o e-julg. (JC)

Assegurados direitos expressos na nova lei do estágio em contratos celebrados anteriormente. (NF)

Estado começa hoje a pagar precatórios. (TRT RS)

Codefat pode autorizar ampliação de parcelas do seguro-desemprego. (Valor)

Governo vai discutir crise com centrais sindicais. (Valor)

Siderurgia - CSN e sindicato tentam acordo sobre ajuste: Companhia põe 2.100 em férias coletivas e faz propostas aos trabalhadores da usina para cortar custos. (Valor)

Página 9 de 170

Page 10: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Justa causa pública. (Valor)

TRIBUTÁRIO.

Simples nacional: Resolução 38/08 traz mais mobilidade tributária às empresas. (Conjur)

Sistema tributário: É legítima a cobrança antecipada de ICMS, diz STJ. (Conjur)

Tributos - Carga tributária bate novo recorde, mostra levantamento. (DCI)

Redução do IOF não prejudicará arrecadação. (DCI)

ICMS - Cobrança antecipada é legal. (DCI)

Bloco - Mercosul não chega a consenso sobre o fim da dupla tributação. (DCI)

Um plano keynesiano: Para aquecer a economia, o governo diminui o Imposto de Renda, zera imposto de carro popular e anuncia outras medidas de estímulo. Será que vai funcionar? (Época)

IOF diminui, mas já subiu 165% neste ano. (Estado)

Impostos - Crédito tributário será devolvido logo: Governo quer garantir capital de giro às empresas; Receita nega que fará blitz para compensar queda na arrecadação. (Estado)

Tributos - Empresas adotam nota fiscal eletrônica mesmo sem precisar: Pequenas empresas acabam tendo de se adaptar por questão de mercado. (Estado)

Comércio Exterior - Paraguai barra o código aduaneiro no Mercosul: Criação do código, assim como o fim da dupla incidência da Tarifa Externa Comum, também vetado, são essenciais para consolidar o bloco. (Estado)

Uma perigosa confissão sobre a carga tributária. (GM)

A contabilidade fiscal rumo à convergência. (GM)

América Latina - Mercosul fracassa em eliminar cobrança da dupla tarifa. (GM)

Sem substituição - A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou recurso do Estado do Rio Grande do Sul contra uma empresa que pedia isenção do recolhimento antecipado do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS). Nota na Íntegra (Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A10 Direito Corporativo)

Carga de impostos é recorde. De novo: Volume de tributos pagos nos primeiros nove meses do ano alcançou 36,36% do PIB, diz estudo. (Globo)

Mercosul mantém imposto duplo: Paraguai acabou evitando fim da cobrança. Amorim defende autonomia. (Globo)

Incentivo - ICMS menor para o setor joalheiro. (JC)

Tributos - IPTU e ISS já têm datas de pagamento. (JC)

Anistia fiscal e desenvolvimento econômico. (JC)

ICMS - Caso de cobrança antecipada. (JC)

Página 10 de 170

Page 11: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

MP 451: Altera a legislação tributária federal e dá outras providências. (Migalhas)

Seminário: A MP 449/08, a lei 11.638/07 e as normas contábeis internacionais. (Migalhas)

Carga tributária avançou 16% até setembro. (Monitor)

Subgrupo do Ativo Diferido está extinto. (NF)

Conjuntura - Estados e municípios vão bancar 35% da renúncia fiscal: do pacote de R$ 8,4 bi, R$ 5,9 bi são de impostos divididos. (Valor)

Corte de IPI já estimula compra de carro, diz Lula. (Valor)

Tribunal diverge sobre uso de nova lei em ação fiscal. (Valor)

Antecipação do ICMS. (Valor)

O Projeto de Lei nº 692 e o fim do Tribunal de Impostos e Taxas de SP. (Valor)

Receita entende que dano moral deve ser tributado. (Valor)

Brasil - Bolsa classe média: O governo anuncia o pacote de alívio direto aos consumidores que pagam impostos no Brasil. Uma raridade destinada a conter o vendaval da crise internacional. (Veja)

Relações Externas - Mercosul mantém cobrança dupla da TEC: Decisão frustra expectativa do governo brasileiro. (Valor)

Página 11 de 170

Page 12: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

ÍNTEGRA DAS NOTÍCIAS

ADMINISTRATIVO

CGU investiga irregularidades na Infraero(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. A12 País)

A Controladoria-Geral da União apura irregularidades no contrato da Infraero com a empresa Neo Net, que prevê a construção de um shopping na área do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP). A Infraero pretendia triplicar a área licitada apenas por meio de um aditivo. Mas a Lei das Licitações só permite acréscimo de 25% aos contratos. A CGU confirma a investigação e a Infraero se recusou a comentar.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

ADVOGADOS

Homenagem - OAB-SP premia o presidente do STF(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. B8 Direito & Justiça)

DA REDAÇÃO

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, recebeu ontem o prêmio Franz de Castro Holzwarth de Direitos Humanos, em cerimônia realizada pela Seccional São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP).

Ao agradecer o prêmio, Gilmar Mendes referiu-se à honra de ser agraciado no ano em que se comemoram os 60 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos. "A homenagem, de profundíssimo significado simbólico, recrudesce em mim, como cidadão e magistrado brasileiro, o compromisso de jamais medir esforços para a afirmação diuturna e intransigente desses direitos fundamentais".

O prêmio é oferecido pela OAB a pessoas que se destacam pela luta dos direitos humanos e pelo reconhecimento de que todos têm direito à cidadania e à dignidade, independente de raça, etnia, sexo, idade, condição social, devendo ser reconhecido como sujeito de direito.

Esta é a 25ª edição do prêmio, que foi instituído para lembrar aqueles que realizaram ações efetivas em defesa dos direitos humanos. De acordo com a OAB, o ministro Gilmar Mendes foi homenageado por ter empreendido uma luta continua na igualdade desses direitos.

O advogado Franz de Castro Holzwarth, que empresta o nome ao prêmio, é símbolo dos direitos humanos. Nasceu em Barra do Piraí (RJ), em 1942, mas exerceu a advocacia em Jacareí (SP), onde orientava os presos. Ele desenvolvia com os detentos um trabalho de evangelização, sendo muito respeitado por todos. No dia 14 de fevereiro de 1981, Franz de Castro Holzwarth foi chamado para servir de mediador durante uma rebelião na delegacia da cidade de Jacareí. Ofereceu-se como refém dos amotinados e, na fuga, o carro em que estava foi metralhado e todos morreram.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 12 de 170

Page 13: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Advocacia: divisão societária(Migalhas – 16.12.2008)

Nos próximos dias, grandes escritórios, um de SP e um de MG, terão definidas uma divisão societária. Em verdade, é algo que há alguns meses já vem sendo feito, e que no fim do ano se completa. Para os curiosos, são reestruturações feitas na mais perfeita harmonia, dividindo-se trabalhos de acordo com as vocações de cada um. Ou seja, todos saem ganhando. E, a propósito, é bom ficar atento, pois é um movimento que tende a se repetir durante 2009, ano em que devem aparecer várias bancas especializadas no chamado "contencioso de massa".

http://www.migalhas.com.br/mig_hoje.aspxRetornar ao índice de assunto

Voltar

AGRONEGÓCIOS

Nova Gestão - Futuro secretário de Energia dos EUA apóia etanol de cana: Steven Chu criticou a política de produzir etanol de milho

(Valor Econômico 16.12.2008 p. A10 Internacional)

Ricardo Balthazar, de Washington

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, anunciou ontem a escolha do físico Steven Chu para comandar o Departamento de Energia, entregando uma posição-chave do governo para um cientista que nos últimos anos se tornou um crítico das políticas adotadas para estimular a produção americana de etanol e um admirador do modelo usado no Brasil. Chu é um defensor do desenvolvimento de fontes de energia alternativas como o etanol, mas ele considera equivocada a maneira como o governo americano tem feito isso, gastando bilhões para subsidiar usinas que usam o milho como matéria-prima na produção do combustível e dificilmente seriam rentáveis nos dias de hoje se não recebessem ajuda oficial.

O etanol feito de milho gera menos energia do que a necessária para produzi-lo, se for contabilizada também a energia consumida no plantio e na colheita. Além disso, a expansão acelerada das usinas americanas nos últimos anos fez disparar os preços do milho, provocando aumentos nos preços dos alimentos no mundo todo.

"Nós podemos extrair combustível de plantas, mas o milho não é a planta certa", disse Chu numa conferência recente. Ele acha que a prioridade dos EUA deveria ser desenvolver combustíveis como o etanol celulósico, que pode ser feito de palha, lascas de madeira e outros materiais vegetais, mas ainda não é viável comercialmente.

Vencedor do Nobel de Física com dois colegas em 1997, Chu dirige atualmente o Laboratório Nacional Lawrence em Berkeley, na Califórnia, um centro de pesquisas financiado pelo Departamento de Energia. Com a chegada de Chu em 2004, o laboratório passou a se concentrar em estudos sobre biocombustíveis e energia solar.

Página 13 de 170

Page 14: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Os EUA têm capacidade para produzir 34 bilhões de litros de etanol ao ano. Metas da legislação em vigor prevêem o aumento da produção para 137 bilhões de litros até 2022 e impõem um limite para o avanço do etanol de milho ao determinar que ao menos 80 bilhões de litros sejam extraídos de outras matérias-primas.

As dificuldades que os laboratórios do governo e o setor privado têm encontrado nos EUA para tornar viável a nova geração de biocombustíveis podem criar oportunidades para o Brasil, onde o etanol de cana é feito de maneira muito mais eficiente do que nos EUA.

"O desenvolvimento das novas tecnologias ainda levará uma década para ser concluído", diz o professor da Universidade de São Paulo (USP) José Goldemberg, que coordenou com Chu um amplo relatório sobre o tema. "Isso criará uma janela de oportunidade que permitirá ao Brasil apresentar o etanol de cana como a melhor opção para suprir as necessidades do mercado americano."

O Brasil produz 26 milhões de litros de álcool por ano e os usineiros brasileiros vivem sonhando com o dia em que poderão exportar quantidades significativas de combustível para os EUA. Eles hoje enfrentam barreiras tarifárias que protegem as usinas americanas encarecendo o produto importado. A legislação em vigor garante essas barreiras até 2010.

Além de Chu, Obama também apresentou ontem os demais integrantes da equipe que coordenará suas políticas na área energética e no combate ao aquecimento global. Sua principal assessora para esses assuntos na Casa Branca será Carol Browner, que dirigiu a Agência de Proteção Ambiental americana (EPA, na sigla em inglês) nos anos 90.

A próxima presidente da EPA será Lisa Jackson, que atualmente dirige o órgão regulador ambiental do Estado de Nova Jersey. A pauta da EPA para o próximo ano inclui uma questão crucial para o futuro do mercado de biocombustíveis nos EUA e as oportunidades que poderão ser criadas para o etanol brasileiro.

A legislação em vigor determina que no cumprimento das metas previstas para o consumo de biocombustíveis o governo considere também o impacto ambiental das usinas. A indústria americana quer quer o desmatamento da Floresta Amazônica entre na conta das usinas brasileiras, o que poderia servir para erguer novas barreiras à importação do álcool do Brasil.

Os usineiros brasileiros são contra a proposta e é possível que tenham Steven Chu ao seu lado se ele for chamado a opinar no futuro. O relatório que ele produziu com Goldemberg há dois anos diz a certa altura que "o impacto ambiental adverso associado com a produção de etanol de cana-de-açúcar em grande escala pode ser mitigado significativamente pela experiência e pelo cumprimento das leis ambientais".

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Grãos - Los Grobo Agro conclui a compra de parte da Selecta (Valor Econômico 16.12.2008 p. B13 Agronegócios)

Vanessa Adachi, de São Paulo

A Los Grobo Agro do Brasil, associação entre o maior produtor de soja da argentina e o fundo PCP, que gere o patrimônio dos ex-sócios do antigo banco Pactual, acaba de concluir a compra dos ativos de originação de grãos da Sementes Selecta, em recuperação judicial desde maio. Ontem, a Los Grobo fez o primeiro de quatro pagamentos, de um total de US$ 30 milhões, para ficar com essa parte dos negócios. O contrato foi assinado na sexta-feira.

Página 14 de 170

Page 15: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

A Selecta continuará em recuperação judicial e o dinheiro da venda irá para o seu caixa. A venda de ativos à Los Grobo é parte do plano de recuperação aprovado há alguns meses pela assembléia de credores e homologado pela Justiça. Além de comprar os ativos de originação, a Los Grobo também tem uma opção de três anos para assumir a fábrica de esmagamento que entra em funcionamento agora em janeiro e a marca Selecta. Se quiser exercer esse direito, terá que desembolsar outros US$ 25 milhões. "O mais importante nesse momento era não deixar o negócio de originação parar, para não perdermos a safra de 2009 e nossa equipe já foi a campo", afirmou o diretor financeiro da Los Grobo Brasil, André Sá. De acordo com ele, a fábrica da Selecta terá abastecimento garantido com os grãos originados pela Los Grobo.

A renegociação da dívida bancária da Selecta, que tinha valor presente de US$ 400 milhões, está quase concluída. O prazo de pagamento foi alongado para 5 a dez anos, dependendo do caso. Credores que tinham garantia, apenas deram mais prazo. Os credores que não tinham garantias, podem optar até o fim do ano por dois modelos: aceitar um desconto no valor da dívida e alongar o prazo de pagamento ou injetar mais recursos na empresa sob a forma de empréstimo para capital de giro e esticar o prazo. Sá explicou que a idéia foi privilegiar os bancos que se mostram dispostos a continuar apostando na empresa. Ele estima que, ao final do processo, o valor presente da dívida se reduza a US$ 250 milhões a US$ 300 milhões.

Com a incorporação da área de originação da Selecta, a Los Grobo Brasil já deverá representar 40% das operações do grupo. Argentina responderá por outros 40%, Uruguai, 15%, e Paraguai, 5%. A parceria entre PCP e Los Grobo foi anunciada em fevereiro deste ano com o objetivo de atuar em grãos na América Latina. "Nosso maior desafio era desenvolver o negócio no Brasil, onde não havia nada."

No final de junho, foi fechado o acordo com a Selecta e duas semanas depois veio a sociedade com a Ceagro, empresa que faz originação e armazenagem de soja e milho nos Estados de Tocantins, Maranhão e Piauí, conhecida como região do "Mapito". Com esses dois negócios, a Los Grobo Brasil adquiriu uma capacidade de armazenagem de 450 mil toneladas - 260 mil da Selecta e 190 mil da Ceagro. "Conseguimos montar uma estrutura que nos dá saída pelo porto de Itaqui (MA) e também por Tubarão (ES)". A empresa começará a entrar na produção de grãos, com 34 mil hectares na próxima safra e já conta com 400 pessoas no país. André Sá acredita que a empresa poderá crescer no atual cenário de crise. "Haverá muitas oportunidades de parceria com empresas em situação de estresse financeiro".

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Agronegócio - Frigorífico Mercosul fecha unidade no PR: É a segunda unidade do grupo que fecha as portas em apenas um mês

(Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B14 Negócios)

Evandro Fadel

Os cerca de 480 funcionários do frigorífico Mercosul, em Paiçandu, a 420 quilômetros de Curitiba, no noroeste do Paraná, foram surpreendidos ao retornarem ontem de férias coletivas de 20 dias, com o convite para assinarem as cartas de demissão. O grupo Mercosul, um dos maiores do ramo de frigoríficos do País, decidiu fechar a unidade. Há cerca de um mês, já havia fechado uma outra unidade, em Naviraí (MS). Com isso, o grupo permanecerá com sete unidades.

O gerente de Recursos Humanos do grupo, Carlos Alberto Brandalize, disse que a decisão de encerrar as atividades em Paiçandu foi tomada em razão da falta de gado para o abate e do preço alto que os produtores pediam quando podiam oferecer a matéria-prima. “Como essa situação vinha se perpetuando acabou na decisão de fechar a unidade”, disse.

Página 15 de 170

Page 16: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O Mercosul operava em Paiçandu havia cerca de três anos, com trabalhos de abate e desossamento de bovinos. Como a unidade de Naviraí também alimentava Paiçandu para o desossamento, uma parcela da atividade já tinha se encerrado.

“Tudo isso foi agravado pela crise mundial”, disse Brandalize. “Boa parte de nossos clientes do exterior também deixou de honrar os compromissos.” Segundo ele, no auge da produção, a unidade de Paiçandu chegou a abater 650 cabeças por dia, mas ainda foi prejudicado pelo fechamento temporário dos mercados russo e, posteriormente, do venezuelano.

“Agora estávamos há vários dias sem abate, mas, quando tinha, ficava em cerca de 200 cabeças”, disse. “Tentamos resolver com as férias coletivas, mas não conseguimos.” Brandalize disse que a empresa vai concentrar as forças na unidade que possui em Nova Londrina, a 180 quilômetros de Paiçandu, onde é feito apenas o desossamento.

A expectativa do grupo é que possa reativar o setor de abate. Se isso acontecer, a previsão é de que cerca de 80 funcionários sejam contratados para se somar aos 400 que trabalham na unidade. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentos de Maringá, o pagamento do 13º salário aos demitidos deve ser feito normalmente no dia 19, e as verbas rescisórias serão divididas em cinco parcelas a partir do dia 15 de janeiro.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Projeções - Agronegócio terá período de desafios no próximo ano(DCI 16.12.2008 p. B2 Agronegócios)

SÃO PAULO - Os empresários do agronegócio brasileiro esperam e se preparam para um 2009 difícil. Após reunião ontem, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que reuniu representantes de sete segmentos do setor, notou-se apreensão e cautela.

"Olho para o curto prazo com muita preocupação. Teremos um próximo ano muito difícil pela frente. Será um ano ruim para a agricultura e que talvez possa levar a um 2010 ruim para o País", resumiu, ao final do evento, Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e diretor do Conselho Superior do Agronegócio, da Fiesp. Uma das preocupações mais comuns é o crédito escasso e caro. Para Rodrigues, uma das prioridades nesse momento é a definição, pelo governo federal, da revisão dos preços mínimos para as culturas que já são beneficiadas pela ferramenta. A defasagem oscila entre 15% e 35% dependendo da cultura e da região do plantio. Ao reajustar os preços, o produtor não ficaria tão à mercê da volatilidade. "E se o produtor recebe preços remuneradores é uma forma de dar garantia, para que ele consiga empréstimos dos bancos", acrescentou o ex-ministro. Segundo Rodrigues, se os preços das commodities agrícolas enfrentarem novo período de queda no ano que vem, 2010 será um ano muito temeroso para os agricultores. No entanto, ele não acredita que as cotações caiam para patamares mais baixos do que os atuais por conta da demanda firme por parte dos países emergentes. "Não acho provável que os preços fiquem mais baixos, mas, tampouco é impossível que aconteça", reforçou.

A dificuldade de obter Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e o custo do dinheiro de modo geral estiveram entre os problemas mais comentados pelos empresários presentes à reunião. "A verba que o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] liberou para capital de giro vai ajudar ao setor, mas os juros estão altos demais, taxa de 20% ao ano é muito elevada", comentou Marcos Jank, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).

"Quanto aos juros, de modo geral, o Banco Central teria de trabalhar para que não sejam tão altos", comentou, ainda, o empresário João Guilherme Ometto, presidente do conselho do Grupo São Martinho.

Página 16 de 170

Page 17: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Além da verba para capital de giro vinda do BNDES, o setor sucroalcooleiro já se moveu pedindo socorro ao governo em outras frentes. Uma das ferramentas úteis, segundo Jank, seria a retomada de um programa de financiamento para auxiliar as usinas produtoras a fazer estoques e, assim, reduzir a exposição à volatilidade de preços.

Jank voltou a falar sobre consolidação do setor, que deverá ser acelerada pela crise, devido ao número de empresas já endividadas antes mesmo da tormenta financeira. Em resumo, embora o volume de investimentos previstos na construção de novas unidades deva cair, os fundamentos em relação aos mercados de açúcar e álcool estão firmes. "Há espaço para ampliar exportações, com muitos países implantando programas de mistura de etanol combustível", disse. No caso do açúcar, o Brasil deverá ampliar presença no mercado externo em 2009 pela redução de produção na Índia, importante país concorrente.

Para 2010 e 2011, dados da Unica apontavam para 41 e 19 novas unidades produtoras no País, respectivamente, com aporte de investimentos previsto de US$ 31,7 bilhões entre 2009 e 2011. "Não sabemos se esse volume se concretizará. Sobretudo a parte que diz respeito aos hedge founds", comentou Jank. Desse volume que seria investido no triênio citado, US$ 12,6 bilhões viriam desses hedge founds e outros investidores desconhecidos. O número de 35 novas plantas previstas para 2009 deve se concluir.

No ramo de proteínas, os exportadores de carne bovina estimaram, com cautela, a receita de vendas do ano que vem. Segundo Roberto Gianetti da Fonseca, presidente da Abiec (reúne os frigoríficos exportadores), com ganho de espaço em alguns mercados, como Chile e União Européia, mesmo em cenário de crise, a receita com exportações para 2009 deve ser, no mínimo, similar a deste ano. Até novembro, foram exportadas 1,2 milhão de toneladas, equivalentes a US$ 5 bilhões. Para o ano que vem, esse número foi estimado entre US$ 5 bilhões e US$ 5,5 bilhões.

Representantes do setor de aves, também presentes ao encontro, afirmaram que, em dezembro, alcançarão a meta de reduzir em 20% o alojamento de pintos. O setor tomou a decisão em novembro com o objetivo de ajustar oferta e demanda, sobretudo no primeiro trimestre de 2009, quando a demanda é tradicionalmente menor. O fator crise trará impacto às exportações.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

AMBIENTAL

O mundo não agüenta essa pantomima: Encarregados de produzir um plano para cortar emissões de carbono, os governos produziram muito pouco além de bravatas

(Folha de São Paulo 16.12.2008 p. A3 Opinião)

AS NEGOCIAÇÕES cruciais sobre mudança climática em Poznan, Polônia, caminharam para lugar nenhum. Encarregados de produzir um plano para cortar emissões de carbono, os governos produziram muito pouco além de bravatas, com ministros reciclando promessas vagas de ação futura. Sem dúvida, eles se deitam à noite recitando uma variação da oração de Santo Agostinho: "Ó Senhor, torna-me casto -mas não ainda, e certamente não em Poznan".Infelizmente, este é um momento do tipo "agora ou nunca". A Conferência de Poznan marcou a metade da trajetória de negociação de uma nova convenção climática das Nações Unidas. Esperava-

Página 17 de 170

Page 18: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

se que prepararia o terreno para um grande pacto global para enfrentar o maior desafio que a humanidade já viu.Falando claramente, o desafio em Poznan era estabelecer as coordenadas para evitar uma colisão entre os sistemas de energia que alimentam nossas economias e a biosfera da Terra. Metas ambiciosas devem estar no cerne de qualquer acordo para enfrentar o desafio. Mas também necessitamos de uma nova arquitetura institucional de cooperação entre países ricos e pobres.Se a tendência no aumento da temperatura continuar, conduzirá a reversões no desenvolvimento humano sem precedentes ainda em nosso tempo de vida, seguidas rapidamente de uma catástrofe ecológica para as gerações futuras. As economias podem se recuperar de uma crise financeira. Mas não há antídoto ou tecla de replay para o aquecimento global.Em Poznan, os países ricos deveriam ter estabelecido uma intenção séria. Era preciso sinalizar um compromisso obrigatório de reduzir sua pegada de carbono pelo menos em 80% (relativo aos níveis de 1990). Acima de tudo, era e é preciso aproximar as metas de mudança climática e as políticas energéticas.Os países ricos têm os recursos financeiros e a capacidade tecnológica para fazer uma transição rápida para baixo carbono. Com um aumento do preço da emissão de carbono, por meio de impostos, cotas e normas regulatórias mais duras, podem transmitir um sinal claro para os investidores e estimular a inovação.As parcerias público-privadas em pesquisa têm um papel-chave no desenvolvimento e na comercialização de novas tecnologias. A captura e o armazenamento de carbono são uma prioridade porque têm o potencial de reduzir as emissões das usinas de energia movidas a carvão, a forma predominante de geração elétrica, a zero. Contudo, nem os EUA nem a UE foram além de investimentos de pequena escala em projetos piloto.Os países ricos também precisam construir as bases para um novo pacto global com os países em desenvolvimento. Não se trata apenas do fato de esses países abrigarem as populações mais vulneráveis à mudança climática, incluindo 1,6 bilhão de pessoas vivendo com menos de US$ 1 por dia. Eles também respondem por grande parte do aumento projetado de emissões de CO2 até 2030: o crescimento econômico movido a carvão na China e na Índia será responsável por bem mais que a metade do aumento. E o desmatamento em países em desenvolvimento é responsável por cerca de um quinto das emissões.Em Poznan, os governos tinham a oportunidade de estabelecer três dos pilares para um acordo global. Primeiro, precisamos de um plano de ação para adaptação. Como indicado por Oxfam, para milhões das pessoas mais pobres do mundo, a mudança climática perigosa não é uma ameaça futura: está acontecendo agora.O Relatório de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas estima o custo de combater essa ameaça em US$ 86 bilhões de ajuda adicional, quase um nono do que foi oferecido pelo governo nos EUA para o resgate dos bancos americanos.Em segundo lugar, os países ricos têm que parar de falar e começar a agir com relação ao desmatamento, um dos caminhos mais custo-efetivos para cortar emissões de gás de efeito estufa.Em terceiro lugar, o mundo precisa de um Plano Marshall para financiamento de baixo carbono e transferência de tecnologia. Um elemento desse plano deverá ser a expansão de oportunidades de comercialização de emissões para países em desenvolvimento. Mas os países ricos também têm que implementar mecanismos multilaterais mais amplos para sistemas de descarbonização da energia.O mundo não agüenta o tipo de exibição desorganizada que foi encenada em Poznan. Nos últimos meses, os governos dos países ricos moveram montanhas financeiras para proteger a integridade de seus sistemas bancários. Qual é o preço da integridade ecológica do planeta, do bem-estar das gerações futuras e do compromisso com os pobres do mundo?

KEVIN WATKINS é pesquisador sênior do Programa de Governança Econômica Global da Universidade de Oxford (Inglaterra).

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. [email protected]

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 18 de 170

Page 19: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Amazônia - Minc derruba adiamento de punição por desmate(Folha de São Paulo 16.12.2008 p. A11 Brasil)

O decreto com punições aos desmatadores ganhará uma terceira versão para impedir um retrocesso no combate ao desmatamento na Amazônia e a liberação do crédito aos infratores. A nova versão foi negociada por Carlos Minc, que, ao voltar de viagem, percebeu a inclusão de um artigo sem seu conhecimento e que suspendia a punição. A Casa Civil disse que o texto não havia sido incluído a tempo nos despachos do presidente, o que seria feito hoje. Pela redação, ficarão suspensas só punições fora da Amazônia e que tenham sido aplicadas antes de 21 de dezembro de 2007.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

AVIAÇÃO

Governo do Rio consegue na Justiça impedir audiência pública da Anac: Discussão sobre abertura do Santos Dumont seria realizada hoje em Brasília

(O Globo 16.12.2008 p. 28 Economia)

Erica Ribeiro

O governo do Estado do Rio conseguiu ontem liminar que impede a realização hoje de consulta pública organizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que discutiria, em Brasília, a abertura do aeroporto Santos Dumont para mais vôos além da ponte aérea Rio-São Paulo. A decisão foi da juíza federal substituta Emília Maria Velano, em exercício na 22aVara Federal da Justiça de Brasília, conforme noticiou o colunista Ancelmo Gois no seu blog. No pedido de liminar, o governo estadual alega que a audiência pública deveria ser realizada no Rio. A Anac informou que até a noite de ontem ainda não havia sido notificada.

Justiça determina nova audiência, desta vez no Rio Pela determinação da juíza, outra reunião deverá ser marcada no Rio “com a participação mais ampla possível da comunidade diretamente interessada”, diz um trecho da decisão judicial.

De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Julio Bueno, o governo do Rio foi levado a buscar instâncias judiciais para impedir a audiência pública, diante do fato de a reunião ter sido marcada em Brasília.

— Não queremos brigar com ninguém mas fomos levados a isso. As associações de moradores e demais entidades querem participar da audiência pública.

Mas como as pessoas vão fazer isso com a audiência em Brasília? — disse Bueno.

Página 19 de 170

Page 20: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O embate entre o governo do Rio e a Anac se arrasta desde que a agência reguladora divulgou, no começo de novembro, que faria consulta pública para discutir a abertura do Santos Dumont para mais vôos.

A Anac alega que a transferência de rotas voltadas para viagens de negócios, como Brasília e Vitória, não vão reduzir o fluxo de passageiros no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão). Já o governo do Rio, que defende a concessão do Galeão, afirma que a retirada de vôos para o Santos Dumont esvaziará o aeroporto, prejudicando a privatização.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Delta em Los Angeles (Valor Econômico 16.12.2008 p. B4 Empresas)

A americana Delta Air Lines informou ontem ter obtido autorização para fazer vôos entre São Paulo e Los Angeles. Hoje, a rota é feita apenas pela Korean Air, que de Los Angeles voa para Seul. No ano passado, a TAM manifestou interesse em ter vôos nesse trecho, mas recentemente suspendeu esse plano. A Delta, que já opera 21 freqüências fixas de São Paulo e Rio para os EUA, inaugura vôos entre Manaus e Atlanta seis vezes por semana no dia 20 e vôos na rota Recife-Fortaleza-Atlanta quatro vezes por semana no dia 22.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Aviação - Azul estréia operações com ocupação de 62% (Valor Econômico 16.12.2008 p. B4 Empresas)

Roberta Campassi, de São Paulo

Em seu primeiro dia de operações comerciais, a Azul Linhas Aéreas registrou uma ocupação média de 62% nos quatro vôos realizados ontem. A taxa é exatamente igual à média de todas as companhias nacionais em rotas domésticas no mês de novembro. A empresa estreante registrou atrasos, segundo a Infraero.

Segundo informações da própria Azul, o vôo de ida entre Campinas (SP) e Salvador (BA) levou 90 passageiros e o de volta, na mesma rota, 59. No trecho de Campinas a Porto Alegre, o vôo de ida transportou 51 clientes e o de retorno, 64. As quatro operações foram realizadas com jatos Embraer 190, com capacidade para 106 passageiros.

Com esses números, a empresa superou a taxa necessária para cobrir os custos de operação - taxa "break-even" ou de equilíbrio, no jargão do setor aéreo. Nos trechos realizados, com o 190, a ocupação necessária é de 52%, segundo Miguel Dau, o vice-presidente de operações da Azul. A companhia tem uma encomenda firme com a Embraer de 40 jatos 190 e 195 (para 118 passageiros) e o "break-even" é semelhante em ambos os modelos.

O primeiro vôo da companhia aérea, de Campinas a Salvador, estava marcado para decolar às 12h00 e saiu às 12h28 segundo informações da Infraero de Viracopos. A companhia aérea, porém, refutou

Página 20 de 170

Page 21: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

essa informação e disse que o atraso foi de 14 minutos. A chegada em Salvador, agendada para 13h15, foi pontual de acordo com as duas fontes.

Já no vôo entre a capital baiana e Campinas, a Infraero de Salvador apontou atraso próximo a 40 minutos. Marcado para às 13h45, o vôo saiu às 14h27. A assessoria de imprensa da Azul disse não ter os dados exatos. No vôo de Campinas a Porto Alegre, a decolagem ocorreu às 15h00, como previsto. Na volta, segundo a assessoria da Azul, houve atraso de cerca de dez minutos. A Infraero do aeroporto gaúcho não quis fornecer informações sobre os vôos da empresa.

A Azul começou a venda de passagens no dia quatro deste mês, com tarifas promocionais. Dias antes, a Gol, vice-líder de mercado, havia anunciado ofertas em diversas rotas, entre as quais aquelas solicitadas pela empresa novata.

A Azul pretende transportar um milhão de passageiros em 2009, com 16 aviões e nove cidades na malha. Para 2010, a projeção é ter 26 jatos, 15 cidades atendidas e 2,5 milhões de clientes.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Aviação Comercial - Crise faz TAP rever planos e reduzir pedidos de aeronaves(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. C4 Transportes)

A TAP, companhia aérea estatal de Portugal, abandonou seus planos para aquisição de oito aeronaves da Airbus, modelo A320, devido à queda da demanda de vôos em meio à crise financeira global.

"Os aviões deveriam ser entregues em 2010", afirmou ontem, Fernando Pinto, CEO da empresa. A Airbus, sediada na cidade francesa de Toulouse, é a maior fabricante mundial de aeronaves, seguida pela Boeing, com sede em Chicago.

A alta nos preços dos combustíveis afetaram os planos da TAP para incrementar seus ganhos atraindo mais passageiros em rotas para o Brasil e outros destinos. As companhias aéreas estão enfrentando a primeira recessão na Europa em 15 anos, resultado da pior crise financeira desde a Grande Depressão. "Infelizmente este foi um ano perdido", defendeu Pinto.

A TAP amargou perdas de € 170 milhões entre janeiro e outubro deste ano depois que os custos de combustível estiveram € 160 milhões acima do previsto, acrescentou o CEO. A empresa não informou seus ganhos no mesmo período em 2007.

O preço do barril do petróleo alcançou o valor recorde de US$ 147,27 em Nova York no dia 11 de julho, antes de cair quase US$ 40 no segundo semestre. Para o próximo ano, a TAP calcula que a cotação do barril de petróleo fique em torno de US$ 70, afirmou Pinto.

A decisão da TAP pode ser o prenúncio de medidas similares tomadas por outras companhias do setor em 2009, afirmou Chris Tarry, analista independente do mercado de aviação. A TAP espera um crescimento "muito pequeno" em suas receitas para o próximo ano e planeja reduzir gastos, afirmou Pinto. A companhia portuguesa pretende cortar gastos de € 50 milhões por ano.

(Bloomberg News) Retornar ao índice de assunto

Voltar

Página 21 de 170

Page 22: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Aviação - Neeleman provoca atraso no primeiro vôo da Azul: Fundador da empresa chegou depois da hora ao aeroporto de Viracopos

(Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B14 Negócios)

Mariana Barbosa

Por pouco o empresário David Neeleman não perde o vôo de estréia da sua companhia, a Azul Linhas Aéreas. O vôo que o trouxe de Nova York ontem pela manhã atrasou e o helicóptero preparado para levá-lo para Viracopos não pôde decolar por causa do mau tempo. “Vim de carro e o motorista perdeu a entrada de Viracopos. Fomos parar no centro da cidade”, disse Neeleman. O contratempo provocou um atraso de 25 minutos e o vôo AD 4064, de Campinas para Salvador, partiu às 12h25.

O atraso não abalou os demais 97 passageiros do Embraer 190, jato com capacidade para 100 lugares. Desse total, uns 60 ou 70 eram pagantes, os demais eram funcionários ou parentes de funcionários da Azul. Na pista, antes da decolagem, o avião foi “batizado” por jatos de água de caminhões de bombeiros. A bordo, Neeleman, que se apresenta como Davi (em português), cumprimentou e conversou com todos os passageiros.

Dentre os pagantes, havia gente emocionada. “Me senti homenageada”, disse Neide Guanaes, que estava voltando para casa, em Salvador. Aposentada, ele tinha ido visitar parentes em Campinas. Voltou de Azul pelo preço e pela conveniência de sair de Campinas. Também gostou de conversar com o presidente da empresa, Pedro Janot, que a recepcionou com brigadeiros na fila do check-in em Viracopos. “Ele já foi na minha cidade, Capão, na Chapada.”

Já o avião da Embraer foi o que atraiu Everton Fernandes, morador de Valinhos. Ele embarcou ontem com a mulher e dois bebês de colo. Iam passar as férias na Praia do Forte. “Eu já tinha hotel, soube que a Azul estava para estrear e fiquei esperando eles começarem a vender bilhetes”, disse. “Sai mais barato que na TAM, mas eu vim mesmo pela novidade. Queria fazer uma degustação do avião da Embraer.”

Além de não ter a poltrona do meio, a Azul eliminou o carrinho de bebidas. Comissárias simpáticas vestidas com um uniforme que, pelo tom de azul claro e o estilo, lembra a velha Pan Am, passam com uma prancheta anotando as bebidas. Água, Coca-cola e sucos, em porções individuais. Outra comissária passa com uma cesta repleta de lanchinhos empacotados com a marca da Azul. A opção pela marca própria foi o custo. “Não tem de pagar pela marca”, disse Neeleman.

O passageiro pode se servir à vontade de batata frita, amendoim e biscoitos. Quem tem alguma preocupação alimentar sentirá falta de uma opção mais saudável.

A ausência do carrinho de bebidas foi notada pelo publicitário Rafael Yoshihara, 24 anos. “Se você quer ir ao banheiro é ótimo, não tem de ficar pedindo licença para o vizinho nem de esperar o carrinho passar.” Ele trabalha na agência responsável pelo site da Gol e estava no vôo à trabalho, conferindo os mínimos detalhes da nova companhia. Fez um bate e volta, nem desceu em Salvador. Outra que fez bate e volta apenas para observar foi Vanessa Ferraz, analista do HSBC que acompanha as companhias aéreas. “Vim conhecer a proposta para ver o impacto da Azul na concorrência”, disse. “Achei interessante. O espaço entre poltronas é amplo. Tem entretenimento.”

O comandante compensou o atraso. O vôo estava previsto para durar 2 horas e 15 minutos e ele fez em 1 hora e 50 minutos. Na volta, o avião partiu com meia hora de atraso. O que não abalou os passageiros, que estavam empolgados com a experiência da estréia. “Eu achava que ia ser um avião acanhado e não sabia que ia ter entretenimento de bordo, com TV”, disse o empresário Roberto Câmara, que mora em São João da Boa Vista (SP).

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 22 de 170

Page 23: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

CGU investiga irregularidades na Infraero(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. A12 País)

A Controladoria-Geral da União apura irregularidades no contrato da Infraero com a empresa Neo Net, que prevê a construção de um shopping na área do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP). A Infraero pretendia triplicar a área licitada apenas por meio de um aditivo. Mas a Lei das Licitações só permite acréscimo de 25% aos contratos. A CGU confirma a investigação e a Infraero se recusou a comentar.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Azul começa operações com vôos de Campinas a Salvador e a Porto Alegre: Campinas/Porto Alegre terá cinco vôos por dia

(Zero Hora – 15.12.2008)

A Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A começou a operar nesta segunda-feira. O primeiro vôo decolou às 12h do aeroporto de Viracopos, em Campinas, com destino a Salvador (BA). Uma outra aeronave decolou às 15h do mesmo aeroporto com destino a Porto Alegre (RS). No próximo dia 14 de janeiro, entrarão em operação outros dois vôos, Campinas-Curitiba e Campinas-Vitória.

Entre Campinas e Porto Alegre serão cinco vôos por dia, saindo de Porto Alegre às 7h20min, 10h, 12h, 17h e 18h40min — sendo que os vôos de 7h20 e 18h40 têm início em 21/12 e o vôo das 12h, em 26/12. Os vôos de Campinas saem às 8h, 9h50min, 15h, 16h15min e 17h30min — os horários de 16h15min e 17h30min começam a ser operados em 21/12 e o das 9h50min, em 26/12. O vôo é direto e tem duração de uma hora e meia. O vôo Campinas para Salvador também será realizado cinco vezes por dia.

As viagens custam a partir de R$ 219 para a rota Campinas-Salvador e a partir de R$ 159 para quem seguir de Campinas para Porto Alegre — ambos por trecho para viagens de ida e volta e podem variar em função da data e do horário da viagem. Para saber mais informações, acesse o site da empresa.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Economia&newsID=a2333185.xml

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Licença para ampliação da pista do aeroporto deve ser definida até janeiro(Jornal do Comércio RS – 16.12.2008)

A licença ambiental prévia para autorizar as obras de expansão da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho deve ser definida até o mês de janeiro. O superintendente do Aeroporto Internacional

Página 23 de 170

Page 24: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Salgado Filho, Marco Aurélio Franceschi, explica que o licenciamento é necessário para iniciar o processo licitatório do projeto. Se a previsão for cumprida, ainda no primeiro semestre deve ser finalizado o processo licitatório da ampliação. A presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (Fepam), Ana Pellini, revela que a intenção da Fepam é atender a esse prazo para a avaliação da licença-prévia. Ana diz que o aumento da pista do aeroporto é um antigo sonho dos gaúchos para elevar o transporte de cargas aéreas. No entanto, ela destaca que é preciso discutir os impactos que a iniciativa terá na comunidade porto-alegrense.Ana e Franceschi participaram ontem de audiência pública para debater o licenciamento ambiental da ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho. Segundo Franceschi, a estimativa de investimento nas obras de expansão da pista é de cerca de R$ 120 milhões. A ação deve ser concluída ao final de 2011 ou em 2012.O projeto prevê o aumento da pista em 920 metros no sentido leste, passando dos atuais 2,28 mil metros para 3,2 mil metros de extensão. O aumento na largura da pista será de três metros, passando de 42 metros para 45 metros. A ampliação, conforme a Infraero, permitirá que triplique o movimento de cargas no aeroporto devido ao uso de aviões de maior porte.A obra dará condições de que, até 2020, 159 mil aeronaves operem anualmente no Salgado Filho contra as cerca de 70 mil aeronaves que se verificam hoje. A Infraero também planeja a construção de um novo complexo logístico de cargas, onde a capacidade do terminal de cargas passará dos atuais 13 mil metros quadrados, para 56,2 mil metros quadrados, com uma projeção de 100 mil toneladas de cargas passando pelo Salgado Filho em 2020. O investimento no terminal de cargas é calculado em cerca de R$ 115 milhões.No momento, Porto Alegre ocupa a 6a colocação em número de movimentação de passageiros e a 10a em cargas aéreas, com um total de 2,37% de participação no movimento de cargas aéreas no Brasil. Franceschi acredita que a movimentação de 5 milhões de passageiros ao ano possa quintuplicar com as modificações na pista. Por isso, a Infraero pretende ampliar o terminal de passageiros do aeroporto a partir de 2009. Apesar dos benefícios citados pelo superintendente do Aeroporto Internacional Salgado Filho com a ampliação da pista, a questão não é uma unanimidade. O presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Lindóia, Daniel Kieling, enfatiza que existe uma preocupação quanto ao crescimento urbano no entorno do aeroporto. Ele argumenta que a segurança desses moradores próximos ao complexo é afetada com a expansão da pista.Outro alvo de crítica de Kieling é de que aumentará a movimentação de vôos noturnos gerando ruídos que incomodarão os vizinhos do aeroporto. Ele teme que o Salgado Filho fique semelhante ao aeroporto de Congonhas, inserido no centro urbano. Depois da retirada das Vilas Dique e Nazaré, necessárias para ampliação da pista, a Associação dos Moradores e Amigos do Lindóia entregará ao Ministério Público Federal uma série de equívocos que a associação considera que estejam sendo tomados com o investimento no aeroporto.

http://jcrs.uol.com.br/noticias.aspx?pCodigoNoticia=11069&pCodigoArea=33

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 24 de 170

Page 25: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

BANCÁRIO

Dívidas em dólar - BC pode usar linha do Fed para crédito às empresas: Companhias precisam de US$ 20 bi para rolar

(Valor Econômico 16.12.2008 p. C3 Finanças)

Altamiro Silva Júnior e Bianca Ribeiro*, de São Paulo

Para tentar contornar os problemas de financiamento das dívidas em dólar das empresas brasileiras, o Banco Central avalia mais uma medida. O BC estuda o uso dos recursos do programa de swap de US$ 30 bilhões acertado no final de outubro com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para financiar a rolagem das dívida das companhias locais que vencem em 2009. O Banco Central avalia que a dificuldade das empresas para rolarem suas dívidas vem comprometendo a liquidez no mercado local. Na medida que grandes companhias, como a Petrobras, têm dificuldade para conseguir recursos externos, elas se voltam para o mercado interno de crédito e passam a pressionar as taxas dos empréstimos. Apenas 20% dos vencimentos estão sendo rolados. O ideal, segundo a visão do BC, seria um número na casa dos 120%.

Em recursos, significa que as empresas precisam de cerca de US$ 20 bilhões para rolarem suas dívidas que vencem até o final de 2009, número pequeno perto do tamanho do mercado de crédito brasileiro, mas que na avaliação de Henrique Meirelles, presidente do BC, é o que está gerando a falta de liquidez no sistema. Esse dinheiro antes era captado lá fora e agora vem sendo disputado pelas companhias nos bancos locais. Com isso, sobram menos recursos para companhias de menor porte.

Por isso, o BC estuda o uso do programa de swap acertado com o governo americano. "Essa linha de swap do Fed foi concebida para atender a questões de liquidez em dólares gerada pela crise. As medidas que anunciamos na semana passada, de empréstimo a empresas com crédito no exterior, enquadram-se, exatamente, nesse critério definido pelo Fed", explicou Meirelles logo após participar do seminário "Reavaliação do Risco Brasil", realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), com apoio do Valor.

Segundo Meirelles, o acordo com o Fed prevê que o acesso ao swap de US$ 30 bilhões deve ser feito em parcelas de US$ 5 bilhões. Assim, se o Banco Central vier a fazer uso da linha solicitará uma tranche inicial nesse valor dando como contrapartida o mesmo montante em reais na cotação do dia.

Na avaliação de Meirelles, essa linha é "mais do que suficiente para normalizar" o problema de crédito externo que vem sendo enfrentado pelas empresas. No seminário, ele ressaltou que o acordo com o governo americano foi feito com apenas quatro países emergentes. Além do Brasil, México, Coréia do Sul e Cingapura, foram os outros países que o Fed fez acordo semelhante.

Na última quinta-feira, o BC anunciou uma linha em moeda estrangeira com valor provisório de até US$ 12 bilhões com recursos das reservas internacionais, para o pagamento de dívida externa de empresas brasileiras. O BC repassará os recursos a um banco de primeira linha, que por sua vez emprestará a uma empresa com dívida externa vencendo entre o último trimestre deste ano e o fim de 2009. A própria operação servirá de garantia para o banco dar ao BC.

Outra linha de crédito que vinha apresentando problemas, o financiamento às exportações, já registra sinais claros de melhora nas últimas semanas, segundo Meirelles. No seminário, o presidente do BC mostrou os números mais recentes dos Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACCs), instrumentos usados para financiar as vendas externas.

Na primeira semana de dezembro, a média diária semanal de concessão de ACCs chegou a US$ 222 milhões, maior que a média do melhor mês do ano, em junho, quando chegou a US$ 200 milhões. Em um dos piores momentos da crise, a média diária semanal caiu a US$ 76 milhões. Logo após a quebras do Bear Stearns, no dia 15 de setembro, a média diária das ACCs ficou em US$ 106

Página 25 de 170

Page 26: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

milhões. No final de novembro, já em processo de recuperação, o volume superou os US$ 235 milhões ao dia, em média.

(*do Valor Online) Retornar ao índice de assunto

Voltar

Plano Verão - Recesso é obstáculo em ação dos bancos (Valor Econômico 16.12.2008 p. C10 Finanças)

Juliano Basile, de Brasília

Os bancos terão de comprovar que há um forte risco de quebradeira ou de grande perda de crédito para convencer o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, a conceder liminar para suspender as ações que pedem a correção das poupanças no Plano Verão durante o recesso do tribunal, em janeiro de 2009. Caso decidam realmente por ingressar com uma ação pedindo a suspensão de todos os processos sobre o assunto, os advogados dos bancos terão de comprovar uma situação de risco real e imediata pela a qual as instituições financeiras não podem esperar 40 dias - o prazo do recesso na Corte.

Os bancos possuem pelo menos dois argumentos de urgência para entrar com a ação. Primeiro, a estimativa de que teriam de pagar mais de R$ 100 bilhões caso sejam condenados a fazer a correção de todas as cadernetas de poupança que vigoravam em janeiro de 1989, mês em que foi implementado o Plano Verão. E, em segundo lugar, o fato de a crise financeira internacional ter provocado uma retração na concessão do crédito.

Esses dois argumentos foram levados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, junto ao presidente do STF, em encontro, na sede do tribunal, em 1º de outubro. Na ocasião, Mantega manifestou a preocupação de essas ações provocarem um impacto no caixa dos bancos de modo a dificultar a concessão de crédito às empresas.

Por outro lado, apesar da "gravidade" alardeada pelo ministro da Fazenda, o STF não recebeu qualquer ação sobre o assunto, mais de dois meses após a visita de Mantega a Mendes. Logo, se havia realmente urgência, até agora, ela não chegou ao tribunal, pois os bancos privados, os públicos, as entidades de representação das instituições financeiras (associações bancárias) e tampouco o governo se mobilizou para ingressar com pedido junto ao STF.

O fato de o STF ser bastante comedido ao julgar ações durante o recesso é outro problema para os bancos. Apesar de bastante rumorosas, as liminares concedidas pelo STF durante o recesso são exceções. Este é um período em que o presidente do STF (Mendes) altera o plantão com o vice, o ministro Cezar Peluso. Eles dividem igualmente o prazo de recesso, durante o qual só costumam conceder liminares em casos realmente urgentes, como pedidos de habeas corpus ou outros casos que impliquem na prisão dos envolvidos.

Em julho de 2001, durante um recesso, o ministro Marco Aurélio Mello concedeu liminar para que o banqueiro Salvatore Cacciola respondesse em liberdade. Na ocasião, o ministro concluiu que Cacciola tinha endereço certo e, portanto, tinha o direito de responder às acusações de gestão fraudulenta de seu banco, o Marka, em liberdade. O caso tornou-se polêmico, pois Cacciola fugiu logo após ser solto. Marco Aurélio também concedeu liminar no caso de abortos de fetos anecéfalos (sem cérebro), pois havia o risco de médicos serem presos. No último recesso do STF, em julho, Mendes concedeu duas liminares para soltar o banqueiro Daniel Dantas, logo após a Operação Satiagraha, que investigou suspeitas de lavagem de dinheiro e de corrupção. Neste caso, pesou não apenas o fato de o réu ter o direito a responder em liberdade, mas a situação do processo no qual o juiz da 1ª instância, Fausto De Sanctis, havia se negado a prestar informações sobre o caso.

Página 26 de 170

Page 27: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Os bancos já usaram o recesso para entrar com ações, como a que pretendia livrá-los de responder pelo Código de Defesa do Consumidor. Neste caso, entraram com a ação em 26 de dezembro de 2001, mas, em junho de 2006, o STF concluiu que o CDC se aplica aos bancos.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Decisão - Justiça condena doleiros do Banestado(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A10 Direito Corporativo)

A Segunda Vara Criminal de Curitiba condenou, criminalmente, doleiros envolvidos no caso Banestado. A decisão determinou que Olga Youssef, também conhecida como Flora Youssef, cumpra a pena de cinco anos de reclusão, em regime semi-aberto, e a cem dias multa. Ela foi condenada sob a acusação de que teria auxiliado seu irmão, Alberto Youssef, na movimentação de cerca de US$ 831 milhões em contas mantidas na agência do Banestado em Nova York e que seriam utilizadas para a realização de transferências internacionais de dinheiro no âmbito do mercado negro de câmbio brasileiro.

Na ação, foi condenado, também, Rubens Catenacci, considerado o verdadeiro proprietário e controlador da Câmbios Imperial SRL, com sede no Paraguai, e que - utilizando-se da empresa e ainda de casas de câmbio no Brasil, de contas CC5 e de 68 contas em nome de pessoas interpostas - teria remetido fraudulentamente ao exterior, cerca de R$ 587 milhões. Ele foi condenado a nove anos e oito meses de reclusão, em regime fechado, e a setecentos e quarenta e seis dias multa. Em ambos os casos, o juiz arbitrou valores mínimos para reparação dos danos decorrentes do crime. Ainda cabem recursos contra as sentenças.

(Redação)Retornar ao índice de assunto

Voltar

Investimentos - Fraude de Madoff atinge bancos europeus(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. B4 Finanças)

O epicentro do que pode vir a ser a maior pirâmide financeira da história podia ser achado no 17ª andar do Lipstick Building, uma prédio oval de granito rosa com 34 andares localizado na Third Avenue em Midtown,em Manhattan, nos Estados Unidos.

As operações nos mercados de ações ocupavam intensamente o 19° andar, enquanto computadores e documentos da Bernard L. Madoff Investment Securities ocupavam o 18° andar.

Entretanto, era no 17ª andar que se fica o santuário de Bernard Madoff, uma sala restrita ocupada por menos de duas dúzias de funcionários e raramente visitada por outros empregados da empresa. Esta área ficou conhecida como o "andar dos fundos de hedge". Agora, no entanto, promotores federais afirmam que as operações de Madooff no local eram na realidade parte de um esquema fraudulento, que resultou em perdas de US$ 50 bilhões, estimadas pelo próprio Madoff.

O cálculo dos prejuízos já divulgados somava quase US$ 20 bilhões no último fim de semana, quando o Banco Santander informou que clientes de uma de suas subsidiária na Suíça sofreram perdas de US$ 3 bilhões. Entre aqueles que amargaram as maiores perdas estão os membros do Palm Beach Country Club, onde muitos clientes milionários de Madoff foram recrutados.

Página 27 de 170

Page 28: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

A lista de vítimas proeminentes das fraudes também cresceu. Segundo uma fonte, também constam na lista o nome de Mort Zuckerman, magnata dos setores imobiliário e de mídia, além dos ex-proprietários do New York Mets, um ex-proprietário do Philadelphia Eagles e o chairman da empresa GMAC, braço financeiro da General Motors.

O 17° andar está hoje transformado em uma zona ocupada por investigadores e auditores forenses que procuram descobrir o que Madoff fez com os bilhões de dólares que lhe foram confiados por pessoas físicas, bancos e fundos de hedge de todo o mundo.

Até o momento apenas Madoff, 70, fundador da empresa, foi preso desde que o escândalo veio à tona. Ele está livre graças ao pagamento de uma fiança de US$ 10 milhões, mas está impedido de viajar para fora de Nova York.

De acordo com a acusação contra Madoff, sua companhia teria usado o capital de investidores novos para pagar investidores antigos, clássica definição de pirâmide financeira. A fraude foi revelada quando diversos investidores, depois de perderem dinheiro devido à deterioração dos ativos no mercado de capitais, procuram reaver seus investimentos confiados à empresa de gestão de Madoff.

Todavia, uma questão domina a investigação: como uma única pessoa conseguiu manter por tanto tempo uma fraude desta dimensão, produzindo informes mensais, demonstrativos fiscais anuais, confirmações de transações e transferências bancárias.

Companhias que gerenciam capitais na escala de Madoff normalmente contam com centenas de pessoas envolvidas nestas tarefas administrativas. Entretanto, ele disse aos promotores públicos que agiu totalmente sozinho.

"Nosso objetivo é localizar os registros e seguir o dinheiro", afirmou Alexander Vasilescu, advogado do escritório de Nova York da Comissão de Valores Mobiliários norte-americana (SEC, na sigla em inglês). Até a noite do domingo, segundo Vasilescu, os investigadores ainda não tinham dimensão do tamanho da fraude. "Nós não estamos questionando seu número - apenas não sabemos como ele foi capaz de fazer isso", acrescentou o advogado.

As investigações também estão recaindo sobre os inúmeros bancos e administradores de portfólios que ajudaram Madoff a conquistar seus clientes e, agora, dizem estar entre suas vítimas.

Muitos dos investidores eram amigos de Madoff ou o conheciam através de clubes de campo e eventos de caridade. A maior parte, no entanto, havia confiado seu capital às empresas de consultoria que, por sua vez, repassaram estes fundos a Madoff - com a cobrança de uma taxa. Os investidores agora questionam se estes consultores foram negligentes ao deixarem de checar se seus fundos.

O Santader pode sofrer perdas de até US$ 3,1 bilhões através do Optimal Investment Servises, seu fundo de hedges sediado em Genebra. Até o fim de 2007, a Optimal possuía US$ 8 bilhões sob sua gerência, segundo o relatório anual do banco - de modo que seus investimentos com Madoff representavam uma parte significativa de seu portfólio. Alguns grandes bancos revelaram-se vítimas da fraude financeira. O Royal Bank of Scotland (RBS) informou que pode perder 400 milhões de libras com a suposta fraude se o valor de todos os investimentos for depreciado. O BBVA anunciou que pode perder €300 milhões e o BNP Paribas estima exposição de € 350 milhões. O japonês Nomura informou exposição de quase 28 bilhões de ienes, mas notou que o impacto sobre seu capital deve ser limitado. Já as perdas para o britânico HSBC podem chegar até US$ 1 bilhão.

(The New York Times)

SEC deixou de fiscalizar empresa com problemas

As autoridades reguladoras norte-americanas não voltaram a inspecionar a empresa de assessoria em investimentos de Bernard Madoff, acusada de ser um esquema piramidal que custou US$ 50

Página 28 de 170

Page 29: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

bilhões aos investidores, depois de tê-la submetido a vistoria dois anos atrás, disseram pessoas familiarizadas com o caso. Segundo esse tipo de esquema, os investidores iniciais são pagos com dinheiro levantado das vítimas posteriores.

A Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, não examina os livros contábeis de Madoff desde o dia em que ele registrou a empresa junto ao órgão, em setembro de 2006, disseram duas pessoas, que preferiram não ter seus nomes divulgados porque as análises não são de conhecimento público. A SEC tenta inspecionar assessorias pelo menos uma vez a cada cinco anos, além de buscar examinar de perto empresas recém-registradas ao longo de seu primeiro ano de atividade, disseram ex-autoridades do órgão e advogados de valores mobiliários.

Madoff, de 70 anos, que havia sido assessor da SEC em regulamentação de mercados, além de um doador regular das campanhas dos políticos, foi preso na última quinta-feira e acusado de operar o que, segundo disse aos filhos, se constituía num esquema piramidal vigente há longa data na empresa de Nova York que orienta os investimentos de portadores de grandes fortunas, fundos e

instituições. Sua capacidade de evitar o flagrante deverá alimentar polêmicas sobre a eficácia da SEC e a adequação dos recursos voltados para policiar as administradoras de investimentos.

"Em vista da magnitude da fraude, conforme afirmação da SEC, trata-se de uma coisa que as pessoas esperam que uma vistoria teria desvendado", disse Mercer Bullard, professor de direito da Universidade do Mississipi e ex-advogado do setor de fundos mútuos da SEC. "É difícil imaginar que uma fraude da magnitude que dizem ter sido esta não tenha sido

acompanhada por problemas generalizados de cumprimento (da lei)."

Altos funcionários do governo federal dos EUA que estão investigando Madoff encontraram provas de que ele administrava uma empresa não-registrada de gestão de ativos além das divisões de corretagem e de assessoria em investimentos de sua companhia, disseram duas pessoas familiarizadas com a questão, que preferiram não ter seus nomes divulgados pelo fato de a investigação correr sob sigilo.

As autoridades norte-americanas estão apurando por que a esposa de Madoff, Ruth Madoff, figura nas transações que estão sendo investigadas, disseram as fontes, que enfatizaram que elas ainda não concluíram se Ruth ou outras pessoas cometeram algum tipo de delito.

Madoff deve se apresentar no tribunal federal de Manhattan no próximo dia 19 ao meio-dia para uma audiência sobre o processo da SEC, segundo seu advogado, Ira Sorkin, da Dickstein Shapiro, de Nova York. "Isso é uma tragédia", disse Sorkin, ex-procurador do ministério público e ex-advogado de fiscalização da SEC. "Vamos combater os acontecimentos e tentar minimizar os prejuízos."

(Bloomberg News) Retornar ao índice de assunto

Voltar

Página 29 de 170

Page 30: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Crise - Fed pode cortar novamente juro, mas 2009 seguirá incerto(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. B5 Finanças)

Este foi o ano em que a economia mundial caiu aos pedaços. O ano que vem pode não ser muito melhor, enquanto as autoridades tentam juntar os pedaços outra vez. Todos os baluartes desmoronaram: Os bancos de investimentos quebraram e o crédito evaporou. Os gastos dos consumidores norte-americanos se estraçalharam, levando as montadoras de carros de Detroit para a beira da falência. E o crescimento da China e de outros mercados emergentes caíram verticalmente.

A economia mundial "sofreu uma parada cardíaca"'', diz Mohammed El-Erian, co-principal executivo da Pacific Investment Management, gestora do maior fundo de bônus do mundo e sediada em Newport Beach, Estado norte-americano da Califórnia. O dano foi tão imenso e generalizado que o máximo que os bancos centrais e governos do mundo podem esperar para o ano que vem é pelo fim da deterioração e a preparação do cenário para uma recuperação em 2010. Se isso não acontecer, pode aumentar o perigo de deflação e de quase-depressão.

O problema é que os responsáveis pelas políticas de governo já tomaram atitudes significativas para combater a crise - de cortes nos juros ao ritmo mais acelerado da história ao comprometimento de centenas de bilhões de dólares para os bancos em dificuldades. Em uma situação em que a política monetária pressiona os limites daquilo que o banco central pode fazer, o próximo presidente dos EUA, Barack Obama, promete "o maior investimento novo isolado"'' em estradas, pontes e edifícios públicos desde o governo de Dwight D. Eisenhower, há meio século. O governo dos EUA está, na essência, tentando salvar o capitalismo dos capitalistas. Depois de acumularem ativos de risco, como papéis vinculados ao crédito imobiliário de má qualidade e os junk bonds, as instituições financeiras mudaram de rumo e passaram a restringir os empréstimos, até mesmo para pessoas e empresas com altas classificações de crédito.

O gatilho do colapso foi a falência do Lehman Brothers em 15 de setembro. A decisão do secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, e de Bernanke de permitir a quebra do Lehman -- depois de terem socorrido o Bear Stearns, e as instituições de crédito imobiliário Fannie Mae e Freddie Mac - chocou os investidores e as instituições financeiras e provocou uma contração abrupta do crédito em todo o mundo. Com isso, ficou a cargo dos governos e dos bancos centrais preencher a lacuna, investindo capital em bancos e garantindo os seus passivos. No caso dos EUA, as autoridades também forneceram uma barreira de proteção para o mercado de papéis comerciais, de US$ 1,7 trilhão, de que as empresas dependem para o seu financiamento diário.

A mudança brusca da cobiça para o medo virou a economia de cabeça para baixo. O Tesouro dos EUA vendeu na semana passada papéis de quatro semanas, a uma taxa efetiva de juros de zero por cento - ao mesmo tempo em que anunciava que o déficit no orçamento havia inchado para o recorde de US$ 401,6 bilhões nos primeiros dois meses deste ano fiscal. As bolsas dos EUA despencaram, eliminando US$ 7,6 trilhões da riqueza dos investidores, e o índice Dow Jones Wilshire 5000 caiu 44% em relação à alta recorde registrada em outubro de 2007. Outros mercados também tiveram um mau desempenho e o índice MSCI World, de ações de 23 países desenvolvidos, caiu 47%.

Grande parte do setor de serviços financeiros seguiu o mesmo caminho. Em todo o mundo, as instituições registraram quase US$ 705 bilhões em baixas contábeis e prejuízos com crédito, até agora neste ano, e anunciaram 217 mil cortes nos empregos. Bancos de investimentos com alta alavancagem desapareceram, alguns em fusões, depois que os investidores atacaram as ações dessas instituições. Os temores sobre a inflação deram lugar às preocupações com a deflação - um declínio amplo e sustentado nos preços e salários - diante dos colapsos do crescimento econômico mundial e dos preços das commodities. O desemprego nos EUA está disparando e as empresas demitiram no mês passado na maior velocidade em 34 anos. Falar sobre uma depressão nos EUA já não é descartado, ainda que pouco provável.

Mais um perigo

Raghuram Rajan, ex-economista-chefe do FMI e atualmente professor da Universidade de Chicago vê mais um perigo: a desaceleração econômica mundial acentuada tenta os países a adotarem o

Página 30 de 170

Page 31: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

protecionismo, o tipo de abordagem que contribuiu para a Grande Depressão. O comércio internacional vai encolher em 2009 pela primeira vez em mais de 25 anos, previu o Banco Mundial em 9 de dezembro. Para a instituição, o volume de comércio mundial vai contrair 2,1% no ano que vem, depois de crescer à média anual de 7,8% nos últimos três anos. "Estamos diante de um daqueles problemas que acontecem uma vez por século'''', diz o professor da Universidade de Harvard e ex-economista-chefe do FMI Kenneth Rogoff. "``Vamos enfrentar uma crise profunda com recuperação lenta, não importa que fizermos."

(Bloomberg News)Retornar ao índice de assunto

Voltar

Empréstimos com US$ 30 bi de "swap" do Fed com BC(Monitor Mercantil 16.12.2008 p. 10 Financeiro)

Os empréstimos para as empresas brasileiras com reservas internacionais do país, anunciados na semana passada, podem ter como fonte de recursos a linha de US$ 30 bilhões de swap do Federal Reserve (Fed) com o Banco Central. O presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou que a decisão ainda não foi tomada, mas as características dessa linha de crédito estão de acordo com o objetivo do instrumento criado pelo Fed."Ainda não tomamos a decisão se vamos usar. Essa linha de swap do Fed foi concebida para atender a questões de liquidez em dólares gerada pela crise. As medidas que anunciamos na semana passada, de empréstimo a empresas com crédito no exterior, enquadram-se, exatamente, nesse critério definido pelo Fed", explicou.

Ele lembrou que as reservas internacionais brasileiras ainda estão "estáveis", acima de US$ 200 bilhões. O acordo com o banco central do EUA prevê que o acesso ao swap de US$ 30 bilhões deve ser feito em parcelas de US$ 5 bilhões. Assim, se o BC vier a fazer uso da linha solicitará uma tranche inicial nesse valor, tendo como contrapartida o mesmo valor em reais na cotação do dia. A linha, segundo Meirelles, é mais do que suficiente para normalizar o problema de crédito externo que vem sendo enfrentado pelas empresas.

O presidente do BC também citou que o volume de crédito já mostra sinais de recuperação no Brasil. De acordo com os dados apresentados por Meirelles, a concessão média diária de empréstimos em novembro (até o dia 26) cresceu 4,7% sobre outubro e 1% na comparação com agosto. Mesmo assim, a tendência é de forte desaceleração da economia. Também afirmou que a previsão para a expansão do PIB brasileiro em 2009 deve mostrar uma redução significativa do nível de crescimento em relação a 2008.

Quanto às outras medidas tomadas pelo BC para garantir liquidez ao sistema, o volume das operações de Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC), nas últimas semanas de novembro e início de dezembro, já atingiu valores acima da média anual, de mais de US$ 200 milhões por semana. "Esse valor é mais que suficiente para as empresas rolarem dívidas", destacou. No caso do depósito compulsório, até o final de novembro já foram liberados R$ 94 bilhões. O presidente acrescentou que, até agora, nenhum banco recorreu ao redesconto (instrumento para as instituições financeiras com problemas de liquidez.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 31 de 170

Page 32: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Banco pequeno terá mais R$ 6,5 bi de fundo garantidor: BC estuda permitir utilização de recursos de fundo para "comprar" carteiras antes mesmo de elas serem originadas

(Folha de São Paulo 16.12.2008 p. B3 Dinheiro)

Medida corrigirá deficiência do mercado de levar recursos dos grandes aos pequenos bancos, apesar de liberação de R$ 31,2 bi de compulsórios

SHEILA D'AMORIMDA SUCURSAL DE BRASÍLIATONI SCIARRETTADA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central irá aumentar em mais R$ 6,5 bilhões o volume de recursos disponíveis para os bancos pequenos emprestarem. Para isso, usará as reservas do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), criado no final de 1995 para garantir o depósito dos clientes em caso de quebra de um banco, como antecipou a Folha no sábado.Com a medida, o FGC poderá destinar recursos aos bancos pequenos antes mesmo de as carteiras de crédito serem originadas -até então, o FGC comprava carteiras já existentes. Na prática, se transformará em uma espécie de "funding" para captação dessas instituições, que sofreram com a diminuição das emissões externas e aumento dos juros dos CDBs.Já os bancos grandes poderão capitalizar o FGC com o dinheiro retido no compulsório sem remuneração. A vantagem é que o FGC assume o risco da operação com carteiras.A medida cobrirá uma deficiência do mercado: apesar de o BC ter liberado R$ 31,2 bilhões de depósitos compulsórios para aumentar a movimentação de recursos entre os bancos, o dinheiro não está chegando num volume suficiente para essas instituições.Por outro lado, o BC, que teria a função de emprestador de última instância, também não está funcionando como tal. A linha disponível, chamada de redesconto, é considerada tão rígida que os bancos querem evitá-la. Além disso, no meio da crise de confiança atual, as instituições temem que um empréstimo junto ao BC gere mais problemas, porque pode ser interpretado como sinal de problema de solvência.O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal -que foram os grandes "salvadores" do mercado na primeira fase da crise, adquirindo carteiras de crédito e emprestando recursos- também já dão sinais de que não manterão o mesmo ritmo daqui para a frente."O mecanismo de liquidez do BC é pesado e não deixa os bancos à vontade neste momento. A operação com o fundo é uma alternativa de mercado", disse o diretor-executivo do FGC, Antônio Carlos Bueno.Segundo a Folha apurou, já está pronto um voto que será encaminhado ao CMN (Conselho Monetário Nacional), prevendo aumentar de 20% para 50% o percentual fixado no estatuto do FGC que pode ser destinado a operações de socorro aos bancos, por meio de compra de créditos futuros.A idéia é ofertar recursos de longo prazo para que cerca de 88 instituições pequenas -com patrimônio líquido de até R$ 2,5 bilhões- possam retomar as concessões de crédito, sobretudo as que operam com financiamento de veículos usados, consignado e empréstimos a empresas de médio porte.O FGC deverá se comprometer a comprar todo crédito gerado pelo prazo de até 48 meses. O BC discute os detalhes de como operacionalizar a compra de carteiras que ainda não foram originadas. Uma idéia seria o banco emissor vender títulos para o fundo garantidor e depois trocá-lo pelas carteiras de crédito.O prazo das operações será determinado em cada negociação e deverá ser casado com a autorização dada pelo BC para que os bancos em geral possam abater da parcela de recolhimento compulsório os recursos utilizados na compra de carteiras e de cotas de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs).Segundo o FGC, a medida não terá ônus adicional para o fundo e não implicará o aumento das contribuições dos bancos. Para Bueno, também não elevará o risco de crédito, uma vez que a eventual inadimplência seguirá com o banco emissor. O trabalho de análise das carteiras compradas é feito pelo Bradesco, contratado pelo FGC. "Até hoje não tivemos inadimplência."O FGC poderá emprestar até R$ 9 bilhões, segundo Bueno, já que o patrimônio atual é de R$ 18 bilhões. Hoje, o limite para o fundo fazer essas operações é de R$ 3,5 bilhões. Isso porque, apesar de o estatuto prever o valor equivalente a 20% do PL, o regimento interno determinou um percentual de 15% do total de recursos em caixa para essas operações.

Página 32 de 170

Page 33: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Como o FGC tem R$ 23,4 bilhões em caixa, ele podia emprestar até R$ 3,5 bilhões. Com esses recursos, explica Bueno, "o fundo comprou R$ 3 bilhões em carteiras e já conseguiu revender R$ 1 bilhão". Assim, o saldo atual de operações é de R$ 2,5 bilhões -sobrarão, quando a nova regra sair, R$ 6,5 bilhões para emprestar.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

CHINA

Crise - Indústria chinesa pisa forte no freio: Desaceleração da indústria aumenta temores de desemprego e distúrbios sociais e preocupa o governo

(Valor Econômico 16.12.2008 p. A11 Internacional)

Agências internacionais

As fábricas da China aumentaram sua produção no menor ritmo em quase sete anos, num momento em que o comércio exterior chinês desacelera e a crise global atinge o país mais profundamente do que o esperado.

A expansão de 5,4% em novembro - em relação ao mesmo mês do ano passado - seguiu-se a um crescimento de 8,2%, em outubro, informou o Birô Nacional de Estatísticas. O dado aumenta os temores de perdas duras de empregos, o que pode servir de combustível para a insatisfação social.

Um funcionário do birô - que pediu para não ser identificado - disse ser esse o menor crescimento mensal desde fevereiro de 2002, quando a expansão foi de 2,7%.

A fragilidade da indústria pode ser sentida pelo mundo, num momento em que as fábricas chinesas compram menos matéria-prima no mercado internacional. A indústria de transformação é responde por 40% da economia do país e emprega dezenas de milhões de pessoas.

A demanda pelos produtos chineses pode ter desacelerado tão dramaticamente que a produção industrial pode começar a diminuir já em dezembro, de acordo com o economista Sherman Chan, da Economy.com, da Moody's.

"Cada vez mais, os cortes de emprego no setor industrial - que diminuirão o consumo interno - terão maiores ramificações na economia doméstica", disse Chan, em um relatório. "Pequim terá de fazer tudo o que pode para recuperar a confiança dos chineses e evitar distúrbios sociais."

Os líderes comunistas já advertiram sobre a possibilidade de aumento da instabilidade por causa da perda de empregos e estão pressionando os empresários a minimizar as demissões.

As demissões no setor industrial estão aumentando na região costeira do país, que depende das exportações. Protestos de trabalhadores já ocorreram na Província de Guangdong, no sudeste.

As exportações caíram em novembro pela primeira vez em sete anos. As vendas de automóveis no mês passado foram 16% menores em relação a novembro de 2007.

Página 33 de 170

Page 34: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

A queda da atividade industrial chinesa pode ser especialmente dolorosa para os seus vizinhos asiáticos e para países mais distantes, como Austrália e Brasil, que são fornecedores de matérias-primas. Mais da metade das importações chinesas do ano passado foi de componentes para produtos que seriam exportados.

O Banco Mundial cortou sua previsão de crescimento da economia chinesa para o ano que vem de 9,2% para 7,5%. Na semana passada, o banco de investimentos Goldman Sachs cortou sua previsão de 7,5% para 6%. Ontem, a Merrill Lynch cortou sua previsão de 8,6% para 8%.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Aço - Produção na China cai e arrasta indústria pesada (Valor Econômico 16.12.2008 p. B8 Empresas)

Andrew Batson, The Wall Street Journal, de Pequim

A queda na produção de aço da China, um importante indicador mundial para a indústria pesada, se aprofundou em novembro, fazendo com que a produção industrial do país tivesse o pior desempenho já registrado.

A China é o maior produtor e consumidor mundial de aço, e o declínio do setor está atingindo empresas cujo crescimento depende da alta produção desse segmento, desde companhias chinesas de eletricidade até grandes mineradoras como a Companhia Vale do Rio Doce e a Rio Tinto PLC, que produzem minério de ferro.

Os dados de novembro mostram bem a gravidade dessa retração. Em novembro, a produção de aço bruto no país caiu 12,4% em relação a um ano antes, para 35,2 milhões de toneladas. O nível é 18% inferior ao de outubro.

Atingida por esse declínio, assim como pela retração em outros setores, tais como a da indústria química, a produção industrial geral da China cresceu em novembro apenas 5,4% em relação a um ano antes. Em outubro, o aumento havia sido de 8,2% na comparação com 2007. O crescimento de novembro foi o mais baixo no mesmo mês desde que a China começou a registrar esse tipo de estatísticas, em 1994.

Nos últimos anos, a China conseguiu aumentar rapidamente sua produção de aço para suprir o mercado imobiliário, muito aquecido, e também as fábricas que produziam bens de exportação em ritmo acelerado. Agora que esses dois mercados entraram em queda acentuada, o aço é o setor mais atingido pela desaceleração da economia chinesa.

Por causa da importância do aço, o setor está sendo observado de perto, em busca de algum sinal de recuperação, ainda que até os otimistas opinem que a crise vá levar ainda meses para bater no fundo. O ministro da Indústria, Li Yizhong, disse na sexta-feira que o pior ainda está por vir. "Muitos fatores estão se combinando para causar um impacto muito forte no setor. Nossa previsão é que ainda não batemos no fundo, que o impacto continuará a aumentar em dezembro", disse Li.

Muitos economistas privados concordam com essa avaliação. A baixa na demanda de metais, os quais requerem enormes quantidades de energia para ser produzidos, está sendo sentida em todas as áreas da economia chinesa. Por exemplo, a produção de eletricidade caiu 9,6% em novembro em relação a um ano antes; em outubro, o declínio em relação ao mesmo mês de 2007 foi de apenas 4%.

Página 34 de 170

Page 35: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O presidente Hu Jintao passou o último fim de semana visitando fábricas no cinturão industrial do nordeste do país, inclusive uma fábrica de aço. "Devido aos efeitos da crise financeira internacional, no ano que vem a situação dos empregos na China será muito séria", disse ele, segundo a agência de notícias oficial Xinhua. Isso reflete o fato de que a indústria pesada hoje desempenha um papel muito maior na economia chinesa.

"Nos últimos dez anos, uma grande parte dos investimentos foi para a indústria pesada. É esse setor que está agora sentindo o problema do excesso de capacidade e de estoques", disse Ben Simpfendorfer, economista do Royal Bank of Scotland.

Mas a indústria pesada também deve ser a maior beneficiária do programa governamental de investimentos, no valor de 4 trilhões de iuanes (US$ 584,4 bilhões), destinado a estimular a economia. Grande parte desse pacote irá para projetos de infra-estrutura, tais como ferrovias e aeroportos, que vão precisar de grandes quantidades de aço e cimento.

"Já temos algumas encomendas" de projetos relativos ao pacote de estímulo, disse Henry Yu, presidente do conselho da General Steel Holdings Inc., fábrica de aço com sede em Pequim. "A implementação do pacote de estímulo terá um impacto mais evidente no primeiro trimestre do ano que vem", provavelmente depois dos feriados do Ano-Novo chinês, que cai no fim de janeiro, disse ele.

Há alguns sinais positivos. O preço dos produtos de aço usados na construção ficou estável ou ligeiramente mais alto no fim de novembro, em comparação com as semanas anteriores, segundo a Associação de Ferro & Aço da China. Hoje, o banco central chinês comunicou que os empréstimos bancários em moeda local aumentaram 16% em novembro, em comparação com 14,6% em outubro - um sinal de que as instituições financeiras talvez estejam atendendo ao apelo do governo para conceder mais crédito a fim de estimular a economia.

Mesmo assim, Li, o ministro da Indústria, disse que as siderúrgicas têm tempo até março para esgotar as montanhas de matérias-primas compradas a alto preço este ano. Como o preço de venda do aço já caiu cerca de 40% a partir do seu ponto mais alto, de julho, é quase impossível para a maioria dos fabricantes ganhar dinheiro. "Não são apenas os pequenos produtores que estão perdendo dinheiro, são os grandes também, de modo que a situação é realmente séria".

Distribuidoras às voltas com grandes estoques de aço comprados a alto preço não querem se arriscar a comprar mais, o que está agravando a queda na demanda. "Há um declínio na demanda real, mas há também o problema da confiança no mercado", disse Yu, executivo do setor. Mas, na sua opinião, "a China será a primeira economia a se recuperar, e o aço será a primeira indústria a reagir".

O panorama do setor pode mudar radicalmente, pois o governo chinês está incentivando a consolidação entre os mais de mil fabricantes de aço do país, para fazer frente ao excesso de capacidade.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Produção industrial chinesa tem a menor alta da década: Novembro já é o quinto mês com desaceleração

(Folha de São Paulo 16.12.2008 p. B8 Dinheiro)

RAUL JUSTE LORESDE PEQUIM

Página 35 de 170

Page 36: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Novembro foi o pior mês para a produção industrial chinesa desde 1999. O crescimento no mês foi de apenas 5,5% em relação ao mesmo mês de 2007. Em outubro, a taxa havia sido de 8,2% -em março, recorde no ano, foi de 17,8%.Desde os setores mais voltados à exportação, como têxteis, brinquedos e eletrônicos, até os mais domésticos, como siderúrgicas, eletrodomésticos e automóveis, sofreram desaceleração ou mesmo queda.Novembro é o quinto mês consecutivo em que a produção industrial chinesa desacelera.Dominique Strauss-Kahn, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, disse ontem em Madri que a China deve crescer 5% ou 6% no próximo ano. Para o governo chinês, o crescimento será de pelo menos 8% -inferior aos 11,9% registrados em 2007.

Fim do descolamentoDepois de passar o mês de setembro e parte de outubro alardeando uma suposta imunidade da economia chinesa à crise financeira desatada nos Estados Unidos, a mídia estatal passou a assumir os efeitos da crise no país.A arrecadação fiscal chinesa caiu 3,1% em novembro, para R$ 130 bilhões, em relação ao mesmo mês do ano passado, motivada por cortes de estímulo e desaceleração econômica."A produção industrial chinesa deve cair mais ainda em dezembro, pois um crescente número de manufatureiros está cortando a produção por conta da demanda menor", disse à Folha a economista Jing Ulrich, diretora de China Equities do banco JPMorgan, em Hong Kong.Para ela, mais fábricas irão fechar nos próximos meses. "A preocupação pelo desemprego crescente, pelo corte nos salários e pelo deslocamento dos migrantes rurais fez o governo tomar atitudes mais agressivas para apoiar indústrias de peso, como aço e automobilística."

Desemprego em altaNo domingo, o presidente da China, Hu Jintao, afirmou que o "mercado de trabalho em 2009 será impiedoso" e pediu a empregadores que tentem ajudar a quem busca emprego "e façam contribuições para promover a estabilidade e a harmonia social".A Academia Chinesa de Ciências Sociais, principal centro de estudos pertencente ao governo, disse em sua publicação de previsões para 2009, lançado ontem, que o desemprego crescerá, apesar do pacote de estímulo de 4 trilhões de yuans (R$ 1,35 trilhão) anunciado pelo governo no mês passado."Mais empresas médias e pequenas fecharão e não poderão pagar os salários dos empregados, que aumentaram nos últimos anos. A falta de capital por conta da queda nas exportações vai afetar muito a taxa de desemprego", diz a publicação.O estudo afirma que as condições de 150 milhões (do total de 210 milhões) de migrantes rurais que trabalham nas grandes cidades chinesas podem piorar no ano que vem pela falência de empresas que usam mão-de-obra intensiva, de têxteis à construção civil."Muitos migrantes não registram seu desemprego após serem demitidos, então estatísticas corretas não são disponíveis", diz a Academia.O estudo também fala que 6,5 milhões de formandos das universidades chinesas terão mais dificuldades para achar empregos no ano que vem.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

China - Hu Jintao pede diversificação a exportações(DCI 16.12.2008 p. A10 Internacional)

PEQUIM - Hu Jintao, presidente da China, pediu durante uma visita a várias fábricas e empresas que diversifiquem suas exportações, perante a queda da demanda de seus clientes nos Estados Unidos e na União Européia, informou ontem o jornal China Daily.

Página 36 de 170

Page 37: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

"Esperamos que [as empresas chinesas] estejam confiantes em superar as dificuldades e que, mantendo os mercados tradicionais da Europa e dos Estados Unidos, explorem outros novos", destacou o presidente durante sua visita a uma fábrica de têxteis em Yingkou.

Os responsáveis pela feitoria informaram a Hu que os pedidos procedentes do estrangeiro continuam caindo nos últimos meses, uma situação que se repete em milhares de fábricas chinesas e que obrigou muitas delas a fechar, em setores como o têxtil, o de brinquedos e de outros dedicados à exportação.

Hu pediu aos empresários que ajudem a manter um crescimento econômico estável e saudável frente aos desafios enfrentados pelas exportações chinesas e pelo mercado de trabalho, com dezenas de milhares de trabalhadores perdendo seus empregos nos últimos meses.

Produção industrial

A produção industrial da China caiu em novembro para seu menor nível em quase sete anos, com um crescimento de 5,4% em relação a novembro do ano passado, segundo o Birô Nacional de Estatísticas. Foi o quinto mês consecutivo de desaceleração e os analistas não esperam que essa trajetória chegue a um piso antes do final do próximo ano.

Hu Jintao, presidente da China, pediu durante uma visita a fábricas e empresas que diversifiquem as exportações, perante a queda da demanda dos Estados Unidos e da União Européia.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Autopeças - OMC condena China por imposição de tarifa(DCI 16.12.2008 p. B11 Legislação)

SÃO PAULO - A China foi condenada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) pela cobrança de tarifas que aplica às importações de autopeças de reposição, consideradas ilegais. A China chegou a apenar da decisão proferida há cerca de seis meses, sem sucesso. Foi a primeira condenação à China desde sua adesão à OMC em 2001.

No entendimento da OMC, os Estados Unidos da América, a União Européia (UE) e o Canadá têm razão ao denunciar o regime de importação da China.

Na queixa, UE, Estados Unidos e Canadá acusaram a China de aplicar tarifas de 25% para s peças de automóveis importadas quando, segundo estes países, a tarifa teria que ser de 10%.

"A China deve agora pôr fim à discriminação e garantir um fair play em seu setor do automóvel", comentou a comissária européia de Comércio, Catherine Ashton, sobre a sentença.

A China implantou, em 2005, um sistema de tarifas sobre as autopeças em função da quantidade de peças importadas usadas em um veículo, em que, após um limite determinado, a tarifa aumenta de 10% a 25%.

De acordo com o Ministério de Comércio chinês, a medida foi criada para evitar evasão de impostos no mercado dos veículos completos.

No entanto, os países que a processaram acusaram-na de exigir que 60% das peças usadas na fabricação de um veículo no país precisem ser nacionais.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 37 de 170

Page 38: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

COMÉRCIO EXTERIOR

Mercosul mantém imposto duplo: Paraguai acabou evitando fim da cobrança. Amorim defende autonomia

(O Globo 16.12.2008 p. 28 Economia)

Cássia Almeida Enviada especial

COSTA DO SAUÍPE. Depois de cinco anos de discussão, o fim da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum no Mercosul, dada como praticamente certa pelo governo brasileiro, não vingou na reunião dos embaixadores do bloco do Cone Sul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), que foi realizada ontem em Costa do Sauípe, em Salvador. A reunião antecede a Cúpula da America Latina e Caribe que ocorre hoje e amanhã. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao abrir a reunião do bloco comercial, se disse frustrado ao terminar a presidência temporária do Mercosul — que passará para o Paraguai — sem conseguir eliminar a cobrança nem implantar o código aduaneiro.

E foi justamente o Paraguai o país que não concordou com o fim da cobrança (quando um produto entra no Mercosul, ele é taxado com a TEC e, depois, ao circular pelo bloco, paga a taxa novamente).

O ministro afirmou que a dupla cobrança cria problemas de integração da cadeia produtiva e de negociação com outros blocos.

Para ele, países menores são os que mais se beneficiariam com o fim da cobrança dupla.

Foi marcada para março uma reunião extraordinária do Mercosul para voltar a discutir a questão, o que, na visão do ministro, é um sinal de que o fim da cobrança pode se realizar em algum momento.

Sobre a divergência com o Equador, que anunciou calote na dívida externa, Amorim afirmou que o país tem direito de defender seus interesses “dentro da legalidade”.

— Há sinais e desejo de diálogo por parte do Equador para resolver essa questão.

Diante desse impasse na negociação, a convocação da Primeira Cúpula da América Latina e Caribe demonstra, na opinião de Celso Amorim, uma demonstração de maturidade, já que envolve países de diversas matizes ideológicas, buscando integração: — Uma boa relação não depende de tutela externa. Inacreditável que mais de cem anos de independência ainda precisemos do aval dos Estados Unidos, União Européia ou Espanha para tratar dos nossos assuntos.

É uma coisa histórica.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Relações Externas - Mercosul mantém cobrança dupla da TEC: Decisão frustra expectativa do governo brasileiro

(Valor Econômico 16.12.2008 p. A16 Especial)

Cristiano Romero, da Costa do Sauípe (BA)

Fracassou a tentativa de eliminação da cobrança dupla (ou múltipla) da Tarifa Externa Comum (TEC) na importação de produtos pelos países do Mercosul. Por causa da oposição do Paraguai, os chanceleres das quatro nações que integram o bloco não chegaram ontem a um acordo, frustrando expectativa do governo brasileiro, que na semana passada dava como certa a aprovação da medida.

Página 38 de 170

Page 39: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Sem ela, o Mercosul continuará tendo dificuldades para negociar acordos de livre comércio com outros blocos, especialmente, com a União Européia (UE).

"Vai nos criar problemas para a integração das cadeias produtivas na região. Os países menores são os que mais se beneficiam dessa integração", criticou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao anunciar os resultados da reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC), a instância negociadora máxima do Mercosul. Atualmente, um produto importado pelo Brasil, por exemplo, paga a TEC na entrada e na reexportação para outros países do bloco. Na prática, essa cobrança inviabiliza o livre trânsito de mercadorias dentro do bloco.

Em 2004, os países do Mercosul decidiram acabar com a dupla cobrança, mas a implementação da medida esbarrou em inúmeros obstáculos e, por isso, nunca foi regulamentada. O governo do Paraguai alega que o fim da dupla cobrança da TEC provocaria forte renúncia fiscal, uma vez que as receitas aduaneiras representam uma parcela significativa da arrecadação tributária naquele país.

Nas negociações sugeriu-se a criação de um mecanismo de compensação para as perdas aduaneiras decorrentes da eliminação da dupla cobrança. A idéia era repartir a receita tributária da tarifa quando um produto importado pelo Mercosul fosse reexportado para dentro do bloco. "Há no Paraguai incerteza sobre o mecanismo de transferência. É natural. É uma economia pequena e vulnerável", ponderou o chanceler Celso Amorim.

O Brasil propôs também que a eliminação da dupla cobrança fosse feita em quatro etapas, atingindo, em um primeiro momento, apenas as mercadorias que pagam TEC de 2%. Numa segunda etapa, chegaria aos produtos que pagam TEC de 4% e, em um terceiro momento, aos que são taxados em 6%, antes de se negociar a extensão da medida para todos os níveis tarifários.

O chanceler brasileiro começou a reunião do CMC fazendo um desabafo sobre a "frustração" quanto à falta de um acordo sobre a dupla cobrança. Uma tentativa de acordo foi feita por diplomatas dos quatro países em intensas reuniões realizadas no fim de semana, no balneário de Costa do Sauípe. O Itamaraty acreditava num final feliz.

"Isso traz conseqüências. A não-eliminação vai dificultar a negociação com outros blocos, sobretudo, com a UE. Eles (os europeus) alegam que o fato de não haver livre trânsito de mercadorias no bloco impede a negociação de um acordo de livre-comércio. É uma pena. Fizemos o máximo de esforço", lamentou Celso Amorim após a reunião do CMC. "(Isso) nos foi jogado na cara na negociação com a UE", disse ele depois, durante entrevista coletiva.

Amorim informou que haverá uma reunião extraordinária do Conselho do Mercosul, dentro de dois ou três meses, para retomar a negociação sobre a dupla cobrança da TEC. O encontro ocorrerá sob o comando do Paraguai - até a reunião de cúpula do Mercosul agendada para hoje, a presidência temporária é do Brasil. Assim como não houve acordo quanto à dupla cobrança da TEC, fracassou também a negociação de um código aduaneiro para harmonizar os procedimentos de importação nos quatro países do Mercosul. Essa foi a terceira tentativa frustrada de se chegar a um acerto.

O chanceler Celso Amorim fez questão, no entanto, de celebrar os avanços. Já está acertado que, no encontro de cúpula, os presidentes dos quatro países do bloco ratificarão a criação do Fundo de Garantia do Mercosul para Pequenas e Médias Empresas. Esse fundo terá US$ 100 milhões, 70% dos quais com recursos do governo brasileiro, e ajudará a financiar empresas fornecedoras de cadeias que promovam a integração produtiva no bloco.

Na reunião de cúpula, os presidentes deverão autorizar a possibilidade de contribuições voluntárias para o Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), usado para financiar projetos de investimento produtivo que diminuam as assimetrias existentes nas economias do bloco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar, nesta terça-feira, que o Brasil dobrará, para US$ 140 milhões, a contribuição anual brasileira a esse fundo.

Os chanceleres debateram ontem o "impacto social" da crise internacional e aprovaram a criação do Instituto Social do Mercosul - uma espécie de "Ipea social". Lançaram ainda um "plano de ação

Página 39 de 170

Page 40: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

social" do Mercosul, voltado para replicar na região experiências bem-sucedidas de combate à pobreza.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

EUA não precisam e não devem tutelar a AL, diz Amorim (Valor Econômico 16.12.2008 p. A16 Especial)

Da Costa do Sauípe (BA)

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que "não é desejável" nem "possível" que os Estados Unidos retomem a hegemonia na América Latina. A declaração foi dada na véspera da Cúpula da América Latina (AL) e Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (Calc), encontro inédito que reúne hoje e amanhã, neste balneário da Bahia, representantes de 33 países das duas regiões. Ela confirma o tom de independência em relação aos EUA que o governo brasileiro, idealizador da cúpula, quer dar à reunião, que se realiza a pouco mais de um mês da posse do novo presidente americano - Barack Obama.

O chanceler brasileiro rechaçou a "tutela" americana nos assuntos do continente. "Queremos ter uma boa relação com os EUA? Sim, queremos, mas é bom que eles vejam que temos mecanismos também de integração que não dependem de uma tutela externa", declarou Celso Amorim em entrevista coletiva. "É inacreditável que, em 200 e tantos anos de independência, a AL, quando tem que ter uma reunião internacional, tenha que ter os EUA ou a União Européia ou o rei da Espanha ou o presidente Portugal."

A Calc foi idealizada para apresentar o Brasil como um protagonista no cenário internacional. A cúpula exclui apenas dois países das Américas - Estados Unidos e Canadá - e inclui Cuba, nação que, por causa da oposição americana, nunca foi convidada a participar da Cúpula das Américas, iniciativa lançada pelos EUA em 1994 e que tinha como principal objetivo criar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Na avaliação irônica de um experiente diplomata brasileiro, a Calc é a Alca sem os EUA e também sem o livre-comércio.

Indagado sobre como via o fato de os americanos terem perdido a hegemonia na América Latina e se eles teriam interesse em retomá-la, o chanceler foi direto. "Acho que eles não querem, acho que não é desejável e acho que não é possível", afirmou. "Isso não quer dizer que você não possa ter uma relação muito boa com os EUA", acrescentou.

Trinta chefes de Estado, além do anfitrião Luiz Inácio Lula da Silva, confirmaram presença para a reunião de hoje. Apenas Alvaro Uribe, presidente da Colômbia, e Alan Garcia, do Peru, não virão. O primeiro, segundo Amorim, porque foi obrigado a permanecer no país por causa de um desastre natural. Quanto ao segundo, o chanceler disse apenas que não pode julgar sua agenda internacional. "A AL e o Caribe estão dando uma grande demonstração de maturidade, envolvendo governos de todos os matizes ideológicos, que têm em comum o desejo de integrar a região. É muito bom também que sejamos capazes de tratar dos nossos problemas, nós, que somos países em desenvolvimento dessa parte do mundo. Tratar entre nós."

Amorim disse que a cúpula não foi agendada para ocorrer antes da posse do novo presidente dos Estados Unidos. Segundo ele, ela já estava sendo preparada antes que se soubesse quem venceria a eleição americana. "Vamos nos reunir com o presidente Obama no início de abril, em Trinidad e Tobago, durante a Cúpula das Américas", informou.

Página 40 de 170

Page 41: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Mais uma vez, o chanceler brasileiro manifestou ceticismo quanto às negociações multilaterais de comércio no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). "A OMC não morreu, mas entrou em estado de hibernação, então, não há muito o que discutir", observou. "É como um urso que se enfia numa gruta, não respira por aparelhos, mas está em estado de hibernação." E ironizou: "Vamos ver se quando passar esse inverno no hemisfério Norte... Não sei quando é que se considera o fim do inverno, se é em 20 de janeiro (posse de Obama), se é em Davos (no Fórum Econômico Mundial, que acontece na última semana de janeiro). Em algum momento passará e aí nós vamos voltar a falar da OMC."

Além da reunião da Calc, ocorrerão entre hoje e amanhã mais três reuniões de cúpula lideradas pelo Brasil - a 36ª Cúpula do Mercosul, o encontro do Grupo do Rio (convocada para incluir Cuba no grupo) e a Unasul, que reúne os países da América do Sul. O protagonismo brasileiro nessas cúpulas pode ser prejudicado por países vizinhos que vêm acumulando contenciosos com o Brasil nos últimos meses e anos.

O governo do presidente Rafael Correa, do Equador, recorreu a uma corte de arbitragem internacional para suspender o pagamento de uma dívida de US$ 243 milhões com o BNDES. No último fim de semana, o país declarou moratória no pagamento de sua dívida externa e já obteve solidariedade de países vizinhos, entre eles, o Paraguai e a Venezuela. As relações entre os governos brasileiro e equatoriano estão estremecidas e, nos últimos dias, o chanceler Celso Amorim elevou o tom de suas declarações sobre o assunto, depois de ter chamado de volta a Brasília o embaixador brasileiro naquele país.

"O Brasil não pode deixar de defender seus interesses. Não se trata nem só de interesse, mas de defender legalidades de certas situações", disse ontem o chanceler brasileiro. Segundo ele, o governo de Quito tem dados sinais de que quer reabrir o diálogo. Os encontros de cúpula não tratarão do assunto, mas a tendência é que o presidente Lula chame Correa para uma reunião bilateral.

Já o governo do presidente Fernando Lugo, do Paraguai, quer que o Brasil reconsidere uma dívida de US$ 19 bilhões de sua parte na binacional Itaipu. Também nesse caso, o chanceler Celso Amorim considerou "inaceitável" a proposta do vizinho e sócio do Mercosul. Lula também deve chamar Lugo para uma conversa durante a cúpula na Bahia.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Petroquímica - Bayer importa resina da Ásia para driblar antidumping: Unigel acusa rival de trazer policarbonato abaixo do custo

(Valor Econômico 16.12.2008 p. B5 Empresas)

André Vieira, de São Paulo

Uma disputa comercial iniciada há uma década ganhou um novo capítulo. Única produtora de policarbonato do Brasil, a fabricante Unigel acusa a rival alemã Bayer de dobrar sua participação de mercado desta resina em 2008, driblando o antidumping aplicado pelo governo brasileiro em duas ocasiões - a última medida vigora desde o início deste ano.

Segundo a empresa brasileira, a Bayer está trazendo a resina da Tailândia a preço abaixo de custo. "É um flagrante desrespeito à lei brasileira", diz o vice-presidente da Unigel, Marc Slezynger, que ainda estuda a possibilidade de ingresso no governo de um terceiro pedido de investigação.

A Bayer nega a acusação. Diz que os antidumpings aplicados anteriormente atingem especificamente os Estados Unidos e a União Européia - isentando, portanto, as importações de policarbonato da Tailândia.

Página 41 de 170

Page 42: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

"O objetivo da medida antidumping não é coibir a importação do produto independente da origem, mas neutralizar o dano causado por uma ou mais origens específicas, evitando assim o monopólio por parte da indústria local, que é extremamente prejudicial em termos de desenvolvimento econômico do país e respeito ao consumidor", disse a empresa, por meio de nota. A Bayer alega que seu preço é confidencial.

Além de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação de faróis de carros a toldos e que movimenta cerca de US$ 160 milhões por ano, o caso indica as limitações dos instrumentos brasileiros de proteção comercial, segundo avalia a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Os processos de decisão do governo são muito lentos, o que nos causa preocupação com a possibilidade de avalanche de produtos importados diante desta crise financeira", diz o diretor de competitividade da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.

Pela lei brasileira em vigor, de 1995, a aplicação do antidumping é definida depois de um processo de investigação onde é apurado o dumping, dano e o nexo causal.

O primeiro pedido de investigação feito pela Unigel ocorreu em 1998 contra as importações dos Estados Unidos e da Alemanha, que eram realizadas pela Bayer e GE Plastics (divisão da General Electric adquirida em setembro de 2007 pela Sabic, da Arábia Saudita). A Unigel teve seu direito atendido.

No entanto, as empresas mudaram a origem das importações, trazendo resinas da Holanda e da Bélgica. A Unigel fez novo pedido de averiguação em 2006 que levou o governo a conceder o direito provisório contra a importação, confirmado no início deste ano. A Sabic firmou acordo com o governo brasileiro para importar a resina dentro de certas regras.

Segundo Slezynger, depois da decisão do governo brasileiro de impor um segundo antidumping, a Bayer passou a realizar, a partir de maio, importações de resinas da fábrica da Tailândia. Isso fez, segundo ele, a Bayer dobrar a participação de mercado de 15% para 30%. Os preços da resina, segundo Slezynger, são 30% mais baixos do que os vendidos pela empresa a outros mercados.

"É uma situação desanimadora. Os processos demoraram entre 12 meses e 18 meses para serem avaliados. Quando a medida passa a ter efeito, ela passa a ser inócua porque eles mudam a origem da importação", disse ele, temendo que a Bayer mude, mais uma vez, a importação de suas resinas para a China, isentas do antidumping.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio (MDIC), a empresa prejudicada deve entrar com novo pedido de antidumping para averiguar a existência de dano das importações provenientes da Tailândia. Abre-se um novo processo. Não há um atalho em função de casos similares, informa. Conforme o ministério, os prazos para investigação de eventuais danos têm sido reduzidos para uma média de nove meses. Em alguns casos, tem sido aplicação o direito provisório de até seis meses antes da confirmação do direito definitivo. "Quando a indústria ou um setor não tem condições de competir, pode-se solicitar o pedido de salvaguarda, o que pode garantir uma proteção de 10 anos e o cumprimento de metas de investimentos", informa a assessoria de imprensa do MDIC, salientando ser um processo mais demorado de análise.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

CCR, mecanismo que viabiliza exportações: Criado há quase meio século, o convênio não registra caso de inadimplência

(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A3 Opinião)

Página 42 de 170

Page 43: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Na longínqua década de 1960, comércio exterior no Brasil era uma atividade restrita à exportação de mercadorias como café, açúcar, minério, etc., e à importação de petróleo, máquinas, automóveis, etc. - época em que os países da América do Sul estavam organizados sob o manto da antiga Associação Latino-Americana de Livre Comércio (Alalc), substituída pela atual Associação Latino-Americana de Integração.(Aladi).

Apesar do pequeno volume de comércio entre os países sul-americanos, a visão de longo prazo vigente naquela época proporcionou a criação em 1965 do Convênio de Créditos e Pagamentos Recíprocos (CCR), instrumento de política de comércio exterior que permitiu ampliar exportações e importações, promover desenvolvimento econômico regional e, principalmente, oferecer garantia de pagamento às exportações, mediante compensação quadrimestral realizada no Banco Central do Peru pelo banco central de cada país, envolvendo as exportações e importações de bens e serviços concretizados em cada período de quatro meses.

Através do mecanismo do CCR, os países compradores desfrutam da possibilidade de alavancar suas importações em volumes financeiros, pois seus pagamentos não serão efetuados pelo total efetivo das operações, mas pela diferença apurada entre o montante de exportação e importação com cada país. Simultaneamente, as empresas exportadoras de bens materiais ou serviços são estimuladas a incrementar suas operações graças à garantia de pagamento oferecida.

As exportações amparadas pelo CCR têm seus custos operacionais reduzidos, devido ao fato de estarem sujeitas a mecanismo de compensação realizado entre todos os bancos centrais da região e terem acesso a seguro de crédito à exportação com garantia do Fundo de Garantia à Exportação (FCE), calculado com base em nível mínimo de risco.

Considerando-se a premissa básica de que exportações de produtos e/ou serviços sempre geram empregos diretos e indiretos no Brasil, e que os financiamentos concedidos pelo BNDES-Exim ou Banco do Brasil-Proex com recursos liberados em reais para o exportador brasileiro nas exportações para a América do Sul necessitam de garantia da CAF, do Banco Mundial ou simplesmente serem cursadas no sistema CCR para serem viabilizadas, pode-se afirmar que a utilização do mecanismo do CCR significa geração de empregos no Brasil.

Apesar de o CCR ter sido criado há quase meio século, até hoje não existe registro de que algum país tenha deixado de honrar seu pagamento quadrimestral, o que demonstra a confiança adquirida por este instrumento de política de comércio exterior.

Os ruídos de inadimplência atualmente percebidos em exportações realizadas para o Equador não podem e não devem, em hipótese alguma, interferir, e muito menos prejudicar, o bom andamento de operações passadas, presentes e futuras com aval do CCR, pois com o mecanismo de compensação deixar a falta de pagamento a um país equivale a deixar de pagar a todos os demais.

Destaque-se ainda que o CCR constitui instrumento sempre desejado por empresas estrangeiras, principalmente européias, que lamentam não dispor de mecanismo similar para viabilizar suas exportações para a América do Sul, devido aos riscos que a região apresenta.

Independentemente da crise mundial que hoje assola os mercados internacionais, qualquer fato que possa arranhar a credibilidade e confiabilidade do CCR só beneficia países concorrentes fora da região com interesse nos promissores mercados da América do Sul, e não faltam países interessados em que isto ocorra.

Em resumo, é indispensável preservar e valorizar o mecanismo do CCR, ainda o único instrumento mundial multilateral disponível para alavancar operações de exportação e importação, mitigar riscos comerciais e soberanos e atender a todas as normas legais da Organização Mundial do Comércio (OMC), principalmente quando se sabe que o Brasil possui superávit comercial com quase todos os países da América do Sul.

kicker: Criado há quase meio século, o convênio não registra caso de inadimplência

Página 43 de 170

Page 44: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

JOSÉ AUGUSTO DE CASTRO* - Vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)

Retornar ao índice de assuntoVoltar

O custo da responsabilidade na venda externa de produtos químicos: Mera denúncia de um produto à UE pode gerar pedido de explicações

(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A3 Opinião)

O novo regulamento em fase de implantação na Europa para controle de usos de produtos químicos, conhecido como REACH (Registration, Evaluation and Authorization of Chemicals), apresenta algumas inovações que irão afetar todas as indústrias interessadas no mercado global: a rastreabilidade dos processos industriais que envolvem produtos químicos e a inversão do ônus da prova em casos de litígio comercial. A mera denúncia de que um produto químico incorporado em mercadoria colocada no mercado europeu tenha causado problemas poderá gerar, junto com um pedido de explicações do REACH ao fabricante da mercadoria, a suspensão temporária da comercialização do produto químico até que tudo fique esclarecido.

O regulamento entrou em vigor em 1 de junho de 2007 e está em fase de pré-registro de produtos químicos e mercadorias fabricadas com insumos químicos colocados no mercado europeu até dezembro deste ano. A partir do início de 2009, o fabricante ou importador localizado na União Européia assume total responsabilidade pelos aspectos sanitários e de segurança dos produtos e das mercadorias registradas, incluindo os insumos químicos utilizados por produtos manufaturados. Considerando que, hoje, há intermediários químicos embutidos em produtos de praticamente todas as indústrias - dos alimentos aos revestimentos internos de automóveis, dos brinquedos infantis aos calçados e tecidos -, o REACH terá impacto sobre uma expressiva parcela das empresas que exportam para os países europeus.

Fabricantes de produtos químicos de países fora da Europa não têm responsabilidade direta junto ao REACH. Essas indústrias deverão nomear representantes exclusivos na União Européia para conduzir os respectivos processos de registro e se responsabilizar pelas informações protocoladas no órgão regulador. Isto, obviamente, irá representar elevadas despesas administrativas para as empresas, pois o custo da responsabilidade está sujeito a fatores e riscos imponderáveis. Se surgir algum problema, o representante legal será chamado a se explicar, o que o obrigará a acionar a indústria representada no exterior e, quando necessário, mover processo judicial para decidir a situação. Como o REACH regula, mas não fiscaliza, estará isento de qualquer co-responsabilidade.

A implantação plena do REACH afetará as estratégias comerciais da indústria química de todos os países emergentes. Os exportadores de intermediários químicos do leste asiático, por exemplo, conhecidos pela indústria farmacêutica brasileira pela prática de vender catados de produtos das mais diversas procedências e qualidades, perderão esse segmento de mercado não apenas entre os compradores europeus, mas também junto aos clientes brasileiros que exportam ou planejam exportar para a União Européia, uma vez que a rastreabilidade da cadeia produtiva terá que ser assegurada.

Na verdade, essa prática dos fornecedores asiáticos tem os dias contados no Brasil também por outro motivo: a extensão do marco regulatório de medicamentos definido pela Anvisa irá atingir os insumos químicos importados pela indústria farmacêutica, à semelhança do que já se faz com os fármacos produzidos localmente. O ajuste no marco regulatório permitirá que, ao serem incorporados em processos de fabricação de produtos farmacêuticos no Brasil, tais insumos possam ter seus processos de fabricação rastreados de forma a se garantir a procedência e, conseqüentemente, segurança para o consumidor.

Página 44 de 170

Page 45: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Toda indústria brasileira que exporte ou forneça para exportadores produtos em cujo processo de fabricação interfiram agentes químicos deve atentar para a nova realidade instaurada pelo REACH, que, devido a efeitos de capilaridade no comércio internacional, certamente em futuro próximo constituirá uma realidade em todo o mercado global: a exigência de rastreabilidade dos processos produtivos. Como a responsabilidade irá custar bastante caro nos moldes previstos pela União Européia, a indústria nacional deveria pensar em representações via consórcios, com o apoio de agências governamentais como a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Não há mais tempo a perder: essa tarefa é para "ontem".

kicker: Mera denúncia de um produto à UE pode gerar pedido de explicações

NELSON BRASIL DE OLIVEIRA* - Vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Química Fina (Abifina)

Retornar ao índice de assuntoVoltar

América Latina - Mercosul fracassa em eliminar cobrança da dupla tarifa(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A12 Internacional)

Os quatro integrantes do Mercosul fracassaram na segunda-feira em concluir as negociações para eliminar a dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC).

Ao abrir a reunião ministerial do Conselho do Mercado Comum do bloco, o chanceler brasileiro Celso Amorim disse estar frustrado de que não se tenha chegado a um consenso entre o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

O encontro precedeu a reunião de cúpula do Mercosul, que começa hoje. Serão realizados quatro encontros em 48 horas: a Cúpula Extraordinária do Unasul, a 36ª. Cúpula do Mercosul, a Cúpula do Grupo do Rio, a cúpula do Grupo do Rio e a Cúpula de America Latina e Caribe.

"Há dois pontos em que infelizmente não conseguimos avançar. Um deles diz respeito à eliminação da dupla cobrança da TEC e, conjuntamente, à distribuição da renda aduaneira", disse Amorim.

"A continuidade da dupla cobrança da TEC vai dificultar muito as negociações com outros blocos, sobretudo com a União Européia, que em todas as negociações que tivemos...sempre acentuou o fato de não haver livre trânsito de mercadorias no Mercosul", acrescentou.

A eliminação da dupla tributação era negociada há anos pelo bloco, e o Brasil se comprometeu a acelerar as conversações quando assumiu a atual presidência temporariamente.

A chancelaria brasileira dava como certo que as negociações se concluiriam nesse encontro, como aparecia na agenda da reunião.

"É uma pena, fizemos o máximo esforço", lamentou Amorim.

O Conselho do Mercado Comum também previa tratar da criação de um fundo de garantias para micro, pequenas e médias empresas, entre outros acordos.

Começaram a chegar ontem à Bahia os representantes de 33 países da América Latina e Caribe, que participam do encontro.

Cúpula SocialNa Cúpula Social do Mercosul, iniciada no domingo, analisou-se a situação global, e o economista André Biancarelli, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),

Página 45 de 170

Page 46: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

integrante do grupo de trabalho sobre os impactos da crise financeira, disse ver "o processo de integração sul-americana como uma das possíveis saídas para atenuar os efeitos negativos da crise, que certamente virão. Tanto pelo lado do comércio quanto pelo lado dos mecanismos financeiros de apoio à integração sul-americana, acho eu, há um espaço para avanços".

Ele lembrou que as trocas comerciais intra-regionais têm maior valor agregado do que a pauta exportadora da região para o resto do mundo. Alerta, no entanto, para os riscos das chamadas tentativas de diferenciação, já verificadas em outros momentos de crise, principalmente no aspecto financeiro.

"Vemos um país tentando se afastar do vizinho porque tomou uma ou outra atitude não muito bem vista pelos mercados, como por exemplo o Brasil dizendo que não é a Argentina. Certamente, a atitude do Equador de dar o calote na dívida vai atrapalhar a aproximação regional", disse Biancarelli.

(Reuters, Agência Brasil e AFP)Retornar ao índice de assunto

Voltar

Diplomacia - Cúpula afasta EUA e opta por integração regional: Para chanceler brasileiro, encontro na Costa do Sauípe mostra que países latino-americanos têm 'maturidade' e

dispensam 'tutela externa' (Estado de São Paulo 16.12.2008 p. A12 Internacional)

Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro

A recuperação da hegemonia dos EUA na América Latina e no Caribe não é desejável nem viável. Dessa forma, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, delineou o viés antiamericano do novo projeto de integração regional liderado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, que será consolidado com a realização da primeira Cúpula da América Latina e do Caribe (CALC) entre hoje e quarta-feira, na Costa do Sauípe, na Bahia.

À imprensa, Amorim destacou que a região atingiu “maturidade” suficiente para lidar com seus problemas, sem precisar de tutela, e insistiu que os EUA precisam ter consciência dessa nova realidade. O recado chega à Casa Branca a um mês da posse do novo presidente, Barack Obama, e quatro meses do primeiro encontro previsto entre Obama e líderes latino-americanos na Cúpula das Américas. Essa será a ocasião para uma reunião entre Obama e Lula.

“Acho que eles (os EUA) não querem, não é desejável e não é possível (a reconstrução da hegemonia americana na América Latina)”, disse Amorim. “Queremos ter uma boa relação com os EUA. Mas é bom que eles vejam que temos mecanismos de integração e desenvolvimento que não dependem de tutela externa.”

Tentando amenizar o viés antiamericano da CALC Amorim lembrou que, em 200 anos de independência, a América Latina jamais havia realizado um encontro entre seus chefes de Estado sem a presença dos EUA ou da União Européia. A CALC é vista no governo Lula como um contraponto regional, sob a liderança do Brasil, ao Acordo de Livre Comércio das Américas (Alca). Capitaneado pelos EUA, esse projeto foi abortado por Brasil, Argentina e Venezuela em 2005.

Sob os ecos de suas recentes críticas aos EUA e a Obama - a quem responsabilizou pelo fracasso da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) -, Amorim defendeu que essa negociação ainda não morreu, mas apenas entrou em “estado de hibernação”.

RAÚL CASTRO

Página 46 de 170

Page 47: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O presidente cubano, Raúl Castro, disse ontem na Costa do Sauípe que está disposto a negociar o fim do embargo econômico à ilha com Obama, se o futuro presidente desejar.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Comércio Exterior - Paraguai barra o código aduaneiro no Mercosul: Criação do código, assim como o fim da dupla incidência da Tarifa Externa Comum, também vetado, são essenciais para

consolidar o bloco (Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B7 Economia)

Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro

O Mercosul fracassou na tentativa de conclusão dos acordos para a criação de um Código Aduaneiro Comum e o fim da dupla incidência da Tarifa Externa Comum (TEC) em produtos estrangeiros que cruzam mais de uma fronteira dentro do bloco. Medidas consideradas essenciais para a consolidação do Mercosul como união aduaneira, os dois acordos haviam sido definidos como prioritários na presidência temporária do Brasil, neste semestre, e seriam o ponto culminante da reunião de cúpula de hoje.

Ontem, na abertura da reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC), o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou estar “profundamente frustrado”. Os acordos eram dados como certos pelo Itamaraty e pela chancelaria argentina na semana passada.

Segundo Amorim, a demora na conclusão desses acordos dificulta as negociações comerciais do Mercosul com outros países e com a União Européia e o processo interno de integração de cadeias produtivas.

O fracasso ocorreu pela oposição intransigente do Paraguai, que não se sensibilizou com a proposta brasileira para amenizar a redução de sua arrecadação fiscal.

Como contrapartida à perda de cerca de US$ 1,5 milhão por ano com a eliminação da dupla cobrança da TEC sobre produtos com tarifas de importação de 0% a 6%, a primeira etapa do acordo, o restante do Mercosul se incumbiria de direcionar um valor superior ao Tesouro paraguaio. Essa fórmula estaria consolidada em um mecanismo de redistribuição da renda aduaneira.

Para contornar essa frustração, o CMC decidiu se reunir extraordinariamente nos primeiros meses de 2009 para tratar dos dois temas. O Itamaraty, entretanto, não vê possibilidade de os acordos saírem até o fim de 2009. Essa reunião extraordinária do CMC e seu encontro ordinário, em junho, ocorrerão durante a presidência temporária do Paraguai no Mercosul.

Ciente dos atuais problemas do Brasil com o Paraguai, em torno do Tratado de Itaipu e da dívida da hidrelétrica, Amorim evitou culpar diretamente Assunção. Chegou a argumentar que não houve “obstrução” do Paraguai, que “é um país pequeno” e com “sensibilidades” na negociação desses temas. Curiosamente, a idéia de negociar um Código Aduaneiro Comum partiu do Paraguai.

Os presidentes dos países do Mercosul assinarão, hoje, um documento mais modesto, que prevê a criação do Fundo de Garantia para Pequenas e Médias Empresas. Esse mecanismo deverá facilitar o acesso às linhas de financiamento para companhias envolvidas em projetos de integração.

O Fundo deverá dispor de US$ 100 milhões, dos quais US$ 70 milhões serão injetados pelo Brasil. O CMC também acatou a proposta de mudança de uma regra do Fundo de Convergência Estrutural do

Página 47 de 170

Page 48: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Mercosul (Focem) que permitirá ao Brasil dobrar seu aporte anual, que passaria de US$ 70 milhões para US$ 140 milhões.

DROGAS

Amorim confirmou que o Mercosul vai flexibilizar as regras de origem para permitir o ingresso de produtos têxteis da Bolívia que tinham no mercado americano seu destino final. A iniciativa compensa o governo de Evo Morales por sua decisão de romper com a Agência Antidrogas dos EUA (DEA).

Com isso, a Bolívia perdeu as preferências tarifárias. O chanceler afirmou que o Brasil vai cooperar nos programas de combate ao narcotráfico.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

A Bahia no rumo do Mercosul cidadão (Folha de São Paulo 16.12.2008 p. A3 Opinião)

Isso contribuirá para que a escalada da crise financeira internacional não atinja o hemisfério sem um debate em conjunto pelos países

A BAHIA se torna o coração dos países latino-americanos e caribenhos ao receber, na Costa do Sauípe, 33 chefes de Estado e de governo para a Cúpula da América Latina e do Caribe (Calc), a 36ª do Mercosul, a da Unasul e a do Grupo do Rio, além de reuniões com ministros das Relações Exteriores, Economia e Desenvolvimento e presidentes de bancos centrais do Mercosul.Na ocasião, será oficializado o ingresso de Cuba ao Grupo do Rio, marcando a participação do país nos foros de discussão, na prática da concertação política e da integração.As cúpulas colocam o Nordeste no centro do debate sobre o modelo de integração continental que queremos. Oportunidade única, no atual momento, para reflexão sobre o impacto da crise financeira internacional, a necessidade de adoção de um novo modelo de governança mundial e de uma agenda que fortaleça a união regional e hemisférica, para além das relações comerciais e econômicas.A crise mundial deve estimular mais união -por isso, não se deve apostar no contrário. Ao mesmo tempo, será um momento para revigorar a democracia, superar conflitos e impasses pelo diálogo, distencionar ânimos, trocar experiências e pactuar novos mecanismos de cooperação.E é por esse caminho que cresce a importância da realização do Foro Consultivo de Cidades e Regiões (FCCR), órgão institucional do Mercosul integrado por governadores e prefeitos de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela. O FCCR aporta o espírito de cooperação no Mercosul, buscando integrar as iniciativas desenvolvidas pelos Estados e demais governos subnacionais às movidas pelos governos nacionais.Desde a sua instalação, em janeiro de 2007, além de estimular relações bilaterais de cooperação entre entes subnacionais do bloco, o foro tem se constituído em um ativo instrumento da integração mercosulina com a cidadania, sendo exemplos vitoriosos os acordos celebrados entre o Estado da Bahia e a Província de Tucumán, na Argentina, nas áreas de saúde pública, cultura e trabalho decente. Hoje, a Argentina é o segundo parceiro comercial da Bahia.São os governadores e os prefeitos, ao lado dos vários segmentos sociais organizados, que farão com que o Mercosul e a integração regional se aprofundem e cheguem, finalmente, ao cidadão.Durante a quarta reunião plenária, foram assinados acordos bilaterais com instituições parceiras, como o Parlamento do Mercosul e a Corporação Andina de Fomento, estreitando laços políticos e econômicos. Representantes escolhidos participaram da reunião de cúpula dos chefes de Estado do Mercosul com resultados e declarações obtidas.A integração revigorada ajudará a manter o ciclo econômico dos países do nosso continente em movimento.

Página 48 de 170

Page 49: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

São mobilizações importantes para o enfrentamento da crise global provocada pelos países ricos. As iniciativas de cooperação se constituem em políticas públicas que podem ser direcionadas para superar obstáculos -que não são poucos nem devem ser menosprezados- e para a abertura de novas janelas de oportunidades que consolidem o aumento da liderança no mercado continental.Em Salvador, a Cúpula Social do Mercosul, a Cúpula dos Povos do Sul, a Plenária das Centrais Sindicais do Cone Sul, o Encontro dos Partidos de Esquerda do Cone Sul, além da reunião de dirigentes de cultura da América do Sul, se somam às cúpulas presidenciais dentro da mobilização de vários segmentos da sociedade civil.Os resultados esperados apontam para a renovação dos objetivos originais da integração para o Mercosul cidadão, que poderá otimizar seus ganhos, fortalecer-se institucionalmente e aprofundar suas conquistas que alguns tentam enfraquecer. Para tanto, apontam para a ampliação do próprio movimento de integração com a incorporação de temas sociais, culturais e ambientais em sua agenda, numa perspectiva de crescimento espacial, capaz de agregar toda a comunidade latino-americana e caribenha.O envolvimento de governadores e prefeitos permitirá também maior incremento do comércio intra-regional, ampliação dos mercados, integração das cadeias produtivas, circulação de capitais e pessoas, além da implantação de uma agenda de trabalho decente continental.Tudo isso contribuirá para que a escalada da crise financeira internacional não atinja o hemisfério sem um debate em conjunto pelos países e a adoção de políticas coordenadas para acelerar a integração e promover o enfrentamento em bloco dos efeitos perversos da desaceleração global da economia.

JAQUES WAGNER , 57, é governador da Bahia pelo PT. Foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais e ministro do Trabalho e Emprego (governo Lula).

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. [email protected]

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Bloco - Mercosul não chega a consenso sobre o fim da dupla tributação(DCI 16.12.2008 p. A3 Política Econômica)

COSTA DO SAUÍPE - Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai não conseguiram concluir as negociações para eliminar a dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC), imposto de importação em vigor nos países do Mercosul incidente sobre certos produtos de fora do bloco. Ao abrir a reunião do Conselho do Mercado Comum, na Costa do Sauípe (BA), o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim se disse frustrado por não conseguir consenso entre os membros.

Amorim deu a entender que o entrave continua sendo a forma de distribuição da renda aduaneira. "Há dois pontos que infelizmente não conseguimos avançar. Um deles diz respeito eliminação da dupla cobrança da TEC e, conjugadamente a distribuição da renda aduaneira", afirmou ao fazer um balanço dos seis meses de presidência brasileira.

O ministro alertou que a permanência da dupla cobrança dificultará futuros acordos de comércio do Mercosul com outras regiões. "A continuidade da dupla cobrança da TEC vai dificultar muito as negociações com outros blocos, sobretudo com União Européia, que em todas as negociações que tivemos, sempre acentuou que o fato de não haver o livre trânsito das mercadorias no Mercosul", afirmou. "Quando nós passarmos, em outros acordos, da fase do acordo preferencial para a fase do acordo de livre comércio, encontraremos os mesmos obstáculos", previu.

Página 49 de 170

Page 50: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Hoje, um produto que ingressa no Mercosul pelo Uruguai e depois é reexportado ao Brasil, por exemplo, paga imposto de importação duas vezes e cada país fica com imposto arrecadado. O fim da dupla cobrança vinha sendo negociado há cinco anos, com data prevista para implementação a partir de janeiro de 2009 Quando assumiu a presidência pro tempore do bloco, em julho, o Brasil se comprometeu em acelerar as negociações e estava tudo praticamente fechado, segundo antecipado na semana passada pelo Itamaraty. Faltava definir justamente a forma de redistribuição da renda aduaneira a situação mais delicada é a do Paraguai, que depende do que arrecada com importações.

Têxtil

O Mercosul flexibilizará as regras de comércio para facilitar a importação de produtos têxteis da Bolívia, de forma a compensar a perda do mercado norte-americano com o rompimento do Tratado de Preferências Tarifárias Andinas e Erradicação de Drogas. "É uma ação que revela a atitude de solidariedade dos países do Mercosul diante das dificuldades de nossos membros plenos ou associados", justificou Amorim.

Amorim informou ainda que o Mercosul reiterou União Européia o interesse em retomar as negociações entre os blocos o diálogo estava suspenso à espera da Rodada de Doha. Também foram iniciadas, no semestre deste ano, negociações com o Egito, a Jordânia e a Turquia. A falta de tratados de livre comércio é uma das queixas dos analistas.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Autopeças - OMC condena China por imposição de tarifa(DCI 16.12.2008 p. B11 Legislação)

SÃO PAULO - A China foi condenada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) pela cobrança de tarifas que aplica às importações de autopeças de reposição, consideradas ilegais. A China chegou a apenar da decisão proferida há cerca de seis meses, sem sucesso. Foi a primeira condenação à China desde sua adesão à OMC em 2001.

No entendimento da OMC, os Estados Unidos da América, a União Européia (UE) e o Canadá têm razão ao denunciar o regime de importação da China.

Na queixa, UE, Estados Unidos e Canadá acusaram a China de aplicar tarifas de 25% para s peças de automóveis importadas quando, segundo estes países, a tarifa teria que ser de 10%.

"A China deve agora pôr fim à discriminação e garantir um fair play em seu setor do automóvel", comentou a comissária européia de Comércio, Catherine Ashton, sobre a sentença.

A China implantou, em 2005, um sistema de tarifas sobre as autopeças em função da quantidade de peças importadas usadas em um veículo, em que, após um limite determinado, a tarifa aumenta de 10% a 25%.

De acordo com o Ministério de Comércio chinês, a medida foi criada para evitar evasão de impostos no mercado dos veículos completos.

No entanto, os países que a processaram acusaram-na de exigir que 60% das peças usadas na fabricação de um veículo no país precisem ser nacionais.

Retornar ao índice de assunto

Página 50 de 170

Page 51: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Voltar

OMC - Rodada de Doha não sai mais este ano(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. A6 Economia)

Da agência Brasil

As negociações da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), estão congeladas pelo menos até a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, marcada para 20 de janeiro. A informação foi confirmada ontem pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim

Não vou dizer que a OMC morreu, porque eu seria a última pessoa do mundo, depois do Pascal Lamy (diretor-geral do órgão), a dizer isso, mas a OMC entrou em estado de hibernação, disse. Havia expectativa de convocação, por Lamy, de uma cúpula ministerial, ainda este mês, para tentar avançar nas negociações da Rodada Doha, que já dura sete anos.

A reunião foi solicitada pelos chefes-de-Estado e de Governo do G20 financeiro após encontro em Washington, no mês passado, após consenso de que o estímulo ao comércio seria uma das saídas para a crise financeira internacional. No começo deste mês, Lamy manifestou intenção de convocar uma reunião ministerial, mas disse que só faria isso caso houvesse possibilidades efetivas de uma aproximação de posições.

Após conversas com diferentes governos na semana passada, em Genebra, o diretor-geral da OMC reconheceu que não havia perspectivas de acordo e desistiu da cúpula. "Vamos ver se quando passar esse inverno no hemisfério norte, não sei quando é que se considera o fim do inverno no hemisfério norte, se é depois de 20 de janeiro, se é em Davos (no Fórum Social Mundial, que acontece entre 28 de janeiro e 1º de fevereiro), enfim, em algum momento passará o inverno no Hemisfério Norte e aí vamos voltar a falar em OMC", afirmou.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

CONCORRÊNCIA

SDE agora vai concentrar as ações antitruste nos sindicatos patronais (Valor Econômico 16.12.2008 p. A2 Brasil)

Juliano Basile, de Brasília

O Ministério da Justiça vai iniciar uma nova frente de combate aos cartéis, em 2009, focando os sindicatos e associações setoriais como os da área de combustíveis, alimentos e construção civil. Estes são os três setores mais visados.

Será a quarta frente aberta contra cartéis desde o início do ano. A primeira foi bastante elitizada: a Secretaria de Direito Econômico (SDE) foi à Europa e aos Estados Unidos para convencer os

Página 51 de 170

Page 52: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

principais escritórios especializados em antitruste do mundo a levar os seus clientes envolvidos em cartel a denunciar no Brasil as demais empresas sob investigação. A segunda frente foi popular: a SDE distribuiu 450 mil cartilhas em sete aeroportos para que pessoas denunciassem as empresas. A operação realizada em três dias atingiu 650 mil pessoas e aumentou o número de denúncias contra cartéis.

A terceira envolveu o setor público: cartéis em compras realizadas pelo governo através de licitações. Aqui, o objetivo foi alertar órgãos públicos das três esferas de governo (União, Estados e municípios) contra combinações feitas por empresas antes de concorrências públicas.

Agora, a nova frente anticartel tem como foco o ambiente patronal. A SDE concluiu que, na maioria dos grandes casos de cartel, há a intermediação de um sindicato seja fixando preços, pressionando fornecedores ou dividindo clientes.

Algumas vezes, os sindicatos fazem o cartel por desconhecimento da lei, como, por exemplo, quando se reúnem para definir "preço justo" para o setor ou para fixar tabelas de descontos. Eles adotam medidas para que cada empresa consiga lucros maiores, mas acabam condenados por cartel. Em outras ocasiões, os sindicatos têm a devida noção do crime e contratam consultorias especializadas para obter o maior lucro possível com o cartel. Foi o que aconteceu no caso do cartel das britas, descoberto pelas autoridades em 2003 e condenado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) dois anos depois. As empresas se reuniam sempre na sede do sindicato para definir qual preço cada uma deveria cobrar dos clientes no mercado de construção civil. Neste caso, as empresas tinham que seguir programas internos de treinamento de seus funcionários para que ninguém "quebrasse" as regras do cartel.

Há também casos curiosos, como o de sindicatos que buscam o Cade para reclamar de empresas que pagam preços muitos baixos, mas, ao fim, acabam processados por cartel. Foi o caso do Sindicato das Empresas de Vigilância do Estado de São Paulo (Sesvesp) que, em fevereiro passado, reclamou ao Cade contra algumas empresas que cobravam preços muito baixos e, com isso, acabavam saindo vencedoras em licitações públicas para a contratação de serviços de vigilância e segurança patrimonial privada. O sindicato contestou o fato de esse grupo de empresas não seguir tabelas desenvolvidas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) especialmente para delimitar custos mínimos a serem seguidos nas licitações e ameaçou multá-las por isso.

O caso foi parar na SDE que, na quinta-feira, abriu processo contra o sindicato e vai advertir a FGV para que não faça estudos que prejudiquem a competição. Conclusão: o sindicato achou que as empresas estavam prejudicando a competição no setor, mas, após a análise das autoridades antitruste, foi ele que virou réu no processo.

Para Ana Paula Martinez, diretora do Departamento de Proteção e Defesa Econômica da SDE, existe uma zona cinzenta na qual os sindicatos não sabem o que podem fazer sem descumprir a legislação antitruste. Muitos não sabem que tipo de informações pode ser trocada pelas empresas. "Os membros de uma associação têm de estar conscientes de que o direito de reunião é garantido, mas não o de discutir preços, formas de repasses de impostos, definição de áreas de atuação ou a divisão de clientes."

A SDE vai contatar vários sindicatos a partir de fevereiro, quando pretende concluir uma cartilha sobre o que os sindicatos patronais podem e o que não podem fazer. Às vezes, sindicatos iniciam reuniões com debates em torno de questões ambientais e acabam definindo metas anti-competitivas, como a divisão de clientes, diz Ana Paula. Ela cita a máxima de Adam Smith para mostrar como é freqüente a realização de cartéis a partir de encontros patronais: "Pessoas no mesmo ramo comercial raramente se encontram sem que a conversa termine em uma conspiração contra o povo."

A atuação irregular dos sindicatos se tornou comum em cartéis envolvendo os setores de construção civil, alimentos e combustíveis. No ano passado, o Cade condenou o cartel do cimento, no qual duas associações do setor definiam os preços e as condições de venda do produto em reuniões realizadas com representantes das empresas em hotéis. Os setores de venda de carnes e de sucos de laranja também entraram na lista de investigações após reuniões de entidades de classe. E os postos de

Página 52 de 170

Page 53: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

gasolina se tornaram grandes freqüentadores do banco dos réus do Cade em grande parte devido a reuniões sindicais para a fixação do preço da gasolina em vários municípios.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

A reforma do Cade: A crise mundial recomenda que o Brasil torne o ambiente de negócios mais dinâmico, reduzindo a burocracia

(Valor Econômico 16.12.2008 p. A14 Opinião)

Arthur Badin e Mariana Tavares de Araujo

Está pronto para votação na Câmara dos Deputados o projeto de lei 3.937/04, que visa à modernização da lei de defesa da concorrência brasileira e à reforma do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O texto final (disponível em www.cade.gov.br ) foi aprovado por comissão especialmente criada para analisar a matéria e representa amplo consenso entre governo, empresários, classe política e entidades representativas dos consumidores, obtido graças ao debate conduzido democraticamente por seu presidente e relator, deputados federais Cláudio Vignatti e Ciro Gomes, respectivamente. Por sua importância, referido projeto faz parte da agenda de reformas institucionais do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), pois objetiva fomentar um ambiente de negócios mais dinâmico e competitivo, que assegurará o crescimento econômico de longo prazo e a competitividade global da indústria nacional. Sua aprovação dotará o Brasil de um dos mais modernos e avançados sistemas antitruste do mundo, incentivando o aumento da eficiência econômica, da produtividade e da inovação tecnológica.

Nos últimos seis anos, muito se avançou na defesa da concorrência no Brasil. Em primeiro lugar, vários cartéis vêm sendo desbaratados em setores estratégicos da economia nacional, como construção civil, medicamentos e combustíveis, graças à implementação de modernas técnicas de investigação até então inéditas no país, dentre as quais acordo de leniência (delação premiada), operações de busca e apreensão e interceptações telefônicas em forças-tarefa com o Ministério Público e a Polícia Federal. Enquanto no decênio 1993/2002 apenas dois cartéis haviam sido condenados pelo Cade, entre 2003/2008 foram 28, com a prisão de 37 pessoas, além das inúmeras investigações em curso, iniciadas a partir do mais ativo Programa de Leniência entre os países em desenvolvimento. Em segundo lugar, o controle de fusões e aquisições entre grandes empresas (atos de concentração) melhorou substancialmente, com o emprego de estudos econômicos e econométricos mais sofisticados, simplificação (e racionalização) da análise de casos de menor potencial ofensivo e redução do tempo médio de processamento no Cade, de 125 dias (em 2004) para 47 (em 2008). Em terceiro lugar, a implementação de instrumentos de solução alternativa e negociada de processos administrativos (transação da sanção), bem como o fortalecimento da defesa das decisões do Cade perante o Poder Judiciário vêm proporcionando uma maior eficácia da política de defesa da concorrência, o que pode ser ilustrado com o aumento do recolhimento de multas de R$ 1,8 milhão (em 2005) para R$ 13 milhões (em 2006), R$ 28 milhões (em 2007) e R$ 65 milhões (em 2008). Por fim, as autoridades antitruste brasileiras passaram a participar ativa e colaborativamente da formulação de políticas públicas, sobretudo em mercados regulados, com vistas a garantir que a concorrência seja considerada no desenho regulatório e não limitada pela ação estatal.

As melhorias implementadas nos últimos anos vêm merecendo o reconhecimento internacional. A revista britânica Global Competition Review, que avalia e compara anualmente todas as agências antitruste no mundo, elevou a classificação do Brasil, numa escala de zero a cinco, de uma estrela (em 2002) para três (em 2007), ao lado de países como Portugal, Espanha, Israel, Áustria, Noruega, Suécia, Suíça e África do Sul.

Página 53 de 170

Page 54: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Mas o Brasil pode avançar ainda mais e destacar-se entre os demais países em desenvolvimento. Todavia, para isso, falta cumprir a reestruturação institucional do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, tal qual prevista no projeto de lei ora sob apreciação dos senhores deputados federais, que prevê a reformulação das competências do Cade, o aumento da força de trabalho e a instituição de análise prévia de atos de concentração, com prazos fixos e céleres para decisão.

Dados os significativos avanços assistidos nos últimos anos, o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência encontra-se muito próximo do que se poderia chamar "limite de exaustão dos fatores de produção". Atualmente, apenas 22 técnicos são responsáveis pela condução das investigações de cartéis em todo país, o que tem atrasado a solução dos casos atuais e limitado a instauração de novos. O Cade, por seu turno, assiste à baixa efetividade de sua política de controle de fusões e aquisições, devido ao sistema legal atualmente em vigor, que não impõe prazos fixos para uma decisão final, submete de forma redundante o mesmo processo à análise de diversos órgãos e permite que as empresas apresentem a operação somente depois de realizada. A conjunção desses três fatores impede que as decisões do Cade sejam tempestivas e eficazes, além de impor às empresas elevados custos associados à incerteza do negócio jurídico.

Diante desse quadro, a aprovação do PL 3937/04 é a única forma de manter o sistema antitruste brasileiro em trajetória ascendente de melhoria, potencializando os ganhos dos últimos anos e galgando novo patamar de eficácia da política antitruste. A iminência dos reflexos da crise mundial no Brasil recomenda que suas instituições sejam preparadas para proporcionar à economia nacional um ambiente de negócios mais dinâmico e competitivo, que estimule a atividade econômica e reduza os custos burocráticos à realização dos negócios. Por essas razões, espera-se que os senhores deputados federais, sensíveis ao contexto que se apresenta, não percam a oportunidade de aprovar a reforma do sistema brasileiro de defesa da concorrência ainda este ano, anseio comum a governo, empresários e consumidores.

Arthur Badin é presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Mariana Tavares de Araujo é secretária de Direito Econômico do Ministério da Justiça (SDE).

Retornar ao índice de assuntoVoltar

CONCORRENTES

Tribunal diverge sobre uso de nova lei em ação fiscal (Valor Econômico 16.12.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

Adriana Aguiar, de São Paulo

Ainda que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já tenha definido que a penhora em dinheiro só pode ser decretada com o uso do sistema on-line do Banco Central - o chamado Bacen-Jud, criado pela reforma do processo civil promovida pela Lei nº 11.382, de 2006 -, a jurisprudência da corte ainda oscila em relação ao uso da nova legislação em ações de execução fiscal. Pelo menos duas decisões da primeira seção do STJ, que reúne a primeira e a segunda turmas do tribunal, pacificaram o entendimento pelo qual a penhora on-line de contas bancárias só pode ser decretada em execuções fiscais se todos os outros meios estiverem esgotados - ou seja, se não for possível a penhora de outros bens que não o dinheiro, como prevê o Código Tributário Nacional (CTN). Ainda assim, a segunda turma do STJ continua a proferir decisões conflitantes sobre o tema.

Página 54 de 170

Page 55: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

A reforma do Código de Processo Civil promovida pela Lei nº 11.382 teve a intenção de acelerar as ações de cobrança ao dar prioridade ao bloqueio de dinheiro para garantir as dívidas em discussão judicial. A Fazenda Nacional, no entanto, tem conseguido com que juízes utilizem, nas ações de execução fiscal, as novas regras da lei processual. Tanto a primeira quanto a segunda instâncias da Justiça federal têm aceito o argumento de que não há previsão específica na Lei de Execução Fiscal e de que as novas regras devem ser usadas quando forem mais benéficas para a efetivação dos créditos da União.

No STJ, a primeira seção julgou o tema pela primeira vez em abril deste ano com o intuito de unificar o entendimento da primeira e da segunda turmas - posição confirmada em outubro em um novo julgado. Porém, em um julgamento também ocorrido em outubro, quando já havia a primeira decisão da seção, os ministros da segunda turma entenderam que é possível a penhora de dinheiro em depósitos ou aplicações financeiras, independentemente do esgotamento de diligências para encontrar outros bens penhoráveis, em ações de execução do fisco. A turma entendeu que, após a entrada em vigor da Lei nº 11.382, em 7 de dezembro de 2006, há prioridade no uso da penhora on-line de depósitos e aplicações financeiras e que o instrumento poderia ser aplicado "independentemente do esgotamento de diligências para encontrar outros bens penhoráveis". No mesmo mês, os mesmos ministros entenderam que é necessário que se esgote, primeiramente, outras vias para garantir a dívida, antes da aplicação do bloqueio on-line. Os dois entendimentos foram unânimes.

Como já há decisão da primeira seção sobre o tema, o advogado tributarista Maurício Faro, do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados, recomenda que as empresas baseiem-se nesse entendimento para garantir que a penhora on-line nas ações de execução só seja decretada em último caso. "Acredito que a decisão da segunda turma seja um caso isolado", afirma.

Apesar da decisão contrária da segunda turma, o entendimento que tem predominado na primeira seção - e que deve servir de precedente para os demais casos, segundo advogados - é o de que a penhora de contas bancárias em ações de execução fiscal apenas é possível em situações excepcionais, após esgotados todos os meios de localização de bens do devedor por parte da Fazenda, como dispõe o artigo 185 A do Código Tributário Nacional (CTN). O entendimento consta na ementa do caso julgado pela primeira seção em outubro e publicado no dia 3 de novembro no Diário Oficial. Mesmo com as decisões da seção, o advogado Renato Nunes, do escritório Nunes, Sawaya Advogados, ressalta que o posicionamento pode ser alterado por conta das mudanças na composição do STJ. "Apesar de sempre existir esse risco, as decisões são, sem dúvida, um forte precedente", diz.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

O Projeto de Lei nº 692 e o fim do Tribunal de Impostos e Taxas de SP (Valor Econômico 16.12.2008 p. E2 Legislação & Tributos)

Fernando Gomes de Souza Ayres e Otávio Henrique de Castro Bertolino

É fato notório que o Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) do Estado de São Paulo, criado pelo Decreto nº 7.184, de 5 de junho de 1935 , é um dos mais antigos e respeitados tribunais administrativos do país. Em funcionamento há mais de 73 anos e atualmente órgão da Secretaria dos Negócios da Fazenda do Estado de São Paulo, vinculado à Coordenadoria da Administração Tributária (CAT), o TIT tem competência para conhecer e julgar, em segunda instância, os recursos interpostos no âmbito de processo administrativo tributário decorrente de lançamento de ofício - conforme os artigos 1º, 34, 41 e 42 da Lei estadual nº 10.941, de 2001.

Página 55 de 170

Page 56: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Cabe lembrar que o TIT "surgiu em razão da necessidade de se estabelecer um conjunto de normas e procedimentos de administração, destinados a exercer o controle de qualidade sobre os lançamentos tributários e influenciados pelos princípios da publicidade, da economia, da motivação e da celeridade, garantindo ao contribuinte o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa", conforme atesta texto publicado em sua própria página na internet (www.fazenda.sp.gov.br/tit). O respeito ao pleno exercício do contraditório e da ampla defesa está fundado no princípio constitucional estabelecido no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal de 1988, que resguarda aos litigantes, também em processo administrativo, "o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".

Pois bem. O TIT paulista, ao menos como é reconhecido - um órgão administrativo imbuído da missão de julgar a validade de lançamentos tributários de acordo com o princípio do contraditório e da ampla defesa -, está ameaçado de extinção. Com o louvável objetivo de "tornar célere o julgamento dos processos administrativos submetidos ao tribunal", mediante "a eliminação de atividades logísticas", conforme consta de sua exposição de motivos, o Projeto de Lei nº 692, de 2008, encaminhado pelo Poder Executivo à Assembléia Legislativa em 30 de outubro deste ano, caso aprovado em seu texto original, será o agente de tal extinção.

O projeto, encaminhado em regime de urgência pelo governador do Estado de São Paulo à Assembléia Legislativa, revoga a Lei nº 10.941, que dispõe sobre o processo administrativo tributário decorrente de lançamento de ofício. A iniciativa do governo de encaminhar à Assembléia Legislativa um projeto de lei que visa à celeridade do processo administrativo tributário é positiva e merece apoio. No entanto, basta uma breve análise dos artigos do Projeto de Lei nº 692 para concluir que, em nome de tal celeridade, princípios constitucionais serão violados e a própria atividade do TIT restará comprometida. Sem esgotar a lista de pontos críticos contidos no projeto, as seguintes inovações merecem ser revistas com urgência: 1) o artigo 9º, que institui a intimação dos atos processuais por edital publicado no Diário Oficial do Estado, revogando o direito de o contribuinte e/ou procurador receber as intimações pessoais por carta registrada com aviso de recebimento; 2) toda a seção IV, sobre as provas, que entre outras disposições admite a presunção legal de existência e de veracidade das provas produzidas pela fiscalização; 3) toda a subseção V, sobre as nulidades, que prevê que as incorreções ou omissões verificadas em autos de infração não acarretarão sua nulidade e, mesmo estando o processo em fase de julgamento, os erros de fato e os de capitulação da infração ou da penalidade serão corrigidos pelo órgão de julgamento, de ofício ou em razão de defesa ou recurso, não sendo causa de decretação de nulidade; 4) os artigo 28 e 49, que talvez sejam o ponto mais crítico do projeto, uma vez que praticamente retiram a função jurisdicional atualmente atribuída ao TIT. Nos termos de tais dispositivos, no julgamento pelo tribunal é vedado afastar a aplicação de legislação tributária sob alegação de ilegalidade ou inconstitucionalidade; 5) o artigo 71, que estabelece que a representação fiscal passa ter direito a pedido de vista dos autos em julgamento, além de poder tomar parte dos debates, o que evidentemente desequilibra a favor do fisco a relação processual com o contribuinte; e 6) o fato de que, ao contrário da Lei nº 10.941, não há qualquer previsão acerca do direito de realização de sustentação oral pelos contribuintes.

Da leitura dos itens acima destacados, não é preciso um grande esforço para identificar violações a princípios constitucionais básicos, precipuamente o da ampla defesa, do devido processo legal, da equidade entre as partes. Outros dispositivos constantes do Projeto de Lei nº 692, tais como a opção (de duvidosa aplicação) do depósito administrativo pelo contribuinte, a utilização do processo eletrônico (certamente inacessível à maior parte dos contribuintes), a previsão da possibilidade da criação de exceções aos próprios dispositivos do projeto, mediante ato normativo do coordenador de administração tributária - artigo 36, parágrafo único, artigo 40, parágrafo 3º, artigo 46, parágrafo 4º e artigo 71, parágrafo 1º), entre outros, reafirmam a necessidade imediata de revisão do Projeto de Lei nº 692.

É importante salientar, aliás, que tal revisão já está em curso na Assembléia Legislativa paulista e emendas ao projeto vêm sendo apresentadas. Contudo, o acompanhamento da tramitação do referido projeto é fundamental, assim como a movimentação das entidades de classes, de representação da sociedade, para que o texto sofra as alterações necessárias.

Página 56 de 170

Page 57: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Não há dúvidas que a atual legislação que trata do processo administrativo tributário no Estado de São Paulo merece reformas, que o funcionamento do TIT deve modernizar-se, acompanhando o dinamismo e a complexidade das relações entre fisco e contribuintes. Nesse sentido, os objetivos originais do projeto de lei de imprimir celeridade ao processo, modernizar o TIT, possibilitar melhor acesso a informações, melhorar a qualidade da prestação jurisdicional, entre outros, devem ser apoiados e comemorados. Contudo, não se pode admitir violação a princípios fundamentais, em nome de uma suposta celeridade. A continuidade do TIT, como instrumento de justiça fiscal, depende disso.

Fernando Gomes de Souza Ayres e Otávio Henrique de Castro Bertolino são advogados associados da área tributária do escritório Pinheiro Neto Advogados

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações

Retornar ao índice de assuntoVoltar

CONSUMIDOR

Brinquedos - Mattel é punida nos Estados Unidos(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. C6 Indústria)

A fabricante de brinquedos norte-americana Mattel, das bonecas Barbie e carrinhos Hot Wheels, pagará US$ 12 milhões para autoridades dos Estados Unidos por ter vendido no mercado norte-americano brinquedos tóxicos de fabricação chinesa, disseram ontem fontes oficiais do Ministério de Justiça de Massachusetts, no Noroeste do país.

As autoridades estadunidenses organizaram em no ano passado a retirada do mercado de aproximadamente 2 milhões de brinquedos da marca Mattel e Fisher Price, nos quais foram encontrados traços de pintura tóxica, em que era utilizado o chumbo.

O pagamento da Mattel deverá ser repartido entre os 39 estados norte-americanos.

(AFP) Retornar ao índice de assunto

Voltar

Plano de Saúde - Idec cobra mudança no cálculo do ressarcimento (Estado de São Paulo 16.12.2008 p. A16 Vida&)

Fabiane Leite

Página 57 de 170

Page 58: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) apontou avanço nas novas regras previstas pelo governo federal para obrigar planos de saúde a devolver ao Sistema Único de Saúde (SUS) dinheiro gasto com seus pacientes. No entanto, para a entidade, elas não abordam o “cerne da questão” - a maneira como a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) calcula o valor devido pelas empresas.

A agência implantará um sistema eletrônico para verificar por amostragem o cumprimento da regra do ressarcimento. O órgão pretende cobrar juros e correção monetária de quem não depositar os recursos e ameaça multar quem fornecer informações falsas. Segundo alertou Daniela Trettel, advogada do Idec, a agência acolhe com muita freqüência as argumentações das empresas. Auditoria do Tribunal de Contas da União apontou que R$ 1 bilhão deveria ser devolvido pelas empresas aos cofres públicos. A ANS reconhece metade do valor.

De acordo com a agência, muitas vezes pacientes são atendidos no SUS em razão de exclusões dos contratos.

O deputado federal José Aristodemo Pinotti (DEM-SP) afirmou que a ANS foi leniente com a cobrança nos últimos anos dez anos - tempo que vigora a lei que obriga o ressarcimento. “Tentam tomar a dianteira de um processo que eles não quiseram, de forma mancomunada, resolver.”

Para Solange Mendes, diretora-executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar, as regras trarão agilidade, mas as punições poderão ser contestadas. “Veremos na prática.”

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Defesa do Consumidor - Idec aponta substâncias tóxicas em oito brinquedos: Produtos continham ftalato, substância com potencial cancerígeno, em níveis elevados

(Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B12 Negócios)

Ana Paula Lacerda

Um teste realizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) em 31 brinquedos encontrou em oito deles níveis de ftalato acima do permitido pelas normas de segurança do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).

Os ftalatos são compostos químicos utilizados para dar flexibilidade ao plástico (PVC). Seu uso em brinquedos provoca discussão em diversos países do mundo. Na Europa, há cerca de quatro anos é simplesmente proibido o uso de ftalatos na fabricação de brinquedos. Nos EUA, o assunto ainda está em discussão. Há suspeita de que esses compostos provoquem problemas no sistema reprodutor, no fígado, nos rins e tenha características cancerígenas. “Enquanto isso não estiver claro, o Inmetro opta por regular o uso da substância”, diz o diretor de qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo.

Os testes feitos pelo Idec tinham por objetivo avaliar a presença de metais pesados e ftalatos nos brinquedos, de acordo com as normas do Inmetro. Em relação aos metais pesados, todos foram aprovados. Mas, em relação ao ftalato, os produtos Turminha Legal (da BS Toys), Lovely Collection (da Muito Brother), Garu (da Grow), Funny Car (da Plast Brinq), o chocalho Ocean Wonder (da Fisher-Price/Mattel), e a boneca Mônica e o Meu Primeiro Boliche (da Algazarra), além do boneco Shrek 3, pirata, foram reprovados. “Houve presença excessiva do composto tanto em brinquedos nacionais como importados”, diz o assessor-técnico do Idec, Marcos Pó.

Pelas normas do Inmetro, nenhum brinquedo pode conter ftalato DEHP, um tipo desse composto, com concentração acima de 0,1% em sua composição plástica. Brinquedos para crianças menores de 3 anos também não podem ter uma concentração de ftalato DINP, um outro tipo, acima desse mesmo

Página 58 de 170

Page 59: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

porcentual. Os limites para a presença de ftalatos em brinquedos foram definidos em setembro de 2007, e as empresas tinham até abril deste ano para se adaptarem.

A Mattel informou ao Estado que todos os seus produtos são testados durante o processo de fabricação. “No Brasil, antes de serem comercializados, os itens são testados novamente por instituições creditadas pelo Inmetro. Em relação aos resultados dos testes do Idec com os produtos Fisher-Price, a companhia não recebeu do Instituto informações técnicas sobre os parâmetros e metodologia utilizados para as aferições. Dessa forma, não é possível esclarecer detalhes pertinentes aos resultados.”

A Grow enviou ao Idec resultados de testes recentes que mostravam não haver ftalato no boneco Garu. O departamento de marketing da empresa informou que “toma todos os cuidados para que seus brinquedos tenham a maior qualidade possível e estejam de acordo com as normas”, e que iria averiguar o ocorrido.

O diretor industrial da Algazarra, Luciano de Souza, explicou que, desde a regulamentação, em abril, não vende mais os brinquedos para menores de três anos (seus produtos deram positivo para o ftalato DINP). “Mudamos a indicação etária do produto e recolhemos os que estavam nas embalagens antigas, sem a idade. O Idec testou um desses antigos.”

A Muito Brother enviou um comunicado ao Idec se comprometendo a informar aos clientes sobre problemas com o produto e retirá-lo do mercado. As demais empresas alegaram que o lote testado deve ter chegado às prateleiras antes de abril. “Entendemos que, nesse caso, os fabricantes deveriam também ter o cuidado de retirar os produtos antigos do mercado”, diz Pó.

Lobo, do Inmetro, diz que como alguns brinquedos testados eram de lotes anteriores a abril deste ano, não apóia um pedido de recall dos produtos. “Mas se algum deles falhar num próximo teste, o pedido será feito.”

O Inmetro testa amostras de brinquedos vendidos no Brasil a cada seis meses. Mas pretende mudar essa metodologia, para aumentar a segurança. “Pretendemos passar para quatro, e se o fabricante passar duas vezes pelo teste sem problemas, fará o seguinte só dali a oito meses”, diz Lobo.

OS RESULTADOS

Proibidos para menores: Quatro brinquedos apresentaram nível superior ao permitido (0,1% da composição do PVC) de ftalato DINP: o Lovely Collection, da Multi Brother (39%), o chocalho Ocean Wonder, da Fisher Price/Mattel (30%), a boneca Mônica (30%) e o Meu Primeiro Boliche (32%), ambos da Algazarra. O excesso do composto é proibido em produtos para crianças menores de 3 anos, por serem mais suscetíveis à absorção do produto

Acima do limite: Outros três brinquedos apontaram ftalato DEHP em excesso, ou seja, mais de 0,1% em sua composição de PVC. Esse composto é proibido em brinquedos para crianças de qualquer idade. O Smile&Learn, da BS Toys, teve 0,2%, enquanto o boneco Garu (Grow) e o Funny Car, da Plast Brinq, tiveram 6%

Tolerância Zero: O Idec testou um brinquedo pirata, cópia do boneco Shrek 3. Este apresentou excesso dos dois tipos de ftalato, o DEHP (2%) e o DINP (39%). “Pais que optam por esse tipo de produto estão apoiando uma prática ilegal e podem estar colocando seus filhos em risco”, diz o assessor técnico do Idec, Marcos Pó.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 59 de 170

Page 60: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Internet - Com Natal, comércio virtual pode parar no banco dos réus(DCI 16.12.2008 p. B11 Legislação)

SÃO PAULO - Apesar dos visíveis lucros previstos para os investidores do e-commerce (comércio eletrônico) , empresários desatentos podem enfrentar riscos e serem acionados na Justiça. Só em 2008, três condenações foram direcionadas a empresas do setor que, além da indenização aos consumidores individuais, foram condenadas a pagar multas no valor de R$ 3 mil à Justiça pela reincidência no erro, principalmente relacionado a atrasos. O e-commerce deve movimentar, em dezembro, R$ 1,35 bilhões em compras no País, segundo previsão da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net). Essa é a conseqüência da preferência dos consumidores por fazer compras de Natal por meio da Internet. E é exatamente nesse cenário que o e-commerce se destaca e alimenta o otimismo dos lojistas virtuais.

Segundo a especialista em direito digital Patrícia Peck Pinheiro, sócia fundadora do escritório que leva o nome dela, o maior problema enfrentado por essas empresas se refere à logística. "Esse é o setor de estrangulamento do varejo virtual. Já existe muita jurisprudência em que juiz condena empresa à multa para a Justiça por reincidência, em típica conduta que entende como mau exemplo da empresa", alerta a especialista.

De acordo com ela, esses setores apostam na economia com logística e se comprometem com prazos de entrega o que, por conseqüência, geram reclamações em órgãos de defesa do consumidor e ações por danos morais. "O Correios não aumentou o número de profissionais por conta da sazonalidade. Ou seja, cabe à empresa investir em logística própria para garantir a entrega. A loja sabe o que pode e não pode garantir. A prática transparente do prazo é fundamental", ressalta a especialista.

A advogada afirma que algumas empresas já se programam para publicar, a partir do dia 18 de dezembro, mensagens nas quais alertam o consumidor de que as compras a partir dessa data podem não chegar antes do Natal. "A relação da loja virtual é confiança mútua. O consumidor não leva a mercadoria debaixo do braço. Por isso, é melhor a transparência para manter a fidelidade", recomenda Patricia Peck.

A especialista em direito tecnológico Juliana Abrusio, sócia do Opice Blum Advogados, concorda. Segundo ela, as empresas precisam buscar vias de cumprimento da obrigação a que se comprometeram. "Muitas dividem a responsabilidade dos atrasos com transportadoras, mas, para o consumidor, não há essa divisão. A responsabilidade é sempre da empresa contratada e, se não informar corretamente os procedimentos daquela compra e entrega, a empresa vai arcar com o ônus do prejuízo da demora", alerta a advogada

Ônus indesejado

Juliana Abrusio conta que muitas empresas têm, em contrato, cláusula de regresso com as transportadoras, o que faz com que elas, em caso de ação na Justiça, não respondam sozinha pelo erro. Mas, para todos os efeitos, é o nome da empresa de comércio virtual que acaba sendo acionada nos tribunais. No entendimento dela, o atraso na entrega produz um efeito indesejado, principalmente com relação à imagem da empresa. "É um marketing negativo", explica Juliana Abrusio. Prova disso é que de janeiro a 20 de novembro de 2008, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) recebeu cerca de 250 denúncias de consumidores insatisfeitos com empresas dessa natureza.

Para a técnica do Procon-SP Márcia Christina Oliveira, o aumento no comércio virtual alavancou o número de reclamações no órgão e no judiciário brasileiro, a maioria com pedidos de indenizações por danos morais. "O consumidor não deve se conformar com o atraso. Muitas anunciam produto que não têm em estoque e, quando isso acontecer, deve ser pedido perdas e danos, já que muitos presentes podem chegar, se chegarem, após a realização de um amigo secreto, por exemplo, ou uma comemoração importante", disse.

Página 60 de 170

Page 61: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Segundo Márcia, outro grande problema são empresas que surgem com preços baixos, realizam as vendas e desaparecem do mercado. Por isso, ela recomenda que o consumidor verifique todos os dados da empresa em órgãos competentes antes da compra.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Obrigações ao portador emitidas pela Eletrobrás por empréstimo compulsório não podem ser resgatadas

(Notícias Fiscais – 16.12.2008)

A possibilidade de resgate das obrigações ao portador decorrente de empréstimo compulsório cobrado entre 1964 e 1968 sobre as contas de energia elétrica já está consumada. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou a matéria e definiu que os títulos emitidos pela Eletrobrás sofreram decadência e não podem mais ser resgatados pelos consumidores.

A questão foi decidida como recurso repetitivo, de forma que os processos que versam sobre o mesmo tema nos tribunais dos estados devem ter a mesma orientação. A Primeira Seção, ao julgar o recurso de um consumidor contra a Eletrobrás, definiu que as obrigações ao portador não se confundem com as debêntures. A relatora do caso, ministra Eliana Calmon, traçou a distinção entre ambas, bem como entre prescrição e decadência, definindo que as obrigações já não podem ser mais resgatadas na Justiça.

Instituído em favor da Eletrobrás pela Lei n. 4.156/62 para vigorar de 1964 a 1968, o empréstimo compulsório sofreu várias alterações com o tempo. A hipótese dos autos diz respeito às alterações estabelecidas pelo Decreto-lei 644/69, em que o consumidor, de posse da conta de energia quitada com o pagamento do empréstimo, procedia à troca por obrigações ao portador. Decorrido certo prazo, o resgate se daria em dinheiro, sendo facultada à Eletrobrás a troca das obrigações por ações preferenciais da companhia.

De acordo com a defesa da parte, as obrigações emitidas eram títulos de natureza privada. Alegou ainda que, esgotado o prazo de resgate das obrigações emitidas ao portador, sem que a Eletrobrás as tenha restituído em moeda corrente, ou convertido em moeda pelo prazo de cinco anos veiculado pelo Decreto 644/69, surge o direito do devedor de buscar tal pretensão, passível de exercício no prazo de 20 anos. Para a defesa, as obrigações da Eletrobrás constituem títulos de crédito com natureza jurídica de debêntures, passíveis de serem convertidas em ação.

A ministra Eliana Calmon destacou que as obrigações ao portador emitidas pela Eletrobrás em razão do empréstimo compulsório não se confundem com as debêntures, portanto não se aplica a regra do artigo 442 do Código Comercial, segundo o qual prescrevem em 10 anos as ações fundadas em obrigações comerciais contraídas por escritura pública ou particular.

Segundo a ministra, não se trata de obrigação de natureza comercial, mas de relação de direito administrativo a estabelecida entre a Eletrobrás (delegada da União) e o titular do crédito, aplicando-se a regra do Decreto 20.910/32. “O direito ao resgate configura-se direito potestativo e, portanto, a regra do artigo 4º, parágrafo 11, da Lei 4.176/62, que estabelece o prazo de cinco anos, tanto para o consumidor efetuar a troca das contas de energia por obrigações ao portador, quanto para, posteriormente, efetuar o resgate, fixa prazo decadencial e não prescricional, afirma a relatora.

http://www.noticiasfiscais.com.br/contabeis1.asp?preview=21492&data=16/12/2008

Retornar ao índice de assunto

Página 61 de 170

Page 62: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Voltar

DIVERSOS

Câmara pode efetivar dono de cartório sem concurso: Mudança constitucional beneficia 3,7 mil titulares dos 13.416 estabelecimentos do país

(Folha de São Paulo 16.12.2008 p. A4 Brasil)

Constituição de 1988 tornou obrigatório o concurso para definir quem controla os cartórios, mas regra só foi regulamentada em 1994

FERNANDA ODILLADA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Câmara dos Deputados pode votar hoje ou amanhã a proposta que tem o objetivo de efetivar na função, sem concurso público, responsáveis por cartórios. De acordo com a Associação Nacional de Defesa dos Concursos Públicos, a chamada "PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Cartórios" beneficiará 3,7 mil titulares dos 13.416 cartórios de todo país.Deputados do PMDB, do PT e do PTB defendem a votação nesta semana. A PEC beneficiará quem atende a dois critérios: é tabelião titular ou substituto nos últimos cinco anos e ocupava funções no cartório entre 1988 e 1994. Isso porque a Constituição Federal de 1988 determinou a realização de concurso público de provas e títulos para comandar os cartórios, mas a regra só foi regulamentada em 1994.O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) se manifestou contra a PEC. O parecer pedindo sua rejeição, assinado pelos conselheiros Antônio Humberto, Joaquim Falcão e Marcelo Nobre, foi enviado aos presidentes da Câmara e do Senado e à Casa Civil.A regulamentação, contudo, remeteu à legislação dos Estados definir regras para concursos e remoção e omitiu a situação dos então responsáveis pelos cartórios.Segundo Naurican Lacerda, tabelião concursado em Brasília e integrante da associação que é contra a PEC, a proposta vai beneficiar famílias inteiras e filhos de autoridades, em especial em Mato Grosso do Sul, em Minas Gerais, no Tocantins, em Goiás e no Paraná. A associação é formada por pessoas aprovadas em concurso e que aguardam nomeação para os cartórios.

BeneficiadosEntre os beneficiados pela PEC, segundo a associação, está Valter Sâmara, amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Marisa Letícia, de Ponta Grossa (PR); o presidente do Flamengo, Marcio Braga, do Rio de Janeiro; e um irmão do advogado do empresário Marcos Valério (acusado de ser o operador do esquema do mensalão).Sâmara é dono do 1º Tabelionato de Protestos de Títulos em Ponta Grossa e comanda cartórios desde a década de 70. Segundo ele, fez concurso para assumir um cartório ainda durante o governo militar de Ernesto Geisel (1974-79).Mas, por decreto, trocou duas vezes de posto até assumir um dos mais rentáveis cartórios de Ponta Grossa. Sâmara nega que será beneficiado pela PEC. "Na época remoção não era concurso, era automático.Por isso não vou ser beneficiado nem prejudicado. Hoje já não é assim", diz ele, afirmando ser defensor do concurso público para tornar mais justo o processo. "Mas também não pode mandar embora quem dedicou uma vida ao cartório."Entidades como a ATC (Associação dos Titulares de Cartórios) defendem que os interinos já são beneficiados pelo tempo que permaneceram no cartório sem atenderem à norma constitucional do concurso. "Não podemos esquecer que a Constituição de 1988 já efetivou aqueles que eram titulares

Página 62 de 170

Page 63: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

até sua promulgação. Não se pode repetir esse privilégio", diz o presidente da ATC, Robson de Alvarenga.Procurados ontem, Márcio Braga, do 9º Ofício do Registro de Distribuição do Rio, e Maurício Leonardo (irmão do advogado de Valério, Marcelo Leonardo), do 8º Ofício de Notas em Belo Horizonte, não responderam aos recados deixados pela reportagem.Braga declarou ao Conselho Nacional de Justiça que assumiu em agosto de 1994 por decreto o comando do cartório. Leonardo afirmou ter entrado por concurso público em novembro de 1997, um ano antes de colar grau em direito.A associação em defesa dos concursos públicos informa, entretanto, não ter havido concurso em Minas Gerais nessa data. "Os primeiros concursos foram em 1998", afirma Naurican Lacerda. Ele diz que só no Estado de Minas, por exemplo, há 2.200 pessoas que foram aprovadas em concursos públicos e não vão assumir seus cargos caso a PEC seja aprovada.O líder do PT na Câmara, deputado federal Maurício Rands (PE), defende a proposta, alegando que ela vai favorecer pequenos cartórios que ficaram "num limbo entre a Constituição e a regulamentação da lei".

Colaborou ANA FLOR , da Reportagem Local

Proposta é inconstitucional, diz ministério

DA REPORTAGEM LOCAL DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Rogério Favreto, afirma que a efetivação, sem concurso público, de responsáveis e substitutos por serviços notariais e de registro é inconstitucional. "A proposta viola o princípio do concurso público, previsto na Constituição, fere um preceito basilar", afirmou."A posição do Ministério da Justiça é contrária à aprovação da PEC. O próprio Supremo Tribunal Federal, que é quem, em última instância, poderá julgar essa questão, já se manifestou, em outras ocasiões, contra a dispensa de licitação", afirmou Favreto.O conselheiro Antonio Umberto de Souza Jr., do Conselho Nacional de Justiça, afirmou que ninguém pode conquistar um cargo público, de caráter vitalício, por "usucapião"."A questão é muito simples. Como essas pessoas [não concursadas] chegaram ao cargo? Chegaram porque há uma regra que prevê a substituição temporária em caso de vacância do titular, pois nenhum cartório pode ficar fechado. Em seis meses, deve ser feito um novo concurso. Por culpa própria ou por culpa alheia, o concurso demorou, o que não significa que eles possam conquistar o cargo por usucapião. Se querem a vaga, podem tentar o concurso", disse o conselheiro.O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, também afirma que a proposta é inconstitucional. "É inconstitucional porque elimina o concurso público."Britto aguarda apenas a apreciação pelo Congresso para consultar o Conselho da OAB e entrar com ação na Justiça contra a PEC.A Associação dos Notários e Registradores do Brasil disse que é a favor dos concursos, mas que não pode abandonar tabeliães "que há anos prestam serviços ao país". O presidente, Rogério Portugal Bacellar, disse em nota que o governo deve "arrumar uma solução" para pessoas "com 20, 30 anos de substituição".Para o presidente do Colégio Notarial do Brasil, José Flavio Bueno Fischer, o concurso não é atestado de bons antecedentes, mas é rigoroso na seleção, pelo menos no aspecto jurídico e no intelectual. "É a forma mais democrática de acesso e que garante, pelo menos, ser o candidato aprovado conhecedor do direito aplicável ao exercício da profissão." A ATC (Associação dos Titulares de Cartórios), contrária à PEC, diz que sua aprovação será ruim para a imagem dos cartórios. Segundo a entidade, a seleção oficial rigorosa levou à melhora da qualidade dos serviços prestados. "O concurso público tem renovado a atividade", diz.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS

Página 63 de 170

Page 64: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Paraguai - Quem paga a luz?(Época - n. 552 - 15.12.2008 p. 18)

O brasil rejeitou a proposta do Paraguai para perdoar a dívida de US$ 19,6 bilhões relacionada à construção da hidrelétrica de Itaipu. O Paraguai quer pagar apenas US$ 600 milhões, o correspondente à produção de Itaipu que o país consumiu entre 1985 e 2008. O tratado de 1973 divide energia em partes iguais entre os países, mas permite ao Paraguai vender sua produção excedente para o Brasil.

UM CURTO-CIRCUITO DE 14.000 MEGAWATTS

Sócios em Itaipu, o Brasil e o Paraguai têm participação distinta na hidrelétrica

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI19318-15215,00-FALA+MUNDO.html

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Petrobras recorre, agora, ao BNDES: Empréstimo-ponte de R$ 528 milhões financiará obras de Mexilhão

(O Globo 16.12.2008 p. 25 Economia)

Ramona Ordoñez

A Petrobras anunciou ontem ter fechado contrato de financiamento de R$ 528 milhões junto ao BNDES. Há poucos meses, a empresa obteve o polêmico financiamento de R$ 2 bilhões, também de curto prazo, na Caixa Econômica Federal.

A estatal informou que os recursos do BNDES se destinam à construção da gigantesca plataforma de produção de gás natural de Mexilhão, que será instalada na Bacia de Santos. A companhia explicou que o financiamento terá vigência durante a construção da plataforma, podendo ser substituído por um financiamento de longo prazo.

A plataforma de Mexilhão, que está sendo construída no Estaleiro Mauá, em Niterói, terá capacidade para processar 15 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, a metade do gás importado da Bolívia.

A plataforma está prevista para ser concluída no segundo semestre de 2009.

Página 64 de 170

Page 65: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Petroleiros fazem hoje paralisação de 24 horas Os petroleiros de todo país prometem fazer uma greve de 24 horas hoje contra a realização da 10a Rodada de Licitação de Áreas para exploração e produção de petróleo, que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) vai realizar no próximo dia 18. O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, explicou que o movimento não afetará as atividades da companhia de produção de petróleo e gás e refino de combustíveis.

O sindicalista explicou que a FUP defende a revisão da lei no9.478, que acabou com o monopólio do petróleo. Isso porque, segundo ele, a lei desregulamentou o setor.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

ANA deve aprovar redução da vazão mínima do São Francisco (Valor Econômico 16.12.2008 p. A4 Brasil)

Daniel Rittner, de Brasília

Com forte oposição do comitê responsável pela gestão de seus recursos hídricos, a Agência Nacional das Águas (ANA) deverá aprovar hoje a redução da vazão mínima do Rio São Francisco, a partir da barragem de Sobradinho até a foz. A medida, que será votada pela diretoria colegiada da agência, tem como objetivo aumentar a segurança do abastecimento energético em 2009, ao propiciar o enchimento mais rápido do reservatório de Sobradinho. Desta semana até o fim de abril, a vazão mínima diminuirá de 1.300 metros cúbicos por segundo (m3/s) para 1.100 m3/s.

A situação do reservatório é bem mais tranqüila do que a registrada no fim do ano passado, quando o atraso na chegada das chuvas assustou o governo e levou o Ministério de Minas e Energia a adotar uma série de ações emergenciais. Há exatamente um ano, o nível de armazenamento de Sobradinho estava em apenas 12,9% e o das represas da Região Nordeste como um todo estava em 26,7% da capacidade máxima, o que inspirava cuidados. No domingo, os volumes ficavam em 23% e 36,7%, respectivamente. Trata-se de um quadro mais confortável, mas nem tão azul como o de anos anteriores. "É uma medida de caráter preventivo, que visa trazer segurança adicional ao sistema elétrico, sem prejuízo dos demais usuários do rio", explicou Benedito Braga, diretor da ANA. Não é o que afirma o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, formado por seis Estados e o Distrito Federal. A entidade rejeita a iniciativa e enviou ofício, ao Ibama e à própria agência, alertando sobre os danos ambientais.

"É uma espécie de hecatombe para o ecossistema", disse o presidente do comitê, Antônio Thomaz da Matta Machado. Segundo ele, a vazão menor durante o período de chuvas inverte a sazonalidade natural do rio e coloca em risco a reprodução de peixes na foz durante a piracema, além de contrariar o licenciamento ambiental e o plano da bacia. Machado gosta de mostrar fotos dos efeitos que a mesma medida provocou entre o fim de 2007 e o início de 2008, quando foi necessária para conter os riscos de um racionamento de energia elétrica.

Página 65 de 170

Page 66: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

As fotos, tiradas no município sergipano de Propriá, mostram os habitantes atravessando o rio a pé, com a água rasa e em alguns pontos com o leito totalmente seco. A medida da ANA - adotada também nos anos de 2001 e 2004 - provoca, segundo Machado, "uma inversão da sazonalidade natural do rio São Francisco, com os períodos de vazões mínimas ocorrendo em plena época de altas vazões naturais, em função das necessidades de um único usuário". Ele afirmou ainda que, com a queda de nível e a mudança dos pontos de captação da água, as companhias estaduais de saneamento de Sergipe e de Alagoas enfrentarão problemas.

A decisão de reduzir a vazão foi a pedido do Ministério de Minas e Energia. "Não existe nenhuma razão meteorológica iminente no setor elétrico que justifique isso. Os reservatórios do Sudeste estão equilibrados, estão vertendo no Sul e começa agora um período de chuvas fortes no Norte", acrescentou o presidente do comitê. O boletim trimestral do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Inpe prevê chuvas próximas do "normal climatológico" no Nordeste até fevereiro, mas "ligeiramente abaixo do normal" na faixa centro-sul da região, justamente nas áreas que compreendem o curso do Rio São Francisco.

Braga, diretor da ANA, minimizou os riscos da medida e informou que a Chesf arcará com pequenas obras de R$ 1,5 milhão - por exemplo, para mudar pontos de captação da água. A Codevasf também participou das discussões para a implantação da medida.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Energia - Bagaço de cana representa 4% da matriz energética: Potência vendida ao governo já ultrapassa os 4 mil megawatts

(Valor Econômico 16.12.2008 p. B11 Empresas)

Josette Goulart e Mônica Scaramuzzo, de São Paulo A energia gerada a partir do bagaço da cana entrou definitivamente na matriz energética brasileira e a potência já vendida ao governo federal supera os 4 mil MW, representando 4% da capacidade instalada de geração no país. Desde o fim de 2007 até agora, projetos de outros 2,4 mil MW entraram em análise na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). E para colocar somente esses empreendimentos em pé serão necessários investimentos da ordem de R$ 16 bilhões, se levados em consideração que na média são necessários R$ 2,5 mil para gerar 1kW de energia.

Só no ano de 2008 entraram em operação comercial usinas com capacidade instalada de cerca de 500 MW, que exigiram investimentos de R$ 1,25 bilhão. Para o próximo ano, já existe a previsão de que outros 700 MW entrem em operação. A crise financeira internacional deve afetar somente os projetos de usinas para a entrega em 2010. "Faltam 15 dias para o próximo ano, e as usinas previstas para 2009 já estão a esta altura com financiamentos contratados e energia vendida", lembra o diretor de comercialização do grupo AES no Brasil, Ricardo Cunha. Mas para 2010 alguns sinais mostram que a crise pode afetar a entrega de energia. Cunha diz que alguns clientes já sinalizaram que os projetos vão sofrer atrasos pela falta de recursos no mercado financeiro. Em 2010, pelo menos três dos 41 novos projetos de usinas, que incluem co-geração a partir da biomassa, poderão ficar comprometidos, segundo Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica). Isso significa que os grupos que negociaram energia nos leilões do governo federal poderão não cumprir seus contratos de entrega.

Para o próximo ano, embora o cenário esteja sombrio para o setor sucroalcooleiro, as perspectivas são de que 35 novas unidades em construção entrem em operação. Na Aneel não há ainda pedidos oficiais de prorrogação por falta de crédito, segundo o superintendente de concessões e autorizações de geração da agência, Hélvio Guerra. As usinas que venderam energia no leilão de reserva

Página 66 de 170

Page 67: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

realizado no meio do ano - com capacidade instalada de mais de 2,3 mil MW - não informaram qualquer alteração de cronograma.

Mas mesmo sem crise, os atrasos são comuns à atividade de geração de energia. Dos 57 empreendimentos em obras no país, que corresponde à aproximadamente 1.840 MW, cerca de 35 estão com os cronogramas atrasados, perfazendo um total de 773 MW, e todos eles com atrasos registrados antes do início da crise financeira. Além disso, as empresas que vem demonstrando interesse nesses investimentos podem parar momentaneamente seus projetos mas devem concretizar seus planos no longo prazo.

Em novembro, nenhum pedido de outorga de usina termelétrica movida a biomassa chegou à Aneel. Mas os dados dos três meses anteriores não indicam redução do número de pedidos. "Precisaríamos de mais tempo para a elaboração de um estudo visando identificar se o período do ano tem influência sobre o número de pedidos (sazonalidade)", diz Guerra.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, lembra que a projeção é de que o crescimento da produção de etanol no Brasil seja de 150% nos próximos dez anos, saltando de 25 bilhões de litros para 64 bilhões. "A consequência desse crescimento é o aumento da quantidade de bagaço e portanto da co-geração", diz Tolmasquim.

O grupo Cosan, um dos maiores grupos de açúcar e álcool do Brasil, anunciou ontem que deverá investir R$ 1,8 bilhão até 2012/13 em projetos de co-geração. Paulo Diniz, vice-presidente de finanças e com relações com o mercado, afirmou que a companhia deve oferecer a partir de 2012 cerca de 1,900 gigawatt/hora de suas usinas com projetos de co-geração.

Neste momento, o grupo está realizando investimentos em três de suas 18 unidades produtoras. As usinas Gasa, Costa Pinto e Bonfim, todas instaladas em São Paulo, estão com investimentos em curso. "A unidade Gasa deve entregar energia para a CPFL a partir de 2009", afirmou.

Outras quatro unidades produtoras da Cosan aguardam aprovação do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para darem início aos projetos de expansão da capacidade de co-geração de energia. O grupo participou dos últimos leilões de reserva do governo federal e tem dois contratos bilaterais, com os grupos Rede e CPFL.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Plataforma de Mexilhão (Valor Econômico 16.12.2008 p. C1 Finanças)

A Companhia Mexilhão do Brasil (CMB), sociedade de propósito específico vinculada à Petrobras, assinou com o BNDES contrato de financiamento de R$ 528 milhões, para a construção da Plataforma de Mexilhão 1 (PMXL-1), na Bacia de Santos. Considerada um empréstimo ponte para a na fase de construção, a operação poderá ser complementada por crédito de longo prazo. Com 227 metros, a PMXL-1 é a plataforma fixa mais alta a ser construída no Brasil.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Transpetro recebeu propostas de quatro estaleiros para a construção dos 15 navios(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A6 Brasil)

Página 67 de 170

Page 68: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

A Transpetro recebeu ontem propostas de quatro estaleiros para a construção dos 15 navios da segunda fase de seu Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef II). Esta nova etapa do Promef prevê a construção de 15 navios, sendo sete petroleiros do tipo "posicionamento dinâmico (DP)", que, pela primeira vez, serão construídos no Brasil. Para a construção desses sete petroleiros DP, foram apresentadas propostas pelos estaleiros Atlântico Sul, de Pernambuco, e Eisa, do Rio de Janeiro. O estaleiro Mauá, também do Rio de Janeiro, fez oferta para construir oito navios de transporte de derivados de petróleo, sendo três de 45 mil toneladas e cinco de 30 mil toneladas. Já o estaleiro Rio Nave entregou propostas para os cinco navios de 30 mil toneladas. A Transpetro, braço de transporte da Petrobras, ainda vai analisar as propostas e anunciar as vencedoras em data a ser marcada. O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, disse acreditar que a crise não terá impactos sobre o Promef II. Ele lembrou que esta segunda etapa do programa estimulará a expansão e modernização dos estaleiros nacionais.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Governo mantém térmicas ligadas até janeiro(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. C2 Infra-Estrutura)

Mesmo com o aumento de 12% no armazenamento nos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e 8% nas hidrelétricas do Nordeste, as usinas térmicas a gás irão continuar ligadas pelo menos até 12 de janeiro. A informação foi dada pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, após sair da reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

Na reunião, também foi anunciado que não deverá haver problemas no fornecimento de eletricidade no final deste ano e no início do próximo.

Segundo Chipp, as térmicas continuarão ligadas devido a problemas nos transformadores no mês passado. Ele também disse que a decisão do CMSE de manter as usinas funcionando proporcionou o aumento de água nos reservatórios. "A medida acertada do CMSE de manter as térmicas ligadas proporcionou um armazenamento de 12% nos reservatórios das hidrelétricas", justificou.

(Ana Carolina Oliveira) Retornar ao índice de assunto

Voltar

Investimentos - BNDES libera verba à Petrobras(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. C2 Infra-Estrutura)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou empréstimo de R$ 528 milhões para a construção da Plataforma de Mexilhão 1 (PMXL-1), projeto conduzido pela Petrobras na bacia de Santos. Segundo a estatal, a operação poderá ser complementada por um financiamento de longo prazo.

Com 227 metros de altura, a PMXL-1 é a plataforma fixa mais alta a ser construída no Brasil e terá capacidade para produzir até 15 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. O banco também anunciou ontem liberação de R$ 226 milhões para o Grupo Alusa construir duas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em São Paulo.

(Redação) Retornar ao índice de assunto

Página 68 de 170

Page 69: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Voltar

Gás Natural - México abre licitação para dois gasodutos(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. C2 Infra-Estrutura)

A estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) anunciou no domingo que abrirá licitação em 2009 entre empresas privadas para a construção de dois gasodutos para transportar 400 milhões de metros cúbicos de gás natural para a região central do país.

O projeto Tamazunchale-San Luis de la Paz-San José Iturbide-Guanajuato foi apresentado a empresas privadas de transporte e os resultados da licitação serão divulgados em 2009.

A Pemex afirmou que os gasodutos oferecerão um aumento na capacidade de transporte do gás natural e proporcionarão rotas alternativas que permitirão abastecer novas instalações termelétricas no Vale do México e em Salamanca.

(Ansa) Retornar ao índice de assunto

Voltar

Combustíveis - Petrobrás não será a dona do pré-sal: Tendência é copiar modelo híbrido, com a estatal, União e empresas privadas num mesmo empreendimento

(Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B5 Economia)

Sérgio Gobetti e Leonardo Goy

A comissão interministerial encarregada de elaborar um novo modelo de exploração do petróleo no País vai mesmo propor ao presidente Lula a criação de uma nova empresa estatal ou autarquia para administrar as reservas do pré-sal. A idéia de transferir essas reservas para a Petrobrás, como defendia o presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, foi descartada depois que a crise internacional desvalorizou abruptamente as ações da empresa.

Na avaliação da cúpula governamental, é mais seguro manter o patrimônio do pré-sal sob controle direto do Estado. “A situação patrimonial do governo é mais sólida e mais estável do que a de uma empresa mista sujeita às intempéries do mercado”, disse ao Estado uma fonte que participa das discussões.

Ontem, no início da tarde, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse à Agência Estado, que pode ocorrer hoje a reunião final da Comissão Interministerial que analisou durante seis meses as mudanças no marco regulatório do petróleo para tornar viável a exploração da camada pré-sal. “Ainda não está confirmado, mas há essa previsão.” Até o fechamento desta edição, a reunião não havia sido oficialmente confirmada, mas a previsão é que a comissão entregue ao presidente as propostas nesta semana.

Uma das propostas, apurou o Estado, prevê a criação de um fundo de poupança com o dinheiro do “petróleo novo” do pré-sal. Nos primeiros anos de funcionamento do fundo, o dinheiro seria apenas recolhido, sem ser gasto nenhum centavo. A idéia é economizar o suficiente para, a partir de determinado ponto, tornar viável um fluxo de gasto em projetos de interesse nacional que não comprometa seu patrimônio. É o que ocorre na Noruega, por exemplo, onde o fundo já tem o tamanho do PIB do país, permitindo ao governo gastar cerca de 4% ao ano e, ainda assim, preservar o valor real dessa poupança para as gerações futuras.

Página 69 de 170

Page 70: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O governo analisa distintas alternativas, mas o tipo de modelo preferido é mesmo o norueguês. Formalmente, trata-se de um modelo de concessões, mas no qual o Estado também detém o controle direto de parte dos campos como no sistema de partilha. Ou seja, governo e setor privado atuam juntos na exploração do petróleo.

EM ABERTO

As questões que ainda não foram definidas pela comissão e sobre as quais há diversas alternativas são: 1) as concessões continuarão sendo feitas por leilão ou o governo terá instrumentos para escolher diretamente quais empresas participarão de cada campo; 2) como serão divididas as receitas do petróleo entre empresas e governo e que tipo de tributos serão cobrados; 3) haverá ou não uma regra diferenciada para a aplicação dos recursos originados pelo novo modelo que os mantenha apenas nas mãos da União.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Governo deve cancelar toda a Oitava Rodada da ANP (Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B5 Economia)

Sérgio Gobetti

O governo deve cancelar em definitivo a Oitava Rodada de leilões de áreas da plataforma marítima brasileira para extração de petróleo. Os leilões, promovidos pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), foram suspensos em novembro de 2006 por duas liminares, depois de licitados 38 dos 284 blocos ofertados.

Como as liminares foram cassadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), os investidores que arremataram os blocos vêm tentando assinar os contratos com a ANP. O Estado apurou que o governo não tem interesse em dar seguimento à rodada pelas regras atuais de concessão. Embora ministros repitam que “o que está concedido será respeitado”, a interpretação da área técnica e jurídica do governo é que, se as empresas não pagaram o bônus de assinatura e não assinaram contrato, não têm direito de fato às áreas.

Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu que a Oitava Rodada só será retomada quando for definido o novo marco regulatório do petróleo. E acrescentou: “Mas o que foi concedido, foi concedido. Nós manteremos a santidade dos contratos”. A assessoria da ANP admitiu que nenhuma das empresas chegou a assinar contrato, o que só é feito depois de concluída a rodada de leilões.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Abastecimento - Chuvas asseguram energia no verão: BNDES financia construção de plataforma que produzirá gás natural na Bacia de Santos

(Jornal do Brasil 16.12.2008 p. A16 Economia)

Ana Carolina Oliveira

Página 70 de 170

Page 71: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Mesmo com o aumento de 12% no armazenamento nos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e de 8% das hidrelétricas do Nordeste, as usinas térmicas a gás continuarão ligadas pelo menos até 12 de janeiro. A informação foi dada ontem pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, depois da reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

Durante o encontro de trabalho, ontem, também foi anunciado que não deverão ocorrer problemas no fornecimento de energia elétrica no fim deste ano e no início de 2009. A próxima reunião do comitê está marcada para 12 de janeiro do próximo ano.

Segundo Hermes Chipp, as usinas térmicas continuarão ligadas devido a problemas ocorridos nos transformadores no mês passado. Chipp também disse que a decisão do CMSE de manter as térmicas ligadas proporcionou o aumento de água nos reservatórios.

– A medida acertada do CMSE, de manter as térmicas ligadas, proporcionou um armazenamento adicional de 12% nos reservatórios das hidrelétricas – justificou.

Hermes Chipp também disse que o fenômeno chamado zona de convergência do Atlântico Sul, que intensifica as chuvas, já começou e isso afastará o temor de que faltem chuvas no país. Segundo o executivo, houve atraso das chuvas no início do verão passado, e, por isso, no fim de 2007 houve um temor no setor elétrico em relação à falta de energia.

O diretor-geral do ONS afirmou também que o governo conseguiu cumprir o chamado nível meta para os reservatórios das hidrelétricas. Esse procedimento começou a funcionar neste ano de modo experimental. Ele estabelece um nível mínimo de água que deve estar estocada nos reservatórios das hidrelétricas para garantir energia para o ano seguinte.

Dinheiro para a estatal

Este ano, a meta para a região Sudeste era de 49,7% e os níveis dos reservatórios chegaram a 50%. Na região Nordeste era esperado um nível de 34% e no fim de novembro chegou a 37%. O Sudeste é o principal armazenador de água do país. Na região fica a nascente dos principais rios que abastecem o sistema elétrico do país. Daí, a importância de o nível de água dos reservatórios do Sudeste estarem com água sobrando, para evitar o risco de carências no suprimeiro de energia elétrica no Brasil.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar R$ 528 milhões para um projeto da Petrobras no campo de Mexilhão, na bacia de Santos. O acordo, anunciado ontem pela Petrobras, foi fechado pelo banco com a Companhia Mexilhão do Brasil (CMB), uma sociedade de propósito específico (SPE) vinculada à Petrobras, e é destinado à construção da plataforma de Mexilhão 1 (PMXL-1).

Segundo a estatal, o acordo é "considerado como um empréstimo ponte com vigência durante a fase de construção" e "poderá ser complementado por um financiamento de longo prazo".

Com 227 metros de altura, a PMXL-1 é a plataforma fixa mais alta a ser construída no Brasil. Com capacidade para produzir até 15 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, está em construção no estaleiro Mauá, no município de Niterói (RJ).

"A implantação do Projeto Mexilhão pela Petrobras suprirá parte do mercado da região Sudeste, reduzindo a dependência externa de gás natural para o abastecimento do país", informou a companhia estatal em comunicado.

Mexilhão integra o Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangás), um dos principais projetos da Petrobras incluídos no Plano de Aceleração do Desenvolvimento (PAC).

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 71 de 170

Page 72: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Financiamento - Estado de São Paulo terá mais 2 pequenas centrais hidroelétricas(DCI 16.12.2008 p. A8 Indústria)

SÃO PAULO - Com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 226 milhões, o grupo Alusa vai construir duas pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) nos municípios de Queluz e Lavrinhas, no interior de São Paulo. O anúncio da aprovação do financiamento foi feito ontem pelo banco.

As duas novas unidades terão capacidade total de geração de 60 megawatts (MW) de energia e sistema de transmissão associado, investimento necessário à conexão com o sistema interligado nacional, também financiado pelo banco.

Segundo a assessoria de imprensa do BNDES, os projetos possuem contratos de venda de energia de longo prazo já firmado com consumidores industriais.

As usinas vão usar o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), para reduzir os riscos hidrológicos. Durante as obras, para cumprir exigência do BNDES, adotarão um sistema de gestão integrada das áreas de meio ambiente, saúde, segurança do trabalho e qualidade

Os recursos serão concedidos a duas sociedades de propósito específico (SPEs) da holding Alupar, que é a empresa de energia do grupo Alusa.

A Usina Paulista Lavrinhas de Energia S.A., no Rio Paraíba do Sul, em Lavrinhas (SP), receberá R$ 111,2 milhões e a Usina Paulista Queluz de Energia S.A., no município de Queluz (SP), ficaram com os R$ 114,6 milhões restantes.

Eletrobrás

A Eletrobrás assinou, em Frankfurt, na Alemanha, contrato de financiamento para o projeto do Complexo São Bernardo, que prevê a construção de PCHs em Santa Catarina. O contrato foi assinado pelo presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, e pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores da holding do setor elétrico, Astrogildo Fraguglia Quental.

Segundo informações divulgadas ontem, pela Eletrobrás, o financiamento faz parte de acordo de cooperação financeira entre Brasil e Alemanha e envolve recursos do banco alemão de fomento KfW, que totalizam 37,2 milhões de euros. Ainda de acordo com a Eletrobrás, o desembolso está dividido em duas parcelas a primeira de 13,2 milhões de euros e a segunda de 24 milhões de euros.

O Complexo São Bernardo terá capacidade instalada total de 53 MW energia capaz de iluminar cerca de 130 mil residências por um ano. O Complexo, que marca o retorno da Eletrosul ao setor de geração de energia, é formado pelas PCHs Itararé, João Borges, Pinheiros e Barra do Rio Chapéu.

Com recursos do BNDES no valor de R$ 226 milhões, o grupo Alusa vai construir duas pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) nos municípios paulistas de Queluz e Lavrinhas.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Petróleo e Gás - Sistema Petrobras entra em greve por causa de licitação(DCI 16.12.2008 p. A8 Indústria)

Página 72 de 170

Page 73: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

RIO DE JANEIRO - Os funcionários da Petrobras no Paraná, em Santa Catarina, Pernambuco, Paraíba, Amazonas, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Norte e São Paulo estão em greve desde a meia noite de hoje. O objetivo é tentar pressionar o governo federal para cancelar a Décima Rodada de Licitações de blocos de petróleo e gás, organizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para o próximo dia 18.

A Federação Única dos Trabalhadores (FUP) e sindicatos querem que o novo marco regulatório do petróleo, que vem sendo estudado pela Comissão Interministerial criada pelo governo, garanta o monopólio da União sobre as reservas do pré-sal.

Além disso, eles querem que a Petrobras, atualmente de capital misto, seja reestatizada, segundo comunicado da federação. A Transpetro e demais subsidiárias também seriam reintegradas à Petrobras. Os recursos da extração e produção de petróleo seriam destinados para a sociedade brasileira, de acordo com o desejo dos reivindicantes.

No próximo dia 18, quinta-feira, os sindicatos tentarão fazer abaixo-assinado com mais de 1,3 milhão de assinaturas, para apresentar o projeto de lei de iniciativa popular ao Congresso Nacional.

"Pelo menos 40% das reservas do pré-sal localizadas nas áreas que já foram licitadas pela ANP pertencem às empresas privadas. Daí a urgência de uma nova legislação para o setor que se contraponha a atual Lei 9.478/97", de acordo com comunicado divulgado pela FUP.

Nas unidades do Paraná e Santa Catarina ficou deliberado que a mobilização será integral na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e no Terminal Transpetro de Paranaguá. Já nas demais bases, como os terminais Transpetro de Santa Catarina, Usina do Xisto, entre outras, as assembléias aprovaram um atraso de 4 horas na entrada do expediente.

Haverá também outras atividades alusivas à contrariedade à 10ª Rodada da ANP, que será uma marcha pela Rua XV de Novembro, região central de Curitiba.

No Rio de Janeiro, a FUP contará com participação da CUT, MST, UNE e outros movimentos sociais para manifestação em frente à Candelária.

Manifestação

Ontem pela manhã, representantes da Via Campesina e do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro), ocuparam o saguão do Ministério de Minas e Energia, em Brasília. Mas saíram "frustrados" da reunião com o secretário executivo do ministério, Márcio Zimmermann.

Eles criticaram o fato de o ministro Edison Lobão não os ter recebido e ter indicado um representante que não deu nenhuma resposta às reivindicações. "Saímos bastante insatisfeitos. Se for preciso, vamos entrar em todos os prédios necessários", prometeu a representante da Via Campesina, Maria Costa. Segundo ela, é necessário que parte dos recursos obtidos com a exploração do petróleo seja usada para melhorar a área de saúde e educação do País.

O secretário-geral do Sindipetro, Emanuel Cancela, disse que é preciso rever os leilões que já foram realizados e mudar o marco regulatório do petróleo para garantir que os recursos obtidos com a exploração do petróleo, principalmente da camada do pré-sal, sejam investidos em qualidade de vida. "A legislação prevê a entrega de reservas estratégicas do País. Se o Lula não cancelar esse leilão, vamos chamar a sociedade para fazê-lo", disse.

O secretário Márcio Zimmermann disse que os leilões estão sendo executados dentro de um marco legal aprovado pelo Congresso Nacional, com o objetivo de atrair os investimentos necessários. Ele disse que ouviu as reivindicações dos dois movimentos e que as passará para o ministro Edison Lobão. Ele reiterou que o leilão foi aprovado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e que, como secretário, não poderia falar em nome do conselho. "É uma decisão que está acima do Ministério de Minas e Energia", disse. O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Petróleo do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro) e integrante da Frente Nacional de Petroleiros

Página 73 de 170

Page 74: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

(FNP), Emanuel Cancella, disse que o setor de operação será o mais prejudicado, com a paralisação de 30 mil empregados. No total, são 50 mil petroleiros no país.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Gás - BNDES vai financiar R$ 528 mi para Mexilhão(DCI 16.12.2008 p. A8 Indústria)

SÃO PAULO - A Petrobras informou, ontem, que assinou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um contrato de financiamento no valor de R$ 528 milhões, destinado à construção da Plataforma de Mexilhão 1 (PMXL-1), que será operada pela própria estatal.

Segundo o comunicado da empresa, o contrato é considerado "empréstimo ponte" e terá vigência durante a fase de construção da plataforma, podendo ser substituído, posteriormente, por um outro de longo prazo.

A PMXL-1 será instalada no Campo de Mexilhão, localizado na Bacia de Santos, terá capacidade para tratar 15 milhões de m³ de gás por dia e será fixada no solo marítimo, em lâmina d'água de 172 metros, a aproximadamente 145 quilômetros da costa.

O gás produzido em Mexilhão será escoado por gasoduto marítimo de 34 polegadas até a Unidade de Tratamento de Gás "Monteiro Lobato", localizado em Caraguatatuba, no litoral norte paulista. Segundo a Petrobras, desta unidade o gás será escoado pelo Gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (Gastau) até a rede de malhas existente.

A nota da Petrobras afirma que a implantação do Projeto Mexilhão, que integra o Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangás), vai suprir uma parte do mercado da Região Sudeste e reduzirá a dependência externa de gás natural para o abastecimento do País. Na última sexta-feira, a Petrobras anunciou o contrato de financiamento de cerca de US$ 750 milhões, com um grupo de bancos japoneses e a agência de fomento à exportação do Japão, Nexi. O valor é destinado ao programa de investimentos da refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, no interior de São Paulo.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Pré-sal - Comissão proporá nova estatal(DCI 16.12.2008 p. A8 Indústria)

Brasília - A comissão interministerial encarregada de elaborar um novo modelo de exploração do petróleo vai propor ao presidente Lula a criação de uma nova estatal para administrar o pré-sal. A idéia de transferir as reservas para a Petrobras foi descartada depois que a crise desvalorizou abruptamente as ações da empresa.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 74 de 170

Page 75: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Óleo & Gás - Anadarko vende Peregrino(DCI 16.12.2008 p. A8 Indústria)

São Paulo - A petrolífera Anadarko, assessorada por TozziniFreire Advogados, vendeu para a norueguesa StartoilHydro seus 50% no projeto Peregrino, na Bacia de Campos. O campo de Peregrino foi arrematado pelas duas empresas em 2004 e vai produzir 100 mil barris por dia a partir de 2010.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Comissão proporá nova estatal para o pré-sal(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. A8 Economia)

Sérgio GobettiDa Agência Estado

A comissão interministerial encarregada de elaborar um novo modelo de exploração do petróleo no País vai mesmo propor ao presidente Lula a criação de uma nova empresa estatal ou autarquia para administrar as reservas do pré-sal. A idéia de transferir essas reservas para a Petrobras, como defendia o presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, foi descartada depois que a crise internacional desvalorizou abruptamente as ações da empresa. Na avaliação da cúpula governamental, é mais seguro manter o patrimônio do pré-sal sob controle direto do Estado.

"A situação patrimonial do governo é mais sólida e mais estável do que a de uma empresa mista sujeita às intempéries do mercado", disse uma fonte que participa das discussões. Ontem, no início da tarde, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que pode acontecer hoje a reunião final da Comissão Interministerial que analisou durante seis meses as mudanças no marco regulatório do petróleo para viabilizar a exploração da camada pré-sal. "Ainda não está confirmado, mas há essa previsão."

Reunião. Até o fechamento desta edição, a reunião não havia sido oficialmente confirmada, mas a previsão é que a comissão entregue ao presidente as propostas nesta semana. Uma das propostas prevê a criação de um fundo de poupança com o dinheiro do "petróleo novo" do pré-sal. Nos primeiros anos de funcionamento do fundo, o dinheiro seria apenas recolhido, sem ser gasto nenhum centavo.

A idéia é economizar o suficiente para, a partir de determinado ponto, viabilizar um fluxo de gasto em projetos de interesse nacional que não comprometa seu patrimônio. É o que ocorre na Noruega, por exemplo, onde o fundo já tem o tamanho do PIB do país, permitindo ao governo gastar cerca de 4% ao ano e, ainda assim, preservar o valor real dessa poupança para as gerações futuras.

O governo analisa distintas alternativas, mas o tipo de modelo preferido é mesmo o norueguês. Formalmente, trata-se de um modelo de concessões, mas no qual o Estado também detém o controle direto de parte dos campos como no sistema de partilha. Ou seja, governo e setor privado atuam juntos na exploração do petróleo.

As questões que ainda não foram definidas pela comissão e sobre as quais há diversas alternativas são: 1) as concessões continuarão sendo feitas por leilão ou o governo terá instrumentos para escolher diretamente quais empresas participarão de cada campo; 2) como serão divididas as receitas do petróleo entre empresas e governo e que tipo de tributos serão cobrados; 3) haverá ou não uma regra diferenciada para a aplicação dos recursos originados pelo novo modelo que os mantenha apenas nas mãos da União.

(Colaborou Leonardo Goy)

Página 75 de 170

Page 76: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Petrobras recebe R$ 528 mi do BNDES(Correio Braziliense – 16.12.2008)

A Petrobras tomou empréstimo de R$ 528 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a plataforma de Mexilhão, campo de gás na Bacia de Santos que deve entrar em operação no início de 2010. Trata-se da quarta operação de financiamento anunciada pela estatal desde novembro, quando a empresa esteve envolta em polêmica relativa a uma captação com a Caixa Econômica Federal (CEF). A operação com o BNDES foi anunciada pela estatal como um empréstimo-ponte, que terá duração igual à do tempo de construção da unidade.

http://www2.correioweb.com.br/cbonline/economia/pri_eco_151.htm

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Procuradoria mantém tarifa de energia estabelecida pela Aneel(AGU – 15.12.2008)

A Procuradoria Federal Especializada junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (PFE/Aneel) conseguiu suspender no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) decisão de primeira instância que determinava nova tarifa de energia, diferente da contratual.

Na Resolução112/05, a Aneel estipulou o valor de R$ 137,5 por hora de mega watt para a venda de energia da Termopernambuco (TMPE). Entretanto, o Ministério Público (MP) entrou com ação civil pública para cassar a Resolução e conseguiu que a importância mudasse para R$ 57,51.

A Procuradoria entrou com recurso de apelação, argumentando que a tarifa deve ser adequada a remunerar os investimentos, possibilitar a expansão do sistema, permitir a prestação de um serviço adequado e evitar prejuízos ao erário. Também sustentou que a fixação das tarifas decorre de uma política setorial, sendo competência da Aneel, e não do Judiciário.

O TRF da 5ª Região acolheu os argumentos da Procuradoria e considerou o pedido do MP improcedente. O Tribunal analisou os preços de energia desde 2005, comparando o resultado dos leilões e as oscilações do mercado livre de energia. A conclusão foi que a tarifa estabelecida na resolução da Aneel era razoável e vantajosa aos consumidores da Termopernambuco, visto que os preços dela caíram, enquanto os dos leilões subiram.

A PFE/Aneel é unidade da Procuradoria-Geral Federal (PGF), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU).

http://www.agu.gov.br/noticias/inteiro_teor_noticias.asp?codconteudo=13736&codsecao=2

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 76 de 170

Page 77: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

INTERNACIONAL

Default - Equador deixa de pagar dívida externa: País cumpre ameaça feita na sexta e suspende pagamento de juros de dois títulos, que venciam ontem

(Valor Econômico 16.12.2008 p. A13 Internacional)

De São Paulo

O governo do Equador deixou de pagar parte de sua dívida externa. Duas parcelas de juros da dívida que venciam ontem não foram pagas. É o primeiro default na América Latina desde 2002, quando a Argentina interrompeu o pagamento de sua dívida.

A ministra da Economia do Equador, María Elsa Viteri, anunciou que o país não pagou US$ 30,4 milhões, correspondentes aos juros do bônus Global 15, que venceram ontem. O governo recorreu a uma carência de 30 dias. Nada indica, porém, que o valor será pago. Na sexta-feira, o próprio presidente equatoriano, Rafael Correa, já tinha anunciado que a parcela de US$ 30,6 milhões de outro título, o Global 2012, também com vencimento ontem, deixaria de ser paga. Nos dois casos, o argumento do governo para o calote é que a dívida contém irregularidades, sendo assim ilegítima. Os papéis foram emitidos em desacordo com regras do país, diz Quito.

A decisão não afeta o governo brasileiro, que não possui títulos equatorianos. Mas alimenta uma situação política que pode ser desfavorável ao Brasil. No dia 29 vence a segunda parcela de uma dívida que o Equador tem relativa ao financiamento de US$ 243 milhões feito pelo BNDES para a construção da hidrelétrica de San Francisco. O governo Correa pediu no mês passado à Câmara de Comércio Internacional, em Paris, que faça uma arbitragem da dívida.

"Fica mais difícil politicamente para Correa justificar para a opinião pública o pagamento da dívida com o Brasil, agora que não pagou as parcelas da dívida comercial", disse ao Valor um funcionário do governo brasileiro que pediu para não ser identificado.

Um estudo recente encomendado por Correa aponta "ilegalidades" e "irregularidades" tanto na dívida comercial (dos títulos) quanto na dívida bilateral com o Brasil. Ministros de Correa, no entanto, têm dito que o Equador continuará pagando as parcelas da dívida brasileira mesmo antes do resultado da arbitragem.

O relatório recomendou ao governo que deixasse de pagar US$ 3,9 bilhões da dívida externa (um quarto do total), referentes aos títulos 2012, 2015 e 2030. Se o fizer, economizará US$ 400 milhões só em 2009 . Em contrapartida, dizem analistas, afastará ainda mais investidores e crédito externo.

Eleito em 2006, Correa aumentou o papel do Estado nos setores de petróleo, mineração e telecomunicações e expulsou a construtora brasileira Odebrecht do país após problemas em San Francisco.

Essas demonstrações de força têm até agora ajudado a manter a popularidade de Correa em alta. Agora, o calote deve ajudá-lo nas eleições presidenciais antecipadas de abril. "Definitivamente sua popularidade vai subir, mas até abril é preciso monitorar o desempenho da economia", disse Carlos Cordova, do instituto de pesquisa Cedatos-Gallup.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 77 de 170

Page 78: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

JUDICIÁRIO

Justiça forte, uma tendência global: O protagonismo do Supremo na sociedade brasileira não é um fenômeno apenas nacional. O poder do Judiciário cresceu em todo o mundo

(Época - n. 552 - 15.12.2008 p. 92)

Mariana Sanches e Matheus Leitão

Greves de funcionários públicos, pesquisas com células-tronco embrionárias, demarcação de reserva indígena e fidelidade partidária são temas que deveriam ser regulamentados por parlamentares eleitos pelo povo ou por juízes do Supremo Tribunal Federal? Para alguns, o Supremo ocupa indevidamente o espaço de deputados e senadores ao deliberar sobre esses assuntos. Para o brasilianista Albert Fishlow, diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Colúmbia, trata-se de uma opinião equivocada: “A ação crescente do Judiciário é normal nos países democráticos. Não está ocorrendo só no Brasil. O que há é um novo equilíbrio entre Executivo, Judiciário e Legislativo, para atender às mudanças das sociedades modernas”.

Em outros países (leia abaixo exemplos de como se organizam as cortes supremas), há diversos casos de atuação decisiva do Judiciário na vida política. Nos Estados Unidos, a eleição presidencial de 2000 foi decidida em favor do republicano George W. Bush na Suprema Corte, após uma controvérsia sobre a contagem de votos. Na Coréia do Sul, a Corte Constitucional reconduziu ao poder o presidente Roh Moo-hyun, que havia sido destituído por impeachment. Na Turquia, os magistrados têm tomado reiteradas decisões para preservar o Estado laico, resistindo ao avanço do fundamentalismo islâmico.

A participação crescente do Judiciário na vida pública dos países democráticos, segundo os estudiosos, é uma conseqüência das transformações da sociedade a partir do século XX. Sobretudo depois do fim da Segunda Guerra Mundial, as constituições nacionais passaram a ser alteradas para incorporar direitos como educação, saúde, seguro-desemprego, previdência social. Essa mudança levou a uma ampliação do papel do Judiciário. “A atuação dos juízes passou a ser a de fazer o Estado cumprir seus deveres com os cidadãos, previstos nas Cartas Magnas”, afirma Roberto Baptista, professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). No Brasil, o Judiciário ganhou maior visibilidade na vida pública brasileira a partir da Constituição de 1988. “A Constituição brasileira garantiu direitos como o acesso universal à saúde e à educação, que o Estado brasileiro não tinha condições de prover. O Judiciário tem sido fundamental para fazer valer a Constituição, mas adequando-a à realidade nacional”, afirma Fishlow. “O Brasil optou por

Página 78 de 170

Page 79: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

reformar sua Constituição em vez de substituí-la por outra como fizeram países sul-americanos, como a Venezuela e o Equador”.

Para Fishlow, o argumento de que um Judiciário forte desestabiliza a democracia é falacioso. “Não há risco para o sistema porque sempre há possibilidade de o Legislativo reabrir um assunto em que houve decisão judicial”, diz. Assim como no Brasil, também há nos Estados Unidos um intenso debate sobre os poderes do Judiciário e se eles devem ser limitados. Na opinião de Fishlow, restringir a ação do Judiciário não parece um caminho saudável para a democracia. “Se temos um presidente negro nos Estados Unidos hoje, isso se deve às decisões da Suprema Corte sobre discriminação racial tomadas há algumas décadas”. No Brasil, a tese de Fishlow não tem aceitação unânime.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI19306-15273,00-JUSTICA+FORTE+UMA+TENDENCIA+GLOBAL.html

Retornar ao índice de assuntoVoltar

TJ toma medidas para punir juízes e coibir novos casos de corrupção no ES: Magistrado preso se tornaria vitalício ontem, mas já estava suspenso

(O Globo 16.12.2008 p. 13 O País)

Bruno Dalvi

VITÓRIA. O Tribunal de Justiça do Espírito Santo anunciou um pacote de medidas para coibir casos de corrupção, como os que estão sendo investigados em inquérito do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desembargadores aprovaram a abertura de procedimentos administrativos contra o juiz Frederico Luis Schaider Pimentel, a ex-diretora do setor de distribuição do TJ e outros servidores. O corregedorgeral, desembargador Romulo Taddei, disse que só espera as notificações do STJ para iniciar os procedimentos.

Sobre Pimentel, o corregedor explicou que o estágio probatório do juiz venceria ontem, mas, como a corregedoria o suspendeu na sexta-feira, o magistrado não adquiriu direitos vitalícios.

— Se o juiz é vitalício, é um procedimento; se não, é outro.

Mas devemos garantir o direito à defesa — disse o corregedor.

O tribunal também afastou o desembargador Elpídio José Duque do cargo de ouvidor-geral do Judiciário, terceirizou os concursos públicos para juízes e servidores e os proibiu de manusear processos em que parentes estejam envolvidos.

Na semana passada, a Polícia Federal deflagrou a Operação Naufrágio, no Espírito Santo. Sete pessoas foram presas suspeitas de envolvimento num esquema de venda de sentenças e outros crimes: o presidente afastado do Tribunal, desembargador Frederico Pimentel; o filho dele, o juiz Frederico Luis Schaider Pimentel; o desembargador Elpídio José Duque e o filho dele, o advogado Paulo Duque; o desembargador Josenider Varejão; o advogado Pedro Celso Pereira e a diretora afastada do setor de distribuição de processos do Tribunal, Bárbara Sarcinelli.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 79 de 170

Page 80: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Código de Ética para magistrados: Documento recomenda recusa de presentes e vantagens(O Globo 16.12.2008 p. 13 O País)

Carolina Brígido

BRASÍLIA. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), responsável pelo controle externo do Judiciário, vai enviar esta semana aos magistrados de todo o país o código de ética da categoria.

Uma das recomendações aos juízes é para que recusem presentes ou vantagens por parte de pessoas que aguardam decisão judicial, para garantir a independência do profissional. Sem mencionar valores dos mimos, o código diz que eles não devem ser aceitos de empresas privadas, pessoas físicas ou ente público. O documento foi aprovado em 26 de agosto pelo plenário do CNJ.

O texto sugere que o juiz seja discreto, e não alguém com queda pelos holofotes: “O magistrado deve evitar comportamentos que impliquem a busca injustificada e desmesurada por reconhecimento social, mormente a autopromoção em publicação de qualquer natureza”.

O código proíbe críticas a “despachos, votos ou sentenças” de colegas. Segundo o documento, esse tipo de observação pode ser feito apenas por escrito, no processo, de forma documentada. O magistrado é ainda encorajado a ser transparente e a prestar informações aos interessados sobre processos de sua responsabilidade, com exceção dos sigilosos.

A participação político-partidária do magistrado é proibida. A lentidão do Judiciário também foi atacada. Segundo o código, está nas mãos do juiz resolver esse problema.

Foram impressos dez mil exemplares do código. O presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse que o documento visa a fortalecer a legitimidade do Poder Judiciário

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Judiciário - STJ obriga juiz a usar penhora on-line: Decisão diz que nova lei processual prevê que sistema é obrigatório, e não facultativo

(Valor Econômico 16.12.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

Fernando Teixeira, de Brasília

Em fevereiro de 2007, o juiz Antônio Fernandes da Luz, da 1ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, recusou-se a usar a penhora on-line - sistema do Banco Central chamado de Bacen-Jud - para executar uma ação de cobrança ajuizada pelo Banco de Brasília (BRB). A resistência do magistrado adiou em quase dois anos a conclusão da ação, em tramitação desde 1997. Mas uma decisão da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve fazer o caso voltar a andar: no fim de novembro a corte obrigou o juiz a usar a penhora on-line. Sob relatoria da ministra Nancy Andrighi, o acórdão foi o primeiro precedente do tipo já proferido por um tribunal superior.

O tribunal entendeu que o uso da penhora on-line é compulsório e obrigou o juiz a cadastrar-se no sistema do Banco Central para, em seguida, reapreciar o pedido de bloqueio realizado pelo banco. A ministra relatora entendeu que a reforma do Código de Processo Civil (CPC) promovida pela Lei nº 11.382, de 2006, tornou obrigatório o uso da ferramenta.

A nova lei prevê que a penhora em dinheiro deve ser feita "preferencialmente" pelo meio eletrônico, o que o juiz da primeira instância interpretou como uso facultativo. Já a ministra Nancy Andrighi entendeu que o uso do meio eletrônico é obrigatório sempre que estiver disponível, e que a lei

Página 80 de 170

Page 81: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

contém o termo "preferencialmente" apenas para acomodar casos em que não é possível acessar a ferramenta. "A preferência a que faz alusão a redação do artigo não deve ser entendida como sinônimo de predileção, mas sim de preferência, primazia e prioridade", afirmou a ministra.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), também proferiu uma decisão favorecendo a obrigatoriedade da penhora on-line. A decisão ocorreu no caso do juiz Roberto Wanderley Nogueira, da 1ª Vara da Justiça Federal de Recife, que ajuizou um mandado de segurança contra a Resolução nº 61 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de outubro deste ano, que tornou obrigatório o cadastramento no sistema do Banco Central. O juiz alegou que a medida reduz sua independência funcional, além de aumentar suas atribuições "para um quadro diverso daquele que corresponde, objetivamente, à nobilitante e inafastável função de julgar", afirmou. Cármen Lúcia entendeu que a obrigatoriedade do cadastro funda-se nos princípios da celeridade, informalidade e da economia processual, que não foram devidamente questionados pelo juiz.

Apesar do exemplo do magistrado pernambucano, casos de juízes abertamente contrários ao uso do sistema de penhora on-line são considerados raros. O juiz do Distrito Federal Antônio Fernandes da Luz, obrigado pelo STJ a usar a penhora on-line, acessa regularmente o sistema desde o ano passado, segundo seu gabinete. Só não o fazia antes porque havia acabado de assumir a vara de execução e ainda não estava cadastrado.

As poucas resistências existentes ao sistema do Banco Central, concentradas na Justiça estadual e federal, vêm cedendo desde a reforma do Código de Processo Civil em 2006. Até então, a Justiça trabalhista era a responsável por 74% dos acessos ao sistema, e pelos últimos dados do Banco Central, hoje a Justiça do Trabalho corresponde a 47% dos acessos ao sistema. Outros 47% são de responsabilidade da Justiça estadual e 6% da Justiça federal.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Ação de cobrança (Valor Econômico 16.12.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

Não apresentadas as faturas que geram o débito objeto da cobrança e suscitada a ausência de tais documentos em preliminar na contestação, deve o processo ser extinto sem resolução de mérito, por impossibilitar a ampla defesa do devedor. A decisão é da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que decidiu a favor de uma empresa contra uma concessionária gaúcha. A empresa recorreu ao STJ após ter sua apelação negada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). Para o TJ, embora não expressando a quantia reclamada, não há dúvidas do valor almejado. Em sua defesa, a empresa alegou que nas faturas de energia elétrica constam dados importantes como medição, data da leitura, tributos incidentes, unidades de consumo, entre outros dados. Em sua decisão, a relatora, ministra Eliana Calmon, destacou que, tratando-se de ação de cobrança pelo fornecimento de energia elétrica, as faturas tidas por não quitadas são documentos essenciais à ação.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Investigação - Dipp recebe cópia de inquérito sobre TJ-ES(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A10 Direito Corporativo)

O corregedor Nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, recebeu a cópia do inquérito penal do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que investiga crimes contra a administração pública e envolvimento num esquema de venda de decisões de que são acusados o presidente afastado do

Página 81 de 170

Page 82: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), Frederico Guilherme Pimentel, dois outros desembargadores, um juiz e uma diretora do tribunal.

O ministro disse ontem que vai analisar outras medidas administrativas que poderão ser anunciadas, hoje, durante a última reunião ordinária do ano do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os integrantes do TJ-ES chegaram a ser presos, em caráter temporário, quando da deflagração da Operação Naufrágio, da Polícia Federal, na semana passada.

Depois do escândalo, o TJ-ES decidiu afastar o desembargador Frederico Guilherme Pimentel das funções administrativas de presidente do Tribunal. Pimentel foi detido pela Polícia Federal na última terça-feira, em operação que cumpriu sete mandados de prisão expedidos pelo STJ relativos à investigação de crimes contra a administração pública.

(Luiz Orlando Carneiro) Retornar ao índice de assunto

Voltar

Qualidade judiciária (Jornal do Brasil 16.12.2008 p. A9 Opinião)

O Instituto Nacional da Qualidade Judiciária (INQJ), cujo conselho deliberativo é presidido pela juíza federal Elizabeth Leão, tem permitido não só uma avaliação aprofundada da qualidade da prestação jurisdicional no país, mas, principalmente, a comparação da atuação do Poder Judiciário em relação àquela pertinente aos países civilizados.

A preocupação maior da entidade sem fins lucrativos é permitir uma permanente análise da contribuição do Poder Judiciário ao desenvolvimento do país, mediante a oferta de uma segurança jurídica maior, assim como o grau de justiça que realmente propicia.

Contando não só com operadores de direito, principalmente magistrados, mas também com profissionais de outras áreas, suas avaliações são abrangentes, facilitando conhecer os obstáculos que a demora nas decisões definitivas acarretam para a inserção do país entre aqueles desenvolvidos.

A comparação demonstra que parcela fundamental da insegurança jurídica que amarra o desenvolvimento nacional decorre da falta de definição do Poder Judiciário quanto aos grandes temas econômicos e tributários, algo que começa a ser contornado com a aplicação das súmulas vinculantes e o instrumento da repercussão geral, mesmo com o risco de muitas vezes tornar-se o juiz um legislador positivo.

A avaliação é sempre técnica e neutra. Os contatos, todavia, que os economistas do INQJ têm com os principais economistas de formação jurídica, para os quais a economia de mercado decorre fundamentalmente da estabilidade jurídica e da segurança do direito, permite avaliação em relação a outros países, sinalizando que o Brasil ainda, neste campo, tem muito a avançar, nada obstante a qualidade indiscutível dos quadros da magistratura federal e estadual.

Ronald Coase e Douglas North, com quem o INQJ tem entrado em contato para estudos, são dois prêmios Nobel de economia que defenderam teses semelhantes, no sentido de que a instabilidade jurídica não é compatível com a economia de mercado, pois afasta investimentos e poupança e gera spreads elevados para compensar os riscos de mudanças legislativas e jurisprudenciais constantes.

Página 82 de 170

Page 83: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

As pesquisas que o INQJ realizou nesta matéria constituem magníficos subsídios para conhecer-se a participação que a prestação judicial tem trazido ao país, principalmente se comparada com o que se verifica em outras nações.

Considero relevante o trabalho do INQJ, cujos estudos estão disponibilizados para todos os brasileiros, pessoalmente entendendo que a grande batalha que deve o Brasil travar é menos de conquista de mercados – que tenderão, mesmo nas crises, a ter aberturas para o país – e mais quanto a problemas criados internamente, tais como excesso de burocracia, de tributação, de regulamentação, aliados à pouca visão dos operadores e da administração pública, nos três poderes. Muitas vezes, a idoneidade dos membros do Judiciário e do Ministério Público não é acompanhada por um conhecimento da conjuntura, o que dificulta sua inserção na realidade, não poucas vezes, como realçaram os referidos prêmios Nobel de economia, atrasando a evolução dos países ainda não inteiramente inseridos na dinâmica global dos desafios do século 21.

Um exame mais aprofundado do Judiciário real, saindo das soluções formais para uma radiografia mais profunda, certamente auxiliará a evolução do Brasil.

O INQJ tem, pois, contribuído para esclarecer os caminhos a trilhar para a melhor qualidade daquele que , de longe, é o melhor dos três poderes. Ives Gandra Martins - Professor de Direito e escritor

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Pensão - STJ cancela pagamento a filhas de magistrado(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. B7 Direito & Justiça)

DA REDAÇÃO

Por três votos a dois, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que cancelou pensão paga por mais de 15 anos para duas filhas de magistrado falecido em fevereiro de 1985. O Instituto de Previdência do Estado cancelou o pagamento depois de constatar que elas não tinham atingido a maioridade até o início da vigência da Lei 7.672/82, do Estado.

No mandado de segurança impetrado no STJ, as irmãs A.C. e L.M. sustentaram que houve ofensa à coisa julgada, já que o pagamento integral da pensão foi reconhecido em ação revisional transitada em julgado em 1996 e que o cancelamento do benefício pago regularmente por mais de 15 anos fere os princípios da boa fé e da segurança jurídica.

Alegaram, ainda, que a decisão da Justiça gaúcha decorreu da incorreta interpretação dada ao artigo 73 da Lei estadual 7.672/82, em clara violação do direito adquirido. Para a defesa, o disposto no referido artigo leva à conclusão de que o legislador pretendeu conservar a qualidade de dependentes das filhas de segurados que viessem a completar 21 anos de idade, desde que o instituidor do benefício tivesse sido admitido no serviço público antes de janeiro de 1974.

O acórdão recorrido decidiu pela inexistência de direito adquirido com fundamento em lei que manteve as impetrantes na posição de expectativa inútil, já que nenhuma das filhas do falecido tinha 21 anos quando foi editada a Lei 6.617/73, cujo artigo 9º, parágrafo 5º, assegurou a qualidade de dependentes se naquela data tivessem a idade implementada. "Por isso o artigo 73 da Lei 7.672/82 garantiu a conservação do direito adquirido sob a égide da Lei anterior, mas não criou novo direito

Página 83 de 170

Page 84: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

para aquelas que não o tinham alcançado. Se assim fosse, a lei não teria utilizado o verbo 'conservar' no aludido dispositivo, pois não é possível conservar o inexistente. Só se conserva o que se tem", concluiu o acórdão.

Segundo o relator do recurso no STJ, ministro Paulo Gallotti, a legalidade do benefício deve ser examinada à luz do disposto na Lei 7.672/82, em vigor na data do óbito do pai das recorrentes, ocorrido em 1º/2/1985.

O ministro Og Fernandes e a desembargadora convocada Jane Silva acompanharam o relator. Vencidos os ministros Hélio Quaglia Barbosa e Nilson Naves.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Versão Impressa - CNJ distribuirá código de ética a magistrados(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. B8 Direito & Justiça)

DA REDAÇÃO

Os magistrados de todo o Brasil receberão, nos próximos dias, o Código de Ética da Magistratura Nacional, editado pelo Conselho Nacional de Justiça. Aprovado em 26 de agosto último no plenário do CNJ, o Código tem 12 capítulos e 43 artigos. Entre eles, está o que veta ao magistrado a participação político-partidária, a utilização de bens públicos para o exercício de suas funções e o dever ao sigilo profissional.

Segundo o conselheiro Rui Stoco, que coordenou a editoração e a publicação e é responsável pela distribuição, o CNJ imprimiu, nesta primeira edição, 10 mil exemplares, e os tribunais poderão fazer novas impressões para distribuição. O presidente do CNJ, ministro Gilmar Mendes, que assina o prefácio, disse que o Código de Ética da Magistratura "traduz o compromisso institucional com a excelência na prestação jurisdicional e visa fortalecer a legitimidade do Poder Judiciário". A versão digital está disponível para consulta na página de abertura do endereço http://www.cnj.jus.br/.

A elaboração do Código começou em novembro do ano passado, quando o conselheiro Rui Stoco encaminhou à presidência do CNJ uma proposta para a edição do Código com base em proposição do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A Ordem sugeriu ao CNJ e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que fossem editados códigos de ética da magistratura e do Ministério Público, respectivamente, com base no código de ética da própria entidade.

Para editar o Código de Ética, o CNJ criou uma comissão, composta pelos conselheiros João Oreste Dalazen, Jorge Maurique e Técio Lins e Silva. Antes de sua conclusão, o CNJ abriu consulta pública para receber sugestões de entidades de classe e de tribunais de todo o país e passou pela revisão de todos os conselheiros em inúmeras reuniões de trabalho antes da aprovação em plenário. Magistrados receberão versão impressa do Código de Ética da Magistratura Nacional.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 84 de 170

Page 85: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Processos - TJ-DFT tem novo sistema de envio de dados(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. B8 Direito & Justiça)

DA REDAÇÃO

Os interessados em receber informações via e-mail sobre o andamento de processos no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ-DFT) devem cadastrar-se no novo Sistema Push do Tribunal.

O alerta vale também para quem já era cadastrado no sistema antigo, mas não efetuou o recadastramento. Quem fez a atualização e recebeu a confirmação pode ficar tranqüilo, pois os números de processos registrados serão automaticamente migrados para o novo sistema.

A partir do dia 31 de março de 2009, o antigo Sistema Push será totalmente desativado e não enviará mais qualquer informação.

Construído com linguagem e recursos mais modernos, o novo sistema oferece mais opções ao usuário, como, por exemplo, o reenvio dos últimos andamentos dos processos, em caso de não recebimento, e mais segurança dos dados informados.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

MARÍTIMO

Estaleiros do Rio disputam 15 petroleiros(O Globo 16.12.2008 p. 25 Economia)

Três estaleiros do Estado do Rio entraram ontem na disputa por 15 navios petroleiros da Transpetro, empresa de logística da Petrobras. Eisa (da Ilha do Governador), Rio Nave (do Caju) e Mauá (de Niterói) entregaram propostas para construir as embarcações, que ficarão prontas entre 2013 e 2015.

A estatal convidou ao todo 14 estaleiros, mas apenas quatro decidiram concorrer: além dos três do Rio, o Estaleiro Atlântico Sul, de Pernambuco, entregou proposta. Não existe ainda uma data para anúncio dos vencedores.

A licitação prevê a construção de 23 navios, mas sete deles (de transporte de gás) tiveram a entrega das propostas adiada para que estaleiros de Santa Catarina — estado atingido por fortes enchentes e desabamentos — também possam concorrer. Para esses navios, as propostas serão entregues em janeiro. O programa inclui ainda um oitavo navio gaseiro, que já está em construção em Itajaí (SC). A estatal estima que serão gerados, ao todo, cerca de 16 mil novos empregos.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 85 de 170

Page 86: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Obras no porto de Itajaí (Valor Econômico 16.12.2008 p. B9 Empresas)

As obras de dragagem do canal de acesso ao porto de Itajaí terão início nesta semana. O ministro-chefe da Secretária Especial de Portos, Pedro Brito, assinou na sexta-feira a ordem de serviço para o início dos trabalhos. O prazo máximo de conclusão da dragagem será de 90 dias. O consórcio que fará a obra é formado pelas empresas EIT Empresa Industrial Técnica, DTA Engenharia, Equipav S/A Pavimentação e Comércio, Chec Dredging e Shangai Dredging. O valor do contrato é de R$ 17,5 milhões. O ministro informou que a ordem de serviço de reconstrução dos berços do porto de Itajaí será assinada dia 22 de dezembro. O valor de R$ 240 milhões será divido em três lotes para agilizar o processo.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Transpetro recebeu propostas de quatro estaleiros para a construção dos 15 navios(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A6 Brasil)

A Transpetro recebeu ontem propostas de quatro estaleiros para a construção dos 15 navios da segunda fase de seu Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef II). Esta nova etapa do Promef prevê a construção de 15 navios, sendo sete petroleiros do tipo "posicionamento dinâmico (DP)", que, pela primeira vez, serão construídos no Brasil. Para a construção desses sete petroleiros DP, foram apresentadas propostas pelos estaleiros Atlântico Sul, de Pernambuco, e Eisa, do Rio de Janeiro. O estaleiro Mauá, também do Rio de Janeiro, fez oferta para construir oito navios de transporte de derivados de petróleo, sendo três de 45 mil toneladas e cinco de 30 mil toneladas. Já o estaleiro Rio Nave entregou propostas para os cinco navios de 30 mil toneladas. A Transpetro, braço de transporte da Petrobras, ainda vai analisar as propostas e anunciar as vencedoras em data a ser marcada. O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, disse acreditar que a crise não terá impactos sobre o Promef II. Ele lembrou que esta segunda etapa do programa estimulará a expansão e modernização dos estaleiros nacionais.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

MINERAÇÃO

Ação contra Arcelor (Valor Econômico 16.12.2008 p. B8 Empresas)

ArcelorMittal é alvo de um processo judicial de US$ 5,37 milhões por parte da transportadora Western Bulk Carriers, que alega que a maior siderúrgica do mundo não cumpriu um acordo de fretar navios para quatro cargas de 40 mil toneladas de minério de ferro, informou o Bloomberg. A ArcelorMittal não deu as instruções de expedição para as cargas a serem transportadas entre 9 de setembro, a data do acordo, e 31 de março, disse a Western Bulk em ação judicial apresentada em 8 de dezembro no tribunal federal dos EUA em Nova York. A empresa pede US$ 4,1 milhões em indenização e o resto em juros e custos com advogados. A Western Bulk fez "cobranças freqüentes de pagamento" para a ArcelorMittal, que "não cumpriu, negligenciou e/ou se recusou", dizem os

Página 86 de 170

Page 87: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

documentos apresentados ao tribunal. Haroon Hassan, porta-voz da ArcelorMittal, recusou-se a comentar o assunto, antes de avaliar os documentos. Ninguém da Western Bulk AS, em Oslo, estava imediatamente disponível para comentar a questão. A transportadora Zodiac Maritime Agencies abriu um processo contra a ArcelorMittal em 24 de novembro, pedindo cerca de US$ 101,4 milhões por não-cumprimento de acordos para levar cargas de minério de ferro e por aumentos no frete e nos custos dos combustíveis, segundo o processo, que corre em Nova York.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Siderurgia - CSN e sindicato tentam acordo sobre ajuste: Companhia põe 2.100 em férias coletivas e faz propostas aos trabalhadores da usina para cortar custos

(Valor Econômico 16.12.2008 p. B8 Empresas)

Vera Saavedra Durão, do Rio

Depois de três horas de reunião, o sindicato dos metalúrgicos de Volta Redonda e a gerência de recursos humanos da Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) convergiram numa única das quatro propostas apresentadas pela empresa aos trabalhadores: a criação de um banco de horas com validade até abril para computar as horas extras que deverão ser compensadas ou pagas de dois em dois meses, o que dá uma certa folga para a empresa. Renato Soares Ramos, presidente do Sindicato disse ao Valor que a a direção da CSN vai levar essa proposta para avaliação de Benjamin Steinbruch, controlador da empresa, considerado por ele "um negociador duro". A CSN não marcou data de nova reunião, mas Ramos está mais otimista com o resultado das negociações, porque, segundo ele, desta vez, não houve ameaças de demissão por parte dos representantes da CSN.

Ontem, á CSN formalizou a entrada em férias coletivas a partir de 22 de dezembro até 12 de janeiro de 2.100 empregados. Desse total, 1.500 trabalham na área de laminação, de um total de 8.500 funcionários de Volta Redonda. Também gozarão férias todos os 340 empregados da Galvasud, unidade de galvanização da CSN, que produz chapa galvanizada para automóveis, vão para casa. A empresa vai ficar fechada nestes 20 dias. E mais 250 funcionários da administração na sede, em São Paulo, informou a assessoria da CSN. esses empregados vão receber 70% dos salários.

Uma das propostas enviadas através de ofício pela empresa para o sindicato previa pagamento de apenas 33,3% do salários dos empregados colocados em férias coletivas, como a lei manda. Mas, conforme acordo firmado em data-base, os empregados da CSN já haviam conquistado direito a 70% do valor do salário nestes casos e o sindicato recusou esta sugestão da companhia. As outras duas propostas descartadas pelos trabalhadores na reunião de ontem previam o retorno ao turno de oito horas, contra o turno atual de seis horas, pagamento de apenas 50% do salário para quem for obrigado a tirar licença remunerada e 50% de bonificação salarial para a hora extra, quando o acertado em acordo coletivo prevê pagar bonificação de 50% nas duas primeiras horas extras, 70% da base salarial para a terceira hora extra e 100% a partir da quarta hora extra.

"A CSN nos propôs reduzir os direitos do trabalhador em nome da crise, mas não levou em conta nossas propostas para contornar a crise, como fazer um programa de demissão voluntária (PDV) e usar os dividendos para engordar o caixa da empresa", afirmou Ramos. Nos últimos oito anos foram pagos R$ 11,5 bilhões em dividendos aos acionistas pela CSN, segundo informação da empresa aos investidores. No primeiro semestre de 2008, os acionistas receberam R$ 1,31 bilhão.

Mas, o sindicalista está otimista quanto a questão das demissões. Ele confirmou que em reuniões informais com o sindicato a CSN ameaçou demitir 3 mil empregados de Volta Redonda se a entidade recusasse suas propostas de flexibilizar os direitos trabalhistas, mas nas últimas duas reuniões formais não tocou mais no assunto. Ramos lamentou, porém, que a decisão de dar férias coletivas

Página 87 de 170

Page 88: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

não ter sido discutida com o sindicato. Para ele, porém, o pacote do governo federal, de ajuda às empresas, a renúncia fiscal do IPI dos carros , e outras medidas mais, pode levar as coisas a melhorarem até fevereiro. Ele espera que nas negociações com a CSN predomine o bom senso. "Creio que nos reuniremos novamente em janeiro, que será o ápice da crise. Até lá, o governo estará injetando recursos nos empresários que não podem aproveitar a crise para tirar um pouco do que o trabalhador tem". O sindicalista descarta que haja uma queda-de-braço com a CSN. "O sindicato é flexível e ninguém pode querer levar esta questão no revanchismo, mas não vamos deixar que o direito dos trabalhadores seja colocado à mercê de apenas um mês e meio de crise". Ele contou que os metalúrgicos de Volta Redonda contam com a solidariedade da prefeitura da cidade e da igreja, representada pelos bispos Dom João Merce e Dom Waldir Calheiros.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Aço - Produção na China cai e arrasta indústria pesada (Valor Econômico 16.12.2008 p. B8 Empresas)

Andrew Batson, The Wall Street Journal, de Pequim

A queda na produção de aço da China, um importante indicador mundial para a indústria pesada, se aprofundou em novembro, fazendo com que a produção industrial do país tivesse o pior desempenho já registrado.

A China é o maior produtor e consumidor mundial de aço, e o declínio do setor está atingindo empresas cujo crescimento depende da alta produção desse segmento, desde companhias chinesas de eletricidade até grandes mineradoras como a Companhia Vale do Rio Doce e a Rio Tinto PLC, que produzem minério de ferro.

Os dados de novembro mostram bem a gravidade dessa retração. Em novembro, a produção de aço bruto no país caiu 12,4% em relação a um ano antes, para 35,2 milhões de toneladas. O nível é 18% inferior ao de outubro.

Atingida por esse declínio, assim como pela retração em outros setores, tais como a da indústria química, a produção industrial geral da China cresceu em novembro apenas 5,4% em relação a um ano antes. Em outubro, o aumento havia sido de 8,2% na comparação com 2007. O crescimento de novembro foi o mais baixo no mesmo mês desde que a China começou a registrar esse tipo de estatísticas, em 1994.

Nos últimos anos, a China conseguiu aumentar rapidamente sua produção de aço para suprir o mercado imobiliário, muito aquecido, e também as fábricas que produziam bens de exportação em ritmo acelerado. Agora que esses dois mercados entraram em queda acentuada, o aço é o setor mais atingido pela desaceleração da economia chinesa.

Por causa da importância do aço, o setor está sendo observado de perto, em busca de algum sinal de recuperação, ainda que até os otimistas opinem que a crise vá levar ainda meses para bater no fundo. O ministro da Indústria, Li Yizhong, disse na sexta-feira que o pior ainda está por vir. "Muitos fatores estão se combinando para causar um impacto muito forte no setor. Nossa previsão é que ainda não batemos no fundo, que o impacto continuará a aumentar em dezembro", disse Li.

Muitos economistas privados concordam com essa avaliação. A baixa na demanda de metais, os quais requerem enormes quantidades de energia para ser produzidos, está sendo sentida em todas as áreas da economia chinesa. Por exemplo, a produção de eletricidade caiu 9,6% em novembro em relação a um ano antes; em outubro, o declínio em relação ao mesmo mês de 2007 foi de apenas 4%.

Página 88 de 170

Page 89: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O presidente Hu Jintao passou o último fim de semana visitando fábricas no cinturão industrial do nordeste do país, inclusive uma fábrica de aço. "Devido aos efeitos da crise financeira internacional, no ano que vem a situação dos empregos na China será muito séria", disse ele, segundo a agência de notícias oficial Xinhua. Isso reflete o fato de que a indústria pesada hoje desempenha um papel muito maior na economia chinesa.

"Nos últimos dez anos, uma grande parte dos investimentos foi para a indústria pesada. É esse setor que está agora sentindo o problema do excesso de capacidade e de estoques", disse Ben Simpfendorfer, economista do Royal Bank of Scotland.

Mas a indústria pesada também deve ser a maior beneficiária do programa governamental de investimentos, no valor de 4 trilhões de iuanes (US$ 584,4 bilhões), destinado a estimular a economia. Grande parte desse pacote irá para projetos de infra-estrutura, tais como ferrovias e aeroportos, que vão precisar de grandes quantidades de aço e cimento.

"Já temos algumas encomendas" de projetos relativos ao pacote de estímulo, disse Henry Yu, presidente do conselho da General Steel Holdings Inc., fábrica de aço com sede em Pequim. "A implementação do pacote de estímulo terá um impacto mais evidente no primeiro trimestre do ano que vem", provavelmente depois dos feriados do Ano-Novo chinês, que cai no fim de janeiro, disse ele.

Há alguns sinais positivos. O preço dos produtos de aço usados na construção ficou estável ou ligeiramente mais alto no fim de novembro, em comparação com as semanas anteriores, segundo a Associação de Ferro & Aço da China. Hoje, o banco central chinês comunicou que os empréstimos bancários em moeda local aumentaram 16% em novembro, em comparação com 14,6% em outubro - um sinal de que as instituições financeiras talvez estejam atendendo ao apelo do governo para conceder mais crédito a fim de estimular a economia.

Mesmo assim, Li, o ministro da Indústria, disse que as siderúrgicas têm tempo até março para esgotar as montanhas de matérias-primas compradas a alto preço este ano. Como o preço de venda do aço já caiu cerca de 40% a partir do seu ponto mais alto, de julho, é quase impossível para a maioria dos fabricantes ganhar dinheiro. "Não são apenas os pequenos produtores que estão perdendo dinheiro, são os grandes também, de modo que a situação é realmente séria".

Distribuidoras às voltas com grandes estoques de aço comprados a alto preço não querem se arriscar a comprar mais, o que está agravando a queda na demanda. "Há um declínio na demanda real, mas há também o problema da confiança no mercado", disse Yu, executivo do setor. Mas, na sua opinião, "a China será a primeira economia a se recuperar, e o aço será a primeira indústria a reagir".

O panorama do setor pode mudar radicalmente, pois o governo chinês está incentivando a consolidação entre os mais de mil fabricantes de aço do país, para fazer frente ao excesso de capacidade.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Mineração - Anglo American pode reduzir gastos em US$ 4 bilhões(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. C7 Indústria)

A Anglo American deve anunciar amanhã nova previsão de gastos e investimentos para 2009, após mais de uma semana de trabalhos intensos de revisão. Atualmente, a companhia possui projetos aprovados que somam investimentos de US$ 12 bilhões e também estudava outros projetos que poderiam somar mais US$ 29 bilhões em futuras obras.

Página 89 de 170

Page 90: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O corte de gastos, que poderia passar dos 40%, teria como objetivo principalmente diminuir a produção de platina e postergar os projetos de minério de ferro, uma vez que os preços dos metais despencam no mercado internacional. "A Anglo estará agora em ritmo de preservação de recursos", disse Johann Pretorius, analista da Nedcor Securities, que recomenda "manter a posição das ações", informou ontem. "Diante do grande retrocesso na demanda, a maioria das commodities está com excesso de produção para fornecimento."

A companhia segue os passos de outras grandes mineradoras, como a Companhia Vale do Rio Doce (Vale), que já anunciou cortes da produção de minério de ferro, níquel, manganês e ferro-ligas, além da demissão de 1,3 mil funcionários, e o Rio Tinto Group, que na semana passada anunciou um plano para diminuir as despesas em US$ 5 bilhões e demitir 14 mil empregados.

A Austrália, grande exportador mundial de minério de ferro, reduziu ontem o prognóstico para o ano fiscal de 2009 na produção mineradora em 16% diante da demanda em queda pelo insumo da siderurgia.

O porta-voz da Anglo American, James Wyatt-Tilby, disse na semana passada, quando a companhia anunciou que estava realizando uma revisão dos investimentos, que ninguém do grupo comentaria a respeito dos detalhes da revisão antes do dia 17.

A empresa poderá reduzir os gastos de capital para o ano fiscal de 2009 em US$ 4 bilhões, adiando projeto como o de produção de minério de ferro no Sistema Minas-Rio, que adquiriu da MMX Mineração e Metálicos juntamente com outra unidade, no Amapá, por US$ 5,5 bilhões. O projeto, de US$ 3 bilhões, já foi postergado devido a atrasos na obtenção das licenças ambientais necessárias. Na sexta-feira, a empresa informou que o governo de Minas Gerais garantiu a licença prévia para a instalação da mina de minério de ferro e a unidade de concentração.

A unidade, que deverá ter capacidade para produzir 26,6 milhões de toneladas métricas por ano, deveria começar a operar no final de 2010, já teve o início de operação postergado para 2011.

Além do projeto Minas-Rio, a empresa também está investindo US$ 1,5 bilhão no Projeto Barro Alto para ampliar sua produção de ferroníquel. A nova unidade irá produzir, em média, 36 mil toneladas anuais de níquel contido em ferroníquel a partir de 2010. A Anglo American também produz no País nióbio e fosfatados e atual-mente emprega direta e indiretamente mais 5 mil pessoas.

Segundo os analistas, entre os outros projetos com risco de atraso estão a expansão da mina de cobre no Chile e uma unidade de minério de ferro na África do Sul, além da operação de platina Anglo Platinum. "Os fatos de mercado indicam forte possibilidade de corte", disse Matt Brenzel, que administra um fundo na Cadiz African Harvest Asset Management.

(Luciana Collet e Bloomberg News)Retornar ao índice de assunto

Voltar

O conturbado mercado siderúrgico mundial - Arcelor: venda em vez de compra - Empresa reduzirá participação votante na Dillinger Huette de 51,25% para 33,4%

(Monitor Mercantil 16.12.2008 p. 6 Financeiro)

Após 18 meses de batalha pelo controle da fabricante alemã de chapas de aço Dillinger Huette, a ArcelorMittal mudou de tática e informou que venderá sua participação acionária na empresa, arrecadando US$ 1 bilhão na transação.

Página 90 de 170

Page 91: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Em vez de tentar obter participação controladora na Dillinger Huette, a Arcelor planeja vender uma participação acionária na companhia alemã com o objetivo de reduzir sua presença no grupo e sua capacidade de exercer influência sobre as operações da fabricante de chapas de aço pesadas, que vende a maior parte de sua produção para clientes do setor de energia.

Fatias acionárias

A Arcelor reduzirá sua participação votante na companhia de 51,25% para 33,4% ao vender fatias acionárias para os dois acionistas existentes: a Struktur-Holding-Stahl, unidade da Fundação Montan-Stiftung-Saar (cartel privado com sede no estado alemão de Saarland) e a Dillinger Huette Saarstahl.

"Nós vamos continuar sendo um importante parceiro industrial da Dillinger Huette", afirmou o membro do Conselho Administrativo do Grupo ArcelorMittal, Michel Wurth, em um comunicado.

Em novembro, a Arcelor anunciou seus planos para reduzir sua dívida líquida em US$ 10 bilhões até o fim de 2009 e cortar os gastos em US$ 5 bilhões durante os próximos cinco anos. Entre eles está o corte de US$ 1 bilhão por meio da eliminação de 9 mil empregos, o equivalente a 3% de sua força de trabalho global.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Mineração - Arcelor é processada por transportadora(DCI 16.12.2008 p. B11 Legislação)

SÃO PAULO - A ArcelorMittal, o maior grupo siderúrgico do mundo, é alvo de um processo judicial de US$ 5,37 milhões por parte da transportadora Western Bulk Carriers, que alega o não cumprimento de um acordo de fretamento de navios para quatro cargas de 40 mil toneladas de minério de ferro.

A ArcelorMittal não deu as instruções de expedição para as cargas a serem transportadas entre 9 de setembro, a data do acordo, e 31 de março, disse a Western Bulk em uma ação judicial apresentada no tribunal federal de Nova York. A transportadora quer US$ 4,1 milhões em indenização, acrescidos de juros e honorários de advocatícios.

A Western Bulk fez "cobranças freqüentes de pagamento" para a ArcelorMittal, que "não cumpriu, negligenciou e/ou se recusou", dizem os documentos apresentados ao tribunal.

Haroon Hassan, porta-voz da ArcelorMittal, em Londres, recusou-se a comentar o assunto, antes de avaliar os documentos. Nenhum representante da Western Bulk, em Oslo, na Noruega, também se dispôs a comentar a questão. A Western Bulk pertence à Kistefos AS, empresa presidida pelo investidor norueguês Christen Sveaas.

Outra transportadora, a Zodiac Maritime, também ajuizou um processo contra a ArcelorMittal, em novembro, pedindo US$ 101,4 milhões por não cumprimento de acordos.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Mineração - ArcelorMittal venderá fatia em siderúrgica por US$ 1 bi(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. B3 Empresas)

Da Agência Estado

Página 91 de 170

Page 92: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Após 18 meses de batalha pelo controle da fabricante alemã de chapas de aço Dillinger Huette, a ArcelorMittal mudou de tática e afirmou ontem que vai vender sua participação acionária na empresa, arrecadando US$ 1 bilhão na transação.

A Arcelor, maior siderúrgica do mundo, não vai mais tentar obter uma participação controladora na Dillinger Huette, que fabrica chapas de aço pesadas e vende a maior parte de sua produção para clientes do setor de energia.

A Arcelor vai reduzir sua participação votante na companhia de 51,25% para 33,4% ao vender fatias acionárias para dois dos seus acionistas principais: a Struktur-Holding-Stahl, uma unidade da Fundação Montan-Stiftung-Saar , um cartel privado, e a Dillinger Huette Saarstahl.

A Arcelor vai ganhar 777 milhões de euros, ou US$ 1 bilhão, com a venda das ações, que inclui um dividendo proposto para 2008.

No mês passado, a Arcelor anunciou que planeja reduzir sua dívida líquida em US$ 10 bilhões até o fim de 2009 e cortar os gastos em US$ 5 bilhões durante os próximos cinco anos.

Processo. A ArcelorMittal é alvo de um processo judicial de US$ 5,37 milhões por parte da transportadora Western Bulk Carriers KS, que alega que a maior siderúrgica do mundo não cumpriu um acordo de fretar navios para quatro cargas de 40 mil toneladas de minério de ferro.

A Western Bulk, em uma ação judicial apresentada em 8 de dezembro nos EUA, pede US$ 4,1 milhões em indenização e o resto em juros e custos com advogados.

A Western Bulk fez "cobranças freqüentes de pagamento" para a ArcelorMittal, que "não cumpriu, negligenciou ou se recusou", dizem os documentos apresentados ao tribunal.

As siderúrgicas estão reduzindo os embarques de minério de ferro e de outras matérias-primas, depois que a demanda por aço por parte de montadoras de automóveis e construtoras despencou.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

PROCESSUAL

Judiciário - STJ obriga juiz a usar penhora on-line: Decisão diz que nova lei processual prevê que sistema é obrigatório, e não facultativo

(Valor Econômico 16.12.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

Fernando Teixeira, de Brasília

Em fevereiro de 2007, o juiz Antônio Fernandes da Luz, da 1ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, recusou-se a usar a penhora on-line - sistema do Banco Central chamado de Bacen-Jud - para executar uma ação de cobrança ajuizada pelo Banco de Brasília (BRB). A resistência do

Página 92 de 170

Page 93: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

magistrado adiou em quase dois anos a conclusão da ação, em tramitação desde 1997. Mas uma decisão da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve fazer o caso voltar a andar: no fim de novembro a corte obrigou o juiz a usar a penhora on-line. Sob relatoria da ministra Nancy Andrighi, o acórdão foi o primeiro precedente do tipo já proferido por um tribunal superior.

O tribunal entendeu que o uso da penhora on-line é compulsório e obrigou o juiz a cadastrar-se no sistema do Banco Central para, em seguida, reapreciar o pedido de bloqueio realizado pelo banco. A ministra relatora entendeu que a reforma do Código de Processo Civil (CPC) promovida pela Lei nº 11.382, de 2006, tornou obrigatório o uso da ferramenta.

A nova lei prevê que a penhora em dinheiro deve ser feita "preferencialmente" pelo meio eletrônico, o que o juiz da primeira instância interpretou como uso facultativo. Já a ministra Nancy Andrighi entendeu que o uso do meio eletrônico é obrigatório sempre que estiver disponível, e que a lei contém o termo "preferencialmente" apenas para acomodar casos em que não é possível acessar a ferramenta. "A preferência a que faz alusão a redação do artigo não deve ser entendida como sinônimo de predileção, mas sim de preferência, primazia e prioridade", afirmou a ministra.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), também proferiu uma decisão favorecendo a obrigatoriedade da penhora on-line. A decisão ocorreu no caso do juiz Roberto Wanderley Nogueira, da 1ª Vara da Justiça Federal de Recife, que ajuizou um mandado de segurança contra a Resolução nº 61 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de outubro deste ano, que tornou obrigatório o cadastramento no sistema do Banco Central. O juiz alegou que a medida reduz sua independência funcional, além de aumentar suas atribuições "para um quadro diverso daquele que corresponde, objetivamente, à nobilitante e inafastável função de julgar", afirmou. Cármen Lúcia entendeu que a obrigatoriedade do cadastro funda-se nos princípios da celeridade, informalidade e da economia processual, que não foram devidamente questionados pelo juiz.

Apesar do exemplo do magistrado pernambucano, casos de juízes abertamente contrários ao uso do sistema de penhora on-line são considerados raros. O juiz do Distrito Federal Antônio Fernandes da Luz, obrigado pelo STJ a usar a penhora on-line, acessa regularmente o sistema desde o ano passado, segundo seu gabinete. Só não o fazia antes porque havia acabado de assumir a vara de execução e ainda não estava cadastrado.

As poucas resistências existentes ao sistema do Banco Central, concentradas na Justiça estadual e federal, vêm cedendo desde a reforma do Código de Processo Civil em 2006. Até então, a Justiça trabalhista era a responsável por 74% dos acessos ao sistema, e pelos últimos dados do Banco Central, hoje a Justiça do Trabalho corresponde a 47% dos acessos ao sistema. Outros 47% são de responsabilidade da Justiça estadual e 6% da Justiça federal.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Débito - Falta de documentos extingue processo(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. B8 Direito & Justiça)

DA REDAÇÃO

Não apresentadas as faturas que geram o débito objeto da cobrança e suscitada a ausência de tais documentos em preliminar na contestação, deve o processo ser extinto sem resolução de mérito, por impossibilitar a ampla defesa do devedor. A decisão é da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que proveu recurso de uma empresa contra uma concessionária gaúcha.

Página 93 de 170

Page 94: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

A empresa recorreu ao STJ após ter sua apelação negada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). Para o TJ, o pedido não é genérico e, embora não expressando a quantia reclamada, não deixa dúvidas do valor almejado. Além disso, possibilita a ampla contestação do feito.

Em sua defesa, a empresa alegou que, por mais sério e competente que seja o demonstrativo "contábil/informatizado" do débito apresentado pela concessionária, nada substitui as faturas de energia elétrica, documento essencial no qual estão expostos todos os dados que refletem o consumo ocorrido em determinado período, como medição, data da leitura, tributos incidentes, unidades de consumo, entre outros dados. Segundo a mpresa, o dever de trazer aos autos os documentos indispensáveis à propositura da ação não é dela, mas sim da concessionária, seguindo as normas do Código Processual Civil (CPC) atinentes ao ônus da prova.

A empresa argumentou também que o pedido deduzido pela concessionária na inicial da ação de cobrança era de condenação da ré (empresa) ao pagamento das faturas vencidas, mas tais faturas não foram sequer trazidas com a petição inicial em razão de que o pedido não era apenas genérico, mas também não poderia ser atendido, já que não houve solicitação para pagamento da quantia de mais de R$ 190 mil. Por fim, apontou divergência jurisprudencial quanto ao mérito da controvérsia, defendendo a ilegalidade da inclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) na base de cálculo da tarifa de energia elétrica, por entender que, ao contrário de outras mercadorias, em que o tributo é integrante do preço final, em se tratando de consumo de energia, há de se verificar apenas o consumo em quilowatts/hora, converter-se em reais e aplicar a alíquota pertinente por fora.

Faturas. Na decisão, a relatora, ministra Eliana Calmon, destacou que, tratando-se de ação de cobrança pelo fornecimento de energia elétrica, as faturas tidas por não quitadas constituem documentos essenciais à propositura da ação e, por isso mesmo, devem ser apresentadas com a petição inicial, especialmente se a parte autora pretende, desde logo, a declaração da existência do débito e a condenação do usuário ao pagamento de quantia certa.

A ministra ressaltou, ainda, que situação diversa ocorre se, em razão dos limites em que a demanda for submetida à apreciação do Poder Judiciário, restar evidente, à primeira vista, que a apuração da quantia devida será postergada para a fase de liquidação da sentença, quando pode ser dispensada a apresentação das faturas com a petição inicial.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

PROPRIEDADE INTELECTUAL

Design brasileiro no logotipo(Veja - Ed. 2091 - 17.12.2008 p. 160)

O logotipo com seis letras coloridas do Google foi criado por uma brasileira, a designer Ruth Kedar, nascida em Campinas, São Paulo, e radicada nos Estados Unidos desde 1985. Há nove anos, Ruth lecionava desenho gráfico na Universidade Stanford, na Califórnia, quando foi contatada por um aluno, Larry Page, um dos fundadores do Google. Então um ilustre desconhecido, Page lhe pediu que criasse uma marca para a companhia recém-fundada. "Pensei em cores alegres, que remetessem à satisfação em descobrir coisas novas", lembra Ruth. Ela não revela quanto recebeu pela criação, mas estima-se o valor em 15 000 dólares. O nome Google é um trocadilho com o termo matemático googol, que significa o número 1 seguido por 100 zeros. Foi escolhido por representar o objetivo da empresa, de organizar uma quantidade virtualmente infinita de informações. A marca do Google é tão

Página 94 de 170

Page 95: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

forte que a empresa se permite brincar com ela nos chamados doodles (rabiscos, em inglês) que aparecem em datas especiais.

Comemoração da Independência do Brasil

Inauguração do acelerador de partículas LHC

Abertura da Olimpíada de Pequim

Aniversário de cinqüenta anos dos brinquedos Lego

Homenagem ao pintor francês Claude Monet

Desenho vencedor do concurso infantil "Crie um logotipo para o Google"

http://veja.abril.com.br/171208/p_150.shtml

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Propriedade Industrial - Análise de marcas vai demorar um ano(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A10 Direito Corporativo)

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) prevê que, a partir de 2009, o registro de marcas no Brasil será realizado em até um ano. Atualmente, o período de análise chega a seis anos. A diminuição do tempo, segundo estudo do INPI, se deve à capacitação dos 95 novos examinadores realizadas este ano e a instalação de novas ferramentas eletrônicas. Além do registro de marcas, o instituto também prevê que as capacitações realizadas em 2008 poderão resultar em exames mais rápidos.

O objetivo da diretoria de patentes será examinar todos os pedidos depositados a partir de dezembro de 2010 em um prazo máximo de quatro anos, tempo semelhante ao norte-americano e ao europeu. Para tanto, o INPI fará um novo concurso, para a admissão de 95 examinadores.

Ainda segundo informações do INPI, este ano o órgão conseguiu viabilizar parceria com o Escritório Europeu de Patentes (EPO) para instalar um sistema eletrônico de gestão de pedidos de patentes - e-Patentes. Também com a parceria foi possível digitalizar 100% de todos os documentos de entrada.

Página 95 de 170

Page 96: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O INPI espera, ainda, a resposta do Banco Interamericano de Desenvolvimento sobre o encaminhamento do projeto que visa a troca de experiências entre examinadores e a integração da prática de registros de marcas e patentes com mais sete países da América do Sul (Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Suriname e Uruguai). "O apoio do BID será uma doação de cerca de US$ 800 mil para a parte inicial do projeto", explica o presidente do INPI, Jorge Ávila. A resposta do BID está prevista para março.

(Redação) Retornar ao índice de assunto

Voltar

SEGURO

Plano de Saúde - Idec cobra mudança no cálculo do ressarcimento (Estado de São Paulo 16.12.2008 p. A16 Vida&)

Fabiane Leite

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) apontou avanço nas novas regras previstas pelo governo federal para obrigar planos de saúde a devolver ao Sistema Único de Saúde (SUS) dinheiro gasto com seus pacientes. No entanto, para a entidade, elas não abordam o “cerne da questão” - a maneira como a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) calcula o valor devido pelas empresas.

A agência implantará um sistema eletrônico para verificar por amostragem o cumprimento da regra do ressarcimento. O órgão pretende cobrar juros e correção monetária de quem não depositar os recursos e ameaça multar quem fornecer informações falsas. Segundo alertou Daniela Trettel, advogada do Idec, a agência acolhe com muita freqüência as argumentações das empresas. Auditoria do Tribunal de Contas da União apontou que R$ 1 bilhão deveria ser devolvido pelas empresas aos cofres públicos. A ANS reconhece metade do valor.

De acordo com a agência, muitas vezes pacientes são atendidos no SUS em razão de exclusões dos contratos.

O deputado federal José Aristodemo Pinotti (DEM-SP) afirmou que a ANS foi leniente com a cobrança nos últimos anos dez anos - tempo que vigora a lei que obriga o ressarcimento. “Tentam tomar a dianteira de um processo que eles não quiseram, de forma mancomunada, resolver.”

Para Solange Mendes, diretora-executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar, as regras trarão agilidade, mas as punições poderão ser contestadas. “Veremos na prática.”

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 96 de 170

Page 97: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Resseguro - Resseguradoras estrangeiras vêem maior potencial no País(DCI 16.12.2008 p. A11 Finanças)

SÃO PAULO - Resseguradores internacionais vêem o Brasil como um grande potencial de investimentos diante da crise financeira. Segundo Maria Elena Bidino, diretora de Assuntos Institucionais e de Resseguro da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), o setor vai continuar em crescimento em 2009 com a entrada de produtos inovadores no País. "O mercado vai crescer por conta da quebra de monopólio e o IRB-Brasil Re será favorecido porque tem mais conhecimento do que as próprias empresas estrangeiras." Para ela, a crise também deve equilibrar os preços do mercado de resseguro brasileiro no próximo ano. "A recente abertura do mercado, que poderia trazer uma concorrência de preços predatória, deve ser amenizada com os preços mais elevados devido à escassez de crédito gerada pela crise."

Maria Elena afirma que os resseguradores internacionais vão analisar o universo do mercado e trazer produtos que realmente se adaptem ao perfil do consumidor de seguro brasileiro. "Não é simplesmente importar um produto, mas avaliar se é necessário aqui." Para ela, ainda existem riscos que não estão cadastrados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), como resseguro para plataformas de petróleo de alto valor, satélite e nuclear, mas o órgão está estudando formas de neutralizar estes problemas, "que são mínimos em face a mudança após a quebra do monopólio".

Segundo Alexis Cavichini, professor de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o mercado de resseguro tem um potencial interessante no seguro de pessoas, já que depois da abertura do mercado, grandes players internacionais tendem a oferecer um número maior de novos produtos. "O seguro depende de expertise, banco de dados desenvolvidos e criatividade, e isso era muito restrito antes da abertura." Segundo Cavichini, no exterior há seguradoras que casam seguro de vida com renda vitalícia e fazem combinações financeiras, como, por exemplo, um plano em grupo associado ao ramo de vida com 60% das aplicações em renda variável e 40% em renda fixa, e o segurado passa a receber as contribuições na aposentadoria. "Acredito que comecem a oferecer esses produtos aqui e que a Susep pouco a pouco ganhe flexibilidade para aceitar essas inovações."

Segundo Ronald Kaufmann, diretor da Scor Global Life U.S. Reinsurance Company, no Brasil o resseguro de vida ocupa um percentual muito pequeno no conjunto de negócios globais. Ao todo, a participação do País no mercado de resseguro de vida é estimado em cerca de US$ 60 milhões, enquanto o mercado total de resseguro neste setor representa mais de US$ 1 bilhão.

Para Kaufmann, a abertura do mercado possibilita um futuro promissor para as seguradoras aprimorarem o gerenciamento de riscos na área de seguro de vida. "Será muito parecido com o mercado de resseguro internacional, os resseguradores são parceiros competitivos na capitalização das seguradoras de forma que elas possam obter mais capital para seu crescimento".

Segundo Kaufmann, a abertura é a única forma de as resseguradoras com expertise internacional passarem a contribuir com o seguro brasileiro em um processo de muito longo prazo. "É evidente que as resseguradoras de vida terão muito sucesso aqui, pois a demanda ainda é e será muito grande." Para ele, antes da abertura, o resseguro de vida era focado para atender necessidades básicas das seguradoras. "As resseguradoras internacionais vêem o Brasil como uma grande oportunidade de aumentar seus negócios em uma economia de grande futuro. Após a abertura, a maioria dos grandes players se instalou no País."

Dados da Susep apontam de que o mercado de seguro arrecadou em prêmios, até outubro deste ano, R$ 55,371 bilhões, um crescimento de 17,38% ante os R$ 47,173 bilhões arrecadados no mesmo período de 2007.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 97 de 170

Page 98: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

SOCIETÁRIO

Lenovo pode fazer oferta pela Positivo até o fim da semana (Valor Econômico 16.12.2008 p. B2 Empresas)

Vanessa Adachi, de São Paulo A Positivo Informática deve receber até o fim desta semana uma oferta de compra do seu controle feita pela fabricante chinesa de computadores pessoais Lenovo. A multinacional obteve um acordo de exclusividade para negociar a compra da Positivo que vence no próximo sábado.

O conselho de administração da Lenovo já aprovou a proposta que será feita. Analistas estimam que os chineses poderão oferecer algo em torno de R$ 25 por ação da Positivo. Os controladores da empresa brasileira, com sede em Curitiba (PR), já haviam sinalizado querer mais, algo acima dos R$ 30.

A Positivo Informática é a maior fabricante brasileira de notebooks e micros de mesa, líder no mercado local. O Brasil é um dos países onde a venda de PCs mais cresceu nos últimos anos, o que atraiu o interesse dos líderes desse negócio. Comenta-se que a americana Dell também vinha conversando com os controladores da Positivo.

A empresa faz parte do grupo Positivo, um dos maiores do setor de educação do país. Foi fundado por um grupo de professores que em 1972 pensou em criar um cursinho pré-vestibular. No ano passado, o grupo faturou R$ 2,7 bilhões. A Positivo Informática foi fundada em 1989 e abriu seu capital em 2006. Os controladores detêm 70% das ações. A empresa contratou o banco UBS para assessorá-la no negócio. Mas, como as conversas foram uma iniciativa dos potenciais compradores, há dúvidas sobre o real interesse na venda, já que o grupo está capitalizado.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Veículos - Volks vende unidade de caminhões para MAN: Fábrica de Resende (RJ) é vendida por R$ 3,81 bilhões

(Valor Econômico 16.12.2008 p. B9 Empresas)

Guilherme Manechini e Murillo Camarotto*, de São Paulo O grupo Volkswagen anunciou ontem a venda de sua divisão de caminhões e ônibus, com sede no Brasil, para a MAN - fabricante também de origem alemã e que em 2008 completa 250 anos de fundação. Fechado por 1,175 bilhão de euros (R$ 3,81 bilhões), o negócio marca a saída da Volks do segmento de caminhões e ônibus, apesar de a montadora ser a maior acionista individual da MAN, com fatia de 29,9%. Diretamente, a Volks segue agora apenas no mercado de automóveis e comerciais leves.

Segundo representantes das duas empresas, a princípio não haverá mudanças na fábrica da Volkswagen, instalada no município de Resende (RJ). Também está mantido o plano de investimento para a unidade, de US$ 500 milhões nos próximos cinco anos, segundo Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões & Ônibus. Os recursos, lembrou, serão aplicados na ampliação da capacidade produtiva da unidade, no desenvolvimento de produtos e em programas de redução de emissões de poluentes.

Como o anúncio ocorreu em meio ao turbilhão de notícias negativas sobre o setor automobilístico, os executivos apressaram-se em desvincular a negociação ao momento econômico mundial. "A negociação vinha ocorrendo há alguns meses e não houve nenhuma relação com questões de curto

Página 98 de 170

Page 99: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

prazo", declarou Hakan Samuelsson, presidente da MAN, ao referir-se ao cenário volátil da economia mundial.

No caso da MAN, a aquisição significa o ingresso da companhia no mercado latino-americano, além de ganho de competitividade em mercados emergentes, até então o foco da Volkswagen. Já para a Volks, abre-se a perspectiva de novos mercados para a exportação dos veículos fabricados em Resende e, claro, a injeção de capital resultante da transação.

Além de acesso ao mercado latino-americano de veículos pesados, a MAN espera que a compra traga sinergias da ordem de 50 milhões de euros anuais nos próximos três anos, oriundos especialmente de ganhos de produtividade. "Agora contaremos com uma ampla rede de concessionárias no Brasil e com o estado da arte da fabricação de veículos comerciais", disse o presidente da MAN a jornalistas.

Ele também informou que a marca Volkswagen continuará estampada na frente dos caminhões e ônibus produzidos por aqui, porém revelou que também há a possibilidade de que sejam lançados veículos da marca MAN. "Agora estamos no mercado brasileiro, um dos que tem maior potencial de crescimento", justificou o executivo.

Cortes, da Volkswagen, explicou que a intenção agora é completar a linha já existente no país com os produtos da MAN. A fabricação de componentes da MAN no país também não foi descartada durante o anúncio. "A MAN tem uma linha bastante completa, mas nossa filosofia é de ter um percentual de conteúdo nacional alto", disse Cortes.

Com a aquisição da divisão de caminhões e ônibus da Volkswagen, a fabricante alemã elevará seu faturamento anual de 15 bilhões de euros para 17 bilhões de euros . O número de funcionários passará de 50,4 mil para 55,4 mil pessoas.

Os executivos mantiveram as estimativas para a fábrica de Resende em 2008, ano em que é esperada a produção de 54 mil unidades, alta de 14,9% em relação 2007. Desse total, serão 45,5 mil caminhões e 8,5 mil ônibus.

Questionados sobre o destino da Scania, os presidentes das duas companhias disseram que não necessariamente ela seria incorporada pela MAN. O grupo Volkswagen detém cerca de 68% das ações da fabricante sueca.

(* Valor Online) Retornar ao índice de assunto

Voltar

Transporte - Invepar negocia compra do Metrô (Valor Econômico 16.12.2008 p. B10 Empresas)

Catherine Vieira, do Rio

Está próxima de ser concluída a negociação que deve sacramentar a venda do Metrô do Rio. De acordo com fontes que acompanham a negociação é praticamente certo que a compradora será a Invepar, que reúne a construtora OAS e os fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), além da Petros (da Petrobras) e da Funcef (da Caixa). O valor total do negócio deve ficar em torno de R$ 1 bilhão, avaliam esses interlocutores.

O Metrô é uma concessão privada de controle compartilhado entre o Citigroup, que tem mais de 40%, pela Valia (fundo de pensão da Vale), com cerca de 15%, e pelo fundo de participações Investidores

Página 99 de 170

Page 100: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Institucionais (ex-CVC Opportunity), que reúne investimentos dos fundos de pensão e também controla a BrT. O Opportunity, antigo gestor do fundo, ainda mantém cerca de 3% no Metrô.

O Valor apurou que a idéia é que a Invepar compre todas as ações dos demais sócios. Com isso, a exemplo do que ocorreu na compra da BrT pela Oi - na qual os fundos de pensão também estavam nas duas pontas - as participações de Previ, Petros e Funcef devem ficar mais equilibrados.

O leilão da concessão do Metrô do Rio ocorreu em 1997 e foi vencido pelo consórcio que na época se chamava Opportrans, que iniciou as operações em 1998. Em meados desta década, porém, após os desentendimentos entre fundos de pensão e Citi com o Opportunity, este último saiu da gestão.

A Invepar tem como principal ativo a Linha Amarela, via expressa que passa pela zona norte e zona oeste, no Rio. Opera também a Linha Verde, que fica na Bahia. No fim de outubro, a empresa anunciou a entrada da Petros e da Funcef no negócio, no mesmo dia em que informou a vitória na licitação do Corredor Raposo Tavares.

A expectativa é que ocorra também um rearranjo societário interno, na Invepar, para abrigar a Petros e a Funcef. A idéia, além da investida sobre o Metrô e o Corredor da Raposo Tavares, era ganhar uma segunda linha de concessão no leilão, o que acabou não acontecendo, porém demonstra que o apetite está alto. A Petros e a Funcef também tem reiterado o interesse em investimentos de infra-estrutura.

A venda do Metrô pode representar um duplo desfecho neste fim de ano para os ativos do Investidores Institucionais FIA, caso também saia a anuência prévia do regulador para a venda da BrT para a Oi. A BrT se tornou o investimento mais conhecido do fundo, que abriga ainda o Metrô do Rio e a Sanepar. A Telemig Celular e a Tele Norte Celular, que também faziam parte da carteira, foram as primeiras a ser vendidas. A Angra Partners, que sucedeu o Opportunity na gestão do fundo de participações, em 2004, vem desde então buscando a venda dos ativos como estratégia prioritária.

No caso do Metrô, em 2007, quando o mercado de capitais ainda estava pujante, chegou-se a cogitar abertura de capital com oferta de ações. Mais recentemente, o Citigroup teria chegado a negociar a venda da sua parcela para o fundo de participações Advent. O Metrô do Rio informou, por meio da assessoria, que não está comentando o assunto.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Grãos - Los Grobo Agro conclui a compra de parte da Selecta (Valor Econômico 16.12.2008 p. B13 Agronegócios)

Vanessa Adachi, de São Paulo

A Los Grobo Agro do Brasil, associação entre o maior produtor de soja da argentina e o fundo PCP, que gere o patrimônio dos ex-sócios do antigo banco Pactual, acaba de concluir a compra dos ativos de originação de grãos da Sementes Selecta, em recuperação judicial desde maio. Ontem, a Los Grobo fez o primeiro de quatro pagamentos, de um total de US$ 30 milhões, para ficar com essa parte dos negócios. O contrato foi assinado na sexta-feira.

A Selecta continuará em recuperação judicial e o dinheiro da venda irá para o seu caixa. A venda de ativos à Los Grobo é parte do plano de recuperação aprovado há alguns meses pela assembléia de credores e homologado pela Justiça. Além de comprar os ativos de originação, a Los Grobo também tem uma opção de três anos para assumir a fábrica de esmagamento que entra em funcionamento agora em janeiro e a marca Selecta. Se quiser exercer esse direito, terá que desembolsar outros US$ 25 milhões. "O mais importante nesse momento era não deixar o negócio de originação parar, para

Página 100 de 170

Page 101: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

não perdermos a safra de 2009 e nossa equipe já foi a campo", afirmou o diretor financeiro da Los Grobo Brasil, André Sá. De acordo com ele, a fábrica da Selecta terá abastecimento garantido com os grãos originados pela Los Grobo.

A renegociação da dívida bancária da Selecta, que tinha valor presente de US$ 400 milhões, está quase concluída. O prazo de pagamento foi alongado para 5 a dez anos, dependendo do caso. Credores que tinham garantia, apenas deram mais prazo. Os credores que não tinham garantias, podem optar até o fim do ano por dois modelos: aceitar um desconto no valor da dívida e alongar o prazo de pagamento ou injetar mais recursos na empresa sob a forma de empréstimo para capital de giro e esticar o prazo. Sá explicou que a idéia foi privilegiar os bancos que se mostram dispostos a continuar apostando na empresa. Ele estima que, ao final do processo, o valor presente da dívida se reduza a US$ 250 milhões a US$ 300 milhões.

Com a incorporação da área de originação da Selecta, a Los Grobo Brasil já deverá representar 40% das operações do grupo. Argentina responderá por outros 40%, Uruguai, 15%, e Paraguai, 5%. A parceria entre PCP e Los Grobo foi anunciada em fevereiro deste ano com o objetivo de atuar em grãos na América Latina. "Nosso maior desafio era desenvolver o negócio no Brasil, onde não havia nada."

No final de junho, foi fechado o acordo com a Selecta e duas semanas depois veio a sociedade com a Ceagro, empresa que faz originação e armazenagem de soja e milho nos Estados de Tocantins, Maranhão e Piauí, conhecida como região do "Mapito". Com esses dois negócios, a Los Grobo Brasil adquiriu uma capacidade de armazenagem de 450 mil toneladas - 260 mil da Selecta e 190 mil da Ceagro. "Conseguimos montar uma estrutura que nos dá saída pelo porto de Itaqui (MA) e também por Tubarão (ES)". A empresa começará a entrar na produção de grãos, com 34 mil hectares na próxima safra e já conta com 400 pessoas no país. André Sá acredita que a empresa poderá crescer no atual cenário de crise. "Haverá muitas oportunidades de parceria com empresas em situação de estresse financeiro".

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Governança indiferente: No meio da crise, ações listadas com as melhores práticas corporativas da bolsa caem na mesma proporção que demais

(Valor Econômico 16.12.2008 p. D1 Eu& Investimentos)

Por Angelo Pavini, de São Paulo

A governança corporativa virou unanimidade entre investidores, empresas e analistas. Mas no meio dessa crise toda, o fato de a empresa respeitar o acionista, dar direito de voto, dividir o prêmio de controle em caso de venda (o chamado "tag along") e manter o máximo de transparência de informações fez diferença para os preços dos papéis? Aparentemente não.

Levantamento feito pelo professor William Eid Júnior, do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), mostra que os preços das ações nos chamados níveis de governança da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) - Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado - caíram praticamente na mesma proporção que as demais. O período vai de 30 de junho a 12 de dezembro. Dentre os ativos que compõem o Índice Bovespa (Ibovespa), os 21 papéis que estavam fora de qualquer um dos níveis de governança caíram 25,12%. Já as ações presentes no Nível 1 recuaram 24,01%, enquanto aqueles com o selo do Nível 2 perderam 34,53%. Nesse mesmo intervalo, as ações do Novo mercado apresentaram baixa de 23,91%.

Página 101 de 170

Page 102: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Comparando-se o desempenho do Índice Bovespa e o do Índice de Governança Corporativa (IGC), a governança também está em desvantagem. Até 12 de dezembro, o IGC da Bovespa apresentava perda de 43,3% no acumulado do ano, para uma desvalorização de 38,4% do Ibovespa.

As maiores quedas aparecem nas ações listadas no Nível 2 de governança. O grupo de papéis apresentou, entretanto, o menor desvio padrão (medida estatística de dispersão, que pode ser entendida como uma medida de risco). Isso ocorreu, no entanto, porque todas as ações despencaram juntas. No geral, foram as ações sem o selo de governança que apresentaram melhor retorno e menor risco.

A conclusão de Eid é que a governança, que deveria proteger o acionista, já que em tese oferece mais transparência aos investidores, teve pouca valia na crise recente. "Mas as empresas com boa governança não deveriam ter um risco menor?", questiona. "Não foi isso que se viu."

Com a intensa atividade de ofertas públicas iniciais (IPO, em inglês) em 2007, o Novo Mercado, o selo mais alto de governança do mercado brasileiro, foi inflado e hoje conta com 46 companhias, segundo o levantamento do pesquisador da FGV-SP. O Nível 1 tem 16 empresas e o Nível 2, 25 companhias.

Para Eid, em um momento de incerteza mundial como o atual, as empresas de governança, teoricamente mais transparentes, deveriam estar mais blindadas do que as demais, sendo um porto mais seguro para o investidor. "Mas não é isso que se observa", afirma. Para ele, isso é um sinal de que a governança no Brasil ainda é em grande parte, coisa para "inglês ver". "Junte a isso os problemas graves com derivativos que Sadia e Aracruz tiveram e que os conselhos independentes não conseguiram identificar", afirma Eid. "Não adiantou nada". Sem falar em outros casos, como o da concordatária Agrenco, que vinha sendo investigada pela Polícia Federal antes mesmo de vir a mercado e ninguém ficou sabendo desse tipo de risco.

Para o professor, os conselheiros independentes das empresas não estão preparados para enfrentar os riscos externos. Além disso, muitas vezes as empresas alegam que controlam os riscos usando modelos de probabilidades. "Mas há riscos que podem ser medidos por probabilidades porque não podem acontecer nunca, e isso os modelos não mostram", diz ele. O professor dá o exemplo da roleta-russa, em que se oferece a uma pessoa um revólver com uma bala e se diz que se ela não morrer, ela ganha R$ 100 mil. "Ninguém aceita, e não adianta aumentar o valor porque o efeito negativo é tão ruim que ninguém quer correr aquele risco", afirma. No caso da Aracruz, por exemplo, se a operação de opções de dólar que a empresa fez tinha a mínima probabilidade de quebrar a empresa, ela nunca deveria ter sido feita, por melhores que fossem as chances. "E os conselhos não estão preparados para acompanhar isso", diz.

Página 102 de 170

Page 103: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Para Eid, há muita coisa interessante no processo de governança, mas muito marketing também. "Temos empresas com um único acionista controlador, outros que usam o patrimônio da empresa como se fosse seu ou da família, e mesmo assim dizem que têm governança", diz.

Crítico declarado da moda da governança, Eid acha que a definição deve mudar. "É preciso entender que há outros processos para proteger o acionista, não basta só garantir 'tag along', porque isso não agrega mais valor", afirma. E lembra a frase do ex-presidente do banco central americano (Federal Reserve, o Fed), Alan Greenspan, sobre os problemas vividos pelas empresas americanas. "O Greenspan achou que as organizações protegeriam seus acionistas, o que não aconteceu", diz. "No mercado, não existem cavalheiros, e muito menos acordos de cavalheiros", conclui.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Governança - Remuneração pode estar por trás de perda com derivativo: Com nova regra da CVM, investidor deverá ter mais clareza sobre objetivo de executivos

(Valor Econômico 16.12.2008 p. D6 Eu& Investimentos)

Por Graziella Valenti, de São Paulo

O detalhamento da remuneração dos executivos brasileiros, esperado para 2009 com a nova regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), dará outra dimensão à compreensão da estratégia das empresas.

Os últimos escândalos financeiros globais já mostraram que os bônus, pagamentos além do salário fixo e atrelados a metas de desempenho, estiveram diretamente relacionado às decisões tomadas pelos administradores.

O debate é antigo nos Estados Unidos, ganhou contornos dramáticos com os escândalos do início da década e está de novo entre as prioridades com a atual crise das hipotecas.

No Brasil, há indícios de que, guardadas as proporções, a situação seja similar . Porém, a falta de transparência para os ganhos dos administradores dificulta uma completa avaliação do cenário.

Maria Helena Santana, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acredita que a discussão sobre a remuneração "é questão micro mais relevante da atualidade". "Já ficou provado que o esse modelo, desenvolvido nas décadas de 70 e 80, não serve mais. Precisa ser aprimorado. Ainda não aprendemos como controlar a ganância humana."

Guilherme Dale, sócio-consultor da Spencer Stuart, empresa especializada na contratação de altos executivos, conta que a agressividade das companhias brasileiras em remuneração cresceu muito nos últimos dez anos, com a sofisticação e o profissionalização das administrações. A remuneração variável ganhou importância e compõe atualmente cerca de metade do ganho anual de um executivo.

Dale destacou que as métricas para esses bônus variam significativamente a cada companhia e que possuem relação com o momento do negócio. Ou seja, se a empresa quer conquistar participação de mercado, pode colocar essa questão como uma meta. Caso o objetivo da companhia seja expansão de margem, é esse o indicador que dará os parâmetros para os bônus.

Com a revisão das normas brasileiras sobre a questão, a expectativa é que seja possível um detalhamento maior sobre os ganhos dos executivos e de que forma isso pode prejudicar ou não a gestão da empresa. Por exemplo, se já houvesse informações, talvez fosse possível avaliar o quanto os executivos de Sadia e Aracruz poderiam ter sido estimulados a expor a companhia aos derivativos que levaram a prejuízos bilionários. Antes de gerar perdas, esses contratos estavam trazendo ganho aos negócios.

Página 103 de 170

Page 104: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

A Aracruz diz que, desde 2004, ganhou R$ 630 milhões com essas operações. Em junho, antes da inversão da tendência do câmbio, a nota explicativa da companhia dizia que instrumentos derivativos tinham gerado um resultado positivo marcado a mercado reconhecido como receita financeira de R$ 35,3 milhões. Procurada, a companhia não comentou o assunto.

No caso da Sadia, não há uma informação sobre o ganho histórico com esses instrumentos. Mas há maiores detalhes sobre os registros contábeis.

No balanço do segundo trimestre, a nota explicativa da Sadia relata que o resultado dos contratos futuros trouxe ganho de R$ 152,2 milhões - ante R$ 34,3 milhões de igual período de 2007. Do total de abril a junho deste ano, R$ 22,7 milhões foram registrados como resultado financeiro e R$ 129,6 milhões como receita operacional bruta: 0,4% do faturamento bruto ou ainda 97% do lucro operacional.

Na época, a exposição líquida a contratos de venda de dólar somava US$ 2,9 bilhões. Esse montante superou US$ 7 bilhões no terceiro trimestre, quando houve as perdas.

É de conhecimento público que a Sadia utiliza o conceito de valor econômico adicionado para remunerar seus executivos. Por esse sistema, o desempenho operacional precisa mais do que compensar o custo de capital da empresa para que haja acréscimo de valor ao negócio. Caso contrário, se o o custo do dinheiro é maior do que a margem da atividade, há perda de valor e não ganho. Logo, se os derivativos eram computados como ganhos operacionais, é possível crer que afetassem o pagamento dos executivos. A companhia, porém, não comentou essa questão específica.

Alexsandro Broedel, professor da Fipecafi e especialista em derivativos, explica que faltavam regras claras para contabilização no Brasil. Agora, o país terá diretrizes claras, por conta da convergência para o padrão internacional de contabilidade, o IFRS. De acordo com o professor, a norma americana é de 1998 e a internacional, do IFRS, de 1999. "Mas não havia norma específica aqui ainda."

Já para o balanço anual de 2008, a liberdade para contabilizar derivativos se modificará substancialmente, pois a nova regra para instrumentos financeiros sai neste ano. A consulta pública sobre a questão, realizada pela CVM e pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) terminou em 28 de novembro.

Para Broedel, a melhora na contabilidade ajudará no ajuste ao estímulo dos executivos, já que é dos resultados que partem a maioria das metas para bônus. Na avaliação do especialista, questão crucial nessa discussão é como relacionar a remuneração ao risco ao qual o executivo expõe o negócio.

A partir da edição da nova regra, explica o professor, os contratos que não tiverem como objetivo a proteção de ativo ou passivo - hedge - deverão ser contabilizados como ganhos ou perdas de tesouraria e, portanto, na conta financeira. A regra também deixará explícito o conceito de hedge: são instrumentos que cobrem de 80% a 125% o ativo ou passivo ao qual está relacionado. "O que estiver fora desse intervalo é especulação e vai para as contas financeiras."

No entanto, os contratos derivativos feitos para proteger ativos e passivos afetarão as contas específicas para os quais são destinados, quando estiverem na proporção correta. Quando protegerem a receita, a contabilização ocorrerá nessa linha. Quando forem para administrar custos, irão acrescentar ou tirar custo do total da empresa.

A Sadia explicou, por meio de sua assessoria de imprensa, que seguia a regra americana. As normas são bastante semelhantes ao IFRS e , portanto, a a regra que será adotada no país.

A empresa lembra também que o Brasil não tinha normas próprias para derivativos. Havia algumas recomendações, de adoção de valor justo, que já eram seguidas.

Página 104 de 170

Page 105: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

"Não tinha norma específica no Brasil [para derivativos], é verdade. Mas quem quisesse fazer bem feito podia olhar para o que dizem as regras internacionais", afirma Francisco Papellás, presidente do Instituto Brasileiro dos Auditores Independentes (Ibracon).

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Fraude - Siemens paga US$ 1,6 bi para encerrar processo por corrupção(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A10 Direito Corporativo)

A Siemens, maior empresa do setor de engenharia da Europa, concordou em pagar US$ 1,6 bilhão para liquidar processos de suborno nos Estados Unidos e Alemanha, após dois anos de investigações sobre pagamento de propinas para autoridades governamentais em várias partes do mundo. A Siemens pagará € 596 milhões (US$ 814 milhões ) na Alemanha, incluindo uma multa de € 201 milhões de 2007, informou seu advogado, Peter Solmssen. A companhia também pagará US$ 800 milhões nos Estados Unidos, depois de se reconhecer culpada pela violação de leis anticorrupção por contabilizar falsamente US$ 1,36 bilhão em subornos.

"É o final de um capítulo difícil na história da companhia", disse Solmssen, que representou a Siemens em audiência perante o juiz Richard Leon, ontem, em Washington. "Estamos felizes por deixar esse episódio para trás," disse o advogado. Peter Löescher, presidente do grupo, afirmou que este resultado, menos oneroso que o previsto, é um "presente de Natal". "Estou feliz e aliviado que tenhamos obtido este fantástico resultado tão rapidamente. É o melhor dos presentes de Natal", declarou Löescher à edição on-line do jornal alemão Bild.

Acusações

A empresa usou contas fora dos livros para ocultar pagamentos ilegais, subornos descaracterizados na contabilidade corporativa, e propinas falsamente descritas pagas para o governo iraquiano no programa de petróleo para alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU), disse o procurador dos EUA, Jeffrey Taylor, em ação penal que deu entrada em 12 de dezembro. "As multas para a liqüidação foram menores que as multas multibilionárias que a maioria esperava", disse em nota o investidor Nick Heumann, analista da Sterne Agee & Leach em Nova York.

Com uma nova administração começando no próximo ano, a resolução poderia ter "facilmente se esticado" para pelo menos até o fim de 2009, disse Heumann, que recomenda a manutenção das ações. A Siemens caiu US$ 0,23 para € 47,15 no fechamento do pregão de Frankfurt. As ações caíram 56% este ano.

Escândalo

A companhia, cuja origem data de 1847, se envolveu em um escândalo de suborno divulgado em novembro de 2006, levando a investigações em pelo menos uma dúzia de países. Ela pagou suborno

Página 105 de 170

Page 106: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

para ganhar contratos de transporte na Venezuela, redes de telefonia celular em Bangladesh, estações de força em Israel e sistemas de controle de tráfego na Rússia, disseram os promotores.

"Nós lamentamos expressamente que erros tenham ocorrido no passado", disse Gerhard Cromme, chairman do conselho supervisor. "Considerando o quão intimidadora foi a magnitude do caso, parece um milagre que tão pouco tempo tenha se passado para chegar a um acordo com as autoridades." A soma das liqüidações "é de longe mais importante" que as investigações remanescentes em outros países, disse Cromme. "A maioria delas está atrás de nós." As unidades da Siemens de Bangladesh e da Venezuela confessaram-se culpadas de conspiração para cometer suborno, mas a companhia controladora não fez o mesmo. Isso significa que a Siemens ainda pode participar de licitações para contratos do governo americano, disse Solmssen.

Theo Waigel, ex-ministro alemão de Finanças, irá monitorar a obediência da companhia às resoluções norte-americanas nos próximos quatro anos, afirmou a Siemens. A empresa informou no último mês que ia reservar € 1 bilhão para responder às acusações nos EUA e Alemanha. Löescher, CEO da companhia, foi contratado em julho de 2007 para "limpar" a empresa após os escândalos de pagamento de propina. Ele substituiu metade dos 100 principais executivos da empresa.

A Siemens tem colaborado com as investigações de seus ex-executivos, afirmaram os promotores públicos. As autoridades de Munique ainda estão investigando cerca de 300 suspeitos. Três ex-funcionários foram condenados em Munique nos dois primeiros julgamentos realizados este ano sobre o escândalo. Johannes Feldmayer, ex-membro do conselho, foi considerado culpado e foi sentenciado, em novembro, em um caso relacionado ao da Siemens na cidade alemã de Nuremberg. "Há ‘caixa dois’ em muitas das unidades da companhia, que era usado para o pagamento de propinas", afirmaram promotores de Munique.

A decisão norte-americana inclui multa de US$ 450 milhões para a empresa e outras unidades. Segundo acordo com a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA e a Justiça, Siemens de pagar ainda multa de US$ 350 milhões sobre seus lucros.

(Bloomberg News e Reuters)

EUA monitora empresa por 5 anos

Muitas evidências são utilizadas para detectar se as empresas multinacionais com interesses em manter e ampliar negócios nos diferentes mercados internacionais estão violando a Lei Anti Corrupção (FCPA) dos Estados Unidos. Segundo um levantamento feito pelo escritório internacional de advocacia Shearman & Sterling e pela FTI Consulting - uma consultoria especializada em análise forense, investigação, compliance, gestão de riscos e de combate fraudes -, as práticas indevidas mais comuns são pagamentos de comissões com valores significativos ou não usuais; pagamentos de altos bônus feitos pela companhia para um "executivo" sem reconhecimento ou histórico no mercado em que atua; contratação de distribuidores ou parceiros de negócios com aparente falta de qualificação para executar os serviços oferecidos; entre outros. Segundo Denise Debiasi, a vice-presidente da FTI Consulting para a região Ibero-América, o objetivo da lei não é o de impedir que uma empresa opere nos EUA, mas de impedir que ela faça operações duvidosas. "Quando é detectado uma atividade duvidosa e a empresa é multada, ela passa a ser monitorada por cinco anos. Um responsável visitará todas as filiais da empresa, nos Estados Unidos e também no resto do mundo, para checar as informações contábeis da empresa e se há indícios de corrupção", explica.

Ela diz que cabe às empresas investirem em políticas internas que evitem qualquer operação fraudulenta. "É dever da empresa punir e monitorar os funcionários, porque caso ocorra problemas, ela será a responsável", diz.

(Andrezza Queiroga São Paulo) Retornar ao índice de assunto

Voltar

Página 106 de 170

Page 107: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Negócios - Para crescer, MAN paga € 1,2 bi pela VW Caminhões e Ônibus(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. C4 Transportes)

Apesar das incertezas geradas pela crise mundial, a MAN AG , segunda maior fabricante de veículos comerciais da Europa, não alterou seus planos e anunciou ontem a compra da Volkswagen Caminhões e Ônibus. Com essa aquisição, no valor de € 1,175 bilhão , a companhia alemã passará a ser o sexto maior produtor mundial de caminhões. Isoladamente, ocupava o 12º lugar no ranking mundial. "Todo o mundo está sendo afetado pela crise, mas a melhor forma de enfrentar essa crise é continuar fazendo investimentos", disse Hakan Samuelsson, presidente da MAN AG.

Na opinião de Samuelsson, 2009 e 2010 serão anos problemáticos. "Mas a idéia de vir para o Brasil é crescer, pois o mercado europeu já está saturado e acreditamos no potencial dos países do Bric - sigla que se refere ao Brasil, Rússia, Índia e China.

Samuelsson falou que a MAN pretende aproveitar a sinergia com a Volkswagen para expandir seus negócios no Brasil, onde a Mercedes-Benz é lider no mercado de caminhões e ônibus - a VW é a segunda colocada - e na América Latina. "Vamos nos tornar líder de mercado no Brasil, pois temos produtos modernos, fábrica de ponta e rede estruturada", disse Samuelsson.

A aquisição pela MAN não mudará o comando na Volkswagen Caminhões e Ônibus do Brasil, que continuará sendo presidida por Roberto Cortes, e nem a estrutura da fábrica de Resende (RJ), que manterá o conceito modular de produção. "Estamos seguindo uma expansão natural da Volks-wagen do Brasil e, com muito orgulho nos tornamos parte da MAN", disse Roberto Cortes. "A princípio nada vai mudar no plano de expansão, mas é óbvio que vamos buscar sinergia", completou Cortes.

A sinergia esperada para os próximos três anos, segundo Samuelsson, é obter uma economia de custos de € 50 milhões por ano.

Cortes falou também que a Volkswagen vai ganhar muito ao ser adquirida pela MAN, pois terá a tecnologia e a estrutura da companhia alemã para a produção de veículos, motores e componentes. "Além de fortalecer o centro de desenvolvimento para os países emergentes, também vamos complementar a marca Volkswagen com os produtos da MAN".

Cortes falou também que, por ser a MAN uma grande produtora de componentes, será analisada a possibilidade de produzir componentes aqui no Brasil. Entre as fabricantes de autopeças que abastecem a fábrica de Resende, a Volkswagen tem a Cummins e a MWM International como seus grandes fornecedores de motores. "Vemos com bons olhos esse negócio e certamente haverá uma expansão natural de volume de produção e vendas", disse Cortes.

A Volkswagen, que produziu 37 mil caminhões e ônibus em 2006 e 47 mil em 2007, pretende fabricar 55 mil veículos neste ano. "Será um crescimento interessante e esperamos ter um crescimento de 5% em 2009", disse Cortes. "Estamos otimistas com as novas possibilidades que surgirão para a Volkswagen e acreditamos que essa crise de liquidez tem data para terminar".

A MAN, que faz 250 anos em 2008, tem vendas anuais de quase 100 mil unidades, fatura € 14 bilhões e emprega 50 mil pessoas em todo o mundo. A empresa tem também em seu portfólio motores a diesel, compressores e turbinas.

(Sonia Moraes)Retornar ao índice de assunto

Voltar

Página 107 de 170

Page 108: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Crise leva Credit Suisse a reduzir preço-alvo de ações - CSN, Gerdau e MMX são rebaixadas(Monitor Mercantil 16.12.2008 p. 9 Financeiro)

O banco Credit Suisse rebaixou o preço-alvo das ações da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), da Gerdau e da MMX devido ao novo cenário internacional. Por meio de relatório, o banco informou que reduziu o preço-alvo da CSN ON de US$ 30 para US$ 20 por ação, o que ainda representa um potencial de alta de 67%. A revisão foi atribuída ao aumento do custo de capital, às previsões de preços menores para o minério de ferro e à expectativa de queda de volume de vendas de minério e aço em 2009.

A recomendação de outperform (acima da média de mercado) foi mantida e a companhia foi apontada como top pick devido ao seu baixo nível de alavancagem, à sua elevada geração de caixa e ao crescimento do minério de ferro nos negócios da companhia, que deve chegar a 35% em 2009.

O preço-alvo da Gerdau PN foi reduzido de US$ 15 para US$ 8 por ação, em função de expectativas mais fracas de preços e volumes. Sua recomendação foi rebaixada de outperform para underperform (abaixo da média) devido à sua exposição aos mercados mais fracos de siderurgia no Brasil e nos Estados Unidos.

O banco apontou que as expectativas em relação ao mercado interno estão muito otimistas e devem ser frustradas. No caso da MMX, o preço-alvo caiu de US$ 9 para US$ 5 por ação, um potencial de alta de 280%. O banco reiterou a recomendação de outperform para a mineradora.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Editoriais - A CVM e a defesa dos acionistas (Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B2 Economia)

A crise provocada pelos empréstimos “subprime”, nos EUA, desencadeou no mundo todo uma maior preocupação em relação à fiscalização das instituições financeiras. Agora, a fraude do gestor de fundos Bernard Madoff mostra que é urgente um aperfeiçoamento das operações nas bolsas. Sensível a esses fatos, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pretende colocar em audiência pública modificações a serem introduzidas no mercado acionário.

Uma dessas modificações diz respeito a informações mais detalhadas sobre a remuneração dos dirigentes de empresas, incluindo os membros do conselho de administração.

Os primeiros escândalos que apareceram em diversos países se relacionavam às vantagens outorgadas a dirigentes de empresas, afastados por qualquer razão, enquanto a empresa ficava em situação difícil. A crise da indústria automobilística nos EUA levou o governo a exigir redução de salários e outras vantagens dos executivos das montadoras.

Tais fatos despertaram a CVM no Brasil. Até agora, das empresas inscritas na Bolsa, exigia-se informação apenas da remuneração global dos seus dirigentes e membros do conselho de administração, sem incluir outras vantagens, fixas ou variáveis. O que se pretende é exigir todas as informações sobre as remunerações, assim como os comentários sobre o que as justifica.

A CVM, como organismo cuja função é defender os acionistas, não podia deixar de exigir maior transparência nessas informações. É importante que os acionistas que participam com recursos próprios da estrutura financeira de uma empresa - e por isso recebem dividendos - não tenham seus rendimentos diminuídos em razão da remuneração exorbitante auferida pelos administradores. O mínimo que se pode exigir é que os acionistas sejam plenamente informados dessas vantagens para poder questioná-las nas assembléias.

Página 108 de 170

Page 109: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

É normal que administradores de empresas (que muitas vezes são seus criadores) aufiram boa remuneração, até mesmo vinculada aos resultados.

O que é necessário, porém, é que os acionistas tenham informação completa sobre o valor e os princípios dessas vantagens no momento em que subscrevam ações e participem de aumento do capital. A CVM não pensa em estabelecer limites à remuneração de dirigentes das empresas, mas apenas exigir que todos os acionistas conheçam as vantagens oferecidas aos executivos.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Renda Fixa - Emissão de notas promissórias deve sofrer desaceleração no próximo ano(DCI 16.12.2008 p. A12 Finanças)

SÃO PAULO - Como fuga para a falta de crédito, devido ao agravamento da crise financeira mundial, as emissões de notas promissórias cresceram 137,1% em 2008 se comparado com todo o ano passado. Em 2007, foram realizadas 20 operações com montante de R$ 9,7 bilhões, contra 38 negócios realizados até dezembro deste ano, com volume financeiro de R$ 23 bilhões. Mas segundo especialistas, este volume não deve ser tão grande em 2009, ja que pode haver uma retomada do crédito e uma diminuição da taxa básica de juros.

Segundo Lecy Sousa, presidente nacional da Associação dos Analistas e Profissionais do Investimento de Mercado de Capitais (Apimec), o próximo ano não deve ter um crescimento nas emissões. "Este ano tivemos uma falta de crédito que fez com que as companhias captassem recursos através das emissões de notas promissórias e debêntures, mas mesmo com restrições em 2009 vai ter crédito para as empresas" avalia Lucy, que ressalta ainda que as taxa de remuneração nestes tipos de emissões são sempre muito elevadas.

Segundo Luiz Jurandir, consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), as emissões não devem crescer como neste ano, mas ele acredita que vai haver uma elevação. "Teremos uma curva crescente, mas nada que cause algum espanto. No próximo ano deve ser mais tranquilo. Vamos esperar até março de 2009, só depois disso saberemos como vai ficar o mercado", explica o especialista.

O Governo também tem feito esforços para baixa a taxa de juros, e segundo o diretor do departamento de pesquisa e desenvolvimento econômico do Bradesco, Octavio de Barros, o banco já estuda uma possível redução dos juros. "Acreditamos que o o Banco Central deva reduzir a taxa de juros em 0.5% ou 0.75% em 2009", disse Barros. Vale lembrar que hoje a taxa de juros é de 13.75% ao ano.

Na semana passada, a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) anunciou uma emissão de notas promissórias no valor de R$ 200 milhões. Segundo a companhia, este valor será utilizado para investimentos na área de transmissão de energia elétrica. Ontem a Bradespar, braço do banco Bradesco, informou que o Conselho de Administração aprovou a emissão de R$ 690 milhões em notas promissórias. A emissão será realizada em série única.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 109 de 170

Page 110: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Diretor financeiro da Natura anuncia renúncia ao cargo(DCI 16.12.2008 p. A12 Finanças)

São Paulo - A Natura Cosméticos anunciou ontem ao mercado que o seu então diretor Financeiro e de Relações com Investidores, José David Vilela Uba, renunciou de seu cargo. Conforme comunicado encaminho à Comissão de Valores Mobiliários, o cargo será ocupado por Roberto Pedote. O processo foi acompanhado pelo presidente do Conselho de Administração da companhia, Pedro Luiz Barreiros Passos. A Natura tem uma das ações com melhor desempenho no Ibovespa em 2008. Ontem, no entanto, as ações ordinárias da companhia fecharam o dia em queda de 0,69%.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Mercado - Embratel capta R$ 400 mi em notas para alongar dívida(DCI 16.12.2008 p. A12 Finanças)

São Paulo - A Embratel Participações, companhia responsável pela detenção de 99,20% Embratel, anunciou a emissão e a venda de 16 notas promissórias comerciais com valor nominal unitário de R$ 25 milhões - totalizando R$ 400 milhões. O processo foi formalizado em 12 de dezembro, e tem como intuito o pagamento de título de dívida de emissão da Embratel em 3 de dezembro de 2003, no valor total de US$ 178,75 milhões, acrescidos de juros remuneratórios anuais, com pagamento semestral, de 11%. O vencimento desse bond se deu ontem, segundo informações da empresa.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Mercado - Bradespar pretende arrecadar R$ 590 mi em título de dívida(DCI 16.12.2008 p. A12 Finanças)

São Paulo - A Bradespar informou ao mercado que seu conselho de administração aprovou a emissão de até R$ 690 milhões em notas promissórias. A idéia é realizar uma série única, com cada título valendo R$ 1 milhão. O rendimento para os papéis foi estabelecido em até 113% das taxas médias dos Depósitos Interbancários (DIs). Dados da Comissão de Valores Mobiliários mostram que o mercado de títulos de dívida curto, com vigência média de até 360 dias, mais que dobrou entre 2007 e 2008, com os lançamentos saindo de aproximadamente R$ 9 bilhões para cerca de R$ 20 bilhões.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

As alterações societárias e seus condicionamentos heterônomos(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. B7 Direito & Justiça)

A vida empresarial sempre exigiu do ramo jurídico destinado à sua regulamentação, em especial do Direito Societário, o regramento dos fenômenos de transformação societária. Assim é que coube a tal ramo jurídico previsão das possibilidades e limites das alterações societárias (cisão, incorporação, fusão, transformação e, inclua-se aí, por semelhança a alteração do controle societário).

Página 110 de 170

Page 111: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Isto significa que os fenômenos societários sempre estiveram sob a égide, basicamente, do direito privado, em especial do Código Comercial de 1850, das sucessivas Leis de Sociedades Anônimas e, atualmente, do próprio Código Civil.

No entanto, o tempo demonstrou que o Direito Privado era insuficiente para regulamentar toda a gama de interesses jurídicos que nasciam à sombra das corporações privadas. Em um primeiro momento, passou-se ao que se chama de regulação jurídica econômica, em que os institutos de Direito Societário passaram a ser regulados pelo viés da regulação econômica dos mercados, com um viés concorrencial, como, por exemplo, ocorreu com as leis que, no Brasil, chegaram a incentivar a concentração empresarial no âmbito das usinas de açúcar.

A atual legislação antitruste no Brasil, por sua vez, foi talvez o primeiro diploma não societário que procurou sistematizar os fenômenos de concentração empresarial, inclusive impondo limites e condições para determinadas alterações estruturais das corporações, como as fusões e incorporações.

Posteriormente, com a nova fase de regulação jurídica de mercados, a partir, basicamente da instituição das novas agências, sua legislação passou a regular e condicionar também os fenômenos de alteração societária. Exemplo disso é a legislação referente às telecomunicações.

Como sabido, para que possa passar a operar pelo regime público de telecomunicações, a Sociedade Empresarial deverá obter uma outorga de concessão, que lhe dará o direito a utilizar-se das radiofreqüências respectivas. Cada modalidade de serviço de telecomunicação será objeto de uma concessão específica. Além disso, as concessões não poderão ser exclusivas para uma operadora em uma determinada área.

A concessão é precedida de licitação, havendo uma série de restrições à participação de sociedades empresariais. Em primeiro plano, a concessionária deverá ter como objeto social apenas a exploração do serviço de telecomunicações objeto da concessão. Em segundo plano, o controle acionário ou a maioria das quotas deverá pertencer a pessoas naturais residentes no Brasil ou a pessoas jurídicas constituídas de acordo com a legislação nacional e com sede e administração em território brasileiro. Para tanto, a legislação possibilita a participação, na licitação, de sociedade empresarial que não atenda a tais requisitos, ficando, no entanto, condicionada a validade do resultado ao cumprimento do compromisso de, antes da celebração do contrato, adaptar-se ou constituir empresa com as características adequadas.

Por outro lado, muito embora a LGT proíba que uma mesma operadora detenha duas concessões para o mesmo serviço em uma mesma região, uma operadora poderá disputar uma segunda rodada de licitações. Esta nova concessão é condicionada ao cumprimento do compromisso de que em até 18 meses a partir da assinatura do contrato, transferir a outra pessoa jurídica o serviço anteriormente explorado, pena de uma série de sanções, dentre as quais a de caducidade.

Previsões semelhantes podem ser observadas no campo do Petróleo e Gás, da Energia Nuclear e Elétrica bem como em outros ramos de atividades regulados.

Em um primeiro momento, não se pode inquinar de vícios de constitucionalidade, por violação aos princípios insculpidos na Carta de 1988, com destaque para o seu artigo n. 170, a tais condicionamentos, visto que eles atendem a outros vetores constitucionais tão válidos quanto.

No entanto, é de se ter em mente que, no pêndulo da razoabilidade, somente serão compatíveis os limites e regras condicionantes da liberdade de contrato societário que efetivamente sejam tão restritivas quanto devem ser para aproveitamento de sua maior utilidade.

Társis Nametala Sarlo Jorge - Procurador Federal da AGU, doutorando em Direito pela Uerj, professor do LLM em Direito do Ibmec-RJ

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 111 de 170

Page 112: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Empresa alemã compra unidade brasileira da Volks: Diretores da MAN e da VW aprovaram a operação de 1,175 bilhão de euros

(Zero Hora – 15.12.2008)

O grupo industrial alemão MAN AG anunciou nesta segunda-feira que comprará a unidade brasileira de caminhões e ônibus da Volkswagen. A intenção é finalizar a transação no início de 2009.

A transferência da VW Caminhões e Ônibus no Brasil, que pertence à Volkswagen AG, será realizada no dia 1° de janeiro, anunciou a MAN, com sede em Munique. Os diretores de ambas as empresas aprovaram a operação de 1,175 bilhão de euros.

A VW Truck possui fábrica em Resende, no Brasil, desde 1996, com cerca de 5 mil trabalhadores. Em 2007, a empresa produziu 47 mil caminhões e ônibus.

"Comprar a companhia brasileira e sua poderosa marca permite a MAN expandir-se no mercado sul-americano, uma das regiões de crescimento econômico mais rápido, e assim, reforçar de forma consistente os negócios de veículos comerciais", informou a empresa em comunicado.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Economia&newsID=a2333012.xml

Retornar ao índice de assuntoVoltar

TABACO

Cerco ao fumo (Valor Econômico 16.12.2008 p. B1 Empresas)

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu ontem que os fumantes podem abrir processos contra a indústria por supostas táticas enganosas de marketing nos chamados cigarros light, informaram as agências internacionais. Com cinco votos a favor e quatro contra, a decisão é um forte revés para os fabricantes nos EUA. A medida representa provavelmente a mais significativa ameaça legal para o setor, com dezenas de processos abertos contra Philip Morris, Reynolds American e outras empresas. As versões light representam mais de 80% do mercado americano de cigarros.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 112 de 170

Page 113: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Sociedade - Cigarro 'light' é alvo de ação nos EUA: Processo movido por 3 fumantes continua, decide a Suprema Corte

(Estado de São Paulo 16.12.2008 p. A15 Vida&)

EFE

Por cinco votos a favor e quatro contra, os juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos determinaram ontem que fumantes poderão entrar com processos na Justiça contra fabricantes de cigarro por propaganda enganosa de produtos anunciados como “light” ou com “baixos teores de alcatrão”.

Representantes da indústria tabagista tinham argumentado, ante à Suprema Corte, que a lei federal que regula as embalagens de cigarro proíbe esse tipo de processo. Essa mesma lei impede que os governos estaduais possam regular qualquer aspecto da publicidade relacionada ao tabagismo e à saúde. Ao dar sua sentença, o juiz John Paul Stevens explicou que essa lei não protege as companhias das leis estaduais que proíbem a prática de propaganda enganosa.

O parecer da Suprema Corte aumentará consideravelmente as pressões sobre as grandes companhias tabagistas. Atualmente, o setor responde a pelo menos uma dezena de processos movidos por fumantes do Estado do Maine, onde se originou o caso que acabou chegando ao mais alto tribunal do país, e de outros Estados.

O processo que deu origem à decisão foi movido por três moradores do Maine, no nordeste dos Estados Unidos, onde essas pessoas que por cerca de 15 anos fumaram versões “light” das marcas Marlboro e Cambridge alegaram que as fabricantes enganaram os consumidores com anúncios que diziam que esse tipo de cigarro era mais saudável.

Com a decisão, os juízes da Suprema Corte reafirmaram uma sentença anterior, proferida pela Corte de Apelação do Primeiro Distrito, que já havia proibido práticas de propaganda enganosa nas vendas de cigarros “light”. Desta forma, a Suprema Corte permite que o processo originado no Maine continue - ainda que não existam garantias de que os três fumantes que o abriram venham a ganhar o caso.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Tribunal autoriza ações contra fabricantes de cigarros 'light': Fumantes poderão lançar mão de leis estaduais contra propaganda enganosa.

(Estado de São Paulo 16.12.2008 Online)

BBC

- A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que os fabricantes de cigarros podem ser processados pela forma como promovem seus produtos "light" ou de "baixo alcatrão".

Por cinco votos a quatro, tribunal decidiu que os fumantes podem usar legislação de proteção ao consumidor sobre propaganda enganosa contra os fabricantes que apresentam o cigarro "light" como menos prejudicial à saúde do que o produto regular.

O caso foi levado à Justiça por três fumantes de longa data do Estado americano do Maine, em processo contra o Grupo Altria e sua subsidiária, Philip Morris.

Eles argumentam que os fabricantes sabiam há muito tempo que quem fuma cigarros "light" tende a compensar os níveis baixos de nicotina inalando a fumaça com maior freqüência e de maneira mais profunda.

Página 113 de 170

Page 114: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Isenção

A Philip Morris e o Grupo Altria vinham argumentando que, como as autoridades federais regulamentam os testes com cigarros e as advertências sobre potenciais danos à saúde impressas nos maços, eles estão isentos de tais processos judiciais.

Mas a Suprema Corte decidiu agora que as companhias ainda estão subordinadas às leis estaduais sobre propaganda enganosa e, portanto, podem ser processadas.

Cigarros "light" ou de "baixo alcatrão" representam 80% do mercado americano de produtos de tabaco, de acordo com dados do governo.

O correspondente da BBC, Richard Lister, disse que a decisão dá sinal verde para muitas ações judiciais semelhantes, o que pode, potencialmente, custar para os fabricantes de cigarros bilhões de dólares em indenizações.

http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid294531,0.htm

Retornar ao índice de assuntoVoltar

TECNOLOGIA

Validação - Email registrado para dispositivos móveis(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. B10 Tecnologia)

DA REDAÇÃO

A RPost, que detém a patente mundial da tecnologia de Email Registrado e com acreditação jurídica, ampliou as funcionalidades do seu sistema para todos os dispositivos móveis que estejam aptos a transacionar emails, como é o caso dos smartphones e palmtops de uso profissional. Com isto, qualquer usuário de sistema móvel pode trocar documentos registrados, seja com outro dispositivo móvel ou, por exemplo, com o servidor de um banco ou de uma empresa de e-commerce.

"O Email Registrado móvel amplia significativamente a segurança jurídica de operações como mobile banking, venda ou suporte remotos e no uso do celular como meio de pagamento", diz Fernando Neves, presidente da RPost. Segundo o executivo, ao registrar de forma indelével as comunicações com o dispositivo móvel, a solução da RPost assegura a aferição da responsabilidade das partes, seja mediante o Código de Defesa do Consumidor, Código Civil, ou dos demais marcos regulatórios e judiciários.

"Outra aplicação interessante com o novo sistema é o envio para celulares de contas referentes a serviços tarifados ou até tíquetes de viagem ou para ingresso em espetáculos", diz Neves.

Além de transacionar mensagens com garantia de autenticidade, conteúdo transmitido e entrega, a solução da RPost permite também que o usuário de dispositivos móveis converta suas mensagens para o formato PDF, o que inviabiliza qualquer alteração de conteúdo por parte de terceiros.

Página 114 de 170

Page 115: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Outro recurso do sistema é a Resposta Registrada. Ou seja, ao enviar uma mensagem registrada no RPost, o usuário especifica que a resposta também venha com esta chancela, sem que o emissor da resposta precise adotar qualquer conduta especial.

Serviços. Neves explica que todos os serviços estão integrados em uma única ferramenta, que além de fácil de usar, tem custo baixo. Além disto, ao utilizar a solução da RPost, as empresas reduzem os custos operacionais, o que é um fator extremamente relevante em momentos de crise como o atual.

O pagamento é por mensagem registrada, cujo preço é o mesmo de uma postagem simples nos Correios, com a vantagem de garantir a autenticidade do email e a proteção da privacidade das comunicações, uma vez que não mantém cópias das correspondências eletrônicas transmitidas. Adicionalmente, uma política eficiente pode determinar que apenas mensagens relevantes utilizem o serviço, o que garante mais redução dos custos e evita que emails sem importância sejam arquivados.

Com o Email Registrado, a RPost estabelece padrões mundiais de prova, aceita em processos judiciais, sobre o conteúdo dos emails, incluindo anexos, que foram enviados e recebidos, por quem e quando. E o horário é registrado de acordo com o carimbo de tempo. Esta tecnologia foi eleita pela revista eWeek como uma das 10 mais inovadoras (disruptive technologies) em 2008.

"Inovação neste caso significa uma tecnologia que transforma e modifica significativamente o cenário tecnológico", salienta Neves.

O serviço de Email Registrado RPost tem como um de seus investidores a Symantec, desenvolvedora de tecnologia de segurança. Possui 28 patentes mundiais dos processos que compõe sua solução. Na sua 5ª versão, conta atualmente com mais de 6 milhões de usuários, em 191 países e nos mais diversos idiomas e dialetos.

Desde o início da atual crise mundial - onde o ponto central é a falta de confiança - o movimento global da RPost teve um aumento da ordem de 42%.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Sistema - Solução controla uso da internet(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. B10 Tecnologia)

PAULA CABRAL DE MENEZESDO JORNAL DO COMMERCIO

Uma das grandes dores de cabeça dos gestores de TI de qualquer empresa, seja ela de pequeno ou grande porte, é com o uso indevido do correio eletrônico e do acesso à internet pela rede corporativa.

Além de toda a questão da segurança, o problema é que a maioria dos funcionários que tem acesso a internet passa, em média, três horas por dia em sites de relacionamento, checando emails pessoais, fazendo pesquisa de produtos ou conversando (MSN) com amigos.

A Smart Solutions, empresa que desde 1998 atua no mercado de consultoria, fez um levantamento e o resultado é preocupante. A partir de um cálculo simples, usando, por exemplo, uma empresa de pequeno porte com dez funcionários, com uma média salarial de R$ 1 mil, foi possível calcular o prejuízo com a falta de produtividade de cada funcionário que passa seu tempo na internet resolvendo assuntos pessoais.

Página 115 de 170

Page 116: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O funcionário que tem salário de R$ 1 mil por mês, recebe R$ 33,33 por dia e R$ 4,16 por hora. Sabendo que ele perde, em média, três horas por dia na internet com assuntos extra-profissionais, a empresa tem um prejuízo aproximado de R$ 275 por mês com cada funcionário. Isso equivale a uma perda de R$ 33 mil por ano do investimento salarial.

Demanda. Sérgio Mancera Jr, diretor da empresa, diz que desde 1998 já havia demanda por soluções para controle de navegação. Com o avanço da internet, a empresa desenvolveu a solução Smart Manager, que consegue dar total controle ao gestor da empresa para ter parâmetros de análise sobre a produção efetiva dentro da empresa. "O sistema monitora e gerencia tudo o que acontece dentro da rede da sua empresa, trazendo controle, pois com as informações certas, podem-se tomar as atitudes adequadas para mudar o quadro de desperdício de tempo", diz Mancera.

Com o Smart Manager instalado nas empresas, é possível, por exemplo, verificar o que os funcionários estão conversando no MSN em tempo real, além de ter disponíveis relatórios e gráficos de cada acesso dos usuários.

Outras funcionalidades da ferramenta são bloquear o uso geral ou individual do MSN, delimitar com quem seu funcionário poderá conversar em sua lista de contatos, gerar relatórios, bloquear e liberar o acesso por horário, IP, ou por domínio, ter um servidor de conversas local, bloquear e liberar funções individuais, e também versões específicas do MSN (6.0, 7.0, etc.), aviso opcional de monitoramento das mensagens aos usuários internos e acesso a visualização do estado por interface web (ocupado, online, etc).

"E não é apenas a questão da falta de produtividade que preocupa os gestores. A segurança da informação é um ponto chave dentro das empresas. Infelizmente constamos que é muito comum, por exemplo, uma pessoa do departamento comercial passar informações sobre uma concorrência para uma determinada empresa, de modo a que ela ganhe o contrato. São inúmeras as fraudes possíveis dentro de uma empresa em diversos setores e se o gestor não tiver controle sobre o tráfego de emails, envio de arquivos anexados e de informações, a chance de que ocorram problemas é muito grande".

O custo de implantação da solução Smart Manager é um ponto forte da empresa. "Enquanto uma solução da Microsoft, Cisco ou Check Point chega a custar US$ 50 mil para 200 pontos, a nossa solução tem um custo de R$ 10 mil, é totalmente customizável e muito simples de instalar, o que é um atrativo muito grande para o segmento SMB".

Outro modelo de negócio da empresa é a locação por máquina, que faz com que o custo seja para R$ 380 mensais para 100 máquinas, com o sistema instalado no servidor da empresa, também inteiramente adaptada aos parâmetros de segurança determinados pelo gestor.

Implantação. Sobre a implantação do sistema, Mancera diz que existem duas formas. Na primeira, o controle é feito inicialmente de forma transparente, sem conhecimento dos funcionários, de modo a que a diretoria tenha acesso a relatórios com todo o uso da rede. "Neste tipo de implantação, já vimos até casos de demissão após a geração dos primeiros relatórios e, numa empresa, a fraude detectada era tão grande que foi preciso até a contratação de investigadores externos".

A outra forma é o treinamento anterior de todos os funcionários em relação às novas políticas de acesso e de segurança. "A maneira de implantar depende da percepção dos gestores, se há alguma desconfiança. Mas, no geral, o intuito não é punir, é verificar os métodos de trabalho, como as ferramentas estão sendo usadas e como melhorar a produtividade".

A instalação do sistema, segundo Mancera, é extremamente simples, e não requer conhecimentos avançados. "Em 15 minutos é possível colocar a solução no servidor do cliente, com o CD de auto-instalação. Antes disso, nós passamos um tempo na empresa entendendo as suas políticas de segurança e também sugerindo boas práticas de mercado. Com esses dados, implementamos as regras na solução. Novas regras que se façam necessárias com o decorrer do tempo podem facilmente ser acrescentadas pelo próprio administrador ou remotamente pela nossa equipe. Mas a idéia é que depois de instalar a gente não aparece nem para tomar café".

Página 116 de 170

Page 117: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Para 2009, Mancera não espera grandes mudanças para o seu negócio. "Nosso foco é o mercado SMB, até 250 usuários, e este mercado tende a crescer com criatividade em momentos de crise, buscando novos nichos. Já o segmento enterprise está muito ligado ao dólar, e pode sofrer um impacto maior. Para o próximo ano, vamos investir nos canais de distribuição e buscar novos mercados".

Retornar ao índice de assuntoVoltar

TELECOMUNICAÇÃO

Anatel vota Oi-BrT (Valor Econômico 16.12.2008 p. B1 Empresas)

O conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pretende votar amanhã ou no máximo na quinta-feira a anuência prévia para a venda da Brasil Telecom (BrT) à Oi. Uma ação do Ministério Público do Ceará tentou impedir a votação, mas o pedido de liminar foi negado. Técnicos da Anatel não descartam que novas ações sejam impetradas até a votação, mas os conselheiros já se estruturam para analisar o caso nesta semana. Se for necessário, uma reunião extraordinária poderá ser convocada para sexta-feira. Na próxima semana, a agência entra em recesso.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Telefonia - Executivo italiano reforça operação da TIM no Brasil: Mudança na diretoria reduz expectativa de venda da companhia

(Valor Econômico 16.12.2008 p. B3 Empresas)

Heloisa Magalhães e Talita Moreira, do Rio e de São Paulo

A Telecom Italia vai comunicar ao mercado, nos próximos dias, mudanças no comando da TIM Brasil. O italiano Luca Luciani será transferido para a subsidiária brasileira, da qual poderá se tornar diretor-geral. O presidente da operadora, Mario Cesar Pereira de Araujo, deverá permanecer na empresa. Ainda não está certo qual função ele vai exercer - é possível que até continue no cargo atual -, mas não está descartada a alternativa de assumir a presidência do conselho de administração.

Atualmente, Luciani é o responsável pelas operações de telefonia móvel na Itália - cargo que ocupa desde o início do ano passado. O executivo, de 41 anos, ingressou na Telecom Italia em 1999. O anúncio oficial deve ser feito nesta semana, segundo fontes da empresa.

A chegada de Luciani ocorre pouco depois de o grupo italiano ter apontado a TIM Brasil como um pilar de sua estratégia de crescimento para os próximos anos, afastando especulações de que a unidade brasileira seria vendida para a Telefónica.

Página 117 de 170

Page 118: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Araujo, que preside a TIM há cinco anos, deve permanecer na empresa, a pedido da direção do grupo, com sede em Milão. Desde o início deste ano havia sinais de que o executivo poderia deixar o cargo.

Em agosto, foram anunciadas mudanças nos cargos administrativos da TIM, após um período ruim para a companhia no Brasil. Na ocasião, houve substituições nas diretorias financeira, de relações com investidores e de recursos humanos. O cargo de diretor-geral ficou vago após a saída de Francesco Locati e foi ocupado cumulativamente por Araujo. O presidente do conselho de administração da Telecom Italia, Gabrieli Galateri di Genola, foi designado para exercer a mesma função na empresa brasileira.

Naquele momento, a TIM estava passando por uma reestruturação, com o auxílio da consultoria Booz Allen Hamilton. Os objetivos eram reorganizar a companhia após uma maré de resultados ruins e prepará-la para uma nova fase de competição no mercado brasileiro de telecomunicações, com a oferta combinada de serviços de telefonia fixa, móvel e banda larga. A operadora dava sinais de perda de competitividade e divulgou um enorme aumento da inadimplência na primeira metade deste ano. Em setembro, perdeu a vice-liderança do mercado brasileiro para a Claro, mas teve bom desempenho financeiro no terceiro trimestre.

A TIM Brasil sempre atuou como uma unidade independente dentro do grupo, mesmo no período em que a holding da Telecom Italia no país envolveu-se em conflitos societários relacionados à sua (hoje inexistente) participação no controle da Brasil Telecom (BrT).

A Telecom Italia mantinha uma estrutura no Brasil para avaliar oportunidades de crescimento do grupo, mas durante alguns anos os executivos dedicaram-se quase exclusivamente a desatar um imbróglio com os demais acionistas da BrT.

Paolo Dal Pino deixou a presidência da holding no país em 2005, insatisfeito com o fracasso das negociações com o Opportunity, fundos de pensão de estatais e o Citigroup para resolver o impasse quanto à participação da operadora italiana no controle da Brasil Telecom. O executivo voltou sem conseguir resolver a situação. Só mais tarde chegou-se a um acordo para sacramentar a saída dos italianos da BrT. Após essa fase, a holding só voltou a ter um representante no ano passado. Carmelo Furci, que havia trabalhado no país durante a época da privatização, regressou ao Brasil.

Ontem, as ações preferenciais da TIM tiveram a maior baixa em sete semanas, diante da avaliação de que as mudanças na diretoria reduzem as chances de a empresa ser vendida. Os papéis recuaram 12,66% na Bovespa, para R$ 3,93. A vinda de Luciani "joga água na idéia de uma venda", afirmou Peter Lyons, analista da corretora Oscar Gruss & Son em Nova York. "Se a Telecom Italia está colocando seus melhores quadros na companhia, é porque considera a TIM muito valiosa", disse.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Anatel discute a compra da Brasil Telecom pela Oi(Monitor Mercantil 16.12.2008 p. 7 Financeiro)

A compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi e os reflexos desta fusão para a sociedade será discutida pelo Conselho Consultivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), nesta terça-feira, em audiência pública, a partir das 9h30m.O debate, para o qual está confirmada a presença do presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, ocorrerá um dia antes de o conselho diretor da Anatel votar o pedido de aprovação para o negócio. O conselho consultivo, que assessora o conselho diretor, quer discutir eventuais exigências que serão impostas pela Anatel como contrapartidas para a aprovação da compra.

Página 118 de 170

Page 119: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

As contrapartidas são necessárias porque a supertele, fruto da fusão entre as duas empresas, terá atuação em quase todo o território brasileiro, à exceção do Estado de São Paulo, do Triângulo Mineiro e de Londrina, no Paraná.

Além de Falco, foram convidados para a audiência o presidente da Associação Brasileira das Concessionárias do Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix), José Fernandes Pauletti, da Associação Telcomp, Luís Cuza, e representantes do Ministério Público, dos provedores de Internet e da Fundação Getúlio Vargas. Para que a compra da BrT pela Oi seja aprovada é necessário que três dos quatro conselheiros votem a favor.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Telecomunicações - Embratel entra na disputa da TV paga (Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B14 Negócios)

Renato Cruz

A Embratel também entrou na briga da TV por assinatura. A empresa começa a vender este mês seus serviços de TV via satélite. A empresa vem concorrer com a Sky, a Telefônica e a própria Net, da qual compartilha o controle com as Organizações Globo. “Na próxima semana, começaremos uma campanha de marketing nacional”, informou Antonio João, diretor responsável pelo Via Embratel, como foi batizado o serviço.

A operadora adotou uma estratégia agressiva de preço. O pacote mais barato, com 20 canais, custa R$ 59,90 e inclui cinco canais da Globosat (SporTV, SporTV2, Globo News, GNT e Multishow). O pacote básico da Telefônica, com 24 canais, incluindo a Globosat, sai por R$ 74,90. O mais barato da Sky, com 100 canais, custa R$ 109,90 por mês. A Net tem um pacote de R$ 49,90 com os canais abertos, mas o menor preço para os canais pagos é de R$ 69,90.

“Estamos com o serviço em 400 cidades”, disse João. “Até abril, teremos distribuição em 90% do território nacional.” A operadora oferece o equipamento em comodato, sem custos, para quem assinar um contrato de fidelidade de 12 meses.

Segundo o executivo, a rede de revendas inclui empresas que eram representantes da Sky ou da DirecTV antes da fusão das duas concorrentes e acabaram ficando de fora depois da união, além de companhias que atuavam em outras áreas, como informática.

Ele não revelou o investimento feito para o lançamento do serviço ou metas de conquista de clientes. Os pacotes da Embratel não incluem os canais abertos. Para assisti-los, o cliente precisa ter outras antenas, como a parabólica de banda C ou a de VHF e UHF.

Os conversores da empresa têm entrada para a parabólica de banda C, que recebe o sinal de TV aberta. O serviço de TV paga da Embratel usa o satélite StarOne C2, da própria operadora.

No ano que vem, o serviço deve começar a oferecer canais em alta definição e combos, com o Livre, serviço de telefonia fixa sem fio.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 119 de 170

Page 120: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Relatora da Anatel quer restringir Oi-BrT: Emília Ribeiro, que relata operação, quer dar poder de veto a BNDES e fundos de pensão diante de oferta de grupo estrangeiro

(Folha de São Paulo 16.12.2008 p. B1 Dinheiro)

HUMBERTO MEDINALEONARDO SOUZA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A relatora do processo de compra da Brasil Telecom pela Oi na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Emília Ribeiro, quer incluir como condicionante à realização do negócio uma cláusula que dê ao BNDES e aos fundos de pensão a chance de vetar a venda do controle da nova empresa.Ela diz temer que a nova tele, que recebeu injeção de R$ 6,87 bilhões de dinheiro público e foi beneficiada com uma mudança sob medida da lei, acabe vendida a estrangeiros."A gente fez todo esse esforço para ter uma empresa nacional forte. Precisamos resguardar o direito de veto do BNDES e dos fundos", disse a conselheira.Emília determinou que a Procuradoria da agência analise de que forma a exigência possa entrar como uma condição para a concessão da anuência prévia da operação. A Anatel irá discutir o caso amanhã.Conforme a Folha revelou ontem, nada impede que a Oi-BrT seja vendida após sua constituição para uma multinacional de fora do setor de telefonia fixa do país.Até aqui, o discurso político do governo ao defender a mudança legal que permitiu o negócio foi a suposta necessidade de uma grande tele com controle nacional. Mas o decreto editado pelo governo deu ao BNDES e aos fundos apenas 45 dias para cobrir uma eventual oferta estrangeira.A imposição de restrições para aprovar uma operação não é novidade na Anatel. Em outubro de 2007, ao analisar a compra da Telecom Italia pela espanhola Telefónica, ela estabeleceu uma série de condicionantes, inclusive alterações no acordo de acionistas. O presidente da agência, Ronaldo Sardenberg, já expôs que a análise da anuência prévia é o momento que o Estado tem para intervir em nome da sociedade.O ministro Hélio Costa (Comunicações) tentou ontem minimizar o risco e disse que o BNDES e os fundos poderiam impedir a venda.Costa, grande defensor da formação da nova empresa, ressaltou que a responsabilidade pelo acordo de acionistas é do BNDES e que não leu o documento. "Pelo que me informaram, a cláusula 3 do acordo impede que uma venda aconteça sem autorização do BNDES e dos fundos", disse o ministro.Na verdade, conforme a Folha publicou ontem, a cláusula 3 mencionada pelo ministro não trata da venda das ações hoje existentes do bloco de controle da Telemar Participações (controladora da Oi), mas do poder de veto do BNDES e dos fundos de pensão em casos como novas emissões de ações que representem risco de perda do controle da Oi-BrT.O poder de veto não se estende a uma eventual oferta feita por terceiros para comprar a participação dos controladores da Telemar Participações (grupos La Fonte e Andrade Gutierrez) no comando da nova tele.Nesse caso, a forma de o BNDES e os fundos de pensão barrarem a venda da companhia seria cobrir a oferta recebida pelos sócios privados, com base no direito de preferência.O governo não conta, como Costa chegou a defender em 2007, com uma "golden share": uma classe especial de ação que dá poderes de veto ao detentor em certas circunstâncias, como a que o governo tem na Vale. Para barrar a transferência do controle da mineradora para o capital estrangeiro, basta o governo dizer não", ou seja, inexiste a necessidade de cobrir eventual oferta de um terceiro interessado na empresa.O próprio BNDES reconhece que o controle da tele pode ser transferido para uma multinacional."Além do direito de preferência e do poder de veto acima referidos, ainda que venha a ocorrer a venda de participações acionárias ou a entrada de empresa estrangeira no bloco de controle da Telemar, obrigatoriamente seria necessária, nos termos do acordo de acionistas, a adesão do novo sócio a esse instrumento", informou o banco à Folha na semana passada.No decreto assinado pelo presidente Lula no dia 20 do mês passado, pelo qual foram feitas as alterações no Plano Geral de Outorgas que permitiram a compra da BrT pela Oi, também não há restrição para que uma companhia estrangeira de telefonia fixa que não atue no Brasil compre no futuro a Oi-BrT.

Página 120 de 170

Page 121: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Das dez maiores companhias de telefonia do mundo (excluídas as duas estatais chinesas), sete não operam no Brasil. A esse número podem ser acrescidas Portugal Telecom e Telecom Italia, que não atuam em telefonia fixa no país.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Telefonia - Reunião da Anatel sobre "BrOi" pode acontecer hoje, mas venda preocupa(DCI 16.12.2008 p. B1 Empresas & Negócios)

SÃO PAULO - A conselheira diretora da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Emília Ribeiro, garante estar confiante na aprovação da anuência prévia que autoriza a compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi (ex-Telemar), mesmo com o possível adiamento da reunião marcada para hoje, sobre o assunto. A anuência prévia da Anatel é determinante para a conclusão do negócio, e o contrato firmado entre os acionistas das duas companhias estabelece o dia 21 deste mês como prazo-limite para o fechamento da aquisição.

No entanto, uma movimentação que pode desapontar a conselheira e arrastar a votação programada também para acontecer nesta quinta-feira, e que veio à tona esta semana, é a possibilidade de venda da "supertele nacional" a grupos estrangeiros que ainda não atuem no mercado brasileiro, mas poderiam esticar os olhos para a companhia, que seria a maior operadora de domínio nacional no País. A hipótese foi cogitada porque o novo Plano Geral de Outorgas (PGO), sancionado no mês passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deixa várias brechas nesta questão de venda a terceiros, e não sugere nenhum impeditivo quanto à venda do conglomerado. A nova regra diz apenas que uma mesma companhia tenha concessionárias em até duas das quatro regiões em que o sistema de telefonia fixa foi separado no País (Regiões I, II, III e IV).

De acordo com Arthur Barrionuevo, professor especialista em telecomunicações da Fundação Getulio Vargas (FGV) ouvido pelo DCI, é muito pouco provável que no cenário atual de crise e recessão das economias globais exista agora algum grupo estrangeiro que se interesse em comprar a companhia resultante da fusão Oi e BrT. "No momento acredito que ninguém vai querer comprar ninguém por conta da retração de crédito no mercado. Mas o fato de não existir algum interessado agora não significa que ele não possa aparecer mais para a frente", explica Barrionuevo.

José Pauletti, presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Tefônico Fixo Comutado (Abrafix), afirma que a tele só será vendida se houver interesse do governo, pois o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem domínio de preferência. "Se o governo quiser vender, pode acontecer, se não, não", disse ele.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Brasil Telecom lança TV móvel via celular(Correio Braziliense – 16.12.2008)

O consumidor brasiliense terá mais uma opção para assistir TV pelo celular. A Brasil Telecom acaba de lançar o serviço TV móvel, com programação de nove canais, que pode ser contratado em três modalidades: 30 minutos, duas horas ou 24 horas de acesso. Os preços variam de R$ 1,90 a R$ 7,90. Sergio Messiano, gerente de Serviços de Valor Adicionado Móvel da BrT, observa que, apesar de o serviço ser compatível apenas com celulares de terceira geração (3G), o usuário consegue ter acesso em toda a rede GSM da operadora. “A banda larga e a mobilidade são um dos principais

Página 121 de 170

Page 122: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

pilares da tecnologia 3G. A TV Digital motivou um pouco o lançamento, pois levou todo mundo a pensar em dispositivos menores com TV”, diz. Mesmo nos lugares onde já existe sinal digital, a exemplo de Goiânia, Sergio Messiano observa que os serviços não são concorrentes, pois a TV Digital funcionaria como uma TV aberta convencional e o TV Móvel como se fosse o serviço por assinatura.

O lançamento da BrT aumenta a concorrência de serviços de TV no celular no Distrito Federal. O da Vivo chama-se Vivo Play e oferece uma programação de 13 canais. São oferecidos ao cliente duas opções de pacote: R$ 2,40 por 24 horas de transmissão e R$ 4,90 por 30 dias. A Claro oferece nove canais em duas modalidades de serviços: o Minha TV, que permite ao cliente assistir ao vídeo selecionado do início ao fim, e o Idéias TV, em que o usuário assiste ao vídeo do ponto em que estiver passando no momento. Para ter acesso à programação completa, o cliente paga uma assinatura mensal, que varia de R$ 10 a R$ 15. A TIM oferece transmissão de 12 canais no TIM TV. O preço dos pacotes varia de R$ 3,99 para conexão por 30 minutos a R$ 9,99 por 24 horas. Só o serviço da TIM está limitado à cobertura 3G. Em todas as operadoras, antes de contratar o serviço, o usuário deve se informar se seu aparelho é compatível.

http://www2.correioweb.com.br/cbonline/economia/pri_eco_147.htm?Retornar ao índice de assunto

Voltar

TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO

Codefat pode autorizar ampliação de parcelas do seguro-desemprego (Valor Econômico 16.12.2008 p. A3 Brasil)

Arnaldo Galvão, de Brasília

Os integrantes do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) decidirão amanhã se ampliam o número de parcelas do seguro-desemprego. Atualmente, o benefício pode variar de três a cinco pagamentos mensais, mas a legislação permite que duas parcelas sejam acrescentadas em situações excepcionais.

De acordo com a legislação, essas despesas extraordinárias não podem passar de 10% da reserva mínima de liquidez, algo em torno de R$ 1,1 bilhão, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O pedido de ampliação do seguro-desemprego foi apresentado pela Força Sindical e, segundo seu presidente, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), há grande chance de o Codefat dar essa autorização ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi. "Pedimos um aumento para até dez parcelas, mas isso depende de medida provisória ou mudança da lei pelo Congresso Nacional", revelou o deputado.

Para o presidente do Codefat, Luiz Fernando Emediato, adicionar duas parcelas ao seguro-desemprego não seria um benefício geral, mas restrito aos setores que apresentarem índices de desemprego "preocupantes e fora do comum".

O presidente do conselho ainda informou que o conselho não tem estimativas do impacto que essa ampliação provocaria nas contas do FAT, porque isso depende do acompanhamento diário da

Página 122 de 170

Page 123: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

situação da economia. As despesas com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador para o seguro-desemprego estão previstas para algo em torno de R$ 15 bilhões neste ano.

A assessoria do secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, informou que o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Francisco Canindé Pegado, vai levar ao Codefat estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) sobre a suspensão negociada do contrato de trabalho, prevista em vários países e chamada "lay off".

Essa suspensão, segundo o governo paulista, poderia ser definida em medida provisória para atenuar o impacto da crise no emprego formal. O plano defendido por Afif e pelo representante da UGT no Codefat prevê o uso de recursos do FAT para o pagamento de até dez parcelas mensais - máximo da suspensão - do seguro-desemprego para esses trabalhadores.

De acordo com essa proposta, seria obrigatória a negociação de acordo coletivo para determinar o número de trabalhadores afetados, o tempo de duração da suspensão, o complemento ao seguro-desemprego, as atividades de qualificação profissional e o compromisso de reaproveitar os empregados se o nível de atividade for recuperado.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Governo vai discutir crise com centrais sindicais (Valor Econômico 16.12.2008 p. A3 Brasil)

De Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai convidar os presidentes das seis centrais sindicais e os ministros do Trabalho, Carlos Lupi, e da Previdência, José Pimentel, para discutir medidas de preservação dos empregos durante a crise econômica. Apesar dessa iniciativa, ele não comentou as propostas de flexibilização temporária da legislação trabalhista, defendida por alguns líderes empresariais. Essa discussão, na avaliação do presidente, passa pela necessidade de manter postos de trabalho para sustentar o consumo, mas, ao mesmo tempo, ele compreende que não se pode fechar os olhos e achar que tudo continua como antes.

Na reunião que Lula teve com 29 empresários, na quinta-feira, o representante do grupo Votorantim, Carlos Ermírio de Moraes, defendeu a adaptação da legislação trabalhista para os períodos excepcionais como o atual. O secretário de Trabalho de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, vem há tempos defendendo medidas neste campo, e o presidente da Vale, Roger Agnelli, que não foi à reunião, argumentou no mesmo sentido.

Lula acredita que as lideranças sindicais estão mais maduras, mas pondera que uma solução não pode ser imposta por uma das partes envolvidas. Outro fator importante, na avaliação do presidente, é verificar os efeitos da recente desoneração tributária para estimular o consumo. O governo disse que abriu mão de R$ 8,4 bilhões para criar duas novas alíquotas do IR de pessoas físicas e reduzir a carga do IOF e do IPI dos automóveis.

O advogado e professor de direito do trabalho da USP, Otávio Pinto e Silva, explica que a legislação permite que medidas excepcionais sejam adotadas no âmbito do contrato firmado entre empregador e empregado, mas tudo depende da negociação com o sindicato. Como exemplo, diz que a redução da jornada de trabalho com redução proporcional do salário é uma medida que já pode ser tomada, desde que aprovada pelos representantes dos empregados. Outra possibilidade que ainda não foi muito utilizada é a suspensão do contrato de trabalho, até cinco meses, para qualificação profissional. Nesse caso, o empregador paga apenas uma ajuda de custo.

Página 123 de 170

Page 124: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Reduções unilaterais do custo de contratação dependem de medida provisória ou aprovação de projeto de lei, segundo o professor. Nesse grupo estão, por exemplo, a suspensão temporária dos pagamentos de tributos para reduzir a necessidade de capital de giro das empresas.

No lado dos sindicalistas, as propostas de flexibilização da lei trabalhista enfrentam muita resistência. O presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos, afirmou que a sugestão de Agnelli é "oportunista" porque a Vale é uma empresa gigante que, recentemente, teve lucros "astronômicos". "Orientamos os sindicatos a lutarem organizando protestos e greves para pressionar os patrões a reverterem demissões", afirma.

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, também afirma que não será tolerada redução de direitos dos trabalhadores e alerta para o fato de que, em plena crise, "tem muita gente querendo ganhar dinheiro". De acordo com essa avaliação, recomenda muita calma nas negociações com os empregadores. "Redução de direitos, mesmo temporária, é algo que vai enfrentar muita resistência dos trabalhadores e do Congresso."(AG)

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Siderurgia - CSN e sindicato tentam acordo sobre ajuste: Companhia põe 2.100 em férias coletivas e faz propostas aos trabalhadores da usina para cortar custos

(Valor Econômico 16.12.2008 p. B8 Empresas)

Vera Saavedra Durão, do Rio

Depois de três horas de reunião, o sindicato dos metalúrgicos de Volta Redonda e a gerência de recursos humanos da Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) convergiram numa única das quatro propostas apresentadas pela empresa aos trabalhadores: a criação de um banco de horas com validade até abril para computar as horas extras que deverão ser compensadas ou pagas de dois em dois meses, o que dá uma certa folga para a empresa. Renato Soares Ramos, presidente do Sindicato disse ao Valor que a a direção da CSN vai levar essa proposta para avaliação de Benjamin Steinbruch, controlador da empresa, considerado por ele "um negociador duro". A CSN não marcou data de nova reunião, mas Ramos está mais otimista com o resultado das negociações, porque, segundo ele, desta vez, não houve ameaças de demissão por parte dos representantes da CSN.

Ontem, á CSN formalizou a entrada em férias coletivas a partir de 22 de dezembro até 12 de janeiro de 2.100 empregados. Desse total, 1.500 trabalham na área de laminação, de um total de 8.500 funcionários de Volta Redonda. Também gozarão férias todos os 340 empregados da Galvasud, unidade de galvanização da CSN, que produz chapa galvanizada para automóveis, vão para casa. A empresa vai ficar fechada nestes 20 dias. E mais 250 funcionários da administração na sede, em São Paulo, informou a assessoria da CSN. esses empregados vão receber 70% dos salários.

Uma das propostas enviadas através de ofício pela empresa para o sindicato previa pagamento de apenas 33,3% do salários dos empregados colocados em férias coletivas, como a lei manda. Mas, conforme acordo firmado em data-base, os empregados da CSN já haviam conquistado direito a 70% do valor do salário nestes casos e o sindicato recusou esta sugestão da companhia. As outras duas propostas descartadas pelos trabalhadores na reunião de ontem previam o retorno ao turno de oito horas, contra o turno atual de seis horas, pagamento de apenas 50% do salário para quem for obrigado a tirar licença remunerada e 50% de bonificação salarial para a hora extra, quando o

Página 124 de 170

Page 125: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

acertado em acordo coletivo prevê pagar bonificação de 50% nas duas primeiras horas extras, 70% da base salarial para a terceira hora extra e 100% a partir da quarta hora extra.

"A CSN nos propôs reduzir os direitos do trabalhador em nome da crise, mas não levou em conta nossas propostas para contornar a crise, como fazer um programa de demissão voluntária (PDV) e usar os dividendos para engordar o caixa da empresa", afirmou Ramos. Nos últimos oito anos foram pagos R$ 11,5 bilhões em dividendos aos acionistas pela CSN, segundo informação da empresa aos investidores. No primeiro semestre de 2008, os acionistas receberam R$ 1,31 bilhão.

Mas, o sindicalista está otimista quanto a questão das demissões. Ele confirmou que em reuniões informais com o sindicato a CSN ameaçou demitir 3 mil empregados de Volta Redonda se a entidade recusasse suas propostas de flexibilizar os direitos trabalhistas, mas nas últimas duas reuniões formais não tocou mais no assunto. Ramos lamentou, porém, que a decisão de dar férias coletivas não ter sido discutida com o sindicato. Para ele, porém, o pacote do governo federal, de ajuda às empresas, a renúncia fiscal do IPI dos carros , e outras medidas mais, pode levar as coisas a melhorarem até fevereiro. Ele espera que nas negociações com a CSN predomine o bom senso. "Creio que nos reuniremos novamente em janeiro, que será o ápice da crise. Até lá, o governo estará injetando recursos nos empresários que não podem aproveitar a crise para tirar um pouco do que o trabalhador tem". O sindicalista descarta que haja uma queda-de-braço com a CSN. "O sindicato é flexível e ninguém pode querer levar esta questão no revanchismo, mas não vamos deixar que o direito dos trabalhadores seja colocado à mercê de apenas um mês e meio de crise". Ele contou que os metalúrgicos de Volta Redonda contam com a solidariedade da prefeitura da cidade e da igreja, representada pelos bispos Dom João Merce e Dom Waldir Calheiros.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Justa causa pública (Valor Econômico 16.12.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

Por divulgar por correio eletrônico a toda área internacional do banco a demissão por justa causa de um gerente geral de agência no exterior, o Banco do Brasil foi condenado a pagar R$ 100 mil. O ex-gerente, com base na relevância da credibilidade dos contatos internacionais para obtenção de novo emprego, apelou para o Tribunal Superior do Trabalho (TST) para aumentar o valor da indenização por danos morais, mas a 8ª turma rejeitou o recurso. Os motivos da dispensa foram irregularidades, apuradas em processo administrativo, relacionadas a um acidente com automóvel do banco, dirigido pelo ex-funcionário, fora do expediente, em novembro de 2002. Em junho de 2005, houve a demissão por justa causa e a divulgação do desligamento. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região foi favorável à indenização, mas ele recorreu ao TST para pleitear o aumento do valor. A ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi avaliou, porém, que foram ponderados parâmetros como a duração do vínculo empregatício, o valor da remuneração do autor, entre outros critérios plausíveis.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 125 de 170

Page 126: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Dúvidas sobre a nova lei de estágio(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. D7 Vida Executiva)

Os estágios estudantis, que completam a formação teórica fornecida pela escola, com um período de prática em empresas e organizações diversas da sociedade e do poder público e asseguram aos jovens ingresso futuro no mercado de trabalho, iam bem, obrigado, sob os auspícios da Lei 6.494/77, até que alguns setores do Poder Público e sindicatos se incomodaram e passaram a exigir mudanças. Todos achando que o estágio, além de precarizar o trabalho, tiraria postos de emprego no mercado. Baseados em casos avulsos e pontuais de alguns maus empresários, que usam indevidamente os estagiários em trabalhos não-correspondentes ao previsto no contrato (para corrigir isso bastaria acionar os auditores com suas multas punitivas), muitos desses órgãos passaram a pichar os estágios, principalmente os feitos por alunos do ensino médio, ao abrigo do artigo 82 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. As restrições concentraram-se contra três alvos principais: as escolas, as empresas e os agentes de integração (houve até um procurador do Trabalho que chegou a propor o fechamento puro e simples do CIEE em todo o País, só não tendo conseguido o seu intento porque o Superior Tribunal do Trabalho mandou arquivar a ação, por improcedente).

Em 2003, uma Comissão Interministerial - Educação, Previdência e Trabalho - elaborou um projeto de lei, que, se aprovado, seria o fim desse instituto. E, de tal forma, se açodaram os comissários - dois do Ministério da Educação (MEC) e quatro de cada um dos demais ministérios - que, não fora o bom senso da Casa Civil, o estágio, hoje, estaria morto, com a maioria de seus procedimentos enraizados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A partir de 2007, a campanha contra o estágio recrudesceu, com um projeto de lei inaceitável, contendo tantas inviabilidades que teve de ser amparado, na discussão no Congresso Nacional, pelo artifício da urgência urgentíssima. Passou na Câmara Federal sem qualquer objeção, mas empacou no Senado, onde felizmente havia outro projeto sobre o mesmo assunto, com precedência, sobre o aprovado na Câmara, de autoria do senador Osmar Dias. Seguiram-se discussões calorosas e diversas audiências públicas, das quais participei (pela primeira vez, o CIEE, que é o maior conhecedor do assunto no Brasil, foi chamado a opinar), a convite do presidente da Comissão de Educação, senador Cristovam Buarque. Com isso, impôs-se um acordo entre Senado, Executivo e Câmara, do qual nasceu a atual Lei 11.788/08, que, embora não seja nenhuma Brastemp, perto do projeto original enviado à discussão passou a merecer o aplauso e o apoio de todos quantos lidam com o assunto.

O açodamento em "proteger" o jovem (neste País, quanto mais se protegem os chamados excluídos, menos funcionam os mecanismos de proteção, que sempre partem do pressuposto de que os desamparados são incapazes de zelar eles mesmos pelos próprios interesses) acarretou emendas que não apenas "celetizaram", em parte, os estágios, como ainda criaram diversas dificuldades para a aplicação da lei - a questão da carga horária dos estágios, por exemplo, que teve estabelecida linearmente a sua duração em seis horas diárias. O certo teria sido colocar o mínimo e o máximo, restituída à escola a competência (como era antes) para fixar a carga ideal. Outra impropriedade foi a imposição de cotas para estagiários do ensino médio. Isso se deve à pressão dos que acham que estágio tira emprego, o que é absurdo, eis que emprego é para pessoal qualificado, e estágio para jovens estudantes que nada sabem sobre trabalho. Daí o contra-senso de querer celetizar o estágio, que é temporário e tem sabor de aprendizagem, ao passo que a CLT foi feita para a proteção do trabalhador capacitado e de longo prazo.

Afinal, neste pouco tempo em que a nova lei está em vigor, houve ou não algum prejuízo às empresas e escolas? Alguns dizem que sim e anunciam percentuais negativos na contratação de estagiários. Apesar dos notórios fatores, que de certa forma inibem a expansão dos estágios, conforme acima se comentou - sem falar de outros, como, por exemplo, a aplicação da lei de segurança do trabalhador aos estagiários (não há estágio em atividades de risco à saúde), o que talvez fosse admissível para casos isolados, como algumas áreas da saúde e da engenharia -, a lei acabou ficando digerível e viável na sua implantação. Os prejuízos, se de fato os houver, poderão ser temporários, até que se elucidem algumas dúvidas, que por ora estão no ar, ou até que se superem esses meses de virada de ano, que sempre apresentam a chamada sazonalidade, isto é, o período de renovação dos contratos de estágio. É esperar para ver. No mais, a lei, que veio para ficar, deve

Página 126 de 170

Page 127: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

aos poucos se ir aprimorando pela própria prática, no dia-a-dia de sua utilização. Para ajudar nesse processo, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, tem anunciado a publicação, pela sua pasta, de uma cartilha elucidativa das principais dificuldades para a implantação da nova lei.

Paulo Nathanael Pereira de Souza - Doutor em Educação e presidente do Conselho de Administração do CIEE - E-mail: [email protected]

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Trabalho - Pressão contra direitos trabalhistas: Procurado por empresários, presidente Lula se dispõe a intermediar conversas com sindicatos para flexibilizar legislação

(Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B1 Economia)

Leonencio Nossa, Marcelo Rehder, Patrícia Cançado e Paulo Justus

A sugestão do presidente da Vale, Roger Agnelli - de flexibilização temporária das leis trabalhistas, como forma de evitar mais demissões em massa -, publicada pelo Estado na edição de domingo, trouxe à tona uma discussão que tem ganhado corpo no governo e entre grandes empresas e sindicatos.

Os empresários já pressionam o governo por mudanças. As propostas foram apresentadas na última quinta-feira, em reunião com o presidente Lula. “É melhor reduzir temporariamente a jornada e os salários do que perder o emprego”, afirma Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). “O governo dialoga tanto com empresários quanto com os trabalhadores e, diante dessa crise, tem papel fundamental.”

Lula ouviu, mas nada disse aos empresários. Um fonte do governo, no entanto, informou que ele está disposto a intermediar a discussão com ministros, empresários e centrais sindicais. A reunião, ainda sem data marcada, dependerá da eficácia das medidas para ajudar as empresas a enfrentar a crise mundial. Na avaliação do presidente, trata-se de proposta complexa, que precisa ser analisada com “segurança jurídica”, segundo interlocutores do governo. Uma das preocupações é a possibilidade de demissões em massa com a volta das férias coletivas dos trabalhadores. Técnicos dos ministérios da Fazenda, da Previdência e do Trabalho já estudam a questão, que pode significar renúncia fiscal e desoneração.

A Constituição permite redução de salário e de jornada desde que negociada com os sindicatos. Em 1998, a Volkswagen conseguiu alterar temporariamente as regras da legislação, lembra o economista José Pastore, consultor da CNI. “São medidas de emergência. Se o Brasil tivesse feito as mudanças necessárias, não estaria passando por isso agora.”

Numa atitude considerada incomum no País, a CSN convocou sindicatos para propor a redução do porcentual de férias dos atuais 70% para 33,33% do salário-base, o aumento do turno de 6 para 8 horas e licença remunerada com redução de base salarial. “Não é uma negociação simples, mas seria salutar se outras empresas brasileiras fizessem o mesmo em vez de demitir”, afirma o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lucio. “Em setores onde a crise é mais grave, os sindicatos nunca deixaram de negociar para preservar o emprego.”

A discussão não foi bem recebida pelas duas principais centrais sindicais do País. Para o presidente da CUT, Arthur Henrique, as empresas que recebem recursos do BNDES devem “diminuir os lucros e manter os empregos”. Embora não seja favorável, o dirigente da Força Sindical , Paulo Pereira da Silva, acredita que essas medidas ficarão mais freqüentes no próximo ano.

Página 127 de 170

Page 128: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Trabalho - CSN propõe corte de benefícios: Sindicato tenta resistir; empresa também concede férias coletivas para 2.500 dos 16 mil funcionários

(Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B3 Economia)

Alberto Komatsu e Nicola Pamplona

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou ontem que vai conceder férias coletivas de 20 dias para 2,5 mil trabalhadores, de 22 de dezembro a 12 de janeiro. O grupo emprega 16 mil pessoas em 19 unidades, duas no exterior (CSN LLC, nos Estados Unidos, e Lusosider, em Portugal). Mais da metade dos funcionários - 8,2 mil - está concentrada na usina de Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

O regime de férias coletivas afetará funcionários da laminação da usina fluminense, das áreas administrativas tanto de Volta Redonda quanto de São Paulo, além da siderúrgica GalvaSud, localizada em Porto Real, no sul fluminense, controlada integralmente pela CSN.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, que abrange Volta Redonda, informa que a CSN está propondo redução de benefícios conquistados pelos empregados em acordos coletivos. Um dos exemplos é a proposta de redução do pagamento do benefício-férias dos atuais 70% de um salário para o porcentual garantido por lei: 33,33%. A CSN também negocia com o sindicato o aumento do turno de trabalho de 6 horas para 8 horas e licença remunerada com redução de base salarial.

O presidente do sindicato, Renato Soares Ramos, afirma que a empresa alegou “falta de demanda” para anunciar as férias coletivas e reduzir os benefícios. Ele lembra que a redução da jornada de trabalho de 8 para 6 horas passou a vigorar há cerca de cinco meses.

Já o benefício-férias de 70% do salário-base foi classificado por ele como uma “conquista histórica” dos trabalhadores. Apenas na época da ditadura o porcentual foi diferente, para mais: 91% de um salário.

“As grandes empresas acumularam muita riqueza nos últimos dois anos. Por isso, acredito que a CSN poderia esperar mais um ou dois meses para ver como a crise vai se comportar”, afirmou Ramos. De acordo com o sindicalista, a única proposta da CSN com a qual os funcionários concordaram foi a criação de um banco de horas. Sobre a alteração da jornada de trabalho, ele avalia que os funcionários sairiam perdendo, já que quando houve a redução para 6 horas os empregados conseguiram manter o mesmo salário de 8 horas .

Trabalhadores e representantes da diretoria da CSN se reuniram ontem por cerca de três horas. Os sindicalistas propuseram que a empresa aguarde até o final das férias coletivas para abrir novas negociações. Segundo o sindicato, a empresa ficou de avaliar essa trégua e deve responder em breve.

Os empregados da CSN elaboraram uma série de medidas encaminhadas à direção da CSN para que a companhia possa enfrentar a crise. Facilitar a demissão dos que pretendem se desligar da empresa; agilização do processo de aposentadoria dos funcionários com tempo exigido pelo INSS; licença remunerada e garantia do emprego durante a vigência das medidas emergenciais são algumas delas.

“A CSN deveria usar os dividendos que distribui aos acionistas para poder atravessar esse período de crise”, defende o presidente do sindicato. Ramos diz, ainda, que a greve é um processo que nunca é descartado, mas que ela não está sendo cogitada neste momento. Para ele, parar as atividades é um

Página 128 de 170

Page 129: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

instrumento que só deve ser usado quando se esgotarem todas as negociações diplomáticas com a direção da companhia.

O governo do Rio se reúne esta semana com a direção da CSN, em encontro já marcado antes dos rumores sobre demissões na companhia. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Júlio Bueno, a questão dos empregos certamente entrará na pauta do encontro. Ele não quis adiantar, porém, se proporá medidas para evitar os cortes. “Ainda vamos conversar”, disse, em entrevista na Assembléia do Rio de Janeiro.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Centrais sindicais repudiam flexibilização(Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B3 Economia)

Ana Paula Lacerda e Paulo Justus

As centrais sindicais repudiaram a idéia de flexibilização temporária das leis trabalhistas, mencionada pelo presidente da Vale, Roger Agnelli, em entrevista publicada pelo Estado, no domingo. Os sindicalistas dizem que a mineradora tem condições de manter os empregos e está usando a crise como desculpa para fazer demissões.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique da Silva Santos, o momento é de garantir o emprego. Ele diz que parte dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador vai para o BNDES. “Esse dinheiro beneficia tanto a Vale quanto outras empresas e, por isso, elas deveriam diminuir os lucros e manter os empregos”.

Santos diz que os sindicatos ligados à CUT estão orientados a fazer mobilização e greve em caso de propostas de suspensão de contrato de trabalho e redução de jornada e de salário, ambas previstas em lei e defendidas por Agnelli.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira dos Santos, o Paulinho, criticou a idéia de mudança temporária nas leis trabalhistas. “Essa medida pode se tornar definitiva depois da crise, por isso não podemos mexer nas garantias dos trabalhadores”, diz. Paulinho admite a possibilidade de utilização dos instrumentos previstos na lei para garantir os empregos. “A suspensão do contrato e a redução de jornada com redução do salário devem se tornar mais freqüentes no ano que vem, com o agravamento da crise.”

A Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) condena toda mudança nas leis trabalhistas . “A choradeira dos empresários não tem nenhuma justificativa. Eles lucraram muito e agora querem descontar nas costas dos trabalhadores no primeiro momento de dificuldade”, diz o coordenador da entidade, José Maria de Almeida.

Apesar da contra-indicação das centrais, a suspensão de contrato de trabalho já ocorre em vários sindicatos. O Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas sugeriu a medida como forma de garantir o emprego nas indústrias de eletroeletrônicos, motos e autopeças. “Durante a suspensão, o funcionário recebe seguro-desemprego, depois volta ao trabalho”, diz o secretário do sindicato, Sidnei Malaquias.

A suspensão do contrato também é defendida pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Antonio Ramalho. “Não é o ideal, mas é melhor do que a demissão. Nesse meio tempo, o trabalhador poderia fazer algum curso, custeado pela empresa ou pelo governo.”

Página 129 de 170

Page 130: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Na Vale, o Grupo Renovação, que representa oito sindicatos de trabalhadores da mineradora, assinou um acordo para a suspensão temporária do contrato de trabalho. “Essa medida será usada se necessário”, afirma o coordenador do grupo, Sebastião Alves Oliveira. Segundo ele, a medida pode atingir até quatro mil funcionários da empresa.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Medidas de exceção esbarram na Constituição, diz economista: Reduções de salários, por exemplo, podem ser feitas se houver acordo entre trabalhadores e empresas

(Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B3 Economia)

Alberto Komatsu e Daniele Carvalho

Entre economistas, a percepção é a de que a iniciativa defendida por Agnelli não será tarefa simples. José Márcio Camargo, que acumula anos de experiência em assuntos ligados ao mercado trabalho, ressalta que muitos dos direitos adquiridos pelo trabalhador, como hora extra e salário mínimo, estão previstos na Constituição, o que dificulta alterações.

“Mas existem outros pontos, como a renegociação para baixo de salários, que podem ser realizadas. O Artigo 7º da Constituição prevê esta possibilidade. Basta que empresas e sindicatos entrem em acordo”, ressalta Camargo.

O especialista em direito trabalhista do Vinhas Advogados, Alexandre Magalhães, ressalta, no entanto, que até para colocar em prática mecanismos já previstos na Constituição, como a redução de salários, é necessário esforço conjunto entre sindicatos, empresas,governo e Judiciário . “Já presenciei, por exemplo, a anulação pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) de um acordo de redução salarial fechado entre trabalhadores e empregador, apesar da Constituição permitir”, diz ele.

Apesar das dificuldades, Camargo frisa que as mudanças na legislação trabalhista são necessárias e se tornam ainda mais urgentes em tempos de crise. “Hoje, o custo do trabalhador é alto, mas o salário é baixo. Existe uma carga muito grande de impostos”, afirma ele. Além da carga tributária, Camargo cita a rigidez dos contratos de trabalho e a fixação do salário mínimo como outros dois pontos que engessam as relações entre empregador e empregado no País.

O reajuste do salário mínimo é apontado pelo economista como foco de preocupação futura. Ele lembra que o governo apresentou projeto de lei para que o reajuste do salário mínimo seja feito com base no Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores, mais a inflação medida pelo índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC). “Isto daria cerca de 12% de reajuste. Com as empresas vivendo um momento de crise, fica difícil aplicar esta correção”, ressalta o economista.

MP prevê suspensão de contrato

Isabel Sobral

A possibilidade de suspensão temporária dos contratos de trabalho já é prevista no Brasil desde novembro de 1998, quando foi editada a MP 1.726, que permitiu a suspensão dos contratos por 5 meses, mediante acordo entre sindicatos de trabalhadores e empresas. Com a crise atual, que ameaça provocar um aumento do desemprego no País, o Ministério do Trabalho estuda ampliar o mecanismo para até 10 meses. Segundo o secretário de Políticas Públicas de Emprego do ministério, Ezequiel Nascimento, a ampliação não deveria ser feita de forma generalizada na economia mas, pontualmente, aos setores em que houver maior número de demissões.

Página 130 de 170

Page 131: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Governo decide em janeiro nova regra para FGTS (Folha de São Paulo 16.12.2008 p. B3 Dinheiro)

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai decidir até meados de janeiro o novo valor para os imóveis que poderão ser comprados com a liberação do dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A medida fará parte do pacote de estímulo à habitação, conforme antecipou a Folha.Atualmente, o trabalhador só pode sacar o dinheiro depositado no fundo se estiver comprando imóveis de até R$ 350 mil. Esse valor não é corrigido desde 2003, apesar dos pedidos feitos pelo setor da construção civil.A proposta de reajuste no valor do imóvel já foi levada em outros momentos ao Conselho Curador do FGTS, instância máxima de controle do fundo, mas nunca foi à frente por veto do Ministério da Fazenda ao impulso que a medida traria na demanda. Num cenário de crise, essa avaliação foi alterada.De acordo com técnicos que estão discutindo a medida, a referência para a correção não será a inflação ou índices setoriais, mas a capacidade do FGTS de sustentar a liberação de mais recursos.Uma elevação no valor do imóvel implicará maior quantidade de saques do fundo, um movimento que já é esperado por causa da queda prevista no emprego ao longo de 2009. Combinados, esses efeitos podem reduzir a capacidade de o FGTS financiar habitação de baixa renda e saneamento, o que o governo quer evitar.A ampliação no valor dos imóveis elegíveis para compra com recursos do fundo depende de autorização do CMN (Conselho Monetário Nacional), integrado pelos ministros Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento) e Henrique Meirelles (presidente do Banco Central).O pacote que o governo prepara também incluirá estímulos à habitação de baixa renda. A equipe do ministro Mantega propõe aumentar o subsídio que o governo dá à construção de casas ou conjuntos habitacionais adquiridos por famílias com renda de até R$ 1.140,00.A estratégia de impulso à construção civil tem duas vantagens na visão do governo: reduz demissões, já que o setor emprega muita mão-de-obra, e não pressiona as contas externas, pois há pouca importação envolvida na atividade. (LEANDRA PERES)

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Crise global e riscos para o trabalhador(DCI 16.12.2008 p. A2 Opinião)

Todos os organismos multilaterais vêm alertando que a presente crise financeira, embora nascida nos Estados Unidos e evoluído nos países mais ricos, acabará apenando de maneira mais grave e cruel as nações e os segmentos mais pobres da população. É lamentável que as parcelas mais frágeis da comunidade global arquem com esses ônus produzidos pela ganância descontrolada, especulação e falta de limites impostos pelo poder público a gestores irresponsáveis de empresas e instituições financeiras.

Página 131 de 170

Page 132: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Nesse contexto, a força de trabalho, inclusive da classe média, também está exposta a riscos, não só de enfrentar as agruras do desemprego, como de ver reduzido o seu poder de compra. A crise, aliás, parece que agravará a redução da participação do trabalho na composição do PIB mundial. Isto significa, na prática, que a grande maioria dos trabalhadores, que não têm poder de ingerência sobre decisões irresponsáveis que levam empresas e países ao caos financeiro, acabam pagando o mais duro preço pela governança equivocada das companhias e pelos erros (ou seriam lances de oportunismo?) de gestão financeira daqueles que conseguem transformar seu esforço e suor em papéis e títulos podres.

O problema está muito claro em lúcido relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que acaba de ser divulgado. O documento prevê que, em 2009, a crise econômica ocasionará dolorosas reduções no salário real de milhões de trabalhadores de todo o mundo: "Para 1,5 bilhão de trabalhadores assalariados, avizinham-se momentos difíceis", salienta o diretor-geral da entidade, Juan Somavia. Ele observa que "o crescimento econômico lento ou negativo, junto com os preços muito instáveis dos alimentos e da energia, corroeram o salário real de muitos trabalhadores, em particular nos lares pobres e de baixa renda. Contudo, a classe média também será gravemente afetada".

O estudo da OIT, depois de considerar as mais recentes estimativas de crescimento apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), estima que os salários reais, na média internacional, cresçam no máximo 1,1% em 2009, ante 1,7% verificado de 2008. Contudo, é possível que os salários diminuam em um vasto número de países, incluindo as maiores economias. Em geral, se prevê que o crescimento salarial nos países industrializados diminuirá de 0,8%, em 2008, para 0,5% no ano novo.

O relatório da OIT ressalta, ainda, algo muito preocupante e que deve chamar atenção de autoridades, lideranças empresariais e sindicais: "A perspectiva desalentadora apresenta-se depois de uma década na qual os salários não conseguiram progredir no mesmo passo do crescimento econômico". Conforme o estudo, entre 1995 e 2007, cada 1% adicional de crescimento anual do PIB per capita gerou aumento de apenas 0,75% no crescimento anual dos salários. Como resultado, ocorreu uma diminuição da proporção do trabalho no PIB.

Não é justo que os trabalhadores, além do risco do desemprego, continuem pagando o preço mais alto pelas cíclicas instabilidades da economia.

A garantia de uma civilização próspera, longeva e feliz somente será possível com a harmonia e justiça entre capital e trabalho, na construção sinérgica de um mundo de democracia, mercados responsáveis e voltado à qualidade de vida ampla, geral e irrestrita.

Carlos Reis é presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Informatização - Em preparação o e-julg(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. B7 Direito & Justiça)

GISELLE SOUZADO JORNAL DO COMMERCIO

Página 132 de 170

Page 133: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Encontra-se sob consulta o projeto desenvolvido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho que visa a possibilitar aos magistrados melhor gerenciamento do gabinete e auxiliar a elaboração de decisões e a realização de sessões de julgamento informatizadas. Denominado e-julg, o programa será construído com base em dois modelos: o e-jus, criado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região e destinado às sessões de julgamento; e o E-Gab, construído na corte trabalhista da 9ª Região com o objetivo de auxiliar a administração dos gabinetes, a confecção de acórdãos estruturados e, também, as sessões dos órgãos julgadores.

Segundo o presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho do Paraná e membro da comissão de informática do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, Bráulio Gabriel Gusmão, o projeto está orçado em R$ 750 mil e deverá estar pronto até abril do próximo ano. A primeira parte dele consiste em ouvir os usuários sobre as ferramentas que gostariam que o programa oferecesse.

O magistrado explicou que mais de 4 mil usuários serão ouvidos. "O primeiro passo de um projeto dessa natureza é ouvir os usuários para que eles indiquem as funcionalidades que gostariam que o sistema tivesse. A primeira fase do projeto é uma consulta institucional, formalizada para magistrados e servidores de todo o País. Hoje eles têm acesso ao fórum institucional para que façam sugestões a respeito do projeto", afirmou Gusmão, acrescentando:

- O sistema tem três objetivos. O primeiro é facilitar o gerenciamento do gabinete dos desembargadores dos tribunais do Trabalho e dos ministros do Tribunal Superior do Trabalho. O segundo é atender às sessões de julgamento. O terceiro é oferecer aos magistrados uma ferramenta de apoio da decisão. Neste módulo, a ferramenta será posta à disposição de todos os juízes, inclusive os de primeira instância. Essa parte da ferramenta, então, é a que alcança toda a Justiça do Trabalho - explicou.

De acordo com o magistrado, no programa, o magistrado deverá encontrar todos os instrumentos necessários para proferir a decisão. Entre os quais, ferramentas de pesquisa das determinações que proferiu em casos semelhantes e a jurisprudência a respeito da matéria apreciada. "Nossa expectativa é a de que a ferramenta atenda aos desejos dos magistrados de ter um sistema que os auxiliem na produção de suas decisões, permitindo realizar um trabalho com maior qualidade e mais eficiente", afirmou.

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho forneceu logon e senha para os magistrados e assessores que participarão da consulta. Eles podem enviar críticas e sugestões no portal http://colab.csjt.jus.br/egroupware/sitemgr/sitemgr-site/. No site, o usuário encontra toda a documentação a respeito das funcionalidades do programa e um fórum de discussões. "Considerando o universo que vai atingir, trata-se de um projeto muito interessante, pois não existe nada no mercado parecido. Além disso, o programa poderá ser posto a disposição dos outros ramos da Justiça", explicou Gusmão.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Assegurados direitos expressos na nova lei do estágio em contratos celebrados anteriormente(Notícias Fiscais – 16.12.2008)

Deferida pela 20ª Vara Federal do DF liminar que assegura a três estagiários da Defensoria Pública da União do Estado do Rio Grande do Norte a percepção do auxílio-transporte e o gozo do recesso, se preenchido o requisito temporal previsto no artigo 13 da Lei 11.788/2008, independentemente de terem assinado contrato com a Defensoria sob a vigência da revogada Lei 6.494/77.

Página 133 de 170

Page 134: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Informam os estagiários que a Lei 11.788/2008 trouxe benefícios aos estudantes e disciplinou o estágio. Mas a Orientação Normativa nº 7, com o objetivo de definir critérios para contratação de estagiários no âmbito da Administração Pública Federal, proveniente do Ministério do Planejamento, afastou a aplicação da nova lei do estágio aos contratos em vigor. Assim, os estagiários estão a reclamar na Justiça, pois alegam que a antiga legislação, Lei 6.494/77, fora revogada com a nova lei que surgira, a 11.788/2008 (art.22).

O juiz federal da 20ª Vara do DF, Alexandre Vidigal de Oliveira, entendeu que esses estagiários encontram-se nas condições estabelecidas pela Lei 11.788/2008, de prestação de estágio não-obrigatório, fazendo jus ao recebimento da bolsa, do auxílio-transporte e ao gozo do recesso de 30 dias, previstos nos artigos 12 e 13 da Lei 11.788/2008. Explica o juiz que "após a edição da Lei 11.788/08, e dada a revogação expressa da Lei 6.494/77, os contratos de estágio, novos ou em curso, passaram a ter como único suporte jurídico aquela Lei 11.788/08."

http://www.noticiasfiscais.com.br/trabalhistas1.asp?preview=21518&data=16/12/2008

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Estado começa hoje a pagar precatórios(TRT RS – 15.12.2008)

http://www.trt4.jus.br/portal/portal/trt4/comunicacao/infonoticia/InfoNoticiaWindow?cod=86703&action=2&destaque=false

Página 134 de 170

Page 135: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Retornar ao índice de assuntoVoltar

A Nova Lei de Estágio e os Limites do Intervalo Intrajornada(Fiscosoft – 16.12.2008)

Igor Almeida Lima

Introdução Com o advento da Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008, relevantes controvérsias no âmbito jurídico têm surgido no que tange aos limites e parâmetros nos quais devem se pautar os novos contratos de estágio.

O presente trabalho visa justamente proporcionar um melhor entendimento quantos aos direitos e obrigações estabelecidos com a alteração legislativa em comento, de forma a facilitar o dia a dia dos estagiários e das empresas concedentes (tomadoras), após uma análise mais apurada dos diversos entendimentos apresentados em debates e trabalhos acadêmicos nos quais o assunto foi tratado.

Do Intervalo Intrajornada e as Normas de Segurança e Saúde no Trabalho

Um dos pontos mais controvertidos da matéria em debate é justamente o fato da nova lei de estágio ter reduzido a jornada de trabalho para 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) semanais.

Antes da promulgação da Lei n. 11.788 a jornada do estagiário era regida de acordo com a Resolução 1/04 do Conselho Nacional de Educação - Câmara de Educação Básica, baseado na alínea "c" do § 1º do art.9º da Lei nº 4.024/61 e no art. 82 e seu parágrafo único, bem como nos arts. 90, 8º, da §1º da Lei nº 9.394/96, em atendimento ao prescrito no art. 82 da LDB. Vejamos:

"Art. 7º A carga horária, duração e jornada do estágio, a serem cumpridas pelo estagiário, devem ser compatíveis com a jornada escolar do aluno, definidas de comum acordo entre a Instituição de Ensino, a parte concedente de estágio e o estagiário ou seu representante legal, de forma a não prejudicar suas atividades escolares, respeitada a legislação em vigor.1º A carga horária do estágio profissional supervisionado não poderá exceder a jornada diária de 6 horas, perfazendo 30 horas semanais.2º A carga horária do estágio supervisionado de aluno do ensino médio, de natureza não profissional, não poderá exceder a jornada diária de 4 horas, perfazendo o total de 20 horas semanais.3º O estágio profissional supervisionado referente a cursos que utilizam períodos alternados em salas de aula e nos campos de estágio não pode exceder a jornada semanal de 40 horas, ajustadas de acordo com o termo de compromisso celebrado entre as partes.

4ºA carga horária destinada ao estágio será acrescida aos mínimos exigidos para os respectivos cursos e deverá ser devidamente registrada nos históricos e demais documentos escolares dos alunos.5º Somente poderão realizar estágio supervisionado os alunos que tiverem, no mínimo, 16 anos completos na data de início do estágio."

A nova redação passou a disciplinar a matéria da seguinte forma:

"Art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar:

Página 135 de 170

Page 136: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

I - 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos;II - 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.1o O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino.2o Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante."

O que se pode observar da análise do antigo e do novo regramento é que inexiste qualquer previsão expressa quanto ao intervalo intrajornada a ser concedido ao estagiário.

Não obstante o legislador não ter criado qualquer regra quanto ao gozo do intervalo de repouso e alimentação se convencionou a concessão de até 2 (duas) horas de intervalo, sem que tal período fosse considerado tempo à disposição do empregador, em analogia ao regramento celetista aplicável aos empregados.

Todavia, com a vigência da nova lei alguns têm advogado a tese que a ausência de previsão legal do intervalo intrajornada culminaria na impossibilidade de concessão do período de descanso sem computá-lo na jornada de trabalho do estagiário, ou seja, como sendo tempo à disposição do empregador.

Data maxima venia, tal entendimento não pode prosperar sob múltiplos fundamentos:

Primeiro, porque os antigos regramentos jurídicos que regulamentavam o contrato de estágio, assim como o atual, não previam expressamente intervalo intrajornada, e, nem por isso, se concedia interpretação restritiva à concessão do descanso aos estagiários de até 2 (duas) horas diárias.

Segundo porque a nova lei (art. 14), ao fazer expressa menção quanto à incidência da legislação relacionada à saúde e segurança do trabalho aos estagiários, ao que parece, impôs a observância das regras de concessão do intervalo, eis que apesar do intervalo intrajornada não estar no capítulo da CLT que trata das Normas de Segurança e Saúde no Trabalho, atualmente é assim considerado.

Terceiro em razão da ausência de qualquer prejuízo ao trabalhador (leia-se trabalhador no seu sentido lato sensu), mas, em verdade, inquestionável benefício a sua saúde e segurança, exceto em caso de desvirtuamento do repouso, o que deverá ser apurado em eventual fiscalização.

Em atenção aos argumentos utilizados o que se pode perceber é que não há sob o ponto de vista legal qualquer óbice capaz de obstar a concessão de intervalo intrajornada, no período mínimo de 15 (quinze) minutos e máximo de 2 (duas) horas, ainda que seja analisada a questão sob o ponto de vista principiológico de preservar os interesses do hipossuficiente da relação jurídica (estagiário), afinal, como dito linhas atrás, representar-lhe-á um benéfico inequívoco.

Conclusão Diante dos fundamentos apresentados restou demonstrado que:

a)a concessão do intervalo intrajornada de 15 (minutos) é uma dever legal da instituição, por força do disposto nos artigos 14º da Lei 11.788/08 e 71, §1º, da CLT, sem o computo do período ao cálculo da jornada de trabalho;

b)a concessão do intervalo poderá ser majorado a até 2 (duas) horas diárias, ainda em atenção a redação do art. 14º da nova lei de estágio e da análise principiológica (ausência de prejuízo ao estagiário);

Página 136 de 170

Page 137: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

c)a concessão de descanso por tempo superior a 2 (duas) horas será considerado tempo à disposição do empregador, em decorrência do limite legalmente imposto no art. 71, caput, da CLT, e, neste caso, computado na jornada do estagiário como sendo hora efetivamente trabalhada.

http://www.fiscosoft.com.br/main_index.php?home=home_artigos&m=_&nx_=&viewid=204312

Retornar ao índice de assuntoVoltar

TRIBUTÁRIO

Um plano keynesiano: Para aquecer a economia, o governo diminui o Imposto de Renda, zera imposto de carro popular e anuncia outras medidas de estímulo. Será que vai funcionar?

(Época - n. 552 - 15.12.2008 p. 36-38)

Paulo Moreira Leite Colaboraram José Fucs e Maria Laura Neves

Embora o governo já viesse tomando medidas diversas para enfrentar a escassez de crédito, o Brasil ingressou oficialmente na crise econômica internacional de 2008, a mais grave desde 1929, na quinta-feira, quando Brasília anunciou um pacote de R$ 8,4 bilhões para estimular o consumo e impedir uma recessão. O conjunto de medidas inclui uma raríssima redução no Imposto de Renda de todos os contribuintes, um corte de imposto para a compra de automóveis e caminhões, redução de tributos nas compras a crédito e permissão para que as reservas internacionais sejam usadas para financiar empresas com dívidas em dólar (leia o quadro na próxima pág.). “Nesta hora, todos são keynesianos”, disse o ministro Guido Mantega, pouco antes de anunciar o pacote.

O economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) foi o mentor intelectual das políticas econômicas que sucederam à crise de 1929 e se consolidaram no pós-guerra. Ele apostava em investimentos públicos e estímulo ao consumo para vencer a recessão. Para Keynes, o crescimento econômico envolve elementos de incerteza e subjetividade, como o “espírito animal” dos empreendedores ou a confiança nos agentes econômicos. Consumidores confiantes fazem compras – como pede o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Empresários confiantes investem e criam empregos. Ao anunciar um pacote de estímulo à economia, o governo espera que ele crie, sobretudo, maior confiança.

Não há garantia de que isso vai funcionar. O professor Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos interlocutores de Lula em assuntos econômicos, afirma que esse estímulo fiscal não é “uma medida muito expressiva. É preciso esperar para ver qual vai ser o comportamento da economia e como os consumidores vão reagir”. É incerto, também, o efeito que os cortes de impostos terão sobre as frágeis contas do governo. “Aprovo qualquer redução de imposto”, diz o economista Roberto Macedo. “Mas queria ver também redução de gasto. O governo vai ter problema na arrecadação.” Para o economista Ilan Goldfajn, ex-diretor do Banco Central, as medidas do governo são positivas para estimular o consumo. Mas, segundo ele, o descompasso fiscal poderá impedir uma queda maior nos juros. “Uma situação fiscal frouxa não permite política monetária mais leve. Os juros ficam altos”, diz.

Página 137 de 170

Page 138: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Os países que entraram em recessão logo depois do colapso de Wall Street, há três meses, têm seguido basicamente as mesmas idéias keynesianas para tentar sair da crise. Até agora, elas trazem uma certeza e uma incerteza. A certeza, como dizem Macedo e Goldfajn, é que aumentarão a fragilidade das contas públicas. A incerteza é que representem a porta de saída para a crise. Na semana passada, ocorreu mais um episódio ilustrativo. Depois que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou um plano de meio trilhão de dólares em projetos de obras públicas, o desânimo foi substituído por um ambiente de otimismo. Bastou que o Senado americano rejeitasse outro plano de salvação da indústria automobilística, porém, para que os mercados voltassem a cair. O que aconteceu? Diante de tremenda falta de confiança no futuro de uma das alavancas da economia americana, o espírito animal dos investidores ficou arisco de novo. Restabelecer essa confiança é crucial no combate à crise.

Na quinta-feira, o Planalto fez o possível para garantir um aspecto solene ao anúncio de suas medidas. Pela manhã, o presidente Lula e a equipe econômica reuniram-se a portas fechadas com 20 lideranças de empresários, entre banqueiros, industriais e líderes corporativos. Boa parte dos presentes aproveitou a oportunidade para reclamar dos juros altos. Estava presente Henrique Meirelles, o presidente do Banco Central, que mantivera, 24 horas antes, a taxa básica de juro no patamar de 13,75%. Lula fez apelos contra demissões, enquanto Mantega afirmou que o governo “tem bala na agulha” para enfrentar a crise. Mantega diz acreditar num crescimento de 4% para 2009. Confrontado com números mais modestos, que circulam com mais credibilidade pelo mercado, afirma que não se trata de uma análise fria, mas de uma meta que o governo vai perseguir, para evitar o pior da crise.

Mantega e Meirelles anunciaram o conjunto de medidas num momento peculiar, em que a economia brasileira se encontra em trânsito – de uma das animadoras e espetaculares fases de toda a sua história para uma fase de risco e fragilidade. O Brasil fechou o terceiro trimestre de 2008 num crescimento de 6,8%, uma estatística rara e abençoada, poucas vezes alcançada. Mas essa é uma fase que já ficou para trás. Depois de setembro, a “economia travou”, nas palavras de Nelson Barbosa, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Não há estatísticas finalizadas para outubro, mas os números de queda no crédito, nas vendas de bens de alto valor – como automóveis – já assustam. É o que se vê nos pátios das montadoras, que acumulavam, na semana passada, 300 mil carros zero à espera de comprador. No mercado de seminovos, os preços já caíram 25%. Em novembro, os números reagiram um pouco, e não se sabe o que pode ocorrer em dezembro, quando a economia se aquece em função do Natal e do 13o salário. Boa parte dos analistas acredita que o último trimestre poderá fechar em crescimento negativo. Esse é só o começo do problema que se encontra no horizonte de Brasília.

O receio do governo é janeiro, sempre um mês de baixo consumo. Se não houver melhora em fevereiro, o primeiro trimestre de 2009 também poderá encerrar-se num quadro negativo. Caso isso venha a acontecer, serão dois trimestres negativos – isso caracteriza, para a maioria dos economistas, um quadro de recessão. É o que o governo pretende evitar. “O problema zero é falta de crédito”, diz Mantega. “O problema número um é de demanda. E o problema número dois é garantir a continuidade dos investimentos.” O pacote de medidas tem esse foco preciso. As novas alíquotas de Imposto de Renda devem se prolongar por prazo indefinido. O desconto na compra de carros novos vigora até 31 de março, quando acaba o primeiro trimestre. Para manter a convicção de que é possível crescer 4%, o governo estuda um pacote de estímulo à construção civil. Mantega também anunciou que os bancos oficiais – Banco do Brasil e Caixa Econômica – reduzirão os juros ao consumidor, esperando que essa atitude acabe estimulando os bancos privados a fazer a mesma coisa. “Os bancos estão inseguros e aumentando os spreads (diferença entre as taxas de juro praticadas pelo Banco Central e pelos bancos)”, diz Belluzzo.

O bom senso ensina que nenhum governo lança um pacote de estímulo ao consumo numa situação de conforto. São apostas em situação de fraqueza. Embora Brasília só tenha reduzido impostos pela absoluta falta de alternativa, o contribuinte tem todo o direito de festejar uma medida raríssima na história de um país onde o Estado sempre cobrou muito, devolveu pouco – e, muitas vezes, se recusava até a corrigir a inflação na hora de dar mais ao contribuinte. Nos Estados Unidos, uma medida semelhante não impediu a crise, mas atrasou a recessão em seis meses.

Página 138 de 170

Page 139: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O pacote da semana passada foi a primeira intervenção do governo para pôr dinheiro no bolso do contribuinte. Mas a soma de todos os gastos, garantias e estímulos anunciados pelo governo brasileiro, desde o início da crise, atinge R$ 450 bilhões. O economista Goldfajn teme pelo efeito nas contas públicas. “O problema é saber o que o governo poderá fazer quando a arrecadação cair devido à desaceleração da economia. Eles vão reverter essas medidas ou ir para déficit?”, diz.

Outro aspecto é que a crise não tem origem local. Isso quer dizer que, por mais acertadas que sejam as medidas em qualquer país, seu impacto envolve variáveis fora de controle. Boa parte do otimismo do governo se apóia na convicção de que Obama assumirá a Casa Branca em 20 de janeiro com uma disposição imensa de gastar dinheiro para estimular o consumo e tirar o país da recessão – e de que isso vai funcionar.

Cabe também uma constatação: na equipe econômica, falta uma visão única sobre os caminhos a seguir. Embora Mantega e Meirelles não parem de dar repetidas demonstrações de boas maneiras nos últimos dias, eles trabalham a partir de análises diferentes, que conduzem a respostas diferentes. Mantega acha que a prioridade é enfrentar a recessão. Para Meirelles, a prioridade é a inflação. É possível encontrar economistas para produzir argumentos a favor de um lado e de outro. Mas a falta de unidade permite supor que o esforço de um lado seja anulado pelo outro. Se já é difícil enfrentar a crise com a casa em ordem, um ambiente de divisão só complica o trabalho.

O pacote da crise

Para estimular o consumo e a produção e garantir o crédito, o governo anunciou quatro medidas que, juntas, representam um incentivo fiscal total de R$ 8,8 bilhões em 2009

Redução do Imposto de Renda

Hoje há três alíquotas do IR para pessoas físicas: 0%, 15% e 22%. O governo criou mais duas alíquotas intermediárias (7,5% e 22,5%). Com isso, o contribuinte pagará menos Imposto

Salário mensal Redução anual de Imposto

R$ 2.000 R$ 196

R$ 2.500 R$ 630

R$ 3.500 R$ 797

R$ 4.000 R$ 1.122

Acima de R$ 5.000 R$ 1.161

Redução temporária do IPI sobre automóveis

Até 31 de março de 2009, para carros e caminhões de até 2.000 cilindradas, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será cortado da seguinte forma:

carros de 1.000 cilindradas: de 7% para 0%

carros de 1.000 a 2.000 a gasolina: de 13% para 6,5%

carros de 1.000 a 2.000 a álcool ou Flex: de 11% para 5,5%

caminhões: de 5% para 0%

Diminuição do IOF

Para baratear o crédito ao consumidor em operações como cheque especial, crédito pessoal e crédito para compra de veículos, o governo reduziu a alíquota diária do Imposto sobre Operações

Página 139 de 170

Page 140: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Financeiras de

0,0081% para 0,0041%

Uso das reservas internacionais para financiar empresas

O Banco Central está autorizado a usar recursos das reservas para:

garantir a renovação do financiamento externo de empresas brasileiras

diminuir as pressões de demanda sobre o mercado de crédito doméstico, uma vez que várias empresas cujas fontes de financiamento externo foram reduzidas passaram a captar

recursos no Brasil

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI19378-15223-2,00-UM+PLANO+KEYNESIANO.html

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Brasil - Bolsa classe média: O governo anuncia o pacote de alívio direto aos consumidores que pagam impostos no Brasil. Uma raridade destinada a conter o vendaval da crise

internacional(Veja - Ed. 2091 - 17.12.2008 p. 62-66)

Marcio Aith

Existe no Brasil uma cruel concentração do fardo tributário sobre poucos que pagam em favor de muitos que são isentos ou sonegam. Somente um em cada dez trabalhadores paga imposto de renda. Os outros nove são formalmente isentos ou tiram seus proventos do mercado de trabalho informal. É notadamente do esforço desses 10% de brasileiros que o governo extrai boa parte do óleo que lubrifica a máquina oficial e alimenta os programas sociais, assim como os parcos investimentos públicos. Esse contingente de contribuintes trabalha em média cinco meses por ano apenas para pagar impostos, diretos ou indiretos. Diante dessa anomalia, surge como um alívio, ainda que marginal, a opção feita pelo governo para estimular o consumo por meio de corte de impostos. A equipe econômica anunciou na semana passada a redução do imposto de renda (IR) das pessoas físicas, do imposto sobre produtos industrializados (IPI) cobrado nos automóveis novos e do imposto sobre operações financeiras (IOF) que incide nas compras a prazo e no uso do cheque especial.

Ao todo, 8,4 bilhões de reais deixarão de fluir dos contribuintes para o governo com as medidas. É pouco, se comparado à arrecadação tributária total, que atingiu 1 trilhão de reais neste ano. Mesmo assim, é dinheiro que vai reforçar a poupança e o consumo privados. Na concepção de seus idealizadores, a medida visa a estender um pacote de bondades aos assalariados, equivalente a um Bolsa Família da classe média. Esse foi o estrato social que, até outubro passado, fez o país prosperar em meio à turbulência dos mercados mundiais. No terceiro trimestre deste ano, o PIB brasileiro aqueceu, enquanto o resto do mundo já esfriava com a crise dos mercados. Esse resultado se deveu justamente à ascensão nos últimos dois anos de 20 milhões de novos consumidores no Brasil, oriundos das classes D e E. São pessoas que atingiram os níveis de consumo de classe média, mesmo que ainda nos primeiros degraus. Com uma enorme propensão para a compra de carros, eletrodomésticos e quaisquer outros bens financiáveis, elas passaram a pagar impostos, diretos e indiretos, e a reforçar o caixa do governo. A crise ameaça tirar-lhes o doce da boca. São elas, agora, as que mais ganham com a redução de impostos.

Página 140 de 170

Page 141: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

"Essa medida mostra nosso compromisso com o alívio fiscal e nossa determinação de impedir que o consumo esfrie", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a VEJA. A principal medida é a criação de uma nova tabela do IRPF, que terá mais duas alíquotas a partir de janeiro: 7,5% e 22,5% (veja o quadro). Para essas alíquotas, será redirecionada boa parte dos contribuintes que hoje estão nas faixas de 15% e 27,5%, respectivamente. Como proporção da renda, o alívio será mais sentido entre as pessoas que ganham na faixa de 2 000 reais por mês. Para elas, a redução do imposto retido na fonte poderá chegar a 50%. Mas a medida vai beneficiar todos os que pagam IR. Quem ganha acima de 3.582 reais terá um desconto de 89,50 reais por mês. "Não é uma panacéia, mas o consumidor terá uma folga de recursos para adquirir bens e serviços", afirmou o ministro.

Vários especialistas elogiaram a redução geral de impostos, mas criticaram a mudança nas alíquotas do IR. Diz a economista Eliana Cardoso: "Complicar o imposto de renda é a última coisa que a gente deveria fazer. Se o governo queria reduzir a alíquota, que reduzisse as que já existiam. Não faz sentido introduzir mais alíquotas. Eu vejo isso mais como uma medida política de apelo popular". Na mesma linha falou o ex-secretário da Receita Everardo Maciel. "A medida contrasta com a tendência mundial de simplificar o imposto de renda, rumo a uma alíquota única. Nenhum país no mundo aumentou o número de alíquotas nos últimos trinta anos." Outros elogiaram a mudança. Para Heleno Taveira Tôrres, professor de direito da USP, a criação de alíquotas intermediárias é bem-vinda por contemplar a mobilidade econômica recente da sociedade brasileira. "Alguns países têm alíquota única, mas isso só funciona onde há outros mecanismos de ajuste fiscal."

As duas novas medidas anunciadas pelo governo – a redução do IOF sobre empréstimos e do IPI na venda sobre carros novos (veja o quadro) – visam a solucionar entraves localizados. Desde outubro, em decorrência do recrudescimento da crise internacional, a oferta de crédito secou. Com menos crédito veio um consumo menor. Com menos consumo, os primeiros anúncios de demissão. Até a semana passada, a maior parte das ações do governo buscou apenas reidratar o crédito doméstico. O Banco Central, por exemplo, já liberou 94 bilhões de reais em depósitos compulsórios que antes eram obrigados a ficar parados nos bancos. A ação funcionou e, segundo os dados mais recentes, o volume de crédito na economia já retomou os níveis de agosto, anteriores ao aprofundamento da crise externa. O problema é que, ainda que o crédito tenha voltado, os juros foram às alturas.

Por que os juros subiram tanto, se os volumes já se normalizaram? A explicação vem, mais uma vez, do desaparecimento do crédito externo. Grandes empresas nacionais (e até mesmo gigantes, do porte da Petrobras) passaram a enfrentar dificuldade para rolar seus débitos lá fora. Tiveram, assim, de buscar dinheiro no mercado doméstico, dragando os recursos que antes irrigavam o crediário dos consumidores e o financiamento de empresas pequenas. Em resumo, houve mais gente procurando empréstimos, e os juros cobrados na ponta final subiram, mesmo diante da manutenção da taxa

Página 141 de 170

Page 142: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

referencial da economia (a Selic) em 13,75%. Para baixar os juros dos consumidores, o governo reduziu o IOF cobrado nos empréstimos, de 3% para 1,5% ao ano. Espera, com isso, que os bancos diminuam a taxa cobrada das empresas e das pessoas físicas em aproximadamente 4 pontos porcentuais. Além disso, para evitar que os grandes conglomerados industriais continuem a disputar os empréstimos que deveriam chegar aos consumidores e às pequenas empresas, o Banco Central destinará parte dos dólares das reservas internacionais a grandes grupos brasileiros – sejam eles privados ou públicos. "Na prática, o BC cumprirá, por um momento, o papel que deixou de ser do sistema financeiro privado", disse a VEJA o presidente da instituição, Henrique Meirelles. Se der certo, essa última medida não só vai desafogar o crédito interno como também retirar a pressão sobre o câmbio. Isso porque a nova linha criada pelo BC permite às empresas obter lá fora, diretamente das reservas, os dólares necessários para honrar seus compromissos externos. Como o dinheiro não sai do Brasil, não haverá troca de moedas. A cotação do dólar, portanto, não será pressionada.

Em situações normais, mudanças tributárias, especialmente no imposto de renda, deveriam ser feitas com um caráter mais de permanência e estabilidade. Momentos extraordinários, no entanto, exigem ações emergenciais, como as anunciadas pelo governo federal. Na semana passada, o governo de São Paulo também anunciou um alívio tributário para estimular a indústria do estado. Em um país com uma carga tributária de 35%, convém apoiar medidas de alívio fiscal. Elas são raras. Resta torcer para que as empresas repassem a redução dos impostos a seus produtos.

Com reportagem de Benedito Sverberi, Cíntia Borsato e Renata Morae

http://veja.abril.com.br/171208/p_062.shtml

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Carga de impostos é recorde. De novo: Volume de tributos pagos nos primeiros nove meses do ano alcançou 36,36% do PIB, diz estudo

(O Globo 16.12.2008 p. 23 Economia)

Vinícius Segalla SÃO PAULO

Acarga tributária no país alcançou 36,36% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) nos primeiros nove meses do ano, um novo recorde histórico para o período, revela estudo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). De janeiro a setembro, foram arrecadados pelas três esferas de poder no país R$ 779,14 bilhões em contribuições e impostos, contra R$ 670,48 bilhões (35,09% do PIB) no mesmo período em 2007. No terceiro trimestre, a carga subiu 1,2% sobre o trimestre anterior.

Em termos per capita (por pessoa), o estudo estima que o brasileiro vai pagar, em média, R$ 5.628 em tributos (federais, estaduais e municipais) em 2008, valor recorde, e 14,4% superior à carga per capita de 2007, que foi de R$ 4.920.

— Mas, a partir de 2009, esses números deverão sofrer alteração, devido aos reflexos da crise econômica global, que afetará a população — disse o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral.

Para enfrentar a crise, na última quinta-feira, o governo anunciou um pacote de reduções de impostos no valor total de R$ 8,4 bilhões. Na principal iniciativa, que beneficia 24 milhões de trabalhadores, foram criadas duas alíquotas do Imposto de Renda (IR), derrubando em até 50% o recolhimento mensal na fonte. Também foi reduzido o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos. O presidente do IBPT diz, porém, que os cortes são insuficientes para aquecer a economia.

Página 142 de 170

Page 143: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

— Para que fosse sentida uma diferença nos preços finais dos produtos, que fizesse o consumidor notar a redução no seu bolso, seria preciso uma redução média de um ponto percentual do ICMS nos estados, e o PIS/Cofins deveria cair 3% — calculou ele.

Segundo o IBPT, nos nove primeiros meses de 2008 os tributos federais subiram 16,38% (R$ 76,14 bilhões), os estaduais 16,70% (R$ 29 bilhões) e os municipais, 11,01% (R$ 3,52 bilhões). A CPMF, extinta em dezembro de 2007, fez a a arrecadação cair R$ 25,55 bilhões. Este valor, porém, não comprometeu o aumento da arrecadação, garantido pela alta em outros impostos.

Os tributos cuja arrecadação tiveram o maior crescimento nominal até setembro foram: o Imposto de Renda (R$ 27,58 bilhões), seguido do ICMS (R$ 26,46 bilhões), e do INSS (R$ 19,62 bilhões).

Percentualmente, o tributo que teve o maior crescimento foi o IOF (165,31%), seguido do Imposto de Importação (36,32%) e da Contribuição Sobre Lucro Líquido (CSLL, 34,75%). Os tributos que arrecadaram menos foram os destinados ao Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf), 32,2% inferior a igual período de 2007, e da Cide-Combustíveis (-19,36%).

Ontem, de acordo com o “Impostômetro”, um painel eletrônico criado pelo IBPT e que contabiliza a arrecadação tributária no país segundo a segundo, às 13h16m foi alcançada a marca histórica de R$ 1 trilhão em impostos no ano, cifra que causou a troca do painel para a inclusão de um novo dígito.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Conjuntura - Estados e municípios vão bancar 35% da renúncia fiscal: do pacote de R$ 8,4 bi, R$ 5,9 bi são de impostos divididos

(Valor Econômico 16.12.2008 p. A3 Brasil)

Marta Watanabe, de São Paulo

"Fazendo favor com o chapéu alheio." É assim que especialistas em contas públicas e impostos definem o pacote tributário divulgado pelo governo federal na última semana. A explicação é simples. Dos R$ 8,4 bilhões de renúncia fiscal, R$ 5,9 bilhões correspondem a benefícios de Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), justamente os dois tributos cujo resultado de arrecadação é dividido com Estados e municípios. Da renúncia com esses dois tributos, praticamente metade - R$ 2,93 bilhões, ou 49,69% - será custeada pelos caixas estaduais e das prefeituras. Do pacote total, esta parcela representa 35%.

Clóvis Panzarini, ex-coordenador de administração tributária e ex- coordenador do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), lembra que da arrecadação líquida de IR, 48% compõem os fundos de repasse obrigatório da União a Estados e municípios, além dos financiamentos regionais. Do IPI, a parcela é maior. Do total arrecadado com o imposto, além dos mesmos repasses do IR, há ainda uma transferência obrigatória da União aos Estados conforme o desempenho das exportações. "No IPI, um total de 58% é transferido para Estados e municípios. É muito

fácil fazer renúncia com os recursos dos outros."

Página 143 de 170

Page 144: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Os R$ 2,93 bilhões que deixarão de ser recebidos por Estados e municípios no próximo ano em função do pacote da União correspondem a 4,86% dos R$ 60,34 bilhões distribuídos pelo governo federal aos governos estaduais e prefeituras de janeiro a setembro de 2008.

Pedro César da Silva, consultor da ASPR Auditoria e Consultoria, lembra que no próximo ano essa renúncia fiscal deve pesar ainda mais para Estados e municípios. Ele explica que em 2008 os repasses obrigatórios aumentaram muito em razão do bom desempenho de arrecadação do Imposto de Renda, alavancada nos últimos meses principalmente em razão do de rentabilidade das empresas. "No próximo ano, com a perspectiva de desaceleração econômica, a tendência é que o lucro das empresas caia, levando a um menor recolhimento do IR." Até setembro, último dado divulgado pelo Tesouro Nacional, os repasses foram 21,1% maiores na comparação com o mesmo período de 2007.

"A União tem um poder muito grande ao lançar um pacote que compromete as receitas de Estados e municípios", diz Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Ele diz desconhecer qualquer consulta às prefeituras. "Obviamente somos a favor de um pacote tributário", diz. Para ele, porém, o governo poderia ter adotado medidas alterando tributos que não fizessem tanta diferença para as contas dos municípios. "A renúncia poderia ter sido feito por meio das contribuições sociais, por exemplo."

Panzarini aponta a mesma alternativa. "As reduções poderiam ter acontecido no PIS e na Cofins." No caso do setor automotivo, por exemplo, em vez da redução do IPI, poderia ter sido feita uma diminuição de alíquotas do PIS e da Cofins cobrados nesse setor especificamente. Isso, diz, diminuiria a cobrança sobre o faturamento das empresas e alteraria exatamente os tributos cuja carga foi elevada nos últimos anos. "Essa foi uma escolha do governo federal exatamente porque essas duas contribuições não entram no bolo dividido com Estados e municípios."

Para Ziulkoski, a participação de Estados e municípios na renúncia fiscal anunciada pelo governo é desproporcional à sua fatia na arrecadação total de tributos no país. "Como a participação da União na carga tributária total é muito maior, sua renúncia também deveria ser, já que o governo federal tem fontes de receitas muito mais diversificadas que as das demais administrações." Para ele, a falta dos recursos deverá agravar ainda mais as perspectivas de queda de arrecadação própria para as prefeituras. Devem ser mais prejudicados os Estados e municípios mais pobres, já que as transferências da União seguem o princípio da redistribuição de renda das regiões mais ricas para as mais pobres. Esse efeito, lembra Ziulkoski, deverá ser sentido rapidamente, já que as regras novas do IR valerão a partir de janeiro de 2009 e as mudanças no IPI já estão em vigor.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Corte de IPI já estimula compra de carro, diz Lula (Valor Econômico 16.12.2008 p. A3 Brasil)

Paulo de Tarso Lyra, de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, no programa de rádio Café com o Presidente, estar certo de que as medidas anunciadas pelo governo na semana passada para combater a crise reduzirão os preços das mercadorias e a taxa de juros no país. Durante reunião da coordenação política, ontem, no Palácio do Planalto, Lula e os ministros avaliaram que as iniciativas - especialmente a redução do IPI sobre os veículos - já surtiram efeitos no fim de semana.

Página 144 de 170

Page 145: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Lula baseou-se em carta, recebida na sexta-feira e assinada pelo presidente da Ford, Rogélio Goldfarb. Nela, o executivo confirmou que a empresa repassará integralmente aos consumidores os descontos de IPI oferecidos pelo governo. E mais: os descontos não ocorrerão apenas sobre preços de tabela, mas também sobre os promocionais, um desconto sobre o desconto já oferecido. "Queremos parabenizar o presidente pelas medidas e dizer que a Ford manterá os planos de investimentos para o país", declarou Goldfarb.

Lula afirmou que a reunião de quinta-feira, com 30 empresários de diversos setores, foi o melhor encontro entre governo e setor produtivo do qual ele participara. "Eram grandes empresários, todos preocupados e cheios de disposição para ajudar o país a enfrentar essa crise de cabeça erguida e dar a volta por cima", afirmou.

Em relação aos juros, Lula também teve uma boa notícia na manhã de ontem. O boletim Focus, feito pelo Banco Central e que mede o humor do mercado, apontou uma tendência de redução na taxa Selic para 2009.

O emprego continua sendo a maior preocupação do presidente. "Nós discutimos (durante o encontro empresarial) para que nenhum empresário dispense trabalhador, que é importante manter o nível de emprego. Assumi o compromisso de conversar com os dirigentes sindicais para saber da possibilidade de estabelecermos acordos em alguns setores que foram mais afetados".

O presidente disse ainda que o evento não foi isolado e que pretende reunir-se com entidades sindicais e representantes de outros setores da economia nacional, "para que a gente vá fazendo os ajustes necessários, em função da cadeia produtiva de cada setor".

Lula e o ministro da coordenação política, José Múcio Monteiro, ressaltaram, durante a reunião de coordenação, a importância de se aprovar, esta semana, o Fundo Soberano, que tramita no Senado, e Orçamento Geral de 2009, na Comissão Mista de Orçamento.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Tribunal diverge sobre uso de nova lei em ação fiscal (Valor Econômico 16.12.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

Adriana Aguiar, de São Paulo

Ainda que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já tenha definido que a penhora em dinheiro só pode ser decretada com o uso do sistema on-line do Banco Central - o chamado Bacen-Jud, criado pela reforma do processo civil promovida pela Lei nº 11.382, de 2006 -, a jurisprudência da corte ainda oscila em relação ao uso da nova legislação em ações de execução fiscal. Pelo menos duas decisões da primeira seção do STJ, que reúne a primeira e a segunda turmas do tribunal, pacificaram o entendimento pelo qual a penhora on-line de contas bancárias só pode ser decretada em execuções fiscais se todos os outros meios estiverem esgotados - ou seja, se não for possível a penhora de outros bens que não o dinheiro, como prevê o Código Tributário Nacional (CTN). Ainda assim, a segunda turma do STJ continua a proferir decisões conflitantes sobre o tema.

A reforma do Código de Processo Civil promovida pela Lei nº 11.382 teve a intenção de acelerar as ações de cobrança ao dar prioridade ao bloqueio de dinheiro para garantir as dívidas em discussão judicial. A Fazenda Nacional, no entanto, tem conseguido com que juízes utilizem, nas ações de execução fiscal, as novas regras da lei processual. Tanto a primeira quanto a segunda instâncias da Justiça federal têm aceito o argumento de que não há previsão específica na Lei de Execução Fiscal e de que as novas regras devem ser usadas quando forem mais benéficas para a efetivação dos créditos da União.

Página 145 de 170

Page 146: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

No STJ, a primeira seção julgou o tema pela primeira vez em abril deste ano com o intuito de unificar o entendimento da primeira e da segunda turmas - posição confirmada em outubro em um novo julgado. Porém, em um julgamento também ocorrido em outubro, quando já havia a primeira decisão da seção, os ministros da segunda turma entenderam que é possível a penhora de dinheiro em depósitos ou aplicações financeiras, independentemente do esgotamento de diligências para encontrar outros bens penhoráveis, em ações de execução do fisco. A turma entendeu que, após a entrada em vigor da Lei nº 11.382, em 7 de dezembro de 2006, há prioridade no uso da penhora on-line de depósitos e aplicações financeiras e que o instrumento poderia ser aplicado "independentemente do esgotamento de diligências para encontrar outros bens penhoráveis". No mesmo mês, os mesmos ministros entenderam que é necessário que se esgote, primeiramente, outras vias para garantir a dívida, antes da aplicação do bloqueio on-line. Os dois entendimentos foram unânimes.

Como já há decisão da primeira seção sobre o tema, o advogado tributarista Maurício Faro, do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados, recomenda que as empresas baseiem-se nesse entendimento para garantir que a penhora on-line nas ações de execução só seja decretada em último caso. "Acredito que a decisão da segunda turma seja um caso isolado", afirma.

Apesar da decisão contrária da segunda turma, o entendimento que tem predominado na primeira seção - e que deve servir de precedente para os demais casos, segundo advogados - é o de que a penhora de contas bancárias em ações de execução fiscal apenas é possível em situações excepcionais, após esgotados todos os meios de localização de bens do devedor por parte da Fazenda, como dispõe o artigo 185 A do Código Tributário Nacional (CTN). O entendimento consta na ementa do caso julgado pela primeira seção em outubro e publicado no dia 3 de novembro no Diário Oficial. Mesmo com as decisões da seção, o advogado Renato Nunes, do escritório Nunes, Sawaya Advogados, ressalta que o posicionamento pode ser alterado por conta das mudanças na composição do STJ. "Apesar de sempre existir esse risco, as decisões são, sem dúvida, um forte precedente", diz.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Antecipação do ICMS (Valor Econômico 16.12.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que admite-se o regime de tributação em que se exige, nas operações interestaduais, o recolhimento antecipado do ICMS pelo próprio contribuinte, ainda que sem substituição tributária. No caso, o STJ julgou recurso do Estado do Rio Grande do Sul contra uma empresa que pedia a isenção do tributo antecipado. O Estado recorreu ao STJ após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) que entendeu que o fisco estadual não pode exigir recolhimento antecipado do imposto em relação à diferença de alíquotas das operações interestaduais, quando não se trata de consumidor final do produto. Em sua defesa, o Estado alegou que a legislação permite a antecipação do prazo de recolhimento do tributo nos termos da Lei Complementar nº 87, de 1996 e Lei nº 8.820, de 1989. Ao analisar a questão, a relatora, ministra Eliana Calmon, enumerou vários precedentes do tribunal no mesmo sentido.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

O Projeto de Lei nº 692 e o fim do Tribunal de Impostos e Taxas de SP (Valor Econômico 16.12.2008 p. E2 Legislação & Tributos)

Página 146 de 170

Page 147: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Fernando Gomes de Souza Ayres e Otávio Henrique de Castro Bertolino

É fato notório que o Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) do Estado de São Paulo, criado pelo Decreto nº 7.184, de 5 de junho de 1935 , é um dos mais antigos e respeitados tribunais administrativos do país. Em funcionamento há mais de 73 anos e atualmente órgão da Secretaria dos Negócios da Fazenda do Estado de São Paulo, vinculado à Coordenadoria da Administração Tributária (CAT), o TIT tem competência para conhecer e julgar, em segunda instância, os recursos interpostos no âmbito de processo administrativo tributário decorrente de lançamento de ofício - conforme os artigos 1º, 34, 41 e 42 da Lei estadual nº 10.941, de 2001. Cabe lembrar que o TIT "surgiu em razão da necessidade de se estabelecer um conjunto de normas e procedimentos de administração, destinados a exercer o controle de qualidade sobre os lançamentos tributários e influenciados pelos princípios da publicidade, da economia, da motivação e da celeridade, garantindo ao contribuinte o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa", conforme atesta texto publicado em sua própria página na internet (www.fazenda.sp.gov.br/tit). O respeito ao pleno exercício do contraditório e da ampla defesa está fundado no princípio constitucional estabelecido no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal de 1988, que resguarda aos litigantes, também em processo administrativo, "o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".

Pois bem. O TIT paulista, ao menos como é reconhecido - um órgão administrativo imbuído da missão de julgar a validade de lançamentos tributários de acordo com o princípio do contraditório e da ampla defesa -, está ameaçado de extinção. Com o louvável objetivo de "tornar célere o julgamento dos processos administrativos submetidos ao tribunal", mediante "a eliminação de atividades logísticas", conforme consta de sua exposição de motivos, o Projeto de Lei nº 692, de 2008, encaminhado pelo Poder Executivo à Assembléia Legislativa em 30 de outubro deste ano, caso aprovado em seu texto original, será o agente de tal extinção.

O projeto, encaminhado em regime de urgência pelo governador do Estado de São Paulo à Assembléia Legislativa, revoga a Lei nº 10.941, que dispõe sobre o processo administrativo tributário decorrente de lançamento de ofício. A iniciativa do governo de encaminhar à Assembléia Legislativa um projeto de lei que visa à celeridade do processo administrativo tributário é positiva e merece apoio. No entanto, basta uma breve análise dos artigos do Projeto de Lei nº 692 para concluir que, em nome de tal celeridade, princípios constitucionais serão violados e a própria atividade do TIT restará comprometida. Sem esgotar a lista de pontos críticos contidos no projeto, as seguintes inovações merecem ser revistas com urgência: 1) o artigo 9º, que institui a intimação dos atos processuais por edital publicado no Diário Oficial do Estado, revogando o direito de o contribuinte e/ou procurador receber as intimações pessoais por carta registrada com aviso de recebimento; 2) toda a seção IV, sobre as provas, que entre outras disposições admite a presunção legal de existência e de veracidade das provas produzidas pela fiscalização; 3) toda a subseção V, sobre as nulidades, que prevê que as incorreções ou omissões verificadas em autos de infração não acarretarão sua nulidade e, mesmo estando o processo em fase de julgamento, os erros de fato e os de capitulação da infração ou da penalidade serão corrigidos pelo órgão de julgamento, de ofício ou em razão de defesa ou recurso, não sendo causa de decretação de nulidade; 4) os artigo 28 e 49, que talvez sejam o ponto mais crítico do projeto, uma vez que praticamente retiram a função jurisdicional atualmente atribuída ao TIT. Nos termos de tais dispositivos, no julgamento pelo tribunal é vedado afastar a aplicação de legislação tributária sob alegação de ilegalidade ou inconstitucionalidade; 5) o artigo 71, que estabelece que a representação fiscal passa ter direito a pedido de vista dos autos em julgamento, além de poder tomar parte dos debates, o que evidentemente desequilibra a favor do fisco a relação processual com o contribuinte; e 6) o fato de que, ao contrário da Lei nº 10.941, não há qualquer previsão acerca do direito de realização de sustentação oral pelos contribuintes.

Da leitura dos itens acima destacados, não é preciso um grande esforço para identificar violações a princípios constitucionais básicos, precipuamente o da ampla defesa, do devido processo legal, da equidade entre as partes. Outros dispositivos constantes do Projeto de Lei nº 692, tais como a opção (de duvidosa aplicação) do depósito administrativo pelo contribuinte, a utilização do processo eletrônico (certamente inacessível à maior parte dos contribuintes), a previsão da possibilidade da

Página 147 de 170

Page 148: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

criação de exceções aos próprios dispositivos do projeto, mediante ato normativo do coordenador de administração tributária - artigo 36, parágrafo único, artigo 40, parágrafo 3º, artigo 46, parágrafo 4º e artigo 71, parágrafo 1º), entre outros, reafirmam a necessidade imediata de revisão do Projeto de Lei nº 692.

É importante salientar, aliás, que tal revisão já está em curso na Assembléia Legislativa paulista e emendas ao projeto vêm sendo apresentadas. Contudo, o acompanhamento da tramitação do referido projeto é fundamental, assim como a movimentação das entidades de classes, de representação da sociedade, para que o texto sofra as alterações necessárias.

Não há dúvidas que a atual legislação que trata do processo administrativo tributário no Estado de São Paulo merece reformas, que o funcionamento do TIT deve modernizar-se, acompanhando o dinamismo e a complexidade das relações entre fisco e contribuintes. Nesse sentido, os objetivos originais do projeto de lei de imprimir celeridade ao processo, modernizar o TIT, possibilitar melhor acesso a informações, melhorar a qualidade da prestação jurisdicional, entre outros, devem ser apoiados e comemorados. Contudo, não se pode admitir violação a princípios fundamentais, em nome de uma suposta celeridade. A continuidade do TIT, como instrumento de justiça fiscal, depende disso.

Fernando Gomes de Souza Ayres e Otávio Henrique de Castro Bertolino são advogados associados da área tributária do escritório Pinheiro Neto Advogados

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Receita entende que dano moral deve ser tributado (Valor Econômico 16.12.2008 p. E2 Legislação & Tributos)

Zínia Baeta, de São Paulo Em resposta à consulta de um contribuinte, a Receita Federal da 8ª Região, em São Paulo, esclareceu que os valores recebidos a título de reparação por danos morais - ainda que denominados de indenização - estão sujeitos à incidência do Imposto de Renda (IR). Apesar de o entendimento valer apenas para o contribuinte que fez a consulta, a publicação preocupa contribuintes e advogados. Isso porque, ainda que um recente entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) seja contrário ao fisco, a avaliação é a de que esse deve ser o entendimento da Receita a prevalecer sobre o tema.

"É preocupante, pois a 8ª região é formadora de opinião dentro da Receita", afirma o advogado Sérgio Presta, do escritório Azevedo Rios, Camargo, Seragini e Presta Advogados e Consultores. Para o advogado, se a Receita mantiver o entendimento publicado na solução de consulta, o dano moral deixará de existir e todo tipo de indenização passará a ser tributada pelo IR.

O chefe da divisão de tributação da Superintendência Regional da Receita da 8ª Região Fiscal, Cláudio Ferreira Valladão - responsável pela resposta à consulta - afirma que, no caso da indenização por dano moral, há um acréscimo de renda para quem a recebe. Sobre esse valor, portanto, deve ocorrer o recolhimento de IR. A interpretação, segundo ele, está baseada no artigo 43, inciso 2º do Código Tributário Nacional (CTN), que trata do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. De acordo com ele, ainda que o STJ tenha jurisprudência diversa, em um primeiro momento, a Receita mantém seu entendimento. Isso porque a interpretação do tribunal pode vir a ser

Página 148 de 170

Page 149: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

modificada. Além disso, seria necessário um pronunciamento em contrário da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), o que não é o caso, até porque o julgamento do STJ é recente e ocorreu apenas em um julgamento da primeira seção - que reúne as duas turmas que tratam de temas tributários.

O STJ julgou em outubro deste ano que não incide Imposto de Renda sobre a indenização por danos morais. A maioria dos ministros da seção entendeu que a indenização por dano moral limitaria-se a recompor o patrimônio da vítima do dano - ou seja, não aumentaria o patrimônio da parte, apenas o recomporia pela via material. Para os ministros, do contrário o Estado seria sócio do infrator e beneficiário da dor do paciente. Para parte dos ministros, portanto, o Imposto de Renda só poderia incidir sobre o produto do capital, do trabalho ou de proventos - o que não incluiria o dano moral. Na época do julgamento do processo, a PGFN defendeu que sempre iria incidir Imposto de Renda em indenizações quando ocorresse acréscimo patrimonial. A exceção só ocorreria na existência de lei específica que previsse o não-pagamento nessas situações.

De acordo com o advogado Luiz Rogério Sawaya, do escritório Nunes e Sawaya Advogados, não faz sentido o Estado participar dos danos por questões extracontratuais. Para ele, o entendimento da Receita acaba com o dano moral e contraria a jurisprudência.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Uma perigosa confissão sobre a carga tributária(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A2 Editoriais)

A Secretaria da Receita Federal (SRF) comunicou que no ano passado a carga tributária correspondeu a 34,79% do PIB. É bem maior do que a registrada no ano anterior, 2006, quando alcançou 33,51% do produto nacional. No ano passado, apenas a União arrecadou em tributos e contribuições o correspondente a 24,8% do PIB, uma escalada respeitável em relação aos 23,6% recolhidos em 2006. Em outras palavras, apenas o governo federal fica com um quarto da produção de todos os brasileiros, ou um dia em cada quatro de trabalho no País. Já os estados arrecadaram 9% do PIB tanto em 2006 como no ano seguinte, enquanto os municípios aumentaram pouco, de 1,5% do produto para 1,6%, entre 2006 e 2007. Porém, na distribuição do bolo tributário, a União ficou com 70%, os estados com 25,6% e a instância municipal com 4,4%.

Os números absolutos, no entanto, são mais eficientes do que a porcentagem do PIB, para que se avalie bem de que "volume de recursos" se está falando. No ano passado, a riqueza produzida no Brasil, total de R$ 2,597 trilhões, R$ 903 bilhões acabaram recolhidos pelos cofres públicos. Em 2006, a receita do setor público fora bem menor: R$ 794 bilhões. A pergunta essencial é óbvia: o que foi feito dessa impressionante massa de recursos?

Esse é o aspecto mais dramático das contas públicas brasileiras: o resultado final do imposto pago. Nesse aspecto, aliás, não é preciso dar voz à oposição para o despertar de uma acentuada crítica. O secretário-adjunto da SRB , Otacílio Cartaxo, depois de defender que a carga tributária brasileira é "média" quando comparada à dos demais países, reconheceu que os gastos públicos devem melhorar porque "o Brasil não está em condições de devolver em serviços o que se paga em impostos". E, depois, admitiu que é preciso "qualificar o gasto público" antes da conclusão inesperada:de que "o dinheiro (público) está sendo mal aplicado em várias áreas". Observe-se que não se trata de declaração de algum prócer oposicionista. A rigor, é uma perigosa confissão de quem assumiu alta funções, características de um dos mais poderosos e importantes cargos da República.

Por outro lado, é obrigatório reconhecer que o secretário-adjunto da Receita tem toda razão. Primeiro, o governo mantém especialmente aceleradas as duas pontas das contas públicas: arrecada muito e gasta mais ainda. Segundo, gasta mal, muito mal, como também reconheceu Cartaxo. Um bom

Página 149 de 170

Page 150: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

exemplo desse fato está no contínuo crescimento dos gastos de custeio e nas eternas dificuldades das despesas públicas em investimentos. Vale lembrar que, nos primeiros dez meses deste ano, o governo gastou R$ 160 bilhões em Previdência Social, R$ 102 bilhões com a folha de pagamento do setor público, R$ 106 bilhões com programas sociais e modestos R$ 19,8 bilhões com obras públicas. Nesse último item estão incluídos os gastos efetivos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Sem esquecer que, segundo os números da Casa Civil, entre janeiro e agosto, só 45,6% dos desembolsos previstos para o PAC foram feitos e esse total contém os "restos a pagar", ou seja, as contas que não foram pagas do programa de 2007. Já no campo dos gastos de custeio, o quadro é bem diferente. Basta lembrar que apenas em 2008 serão gastos R$22,8 bilhões a mais do que no ano passado com o crescimento da folha de pagamento, devido aos reajustes concedidos aos servidores e às reestruturações de inúmeras carreiras do funcionalismo. É verdade que a arrecadação também avançou: neste ano a SRF prevê nova expansão da arrecadação, de 1,2% do PIB, só no que se refere aos impostos federais.

Apesar de toda essa eficiência arrecadatória, o governo atrasa a prestação de contas sobre a carga tributária paga pelos contribuintes. A Receita Federal informou que os números referentes ao aumento da carga foram divulgados com cerca de seis meses de atraso porque foi necessário ajustar o cálculo à nova metodologia utilizada nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade que reúne as 30 economias mais industrializadas. Ora, um acordo com entidade internacional desse perfil não é assinado de uma hora para outra, e a Receita Federal teve o tempo necessário para as adaptações e para que o País não tomasse conhecimento com tanto atraso que a carga tributário subiu tanto de um ano para outro. Aliás, ainda mais grave é saber que os impostos sobem sem parar desde 2003, quando a carga alcançou 31,37% do PIB, até atingir os 34,79% de 2007. Em especial quando se toma conhecimento de que até o secretário-adjunto da Receita também acha que o governo gasta mal o recurso público.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

A contabilidade fiscal rumo à convergência(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. B5 Finanças)

Após quase um ano de discussões, as nuvens cinzentas que pairavam sobre a posição do Fisco a respeito das conseqüências do processo de convergência contábil, previsto na Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, foram, finalmente, dissipadas com a edição da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Instituído o Regime Tributário de Transição (RTT) para apuração do lucro real, os ajustes tributários decorrentes da adoção dos padrões internacionais de contabilidade foram disciplinados buscando a neutralidade fiscal dos seus efeitos sobre o patrimônio e os resultados das empresas.

O RTT é optativo e, sendo transitório, será válido, apenas, nos anos-calendário de 2008 e 2009. A opção deverá ser manifestada, de forma irretratável, na Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica 2009. Será obrigatório a partir do ano-calendário de 2010, inclusive para apuração do imposto sobre a renda com base no lucro presumido ou arbitrado, da CSLL, PIS/PASEP e COFINS, quando da entrada em vigor de lei que discipline os efeitos tributários dos novos métodos e critérios contábeis.

Assim, as alterações introduzidas pela Lei nº 11.638/2007, que modifiquem o critério de reconhecimento de receitas, custos e despesas computadas na apuração do lucro líquido do exercício, não terão efeitos para fins de apuração do lucro real da pessoa jurídica sujeita ao RTT, devendo ser considerados, para fins tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007.

Na ocorrência de disposições da lei tributária que conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios diferentes daqueles determinados pela legislação societária e pelas normas expedidas

Página 150 de 170

Page 151: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com base na sua competência legal, e demais órgãos reguladores, a pessoa jurídica deverá utilizar os métodos e critérios definidos na lei comercial para apurar o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e realizar os ajustes específicos ao resultado do período no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) – ou seja, os ajustes de adição, exclusão e compensação, prescritos ou autorizados pela legislação tributária, para apuração da base de cálculo do imposto.

Ficaram, portanto, dirimidas as dúvidas sobre o tratamento tributário dos novos critérios de contabilização das subvenções para investimento e doações feitas pelo Poder Público, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos. Idêntico tratamento foi dado ao registro em conta de resultado do valor do prêmio na emissão de debêntures. Em todos esses casos, a isenção tributária está condicionada à manutenção dos valores em contas específicas de reservas de lucros, além da obediência às demais restrições estabelecidas na legislação fiscal.

A Medida Provisória corrige, também, alguns pontos que estavam em desacordo com os padrões contábeis internacionais, como, por exemplo, a classificação dos grupos de contas patrimoniais, substituindo as denominações de realizável e permanente por ativo não-circulante (composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível), e passivo exigível a longo prazo por passivo não-permanente. Todavia, manteve a expressão princípios contábeis geralmente aceitos, que deveria ser substituída por princípios fundamentais de contabilidade, ou, simplesmente, princípios contábeis. Também, não eliminou o equívoco conceitual existente na Lei nº 6.404/76, que classifica o patrimônio líquido como um subgrupo do passivo, em desacordo com o padrão internacional (IAS 1). Por outro lado, a MP disciplinou melhor o conteúdo das notas explicativas em benefício da transparência das informações.

Ainda há um longo caminho a ser percorrido para a completa convergência às IFRS. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis está trabalhando, em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as demais entidades envolvidas com a matéria, no sentido de alcançarmos um patamar mais próximo dos países que aderiram às normas do IASB.

Sem dúvida, a Medida Provisória nº 449, regulando os ajustes tributários decorrentes dos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei nº 11.638/07, trouxe tranqüilidade às empresas, neste momento de transição, além de representar um grande avanço rumo à convergência aos padrões internacionais de contabilidade.

kicker: Ajustes tributários foram disciplinados buscando a neutralidade fiscal dos seus efeitos sobre os resultados das empresas

Hugo Rocha Braga - Contador, administrador. e professor universitário. Foi diretor e superintendente de normas contábeis da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Carga tributária avançou 16% até setembro(Monitor Mercantil 16.12.2008 p. 3 Conjuntura Econômica)

A arrecadação recorde de R$ 1 trilhão em impostos, até o último trimestre, pelo governo representou um crescimento nominal (sem descontar a inflação) de R$ 108,66 bilhões sobre o mesmo período de 2007, ou mais 16,21%.

Os cálculos são do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que lança estudo sobre a carga tributária do último trimestre.

Página 151 de 170

Page 152: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Segundo o IBBT, a quantidade de impostos, taxas e contribuições paga pelo brasileiro aumentou mais do que o produto interno bruto (PIB) nacional, acentuando ainda mais a carga tributária.

O levantamento mostra ainda que houve crescimento expressivo na carga tributária per capita do mesmo período, que cresceu 15% (nominal). Isso significa que cada brasileiro pagou R$ 535,90 a mais de tributos ante 2007.

O total de tributos que os brasileiros pagaram, individualmente, chegou a R$ 4.109,10, no período, contra R$ 3.573,20, no ano anterior.

Até o fim de 2008, cada brasileiro pagará cerca de R$ 5.628,00, representando aumento de cerca de R$ 708,00 sobre 2007.

"Apesar da crise, os números não refletem crise na arrecadação de impostos. Mas a partir do quarto semestre de 2009, esses números deverão sofrer alteração, devido aos reflexos da crise que afetará a população", prevê o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

IOF diminui, mas já subiu 165% neste ano (Estado de São Paulo 16.12.2008 Online)

Andrea Vialli

A redução, de 3% para 1,5%, do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciada pelo governo na semana passada, vai apenas compensar parte da alta ocorrida este ano. Em janeiro, o tributo subiu para compensar a perda de arrecadação com a CPMF. A alta foi de 165,31% entre janeiro e setembro de 2008.

“O governo apenas reduziu uma alíquota que já havia sido elevada no início do ano para compensar o fim da CPMF”, afirma o consultor tributário Clóvis Panzarini. “A arrecadação que temos hoje é a velha CPMF travestida de IOF.” O IOF incide sobre as mais diversas modalidades de crédito, como cheque especial, cartões de crédito e compra de bens a crédito.

A arrecadação com o IOF de janeiro a setembro foi de R$ 15,03 bilhões, ante R$ 5,66 bilhões no mesmo período de 2007, um crescimento de 165,31%, segundo estudo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

IMPOSTÔMETRO

Às 13 horas de ontem, o Impostômetro - painel no centro de São Paulo que contabiliza o total de impostos pagos no ano pelos brasileiros - chegou pela primeira vez à marca de R$ 1 trilhão. “Esperávamos que só chegaríamos a esse número no dia 31 de dezembro”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP. De janeiro a setembro, a carga tributária já encostou em 36,36% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2007, chegou a 34,8% do PIB, segundo a Secretaria da Receita Federal.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 152 de 170

Page 153: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Impostos - Crédito tributário será devolvido logo: Governo quer garantir capital de giro às empresas; Receita nega que fará blitz para compensar queda na arrecadação

(Estado de São Paulo 16.12.2008 Online)

Adriana Fernandes

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, determinou à Receita Federal que acelere a devolução dos créditos tributários das empresas. O objetivo é dar alívio financeiro aos contribuintes que enfrentam aperto de caixa e têm dificuldade para financiar o capital de giro.

Em nota distribuída ontem à noite, a Receita informou que não adotou nenhuma medida que implique “aumento da pressão fiscal dos contribuintes”. A nota foi uma resposta à reportagem do Estado, publicada sábado, que revelou conteúdo de e-mail da secretária da Receita, Lina Maria Vieira, aos superintendentes do órgão determinando diligências fiscais nas grandes empresas para inibir a inadimplência “através de efetiva presença fiscal”.

A revelação do conteúdo do e-mail causou mal-estar no Ministério da Fazenda porque, na mensagem, a secretária informa que a arrecadação da Receita caiu R$ 3,2 bilhões em novembro em relação à previsão do governo. “A orientação contida no e-mail destinado aos superintendentes da Receita Federal não adota nenhuma medida que implique pressão fiscal, como blitz ou operações especiais”, diz a nota. A reportagem qualificou de “blitz” essa ação, que vai atingir inicialmente 400 empresas, segundo a Receita.

Na nota, a Receita diz que a atual administração não inovou em matéria administrativa, mas deu curso aos procedimentos de controle aos quais está vinculada pelo “princípio da reserva legal”. Segundo a Receita, o acompanhamento dos grandes contribuintes é rotina para monitorar o desempenho da arrecadação amparada em duas portarias internas de 2007.

A demora do governo na devolução dos créditos tributários é uma reclamação antiga dos empresários. No último dia 1º, o próprio Mantega informou que estava “montado um esquema”, durante o 7º Seminário da Indústria Brasileira da Construção, na capital paulista. Na ocasião, Mantega qualificou essa ação de “capital de giro na veia” para as empresas.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defendeu a ampliação do prazo de pagamento de impostos para médias, pequenas e microempresas. Segundo ele, as medidas de alongamento de prazos já adotadas pelo governo federal não foram suficientes.

Lula assina MP que muda tabela do Imposto de Renda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem a medida provisória que cria as alíquotas de 7,5% (de R$ 1.434 a R$ 2.150) e de 22,5% (de R$ 2.866 a R$ 3.582) para o Imposto de Renda da Pessoa Física. A alíquota de 15% continua na faixa de R$ 2.150 a R$ 2.866, e a de 27,5% para a faixa acima de R$ 3.582. A mudança na tabela foi uma das medidas anunciadas na semana passada pelo governo.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Tributos - Empresas adotam nota fiscal eletrônica mesmo sem precisar: Pequenas empresas acabam tendo de se adaptar por questão de mercado

(Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B14 Negócios)

Marianna Aragão

Página 153 de 170

Page 154: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

No início deste mês, a nota fiscal eletrônica (NF-e) tornou-se obrigatória para empresas de nove segmentos como bebidas, medicamentos e frigoríficos. A substituição da nota fiscal em papel por um documento eletrônico, porém, tem ocorrido desde abril, com a inclusão gradativa de grupos de setores no novo sistema da Receita Federal. Até agosto do ano que vem, companhias de outras 79 atividades terão de se adequar à exigência.

Micro e pequenas empresas (MPEs) não ficam de fora. “Se o seu setor for incluído, ela tem de aderir, independentemente do tamanho”, diz Carlos Sussumu, da coordenação de fiscalização da Receita Federal.

Pequenos negócios têm aderido espontaneamente à medida, em uma reação em cadeia. “O elo principal acaba forçando seus fornecedores e clientes a entrar no sistema, para facilitar as transações. É um processo natural”, afirma o consultor José Othon de Almeida, da Deloitte. A situação tem ocorrido com alguns dos setores incluídos até agora - fabricantes de bebidas, cimento, cigarros e automóveis, entre outros -, formados, em sua maioria, por gigantes, mas que têm as MPEs entre seus parceiros de negócios.

A Companhia Müller de Bebidas, fabricante da Cachaça 51, passou a emitir a NF-e este mês. Desde o início do ano, porém, tem estimulado seus clientes a implantar o sistema o quanto antes - pelo cronograma da Receita, os distribuidores e comerciantes de bebidas só precisariam aderir em abril do ano que vem. A Müller fornece para cerca de 1 milhão de pontos-de-venda no País.

“Muitos desses empresários nem sabiam sobre a mudança”, diz o diretor-superintendente da empresa, Ricardo Gonçalves. Segundo ele, sem informação, algumas não conseguiriam implantar a tempo as mudanças em seus sistemas. “Sem a NF-e, o revendedor não consegue fazer o faturamento e, conseqüentemente, não vai receber formalmente a mercadoria. Isso travaria as operações.”

A adaptação ao novo mecanismo passa por mudanças nos sistemas contábeis e de informática e a compra de equipamentos para armazenar os dados pode ser necessária. “Para as MPEs, que funcionam com o caixa e orçamento apertados, os custos dessas mudanças trazem grande impacto”, diz a consultora de políticas públicas do Sebrae, Helena Rego.

“O pequeno empresário tem milhões de preocupações e acaba deixando para a última hora”, destaca o diretor de planejamento tributário da RCS Consultoria, Alberto Brumatti Júnior. Para amenizar o impacto nos custos das MPEs, explica Brumatti, o empreendedor pode optar pelo software gratuito, disponibilizado pela Receita Federal em seu site. “Porém, é um programa simples e não permite integração com outros departamentos da companhia.”

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Tributos - Carga tributária bate novo recorde, mostra levantamento(DCI 16.12.2008 p. A3 Política Econômica)

SÃO PAULO - Mesmo o com a revisão do valor corrente do Produto Interno Bruto (PIB), a carga tributária brasileira bate novo recorde: nos nove primeiros meses de 2008, atingiu 36,36% do PIB, ante 35,09% do mesmo período de 2007. Esse dado consta do estudo apresentado ontem, em São Paulo, pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). "Apesar da crise anunciada, os números não refletem crise na arrecadação de impostos. Mas a partir do 4º semestre de 2009, esses números deverão sofrer alteração, devido aos reflexos da crise econômica que afetará a população", alerta o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral. De acordo com o levantamento, os tributos

Página 154 de 170

Page 155: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

federais cresceram 16,38%, os estaduais, 16,70%, e os municipais, 11,01%, totalizando uma arrecadação de tributos nos nove primeiros meses de 2008 de R$ 779,14 bilhões, contra R$ 670,48 bilhões do mesmo período de 2007. Aqueles que tiveram o maior crescimento nominal, foram: o Imposto de Renda, seguido do ICMS e do INSS.

O estudo foi lançando no mesmo dia em que o painel eletrônico Impostômetro, que calcula o valor que o brasileiro paga de tributos atualizado segundo a segundo, chegou a marca recorde de arrecadação de impostos do governo federal: R$ 1 trilhão. O levantamento mostra ainda que, se comparado com o mesmo espaço de tempo em 2007, houve um aumento nominal de arrecadação de R$ 108,66 bilhões, ou seja, um acréscimo de 16,21%. Também houve um crescimento expressivo na Carga Tributária Per Capita do mesmo período, que cresceu 15% (nominal), o que significa que cada brasileiro pagou R$ 535,90 a mais de tributos ante 2007. No total de tributos que os brasileiros pagaram, individualmente, chegou a R$ 4.109,10 no período, contra R$ 3.573,20 no ano anterior.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Redução do IOF não prejudicará arrecadação(DCI 16.12.2008 p. A4 Política Econômica)

São Paulo - A redução de 3% para 1,5% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciada pelo governo não deve trazer impacto significativo para os cofres públicos, já que o tributo foi o que mais subiu em 2008: a alta foi de 165,31%, no período de janeiro a setembro de 2008. A arrecadação com o IOF de janeiro a setembro deste ano foi de R$ 15,03 bilhões, ante R$ 5,66 bilhões no mesmo período de 2007, crescimento 165,31%, segundo estudo da Associação Comercial de São Paulo e do IBPT.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

ICMS - Cobrança antecipada é legal(DCI 16.12.2008 p. B11 Legislação)

brasília - A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que é admissível o regime de tributação em que se exige, nas operações interestaduais, o recolhimento antecipado do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) pelo próprio contribuinte, sem substituição tributária. O STJ aceitou recurso do Estado do Rio Grande do Sul contra uma empresa que pedia isenção do tributo antecipado.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Incentivo - ICMS menor para o setor joalheiro(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. A16 Rio de Janeiro)

Página 155 de 170

Page 156: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

DA REDAÇÃO

O governador do Rio, Sérgio Cabral, assinou ontem Concessão de Tratamento Tributário Especial nas Operações Internas de Empresas do Setor de Artefatos de Joalherias e Afins, que reduz a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) de 13% para 5% para as empresas do setor. Segundo Cabral, a medida, que entra hoje em vigor, tem por objetivo aumentar os investimentos na área e incentivar o consumo.

"A diminuição da alíquota é importante. Espero que possamos expandir os investimentos no setor, já que ele está atrelado ao turismo e à moda. Pretendemos, com a nova medida, estimular o consumo dos turistas brasileiros e estrangeiros que vêm à cidade e compram jóias de qualidade", afirmou o governador, durante cerimônia realizada no Salão Nobre do Palácio Guanabara.

Proprietários de joalherias e relojoarias do Rio comemoraram a aprovação da medida. A presidente da Associação de Joalheiros e Relojoeiros do Estado do Rio de Janeiro (AjoRio), Carla Pinheiro, elogiou a decisão do governador e lembrou que a redução da alíquota veio em boa hora, já que o setor passa por um período de enfraquecimento.

"Negociamos com o governador desde dezembro de 2006, quando ele foi eleito. É um grande presente de Natal que vai estimular o crescimento e o desenvolvimento do setor no estado. Este convênio é muito interessante para que as empresas ganhem competitividade e possam empregar mais mão-de-obra, sobretudo com a crise, quando tivemos uma disparada na cotação do ouro", disse.

CONCORRÊNCIA. Para o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno, a medida garante que o mercado do Rio possa concorrer com o de Minas Gerais, estado cujo ICMS também é de 5%. Bueno acredita que a medida vai incentivar contratações no setor e tirar algumas empresas de jóias da informalidade.

"O ICMS deveria sofrer um aumento de 5%, mas o reduzimos para mais da metade do que era cobrado atualmente, o que nos dá competitividade semelhante à do estado de Minas Gerais. Sendo o Rio um mercado maior, tendo mais turistas e muito mais glamour, acreditamos que a medida vai aumentar o emprego e estimular a formalidade das empresas do setor de jóias. Também, no final de um determinado período, a arrecadação aumentará", estimou.

No evento, o secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, se comprometeu a criar um escola técnica voltada para a joalheria. O pedido foi feito por Carla Pinheiro, para quem a instituição de ensino daria oportunidade às pessoas interessadas em trabalhar na área.

"Nosso setor emprega muita gente, muita mão-de-obra técnica que precisa de emprego e dignidade. O ICMS é apenas uma etapa da nossa grande vontade de desenvolver a joalheria no estado. Temos também muitos projetos de capacitação, primeiro emprego e gestão", comentou.

Também participaram da cerimônia o vice-governador e secretário de obras, Luiz Fernando Pezão, o secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, e o senador Francisco Dornelles.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Tributos - IPTU e ISS já têm datas de pagamento(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. A17 Rio de Janeiro)

DA REDAÇÃO

Página 156 de 170

Page 157: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

A Prefeitura do Rio publicou ontem no Diário Oficial os decretos que estabelecem os calendários de pagamento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) para 2009. Em ambos os casos, o contribuinte carioca terá até fevereiro para quitar a primeira parcela dos tributos.

O pagamento do IPTU de 2009 seguirá os mesmos moldes do ano passado e poderá ser feito em dez meses, sem acréscimo, ou em cota única, com 7% de desconto. A cota única ou a primeira cota vence no dia 5 de fevereiro de 2009, para imóveis com final de inscrição de 0 a 5, e no dia 6 de fevereiro, para imóveis com final de 6 a 9. Os carnês serão enviados pelos Correios entre 10 e 20 de janeiro.

O contribuinte que não receber o carnê até dez dias antes do vencimento da primeira cota deverá solicitar a segunda via através do site www.rio.rj.gov.br/iptu, no qual informará o número da inscrição imobiliária. Outra maneira de obter o carnê é comparecer a um dos postos de atendimento da Secretaria Municipal de Fazenda (SMF), munido do carnê do ano anterior ou do número da inscrição imobiliária.

Em função da emissão dos carnês, o funcionamento dos postos do Serviço de Atendimento Descentralizado da SMF será das 9h às 17h, entre 21 de janeiro e 13 de fevereiro. Após o período, será retomado o horário regular, das 9h às 16h. Os postos situados nos shoppings - Rio Sul, Barra Shopping, Norte Shopping e Madureira Shopping - funcionam de segunda a sexta, das 10h às 22h, e aos sábados, das 10h às 16h.

SERVIÇOS. Para a cobrança do ISS, os contribuintes e os responsáveis pelo pagamento estão divididos em dois grupos. O grupo 1 é formado por aqueles cujo faturamento médio mensal em 2008 foi igual ou superior a R$ 913.012,10. Já o Grupo 2 é composto pelos contribuintes que obtiveram receita inferior a R$ 913.012,10 e também pelos que estão enquadrados nas seguintes categorias: responsáveis tributários não estabelecidos no município do Rio de Janeiro; sociedades de profissionais de que trata a Lei n.º 3.720; profissional autônomo que admitir mais de três empregados ou um ou mais empregados da mesma habilitação do empregador (Lei n.º 3.720/04); e contribuintes e as fontes pagadoras obrigados a cobrar ou reter o ISS de terceiros, mesmo se incluídos no Grupo 1 em relação ao ISS próprio.

O primeiro vencimento, correspondente ao faturamento do mês de janeiro de 2009, termina nos dia 4 de fevereiro para os contribuintes do Grupo 1 e no dia 6 de fevereiro para os contribuintes do Grupo 2. A única exceção atinge os contribuintes autônomos localizados, que têm um prazo diferenciado, por trimestre, e deverão pagar o imposto até 7 de abril.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Anistia fiscal e desenvolvimento econômico(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. A19 Opinião)

Os chamados paraísos fiscais são cada vez mais alvos de contestação pelos governos, por organismos internacionais, por ONG's, e pela opinião pública. Na base dessa refutação, está a opinião generalizada de que os seus regimes fiscais, extremamente benéficos e com a utilização do chamado segredo bancário, serviriam de refúgio e de base de apoio a atividades ilícitas, desde a evasão fiscal ao tráfico de drogas. Por outro lado, enormes somas de capitais fugiriam ao controle das autoridades monetárias nacionais e dos organismos internacionais.

Página 157 de 170

Page 158: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Deste modo tem aumentado a pressão internacional em relação às entidades controladoras desses territórios, no sentido de encetarem uma cooperação com as autoridades de outros países, ou mesmo visando à sua supressão.

Países como a Itália, a Bélgica, a Rússia, e a França, entre outros, têm procedido, em diferentes circunstâncias, a realização de programas chamados de "anistia fiscal". A opinião pública reage desfavoravelmente àquilo que considera como planos que beneficiam atividades criminosas. Recentemente, na França, a proposta feita pelo presidente da Assembléia Nacional de se proceder a uma anistia, tendo como contrapartida a subscrição pelos anistiados de títulos do governo, suscitou uma enorme reação negativa e foi rejeitada pelo presidente Sakozy por considerá-la como inoportuna politicamente.

Esses programas não têm produzido grandes resultados práticos (legalização de haveres financeiros significativos). Os detentores desse capital oculto têm receio de virem a ser, no futuro, objeto de retaliação fiscal ou de natureza. No aspecto ético, critica-se a circunstância de não discriminarem a origem dos capitais. Também têm variado muito os custos tributários postos como condição à sua legalização: o programa italiano de Berlusconi exigia um pagamento de um percentual de 2%.

Podemos distingüir muito a "grosso modo", três categorias ou tipos de entidades que utilizam paraísos fiscais.

• Empresas, ou instituições financeiras, com atividades em várias regiões do mundo e que procuram centros de gestão e de planejamento financeiro e fiscal. Esta categoria corresponde a uma atividade perfeitamente lícita e que poderá justificar a sua continuação. Cabe à legislação e às autoridades monetárias e fiscais de cada país harmonizarem a sua relação com essas entidades. Foi, por exemplo, o caso do Brasil quando passou a tribular as subsidiárias de empresas brasileiras situadas em paraísos fiscais pela totalidade dos seus lucros e não apenas pelos distribuídos no Brasil.

• Pessoas beneficiárias de atividades ilícitas. Essas entidades, e seus haveres financeiros, devem ser identificadas e reprimidas de forma implacável.

• Pessoas físicas que procuram reduzir, ou eliminar, os seus encargos tributários ou demandam refúgio para instabilidade econômica ou financeira dos seus países de origem. Esta última categoria, que se encontra, ou flutua, na fronteira ou na margem do ilícito e do éticamente reprovável, é a única que merece ser considerada em programas de anistia fiscal.

Tendo em conta as circunstâncias expostas, esta proposta tem os seguintes intuitos:

1. Facilitar a repressão das atividades condenáveis dos paraísos fiscais, permitindo uma oportunidade de regularizar os ativos a quem não teme declarar a origem dos seus capitais.

2. Canalizar uma grande parte de haveres financeiros para investimentos em programas de desenvolvimento econômico e progresso social.

3. Dar às autoridades monetárias nacionais e às instituições internacionais melhor conhecimento e controle dos circuitos financeiros internacionais.

A proposta consiste em criar um sistema multinacional de regularização de haveres financeiros detidos em paraísos fiscais não declarados aos fiscos dos respectivos países. Seria uma anistia fiscal de âmbito e processo multinacional, mas seletiva e visando ao financiamento do desenvolvimento econômico.

A essência da proposta reside na criação de um sistema que garanta a certos investidores, em contrapartida da regularização dos seus investimentos, a liberdade de circulação dos capitais declarados, a não penalização ou sujeição a quaisquer sanções e, porventura, a não tributação futura daqueles haveres em níveis superiores aos vigentes no momento da transação. Essa garantia seria dada por um fundo constituído por contribuições financeiras iniciais dos detentores dos haveres financeiros a regularizar, e administrado por uma entidade multinacional independente.

Página 158 de 170

Page 159: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

A estrutura da proposta seria a seguinte:

1. Criação, no âmbito do Banco Mundial ou do FMI, de um fundo destinado à montagem e ao funcionamento do sistema, após negociação, e acordo entre os governos dos estados interessados na utilização do esquema.

2. O acordo deveria prever a constituição dos seguintes órgãos:

a) Comissão de "Notáveis" destinada a emitir pareceres vinculativos sobre as operações passivas do fundo, ou seja a aceitação de pedidos de regularização de haveres e de concomitante subscrição de títulos do fundo. A constituição desta comissão - com representantes dos bancos centrais, de instituições como as ordens de advogados, representantes de magistrados, etc. - deveria assegurar a independência, a competência e a representatividade dos seus membros. A Comissão deveria filtrar, mediante prévia análise, os pedidos, eliminando os de origem suspeita. Só seriam aceitos os correspondentes a "planejamento" ou pura evasão fiscal.

b) Um "Board" destinado a implementar as operações financeiras segundo as regras estabelecidas no acordo de constituição do fundo.

3. As regras poderiam ser as seguintes:

a) Seria estabelecido um percentual dos haveres a regularizar (cinco, vinte, trinta?) que seria obrigatoriamente destinado à subscrição de títulos do fundo pelo demandante. Estes títulos seriam renumerados com uma taxa semelhante à recebida pelo fundo nas suas aplicações menos um diferencial a estabelecer, e destinado a cobrir os custos do fundo e a constituir uma reserva.

b) Os montantes recebidos pelo fundo deveriam ser aplicados de duas formas. Uma parte em títulos do tesouro de cada estado participante em proporção correspondente ao montante total de subscrição de títulos por contribuintes fiscais de cada estado membro do acordo. Outra parte seria destinada a um fundo internacional de desenvolvimento a constituir pelos estados participantes.

c) Caberia ao fundo, por deliberação do "Board" e ouvida a comissão, implementar as garantias dadas aos subscritores. Para esse efeito, liquidaria títulos do estado que não cumprisse as regras acordadas.

d) Para melhor garantia, poderia ser estabelecida uma cláusula de arbitragem internacional.

Rui D' Espiney Patrício - Ex-Ministro de Negócios Estrangeiros de Portugal

Retornar ao índice de assuntoVoltar

ICMS - Caso de cobrança antecipada(Jornal do Commercio 16.12.2008 p. B7 Direito & Justiça)

DA REDAÇÃO

Admite-se o regime de tributação em que se exige, nas operações interestaduais, o recolhimento antecipado do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) pelo próprio contribuinte, sem substituição tributária. A decisão é da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que proveu recurso do Estado do Rio Grande do Sul contra uma empresa que pedia isenção do tributo antecipado.

Página 159 de 170

Page 160: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

O estado recorreu ao STJ após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), que entendeu que o fisco estadual não pode exigir recolhimento antecipado de ICMS em relação à diferença de alíquotas das operações interestaduais, quando não se trata de consumidor final do produto. Para o TJ, deve-se obedecer ao princípio do sistema geral de compensação previsto na Constituição Federal.

Em sua defesa, o estado alegou não haver direito líquido e certo na impetração, já que a conduta da administração tributária estadual é perfeitamente legal e incorpora-se com a sistemática constitucional de cobrança do imposto, pois a legislação faculta a antecipação do prazo de recolhimento do tributo nos termos dos artigos 26 da Lei Complementar 87/96 e 24 da Lei 8.820/89. Além disso, alegou que a conduta do estado do Rio Grande do Sul tem a vantagem de evitar o estímulo à guerra fiscal e, ao mesmo tempo, proteger a economia gaúcha.

A relatora, ministra Eliana Calmon, destacou que a Corte reconhece a legalidade do expediente fiscal utilizado pelo estado. A ministra enumerou vários precedentes no mesmo sentido de sua conclusão de que "é legítima, assim, a cobrança antecipada de ICMS por meio de regime normal de tributação, ou seja, sem substituição tributária".

A relatora ressaltou, ainda, que, à vista dos precedentes e das normas jurídicas aplicáveis, percebe-se que a empresa não tem direito líquido e certo, pois sua pretensão esbarra em preceitos legais editados de acordo com a competência do ente federativo e nos termos do Sistema Tributário Nacional.

Por fim, a ministra ressalvou que o STJ tem entendimento de não cabe recurso especial em dispositivo da legislação federal que repete o conteúdo normativo de principio ou regra constitucional.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

MP 451: Altera a legislação tributária federal e dá outras providências.(Migalhas – 16.12.2008)

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 451, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2008.

Altera a legislação tributária federal, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art. 1º Deve manter o Registro Especial na Secretaria da Receita Federal do Brasil, a pessoa jurídica que:

I - exercer as atividades de comercialização e importação de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, a que se refere a alínea “d” do inciso VI do art. 150 da Constituição; e

II - adquirir o papel a que se refere a alínea “d” do inciso VI do art. 150 da Constituição para a utilização na impressão de livros, jornais e periódicos.

§ 1º A comercialização do papel a detentores do Registro Especial de que trata o caput faz prova da regularidade da sua destinação, sem prejuízo da responsabilidade, pelos tributos devidos, da pessoa jurídica que, tendo adquirido o papel beneficiado com imunidade, desviar sua finalidade constitucional.

Página 160 de 170

Page 161: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

§ 2º O disposto no § 1o, aplica-se também para efeito do disposto no § 2o do art. 2o da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, no § 2o do art. 2o e § 15 do art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e no § 10 do art. 8o da Lei no 10.865, de 30 de abril de 2004.

§ 3º Fica atribuída à Secretaria da Receita Federal do Brasil competência para:

I - expedir normas complementares relativas ao Registro Especial e ao cumprimento das exigências a que estão sujeitas as pessoas jurídicas para sua concessão;

II - estabelecer a periodicidade e a forma de comprovação da correta destinação do papel beneficiado com imunidade, inclusive mediante a instituição de obrigação acessória destinada ao controle da sua comercialização e importação.

§ 4º O não-cumprimento da obrigação prevista no inciso II do § 3o sujeitará a pessoa jurídica às seguintes penalidades:

I - cinco por cento, não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor das operações com papel imune omitidas ou apresentadas de forma inexata ou incompleta; e

II - de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), independentemente da sanção prevista no inciso I, se as informações não forem apresentadas no prazo estabelecido.

§ 5º Apresentada a informação fora do prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício, a multa de que trata o inciso II do § 4o será reduzida à metade.

Art. 2º O Registro Especial de que trata o art. 1º poderá ser cancelado, a qualquer tempo, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil se, após a sua concessão, ocorrer uma das seguintes hipóteses:

I - desatendimento dos requisitos que condicionaram a sua concessão;

II - situação irregular da pessoa jurídica perante o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;

III - atividade econômica declarada para efeito da concessão do Registro Especial divergente da informada perante o CNPJ ou daquela regularmente exercida pela pessoa jurídica;

IV - não comprovação da correta destinação do papel na forma a ser estabelecida no inciso II do § 3º do art. 1º; ou

V - decisão final proferida na esfera administrativa sobre a exigência fiscal de crédito tributário decorrente do consumo ou da utilização do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos em finalidade diferente daquela prevista no art. 1º.

§ 1º Fica vedada a concessão de novo Registro Especial, pelo prazo de cinco anos-calendário, à pessoa jurídica enquadrada nas hipóteses descritas nos incisos IV ou V do caput.

§ 2º A vedação de que trata o § 1o também se aplica à concessão de Registro Especial a pessoas jurídicas que possuam em seu quadro societário:

I - pessoa física que tenha participado, na qualidade de sócio, diretor, gerente ou administrador, de pessoa jurídica que teve Registro Especial cancelado em virtude do disposto nos incisos IV ou V do caput; ou

II - pessoa jurídica que teve Registro Especial cancelado em virtude do disposto nos incisos IV ou V do caput.

http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia.aspx?cod=75446

Página 161 de 170

Page 162: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Subgrupo do Ativo Diferido está extinto(Notícias Fiscais – 16.12.2008)

O art. 179, inciso V, da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A), que dispunha sobre os valores classificados no Ativo Diferido, foi revogado pelo art. 65, inciso X, da Medida Provisória nº 449/2008.

Portanto, desde 04.12.2008 (data da publicação da Medida Provisória nº 449/2008 no DOU 1), esse subgrupo deixou de existir.

Entretanto, nos termos do art. 299-A da Lei nº 6.404/1976, incluído pelo art. 37 da mencionada Medida Provisória, o saldo existente em 31.12.2008 no Ativo Diferido que, pela sua natureza, não puder ser alocado a outro grupo de contas poderá permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização, sujeito à análise sobre a recuperação de que trata o § 3º do art. 183 da Lei nº 6.404/1976).

http://www.noticiasfiscais.com.br/contabeis1.asp?preview=21491&data=16/12/2008

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Simples nacional: Resolução 38/08 traz mais mobilidade tributária às empresas(Conjur – 15.12.2008)

Recentemente o Comitê Gestor do Simples Nacional, com a aprovação da Resolução 38/08, inovou ao fazer alterações significativas quanto ao regime de tributação das empresas optantes pelo Simples Nacional. A partir do dia 1º de janeiro de 2009, o recolhimento de tributos pelas empresas beneficiadas serão calculados com base no regime de caixa, ou seja, os impostos serão efetivamente cobrados no momento que o cliente efetuar o pagamento pelo produto ou serviço.

Sendo assim, em caso de inadimplência, a empresa não efetuará o recolhimento do referido imposto. Ao contrário do que ocorre atualmente, vez que, as empresas optantes pelo Simples Nacional são obrigadas a recolher o imposto no momento da emissão da Nota Fiscal.

Há que se esclarecer que o Regime de Caixa, proposto pela resolução acima, é o regime contábil que apropria as receitas na ocasião do pagamento, liquidação ou recebimento, independentemente do momento da negociação, mesmo em caso de parcelamento.

Verificamos que a Resolução 38/08 dispõe sobre a forma opcional de determinação da base de cálculo para apuração dos impostos e contribuições devidos utilizando a receita recebida pelas microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples Nacional. O Comitê Gestor do Simples Nacional faculta aos empresários a escolha entre Regime de Competência e Regime de Caixa para a tributação das empresas optantes pelo Simples Nacional, devendo, dessa forma, ser efetivado o registro na apuração dos valores devidos relativos ao mês de janeiro de cada ano-calendário, ou no mês da opção pelo Simples Nacional em caso de inicio da atividade empresarial.

Página 162 de 170

Page 163: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Em caso de operações a prazo, as parcelas vincendas deverão integrar a base de cálculo dos tributos até o ultimo mês do ano-calendário subseqüente ao que tenha sido realizada a operação. Os valores não recebidos deverão ser registrados na forma estabelecida pelo Comitê Gestor do Simples Nacional, constatando-se as seguintes informações:

— Número e data de emissão de cada documento fiscal;— Valor da operação ou prestação;— Valor e quantidade de parcelas a receber, bem como a data dos respectivos vencimentos;— A data de recebimento e o valor recebido;— Saldo a receber;— créditos considerados não mais cobráveis, bem como a respectiva motivação.

Acredita-se que a faculdade atribuída aos empresários ao optar pelo Regime de Caixa ou Regime de Competência atribui maior mobilidade tributária as empresas optantes pelo Simples Nacional.

http://www.conjur.com.br/static/text/72626,1

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Sistema tributário: É legítima a cobrança antecipada de ICMS, diz STJ(Conjur – 15.12.2008)

É legítima a cobrança antecipada de ICMS sem substituição tributária. O entendimento é da 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça. A Turma acolheu recurso do estado do Rio Grande do Sul contra uma empresa que pedia isenção do tributo antecipado.

O estado recorreu ao STJ depois de o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul entender que o fisco estadual não pode exigir recolhimento antecipado de ICMS em relação à diferença de alíquotas das operações interestaduais, quando não se trata de consumidor final do produto. Para o TJ gaúcho, deve-se obedecer ao princípio do sistema geral de compensação previsto na Constituição Federal.

O estado alegou não haver direito líquido e certo, já que a conduta da administração tributária estadual é perfeitamente legal e incorpora-se com a sistemática constitucional de cobrança do imposto. Segundo o estado, a legislação faculta a antecipação do prazo de recolhimento do tributo nos termos dos artigos 26 da Lei Complementar 87/96 e 24 da Lei 8.820/89. Além disso, alegou que a conduta do estado do Rio Grande do Sul tem a vantagem de evitar o estímulo à guerra fiscal e, ao mesmo tempo, proteger a economia gaúcha.

A relatora, ministra Eliana Calmon, destacou que o STJ reconhece a legalidade do expediente fiscal utilizado pelo estado gaúcho. A ministra enumerou vários precedentes no mesmo sentido de sua conclusão de que “é legítima, assim, a cobrança antecipada de ICMS por meio de regime normal de tributação, ou seja, sem substituição tributária”.

Ela ressaltou, ainda, que, à vista dos precedentes e das normas jurídicas aplicáveis, percebe-se que a empresa não tem direito líquido e certo, pois sua pretensão esbarra em preceitos legais editados de acordo com a competência do ente federativo e nos termos do Sistema Tributário Nacional.

Eliana Calmon ressalvou que o STJ possui o entendimento de que é incabível Recurso Especial em dispositivo da legislação federal que repete o conteúdo normativo de principio ou regra constitucional.

http://www.conjur.com.br/static/text/72649,1

Página 163 de 170

Page 164: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Seminário: A MP 449/08, a lei 11.638/07 e as normas contábeis internacionais(Migalhas 16.12.2008)

Prepare-se para os relevantes impactos fiscais, contábeis e societários

Data: 13/1Horário: 8h30 às 17hLocal: Golden Tulip Plaza, Alameda Santos, 85 - Jardins- São Paulo/SP

ObjetivosPreparar as empresas para os relevantes impactos Fiscais, Contábeis e Societários trazidos pela MP 449/08;Avaliar o melhor proveito dos benefícios da MP frente à atual crise financeira internacional;Analisar as modificações sobre as demonstrações contábeis e seus efeitos no tocante à transparência de informações e responsabilidade de administradores.Público alvo

Áreas: financeira, jurídica, contábil, fiscal e controladoria.

Horários:8h30 - Recepção e identificação dos participantes9h – Início17h - Término

ProgramaPainel 1: Parcelamentos e Remissão de Tributos1.1. Dívidas de Pequeno Valor1.2. Créditos de IPI (Alíquota Zero e NT)1.3. Operantes do REFIS e do PAES1.4. Reparcelamento de Débitos

Painel 2: Lei das S/As e Regime Tributário de Transição (RTT)2.1. Efeitos nas Demonstrações Contábeis2.2. Nova definição de "Coligada" – efeitos 2.3. Ajustes fiscais decorrentes dos novos critérios contábeis advindos da Lei 11.638/08 e da própria MP 449/082.4. Aspectos importantes sobre escrituração, demonstrações financeiras, incorporação, fusão, cisão2.5. Critérios de avaliação de operações societárias2.6. Tratamento das subvenções para investimento2.7. Tratamento do prêmio na emissão de debêntures2.8. Omissão de Receita2.9. Inaptidão do CNPJ2.10. Arrendamento Mercantil - IOF

Painel 3: Lei de custeio previdenciário - Principais Alterações3.1. Responsabilidade de Sócios e Administradores3.2. Penalidades por descumprimento das obrigações previdenciárias3.3. Benefícios Indiretos a Pessoas Físicas

Página 164 de 170

Page 165: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Painel 4: Alterações no Processo Administrativo Federal4.1. Restrições à Compensação de Tributos4.2. Limites para o IRFonte4.3. Competências dos Conselhos de Contribuintes4.4. Uso de Bancos Públicos para cobrar Dívidas Ficais4.5. Reconhecimento "de ofício" de prescrição de débitos fiscais4.6. Dispensa de lançamento de débitos sob discussão judicial4.7. Novos cruzamentos de dados – aumento de fiscalização4.7.1. Informações de Juntas Comerciais e Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas4.7.2. Municípios - alvarás para construção civil e documentos de "habite-se".

InvestimentoR$ 590,00*Incluso: Almoço, coffee-break, estacionamento, apostila, certificado e coquetel após encerramento.Descontos: 5% dois participantes; 10% acima de dois (mesma empresa/Grupo).

RealizaçãoBraga & Marafon Consultores e Advogados

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES

TELEFONE( 11 ) 3038-5206

FAX( 11 ) 3814-0899

[email protected]

http://www.migalhas.com.br/mostra_eventos.aspx?cod=75267

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Bloco - Mercosul não chega a consenso sobre o fim da dupla tributação(DCI 16.12.2008 p. A3 Política Econômica)

COSTA DO SAUÍPE - Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai não conseguiram concluir as negociações para eliminar a dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC), imposto de importação em vigor nos países do Mercosul incidente sobre certos produtos de fora do bloco. Ao abrir a reunião do Conselho do Mercado Comum, na Costa do Sauípe (BA), o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim se disse frustrado por não conseguir consenso entre os membros.

Amorim deu a entender que o entrave continua sendo a forma de distribuição da renda aduaneira. "Há dois pontos que infelizmente não conseguimos avançar. Um deles diz respeito eliminação da dupla cobrança da TEC e, conjugadamente a distribuição da renda aduaneira", afirmou ao fazer um balanço dos seis meses de presidência brasileira.

O ministro alertou que a permanência da dupla cobrança dificultará futuros acordos de comércio do Mercosul com outras regiões. "A continuidade da dupla cobrança da TEC vai dificultar muito as negociações com outros blocos, sobretudo com União Européia, que em todas as negociações que tivemos, sempre acentuou que o fato de não haver o livre trânsito das mercadorias no Mercosul",

Página 165 de 170

Page 166: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

afirmou. "Quando nós passarmos, em outros acordos, da fase do acordo preferencial para a fase do acordo de livre comércio, encontraremos os mesmos obstáculos", previu.

Hoje, um produto que ingressa no Mercosul pelo Uruguai e depois é reexportado ao Brasil, por exemplo, paga imposto de importação duas vezes e cada país fica com imposto arrecadado. O fim da dupla cobrança vinha sendo negociado há cinco anos, com data prevista para implementação a partir de janeiro de 2009 Quando assumiu a presidência pro tempore do bloco, em julho, o Brasil se comprometeu em acelerar as negociações e estava tudo praticamente fechado, segundo antecipado na semana passada pelo Itamaraty. Faltava definir justamente a forma de redistribuição da renda aduaneira a situação mais delicada é a do Paraguai, que depende do que arrecada com importações.

Têxtil

O Mercosul flexibilizará as regras de comércio para facilitar a importação de produtos têxteis da Bolívia, de forma a compensar a perda do mercado norte-americano com o rompimento do Tratado de Preferências Tarifárias Andinas e Erradicação de Drogas. "É uma ação que revela a atitude de solidariedade dos países do Mercosul diante das dificuldades de nossos membros plenos ou associados", justificou Amorim.

Amorim informou ainda que o Mercosul reiterou União Européia o interesse em retomar as negociações entre os blocos o diálogo estava suspenso à espera da Rodada de Doha. Também foram iniciadas, no semestre deste ano, negociações com o Egito, a Jordânia e a Turquia. A falta de tratados de livre comércio é uma das queixas dos analistas.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Comércio Exterior - Paraguai barra o código aduaneiro no Mercosul: Criação do código, assim como o fim da dupla incidência da Tarifa Externa Comum, também vetado, são essenciais para

consolidar o bloco (Estado de São Paulo 16.12.2008 p. B7 Economia)

Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro

O Mercosul fracassou na tentativa de conclusão dos acordos para a criação de um Código Aduaneiro Comum e o fim da dupla incidência da Tarifa Externa Comum (TEC) em produtos estrangeiros que cruzam mais de uma fronteira dentro do bloco. Medidas consideradas essenciais para a consolidação do Mercosul como união aduaneira, os dois acordos haviam sido definidos como prioritários na presidência temporária do Brasil, neste semestre, e seriam o ponto culminante da reunião de cúpula de hoje.

Ontem, na abertura da reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC), o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou estar “profundamente frustrado”. Os acordos eram dados como certos pelo Itamaraty e pela chancelaria argentina na semana passada.

Segundo Amorim, a demora na conclusão desses acordos dificulta as negociações comerciais do Mercosul com outros países e com a União Européia e o processo interno de integração de cadeias produtivas.

O fracasso ocorreu pela oposição intransigente do Paraguai, que não se sensibilizou com a proposta brasileira para amenizar a redução de sua arrecadação fiscal.

Página 166 de 170

Page 167: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Como contrapartida à perda de cerca de US$ 1,5 milhão por ano com a eliminação da dupla cobrança da TEC sobre produtos com tarifas de importação de 0% a 6%, a primeira etapa do acordo, o restante do Mercosul se incumbiria de direcionar um valor superior ao Tesouro paraguaio. Essa fórmula estaria consolidada em um mecanismo de redistribuição da renda aduaneira.

Para contornar essa frustração, o CMC decidiu se reunir extraordinariamente nos primeiros meses de 2009 para tratar dos dois temas. O Itamaraty, entretanto, não vê possibilidade de os acordos saírem até o fim de 2009. Essa reunião extraordinária do CMC e seu encontro ordinário, em junho, ocorrerão durante a presidência temporária do Paraguai no Mercosul.

Ciente dos atuais problemas do Brasil com o Paraguai, em torno do Tratado de Itaipu e da dívida da hidrelétrica, Amorim evitou culpar diretamente Assunção. Chegou a argumentar que não houve “obstrução” do Paraguai, que “é um país pequeno” e com “sensibilidades” na negociação desses temas. Curiosamente, a idéia de negociar um Código Aduaneiro Comum partiu do Paraguai.

Os presidentes dos países do Mercosul assinarão, hoje, um documento mais modesto, que prevê a criação do Fundo de Garantia para Pequenas e Médias Empresas. Esse mecanismo deverá facilitar o acesso às linhas de financiamento para companhias envolvidas em projetos de integração.

O Fundo deverá dispor de US$ 100 milhões, dos quais US$ 70 milhões serão injetados pelo Brasil. O CMC também acatou a proposta de mudança de uma regra do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) que permitirá ao Brasil dobrar seu aporte anual, que passaria de US$ 70 milhões para US$ 140 milhões.

DROGAS

Amorim confirmou que o Mercosul vai flexibilizar as regras de origem para permitir o ingresso de produtos têxteis da Bolívia que tinham no mercado americano seu destino final. A iniciativa compensa o governo de Evo Morales por sua decisão de romper com a Agência Antidrogas dos EUA (DEA).

Com isso, a Bolívia perdeu as preferências tarifárias. O chanceler afirmou que o Brasil vai cooperar nos programas de combate ao narcotráfico.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

América Latina - Mercosul fracassa em eliminar cobrança da dupla tarifa(Gazeta Mercantil 16.12.2008 p. A12 Internacional)

Os quatro integrantes do Mercosul fracassaram na segunda-feira em concluir as negociações para eliminar a dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC).

Ao abrir a reunião ministerial do Conselho do Mercado Comum do bloco, o chanceler brasileiro Celso Amorim disse estar frustrado de que não se tenha chegado a um consenso entre o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

O encontro precedeu a reunião de cúpula do Mercosul, que começa hoje. Serão realizados quatro encontros em 48 horas: a Cúpula Extraordinária do Unasul, a 36ª. Cúpula do Mercosul, a Cúpula do Grupo do Rio, a cúpula do Grupo do Rio e a Cúpula de America Latina e Caribe.

"Há dois pontos em que infelizmente não conseguimos avançar. Um deles diz respeito à eliminação da dupla cobrança da TEC e, conjuntamente, à distribuição da renda aduaneira", disse Amorim.

Página 167 de 170

Page 168: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

"A continuidade da dupla cobrança da TEC vai dificultar muito as negociações com outros blocos, sobretudo com a União Européia, que em todas as negociações que tivemos...sempre acentuou o fato de não haver livre trânsito de mercadorias no Mercosul", acrescentou.

A eliminação da dupla tributação era negociada há anos pelo bloco, e o Brasil se comprometeu a acelerar as conversações quando assumiu a atual presidência temporariamente.

A chancelaria brasileira dava como certo que as negociações se concluiriam nesse encontro, como aparecia na agenda da reunião.

"É uma pena, fizemos o máximo esforço", lamentou Amorim.

O Conselho do Mercado Comum também previa tratar da criação de um fundo de garantias para micro, pequenas e médias empresas, entre outros acordos.

Começaram a chegar ontem à Bahia os representantes de 33 países da América Latina e Caribe, que participam do encontro.

Cúpula SocialNa Cúpula Social do Mercosul, iniciada no domingo, analisou-se a situação global, e o economista André Biancarelli, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), integrante do grupo de trabalho sobre os impactos da crise financeira, disse ver "o processo de integração sul-americana como uma das possíveis saídas para atenuar os efeitos negativos da crise, que certamente virão. Tanto pelo lado do comércio quanto pelo lado dos mecanismos financeiros de apoio à integração sul-americana, acho eu, há um espaço para avanços".

Ele lembrou que as trocas comerciais intra-regionais têm maior valor agregado do que a pauta exportadora da região para o resto do mundo. Alerta, no entanto, para os riscos das chamadas tentativas de diferenciação, já verificadas em outros momentos de crise, principalmente no aspecto financeiro.

"Vemos um país tentando se afastar do vizinho porque tomou uma ou outra atitude não muito bem vista pelos mercados, como por exemplo o Brasil dizendo que não é a Argentina. Certamente, a atitude do Equador de dar o calote na dívida vai atrapalhar a aproximação regional", disse Biancarelli.

(Reuters, Agência Brasil e AFP)

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Mercosul mantém imposto duplo: Paraguai acabou evitando fim da cobrança. Amorim defende autonomia

(O Globo 16.12.2008 p. 28 Economia)

Cássia Almeida Enviada especial

COSTA DO SAUÍPE. Depois de cinco anos de discussão, o fim da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum no Mercosul, dada como praticamente certa pelo governo brasileiro, não vingou na reunião dos embaixadores do bloco do Cone Sul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), que foi realizada ontem em Costa do Sauípe, em Salvador. A reunião antecede a Cúpula da America Latina e Caribe que ocorre hoje e amanhã. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao abrir a reunião do bloco comercial, se disse frustrado ao terminar a presidência temporária do Mercosul — que passará para o Paraguai — sem conseguir eliminar a cobrança nem implantar o código aduaneiro.

Página 168 de 170

Page 169: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

E foi justamente o Paraguai o país que não concordou com o fim da cobrança (quando um produto entra no Mercosul, ele é taxado com a TEC e, depois, ao circular pelo bloco, paga a taxa novamente).

O ministro afirmou que a dupla cobrança cria problemas de integração da cadeia produtiva e de negociação com outros blocos.

Para ele, países menores são os que mais se beneficiariam com o fim da cobrança dupla.

Foi marcada para março uma reunião extraordinária do Mercosul para voltar a discutir a questão, o que, na visão do ministro, é um sinal de que o fim da cobrança pode se realizar em algum momento.

Sobre a divergência com o Equador, que anunciou calote na dívida externa, Amorim afirmou que o país tem direito de defender seus interesses “dentro da legalidade”.

— Há sinais e desejo de diálogo por parte do Equador para resolver essa questão.

Diante desse impasse na negociação, a convocação da Primeira Cúpula da América Latina e Caribe demonstra, na opinião de Celso Amorim, uma demonstração de maturidade, já que envolve países de diversas matizes ideológicas, buscando integração: — Uma boa relação não depende de tutela externa. Inacreditável que mais de cem anos de independência ainda precisemos do aval dos Estados Unidos, União Européia ou Espanha para tratar dos nossos assuntos.

É uma coisa histórica.Retornar ao índice de assunto

Voltar

Relações Externas - Mercosul mantém cobrança dupla da TEC: Decisão frustra expectativa do governo brasileiro

(Valor Econômico 16.12.2008 p. A16 Especial)

Cristiano Romero, da Costa do Sauípe (BA)

Fracassou a tentativa de eliminação da cobrança dupla (ou múltipla) da Tarifa Externa Comum (TEC) na importação de produtos pelos países do Mercosul. Por causa da oposição do Paraguai, os chanceleres das quatro nações que integram o bloco não chegaram ontem a um acordo, frustrando expectativa do governo brasileiro, que na semana passada dava como certa a aprovação da medida. Sem ela, o Mercosul continuará tendo dificuldades para negociar acordos de livre comércio com outros blocos, especialmente, com a União Européia (UE).

"Vai nos criar problemas para a integração das cadeias produtivas na região. Os países menores são os que mais se beneficiam dessa integração", criticou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao anunciar os resultados da reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC), a instância negociadora máxima do Mercosul. Atualmente, um produto importado pelo Brasil, por exemplo, paga a TEC na entrada e na reexportação para outros países do bloco. Na prática, essa cobrança inviabiliza o livre trânsito de mercadorias dentro do bloco.

Em 2004, os países do Mercosul decidiram acabar com a dupla cobrança, mas a implementação da medida esbarrou em inúmeros obstáculos e, por isso, nunca foi regulamentada. O governo do Paraguai alega que o fim da dupla cobrança da TEC provocaria forte renúncia fiscal, uma vez que as receitas aduaneiras representam uma parcela significativa da arrecadação tributária naquele país.

Nas negociações sugeriu-se a criação de um mecanismo de compensação para as perdas aduaneiras decorrentes da eliminação da dupla cobrança. A idéia era repartir a receita tributária da tarifa quando um produto importado pelo Mercosul fosse reexportado para dentro do bloco. "Há no

Página 169 de 170

Page 170: CLIPPING DE NOTÍCIASextranet.veirano.com.br/Tecnologia/Biblioteca/doc/... · Web viewAlém de uma briga comercial pelo mercado de resinas de policarbonato, que é usado para a fabricação

Paraguai incerteza sobre o mecanismo de transferência. É natural. É uma economia pequena e vulnerável", ponderou o chanceler Celso Amorim.

O Brasil propôs também que a eliminação da dupla cobrança fosse feita em quatro etapas, atingindo, em um primeiro momento, apenas as mercadorias que pagam TEC de 2%. Numa segunda etapa, chegaria aos produtos que pagam TEC de 4% e, em um terceiro momento, aos que são taxados em 6%, antes de se negociar a extensão da medida para todos os níveis tarifários.

O chanceler brasileiro começou a reunião do CMC fazendo um desabafo sobre a "frustração" quanto à falta de um acordo sobre a dupla cobrança. Uma tentativa de acordo foi feita por diplomatas dos quatro países em intensas reuniões realizadas no fim de semana, no balneário de Costa do Sauípe. O Itamaraty acreditava num final feliz.

"Isso traz conseqüências. A não-eliminação vai dificultar a negociação com outros blocos, sobretudo, com a UE. Eles (os europeus) alegam que o fato de não haver livre trânsito de mercadorias no bloco impede a negociação de um acordo de livre-comércio. É uma pena. Fizemos o máximo de esforço", lamentou Celso Amorim após a reunião do CMC. "(Isso) nos foi jogado na cara na negociação com a UE", disse ele depois, durante entrevista coletiva.

Amorim informou que haverá uma reunião extraordinária do Conselho do Mercosul, dentro de dois ou três meses, para retomar a negociação sobre a dupla cobrança da TEC. O encontro ocorrerá sob o comando do Paraguai - até a reunião de cúpula do Mercosul agendada para hoje, a presidência temporária é do Brasil. Assim como não houve acordo quanto à dupla cobrança da TEC, fracassou também a negociação de um código aduaneiro para harmonizar os procedimentos de importação nos quatro países do Mercosul. Essa foi a terceira tentativa frustrada de se chegar a um acerto.

O chanceler Celso Amorim fez questão, no entanto, de celebrar os avanços. Já está acertado que, no encontro de cúpula, os presidentes dos quatro países do bloco ratificarão a criação do Fundo de Garantia do Mercosul para Pequenas e Médias Empresas. Esse fundo terá US$ 100 milhões, 70% dos quais com recursos do governo brasileiro, e ajudará a financiar empresas fornecedoras de cadeias que promovam a integração produtiva no bloco.

Na reunião de cúpula, os presidentes deverão autorizar a possibilidade de contribuições voluntárias para o Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), usado para financiar projetos de investimento produtivo que diminuam as assimetrias existentes nas economias do bloco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar, nesta terça-feira, que o Brasil dobrará, para US$ 140 milhões, a contribuição anual brasileira a esse fundo.

Os chanceleres debateram ontem o "impacto social" da crise internacional e aprovaram a criação do Instituto Social do Mercosul - uma espécie de "Ipea social". Lançaram ainda um "plano de ação social" do Mercosul, voltado para replicar na região experiências bem-sucedidas de combate à pobreza.

Retornar ao índice de assuntoVoltar

Página 170 de 170